SGM 503 Rev2
SGM 503 Rev2
SGM 503 Rev2
MARINHA DO BRASIL
SECRETARIA-GERAL DA MARINHA
2021
2ª Revisão
OSTENSIVO SGM-503
MARINHA DO BRASIL
SECRETARIA-GERAL DA MARINHA
2021
FINALIDADE: NORMATIVA
2ª Revisão
OSTENSIVO SGM-503
ATO DE APROVAÇÃO
BRASÍLIA, DF.
Em 14 de janeiro de 2021.
AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC
Em / / CARIMBO
OSTENSIVO - II - REV.2
OSTENSIVO SGM-503
INTRODUÇÃO
1 - PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de orientar as Organizações Militares da Marinha do Brasil
sobre a Gestão de Documentos, tanto em suporte físico quanto digital, por meio do estabelecimento
de normas e procedimentos específicos.
2 - DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em sete capítulos , com 7 anexos, da seguinte forma: Capítulo 1
apresenta definições e conceitos da área arquivística; o Capítulo 2 apresenta as principais atividades
desenvolvidas por um profissional de arquivos, orienta sobre a guarda adequada da documentação
em suporte de papel e digital e as sanções penais em caso de irregularidade; o Capítulo 3 aborda a
Gestão de Documentos físicos e digitais na MB; o Capítulo 4 destaca a importância da conservação
e preservação dos documentos arquivísticos, além de descrever os processos a serem adotados para
a preservação digital; o Capítulo 5 define a atuação das atividades de microfilmagem pela Diretoria
do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM); o Capítulo 6 destaca o acesso aos
documentos e ao Serviço de Informação ao Cidadão (SIC); o Capítulo 7 aborda, sucintamente, as
normas para a escrituração sobre o Livro de Estabelecimento, o Livro do Navio e o Livro de
Quartos. Os anexos complementam as normas previstas nos capítulos.
3 - PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES
Trata-se da 2ª Revisão da publicação SGM-503 - Normas para Gestão Arquivística. A revisão
foi necessária para a inserção de parte do capítulo 5 - “Gestão de Documentos”, Norma SGM-105,
5ª Revisão, (Normas sobre Documentação Administrativa e Arquivamento na Marinha – NODAM),
tornando a SGM-503 mais completa em relação aos procedimentos da Arquivologia no âmbito da
Marinha do Brasil. Assim, as principais modificações inseridas na publicação ensejaram a
atualização de conceitos, de métodos e em alterações na numeração das páginas, da maioria de seus
sete capítulos, destacando-se:
a) Capítulo 1- CONCEITUAÇÃO GERAL
• no art. 1.2 houve renumeração dos incisos em virtude da exclusão dos conceitos de
hardware, software e software livre e inclusão dos conceitos de documento arquivístico digital,
documento nato digital, documento digitalizado, documento híbrido e valor primário e valor
secundário.
OSTENSIVO - VI - REV.2
OSTENSIVO SGM-503
disponível na intranet da DPHDM;
• o inciso 4.2.2 foi incluído e refere-se à conservação de documentos arquivísticos digitais,
tendo parte de seu conteúdo oriundo do antigo art. 9.2, da SGM-503, Rev.1;
• alteração na denominação do art. 4.3 de Higienização do Acervo para Ações de Prevenção
e este artigo passou a tratar de documentos em suporte físico e digital;
• inclusão do inciso 4.3.2 sobre prevenção de documentos digitais;
• alteração da denominação do art. 4.4 de Acondicionamento e Armazenamento para
Principais Ameaças ao Objeto Digital, e parte de seu conteúdo foi oriundo do antigo art. 9.2 da
SGM-503 Rev.1; e
• exclusão do art. 4.5 - Mensuração de Documentos Arquivísticos, conteúdo transferido para
o Manual de Gestão Arquivística.
e) Capítulo 5 - ATIVIDADES DE MICROFILMAGEM
• nos artigos 5.3 e 5.4, os conteúdos foram simplificados, com melhor detalhamento das
informações no Manual de Gestão Arquivística, disponível da intranet da DPHDM.
f) Capítulo 6 - ACESSO AOS DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS
• não houve alteração.
g) Capítulo 7 - ESCRITURAÇÃO DE LIVROS
• os artigos 7.2 e 7.3 foram reduzidos e são mais detalhados no Manual de Gestão
Arquivística, disponível na intranet da DPHDM;
• o inciso 7.4.2 foi alterado para seguir normas e orientações próprias do ComOpNav; e
• e no art. 7.5, o Formulário de Informações Históricas agora é o anexo G.
h) Capítulo 8 - foi suprimido, tendo parte do seu conteúdo transferido para o Capítulo 3 e demais
informações passaram a integrar o Manual de Gestão Arquivística, disponível na intranet da
DPHDM.
i) Capítulo 9 - foi suprimido, tendo parte do seu conteúdo transferido para o Capítulo 4 e demais
informações passaram a integrar o Manual de Gestão Arquivística, disponível na intranet da
DPHDM.
j) Capítulo 10 - foi suprimido e passou a integrar o Manual de Gestão Arquivística, disponível
na intranet da DPHDM.
4 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da
Marinha - em: PMB, não controlada, ostensiva, normativa e normal.
5 - SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a SGM-503 - Normas para Gestão Arquivística, 1ª Revisão,
aprovada em 20 de maio de 2019.
ÍNDICE
Folha de Rosto.....................................................................................................................…... I
Ato de Aprovação...................................................................................................................… II
Índice.......................................................................................................................................... III
Introdução................................................................................................................................... V
ANEXOS
ANEXO A - Modelo de Etiqueta para Caixa-Arquivo (Tipo Box).......................................... A-1
ANEXO B - Modelo de Guia-Fora.......................................................................................... B-1
ANEXO C - Modelo de Formulário de Cadastro de Arquivos Técnicos da Marinha.............. C-1
ANEXO D - Modelo de Papeleta de Discrepância de Destinação de Documentos................. D-1
ANEXO E - Modelo de Termo de Transferência/Recolhimento de Documentos................... E-1
ANEXO F - Modelo de mensagem para VISITEC.................................................................. F-1
ANEXO G - Modelo de Formulário de Informações Históricas.............................................. G-1
OSTENSIVO - IV - REV.2
OSTENSIVO SGM-503
CAPÍTULO 1
CONCEITUAÇÃO GERAL
1.1 - PROPÓSITO
Definir os conceitos utilizados nas questões referentes à gestão e preservação dos
documentos arquivísticos em qualquer suporte, físico ou digital.
1.2 - DEFINIÇÕES
1.2.1 - Acervo
Totalidade dos documentos de uma entidade produtora ou de uma entidade
custodiadora.
1.2.2 - Acesso
a) possibilidade de consulta a documentos; e
b) função arquivística destinada a tornar acessíveis os documentos e a promover sua
utilização mediante a preparação e a publicação de instrumentos de pesquisa, a organização
de serviço educativo, de referência e divulgação.
1.2.3 - Acondicionamento
Ato ou efeito de embalar ou guardar documentos de forma apropriada à sua
preservação e manuseio.
1.2.4 - Arquivamento
a) sequência de operações que visam à guarda ordenada de documentos; e
b) ação pela qual uma autoridade determina a guarda de um documento cessada a sua
tramitação.
1.2.5 - Arquivista
Profissional de nível superior, com formação em arquivologia.
1.2.6 - Arquivo
Conjunto de documentos detentores de informações, qualquer que seja seu suporte ou
natureza, produzidos, recebidos e acumulados pela Marinha do Brasil (MB) e que refletem
suas ações, seus compromissos e sua história.
1.2.7 - Arquivo digital
Conjunto de bits que formam uma unidade lógica interpretável por computador e
armazenada em suporte apropriado.
1.2.8 - Arquivo Público
Arquivo de entidade coletiva pública, independentemente de seu âmbito de ação e do
sistema de governo do País; e integrante da administração pública.
1.2.9 - Arranjo
Sequência de operações intelectuais e físicas que visam à organização dos documentos
de um arquivo ou coleção, de acordo com um plano previamente estabelecido.
1.2.10 - Assinatura digital
Modalidade de assinatura eletrônica, resultado de uma operação matemática, que
utiliza algoritmos de criptografia e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do
documento. Os atributos da assinatura digital são:
a) ser única para cada documento, mesmo que o signatário seja o mesmo;
b) comprovar a autoria do documento digital;
c) possibilitar a verificação da integridade; e
d) assegurar ao destinatário o “não repúdio” do documento digital, uma vez que, a
princípio, o emitente é a única pessoa que tem acesso à chave privada que gerou a assinatura.
1.2.11 - Assinatura eletrônica
Geração, por computador, de qualquer símbolo ou série de símbolos executados,
adotados ou autorizados por um indivíduo para ser o laço legalmente equivalente à assinatura
manual do indivíduo.
1.2.12 - Atividade-fim
Expressão que designa as atividades desenvolvidas em decorrência da finalidade de
uma instituição. Também referida como atividade finalística.
1.2.13 - Atividade-meio
Atividade especializada que não corresponde à atividade principal de uma instituição,
assim como aquelas relacionadas à administração de pessoal, material e finanças. Expressão
que designa as atividades que dão suporte à consecução das atividades-fim de uma instituição.
Também referida como atividade mantenedora.
1.2.14 - Avaliação
Processo de análise dos documentos arquivísticos que tem por objetivo submeter o
acervo documental produzido em determinado período (em geral por um ano) ao confronto
com a Tabela de Temporalidade e Destinação de Documentos, a fim de: manter os
documentos na fase corrente; transferir ou recolher para a entidade custodiadora encarregada
do arquivamento na fase intermediária ou permanente; ou eliminar o documento.
1.2.15 - Certificação digital
Atividade de reconhecimento em meio eletrônico que se caracteriza pelo
estabelecimento de uma relação única, exclusiva e intransferível entre uma chave de
criptografia e uma pessoa física, jurídica, máquina ou aplicação. Esse reconhecimento é
CAPÍTULO 2
GESTÃO DE ARQUIVOS
2.1 - PROPÓSITO
Apresentar as principais atividades desenvolvidas por um profissional de Arquivos,
orientar as Organizações Militares (OM) sobre a instalação e adaptação de prédios para se
tornarem um local adequado para a guarda do acervo e instrumentos legais que norteiam a
arquivologia brasileira e as sanções penais para o não cumprimento da legislação.
O Arquivo da Marinha, integrante do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR), é
reconhecido pela Lei nº 8.159, art. 17, §1o, como uma Instituição Arquivística do Poder
Executivo Federal. Tendo, dentre outras, as atribuições da custódia, do processamento
técnico, da preservação e do acesso aos documentos para o público em geral, e atua como
Arquivo Central e como Orientador Técnico da Gestão de Arquivos no âmbito da Marinha do
Brasil (MB).
2.2 - PRINCIPAIS ATIVIDADES DE UM PROFISSIONAL DE ARQUIVOS
a) supervisionar o arquivamento e a preservação dos documentos arquivísticos
considerados de interesse da MB, independentemente de seu suporte;
b) supervisionar a produção ou recebimento dos documentos arquivísticos da MB/Extra-
MB;
c) supervisionar o acesso e a expedição das informações contidas nos documentos
arquivísticos do acervo, de acordo com legislação específica em vigor;
d) supervisionar o cumprimento da legislação vigente e das normas da MB sobre Gestão
Documental, referentes à transferência e ao recolhimento de documentos arquivísticos;
e) orientar na classificação, arranjo e descrição de documentos;
f) acompanhar os trabalhos de organização e controle dos documentos arquivísticos de
acordo com legislação específica em vigor;
g) orientar a avaliação e seleção de documentos para fins de preservação; e
h) prover medidas necessárias à conservação de documentos arquivísticos.
2.3 - ORIENTAÇÕES PARA INSTALAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE ARQUIVOS
2.3.1 - Orientações gerais
Com a finalidade de orientar a instalação e a administração dos arquivos correntes,
intermediários e/ou técnicos das OM da MB, apresenta-se como sugestão de procedimentos a
serem adotados, de acordo com as possibilidades e a realidade de cada OM.
a) Organização do local
I) O mobiliário deverá ser disposto adequadamente oferecendo um melhor
aproveitamento do espaço disponível, da luminosidade e das ventilações naturais existentes;
II) Não deverão ser guardados materiais estranhos ao acervo no interior do arquivo;
III) Deverá ser verificado se existem móveis ou documentos embaixo de janelas, de
aparelhos de ar-condicionado ou em situações que possam provocar algum tipo de dano ao
acervo;
IV) Deverá ser verificado se as caixas, pastas e livros estão acondicionados de
forma correta e funcional no mobiliário; e
V) O ideal é que o local de guarda de documentos seja separado do local de
trabalho, sendo utilizado apenas para pesquisas.
b) Organização do acervo
Os Departamentos, Divisões e Seções poderão dispor de um arquivo corrente, nos
quais são arquivados os documentos recebidos e expedidos. As OM podem adotar
procedimentos próprios para aperfeiçoar o arquivamento de documentos em função das
instalações disponíveis, do volume de documentos e do pessoal existente. Devem ser
utilizadas as caixas de arquivo (tipo box), de polionda na cor branca, com etiquetas de
identificação do conteúdo, conforme modelo anexo A.
c) Verificação das medidas de segurança
O Setor de Arquivo deverá ser um local de acesso permitido somente às pessoas
autorizadas. Deverão ser estabelecidas normas de controle de entrada e saída de pessoas e de
documentos (Protocolo e Guia-Fora - ver anexo B) para não permitir o seu extravio.
d) Execução da Gestão Documental
É operacionalizada por meio do planejamento, da organização, do controle, da
coordenação dos recursos humanos, do espaço físico e dos equipamentos, com o objetivo de
aperfeiçoar todo o ciclo documental. Cabe às SECOM o gerenciamento da Gestão de
Documentos nas OM.
2.4 - PROCEDIMENTOS EM CASO DE IRREGULARIDADES
É obrigatória a comunicação imediata, ao superior hierárquico e à autoridade
competente, de qualquer anormalidade que comprometa a segurança do documento
arquivístico, que pertença a MB; e
Tendo em vista que existem sanções administrativas e penais para as violações das leis
que protegem o acervo arquivístico, orienta-se a abertura de sindicância, determinado pelo
COMIMSUP ou ODS, de acordo com a hierarquia da OM envolvida, com cópia para a
DPHDM, no intuito de que, após concluído o processo administrativo, a autoridade
competente indique que o processo seja arquivado ou se proceda a abertura de Inquérito
Policial Militar (IPM).
2.5 - LEGISLAÇÃO ARQUIVÍSTICA
Para informações sobre a legislação em vigor na área da Arquivologia, o Conselho
Nacional de Arquivos (CONARQ) publicou a “Coletânea da Legislação Arquivísticas
Brasileira e Correlata”, disponibilizada na intranet da DPHDM.
2.6 - ARQUIVOS TÉCNICOS
Entende-se como Arquivos Técnicos os setores de arquivamento das OM que mantém
sob sua guarda documentos de áreas específicas do conhecimento, ou seja, aqueles que não
misturam assuntos diversos em seu acervo, por exemplo: arquivos médicos (perícia e
prontuários), arquivos de engenharia, arquivos de cartas náuticas, arquivos escolares, arquivos
de seleção de pessoal (concursos, serviço obrigatório e serviço voluntário), arquivos de
pessoal (sobretudo Caderneta Registro - CR de militares pós a Transferência para a Reserva
Remunerada- TRRM), etc.
As OM que possuam documentos com as características acima, recomenda-se a criação
de Setor de Arquivo Técnico, destinando recursos específicos para a guarda destes
documentos durante a fase corrente. Esta ação criará condições adequadas para a guarda
destes documentos quando for o caso, também, durante a fase intermediária, o que no caso de
acervo técnico colabora para pesquisas de apoio às tomadas de decisões futuras, evitando
retrabalho.
Os exemplos citados nesta Norma não esgotam os tipos de acervos que compõem os
Arquivos Técnicos. As OM cuja documentação não se enquadrem no conceito de Arquivo
Técnico, mas que identificarem a necessidade de adotar critérios específicos de arquivamento
para a documentação de suas atividades-fim poderão utilizar estas orientações para fazê-lo.
Caso seja considerado aplicável, as OMOT, ComImSup, ComDN ou ODS poderão
emitir normatizações específicas para suas áreas de conhecimento e/ou cadeia de comando,
bem como, criar Arquivos Técnicos Centrais para a guarda de documentos durante a fase
intermediária, quando for o caso. Estas orientações deverão ser aprovadas pela DPHDM, ou
CAPÍTULO 3
GESTÃO ARQUIVÍSTICA DE DOCUMENTOS
3.1 - PROPÓSITO
Apresentar o funcionamento da Gestão de Documentos na Marinha do Brasil, além de
identificar e estabelecer os procedimentos a serem empregados no tratamento e manuseio dos
documentos arquivísticos da Marinha, decorrentes das especificidades do contexto
tecnológico, visando garantir a produção, tramitação, arquivamento e destinação arquivística
dos documentos arquivísticos da MB.
3.2 - FUNDAMENTOS E NOÇÕES BÁSICAS
3.2.1 - Documento arquivístico
Documento arquivístico é entendido como informação registrada, independentemente
da forma ou suporte, produzida ou recebida e mantida pela instituição ou pessoa na
consecução de suas obrigações legais. A partir dos seus elementos substanciais, baseados nos
princípios da proveniência, da organicidade, da unicidade e da indivisibilidade, é prova do
exercício das funções/atividades da entidade produtora/recebedora do documento. O
documento de arquivo é o testemunho da vida de uma instituição, pois apresenta informações
sobre o estabelecimento, a competência, as atribuições, as funções, as operações e as atuações
exercidas por uma entidade pública ou privada no decorrer de sua existência. Caracteriza-se
pelas multiplicidades de gênero, de suporte e de formatos.
No âmbito da MB, consideram-se documentos arquivísticos aqueles previstos na
SGM-105 - Normas para Documentos Administrativos na Marinha (NODAM), os
documentos operativos e quaisquer outros documentos que retratem o desempenho das
atividades institucionais, incluindo-se as mensagens.
3.2.2 - Características
Os documentos arquivísticos se distinguem dos outros documentos por possuírem as
seguintes características:
3.2.2.1 - Organicidade
Está relacionado à relação orgânica que os documentos arquivísticos mantêm entre
si, pois são produzidos e acumulados em razão das funções e atividades desenvolvidas nas
OM.
3.2.2.2 - Unicidade
Está relacionado ao fato do documento arquivístico ser único em seu conjunto
documental no qual faz parte, podem existir cópias em um ou mais grupos de documentos,
mas cada cópia é única em seu lugar.
V) mensagens eletrônicas;
VI) publicações digitais;
VII) processos administrativos e documentos administrativos avulsos;
VIII) documentos técnicos e cartográficos;
IX) documentos operativos; e
X) combinações dos tipos acima, além de outros que venham a ser identificados.
A maioria destes exemplos estão elencados no Art. 1.2 da Política de Preservação
Digital da Marinha do Brasil (Port no 7/2019, da SGM), cabendo ressaltar que não esgotam as
diversidades de documentos arquivísticos digitais.
3.4.1.2 - Documento digitalizado
Quanto à produção e gestão desta forma, deverá ser observado o disposto no Decreto
nº 10.278, de 18 de março de 2020, que regulamenta o disposto no inciso X, do caput do Art.
3º, da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, e no Art. 2º-A, da Lei nº 12.682, de 9 de
julho de 2012, para estabelecer a técnica e os requisitos para a digitalização de documentos
públicos ou privados, a fim de que os documentos digitalizados produzam os mesmos efeitos
legais dos documentos originais.
O supracitado Decreto é bastante específico quanto à possibilidade de eliminação dos
documentos em seus suportes originais, mediante digitalização, cabendo destacar:
a) as premissas dispostas nos Art. 5º e 6º, sobretudo a necessidade de ser assinado
digitalmente (autenticado) com certificação digital no padrão da Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileira - ICP-Brasil;
b) o disposto no art. 9º, quanto aos documentos de valor histórico (guarda
permanente), reafirmando o impedimento de eliminação de documentos de valor histórico já
previsto nos art. 8º, 9º e 10, da Lei nº 8.159/1991; e
c) o disposto no art. 10, quanto à manutenção dos documentos digitalizados, indicando
alguns cuidados quanto à integridade e a autenticidade dos documentos digitalizados, bem
como, a relevância dos metadados quanto à recuperação das informações e a elevação do grau
de autenticidade dos documentos digitalizados.
Quanto à eliminação de documentos, cabe observar ainda o disposto na Resolução n°
44, de 14 de fevereiro de 2020, do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), que ressalta a
relevância da correta avaliação dos documentos e a importância dos trabalhos das SPAD e da
CPAD.
A literatura alerta para a dificuldade quanto à perícia em reproduções digitais de
documentos sem a comparação ao documento original. A atuação das SPAD nos processos de
OSTENSIVO - 3-12 - REV.2
OSTENSIVO SGM-503
avaliação e eliminação de documentos se fará ainda mais importante a fim de garantir o valor
probatório dos representantes digitais dos documentos físicos, nos termos da legislação.
No Capítulo 4 desta Norma serão abordados aspectos relevantes quanto à preservação dos
representantes digitais dos documentos físicos, aspecto fundamental a ser observado quando
da opção pela digitalização.
3.4.1.3 - Documento híbrido
Caracteriza-se pela mescla entre a parte analógica e parte digital, como, por exemplo,
um processo administrativo que contenha partes nato digitais e partes em suporte analógico,
podendo esta ser digitalizada para inserção em um Sistema de Informatizado de Gestão de
Documentos.
3.4.2 - Observações Gerais
Os documentos arquivísticos digitais recebem o mesmo tratamento que os documentos
em suporte de papel, aplicando-se portanto todos os procedimentos dispostos Art. 3.3 desta
Norma.
Os documentos produzidos pelas OM, que desempenham as atividades-fim da MB,
deverão utilizar, também, o Código de Classificação e a Tabela de Temporalidade e
Destinação de Documentos de Arquivo referentes às atividades-fim, elaborados pelo
Ministério da Defesa e pelos Comandos das Forças.
A preservação destes documentos será tema do Capítulo 4 desta Norma, devendo ser
observado o disposto na legislação vigente quanto à gestão destes documentos.
Independentemente da forma, os sistemas onde os documentos arquivísticos digitais
forem produzidos e/ou inseridos deverão observar requisitos específicos, conforme previsto
no Capítulo 4 – Governança de TI, do EMA-416 (1a Revisão) – Doutrina de Tecnologia da
Informação da Marinha. Estes requisitos foram elaborados pela Câmara Técnica de
Documentos Eletrônicos do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), denominado
“Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos
(e-ARQ Brasil).
Maiores informações sobre documentos arquivísticos digitais podem ser consultadas
no Manual de Gestão Arquivística, disponível na intranet da DPHDM.
3.4.3 - Programa de Gestão de Documentos Arquivísticos Digitais
O programa de gestão arquivística de documentos deve considerar o contexto jurídico-
administrativo, de forma que esteja de acordo com a missão institucional e a legislação
vigente.
Em caso de dúvidas, a OM pode solicitar uma visita técnica por meio de mensagem
com as seguintes informações: serviço desejado, Ponto de Contado (POC), Posto/Nome,
Telefone, e-mail, o motivo da solicitação e o tipo de documentação, o setor responsável e
disponibilidade de recursos, conforme o anexo F - Modelo de Mensagem para VISITEC.
CAPÍTULO 4
CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS
4.1 - PROPÓSITO
Destacar a importância da conservação preventiva e definir um conjunto de ações
preliminares a serem adotadas pelas OM com a finalidade de prevenir ou retardar o processo
de degradação dos documentos arquivísticos, principalmente em suporte de papel. E ainda,
descrever os processos a serem adotados para a preservação digital e apresentar os requisitos
fundamentais e os adicionais necessários para a elaboração de um Plano de Preservação
Digital da MB.
4.2 - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
4.2.1 - Conservação de documentos arquivísticos em suporte analógico
Trata-se de um processo específico de higienização e acondicionamento adequado
para os acervos arquivísticos, bem como os processos adequados de manuseio e transporte.
A conservação e a preservação dos acervos garantem o acesso à informação em
arquivos, baseando-se fundamentalmente em uma administração segura quanto aos recursos
adequados e às técnicas apropriadas para prolongar a vida útil dos suportes de informação.
Essas técnicas envolvem a higienização do acervo, a conscientização por parte dos usuários, a
limpeza do local onde se encontram, o manuseio correto e, em especial, a prevenção ou
conservação preventiva; e
O objetivo da conservação preventiva é desenvolver ações de prevenção contra
possíveis danos aos acervos, além de conscientizar quanto ao correto manuseio e à utilização
destes.
Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos acervos e seu
comportamento diante dos fatores aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar
elementos nocivos e traçar políticas de conservação para minimizá-los.
Os acervos de arquivos são, em geral, constituídos de documentos textuais, mapas,
fotografias, manuscritos etc. que utilizam, em grande parte, o papel como suporte da
informação, além de tintas das mais diversas composições.
De forma resumida, os fatores de deterioração de acervos de arquivos são os listados a
seguir.
CAPÍTULO 5
ATIVIDADES DE MICROFILMAGEM
5.1 - PROPÓSITO
Definir a atuação das atividades de microfilmagem exercidas pela DPHDM e orientar as
OM quanto ao uso dos serviços de execução e apoio à microfilmagem de documentos, o
processamento, a duplicação e o controle de qualidade dos filmes de sistemas dos usuários
devidamente cadastrados.
5.2 - MICROFILMAGEM DE DOCUMENTOS RECOLHIDOS
A DPHDM, de acordo com legislação em vigor, efetuará a microfilmagem visando: à
preservação do documento original; à rapidez na recuperação da informação; e à redução do
espaço de armazenamento. Os documentos cuja destinação final seja a ELIMINAÇÃO,
indicados nas Tabelas de Temporalidade das Atividades-Meio e das Atividades-Fim, poderão
ter o seu suporte migrado do papel para o microfilme, podendo ser, posteriormente, eliminado
o papel, desde que cumpridos os ritos para eliminação. Os documentos aos quais as
mencionadas Tabelas indicarem a GUARDA PERMANENTE poderão ser microfilmados,
prática que contribuirá para a preservação dos documentos originais, MAS O ORIGINAL EM
PAPEL NÃO PODERÁ SER ELIMINADO, conforme disposto no art. 13, do Decreto nº
1.799/1996. “Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda permanente, não
poderão ser eliminados após a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao arquivo público de
sua esfera de atuação ou preservados pelo próprio órgão detentor.”.
5.3 - MÉTODOS DE SERVIÇO DE MICROFILMAGEM
O serviço de microfilmagem de documentos poderá ser executado nos métodos
convencional ou eletrônicos, cujos detalhamentos encontram-se no Manual de Gestão
Arquivística, disponibilizado na intranet da DPHDM.
5.4 - ATENDIMENTO ÀS OM CADASTRADAS
Para que uma OM utilize o serviço de microfilmagem, faz-se necessário o envio de uma
mensagem para a DPHDM/Arquivo da Marinha, solicitando visita técnica (VISITEC), que
conterá os seguintes dados: nome e código da OM, nome, e-mail, setor e telefone da pessoa de
contato, Modelo de Mensagem para VISITEC (Anexo F).
Para garantir o acesso, a Lei, além de estipular procedimentos, normas e prazos, prevê
a criação, em todos os órgãos e entidades do poder público, de um Serviço de Informações ao
Cidadão (SIC). Caberá a este Serviço protocolizar documentos e requerimentos de acesso à
informação, orientar sobre os procedimentos de acesso, indicando data, local e modo em que
será feita a consulta, e informar sobre a tramitação de documentos.
A LAI estabelece que órgãos e entidades públicas devam divulgar informações de
interesse coletivo, salvo aquelas cujo sigilo previsto no texto legal impeça a sua disseminação.
Isto deverá ser feito por intermédio de todos os meios disponíveis e, obrigatoriamente, em
sítios da Internet.
Desse modo, a Marinha se adequou aos dispositivos da LAI implementando o Serviço
de Informações ao Cidadão no âmbito da Marinha do Brasil (SIC-MB), subordinado ao
Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM). A garantia do direito de acesso à
informação ao cidadão será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma
transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão, por meio das Unidades de
Atendimento ao Público, instaladas em todas as sedes de Distrito Naval, assim como da
Unidade de Monitoramento e Gestão, a cargo do CCSM.
Os procedimentos, bem como a estrutura para atendimento ao SIC, estão previstos no
EMA-138 - Normas para o Serviço de Informação ao Cidadão no Âmbito da Marinha do
Brasil (SIC-MB), que apresenta toda a estrutura e o funcionamento do SIC.
As Organizações Militares poderão, ainda, solicitar acesso às informações por meio de
e-mail, mensagem ou expediente, conforme o caso.
CAPÍTULO 7
ESCRITURAÇÃO DE LIVROS
7.1 - PROPÓSITO
Orientar as OM sobre a escrituração dos Livros de Estabelecimento, do Navio e de
Quartos e para o preenchimento do formulário de informações históricas que subsidiará a
DPHDM com informações de caráter ostensivo de relevante valor histórico sobre as diversas
OM, contribuindo para preservar e divulgar o patrimônio histórico, documental e cultural da
Marinha e, consequentemente, o desenvolvimento da consciência marítima brasileira.
7.2 - LIVRO DE ESTABELECIMENTO
7.2.1 - Finalidade do Livro de Estabelecimento
O Livro de Estabelecimento tem por finalidade registrar os dados essenciais ao
conhecimento da OM, quanto às suas características físicas e sua história, desde o instante de
sua ativação até aquele em que for desativada. Portanto, é um documento com valor primário
(probatório) e secundário (histórico e de pesquisa) e, consequentemente, de guarda
permanente, devendo ser recolhido à DPHDM/Arquivo da Marinha, no prazo definido pela
Tabela de Temporalidade de Destinação de Documentos (TTDD), referente às atividade-fim.
7.2.2 - Composição
O Livro de Estabelecimento compõe-se de dois Tomos, onde o primeiro Tomo
destina-se aos aspectos descritivos e o segundo Tomo aborda os aspectos históricos da OM de
terra.
7.2.3 - Escrituração
O detalhamento da escrituração do Livro de Estabelecimento consta no Manual de
Gestão Arquivística, disponível na intranet da DPHDM.
7.2.4 - Arquivamento e recolhimento
O Livro permanecerá arquivado na própria OM durante a fase corrente, devendo ser
recolhido à DPHDM (Arquivo da Marinha) após a extinção da OM, observando-se os
procedimentos de recolhimento de documentos definidos inciso 3.3.7 desta norma. Em casos
excepcionais, os volumes que compõem o Livro de Estabelecimento, com mais de 50 anos,
poderão ser antecipadamente recolhidos ao Arquivo da Marinha.
MODELO DE GUIA-FORA
GUIA – FORA
Número do doc.: ______________________________ Assunto: ______________________________________________________________
Nome: _________________________________________________ Posto (Graduação): _____________________________________________
Data de Empréstimo: _____/_____/_______ Data de Devolução: _____/_____/_______
Autorização: ____________________________________________ Posto (Graduação): _____________________________________________
1. Identificação
1.1 Nome da OM
Nome do Setor: Designação do Setor onde o arquivo está estabelecido, seja Departamento,
Divisão, Seção ou Assessoria.
2. Contato
2.1 Endereço
2.2 Telefone
Correio Eletrônico: E-mail disponível para contato, de um dos responsáveis pelo arquivo.
3. Descrição do Acervo
Gênero: Descrever espécies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais,
particularmente o suporte e o formato, e que exigem processamento técnico específico e, por vezes,
mediação técnica para acesso, como documentos audiovisuais, documentos bibliográficos,
documentos cartográficos, documentos eletrônicos, documentos filmográficos, documentos
iconográficos, documentos micrográficos e documentos textuais.
3.2 Gênero
Espécie: Divisão de gênero documental que reúne tipos documentais por seu formato. São
exemplos de espécies documentais ata, carta, decreto, disco, filme, folheto, fotografia, memorando,
ofício, planta e relatório.
3.3 Espécie
3.4 Mensuração
4. Condições de Acesso
Horário de Funcionamento: Informações acerca dos dias da semana que são disponibilizados
para atendimento, bem como do horário de início e término e, se houver, informar também pausa
para o almoço ou outras especificidades.
4.1 Horário de
Funcionamento
Condições de Acesso: Descrever quais são os procedimentos para acesso aos documentos de
acordo com o grau de sigilo.
4.4 Instrumentos de
Pesquisa
5. Gerenciamento de Acervo
5.1 Documentos
Normativos
5.2 Medidas de
Conservação
Serviços Oferecidos: Citar os serviços oferecidos pelo setor para possibilitar acesso ao
acervo.
5.5 Mobiliário
5.6 Recursos
Computacionais
5.7 Atividades em
Desenvolvimento
5.8 Perspectivas
Controle de Consulta: Descrever quais as formas são utilizadas para controle dos assuntos
pesquisados.
Controle de Empréstimo e Devolução: Descrever quais medidas são adotadas para controlar
o empréstimo, renovação de empréstimo e devolução.
5.10 Controle de
Empréstimo e Devolução
5.11 Público-Alvo
MARINHA DO BRASIL
2. MB-DPHDM PAPELETA DE DISCREPÂNCIA DE DESTINAÇÃO 3. Nº:
ARQUIVO DA DE DOCUMENTOS
(TRANSFERÊNCIA, RECOLHIMENTO) 4. Data: /
MARINHA
/
OM: Código da OM:
Destinatário: Presidente da Subcomissão Permanente de Avaliação de Documentos (SPAD) da OM.
Anexos: ________________________________________________________
D ____________________________________________________________
I
S
____________________________________________________________
C ____________________________________________________________
R
E ____________________________________________________________
P
 ____________________________________________________________
N
C
____________________________________________________________
I ___________________________________________________________
A
MARINHA DO BRASIL
INTERMEDIÁRIO PERMANENTE
2. CÓDIGO
1. DO 4. ESPÉCIE
3. ASSUNTO 5. ANO 6. QUANTIDADE
ITEM ASSUNTO DOCUMENTAL
TOTAL
Preenchimento:
1. Item – número sequencial;
2. Código do Assunto – a partir da análise do conteúdo textual, classificar utilizando o Código de
Classificação de Documentos de Arquivos;
3. Assunto – Síntese do conteúdo (texto) do documento;
4. Espécie Documental – nome do documento (Ordem de Serviço, Ofício, Portarias entre os
documentos administrativos;
5. Ano – refere-se ao ano em que o documento foi produzido; e
6. Quantidade – refere-se aos documentos que contenham as mesmas informações (CÓDIGO DO
ASSUNTO / ASSUNTO / ESPÉCIE DOCUMENTAL / ANO).
ANEXO F
MODELO DE MENSAGEM PARA VISITEC
CNS PSB VISITEC para (serviço desejado, exemplo: projeto de microfilmagem ou procedimentos
de análise e dimensionamento de arquivos para microfilmagem/digitalização) de documentos CFM
abaixo:
UNO – POC:
ALFA – Posto/Nome;
BRAVO – Telefone;
CHARLIE – Email;
TRÊS - ACERVO A SER AVALIADO (Citar que tipo de documentação será apreciada durante a
visita e o(s) Setor(es) responsável(eis);
ANEXO G
sinistros e obras de vulto nas instalações; além de outras imagens julgadas relevantes para registro
histórico da OM, contendo as informações disponíveis que auxiliem a identificação da imagem,
inclusive nomes e designações usadas pelos tripulantes da OM.
11. Elementos da Cultura Interna formadores do "Espírito de Equipe" da OM: imagens da bandeira
de faina e lema, se houver; imagem e nome do mascote, se houver, acompanhado de sua descrição;
Brado da Praça d'Armas e grito de guerra, se houver; e registros de alterações dos elementos da
cultura interna.
12. Demais informações julgadas relevantes para registro histórico da OM.