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O autor convida a imaginar cinco mesas, em cada mesa tem um determinado jeito de se portar
na refeição e a relação com o alimento
Na primeira mesa, estão sentados uma família de gordos que mais parecem porcos se
alimentando, se empanturrando de tanto comer.
Na segunda mesa estão sentados uma criança e seu avô, a criança não gosta de nada saudável,
só quer comer aquilo que ela gosta enquanto o vô sede aos caprichos da criança, comendo
também um sorvete mesmo sendo diabético como quem quer abafar um remorso.
Na terça mesa estão sentados dois casais que tem o ar de riquinhos que falam de comida cara
o tempo todo, são muito vaidosas, se referindo a iguarias caríssimas.
Na quarta mesa estão sentados dois jovens um com anorexia e o outro jovem com suas
filosofias, da ideia de que comer os tornaria impuros .
Na quinta mesa estão reunidos uma família comemorando a entrada da filha em uma
universidade de medicina federal (todos muito moderados no comer e beber), estão usando o
alimento para desfrutar e dizer que estão felizes pela nova estudante.
Na primeira mesa nada tem de razoável e sim de irracional, pois o alimento vira a finalidade e
não o meio para o sustento, invertendo a ordem natural, em vez de usar os alimentos com
prazer, mas de forma equilibrada, abusam deles, exageram, pervertendo algo tão natural
como a alimentação, pervertendo o seu sentido, ou seja, a sua verdade.
A reta razão evidencia no caso, pela ciência medica que o abuso das comidas e das bebidas é
um caminho bastante garantido para o enfarte e outros problemas médicos, isso é uma grave
desordem moral, colocando o prazer de comer acima do dever de manter a saúde e de
conservar a vida, da nossa saúde e da nossa vida dependem o bem das outras pessoas, e
ultimo aspecto errado é o hedonismo pois coloca como prioridade o prazer acima de tudo.
Na segunda mesa, vemos uma criança birrenta e hedonista onde busca apenas os seus
desejos, não quer comer para ficar saudável e sim apenas para agradar aos seus caprichos,
esta criança se continuar assim muito provável terá doenças pois se alimentando só de
porcarias não leva a nada, por falta de educadores e critério dos familiares, quando não se vê a
necessidade de podar, só crescem folhas, é muito perigoso deixar-se dominar pela ‘’lei do
gosto’’ pode levar o jovem a um futuro desastroso, como alguém formado assim não aplique
no amor, os mesmos critérios egoístas? Usa o namorado e descarta como se fosse uma latinha
de refrigerante. E sobre o vô posso dizer que é um fraco, falta caráter, pois quem ama quer o
bem do amado.
Na terceira mesa, os dois casais encarnam alguns dos piores tipos de gula de que falavam os
antepassados, a gula é classificada por cinco tipos:
Em excesso- nimis.
Este casal parece que ‘’ viver só para comer’’, hedonistas, estes casais só falando em comer se
forem católicos muito certamente trocariam a Missa dominical por um almoço requintado e
isso mostra que a ‘’ boca fala do que o coração esta cheio’’ e também ‘’onde estiver teu
tesouro ai estará teu coração’’.
‘’ Se possuis grande fortuna, não é para usufruíres dela só em proveito próprio, mas para seres
administrador fiel da mesma em proveito do próximo. É um roubo não dar esmola do que
possui. O rico deve considerar-se um agente de Deus na distribuição dos bens aos pobres’’. São
João Crisostómo
A terceira Mesa há dois namorados esqueléticos, uma com anorexia, provavelmente por conta
da estética, de não engordar, um mundo que prega que quanto mais magro a pessoa mais
bonita ela é, deixa a pessoa biruta com o ideal de beleza, fora da curva, vem sendo constatado
casos de bulimia e anorexia nervosa que são provocadas por transtornos na conduta
alimentar, porque a mania de não engordar passa a ser obsessão.
E de onde surge isso? Do materialismo que esquece a alma e faz voltar o culto ao corpo e de
vaidades exageradas que fazem homens e mulheres virarem escravos da moda , dizia Gustave
Thibon que ‘’a moda é a ditadura do efêmero que se exerce sobre os desertores da
eternidade’’ e antes de perder a grandeza espiritual perde-se a sensatez, a reta razão.
E o seu namorado que segue ‘’filosofias profundas’’, onde ele mesmo diz que comer nos torna
escravos impuros da matéria que um dia viveremos só de pensamentos, só da filosofia, isto é
maniqueísmo ou seja, um lado haveria um Deus bom, principio e luz que criou os espíritos e
por outro lado um deus mau que teria criado as matérias. E este jovem segue esta ideia pois
diz que a comida o torna escravo da matéria, chegando ao ponto de pecar não por gula mas
por insensibilidade que se opõe a ordem natural.
A temperança não busca eliminar, abafar os instintos, ela busca moderar, procurar o equilíbrio,
o autodomínio para buscar o nosso bem e do próximo, evitando que ocasionem um dano
físico, moral ou espiritual a nós mesmos ou aos outros.