Ferreira Silva
Ferreira Silva
Ferreira Silva
Marabá – Pará
2010
1
Marabá – Pará
2010
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Banca examinadora:
Orientador: _____________________________________
Profª M.Sc. Kátia Regina da Silva
Membro: _______________________________________
Profª M.Sc. Maria Margareth Delaia Santana
Membro: _______________________________________
Profª Esp. Hila Zoé Neves de Brito
Marabá, 05/02/2010
3
AGRADECIMENTOS
A DEUS, principal responsável pela conclusão desse trabalho, nosso guia e nossa
fortaleza.
A Prof., orientadora deste trabalho de conclusão de curso, Prof. M. Sc. Kátia Regina
da Silva, pela humildade de mulher sábia, pela paciência e compreensão, pelo
aprendizado proporcionado, o nosso muito obrigado.
Aos professores, Claudeth Medeiros e Renata Soraia pela oportunidade e
contribuições.
A nossa família, fortalecida a cada novo sonho conquistado, em especial nossas
mães.
Aos nossos companheiros, que nos acompanharam nessa longa caminhada,
sempre nos incentivando.
Aos colegas, do curso que sempre estiveram conosco, em especial Paulo George,
Leidiane e Alessandro.
Aos nossos amigos, que se mostraram conscientes e respeitáveis nas ocasiões
que não pudemos estar juntos.
A todos que estiveram ao nosso lado, incentivando-nos na busca pelos
conhecimentos, contribuindo direta e/ou indiretamente para que este trabalho se
concluísse.
5
Lobachevsky
6
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 09
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 64
ANEXOS ............................................................................................................................ 67
9
INTRODUÇÃO
matemática, baseada na interação entre os sujeitos e destes com o mundo que os cerca,
procurando sempre ver se a grade curricular do curso está de acordo com as necessidades
reais dos indivíduos que estão em constante mudança.
Hoje em dia, diante de todas as novas tecnologias disponíveis e de fácil acesso,
precisamos nos atualizar para que possamos desenvolver um bom trabalho, pois este curso
nos coloca no mercado de trabalho, aonde nós vamos nos deparar com pessoas diversificadas
e que esperam muito do professor, e a inovação é essencial para retribuir a carência de
conhecimento com que nós educadores vamos nos deparar, e a modelagem com certeza é uma
forma de atrair os alunos para a sala de aula.
Temos como principal objetivo desse trabalho analisar o conceito de Modelagem
Matemática por parte dos entrevistados, analisar as principais vantagens e dificuldades que
eles apresentam para o trabalho com essa tendência no ensino de matemática. Analisar a
aceitação da modelagem nos dois grupos e então verificar de uma forma geral a opinião dos
entrevistados com relação ao uso dessa estratégia de ensino.
Este trabalho está dividido em três capítulos e sub-capítulos, o primeiro capítulo
apresenta as concepções de alguns autores com relação a modelagem matemática, sua
contribuição para o ensino, os conceitos sobre a educação matemática atual, a necessidade do
professor buscar novos recursos para facilitar a aprendizagem de seu aluno e sobre a inclusão
da modelagem na formação dos professores.
No segundo capítulo apresentamos a abordagem metodológica utilizada justificando a
escolha dos instrumentos utilizados para a coleta dos dados, os participantes da pesquisa e os
critérios adotados durante a execução da pesquisa.
O terceiro capítulo é destinado a análise dos dados da pesquisa, mostrando os
resultados e as conclusões obtidas após as análises das entrevistas realizadas, discorrendo
sobre as concepções dos entrevistados com relação a modelagem e ao ensino da matemática.
Logo em seguida faremos as considerações necessárias a nossa pesquisa focando
alguns aspectos relevantes para o desenvolvimento de nosso trabalho.
Essa pesquisa nos permitiu ver que nosso papel enquanto educadores não se limita a
reproduzir aquilo que nos foi designado, mas a diversidade de conhecimentos sobre inúmeros
assuntos é enriquecedor para qualquer ser humano. É da natureza humana, dar significado ao
mundo, indagar, criar, mudar, reagir. Portanto, não temos que reproduzir a escola em que
aprendemos, nem destruir o que de bom nela havia, mas temos que avançar para uma
educação mais ciente e competente, sair das caixinhas que segmentam saber e limitam a visão
11
de mundo das pessoas. E que a escola seja um ambiente rico em aprendizagem para o
professor, o aluno e a comunidade escolar.
12
CAPÍTULO I
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Também sabemos que de acordo com a necessidade do momento histórico que será
vivenciado por nós, novos modelos matemáticos poderão ser inventados. Assim é necessário
que participemos desta viagem pelo universo das novas descobertas matemáticas que serão
experimentadas e analisadas, para que possamos participar de uma sociedade altamente
globalizada.
1
Muitas vezes usaremos apenas o termo Modelagem ao nos referirmos a Modelagem Matemática.
13
no Brasil, dentre eles temos: Aristides C. Barreto, sendo este o primeiro autor brasileiro a
desenvolver trabalhos sobre modelagem matemática, Rodney C.Bassanezi que também vem
logo após Aristides na história da modelagem matemática, Ubiratan D’Ambrosio, João
Frederico Mayer, Marineuza Gazzetta, Eduardo Sebastiani, estes autores iniciaram um
movimento pela modelagem no final dos anos de 1970 e início dos anos de 1980,
conquistando pessoas por todo Brasil, para aderir ao movimento em busca de melhorias para a
educação brasileira.
Diante desses movimentos é que a matemática vem ganhando seu espaço. Muitos
autores escrevem e demonstram através de aplicações de projetos, que a disciplina de
matemática pode ser contextualizada e suas aplicações e resoluções de problemas podem estar
voltadas para a vida cotidiana do aluno, fazendo com que ele passe a ver sentido em estudar
matemática.
alunos, pode servir como diferencial no ensino da matemática, pois ela se dissocia do
tecnicismo, e da idéia de uma relação autoritária entre professor-aluno isso pode contribuir
significativamente para avanços em um ensino de matemática mais expressivo para os
estudantes, orientando-os no pensamento emergente, fundamentado na transversalidade, na
interdisciplinaridade e na contextualização.
lhe condições para ser uma pessoa crítica, criativa e capaz de superar suas
dificuldades. (ZETETIKÉ, 1998, p. 36).
A modelagem matemática não é uma idéia nova. Sua essência sempre esteve
presente na criação das teorias cientificas e, em especial na criação das teorias
matemáticas. A história da ciência testemunha importantes momentos em que a
modelagem matemática se fez presente. (BIEMBENGUT; HEIN, 2007, p.15).
qualificados para o mercado de trabalho, não fazendo assim com que o estudo seja apenas
uma obrigação como muitos jovens pensam, também é necessário fazer com que o aluno
posse a tentar aprender de forma eficiente aprendendo da maneira correta, para que ele não se
torne um profissional incapaz de resolver os mais diversificados tipos de problemas que
podem surgir no ambiente de trabalho.
Sabemos que a matemática está relacionada com todas as áreas de trabalho sendo ela
uma ferramenta de suma importância no avanço intelectual e nas estratégias da resolução de
problemas do cotidiano do individuo. Bassanezi (2006) defende essa idéia:
[...] nessa nova forma de encarar a matemática, a modelagem – que pode ser
tomada tanto como um método cientifico de pesquisa como uma estratégia de
ensino-aprendizagem – tem se mostrado muito eficaz. A modelagem matemática
consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos
e resolve-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real. E mais: no
setor educacional a aprendizagem realizada por meio da modelagem facilita a
combinação dos aspectos lúdicos da matemática com seu potencial de aplicações.
(BASSANEZI, 2006, p.38)
à resolução de possíveis problemas que poderão ser encontrados no seu dia-a-dia é necessário
que façamos uma breve reflexão sobre o uso dessa prática de ensino:
Segundo Bassanezi:
A modelagem não deve ser utilizada como uma panacéia descritiva adaptada a
qualquer situação da realidade – como aconteceu com a teoria dos conjuntos. Em
muitos casos, a introdução de um simbolismo matemático exagerado pode ser mais
destrutivo que esclarecedor (seria o mesmo que utilizar granadas para matar
pulgas!). O conteúdo e a linguagem matemática utilizados devem ser equilibrados e
circunscritos tanto ao tipo de problema como ao objetivo que se propõe alcançar.
Salientamos que, mesmo numa situação de pesquisa, a modelagem matemática tem
varias restrições e seu uso é adequado se de fato contribuir para o desenvolvimento
e compreensão do fenômeno analisado. (2006, p.25).
Essa concepção nos remete a uma visão mais cautelosa no que diz respeito à utilização
da modelagem como método de ensino tendo em vista que trabalhar com modelagem vai além
do ambiente escolar, reflete todo um histórico da vida do individuo, tendo em vista que o
aluno tem uma visão e uma concepção de matemática que vem com ele mesmo antes de entrar
na escola e que está em constante mudança, essa concepção de matemática pode sofrer algum
tipo de alteração a partir do momento que ele se depara com o uso da modelagem em sala de
aula, essa alteração pode trazer conseqüências diretas a vida do individuo, se trabalhada sem
que o professor tenha total domínio do conteúdo que será estudado durante o projeto ela pode
acarretar alguns prejuízos. Como por exemplo, um projeto de modelagem onde é analisada a
construção de uma casa, através desse projeto o professor pode desenvolver inúmeros cálculos
e durante a execução desse projeto pode ocorrer um erro, caso o professor não atente para este
erro e o aluno a partir da construção desse conhecimento pode acabar elaborando novas idéias
erradas a respeito desse mesmo exemplo em situações do seu dia-a-dia que pode acabar por
prejudicá-lo futuramente.
A adaptação do modelo a ser trabalhado em sala de aula deve ser resultado de trabalho
de pesquisa previamente realizado, sobre o contexto histórico de cada aluno participante da
pesquisa, que vai desde o ambiente escolar até a condição social e cultural de cada um, fatores
que podem inibir o aluno durante a realização do projeto, fazendo assim com que ele não
produza tanto quanto ele é capaz de produzir.
Assim definimos modelagem matemática como um método de aprendizagem
caracterizado por buscar na realidade do individuo problemas que servem como suporte para
construção do conhecimento adquirido durante a resolução desses problemas, se bem
trabalhada a modelagem serve como ferramenta de construção de personalidade intelectual e
19
social, sendo o conhecimento adquirido através dela a base necessária e fundamental para o
desenvolvimento de diferentes aspectos sociais na realidade do individuo.
Outro ponto muito importante em se trabalhar essa metodologia, é o fato de que ela
está diretamente ligada a outras diversas disciplinas servindo como suporte para a
compreensão e análises de dados e até mesmo como objeto de estudo dentro de outras
disciplinas, a matemática é uma das disciplinas que mais se encaixa no conceito de
interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, levando em conta sua ampla área de estudo que
permite que seja trabalhada dentro de qualquer contexto, seja ele físico, histórico, cultural ou
social. ―A idéia pedagógica de trabalhar com projetos, conhecida no Brasil como modelagem
na educação matemática, pode fazer emergir aspectos políticos da educação matemática‖.
Skovsmose (2001), ( apud RIBEIRO 2008, p.62).
A partir do momento que a matemática passa a ser trabalhada através da modelagem é
possível se criar diversos modelos que servem para facilitar a compreensão e a análise de
dados antes limitados, a análise e compreensão desse processo nos remete a verificar e
constatar que a modelagem deixa de ser uma simples ferramenta e assume agora um lugar de
destaque como necessidade fundamental para o estudo de diversos fenômenos, muitos autores
defendem essa tese acreditando que essa metodologia é fundamental para o processo de
evolução do conhecimento humano como Biembengut e Hein (2007) afirmam:
A maioria dos autores que estudam a modelagem, como Biembengut; Hein (2007),
Bassanezzi(2006), Bean(2001) , Barbosa(2004) acreditam que a modelagem é uma estratégia
de ensino em constante crescimento e defendem que futuramente através da modelagem,
pode-se trabalhar em qualquer área do conhecimento, fazendo assim com que o ensino através
dela se torne mais do que conteúdos programáticos estudados em sala de aula, passando a ser
um conectivo entre os alunos e o saber, despertando assim cada vez mais interessados nessa
estratégia de ensino, sejam esses indivíduos professores, simples expectadores ou
participantes do processo. Tendo em vista que o trabalho com a modelagem desperta o
interesse dos mais diversos tipos de indivíduos, desde os alunos envolvidos no projeto a seus
familiares assim como também professores de outras áreas de ensino.
Dessa forma, trabalhar modelagem matemática no ensino pode ser uma alternativa
muito gratificante para despertar no aluno o interesse por tópicos matemáticos que ele ainda
desconhece ao mesmo tempo em que aprende a arte de modelar matematicamente. Isso
21
tipos de disciplina dando assim uma maior abrangência da compreensão de conteúdos por
parte dos alunos.
É importante ressaltar que o uso da modelagem matemática no ensino aprendizagem
conta com um personagem muito importante, diríamos que indispensável, ―o professor‖, cabe
a ele fazer com que o uso dessa metodologia possa se tornar algo proveitoso e satisfatório
para todos os envolvidos no processo.
O professor deve estar ciente dos riscos de se trabalhar com essa metodologia assim
como estar preparado para aproveitar e enriquecer-se ainda mais com os conhecimentos que
podem surgir através do uso da mesma. Estar aberto a tirar dúvidas, indagar e induzir o aluno
a buscar novos métodos para resolver os problemas que vem a surgir a partir da utilização
dessa metodologia de trabalho.
Freire (2003) aponta isso como característica fundamental do educador. Na educação
matemática o professor deve assumir o papel de intermediador deixando o aluno livre para
indagar e tirar dúvidas, como no trecho de seu livro: ―Quando entro em uma sala de aula,
devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidades, às perguntas dos alunos, às
inibições; um ser crítico e inquiridor‖. (FREIRE; 2003, p.34).
A importância de saber trabalhar de maneira cautelosa e usando uma didática mais
aberta, faz com que o projeto de modelagem seja bem mais proveitoso para todos os
indivíduos envolvidos, tendo em vista que os resultados alcançados podem ser de uma enorme
dimensão desde que se saiba aproveitar inteiramente todos os dados e aspectos do projeto.
Essa gama de conteúdos e aspectos que podem ser trabalhados através da modelagem
nos remete a uma análise mais criteriosa de como se trabalhar com ela, tendo em vista que
todo trabalho se realizado de forma precipitada e sem uma apuração mais aguçada de seus
métodos e critérios, pode acarretar erros, logo partiremos para essa análise no decorrer do
próximo tópico.
O ensino no Brasil vem passando por um momento muito frágil no que diz respeito à
aprendizagem por parte dos alunos de ensino fundamental e médio, principalmente na
disciplina de matemática, essa fragilidade de aprendizagem por parte dos alunos pode estar
ligada a diversos aspectos, mas com certeza quando nos referimos a disciplina de matemática
um desses aspectos é a forma complexa como essa disciplina é trabalhada dentro da sala de
aula.
23
Este tipo de estudo é muito mais utilizado do que se possa parecer, um professor
mesmo que involuntariamente pode estar trabalhando modelagem matemática dentro da sala
de aula, basta que o objetivo dele seja contextualizar o que está sendo estudado, buscando
meios e recursos que façam com que o aluno tenha mais facilidade em aprender a disciplina,
isso não quer dizer que qualquer recurso que seja utilizado para facilitar a aprendizagem do
aluno na disciplina de matemática possa ser chamado de modelagem, mas é possível que
diante da necessidade de um melhor desempenho educacional o professor possa utilizar este
recurso mesmo que inconscientemente, uma vez que esse método de estudo não é algo que
possa se chamar de complexo, mas sim algo muito desconhecido pela maioria dos
professores.
Continuando com as idéias de Araújo (2002), as necessidades de novas metodologias
na educação fazem com que a modelagem matemática passe a ser uma ferramenta de destaque
no mundo da matemática, tendo em vista que essa metodologia está diretamente ligada (no
que diz respeito aos objetivos de ensino) ao desenvolvimento intelectual do aluno, já que ela
permite que o aluno participe do processo de modelagem desde a escolha do tema a ser
trabalhado até o levantamento de dados e elaboração de formas de resolução dos problemas
encontrados durante o processo de modelagem.
Levando em conta alguns aspectos teóricos com relação à modelagem matemática
temos fundamentos relevantes no que diz respeito à importância de se trabalhar com a
modelagem no ensino, visto que a educação matemática está cada vez mais carente de
metodologias de ensino que possam preencher as lacunas existentes no ensino da matemática.
Bassabezi (2006) acredita na modelagem como de fundamental importância para o
processo evolutivo do individuo e da educação matemática, assim como a inclusão de novos
aspectos e de aplicações mais recentes de alguns problemas matemáticos e como a aplicação
da modelagem, ele acredita que toda a inclusão dessas novas metodologias de incentivo a
aprendizagem tem como objetivo significar o conteúdo aprendido transformando assim o
ensino em algo atraente e real. A matéria necessita ser ensinada de forma que o indivíduo
possa entender o que está sendo pedido e podendo a partir de um determinado problema ter
base e estrutura para formular novas soluções e metodologias para a resolução de outros
diversos problemas que possam surgir ao longo de um trabalho ou processo de aprendizagem.
Ensino formal, com a estrutura vigente: currículo, horário, espaço físico, número de
alunos por classe, dentre outros aspectos, a modelagem orienta-se pelo ensino do
conteúdo programático (e não programático) a partir de modelos matemáticos
aplicados às diversas áreas do conhecimento e, paralelamente, pela orientação dos
alunos à pesquisa. (BIEMBENGUT, 2004, p.29).
perceber quais os dados que poderemos trabalhar, é importante, que haja um especialista na
área de matemática para que possa direcionar a pesquisa.
Abstração: nesta etapa é importante que fique bem claro o que vamos trabalhar, por
isso temos que selecionar quais mecanismos serão utilizados na modelagem matemática. Pois
é nesta etapa que iremos planejar e organizar todas as ações, levantar a problematização,
formular as possíveis hipóteses e fazer a simplificação se necessário para o desenvolvimento
do projeto. A seguir esclareceremos cada um desses itens.
Problematização: A partir da análise empírica e crítica, de um determinado tema
podemos fazer formulações de problemas com enunciados que devem ser explicitados da
forma mais clara possível, para isso é necessário que se façam vários questionamentos e
levantamentos de hipóteses para desenvolver o conteúdo. Formulação de hipóteses: È nesta
etapa que vamos formular hipótese do conhecimento empírico direcionando-os para as
aplicações e soluções das problemáticas. Podemos perceber que problemas análogos podem
ser resolvidos de uma única maneira desde que haja todo o processo descrito. Simplificação:
Quando nos deparamos com um objeto de estudo é preciso que foquemos num determinado
aspecto para que possamos analisá-lo minuciosamente e desta forma entender os aspectos
gerais do objeto de estudo. Segundo Bassanezi (2006) ―de uma maneira geral as hipóteses se
referem à freqüência da inter-relação entre as variáveis, observadas experimentalmente
(hipóteses observacionais), mas podem também ser enunciadas de forma universal quando se
procura generalizar os resultados investigados‖.
Desta forma a análise entre dois ou mais sistemas semelhantes é essencial para a
formulação de hipóteses.
Resolução: A modelagem apresenta seu potencial de compreensão no campo da
aprendizagem quando tratamos de termos de um auto-grau de abstração, pois através dela
podemos perceber que a resolução de qualquer questionamento se torna acessível e
assimilável aos alunos.
Validação: Nesta etapa iremos comparar os dados obtidos dos sugeridos
anteriormente, verificar se alcançamos os resultados esperados, caso não chegarmos ao
resultado esperado, más chegamos bem próximo, podemos dizer que houve validação.
Modificação: A modificação do projeto pode ocorrer se alguns dos dados da pesquisa
se mostrar incoerente com os resultados obtidos. Queremos deixar claro que a modelagem
matemática não é algo pronto e acabado, uma boa modelagem se faz, quando podemos
perceber,que diante de um modelo podemos sugerir outros modelos, pois nenhum modelo é
definitivo.
29
Achamos importante verificar a concepção de outro autor no que se refere este tópico
de como trabalhar com modelagem matemática, por isso abordaremos a concepção de
Biembengut.
Para Biembengut (2004), representar uma situação real com ferramental matemático –
modelo matemático envolve uma série de procedimentos. Esses procedimentos que perfazem,
praticamente, o mesmo percurso da pesquisa cientifica, podem ser divididas em três etapas,
subdivididas em sete sub-etapas, a saber:
A autora segue as três etapas seguintes:
Primeira etapa (Interação e reconhecimento da situação problema), Segunda etapa
(Matematização, Formulação do problema e Formulação do modelo matemático) e Terceira
etapa (Modelo matemático e Interpretação da solução).
Nesta primeira etapa ela deixa bem claro que é preciso que façamos muita leitura a
respeito de modelagem matemática e sua relação com a problemática abordada, revendo a
visão de vários autores, para que possamos ter embasamento teórico suficiente para
desenvolver um bom trabalho. Esta é uma etapa muito importante, pois é nela que se define o
tema a ser trabalhado durante todo projeto.
[...] afirma que a escolha do tema não é simples. A idéia de cada aluno escolher um
assunto de interesse nem sempre proporciona os resultados esperados. Se os dados
sobre o tema escolhido forem tão simples que não acrescentam qualquer
conhecimento no que diz respeito à matemática, ou ainda, se não forem fáceis de
obter esses dados, pode gerar desmotivação e desinteresse pelo trabalho. Neste
caso, a orientação do professor na etapa inicial – escolha do tema – é essencial para
evitar que isso ocorra no meio do processo. (BIEMBENGUT, 2004, p.40).
Na segunda etapa iremos definir o problema que iremos trabalhar, quais assuntos
matemático iremos abordar, teremos que chegar a conclusão de qual modelo matemático será
mais adequado para ser aplicado e enfim fazer a parte prática que é aplicar o modelo
matemático ao problema proposto.
Na terceira etapa iremos verificar a conclusão que cada um teve diante do
desenvolvimento e finalização do problema desenvolvido, verificar se o trabalho em questão
chegou bem próximo ou igual às hipóteses levantadas no início do projeto, se isto tiver
acontecido então o modelo utilizado alcançou sua validação, casos contrários teriam que rever
o projeto, o seu decorrer, e se for o caso procurar aplicar outro modelo matemático, que se
encaixe adequadamente ao problema sugerido.
Analisando a proposta dos dois autores verificamos que a que mais se adéqua a nossa
concepção sobre modelagem é a de Bassanezi (2006), tendo em vista que ele trabalha com
30
modelagem de forma mais detalhada, isso permite que se possa ter mais controle durante a
aplicação do projeto, a sua proposta serve como um mapa com informações precisas sobre
cada etapa de trabalho, diante disso com certeza o professor não irá se perder durante a
aplicação do projeto.
Bassanezi (2006) usa um exemplo de um projeto realizado por Biembengut em que ela
segue sua seqüência no desenvolvimento de um projeto realizado com uma turma de 5° série,
noturno, na Escola EEPG – Bairro Nova Estiva, Município de Mogi Guaçu,em 1986.
O exemplo a seguir segue transcrito como na obra original:
É visivelmente clara a situação da educação matemática que vem passando por uma
fase de transtornos e dificuldades principalmente por parte dos alunos que estão cada vez mais
encontrando dificuldades em aprender matemática.
Muitos estudos comprovam que essa dificuldade está diretamente ligada a forma
complexa como essa disciplina está sendo trabalhada.
O professor de matemática costuma trabalhar os conteúdos de forma direta e abstrata
se atendo apenas a fórmulas e propriedades que muitas vezes não fazem o menor sentido para
os alunos, isso de certa forma acaba desmotivando o aluno.
Outra dificuldade que os alunos apontam em estudar a matemática é que muitas vezes
eles não sabem como o professor chegou a determinada fórmula ou ainda não sabe de onde
partir para chegar lá. O professor muitas vezes preocupado em cumprir a grade curricular do
curso não se preocupa em dar base ou buscar bases para a partir de então desenvolver o
conteúdo em sala de aula. É necessário que se estabeleça uma relação com o conhecimento
que o aluno já traz consigo mesmo antes de freqüentar a escola para que isso possa servir
como primeiro passo rumo à construção do conhecimento.
No processo evolutivo e intelectual do aluno independente da fase em que se está
estudando é possível fazer uma comparação a aspectos e conhecimentos que o indivíduo já
traz consigo facilitando assim a aprendizagem por parte dos alunos, isso também irá facilitar o
trabalho do professor que irá ter um embasamento teórico bem mais completo e terá um
desempenho por parte dos alunos bem mais gratificante.
A associação do conteúdo estudado com a realidade do aluno faz com que ele sinta
mais familiarizado com o assunto despertando assim um maior desempenho dele durante as
aulas, ele deixa de ser um sujeito passivo e passa a ser um sujeito ativo dentro do processo de
ensino aprendizagem. D’Ambrosio (1996), defende a teoria de que é necessária a ação do
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aluno para a formulação do conhecimento, tendo em vista que à medida que o aluno age na
resolução de um determinado problema, ele pode evoluir mais rapidamente para um novo
patamar na construção de um conhecimento contínuo, e mais ele acredita que essa capacidade
de evolução do raciocínio é melhor trabalhada no convívio com outras pessoas o aluno deve
trocar conhecimentos para que a evolução possa ser constantemente reconstruída:
O contato dos alunos com outros igualmente inseridos no processo faz com que a
aprendizagem seja construída de forma real e gratificante, tendo em vista que o potencial de
desenvolvimento de um indivíduo é muito mais intenso se este está inserido num conjunto de
indivíduos. A troca de saberes é algo muito comum em todo o mundo e muitos pesquisadores
defendem a comunicação como ferramenta fundamental na evolução mental, isso desde os
primórdios da humanidade. ―O processo de gerar conhecimento como ação é enriquecida pelo
intercambio com outros, imersos no mesmo processo, por meio do que chamamos
comunicação (D’AMBROSIO, 1996, p.21)‖.
A comunicação é fundamental em qualquer área de trabalho, uma vez que estamos
sempre em busca de novas metodologias, de novos sistemas, de novos recursos para
evoluirmos sistematicamente e socialmente. O trabalho em equipe é algo que pode trazer um
potencial de evolução pelo menos três vezes maior que o trabalho individual, tendo em vista
que cada pessoa tem uma visão diferente da realidade ou do processo em que está inserida
(duas cabeças pensam melhor que uma só).
Outro aspecto importante a ser analisado diante da tentativa de melhorar e facilitar o
ensino da matemática é trabalhar a historia da matemática, a partir do momento que o aluno
tem um embasamento histórico, uma estimativa adequada sobre perguntas que eles se fazem
ao estudar a matemática como: De onde surgiu?, quem inventou isso?, Pra que serve?,Com
que propósito eu vou estudar isso?. Ele passa a ver a matemática com outros olhos, passando
a ver ela dentro de uma realidade que pode não ser a dele mais que justifica o uso de
determinadas técnicas e métodos de trabalho. Isso faz com que ele possa se interessar mais
pelo assunto a partir desse contexto histórico. ―A história da matemática é um elemento
fundamental para se perceber como teorias e práticas matemáticas foram criadas,
33
Diante das grandes mudanças e dos avanços tecnológicos podemos ver que há uma
necessidade de trabalhar a matemática de forma que ela seja voltada para o nosso cotidiano,
pois a sociedade requer do cidadão o domínio de habilidades matemáticas.
O ensino de matemática atual em algumas universidades está necessitando de uma
reforma curricular onde o aprendizado do aluno possa ser mais valorizado. E é diante desta
necessidade que vemos que a inserção da modelagem matemática, na grade curricular, seria
de fundamental importância para melhorar o ensino de forma geral, pois futuramente teríamos
35
no mercado de trabalhos profissionais melhores capacitados para trabalhar com esta disciplina
tão complexa e temida por muitos alunos.
Podemos dizer que as dificuldades que os professores, hoje encontram em ensinar
matemática existem devido a maneira como eles aprenderam a matemática em sua graduação,
geralmente vista como um produto pronto e acabado, para ser repassado aos seus futuros
alunos, tirando assim a essência , a possibilidade de criatividade dos alunos trabalhar de forma
abrangente e voltada para a realidade do seu cotidiano.
abstrata dificultando assim a aprendizagem dos alunos. Isso pode estar ligado a sua formação,
mas é necessário que mesmo na formação de matemáticos puros que provavelmente também
serão professores, seja trabalhada a questão da melhoria didática, é preciso que esse
profissional saiba como trabalhar o ensino do conteúdo, seja numa turma regular de ensino
superior, assim como em turmas de formação continuada. Tendo em vista que a maioria dos
cursos de nível superior em matemática preparam futuros professores para atuar em sala de
aula.
Os indivíduos que pretendem atuar na área de educação precisam estar cientes de que
é durante a sua formação que eles podem reunir as habilidades necessárias para desenvolver
um bom trabalho. Fiorentini; Lorenzato (2006) defendem a idéia de que o educador
matemático coloca a matemática a serviço da educação, pois os educadores como um todo
acredita que a educação é o principal instrumento de transformação do indivíduo, a
matemática passa então a ser uma peça chave desse instrumento e por isso deve ser trabalhada
da melhor maneira possível fazendo assim com que o aluno possa se sentir atraído pela
disciplina e assim possa desenvolver-se dentro do grande campo da descoberta que essa
disciplina pode proporcionar.
Os autores fazem uma comparação entre o Matemático e o educador matemático, na
citação acima ele retrata o matemático que estuda e trabalha a matemática voltada apenas para
seu próprio contexto, a matemática está voltada apenas para a pesquisa enquanto que os
educadores matemáticos estudam e trabalham a matemática voltada para os indivíduos
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem no caso os alunos (independentemente se são
alunos de ensino fundamental, médio, nível superior ou alunos em formação continuada).
Os estudos sobre os saberes profissionais do professor, até inicio dos anos de 1990,
têm revelado baixos níveis de compreensão e domínio do conhecimento
matemático a ser ensinado. Relacionado a esse problema, ainda continua em alta
esse debate sobre que tipo de conhecimento matemático deve ter o professor e
como deve combiná-lo com seu conhecimento pedagógico. (FIORENTINI;
LORENZATO, 2006, p.49).
Segundo Fiorentini, Lorenzato (2006), esses estudos serviram como suporte para que
fosse inserida na grade curricular de alguns cursos de matemática, disciplinas mais voltadas a
prática de ensino e para uma melhor prática pedagógica por parte dos professores, visando
sanar as dificuldades encontradas por esses professores principalmente no ato de ensinar
alguns conteúdos de matemática que são muitos complexos e de certa forma abstratos para
alunos do ensino básico. Silva e Santo (2004) defendem a idéia de que para sanar essa
dificuldade encontrada pelos professores em ensinar conteúdos complexos e abstratos dentro
da disciplina de matemática é necessário mais que práticas pedagógicas, eles dizem que é
preciso rever os conteúdos e pro - ativamente tentar introduzi-los dentro de um outro conceito
de forma que o aluno possa entender melhor o contexto que está sendo ensinado, eles afirmam
ainda que isso possa ser feito a partir de conteúdos antes estudados, desde que de forma
dinâmica e não abstrata.
Uma forma interessante de trabalhar conteúdos complexos também seria adaptar esses
conteúdos a realidade do aluno, isso pode ser realizado através da Modelagem Matemática,
Bassanezi (2006), defende a idéia do uso da modelagem para um melhor entendimento e
compreensão do conteúdo por parte do aluno, desde que ela seja adequadamente adaptada a
realidade do aluno.
O professor quando utiliza a modelagem matemática faz com que o aluno participe
ativamente das aulas, quebrando assim o ―velho tabu‖ de o professor transmitir todas as
informações para o aluno chegar a um resultado desejado. O aluno nesse processo busca
juntamente com o professor todas as informações para resolver os problemas em questão.
Franchi (1993), afirma que é necessária uma mudança de atitude dos professores de
matemática no processo de ensino, mas que essa mudança alcance resultados satisfatórios é
necessário que ela seja trabalhada de forma cautelosa tendo em vista que o aluno não é
habituado a se ver como principal ator na construção do conhecimento, o aluno ainda se vê
como um simples expectador, a mudança é necessária mais deve ser realizada gradativamente,
pois caso contrário isso pode resultar no prejuízo das aulas.
A partir do momento que o professor muda sua postura diante dos alunos ele permite
que eles possam se sentir mais participantes dentro da sala de aula, isso transforma o ambiente
escolar em um ambiente agradável e de constante aprendizagem.
Araújo (2002) diz que o professor deve se adaptar a realidade e a necessidade do aluno
promovendo situações em que o aluno possa refletir sobre seu aprendizado, o aluno passa a
ser um agente ativo dentro do seu contexto social, o professor enquanto educador deve
estimular o aluno, através da aprendizagem tornando o aprendizado algo que o aluno possa se
apropriar cada vez mais, isso reflete uma constante visão de mudança que se encaixa
facilmente a realidade atual de nossa educação que está em constantes mudanças.
Dentro das perspectivas dos autores aqui estudados que nos falam sobre a formação de
professores podemos ver que é necessária uma mudança nas formas de ensino dentro das
escolas e também das universidades, mas essa mudança deve ser realizada primeiramente na
concepção dos professores, principalmente em professores formadores de professores, que
tem que se conscientizar que estão formando professores educadores.
Para se adequar a essa realidade é muito importante atentar para uma nova proposta
pedagógica que volte a atenção dos professores para os alunos visando capacitá-los de forma
que eles possam compreender os assuntos trabalhados em sala de aula, dentro dessa proposta
é que podemos inserir a Modelagem Matemática que traz cada vez mais a realidade do aluno
para ser problematizada dentro da sala de aula tornando assim a aprendizagem bem mais
interessante.
40
CAPÍTULO II
PROCEDIMENTOS E ETAPAS DO TRABALHO
A abordagem qualitativa foi opção dessa pesquisa porque é a que mais se encaixa nos
propósitos almejados por nós durante a execução desse estudo.
Dentre as muitas definições com relação a essa metodologia optamos por trabalhar
com a definição de Cruz:
trabalho e verificar se durante a sua formação eles são preparados, mesmo que teoricamente,
para a utilização desse tipo de recurso e que benefícios eles acreditam que a utilização dos
mesmos poderia trazer para sua atuação como futuros professores.
Ao entrevistarmos professores já atuante em sala de aula, pretendíamos basicamente
analisar os mesmo critérios, só que os voltando para a prática docente e a realidade social
deles, dessa forma pudemos fazer uma analogia entre a teoria e prática, verificando assim a
formulação de hipóteses com relação às dificuldades do uso de modelagem matemática.
Ao escolhermos o público que foi entrevistado optamos por uma turma de professores
em que a conclusão da graduação estivesse bem próxima, nesse caso entrevistamos dois
alunos da turma de matemática 2006, e um aluno da turma de matemática 2007 as próximas
turmas que irão se formar na Universidade Federal do Pará, Campus de Marabá. Dos alunos
entrevistados apenas um já atua em sala de aula e os demais atuaram em sala de aula apenas
durante as aulas de estágio.
Os professores em atuação que foram entrevistados são professores da rede pública de
ensino que trabalham no ensino fundamental e médio, áreas de atuação para a qual os
professores em formação estão sendo preparados.
A partir dos dados coletados durante as entrevistas definimos quais as principais
dificuldades por parte dos professores na utilização da modelagem matemática em sala de
aula.
Utilizamos a entrevista por achá-la mais adequada ao nosso estudo, tendo em vista a
amplitude de dados que é possível coletar a partir da formulação do roteiro da entrevista, ela
se torna a ferramenta mais adequada ao nosso estudo, por se adequar facilmente ao ambiente
de pesquisa em que trabalhamos, permitindo assim que o estudo fosse baseado apenas em
dados coletados através dela. Formulamos o roteiro de entrevista para que os entrevistados
pudessem responder justamente as questões pertinentes a nosso estudo que foi a concepção de
modelagem, a visão deles com relação ao ensino da matemática e a prática dos professores
43
para que assim pudéssemos obter durante a entrevista todos os dados necessários para a
concretização de nosso trabalho.
Para que pudéssemos trabalhar a análise dos dados coletados durante a entrevista de
maneira detalhada, e também para que pudéssemos analisar separadamente cada grupo
entrevistado, só a partir de uma analise mais criteriosa de cada grupo é que realizamos
comparações entre as teorias aprendidas no decorrer do curso em atividades extraclasse (tendo
em vista que a modelagem Matemática não está inserida na grade curricular do curso de
Licenciatura Plena em Matemática do Campus I da Universidade Federal do Pará da cidade
de Marabá.) e a prática conhecida pelos professores já atuantes em sala de aula.
A entrevista foi realizada em um local calmo e tranqüilo para que o entrevistado
pudesse se sentir mais a vontade. As entrevistas foram gravadas com a permissão dos
entrevistados. A princípio pensamos em realizar uma entrevista gravada em vídeo, mas os
entrevistados se sentiram inibidos com relação a gravação em vídeo, por isso usamos apenas a
gravação em áudio, que embora seja mais restrita, tendo em vista que não pudemos rever o
rosto e a expressão da pessoa durante a entrevista, mas pudemos ouvir o seu relato, sem que
perdêssemos nem um detalhe de sua fala, desta forma aproveitamos com grande rigor o
conteúdo da entrevista de cada entrevistado e a partir disso buscamos suportes para responder
a nossos questionamentos e servir de base para a concretização de nosso estudo.
A entrevista foi transcrita na integra, posteriormente analisamos os dados, buscando os
aspectos comuns entre os entrevistados de cada grupo e depois fazendo uma comparação entre
os dois grupos, analisando semelhanças e divergências entre eles.
Alguns autores como Fiorentini e Lorenzato (2006), Ludke e André (1986), defendem
o uso da entrevista por acreditarem que ela é um dos métodos de coleta de dados mais
vantajosos por sua estrutura e sua liberdade durante a coleta dos dados.
Diante disso decidimos trabalhar com entrevista.
A entrevista, além de permitir uma obtenção mais direta e imediata dos dados,
serve para aprofundar o estudo, complementando outras técnicas de coletas de
44
Como o nosso trabalho está voltado para uma análise mais detalhada de aspectos
comuns a todos os entrevistados, visando comparar as idéias e características vistas durante
formação de profissionais de educação e/ou da prática dos professores em sala de aula,
optamos por realizar entrevistas semi-estruturadas.
Esse tipo de entrevista é caracterizado por um roteiro previamente preparado, que
serve de eixo orientador para o desenvolvimento da mesma. Os vários entrevistados
responderam as mesmas questões, sem que fosse exigida uma ordem exata dessas questões,
tendo em vista que a entrevista vai se adaptando ao entrevistado, permitindo assim um auto-
grau de flexibilidade na exploração das questões.
A utilização desse tipo de entrevista permite melhor aproveitamento do tempo
disponível, além de um tratamento mais sistemático dos dados. Outra vantagem de se
trabalhar com esse modelo é que ele permite que sejam introduzidas novas perguntas no
decorrer da entrevista à medida que se necessite de maior esclarecimento ou aprofundamento
por parte do entrevistado. No entanto é necessário cautela para que não se abra um leque
muito grande durante a entrevista, tendo em vista que isso pode prejudicar o andamento e
desenvolvimento e análise dos dados, para isso é necessária uma preparação adequada do
entrevistador, familiarização com a temática e com o objetivo central da entrevista. A
preparação do entrevistador, embora possa parecer algo superficial, é uma das maiores
dificuldades em se trabalhar com esse tipo de pesquisa.
Através de uma entrevista semi-estruturada pudemos analisar e comparar a teoria vista
e estudada por alunos em formação, a prática de ensino dos professores atuantes, podendo
assim verificar a existência de elos que liguem as possíveis dificuldades encontradas nas duas
fases de atuação.
Formulamos um roteiro de entrevista que foi adaptado a cada entrevistado no decorrer
da entrevista conforme a necessidade de explorar mais intensamente os dados, como
escolhemos a entrevista semi-estruturada tivemos liberdade para que pudéssemos formular
novas perguntas no decorrer da entrevista, mantendo sempre o foco no nosso objetivo central.
45
Buscamos fazer com que os entrevistados se sentissem livres em suas respostas, podendo dar
opiniões, sugestões e críticas para o uso da mesma modelagem, falando de forma espontânea
e com a mínima pressão possível por parte de nós entrevistadores.
Utilizamos um gravador de voz, pois Ludke e André (1986) recomendam o uso de
gravação nas entrevistas por acreditarem que a gravação tem a vantagem de registrar as
expressões orais do entrevistado deixando o entrevistador livre para a observação do
entrevistado, dessa forma a entrevista se torna bem mais proveitosa.
Após a análise dos dados e da discussão dos resultados de nossas entrevistas, pudemos
ver que o tipo de entrevista e os instrumentos utilizados durante a coleta de dados foram os
adequados, pois com eles pudemos atingir satisfatoriamente nossos objetivos, fazendo uma
análise fiel dos dados.
A análise completa dos dados e os resultados da pesquisa são apresentados no capítulo
seguinte deste trabalho o roteiro e as transcrições das entrevistas encontram-se em anexo.
46
CAPÍTULO III
IDÉIAS SOBRE MODELAGEM
dentre os alunos entrevistados todos consideram a atual prática de ensino dos professores
muito tradicional e defasada.
A maioria afirma que a forma de ensinar dos professores não está adequada a
necessidade dos alunos.
O aluno A. enfatiza que o ensino da matemática é muito restrito a teoria, e que muitas
vezes eles não tem acesso à aplicabilidade dos conteúdos estudados, o aluno C. demonstra
interesse com relação à necessidade de inovar dentro das aulas de matemática, já o aluno B.
fala sobre o método de repetição dos professores com relação aos exercícios e conteúdos.
Todos os alunos entrevistados demonstraram insatisfação com relação ao ensino da
matemática.
A prática de ensino dos professores hoje, é meio arcaica, alguns professores usam
um método muito antigo ou só repetem o método todo a cada ano sem modificar
nada, sem modificar textos, questões, exercícios e às vezes essa prática faz com que
o professor simplesmente repasse uma informação que ele já tinha de muito tempo
e não dá espaço para que o aluno consiga construir um conhecimento. (Entrevista
aluno B.)
Com relação ao que deve ser feito para melhorar o ensino da matemática, os alunos
acreditam que a principal mudança está relacionada à mentalidade dos professores de
matemática, que devem adequar-se a necessidade de seus alunos, buscando novos recursos
metodológicos para facilitar sua aprendizagem.
Inclusive, todos os entrevistados acreditam que é necessária uma mudança na prática
de ensino dos professores no período da graduação, para que os futuros professores possam
ser mais bem preparados para a docência.
Diante das respostas dos alunos pudemos verificar a insatisfação deles com relação ao
ensino-aprendizagem de matemática e também com relação à didática e a postura de alguns
docentes, que não buscam novos recursos metodológicos para facilitar a aprendizagem de
seus alunos.
Fiorentini e Lorenzato (2006) enfatizam a necessidade do professor ir a procura de
novas metodologias de ensino e de inovarem dentro de sua prática docente, quando falam
sobre os saberes profissionais e a postura do professor educador, que tem como principal
48
objetivo formar cidadãos para atuar na sociedade. Isto não tem sido realizado
satisfatoriamente na concepção dos entrevistados, pois segundo eles a maioria dos alunos
concluem o curso sem preparo para lidar com a realidade da sala de aula.
A metodologia de trabalho que vai ser aplicada no exercício da docência não é
trabalhada adequadamente durante o período do curso de graduação, diante disso o aluno não
sabe ao certo como poderia ser sua atuação na docência.
Fiorentini e Lorenzato (2006) falam abertamente sobre a importância dos saberes que
o professor de matemática precisa ter na sua atuação.
Os estudos sobre os saberes profissionais do professor, até início dos anos de 1990,
têm revelado baixos níveis de compreensão e domínio do conhecimento
matemático a ser ensinado. Relacionado a esse problema, ainda continua em alta
esse debate sobre que tipo de conhecimento matemático deve ter o professor e
como deve combiná-lo com seu conhecimento pedagógico. (FIORENTINI;
LORENZATO, 2006, p.49).
O professor enquanto educador precisa estar preparado para atuar nas mais diversas
situações que podem surgir dentro do ambiente da sala de aula, tendo em vista que ele irá
trabalhar com uma turma de alunos com pensamentos e idéias altamente diversificados,
podendo assim surgir diferentes argumentações e indagações. Além disso os alunos
necessitam ver significado no que estão estudado, por isso o professor de matemática precisa
além de conhecimentos matemáticos, ter uma didática de ensino mais abrangente, para
trabalhar de diversas formas e assim facilitar a aprendizagem de seus alunos.
As próximas perguntas a serem analisadas são, se eles já ouviram falar sobre
modelagem matemática e o que eles entendem por modelagem matemática, pudemos verificar
que todos já ouviram falar, embora muito superficialmente, com exceção do aluno A. que já
participou de uma especialização em Educação Matemática (o aluno não recebeu o título de
especialista, pois ainda não havia concluído a graduação na conclusão da especialização).
Os entrevistados criticaram a forma como é trabalhada modelagem durante a
graduação, segundo eles a modelagem é trabalhada de forma muito rápida e sem um
aprofundamento teórico e prático maior e suficiente para que eles possam se sentir seguros em
trabalhar com essa tendência durante a prática em sala de aula.
Das informações a respeito de modelagem por parte dos entrevistados verificamos
que embora alguns deles não tenham tido contato mais aprofundado com a modelagem, eles
tem argumentos convincentes com relação ao uso dessa tendência e conceitos adequados ao
que refere a modelagem matemática. Dos conceitos analisados o que mais se aproxima da
definição adotada por nós, a de Bassanezi (2002), sobre Modelagem é do aluno B..
49
[...] a modelagem em sala de aula é muito importante até por que ela ainda é uma
realidade um pouco distante, trabalhamos com modelagem por que de qualquer
forma você acaba trabalhando a modelagem, mas não da forma como se esperava
que agente viesse a trabalhar, acho que a modelagem no ensino, ainda é algo meio
distante e meio difícil de trabalhar por causa de todo esse processo da realidade em
que nós nos encontramos, fica complicado sala super-lotada, excesso de carga
horária e tudo mais. (Entrevista aluno A).
aluno, como pudemos ver durante as entrevistas, os alunos demonstram ter interesse nessa
busca constante de novos métodos:
Antes de qualquer coisa, é necessário que o professor tenha interesse por atividades
de Modelagem, que, ele mesmo, deve sentir-se instigado por investigações
matemáticas desse tipo. A condução das atividades curriculares exige que o
professor esteja ou queira ser ―socializado‖ no campo da Modelagem. (BARBOSA,
2001, p. 49).
Diante do que os alunos expuseram nas entrevistas, verificamos que o interesse dos
alunos em conhecer e trabalhar com este método é bem visível, eles demonstram interesse em
exercer esta prática de sujeito investigador, em buscar novas metodologias.
Isso se torna algo essencial, pois além de conhecimento é preciso ter muita força de
vontade para colocar em prática e enfrentar todas as dificuldades que podem ser encontradas
durante a aplicação de um projeto de Modelagem. Tendo em vista que podem surgir diversas
situações dentro da aplicação de um projeto, pois são muitos sujeitos envolvidos no processo
de aplicação da Modelagem.
Na questão em que procuramos saber se a formação matemática dos alunos deu
fundamentos para que eles pudessem trabalhar com modelagem matemática em sala de aula,
todos disseram que a formação durante a graduação não oferece suporte algum para que
possam desenvolver um trabalho com modelagem, nem mesmo durante as aulas de estágio
obrigatório. Eles afirmam que o que é visto sobre modelagem matemática é muito superficial,
pois esse é apenas um tópico de uma disciplina, isso não traz segurança para que eles
desenvolvam um trabalho nessa área.
[...] a formação em si ela só vai te dar a parte matemática. [...] Na minha turma, por
exemplo, a modelagem matemática foi um tópico tratado muito rapidamente, mas
eu não senti muita dificuldade pelo fato de já ter visto modelagem matemática, mas
a maioria ficou ―a ver navios‖ com relação a modelagem matemática.( Entrevista
aluno A.).
trabalham com essa tendência, defende a idéia de que a Modelagem deve ser usada como
suporte nos conteúdos de matemática, servindo como auxílio para facilitar a compreensão dos
alunos na disciplina de matemática, Barbosa (2001), é um dos autores que defende esse ponto
de vista, ele diz que a modelagem deve ser inserida nas diversas disciplinas da licenciatura
que compõe a grade curricular, servindo de suporte para elas e não apenas como uma das
disciplinas do curso. Diz ainda que o futuro professor precisa ter o contato com a modelagem
em diferentes contextos durante sua formação.
A partir da análise das respostas pudemos verificar que a modelagem pode transformar
a visão do indivíduo com relação a prática de ensino do professor, é necessário que o
indivíduo tenha argumentos para discutir sobre essa questão, como no caso do aluno A., ele
passa a conceituar de forma mais esclarecedora sobre a contribuição dessa tendência no
ensino. Isso deveria ser uma atitude de todos os professores em formação, pois eles estão
sendo preparados para a atuação em sala de aula, logo é necessário que conheçam e tenham
maior contato com as tendências da educação matemática, para que possam se sentir melhor
preparados para a atuação em sala de aula.
Na intenção de sabermos dos alunos se eles pretendem trabalhar com modelagem
matemática em sala de aula encontramos diferentes respostas, mas todas voltadas a pretensão
de trabalhar com modelagem.O aluno A. disse que já teve a oportunidade de trabalhar com
modelagem matemática, mas encontrou dificuldades, o aluno B. disse que pretende trabalhar
se tiver respaldo de exemplos e de teorias, o aluno C. disse que por não ter muito
conhecimento desse assunto, pretende fazer cursos de formação continuada para aprimorar
seus conhecimentos.
Diante dessas respostas, pudemos verificar que os alunos apostam na modelagem
matemática como meio de melhorar o ensino aprendizagem, e acreditamos que se durante a
graduação eles tivessem um contato mais direto com essa tendência da educação matemática,
isso facilitaria o uso da mesma no exercício da docência.
Analisando as respostas para sabermos se na opinião dos alunos Modelagem
Matemática pode trazer benefícios para eles enquanto educadores e se trabalhar com
Modelagem Matemática em sala de aula pode contribuir para a aprendizagem de seus alunos,
verificamos que todos os alunos entrevistados acreditam que a modelagem traz benefícios
para eles e também para seus alunos. Para os entrevistados, por que passarão a ter uma visão
mais ampla sobre como ensinar matemática, e seus futuros alunos por que através do trabalho
com modelagem poderão aprender melhor e quem sabe se interessar mais pela disciplina.
52
[...] Poderia sim trazer muitos benefícios, tanto para os alunos que iriam aprender
melhor quanto para mim por que a cada ano, a cada trabalho, cada estudo na
modelagem eu iria aprender um pouquinho mais. [...] O aluno vai compreender esse
modelo para a matemática e com ele tentar inserir em um grupo maior em que está
envolvido, nesse trabalho com certeza quando nós colocamos a mão na massa
aprendemos muito mais do que só olhando. (Entrevista aluno B.).
As concepções dos alunos com relação aos benefícios de trabalhar com modelagem
nos remetem à concepção de Bienbergut e Hein (2005), que afirmam que o trabalho com
modelagem pode contribuir para a transformação do indivíduo, seja ele educador ou aluno
participante do processo de modelagem, a partir da modelagem o aluno pode despertar o
interesse por vários tópicos matemáticos.
Quando perguntamos aos professores sobre a atual prática de ensino dos professores
de matemática e sobre o que eles acham que deve ser feito para melhorar o ensino da
matemática, todos eles responderam que a prática de ensino dos professores está muito abaixo
do esperado pela maioria dos estudantes, o professor B., inclusive ressaltou que não só a
prática de ensino dos professores de matemática, mas dos professores em geral. A maioria
53
deles acredita que a formação dos professores não está adequada a realidade da sala de aula,
pois durante a graduação eles não tem a formação necessária para a atuação docente, eles
afirmaram que dentro do curso de graduação as disciplinas são muito voltadas para a parte
teórica, e de cálculos. A o professor é um dos principais agentes de atuação dentro da sala de
aula e necessita de prática pedagógica e essa não é trabalhada adequadamente durante a
graduação. Muitas vezes o professor sai da graduação despreparado para atuar em sala de
aula, o professor sabe o conteúdo que deve ser trabalhado, porém não tem didática para
ensina-lo a seus alunos.
O professor A. fala também sobre a concepção dos professores, ele acredita que a
atuação dos professores está muito limitada, e que deveria mudar, pois a maioria dos
professores ainda utilizam a forma tradicional, de explicar os conteúdos, passar exemplos e
exercícios de fixação. Isso não contribui satisfatoriamente para a aprendizagem do aluno, que
necessita compreender os conteúdos trabalhados em sala de aula e significá-los. O professor
ainda não se atentou para a importância de inserir tópicos do cotidiano do aluno dentro dos
conceitos trabalhados em sala de aula, para que o aluno possa se sentir mais familiarizado
com os conteúdos e assim se senta mais motivado a estudar e aprender cada vez mais.
[...] vai muito da concepção de cada professor, mas acho que muita coisa na prática
de ensino dos professores de matemática deve ser mudada, principalmente a
questão da atuação exercício, conteúdo exercício. Muitos professores ainda estão
nessa pratica e não inserem a matemática no cotidiano do aluno. (Entrevista
Professor A.).
Com relação ao que deve ser feito para melhorar o ensino tivemos respostas diversas,
o professor A. acredita que deve haver muito estudo por parte dos professore e incentivo por
parte dos sistemas educacionais como a Universidade, Secretarias municipais e estaduais e do
próprio MEC.
Segundo o professor A., é assim que podemos melhorar a prática de ensino dos
professores. O professor B. acredita que para melhorar é necessário investir nas séries iniciais,
ou seja, no ensino de primeira a quarta série, para quando o aluno progredir para as demais
54
séries, onde ele estudará cada disciplina individualmente, ele possa estar melhor preparado. O
professor B. afirma também que é necessário mudar outros aspectos aos quais estamos
expostos como: a formação inadequada na academia, a não formação continuada e os
professores com turmas superlotadas. O professor C. acredita ser necessário melhorar as
estratégias de ensino dos professores em formação na universidade, para o professor sair da
universidade melhor preparado para a atuação docente.
Analisando as respostas dos professores, pudemos verificar que eles encontram-se
insatisfeitos com o ensino atual, entretanto acreditam em uma mudança favorável para o
ensino, que pode estar ligada a formação dos professores e principalmente a uma melhor
estruturação do ensino por parte das autoridades responsáveis.
Bassanezi (2006), fala sobre as mudanças que devem ser feitas para que o ensino da
matemática possa se tornar algo agradável, tanto para o professor quanto para o aluno, e um
dos aspectos que ele defende é a valorização do professor de matemática para que ele possa se
sentir mais incentivado a ensinar, e ainda, enfatiza que é necessária uma mudança tanto na
sociedade, quanto, na grade curricular do curso de licenciatura em Matemática.
Quando perguntamos aos professores se eles já tinham ouvido falar sobre modelagem
matemática e o que eles entendem por modelagem matemática, pudemos verificar que todos
já ouviram falar sobre modelagem e conseguem conceitua-la. O professor A. disse que ouviu
falar em modelagem durante a graduação, mas muito superficialmente, o professor B. só
ouviu falar em modelagem matemática depois que concluiu a graduação em um curso que foi
ofertado para os professores da rede pública, o professor C. fala sobre modelagem com
bastante propriedade e define-a de forma interessante citando até a data aproximada do
surgimento dessa tendência.
Quanto ao que eles entendem por modelagem as analises foram bem diversificadas e
escolhemos uma que se aproxima do conceito de Bassanezi abordado por nós.
Verificamos que os professores tem uma boa base com relação à concepção de
modelagem, embora a maioria deles não tenha tido uma formação dentro dessa tendência
mostrando ter adquirido esse conhecimento após a graduação em formação continuada. Isso é
um fato bem interessante, pois demonstra que os professores mesmo já estando em atuação
em sala de aula, há aproximadamente dez anos, ainda buscam novas formas de trabalhar com
seus alunos, demonstrando interesse em utilizar novas metodologias e novos recursos em suas
aulas, para tentar melhorar o rendimento dos alunos e facilitar a aprendizagem dos mesmos.
Ao perguntarmos a opinião dos professores com relação a modelagem matemática no
ensino, considerando a formação e a atuação deles em sala de aula, todos os professores
demonstraram achar importante trabalhar com modelagem, mas devido ao conhecimento que
têm de modelagem e a experiência de sala de aula, eles se mostraram bem cautelosos, pois
acreditam que a modelagem pode contribuir para o aprendizado do aluno desde que o
professor tenha conhecimento suficiente para trabalhar de forma correta com os alunos. O
professor C. enfatiza o fato de o professor ter que cumprir a grade curricular e o conteúdo
programático da série em que trabalha.
para trabalhar com modelagem. Os relatos dos professores demonstram que eles só tiveram
conhecimento mais aprofundado de modelagem em especializações e cursos que surgiram
após a graduação.
Na graduação não. Hoje pela minha formação continuada eu acredito que hoje eu
posso, eu consigo trabalhar alguma coisa com modelagem, ainda não me sinto
totalmente preparada, mesmo depois de cursos, depois de várias leituras, eu ainda
não me sinto totalmente preparada pra trabalhar com modelagem, mas hoje eu já
consigo, apesar de que a graduação ela não dá formação nenhuma pra se trabalhar
com modelagem. (Entrevista professor A.).
[...] Você não pode escolher uma tendência e trabalhar, você de acordo com
situações, de acordo com problemas, com temas, com assuntos é que você vai
mesclando as tendências que você tem na educação matemática, não é uma questão
de se trabalhar apenas com modelagem, mas hoje eu estou construindo este
caminho de trabalhar com modelagem. (Entrevista professor A.).
A maioria dos alunos acredita que a modelagem matemática deve ser inserida na grade
curricular do curso como uma disciplina, apenas um dos professores entrevistados concorda
com essa idéia.
Os demais entrevistados acham que a modelagem deve ser inserida na grade
curricular, assim como outras tendências também deveriam ser trabalhadas durante o curso.
Acham também que a Modelagem deveria ser melhor trabalhada dentro da educação
matemática, e que esta sim, deveria ter uma carga horária maior, para que pudessem trabalhar
as diversas tendências, como a interdisciplinaridade, a resolução de problemas entre outras de
grande importância para a formação de professores.
Vale ressaltar que os alunos e o professor que acham que a modelagem deve ser
inserida como uma disciplina dentro da grade curricular do curso, não tem conhecimento mais
aprofundado sobre essa tendência, e não participaram de nenhum curso específico sobre
modelagem ou formação continuada de professores.
Todos se propõem a trabalhar com modelagem em sala de aula, desde que de forma
cautelosa, de acordo com a necessidade, respeitando sempre o conteúdo programático.
Apenas dois alunos dizem que necessitam de maior respaldo teórico e prático com relação a
como trabalhar com modelagem.
Os entrevistados acreditam que a modelagem traz benefícios para eles enquanto
educadores e também para os seus alunos, tendo em vista que trabalhar com modelagem é
uma constante construção de saberes.
Podemos concluir então que tanto os professores, quanto os alunos em formação
sentem insatisfação com relação ao curso de licenciatura, pois demonstram acreditar que o
curso não lhes dá fundamentos para que eles possam trabalhar modelagem ou qualquer outra
tendência da educação matemática com seus alunos, os entrevistados vêem o curso muito
voltado para a teoria, e a prática docente fica muito a desejar, dessa forma o professor em
formação não sai da graduação devidamente preparado para a realidade da atuação em sala de
aula.
Os entrevistados sentem a necessidade de aprimorar seus conhecimentos pedagógicos,
após a graduação, pois durante a mesma não parecem ser tão necessários, mas quando estes
passam a atuar em sala de aula, sentem muita necessidade de ter tido um melhor preparo
pedagógico que pode servir como suporte para a futura prática docente. Durante a atuação é
que o professor percebe a falta desses saberes.
Acreditamos que estudar modelagem na graduação pode vir a contribuir para que esses
profissionais possam ter mais um suporte dentro de sua prática, que na realidade é muito mais
60
complexa do que na teoria, e estudar apenas a parte teórica não forma professores para real
atuação docente.
Após os estudos para realizar essa pesquisa vemos a modelagem como uma
necessidade fundamental dentro da formação dos professores, tendo em vista que é preciso
que o professor assim, como o aluno possam ver o real sentido no que está sendo trabalhado
em sala de aula, a modelagem traz esse suporte para educação, na formação de professores ela
pode servir como instrumento de formação para professores, com mais habilidades para
trabalhar em sala de aula facilitando a compreensão de inúmeros conteúdos matemáticos, que
estão diretamente ligados ao cotidiano do indivíduo, é necessário tanto ao professor quanto ao
aluno, encontrar sentido no que está sendo trabalhado.
61
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho foi possível conhecer um pouco sobre o que pensam os professores em
formação e os professores atuantes, sobre a inserção da modelagem matemática na formação
de professores, a opinião com relação ao ensino, a prática dos professores de matemática e a
insatisfação deles com relação a formação de professores.
Conhecemos as concepções dos entrevistados durante o desenvolvimento desta
pesquisa, eles acreditam que o ensino da matemática não está adequada para atender as
necessidades do ensino atual, que é necessário haver uma mudança na mentalidade dos
professores em atuação e também dos professores em formação, para que esses possam buscar
novas formas de ensinar que se adeqüem as necessidades da educação atual. Demonstram
acreditar que a modelagem, vinculada à matemática durante todo o período de formação é de
grande contribuição na aquisição de conhecimento para a docência.
A apresentação e discussão dos resultados nos fez ver com muita clareza a aceitação
dos entrevistados à modelagem. As respostas dos entrevistados indicam o fato de que alguns
professores impõem dificuldades para trabalhar com modelagem.
Todos os entrevistados acharam a proposta de trabalhar com modelagem matemática
interessante, embora demonstrem estar receosos, devido a falta de capacitação para direcionar
esse tipo de trabalho em sala de aula. Justificando assim a importância da inclusão da
modelagem matemática como auxílio nas diversas disciplinas da grade curricular do curso de
matemática, para que os futuros graduandos possam sair da graduação com maior respaldo
teórico e prático para atuar em sala de aula.
Como obstáculos para trabalhar com esta tendência os graduandos alegam não ter
conhecimento suficiente para exercer essa prática, enquanto que os professores atuantes
questionaram as salas superlotadas, o fato de ter que cumprir o conteúdo programático e até
mesmo a falta de conhecimento mais aprofundado na área. Alegam também que os alunos
quando saem da graduação tendem a repetir o que aprenderam na universidade, isso inclui
também a maneira como os professores trabalharam com eles. Convém recordar D`Ambrosio
(1993, p.38) quando nos fala que a ação de professores mostra que em geral o professor
ensina da maneira como lhe foi ensinado.
A insatisfação demonstrada pelos entrevistados com relação ao ensino, mostra que de
certa forma eles se incomodam com a atual situação da educação, e esse é o primeiro passo
para uma mudança dentro do contexto educacional, tendo em vista que o professor é o
62
principal agente dento do campo da educação, cabe a ele buscar novos aspectos e métodos
que possam contribuir para essa mudança.
A partir do momento que o professor se lança em busca de novos conhecimentos,
novos procedimentos metodológicos e uma nova didática, ele passa, de certa forma, a ver
necessidade de mudança na educação.
Pudemos verificar durante nossa pesquisa que os professores atuantes, já estão em
busca de novos recursos, e de estudar novas metodologias para melhorar sua prática docente e
também que os futuros professores já demonstram esse mesmo interesse.
A pesquisa demonstra também o interesse dos dois grupos entrevistados por
Modelagem Matemática, eles acreditam que essa tendência da educação matemática pode ser
algo motivador para o aluno, no entanto precisamos ressaltar que a modelagem pode sim, ser
considerada motivadora, mas deve ser trabalhada com o objetivo de facilitar a aprendizagem
do aluno, significar a matemática para o aluno, de forma que ele possa identifica-la no seu
dia-a-dia podendo vê-la como uma necessidade de aprendizagem e não somente como uma
forma de prende-lo em sala de aula.
Acreditamos que a modelagem na concepção dos professores está relativamente de
acordo com as dos principais autores nessa área, mas o fato da maioria deles não estudar essa
tendência durante a graduação acaba inibindo-os ao ponto deles não se sentirem capazes de
fazê-lo.
Aos estudantes e conhecedores dessa tendência é comum o desejo de que ela fosse
trabalhada ainda na graduação, mas não como uma disciplina isolada, assim como outras
tendências como a etnomatemática e a história da matemática é interessante que ela seja
inserida e trabalhada junto as demais disciplinas do curso, como alguns dos entrevistados
sugeriram. Mas tendo em vista que para trabalhar dessa forma é necessária uma formação
continuada dos professores, desde os professores da graduação até os graduandos, em
educação matemática, achamos que seria mais interessante aos futuros professores que desde
já não se satisfazerem apenas com a graduação, que sigam em uma formação continuada,
buscando cada vez mais recursos e suportes para melhorar a aprendizagem de seus futuros
alunos.
Nós acreditamos em uma educação mais transparente e em uma matemática mais
atraente para os alunos, e acreditamos também que a modelagem pode trazer isso para a
educação.
63
REFERÊNCIAS
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ROM.
CRUZ, V.A.G. Metodologia da pesquisa cientifica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
FIORENTINI, D.; MIORIM, M.A. Por trás da porta : Que Matemática Acontece. FE /
UNICAMP-CEMPEM, 2001.
ROSA, M.; OREY, D.C. Modelagem Matemática: como tudo começou...?, Universidade
Federal do Ouro Preto – UFOP, dez, 2005. Disponível em:
http://www.csus.edu/indiv/o/oreyd/sylabi/comotudocomecou.doc. Acesso em: 20 de
Dezembro de 2009.
ANEXOS
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ANEXO I
ROTEIRO DE ENTREVISTA
2 - O que você acha que deve ser feito para melhorar o ensino da Matemática?
4 – A partir das informações sobre Modelagem Matemática, o que você entende por
Modelagem Matemática (se o entrevistado não tiver informação sobre Modelagem
Matemática apresentar a proposta de Modelagem Matemática no ensino)?
5 – Considerando sua atuação e sua formação em matemática qual a sua opinião com
relação à Modelagem Matemática no ensino?
6 - Você acha que a sua formação te dá base para trabalhar com Modelagem
Matemática em sala de aula?
8 - Você acha que a Modelagem Matemática deveria ser inserida na grade curricular do
curso de Matemática? Por quê?
9 - Você acha que estudar Modelagem pode trazer benefícios para você enquanto
educador?
10 - Você acha que trabalhar com Modelagem Matemática em sala de aula pode
contribuir para aprendizagem de seu aluno?
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ANEXO II
Aluno A:
1 - O que você acha da atual pratica de ensino dos professores de Matemática?
Enquanto aluno... Essa prática em geral eu acho que a pratica, na verdade prática de
ensino, ela tá meio capenga, precisando... Como é que eu posso dizer?, Precisando ser
trabalhada ainda mais, por que eu acho que confundem muito matemática e a prática
matemática em si, e trabalham apenas a parte de matemática e esquecem um pouco da prática,
é tanto que, quanto aluno de graduação agente sente muito isso durante o período de estágios
por que gente não tem um embasamento muito bom, uma formação adequada nesse sentido
certo.
2 - O que você acha que deve ser feito para melhorar o ensino da Matemática?
Eu acho que na verdade o ensino da matemática, pra melhorar esse ensino, precisa de
uma reforma gigantesca, por que o pessoal costuma dizer: a agente precisa melhorar lá em
cima na base e eu acredito que não, digo lá em baixo na base, e eu acho que não de principio,
mesmo seria modificar a mentalidade, a forma de trabalhar dos professores da universidade,
pra que eles comecem a trabalhar com esses alunos e uma forma de se trabalhar isso também
no ensino médio, ensino fundamental essa formação dá embasamento pra que agente possa
trabalhar e a partir daí sim, agente possa começar a trabalhar e outra coisa assim não sei se
vocês já perceberam, mas quando vocês pegam uma turma de primeira a quarta série tem um
pedagogo que trabalha com eles e na maioria das vezes esses pedagogos, tem o mínimo do
mínimo de formação de matemática e geralmente ele vai deixando a parte e isso prejudica
muito, por que quando agente pega aluno da quinta serie a maioria das vezes não tem nem o
básico que deveria ter para dar continuidade ao conteúdo referente a quinta série.
Sim, já ouvi falar, a primeira vez que eu ouvi falar de modelagem matemática foi em
dois mil e sete, quando eu entrei numa especialização em educação matemática, e eu voltei a
ouvir falar novamente na educação matemática, eu tive uma disciplina, educação matemática,
mas foi muito corrido. Com relação à modelagem matemática tive uma disciplina que foi
modelagem matemática também como eu disse pra vocês foi bem corrida na especialização,
mas tive uma base, uma idéia de modelagem matemática, não tem uma definição, cada um
forma a sua definição do que seria modelagem matemática, a forma, com a sua definição de
modelagem matemática, a forma de trabalhar também ela é diversificada e ampliada, de como
se deve trabalhar e isso vai muito da realidade de cada sala de aula, fica complicado você
trabalhar com modelagem matemática com turmas superlotadas, há possibilidades e é um
trabalho que, de trabalhar e realiza-lo, no caso não sei se vocês tiveram presentes na palestra
da Isaura e ela mesma falou que ela com toda experiência dela de modelagem matemática,
ela disse que ainda hoje, quando entra na sala e ela vai trabalhar modelagem matemática os
alunos estranham, por que assim por mais que se trabalhe com modelagem matemática, mas
agente não trabalha na forma que é pra ser trabalhada, na verdade mesmo por que você
trabalha basicamente o trabalho básico e você precisa de um pouco mais pra ter noção de
como trabalhar com modelagem matemática .
Como é que poderia dizer?, É modelagem matemática pra mim seria uma forma,
primeiro modelagem matemática é um ramo da educação matemática uma das tendências da
educação matemática, que se eu não me engano surgiu na década de 80, não sei bem se 80 ou
90 só sei que ela teve o seu auge em noventa e tem sido trabalhada no Brasil, no caso tem se
trabalhado em algumas escolas, não se difundiu tanto quanto outras se esperava ter sido
difundida, mas é uma forma diferenciada de trabalhar a matemática, onde você em um único
tema você consegue trabalhar vários conteúdos e consegue abranger, é uma matemática
diferenciada e na maioria das vezes você conseguir atingir o objetivo que você está querendo.
Modelagem no ensino essa pergunta enquanto sala de aula? Como esta sendo pra mim? Você
pergunta em relação à sala de aula como está sendo?
R: sim
É eu acho que eu falo por mim enquanto professor, já de longa data, a um bom tempo
de sala de aula a modelagem em sala de aula, ela é muito importante até por que ela ainda é
uma realidade um pouco distante, trabalhamos com modelagem por que de qualquer forma
você acaba trabalhando a modelagem, mas não da forma como se esperava que agente viesse
a trabalhar, acho que a modelagem no ensino, ainda é algo meio distante e meio difícil de
trabalhar por causa de todo esse processo da realidade em que nós nos encontramos fica
complicado, sala super-lotada excesso de carga horária e tudo mais, faz com que agente sinta
que a modelagem ela precisa de uma questão muito especial, pra quando você vai trabalhar
ela em sala de aula.
6 - Você acha que a sua formação te dá base para trabalhar com Modelagem
Matemática em sala de aula?
Olha, como eu disse no principio, a formação em si, ela só vai te dar a parte
matemática, inclusive agente tem debatido muito isso, a formação em sí ela te dá base
matemática, as matérias pedagógicas que agente tem inseridas elas tem seu significado, mas
elas tem sido muito ineficazes nesse ponto, principalmente no sentido de modelagem
matemática, na minha turma por exemplo a modelagem matemática ela foi um tópico que foi
tratado muito rapidamente, mas eu não senti muita dificuldade pelo fato de já ter visto
modelagem matemática, mas a maioria ficou a ver ― navios‖ com relação a modelagem
matemática.
Eu já, já trabalhei uma vez, me proponho sim a trabalhar, igual eu te falei, tem sido
cada vez mais difícil, por que a cada ano as salas estão mais lotadas... Acredito que isso
também não seja justificativa, mas que eu me proponho eu me proponho, não sei se vou
realmente conseguir fazer isso, no momento esta sendo complicado fazer isso.
8 - Você acha que a Modelagem Matemática deveria ser inserida na grade
curricular do curso de Matemática? Por quê?
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Eu acho que, assim inseri - lá na grade não viria ao caso, eu acho que a educação
matemática deveria ter uma carga horária maior que se não me engano é cinqüenta e uma ou
sessenta e oito horas, a carga horária da disciplina pra que dentro da educação matemática,
que o professor fosse trabalhar ele pudesse pegar essas tendências e trabalhar, porque eu tenho
educação matemática e mais a frente eu tenho é, como é o nome da disciplina? , sei que é uma
que trabalha com essas tendências inclusive, o professor Narciso até trabalhou com essas
tendências, dividiu para cada grupo e agente acabou apresentando, mas é como eu te falei são
coisas muito rápidas e que você acaba não vendo como deveria.
Eu acredito que sim até por que como eu te falei lá na definição é, a partir do momento
que você trabalha modelagem você não abrange um único conteúdo, você trabalha diversos
conteúdos naquele único tema, que você está propondo e quando você faz isso você resgata
conteúdos matemáticos variados, então facilita pra nós por exemplo é como você esta vendo o
cálculo quatro e aqui ou acolá você pegar a geometria analítica, pegar a trigonometria e por
exemplo a geometria espacial, a geometria plana ou até mesmo sei lá uma disciplina de
lógica, você até tem ela implícita, mas devido o fato de você não trabalhar você acaba
deixando um pouco de lado isso, quando trabalha a modelagem isso acontece, de você
perceber ela a todo momento.
9 - Você acha que estudar Modelagem pode trazer benefícios para você enquanto
educador?
Com certeza, traz porque primeiro a modelagem como eu te falei, ela abre um leque
você consegue ver a matemática de uma forma diferenciada, você começa a ver a matemática
com outro olhar e deixa um pouco aquela parte muito dura muito, aquela realidade ―nua e
crua‖ da matemática começa a vê que você pode como a própria Isaura falou que você pode
dizer que dois mais dois são cinco por que não? , depende como você conseguiu ver isso, e
depende muito disso, você ter acesso a modelagem matemática, ter conhecimento a respeito
de modelagem matemática para que você possa trabalhar-la.
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10 - Você acha que trabalhar com Modelagem Matemática em sala de aula pode
contribuir para aprendizagem de seu aluno?
Eu acredito que sim, eu acredito que a partir do momento, primeiro quando você
trabalha em sala de aula com a modelagem, tem como objetivo... Ele sempre será bem vindo e
pelo conhecimento que eu tenho de modelagem matemática eu acredito que muito raramente
isso vai ser produtivo por que ela vai... Essa tendência a modelagem matemática, ela tira
muito aquela questão mecanicista da matemática e ela faz com que esse aluno procure
buscar, procure pensar por si só, só esse pensar por si só já é um construir, já entra numa
tendência pedagógica muito forte que é o construtivismo em que o aluno vai ter que confiar,
vai ter que buscar, vai ter que construir esse conhecimento e a partir daí ele vai construir seu
saber.
Aluno B:
Bom, a prática de ensino hoje dos professores, pode-se dizer que é meio arcaica,
alguns professores usam um método muito antigo ou só repetem o método todo a cada ano,
sem modificar nada, sem modificar textos, questões, exercícios e às vezes essa prática, faz
com que o professor simplesmente repasse uma informação que ele já tinha de muito tempo e
não dê espaço não crie um espaço para que o aluno consiga construir um conhecimento e até
mesmo o professor melhorar esse conhecimento.
2 - O que você acha que deve ser feito para melhorar o ensino da Matemática?
Acredito que pra melhorar esse ensino, nós graduandos, nós devemos ter uma
formação melhorada nesse sentido, com que nos mostrasse caminhos pra melhorar essa
situação, dando-nos quem sabe idéias para melhoria e dando-nos quem sabe também além da
idéias, conceitos e exemplos para assim mudar essa prática.
Já, eu participei através de uma aula que agente fazia, de reoferta e no dia a professora
levou agente para ouvir essa palestra sobre modelagem, e lá eu descobri como é que
funcionava essa modelagem, como é que agente poderia trabalhar, e achei muito gratificante
por que dentro dela nós podemos criar infinitas, assim variadas situações com que nós só
como uns meros acadêmicos sem essa participação não teríamos essa noção.
Bom, eu entendi que essa modelagem é..., parte do cotidiano do aluno, parte do
conhecimento que já é adquirido por cada um e a partir dele..., é formar um conceito
matemático, a partir da vivencia partir para o didático.
Na graduação, essa formação nós não tivemos , na modelagem, como atuação eu ainda
não consegui fixar essa modelagem em mim, apesar de ter achado muito interessante quando
eu descobri o que é modelagem, mas eu ainda não tenho fundamentos nem teóricos nem
práticos para realizar, para atuar com modelagem matemática.
Por quê?
Quando eu assisti à palestra, eu não me senti firme, eu me senti curiosa pra entender a
modelagem e pra saber como é que agente pode manusear ela em sala de aula, na escola, no
trabalho , mas eu não consegui é sentir firmeza nos exemplos dados, pra eu poder trabalhar
com ela.
Entrevistador: Você acha que está faltando o que para você aprimorar esse
conhecimento?
6 - Você acha que a sua formação te dá base para trabalhar com Modelagem
Matemática em sala de aula?
Não, nossa formação não ofereceu nada, para não dizer que não ofereceu nada, teve
esse curso, que não foi exatamente para nossa turma, mas não teve uma disciplina especifica
no currículo que fizesse com que nós nos despertássemos para a parte da atuação mais
cotidiana, não teve mais essa atuação da nossa graduação não.
Entrevistador: Você pretende agora que você está encerrando esse curso,
trabalhar mais nessa área, buscar conhecimentos, uma formação continuada nessa área
especifica ou você pretende trabalhar em outra área?
Acho que sim, acho não, tenho certeza, por que nós tivemos ai quatro anos de curso e
no finalzinho desses quatro anos nós podemos ver uma palestra pequena, muito rápida, do que
é modelagem, enquanto durante todo os quatro anos agente poderia ter parcelas com
explicação sobre o que é modelagem, como aplicar e quem sabe fazer projetos de modelagem
e quem sabe executar modelagem em alguma escola de estagio, é um exemplo, então eu acho
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que deve sim ser inserido no nosso currículo, isso seria de uma melhoria muito grande pro
curso, mesmo na atuação dele.
Com certeza, tem muitas disciplinas que agente não consegue enxergar a finalidade da
existência dela, hoje depois de praticamente formados, tem muitas disciplinas que agente não
consegue enxergar ela no dia-a-dia, e se nessas disciplinas que foram tão difíceis para nossa
compreensão tivesse feito uma modelagem para construir um conceito do cotidiano através
dessa disciplina, com certeza muitos conteúdos que agente viu durante todo esse curso,
poderia ter nos melhorado o entendimento e quem sabe o estudo durante todo esse curso nos
dando ainda mais prazer de estudar.
9 - Você acha que estudar Modelagem pode trazer benefícios para você enquanto
educador?
Sim, quando eu disse no inicio na prática de ensino, que o ensino é muito arcaico,
quando é muitas coisa já repetidas varias vezes, a modelagem faz com que isso não seja
assim, por que a modelagem , cada grupo de modelagem é uma forma diferenciada então
mesmo que eu exerça a mesma modelagem todo ano em turmas diferentes, mas nunca vai ser
o mesmo trabalho, por que cada aluno faz uma coisa diferente e cada grupo vai fazer uma
coisa diferente, então tem muito trabalho assim diferenciado e poderia assim trazer muito
benefícios, tanto para os alunos que iriam aprender melhor quanto para mim por que a cada
ano, a cada trabalho, cada estudo na modelagem, eu iria aprender um pouquinho mais .
10 - Você acha que trabalhar com Modelagem Matemática em sala de aula pode
contribuir para aprendizagem de seu aluno?
Com certeza, na pergunta anterior já afirmei e aqui eu continuo afirmando que sim, se
eu trabalhar a modelagem matemática em sala de aula, o aluno ele vai compreender esse
modelo para matemática e com ele tentar inserir em um grupo maior que ta envolvido, nesse
trabalho com certeza quando agente coloca a mão na massa, agente aprende muito mais do
que quem só ta olhando.
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Aluno: C
Bom, eu não sei se a palavra certa seria muito tradicional? , mas o que eu acho é que
deveria haver uma nova mentalidade com relação ao ensino-aprendizagem da matemática, ta
procurando meios pra ta inovando o ensino da matemática dentro sala de aula.
2 - O que você acha que deve ser feito para melhorar o ensino da Matemática?
E com relação ao que deve ser feito para melhorar o ensino da matemática, é..., talvez
seria como posso falar?, Seria pra melhorar o ensino da matemática seria como eu já falei
antes, está mudando a mentalidade do professor com relação ao ensino-aprendizagem da
matemática dentro da sala de aula, e assim ta mostrando para o aluno que a matemática faz
parte do dia-a-dia dele, está na vida cotidiana dele e que não é um ―bicho de sete cabeças‖,
como muitos alunos vêem.
Bom, a modelagem matemática, eu creio que modelagem matemática seja essa, está
relacionando as coisas do cotidiano que o aluno ver a matemática no cotidiano, às práticas de
ensino dentro da sala de aula e está melhorando essa forma essa visão de ensino pro aluno, e o
professor ter uma melhor qualidade com relação ao rendimento do aluno também dentro da
sala de aula.
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Bom, se eu tivesse uma prática assim..., uma base teórica e prática pra mim entender,
com certeza essa minha prática de ensino, essa minha opinião dentro da aula, com certeza
estaria exercendo um trabalho bem melhor dentro de sala de aula.
6 - Você acha que a sua formação te dá base para trabalhar com Modelagem
Matemática em sala de aula?
Não, a minha formação não dá base para trabalhar com modelagem matemática
dentro da sala de aula. Eu não sei se cheguei a citar em algum ponto da entrevista? , até por
que na nossa grade curricular não foi inserida, esse curso de modelagem matemática, então e,
também eu não assisti nem uma entrevista sobre modelagem matemática, alguns amigos meus
chegaram a assistir entrevista sobre modelagem matemática, mas só uma entrevista não é o
suficiente pra mostrar o que é modelagem matemática, pra está trabalhando este conceito
dentro da sala de aula, e mostrando pro aluno está relacionando as práticas com o cotidiano,
com o que o professor ensina em sala de aula, porque eu sei que modelagem matemática dá
esse respaldo pra ta ajudando o aluno a entender dessa forma.
Bom, se eu tiver um respaldo teórico e prático pra isso, com certeza, eu ia me propor a
trabalhar com modelagem matemática, mas no momento eu não entendo muito o que seja, e
eu não posso esta trabalhando com meus alunos o que eu não entendo muito pra mim
trabalhar com eles.
Entrevistador: E você pretende agora que você ta terminado o curso buscar uma
formação continuada, buscar novos conhecimentos nessa área pra tentar trabalhar com
essa tendência que é a modelagem matemática?
de mostrar a matemática para o meu aluno, então com certeza eu vou ta tentando buscar meios
pra ta melhorando essa minha didática.
Isso com certeza deveria esta inserido dentro da grade curricular do nosso curso, até
porque estaria dando respaldo para agente ta trabalhando com nosso aluno dentro da sala de
aula, ta dando uma melhor forma, ta trabalhando com o aluno e para que o aluno possa esta
entendendo, fazer esta conexão do dia-a-dia, nas práticas do dia-a-dia com o que acontece
dentro da sala de aula, por que normalmente em sala de aula o aluno ele não consegue
sistematizar o significado matemático e no entanto o que agente leva essa prática para a vida
cotidiana dele ele consegue fazer essa relação então a modelagem matemática estaria dando
respaldo pra isso.
Entrevistador: Você acha que se a modelagem matemática tivesse sido incluída
na grade curricular do curso, isso poderia ter te ajudado a compreender melhor
determinadas disciplinas?
Bom, isso com certeza, até por que muita coisa que agente estuda na universidade,
agente não sabe pra que aquilo serve, como por exemplo, o EDO, o cálculo um, pra que serve
aquele monte de formula? , agente decora a fórmula, faz exercícios pra tentar tirar uma nota,
boa... Por que agente quer passar na disciplina, por que o objetivo da gente é esse... Entender
o que é aquele calculo, o que é a EDO não entendo muito bem, o que é aquilo na prática
mesmo, eu creio que se tivesse trabalhado juntamente com a modelagem matemática com isso
poderia esta me dando respaldo para mim entender o que é aquilo que eu estou estudando em
sala de aula aqui na universidade.
9 - Você acha que estudar Modelagem pode trazer benefícios para você enquanto
educador?
Sim, com certeza, por que o meu objetivo enquanto educadora é ta passando a
aprendizagem pro meu aluno de forma que ele possa ta entendendo, e a modelagem
matemática iria ta me dando respaldo pra me ajudar e está ajudando o meu aluno dentro da
sala de aula.
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10 - Você acha que trabalhar com Modelagem Matemática em sala de aula pode
contribuir para aprendizagem de seu aluno?
Sim, isso vai contribuir com o sistema, por que como eu já havia afirmado o aluno ele
não consegue estar entendendo enxergando o conteúdo trabalhado dentro da sala de aula com
o que está acontecendo na vida cotidiana dele, então com certeza a modelagem matemática
estaria dando respaldo, como eu já havia explicado anteriormente.
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Professor A:
Complicado falar nesse assunto, por que vai muito de concepção por professor,
concepção de cada professor, mas acho que muita coisa na prática de ensino dos professores
de matemática, deve ser mudada principalmente a questão da atuação exercício, conteúdo
exercício. Muitos professores ainda estão nessa pratica e não inserem a matemática no
cotidiano do aluno.
2 - O que você acha que deve ser feito para melhorar o ensino da Matemática?
Estudo, muito estudo por parte dos professores e incentivo por parte do sistema, esse
sistema inclui universidades, secretarias municipais e estaduais e do próprio MEC, porque se
não há esse incentivo, não tem como melhorar o ensino, pra melhorar esse ensino, com esse
incentivo, isso na formação continuada o professor precisa de uma formação continuada, que
lhe dê base parâmetros para que ele possa mudar sua prática, por que sem esses parâmetros
ele não tem como mudar sua prática, porque como ele vai mudar sua pratica se ele não sabe
como começar então? , há, tem que haver esse incentivo com relação à formação continuada e
também a força de vontade desses próprios professores tem.
Modelagem matemática surgiu pra mim, desde quando eu, na graduação, mesmo que
superficialmente nas aulas de pratica de ensino, a professora comentou sobre essa tendência
de forma muito superficial sobre a questão modelagem. Depois eu ainda fazendo a graduação,
eu iniciei aqui na UFPA um curso de especialização o qual eu não terminei, e o professor
Adilson, que é hoje coordenador do GEM em Belém..., ele falou sobre modelagem, então ele
trabalhava, ele trabalha com modelagem matemática então a primeira disciplina que teve no
curso de especialização foi justamente em cima da modelagem matemática e a partir daí foi
que eu comecei a me interessar pela modelagem, depois disso já participei de encontros vários
encontros que falam sobre tendências em educação matemática e sempre colocando o meu
foco na modelagem matemática.
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Bem, a modelagem matemática pra mim, no meu entender, é você utilizar um assunto
quer dizer..., você inserir esse assunto de maneira que o aluno possa construir seu próprio
conhecimento, então a partir de um determinado tema ele vai construir um modelo pra
resolver uma situação, através daquele modelo construído, por ele então assim com esse
modelo ele vai construir conceitos explorar o tema e chegar a uma resolução, podemos dizer
dessa forma então, quer dizer é a ma tematização de uma situação problema e essa situação
geralmente ligada ao cotidiano do aluno, uma situação digamos assim real, então a
modelagem ela ta muito ligada a situações reais do dia-a-dia do aluno, então você pegar uma
situação real e matematizar essa situação pra chegar a uma solução.
Acho, creio que muito importante, porque, porque vai proporcionar ao aluno uma
formação mais crítica, apesar de que não é uma tendência fácil de se trabalhar em sala de aula,
não é uma coisa assim que você diz que, quero e vou fazer, não, tem que ter um estudo, tem
que haver muita dedicação pra se conseguir trabalhar com a modelagem, mas eu acho que é
muito importante, eu acho que deveria ser bem mais trabalhada, pra que se possa aplicar
realmente no ensino.
6 - Você acha que a sua formação te dá base para trabalhar com Modelagem
Matemática em sala de aula?
Na graduação não. Hoje pela minha formação continuada eu acredito que hoje eu
posso, eu consigo trabalhar alguma coisa com modelagem, ainda não me sinto totalmente
preparada, mesmo depois de cursos, depois de varias leituras, eu ainda não me sinto
totalmente preparada pra trabalhar com modelagem, mas hoje eu já consigo, apesar de que a
graduação ela não dá formação nenhuma pra se trabalhar com modelagem.
Sim, não sempre, como eu disse antes na pergunta anterior, não é fácil você tem... ,
requer muito esforço, muito estudo, muita dedicação, então isso, esse trabalho com
modelagem eu ainda estou construindo ele, hoje não posso dizer que trabalho apenas com
modelagem matemática, ta sendo uma construção estou caminhando para isso, até por que na
sala de aula você não pode escolher assim, uma tendência e trabalhar, você de acordo com
situações, de acordo com problemas, com temas, com assuntos é que você vai mesclando as
tendências que você tem na educação matemática, não é uma questão de se trabalhar apenas
com modelagem, mas hoje eu estou construindo este caminho de trabalhar com modelagem.
Com certeza que sim, não só a modelagem como todas as tendências da educação
matemática, mas agente pode partir pra modelagem, etno-matematica, educação matemática
crítica e varias outras que tem, então necessita..., por que se hoje se trabalha e se fala tanto em
ensino de qualidade, alunos comprometidos, alunos que possam pensar criticamente em
sociedade, como se faz isso se na graduação, o professor que está sendo formado, o professor
ele não vê então como que se ele não estudou ele pode trabalhar com seu aluno essas
tendências, então é necessário que seja incluída na graduação.
9 - Você acha que estudar Modelagem pode trazer benefícios para você enquanto
educador?
Com certeza, benefícios sempre, estudos sempre traz benefícios, então estudar
modelagem, eu vou me aperfeiçoar como profissional, como professora, como educadora e
melhorar a qualidade de ensino dos meus alunos.
10 - Você acha que trabalhar com Modelagem Matemática em sala de aula pode
contribuir para aprendizagem de seu aluno?
Contribui muito, contribui muito porque a modelagem ela propicia essa interação, essa
é construção de um conhecimento, então o quê que é modelagem? , o aluno vai construir um
conhecimento, ou seja, ele não vai pegar um conceito pronto, um conceito criado que está lá
no livro didático..., na turma professor e aluno vai construir um conceito de um
determinado..., de uma determinada situação matemática, então na construção desse conceito
o aluno vai poder é..., compreender digamos assim a aplicabilidade da matemática que é o
grande X da questão, na educação matemática, o aluno entender a aplicabilidade..., por que
quê eu aprendo isso, pra que quê eu aprendo aquilo, em quê que isso vai mim servir, então
com a modelagem você vai ter essa possibilidade de mostrar pro aluno a aplicabilidade da
matemática e em varias situações do dia-a-dia.
Professor B:
da grade curricular , ver a realidade que está acontecendo nas salas de aula, pegar ...,
professores para fazer uma grade adequada a realidade dos alunos, por que se não agente vai
ficar formando varias gerações de professores e não sei como é que está hoje a turma de
vocês, por isso que eu estava perguntando a questão se já foram introduzidas novas disciplinas
ou não, e acaba agente chegando em outra realidade na sala de aula.
Então, pra mim a questão da pratica, tem muito a ver com a formação e outra depois
que você forma e vai para a sala de aula e não tiver a questão da formação continuada,
também é outro problema, por que eu tava até comentando a questão da modelagem vai ter
uma pergunta lá na frente, nós não tivemos contato com essas teorias da educação, com essas
tendências da matemática. Como então agente pode estar a par, com tudo que está sendo
discutido, produzido, no ramo da matemática e que venha a melhorar a questão do ensino-
aprendizagem. Se você não tiver a formação continuada fica difícil, vai ficar defasado no
processo.
2 - O que você acha que deve ser feito para melhorar o ensino da Matemática?
Essa pergunta ela é mais abrangente, por que eu digo, não só no ensino da matemática,
mas o ensino em si, depois de dez anos em sala de aula, da pra mim..., perdi um pouco dos
cabelos (risos), já dá pra ter uma idéia. Com relação a educação matemática. agente precisa
principalmente trabalhar muito serio a questão da primeira a quarta serie. a formação da base
com matemática e o modo como as pessoas lidam com a matemática, você passa por varias
situações, formação inadequada na academia, a não formação continuada, os professores com
turmas superlotadas, existe uma cobrança muito grande hoje, agente passa os alunos sem
saber nada e pra mim mesmo no ensino geral o que vai melhorar é quando você tiver
condições mínimas de aplicar aquilo que você aprendeu, por exemplo, você estudou na escola
lá em sala de aula, digamos..., eu já vi varias experiências com outros trabalhos com resolução
de problemas, existem vários caminhos que podem ser aplicados para que possa vim a
melhorar a questão do ensino da matemática, mas o que falta realmente é um conjunto, é você
sentar , reunir, discutir. Pra você ver, por exemplo, nas escolas os professores de matemática
da área não sentam pra conversar sobre como ta o andamento da disciplina, dentro da própria
escola entre eles, não discutem as estratégias de planejamento, cada professor faz o que quer a
escola a direção deixa um pouco a desejar, então o professor faz um planejamento anual, mas
ele faz o que quer no dia-a-dia dele. Ele foge do planejamento, não planeja isso ai é parcela de
culpa dos professores. Ai vem a questão dos alunos, a formação que vem das séries anteriores
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precária, eu sempre discuti lá com a Hila, no tempo que agente passou lá no ―Pequeno
Príncipe‖, o que adianta agente ficar discutindo a dificuldade desse aluno se agente se agente
não fizer um projeto pra tentar sanar essa dificuldade e coloca esse aluno no nível que ele
deveria estar?. Por que todo ano agente fazia uma seleção lá no inicio das aulas pra discutir, o
que eles chamavam de ―Verificação‖, pegava aquele monte de papel lá que ele já sabia e
depois não se definia nada. Todo ano era a mesma coisa. Então esse é um dos pontos que eu
acho que deveria ser abordado que iria melhorar um pouco a questão da educação matemática.
Já, o primeiro contato que tive foi quando o professor Adilson, um dos doutores que
tem aqui no Pará, junto com Hermes e não me lembro o nome do outro, eles foram
contratados pela prefeitura de Marabá, pra dar um curso não só sobre modelagem, mas cada
um tem sua especialização, mas o que falou de modelagem pra nós foi o professor Adilson,
eles vieram dois períodos mas eu estava doente, assisti apenas uma semana, alias, dois dias
sobre modelagem matemática .
O que eu lembro da época que agente estudou, por que depois agente acabou não
aplicando o que agente viu, que a modelagem é a construção de um modelo, mas ou menos
isso , que o modelo ele se baseia em temas práticos do cotidiano e a partir daí na construção
desse modelo é que nós temos a modelagem matemática.
Eu acho que qualquer tendência ou melhoria que venha contribuir para a melhoria do
ensino-aprendizagem da matemática é importante. E assim agente vê modelagem como
modelagem matemática e outras teorias que eu já vi também, que ela parte basicamente, acho
que é um outro ponto importante do dia-a-dia do discente, do aluno. Ou seja, você tem que
partir..., pra trabalhar com modelagem você tem que tomar cuidado na construção do modelo,
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por que tem que ver o nível cognitivo da turma que você vai trabalhar, tem que está muito
atento a isso, por que, se você vai trabalhar com modelo muito complexo, na verdade não vai
haver aprendizagem, então eu acho que o ponto principal da modelagem é essa questão, de
partir de problemas que podem ser uma situação real, que seja frases tiradas de jornal, revista
ou uma pesquisa que tu faz e a partir daí tu construir um modelo e desenvolver aquele
trabalho em sala de aula.
6 - Você acha que a sua formação te dá base para trabalhar com Modelagem
Matemática em sala de aula?
Não, eu só tive contato três dias com o curso, na grade curricular na época não havia
nem um comentário sobre modelagem matemática. Nós tivemos na especialização um
professor Tadeu, que hoje também é doutor na educação matemática, inclusive lá do núcleo
de Belém, que chegou a trabalhar com agente um pouco de educação matemática em geral,
falou sobre etnomatemática, inclusive a tese de Doutorado que ele defendeu lá em São Paulo
e apresentou pra gente na época, mas não entrou em detalhe nem de modelagem, nem de
outras tendências que tem mais atuais. Alias a modelagem não é tão atual.
Essa questão ai, como eu não tenho acompanhado direito, a questão das novas turmas
aqui do campus da região, pra mim opinar fica meio complicado. Eu acho que por enquanto,
já que já ta bem sendo discutido e é uma das tendências, e como existem outras tendências e o
professor provavelmente no dia-a-dia da sua sala de aula, de acordo com as características de
sua turma, dificilmente ele vai usar só um método, só uma estratégia, só a modelagem
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matemática, ele pode usar a resolução de problemas ou uma outra teoria qualquer. Eu acho
que ela poderia ser, não como disciplina, eu não sei também qual a quantidade de material que
já tem produzido a respeito de modelagem matemática no Brasil e aqui no Pará, que vamos
dizer assim..., dá subsídios de tê-la como disciplina ou então tê-la apenas como uma tendência
estudada dentro da educação matemática como um todo. Eu acho que por enquanto, no que eu
tenho como conhecimento, eu acho que está mais razoável continuar como uma tendência
dentro da educação matemática, a educação matemática sim poderia ser colocada como uma
disciplina na grade.
9 - Você acha que estudar Modelagem pode trazer benefícios para você enquanto
educador?
Sim, por que todo mundo sabe que ensinar também significa aprender, a medida que
você vai trabalhando com novas maneiras, novas estratégias, conhecendo a turma e a turma
vai tendo desenvolvimento, você vai aprendendo também com eles, então eu acho muito
importante na formação do professor com certeza vai trazer muitos subsídios.
10 - Você acha que trabalhar com Modelagem Matemática em sala de aula pode
contribuir para aprendizagem de seu aluno?
Sim, não só com modelagem, mas qualquer outra estratégia ou tendência que venha
ajudar o professor nortear a ação do professor em sala de aula, com certeza eu acho que o que
falta assim, digamos..., a secretaria de Educação investem pouco na formação de professores,
formação continuada, então surge uma tendência como a modelagem matemática, que se
discute muito na universidade nas socializações, mas a maioria das pessoas não tem acesso,
então pra você começar, mas como eu vou trabalhar com modelagem se eu não tenho
conhecimento necessário pra trabalhar com modelagem? , então não adianta eu ir pra lá
enrolar e dizer que estou trabalhando com modelagem matemática ou então vai ficar só
naquele ―embromeixom‖, que eu chamo embromar, embromeixo I, embromeixo II,
embromeixo III, por que se você tiver uma formação consistente como os professores tem
acompanhamento direto, você vai com certeza verificar os resultados positivos
posteriormente.
Entrevistador: Você acha que se durante o seu curso de graduação os professores
tivesse trabalhado com modelagem no ensino nas aplicações de cálculos que eles
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trabalhavam com vocês isso teria lhe ajudado a trabalhar modelagem na sala de aula
hoje?
Eu acho que modelagem pelo que eu entendi, na época em que o professor Adilsom
mostrou pra nós, ela de certa forma já é uma matemática aplicada, se você prestar atenção
agente..., e eu lembro que ele falou isso, ele deu até um exemplo, tinha um defeito numa
ponte, ai o engenheiro verificou tem uma rachadura lá, então ele vai lá verificar aquilo lá, e
vai construir um modelo, a partir daquilo lá pra ver as conseqüências que pode chegar aquele
problema, então na matemática aplicada já tem muito essa questão da modelagem, agora
realmente na nossa disciplina durante o curso nós não trabalhamos nem um pouco essa
questão, os professores não trabalharam essa questão com agente, eu acredito que seria muito
vantajoso apesar de que eu acredito que poucos professores que lecionaram pra nós tinha
formação suficiente para trabalhar dessa forma, e uma coisa por exemplo, que eu verifiquei
nas aulas de didática eu sempre gosto de ficar conversando com as professoras, que ela,
quando ela estava trabalhando didática com agente..., eu tentava era uma coisa que eu tentava
perceber nas aulas dela, que aquilo que tratava do modo que ela tava trabalhando era
didaticamente correto com o modo que ela tava ensinando pra gente, pra não ser um
paradoxo, por que o professor dizer assim, há o professor trabalha de tal forma interação
aluno e dialogo e na verdade em sala de aula ele é um autoritário, se eu prego uma teoria eu
tenho que trabalhar de acordo com a teoria que eu estou pregando, por que ela defendia uma
teoria muito interação professor aluno, não acreditando naquele autoritarismo se durante as
aulas dela ela também pregava isso e ela realmente era coerente nas atitudes dela.
Professor C:
2 - O que você acha que deve ser feito para melhorar o ensino da Matemática?
Bem, basicamente para que possamos melhorar o ensino tem que o próprio centro
formador, tem que propiciar momentos para que os seus estudantes possam se apropriar
melhor do conhecimento cientifico e que também do conhecimento com que ele vai lidar no
dia-a-dia, na formação dos alunos do ensino fundamental e médio.
Sim, a modelagem é... , ela surgiu ai por volta de 1980 na década de 80 e é um sistema
que ta superando, está alavancando agora, a modelagem ela está ai para que o professor possa
trabalhar as situações do dia-a-dia , uma situação concreta e não uma situação abstrata, onde o
professor possa colocar o aluno como co-autor e ao mesmo tempo reflexivo dentro do
processo de ensino-aprendizagem.
Bom, a modelagem matemática ela é..., Modelagem Matemática não pode ser
compreendida, no momento como o X da questão, uma vez que lamentavelmente a grade
curricular..., gostaria de cumprir o conteúdo programático..., então isso faz com que o
individuo tenha que ficar concentrado na modelagem, uma vez que ele estuda o conteúdo,
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mas ela não serve só como um momento estanque trabalhado ai dentro da matemática, ou de
qualquer outra área.
6 - Você acha que a sua formação te dá base para trabalhar com Modelagem
Matemática em sala de aula?
Lamentavelmente não, só que lembrando que a própria grade curricular, ou seja, até
meu próprio TCC, foi em função de uma crítica do curso e da própria grade curricular do
curso e ainda falei da identidade com a própria licenciatura e também de identidade com
bacharelado, então lamentavelmente não nos deu subsídios para que nós pudéssemos ter uma
base mais sólida.
Sim, uma vez que na lida da vida o professor ele tem que estar aberto a novas
inovações e trabalhar com o novo, e a modelagem ta ai sendo imposta para que nós
possamos..., já buscar através dos professores de Belém, pra que agente possa estar em partes
incrementando novas metodologias em sala de aula.
Sim, para que os futuros professores possam estar trabalhando com esta disciplina,
internalizando, fazendo um processo de ação-reflexão no dia-a-dia dos seus alunados.
É uma pergunta bastante salutária, além de ela ser implantada como uma disciplina,
isso não impede que ela seja trabalhada paralela com as outras disciplinas, para que os
próprios alunos, os futuros professores possam ta trabalhando com os assuntos de forma
efetiva de forma pragmática.
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9 - Você acha que estudar Modelagem pode trazer benefícios para você enquanto
educador?
Sim, claro, por que o educador, ele sempre tem que ta aberto a se apropriar de novas
metodologias para serem aplicadas no dia-a-dia.
10 - Você acha que trabalhar com Modelagem Matemática em sala de aula pode
contribuir para aprendizagem de seu aluno?
Com certeza, porque a modelagem ela veio pra que você possa trabalhar situação
concreta e não uma situação abstrata.
Nosso papel enquanto educadores não se limita a reproduzir aquilo que nos foi
designado, mas a diversidade de conhecimentos sobre diversos assuntos é enriquecedor para
qualquer ser humano. É da natureza humana, dar significado ao mundo, indagar, criar, mudar,
reagir. Portanto, não temos que reproduzir a escola em que aprendemos, nem destruir o que de
bom nela havia, mas temos que avançar para uma educação mais ciente e competente, sair das
caixinhas que segmentam saber e limitam a visão de mundo das pessoas. E que a escola seja
um ambiente rico em aprendizagem para o professor, o aluno e a comunidade escolar.