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Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Geológica
Curso de Licenciatura em Engenharia Geológica
Dada a sua enorme extensão, as diferenças Moçambique tem uma geologia bastante
geológicas são muito grandes entre o Norte, diversificada, existindo ocorrências
o centro e o sul do País. Assim, o Norte é minerais com uma vasta potencialidade
fundamentalmente proterozoico e o Sul económica. Do ponto de vista geológico
inteiramente fanerozoico, com a região
centro albergando terrenos arcaicos, apresenta duas unidades geológicas: O
proterozoicos e fanerozoicos. Pré-câmbrico e o Fanerozoico.
Pré-câmbrico
O Pré-Câmbrico é uma unidade Pré-câmbrico inferior ou arcaico – representado pelo cratão
constituída por rochas mais rodesiano, é constituído por rochas metamórficas de origem
magmáticas e sedimentares.
antigas formadas há mais de 600
milhões de anos. Localiza-se no sistema de Manica e tem uma idade de 200 milhões
Esta formação ocupa uma de anos e é constituída pelas formações de Macequese, Mbeza e
Vengo. O Sistema Manica prolonga-se para o interior do Zimbabwe
superfície de 534 mil km2, onde forma o cinturão de ouro de Muntara e Udzi.
equivalente a 2/3 do território
moçambicano, localiza-se na
região centro-ocidental e norte de
Moçambique. Pré-câmbrico superior – conhecido por cinturão de Moçambique
Em Moçambique as rochas pré- (Mozambique Belt), são rochas que datam 500 milhões de anos e
divide-se em 3 províncias geológicas: província de Moçambique,
câmbricas dividem-se em duas província de Niassa e província de Médio-Zambeze.
partes:
Fanerozoico
Do ponto de vista geológico, o Fanerozoico em Moçambique é constituído essencialmente
por rochas sedimentares que se formaram entre 300 e 70 milhões de anos. Essas rochas
incluem também as formações eruptivas (magmáticas) como basaltos e riólitos e se podem
encontrar junto a fronteira de Namaacha.
Os terrenos fanerozoicos dividem-se em Supergrupo do Karoo (SGK) e Sistema do Rift
Este-Africano (SREA). A idade do SGK, dividido em Inferior (sedimentar) e Superior
(sedimentar e ígneo), varia do Carbonífero Superior ao Jurássico Inferior, e está
representado em depressões tectónicas intracratónicas profundas resultantes de rifts
abortados numa fase de desmembramento do Gondwana. Segue-se a abertura do Oceano
Índico como resultado da deriva continental e da dispersão do Gondwana, em simultâneo
com o desenvolvimento do SREA, que teve o seu início no Jurássico e se continua até hoje,
resultando no desenvolvimento de duas enormes bacias sedimentares, a Bacia de
Moçambique e a Bacia do Rovuma.
Geologia Local
Na península de Nacala ocorrem rochas de idade compreendida entre o Pré-Câmbrico e o
Quaternário, havendo também ocorrências de formações recentes. Existe uma importante
lacuna estratigráfica compreendida entre o Paleozoico e parte do Mesozoico (Triásico e
grande parte do Jurássico).
As rochas mais antigas, rochas cristalinas, condicionadas por falhas, ocorrem na zona
oeste de Baia de Nacala enquanto as rochas predominantes na região se desenvolvem
para este pertencendo a sequência sedimentar da chamada “Bacia do Rovuma” devido a
pequena inclinação para este, as rochas mais antigas ocorrem a oeste da Península e as
mais recentes a este.
Cont.
Estratigraficamente ocorrem na península de Nacala as seguintes formações definidas da
mais antiga para a mais recente e de oeste para este:
➢ Soco cristalino pré-câmbrico, constituído principalmente por gnaisses, migmatito e
granitoides;
➢ Formação de Cocumi é a formação sedimentar mais antiga da península e é constituída
por calcário e calcários argilosos de cor cinzenta azulada, com uma espessura total de
cerca de 30 metros;
➢ Camada de Nacala (formação de Pemba) sequência sedimentar constituída por duas
formações; camada de Natimanga e de Nacala.
Cont.
Carbonatos
As principais rochas carbonatadas mais comercializadas, em todo mundo, são calcários e
dolomitos. São rochas sedimentares compostas basicamente por calcita (CaCO3),
enquanto os dolomitos são também rochas sedimentares compostas, basicamente, pelo
mineral dolomita (CaCO3.MgCO3). De longe, a calcita apresenta maior valor
econômico, comparada às demais, dolomita, mármores e greda ou giz.
A aragonite (CaCO3) possui a mesma composição química da calcita, entretanto, difere
na estrutura cristalina. Seu aproveitamento econômico acontece apenas para os depósitos
de conchas calcárias e oólitos. Trata-se de um mineral metaestável, cuja alteração resulta
na calcita, a forma mais estável. Outros minerais carbonatados, notadamente, siderite
(FeCO3), ankerite Ca2MgFe(CO3)4 e a magnesite (MgCO3), estão comumente
associados ao calcário e ao dolomito, contudo em menor quantidade.
Cont.
A calcita (CaCO3) é o principal constituinte mineralógico dos calcários e mármores
com elevada pureza. O calcário encontrado extensivamente em todos os continentes é
extraído de pedreiras ou depósitos que variam em idade, desde o pré-cambriano até o
holoceno. As reservas de rochas carbonatadas são grandes e intermináveis, entrementes,
a sua ocorrência com elevada pureza corresponde a menos que 10% das reservas de
carbonatos lavradas em todo mundo.
De longe, a maior parte do calcário existente hoje é de origem orgânica. O cálcio
disponível em solução, seguindo a precipitação química, é utilizado por uma variedade
de vidas marinhas tais como: corais, foraminíferos, moluscos e equinodermos, para
formar conchas de calcário que se acumulam no fundo mar.
A similaridade entre as propriedades físicas dos minerais carbonatados resulta numa
dificuldade na identificação, ou melhor, na distinção entre eles. Em decorrência disso,
são utilizados recursos adicionais de identificação, além do uso convencional das
propriedades físicas desses minerais e/ou rochas. Desse modo, os recursos de análises
químicas e de difração de raios X, microscopia eletrônica, entre outros, são os mais
utilizados.
Importância
O carbonato de cálcio está sempre presente, desempenhando um papel invisível na
maioria dos setores da indústria moderna
Talvez não haja outras rochas com uma variedade de usos tão ampla quanto calcário e
dolomito. Essas rochas são usadas na obtenção de blocos para a indústria da
construção, material para agregados, cimento, cal e até rochas ornamentais. As rochas
carbonatadas e seus produtos são também usados como fluxantes, fundentes, matéria-
prima para as indústrias de vidro, refratários, carga, agentes para remover enxofre,
fósforo e outros na indústria siderúrgica, abrasivos, corretivos de solos, ingredientes
em processos químicos, dentre outros.
Nas atividades diárias é comum o uso de produtos contendo carbonato de cálcio nas
mais variadas aplicações, tais como materiais de construção civil, produção de
alimentos, purificação do ar, tratamento de esgotos, refinação do açúcar, pasta de
dentes, fabricação de vidros e aço, fabricação de papéis, plásticos, tintas, cerâmica,
alimentação de animais, produção de ornamentos e decorativos, na industria
metalúrgica, no tratamento de água e tantos outros.
Prospeção de carbonatos
Para que uma área seja considerada promissora, é necessário que a Pesquisa
Mineral avance por 4 fases:
I. Na fase 1: identifica-se anomalias através de estudos realizados previamente
e inicia-se o processo do requerimento de área para solicitação da pesquisa
mineral.
II. Na fase 2: realiza-se a checagem e avaliação de todas as anomalias.
Buscando, com isso, reduzir para os alvos com grande potencial e descartar
possíveis falsas anomalias.
III. Já na fase 3: os alvos identificados são xecados por meio de sondagens.
Desse modo, é possível obter uma melhor confirmação e um novo descarte de
alvos com baixo potencial.
IV. Finalmente, na fase 4: o depósito já foi severamente estudado, com
levantamento do potencial econômico e uma cubagem total. Já preparando
para as operações de exploração.
Prospeção geofísica Prospeção geoquímica
A prospeção geofísica utiliza dados
geofísicos de diversos aparelhos, Dentre A prospeção geoquímica estuda as
eles: emissor de partículas radioativas, características químicas das rochas.
mapas magnéticos e diferença de densidades Principalmente daqueles zoneamentos
superficiais. Geralmente os levantamentos que, durante a formação do minério
aéreos são os mais caros, enquanto que
métodos mais locais são bem mais acabam sendo formados também, e
acessíveis. indicam a presença do minério.
Fim