Este documento apresenta três teorias democráticas contemporâneas: a teoria minimalista de Joseph Schumpeter, a teoria pluralista de Robert Dahl e a teoria liberal-democrática de Norberto Bobbio. A primeira enfatiza a democracia como um método competitivo de eleição de líderes políticos, a segunda analisa os requisitos para a participação política e a terceira defende uma democracia baseada nos princípios liberais.
Este documento apresenta três teorias democráticas contemporâneas: a teoria minimalista de Joseph Schumpeter, a teoria pluralista de Robert Dahl e a teoria liberal-democrática de Norberto Bobbio. A primeira enfatiza a democracia como um método competitivo de eleição de líderes políticos, a segunda analisa os requisitos para a participação política e a terceira defende uma democracia baseada nos princípios liberais.
Este documento apresenta três teorias democráticas contemporâneas: a teoria minimalista de Joseph Schumpeter, a teoria pluralista de Robert Dahl e a teoria liberal-democrática de Norberto Bobbio. A primeira enfatiza a democracia como um método competitivo de eleição de líderes políticos, a segunda analisa os requisitos para a participação política e a terceira defende uma democracia baseada nos princípios liberais.
Este documento apresenta três teorias democráticas contemporâneas: a teoria minimalista de Joseph Schumpeter, a teoria pluralista de Robert Dahl e a teoria liberal-democrática de Norberto Bobbio. A primeira enfatiza a democracia como um método competitivo de eleição de líderes políticos, a segunda analisa os requisitos para a participação política e a terceira defende uma democracia baseada nos princípios liberais.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 46
Orientação
CIÊNCIA POLÍTICA CONTEMPORÂNEA
Teorias democráticas contemporâneas
Prof(a) Mr. Maria Gisele de Alencar
Unidade de Ensino: 1 Competência da Unidade: Compreender as teorias contemporâneas da democracia. Resumo: Analisar as diferentes teorias da democracia com Schumpeter, Dahl e Bobbio. Palavras-chave: democracia, teoria minimalista, pluralismo e democracia liberal. Título da Teleaula: Teorias democráticas contemporâneas Teleaula nº: 1 Contextualizando • Democracia na teoria politica contemporânea. • Influências e críticas da teoria clássica da democracia. • Democracia como regime político legítimo (princípios e valores). • Teoria minimalista da democracia de Joseph Alois Schumpeter. • Teoria pluralista da democracia de Robert Alan Dahl. • Teoria normativa da liberal-democracia de Norberto Bobbio. Democracia em debate Notas para reflexão A democracia como uma forma de governo, se prescreve como sendo um dos campos mais importantes no que tange a conquista por direitos.
No plano ideal ainda nos orientamos pelos escritos
gregos antigos em que a democracia aparece, muitas vezes como um objeto inatingível, tamanha a perfeição. • Democracia Participativa • Democracia Representativa Historicamente falando Gregos – problematizaram a diferença entre espaço público e privado, formularam as classificações das formas de governo, promovendo reflexões sobre os regimes políticos inserindo-os em uma perspectiva histórica e/ou filosófica.
Romanos - res publica, a coisa pertencente a todos os
membros do povo (populus romanus), alusiva às questões pertinentes a todos, interesse geral e ao bem comum. Idade Média: o pensamento político europeu é defino pelo direito divino, ou seja, a expansão da religiosidade determina as relações políticas.
Nicolau Maquiavel (1469-1527), inaugura um
pensamento político moderno, de forma sistemática, permitindo a elaboração de teorias sobre o Estado e o poder: separa religião e política, desconectando a ética e a moral da política, formula a teoria objetiva e científica para a política. Na contemporaneidade Ao desenvolver uma análise sistemática sobre a democracia nos deparamos com duas vertentes: ideal: aquela voltada à construção de modelos amparados essencialmente em teorizações abstratas, concentrando-se na formulação de uma democracia ideal. realista: análise empírica e realística, investigando os problemas, as reformas institucionais, as transformações e o funcionamento da democracia - concepção metodológica de democracia realista. Teoria das Elites? Gaetano Mosca (1858-1941) Considerado um dos expoentes da Teoria das Elites. Crítico às formas de governo: monarquia, democracia e oligarquia, pois para ele o que existe é a como forma de governo.
Porque há aqueles que governam e os que são
governados e, invariavelmente é apenas a minoria política que governa até mesmo em sistemas que se dizem democráticos. Segundo esta perspectiva a democracia, o parlamentarismo e, ou o socialismo são teorias políticas construídas para legitimar e manter um poder que sempre está em mãos de poucos homens. • vias democráticas: quando a oligarquia permite o ingresso dos membros de qualquer classe social. • mesmo em um sistema representativo, na realidade não somos nós que escolhemos os nossos representantes; são os nossos representantes que nos fazem escolhê-los. Para Mosca, a luta na história da humanidade não se faz pelo viés econômico, como afirmou Marx, e sim pela política. • minoria política que quer se manter no poder como classe política e a maioria política que deseja se tornar classe política.
Elementi di scienza politica ('Elementos de ciência
política’), publicada em 1923 - ele afirma que o progresso humano só pode acontecer na democracia. Teoria Minimalista em Schumpeter Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) • Expoente da teoria minimalista da democracia. • Oposição à doutrina clássica da democracia - censura o bem comum, conforme imaginada por Rousseau. • Em defesa de um bem comum da maioria: cada indivíduo tem sua pretensão, sua visão de mundo, um valor e uma medida para aquilo que considera bom ou ruim. • Crítica a suposta racionalidade dos atores sociais - e “o povo, como povo, não pode jamais governar ou dirigir realmente” (SCHUMPETER, 1984, p. 301). Do contraditório Afirma que muitas das decisões consideradas não democráticas podem ter um apoio popular muito maior do que aquelas avaliadas como democráticas, até mesmo porque essas demandam muitos membros para deliberar. • um pequeno grupo decidir e manter o sistema eleitoral, devendo, por isso, serem eleitos representantes aptos à responder as demandas do povo. Método democrático “O método democrático é um sistema institucional, para a tomada de decisões políticas, no qual o indivíduo adquire o poder de decisão mediante uma luta competitiva pelos votos do eleitor” (SCHUMPETER, 1984, p. 336).
Método capaz de organizar o funcionamento e exercício
da democracia, através da utilização de mecanismos eleitorais, como o voto, cabendo aos cidadãos o controle da gestão pública por meio do assentimento, ou não, de um político através da reeleição. Cabe ao povo um papel passivo - função de eleger ou não um político. Democracia ? Você e uma equipe de docentes multidisciplinar criaram um Cursinho Popular para atender estudantes que não podem pagar um cursinho preparatório para o vestibular. Dado este contexto e, considerando um período que se aproximam as eleições municipais, surgiram – na sua aula – diferentes perguntas sobre democracia e o quanto essa ideia se distanciava da vida daqueles estudantes, uma vez que, eles e elas te questionaram: Ora, se a democracia diz que é um governo do povo e para o povo, porque havia tanta desigualdade ainda? Você preparou um plano de atividades com o objetivo de promover algumas reflexões a partir do diálogo entre a teoria clássica e contemporânea sobre a democracia. A primeira aula: contextualizou a noção de democracia a partir da Grécia Antiga, Idade Média, período de transição para a Idade Moderna e por fim, como esse conceito localizava-se no bojo dos debates atuais. A segunda aula: utilizou os ensinamentos de Schumpeter para responder o questionamento dos(as) estudantes: o povo não poderia ocupar os postos de tomada de decisão, os quais caberiam aos políticos em disputa, cujas decisões seriam legitimadas por meio do voto popular; “o povo” seria um conceito abstrato que suporia uma unidade de vontades que, na prática, não existe. O contraditório Considerando a proposta da Situação Problema, desenvolva um exercício intelectual e estabeleça um diálogo entre a percepção da teoria formulada por Gaetano Mosca e Schumpeter. Teoria Pluralista em Robert Dahl Robert Alan Dahl (1915-2014) Dahl conseguiu propor um modelo razoável de democracia: explicou os seus fundamentos práticos e normativos.
• o pluralismo societal como o principal determinante do
destino da democracia, devendo o poder encontrar-se descentralizado. O processo de democratização repousa na ampliação da competição e no direito à participação política, resultando, desse modo, em duas categorias de análise das democracias: contestação e participação.
• Contestação: disputa pelo poder no seio de uma
determinada sociedade, bem como à permissão do exercício da oposição e contestação pública. • Participação: extensão da participação política da população em um Estado. Como mensurar o grau de democratização? • liberalização, que diz respeito ao processo de ampliação das oportunidades de contestação; • inclusão, referente ao processo de ampliação das atividades de participação; • democratização, que é a conjugação desses dois processos – liberalização e inclusão. Competitividade, oposição e contestação pública
Democracia: avanços contínuos na direção da
competição e participação – bidimensionalidade.
Quanto maior for a competição com a liberdade para
alçar ao poder, mais avançada politicamente estará a sociedade, já que há um pluralismo societal na qual os cidadãos se associam em grupos de acordo com suas pretensões, objetivando escolher e/ou manifestar suas preferências. Dahl: Poliarquia e Regime Político Formas de governo • hegemonias fechadas: regimes sem disputa de poder e participação política limitada (Ex: Ditaduras) • hegemonias inclusivas: regimes sem disputas de poder, mas que oferece um pouco mais de participação política. • oligarquias competitivas: regimes com disputas de poder e participação política limitada. • Poliarquias: regimes com disputas de poder e participação política ampliada. Poliarquia Para Dahl a democracia ainda se encontra em um estágio político não concretizado: reside um plano do ideal.
A poliarquia representa, segundo o autor, o real estágio
político, pois, “são regimes que foram substancialmente popularizados e liberalizados, fortemente inclusivos e amplamente abertos à contestação pública” (DAHL, 1997, p. 31). Qual a importância das Poliarquias? • A ausência de contestação e participação na política, as liberdades clássicas são comprometidas, como exemplos: a capacidade de se manifestar, de conhecer opiniões diferentes e mesmo de voto secreto. • pressupõe o funcionamento de um governo descentralizado; o cidadão incluído em um grupo de interesse tem a oportunidade de formular e manifestar suas preferências no processo político, mediante a garantia e efetivação plena dos princípios democráticos. Requisitos – Poliarquia • Liberdade de formar e aderir à organizações; • Liberdade de expressão; • Direito ao voto; • Elegibilidade para cargos públicos; • Direitos dos lideres disputarem pelo voto; • Existência de fontes alternativas de informação; • Eleições livres e idôneas; • Instituições governamentais. Bobbio e democracia liberal Nobert Bobbio (1909-2004) O desafio estabelecido pelo intelectual italiano era o de estabelecer um diálogo entre o liberalismo, a democracia e socialismo, assim como, entender qual seria o papel do Estado neste cenário.
Crítica à esquerda: os direitos fundamentais não devem
ser classificados como direitos burgueses, porque neles há um potencial significativo para o desenvolvimento de uma outra ordem social. A democracia nestes moldes É um método de governo cujo objetivo principal é tomar decisões coletivas segundo certos procedimentos que devem passar pela concordância da população.
Considera a democracia representativa – em análise,
busca a compreensão a partir de duas formas de organização do poder político: • Democracia e Liberalismo Democracia e Liberalismo As duas vertentes ideológicas se confrontaram porque possuem fundamentos teóricos distintos, contudo, Bobbio afirma que “o liberalismo puro e o democratismo puro são posições unilaterais” (BOBBIO, 1997, 67).
• emancipação para ampliar as liberdades civis e
políticas através do sufrágio universal, permitiu uma síntese entre liberalismo e democracia. Existem, em suma, boas razões para crer a) que hoje o método democrático seja necessário para a salvaguarda dos direitos funda- mentais da pessoa que está na base do Estado liberal; b) que a salva- guarda desses direitos seja necessária para o correto funcionamento do Estado democrático (BOBBIO, 1994, p. 43).
Reconhece, entretanto, o conflito: a luta do movimento
operário e camponês – contra a contra as sociedades liberais burguesas (pós Revolução Francesa). • ampliação dos direitos civis e políticos. • criação de novos direitos: os econômicos e sociais. • Democracia antiga: a igualdade dos sujeitos. • Liberalismo moderno : a liberdade dos sujeitos.
Democracia em sentido formal, na qual a igualdade
residiria na equivalência jurídico-política dos cidadãos e não da igualdade social deles - sujeitos devem ser iguais perante a lei e ter os mesmos direitos. Combinação e princípios Princípios democráticos Princípios liberais Extensão do sufrágio. Defesa mais eficaz dos direitos A proteção dos direitos individuais seria individuais. mais eficaz na medida em que o maior A partir da profunda liberdade dos número de cidadãos possa dela cidadãos poderia surgir um governo participar democrático que efetivamente fosse A participação direta ou indireta dos respaldado por seus interesses. cidadãos, do maior número de cidadãos, na formação das leis é considerada como um melhor remédio ao abuso de poder Poliarquia Considerando seu plano de trabalho para os(as) estudantes do Cursinho Popular: Você utilizou como instrumental teórico, os ensinamentos de Robert Dahl a partir do conceito de Poliarquia; evidentemente, que você utilizou os recursos didáticos específicos para que os conceitos fizessem sentindo durante a aula. Ao preparar a aula, a professora de filosofia que estava na sala com você ficou curiosa sobre sua proposta e desenvolveram um debate muito proveitoso, o que fomentou muitas dúvidas e reflexões; entre elas: o Brasil pode ser considerado uma poliarquia ou não?
No período de pós 1985, o Brasil tem tido eleições regulares,
disputadas com regras fixas; não há restrições à formação de partidos políticos, contanto cumpram a lei; há disputa pelo poder, inclusive com a alternância de partidos e representantes; o voto é é permitido a todos os cidadãos a partir dos 16 anos de idade; cada voto é secreto e tem o mesmo valor; é possível participar da administração do poder por meio de cargos públicos e de dispositivos como plebiscitos, referendos e proposição de leis por iniciativa popular - as garantias citadas acima colocam o Brasil na condição de poliarquia, ao menos no aspecto formal;
Mas por outro lado, o sistema eleitoral e partidário brasileiros
dispõem de características que mitigam as possibilidades de ampliação do igualitarismo político, as desigualdades (econômica, racial, de gênero etc), característica marcante do nosso país, impossibilitariam a existência de uma poliarquia. Democracia e Liberalismo Considerando os ensinamentos da teoria de Nobert Bobbio, argumente sobre a sua busca em estabelecer um diálogo entre democracia, liberalismo e socialismo. Recapitulando Entendemos historicamente o conceito de democracia, a partir do viés clássico. Conhecemos a chamada Teoria das Elites, elaborada por Gaetano Mosca, que influenciaram significativamente a chamada Teoria Minimalista, tendo como expoente Joseph Alois Schumpeter. Analisamos as contribuições de Robert Dahl, mediante ao debate sobre a Poliarquia, sobre o pluralismo societal como o principal determinante do destino da democracia – Dahl, representa a chamada Teoria Pluralista. Compreendemos a busca de Nobert Bobbio pela conformação entre os princípios democráticos e liberais e seus trabalhos que visavam um diálogo critico entre: democracia, liberalismo e socialismo.