Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

SumariosEc20 07

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE LUSÍADA

Departamento de Direito

INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Cursos de Direito.
(1.º Ano - 1.º Semestre)
Ano 2020-2021.

Sumários desenvolvidos

Regente: Guilherme d'Oliveira Martins

NOTA - Os sumários que se seguem constituem apenas e fundamentalmente um roteiro


de estudo. Não se trata de uma exposição exaustiva da matéria. São, assim, um instrumento
importante mas nunca exclusivo, designadamente para o acompanhamento tutorial. De
modo sintético, indica-se os temas, as referências fundamentais e, no final de cada capítulo,
a bibliografia. O método usado obriga, assim, a uma preparação e acompanhamento
permanentes das aulas e a um contacto constante com os elementos de estudo (sumários,
notas sobre as aulas, bibliografia fundamental, trabalhos práticos). Só considerando os
sumários como um roteiro ou guião poderemos retirar deles a sua plena utilidade. G.O.M.

Capítulo VII
Oferta nos mercados concorrenciais
7.1 Os custos do produtor. Custos médios e custos marginais.
7.2 As funções da produção. Os custos de curto e longo prazos.
7.3 Excedente do produtor, lucro económico e renda económica. Vencimento de
transferência, efeito de quase-renda.
7.4 As opções de investimento.
7.5 O multiplicador de investimento.
7.6 O acelerador.
7.7 As empresas. Economias de escala. Rendimentos crescentes.

CAPÍTULO VII - A oferta nos mercados concorrenciais

7.1. Os custos do produtor: custos médios e custos marginais.

O produtor, quando decide o que produzir, como produzir, quanto produzir, como vender
e que preço aplicar, vai sempre ponderar o custo de produção. Assim, a disposição para
vender ocorre em função dos custos de produção. O objetivo de um produtor é o de obter
uma receita, um rendimento, que seja superior ao custo total, de modo a poder beneficiar
da diferença entre os dois valores, ou seja, do lucro.

O rendimento total é, deste modo, o somatório dos resultados obtidos pela venda dos
bens ou dos serviços no mercado. Obtém-se pela multiplicação do número total de
unidades vendidas pelo preço de cada unidade.

1
O custo total é o somatório de todas as despesas que o vendedor tem de fazer para que os
bens vendidos sejam produzidos e cheguem ao mercado. Estamos, deste modo, perante o
conjunto das remunerações dos diversos fatores de produção. O custo total corresponde à
soma dos custos fixos e dos custos variáveis. O custo fixo está ligado às máquinas que
produzem os bens (p. ex. as máquinas que produzem alfinetes). O custo variável está ligado
aos trabalhadores que têm de empregar para produzir mais ou menos bens de acordo com
a evolução da procura.

O custo médio corresponde ao encargo médio necessário para produzir cada unidade - se
dividir o custo total pelo número de alfinetes produzidos sei qual é o custo médio de cada
alfinete. Os custos fixos médios tendem à decrescer à medida que se produz mais. Os
custos variáveis médios já tendem a crescer à medida que se produz mais. Os custos
médios totais tendem a descer até um determinado limiar, vindo a crescer a partir daí -
segundo uma curva em U.

O custo marginal indica ao produtor quanto custa produzir a próxima unidade, isto é, o
próximo alfinete, ou quanto custa produzir o último. Os custos marginais têm tendência
para crescer, se tivermos um fator produção fixo. Começam por ser inferiores aos custos
médios totais enquanto eles descem, passando a ser superiores depois do limiar atrás
referido e a crescer mais intensamente do que os custos médios. Como vimos, nas
economias industriais, estando em causa a variação de todos os fatores de produção o
custo marginal tende a ser decrescente – em ligação com a lei dos rendimentos crescentes à
escala.

7.2. As funções da produção, os custos de curto e longo prazos.

A função produção é uma relação puramente quantitativa, entre o que é usado na


produção e o que dela resulta. Pelo que acabámos de ver, as decisões do produtor visam
obter o melhor resultado possível quando o produto é vendido no mercado. Para o
produtor, as noções de curto e longo prazos dependem da consideração predominante dos
custos fixos e dos custos variáveis.

No curto prazo, perante uma análise imediata das condicionantes da produção e do


mercado, prevalece a lógica dos custos fixos. No longo prazo, considerando que é
indispensável alterar as circunstâncias, a fim de que a inovação garanta a existência de um
excedente do produtor, vai predominar a lógica dos custos variáveis. No longo prazo
preocupamo-nos com a afetação economicamente eficiente de todos os recursos. Quando
se combinam fatores variáveis e fatores fixos o rendimento marginal dos fatores variáveis
tende a diminuir. Numa economia com forte pendor agrícola é o que ocorre - falando-se de
lei do rendimento marginal decrescente.

Como já dissemos, a lei dos rendimentos decrescentes tem em consideração a escassez


dos recursos e relaciona, na economia tradicional, a utilização de um fator de produção fixo
(a terra) e de um fator de produção variável (o capital ou o trabalho). Os rendimentos
adicionais resultantes dessa relação serão decrescentes e os custos tenderão a ser crescentes.

Numa economia industrial, se houver um aumento proporcional de todos os fatores de


produção, de modo a que não haja desequilíbrio ou sobrecarga para qualquer um deles,
então temos uma situação em que os rendimentos marginais são crescentes - estamos
perante o aumento de escala.

2
Uma variação da escala de produção pode ter um de três efeitos possíveis:

(a) a produção aumenta proporcionalmente ao aumento combinado de todos os


fatores - rendimentos constantes à escala;
(b) a produção aumenta menos do que proporcionalmente em relação ao aumento de
escala - rendimentos decrescentes à escala;
(c) a produção aumenta mais do que proporcionalmente em relação aos aumentos de
escala - são as economias de escala, que decorrem dos rendimentos crescentes à
escala.

Já tivemos oportunidade de analisar, a propósito das incapacidades de mercado, que há um


limiar a partir do qual as deseconomias de escala começam a funcionar, invertendo a
tendência para os custos decrescentes. Essa tendência leva a um forte pressão no sentido
da concentração das iniciativas e das empresas. Há motivos que favorecem esta tendência,
que podem ser externos (saturação das infraestruturas, agravamento dos tempos de acesso
e de transporte, alterações na mão de obra) ou internos (ineficiência do mercado de
trabalho, perda de competitividade, perda de coesão). As variações de escala visam garantir
rendimentos crescentes, por essa razão há, nas economias modernas, uma forte
preocupação no sentido de contrariar o predomínio dos fatores fixos.

7.3. Excedente do produtor, lucro económico e renda económica.


Vencimento de transferência, efeito de quase renda.

O excedente do produtor corresponde à diferença entre o preço mínimo a partir do qual


a venda já ocorreria e o preço real a que transação ocorre. Como sabemos a curva da oferta
é a representação dos preços mínimos que os produtores aceitam para cada produção.
Assim, o excedente do produtor é, no mercado, o somatório das diferenças entre os custos
de produção e o preço efetivo.

Até agora temos sobretudo falado de custos explícitos, os que correspondem a


pagamento efetivo feito para a aquisição de fatores de produção. Há, no entanto, custos
implícitos, que correspondem a vantagens ou desvantagens inerentes ao próprio produtor.
Este pode ter acesso privilegiado a determinadas matérias-primas ou contar com a
excecional competência de determinados trabalhadores. Nesse caso, há uma vantagem
comparativa para esse produtor e uma desvantagem para os seus concorrentes. Também
pode acontecer que a decisão de um produtor no sentido de iniciar determinada atividade
envolva o sacrifício de uma outra atividade económica - pelo que terá de abater ao que
venha a ganhar o que perdeu.

O custo económico é um custo de oportunidade - envolvendo o que o produtor gastou para


obter o bem ou serviço, mas ainda a perda dos benefícios que para ele adviriam da segunda
melhor escolha. O lucro contabilístico corresponde à diferença entre o rendimento
obtido e os custos totais. No entanto, se o produtor renunciou a uma atividade
complementar para se dedicar exclusivamente à atividade principal, então temos de abater
ao lucro contabilístico essa perda. O lucro económico corresponde à consideração do
custo de oportunidade no cálculo do lucro contabilístico. A diferença entre lucros
contabilísticos e lucros económicos assenta no facto de estes serem calculados por
referência aos custos de oportunidade que possam ser considerados, enquanto aqueles são
achados por referência aos custos explícitos. Assim, os ganhos contabilísticos são
superiores aos gastos económicos.

3
Importa ainda referir, a este propósito, o que se entende por renda económica - trata-se
de um excedente do produtor devido a qualidades deste que têm a ver com o seu prestígio,
com a sua experiência ou com a excecional confiança que goza. Aqui o excedente não é
devido à sua capacidade inovadora, mas sim à posição favorável que tem no mercado (por
exemplo os “Rolling Stones” em comparação com uma outra banda de garagem de
qualidade mas desconhecida). O lucro tem essa razão específica caso o produtor com
entrada reservada no mercado aufira um benefício por esse facto.

Temos de referir ainda o conceito de vencimento de transferência, relativo ao fator


trabalho, que se define como o valor mínimo da remuneração que o trabalhador está
disposto a aceitar para realizar determinada tarefa. Abaixo desse valor o trabalhador prefere
ou manter-se ocioso ou desempenhar outra tarefa. Acima desse valor haverá um efeito de
renda, que terá maior expressão relativamente a quem tenha maior prestígio e maior
capacidade para seduzir ou para atrair a procura. O vencimento de transferência no
mercado do fator trabalho corresponde, assim, com o lucro normal próprio dos produtores
no mercado dos bens e serviços.

7.4. As opções de investimento.

As opções de investimento reportam-se à aquisição de ativos, através dos quais se


pretende a obtenção de rendimentos na exploração desses bens ou mais-valias resultantes
das respetivas vendas. Constituem ativos para este efeito os títulos de participação no
capital das sociedades anónimas (as ações) ou as quotas nas sociedades de responsabilidade
limitada (Gmbh, Gesellshaft mit bestimte Haftung, no direito alemão). As transações das ações
das sociedades anónimas fazem-se normalmente em Bolsa, e sempre com respeito de
regras a que se submetem os mercados de valores mobiliários, sob a ação reguladora das
Comissões de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os diversos exemplos de opções de investimento permitem-nos compreender que as


escolhas do produtor têm de ponderar racionalmente os custos e benefícios alternativos.
Quem tenha maior resistência ao risco preferirá, em nome da segurança, a realização de
depósitos no sistema financeiro e bancário ou o investimento direto em bens (p. ex.
imóveis ou em bens muito raros).

Outra alternativa nas opções de investimento é a subscrição de títulos obrigacionistas (as


obrigações), que constituem empréstimos de capital financeiro a uma empresa. Ainda
poderá fazer-se referência à subscrição de partes de capital de uma empresa - que se
designam como ações.

A opção que envolve maior risco corresponde a uma aposta na incerteza da inovação. À
partida não se sabe qual será a reação do mercado. Não se trata, porém, de puro jogo ou de
uma aposta na sorte, no azar ou no acaso, mas sim de uma escolha racional de
consequência incerta e insegura.

4
7.5. O multiplicador de investimento.

O princípio do multiplicador, estudado por John Maynard Keynes, permite estudar o


efeito de um acréscimo de despesa de investimento sobre o rendimento global. O
multiplicador indica, assim, uma variação de rendimento. Sempre que se realiza um
aumento de investimento e não haja pleno emprego dos recursos produtivos, então
verifica-se uma reprodutividade desse acréscimo traduzida num acréscimo multiplicado de
rendimento. Se houver pleno emprego dos recursos produtivos, então o multiplicador
funciona em termos puramente monetários – aumentando a procura, sem correspondência
na oferta, com consequente aumento de inflação.

O multiplicador designa-se como K, correspondendo à razão entre o acréscimo de


rendimento representado como R e o acréscimo de investimento representado por I:

K = R ou KI = R
I

Se num dado período o investimento aumentar 100 unidades de conta e a propensão marginal
para o consumo for de 4/5 o multiplicador será de 5 e o acréscimo de rendimento será de 500
unidades de conta.

Porquê? Num primeiro momento, o investimento de 100 vai originar 4/5 de consumo e
1/5 de poupança. As 80 unidades de conta orientadas para o consumo vão traduzir-se num
acréscimo de rendimento de idêntico valor. Este vai, de novo, ser dividido em consumo e
poupança. As 64 unidades de conta de consumo vão gerar novo aumento de rendimento. E
assim sucessivamente, até o efeito se esgotar, quando se chegar ao acréscimo de
rendimento de 500 (100+80+64+51,2+41+32,8+….=500).

O período de multiplicação é o tempo necessário para a despesa de investimento exercer


todos os seus efeitos sobre o rendimento global. A sua extensão depende da propensão
marginal para o consumo e do período de propagação do rendimento.

No exemplo: R (500) : I (100) = K (5) ou KI (5. 100) = R (500). A propensão


marginal para o consumo corresponde à parte que numa unidade adicional de
rendimento é orientada para o consumo. A propensão marginal para a poupança
corresponde à parte restante numa unidade adicional de rendimento, que vai para a
poupança.

Deste modo: 1 = pmc+pmp, no exemplo dado 1 = 4/5 + 1/5. Portanto, sendo o


acréscimo de rendimento de 500, perante o acréscimo inicial de investimento de 100,
verifica-se que essa relação de 1 para 5 revela o multiplicador, cujo valor (5) é o inverso da
propensão marginal para a poupança (1/5).

7.6. O acelerador.

O efeito do acelerador, primeiro formulado por Albert Aftalion (1874-1956), liga-se


diretamente ao efeito do multiplicador, ainda que numa perspetiva diferente e
complementar, relaciona a intensidade da procura de bens finais e a procura derivada de
bens de investimento ou intermédios. Enquanto o multiplicador relaciona investimento e

5
rendimento, o acelerador parte do aumento da procura para o acréscimo de investimento.
Suponhamos uma unidade da indústria têxtil que tem 100 teares, que permite a produção
de 300 mil peças de tecido. Consideramos ainda que a amortização do investimento feito
nos teares é de 1/10 por ano.

Investimento Procura Equipamento


10 300 100
10+10 (100%) 330 (+10%) 110
10+10 (0%) 360 (+9%) 120
10+5 (-25%) 375 (+4%) 125

Num primeiro momento a procura aumenta 10% (mais 30 mil peças de tecido). Para fazer
face a esse aumento é necessário adquirir mais dez teares, o que aumenta o investimento de
100% (10 mil unidades de conta, que se somam à amortização anual). Num segundo
momento a procura aumenta 9% (mais 30 mil peças). É preciso adquirir mais dez teares.
Mas o investimento adicional é nulo, pois é idêntico ao do período anterior. Por fim, o
aumento da procura é de apenas 4% (mais 15 mil peças). Então precisamos de comprar
mais cinco teares. Mas há uma redução em 25% no investimento adicional.

Fala-se de efeito acelerador pela comparação com a aceleração no motor do automóvel.


Também aí o acelerador começa por dar um impulso ao veículo, que se traduz num
movimento uniforme, mas se formos tirando o pé a velocidade abrande, o que significa que
o acelerador funciona como travão. Conclui-se, deste modo, que há uma desproporção
entre a intensidade da procura dos bens finais e a procura derivada de bens intermédios. A
procura de bens intermédios acelera ou desacelera a um ritmo diferente da procura dos
bens finais. Tem sido estudada a ligação entre os efeitos do multiplicador de investimento e
do acelerador, através do efeito designado por oscilador, que relaciona articulada e
circularmente acréscimo de investimento, acréscimo de rendimento, aumento de procura e
aumento de investimento em equipamento.

7.7. As empresas. Economias de escala. Rendimentos crescentes.

A empresa é o centro da economia moderna e aberta. Combina técnica e economicamente


processos de produção que lhe fornecem os agentes que intervêm no processo produtivo -
os trabalhadores, os capitalistas prestamistas, além do empresário. Enquanto no processo
artesanal há uma combinação de contributos centrados no artesão, "a empresa somente
aparece quando o mercado dos meios de produção lhe fornece uma parte substancial ou a
maior parte do trabalho e do capital que emprega" (François Perroux) – o empresário
ativo é aquele que inova e que justifica o lucro através da capacidade de trazer algo de novo
ao mundo da vida.

O "empresário estático é escravo das contabilidades passadas; o empresário dinâmico


subverte-as". O primeiro tem a mentalidade de rendeiro, considerando o seu negócio como
um emprego seguro do seu dinheiro; o segundo corre riscos. As empresas são os centros
elementares da produção. A economia de mercado é multipolar e só pode afirmar-se se for
inovadora.

6
Para Joseph Schumpeter (1883-1950) o empresário é o indivíduo que toma a iniciativa de
introduzir no circuito económico inovações (novos produtos, novas técnicas, novas fontes
de abastecimento de matérias primas, novos mercados, novas formas de organização das
empresas) e novas combinações produtivas de que resulta o desenvolvimento económico.
O empresário dinâmico promove a mudança e é a ação que o caracteriza. Schumpeter fala,
por isso, de "destruição criadora" - e da necessidade de se compreender que há
momentos diferentes na atividade económica. Em cada período consomem-se os
resultados da atividade produtiva do período anterior e produzem-se os bens que irão ser
consumidos no período seguinte, sem que a produção ou o consumo sofram qualquer
alteração qualitativa ou quantitativa. A economia fica estacionária.

Sem inovação não há criação de nova riqueza. Joseph Schumpeter, a partir da empresa e do
conceito de inovação, chega a um novo conceito de desenvolvimento, que contrapõe ao de
mero crescimento. O crescimento económico representa uma mera alteração quantitativa
(o incremento do Produto Interno Bruto), enquanto o desenvolvimento económico e
social obriga à consideração de elementos qualitativos, ligados à organização social, à
qualificação e à educação dos agentes económicos, à capacidade inovadora, ao meio
ambiente, à qualidade de vida e à competitividade… Os ciclos económicos são
determinados pelo desenvolvimento. A expansão corresponde à fase dos efeitos positivos
da inovação, a depressão à dos efeitos da especulação e da inércia.

A maximização do lucro e a redução do custo médio de produção podem ser provocados


por múltiplas causas, como: o aumento do volume de produção e o progresso técnico. As
economias que provêm da organização da produção na sociedade industrial em que vários
fatores de produção variam em simultâneo são economias de escala.

Os rendimentos ou são constantes ou são crescentes à escala e os custos ou são constantes


ou são decrescentes, ao contrário da regra existente nas sociedades rurais onde, pela
importância dos fatores naturais de produção (fixos), os rendimentos são decrescentes e os
custos crescentes. Nas economias de escala, pela dimensão, procura-se produzir com o
menor custo médio. As economias de escala de longo prazo são devidas ao aumento da
dimensão da empresa. As razões da maior eficiência da grande empresa são: a diminuição
do custo fixo unitário, a especialização do trabalho mais acentuada, o poder de negociação
mais amplo permitindo obter fatores de produção em melhores condições e o melhor
poder de previsão.

O desenvolvimento económico e social, pedra angular do pensamento de J.


Schumpeter, depende do capital social (noção recente ligada aos elementos de organização,
de confiança e de coesão da sociedade), do capital humano e da capacidade de aprender mais
e melhor, muito mais do que de um conceito rígido de riqueza material transmitida. A crise
de determinados mercados, como o das novas tecnologias de informação e comunicação,
deve-se muitas vezes à prevalência de efeitos especulativos imediatos (bolha especulativa) e
de antecipações infundadas sobre a alteração dos comportamentos dos consumidores (p.
ex. relativamente aos telemóveis e à microinformática) por comparação com a efetiva
capacidade inovadora das empresas. Como referiu Vilfredo Pareto, a vida económica
conhece ciclos de criação e de especulação, no entanto só nos primeiros é que se verificam
os avanços necessários à melhor satisfação das necessidades humanas.

7
BIBLIOGRAFIA:
PEDRO SOARES MARTÍNEZ, Economia Política, Almedina, 1996 (pp.400-412)
PAUL SAMUELSON E WILLIAM NORDHAUS, Economia, MacGraw Hill, Queluz, 2005
(pp. 107 a 133 e pp. 493 a 495).
JOÃO CÉSAR DAS NEVES, Introdução à Economia, Verbo, Lisboa, Reimp. 2005 (pp. 137-154).
FERNANDO ARAÚJO, Introdução à Economia, Almedina, Coimbra, 2005 (Cap. 7, pp. 269-282 e
Cap.20, pp. 752 a 758).
A. JACQUEMIN, H. TULKENS; P.MERCIER, Fondements d'économie politique, De Boek,
2001 (pp.58-87).

Você também pode gostar