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Descrição Dos Tipos de Pneumonia

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Descreva os tipos de Pneumonia:

-Broncopneumonia

Origem: Junção bronquíolo- alvéolo, ocorrendo nos brônquios, bronquíolos e alvéolos

Causas: Bactérias, micoplasma, bronquioaspiração de agentes causadores que vao chegar no


pulmão por via aerógena ou bronquiogênica. A bactéria Mannheimia (Pasteurella) haemolytica
A1 pode causar em bovinos, Streptococcus spp e vírus da cinomose (morbivirus) em cães.

Fatores que predispõe: agrupamento de animais, imunossupressão, calor excessivo,


desidratação, transporte, inanição. No caso dos bovinos, se eles forem infectados por
herpesvirus bovino, parainfuenza ou vírus sincicial respiratório bovino, eles estarão mais
predispostos a se infectar com a Mannheimia, que causa broncopneumonia. TUDO QUE
DIMINUI A EFICIENCIA DO LENÇOL MUCOCILIAR (que é uma camada de muco que protege as
vias respiratórias, removendo as partículas e agentes infecciosos e distribui sustâncias
protetoras).

Patogenia: No Caso da broncopneumonia causada por Mannheimia, os animais serão expostos


a situações que predispõe infecção, isso facilitará que a bactéria adentre o organismo e
expresse seus fatores de virulência como a neuraminidase , que diminui a viscosidade do
tapete mucociliar, diminuindo a proteção do trato respiratório e permitindo um maior contato
entre a bactéria e a membrana, o que permite que o patógeno chegue até o trato respiratório
inferior e promova a infecção. No trato respiratório inferior, haverá a liberação de leucotoxinas,
as quais causam morte celular em macrófagos, neutrófilos, que liberam radicais livres de
oxigênio (podem levar a morte celular) e citocinas quimiotáticas, que atrairão mais macrófagos
e mais neutrófilos, que também serão destruídos.

No caso da broncopneumonia causada pelo vírus da cinomose, os animais vão ter contato com
esse patógeno por secreções ou aerossóis pela cavidade nasal ou conjuntiva, esse vírus vai até
os linfonodos e tonsilas, fazendo sua primeira viremia, depois ele vai por trafico leucocitário até
outros tecidos, fazendo sua segunda viremia, indo assim para outros tecidos linfóides (medula
e baço, por exemplo), depois atinge sistemicamente outros tecidos, como o pulmão, causando
infecção.

Macro: Exsudato supurativo nos brônquios (broncopneumonia supurativa) ou exsudato


fibrinoso e não neutrofilico que toma o lobo por completo (broncopneumonia fibrinosa),
ocorrem áreas de consolidação/hepatização de coloração vermelho-escura e distribuição
cranioventral.

Micro:

Supurativa: hiperemia, neutrófilos abundantes, macrófagos e restos celulares no lúmen dos


brônquios, bronquíolos e alvéolos.

Fibrinosa: exsudação maciça de proteínas plasmáticas para os brônquios e bronquíolos,


gerando uma obstrução dos espaços aéreos por fluido e fibrina, o exsudato possui fluido,
fibrina, neutrófilos, macrófagos e restos necróticos.

OBS-> HEPATIZAÇÃO é quando os espaços aéreos distais são preenchidos com exsudato de
neutrófilos, junto com hemácias e proteínas séricas, como a fibrina, gerando uma consistência
que é semelhante ao fígado.
-Intersticial:

Origem: Septos alveolares

Via de infecção: Hematógena ou broncogênica (inalação de gases pneumotóxicos)

Causas: vírus (morbilivirus, coronavírus felino, vírus respiratório sincicial bovino), bactérias,
protozoários, larvas de helminto, inalação de gases e substancias tóxicas.

Patogenia: No caso da pneumonia intersticial causada pelo vírus da cinomose, os animais vão
ter contato com esse patógeno por secreções ou aerossóis pela cavidade nasal ou conjuntiva,
esse vírus vai até os linfonodos e tonsilas, fazendo sua primeira viremia, depois ele vai por
tráfico leucocitário até outros tecidos, fazendo sua segunda viremia, indo assim para outros
tecidos linfóides (medula e baço, por exemplo), depois atinge sistemicamente outros tecidos,
como o pulmão, causando infecção, pois vai desencadear o desenvolvimento de lesões difusas
nas paredes dos alvéolos, gerando depois um período de exsudação. Quando ocorre a fase
proliferativa e fibrótica, significa que se estabeleceu a fase crônica.

Macro: áreas de consolidação/hepatização difusas por todo o pulmão, principalmente nas


porções dorsocaudais.

Micro: septos alveolares espessos por conta da proliferação celular e da infiltração de células
inflamatórias (neutrófilos), há também acumulo de pequenas quantidades de fibrina.
-Embólica:

Origem: Arteríolas pulmonares e em capilares alveolares

Vias de infecção: Hematógena.

Causas: abscessos hepáticos, onfaloflebites, embolos (de Pseudomononas aeruginosa, por ex)

Patogenia: As bactérias se unem ao endotélio pulmonar com proteínas de ligação especificas


ou inespecíficas ou simplesmente se ligam a fibrina intravascular, evadindo assim a fagocitose
de macrófagos e leucócitos. Assim, essa bactéria se prende na vasculatura pulmonar (em
arteríolas ou capilares alveolares), rompendo o endotélio e as membranas basais e se
disseminando a partir de novos vasos para o interstício e para o pulmão, formando um novo
foco de infecção.

Macro: Lesões multifocais (focos brancos muito pequenos, 1 a 10 mm) aleatoriamente


distribuídas em todos os lobos pulmonares, cercados por halo vermelho hemorrágico.

Micro: neutrófilos, bactérias, focos de necrose.


-Granulomatosa (padrão com presença de granulomas):

Vias de infecção: aerógena e hematógena.

Causas: causadas por organismos ou partículas capazes de resistir a fagocitose, como


mycobacterium bovis (tuberculose), cyptococcus neoformans (criptococose), coccidioides
immitis (coccidioimicose), hsitoplasma capsulatum (Histoplasmose). Material estranho inalado
também pode causar (amido por ex).

Patogenia: Os agentes resistem a fagocitose e causam uma reação inflamatória local com a
presença de vários macrófagos alveolares e intersticiais, linfócitos, neutrófilos e células
gigantes. Essa resposta inflamatória resulta na formação de granulomas.

Macro: granulomas de tamanhos variáveis distribuídos pelo parênquima pulmonar, estes


rangem ao corte. As porções centrais dos granulomas têm material necrótico e as vezes
mineralizado.

Micro: os granulomas são um centro de tecido necrótico circundados por uma borda de
macrófagos e células gigantes multinucleadas. Há também uma camada externa bem
delineada de tecido conjuntivo geralmente infiltrado por linfócitos, plasmócitos e fibrose.
-Lobar

Origem: junção bronquíolo-alvéolo.

Vias de infecção: aerógena e broncogênica.

Em síntese, a pneumonia lobar é uma broncopneumonia fulminante (tem evolução mais rápida
e um processo mais extenso), então a patogenia, causas são semelhantes.

Macro: áreas de consolidação/hepatização cranioventrais que envolvem difusamente os lobos,


espessamento da pleura e alargamento dos septos interlobulares por conta da exsudação de
fibrina e do edema, pode haver áreas necróticas.

Consequências: morte por hipóxia associada a toxemia, empiema da cavidade pleural por
conta do rompimento de abscessos pulmonares, endocardite, meningite.
-Gangrenosa

Causas: complicações de outras formas de pneumonia, principalmente quando ocorre necrose


extensa do parênquima, pode ser resultante da aspiração de material estranho contaminado
com bactérias saprofíticas e putrefativas (consequência da pneumonia por aspiração), em
bovinos pode resultar da penetração direta de corpos estranhos perfurantes nos casos de
reticuloperitonite traumática.

Macro: áreas de coloração amarelada ou esverdeado escuras com odor pútrido e formações
cavitarias repletas de material necrótico, essas formações cavitarias podem se romper, gerando
piotórax (inflamação supurativa da cavidade torácica) ou pneumotórax putrefativo , por conta
da ação das bactérias produtoras de gás.
-Tromboembólica

Via de infecção: Hematógena

Causas: Fixação de êmbolos sépticos (bacterianos) provenientes de processos inflamatórios e


infecciosos de outros órgãos, atingindo o pulmão por via hematógena. As causas mais comuns
são endocardite valvular (cães, suínos e bovinos) e linfadenite caseosa (ovinos).

Macro: múltiplos abscessos pulmonares de tamanhos variados, sendo esses abscessos pontos
amarelados ou esbranquiçados, localizados dorsolateralmente nos pulmões. Há
consolidação/hepatização multifocal.

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