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Lei 7783 89

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28/11/2022 22:15 L7783

Presidência
da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 7.783, DE 28 DE JUNHO DE 1989.

Dispõe sobre o exercício do


direito de greve, define as atividades essenciais,
Conversão da Medida Provisória nº 59, de 1989 regula o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

Art. 1º É assegurado o
direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo
e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

Parágrafo único. O
direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei.

Art. 2º Para os fins


desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva,
temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de
serviços a
empregador.

Art. 3º Frustrada a
negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a
cessação coletiva do trabalho.

Parágrafo único. A
entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão
notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito)
horas, da paralisação.

Art. 4º Caberá à
entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembléia geral que
definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a
paralisação coletiva da
prestação de serviços.

§ 1º O estatuto da
entidade sindical deverá prever as formalidades de convocação e o quorum para a
deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação da greve.

§ 2º Na falta de
entidade sindical, a assembléia geral dos trabalhadores interessados deliberará para os
fins previstos no "caput", constituindo comissão de negociação.

Art. 5º A entidade
sindical ou comissão especialmente eleita representará os interesses dos trabalhadores
nas negociações ou na Justiça do Trabalho.

Art. 6º São assegurados


aos grevistas, dentre outros direitos:

I - o emprego de meios
pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve;

II - a arrecadação de
fundos e a livre divulgação do movimento.

§ 1º Em nenhuma
hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger
os direitos e garantias fundamentais de outrem.

§ 2º É vedado às
empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como
capazes de frustrar a divulgação do movimento.

§ 3º As manifestações
e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho
nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.htm 1/4
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Art. 7º Observadas as
condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de
trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser
regidas pelo
acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.

Parágrafo único. É
vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de
trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses
previstas nos arts. 9º e
14.

Art. 8º A Justiça do
Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho,
decidirá sobre a procedência, total ou parcial, ou improcedência das
reivindicações,
cumprindo ao Tribunal publicar, de imediato, o competente acórdão.

Art. 9º Durante a greve,


o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou
diretamente com o empregador, manterá em atividade
equipes de empregados com o propósito
de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela
deterioração irreversível de bens, máquinas e
equipamentos, bem como a manutenção
daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do
movimento.

Parágrafo único. Não


havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de
contratar diretamente os serviços necessários a que se refere
este artigo.

Art. 10 São considerados


serviços ou atividades essenciais:

I - tratamento e
abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e
combustíveis;

II - assistência médica
e hospitalar;

III - distribuição e
comercialização de medicamentos e alimentos;

IV - funerários;

V - transporte coletivo;

VI - captação e
tratamento de esgoto e lixo;

VII - telecomunicações;

VIII - guarda, uso e


controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;

IX - processamento de
dados ligados a serviços essenciais;

X - controle de tráfego
aéreo;
X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; e              (Redação dada pela Medida Provisória nº 866, de 2018)                (Revogada pela Medida Provisória nº 883, de
2019)       
(Vigência Encerrada)
X - controle de tráfego
aéreo;

X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; e      (Redação dada pela Medida Provisória nº 866, de 2018)

X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; 


(Redação dada pela Lei nº 13.903, de 2019)

XI compensação
bancária.

XII - atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social e a assistência social;             (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.htm 2/4
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XIII - atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico, mental, intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da
integração de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, para fins de reconhecimento de direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015
(Estatuto da Pessoa com Deficiência); e              (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

XIV - outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.     (Incluído pela
Lei nº 13.846, de 2019)

XV - atividades portuárias.      
(Incluído pela Medida Provisória  nº 945, de 2020).

XV - atividades portuárias.       (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)

Art. 11. Nos serviços ou


atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados,
de comum acordo, a garantir, durante a greve, a
prestação dos serviços indispensáveis
ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

Parágrafo único. São


necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo
iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da
população.

Art. 12. No caso de


inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação
dos serviços indispensáveis.

Art. 13 Na greve, em
serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores,
conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos
empregadores e aos usuários com
antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.

Art. 14 Constitui abuso


do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a
manutenção da paralisação após a celebração de acordo,
convenção ou decisão da
Justiça do Trabalho.

Parágrafo único. Na
vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso do exercício
do direito de greve a paralisação que:

I - tenha por objetivo


exigir o cumprimento de cláusula ou condição;

II - seja motivada pela


superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a
relação de trabalho.

Art. 15 A
responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da greve,
será apurada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou
penal.

Parágrafo único.
Deverá o Ministério Público, de ofício, requisitar a abertura do competente inquérito
e oferecer denúncia quando houver indício da prática de delito.

Art. 16. Para os fins


previstos no art. 37, inciso VII, da Constituição, lei complementar definirá os termos
e os limites em que o direito de greve poderá ser exercido.

Art. 17. Fica vedada a


paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar
negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos
respectivos empregados
(lockout).

Parágrafo único. A
prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos
salários durante o período de paralisação.

Art.
18. Ficam revogados a Lei nº 4.330, de 1º de junho de 1964,
o Decreto-Lei nº 1.632, de 4 de agosto de 1978,
e demais disposições em contrário.

Art. 19 Esta Lei entra em


vigor na data de sua publicação.

Brasília, 28 de junho de
1989; 168º da Independência e 101º da República.

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.htm 3/4
28/11/2022 22:15 L7783

JOSÉ SARNEY
Oscar Dias Corrêa
Dorothea Werneck

Este texto não substitui o publicado no


DOU de 29.6.1989

 *

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.htm 4/4

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