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Trabalho 2 de Geografia Regional - Biute David

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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

CENTRO DE ENSINO À DISTANCIA - CHIMOIO


CURSO: GEOGRAFIA COM HABILIDADES EM TURISMO

Cadeira: Geografia Regional

Tema:

O Continente Africano

Discente:
Biute David Lourenço Charles

Chimoio, Abril de 2023


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
CENTRO DE ENSINO À DISTANCIA - CHIMOIO
CURSO: GEOGRAFIA COM HABILIDADES EM TURISMO

Tema:

O Continente Africano

Discente: Biute David Lourenço Charles

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado no


Centro de Ensino à Distância do Instituto Superior
Mutasa, Curso de Licenciatura em Geografia com
Habilidades em Turismo, 3° Ano I° Semestre de
2023, Disciplina de Geografia Regional, sob
orientação do Docente:

MSc. José Vontade

Chimoio, Abril de 2023


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 1
1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 2
1.1.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 2
1.1.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 2
1.2. A Metodologia do Trabalho ................................................................................................ 2
2. O Continente africano ............................................................................................................. 3
2.1. Situação Geográfica e Astronómica .................................................................................... 3
2.2. O Litoral do Continente africano e o seu traçado ................................................................ 4
2.3. Plataforma Continental ........................................................................................................ 5
2.4. História Geológica do Continente Africano ........................................................................ 6
2.4.1. Estrutura Geológica do Continente africano .................................................................... 7
2.5. O Relevo do Continente Africano ....................................................................................... 7
2.6. Características climáticas do Continente Africano .............................................................. 9
2.6. 1. As zonas climática do Continente ................................................................................. 10
2.7. Hidrografia do Continente Africano .................................................................................. 12
2.8. Zonas Naturais da Vegetação no Continente Africano ..................................................... 13
2.9. Regionalização Físico-Geográfico do Continente Africano .............................................. 14
3. Conclusão ............................................................................................................................. 15
4. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 16
1. Introdução

A Geografia regional é um ramo da geografia geral com a especificidade de apresentar os


critérios de regionalização quer seja natural, social, económica, política, culturais, ou ainda
uma composição de vários esses factores. Ela visa analisar os diversos factores que concorrem
na ocorrência da heterogeneidade ou homogeneidade entre diversos espaços geográficos.

Entretanto o presente trabalho da cadeira de Geografia Regional vai abordar acerca do


continente Africano. Ao longo do seu desenvolvimento serão abordados os seguintes aspectos
físico-geográficos: situação geográfica e astronómica, litoral do continente, plataforma
continental, história e estrutura geológica do continente, o relevo do continente africano,
características climáticas do continente africano, hidrografia do continente africano e zonas
naturais da vegetação no continente africano.

Por outro lado, refira-se que o presente trabalho encontra-se estruturado em quatro capítulos:
no capítulo 1 temos a introdução, no capítulo 2 encontra-se a análise e discussão dos temas
propostos, já no capítulo 3 temos conclusão em torno dos objectivos previamente traçados e
finalmente no quarto capítulo vem as referências bibliográficas.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Descrever os diferentes aspectos físico-geográficos que ocorrem no Continente


africano.

1.1.2. Objectivos específicos

 Descrever a Situação Geográfica e Astronómica do Continente;


 Descrever o Litoral do Continente africano e a plataforma continental;
 Descrever a geologia do continente;
 Descrever as regiões altimétricas do continente africano;
 Caracterizar as regiões climáticas do continente africano;
 Explicar as razões da ocorrência de diferentes zonas climáticas no continente africano;
 Destacar as principais zonas climáticas do Continente Africano;
 Caracterizar a rede Hidrográfica do Continente africano;
 Identificar os principais rios e lagos africanos;
 Identificar as regiões Biogeográficas de África;
 Caracterizar as regiões Biogeográficas de África.

1.2. A Metodologia do Trabalho

A metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a execução de uma


pesquisa. Entretanto para a execução deste trabalho recorremos ao método bibliográfico,
através do qual procuramos consultar vários manuais que serviram de suporte.

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2. O Continente africano

2.1. Situação Geográfica e Astronómica

África é o terceiro Continente mais extenso, depois da Ásia e América. Tem uma superfície
que cobre cerca de 1/5 do total da terra firme do globo o que corresponde a 20,3 %, com uma
superfície de cerca de 3.217.000 km2 e mede cerca de 8000 km de Norte a Sul, e 7500 km de
Leste a Oeste (Mate, s/ano).

Pela sua situação geográfica este Continente localiza-se a Sul da Europa ou mesmo que dizer
a sudeste da Eurásia.

A Norte é limitado pelo Estreito de Gilbraltar e pelo Mar Mediterrâneo, no que o separa tanto
da Península Hibérica como da Europa.

O Continente africano é banhado a Norte pelo Mar Mediterrâneo que o separa da Europa; a
oeste pelo Oceano Atlântico; a este pelo Oceano Índico; a Nordeste pelo Mar Vermelho que o
separa da Ásia e se comunica com Oceano Índico através do Estreito de Bab-El Mandeb.

Por outro lado faz parte dos territórios africanos a Ilha de Madagáscar situada cerca de 400
km a Sudeste, frente a Ilha de Moçambique e separada pela parte continental pelo Canal de
Moçambique além de outras Ilhas e Arquipélagos menores.

O Equador atravessa o Continente quase a meio, ficando a maior parte dos seus territórios no
Hemisfério Norte, enquanto a menor se estende pelo Hemisfério Sul.

Do mesmo modo é atravessado pelos Trópicos de Câncer e Capricórnio nas partes Norte e Sul
respectivamente, dai que se diz que se encontra na zona “Tórrida” ou quente.

Em relação ao Meridiano de Greenwich (Meridiano 0 ou de referência), este atravessa o


Continente na parte Ocidental, ficando a maior parte dos territórios no Hemisfério Oriental
com cerca de 51º 24' de amplitude Longitudinal. A menor no Hemisfério Ocidental com 17º
31' de amplitude. O Continente tem 4 fusos horários sendo que o fuso 0 abrange o extremo
Ocidental (Mate, s/ano).

Do seu ponto mais a Norte que é a Ponta Ben Sakka, em Marrocos, na Latitude 37º 21'N, até
ao ponto mais a Sul, o Cabo das Agulhas na África do Sul, na Latitude 34º 51' 15˝ S, numa

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distância de 8000 km. Do ponto mais Ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, na
Longitude 17º 33' 22″ W, até Cabo Hafun na Somália, na Longitude 51º 27' 52″ S numa
distância de aproximadamente 7400 km.

2.2. O Litoral do Continente africano e o seu traçado

A linha da costa do Continente africano é praticamente rectilínea uma vez que não apresenta
reentrâncias nem saliências bem pronunciadas, e diz-se que o Continente africano é um
Continente Maciço, pois não é penetrado por algum braço do mar e não apresenta mares
internos e externos (Jessen e Araujo, 1998).
A Costa Norte no Mediterrâneo é alta, e as vezes escarpada do estreito de Gilbraltar ao Cabo
Branco e dai é baixa e arenosa até ao Canal de Suez.
As principais saliências são o Cabo da Tunísia e o Golfo de Sirte. A Costa Ocidental no
Oceano (Atlântico), exceptuando um pequeno troço no Nordeste do estreito Gilbraltar ao
Paralelo Norte em que é interrompida por escarpas, a costa é baixa até Benguela com uma
interrupção brusca no Golfo da Guiné devido a escarpas dos Camarões que tem saliência ao
Oceano.
Do paralelo 30º Norte ao Senegal a costa é arenosa e árida sendo uma costa de um Deserto.
Deste ponto ao Cabo Palmas é lagunar e dominada por Mangal. É Costa do Golfo da Guiné (a
principal reentrância), é baixa e por vezes pantanosa e quase inacessível.

O mangal é uma associação vegetal que forma uma floresta densa. Normalmente sob
influência das marés sem grande força. Na Beira abunda o Mangal Avicena.

A Costa sudeste, Sul e Sudeste de Benguela (em Angola) até a Ponta do Ouro (Extremo Sul
de Moçambique) mesmo continuando baixa, por vezes é alta e escarpada onde as escarpas dos
montes do Karroo e Drakensberg por vezes caem da forma abrupta.

Costa Escarpada, é uma costa abrupta e rochosa ou costa ariba. A Costa Oriental africana, do
Cabo Hafun na Somália a Ponta de Ouro estremo Sul de Moçambique é baixa e as vezes alta
de Znzibar a Ilha de Moçambique e na Costa de Vilanculos.

Na Costa norte e Oriental distinguem se os seguintes acidentes da Costa: O golfo de Aden A


Península da Somália e com ela o Cabo de Azir o guarda Afun. O Cabo delgado, a Baia de

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Sofala, o Cabo Ponta São Sebastião (Vilanculos) a Ponta da Barra Alta na Baia de Inhambane
e a Ponta da Barra, a Baia do Maputo e o cabo de Santamaria (Sul da Ilha de Inhaca).

2.3. Plataforma Continental

Uma parte do continente africano encontra se submersa nas águas oceânicas, esta submersão
tem tido comportamento diferente de acordo com a constituição geológica da rocha em que se
encontra e compreende a parte que vai de 0 a 200 metros de profundidade em direcção ao
Oceano. Em certas ocasiões pode constituir praias ou de relevo abrupto conforme os casos
(Jessen e Araujo, 1998).

A plataforma Continental e Ilhas do continente, africano relativamente a outros Continentes


do Globo, o Continente africano possui uma plataforma que as vezes se alarga outras vezes se
estreita. As maiores larguras encontram se na Costa Norte no Mar Mediterrâneo frente a
Cadeia do Atlas da parte Ocidental, em que se estreita.

A Plataforma Continental se precipita bruscamente para profundidades iguais ou superiores a


1000 ou mesmo a 2000 metros e mais. Esta é igualmente estreita na parte Nordeste e Norte da
Líbia e Egipto respectivamente. Na Costa Norte, o Centro do Mar Vermelho, praticamente em
toda a Costa da Somália, do Rovuma ao rio Ligonha em Moçambique e em toda a Costa
sudeste do Continente, encontra-se estreita.

Na Costa do Atlântico é estreita do estreito de Gilbraltar até a frente das Ilhas Canárias e
relativamente menos estreita ao longo do Golfo da Guiné até ao Rio Cunene, estremo Sul de
Angola.

A Plataforma continental alarga-se relativamente na costa Sudeste da Tunísia e Norte da Líbia


no Mar Mediterrâneo. Do Cabo Verde ao Cabo Palma, na Costa Sul e Sudeste da África
Austral a Sul do Cunene. No Índico ela é relativamente larga na Costa Moçambicana a partir
do rio Ligonha ao Cabo ou Ponta São Sebastião em Vilanculos. A maior largura encontra se
na Costa frente a Baia de Sofala com 120 km da Costa frente a Cidade da Beira.

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2.4. História Geológica do Continente Africano

O Continente africano é formado por uma antiga plataforma précambrica, também conhecida
por “Soco”, das muito antigas e recoberta por uma camada sedimentar. Ainda durante o Pré-
câmbrico, a estrutura Gondwaniana sofreu uma série de dobramentos de grande raio de
curvatura com uma inclinação do sueste para o Nordeste e de Este para
Oeste. A transformação destas dobras resultou em grandes peneplanícies (Jessesn & Araújo,
1998).

Durante as eras Paleozóica e Mesozóica, o Continente não sofreu grandes movimentos de


conjunto, algumas áreas bem delimitadas foram afectadas por movimentos da crusta. Nesta
fase depositaram se sedimentos continentais e marinhos, com maior destaque para as
continentais, em especial no Sul do Continente onde formou a espessa camada sedimentar do
Karroo, na sua maioria, grés e arenitos, mas também calcários e Xistos.

Foi na Era Primária que se deu a sedimentação marinha no noroeste do Continente. Foi esta
sedimentação que deu origem as bolsas subterrâneas de petróleo do Sahara.

Durante a Era Mesozóica o Continente Gondwana desfez se por completo e África começou a
fase continental que se observa até os nossos dias. Afirma-se que neste tempo o Sahara estava
coberto de água do Oceano, do qual se depositou os sedimentos existentes.

Na era Terciária o continente sofreu as deformações mais importantes de toda sua história
geológica. Os dobramentos os Alpes da Eurásia afectaram também o Continente africano,
quebrando nalguns casos a plataforma. Isto originou fracturas como as do Norte que formou a
Cadeia do Atlas, com montanhas muito complexas. No Este as fracturas criaram o Vale do
Rift (Rift Valley). Estende se do Mar Morto até ao Rio Pungué em Moçambique, onde vem
terminar na fossa do Urema na direcção Norte Sul. Estes foram depressões (vales) ou
erupções vulcânicas.
No oeste as fracturas causaram a formação da Fossa dos Camarões e os Montes Camarões
com uma orientação aproximada SW- NE.

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2.4.1. Estrutura Geológica do Continente africano

O fundamento do Continente africano é constituído por uma placa litológica do Escudo


Gundwana no entanto o antigo continente Gondwana no processo da sua desintegração
dividiu se em várias placas conforme a teoria da deriva dos continentes. Desta desintegração,
foram sendo constituídos os continentes Africano, América do Sul, Austrália e Antártida,
além de outras menores que se separaram destas como é o caso da placa Industão que se
deslocou para o Norte e juntou-se a Eurásia como a Península Arábica que experimentou uma
separação em relação ao Continente Africano.

Dentro da estrutura geológica do Continente africano distinguem-se 5 antigos Cratões pré-


cambricas que se formaram a entre 3-6 a 2 biliões de anos, que são tectónicamente estáveis
desde o tempo da sua formação dos quais podemos destacar os seguintes: Cratão Kaampval
(na república da África do Sul); o Cratão do Zimbabwe (que se estende do Zimbabwe ao
território Moçambicano de Manica); o Cratão da Tanzania; o Cratão de Congo; e o Cratão
África Ocidental (Mate, s/ano).
Estes Cratões são limitados ou bordeados por Cinturões ou Belts de dobramentos
relativamente recentes, formados entre 2 e 300 milhões de anos com rochas que se dobraram
intensivamente e metamorfisadas. Dos Cinturões conhecem-se os seguintes: Mozambique
Belt, que se estende na parte Leste do Continente africano; Damara e Catanga Belt, que se
estende de Namíbia e Zâmbia. Congo Ocidental Belt, que se estende entre Angola e Gabão;
Dahoey- Ahggar Belt que se estende entre Ghana e Argélia; Mauritânia Belt, que se estende
do Senegal ao Marrocos e Limpopo Belt, que separa o Cratão Zimbabweano ao Cratão de
Kampval na república da África do Sul.

2.5. O Relevo do Continente Africano

O Continente africano apresenta características particulares que se interligam com a sua


história e da região. Partindo da altitude média do mar o Continente africano ocupa o 3º lugar
com cerca de 750 m de altitude média depois de Antártida que tem cerca de 2300 m e da Ásia
com cerca de 950 m de altitude média (Silva, 2020).

Quase todo ele é constituído por rochas muito antigas. Pelas suas altitudes médias dominantes
é possível dividir em duas regiões altimétricas:
i. África Baixa ou do Noroeste que tem altitudes médias inferiores a 1000 m.

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ii. Região da África alta ou do Sudeste com altitudes superiores a 1000 m. O limite entre
elas passa pela linha Benguela até Massawa, na (Irritreia), no litoral do Mar Vermelho.

As principais formações morfológicas são: a planície litoral, as depressões ou bacias interiores


os planaltos e cadeias montanhosas.

O Relevo montanhoso ocupa aproximadamente 20% de superfície, o qual se localiza grosso


modo na periferia do Continente sendo de destacar:
 A Cadeia dos Montes Atlas no Norte, cujo ponto mais alto é o Monte Tubkal com
4165 m de altitude.
 O Maciço de Futajalon, no ocidente cujo ponto mais alto, é o Ponto Tonal com 1500
m.
 O Monte Camarões que é um vulcão dormente com 4070 de altitude.
 A Cadeia do Draknsberg, na África do Sul cujo ponto Mais alto é o Monte Talana com
3482 m de altitude.
 Montanhas do Karroo, cujo ponto mais alto é o Monte Surs com 3 299 m de altitude
na África do Sul.
 Os Montes do Planalto da África Oriental com altitudes superiores a 4850 m entre eles
se destacam o Monte Kilimanjaro com 5.897 m de altitude, o qual constitui o ponto
mais alto do Continente.
 O Monte elgon 4321 m.
 O Monte Rowenzori com 5109 m.
 O massiço da Etiópia cujo ponto mais alto é o ponto Ras Dasan, com 4620 m.
 Temos também algun montes do interior como o Maciço do Ahaggar com cerca de
2990 m no Monte Tehat.
 Maciço de Tibesti com 3415 m no Monte Enikossi, no Deserto de Sahara.

Como se pode observar na parte Oriental do Continente encontra se a região montanhosa mais
acidentada de África. Estas montanhas estão ligadas á formação do vale do Rift, durante o
Terciário, e as maiores altitudes formam as margens das fossas tectónicas cuja origem na sua
maioria é vulcânica.

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Os Planaltos correspondem as superfícies aplanadas na rocha do “soco” antigo onde se
depositam espessas coberturas sedimentares. Os planaltos da Etiópia, Quénia, Uganda, e
Norte da Tanzânia são cobertas por extensos mantos de lavas.

Durante a história geológica de África as superfícies planálticas sofreram várias aplanações


isto é passaram por vários ciclos de erosão que podem ser confirmadas nas formas de relevos
residuais que emergem do extenso planalto. Estas são formadas por rochas duras da
plataforma antiga, que resistiu a erosão. São os conhecidos inselbergs ou montes Ilha (Jessesn
& Araújo, 1998).

As principais altitudes africanas situam-se entre 200-1500 m, dividindo se em planaltos


inferiores, com altitudes entre 2000 e 600 m planaltos médios entre 600 e 1000 m e
altiplanaltos com mais de 1000 metros de altitude.

A Planície litoral do Continente africano é formada por uma cobertura sedimentar bastante
recente (finais do Terciário e Quaternário de origem marinha e continental, a qual constitui
uma faixa estreita variando de 0 a 200 m de altitude penetra para o interior seguindo a
margem dos grandes rios onde as maiores larguras observam se no litoral da Libéria e Egipto
no curso do rio Senegal e na foz do rio Níger na África Ocidental na Costa Sudeste da
Somália e no litoral de Moçambique.

Para o interior do Continente encontramos além das zonas montanhosas depressões que
representam grandes bacias hídricas que são formadas por sedimentos muito mais recentes, de
origem fluvial ou lacustre.

Algumas destas Bacias interiores apresentam-se de algum modo, formadas por terraços
fluviais separados uns dos outros por degraus escarpados. De entre as bacias podemos
mencionar as seguintes: A Bacia hidrográfica do Nilo; A Bacia do Niger; A Bacia do
Zairocongo; A Bacia do Kalahari.

2.6. Características climáticas do Continente Africano

A sua situação entre as latitudes 37º N e 34º S sugere que o continente integra-se na quase a
sua totalidade na zona Intertropical. Exceptuando as extremidades Norte e Sul que se situam
nas zonas subtropicais e mediterrânicas. Devido a esta situação geográfica o continente
africano é quente. Aqui o Sol ocupa a posição alta sobre o horizonte e por duas vezes ao ano
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atinge o zénite (21 de Dezembro e 21 de Junho) como resultado o continente recebe durante o
ano elevada quantidade de calor, cerca de 160 kcal/ano o que conduz a um sobreaquecimento.

Os dois principais factores que regulam o clima do continente africano na zona intertropical
são:
 O movimento anual aparente do Sol entre os Trópicos (Câncer e Capricórnio).
 A Zona de baixas pressões equatoriais, (CIT) e os Centros de altas pressões
subtropicais, (FIT), que se relacionam um com outro.

Os factores mencionados, determinam a existência de zonas climáticas que se dispõe em


faixas que no geral são paralelas ao Equador em especial no Hemisfério Norte. Consideram-se
essas faixas como zonas climáticas das que podemos destacar: A zona Equatorial, as zonas
Tropical Norte e Sul, e as zonas desérticas Norte e Sul.

Outros factores do clima têm influenciado o clima do continente africano, os quais


introduzem uma dinâmica do clima em diversas áreas do Continente que produz alterações na
zonagem anteriormente apresentada. Os de maior influência são a disposição do relevo, a
orientação da linha da costa, a continentalidade, sa correntes marítimas e a altitude.

2.6. 1. As zonas climática do Continente

De acordo com os factores climáticos anteriormente analisados no Continente africano


existem climas muito diversificados. Dado que o Equador atravessa este Continente a meio as
zonas climáticas exceptuando a zona Equatorial repetem-se duas a duas. Assim todos os
climas da região são possíveis agrupá-los em 7 zonas climáticas (de acordo com a
classificação de Alisov).

Segundo Alisov, no continente africano destacam-se as seguintes zonas climáticas: Uma zona
de Clima Equatorial; duas zonas de clima subequatorial Hemisfério Norte e Sul; duas zonas
de clima Tropical, Norte e Sul; duas zonas de clima subtropical Norte e Sul.

A Zona do Clima Equatorial Corresponde a zona e o clima característico das regiões da


vizinhança do Equador abrange grande parte da Bacia do rio Congo aproximadamente entre
as Latitudes 5º N e5º S e da Costa do Guiné até de 7º e 8º Norte. Nesta zona durante todo o
ano predominam massas de ar equatorial sempre quente e húmida.

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Predomina uma única estação muito quente com médias anuais de 25º c e p0equenas
amplitudes de 2 a 4 º c.

As Precipitações são de 1500 a 2000 mm/ano. As chuvas caem todos os dias especialmente na
parte da tarde por volta das 16 horas com fortes trovoadas relâmpagos e violentos tornados2.
As chuvas convectivas são máximas nos equinócios 21 de Março e 21 Setembro, a humidade
relativa é alta e aqui formam-se condições de humedecimento abundante e permanente.

Zona Subequatorial Norte e Sul - A zona Subequatorial do Hemisfério Norte, prolonga-se


até latitude 17º N; no Hemisfério Sul ela não atinge a costa do Atlântico e prolonga-se até
latitude 20º S.
As temperaturas desta zona são elevadas durante a maior parte do ano mas as amplitudes
térmicas são mais consideráveis do que a zona do clima Equatorial.
Nesta zona verificam-se duas estações a saber: (i) Uma quente e húmida (verão de cada
hemisfério); (ii) Uma Fresca e seca (Inverno de cada Hemisfério).

Zona do Clima Tropical - Encontram-se distribuídos nos dois Hemisférios Norte e Sul, logo
a seguir das zonas do clima subequatorial.

No Hemisfério Norte estendem-se entre as Latitudes 20º e 30º de latitude Sul enquanto que no
Oeste estendem-se entre 20º e 30º de latitude Sul.

Nesta zona durante todo o ano predominam as massas de ar Tropical e sopram os alísios. No
Hemisfério Norte é característico o Clima Tropical quente seco no deserto de Sahara.

No Inverno sobre a África Setentrional estabelece-se o regime anticiclónico. A secura do ar e


a fraca nebulosidade em paralelo com ausência da vegetação forma-se condições para a
brusca mudança das amplitudes térmicas diurnas.

No Golfo de Aden, também é seco os alíseos do nordeste que sopram no Inverno originam
apenas uma fraca precipitação aqui as chuvas são raras e irregulares podendo passar alguns
anos sem que caia uma gota de chuva, são as monções que trazem chuvas na região do Sudão
e encontra no seu percurso um obstáculo no Maciço da Etiópia que origina as chuvas
orográficas.

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No sul o clima Tropical seco é característico para a depressão Kalahari mas a quantidade das
precipitações é um pouco maior que no Sahara graças aos Aliseos do Sudeste que separam do
Índico. Para as periferias Ocidentais do Continente, na zona Tropical de ambos Hemisférios é
característico o clima de desertos litorais. Os ventos dominantes, soprando no sentido do
Equador criam na superfície do Oceano correntes de água frias como as de Benguela e
Canárias.

A zona do Clima Sub-Tropica l - Estas Zonas abrangem o estremo Norte e Sul do


Continente em comparação com a Zona do Clima Tropical aqui o afluxo da Radiação solar é
menor. As amplitudes térmicas anuais são mais visíveis o verão é quente e cerca de 22º C e
Inverno suave, cerca de 10º C. No Norte e Sudoeste de África o verão é muito quente e seco,
Inverno suave húmido pois que os ventos do sudeste que sopram do Atlântico nesta época
trazem massa de ar muito húmido da zona Temperada.

No sudeste da zona Subtropical da África Austral as chuvas caem durante todo o ano, mas a
parte principal das precipitações cai no verão. No Inverno elas são originadas por
transferências de humidade dos ventos de Ocidente, mas no verão em todo o litoral do
Sudeste sopram os ventos do Índico que originam grandes quantidades de precipitações nas
regiões orientais dos Drackensberg e da Ilha Madagáscar.

Assim na Zona do Clima Subtropical do Hemisfério Sul distinguem-se duas regiões


climáticas: (i) Clima Mediterrânico e (ii) Clima Sub-Tropical húmido, ou Temperado
Marítimo.

Entretanto algumas regiões são dominadas pelo clima modificado pela altitude, predominante
nos altos planaltos da África Oriental no Planalto de Catanga, interior da África Austral, nos
Montes Kilimanjaro, Roenzore, Drackensbergue e outros como Catanga.

2.7. Hidrografia do Continente Africano

A rede hidrográfica do Continente africano distribui-se de forma irregular e em função da


variedade das condições climáticas do relevo, do carácter das rochas de cada região. A rede é
mais densa nas regiões equatoriais e subequatoriais. Vários espaços do Continente carecem de
rios permanentes, como no Deserto de Sahara e Kalahari (Silva, 2020).

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A maior parte dos rios são caudalosos alguns com declive fraco, curso muito irregular e
apresentam inúmeras quedas e rápidos que muitas vezes são cortados por duas ou mais série
de quedas o que dificulta a sua navegabilidade.

Cerca de 9.000.0000 de km2 do Continente é ocupado por bacias hidrográfica sem


escoamento para o Litoral.

Os Principais rios são: o rio Zaire ou Congo; o rio Nilo; O Rio Níger e o rio Zambeze.

A forma maciça do Continente africano e a sua estrutura geológica e do relevo permitem a


formação de extensas bacias e depressões tectónicas. A abundância das chuvas nas regiões
equatoriais e tropicais e a diferença de escoamento ao oceano explicam a formação de lagos.

As maiores estão na África Oriental dentro da grande fractura do vale do Rift como tal de
origem tectónica. Nesta região sucedem-se de Norte a Sul os seguintes lagos: O Lago Tana,
(na Etiópia), o Lago Turcana, (no Kenya), Lago Alberto, Kivo, Victória, Tanganhica, Niassa
entre outros.

Existem numerosos Lagos artificiais ou albofeiras nos grandes rios deste Continente. Lago
Volta, Nasser, Cabora Bassa, com 30 km de largura e uma área de 2760 km2, Lago Caribas
tem um grande aproveitamento económico destas barragens.

2.8. Zonas Naturais da Vegetação no Continente Africano

A zona natural de vegetação é a região para a qual é característico a uniformidade dos


componentes naturais, solos vegetação e mundo animal. Tal como as zonas vegetais no
Continente apresentam-se em mais ou menos paralelas ao Equador.
Nas Zonas Intertropicais toda a vegetação está adaptada ao forte calor porém as desigualdades
no abastecimento de água pluvial e os diferentes tipos de solos existentes de região em região
tomam a vegetação variada. Do Equador aos Trópicos as formações vegetais apresentam uma
grande variedade de plantas que vão de mais higrófilas nas regiões húmidas até as mais
xerófilas nas regiões mais secas.
As principais Zonas de vegetação do Continente Africano são: Zona de Floresta Equatorial,
Zona de floresta Tropical e Savanas, Zonas de Deserto e Semi-desertos Subtropicais,
Vegetação do tipo Mediterrâneo e Vegetação de Altitude.

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2.9. Regionalização Físico-Geográfico do Continente Africano

Tendo por base as particularidades da estrutura geológica o desenvolvimento do relevo as


condições climáticas bem como as particularidades de localização dos diversos meios
geográficos o continente africano é dividido em 4 grandes regiões Físico-geográficas a saber:
África do norte ou Setentrional, África Central ou Equatorial, África Oriental e África
Meridional ou Austral.

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3. Conclusão

A extensão geográfica do Continente Africano, permite-nos dizer que este Continente é


imenso, apresenta características particulares do ponto de vista da sua Costa, podendo ser
encontradas reentrâncias e saliências ao longo da sua Costa.
Durante o Pré-cambrico, a estrutura Gondwaniana sofreu uma série de dobramentos de grande
raio de curvatura com uma inclinação do Sueste para o Nordeste e de Este para Oeste. A
transformação destas dobras resultou em grandes peneplanícies”. Isto prova que a terra que
observamos hoje é resultado de longas transformações sofridas durante vários tempos
geológico do nosso planeta.
O continente africano, no que tange ao relevo é subdividido em duas regiões altimétricas:
África Baixa ou do Noroeste que tem altitudes médias inferiores a 1000 m. Região da África
alta ou do Sudeste com altitudes superiores a 1000 m. O limite entre elas passa pela linha
Benguela até Massawa, na (Irritreia), no litoral do Mar Vermelho. Esta disposição do relevo
tem a sua influência nas características climáticas do Continente, desde a circulação Geral da
Atmosfera até a divisão climática do próprio continente. Esta influência não pode ser tomada
isoladamente uma vez que ela dá se associada a outros factores.
A Rede Hidrográfica do Continente Africano apresenta rios não muito numerosos e com um
regime variado na sua maioria ou pelo tipo de relevo onde correm ou por variações climáticas
que não permitem que os rios sejam de regime permanente.
Os lagos na sua maioria são de origem tectónica e em alguns casos artificiais, construídos ao
longo dos cursos dos rios.
As condições climáticas do Continente determinam o tipo de vegetação que se encontra neste
Continente, deste modo esta distribui-se de acordo com as disposições das principais zonas
climáticas do Continente.

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4. Referências Bibliográficas

Jessen, M. e Araújo, M. (1998). Geografia Física de África: Pequena Monografia. Maputo,


Moçambique: Livraria Universitária da UEM.

Mate, J. G. (s/ano). Geografia Regional. Beira, Moçambique: UCM.

Silva, J. C. L. (2020). Aspectos Naturais da África: Relevo e Hidrografia. Brasília, Brasil.

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