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Ebook Praticas Extrajudiciais

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1

EXTRAJUDICIAL
DO ZERO
O guia para iniciar sua atuação de forma
correta nas práticas extrajudiciais
EXTRAJUDICIAL DO ZERO
O guia para iniciar sua atuação de forma 2
correta nas práticas extrajudiciais

Sumário

VOCÊ ESTÁ EM QUAL NÍVEL? 4

ONDE POSSO ATUAR NO EXTRAJUDICIAL 7

AS PRÁTICAS EXTRAJUDICIAIS 12

MANTENHA-SE ATUALIZADO 23
Muito tem se ouvido falar sobre práticas
extrajudiciais. O que muita gente fica em dúvida
é: como se atua no extrajudicial? É possível
ganhar dinheiro? Posso atuar somente no
extrajudicial? O que tenho que fazer para alcançar
essa independência profissional, sem o uso do
judiciário? O que preciso saber para atuar no
extrajudicial? E por aí vamos com muitas dúvidas.

Esse e-book tem a pretensão de demonstrar


como tu podes atuar no extrajudicial, de forma
mais célere, organizada e conquistar honorários
de forma mais rápida, em função de sua
forma de atuação.
GANHAR DINHEIRO
É CONSEQUÊNCIA
DE UM BOM
TRABALHO. UM
BOM TRABALHO
É CONSEQUÊNCIA
DE MUITO
CONHECIMENTO.

1
VOCÊ ESTÁ
EM QUAL
NÍVEL?
EXTRAJUDICIAL DO ZERO
O guia para iniciar sua atuação de forma 5
correta nas práticas extrajudiciais

A) Saí da faculdade e quero ganhar muito dinheiro:

Ganhar dinheiro é consequência de um bom trabalho. Um bom


trabalho é consequência de muito conhecimento. Desta forma podes
ofertar, com segurança, o trabalho a ser prestado. Como se tem essa
segurança? Conhecendo e dominando, efetivamente, a matéria que
queira atuar.

Se você quer sair da faculdade ganhando dinheiro, tendo o seu nicho,


deve começar a se preocupar do meio da faculdade para o fim, ou
seja, começar a se profissionalizar dentro da faculdade. A faculdade
não nos ensina a faturar e a advogar.

Pensamos em sair da faculdade ganhando dinheiro, mas esquecemos


de que temos cinco anos de faculdade para formar a nossa linha
profissional e decidir como vamos atuar. É a partir dessa situação que
saberemos como lidar da finalização da faculdade em diante.

E como faz? Adquire-se experiência cobrando menos para poder


ganhar experiência. Ainda, uma boa forma de angariar clientes e iniciar
parcerias com outros advogados é participar de comissões, instituições
e associações voltadas para área que você queira atuar. Também é
importante saber negociar com os colegas de trabalho e com pessoas
que venham solicitar informações, sabendo o momento de dizer que
tal informação será fornecida em uma consulta ou trocar parcerias.
EXTRAJUDICIAL DO ZERO
O guia para iniciar sua atuação de forma 6
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B) Não aguento mais atuar no judiciário. Como migrar?

Neste caso, se você tem a oportunidade de migrar de forma gradual


é o adequado. O conhecimento processual te dá uma boa margem
de atuação e indicações de clientes. Teu posicionamento que deve
modificar, pensando em como solucionar a questão de forma que não
utilize o extrajudicial.

Eu não tive esta oportunidade. Saí de uma CLT diretamente para pensar
“E agora? O que vou fazer?”. Esta situação também me impulsionou a
correr contra o tempo.

Mas vamos lá! Vamos verificar essa nova era da advocacia que, somente
agora, as pessoas começam a compreender possibilidades e ganhos.

Modifique seu pensamento. Ao invés de perguntar “De que forma


posso atuar sem levar para o judiciário?”, pergunte-se “o que terei que
levar para o judiciário, pois não consigo resolver no extrajudicial”?

Essa é a mentalidade da nova advocacia, dessa nova forma de advogar.


Esgotadas as possibilidades no extrajudicial, então, só agora, terei
que judicializar. A função do advogado extrajudicial é prever todos
os problemas para que a questão não chegue ao judiciário. Nenhum
contrato é 100% seguro, por isso deve-se antever o problema para
resolver no extrajudicial. Temos que trazer o cliente para o nosso lado
para, assim, angariar clientes que também estão nessa busca.
CONHECER AS
POSSIBILIDADES
É TÃO
IMPORTANTE
QUANTO
ESCOLHER ONDE
ATUA R

2 ONDE POSSO
ATUAR NO
EXTRAJUDICIAL
EXTRAJUDICIAL DO ZERO
O guia para iniciar sua atuação de forma 8
correta nas práticas extrajudiciais

Depende de onde você quer atuar e com qual parte do direito civil.

Temos advogados que só atuam com cobranças extrajudiciais no


cartório de protesto; outros só atuam em direito imobiliário e dentro
desse ramo temos uma gama de possibilidades de atuações. As
possibilidades de atuação são vastas, você pode se especializar somente
numa área ou tentar abarcar todas. Conhecer as possibilidades é tão
importante quanto escolher onde atuar.

Eu quero te mostrar como você pode atuar utilizando o tabelionato de


notas como sua ferramenta de trabalho. Como aliar-se a este cartório
pode te trazer muitos clientes e atendimentos.

E você pode estar se perguntando que quer um trabalho rentável


o mais breve possível e, como para qualquer coisa que tratamos no
direito, tudo vai depender do que você escolher trabalhar e daquilo que
você seja bom. No que você for bom, normalmente, terá uma maior
lucratividade, pois terá uma maior segurança para informar o cliente
daquilo que você está falando. A segurança, o posicionamento, como
advogado fará toda a diferença para a contratação, ou não, do seu
serviço.

A advocacia extrajudicial depende da pro atividade do advogado.


O inventário extrajudicial pode ser muito rápido, dependendo do
conhecimento do advogado para auxiliar a Serventia.

E antes de falarmos a respeito do que podemos fazer, vamos falar um


pouco de honorários, captação de clientes e redes sociais.
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A) Como captar clientes? Como cobrar?

Primeiramente é importante ressaltar que se sentir fracassado é


normal no início da carreira, pois não temos prática e conhecimento
necessários para fazer tudo de forma excelente. Precisamos lidar com
o fracasso e entender que ele irá acontecer. Só tem sucesso quem
fracassa. O fracasso faz parte de um crescimento pessoal e profissional.

Com relação à captação de clientes, de que forma podemos ser


conhecidos e captar clientes? Como as pessoas começaram a ser
vistas e lembradas? Precisamos ser vistos pela nossa competência
profissional, sem ferir a ética exigida pela OAB. Ou seja, devemos captar
clientes pela nossa capacidade profissional e pelo conhecimento
prático, sem que ocorra a captação ilegal de clientes. Para isso, iremos
analisar associações que combinem conosco e escolher, no máximo
duas, para atuar ativamente. O intuito não é angariar clientes, mas
aprender com os profissionais que estão na associação e, também,
fornecer conhecimento a eles. A partir disso, seu nome começa a ser
conhecido, os colegas lembram de ti, há possibilidades de divulgação
de conhecimento e, gradativamente, você ganha espaço e começa a
ser conhecido.

E os honorários? Uma palavra que, por si só, já pode trazer um


distanciamento. Mas você sente o mesmo distanciamento quando se
fala em orçamento? Ou esta já está intrínseca no cotidiano? Tudo é
uma questão de como olhamos para o próprio trabalho.
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O guia para iniciar sua atuação de forma 10
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A OAB possui tabela estadual (cada seccional tem a sua) que define
parâmetros mínimos para as cobranças. Mas temos que saber que
dentro do Brasil temos realidades muito diferentes, então, não é
simplesmente cobrar o valor da tabela. O advogado tem que cobrar
o que ele entende que é devido pelo seu trabalho, dentro da sua
realidade local. Temos que saber medir quanto cobrar sem se deixar
levar pelo que o cliente quer pagar, mas também, conscientes da
realidade econômica da cidade ou região que atua.

Além deste ponto, de saber valorizar sua hora intelectual, é importante


saber que o parcelamento dos teus serviços é uma opção, ainda mais
com a possibilidade de protesto do contrato de honorários. Parcelar,
muitas vezes é uma solução prática. E, lembre-se: É melhor parcelar
o valor para o cliente do que dar desconto, pois se estou dando
desconto estou partindo da premissa de que meu trabalho não vale
aquilo que efetivamente estou cobrando.

B) E as redes sociais?

Atualmente as redes sociais são a fachada/vitrine do seu escritório.


Esse é um ponto muito importante para que você saiba que estar nas
redes sociais é importante. Quem está aguardando que o cliente bata à
sua porta, sem abrir a porta do mundo virtual, terá grandes problemas
para captar clientes.

Mas lembre-se, o artigo 39 do Código de Ética da OAB veda


a captação de clientes, devendo a publicidade ser meramente
informativa. E é exatamente aqui que mora a criatividade e a infinidade
de formas de uso das redes sociais.
EXTRAJUDICIAL DO ZERO
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Todo e qualquer formato de informação que não tenha o condão


de captar clientes é uma forma de publicidade. E como podemos
fazer essa informação sem captar clientes? Entregando conteúdo de
qualidade que tanto seu cliente, como seu colega de profissão possam
se utilizar daquela informação. Veja, por exemplo, como eu atuo no
meu perfil do Instagram @patriciapresser. Lá eu mostro minha rotina,
sem falar em captação de clientes ou até mesmo sobre problemas
específicos. Quanto melhor for sua estratégia de informação pura e
literal, mais as pessoas lembrarão do seu conteúdo. Ao lembrar do
conteúdo e do perfil da rede social, lembrarão da tua pessoa. Você
e ela estarão a um “google” de distância. Você já terá seu site com
informações institucionais para que qualquer pessoa te encontre. Mas
lembre-se, você é a pessoa física que eles irão procurar e não o nome
do teu escritório.
O EXTRA JUDICIAL
TE EXIGE QUE
ESTAR EM AMBOS
OS L ADOS
DO POLO DE
NEGOCIAÇÃO.
SABER TODAS AS
POSSIBILIDADES
JURÍDICAS

3 AS PRÁTICAS
EXTRAJUDICIAIS
EXTRAJUDICIAL DO ZERO
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correta nas práticas extrajudiciais

Atuar na esfera extrajudicial requer um conhecimento, aparentemente,


específico. É necessário conhecer a conexão entre muitas áreas do direito
civil, onde elas se interligam e como atuam de forma consequente na outra.

Basicamente é conhecer o direito civil de uma forma diferenciada, sem


pensar no processo e sem pensar nos possíveis problemas, mas nas
possibilidades de solução. É necessário, principalmente, conhecer da
legislação e atos normativos que norteiam o mundo extrajudicial, pois,
muitas vezes, a aparente burocracia existente é apenas o cumprimento
legal de algum item desconhecido por quem não atua nessa área.

Em uma analogia bem interessante é como pedir para um advogado


trabalhista que atua para empregadores, começar a atuar para
empregados. Inicialmente é possível que o advogado se perca, não
consiga fazer a análise com a visão de autor (e não réu). No entanto,
quando essa pessoa consegue assimilar os 2 lados da moeda, ele tem
uma habilidade que poucos tem. Aqui eu chamo essa habilidade de
“mente dupla”.

O extrajudicial te exige que estar em ambos os lados do polo de


negociação. Saber as possibilidades jurídicas possíveis para sanar
o possível conflito e, especialmente, um poder muito grande de
negociação e ponderação para uma boa mediação entre partes. Sim,
saber mediar é crucial para uma boa atuação extrajudicial.

Quando se fala em advocacia extrajudicial, o que te vem à mente?


Normalmente as ideias são pequenas e, se pensa nos atos mais
ordinários do tabelionato de notas: reconhecimento de firma,
procuração, compra e venda, doação, testamento.
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notas detém
Mas você conhece todos ANOTE ISSO: O tabelião de
pú bl ica de le ga da cons titucionalmente
os atos de uma serventia fé
os atos
e o quanto esta serventia e, exatamente por isso,
ot oc ol ar es (e scritu ra s públicas) são
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pode ser utilizada?
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O que é isso? Significa qu
Vamos falar sobre as
possibilidades? nt esta çã o fe ita co nt ra o ato deverá ser
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ov ad o po r qu em al eg a. E esta prova
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ação.
não é uma mera declar

DECLARATÓRIAS

Atos que podem ser feitos por instrumento particular, no entanto, a


solenidade e presunção de veracidade fazem com que a declaratória
por escritura pública seja de extrema importância para muitos casos.

Importante ressaltar também que alguns estados permitem o uso de


declaratórias para fins de oitiva de testemunhas (no RS é proibido pelo
Código de Normas Extrajudiciais).

Utilize desse ato que é de extrema relevância. E tem presunção de


veracidade.
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TRANSAÇÃO

O artigo 840 do Código Civil é brilhante. Muitas vezes a gente pensa


que não há como resolver questões entre partes, que necessita de um
“trânsito em julgado”. E isto não é verdade!

Quando sabemos que no judicial não teremos 100% do que queremos,


e normalmente isto acontece, mais vale conseguir acordar entre partes
e advogados através de uma transação e saber que esta transação, de
forma pública, tem valor de prova judicial (art. 405 do CPC) e, ainda,
pode ser considerado como título executivo extrajudicial, dependendo
de como esta transação for elaborada!

ATA NOTARIAL

Eu, particularmente, amo este ato público. Ele é um dos melhores


meios de prova, muitas vezes até como uma produção antecipada
que, judicialmente, poderia levar muito tempo a ser produzido.

A ata notarial é um fato narrado pelo tabelião de notas. Não somente


detém a fé pública dele, mas contém também a percepção dele sobre
o fato.

As possibilidades deste ato são inúmeras e o custo benefício dele é


muito grande. E, exatamente neste ponto, o advogado tem a função
de saber orientar e solicitar de forma adequada e que melhor aproveite
ao seu cliente.
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COMPRA E VENDA

Certamente você sabe do que se trata uma compra e venda, mas você
conhece a fundo todos os regramentos, especificações e por que o
tabelionato de notas exige alguns itens?

Advogado que quer se especializar na esfera extrajudicial tem que


conhecer, ou ao menos, saber buscar todos os locais em que há
cláusulas pertinentes ao ato.

Deve se concentrar nas especificações das leis que definem a forma de


atuação do tabelião: Lei 8935/94, Lei 6.015/73, Lei 6.515/77, Lei 7.433/85,
Decreto 93.240/86, Artigo 215 do Código Civil, Lei 4.591/64 e assim por
diante. Lembre que o CC, em sua íntegra, é essencial para qualquer
ato notarial, uma vez que a manifestação de vontade das partes ocorre
pelos regramentos do Código Civil.

O advogado aprende a lidar com o formato de atuação do tabelionato


que escolhe para seus atos, isto é, ele sabe como funcionam as minutas
do tabelião, qual o modus operandi do local, de solicitações de certidões,
de aceite ou não de minutas etc. Essa convivência harmônica é de
extrema importância para que se possa chegar a uma boa escritura
pública que abarque as necessidades dos clientes e esteja dentro dos
ditames legais.
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PERMUTA

Ato muito utilizado entre proprietário de terreno e construtores para


recebimento de frações ideais já construídas.

Há diferença de posicionamento a respeito do que deve ser usado:


permuta de áreas ou compra e venda com dação em pagamento. Este
é um ponto que deve ser estudado de acordo com o estado de sua
atuação, para que se possa dar um excelente atendimento ao cliente.

Em suma a permuta é uma troca. Ainda que haja torna (diferença de


valor entre a troca), a função primordial da transação é trocar alguma
coisa por outra.

Sempre que estivermos diante de uma permuta com imóveis será


necessário escritura pública, mas vamos pensar aqui: um contrato
particular muitas vezes gera discussões entre partes de não haver
acordo, coerção, desconhecimento, hipossuficiência de uma das
partes. Na escritura pública nada disso pode ser alegado. O tabelião
tem o dever de aconselhar ambas as partes com imparcialidade. Para
aquele que não tem advogado, o tabelião é um elo muito importante
de assessoramento, pois é a função dele.

Aprenda a utilizar a fé pública do tabelião em seu favor!


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DAÇÃO EM PAGAMENTO

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que


lhe é devida.

Muita gente tem o entendimento que dação em pagamento acontece


quando o pagamento da dívida acontece quando há prestação diversa
da que lhe é devida, tal qual previsto no artigo aqui mencionado.

Em um mundo ideal é isto mesmo. Em um mundo real, na qual se


faz necessário alguns ajustes e tratativas diversas das existentes, pois
a tipificação de atos no tabelionato é enxuta (pensando em envio de
informações para órgãos governamentais, especialmente a RFB na DOI).

Lembre-se que a prestação diversa da pretendida pode ocorrer nos atos


preliminares (e não necessariamente em ato público ou contratual).
Todas as negociações verbais também são formas de contratação e
aceite diverso do pretendido.

DOAÇÃO

Ato de liberalidade muito usado como antecipação de herança.

Quem sabe utilizar da doação e conhece os regramentos tributários


do estado em que atua é um forte candidato a atuar nos famosos
“planejamentos sucessórios”, afinal o termo é novo, mas a atuação é
antiga e uma mistura de diversos atos extrajudiciais com outros atos
contratuais, quando necessários.
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As cláusulas especiais da liberalidade (encargo, condição etc.) são


excelentes para ajustes entre familiares e imposições que os doadores
tendem a querer. Os exemplos rotineiros da doutrina não se limitam
a tão somente aqueles e o advogado que consegue ser criativo e criar
cláusulas compatíveis com o direito brasileiro, elevam sua advocacia
a outro nível. Seja criativo, pense no que você pode pontuar dentro
destes encargos e imposições que não ferem o direito de contratar.

Aprender a respeito das diferenciações entre uso, habitação e usufruto


também é crucial para quem atua nesta área. Leia jurisprudências e
doutrinas clássicas. Aprenda com os melhores do mercado. Nada de
google e mini artigos. Se você quer se destacar, tem que aprender e
compreender com os melhores.

Por fim, para saber sobre doação tem que saber muito sobre a legislação
de ITCMD do estado de, no mínimo, 1988 para cá. Ainda assim, terá que
aprender sobre esta legislação antes da Constituição Federal.

TESTAMENTO

Ato mais solene do tabelionato e que só terá eficácia após a morte de


quem testou. Este ato não precisa de advogado presente, mas como faz
diferença o testador compreender todas as incertezas de um judiciário
e a importância de fazer cláusulas precisas, objetivas e claras.

Quem atua somente em consultoria para testamentos deve ter o


dom de saber escrever cláusulas claras, que o juiz leia e compreenda
de imediato a intenção do testador, sem dúvidas, sem palavras
desconhecidas. A clareza neste ato é o ponto chave.
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E, claro, em concomitância com o item acima, o testamento é um


dos queridinhos – e claro que deveria ser – para os “planejamentos
sucessórios”.

É também de extrema importância saber como o tabelião de sua


confiança atua neste ato, pois o tabelião deve trazer a segurança
necessária e a solenidade obrigatória em lei para que o testamento
não seja invalidado. E vamos lá, testamento público, como qualquer
outra escritura pública, tem uma taxa baixíssima de anulações. Prefira
SEMPRE um testamento público a um particular. Ponto importante:
o testamento só é público após o óbito da pessoa. Até lá, somente o
próprio testador pode solicitar cópia, garantindo aquele sigilo que
muitos testadores querem, mas, ao mesmo tempo, garantindo que
ele nunca se perderá em função de qualquer situação alheia ao
testador, como acontece com os particulares, cerrados etc.

DIREITO DE FAMÍLIA

Atualmente temos, com a Lei 11.441/07, a possibilidade de separação,


divórcio, dissolução de união estável e o restabelecimento da sociedade
conjugal serem feitas em cartório.

Certamente você sabe o tempo que leva um processo judicial. No


tabelionato este tempo pode ser reduzido em mais de 10 vezes o prazo
judicial. Muitas vezes podendo ser lavrado.

E, neste ponto, é obrigatória a presença do advogado. Em todos os


casos. Saiba tirar proveito dessa situação e faça o seu melhor serviço.
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Eu lembro, quando atuava no tabelionato, de percebe a diferença


entre o advogado que “empurrava com a barriga” o encaminhamento
e ia levando os documentos em partes, mas já deixava encaminhado
para que os clientes achassem que o problema era do tabelionato.
Este advogado sequer fazia petição, entregava tudo faltando partes,
sem ser originais e por aí vamos. Esse é o tipo de advogado que não
terá sucesso no extrajudicial.

Lembro também do advogado que chegava com a petição completa,


qualificação pronta, partilha feita, certidões em dia e originais e o
tabelião só precisava gerar a DIT (guia do ITCMD no RS) e agendar com
as partes. Esse advogado, com certeza, recebia seus honorários muito
mais rápido e já podia partir para o próximo caso, sem pendências do
anterior.

Escolha ser o segundo, faça o serviço completo. Atuar no extrajudicial


requer uma pro atividade muito diferente da pro atividade do judiciário.

DIREITO DA SUCESSÃO

Ahhhh.... os inventários.

Aquele inventário do pai do cliente que se transforma no inventário da


família toda. Saber atuar no direito da sucessão é uma arte. Necessita
de um conhecimento de cálculo de partilha bem importante,
conhecimento da legislação de ITCMD de longos anos, uma boa dose
de conciliação para acalmar os ânimos dos clientes, quando estão
pensando em entrar em desacordo.
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E aqui é a porta de entrada para um bom planejamento sucessório,


quando falamos em famílias pequenas e que ainda tem um dos
patriarcas vivo. Esse é o momento de saber vender seu peixe completo.
Saber analisar e antever problemas que poderão surgir. Apresentar
alternativas com seus valores para o cliente.

Aqui estará um excelente formato de atendimento para aqueles que


querem atuar no extrajudicial e sabem que esse ato é necessário para
a maior parte das pessoas e que elas querem soluções práticas e não
processos de vida.

O primeiro ponto para saber atuar nesta seara: conhecer intimamente


os regimes de casamento e as repercussões de direito de família e
sucessão oriundas do STF. Conhecer a diferença de regime de bens e
sucessão entre um código civil e outro (antes de 2003 tínhamos outras
regras de sucessão e o artigo 2.039 do Código Civil tem regra clara a
respeito). Saber a data do óbito e sua aplicação também.

Por fim, a sucessão é a soma de conhecimentos na área de direito de


família, sucessão, tributário e muito cálculo. Mas é também uma boa
dose de humanização e conciliação, pois afinal é a vida inteira de uma
pessoa que estamos falando. Não são somente bens. A família que
aqui fica lembra de cada história para cada bem que ali é apresentado
e isso importa tanto quanto saber fazer um bom cálculo e apresentar
valores para as partes.
NA ESFERA
EXTRA JUDICIAL AS
MUDANÇAS OCORREM
DIARIAMENTE .
CADA ESTADO TEM
REGRAMENTOS
PRÓPRIOS NESSA
ATUAÇÃO.

4 MANTENHA-SE
ATUALIZADO
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Na esfera extrajudicial as mudanças ocorrem diariamente. Cada estado


tem regramentos próprios nessa atuação e as Corregedorias Gerais da
Justiça estão sempre atualizando regulamentos. Pouco tempo atrás
saiu uma recomendação aos juízes, que afetava diretamente o uso de
ata notarial de forma incorreta, pelo regramento estadual do RS. E eu
só fiquei sabendo disso porque me atualizo semanalmente sobre os
temas da área no meu estado e no CNJ.

Saiba estar atualizado com os Provimentos do CNJ, que regram


a atuação das serventias extrajudiciais, bem como as alterações
legislativas das mais variadas: de tributário à administrativo, de direito
empresarial ao direito de propriedade. Tudo que é tipo de alteração
legislativa, de alguma forma, recairá sobre o extrajudicial.

Essa é a beleza e também o carma de quem atua nessa área.

Saiba conhecer os direitos dos clientes e usuários dos serviços, saiba


como abordar o cartório para ter um melhor atendimento, saiba
também o momento de partir para um nível acima e reclamar a quem
deve a respeito do mal atendimento se isso ocorrer.

E, dentre todas as indicações que possa dar, conheça as possibilidades


de atos normativos que relativizam a situação geográfica das serventias,
utilizando em seu favor, da forma correta, as centrais e usos digitais
dos cartórios. A título de exemplificação para um bom atendimento
temos: Provimento 88/2019 CNJ, Provimento 94 e 95 do CNJ de 2020,
Provimento 100/2020 do CNJ, temos o artigo 17 da LRP que auxilia nos
requerimentos remotos.
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correta nas práticas extrajudiciais

Sei que é difícil tirar um tempinho do dia a dia corrido que temos e se
manter atualizado de tudo, a gente só que chegar em casa descansar
e dormir, mas é muito importante você tirar alguns segundos do
seu dia para ler as notícias das entidades oficiais de classe, pois elas
trazem o que temos de melhor e mais moderno para a classe. Leia a
jurisprudência administrativa dos cartórios, para saber como as varas
de registros públicos tem se posicionado no dia a dia das serventias.
Participe de eventos que as classes oferecem ao público em geral,
para compreender de dentro como funciona. E, tenha sempre o que
denominei de “mente dupla”. Se coloque no lugar do tabelião e do
registrador e tente compreender pelo lado dele o motivo pelo qual ele
nega alguma questão. Ao fazer isso, você pode encontrar alternativas
que não lhe vinham na cabeça e nem na dele. Atuar lado a lado com
as serventias extrajudiciais é a nova era da advocacia.

Se você chegou até aqui é porque está realmente comprometido


em dominar as práticas extrajudiciais. Posso te fazer um convite?
Como citei mais acima, compartilho diariamente conteúdos no meu
perfil de instagram @patriciapresser e no meu canal no Youtube
que te ajudarão diariamente a dominar ainda mais as práticas
extrajudiciais.
E se você não me conhece e mesmo assim adquiriu
esse e-book confiando no meu trabalho. Eu sou…

Patrícia Presser, atualmente advogada, mas atuei


por mais de 20 anos como tabeliã substituta de um
tabelionato de notas da capital do RS e hoje me
dedico para a advocacia extrajudicial porque nessa
área de atuação eu enxergo possibilidades que
poucos profissionais detêm. Minha missão é repassar
para você todo esse conhecimento que possuo para
que, assim como eu, você também conquiste sua
liberdade profissional.

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