Erros Ortográficos: Instituto Politécnico de Santarém Escola Superior de Educação
Erros Ortográficos: Instituto Politécnico de Santarém Escola Superior de Educação
Erros Ortográficos: Instituto Politécnico de Santarém Escola Superior de Educação
Erros Ortográficos
Agradeço à minha mãe, a quem dedico este relatório de estágio. O seu apoio
incondicional, dedicação, motivação e carinho foram essenciais, não só ao longo da conceção
deste relatório de estágio como durante todo o percurso académico. Sem a sua ajuda
dificilmente seria possível chegar até aqui.
Aos professores de todas as unidades curriculares em que estive presente que com
todo o seu árduo trabalho e empenho permitiram adquirir conhecimentos que me foram
gratificantes e úteis.
Ao meu tio Abel pelo enorme interesse, pelas trocas de impressões e comentários ao
trabalho e disposição em colaborar sempre que solicitei a sua ajuda, obrigado pelo estímulo e
apoio e sensatez com que sempre me ajudou.
Às minhas amigas Filipa Bento e Ana Filipa a quem agradeço todo o apoio, motivação e
auxílio em toda a construção deste relatório de estágio.
Às escolas e às turmas com quem trabalhei e que permitiram a realização desta prática
do estudo.
I
II - Resumo
Em seguida, farei uma análise aos dados colhidos e darei a conhecer as estratégias
que na minha opinião poderão contribuir para combater o erro ortográfico.
II
III – Abstract
Entitled, “Spelling Mistakes: How a Teacher can Contribute to the Education of Students
spelling Mistakes”, this report aims to present, in a reflective way, the work developed in
internships during the Masters Degree in teaching first and second cycle s of schooling (from
grades first to sixth). This report is divided into two parts: one part regarding the completed
interships and the other regarding the investigative component.
The first part is divided into two parts, one regarding the first cycle (grand first to fourth)
internships and the other regarding the second cycle (fifth and sixth grades) internships I
completed. Both parts will feature the institutions and the contexts in which they are found, the
teaching practice that I have developed (specifically the completion of the curriculum), reflection
on planning and the functioning of educational activity, as well as the evolution that was carried
out.
The second part focuses on the study carried out on spelling mistakes in which the study
subjects are two classes of third ear students.
With the intention of contextualizing the object of stud of this work, I completed a
theoretic framework which covers a reflection on spelling mistakes, its causes, origins and
typologies from the perspective of certain authors.
Secondly, I will analyse the data collected and offer strategies that, in m opinion, will
contribute to combating spelling mistakes.
The results reveal that the implementation of these strategies of error suppression in the
classroom are favourable, allowing students to significantly improve spelling mistakes in their
written work.
III
Índice
Pág.
I AGRADECIMENTOS…………………………………………………………. I
II RESUMO………………………………………………………………………… II
III ABSTRACT……………………………………………………………………… III
0. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………. 1
PARTE I – O ESTÁGIO 2
1. CONTEXTOS DE ESTÁGIO ………………………………………………… 2
1.1 Contexto de estágio do 1º CEB ……………………………………………. 3
1.1.1 Contexto de estágio em 2.º ano do Ensino Básico ……………………… 3
1.1.2 Contexto no 3º ano do Ensino Básico ……………………………………… 4
1.2 Contexto de Estágio no 2º Ciclo …………………………………………… 7
1.2.1 Contexto de estágio no 5.º ano do Ensino Básico - Português e História e 7
Geografia de Portugal …………………………………………………………
1.2.2 Contexto de estágio no 5º ano do Ensino Básico – Matemática e 9
Ciências da Natureza………………………………………………….………..
2. PRÁTICA DE ENSINO NOS ESTÁGIOS ……………………………………. 13
2.1 Caraterização Curricular……………………………………………………… 13
3. PLANEAMENTO DA ATIVIDADE EDUCATIVA…………………………… 20
3.1 Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos……………………. 20
3.2 Objetivos de Aprendizagem…………………………………………………… 27
3.3 Metodologias de Ensino……………………………………………………… 30
4. OPERACIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE EDUCATIVA……………………. 33
4.1 Organização do ambiente educativo…………………………………………. 33
4.2 Relação e ação educativa……………………………………………………… 34
4.3 Contributo para a planificação e ação didática……………………………… 36
4.4 Avaliação……………………………………………………………………….... 39
4.4.1 Instrumentos de avaliação utilizados…………………………………………. 39
PARTE II – PRÁTICA INVESTIGATIVA 41
1. CONTEXTO, QUESTÃO DE ESTUDO E OBJETIVOS…………………… 41
1.2 Enquadramento curricular……………………………………………………… 42
1.3 Enquadramento teórico………………………………………………………… 43
1.3.1 Uma reflexão sobre o erro ortográfico……………………………………… 43
1.3.1.1 Da escola ao erro ortográfico………………………………………………….. 43
1.3.1.2 Causas ou origens que estão na origem dos erros ortográficos…………... 45
1.3.1.3 Tipologias de erro ortográfico………………………………………………… 46
IV
2. METODOLOGIA ……………………………………………………………… 50
2.1 Opções metodológicas………………………………………………………… 50
2.2 Sujeitos de estudo/participantes……………………………………………… 51
2.3 Instrumento de recolha de dados…………………………………………… 51
2.4 Análise ortográfica de textos………………………………………………… 52
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………… 68
IV REFLEXÃO FINAL……………………………………………………………… 70
V REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………….. 72
VI ANEXOS…………………………………………………………………………. 75
Anexo 1 - Imagem Projetada………………………………………………….. 75
Anexo 2 - Folha com Linhas fornecida aos alunos………………………… 76
Anexo 3 - Textos realizados pelos alunos da turma A……………………… 77
Anexo 3.1 – Aluno 1……………………………………………………………. 77
Anexo 3.2 - Aluno2……………………………………………………………… 78
Anexo 3.3 - Aluno 3…………………………………………………………….. 79
Anexo 3.4 - Aluno 4…………………………………………………………….. 80
Anexo 3.5 - Aluno 5…………………………………………………………….. 81
Anexo 3.6 - Aluno 6…………………………………………………………….. 82
Anexo 3.7 - Aluno 7…………………………………………………………….. 83
Anexo 3.8 - Aluno 8…………………………………………………………….. 84
Anexo 3.9 - Aluno 9…………………………………………………………….. 85
Anexo 3.10 - Aluno 10………………………………………………………….. 86
Anexo 3.11 - Aluno 11………………………………………………………….. 87
Anexo 3.12 - Aluno 12………………………………………………………….. 88
Anexo 3.13 - Aluno 13………………………………………………………….. 89
Anexo 3.14 - Aluno 14………………………………………………………….. 90
Anexo 3.15 - Aluno 15………………………………………………………….. 91
Anexo 3.16 - Aluno 16………………………………………………………….. 92
Anexo 3.17 - Aluno 17………………………………………………………….. 93
Anexo 4 - Textos realizados pelos alunos da turma B……………………… 94
Anexo 5 - Exercício "Opção Certa" realizado pelos alunos………………... 105
Anexo 6 - Exercício "Preenchimento de Espaços" realizado pelos alunos. 122
Anexo 7 – Textos recolhidos na turma A, após intervenção……………….. 131
Anexo 8 – Textos finais recolhidos na turma B……………………………… 148
V
Índice de Quadros
Pág.
Quadro nº1 - Horário praticado na escola – 2º ano………………………………… 3
Quadro nº2 - Horário praticado na escola – 3º ano………………………………… 5
Quadro nº3 - Tipologia do erro ortográfico apresentada por Gomes…………… 47
Quadro nº4 - Análise ortográfica do texto - Aluno 1……………………………… 52
Quadro nº5 - Análise ortográfica do texto – Aluno 2……………………………… 53
Quadro nº6 - Análise ortográfica do texto – Aluno 3……………………………… 53
Quadro nº7 - Análise ortográfica do texto – Aluno 4……………………………… 54
Quadro nº8 - Análise ortográfica do texto – Aluno 5……………………………….. 54
Quadro nº9 - Análise ortográfica do texto – Aluno 6………………………………. 55
Quadro nº10 - Análise ortográfica do texto – Aluno 7……………………………… 55
Quadro nº11 - Análise ortográfica do texto – Aluno 8……………………………… 56
Quadro nº12 - Análise ortográfica do texto – Aluno 10……………………………… 56
Quadro nº13 - Análise ortográfica do texto – Aluno 11……………………………… 57
Quadro nº14 - Análise ortográfica do texto – Aluno 12……………………………… 57
Quadro nº15 - Análise ortográfica do texto – Aluno 13……………………………… 57
Quadro nº16 - Análise ortográfica do texto – Aluno 14……………………………… 58
Quadro nº17 - Análise ortográfica do texto – Aluno 15……………………………… 58
Quadro nº18 - Análise ortográfica do texto – Aluno 16……………………………… 58
Quadro nº19 - Análise ortográfica do texto – Aluno 17……………………………… 58
VI
Índice de Imagens
Pág.
Imagem nº 1 - Muçulmanos na Península Ibérica…………………………………. 24
Imagem nº 2 - Banda Desenhada……………………………………………………… 25
Imagem nº 3 - Quantidade de água no organismo dos seres vivos……………… 26
Imagem nº 4 - Descobre o Erro………………………………………………………… 63
Imagem nº 5 - Opção Certa…………………………………………………………….. 64
Imagem nº 6 - Exemplo de um exercício efetuado por um aluno………………… 64
Imagem nº 7 - Preenchimento dos espaços………………………………………….. 65
Imagem nº 8- Preenchimento os espaços – Aluno com dificuldade……………… 65
Imagem nº9- Preenchimento dos espaços – Aluno sem dificuldade…………… 66
Imagem nº10- Ditado…………………………………………………………………… 66
Imagem nº11- Texto recolhido turma A……………………………………………… 69
Imagem nº12- Texto recolhido turma B……………………………………………… 69
VII
Índice de Gráficos
Pág.
Gráfico nº 1 - Frequência dos erros detetados……………………………………… 59
VIII
Introdução
1
Parte I – O Estágio
1. Contextos de estágio
A minha experiência prática durante o curso de Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º ciclo do
Ensino Básico, ocorreu em escolas situadas na cidade de Santarém e abrangeu tanto o 1º
como o 2º ciclo. Os estágios do 1º ano do curso aconteceram em turmas do 2º e 3º ano do
primeiro ciclo e os do 2º ano em turmas de 5º ano, nas disciplinas de Português, História e
Geografia de Portugal, Matemática e Ciências Naturais.
2
1.1 Contextos de estágio no 1.º CEB
No que respeita às instalações, esta Escola possui dez salas de aula, sendo duas de
Educação Especial, denominadas por Unidade de Ensino Estruturado – Sala TEACCH – e
Unidade de Apoio Especializado – Sala de Multideficiências, existe também uma
Biblioteca/Centro de Recursos, integrada na rede de Bibliotecas Escolares, um refeitório, um
polivalente usado para as aulas de Expressão Física e Motora, para Atividades Físicas e
Desportivas e para festas ou atividades várias realizadas pelas turmas.
Na parte exterior da escola, o espaço é bastante amplo sendo usado para momentos de
descontração e para cultivo de uma horta.
Caracterização da turma
A turma era constituída por 20 alunos, 11 do sexo masculino e 9 do sexo feminino, com
idades compreendidas entre os 6 e os 7 anos. Todos os alunos estavam matriculados no 2º
ano de escolaridade do 1.º ciclo do Ensino Básico, embora um aluno acompanhasse o
programa do 1º ano. Este aluno tinha dificuldades, sobretudo, ao nível da leitura e o método de
aprendizagem utilizado pela professora era o das 28 palavras. Esta informação foi-me
facultada pela professora titular, que era quem trabalhava particularmente com ele, justificando
que considerava ser este o método mais adequado para o aluno em causa.
A acrescentar a esta situação, a turma tinha, ainda, dois alunos com Necessidades
Educativas Especiais, um com paralisia cerebral e outro com um espetro de autismo, que
3
trabalhavam de acordo com o seu Currículo Específico Individual e o seu Programa Educativo
Individual. Apesar de estes alunos pertencerem a esta turma e de estarem a maior parte do
tempo dentro da sala com os restantes colegas, o processo de ensino e de aprendizagem era
feito separadamente, por uma professora de Apoio Educativo. Esta professora também
auxiliava outros alunos, da turma, que apresentassem mais dificuldades.
Ainda de salientar que, como havia, dois alunos de nacionalidade estrangeira, havia
uma professora de Português Língua Não Materna que os apoiava com regularidade. Estes
alunos, como já estavam em Portugal há um ano e tinham este apoio, conseguiam realizar
todas as atividades que eram solicitadas à turma.
A turma em geral apresentava maior preferência pelas áreas de estudo do meio,
expressão plástica e português, revelando maiores dificuldades a matemática, em particular no
que respeita ao raciocínio matemático. Apesar de português ser uma área de preferência, os
alunos tinham dificuldades de expressão oral, de compreensão textual e de expressão escrita,
constituindo estes aspetos prioridades indicadas no Projeto Curricular de Turma - PCT.
A nível comportamental, os alunos eram um pouco barulhentos, pois dispersavam-se
facilmente. Mas bastava uma chamada de atenção para os envolver no trabalho diário. Não
considero, ainda assim, que esta turma tivesse problemas comportamentais.
É também de referir que oito alunos frequentavam atividades de enriquecimento
curricular, sendo estas uma mais-valia, uma vez que eram trabalhadas temáticas que se
prendiam com as dificuldades dos alunos – áreas da matemática e do português.
A nível das atividades extracurriculares, grande parte dos alunos frequentava pelo
menos uma atividade após as atividades letivas - natação, catequese, futebol, patinagem,
ballet e ATL.
Ainda de acordo com o PCT, a turma apresentava como pontes fortes:
Interesse;
Motivação;
Excelente consciência física;
Acompanhamento parental.
Os pontos fracos prendiam-se na sua maioria com:
Atenção/ concentração.
4
Esta escola pertence a um Agrupamento do qual fazem parte, nove Jardins de Infância,
treze Escolas do 1º Ciclo e uma Escola do 2º e 3º Ciclos.
No ano letivo em que decorreu o estágio, mais precisamente 2011/2012, esta Escola
contava com 139 alunos, distribuídos por seis turmas.
O horário praticado na escola era igual para todas as turmas:
A Escola tinha uma porta central, seguida de um hall que dava acesso às seis salas de
aula, das quais quatro funcionavam no rés-do-chão e duas no 1.º andar, onde também se
encontrava um outro hall utilizado como biblioteca, e uma pequena arrecadação.
O espaço escolar era servido por um alpendre, onde se situavam dois blocos de casas
de banho e onde decorriam os recreios, as festas escolares e as atividades de expressão
físico-motora e dramática. A escola tinha, também, um refeitório.
O recreio era um espaço livre, murado e cercado, com dois portões, que se
encontravam rodeado com árvores de grande porte, tendo uma zona de chão sintético onde se
encontrava um escorrega e um balancé. O piso do recreio caraterizava-se pela sua
irregularidade, principalmente na zona traseira da Escola, e impermeabilidade.
Caracterização da turma
O estágio no 1º Ciclo do Ensino Básico -2º Semestre, decorreu numa turma de 3º ano,
numa Escola pertencente ao concelho de Santarém, como já referi anteriormente.
A turma era constituída por 24 alunos, 14 do sexo masculino e 10 do sexo feminino,
com idades compreendidas entre 8 e 10 anos. Todos os alunos estavam matriculados no 3.º
ano de escolaridade do 1.º ciclo do Ensino Básico, não havendo alunos em situação de
repetição. Todos eles frequentaram a Educação Pré-Escolar.
A turma tinha um aluno do sexo masculino com necessidades educativas especiais –
Dislexia - e dois alunos, também do sexo masculino, com apoio educativo a nível da língua
portuguesa e matemática.
Esta turma do 3.º ano era bastante homogénea, no sentido de que era participativa,
empenhada e trabalhadora. Os alunos apresentavam um bom nível de desenvolvimento e de
5
aprendizagem, sendo, maioritariamente, autónomos na realização dos trabalhos/tarefas
propostos.
A turma, em geral, apresentava maior preferência pelas disciplinas de matemática e
língua portuguesa, mas alguns alunos apresentavam maior resistência às disciplinas das áreas
das expressões. Alguns alunos eram inibidos, não tendo à-vontade de realizar determinados
trabalhos nos quais estavam mais expostos à atenção dos colegas; outros não simpatizavam
com a expressão plástica, geralmente os alunos do sexo masculino, pois não gostam de
desenhar, pintar ou recortar. No entanto, todos os alunos realizavam as atividades propostas
pelas docentes.
Alguns alunos, predominantemente do sexo masculino, revelavam dificuldades a nível
da aprendizagem, nomeadamente:
Leitura e expressão escrita;
Concentração/atenção na execução de trabalhos;
Compreensão da expressão escrita;
Raciocínio matemático e cálculo mental.
6
Os pontos fracos prendem-se maioritariamente com:
Falta de iniciativa e responsabilidade pessoal;
Falta de hábitos de estudo e trabalho autónomo, revelado por alguns alunos.
Caracterização da instituição
A Escola de 2º e 3º ciclos está subordinada à Direção Regional de Educação de Lisboa
e Vale do Tejo (DRELVT), localizando-se na cidade de Almeirim. Todavia, as escolas
pertencentes ao Agrupamento encontram-se bastante dispersas entre si.
Fazem parte deste Agrupamento quatro Jardins-de-infância, seis Escolas de 1º Ciclo,
uma Escola de 2º e 3º ciclos e uma Escola Secundária.
A Escola 2º e 3º ciclos situa-se numa zona essencialmente habitacional e de
restauração. Trata-se de um estabelecimento de tipologia T30 (com capacidade para trinta
turmas), possuindo vinte salas normais, seis laboratórios, duas salas de Informática, seis salas
de Educação Visual e Tecnológica, quatro gabinetes de trabalho e três gabinetes para clubes.
Possui refeitório, buffet, papelaria, serviços administrativos, biblioteca escolar/centro de
recursos educativos (BE/CRE), pavilhão gimnodesportivo com sala especializada, dois campos
de jogos exteriores, balneários e sanitários, estando os diversos espaços em razoável estado
de conservação.
No ano letivo, de 2011/2012, a escola contava com 420 alunos no 2º ciclo, distribuídos
por 18 turmas, e 277 alunos no 3º ciclo, distribuídos por 12 turmas.
No que concerne ao segundo ciclo, a escola contava com 7 turmas de 5º ano e nove de
6º ano, perfazendo um total 166 alunos no 5º ano e 214 no 6º ano.
O horário praticado na escola incluía dois períodos: o da manhã e o da tarde. No
período da manhã, as aulas iniciavam às 8h e 30 m e terminavam às 13h e 30m; o período da
tarde começava às 13he 45m e acabava às 16h e 55m.
Os tempos de 45min de disciplinas diferentes aliam-se, funcionando como blocos de
90min, visto não haver intervalo, mas apenas mudança de professor. O tempo de 45min de
Educação Física ficava no último tempo ou no primeiro da manhã, quando os alunos entravam
às 9h 15min, a fim de se diminuírem as perdas de tempo útil de aula, devido à distância física
entre os blocos.
7
Caracterização das turmas
Este estágio decorreu em duas turmas que dominarei de B e G.
Turma B
A turma B era constituída por 20 alunos, 10 do sexo masculino e 10 do sexo feminino,
com idades compreendidas entre 10 e os 16 anos. Todos os alunos estavam matriculados no
5.º ano de escolaridade do 2.º ciclo do ensino básico, havendo apenas uma aluna, no 5.º ano,
em situação de repetência. No projeto curricular de turma registava-se, também: três alunos
com problemas visuais, uma aluna com epilepsia, um aluno com síndrome de asperger, um
aluno com rinite alérgica, cinco alunos com dislexia e dois alunos com défice de atenção.
A turma B do 5.º ano era bastante homogénea no que concerne à participação,
empenho e trabalho. Os alunos apresentavam um bom nível de desenvolvimento e de
aprendizagem, sendo, maioritariamente, autónomos na realização dos trabalhos/tarefas
propostos.
Alguns alunos apresentavam dificuldade na expressão oral, condicionando a sua
participação na aula e realização de trabalhos nos quais estavam mais expostos à atenção dos
colegas; no entanto, todos os alunos realizavam as atividades propostas pelas docentes.
Uma minoria dos alunos revelava dificuldades a nível da aprendizagem,
nomeadamente:
Compreensão, aquisição e aplicação de conhecimentos;
Ortografia e metodologia de estudo;
Atenção, concentração.
Existia apenas um aluno, do sexo masculino, com problemas a nível comportamental,
nomeadamente no cumprimento das regras estabelecidas na sala de aula. Nas aulas
assistidas, o aluno mostrava interesse e empenho, não tendo tido este tipo de comportamento.
A nível das atividades extracurriculares, uma parte dos alunos frequentava o ATL após
as atividades letivas, assim como clubes, nomeadamente artes dramáticas, dança, ténis de
mesa e natação.
A maioria dos alunos vivia com os pais e tinha, geralmente, um ou dois irmãos, sendo o
seu agregado familiar composto por quatro a cinco elementos.
A turma apresentava, como pontos fortes, aspetos relacionados com as suas atitudes
em sala de aula, destacando-se:
Interesse;
Participação;
Colaboração;
Comunicação.
8
Sobre os Pontos fracos, a professora cooperante considerou que seria prematuro emitir
parecer.
Turma G
A turma G era constituída por 20 alunos, 13 do sexo masculino e 7 do sexo feminino
com idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos de idade. A constituição da turma tinha
origem em 2 turmas do 1º ciclo, todos os alunos estavam matriculados no 5º ano de
escolaridade do 2º ciclo do ensino básico, havendo dois alunos repetentes.
A turma, em termos de especificidades e de acordo com o PCT, era constituída por:
cinco alunos com necessidades educativas especiais abrangidos pela Lei 3/2008, sendo que
havia um aluno com currículo específico individual, um aluno com o programa específico
individual, um aluno com dislexia, um aluno com problemas cognitivos e uma aluna com
problemas auditivos.
Esta turma era participativa e realizava de forma autónoma os trabalhos propostos tanto
por nós, estagiárias, como pela professora de sala, contudo necessitava de constantes
repreensões, devido à falta de atenção.
A maioria dos alunos revelava dificuldades a nível da aprendizagem, nomeadamente:
Compreensão, aquisição e aplicação de conhecimentos;
Atenção, concentração.
A maior parte dos alunos vivia com os pais e tinha, geralmente, um irmão, sendo o seu
agregado familiar composto por três a quatro elementos.
Como pontos fortes, destacam-se:
Participação;
Colaboração.
Observação: Não foi permitida uma melhor caraterização da turma G, porque os dados
fornecidos foram escassos (uma folha).
9
Caracterização da instituição
A escola referente a este estágio situa-se no concelho de Santarém numa zona pouco
povoada.
Os recursos físicos que o Agrupamento possuía são 16 estabelecimentos, sendo eles,
quatro Jardins de Infância (JI), quatro Escolas Básicas de 1º Ciclo com Jardim de Infância
(EB1/JI), sete Escolas Básicas de 1º Ciclo (EB1), e uma Escola Básica de 2º e 3º Ciclos
(EB2,3).
Os edifícios escolares apresentavam características bastante ajustadas às
necessidades de todos os elementos que estão presentes na comunidade escolar. Desta
forma, a área escolar era composta por quatro blocos nos quais se encontram as salas de aula
e serviços, sendo eles: a biblioteca, o auditório, a sala de informática, o laboratório de
matemática, entre outros, os quais todas as escolas deveriam conter, de acordo com as
normas estabelecidas pelo Ministério da Educação.
É de realçar alguns serviços que foram criados com características que considero
francamente importantes, tais como: uma sala onde funcionava a Unidade de Multideficiência,
locais que foram readaptados com rampas de acesso, um elevador, nomeadamente, no bloco
principal.
As salas da escola tinham as características básicas necessárias para o bom
funcionamento das aulas. Os materiais existentes na sala de aula eram: um televisor
juntamente com um vídeo, um sistema de aquecimento, um placard de cortiça para que os
alunos pudessem fixar os seus trabalhos, cacifos para guardarem os materiais, assim como um
armário.
Os anos lecionados naquela escola eram o 2º Ciclo (5º e 6º ano) e o 3º Ciclo (7º, 8º e 9º
ano). O ensino básico regular destinava-se à maioria dos alunos. Como existiam casos de
alunos com necessidades educativas especiais diversas, marca presença a Educação Especial
– Unidade de Apoio Especializado à Multideficiência (UAEM), Sala de Apoio a Alunos Surdos
(SAAS) e Projeto de Transição para a Vida Ativa (TVA).
Turma A
A turma A é constituída por 20 alunos, 10 do sexo masculino e 10 do sexo feminino,
com idades compreendidas entre 10 e os 14 anos. Todos os alunos estavam matriculados no
5.º ano de escolaridade do 2.º ciclo do ensino básico, havendo apenas um aluno do sexo
masculino que nunca compareceu às aulas.
10
A turma apresentava, no PCT: dois alunos com alergia ao pó, uma aluna com problema
renal (bexiga de bebé), um aluno com falta de ar e um aluno com dislexia.
A turma B do 5.º ano era bastante heterogénea, nomeadamente no que concerne aos
níveis de aprendizagem, existindo alunos com bons resultados, no que refere a aprendizagens,
e outros que não apresentam um nível de desenvolvimento tão grande. A turma em geral era
participativa.
As dificuldades a nível da aprendizagem observam-se na:
Compreensão, aquisição e aplicação de conhecimentos;
Atenção, concentração.
A nível das atividades extracurriculares, a maioria dos alunos não frequentava o ATL
após as atividades letivas.
De um modo geral, os alunos viviam com os pais e tinham um ou dois irmãos, sendo o
seu agregado familiar composto por quatro a cinco elementos.
Os Pontos fracos:
Métodos de trabalho;
Produção e interpretação de textos;
Cálculo e raciocínio;
Atenção e concentração;
Indisciplina;
Dificuldade em saber ouvir, uma vez que são muito faladores.
Turma C
A turma C era constituída por 20 alunos, 8 do sexo masculino e 12 do sexo feminino
com idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos de idade.
As especificidades dos alunos da turma reportavam, de acordo com o PCT a: um aluno
com tumor cerebral e atraso cognitivo, uma aluna com síndrome de Turner e um aluno com
dislexia.
A turma C do 5.º ano era bastante heterogénea, nomeadamente, no que concerne aos
níveis de aprendizagem, existiam alunos com bons níveis de desempenho e outros que não
apresentam um nível de desenvolvimento tão grande. No entanto, a turma em geral era
11
participativa. Alguns alunos eram empenhados, trabalhadores e autónomos na realização dos
trabalhos propostos.
A maioria dos alunos revelava dificuldades a nível da aprendizagem, nomeadamente:
Compreensão, aquisição e aplicação de conhecimentos;
Atenção, concentração.
A grande maioria dos alunos vivia com os pais e tinha, geralmente, um ou três irmãos,
sendo o seu agregado familiar composto por três a seis elementos.
No que concerne às atividades extra curriculares, nenhum aluno frequentava clubes.
Nas atividades fora da escola, os alunos participavam em atividades de ginástica, natação e
karaté.
Pontos fracos:
Alguns alunos com falta de pré-requisitos e métodos de trabalho;
Alguns alunos com dificuldades no domínio do cálculo e do raciocínio;
Alunos que nem sempre cumpriam os trabalhos de casa;
Alguns alunos com ritmo de trabalho muito lento;
Alguns alunos não conseguem manter a concentração durante todo o tempo da aula;
Alguns alunos que são alvo do acompanhamento da CPCJ (abandono escolar ou em
risco de abandono);
Alguns problemas de convivência e/ou conflito entre certos alunos da turma.
12
2.Prática de Ensino nos Estágios
13
- Representar números na reta numérica;
- Compor e decompor números;
- Identificar e dar exemplos de representações para o mesmo número;
- Representar números na reta numérica;
- Compreender as operações e ser capaz de operações com números naturais;
- Desenvolver destrezas de cálculo aritmético mental e escrito;
- Identificar e dar exemplos de números pares e ímpares.
As Estratégias utilizadas foram: trabalho em grupo, individual e em grande grupo: Realização
de exercícios de aplicação e correção dos mesmos, jogos lúdicos e exploração do manual
À Descoberta de Si Mesmo
O seu corpo
A saúde do seu corpo
- Reconhecer as modificações do seu corpo, através do peso, da altura e da idade;
- Identificar os órgãos dos sentidos: localizar, no corpo, os órgãos dos sentidos; distinguir
objetos pelo cheiro, sabor, textura, forma…; distinguir sons, cheiros e cores do ambiente que o
cerca (vozes, ruídos de máquinas, cores e cheiros de flores…);
À descoberta dos Outros e das Sociedades
Vida em sociedade
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- Conhecer e aplicar algumas regras de convivência social;
- Contactar e recolher dados sobre coletividades, serviços de saúde, correios, bancos,
organizações religiosas, autarquias, entre outros.
À Descoberta dos Materiais e Objetos
Realizar experiências com alguns materiais e objetos de uso corrente
- Comparar materiais segundo algumas das suas propriedades (flexibilidade, resistência,
solubilidade, dureza, transparência, combustibilidade…);
À Descoberta dos Outros e das Instituições
A vida em sociedade
- Identificar profissões (merceeiro, médico, agricultor, sapateiro, operário, carteiro…).
No Português, trabalhei com base nos Objetivos pertencentes aos seguintes domínios:
Oralidade
3. Produzir discursos orais com diferentes finalidades e com coerência.: Usar
oportunamente a palavra, de modo audível, com boa dicção e olhando para o interlocutor
(Fonte: Metas Curriculares de Português).
As estratégias utilizadas foram: o trabalho individual e coletivo, havendo momentos de leitura
de algumas partes de textos, em voz alta, respostas orais às questões colocadas por mim, dar
opiniões e justificá-las oralmente.
Leitura e escrita
6. Ler textos diversos: Ler textos narrativos (Fonte: Metas Curriculares de Português).
15
7. Compreender o sentido dos textos: Detetar o foco da pergunta (Fonte: Metas Curriculares
de Português).
As estratégias utilizadas foram: o trabalho em grande grupo e individual de textos, através da
exploração das imagens dos textos, da prática da leitura silenciosa e leitura em voz alta,
exploração de textos através de questões orais e compreensão e interpretação de textos
através de questões escritas, procura de vocabulário difícil.
Educação literária
20. Ler e interpretar textos literários: Reconhecer a estrutura e elementos constitutivos do
texto narrativo - personagens (principal e secundárias), narrador; contexto temporal e espacial,
ação (situação inicial, desenvolvimento da ação- peripécias, problemas e sua resolução),
Responder, de forma completa, a questões sobre os textos (Fonte: Metas Curriculares de
Português).
As estratégias utilizadas foram: o trabalho em grande grupo, em grupos e individual, fazendo-
se explorações textuais, realizando as respostas às questões do manual e realizando fichas
entregues pela professora.
Gramática
24. Reconhecer e conhecer classes de palavras: Integrar as palavras nas classes a que
pertencem:
a) Nome: próprio e comum (coletivo);
b) Adjetivo: qualificativo
e) Determinante: artigo (definido e indefinido) (Fonte: Metas Curriculares de Português).
As estratégias utilizadas foram: o trabalho em grande grupo, em grupo e individual, através da
apresentação e exploração de suportes áudio visuais e realização de fichas.
16
As estratégias utilizadas para estes conteúdos foram: o trabalho em grande grupo, trabalho em
grupo e individual, tendo apresentado e explorado um PowerPoint, utilizado o manual, feito
jogos de consolidação de conteúdos e apresentado um filme síntese.
Frações equivalentes;
- Simplificação de frações;
- Comparação e ordenação
- Comparar e ordenar números racionais representados de diferentes formas;
17
Tabelas de frequências absolutas e relativas
Gráficos de barras, pontos e diagramas de caule-e-folhas
Extremos e amplitude
Moda
Média aritmética
- Recolher, classificar em categorias ou classes, e organizar dados de natureza diversa.
- Classificar dados de natureza diversa.
- Construir e interpretar tabelas de frequências absolutas e relativas, gráficos de barras, de
pontos e diagramas de caule-e-folhas.
- Compreender e determinar os extremos e a amplitude de um conjunto de dados.
- Compreender e determinar a moda de um conjunto de dados e indicar a sua adequação da
sua utilização num dado contexto.
- Interpretar os resultados que decorrem da organização e representação de dados, e formular
conjeturas a partir desses resultados.
- Compreender e determinar a média aritmética de um conjunto de dados e indicar a
adequação da sua utilização, num dado contexto
- Utilizar informação estatística para resolver problemas e tomar decisões.
As estratégias utilizadas foram: o trabalho em grande grupo, em grupos e individual: projeção e
exploração de um PowerPoint, realização de exercícios, construção de um diagrama,
realização de exercícios de consolidação e de fichas de trabalho.
- Reconhecer que todos os seres vivos são constituídos por unidades fundamentais, as células;
- Conhecer as partes fundamentais de uma célula;
- Saber utilizar/ manusear corretamente o microscópio ótico;
19
3. Planeamento da atividade educativa
20
levantamento geral do conhecimento dos alunos da turma. Para isso antes de iniciar uma
atividade colocava questões à turma sobre o tema a trabalhar, tentando provocar um pequeno
debate, para deste modo conseguir perceber quais as aprendizagens que já possuíam e qual a
melhor forma de abordar a matéria. O diálogo entre o professor e os alunos era uma das
estratégias que considerava mais adequada, na medida em que propiciava “... uma exploração
mais rica e flexível e eficaz em alunos mais novos” (Miras, 2006, citado por Vitorasso, 2010,
p.18).
De entre as situações em que procedi deste modo, destaco no 1º ciclo, na área do Estudo
do Meio, o bloco 1 – Á Descoberta de Si Mesmo, nomeadamente A Saúde do seu Corpo
(Ministério da Educação. (2004).
Antes de trabalhar este conteúdo, dialoguei com os alunos com a finalidade de analisar os
conhecimentos prévios dos alunos sobre o mesmo. Questionei-os sobre a sua higiene oral,
sobretudo, o que estes faziam para manter os dentes saudáveis, se conseguiam enumerar
algumas regras de higiene e como deviam proceder para realizar uma boa lavagem e
escovagem dos dentes. Perante estas questões, os alunos conseguiam expor algumas regras,
das quais destaco, descrever corretamente como deviam ser realizados os procedimentos para
uma boa lavagem e escovagem de dentes, apontando no final que para manterem os dentes
saudáveis não deviam comer doces. Apercebi-me, então que os alunos detinham algum
conhecimento sobre o tema, com intervenções corretas sobre o mesmo, tendo estado bastante
participativos. Perante esta reação planeei a aula, refletindo sobre os conhecimentos que me
foram apresentados pelos alunos e na informação que lhes podia fornecer para ampliar esse
conhecimento. Optei por utilizar o manual Alfa – Estudo do Meio 2º ano da Porto Editora, uma
vez que a informação ali contida ia ao encontro dos objetivos que delineei para
aprofundamento dos conhecimentos dos alunos.
Ainda no 1º ciclo, na área da Matemática numa das aulas da minha prática letiva, antes de
explorar os números pares e ímpares, à semelhança do Estudo do Meio conversei com os
alunos com objetivo de detetar os conhecimentos prévios dos mesmos. Perguntei-lhes se
sabiam quantos elementos formavam um par e apresentei uma afirmação para os ajudar a
chegar à resposta dizendo: “Vou comprar um par de sandálias!” Perante esta afirmação
questionei-os sobre quantas sandálias iria comprar. No início os alunos apresentaram alguma
dificuldade em responder quantos elementos formavam um par, mas com a ajuda da afirmação
que lhes apresentei, os alunos já começaram a demonstrar algum conhecimento e acabaram
respondendo corretamente à questão dizendo que um par era formado por dois elementos. No
que concerne aos números ímpares, apresentei-lhes um desenho no quadro de cinco meias e
perguntei: “Será o número 5, um número par ou impar?” Alguns alunos responderam par,
outros impar, então comecei por pedir-lhes para formar pares de meias com as 5 meias
apresentadas. Os alunos chegaram à conclusão que poderiam ser formados 2 pares de meias
21
(4 meias) e que sobrava uma meia, logo o número 5 não poderia ser um número par. (Lima,
Barrigão, Pedrosa e Rocha – Alfa Matemática 2º ano 2011)
Este diálogo com os alunos permitiu-me analisar o conhecimento que os alunos tinham
sobre o tema e até relembrar os mesmos. Como notei que nem todos os alunos sabiam bem
responder a perguntas sobre este tema, decidi planear a aula, começando com uma
abordagem aos conceitos básicos, com o objetivo de relembrar os alunos que não se
recordavam dos números pares e ímpares. Após explicar, consegui fazer os alunos recordar
este tema. Uma das dificuldades que encontrei foi “acalmar” os alunos que já sabiam, porque
queriam responder constantemente e não deixavam os restantes pensar um pouco. Neste
sentido, sinto que poderia ter ultrapassado esta dificuldade dando um exercício aos alunos que
já tinham algum conhecimento sobre o tema, para que estes o resolvessem enquanto eu
relembrava aos restantes alunos os conceitos a saber, optando assim por uma pedagogia
diferenciada, ou seja, resposta às necessidades de aprendizagem dos alunos, de uma forma
particular de acordo com as suas caraterísticas. Houve uma adaptação diferente de ensino, de
modo a respeitar a aprendizagem de conteúdos de forma mais individualizada, respeitando as
caraterísticas de cada aluno nomeadamente no que diz respeito ao seu ritmo de aprendizagem
e saber cognitivo (Tomlinson 2002 citado por CAP1 & DFP2 2008).
Na área do Português (1º ciclo) recordo uma aula em que fiz a exploração do género
masculino e feminino. Antes de iniciar a aula questionei os alunos sobre a flexão em género,
nomeadamente, se sabiam o que significa a palavra género e o que era o masculino e o
feminino. A esta última questão muitos responderam que feminino era quando a palavra
terminava na vogal –a, e masculino quando a palavra terminava na vogal – o. Durante este
diálogo, apercebi-me que os alunos sabiam o que era o género masculino e feminino só não
sabiam como explicar estes conceitos corretamente neste sentido reforçado a compreensão do
conceito de feminino e de masculino. Expliquei-lhes que os nomes podem ser do género
masculino ou do género feminino. Que o género masculino se refere a nomes que identificam
seres do sexo masculino, exemplificando com o exemplos - rapaz, cão ou recorrendo a
palavras (nomes) antecedidas dos determinantes o ou um.
Utilizei a explicação que os alunos mencionaram relativamente ao que era para eles o
feminino e masculino e disse-lhes que no exemplo de “O rapaz” não acabava na vogal o, mas
que era masculino. Frisei que apesar de a justificação não estar totalmente errada não poderia
ser aplicada a todos os casos.
Disse-lhes também que o género feminino se refere a nomes que identificam seres do sexo
feminino, exemplificando com rapariga, cadela ou a palavras antecedidas por a ou uma
1
Confederação dos Agricultores de Portugal
2
Departamento de Formação Proflissional
22
(Azeredo, Pinto & Lopes. (2012). Da Comunicação à Expressão Gramática Prática de
Português. Porto: Editora Asa).
Realço que não desenvolvi com todos os alunos o levantamentos dos conhecimentos
prévios da mesma forma, pois apesar de nas turmas em que estive a estagiar no 1º ciclo, o
ritmo de aprendizagem dos alunos ser mais ou menos idêntico, na sua maioria. Cinco alunos
apresentavam dificuldades: dois alunos com Necessidades Educativas Especiais, um com
paralisia cerebral e outro com um espetro de autismo, que trabalharam de acordo com o seu
Currículo Específico Individual e o seu Programa Educativo Individual, respetivamente, e um
aluno que acompanhava o programa do 1º ano. Para este último aluno, a professora titular
utilizou o método das 28 palavras para o ensino do Português. Este método tira partido do
potencial da imagem na aprendizagem da leitura, o aluno através deste método aprende a ler
através da captação das palavras associadas a uma imagem. Note-se que este método é
também bastante utilizado para crianças com dificuldades de aprendizagem (Valente 2002).
Neste sentido enquanto a turma tinha um manual, o aluno que acompanhava o
programa de 1º ano “seguia” outro manual, de acordo com as suas necessidades, ritmo de
aprendizagem, desenvolvimento cognitivo e objetivos definidos no seu Currículo. No que
respeita ao Português, este aluno fazia sempre atividades diferentes da turma, uma vez que se
encontrava no ano 1º ano, logo a metodologia de ensino tenha de ir ao encontro das
aprendizagens que a criança já possuía e das suas necessidades. Ao longo do estágio dei
continuidade ao método das 28 palavras iniciado pela professora cooperante, apenas para este
aluno. É um método diferente de aprendizagem e a primeira palavra que se ensina aos alunos
que o seguem é “menina” (Coutinho e Fonte s.d).
O aluno com paralisia cerebral gostava muito de utilizar o sentido do tato, sempre que
lhe era fornecida uma folha de papel e cores, “riscando” e tocando nas teclas do computador
que se encontrava na sala. As atividades que realizei com este aluno basearam-se na
construção de puzzles.
Com o aluno que tinha espetro de autismo, era bastante mais complicado trabalhar,
porque ele não falava, apenas produzia sons e não conseguia permanecer quieto, quando se
encontrava sentado. Por vezes questionava-me porque era necessário mantê-lo sentado, se
este era uma criança diferente. Por que razão, teria de fazer o mesmo que os outros. Por que
não ensinar de outra forma. Citando Chousa (2012 p.42),
“Diferenciar a ação pedagógica consiste em adequar métodos,
técnicas e materiais, às necessidades e especificidades de cada um, em
proporcionar um ensino individualizado (sempre que possível), em aceitar
as diferenças, em reconhecer o que a criança é capaz de fazer e em
respeitar o seu ritmo (de trabalho e de aprendizagem).”
23
Se o ensino é individualizado e se aceitam as diferenças, porque “têm” de ter comportamentos
iguais ou semelhantes aos das crianças ditas normais? Será que este aluno se sente incluído,
na escola? Continuo sem resposta para estas perguntas.
Ambos tinham atividades próprias, estavam na sala pouco tempo e eram
acompanhados pelas docentes de educação especial. Apesar de serem acompanhados por
docentes especializados, havia momentos em que se encontravam a realizar actividades com
toda a turma, como por exemplo, na leitura de histórias e atividades festivas, tais como as do
Natal em que estas crianças se juntaram ao resto da turma na montagem do presépio.
No que concerne ao estágio do 2º ciclo, considero que tive pouco tempo para lecionar os
conteúdos, devido ao facto da realização das fichas de avaliação sumativa terem ocupado
grande parte do tempo. Perante esta situação tive de realizar uma gestão do tempo adequada,
apercebendo-me que não podia realizar demasiadas atividades com os alunos.
Recordo no 2º ciclo, na área da História e Geografia de Portugal um dos conteúdos que
lecionei relativamente aos Muçulmanos. Antes de iniciar a aula questionei os alunos sobre o
que sabiam acerca deste conteúdo e projetei uma imagem alusiva a este tema para os ajudar.
24
Pôr do Sol; Ir a Meca pelo menos uma vez na vida (se tiver meios para isso) e Dar esmola aos
pobres (Costa & Marques 2012).
Ainda no 2º ciclo, na área do Português, destaco a abordagem efetuada à Banda
Desenhada. Optei por iniciar a aula com a projeção de uma imagem da página de um livro de
Banda Desenhada e questionei os alunos sobre o que estavam a observar. Desde logo os
alunos demonstraram ter conhecimento sobre o que mostrei, respondendo que seria uma
banda desenhada. Perante esta resposta, perguntei o que é que observavam na imagem que
lhes permitia identificar que era uma banda desenhada. A maioria dos alunos respondeu “os
bonecos falam através de balões”. Voltei a questioná-los, perguntando se era só isso que
identificava que o que estavam a observar era uma banda desenha. Perante esta pergunta, a
maioria dos alunos respondeu que sim. Apercebi-me, então, que não a turma não tinha noção
do significado de banda desenhada nem de como se estrutura uma banda desenhada,
nomeadamente o conhecimento da prancha, banda e vinheta. Tentei explicar-lhes apontando
para a imagem que projetei, “os seus significados”, e expliquei-lhes que os balões que eles
observaram poderiam ser de fala ou de pensamento. Expliquei-lhes que os autores recorrem
muitas vezes a letras expressivas, com desenho próprio, para representar sons ou ruído -
onomatopeias (Silva, Simões, Cardoso et al. 2011).
25
começando por lhes mostrar, através de imagens, que todos os seres vivos são compostos por
água. Uma das imagens foi:
26
encontravam-se ao mesmo ritmo que a restante turma e nunca detetei por parte da professora
cooperante alguma diferença no que concerne ao ensino dos mesmos. A exceção recaia no
aluno com síndrome de asperger, este apenas frequentava 15 minutos de aula. O que este
aluno mais gostava era de ouvir a leitura de textos, observar as imagens que acompanhavam
os textos e fazer desenhos. No entanto, não se encontrava ao nível da restante turma,
apresentando imensas dificuldades na escrita. Era necessário alguém sentar-se ao pé do aluno
e ajudá-lo para ele realizar uma atividade que fosse de cariz individual.
Na turma “G”, os alunos eram na sua maioria autónomos necessitando, todavia, de
constante repreensão devido ao comportamento, nomeadamente “conversas paralelas” e falta
de atenção. Contudo, esta turma apresentava alguns alunos com necessidades educativas
especiais: um aluno com o currículo específico individual; um aluno com o programa específico
individual - Dislexia; um aluno com Dislexia; um aluno com problemas cognitivos e um aluno
com Problemas Auditivos. No entanto, nas aulas que lecionei, História e Geografia de Portugal
e Português os alunos acompanhavam o programa da restante turma, com a professora
cooperante.
27
desenvolvendo ao longo do meu percurso de estágio, uma vez que percebi que a forma como
planifiquei para o 1º estágio (2º ano de escolaridade) nem sempre foi igual à forma como
planifiquei para o 2º estágio, pois os alunos apresentavam características diferentes. A mesma
situação aconteceu no 3º e 4º estágios, sendo que dessa vez era fundamental cumprir a
planificação previamente definida, ou seja, era importante os alunos aprenderem, mas os
avisos constantes dos professores cooperantes não me deixavam muito tranquila – “Tens de
cumprir o que está na planificação.”, “A matéria tem de ser dada para os exames”. Entendia a
preocupação dos professores que me receberam nas suas turmas, mas ainda hoje me
pergunto se os alunos, de um modo geral, aprenderam de facto o conteúdo “ A célula –
Unidade na constituição dos seres vivos” por exemplo.
Tentei executar tudo o que tinha planificado e percebi que para que tal acontecesse era
necessário ter conhecimentos sólidos, pois houve vezes em que tive de estudar melhor os
conteúdos que tinha de ensinar ao alunos, ter em atenção o tempo e a sabedoria de o saber
gerir. De facto,
Como é evidente quando se fala na planificação docente afloram se
várias questões, nomeadamente “ o que se pretende planificar? “ o que
se deve ter em conta quando se planifica”, o que se faz quando se
planifica?” ou “o que pode influenciar a planificação?” (Alvarenga, 2011
p.31). Deste modo, ela constitui um pilar decisivo do sucesso educativo
visto que baseia na reflexão e antecipação da ação de todo o processo
educativo (ibidem).
Dei conta desde logo, que a planificação tem de ser flexível e que mais importante do
que cumpri-la é certificar-me das aprendizagens dos alunos e tentar que não haja dúvidas por
esclarecer. Com efeito, é importante saber o que se pretende ensinar, como é que se pode
ensinar, prever o tempo que se demora e pensar antecipadamente em estratégias para que
haja aprendizagemns eficazes por partes dos alunos (Alvarenga 2011, p.23).
Um outro objetivo que tive, foi conseguir captar a atenção dos alunos, de forma a
mantê-los interessados e motivados para o que lhes estava a ensinar. Para isso, tentei fazer
com que as minhas aulas fossem agradáveis, levando novos materiais para a sala de aula, de
forma a lecioná-las de modo harmonioso e divertido, despertando assim o interesse dos alunos
e a cativá-los.
Efetivamente, os recursos de ensino contribuem para a comunicação, a compreensão e
a estruturação da aprendizagem cognitiva. Incentivam os alunos a gostar de estudar, uma
disciplina ou um assunto. Quando é utilizado, por exemplo, um cartaz para explicar algum
conteúdo a compreensão é maior, pois desperta interesse por parte dos alunos e assim há
mais incentivo, tornando-se, a aula, mais dinâmica. Sabe-se também que com material didático
28
adequado fica mais fácil compreender determinado assunto em estudo, mas é necessário
também saber qual o melhor material, onde e como selecioná-lo e ainda como usá-lo com
máximo de proveito. (karling, 1991 citado por Ferreira 2007). Por exemplo numa das aulas em
que utilizei um cartaz, mais concretamente no 1º ciclo, numa aula de 2º ano, para que ficasse
registado e exposto as regras de comportamento a ter em sala de aula. Notei que os alunos
estavam bastante participativos e empolgados nesta aula, pois queriam vir ao quadro escrever
a regra que mencionavam para que ficasse exposta e de um modo geral os alunos mostraram
empenho e concentração durante toda a elaboração do cartaz.
Saber avaliar, foi um outro objetivo de extrema importância, pois permite orientar o
aluno sobre o trabalho que realizou, localizando as suas próprias dificuldades e mostrando ao
professor em que conteúdos deve insistir e que metodologias deve utilizar. Saliento as fichas
de avaliação como uma ferramenta importante para o diagnóstico e verificação das dificuldades
dos alunos. Após a concretização das fichas de avaliação e através da correção das mesmas
conseguia ter uma ideia das dificuldades da turma, através das questões erradas pela maioria
dos alunos e uma ideia mais individual das dificuldades que cada aluno através das respostas
que apresentavam.
Integrar-me na comunidade educativa foi um outro objetivo necessário para mim, pois
ao sentir-me bem na comunidade escolar “foi meio caminho andado” para que me sentir bem,
segura e confiante, proporcionando assim em mim uma maior confiança para encarar a turma e
lecionar. Neste âmbito, um aspeto importante foi ser capaz de trabalhar colaborativamente com
a professora coordenadora do agrupamento e igualmente com a minha parceira de estágio.
Tudo isto facilitou o meu trabalho.
Ser capaz de dominar os conhecimentos científicos, foi outro objetivo importante.
Verifiquei que o professor precisa de estar em constante aprendizagem, pois no meu ponto de
vista, um professor não pode estagnar, tem que ter uma procura constante dos novos modos
de ensino para ajudar os seus alunos a ultrapassarem dificuldades e a melhorarem os seus
conhecimentos. O professor é um constante investigador, devendo ler também sobre assuntos
em que sinta uma maior dificuldade ou que não se sinta tão seguro. Partilho da opinião de
Ramos (2009), quando refere que
o professor precisa estar em constante envolvimento com a pesquisa,
ser criativo, ser humano e contagiar o aluno no momento da
aprendizagem. Desenvolver novas formas de aprender e de ensinar,
buscando a relação necessária entre a teoria e a prática para que o novo
conhecimento tenha coerência para o aluno. (s.p.)
Para mim, a formulação constante de objetivos a serem atingidos pelos alunos, permite-
me, orientar melhor a minha aula, ajudando-me e conseguir os meios mais adequados para
29
concretizar o meu trabalho. Desta forma, penso que os objetivos são de algum modo, os
resultados que o professor espera que os alunos alcancem.
Ao longo da minha prática considero que os alunos conseguiram atingir os objetivos
propostos por mim, tendo em conta, as atividades que realizei na sala de aula planificadas e
orientadas por mim. Estes objetivos permitiram-me, definir e selecionar as atividades que se
coadunassem aos interesses dos alunos, através da recolha de informação, do levantamento
de questões que provocassem o debate entre os alunos, como que referi anteriormente neste
mesmo tópico.
30
avaliação de todas as áreas de ensino. Destaco no 1º ciclo, na área do Português, o trabalho
individual, na leitura de textos, em exercícios de aplicação sobre o conhecimento da língua, na
área da Matemática em tarefas que envolvessem a aplicação de conhecimentos já adquiridos.
No 2º ciclo este tipo de trabalho foi utilizado com maior frequência na área da matemática, na
resolução de exercícios, e na área de Ciências da Natureza, no preenchimento de questões de
interpretação sobre os temas dados sugeridas pelo manual.
Trabalho em grupos de 4, no 1º ciclo, na área da expressão plástica na construção de
fantoches, representação de uma história. Na área do Português destaco a confeção de uma
receita de salame, em que formei grupos de 4 elementos com intuito de distribuir tarefas por
cada grupo, com o objetivo de que eles assumissem a responsabilidade de as desempenhar
em grupo. Incentivei os alunos durante a atividade a partilhar e explorar ideias entre elementos
do grupo. No final da atividade questionei se gostaram da atividade em si, quais os aspetos
fortes e fracos da atividade, o que mudariam na atividade, o que melhoravam e o que
mantinham, era importante que em grande grupo (turma), os alunos discutissem as suas ideias
e as partilhassem comigo.
No 2º ciclo o recurso a trabalho em grupos de 4 foi muito pouco, salientando apenas um
jogo que realizei com a turma na área de História e Geografia de Portugal no qual necessitei de
dividir a turma em grupos para conseguir concretizar o mesmo.
Todavia, quando a ideia era promover um debate, havendo a circunstância de
comunicação, o método recaía no socializado. Pressupunha que houvesse algo para
comunicar, depois de uma atividade individual. Este método foi importante, pois, à semelhança
do levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos, também a comunicação deve partir
das vivências de cada aluno. Assim sendo, o aluno deve confrontar as suas experiencias com
os colegas, de formar a criar e adquiri experiências coletivas (Barbosa 2001).
Consegui, no entanto, compreender que não há “a melhor maneira”, uma vez que todas
as situações mencionadas apresentaram vantagens e desvantagens. No que concerne às
desvantagens detetadas nos trabalhos em grupo, seja este a pares ou de 4 elementos ou até
mesmo coletivo, detetei-as devido à situação de que os alunos não conseguirem respeitar os
colegas. Outra desvantagem era quando os alunos se recusavam a trabalhar com os próprios
colegas sem motivo aparente. Para superar esta situação insisti na importância da partilha e
exploração de ideias em grupo. Verifiquei também que o barulho era uma desvantagem, pois
todos os alunos queriam participar e falavam desordenadamente, sem sequer se ouvirem uns
aos outros. Ou talvez, por falta de experiência minha, não conseguia dominar bem o grupo,
sendo esta também uma dificuldade inicial. Acresce, ainda, salientar que tentei ultrapassar esta
dificuldade através de variadas chamadas de atenção e do diálogo acerca do conceito de
trabalho em grupo, na medida em que os alunos modificaram as suas atitudes.
31
As vantagens neste tipo de trabalhos em grupo eram mesmo a união das ideias entre
os membros que tornavam os trabalhos mais ricos e com maior informação.
Com efeito, para trabalhos que envolvessem reflexão, a melhor maneira era o trabalho
individual, para que os alunos se pudessem focar nas suas aprendizagens
“Estas têm de partir do indivíduo em si e nunca de outrém. O método
individual centrado na reflexão, no trabalho individual e na pesquisa. Este
método considera que sem individualização, a aprendizagem não
acontece, pois esta parte de um processo individual. A aprendizagem é
focada na pessoa em si, considerando o grupo como uma técnica, um
método e até mesmo um recurso, mas nunca uma fonte de aprendizagem
(Schmitz (1984) citado por Barbosa (2001, p. 10))” .
A propósito de métodos, saliento, também, a existência do Sócio Individualizado, que
une os anteriores e que se caracteriza pelas vivências, ou seja, “Ao mesmo tempo que se
comunica alguma coisa, ela é aprofundada através da reflexão, da pesquisa, da integração
pessoal, aproximando e pondo em comum os dados de todos os integrantes da situação”
(Barbosa 2001, p.11).
De facto, ao longo da prática letiva tentei utilizar uma metodologia de ensino, baseada
na participação ativa do aluno, na necessidade de ele descobrir, experienciar e explorar o
conhecimento. Neste sentido nada melhor do que mostrar exemplos reais que permitam uma
melhor perceção dos métodos utilizados em sala de aula. Por exemplo quando estagiei no 2º
ciclo na disciplina de matemática, no conteúdo das percentagens, o recurso aos saldos na
roupa foi fulcral para a aprendizagem dos alunos. Neste sentido comecei por apresentar uma
camisola de 30 euros e disse-lhes que essa camisola em saldos sofreu um desconto de 50%,
sabendo eles que 100% seria o preço inicial da camisola, ou seja, os 30 euros - com o
desconto o seu valor passou a metade. Ainda no 2º ciclo, na disciplina de ciências da natureza,
quando abordei o tema relativo às células, a melhor forma dos alunos terem perceção do que
seria uma célula foi apresentar-lhes a célula de uma cebola para que pudessem observar
microscopicamente e assim descobrir por eles próprios e através dessa observação os
constituintes de uma célula.
32
4.Operacionalização da atividade educativa
33
Saliento também a turma em que estive a estagiar no 2º semestre, que tinha um quadro
interativo na sala de aula, na parede oposta ao quadro tradicional de giz. Nesta turma, para
além das disposições anteriores, quando necessitava de apresentar um PowerPoint, um vídeo
ou escrevia no quadro interativo, pedia à turma, antes de iniciar a aula, que modificassem a
disposição das cadeiras “da forma habitual” (virados para o quadro de giz) para o sentido
contrário ao quadro de giz. Este pedido era sempre feito no início da aula, porque se lhes fosse
pedido para modificarem as posições das cadeiras no decorrer da aula, perturbaria o decorrer
da mesma, porque implicava barulho e confusão.
No 2º ciclo, quando os alunos realizavam uma atividade que implicava o trabalho
individual, a visualização de um PowerPoint, de uma animação e até mesmo para que
observassem o que escrevia no quadro, mantinha a disposição normal e quotidiana da sala, ou
seja, os alunos disponham-se sentados a pares virados para o quadro de sala.
Na realização de atividades que envolviam a junção de grupos de 3 ou 4 elementos, a
disposição das mesas e das cadeiras variavam com intuito de responder às necessidades dos
alunos e da atividade em si. Assim, as mesas eram unidas, duas a duas, para que os alunos
conseguissem comunicar e trabalhar em grupo. Geralmente tentava colocar as mesas dos
grupos dispersas entre si de forma a conseguir circular dentro da sala de aula e apoiar todos os
grupos.
Os trabalhos realizados pelos alunos eram guardados em capas individuais. Essas
capas, no final de cada semestre, eram avaliadas consoante o grau de organização do aluno.
Os recursos disponíveis eram bons; cada sala possuía um computador com acesso à
internet, projetor multimédia, quadro de giz e armários para guardar o material necessário.
Utilizei todo este material com frequência. Saliento, principalmente, o recurso ao computador,
numa escola de 2º ciclo, na qual estive a estagiar no âmbito das unidades curriculares de
História e Geografia de Portugal e Português visto que nesta escola faziam registo de faltas e
sumários num programa multimédia.
A relação que estabelecemos em sala de aula com os alunos é importante, tanto para o
desenvolvimento das respetivas aprendizagens dos discentes, como para a evolução de uma
prática letiva adequada por parte dos docentes. Nesta perspetiva, identificamo-nos com Rangel
(2002) citado por Miranda (2008 p.4) que advoga que “(…) o relacionamento entre professor e
aluno deve ser de amizade, de troca, de solidariedade, de respeito mútuo, enfim, não se
concebe desenvolver qualquer tipo de aprendizagem, em um ambiente hostil”.
Destaco algumas situações ocorridas no meu período de estágio, nomeadamente,
quando os alunos contavam os seus problemas pessoais, a meu ver como forma de desabafo
34
e até mesmo para ouvir uma palavra de conforto, quando partilhavam o que se sucedia nos
seus fins-de-semana. Neste sentido saliento a importância da amizade entre professor e aluno,
para que o aluno se sinta à vontade para poder aprender com sucesso.
Tenho plena noção da importância da relação professor/aluno e recordando o meu
papel enquanto aluna, tento sempre promover um relacionamento de amizade com os alunos,
de respeito mútuo, favorecendo uma segurança afetiva e efetiva, que considero ter contribuído
para o desenvolvimento da autonomia dos alunos.
Assim, tentei sempre manter uma boa relação com os meus alunos, para que desta
forma, o desenvolvimento e aprendizagens sejam feitos da melhor maneira. Com tudo isto, e
como já mencionei anteriormente, julgo ter contribuído para que os alunos fossem sendo mais
“libertos” na sala de aula, sobretudo no que concerne ao decorrer da aula. Os alunos foram
livres de exprimir as suas opiniões sobre as atividades, negativas ou positivas. Pedia-lhes que
me apresentassem críticas construtivas, para que todos juntos pudéssemos melhorar.
Este relacionamento de amizade foi-se consolidando ao longo das semanas de estágio,
através da minha postura adotada em sala de aula, que não foi a de uma professora autoritária,
que não impunha as atividades, que ouvia as opiniões dos alunos acerca das mesmas, para
deste modo perceber os seus gostos, os seus interesses, bem como o conhecimento que
tinham das temáticas a trabalhar.
Dava-lhes também a oportunidade de sugerirem atividades. Mostrei-me sempre
disponível para conversar e ajudar no que fosse necessário dentro da sala e nos intervalos. A
meu ver é uma questão de respeito ouvir a opinião dos alunos pois se quero ser respeitada e
quero que os alunos me oiçam; também tenho de os ouvir. O mesmo acontece para melhorar o
meu desempenho e as minhas aulas, pois preciso de saber a opinião dos alunos, uma vez que
é para eles que executo as planificações.
Comuniquei sempre com clareza, expondo e explicando sempre o que fosse
necessário para desta forma os alunos verificarem que não havia necessidade de ter medo de
questionar, pois eu estava a li disponível para eles, para tentar da melhor forma esclarecer
todas as dúvidas surgidas.
Notei que os alunos no 1º ciclo procuravam mais o meu afeto do que no 2º ciclo, penso
que talvez devido à idade, pois no 2º ciclo os alunos já são maiores e mais autónomos. No 1º
ciclo os alunos careciam de mais atenção, enquanto que no 2º ciclo os alunos não tinham uma
relação tão próxima com o professor.
35
4.3 Contributo para a planificação e ação didática
Para mim a elaboração antecipada da planificação é muito importante, pois ajuda-me a
definir o que lecionar em sala de aula, auxilia-me a estabelecer as minhas prioridades, a
esclarecer dúvidas existentes relacionadas com a sequência de atividades, bem como o modo
de as aplicar. Pois segundo Barbosa (1999) citado por Melo (2011 p.20) a planificação
“é um meio de o professor esclarecer, de modo calmo e atempado, os
processos de acção que pretende desenvolver como docente face às
exigências programáticas, a fim de conseguir eficácia na aprendizagem,
rentabilizando o tempo e os recursos disponíveis, em função das pessoas
envolvidas”.
Para além de ser muito importante a elaboração prévia da planificação, também é
importante a existência da mesma em contexto sala de aula, porque faz com que não me sinta
perdida, pois sei que tenho sempre algo por que me guiar. A planificação é importante em
contexto sala de aula e para a prática docente, nomeadamente, no que concerne a conduzir
ações, tendo por objetivo alcançar determinadas metas. Neste sentido, planificar é, efetuar a
previsão da ação que vai ser realizada (Melo 2011), prontamente com a planificação eu sinto-
me muito mais segura, pois desta forma tenho tudo detalhado, relativamente ao que vou fazer
ao longo do dia com todo o grupo, apesar de por vezes, não dar para fazer tudo na íntegra,
devido a vários motivos, tais como: surgimento de uma dúvida em um dos exercícios, o que faz
com que se perca mais tempo a explicar ou esclarecer essas dúvidas ao grupo; há dias em que
por alguma razão o grupo se encontra mais irrequieto, não dando assim para realizar todas as
atividades estipuladas.
Para Albano Estrela (1999) citado por Melo (2011 p.20) diz que a planificação é “ um
inventário e organização de objectivos, conteúdos, métodos, meios e processos de avaliação
(…) conjunto estruturado e detalhado de metas de trabalho, permitindo ao professor, organizar
as suas actividades, seguindo três momentos: previsão, realização e avaliação”.
Para mim, a planificação tem um caráter orientar da prática letiva, que muitas vezes
pode estar sujeita a mudanças consoante o decorrer da aula. É importante que o professor seja
capaz de alterar o que tinha exposto na planificação, sem modificar as competências que
pretendia desenvolver (Melo 2011). Neste sentido e a título de exemplo, se durante uma aula
obtemos uma falha no retroprojetor, ou no projetor multimédia, temos de dar seguimento à
aula, apesar de estar planificado assim, temos de conseguir contornar esta situação e neste
caso específico, posso dar como exemplo: em vez de projetar, falar oralmente, logo, em todas
as minhas planificações tento ter sempre um plano “B”, para se por alguma razão as coisas
não acontecerem como estava programado, não ficar “bloqueada” sem saber o que fazer.
36
Antes de realizar uma planificação tento sempre deter um conhecimento prévio sobre o
meio, a escola e os alunos da turma para a qual estou a planificar, porque a planificação deve
se adaptar e estar de acordo com as necessidades circundantes (Melo 2011). Tal como já
cheguei a referir anteriormente, dou muita importância ao aluno e quanto mais conhecimento e
maior informação reter acerca de cada aluno individualmente, melhor será a minha atividade
em sala.
Considero que no momento inicial da minha prática letiva, em contexto de estágio, tinha
algumas dificuldades na construção de uma planificação, no que concerne aos objetivos e
conteúdos, tinha alguma dificuldade em integrá-los na planificação e em pensar em
atividades/estratégias para um determinado objetivo, mas depois com a prática e com a ajuda
tanto do professor cooperante, como do professor supervisor, fui melhorando a minha
planificação, adequando-a às necessidades da turma.
Tendo a planificação um caráter orientador, tem de estar adequada às necessidades de
quem a segue, neste caso, eu enquanto estagiária. Eu tenho de olhar para a planificação e
perceber o que lá está. Ou seja, tem de estar clara e simplificada, para que ao olhar para ela,
eu consiga de imediato perceber em que ponto estou e o que se segue, bem como o que é
para executar, para desta forma não haver dificuldades na altura do estágio, por minha parte.
Neste sentido considero que tive uma melhoria significativa e o que anteriormente era
realizado em dias, agora já consigo realizar em horas. A prática que fui adquirindo também foi
importante para o manuseamento e criação das planificações e começou a tornar-se tudo
muito mais natural.
Nem sempre consegui aplicar na prática tudo o que estava planeado. Inicialmente (1º
ciclo) planificava tanta coisa para um espaço tão curto de tempo, não mostrando ter noção do
tempo que cada atividade ocupava, portanto, não conseguia realizar todas as atividades
estipuladas. Esta situação levava-me a acreditar que não tinha capacidade para gerir bem o
tempo em sala de aula, mas à medida que o tempo foi passando, fui-me familiarizando com a
turma, fui tendo noção dos seus ritmos de aprendizagens e apercebendo-me do que a turma
era capaz de realizar num dia de aulas.
Constatei que o problema não estava na minha prática, mas sim na elaboração de cada
atividade, pois estava a ser exigente de mais comigo própria, ao planificar demasiadas tarefas
para cada tempo letivo, bem com também estava a querer exigir demasiado da turma em si.
Fui-me apercebendo que cada criança necessita de tempo para pensar e para executar a
atividade com sucesso e cheguei à conclusão que mais vale realizar menos atividades diárias,
do que muitas e não obterem sucesso ao realizar as mesmas. Pois a minha intenção era que
os alunos adquirissem aprendizagens significativas e notei que quantidade não é sinal de
qualidade, mais vale, poucas e boas do que muitas e más aprendizagens.
37
Nas turmas em que estagiei nunca surgiram imprevistos em sala de aula, no que
concerne ao equipamento, visto que este sempre funcionou quando precisei dele, e quando
havia alunos que acabavam mais cedo que os restantes, tinham sempre como segunda opção,
a realização de uma ficha que já era previamente preparada em casa e realizada
propositadamente para ser entregue quando sucedesse esses casos. Considero a criação
destas fichas, importante nesta situação, porque quando fazia uma atividade com a turma,
havia sempre alunos que acabavam antes que os outros e para evitar a conversa e a
perturbação dos restantes elementos da turma que ainda estavam concluindo as atividades,
estas fichas serviam para os manter ocupados e permitia que não agitassem a sala, enquanto
aguardavam que os restantes concluíssem.
A ação didática considera-se por um conjunto de técnicas e metodologias que permitam
aos alunos desenvolver as suas aptidões (Souza s.d).
Para Immanuel Kant na obra “Sobre a Pedagogia” citado por Souza (s.d, p.1),
“aborda a ação educativa como uma formação de sujeitos autónomos,
que não seja fundamentada apenas em um mecanicismo e nem apenas
na razão pura, mas em princípios (a priori) e pela experiência (a
posteriori). A educação sendo conduzida apenas pela razão não teria
contato com a heteronomia e, apenas pela experiência não haveria
autonomia, pois para Kant a autonomia se dá quando o homem segue na
experiência a lei universal que a razão estabelece.”
Neste sentido ação educativa tem por objetivo orientar os alunos, partindo de princípios
e experiências.
Durante a minha ação didática nos estágios, considero que optei por um conjunto de
técnicas diversificadas que permitiram a motivação dos alunos em contexto de sala de aula,
assim como uma aprendizagem mais rica. Saliento os powerpoint’s, visualização de filmes,
leitura de histórias, manuseamento de materiais didáticos, entre outros. No 1º ciclo a título de
exemplo, destaco na matemática, o ábaco e as palhinhas para a representação das dezenas e
unidades, fichas de consolidação. No estudo do meio a realização de experiências. No 2º ciclo
na área de História e Geografia de Portugal a realização de jogos para a consolidação da
matéria. Nas Ciências da Natureza a realização de experiências com recurso a microscópios.
38
4.4 Avaliação
39
De uma forma geral considero que nas turmas em que estive a estagiar, os alunos
foram assíduos e pontuais, mostraram empenho e interesse durante as atividades e cumpriram
as tarefas que lhes foram dadas com autonomia.
Em contexto de avaliação, o feedback é considerado um elemento de interação entre o
professor e o aluno e fornece informações a ambos. O professor, perante o feedback,
apercebe-se do que tem de modificar ou alterar durante a sua prática, ajustando-se sempre às
necessidades do aluno. No que diz respeito ao aluno, permite-lhe ter noção do que realizou
bem e do que pode fazer para ultrapassar o que realizou mal, ao longo do seu processo
ensino-aprendizagem (Dias 2011).
Durante o estágio consegui orientar os alunos em relação ao desenvolvimento do seu
processo de ensino e de aprendizagem, através do feedback. Sempre dei retorno sobre os
trabalhos que realizavam dentro da sala de aula e aos trabalhos que executavam fora da sala
de aula, como é o caso mais comum dos trabalhos de casa.
Ao dar feedback, permitia-me auxiliar os alunos e ajudar na sua aprendizagem assim
como observar o que poderia alterar na minha prática de modo a corresponder melhor às
necessidades dos alunos.
40
Parte II – Prática Investigativa
42
1.3 Enquadramento teórico
1.3.1 Uma reflexão sobre o erro ortográfico
1.3.1.1 Da escola ao erro ortográfico
3
Cf. Op. Cit.
43
e necessidades de uma forma clara, para que o destinatário compreenda sem dificuldade a
mensagem (Sebastião, s.d).
Mediante um contexto tão complexo, como este que se afigura, senti necessidade de
aprofundar conceitos que se encontram diretamente relacionados com a questão problema,
nomeadamente “o que é um erro ortográfico?”.
Então, inicialmente, pesquisei acerca da noção de erro “ato ou efeito de errar; engano;
equívoco (…) incorreção (…)” (Dicionário de Português, da Texto Editoras 2007, p.648). “Acção
de actuar, proceder de forma incorrecta, acto ou efeito de errar; Resultado de uma actuação de
um procedimento erróneo cometido por desleixo, distração ou negligência; Formulação
enganosa resultante de compreensão deficiente de um assunto, de um tema.” (Teixeira, 2004,
citando Dicionário de Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de
Lisboa (2001) -(p. 1477)).
Após leitura do significado de erro, averiguei o conceito de ortografia que provém do
latim ortographia “forma correta de escrever as palavras; parte da gramática que ensina a
escrever corretamente as palavras de uma língua. (Dicionário de Português, da Texto Editoras
2007, p.1156).
Efetivamente, e de acordo com Teixeira, (s/d), p.2),
“erro ortográfico é uma palavra que resulta de uma ação incorreta e
negativa como o desleixo, a negligência, o desvio da prática do correto,
revestindo-se, assim, o erro ortográfico de uma carga pejorativa que
inclusivamente pode ocorrer por intencionalidade conforme apontam os
adjetivos que destacamos. Ou seja, poderíamos pensar que um alunos
erram, ortograficamente, porque se desviam de algo que é considerado,
por especialistas, como correto, como normativo”.
Nos dias de hoje ,o erro ortográfico é um dos grandes desafios que se coloca a todos os
professores. Sendo a escrita importante e a escola um local de extrema importância na
aprendizagem dos alunos, cabe aos professores promover e desenvolver esta competência.
Desta forma é importante saber em que medida as estratégias de intervenção nos erros
ortográficos afetam o desenvolvimento da competência ortográfica. (Teixeira & Rondoni 2009).
Assim sendo, é necessário, evidente e fundamental trabalhar com os alunos sob uma
perspetiva que aposte na aquisição de conhecimentos ortográficos estruturados desde o início
da escolarização, como apoio a uma tentativa de aperfeiçoar a ortografia e como forma de
controlo de erro (Fernandes, 2008).
44
1.3.1.2 Causas ou origens dos erros ortográficos
Relativamente às causas ou origens dos erros ortográficos, estas podem ser variadas.
A. Gomes (2006) menciona que não é fácil sistematizar as causas dos erros ortográficos, já
que são “inumeráveis os factores que contribuem para que um aluno erre” (p. 93).
Ainda assim é possível pensarmos em fatores relacionados com o foro psicológico,
nomeadamente, a memória, atenção e perceção. Outro dos fatores poderá estar relacionado
com os próprios métodos de leitura dos alunos, o meio social em que o mesmo se encontra
envolvido e neste aspeto podemos focar o vocabulário que é usado em casa e que é adquirido
pelo próprio. Outro dos motivos que poderá estar por detrás da origem dos erros ,relaciona-se
com as dificuldades que os alunos têm na própria lingua e as interferências linguisticas que
existem na mesma (Gomes 2006).
Fernandes (2008) (citando K. Perera 1984, apud Azevedo, 2000) acrescenta, ainda, que
as causas dos erros nos alunos podem estar relacionadas com o facto das ideias dos mesmos
fluírem mais rapidamente que o seu registo escrito, provocando dessa forma a omissão de
palavras, repetições e até mesmo combinação de dois tipos de diferentes de estrutura sintática.
A ausência de estratégias de releitura durante o processo de escrita do aluno também pode
contribuir para o aumento dos erros ortográficos num texto, porque se o aluno relesse aquilo
que escreve, de uma forma atenta, facilmente identificaria certos erros que cometeu na sua
composição. A construção de novas palavras que não estão ainda totalmente dominadas é um
outro fator a considerar como causa de erro, pois é importante que antes de que um aluno
experencie a escrita de uma palava “nova”, que tenha adquirido, com antecedência, o modo
como se escreve e assim a tenha memorizado. Outro fator que pode estar na origem dos erros
é o uso de construções que são normais a nível da linguagem oral, mas menos aceitáveis na
escrita. E neste sentido deparei, através da leitura dos textos dos alunos em sala de aula, que
os mesmos escrevem, muitas vezes, da mesma forma que falam, induzindo-os a cometer erros
ortográficos quando pretendem efetuar uma construção frásica.
Femia Godoy (2000, citado por Fernandes 2008) acrescenta ainda como causas dos
erros ortográficos dos alunos, o facto de a ortografia em si mesma não apresentar muitos
atractivos, pelo que não desperta a curiosidade do aluno (p. 121);
O autor explica a falta de atrativos, fazendo referência ao estudo das regras.Visto que a
ortografia apresenta algumas regras que requer que o aluno memorize para as poder aplicar na
escrita, o que nem sempre é vantajoso para os alunos. A lentidão dos ditados, que é maçador
para os alunos, apesar de permitir que os mesmos escrevam uma sequência de palavras, a
maioria das palavras não apresenta dúvidas na sua escrita, o que envolve uso de tempo
desnecessário. A falta de unidade dos textos propostos para ditado, ou seja, a ausência de
coerência e coesão dos textos utilizados no ditado também pode induzir os alunos em erro na
45
sua interpretação. A falta de consciência por parte dos alunos relativa aos erros ortográficos
que apresentou na escrita de um texto, de uma frase ou até mesmo de uma palavra e a
apresentação de frases cujas palavras não expressam dúvidas ortográficas aos alunos, leva a
que estes fiquem desmotivados.
Barbeiro (2007 citado por Fernandes 2008), menciona ainda que “os erros ortográficos
podem encontrar as suas causas no processo de transcrição e nas competências que esta
mobiliza: segmentação das unidades, sua identificação e representação sequencial, por meio
dos grafemas” (p.122).
A falta de domínio e conhecimento relativamente a estas competências podem induzir a
incorreções na trancrição, levando muitas vezes aos alunos a acrescentarem letras e a
trocarem a posição das mesmas.
46
No entanto, Gomes (2006) apresenta uma nomenclatura distinta, fazendo uma
sistematização dos erros em cinco tipos ou macrocategorias, como assim designa,
subdivididas em onze microcategorias ou subtipos (p.107).
Tendo em conta esta tipologia de erro apresentada pelo autor, saliento primeiramente a
macrocategoria, Erros que resultam de uma não correspondência entre som e letra, apesar de
concordar que muitos alunos apresentam algum desconhecimento relativo à correspondência
entre o fonema-grafema, nem todas as palavras na língua portuguesa têm uma
correspondência entre o som e a letra. Posso dar como exemplos cozer em que “o”, lê-se /u/,
acontecendo o mesmo com a palavra mesmo em que a vogal “o”, lê-se /u/. Assim sendo, para
a construção de algumas palavras, o aluno não necessita apenas de estabelecer uma relação
entre o fonema e o grafema, mas também de adquirir, anteriormente, conhecimento relativo às
regras da ortografia, dominando então, esta macrocategoria de palavras fonética e
graficamente incorretas.
Para as microcategorias de erros apresentadas pelo autor tendo em conta a
macrocategoria de erro referida anteriormente, devo dizer que estas microcategorias estão de
acordo com os tipos de erros que encontrei; exemplificando tendo em conta a microcategoria
“omissão”, a palavra cizento, que deveria ser escrita cinzento, na “adjunção” a palavra
calcõens, que deveria ser escrita calções, na “confusão”, os alunos apresentaram a palavra
casteinho, em vez de castanho, na inversão a palavra drobados, em vez de dobrados.
47
Tendo em conta as restantes macrocategorias do erro, nomeadamente, Erros de
morfossintaxe, Erros de acentuação, Erros de pontuação e Erros semântico-pragmáticos, e
apesar de os considerar igualmente importantes para classificar e analisar, para este estudo
focar-me-ei apenas nas microcategorias de erro da primeira macrocategoria apresentada pelo
autor, uma vez que foi nesta que incidiu o maior número de incorreções detetadas.
Gostaria, também, de considerar a tipologia de erros apresentada por Barbeiro, Viana e
Baptista (2011), na medida em que estes autores parecem retomar as macro e microcategorias
anteriormente indicadas, detalhando-as.
Assim, Barbeiro, Viana e Baptista (2011) apresentam uma sistematização de erros
apreciados em nove categorias (p.118):
- Incorreções por falhas de transcrição, devidas ao processamento dos fonemas ou à
utilização de grafemas que não representam o som em causa (ex: voram por foram); Nesta
primeira categoria os autores mencionam que a forma como os alunos transcrevem uma
palavra pode estar associada ao modo como eles produzem o som dessa palavra ou até
mesmo quando o aluno não utiliza o grafema que representa o som em causa.
- Incorreções por transcrição da oralidade, isto é, devidas à transcrição de variedades e
registos que diferem da sua representação ortográfica consagrada (ex.pescina por piscina);
Nesta categoria os autores referem que o erro pode resultar da oralidade, ou seja, por vezes os
alunos não pronunciam as palavras corretamente quando falam e muitas vezes recorrem ao
modo como falam para escrever. Por vezes o erro também pode derivar das diferentes
variações de “sotaques” que os alunos possuem e que são diferentes das representações
ortográficas. É importante reforçar a consciência do aluno de que na oralidade pronunciamos
palavras num registo menos cuidado.
- Incorreções por inobservância de regras ortográficas de base fonológica:
Contextuais (ex.: omde por onde);
Relativas à posição acentual, tónica vs. átona (ex.: moito por muito – em posição
tónica vs. Átona (ex.: *moito por muito – em posição tónica o fonema /u/ não é
representado por “o”);
Aqui é feita referência à inexecução das regras ortográficas por parte dos alunos,
nomeadamente às de contexto e às de posição de acentos.
- Incorreções por inobservância de regras de base morfológica – representação dos
morfemas (ex.: *fomus por fomos);
Nesta incorreção, os autores remetem-se para a falta de aquisição, por parte dos
alunos, das regras morfológicas, ou seja, do estudo das diversas palavras tendo em conta a
sua classe gramatical.
- Incorreções quanto à forma ortográfica específica da palavra – critério lexical (ex.:
*sidade por cidade); sendo que o léxico é um conjunto de palavras pertencentes a uma
48
determinada língua. Por exemplo, temos um léxico da língua portuguesa que é o conjunto de
todas as palavras que são compreensíveis na nossa língua. Nesta categoria, o autor menciona
que os alunos não têm uma boa aquisição de vocabulário.
- Incorreções de acentuação (ex.: *agua por água, *á por à);
- Incorreções na utilização de minúsculas e maiúsculas:
Ligados ao critério do referente, ou seja, à representação dos nomes comuns
/ próprios (ex.: *lis por Lis);
Ligados à organização das frases no texto (ex.: *os amigos … no início de
período);
Tendo em conta este tipo de incorreções apresentadas, no que concerne à acentuação
e utilização de minúsculas e maiúsculas e apesar de as considerar de extrema importância,
pois é essencial que os alunos saibam colocar corretamente os acentos e utilizar as
maiúsculas e minúsculas na formação de uma frase. Ao observar e analisar os textos que
recolhi dos alunos, estes não apresentaram particulares dificuldades em colocar a acentuação
correta nas palavras e em empregar as minúsculas e maiúsculas na frase, pelo que não focarei
incorreções desta natureza.
- Incorreções por inobservância da unidade gráfica da palavra:
Junção de palavras (ex.: *seirem por se irem);
Separação de elementos de uma palavra (ex.: *de pois por depois);
Utilização de hífen (ex.: *fim de semana por fim-de-semana);
- Incorreções de translineação (ex.: *turi-stas por turis-tas).
49
2. Metodologia
50
categorizando-os através de uma tipologia do erro e, mediante o tipo de erros ortográficos
encontrados, realizar estratégias em contexto sala de supressão do erro.
51
recolhendo os textos realizados (anexo 3). Na turma B, após a exploração da imagem de um
texto, a leitura do mesmo, a identificação do vocabulário desconhecido e a realização das
questões de interpretação do texto e correção das mesmas, distribui uma folha com linhas
(anexo2), e pedi-lhes que realizassem um texto com um tema livre. Dei-lhes o mesmo tempo
que dei à turma A (30 minutos) e alertei-os de igual forma. No final, recolhi os textos realizados
(anexo 4).
52
Desarromada Desarrumada Dificuldades na transcrição do sistema
fonológico e ortográfico, nomeadamente
confusão;
53
Espassoça Espaçosa Incorreções quanto à forma ortográfica
específica das palavras;
Calssado Calçado Incorreções quanto à forma ortográfica
específica das palavras;
Castenho Castanho Transcrição na oralidade corrente;
Dificuldades na transcrição do sistema
fonológico e ortográfico, nomeadamente
confusão;
54
específica das palavras;
Espassosa Espaçosa Incorreções quanto à forma ortográfica
específica das palavras;
Calsado Calçado Incorreções quanto à forma ortográfica
específica das palavras;
55
Sufá Sofá Incorreções quanto à forma ortográfica
específica das palavras;
56
Aluno 11 (anexo 3.11)
57
Aluno 14 (anexo 3.14)
58
Tendo em conta a bibliografia consultada e os erros ortográficos detetados pelos
alunos, considerei, então, as incorreções devidas a:
Dificuldades na transcrição do sistema fonológico e ortográfico, nomeadamente omissão
ou adjunção, confusão e inversão de letras;
Transcrição na oralidade corrente;
Inobservância de regras ortográficas de base fonológica;
Incorreções quanto à forma ortográfica específica das palavras.
Para uma leitura mais clara e global, atente-se no Gráfico 1 – Frequência dos Erros
Detetados.
O gráfico mostra que o erro ortográfico que ocorreu com maior frequência nesta turma
foi Muchila, tendo ocorrido dificuldade do tipo - Incorreções quanto à forma ortográfica
específica da palavra – critério lexical, nomeadamente confusão entre o o e o u.
A seguir a esta, surgiram na turma outras palavras escritas de forma incorreta, que
considero que ocorreram com frequência, nomeadamente: Rocho; Sima, Vermlho, Espassosa,
sequeite e ticharte. Aqui os alunos apresentaram alguma dificuldade no que concerne:
Incorreções quanto à forma ortográfica específica das palavras (Rocho, Sima,
Espassosa), nomeadamente confusão entre o x e o ch; c e o s e entre
59
ç e o ss.
Transcrição na oralidade corrente (ssqueie e Ticharte);
Dificuldades na transcrição do sistema fonológico e ortográfico, nomeadamente omissão
(Vermlho). Os alunos omitiram a vogal e da palavra.
As palavras nas quais se registou menor frequência de erro são: Confurtável, Sufá,
Lassinhos. Aqui os alunos apresentaram algumas dificuldades no que concerne:
Dificuldades na transcrição do sistema fonológico e ortográfico, (confurtável, sufá)
nomeadamente confusão entre a e o e e entre o e o u;
Incorreções quanto à forma ortográfica específica das palavras (Lassinhos);
Os alunos individualmente apresentaram erros nas palavras: Cizento, Penduradu,
Escerdo, Desarromado, Castenho, Menuno, Drobados, Costoma e Infrior. Apresentando:
Dificuldades na transcrição do sistema fonológico e ortográfico, nomeadamente omissão
(Cizento, Infrior);
Dificuldades na transcrição do sistema fonológico e ortográfico, (Penduradu,,
Desarromado, Castenho, Menuno, Costoma) nomeadamente confusão entre o e
u; entre u e o; entre i e uentre a e e.
Inobservância de regras ortográficas de base fonológica (Escerdo).
60
Pares mínimos
A realização de jogos de descriminação entre sons com base em pares mínimos, segundo
estes autores, jogos em que envolvam palavras que só são diferenciadas pelo som em causa
por exemplo vaca e faca. A correspondência entre a imagem e uma palavra poderá ser outra
estratégia.
Conjunto de palavras
Construção de palavras que apresentem sons em que os alunos manifestem dificuldades
em escrever.
Atividades para intervir nas incorreções por transcrição da oralidade corrente
Como falamos habitualmente
O professor, neste ponto, deve chamar à atenção para a forma como os alunos
pronunciam determinadas palavras e reforçar a consciência entre fonologia e ortografia.
Formas populares
Os alunos ao contactarem com uma variedade de palavras de natureza popular,
tendo, inclusivamente, em conta a sua região, apresentam tendência para adquiri-la(s)
com facilidade e a repeti-la(s). Assim sendo, é importante que o professor propicie o
contacto com a norma da língua, sem, com isso, rejeitar o uso “dessa(s) variedade(s)”.
Formas dialectais
Sendo a forma ortográfica única e uma vez que não reflete as diferentes
atualizações linguísticas regionais, cabe ao professor trabalhar essas variedades com
os alunos através de textos, sejam escritos, sejam orais.
Atividades para intervir nas incorreções por inobservância das regras ortográficas de
base fonológica
Descobrir o contexto
Por exemplo c e qu. Fornecendo um conjunto de palavras aos alunos, estes
têm de separar quais as que se escrevem com c e as que se escrevem com qu.
Procurar nos textos e em dicionários onde é que as palavras se integram num e noutro
caso.
Atividades para intervir nas incorreções quanto à forma ortográfica específica das
palavras
Lista de palavras difíceis
A criação de uma lista de palavras que o aluno considere difíceis, permite que este
tome consciência das especificidades ortográficas e esteja atento para a forma correta
de as escrever.
Cartaz de palavras difíceis
61
Através da criação deste cartaz os alunos começam a tomar consciência das
palavras nas quais têm dificuldade em escrever e começam a ter por objetivo a sua
aprendizagem.
Palavras com a mesma dificuldade/característica ortográfica
Tomada de consciência e memorização
Os autores mencionados referem, também, outros tipos de exercícios que podem ser
utilizados (Barbeiro, Viana e Baptista, 2008 p. 95-100):
Diálogos sobre ortografia na escrita colaborativa;
Ateliês de negociação ortográfica;
Cópia;
Ditado;
Ditado de palavras difíceis;
Leitura- ditado.
Gomes (2006 p.184) apresenta também algumas sugestões de exercícios para o
tratamento do erro ortográfico tais como:
Combinatória;
Tabelas de dupla entrada;
Flechas;
Espaços em branco;
Conjuntos
Correspondência;
Verdadeiro/falso;
Escolha múltipla;
Composições.
62
Lista de palavras difíceis.
Esta projeção permitiu aos alunos uma observação e exploração dos erros ortográficos
dados. Uma consequente análise sobre a forma correta de escrever as palavras. O objetivo
desta atividade era apresentar aos alunos uma lista de palavras difíceis. Considerei estas
palavras difíceis porque foram aquelas que os alunos escreveram incorretamente e pedi-lhes
(com o meu auxílio) que colocassem ao lado de cada palavra a forma correta.
Os alunos perante esta atividade, facilmente detetaram onde se encontrava o erro e em
conjunto conseguiram chegar à forma correta de escrever as palavras.
Depois, distribuí uma folha com um exercício – Imagem 5 – Opção Certa - que consistia
em várias alíneas. Cada alínea possuía três palavras, duas escritas incorretamente e uma
palavra corretamente.
63
Imagem 5 – Opção Certa
4
Cf. Anexo 7 – Exercício escolha múltipla efetuado pelos alunos
64
Seguidamente, facultei um texto para preenchimento de espaços em branco com ç,
s, ss, c e z - Imagem 7 – Preenchimento de Espaços. Esta atividade vem no sentido
de os alunos ultrapassarem as dificuldades na colocação destas consoantes para a formação
de uma palavra.
65
Imagem 9- Preenchimento de Espaços - Aluno sem dificuldades.
Ditado
O quarto do João tem um tapete retangular.
A cor preferida do João é o castanho e o que o João mais gosta de fazer nos
tempos livres é jogar com a sua bola branca com riscas vermelhas.
O João quando vai para a escola com a sua irmã Rita leva sempre a sua mochila
azul cheia de livros.
Nos intervalos da escola o João gosta de andar de skate, porque tem um pátio
espaçoso.
A Rita adora colocar no seu cabelo um lacinho vermelho e olhar-se ao espelho
sempre que sai de casa.
A cor preferida da Rita é o Roxo.
66
melhoramento na escrita dos alunos sem erros ortográficos (anexo 7 – textos recolhidos pelos
alunos, após intervenção).
Depois da recolha e observação dos textos produzidos, após a implementação de
estratégias para a supressão do erro, notei que os alunos melhoraram significativamente a
ortografia destas palavras.
Passaram a estar mais atentos às palavras que escreviam e começaram a fazer uma
releitura daquilo que redigiam. Destaco o facto de a consciencialização da incorreção
ortográfica, por parte dos alunos, ter contribuído para o respetivo trabalho na superação da
dificuldade encontrada.
67
3. Considerações Finais
68
Imagem 11 – Texto recolhido turma A Imagem 12- Texto recolhido turma B
69
Reflexão final
70
percetível, utilizar materiais diversificados, circular pela sala durante a realização de atividades
de cariz individual ou em grupo, retirar as dúvidas quando surgiam aos alunos e ouvir o
feedback dos mesmos relativamente aos trabalhos realizados. Observei os alunos e efetuei
sempre o levantamento dos seus conhecimentos antecedentes, de forma a integrar os temas
da melhor forma e a propor-lhes tarefas que lhes fosse possível executar.
Procurei refletir sobre a minha prática, considerando os aspetos positivos e negativos da
mesma. No que concerne aos aspetos negativos, tentei corrigi-los, recorrendo muitas vezes
aos professores cooperantes e aos docentes das unidades de prática supervisionada.
Segundo Gomes (2006)
“Escrever torto por linhas direitas” não tem de ser uma fatalidade; o papel
da escola consiste, justamente, em preparar os alunos (todos os alunos)
para que, sejam quais forem as circunstâncias, possam “escrever direito
(mesmo se) por linhas tortas”…, linhas com que se tecem afinal, as
surpresas da vida (p.4).
O percurso investigativo realizado foi bastante importante para o meu desenvolvimento,
pois acredito que os alunos podem escrever corretamente, desde que se sintam confiantes
quando se expressam por escrito. Cabe aos professores ajudar e auxiliar continuamente os
alunos a refletir sobre os seus erros ortográficos. Considero importante que o professor
direcione a sua prática pedagógica para as “falhas” na escrita produzida pelos alunos que
possa analisá-las, apesar de ter noção que essas “falhas” fazem parte do processo de
aprendizagem. Cabe aos professores alertar os alunos sobre os erros e a forma de retificá-los.
As tarefas do percurso investigativo foram realizadas com intuito de proporcionar aos
aprendizes uma reflexão sobre os erros ortográficos verificados na escrita. As estratégias
criadas e desenvolvidas com os alunos tiveram como objetivo suprimir/melhorar os erros em
termos ortográficos, através da consciencialização dos mesmos e das estratégias de
supressão dos mesmos.
Com a realização deste percurso investigativo adquiri conhecimentos relativamente às
causas e origens dos erros ortográficos nos alunos do 1º e 2º ciclo. Obtive saberes
relativamente às estratégias a utilizar na supressão dos diferentes erros ortográficos e
comprovei que o papel do professor constitui um instrumento valioso na ajuda aos alunos pois
pode levá-los a refletir sobre os seus erros ortográficos e a desenvolver estratégias de correção
dos mesmos.
71
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Anexos
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Anexo 2 - Folha com Linhas fornecida aos alunos
Nome__________________________________Data________________
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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_____________________________________________________
76
Anexo 3 - Textos realizados pelos alunos da turma A
77
Anexo 3.2 - Aluno2
78
Anexo 3.3 - Aluno 3
79
Anexo 3.4 - Aluno 4
80
Anexo 3.5 - Aluno 5
81
Anexo 3.6 - Aluno 6
82
Anexo 3.7 - Aluno 7
83
Anexo 3.8 – Aluno 8
84
Anexo 3.9 - Aluno 9
85
Anexo 3.10 - Aluno 10
86
Anexo 3.11 - Aluno 11
87
Anexo 3.12 - Aluno 12
88
Anexo 3.13 - Aluno 13
89
Anexo 3.14 - Aluno 14
90
Anexo 3.15 - Aluno 15
91
Anexo 3.16 - Aluno 16
92
Anexo 3.17 - Aluno 17
93
Anexo 4 - Textos realizados pelos alunos da turma B
94
95
96
97
98
99
100
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102
103
104
Anexo 5 - Exercício "Opção Certa" realizado pelos alunos
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118
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Anexo 6 - Exercício "Preenchimento de Espaços" realizado pelos alunos
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Anexo 7 – Textos recolhidos na turma A, após intervenção
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~
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Anexo 8- Textos finais recolhidos na turma B
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