Da Essência Da Liberdade - Daniel Almeida
Da Essência Da Liberdade - Daniel Almeida
Da Essência Da Liberdade - Daniel Almeida
COMO MAXIMA
FILOSÓFICA
Daniel Almeida
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SUMÁRIO
O conceito de liberdade .................................... pág 4
2
Dedico este meu primeiro livro àquele me me
despertou para a escrita. Muito obrigado,
amigo Romeu Marques.
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O conceito de
liberdade
Suponhamos que, antes de tudo, liberdade (e neste
capítulo explanarei mais sobre seu conceito) seja uma
máxima do bem alcançável. Portanto, se liberdade é
isso, ela é universal à todos os seres humanos, pois,
uma vez que relativizamos a qual ser humano deva
ou não pertencer a liberdade, então esse conceito é
meramente seletivo e não vale como regra social.
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terra onde se encontram alguns seres humanos e a
outra porção, onde também se encontram outros seres
humanos, não?
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Se determinismo puro existe, ou seja, se as coisas que
devem acontecer vão acontecer independente de mim
ou não, então temos aqui uma confusão de raciocínio.
Imagine a seguinte situação: Se as eleições
presidências de 2014 do Brasil no segundo turno
estivessem precisamente empatadas, e descobrissem
que eu sou o único que não votou, e eu votasse no
Aécio, algum determinista afirmaria: "Mas era
exatamente assim mesmo que você iria votar.", Do
mesmo modo, se votasse na Dilma, ele afirmaria:
"Mas era exatamente assim mesmo que você iria
votar." A confusão aqui gerada,
e talvez tenha passado desapercebido pelos teóricos
deterministas, é a de que só existe uma linha
temporal. Portanto, nada do que já aconteceu,
acontece, ou acontecerá pode ser alterado por uma
outra realidade, pois esta não existe. Não é que nós
não alteramos nossa realidade, muito pelo contrário, a
nossa realidade só é esta por que nós a alteramos
continuamente.
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Passado por esta parte, prosseguimos ao próximo
ponto: A inexistência do dualismo mente-corpo.
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pessoas passam por ela. Sem as pessoas, a ponte não
tem objetivo. Sem a ponte, não há travessia. Para que
a relação pessoas-ponte aconteça como esperado,
ambos devem funcionar plenamente.
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Se liberdade existe e ela é intrínseca ao ser humano,
portanto atemporal e espacial (como constatado no
começo deste capítulo) e considerando liberdade
como uma máxima alcançável, já possuímos o que é
necessário para formulamos um conceito de lei
baseado nestes princípios.
Então para que uma lei seja uma lei, ela precisa não se
contradizer (note que não estou colocando um dever
ser na lei, e sim, demonstrando o que lei é).
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O que é liberdade?
Uma vez esclarecido, vamos a pergunta mais
importante deste livro:
O que é liberdade?
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A começar, o Estado. O Estado é, por definição pura e
simples, uma instituição que detém o monopólio
primeiro da "lei"(pois a verdadeira lei não é a que os
Estados comumente usam) e em seguida, da força.
Portanto, qualquer um que esteja submetido à única
regra desta instituição, qualquer um que não faça
parte dele mesmo (do Estado) está debaixo desta lei, e
portanto, deve obedecê-la sob a ameaça (e agora sim)
da única força que legalmente pode ser usada, que é a
do próprio Estado. O Estado, apenas por sua
definição, já é em si um agente impedidor da ação de
liberdade, por estabelecer um contrato previamente
estipulado, onde nenhum de seus súditos foi
consultado ou consentiu voluntariamente com ele.
Além disto, quando alguém está submetido ao Estado,
mesmo que este seja demasiadamente liberal, ainda
sim ele detém o monopólio da "lei", portanto, detém
poder para estipular, a qualquer momento que lhe
convier, a outorgar uma lei de invasão de propriedade
privada ou da autopropriedade.
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Entendo que isto possa parecer uma situação que
dificilmente aconteceria em nações de cunho liberal,
mas apenas uma pequena análise da atual situação,
comparada com a situação de fundação, dos Estados
Unidos da América, já demonstra que, por definição,
Estado é violação de propriedade e autopropriedade.
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Então, (voltando um pouco no assunto anterior, para
concluir este capítulo) se propriedade privada é
apenas uma maneira eficiente de se realocar recursos,
e não uma forma justa per si, também propriedade
coletiva não é justa per si. Portanto, qualquer um que
alegue que propriedade coletiva, ou até mesmo uma
"melhor redistribuição de renda" forçada (ou seja,
através do Estado) alegando "justiça", faz
erroneamente, uma vez que justiça é lei, portanto, é
dedutível a priori, e propriedade, não.
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Liberdade na
prática
Vimos ao longo destes dois capítulos que liberdade
nada mais é do que uma condição na qual todos os
agentes impeditivos (exceto o eu) não existem. Alguns
podem argumentar: "Mas por que exceto o eu?" A
resposta, muito simples: Se você não pode impedir a
si mesmo de certas coisas, então seu corpo passa a ser
o controle do seu próprio corpo, e não a mente. E se
seu corpo age por si, sua mente não age; E, se sua
mente não age, você, que émente e corpo, não age. A
própria ação, por conceito, requer uma interação
mútua entre mente e corpo. Pois bem. Vimos também
que propriedade da terra (tanto coletiva quanto
privada) não possui algum dono exclusivo, dono este
que poderia ser provado a priori, ou seja, através da
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razão. Portanto, extrair algum conceito de "justiça"
(que também é uma máxima alcançável) também não
faz sentido, uma vez que, como já foi demonstrado,
justiça é lei, e lei (pelo próprio conceito) não se
contradiz, e a lei só e exclusivamente apenas não se
contradiz quando ela é formulada sob o pilar da
autopropriedade.
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propriedade coletiva, como também privada, sistemas
de realocação de recursos não-impeditivos, pois
ambos, quando aplicados (considerando que não os
dois ao mesmo tempo, pois seria ilógico) impedem
que meu conceito de liberdade se aplique. Entretanto,
como já foi evidenciado ao longo dos tempos, o
sistema de propriedade privada se mostrou melhor
em resolver conflitos, aumentar a riqueza, e propiciar
maior liberdade (ou seja, mostrou-se ser um agente
impeditivo menos danoso) do que seu oponente, a
propriedade coletiva.
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Porém, alguém poderia pensar: "Se liberdade é onde o
único agente impeditivo se restringe ao eu, então se
alguém se sentir livre para machucar outra pessoa,
estará agindo por sua liberdade, e liberdade também é
um conceito de máxima alcançável." E está
corretíssimo.
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Uma mulher, realmente, ou está grávida, ou não está.
Mas, assim como no meu conceito, ela pode estar
grávida de 3, 4, e até 5 meses. São graus diferentes de
algo que, ou é, ou não é. Prossigamos com o
pensamento.
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Justiça.
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Estado (no conceito de Estado
apresentado no capítulo anterior), com propriedade
privada (o menor dos agentes impeditivos), lei de
autopropriedade (que é a justiça) seria, portanto, o
mais saudável grau de liberdade.
Saudável, por que lei ainda é um agente impeditivo,
porém, sem esta, a liberdade (a curto prazo) seria
maior, de fato, mas a longo prazo, a lei do mais forte
(que é a lei natural) prevaleceria, restringindo a
liberdade. Para que isso não ocorra, se faz necessário a
lei de autopropriedade.
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O pior dos agentes
impeditivos
Uma vez que já entendido meu conceito de liberdade
proposto neste livro, e considerando, mais uma vez,
insisto em recordar, que estou tratando aqui
liberdade como uma máxima daquilo que é bom,
portanto, desejável por todos os seres humanos (e
mais adiante explicarei do por que penso assim). Se
liberdade é isso, então levaremos às últimas
consequências.
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ilusão). Se é assim, então todos os agentes impeditivos
de ordem
humana devem ser removidos, para que
experimentemos dessa liberdade. Mas, antes de
detalhar cada um (como farei ao capítulo seguinte),
abordarei daquele mais nefasto e contagioso de todos
eles: o Estado.
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Voltando ao ponto em questão. Já sob o domínio dos
povos, o Estado apenas mudara sua forma de atuação.
Antes, era o próprio Deus; Passou a ser escolhido por
Deus; Reconhecido pela autoridade religiosa, e
constitucionalmente legalizado, pelo "povo", a agir
por eles; Constituído pela "vontade democrática da
nação". Em todos os casos, sempre se buscou uma
desculpa para se estabelecer, como que se nós não
pudéssemos viver sem essa maravilhosa bota de
couro sobre nossos ombros. E as desculpas também se
adaptaram ao longo dos tempos. A primeira delas:
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coroa, portanto, errado per si";
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Propriedade
Coletiva
Se o Estado é o pior do agentes impeditivos,
propriedade coletiva, certamente, vem em segundo.
Não apenas por ser um destruidor de riqueza, pois, a
aplicação de seu método a nível macroeconômico
sempre extinguia o sistema de preços (uma vez que o
valor da propriedade transformada deveria ser o
quanto de trabalho foi gasto para sua transformação
final, e não o quanto as pessoas dão valor àquilo), o
que acabava por realocar os recursos de maneira
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totalmente desorganizada, gerando ainda mais
desigualdade de "propriedade", não só por isso, mas
também é um sistema que, para ser legalmente
instituído, ou seja, instituído por lei, sempre foi
necessário (e até seus mais proeminentes entusiastas e
teóricos também assim o defendiam) que deveria vir
através de luta e derramamento de sangue, ou seja,
uma violação clara de lei, que é justiça, que é
autopropriedade.
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explicado (mas é necessário que isso fique bem claro)
o crime não está necessariamente em usurpar, por
exemplo, a propriedade privada de alguém. Quem
argumenta que, por que alguém tomou de seu gado,
por exemplo, está lhe cometendo um crime (não o
crime constitucional, mas o verdadeiro crime)
argumenta de maneira equivocada. O crime está
justamente em assim fazer por meio da coerção, por
que, para que alguém se aproprie de algo que já
possui dono, ela precisa, necessariamente, aplicar o
meio coercitivo, tomando-a para si sem consentimento
do usuário, violando a liberdade individual própria
da pessoa que possui a tal propriedade, que não
permitiu sua tomada pelo outro explicitamente,
sendo, simplesmente, espoliada. Do mesmo modo,
entrar em algum território coletivizado
consensualmente pelos usuários daquela terra e
estabelecer alguma área de lá e declarar que aquela é
agora sua propriedade privada também o faz errado,
por que do mesmo modo do exemplo anterior,
também aplica coerção para assim fazer, tornando-a
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uma clara violação da liberdade, provinda da
autopropriedade dos indivíduos, que consentiriam
em coletivizar daquele território (considerando, claro,
que aqueles homens que coletivizaram aquela terra
assim o fizeram sendo os primeiros apropriadores, ou
por meio de contrato com um outro primeiro
apropriador, ou por herança).
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Por que o Estado é
avesso à liberdade
Esclarecidos os assuntos acerca desses dois, e,
exemplificando de maneira simples e objetiva de por
que ambos são dois agentes impeditivos graves ao ser
humano, pensemos, agora, de maneira contrária: Por
que eles não são pró liberdade?
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possui respostas para muitas de suas dúvidas, ou, até
mesmo, respostas para coisas que ele ainda nem
chegou a se indagar. Portanto, minha dedicação e
desejo com este livro é que você reflita por si mesmo.
Sem muito jogo de palavras,
ou temperos, e, também, não sou nenhum tipo de
mestre-cuca. Apenas lhe apresento um novo prato,
sem muito sal, a textura meio dura e até meio difícil
de mastigar para algumas pessoas. Aquele prato que,
após comer, alguns podem exclamar: "Nossa, que
prato diferente! Eu até gostei do sabor. Me interessei,
vou procurar por um restaurante que faça isso
melhor." Não me importo muito em ser reconhecido
como "O homem que despertou Felipe para um prato
diferente". Apenas mostro e, se quiser mais,
recomendo outros restaurantes.
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Por que liberdade é
bom?
Uma vez compreendido os assuntos tratados neste
livro, e, tendo claro que os assuntos aqui apresentados
são meras sínteses de um pensamento extremamente
vasto e completo, tendo como meu esforço apenas
despertar o interesse de você, leitor, venho em minhas
palavras finais apresentar este que será o último
capítulo conceitual, tendo o próximo e último capítulo
definitivo apenas uma conclusão sintetizada do que já
foi apresentado.
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prático (teórico ainda permaneceria) se liberdade não
fosse algo "bom". E se, após todos os argumentos
lógicos comprovando a autopropriedade e de por que
lei é justiça, entendêssemos com toda a certeza deste
mundo que liberdade não é uma coisa boa?
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é não só mostrar aos outros que você existe, como
também a si mesmo. Quando vemos o resultado de
nossas ações bem diante de nossos
olhos, descobrimos que somos muito além daquilo
que achávamos que éramos, quando antes
guardávamos nossos segredos com nós mesmos. Eu
passo por isso diversas vezes, e creio que você, que
não deve ser muito diferente de mim, também
vivencia. Se lembra daquela vez que foi explicar
alguma matéria da escola para um amigo e, depois de
tê-lo
explicado, só depois, você se deu conta de que sabia
muito mais do que achava que sabia? É exatamente
essa sensação que somente nessa condição de maior
liberdade você poderia exercer. Mas, em regimes
autoritários, onde não se pode falar tudo, você ainda
teria liberdade para saber certas coisas. Porém, uma
liberdade interna. Só você saberia destas
coisas, e isso não é bom. Somente num conceito de
máxima liberdade possível, e com a lei sendo
aplicada, é que poderíamos vivenciar tal coisa, que é
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boa. Aliás, o que é bom?
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O que podemos
concluir?
Após todas essas reflexões, o que podemos concluir,
então?
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que concluímos é isso:
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mesma forma que também não há para propriedade
coletiva, pelos mesmos motivos. Ninguém pode dizer
que esta terra nos foi dada para ser repartida de
maneira igualitária. É apenas uma conveniência, e
nada mais. Portanto, defender PP ou PC como
métodos de justiça, não procede. Porém, então, aquele
que adquirir certa propriedade sendo o primeiro
apropriador dela, ou mediante contrato (onde
considerando, claro, que esta pessoa que transfere a
tal propriedade a conseguiu, ou mediante contrato, ou
ele é o primeiro apropriador), ou herança. E, se
alguém infringe contra a propriedade de alguém, não
é pela tomada de propriedade que ele está errado,
mas sim, quando fere a liberdade contida na
autopropriedade do possuidor que foi violada, pois
este não consentiu.
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