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Sobre A Laterita - POTENCIALIDADE DO CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO

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POTENCIALIDADE DO CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO

DA ILHA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO UTILIZADO NO CONCRETO DE


CIMENTO PORTLAND

José Edward de Oliveira

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de


Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Doutor em Engenharia Civil.

Orientador: Otto Corrêa Rotunno Filho

Rio de Janeiro
Setembro de 2019
POTENCIALIDADE DO CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO
DA ILHA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO UTILIZADO NO CONCRETO DE
CIMENTO PORTLAND

José Edward de Oliveira

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ


COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM
CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Examinada por:

Prof. Otto Corrêa Rotunno Filho, Ph.D.

Prof. Edson Farias Mello, D.Sc.

Profa. Edilea Dutra Pereira, D.Sc.

Prof. Paulo Couto, D.Sc.

Prof. Afonso Augusto Magalhães de Araújo, D.Sc.

Prof. Daniel Medeiros Moreira, D.Sc

.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
SETEMBRO DE 2019

ii
Oliveira, José Edward de
Potencialidade do conglomerado ferruginoso
laterítico da ilha de São Luís do Maranhão utilizado no
concreto de cimento Portland / José Edward de Oliveira –
Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2019.
XVIII, 326 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Otto Corrêa Rotunno Filho
Tese (doutorado) – UFRJ/COPPE/Programa de
Engenharia Civil, 2019.
Referências Bibliográficas: p. 197-204.
1. Concreto Laterítico. 2. Resistência Máxima do
Concreto Laterítico. 3. Tecnologia de Rochas
Sedimentares Cimentadas por Óxidos Ferruginosos
(Laterita). I. Rotunno Filho, Otto Corrêa. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de
Engenharia Civil. III. Título

iii
O cientista é livre e deve ser livre para formular qualquer questão, para duvidar de
qualquer afirmação, para buscar todas as evidências, para corrigir todos os erros.
J. Robert Oppenheimer (1904 – 1967), importante físico norte americano.

Nada se compara a emoção de descobrir.


Discovery Channel

O homem poderá crer...


No Pai, no Filho e no Espírito Santo.
Nos seus Pais.
Na sua Esposa e nos seus Filhos
Eles foram os guias dos meus estudos
José Edward de Oliveira

iv
AGRADECIMENTOS

Em especial ao Professor Doutor Otto Corrêa Rotunno Filho que visualizou ser o
estudo bastante rico em resultados práticos e que poderia ser perfeitamente submetido a
uma banca de Doutorado.

Ao Professor Doutor Romildo Toledo do NUMATS/COPPE/UFRJ, pelo total


apoio no uso do laboratório de Concreto da COPPE, disponibilizando não somente os
equipamentos, com também os técnicos da COPPE. O laboratório de Concreto da
COPPE é de altíssima qualidade, organização e disponibilidade de equipamentos de alto
padrão.

Ao Dr. Luiz Carlos Bertolino e Dra. Jacqueline Oliveira do CETEM/UFRJ, pelo


uso do microscópio eletrônico de varredura e análises químicas quantitativas.

A Escola de Metalurgia da UFRJ, também, pelo uso do microscópio eletrônico de


varredura.

Ao Dr. Fernando Pires da UERJ, pelo uso do microscópio de luz refletida e


discussões relacionado aos minerais ferruginosos.

Ao INPE e ao geólogo Marcos Hartwing pelo apoio no processamento e análise


de imagens digitais do sensor TM LANDSAT 5.

A incansável Christina Barreto Pinto que muito contribuiu com a organização e


digitalização de todo o trabalho.

Por fim, e antes de tudo, ao criador, que tem me acompanhado em todas as jornadas,
técnicas e científicas, tanto no Brasil como no exterior.

v
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para
a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)

POTENCIALIDADE DO CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO DA


ILHA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO UTILIZADO NO CONCRETO DE CIMENTO
PORTLAND

José Edward de Oliveira

Setembro/2019

Orientador: Otto Corrêa Rotunno Filho


Programa: Engenharia Civil

O concreto laterítico já é bastante conhecido no Brasil e no exterior e aceito


mundialmente na Construção Civil, como sendo aquele concreto que utiliza a rocha
laterítica ou simplesmente laterita, como brita, devendo ser abordado como um agregado
natural para concreto de cimento Portland não convencional em substituição ao agregado
convencional, que é a rocha granítica. O presente estudo se destaca de outros estudos,
pelo fato de ter sido utilizado a rocha sedimentar, denominada de conglomerado
ferruginoso laterítico (agregado), tal como saiu do britador com mandíbulas reguladas
com abertura de 50,8 mm, ou 2”, 38,1mm, ou 1 ½ „ e ainda 25,4 mm ou 1”, fornecendo
nesta britagem, tanto os agregados graúdos como os agregados finos, quando britado,
conforme pode ser verificado nas curvas granulométricas elaboradas e tendo como
referência comparativa a curva teórica de “FULLER”. O conglomerado ferruginoso
laterítico depois de britado deverá ter a sua granulometria corrigida, com frações
granulométricas da mesma rocha, para obtenção de resistência máxima a compressão
axial simples e que foi testado no corpo de prova do concreto, com valores máximos
atingidos entre 31,70 a 33,97 MPa. Ainda esta rocha atingiu 40 MPa de resistência
individual a ruptura. A rocha possui uma composição química variável com valores de
SiO2 variando de 8,8 a 70,2% e Fe2O3 variando de 23,8 a 75,6%. Esses resultados aqui
postos, constam do CAPÍTULO 5 da presente tese de Doutorado.

vi
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree Doctor of Science (D.Sc.)

POTENTIALITY OF THE FERRUGINOUS CONGLOMERATE FROM SÃO LUÍS


DO MARANHÃO ISLAND USED IN PORTLAND CEMENT CONCRETE

José Edward de Oliveira

September/2019

Advisor: Otto Corrêa Rotunno Filho


Department: Civil Engineering

Lateritic concrete is already well known in Brazil and abroad and accepted
worldwide in Civil Construction, as being concrete that uses lateritic rock or simply
laterite, as gravel, and should be approached as a natural aggregate for unconventional
Portland cement concrete in replacement to the conventional aggregate, which is granite
rock. The present study stands out from other studies because the sedimentary rock,
called the lateritic ferruginous conglomerate (aggregate), was used, as it came out of the
crusher with 50.8mm or 2”, 38,1mm, or 1 ½ “and 25.4mm or 1”, providing in this
crushing both the large aggregates and the fine aggregates, when crushed, as can be seen
in the elaborated particle size curves and having as a comparative reference the
theoretical curve of“ FULLER". The crushed conglomerate should have its particle size
corrected, with particle size fractions of the same rock, to obtain maximum resistance to
simple axial compression and that was tested in the concrete specimen, with maximum
values reached between 31.70 to 33, 97Mpa. Still this rock reached 40Mpa of individual
resistance to rupture. The rock has a variable chemical composition with SiO2 values
ranging from 8.8 to 70.2% and Fe2O3 ranging from 23.8 to 75.6%. These results,
presented here, can be found in CHAPTER 5 of this D.Sc thesis.

vii
SUMÁRIO

Pág.

Lista de Figuras .......................................................................................... xii


Lista de Tabelas .......................................................................................... xvii
Lista de Quadros ........................................................................................ xviii

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................ 1


1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................... 1
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVAS DO ESTUDO ..... 3
1.3 ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO PROBLEMA ................................ 6
1.4 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO ESTUDO ............................................. 8
1.5 OBJETIVOS ....................................................................................... 9
15.1 Objetivo Geral .................................................................. 9
1.5.2 Objetivos Específicos ....................................................... 11
1.6 CONTRIBUIÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO ESTUDO ........... 13
1.7 ESTRUTURA DA TESE/ESCOPO DO ESTUDO .................................... 14
CAPÍTULO 2 - CONHECIMENTO DO PROBLEMA .................................. 17
2.1 JAZIDAS DE LATERITAS NO BRASIL E NO MUNDO .................................. 18
2.2 O CONCRETO LATERÍTICO NO BRASIL E DIFICULDADES NA
OBTENÇÃO DESTES AGREGADOS ..................................................... 19
2.3 CONCRETO LATERÍTICO NO MUNDO ............................................... 25
2.4 CONCEITOS, GÊNESE E CARACTERIZAÇÃO DAS LATERITAS .......... 30
2.4.1 Conceitos de Lateritas ...................................................... 31
2.4.2 Características físico-químicas e mineralógicas das
lateritas – dinâmica do ferro ........................................... 35
2.4.3 Evolução das lateritas ...................................................... 39
2.4.4 Idade das lateritas ............................................................ 41
2.5 ASPECTOS SOBRE A GÊNESE E CONDIÇÕES AMBIENTAIS PARA A
FORMAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES ......................................... 42
2.5.1 Arenitos ............................................................................. 42
2.5.2 Conglomerados ................................................................. 45
2.5.3 Siltitos ................................................................................ 45
2.5.4 Classificação dos Arenitos ............................................... 47
2.5.5 Arenitos Feldspáticos e Arcóseos .................................... 48
2.5.6 Grauvacas e rochas relacionadas .................................... 48
2.5.7 Ortoquartizitos (quartzo–arenitos) ................................ 49
2.5.8 Descrição de arenitos: aspectos petrográficos,
mineralógicos, texturais e morfométricos ...................... 49
2.5.9 Esfericidade ...................................................................... 50
2.5.10 Arredondamento .............................................................. 51
2.5.11 Parâmetros estatísticos .................................................... 55

viii
Pág.

2.5.12 Componentes deposicionais: arcabouço, matriz e


poros originais .................................................................. 57
2.5.13 Componentes diagenéticos: cimento e porosidade
primária e secundária ...................................................... 58
2.5.14 Alguns aspectos geomecânicos das rochas
sedimentares ..................................................................... 60
2.6 PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO .......................................... 61
2.6.1 Resistência do concreto .................................................... 62
2.7 CIMENTO PORTLAND ....................................................................... 64
2.8 AGREGADOS PARA CONCRETO ........................................................ 84
2.9 PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO ....................................................... 85
2.10 PRODUÇÃO DE AGREGADOS (MATERIAL PETREO) PARA
CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................................................ 87
2.10.1 Escolha do local para Pedreira ....................................... 88
2.10.2 Tipos de lavra ................................................................... 89
2.10.3 Produção de pedra britada .............................................. 90
2.11 CRITÉRIOS PARA AVALIAR A QUALIDADE DAS ROCHAS E
MATERIAIS PÉTREOS PARA USO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............. 93

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA..................................................................... 94
3.1 PROGRAMA DE INVESTIGAÇÕES, ENSAIOS REALIZADOS,
MÉTODOS E MATERIAIS PÉTREOS .................................................. 94
3.2 INVESTIGAÇÕES ............................................................................... 94
3.3 ENSAIOS REALIZADOS ..................................................................... 96
3.3.1 Ensaios geológicos e químicos para determinar a gênese
e as características da laterita ............................... 96
3.3.2 Ensaios físicos e mecânicos para qualificar
tecnologicamente (como agregados) as amostras .......... 96
3.3.3 Ensaios mecânicos para qualificar tecnologicamente o
concreto laterítico ............................................................. 97
3.3.4 Materiais pétreos .............................................................. 99
3.3.5 Conglomerado Ferruginoso Laterítico, popularmente
designado (“Pedra Caroço ou Couro de Sapo”) ............ 101
3.3.6 Cimento Portland ............................................................. 101
3.3.7 Legalidade da Atividade Minerária na llha do
Maranhão .......................................................................... 102

CAPÍTULO 4 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .................. 105


4.1 FISIOGRAFIA, CLIMA E VEGETAÇÃO ............................................... 105
4.2 GEOLOGIA LOCAL DA BACIA DE S. LUÍS APLICADA AOS ESTUDOS 107
4.2.1 Contexto Geológico .......................................................... 109
4.2.2 Grupo Itapecuru ............................................................... 113
4.2.3 Formação Barreiras ......................................................... 113
4.2.4 Depósitos Quaternários ................................................... 115

ix
Pág.

CAPÍTULO 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................. 117


5.1 CONTEXTO DO SENSORIAMENTO REMOTO ....................................... 117
5.1.1 Material e Método ............................................................ 119
5.1.2 Análise e Processamento das Imagens ............................ 120
5.1.3 Considerações Finais ........................................................ 124
5.2 CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS E QUÍMICAS DO CONGLOMERADO
FERRUGINOSO LATERÍTICO ................................................................ 125
5.2.1 Análise de lâminas petrográficas luz polarizada .............. 125
5.2.2 Determinação da relação sílica-sesquióxidos ................. 126
5.2.3 Análise Química Quantitativa de 7 Elementos
Químicos na via húmida .................................................. 127
5.2.4 Reatividade Potencial e Análise Difratométrica do
Conglomerado Ferruginoso Laterítico ........................... 128
5.2.5 Análise Difratométrica do Conglomerado Ferruginoso
Laterítico ........................................................................... 129
5.2.6 Definição de Lateritas de São Luís (MA)
elaboradas/formuladas a partir das análises
geológico-geoquímicas, físico-mecânicas e
investigações de campo .................................................... 131
5.2.7 Análises químicas quantitativas com base no método
de ensaio utlilizando a fluorescência de raio X e
análise química com base no método via húmida ........ 132
5.2.8 Classificação macroscópica e microscópica luz
polarizada, microscopia luz refletida, microscopia
eletrônica de varredura (MEV), espectometria
atômica e microtomografia computadorizada ao raio
X do Conglomerado Ferruginoso laterítico ................... 134
5.2.9 Classificação tecnológica da Laterita como agregado
segundo normas Brasileiras ............................................ 143
5.2.10 Qualidade tecnológica do concreto hidráulico de São
Luís e casos históricos referente ao uso de agregados
não convencionais ............................................................. 146
5.2.11 Orientação da exploração racional dos tipos lateríticos
em que antecede o levantamento por imagens de
satélite ................................................................................ 148
5.3 RESULTADOS QUE INDICAM A QUALIDADE TECNOLÓGICA DO
AGREGADO (CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERITICO) ........... 150
5.3.1 Determinação dos Índices Físicos ………………………. 150
5.3.2 Abrasão “Los Angeles” - Ensaio de Resistência ao
Impacto Treton – Ensaio de Esmagamento ................... 151
5.3.3 Ciclagem Sanidade ........................................................... 153

x
Pág.

5.3.4 Ensaios de Mecânica de Rocha do tipo Resistência à


Compressão uniaxial simples por Testemunhos de
Rotativa e Resistencia a Compressão Puntiforme do
conglomerado ferruginoso laterítico .............................. 154
5.3.5 Resistência a Compressão Puntiforme ………………... 166
5.3.6 Granulometria .................................................................. 172
5.3.7 Ensaios de Forma ............................................................. 180
5.3.8 Resultados da Qualidade do Concreto ........................... 184
5.3.8.1 Resistência à Compressão Simples dos
Corpos de Prova Moldados em Diferentes
Traços e Fator Água/Cimento e Slump Test 187

CAPÍTULO 6 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................... 191


6.1 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................... 191
6.2 RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS ................................. 195
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 197

ANEXO 1 - CADASTRAMENTO DOS PONTOS/JAZIDAS/LAVRAS ................................ 205


ANEXO 2 - DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA GERAL .................................................. 313

xi
Lista de Figuras

Pág.

Figura 1.1 Plotagem das 47 jazidas num mapa geológico da Ilha de S. Luís -
MA na escala 1:250.000, destacando a localização da jazida 19
de nome Maracujá, onde foram concentrados os estudos. ............. 8
Figura 2.1 Mapa do cristalino, áreas do Brasil onde afloram
predominantemente granitos e gnaisses. Modificado do mapa
geológico do Brasil escala 1:1000.000 (DNPM, 1987). ................ 20
Figura 2.2 Mapa de distribuição de solos lateríticos arenosos e argilosos no
Brasil. Fonte Nogami e colaboradores (2000). .............................. 21
Figura 2.3 Mapa mundial mostrando as regiões de ocorrência de solos
lateríticos (SANTANA; GONTIJO, 1987 &CHAGAS FILHO, 2005). ... 25
Figura 2.4 Diagrama de equilíbrio termodinâmico para o ferro (plotado a
25o C e a 1 atm de pressão total) mostrando a posição de alguns
ambientes naturais (modificado de GARRELS, 1960). .................... 38
Figura 2.5 Ciclo sedimentar (modificado de SUGUIO, 1980). ......................... 43
Figura 2.6 Representação gráfica da classificação de arenitos PETTIJOHN,
(1975). .......................................................................................... 48
Figura 2.7 Significado geométrico do arredondamento do grão. .................... 51
Figura 2.8 Escala de arredondamento e esfericidade dos grãos. .................... 51
Figura 2.9 Terminologia para o contato entre os grãos de arenito. ................ 53
Figura 2.10 Definição de densidade de compactação. ..................................... 54
Figura 2.11 Representação esquemática de algumas mudanças introduzidas
em escala de grãos, por efeito da compactação mecânica. ........... 58
Figura 2.12 Representação esquemática da evolução dos tipos de contato
entre os grãos. ................................................................................ 59
Figura 2.13 Representação genérica de rochas sedimentares, com indicação
de seus componentes principais. .................................................... 59
Figura 2.14 Desenho esquemático comparando duas distribuições de cimento
de quartzo em um arenito. .............................................................. 60
Figura 2.15 Relação entre resistência e fator água cimento do concreto.
Extraído de NEVILLE (2016). .......................................................... 63
Figura 2.16 Sacos de cimento empilhados e embalados em sacos de papel
especial. .......................................................................................... 64
Figura 2.17 As normas para determinação das caracteristicas fisico-quimica
dos cimentos diversos tipos de cimento. ........................................ 66
Figura 2.18 Fábrica de cimento funcionando em 1985 na localodade de 67
Portland, uma ilha Britânica. ..........................................................
Figura 2.19 Imagem ao microscópio do cimento Portland férrico. ................... 68
Figura 2.20 Fornos rotativos de cimento - Holcim - Bélgica. ........................... 75
Figura 2.21 Fluxograma da exploração do calcário para fabricação do
cimento. .......................................................................................... 76

xii
Pág.

Figura 2.22 Produção do cimento incluindo todo o processo, até entrega final
ao cliente. ....................................................................................... 77
Figura 2.23 Produção do cimento, incluindo todo o processo, até entrega final
ao cliente (continuação). ................................................................ 78
Figura 2.24 Produção do cimento, incluindo todo o processo, até entrega final
ao cliente (continuação). ................................................................ 79
Figura 2.25 Vista aérea da fábrica de cimento Portland Ash Grove Cement
(na costa oeste dos EUA), em Durkee, Oregon: 1. moagem da
matéria –prima; 2. mistura e armazenamento da farinha; 3. pré-
aquecedor a suspensão; 4. forno rotativo; 5. armazenamento do
clinquer; 6. moagem do cimento (Fotografia por cortesia da
“Vagn Johansen, F.L. Smidth, Copenhagen, Dermark”). .............. 80
Figura 3.1 Fluxograma dos estudos de campo e laboratório. ....................... 98
Figura 4.1 Aspectos da geomorfología evidenciando o dominio altimétrico
com respectivas altitudes terrestres da Formações Geológicas e
localização das 47 jazidas cadastradas. ………………………….. 105
Figura 4.2 Seções esquemáticas e distribuição espacial das unidades
geológicas-geotécnicas. .................................................................. 109
Figura 4.3 Arcabouço estrutural da porção setentrional do Maranhão............ 110
Figura 4.4 Modelo geológico-geotécnico da Ilha do Maranhão. .................... 112
Figura 4.5 Detalhe de um afloramento em um corte de estrada localizado no
Portal de entrada da torre da Embratel. …………………………. 114
Figura 4.6 Mapa Geológico das Formações Superficiais da Ilha do
Maranhão na escala 1:250.000 - Área (905 km²). .......................... 116
Figura 5.1 Mapa de localização da área de estudo com indicação das jazidas
numa base geológica na escala 1:250.000. .................................... 118
Figura 5.2 Assinaturas espectrais de óxido de ferro (goethita), vegetação e
argila. Extraído de (Carranza e Hale 2002). Notar que a goethita
(ou a hematita) mostra baixa resposta nos canais TM 1, 2 e 4, e
alta resposta nos canais TM 3, 5 e 7. ............................................. 120
Figura 5.3 Composição colorida 7R4G3B realçada, com indicação de
jazidas e áreas de ocorrência de lateritas ferruginosas (triângulos
vermelhos) ..................................................................................... 121
Figura 5.4 Mapa hipsométrico da área de estudo com indicação das jazidas e
áreas de ocorrências lateríticas ferruginosas (triângulos pretos). 122
Figura 5.5 Mosaico das principais componentes das cenas 220/62 e 221/62
geradas a partir dos canais originais TM 1-2-3-4-5. Minerais do
grupo óxido de ferro estão destacados como regiões claras na
PC3 e como regiões escuras na PC4. Triângulos vermelhos
correspondem às jazidas e ocorrências cadastradas. ...................... 124

xiii
Pág.

Figura 5.6 Fotomicrografia luz polariza da do conglomerado ferruginoso


laterítico constituído e grãos quartzo policristalino, quartzo
comum e quartzo ondulante com frações de grânulos como valor
modal, extremos muito grossos e seixos pequenos e contendo
muito cascalho e a areia é menos que 5%. A matriz rochosa é
sub-angular e sub-arredondada, alta esfericidade com cimento
marrom claro a marrom escuro tipo hematita e limonita, sendo
rara a presença de feldspato potássico e fragmentos de granito. O
cimento ocorre em alguns pontos como goethita botroidal
evoluindo em alguns pontos para cristalização da hematita.
Observar também que os grãos de quartzo maiores estão
microfraturados, o que revela a susceptibilidade do grão a ser
reduzido a uma granulometria inferior, quando submetido às
forças da mandíbula do britador e revelando consequentemente a
facilidade na redução da granulometria. ........................................ 126
Figura 5.7 Espectro da análise de difração de raios-X do conglomerado
ferruginoso laterítico. ..................................................................... 130
Figura 5.8 Detalhe da estrutura interna do conglomerado ferruginoso
laterítico tendo a caneta de escala e assim dando idéia da
proporcionalidade entre a matriz quartzosa, o cimento ferruginoso
e a alteração diferencial a que foi acometida a rocha em fase ao
intemperismo físico-químico diferencial. ....................................... 135
Figura 5.9 - Microfotografia luz polarizada do conglomerado ferruginoso
laterítico evidenciando a interação entre os óxidos cimentícios
com a matriz quartzosa. Observar que o cimento ferruginoso
engloba partículas muito finas de frações quartzosas com
aspectos microscópicos obtidos através de lâmina petrográfica na
luz polarizada. ................................................................................ 136
Figura 5.10 Microfotografia luz polarizada de detalhe do conglomerado
- ferruginoso laterítico, onde pode ser observado que o cimento
engloba partículas muito finas de frações quartzosas e assim
estabelecendo uma maior área de contacto entre diferentes
materiais, no caso, cimento e grãos da matriz, gerando assim
maior área de descontinuidades e consequente maior
microporosidade, com reflexos nos índices físicos da rocha. ........ 137
Figura 5.11 Fotomicrografia microscópica eletrônica de varredura (MEV).
Aspectos delimitados da área dentro do quadrado onde foi
executado a varredura, com os resultados químicos apresentado
na figura 7.7 abaixo. A fotomicrografia apresenta o conjunto
amostral denotando o cimento constituído de óxidos ferruginosos
(hematita, ghoetita), a fração mais esbranquiçada é da matriz
composta de quartzo, a fração mais escrura representa o quartzo.
Nesta figura 400 micras é equivalente a 0,4 mm. .......................... 137

xiv
Pág.

Figura 5.12 Apresentação do energy dispersive X – ray detector (EDS)


destacando os constituintes minerais da amostra da Figura 5.11 138
Figura 5.13 Fotomicrografia MEV evidenciando em plano mais marcante os
grãos de quartzo maiores envolvidos por uma fração/película de
óxido ferruginoso. Entre um grão e outro pode ser observado o
cimento ferruginoso, no qual ocorre disseminados finissimos
grãos de quartzo. ............................................................................ 138
Figura 5.14 Perfil pelos pontos 1,2,3 e 4 com os respectivos elementos
químicos presentes: am 1 = C, O e Si = Quartzo - am 2 = C, O,
Fe, Al e Si = oxido de ferro + quartzo - am3 = C, O e Fe = oxido
de ferro puro – am4 = C, O, Al e Si = oxido de alumínio. ............ 139
Figura 5.15 Detalhe da foto anterior demonstrando o contraste divisório entre
o quartzo e o cimento ferruginoso. ................................................ 139
Figura 5.16 Microfotografia a luz refletida conglomerado ferruginoso
laterítico denotando a ghoetita representada pela cor amarela, a
hematita representada pela cor marrom e o branco representando
o quartzo. ........................................................................................ 140
Figura 5.17 Mesma tomada de foto anterior, porém com os nicóis cruzados. 140
Figura 5.18 Microtomografa computadorizada ao Raio X, análise da
porosidade, espessura e distribuição com vista 3D. ....................... 141
Figura 5.19 Microtomografia computadorizada ao Raio X - Vista
bidimensional com distribuição dos poros. .................................... 141
Figura 5.20 Parâmetros de aquisição de imagens. ............................................. 142
Figura 5.21 Aspecto microscópico do conglomerado ferruginoso laterítico no
microscópio de Força Atômica. ..................................................... 142
Figura 5.22 Espectometria Atômica, evidenciando detalhe da cristalização da
Hematita. ........................................................................................ 143
Figura 5.23 Blocos de rocha 1 a 4 e as 13 (treze) amostras retiradas no
Laboratório de Mecânica das Rochas. Litotipo: conglomerado
ferruginoso (laterita). .................................................................... 158
Figura 5.24 Amostras adequadas para os ensaios de compressão. Litotipo:
conglomerado ferruginoso (laterita). ............................................ 159
Figura 5.25 CP 3007 antes e após o ensaio de compressão uniaxial. ................ 159
Figura 5.26 CP 3008 antes e após o ensaio de compressão uniaxial ................. 159
Figura 5.27 CP 3009 antes e após o ensaio de compressão uniaxial. ................ 160
Figura 5.28 CP 3010 antes e após o ensaio de compressão uniaxial. ................ 160
Figura 5.29 CP 3011 antes e após o ensaio de compressão uniaxial. ................ 161
Figura 5.30 CP 3012 antes e após o ensaio de compressão uniaxial. ................ 161
Figura 5.31 Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e
radial do corpo de prova 3007. .................................................. 163
Figura 5.32 Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e
radial do corpo de prova 3008. ...................................................... 163
Figura 5.33 Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e
radial do corpo de prova 3009. ...................................................... 164

xv
Pág.

Figura 5.34 Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e


radial do corpo de prova 3010. ...................................................... 164
Figura 5.35 Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e
radial do corpo de prova 3011. ...................................................... 165
Figura 5.36 Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e
radial do corpo de prova 3012. ......................................................, 165
Figura 5.37 Amostras extraídas de blocos de rocha no Laboratório de
Mecânica das Rochas (LMR), no ano de 2016, correspondentes
aos blocos 1 e 2, sendo AM1 e AM2 do bloco 1e AM1 do bloco
2. ..................................................................................................... 167
Figura 5.38 Corpo de prova ajustado entre os pratos da máquina universal de
ensaios para realização de ensaio de compressão puntiforme na
direção axial. .................................................................................. 167
Figura 5.39 Vista dos corpos de prova cp3180 e cp3181 antes e após ensaio
de compressão puntiforme na direção axial. Bloco 01 AM 01 e
litotipo conglomerado ferruginoso. ................................................ 168
Figura 5.40 Vista dos corpos de prova cp3182 e cp3183 antes e após ensaio
de compressão puntiforme na direção axial. Bloco 01 AM 01 e
litotipo conglomerado ferruginoso. ................................................ 168
Figura 5.41 Vista dos corpos de prova cp3184 e cp3185 antes e após ensaio
de compressão puntiforme na direção axial. Bloco 01 AM 02 e
litotipo conglomerado ferruginoso. ................................................ 169
Figura 5.42 Vista dos corpos de prova cp3186 e cp3187 antes e após ensaio
de compressão puntiforme na direção axial. Bloco 02 AM 01 e
litotipo conglomerado ferruginoso. ................................................ 169
Figura 5.43 Vista dos corpos de prova cp3188 e cp3189 antes e após ensaio
de compressão puntiforme na direção axial. Bloco 02 AM 01 e
litotipo conglomerado ferruginoso. ................................................ 170
Figura 5.44 Curva granulométrica dos tipos petrográficos. .............................. 174
Figura 5.45 Medidas consideradas em um fragmento de rocha para definir o
índice de forma. ............................................................................. 180
Figura 5.46 Resultado do Ensaio de Forma do conglomerado ferruginoso. ..... 183
Figura 5.47 Resistência à compressão simples versus idade de cura traço
1:6 – Fator A/C = 0,45 e 0,50 l/Kg de cimento. ........................ 189
Figura 5.48 Resistência à compressão simples versus idade de cura traço 1:4 -
Fator A/C = 0,45 e 0,50 l/kg de cimento. ....................................... 190

xvi
Lista de Tabelas

Pág.

Tabela 2.1 Solubilidade, precipitação e cristalização de óxidos de ferro. ....... 37


Tabela 2.2 Relação entre composição química e granulometria. ..................... 46
Tabela 2.3 Tamanho dos grãos, classe granulométrica e escala Phi. ............... 56
Tabela 2.4 Complexo químico referente ao cimento Portland. ...................... 65
Tabela 2.5 Denominação histórica do cimento Portland. ................................ 72
Tabela 2.6 Principais compostos químicos do clinquer. ............................. 73
Tabela 3.1 Análises químicas do cimento utilizado. ................................... 102
Tabela 4.1 Coluna estratigráfica da Bacia de São Luís-MA. .......................... 111
Tabela 5.1 Matriz de auto vetores a partir das bandas TM 1-3-4-5 da cena
220/62, para mapeamento de minerais de óxido de ferro. As
células em negrito indicam a PC que contém a informação
referente aos minerais de óxido de ferro. ....................................... 123
Tabela 5.2 Matriz de auto vetores a partir das bandas TM 1-3-4-5 da cena
221/62, para mapeamento de minerais de óxido de ferro. As
células em negrito indicam a PC que contém a informação
referente aos minerais de óxido de ferro. ...................................... 123
Tabela 5.3 Resultado da Análise de Determinação da Relação Sílica
Sesquióxido conforme norma (DNER-ME-30-72). ....................... 127
Tabela 5.4 Resultado da análise química quantitativa de 07 elementos
químicos na via húmida. ................................................................ 128
Tabela 5.5 Representa a reatividade química ao álcalis do cimento. .............. 129
Tabela 5.6 Avaliação dos resultados da análise da difratometria de raios-X. 131
Tabela 5.7 Resultado da análise química quantitativa de 8 elementos
químicos via fluorescência de raio X referente ao conglomerado
ferruginoso laterítico da segunda fase da pesquisa. ....................... 134
Tabela 5.8 Característica do cimento Cauê. ................................................ 147
Tabela 5.9 Ensaios de Índices Físicos (IPT-M-47). .................................... 150
Tabela 5.10 Ensaios de Abrasão Los Angeles (MB 170-R – Modificado). ...... 151
Tabela 5.11 Ensaio Impacto Treton (IPT-M52). ........................................... 152
Tabela. 5.12 Resumo dos ensaios tecnológicos dos agregados. ......................... 152
Tabela 5.13 Ensaio de Ciclagem Sanidade (DNER-DPT-M-89-64). ........... 154
Tabela 5.14 Ensaio de Compressão Simples Axial testemunho 9x3,5 cm
(IPT-M50). ..................................................................................... 155
Tabela 5.15 Ensaio de Compressão Simples Axial 14,1 x 5,59 cm –
Conglomerado Ferruginoso Laterítico (IPT-M50). ........................ 156
Tabela 5.16 Tipos de ruptura dos corpos de prova com testemunho - 5,50
cmx14,1cm. .................................................................................... 157
Tabela 5.17 Resultados dos ensaios de compressão puntiforme – Litotipo 171
conglomerado ferruginoso laterítico (laterita). ...............................
Tabela 5.18 Determinação da composição granulométrica NBR-MV-248/03. 173
Tabela 5.19 Ensaio de análise granulométrica por peneiramento (MB-7). ........ 175
Tabela 5.20 Ensaio de análise granulométrica por peneiramento, 2” (MB-7). .. 176
Tabela 5.21 Ensaio de análise granulométrica por peneiramento (MB-7). ........ 177
Tabela 5.22 Ensaio de análise granulométrica por peneiramento (MB-77). ...... 178

xvii
Pág.

Tabela 5.23 Ensaio de análise granulométrica por peneiramento (MB-77). ...... 179
Tabela 5.24 Ensaio de Forma (IPT-M-49). ........................................................... 181
Tabela 5.25 Valores de Resistência à Compressão Simples, Abatimentos e
Consumo de Cimento (ABNT-MB-3-37). ..................................... 187
Tabela 1 Identificação dos pontos/jazidas/lavras em coordenadas, número
(Anexo 1) das amostras, características, nomes dos locais e latitudes –
longitudes. ...................................................................................... 206

xviii
Introdução

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O concreto laterítico já é bastante conhecido no Brasil e no exterior e aceito na


construção civil mundial, como sendo aquele concreto que utiliza a rocha laterítica ou
simplesmente laterita, como brita e deve ser abordado como um agregado não
convencional para uso no concreto de cimento Portland em substituição ao agregado
convencional, que é a rocha granítica de origem magmática e a rocha metamórfica,
originada a partir de outras rochas e que foram submetidas ao processo de
metamorfismo.

No presente estudo o agregado não convencional, o conglomerado ferruginoso


laterítico foi usado no concreto de cimento Portland e considerado aquele cuja gênese
está fundamentada na rocha de origem sedimentar e que foi submetida ao processo
sedimentar e posteriormente ao processo de laterização, que petrifica a rocha, devido a
cimentação da rocha pelos óxidos de ferro.

O agregado convencional considerado neste estudo para fins de aferição da


resistência máxima foi aquele oriundo da rocha ígnea ou magmática, da localidade
denominada Rosário no estado do Maranhão, usado na região da ilha de S. Luís, neste
mesmo estado da Federação e distante cerca de 70 km desta ilha.

Algumas rochas metamórficas também são adequadas para uso no concreto de


cimento Portland, tais como, gnaisses e migmatitos da região metropolitana do Rio de
Janeiro.

Ainda no presente estudo é contemplada uma diretriz, quando se usa a laterita


como material de construção sob o ponto de vista da geologia, considerada uma
disciplina de fundamental importância para o entendimento da potencialidade do
conglomerado ferruginoso laterítico.

Certo é que a geologia, em seus diferentes campos, tem sido utilizada


parcialmente na caracterização desse tipo de agregado, razão pela qual foram buscados
elementos aqui apresentados deixando uma rotina de ensaios químicos geológicos e
físico mecânicos aplicados na definição das características do conglomerado
ferruginoso laterítico.

1
Introdução

O presente estudo destaca-se de outros estudos pelo fato de ter sido utilizado o
conglomerado ferruginoso laterítico, tal como saiu do britador com mandíbulas
reguladas com abertura de 50,8 mm, ou 2”, 38,1mm, ou 1 ½ „ e ainda 25,4 mm ou 1”,
fornecendo tanto o agregado graúdo como o agregado miúdo, quando britado, conforme
se verifica na curva granulométrica apresentada na Figura 5.44.

Adiciona-se ao conglomerado ferruginoso laterítico, apenas água e cimento nas


proporções de interesse ao estudo, já consagradas em estudos anteriores, o que permite
obter resistências bastante satisfatórias, até então desconhecidas, com este tipo de
agregado, o conglomerado ferruginoso laterítico. Dessa forma, evita-se buscar agregado
miúdo em depósitos aluvionares de rios.

No estudo de um concreto, os agregados fundamentalmente desempenham um


importante significado na mistura com argamassas, quer do ponto de vista econômico
como do ponto de vista técnico, pois ocupam, no mínimo, cerca de ¾ do volume do
concreto, influenciando consideravelmente nas propriedades, quer do concreto fresco
como do concreto endurecido, conforme PETRUCCi (1973).

No ano de 2008 foi dado conhecimento ao meio acadêmico de um estudo de


mestrado, OLIVEIRA (2008), sobre o “Comportamento Geotecnológico de Lateritas de
S. Luís, no estado do Maranhão”, onde foi investigado a resistência do concreto
utilizando o cimento Portland, usando vários tipos de agregados lateríticos.

O concreto moldado com base no agregado laterítico e denominado de


conglomerado ferruginoso atingiu resistência máxima no valor de até 34,25 MPa,
quando moldado com fator a/c (água cimento) de 0,45 e traço 1:6.

Naquele estudo de 2008, o conglomerado ferruginoso laterítico, atingiu


resistência no valor de 33,97 MPa, quando moldado com fator a/c (água cimento) de
0,45 e traço 1:4. Esses resultados foram considerados surpreendentes e de resistência
satisfatória quando comparado à resistência do concreto moldado à base de brita
granítica da cidade de Rosário no estado do Maranhão, em que foi também utilizado o
mesmo agregado miúdo, do conglomerado ferruginoso laterítico, a partir do diâmetro
4,8 mm até 0,15 mm.

A região metropolitana de S. Luís do Maranhão é uma amostra do crescimento


urbano brasileiro fazendo consequentemente aumentar a demanda de materiais para fins
de construção civil trazendo a necessidade de pesquisas, que objetivem conhecer as

2
Introdução

características tecnológicas dos materiais pétreos, denominados de rocha laterítica e que


ocorre abundantemente na ilha de S. Luís, no estado do Maranhão.

O concreto moldado com base na brita granítica de Rosário no estado do


Maranhão atingiu resistência de 34,20 MPa, tendo sido moldado com fator de a/c de
0,45 e traço 1:4 e sendo utilizado agregado fino do próprio conglomerado ferruginoso
laterítico.

Especificamente sobre a região de S. Luís, no estado do Maranhão, foram


executadas, pelo autor do presente estudo e no passado, pesquisas a respeito do material
pétreo laterítico, de tal forma a hierarquizar o uso dessas lateritas em função da
qualidade dos materiais, com base em ensaios tecnológicos, físico-mecânicos e
químico- geológicos, onde ficou patente a excelente qualidade do material pétreo
identificado como conglomerado ferruginoso laterítico (agregado laterítico), cuja
denominação popular é conhecida na região como pedra caroço e pedra couro de sapo
OLIVEIRA, (2008).

Ainda pode ser destacado que, na britagem do conglomerado ferruginoso


laterítico, se efetuadas as pertinentes correções granulométricas do material britado,
com o mesmo material da própria britagem, poderão ser atingidos resultados ainda
mais satisfatórios, conforme serão demonstrados no presente estudo.

As correções granulométricas foram efetuadas com base na curva


granulométrica teórica de “FULLER”, que representa uma curva granulométrica ideal
para se obter um concreto com o menor índice de vazios e consequentemente maior
resistência, devido a maior coesão dos componentes, em face ao arranjo interno entre os
agregados, graúdos e miúdos.

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E JUSTIFICATIVAS DO ESTUDO

A não ocorrência de rocha tradicionalmente apropriada à obtenção de brita


granítica, aliada a inexistência de seixos rolados em distâncias econômicas, tem
encarecido as obras de concreto na ilha de S. Luís, no estado do Maranhão. Essa
circunstância tem obrigado os construtores da região recorrerem à brita localizada fora
da ilha de S. Luís, a 70 km de distância, na localidade Rosário, também no estado do

3
Introdução

Maranhão, a preço elevado, reflexo do custo de transporte, normalmente feito por


rodovia.

Tal fato tem incitado os pesquisadores, construtores e administradores a


procurarem no agregado laterítico da região, em face a sua grande abundância na região,
um substituto da brita granítica nas obras onde a resistência exigida para o concreto não
seja muito rigorosa.

Destarte, os resultados de valores encontrados na resistência do concreto


moldados a base de agregado laterítico, conforme pesquisa anterior e atual desenvolvida
por OLIVEIRA (2008), revelaram que os resultados encontrados são bastante animadores.

O acervo bibliográfico demonstra a evolução das pesquisas sobre o agregado


laterítico em que já se conseguiram resistências bastante promissoras com o objetivo de
usar este agregado em estruturas de maior responsabilidade, quando apropriadamente
selecionadas as lateritas de melhor qualidade.

Melhor qualidade do concreto usando agregado laterítico ainda se conseguiu


adicionando sílica ativa e super plastificante na produção de concretos estruturais
duráveis, CHAGAS FILHO (2005).

Neste estudo, o processo de aproveitamento do conglomerado ferruginoso


laterítico foi através da britagem tal como saiu do britador e utilizando toda fração
britada e aproveitando tanto o agregado graúdo como o agregado fino e assim tendo um
material, cuja granulometria resulta numa curva granulométrica “quase idêntica” à
curva granulométrica teórica de “FULLER”, revelando uma massa de concreto bastante
densa, uma vez que minimizou os vazios da massa, onde se aloja a pasta de cimento e o
material fino. A curva granulométrica teórica de “FULLER”, foi dotada como
referência, ou indicador comparativo aos demais materiais/agregados pétreos
pesquisados, no caso, o conglomerado ferruginoso laterítco.

Aqui se faz necessário esclarecer a contento, que a curva granulométrica teórica


de “FULLER” é matematicamente ideal, porque traduz como as partículas sólidas
podem estar alojadas/arranjadas espacialmente dentro do corpo de prova, ou mesmo
dentro de uma massa de concreto lançada em uma obra, oferecendo uma massa de
sólidos com um menor índice de vazios, bastante densa, consequentemente e
naturalmente com ótimo índice de compactação, o que permite obter uma maior
resistência do concreto.

4
Introdução

Merece ainda destaque o fato do agregado, no caso o conglomerado ferruginoso


laterítco, poder ainda receber correções em sua curva granulométrica quando britado e
do mesmo material, de tal forma a se buscar uma aproximação mais perfeita, ou até
“perfeitamente semelhante” a curva teórica de “FULLER”, adicionando-se material
faltante e retirando-se excesso de material, de tal forma a quase se equiparar a curva
teórica de “FULLER” e assim se obtendo um conjunto granulométrico ideal para a
fabricação do concreto e consequentemente com maior resistência.

Com relação aos ensaios de resistência uniaxial dos corpos de prova moldados
em concreto foram os mesmos rompidos, comparativamente, usando-se para tal, corpos
de concreto moldados à base de brita granítica, da localidade de Rosário, no estado do
Maranhão e corpos de prova moldados a base conglomerado ferruginoso laterítico de
S.Luís, no mesmo estado da Federação. No concreto moldado a base de agregado
graúdo granítico foi utilizado como agregado miúdo o conglomerado ferruginoso
lateritico britado no britador primáro e secundário, para exatamente se ter uma
comparação de resistência do concreto usando os agregados de materiais graníticos e
sedimentares.

Pode ser destacado que não houve interesse em buscar areia lavada, ou seixos
rolados de rios em suas pertinentes granulometrias desejáveis em um concreto, porque o
conglomerado ferruginoso laterítico, ao ser britado faz com que a fração de agregado
fino se desgarre da cimentação dos óxidos ferruginosos vindo a oferecer o dito agregado
fino, cuja granulometria se inicia com diâmetro de 4,8 mm, (peneira 4 – ASTM) e
termina com diâmetro de 0,15 mm, (peneira 100 – ASTM).

Para avaliação comparativa de resistência do agregado não convencional, no


caso o conglomerado ferruginoso laterítico e a resistência do agregado convencional foi
utilizado o Tonalito (brita granítica), que é uma rocha ígnea/magmática do município
de Rosário, no estado do Maranhão, cuja lavra da jazida fica localizada a 70 Km de
distância.

Esta rocha granítica de Rosário, possui 116,5MPa de resistência a compressão


uniaxial, segundo a norma (NBR 6953/90). Possui 5731 m/s de velocidade de
propagação da onda ultrassônica, segundo a norma (NBR 8802/94). No que tange aos
índices físicos apresentou 2,814 (massa específica aparente), 0,19% (porosidade

5
Introdução

aparente) e 0,03% (absorção de água). Trata - se de uma rocha com excelentes


características geotecnológicas para uso em concreto de cimento Portland.

Para uma simples e resumida comparação o conglomerado ferruginoso laterítico,


objeto deste estudo, possui resistência máxima a compressão uniaxial em 45,0 MPa. No
que tange à velocidade de propagação da onda ultrassônica atingiu o valor máximo de
3251 m/s. Quanto a (massa específica aparente) apresentou um máximo de 2,69 g/cm3 e
mínimo de 2,39 g/cm3, com (porosidade aparente) de 9,40% e absorção média de água
3,69%.

Então, comparativamente os materiais divergem, mas a intensificação dos


estudos sobre o conglomerado ferruginoso laterítico demonstram que um material não
convencional e menos resistente, desde que devidamente tratado, pode ser muito útil
para uso na região de S. Luís, principalmente tendo em vista a falta de material pétreo
granítico nesta ilha. As vantagens que o conglomerado ferruginoso laterítico apresenta
são relacionadas aos seguintes aspectos:

- ocorrências de jazidas próximo ao local do aproveitamento e dentro da ilha de


S. Luís;

- o conglomerado ferruginoso laterítico não apresenta reação química relativo


aos álcalis do cimento Portland;

- o conglomerado ferruginoso laterítico quando britado para aproveitamento em


concreto de cimento Portland fornece em sua granulometria o agregado fino e o
agregado graúdo e assim evitando a busca de areias lavadas em jazidas ou curso de rios,
o que faria diminuir o impacto ambiental na ilha de S.Luís;

- ao conglomerado ferruginoso laterítico foi somente adicionado água e cimento


nas proporções convencionais e estabelecidas no presente estudo.

- o conglomerado ferruginoso laterítico moldado no concreto de cimento


Portland, quando rompido segundo a compressão uniaxial apresentou resistência
bastante satisfatória.

1.3 ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO PROBLEMA

O interesse por estudar laterita foi despertado pelo autor em 1976.


Durante quase três (03) décadas foram realizados vários estudos publicados em Anais

6
Introdução

de Congressos, Seminários, Simpósios e culminando com defesa de uma dissertação de


Mestrado no ano de 2008, no Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio
de Janeiro.

Os estudos, no passado, tiveram resultados importantes e foram apresentados na


referida dissertação de Mestrado, onde foram abordados os aspectos físicos, químicos,
mecânicos e geológicos referentes aos cinco (5) tipos de laterita da ilha de S. Luís
(MA), em cujo estudo foi sugerida uma pesquisa a ser desenvolvida e considerando o
tipo Conglomerado Ferruginoso Laterítico (agregado laterítico), aqui desenvolvido, de
tal forma a se conhecer mais detalhadamente a potencialidade dessa rocha laterítica, que
apresentou, comparativamente a outras rochas lateríticas da ilha de S. Luís, melhores
características físicas e mecânicas. O presente estudo foi constituído de uma análise de
mapas geológicos da área, análise de sensoriamento remoto associada com a
interpretação de imagens digitais do sensor LANDSAT 5-TM, por meio dos aplicativos
ENVI 5.0 e Arc Gis 9.3.

Seguiu-se a esse trabalho de Sensoriamento Remoto, um intenso trabalho de


campo, por um período de 3 meses em que foram cadastrados 47 pontos/jazidas/lavras
dos diferentes tipos de agregado laterítico existentes na Ilha de S. Luís, no estado do
Maranhão, conforme Figura 1.1.

Nesse contexto foram cadastradas áreas de ocorrências lateritas, áreas de


extração de lateritas, desativadas e áreas de extração ativas, conforme indicado em mapa
com legenda pertinente. O conglomerado ferruginoso laterítico (laterita), principal
objeto do presente estudo, ocorre na jazida do Maracujá, tendo sido aí coletado o
agregado/material pétreo laterítico para todo o desenvolvimento dos estudos e ensaios
tecnológicos. A jazida/lavra do Maracujá, a de numero 19, está também indicada no
mapa de localização dos pontos/jazidas/lavras da referida ilha de S. Luís, conforme
Figura 1.1.

No Anexo 1 são apresentadas as coordenadas de todos os 47


pontos/jazidas/lavras cadastrados. No Anexo 2, são apresentadas fotos gerais do estudo.

7
Introdução

Fonte: CPRM, (2004)


Figura 1.1 - Configuraçao das 47 jazidas/pontos/lavras num mapa geológico da Ilha
de S. Luís - MA na escala 1:250.000, destacando a localização da
jazida/lavra 19 de nome Maracujá, onde foram concentrados os estudos.

1.4 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO ESTUDO

A localização da área de estudo está na ilha de S. Luís do Maranhão, conforme


Figura 1.1 e compreende uma área de 905 km2, sendo limitada a noroeste pelo baixo rio
Bacanga e pela Baía de S. Marcos a oeste, onde se encontra a cidade de mesmo nome,
S. Luís capital do estado do Maranhão. Nessa ilha, as lateritas ocorrem nas porções
oeste e sudeste da Ilha do Maranhão, nos pacotes sedimentares do Grupo Itapecuru e do
Grupo Barreiras. Sobre o Grupo Barreiras paira discussão acadêmico científica no
sentido de tornar Grupo Barreiras como Formação barreiras e vice-versa. As litologias
do quaternário mais recente, mangues, dunas e aluviões fazem-se presentes. Os nódulos
lateríticos e blocos de lateritas são encontrados frequentemente na base, na meia encosta
e no topo dos tabuleiros e colinas intensamente dissecadas. A exploração da laterita
consta de um registro de 47 atividades minerais na Agência Nacional de Mineração

8
Introdução

(ANM), além das jazidas /pontos/lavras informais, ambas com destinação para obras de
construção civil, de forma manual ou mecanizada com um grande passivo ambiental.

O processo de laterização envolveu o Neógeno e o Quaternário em cujas


litologias distinguem se, fácies silto - argilosas, fácies arenosas, fina, média, grossa e
pedregulhos e por fim a formação do conglomerado ferruginoso submetido ao processo
de laterização.

A identificação no campo possibilita zonear ocorrências homogêneas de tais


materiais, que possuem comportamento físico, químico, mecânico e geológico distintos.
A qualidade de todo e qualquer material pétreo da Ilha de S. Luís (MA), depende do
intemperismo físico químico diferencial e a qualidade, no que diz respeito a dureza e a
sanidade depende da abrangência de tal intemperismo diferencial.

Em função da intensidade desse intemperismo resulta uma petrificação


diferenciada da rocha, e, consequentemente, ocorrem frações mais coerentes (duras) e
frações incoerentes (mais brandas). O presente estudo aguarda que o meio acadêmico-
científico possa emitir a subdivisão do Grupo Barreiras e suas respectivas Formações
Geológicas, para um perfeito e exato posicionamento das ocorrências de lateritas.

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Objetvo Geral

O presente estudo tem por objetivo geral principal a aplicação ou uso do


conglomerado ferruginoso laterítico (agregado pétreo) no concreto, quando moldado
com o cimento Portland, tendo como referência estudos anteriores. Esse conglomerado
é designado popularmente de pedra caroço/couro de sapo e foi extraído da jazida do
Maracujá, a de numero 19, localizada na ilha de S. Luís (MA), conforme indicada na
Figura 1.1.

Neste estudo foi adotado o conglomerado ferruginoso laterítico, sendo o mesmo


britado e fornecendo em função da abertura do britador, a brita 0, que tem finura entre
2,36 a 12,5 mm, a brita 01, que tem a finura entre 4,75 a 25 a 25 mm e a brita 02, que
tem a finura entre 9,5 a 31,5 mm aproximadamente.

9
Introdução

A finura normalizada da brita para concreto possui as seguintes dimensões:

Brita 0 - a finura é de 2,36 a 12,5 mm


Brita 01 - a finura é de 4,75 a 25 mm
Brita 02 - a finura é de 9,5 a 31,5 mm
Brita 03 - a finura é de 19 a 50 mm
Brita 04 - a finura é de 38 a 75 mm

Fonte: Frank Cabral de Freitas Amaral (ITA)

A britagem ainda forneceu todo o conjunto de areias, a areia fina, a areia grossa,
com finura entre 0,15 a 2,4 mm e o pedregulho com finura acima de 2,4mm.

Foi adotada uma correção da curva granulométrica com vistas a se ter uma curva
mais próxima da curva teórica de “FULLER”. Nesse procedimento adicionou-se 50 %
de agregado fino no conglomerado ferruginoso rebritado com diâmetro de 1” (1
polegada), resultante do britador secundário e destacando, que antes, o referido material
foi rebritado com diâmetro de 1” (1 polegada) e já tinha sido britado antes num britador
primário com diâmetro de 2” (2 polegadas). Os 50% de agregado fino acima referido e
adicionado na massa de agregado foi exatamente o material passante na peneira 4,8mm
e equivalente a peneira 4 (ASTM)

Esse procedimento de submeter o agregado passando primeiro no britador


primário e depois passando no britador secundário foi adotado para garantir a melhor
qualidade/sanidade do agregado utilizado, de tal forma que tal procedimento pudesse
eliminar ao máximo as frações alteradas do conglomerado ferruginoso laterítico
(agregado), ditadas pelo intemperismo diferencial e que pudessem influenciar na
resistência final do concreto. Se é retirado ou esfarelado do agregado, pelo processo de
britagem, a fração alterada pelo intemperismo do material, ter-se-á um material
resultante, praticamente sem alteração e consequentemente produzindo um agregado
grosso e fino de melhor qualidade.

No ensaio de granulometria executado com o conglomerado ferruginoso


laterítico com abertura das mandíbulas do britador primário regulado para fornecer no
britador primário brita de 50,8 mm e no britador secundário regulado para fornecer brita
de 25,4 mm, ficou constatado em função da Figura 5.44, que na curva granulométrica
do conglomerado ferruginoso laterítico entre as peneiras 30 (0,6 mm) e peneira 4 (4,8

10
Introdução

mm) tem falta de material pertinente a esse intervalo, o que indica que poderia ser
acrescido material pétreo (agregado) faltante da mesma litologia, de tal forma a
coincidir com a curva teórica de “FULLER” e assim melhorando o arranjo interno dos
componentes. Assim sendo obteve-se um conglomerado ferruginoso laterítico mais
compacto no corpo de prova e consequentemente obteve-se maior resistência do corpo
de prova do concreto elaborado à base de cimento Portland.

Entre as peneiras 3/8” (9,6 mm) e peneira 3/4” (19,1 mm), sobra material e deve
ser retirado o material de tal forma a coincidir com a curva teórica de “FULLER”. Essa
observação posta pode-se dizer que diminuir e aumentar percentualmente os
componentes granulométricos onde necessários, dentro dos limites desses citados
diâmetros é possível obter um material mais coincidente com a curva teórica de
“FULLER” e consequentemente maiores resistências serão atingidas com base na
compressão axial simples do concreto de cimento Portland em função de um arranjo
interno mais perfeito e com maior coesão.

A partir da realização dos ensaios de granulometria é possível verificar que


quando se diminui a abertura da mandíbula do britador, a partir de 50,8 mm, ou 2”(duas
polegadas) a curva granulométrica tende a se aproximar da curva ideal de “FULLER”,
como pode ser visto na curva granulométrica, Figura 5.44, em que as mandíbulas do
britador foram reguladas para dar uma abertura de 50,8 mm, na britagem primária e
25,4 mm, na britagem secundária.

1.5.2 Objetivos Específicos

- Elaborar um mapa identificatório das áreas, ou pontos/jazidas/lavras, onde


ocorre laterita na ilha de S. Luís, no estado do Maranhão, com base em caminhamentos
de superfície.

- Reavaliar o comportamento físico, químico, mecânico e geológico referente ao


conglomerado ferruginoso laterítico, com base na análise petrográfica ao microscópio
de luz polarizada e refletida, microscopia eletrônica de varredura (MEV), micro
tomografia computadorizada, análise química ao raio X pelo método da fluorescência,
análise microscópica de força atômica/espectrometria atômica e análise difratometrica
de raios X.

11
Introdução

- Analisar através de ensaio de granulometria o conglomerado ferruginoso


laterítico, no que tange às frações graúdas e finas, comparativamente à curva teórica de
“FULLER”, que foi uma referência para comparação entre as curvas granulométricas
obtidas, quando se efetuaram as britagens mecânicas com mandíbulas do britador
reguladas para diâmetros de 2” (duas polegadas), 1 ½ (uma polegada e meia) e 1” (uma
polegada).

- Obter, analisar e comparar resultados do comportamento relativo à compressão


axial simples do conglomerado ferruginoso laterítico, quer quando moldados e
rompidos os corpos de prova de concreto com cimento Portland, considerando o traço
na proporção cimento/agregado 1:4 e 1:6 e fator água cimento 0,45 e 0,50, quer quando
rompidos os testemunhos de sondagens (tarugos) obtidos das amostras do mesmo
conglomerado ferruginoso laterítico, relativo a compressão axial simples e puntiforme.

- Obter, analisar e comparar resultados da resistência à compressão axial


simples, quando utilizado o granito/tonalito de Rosário no estado do Maranhão, usando
o conglomerado ferruginoso laterítico, da Ilha de S. Luís, quando moldados em corpos
de prova rompidos em concreto de cimento Portland e considerando o mesmo traço e
fator água cimento para ambos, tanto para o agregado denominado conglomerado
ferruginoso laterítico, como para o agregado denominado tonalito/granito. Destaque é
dado ao uso do agregado fino aproveitado do próprio conglomerado ferruginoso
laterítico, que quando britado e usado/misturado no corpo de prova do granito/tonalito
de Rosário, promove a substituição da areia lavada e, assim, evita-se a busca desse
material nos aluviões dos rios da região. Assim foi feito exatamente para aproximar e
igualar o material fino utilizado, tanto na rocha sedimentar (conglomerado ferruginoso
laterítico), como na rocha granítica e nos seguintes e exatos termos:
a) ao agregado graúdo da rocha granítica de Rosário, depois de ser submetido ao
britador primário, com abertura das mandíbulas reguladas em 2” e seguido pela
passgem pelo britador secundário, com abertura das mandíbilas reguladas em 1”, foi
misturado agregado fino da rocha sedimentar, o conglomerado ferruginoso laterítico,
material este contido entre a peneira 4 (medidndo 4,8 mm) e a peneira 40 (medindo
0,42 mm).
b) ao agregado graúdo da rocha sedimentar referente ao conglomerado
ferruginoso laterítico, depois de ser submetido ao britador primário, com abertura das
mandíbulas reguladas em 2” e seguido pela passgem pelo britador secundário, com

12
Introdução

abertura das mandíbilas reguladas em 1”, também foi misturado agregado fino da
própria rocha sedimentar, o conglomerado ferruginoso laterítico, material este contido
entre a peneira 4 (medidndo 4,8 mm) e a peneira 40 (medindo 0,42 mm).

1.6 CONTRIBUIÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO ESTUDO

O estudo desenvolvido poderia estar na qualificação do ineditismo pelas


seguintes e compreensíveis razões que seguem.

É uma prática aceitável fazer correção granulométrica, ou mesmo adição


granulométrica, em uma massa com adição de agregados graúdos e miúdos e
objetivando a obtenção de uma massa sólida, com menor índices de vazios e tendo uma
economicidade de cimento e aumento da resistência de um concreto de cimento
Portland.

O material pétreo da ilha de S. Luís, no caso o conglomerado ferruginoso


laterítico foi ensaiado ou usado tal como saiu do britador e assim sendo esee material
esteve susceptível de receber correções granulométricas, tal como acima explicitado e
exatamente para se conseguir economicidade e aumento de resistência, o que foi
conseguido. Contudo, a correção granulométrica foi elaborada com o mesmo material
obtido na britagem, o que é surpreendente.

O material pétreo da ilha de Luís no estado do Maranhão foi neste estudo


designado de conglomerado ferruginoso laterítico, sendo geneticamente uma laterita,
conforme suas características químicas obtidas em laboratório. O material pétreo
laterítico é utilizado em várias partes do mundo, sendo aquele destinado à construção
civil. No entanto, este material também ocorre na referida ilha e quando britado produz
uma curva granulométrica em que fornece constituintes denominados agregados
graúdos e finos em proporções bastante convenientes, quando sua análise
granulométrica é comparada a curva teórica de “Fuller”, tida como uma curva ideal
granulometricamente, pois reproduz um percentual de materiais graúdos e finos em que
oferece uma massa granular arranjada em um corpo de prova com um ótimo e menor
indicie de vazios e que oferece , por ter menor índice de vazios no seu arranjo, uma alta
resistência ao concreto de cimento Portland, quando moldado com o material advindo
da britagem do conglomerado ferruginoso laterítico.

13
Introdução

Ora, a referida Ilha contém vários tipos de laterita, com diferentes


granulometrias na a sua gênese e com incomensurável volume, que se britados poderão
trazer material suficiente para corrigir, as reais e possíveis deficiências relativas às
curvas granulométricas do conglomerado ferruginoso laterítico (laterita)) e tendo como
referência a curva teórica de “Fuller”. Outras contribuições inéditas foram consolidadas,
uma vez que não consta, no cenário científico e tecnológico, indicações ou elementos
químico-geológicos e físico-mecânicos levados até o nível do presente estudo, conforme
está demonstrado nos capítulos seguintes.

Na ilha de S.Luís existe um significativo volume de material pétreo laterítico e


que,se devidamente trabalhado com base científica e tecnológica, poderá trazer um
grande uma contribuição social para a população carente.

Por se tratar de um primeiro estudo elaborado nos termos acima expostos pode
ser identificada uma pesquisa dotada de ineditismo .

1.7 ESTRUTURA DA TESE/ESCOPO DO ESTUDO

Este estudo está organizado em seis (6) capítulos, além das referencias
bibliográficas e dos anexos, incluindo uma série de fotos, exclusivamente tomadas em
campo e em laboratórios, palcos dos ensaios tecnológicos.

O Capítulo 1 compreende esta introdução onde foram esclarecidas as


motivações para o estudo, além do enunciado do objetivo inicial que foi alcançado. A
metodologia empregada e o aspecto inédito do estudo são brevemente comentados.

O Capítulo 2 aborda uma revisão bibliográfica concentrada no conhecimento do


problema, quer de ordem nacional, quer de ordem internacional, onde são inicialmente
abordadas as jazidas de laterita no Brasil e no Mundo, obtenção de agregados lateríticos,
com mapas ilustrativos, conceitos da gênese e geoquímica das lateritas, aspectos
geomecânicos das rochas sedimentares, algumas propriedades principais do concreto
fresco de interesse ao estudo, resistência do concreto, características do cimento
Portland, processos de produção do cimento, processos de investigação referente a
agregados/material pétreo e critérios para avaliar a qualidade da rocha e materiais
pétreos para uso na construção civil.

14
Introdução

O Capítulo 3 apresenta os tipos de materiais principais empregados no estudo,


contemplando suas características físicas, químicas, mecânicas e geológicas com
detalhamento específico contido no Capítulo 5, denominado apresentação dos
resultados. Especial atenção é dada neste Capítulo 3, referente aos aspectos legais da
atividade minerária na Ilha de S. Luís no estado do Maranhão.

No Capítulo 4 faz-se apresentação da caracterização da área de estudo do ponto


de vista fisiográfico, climático, da vegetação e da geomorfologia. Inclui-se todo o
contexto geológico estrutural, estratigráfico e sedimentar. Por fim, é apresentado um
contexto relacionado ao sensoriamento remoto através de imagens de Landsat, a partir
do processamento digital de imagens analógicas do sensor T.M (thematic mapper).

No Capítulo 5 faz-se a apresentação e a discussão dos resultados obtidos


apresentando as características do material pétreo (agregado laterítico), do ponto de
vista químico, físico, mecânico e geológico. Foram abordados os resultados
conseguidos, comparando-os ao longo do estudo, dando-se ênfase nas resistências
finais aos 28 dias de cura alcançadas a partir de diferentes curvas granulométricas, cujo
material resultante da britagem foi aproveitado como agregado laterítico na massa de
concreto misturada com cimento e água nas devidas proporções, considerando o traço e
fator água cimento, normalmente de praxe, utilizadas ao longo do estudo e de outros
estudos contemplados na literatura técnica de acordo com a revisão bibliográfica
realizada e apontada ao final do texto do estudo. Foram incluídas e abordadas adoções
de novas tecnologias ou novos tipos de ensaios consagrados dentro do contexto
científico e tecnológico, porém alguns deles com resultados inaplicáveis, até onde foram
entendidos, uma vez que perdem resolução específica, quando comparados com
metodologias já consagradas no meio tecnológico e pertinente ao tema de estudo. Estas
novas tecnologias, microscopia eletrônica de varredura, microscopia de força atômica,
microtomografia computadorizada ao raio X, trazem um conhecimento como uma
novidade aplicada ao ramo da geologia e tecnologia de concreto, porém não superam as
tecnologias atualmente e aceitas. Num futuro próximo certamente poder-se-á contar
com essas novas alternativas. Sem dúvida, não se pode deixar de comentar que a
microscopia eletrônica de varredura tem relativa importância na caracterização do
concreto, sendo usada atualmente no nível mundial. A discussão sobre novas
tecnologias é um assunto que se, discutido com maior profundidade, fugiria do escopo
do presente estudo, embora pode-se entender como altamente pertinente.

15
Introdução

O Capítulo 6 conclui com uma síntese dos principais resultados obtidos e


apresenta sugestões para o aprofundamento e prosseguimento da pesquisa.

Por fim, o estudo apresenta referências bibliográficas e alguns anexos, onde são
apresentados elementos dos pontos/jazidas/lavras existentes na ilha de S. Luís do
Maranhão e fotos gerais (Figuras), de campo e dos ensaios de laboratório realizados no
IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) e na COPPE da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro).

16
Conhecimento do Problema

CAPÍTULO 2 - CONHECIMENTO DO PROBLEMA

O estudo deparou-se com problemas de ordem sócio econômica e tecnológica,


dando ênfase à falta de conhecimento adequado das verdadeiras e exatas características
físicas, químicas, mecânicas e geológicas dos materiais de construção da ilha de S. Luís,
no estado do Maranhão. O mais impactante é a subutilização, ou utilização empírica e
inadequada dos materiais a serem usados na construção civil na ilha de S. Luís. Na
questão econômica destaca-se a inexistência de material pétreo granítico, que ocorre a
70 km. de distância, em Rosário, e assim encarecendo o produto. Na questão social,
destaca- se a imensa quantidade de trabalhadores sem registro legal explorando as
jazidas.

Usa-se material de boa qualidade em obras de menor responsabilidade, e usa-se


material de qualidade inferior em obras de maior responsabilidade. Esse conceito
poderia ser mais bem detalhado, porém distancia-se dos objetivos do estudo.

Foi abordado no presente capítulo a situação mundial aproximada do uso da


laterita, principalmente nas universidades da África e da Índia, em convênios com
universidades Americanas. Dá-se destaque ao fato de que essas populações também
possuem baixo poder aquisitivo.

Então, o aprofundamento e o conhecimento tecnológico dos materiais pétreos


laterítico prestam uma significativa contribuição ao mundo, no domínio dos trópicos,
onde sobressai o clima tropical com processo de laterização plenamente estabelecido.

Outro aspecto a ser salientado trata-se da questão multidisciplinar do presente


estudo e das relações existentes entre as disciplinas envolvidas. Buscou-se apoio na
química, na física, na mecânica e na geologia, para diante de uma interrelação
disciplinar, para correlação buscar justificativas para o comportamento da resistência
do conglomerado ferruginoso laterítico, quando moldados em corpos de prova em
concreto de cimento Portland, tal como saiu do britador e considerando as proporções
de cimento e água, conforme os traços convencionados, permitindo, assim, prover as
justificativas técnicas relacionadas ao comportamento final da resistência do concreto.
A disciplina geologia de engenharia tem sido utilizada de forma precária, ou limitada
nos trabalhos científicos que foram acessados durante a presente pesquisa. Nesse estudo

17
Conhecimento do Problema

foi dado destaque nessa área de conhecimento, exatamente quando se estabelece a


conexão entre a geologia e a engenharia civil.

Foi pertinente discorrer sobre o cimento Portland, relacionando as principais


propriedades do concreto fresco, resistência do concreto e métodos de exploração de
campo referente ao material pétreo e, principalmente, calcário para uso em cimento
assuntos, esses relacionados ao tema do estudo.
Por fim, cabe mencionar que o estudo foi buscar suporte na temática de
sensoriamento remoto para melhor visualização das ocorrências de laterita por meio de
imagens através de imagens adquiridas pela plataforma satelital de Landsat, permitindo
o processamento digital de imagens do sensor T. M (thematic mapper).

2.1 JAZIDAS DE LATERITAS NO BRASIL E NO MUNDO

Cerca de 40% das terras emersas do globo terrestre são recobertas por lateritas.
No Brasil, as lateritas recobrem perto de 65% da área total do país, MELFI, (1977).
Apesar da existência de grande extensão deste material no nosso país, as jazidas de
lateritas existentes são pouco utilizadas para o concreto. Esse fato deve-se
principalmente à falta de conhecimentos científicos no uso desse material laterítico. Se
maior conhecimento houver, poderá ser mais bem utilizado na construção civil. O
conhecimento científico é de uso prático na engenharia civil, possibilitando inclusive
beneficiar outros países que disponham desse material.

Como se sabe, a região Amazônica representa 40% do território do continente


sul – americano. Nela encontram-se lateritas em grandes quantidades. Uma
característica particular que estimula o uso das lateritas na região norte do Brasil, é que
inexiste brita granítica em grande parte dos 3.869.637 km2, 45% do território brasileiro,
que tem uma área total de 8.516. 000 km2, CHAGAS FILHO, (2005).

Este insumo, a brita granítica, passa a contribuir para o aumento do custo de


produção de obras, tanto pelo material em si mesmo, quanto pelas grandes distâncias de
transportes em uma região de alta precipitação pluviométrica e com a presença de rios
de grandes volumes de água, dificultando sobremaneira essa atividade.
Na região nordeste do Brasil, com área de 1.561.171 km2, 18,3% do território
nacional, tem-se disponibilidade de ambos os materiais, tanto a brita granítica como a
laterita. Justifica-se o uso da laterita pela sua disponibilidade, tornando-se uma

18
Conhecimento do Problema

alternativa de barateamento de custo de produção de concreto com elas fabricado, para


atender aos 47.693.253 habitantes residem na região, sendo que 50,12% da sua
população tem renda familiar de meio salário mínimo, sendo considerada uma das mais
pobres do país, CHAGAS FILHO, (2005).

A América do Sul, a África, o norte da Ásia e parte da Oceania possuem grandes


reservas de lateritas. Esse material alternativo para construção civil, sem dúvida pode
contribuir com benefícios socioeconômicos com barateamento das construções.

2.2 O CONCRETO LATERÍTICO NO BRASIL E DIFICULDADES NA OBTENÇÃO DE SEUS


AGREGADOS

O uso de laterita no concreto de cimento Portland é uma alternativa de aplicação


em regiões destituídas de material pétreo granítico e abundância das lateritas.
Reconhecidamente, o Brasil possui grande tecnologia na fabricação do concreto. Assim
sendo a laterita deverá obrigatoriamente estar contido na cadeia dos estudos
tecnológicos.

A Figura 2.1, mostra a região de ocorrência de rochas graníticas.

19
Conhecimento do Problema

Pré – Cambriano
Áreas onde afloram
predominantemente
granitos e gnaisses

Fonte :DNPM, (1987) (Departamento nacional de produção mineral, atual ANM (Agêncica Naconal de
Mineração)
Figura 2.1 - Mapa do cristalino, áreas do Brasil onde afloram predominantemente
granitos e gnaisses. Modificado do mapa geológico do Brasil na escala
1:1000. 000.

A Figura 2.1 mostra as áreas do Brasil onde afloram predominantemente os


granitos e gnaisses, constituindo os escudos. Ao norte é observado o escudo guiano,
enquanto no centro, o central, e, próximo à costa, o escudo litorâneo, achando-se,
separados por bacias sedimentares antigas de idades variadas. Dentro dessas áreas dos
escudos ocorrem corpos batolíticos de rocha granítica.
Pode ser observado que, em uma grande área do território nacional, não ocorrem
rochas graníticas, e, acima de tudo deve ser considerada a “distância de transporte” na
obtenção de agregados de boa qualidade, no caso, o material granítico.

20
Conhecimento do Problema

Pode ser observado, também, que uma grande faixa litorânea, da Bahia ao
Maranhão, onde se encontra um contingente elevado de população urbana, com alta
demanda construtiva, não possui agregados graníticos, mas possui lateritas.

Dessa forma agregados pétreos alternativos, como é o caso das lateritas de Luís
no estado do Maranhão poderá minimizar o custo da construção.

Embora, haja grande disponibilidade de lateritas em jazidas no território


nacional e no planeta, as informações sobre as propriedades do concreto laterítico são
escassas e limitam-se a poucos pesquisadores, quando comparadas com as informações
que existem sobre propriedades do concreto convencional. O conhecimento
fundamental do problema é a verificação do material laterítico (laterita), apoiado com
base em conhecimento detalhado científico e tecnológico, com vistas à adoção plena
desse material como será evidenciado ao longo do trabalho. agregado de concreto de
cimento Portland, como será demonstrado.

Solos lateríticos arenosos


ARARAQUARA

Solos lateríticos argilosos


argilosos
Fonte: NOGAMI et al (2000).
Figura 2.2 - Mapa de distribuição de solos lateríticos arenosos e argilosos no Brasil.
escala 1:1000. 000.

21
Conhecimento do Problema

Comparando-se os dois mapas apresentados na Figura 2.1 e na Figura 2.2,


verifica-se que o solo laterítico argiloso e arenoso ocorre também dentro de áreas
cristalinas, fruto do intenso intemperismo tropical. Revela-se, então, importante destacar
a intensa ocorrência de lateritas no território brasileiro.

No Brasil, o primeiro registro oficial do uso da laterita em uma grande obra de


engenharia civil, pelo que se conhece da literatura, foi para a construção da UHE de
Curuá – Una, próxima a cachoeira do Portão, no rio Curuá – Una, no estado do Pará.

No que se refere a citada UHE, foram realizados no IPT – Instituto de Pesquisas


Tecnológicas de São Paulo, uma série de ensaios tecnológicos e estudos de dosagem de
concreto para esse local. A laterita, ou arenito/conglomerado com cimento ferruginoso,
como foi designado, obteve aprovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de SP
(IPT) para uso como agregado no concreto de cimento Portland, face a uma série de
ensaios tecnológicos realizados à época, cujos resultados encontram-se nos certificados,
IPT 296.285, 4564 e 276.931.

Os resultados dos estudos desenvolvidos pelo IPT, acima mencionado, mostram


que os corpos de prova moldados com vários traços e fator água cimento e atingiram
valores bastante satisfatórios, quando misturados com pedra britada 01, 02 e 03, nas
seguintes proporções, segundo o estudo de dosagem descriminado a seguir:

Tratou-se de uma mistura de 20% de pedra britada 01, 40% de pedra britada 02 e
40% de pedra britada 03. Cada tipo de pedra britada (agregado laterítico) apresentou sua
granulometria específica. Contudo, o que mais interessa no presente estudo é apresentar
as resistências finais aos 28 dias dos corpos de prova moldados com diferentes traços e
fator água cimento. Aqui apenas apresentam -se os valores do traço 1:5,10 e do fator
água cimento de 0,479, atingindo uma resistência de 35 MPa, consumindo 372 kg de
cimento por m3de concreto e slump test (abatimento) de 4cm. Esse valor de 35Mpa é
bastante satisfatório.

Comparando-se os resultados obtidos em Curuá Una com os resultados obtidos


em estudos anteriores, em que foi conseguido um consumo de 362,31 kg de cimento por
m3 de concreto, slump test (abatimento) de 1 cm, traço 1: 6, fator água cimento de 0,45
e resistência à compressão axial simples de 34,25 MPa, pode-se considerá-los
surpreendentes.

22
Conhecimento do Problema

Saliente-se que, neste ponto, já se pode verificar uma coerência de resultados


entre esses estudos anteriormente elaborados para a UHE de Curuá Una e os resultados
deste estudo, ora desenvolvido e relacionado à ilha de S. Luís, no estado do Maranhão.

Ainda no Brasil, através da Universidade Federal da Paraíba, foram iniciados


estudos das lateritas como agregado em concreto de cimento Portland, na década de
1970, até os dias de hoje e mais outros estudos, mais recentemente e em convênio com a
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. Sem dúvida, a
Universidade Federal da Paraíba figura como o mais importante centro no trato
acadêmico do material laterítico (agregado pétreo).
A seguir, serão apresentados alguns dos estudos já realizados no Brasil sobre concreto
laterítico.
SOUZA & FERRAZ, (1975), obteve com lavagem de 3 minutos da laterita uma
resistência do concreto de 21,3 MPa. Na lavagem de 9 minutos atingiu-se, 23,6 MPa,
enquanto na lavagem de 30 minutos atingiu 25,6 Mpa. Todos os corpos de prova do
concreto possuíam como idade de cura, 28 dias e diferentes fatores água cimento e
slump. O agregado laterítico foi coletado em jazidas do estado do Maranhão, na região
da ilha de São Luís.

POMPEU NETO, (1976), num traço de 1:4 e fator água cimento de 0,40, obteve
uma resistência do concreto de 20,5 MPa, com agregado laterítico da jazida de Sapé-
Mari, localizada no estado da Paraíba.

ASSIS, (1982), a respeito de uma jazida no Estado do Piauí e com lavagem de 6


minutos e com repeneiramento do material, completamente seco e sem correção do fator
água cimento, obteve uma resistência de 31,2 MPa.

CARVALHO, (1984) obteve, com a lavagem de 2 minutos e com o agregado


submerso por 24 horas, uma resistência do concreto de 26,0 MPa, com traço de 1:4 e
fator água cimento de 0,40. O agregado laterítico foi coletado em jazidas do estado do
Maranhão em São Luís. O autor acrescenta que o agregado laterítico possui
características físicas adequadas para fabricação de concreto, embora apresente valores
de resistência 30% menor que o concreto normal. A análise do corpo de prova rompido
com agregado laterítico, revela que o rompimento se dá não somente no concreto, como
também no agregado.

23
Conhecimento do Problema

CHAGAS FILHO, (1986), com um traço de 1:2, 1:3 e 1:2,7, conseguiu uma
resistência aos 28 dias da ordem de 20,0 Mpa, para um concreto usando agregados
lateríticos de jazidas dos estados da Paraíba e do Pará. Os agregados foram usados sem
lavagem e o concreto possuía 28 dias de idade de cura.

CALDEIRA, (1999), usou a laterita de S. Luís, no estado do Maranhão como


material de construção alternativo para uso como agregado em concreto de cimento
Portland, sendo esse agregado de notável significado para algumas regiões tropicais do
mundo, especialmente onde a qualidade dos materiais tradicionais é pobre, como o norte
do Brasil. Neste caso tres conjuntos de concreto foram moldados. O primeiro grupo (A)
foi composto somente de laterita como agregado graudo e obteve-se 26,3 MPa em 28
dias; o segundo grupo (B) foi moldado com rocha granítica e se obteve 34,0 MPa em 28
dias; o terceiro grupo (C) foi moldado de forma mixta, laterita e granito e se obteve 29,4
MPa em 28 dias, significando que se conseguiu uma resistencia a compressão ente 20 e
30% menor que o concreto normal, com traço variando nas proporções de 1:5, 1:6, 1:7 e
1:8.
OLIVEIRA, (2008 e 2018) identificou aparentemente todos os tipos de rochas
lateríticas de S. Luís, no estado do Maranhão e realizou ensaios de compressão axial
simples em corpos de prova de concreto com traços 1:4 e 1:6 e fator água/cimento 0:45
e 0,50. O material pétreo (agregado larerítico) foi todo utilizado tal como saiu do
britador, com mandíbulas com aberturas e reguladas para obter agregado laterítico com
vários diametros máximo, sendo 25,4 mm (1”), 38 mm ( ½ “ ) e 50.8 mm (2”), sendo
que o material pétreo foi todo aproveitado tal como saiu do britador, fornecendo
agregado graudo e fino, sem usar outro material de outra jazida, no caso areias lavadas
de rios. Ao material britado foram acrescentados, tão somente água e cimento.

Muitas outras pesquisas foram realizadas e outras estão em realização com as


lateritas usando aditivos quimicos plastificantes e cujos resultados são surpreendentes.
Há registro também, do uso da laterita com a finalidade de uso em concreto estrutural e
estudos complementares com areia laterítica no concreto dopado e estrutural. Esses
estudos e trabalhos são registrados, a seguir, na sequência do texto.

CHAGAS FILHO, (1986) apresentou dissertação de mestrado junto a Universidade


Federal da Paraíba, Campina Grande, sobre concreções lateríticas, com ênfase em
propriedades básicas e sua utilização em vigas estruturais submetidas à flexão simples.

24
Conhecimento do Problema

Complementarmente, CHAGAS, (2015) estudou o concreto laterítico dosado com


aditivo plastificante à base de lignosulfato em dissertação de mestrado apresentada na
Universidade Federal da Paraíba em Campina Grande.

Cabe ainda destacar o trabalho de TRIGO, (2012), quando conduziu estudo da


dopagem de agregados para finalidade de uso em concreto estrutural em sua tese de
doutorado defendida na Escola de Engenharia de São Carlos (E.E.S.C) - USP – São
Carlos – SP.

2.3 CONCRETO LATERÍTICO NO MUNDO

Há disponibilidades de jazidas de laterita no mundo, e as informações sobre o


concreto laterítico são bastante evoluídas nas universidades africanas em convênio com
universidades americanas, canadenses e européias. A distribuição das regiões de
ocorrência de laterita no mundo segundo o mapa mundial na escala 1:5000.000, que
pode ser observada nas Figura 2.3.

Figura 2.3 - Mapa mundial mostrando as regiões de ocorrência de solos lateríticos.


Fonte: SANTANA e GONTIJO, (1987) e CHAGAS FILHO, (2005).

25
Conhecimento do Problema

Alguns conhecimentos do histórico do desenvolvimento dos estudos de


agregados lateríticos no mundo em geral para fins de uso em concreto a base de cimento
Portland, podem ser verificados nos comentários que seguem.

Na Universidade Port Harcourt, Nigéria em convênio com a Universidade


Windsor, no Canadá, levantou-se o seguinte ponto.

1 - Propriedades do concreto fabricado com concreções lateríticas, que trata das


características de resistência e de expansão do concreto fabricado com concreções
lateríticas alta, média e levemente endurecidas. A resistência à compressão atingiu entre
19 a 42 MPa. A resistência do concreto laterítico foi comparada com a resistência do
concreto a base de agregado cristalino da mesma região com média de 35 MPa de
resistência. Ainda aduz que a resistência do concreto laterítico depende principalmente
da relação ou ligação cimento agregado e que as características físicas do agregado têm
importância secundária. Por fim acresce que o concreto laterítico da Nigéria apresenta
uma contração quando imerso numa solução de Na OH (sal normal), sendo que esse
comportamento é atribuído ao baixo e muito baixo teor em SiO2.

Os resultados dos estudos revelaram que as concreções lateríticas são fontes


naturais alternativas e econômicas de agregados para concreto estrutural.

HUDEC & AKPOKODJE, (1992)

2 - A influência da petrologia nas propriedades das concreções lateríticas


(cascalhos) usadas como agregado para concreto, enfatiza que, nos trópicos, o provável
desempenho da concreção laterítica como agregado para concreto pode ser melhorado
com a compreensão dos fatores que controlam suas propriedades de engenharia.

Os agregados usados na Nigéria foram estudados para avaliar o grau de


influência sobre as propriedades de engenharia e assim dois fatores foram levantados e
que influenciam grandemente as propriedades físicas e mecânicas da concreção, a saber:

a) abundantes espaços vazios e fissuras de diferentes extensões.

b) variação da cimentação por óxidos de ferro influindo no grau de


laterização.

Cascalhos e pisólitos são compostos por 65 a 95% de goethita /hematita e são


dominados por espaços vazios. No cascalho, as frações granulométricas de laterita

26
Conhecimento do Problema

apresentam poros e uma maior quantidade de quartzo e caolinita. O quartzo mostra


fissuras o que reduz ainda mais a resistência dos cascalhos lateríticos.

Os vazios (poros) e fraturas assim como as argilas intersticiais são usualmente os


principais responsáveis pela absorção do material pétreo. Em alguns cascalhos
lateríticos, a perda de resistência por saturação deve-se principalmente, à fraca
cimentação e à presença de argila intersticial.

AKPOKODJE & HUDEC, (1994)

3 - A influência do agregado laterítico grosseiro (graúdo) reforçado por


ancoragem (concreto estrutural), salientando-se que muitos fatores são conhecidos e
afetam a resistência de ancoragem/aderência em concreto laterítico.

O estudo trata de investigar o efeito da ancoragem/aderência em tipos de


concretos moldados à base de agregados grosseiros lateríticos em contraste com o
concreto convencional constituído de brita granítica, ambos com 28 dias de cura.

Os dois concretos foram armados com aço e, após 28 dias de cura, foram
amostrados através de uma perfuração rotativa de tal forma que pudessem ser
verificadas as características da região ou contato da ancoragem/aderência.

A ancoragem e a aderência revelaram-se maiores no concreto moldado à base


de agregado grosseiro laterítico quando comparado ao concreto moldado à base de brita
convencional (rocha granítica)

OSUNADE (1992)

Na Universidade Malásia Pahang – Faculdade de Engenharia Civil e Ciências da


Terra, na Malásia, revelaram o seguinte aspecto:

4 - Avaliação do agregado laterítico no concreto, abordando a integração de


novos materiais como substituto parcial de agregado grosso na produção de concreto
local. Nesse caso seria capaz de reduzir a alta dependência de granito como agregado na
fabricação do concreto que pode levar ao desequilíbrio ecológico, quando esse material
natural é usado excessivamente.

Esse trabalho apresenta a avaliação sobre a característica do agregado laterítico


da Malásia obtida de vários locais. Misturas de concreto contendo 0%, 10%, 20%, 30%,

27
Conhecimento do Problema

40% e 50% de laterita foram moldadas e submetidas à água para uma cura de 7, 14, 28 e
60 dias.

Teste de trabalhabilidade, teste de resistência à compressão, resistência à flexão e


exame do módulo de elasticidade foram conduzidos de acordo com a norma existente.
Os resultados mostram que a elaboração de um concreto à base de laterita como
agregado é capaz de produzir concreto trabalhável com resistência satisfatória. Adição
de agregado laterítico entre 10 e 30% substituindo a brita granítica é capaz de produzir
uma mistura com força comparável ao concreto simples.

Com base no estudo, pode-se concluir que:


a) o uso de laterita como agregado laterítico em substituição parcial de agregado grosso
granítico tem influência na propriedade de engenharia do concreto;
b) o estudo descobriu que substituição em 10% de agregado granítico por agregado
laterítico pode produzir um concreto laterítico exibindo força comparável com
concreto normal;
c) substituição do agregado granítico por agregado laterítico em até 30% é capaz de
produzir um concreto com resistência de até 30 MPa;

KHAIRUNISA, MUTHUSAMY, NORUL WAHIDA AND KAMARUZAMAN (2012)

5 - Na Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, 9021 – USA,


desenvolve-se um programa experimental para investigar algumas características de
resistência do concreto contendo laterita com substituição parcial ou total de areia, que
consiste em areia misturada em uma proporção no concreto nas dosagens 1: 2: 4: 0,56
(cimento: areia: agregado grosso: relação água-cimento, respectivamente). No caso,
houve substituição por 0%, 20%, 40%, 60%, 80% e 100% de laterita.

Os resultados mostram que o concreto com até 40% de nível de substituição de


areia por laterita atingiu a resistência projetada de 20 N/mm2, indicando a possibilidade
de usar laterita como substituto parcial da areia até esse nível. Observou-se, também, a
partir dos resultados, que a trabalhabilidade do concreto de laterita (LATCON) aumenta
com o aumento do nível de substituição da areia por laterita.

28
Conhecimento do Problema

UDOEYO, F. UDEME, H. IRON, OBASI, O. (2006)

6 - Na Escola de Engenharia Civil, Universidade de SASTRA – Thanjavur


613401 – Índia, foi feita a tentativa de utilização de areia de laterita como um agregado
fino em concreto determinando as característica de resistência e durabilidade de areias
misturadas no concreto.

Lateritas são ricas em sílica tratando-se de um material localmente disponível e


de baixo custo. A principal vantagem é que ela pode ser usada com agregado fino no
concreto. As propriedades físicas das lateritas investigadas são: peso específico,
distribuição de tamanho de partícula e densidade. A mistura do concreto teve 1: 1,5: 3 e
foi utilizada para determinar as características de resistência mecânica e durabilidade. A
densidade do concreto misturado com laterita aumenta quando a porcentagem de laterita
aumenta.

Os resultados do concreto misturado com areia laterítica são comparados com o


concreto convencional. 50% de substituição da areia convencional por areia laterítica
produz alta resistência à compressão.

A resistência à tração e à flexão aumenta quando a porcentagem de areia


laterítica aumenta, enquanto que em 28 dias de cura no ácido HCL, a resistência à
compressão diminui.

A resistência à compressão diminui após a cura quando a percentagem de laterita


aumenta. Como resultado do teste de suportabilidade, a absorção de água aumenta,
quando a porcentagem de areia laterítica é aumentada.

JENIFER, J.S. & RAMASUNDARAM, S. (2015)

7 - Na Faculdade de Engenharia Civil e Tecnologia da Malásia, um estudo do


desempenho do agregado laterítico foi elaborado.

Devido à sua alta demanda, o material usado para a produção de concreto


empobrece a cada ano.

Em todo o mundo, novos materiais de construção estão sendo investigados. No


supracitado estudo, o agregado lateritico foi usado como substituto parcial do agregado
graúdo granítico. Um total de três misturas foram feitas com agregado de granito britado
como mistura de agregado laterítico.

29
Conhecimento do Problema

Foram usadas as seguintes proporções: concreto com 25% de agregado de


laterita e 25% de agregado granítico e adicionando 2,5% de sílica do fumo e 30% de
escória substituindo parte do teor de cimento, respectivamente.

O escopo do estudo inclui a investigação sobre a resistência à compressão


(resistência à ruptura) e resistência à flexão.

O principal objetivo da Pesquisa foi estudar as propriedades mecânicas do


concreto usando o agregado laterítico em comparação com o concreto usando granito
britado. Contudo, antes de todos os ensaios as amostras foram testadas utilizando
equipamento de velocidade de pulso utrassônico (UPU).

Os resultados experimentais mostram que a resistência do concreto de laterita é


inferior a resistencia do concreto à base de granito normalmente britado.

ELAYESH, S.M. (2009)

8 - Em Luanda, no ultramar portugues, foram realizados ensaios com todo o


material laterítico, quer na fração grossa, quer na fração areia. Os resultados
encontrados sugerem que não é aconselhável o uso das frações dos solos lateríticos
inferiores à peneira 04, nos concretos, visto que se obtém um resistencia mais baixa que
quando se utilizam areias normais. As boas possibilidades de utilização de concreções
lateríticas foram realçadas pela utilização do concreto sem finos. Os resultados obtidos
foram extremamente satisfatórios, pois são de ordem de grandeza por vezes superiores
àquelas obtidas com brita de calcáreo.

2.4 CONCEITOS, GÊNESE E CARACTERIZAÇÃO DAS LATERITAS

Apresenta-se, a seguir, uma síntese sobre alguns processos de laterização, sua


evolução, relação com fatores ambientais e considerações anteriormente realizadas,
sobre o estado da arte no Brasil e no exterior, na África, na Ásia e na Índia, onde se tem
conhecimentos de estudos.

Desde 1807, quando BUCHANAN fez o primeiro relato sobre uma ocorrência de
laterita na Índia e introduziu o termo no meio científico, até os dias atuais, inúmeros
pesquisadores, em todo o mundo, vêm desenvolvendo estudos sobre esse material,
enfocando-o sob o ponto de vista geológico, geotécnico, hidrogeológico, mineralógico,

30
Conhecimento do Problema

geoquímico, pedológico e econômico. Não resta dúvida de que a complexidade dos


problemas encontrados no estudo das lateritas tem desafiado a argúcia daqueles que
militam nestes campos da ciência, segundo NOGUEIRA, (1988).

2.4.1 Conceitos de Lateritas

O termo laterita foi sugerido por BUCHANAN, em 1807, segundo NOGUEIRA


(1988), para designar um material de construção típico das regiões montanhosas de
Malabar, ao sul da Índia. Tratava-se de um material ferruginoso que, quando fresco,
podia ser cortado facilmente, mas, quando exposto ao ar, endurecia rapidamente
adquirindo alta resistência aos processos de alteração. Devido a essa propriedade era
utilizado às vezes como tijolo.

Depois de BUCHANAN, a laterita foi descrita por inúmeros geólogos, sempre


sobre o ponto de vista de aspectos petrográficos, tanto na Índia como na África,
Austrália e América do Sul.

Cabe salientar que o termo laterita tem assumido, ao longo do tempo,


significados diferentes e por vezes conflitantes. Dentre os membros que compõem o
grupo das lateritas, encontram-se as limonitas niquelíferas, as bauxitas e outros produtos
hidróxidos aluminosos que possuem um metal mais importante que os demais. Atribui-
se, nessa situação, um adjetivo referente ao elemento dominante, como no caso da
laterita niquelífera, laterita manganesífera e laterita ferruginosa. Esta última é foco
principal do presente estudo.

No que tange à terminologia atualmente empregada pelos pesquisadores, alguns


termos tornaram-se já consagrados pelo uso. São eles: “carapaça”, “couraça” ou
“crosta”, “ferricrete”, “duricrosta”, “eisenkruste”, “plintita”, “canga limonítica”, entre
outros. Os solos de alteração laterítica passaram a ser denominados “latossolos”,
“oxisolos”, “caulissolos” ou “solos ferralíticos” NOGUEIRA, (1988).

Segundo SANTANA, (1970) numa colocação bastante coerente emitiram (3) três
conceitos distintos e que foram desenvolvidos relativos à laterita, a saber:

a) laterita como concretação ferruginosa (couraça ferruginosa) formada por um


processo de endurecimento (encouraçamento) chamado laterização. Esse
encouraçamento ocorre em produtos de meteorização tropical de rochas;

31
Conhecimento do Problema

b) laterita como sinônimo de solos lateríticos, ricos em sesquióxidos de ferro e


alumínio, produtos de alteração, de cor predominantemente vermelha, que cobrem
extensas áreas na zona tropical; O processo pedológico que dá origem a esses solos é
considerado como laterização;

c) laterita como material de construção, envolvendo concreções ferruginosas e


solos possuindo em comum certas características denominadas de lateríticas,
independente do processo de laterização.

Os geólogos tendiam para o conceito identificado no item a; os pedólogos para


o conceito b; e os engenheiros para o conceito c. Entretanto, mesmo dentro de cada
conceito geral, estabeleceram-se profundas discordâncias.

Do ponto de vista do engenheiro interessado na utilização do material, uma


definição exata não é possível, nem necessária, todavia é importante que haja clareza.
Em outros termos, o que precisamente não permite uma definição única é a grande
variedade de comportamento dessa litologia, uma vez que produzidas por um processo
de laterização LUCENA, (1976).

A laterita forma-se devido ao processo de laterização que quebra a migração dos


silicatos, lixiviação das bases e concentração de sesquióxidos de ferro e requer certas
condições geológicas e climáticas para sua formação e evolução.

A formação da laterita não é um fenômeno exclusivo de superfície como não


depende do desmatamento da região. Esse fato sugere que a umidade constante abaixo
da superfície é um dos fatores para a formação de grandes blocos laterizados.

Em região chuvosa deve-se esperar aglutinação maior de nódulos próximo à


superfície. Todavia, a perda rápida de umidade graças ao vento faz com que o processo
de aglutinação ocorra em profundidade.

Durante a estação chuvosa, solubilizam-se sais de ferro arrastados pelas águas


descendentes concentrando-se no subsolo. Na estação seca, a água retorna à superfície
devido à ação capilar, ocorrendo evaporação rápida e precipitação do sesquióxido de
ferro ao redor dos grãos minerais, dando início à formação do nódulo laterítico, que
crescerá por aglutinação até formar blocos ACKERMANN, (1962). A laterização pode,
hoje, ser admitida como um processo de intemperismo caracterizado pela ruptura da
estrutura dos minerais de argila, lixiviação parcial da sílica e concentração de
sesquióxidos de ferro sobre ou próximo à superfície.

32
Conhecimento do Problema

A lixiviação da sílica não ocorre desde a base do horizonte laterítico até a


superfície topográfica, mas restringe-se à zona de precipitação do ferro. A lixiviação da
sílica e precipitação do ferro devem estar ligadas a processo comum, e talvez, mais
relacionadas à migração de correntes horizontais BARBOUR, (1966).

Nos climas tropicais, a tendência da decomposição química é para a formação de


hidróxido de ferro, cujo processo recebe o nome de laterização. Essa laterização
caracteriza-se por intensa lixiviação, onde os álcalis e alcalinos terrosos são os
primeiros a serem levados pelas soluções, que acabam por dissolver, também, a sílica,
não só a combinada, como também a sílica livre, em condições especiais de pH,
conforme LEINZ & AMARAL, (1978).

O intemperismo laterítico é predominantemente químico e desenvolve-se


rigorosamente em zonas intertropicais. Combinados os efeitos de atividade química,
desintegração física e ação microbiológica produzem hidrólises, dissolução e
neoformação de minerais dentro do manto de intemperismo.

Os detalhes deste processo são poucos conhecidos, mas eles podem ser
caracterizados por lixiviação de elementos alcalinos e alcalinos terrosos, diminuição do
conteúdo silicoso e acumulação de óxidos de ferro hidratado INFANTI & KANJI, (1974).

Ainda sobre intemperismo químico, segundo PORTO (2004) assinala que o


intemperismo químico produz (3) três tipos de reações químicas, destacadas a seguir:

1 - Reações de dissolução que se dão pela dissolução dos elementos que


compõem os minerais. Sua intensidade vai depender da quantidade de água que passa
em contato com os minerais e da solubilidade desses minerais. Assim, minerais de alta
solubilidade, como halita (NaCl), são facilmente dissolvidos. Esse processo contrasta
com a solubilidade do quartzo que é muito baixa (<6mg/SiO2). Normalmente as águas
continentais se encontram saturadas com a sílica dissolvida, proveniente de outros
silicatos, mas quando estes são consumidos, como nas porções superiores dos regolitos
muito lixiviados, tipo perfis lateríticos, as soluções passam a ser sub saturadas em sílica
e o quartzo pode ser dissolvido pela água meteórica pura.

2 - Reações de oxidação que se trata de uma reação com O2 formando óxidos, ou


hidróxidos, se a água também é envolvida no produto secundário. Afeta principalmente
os minerais contendo íons polivalentes tais como ferro e manganês, principal

33
Conhecimento do Problema

responsável pela coloração avermelhada característica dos regolitos tropicais. A reação


pode se dar por etapas, principalmente com a liberação do Fe2+ por hidrólise:

2FeS2 + 2H2O + 7O2 – 2Fe2+ + 4SO4 2- + 4H+

Seguido da oxidação do Fe 2+:

2Fe2+ + 3H2O + ½ O2 – 2FeO.OH + 4

Em perfis lateríticos essa reação é referida como ferrólise. Os óxidos e


hidróxidos de ferro, representados por FeO.OH, são insolúveis e precipitam-se na faixa
de pH geralmente encontrada em superfície ou são carreados em soluções coloidais. No
entanto é também comum nos solos superficiais de regolitos tropicais condições ácidas
e redutoras devido à abundância de matéria orgânica. Nessas condições os
oxihidróxidos de ferro reduzem-se e são mobilizados para fora ou para níveis inferiores
do regolito.

3 - Reações por Hidrólise

Trata-se da reação mais comum para minerais silicatados. É a reação química que se dá
pela quebra da ligação entre os íons H+ e OH- da água. Os prótons H+ são consumidos
e os íons OH-, cátions e ácido silícico são colocados em solução, assim podendo haver
um produto secundário residual. Na sua forma mais simples pode ser exemplificada
com a hidrólise da olivina, neste caso sem a produção de mineral secundário:

Mg2SiO4 + 4H2O - 2Mg2+ + 4OH- H4SiO4

A presença de ácido carbônico a partir de CO2 dissolvido na água favorece


ainda mais as reações de hidrólise. Estas reações podem também ser exemplificadas
para os feldspatos potássicos que, com a crescente agressividade das soluções
percolantes pode gerar ilita, caolinita ou gibsita como produto secundário. Esses
produtos podem também ser gerados em estágios, primeiramente para ilita,
subsequentemente para caolinita e por fim para gibsita com perda gradual de K e Si.

A laterita é o material no qual se evidencia a segregação de óxido férrico


secundário (alguns óxidos de alumínio estão também invariavelmente presentes) e é
capaz de formar materiais pelo próprio endurecimento resultante da oxidação e
desidratação. A laterita é usualmente vermelha ocasionalmente amarela e tende a
ocorrer em áreas tropicais nas quais o clima característico é o verão quente e úmido,
enquanto o inverno é quente e seco GRANT, (1974).

34
Conhecimento do Problema

A tendência geral de rocha ou solo é transformar-se em função exclusiva do


ambiente em que está submetida. As rochas sedimentares originadas por processos
erosivos variados litificam-se e, posteriormente, são cimentadas de acordo com o local.
O solo laterítico por aglutinação de partículas laterizadas evoluem para formar a rocha
laterítica e esta por sua vez com o tempo entrará em estado de alteração.

Reitera-se que existe um extenso acervo de dados e observações sobre a laterita


realizadas por diversas categorias de profissionais: geólogos, pedólogos, biólogos,
químicos, engenheiros, geógrafos e construtores. Obviamente, a atuação e a atenção de
cada um desses profissionais estão voltadas e orientadas em aspectos nem sempre
coincidentes. Os diferentes enfoques são reflexos do interesse de cada campo de
especialização.

No caso do presente estudo, o interesse é trazer uma contribuição à engenharia


Civil no sentido de dar respostas interpretativas a um conjunto de resultados de ensaios
tecnológicos alicerçados na geologia de engenharia.

2.4.2 Características físico-químicas e mineralógicas das lateritas – dinâmica do


ferro

 Dinâmica do Ferro

O ferro é mobilizado em solução no estado ferroso originado de materiais


ferruginosos (rocha mãe) e move-se até encontrar condições de oxidação. O ferro
ferroso oxida-se para férrico o que é insolúvel na água.
Se a oxidação é rápida todo o ferro é imediatamente transformado para o estado
férrico. O ferro precipita-se em forma de gel em óxido hidratado. Na desidratação o gel
forma hidratos de lepidocrocita indefinidos, que, por sua vez, desidratam-se provocando
mudanças e formando a goethita. Com a completa desidratação, a hematita é formada. O
processo é irreversível a não ser que exista uma mudança nas condições de oxidação. Se
esse processo for vagaroso, alguns óxidos ferrosos podem formar cristais de magnetita
GRANT, (1974).

A química de solução, a mobilização, a precipitação e a cristalização podem ser


assim, resumidas, segundo o mesmo autor em: solubilidade - migração – precipitação,
processos evidenciados no Tabela 2.1.

35
Conhecimento do Problema

A solubilidade do ferro depende do pH do meio ambiente e do potencial redox,


observáveis em diagramas de equilíbrio termodinâmico.

O Fe3+ é solúvel em pH menor que 2,5 a 3,0, ambiente considerado muito ácido,
o qual não é comum na natureza. Entretanto o Fe2+ pode existir em solução, em
condições ambientais de pH 7,5 a 8, que em função do potencial redox pode ser
dissolvido.

O Fe3+ requer um alto potencial redox para ser solúvel, enquanto o Fe2+ requer
um moderado a baixo potencial redox para ser solúvel.

36
Conhecimento do Problema

Tabela 2.1 – Solubilidade, precipitação e cristalização de óxidos de ferro.

Fonte: Extraído de GRANT, (1974), Tema IV, 33.3, In: Anais do 2 o Congress Engeneering Geology,
São Paulo.

37
Conhecimento do Problema

Em regiões subtropicais, o pH natural alcança de 5 a 7 o que indica que o Fe2+


pode ser comumente achado em solução em certas latitudes, e que o Fe3+ pode também
ser solúvel reduzindo-se para Fe2+. O gráfico de solubilidade e o gráfico do diagrama de
equilíbrio termodinâmico dá perfeita idéia do mecanismo aludido na Figura 2.4. Este
gráfico é teórico e válido para substâncias puras, mas na natureza as circunstâncias são
um pouco diferentes.

Três fatores podem gerar condições para solubilidade do ferro:

1 – decréscimo do Ph da água (dissolução do CO2 com produção de ácido carbônico,


oxidação de sulfatos minerais);

2 – decréscimo do potencial redox (oxidação de sulfatos minerais, matéria orgânica e


atividade biológica);

3 – complexação (ferro pode ser retido na estrutura da sílica coloidal formando


complexos silicosos de Fe2+ ou Fe3+ ou nas estruturas solúveis húmicas).

Quando o Fe2+ está em solução migratória, a precipitação pode ser causada por
uma mudança das condições ambientais ou quando as condições limites de solubilidade
são alcançadas com respeito ao Ph ou potencial redox.

Fonte: Extraído de INFANTI & KANJI, (1974) – Tema IV -33.1, In: Anais do 2º Internacional Congress
Engeneering Geology, São Paulo.
Figura 2.4 - Diagrama de equilíbrio termodinâmico para o ferro (configurado para 25o
C e para 1 atmosfera de pressão total) mostrando a posição de alguns ambientes
naturais modificado de GARRELS, (1960) in INFANT I& KANJI, (1974).

38
Conhecimento do Problema

Tais mudanças podem ser iniciadas pelos seguintes fatores:


1 – aumento do pH da água;
2 – troca para ambiente oxidante; oxidação do Fe2+ para Fe3+ pode ser causada por
bactérias;
3 – aumento da concentração assim que atinge o produto solubilizado;
4 – deterioração dos complexos orgânicos ferrosos nos ambientes oxidantes, tal
deterioração pode ser causada por microorganismos heterotróficos, INFANTI &
KANJI, (1974).

São condições essenciais para a formação da laterita:


1 – subsolo adequado suprimindo material adequado para alimentação do processo;
2 – boa circulação e drenagem da água e ar;
3 – condições climáticas favoráveis;

São exigências principais para formação da laterita:


1 – solos preferencialmente argilosos;
2 – clima bem definido, com estações prolongadas de seca entre as estações de chuva;

A formação do produto final dependerá da natureza da rocha mãe, das


condições ambientais e acidez, alcalinidade e condições climáticas, onde ocorre a
lixiviação ACKERMAN, (1962).

2.4.3 Evolução das lateritas

A origem e evolução das lateritas é função da mobilização de íons de ferro e ou


alumínio no perfil do solo. Os mecanismos de remoção e deposição de íons dependem,
fundamentalmente, da quantidade de água presente e das condições de drenagem.

A acumulação de sesquióxidos origina as crostas lateríticas, ocorrendo de forma


relativa ou absoluta. Quando os elementos mais solúveis (metais alcalinos e alcalinos
terrosos) e a sílica são removidos dos níveis superiores do solo por lixiviação
aumentam, nesses níveis, as concentrações relativas de elementos pouco solúveis como
o ferro, o alumínio e o manganês. Esses elementos, depois de concentrados, passam,
também, a ser

39
Conhecimento do Problema

lixiviados, mobilizando-se em solução e concentrando-se de forma absoluta, em níveis


mais baixos do perfil de solo. Nesse caso, o ferro e o manganês são mais móveis do que
o alumínio.

Abaixo da crosta ou camada ferruginosa forma-se uma camada de argila, onde


predomina a caolinita por concentração absoluta de SiO2 e Al2O3. Nos perfis bauxíticos
concentra-se a gibsita por acúmulo de Al2O3 e Fe2O3. SAHASRABUDHE & DESHMUKH,
(1979).

É consenso entre a maioria dos pesquisadores que a laterização se processa mais


facilmente em climas úmidos e quentes, onde se observa alternância de estações
chuvosas e secas. Durante a época das chuvas, ocorre intensa lixiviação pelas estruturas
do solo e à superfície, mantendo ativos mecanismos de subtração e acumulação de
matéria. Na época seca os horizontes endurecidos, já formados, funcionam como capa
protetora contra erosão, expondo-se, fragmentando-se com o tempo e preservando o
perfil. Dentro desse quadro evoluem as crostas ferruginosas e a frente de alteração.

Segundo MELFI, (1997), as altas temperaturas encontradas nas regiões


tropicais, promovem a rápida degradação da matéria orgânica, que é totalmente
mineralizada, dando origem à água e ao CO2. O gás carbônico confere caráter
levemente ácido (pH ~ 5,5 - 6) às soluções de alteração. Nessas condições de pH há
certo controle no comportamento dos principais constituintes dos minerais
formadores das rochas. O alumínio e o ferro são praticamente insolúveis,
acumulando-se na forma de óxidos e hidróxidos. Os elementos alcalinos e
alcalinos terrosos são praticamente lixiviados, enquanto a sílica também é
mobilizada, porém com velocidade mais baixa que os alcalinos, havendo
possibilidade, em certas situações, de recombinação de parte da sílica com o
alumínio que permaneceu “in situ”, gerando argilo minerais.

A alta concentração dos hidróxidos de Fe e Al pouco solúveis leva à


formação de uma crosta ou carapaça laterítica muito resistente aos agentes erosivos.
Assim, a laterita torna-se mais solúvel em ambientes mais ácidos e menos
solúvel em ambientes mais alcalinos, adequando-se, portanto, aos concretos de
cimento Portland.

A comunidade geológica brasileira mostrou interesse pelo estudo das lateritas


da região Amazônica, principalmente a partir da década de 60, do século XX. Esse

40
Conhecimento do Problema

fato é devido principalmente à grande potencialidade mineral da laterita (Fe, Al, Au,
Ti, Nb etc.) e, também, por ser o material geológico que geralmente está aflorando.

2.4.4 Idade das lateritas

As lateritas mais antigas de que se tem registro são encontradas em regiões


áridas, estando relacionadas a antigos climas úmidos, durante os quais se
desenvolveram os processos de laterização. O primeiro período de laterização
reconhecido em escala mundial corresponde ao Neógeno.

Duas fases de laterização são indicadas pelas características das ocorrências de


laterita. Uma fase é mais antiga (Neógeno) de amplitude regional, que originou a laterita
nodular, cavernosa e maciça. Outra é de idade quaternária recente, que resultou na
formação de conglomerados e brechas lateríticas BARBOUR, (1966).

No caso de São Luís do Maranhão as evidências de campo atestam a existência


de duas fases de laterização, uma Neógena abrangendo praticamente toda a Ilha de São
Luís e outra quaternária abrangendo parte da bacia.

A laterização está presente praticamente em todo o Grupo Itapecuru e Grupo


Barreiras, de idade Neógena que ocorre na Ilha de São Luís. Nesse último Grupo
geológico, ocorrem zonas de argilas vermelhas e brancas, onde é comum a presença de
concreções de tamanho variegados próximo à superfície.

Na Grupo Barreiras existe uma unidade superior de idade quaternária, onde há


presença de laterização e formam nódulos, brechas e massas compactas areníticas.
Ainda ocorrem conglomerados e depósitos coluvionares.

Os nódulos lateríticos são de dois (2) tipos: eólitos e pisólitos. O primeiro indica
condições geológicas de clima desértico, enquanto a aglutinação dos pisólitos dá-se com
modificação do clima para chuvoso.

Quanto à formação dos conglomerados e brechas tem-se a seguinte explicação


segundo GRANT, (1974), ou seja, o gel hidratado de óxido férrico ou a magnetita como
um precipitado podem englobar partículas rochosas, grãos de quartzo, frações de solo e
efetivamente cimentá-los. A precipitação ocorre ao redor de alguns núcleos produzindo
formas pisolíticas. Esses pisólitos podem ser maciços ou pouco maciços dependendo do
grau de desidratação do material.

41
Conhecimento do Problema

2.5 ASPECTOS SOBRE A GÊNESE E CONDIÇÕES AMBIENTAIS PARA A FORMAÇÃO DE


ROCHAS SEDIMENTARES

Os sedimentos, após sua deposição são litificados através de um processo de


compactação, cimentação e recristalização, no tal chamado ciclo sedimentar, conforme
SUGUIO, (1980), mediante ilustração da, Figura 2.5. O ciclo origina-se em função do
intemperismo diferencial de tal forma a produzir a desintegração física e química da
rocha matriz. Como resultado da ação do intemperismo, é originado o solo, cujas
partículas sólidas residuais mais resistentes e os minerais neoformados (argilo minerais)
ficam disponíveis para remoção de sua fonte. Além dessas partículas, solutos
constituídos por metais alcalinos (sódio e potássio), terras raras, cálcio, magnésio e
outros lixiviados do solo saem do sistema original. A remoção dos resíduos da rocha
matriz caracteriza o processo de erosão, movimentação e transportes desses materiais
desgarrados da rocha mãe. Dependendo do tipo de rocha, nem todas as fases do ciclo
sedimentar estão presentes.

Nesse trabalho são abordados os aspectos petrográficos das rochas clásticas,


quais sejam: arenitos, conglomerados e siltitos, seguidos de considerações acerca do
comportamento químico do ferro seguidos dos seus compostos, importante na
cimentação das rochas estudadas.

2.5.1 Arenitos

Os sedimentos transformados em rocha sedimentar ocorrem em uma bacia


sedimentar, local onde a crosta terrestre está sujeita a lenta subsidência por causas
tectônicas ou mesmo deformação das rochas do embasamento devido ao peso do pacote
sedimentar acumulados. O primeiro efeito desse processo é a compactação do
arcabouço do sedimento, o que gera um material de menor porosidade e maior peso
específico. Um segundo efeito é a cimentação dos grãos, que está associada tanto ao
crescimento autígeno do mineral em torno do grão detrítico, como também à
precipitação de soluções mineralizadas existentes no espaço poroso.

42
Conhecimento do Problema

Fonte: SUGUIO, (1980). Rochas Sedimentares, gênese, importância econômica. Editora Edusp, São Paulo.
Figura 2.5 - Ciclo sedimentar modificado a partir de SUGUIO, (1980).

A compactação e a cimentação dos sedimentos recebem o nome de diagênese.


No presente estudo, significa que, logo após a deposição do sedimento (areia), ocorre a
litificação e é iniciado o processo diagenético, em parte puramente físico/mecânico,
com fraturamento de grãos, dobramento e deformação de micas detríticas. O processo
diagenético é também químico, envolvendo solução, reprecipitação, decomposição e
reações intergranulares. Essas modificações levam a rocha a uma grande redução de
porosidade, mascaramento da textura original e ao alcance de uma assembléia
mineralógica mais próxima do equilíbrio.

De uma forma resumida pode-se considerar que a diagênese é também


caracterizada por um conjunto de processos e por seus respectivos produtos. A
importância de cada processo diagenético varia na dependência do estágio de
soterramento e do tipo de rocha sedimentar, se calcária ou terrígena. Os processos mais
conhecidos são: a) compactação, b) dissolução, c) cimentação e, d) recristalização
diagenética.

43
Conhecimento do Problema

Areias quartzosas sofrem apenas solução e reprecipitação do quartzo,


transformando-se em ortoquartzitos. Areias impuras especialmente as líticas convertem-
se, em grande parte, em grauvacas.

Os arenitos são formados por sedimentos que variam em granulometria desde


1/16mm até 2mm segundo WENTWORT in PETTIJOHN, (1975). Possuem grande
importância em termos de volume, constituindo, grosseiramente 1/4 de todos os
sedimentos conhecidos. São os sedimentos que mais contribuem para um
esclarecimento da história geológica. A composição é o aspecto chave para
determinação da área fonte, e estruturas direcionais são guias para determinação de
paleocorrentes, e sua geometria e estruturas internas esclarecem muito a respeito dos
ambientes deposicionais. No presente estudo, são apenas considerados os arenitos
terrígenos, que são derivados do intemperismo de rochas pré-existentes, sendo
transportados, selecionados e modificados por fluídos transportadores (água ou ar) e
derivados da fonte externa à bacia de deposição.

Quanto à origem desses sedimentos, não existe qualquer província


geomorfológica onde eles não ocorram. As areias são essencialmente continentais e são
originadas no continente e a maior parte delas aí permanece.

Muitos estudos sobre parâmetros texturais e sua relação com ambientes de


deposição foram realizados e parecem mostrar sucesso para areias modernas não
cimentadas, sendo inaplicáveis a quartzitos antigos. O retrabalhamento, a cimentação e
a recristalização mascaram as características originais.

A cimentação constitui o último estágio de formação de um arenito. A


introdução de um cimento obviamente afeta, tanto a porosidade quanto a
permeabilidade da rocha. Muitas espécies minerais podem atuar com agentes
cimentadores. O mais comum é a cimentação através da sílica, sob a forma de quartzo e
mais raramente a cimentação através de opala e calcedônia, ficando esclarecido que, no
caso do presente estudo são rochas submetidas à cimentação através do óxido de ferro.
Nesse ponto, em particular, os minerais de ferro são bastante úteis como indicadores de
condições de oxirredução (Eh) do ambiente que se formaram. A deposição do óxido de
ferro indica um ambiente arejado (alto Eh) e condições de pH variável, desde ácido até
levemente alcalino. Essa observação pode ser vista na Figura 2.4, onde mostra também

44
Conhecimento do Problema

as condições de Eh - pH dos diversos ambientes e o tipo de mineral de ferro


correspondente a cada um deles.

2.5.2 Conglomerados

O termo é utilizado para rocha endurecida com fragmentos subangulares e


arredondados de tamanho maior que 2mm segundo PETTIJOHN, (1975). O conglomerado
deve possuir de 50 a 100% do material acima definido. A matriz seria o material mais
fino que preencheria os vazios entre seixos.

Os seixos formadores dos conglomerados são produtos mais grosseiros de


erosão, que se movem ao longo de curtas distâncias de sua área fonte e são depositados
em áreas bem mais restritas que qualquer outro sedimento.

A forma de um seixo é mais dependente de sua forma original do que do agente


e história de transporte. A forma original é função do acamamento, fraturamento e
clivagem da rocha mãe. Assim rochas mais maciças fornecem fragmentos mais
equidimensionais, enquanto rochas finamente acamadas fornecem fragmentos achatados
em uma direção. O grau de arredondamento dos seixos é função tanto do transporte que
sofreram, quanto das suas características litológicas. Os seixos tendem também a se
orientar preferencialmente na direção do fluxo que os transporta e o ângulo de
inclinação dos seixos imbricados fluviais é maior que o dos seixos marinhos.

Os conglomerados, como todas as rochas sedimentares, sofrem modificações


após deposição. A modificação mais drástica seria a litificação com introdução de
cimento, o que uniria os grãos constituintes. Esta fase, chamada de diagênese, é a etapa
transicional entre o sedimento consolidado e a rocha sedimentar consolidada. O
conglomerado ferruginoso laterítico usado na fabricação do concreto de cimento
Portland, referente e esse estudo, retrata muito bem a situação acima narrada.

2.5.3 Siltitos

Siltitos são formados por material de tamanho entre 1/16 a 1/256mm de


diâmetro e consolidados. O silte é um sedimento relativamente comum. O siltito é uma
rocha mais rara, poucas vezes formando pacotes de espessura considerável. Geralmente

45
Conhecimento do Problema

o silte é incorporado no folhelho/argilito, que possuem de 1/3 a 1/2 de silte. Os siltitos


ocorrem mais comumente finamente interestratificados com folhelhos mais abundantes.

Os siltitos mostram muitas vezes estratificação cruzada em pequena escala e


várias estruturas primárias de corrente e quando saturados em água mostram evidências
de fluxo intraestratal, como por exemplo, estrutura convoluta.

As partículas de silte tendem a ser mais angulosa do que arredondadas como as


areias. Em termos de cimentação os siltitos possuem cimento mineral e são em partes
ligados simplesmente por recristalização dos componentes argilosos. Em termos de
composição são intermediários entre arenitos e folhelhos. São mais ricos em sílica e
mais pobres em alumina (Al2 O3), potássio e água do que um folhelho, mas não tão
ricos em sílica quanto um arenito maturo. Uma relação entre a composição química e a
granulometria é possível ser verificada na Tabela 2.1, onde se expõe um detalhamento
da situação.

Tabela 2.2 - Relação entre composição química e granulometria baseado na média de


12 argilas:“Argila fina” – menor que 1 micrômetro, “Argila grosseira” –
de 1 a 5 micrômetros, “Silte” – 5 a 50 micrômetros.

CONSTITUINTE AREIA FINA SILTE ARGILA ARGILA FINA


GROSSEIRA
% % % %
%
SiO2 71,15 61,29 48,07 40,61
TiO2 0,50 0,85 0,89 0,79
Al2O3 10,16 13,30 19,83 18,97
óxidos de Fe 3,72 3,94 6,91 7,42
MgO 1,66 3,31 3,56 3,19
CaO 3,65 5,11 4,96 6,29
Na2O 0,86 1,82 1,17 1,19
K2O 2,20 2,33 2,57 2,62

Fonte: GRONT (1925) in PETTIJOHN (1975) Sedimentary Rocks, Harper and Row Publisher, Alind
Edition, Nova York

46
Conhecimento do Problema

A maioria dos siltitos contém mica e minerais de argila micáceos em abundância


e clorita. Os feldspatos podem estar presentes, mas fragmentos de rocha estão
virtualmente ausentes. Esses sedimentos podem ter origem eólica.

2.5.4 Classificação dos Arenitos

A maior parte das classificações propostas para arenitos é baseada na


composição mineralógica. Os autores destas classificações levaram em consideração
apenas os elementos do arcabouço e da matriz e foi desconsiderado o “cimento”
segundo PETTIJOHN, (1975).

A composição dos arenitos provou ser o critério mais significativo para


classificação. O quartzo, o feldspato e os fragmentos de rocha são os três (3)
componentes principais das areias. Os fragmentos de rocha constituem-se em partículas
de tamanho de areia proveniente de rocha ígnea finas (como felsitos), rochas
sedimentares e metamórficas.

As principais classes de arenitos podem ser definidas pelas proporções desses


constituintes maiores. Outros fragmentos detríticos são raros e, portanto, as
classificações dos arenitos são expressas com base na proporção relativa entre os acima
citados três componentes principais. Para representação gráfica PETTIJOHN, (1975) fez
uso de dois diagramas ternários, um para arenitos com percentual de matriz inferior
15% e outro para arenitos com percentuais superiores a esse valor, conforme gráfico
apresentado na Figura 2,6.

Como se depreende desta Figura 2.6, os arenitos e areias pobres em matriz e


com teor inferior a 5% de feldspatos e fragmentos de rochas são classificados como
quartzo-arenitos. Os arenitos com 25% ou mais feldspatos são ditos arcóseos, enquanto
aqueles com 25% ou mais de fragmentos de rocha são os arenitos líticos. As classes
intermediárias são subarcóseos e os sublitarenitos.

47
Conhecimento do Problema

Fonte: PETTIJOHN, (1975), Sedimentary Rocks, Harper and Row Publisher, Alind Edition, Nova
York.

Figura 2.6 - Representação gráfica da classificação de arenitos

2.5.5 Arenitos Feldspáticos e Arcóseos

Arenitos feldspáticos ou subarcóseos são definidos como aquele que possuem de


10 a 25% de feldspato.

Arcóseo foi definido, segundo PETTIJOHN, (1975), como sendo um arenito com
mais de 25% dos constituintes “lábeis” (fragmentos de rocha e feldspato), dos quais o
feldspato forma metade ou mais do total. Os constituintes maiores dos arcóseos são,
geralmente, quartzo e feldspato. Micas detríticas (tanto muscovita quanto biotita)
também são características.

2.5.6 Grauvacas e rochas relacionadas

Grauvacas são arenitos que possuem mais de 15% de matriz constituída de fino
intercrescimento de sericita, clorita com quartzo do tamanho de silte, feldspato e em que

48
Conhecimento do Problema

micas detríticas (muscovita e biotita) são comuns mas não abundantes. Seus aspectos
distintivos são a aparência cinza-escura, forte silicificação e abundância de feldspato.
Seus aspectos distintivos são aparência cinza–escura, forte litificação e abundância de
feldspatos e fragmentos de rocha. Essas rochas são bastante ricas em FeO2, MgO e
Na2O. Quartzo é, geralmente, o constituinte mais abundante, enquanto o feldspato está,
geralmente, presente em quantidades consideráveis.

As grauvacas podem ser divididas em duas classes, ou seja, grauvacas


feldspáticas e grauvacas líticas segundo a relativa abundância de feldspato e fragmentos
de rocha respectivamente.

2.5.7 Ortoquartizitos (quartzo–arenitos)

São definidos como arenitos cuja fração detrítica é composta de 95% ou mais de
quartzo. Mais comumente, eles são cimentados por quartzo depositado em continuidade
ótica com quartzo detrítico. Podem, também, ser cimentados por calcita, friáveis ou
totalmente não cimentados. O quartzo possui boa seleção e bom arredondamento. A
maioria desses sedimentos são maturos, tanto texturalmente quanto
composicionalmente. Podem ocorrer ainda alguns grãos bem arredondados de chert. Os
minerais pesados são escassos, constituindo-se, principalmente, de turmalina, zircão e
algum rutilo bem arredondado.

2.5.8 Descrição de arenitos: aspectos petrográficos, mineralógicos, texturais e


morfométricos

A petrografia dos arenitos é bastante dependente da composição das rochas ou


rocha mãe. Esse fato é especialmente verdadeiro para os arenitos imaturos. Como o
quartzo é o constituinte dominante das areias, a fonte, em última instância, desses
sedimentos são as rochas plutônicas portadoras de quartzos-granitos, quartzo-
monzonitos e gnaisses. Os arcóseos formam uma importante classe que são produtos de
desintegração sem muita decomposição dessas rochas.

O estudo dos sedimentos inclui parâmetros químicos e físicos, ambos visando


estabelecer as condições de deposição, transporte e meteorizarão de sedimentos. Dentre
os parâmetros físicos deve-se destacar aqueles comparativos simples e os comparativos

49
Conhecimento do Problema

estatísticos. Os primeiros ocupam-se, em princípio, com a forma dos grãos, enquanto os


segundos com a distribuição por classes granulométricas.

Além do tamanho do grão conforme escala granulométrica apresentada na


Figura 2.7, a forma dos grãos das rochas sedimentares clásticas também reflete
condições de gênese e podem eventualmente ter implicações do ponto de vista
geomecânico. O termo forma refere-se ao contorno tridimensional dos grãos. Trata-se
de uma propriedade difícil de ser obtida com precisão. Compreende aspectos da
morfologia externa da partícula, a forma propriamente dita, o arredondamento e a
textura superficial, incluido parâmetros relacionados à esfericidade e ao
arredondamento, conforme Figura 2.8.

2.5.9 Esfericidade

A esfericidade é definida como a relação entre o raio da superfície da partícula e


o da esfera de dimensão mais próxima do trecho considerado. Para uma partícula
perfeitamente esférica, este valor seria 1, mas na prática ele é sempre menor que 1 .
Ainda, de forma pragmática, usa-se a relação dos diâmetros, em vez da relação dos
raios.

A esfericidade reflete o modo de transporte onde, por exemplo, partículas mais


esféricas indicam transporte eólico e mais achatado indicam transporte glacial.

A determinação da esfericidade envolve medidas do comprimento de três eixos


ortogonais e cálculos de razão entre eles. Quanto mais próximos entre si são os valores
dos três eixos, mais a partícula aproxima-se de uma esfera, conforme significado
geométrico do arredondamento de grãos definido por (PETTIJOHN, (1975) apud
KRUMBEIN, (1941), consoante discorre-se no item seguinte.

A mensuração dos valores de r e de R, tanto em grãos consolidados quanto em


seção delgada é uma árdua tarefa que pode demandar muito tempo. Por esse motivo,
frequentemente, recorre-se a estimativas visuais do arredondamento e da esfericidade,
baseadas em carta de comparação.

50
Conhecimento do Problema

2.5.10 Arredondamento

O arredondamento é o desgaste de vértices e arestas dos fragmentos. São


utilizadas tabelas comparativas visuais, construídas a partir da comparação dos trechos
considerados com o de esferas de tamanho mais próximo, conforme ilustra a Figura 2.7,
que traduz a escala de arredondamento e esfericidade dos grãos enfatizando que foi
utilizada esta escala visual para classificação dos tipos petrográficos abordados neste
estudo, conforme evidenciado nas figuras 2.7 e 2.8.

Fonte: Extraído de PETTIJOHN, F.J. (1975), Sedimentary Rocks, Harper and Row Publisher, Alind
Edition,New York..
Figura 2.7 - Significado geométrico do arredondamento do grão.

Fonte: Extraído de PETTIJOHN, F.J. (1975), Sedimentary Rocks, Harper and Row Publisher, Alind
Edition,New York.
Figura 2.8 - Escala de arredondamento e esfericidade dos grãos.

51
Conhecimento do Problema

Feições menores presentes na superfície do grão compõem uma espécie de micro


relevo e a textura superficial, que é independente do tamanho, da forma ou do
arredondamento. Aspectos como polimento, opacidade e presença de estrias podem ser
identificados a olho nu ou com auxílio de um microscópio eletrônico. Acredita-se que
muitas dessas feições tenham significados genéticos, no entanto, do ponto de vista
geomecânico são pouco relevantes.

As propriedades de tamanho e forma dos grãos estão relacionadas com as


características individuais dos próprios grãos. A arquitetura da rocha refere-se às
características texturais do conjunto de grãos. A arquitetura de um arenito cimentado
compreende três aspectos: o empacotamento, a orientação dos grãos e o cimento.

O estudo do empacotamento é relevante por diversos motivos. Tanto o volume


de poros como os tamanhos individuais dos poros são afetados pelo empacotamento,
com reflexos diretos sobre a porosidade, a massa específica e a permeabilidade da rocha
segundo PETTIJOHN, (1975).

No presente estudo foi constatado que embora os fatores acima citados exerçam
uma parcela de influência no comportamento geomecânico da rocha não se pode perder
de vista o significado, ou mesmo o incremento da resistência do arenito quando
cimentado, que passa a exercer o controle final das propriedades geomecânicas dos
arenitos abordados no presente estudo.

O empacotamento pode ser definido como o arranjo espacial entre os grãos


detríticos, para o qual contribuem variadas propriedades, incluindo o tamanho, a forma,
a orientação e a seleção dos grãos, conforme figura a seguir, conforme Figura 2.9, que
ilustra diversos tipos de contatos entre grãos do arcabouço e da matriz de arenitos,
descritos e propostos por PETTIJOHN, (1975).

Muito embora os contatos entre grãos durante a deposição do sedimento sejam


basicamente tangenciais, esses são significativamente modificados por processos
diagenéticos.

52
Conhecimento do Problema

Fonte: Extraído de PETTIJOHN, (1975), Sedimentary Rocks, Harper and Row Publisher,
Alind Edition,New York.
Figura 2.9 - Terminologia para o contato entre os grãos de arenito.

Segundo definido por KHAN (1956) in DOBEHEINER (1987), conforme Figura


2.10, a densidade de compactação é a relação entre a soma dos comprimentos dos grãos
medidos em uma linha pela seção delgada e o comprimento total da linha.

O material da matriz não é considerado, porém, os intercrescimentos dos grãos


são incluídos nas medidas do comprimento dos seus comprimentos.

53
Conhecimento do Problema

O contato entre grãos é a razão entre o comprimento do contacto entre um grão e


seus vizinhos, pelo perímetro total do grão, expresso em percentagem.

No caso da figura 2.10, o contato entre grãos foi medido para todos os grãos de
uma área representativa de uma seção delgada contendo mais de 100 grãos. Essas
medições podem ser feitas em imagem no modo de retroespelhamento, (backscatter
mode), obtidas com microscópio eletrônico de varredura e ampliadas 40 a 200 vezes.

No entanto, no presente estudo, por se tratar de rochas cimentadas por óxidos


ferruginosos entende-se que esse processo contribui quanto à relação de contato
geométrico entre partículas, porém perturbada pelo processo de cimentação em que a
precipitação química dos óxidos se dá inclusive parcialmente mediante os contatos e os
grãos e principalmente nos espaços vazios.

Fonte: Extraído de DOBEREINER, (1987), Geotecnia de Arenitos Brandos, Síntese de tese no 08, ABGE.
Figura 2.10 - Definição de densidade de compactação.

54
Conhecimento do Problema

2.5.11 Parâmetros estatísticos

Dentre os parâmetros estatísticos, destaca-se: as medidas de tendência central


como moda, mediana e classe modal, e as medidas de dispersão como coeficientes de
assimetria, assimetria gráfica inclusa, desvio padrão, curtose e, gráficos do tipo log-
normal.

Essas características de distribuição dos tamanhos dos grãos é uma ferramenta


útil no auxílio à interpretação dos ambientes de sedimentação.

Por se tratar de um estudo em que envolve rocha sedimentar detrítica e


cimentada por óxidos ferruginosos não é detalhado individualmente cada parâmetro. Por
este motivo a abordagem adotada discute e faz referências a este tipo de rocha
sedimentar.

Segundo FOLK in DOBEHEINER (1987), os sedimentos e as rochas


sedimentares apresentam uma classificação baseada nas proporções relativas a três
componentes fundamentais.

O primeiro são os componentes terrígenos, também chamados de clásticos ou


detríticos sendo substâncias minerais sólidas erodidas na fonte e transportadas até o
local de deposição, tais como quartzo, feldspato, argilo minerais, fragmentos de outras
rochas, entre outros.

O segundo são os sedimentos aloquímicos e são derivados das remobilizações,


em estado sólido, de substâncias químicas precipitadas na própria bacia sedimentar. São
exemplos de componentes aloquímicos as conchas de moluscos e fragmentos de rochas
calcárias contemporâneas.

O terceiro abrange componentes ortoquímicos por precipitação química


produzidos na bacia e sem evidências de transporte. Alguns exemplos são a calcita e o
quartzo de preenchimento de poros, evaporitos, entre outros.

Diferentes escalas granulométricas têm sido propostas para classificar os


sedimentos terrígenos e não existe uma escala mundialmente aceita entre os diferentes
profissionais que lidam com os tais sedimentos. Dessa forma, é conveniente destacar a
tradicionalmente adotada por sedimentólogos, não por engenheiros e nem por
pedólogos, conforme tabela 2.3 de Udden–Wentworth in DOBEHEINER (1987), que
apresenta as classes e sua correspondência na escala Phi. Deve-se observar que o

55
Conhecimento do Problema

crescimento absoluto dos valores negativos de Phi, indica aumento do tamanho dos
grãos.

Tabela 2.3 – Tamanho do grão, classificação granulométrica e escala Phi.

TAMANHO DO GRÃO (mm) CLASSE GRANULOMÉTRICA ESCALA 


>256 calhau <-8
64 – 256 matacão -8 a -6
4 – 94 seixo -6 a -2
2–4 granulo -2 a -1
1–2 areia muito grossa -1 a 0
0,5 – 1 areia grossa 0a1
0,25 – 0,5 areia média 1a2
0,125 – 0,25 areia fina 2a3
0,0625 – 0,125 areia muito fina 3a4
0,031 – 0,0625 silte grosso 4a5
0,0156 – 0,031 silte médio 5a6
0,0078 – 0,0156 silte fino 6a7
0,0039 – 0,0078 silte muito fino 7a8
<0,0039 argila >8
Fonte: Geotecnia de Arenitos Brandos, Síntese de tese no 08, ABGE (Associação Brasileira de Geología de
Engenharia) .

Baseados na escala Phi, os sedimentólogos frequentemente determinam


parâmetros que descrevem a distribuição granulométrica, como a média, o desvio
padrão e a assimetria. Essas características da distribuição dos tamanhos dos grãos são
uma ferramenta útil no auxílio à interpretação dos ambientes de sedimentação.

Essa escala representa a vasta gama de grãos encontrados nos sedimentos. Os


intervalos das classes granulométricas são diferentes em tamanho e muitas delas têm
seus limites em frações de milímetros. Esses motivos levaram os sedimentólogos a
adotarem a escala Phi, uma escala logarítmica de base 2 que gera classes
granulométricas cujos intervalos são inteiros. A escala é baseada na relação abaixo:

Phi = - log 2 d , onde d é o diâmetro do grão em milímetros.

56
Conhecimento do Problema

A análise granulométrica de depósitos sedimentares antigos e nesse caso


cimentados por óxidos ferruginosos pode apresentar um elevado grau de dificuldade se
comparado a solos e sedimentos. Esse fato deve-se à consolidação e cimentação da
rocha, o que torna, muitas vezes, extremamente difícil, ou, no limite, impossível, a
desagregação da rocha para posterior análise por peneiramento e sedimentação. A
utilização de lâminas delgadas é a forma mais comum para se estimar a distribuição
granulométrica de arenito. Considerando-se que os grãos de arenitos se apresentam,
aleatoriamente orientados no espaço, o plano de corte de uma lâmina petrográfica
atravessa grande parte dos grãos marginalmente, exibindo um diâmetro aparente, que é
menor que o diâmetro máximo dos grãos. Assim, granulometria por peneiramento e por
análise petrográfica não produzem o mesmo resultado. Há tendência desse último
procedimento subestimar o diâmetro médio dos grãos. FRIEDMAN, (1962) e BURGUER &
SKALA, (1979) in DOBEHEINER, (1987), apresentaram resultados de comparações
sistemáticas entre o tamanho dos grãos medidos por peneiramento e em lâmina,
sugerindo formas de correção para esse efeito, conhecido como corpuscular.

2.5.12 Componentes deposicionais: arcabouço, matriz e poros originais

Para se entender a dificuldade de caracterização das dimensões dos grãos dos


arenitos consolidados é necessário observar o seu arranjo ou arquitetura. Um arenito é
internamente formado pelos grãos do arcabouço, pela matriz, pelo cimento e pelos
poros.

Nesse sentido, os componentes deposicionais de um agregado sedimentar (rocha


ou depósito sedimentar inconsolidado) são três: o arcabouço, a matriz e a porosidade
primária. O arcabouço corresponde à fração clástica principal (que dá nome à rocha ou
ao depósito) e às frações mais grossas que esta. No arenito o arcabouço são os grãos de
areia, fina média e grosseira.

O material clástico mais fino compõe a matriz. No exemplo do arenito, a matriz


seria constituída pelos grãos menores do que 0,062mm, ou seja, grãos de silte e argila.

Os poros originais, ou porosidade primária refere-se ao volume, à geometria e à


distribuição de poros do agregado sedimentar no momento da deposição e só é
aparentemente preservada quando é imediatamente preenchida por cimento. Nesse caso,

57
Conhecimento do Problema

o cimento que a preenche é interpretado como precoce e deve ter se formado no inicio
da diagênese, logo após a deposição, restringindo a compactação.

2.5.13 Componentes diagenéticos: cimento e porosidade primária e secundária

Os processos diagenéticos incluem dissolução e fragmentação, o que equivale a


criar poros. Por outro lado, a diagênese é igualmente capaz de fechar poros, ou seja,
pela precipitação de minerais sob a forma de cimento. Desse modo, os principais
componentes introduzidos num agregado sedimentar por diagênese são a porosidade
secundária e o cimento.

A porosidade secundária resulta da interação química do arcabouço e da matriz


com a água intersticial, favorecida ou não pelas condições diagenéticas de temperatura e
pressão.

As Figuras 2.11, 2.12, 2.13 e 2.14, ilustram a evolução dos tipos de contacto, os
componentes deposicionais e os componentes diagenéticos.

Fonte: Extraído de TEIXEIRA, W., TOLETO, M.C., FAIRCHILD, T.P. & TAIOLI, F. (2000),
Decifrando a Terra, Editora Oficina de Textos, São Paulo.

Figura 2.11 - Representação esquemática de algumas mudanças introduzidas em


escala de grãos, por efeito da compactação mecânica.

58
Conhecimento do Problema

Fonte: Extraído de TEIXEIRA, W., TOLETO, M.C., FAIRCHILD, T.P. & TAIOLI, F. (2000),
Decifrando a Terra, Editora Oficina de Textos, São Paulo.

Figura 2.12 - Representação esquemática da evolução dos tipos de contato entre os


grãos.

Fonte: Extraído de TEIXEIRA, W., TOLETO, M.C., FAIRCHILD, T.P. & TAIOLI, F. (2000),
Decifrando a Terra, Editora Oficina de Textos, São Paulo.

Figura 2.13 - Representação genérica de rochas sedimentares, com indicação de seus


componentes principais.

59
Conhecimento do Problema

Fonte: Extraído de TEIXEIRA, W., TOLETO, M.C., FAIRCHILD, T.P. & TAIOLI, F. (2000),
Decifrando a Terra, Editora Oficina de Textos, São Paulo.

Figura 2.14 - Desenho esquemático comparando duas distribuições de cimento de


quartzo em um arenito.

2.5.14 Alguns aspectos geomecânicos das rochas sedimentares

De início convém destacar que os tipos rochosos sedimentares abordados neste


estudo fazem parte do domínio das rochas brandas, cujas propriedades podem variar
desde um comportamento típico de areias até arenitos resistentes.

A definição de arenito brando tem relação com as definições e classificações


propostas por DOBEREINER (1987) pela Sociedade Geológica de Londres (1970), da
Sociedade Internacional de Mecânica das Rochas (1978) e pela proposta de
MOGENSTERN e EIGENBROD in DOBEHEINER, (1987), segundo a seguinte
descrininação para sedimentos argilosos: (EB, extremamente brando; MUB, muito
brando; B, brando; MDB, moderadamente brando; MDR, moderadamente resistente; R,
resistente; MUR, muito resistente; ER, extremamente resistente).

No presente estudo optou-se pela definição e classificação da Sociedade


Internacional de Mecânica das Rochas que possui a seguinte variação de resistência à
compressão axial:
EB – extremamente brando – menor que 0,5 MPa até 1 Mpa.
MUB – muito brando – maior que 1 até 5 MPa.
B – brando – maior que 5 MPa até 25 MPa.

60
Conhecimento do Problema

MDR – moderadamente resistente – maior que 25MPa até 50 MPa.


R – resistente – maior que 50 MPa até 100MPa.
MUR – maior que 100MPa até 250MPa.
ER – maior que 250MPa até 700MPa.

Nesse contexto os valores de resistência à compressão simples obtidos pelo


conglomerado ferruginoso no ensaio de compressão axial atingiram valor máximo de
51,1 MPa e valor mínimo de 22,9 MPa, sendo assim considerada uma rocha
moderadamente resistente a resistente.

2.6 PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO

Por tratar o presente estudo de tecnologia de rocha como agregado para


concreto, faz-se necessário apresentar alguns conceitos básicos sobre as propriedades
adotadas na engenharia do concreto, sem intenção de aprofundar em tecnologia do
concreto, uma vez que essa disciplina não faz parte do escopo da tese. Assim pode-se
dizer que as propriedades do concreto fresco são: consistência, textura, trabalhabilidade,
integridade da massa (oposto de segregação), poder de retenção de água (oposto de
exsudação) e massa específica. As quatro primeiras são, muitas vezes, englobadas sob o
termo de trabalhabilidade, medindo-se normalmente esta propriedade pela medida de
consistência PETRUCCI, (1973).

Apesar de ser a mais importante característica do concreto fresco, a


trabalhabilidade é de difícil conceituação, visto envolver ou englobar uma série de
outras propriedades, não havendo, ainda, completa concordância sobre quais sejam
essas propriedades, segundo PETRUCCI, (1973).

Os principais fatores que afetam a trabalhabilidade são subdividos entre fatores


internos e fatores externos, conforme segue:

1 - Fatores internos
a) consistência, que pode ser identificada pelo fator água/cimento ou teor de
água/materiais secos;
b) proporção entre cimento e agregado, usualmente denominada traço;
c) proporção entre agregado miúdo e graúdo, que corresponde a granulometria
de concreto;

61
Conhecimento do Problema

d) forma de grãos do agregado, dependendo do modo de obtenção (agregado em


estado natural e obtido por britagem);
e) aditivos.
2 - Fatores externos
a) tipos de mistura (manual ou mecanizada);
b) tipo de transporte;
c) tipo de lançamento;
d) dimensões e armaduras da peça a executar.

A influência desses fatores não se manifesta no mesmo sentido, ainda mais


considerando a influência conjunta de todos eles PETRUCCI, (1973).

2.6.1 Resistência do concreto

A resistência do concreto é considerada comumente como sua propriedade mais


importante, embora em muitos casos práticos outras características, tais como
durabilidade e impermeabilidade possam ser mais relevantes. Contudo, ela oferece um
quadro geral da qualidade do concreto à medida que é relacionada diretamente com a
estrutura da pasta de cimento endurecida ORCHARD, (1964).

Na prática de engenharia, a resistência do concreto em uma dada idade de cura


(curado) a uma temperatura preestabelecida, depende principalmente de dois fatores:
fator água/cimento e grau de compactação. O fator água/cimento determina a
porosidade da pasta de cimento endurecido em um estágio qualquer de hidratação,
resultando assim, junto com o grau de compactação, no volume de vazios no concreto
(NEVILLE, 2016).

Ainda podemos dizer que a relação entre a resistência e o volume total de vazios
não é uma propriedade única do concreto, mas é também encontrada em outros
materiais frágeis, em que a passagem de água provoca o aparecimento de poros. Por
exemplo, a resistência da argamassa é uma função de seus vazios (SCHILLER, 1958).

Em resumo, a resistência do concreto é provavelmente influenciada pelo volume


de todos os vazios no concreto: poros capilares, poros gel e entradas de ar, quando
existentes NEVILLE, (2016).

62
Conhecimento do Problema

A Figura 2.15, mostra que a validade da faixa de domínio do fator água/cimento


é limitada. No extremo inferior do eixo horizontal, a curva é interrompida quando a
compactação máxima não é mais possível de ser obtida; a posição real do ponto de
partida depende dos meios da compactação a serem utilizados. Observa-se que a mistura
com fator água/cimento muito baixo e uma quantidade de cimento extremamente alta
exibe uma regressão na resistência, principalmente quando se utiliza agregado mais
graúdo. Assim, nesse tipo de mistura, um fator água/cimento muito baixo poderia não
levar a uma alta resistência. Esse comportamento pode ser devido às tensões induzidas
por contração, que restringidas pelas partículas do agregado provocam a ruptura da
pasta de cimento ou uma perda de ligação entre o agregado e o cimento. A resistência
de um concreto é influenciada pelos seguintes fatores:
a) fator água/cimento; b) proporção cimento/agregado (traço); c) graduação, textura,
forma, resistência e dureza das partículas do agregado; e d) tamanho máximo do
agregado.
O fator água/cimento é o mais importante, principalmente quando o máximo
tamanho do agregado empregado vai até 40mm NEVILLE, (2016).Segundo WALKER &
BLOEM, (1956) a resistência do concreto depende:
a) da resistência da argamassa; b) da ligação entre a argamassa e o agregado grosso; e
c) da resistência das partículas do agregado grosso.

Fonte: NEVILLE, (2016) Propriedades do Concreto, Bookman Editora Ltda, Porto Alegre, Brasil, 887 p. 5a Edição

Figura 2.15 – Relação entre a resistência e o fator água cimento do concreto.

63
Conhecimento do Problema

A água para mistura consiste daquela adicionada mais a mantida pelo agregado
no momento em que ele vai ser lançado na misturadora. Uma parte desta última é
absorvida nos poros do agregado, enquanto a outra existe como água livre na superfície
do agregado, e por isso não é diferente da água adicionada diretamente na mistura.
Reciprocamente, quando o agregado não está saturado e seus poros estão cheios de ar,
uma parte da água adicionada à mistura será absorvida pelo agregado durante os
primeiros 30 minutos, ou até depois da mistura. Sob tais circunstâncias a separação
entre água absorvida e água livre é um pouco difícil.

O concreto é considerado um material quebradiço, mesmo apresentando uma


pequena plasticidade, pois as fraturas são provocadas por cargas estáticas à uma baixa
deformação NEVILLE, (2016).

A resistência real da pasta de cimento ou de um material quebradiço similar, tal


como a pedra, é muito menor do que a resistência teórica calculada com base na coesão
molecular e calculada a partir da energia de superfície de um sólido suposto
perfeitamente homogêneo e sem defeitos. A resistência teórica é muito alta. Essa
discrepância pode ser explicada pela presença de falhas postuladas por GRIFFITH,
(1969), in POMPEU, (1976), que provocam uma alta concentração de tensão nos
materiais sujeitos a cargas, assim como uma tensão muito alta é alcançada em volume
muito pequeno de amostras com uma consequente fratura microscópica, enquanto a
tensão nominal média da amostra é comparativamente baixa NEVILLE, (2016).

2.7 CIMENTO PORTLAND

Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP).


Figura 2.16 - Sacos de cimento empilhados e embalados em sacos de papel especial
envoltos em sacos plásticos minimizando entrada de humidade no
cimento.

64
Conhecimento do Problema

O cimento (derivada do latim cementu) é um material cerâmico que, em contato


com a água, produz reação exotérmica de cristalização de produtos hidratados,
ganhando assim resistência mecânica. É o principal material de construção usado como
aglomerante. É uma das principais commodities mundiais, servindo até mesmo como
indicador econômico.

O cimento Portland recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de


durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland. O cimento
Portland, numa linguagem técnica, é formado de clinquer triturado, adicionado de
algumas fraçoes de gesso. Abordagem sobre o clinquer será feita em seguida. Abaixo é
apontado as siglas normalmente utilizadas na bibliografia especializada para os
componentes quimicos, conforme Tabela 2.3.

Tabela 2.4 - Complexo químico referente ao cimento Portland.

NOME FÓRMULA NOME POPULAR SÍMBOLO


óxido de cálcio CaO cal C
óxido de silício SiO2 sílica S
óxido de alumínio Al2O3 alumina A
óxido de ferro Fe2O3 óxido de ferro F
água H2O água H

Desta forma, a composição de um cimento Portland (genérico) pode ser dada por:

Clínquer
silicato tricálcico (alita) 3CaO . SiO2 C3 S 42 a 60% 85%
silicato bicálcico (belita) 2CaO . SiO2 C2 S 14 a 35%
aluminato tricálcico 3CaO . Al2O3 C3 A 6 a 13%
ferroaluminato tetracálcico 4CaO . Al2O3 . Fe2O3 C4AF 5 a 10% 10%
Gesso
sulfato de cálcio CaSO4 . 2H2O 1 a 4%
Fonte: Catalogo da fábrica de cimento Cauê

Fabricação do Cimento

 Do calcário (carbonato de cálcio – CaCO3 – calcita), através de queima, extrai-se a


cal (CaO) e joga-se CO2 na atmosfera.

 CaCO3 > CaO + CO2

65
Conhecimento do Problema

 Da argila extraem-se os óxicos SiO2, Al2O3 e Fe2O3, através de uma mistura


balanceada de todos estes componentes elabora-se o clínquer.

 O gesso, que é o produto de adição final no processo de fabricação do cimento


Portland, com o fim de regular o tempo de pega por ocasião da reação de hidratação,
é encontrado sob a forma de gipsita (CaSO4.2H2O), hemidrato ou bassanita
(CaSO4.O,5H2O) e anidrita (CaSO4). A gipsita, que é a matéria prima mais utilizada
na indústria cimenteira, encontrase no estado natural em grandes jazidas
sedimentares.

 As normas para determinação das caracteristicas fisico-quimica dos diversos tipos de


cimento são definidas segundo a Figura 2.17. A Figura 2.18, por sua vez, ilustra a
fábrica Cimento Portland em 1895.

Fonte: (ABNT) Associação Brasileira de Normas Técnicas

Figura 2.17 - As normas para determinação das caracteristicas fisico-quimica dos


cimentos diversos tipos de cimento.

66
Conhecimento do Problema

Fonte: Catalogo da fábrica de cimento Cauê

Figura 2.18 - Fábrica de cimento funcionando em 1985 na localodade de Portland, uma


ilha Britânica.

No antigo Egito, era utilizado um material feito de gesso calcinado como


aglomerante. Entre os gregos e romanos, eram usados solos vulcânicos das
proximidades de Pozzuoli ou da ilha de Santorini, que endureciam depois de misturadas
com água.

Em 1786 o inglês John Smeaton criou uma mistura resistente através da


calcinação de calcários argilosos e moles. Esse é o marco da criação do cimento
artificial. Em 1818, o francês Vicat obteve resultados semelhantes aos de Smeaton, pela
mistura de componentes argilosos e calcários. Tempos depois, em 1824, o construtor
inglês Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-
as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura
quanto as pedras empregadas nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi
patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome de cimento Portland, que
recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez
semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.

67
Conhecimento do Problema

Tipos de Cimento Portland

Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP).

Figura 2.19 - Imagem de microscópio do cimento Portland férrico.

Hoje o cimento Portland é normalizado e existem onze tipos no mercado:

 CP I – cimento Portland comum


 CP I-S – cimento Portland comum com adição
 CP II-E– cimento Portland composto com escória
 CP II-Z – cimento Portland composto com pozolana
 CP II-F – cimento Portland composto com fíler
 CP III – cimento Portland de alto-forno
 CP IV – cimento Portland Pozolânico
 CP V-ARI – cimento Portland de alta resistência inicial
 RS – cimento Portland resistente a sulfatos
 BC – cimento Portland de baixo calor de hidratação
 CPB – cimento Portland branco

68
Conhecimento do Problema

 Cimento Portland comum (CP-I)

O CP-I, é o tipo mais básico de cimento Portland, indicado para o uso em


construções que não requeiram condições especiais e não apresentem ambientes
desfavoráveis como exposição à águas subterrâneas, esgotos, à água do mar ou a
qualquer outro meio com presença de sulfatos. A única adição presente no CP-I é o
gesso (cerca de 3%, que também está presente nos demais tipos de cimento Portland). O
gesso atua como um retardador de pega, evitando a reação imediata da hidratação do
cimento. A norma brasileira que trata desse tipo de cimento é a NBR 5732.

 Cimento Portland comum com adição (CP I-S)

O CP I-S, tem a mesma composição do CP I (clínquer+gesso), porém com


adição reduzida de material pozolânico (de 1 a 5% em massa). Esse tipo de cimento tem
menor permeabilidade devido à adição de pozolana. A norma brasileira que trata deste
tipo de cimento é a NBR 5732.

 Cimento Portland composto com escória (CP II-E)

Os cimentos do tipo CP II são ditos compostos, pois apresentam, além da sua


composição básica (clínquer+gesso), a adição de outro material. O CP II-E contém
adição de escória granulada de alto-forno, o que lhe confere a propriedade de baixo
calor de hidratação. O CP II-E é composto de 94% à 56% de clínquer+gesso e 6% à
34% de escória, podendo ou não ter adição de material carbonático no limite máximo de
10% em massa. O CP II-E, é recomendado para estruturas que exijam um
desprendimento de calor moderadamente lento. A norma brasileira que trata desse tipo
de cimento é a NBR 11578.

 Cimento Portland composto com pozolana (CP II-Z)

O CP II-Z contém adição de material pozolânico que varia de 6% à 14% em


massa, o que confere ao cimento menor permeabilidade, sendo ideal para obras
subterrâneas, principalmente com presença de água, inclusive marítimas. O cimento CP
II-Z, também pode conter adição de material carbonático (fíler) no limite máximo de
10% em massa. A norma brasileira que trata desse tipo de cimento é a NBR 11578.

69
Conhecimento do Problema

 Cimento Portland composto com pozolana (CP II-F)

O CP II-E é composto de 90% à 94% de clínquer+gesso com adição de 6% à


10% de material carbonático (fíler) em massa. Este tipo de cimento é recomendado
desde estruturas em concreto armado até argamassas de assentamento e revestimento,
porém não é indicado para aplicação em meios muito agressivos. A norma brasileira que
trata desse tipo de cimento é a NBR 11578.

 Cimento Portland de alto-forno (CP III)

O cimento Portland de alto-forno contém adição de escória no teor de 35% à


70% em massa, que lhe confere propriedades como; baixo calor de hidratação, maior
impermeabilidade e durabilidade, sendo recomendado tanto para obras de grande porte e
sujeitas à agressividade (barragens, fundações de máquinas, obras em ambientes
agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes
industriais, concretos com agregados reativos, obras submersas, pavimentação de
estradas, pistas de aeroportos, entre outras) como também para aplicação geral em
argamassas de assentamento e revestimento, estruturas de concreto simples, armado ou
protendido entre outras. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR
5735.

 Cimento Portland Pozolânico (CP IV)

O cimento Portland pozolânico contém adição de pozolana no teor que varia de


15% a 50% em massa. Esse alto teor de pozolana confere ao cimento uma alta
impermeabilidade e consequentemente maior durabilidade. O concreto confeccionado
com o CP IV apresenta resistência mecânica à compressão superior ao concreto de
cimento Portland comum à longo prazo. É especialmente indicado em obras expostas à
ação de água corrente e a ambientes agressivos. A norma brasileira que trata deste tipo
de cimento é a NBR 5736.

 Cimento Portland de alta resistência inicial (CP V-ARI)

O CP V-ARI assim como o CP-I não contém adições, porém pode conter até 5%
em massa de material carbonático. As características que o diferenciam desse último são
processo de dosagem e produção do clínquer. O CP V-ARI é produzido com um

70
Conhecimento do Problema

clínquer de dosagem diferenciada de calcário e argila se comparado aos demais tipos de


cimento e com moagem mais fina. A diferença de produção confere a esse tipo de
cimento uma alta resistência inicial do concreto em suas primeiras idades, podendo
atingir 26 MPa de resistência à compressão em apenas 1 dia de idade. É recomendado o
seu uso, em obras onde seja necessária a desforma rápida de peças de concreto armado.
A norma brasileira que trata desse tipo de cimento é a NBR 5733.

 Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)

Qualquer um dos tipos de cimento Portland anteriormente citados pode ser


classificado como resistentes a sulfatos, desde que se enquadrem dentro de uma das
características abaixo:
 teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições carbonáticas de
no máximo 8% e 5% em massa, respectivamente;
 cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória
granulada de alto-forno, em massa;
 cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material
pozolânico, em massa;
 cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração ou
de obras que comprovem resistência aos sulfatos.
É recomendado para meios agressivos sulfatados, como redes de esgotos de
águas servidas ou industriais, água do mar e em alguns tipos de solos.

71
Conhecimento do Problema

Tabela 2.5 - Denominação histórica do cimento Portland.


ANTES DE
CIMENTO PORTLAND 1980 1988 A PARTIR DE 1991
1980
CPS-25 CPS-32
CP-250 CP-25 CPI-25 CPI-32 CPI-40
CPS-40
CPE-25 CPE-32 CP I-S-25 CP I-S-32 CP
COMUM CP-320 CP-32
CPE-40 I-S-40
CPZ-25 CPZ-32
CP-400 CP-40
CPZ-40
CP II-E-25 CP II-E-32
CP II-E-40
CP II-Z-25 CP II-Z-32
COMPOSTO
CP II-Z-40
CP II-F-25 CP II-F-32
CP II-F-40
AF-250 AF-25 AF-25 CP III-25

ALTO-FORNO AF-320 AF-32 AF-32 CP III-32

AF-40 CP III-40

POZ-
POZ-250 POZ-25 CP IV-25
25
POZOLÂNICO
POZ-
POZ-320 PAZ-32 CP IV-32
32
ALTA RESISTÊNCIA
ARI ARI ARI CP V-ARI
INICIAL
Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP).

O cimento é composto de clínquer e de adições que distinguem os diversos tipos


existentes, conferindo diferentes propriedades mecânicas e químicas a cada um. As
adições também são ou não utilizadas em função de suas distribuições geográficas.

Clínquer

O clínquer é o principal item na composição de cimentos Portland, sendo a fonte


de silicato tricálcico (CaO)3SiO2 e silicato dicálcico (CaO)2SiO2. Esses compostos
trazem acentuada característica de ligante hidráulico e estão diretamente relacionados
com a resistência mecânica do material após a hidratação.

A produção do clínquer é o núcleo do processo de fabricação de cimento, sendo


a etapa mais complexa e crítica em termos de qualidade e custo. As matéria-primas são

72
Conhecimento do Problema

abundantemente encontradas em jazidas de diversas partes do planeta, sendo de 80% a


95% de calcário, 5% a 20% de argila e pequenas quantidades de minério de ferro.

Tabela 2.6 - Principais compostos químicos do clínquer.

Silicato tricálcico (CaO)3SiO2 45-75% C3 S (alíta)

Silicato dicálcico (CaO)2SiO2 7-35% C2 S (belíta)

Aluminato tricálcico (CaO)3Al2O3 0-13% C3 A (celíta)

Ferroaluminato tetracálcico (CaO)4Al2O3Fe2O3 0-18% C4A F (felita)

Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP).

 Gesso

O gesso (ou gipsita) (CaSO4 2 H2O) é adicionado em quantidades geralmente


inferiores a 3% da massa de clínquer. Possui a função de estender o tempo de pega do
cimento, ou seja, o tempo para início do endurecimento. Sem essa adição, o tempo de
pega do cimento seria de poucos minutos, inviabilizando o seu uso. Devido a esse
aspecto, o gesso é uma adição obrigatória, presente desde os primeiros tipos de cimento
Portland.

 Escória siderúrgica

A escória, de aparência semelhante à areia grossa, é um subproduto de alto-


fornos, reatores que produzem o ferro gusa a partir de uma carga composta por minério
de ferro, fonte do elemento químico Fe, e por carvão vegetal ou coque, fonte de
carbono. Entre diversas impurezas, como outros metais, concentram-se na escória
silicatos, que, apesar de rejeitados no processo de metalização, geram características de
ligante hidráulico.

Sendo um subproduto, esse material tem menor custo em relação ao clínquer e é


utilizado também por elevar a durabilidade do cimento, principalmente em ambientes
com presença de sulfatos. Porém, a partir de certo grau de substituição de clínquer a
resistência mecânica passa a diminuir.

73
Conhecimento do Problema

 Argila pozolânica

As pozolanas ativadas reagem espontaneamente com CaO em fase aquosa, por


conterem elevado teor de sílica ativa, SiO2. Essa característica levou ao uso de
pozolanas como ligante hidráulico complementar ao clínquer, com a característica de
tornar os concretos mais impermeáveis, o que é útil na construção de barragens, por
exemplo.

As pozolanas são, originalmente, argilas, contendo cinzas vulcânicas,


encontradas na região de Pozzuoli, Itália. Atualmente, materiais com origens diferentes
mas com composições semelhantes também são considerados pozolânicos, tais como as
pozolanas ativadas artificialmente e alguns subprodutos industriais como cinzas
volantes provenientes da queima de carvão mineral.

O processo de ativação de argilas é amplamente praticado pela própria indústria


de cimentos, sendo realizado,geralmente, em fornos rotativos semelhantes àqueles
utilizados na fabricação de clínquer ou mesmo em antigos fornos de clínquer adaptados,
trabalhando a temperaturas mais baixas (até 900°C) e menor tempo de residência.

Assim como a escória siderúrgica, as pozolanas frequentemente têm menor custo


comparadas ao clínquer e só podem substituí-lo até um determinado grau.

 Calcário

O calcário é composto basicamente de carbonato de cálcio (CaCO3), encontrado


abundantemente na natureza. É empregado como elemento de preenchimento, capaz de
penetrar nos interstícios das demais partículas e agir como lubrificante, tornando o
produto mais plástico e não prejudicando a atuação dos demais elementos. O calcário é
também um material de diluição do cimento, utilizado para reduzir o teor de outros
componentes de maior custo, desde que não ultrapassando os limites de composição ou
reduzindo a resistência mecânica a níveis inferiores ao que estabelece a norma ou
especificação. O calcário também alimenta o blaine do cimento, tornando o cimento
com mais volume.

74
Conhecimento do Problema

 Mineração e processo de produção

As fábricas de cimento tipicamente instalam-se ao lado de jazidas de calcário e


argila de modo a minimizar os custos de transporte. A extração desses materiais realiza-
se em geral em lavras de superfície, com auxílio de explosivos. As rochas extraídas são
britadas até atingirem tamanhos de aproximadamente 200 mm ou menor e transportadas
para a fábrica em transportadores de correia. A seguir, é apresentado um fluxograma,
desde a exploração de jazidas, até o produto final entregue ao consumidor, conforme
ilustra-se na Figura 2.21, na Figura 2.22, na Figura 2.23 e na Figura 2.24. A Figura 2.25
configura a disposição de estruturas que compõem uma fábrica de cimento.

 Clínquer

Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP).


Figura 2.20 - Fornos rotativos de cimento - Holcim – Bélgica.

A produção de clínquer envolve uma série de processos interdependentes em


linha. Há ainda processos de preparação e estocagem de matérias-primas, moagem de
cimento e limpeza de gases de exaustão

75
Conhecimento do Problema

Figura 2.21 – Fluxograma da exploração do calcário na jazida.

76
Conhecimento do Problema

Figura 2.22 - Produção do cimento incluindo todo o processo, até entrega final ao
cliente.

77
Conhecimento do Problema

Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP).

Figura 2.23 - Produção do cimento, incluindo todo o processo, até entrega final ao
cliente (continuação)

78
Conhecimento do Problema

Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP).

Figura 2.24 - Produção do cimento, incluindo todo o processo, até entrega final ao
cliente (continuação)

79
Conhecimento do Problema

Fábrica de Cimento

Fonte: Associação Brasileira de cimento Portland (ABCP).

Figura 2.25 - Vista aérea da fábrica de cimento Portland Ash Grove Cement (na costa
oeste dos EUA), em Durkee, Oregon: 1. moagem da matéria –prima; 2.
mistura e armazenamento da farinha; 3. pré-aquecedor a suspensão; 4.
forno rotativo; 5. armazenamento do clinquer; 6. moagem do cimento
(Fotografia por cortesia da “Vagn Johansen, F.L. Smidth, Copenhagen,
Dermark”).

 Pré-homogeneização de matérias-primas

As jazidas de calcário e argila apresentam variações de composição ao longo de


suas extensões. Por outro lado, a qualidade do produto e a estabilidade do processo de
produção requerem materiais quimicamente homogêneos. Para tanto, são empregados
sistemas de empilhamento e recarregamento com longas pilhas de material, de modo a
criar camadas horizontais provenientes de diferentes lotes, que, posteriormente, são
misturadas no próprio processo de recarregamento.

80
Conhecimento do Problema

 Moagem de matérias-primas

Os materiais provenientes das pilhas de pré-homogeneização são introduzidos


em um moinho, ou mais, para que se misturem e atinjam granulometria e umidade
adequadas aos processos posteriores. Esse processo, também chamado de, moagem de
cru, faz uso de gases quentes residuais do forno de clinquerização, descrito adiante,
empregados como fonte de calor para secagem. No jargão da indústria, o produto da
moagem é chamado de farinha, de fato, se assemelha-se à farinha de trigo com tom
bege. A farinha é armazenada em silos, que também promovem homogeneização e
absorvem eventuais assincronias entre o forno e os moinhos de cru.

Os motivos para a redução de tamanho das partículas são a homogeneização e o


aumento da superfície exposta, que intensifica reações químicas e trocas de calor entre
as partículas e os gases no interior do forno.

 Pré-aquecimento

Quase a totalidade dos fornos de cimento atualmente operantes contam com


torres de pré-aquecimento, responsáveis por remover a umidade ainda restante no
material inferior a 1% e, assim, tem inicio a descarbonatação do calcário. Os fornos de
maior capacidade e mais modernos contam com torres maiores capazes de completar
quase totalmente o processo de descarbonatação. Quanto mais eficaz o pré-
aquecimento, mais curtos são fornos.

Os pré-aquecedores mais comuns são torres de ciclones. Dispostos em elevadas


estruturas, que frequentemente ultrapassam 100 metros de altura, diversos separadores
ciclônicos, equipamentos capazes de retirar partículas sólidas de uma corrente de gases,
são interligados entre si através de dutos de imersão utilizados para troca térmica que
ocorre em torno de 80% entre a farinha alimentada e gases quentes provenientes do
forno. Através da seqüência de ciclones fluem os gases quentes provenientes do forno,
em contracorrente com a matéria-prima. A medida que essa matéria se mistura com o
fluxo de gases, ocorre transferência de calor e transferência de massa. Nos primeiros
trechos do processo, elimina-se a umidade superficial, enquanto a temperatura
permanece próxima à temperatura de ebulição da água. A partir desse ponto, o material
sólido contendo apenas umidade intergranular passa a ser aquecido gradativamente. No
fim do processo, o material atinge de 700 °C a 1000 °C, suficiente para a água esteja

81
Conhecimento do Problema

eliminada e para se iniciarem decomposições químicas da matéria-prima. Na busca de


maior produção e redução de custo, estudos deram origem a mais um estágio no pré-
aquecedor conhecido como calcinador responsável por 60% a 95% da calcinação da
farinha crua nos fornos rotativos para cimento, baixando a carga térmica na zona de
queima, e como consequência, aumentando a vida útil do revestimento refratário.

 Clinquerização

Parte das reações de descarbonatação e a formação de silicatos de cálcio e


aluminatos de cálcio ocorrem no interior do forno de cimento. Os fornos de cimento são
na maioria rotativos, cilindros horizontais de até 160 metros de comprimento. Um leve
ângulo de inclinação combinado ao lento movimento de rotação, de 0,5 a 4,0 rpm,
permite que o material percorra o cilindro à medida que desliza pelas paredes.
Internamente, há um revestimento de material refratário que protege a carcaça do forno
das altas temperaturas e conserva o calor no seu interior. A matéria-prima permanece no
forno por um tempo de aproximadamente 4 horas e atinge temperaturas clinquerização
de 1.230°C. Menor temperatura produz cal e maior temperatura apenas aumenta o
consumo energético, suficientes para torná-la incandescente e pastosa. A capacidade de
produção de um forno médio é de 3.000 a 4.000 toneladas por dia, enquanto os maiores
fornos do mundo produzem até 10.000 toneladas por dia

 Resfriamento

Há dois principais tipos de resfriadores empregados atualmente. Um dos tipos


corresponde aos fornos mais antigos, ainda operantes, que utilizam resfriadores
satélites, cilindros menores solidários ao movimento de rotação do forno, acoplados a
sua carcaça. O segundo tipo abrange os fornos que transformam silicato tricálcico,
instável à alta temperatura, em silicato dicálcico, o que diminui a resistência do cimento.

Hoje, os resfriadores modernos, além de propiciarem uma ótima troca térmica,


também possibilitam a recuperação de gases quentes que são reutilizados no processo de
fabricação, que seriam o ar secundário, auxiliar na combustão na zona de queima, o ar
terciário, auxiliar na combustão do calcinador, e o ar de excesso, gerados em algumas
plantas, na troca de calor do moinho com a matéria-prima. O produto clínquer, ainda é
moído e diluído em gesso, calcário e/ou escória siderúrgica para se chegar ao produto

82
Conhecimento do Problema

final.Construídos a partir da década de 1980, os resfriadores, em geral, dotados de


resfriadores de grelha, com ventilação forçada, possibilitando maior taxa de
transferência de calor entre o clínquer e o ar entrante. Dessa forma, reduz-se a
temperatura de saída do material, recuperando-se parte de sua energia, aumentando a
eficiência do sistema.

Além da eficiência energética, os resfriadores têm suma importância na


qualidade do produto. O tempo e seu perfil de resfriamento são essenciais para a
determinação de suas propriedades químicas finais.

 Combustíveis

A produção de cimento consome muito combustível. Geralmente utiliza-se uma


combinação de diversos produtos como óleo, coque de petróleo e resíduos industriais.
Cerca de 7% das emissões de CO2 no planeta são decorrentes da produção de cimento,
devido à combustão e ao processo de descarbonatação da matéria-prima.

Aproveitam-se as altas temperaturas e o tempo de permanência dos gases no


forno para empregar combustíveis de difícil utilização em queimas, como pneus
picados. Em outras condições, esse tipo de combustível poderia emitir altas
concentrações de substâncias extremamente tóxicas, tais como dioxinas e furanos,
devido à queima incompleta. Além disso, o calcário e a cal contidos na mistura, têm a
característica de reagir com o enxofre proveniente dos combustíveis, evitando maiores
emissões de óxidos de enxofre na atmosfera e prevenindo, por exemplo, a ocorrência de
chuva ácida.

 Coprocessamento

O coprocessamento é uma técnica já há muito tempo utilizada em países da


Europa, Japão e EUA, que consiste em transformar resíduos em combustíveis
alternativos e/ou substitutos de matéria prima, reduzindo desta forma, o consumo de
combustível fóssil, e assim sendo, contribuindo com o meio ambiente.

83
Conhecimento do Problema

2.8 AGREGADOS PARA CONCRETO

A qualidade de um concreto depende, evidentemente, da qualidade de seus


componentes. O concreto tem uma mistura de cimento, agregados miúdos e graúdos e
água. De forma bastante resumida o concreto é denominado de concreto de cimento
Portland ou hidraulico. O cimento foi abordado, especificamente, em item anterior.

Neste ponto, estar-se-a dando ênfase à qualidade e características dos seus


componentes , pois chegam a participar com 75 até 85% do peso do concreto. Os
agregados são usados no concreto tanto por razões técnicas como econômicas. Suas
funções no concreto podem ser assim resumidas, PETRUCCi, (1973):

1) contribuir com grãos capazes de resistir aos esforços solicitantes, ao desgaste


e à ação das intempéries;
2) reduzir as variações de volume provenientes de causas várias; e
3) reduzir o custo do concreto.

Considerando que, às vezes, os cimentos de concreto interagem e até reagem


com os agregados é importante que se conheça, mesmo de maneira simplificada, a
natrureza desse aglomerante, conforme COUTINHO, (1974) in FRAZÃO, (2002)

Cabe enfatizar que, até mesmo para organizar o raciocíno e de forma resumida, o
cimento Portland é um material pulverulento, constituído basicamente de silicatos e
aluminatos de cálcio complexos, que, misturados com a água, se hidratam e produzem
endurecimento da massa, a qual poderá oferecer elevada resistência mecânica. O
cimento Portalnd resulta de uma moagem de um produto denominado clínquer, obtido
do cozimento até fusão incipiente ( + 30% de fase líquida) de uma mistura de calcário e
argila convenientemente dosada e homogenizada, de tal forma que a cal resultante se
combine com os compostos argilosos sem deixar cal livre em quantidade prejudicial.

É corrente representar os compostos de cimento na foma de óxidos: cal (CaO),


sílica (SiO2), alumina (Al2O3), óxido de ferro (Fe2O3), magnésio (MgO), álcalis (Na2O e
K2O) e sulfatos (SO4).

Os percentuais de ocorrência de cada componente no cimento já foram


abordados em item pertinente ao cimento.

84
Conhecimento do Problema

Os requisitos destinados a agregados para concreto para que os mesmos possam


exercer adequadamente suas funções no concreto devem incluir segundo FRAZÃO &
PARAGUASSU, (1998) in FRAZÃO, (2002):

1) distribuição granulométrica tal que permita uma boa compacidade do


concreto, com vistas à obtenção de uma massa com o menor índices de vazios
possível, propiciando economia de cimento e água, sem prejudicar uma
eficiente ligação entre partículas;
2) forma das partículas deve se a mais equidimensional possível , para permitir
boa trabalhabilidade, boa compacidade e alta resistências do concreto e
esforços solicitantes;
3) adequada resistência mecânica, para suportar as solicitações físicas durante a
preparação do concreto e resistir e aos esforços solicitantes sobre o concreto
endurecido, quando aplicado na obra;
4) adequada composição mineralógica, para satisfazer as condições químicas
reinantes durante a cura do concreto e suportar ações químicas externas;
5) ausência de impurezas que possam empobrecer a qualidade do concreto e
interferir no seu desempenho posterior; e
6) propriedades térmicas dentro dos limites que não afetem o concreto durante
seu endurecimento e não lhe causem anisotropias físicas nefastas.

2.9 PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO

Regulagem da abertura do britador - O britador foi regulado com aberturas


alternativas, a saber: 2”, 1 ½ “ e 1” para fornecer a brita número 03, com finura de 25 a
50mm.

Pesquisa do material pétreo – A técnica empregada é consagrada no meio tecnológico


e científico e traduzida por três (03) fases no presente estudo:

- investigações diretas referem-se às sondagens manuais e mecânicas;


- investigações manuais referem-se a poços de inspeção, trados manuais e trincheiras;
- investigações mecânicas se referem às sondagens a percussão, roto percussivas e
rotativas com recuperação de testemunhos;
- investigações indiretas são os métodos geofísicos terrestres e aeroportados;

85
Conhecimento do Problema

- os métodos de investigação terrestres indiretos considerados são a sísmica de


refração, a sísmica de reflexão, as sondagens elétricas em suas diferentes modalidades;
- métodos de investigação aeroportados considerados são o de magnometria e de,
sensoriamento remoto.

Estabelecido esse referancial, as três fases são:

fase 01 - análise de método indireto na detecção do material pétreo/rochoso,


sendo que, no presente estudo realizado foi utilizado o sensoriamento remoto,
conforme consta do Capítulo 5.

fase 02 – a) reconhecimento geológico-geotécnico de superfície; b) execução de


sondagens indiretas e sísmica de refração, para definição do início da camada/horizonte
do material laterizado/petrificado para qualificação e quantificação dos volumes; c)
amostragem representativa para fins laboratoriais; nesta fase, merece destaque a técnica
adotada na prospecção do material nesta modalidade; no presente caso, foram
utilizados poços manuais de inspeção com 1,20 m de diâmetro e compatível com a
ocorrência do material ou conglomerado ferruginoso laterizado; a técnica empregada foi
considerada suficiente para reconhecimento e interpretação geológico-geotécnica do
horizonte laterizado petrificado, onde ocorre o conglomerado ferruginoso lateritico . O
material também ocorre em forma de afloramento superficial em face aos processos
erosivos anteriores (história geológica); esta fase foi suficiente para reconhecimento e
interpretação geológico-geotécnica do horizonte de amostragem do conglomerado
ferruginoso lateritico (agregado pétreo);

fase 03 – análise laboratorial específica do material pétreo amostrado na fase 02;


reúne os ensaios executados em fases anteriores do estudo e nessa fase do estudo.

Material Natural

Foi usado material pétreo natural, tal como saiu do britador. No caso, o
conglomerado ferruginoso laterítico (laterita) foi submetido ao processo de britagem,
que ao ser britado, forneceu o agregado graúdo, o médio e o fino, recebendo somente
água e cimento somente em função dos traços e fator água cimento definidos. Essa
menção aqui reportada é uma das fases mais importantes do presente estudo.

86
Conhecimento do Problema

Propriedades Tecnológicas

As rochas apresentam grande diversidade de propriedades. Algumas são


relevantes para uso, enquanto outras propriedades serão importantes em outras
circunstâncias. Algumas rochas terão propriedades diretas, enquanto outras,
propriedades indiretas.
As rochas que interessam à construção civil podem ser classificadas através das
propriedades: a) geológicas, químico-mineralógicas, petrográficas, estando e estão
estreitamente ligadas à natureza da rocha, ou do material pétreo em foco;. as
propriedades estão refletidas na composição mineralógica, textura, estrutura, estado e
tipo da alterações mineralógicas, além das partículas obtidas na fragmentação; conforme
SHESTOPEROV, (1983) in FRAZÃO, (2002). b) físicas e físico-mecânicas, que são
altamente influenciadas pelas propriedades geológicas; as físicas podem ser resumidas
em: densidade, massa específica, porosidade, permeabilidade, capacidade de absorção
de água, dureza, calor específico, condutibildade térmica, dilatação térmica,
expansibilidade, contratibilidade, adesividade, resistência à compressão, resitência à
tração (direta e indireta), resistência ao cizalhamento, ao impacto, à deformabilidade ou
à elasticidade, à britabilidade e à abrasividade.

Por fim, cabe mencionar, que existe uma hierarquização dos diferentes graus de
importância do conhecimento das propriedades das rochas, conforme seu tipo de
aplicação. No caso aplicado aos concretos hidráulicos são importantes as seguintes
propriedades: características petrográficas, índices físicos, velocidade de propagação de
ondas longitudinais, coeficientes de dilatação térmica, distribuição granulométrica,
forma do agregado, reatividade potencial, alterabilidade, resistência ao desgaste,
resistência ao impacto, resistência ao esmagamento, resistência à compressão,
resistência à flexão e módulo e deformabilidade.

2.10 PRODUÇÃO DE AGREGADOS (MATERIAL PÉTREO) PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

A produção de pedras (material pétreo), para construção civil envolve diversos


fatores: tipo de uso da pedra (revestimento de edificações, agregados para concreto,
mistura betuminosa, lastro de ferrovias, calçamentos, entre outros usos, características
da jazida (maciços ou matacões), escavação (manual, mecanizada ou semi-mecanizada),

87
Conhecimento do Problema

tipo de equipamento (rudimentar ou mecânico, automático ou não), natureza da rocha


(propriedades físicas e físico-mecânicas).

Esses fatores, dentre outros, são, em geral, interdependentes e definem o tipo de


trabalho a ser adotado em cada caso.

A definição do tipo de trabalho, ou processo de produção, passa previamente por


uma análise técnico-econômica do empreendimento, a qual levam em conta o capital a
ser investido, a organização do trabalho e o método de explotação.

A instalação de pedreiras para produção de pedra britada apresenta duas


finalidades. Uma é somente comercial, para atender a demanda de uma cidade ou de
uma região. Outra é para suprimento de material para uma dada obra, ou conjunto de
obras. A distância entre a pedreira e o mercado consumidor, no caso uma dada obra,
deve se a menor possível, para baratear os custos de transporte. As considerações que se
seguem são baseadas em PIZZARO, (1957), IPT, (1986) e CARUSO, (1996) in FRAZÃO,
(2002).

2.10.1 Escolha do local para uma Pedreira

Para a escolha do local de implantação de uma pedreira, devem ser considerados


os condicionantes mencionados a seguir:

a) Situação

Segundo este condicionante, estão envolvidas a localização geográfica, a posição


topográfica, a existência de acesso às vias de comunicação com a obra, ou com o centro
consumidor, a distância entre estes e a pedreira, a existência de habitações na
vizinhança, a disponibilidade de pessoal técnico e braçal na região, bem como o custo
dessa mão de obra, o vulto dos trabalhos de preparação da praça de serviços
(terraplenagem, drenagens entre outros) e a disponibilidade de água e energia elétrica.

b) Características da lavra

Neste fator estão envolvidos: o volume de material estéril, que eventualmente


recubra o maciço rochoso, a quantidade de rocha explotável e a modalidade de
estruturação geomecânica do maciço rochoso e a presença de matacões.

88
Conhecimento do Problema

c) Característica do material

Neste fator estão envolvidas tanto a natureza da rocha, que compreende sua
classificação, estado de alteração, estrutura, textura, presença de minerais prejudiciais,
como as propriedades tecnológicas.

d) Utilização

Neste fator, estão inclusos os tipos de uso do material (revestimento, pedra


britada, paralelepípedo, guias de sarjeta entre outros) e a previsão de demanda da obra
ou da região.

2.10.2 Tipos de lavra

A lavra é geralmente feita a céu aberto. Esta é a mais vantajosa para os materiais
por ser mais econômica, mais segura, menos insalubre, mais rápida e mais eficiente. A
lavra subterrânea só é vantajosa para materiais nobres, de alto preço no mercado, como
é o caso de algumas rochas ornamentais na Europa.

A lavra pode ser do tipo de desmonte em massa, para produção de pedra britada,
ou desmonte regular, para produção de blocos dos quais são extraídas chapas para
revestimento e pedras de calçamento.

A lavra pode ser executada por diversos métodos, como por desmonte a frio
(sem explosivos), a fogo (com dinamite), com fogacho (com pólvora preta) e misto (a
frio e com fogacho). O desmonte a frio ou misto são os mais adotados para produção de
pedras para revestimento. O desmonte com dinamite é comumente adotado para
produção de pedra britada.

O desmonte a frio é comumente feito por encunhamento, por meio de


ferramentas manuais apropriadas, por argamassas expansivas e por corte com fios
(helicoidal ou diamantado). O encunhamento é adotado, em geral, para as rochas mais
brandas, como nos mármores ou cristalinas com pouco ou sem quartzo. Recentemente, a
técnica de corte com fios diamantados está sendo utilizada também para algumas rochas
graníticas, com sucesso, nos estados do Espírito Santo e Ceará.

89
Conhecimento do Problema

2.10.3 Produção de pedra britada

Para a produção de pedra britada, alguns fatores devem ser atendidos,


previamente, tais como:
a) escolha e compra de equipamentos: que envolve preços, condições de venda,
garantia do fabricante, prazo e condição de entrega, assistência técnica e
mecânica e disponibilidade de peças de reposição entre outros;
b) criação de infraestrutura: que inclui o estabelecimento de caminhos de
serviço, construção de edificações (escritórios, almoxarifado, alojamentos,
paióis, para explosivos e para espoletas);
c) instalação de sistema de produção, que abrange a montagem dos britadores,
do sistema de transporte do material fragmentado para os britadores e deste
para o sistema classificador, e para os silos de armazenagem da pedra britada.

Para proceder ao desmonte, deve-se preparar previamente a pedreira


executando-se os seguintes trabalhos:
a) retirar o capeamento estéril (se existir), para se ter acesso ao topo do maciço
rochoso;
b) preparar a frente da pedreira (ou frente de ataque), que deve ter uma largura
com o volume de produção previsto;
c) rebaixar o terreno junto à pedreira para o nível mais baixo possível, porém
mais elevado que o nível de base topográfico do local;
d) arrumar a pedreira para permitir a queda, pelo próprio peso, dos fragmentos
na praça de serviço; e
e) planejar o desmonte por bancadas, preferivelmente paralelas às eventuais
descontinuidades naturais do maciço (bandeamentos, fraturas entre outras.)

Na execução do desmonte, adota-se efetuar as perfurações (de preferência


mecanizadas) de acordo com o pano de fogo preestabelecido. Os explosivos podem ser
do tipo pólvora negra, ou pólvora química (para abertura da frente primária e para
amostragens) e dinamite.

A dinamite é o tipo de explosivo mais utilizado modernamente e pode ser de


base inerte ou de base ativa. A deflagração da explosão pode ser efetuada por espoletas
(simples ou elétrica), estopim ou cordão detonante. A espoleta elétrica é a mais utilizada
atualmente devido ao fato de proporcionar maior segurança, maior rendimento e por

90
Conhecimento do Problema

permitir detonações uma a uma, de forma simultânea. Essas detonações podem ser
feitas, por sua vez, em série, em paralelo ou em semi-paralelo para deflagração das
detonações ao mesmo tempo, sequenciadas ou combinadas, respectivamente.

Após a fragmentação, a rocha passará por um processo de cominuição, o qual


consiste em reduzir suas dimensões a tamanhos utilizáveis como material de construção.

Para a pedra britada, adota-se a cominuição mecânica, devido a sua alta


produção e a maior regularidade de dimensões e fragmentos produzidos.

Para a execução da cominuição, são utilizados os britadores, que podem ser de


diversos tipos.

A escolha de um britador é baseada nas características físicas e mecânicas da


rocha, na capacidade de produção (qualitativa e quantitativa), nas facilidades de
funcionamento, de manutenção, montagem, desmontagem e de substituição de peças.

Os britadores mais comuns são os de mandíbulas. Estes são de movimento


alternativo (de simples efeito e de duplo efeito). Outros tipos de britadores apresentam
movimento contínuo (giratórios ou de rolos).

Os britadores de mandíbulas fragmentam a pedra seu esmagamento contra uma


superfície triturante (mandíbula fixa), devido à ação de outra superfície triturante dotada
de movimento alternativo (mandíbula móvel). A pedra fragmentada escoa por um funil
a cada alternância da mandíbula móvel. No britador de simples efeito, a parte inferior da
mandíbula móvel é fixa a um eixo e a parte superior é ligada a um excêntrico. No
britador de duplo efeito, a mandíbula móvel tem sua parte superior fixa e a inferior é
movimentada por um excêntrico ligado a duas articulações.

Os britadores giratórios apresentam uma superfície triturante fixa, de formato


cônico. A superfície móvel é a parte externa de um pinhão convexo que se aproxima e
se afasta da superfície côncava, devido à ação de um eixo excêntrico.

No processo de britagem das rochas, haverá maior ou menor desgaste das


mandíbulas, ou elementos triturantes, dos britadores.

Os fatores que influem no desgaste estão ligados à natureza da rocha, tipo de


britador e condições operacionais, como descrito a seguir:

a) Características da rocha – Será maior o desgaste quanto maior for o teor de


minerais duros da rocha, quanto mais compacta for sua estrutura, quanto mais

91
Conhecimento do Problema

fina a sua textura e quanto menos alterados seus minerais. O desgaste será
maior se for alto o teor de quartzo, de feldspato e de acessórios, do tipo zircão
e turmalina, por apresentarem dureza maior que 5 (que é a dureza da maioria
dos tipos de aço utilizados na fabricação das mandíbulas). Rochas de textura e
estrutura compacta, além de serem mais resistentes, expõem um maior
número de pontos de contato com a superfície da mandíbula. Por outro lado,
quanto mais alterada for a rocha, mais facilmente ela será desagregada. Esses
fatores também influem no consumo de energia de britagem. As rochas
apresentam a seguinte sequência de abrasividade: calcário < basalto <
diabásio < gnaisse < granodiorito < granito < quartzito SIRIANI, (1972) in
FRAZÃO, (2002).
b) Tipo de britador - Será maior o desgaste se o britador for de um eixo (de
simples efeito), porque sua menor produção leva a um tempo maior de
residência dos fragmentos na câmara de britagem. Se a curvatura da
mandíbula for muito elevada, haverá desgaste excessivo nas regiões mais
proeminentes.
c) Características operacionais - Será maior o desgaste quanto maior a
granulometria de operação, menor a abertura da boca do britador, menor a
granulometria requerida para o produto e o maior enchimento do britador.
Esses fatores também estão ligados ao tempo maior de residência do
material na câmara de britagem. Após a britagem, o material produzido será
classificado de acordo com as granulometrias de uso por meio de
classificadores, que nada mais são do que peneiras de grandes dimensões.
Podem ser cilíndrico-rotativos ou plano vibratórios. Os cilíndricos são
constituídos de chapas de aço perfuradas com diferentes dimensões dos
orifícios menores para as de orifícios maiores. Com a rotação do cilindro, os
fragmentos passam pelos orifícios e caem em depósitos, os quais estão
justapostos e são em número igual ao das faixas de diâmetros dos orifícios
presentes no cilindro. Os classificadores planos vibratórios são constituídos
de várias peneiras planas, de malha quadrada, com diferentes aberturas e
sobrepostas na posição sub-horizontal com inclinação de cerca de 15 graus.
A alimentação é feita na direção das malhas maiores para as menores. A
vibração provoca o peneiramento e os fragmentos retidos escoam pelo plano
das malhas e caem nos respectivos depósitos. Nos sistemas de britagem

92
Conhecimento do Problema

voltados para a grande produção (caso da maioria das pedreiras comerciais),


o material classificado é conduzido diretamente para silos, de onde é
recolhido por veículos para transportá-lo até o consumidor.

2.11 CRITÉRIOS PARA AVALIAR A QUALIDADE DAS ROCHAS E MATERIAIS PÉTREOS


PARA USO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A avaliação da qualidade dos materiais rochosos destinados à construção civil


pode ser efetuada com base nos valores limites, máximos e mínimos, especificados para
as propriedades por entidades normalizadoras e pela avaliação de desempenho após um
conveniente tempo desses materiais em serviço. A primeira conduta mencionada pode
ser facilmente seguida por meio de especificações existentes, para uma avaliação
preliminar. A segunda depende da participação de profissionais que tenham
acumulado suficiente experiência no acompanhamento do desempenho desses materiais
em obras, para a qual incide o conhecimento das propriedades das rochas, das
particularidades das obras e da interação destes com características macro e micro
ambientais inerentes à obra e ao meio envolvente.

Nesses casos, estão abrangidas as condições químicas e físicas intrínsecas aos


concretos de cimento Portland. Embora a segunda conduta seja fundamental, esta
depende da presença do profissional e de registros de acompanhamento confiáveis.
Dessa forma, as especificações emitidas pelas entidades normalizadoras, ou aquelas
divulgadas por entidades científicas e profissionais competentes, tem grande serventia
para auxiliar a escolha dos materiais rochosos para os diferentes tipos de uso na
construção civil.

93
Metodologia

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA

3.1 PROGRAMA DE INVESTIGAÇÕES, ENSAIOS REALIZADOS, MÉTODOS E


MATERIAIS PÉTREOS

Os objetivos específicos foram elencados à luz da realidade do presente


estudo, tais como mapa identificatório das áreas de ocorrência de laterita,
análises física, química, mecânica e geológica da laterita, conhecimento
detalhado das curvas granulométricas do conglomerado ferruginoso laterítico
quando britado em britadores primários e secundários, tendo como base
referencial a curva teórica de “FULLER”, moldagem e rompimento de corpos
de prova separados, utilizando o conglomerado ferruginoso laterítico e
empregando a brita granítica de Rosário no estado do Maranhão e que serviu
de base referencial de resistência dos corpos de prova mediante o uso de brita
convencional, uma vez que o conglomerado ferruginoso laterítico utilizado
neste estudo trata-se de um agregado não convencional.

Esse conjunto de procedimentos levaram e dirigiram o estudo para se


obter a valor máximo atingido no sentido de serem avaliadas as condições que
possibilitaram a obtenção de altas resistências do concreto quando moldado e
rompidos os corpos prova elaborados por meio de traços e fatores água
cimento otimizados durante o estudo.

3.2 INVESTIGAÇÕES

As investigações para entendimento de dsafios e dúvidas pertinentes ao presente


estudo tiveram como apoio as diretrizes expostas na sequência do texto:

a) Inicialmente, em uma primeira fase, foi executado uma série de reconhecimentos de


campo, através de caminhamentos e com auxílio de mapa cartográfico do IBGE na
escala 1: 50.000 e fotos aéreas na escala 1: 40.000 da USAF. Nessa fase, já se tinha
a idéia do conhecimento teórico do problema que consistía na identificação dos
tipos rochosos laterizados existentes na ilha de São Luís (MA), conforme detalhado
em fases anteriores do estudo. O contato pessoal com as explorações ou lavras do
material pétreo na ilha de São Luís foi fundamental nas primeiras formulações

94
Metodologia

relacionadas ao conhecimento do problema no sentido de se esboçar um


planejamento que pudesse viabilizar o presente estudo.

b) Seguiu–se uma série escavatória de poços e explorações do material laterítico


objetivando identificar os horizontes litológicos laterizados e respectivas
amostragens dos tipos rochosos lateríticos para fins de ensaios de laboratório, o que
resultou numa hierarquização da qualidade dos tipos rochosos laterizados, sendo
concluído que o conglomerado ferruginoso laterítico possui melhor qualidade,
conforme demonstrado em estudos anteriores, segundo OLIVEIRA, (2008)

c) Complementarmente, elaborou-se reconhecimento da região por meio de um trabalho


de sensoriamento remoto, cuja proceddimento baseou-se no processamento de
imagens digitais do sensor TM LANDSAT 5-TM, com suporte, dos aplicativos
ENVI 5.0 e ArcGis 9.3, que constituem importante ferramentas na localização de
áreas contendo óxidos e hidróxidos de ferro (laterita). Após essa atividade, intenso
trabalho de campo foi realizado, por um período de três (03) meses em que foram
cadastrados 47 pontos/jazidas/lavras, dos diferentes tipos de agregado laterítico
existentes na Ilha de São Luís (MA). Nesse contexto, foram cadastradas áreas de
ocorrências, áreas de extrações desativadas e áreas de extrações ativas, conforme
indicado nas fichas de campo, numeradas de 1 até 47. Evidência-se que existe, na
região, uma constante dinâmica relacionada aos múltiplos e variados requerimentos
de áreas de pesquisas referentes as lateritas e as areias de São Luís do Maranhão.
Menciona-se aqui o fato de que, num passado recente, a Ilha de São Luís, ter sido
palco de requerimento para fins de pesquisas multivariadas referente a minerais de
diferentes classes estabelecidas pela Agência Nacional de Mineração (A.N.M),
incluindo ouro e bauxita. Segundo notícias e informes recolhidos pessoalmente pelo
autor, foi o empresário Eike Batista que, através de suas empresas, provocou uma
situação potencialmente bastante complicada junto aos proprietários de terras, os
quais exploravam a laterita de forma ilegal. A situação está, neste momento,
aparentemente normalizada e pacificada, uma vez que tal empresário desistiu dos
processos de requerimentos de pesquisas multivariadas.

95
Metodologia

3.3 ENSAIOS REALIZADOS

O conglomerado ferruginoso laterítico foi submetido a ensaios geológicos,


químicos, físicos e mecánicos, conforme relatados a seguir.

3.3.1 Ensaios geológicos e químicos para determinar a gênese e as características


da laterita

 Determinação quantitativa dos elementos químicos através da fluorescência ao


raio - X – Ensaio realizado no CETEM – UFRJ;

 Determinação da relação sílica-sesquióxidos através do método DNER–ME-


30-73 – Ensaio realizado na CPRM – RJ;

 Análise de difração aos raios-X, usando-se radiações FeK num difratômetro


PHILLIPS através do método ASTM – C295 – ensaio realizado no
Departamento de Geologia da UFRJ;

 Análise de lâminas petrográficas luz polarizada através método ABNT-NBR-


7389 – Ensaio realizado no Instituto de Geociências da UNESP – SP
 Análises Mev (microscopia atômica de varredura) no CETEM - UFRJ,
microtomografia computadorizada de raio X e espectromeria atômica. Ensaios
realizados na Escola de Engenharia Metalúrgica da UFRJ.

3.3.2 Ensaios físicos e mecânicos para qualificar tecnològicamente as amostras de


agregados

 Determinação da densidade específica aparente Seca g/cm3 através do método


IPT-M-47 – Ensaio realizado no IPT – SP;

 Determinação da massa específica saturada aparente g/cm3 através do método


IPT-M-47– Ensaio realizado no IPT – SP;
 Determinação da abrasão “Los Angeles” através do método ABNT-MB-170R
– modificado – Ensaio realizado no IPT – SP;

 Determinação da granulometria através do método ABNT-MB-7 - Ensaio


realizado na FESMA – Federação das Escolas Superiores do Maranhão – MA;

96
Metodologia

 Ensaio de ciclagem e sanidade através do método DNER-DPT-M-89-64–


Ensaio realizado no IPT – SP;

 Ensaio de tenacidade (Impacto Treton) através do método IPT - M-52 - Ensaio


realizado no IPT – SP;

 Índice de forma pelo método IPT – M49 – Ensaio realizado no IPT – SP;

 Resistência à compressão Simples por testemunhos de sondagem rotativa,


através do método IPT-M-50 – Ensaio realizado no IPT – SP;

 Ensaio de esmagamento (%) através do método IPT-M-53 – Ensaio realizado


no IPT – SP;
 Porosidade aparente (%) através do método IPT-M-47 - Ensaio realizado na
FESMA – Federação das Escolas Superiores do Maranhão;
 Absorção d’água (em %) através do ensaio realizado IPT-M-47 – Ensaio
realizado na FESMA - Federação das Escolas Superiores do Maranhão.

3.3.3 Ensaios mecânicos para qualificar tecnológicamente o concreto laterítico

 Determinação de “Slump Test” através do método ABNT–MB-256 - Ensaio


realizado no IPT – Instituto de Pesquisa Tecnológica – SP, na ABCP -
Associação de Concreto de Cimento Portland e na FESMA – Federação das
Escolas Superiores do Maranhão (MA);

 Moldagem dos corpos de prova e rompimento com o conglomerado


ferruginoso laterítico (agregado pétreo) através do método ABNT–MB-3 -
Ensaio realizado na FESMA – Federação das Escolas Superiores do
Maranhão (MA) no IPT – Instituto de Pesquisa Tecnológica – SP e na ABCP
- Associação de Concreto de Cimento Portland.

Os corpos de prova para verificação da resistência do concreto foram moldados


com o conglomerado ferruginoso lateritico nas proporções 1:4 e 1:6, utilizando-se para
cada proporção os fatores água/cimento iguais a 0,45 e 0,50. Decorrido o tempo de 24
horas após a moldagem dos corpos de prova, esses foram desmoldados e colocados em
câmara fría em prazos de 3, 7 e 28 dias, após o que foram rompidos à compressão
simples para verificação das resistências. Certo que os últimos ensaios foram curados

97
Metodologia

com 28 dias e ensaiados somente à resistência final máxima alcançada, conforme Tabela
5.23.

A Figura 3.1 apresenta o fluxograma dos estudos de campo e de laboratório


conduzidos ao longo da pesquisa..

Figura 3.1 - Fluxograma dos estudos de campo e de laboratório.

Os ensaios foram realizados, de forma sucinta, nos laboratórios das seguintes


entidades:

 Instituto de Tecnologia da Federação das Escolas Superiores do Maranhão -


FESMA (MA)
 Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais – CPRM - RJ
 Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT - SP
 Instituto de Geociências da Universidade Estadual Paulista - Rio Claro - SP

98
Metodologia

 Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ - RJ


 Centro de Tecnologia Mineral da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ –
RJ
 Escola de Metalurgia da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ – RJ
 Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
COPPE - UFRJ - RJ
 Associação de Concreto de Cimento Portland – ABCP

3.3.4 Materiais Pétreos

As rochas sedimentares (agregados pétreos) que ocorrem na ilha de São Luís do


Maranhão, de uma maneira geral estiveram expostas ao processo de laterização e
alteração, salvaguardadas algunas restrições.

A geología da ilha de São.Luís , engloba litologias do Neógeno, as concreções


laterizadas, ou não, as rochas sedimentares laterizadas, ou não, do Grupo Itapecuru e
Grupo Barreiras, os depósitos quaternários e os depósitos coluvionares, que englobam
em sua matriz todos os tipos de rochas laterizadas da Ilha de São Luís.

Certo é que a formações geológicas da ilha de São Luís, pertencem ao Neógeno


e Quaternário, estando incluídas no Grupo Itapecuru e no Grupo Barreiras, que além de
serem os grandes produtores de lateritas, têm sua extensão com inicio no estado do
Espírito Santo e término no estado do Amazonas.

A laterita é uma rocha de coloração amarela avermelhada, rica em ferro e em


alumínio, oriunda de enriquecimento supergênico, encontrada no Grupo Itapecuru e no
Grupo Barreiras, na Ilha de São. Luís, no estado do Maranhão. Ocorre, geralmente, no
topo dos tabuleiros, e nas colinas intensamente dissecadas próximas à áreas de mangues.
Destaca-se que as lateritas, do Grupo Barreiras, encontram-se em fase de consolidação,
pois sua consistência varia de baixa a dura, sendo encontradas as variedades granulares
e placosas.

A exploração minerária de laterita ocorre, em geral, nas porções oeste e a


sudeste da Ilha de São Luís do Maranhão, porém sua ocorrência está relacionada a
concentrações, sobretudo descontínuas, formando stone lines, com destinação como
agregado classe II para as obras da construção civil, predominantemente de forma
manual, gerando no final da exploração, áreas degradadas com elevado passivo

99
Metodologia

ambiental, principalmente, no solo e na água, pois promove assoreamento dos rios e


igarapés, redução do habitat de variadas espécies, perda da vegetação e modificação das
formas do relevo.

Os impactos socioambientais estão relacionados à força de trabalho manual,


desprovida de condições seguras de trabalho e com baixos pagamentos das horas
trabalhadas PEREIRA, (2017).

A ilha de São Luís no estado do Maranhão possui aparentemente, cinco (05)


tipos de laterita, segundo OLIVEIRA, (2008), subdivididos conforme segue:

1 - laterita com textura de concreção, que ocorre no Grupo Barreiras, tendo sido
denominada de siltito argilito laterizado, popularmente conhecida como Pedra
Jacaré.

2 - laterita originada pela laterização e que ocorre no Grupo Barreiras, tendo


sido denominada de arenito médio ferruginoso, popularmente conhecida
como Pedra Preta, dentre outros nomes, denominada como Gran Fina Preta.

3 - laterita originada pela laterização e que ocorre no Grupo Barreiras, tendo sido
denominada de arenito fino ferruginoso, popularmente conhecida como Gran
Fina Marrom. (um tipo de laterita)

4 - laterita originada pela laterização e que ocorre também no Grupo Barreiras,


tendo sido denominada de conglomerado e arenito grosseiro, sendo
popularmente conhecida como Pedra Caroço e Couro de Sapo e que, nesse
estudo, tratou-se pela denominação de Conglomerado Ferruginoso Laterítico.

5 – laterita coluvionar, que engloba o conjunto das lateritas anteriormente


definidas e que se depositaram por gravidade em encostas da superficie da
ilha de São Luís.

Destaca-se que se concentrou atenção no presente estudo sobre o conglomerado


ferruginoso laterítico, com petrografía descrita detalhadamente abaixo, sobre o qual
foram elaboradas análises dos tipos, geológica, química, físico e mecânica, cujos
resultados estão apresentados no CAPÍTULO 5.

100
Metodologia

3.3.5 Conglomerado Ferruginoso Laterítico, popularmente designado (“Pedra


Caroço ou Couro de Sapo”)

Trata-se do material adotado no presente estudo, localizado no


ponto/jazida/lavra 19, conforme Figura. 5.1.
A textura desse tipo de material petrográfico é constituída de grãos e grânulos
como valor modal e extremos variando de muito grossa a seixos pequenos contendo
muito cascalho e a areia totalizando menos de 5%. Possui na matriz quartzo
policiristalino, comum e ondulante sendo rara a presença de feldspato potássico. O
arredondamento é subangular e subarredondado e de alta esfericidade. O cimento tem
composição hematítica e limonítica e coloração variável, notadamente preto
acinzentado, marrom escuro até marrom claro em função da hidratação e oxidação do
horizonte laterizado.

Objetivando maior detalhamento das características geológicas específicas do


conglomerado ferruginoso laterítico referente a estrutura interna e externa dessa rocha
foram elaboradas as análises microscópicas, abaixo listadas, oriundas do apoio de
diferentes segmentos existentes no meio acadêmico e científico, cujos resultados são
apresentados no CAPÍTULO 5, a saber:

1 - aspecto macroscópico de amostras dos blocos rocosos;


2 - fotomicrografia obtida em microscópio de luz polarizada denotando a
interação entre a matriz rochosa e o cimento da rocha;

3 - fotomicrografía obtida em microscópio de luz refletida;

4 - fotomicrografía obtida em microscópio electrônico de varredura;

5 – fotomicrografía obtida no microscópio de força atómica;

6 – fotomicrografía obtido na tomografia micro-computadorizada.

3.3.6 Cimento Portland

Para confecção dos corpos de prova de concreto na primeira fase do estudo foi
utilizado o cimento Portland 320, fabricado no município de Codó pela Nassau, no
estado do Maranhão, comprovadamente novo e isento dos efeitos da hidratação. As suas
propriedades químicas estão evidenciadas na Tabela 3.1.

101
Metodologia

Na segunda presente fase dos estudos, foram utilizados o cimento Portland CP


320 fabricado pela cimenteira Cauê, o CP II E 320, com características físicas
apresentadas na Tabela 5.7. As características químicas do cimento Cauê, não foram
fornecidas pelo fabricante.

Tabela 3.1 – Análises químicas do cimento utilizado.

DETERMINAÇÕES %

Perda ao fogo 2,39

Resíduo Insolúvel 0,86

Sílica (em SiO2) 19,74

Óxido férrico (em Fe2O3) 3,30

Óxido de alumínio, por diferença (em Al2O3) 5,65

Óxido de cálcio total (em CaO) 62,72

Óxido de manganês (em MgO) 1,84

Anidrido sulfúrico (em SO3) 3,99

Óxido e hidróxido de cálcio livre (em CaO) 1,69

Óxido de sódio (em Na2O) 0,10

Óxido de potássio (em K2O) 0,60

Óxido de sódio, solúvel em água (em NaO) 0,08

Óxido de potássio, solúvel em água (em K2O) 0,41

3.3.7 Legalidade da Atividade Minerária na llha do Maranhão

A título de melhor detalhamento da atividade mineraria, foi realizada uma


investigação sobre as substâncias minerais com registro ativo no órgão legislador ANM
(Agência Nacional de Mineraçao), cuja listagem é abaixo apresentada:

A pesquisa contou com o banco de dados disponibilizado através do Cadastro


Mineiro/ANM (Agência Nacional de Mineração) em que aponta um total de 47

102
Metodologia

atividades minerárias na ilha de São Luís e refere-se aos municípios de São Luís, São
José de Ribamar e Paço do Lumiar, no período de 2013-2017.

Resumidamente, a região detém os requerimentos de lavra para laterita, além de


areia, argila e saibro. O saibro é a mistura de argila e areia grossa, usada no preparo de
argamassa. Dessas 47 áreas, 20 encontram-se em fase de autorização de pesquisa, 6 em
licenciamento, 8 em requerimento de licenciamento e 13 em requerimento de pesquisa.

Ressalta-se que as empresas responsáveis pelas extrações ampliaram suas


produções, em sua maioria, na informalidade. A extração de muitos desses materiais
torna- se de difícil controle considerando-se que são vendidos geralmente sem
identificação da procedência de fornecedor, PEREIRA, (2017).
Registro de requerimentos na ANM (Agência Nacional de Mineração), em
27/04/2017 para São José de Ribamar e Paço do Lumiar- MA. Processos em São
José de Ribamar - Total 4
Processos - Fase atual - Substâncias
806.012/2017 Requerimentoto de Pesquisa: areia, fosfato, argila, argila bentonita,
laterita;
806.106/2015 Requerimento de Licenciamento: laterita;
806.061/2015 Requerimento de Licenciamento cascalho;
806.025/2013 Licenciamento de areia Processos no Paço do Lumiar – Total 1
Processo Fase atual substâncias
806.002/2016 Autorização de Pesquisa areia, fosfato, argila, argila bentonita, laterita
Registro de requerimentos na ANM (Agência Nacional de Mineraçao), em
27/04/2017 para São Luís – MA. Processos em São Luís – Total 42
Processos Fase atual Substâncias
806.036/2017 Requerimento de Pesquisa areia, laterita
806.035/2017 Requerimento de Pesquisa areia, laterita
806.025/2017 Requerimento de Pesquisa areia
806.012/2017 Requerimento. de Pesquisa
areia, fosfato, argila, laterita, argila bentonita
806.129/2016 Requerimento de Pesquisa areia
806.097/2016 Licenciamento Areia, laterita
806.087/2016 Requerimento de Pesquisa Areia, laterita
806.081/2016 Requerimento. de Pesquisa areia
806.078/2016 Requerimento. de Pesquisa
areia, fosfato, argila, argila bentonita, laterita
806.072/2016 Requerimento de Pesquisa areia, laterita
806.055/2016 Autorização de Pesquisa areia
806.053/2016 Autorização de Pesquisa areia, laterita
806.034/2016 Requerimento de Pesquisa areia, laterita
806.129/2015 Requerimento de Pesquisa areia, argila, laterita
806.111/2015 Requerimento de Pesquisa argila
806.092/2015 Requerimento de Pesquisa areia, fosfato, laterita
806.076/2015 Requerimento de Pesquisa areia, areia, laterita
806.061/2015 Requerimento de Pesquisa cascalho

103
Metodologia

806.060/2015 Autorização de Pesquisa areia, saibro, argila, laterita


806.036/2015 Autorização de Pesquisa areia
806.008/2015 Autorização de Pesquisa
areia, fosfato, argila, argila bentonita, laterita
806.216/2014 Autorização Autorização de Pesquisa cascalho
806.211/2014 Autorização de Pesquisa areia
806.202/2014 Licenciamento areia, cascalho
806.167/2014 Requerimento de Pesquisa areia, cascalho
806.136/2014 Requerimento de Pesquisa
areia, saibro, laterita
806.135/2014 Autorização de Pesquisa areia
806.133/2014 Autorização de Pesquisa areia
806.132/2014 Autorização de Pesquisa areia, fosfato, laterita
806.129/2014 Autorização de Pesquisa
areia, fosfato, argila, argila bentonita, laterita
806.059/2014 Licenciamento areia
806.253/2013 Licenciamento areia, laterita
806.218/2013 Autorização de Pesquisa areia, argila, laterita
806.217/2013 Autorização de Pesquisa areia
806.152/2013 Autorização de Pesquisa areia
806.151/2013 Autorização de Pesquisa areia
806.131/2013 Licenciamento areia, laterita
806.087/2013 Autorização de Pesquisa areia, laterita
806.081/2013 Autorização de Pesquisa areia, argila, laterita
806.079/2013 Autorização de Pesquisa areia, saibro, laterita
806.072/2013 Autorização de Pesquisa areia, saibro, laterita
806.063/2013 Requerimento de Pesquisa areia, saibro, laterita

No entanto é importante salientar que existe a necessidade de execução de um


levantamento geral da ilha de São Luís do Maranhão, em que traduza a relalidade de
campo concernente a exploração da laterita, com a realidade oficial registrada na ANM
(Agência Nacional de Mineração). Ainda resta alguns comentários extremamente
importantes para que a autoridade máxima do governo estadual, tome algunas
providências em face aos seguintes argumentos: 1 – necessidade de desenvolver estudos
em que contemple a legalização das extrações da laterita. 2 – existencia de lavras
ativadas e desativadas em jazidas de laterita. 3 - enquadramento necessário dos
pequeños produtores em uma espécie de cooperativa. 4 – se existe permissão/concessão
de lavra/licença ambiental. 5 – observância sobre a existênciade “portariaa de lavra” e
de “licença ambiental”; caso não haja, as atividades de mineração e de exploração da
laterita na ilha de São Luís estarão infringindo a lei, caracterizando, no caso, o que se
denominaria de usurpação.

104
Caracterização da Área de Estudo

CAPÍTULO 4 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

4.1 FISIOGRAFIA, CLIMA E VEGETAÇÃO

A ilha de São Luís é delimitada pelas baías de São Marcos ao norte, de São José,
ao sul, e é separada do continente pelo canal ou estreito do Mosquito. Apresenta- se
com uma topografia de patamares em um nível médio de 35m e chegando a um máximo
de pouco mais de 60 m. O trabalho prolongado do mar sobre a costa solapou os
sedimentos, formando plataformas de abrasão, onde frequentemente aparecem argilas e
arenitos intercalados.

A ilha está situada no recorte do litoral, denominado Golfão Maranhense. A Ilha


de São Luís apresenta-se com cinco feições geomorfológicas/topográficas distintas:
áreas mais elevadas cujas altitudes são maiores do que 60m, bastante onduladas, muitas
vezes provocadas e esculpidas pelos rios que drenam para o litoral e por planícies
aluvionares que periodicamente estão inundadas pelo mar. Outros patamares entre 45 e
60m, 30 e 45 m, 15 e 30m e 0 a 1m, ocorrem conforme demonstrado no mapa
apresentado na, Figura 4.1.

Figura 4.1 - Aspectos da geomorfología evidenciando o dominio altimétrico


(respectivas altitudes terrestres das Formações Geológicas) e as 47
jazidas/lavras, ou pontos/ocorrências de laterita cadastradas na ilha de
São. Luís, durante os estudos de campo.

105
Caracterização da Área de Estudo

A laterita exerceu certamente forte influência no controle topográfico erosional,


tendo esta camada de laterita protegido e mantido o relevo devido à sua inércia química
e à resistência física quanto ao proceso de erosão SUGUIO & BARBOUR, (1969).

Clima

O clima da ilha de São Luís enquadra-se no tipo “A” da classificação KOEPEN,


isto é, clima tropical chuvoso com temperaturas elevadas em torno de 26, 2º C,
máximas entre setembro e novembro. Os valores mais baixos ocorrem no período
chuvoso de janeiro a julho. A precipitação média atinge 1.953 a. 2.083mm por ano.

Medidas de umidade relativa são de 80%. A insolação no Maranhão varia


consideravelmente com um máximo perto de São Luís com cerca de 2.800 h/ano. A
nebulosidade é maior perto da crosta norte diminuindo para o sul do estado, onde os
valores de seis (6) são constantes. Para o interior, o índice é 5, podendo ser observado
em Carolina (MA).

As velocidades dos ventos em São Luís são as mais elevadas do Estado do


Maranhão, cerca de 9 a 12 m/s. A divisão dos ventos em São Luís é constante
obedecendo a uma direção principal de nordeste (NE). Em São Luís o índice
pluviométrico sempre excede o potencial de evapotranspiração (EP = 1.362mm).

O clima da ilha de São Luís é considerado de transição entre equatorial e


tropical. O clima é quente e úmido com precipitações pluviométricas anuais,
caracterizando-se duas fases distintas: o clima chuvoso, mais prolongado, que se
estabelece de dezembro a julho e ventos alísios que sopram do nordeste e o clima seco.
Nos demais meses, o clima está sujeito aos ventos alísios que sopram de sudeste
CODEMINAS, (1975).

Vegetação

A vegetação maranhense é caracterizada pela presença de mangue, na costa,


pelas gramíneas dos campos secos ou alagados, e zona das matas. Segundo a
CODEMINAS, (1975), a região da floresta densa domina nos platôs do Pará-Maranhão
com árvores emergentes gigantes com mais de 50 metros, sendo que aí dominam a
maçaranduba, a faveira e o angelim, com babaçu aparecendo nos vales.

106
Caracterização da Área de Estudo

A região da floresta decídua dominante nos baixos, platôs e áreas dissecadas da


região norte do Maranhão é representado pela caneleira, pau Darco, imbaúba, faveira e
babaçu, que dominam completamente a região próxima do litoral.

As formações campestres ocorrem nas porções central, sul e sudeste do


Maranhão, sendo que essas formações não se apresentam de modo contínuo. Os rios
apresentam matas ciliares, e, nos grandes tablados uniformes, ocorrem campos
semeados por palmeiras esparsas, enquanto, em territórios ondulados, capões e mata e,
por fim, nos chapadões mais altos, campos arenosos de vegetação escassa e alguma
caatinga nos vales.

O cerrado, conforme CODEMINAS, (1975), apresenta-se nos altos platôs da


bacia do Maranhão e nas áreas dissecadas, principalmente nas bacias do Tocantins e do
Parnaíba. Os espécimes que predominam são: paus-terra, samambaia, murici, faveira de
bolota, cajuí, mangaba e piqui.

O extrativismo, a agricultura convencional e a pecuária extensiva são os


principais responsáveis pela degradação dos recursos nessas áreas. Nessa unidade,
característica da vegetação maranhense, desenvolve-se suas formações sedimentares,
observando-se variações em decorrência das litologias e das formas dos terrenos.

O cerradão domina na região de chapada, enquanto, nas áreas mais arrasadas,


aparecem os campos cerrados e pequenas florestas galerias, com ocorrência de buriti e
babaçu.

Na borda da costa ocorre a terrenie, grande formação da vegetação maranhense,


o Mangue, que, em certos locais, acompanha o curso dos rios e apresenta-se segundo
três tipos que se sucedem a partir da linha baixa do mar para o interior, notadamente
sendo o mangue vermelho, o mangue Branco e o mangue Seriba.

4.2 GEOLOGIA LOCAL DA BACIA DE SÃO LUÍS APLICADA AOS ESTUDOS

A evolução dos estudos referentes à geología e à estratigrafia da Bacia de São


Luís tem sido palco de discussões e constantes mudanças e evoluções, tendo sido
avaliados ao longo da presente pesquisa.
Desde o tempo da existencia da CODEMINAS (Companhia do
Desenvolvimento de Minerais do Maranhão) em 1970, a referida entidade

107
Caracterização da Área de Estudo

governamental assinalava uma geologia em que, considerada, a formação Itapecuru e


não o grupo Itapecuru. Considerava ainda o grupo Barreiras e não, a formação
Barreiras, conforme se observar em OLIVEIRA, (2008), onde se indica uma compilação
geológica, do que era citado nas edições da CODEMINAS, e que, por sua vez, fazia
constantes chamadas para os trabalhos desenvolvidos pela CPRM (Companhia de
Pesquisa e Recursos Minerais), onde foram citados vários autores, evidentemente já
ultrapassados em função da evolução dos estudos mais avançados desenvolvidos ao
longo deste tempo.

Existe a necessidade de se efetuar um mapa geológico da Iha de São Luís numa


escala maior (ou mais detalhada), do tipo 1:20.000. Assim sendo, certamente, muitas
duvidas serão esclarecidas, e um quadro geológico estratigráfico mais satisfatório dessa
ilha será desenhado.

No estágio atual deste estudo e dando um salto na evolução dos estudos salienta-
se que, atualmente, é adotado o “grupo Itapecuru” e o “grupo Barreiras”. Anteirormente
esse último grupo Barreiras foi chamado de formação Barreiras, o que está ultrapassado.

Um perfil geológico altimétrico estratigráfico NE – SW e E – W considerando


toda a ilha de São.Luís deve ser elaborado, o que não foi realizado neste estudo, por
fugir ao escopo desta tese de doutorado, contudo serão adotados e apresentados alguns
perfis geológicos estratigráficos parciais, obtidos a partir de MARTINS, (2017),
conforme Figura 4.2 e Figura 4.4.

Torna-se importante citar que a formação Barreiras adotada nesse perfil, no


presente momento, está sendo considerada como Grupo Barreiras, em concordancia
com OLIVEIRA, (2008).

Posto acima um breve histórico, abordando algumas dificuldades encontradas no


presente estudo, resolve-se adotar a estratigrafia da ilha de São Luís no Maranhão, nos
termos a seguir expostos, conforme MARTINS, (2017).

108
Caracterização da Área de Estudo

4.2.1 Contexto Geológico

A ilha do Maranhão é parte integrante da bacia costeira de São Luís – Grajaú, a qual
foi formada por rifteamento fissural durante o Cretáceo, conforme RODRIGUES, et al.,
(1994) apud MARTINS, (2017).

GÓES e ROSSETI, (2001) reconhecem tal bacia, através de dados de subsuperfície,


com perfis de raios gama, conforme também mencionado por CASTRO, (2006), apud
MARTINS, (2017).

Confronta-se, ao norte, pela plataforma continental, a sul, pelos Altos Estruturais


Arco Ferrer - Urbano Santos, disposto aproximadamente E-W, enquanto a leste pelo Horst
de Rosário, e, a oeste pelo Arco de Tocantins, de acordo com PEREIRA, (2006), ilustrando-
se essa configuração mediante Figura 4.3. Além disso, Rodrigues et al. (1994), segundo
MARTINS, (2017) destacam que a bacia de São Luís ocupa aproximadamente 33.000 km²
da porção continental e possui uma coluna sedimentar de 4.500 m.

A sedimentação na bacia de São Luís iniciou-se com as rochas do Cretáceo do


grupo Itapecuru, constituída pelas formações, Alcântara e Cujupe e uma unidade
indiferenciada do Cretáceo e do Neógeno, com os arenitos do grupo Barreiras e, finalmente,
pelos depósitos quaternários representados pelos aluvionares, de mangues e eólicos
litorâneos (Tabela 4.1).

Fonte: PEREIRA.E.D., (2006).


Figura 4.2 - Seções esquemáticas ilustrando a distribuição espacial das unidades
geológicas-geotécnicas (associação do substrato geológico e o relevo).
Destaca se que a numeração II – A até V – A, trata se de domínios
geotécnicos diferentes e mapeados por PEREIRA, (2006)

109
Caracterização da Área de Estudo

A estratigrafia é descrita conforme proposta por Sousa et al., (2012); Rossetti,


(2001) e Pereira., (2006) apud MARTINS, B.N., (2017) indicada na tabela 4.1.

Fonte: GOES et al. (1990) e ARANHA et al. (1993) apud VEIGA JR, (2000) segundo (MARTINS, 2017)
Figura 4.3 - Arcabouço estrutural da porção setentrional do Maranhão.

110
Caracterização da Área de Estudo

Tabela 4.1 - Coluna estratigráfica da Bacia de São Luís-MA.

Idade Estratigrafia
QUATERNÁRIO

Depósitos Aluvionares
Pleistoceno /Holoceno SUPERFICIAIS Depósitos Mangues
Depósitos Eólicos
Litorâneos
Depósitos Litorâneos
NEÓGENO

GRUPO Formação Pirabas


localizada no Pará
Mioceno Plioceno
BARREIRAS

Cenomaniano
Formação Cujupe
Mastrichtiano

Neo GRUPO Formação Alcântara


CRETÁCEO

ITAPECURU
Albiano Meso

Eon Unidade Indiferenciada

Aptiano Formações Codó e Grajaú


Pré-Cambriano e Paleozóico Embasamento

Fonte: SOUZA et al. (2012); ROSSETI (2001); PEREIRA (2006). Modificado, OLIVEIRA, (2019)

111
Caracterização da Área de Estudo

Fonte: PEREIRA, (2006).


Figura 4.4 - Modelo geológico-geotécnico da ilha de São Luís-MA. Destaca-se que a
numeração I – A até V – B, trata se de domínios geotécnicos diferentes e
mapeados por PEREIRA, (2006)

112
Caracterização da Área de Estudo

4.2.2 Grupo Itapecuru

O Grupo Itapecuru é composto pela Formação Alcântara, Formação Cujupe e


uma Unidade Indiferenciada representada por uma espessa sucessão sedimentar,
constituída por argilitos e arenitos finos de origens flúvio deltaica e estuarino – lagunar,
configuram, respectivamente as sequências deposicionais. Nos trabalhos de
RODRIGUES et al. (1994) segundo (MARTINS, (2017), o grupo Itapecuru é considerado
como formação Itapecuru, o que está superado, segundo KLEIN, (2012).

ROSSETI e TRUCKENBROT, (1997); ROSSET, (2001); e COSTA, (2006)


segundo (MARTINS, 2017), apontam que seus depósitos, de idade incerta (Cretáceo
superior-Neógeno inferior), consistem de aproximadamente 25 a 40 m de arenitos
cauliníticos, com granulometrias predominantemente fina a muito fina, bem
selecionados, com colorações branca ou rósea a amarelada, os quais intercalam-se a
argilitos de cores branca e cinza a violácea. Subordinadamente, ocorrem conglomerados
intraformacionais (ROSSETTI e TRUCKENBRODT, 1997; ROSSETTI, 2001) segundo
(MARTINS, (2017).

A exposição desse grupo Itapecuru encontra-se nos paredões de falésias de


Alcântara, com espessura de 20 m, onde se encontra sua seção-tipo. Em São Luís ocorre
na falésia da praia do Boqueirão, ao lado do Porto de Itaqui e na praia de São Francisco
e ao longo da bacia do rio Bacanga.

4.2.3 Grupo Barreiras

Os sedimentos do grupo Barreiras são areno-argilosos de coloração róseo-


avermelhada, siltitos maciços de cores amarela a ocre, ferruginizados e, ocasionalmente,
conglomeráticos e desorganizados. Apresentam um perfil imaturo, com sedimentos
inconsolidados, argilosos, com areias disseminadas, amarelados a avermelhados, com
nódulos e blocos de concreções ferruginosas, consoante RODRIGUES et al, (1994),
segundo (MARTINS, (2017).

As sucessões sedimentares estuarinas e os depósitos fluviais é uma consequência


da transladação de ambientes deposicionais mais proximais sobre estuarinos durante os
estágios finais de período de mar alto. Ainda, como verificado no norte do Brasil, os
depósitos estuarino-fluviais do grupo Barreiras são limitados em seu topo por superfície

113
Caracterização da Área de Estudo

de descontinuidade, contendo paleossololateríticos onde o nível concrecionário


apresenta-se sob forma de colunas verticais que atingem até 4 m de espessura, mas o
qual pode apresentar diferentes graus de preservação ao longo das falésias.

O grupo Barreiras aflora, predominantemente, na Ilha de São Luís-MA, nas


falésias, colinas, encostas e topos dos tabuleiros. Os sedimentos do grupo Barreiras
foram individualizados em três unidades de fácies: conglomerática, arenosa e pelítica,
típicas de ambiente continental e que estão intensamente afetadas pelo processo de
laterização. A fácies conglomerática forma o pacote que protege a atual superfície de
mesas e tabuleiros.

Os litotipos do grupo barreiras, após interação do processo de laterização,


resulta o material pétreo. Na Figura 4.5, na sequência abaixo, está representado um
detalhe de um afloramento em um corte de estrada localizado no portal de entrada da
torre da Embratel, na vila Anjo da Guarda em São Luís-MA, apresentando um solo
composto de areia fina esbranquiçada com uma fração de silte argiloso vermelho rica
em óxido de ferro (Fe2 O3 - 46,7%), enquanto a parte esbranquiçada apresenta óxido de
aluminio (Al2 O3 - 16,1%). Após o desenvolvimento do processo de laterização
atuando nesse conjunto terroso a fração férrica transforma-se numa concreção e que
dará origem ao tipo petrográfico concrecionado (arenito fino silto argiloso),
popularmente designado de Pedra Jacaré.

Figura 4.5 - Detalhe de um afloramento em um corte de estrada localizado no portal


de entrada da torre da Embratel.

114
Caracterização da Área de Estudo

4.2.4 Depósitos Quaternários

As coberturas quaternárias holocênicas, da área trabalhada, englobam os


depósitos diferenciados em: depósitos de mangues, depósitos flúvio-marinhos,
depósitos aluvionares e coluvionares.Esses depósitos estão localizados próximos ao
litoral, geralmente submetidos à ação das marés e estão associados aos depósitos de
cordões litorâneos. São constituídos por lamas arenosas, plásticas, não adensadas,
maciças e bioturbadas, areias finas, quartzosas. São originados por processos de
tração/suspensão subaquosa, pela ação das marés, representando fácies de
intermaré/submaré rasa. Pela migração de dunas de acresção lateral, constituem fácies
de canal e barras de canal, conforme, VEIGA, (2000) apud (MARTINS, (2017). Os
manguezais são típicos e extensos nessas áreas.

Os depósitos quaternários ocorrem em ambientes fluviais, flúvio-marinho e


marinhos litorâneos e recobrem todas as demais unidades estratigráficas aflorantes na
bacia sedimentar de São Luís.

As formações geológicas supracitadas estão espacializadas no mapa geológico,


conforme Figura 4.6.

115
Caracterização da Área de Estudo

LEGENDA
QHfm/QHa/QHfl
QHm/QHml/QHe
QPcl/Qpa/Qpe
Quaternário Formação
NQI - Laterítica cobertura
Enb - Barreiras Grupo
Ea - Itapecuru Grupo

Fonte: CPRM – Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (2012) escala 1:250. 000
Figura 4.6 - Mapa Geológico das Formações Superficiais da Ilha de S.Luis no estado
do Maranhão na escala 1:250.000 - Área (905 km²).

116
Apresentação dos Resultados

CAPÍTULO 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados deste estudo refletem a potencialidade do conglomerado


ferruginoso laterítico da ilha de S. Luís (MA) objetivando a sua utilização em concreto de
cimento Portland neste local. A busca desta potencialidade foi necessária, uma vez que
este tipo de laterita apresentou em estudos anteriores maior resistência a compressão
axial simples, quer em testemunhos obtidos atraves de sonda rotativa, quer quando
moldado como agregado em concreto de cimento Portland. Uma intensa caracterização
geológica, química e físico-mecânica foi empreendida nesse tipo de material pétreo à luz
da tecnologia atualmente presente no meio científico tecnológico.

Destaque especial deve ser dado ao conglomerado ferruginoso lateritico


(agregado/material pétreo), objeto do presente estudo, quanto ao comportamento
granulométrico desse conglomerado, pois, quando britado, seus componentes apresentam
curvas granulométricas satisfatórias. Torn-se mais satisfatórias ainda, quando se
produzem correções granulométricas, adicionando-se materiais nas frações faltantes e
retirando-se materiais das frações exedentes.

O fato desafiante é que o conglomerado ferruginoso laterítico proposto foi


moldado em concreto de cimento Portland, tal como saiu do britador, e, a esse
agregado/material pétreo somente foram acrescentados cimento e água nas proporções
(traço e fator água cimento) de forma otimizadas. O fato acima indicado evidencia, que
ao se utilizar esse tipo de conglomerado ferruginoso laterítico (agregado/material pétreo)
acima referido, uma economia razoável é produzida, pois não se faz necessária a busca
de areia lavada em jazidas de rios, assim se obtendo um ganho no que tange ao que se
revela como passivo ambiental, notadamente, quanto aos cursos das águas (rios), tanto
quanto aos locais dos pontos/ jazidas/lavras.

5.1 CONTEXTO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO PARA USO DO


SENSORIAMENTO REMOTO

Na ilha de São Luís do Maranhão, com mapa geológico apresentado na Figura 5.1,
situada no nordeste do Brasil, face à ausência de materiais pétreos para uso na construção
civil, são utilizadas alternativamente lateritas ferruginosas, pois apresentam características
geológicas, químicas, físicas e mecânicas adequadas, sendo ainda de fácil extração e de
ocorrência generalizada OLIVEIRA, (2008).

117
Apresentação dos Resultados

As lateritas segundo BEAUVAIS e COLIN (1993) e BIGARELLA et al (1996) seriam


resultantes de processos de laterização, mediante ao intenso intemperismo químico a partir
de qualquer rocha pré-existente, com desenvolvimento em regiões de clima tropical com
longa estação seca e precipitação anual entre 1.200 e 1.800 mm. Na ilha de São Luís do
Maranhão, as lateritas desenvolveram-se sobre sedimentos de idade pertencente ao
neógeno até o quaternário, que compreendem, sobretudo, o grupo Barreiras e o grupo
Itapecuru, além de depósitos litorâneos e solos coluvionares, PEREIRA et al (2017)

A Figura 5.1, evidencia o mapa geológico da Ilha de São Luis, tendo sido
dispostos nesse mapa, os pontos/jazidas/lavras de laterita da referida ilha.
O uso do sensoriamento remoto através de imagens Landsat, com vistas à
exploração mineral vem sendo empregado com sucesso por diversos pesquisadores, como
por exemplo, KAUFMAN (1988), VARAJÃO et al (1988), LOUGHLIN (1991), FRASER (1991),
BENNETT et al. (1993), CRÓSTA & RABELO (1993), CRÓSTA & SOUZA FILHO (2009) e
HARTWIG & CABOCLO, (2012), entre outros. Nesse sentido, o intuito deste trabalho é o
de determinar as áreas com maior potencial de ocorrência de lateritas ferruginosas, a partir
do processamento digital de imagens de Landsat-TM. Para tanto, utilizou-se uma técncica
baseada em uma variante de transformação por componentes principais (CRÓSTA E

MOORE, 1989).

Fonte: Mapa geológico CPRM (2004)


Figura 5.1 – Mapa de loalização das áreas das jazidas/lavras na escala 1:250.000

118
Apresentação dos Resultados

5.1.1 Material e Métodos

Em regiões tropicais e equatoriais a vegetação pode limitar dramaticamente a


aplicação de dados de sensores multiespectrais na detecção e mapeamento de minerais,
uma vez que obscurece a correspondente a resposta espectral CARRANZA & HALE, (2002);
SIEGAL & GOETZ, (1977). Embora a área de estudo seja vegetada, foi profundamente
degradada por efeito da ação humana (por exemplo, agricultura, extrativismo, pecuária e
expansão urbana), o que aumenta as possibilidades de sucesso quanto ao uso de sensores
remotos na prospecção mineral.

Nesse sentido, o procedimiento baseou-se no processamento de imagens digitais


do sensor LANDSAT 5-TM, por meio dos aplicativos ENVI 5.0 e ArcGis 9.3. A área de
estudo é recoberta, principalmente, pela cena com órbita e ponto 220/62 e
secundariamente pela cena 221/62, que foram ambas obtidas, respectivamente, em 11-06-
2004 e 24-06-2006. A escolha dessas cenas baseou-se na baixa porcentagem de nuvens.
Adotou-se, neste trabalho, o sistema de coordenadas cartesianas e o datum horizontal
denominado SIRGAS 2000.

A metodologia adotada compreendeu duas etapas: pré-processamento e


processamento das imagens. A primeira etapa constituiu-se da correção geométrica das
imagens a partir do mosaico Geocover, e do recorte da área de estudo. O processamento
das imagens enfocou a reflectância no intervalo 350-1.500 µm do espectro
eletromagnético, associado aos minerais do grupo dos óxidos de ferro presentes nas
lateritas, conforme Figura 5.2, HUNT & SALISBURY, (1970). Aplicou-se individualmente
ao conjunto de imagens de cada cena, CRÓSTA e MOORE, (1989), uma variante da
transformação por principais componentes MINGOTI, (2007). O proceddimento que visa
remover a redundância de informações contidas nas imagens originais, tendo sida utilizada
com sucesso por vários pesquisadores LOUGHLIN, (1991); CRÓSTA & RABELLO, (1993);
DAVIDSON et al., (1993); RUIZ-ARMANTA e Prol-Ledesma, (1998); SOUZA FILHO e
DRURY, (1998); SABINE, (1999); TAGESTANI e MOORE, (2002); CARRANZA e HALE,
(2002); RANJBAR et al., (2004). A técnica baseia-se no conhecimento prévio da assinatura
espectral de alvos específicos nas bandas espectrais, a fim de definir e selecionar as
principais componentes que contenham a informação desejada. Um aspecto importante
dessa técnica é que ela indica, com base nos sinais e na magnitude das contribuições de
cada imagem original, se o alvo de interesse será destacado nas imagens das componentes
principais como píxeis claros ou escuros. No presente trabalho, a técnica foi aplicada a um

119
Apresentação dos Resultados

número reduzido de bandas TM 1-3-4-5, uma vez que esta proposição tem se mostrado
eficiente na exploração mineral regional, por exemplo, LOUGHLIN, (1991); CRÓSTA e
SOUZA FILHO, (2009); HARTWIG, M.E. & CABOCLO, F.D.G. (2012); entre outros.

Figura 5.2 - Assinaturas espectrais de óxido de ferro (goethita), vegetação e argila.


Extraído de Carranza e Hale, (2002). Notar que a goethita (ou a hematita)
mostra baixa resposta nos canais 1, 2 e 4, e alta resposta nos canais TM 3, 5 e
7 do LANDSAT5-TM.

5.1.2 Análise e Processamento das Imagens

A Figura 5.3 é uma composição colorida R7G4B3 comumente utilizada em


geologia, que tem o intuito de subsidiar a interpretação das componentes principais. Nela
é possível observar as seguintes feições: a) vegetação em verde, principalmente próximos
aos cursos de água; b) corpos de água em azul ou preto; c) solo exposto e áreas urbanas
em magenta ou em tons avermelhados; e d) áreas agrícolas ou pastagens em tons
amarelados. Com base no método usado neste trabalho, as áreas mais propícias à
identificação de lateritas seriam aquelas onde a cobertura vegetal é ausente ou incipiente.
Essas áreas ocorrem, preferencialmente, nas proximidades de São Luís e, de forma
generalizada, como pequenas áreas descontínuas.

A Figura 5.4 corresponde ao mapa hipsométrico da Ilha de São Luís do Maranhão


gerado a partir de dados de relevo SRTM-90m. A análise do relevo permite fazer as
seguintes observações: a) as cotas máximas estão concentradas na porção central da Ilha;
b) a dissecação é mais proeminente na porção sul, onde há a maior área de exposição dos
sedimentos do grupo Barreiras; e c) as ocorrências e jazidas de lateritas cadastradas

120
Apresentação dos Resultados

concentram-se na porção sul, no intervalo altimétrico de cerca de 15 a 30 m acima do


nivel do mar. Portanto, os dados indican que, em princípio, há algum controle litológico e
topográfico na distribuição espacial das lateritas.

Figura 5.3 - Composição colorida 7R4G3B realçada, com indicação das jazidas e áreas de
ocorrência de lateritas ferruginosas (triângulos vermelhos).

Figura 5.4 - Mapa hipsométrico da área de estudo com indicação das jazidas e áreas de
ocorrência de lateritas ferruginosas (triângulos pretos).
121
Apresentação dos Resultados

As Tabelas 5.1 e 5.2 trazem as matrizes de autovetores da transformação por


principais componentes, aplicada às bandas TM 1-3-4-5 das cenas órbita/ponto 220/62 e
221/62. As duas primeiras principais componentes podem ser descartadas como possíveis
candidatas a conterem informação espectral relacionada aos óxidos de ferro: a PC1 pode
ser interpretada como albedo e sombreamento, uma vez que existe contribuição positiva
de todas as bandas espectrais, e a PC2 como vegetação, pois mostra alta contribuição
negativa da banda TM4. Na Tabela 5.1, a informação espectral referente aos minerais de
óxido de ferro está contida na PC3 e na PC4, que, juntas, correspondem a apenas 5,25%
da variância total das cenas. Na PC3 os minerais de óxido de ferro serão mapeados como
pixels claros, pois mostram altas contribuições de sinais opostos nas bandas TM1 (-31%),
TM3 (21,17%) e TM5 (23,31%). Por outro lado, na PC4 os minerais de óxido de ferro
serão mapeados como píxeis escuros, pois mostram altas contribuições de sinais opostos
nas bandas TM1 (41,21%) e TM3 (-46,36%). Na Tabela 5.2, a PC3 apresenta contribuição
em proporção equilibrada na maioria das bandas originais, podendo ser descartada para
fins de mapeamento mineral. A informação espectral referente aos minerais de óxido de
ferro está contida na PC4, que representa apenas 0,63% da variância total das cenas. Na
PC4, os minerais de óxido de ferro também serão mapeados, como píxeis escuros, pois
mostram altas contribuições de sinais opostos nas bandas TM1 (46,08%), TM3 (-43,96%).

A Figura 5.5 reproduz as imagens das principais componentes PC1 a PC4. Na PC3
muitas das áreas potenciais de ocorrência de óxidos de ferro mapeadas, correspondem aos
telhados cerâmicos de construções, e possivelmente, a superfícies de concreto, que
possuem comportamento espectral similar ao dos óxidos de ferro no infravermelho
refletido. Alguns corpos de água também foram mapeados em cores claras devido à
presença de sedimento em suspensão. Quanto a PC4, cabe mencionar que apesar de conter
a informação espectral de interesse, é a componente que contém ruídos, prejudicando sua
interpretação. Ao se comparar as ocorrências e jazidas de lateritas, nota-se uma melhor
correlação com relação a PC3.

122
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.1 - Matriz de autovetores a partir das bandas TM 1-3-4-5 da cena 220/62, para
mapeamento de minerais de óxido de ferro. As células em negrito indicam a
PC que contém a informação referente aos minerais de óxido de ferro.

Autovetores TM1 TM3 TM4 TM5 Autovalor (%)


0,228 0,308 0,280 0,879
PC1 70,12
13,45% 18,20% 16,55% 51,81%
0,372 0,426 -0,823 0,016
PC2 24,64
22,74% 26,00% -50,24% 1,02%
-0,613 0,418 0,485 0,461
PC3 4,73
-31,0% 21,17% 24,51% 23,31%
0,657 -0,739 -0,082 0,115
PC4 0,52
41,21% -46,36% -5,19% 7,24%

Tabela 5.2 - Matriz de autovetores a partir das bandas TM 1-3-4-5 da cena 221/62, para
mapeamento de minerais de óxido de ferro. As células em negrito indicam a
PC que contém a informação referente aos minerais de óxido de ferro.

Autovetores TM1 TM3 TM4 TM5 Autovalor (%)


0,221 0,328 0,149 0,905
PC1 68,33
13,78% 20,47% 9,31% 56,43%
0,396 0,477 -0,771 -0,142
PC2 25,24
22,16% 26,70% -43,17% -7,97%
-0,526 -0,440 -0,614 0,389
PC3 5,80
-26,71% -22,34% -31,18% 19,77%
0,719 -0,686 -0,070 0,084
PC4 0,63
46,08% -43,96% -4,53% 5,44%

123
Apresentação dos Resultados

(PC1) (PC2)

(PC3) (PC4)

Figura 5.5 - Mosaico das principais componentes das cenas 220/62 e 221/62 geradas a
partir dos canais originais TM 1-3-4-5. Minerais do grupo do óxido de ferro
estão destacados como regiões claras na PC3 e como regiões escuras na
PC4. Triângulos vermelhos correspondem às jazidas e ocorrências
cadastradas

5.1.3 Considerações Finais

Os resultados obtidos permitem tecer os seguintes comentários:

 os minerais do grupo dos óxidos de ferro foram mapeados como píxeis claros na
PC3 e como píxeis escuros na PC4;

 a PC3 apresentou maior correlação com as áreas de ocorrência e jazidas de lateritas


cadastradas, não obstante, o fato de que algumas áreas mapeadas como óxidos de
ferro, tratam-se, na realidade, de superfícies construídas (telhado cerâmico e
concreto) e sedimentos em suspensão em corpos de água;
124
Apresentação dos Resultados

 A PC4 apesar de conter a informação espectral referente aos óxidos de ferro contém
ruídos, o que dificulta a interpretação visual dos resultados;

 Os dados hipsométricos indicam que há algum controle litológico e topográfico na


distribuição espacial das lateritas, devendo ser verificada em futuros trabalhos de
campo.

5.2 CARACTERISTICAS GEOLÓGICAS E QUÍMICAS DO CONGLOMERADO FERRUGINOSO


LATERÍTICO

5.2.1 Análise de lâminas petrográficas luz polarizada

A análise petrográfica microscópica da rocha sedimentar, conglomerado


ferruginoso laterítico indica as seguintes características:

a. fábrica: homogênea.
b. textura: grânulos como valor modal, extremos: muito grossa a seixos pequenos,
contém muito cascalho, areia e finos ocorrem em fração menor do que 5%.
c. arredondamento: sub angular e sub arredondado.
d. esfericidade: alta.
e. composição: quartzo policristalino, quartzo comum e quartzo ondulante, sendo rara
a presença de feldspato potássico e fragmentos de granito, sendo o cimento marrom
claro a marron escuro do tipo hematita limonita.

125
Apresentação dos Resultados

A Figura 5.6 apresenta a textura do conglomerado ferruginoso laterítico, onde está


evidenciada a interação entre o cimento e a matriz composta por grãos de quartzo
microfraturados.

Figura 5.6 Foto com micrografia da luz polarizada do conglomerado ferruginoso


lateritico constituído e grãos quartzo policristalino, quartzo comum e
quartzo ondulante com frações de grânulos como valor modal, extremos
muito grossos e seixos pequenos e contendo muito cascalho, enquanto a a
areia representa menos que 5%. A matriz rochosa é subangular e
subarredondada, alta esfericidade com cimento marrom claro a marrom
escuro tipo hematita e limonita, sendo rara a presença de feldspato
potássico e fragmentos de granito. O cimento ocorre em alguns pontos
como goethita botroidal evoluindo em alguns pontos para cristalização da
hematita. Observar, também, que os grãos de quartzo maiores estão
microfraturados, o que revela a susceptibilidade do grão a ser reduzido a
uma granulometria inferior, quando submetido às forças da mandíbula do
britador e revelando, consequentemente, a facilidade na redução da
granulometria.

5.2.2 Determinação da relação sílica-sesquióxidos

Conforme as especificações do DNER, no Brasil a definição de solo laterítico e da


laterita é baseada substancialmente na relação sílica /sesquióxidos e que foi originalmente
proposta por WINTERKORN & CHANDRASEKHNRON apud, (1976).

A diferença entre solo laterítico e laterita em termos quantitativos de Kr (índice de


identificação) foi proposta por MEDINA (1974) e consiste no raio molecular.

126
Apresentação dos Resultados

Sendo:
Kr > 2; solo não;
laterítico Kr < 2: solo;
laterítico
Kr < 1,33: laterita.

Conforme a Tabela 5.3, o Kr é baseado na relação silica - esquióxido e válido para


frações coloidais.

Tabela 5.3 - Resultado da análise de determinação da relação sílica sesquióxido conforme


norma DNER-ME-30-72.

TIPO CONGLOMERADO
LITOLÓGICO FERRUGINOSO
ELEMENTOS LATERÍTICO

%Al2O3 2.0
%Fe2O3 46.0
%SiO2 2.5
Ki 2.15
Kr 0.13

Portanto, o conglomerado ferruginoso lateritico é considerado laterita.

5.2.3 Análise Químico Quantitativa de sete (7) elementos químicos na via úmida

A análise química apresentada refere-se ao conglomerado ferruginoso laterítico


utilizado na primeira fase da pesquisa. O conglomerado apresenta-se sem alteração, ou
com muita pouca alteração, tanto o cimento ferruginoso, como os grãos de quartzo.

O óxido de ferro apresenta-se com teor de 75,6 %, enquanto a sílica cristalina


(grãos de quartzo), também dotada de sanidade, apresenta-se com teor de 8,8%. Esse tipo
de conglomerado ferruginoso se apresentou-se mais resistente, tanto no que concerne à
resistência individual do conglomerado ferruginoso laterítico alcançando, 40,1 MPa, como
quando moldado em corpos de prova em concreto de cimento Portland, com valor do
concreto atingindo 34,28 MPa, com traço 1:6 e 0,45 de fator água cimento.

127
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.4 - Resultado da análise química quantitativa de oito (08) elementos químicos na
via úmida

TIPO PETROLÓGICO-
PETROGRÁFICO CONGLOMERADO
FERRUGINOSO
ELEMENTOS
LATERÍTICO

%Al2O3 2,6
%MnO2 < 0,05
%Fe2O3 75,6
%FeO 0,08
%Sio2 8,8
%CaO < 0,05
%MgO < 0,05
%PPC 11,1
PPPC

5.2.4 Reatividade Potencial e Análise Difratométrica do Conglomerado


Ferruginoso Laterítico

Aspecto que merece destaque são os constituintes mineralógicos principais. No


caso, o quartzo apresenta-se em forma de grãos originados de quartzo cristalino
totalizando um teor de 8,8%. O cimento ferriginoso, um oxido de ferro totaliza, por sua
vez, um teor de 75,6%. Ambos conjuntos mineralógicos não se apresentam como reativos
ao álcalis do cimento, sendo, portanto, inócuos, permitindo o uso desse agregado sem
qualquer restrição, conforme Tabela 5.5, onde é apresentado o resultado do ensaio
químico.

Outro destaque, pelo menos no que diz respeito à amostra analisada, é o fato desse
agregado não apresentar qualquer variedade criptocristalina, o que seria uma
inconveniência, face à reatividade potencial que esse mineral aperesenta aos álcalis do
cimento.

128
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.5 - Representação da reatividade química aos álcalis do cimento.

5.2.5 Análise Difratométrica do Conglomerado Ferruginoso Laterítico

A interpretação do resultado do diagrama de difração (X) do conglomerado


ferruginoso laterítico está apresentada no Quadro 5.1, na pág. 132, onde é apresentado
uma avaliação qualitativa e quantitativa. O diagrama obtido de difração (X) deste tipo
litológico/petrográfico está apresentado na Figura 5.7, na página 131 a seguir.

129
Apresentação dos Resultados

Figura 5.7 - Espectro da análise de difração de raios-X do conglomerado ferruginoso


laterítico.

Foram executados com uma radiação FeK num difratômetro PHILLIPS. A


identificação das fases cristalizadas presentes foi feita por comparação com amostras
registradas no fichário ASTM (comparação entre os valores dos espaçamentos
interplanares dhkl e das respectivas intensidades).

Uma avaliação quantitativa e qualitativa é apresentada no Quadro 5.1 a seguir:

130
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.6 - Avaliação dos resultados da análise da difratometria de raios-X.

Quantidade e Qualidade
dos Elementos
Quartzo Hematita Goethita Kaolinita
Tipo Litológico
Conglomerado ferruginoso laterítico Muito Pouco Muito pouco -

Na análise mineralógica apenas da fração fina, cuja separação foi feita por
sedimentação em meio aquoso, após duas horas de repouso da suspensão, não foram
identificados minerais do grupo da kaolinita no conglomerado ferruginoso laterítico.

5.2.6 Definição de Lateritas de São Luís (MA) elaboradas/formuladas a partir das


análises geológico-geoquímicas, físico-mecânicas e investigações de campo

Laterita de São Luís no estado do Maranhão é um material natural, pisolítico


individualizado ou constituindo um maciço, composto essencialmente de óxido de ferro e
de alumínio, de magnésio e outros, com ou sem quartzo ou pedaços de rocha
mecanicamente envolvidos; os seus minerais argilosos são do tipo caulíniticos, dureza
variável, mas usualmente fácil de fragmentar sob ação incisiva da pancada de um martelo.
Aparece, quando fragmentada, com aspecto matizado, em regra com cores variando do
amarelo ao vermelho mais ou menos escuro, e mesmo ao negro.

Pela maior exposição às intempéries na superfície, há evaporação mais rápida da


água ascendente e precipitação do ferro que passa a não encontrar condições favoráveis
para aglutinação de grandes blocos.

A região é chuvosa, e, assim sendo, tem-se aglutinação maior de nódulos na


superfície. Todavia, a rápida perda de umidade devido aos ventos alísios faz com que o
processo de aglutinação se passe em profundidade. A química de solução, mobilização,
precipitação e utilização do ferro, alumina e sílica está fundamentada na Tabela 2.1.
Quadro 2.1.

131
Apresentação dos Resultados

5.2.7 Análises químicas quantitativas com base no método de ensaio utlilizando a


fluorescência de raio X e no método via úmida

Comparando os resultados quantitativos de substâncias químicas encontradas


entre o método de ensaio (fluorescência de raio X) e do método de ensaio (via úmida),
observa-se que o conglomerado ferruginoso laterítico (agregado/material pétreo) utilizado
na primeira fase de estudo, muito embora possuindo gênese e aspectos texturais iguais,
diferem quanto aos teores dos quantitativos de SiO2 e Fe2O3 , conforme pode ser
verificado ao se comparar os resultados expostos nas Tabelas 5.4 e 5.6, referentes ao
conglomerado ferruginoso laterítico utilizado nessa fase de estudo.

O conglomerado ferruginoso laterítico utilizado na primeira fase apresentou 8,8%


de SiO2 e 75,6% de Fe2O3, conforme Tabela 5.4, enquanto o conglomerado ferruginoso
laterítico de segunda fase apresentou 70,2% de SiO2 e 23,8% de Fe2O3, segundo Tabela
5.7.

Essa diferença de teores entre os minerais principais, ou compostos químicos, que


compõem os conglomerados de primeira e segunda fase do estudo evidentemente tem
reflexo na resitência físico-mecânica destes conglomerados quando misturados na massa
de concreto.

O conglomerado ferruginoso laterítico de primeira fase apresentou 40,1 MPa de


resitência média à compressão axial simples. No entanto, este conglomerado, apresentou
resitencia máxima de 47 MPa e resistência mínima de 22,9 MPa

O conglomerado de segunda fase apresentou uma média de 35,2 MPa de


resistência média a compressão axial simples. Por outro lado, apresentou resitencia
máxima de 42,3MPa e resistência mínima de 29,1 MPa.

Por haver muita discrepância entre o valor máximo e o valor mínimo, foram
adotados o valor médio de referência, 40,1 Mpa e 35,2 Mpa, primeira fase e segunda fase,
respectivamente, e, portanto, uma diferença de 12,21% de resitência menor quando
comparados.

Essa situação remete a um entendimento no sentido que é muito difícil se


conseguir, na natureza, um conjunto de conglomerados ferruginosos lateríticos em que
predomine uma resitência constante.

132
Apresentação dos Resultados

Nesse ponto fica claro que o intemperismo diferencial com distribuição errática
não garante homogeneidade de resultados referente a resistência da rocha/conglomerado,
quer quando avaliados isoladamente nos ensaios dos corpos de prova da
rocha/conglomerado, quer quando ensaiados quando usados e misturados em corpos de
prova de concreto de cimento Portland.

O intemperismo diferencial distribuído e incindindo erraticamente no domínio da


rocha não garante homogeneidade de resistência da rocha/conglomerado ferruginoso da
jazida do Maracujá, o que foi comprovado nesta segunda fase de estudo, onde foi
observado que, na medida em que se diminuía a abertura da mandíbula do britador, mais
material fino era disponibilizado e visualizado ao final do processo de britagem,
comprovando o estado de alteração da rocha conglomerática ferruginosa.

O conglomerado ferruginoso laterítico desta chamada segunda fase de estudo e


pertencente à jazida do Maracujá, atingiu 35,7 MPa de resistência média individual da
rocha. Quando britado e transformado em agregado e adicionado no concreto de cimento
Portland, atingiu valor de resistência de 31,7 MPa, com traço 1:4 e 0,45 de fator água
cimento.

O conglomerado ferruginoso laterítico da primeira fase localizado nas


proximidades da torre da Embratel, na ilha de São Luís no estado do Maranhão, atingiu
40,1 MPa de resistência média individual da rocha. Quando britado e transformado em
agregado e adicionado no concreto de cimento Portland, atingiu valor de resistência de
33,97 MPa, com traço 1:4 e 0,45 de fator a/c (água cimento).

Comparando-se as duas resistências, observa-se uma diferença de 6,48% de


resistência, o que revela uma coerência de resultados. A diferença de resistência poderia
ter sido maior, mas não o foi, porque, na primeira fase dos estudos, não se corrigiu a
granulometria, enquanto, na segunda fase, a granulometria foi corrigida.

133
Apresentação dos Resultados

Tipo Petrológico-
Petrográfico
Conglomerado
Elementos Ferruginoso
Laterítico
%Al2O3 2,3
%SiO2 70,2
%SiO3 0,17
%TiO2 0,12
%V2O5 0,16
%Fe2O3 23,8
%WO3 0,17
%PPC 2,8

Tabela 5.7 - Resultado da análise química quantitativa de 8 elementos quimicos via


fluorescência de raio X referente ao conglomerado ferruginoso laterítico da
segunda fase da pesquisa.

5.2.8 Classificação macroscópica e microscópica com luz polarizada, microscopia


com luz refletida, microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectometria
atômica e microtomografia computadorizada com raio X do Conglomerado
ferruginoso laterítico

O tipo petrográfico, aqui denominado de conglomerado ferruginoso laterítico


possui uma matriz com textura constituída de grãos e de grânulos muito grossos a seixos
pequenos contendo muito cascalho e ainda areia fina e média, totalizando menos de 5%. A
matriz referida é essencialmente composta de vários tipos de quartzo e sendo rara a
presença de feldspato potássico. O arredondamento é subangular e subarredondado e de
alta esfericidade. O cimento tem composição hematítica e limonítica e coloração variável,
preto acinzentado, marrom escuro até marrom claro em função da hidratação e oxidação
do horizonte laterizado.

A Figura 5.8 evidencia o aspecto macroscópico de amostras de mão conseguidas


nos blocos rochosos na frente de exploração (lavra) com dimensões superiores a 1,20 m de
diâmetro.

134
Apresentação dos Resultados

Figura 5.8 - Detalhe da estrutura interna do conglomerado ferruginioso laterítico da


jazida do Maracujá, tendo a caneta como escala e assim dando ideia da
proporcionalidade entre a matriz quartzosa, o cimento ferruginoso e a
alteração diferencial a que foi acometida a rocha face ao intemperismo
físico-químico diferencial.

A Figura 5.9 apresenta uma fotomicrografia obtida em microscópio de luz


polarizada denotando a interação entre a matriz rochosa e o cimento da rocha. Aspecto que
denota atenção é a ocorrência de finíssimos grãos de quartzo facetados imersos no cimento
que certamente esteve envolto em argilas siltosas que foram submetidas e absorvidas pela
laterização preservando os finíssimos grãos de quartzo. Tem se nesta amostra duas
situações de contato entre diferentes materiais. A primeira situação é a zona de contacto
do óxido de ferro com as partículas finíssimas dos grãos de quartzo. A segunda situação é
a zona de contacto do óxido de ferro com os grãos maiores de quartzo.

Na Figura 5.10 pode ser observada as dimensões quantificadas na escala, dois (2)
tipos de grãos de quartzo acima abordados.

Ao se comparar as Figuras 5.9 e 5.10 pode-se afirmar que existe, no conglomerado


ferruginoso, quatro (4) tipos de porosidade teórica, a seguir descriminadas:
1 – porosidade no contacto entre todos os grãos de quartzo e o cimento
ferruginoso, tanto entre os grãos menores de quartzo e o cimento, tanto quanto
os grãos maiores de quartzo e o cimento ferruginoso;
2 – porosidade do próprio óxido de ferro;
3 – porosidade dos grãos de quartzo, menores e maiores, que se encontram
microfraturados;
135
Apresentação dos Resultados

4 – Porosidade resultante do somatório das porosidades acima sinalizadas, tendo


em consequência a porosidade total do conglomerado ferruginoso laterítico.

A esta complexidade de poros existentes nas amostras dos agregados resultou em


ensaios de laboratório apresentando uma porosidade aparente de 9,4% e absorção de água
de 3,6%, segundo o método de ensaio empregado, (IPT – M 47). Esses resultados têm
reflexos na dosagem da água no cimento, compondo o fator água cimento. A quantidade
de água que é adicionado ao concreto laterítico interferi nas propriedades de
trabalhabilidade, homogeinização, compactação, exsudação. Essas propriedades, por fim,
acabam por interferir na resistência final do concreto.

Figura 5.9 - Microfotografia com luz polarizada do conglomerado ferruginoso laterítico


evidenciando a interação entre os óxidos cimentícios com a matriz
quartzosa. Observar que o cimento ferruginoso engloba partículas muito
finas de frações quartzosas com aspectos microscópicos obtidos através de
lâmina petrográfica segundo luz polarizada.

136
Apresentação dos Resultados

Figura 5.10 - Microfotografia com luz polarizada de detalhe do conglomerado


ferruginoso laterítico, onde pode ser observado que o cimento engloba
partículas muito finas de frações quartzosas, e assim estabelecendo uma
maior área de contato entre diferentes materiais, no caso, cimento e grãos
da matriz, gerando assim maior área de microdescontinuidades e
consequente maior microporosidade, com reflexos nos índices físicos da
rocha.

Figura 5.11– Fotomicrografia microscópica eletrônica de varredura (MEV). Aspectos


delimitados da área dentro do quadrado onde foi executado a varredura,
com os resultados químicos apresentado na figura 5.12. A fotomicrografia
apresenta o conjunto amostral denotando o cimento constituído de óxidos
ferruginosos (hematita, ghoetita), sendo a fração mais esbranquiçada. A
matriz é composta de quartzo, sendo representada como a fração mais
escura. Nesta figura 400 micrômetros é equivalente a 0,4 mm. Parei aqui

137
Apresentação dos Resultados

Figura 5.12 – Apresentação da energia de dispersão com detector do raio X (EDS),


destacando-se os constituintes minerais da amostra da Figura 5.11

Figura 5.13 - Fotomicrografia MEV evidenciando em plano mais marcante os grãos de


quartzo maiores envolvidos por uma fração/película de óxido ferruginoso.
Entre um grão e outro, pode ser observado o cimento ferruginoso, no qual
ocorrem disseminados finíssimos grãos de quartzo.

138
Apresentação dos Resultados

Figura 5.14 - Perfil pelos pontos 1,2,3 e 4 com os respectivos elementos químicos
presentes: am 1 = C, O e Si = quartzo - am 2 = C, O, Fe, Al e Si =
óxido de ferro + quartzo - am3 = C, O e Fe = óxido de ferro puro –
am4 = C, O, Al e Si = óxido de alumínio.

Figura 5.15 – Detalhe da foto, Figura 5.14 mostrando o contraste divisório entre o quartzo
e o cimento ferruginoso.

139
Apresentação dos Resultados

Figura 5.16 – Microfotografia com a luz refletida do conglomerado ferruginoso lateritico


denotando a gohetita representada pela cor amarela, a hematita
representada pela cor marron e o quartzo representado pela cor branco.

Figura 5.17 – Microfotografia com luz refletida do conglomerado ferruginoso laterítico


semelhante à tomada da Figura 5.16, porém com os nicóis cruzados.
140
Apresentação dos Resultados

Figura 5.18 - Microtomografa computadorizada com raio X, análise da porosidade,


espessura e distribuição com vista 3D.

Figura 5.19 – Microtomografia computadorizada ao raio X - vista bidimensional com


distribuição dos poros.

141
Apresentação dos Resultados

Figura 5.20 – Parâmetros de aquisição de imagens.

Figura 5.21 – Aspecto microscópico do conglomerado ferruginoso laterítico no


microscópio de força atômica.

142
Apresentação dos Resultados

Figura 5.22 - Espectometria atômica, evidenciando detalhe da cristalização da Hematita.

5.2.9 Classificação tecnológica da laterita como agregado segundo normas


brasileiras

São três os requisitos para escolha de um agregado para concreto: economia do


concreto, resistência do concreto endurecido e durabilidade do concreto. Como o agregado
ocupa 70 a 75% do volume do concreto, a sua seleção e proporcionamento devem merecer
o maior cuidado para garantir a qualidade final do concreto.

Uma das principais vantagens do uso em grandes proporções dos agregados é a de


apresentar custo muito inferior ao do cimento. Do ponto de vista técnico, os agregados
influenciam certas propriedades do concreto, beneficiando o concreto, principalmente na
redução da retração que é alta na pasta de cimento (cimento + água) e na melhoria da
resistência ao desgaste.

Uma importante propriedade do agregado é a sua granulometria. Neste estudo, foi


dado uma ênfase especial na avaliação da distribuição granulométrica do conglomerado
ferruginoso laterítico em relação à curva de “FULLER”, como se depreende da leitura do
texto. O ensaio de granulometria consiste em separar por quantidades e tamanhos os grãos

143
Apresentação dos Resultados

do agregado, isto é, a quantidade de agregado graúdo e agregado fino. Pelo ensaio em


questão, os seguintes elementos podem ser obtidos:

1 - o quadro de composição granulométrica


2 - a dimensão máxima e mínima do agregado
3 - o módulo de finura.

Uma granulometria adequada é importante para se conseguir concreto fresco


trabalhável, próprio para a finalidade a que se destina e possível de ser adensado de modo
a ser atingidomo máximo de compacidade para o concreto endurecido.

Essa granulometria é determinada caso a caso, mas de um modo geral, o agregado


deve apresentar granulometria descontínua, isto é, que os grãos tenham tamanho
diferenciado desde os mais finos, até os mais graúdos como acontece com o conglomerado
ferruginoso laterítico de São Luís, no estado do Maranhão.

A granulometria tem influência sobre a economia e a resistência do concreto, além


de ser um fator regulador da consistência com dito previamente, uma vez que, quanto mais
agregado puder ser contido num determinado volume de concreto, mais econômico ele o
será. Por outro lado, o consumo de pasta diminuirá, e, via de conseqüência, a quantidade
de água necessária para o amassamento também será menor.

São as seguintes normas técnicas (NBR) e, métodos de ensaio para caracterização de


um agregado, categoria em que também se insere o conglomerado ferruginoso laterítico, a
saber:.

5734/88 - Peneiras para ensaio;

6465/84 - Determinação da abrasão Los “Angeles” de agregados -


método de Ensaio 7211/83 - Agregado para concreto – especificação;

7216/87 - Amostragem de agregados e respectivo procedimento;

7217/87 - Determinação da composição granulométrica;

7218/87 - Determinação do teor de argila nos agregados;

7219/87 - Determinação do teor e pulverulentos- método e ensaio;

7220/87 - Avaliação das impurezas orgânicas das areias para concreto;

7221/87 - Agregados - Ensaio de qualidade de agregado miúdo;

7251/82 - Agregado em estado solto;

144
Apresentação dos Resultados

7389/82 - Apreciação petrográfica de agregados;

7390/82 - Análise petrográfica de rochas;

7809/83 - Agregado graúdo, índice de forma;

7810/83 - Agregado determinação da massa unitária;

9775/87 - Agregados, determinação da humidade - método de ensaio;

9776/87 - Agregados, determinação da massa específica;

9941/87 - Redução de amostra de agregados para laboratório.

As normas brasileiras contemplam os ensaios necessários para caracterização de


um material pétreo e não fazem referência específica ao tipo de agregado pétreo quanto a
sua gênese, portanto o que se quer dizer é que o conglomerado ferruginoso laterítico não
está especificamente contemplado. Nesse sentido, importam os parametros alcançados.

Preferencialmente, buscam-se agregados cristalinos, mas, na ausência destes,


outros materiais disponíveis nas cercanias são aproveitados, mesmo os não convencionais,
como é o caso do conglomerado ferruginoso laterítico. No caso da construção do
Aeroporto Internacional de Manaus foi utilizado com sucesso um arenito silicificado da
região que pertence à formação Manaus. No caso da construção das estruturas de concreto
da barragem de Curuá Una no estado do Pará, foi utilizado, também com sucesso, um
determinado tipo de arenito/conglomerado ferruginoso, no caso específico, cimentado por
óxidos de ferro e que também foi denominado de laterita.

Na região de influência e ocorrência geológica do arenito da formação Botucatu,


no estado de São Paulo e cercanias, aquele arenito silicificado também é utilizado com
sucesso para as mais diversas finalidades na engenharia civil.

Esses comentários postos, pode-se afirmar que esses materiais agregados pétreos,
embora tendo diferentes características genéticas, foram ensaiados e caracterizados dentro
do padrão da norma brasileira. Então, para utilização e aprovação para uso dos agregados
para as mais diversas finalidades, o material pétreo precisa se enquadrar nos padrões
técnicos especificados pelas normas e que, não custa repetir, não faz referência à classe de
rocha específica.

Os seguintes ensaios são aqui mencionados para conhecimento das características


tecnológicas do agregado pétreo sem, contudo, também, especificar o tipo genético, quer
cristalino (granítico/gnáissico) quer sedimentar cimentado, quer por sílica, quer por

145
Apresentação dos Resultados

óxidos, quer por carbonatos:

• formação de amostras de agregados - ABNT-MB-6-39;

• ensaio de “Abrasão Los Angeles”- DNER-DPTM-35-64;

• densidade do agregado graúdo - ABNT MB-29-45 e ABNT-C 127-42;

• análise Granulométrica de agregados – ABNT-MB-7-39;

• avaliação da durabilidade de agregados pelo emprego de soluções de sulfato de


sódio; ou de magnésio – DNER-DPT-M 89-64;

• índice de forma de agregado – DNER-DPT-M 86-64.

Portanto, a classificação física do agregado não é feita com base no tipo específico
de rocha (granítica, metamórfica e sedimentar) e sim com base em padrões de qualidade
dos materiais.

5.2.10 Qualidade tecnológica do concreto hidráulico de São Luís e casos históricos


referentes ao uso de agregados não convencionais

Na primeira fase deste estudo foram utilizados nos corpos de prova do concreto, o
aglomerante (cimento) hidráulico de São Luís, no estado do Maranhão (MA), que é
quimicamente ativo, onde o endurecimento se processa sob influência exclusiva da água.
Possui pega lenta (entre 30 minutos a 6 horas), sendo denominado cimento Portland, cujo
produto é obtido pela moagem do clinquer, com nódulos de 5 a 24 mm de diâmetro de um
material sinterizado e constituído, essencialmente, de silicatos e aluminatos de cálcio, com
uma certa proporção de sulfato de cálcio. Em São Luís do Maranhão usa-se o cimento
Portland 320, fabricado no município de Codó, no estado do Maranhão, cuja análise
química esta contida na Tabela 3.1 e está de acordo com NBR 5732. Trata-se do mesmo
cimento utilizado no presente estudo, o CP 32, fabricado pela cimenteira Cauê, o CP II E
320, com caracterídticas físicas apresentadas na Tabela 5.7. As características químicas do
cimento CAUÊ, não foram fornecidas pelo fabricante.

146
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.8 – Características físicas do Cimento Cauê – CP E II.

A qualidade tecnológica do concreto de São Luís, no estado do Maranhão obedece


aos padrões preconizados nas normas brasileiras. Tem-se e se tem conhecimento que
várias empresas de controle de qualidade tecnológica do concreto têm atuado em São Luís
(MA) em obras privadas, estaduais e federais.

O atual estudo desenvolvido é sobre um concreto hidráulico utilizando o


conglomerado ferruginoso laterítico (laterita) como material pétreo (agregado), ao passo
que em outros concretos hidráulicos tradicionais e com resistência consagrada são
utilizados a brita granítica vinda do município de Rosário, distante 70 km de São Luís. A
areia lavada é obtida dos rios da região, conforme se verifica nas cercanias da referida da
ilha de São Luís.

Então pode-se distinguir dois (2) tipos de concreto hidráulico na capital do estado
do Maranhão, São Luís. Um primeiro concreto refere-se àquele constituído com base em
brita granítica, enquanto um segundo concreto é constituído à base de laterita, com os
mais variados tipos de laterita e usados de maneira desordenada, porque não se adota uma
escala de preferência de uso por ordem de qualidade da laterita da referida ilha, conforme
mostrado em estudos anteriores.

O aproveitamento da laterita é feito de forma empírica e inadequada explorando a


laterita como sendo aquela chamada de “pedra preta”, uma vez que as autoridades de
governo, não tem possivelmente dado atenção, quanto às qualidades técnicas de
engenharia no que concerne aos diferentes tipos de laterita da ilha de São Luís. O
147
Apresentação dos Resultados

conhecimento da tendência de comportamento tecnológico dos diferentes tipos de laterita


existente na referida ilha foi estabelecido por OLIVEIRA, (2008).

Em recente controle de qualidade construtiva do concreto hidráulico efetuado na


recuperação da ponte de Estiva no Estreito dos Mosquitos em São Luís do Maranhão, na
BR 135, foi utilizado um concreto convencional, com cimento de Codó, areia lavada de
rio e agregado (brita) do município de Rosário, que aos 28 dias de cura atingiu 32,1 MPa
de resistência à compressão axial simples, sem uso e aditivo. Com o uso de aditivo foi
obtida uma resistência de 42,5 Mpa, referindo-se e ao concreto da laje de apoios, lado
direito e esquerdo. A recuperação da referida ponte foi efetuada pela construtora
Jatobetom Engenharia Ltda., sendo que o concreto foi fornecido pela Polimix de São Luís
do Maranhão, cujo controle de qualidade da obra foi feito pela empresa IT- Engenharia e
Consultoria Ltda. A qualidade tecnológica do concreto hidráulico de São Luís esta dentro
dos critérios preconizados pelas normas da ABNT.

5.2.11 Orientação da exploração racional dos tipos lateríticos antecedente ao


levantamento por imagens de satélite

O presente estudo, que se refere ao conglomerado ferruginoso laterítico da ilha de


São Luís, no estado do Maranhão, veio aclarar a potencialidade do uso do referido
material, a partir do momento em que foi entendido o comportamento granulométrico
desse material, quando britado com abertura das mandíbulas do britador em 2”, 1 ½” e 1”,
oferecendo diferentes curvas granulométricas.

A exploração da laterita na ilha de São Luís poderá se dar de forma racional a


partir do momento, em que, de início, se tenham individualizados os corpos rochosos das
jazidas de forma sistemática e concordante com as diretrizes e regras ambientais da
referida ilha.

Antecede, a qualquer exploração, um levantamento por imagens de satélite, de


forma semelhante com o procedimento efetuado neste estudo, em que se delimitam as
zonas potenciais de ocorrência da laterita. Outros tipos de imagens, ou produtos satelitais,
como, por exemplo, é o caso do ASTER (Advanced Spaceborn Thermal Emission and
Reflection) , podem vir a ser testados no sentido de verificar a melhor eficiência e a maior
acurácia no nível de resolução espacial das imagens com vistas a prover melhor
identificação de corpos lateríticos.

148
Apresentação dos Resultados

O levantamento para consequente indicação de exploração mineral deve ser


compatibilizado dentro dos critérios ambientais preconizados em concordância com o
planejamento territorial e urbano da zona metropolitana (plano diretor) no domínio da ilha
de São Luís do Maranhão.

No passado, quando da construção e do asfaltamento da estrada Belém – Brasília, a


laterita foi detectada com base em imagens de satélite Landsat – TM, com expressivo
sucesso.

Para um estudo de agregados a serem usados nos assentamentos fundiários de


Rondônia, o departamento de estradas de rodagem daquele estado, contratou os serviços
de consultoria em geologia e geotecnia da empresa Transplan S/A em que foram
contemplados, através de um levantamento de imagens de satélite da plataforma Landsat,
a identificação e o cadastramento dos corpos lateríticos para uso nas estradas vicinais
daquele assentamento. Assim veio atender as necessidades da infraestrutura e,
consequentemente, permitindo, com êxito, o escoamento da safra agrícola.

No caso da barragem de Flores no estado do Maranhão, cujo interessado foi o


Departamento Nacional de Obras e Saneamento – DNOS, foi também utilizada a técnica
de imageamento digital no sentido de se identificar e explorar jazidas de laterita.

Portanto, a exploração racional foi possível com base em um levantamento


geológico identificatório de ocorrências de laterita, empregando-se técnicas de
processamento de dados digitais de imagens Landsat-TM (thematic mapper) de
sensoriamento remoto e sistemas de informações georeferenciadas, que constituem
importantes ferramentas na localização de áreas contendo óxidos e hidróxidos de ferro
(laterita), cuja resolução do processo já foi amplamente utilizado no Brasil, conforme os
exemplos acima citados.

149
Apresentação dos Resultados

5.3 RESULTADOS QUE INDICAM A QUALIDADE TECNOLÓGICA DO AGREGADO

(CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO)

5.3.1 Determinação dos Índices Físicos

Os resultados dos ensaios de determinação da massa específica aparente/saturada


em g/cm3 e da porosidade/absorção de água em percentual (%), consoante apresentados
na Tabela 5.9, demonstra-se que o conglomerado ferruginoso laterítico possui alta
densidade e um alto índice de vazios, evidenciando simultaneamente alta porosidade e alta
absorção de água. A elevada porosidade e absorção traduzem perda de peso,
principalmente, quando não há precipitação de óxido de ferro nos vazios. Os valores
apresentados para absorção de água e porosidade justificam alto consumo de cimento.
Caso não houvesse vazios, a densidade seria maior, com absorção de água menor, em
consequência, menor porosidade.

Desde este ponto, já se pode identificar que os valores de vazios, porosidade e


consequente absorção de água passarão a ter forte influência na resistência à compressão
axial desse material.

Tabela 5.9 – Ensaios de índices físicos (IPT-M-47).

CONGLOMERADO FERRUGINOSO
TIPO LITOLÓGICO LATERTICO
PEDRA CAROÇO
Peso Peso Peso Y Seco Y Sat. Porosidade Absorção
C.P. Seco Sat. Sub. P EDRA CAROÇO Apar. Apar. (%)
(g/cm3) (g/cm3)
(g) (g) (g) (%)
1 95,45 100,22 61,18 2,44 2,57 12,22 5,00
2 93,25 99,95 61,19 2,68 2,76 7,77 2,90
3 107,73 111,15 70,83 2,67 2,76 8,48 3,17
4 94,84 98,40 61,16 2,55 2,64 9,56 3,75
5 93,32 96,40 61,51 2,67 2,76 8,83 3,30
6 92,05 96,00 57,86 2,41 2,52 10,36 4,29
7 93,30 97,80 58,77 2,39 2,51 11,53 4,82
8 90,08 92,67 58,94 2,67 2,75 7,68 2,88
9 138,22 142,86 90,76 2,65 2,74 8,94 3,37
10 88,30 91,28 56,86 2,57 2,65 8,66 3,37
Valores médios 2,57 2,67 9,40 3,69

150
Apresentação dos Resultados

5.3.2 Abrasão “Los Angeles” - Ensaio de Resistência ao Impacto Treton – Ensaio


de Esmagamento

Os resultadod dos ensaios de Abrasão “Los Angeles” são apresentados na Tabela


510. Os resultados do ensaio de Impacto Treton, são apresentados na Tabela 5.11. Os
resultados dos ensaios de esmagamento são mostrados na Tabela 5.12.

O conglomerado ferruginoso lateritico, quando submetidos à solicitação de cargas


crescentes, acusa 80%, (abrasão los angeles), 64,96 % (impacto treton) e
49%(esmagamento). Estes resultados são a primeira vista desanimadores, porém quando
estes materiais são submetidos a britagem, o conjunto granulométrico obtido passa a
superar estes baixos resultados, porque passa a prevalecer o arranjo espacial oferecido por
um conjunto de grãos e quando moldados no corpo de prova, o quartzo predomina como o
elo forte da corrente. Estes ensaios acima indicados são mais representativos quando se
trata de rochas cristalinas, muito diferente da rocha sedimentar, uma vez que estas últimas
estão internacionalmente classificadas pela IAEG (International Association of
Engeneering Geology), como pertencentes ao domínio das rochas brandas.

Tabela 5.10 - Ensaios de abrasão “Los Angeles” (MB 170-R-modificado).

CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO


TIPO LITOLÓGICO
PEDRA CAROÇO
PENEIRAMENTO Peso retido na peneira
Passa (mm) Retido (mm) Brita Graduação A 1,68 mm
CORPO DE PROVA

Lavado e Seco
38,1 25,4 1.250
25,4 10,1 1.250
19,1 12,7 1.250
12,7 9,52 1.250
Massas Totais em Gramas 5.000 961,0
Perda = 80%

151
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.11 – Ensaio impacto treton (IPT-M52).

CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO


TIPO LITOLÓGICO
PEDRA CAROÇO
Peso retido PI-P retido
No de Peso
x 100
No Dimensão Fragmentos (g) Pen. 1,68 mm Observ.
Lav. e Seco
CORPO DE

PI (%)
PROVA

1 15,9 20 157,5 55,5 64,76


2 15,9 20 157,0 49,0 68,79 64,96%
3 15,9 20 159,0 61,5 61,32

Tabela 5.12 – Resumo dos ensaios tecnológicos dos agregados.

TIPO LITOLÓGICO CONGLOMERADO MÉTODO


FERRUGINOSO
TIPOS DE ENSAIOS VALORES MÉDIOS DOS RESULTADOS
Massa específica seca aparente g/cm3 2,57 IPT-M-47

Massa específica saturada aparente 2,67 IPT-M-47


g/cm3

Porosidade aparente % 9,4 IPT-M-47

Absorção d’água em % 3,6 IPT-M-47

Tenacidade (impacto Treton) % 64 IPT-M-52

Ensaio de esmagamento % 49 IPT-M-53

Abrasão Los Angeles % 80 ABNT-MB-170

Compressão axial simples-tensão de 400 IPT-M-50


ruptura kgf/cm2

Forma dos fragmentos Cúbico IPT-M-49

Sanidade: peneiras (1”, 3/4” e 1/2”, 2,53 e DNER-DPT-M-


3,8”) 7,46 89-64

Os resultados dos índices fisicos, densidade e porosidade, permite entender que os


vazios, onde não houve o processo de mineralização, mineralizados influi
fundamentalmente na resitência axial simples do conglomerado ferruginoso laterítico,
quando submetido ao impacto de sucessivas cargas crescentes. Pode ser observado pela
fotomicrografia, Figura 5.10, a existência de um espesso cimento composto por óxidos de
ferro, mas, entre o cimento e a matriz, existe vazios que passam influir na queda de
resistência do material, ou seja, a porosidade é o elo de fraqueza da corrente forte, que, no
caso, seria representado pelo conjunto contínuo do cimento ferruginoso (óxidos), mas não
152
Apresentação dos Resultados

o é face à presença de vazios detectados na medição quantitativa desses índices físicos,


que resultou em valor de de 3,6% de absorção de água. Na interpretação do modelo de
absorção de água há que se considerar, ainda, que existe porosidade interna dos grãos,
(seixos e pedregulhos), que constituem a fração quartzosa e que poderia ser
quantitativamente medida por um método referente à nanotecnologia, o que está fora do
escopo deste estudo.

A porosidade promove a desagregação da fração aglutinada do conglomerado


ferruginoso laterítico, quer na fração cimento (óxidos), quer na fração da matriz (quartzo),
contribuindo para a desaglutinação do conglomerado ferruginoso laterítico (agregado),
com reflexos na perda da resitência da massa rochosa. A esses dois (2) fatos fisicos acima
mencionados, porosidade dos óxidos e dos grãos de quartzo (seixos e pedregulhos), há que
se considerar, também, o grau de alteração diferencial do cimento da rocha e do conjunto,
matriz e cimento, com reflexos comprovados, quando se efetua a britagem do
conglomerado ferruginoso laterítico e se efetua a comparação entre as curvas
granulométricas obtidas nessa britagem, em que foram consideradas os três (3) tipos de
abertura das mandíbulas do britador. Ainda existe um outro tipo de granulometria. Quando
o material britado fica afogado dentro do britador, diminui a disponibilidade do material a
ser triturado pelas mandíbulas encontrarem resistência por estarem aparentemente
travados, entre si, no instante da britagem.

5.3.3 Ciclagem Sanidade

Os resultados abaixo apresentados na Tabela 5.13 demonstra que o conglomerado


ferruginoso oferece uma susceptibilidade à penetração da solução química (sulfatos), nas
frações, onde impera a porosidade. Portanto, ao facilitar a penetração do sulfato de sódio
devido a uma força de expansão, consequentemente, a amostra sofre uma partição,
reduzindo, desta forma, a granulometria.

153
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.13 – Ensaio de Ciclagem Sanidade-DNER-DPT-M-89-64.

CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO


TIPO LITOLÓGICO
PEDRA CAROÇO
Peso Inicial Peso Final
Peneira Retida Perda Perda Média
(g) (g)
1” 1.000 968,5 3,15% 2,53%
3/4” 500 490,5 1,90%
1/2” 670 631,0 5,82% 7,46%
3/8” 330 300,0 9,09%

5.3.4 Ensaios de Mecânica de Rocha do tipo resistência à compressão uniaxial


simples por testemunhos de rotativa e resistencia à compressão puntiforme do
conglomerado ferruginoso laterítico

Com base na Tabela 5.14, conforme os resultados realizados numa primeira etapa,
fica demonstrado que o conglomerado ferruginoso laterítico apresenta um valor máximo
de 51,1 MPa de resistência à compressão uniaxial simples, valor minimo de 22,9 MPa e
valor médio de 40,1 MPa. Essa resistência refere-se ao conglomerado ferruginoso
laterítico de composição química evidenciado na Tabela 5.4.

Numa segunda etapa conforme Tabela 5.15, o valor máximo atingiu 42,3 MPa de
Resistencia uniaxial simples e o valor mais baixo atingiu 27,8 Mpa e valor médio 35,26
MPa. Esta resistência se refere ao Conglomerado Ferruginoso Laterítico de composição
química evidenciado na Tabela 5.7.

Os valores de resistencia mais altos não são controlados pela cimentação mais
espessa, mas sim pelo grau de alteração provocado pelo intemperismo diferencial no
referido cimento.

Os valores de resitencia mais baixos, não são controlados pela cimentação menos
espessa, mas sim pela presença de frações alteradas.

A alteração presente em uma rocha, a torna consequentemente mais porosa e com


resistência concordante diminuída.

Toda a complexidade resultante do processo de intemperismo diferencial


influencia a partição do conglonerado ferruginoso lateritico quando britado.

154
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.14 – Ensaio de Compressão Simples Axial testemunho 9x3,5 cm (IPT-M50).

CONGLOMERADO FERRUGINOSO
LATERITICO
TIPO LITOLÓGICO
Corpo Dimensões Área de CargaPEDRA
de CAROÇO
Tensão de Tensão Média de
de (cm) Carga Ruptura Ruptura Ruptura (kg/cm2)
Prova Ø (cm2) (kg) (kg/cm2)
1 3.50x9,32 9,62 4.520 470
2 3,50x9,02 9,62 3.880 403
S E C O

3 3,50x9,18 9,62 4.920 511 401


Ou
4 3,50x8,93 9,62 2.200 229 40,1 Mpa
5 3,50x9,22 9,62 3.740 389
6 3,50x9,18 9,62 3.900 405

155
Apresentação dos Resultados

156
Apresentação dos Resultados

O ensaio de compressão Simples axial consistiu em extrair 13 corpos de prova em


quatro blocos de rocha e selecionados como representativos para os ensaios de
compressão uniaxial simples conforme pode ser observado, a seguir, nas Figuras 5.23 até
5.30, entre as páginas 159 a 162

Constam, adicionalmente, da Tabela 5.15, informações referentes à identificação


(número do corpo de prova – cp), dimensões geométricas, massa e a velocidade de
propagação das ondas compressivas.

A Tabela 5.16, contém também a descrição do tipo de ruptura para cada corpo de
prova, após a ruptura.

Tabela 5.16 – Tipos de ruptura dos corpos de prova com testemunho - 5,50 cmx14,1cm.

ENSAIO DE COMPRESSÃO UNIAXIAL

AMOSTRA CORPO DE PROVA

FURO / No
LITOTIPO ACAMAMENTO* TIPO DE RUPTURA
IDENTIFICAÇÃO

bloco 1 – Am2 perpendicular 3007 cisalhamento em superfície irregular


bloco 3 – Am2 perpendicular 3008 cisalhamento em superfície irregular
conglomerado
bloco 3 – Am4 paralelo 3009 cone
ferruginoso
(laterite) bloco 3 – Am5 paralelo 3010 cisalhamento em superfície irregular
bloco 3 – Am6 paralelo 3011 cisalhamento axial com cone na base
bloco 4 – Am7 paralelo 3012 cisalhamento em superície irregular

Nas ilustrações que constam da Figura 5.31 até 5.36, são apresentados entre os
diagramas, para cada ensaio, de tensão axial versus deformação específica (radial e axial).
A interpretação dos resultados do ensaio de compressão uniaxial do conglomerado
ferruginoso laterítico foi elaborada a partir da análise dos valores de tensão de ruptura do
conglomerado e do diagrama de tensão versus deformação obtido durante o ensaio. Além
desse diagrama e devido às heterogeneidades e as anisotropias próprias dos materiais
rochosos, nas interpretações, considera-se muitas vezes, o modo de ruptura do material.

Os principais parâmetros mecânicos obtidos desses ensaios são a Resistencia à


compressão uniaxial, o módulo de deformabilidade e o coeficiente de Poisson. Não foi
observada diferença de comportamento entre amostras ensaiadas com grânulos acamados
perpendicular e paralelamente ao acamamento. O módulo de deformabilidade é obtido de
duas maneiras: tangente e secante.

157
Apresentação dos Resultados

Figura 5.23 - Blocos de rocha 1 a 4 e as 13 (treze) amostras retiradas no Laboratório


de Mecânica das Rochas. Litotipo: conglomerado ferruginioso
(laterita).

Figura 5.24 - Amostras adequadas para os ensaios de compressão. Litotipo:


conglomerado ferruginoso (laterita).

158
Apresentação dos Resultados

Figura 5.25 - CP 3007 antes e após o ensaio de compressão uniaxial.

Figura 5.26 - CP 3008 antes e após o ensaio de compressão uniaxial.

159
Apresentação dos Resultados

Figura 5.27 - CP 3009 antes e após o ensaio de compressão uniaxial.

Figura 5.28 - CP 3010 antes e após o ensaio de compressão uniaxial.

160
Apresentação dos Resultados

Figura 5.29 - CP 3011 antes e após o ensaio de compressão uniaxial.

Figura 5.30 - CP 3012 antes e após o ensaio de compressão uniaxial.

161
Apresentação dos Resultados

O primeiro é determinado considerando o trecho linear da curva,


preferencialmente, entre 40 e 60% da tensão de ruptura. De forma análoga, é determinado
o coeficiente de Poisson tangente e secante. Nesse caso pode ser observada a linearidade
tanto da deformação axial, como da deforamação radial (circunferencial).

No corpo de prova cp 3009, o trecho linear da curva foi obtido com 30% e 48% da
tensão de ruptura, enquanto, para o cp 3011 esse valor ficou entre 24% a 48% da tensão de
ruptura. Nos demais, foram mantidos os valores entre 40% e 60% da tensão de ruptura do
corpo de prova.

Os valores para a tensão de ruptura variaram entre um mínimo de 27,8 MPa (cp
3008) e um máximo de 42,3 MPa (cp 3007). O modelo ou tipo de ruptura predominante é
o de cisalhamento em superfície irregular, exceto no caso dos corpos de prova cp 3009,
caracterizado por modelo ou modo em cone, e o cp 3011, com ruptura num modelo ou
modo, tipo fendilhamento axial com cone na base.

Os valores do modulo de deformabilidade (modulo de Young) secante variaram


entre um mínimo se 11,3 GPa (cp 3008) a um máximo de 25,1 GPa (cp 3007), enquanto o
módulo tangente variou de 13,9 GPa (cp 3008) a 28,1 GPa (cp 3011).

Os valores para o coeficiente de Poisson secante variaram entre um mínimo de


0,18 (cp 3010) a um máximo de 0,32 (cp 3011), enquanto, para o coeficiente de Poisson
tangente, houve variação entre um valor mínimo de 0,30 (cp 3010) a um máximo de 0,44
(cp 3011). O corpo de prova (cp 3012) não apresentou, para as deformações radiais
(circunferenciais), comportamento linear adequado, o que impediu a determinação do seu
coeficiente de Poisson.

Foi adotado um sistema de obtenção de amostras perpendiculares e paralelas ao


acamamento/estratificação. No entanto, esperavam-se resultados diferentes, porém a idea
foi frustrada, uma vez que os resultados mostraram valores bastante aproximados um do
outro. Para o bloco 1 – Am2 e perpendicular ao acamamento foi obtido uma tensão de
ruptura no valor 42,3 Mpa. Para o bloco 3 – Am 6 e paralelo ao acamamento, foi obtida
uma tensão de ruptura de 41,7 Mpa, diferença praticamente insignificante.

162
Apresentação dos Resultados

Figura 5.31 - Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e radial do
corpo de prova 3007.

Figura 5.32 - Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e radial do
corpo de prova 3008.

163
Apresentação dos Resultados

Figura 5.33 - Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e radial do
corpo de prova 3009.

Figura 5.34 - Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e radial do
corpo de prova 3010.

164
Apresentação dos Resultados

Figura 5.35 - Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e radial do
corpo de prova 3011.

Figura 5.36 - Diagrama tensão axial versus deformação específica axial e radial do
corpo de prova 3012.

165
Apresentação dos Resultados

Foi observado que os parâmetros obtidos na escala de laboratório, constituem-se


em aproximações do comportamento real. A existência de descontinuidades, tanto na
escala microscópica (microfissuras) como macroscópica, bem como de heterogeneidades,
tem como consequência variações no comportamento e no valor das propriedades
mecânicas do conglomerado ferruginoso laterítico. Da mesma forma, deve ser observado
que os parâmetros avaliados são originalmente definidos para materiais elásticos, lineares
e isotrópicos, o que nem sempre ocorre nos casos reais com rochas.

Os resultados apresentados têm validade apenas para as amostras e corpos de prova


ensaiados.

A heterogeneidade ou anisotropia interna do conglomerado ferruginoso laterítico


tem forte componente lastreado no grau de alteração diferencial da rocha, tendo como
agente principal o intemperismo fisico químico diferencial, a que foi submetido a rocha ao
longo da sua história.

Por fim, cabe dizer que, não só a variação do grau de alteração promove maior
porosidade e consequente enfraquecimento da rocha, mas também as fissuras associadas,
espessura do cimento, geometria e coesão dos múltiplos contatos entre partículas
diferentes, somam-se e ditam o resultado final da resistência da rocha.

5.3.5 Resistência à compressão puntiforme

Apresenta-se, a seguir, dados dos ensaios de compressão puntiforme tais como,


força de ruptura, índice de resistência e suas correções. Na Figura 5.37, apresenta-se as
amostras extraídas no laboratório, na Figura 5.38, apresenta-se o esquema de ensaio
puntiforme e nas Figuras sequenciais, 5.39, 5.40, 5.41, 5.42 e 5.43 são apresentados os
corpos de prova ensaiados antes e após a ruptura. Na Tabela 5.17, são apresentados os
dados referentes às amostras e corpos de prova ensaiados.

166
Apresentação dos Resultados

Fotos das amostras, esquema de ensaio e corpos de prova antes e após a ruptura.

Figura 5.37 - Amostras extraídas de blocos de rocha no Laboratório de Mecânica das


Rochas (LMR), no ano de 2016, correspondentes aos blocos 1 e 2, sendo
AM1 e AM2 do bloco 1e AM1 do bloco 2.

Figura 5.38 - Corpo de prova ajustado entre os pratos da máquina universal de ensaios
para realização de ensaio de compressão puntiforme na direção axial.

167
Apresentação dos Resultados

Figura 5.39 - Vista dos corpos de prova cp3180 e cp3181 antes e após ensaio de
compressão puntiforme na direção axial. Bloco 01 AM 01 e
litotipo conglomerado ferruginoso.

Figura 5.40 - Vista dos corpos de prova cp3182 e cp3183 antes e após ensaio de
compressão puntiforme na direção axial. Bloco 01 AM 01 e
litotipo conglomerado ferruginoso.

168
Apresentação dos Resultados

Figura 5.41 - Vista dos corpos de prova cp3184 e cp3185 antes e após ensaio de
compressão puntiforme na direção axial. Bloco 01 AM 02 e
litotipo conglomerado ferruginoso.

Figura 5.42 - Vista dos corpos de prova cp3186 e cp3187 antes e após ensaio de
compressão puntiforme na direção axial. Bloco 02 AM 01 e litotipo
conglomerado ferruginoso.

169
Apresentação dos Resultados

Figura 5.43 - Vista dos corpos de prova cp3188 e cp3189 antes e após ensaio de
compressão puntiforme na direção axial. Bloco 02 AM 01 e
litotipo conglomerado ferruginoso.

170
Apresentação dos Resultados

171
Apresentação dos Resultados

5.3.6 Granulometria

Os resultados obtidos após a britagem mecânica do conglomerado ferruginoso


laterítico num britador contendo mandíbulas dimensionadas para diâmetros de abertura
quantificados em 1”, 1 ½” e 2” resultaram na elaboração de quatro (4) curvas
granulométricas e que foram comparadas à curva teórica de “FULLER”. Na resultando
Figura 3.39, dispõem-se 04 curvas granulométricas e uma quinta curva representando à
curva teórica de “FULLER” sendo:
3 curvas granulométricas referente ao agregado britado com 1”
1 curva granulométrica referente ao agregado britado com 1 ½”
1 curva granulométrica referente ao agregado britado com 2”
1 curva granulométrica teórica de “FULLER”

Pela observação das curvas granulométricas dos conglomerados ferruginosos


lateríticos, podem ser verificados que os materiais britados, segundo as aberturas das
mandíbulas acima especificadas, apresentam curvas granulométricas dentro de uma
faixa de limites bastante próximas da curva teórica de “FULLER”.

Essa situação ocorre devido do fato das amostras possuírem, em sua


constituição, frações que vão de areias finas a grossas e ainda seixos pequenos.
Portanto, as areias grossas que aparecem nessas curvas provêm de fragmentos
inicialamente aglutinados e que simplesmente se desagregam no instante da britagem e
que, repete-se, estavam aglutinados pelo cimento constituído por óxido de ferro.

Do exposto pode-se entender que, mesmo mantendo a faixa granulométrica


intacta, após a britagem, ou seja, sem adicionar ou retirar qualquer fração
granulométrica, é possível entender e verificar que o conglomerado ferruginoso
laterítico, com agregado pétreo permite melhor compactação do concreto, resultando
em um corpo de prova de concreto mais compacto, ou minimização de índices de
vazios, em função do arranjo espacial provocado por aquelas granulometrias
resultantes da britagem. Conforme se verifica, na Figura 5.44, a curvas
granulométricas resultantes, apresentam uma relativa proporcionalidade favorável
quando comparada à curva teórica de “ FULLER”. Além da desaglutinação do grão do
cimento ferruginoso, esse grão parte-se em frações menores, devido aos
microfissuramentos existentes nos grãos de quartzo, conforme se pode observar na
Figura 5.6 e 5.10.

172
Apresentação dos Resultados

Cabe salientar que o conglomerado ferruginoso laterítico foi moldado em corpo


de prova de concreto, tal como saiu do britador, e, a esse conglomerado, somente
foram adicionados cimento e água nas proporções definidas conforme experiências
anteriores, OLIVEIRA, (2008).

A Tabela 5.18, abaixo, apresenta os valores adotados para elaboração das


curvas granulométricas evidenciada na Figura 5.44. As Tabelas 5.19 a 5.23 apresentam
os resultados de ensaios de granulometria realizados.

Tabela 5.18 - Determinação da composição granulométrica NBR-MN 248/03.

Peneiras Abertura % Material que passa


Designação Malha
2 in 50,0 100 99 - - - -
1½ 37,5 88 93,4 86 100 100 100
1¼ 31,5 78 - 72 96 95 97
1 25 69 69 51 82 76 82
¾ 25 64 55,4 39 67 54 60
½ 12,5 49 - 32 42 40 54
3/8 9,5 44 40,4 29 38 36 39
¼ 6,3 34 - 25 33 31 32
n 04 4,8 32 34,5 22 29 24 28
n 08 2,4 21 27,8 14 19 16 16
n 16 1,2 15 18,4 9 12 11 9
n 30 0,6 12 11,9 5 8 8 5
n 50 0,3 7 6,3 3 5 6 2
n 100 0,15 4 3,3 1 3 4 0
F DT IPT IPT IPT IPT

F = Parâmetros teóricos da curva de “FULLER”


DT = dissertação de mestrado – Laboratório da FESMA – Federação da Escolas
Superiores do Maranhão
IPT = Laboratório do IPT em São Paulo–SP

Por fim, cabe mencionar que o conglomerado ferruginoso laterítico apresenta


quantitativos de pulverulentos insignificantes, ou mesmo permitido pelas normas
queregem o tema.

173
Apresentação dos Resultados

Figura 5.44 – Curvas granulométricas dos tipos petrográficos britados com abertura
da mandíbula regulada com 1”, 1 ½” - 2”.

174
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.19 – Ensaio de análise granulométrica por peneiramento (MB-7).

TIPO LITOLÓGICO – CONGLOMERADO FERRUGINOSO


(britador regulado em 1 ½”)

Amostra total seca 15.000,0 g


Pedregulho acima de 4,8 mm 65,5%
Areia grossa 4,8 – 2,00 mm 6,7%
Areia média 2,00 – 0,42 mm 15,9%
o
Retido entre n 40 e 200 8,6%
o
Passando n 100 3,3%
Total 100,0%
o
Retido entre n 10 e 200 15,1%
PENEIRAMENTO
MATERIAL RETIDO % que passa Peneira
PENEIRA Peso % Amostra % da Amostra mm
(g) Total Acumulada Total
3 pol. 76,2
2 pol. 100,0 50,8
1 1/2 pol. 1000,2 6,6 6,6 93,4 38,1
1 pol. 3661,3 24,4 31,0 69,0 25,4
3/4 pol. 2052,7 13,6 44,6 55,4 19,1
1/2 pol. 12,6
3/8 pol. 2262,3 15,0 59,6 40,4 9,5
o
N 4 889,5 5,9 65,5 34,5 4,8
o
N 8 1017,5 6,7 72,2 27,8 2,4
o
N 10 76,9 2,0
o
N 16 1419,7 9,4 81,6 18,4 1,2
o
N 30 981,1 6,5 88,1 11,9 0,6
o
N 40 0,42
o
N 50 840,6 5,6 93,7 6,3 0,30
o
N 80 0,18
o
N 100 451,8 3,0 96,7 3,3 0,15
o
N 200 100 0,075
MF = 6,39
Ø máx = 38 mm e britador primário regulado com mandíbulas em 1 ½” de diâmetro
Ø máx = 50,8mm e britador primario regulado com mandíbulas em 2” de diametro.

175
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.20 – Ensaio de análise granulométrica por peneiramento, 2” (MB-7).

TIPO LITOLÓGICO – CONGLOMERADO FERRUGINOSO


(britador regulado em 2”)

Amostra total seca 15.000,0 g


Pedregulho acima de 4,8 mm 77 %
Areia grossa 4,8 – 2,00 mm 13 %
Areia média 2,00 – 0,42 mm 6%
Retido entre no 40 e 200 4%
Passando no 100 2%
Total 100,0%
Retido entre no 10 e 200 8%
PENEIRAMENTO
MATERIAL RETIDO % que passa
PENEIRA Peso % Amostra % da Amostra Peneira mm
(g) Total Acumulada Total
3 pol. 76,2
2 pol. 1 99 50,8
1 1/2 pol. 1000,2 12 13 86 38,1
1 ¼ pol. 3661,3 14 1
27 72 31,5
1 pol. 2052,7 21 48 51 25,4
3/4 pol. 12 60 39 19
1/2 pol. 2262,3 7 67 32 12,5
3/8 pol. 889,5 3 70 29 9,5
¼ pol. 1017,5 4 74 25 6,3
o
N 04 3 77 22 4,8
o
N 08 1419,7 8 85 14 2,4
o
N 16 981,1 5 90 09 1,2
o
N 30 4 94 5 0,6
o
N 50 840,6 2 96 3 0,3
o
N 80
No 100 451,8 2 98 1 0,15
o
N 200 100 0 0,075
MF = 6,39
Ø máx = 50,8mm e britador primário regulado com mandíbulas em 2” de diâmetro.

176
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.21 – Ensaio de análise granulométrica por peneiramento (MB-7).

TIPO LITOLÓGICO – CONGLOMERADO FERRUGINOSO


(britador regulado em 1”)

Amostra total seca 15.000,0 g


Pedregulho acima de 4,8 mm 71 %
Areia grossa 4,8 – 2,00 mm 17 %
Areia média 2,00 – 0,42 mm 7%
Retido entre no 40 e 200 5%
Passando no 100 3%
Total 100,0%
Retido entre no 10 e 200 9%
PENEIRAMENTO
MATERIAL RETIDO % que passa
PENEIRA Peso % Amostra % da Amostra Peneira mm
(g) Total Acumulada Total
3 pol. 76,2
2 pol. 50,8
1 1/2 pol. 1000,2 0 0 100 38,1
1 ¼ pol. 3661,3 4 14 96 31,5
1 pol. 2052,7 14 18 82 25,4
3/4 pol. 25 43 67 19
1/2 pol. 2262,3 15 58 42 12,5
3/8 pol. 889,5 4 62 38 9,5
¼ pol. 1017,5 5 67 33 6,3
No 04 4 71 29 4,8
No 08 1419,7 10 81 19 2,4
No 16 981,1 7 88 12 1,2
No 30 4 92 8 0,6
No 50 840,6 3 95 5 0,3

No 100 451,8 2 97 3 0,15


fundo 3 100 0

Ø máx = 25,4 mm e britador secundário regulado com mandíbulas em 1” de diâmetro.

177
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.22 – Ensaio de análise granulométrica por peneiramento (MB-77).

TIPO LITOLÓGICO – CONGLOMERADO FERRUGINOSO


(britador regulado em 1”)

Amostra total seca 15.000,0 g


Pedregulho acima de 4,8 mm 76 %
Areia grossa 4,8 – 2,00 mm 13 %
Areia média 2,00 – 0,42 mm 5%
Retido entre no 40 e 200 6%
Passando no 100 4%
Total 100,0%
Retido entre no 10 e 200 7%
PENEIRAMENTO
MATERIAL RETIDO % que passa
PENEIRA Peso % Amostra % da Amostra Peneira mm
(g) Total Acumulada Total
3 pol. 76,2
2 pol. 50,8
1 1/2 pol. 1000,2 0 0 100 38,1
1 ¼ pol. 3661,3 5 15 95 31,5
1 pol. 2052,7 19 24 76 25,4
3/4 pol. 22 46 54 19
1/2 pol. 2262,3 14 60 40 12,5
3/8 pol. 889,5 4 64 36 9,5
¼ pol. 1017,5 5 69 31 6,3
No 04 7 76 24 4,8
No 08 1419,7 8 84 16 2,4
No 16 981,1 5 89 11 1,2
No 30 3 92 8 0,6
No 50 840,6 2 94 6 0,3

No 100 451,8 2 96 4 0,15


fundo 3 100 0

Ø máx = 25,4 mm e britador secundário regulado com mandíbulas em 1” de diâmetro.

178
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.23 – Ensaio de análise granulométrica por peneiramento (MB-77).

TIPO LITOLÓGICO – CONGLOMERADO FERRUGINOSO


(britador regulado em 1”)

Amostra total seca 15.000,0 g


Pedregulho acima de 4,8 mm 77%
Areia grossa 4,8 – 2,00 mm 12%
Areia média 2,00 – 0,42 mm 15,9%
o
Retido entre n 40 e 200 8,6%
o
Passando n 100 3,3%
Total 100,0%
o
Retido entre n 10 e 200 15,1%
PENEIRAMENTO
MATERIAL RETIDO % que passa
PENEIRA Peso % Amostra % da Amostra Peneira mm
(g) Total Acumulada Total
3 pol. 76,2
2 pol. 50,8
1 1/2 pol. 1000,2 0 0 100 38,1
1 ¼ pol. 3661,3 3 31 97 31,5
1 pol. 2052,7 15 18 82 25,4
3/4 pol. 22 40 60 19
1/2 pol. 2262,3 16 56 54 12,5
3/8 pol. 889,5 5 61 39 9,5
¼ pol. 1017,5 7 68 32 6,3
No 04 4 72 28 4,8
No 08 1419,7 12 84 16 2,4
No 16 981,1 7 91 9 1,2
No 30 4 95 5 0,6
No 50 840,6 3 98 2 0,3

No 100 451,8 2 100 0 0,15


fundo 1 100 0

Ø máx = 25,4 mm e britador secundário regulado com mandíbulas em 1” de diâmetro.

179
Apresentação dos Resultados

5.3.7 Ensaios de Forma

O resultado do ensaio de forma é apresentado na Tabela 5.24, e na Figura


5.46, atribuindo, ao conglomerado ferruginoso, um índice de forma cúbico, e, portanto,
apresentando maior resistência e melhor trabalhabilidade, pois permitem arranjos
internos mais densos quando moldados na pasta de concreto de cimento Portland.
O método consiste em se tomar 25 fragmentos de pedra britada
(conglomerado ferruginoso laterítico) entre as dimensões 1 ½” e 1” (ASTM – E11), e,
por meio de um paquímetro, efetuam-se as medidas a, b e c, conforme indica a Figura
5.45.

Figura 5.45 - Medidas consideradas em um fragmento de rocha para definir o índice de


forma

180
Apresentação dos Resultados

Tabela 5.24 – Ensaio de forma IPT-M-49.

TIPO LITOLÓGICO CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO


PEDRA CAROÇO
b c
FRAGMENTO DIMENSÃO
a b
a (cm) b (cm) c (cm)
1 4,9 3,4 2,7 0,69 0,79
2 5,6 3,7 1,7 0,66 0,46
3 4,8 3,3 2,4 0,69 0,73
4 3,8 3,2 2,0 0,84 0,63
5 4,9 4,1 3,0 0,84 0,73
6 4,8 3,2 2,4 0,67 0,75
7 4,2 3,1 1,6 0,74 0,52
8 5,0 4,0 1,9 0,80 0,48
9 5,3 4,8 2,7 0,91 0,56
10 5,5 3,8 2,4 0,69 0,63
11 5,2 3,5 2,0 0,67 0,57
12 5,3 3,7 1,8 0,70 0,49
13 4,3 3,3 2,1 0,77 0,64
14 4,5 3,0 2,9 0,67 0,97
15 4,2 3,5 2,8 0,83 0,80
16 5,0 3,5 2,5 0,70 0,71
17 3,9 3,1 2,0 0,79 0,65
18 4,0 3,8 2,4 0,95 0,63
19 3,5 2,8 2,1 0,80 0,75
20 6,0 3,7 2,6 0,62 0,70
21 4,1 2,7 2,3 0,66 0,85
22 4,2 3,5 2,4 0,83 0,69
23 4,7 3,3 2,6 0,70 0,79
24 5,9 3,5 1,9 0,59 0,54
25 5,6 3,9 2,5 0,70 0,64
  
a = 246,9 b = 174,7 c = 117,3  b  c
= 35,23 = 34,64
b c a :
FORMA d
(máximo) = (máximo) = CÚBICA
a d
b c DATA:
(mínimo) = (mínimo) =
a d
b c OPERADOR:
(médio) = (médio) =
a d

181
Apresentação dos Resultados

(cont.)

TIPO LITOLÓGICO - CONGLOMERADO FERRUGINOSO LATERÍTICO


PEDRA CAROÇO
b c
DIMENSÃO
FRAGMENTO a b
a (cm) b (cm) c (cm)
1 9,2 3,9 3,2 0,42 0,82
2 4,5 2,7 2,5 0,60 0,93
3 5,3 3,3 3,0 0,62 0,91
4 6,1 3,6 2,3 0,59 0,64
5 4,3 3,1 3,0 0,72 0,96
6 3,9 3,4 2,0 0,59 0,59
7 3,8 3,0 2,3 0,79 0,77
8 6,4 4,4 2,2 0,69 0,50
9 6,3 4,0 2,7 0,63 0,68
10 5,9 3,1 2,6 0,53 0,84
11 4,2 3,2 2,3 0,76 0,72
12 6,6 4,5 2,4 0,68 0,53
13 4,3 3,2 2,4 0,74 0,75
14 4,7 3,6 2,1 0,77 0,58
15 5,9 3,6 2,4 0,61 0,67
16 4,8 3,0 2,1 0,63 0,70
17 4,0 3,4 2,8 0,85 0,82
18 4,1 3,0 2,1 0,73 0,70
19 4,9 3,1 1,8 0,63 0,58
20 3,6 2,8 2,6 0,78 0,93
21 6,5 3,8 2,7 0,58 0,72
22 4,0 3,2 2,2 0,80 0,69
23 5,2 3,7 2,7 0,71 0,73
24 4,8 4,4 3,1 0,92 0,70
25 4,4 4,3 2,1 0,98 0,49
 b c

a  127,7 
b  87,3 
c  61,6  16,72 
 17,94
a b
b c FORMA: CÚBICA
(máximo) = 0,98; (máximo) = 0,97
a b
b c D :
a
(mínimo) = 0,42;
b
(mínimo) = 0,46 DATA
ATA:

b c
(médio) = 0,70; (médio) = 0,69 OPERADOR:
a b

182
Apresentação dos Resultados

Figura 5.46– Resultado do ensaio de forma do conglomerado ferruginoso.

183
Apresentação dos Resultados

5.3.8 Resultados da Qualidade do Concreto

Foi dada ênfase, no presente estudo, à resistência final alcançada aos 28 dias
de idade de cura do concreto, quando moldados em corpos prova, com e sem correção
granulométrica. A evolução dos ganhos de resistência foi alcançada a partir do
momento em foram efetuadas correções na curva granulométrica do conglomerado
ferruginoso laterítico, objeto do estudo.

O estudo percorreu uma série de tentativas experimentais, no sentido de buscar


procedimentos, com vistas a monitorar o adequado seguimento das ações e fazer do
conglomerado ferruginoso laterítico, um agregado que tivesse uma fração graúda e
fina que pudesse atender aos requisitos de resistência. Através da rebritagem do
conglomerado ferruginoso, foi obtida uma granulometria monitorada por ensaios
granulométricos, que resultou na elaboração de várias comparações com a curva
teórica de “FULLER” e, principalmente, na colocação em prática da técnica de
acrescentar e retirar material do conjunto pétreo (agregados - conglomerado
ferruginoso laterítico), de tal forma a fazer que o conglomerado ferruginoso
resultante pudesse ter semelhança geométrica quando comparado a curva teórica de
“FULLER”.

Na primeira fase do estudo, foi verificada a tendência positiva observada


quanto ao comportamento granulométrico do conglomerado ferruginoso laterítico,
que quando, britado possuía semelhança com a curva de “FULLER” e ainda com
fragmentos com tendência cúbica, enquadrando-os num patamar conveniente de
comportamento verificado durante a britagem. A análise granulométrica chamava
atenção no sentido de que a granulometria poderia ser corrigida e assim permitindo
acrescentar e retirar frações granulométricas. As correções granulométricas
englobaram retirada isolada de frações do material, assim como acréscimo isolado de
frações do matérial, ou conjuntamente, retirando e acrescentando material
concomitantemente, em função da curva granulométrica resultante.

Na segunda fase, foi verificada a tendência de apenas acrescentar material,


uma vez que os outros segmentos praticamente coincidiam com a curva
granulométrica teórica de “FULLER, conforme se depreende da Figura 5.44.

Em função dessa orientação, o primeiro ensaio após a britagem do


conglomerado ferruginos laterítico com britador regulado para abertura de 2” foi no

184
Apresentação dos Resultados

sentido de moldar, inicialmente, corpos de prova de concreto com 10 cm x 30 cm e 5


cm x 10 cm. Nesses corpos de prova foram usados material do conglomerado
ferruginoso laterítico, tal como saiu do britador, ou seja, sem retirar ou acrescentar
outro material britado, granular, quer fino ou graúdo, com as cinco (5) seguintes
alternativas:

1 - Ao conglomerado ferruginoso referente ao primeiro ensaio (teste piloto),


foram acrescentados cimento Portland e água nas proporções convencionadas na
primeira fase do estudo. Dessa forma, o traço 1:6 com fator água cimento (a/c) 0,59
configuraram nos corpos de prova que foram curados em tempos de 7 e 28 dias para
posterior rompimento com tensão crescente, que definiram à resistências a
compressão axial simples sendo conseguido 18,3 MPa, quando moldados com 10 cm
x 30cm, o que revelou um resultado insatisfatório.

2 - Ao conglomerado ferruginoso referente ao segundo ensaio (teste piloto).


foram acrescentados cimento Portland e água nas proporções convencionadas na
primeira fase do estudo. Dessa forma, o traço 1:6 com fator água cimento (a/c) 0,45
configuraram os corpos de prova, que foram curados em tempos de 3,7 e 28 dias, para
posterior rompimento com tensão crescente, que definiram à resistências a
compressão axial simples, sendo conseguido 16,4 MPa, quando moldados 5 cm x10
cm, o que revelou um resultado insatisfatório.

3 - Ao conglomerado ferruginoso referente ao terceiro ensaio (teste piloto)


foram acrescentados cimento Portland e água nas proporções convencionadas na
primeira fase do estudo. Dessa forma, o traço 1:4 com fator água cimento (a/c) 0,45
configuraram os corpos de prova, que foram curados em tempos de 3,7 e 28 dias, para
posterior rompimento com tensão crescente, que definiram as resistências a
compressão axial simples sendo conseguido 19 MPa e moldados com 05x10cm. Este
ensaio foi repetido, pois aparentava que a compactação dos corpos de prova tinha
ficado deficientes por apresentar cavidades sem preenchimento de cimento e que
resultou num quarto ensaio, o que revelou um resultado mais promissor, apesar da
compactação ruim.

4 - Ao conglomerado ferruginoso referente ao terceiro ensaio (teste piloto),


foram acrescentados cimento Portland e água nas proporções convencionadas na
primeira fase do estudo. Dessa forma, o traço 1:6 com fator água cimento a/c 0,45
configuraram os corpos de prova, que foram curados em tempos de 3,7 e 28 dias, para

185
Apresentação dos Resultados

posterior rompimento com tensão crescente, que definiram as resistências à


compressão axial simples, sendo conseguido 12,5 MPa e moldado com 10 cm x 30
cm, revelando outro ensaio insatisfatório.

5 - Ao conglomerado ferruginoso referente ao quarto ensaio (teste piloto),


foram acrescentados cimento Portland e água nas proporções convencionadas na
primeira fase do estudo. Dessa forma, o traço 1:4 com fator água cimento a/c 0,45
configuraram os corpos de prova, que foram curados em tempos de 3,7 e 28 dias, para
posterior rompimento com tensão crescente, que definiram as resistências à
compressão axial simples sendo conseguido 29,65 MPa e quando moldados com
05x10cm. O ensaio foi repetido, pois aparentava que a compactação dos corpos de
prova tinham ficado deficientes, por apresentar cavidades sem preenchimento de
cimento. Ao obter a resistência de 29,65 MPa, foi decidido corrigir a curva
granulométrica conforme abaixo definido. Nesse ponto, as deficiências ds corpos de
prova já tinham sido corrigidas e um novo procedimento foi adotado, no sentido da
correção granulométrica.

Então, a partir deste quarto ensaio, o novo procedimeto foi acrescentar 50%
em peso de agregado passante na peneira 4, abertura da malha em 4,8mm, com base
na tentativa, de forma a, primeiro, corrigir a curva granulométrica, e, segundo
conseguir uma resitência maior, o que foi conseguido. Assim foi iniciado o quinto
ensaio sobre o conjunto do conglomerado ferruginoso laterítico pesando 9,8
quilogramas foi acrescentao 4,9 quilogramas, por se tratar de um peso adicional de
50% sobre a massa de 9,8 kilogramas, totalizaram 14,7 quilogramas. Nesse
quantitativo de agregado (conglomerado ferruginoso laterítico), foi acrescentado
cimento na proporção de 1 kilograma de cimento em 4 quilogramas de agregado
(conglomerado ferruginoso laterítico) e assim definindo o traço 1:4.
Como o fator a/c (água cimento) foi definido em 0:45, se adicionou 0,45 litros
de água em 1 quilo/litro de cimento, tendo se, assim, a curva granulométrica
corrigida em 50% em peso com objetivo de se ter maior resistência do concreto
moldado para ser rompido aos 28 dias e moldados com 05 cm x 10 cm.

Dessa forma o traço 1:4 com fator água cimento a/c 0,45, configuraram os
corpos de prova, que foram curados em tempo de 28 dias, para posterior rompimento
com tensão crescente e que definiram as resistências à compressão axial simples
sendo conseguido 31,7 MPa e moldado com 10 cm x 30 cm.

186
Apresentação dos Resultados

5.3.8.1 Resistência à compressão simples dos Corpos de Prova Moldados em


Diferentes Traços e Fator Água/Cimento e Slump Test

Os valores de resistência à compressão simples, abatimentos e consumo de


cimento para o conglomerado ferruginoso laterítico ferruginoso são apresentados na
Tabela 5.25. Os gráficos “resistência à compressão simples versus idade de cura” são
evidenciados nas Figuras 5.47 e 5.48.

Tabela 5.25 - Valores de resistência à compressão simples, abatimentos e


consumo de cimento ABNT-MB-3-37.

RESIST. COMP. SIMPLES CONSUMO


TIPO Fator SLUMP
TRAÇO IDADE (DIAS) DE CIMENTO
LITOLÓGICO A/C TEST
3 7 28 kg/m3
(cm)
Conglomerado
Ferruginoso
Laterítico*
Britado 2” 1:6
_______________
0,59
**
166,0 183,0 ** **
Conglomerado
Ferrugioso
1:4
0,45
** ** 317,0
** **
Laterítico
Britado 1”

Conglomerado
0,45 66,0 107,0 190,0 ** **
1:4
Ferruginoso
Laterítico *
Britado 1”
0,45 101,0 141,0 164,0 ** **
1:6

Conglomerado 1:4
Ferruginoso
0,45 ** ** 296,0 8,0 **
Laterítico* 1:4 0,45 ** ** ** **
Britado 1”
1:6
0,45 ** ** 125,0 1,0 **

0,45 203,85 226,50 339,75 5,0 478,46


1:4
Conglomerado 0,50 186,86 226,50 311,44 5,5 467,28
Ferruginoso 0,45 182,60 291,61 342,58 1,0 362,31
Laterítico* 1:6
Britado 1 ½” 0,50 141,56 192,53 218,00 3,5 355,87

* Ensaios Pilotos foram realizados no sentido de otimizar o melhor traço e fator água cimento para
o conglomerado ferruginoso laterítico.
** Ensaios não realizados, pois o objetivo foi tão somente verificar a resistência máxima do corpo
de prova quanto a resistência à compressão simples aos 28 dias de cura.
(Continua na página seguinte)

187
Apresentação dos Resultados

(cont.)

RESIST. COMP. SIMPLES CONSUMO


TIPO Fator SLUMP
TRAÇO IDADE (DIAS) DE CIMENTO
LITOLÓGICO A/C TEST
3 7 28 kg/m3
(cm)
0,45 62,28 82,10 123,16 8,5 465,12
1:4
Arenito Fino 0,50 48,13 99,09 120,63 9,0 454,55
Ferruginoso 0,45 59,45 113,24 174,11 8,0 467,28
1:6
0,50 45,30 67,95 84,94 8,5 347,22
0,45 128,80 148,60 249,15 2,5 471,57
1:4
Arenito Médio 0,50 124,00 133,00 154,30 4,5 460,71
Ferruginoso 0,45 76,44 121,74 150,89 0,5 355,87
1:6
0,50 73,61 111,83 149,00 2,0 349,65
0,45 141,56 169,88 181,20 1,5 476,19
1:4
Siltito Argilo- 0,50 86,34 130,73 179,78 2,0 353,35
Arenoso
Concrecionado 0,45 76,44 96,26 147,22 7,0 359,71
1:6
0,50 67,95 82,10 113,25 7,0 353,35
0,45 203,85 226,50 339,75 5,0 478,46
1:4
Conglomerado 0,50 186,86 226,50 311,44 5,5 467,28
Ferruginoso 0,45 182,60 291,61 342,58 1,0 362,31
1:6
0,50 141,56 192,53 218,00 3,5 355,87

188
Apresentação dos Resultados

Figura 5.47 - Resistência à compressão simples versus idade de


cura traço 1:6 – Fator a/c = 0,45 e 0,50 l/Kg de
cimento.

189
Apresentação dos Resultados

Figura 5.48 - Resistência à compressão simples versus idade de cura traço 1:4 - Fator a/c =
0,45 e 0,50 l/Kg de cimento.

190
Conclusões e Recomendações

CAPÍTULO 6 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 CONCLUSÕES

Os novos paradigmas sociais mundiais têm feito com que os governos


busquem em suas políticas de infraestrutura dar prioridade à questão dos materiais
pétreos para uso de sua população e, consequentemente, fazendo um chamamento à
necessidade de se conhecer novos materiais com respaldo em conhecimentos técnicos e
científicos e que possam participar da cadeia produtiva. Nesse aspecto, o presente
estudo disponibiliza suporte técnico e científico para fundamentar uma contribuição
científica aplicada ao caso.

O conglomerado ferruginoso laterítico (laterita/agregado laterítico) de S. Luís


no estado do Maranhão (MA), usado neste estudo, como agregado pétreo em concreto
de cimento Portland é basicamente uma rocha sedimentar composta de grãos de quartzo
(em areias finas, medias, grossas e pedregulhos), com todo o seu conjunto
granulométrico cimentado por óxidos ferruginosos e considerada uma rocha
moderadamente resistente, segundo a Sociedade Internacional de Mecânica das Rochas,
com valores maiores que 25 Mpa até 50 Mpa. Apresentou características tecnológicas
satisfatórias com base nos resultados obtidos através dos ensaios tecnológicos de
laboratório deste estudo, principalmente quando se tem em mente que o uso da laterita
tem sido uma alternativa de aplicação em regiões destituídas de material pétreo
cristalino (granítico ou metamórfico).

O presente estudo destaca-se de outros estudos, pelo fato de ter sido utilizado
o conglomerado ferruginoso laterítico, tal como saiu do britador com mandíbulas
reguladas com abertura de 50,8 mm, ou 2”, 38,1mm, ou 1 ½ „ e ainda 25,4 mm ou 1”,
fornecendo tanto o agregado graúdo como o agregado miúdo, quando britado, conforme
se verifica na curva granulométrica teórica de “FULLER” apresentada na Figura 5.44.

O conglomerado ferruginoso laterítico (laterita/agregado laterítico) com


toda a sua caracterização, quer geológica, química, física e mecânica e por estar
submetida ao intemperismo químico físico diferencial concentra em sua estrutura
sedimentar cimentada, núcleos com diferentes graus de alteração, cuja variação é de
difícil controle, em face à anisotropia da dita rocha.

191
Conclusões e Recomendações

Assim sendo, quando se verificam e se comparam os ensaios de


granulometria realizados no conglomerado ferruginoso laterítico (laterita/agregado
laterítico) da jazida do Maracujá, fica evidente que esse conglomerado quando
submetido ao britador secundário com abertura da mandíbula regulada em 1”, oferece
um agregado de melhor qualidade, em contraste com o conglomerado, quando
comparado ao conglomerado, quando apenas submetido ao britador primário, com
mandíbulas reguladas em 2”.

As justificativas para esse tipo de comportamento são duas. A primeira


justificativa é que quando uma fração de um mesmo lote de conglomerado ferruginoso
laterítico (laterita/agregado laterítico) é submetido ao britador de 1”, menor diâmetro,
faz-se com que a fração alterada do conglomerado se reduza a uma granulometria
menor, passando apresentar, no geral, um material com granulometria mais fina,
enquanto que o conglomerado não alterado ou levemente alterado passa a fornecer
granulometria mais grossa.

Significa dizer que o conglomerado submetido ao britador primário com


abertura da mandíbula regulada em 2”, maior diâmetro, permite que o agregado graúdo
que passa pelas mandíbulas permaneça, ainda, com frações alteradas no seu interior e
assim sendo terá sua resistência individual diminuída, facilitando o rompimento do
concreto pelo agregado alterado, quando submetido aos esforços de compressão axial
simples.

O conglomerado ferruginoso laterítico (laterita/agregado laterítico), tanto o


alterado quanto o menos alterado se esfacelam pelas forças de compressão das
mandíbulas de britagem fazendo destruir a sua matriz. Nesse sentido, os componentes
da massa rochosa desgarram-se ou desagregam-se e transformam-se em areias finas,
médias, grossas e pedregulhos, vindo a apresentar uma curva granulométrica resultante
do processo, o que oferece margem à comparar essa granulometria resultante, com a
curva granulométrica teórica de “FULLER”.

Dessa forma, a comparação permite visualizar todo e qualquer ajuste da curva


granulométrica gerada pela britagem do conglomerado ferruginoso laterítico
(laterita/agregado laterítico) à curva granulométrica teórica de “FULLER”, com adição
ou retirada de matérias finos e graúdos, até o limite prático, assim oferecendo um

192
Conclusões e Recomendações

agregado perfeitamente ajustado e ideal aderente à curva granulométrica teórica de


“FULLER”, para uso em concreto de cimento Portland.

O material/agregado laterítico resultante da britagem se ajustado à curva


granulométrica teórica de “FULLER”, e principalmente devido ao arranjo interno
espacial do agregado laterítico britado, quando moldado em um corpo de prova de
concreto, oferecerá maior resistência aos esforços advindos das solicitações físico –
mecânicas, a que for submetido o concreto de cimento Portland, uma vez que este
arranjo irá oferecer um menor índice de vazios.

O corpo de prova de concreto usando conglomerado ferruginoso laterítico


(laterita/agregado laterítico) atingiu uma resistência máxima de 33,97 Mpa como
resistência máxima à compressão simples, quando britado em um britador primário com
mandíbulas reguladas com abertura de 1 ½ e moldados em corpo de prova de concreto
de cimento Portland, num traço de 1:4 e numa proporção de água cimento a/c de 0,45 e
consumindo 478,46 kg/m3 de cimento, cujo resultado alcançado seria maior, caso
tivesse havido correção granulométrica.

O corpo de prova de concreto usando conglomerado ferruginoso laterítico


(laterita/agregado laterítico) atingiu uma resistência máxima de 31,70 Mpa, quando esse
mesmo agregado laterítico foi britado em um britador primário com mandíbulas
reguladas com abertura de 2” e depois rebritado num britador secundário com 1” de
abertura das mandíbulas. Foram moldados em corpo de prova de concreto de cimento
Portland, num traço de 1:4 e numa proporção de água cimento a/c de 0,45. Neste caso se
efetuou correção granulométrica.

Os ensaios de resistência dos corpos de prova de concreto referente ao


conglomerado ferruginoso laterítico (laterita/agregado laterítico), da jazida do Maracujá,
em face ao grau de alteração da rocha, com distribuição aleatória/errática , resultante do
intemperismo diferencial, demostraram que o melhor traço a ser adotado na confecção
do corpo de prova concreto é a proporção de 1 unidade de cimento para 4 unidades de
conglomerado ferruginoso laterítico (laterita/agregado laterítico), e com fator água
cimento na proporção de 45% , cujos ensaios de resistência dos corpo de prova em
laboratório atingiram valores médios de 31,70 Mpa, tendo sido acrescentado 50% de
material passante na peneira 4,8mm, sobre a massa total do conglomerado laterítico
ferruginoso pertencente ao conjunto dos corpos de prova.

193
Conclusões e Recomendações

O conglomerado ferruginoso laterítico (laterita/agregado laterítico), que


apresente alteração da rocha em sua matriz e cimento deverão ser submetidos
primeiramente a uma britagem primária e posteriormente a uma britagem secundária,
com vistas a destruir as frações alteradas do agregado laterítico e assim minimizando o
impacto causado pela presença de agregado no concreto que contenha no seu interior
frações alteradas, que poderão definir uma fuga de resistência no todo do concreto e
facilitando o rompimento do corpo de prova preferencialmente pela agregado alterado, o
que está contra a prática de Engenharia.

A tarefa mais difícil no que concerne ao uso da laterita (tipos rochosos


lateríticos), em geral, na ilha de S. Luís (MA), para concreto é a distinção do grau de
alteração dos tipos rochosos lateríticos em uma mesma jazida, cuja característica real de
alteração é conhecida após britagem e após respectivo conhecimento da curva
granulométrica obtida após realização do ensaio de granulometria.

A exploração da laterita na Ilha de S. Luís (MA) adota na prática um critério


desordenado e predatório na exploração deste material. Primeiro, porque o uso do
material não contempla uma separação por qualidade hierarquizada e concordante com
sua potencialidade, conforme os ditames tecnológicos e científicos. Em, segundo lugar,
porque permite a geração de grandes áreas totalmente desmatadas e erodidas e em fase
de erosão, com consequências catastróficas ao meio ambiente.

Ainda pode-se afirmar, com base nos presentes estudos, que, na ilha de S.
Luís (MA), e com base material no cadastro de todas as jazidas/lavras/pontos de laterita,
em número de 47 jazidas, comprovou existir uma intensa degradação ambiental, em
função das cicatrizes deixadas pela lavra da laterita, como se pode observar através das
fotos de superfície, tomadas durante a fase de cadastramento e que constam do conjunto
de fotos contidas no Anexo 1, e no Anexo 2. A substituição das areias aluvionares pelas
areias obtidas no processo de britagem da laterita, diminuirão mutuamente e
significantemente o passivo ambiental.

Por fim, é necessário observar que a situação da exploração de lateritas em


S. Luís do Maranhão envolve questões laborais e de degradação do meio ambiente. Essa
situação deverá levar a interdições de várias empresas, que exploram lateritas, com
impactos econômicos e sociais locais significativos. A desconsideração dos atributos da
geologia delineados neste estudo, associada a métodos de lavra incorretos resultam em

194
Conclusões e Recomendações

perdas econômicas consideráveis aos exploradores. Além disso, a ausência de diálogo


com as comunidades locais, alija a sociedade das estratégias de planejamento, que são
fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Assim, os problemas enfrentados
pelo setor de rochas lateríticas, são devidos não apenas à negligenciados conhecimentos
de geologia e planejamento de lavra, mas também ao entendimento acerca do conceito
de sustentabilidade na mineração. Nesse campo, o governo local deverá buscar uma
inovação, considerando que o capital social pode ser um caminho para se alcançar o
desenvolvimento sustentável na mineração.

Diante do exposto poderá ser realizado um convênio entre o governo


estadual e outros órgãos, com ampla articulação envolvendo entidades setoriais,
empresas de mineração e governanças locais. Os trabalhos poderão ser conduzidos com
o objetivo de realizar um amplo levantamento das operações de lavra na Ilha de S. Luís,
como um subsídio para o ordenamento das atividades de mineração, sob a égide do
aproveitamento racional dos recursos minerais, conservação ambiental,
responsabilidade social e desenvolvimento regional.

6.2 RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS.

Inicialmente propõe-se estudo, projeto e construção de uma planta piloto em que


se contemple uma unidade de britagem industrial de laterita, abrangendo a mistura dos
diferentes tipos de lateritas e efetuando as devidas correções granulométricas, com base
na curva teórica de “FULLER”. Desses tipos de laterita contemplados em estudos
anteriores, sugere-se obter tanto o agregado graúdo (todas as classes de britas), como o
agregado miúdo (areias, média grossa e fina), separando – os por classes
granulométricas e sem busca de areias lavadas dos rios.

Cabe ainda destacar a importância de que se elabore um mapeamento


geológico-geotécnico da ilha de S. Luís em uma escala detalhada, como por exemplo,
da ordem 1:20.000, contemplando perfis topográficos-geológicos-geotécnicos. Ênfase
no uso de sensoriamento remoto objetivando o processamento digital de imagens deverá
ser estimulado para fins de mapeamento, tanto o geológico como também o geotécnico.

195
Conclusões e Recomendações

Ao final desta tese, espera-se ter contribuído para que novas iniciativas sejam
estimuladas com respeito ao aproveitamento do material laterítico, notadamente no setor
de construção civil.

196
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204
ANEXO 1- CADASTRAMENTO DOS PONTOS/JAZIDAS/LAVRAS

O Anexo 1 (A1) refere-se ao cadastramento dos 47 pontos / jazidas / lavras onde


existe e onde existiu a exploração da laterita. O cadastramento ficou registrado em
uma ficha numerada, com o mesmo número do ponto / jazida / lavra. A ficha
contempla um registro fotográfico, coordenadas geográficas, parâmetros,
geológicos-geotécnicos, geomorfológicos e observações gerais pertinentes,
incluindo o preço de venda do material e as unidades comerciais usadas para tal
finalidade comercial. Inicialmente, o cadastramento teve o objetivo de se ter uma
ideia da distribuição das ocorrências e porcentual de incidência dos tipos de
lateritas aflorantes nestes pontos / jazidas / lavras. Fato de extrema relevância é o
dano ambiental provocado pela exploração das jazidas, como pode ser observado
nas fotos.

205
Tabela 1 - Identificação dos pontos/jazidas/lavras em coordenadas, número das
amostras, características, nomes dos locais e latitudes – longitudes.

206
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS LATERÍTICA: Arenito médio Ferruginoso Marron
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de OBSERVAÇÕES
Oliveira
Jazida/ponto: 01 Am 01-01B: encosta Am
Ficha: 01 data 24/02/2010 01-01C: topo Am 01-01D:
Amostra: AM 01 - 01A encosta
Local: Outeiro da Ponta da Pedra (Igaraú) Am 01 01B - 01D: cimento semelhante ao da
Descrição: Colina próximo ao mangue Am 01 01A
Coordenadas: N0576728 E9694884 Am 01- 01C

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO- DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


GEOTÉCNICA MATERIAL PÉTREO: laterita retirada em
superfície
UNIDADE DE ANÁLISE
(X) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO Cor: amarelado
MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO Granulometria e textura: argilo-arenoso
MARRON Consistência seca: dura
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO Consistência úmida: firme
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito Consistência molhada (plasticidade e
Concrecionado) pegajosidade): pegajosa e plástica
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não (x)


espessura
Distância da superfície
Lateritas encontradas em superfície

GEOMORFOLOGIA: Colina

(x ) topo da colina ( )
base da colina ( )
encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco (
)anguloso (x)sub -
anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x) media esfericidade ( )
baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: laterita retirada em
superfície.

Cor: Marrom

Granulometria e textura: Areno-argiloso (areia


fina)

207
Figura A1.1 - Amostra do arenito médio ferruginoso.

Figura A1.2 - Lateritas encontradas na superfície do sopé da colina.

208
Figura A1.3 - Lateritas encontradas na superfície.

Figura A1.4 - Imagem panorâmica da área de ocorrência de laterita.

209
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
LUIS – MA. superfície.

Tese de doutorado - geólogo José Edward Cor: Marrom


de Oliveira Granulometria e textura: areno - argilosa
Jazida/ponto : 02 (areia fina)
Ficha: 02 data 24/02/2010
Amostra: Am 02-02A Consistência seca: solta
Local: Copal (Igarau) Consistência úmida: firme
Descrição: Jazida abandonada Consistência molhada (plasticidade e
(comunitária) mas com ocorrência no topo pegajosidade): não plástica, pegajosa.
da Colina.
Coordenadas: N 0573967E9696298
OBSERVAÇÕES

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO- Am 02-02B : encosta


GEOTÉCNICA Am 02-02C: base

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO Descrição dos cimentos das amostras 02B
MARRON e 02C (semelhantes)
( x ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO
MARRON MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito superfície
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO) Cor: Marrom acinzentado

Stone lines sim ( ) não ( ) Granulometria e textura: areia de fina a


espessura media
Distancia da superfície
Consistência seca: solta
Consistência úmida: firme
GEOMORFOLOGIA Consistência molhada (plasticidade e
pegajosidade): não plástica, pegajosa.
(x) topo da colina
( ) base da colina
( ) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub- arredondado

210
Figura A1.5 - Amostra (Am 02-02), jazida abandonada.

211
Figura A1.6 - Jazida abandonada com a retirada da primeira camada do solo.

212
Figura A1.7 - Amostra (Am 02-02B), da encosta da colina.

213
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS OBSERVAÇÕES
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA. Cavas na encosta próximo a um curso
Tese de doutorado - geólogo José Edward d’agua.
de Oliveira
Jazida / ponto: 03
Ficha: 03 data: 24/02/10
Amostra: Am l03-03A
Local: Vila Samara
Descrição: Jazida ativa (pequeno porte)
Coordenadas: N0572952 E9697224

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não ( ) espessura


Distancia da superfície Cavas de 1,60m de
profundidade

GEOMORFOLOGIA

( ) topo da colina
( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
( ) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
() arredondado
(x) sub- arredondado

214
Figura A1.8 - Carrada pronta para o carregamento.

Figura A1.9 - Cava da extração de lateritas.

215
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira

Jazida /ponto : 4
Ficha :04 data 02/03/2010
Amostra : 04-04A
Local: Vila Rica – Cajueiro (entrada do
Igaraú)
Descrição: Jazida ativa
Coordenadas N0574404 E 9696904

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE

(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO


MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim( ) não( )


espessura Cavas
Distancia da superfície 20 cm
Tamanho da cava: 1,10 m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
( ) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( )Anguloso
(x)sub-anguloso

Esfericidade
(x) Alta esfericidade
( ) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom amarelado

Granulometria e textura: argilo-arenoso


(areia fina)

Consistência seca: não registrado


Consistência úmida: firme

Consistência molhada (platicidade e


pegajosidade): plástica e pegajosa.

216
Figura A1.10 – Amostra (Am 04-04), na área do Vila Rica.

Figura A1.11 - Laterita in situ. Arenito médio ferruginoso marrom.

217
Figura A1.12 - Carrada de piçarra pronta para o despacho.

218
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward
de Oliveira

Jazida /ponto 05
Ficha: 05 data 02/03/2010
Amostra: Am 04-04B
Local :Vila Rica – Cajueiro (entrada do
Igarau)
Descrição: amostra de área abandonada na
mesma jazida.
Coordenadas N 0574192E 9696868
Fotos 3828

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
() ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
() CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
() CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
() INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Geomorfologia

( ) topo da colina
( ) base da colina
(x) encosta
Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x)Anguloso
()sub-anguloso

Esfericidade
() Alta esfericidade
() media esfericidade
(x) baixa esfericidade

-Arredondamento
() arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: avermelhado

Granulometria e textura: areno-argiloso


(areia fina)

Consistência seca: muito duro


Consistência úmida: friavel
Consistência molhada (plasticidade e
pegajosidade): ligeiramente
plástica/ligeiramente pegajosa.

219
Figura A1.13 - Amostra (Am 04 - 04B) ainda na área da Vila Rica.

Figura A1.14 - Formação de processos erosivos com o abandono da área de extração.

220
Figura A1.15 - Formação de voçorocas.

Figura A1.16 - Processos erosivos na antiga área de extração.

221
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE
S. LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward
de Oliveira

Jazida / ponto : 6
Ficha n.06 data 02/03/2010
Amostra : Am 04-04C
Local: Vila Rica- Cajueiro (entrada do
Igarau)
Descrição: Jazida ativa manual.
Coordenadas N 0574461E 9696960

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito
Argilito Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim(x) não() espessura


Distancia da superfície 40
cm
Cava: 1,70m

Geomorfologia

( ) topo da colina
( ) base da colina
(x) encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) Anguloso
(x)sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
() arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom

Granulometria e textura: areno-argiloso


(areia fina)

Consistência seca: solta

Consistência úmida: friável

Consistência molhada (plasticidade e


pegajosidade): ligeiramente pegajosa e
ligeiramente plástica.

222
Figura A1.17 - Amostra (Am l04-04C), área de extração ativa.

Figura A1.18 - Veículo utilizado no transporte de lateritas, cuja dimensão total é de 6m³.

223
Figura A1.19 - Arenito médio ferruginoso laterita in situ.

Figura A1.20 - Cava de extração do arenito médio ferruginoso.

224
Figura A1.21 - Caminhão basculante, capacidade de 6m³ utilizado no transporte de lateritas.

225
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward
de Oliveira

Jazida /ponto: 07
Ficha: 07 data 02/ 03/2010
Amostra : 05-05A
Local: Rua da Cerâmica, Estiva. Prox.
Cerâmica São Luís.
Descrição: Jazida ativa
Coordenadas N 0573401E 9696106

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito
Argilito Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim(x) não ( )


Distancia da Superfície : 20cm
Cava: 2,20m

Geomorfologia

()topo da colina
()base da colina
(x) encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x)Anguloso
()sub-anguloso

Esfericidade
() Alta esfericidade
() media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
() arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: alaranjado

Granulometria e textura: areno-argilosa


(areia fina)

Consistência seca: solta

Consistência úmida: friavel

Consistência molhada (plasticidade e


pegajosidade): ligeiramente pegajosa e
ligeiramente plástica.

226
Figura A1.22 - Presença de line stone.

227
Figura A1.23 - Carrada de lateritas prontas para o despacho.

Figura A1.24 - Visão panorâmica da área de extração e dos processos erosivos.

228
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DA ILHA DE
S. LUIS – MA.
Tese de doutorado
geólogo José Edward de Oliveira

Jazida /ponto : 08
Ficha : 8 data 02/03/2010
Amostra: Am 06-06A
Local: BR 135 Km 19 (lado direito- saída de São luis)
Descrição:Corte de estrada
(colina) com ocorrência.
Coordenadas: N 0574730 E9698638

CARACTERIZAÇÃO - GEOLÓGICO- GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
( ) ARENITO FINO F ERRUGIONOSO MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito Concrecionado)
( x) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( x ) não ( ) espessura


Descrição: crosta aflorada na base, semelhante a Stone line, mas sem grande
extensão

GEOMORFOLOGIA

( ) topo da colina (x ) base da colina ( ) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
( ) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento () arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom

Granulometria e textura: arenoso (areia fina) Consistência seca: solta

Consistência úmida: solta Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade):


não pegajosa e não plástica.

229
Figura A1.25 - Amostra (Am 06-06), área de ocorrência.

Figura A1.26 - Laterita aflorando na superfície.

230
Figura A1.27 - Ocorrência de lateritas na superfície.

231
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE
S.LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward
de Oliveira

Jazida /Ponto : 9
Ficha: 9 data 02/03/2010
Amostra: Am 06-06B
Local: BR 135 Km 19 - lado direito- saída
de São Luis)
Descrição: Corte de estrada (colina) com
ocorrência.
Coordenadas N 0574725 E9698680

CARACTERIZAÇÃO – GEOLÓGICO -
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito
Argilito Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim( x ) não( ) espessura


Distancia da superfície: próximo a
superfície

Geomorfologia

(x)topo da colina
( )base da colina
( ) encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x)Anguloso
( )sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
( ) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
( ) arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: alaranjado

Granulometria e textura: argilo-arenosa


(areia fina)

Consistência seca: ligeiramente dura

Consistência úmida: firme

Consistência molhada (plasticidade e


pegajosidade): muito pegajosa e plástica

232
Figura A1.28 - Amostra (Am l06-06B), topo da colina.

233
Figura A1.29 - Topo da colina.

234
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE
S.LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward
de Oliveira

Jazida / Ponto: 10
Ficha : 10 data 0203/2010
Amostra: Am 06- 06C
Local: BR 135 Km 19 - lado direito- saída
de São luís)
Descrição: Corte de estrada (colina) com
ocorrência.
Coordenadas: N 0574725 E9698662

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( x ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não ( x ) espessura


Distancia da superfície

Geomorfologia

( ) topo da colina
( ) base da colina
(x) encosta: escarpa de erosão-voçoroca

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) Anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
( ) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
( ) arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: avermelhado

Granulometria e textura: areno argilosa


(areia fina)

Consistência seca: macio

Consistência úmida: friavel

Consistência molhada (platicidade e


pegajosidade): ligeiramente pegajosa e
ligeiramente plástica.

235
Figura A1.30 - Amostra (Am 06-06C), encosta da colina na BR-135 - Voçorocamento da colina.

Figura A1.31 - Laterita superficial Voçorocamento (erosão).

236
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE
S.LUIS – MA.
OBSERVAÇÕES
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira
Jazida abandonada de piçarra com superfície
exposta com grande quantidade de lateritas
Jazida / Ponto :11 milimétricas e centimétricas sem vegetação
Ficha : 11 data 06/03/2010 e sem crosta laterítica.
Amostra: Am l11-11A Local: Itapera
Descrição: Jazida abandonada de piçarra A base da colina o terreno apresenta
com ocorrência lateritas, mas com latente antropização e
Coordenadas: N 0581833 E9404550 com processos erosivos impossibilitando
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA identificar a face de ocorrência assim como
UNIDADE DE ANÁLISE o cimento. As lateritas encontradas na base
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON se assemelham ao topo e a encosta.
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
(x) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não ( x ) espessura


Geomorfologia

( ) topo da colina
( ) base da colina
(x) encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x)Anguloso
()sub-anguloso

Esfericidade
() Alta esfericidade
(x) media esfericidade
() baixa esfericidade

Arredondamento
() arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.
Cor: alaranjada
Granulometria e textura: silto argilosa

Consistência seca: dura

Consistência úmida: muito firme

Consistência: molhada
Plasticidade e pegajosidade: muito plástica e
muito pegajosa.

237
Figura A1.32 - Pequeno bloco de laterita concrecionada.

Figura A1.33 - Vista panorâmica da jazida.

238
Figura A1.34 - Acúmulo de água em face a escavação da jazida.

239
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de Oliveira

Jazida / Ponto: 12
Ficha: 12 data 06 /03/2010
Jazida: 12A
Amostra: 12 – 12A
Local: Arraial (Quebra Pote)
Descrição:
Jazida
Coordenadas: N 584973 E
9699134

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
(x ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON ( ) CONGLOMERADO
FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não( ) espessura


Distancia da superfície 10 cm Cava: 1m

Geomorfologia

(x) topo da
colina ( ) base
da colina ( )
encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA

AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-
anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
(x) media
esfericidade ( )
baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
() sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom-acinzentado

Granulometria e textura: arenoso (areia

fina) Consistência seca: solto

Consistência úmida: friável

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): não plástica e não pegajosa

OBSERVAÇÕES: R$150,00 a carrada e jazida exploradas através de cavas manuais

240
Figura A1.35 – Aspectos da ocorrência da laterita, arenito fino ferruginoso.

Figura A1.36 - Cavas de extração de lateritas em curso.

241
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de Oliveira

Jazida / Ponto :13


Ficha: 13 data 06/03/2010
Amostra: Aml13-13A Local: Quebra pote
Descrição:
Jazida
Coordenadas N 0586373
E9702920

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
(X) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON ( ) CONGLOMERADO
FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( x ) não ( ) espessura


Distancia da superfície 50 cm Cava: 2,10 m

GEOMORFOLOGIA

( )topo da
colina ( )base
da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do
bloco ( )
anguloso
(x)sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x) media
esfericidade ( ) baixa
esfericidade

Arredondament
o( )
arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom-amarelado

Granulometria e textura: argilo-arenosa (areia

fina) Consistência seca: dura

Consistência úmida: friável

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): plástica e ligeiramente pegajosa.

242
Figura A1.37 - Bloco de arenito médio ferruginoso envolto por material terroso.

243
Figura A1.38 - Vista da cava e o posicionamento do stone line na altura do ombro do estudante.

244
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. OBSERVAÇÕES
LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de O Preço da carrada (caçamba de 6m3) é
Oliveira R$180,00
Jazida / ponto: 14
Ficha: 14 data 09 /03/2010
Amostra: Am 14-14A
Local: Maracanã. Fazenda Bacuri
Descrição: jazida
Coordenadas: N 0577129 E9711938

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
(x)ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO MARRON
Obs: ocorrência das duas litologias na
mesma cava. Primeiro a média/grossa,
depois a fina
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( )CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( ) espessura


Distancia da superfície 1,35 m
Cava: 2,90m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
( )encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) Anguloso
(x)sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
( ) arredondado
( ) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: amarelado

Granulometria e textura: areia media a fina

Consistência seca: macia

Consistência úmida: muito friável

Consistência molhada (plasticidade e


pegajosidade): não plástica e não pegajosa

245
Figura A1.39 - Cava de extração de laterita.

Figura A1.40 - Materiais dos trabalhadores de extração.

246
Figura A1.41 - Laterita in situ.

Figura A1.42 - Carrada de lateritas.

247
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira
Jazida / Ponto: 15
Ficha: 15 data: 09 /03/2010
Amostra: Aml 15-15A
Local: Bairro Maracanã
Descrição: Voçoroca próximo a estrada
(colina) com ocorrência. Segundo relatos
houve extração de lateritas primeiro e
depois areia.
Coordenadas: N 577548 E9710570

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não ( ) espessura


Distancia da superfície na superfície até
20cm
GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
( ) encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( )Anguloso
(x)sub-anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
( ) arredondado
(x) sub- arredondado
DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO
MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom amarelado

Granulometria e textura: areia fina argilosa

Consistência seca: macia

Consistência úmida: firme

Consistência molhada (plasticidade e


pegajosidade): plástica e lig. Pegajosa

248
Figura A1.43 - Amostra de área de ocorrência, no topo da colina.

Figura A1.44 - Área de ocorrência.

249
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira
Jazida / ponto: 16
Ficha: 16 data: 09 /03/2010
Amostra: Am 16-16A
Local: Bairro Maracanã, na rua menino Jesus
Descrição: Jazida manual
Coordenadas: N 0578046 E9708818

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( )CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
(x) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim( ) não( ) espessura


Distancia da superfície 30 cm
Cava: 1,35 m

GEOMORFOLOGIA

( ) topo da colina
( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) Anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
( ) arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: alaranjada

Granulometria e textura: areno argilosa


(areia fina)

Consistência seca: macia

Consistência úmida: firme

Consistência molhada (plasticidade e


pegajosidade): lig. Plástica e lig pegajosa

250
Figura A1.45 - Concreção na área de extração.

Figura A1.46 - Área de extração da concreção e carrada de lateritas.

251
Figura A1.47 - Presença de stone line.

252
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.
Tese de doutorado – geólogo OBSERVAÇÕES
José Edward de Oliveira
Jazida /ponto: 17 R$ 170,00 carrada
Ficha: 17 data: 09 /03/2010 R$ 35,00 arrendamentos
Amostra: Am 17-17A 2 pessoas tiram uma carrada por dia quando
Local: Bairro Maracanã na rua Mochel (Hotel a pedreira é boa.
Fazenda)
Descrição: jazida manual Contato Sr. Monteles : genro do Administrador
Coordenadas: N 0579333 E9709958

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( X ) não ( ) espessura


Distancia da superfície 50
cm
Cava: 1,90 m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
( ) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) Anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom alaranjado

Granulometria e textura: arenosa (areia


fina)

Consistência seca: lig. dura

Consistência úmida: friável

Consistência molhada (plasticidade e


pegajosidade): Plástica e pegajosa

253
Figura A1.48 - Amostra 100-101, próximo ao Hotel Fazenda.

Figura A1.49 - Presença de stone line.

254
Figura A1.50 - Jazida ativa no bairro Maracanã expondo cava de extração.

255
Figura A1.51 - Retirada da vegetação e do primeiro horizonte do solo.

256
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de OBSERVAÇÕES
Oliveira
Jazida /Ponto: 18 R$ 180,00 carrada grande
Ficha: 18 data: 09 /03/2010 R$150,00 matacão
Amostra: Am 18-18A 1 pessoa leva 4 dias para retirar um carrada.
Local: Ribeira
Descrição: Jazida manual
Coordenadas: N 0582882 E9707202

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( )CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( )INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não ( x ) espessura


Distancia da superfície 80cm
Cava: 2,65 m

GEOMORFOLOGIA

( ) topo da colina
( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) Anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
(x) Alta esfericidade
( ) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
( ) arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: amarelado

Granulometria e textura: areia fina argilosa

Consistência seca: lig. dura

Consistência úmida: firme

Consistência molhada (plasticidade e


pegajosidade): plástica e pegajosa

257
Figura A1.52 - Amostra 100 - 111, na área da Ribeira.

Figura A1.53 - Cava atingindo área Industrial e dando início ao processo erosional.

258
Figura A1.54 - Aspectos da área de extração na Ribeira.

259
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira Jazida /ponto: 19
Ficha:19 data12
/03/2010 Amostra: Am l19-19b
Local: Vila Maracujá
Descrição: jazida
manual do Maracujá
Coordenadas: N 0582271 E9708002

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON

( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO


MARRON
( x ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( x ) não ( ) espessura


Distancia da superfície 1m Cava: 2,40 m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da
colina ( ) base
da colina ( )
encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do
bloco ( )
anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x) media
esfericidade ( )
baixa esfericidade

Arredondament
o( )
arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: amarelado

Granulometria e textura: areno-argilosa (areia

media) Consistência seca: macia

Consistência úmida: friavel

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): não plástica e não pegajosa

OBSERVAÇÕES R$ 180,00 a carrada e R$ 40,00 o arrendamento, sendo que 2 pessoas


extraem 2 carradas por dia. Nesta jazida foram coletadas amostras para estudo da tese.

260
Figura A1.55 - Conglomerado ferruginoso laterítico extraído da cava.

Figura A1.56 - Conglomerado ferruginoso laterítico posicionado dentro da cava.

261
Figura A1.57 - Stone line.

Figura A1.58 - Blocos de conglomerado ferruginoso extraídos aguardando carregamento.

262
Figura A1.59 - Vista da área mostrando as sequelas da exploração.

263
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira Jazida /ponto: 20
Ficha:20 data:12
/03/2010 Amostra: Am 20-20a
Local: Tibiri
Descrição: jazida de areia abandonada (em recuperação) presença de lateritas em
superfície após serem expostas pela ação antrópica
Coordenadas: N 0585271 E97088002
Fotos: 100-146

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON ( ) ARENITO FINO
FERRUGIONOSO MARRON ( )
CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( x ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim() não() espessura


Distancia da superfície superficie

GEOMORFOLOGIA

( ) topo da colina
(x) base da
colina ( )
encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
( ) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondament
o( )
arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom alaranjado

Granulometria e textura: areia fina a nedia

argilosa Consistência seca: dura

Consistência úmida: friavel

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): ligeiramente plástica e não pegajosa

264
Figura A1.60 - Arenito estratificado em processo de laterização.

Figura A1.61 - Área onde foi explorado o arenito friável como sendo areia para construções.

265
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira Jazida / Ponto : 21
Ficha: 21
data:12/03/201
0 Amostra: Am 21-21a
Local: Tibiri (atrás do bar)
Descrição: jazida manual de pequeno
porte Coordenadas: N 583994 E9710222

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( x ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( X ) não( ) espessura


Distancia da superfície 40 cm Cava: 90 cm

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da
colina ( ) base
da colina ( )
encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do
bloco ( )
anguloso
(x) sub-
anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
( ) media
esfericidade ( )
baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: amarelo acinzentado

Granulometria e textura: silto-

arenoso Consistência seca: dura

Consistência úmida: firme

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): plástica e pegajosa

266
Figura A1.62 - Blocos de conglomerado ferruginoso laterítico marrom extraídos da cava.

Figura A1.63 - Stone line.

267
Figura A1.64 - Bloco de conglomerado ferruginoso laterítico marrom dentro da cava.

268
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. LUIS – MA
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira Jazida / Ponto : 22
Ficha: 22 data:12
/03/2010 Amostra: Am 22 - 22a
Local: BR 135 (direção Porto)
Descrição: corte de estrada (colina
topo) Coordenadas: N 0578100
E9704654 Fotos: 100-0170

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON (x ) ARENITO FINO
FERRUGIONOSO MARRON ( )
CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( ) espessura


Distância da superfície próximo a superfície

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da
colina ( ) base
da colina ( )
encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
( ) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondament
o( )
arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: amarelo acinzentado

Granulometria e textura: areno-argilosa (areia

fina) Consistência seca: ligeiramente dura

Consistência úmida: friavel

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): não plástica e não pegajosa

269
Figura A1.65 - Arenito fino ferruginoso marrom.

Figura A1.66 - Stone line acima do talude escavado na BR 135.

270
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira Jazida /Ponto: 23
Ficha : 23 data12 /03/2010
Amostra: Am 23-23a Local: Porto Grande
Descrição: jazida – Mineradora
Paraíba. Coordenadas: N 583146
E9704566

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON ( x ) ARENITO FINO
FERRUGIONOSO MARRON ( )
CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( x ) não( ) espessura


Distancia da superfície 1m (aparece em corte a 1 m da superfície)

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da
colina ( ) base
da colina ( )
encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA

AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
(x) media
esfericidade ( )
baixa esfericidade

Arredondament
o( )
arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: marrom

Granulometria e textura: areno-

argilosa Consistência seca: macia

Consistência úmida: friável

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): não plástica e não pegajosa

OBSERVAÇÕES : Mineradora Paraíba, sendo o processo de extração da laterita efetuado


manualmente após o maquinário expor as rochas na superfície para a extração de outros
materiais (areia e piçarra)

Preço : R$170,00 a carrada e20 a 30 carradas por semana


Preço do arrendamento: R$30,00

271
Figura A1.67 - Amostra da jazida.

Figura A1.68 - Aspectos gerais da jazida

272
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira Jazida / Ponto : 24
Ficha: 24 data:
12/03/2010 Amostra: Am 24-
24a
Local: Porto Grande (Mineradora Porto Grande)
Descrição: Área de extração de areia com ocorrência em Stone line exposta em
corte. Coordenadas: N 574787 E9706772

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
( x ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim(x) não ( ) espessura 70cm Distancia da superfície 1,40 m

GEOMORFOLOGIA

( ) topo da
colina ( ) base
da colina (x )
encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do
bloco ( )
anguloso
(x) sub - anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
(x) media
esfericidade ( )
baixa esfericidade

Arredondament
o( )
arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.

Cor: amarelo-alaranjado
Granulometria e textura: areia media
(arenosa) Consistência seca: não identificado
Consistência úmida: muito friável
Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): não plástica e não pegajosa
OBSERVAÇÕES: Área com extração de areia com ocorrência de laterita. A extração e
comercialização da areia se deu apenas no início da extração.

273
Figura A1.69 - Arenito fino ferruginoso.

Figura A1.70 - Aspecto geral da escavação sendo a sotoposto ao arenito fino ferruginoso.

274
Figura A1.71 - Horizonte laterítico exposto no primeiro plano da foto entre horizontes de areia média.

275
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira Jazida / Ponto : 25
Ficha: 25 data: 16
/03/2010 Amostra: Am
l25-25a
Local: Taim
Descrição: jazida manual
Coordenadas: N532934
E9704472

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE ANÁLISE


(x ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON ( ) ARENITO FINO
FERRUGIONOSO MARRON ( )
CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) ( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x ) não ( ) espessura Distancia da superfície 90 cm Cava: 2 m

GEOMORFOLOGIA

( ) topo da colina
(x) base
da colina (
) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x) media
esfericidade (
) baixa
esfericidade

Arredond
amento (
)
arredond
ado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO

Cor: amarelado

Granulometria e textura: argilo-arenosa

(areia fina) Consistência seca: lig. dura

Consistência úmida: firme

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): plástica e pegajosa

OBSERVAÇÕES

Jazida ativa com extração manual.


Preço: R$120,00 a R$150,00 a carrada da jazida. O matacão é britado pelas mulheres após
a retirada pelos homens.

276
Figura A1.72 - Arenito médio ferruginoso envolto por material terroso.

277
Figura A1.73 - Detalhe do stone line.

Figura A1.74 - Cava da extração da laterita expondo o stone line.

278
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José
Edward de Oliveira Jazida / Ponto: 26
Ficha: 26
data:16/03/2010
Amostra: Am 26-26a
Local: BR 135 próxima a empresa
Yara Descrição: área de ocorrência
(corte de estrada) Coordenadas: N
576449 E9708578

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-

GEOTÉCNICA UNIDADE DE

ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO
FERRUGINOSO MARRON ( )
ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON ( ) CONGLOMERADO
FERRUGINOSO MARRON
(x ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito Concrecionado) com presença de
areia fina em camadas
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( ) espessura 1,60 m Distancia da superfície 45 cm Ca

GEOMORFOLOGIA

( ) topo
da colina
( ) base
da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura
do bloco
( )
anguloso
(x) sub-anguloso
Esfericidade
( ) alta esfericidade
( ) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredonda
mento
()arredo
ndado
(x) sub- arredondado
DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO MATERIAL PÉTREO.
Cor: alaranjado
Granulometria e textura: silto-argilo-arenoso

Consistência seca: dura

Consistência úmida: friável

Consistência molhada (plasticidade e pegajosidade): plástica e pegajosa

279
Figura A1.75 - Concreção laterítica marron.

280
Figura A1.76 - Detalhe da amostra caracterizando uma estratificação do material e com quartzo.

Figura A1.77 - Outro detalhe da amostra por um plano expondo um plano de partição da mesma.

281
Figura A1.78 - Detalhe do stone line.

282
Figura A1.79 - Aspectos da continuidade do stone line ao longo do talude.

283
CADASTROS DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DA ILHA DE S.
LUIS-MA
Tese- geólogo José Edward OBSERVAÇÃO
Jazida/ponto: 27
Ficha: 27 data: 20/03/2010
Preenchida por: Afonso Júnior As lateritas são retiradas por
Amostra: Am 27 – 27A processo mecanizado. São
Local: Rio dos Cachorros vendidas por caçamba cheia
Coordenadas: N 0575604 e
E9706838
Preço: R$ 200,00.

CARACTERIZAÇÃO GEÓLOGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
( X ) ARENITO FINO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito
Argilito Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Ston line sim ( x ) não( )


espessura_53_cm Distância da
superfície: 1,10 m
Cava: 2,50 m

GEOMORFOLOGIA
( ) Topo da colina
( ) Base da colina
( X ) Encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do
bloco
( ) Anguloso
( x ) Sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
( x ) Média esf.
( ) Baixa esf.

ARREDONDAMENTO

( ) Arredondado

( x) Sub- Arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PETRO.

Cor: Laranja
Granulometria: Areia fina (arena-argilosa)

Consistência seca: Macia


Consistência úmida: Friável
Consistência molhada (plasticidade
pegajosidade):Plástica e
ligeiramente pegajosa

284
Figura A1.80 - Aspectos da cava de extração da laterita

285
CADASTROS DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA
DE
S. LUIS-MA
Tese- geólogo José Edward de ARREDONDAMENTO
Oliveira
( ) Arredondado
Jazida/ponto: 28
Local: Vila Maranhão (x) Sub arredondado
Ficha: 28 data: Data DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO
20/03/2010 Preenchida por: MATERIAL PETREO
Afonso Júnior
Nº da amostra: AM 28 Cor: Vermelho - alaranjado
– 28A
Coordenadas: N 0575109 E Granulometria: Argilosa
9709510

CARACTERIZAÇÃO GEÓLOGICO-
GEOTÉCNICA
Consistência seca: Extremamente
UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO seca dura Consistência úmida:
MARRON
( x ) ARENITO FINO FERRUGINOSO Muito firme
MARRON
( ) CONCLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON Consistência molhada (plasticidade/
( ) CONCREÇÃO MARRON(Siltito pegajosidade): Plástica e pegajosa
Argilito Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO
OBSERVAÇÕES:
NOVO)
Jazidas de areia, piçarra e
Stone line sim ( )/ não ( x ) lateritas. Máquinas mexem o solo e
espessura as lateritas são expostas e depois
Distância da superfície: coletadas.
Cava: sem cava Os trabalhadores vendem a
caçambada
GEOMORFOLOGIA Preço: R$ 170,00 e pagam R$
( x ) Topo da 30,00 para os donos da terra.
colina
( ) Base da
colina
( ) Encosta

CARACTERÍSTICAS DA

AMOSTRA

Estrutura do
bloco
(x) Anguloso
( ) Sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
(x ) Média esf.
( ) Baixa esf.

286
Figura A1.81 - Aspecto geral da jazida.

287
CADASTROS DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE
S. LUIS-MA
Tese- geólogo José Edward de
Oliveira
Jazida /ponto: 29
Ficha: 29 data 20/03/2010
Preenchida por: Afonso Júnior
Amostra: AML 29 – 29A
Local: Vila Maranhão
Coordenadas: N 0574082 E 9709572

CARACTERIZAÇÃO GEÓLOGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
( x ) ARENITO FINO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON(Siltito
Argilito Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone line sim( )/ não( X ) espessura


Distância da superfície: 80 cm
Cava: 1,10 m

GEOMORFOLOGIA
( ) Topo da
colina (x) Base
da colina ( )
Encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do
bloco
( ) Anguloso
( x ) Sub-anguloso

Esfericidade
() Alta esfericidade
(x)Média esfer.
( ) Baixa esfer.

( X ) Sub- Arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PETRO.

Cor: Amarelo-acinzentado

Granulométrica: Areno-argilosa

Consistência seca: Ligeiramente

dura

Consistência úmida: Friável

Consistência molhada:

Plasticidade e pegajosidade: Muito plástica


e muito pegajosa

OBSERVAÇÕES: JAZIDA ATIVA

288
Figura A1.82 - Aspectos da jazida.

Figura A1.83 - Detalhe do material explorado.

289
CADASTROS DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE
S. LUIS-MA
Tese- geólogo José Edward de Oliveira OBSERVAÇÕES:
Jazida/ponto : 30 JAZIDA ATIVA
Ficha: 30 data: 20/03/2010
Preenchida por: Afonso Júnior
Amostra: AM 30 – 30A
Local: Cajueiro
Coordenadas: N 0574473 E 9710894

CARACTERIZAÇÃO GEÓLOGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE

( x ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON


( ) ARENITO FINO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCENTRAÇÃO MARRON( Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Ston line sim ( ) não ( x ) espessura


Distância da superfície: 2 m
Corte

GEOMORFOLOGIA
( X ) Topo da colina
( ) Base da colina
( ) Encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) Anguloso
( X ) Sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
( ) Média esfericidade
( X ) Baixa esfericidade

Arredondamento
( ) Arredondado
( X ) Sub- Arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PETRO.

Cor: Vermelho-alaranjado

Granulométrica: argilo-arenosa (areia fina)

Consistência seca: Macia

Consistência úmida: Firme

Consistência:molhada

Plasticidade / Pegajosidade): Muito plástica e


muito pegajosa

290
Figura A1.84 - Aspectos da escavação da jazida.

Figura A1.85 - Arenito médio ferruginoso marron.

291
CADASTROS DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE
S. LUIS-MA
Tese- geólogo José Edward de Oliveira
Jazida / ponto: 31
Ficha : 31 data: 20/03/2010 OBSERVAÇÕES:
Preenchida por: Afonso Júnior JAZIDA ATIVA
Amostra: AM 31 – 31A Preço: R$ 160,00 por caçamba e pagam R$
Local: Cajueiro
Coordenadas: N 0572758 E 9710344
25,00 para os donos do terreno

CARACTERIZAÇÃO GEÓLOGICO-
GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( X ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
( ) CONCENTRAÇÃO MARRON(Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Ston line sim ( ) não ( X ) espessura


Distância da superfície: 10 cm
Cava: 2,40 m

GEOMORFOLOGIA
( X ) Topo da colina
( ) Base da colina
( ) Encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) Anguloso
( X ) Sub-anguloso

Esfericidade
( ) Alta esfericidade
( X ) Média esfericidade
( ) Baixa esfericidade

Arredondamento
( ) Arredondado
( X ) Sub- Arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PETRO.

Cor: Amarelada

Granulométrica: areia fina (argilo-arenosa)

Consistência seca: macia

Consistência úmida: firme

Consistência:molhada

Plasticidade e pegajosidade: Plástica e pegajosa

292
Figura A1.86 - Aspectos da jazida.

Figura A1.87 - Detalhe do arenito médio ferruginoso marrom.

293
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE
S.LUIS – MA.
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira
Jazida /ponto : 33
Ficha: 33 data: 06/04/2010
Amostra: 33-33a
Local: Ponta da espera. (direita)
Descrição: extração desativada
Coordenadas: N 0572585 E9719204

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
(x ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não ( ) espessura


Distancia da superfície 25
cm
Cava: 80 cm

Geomorfologia

()topo da colina
()base da colina
(x) encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( )sub-anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
( ) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
( ) arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: amarelado

Granulometria e textura: areia media argilo


arenosa

Consistência seca: não identificado

Consistência úmida: firme

Consistência: molhada

Plasticidade: muito plástica


Pegajosidade: pegajosa

294
Figura A1.88 - Presença de laterita na superfície da jazida desativada.

Figura A1.89 - Laterita in situ.

295
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA (indicando
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE local etc., distância do centro consumidor
S.LUIS – MA. (depósito de materiais de construção).
Tese de doutorado - geólogo José Edward de
Oliveira

Jazida /ponto : 34
Ficha: 34 data: 06/04/2010 DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Amostra: Am l34-34a LATERÍTICA (sempre que for considerado
Local: Ponta da espera (esquerda) uma ocorrência ou jazida deve ser coletado
Descrição: jazida desativada devido expansão amostras e depositar num saco plástico
do porto transparente com etiqueta identificatória para
Coordenadas: N 0571875 E9718958 aprimorar a identificação feita no campo)
Fotos: 100-0254

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA

UNIDADE DE ANÁLISE
( ) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO MARRON
(x) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado) OBSERVAÇÕES
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim( ) não( ) espessura


Distancia da superfície 20
cm

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
( ) encosta

Observações da área

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
( ) arredondado
(x) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO.

Cor: amarelo-alaranjado

Granulometria e textura: argilo silto arenoso

Consistência seca: não identificado

Consistência úmida: firme

Consistência : molhada
Plasticidade : muito plástica
Pegajosidade: muito pegajosa

296
Figura A1.90 - Amostra (Am l34-34A), próxima ao Porto da Madeira.

Figura A1.91 - Laterita in situ.

297
Figura A1.92 - Presença de laterita na superfície.

Figura A1.93 - Depositor de piçarra.

298
Figura A1.94 - Visão panorâmica da área de extração.

299
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Pegajosidade : - ligeiramente pegajosa
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
Jazida / ponto : 35 (indicando local etc., distância do centro
Ficha: 35 data 14/07/2010 consumidor ao depósito de materiais de
Preenchido por: Hugo construção).
Amostra: Aml 40-40A
Local: Santa Bárbara DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Descrição: Jazida abandonada LATERÍTICA (sempre que for considerado
(comunitária) mas com ocorrência no topo uma ocorrência ou jazida deve ser
da Colina. coletado amostras e depositar num saco
Coordenadas: N 0587272 E 9711378 plástico transparente com etiqueta
Fotos: DSC 49-66 identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA OBSERVAÇÕES

UNIDADE DE ANÁLISE - Jazida ativa


(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO - Extração manual
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO - Preço da carrada R$ 200,00
MARRON
- Venda para os bairros próximos
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON São Raimundo/Santa Clara
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: não identificada
Distancia da superfície: 20cm

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
( ) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
( ) alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: preto
Granulometria e textura: silte/siltosa
Consistência seca: macia
Consistência úmida: friável
Consistência : molhada
Plasticidade : ligeiramente plástica
300
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Plasticidade : não plástica
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. Pegajosidade: - não pegajosa
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
de Oliveira
(indicando local etc., distância do centro
Jazida /ponto : 36
consumidor ao depósito de materiais de
Ficha: 36 data 14/07/2010
construção).
Preenchido por: Hugo
Amostra: Aml 41-41A
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Local: Jussatuba
LATERÍTICA (sempre que for considerado
Descrição: Jazida abandonada
uma ocorrência ou jazida deve ser
(comunitária) mas com ocorrência no topo
coletado amostras e depositar num saco
da Colina.
plástico transparente com etiqueta
Coordenadas: N 0598109 E9710110
identificatória para aprimorar a
Fotos: DSC 49-71
identificação feita no campo)

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
OBSERVAÇÕES
GEOTÉCNICA
- Jazida ativa
UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO - Extração manual
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO - Preço da carrada R$ 150,00
MARRON - A última caçamba leva a carrada para
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO depósito para o bairro da Cohab.
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: 1,50m
Distancia da superfície: 50cm

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub- arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: alaranjado
Granulometria e textura: areia fina e
areno-argilosa
Consistência seca: indefinida
Consistência úmida: firme
Consistência : molhada

301
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Plasticidade : muito plástica
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. Pegaosidade : pegajosa
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira
CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
Jazida /ponto : 37
(indicando local etc., distância do centro
Ficha: 37 data 14/07/2010
consumidor ao depósito de materiais de
Preenchido por: Hugo
construção).
Amostra: Aml 42-42A
Local: Bom Jardim
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Descrição: Jazida abandonada
LATERÍTICA (sempre que for considerado
(comunitária) mas com ocorrência no topo
uma ocorrência ou jazida deve ser
da Colina.
coletado amostras e depositar num saco
Coordenadas: N 0593953 E9709814
plástico transparente com etiqueta
Fotos: DSC 49-80
identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA
OBSERVAÇÕES
UNIDADE DE ANÁLISE
- Jazida ativa
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON - Extração manual
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON - Preço da carrada R$ 150,00
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície: 20cm

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
(x) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: alaranjado
Granulometria e textura: silte/siltosa
Consistência seca: indefinida (chuva)
Consistência úmida: muito firme
Consistência : molhada

302
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Plasticidade e pegajosidade:
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
muito plástica e pegajosa
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
Jazida / ponto : 38 (indicando local etc., distância do centro
Ficha: 38 data 14/07/2010 consumidor ao depósito de materiais de
Preenchido por: Hugo construção).
Amostra: Aml 44-44A
Local: Santana DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Descrição: Jazida abandonada LATERÍTICA (sempre que for considerado
(comunitária) mas com ocorrência no topo uma ocorrência ou jazida deve ser
da Colina. coletado amostras e depositar num saco
Coordenadas: N 0595093 E9711852 plástico transparente com etiqueta
Fotos: DSC 49-91 identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA OBSERVAÇÕES

UNIDADE DE ANÁLISE - Jazida ativa


(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON - Extração mecanizada
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO - Preço da carrada R$ 150,00
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: 1,50m
Distancia da superfície: 1,50m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
(x) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: alaranjado
Granulometria e textura: areia fina/areno-
argilosa
Consistência seca: dura
Consistência úmida: firme
Consistência molhada

303
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Plasticidade e pegajosidade:
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
muito plástica e pegajosa
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
Jazida /ponto: 39 (indicando local etc., distância do centro
Ficha: 39 data 14/07/2010 consumidor ao depósito de materiais de
Preenchido por: Hugo construção).
Amostra: Aml 45-45A
Local: Santana DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Descrição: Jazida abandonada LATERÍTICA (sempre que for considerado
(comunitária) mas com ocorrência no topo uma ocorrência ou jazida deve ser
da Colina. coletado amostras e depositar num saco
Coordenadas: N 0594427 E9711812 plástico transparente com etiqueta
Fotos: DSC 49-94 identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA OBSERVAÇÕES

UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
( ) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: 1,50m
Distancia da superfície: 1,50m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
(x) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: alaranjado
Granulometria e textura: areia fina/areno-
argilosa
Consistência seca: dura
Consistência úmida: firme
Consistência molhada:

304
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Plasticidade e pegajosidade:
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
muito plástica e muito pegajosa
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA


de Oliveira (indicando local etc., distância do centro
Jazida /ponto : 40 consumidor ao depósito de materiais de
Ficha: 40 data 16/07/2010 construção).
Preenchido por: Hugo
Amostra: Aml 46-46A DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Local: Campina LATERÍTICA (sempre que for considerado
Descrição: Jazida abandonada uma ocorrência ou jazida deve ser
(comunitária) mas com ocorrência no topo coletado amostras e depositar num saco
da Colina. plástico transparente com etiqueta
Coordenadas: N 0597331 E9715883 identificatória para aprimorar a
Fotos: DSC 49-97 identificação feita no campo)

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO- OBSERVAÇÕES


GEOTÉCNICA
- Retiram uma carrada por dia, sendo 7
UNIDADE DE ANÁLISE pessoas
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON - Extração manual
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO - Preço da carrada R$ 180,00
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
(x) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície: 1,50m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
(x) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: amarelado
Granulometria e textura: argila/ argilo-
arenosa
Consistência seca: macia
Consistência úmida: muito firme
Consistência molhada:

305
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Plasticidade e pegajosidade:
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
muito plástica e muito pegajosa
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
Jazida /ponto: 41 (indicando local etc., distância do centro
Ficha: 41 data 16/07/2010 consumidor ao depósito de materiais de
Preenchido por: Hugo construção).
Amostra: Aml 47-47A
Local: Campina DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Descrição: Jazida abandonada LATERÍTICA (sempre que for considerado
(comunitária) mas com ocorrência no topo uma ocorrência ou jazida deve ser
da Colina. coletado amostras e depositar num saco
Coordenadas: N 0597425 E9715758 plástico transparente com etiqueta
Fotos: DSC 50-09 (é 09 mesmo?) identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA OBSERVAÇÕES

UNIDADE DE ANÁLISE - Jazida ativa


(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON - Extração manual
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO - Preço da carrada R$ 180,00
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
(x) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície: 1,30m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
(x) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: branco
Granulometria e textura: areia
fina/argilosa
Consistência seca: macia
Consistência úmida: muito firme
Consistência molhada:

306
Plasticidade e pegajosidade:
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S. não foram possíveis
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira
Jazida /ponto : 42 CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
Ficha: 42 data 20/07/2010 (indicando local etc., distância do centro
Preenchido por: (?) consumidor ao depósito de materiais de
Amostra: Aml 48-48A construção).
Local: Juraraí - S.J. de Ribamar
Descrição: Jazida abandonada DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
(comunitária) mas com ocorrência no topo LATERÍTICA (sempre que for considerado
da Colina. uma ocorrência ou jazida deve ser
Coordenadas: N 0601091 E9716849 coletado amostras e depositar num saco
Fotos: DSC 5018 plástico transparente com etiqueta
identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA
OBSERVAÇÕES
UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO - Jazida ativa
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
(x) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
(x) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície: 2,50m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
(x) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: vermelho-alaranjado
Granulometria e textura: não foi possível
Consistência seca: não foi possível
Consistência úmida: não foi possível
Consistência molhada :

307
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Plasticidade e pegajosidade:
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
muito plástica e pegajosa
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
Jazida / ponto : 43 (indicando local etc., distância do centro
Ficha: 43 data 20/07/2010 consumidor ao depósito de materiais de
Preenchido por: Hugo construção).
Amostra: Aml 49-49A
Local: Pau Deitado DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Descrição: Jazida abandonada LATERÍTICA (sempre que for considerado
(comunitária) mas com ocorrência no topo uma ocorrência ou jazida deve ser
da Colina. coletado amostras e depositar num saco
Coordenadas: N 0602470 E9720235 plástico transparente com etiqueta
Fotos: DSC 5025 identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA OBSERVAÇÕES

UNIDADE DE ANÁLISE - Jazida ativa


(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON - Não foi encontrado ninguém no local
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
(x) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
(x) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície: 1,50m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
(x) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor: avermelhado
Granulometria e textura: areia fina/areno-
argilosa
Consistência seca: extremamente dura
Consistência úmida: muito firme
Consistência molhada:

308
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS Plasticidade e pegajosidade: -
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
de Oliveira
(indicando local etc., distância do centro
Jazida /ponto : 44
consumidor ao depósito de materiais de
Ficha: 44 data 25/07/2010
construção).
Preenchido por: Afonso
Amostra: Aml 50-50A
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Local: Panaquatira – S.J. de Ribamar
LATERÍTICA (sempre que for considerado
Descrição: Jazida abandonada
uma ocorrência ou jazida deve ser
(comunitária) mas com ocorrência no topo
coletado amostras e depositar num saco
da Colina.
plástico transparente com etiqueta
Coordenadas: N 0608456 E9722948
identificatória para aprimorar a
Fotos: DSC 5053
identificação feita no campo)

CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
OBSERVAÇÕES
GEOTÉCNICA
A área de extração fica em uma falésia da
UNIDADE DE ANÁLISE
Praia de Panaquatira. As lateritas ficam
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
expostas sobre a praia, daí não ter a
MARRON
presença de cavas. Recentemente a coleta
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
foi proibida pelo IBAMA no local.
MARRON
(x) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
(x) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim (x) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície:

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


(x) base da colina (falésia)
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
(x) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor:
Granulometria e textura:
Consistência seca:
Consistência úmida:
Consistência molhada:

309
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.

CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA


Tese de doutorado - geólogo José Edward
(indicando local etc., distância do centro
de Oliveira
consumidor ao depósito de materiais de
Jazida: 45
construção).
Ficha: 45 data 25/10/2010
Preenchido por:
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Amostra: Aml 48-48A
LATERÍTICA (sempre que for considerado
Local: IGUAÍBA
uma ocorrência ou jazida deve ser
Descrição:
coletado amostras e depositar num saco
Coordenadas: N 599814 E 9723455
plástico transparente com etiqueta
Fotos: DSC 5018
identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA
OBSERVAÇÃO
UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
CADASTRO EM EXECUÇÃO
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
( ) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO
(x) INDEFINIDA

Stone lines sim ( ) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície: 2,50m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
( ) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
(x) media esfericidade
( ) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor:
Granulometria e textura:
Consistência seca:
Consistência úmida:
Consistência molhada (plasticidade
e pegajosidade): -

310
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.

CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA


Tese de doutorado - geólogo José Edward
(indicando local etc., distância do centro
de Oliveira
consumidor ao depósito de materiais de
Jazida / ponto : 46
construção).
Ficha: 46 data 25/10/2010
Preenchido por: Hugo
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Amostra: Aml 49-49A
LATERÍTICA (sempre que for considerado
Local: VILA PARAÍBA
uma ocorrência ou jazida deve ser
Descrição:
coletado amostras e depositar num saco
Coordenadas: N 600601 E9729305
plástico transparente com etiqueta
identificatória para aprimorar a
identificação feita no campo)
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICA
OBSERVAÇÕES
UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
MARRON
(x) ARENITO FINO FERRUGIONOSO CADASTRO EM EXECUÇÃO
MARRON
(x) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
(x) INDEFINIDA

Stone lines sim ( ) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície: 1,50m

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina
( ) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
( ) anguloso
(x) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
( ) media esfericidade
(x) baixa esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor:
Granulometria e textura
Consistência seca:
Consistência úmida:
Consistência molhada (plasticidade
e pegajosidade):

311
CADASTRO DE PONTOS VISITADOS
RELACIONADOS A LATERITA DE ILHA DE S.
LUIS – MA.

Tese de doutorado - geólogo José Edward


de Oliveira
Jazida / ponto: 47
CROQUIS DA JAZIDA DE LATERITA
Ficha: 47 data 25/10/2010
(indicando local etc., distância do centro
Preenchido por: Afonso
consumidor ao depósito de materiais de
Amostra: Aml 50-50A
construção).
Local: PORTO MOCAJITUBA
Descrição:
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA DA ROCHA
Coordenadas: N 595720 E 9725592
LATERÍTICA (sempre que for considerado
Fotos:
uma ocorrência ou jazida deve ser
coletado amostras e depositar num saco
plástico transparente com etiqueta
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-
identificatória para aprimorar a
GEOTÉCNICA
identificação feita no campo)
UNIDADE DE ANÁLISE
(x) ARENITO MÉDIO FERRUGINOSO
OBSERVAÇÕES
MARRON
( ) ARENITO FINO FERRUGIONOSO
MARRON
(x) CONGLOMERADO FERRUGINOSO
CADASTRO EM EXECUÇÃO
MARRON
( ) CONCREÇÃO MARRON (Siltito Argilito
Concrecionado)
(x) INDEFINIDA (TIPO NOVO)

Stone lines sim ( ) não ( )


espessura: indefinida
Distancia da superfície:

GEOMORFOLOGIA

(x) topo da colina


( ) base da colina (falésia)
(x) encosta

CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Estrutura do bloco
(x) anguloso
( ) sub-anguloso

Esfericidade
(x) alta esfericidade
( ) media esfericidade
( ) alta esfericidade

Arredondamento
(x) arredondado
( ) sub-arredondado

DESCRIÇÃO DO CIMENTO ENVOLTO NO


MATERIAL PÉTREO: Amostra retirada em
superfície.

Cor:
Granulometria e textura:
Consistência seca:
Consistência úmida:
Consistência molhada (plasticidade
e pegajosidade):

312
ANEXO 2 – DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA GERAL
Refere se a documentação fotográfica geral, tanto de campo como de laboratório,
no sentido de ilustrar fases consideradas importantes durante a execução dos
estudos

313
A2.1 - Aspectos gerais da jazida do Maracujá, de onde foram extraídos o conglomerado ferruginoso
laterítico.

A2.2 - Partição do bloco grande em blocos pequenos utilizando marreta, punção grande e alavanca.

314
A2.3 - Detalhe da estrutura interna do conglomerado ferruginoso laterítico tendo a caneta como escala e
assim dando ideia da proporcionalidade entre a matriz quartzosa, o cimento ferruginoso e a alteração
diferencial a que foi acometida a rocha em face ao intemperismo físico químico diferencial.

A2.4 - Famílias em que os homens extraem os blocos de laterita e as mulheres e crianças fazem a
partição da laterita com auxílio de marreta, batendo o fragmento sobre um bloco de maior tamanho e
gerando a brita, que é vendida no mercado da construção civil. Tomada de foto registrada no ano de
1976.

315
A2.5 - Britador primário utilizado no estudo e com abertura da mandíbula regulado em 2”. Foi
fabricado pela Briterpa Comercio e Industria Ltda. Modelo BM 13/23, Potência 5/7,5 UP Rotação – 250 a
275 rpm. Observar que o material foi britado e lançado num recipiente de plástico, após que foi juntado a
outras porções para quarteamento, que tem a finalidade de melhorar a estatística da amostragem mais bem
representada.

316
A2.6 - O material depois de britado é quarteado e separado para uso na elaboração do concreto e assim
abrindo oportunidade para os cálculos dos traços e fatores água cimento

A2.7 - Os materiais, agregado, cimento Portland e água são separados para posterior mistura nas devidas
proporções.

317
A2.8 - O material citado na foto anterior é lançado na betoneira para primeira homogeneização a seco,
após recebe agua na proporção prevista para término da homogeneização.

A2.9 - Massa de concreto homogeneizado com agregado, cimento e agua nas devidas proporções para
posterior moldagem nos corpos de prova e cura na câmara húmida , após que serão rompidas na prensa
hidráulica para verificação da resistência a compressão simples em MegaPascal

318
A2.10 - Após homogeneização o concreto é lançado num carrinho de mão, sendo posteriormente
transportado para pertinente moldagem dos corpos de prova.

A2.11 - Corpos de prova de concreto sendo compactados com bastão de compactação em camadas com
respectivos golpes, segundo as normas.

319
A2.12 - Moldagem do concreto na forma de Slump Teste, para fins de verificar o abatimento do concreto
e medir a consistência e a trabalhabilidade do concreto. Esta propriedade indica a capacidade que a massa
de concreto possui para se alojar nas fôrmas de concreto contendo ferragem. O método do ensaio é feito
com base na ABNT (Associação de Norma Técnicas) NBR NM 67 – Concreto. Consiste em alojar 03
camadas de 10 cm e compactar individualmente cada 10 cm de concreto com uma haste de aço com 25
golpes cada camada e forma abrangente e sem atingir a camada inferior. Depois retira a forma e verifica
quanto em centímetro abateu a massa de concreto

320
A2.13 - Concreto desformatado da forma de Slump Teste. Notar que o concreto permaneceu com o
mesmo formato da forma, significando que o resultado do Slump é praticamente nulo e assim a
trabalhabilidade deste concreto é insuficiente. Neste caso fator água cimento deverá ser aumentado.

A2.14 - Ensaio de Slump Teste apresentando o abatimento que foi obtido após a desformatação do corpo
de prova. Neste caso o concreto apresenta abatimento de mais de 10 cm, quando desformatado, revelando
possuir trabalhabilidade. Diferente do concreto apresentado na foto anterior em que permaneceu sem
qualquer abatimento.

321
A2.15 - Um grupo de corpos de prova de concreto que foram moldados, que após 24 horas serão
desmoldados e levados para a câmara húmida.

A2.16 - Um detalhe da foto anterior em que evidencia a falta de agregado fino (areia fina média e grossa)
entre os agregados graúdos. Estes vazios sem o devido preenchimento promovem uma diminuição da
resistência do concreto que foi moldado no corpo de prova.

322
A2.17 - Corpos de prova de concreto que foram retirados do molde do corpo de prova e depositados na
câmara húmida. Notar que as superfícies dos corpos de prova apresentam vazios, consequência da falta de
agregados finos na massa do concreto. Esta falta de agregados finos (areia fina média e grossa) foram
corrigidas no decorrer do estudo para se conseguir maior resistência do concreto. Os tons avermelhados
dos corpos de prova revelam que o agregado pétreo possuía uma intensa alteração produzindo silte e
argila em que predomina o óxido de ferro (avermelhado) que é o material passante na peneira 200. Notar
que acima do terceiro corpo de prova da esquerda para direita ocorre um aspersor de água, exatamente
para manter a câmara húmida conforme especificações pertinentes.

323
A2.18 - Prensa Hidráulica do NUMATS – COPPE – UFRJ, contendo um corpo de prova pronto para ser
rompido e assim verificando a resistência a compressão axial simples de Mega-Pascal. Ensaio realizado
com carregamento definido em 0,1 mm/ segundo.

A2.19 - Corpos de prova de concreto com as superfícies regularizadas para posterior rompimento na
prensa hidráulica. Os corpos de prova poderiam ser também regularizados cortando a superfície com serra
diamantada. Uma massa especifica de cimento com enxofre, dando assim uma plasticidade nos pontos
terminais do corpo de prova.

324
A2.20 - Corpos de prova de concreto sem que as superfícies de base e de topo do corpo de prova
estivessem regularizadas, conforme foto anterior. Nos corpos de prova podem ser observados o traço do
concreto 1:4 (representado uma porção de cimento para 04 porções de agregado pétreo). O corpo de prova
contempla também o fator água cimento, 0,45(significando 45% de água em 1kilograma de cimento),
após que serão misturados para moldagem do corpo de prova, curados em 28 dias e depois rompidos na
prensa hidráulica.

325
A2.21 - Rompimento do corpo de prova para verifcação da resistencia máxima a compressão simples.
Ultimo estagio do processamento do conglomerado ferruginoso laterítico e que foram levados a prensa
hidráulica, conforme demonstra a foto.

326

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