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Aula 1 o Inferno Segundo A Bíblia Versão para Impressão

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SÉRIE

UM LUGAR DE TORMENTO

AULA 1
INTRODUÇÃO
Etimologia
A origem do termo inferno é latino: infernum, que significa "as
profundezas" ou o "mundo inferior". Origina-se da palavra latina
pré-cristã inferus "lugares baixos", infernus.

O termo inferno é uma palavra anglo-saxônica, possivelmente de


origem nórdica. O termo originalmente parece ter sido associado a
governantes mitológicos do submundo germânico. Por este
1
motivo, veio a ser uma palavra que se refere ao submundo.

O INFERNO É REAL?

É interessante que uma porcentagem muito maior de pessoas


acredita na existência do céu, mas não na existência do
inferno. De acordo com a Bíblia, porém, o inferno é tão real
quanto o céu. A Bíblia ensina claramente e explicitamente que o
inferno é um lugar real para o qual os ímpios/descrentes são
enviados após a morte.

O teólogo François Turretini responde com muita intrepidez esta


questão, assim: Cremos ser supérfluo inquirir se de fato existe
inferno, não importa o que digam os epicureus e os ateus (os
quais o consideram como mera ficção e fútil espantalho de
simplórios). Pois está expresso em tantas passagens das
Escrituras, ou da maldição proveniente da lei, [...], que se torna
uma prova não só da suprema impiedade, mas também de
demência, o só duvidar ou negar sua existência. Tais
zombadores também sentirão sua veracidade e terribilidade, ao
2
enfrentarem seus grandes danos pessoais.

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O INFERNO É REAL?
Sobre o inferno ser irracional, a Bíblia diz:

Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus,


porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente.
1 Coríntios 2:14

A doutrina do inferno só é irracional para o homem natural, não


convertido.

O INFERNO

Existem várias expressões bíblicas que foram traduzidas por


“inferno” (Lat. infernus), cada uma possuindo um significado que
lhe é próprio.

SHEOL / HADES
No Antigo Testamento hebraico encontramos a palavra sheol,
traduzida no grego por hades.

As duas palavras expressam a mesma ideia. Vemos isto em Atos


2.27, onde encontramos uma citação de Salmos 16.10. No referido
texto, no livro de Salmos, o escritor usou a palavra Sheol, e na
citação, em língua grega, Lucas usou a palavra Hades. Não pode
haver dúvida, então; a palavra hebraica Sheol equivale a Hades, na
língua grega.
Sheol geralmente se refere à morada de uma pessoa após a morte.
Em alguns textos, o Sheol é representado como o lugar para onde
todos vão — no entanto, isso provavelmente é uma hipérbole (Sl
89:48; Ec 9:10).

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SHEOL / HADES

Sheol geralmente se refere à morada de uma pessoa após a morte.


Em alguns textos, o Sheol é representado como o lugar para
onde todos vão — no entanto, isso provavelmente é uma
hipérbole (Sl 89:48; Ec 9:10). Outros textos indicam que é a morada
para os bons ou justos (por exemplo, Gn 37:35; Sl 88:3; 89:48; Is
38:10). Outras passagens ainda indicam que é a morada final dos
ímpios (por exemplo, Nm 16:30, 33; 1Rs2:6, 9; Jó 21:13; 24:19; Sl 9:17;
31:17; Is 5:14). 3

Em Gn 37:35, encontramos a palavra pela primeira vez na Bíblia.


Jacó pensava que o seu filho José estava morto, e disse que iria
a ele à Sheol. Ele pensava que José não estava mais na terra dos
viventes, mas sim, em Sheol, isto é, na região dos mortos. Sheol
(Hades) é o antônimo da expressão “terra dos viventes”; é a
habitação dos mortos, sem especificar exatamente onde estes
mortos estão.

Os ímpios também serão lançados em Sheol (Sl 9:17), porém os


ímpios não estarão no mesmo lugar onde Jacó está, por exemplo.
Sheol (Hades) é a esfera dos mortos, em contraste com a esfera
dos viventes; é o além.

CONDIÇÕES EM SHEOL/HADES

Os salvos

Para os salvos, Sheol (Hades) representa livramento ou refúgio.


Na sua aflição, Jó expressou o desejo de estar em Sheol, escondido,
até que a ira passasse (Jó 14:13). Aqui na vida, ele estava sofrendo
horrivelmente, e contemplou a Sheol como refúgio destas dores.

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Para os salvos, Sheol (Hades) representa aquilo que é muito
melhor do que qualquer coisa que temos aqui nesta vida. Lázaro
(Lc 16:22, 25) é mais um exemplo disto. O apóstolo Paulo também
escreveu: “Desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o
Senhor” (II Co 5:8). Outra vez ele falou deste mesmo desejo de
partir e estar com Cristo, e acrescentou que isto seria muito
melhor; para ele, o morrer seria lucro (Fl 1:21, 23).

Os perdidos

Para quem não é salvo, porém, Sheol (Hades) não trará qualquer
alívio dos seus sofrimentos; pelo contrário, os aumentará muito
mais, pois a Bíblia revela que há muito sofrimento em Sheol
(Hades) para quem morrer sem a salvação.

Em Deuteronômio lemos: “Um fogo se acendeu no Meu furor, e


arderá até ao mais profundo do Sheol” (32:32). O salmista falou
de “angústias de Sheol” que se apoderaram dele (Sl 116:3), e
Salomão confirma isto, dizendo: “O amor é forte como a morte, e
duro como o Sheol o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo,
são veementes labaredas” (Ec. 8:6).

No Novo Testamento encontramos a mesma realidade, pois se


Lázaro foi consolado, o rico foi atormentado. Observe bem a
repetição da palavra “tormento” no relato de Lázaro e o rico (Lc
16:19-31). O rico foi sepultado e, em Hades, ergueu os olhos, estando
em tormentos (v. 23); ele disse a Abraão: “Estou atormentado
nesta chama” (v. 24); Abraão lhe respondeu: “Lázaro … é
consolado, e tu atormentado” (v. 25).

Quando o rico viu que não haveria misericórdia para ele, nem
sequer uma gota de água para aliviar aqueles terríveis
sofrimentos, ele lembrou de seus irmãos que ainda viviam, e
pediu que fossem avisados, a fim de que não viessem para “este
lugar de tormento” (v. 28).

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GEENA

Essa palavra grega é frequentemente traduzida nas versões em


inglês do Novo Testamento como "inferno."

É um substantivo derivado da frase hebraica ‫גיא הנום‬ (gy 'hnwm),


que significa "Vale de Hinom". O vale de Hinom era uma ravina ao
longo da encosta sul de Jerusalém (Js 15:18; 18:16). Nos tempos do
Antigo Testamento, era um lugar usado para oferecer sacrifícios a
deuses estrangeiros. Eventualmente, o local foi usado para
queimar lixo. Quando os judeus discutiam sobre punição na vida
após a morte, empregavam a imagem desse depósito de lixo em
4
chamas.

Como lugar de destruição final, é para lá que irão tanto a alma


quanto o corpo (Mt 10.28). Este é o lugar preparado para Satanás
e seus anjos (Mt 25.41), onde o sofrimento será eterno. É para lá
também que hão de ir todos aqueles que se recusaram a servir
a Deus e a Cristo. É o “lago de fogo”, descrito em Apocalipse (Ap
20.11-15). Ninguém ainda se encontra lá. A besta e o falso profeta
serão os primeiros a serem lançados no lago de fogo.

A palavra geena significa “um lugar de tormento e inutilidade, o


lago de fogo”, que é usada para representar a futura punição dos
ímpios que estão no sheol (hades) aguardando o juízo final (Ap
20.14, 15).

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VALE DE HINOM

No Vale de Hinom, rei Acaz e rei Manassés ofereceram seus filhos


como sacrifício aos deuses Baal e Moloque (2Cr 28:3; 33:6; 2Rs
16:3).

Ao condenar o vale como um local de adoração a ídolos, o profeta


Jeremias antecipou que se tornaria um "Vale da Matança", um
local de julgamento para os adoradores de deuses estrangeiros (Jr
7:30–34; 19:1–13; 32:34–35).

Isaías previu que a Assíria, inimiga de Israel, seria destruída com


fogo em Hinom (Is 30:29–33). Hinom tornou-se intimamente
associado à morte, cadáveres e punições — uma imagem
5
adequada de Deus julgando os iníquos.

O Vale de Hinom como uma característica geográfica

Deste ponto sobe pelo vale do Filho de Hinom, do lado dos


jebuseus do Sul, isto é, Jerusalém; e sobe este limite até ao cimo
do monte que está diante do vale de Hinom, para o ocidente,
que está no fim do vale dos Refains, do lado norte.
Josué 15.8

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descia o limite até à extremidade do monte que está defronte do
vale do Filho de Hinom, ao norte do vale dos Refains, e descia
pelo vale de Hinom do lado dos jebuseus, para o sul; e baixava a
En-Rogel;
Josué 18.16

O Vale de Hinom como um lugar de sacrifícios de crianças

Também queimou incenso no vale do filho de Hinom e queimou


a seus próprios filhos, segundo as abominações dos gentios que
o SENHOR lançara de diante dos filhos de Israel.
2 Crônicas 28.3

Também profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de


Hinom, para que ninguém queimasse a seu filho ou a sua filha
como sacrifício a Moloque.
2 Reis 23.10

queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom,


adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias,
tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o
que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira.
2 Crônicas 33.6

Edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom,


para queimarem a seus filhos e a suas filhas a Moloque, o que
nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente fizessem tal
abominação, para fazerem pecar a Judá.
Jeremias 32.35

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O Vale de Hinom como um lugar o julgamento de Deus

— 30 porque os filhos de Judá fizeram o que era mau perante


mim, diz o SENHOR; puseram os seus ídolos abomináveis na
casa que se chama pelo meu nome, para a contaminarem. 31
Edificaram os altos de Tofete, que está no vale do filho de
Hinom, para queimarem a seus filhos e a suas filhas; o que
nunca ordenei, nem me passou pela mente. 32 Portanto, eis que
virão dias, diz o SENHOR, em que já não se chamará Tofete,
nem vale do filho de Hinom, mas o vale da Matança; os mortos
serão enterrados em Tofete por não haver outro lugar.
Jeremias 7.30-32

e Jeremias 19.1-15

O Vale de Hinom como um sinônimo para inferno

29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti;


pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja
todo o teu corpo lançado no inferno. 30 E, se a tua mão direita
te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se
perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o
inferno.
Mateus 5.29-30

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TÁRTARO

Outra palavra, ταρταρόω (tartaroō) (“cadeias de escuridão”),


também é usada para identificar um lugar de prisão semelhante
ao hades (sheol), mas com referência somente aos “anjos que se
rebelaram contra Deus” (2Pe 2.4; Jd 6).

Pedro escreve que Deus enviou os anjos caídos para o inferno. Ele
toma emprestada a palavra inferno da mitologia grega, que
designava um lugar chamado Tártarus como habitação dos
6
perversos.

Por causa de variações no texto grego, outra tradução traz as


seguintes palavras: “os entregou aos grilhões das trevas” (NKJV).
Ou seja, por causa da variação de uma letra na palavra grega em
questão, uma tradução apresenta o termo abismos, e outra,
grilhões. 7

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BIBLIOGRAFIA

1 JACK KILCREASE, “INFERNO”, IN SUMÁRIO DE TEOLOGIA LEXHAM, ED. BRANNON ELLIS, MARK WARD, E JESSICA PARKS (BELLINGHAM, WA:
LEXHAM PRESS, 2018).

2 FRANÇOIS TURRETINI, COMPÊNDIO DE TEOLOGIA APOLOGÉTICA, ED. VAGNER BARBOSA, WENDELL LESSA, E PAULO ARANTES, 1A EDIÇÃO.,
VOL. 3 (SÃO PAULO, SP; CAMBUCI, SP: EDITORA CULTURA CRISTÃ, 2010), 723.

3 DAVID SEAL, “HELL”, ED. JOHN D. BARRY, DICIONÁRIO BÍBLICO LEXHAM (BELLINGHAM, WA: LEXHAM PRESS, 2020).

4 DAVID SEAL, “HELL”, ED. JOHN D. BARRY, DICIONÁRIO BÍBLICO LEXHAM (BELLINGHAM, WA: LEXHAM PRESS, 2020).

5 David Seal, “Hell”, ed. John D. Barry, Dicionário Bíblico Lexham (Bellingham, WA: Lexham Press, 2020).

6 SIMON J. KISTEMAKER, EPÍSTOLAS DE PEDRO E JUDAS, TRANS. SUSANA KLASSEN, 1A EDIÇÃO., COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO (SÃO
PAULO, SP: EDITORA CULTURA CRISTÃ, 2006), 383

7 SIMON J. KISTEMAKER, EPÍSTOLAS DE PEDRO E JUDAS, TRANS. SUSANA KLASSEN, 1A EDIÇÃO., COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO (SÃO
PAULO, SP: EDITORA CULTURA CRISTÃ, 2006), 383.

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