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9 Tratamentos Aços

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Tratamentos dos aços

Filomena Cavalheiro
Introdução

As peças de aço, ou de qualquer outro material, quando em

serviço, ficam sujeitas a solicitações (esforços) que lhes exigem

determinadas propriedades mecânicas.

No caso concreto dos aços, estas propriedades podem ser

melhoradas através de tratamentos adequados.

Filomena Cavalheiro
Introdução

Designam-se por tratamentos dos aços as diversas ações a

que estes são submetidos com o fim de lhes melhorar as

propriedades, em conformidade com as exigências do trabalho

que vão desempenhar.

Filomena Cavalheiro
Tratamentos térmicos

Filomena Cavalheiro
Introdução

Os tratamentos térmicos são outra técnica que permite

alterações significativas das propriedades dos metais.

Os tratamentos térmicos do aço consistem na realização de

um ou mais ciclos de aquecimento, estágio e arrefecimento, com

o fim de lhe modificar a estrutura e melhorar determinadas

propriedades físicas e mecânicas.

Filomena Cavalheiro
Introdução

A temperatura de aquecimento, o tempo de estágio a essa

temperatura e as velocidades de aquecimento e arrefecimento,

são fatores que determinam a estrutura final dos aços tratados e,

portanto, as suas propriedades.

Filomena Cavalheiro
Introdução

Filomena Cavalheiro
Introdução

Pela sua importância vamos referir o efeito de um arrefecimento

brusco sobre a estrutura de um aço.

Vamos aquecer um provete de aço até que a sua estrutura fique

completamente austenítica (acima de GSE) e depois

arrefecemo-lo muito rapidamente, mergulhando-o em água.

Filomena Cavalheiro
Introdução

Analisando a estrutura do provete verifica-se que ela não é

constituída por perlite+ferrite ou perlite+cementite, mas sim por

um constituinte muito duro que se denomina por martensite.

A martensite é uma solução sólida intersticial sobressaturada de

carbono em ferro alfa.

Filomena Cavalheiro
Introdução

É a presença destes átomos de carbono em excesso que

confere à martensite elevada dureza (700HB) e a sua resistência

à tração é notável (160 a 250 kgf7mm2).

A martensite é a estrutura típica dos aços submetidos ao

tratamento térmico de têmpera.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera

A têmpera de um aço consiste no seu aquecimento até à

temperatura de austenitização, estágio a essa temperatura e

arrefecimento rápido para que se dê a transformação da

austenite em martensite.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera

Com a têmpera pretende-se obter uma estrutura martensítica,

podendo também ter interesse uma estrutura bainítica (estrutura

em forma de agulhas mais dura que a perlite).

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Filomena Cavalheiro
A têmpera

Como as peças arrefecem mais rapidamente na superfície que

no interior, pode aparecer na zona central das peças

temperadas, principalmente nas de grande secção, uma

estrutura do tipo nodular denominada de troostite.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera

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Filomena Cavalheiro
A têmpera

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Filomena Cavalheiro
A têmpera

A têmpera produz os seguintes efeitos:

 aumenta: a dureza, a resistência à tração, a resistência ao

desgaste e o limite elástico;

diminui: a resistência ao choque, o alongamento e dum modo

geral, todas as propriedades relacionadas com a ductilidade.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o aquecimento

O aquecimento destina-se a conferir ao aço uma estrutura

austenítica.

A temperatura de austenitização varia com a composição do aço

(devemos respeitar a temperatura indicada pelo fornecedor do

aço).

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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o aquecimento

Na têmpera dos aços ao carbono podemos recorrer ao diagrama

de equilíbrio das ligas Fe-C para determinar a temperatura que

os devemos aquecer.

Devem ser aquecidos 50ºC acima da linha GSK.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o estágio

O estágio à temperatura de austenitização destina-se,

fundamentalmente, a proporcionar um aquecimento uniforme

através de toda a secção das peças.

Um tempo de estágio exagerado leva ao crescimento do grão e

possível oxidação das peças (ocorrências indesejáveis).

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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o arrefecimento

O arrefecimento é a operação de têmpera que provoca a

transformação da austenite em martensite ou, eventualmente,

em bainite.

Define-se velocidade crítica de têmpera como a mínima

velocidade de arrefecimento necessária pra arrefecer a austenite

até á temperatura Ms, sem que se verifique qualquer

transformação da austenite.
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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o arrefecimento

Portanto, se desejarmos obter uma estrutura totalmente

martensítica, teremos de usar velocidades de arrefecimento

superiores à velocidade crítica.

Quanto menor for a velocidade crítica tanto maior é a

temperabilidade, isto é, maior é a profundidade de têmpera.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o arrefecimento

Podemos considerar temperabilidade de um aço como a

suscetibilidade de têmpera por arrefecimento rápido e traduzi-la

pela profundidade ou penetração de têmpera.

O arrefecimento de uma peça é sempre mais rápido na

superfície que no interior, só se conseguindo uma estrutura

totalmente martensítica numa camada superficial.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o arrefecimento

Quando se desejar uma máxima dureza no interior das peças, o

aço deve possuir uma maior temperabilidade.

São fundamentais certos elementos de liga como o crómio, o

molibdénio, manganês, níquel e vanádio, que diminuem a

velocidade crítica aumentando a temperabilidade.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o arrefecimento

O arrefecimento realiza-se normalmente pela imersão das peças

num banho. É a etapa mais importante da têmpera, pois é

através dela que se obtêm a estrutura desejada.

Na maioria dos casos procede-se a um tratamento térmico

posterior – o revenido, para aliviar os aços das tensões internas.

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Filomena Cavalheiro
A têmpera – o arrefecimento

Em conclusão, para uma têmpera sem defeitos é fundamental a

utilização de velocidades de aquecimento, de arrefecimento e

tempo de estágio adequados ao aço a tratar, assim como a

utilização de uma técnica perfeita.

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Filomena Cavalheiro
O recozimento

O recozimento dos aços é um tratamento térmico que consiste

na realização de um ciclo de aquecimento até determinada

temperatura, estágio a essa temperatura e arrefecimento lento.

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Filomena Cavalheiro
O recozimento

Os seus principais objetivos são:

- Eliminar as tensões internas resultantes dos processos de

trabalho a quente ou a frio

- Afinar o grão

- Homogeneizar a estrutura do aço

- Criar estruturas favoráveis para a maquinagem das peças

- Eliminar os efeitos e defeitos da têmpera.


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Filomena Cavalheiro
O recozimento

Dum modo geral o recozimento diminui a dureza e aumenta a

ductilidade e resiliência.

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Filomena Cavalheiro
O recozimento

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Filomena Cavalheiro
O revenido

O revenido é um tratamento térmico que consiste no

aquecimento de peças de aço temperadas (em forno, banho de

óleo ou banho de sais) a uma temperatura inferior a A1, estágio a

essa temperatura, seguido do arrefecimento (geralmente ao ar).

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Filomena Cavalheiro
O revenido

O revenido é um tratamento complementar da têmpera e deve

ser realizado logo após a esta, para que as peças fiquem o

menor tempo sujeitas a tensões internas.

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Filomena Cavalheiro
O revenido

O revenido tem os seguintes efeitos.

- eliminar as tensões internas provocadas pela têmpera

- baixa a dureza

- eleva a tenacidade (resiliência).

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Filomena Cavalheiro
O revenido

Estes efeitos dependem da temperatura

do revenido.

Dum modo geral, à medida que a

temperatura de revenido aumenta, as

peças tratadas perdem em dureza e

ganham em tenacidade.

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Filomena Cavalheiro
O revenido

A escolha da temperatura de revenido depende essencialmente

do tipo de aço a tratar e das características finais que nos

interessam em função da sua aplicação prática.

Um método expedito e corrente de avaliação das temperaturas é

o de recorrer às cores do revenido, que são cores que as peças

tomam às diferentes temperaturas de revenido.

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Filomena Cavalheiro
O revenido

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Filomena Cavalheiro
O revenido

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Filomena Cavalheiro

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