Sebenta de Estudos Praticos - Basquetebol
Sebenta de Estudos Praticos - Basquetebol
Sebenta de Estudos Praticos - Basquetebol
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE GERAL........................................................................................................................... I
LANÇAMENTO ................................................................................................................... 37
DRIBLE ............................................................................................................................... 42
PASSE ................................................................................................................................ 45
PARAGEM ......................................................................................................................... 52
ROTAÇÕES......................................................................................................................... 53
CORTES.............................................................................................................................. 56
FINTAS ............................................................................................................................... 57
I
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
DESMARCAÇÃO................................................................................................................. 59
A defesa individual............................................................................................................ 70
Funções Específicas....................................................................................................... 72
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 85
II
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 10 - Linhas de passe e organização da TDA para entrada em ataque de posição. .......... 24
III
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Figura 26 - 3x0 com passe em progressão e 2x1 para lado oposto. ........................................... 32
Figura 42 - Exemplo de Bloqueio direto com finalização do jogador 2 que recebe o bloqueio de
1. .................................................................................................................................................. 65
Figura 43 - Exemplo de Bloqueio direto com finalização do jogador 1 que efetua e desfaz do
bloqueio. ..................................................................................................................................... 65
IV
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Figura 53 – Alteração da posição defensiva em reação ao passe - Defesa do corte pela frente.
..................................................................................................................................................... 73
ajuda. ........................................................................................................................................... 78
Figura 64 – Posicionamento defensivo com bola acima da linha de lance livre. ........................ 79
Figura 65 – Posicionamento defensivo com bola abaixo da linha de lance livre. ....................... 79
V
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 14 - Fases dos diferentes níveis de jogo nos Jogos Desportivos Coletivos JDC
VI
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
SIMBOLOGIA DO BASQUETEBOL
Jogador Atacante
Jogador Defensor
Bola
Número para identificar os jogadores
VII
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
TERMINOLOGIA
Ação individual - utilização consciente por parte de um jogador, durante uma certa fase do
ataque ou da defesa, do complexo de processos técnicos adequados com o fim de realizar uma tarefa
parcial (temporária) específica do jogo.
Contra-ataque - fase de jogo na qual a equipa tenta movimentar a bola na direção do cesto
adversário o mais rápido possível aproveitando a inferioridade numérica da defesa adversária ou pelo
menos uma vantagem posicional.
Corte - movimento rápido do jogador ofensivo para iludir (libertar-se de) um opositor ou para
receber a bola.
Defesa - fase do jogo em que a equipa que não está de posse da bola tem como objetivo evitar
que o adversário marque cesto; é, também, um padrão específico de jogo usado pela equipa na defesa.
Drible - técnica que permite ao jogador de posse de bola progredir com ela ao longo do campo de
jogo.
Passe picado ou de ressalto - passe no qual a bola ressalta no chão antes de ser recebida pelo
jogador.
Ressalto defensivo - ato de ganhar a posse da bola através de lançamento falhado pelo
adversário.
Ressalto ofensivo - ato de ganhar a posse da bola através de lançamento falhado por um colega
de equipa.
Rotação - técnica de pés na qual o jogador mantém um pé em contacto com o solo enquanto
movimenta o outro pé em qualquer direção.
VIII
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Tática individual - representa o conjunto das ações individuais utilizadas conscientemente por
um jogador na luta com um ou vários adversários, tanto no ataque como na defesa.
Técnica - entende-se o sistema de ações motoras racionais, que realizadas de forma eficiente,
permitem elevados níveis de eficácia na obtenção de um resultado.
Trailer - jogador ofensivo que segue o contra-ataque inicial e que toma uma posição perto do
círculo da área restritiva adversária para receber a bola.
Triângulo de ajudas - triângulo formado pelos defensores do lado contrário ao da bola ou “lado
da ajuda” e constituído por três vértices: o defensor, o atacante que ele marca e a bola.
Turnover - perda de posse de bola sem tentativa de lançamento, resultante de um erro técnico ou
violação às regras.
IX
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
HISTÓRIA DO BASQUETEBOL
1. O inventor do jogo
2. A Origem do Basquetebol
3. O Primeiro Regulamento do Jogo
4. Evolução e Desenvolvimento do Basquetebol no âmbito regulamentar
5. Introdução do Basquetebol em Portugal
6. Cronologia dos momentos significativos no Basquetebol
1. O inventor do jogo
James Naismith nasceu a 6 de Novembro de 1861 na cidade de
Almonte no Canadá. Em 1883 ingressou no Mac Gill University em
Montreal e em 1887 recebeu o seu diploma de bacharel. Mais tarde, em
1891, fez o curso de Teologia, ano em que iniciou os seus estudos no
Springfield College, Massachussets, onde realiza o seu curso de professor
de educação física. Em 1936 foi eleito Presidente honorário da Federação
Internacional de Basquetebol Amador (FIBA) e nesse mesmo ano assistiu
em Berlim à 1ª participação Olímpica do Basquetebol. James Naismith
faleceu aos 78 anos de idade, em Lawrence, Kansas, Estados Unidos.
2. A Origem do Basquetebol
O basquetebol surgiu em 1891, criado pelo Dr. James Naismith, docente no Springfield College of
Massachussets, Estados Unidos da América. Nesta instituição eram formados os futuros monitores em
educação física, sendo as modalidades mais praticadas o futebol americano e o atletismo.
1
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
A partir dos pontos anteriores Naismith elaborou os cinco princípios fundamentais que
caraterizariam o novo jogo:
1º - A bola será esférica, grossa e leve, sendo jogada com as mãos;
2º - Os jogadores podem deslocar-se em qualquer direção no campo e podem receber a bola em
qualquer momento;
3º - É interdito correr com a bola nas mãos;
4º - Os contactos pessoais serão interditos e penalizados;
5º - O cesto, de pequena dimensão, será colocado fixo e numa posição horizontal (a uma
determinada altura do solo), de modo a fazer apelo mais à habilidade que à força.
2
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
- a primeira infração a esta regra, por qualquer jogador, é contada como falta;
- uma segunda falta desqualifica o jogador que deve abandonar o campo até ser feito novo
ponto. Se houver intenção de magoar o adversário a desqualificação será para o resto do jogo e não
pode ser substituído.
6º - Bater a bola com o punho fechado é falta por violação às regras 2ª e 4ª e deve ser punida tal
como se descreve na regra 5ª.
7º - Se em qualquer das duas equipas os jogadores fizerem três faltas seguidas e consecutivas (sem
que os adversários tenham feito uma) será contado um ponto para o adversário.
8º - Conta-se um ponto (golo) sempre que a bola seja atirada ou batida de dentro do campo para
dentro do cesto e fique lá dentro. Aqueles que defendem não podem tocar no cesto ou deslocá-lo:
- se a bola ficar na borda do cesto e os adversários mexerem no cesto, conta-se golo como se a
bola entrasse.
9º - Quando a bola sai fora do campo pode ser posta em jogo pelo primeiro jogador que lhe toque e
que deve atirá-la para dentro do campo:
- para este lançamento concedem-se cinco segundos. Se a bola for agarrada mais tempo, a bola
pertence ao adversário;
- se uma das equipas demorar o jogo e teimar na demora, o árbitro deve marcar-lhe uma falta.
10º - O árbitro auxiliar será juiz dos jogadores e deve apontar as faltas avisando quando forem
cometidas três faltas consecutivas. Tem poderes para desqualificar os jogadores de acordo com a regra
5ª.
11º - O árbitro será o juiz da bola, devendo decidir quando se encontra em jogo, quando sai fora do
campo, a quem pertence tomar conta do tempo. O árbitro decidirá quando é golo, tomará conta dos
golos marcados e tem todos os deveres que se coloquem sob a sua responsabilidade.
12º - O tempo de jogo é de 30 minutos, divididos em duas partes de 15 minutos com um intervalo
de 5 minutos.
13º - A equipa que fizer mais golos nesse tempo será declarada vencedora. No caso de empate o
jogo deve continuar até que se faça outro golo, desde que os capitães concordem.
4. Evolução do Basquetebol
Em qualquer tipo de jogo, as regras representam a estrutura sobre a qual se elaboram ou
constroem as estruturas técnicas e táticas.
a) Número de jogadores
Quando fez o primeiro jogo, Naismith dividiu a turma, constituída por 18 alunos, em duas equipas
de 9 elementos. No entanto, este número foi sofrendo alterações ao longo do tempo como demonstra o
quadro seguinte:
3
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Ano Nº de
Jogadores/Equipa
1891 9 e Entre 3 e 40
1893 5 ou 9
1894 5,7 ou 9
1896 5 (nº ideal) ou mais
1897 5
1932 5 + 2 suplentes
1937 5 + 5 suplentes
1948 5 + 7 suplentes
1973 5 + 5 suplentes
Atualmente 5 + 7 suplentes
ANO REGRA
1894/95 - a 2ª falta implicava a desqualificação para o resto do jogo, mas o jogador
desqualificado podia ser substituído por outro jogador.
1905/06 - nesta regra, o jogador só podia ser banido do jogo quando a falta fosse flagrante
(quando os universitários codificaram as suas próprias regras).
1908/09 - o jogador que acumulasse 5 faltas era imediatamente desqualificado.
1910/11 - o nº de faltas que ditava a desqualificação foi reduzido a 4, mas em caso de
prolongamento concedia-se ao jogador a possibilidade de dar mais uma falta.
1920/21 - o jogador não desqualificado por faltas podia entrar no jogo duas vezes.
1933/34 - o jogador não desqualificado por faltas podia entrar no jogo uma vez.
Desde 1944/45 - o jogador não desqualificado por faltas pode entrar no jogo "n" vezes. Cinco faltas
implicam a desqualificação do jogador, seja qual for a duração do jogo.
4
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Ano Regra
1893/94 - as equipas passam a marcar um ponto por cada falta do adversário e três
pontos por lançamento de campo;
1894/95 - a equipa que sofre falta tem direito a lançar ao cesto sem oposição, a uma
distância de 20 pés (lance livre) e marca um ponto quando a bola entra;
- o lançamento de campo retoma o valor de um ponto;
1895/96 - a distância para o lance livre é diminuída para 15 pés e marca-se um corredor
até à parede onde o cesto se fixa;
1896/97 - o lançamento de campo passa a valer 2 pontos e o lance livre 1 ponto;
1896/97 - criação da área de lance livre;
1912/13 - é introduzido um tempo limite de 10 segundos para a execução do lançamento;
1924/25 - até à data, os lançamentos livres são executados por um jogador especialista; a
partir desta época é o jogador que sofreu a falta que tem de executar este
lançamento;
- nesta altura, torna-se usual o duelo de "gigantes estacionados" debaixo do
cesto, tornando o jogo menos espetacular;
1935/36 - torna-se interdito, a qualquer jogador da equipa atacante, permanecer dentro
do corredor de lance livre, mais de 3 segundos;
- este corredor passa a ser denominado por "área restritiva", tendo por objetivo
evitar os cestos fáceis debaixo do cesto;
1955/56 - a área de lances livres é alargada de 6 para 12 pés, para evitar a vantagem dos
jogadores altos, que rodavam e lançavam debaixo do cesto;
- por esta medida se ter revelado insuficiente, a forma da área de lance livre foi
alterada, passando a zona restritiva a ter forma de trapézio com o objetivo de
aumentar a sua área;
1984/85 - introdução da linha de 3 pontos. Os lançamentos convertidos atrás da linha de
6,25 metros têm a partir desta altura o valor de 3 pontos.
2010/11 - A linha de 3 pontos passa a ser à distância de 6,75 metros.
- A área restritiva é alterada passando a ser novamente retangular.
d) Dimensão do campo
Nos primeiros jogos realizados em salas ou ginásios pequenos, as paredes funcionavam como linhas
limite do campo. Era frequente os jogadores fazerem uso das paredes e de outros objetos, como
elementos de estratégia. O jogo realizado nestas condições provocava frequentes contactos físicos
entre os jogadores. As primeiras regras determinavam que quando a bola saía fora do campo, ela
pertencia à equipa que a agarrasse em primeiro lugar. Assim, quando a bola saía todos os jogadores
corriam e “mergulhavam” na sua direção, tentando tocar-lhe em primeiro lugar. É fácil de perceber que
5
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
esta regra provocava constantes e intensos contactos físicos entre os jogadores, o que ia contra o
espírito inicial do jogo.
Deste modo, e no seguimento da evolução da qualidade do jogo, Naismith determinou que
doravante a bola pertenceria à equipa contrária. Evolução das dimensões do campo:
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
ANO ALTERAÇÃO
1893/94 - cada jogo tem duas partes de 20 minutos, sendo o intervalo entre elas de 10
minutos;
1907/08 - o prolongamento passa a ter um tempo fixo de 5 minutos, acabando com a
disposição anterior (o empate era desfeito com o primeiro cesto obtido);
1935/36 - nas regras dos "universitários" o intervalo passa a ter 15 minutos de duração;
1956/57 - Introdução do aparelho de 30 segundos para controlar o tempo de ataque;
2000/01 - Redução do tempo de ataque de 30’’ para 24’’;
2000/01 - Redução do tempo permitido para passar a bola para o meio campo ofensivo de 10’’
para 8’’;
2000/01 - Os jogos passam a ter 2 partes, cada uma composta por 2 períodos de 10 minutos
cada. Entre o 1º e o 2º período e o 3º e o 4º existe um intervalo de 2 minutos. Entre o
2º e o 3º existe um intervalo de 15 minutos.
f) Árbitros
O basquetebol teve quase sempre dois árbitros à semelhança do futebol americano: um árbitro
principal que controlava o jogador de posse da bola e um árbitro auxiliar que vigiava as ações dos
jogadores em relação aos adversários.
g) Início do jogo
Na origem do jogo, e tendo por base a solução do Râguebi, o árbitro principal dava início ao jogo
arremessando a bola ao ar, da linha lateral na direção do centro do campo, de modo a ser disputada
pelos dois jogadores do centro. Alterações:
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
h) Drible
O drible é um dos elementos mais espetaculares do jogo. Foi inicialmente utilizado como medida
defensiva, na intenção de proteger a bola. Quando um jogador na posse da bola era estritamente
marcado, o que ele podia fazer era perder o contacto com a bola voluntariamente, de maneira a poder
recuperá-la de novo. Para tal, fazia rebolar ou ressaltar a bola no solo e voltava a agarrá-la, mudando de
posição. Esta foi a ação que deu origem à técnica do drible.
Rapidamente os jogadores se aperceberam que batendo a bola contra o solo e agarrando-a de novo
após o ressalto, podiam controlar a sua posse de ao mesmo tempo que se deslocavam no campo.
Evolução:
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Carlos Lisboa – O melhor jogador Paulo Pinto – Faleceu durante um jogo Patrícia “Ticha” Penicheiro – A Basquetebolista
Português de todos os tempos. de basquetebol em 2002. Era capitão Portuguesa com mais sucesso internacional, 4
Extremo reconhecido pela sua da selecção nacional de Basquetebol e vezes escolhida para o All Star da WNBA e
incrível capacidade de lançamento um exemplo de Atleta para todas as campeã em 2005. Eleita em 2011 como uma
de 3 pontos. modalidades. Tinha sido reconhecido das 15 melhores jogadoras de sempre da
pela FIBA em 1999 como um dos 50 competição. Base reconhecida pela sua
melhores jogadores Europeus nesse fantástica capacidade de penetração e passe é
ano. a jogadora com mais assistências da história da
WNBA. Um modelo a seguir.
6. Bibliografia
BARRETO, H. e SANTOS, A. (1987). "A Balada da Criação do Basquete". O Treinador, 19.
GONÇALVES, C.; LIMA, T.; OLIMPIO, C. (1977). "Origem e evolução do Basquetebol". Ludens, 2.
GUTMAN, B. (1988). The Pictorial History of Basketball. Brompton Books, London.
PETERSON, R. (1990). Cages to Jump Shots - pro Basketball´s early years. Oxford University Press,
New York.
Origem e Evolução do Basquetebol. Publicação nº 1, editada pela Associação Nacional de Treinadores
de Basquetebol (ANTB) em 1974-75
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
1. O campo de jogo
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
2. A bola
A bola é um objeto esférico em torno da qual se desenrolam as ações fundamentais de jogo e seu
desenvolvimento.
3. As regras
As regras de jogo determinam as condições prévias para o início do jogo e desenvolvimento do
mesmo.
4. Os pontos
Através da introdução da bola no cesto adversário e no impedimento da mesma ser introduzida no
nosso, se tenta alcançar a finalidade do jogo de basquetebol, i.e., obter o maior número de pontos
possíveis por parte da nossa equipa e o menos possível da equipa adversária.
5. Os jogadores
Para integrar e coordenar os seus esforços no ataque e na defesa os jogadores têm de conhecer as
suas posições relativamente ao campo de jogo e aos seus colegas de equipa. Deste modo, os jogadores
ocupam posições no campo às quais estão atribuídas tarefas. Cada posição tem regras claras e bem
definidas ainda que possuam carácter abstrato. Por isso, assim que uma equipa ganhe ou perca a posse
de bola, cada jogador deve assumir a posição apropriada no sistema ofensivo ou defensivo. Cada
jogador assume as tarefas correspondentes à posição que ocupa. Quando um jogador muda de posição,
muda de tarefa.
No basquetebol o quadro de funções de uma equipa é determinado por três grupos de jogadores
(Fig.4): bases, extremos e postes.
Os jogadores base (1 e 2) posicionam-se frontalmente ao cesto e têm como função dirigir o jogo.
São responsáveis pela organização do ataque e da defesa. O jogo ofensivo dos bases é determinado pela
qualidade do seu drible, por boas performances relativamente ao lançamento ao cesto e pela qualidade
dos passes efetuados aos extremos e postes.
Os jogadores extremos (3 e 4) posicionam-se de uma maneira geral no prolongamento da linha de
lance livre (a 3/4 do cesto) e possuem como caraterísticas principais serem bons lançadores de meia e
longa distância, e serem bons executantes na fase de finalização da transição defesa-ataque. Atendendo
à qualidade de desempenho nas ações de defesa e de ataque de posições exteriores (exterior da área
restritiva), são cada vez mais designados por jogadores universais.
Os jogadores poste (5) posicionam-se em redor das linhas limites da área restritiva, próximo do
cesto. Apresentam como principais caraterísticas serem bons ressaltadores (quer defensivo, quer
ofensivo) e finalizadores debaixo do cesto.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
1. A Técnica-Tática
A técnica constitui o fator ou parte essencial do jogo sobre o qual se elabora uma estrutura que
permite um funcionamento coordenado denominado tática.
A partir desta dicotomia elaboram-se os sistemas e modelos de jogo que determinam a análise
teórica e o desenvolvimento prático do jogo.
Nesta perspetiva os elementos que constituem o jogo de basquetebol agrupam-se em torno das
seguintes categorias:
2. Ataque-Defesa
O fator determinante constitui a posse ou não da bola.
A partir deste pressuposto, o jogo de basquetebol desenrola-se de acordo com os seguintes três
princípios gerais:
Ataque Defesa
1. Conservar a bola 1. Tentar recuperar a bola
2. Progredir com a bola até ao cesto adversário 2. Impedir a progressão da bola
3. Marcar pontos 3. Impedir que nos marquem pontos
3. Cooperação-Oposição
Nesta perspetiva, temos de considerar o jogo de basquetebol como o resultado de um processo de
interação no qual intervêm diversos fatores cuja ação resulta do produto da cooperação realizada
perante uma oposição que muda e não como a soma de ações individuais.
Quer a cooperação, quer a oposição, verificam-se no ataque e na defesa, dado que os defensores
colaboram entre si para organizar a oposição ao ataque e os atacantes colaboram entre si para se
oporem à defesa.
Bibliografia:
HERCHER, W. (1983). Basquetebol. Estampa. Lisboa.
MORENO, J.H. (1988). Baloncesto - inicición y entrenamiento. Paidotribo.
FIBA - Official Basketball Rules 2010.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Do jogo que o praticante é capaz de realizar, devemos identificar os principais problemas e enunciar
os fatores de evolução que possibilitam o acesso ao jogo evoluído.
Dos momentos iniciais (fase anárquica) até ao mais elevado nível da prestação desportiva (fase de
elaboração) é possível reconhecer várias fases em função das caraterísticas reveladas pelos praticantes,
relativamente a três indicadores: (i) estruturação do espaço de jogo; (ii) utilização dos aspetos de
comunicação na ação; (iii) relação com a bola (Garganta, 1994) (Tabela 14).
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Tabela 14 - Fases dos diferentes níveis de jogo nos Jogos Desportivos Coletivos JDC (Garganta, 1994).
Descentração
- A função não - Prevalência da - Ocupação racional do - Da visão central para
depende apenas da verbalização; espaço em função dos a periférica;
bola; elementos do jogo;
Estruturação
- Consciencialização da - Verbalização e - Ocupação racional do - Do controlo visual
coordenação das comunicação gestual; espaço (tática para o propriocetivo;
funções; individual e de grupo);
Elaboração
- Ações inseridas na - Prevalência da - Polivalência - Otimização das
estratégia da equipa; comunicação motora; funcional; capacidades
propriocetivas;
- Coordenação das
ações (tática coletiva);
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Para poder jogar, qualquer criança tem de possuir um conjunto de competências mínimas sem as
quais não faz qualquer sentido pô-las a jogar o jogo formal. Essas competências foram claramente
definidas por Hermínio Barreto e são:
Receção - Receber a bola com duas mãos de braços estendidos e sem mostrar receio na receção.
Passe - Executar um passe a duas mãos com alguma precisão na direção e com uma trajetória
sensivelmente paralela ao solo.
Drible - Executar o drible conseguindo momentaneamente levantar a cabeça para se situar no
campo.
Lançamento - Atirar a bola de uma distância de 2 a 3 metros do cesto, de forma a que a bola
descreva um arco semelhante a um lançamento.
Bibliografia
GARGANTA, J. (1994). Para uma teoria dos Jogos Desportivos. In: O Ensino dos Jogos Desportivos (Graça,
a. e Oliveira, J. Eds.). CEJD, FCDEF.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
No jogo dos principiantes podemos distinguir 2 etapas na evolução da qualidade de jogo, que se
podem caraterizar da seguinte forma:
1ª etapa:
- descongestionamento em relação à bola;
- libertação do jogo com bola;
- deslocamentos, desmarcação, aproveitando os espaços do campo;
- Algum sentido ofensivo, i.e., movimentação dos jogadores afastando-se da bola na direção do
cesto;
- avanço da bola no sentido do cesto adversário;
- lançamentos perto do cesto.
2ª etapa
- ligação das 2 fases de organização ofensiva: transição defesa-ataque e ataque propriamente dito;
- conquista e definição das posições adequadas no ataque;
- desenvolvimento de ação no ataque com cortes e aclaramentos ao passe e ao drible;
- compromisso da comunicação com os companheiros;
- reposição das posições ofensivas;
- aproveitamento das situações de 1x1.
Defesa
A ação defensiva limita-se a acompanhar as ações do adversário, até alcançar a 2ª etapa e
consolidá-la.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
ORGANIZAÇÃO OFENSIVA
Resumo: para combater a atração pela bola e a situação de alinhamento, as primeiras soluções, os
princípios táticos fundamentais do jogo a introduzir, são:
1 - os jogadores atacantes sem bola afastarem-se da bola, movimentando-se na direção do cesto
adversário;
2 - exploração de espaços livres para a receção da bola;
3 - quem recebe a bola deve "virar-se" (orientar-se) no sentido do cesto adversário;
4 - após passe, movimentar-se no sentido do cesto adversário, para receber a bola mais à frente;
5 - cada jogador deve marcar individualmente um adversário .
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
A transição defesa-ataque
Objetivos
Situações de transição: recuperação da bola por cesto sofrido, ressalto defensivo,
bola fora e interceção
Fases e princípios táticos da transição
Início: linhas de passe e estações de receção
Desenvolvimento: ocupação e progressão por corredores
Finalização: Estudos das situações de superioridade numérica - 2x1 e 3x2;
Integração do 4º e 5º jogador (trailers).
Em ambas as fases da organização ofensiva (TDA e APD) o jogo vai possuir diferentes ESTRUTURAS
TÁCTICAS, que permitam um desenvolvimento harmonioso e equilibrado do jogo ofensivo da equipa e a
criação de situações de finalização. Assim, são fatores fundamentais nas estruturas táticas uma
distribuição equilibrada dos jogadores entre si, relativamente ao portador da bola:
1. Após o ressalto defensivo, com a ocupação das estações de receção;
2. Durante a condução da bola para o ataque, através da correta ocupação dos corredores de jogo;
3. Durante as ações ofensivas junto ao cesto da equipa adversária, libertando a linha de penetração
do jogador possuidor da bola e criando linhas de passe ofensivas.
b) Progressão ofensiva
- driblar sempre que há espaço para a progressão;
- passar e desmarcar-se no sentido do cesto procurando receber a bola mais à frente;
- sem bola movimentar-se para abrir linhas de passe.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
1.1. Objetivos
- disciplinar as iniciativas dos jogadores;
- coordenar as ações de jogo relativamente ao objetivo tático (transposição da defesa para o
ataque):
. criar situações de contra-ataque;
. criar condições facilitadoras do ataque planeado;
- estabelecer as convenções de suporte ao processo de comunicação entre os jogadores.
SUB-FASE INÍCIO
O início da TDA ocorre após a recuperação da posse da bola, o que pode resultar das seguintes
situações:
- interceção
- roubo de bola
- cesto sofrido
- ressalto defensivo
- desarme
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Objetivos:
- ocupação equilibrada do espaço de jogo;
- distribuição equilibrada dos jogadores entre si;
- ocupação das áreas facilitadoras de saída da bola;
- criar melhores condições de perceção:
- ao jogador que capta a bola;
- ao jogador que repõe a bola em jogo;
- criar o maior número possível de linhas de passe em condições que facilitam a leitura do jogo:
- criando condições a uma participação consciente;
- facilitando a utilização do equipamento técnico.
SUB-FASE DESENVOLVIMENTO
Após ganhar a posse de bola, a equipa deve organizar-se rapidamente de modo a proceder à
condução da bola para o meio campo adversário de forma eficaz.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Objetivos:
- garantir duas linhas de passe seja qual for:
. a saída da bola pelo corredor central;
. saída da bola pela 1ª "estação de receção";
. saída da bola pela 2ª "estação de receção".
Objetivos:
- garantir pelo menos duas linhas de passe no desenrolar da ação ofensiva;
- garantir a organização e a ofensividade no ataque planeado.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
SUB-FASE DA FINALIZAÇÃO
O objetivo desta fase é criar condições para efetuar um lançamento de alta percentagem, próximo
do cesto e com reduzida ou nenhuma oposição sendo o lançamento ideal a finalização em 1x0 debaixo
do cesto. Para o conseguir é condição prévia que a TDA tenha sido efetuada de forma organizada e
rápida conduzindo a uma situação de vantagem numérica sendo as mais comuns o 2x1 e 3x2. Os
atacantes devem procurar resolver estas situações, transformando, através da correta utilização do
drible e do passe, o 2x1 em 1x0 e o 3x2 em 2x1 e depois em 1x0 obtendo lançamentos de alta
percentagem de concretização.
O êxito destas ações estará dependente:
- da leitura que o jogador, responsável pela condução da bola, fizer da situação, escolhendo a
melhor solução: - passar, driblar ou lançar?
- do posicionamento do(s) jogador(es) sem bola no campo e posterior decisão após eventual
receção de bola.
Princípios a respeitar:
- o condutor da bola pelo corredor central é o responsável pela finalização do C.A.. Ao alcançar a
linha de lance livre deve parar (para passar ou lançar), a não ser que tenha vantagem na progressão
para finalizar debaixo do cesto (Fig. 11 )
a) 2x1
Conceito fundamental: passada a linha de meio campo, o jogador com posse de bola deve explorar
o corredor de penetração atacando o cesto pelo limite externo do corredor central, evitando a
permanência da bola no centro do campo. (Fig. 11)
Linha
de penetração
Linha de passe
- Jogador 1, com bola, explora o corredor de penetração, caso o defensor não reaja finaliza em
lançamento na passada. Se o defensor se deslocar e impedir a penetração deve passar a 2 que finaliza
em lançamento na passada.
25
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
- 2, jogador sem bola deve correr afastado de 1, preocupando-se em criar uma linha de passe,
consoante posição do defensor, podendo correr ligeiramente à frente de 1 ou cortar nas costas do
defensor, na direção do cesto.
b) 3x2
Princípios (Fig.13 )
Ataque:
- se o possuidor da bola não é marcado, progride em drible;
- se o possuidor da bola é marcado, passa a bola.
Defesa:
- um defensor pressiona o possuidor (na proximidade da área restritiva);
- o outro defensor coloca-se no alinhamento da bola.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Conceito Fundamental
O atacante com bola no corredor central no meio-campo ofensivo deve procurar avançar a bola
para o atacante sem bola mais avançado (criando uma situação momentânea de 2x1), deslocando-se
para o lado do mesmo, criando uma linha de passe de apoio caso o defensor 1 recue rapidamente a sua
posição para defender o jogador 3 (Fig. 14) 2 deve executar o passe de retorno criando uma situação de
lançamento de alta percentagem para o jogador 1.
27
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Exercícios recomendados
Na abordagem ao ensino da TDA devemos, depois de a evidenciar e explicar de forma global, partir
para exercícios em situações reduzidas que incluam: a ocupação das estações de receção; a saída do 1º
passe, a ocupação dos corredores; o desenvolvimento da TDA em passe ou drible; a finalização em 1x0,
2x1 e 3x2, principalmente. Em termos técnicos devemos abordar, de forma mais aprofundada, o drible
de progressão; o passe em progressão; as paragens e o lançamento na passada, técnicas fundamentais
para obter sucesso na exploração da TDA.
Exercício de 9
Este exercício pode ser efetuado com um mínimo
de 9 jogadores.
O exercício tem como objetivo exercitar de forma
constante as situações de finalização mais comuns
no contra ataque: o 2x1 e o 3x2.
Começando na seguinte disposição inicial do
exercício vamos inicialmente resolver a situação
de 3x2 apresentada na fig. 15,
Observação: Os restantes jogadores devem-se
distribuir por colunas atrás de 5, 6 e 7.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Exercício de 11
da defesa.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
1. POSIÇÃO BASE
1.1. Definição
1.2. Princípios
1.3. Erros mais comuns
1. A Posição Base
1.1. Definição
Uma posição é função de uma situação. Assim, o jogador deve tomar uma posição corporal básica
de forma a poder responder de imediato a qualquer tipo de ações desencadeadas durante o jogo.
A posição básica está associada à noção de "tripla ameaça" que é uma atitude corporal que o
jogador deverá aprender antes de avançar para outras situações do jogo.
A posição base carateriza-se, não só por uma correta colocação dos segmentos do corpo, mas
principalmente por uma atitude dinâmica, pronta a intervir. Esta posição básica ajudará o jogador no
início do movimento a encontrar a velocidade e o controlo corporal correto. A denominada "tripla
ameaça" deverá permitir uma organização funcional dos diferentes segmentos corporais com vista a
uma qualquer ação ofensiva ou defensiva, independentemente da direção desejada.
33
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
ERROS CORRECÇÕES
Pés demasiados juntos Afastar os pés à largura dos ombros.
Pernas pouco fletidas Alargar a base de sustentação. Indicar ao jogador
para se colocar numa posição mais baixa.
Peso do corpo sobre os calcanhares Repartir o peso do corpo pela parte anterior dos
pés, de modo a facilitar o equilíbrio dinâmico.
PEGA DA BOLA
A pega da bola é um fundamento importante do jogo, dado que o
domínio da bola é fundamental em todas as situações de jogo,
manifestando-se no agarrar, no passar, no lançar, no driblar com a
bola. Neste sentido, o contacto da bola com as mãos deverá ser amplo
e sentido, permitindo uma aderência natural e a consequente
transmissão dos impulsos de ombros, braços e mãos.
Figura 28 - Ilustração da Pega da bola
de basquetebol.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Princípios a respeitar:
- os dedos devem envolver a bola - dedos afastados para sentir bem a bola;
- contacto ativo assegurando o livre jogo articular do pulso e dedos;
- a palma da mão (parte calosa) não deve estar em contacto com a bola;
- as costas da mão devem estar no prolongamento do antebraço;
- a bola deve ser sempre segura pelos dedos;
- cotovelos juntos ao tronco.
Nota: os dedos devem estar em contacto com a bola e não a palma da mão, pois é naqueles que o
sentido do tato está mais desenvolvido e a interferência de outras zonas da mão com a bola irá
prejudicar esse sentido.
Segurar a bola significa envolvê-la e dominá-la nas melhores condições.
Estes exercícios pretendem ser apenas um elemento de apoio para quem é responsável pela
aprendizagem.
O tema que vamos abordar é a familiarização com a bola ou, mais vulgarmente, o manejo de bola.
Sugere-se uma organização que disponha os alunos ao longo da linha lateral do campo. É recomendável
intercalar os exercícios «parados» com os exercícios em movimento.
Exercícios
“O professor manda”
Pegando na brincadeira “O Rei manda”, uma maneira de cativar as crianças é executar estes
exercícios demonstrando e dando a ordem: o professor manda fazer, e dar sucessivamente um dos
muitos exercícios indicados. Quando estes já estão apreendidos, de vez em quando também podemos
dar a liderança, sob nossa vigilância, às crianças.
Exercícios «parados»
(a maioria também pode ser executada em deslocamento)
Toques curtos de uma mão para a outra. Tentar aumentar a velocidade de execução; só os dedos
devem tocar na bola, nunca a palma da mão. Variantes: braços estendidos à frente, acima da cabeça
(não olhar para a bola), e atrás das costas. Executar o exercício nas pontas dos pés.
Girar a bola à volta da cabeça, da cintura, dos dois joelhos, do joelho direito e do joelho
esquerdo. Variar o sentido.
Fazer o «oito» com a bola à volta dos joelhos; variar o sentido.
«Maravich»: executar sucessivamente: uma rotação da bola à volta dos dois joelhos juntos;
avançar uma perna e rodar a bola à volta dessa perna (uma vez); recuar a perna da frente e rodar a bola
uma vez à volta dos dois joelhos, agora de novo juntos; avançar a outra perna e fazer rodar uma vez a
bola à volta da perna que avançou, recuar a perna e executar de novo uma rotação da bola à volta dos
dois joelhos. Variar o sentido e fazer duas voltas em cada situação.
Manter a bola no ar, dando pequenos «toques de vólei».
De pé, pernas afastadas, agarrar a bola no meio das pernas com a mão direita à frente e a
esquerda atrás. Trocar a posição das mãos com um ressalto no chão. Variantes para os minis 8: começar
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
com a bola parada no chão para compreensão do movimento. Quando já conseguem fazer com um
ressalto no chão, trocar a posição da bola sem a deixar cair no chão.
De pé, pernas afastadas, agarrar a bola no meio das pernas com as duas mãos à frente, deixar
cair a bola e voltar a agarrá-la atrás das costas. Variantes: trocar a posição das mãos sem deixar cair a
bola no chão.
Fazer o «oito» com a bola entre as pernas, executando, ao mesmo tempo, pequenos saltos com
troca da posição das pernas.
Atirar a bola ao ar e agarrá-la sem mexer os pés. Variantes: cada vez mais alto.
Atirar a bola ao ar, dar meia volta e agarrá-la. Durante a meia volta não olhar para a bola.
Variantes: voltar para a esquerda e para a direita. Dar uma volta completa.
Atirar a bola ao ar, bater palmas duas, três, quatro vezes, e assim sucessivamente até ao máximo
de vezes.
Atirar a bola ao ar, bater palmas à frente do peito, bater nas costas e voltar a bater na frente e
apanhar. Variantes: imaginar situações diversas, bater nas ancas, nos joelhos, no chão, cruzar os braços
e bater nos ombros. Fazer combinações diversificadas consoante a imaginação de cada um.
Atirar a bola ao ar e apanhá-la atrás das costas.
Atirar a bola ao ar e apanhá-la atrás das costas, depois de fazer um batimento no solo.
Com a bola atrás das costas, atirá-la ao ar e apanhá-la à frente.
Passar a bola com um passe picado da frente para trás e de trás para a frente.
Atirar a bola ao ar e apanhá-la atrás das costas; depois, com um passe picado com as duas mãos,
passar a bola das costas para a frente. Variante: fazer a volta ao contrário.
Com a bola a bater no chão, fazer auto-passe.
Fazer auto-passe e agarrar a bola atrás das costas.
Fazer auto-passe, voltar de costas para a bola, esperar que ela passe por cima da cabeça e
apanhá-la. Não é permitido espreitar.
Exercícios em deslocamento:
Deslocamento em corrida para a frente, chega à linha lateral oposta e vem de costas, realizando
as diversas translações da bola à volta do corpo.
Deslocamento em corrida, com os braços levantados, a bola nas mãos e os calcanhares a tocar
nas nádegas. Variante: elevação dos joelhos.
Deslocamento com a bola na mão direita, realizando circundações com o braço esquerdo, e vice-
versa. Variante: executar o exercício em drible.
Em deslocamento, atirar a bola ao chão fazendo-a ressaltar bem alto e apanhá-la na sua
trajetória descendente.
Deslocamento com a bola atrás das costas, lançando-a para a frente, por cima da cabeça, e
agarrando-a sem a deixar cair no solo. Variante: com a bola à frente, e apanhá-la nas costas.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
LANÇAMENTO
Definição
Princípios
Erros mais comuns e correções
Tipos de lançamento
Definição
O objetivo do jogo de basquetebol é marcar pontos. Mas marcar pontos pressupõe saber lançar e
dominar as respetivas técnicas do lançamento de forma a ser o mais eficaz possível nesse ato decisivo
do jogo, de tal modo que a sua utilização seja automática e adequada à situação.
Tipos de Lançamento
Com a criatividade e o atleticismo dos jogadores, existe atualmente uma enorme variedade de
lançamentos, porém de uma forma geral eles podem ser agrupados nos seguintes tipos:
1. Lançamento na Passada: após drible; após receção do passe;
2. Lançamento em apoio;
3. Lançamento em suspensão: após drible; após receção;
4. Lançamento de gancho: após drible; após receção.
Lançamento na passada
Na execução deste lançamento devemos considerar os seguintes aspetos:
1. uso dos apoios: 1º em extensão; 2º em altura (fase de suspensão);
2. ângulo de aproximação (ideal) ao cesto: 45º;
3. receção da bola: a) com as duas mãos, perto do corpo e do lado exterior (proteção); b) e
conduzida para a frente da cintura e depois para cima, pelo lado do lançamento, concentrando-se o
executante no alvo;
4. a bola deve tocar na tabela acima da linha do cesto;
5. necessidade de treinar mão direita e mão esquerda.
Execução técnica:
1. Impulsão sobre a perna contrária da mão lançadora;
2. Transformar a velocidade de deslocamento em potência de salto;
3. Controlar o salto;
4. Elevação da perna (joelho) do lado da mão lançadora;
5. Concentrar-se no lançamento;
6. Aproximar o mais possível a mão lançadora do aro do cesto (ou tabela);
7. Colocação da palma da mão lançadora virada para cima (lançamento direto), ou virada para a
tabela (lançamento à tabela).
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Recomendações:
1. o executante deve recuperar o contacto com o solo de modo a manter o equilíbrio necessário
para assegurar a disponibilidade para mover-se rapidamente em qualquer direção e poder reintegrar-se
imediatamente no jogo;
2. extensão do braço que realiza o lançamento;
3. pé de chamada é sempre o contrário ao da mão que lança;
4. palma da mão voltada para a tabela.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Lançamento em Apoio
É um lançamento que se realiza com os apoios do jogador no solo.
Princípios na execução:
1. Tomada de uma posição frontal ao cesto, equilibrada e cómoda
(apontar).
Figura 29 - Michael Jordan a executar
2. Colocação da bola em posição favorável para a execução do um lançamento
lançamento (formar alavanca).
3. Concentração do lançador no alvo (cesto) olhando-o fixamente enquanto prepara o lançamento.
4. desenvolvimento de um movimento desencadeado no sentido do cesto, a partir dos apoios dos
pés no solo e terminado pela extensão total do braço e dedos da mão impulsionadores da bola
(expulsão da bola).
5. Continuação total da ação a empreender, expressa através da necessária relaxação muscular no
ato do lançamento.
O lançamento em apoio
Posição corporal:
- pés paralelos - distância à largura dos ombros;
- o pé correspondente à mão lançadora deverá estar ligeiramente adiantado (meio pé) e
"apontando" o aro do cesto;
- ligeira flexão das pernas;
- tronco direito;
- concentração total no aro do cesto.
Formar alavanca:
- colocar a bola sobre o ombro;
- não abandonar a "pega" básica da bola;
- a bola descansa sobre a mão lançadora;
- não fletir demasiado o pulso;
- braço fletido em ângulo agudo;
- cotovelo por debaixo da bola e apontando o aro;
- pé da frente, joelho , ombro, cotovelo e bola situados num mesmo plano.
Expulsão:
- extensão da perna da frente, coordenada com a do braço lançador;
- extensão do braço lançador e ação do punho e dedos imprimindo à bola um efeito para "trás";
- a bola resvala pelos dedos centrais (indicador, médio, anelar) sendo o dedo médio o de último
contacto com a bola; o braço fica estendido;
- os olhos permanecem fixos no aro do cesto.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Lançamento em suspensão
Este lançamento, relativamente à posição corporal, pega da bola e formar alavanca, é idêntico à
execução do lançamento em apoio.
A diferença situa-se na existência de dois tempos de execução: (1) impulsão; (2) suspensão.
Assim, na execução deste lançamento o jogador deverá respeitar os seguintes princípios de
execução:
Impulsão:
- flexão de pernas; salto na vertical; equilíbrio.
Suspensão:
- o jogador no ponto mais alto da impulsão deverá ficar "suspenso" no ar (limite entre a máxima
altura e o início da descida) para obter maior tempo de concentração e desequilibrar a posição
defensiva.
Expulsão:
no ponto mais alto da suspensão e no momento em que consegue ficar "suspenso" o jogador deve
expulsar a bola através de uma chicotada de pulso e dedos.
Queda:
- após o lançamento o jogador deve "cair" em equilíbrio e próximo do local da impulsão.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Lançamento de Gancho
O lançamento de gancho é geralmente executado perto do cesto perante a presença de opositores,
sendo difícil intersetá-lo quando executado corretamente. É um tipo de lançamento cuja execução
requer uma boa coordenação, ao envolver movimento da bola e do corpo (bom trabalho dos pés),
sendo importante a sua aprendizagem.
Este lançamento é especialmente apropriado nas seguintes situações:
- para concretizar situações de 1x1 próximo do cesto e perante a oposição de jogadores de estatura
superior;
- para concretização de ações ofensivas em zonas próximas do cesto (área restritiva), por jogadores
"bases";
- após drible, receção e rotação.
Técnica de execução
- proteção da bola olhando o cesto por cima do ombro, de forma a enquadrar o defensor e o cesto;
- deslocar a perna de impulsão afastando-a do defensor para ganho de posição ofensiva;
- colocação do peso do corpo sobre a perna de impulsão;
- rodar os ombros de forma a "alinhá-los" ao aro do cesto;
- elevação do joelho do lado do braço lançador, assegurando o equilíbrio do lançamento e
facilitando a impulsão vertical;
- simultaneamente às ações anteriores, elevar a pega da bola pelo lado oposto da posição do
defensor, protegendo-a o melhor possível;
- quando a bola chega um pouco acima do ombro a mão contrária à do lançamento abandona o
contacto com a bola transformando-se em proteção da bola;
- não baixar o braço de proteção;
- expulsão da bola na fase total de extensão do corpo com trabalho de pulso e dedos, completando
a rotação dos ombros e ficando em posição facial ao cesto.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
DRIBLE
Definição
Princípios de execução
Tipos de drible
Definição
O drible é o ato de lançar a bola contra o chão com uma mão, parado, a passo ou em corrida.
Regulamentarmente, um drible tem lugar quando “um jogador, de posse da bola, a impulsiona,
lançando-a, batendo-a, ou fazendo-a rolar, e tocando-a novamente antes que ela toque em qualquer
outro jogador”.
- no drible a bola deve tocar o solo;
- o jogador termina o drible no momento em que toca a bola simultaneamente com ambas as
mãos ou permite que a bola fique parada em uma ou ambas as mãos;
- não há limite para o número de passos que um jogador pode dar quando a bola não está em
contacto com a mão;
- é permitido a um jogador executar um drible de cada vez que se apodere da bola.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Conselhos:
- VER antes de driblar;
- não driblar se o passe é possível;
- não olhar para a bola;
- não driblar sistematicamente após cada receção;
Exercícios de Drible
Existem imensas formas de desenvolver a capacidade de drible dos alunos. Os exercícios seguintes
pretendem ser apenas um elemento de apoio para quem é responsável pelo processo de ensino-
aprendizagem.
Para os primeiros exercícios sugere-se uma organização que disponha os alunos ao longo da linha
lateral do campo. É recomendável intercalar os exercícios «parados» com os exercícios em movimento.
Exercícios no lugar:
De pé, pernas afastadas, driblar a bola o mais baixo possível, desenhando um 8 à volta das
pernas; Variantes: Na mesma posição, só com a mão direita à volta da perna direita e idem para a
esquerda;
Realizar saltos no lugar ao mesmo tempo que driblamos a bola com uma das mãos; Variante:
Alternar sempre a mão que dribla.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Na posição base driblar a bola atrás das costas mudando de uma mão para a outra.
Saltar no lugar em tesoura passando a bola entre as pernas sucessivamente;
Na posição base, driblar a bola ao lado do corpo da frente para trás duas vezes e trocar de mão
pela frente; Variantes: mudar de mão por baixo das pernas ou por trás das costas;
Na posição base driblar a bola dentro – fora duas vezes e mudar de mão;
Exercício Aranha: Com as pernas afastadas e fletidas, driblar a bola no meio das pernas
alternadamente com a mão direita e esquerda e com 2 dribles executados à frente e dois atrás.
Com as pernas afastadas driblar a bola sucessivamente entre pernas passando a bola de um lado
do corpo para o outro; Variantes: o mesmo exercício sempre com a mesma mão.
Todos os exercícios anteriores podem ser efetuados também de olhos fechados.
Exercícios em deslocamento
Drible de progressão com uma mão;
Drible de progressão com alternância de mãos;
Drible de progressão com passagem da bola por trás das costas;
Em ziguezague com mudança de mão pela frente sempre que mudamos de direção. Variante:
Com mudança por trás das costas, por baixo das pernas, com inversão;
Com o professor a indicar o sentido do drible;
Atletas executam drible de progressão e quando o professor levantar a mão com um certo
número de dedos estendidos, devem dizer o número de dedos estendidos e driblar para trás;
sucessivamente;
Executar seguido, uma mudança pela frente, uma pelas costas e uma por baixo das pernas;
Passagem contínua da bola por baixo das pernas;
Em estafetas ou percurso ziguezague pelos cones;
Estes são só alguns dos imensos exercícios possíveis para desenvolver a capacidade de drible. Poderiam
estar aqui muitos mais, mas cabe à capacidade de pesquisa e também à criatividade do
Professor/Treinador, adquirir novos exercícios e criar outros que achem interessantes.
Nota: Os exercícios aqui colocados não têm oposição, não significando que a única forma de
desenvolver o drible seja em exercícios sem oposição, muito pelo contrário, consideramos que os
constrangimentos oferecidos pela oposição são decisivos na adaptação e evolução da técnica de drible.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
PASSE
Definição
Princípios a respeitar na sua execução
Tipos de passe
Descrição técnica dos diferentes tipos de passe
Erros mais comuns na sua execução
Considerações gerais
O passe é uma das três técnicas básicas do jogo e que como tal merece um estudo atento e
cuidadoso.
O passe é um ato essencial na dinâmica de colaboração entre os jogadores da mesma equipa para
alcançar os diversos objetivos do processo ofensivo (Início, desenvolvimento e finalização da TDA,
criação de oportunidades de lançamento favorável no ataque posicional e controle da posse de bola),
no qual um dos jogadores, o passador, transfere o controle da bola a outro, o recetor. Esta ação requer
uma excelente coordenação entre os dois elementos, pois de contrário a equipa revelará debilidade
ofensiva perdendo sistematicamente a bola sem atingir os seus objetivos, uma vez que uma parte
significativa do jogo ofensivo desenrola-se através do movimento preciso da bola de um para outro
jogador.
Definição
O passe dá sentido ao jogo de equipa e é um dos mais importantes fundamentos ofensivos do
basquetebol. O passe também é a maneira mais rápida de movimentar a bola no jogo.
Objetivos do passe:
- fazer progredir a bola no campo o mais rápido possível;
- para obter melhores posições no campo;
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Tipos de passe:
Existe uma grande variedade de passes, dependendo da forma como cada jogador conseguir
encontrar respostas novas a situações de jogo que se modificam constantemente. Atualmente, os
passes já não se enquadram somente nos chamados clássicos, havendo várias adaptações dos mesmos.
No entanto, podemos agrupá-los de acordo com as seguintes caraterísticas:
a) com uma ou duas mãos;
b) em apoio ou em movimento;
c) direto ou de ressalto;
d) a partir de qualquer posição (alta, baixa, lateral) da pega da bola.
NOTA: Se um jogador quiser ser completo terá de dominar vários tipos de passe, uma vez que os
jogadores são cada vez mais "universais" no desempenho das suas funções.
Os passes em movimento têm como objetivo aumentar a distância a que podem ser realizados.
Neste caso, exigem um bom nível de cálculo óculo - motor.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
- em suspensão.
Também são utilizados outros tipos de passe, especiais ou acrobáticos, embora com menos
frequência, estando dependente da situação (ação a finalizar) e da capacidade técnica do passador.
Fase Preparatória
- bola segura pelas duas mãos à altura do peito;
- pega lateral;
- dedos bem afastados, de modo a que a palma da mão não toque na bola;
- braços e pernas semi-flectidas;
- cotovelos junto ao tronco;
- fixação dos ombros.
Para a Execução
- extensão simultânea dos braços e das pernas;
- expulsão da bola através de uma "chicotada" de pulsos e dedos.
Nota: para distâncias curtas podemos considerar a expulsão da bola somente pela ação dos pulsos e
dedos.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Fase Preparatória
- é idêntica à do passe de peito a duas mãos até ao momento de largar a bola
Execução
- extensão dos braços para a frente e para baixo de modo a fazer incidir (ressaltar) a bola no solo (a
2/3 da distância entre ambos) de modo a que o colega receba a bola entre os joelhos e a cintura;
- posição do corpo é mais fletida e o tronco mais inclinado à frente;
Erros a evitar
- receção feita com as mãos lateralmente;
- mau cálculo espaço-temporal, do ressalto da bola no solo, provocando dificuldades na receção.
Fase de Preparação
- bola colocada sobre a cabeça;
- pega lateral com as duas mãos;
- braços ligeiramente fletidos;
- cotovelos num plano ligeiramente mais adiantado que a bola;
- peso do corpo distribuído igualmente pelos dois pés.
Para a Execução
- fixação dos ombros e bacia;
- extensão dos braços impelindo a bola de cima para baixo;
- trabalho essencial dos pulsos na expulsão da bola.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Erros a evitar
- incompleta extensão dos braços o que afetará a força a aplicar e a distância a alcançar.
Fase de Preparação
- bola colocada por cima do ombro;
- bola segura pelas duas mãos, colocando a mão que irá executar o passe por trás e por baixo da
bola, enquanto a outra mão é colocada por cima para controle da bola;
- cotovelo da mão executora levantado;
- peso do corpo sobre o pé da retaguarda;
- ligeira rotação do tronco sobre a perna da retaguarda.
Para a Execução
- apoio firme sobre o pé da frente;
- condução da bola para a frente, com transferência do peso do corpo para o pé da frente;
- extensão do braço, com ação de pulsos e dedos no momento do passe;
- mão que segura a bola, larga-a quando se torna incómoda.
Erros a evitar
- segurar a bola só com uma mão;
- má colocação dos cotovelos, perturbando a visão;
- colocação da bola atrás da cabeça, por exagerada flexão dos braços;
A Receção
A receção está intimamente associada ao passe. A efetividade de um passe não estará concretizada
se não houver uma receção correta e eficaz. É fundamental o jogador receber a bola em boas condições
para poder desenvolver as suas ações com sucesso. Em qualquer momento do jogo, todos os jogadores
devem estar permanentemente preparados para receber um passe.
Considerando as recuperações de bola como receções de interceções de passe ou drible, podemos
concluir que a receção constitui a forma de passar da defesa ao ataque.
Um recetor hábil pode "salvar" um mau passe, enquanto um mau recetor não pode tornar um bom
passe em êxito.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
1. Receção normal
- feita com as duas mãos;
- pega lateral;
- ir ao encontro da bola, com os braços estendidos e tronco ligeiramente inclinado na sua direção e
dedos das mãos apontados na direção da bola;
- no momento do contacto com a bola, flexão dos braços, amortecendo e trazer a bola à altura do
peito.
2. Receção vertical
- receção feita ao passe picado;
- colocação de uma mão por cima e outra por baixo da bola (de modo a evitar que a bola ressalte no
momento da receção).
Fintas de Receção
O recetor tem uma grande responsabilidade não só na ação de agarrar a bola, mas também em
tornar, através da sua ação, que o passe se torne fácil e se realize com êxito. Para tal, o recetor deverá
proceder de acordo com o facto de estar na presença ou não de um opositor direto.
Deverá manter sempre a linha de passe aberta definindo a "mão alvo", designação dada à mão que
sinaliza o local onde quer e está em condições de receber a bola.
Exercícios de passe.
Em grupos de 2 frente a frente com 1 bola, executam passes variados ao comando do professor;
Variante: Os 2 com bolas, enquanto um executa um passe picado o outro executa um passe de peito;
Metralhadora - Em grupos de 4 com 2 bolas. Três jogadores em linha ou semicírculo e um jogador em
frente a eles como “jogador central”. O jogador central deve receber as bolas que lhe passam e
imediatamente devolver a um jogador que não tenha a bola recebendo de imediato novo passe da 2ª
bola.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Quatro cantos – Jogadores dividem-se em 4 colunas nos 4 cantos do meio campo, a bola deve ser
passada de uma coluna para a outra correndo o jogador que passou para o fim da coluna para onde
passou. Variante: com 2 e 3 bolas;
Jogo do meio – Grupos de 3: um jogador, no meio a tentar intersectar a bola que os outros 2
jogadores passam entre eles. Quando intersecta o passe troca de jogador no meio.
Jogo dos 10 passes – Com 2 equipas, estas devem procurar efetuar 10 passes consecutivos sem que a
outra equipa recupere a bola, esta caia ao chão ou saia do campo.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
PARAGEM
Considerações gerais
Técnica de execução
Tipos
Definição
A paragem é um elemento técnico realizado quando o jogador está em posse da bola.
A paragem pode ser realizada após drible ou após receção da bola, sendo fundamental, para o êxito
das ações ofensivas a desencadear, que ela seja realizada em boas condições (nomeadamente em
equilíbrio). Nesse sentido, e para que a mesma seja efetiva, é importante que o jogador respeite o
seguinte:
- posição corporal em equilíbrio, fletindo as pernas e colocando o centro de gravidade na base de
sustentação;
- bola próxima do corpo e protegida do defensor;
- distância dos pés e respetiva orientação, em função da velocidade de deslocamento do jogador e
da ação que pretende desencadear de seguida.
O jogador que se desloca com ou sem bola deve ter perfeito domínio do seu movimento para se
necessário realizar uma paragem brusca durante a corrida.
Tipos de Paragens
Ao nível da iniciação podemos falar em dois tipos de paragem: a paragem a dois tempos (ou
alternada) e a paragem a 1 tempo (ou simultânea).
Em ambos os casos os jogadores devem treinar a execução da paragem quer com bola quer sem
bola.
A paragem a um tempo
Realiza-se quando se apoiam os dois pés no solo ao mesmo tempo, através de um pequeno salto
rasante, e realiza-se preferencialmente quando a corrida é moderada.
Técnica de execução:
- pés paralelos;
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
ROTAÇÕES
Definição
Técnica de execução
Tipos
Definição
A rotação é a faculdade do jogador possuidor da bola deslocar o mesmo pé uma ou mais vezes em
qualquer direção, conservando o outro pé, denominado "PÉ EIXO", no seu ponto de contacto com o
solo.
As rotações são meios técnicos fundamentais para:
- proteção da bola quando o atacante já parou o drible e é pressionado pelo defesa;
- criação de melhores ângulos de passe;
- Criação de melhores situações de lançamento.
Este problema é perfeitamente visível no jogo dos principiantes, quando o jovem perante a
presença do opositor vira as costas para ele e para o cesto, com a finalidade de proteger a bola. No
entanto, tal atitude (procedimento) é negativa, pois não lhe permite ver os colegas, os adversários e o
cesto. Por consequência, este será o momento indicado para ensinar a rodar e a definir o seu objetivo.
Durante o jogo o jogador executa diversas vezes a ação de rodar para proteção da bola, para uma
mudança de direção, para um passe ou para um lançamento. Ou seja, as rotações são de aplicação
prática em quase todos os movimentos ofensivos.
Objetivo da rotação:
- proteção da bola;
- colocar o jogador em equilíbrio para um melhor rendimento dos seus gestos (realização de fintas;
de passe; de lançamento);
- permite colocar o jogador em posição de tripla ameaça.
Técnica de Execução:
- pernas semi-flectidas;
- rotação sobre a parte anterior do pé eixo;
- peso do corpo distribuído pelas duas pernas.
53
Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Nota: o trabalho de rodar está interligado com os aspetos relacionados com o equilíbrio geral
(manter o centro de gravidade na base de sustentação, rodar sobre a parte anterior do pé).
Tipos
Existem dois tipos de rotação:
(i) para a frente;
(ii) para trás.
O emprego de cada uma é resultante da situação específica. Exemplo: o jogador com bola pode
fazer rotação para trás para proteção da bola ou para abrir linha de passe.
Exercícios
Uma vez que uma grande parte dos principiantes recebe a bola de costas para o cesto, podemos
partir desta posição para a introdução e ensino dos dois tipos de rotação.
- bola nas duas mãos trabalhar todas as hipóteses de rotação;
- grupos de 2 jogadores com uma bola. Quem tem a bola tenta evitar que o opositor toque na bola,
protegendo-a através da ação de rodar;
OBS: a escolha do "pé eixo" está relacionada com a regra da progressão (art. 54 das regras) e é
determinada pelo tipo de paragem com bola nas mãos.
Só a repetição de exercícios intimamente ligados às condições de jogo permitirá obter o estado
instintivo, a disponibilidade corporal e controle de bola no caso de uma marcação pressionante.
“Gigante e anão”
Objetivo: Desenvolvimento da atenção, e capacidade de reação;
Desenvolvimento: Posicionam-se todos os participantes ao longo da linha lateral do campo voltados
para o professor. Quando o professor diz: “gigante”, todas as crianças estão de pé, de braços
levantados; quando o professor diz: “anão”, todos têm de fletir as pernas e pôr as mãos no chão. Todos
têm de obedecer à voz e não às ações do professor. No intuito de enganar os participantes o professor
deve executar o exercício, não fazendo, contudo, coincidir as suas ações com a sua indicação. Quem se
engana sai ou passa para uma linha mais atrás.
“Chuta e toque”
Objetivo: Desenvolvimento da atenção, lateralidade, definição do pé eixo e noção espacial.
Desenvolvimento: Posicionam-se todos os participantes ao longo da linha lateral do campo voltados
para o professor. Quando o professor diz: “esquerda chuta” todos as crianças dão meia volta 180º
rodando para a frente sobre o pé direito (pé eixo), avançando com o pé esquerdo.
Quando o professor diz: “esquerda toque” todos as crianças dão meia volta rodando para trás sobre
o pé direito (pé eixo). Quando o professor diz: “direita chuta” todos as crianças dão meia volta rodando
para a frente sobre o pé esquerdo (pé eixo). Quando o professor diz: “direita toque” todos as crianças
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
dão meia volta rodando para trás sobre o pé esquerdo (pé eixo). Quem se engana sai ou passa para uma
linha mais para a frente. Quem não se engana fica na mesma linha. Ganham os que menos avançaram.
Variantes: Fazer o exercício primeiro sem bola e depois com uma bola para cada um.
“Afasta e junta”
Objetivo: Desenvolvimento da atenção, lateralidade, definição do pé eixo e noção corporal espacial.
Desenvolvimento: Posicionam-se todos os participantes ao longo da linha lateral do campo voltados
para o professor pernas fletidas e pés à largura dos ombros. Quando o professor diz: “esquerda afasta”
todos as crianças afastam a perna esquerda da perna do pé direito (pé eixo) que não mexe. Quando o
professor diz: “esquerda junta” todas as crianças voltam à posição inicial. Quando o professor diz:
“direita afasta” todas as crianças afastam a perna direita do pé esquerdo (pé eixo) que não mexe.
Quando o professor diz: “direita junta” todas as crianças voltam à posição inicial. Estes exercícios devem
ser encarados como uma coreografia de grupo e serem feitos ao mesmo tempo e com o mesmo ritmo
pelo grupo inteiro.
Sugestão: Fazer o exercício primeiro sem bola e depois com uma bola para cada um.
Variante: Fazer o mesmo exercício com a indicação de “pela frente esquerda cruza” e “pela frente
direita cruza” e “por trás esquerda cruza” e “por trás direita cruza”. O pé eixo é sempre o pé que não é
mencionado na indicação de execução.
Nota: Estes dois últimos exercícios, uma vez assimilada a noção corporal de pé eixo, afastar e
cruzar as pernas e rotação sobre o pé esquerdo e sobre o pé direito e para a frente e para trás são
conceitos base que vão surgir em muitos outros exercícios e que facilitam as aprendizagens
nomeadamente dos enquadramentos, das fintas e dos arranques em drible direto e cruzado com e sem
fintas.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
CORTES
Definição
Técnica de execução
Definição
O corte é um fundamento ofensivo do jogador sem bola, sendo uma ação típica de ataque do
jogador de basquetebol. É realizado com o objetivo de ganhar uma posição ofensiva favorável a uma
receção da bola (para lançamento, para um drible, entre outros), podendo ser devido a uma iniciativa
do jogador com bola após a realização de um passe ou da iniciativa do jogador sem bola, após bloqueio
ao defensor do jogador sem bola por exemplo.
Devemos dar a maior atenção e significado à aprendizagem e treino deste fundamento, pois muitas
vezes verificamos as dificuldades tidas pelos jogadores perante a marcação agressiva por parte de um
opositor direto.
O corte está associado à mudança de direção e à mudança de velocidade.
Tipos de corte
- corte direto;
- porta atrás, corte nas costas;
- corte com mudança de direção;
- em V.
Técnica de Execução
- Corte com mudança de direção.
Na ação de cortar temos de considerar duas fases distintas: a 1ª é a preparação para o corte, i.e., o
trabalho de pernas; a 2ª é a execução do corte propriamente dito, i.e., a técnica respetiva de execução.
a) 1ª fase
- o jogador avança a perna exterior (perna contrária da direção para a qual pretende fazer o corte);
- coloca o peso do corpo sobre essa perna;
- simula o corte nessa direção.
b) 2ª fase
- avanço rápido da perna da retaguarda (de trás) para a direção pretendida;
- peso do corpo sobre essa perna;
- avanço rápido da outra perna (exterior) de modo a afastar-se do opositor e ficar livre (cruzando a
perna pela frente do opositor).
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Nota: a técnica do corte deve ter em conta tanto a posição como a reação do(s) defensor(es), i.e., o
corte não é um movimento que deva ser realizado de forma mecanizada, mas sim de acordo com a
situação real a ser enfrentada pelo jogador. Daí o cuidado a ter no ensino deste fundamento, cada vez
mais importante no jogo ofensivo do jogador sem bola.
FINTAS
Definição
Tipos de fintas
Execução técnica
Definição
As fintas são ações que visam iludir o adversário, realizando uma ação diferente (a pretendida). A
finta é sempre a expressão de uma inspiração individual.
Com a realização de uma finta, o comportamento ativo do jogador toma uma expressão prática:
- mobilizar a atenção do adversário direto;
- solicitar uma reação, tempo preparatório;
- ação real ajustada à nova situação e desencadeada por mudança de ritmo.
Tipos de fintas:
1. com bola: está relacionada com as três ações que o jogador com bola pode empreender e que
são: passar, driblar e lançar. Existem as fintas de arranque, de lançamento e combinadas (de arranque e
lançamento). Em todas elas é importante executá-las com a maior amplitude de movimento possível,
sem retirar equilíbrio à posição ofensiva do atacante.
2. sem bola ou simulações: em que o manejo dos pés e do corpo são utilizados para "iludir" o
adversário relativamente às suas verdadeiras intenções.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
MUDANÇAS DE DIREÇÃO
Definição
Técnica de execução
Definição
O atacante deverá, mediante a sua mobilidade permanente, conduzir o seu adversário direto numa
determinada direção, para libertar o espaço desejado para os seus objetivos: "desvio numa direção para
abrir outra via".
Técnica de execução:
1. paragem do movimento sobre o pé avançado;
2. peso do corpo sobre esse pé;
3. avanço do pé recuado para a frente e no sentido contrário, com transferência do peso do corpo.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
DESMARCAÇÃO
Objetivo:
1. "ameaçar" diretamente o cesto;
2. ajudar os colegas para jogar a bola (realizar um passe).
Princípios:
As ações do jogador sem bola devem situar-se num contexto coletivo e os deslocamentos, mesmo
os mais simples, devem ser ordenados tendo em conta a interação "atacante-defensor", mas também as
relações entre os próprios atacantes no seio da equipa.
A desmarcação para receber um passe é uma das chaves do sucesso de qualquer sistema ofensivo,
devendo os jogadores saber usar duas técnicas específicas para desmarcar-se (abrir linha de passe): (1)
o corte em V; (2) e o corte para a bola.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
O ATAQUE DE POSIÇÃO
Objetivos
Princípios táticos
Bases gerais do sistema 1:2:2 ou “cinco abertos”
A movimentação proposta para a fase final da transição, procura em 1º lugar uma finalização rápida
e eficaz. No entanto, e se tal não for possível, possibilita uma continuidade das ações da transição
defesa-ataque e uma sequência estrutural com a fase do ataque organizado.
Pretende-se que a partir do meio campo, o portador da bola no corredor central coordene os seus
movimentos, de modo a dispor de duas linhas de passe mais avançadas, observando a movimentação
dos jogadores nos corredores laterais para uma eventual finalização.
Caso não recebam a bola para finalizar, estes jogadores (jogadores 2 e 3) continuam o seu
movimento em direção ao cesto, cortam até ao cesto no prolongamento da linha de lançamento livre e
continuam naturalmente o seu movimento, trocando de corredor e posicionando-se como extremos
altos (Figura 33).
O jogador que ocupou a estação de receção mais recuada (jogador 4), deve também (como referido
anteriormente) correr à frente da bola, criando uma linha de passe no corredor central no momento do
desenvolvimento da transição, e cortando para o cesto no momento de finalização/entrada no ataque
posicional, procurando receber a bola após a saída dos jogadores 2 e 3 da área restritiva. Não
recebendo deve sair para o canto do lado oposto à bola, ocupando uma posição de extremo baixo. O
jogador que recuperou o ressalto ou colocou a bola em jogo, jogador 5 na figura 34, deve ocupar o
corredor central do lado oposto ao jogador que conduz a bola, criando uma linha de passe de
segurança, devendo no meio campo ofensivo cortar para o cesto, e não recebendo sair para o lado da
bola, ocupando também uma posição de extremo baixo.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Figura 34 – Finalização da TDA - Integração do jogador 4. Figura 35 – Finalização da TDA – Integração do jogador 5.
No corte para o cesto destes jogadores é fundamental a noção do seu “tempo” de corte.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Na fase do ataque posicional a adoção do sistema 1:2:2 para jovens em fase inicial de formação, é
justificada por assegurar o preenchimento dos espaços de forma equilibrada, permitindo a fácil
reposição da estrutura na sequência de uma ação. As ações do jogo são desenvolvidas em função do
lado onde se encontra a bola (lado da bola e lado contrário da bola).
Do lado da bola consideramos como ações fundamentais o 1x1 e 2x2, ocorrendo estas últimas nas
formas de "passe e corte" e na exploração dos "aclaramentos".
Para o atacante sem bola preconiza-se movimentações no sentido de possibilitar a sua receção, no
respeito das seguintes orientações: (1) dar prioridade às ações dos atacantes do lado da bola; (2) intervir
sempre que do lado da bola não surja nenhuma ação com possibilidade de finalização.
Ao atacante sem bola do lado contrário exige-se que a sua ação dê continuidade ao ataque, quer
pelo 1x1, quer pela associação após receção do passe.
Este modelo de jogo tem como objetivo jogar numa estrutura onde os 5 jogadores se encontram
afastados entre si cerca de 4 metros (aproximadamente 4 passos para referências mais reais e mais
adequadas à estatura/idades dos jogadores) indo de encontro aos pressupostos abordados
anteriormente. Este afastamento entre os jogadores, tal como verificámos, é uma condição importante
para ajudar a resolver alguns problemas caraterísticos dos jogadores em iniciação desportiva, como
sejam a atração pela bola ou a aglomeração em torno da mesma.
Propõe-se que a estrutura inicial assente num jogador na posição de base (no corredor central),
dois jogadores nas posições de extremo alto (no prolongamento da linha de lance livre), e dois
jogadores nas posições de extremo baixo (junto à linha final).
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Nesta fase inicial, a movimentação subjacente a esta estrutura é o passe, corte e reposição. Estes
são os princípios da movimentação coletiva:
- Quem faz passe penetrante (passe em que a bola se aproxima do cesto no sentido da sua
profundidade, 1 para 2 por exemplo), corta mostrando a mão alvo e segue para o lado contrário da bola
(sempre a ver a bola) (Fig. 37 e 38);
- Quem faz passe não penetrante (passe em que a bola se afasta do cesto no sentido da sua
profundidade, 2 para 1 por exemplo), corta mostrando a mão alvo e regressa para o mesmo lado onde
estava (Fig. 39 e 40);
- Quem repõe (corte em “v”) e não tendo linha de passe deve contar até 3 e cortar como se tivesse
passado – corte à sobremarcação.
(ATENÇÃO: dar prioridade ao colega se ele entretanto passou).
Figura 37 - Exemplo de movimentação após passe penetrante Figura 38 - Exemplo de movimentação após passe
1-2. penetrante 2-5.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Nesta situação 5 pode voltar para o Ou cortar para lado oposto com 2 a
mesmo lado. repor a posição vaga.
O jogador que recebe a bola tem que saber: como recebe; como protege a bola; como faz as
rotações; como faz os arranques, entre outros aspetos fundamentais do jogo.
O jogador que passa, o que faz? Após um passe o jogador tem que saber quando e como é que
tem que cortar; tem que saber que um corte não é apenas uma movimentação que se faz para libertar
um espaço, mas tem que saber que um corte é feito para tentar, em primeiro lugar, receber a bola.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Na construção e desenvolvimento dos conteúdos técnicos e táticos ofensivos, deve utilizar-se como
metodologia, para além das situações de 5x5, o recurso a estruturas parcelares de 1x1; 2x2 e 3x3. As
estruturas referidas são as predominantes no jogo oficial de 5x5, sendo essencial desenvolvê-las a nível
de treino.
1x1
A ação de 1x1 é uma componente fundamental no jogo de basquetebol. O jogador deve conseguir
através dos seus atributos técnicos, táticos e físicos criar desequilíbrios e ruturas no sistema defensivo
adversário, proporcionando a criação de situações de lançamento vantajosas para si ou para um colega
de equipa. O desenvolvimento dos fundamentos técnicos referidos anteriormente, nomeadamente, as
paragens, as fintas, o drible e o lançamento, são cruciais para que existam ações de 1x1 bem-sucedidas.
2x2
Bloqueio Direto
Por bloqueio direto entende-se a ação ofensiva realizada por um atacante não possuidor da bola
sobre o defensor do possuidor da bola com o objetivo de libertar o colega da marcação adversária.
Figura 42 - Exemplo de Bloqueio direto com finalização Figura 43 - Exemplo de Bloqueio direto com finalização
do jogador 2 que recebe o bloqueio de 1. do jogador 1 que efetua e desfaz do bloqueio.
Passe e corte
Passar e cortar é uma ação tática do basquetebol que consiste na tentativa por parte do jogador
que passa a bola de imediatamente se desmarcar, movimentando-se na direção do cesto.
Aclaramento
Aclarar é uma ação tática de basquetebol que consiste no libertar do espaço ocupado previamente
pelo jogador sem bola (jogador 2 na fig. 44), permitindo ao jogador com bola (jogador 1 na fig. 45)
ocupar esse espaço e retirar eventuais vantagens do mesmo.
O jogador deve aclarar sempre que:
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Bola à mão
A ação tática “Bola à mão” consiste no ato de ir buscar a bola à mão de um colega de equipa,
criando com esta ação uma perturbação na ação defensiva. É utilizada principalmente entre jogadores
exteriores, mais habilidosos na ação de drible, e jogadores interiores. A “bola à mão” pode resultar
muitas vezes num bloqueio direto do interior ao exterior.
3x3
Bloqueio Indireto
Para além de todas as ações táticas referidas no 2x2, acresce, no 3x3, o bloqueio indirecto –
bloqueios realizados por um atacante não possuidor da bola sobre o defensor de outro atacante não
possuidor da bola com o objetivo de libertar linhas de passe mais ofensivas e favoráveis para um dos
jogadores.
Figura 47 - Exemplo de Bloqueio indireto efetuado pelo Figura 48 - Exemplo de Bloqueio Indireto de 1 a 3 com
jogador 1 a 3. finalização de 1 após desfazer do bloqueio (criação de 2ª
linha de passe).
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Justificação regulamentar
Um jogador tem o direito de tomar qualquer posição no campo de jogo, não ocupado por outro,
desde que dessa posição não resulte contacto físico.
Princípios
1- Quem bloqueia deve movimentar-se dirigindo-se ao encontro do defensor a bloquear. O
atacante que beneficia do bloqueio deve aproximar-se do defensor, fixando a sua atenção.
2 - O bloqueador define o bloqueio não provocando o contacto com o defensor. O atacante que
dele beneficia, só deve movimentar-se sobre o bloqueio depois do jogador que o realiza se ter
imobilizado.
3 - O bloqueador deve manter e sustentar o bloqueio até o atacante bloqueado ter ultrapassado a
sua linha de ombros.
A passagem pelo bloqueio deve realizar-se segundo uma trajetória que impeça a interposição de
um qualquer defesa entre quem bloqueia e quem beneficia do bloqueio (passagem "ombro a ombro").
4 - O bloqueador deve retomar imediatamente o contacto visual com a bola, desfazendo o
bloqueio.
Técnica de execução
Ação do bloqueador:
- pés afastados, sensivelmente à largura dos ombros, permitindo manter uma posição corporal
equilibrada e uma mais ampla base de sustentação.
- pernas semi-fletidas permitindo o abaixamento do centro de gravidade, de que resultará um
maior equilíbrio e velocidade de deslocamento nas ações subsequentes;
- tronco ligeiramente inclinado para a frente;
- linha de ombros do bloqueador perpendicular à linha de ombros do defensor (com exceção do
bloqueio cego);
- braços cruzados ou justapostos, à altura do peito, funcionando como proteção ao choque do
defensor;
- manter o controlo visual da bola;
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA
Considerações Gerais
. Evolução
. Requisitos para se tornar um bom defensor
. Técnica individual defensiva
. Princípios básicos
. Defesa coletiva
Definição
Defesa - situação de jogo na qual uma equipa se opõe às ações da equipa de posse da bola, com a
finalidade de evitar que ela marque um cesto e se possível recuperar a posse daquela.
Considerações gerais
Através da ação defensiva uma equipa pretende impedir que a equipa adversária consiga marcar
cesto e, por outro lado, tentar ganhar a posse de bola.
A defesa individual é a primeira forma de marcação que consideramos na fase inicial da abordagem
ao basquetebol, na qual cada defensor é responsável pela marcação a um opositor.
A defesa individual pode ter outras designações de acordo com os objetivos e a fase em que se
inserem os jogadores na sua preparação.
O facto de o regulamento do jogo "proteger", em certa medida, o atacante, ao não permitir o
contacto físico, coloca o defensor em desvantagem. Também se juntarmos a grande gama de
argumentos ofensivos que os jogadores atualmente possuem, concluiremos que a tarefa defensiva é
extremamente difícil e árdua. Esta complexidade é também transferida para o ensino da defesa onde os
jovens são pouco recetivos à atividade defensiva e na qual se empenham pouco. É necessário transmitir
a ideia que é tão importante o jogador que marca cestos, como aquele que impede o adversário de o
conseguir. Ou seja, o trabalho defensivo é decisivo, requerendo muita concentração da parte dos
praticantes, exigindo que esteja numa atitude ativa e não passiva.
"O ensino da defesa requer muito mais psicologia da parte do treinador do que o ensino do ataque"
(John Wooden).
Para Bobby Knight "A chave do êxito defensivo é o de não permitir bons lançamentos e de não
deixar circular a bola como o atacante deseja. Como tal é necessário ter em conta: Bola-Posição-jogador
".
a) Bola: cada jogador deve saber onde se encontra a bola e a todo o momento, quando está a ser
driblada, lançada ou passada.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
c) O atacante: se o atacante é o portador da bola, a defesa exercerá uma forte pressão sobre ele.
Se não tem a bola, ele deverá sentir dificuldade em a receber.
Ensinaremos aos jogadores a reagir em função das situações do jogo, do trabalho coletivo e do tipo
de defesa escolhido.
Evolução
Na origem do jogo de basquetebol, os jogadores estavam mais atentos à movimentação da bola do
que à marcação ou desmarcação dos adversários. Daí os fenómenos da "atração da bola" e do
"alinhamento com a bola" serem as caraterísticas mais importantes da observação do jogo neste
período.
O primeiro sistema de defesa empregue foi o Homem-a-Homem (H/H), no qual cada jogador tem a
incumbência de marcar um determinado adversário ficando responsável por todas as ações ofensivas do
mesmo.
No início este tipo de defesa era executado logo após a perda da posse da bola pela equipa.
Posteriormente foi determinado que os jogadores, após a perda da bola, recuassem para as
proximidades da linha central (meio-campo) e somente aí exercessem a sua ação defensiva.
A constante evolução e aperfeiçoamento da técnica ofensiva tornou necessária a introdução de
diversas adaptações ou variantes no sistema básico da defesa H/H, na tentativa de torná-la mais
eficiente e produtiva. Atualmente são usados os seguintes processos derivados da defesa H/H:
- H/H a todo o campo ou meio-campo;
- H/H com pressão sobre o portador da bola ou sobre um jogador em particular;
- H/H com ajudas;
- H/H com flutuação;
- H/H estrito (sem trocas de jogadores);
- Misto (individual+ zona).
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
A defesa individual
. Definição
. A posição básica defensiva, enquadramento, deslocamentos e amplitude visual
. A defesa ao jogador com bola
. Defesa aos jogadores sem bola: lado da bola e do lado contrário da bola
Defesa Individual - é o conjunto das técnicas defensivas. Para defender bem é indispensável
dominar o conjunto das técnicas individuais defensivas, i.e., tudo o que o jogador deve saber quando
defende contra um jogador da outra equipa.
Não se deve confundir a defesa H/H com a defesa individual, dado que a defesa H/H é um sistema
tático, pelo que diz respeito à organização das ações defensivas dos jogadores.
Nota: no sistema de marcação H/H o defensor deve marcar o adversário em relação à bola,
portanto o predomínio da ação defensiva é dirigido ao jogador adversário e não à colocação da bola.
Quando o atacante com bola muda de direção o defensor deve ajustar, rodando sobre o pé exterior
(pé contrário ao da nova direção) e recuando o pé livre, recuperando o pé da rotação até tomar a nova
posição defensiva.
Durante a ação defensiva é importante o jogador manter o equilíbrio, quer estático quer dinâmico.
Entendemos por:
Equilíbrio estático - atitude que visa permitir uma reação rápida e favorável do jogador. Define-se a
partir da posição base, tanto ofensiva como defensiva (nesta utiliza-se os braços para impedir ou
dificultar as ações da bola por parte do atacante).
Equilíbrio dinâmico - o movimento perfeitamente controlado, que visa um total aproveitamento e
utilização de si próprio num dado momento.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
2. Princípios Fundamentais
Movimentação, em pequenos e rápidos deslocamentos (deslizamento tipo "boxeur"), sem cruzar os
pés, nem saltar, mantendo sempre um equilíbrio constante.
Amplitude visual, o defensor deve manter sempre integrado, no seu campo visual, o adversário e a
bola.
Colocação, conforme os objetivos defensivos, mas de uma maneira geral sempre entre o adversário
e o cesto, i. e., enquadrado com a bola.
Princípios Básicos
1. Parar (pressionar) a progressão da bola em drible ou conduzi-la para o seu lado fraco.
2. Pressionar o jogador que parou a progressão em drible (sit. 1x1 ou 2x1).
3. Impedir os passes penetrantes entre:
- bases X extremos;
- bases X postes;
- extremos X postes.
4. Pressionar o possuidor da bola forçando-o a cometer erros.
5. Recuperar a posição perdida, através de movimentos rápidos de perna.
6. Impedir a penetração do atacante na área restritiva em condições de fácil receção da bola.
7. Passar por "cima" dos bloqueios.
8. Fechar as linhas de fundo e laterais.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Funções Específicas
a) Defesa aos Bases
- obrigá-lo a driblar com a mão menos hábil;
- desviar o driblador para os corredores laterais do campo;
- não acusar as fintas (não saltar, nem alterar a posição corporal);
- fechar as linhas laterais e finais na zona próxima do cesto (abaixo da linha de lance livre);
- defender tendo como prioridade impedir:
- lançamento;
- passe;
- penetração.
- com bola, condicionar o atacante para a linha lateral e final, orientando os apoios para a linha
lateral;
- em movimento, sem bola, em zona próxima do cesto marcar pela frente por cima, se está do lado
forte, ou formando um triângulo de ajuda, se está do lado fraco;
- em movimento com bola, em zona próxima do cesto marcar bem em cima com os dois braços
levantados e recuperando sempre a posição defensiva com movimentos rápidos de pés.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Objetivo
-desviar;
- parar;
- pressionar.
Posição e movimentação
- distância de um braço;
- enquadrado com a bola;
- deslizamento tipo "boxeur".
Em Drible
- Condicionar o jogador atacante para a linha lateral ou final, desviar do corredor central;
- recuperar após mudança da mão ou inversão.
Casos Específicos
Quando Lança
- impedir lançamento;
- saltar "depois de" e nunca "antes de";
- bloqueio defensivo.
Quando passa
Passo atrás - recuperação da visão simultânea da bola e homem, na direção em que a bola foi
passada.
Figura 52 – Alteração da posição defensiva em reação ao Figura 53 – Alteração da posição defensiva em reação ao
passe - Defesa do corte pela frente.
passe.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Quando corta
- Sobremarcação do corte pela frente;
- Recuperação da posição no corte por detrás;
- Recuperação de recurso no caso de o perder de vista.
Casos Específicos
Quando corta pela frente:
Sobremarca - regra da aproximação do atacante da posição da bola.
- Braço do defensor, do lado da bola, sobre a linha de passe com a palma da mão avançada e
voltada para a bola.
- Pés colocados 3/4 à frente da posição do atacante.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Posição e Movimentação
Posição básica defensiva (em ajuda);
Definição do triângulo de ajudas;
Visão periférica (bola e atacante);
Movimento dos braços (reação rápida).
Casos Específicos
Quando corta pela frente
- sobremarca - regra da aproximação.
1. Poste Alto
Objetivo:
- impedir a receção de passes penetrantes.
- se recebe a bola, duas hipóteses:
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Posição e movimentação
- sobremarcação a 3/4 do lado da bola
2. Poste Médio
Posição e movimentação
- sobremarcação a 3/4:
(i) pelo lado da bola - se a bola acima da linha de lance livre;
(ii) pelo lado da linha final - se a bola abaixo da linha de lance livre.
Figura 58 – Defesa ao Poste médio – Lado da bola. Figura 59 – Defesa ao Poste Médio com bola no canto.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
2ª - Combinar os aspetos fundamentais da defesa individual com a defesa zona, tendo como
preocupação fundamental a de deter a progressão da bola;
3ª - Dividir a defesa em lado da bola e lado da ajuda:
- Do lado da bola, deverá ser pressionado o seu possuidor e impedidos os passes de
penetração;
- Do lado da ajuda, deverá ser prestada toda a atenção à posição da bola, sem perder de vista
os adversários diretos.
Cada jogador defensivo, do lado da ajuda, formará um Triângulo cujos vértices são constituídos pela
bola, ele próprio e o adversário direto, e a base uma linha dirigida desde o seu adversário direto até à
bola (Fig. 60)
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
Figura 63 – Ilustração da linha cesto-cesto e da divisão do campo em lado da bola e lado da ajuda.
Os princípios defensivos a aplicar por cada jogador variam em função deste princípio, devendo os
jogadores constantemente ajustar a sua posição caso estejam do lado da bola ou do lado da ajuda.
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Figura 64 – Posicionamento defensivo com bola acima Figura 65 – Posicionamento defensivo com bola abaixo
da linha de lance livre. da linha de lance livre.
Defesa Coletiva
A defesa torna-se coletiva a partir do momento em que se joga 2 contra 2. Por consequência, o
trabalho defensivo far-se-á sempre em colaboração e tendo em conta as reações dos colegas.
Desde a iniciação que os jogadores devem ter a noção de responsabilidade pessoal e da
responsabilidade coletiva (grupo).
As defesas de base são: homem-a-homem e à zona.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
DEFESA À ZONA
. Conceitos gerais
. Tipos de defesa por zonas
. Análise da defesa à zona 2:1:2
Introdução
O estudo e a análise da defesa à zona permite identificar não só pontos de semelhança como
analogias na sua aplicação prática ao processo defensivo das equipas, para além dos conceitos gerais
que deram origem à defesa à zona como tática defensiva.
Existem muitos pontos comuns entre este tipo de defesa e a defesa homem-a-homem (H/H). A
marcação do jogador com bola obedece, na defesa zona, aos mesmos princípios da marcação definida
na teoria da defesa H/H com ajudas.
Podemos afirmar que os conceitos e os princípios gerais equacionados para a defesa H/H
interpretada segundo a teoria das ajudas, presidem igualmente à interpretação atual da defesa à zona.
Objetivo
O objetivo primordial da defesa à zona é impedir que o ataque faça lançamentos de elevada
percentagem de eficácia, mobilizando os seus pontos fortes para neutralizar os pontos fortes do ataque.
O dispositivo inicial de defesa ocupado pela zona representa o ponto de partida para os
movimentos coordenados dos defensores de modo a oporem aos atacantes uma muralha defensiva que
apenas admita os lançamentos de mais baixa percentagem.
Por isso é importante que o professor tenha uma visão global correta dos princípios fundamentais
que deve aplicar na preparação.
Princípios Fundamentais
1. Princípio da movimentação unitária - significa que a qualquer deslocação de um defensor na área
de pressão sobre a bola correspondem deslocações e movimentos coordenados dos outros quatro
defensores.
A aplicação deste princípio respeita o princípio dos triângulos defensivos que se apresenta na teoria
da defesa homem-a-homem com ajudas, e exige também que se obrigue o ataque a definir um lado
forte e um lado fraco. À defesa à zona interessa que as situações de lançamento sejam limitadas às
áreas de menor percentagem dos lançadores e para o conseguir a movimentação unitária é sem dúvida
o primeiro princípio a respeitar por todos os defensores.
2. Distribuição de áreas de responsabilidade individual - este princípio estabelece que a ação
defensiva do defensor se exerce com uma definição concreta de uma área de responsabilidade
individual. De acordo com este princípio cada defensor deve ter presente qual o limite da sua
intervenção.
3. Ocupação das áreas de ressalto - os defensores têm de avaliar rapidamente quais as áreas de
ressalto que devem ocupar quando os lançamentos são executados de certas áreas de lançamento.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
4. Ocupação das linhas de passe - o conhecimento das áreas vulneráveis e a pressão sobre a bola
permitem que os defensores fechem as linhas de passe e neutralizem os lançamentos de determinadas
áreas por agressividade e antecipação.
5. Fechar linhas de corte - os defensores devem impedir os cortes diretos para o cesto obrigando os
atacantes a deslocarem-se em trajetórias curvas e longas e por fora da zona.
6. Ocupar as áreas de lançamento de elevada percentagem - os defensores devem pressionar a bola
sempre que o atacante ocupe uma área de elevada percentagem de lançamento.
Figura 66 – Ilustração da defesa zona Figura 67 – Defesa zona 2:1:2 com bola Figura 68 – Defesa zona 2:1:2 com bola
2:1:2. no extremo. no canto.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
O ENSINO DO BASQUETEBOL
1. Os Métodos
Preconizamos a adoção de um processo pedagógico que se fundamenta na vivência de situações
concretas de jogo, que solicitam objetivamente ao aluno a aplicação e a consequente aprendizagem de
um determinado equipamento técnico, tático e regulamentar. Deste modo, tudo quanto se ensinar
deve corresponder às soluções exigidas pelas situações concretas do jogo, sendo recebido com outra
compreensão. A concretização deste método de ensino é feita através dos seguintes elementos:
a) Jogo.
O jogo de 5x5 é o ponto de partida de toda a ação de ensino. Através da sua prática o aluno pode
viver e sentir a realidade, aprender a discernir as situações e compreender as suas dificuldades e o
correspondente valor da aprendizagem da técnica. Durante, ou após os vários períodos de jogo
proporcionados nas aulas, fazemos a análise crítica ao jogo realizado, salientando as ações positivas de
cada um dos intervenientes, seguida de uma informação sucinta das ações que vão ser incluídas nas
sessões seguintes. O valor inicial do jogo formal mantém-se ao longo de todo o processo de
aprendizagem na medida em que é oportunidade para determinar a informação pedagógica e realizar a
oportunidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos;
b) Informação Pedagógica.
A evolução da qualidade de jogo implica a transmissão de conhecimentos, os quais devem
corresponder a necessidades dos praticantes, observadas a partir das situações criadas pela prática do
jogo formal. Os períodos de informação pedagógica representam a parte concreta do ensino
propriamente dito e dependem das observações efetuadas durante os períodos de jogo formal em que
se anotam os erros cometidos na execução das técnicas de base. Em termos de informação, utilizamos
dois tipos: (i) a informação sistematizada - organizada na base do programa a transmitir; e (ii) a
informação ocasional - suscitada pelo decorrer das situações ou pela solicitação direta dos alunos;
c) Os exercícios.
Utilizamos os exercícios para promover a aprendizagem e a melhoria dos elementos técnico-táticos
do jogo. Cada exercício tem uma finalidade e significado concreto em relação ao que se pretende
ensinar e à realidade do jogo. Um bom programa de exercícios é uma condição básica para a ação
pedagógica do professor e constitui um meio eficiente para tornar o ensino atraente e de acordo com os
interesses dos alunos. O grau de complexidade e exigência dos exercícios deve ser tal que permita que
os alunos os executem, sendo a intervenção no “terreno” o meio privilegiado de que dispomos para
dirigir a aprendizagem, pelo que o valor do exercício decorre essencialmente da sua condução;
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
d) Observação.
A observação constitui um elemento muito importante deste método. É a partir de uma boa
observação durante o jogo formal que podemos organizar bons períodos de informação pedagógica.
Através da observação dos desempenhos motores dos alunos, conseguimos identificar as ações
individuais, positivas e negativas, que devem constituir o ponto de partida para o ensino-aprendizagem
a levar a efeito;
e) Competição.
Organizamos a prática do ensino e do treino de acordo com o plano e programa que desejamos
cumprir, contemplando a aquisição das técnicas, a exercitação das ações individuais e coletivas, através
da prática do jogo realizada pelos alunos nas aulas.
Em conclusão, esta é a forma de atuação por nós utilizada no ensino da modalidade de basquetebol
de acordo com a conceção referida anteriormente. Pretendemos que os alunos adquiram, através da
vivência prática, da exercitação e reflexão teórica, os instrumentos necessários para o desempenho da
sua profissão.
2. O Ensino da Técnica
No sentido de cumprir o objetivo da disciplina no que concerne à aquisição, aperfeiçoamento e
domínio dos gestos técnicos fundamentais, damos a conhecer o tipo de metodologia, por nós utilizada,
para o ensino dos elementos técnicos:
1) Explicação da técnica.
Em que dizemos o que tem de ser aprendido e executado, salientando a finalidade e as situações da
sua utilização mais frequente. Não podemos ensinar sem explicar, i. e., indicar as finalidades, situações
de utilização e descrevendo globalmente a técnica a realizar.
A explicação é acompanhada de demonstração, caso contrário não resulta, sobretudo se quem
aprende não tem qualquer imagem daquilo que se explica;
2) Demonstração.
Através da demonstração damos ao aluno uma imagem daquilo que vai ser ensinado. Na
demonstração acentuamos os pontos mais importantes, recebendo o aluno as primeiras noções sobre o
elemento, as quais devem transmitir uma imagem de uma execução correta no sentido do modelo que
se pretende atingir. Na impossibilidade de sermos capazes de demonstrar, recorremos a um aluno, se
possível praticante da modalidade, e capaz de efetuar a demonstração pretendida. Caso contrário,
socorremo-nos de filmes, fotografias ou desenhos para essa demonstração. Seguimos uma
apresentação global em que a explicação, a demonstração e a primeira execução são realizadas de
acordo com a totalidade do que se pretende ensinar. A demonstração correta é a grande prevenção
contra a aquisição errada das técnicas;
3) Execução.
Após as duas fases anteriores o aluno executa, procurando reproduzir a demonstração, a que se
segue a repetição;
4) Correção.
Antes da correção caraterizamos as causas dos erros que surgem na exercitação, pois as medidas
pedagógicas e metódicas terão de ser orientadas no sentido da eliminação destas causas. Isto é, corrige-
se, eliminando as causas do erro;
5) Repetição.
Nesta fase o aluno repete sucessivamente a execução corrigindo-a até que se verifique a
consolidação da técnica que há-de conduzir à formação do hábito de execução correta. A repetição só
tem significado quando salientamos a importância dos pormenores, conduzindo à fixação das técnicas.
Uma vez aprendidas, segue-se a fase de automatização, enquanto o treino e a sua intensidade conduz a
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
uma fase de maior eficiência. Durante todo este processo, avaliamos os progressos dos alunos e
procedemos a correções tendo em vista a eficiência da execução.
Em síntese: este processo pedagógico, de ensino de uma técnica, obedece aos seguintes princípios
da aprendizagem: explicação; demonstração; execução; correção; repetição e avaliação da eficiência.
3. O Ensino da Tática
A análise deste ponto pretende dar a conhecer a metodologia seguida para dar cumprimento ao
objetivo da disciplina que determina o seguinte: compreensão, domínio e vivência dos princípios táticos.
Com a prática dos elementos táticos do jogo, pretendemos, nas nossas aulas, que o alunos: (1)
Desenvolvam a capacidade de perceção para a correta avaliação da situação de jogo durante a atividade
do mesmo (compreensão e análise da situação de jogo); (2) Desenvolvam a capacidade de escolha das
atuações de jogo mais convenientes na base de uma correta avaliação; (3) Adquiram formas de
atuações práticas para a resolução tática correta de situações de jogo; (4) Utilizem a iniciativa tática no
jogo.
O ensino dos elementos de natureza tática exige que se sigam os princípios da progressão para que
se obtenha uma coordenação das ações táticas no que diz respeito ao ataque e à defesa. Desta forma,
para dar ao cumprimento aos pressupostos anteriores, utilizamos o seguinte procedimento: (i)
começamos com a análise de ações de um só jogador; (ii) passamos à análise de ações com dois
jogadores; e (iii) por fim, analisamos as ações com três até se juntar às de cinco jogadores. Deste modo,
recorremos ao método parcial, fracionando o sistema tático (ofensivo e defensivo) em situações de 1x1,
2x2 e 3x3 que são transformados em exercícios de aprendizagem e treino.
Seguindo este processo, os alunos aprendem o sistema de jogo, os fundamentos necessários à sua
execução, adquirem a sincronização necessária, fixam os hábitos dos companheiros e os sinais de
comunicação para atuarem com eficiência.
Por outro lado, e tendo como objetivo possibilitar aos alunos uma melhor compreensão e
consciencialização sobre o significado e aplicação dos princípios táticos de jogo, durante os momentos
de Jogo Formal, procedemos da seguinte forma: (i) apresentamos imagens, esquematizadas, sobre a
tática de jogo; (ii) estabelecemos objetivos táticos de cada grupo ou equipa; (iii) procedemos à avaliação
tática do jogo; (iv) analisamos os erros táticos dos intervenientes no jogo.
Deste modo, os processos táticos propostos privilegiam o desenvolvimento individual, estimulando
uma forma inteligente de interpretar o jogo, de modo a permitir que o aluno vá dominando, de forma
consciente e progressiva, os seus aspetos, para que possa, concluída a sua formação, ser eficaz no
desempenho da sua função docente.
Conclusão:
A orientação pedagógica seguida para a transmissão da matéria, tem sempre em conta a exigência
no ensino das técnicas básicas da modalidade e que são suporte às estruturas de jogo preconizadas. Por
outro lado, a progressão da aprendizagem é essencialmente função dos problemas que surgem no
decorrer do processo de ensino e que os alunos podem resolver mais ou menos rapidamente de acordo
com as suas capacidades e grau de evolução. As soluções são encontradas pela intervenção do
professor durante os períodos de informação pedagógica e pela prática de exercícios técnicos, prática
esta que é feita em função do aperfeiçoamento que se pretende obter para uma melhor participação no
respetivo processo. De igual modo, a progressão do ensino é essencialmente função do programa a
transmitir, da ordenação criteriosa das técnicas e das dificuldades encontradas pelos alunos no decorrer
do processo. Tal como historicamente se processou a evolução do jogo, também aqui as diferentes
técnicas aparecem em função dos problemas concretos postos pela prática do jogo.
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Estudos Práticos I – Basquetebol 1º ano
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