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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Agravante: Wilson Agravado: Ministério Público


Processo nº RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul Colenda Câmara Criminal
I) DOS FATOS O agravante foi denunciado e condenado com incurso nas sanções
do artigo 157, § 2º-A, II, do Código Penal, sendo-lhe aplicada pena privativa de liberdade de 06 anos e 08 meses de reclusão, em regime inicial semiaberto. O delito foi
praticado em 25/01/2020, quando Wilson foi preso em
flagrante, sendo posteriormente convertida em prisão preventiva, situação em que se manteve durante a tramitação de todo o processo. O agravante formulou pedido de
concessão do livramento
condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da Comarca de Porto Alegre/RS, que foi indeferido. A defesa técnica foi intimada da decisão no dia 16/05/2022.
II) DO DIREITO A) DO DELITO NÃO SER CRIME HEDIONDO
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, sob o
fundamento de que o crime cometido seria hediondo e, por isso, não teria sido cumprido até o momento o período de 2/3 da pena privativa de liberdade.

Todavia, o crime de roubo majorado mediante o emprego de


explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum não é hediondo, pois não se encontra previsto no rol do artigo 1º da Lei nº 8.072/1990. Assim, não há que se
falar em cumprimento de 2/3 da pena para
concessão do benefício, mas sim 1/3 da pena, já que o agravante não é reincidente em crime doloso, conforme prevê o artigo 83, inciso I, do Código Penal.
B) DA NÃO REINCIDÊNCIA EM CRIME DOLOSO
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, sob o
fundamento de que não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Wilson, por ser reincidente, deveria cumprir metade da pena
imposta para obtenção do livramento condicional. Todavia, o agravante não é reincidente em crime doloso, já que a
condenação anterior está relacionada à prática do crime de lesão corporal culposa.
Dessa forma, não há que se falar em cumprimento de metade da
pena para concessão do benefício, mas sim 1/3 da pena, conforme prevê o artigo 83, inciso I, do Código Penal.
C) DA CONTAGEM DO PRAZO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL O Magistrado considerou em sua decisão a interrupção da
contagem do prazo de livramento condicional, considerando a nova database a partir da falta grave. Todavia, tal decisão não encontra respaldo na lei, já que não há
previsão dessa sanção em decorrência da falta grave. Logo, a decisão proferida pelo Magistrado violou o princípio da
legalidade, pois a falta grave não gera interrupção da contagem do prazo do livramento condicional, conforme se extrai da Súmula 441 do Superior Tribunal de Justiça.
Logo, o prazo para concessão do livramento condicional começou a correr desde o início do cumprimento da pena, razão pela qual o agravante implementou o prazo de
1/3 para obtenção do benefício.
D) INDISPENSABILIDADE DA REALIZAÇÃO DO EXAME CRIMINOLÓGICO
O Magistrado considerou indispensável a realização do exame
criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. Todavia, desde a
Lei nº 10.792/03 não existe mais obrigatoriedade
da realização de exame criminológico para fins de obtenção da progressão de regime ou do livramento condicional. Basta, para o livramento, que seja atestado
comportamento satisfatório durante a execução da pena. Apesar disso, conforme a Súmula 439 do STJ, a realização do
exame criminológico exige decisão fundamenta nas particularidades da hipótese concreta, não sendo suficiente a simples afirmação da gravidade em abstrato do delito.
No caso, não houve fundamentação idônea, pois simplesmente foi
mencionado que o crime de roubo é grave. Dessa forma, o agravante faz jus a concessão do livramento condicional.
III) DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente
recurso, com a REFORMA DA DECISÃO, para o fim de conceder o benefício do livramento condicional, com expedição de alvará de soltura. Nestes termos,
Pede deferimento. Local..., 23 de maio de 2022
Advogado... OAB...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG
Processo nº WILSON, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581,
inciso IV, do Código de Processo Penal.
O presente recurso é tempestivo, pois apresentado dentro do prazo de 5
dias, conforme artigo 586 do Código de Processo Penal. Assim, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do
artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal
de Justiça do Estado de Minas Gerais para o devido processamento.
Nestes termos, Pede deferimento.
Local..., 22 de novembro de 2021. Advogado... OAB…

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


Recorrente: WILSON
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
Processo nº
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais Colenda Câmara Criminal
I) DOS FATOS
O Ministério Público denunciou o recorrente pela prática do crime de
homicídio qualificado, previsto no artigo 121, §2º, VI do Código Penal. Durante a instrução, testemunhas foram ouvidas, oportunidade em que
afirmaram que Bento provocou e prometeu matar o réu. Interrogado, o réu admitiu o disparo que vitimou sua esposa, porém
alegou que o intuito era atingir Bento, que estava com um facão indo em sua direção para lhe agredir.
Encerrada a instrução, o Juiz prolatou decisão pronunciando o réu com o
incurso no crime de artigo 121, § 2º, VI, do Código Penal. A defesa foi intimada da decisão no dia 17 de novembro de 2021, que caiu
numa quarta-feira.
II) DO DIREITO A) DA NULIDADE DA DECISÃO DE PRONÚNCIA
Na decisão de pronúncia, o Magistrado afirmou que a prova produzida
não deixa margem a dúvidas acerca da responsabilidade do réu. Todavia, nos termos do artigo 413, §1º do Código de Processo Penal, o magistrado
deveria se limitar a apontar a materialidade do fato e indícios da autoria, sendo-lhe vedado aprofundar a análise do mérito, assim como fez ao
afirmar que a prova não deixa margem a dúvidas acerca da responsabilidade do réu. Assim, deve ser declarada nula a decisão de pronúncia (0,30),
nos termos
do artigo 413, § 1º, artigo 564, inciso III, alínea “f”, e artigo 564, inciso IV, todos do Código de Processo Penal.
B) DA LEGÍTIMA DEFESA
O réu foi denunciado por ter praticado o crime de homicídio com aqualificadora do feminicídio. Todavia, restou demonstrado que Bento partiu em
direção ao réu, munido com um facão, para lhe agredir. Wilson, usando dos meios disponíveis para se defender, qual seja uma arma de fogo,
efetuou um disparo para cessar a injusta agressão, porém errando o alvo, acertando Maria, sua esposa. Como se trata de erro na execução, deve-se
considerar as condições e qualidades da pessoa pretendida, e não as da pessoa efetivamente atingida, na forma do artigo 73 c/c 20, §3º, ambos do
Código Penal. No caso, ao efetuar o disparo de arma de fogo, o réu reagiu à injusta
agressão de Bento, agindo, pois, em legítima defesa, causa excludente da ilicitude, nos termos do artigo 23, inciso II, e artigo 25, ambos do Código
Penal. Portanto, deve o réu ser absolvido sumariamente, com fundamento no artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal.
C) DO AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA
O réu foi denunciado pela prática do homicídio com a qualificadora do feminicídio, artigo 121, §2º, inciso VI, do Código Penal. Todavia, por erro no
uso dos meios de execução, atingiu Maria, sua esposa, enquanto buscava reagir à injusta agressão praticada por Bento. Desta forma, devem ser
consideradas as qualidades e condições da pessoa pretendida, razão pela qual o réu deve responder como se tivesse atingido Bento. Assim, deve
ser afastada a qualificadora do feminicídio, por erro na execução, nos termos do artigo 73 do Código Penal.

III) DOS PEDIDOS


Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com
a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que:
a) Seja declarada a nulidade da decisão de pronúncia, nos termos do artigo 413, §1º, artigo 564, inciso III, “f”, e artigo 564, inciso IV, todos do
Código de Processo Penal; b) Seja o réu absolvido sumariamente, com base no artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal; c) Seja afastada
a qualificadora do feminicídio;
Nestes termos, Pede deferimento.
Local..., 22 de novembro de 2021
Advogado... OAB…
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SALVADOR/BA
Processo nº
MÁRCIA, já qualificada nos autos, por seu procurador infraassinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar MEMORIAIS, com base no artigo 403,
§3º, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I) DA TEMPESTIVIDADE
Os presentes memoriais são tempestivos, já que
apresentados dentro do prazo de 5 dias, previstos no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal.
II) DOS FATOS
A ré foi denunciada pela prática do crime furto qualificado
pelo abuso de confiança e concurso de pessoas, nos termos do artigo 155, §4º, incisos II e IV, do Código Penal. A denúncia foi recebida, e, na sequência a ré foi
devidamente citada, deixando, contudo, transcorrer o prazo para a resposta à acusação sem oferecê-la, e não constituindo defensor. Após a audiência de instrução e julgamento, o Ministério Público
pugnou pela condenação nos termos da denúncia. A defesa constituída pela ré foi intimada no dia 04 de
setembro de 2018.
III) DO DIREITO
A) DA NULIDADE DO PROCESSO
O Magistrado recebeu a denúncia, e, na sequência a ré foi devidamente citada, deixando transcorrer o prazo para a resposta à acusação sem oferecê-la, e não constituindo defensor, tendo o Magistrado
de imediato, designado audiência de instrução e julgamento. Todavia, deve ser reconhecida a nulidade do processo,a partir da citação, tendo em vista que não houve nomeação de defensor para
apresentar resposta à acusação, conforme dispõe o artigo 396-A, §2º, do Código de Processo Penal. Logo, deve ser declarada nulidade do processo, a partir
da citação, uma vez que ocorreu o cerceamento de defesa, violando o artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal, bem como os artigos 261 e 564, inciso III, alínea “c”, ambos do Código de Processo
Penal, e súmula 523 do Supremo Tribunal Federal.
B) DO CONCURSO DE PESSOAS
A ré foi acusada de ter praticado crime furto qualificado
pelo abuso de confiança e concurso de pessoas, nos termos do artigo 155, §4º, incisos II e IV, do Código Penal. Todavia, e acordo com o artigo 29, caput, do Código
Penal, para incidir na hipótese de concurso de pessoas, a conduta do agente deve contribuir, ainda que minimamente, para a produção do resultado.
No caso, Márcia, profundamente irritada por ter sido
ofendida pela patroa, deixou a porta da frente da residência destrancada, tendo uma pessoa não identificada arrombado a porta dos fundos, ingressado na residência, e subtraiu diversos objetos. Logo, a
ré não concorreu para o furto, uma vez que sua
conduta não foi relevante para a subtração dos objetos razão pela qual deve ser absolvida nos termos do artigo 386, incisos IV OU V OU VII, do Código de Processo Penal.
C) DO AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA
A ré foi denunciada pela prática do crime furto qualificado
pelo abuso de confiança e concurso de pessoas, nos termos do artigo 155, §4º, incisos II e IV, do Código Penal. Todavia, a ré estava na sua segunda semana de faxina,
ou seja, não havia relação de confiança entre a ré e Joana. Sendo assim, requer o afastamento da qualificadora do
abuso de confiança.
D) DA PENA-BASE NO MÍNIMO LEGAL
A ré foi acusada de ter praticado crime furto qualificado
pelo abuso de confiança e concurso de pessoas, nos termos do artigo 155, §4º, incisos II e IV, do Código Penal. Todavia, conforme o princípio da presunção da inocência,
previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, bem como Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, inquérito policial ou ação penal em curso não autoriza o acréscimo da pena-base a
pretexto de maus antecedentes. Assim, como todas as circunstâncias judiciais do artigo 59
do Código Penal são favoráveis, deve ser, se condenada a ré, aplicada a pena-base no mínimo legal.
E) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA
A ré, em seu interrogatório, confirmou ter deixado a porta
da frente aberta. Desta forma, deve ser reconhecida a atenuante da
confissão espontânea, nos termos do artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal.

F) DA ATENUANTE DA MENORIDADE
A ré contava com 19 anos de idade na época do fato,
razão pela qual deve ser reconhecida a atenuante da menoridade relativa, prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal.
G) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE
A ré possui um registro de inquérito policial pela prática
do crime de receptação, bem como uma condenação pela prática do crime de apropriação indébita, que se encontra em grau de recurso. Todavia, não há sentença condenatória transitada em
julgado por crime anterior, assim a ré não se enquadra como reincidente, de acordo com o artigo 63 do Código Penal. Sendo assim, requer o afastamento da agravante da
reincidência.
H) DO REGIME ABERTO
Considerando que a ré é primária, que não existem
circunstâncias desfavoráveis do artigo 59 do Código Penal, e que a pena aplicada não será superior a 04 anos, na hipótese de eventual condenação, o Magistrado deverá fixar o regime inicial de
cumprimento de pena o aberto, nos termos do artigo 33, §2º, alínea ‘c’, do Código Penal.
I)DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS
A ré possui direito à substituição da pena privativa de
liberdade por pena restritiva de direitos, uma vez que preenchidos os requisitos do artigo 44 do Código Penal, já que eventual pena não será superior a 4 anos, não é reincidente em crime doloso, o crime
imputado a ela é sem violência ou grave ameaça.
IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer a denunciada:
a) Reconhecimento da nulidade do processo a partir da citação; b) Absolvição, com base no artigo 386, inciso IV ou V ou VII, do Código de Processo Penal; c) Afastamento da qualificadora do abuso de
confiança; d) Não reconhecimento dos maus antecedentes, com fixação da pena-base no mínimo legal, já que todas as circunstâncias judiciais são favoráveis; e) O afastamento da agravante da
reincidência; f) Reconhecimento da atenuante da menoridade relativa, prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal; g) Reconhecimento da atenuante da confissão espontânea, prevista no artigo 65,
inciso III, alínea “d”, do Código Penal; h) Fixação do regime inicial aberto, nos termos do artigo 33, §2º, alínea “c” do Código Penal. i) Substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.
Nestes termos, Pede deferimento.
Local..., 10 de setembro de 2018
Advogado... OAB…

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