TCC Teologia - A IGREJA EM ATOS
TCC Teologia - A IGREJA EM ATOS
TCC Teologia - A IGREJA EM ATOS
BACHARELADO EM TEOLOGIA
São Gonçalo
2022
SÔNIA BRAGA GONÇALVES
São Gonçalo
2022
RESUMO
ABSTRACT
The history of the Christian Church is marked by many moments of love and concern
for others, so often manifested in such a visible way that it became notorious. Acts
4:32-37 clearly shows that this characteristic of the Christian is still in its infancy in
the church. Therefore, the purpose of this article is to reflect on the message of Acts
4:32-37, to reflect on communion in the early church and its impact on the spirituality
of the individuals involved in it. Through bibliographic research, historical, theological
and cultural aspects are examined to understand how communication affects
spirituality.
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................5
1. UMA INTRODUÇÃO AO LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS............................................6
1.1. AUTORIA..................................................................................................................................7
1.2. DESTINATÁRIOS....................................................................................................................8
1.3. DATAÇÃO................................................................................................................................9
1.4. PROPÓSITOS DO LIVRO....................................................................................................10
1.5. PRINCIPAIS TEMAS............................................................................................................11
2. UMA ANÁLISE BÍBLICA DA COMUNHÃO CRISTÃ EM ATOS 4:32-37............................12
3. A IMPORTÂNCIA DA COMUNHÃO PARA A ESPIRITUALIDADE CRISTA A PARTIR
DE ATOS 4.32-37.............................................................................................................................17
3.1. A COMUNHÃO E O ASSISTENCIALISMO SÃO ELEMENTOS
INTERDEPENDENTES DA ESPIRITUALIDADE CRISTÃ.....................................................19
3.2. A COMUNHÃO ASSISTENCIAL CRISTÃ FAVORECE O TESTEMUNHO PÚBLICO
DA IGREJA LOCAL.....................................................................................................................21
3.3. A COMUNHÃO ASSISTENCIAL CRISTÃ CONSISTE EM UMA EXPRESSÃO DE
AMOR PRÁTICO...........................................................................................................................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................25
INTRODUÇÃO
1
Depois da ressurreição de Jesus, o Messias permaneceu com os discípulos ensinando
coisas sobre o Reino de Deus por um tempo de 40 dias (Atos 1:3). Esse período teve
relevância para trazer provas incontestáveis de sua ressurreição aos seus opositores.
2
Nome atribuído ao Messias (Isaias 9:6) e, também, ao Espírito Santo (João 14:16,26;
15:26; 16:7). A palavra grega é parákletos, que significa “chamado ao teu lado para ajudar”.
1.1. AUTORIA
De acordo com Warren Wiersbe (2008, p. 298), o livro do Atos dos apóstolos
tem uma autoria definida. Lucas, o médico amado 3, seria o autor deste livro. Como
evidência externa, os registros da tradição da igreja afirmam a autoria lucana para o
evangelho de Lucas e o Atos. Kistemaker (2006, p. 37) afirma que o cânon
Muratoriano, Irineu de Lyon, Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano
apontam Lucas como o autor do Evangelho com esse nome e o Atos dos apóstolos.
“A tradição eclesiástica, porém, desde cedo não tem dúvidas de que o autor é
Lucas, antioqueno, médico e companheiro de viagem de Paulo” (BOOR, 2002, p.
17).
Como evidência interna, Paulo registra que Lucas, o médico, foi um de seus
colaboradores na pregação (Colossenses 4:14). Segundo Simon Kistemaker (2006,
p.37), “a partir de uma análise do vocabulário de Lucas no Evangelho e em Atos,
ficamos cientes de que o escritor poderia ter sido um médico, refletindo sua
profissão nos seus escritos”.
Não apenas isso, mas a introdução de Lucas e Atos revela a conexão entre
os dois livros: “igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação
de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição
em ordem [dos fatos sobre Jesus]” (Lc 1.3); “Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo,
relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar” (At 1.1). Assim,
no prefácio do livro de Atos, o autor afirma ser o mesmo homem que escreveu o
evangelho: à luz disso, Marshall (1982, p. 17) considera Atos como a segunda parte
de uma obra em dois volumes, no qual o Evangelho de Lucas é a primeira.
Em Atos 16:8-10, Lucas se junta ao grupo de Paulo em Trôade e, a partir daí,
passa de uma perspectiva narrativa para o uso do pronome "nós" em vez de "eles",
uma mudança de perspectiva: antes um mero observador, depois um participante da
narrativa, o que mostra claramente a inserção do autor na história de Paulo e reforça
a ideia da autoria lucana de Atos. Como aponta Rabusque (2012, p. 7):
3
Expressão utilizada pelo apóstolo Paulo em Colossenses 4:14 ao se referir a Lucas.
as seções nós e o restante do livro. Depois, começa-se a eliminar
todos os outros possíveis companheiros de Paulo. Restaria Lucas.
Então seria um cristão da primeira geração.
1.2. DESTINATÁRIOS
Portanto, pode-se apontar que Teófilo era um membro da elite que vivia em
condições superiores e precisava de uma compreensão detalhada do ministério de
Jesus e da obra da igreja primitiva. Rabuske (2012) considera o Evangelho de Lucas
aquele que expõe as mais agudas contradições sociais, como Lázaro e o Rico
(Lucas 16:19-31); o Bom Samaritano (Lucas 10:29-37); a porta estreita (Lucas
4
Atos 16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16.
13:22-30) e outras passagens. O autor pode estar descrevendo uma injustiça
existente à autoridade competente, Teófilo, injustiças essas, provavelmente,
desconhecidas pelas elites.
1.3. DATAÇÃO
Portanto, fica claro que um dos propósitos deste livro é que Teófilo esteja
completamente seguro da verdade que ele aceita. O propósito de Lucas era
documentar as origens da igreja de Jerusalém e sua expansão fora da cidade de
Jerusalém, com base nas observações do autor sobre a obra de Paulo e Pedro.
Para Pfeiffer e Harrison (2001), Lucas também não detalha as origens dos
anciãos da igreja, nem sobre a liderança de Tiago na igreja em Jerusalém, e muito
menos sobre a experiência de Paulo em Tarso após sua conversão. Lucas conta,
em seus sermões, sobre como Paulo e Pedro trabalharam na expansão do
evangelho e conta a Teófilo como essa expansão aconteceu no mundo gentio e
como começou a restauração do reino de Israel.
Lopes (2012 p.12) menciona John Stott 5 ao dizer que o livro de Atos é crucial
por seu registro histórico e inspiração contemporânea. O Livro de Atos narra a
história da Igreja Apostólica, desde seus primeiros passos em Jerusalém até
alcançar as cidades do Império Romano. Para ele, o objetivo do livro de Atos era
colocar o Espírito Santo e Jesus no centro do palco: “É Ele quem fala e faz. Os
homens de Deus são apenas instrumentos; o agente é o próprio Filho de Deus”
(LOPES, 2012 p.13).
5
John Robert Walmsley Stott foi um pastor e teólogo da igreja anglicana, conhecido como
um dos grandes nomes mundiais da igreja evangélica.
1.5. PRINCIPAIS TEMAS
isto é o que foi predito pelo profeta Joel: ‘Nos últimos dias, diz Deus,
derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as
suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão
sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do
meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.
6
Joel 2:28-32
Assim, o relato de Atos pode ser resumido como: o início da igreja em
Jerusalém, os primeiros missionários, a missão fora de Jerusalém, a viagem
missionária de Paulo, a perseguição de Paulo.
A igreja de Jerusalém em Atos recebeu o Espírito Santo no Pentecostes, que
era o principal meio de comunhão na igreja. Neste caso é claro que todos os que
creem estão unidos e têm tudo em comum. (Atos 2:44). Atos 4:32 registra que “a
multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava
unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que
tinham”. Essa é uma direção prática de comunhão que uma igreja local deve
desenvolver e experimentar. Como Richards (2008, p. 251) coloca “da mesma
maneira, a união dos convertidos para formar a íntima comunhão descrita em 2:42-
47 e 4:32-37 serve para modelar os princípios universais da vida congregacional”.
Portanto, pode-se concluir que há um exemplo importante na igreja primitiva
que ajuda a moldar os princípios de comunhão que os cristãos devem cultivar. Além
disso, pode-se ver alguns traços de comunhão que são cruciais para a igreja em
todos os tempos, que podem ser encontrados nos textos de Atos 2:42-47 e 4:32-37 7.
Desta forma, diante da relevância que a comunhão tem na igreja primitiva e
sua importância para a espiritualidade cristã. Uma análise bíblica da comunhão
cristã em Atos 4:32-37 será realizada a fim de compreender e revelar as
informações do texto.
A relação imparcial de Jesus com as pessoas deve ter sido um exemplo para
a comunidade cristã da igreja nascente, tão próxima que o texto bíblico diz que
quem crê tem um só coração (Atos 4:32). Mesmo a ação do Espírito Santo entre e
por meio desses cristãos significava que não havia necessidade entre eles, pois
sabiam lidar com as coisas para ajudar os irmãos da comunidade de fé (Atos 4:34).
7
A igreja primitiva se dedicava ao ensino dos apóstolos e a comunhão, ao partir do pão e às
orações (Atos 2:42), testemunhava a ressurreição do Senhor Jesus (Atos 4:33), anunciava
corajosamente a palavra de Deus (Atos 4:31), eram cheios de temor (Atos 2:43), louvavam a
Deus (Atos 2:47), tinham a simpatia de todo o povo (Atos 2:47), não haviam pessoas
necessitadas entre eles (Atos 4:34), mantinham-se unidos e tudo em comum (Atos 2:44),
possuíam uma mesma mente e coração (Atos 4:32), compartilhavam tudo o que tinham
(Atos4:32), juntos participavam das relações, com alegria e sinceridade de coração (Atos
2:46).
A esse respeito, Utley (2010, p.84) aponta que a igreja sentia a responsabilidade de
uns para com os outros.
No Antigo Testamento, os judeus tinham leis relacionadas ao bem-estar
(Levítico 25:35-38; Deuteronômio 15:7-11). No entanto, Atos 4:32-37 não trata
necessariamente do cumprimento da lei judaica, mas do serviço voluntário do bem
coletivo impulsionado pela ação do Espírito Santo na vida dessas pessoas. É
possível, no entanto, que Lucas tenha mostrado que as promessas de Deuteronômio
estavam sendo cumpridas pela igreja primitiva devido ao mandato do Espírito Santo
(GONZALEZ, 2011, p. 95). Essa é também a conclusão de Wiersbe (2008, p.311),
que afirma que o Espírito Santo também une os crentes de uma maneira tão
maravilhosa que eles vendem mercadorias e compartilham com os necessitados.
Como o evangelista Lucas documentou:
Se alguém vem a mim e não me ama mais do que ama o seu pai, a
sua mãe, a sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs
e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E quem não
tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.
Assim havia ali o desapego a qualquer coisa por amor a Jesus em primeiro
lugar, o que evidencia profunda devoção daqueles cristãos (WILLIAMS. 1990, p.
105).
Através de seu ministério e prática, Jesus ensinou o valor da comunhão
apostólica; ele também mostrou a necessidade de cuidar dos necessitados e levá-
los a amar como ele amou (João 13:34). Em Atos 4:32-37 podemos ver esses
ensinamentos sendo colocados em vigor poderosamente à medida que aqueles
crentes eram guiados pelo Espírito Santo e havia graça abundante em todos eles, e
assim pode ser entendido como um resumo das características da igreja original em
relação aos participantes da comunidade de fé (PFEIFFER; HARRISON, 2001, p.
23).
Pode-se dizer também que os discípulos de Jesus tinham uma dívida com
seu Senhor e, portanto, ajudaram. Neste caso, o bem-estar substitui o egoísmo, a
ganância e a ganância. Na mente dos primeiros cristãos, o bem-estar dos outros era
mais importante que a riqueza, e a riqueza só beneficiava quem a possuía.
(WILLIAMS, 1990, p. 105).
O versículo 32 refere-se a “os que creem”. Essa expressão está relacionada
ao discurso de Pedro no Pentecostes, quando foram acrescentados cerca de três mil
(Atos 2:41). Esse grupo de pessoas não considerava seus bens próprios e, depois
de entrar em contato com o evangelho, estavam dispostos a sacrificar seus bens se
sentissem a necessidade de suprir as necessidades dos "crentes". “Essa foi a
primeira experiência de um ministério de finanças. Era voluntária e mútua, não
obrigatória. Amor e preocupação, não a nível social ou governamental, esse era o
motivo!” (UTLEY, 2010, p.84).
A frase "um coração e uma mente" tem a ver com um acordo completo, e
essa aliança não tem exceções. Segundo Williams (1990 p.133), quando as pessoas
se reuniram para declarar Davi rei, foi o mesmo consenso que apareceu no primeiro
livro de Crônica 12:38. Todos têm o mesmo temperamento, as mesmas intenções, o
mesmo entendimento.
Para Swaggart (2014), essa vida comunitária era necessária e importante
devido à perseguição, e alguns cristãos primitivos viram-se expulsos de sinagogas
ou empregos após a conversão.
Esses cristãos viveram um momento único na história cristã porque os
apóstolos foram testemunhas poderosas da ressurreição do Senhor Jesus, e havia
graça abundante neles. É o poder do Espírito Santo que nos mantém falando sobre
o senhorio de Jesus ressuscitado. Os apóstolos testemunharam no sentido de
pagarem suas dívidas, então fica claro que os fatos que vivenciaram, principalmente
a ressurreição de Jesus, levaram a uma obrigação de se colocarem na posição de
testemunhas dos fatos. Tudo isso também reflete a abundância de graça em que
vive toda a comunidade de fé, conclui Williams (1990, p. 106).
A força adquirida por meio do Espírito Santo no Pentecostes os capacitou a
pregar com ousadia, assim como o enchimento do Espírito Santo tornou a pregação
do evangelho ousada (UTLEY, 2010, p. 83). A perseguição que já existia não lhes
tirou a coragem de evangelizar, como evidencia a afirmação de Pedro de que a
obediência a Deus é mais importante do que a obediência aos homens (Atos 5:29).
Percebe-se, diante disso, que o Espírito Santo pode pegar 11 indivíduos,
multiplicá-los por 120, e depois multiplicá-los por 3.000, mostrando que ao se
concentrar na vida compartilhada em Jesus, ele mesmo organizará a vida de acordo
com sua maravilhosa unidade, fornecendo discípulos multiplicadores (RICHARD,
2008).
Assim, aquela comunidade de fé experimentou uma espécie de ajuda sem
egoísmo, porque não havia pobres entre eles, porque os que possuíam terras ou
casas os vendiam, trazendo consigo o valor correspondente e os depositavam aos
pés dos apóstolos; depois, conforme a vontade de cada um. precisa ser atribuído a
todos. (v.34,35). Assim, ajude quando for perseguido, ajude quando estiver fraco e
seja misericordioso quando estiver sofrendo. Esta sociedade está de acordo com o
ensinamento do Senhor: ame-te como eu e ame-se uns aos outros (João 13:34).
Nessa comunidade de crentes, há uma visão das necessidades de todos.
Vale notar que aqueles que se convertem ao evangelho de Jesus não são apenas
socialmente desfavorecidos (SWAGGART 2014, p. 1971), mas também os ricos que
os vendem para o benefício de todos.
Deve-se ver também que, embora a história contada se chame Atos dos
Apóstolos, ela é rica em graça: há a obra da graça de Deus nos crentes, e a graça
entre eles, e a graça é também a graça do pessoas para com os crentes.
(WILLIAMS 1990, p. 106, 107). Em Atos dos Apóstolos esse tipo de ajuda aos
necessitados circulou por vários anos e serviu de exemplo para inspirar outros a
fazerem o mesmo, mesmo tendo bens que não foram vendidos do nada, mas foram
vendidos de acordo com as necessidades da comunidade, por isso os apóstolos
confiaram a gestão desses bens coletivos.
Um exemplo eloquente da generosidade cristã primitiva é encontrado nos
versículos 36 e 37 quando José, conhecido pelo apóstolo como Barnabé (que
significa Filho do Conforto, um levita nascido em Chipre) vendeu um pedaço de sua
própria terra, trouxe o dinheiro e depositou nos pés dos apóstolos. Isso chamou
tanto a atenção do evangelista Lucas que ele o menciona especificamente, claro,
Barnabé é um homem de importância pública, talvez por causa de seus esforços
missionários, ele pode ser um dos descendentes dos levitas (UTLEY, 2010, p. 84).
Esse esforço levou Lucas a registrar seu nome e local de nascimento, e é claro que
esse exemplo inspira outros a fazerem o mesmo pelo bom exemplo, e alerta para a
importância da mordomia, que fomentará o apoio ao trabalho missionário por um
período (WILLIAMS, 1990, pág. 136).
Nessa comunidade, a falta de comida não é um problema imediato, pois
também dividem a comida todos os dias, “partir o pão” significa que comem juntos,
compartilham a comida (GONZÁLEZ, 2011, p. 95). Eles compartilham tudo e comem
juntos porque isso é um coração e uma alma e há uma necessidade de um
relacionamento aqui que só pode ser alcançado despertando-os pelo Espírito Santo,
porque com o enchimento do Espírito Santo, os crentes caminham para uma
unidade espiritual e unidade, segundo Lopes (2012, p. 112).
Nesse caso, o amor é traduzido em ação, a pregação é fortalecida, o
altruísmo se manifesta, e esse é o modo de vida na adoração, de modo que os
crentes da história também vivem na forma de disposição de servir aos outros na
forma de adoração. doações, objetos e sua própria devoção, para que aqueles que
pertencem a Cristo façam dele um foco comum de suas vidas e tentem ajudar uns
aos outros a encontrar a liberdade do Espírito Santo em suas vidas, a marca da
comunidade cristã (RICHARDS, 2008, p. 257).
No entanto, pode-se dizer que alguns dos frutos da comunhão em Atos 4 são
exemplos de adoração, responsabilidade social, pregação capacitada e cristãos
primitivos que inspiraram os cristãos a viver de uma certa maneira ao longo dos
séculos. comunicar uns com os outros e procurar ajudar aqueles que não são
favorecidos de alguma forma.
Como Williams (1990, p.134) observou, é possível que esses cristãos tenham
feito algo errado:
A comunhão vivida pela igreja primitiva fez com que os participantes desta
comunidade de fé se desenvolvessem juntos em adoração e devoção a Deus e ao
Cristo ressuscitado. Os cristãos da igreja de Jerusalém têm “tudo em comum”,
inclusive a espiritualidade, que é fruto da comunhão, pois são elementos
interdependentes da espiritualidade cristã. Então essas pessoas:
Com isso em mente, Paulo orienta a igreja de Corinto a continuar dando para
que não haja pobres: os crentes devem trazer dízimos e ofertas no primeiro dia da
semana para atender os necessitados e testemunhar pela igreja. (WIERSBE, 2008,
p. 536).
Vale, portanto, notar que a Igreja é conhecida por um exemplo ainda
desconhecido de convivência, e que é motivada pelo Espírito Santo, o que as torna
propensas à comunhão solícita.
“De forma específica, na igreja de Jerusalém, está expresso o que Jesus
pretendeu para a Igreja quando orou a Deus: [...] a fim de que todos sejam um. E
como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti, também eles estejam em nós [...]” (João
17:21). As pessoas na igreja primitiva cuidavam umas das outras como se todos
estivessem cuidando de si mesmos para que não houvesse ninguém em
necessidade, algo que não existia na comunidade judaica no século primeiro,
influenciados pelas crenças religiosas dos fariseus.
Para os cristãos do primeiro século, o ensino de cuidar dos outros viria de seu
próprio Senhor, assim como o ensino de Jesus dando o exemplo. Cristo equipa os
doze apóstolos para o serviço. Segundo Wiersbe (2008, p. 342), a igreja de
Jerusalém recebia alimento espiritual, participava da comunhão cristã e tinha a
oportunidade de servir ao cristianismo.
Nessa comunidade, o amor se traduz em ação, com motivos puros, no
sentido da família - sem egoísmo - no nível social do amor e da compreensão: há
um tesouro para atender às necessidades sociais do momento (UTLEY, 2010, p.
84).
Os primeiros cristãos desejavam servir a Cristo, sob o controle do Espírito
Santo, a todo custo - o que poderia ter um custo financeiro - mas compartilhavam o
sentimento de Jesus Cristo e, em comunhão com o Redentor, a igreja o imitava.
amor pelo próximo
Aqui, uma igreja completa é considerada serviço (para Deus e para os outros)
porque, segundo Richards (2008, p. 258), “o amor aos outros nasce do amor a
Deus”. Desta forma, amar a Deus, amar o próximo e ajudar os necessitados podem
ser vistos como inseparáveis e interdependentes nesta comunidade de fé.
Portanto, a igreja local deve expressar preocupação com as dificuldades
enfrentadas pelos outros. A participação na vida e a responsabilidade pelo bem-
estar dos outros são as marcas necessárias na vida diária das igrejas locais que
estão comprometidas com Cristo e a Bíblia. Nesse sentido, a igreja primitiva deu um
exemplo para a comunidade cristã de hoje como um excelente exemplo de amor
prático.
Wiersbe (2008, p. 196) argumenta que o ideal de ser uma bênção para os
outros precisa permear a igreja hoje. A comunhão e o compromisso dos primeiros
cristãos é algo que os cristãos podem imitar.
Seguindo o exemplo de seus mestres, as comunidades de fé do primeiro
século demonstraram claramente o tipo de amor que deveria existir na igreja de
todas as épocas. Aquela igreja se preocupou tanto com a situação dos outros que
conseguiu renunciar ao que normalmente seria reservado para os outros, então na
forma de atitude, o amor estava vivo e era um testemunho para quem se beneficiava
e seu Cristo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS