Direito Das Sucessões Teste
Direito Das Sucessões Teste
Direito Das Sucessões Teste
Noções:
Herdeiro forçado – é aquele que não pode ser afastado pela vontade do
sucessor, porque lhe cabe uma quota (Artigo 2156º). O autor da sucessão é
designado de de cujus ou de autor da sucessão. O autor da sucessão tem um
património ou uma pulsação de bens do testador ou autor da sucessão. Se o
falecido morrer sem haver feito um testamento, a esta situação designa-se o
facto abi destato (sem haver testado).
Herdeiro universal é o único herdeiro de todos os bens.
Sucessão
Classe de sucessíveis:
Artigo 2133º
Segundo o Artigo 2136º (salvo as regras previstas no Código Civil, tais como as do
Artigo 2137º e seguintes), a sucessão por cabeça significa em partes iguais. Assim B =
2/3 : 3 = 2/3 x 1/3 = 2/9.
Assim, B recebe 2/9, C recebe 2/9, D recebe 2/9.
Como D repudia a sua parte da herança, segundo o Artigo 2137º (direito a acrescer), a
sua quota acresce os outros da mesma classe, que são B e C.
Por força da representação, se Z repudiar, a parte dele pode ir para o seu filho W ou
para descendentes (Artigos 2138º, 2039º e 2042º).
Sujeições
Direito ao bom nome (Artigo 71º) algumas pessoas têm legitimidade para defender a
honra do falecido. Trata-se de legitimar à defesa de um bem alheio. Não são eles que
são titulares do direito ao bom nome. Relativamente aos casos de direito de
personalidade, o que está em causa é uma legitimação para a defesa de alguns deles,
por pessoas identificadas na lei.
Direitos pessoais de autor são direitos pessoais do autor, por exemplo, defesa da
integridade da obra. São declarados por lei, intransmissíveis, mas a lei acrescenta uma
disposição misteriosa “perpetuando-se após a morte do autor” (Artigos 56º e 57º
Código Autor). Aqui deve entender que o fenómeno é semelhante ao do Artigo 71º do
C.C. Ou seja, só há uma legitimação para a defesa da integridade e genuinidade da
obra e não uma verdadeira sucessão do direito do autor. Não há sucessão, há
legitimação para o exercício de direitos relativos a pessoa falecida.
Indemnização ao dano da morte (Artigo 496º, nº2) o dano em causa é o da morte e
não do sofrimento da pessoa em causa. Estamos perante uma situação de investidura
na titularidade do direito à indemnização por morte de outra pessoa das pessoas
designados no nº2. Ou seja, os familiares do de cujus veem ser-lhes originariamente
adquirido o direito á indemnização. Adquirem-no originariamente e não por sucessão.
A aquisição originária de um direito deriva de uma situação jurídica anterior, como por
exemplo, os direitos de autor; coisas e animais perdidos (Artigo 1318º). O professor Sá
e Mello entende que os direitos de autor e o de indemnização ao dano da morte, são
adquiridos originariamente pelos familiares do falecido, porque a sua situação jurídica
não deriva de qualquer direito.
Designação sucessória
Lei
Contrato
Testamento – é um ato unilateral, não depende de aceitação para vincular o
testador.(Artigo 2179º). Os herdeiros não participam na feitura do testamento.
É um ato singular, a lei não deixa que no mesmo testamento (Artigo 2181º). Já
é válido o testamento em que duas pessoas testam a favor de pessoas
diferentes, por exemplo, A testa a favor de B e C testa a favor de D. É um ato
pessoal, exclui-se a intervenção de representante na feitura do testamento
(Artigo 2182, nº2). Apesar de ser um ato pessoal, na prática, um notário ou um
advogado podem ser chamados a redigir um testamento (Artigo 2182º, nº2),
por exemplo: Alínea a) o testador A pode fazer testamento em benefício dos
seus sobrinhos, encarregando o seu advogado de distribuir os bens entres eles
(Artigo 2183º). No entanto, contrariando o caráter pessoal do testamento o
Artigo 2184º fala-nos do testamento per relationem.
1. A deixa os seus bens, em testamento, a um conjunto de pessoas que estão inscritas
num subscrito (envelope) fechado no seu cofre. É válido?
Resposta: É inválido à luz do Artigo 2184º, parte final. Só seria válido se o testamento
se reporta a documento particular autêntico.
d) Em suma, a lei diz que não é válido se se reportar a documento escrito e assinado
que tenha data posterior, pois na altura em que escreva a carta, posteriormente, pode
já não estar no perfeito uso das suas capacidades e portanto, está a cometer a
execução/distribuição do bens a um momento ulterior , do qual o notário não pode
verificar. Isto se for um documento particular, porque se for um documento público,
tanto faz que seja anterior ou posterior, porque se o documento posterior é um
documento autêntico, quando for redigido está lá outra vez o notário para garantir
que o testador está no seu perfeito juízo;
f) É nulo o testamento que determine que a distribuição dos bens será feita, de
acordo, com instruções secretas deixadas a advogado - isto porque o testamento é um
ato pessoal;
Exemplo 2: Deixo à minha irmã uma casa, o carro ao meu primo e o resto fica para o
Carlos. O Carlos é um herdeiro porque deixei-lhe o remanescente (sobra) (nº3) O
usufrutuário é sempre legatário (nº4). Se eu disse que deixo ao Francisco um
automóvel e ele é meu herdeiro, ele não passa a ser a herdeiro porque eu designo
herdeiro, ele é um legatário, na medida em que a qualificação resulta da lei e não é a
qualificação que o testador dá que altera tal qualificação (nº5).
Na substituição quase pupilar, (Artigo 2298º) enquanto o filho for menor, o pai pode
fazer testamento por ele.
1. A é pai de B, filho menor. A faz testamento a dizer o seguinte: “por morte do meu
filho B, os meus bens vão para mim e para a minha namorada e não para a mãe dele”.
E se o filho atingir a maioridade?
Capacidade Testamentária
Não podem testar os menores não emancipados (Artigo 2189º). Se alguém que não
tenha capacidade para testar fizer testamento, a sanção é a nulidade (Artigo 2190º).
No caso de incapacidade acidental, a regra é a mesma, com exceção da sanção que é a
anulabilidade (Artigos 257º e 2199º). As pessoas coletivas não podem testar, visto que
o Artigo 2188º visa que “só os indivíduos”.
Testamento feito a favor de médico, enfermeiro se for feito durante a doença, para
não aproveitar situação de particular dependência (Artigo 2194º).
Indisponibilidades relativas:
· Artigo 2197º uma questão de autenticidade do ato, para evitar que um estrangeiro
faça
Resposta: O acompanhado não é incapaz. O Artigo 2192º, nº1 menciona que é nula a
disposição que beneficie o acompanhante. Se há data em que faz testamento, tivesse a
beneficiar o acompanhamento o testamento seria nulo, para evitar que o
acompanhante exerça influência sobre o acompanhado e a fraude e liberdade da
formação da vontade deste último. Contudo, o caso em questão refere o momento da
determinação do testador (Artigo 2191º). A doutrina diverge. Segundo o professor Sá e
Mello e Cunha Gonçalves, consideram este testamento inválido porque o testamento é
um ato de vontade pessoal, singular, unilateral. A liberdade de testar deve verificar-se
no momento da feitura do testamento e até à data da morte do testador, porque se no
momento em que ele faz o testamento a favor do acompanhante, este não o era, pode
dar-se o caso de ele se tornando acompanhante influenciar a liberdade já não de
testar, mas de revogar o testamento. A liberdade de testar deve permanecer até à
data do testamento, porque ele é revogável até à data da morte. Enquanto que,
Oliveira Ascensão considera válido, dizendo que a capacidade determinasse- na feitura
do testamento, à data da feitura do testamento, o beneficiado ainda não era
acompanhante, portanto, não há qualquer problema. Se o acompanhado fosse
incapaz, o testamento seria sempre nulo, a qualquer altura.
· Testamento cerrado
· Testamento público
Testamento
· Testamento cerrado (Artigos 2204º e 2006º) - não está fechado a sete chaves, que só
pode ser visto pelo testador, tal só é permitido no sistema anglo-saxónico. É aquele
que é escrito e assinado a rogo do testador e por este assinado (o testador pode estar
incapacitado de escrever, ditando a sua vontade a outra pessoa e esta pode escrever).
Para que o testamento cerrado seja válido, é necessário também que seja aprovado
por notário, porque se não o for estaremos perante um testamento nulo por ser um
testamento hológrafo. O notário verifica a vontade do testador e se a mesma foi
formada livremente. Quando é o notário a redigir o testamento, verifica e tem a
certeza que é esta a vontade do testador. Mas quando não é o notário a redigir o
testamento e o mesmo é redigido pelo testador, o notário ao aprová-lo tem um
especial cuidado para verificar se o testador não foi influenciado ou ameaçado a
redigir aquele texto, e, portanto, esta intervenção do notário é de uma exigência
agravada. O testador pode: 1. conservador o testamento cerrado em seu poder, depois
de aprovado pelo notário; ou 2. confiá-lo à guarda de terceiros; ou 3. depositá-lo em
repartição notarial.
Revogabilidade do Testamento
1. Num primeiro momento (1º testamento) A institui como herdeiro universal, B. Num
segundo momento (2ºtestamento) A, institui herdeiro universal, C, deixando-lhe a sua
casa. Uma semana depois de testar, vende a casa a D. Para quem vai a casa?
Revogação tácita (Artigo 2313º) CONTINUAÇÃO tal disposição fica sem efeito.
Resposta: Os bens de A vão para o Estado, porque A morre sem testamento. Estamos
perante uma revogação. A revogação do testamento revogatório só repristina que o
testamento revogatório tinha revogado, se o disser expressamente (Artigo 2314º, nº2).
Ou seja, a revogação do testamento revogatório só faz renascer o testamento que o
testamento revogatório tinha revogado, se este assim o declarar. Na prática, A faz um
testamento em que institui B como herdeiro universal, num segundo testamento A
institui C como herdeiro universal – o segundo testamento revoga o primeiro,
portanto, o segundo testamento é um testamento revogatório. A faz um testamento
em que diz que a deixa do 2º testamento está revogada, logo os bens de A vão para o
Estado, porque A morre intestado, sem deixar testamento. Revoga o primeiro e
segundo testamento não renascendo nenhum. O testamento é um ato gratuito.
2. A revogação da lei revogatória faz renascer a lei que a lei revogatória tinha
revogado? Não faz (Artigo7º).
1. A faz um contrato com B, no qual estabelece o seguinte: “Eu deixo-te a minha casa,
por um preço simpático se tu renunciares à herança da tua tia”.
As doações por morte só produzem os seus efeitos após a morte do doador. São
proibidas as doações por morte, exceto aquelas que tem observado as formalidades
do testamento. Os pactos sucessórios só são admitidos quando forem designativos.
Um pacto sucessório designativo é aquele em que alguém dispõe da sua própria
sucessão. Podem designar qualquer dos esposados, ex: A e B vão casar e na convenção
antenupcial estabelecem “por minha morte, os bens vão para ti e por tua
morte os teus bens vem para mim” ou em que o pai da noiva estabelece “por minha
morte, os meus bens vão para vocês” (Artigo 1700º,nº1, alínea a)).
Os pactos sucessórios podem designar um terceiro, por exemplo: na convenção
antenupcial “por morte de um de nós, os nossos bens remeteram para o nosso filho já
nascido ou que há-de nascer” (Artigo 1700º, nº1, alínea b)).
Não se devem confundir os pactos sucessórios com a chamada partilha em vida, pela
qual alguém doa a totalidade ou parte dos seus bens aos presumíveis herdeiros
legitimários - isto não é um contrato de sucessões mas sim uma doação normal, a
pessoa antecipa a partilha que seria feita no âmbito da sucessão por morte e em vida
faz a distribuição dos bens pelos legitimários. A diferença entre a partilha em vida e os
pactos sucessórios é: ambos são doações, um tem efeito imediato e o outro só produz
efeitos após a morte (Artigo 2029º).
Os títulos de vocação
Artigo 2027º
Legal
o Legitimaria (cônjuge, descendentes, ascendentes)
o Legítima (cônjuge, parentes e Estado)
Voluntária
o Contratual
o Testamentária
1. Legitimários;
2. Contratuais;
3. Testamentários;
4. Legítimos (Artigo 2131º).
1. A é autor da sucessão. A é filho de M. A é pai de B e C; L é irmão de A; B não é nada
(não tem grau de parentesco), F é cônjuge. Instituiu D como herdeiro universal.
Segundo o Artigo 2133º, nº1, alínea b), também são ambos chamados à sucessão, o
cônjuge e ascendentes, que seriam F e M. Contudo, o Artigo 2134º, refere uma regra
de preferência de classe, ou seja, os da primeira classe afastam o da segunda classe. A
segunda classe só é chamada quando a primeira classe não estiver preenchida (Artigo
2137º, nº1).
A lei diz que a existência de uma classe, só se passa para a classe seguinte quando os
desta repudiarem. Portanto, se nesta hipótese fossem chamados os cônjuges e os
descendentes e ambos repudiassem, chamava-se o cônjuge com os ascendentes. Se os
ascendentes também repudiassem, chamava-se o cônjuge sozinho. Se o próprio
cônjuge também repudiasse íamos para os colaterais até ao 4º grau.
F,B e C estão no 1º titulo de vocação e dentro deste titulo, o Artigo 2157º diz que entre
os legitimários se ordena de acordo com as regras a sucessão legitima, portanto, quer
dizer que F,B e C levam tudo.
Para sabermos qual é a legitima recorremos aos Artigos 2158º e seguintes. A legitima
de F,B,C é de 2/3 (Artigo 2159º). A deixa da totalidade a D pode ser reduzida a
requerimento dos legitimários, para que a legitima seja reintegrada, ou seja, para que
a legitima volte á sua dimensão integral mínima (Artigo 2169º). A legitima de D será
reduzida a 1/3.
A partilha entre os cônjuges e os filhos fazem-se em partes iguais, ou seja, os 2/3 são
repartidos pelas três pessoas (Artigo 2139º). A repartição faz-se da seguinte maneira:
(são os 2/3 que a lei designa a dividir pelas 3 pessoas, logo cada pessoa fica com 2/3 da
herança, dentro da herança temos que dividir em três para cada um, dai o 1/3.
Estamos perante denominadores iguais, portanto, mantemos os denominares e
multiplicamos as frações).
Ø=2x1=23x3=9
Ø = 2/9
Logo B recebe 2/9, C recebe 2/9, F recebe 2/9 e D recebe 1/3 da herança.
Esta divisão que fizemos estará correta se somado der 1. Para somar frações temos
que ter um denominador comum. O denominar comum é o número mais pequeno
pelo qual ambos são divisíveis.
2. A é pai de B. A é casado com C. C foi casada com D (tem importância Artigo 2133º,
nº3), porém tem um filho X.
Resposta:
Capacidade Sucessória
Ativa
Passiva
O nascituro é o ser que já foi concebido e ainda não nasceu, enquanto que o
concepturo é o ser que ainda não foi concebido, embora haja a esperança que venha
ser.
Indignidades
Diz-se indigno, aquele que esteja numa situação em que tendo praticado um ato ilícito
tem como sanção, o afastamento da sucessão. As causas de indignidade integram
apenas dois grupos: são indignos os que pratiquem certos crimes contra o autor da
sucessão ou seus familiares e aqueles que pratiquem atos ilícitos que atinjam o
testamento ou a liberdade de testar (Artigo 2034º). A
indignidade tem que ser declarada em ação intentada ou pelo autor da sucessão ou
pelos legitimários. No entanto, a sentença tem efeito meramente declarativo. O
indigno pode ser reabilitado (Artigo 2038º).
Incapacidades
O título de vocação não atribui bens, atribui antes o direito de suceder. O conteúdo do
direito de suceder contém o direito de aceitar ou de repudiar.
O Artigo 2137º, nº2 diz que a parte de B vai para C e N, por acrescer. O Artigo 2039º
fala da representação. Estamos perante uma sucessão legal (Artigo 2042º), logo, existe
representação para os parentes da linha reta em benefício dos descendentes do filho
do autor da sucessão, que são D e F. Estando perante a representação sucessória e o
direito a crescer, prevalece a figura da representação (Artigo 2138º).
Resposta: O 1/3 do B é dividido metade para C e para D. 1/3 +½ x 1/3 = 1/3 + 1/6 = 2/6
+ 1/6 = 3/2 =2. Porém, B tem um filho e a sua parte não acresce a C e D. Assim sendo, a
quota de B vai para o seu filho D, por força da representação (Artigo 2042º). A
representação afasta o acrescer (Artigo 2138º). Portanto, C recebe 1/3, D recebe 1/3 e
N recebe 1/3.
Resposta: Cada um recebe 1/3. 1/3 : 3 = 1/9 , porque 1/3 x 3/1 = 1/9.
Resposta: Não o impede (Artigo 2043º). D não pode suceder a B por ser incapaz em
relação a este. Porém, D pode suceder a A em representação de B porque estamos
perante uma vocação indireta, o que está em causa é D não ser indigno em relação a A
(Artigo 2059º).
2. (Igual ao caso anterior) Se nenhum deles for indigno e B repudiar, quem sucede a A?
Entretanto, C morre sem aceitar nem repudiar a herança. Quando A morre,
sobrevivem-lhe os seus filhos B mas com o desgosto de saber que A morre, C tem um
ataque e fica em coma sem dar acordo de si. C morre sem recuperar a consciência.
1. F é indigno em relação a C.
Resposta: Neste caso, esta indignidade não é relevante porque D recebe o direito de
suceder indiretamente de A (Artigo 2058º, nº1). F não é representante de C porque
este não aceitou nem é indigno a A. O direito de F suceder a A advém dos restantes
bens e direitos por sucessão de C. F não é indigno em relação a C portanto não recebe
(Artigo 2058º, nº2).
NOTAS
-O direito de suceder deve ser exercido no prazo de dez anos (Artigo 2059º)
Vocações volitivas
Morre o autor da sucessão - vocação - com a vocação adquire-se o direito de suceder.
Exerce o direito de suceder, aceita e com a aceitação torna-se proprietário (Artigos
2050º e 2051º).
A pré-condição para a representação sucessória é que o que que for chamado não
queira ou não possa. (Artigo2039º) Não poder, pode ser por incapacidade de pré-
morte ou não sobrevivência, indignidade, deserdação ou ausência. Nestas quatro
situações não pode suceder o ausente, o indigno, o deserdado e aquele que morre
antes do autor da sucessão.
A mesma constante, não puder ou não quiser, é também pré-requisito no direito a
crescer (Artigo 2137º, nº2)
NOTA
-A estirpe é composta por uma pessoa e seus descendentes.
Vocações anómalas
Podem ser:
Indiretas – casos em que alguém é chamado à sucessão, não apenas em
atenção à relação existente entre o sucessível e o de cujos, mas também em
função da sua posição em face de um terceiro que não entra na sucessão, mas
serve de ponto de referência para a devolução (entrega dos bens).
o Substituição vulgar ou direta (Artigo 2281º) - o sucessível não quer ou
não pode aceitar. Exemplo: A é autor da sucessão e deixas bens a B,
sendo que este se não quiser ou não puder aceitar, vão para F.
Direito de representação
Artigos 2039º a 2045º
É o chamamento por lei dos descendentes de um herdeiro ou legatária a ocupar a
posição daquele que não pode ou não quis aceitar a herança ou legado.
A representação dá-se em qualquer espécie de sucessão legal (legitima ou
legitimária) e voluntária (testamentária ou contratual).
A representação dá-se tanto para a instituição de herdeiro, como na nomeação de
legatário.
A representação dá-se em todos os casos em que o chamado não pode ou não quis
aceitar.
Só há representação para descendentes de filho e descendentes de irmão falecido
(Artigo 2042º).
Aquele que é representado entra na sucessão.
Da representação não há sucessão do autor da sucessão para o representado.
O representante tem que ter legitimidade em relação ao autor da sucessão, mas não
ao representante (Artigo 2043º).
Os beneficiários da vocação representativa são os descendentes do sucessível faltoso.
A representação é aplicada independentemente do grau de parentesco (Artigo
2042º).
Resposta: Apesar de J ter sido instituído herdeiro universal, este só irá receber 1/3 da
herança, dado que temos de respeitar a chamada legitima (Artigo 2156º), atribuída
aos filhos B e C. Contudo, B repudia, o que faz com que D e E recebam a parte de B, de
acordo com a representação sucessória (Artigos 2039º e 2042º). Assim, o total de
quota de C,D e E será de 2/3, em que C recebe 1/3 e D e E recebem 1/6 cada um
(Artigo 2159º,nº2).
Na sucessão testamentária, não poder ou não querer aceitar é só nos casos de não
sobrevivência ou repúdio, se for afastada por indignidade não se abre a representação,
ao contrário do que acontece na sucessão legal (Artigo 2037º, nº2):
a) Substituição vulgar;
b) Pelo fideiocomisso;
c) No caso dos direitos pessoais;
Representação Sucessória
B repudia
Resposta: Tendo D um filho, representaria B (Artigo 2041º, nº1). B é um sucessor
testamentário. A substituição afasta o acrescer, (Artigo 2041º, nº2, alínea a)) logo,
sendo vontade de A, que em caso de B não puder aceitar ou querer os seus bens
reverteriam para C, esta vontade afasta a representação, na medida em que a
substituição direta prevalece sobre a representação.
M recebera metade e C receberá outra metade.
D repudia.
G é pré-falecida
C repudia.
Resposta: Artigo 2301º, nº2. A quota de D vai para B e C. A quota do D não será
repartida em partes iguais, ficando B com o dobro que C fica.
Resposta: C e D por força do 2133º, nº1, alínea c). Como não há testamento, abre se a
sucessão legitima (Artigo 2131º). Não há primeira classe, na segunda há um
ascendente B mas é pré-falecido. Sendo B pré-falecido diz o Artigo 2137º, nº1, B não
pode aceitar porque não preenche o requisito da sobrevivência (é pré-falecido), são
chamados os da classe seguinte os imediatos sucessores. O Artigo 2134º também diz
que os herdeiros de cada uma das classes preferem aos das classes imediatas, que é o
caso. Passa-se à segunda classe onde estão o cônjuge e ascendentes, como B é pré-
falecido não sucede. Passamos à terceira classe, não está indicado, mas resulta do
Artigo 2134º, o cônjuge é chamado à totalidade da herança. Portanto, na 3ªclasse é
chamado o cônjuge sozinho. Não há cônjuge, portanto, também não é chamado o
cônjuge sozinho. Assim, passa-se à classe seguinte (4ªclasse), onde estão irmãos e seus
descendentes. Logo, C e D receberam metade da herança.
C também é pré-falecido
Resposta: Sendo C pré-falecido a sua parte não acresce à de D, sendo chamados em
representação de C, os filhos que são D e E. Segundo o Artigo 2137º, nº2, refere que D
receberia a parte de C. contudo, o direito de representação não é prejudicado. Logo, à
luz do Artigo 2138º, a regra do acrescer do artigo anterior não prejudica o direito de
representação. Sendo D e E pertencem à estirpe de C e repartem entre si a quota de C
(Artigo 2044º, nº1). Os representantes de cada estirpe sucedem naquilo que sucederia
o ascendente respetivo. Assim, D recebe ¼ e E recebe ¼. A representação afasta o
acrescer (Artigo 2137º, nº1)
1. A é autor da sucessão, tem dois filhos B e C. B tem um filho, D. C tem
como filhos, E ,F, I, G e H. Considerando que B repudia e C é indigno em relação a
A. Quem sucede e quais são as quotas?
Resposta: São chamados à sucessão de A, o B e C. Como B repudia, sobrevivendo-lhe
um filho, não se dá o acrescer de C sobre a parte de B, já que há representação. Na
quota de B sucede como seu representante, D (Artigo 2042º). Quanto à quota de C,
sendo ele indigno não pode suceder a A, dir-se-ia que C e os seus descendentes
acresceriam na quota de B, mas não é assim, nos termos do Artigo 2138º, os
representantes de C representá-lo-ão na sucessão de A. assim cada um deles receberá
1/5 da quota de C, ou seja, 1/10 da herança de A (Artigo 2045º).
Substituição
Substituição Direta
O testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro instituído, para no caso deste não
puder ou não querer aceitar é o que se chama substituição direta (Artigo 2281º, nº1).
A substituição prevalece sobre a representação (Artigo 2041º, nº2, alínea a)). A
substituição afasta o acrescer (Artigo 2304º). A substituição tanto pode ser plural,
quando o testador indica vários substitutos para o caso de o sucessível não puder ou
não querer aceitar, por exemplo: A institui como herdeiro universal, B, e estabelece
que se B não aceitar, é substituído por C, D e E. A substituição também pode ser
recíproca (Artigo 2283º).
Substituição Fidiocomissária
(Artigo 2286º) Por exemplo: A é autor da sucessão. Institui como seu herdeiro
universal B. A mais determina que B deve conservar os bens recebidos durante toda a
sua vida, para que por sua morte eles revertam para C. Assim, por morte de A é
chamado B à totalidade da herança. B deverá conservar os bens e por sua morte, fazê-
los chegar a C. B chama-se fiduciário. C é fideicomissário.
Só é admitido o fideocomisso num grau, ou seja, não é lícito a A instituir B como
fiduciário e determinar que morte de B, os seus bens reverteram para C e também que
por morte de C, os seus bens reverteram para D. E também, por morte de D os seus
bens reverteram para E - não é permitido (Artigo 2288º).
O fiduciário disfruta dos bens, mas está sujeito à reversão. Ele tem o gozo e a
administração dos bens como o usufrutuário. No entanto, o fiduciário é um verdadeiro
titular dos bens (Artigo 2290º).
A fiducia significa confiança, por morte passar a outra pessoa.