1) José Wilker foi pronunciado por tentativa de homicídio após atirar em uma vítima durante uma discussão, causando lesões no braço.
2) A defesa alega que não há provas suficientes de intenção de matar e que o crime deveria ser desclassificado para lesão corporal grave.
3) Também alega que houve desistência voluntária do ato, uma vez que o réu só atirou uma vez e tinha mais munição disponível.
1) José Wilker foi pronunciado por tentativa de homicídio após atirar em uma vítima durante uma discussão, causando lesões no braço.
2) A defesa alega que não há provas suficientes de intenção de matar e que o crime deveria ser desclassificado para lesão corporal grave.
3) Também alega que houve desistência voluntária do ato, uma vez que o réu só atirou uma vez e tinha mais munição disponível.
1) José Wilker foi pronunciado por tentativa de homicídio após atirar em uma vítima durante uma discussão, causando lesões no braço.
2) A defesa alega que não há provas suficientes de intenção de matar e que o crime deveria ser desclassificado para lesão corporal grave.
3) Também alega que houve desistência voluntária do ato, uma vez que o réu só atirou uma vez e tinha mais munição disponível.
1) José Wilker foi pronunciado por tentativa de homicídio após atirar em uma vítima durante uma discussão, causando lesões no braço.
2) A defesa alega que não há provas suficientes de intenção de matar e que o crime deveria ser desclassificado para lesão corporal grave.
3) Também alega que houve desistência voluntária do ato, uma vez que o réu só atirou uma vez e tinha mais munição disponível.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO I TRIBUNAL DO JURI DE
BELO HORIZONTE- MINAS GERAIS
José Wilker, já devidamente qualificada nos autos do processo criminal
em epígrafe que lhe move o Ministério Público, por sua advogada que esta subscreve, não se conformando com a respeitável decisão de pronúncia, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fulcro no artigo 581, IV do Código de Processo Penal.
Nesse sentido, requer que seja conhecido e provido o recurso e
procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, para o devido processamento. O presente recurso é tempestivo, uma vez que interposto dentro do prazo de 5 (cinco) dias, previsto no artigo 586 do Código de Processo Penal. Recorrente: José Wilker
Recorrido: Ministério Público de Minas
Gerais Egrégio Tribunal de Justiça
Ínclitos Desembargadores
I- SÍNTESE DO OCORRIDO
Consta nos autos que, no dia 02 de novembro de 2021, o recorrente,
movido por uma discussão territorial, efetuou um disparo contra a vítima, causando-lhe lesões no braço esquerdo. O Ministério Público denunciou contra o autor, por infração prevista no artigo 121, caput e artigo 14, inciso II, do Código Penal, ou seja, tentativa de homicídio. Conforme consta na denúncia, o delito não se consumou por circunstância alheias à vontade de José, o que não condiz com a realidade, como passarei a demonstrar. A denúncia foi recebida pelo I Tribunal do Júri de Belo Horizonte- Minas Gerais e, após, o réu apresentou tempestivamente a resposta a acusação, como consta nos autos. Durante a instrução, foram ouvidas quatro testemunhas, sendo duas delas arroladas pela defesa, esses presentes na hora do fato e que confirmaram a desistência voluntária do recorrente. O autor foi intimado da referida decisão na data de 27 de março de 2023, sendo tempestivo o presente recurso. II- FUNDAMENTOS JURÍDICOS
a) DA IMPRONÚNCIA E DESQUALIFICAÇÃO DO CRIME
Segundo o artigo 414 do CPP, não se convencendo da materialidade do
Fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. No caso em tela, não há indícios suficientes de que o recorrente havia, no momento do disparo, intenção de matar a vítima. Não é possível (e muito menos aceitável) afirmar que o autor do delito queria tirar a vida da vítima apenas pela oitiva das testemunhas. Se olharmos para o Direito, ciência estritamente rígida e que não permite erro, tendo em vista tratar-se de um direito inviolável, a liberdade, não há provas suficientes para pronúncia do réu em tentativa de homicídio. Vejamos, as provas apresentadas são infundadas, assim como há testemunhas (não- presenciais) que afirmam terem ouvido o autor dizer que pretendia matar a vítima, há, também, testemunhas que presenciaram os fatos, que afirmam com certeza que o réu disparou apenas uma vez contra a vítima, em seu braço. Ora, alguém com animus necandi não iria disparar uma única vez, em um membro não fatal como ocorreu. Trata-se, claramente, de um crime de lesão corporal de natureza grave, e não um crime de tentativa de homicídio como o entendimento do juízo de origem.
É inaceitável permitir que uma testemunha, que não presenciou os fatos,
possa decidir o futuro e a liberdade de um indivíduo assim. Além dos depoimentos, não há provas cabais que determinem a real intenção do recorrente no momento da ação e, como já dito, caso o juiz não encontre indícios suficientes, não deverá pronunciar o réu.
Diante do exposto, resta claro que as provas testemunhais juntadas aos
autos não são suficientes para comprovar a autoria do crime de tentativa de homicídio, devendo, o presente recurso ser julgado PROCEDENTE, para desqualificar o delito de tentativa de homicídio para o crime de lesão corporal, tipificado no artigo 129, § 1º, inciso I do Código Penal, qual seja:
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
§ 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
b) DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
Prevê o artigo 15 do Código Penal que quando agente, voluntariamente,
desistir de prosseguir com a ação responderá apenas pelos atos praticados. Nos termos da denúncia, o delito de homicídio não se consumou por circunstâncias alheias à vontade de José Wilker, sendo evitado porque a vítima recebeu pronto atendimento médico. Porém em audiência de Instrução e Julgamento foram ouvidas duas testemunhas que presenciaram os fatos e afirmaram que o réu disparou apenas uma vez contra a vítima e não prosseguiu com a ação. Ainda, conforme informações da polícia técnica, a arma utilizada no momento do crime havia 7 (sete) cartuchos disponíveis, ou seja, o agente não deixou de prosseguir com a ação por circunstâncias alheias, e sim por desistência voluntária.
Logo, considerando a desistência voluntária, prevista no artigo 15 do
Código Penal, o réu deve responder apenas pelo crime que praticou, ou seja, lesão corporal de natureza grave, previsto no artigo 129, §1º, inciso I do Código Penal, uma vez que a lesão ocasionou à vítima a incapacidade de exercer suas atividades por 40 dias, mas não pela prática do crime de homicídio tentado, como entendeu o juízo de origem.
III- DOS FUNDAMENTOS
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente
recurso, com a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que:
A) Seja desclassificado o delito de homicídio tentado para o crime de
lesão corporal grave, com a consequente remessa para o juízo comum, na forma do artigo 419 do Código de Processo Penal.