Apostila TJ-SE - Atualizada
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Como ler a paixão se a paixão é quem nos lê? Sim, a paixão é quando nossos incons-
cientes pergaminhos sofrem um desletrado terremoto. Na paixão somos lidos à nossa
revelia.
OBRA
PRODUÇÃO EDITORIAL
EDIÇÃO
MAIO/2023
Copyrigts© 2023
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos
pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998. Nenhuma parte
deste material poderá ser reproduzida, transmitida e
gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por
fotocópia e outros, sem a prévia autorização,
por escrito, da editora Instituto Educar.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA...............................................................................................................5
RACIOCÍNIO LÓGICO................................................................................................................69
ADMINISTRAÇÃO...................................................................................................................122
DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................175
DIREITO CONSTITUCIONAL...................................................................................................202
DIREITO PENAL.......................................................................................................................240
DIREITO PROCESSUAL PENAL...............................................................................................257
DIREITO CIVIL..........................................................................................................................286
DIREITO PROCESSUAL CIVIL..................................................................................................308
CÓDIGO ORGANIZACIONAL JUDICIÁRIO............................................................................347
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE SERGIPE LEI N° 2.148-
1977.........................................................................................................................................356
QUESTÕES................................................................................................................................412
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LÍNGUA PORTUGUESA
1
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplos:
Entenda mais sobre classes
de palavras!
1. Aqueles meus três amigos chegaram
2. Um livro do Zé ficou comigo
Substantivo
3. Esses oito apartamentos serão vendidos.
4. Alguns poucos meninos pobres viajaram. Os substantivos são palavras utilizadas para nomear
seres, objetos, sentimentos, cores, entre outras coisas.
Costumam ser variáveis e são subdivididos em algumas
1.2 - O ADVÉRBIO E SEUS NÚCLEOS categorias:
Derivado: é o nome que tem origem (deriva) em outro “Ela tem um espírito livre.”
substantivo, estando normalmente relacionado a ele.
Adjetivos compostos: possuem mais de uma raiz.
“Traga-me o açucareiro, por favor.”
“Ele é um ótimo pianista.” “Meu boné é verde-escuro.”
Coletivo: são nomes dados para um grupo muito Locução adjetiva: ocorre quando há junção de uma
grande de seres ou de objetos de uma mesma cate- preposição e um substantivo (ou equivalente) com va-
goria. lor de adjetivo.
“Ele viu um enxame se aproximando de nós.” “Eu sou uma mulher de fibra.” (ou seja, uma mulher
forte)
Artigo
Numeral
O artigo é a palavra que costuma anteceder o subs-
tantivo, sendo adjunto adnominal. Varia em gênero e O numeral é a classe de palavras utilizada para quan-
número de acordo com o substantivo a que se refere. tificar algo, definindo valor numérico.
Pode ser classificado em:
Cardinal: indica a quantidade de seres ou coisas.
Artigo definido: usado para indicar um ser ou coisa já
conhecido ou específico. “Eu preciso de sete tomates.”
“Este prédio tem mais de vinte andares.”
“O homem veio aqui.”
“As garças estão imóveis.” Ordinal: indica a ordenação, hierarquia, entre seres ou
coisas em uma série.
Artigo indefinido: usado para indicar um ser ou coisa
não específico e não mencionado anteriormente. “Pegue o terceiro livro da estante.”
“Fui a primeira colocada.”
“Um homem veio aqui.”
“Umas garças estão imóveis.” Multiplicativo: exprime a multiplicidade dos seres ou
coisas. Os mais comuns são “dobro”, “duplo” e “triplo”.
Veja também: Diferença entre artigo indefinido e nu-
meral “Tinha o dobro da idade e o triplo da disposição.”
Pessoal: refere-se às pessoas do discurso, podendo Indicativo: verbos no modo indicativo correspondem
ser do caso reto, do caso oblíquo tônico ou átono, ou a ações tidas como reais ou certas de se acontecer ou
de tratamento. de terem acontecido. Podem ser conjugados no pre-
sente, no passado (pretérito perfeito, pretérito imper-
“Ele era um grande amigo.” feito e pretérito mais-que-perfeito) e no futuro (futuro
“Não se fez de rogada.” do presente e futuro do pretérito).
Possessivo: indica posse ou relação de afeto, estando Subjuntivo: verbos no modo subjuntivo são aqueles
associado ao pronome pessoal. cuja ação verbal não é tida como certa, isto é, não te-
mos certeza se a ação ocorreu ou ocorrerá. Podem ser
“Meu caro amigo, me perdoe por favor.” (Chico Buar- conjugados no presente, no passado (pretérito imper-
que) feito) e no futuro.
“Todas as nossas meias estão espalhadas pela casa.” Imperativo: verbos no modo imperativo são usados
para expressar ordem ou conselho, tanto no afirmativo
Demonstrativo: indica algo ou alguém que se aproxi- como no negativo.
ma ou se distancia no tempo e no espaço.
Os verbos são classificados de acordo com a conju-
“Lia coisas incríveis para aquele lugar e aquele tem- gação, podendo ser regulares, irregulares, anômalos,
po.” (Augusto dos Anjos) defectivos ou abundantes.
Indefinido: aplica-se especificamente à 3ª pessoa Regular: apresenta conjugação que segue o mesmo
quando há efeito vago ou indeterminado. padrão que a maioria dos outros verbos.
“Quantos anos você tem?” Irregular: apresenta conjugação irregular, ou seja, que
“Quem vem lá?” não segue o padrão mais frequente dos outros verbos.
Dúvida: complementa ou reforça o sentido de dúvida Final: inicia uma oração subordinada indicando fina-
do verbo. lidade.
LÍNGUA PORTUGUESA
6
“Arrumou-se por horas para ser o destaque da festa.” Explicativas: ligam uma oração que explica ou justi-
fica outra.
Temporal: inicia uma oração subordinada que indica
circunstância de tempo. “Era uma companhia agradável, porque era muito di-
vertida.”
“Parava de fazer qualquer coisa quando ficava cansa-
do.” Interjeição
Consecutiva: inicia uma oração subordinada estabe- Interjeições são expressões autônomas que, por si só,
lecendo relação de consequência. tendem a ser consideradas enunciados completos,
muitas vezes exclamativos. Traduzem estados emocio-
“A fila demorou tanto que eu desisti de comer.” nais ou desejos, podendo ser apenas sons vocálicos
espontâneos, palavras isoladas ou locuções interjeti-
Comparativa: estabelece comparação entre dois ele- vas:
mentos.
“Ai! Está doendo muito!”
“O projeto delas foi mais premiado do que fora pre- “Psiu! Silêncio!”
visto.” “Viva! Que maravilha essa notícia!”
“Ai de mim!”
Integrante: inicia uma oração que tem função de sujei-
to, objeto direto, objeto indireto, predicativo, comple-
mento nominal ou aposto da oração principal.
Adversativas: estabelecem sentido de oposição entre 2. Na oração “Ninguém está perdido se der
elementos ou orações. amor...”, a palavra grifada pode ser classificada
como:
“Era uma companhia agradável, mas não divertida.”
3. Aponte a opção em que muito é pronome in- com o acréscimo desse sufixo à forma feminina
definido: do adjetivo. A frase abaixo em que o advérbio
mostra claramente essa formação é:
a. O soldado amarelo falava muito bem.
b. Havia muito bichinho ruim. a. “Um inimigo pode arruinar parcialmente um ho-
c. Fabiano era muito desconfiado. mem, mas é preciso um amigo fiel e desastrado
d. Fabiano vacilava muito para tomar decisão. para completar de vez o serviço”. (Mark Twain)
e. Muito eficiente era o soldado amarelo. b. “Um homem que rouba por mim fatalmente
roubará de mim”. (Teddy Roosevelt)
4. Em “Tem bocas que murmuram preces...”, a se- c. “O crime é a extensão lógica de um tipo de com-
quência morfológica é: portamento perfeitamente respeitável no mun-
do dos negócios”. (Robert Rice)
a. verbo – substantivo - pronome relativo – verbo d. “Para os ricos, a pobreza é incompreensível. Eles
- substantivo. não entendem por que as pessoas que querem
b. verbo – substantivo – conjunção integrante – jantar não tocam simplesmente a campainha”.
verbo - substantivo. (Walter Bagehot)
c. verbo – substantivo - conjunção coordenativa – e. “Ouro, s.m.: Um metal amarelo mundialmente
verbo - adjetivo. apreciado por sua utilidade nas diversas formas
d. verbo – adjetivo - pronome indefinido – verbo - de roubo chamado comércio”. (Ambrose Bierce)
substantivo.
e. verbo – advérbio -pronome relativo – verbo -
substantivo. GABARITO
01-a 02-d
5. A frase abaixo em que o vocábulo sublinhado
exemplifica uma classe gramatical diferente da
03-b 04-a
dos adjetivos é: 05-e 06-c
a. “Eu não sou arrogante. Simplesmente sou me-
lhor do que você”. (anônimo)
b. “Os cemitérios estão cheios de gente insubstituí-
vel”. (Charles de Gaulle)
c. “Eu achei que eu estava errado uma vez, mas eu
estava enganado”. (Lee Iacocca)
d. “Nada grandioso no mundo foi realizado sem
paixão”. (Hegel)
e. “Pontualidade é a virtude do chato”. (Evelyn
Waugh)
DA ORAÇÃO
b) COMPOSTO - o sintagma nominal apresenta mais de
um núcleo.
A análise dos termos da oração estabelece-se numa níti-
da hierarquia entre os termos, classificados como: essen-
Ex: Pai e filho sempre foram amigos.
ciais, integrantes e acessórios.
Adjunto Adnominal
Ex: Atropelaram um cachorro na esquina.
Adjunto Adverbial
Aposto
OPA! ORAÇÃO SEM SUJEITO
(ou SUJEITO INEXISTENTE)
2.1 - SUJEITO
Ex: Havia poucas flores naquele jardim. informar a respeito do sujeito uma idéia de ação, pratica-
Devia haver poucas flores naquele jardim. da ou sofrida, ou uma idéia de estado.
A partir disso, pode-se dizer que o núcleo informativo
CASOS DE IMPESSOALIDADE DE VERBO de um predicado pode ser um verbo ou um nome. Há
também predicados que têm um verbo e um nome como
a) Verbo HAVER exprimindo EXISTÊNCIA ou OCORRÊN- núcleos ao mesmo tempo. Os predicados classificam-se
CIA. em:
Ex: No meio do caminho, sempre haverá uma pedra. a) PREDICADO VERBAL - é aquele que contém um
verbo significativo (transitivo ou intransitivo). Tem como
b) Verbos HAVER e FAZER indicando tempo decorrido. núcleo o verbo e não há nele nenhum predicativo.
Ex: Há três meses não o vejo. Ex: As luzes da cidade surgiram à frente de todos.
Deve fazer dois anos que tudo começou.
b) PREDICADO NOMINAL - é aquele que contém um
c) Verbo SER nas indicações de tempo. verbo de ligação e, consequentemente, um predicativo
do sujeito. Tem como núcleo o predicativo.
Ex: Já são duas horas.
Hoje são 22 de abril. Ex: As luzes da cidade estavam apagadas.
Agora é tarde.
c) PREDICADO VERBO-NOMINAL - é aquele que con-
d) Verbos que exprimem fenômenos da natureza (No tém um verbo significativo e um predicativo (do sujeito
sentido denotativo) ou do objeto). Tem como núcleos o verbo e o predicativo.
Ex: Choveu muito naquela cidade. Ex: O tribunal julgou culpado o réu.
2.3 - PREDICATIVO
É a parte da oração que contém a informação, a Ex: Aqui eu não sou feliz.
declaração a respeito do sujeito. Basicamente, pode-se Ela baixou os olhos, amuada.
LÍNGUA PORTUGUESA
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b) PREDICATIVO DO OBJETO - é o termo que se refere a.1) OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO - o objeto
ao objeto, atribuindo-lhe um estado ou qualidade. Con- direto pode apresentar-se preposicionado em alguns ca-
corda com o objeto em gênero e número. Pode vir pre- sos. Cuidado para não confundi-lo com o objeto indireto.
cedido das preposições como, por, para, de. Ocorre,
principalmente, com verbos do tipo: declarar, nomear, PRINCIPAIS CASOS
Termo que integra ou limita o sentido de um advérbio, Ex: A prova de matemática foi muito fácil.
adjetivo ou substantivo abstrato; aparece sempre prepo-
sicionado.
2.8 - ADJUNTO ADNOMINAL
Ex.: Agiu favoravelmente a ambos.
O fumo é prejudicial à saúde. Termo de valor adjetivo que serve para especificar ou
Tenho confiança em ti. delimitar o significado do substantivo, podendo ser ex-
presso por:
2.6 - AGENTE DA PASSIVA
a) Adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.
Termo que, na voz passiva, pratica a ação expressa pelo
b) Locução Adjetiva: Era um homem de consciência.
verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.
c) Artigo: O mar era um lago sereno e azul.
Ex.: As ruas foram lavadas pelas chuvas. d) Pronome Adjetivo: Minha camisa é igual à sua.
Mariana era apreciada por todos quantos iam a e) Numeral : Casara-se havia duas semanas.
nossa casa. f ) Oração Adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos,
caíram-lhe pelo rosto.
Opa! g) Pronome Oblíquo: “...te beijar a boca de um jeito que
te faça rir...”
1. A voz passiva é privativa dos verbos TD;
2. O termo “agente da passiva” vem sempre intro- 2.9 - APOSTO
duzido por preposição (por, per, de);
3. A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual É o termo usado para explicar, enumerar, recapitular ou
é o paciente da ação expressa pelo verbo; especificar o seu antecedente. O núcleo do aposto é
4. A voz passiva analítica ou verbal pode apresen- representado por um substantivo ou palavra substantiva.
tar agente da passiva, mas a voz passiva sintéti- Classifica-se em:
ca ou pronominal nunca apresentará agente da
passiva. a) APOSTO EXPLICATIVO - explica um termo anterior.
Ex.: 1- Cabral descobriu o Brasil. (VA) Ex: Londrina, cidade paranaense, é muito linda.
1- O Brasil foi descoberto por Cabral. (VPA)
2- Vendem-se flores. (VPS) b) APOSTO ENUMRATIVO - enumera um termo an-
2- Flores são vendidas. (VPA) terior.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Ex: Dois países não assinaram o acordo: Brasil e Chile. 4. ( ) As mulheres desconfiam dos homens.
5. ( ) Sabe-se que Brutus traiu a Nero.
c) APOSTO RECAPITULATIVO - resume um termo an- 6. ( ) Obedeço aos meus superiores.
terior. 7. ( ) Não temas da morte.
8. ( ) Não concordaram com o projeto.
Ex: Os amigos, os parentes, os professores, todos o aju- 9. ( ) Fazer samba lá na Vila é um brinquedo.
daram. 10. ( ) O policial sacou do revólver.
11. ( ) Amarás a Deus sobre todas as coisas.
d) APOSTO ESPECIFICADOR - especifica um termo
anterior. 2. Tendo em vista a transitividade verbal e seus
respectivos complementos, analise os termos
Ex: A cidade de Fortaleza é muito visitada por turistas. em evidência de acordo com o código (OD) e/
ou (OI):
2.10 - VOCATIVO
a. Entregamos o livro ao professor.
É o termo da oração usado para chamar, pelo nome, b. Necessitamos de sua ajuda.
apelido ou característica, o ser com quem se fala. O vo- c. Não concordo com suas ideias.
cativo também é uma função substantiva. Ele, como ter- d. Gostamos muito do passeio.
mo independente que é, não faz parte do sujeito nem e. Aprecio a brisa da manhã.
do predicado e aparece sempre isolado por pontuação,
geralmente a vírgula. 3. Analise sintaticamente os termos em destaque,
atribuindo-lhes a devida classificação:
Ex: Sossega, coração, não desesperes.
Pai, afasta de mim esse cálice. a. Ontem, pedi-lhe um favor.
b. Entregamos as encomendas aos clientes.
c. Não o cumprimentamos, pois saímos mais cedo.
Exercícios de Fixação d. Devemos respeitar os mais velhos.
7. A descoberta de ouro deixou aquela região muito a) Os verbos são todos transitivos diretos e estão no
rica. pretérito imperfeito.
8. O rapaz mora perto de casa. b) Os verbos são todos transitivos diretos, embora o
9. O apoio ao amigo fê-lo feliz. objeto direto não esteja expresso; e os verbos estão
10. A leitura do anúncio fez-se em voz alta. no pretérito perfeito.
11. A leitura do aluno era deficiente. c) O primeiro e o segundo verbo são transitivos dire-
12. A mesa de vidro quebrou. tos e os dois últimos são transitivos indiretos e estão
13. O fumo é nocivo à saúde. no pretérito mais-que-perfeito.
14. Agiu favoravelmente a nós. d) Todos os verbos destacados são intransitivos e es-
15. A admiração do povo ao Tiririca ainda é grande. tão no pretérito perfeito.
16. Relativamente ao assunto.
17. Barco a vela. 2. Observe as duas orações abaixo:
18. Mula sem cabeça.
19. O receio do frio. I - Os fiscais ficaram preocupados com o alto índice
20. Ele está apto ao serviço. de sonegação fiscal.
21. Ódio ao burguês. II - Houve uma sensível queda na arrecadação do
22. Amor de filho. ICM em alguns Estados.
23. Paulo foi cruel com o vizinho.
24. Homem de coragem. Quanto ao predicado, elas classificam-se, respectiva-
25. Pedro é sincero com o amigo. mente, como:
26. O estudo sobre cinema.
27. Independentemente de nós. a) nominal e verbo-nominal
28. O erro será digno de registro. b) verbo-nominal e verbal
29. O ladrão é cheio de temor. c) nominal e verbal
d) verbal e verbo-nominal
e) verbal e nominal
QUESTÕES OBJETIVAS
3. Assinale a alternativa em que o predicado é
verbo-nominal:
“E agora, José?
A festa acabou a) O garoto tímido fez o discurso.
A luz apagou b) Não encontraram o suspeito.
O povo sumiu c) A garota saiu chateada da escola.
A noite esfriou...” d) O garoto continua internado.
ASPIRAR
CHAMAR
Deve ser introduzido pela preposição a e não pela pre- a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação:
posição em. admite duas construções:
Ex.: Custou ao aluno entender o fenômeno da crase. Não se usa com preposição - VTD.
c) no sentido de ter valor de, ter o preço: sem pre- Exigem a preposição a - VTI.
posição.
Ex.: 1 - O bom filho obedece aos pais.
Ex.: Imóveis custam caro. 1 - O candidato desobedeceu ao regulamento
a) Quando não forem pronominais: sem preposição a) Se o objeto é a coisa que sofre a ação do verbo:
- VTD. sem preposição – VTD.
b) Se o objeto é pessoa que recebe a ação do verbo: Ex.: Visou o alvo com precisão.
são regidos pela preposição a – VTI. Ex.: Visaram os cheques.
Exigem um complemento sem preposição e outro com Ex.: Viso a uma nova vida.
preposição a – VTDI
exigem a preposição com - VTI. Ex.: Sempre simpatizei 3. Em relação à regência verbal e nominal, o em-
com você. prego do pronome relativo, segundo o registro
culto e formal da língua, está INCORRETO em:
VISAR
a. A conclusão que chegamos é que o fracasso en-
a) no sentido de mirar ou dar visto: sem preposição – sina ao homem como recomeçar
VTD.
LÍNGUA PORTUGUESA
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b. O barco a cujos tripulantes me referi pode voltar bor e aroma aos alimentos”.
a navegar
c. O ideal por que lutamos norteia nossos projetos. O trecho cujo verbo apresenta a mesma regência é:
d. O infortúnio a que está sujeito o empreendedor
motiva-o a. “Quando você lê ‘aroma natural’ ”
e. Após o término da pesquisa, informei-lhe que b. “ ‘artificial’ no rótulo significa que os aromistas”
tomasse cuidado para não errar. c. “que não existem na natureza,”
d. “O processo encarece o produto”
4. Assinale a alternativa INCORRETA quanto à re- e. “enviar as moléculas às fábricas de alimentos”
gência:
7. A frase cuja regência do verbo respeita a nor-
a. Chegamos finalmente ao colégio. ma-padrão é:
b. Sua atitude implicará demissão.
c. Ele namora com uma aluna do segundo ano. a. Esquecemo-nos daquelas regras gramaticais.
d. Eles eram fiéis ao amigo. b. Os professores avisaram aos alunos da prova.
e. O presidente assiste em Brasília. c. Deve-se obedecer o português padrão.
d. Assistimos uma aula brilhante.
5. NÃO há erro de regência verbal em: e. Todos aspiram o término do curso.
9. Assinale a opção que apresenta a regência ver-
a. Altos salários são dados os jogadores, sem te- bal incorreta, de acordo com a norma culta da
rem ficado nos bancos escolares. língua:
b. Falta de punição implica violência.
c. Muitos preferem, como ídolos, pessoas sem a. Os sertanejos aspiram a uma vida mais confor-
princípios morais do que pessoas honestas. tável.
d. Todos assistem os programas de televisão que b. Obedeceu rigorosamente ao horário de traba-
só apresentam tragédias. lho do corte de cana.
e. O povo esquece, rapidamente, dos crimes que c. O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros.
abalam a sociedade. d. O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade.
e. Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas,
5. Alternativa correta: ao lucro pretendido.
prep. art.
2 - Com as expressões adverbiais de lugar, deve-se fa- Ex.: Você fez um gol à (moda de) Pelé.
zer a verificação da ocorrência por meio da troca do
termo regente: 4 - A crase é FACULTATIVA diante dos nomes próprios
femininos, e após a preposição “até” que antecede subs-
Ex.: Vou à Bahia Vim da Bahia. / Estou na Bahia. tantivos femininos, e ainda, no caso dos pronomes pos-
sessivos femininos.
Vou a Recife Vim de Recife. / Estou em Recife.
Ex.: Dei um recado a Atadolfa. Dei um recado a Atadolfo.
Dei um recado à Atadolfa. Dei um recado ao Atadolfo.
OPA! Vou até a praia. Vou até o parque.
Vou até à praia. Vou até ao parque.
Merecem destaque as palavras casa (no senti- Refiro-me a minha amiga. Refiro-me a meu amigo.
do de lar, moradia) e terra (no sentido de chão Refiro-me à minha amiga. Refiro-me ao meu amigo.
firme) que só admitirão crase, se estiverem
especificadas.
1. O sinal indicador da CRASE foi corretamente 4. Quanto ..... suas exigências, recuso-me ..... le-
empregado na frase “Que estivesse bem cedo vá-las ..... sério.
junto ao edifício Brasília para assistir à coleta
de lixo”. Dentre as opções abaixo, porém, este a. às - à - a
sinal foi INCORRETAMENTE utilizado em: b. a-a-a
c. as - à – à
a. O bom repórter não poupa elogios à higiene dos d. à-a–à
lixeiros. e. as - a – a
b. Na adolescência o motorista teria sucumbido à pre-
visão de uma velhice pobre.
c. A esperança sobrevive até mesmo à uma ou outra
mutilações.
d. O motorista parece dizer às pessoas da cidade: “o
lixo é vosso”.
LÍNGUA PORTUGUESA
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5. Marque o item cuja frase apresenta redigida da Ex. urubu, motel, marajá...
forma mais adequada, considerando-se clare-
za, elegância, precisão e correção. 2. PAROXÍTONAS
e) Hiatos: as vogais “i”, “u” receberão acento agu- Ex: Méier, Destróier.
do quando forem segunda vogal tônica de hiato e
estiverem constituindo sílaba sozinhas ou acompa- 2 - Cai o acento circunflexo nos hiatos com vo-
nhadas de “s”. gal repetida (OO; EE).
OPA!
OPA!
Lembre-se de que a mudança só vale para as
Quando a palavra paroxítona termina em R, o palavras paroxítonas (e não para as oxítonas ou
acento nos ditongos ei e oi se mantém. proparoxítonas).
LÍNGUA PORTUGUESA
23
4. Com relação ao U, caem o acento agudo e o trema nos ambientes QUE/QUII, GUE/GUII
Casos em que o acento diferencial se mantém 1. Assinale a alternativa em que pelo menos um
vocábulo não seja acentuado:
CASOS COM ACENTO DIFERENCIAL
Pôr (verbo) Por (preposição) a. orfão, taxi, balaustre.
Pôde (passado) Pode (presente) b. parabens, alguem, tambem.
Vem / Tem (singular) Vêm / Têm (plural) c. tatil, amago, cortex.
d. hifen, cipos, leem.
EXEMPLOS
2. Assinale a alternativa em que todos os vocábu-
Quis pôr o seu envelope por cima do outro. los estejam corretamente acentuados.
Um dia ele pôde; hoje não pode mais.
Ele sempre vem. X Eles sempre vêm. a. rítmo, impossível, enjoos, alcatéia.
O rapaz tem sorte. X Os rapazes têm sorte. b. pôquer, sanduíche, seminú, afáveis.
c. sótão, môsca, portátil, coronéis
d. ensaísta, antevéspera, protótipo, orquídea
LÍNGUA PORTUGUESA
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6. SENÃO x SE NÃO
• Natur___
• Portugu____
• ______ estudar, ficará de castigo.
• Calabr____
• Estude, _______ ficará de castigo.
• Bel____
2. ÊS x EZ
• Palid____
• Franc____
LÍNGUA PORTUGUESA
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3. Assinale a alternativa em que a oração está in- 6. Traduz-se corretamente um segmento do tex-
correta. to em:
5. BASTANTE
Ex: Prédio e casa antiga
Prédio e casa antigos (o gênero masculino prevalece)
a) Quando pronome indefinido, variável (referin-
do-se a substantivo)
2. ADJETIVO ANTES DE VÁRIOS SUBSTANTIVOS
Ex: É permitida a entrada de crianças. Ex: Aída ou Eva estão em casa? Um ou outro ficará na
A cerveja é gostosa. chefia.
Ex: É permitido entrada de crianças Ex: É uma hora. São 3 de maio. Da porta à rua são dez
Cerveja é gostoso. metros.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Ex: A maior parte das mulheres protestou/protestaram. Ex: Faziam dez dias que eu não te via (erro!)
Fazia dez dias...(certo)
5. MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE Fará dez dias de calor. (certo)
Ex: Mais de um bar fechou. Cerca de cem bares fecha- Vale a regra geral: verbo concorda com sujeito
ram.
Ex: A lei é cumprida./ Cumpre-se a lei
6. VERBOS IMPESSOAIS As leis são cumpridas./ Cumprem-se as leis.
Ex: Haverá dúvidas em concordância. Sou eu quem verbo concorda com quem ou seu
antecedente.
Verbos que expressam fenômenos da natureza em
sentido denotativo (real). Ex: És tu quem faz/fazes. Fomos nós quem venceu/ven-
cemos.
Ex: Choverá muitos dias seguidos (sentido real)
Sou eu que verbo concorda com antecedente de
que.
5. Assinale a alternativa que preenche correta- 9. O verbo que se mantém corretamente no sin-
mente as lacunas: “Ainda não ............... soado gular, apesar das alterações propostas entre
as oito horas da noite, quando ................. à parênteses para o segmento grifado, está na
porta: ................ um viajante em busca de abri- frase:
go.”
a. É o desafio do nosso tempo. (os desafios)
a) havia – bateu – era b. E isso quando a própria FAO alerta ... (os espe-
b) havia – bateram – era cialistas da própria FAO)
c) havia – bateu – eram c. E que a produção precisará crescer 70% até
d) haviam – bateram – era 2050 ... (a produção de alimentos)
e) haviam – bateu – eram d. Tudo acontece num cenário paradoxal. (Todos os
problemas)
6. Analise as opções abaixo quanto à concordân- e. Um relatório da própria FAO assegura ... (Os da-
cia verbal e identifique a incorreta: dos de um relatório)
a. Este documento é um dos que identifica a série 10. Assinale a alternativa em que ocorreu erro de
de atribuições de cargo. concordância nominal.
b. A maioria das decisões anteriores desaprova tal
procedimento. a) livro e revista velhos
c. Admite-se que seja propício o estudo e a poste- b) aliança e anel bonito
rior avaliação. c) rio e floresta antiga
d. Vão fazer dez anos que eu não a vejo. d) homem, mulher e criança distraídas
11. Assinale a frase que contraria a norma culta
7. Assim que .................. quatro horas no relógio quanto à concordância nominal.
da igreja, mais de um aluno ................. .
a) Falou bastantes verdades.
a) bateu, saiu b) Já estou quites com o colégio.
b) bateram, saíram c) Nós continuávamos alerta.
c) baterão, sairá d) Haverá menos dificuldades na prova.
d) bateu, saíram
e) bateram, saiu 12. Cometeu-se erro no emprego de ANEXO em:
1. “... ela nunca alcançava a musa.”. 4. “... o indivíduo exerce livremente sua ativida-
de”
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a
forma verbal resultante será: Transpondo a frase acima para a voz passiva, ob-
tém-se a forma verbal
a. foi alcançada.
b. fora alcançada. a. exercerá.
c. seria alcançada. b. é exercida.
d. era alcançada c. pode exercer.
d. terá exercido.
2. “E assim, num impulso, lança a primeira pin- e. terá como exercer.
celada...”.
5. ... o etanol reduz em mais de 80% a emissão de
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a gases do efeito estufa. (2° parágrafo)
forma verbal resultante será:
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a
a. foi lançada. forma verbal passará a ser, corretamente:
b. é lançada.
c. fora lançada. a. é reduzida.
d. lançaram-se b. foi reduzido.
e. era lançada. c. tinha reduzido.
d. serão reduzidos.
3. A carta, essa personagem central dos últimos sé- e. vinha sendo reduzida.
culos, foi solapada pelo e-mail...
Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, c) com o verbo no gerúndio.
te, se, nos, vos), como todos os outros monossílabos áto-
nos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxi- Ex.: Modificou a frase, tornando-a ambígua.
ma. Assim, esses pronomes podem ocupar três posições
na oração: antes do verbo; no meio do verbo; depois do OPA!
verbo.
Caso o gerúndio venha precedido pela prepo-
sição em, ocorrerá a próclise.
a) antes do verbo: nesse caso, ocorre a prócli-
se, e dizemos que o pronome está proclítico: Ex.: Em se tratando de cinema, prefiro filmes
europeus.
Ex.: Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.
b) no meio do verbo: nesse caso, ocorre a mesóclise, d) com o verbo no infinitivo impessoal.
e dizemos que o pronome está mesoclítico. A me-
sóclise só é possível com o verbo no futuro do pre- Ex.: Leia atentamente as questões antes de resolvê-las.
sente ou no futuro do pretérito do indicativo:
8.2 - PRÓCLISE
Ex.: Revelar-te-ei os verdadeiros motivos.
Ex.: Revelar-me-iam os verdadeiros motivos. A próclise ocorre geralmente em orações em que
antes do verbo haja:
c) depois do verbo: nesse caso, ocorre a ênclise, e
dizemos que o pronome está enclítico: a) palavra de sentido negativo (não, nada, nunca,
ninguém, etc.)
Ex.: Revelaram-me os verdadeiros motivos.
Ex.: Nunca me convidam para festas.
Apresentamos, a seguir, algumas orienta-
ções acerca da colocação dos pronomes b) conjunção subordinativa
oblíquos átonos.
Ex.: “Quando te encarei frente a frente não vi o meu
8.1 - ÊNCLISE rosto.» (Caetano Veloso)
Caso haja pausa depois do advérbio (marcada *nem, não só/apenas/somente...mas/como (também/
na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise. ainda/senão)..., tanto... quanto/como..., que, ou... ou,
ora...ora, quer... quer..., já... já...
Ex.: Assim, resolvem-se os problemas.
8.3- MESÓCLISE
d) pronome indefinido
f) Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por Ex.: Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.
palavras interrogativas e exclamativas e nas orações Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pre-
optativas (orações que exprimem um desejo). térito do indicativo venha precedido de alguma palavra
que exija a próclise, esta será de rigor.
Ex.: Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por
palavra interrogativa); Ex.: Não me convidarão para a solenidade de posse da
nova diretoria.
Ex.: Quanto me custa dizer a verdade! (oração iniciada
por palavra exclamativa); 8.4 - CASOS FACULTATIVOS
Ex.: Deus te proteja. (oração optativa). 01. Pronomes demonstrativos antes do verbo sem
g) Com o infinitivo flexionado precedido de pre- palavra atrativa.*
posição.
Ex.: Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se Até se formar, vai demorar muito. Até formar-se, vai demorar muito.
dirigiu a mim. Corri atrás da bola, mas me escapou. Erro agora em lhe permitir sair? Erro agora em permitir-lhe sair?
Por se fazer de bobo. Enganou a muitos. Por fazer-se de bobo, enganou a muitos.
/ Corri atrás da bola, mas escapou-me.
OPA!
Ex.: Quero-lhe apresentar os meus primos que
vieram do interior.
Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena que
Quero lhe apresentar os meus primos que
se use a próclise, segundo o Gramático Manoel Pinto
vieram do interior.
Ribeiro: “Eu a vi ontem, e não Eu vi-a ontem.”
Quero apresentar-lhe os meus primos que
vieram do interior.
04. Sujeito explícito com núcleo substantivo (ou
numeral) antes do verbo sem palavra atrativa.
Ex.: Ia-lhe dizendo as razões da minha desistência.
Ia lhe dizendo as razões da minha desistência.
Ex.: Camila te ama ou Camila ama-te. / Os três se amam
Ia dizendo-lhe as razões d a minha desistência.
ou Os três amam-se.
Sem lhe dar de comer, ele passará mal. Sem dar-lhe de comer, ele passará mal.
das anteriormente.
LÍNGUA PORTUGUESA
38
Ex.: Havia-lhe contado os verdadeiro motivos da b. pertencem a outro capítulo da história = per-
minha desistência. tencem a ele.
Nunca o tinha visto antes. c. que pode causar admiração pela força = que
Ter-lhe-ia procurado, se tivesse tempo. pode causá-lo.
d. mas nunca provocará um sorriso = mas nunca
Ex.: Ficou tímido, porque se sentiu rejeitado pelos lhe provocará.
colegas. e. representam a intromissão do humor = o repre-
Se não o convidarem, sentir-se-á rejeitado pelos sentam.
colegas.
3. A substituição do elemento grifado pelo pro-
Nas locuções verbais e nos tempos compostos, quando nome correspondente, com os necessários
se coloca o pronome oblíquo átono depois do verbo au- ajustes, foi feita corretamente em:
xiliar, pode-se usar o hífen ou não.
a. quando veio apanhar a crônica = quando veio
Ex.: Vou-te devolver o livro amanhã. apanhar-lhe
Vou te devolver o livro amanhã. b. Depois de cumprir meus afazeres = Depois de
cumprir-nos
c. Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas =
QUESTÕES OBJETIVAS Já lhes tive
d. pendurei o guarda-chuva = pendurei-no
e. Pedi ao moço de recados = Pedi-lhe
1. A substituição do elemento grifado pelo pro-
nome correspondente, com os necessários 4. ... por conhecer a dádiva do tempo.
ajustes, foi corretamente realizada em: ... que distinguem o homem do resto...
A transitoriedade dá alma ao ser...
a. Duas figuras merecem atenção = Duas figuras
merecem-na Os segmentos sublinhados são, respectivamente,
b. poderá atingir a purgação = poderá lhe atingir substituídos por pronomes em:
c. dissecando a estrutura = dissecando-la
d. provocar compaixão e terror = provocá-las a. por a conhecer / que distinguem-no do resto /
e. mandou organizar as festas = mandou organi- A transitoriedade o dá alma
zar-lhes b. por conhecê-la / que o distinguem do resto / A
transitoriedade lhe dá alma
2. O segmento grifado está corretamente substi- c. por conhecê-la / que distinguem-no do resto /
tuído pelo pronome correspondente, conside- A transitoriedade dá-lhe alma
rando-se também sua colocação, em: d. por conhecê-lo / que o distinguem do resto / A
transitoriedade dá alma a ele
a. para substituir os próprios punhos = para lhes e. por a conhecer / que distinguem-o do resto / A
substituir. transitoriedade o dá alma
LÍNGUA PORTUGUESA
39
5. Ninguém sabe de fato o que é a vida... a colocação do pronome oblíquo está corre-
Querida, não reduza minhas ideias... ta. Assinalar a alternativa em que a colocação
Podemos fazer opções mais ousadas. do pronome oblíquo átono está incorreta, de
acordo com a Norma Culta.
Os trechos sublinhados são corretamente substi-
tuídos por pronomes em: a. O anti-herói leva uma vida de malandro e vadio,
envolvendo-se em vários amores.
a. Ninguém a sabe de fato / Querida, não as re- b. Ademais, dever-se-ia envelhecer maciamente.
duza / Podemo-las fazer c. Nem já sei qual fiquei sendo. Depois que os vi.
b. Ninguém a sabe de fato / Querida, não as re- d. Jamais dar-te-ia tantas explicações, se não fosses
duza / Podemos as fazer pessoa de tanto merecimento.
c. Ninguém a sabe de fato / Querida, não reduza-
-as / Podemos fazê-las
d. Ninguém o sabe de fato / Querida, não nas GABARITO
reduza / Podemos fazê-lo
01-a 02-b
e. Ninguém o sabe de fato / Querida, não as re-
duza / Podemos fazê-las
03-e 04-b
05-e 06-a
6. ... desrespeitando interlocutores.
07-d
Enxurradas de fotos invadem o espaço virtual...
... que caracteriza a obsessão pelos “cliques”.
c) A vírgula separa o adjunto adverbial deslocado Dizem que os homens decidem com o cérebro; as mu-
OPA!
Ex: Esse caso, por exemplo, pode ser resolvido
Quanto maior a extensão, maior a obriga- rapidamente.
toriedade em isolar o adjunto adverbial
por vírgula para a gramática tradicional.
Contudo, para o CESPE o adjunto adverbial Em suma, sua função era fazer comida.
deslocado com 3 ou mais palavras tem vír-
gula obrigatória e para a FCC o tamanho do
adjunto adverbial deslocado não importa. i) Para separar, quando deslocadas, as conjunções
A FCC considera a vírgula facultativa sem- adversativas (mas, porém, todavia, contudo, entre-
pre nesses casos. tanto, no entanto) e as conclusivas (logo, portanto,
pois, por conseguinte)
Ex: Ontem, (facultativa para qualquer banca)
estudei Direito Administrativo. Ex: Tenho certeza; não darei, portanto,
Ex: Esse dinheiro, nunca vou voltar a vê-lo. a) Entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu
objeto.
e) Para isolar o vocativo
Ex: A preocupação, do rapaz era enorme. (errado) c) Para enfatizar ideias adversativas ou conclusivas
Ex: Foi lá no porão, pegou três oitão, deu tiro na mão do b) Anunciar uma enumeração
próprio irmão.
Ex: Três meninas elegantes: cobra, jacaré e elefante.
b) Para separar a oração subordinada adjetiva ex-
plicativa c) Introduzir um exemplo:
Ex: João, que não se sentia bem, caiu no chão. Ex: um monossílabo tônico: pé.
Ex: Quando meu time voltar a ganhar, eu compro a ca- Ex: Ele é impaciente: não sabe ouvir.
misa.
9.2 - USO DO PONTO E VÍRGULA QUESTÕES OBJETIVAS
A exclusão da vírgula altera o sentido do que se mond, em seu poema motivam uma ampla discus-
enuncia APENAS em são, acerca do que se pode ou não classificar, como
uma ação bárbara.
a. I. d. Nunca ocorreu, ao Sr. Matter, que, um índio jivaro,
b. II. tivesse qualquer critério para escolher aquele, de
c. III. quem reduziria a cabeça.
d. I e III. e. A curiosidade do explorador Matter, não deixava de
e. II e III. ser mórbida, mas por vezes, somos levados a apre-
ciar a crueldade, sem pensar no que, esta, significa
2. Atente para as seguintes frases: para a vítima.
I. Com atenção, eles ouviam as músicas que eu sele- 4. Em pouco mais de seis minutos, Porter costura
cionara para eles. cenas de um dia na vida de um bombeiro, esta-
II. Eles gostavam especialmente dos movimentos len- belecendo o conceito narrativo que iria domi-
tos, que lhes pareciam mais poéticos. nar o cinema comercial ao longo das décadas
III. Atenção especial foi dada aos compositores român- seguintes: as imagens se sucedem, convidando
ticos, sobre os quais fiz comentários emocionados. o espectador a organizá-las como uma história
linear, com começo meio e fim.
A exclusão da vírgula acarretará mudança de sen-
tido APENAS em Atente para as afirmações abaixo a respeito do
segmento acima.
a. II e III.
b. I. • I. O sinal de dois-pontos introduz uma decorrência
c. II. do que se afirma antes.
d. III. • II. Sem prejuízo da correção e do sentido original,
e. I e III. uma continuação para o segmento “as imagens se
sucedem” é: “umas as outras”.
3. Está inteiramente correta a pontuação do se- • III. A vírgula empregada após “linear” precede uma
guinte período: explicação.
a. Certamente, os homens caçados pelo czar prefe- Está correto o que se afirma APENAS em:
ririam que este, como outros caçadores, tomasse
como alvo apenas alguma borboleta, ou uma ando- a. I.
rinha, ou mesmo um macaco. b. II e III.
b. Macacos, borboletas, e andorinhas, são, para muita c. I e II.
gente, interessantes alvos de caça, mas não para o d. I e III.
índio jivaro, nem tampouco, para o czar naturalis- e. III.
ta.
c. Tanto Rubem Braga em sua crônica, quanto Drum-
LÍNGUA PORTUGUESA
43
5. A vírgula pode ser retirada sem prejuízo para A oração que forma um período simples recebe o nome
o significado e mantendo a norma-padrão na de oração absoluta.
seguinte sentença:
10.2 - PERÍODO COMPOSTO
a. Mário, vem falar comigo depois do expediente.
b. Na próxima semana, apresentaremos a proposta de É formado por mais de uma oração. Dependendo de
trabalho. como as orações se relacionam, pode ser:
c. Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
d. Encomendei canetas, blocos e crachás para a reu- Composto por coordenação
nião.
e. Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o dis- É formado exclusivamente por orações coordenadas.
curso.
Ex.: No outro dia tomei o trem, peguei no sono e acordei
na estação.
GABARITO No outro dia tomei o trem , peguei no sono e acordei na estação
01-a 02-a
oração coord. assindética oração coord. oração coordenada
assindética sindética aditiva
03-a 04-d
05-b Ex.: Cheguei cedo ao teatro, mas não arranjei um bom
lugar.
Cheguei cedo ao teatro , mas não arranjei um bom lugar.
oração coord. assindética oração coordenada sindética adversativa
10. PROCESSOS DE
COORDENAÇÃO E Composto por subordinação
SUBORDINAÇÃO
É formado de oração principal e oração(ões) subordina-
Como já sabemos, período é a frase organizada em ora- da(s) à principal.
ções. Dependendo do número de orações que o com-
põem, o período pode ser simples ou composto. Ex.: Um relance de olhos revelou-me que sua fisionomia
não era estranha.
10.1 - PERÍODO SIMPLES Um relance de olhos revelou-me que sua fisionomia não era estranha.
oração principal oração subordinada
10.2 - ORAÇÕES COORDENADAS Ex.: Pedro trabalha muito, mas ganha pouco.
Pedro trabalha muito , mas ganha pouco.
Orações coordenadas são aquelas que, no período, não or. coord. Assindética or. coord. sind. adversativa
exercem função sintática umas em relação às outras. Uma
oração coordenada, portanto, nunca será termo das ou- Alternativas
tras coordenadas com as quais se relaciona.
exprimem ideia de alternância, escolha. Haverá alter-
Ex.: Acordei cedo , tomei o café, paguei a conta e deixei nância quando a ocorrência de um fato implicar a não
o hotel. ocorrência de outro. As principais conjunções alternativas
Acordei cedo , tomei o café , paguei a conta e deixei o hotel. são: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, já...já, seja...
oração oração oração oração seja.
coordenada coordenada coordenada coordenada
Como já foi dito no em Conjunção, é fundamental notar No período composto, as orações se relacionam de tal
que o contexto determina o tipo de relação estabelecido modo que umas podem exercer funções sintáticas em re-
pela conjunção, pois uma mesma conjunção pode esta- lação a outras. Toda oração que exerce uma função sintá-
belecer relações diferentes entre orações. tica em relação à outra denomina-se oração subordina-
da. As orações subordinadas, conforme a função sintática
a) Pedro trabalha de dia e estuda à noite. que exerçam, classificam-se em substantivas, adjetivas ou
b) Pedro queria viajar nas férias e não podia. adverbiais.
c) Siga este conselho e terá sucesso.
Substantivas
Observe que, em a, a conjunção e estabelece relação de
adição entre as duas orações. Já em b e c essa mesma Exercem as funções próprias de um substantivo (sujeito,
conjunção assume outros matizes, indicando adversida- objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento
de e explicação, respectivamente. As frases b e c equiva- nominal e aposto). As subordinadas substantivas são in-
lem, respectivamente, a: troduzidas, em geral, pelas conjunções integrantes que
e se, as quais não desempenham nenhuma função sin-
Pedro queria viajar nas férias, mas não podia. tática.
Siga este conselho, pois terá sucesso.
Adjetivas
10.5 - ORAÇÕES INTERCALADAS
Exercem a função sintática de adjunto adnominal, comu-
Orações intercaladas (também conhecidas como orações mente exercida pelo adjetivo. As subordinadas adjetivas
interferentes) são orações independentes que não per- são introduzidas por pronomes relativos - que, quem,
tencem à sequência do período. quanto, como, onde cujo (e flexões), o qual (e flexões).
Os pronomes relativos desempenham diferentes funções
As orações intercaladas são utilizadas para um esclareci- sintáticas na oração por eles introduzida.
mento, um aparte, uma citação.
Adverbiais
Ex.: Eu - retrucou o advogado - não concordo.
Eu retrucou o advogado não concordo. Exercem a função sintática de adjunto adverbial, carac-
oração intercalada terística do advérbio. As subordinadas adverbiais são
introduzidas pelas conjunções subordinativas (exceto as
Ex.: “- Tem razão, Capitu / , concordou o agregado. / integrantes) e exprimem circunstâncias de tempo, con-
Você não imagina como a Bíblia é cheia de expressões sequência, causa, comparação, concessão, proporção,
cruas e grosseiras.” (Machado de Assis) condição, conformidade e finalidade. Tais conjunções não
desempenham função sintática.
As orações intercaladas vêm separadas por vírgula ou
travessões.
LÍNGUA PORTUGUESA
46
Objetivas indiretas
Desempenham a função sintática de predicativo do sujei- Ex.: Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
to da oração principal. Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
or. principal or. subord. subst. apositiva
Ex.: Meu maior desejo era que todos voltassem.
Meu maior desejo era que todos voltassem. Note que, assim como no caso do aposto, as ora-
or. principal or. subord. subst. predicativa ções apositivas separam-se da principal por sinal
de pontuação.
Ex.: Minha esperança é que sejas feliz.
Minha esperança é que sejas feliz.
or. principal or. subord. subst. predicativa OPA!
• Adjetiva?
Outros exemplos:
Não restringem a significação do nome; pelo contrário, Ex: Saímos quando era tarde.
acrescentam uma característica que é própria do elemen- Saímos quando era tarde.
to a que se referem. or. subord. Adverbial
Ex.: O homem, que é um ser racional, aprende com os No primeiro exemplo, em que temos período simples, o
erros. advérbio tarde exerce a função sintática de adjunto ad-
O homem que é um ser racional aprende com os erros.
verbial. Já no segundo exemplo, período composto, a
or. principal or. subord. adj. or. principal
função sintática de adjunto adverbial não é mais exerci-
explicativa
da por um advérbio, mas por uma oração equivalente -
quando era tarde. A essa oração dá-se o nome de oração
Ex.: O Sol, que é uma estrela, é o centro do nosso siste-
subordinada adverbial:
ma planetário.
O Sol , que é uma estrela , é o centro do nosso
• Oração subordinada?
sistema planetário.
or. principal or. subord. adj. or. principal
explicativa
Porque exerce uma função sintática sobre outro ter-
mo
Ex.: Os lavradores esperavam a chuva a fim de que não 2. não vêm introduzidas por conectivos (conjunções
perdessem safra. e locuções conjuntivas subordinativas ou pronomes
Os lavradores esperavam a chuva a fim de que não perdessem safra. relativos).
or. principal or. sudord. adv.final
As orações subordinadas reduzidas classificam-se, de
Proporcional acordo com a forma verbal que apresentam, em:
Analisando a oração desenvolvida, temos: oração subor- a) Vamos comer, Douglas Canário, que estou mor-
dinada substantiva objetiva direta. Agora, basta aplicar a rendo de fome.
classificação à oração reduzida e acrescentar as palavras b) Alguns leram, no entanto não entenderam.
reduzida de infinitivo. Portanto: c) Não fiques nervoso, Douglas Canário, pois eu é
que fiz os exercícios.
Ex.: Penso estar doente. d) Douglas Canário está nervoso, necessita, pois,
Penso Estar doente. de calmante.
or. principal or. sudord. subst. obj. dir. reduzida de infinitivo e) Cala-te, porque só dizes besteiras.
f) A vida é curta, por isso aproveitemos cada mo-
Vejamos outro exemplo: mento.
g) Saia, porque você é execrável.
Ex.: Vi guardas conduzindo presos. h) Douglas Canário falou muito, e não convenceu.
i) O prefeito é vítima de atentado, entretanto go-
vernador não acredita em motivação política.
Vi guardas que conduziam presos. j) Entro num drama ou saio de uma comédia.
Vi guardas que conduziam presos. k) A temperatura ameaçava subir; não subia, pois.
or. principal or. sudord. subst. adj. restritiva
Aplicando a análise à oração reduzida, temos: oração su- 2. Classifique as orações subordinadas adverbiais
bordinada adjetiva restritiva, reduzida de gerúndio. destacadas:
Examinemos agora uma terceira hipótese:
a) “Você passou na minha vida como um vadio
Ex.: Terminado o baile, todos saíram. vendaval.”
b) “Quero que você me faça um favor, já que a
gente não vai mais se encontrar.”
Quando terminou o baile, todos saíram. c) “E, embora eu já conheça bem os seus caminhos,
Quando terminou o baile, todos saíram. me envolvo e sou tragado pelos seus carinhos.”
or. sudord. adverbial temporal or. principal d) “Onde andei não deu para ficar, porque aqui é
o meu lugar.”
Aplicando a análise da oração desenvolvida à reduzida, temos: e) “Aguardaremos, brincaremos no regato, até que
oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio. nos tragam frutos.”
f) Ajoelhou-se porque estava curada.
g) Esforçou-se tanto quanto no dia anterior.
h) Esforçou-se tanto que alcançou o seu objetivo.
Exercícios de Fixação i) Quanto mais pensa, mais nervoso fica.
j) Está no Rio Grande do Sul desde que terminou
a Faculdade.
1. Classifique as orações coordenadas destacadas k) Ganhará um automóvel desde que termine a Fa-
a seguir: culdade.
LÍNGUA PORTUGUESA
53
Ex: A vida é bela, mas há os que digam que não. Fatores de incoerência
Na história das palavras de uma língua, cada uma delas, e pensam como seres humanos, nas narrativas do
por sua origem e, principalmente, por seu uso, adquire realismo mágico podem ocorrer ações impossíveis
determinados significados, excluindo qualquer significa- no mundo real etc.
do diferente de suas possibilidades de emprego; assim, é
possível construir-se incoerência a partir do mau empre- • Campo semântico: caso interessante, nesse aspec-
go de vocábulos. to, é a incoerência gerada pela intromissão de um
vocábulo inesperado em um grupo de que seman-
A linguagem figurada é uma “permissão” oficial de incoe- ticamente não faz parte: assim, numa frase como O
rência, em muitos casos, mas, para que seja aceita, deve professor entrou em sala com os livros, o apagador, o
ser vista como tal: assim, ao dizer-se que Um homem é giz, o maiô e o cacho de banana, o que fazem aí os
um touro, o leitor compreende que tal homem é muito dois últimos elementos citados?
forte e, em nenhum momento, que seja um animal.
• Esquemas culturais: muitas ações apresentam de-
• As relações lógicas estabelecidas entre palavras e en- terminada organização estabelecida no meio cultural
tre segmentos de palavras devem ser estabelecidas em que estão presentes e, alterar essa organização
de forma clara, não podendo chocar-se com essas também pode provocar incoerência. Assim, pode
mesmas relações no mundo conhecido; assim, é pos- causar estranheza o fato de alguém entrar em um
sível dizer-se Não fui à universidade porque estava restaurante e solicitar ao garçom, inicialmente, que
chovendo muito, estabelecendo-se uma justa relação lhe sirva a sobremesa e, depois, um prato salgado.
entre um fato e sua causa, mas não se pode dizer
Não fui à universidade embora estivesse chovendo, Fatores textuais
pois a concessão não cabe nesse contexto. Do mes-
mo modo, a frase Por falta de insegurança deixei de Um outro fator de incoerência é a ruptura de esquemas
visitar aquela cidade traz uma incoerência lógica, já previamente estabelecidos e de conhecimento do lei-
que se trata, logicamente, de falta de segurança. tor como os esquemas textuais: cada um dos modos de
organização discursiva apresenta uma estrutura básica,
Fatores culturais estabelecida em sua própria história, e perturbar essa es-
truturação provoca incoerência. Assim, numa narrativa, a
• informações: as informações presentes num texto sucessão de fatos cronologicamente apresentados sem-
devem também estar adequadas ao nosso conhe- pre parte do menos para o mais intenso; daí que uma
cimento de mundo: assim, a frase Pedro Álvares Ca- narrativa que faça o oposto, salvo situações especiais,
bral, depois de proclamar nossa independência, voltou provoca estranhamento em sua leitura.
a Portugal não faria sentido para um leitor sabedor
de que Pedro Álvares Cabral foi nosso descobridor Do mesmo modo, os tipos textuais apresentam caracte-
e nada tem a ver com nossa independência política. rísticas básicas que, se subvertidas, podem trazer incoe-
No entanto, certas informações equivocadas podem rência: um cartaz publicitário que, em lugar de elogiar
ganhar coerência, como sabemos, se modificamos o produto a ser vendido, o deprecie, certamente trará
as condições de leitura do texto, gerando sua aceita- espanto ao leitor.
bilidade. Nas fábulas, por exemplo, os animais falam
LÍNGUA PORTUGUESA
57
Assim também, certas estruturas frasais esquemáticas po- sunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do
dem, se modificadas, causar estranhamento: a frase: Não autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
compre um apartamento barato, compre um apartamen-
to bom, provocou ruptura na oposição entre contrários 3.1 Dissertação-Exposição
(barato – caro), causando estranhamento temporário.
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um
11.3 - TIPOLOGIA TEXTUAL saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, ex-
põe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O
1. Narração texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determi-
nado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula,
Modalidade em que um narrador, participante ou resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos
não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num de revistas e jornais, etc.
determinado tempo e lugar, envolvendo certos persona-
gens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação 3.2 Dissertação-Argumentação
de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal pre-
dominante é o passado. Estamos cercados de narrações Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de
desde as que nos contam histórias infantis até às piadas ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de
do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, explicar, também persuade o interlocutor, objetivando
fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, re- convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão ló-
lato, etc. gica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa.
É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia,
2. Descrição dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de
jornais e revistas.
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um
lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de 4. Injunção / Instrucional
palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela
sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abs- Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva
trata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no
Não há relação de anterioridade e posterioridade. Signi- modo imperativo, porém nota-se também o uso do infi-
fica “criar” com palavras a imagem do objeto descrito. É nitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo.
fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da perso- Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções
nagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; tex-
agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros tos com regras de comportamento; textos de orientação
textuais. Tem predominância em gêneros como: cardá- (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com
pio, folheto turístico, anúncio classificado, etc. votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).
3. Dissertação
(Adaptado de: RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. motivação da viagem do poeta para a Europa e as
São Paulo: Cia das Letras, 2011, p.107-8) falhas de comunicação entre o navio e o porto de
Marselha.
1. No texto, o autor contrapõe fundamentalmente c. a impossibilidade dos passageiros do navio
cumprirem o período de quarentena em terra, a
a. as boas condições do porto de Marselha, em presença do Imperador no Instituto Histórico e as
território francês, às péssimas condições do porto homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.
brasileiro localizado no Maranhão, perto do qual o d. a morte de um passageiro no navio em que ele
navio Ville de Boulogne acabou por naufragar. viajava, a motivação da viagem do poeta para a
b. a demora com que a notícia da suposta morte de Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o
Gonçalves Dias, no século XIX, pôde ser contestada porto de Marselha.
pelo poeta à rapidez com que o pianista Marcos e. a inexistência de lazareto no Grand Condé, a morte
Resende, contemporâneo do cronista, pôde de um passageiro no navio e as homenagens feitas
contestar a própria morte. no Brasil ao grande poeta.
c. a comoção com que foi recebida a notícia da suposta
morte do poeta Gonçalves Dias à indiferença com Do adultério
que se recebeu a notícia da morte do pianista Marcos
Resende, buscando-se esclarecê-la com um simples O adultério é um crime para todos os povos da terra;
telefonema. o adultério das mulheres, entenda-se, visto terem sido
d. a resistência do navio Grand Condé, onde Gonçalves os homens que fizeram as leis. Enxergaram-se como
Dias pôde permanecer em segurança por mais de proprietários de suas esposas; elas são um de seus bens;
cinquenta dias, à fragilidade do Ville de Boulogne, o adultério as rouba, introduz nas famílias herdeiros
que levou pouco tempo para naufragar na costa do estranhos. Acrescente-se a essas razões a crueldade do
Maranhão. ciúme, e não será surpreendente que em tantas nações,
e. a banalização das notícias em seu próprio tempo, mal saídas do estado selvagem, o espírito de propriedade
mesmo as mais trágicas, à solenidade com que tenha decretado a pena de morte para sedutores e
eram dadas no século XIX, muitas vezes em sessões seduzidas.
no Instituto Histórico, com a eventual presença do
próprio Imperador. (VOLTAIRE, O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 63-64)
2. De acordo com o texto, a falsa notícia da morte 3. Ao considerar o adultério como crime que
de Gonçalves Dias teria se originado de uma penaliza sobretudo as mulheres, Voltaire
conjunção de acontecimentos que incluem: estabelece uma íntima conexão entre
d. a volubilidade masculina e o oportunismo feminino. outra ponta, podem surgir meios que valorizem a leitura
e. a administração política e os direitos da família. e a aplicação nos estudos.
Pátrio poder Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de influir
é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e a
Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo chegam escola que frequentará. (Adaptado de: SCHWARTSMAN,
a comprometer 20% de sua renda para manter seus Hélio. Folha de São Paulo, 7/12/2014)
filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido?
A questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, 4. À pergunta O investimento faz sentido? o
mas, se fizermos questão de extrair uma resposta simples, próprio autor responde: “provavelmente sim”.
ela é “provavelmente sim”. Uma série de estudos sugere Essa resposta se justifica, porque
que a influência de pais sobre o comportamento dos
filhos, ainda que não chegue a ser nula, é menor do que a. a escola, ao contrário do que se imagina, tem
a imaginada e se dá por vias diferentes das esperadas. efeitos tão poderosos quanto os que decorrem da
Quem primeiro levantou essa hipótese foi a psicóloga convivência familiar.
Judith Harris no final dos anos 90. b. as influências dos pares de um educando numa escola
pública são menos nocivas do que os exemplos de
Para Harris, os jovens vêm programados para ser seus pais.
socializados não pelos pais, como pregam nossas c. a qualidade do convívio de um estudante com seus
instituições e nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas colegas de escola é um fator determinante para sua
outras crianças com as quais convivem. Um dos muitos formação.
argumentos que ela usa para apoiar sua teoria é o fato d. as grandes concentrações humanas estimulam
de que filhos de imigrantes não terminam falando com a características típicas do que já foi nosso ambiente
pronúncia dos genitores, mas sim com a dos jovens que ancestral.
os cercam. e. a escola particular, mesmo sendo cara, acaba por
desenvolver nos alunos uma subcultura crítica em
As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram relação ao ensino.
um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado
por bandos de no máximo 200 pessoas, o “cantinho” das 5. Com a frase O resultado é formação de nichos
crianças era heterogêneo, reunindo meninos e meninas com a exacerbação de características mais
de várias idades. Hoje, com escolas que reúnem centenas marcantes o autor está afirmando que a
de alunos, o(a) garoto(a) tende a socializar-se mais socialização nas escolas se dá de modo a
com coleguinhas do mesmo sexo, idade e interesses.
O resultado é formação de nichos com a exacerbação a. dissolver os agrupamentos perniciosos.
de características mais marcantes. Meninas se tornam b. promover a competitividade entre os grupos.
hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno c. estabelecer uma hierarquia no interior dos grupos.
encontra outros maus alunos, que constituirão uma d. incentivar o desempenho dos alunos mais habilitados.
subcultura onde rejeitar a escola é percebido como algo e. criar grupos fortemente tipificados.
positivo. O mesmo vale para a violência e drogas. Na
LÍNGUA PORTUGUESA
61
6. Considere as seguintes afirmações: condição singular do outro deveria ser o primeiro passo de
toda política. Nem paternalismo, nem admiração prévia,
I. A hipótese levantada pela psicóloga Judith Harris é a nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo
de que os estudantes migrantes são menos sensíveis ver e ouvir, para conhecer a história de cada um como
às influências dos pais que às de seus professores. um processo sensível e inacabado, não para ajustar ou
II. O fato de um mau aluno se deixar atrair pela amizade comprovar conceitos. Sua obsessão pela cena da vida é
de outro mau aluno prova que as deficiências similar à que tem pela arte, o que torna quase impossível,
da vida familiar antecedem e determinam o mau para ele, distinguir uma da outra, opor personagem a
aproveitamento escolar. pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. Fazendo
III. Do ponto de vista do desempenho escolar, podem dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu
ser positivos ou negativos os traços de afinidade que como um homem/artista crítico para quem já existe arte
levam os estudantes a se agruparem. encarnada no corpo e suspensa no espírito do outro:
fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, apresenta-se,
Em relação ao texto, está correto o que se afirma mostra-se, mostra-o, mostra-nos.
APENAS em (Armindo Post, inédito)
8. Atente para as seguintes afirmações sobre queria fazer 24”, até chegar a 20 − acho que ninguém,
Eduardo Coutinho e sua arte: a não ser dopado por doses cavalares de nostalgia e
amnésia, gostaria de ir além, ou melhor, aquém, e voltar
I. As expressões coletivistas referidas e exemplificadas no à adolescência.
primeiro parágrafo são aquelas que ajudam o cineasta a
reconhecer a contribuição original de cada cidadão no Trinta anos é uma idade marcante. Agora é inegável que
exercício de sua função social. você ficou adulto. Mas aí você faz 35 e entra numa zona
II. Deve-se entender que, em seus documentários, o cineasta cinzenta (ou grisalha?) em que idade não significa mais
valoriza sobretudo a singularidade das pessoas retratadas, muita coisa. A impressão que eu tenho, a esta altura do
em vez de tomá-las como tipos sociais já identificados e campeonato − qual altura, exatamente? − é que todo
rotulados. mundo tem a minha idade. Não sendo púbere nem
III. O foco de atenção que o cineasta faz incidir sobre as gagá, estão todos no mesmo barco, uns com mais dor
pessoas que retrata é tão intenso e bem trabalhado que nas costas, mas no mesmo barco, trabalhando, casando,
elas surgem como personagens que se revelam para nós separando e resmungando nas redes sociais. Deve ser
em toda a sua verdade. Está correto o que se afirma em por isso que, sem perceber, parei de contar. (Adaptado
de: PRATA, Antonio. Folha de S. Paulo, 01/02/2015)
a. I, II e III.
b. I e II, apenas. 9. A “saudável aspiração” apontada pelo autor
c. I e III, apenas. refere-se
d. II e III, apenas.
e. III, apenas. a. ao desejo de crescer que se manifesta nas crianças,
que, desse modo, acabam se referindo a uma idade
Texto futura ao dizerem quantos anos têm.
b. ao sonho de perpetuar indefinidamente a infância,
Outro dia, numa mesa de bar, hesitante e assustado, me período do desenvolvimento humano marcado pela
dei conta de que eu não sabia a minha idade. Como pode, fantasia, explorada em contos infantis, de nunca
a esta altura do campeonato − qual altura exatamente? − crescer.
a pessoa ignorar quantos anos tem? c. ao desejo de parar de envelhecer quando se tem
Quando você é criança, a idade é um negócio mais 30 anos e se percebe a inexorabilidade do
fundamental. É o dado mais importante depois do passar do tempo.
seu nome. Lembro que, na época, eu achava de uma d. à pretensão nostálgica do adulto recém-formado
obviedade tacanha esse “vou fazer”, mas hoje entendo: o de retornar à adolescência e, assim, escapar das
desejo de crescer é parte fundamental do software com responsabilidades adquiridas.
que viemos ao mundo. Seis, vou fazer sete, é menos uma e. ao esquecimento voluntário da própria idade,
constatação óbvia do que uma saudável aspiração. estratégia que, segundo o autor, proporciona a
Dos 20 aos 30 anos, avança-se lentamente, com oportunidade de enxergar as pessoas como se não
sentimentos contraditórios. A escola foi há séculos, mas houvesse diferença etária entre elas.
ser adulto ainda é estranho. A resposta sincera a quantos
anos você tem, nessa fase, seria: “26, queria fazer 25”, “25,
LÍNGUA PORTUGUESA
63
10. A repetição, na crônica, da pergunta qual logne, é possível que Gonçalves Dias não sobrevive-
altura, exatamente? reitera a ideia do autor de ria muitos dias à seu desembarque, pois seu estado
que, a partir de dado momento, de saúde era de fato muito grave.
e. Ser dado por morto e estar bem vivo, numa ex-
a. é inegável que você ficou adulto. periência das mais inquietantes que o ser humano
b. idade não significa mais muita coisa. pode vir a conhecer, cuja é talvez ainda mais terrifi-
c. idade é um negócio fundamental. cante quando se depara de repente com a notícia da
d. ser adulto ainda é estranho. própria morte.
e. avança-se lentamente, com sentimentos
contraditórios. 2. ... meu velho rancor contra os guarda-chuvas
cedeu a um estranho carinho...
4. ...para ser levado a sério, um jornal precisa dar de seu patrimônio do qual foi usurpado.
a impressão de concretude em seu conteúdo. e. Não obstante se considere que as esposas sejam
parte de seus bens, os homens passam a ver como
O conteúdo expresso acima está preservado, em um roubo o adultério que os privam delas.
formulação condizente com a norma-padrão, em:
GABARITO
a. se quizer ser levado a sério, um jornal não pode es-
01-c 02-a
quivar-se em dar a impressão de concretude em seu
conteúdo.
03-b 04-c
b. um jornal, sendo levado a sério, não pode abster a 05-b
impressão de concretude em seu conteúdo.
c. a condição de que um jornal não pode prescindir,
para ser levado a sério, é a de dar a impressão de
concretude em seu conteúdo.
d. com vistas ser levado a sério, um jornal não pode
deixar de renunciar à impressão de concretude em
seu conteúdo.
e. um jornal tendo a intensão de ser levado a sério, não
pode abdicar quanto à impressão de concretude em
seu conteúdo.
1
RACIOCÍNIO LÓGICO
1. LÓGICA PROPOSICIONAL Perceba que não tem importância o fato de ser verda-
deira ou falsa para ser proposição. Porém, tem de ser
classificada obrigatoriamente como um dos dois.
A Lógica Proposicional surge com Aristóteles
( Estagira, 384 a.C. — Atenas, 322 a.C.). Aristóteles um
Quando Aristóteles criou o conceito de proposição,
dos grandes filósofos gregos, desenvolveu curiosida-
seguiu dois princípios como suporte: o Princípio do
de sobre o discurso, sobre a argumentação, sobre a
terceiro excluído e o Princípio da não contradição. Veja
forma que algumas pessoas convencem outras sobre
a definição de cada um deles:
alguma ideia. Ele mesmo não era um grande orador,
não tinha boa habilidade de convencimento e talvez
Princípio do terceiro excluído – uma proposição
por esse motivo tenha tido a motivação necessária
deve ser verdadeira ou Falsa, não havendo outra pos-
para criar do zero toda uma teoria.
sibilidade.
Como a lógica proposicional estuda argumentação,
Princípio da não contradição - uma proposição não
na maioria dos casos trata de sentenças – frases com
pode ser ao mesmo tempo verdadeira e Falsa.
sentido completo. Nesse sentido, surge a ideia de pro-
posição que é o elemento básico de todo conteúdo.
Algumas bancas, como a VUNESP, introduziram o Prin-
cípio da Identidade. Esse princípio diz que toda propo-
1.2 - DEFINIÇÃO DE PROPOSIÇÃO sição é igual a si mesma.
Interrogativas
São as perguntas de modo geral. Utilizam o sinal “?”
no final.
A estrutura básica de uma proposição é: sujeito + ver-
bo + complemento. Veja na sentença: “Carlos foi ao Exclamativas
médico”, temos o sujeito = Carlos, o verbo=ir e o com-
plemento = ao médico. Claro que por vezes a senten- São as exclamações básicas: “bom dia!”, “boa tarde!” e
ça aparece fora de ordem, mas tradicionalmente vem assim por diante. Em geral não possuem verbo e vem
como descrito acima. com o sinal “!” ao final.
1.3 - SENTENÇA ABERTA Agora que já temos suporte, podemos resolver ques-
tões sobre esse assunto.
Sentença declarativa que não permite a classificação
falsa ou verdadeira, pois apresenta uma variável.
Os paradoxos são sentenças que apesar de informati- II. não é proposição por se tratar de um ordem deno-
vas, não são proposição por um de dois motivos: tada por “faça”.
a) É uma sentença ao mesmo tempo verdadeira e Fal- III. é uma proposição, visto que foi usado o nome pró-
sa; prio “Manuela” e temos um verbo “tem” e além disso,
b) É uma situação sem solução. a informação está bastante clara.
Apesar de parecer complicado, são apenas dois os
exemplos que devemos recordar:
a) “Eu estou mentindo” 2. Há exatamente duas proposições no conjunto
b) Paradoxo do barbeiro de sentenças:
Na sentença “eu estou mentindo” temos uma contra- I. O Acre é um estado da Região Nordeste.
dição, pois a sentença é simultaneamente Verdadeira e II. Você viu o cometa Halley?
Falsa e com isso, ela não é uma proposição, visto que III. Há vida no planeta Marte.
pelo Princípio da não contradição, a proposição não
pode ser simultaneamente verdadeira e Falsa. ( ) certo ( ) errado
Muitas vezes os autores modificam de alguma forma I. proposição. Entende-se perfeitamente que o estado
essa sentença a fim de confundir o candidato, mas do Acre (sujeito) é (verbo) da região Nordeste. Apesar
sempre mantendo o sentido de mentira. de falsa, está completa.
No paradoxo do barbeiro, temos a situação: Em uma II. não é proposição, pois é uma interrogação.
cidade existe um único barbeiro e somente ele pode
cortar o cabelo de outras pessoas, desde que elas não III. é proposição. Apesar de ser uma afirmação de di-
cortem seu próprio cabelo. Todos devem cortar o ca- fícil verificação, entende-se o que foi dito, está clara a
belo regularmente. Quem cortará o cabelo do barbei-
mensagem, a informação.
ro? Veja que essa situação não tem solução, já que nin-
guém poderá cortar o cabelo do barbeiro e nem ele
mesmo!
RACIOCÍNIO LÓGICO
3. Considere as seguintes frases: Quem ligou essas duas informações foi o conectivo
lógico “e” que é uma das formas de fazer a ligação.
I. Ele foi o melhor jogador do mundo em 2005. Existem ao todo cinco conectivos lógicos e vamos
apresenta-los a seguir:
II. é um número inteiro.
CONECTIVO NOME EXEMPLO SIMBOLOGIA
III. João da Silva foi o Secretário da Fazenda do Estado
e conjunção Estudo e
de São Paulo em 2000. P∧Q
passo
Exemplo
Possui alguns sinônimos (termos que aparecem em duas ao mesmo tempo. Veja o exemplo:
seu lugar, mas com o mesmo sentido) que devemos
conhecer, visto que em inúmeras situações quem apa- Ou estudo ou saio = Estudo ou saio, já que não é pos-
rece é o sinônimo. Abaixo colocamos os principais. sível acontecer as duas ao mesmo tempo.
No caso dos três primeiros, basta substituir o “e” por Possui vários sinônimos importantes que devemos co-
qualquer um deles, como mostram os exemplos: nhecer, já que os autores de questões os utilizam com
bastante frequência. Abaixo colocamos os principais.
Estudo e passo. = Estudo, passo = Estudo, mas pas-
so = Estudo, entretanto passo.
3.2 - CONECTIVO OU
Chamado de disjunção, o conectivo e vai sempre no
meio da sentença e tem o sentido de que pelo me-
nos uma das duas informações contidas é verdadeira.
Obviamente isso nem sempre ocorre, mas é o sentido
que se tenta transmitir.
Veja como a mesma proposição pode ser expressa de Estudo se,e somente se passo. Pode ser escrita como:
várias maneiras: Estudar é equivalente a passar.
Consideremos a proposição composta:“Se estudo, en- Estudar é condição suficiente e necessária para passar
tão passo.” Vejamos maneiras diferentes de escrevê-la
sem perder o significado, ou melhor, utilizando termos
que são sinônimos da condicional.
• Se estudo, passo.
• Como estudo, passo.
• Quando estudo, passo. Ou até mesmo: Passo,
Quando estudo QUESTÕES COMENTADAS
• Sempre que estudo, passo.
• Estudo, consequentemente passo.
• Estudo, logo passo. 1. A frase “Filho meu, ouve minhas palavras e
atenta para meu conselho” é composta por
• Passo, pois estudo. duas proposições lógicas simples unidas pelo
• Passo porque estudo. conectivo de conjunção.
Possui alguns sinônimos (termos que aparecem em 2. A frase “ A resposta branda acalma o coração
seu lugar, mas com o mesmo sentido) que devemos irado.” é uma proposição lógica simples.
conhecer, visto que em inúmeras situações quem apa-
rece é o sinônimo. Abaixo colocamos os principais. ( ) certo ( ) errado
Veja como a mesma proposição pode ser expressa de Veja que temos um único verbo: acalma. Temos um
várias maneiras: sujeito: a resposta branda. Ainda, temos um comple-
mento que deixa a informação clara!
RACIOCÍNIO LÓGICO
3. A frase “Se o filho é honesto então o pai é 6. A proposição “Se Paulo não foi ao banco, ele
exemplo de integridade.” é uma proposição está sem dinheiro.” É uma proposição compos-
lógica composta em que aparecem dois conec- ta denominada condicional.
tivos lógicos.
( ) certo ( ) errado
( ) certo ( ) errado
Observe o conjunto : “se” no início + vírgula no meio
= Se..., então, ou seja, uma condicional.
Veja que apesar de ser uma proposição composta e
possuir conectivo, é um só! A condicional apesar de Vale ressaltar que somente o fato de ter a vírgula no
ter dois pedaços: “se” e “então” é um conectivo só. meio não é suficiente para ser condicional, é necessá-
rio ter o termo “se” no início.
GABARITO
01-E 02-C 03-E 04-C 05-C 06-C 07-E 08-C
A proposição “A escola não prepara com eficácia o Proposição 1 Proposição 2 Proposição 1 e proposição 2
jovem para a vida, pois o ensino profissionalizante V V V
não faz parte do currículo da grande maioria dos V F F
centros de ensino” estaria corretamente represen-
F V F
tada por P→Q, em que P e Q fossem proposições
lógicas convenientemente escolhidas. F F F
4. A frase “O perdão e a generosidade são provas Na primeira linha: V com V = V, pois são duas verda-
de um coração amoroso” estará corretamente des.
representada na forma P→Q, em que P e Q se- Na segunda linha: V com F = F, pois tem uma verdade
jam proposições lógicas convenientemente es- só.
colhidas. Na terceira linha: F com V = F, pois tem uma só ver-
dade.
( ) certo ( ) errado Na quarta linha: F com F = F, pois não tem verdade
alguma.
Cada conectivo lógico possui um sentido, um significa- a) Cuba é um País e O Brasil é um País. ( V )
do em uma sentença. Estudando o significado de cada b) belo Horizonte é uma cidade e Cuba um continente.
um deles, montamos tabelas lógicas, denominadas de ( F )
“tabela verdade”, onde através de V (verdadeiro) e F c) Porto Alegre é um estado e Curitiba é uma cidade.
(falso) interpretamos os conectivos. Quando dizemos ( F )
que uma sentença é Verdadeira, estamos dizendo que d) Curitiba é um estado e Cuba é um continente. ( F )
a forma que foi escrita e a conjugação com o conecti- Em resumo, grave o seguinte:
vo está correta.
DUAS VERDADES = VERDADE
O aprendizado e bom entendimento dessas tabelas
será determinante para o sucesso em lógica proposi-
cional e para isso, orientamos que tudo seja lido com
muita atenção e que se procure entender os conceitos,
ao invés da mera decoreba das tabelas, técnica que
comprovadamente não traz bons resultados.
Tabela Verdade “OU”
Tabela Verdade “E”
O conectivo ou tem como função garantir que pelo
Cada conectivo lógico tem uma função nas frases, o
menos uma das informações contidas é verdadeira.
conectivo E, por exemplo, tem como função a simul-
Veja que é um pouco diferente do conceito da língua
taneidade. Quando o autor utiliza o conectivo E, ele
portuguesa, onde geralmente o ou tem o sentido de
está afirmando que na frase tudo é verdade, ou seja,
que apenas uma das informações é correta.
se na frase houver duas proposições, as duas deverão
ser verdadeiras.
Resumindo
Na tabela abaixo, representamos essa situação:
PELO MENOS UMA VERDADE=VERDADE
RACIOCÍNIO LÓGICO
Na tabela abaixo, representamos essa situação: Na segunda linha: V com F = V, pois tem uma verdade só.
Na terceira linha: F com V = V, pois tem uma só verdade.
Proposição 1 Proposição 2 Proposição 1 OU proposição 2 Na quarta linha: F com F = F, pois não tem verdade alguma.
V V V
V F v
Na prática isso se utiliza para avaliar frases completas,
F V v
quando estas possuem o conectivo OU, veja os exem-
F F F
plos:
V F F
PELO MENOS UMA VERDADE = V F V V
F F V
V F V
Na terceira linha: F com V = V,
F V V
pois quando a primeira é falsa, automaticamente o re-
F F F
sultado é verdadeiro.
10
Na prática isso se utiliza para avaliar frases completas, c) Curitiba é um estado SE,E SOMENTE SE Porto Alegre é
quando estas possuem o conectivo OU, veja os exem- uma cidade. ( F )
plos: d) Curitiba é um estado SE,E SOMENTE SE Cuba é um con-
tinente. ( V )
a) SE Cuba é um País ENTÃO O Brasil é um País. ( V ) Em resumo, grave o seguinte:
b) SE Cuiabá é uma cidade ENTÃO Cuba um continente. ( F )
c) SE Porto Alegre é um estado ENTÃO Curitiba é uma cidade. ( V )
d) SE Curitiba é um estado ENTÃO Cuba é um continente. ( V ) AS DUAS IGUAIS = V
Em resumo, grave o seguinte:
Na tabela abaixo, representamos essa situação: Perceba que agora, faz mais sentido chamar de bi-
condicional, afinal temos duas vezes o conectivo “se...
então” a chamada condicional. Simbolicamente pode-
Proposição 1 Proposição 2 Proposição 1 ↔ proposição 2
mos escrever:
V V V
V F F
P ↔ Q = ( P → Q ) ∧ (Q → P )
F V F
F F V
Veja a análise:
Na prática isso se utiliza para avaliar frases completas, 1. Se as proposições P e Q são ambas verdadeiras,
quando estas possuem o conectivo OU, veja os exem- então a proposição ( P) ( Q) também é
plos: verdadeira.
a) Cuba é um País SE,E SOMENTE SE O Brasil é um País. ( V )
b) Belo Horizonte é uma cidade SE,E SOMENTE SE Cuba um ( ) Certo
continente. (F) ( ) Errado
RACIOCÍNIO LÓGICO
11
4. Caso sejam verdadeiras as proposições P e Q, a “Se Pedro é alto, então Camila é baixa”.
proposição (~P Q) (~Q P) será verdadeira.
Dessa forma, é verdade o valor lógico da afirmação
( ) Certo
( ) Errado a) Camila é baixa ou Pedro não é alto.
b) Pedro é alto.
c) Camila não é baixa e Pedro não é alto.
5. Considerando que os símbolos ˅, d) Camila é baixa.
~, →, ↔ e ˄ representem as operações lógicas e) Camila é baixa e Pedro é alto.
«ou», «não», «condicional», «bicondicional”
e “e”, respectivamente, julgue o item a se-
guir, acerca da proposição composta P: (p˄~- 10. Sobre as tabelas de verdade dos conectivos de
q)↔(~p˅r), em que p, q e r são proposições disjunção (inclusiva), conjunção e implicação
distintas. (material), assinale a alter nativa correta.
Se a proposição p for verdadeira, então P será falsa. a. As conjunções só são falsas quando ambos os
conjuntos são falsos.
( ) Certo b. Não existe implicação falsa com antecedente ver-
( ) Errado dadeiro.
c. As disjunções são falsas quando algum dos dis-
juntos é falso.
6. Considerando-se que as proposições A, B e C d. Só há um caso em que as implicações são verda-
tenham valorações V, F e V, respectivamente, deiras.
e considerando-se também as proposições e. As implicações são verdadeiras quando o antece-
P e Q, representadas, respectivamente, por dente é falso.
A ˄ (B ˅ C) e [¬(A˄B)] ˅ (¬C), é correto afirmar
que P e Q têm a mesma valoração.
( ) Certo
( ) Errado GABARITO
01-E 02-E 03-C 04-E 05-C
7. Considerando a proposição {(P˅-
Q)→[R˄(~S)]}→[(P˄S)↔(Q˄R)], julgue o item a 06-C 07-C 08-E 09-B 10-E
seguir.
12
Exemplo
p∧q→r = F
Agora localizamos o conectivo principal: o Se..., então
e com isso separamos em duas partes:
13
Separadas as duas partes, verificamos que para a con- pois na primeira parte p=V e na segunda p=F. Quando
dicional ser falsa, precisamos da Vera Fisher e com isso: aparece um erro, a conclusão é de que é impossível a
resposta final ser falsa. Logo ela com certeza é verda-
p∧q → r = F deira, do que concluímos que é uma tautologia.
Exemplo
QUESTÕES COMENTADAS
Verifique se a proposição p ∧ q → p ∨ q é tautolo-
gia.
( ) Certo
p∧q → p∨q = F
( ) Errado
Agora localizamos o conectivo principal: o Se..., então
e com isso separamos em duas partes:
2. Julgue o item seguinte relacio-
nado à lógica proposicional.
p∧q → p∨q Uma tautologia é uma proposição lógica com-
posta que será verdadeira sempre que os valo-
res lógicos das proposições simples que a com-
Separadas as duas partes, verificamos que para a con- põem forem verdadeiros.
dicional ser falsa, precisamos da Vera Fisher e com isso:
( ) Certo
p∧q → p∨q = F ( ) Errado
V F
3. A proposição P˄Q˄R→P˅Q é uma tautologia
Agora verificamos se apareceu algum erro. Veja que
temos um problema de tabela verdade, visto que na ( ) Certo
primeira parte temos o conectivo “e” e assim sendo ( ) Errado
para ser verdadeiro temos de ter duas verdades: p=V e
q=V. Por outro lado, na segunda parte temos o conec- 4. A proposição (P˅Q) → (Q˄P) é uma tautologia.
tivo “ou” e para ser falso precisamos de duas partes
falsas: p=F e q=F. veja que temos uma contradição, ( ) Certo
( ) Errado
RACIOCÍNIO LÓGICO
14
6. A proposição [P˅Q]↔[(¬P)˄Q] tem somente o Calcule o número de linhas da tabela verdade da ex-
valor lógico V, independentemente dos valores
lógicos de P e Q.
pressão P ∧ (Q → R) ∨ Q .
Solução
( ) Certo
( ) Errado
X = 3 (3 letras)
N = 2x
GABARITO N = 23
N = 8 linhas
01-E 02-E 03-C
Feita a análise do número de linhas que a tabela pos-
04-E 05-E 06-E suirá, vamos utilizar uma técnica basicamente igual
a que usamos em tautologia/contradição. A técnica
consitirá em igualar a proposição a Falso ou verdadei-
ro dependendo do conectivo principal. Seguiremos ao
7. CONSTRUÇÃO DA TABE- seguinte padrão:
LA VERDADE DE PROPO-
Conectivo principal Igualar a
SIÇÕES COMPOSTAS OU FALSO
Algumas expressões (proposições compostas) exigem SE..,ENTÃO FALSO
a construção de uma tabela de valores, consideran- OU...OU FALSO
do todas as possibilidades. A essa tabela chamamos
“Tabela verdade” de uma Proposição. Nessa aula mos- E VERDADEIRO
traremos o processo de construção dessa tabela e a SE, E SOMENTE SE VERDADEIRO
utilidade no momento de resolver questões.
Se igualarmos a falso, analisaremos quando aconte-
Para iniciar o estudo precisamos aprender a calcular cerá o falso e após localizar na tabela preencheremos
o número de linhas da tabela que será montada. Para com falso as linhas correspondentes. As que sobrarem
fazer o cálculo precisamos averiguar quantas são as igualamos a verdadeiro.
componentes diferentes que a proposição possui, pois
a fórmula depende disso. Abaixo apresentamos a fór- Se igualarmos a verdeiro, analisaremos quando acon-
mula para cálculo. tecerá o falso e após localizar na tabela preenchere-
mos com verdadeiro as linhas correspondentes. As
Número de linhas de uma tabela verdade que sobrarem igualamos a falso.
15
p q p∧q → r
V V
V F
Separadas as duas partes, verificamos que para a con-
F V
dicional ser falsa, precisamos da Vera Fisher e com isso:
F F
V F
p q r
V V V Agora analisamos as consequências:
V V F
Na primeira parte temos p ∧ q = V e como temos
V F V
um conectivo “e” precisamos de duas verdades: p =V
V F F e q=V
F V V
F V F Na segunda parte temos que r=F.
F F V
F F F Veja como ficou: p=V q=V r=F. procure na base a li-
nhas que tem esse valores:
Essa base normalmente apresenta várias colunas va-
zias que não vamos utilizar. A última coluna corres- p q r
p∧q p∧q→r
ponde aos resultados e é ela que o examinador está
V V V
solicitando.
V V F
Vejamos a resolução de alguns exemplos para fixar o V F V
método. V F F
F V V
Exemplo F V F
F F V
Dada a base abaixo, Construa a tabela verdade (última
F F F
coluna) da expressão p∧q→r.
Uma vez localizada a linha, colocamos falso na última
p q r coluna dela:
p∧q p∧q→r
V V V
p q r
V V F p∧q p∧q→r
V F V V V V
V F F V V F F
F V V V F V
F V F V F F
F F V F V V
F F F F V F
F F V
Primeiro vamos igualar a falso, uma vez que conectivo F F F
principal é o condicional.
p∧q→r = F
RACIOCÍNIO LÓGICO
16
( p ∧ q) ∨ r = F F F F F
RACIOCÍNIO LÓGICO
17
Observe que estão sobrando 5 linhas. Nessas linhas Esse caso merece atenção especial pelo fato de que
restantes, colocamos verdadeiro e tabela está pronta! há conectivo dos dois lados do conectivo principal.
Ainda, há letras repetidas nos dois lados. Quando isso
p q r ocorre, iremos começar pelo lado que tiver menor nú-
p∧q p∧q→r
mero de possibilidades. No primeiro lado temos um
V V V V
conectivo “ou” que deve ser V, e isso possui três for-
V V F V mas de ocorrer. No segundo lado temos um conecti-
V F V V vo “condicional” que deve ser falso e isso acontece de
V F F F apenas uma maneira. Portanto devemos começar pelo
F V V V segundo lado.
F V F F
No segundo lados temos :
F F V V
F F F F
( p → r) = F
Exemplo
Com isso: p=V e r=F
Dada a base abaixo, Construa a tabela verdade (última
Como a letra p aparece dos dois lados, devemos agora
coluna) da expressão ( p ∨ q) → ( p → r ) . colocar p=V na primeira parte e continuar analisando:
p q r V ?
( p ∨ q) ( p → r ) ( p ∨ q) → ( p → r )
( p ∨ q) = V
V V V
V V F Como temos o conectivo “ou” e nele temos de ter pelo
V F V menos uma verdade para que fique verdadeiro no fi-
V F F nal e a letra p já é verdadeira, a letra q fica “solta”, isto
F V V é, pode ser V ou F.logo,
F V F
q=V ou q=F
F F V
resumindo,
F F F p= V q= V r= F
p=V q=F r=F
Primeiro vamos localizar o conectivo principal: Se...,en-
tão –o primeiro deles. Com isso, vamos separar em veja que essas duas possibilidades resultam em fal-
duas partes: so, que foi o que usamos no início. Procuramos ela na
( p ∨ q) → ( p → r ) base da tabela e colocamos falso nelas:
p q r
Vamos igualar a falso: ( p ∨ q) ( p → r ) ( p ∨ q) → ( p → r )
V V V
( p ∨ q) → ( p → r ) = F V V F F
V F V
Agora vamos usar tabela verdade para preencher os V F F F
dois lados com valores lógicos. Devemos responder F V V
de que maneira o conectivo condicional pode ser falso
F V F
e lembramos da Vera Fisher:
F F V
( p ∨ q) → ( p → r ) = F F F F
V F
RACIOCÍNIO LÓGICO
18
QUESTÕES COMENTADAS
( ) Certo
1. Caso as colunas em branco na tabela abaixo se- ( ) Errado
jam corretamente preenchidas, a última coluna
dessa tabela corresponderá à expressão [P˄(¬-
Q)]˅[Q→P]. 4. Se S = (P→Q)˄R, então, na última coluna da
tabela-verdade de S, aparecerão, de cima para
baixo e na ordem em que aparecem, os seguin-
tes elementos: V, F, V, V, F, V, F e V.
( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo ( ) Certo
( ) Errado ( ) Errado
6. A proposição simbólica (P˄→Q)˄R possui, no
máximo, 4 avaliações V.
2. A última coluna da tabela-verdade abaixo cor-
responde à proposição (P˄R)→Q.
( ) Certo
( ) Errado
GABARITO
01-C 02-E 03-C
04-E 05-C 06-E
RACIOCÍNIO LÓGICO
19
A negação de proposições é tema comum nas Bancas. Mais uma vez acrescentamos o negador não.
Embora no nosso cotidiano, estejamos habituados a Nesse exemplo, um cuidado especial reside no
fazer negações, no aspecto lógico existem cuidados fato de alguns candidatos pensarem que seria
especiais e detalhes que fazem toda a diferença. Para
melhor compreensão, separamos a negação simples, possível dizer “Felipe é feio”, quando na verdade
da composta, aquela que possui conectivos. seria um erro grave, pois dizer que Felipe não é
bonito, não acarreta que ele seja feio.
8.2 - NEGAÇÃO SIMPLES
e) A negação da proposição “Jhoni é rico” = Jho-
1) introduz o negador NÃO; ni Não é rico.
Veja que é o processo natural de negação, usar a pa- Mais uma vez acrescentamos o negador não.
lavra não!
20
21
22
3. A negação de “eu não sou um espião, amo o d) Não vou à academia todos os dias da semana e não
meu país.” é equivalente à seguinte proposição: corro três dias na semana.
“eu sou um espião ou não amo o meu país”. e) Se vou todos os dias à academia, então corro três
dias na semana.
Comentário do professor: Podemos reescrever a
sentença dada da seguinte maneira: “eu não sou um
espião e amo o meu país.”. 7. De acordo com o raciocínio lógico-matemático,
a negação da frase “O juiz negou a sentença e o
Temos portanto o conectivo “e”, devemos negar tudo réu entrou com recurso” é equivalente a frase.
e trocar por “ou”, logo a negação fica “eu sou um es-
pião ou não amo o meu país.” a) O juiz negou a sentença ou o réu entrou com re-
Gabarito certo. curso.
b) O juiz não negou a sentença ou o réu não entrou
com recurso.
4. A negação da proposição “Marcos gosta de es- c) O juiz não negou a sentença e o réu não entrou com
tudar, mas não gosta de fazer provas” é logica- recurso.
mente equivalente à proposição “Marcos não d) O juiz não negou a sentença ou o réu entrou com
gosta de estudar e gosta de fazer provas”. recurso.
23
9. Determine a negação da proposição “Lívia é es- No quadro abaixo, mostramos a regra de ne-
tudiosa e Marcos decora”. gação de cada quantificador e logo apresen-
a) Lívia é estudiosa ou Marcos decora
tamos exemplos.
b) Lívia não é estudiosa e Marcos decora.
c) Lívia não é estudiosa ou Marcos decora. QUANTIFICADOR NEGAÇÃO
d) Lívia não é estudiosa ou Marcos não decora.
Todo Algum ... não / existe um que
e) Marcos não decora e Lívia é estudiosa.
não/ pelo menos um não
Algum/existe nenhum
10. A negação de “hoje é domingo e amanhã não nenhum algum
choverá” é:
Exemplo 1
a) hoje não é domingo e amanhã não choverá
b) hoje não é domingo ou amanhã choverá Negue a proposição: “todo cachorro é verde.”
c) hoje não é domingo então amanhã choverá
d) hoje não é domingo nem amanhã choverá Opção 1: algum cachorro não é verde.
Opção 2: existe um cachorro que não é verde.
Opção 3: pelo menos um cachorro não é verde.
11. “Se Jorge é inteligente, então ele é analista de
redes”. Negar a afirmação proposta é afirmar Exemplo 2
que
Negue a proposição: “algum homem é feio.”
a) Jorge não é inteligente e é analista de redes. Negação: nenhum homem é feio.
b) se Jorge não é inteligente, então ele não é analista
de redes. Exemplo 3
c) Jorge é inteligente e não é analista de redes.
d) se Jorge não é analista de redes, então ele não é Negue a proposição: “nenhum gato é pardo.”
Negação: algum gato é pardo.
inteligente.
e) Jorge é analista de redes e é inteligente.
Exemplos
QUESTÕES COMENTADAS
9. NEGAÇÃO DE
QUANTIFICADORES
1. A negação de “À noite, todos os gatos são par-
Os quantificadores lógicos tem a dizer ao dos” é:
leitor quantos elementos participam ou tem
a) De dia, todos os gatos são pardos.
alguma característica. São eles: Todo, Algum
b) De dia, nenhum gato é pardo.
e Nenhum. Abordaremos nessa aula a Nega- c) De dia, existe pelo menos um gato que não é pardo.
ção desses quantificadores, que é o tópico d) À noite, existe pelo menos um gato que não é pardo.
que tem aparecido em provas. e) À noite, nenhum gato é pardo.
RACIOCÍNIO LÓGICO
24
A negação da proposição “Toda pessoa pobre é vio- b) existem homens que dirigem bem.
lenta” é equivalente a “Existe alguma pessoa pobre c) todas as mulheres dirigem bem.
que não é violenta”. d) todas as mulheres dirigem mal.
e) todos os homens dirigem mal.
Comentário: Questão correta. Utilizou a regra estabe-
lecida na tabela.
6. Se A for a proposição “Todos os policiais são
honestos”, então a proposição ¬A estará enun-
2. Considere a afirmação: “Alguns homens sabem ciada corretamente por “Nenhum policial é ho-
cozinhar”. nesto”.
7. A negação da proposição “Todas as frutas não
A negação dessa afirmção é: são verdes.” é:
GABARITO
3. “nenhum gato é verde”. 01-D 02-D 03-A 04-A 05-A 06-E
A negação dessa afirmativa é: 07-C
25
Em lógica proposicional são comuns as questões so- É importante destacar que os dois passos são
bre sentenças equivalentes, que em regra, pedem que obrigatórios, ou seja, se apenas for feita a inversão,
você identifique uma frase com mesmo significado não será equivalente, e se apenas forem negadas as
a uma proposição dada. Embora, possa parecer fácil, sentenças, também não teremos uma equivalência.
quando colocamos conectivos essa tarefa pode dar
trabalho e por esse motivo, precisamos aprender três 10.2 - REGRA 2 – SILOGISMO DISJUNTIVO
regras de equivalência.
Nesta segunda regra, a frase original terá o conectivo
10.1 - REGRA 1 - CONTRAPOSITIVA “Se então” e trocaremos esse conectivo pelo conectivo
“Ou”. Para poder fazer essa troca sem perder o sentido
Nesta regra, a frase original terá o conectivo “Se...en- original, deveremos negar a primeira componente e
tão” e ele será mantido. Mudaremos no entanto, a or- repetir a segunda, veja no esquema a seguir:
dem das sentenças e ainda negaremos cada uma de-
las, veja o esquema:
Exemplo
26
1) negaremos a primeira
2. Escreva as equivalências de “Se não cai o minis-
A inflação não cai. tro da Fazenda, então cai o dólar ou a inflação
aumenta”.
2) repetiremos a 2ª
Nesse caso, apesar de termos o conectivo ou, ele é
O dólar aumenta menos importante que o conectivo “se...,então” e com
isso esqueceremos que ele está ali num primeiro mo-
Resposta correta: mento e faremos as equivalências levando a condicio-
nal em consideração.
“Se a inflação não cai, então o dólar aumenta”
Componente 1 = não cai o ministro da Fazenda
Componente 2 = cai o dólar ou a inflação aumenta
27
Se não cai o dólar e a inflação não aumenta, então cai 6. A proposição “Paulo é médico ou Ana não tra-
o ministro da fazenda. balha” é logicamente equivalente a:
Veja que a segunda componente (cai o dólar ou a in-
flação aumenta ) quando foi invertida e negada aca- a) Se Ana trabalha, então Paulo é médico.
bou ficando com o conectivo e, que é a negação do b) Se Ana trabalha, então Paulo não é médico.
conectivo ou. c) Paulo é médico ou Ana trabalha.
d) Ana trabalha e Paulo não é médico.
Componente 1 = não cai o ministro da Fazenda e) Se Paulo é médico, então Ana trabalha.
Componente 2 = cai o dólar ou a inflação aumenta
Negando a primeira e repetindo a segunda temos: 7. Considere a afirmação: “Se passei no exame,
Cai o ministro da fazenda ou cai o dólar ou cai a in- então estudei muito e não fiquei nervoso”. Do
flação. ponto de vista lógico, uma afirmação equiva-
lente a essa é:
3. A afirmação: “João não chegou ou Maria está a) Se estudei muito, então não fiquei nervoso e passei
atrasada” equivale logicamente a: no exame.
b) Se passei no exame, então não estudei muito e fi-
a) Se João não chegou, Maria está atrasada. quei nervoso.
b) João chegou e Maria não está atrasada. c) Passei no exame porque quem estuda muito só
c) Se João chegou, Maria não está atrasada. pode passar.
d) Se João chegou, Maria está atrasada. d) Se não fiquei nervoso, então passei no exame ou
e) João chegou ou Maria não está atrasada. estudei muito.
e) Se não estudei muito ou fiquei nervoso, então não
passei no exame.
4. Considere a seguinte proposição: “Se chove ou
neva, então o chão fica molhado”. Sendo assim,
pode-se afirmar que: 8. Considerando que P seja a proposição “Se os
seres humanos soubessem se comportar, have-
a) Se o chão está molhado, então choveu ou nevou. ria menos conflitos entre os povos”, julgue os
b) Se o chão está molhado, então choveu e nevou. itens seguintes.
c) Se o chão está seco, então choveu ou nevou.
d) Se o chão está seco, então não choveu ou não A proposição P é logicamente equivalente à proposi-
nevou. ção “Se houvesse menos conflitos entre os povos, os
e) Se o chão está seco, então não choveu e não nevou. seres humanos saberiam se comportar”.
( ) certo ( ) errado
5. Um renomado economista afirma que “A infla-
ção não baixa ou a taxa de juros aumenta”. Do
ponto de vista lógico, a afirmação do renoma-
do economista equivale a dizer que:
GABARITO
a) se a inflação baixa, então a taxa de juros não 01- 02- 03-A 04-E 05-D 06-A
aumenta. contrapositiva contrapositiva
28
11. LINGUAGEM NA CON- Podemos citar como exemplo a sentença “Vou ao ci-
nema se, e somente se tenho dinheiro” Que pode ser
DICIONAL - SUFICIENTE expressa da seguinte maneira “ ir ao cinema é uma
condição suficiente e necessária para ter dinheiro.
X NECESSÁRIO
Muitas vezes em questões que envolvem a con-
dicional, aparece uma linguagem específica, que
QUESTÕES COMENTADAS
utiliza termos como “condição suficiente” e “condição
necessária”, faremos um estudo detalhado, sobre essa
linguagem e como as questões costumam explorar es-
1. Sabendo que “Se Milena receber dinheiro en-
ses conceitos.
tão viajará no feriado”. Aponte o item falso.
11.1 - ESQUEMA a) Receber dinheiro é condição suficiente para Milena
viajar no feriado.
b) Viajar no feriado é condição necessária para Milena
ter recebido dinheiro.
c) Receber dinheiro é condição necessária para Milena
viajar no feriado.
d) Não receber dinheiro é condição necessária para
Milena não viajar no feriado.
e) Não viajar no feriado é condição suficiente para
Milena não ter recebido dinheiro.
Comentário do professor:
29
2) Elisa não estudar é condição necessária para Elaine Escreva a Equivalência Lógica da proposição “Ou Saio
não ensaiar. Ou Estudo”.
30
Exemplo
6. Verifique se as proposições [A˅(¬B)] → (¬A) e
Escreva as Equivalências Lógicas da proposição “Passo [(¬A)˄B] ˅(¬A) são equivalentes.
se, e somente se estudo”.
Regra 2
13. LÓGICA
1. Verifique se a proposição ¬[( P˄Q) ˅(¬ R )] é
equivalente à proposição.(¬P)˅(¬Q)˄R
ARGUMENTATIVA
A lógica de argumentação trata de questões em que
2. Verifique se a proposição ¬[(P → Q) ˅ Q] é baseado em algumas informações consideradas como
equivalente à proposição P ˄ (¬Q). verdadeiras, podemos concluir que outras informa-
ções também são verdadeiras. Essa ideia de concluir
como verdadeiras novas informações baseado em
3. Verifique se a proposição ¬{P ˅Q→(¬R)} é informações preliminares, chamadas de premissas, é
logicamente equivalente à proposição {(¬P) ˄ o conceito intuito de argumento. Veja uma definição
(¬Q)}→R mais formal.
Exemplo
5. Dadas duas proposições lógicas, p e q, tem-se
que a expressão (~p v q) ^ (~q v p) é logica- Premissa 1 = Todo cachorro é verde.
mente equivalente à expressão Premissa 2 = Tudo o que é verde é vegetal.
Conclusão = Todo cachorro é vegetal
RACIOCÍNIO LÓGICO
31
As provas muitas vezes trazem questões teóricas so- O Brasil fica na África.
bre argumentos e precisamos, portanto definir alguns Todo país da África é desenvolvido.
conceitos e entender o significado de algumas pala- O Brasil é desenvolvido.
vras para poder responder de modo satisfatória a es-
sas questões. Nesse argumento, embora as premissas sejam falacio-
sas, isto é, erradas, pois analisando com a realidade, o
13.1 - ARGUMENTO VÁLIDO Brasil não fica na África, tampouco os países da áfricas
são desenvolvidos, o argumento é válido. Lendo as
Um argumento é válido sempre que a veracidade das premissas, a conclusão faz sentido.
declarações iniciais (premissas) garante a veracidade
da conclusão. Em outras palavras, se as premissas fo- 13.5 - DICA DO PROFESSOR
rem todas verdadeiras, a conclusão necessariamente
deve ser verdadeira. Nas questões teóricas o autor tenta confundir o candi-
dato misturando os termos “válido” com “verdadeiro”
13.2 - ARGUMENTO INVÁLIDO e “inválido” com “falsa”. Esses termos não se mistu-
ram, pois o termo “válido” é usado para um argumento
Um argumento é inválido quando todas as premissas completo, para todas as frases juntas e o termo “ver-
são verdadeiras e a conclusão é falsa. dadeiro” é usado para uma única frase. Com isso, a
dica é:
13.3 - SILOGISMO
Qualquer questão teórica que misture os Ter-
Argumento formado por apenas duas premissas e mos “válido” com “verdadeiro” e “inválido”
uma conclusão. com “falso” é ERRADA.
13.4 - ARGUMENTO HIPOTÉTICO
As premissas e a conclusão são proposições simples
ou compostas, que utilizam os conectivos lógicos.
Veja a análise de alguns argumentos: QUESTÕES COMENTADAS
Exemplo 1
32
3. Se a conclusão é falsa, o argumento não é vá- Todas as premissas e a conclusão deverão ser simbo-
lido. lizadas. Essa simbolização deverá utilizar as técnicas já
apresentadas e ser feita com muito cuidado. Um deta-
4. Se a conclusão é verdadeira, o argumento é vá- lhe que ajuda muito é sempre simbolizar o “não”.
lido.
Passo 2: Todas as premissas são verdadeiras.
Passo 5: análise
33
Dica 3: se no conectivo “se ..então” tivermos um falso Veja que deu certo, fechamos o argumento sem pro-
no começo, mesmo sem saber a segunda componen- blemas, e com isso, nossa análise é de que o argumen-
te, a condicional será verdadeira. to é INVÁLIDO.
34
35
Substituindo ES = V EM = F ~T = V na P3:
P: Jornalistas entrevistam celebridades ou entre-
vistam políticos.
P1: E
M → R =V
? F =V (falso anda para trás: EM = F)
Q: Se jornalistas entrevistam celebridades, então
são irônicos ou sensacionalistas.
P2: ~ I → R=V
? F=V (falso anda para trás: ~I = F)
R: Ou são irônicos, ou são perspicazes.
S: Ou são sensacionalistas, ou sagazes.
P3: E
S ∧ ~T → E
M =V
V V F =F (ERRO – nenhuma premissa Conclusão: Se jornalistas são perspicazes e saga-
pode dar falsa)
zes, então entrevistam políticos.
P4:T ∧D→I=V
C: E
S ∧ ~ R →T =F (ES = V ~R = V T = F) Exercício 7
Análise
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalida-
Quando encontramos um erro, paramos ques- de é alta.
tão imediatamente e dizemos que o argumento P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz.
é valido. P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos
livres.
P4: Há criminosos livres.
Exercício 4 C: Portanto a criminalidade é alta.
P1: Se eu aceitar o novo emprego, ganharei me-
Considerando o argumento apresentado acima,
nos, mas ficarei menos tempo no trânsito.
em que P1, P2, P3 e P4 são as premissas e C, a
P2: Se eu ganhar menos, consumirei menos.
conclusão, julgue o item subsequente.
P3: Se eu consumir menos, não serei feliz.
P4: Se eu ficar menos tempo no trânsito, ficarei
menos estressado. 8. Se Beraldo briga com Beatriz, então Beatriz
P5: Se eu ficar menos estressado, serei feliz. briga com Bia. Se Beatriz briga com Bia, então
Conclusão: “Se aceitar o novo emprego, serei Bia vai ao bar. Se Bia vai ao bar, então Beto bri-
ga com Bia. Ora, Beto não briga com Bia. Logo,
feliz e não serei feliz”
RACIOCÍNIO LÓGICO
36
a) Bia não vai ao bar e Beatriz briga com Bia P1 Beraldo → Beatriz = V
b) Bia vai ao bar e Beatriz briga com Bia
c) Beatriz não briga com Bia e Beraldo não briga com
Beatriz
d) Beatriz briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz P2 beatriz → Bia = V
e) Beatriz não briga com Bia e Beraldo briga com
Beatriz
Vamos agora igualar todas elas a verdadeiro, uma vez P1 Beraldo → Beatriz = V
que toda premissa é Verdadeira por definição. Nesse
caso não a conclusão e sendo assim, nenhuma delas
será igualada a falso. As técnicas mudam quando saí- P2 beatriz → Bia = V
mos do estilo certo/errado para alternativas.
P1 Beraldo → Beatriz = V
P2 beatriz → Bia = V
P2 beatriz → Bia = V
F
P3 Bia → Beto = V
P3 Bia → Beto = V
F F
P4 ~beto = V
P4 ~beto = V
Em seguida procuramos o par do “beto”. Esse par fica
na P3:
RACIOCÍNIO LÓGICO
37
Novamente surge a situação do falso voltar: Beraldo = F ------ Beraldo não briga com Beatriz
Beatriz = F ------- Beatriz não briga com Bia
P1 Beraldo → Beatriz = V Bia = F ------------ Bia não vai ao bar
P2 beatriz → Bia = V
F F 9. Se Flávia é filha de Fernanda, então Ana não é
filha de Alice. Ou Ana é filha de Alice, ou Ênia
é filha de Elisa. Se Paula não é filha de Paulete,
P3 Bia → Beto = V então Flávia é filha de Fernanda. Ora, nem Ênia
F F é filha de Elisa nem Inês é filha de Isa.
P1 Beraldo → Beatriz = V
F 10. O rei ir à caça é condição necessária para o du-
que sair do castelo, e é condição suficiente para
a duquesa ir ao jardim. Por outro lado, o conde
P2 beatriz → Bia = V
encontrar a princesa é condição necessária e
F F suficiente para o barão sorrir e é condição ne-
cessária para a duquesa ir ao jardim. O barão
P3 Bia → Beto = V não sorriu. Logo:
F F
a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a
princesa.
P4 ~beto = V b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde
encontrou a princesa.
O falso agora volta: c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a
princesa.
d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim.
P1 Beraldo → Beatriz = V
e) O duque saiu do castelo e o rei não foi à caça.
F F
38
12. As evidências colhidas pelo famoso detetive in- b) Breno é neto de Beto e Ana é prima de Bia.
dicam, portanto, que: c) Ana não é prima de Bia e Carlos é filho de Pedro.
d) Jorge é irmão de Maria e Breno é neto de Beto.
a) Homero, João e Adolfo são inocentes. e) Ana é prima de Bia e Carlos não é filho de Pedro.
b) Homero, João e Adolfo são culpados.
c) Homero é culpado, mas João e Adolfo são inocentes.
d) Homero e João são inocentes, mas Adolfo é culpado. 16. Homero não é honesto, ou Júlio é justo. Home-
e) Homero e Adolfo são culpados, mas João é inocente. ro é honesto, ou Júlio é justo, ou Beto é bondo-
so. Beto é bondoso, ou Júlio não é justo. Beto
não é bondoso, ou Homero é honesto. Logo,
13. Sou amiga de Abel ou sou amiga de Os-
car. Sou amiga de Nara ou não sou amiga de a) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é
Abel. Sou amiga de Clara ou não sou ami- justo.
ga de Oscar. Ora, não sou amiga de Clara. b) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio não
é justo.
Assim, c) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo.
d) Beto não é bondoso, Homero não é honesto, Júlio
a) não sou amiga de Nara e sou amiga de Abel. não é justo.
b) não sou amiga de Clara e não sou amiga de Nara. e) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio é
c) sou amiga de Nara e amiga de Abel. justo.
d) sou amiga de Oscar e amiga de Nara.
e) sou amiga de Oscar e não sou amiga de Clara.
17. Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se
o jardim é florido, então o passarinho não can-
14. Três meninos, Pedro, Iago e Arnaldo, estão fa- ta. Ora, o passarinho canta. Logo:
zendo um curso de informática. A professora
sabe que os meninos que estudam são aprova- a) o jardim é florido e o gato mia
dos e os que não estudam não são aprovados. b) o jardim é florido e o gato não mia
Sabendo-se que: se Pedro estuda, então Iago c) o jardim não é florido e o gato mia
estuda; se Pedro não estuda, então Iago ou Ar- d) o jardim não é florido e o gato não mia
naldo estudam; se Arnaldo não estuda, então e) se o passarinho canta, então o gato não mia
Iago não estuda; se Arnaldo estuda então Pe-
dro estuda. Com essas informações pode-se,
com certeza, afirmar que: 18. Se Paulo é irmão de Ana, então Natália é prima
a) Pedro, Iago e Arnaldo são aprovados. de Carlos. Se Natália é prima de Carlos, então
b) Pedro, Iago e Arnaldo não são aprovados. Marta não é mãe de Rodrigo. Se Marta não é
c) Pedro é aprovado, mas Iago e Arnaldo são mãe de Rodrigo, então Leila é tia de Maria. Ora,
reprovados. Leila não é tia de Maria. Logo
d) Pedro e Iago são reprovados, mas Arnaldo é
aprovado. a) Marta não é mãe de Rodrigo e Paulo é irmão de
e) Pedro e Arnaldo são aprovados, mas Iago é Ana.
reprovado. b) Marta é mãe de Rodrigo e Natália é prima de
Carlos.
c) Marta não é mãe de Rodrigo e Natália é prima de
15. Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho de Pedro. Carlos.
Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não é d) Marta é mãe de Rodrigo e Paulo não é irmão de
neto de Beto. Se Carlos é filho de Pedro, então Ana.
Breno é neto de Beto. Ora, Jorge é irmão de e) Natália não é prima de Carlos e Marta não é mãe
Maria. Logo: de Rodrigo.
39
Exemplo
QUESTÕES COMENTADAS
Bancário arquiteto
1. Se é verdade que “Alguns escritores são poe-
Nenhum tas” e que “Nenhum músico é poeta”, então,
também é necessariamente verdade que
não existe intersecção entre os conjuntos. Por exem-
plo, ao dizer que nenhum A é B garante-se que não a) nenhum músico é escritor
existe um elemento de A que também esteja em B. b) algum escritor é músico
Sendo a recíproca verdadeira. c) algum músico é escritor
d) algum escritor não é músico
Exemplo e) nenhum escritor é músico
RACIOCÍNIO LÓGICO
40
( ) certo ( ) errado
RACIOCÍNIO LÓGICO
41
16. ASSOCIAÇÃO LÓGICA Com a tabela pronta, basta fazer a leitura e ir preen-
chendo:
Trata-se de questões de organização que trazem mui- 1. Sobre os prazos de entrega, Macval apresentou o
tas informações, normalmente sobre três personagens menor e Mactex o maior.
e duas ou três características. Não há mentiras, todas
as informações são confiáveis, bastando uma boa or- Maccorte Mac tex Macval Macmais
ganização.
Modelo
prazo 14 8
42
É verdade que, quem está lotado em São Paulo e Nessas condições, é correto afirmar que
quem trabalha no complexo computacional são,
respectivamente, a) Alcides pediu o sanduíche de presunto.
b) Ferdinando pediu o sanduíche de presunto.
a) Cássio e Beatriz. c) Reginaldo pediu suco de laranja.
b) Beatriz e Cássio. d) Ferdinando pediu suco de acerola.
c) Cássio e Amanda. e) Alcides pediu o hambúrguer.
d) Beatriz e Amanda.
e) Amanda e Cássio.
RACIOCÍNIO LÓGICO
43
O agente de viagens concluiu, então, acertadamen- 8. Mateus, Marcos, Pedro e Paulo são funcionários
te, que: do TCU e encontram-se uma vez por mês para
exercitarem seus dotes musicais. Nesse quarte-
a) A loira é Carine e vai à Alemanha. to, há um guitarrista, um flautista, um baterista
b) A ruiva é Carine e vai à França. e um baixista, e cada um toca somente um ins-
c) A ruiva é Anna e vai à Inglaterra. trumento. Nesse grupo de amigos, tem-se um
d) A morena é Anna e vai à Inglaterra. auditor (AUD), um analista de controle exter-
e) A loira é Bruna e vai à Alemanha. no (ACE), um procurador do Ministério Público
(PMP) e um técnico de controle externo (TCE),
todos com idades diferentes, de 25, 27, 30 e 38
6. Três amigos Ari, Beto e Carlos - se encontram anos. Além disso, sabe-se que:
todos os fins de semana na feira de carros an-
tigos. Um deles tem um Chevett, outro tem um Mateus não tem 30 anos de idade, toca guitarra e não
Landau e o terceiro, um Fusca. Os três moram é procurador do Ministério Público;
em bairros diferentes (Buritis, Praia Grande e
Cruzeiro) e têm idades diferentes (45, 50 e 55 o baterista é o analista de controle externo, tem 27 anos
anos). Além disso, sabe-se que: de idade e não é Marcos;
Ari não tem um Chevett e mora em Buritis; Paulo é técnico de controle externo, tem 25 anos de
idade e não é flautista;
Beto não mora na Praia Grande é 5 anos mais novo
que o dono do Fusca; o procurador do Ministério Público não é baixista e não
se chama Pedro;
O dono do Chevett não mora no Cruzeiro é o mais
velho do grupo. o auditor tem 38 anos de idade e não é baixista.
A partir das informações acima, é correto afirmar Com base nas informações apresentadas, quem tem 38
que anos de idade?
44
- um deles esqueceu o guarda-chuva no bar e outro, 10. Mateus tem 38 anos de idade.
a agenda na pizzaria;
( ) certo ( ) errado
- André esqueceu um objeto na casa da namorada;
- Bruno não esqueceu a agenda e nem a chave de 11. Paulo é o baixista.
casa.
( ) certo ( ) errado
É verdade que
12. Pedro tem 25 anos de idade.
a) Carlos foi a um bar.
b) Bruno foi a uma pizzaria. ( ) certo ( ) errado
c) Carlos esqueceu a chave de casa.
d) Bruno esqueceu o guarda-chuva. 13. o auditor é o flautista.
e) André esqueceu a agenda.
( ) certo ( ) errado
Mateus, Marcos, Pedro e Paulo são funcionários do
TCU e encontram-se uma vez por mês para exerci- 14. o procurador do Ministério Público é Mateus.
tarem seus dotes musicais. Nesse quarteto, há um
guitarrista, um flautista, um baterista e um baixista, e ( ) certo ( ) errado
cada um toca somente um instrumento. Nesse grupo
de amigos, tem-se um auditor (AUD), um analista de
controle externo (ACE), um procurador do Ministério
Público (PMP) e um técnico de controle externo (TCE), GABARITO
todos com idades diferentes, de 25, 27, 30 e 38 anos. 01- 02- 03- 04- 05- 06-
Além disso, sabe-se que:
D D E A E D
Mateus não tem 30 anos de idade, toca guitarra e não 07- 08- 09- 10- 11- 12-
é procurador do Ministério Público;
B Matheus B C C E
o baterista é o analista de controle externo, tem 27 13- 14-
anos de idade e não é Marcos; E E
Paulo é técnico de controle externo, tem 25 anos de
idade e não é flautista;
45
Chute Alys- Bosco Carlos Daniel • “Claro que o Bosco está mentindo” - disse Daniel
son ----VERDADE ---VEJA QUE RELMENTE O BOSCO
MENTIU.
Alys-
son A tabela ficou assim:
46
• “Mãe, o Bosco foi quem quebrou” - disse Alysson 2. Miguel, Érico, Ricardo, Jaime e Caio são inter-
---- MENTIRA --- (CHUTAMOS CARLOS) rogados em um Tribunal para averiguação de
• “Como sempre, o Daniel foi culpado” - disse Bosco um crime certamente cometido por, apenas,
---MENTIRA --- (CHUTAMOS CARLOS) um dos cinco. Nos interrogatórios, cada um fez
a seguinte afirmação:
• “Mãe, sou inocente” - disse Carlos -----MENTIRA
--- (ELE PRÓPRIO É O NOSSO CHUTE) Miguel: − o culpado é Jaime.
Érico: − Ricardo não é culpado.
• “Claro que o Bosco está mentindo” - disse Daniel Ricardo: − o culpado é Caio.
----VERDADE ---VEJA QUE RELMENTE O BOSCO Jaime: − eu não sou culpado.
MENTIU. Caio: − o culpado é Miguel.
47
{1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, 81, 100, 121, 144, 169, 196, Veja que os aumentos estão dobrando e agora devemos
225, ...} aumentar 32
31 + 32 = 63.
Números triangulares
{1, 3, 6, 10, 15, 21, 28, ...} 3. Qual o próximo termo da sequência 4, 7, 11, 16, 22 ?
48
22 + 7 = 29 Agora fazemos
23+ 24 = 47
4. Dada a sequência 2 3 4 5 8 7 16 9 32, determine
a soma dos dois próximos termos dessa série Logo o par seguinte é 47 48.
numérica.
49
Dividir o primeiro pelo ultimo: 63 / 9 = 7 12. Na seqüência seguinte, o número que aparece
agora dividimos o do meio pelo resultado 21/7 = 3 entre parênteses é obtido segundo uma lei de
formação.
Veja o próximo trio:
65(20)13 – 96(16)24 – 39(52)3 – 336( ? )48
186/31 = 6
18 / 6 = Segundo essa lei, o número que substitui correta-
mente o ponto de interrogação é
Ou seja, nesse padrão, no final tem que dar 3. Logo
fazemos: a) 18
b) 24
85/17 = 5 c) 28
?/5=3 d) 32
e) 36
E entendemos que o número que falta deve ser 15,
pois 15/5 = 3.
13. A diferença entre o 7º termo da sequência (5;
9; 17; 33; 65; ...) e o 11º termo da sequência (5;
9. ssinale a alternativa que apresenta o próximo 2; 4; −2; 0; −12; −10; ...) é, nessa ordem, igual a
termo da sequência abaixo.
a) 123.
7, 15, 24, 34, ... b) 35.
c) 457.
a) 41. d) 335.
b) 43. e) 761.
c) 44.
d) 45.
14. Na sequência (4; 11; 32; 95; . . .) a diferença
e) 47.
entre o 6o e o 4o termo é, nessa ordem, igual a
a) 280.
10. A partir da lei de formação da sequência 1, 1, 2,
b) 637.
3, 5, 8, 13, 21,..., calcule o valor mais próximo
c) 756.
do quociente entre o 11° e o 10° termo.
d) 189.
e) 567.
a) 1,732
b) 1,667
c) 1,618
15. Em relação à disposição numérica seguinte, as-
d) 1,414
sinale a alternativa que preenche a vaga assina-
e) 1,5
lada pela interrogação:
2 8 5 6 8 ? 11
11. Sabe-se que os termos da sequência (8, 9, 12,
13, 15, 16, 19, 20, 22, 23, 26, ...) foram obtidos
a) 1
segundo uma lei de formação. De acordo com
b) 4
essa lei, o 13o termo dessa sequência é um nú-
c) 3
mero
d) 29
e) 42
a) par.
b) primo.
c) divisível por 3.
d) múltiplo de 4.
e) quadrado perfeito.
RACIOCÍNIO LÓGICO
50
18. Os números no interior dos setores do círculo 2. (Auditor de Finanças – SEFAZ-AL – Cespe –
abaixo foram marcados sucessivamente, no sen- 2020) Afirmar que: ´Antônio não é engenhei-
tido horário, obedecendo a uma lei de formação. ro ou João é pernambucano’, logicamente, é o
mesmo que dizer que:
a) 210
b) 206
c) 200
d) 196
e) 188
RACIOCÍNIO LÓGICO
51
( ) Certo ( ) Errado
6. (Tecnologia da Informação – Ministério da Eco-
nomia – Cespe – 2020) Situação hipotética: Os
4. (Técnico Judiciário – TJ/PR – Cespe – 2019) documentos A, B e C pertencem a João, Pau-
Considere a situação hipotética seguinte, que lo e Artur, não necessariamente nessa ordem.
aborda compreensão de estruturas lógicas. Sabe-se que: se o documento A for arquivado,
então o documento C será arquivado; o docu-
No processo de manutenção de um computador, as mento B não será arquivado; o documento per-
seguintes afirmações são válidas: tencente a João será arquivado se, e somente
se, o documento pertencente a Artur for arqui-
vado; exatamente dois desses documentos não
p: se aumentar o tamanho da memória ou instalar um serão arquivados. Assertiva: Com base nessas
novo antivírus, então a velocidade da internet aumen- informações, conclui-se que o documento C
tará; pertence a Paulo e será arquivado.
Concluída a manutenção, foi verificado que a veloci- 7. (Tecnologia da Informação – Ministério da Eco-
dade da Internet não aumentou. nomia – Cespe – 2020) Considere que as se-
guintes proposições sejam verdadeiras.
Nessa situação, é correto concluir que
• P: “Se o processo foi relatado e foi assinado, então
ele foi discutido em reunião”.
a. os aplicativos não abrirão mais rápido. • Q: “Se o processo não foi relatado, então ele não
b. o tamanho da memória não foi aumentado e tam- foi assinado”.
bém não foi instalado um novo antivírus.
c. ou o tamanho da memória não foi aumentado ou Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
um novo antivírus não foi instalado. A proposição Q é equivalente à proposição “Se o pro-
d. o tamanho da memória pode ter sido aumentado, cesso foi relatado, então ele foi assinado”.
mas um novo antivírus não foi instalado.
e. um novo antivírus pode ter sido instalado, mas o ( ) Certo ( ) Errado
tamanho da memória não foi aumentado.
52
GABARITO
01- E 02- A 03- C 04- B 05- E
06- E 07- E 08- C 09- E 10- E
~ (p ˄ q) = (~ p) ˅ (~ q)
( ) Certo ( ) Errado Finalmente, sendo ainda mais claro: negar que “Pedro
é marinheiro e Queila é artista” é o mesmo que afir-
mar que “Ou Pedro não é marinheiro ou Queila não é
10. A negação da proposição “Os servidores pú- artista”.
blicos que atuam nesse setor padecem e os
beneficiários dos serviços prestados por esse Segunda Lei de Morgan
setor padecem.” é corretamente expressa por
“Os servidores públicos que atuam nesse se- Agora vamos à Segunda Lei. Em português claro ela
tor não padecem e os beneficiários dos servi- diz que negar duas proposições ligadas por “ou” é
ços prestados por esse setor não padecem.”. o mesmo que negar as duas proposições e juntá-las
com “e”.
( ) Certo ( ) Errado
RACIOCÍNIO LÓGICO
53
~ (p ˅ q) = (~ p) ˄ (~ q)
O ato de terceirizar um serviço não considerado cen- O Treinamento e Desenvolvimento fornecer ao empre-
tral para o negócio, para que seja executado por uma gado melhores conhecimentos, habilidades e atitudes,
entidade externa. Tal processo que permite a uma or- para que não se dissocie das inovações em relação a
ganização não se ater a recursos cujo desempenho não seu campo de atividade e das profundas mutações do
é crítico para a organização, para se empenhar em ativ- mundo. As estratégias das empresas quanto ao trein-
idades que constituem fatores críticos de sucesso. amento estão diretamente ligadas às suas estratégias
de recrutamento e seleção. Podendo optar por recru-
Recrutamento e seleção tamento e seleção baseada em uma fonte de recruta-
mento interno, onde terá programas formais de trein-
Tem por objetivo atrair e selecionar os profission- amento de pessoal, se ao contrário, sua estratégia de
ais mais adequados (nem sempre o melhor é o mais contratação estará voltada para o mercado externo não
adequado) para o desempenho de uma determinada terá programas de treinamento e contratará pessoal
função. Os processos seletivos podem ser compostos bem capacitado e, normalmente, acima do nível de en-
por entrevistas, dinâmicas de grupo e testes psicológi- trada.
cos, entre outros.
Desenvolvimento Gerencial
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS FUNÇÕES
BÁSICAS: As empresas têm diferentes opções estratégicas para
o desenvolvimento de executivos. Decisão entre pro-
Planejamento do RH; Relações Interpessoais; Recruta- gramas de desenvolvimento formais ou informais, pro-
mento e Seleção de Pessoal; Treinamento e Desenvolvi- gramas de desenvolvimento extensos ou limitados,
mento; Desenvolvimento Gerencial; Motivação; Aval- formação de habilidades ou identificação e contratação
iação de Desempenho; Cargos, Salários e Carreiras. externa de habilidades. “Estes três tipos de opções
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3
apontam para o grau de compromisso que tem a em- izações do indivíduo. Argyris identificou três fatores
presa para levar a cabo o desenvolvimento de seus ex- que levam às empresas a frustrar seus empregados : a
ecutivos. As companhias que consideram o desenvolvi- estrutura formal, a liderança impositiva e os controles
mento de seus gerentes como a atividade central na administrativos.
gestão de Recursos Humanos optam por programas de
desenvolvimento extensos e formais, e estão desenvol- Avaliação de Desempenho
vendo constantemente as habilidades e conhecimentos
requeridos para que os gerentes desempenhem eficaz- São técnicas utilizadas com a finalidade de obter in-
mente suas atividades. formações sobre o comportamento profissional do
Motivação funcionário, face ao posto de trabalho que ocupa na
empresa. Em resumo, é um conceito dinâmico, pois
A administração de recursos humanos tradicional tem os empregados estão sendo continuamente avaliados,
como uma de suas principais preocupações a moti- seja formal ou informalmente, nas organizações.
vação do indivíduo na organização como o ponto de
partida da integração e a produtividade da força de Cargos e Salários
trabalho, sendo analisado a nível global e não como
uma simples manifestação da personalidade. As pes- CARGOS
soas motivadas apresentam uma enorme aptidão para
o desenvolvimento, que é o potencial para aprender Descrever um cargo consiste em enumerar todas as
novas habilidades, obter novos conhecimentos, mod- tarefas e responsabilidades atribuídas ao seu ocu-
ificar atitudes/comportamentos e liberar sua criativi- pante. Vale ressaltar, que quando vamos descrever um
dade. cargo, não podemos levar em consideração a pessoa
que ocupa atualmente, e sim o que esse cargo deve
Linhas Teóricas da Motivação no trabalho realizar, quais são as suas atribuições.
Sistema Inglês ou de Unidade da Jurisdição – adotado cias de mercado, se vale a pena investir, pergunta que
pelo Brasil, diz que toda e qualquer situação pode ser se deve fazer… O que vai ser dessa empresa no futuro?
levada ao poder judiciário, ainda que tenha sido julga-
do no âmbito administrativo; Importante! O planejamento estratégico se baseia no
ESTABELECIMENTO de METAS, OBJETIVOS, POLÍTICAS
Sistema Francês ou Contencioso Administrativo – as e MISSÃO da ORGANIZAÇÃO.
causas submetidas aos Tribunais Administrativos não
necessitam ser analisadas novamente no Poder Ju- META = Objetivo de curto prazo.
diciário.
OBJETIVO = alvo a ser alcançado
Funções Administrativas POLÍTICAS = são as diretrizes amplas e gerais para se
chegar aos objetivos
Planejamento, Organização, Direção e Controle
MISSÃO = é a razão de existência da empresa
(PODC): Planejamento, Organização, Direção e Con-
trole. Para conhecer as funções de um administrador Planejamento Operacional: é o planejamento diário
de empresas, entenda o que cada função administra- é a parte que elabora cronogramas específicos, cada
tiva significa. tarefa deve ser planejada, daí são criados métodos,
procedimentos, normas, metas, programas.
PLANEJAMENTO: define as atividades a serem realiza-
das e os resultados a serem alcançados. Planejamento Tático: Analisa alternativas para realizar
a missão da empresa, no entanto é um planejamento
ORGANIZAÇÃO: organiza-se os recursos disponíveis de médio prazo, normalmente anual, nível departa-
para realizar aquilo que foi planejado. Faz a dis- mental, cada departamento da empresa tem o seu.
tribuição das tarefas, das autoridades e dos recursos
materiais entre os membros da organização. ORGANIZAÇÃO
DIREÇÃO: é a função de dirigir a execução do planeja- A fu nção de organizar compreende várias fases, como
mento, para atingir os objetivos da organização. a elaboração dos níveis hierárquicos e definição das
estruturas organizacionais. Pode ser definida como a
CONTROLE: Analisa os resultados obtidos verificando ordenação dos recursos materiais e recursos humanos
se foram os planejados. Monitora as atividades, deter- visando atingir os objetivos estabelecidos, o Organo-
minando se a organização esta ou não em direção a grama da empresa é definido nessa função adminis-
suas metas. trativa, este serve para representação da estrutura da
empresa, estrutura departamental, deixando claro os
Vamos analisar agora uma a uma: níveis hierárquicos.
PLANEJAMENTO DIREÇÃO
Planejar é definir os objetivos para alcançar a finali- Esta é a função da tomada de decisões, de liderança
dade da empresa, decidir como alcançar, desenvolven- e intercomunicação com os subordinados. Fazer ac-
do planos de ações e programando as atividades para ontecer, dinamizar, esta função administrativa exige
alcançar as metas definidas. Algumas empresas ainda muito da habilidade humana do profissional pela área
adotam o método arcaico de administração as escuras relacionada, a direção pode ser a nível institucion-
e não planejam, desta forma, não se preparam para al abarcando toda a empresa, nível departamental
possíveis reveses e acabam por terem insucesso em abrangendo as unidades em separado e por fim a nív-
seus objetivos, O planejamento pode ser divido em: el operacional.
Planejamento Estratégico: é bastante amplo e englo-
ba toda a organização, algo a longo prazo, devem ser
avaliados os ambientes internos e externos, as tendên-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5
Unidade de Comando: Cada funcionário tem um su- Coordenar: Ligar, unir, harmonizar todos os atos e es-
perior ao qual deve prestar contas forços coletivos para facilitar o trabalho e para alcançar
resultados positivos, ou seja, sincroniza coisas e ações
Delegação: Compreende designação de tarefas, de em proporções adequadas e adapta os meios aos fins.
autoridade, de responsabilidade.
Controlar: Certifica-se de que tudo ocorra de acordo
Amplitude de Controle: Há um limite quanto ao núme- com as regras estabelecidas e as ordens dadas. Con-
ro de posições que podem ser eficientemente supervi- forme os planos, instruções e princípios.
sionadas por um único indivíduo.
Essas diferenças passam a constituir um repertório Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser
novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como es- estudados de forma complementar aos de Taylor:
sas diferenças são encaradas e tratadas determina a
modalidade de relacionamento entre membros do 1 - Divisão do trabalho - Especialização dos funcionári-
grupo, colegas de trabalho, superiores e subordina- os desde o topo da hierarquia até os operários da
dos. fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção
aumentando a produtividade.
Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do
outro, se a idéia de cada um é ouvida, e discutida, es- 2 - Autoridade e responsabilidade - Autoridade é o
tabelece-se uma modalidade de relacionamento difer- direito dos superiores darem ordens que teoricamente
ente daquela em que não há respeito pela opinião do serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida
outro, quando idéias e sentimentos não são ouvidos, da autoridade.
ou ignorados, quando não há troca de informações. A
maneira de lidar com diferenças individuais criam cer- 3 - Unidade de comando - Um funcionário deve rece-
to clima entre as pessoas e tem forte influência sobre ber ordens de apenas um chefe, evitando contra-or-
toda a vida em grupo, principalmente nos processos dens.
de comunicação, no relacionamento interpessoal, no
comportamento organizacional e na produtividade. 4 - Unidade de direção - O controle único é possi-
bilitado com a aplicação de um plano para grupo de
Valores: Representa a convicções básicas de que um atividades com os mesmos objetivos.
modo específico de conduta ou de condição de ex-
istência é individualmente ou socialmente preferível a 5 - Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de
modo contrário ou oposto de conduta ou de existên- conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionári-
cia. os. A ausência de disciplina gera o caos na organ-
ização.
Eles contêm um elemento de julgamento, baseado
naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou 6 - Prevalência dos interesses gerais - Os interesses
desejável. gerais da organização devem prevalecer sobre os in-
teresses individuais.
Os valores costumam ser relativamente estáveis e du-
radouros. 7 - Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a
satisfação dos funcionários e da própria organização.
A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por
Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura 8 - Centralização - As atividades vitais da organização
organizacional, pela visão do Homem Econômico e e sua autoridade devem ser centralizadas.
pela busca da máxima eficiência. Sofreu críticas como
a manipulação dos trabalhadores através dos incen- 9 - Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hi-
tivos materiais e salariais e a excessiva unidade de erárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade
comando e responsabilidade. Paralelamente aos estu- fixa.
dos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol defendia
princípios semelhantes na Europa, baseado em sua ex- 10 - Ordem - Deve ser mantida em toda organização,
periência na alta administração. preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em
seu lugar.
Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por
executivos Europeus, os seguidores da Administração 11 - Equidade - A justiça deve prevalecer em toda or-
Científica só deixaram de ignorar a obra de Fayol ganização, justificando a lealdade e a devoção de cada
quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. funcionário à empresa.
O atraso na difusão generalizada das ideias de Fayol
fez com que grandes contribuintes do pensamento 12 - Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade
administrativo desconhecessem seus princípios Princí- alta tem conseqüências negativas sobre desempenho
pios Básicos. da empresa e o moral dos funcionários.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
7
Surgiu para aumentar a eficiência da empresa por Concentrou-se no estudo da organização apenas no
meio da organização e a aplicação de princípios gerais seu aspecto formal, objetivando o aumento de efi-
da administração em bases científicas. ciência, dando ênfase ao trabalho e à estrutura sem
considerar o lado humano, em que os fatores pessoais
Sua preocupação era a forma e disposição dos com- (comportamento, crenças, cultura, etc) também inter-
ponentes da organização (departamentos) e suas in- ferem no status organizacional.
ter-relações estruturais.
3. Abordagem ou teoria (escola) das relações hu-
A ênfase era na anatomia (estrutura) e na fisiologia manas, também denominada Escola Humanística da
(fundamento) da organização. Administração. Surgiu nos Estados Unidos, desen-
volvida por Elton George Mayo e seus colaboradores.
Funções básicas da empresa (segundo Fayol): Nasceu decorrente da necessidade de corrigir a forte
tendência à desumanização do trabalho surgida com a
• Funções técnicas, relacionadas com a produção de aplicação de métodos rigorosos, científicos e precisos,
bens ou serviços da empresa. aos quais os trabalhadores deveriam forçosamente se
• Funções comerciais, relacionadas com a compra, submeter.
venda e permutação.
• Funções financeiras, relacionadas com a procura e Principal característica: Ênfase nas pessoas.
gerência de capitais.
• Funções de segurança, relacionadas com a pro- Origens da Teoria das Relações Humanas
teção e preservação dos bens e das pessoas.
• Funções contábeis, relacionadas com os inventári- 1) A necessidade de humanizar e democratizar a Ad-
os, registros, balanços, custos e estatísticas. ministração: Libertar conceitos rígidos e mecanicistas
• Funções administrativas, relacionadas com a inte- da Abordagem Clássica
gração de cúpula das outras cinco funções.
2) O desenvolvimento das chamadas ciências hu-
Princípios de administração segundo Fayol: manas: Psicologia e sociologia, bem como sua cres-
cente influência intelectual e suas primeiras tentativas
1. Divisão de trabalho e especialização de aplicação à organização industrial.
2. Autoridade e responsabilidades
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
8
A palavra contingência significa algo incerto ou even- Sociedade tradicional características patriarcais e pat-
tual, que pode suceder ou não, refere-se a uma prop- rimonialistas.
osição que só pode ser conhecida pela experiência e
pela evidência e não pela razão. A teoria da contingên- Sociedade carismática características místicas, arbi-
cia vai bem mais longe do que a teoria de sistemas trárias e personalísticas, como nos grupos revolu-
quando aborda a problemática do ambiente. Na te- cionários, partidos, etc.
oria da contingência as condições de ambiente é que
causam transformações no interior das organizações. Sociedade legal, racional ou burocrática normas im-
Ou seja, o ambiente explica o fenômeno organizacion- pessoais e racionalidade na escolha dos meios e fins.
al. Há quem negue esta influência total do ambiente A cada tipo de sociedade corresponde um tipo de au-
sobre a organização. toridade, um comando ou ordem a ser obedecido.
Uma estrutura organizacional se resume, simples- No Brasil, a Administração Pública burocrática con-
mente, em um organograma, que é um desenho gráf- templou duas fases: a primeira, denominada
ico onde mostra cada integrante de uma empresa se modelo clássico, corresponde ao período 1930-1945.
delegando a uma área especifica. A estrutura é a rep-
resentação de um organograma, mostrando a formali- Características: ênfase na reforma administrativa e o
dade existente dentro de uma certa empresa. autoritarismo. Administração fechado. O fim do Esta-
do Novo marca o fim dessa fase.
Representação gráfica ou descritiva das áreas que
compõem as Unidades, distribuídas em níveis hi- No período de transição já era objeto de debate a
erárquicos A estrutura organizacional projeta e or- excessiva centralização da Administração Pública bra-
ganiza os relacionamentos dos níveis hierárquicos e o sileira.
fluxo das informações essenciais de uma Organização.
Governo JK (1956-1961): administração para o de-
senvolvimento. A segunda fase estendeu-se até as
vésperas da reforma gerencial, com ênfase no desen-
6. ADMINISTRAÇÃO volvimento da nação.
1.Patrimonialista: Típica dos Estados absolutistas eu- 3.Gerencial: Após as duas guerras mundiais do Século
ropeus do século XVIII, onde o Estado é a extensão do XX, o Estado se viu na obrigação de se reerguer políti-
poder do administrador público e os seus servidores ca, econômica e socialmente.
eram vistos como nobres que recebiam este título por
indicações do governante. Surge o Estado Social, que tinha como deveres, o
acesso da população à educação, moradia, saúde etc.
A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo
de administração. Características:
Crise do modelo burocrático e o movimento de refor- servidor, que passaria a perceber salários mais justos
ma do estado contemporâneo para todas as funções.
A crise brasileira da década de 80 foi também uma Os diagnósticos e o quadro teórico apresentados no
crise do Estado. Em razão do modelo de desenvolvi- “Plano Diretor” serviram de base para as propostas de
mento que Governos anteriores adotaram, o Estado Emenda Constitucional que o Poder Executivo apre-
desviou-se de suas funções básicas para ampliar sua sentou ao Congresso Nacional para as reformas nas
presença no setor produtivo, o que acarretou, além áreas administrativa e previdenciária (neste último
da gradual deterioração dos serviços públicos, a que caso, no que respeita às aposentadorias e pensões
recorre, em particular, a parcela menos favorecida da dos servidores públicos). Tais propostas de Emenda
população, o agravamento da crise fiscal e, por con- visavam, por um lado, garantir conquistas da Consti-
sequência, da inflação. Nesse sentido, a reforma do tuição de 1988, as quais, na realidade, nunca se con-
Estado passou a ser instrumento indispensável para cretizaram, tais como a definição de tetos precisos
consolidar a estabilização e assegurar o crescimento para a remuneração dos servidores ativos e inativos e
sustentado da economia. Somente assim é possível a exigência de Projeto de Lei para aumentos de remu-
promover a correção das desigualdades sociais e re- neração nos Poderes Constituídos. Por outro lado, me-
gionais. diante a flexibilização da estabilidade e da permissão
de regimes jurídicos diferenciados, o que se buscava
O “Plano Diretor de Reforma de Estado” lançado pelo era viabilizar a implementação de uma administração
Governo FHC em 1995 procurou criar condições para pública de caráter gerencial. Nos últimos anos, assisti-
a reconstrução da administração pública em bases mos em todo o mundo a um debate acalorado - ain-
modernas e racionais. No passado, constituiu grande da longe de concluído - sobre o papel que o Estado
avanço a implementação de uma administração públi- deve desempenhar na vida contemporânea e o grau
ca formal, baseada em princípios racional-burocráti- de intervenção que deve ter na economia. No Brasil, o
cos, os quais se contrapunham ao patrimonialismo, ao tema adquire relevância particular, tendo em vista que
clientelismo, ao nepotismo, vícios estes que ainda per- o Estado, em razão do modelo de desenvolvimento
sistem e que precisam ser extirpados. Mas o sistema adotado, desviou-se de suas funções precípuas para
introduzido até então, limitava-se a padrões hierárqui- atuar com grande ênfase na esfera produtiva. Essa
cos rígidos e concentrava-se no controle dos proces- maciça interferência do Estado no mercado acarre-
sos e não nos resultados. Este modelo revelou-se lento tou distorções crescentes neste último, que passou a
e ineficiente para a magnitude e a complexidade dos conviver com artificialismos que se tornaram insus-
desafios que o País passou a enfrentar diante da glo- tentáveis na década de 90. Sem dúvida, num sistema
balização econômica. A situação agravou-se a partir capitalista, Estado e mercado, direta ou indiretamente,
do início da década de 90, como resultado de reformas são as duas instituições centrais que operam na co-
administrativas apressadas, as quais desorganizaram ordenação dos sistemas econômicos. Dessa forma, se
centros decisórios importantes, afetaram a “memória uma delas apresenta funcionamento irregular, é inev-
administrativa”, a par de desmantelarem sistemas de itável que nos depararemos com uma crise. Foi assim
produção de informações vitais para o processo de- nos anos 20 e 30, em que claramente foi o mau fun-
cisório governamental. cionamento do mercado que trouxe em seu bojo uma
crise econômica de grandes proporções. Já nos anos
Foi preciso, então, dar um salto adiante, no sentido de 80, é a crise do Estado que põe em cheque o modelo
uma administração pública mais “gerencial”, baseada econômico em vigência.
em conceitos atuais de administração e eficiência,
voltada para o controle dos resultados e descentral- É importante ressaltar que a redefinição do papel do
izada para poder chegar ao cidadão, que, numa so- Estado é um tema de alcance universal nos anos 90.
ciedade democrática, é quem dá legitimidade às insti- No Brasil esta questão adquiriu importância decisi-
tuições e que, portanto, se torna “cliente privilegiado” va, tendo em vista o peso da presença do Estado na
dos serviços prestados pelo Estado. economia nacional: tornou-se, consequentemente, in-
adiável equacionar a questão da reforma ou da recon-
Foi preciso reorganizar as estruturas da administração strução do Estado, que já não consegue atender com
com ênfase na qualidade e na produtividade do eficiência a sobrecarga de demandas a ele dirigidas,
serviço público; na verdadeira profissionalização do sobretudo na área social.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
13
A reforma do Estado não é, assim, um tema abstrato: No Brasil, embora esteja presente desde os anos 70, a
ao contrário, é algo cobrado pela cidadania, que vê crise do Estado somente se tornará clara a partir da se-
frustrada suas demandas e expectativas. gunda metade dos anos 80. Suas manifestações mais
evidentes são a própria crise fiscal e o esgotamento
A crise do Estado teve início nos anos 70, mas só nos da estratégia de substituição de importações, que se
anos 80 se tornou evidente. Paralelamente ao descon- inserem num contexto mais amplo de superação das
trole fiscal, diversos países passaram a apresentar re- formas de intervenção econômica e social do Esta-
dução nas taxas de crescimento econômico, aumento do. Adicionalmente, o aparelho do Estado concentra
do desemprego e elevados índices de inflação. e centraliza funções, e se caracteriza pela rigidez dos
procedimentos e pelo excesso de normas e regula-
Após várias tentativas de explicação, tornou-se claro mentos.
afinal que a causa da desaceleração econômica nos
países desenvolvidos e dos graves desequilíbrios na A reação imediata à crise - ainda nos anos 80, logo
América Latina e no Leste Europeu era a crise do Esta- após a transição democrática - foi ignorá-la. Uma se-
do, que não soubera processar de forma adequada a gunda resposta igualmente inadequada foi a neolib-
sobrecarga de demandas a ele dirigidas. A desordem eral, caracterizada pela ideologia do Estado mínimo.
econômica expressava agora a dificuldade do Estado Ambas revelaram-se irrealistas: a primeira, porque
em continuar a administrar as crescentes expectativas subestimou tal desequilíbrio;
em relação à política de bem-estar aplicada com rela-
tivo sucesso no pós-guerra. a segunda, porque utópica. Só em meados dos anos
90 surge uma resposta consistente com o desafio de
A Primeira Grande Guerra Mundial e a Grande De- superação da crise: a idéia da reforma ou reconstrução
pressão foram o marco da crise do mercado e do Es- do Estado, de forma a resgatar sua autonomia finan-
tado Liberal. Surge em seu lugar um novo formato de ceira e sua capacidade de implementar políticas pú-
Estado, que assume um papel decisivo na promoção blicas.
do desenvolvimento econômico e social.
Neste sentido, são inadiáveis: (1) o ajustamento fiscal
A partir desse momento, o Estado passa a desem- duradouro; (2) reformas econômicas orientadas para o
penhar um papel estratégico na coordenação da mercado, que, acompanhadas de uma política indus-
economia capitalista, promovendo poupança forçada, trial e tecnológica, garantam a concorrência interna
alavancando o desenvolvimento econômico, corrigin- e criem as condições para o enfrentamento da com-
do as distorções do mercado e garantindo uma dis- petição internacional; (3) a reforma da previdência so-
tribuição de renda mais igualitária. cial; (4) a inovação dos instrumentos de política social,
proporcionando maior abrangência e promovendo
Não obstante, nos últimos 20 anos esse modelo melhor qualidade para os serviços sociais; e (5) a refor-
mostrou-se superado, vítima de distorções decorrentes ma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua
da tendência observada em grupos de empresários e “governança”, ou seja, sua capacidade de implemen-
de funcionários, que buscam utilizar o Estado em seu tar de forma eficiente políticas públicas. Entende-se
próprio benefício, e vítima também da aceleração do por aparelho do Estado a administração pública em
desenvolvimento tecnológico e da globalização da sentido amplo, ou seja, a estrutura organizacional do
economia mundial, que tornaram a competição entre Estado, em seus três poderes (Executivo, Legislativo
as nações muito mais aguda. A crise do Estado de- e Judiciário) e três níveis (União, Estados-membros e
fine-se então (1) como uma crise fiscal, caracterizada Municípios). O aparelho do Estado é constituído pelo
pela crescente perda do crédito por parte do Estado governo, isto é, pela cúpula dirigente nos Três Poderes,
e pela poupança pública que se torna negativa; (2) o por um corpo de funcionários, e pela força militar.
esgotamento da estratégia estatizante de intervenção
do Estado, a qual se reveste de várias formas: o Es- A reforma do Estado é um projeto amplo que diz res-
tado do bem-estar social nos países desenvolvidos, a peito às varias áreas do governo e, ainda, ao conjunto
estratégia de substituição de importações no terceiro da sociedade brasileira, enquanto que a reforma do
mundo, e o estatismo nos países comunistas; e (3) a aparelho do Estado tem um escopo mais restrito: está
superação da forma de administrar o Estado, isto é, a orientada para tornar a administração pública mais
superação da administração pública burocrática. eficiente e mais voltada para a cidadania.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
14
O Plano Diretor focaliza sua atenção na adminis- plurianual, do orçamento-programa anual e da pro-
tração pública federal, mas muitas das suas diretrizes gramação financeira de desembolso;
e propostas podem também ser aplicadas no nível es-
tadual e municipal. - Coordenação: harmonizar todas as atividades da
Administração submetendo-as ao que foi planeja-
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do do e poupando desperdício. Na Administração Fed-
contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa eral a coordenação é da competência da Casa Civil
de ser o responsável direto pelo desenvolvimento da Presidência da República. O objetivo é propiciar
econômico e social pela via da produção de bens e soluções integradas e em sincronia com a política ger-
serviços, para fortalecer-se na função de promotor e al e setorial do Governo;
regulador desse desenvolvimento. No plano econôm-
ico o Estado é essencialmente um instrumento de - Descentralização: objetivo é descongestionar a Ad-
transferências de renda, que se torna necessário dada ministração Federal por meio de:
a existência de bens públicos e de economias exter-
nas, que limitam a capacidade de alocação de recursos • Desconcentração administrativa: repartição de
do mercado. Para realizar essa função redistribuidora função entre vários órgãos (despersonalizados) de
ou realocadora, o Estado coleta impostos e os destina uma mesma Administração sem quebrar a hierar-
aos objetivos clássicos de garantia da ordem interna e quia;
da segurança externa, aos objetivos sociais de maior • Delegação de execução de serviço: pode ser par-
justiça ou igualdade, e aos objetivos econômicos de ticular ou pessoa administrativa, mediante convê-
estabilização e desenvolvimento. Para realizar esses nio ou consórcio;
dois últimos objetivos, que se tornaram centrais neste • Execução indireta: mediante contratação de par-
século, o Estado tendeu a assumir funções diretas de ticulares; precedido de licitação, salvo nos casos
execução. As distorções e ineficiências que daí re- de dispensa por impossibilidade de competição.
sultaram deixaram claro, entretanto, que reformar o
Estado significa transferir para o setor privado as ativi- - Delegação de Competência: as autoridades da Ad-
dades que podem ser controladas pelo mercado. ministração transferem atribuições decisórias a seus
subordinados, mediante ato próprio que indique a
Daí a generalização dos processos de privatização de autoridade delegante, a delegada e o objeto da del-
empresas estatais. No plano diretor, entretanto, sali- egação.
entaremos um outro processo tão importante quanto,
e que no entretanto não está tão claro: a descentral- • Tem caráter facultativo e transitório, apoiando-se
ização para o setor público não-estatal da execução em razões de oportunidade e conveniência e na
de serviços que não envolvem o exercício do poder de capacidade do delegado. Só é delegável a com-
Estado, mas devem ser subsidiados pelo Estado, como petência para a prática de atos e decisões admin-
é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e istrativas. Não pode ser delegado:
pesquisa científica. Chamaremos a esse processo de
“publicização”. 1. Atos de natureza política (sanção e veto);
2. Poder de tributar;
3. Edição de atos de caráter normativo;
4. Decisão de recursos administrativos;
7. PRINCÍPIOS DA ADMIN- 5. Matérias de competência exclusiva dos órgãos ou
ISTRAÇÃO PÚBLICA autoridade;
Controle do atendimento das normas gerais regulado- - Administração Pública Federal: representada pela
ras do exercício das atividades auxiliares: organizadas União, tem por finalidade o dever de administrar os
sob a forma de sistemas (pessoal, auditoria) realizada interesses;
pelos órgãos próprios de cada sistema;
- Administração Pública do Distrito Federal: repre-
Controle de aplicação dos dinheiros públicos: é o sentada pelo Distrito Federal, tem por finalidade at-
próprio sistema de contabilidade e auditoria realiza- ender aos interesses da população ali residente, e de
do, em cada Ministério, pela respectiva Secretaria de ser responsável pelo recebimento de representações
Controle Interno. diplomáticas ao Brasil quando em visita;
- Impessoalidade: objetividade no atendimento do in- - Administração Pública Municipal: zelar pelos inter-
teresse público, vedada a promoção pessoal de agen- esses da população local dentro dos limites territoriais
tes ou autoridades. Não pode prejudicar ou favorecer do município.
determinadas pessoas (princípio da finalidade);
Administração direta
- Moralidade administrativa: Art. 2o da Lei 9.784/99;
art. 37, §4o da CF: atuação segundo padrões éticos de Constitui-se dos órgãos integrantes da estrutu-
probidade, decoro e boa-fé; ra administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios. São centros de competência instituídos
- Publicidade: Art. 37, §1o. da CF; art. 5o, XXXII da CF: para o desempenho de funções estatais, através de
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orien- seus agentes, não possui patrimônio; estão inseridos
tação social, não podendo constar nomes, símbolos na estrutura de uma pessoa jurídica; na esfera federal
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de estão submetidos à supervisão ministerial (ao Ministro
autoridades ou servidores públicos; de Estado); e, alguns têm capacidade jurídica, proces-
sual, para defesa de suas prerrogativas funcionais.
- Eficiência: EC 19/98 - Exige-se a apresentação de re-
sultados positivos para o serviço público e satisfatório Administração indireta
atendimento das necessidades do administrado.
Constituída de entidades com personalidade jurídica
- Razoabilidade: Não cabe à Administração Pública e compreende as empresas públicas e as sociedades
decidir de maneira irracional, fora dos padrões de nor- de economia mista, que integram a Administração por
malidade da sociedade; relação de vinculação e cooperação, como: as Autar-
quias, Fundações Públicas, e Sociedade de Economia
- Proporcionalidade: Art. 2o, §único, VI da Lei 9.784/99: Mista.
adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior Suas características: personalidade jurídica; criação
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do autorizada por Lei; patrimônio próprio; capacidade
interesse público; de auto-administração ou autonomia própria; sujei-
tos ao controle pelo Estado; não tem liberdade para
- Motivação: A administração Pública tem que expor modificação ou fixação de seus próprios fins; e, tem
seus motivos; auto-gestão financeira etc.
A efetividade é a obtenção de resultados através Ela deve ser exposta através de texto curto e simples
da ênfase na percepção do cliente. Significa que há para o público em geral e para os funcionários, para
preenchimento das expectativas do cliente, através de que todas as pessoas possam conhecê-la.
uma ação programada e planejada para satisfazer os
seus desejos. É um conceito que tem um cunho “sensi- Exemplo de missão:
tivo”, o que significa que há comprovação, pelo cliente,
dos resultados alcançados. Simplificando, ser efetivo é “Servir alimentos de qualidade com rapidez e simpa-
realizar aquilo que foi feito (eficácia) da maneira certa tia, em um ambiente limpo e agradável” (McDonald’s)
(eficiência).
Exemplo de visão: A empresa visa garantir facilidades Segundo o Chiavenato, A finalidade da departamen-
com versatilidade aos usuários dos produtos. talização não é a estrutura rígida e equilibrada em
termos de níveis e sim grupar atividades de maneira
Missão que melhor contribuam para obtenção dos objetivos
específicos da organização.
Para Biagio e Batocchio (2005), missão é a declaração
da razão de ser de uma empresa (seu propósito e o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
18
Essa centralização é encontrada com mais frequência • Agrupar especialista sob chefia única;
em pequenas empresas, pois reduz custos com espe- • segue princípio da especialização ocupacional;
cialização de pessoas - o conhecimento é centralizado • concentra competência em atividade específica;
nas mãos de um chefe. • mais indicada para circunstâncias estáveis ou tare-
fas rotineiras;
2) Estrutura linear - staff - é a que apresenta uma or- • poucas linhas de produtos;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
19
Vantagens:
Obs: nas questões de matricial aparecem os termos: “mais adequada”, “a melhor”, “gestão
de vários projetos”. • Facilita o emprego de tecnologia;
SegundoObs: nas
Stanley questões
Davis de matricial
e Paul Lawrence, aparecem
uma Organização osemprega
matricial termos:um siste-• Permite a intensificação de esforços;
ma de comando múltiplo que inclui os mecanismos de apoio correspondentes e um padrão
“mais
de cultura adequada”,
e comportamento “a melhor”,
organizacional “gestão de vários pro-
associado. • Fixa a responsabilidade para um produto;
Segundojetos”.
Leon Megginson ( 1998) A departamentalização matricial é um tipo híbrido
onde vários especialistas são agrupados para completar uma tarefa em tempo limitado.• Facilita a cooperação interdepartamental;
(encontrada em organizações de alta tecnologia, Boing, Nasa, GE) • Facilita a inovação e a competitividade;
Segundo Stanley Davis e Paul Lawrence, uma Organ-
Vantagens; • Indicada para circunstâncias instáveis, mutáveis.
izaçãolivre
• Comunicação matricial emprega
e coordenação um sistema de comando
entre especialistas; • Induz a cooperação entre especialistas;
• Flexibilidade para responder rapidamente às mudanças
múltiplo
• Ideal para empresasque inclui os mecanismos de apoio corre-
empreendedoras. • Permite maior flexibilidade.
spondentes
• Processo e um padrão
de decisão descentralizado de cultura
( Bateman, 1998) e comportamento
Vantagens: Desvantagens:
Desvantagens: Vantagens:
ou por equipamentos , por maquinário, por tecnologia De forma lúdica, podemos fazer retratar a função Di-
Vantagens: reção como sendo um capitão de um navio no qual
possui o objetivo de transportar uma carga de um
• Prestigia a tecnologia como foco de referência porto a outro. Dessa forma, o capitão está no leme da
Desvantagens: embarcação de modo a dirigir o rumo traçado previa-
mente.
• Total falta de flexibilidade
• Aplicação; Empresas industriais. O conceito aborda por Chiavenato sobre direção está
abordado da seguinte maneira: “função administrativa
Por Projetos; Construção de Navios , de edifícios , con- que se refere ao relacionamento interpessoal do ad-
strução de fábricas ministrador com os seus subordinados”.
A função Direção é a única das quatro funções do pro- se trata da única função interpessoal, o “motor” do
cesso organizacional que possui caráter interpessoal, barco são as pessoas. E assim, as pessoas têm motivos
ou seja, defini as relações entre indivíduos. Por isso, para estarem desempenhando suas tarefas e serviços.
constitui-se na mais complexa função administrativa.
Esta função possui sinônimos que podem aparecem Podemos dizer, portanto, que motivo é qualquer coisa
em bancas examinadoras, tais como: Coaching, Lider- que leva a pessoa a praticar uma ação e motivação é
ança ou Influenciação. proporcionar um motivo a uma pessoa.
A direção se distribui por toda a organização, de forma Do ponto de vista do Gestor /Administrador, a moti-
a sofrer modificações quanto na nomenclatura. Esta vação compreende a criação de condições que pro-
pode aparecer da seguinte forma: porcionem satisfação pessoal.
Os meios pictográficos são representados por mapas, liberdade, e da responsabilidade no desempenho das
diagramas, pinturas, fotografias, desenhos, ideografi- tarefas.
as, entre outros.
Vê as pessoas aplicadas, pró-ativas, participativas. Del-
Os meios escrito-pictográficos se valem da palavra es- egam, portanto, mais autoridade, o que desperta a cri-
crita e da ilustração. São os cartazes, gráficos, diplo- atividade. A democracia se faz presente e o ambiente
mas e filmes com legenda. de trabalho, por seu turno, torna-se suave.
Os meios simbólicos são insígnias, bandeiras, luzes, Esse estilo, impulsiona as pessoas a tomar iniciativa e
flâmulas, sirenes, sinos e outros sinais que se classifi- responsabilidade no desempenho profissional. Porém,
cam tanto como visuais quanto auditivos. se houver a necessidade de intervenção direta de for-
ma a resolver um problema, o Gestor/Administrador
Os meios audiovisuais são constituídos principalmente não se furta a usar o poder da autoridade que lhe é
por vídeos institucionais, de treinamentos e outros, cabível.
telejornais, televisão corporativa, clipes eletrônicos
documentários, filmes etc. Uma questão nos incomoda ao analisarmos Estilos de
Direção diametralmente opostos: Qual o melhor esti-
Com o avanço das novas tecnologias da comunicação, lo de Direção? Qual o mais vantajoso para as organ-
as organizações modernas também estão se valendo izações?
de meios telemáticos, que têm esse nome porque a
informação é trabalhada e passada com o uso com- À primeira vista tendemos a escolher o Estilo Y, pois
binado da informática (computador) e dos meios de como seres-humanos não queremos ser tratados por
telecomunicação. Gestores/ Administradores de forma rude, autocráti-
ca. A escolha por um dos Estilos não significa que a
Como exemplos temos a própria intranet, o correio organização despreza o outro. Tendem a se comple-
eletrônico, os terminais de computador, os telões, os mentarem de forma a atingimento dos objetivos. As
telefones celulares etc. são meios interativos e virtuais. situações apresentadas em cada caso específico levam
os Gestores/ Administradores a trabalharem um ou
Estilos de Direção (Teorias X, Y e Z) outro Estilo.
Douglas McGregor desenvolveu teorias que balizaram Entretanto, há uma tendência, no mundo moderno de
os estilo de direção baseadas na natureza humana se usa o Estilo Y, corroborado pelo aumento do nível
(Behaviours), voltada para a administração dos recur- educacional, acesso à informação e a novas tecnolo-
sos humanos – Teoria X e Teoria Y. gias.
A Teoria X determina que o Gestor /Administrador
tende a dirigir e controlar os subordinados de maneira Por fim, a Teoria Z dá mais um passo à frente ao res-
rígida, pois entende que as pessoas são passivas, indo- gatar HOMEM de um absenteísmo, permitindo-lhe a
lentes, preguiçosas, desprovidas de iniciativa pessoal. liberdade de expressão e a participação na vida das
organizações.
A desconfiança se faz presente, por isso o Gestor/Ad-
ministrador passa a centralizar em si (a delegação de Outro resgate do HOMEM é feito quando o coloca no-
autoridade é mínima ou inexistente) porque entende vamente à frente das máquinas, pois sua posição fora
que as pessoas são dependentes e preferem ser di- ultrapassada pela tecnologia.
rigidas.
Esta Teoria abrange aspectos relacionados à vonta-
A autocracia é marca indelével dessa Teoria e o con- de que o HOMEM possui: estabilidade no emprego,
trole é coercitivo. Os funcionários deixam de reagir às remuneração mais condizente, participação nas de-
mudanças e passam a agir sob julgo do Chefe. cisões e soluções de problemas.
A Teoria Y vem coloca-se em posições oposta. Nesta Com esses aspectos, o HOMEM quer: participar, indic-
Teoria, o Gestor/Administrador pensa e age de forma ar soluções, ser original, ter liberdade, ter estabilidade,
a envolver as pessoas: aumento da participação, da melhor qualidade de vida.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
23
A velocidade com que o mundo se renova e a exigên- alidade. A postura deste líder brota ante as diferentes
cia dos colaboradores e clientes fazem com que os Ge- situações que ele detecta no dia-a-dia. Possui um es-
stores/ Administradores passem a ter mais requisitos tilo adequado para cada situação. Isso gera segurança
na condução de uma organização. Aqui, a presença do e motivação.
Líder é indispensável.
Emergente - Diz respeito aquele que surge e assume
Liderança o comando por reunir mais qualidades e habilidades
para conduzir o grupo aos objetivos diretamente rela-
Há vários conceitos de Liderança. A Liderança, antes cionados a uma situação especifica. Por exemplo, num
de tudo, é um fenômeno social em grupos sociais. É caso extraordinário, onde determinadas ações devem
definida como uma influência interpessoal, em uma ser traçadas de imediato.
situação, para o atingimento dos objetivos pelos inte-
grantes do grupo. Portanto, para que haja Liderança, O grupo reage bem, participa, colabora, sabendo que
necessariamente, precisamos ter interação entre pes- se houver emergência, o líder saberá o que fazer.
soas, com objetivos específicos.
Maturidade dos subordinados
A Liderança funciona de duas forma:
Tanto a maturidade dos subordinados, quanto a ma-
1a – Pode ser uma autoridade delegada, quando o turidade do líder requerem a Inteligência Emocional.
líder é aquele que possui um cargo de liderança, mas Esse aspecto não diz respeito a ter autocontrole so-
não necessariamente lidera e, bre as emoções (exclusivamente) ou se dar bem com
2a – Pode ser uma autoridade natural, quando o líder as pessoas, mas entender bem, antes de tudo, a sua
é aquele que consegue influenciar ou direcionar a própria constituição emocional e das outras pessoas
equipe sem, necessariamente, possuir um cargo de (subordinados e líderes), com vista à realização dos
liderança. objetivos.
5. Acerca dos fluxos da comunicação, aquele que 9. A função administrativa de direção está dis-
flui entre um gestor de um determinado nível tribuída em qualquer nível organizacional. As-
para outro de nível inferior ou superior de out- sinale a alternativa que indica o nível adminis-
ra área de atuação é chamado de comunicação trativo que exerce a função de supervisão.
a. ( ) horizontal. a. ( ) institucional
b. ( ) diagonal. b. ( ) alta administração
c. ( ) ascendente. c. ( ) operacional
d. ( ) descendente. d. ( ) estratégico
e. ( ) vertical. e. ( ) tático
Considerando a situação hipotética acima apre- 15. Considere a seguinte situação hipotética.
sentada, julgue os três itens abaixo:
Jônatas, enfermeiro chefe de determinado hospital,
11. Considere que, após o levantamento do perfil tem um comportamento caracterizado pela amabi-
dos colaboradores e a análise minuciosa das lidade usual com que se relaciona com os subordi-
descrições de cargos, a equipe de consulto- nados e pela demonstração de preocupação com o
ria contratada sugira aos dirigentes do órgão seu bem-estar e suas necessidades. Nessa situação,
a adoção de um estilo de liderança autocráti- é correto afirmar que, com base no perfil de com-
co. Nessa situação, caso os dirigentes aceitem portamento descrito, Jônatas exerce uma liderança
tal recomendação, nesse órgão, a decisão final participativa.
deverá permanecer a cargo da diretoria, e, em
razão da autogestão, uma das características Lúcio é agente administrativo do DPF com lotação
na unidade do Distrito Federal. No exercício do car-
do estilo de liderança autocrático, as equipes
go, Lúcio deve manter contatos com seus pares, com
deverão ser as responsáveis pelo desenvolvi-
técnicos de nível superior e com autoridades de alto
mento das tarefas.
nível hierárquico. Além disso, deve supervisionar tra-
balhos relacionados às áreas de pessoal, orçamento,
a. ( ) Certo organização, métodos e material. Essas atribuições
b. ( ) Errado exigem que ele seja competente na comunicação in-
terpessoal. Em face da situação hipotética apresenta-
da acima, julgue os itens seguintes, relativos ao pro-
12. O estilo de liderança situacional — analisado cesso de comunicação humana nas relações internas
pelos modelos de liderança de Tannebaum e e públicas de trabalho.
Schimidt, Fiedler e Hersey- Blanchard — car-
acteriza-se pelo equilíbrio entre a efetividade a. ( ) Certo
da execução da tarefa e a satisfação da equipe. b. ( ) Errado
a. ( ) Certo
b. ( ) Errado 16. Lúcio deve levar em conta que os canais de
comunicação diferem quanto à capacidade de
transmitir informações.
13. O empowerment, técnica que consiste na trans-
ferência de atividades de planejamento, organ- a. ( ) Certo
ização e controle, não é capaz de redefinir o b. ( ) Errado
papel do chefe de modo a que este se torne um
staff da unidade.
17. Sendo Lúcio, na sua organização, responsável
a. ( ) Certo por contatos tanto horizontais quanto vertic-
b. ( ) Errado ais, ele deve usar a mesma linguagem em todas
as situações.
a. ( ) Certo
b. ( ) Errado 25. Toda interação entre grupos dentro da organ-
ização pode ser considerada um processo de
comunicação formal, haja vista que os colab-
20. Considere que, ao se comunicar com seus su- oradores encontram-se no ambiente de tra-
periores, Lúcio manipule a informação para balho.
que ela seja recebida de maneira mais favoráv-
el. Nesse caso, Lúcio cria uma barreira à comu- a. ( ) Certo
nicação eficaz. b. ( ) Errado
a. ( ) Certo
b. ( ) Errado 26. Nas organizações estruturadas verticalmente,
o excesso de subdivisões hierárquicas constitui
uma barreira à fluidez da comunicação, retar-
21. As redes de comunicação interpessoal utiliza- dando as reações da empresa aos estímulos le-
das por Lúcio no DPF são caracterizadas como vantados pelo ambiente externo.
redes informais de comunicação, pois ele con-
hece as pessoas com as quais se comunica. a. ( ) Certo
b. ( ) Errado
a. ( ) Certo
b. ( ) Errado
27. Não prestar atenção aos silêncios de uma con-
versa é considerado falha no processo de co-
22. A adoção de um controle rigoroso por parte municação, visto que se perde uma parte vital
de um gerente sobre seus colaboradores, por da mensagem.
entender que estes são desmotivados e de-
pendem de uma liderança forte, identifica-se a. ( ) Certo
com os pressupostos da teoria X proposta por b. ( ) Errado
Douglas McGregor.
a. ( ) Certo
b. ( ) Errado GABARITO
Visto como uma política pública fundamentada em provisação. A estratégia empresarial é basicamente
um modelo de gestão específico, o Programa tem uma atividade racional que envolve a identificação das
como principais características o fato de ser essencial- oportunidades e das ameaças do ambiente onde opera
mente público – orientado ao cidadão e respeitando a empresa, bem como a avaliação das forças e fraque-
os princípios constitucionais da impessoalidade, da le- zas da empresa, sua capacidade atual ou potencial em
galidade, da moralidade, da publicidade e da eficiên- se antecipar às necessidades e demandas do mercado
cia –, de ser contemporâneo – alinhado ao esta do-da- ou em competir sob condições de risco com os concor-
arte da gestão –, de estar voltado para a disposição rentes. Assim, a estratégia deve ser capaz de combinar
de resultados para a sociedade – com impactos na as oportunidades ambientais com a capacidade empre-
melhoria da qualidade de vida e na geração do bem sarial em um nível de equilíbrio ótimo entre o que a
comum – e de ser federativo – com aplicação a toda a empresa quer e o que ela realmente pode fazer.
administração pública, em todos os poderes e esferas
do governo. Por sua vez, o Modelo de Excelência em A estratégia constitui uma abordagem integrada, rel-
Gestão Pública (MEGP) representa a principal referên- acionando as vantagens da empresa com os desafios
cia a ser seguida pelas instituições públicas que dese- do ambiente, no sentido de assegurar o alcance dos
jam aprimorar constantemente seus níveis de gestão. objetivos básicos da empresa. Todavia, a estratégia se
Como todo modelo de gestão, o MEGP contém dire- preocupa com o “o que fazer” e não com “como fazer”.
trizes expressas em seus critérios de excelência geren- Em outros termos, a estratégia exige toda uma imple-
cial (liderança, estratégias e planos, cidadãos, socie- mentação dos meios necessários para a sua execução.
dade, informação e conhecimento, pessoas, processos Como esses meios envolvem a empresa como um todo,
trata-se aqui de atribuir incumbências a todos os níveis
e resultados), técnicas e tecnologias para sua aplicação
(ou subsistemas) da empresa: o nível institucional, o
(como, por exemplo, a Carta de Serviços ao Cidadão, o
nível intermediário e o nível operacional.
Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação, o Guia
de Gestão de Processos, o Guia ‘d’ Simplificação Ad-
E a implementação exige planejamento. Isto é, a es-
ministrativa e o Instrumento de Avaliação da Gestão) e
tratégia empresarial precisa de um plano básico – o
práticas de gestão implantadas com sucesso.
planejamento estratégico- para a empresa poder lidar
com todas estas forças em conjunto. E o planejamen-
OBJETIVOS
to estratégico precisa apoiar-se em uma multiplicidade
de planos situados carreira abaixo dentro da estrutura
- Eliminar o déficit institucional; Promover a gover- da organização. Para levar adiante o planejamento es-
nança e a eficiência visando os resultados da ação tratégico requer planos táticos e cada um deles requer
pública; Assegurar a eficácia e efetividade da ação planos operacionais, combinando esforços para obter
governamental; e promover a gestão democrática, efeitos sinergéticos.
participativa, transparente e ética.
Em outros termos, o planejamento estratégico é defini-
Ações - Mobilizar e apoiar tecnicamente órgãos e en- do no nível institucional da empresa e exige a partici-
tidades para a melhoria da gestão e do atendimento pação integrada dos demais níveis empresariais: do nív-
e a desburocratização e simplificação de procedimen- el intermediário por meio dos planos táticos e do nível
tos e normas; Desenvolver modelo de excelência em operacional por intermédio dos planos operacionais.
gestão pública e capacitar e orientar a implantação
de ciclos contínuos de avaliação e melhoria da gestão DIREÇÃO:
pública.
DIREÇÃO DA AÇÃO EMPRESARIAL
ORGANIZACIONAL
soas precisam ser admitidas, aplicadas em seus cargos,
doutrinadas e treinadas: elas precisam conhecer aquilo
que se espera delas e como elas devem desempenhar
PLANEJAMENTO: seus cargos; precisam ser guiadas e motivadas para al-
cançarem os resultados que delas se espera.
As empresas não funcionam na base da pura im-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
30
d) Distribuidores: são as pessoas ou instituições que Administração da comunicação de cima para baixo
adquirem os produtos ou serviços produzidos pela or-
ganização e os distribuem para o mercado de clientes Os administradores podem fazer muitas coisas para
ou consumidores em troca da remuneração de suas melhorar a comunicação de cima para baixo. Em
atividades e continuidade de suas operações. primeiro lugar, a administração deve desenvolver pro-
cedimentos e políticas de comunicação. Em segundo
e) Consumidores: são as pessoas ou instituições que lugar, a informação deve estar disponível àqueles que
adquirem os produtos ou serviços produzidos pela or- dela necessitam. Em terceiro lugar, a informação deve
ganização para utilizá-los e consumi-los na expectati- ser comunicada de forma adequada e eficiente. As
va de satisfação de suas necessidades. linhas de comunicação devem ser tão diretas, breves e
pessoais quanto possível. A informação deve ser clara,
COMUNICAÇÃO: consistente e pontual – nem muito precoce nem (o
que é um problema mais comum) muito atrasada.
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
COMUNICAÇÃO DE BAIXO PARA CIMA
Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser
um bom administrador e líder de equipe. Mas a co- A comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais
municação também deve ser administrada em toda a baixos da hierarquia para os mais altos.
organização. A cada minuto de cada dia, incontáveis
bits de informação são transmitidos em uma organ- Os administradores devem facilitar a comunicação de
ização. Serão discutidas as comunicações de cima para baixo para cima.
baixo, de baixo para cima, horizontal e informal nas
organizações. Mas os administradores devem também motivar as
pessoas a fornecer informações valiosas.
COMUNICAÇÃO HORIZONTAL
COMUNICAÇÃO DE CIMA PARA BAIXO
Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas
A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo do mesmo nível hierárquico. Essa comunicação hori-
de informação que parte dos níveis mais altos da hi- zontal pode ocorrer entre pessoas da mesma equipe
erarquia da organização, chegando aos mais baixos. de trabalho. Outro tipo de comunicação importante
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
31
15. DIAGRAMA DE
ISHIKAWA E DE PARETO
O Diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado
para estabelecer uma ordenação nas causas de perdas
que devem ser sanadas. Sua origem decorre de estu-
dos do economista italiano Pareto e do grande mestre O diagrama de Pareto estabelece prioridades, isto é,
da qualidade Juran. O diagrama de Pareto torna visiv- mostra em que ordem os problemas devem ser resolv-
elmente clara a relação ação/benefício, ou seja, prior- idos.
iza a ação que trará o melhor resultado. Ele consiste
num gráfico de barras que ordena as freqüências das verifique e teste diversas classificações, antes de faz-
ocorrências da maior para a menor e permite a local- er o diagrama definitivo estude o problema medin-
ização de problemas vitais e a eliminação de perdas. do-o em várias escalas quebre grandes problemas ou
grandes causas em problemas ou causas específicas,
Como fazer o diagrama de Pareto? estratificando ou subdividindo em aspectos mais es-
pecíficos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
32
É uma técnica para análise das causas profundas, na primeiramente precisamos identificar as sua causas.
transição entre a descrição do problema e a formu-
lação de soluções. Na prática constitui-se basicamente Estrutura dos Diagramas de Causa e Efeito e Fatores
de um diagrama que mostra a relação entre uma car- Envolvidos
acterística da qualidade e os fatores, permitindo que
seja identificada uma relação significativa entre um Um diagrama de causa e efeito também é chamado de
efeito e suas possíveis causas. “diagrama de espinha de peixe” porque ele se parece
com o esqueleto de um peixe, conforme mostrado na
Propósitos Figura 1. Um exemplo real é mostrado na Figura 2. Este
diagrama possibilita que se aprofunde a análise, e que
É usado para auxiliar a identificação e a justificativa se tenha uma visão macroscópica, de diversos fatores
das causas, e melhorias de determinados processos, envolvidos no processo, facilitando a visualização das
de modo a analogamente incorporá-las em processos causas dos problemas, definindo aspectos como:
similares. Porém, a utilização deste diagrama não diz
respeito apenas à investigação das causas de defeitos Mão-de-Obra (ou pessoas);
e falhas, de modo a evitar sua reincidência, mas é mais Materiais (ou componentes);
utilizado com este motivo.
Máquinas ou equipamentos);
Ao serem listadas diversas causas raiz, ou causas pro-
fundas, é necessário identificar aquelas de maior im- Métodos;
pacto sobre a eficiência e eficácia do todo. Estas cau-
sas restringem e obstruem o sistema e o processo de Meio Ambiente;
trabalho. Assim, a resolução de restrições de menos
impacto não ajudará caso estas causas não sejam re- Medição.
solvidas, e o todo continuará comprometido.
Como Funciona
2 – Tipos de Fluxograma
Outra utilidade dos fluxogramas é a possibilidade de (4) Data de saída do setor: informar dia, mês e ano da
evidenciar fluxos deficientes de trabalho, situações saída do processo do setor.
de retrabalho, duplicidade de funções e demais con-
fusões e ineficiências administrativas. (5) Tempo de permanência do processo no setor: tra-
ta-se do tempo total do processo no setor desde sua
Portanto, com base na elaboração de organogramas, entrada até sua saída.
fluxogramas e manuais de procedimentos é possível
fazer análise aprofundada da gestão com objetivo de (6) Número de correções: quantas vezes a análise foi
gerar a simplificação de processo, desburocratização e corrigida ou revista pela chefia do setor até que fosse
melhoria administrativa. concluído o parecer ou documento final.
Porém, mesmo que o órgão possua documentado (7) Tempo médio por categoria: para identificar este
seu organograma, fluxograma e manuais, ainda é es- valor, basta somar o “Tempo de permanência do pro-
sencial assegurar a eficiência e a adequada avaliação cesso” de todos os processos de uma mesma cate-
dos trabalhos por meio da gestão e avaliação de pro- goria e dividir pelo quantitativo de processos dessa
cessos, ferramenta imprescindível para garantir o efi- mesma categoria no período. Esse valor demonstrará
ciente fluxo administrativo. quais tipos de processos demandam mais tempo.
Nota-se que todos os órgãos públicos trabalham com Diversos são os benefícios ao se implementar esse
processos (procedimentos), sejam finalísticos ou de tipo de tabela de controle: demonstrar gargalos na
área meio. Portanto, a tabela apresentada a seguir administração; evidenciar procedimentos simples que
pode ser introduzida e adaptada para cada órgão ou necessitam ser informatizados; demonstrar necessi-
setor administrativo e finalístico. dades de treinamentos; necessidade de ampliação de
quadro de servidores; remanejamento de servidores
Número Categoria Data de Data de Te m p o Número Te m p o para áreas comprovadamente com maior demanda, e
do pro-
cesso
(2) entrada
no setor
saída do
setor
de per-
manên-
de cor-
reções
médio
por cate-
mais justiça na distribuição do volume de trabalho por
(1) (3) (4) cia do (6) goria (7) servidor.
processo
no setor
(5)
Além disso, tabelas como essas permitem a avaliação
objetiva do trabalho dos servidores, o que se carac-
teriza como peça fundamental para a implementação
de teletrabalho (trabalho em casa) ou pagamento de
benefícios por desempenho.
(1) Número do processo ou procedimento: número
gerado por protocolo do órgão ou numeração interna
do setor.
18. ADMINISTRAÇÃO DE
(2) Categoria: todos os processos analisados ou RECURSOS HUMANOS
tramitados por um setor têm uma categoria ou critério
de análise, distribuição ou verificação. Separar os pro-
O termo geralmente é aplicado às atividades que
cessos por categoria permite planejar o fluxo de tra-
balho, prever sua conclusão em relação ao volume tratam da administração de pessoas, Aqui são incluí-
de trabalho, evidenciar quais são os mais complexos, das as funções típicas do departamento de pessoal,
quais tipos são mais demorados ou mais simples. Al- recrutamento, seleção, remuneração, treinamento, de-
guns exemplos para classificação dos processos se- senvolvimento, pesquisa e auditoria, e desligamento.
riam: revisão, análise, parecer, pesquisa, aprovação,
atestado, conferência, encaminhamento, certificado,
Outras funções também podem ser incluídas, tais
resposta e etc.
como supervisão de programas de ação afirmativa,
(3) Data de entrada no setor: informar dia, mês e ano oportunidade igual de trabalho, segurança, saúde in-
da entrada do processo no setor. dustrial e avaliação de desempenho.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
37
- Incidentes Críticos. Avaliação dos indivíduos que - Avaliação 360 graus: neste método o avaliado re-
são fundamentais em fazer a diferença entre a ex- cebe feedbacks (retornos) de todas as pessoas com
ecução eficaz e ineficaz de um trabalho. quem ele tem relação, também chamados de stake-
holders, como pares, superior imediato, subordinados,
- Escalas de Pontuação Gráfica. métodos mais anti- clientes, entre outros.
gos e difundidos de avaliação é o uso de escalas de
pontuação gráfica. A partir da listagem de um conjun- Descrição de Cargos
to de fatores de desempenho, tais como quantidade e
qualidade do trabalho, profundidade do conhecimen- Função: Posição definida na estrutura organizacional,
to, cooperação, lealdade, assiduidade, honestidade e à qual cabe um conjunto de responsabilidades afins
iniciativa, o avaliador dará notas a cada fator da lista e relacionamentos específicos e coerentes com a sua
em escalas progressivas. finalidade.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
41
• Métodos mistos: são adotados visando-se reduz- Conceito de logística: “A logística estuda a manei-
ir as desvantagens isoladas dos métodos e poten- ra como a administração pode melhorar o nível de
cializar-lhes as virtudes. rentabilidade nos serviços de distribuição aos con-
sumidores, por meio de planejamento, organização
Fases da Análise de Cargos e controle efetivo das atividades de movimentação e
armazenagem, cujo objetivo é facilitar o fluxo de pro-
a- Planejamento: dutos, diminuindo o hiato entre a produção e a de-
manda, de modo que os consumidores tenham bens e
- Determinação dos cargos a serem descritos serviços quando e onde quiserem, e na condição física
- Elaboração do organograma de cargos que desejarem.” Ronald H. Ballou, 1993.
- Elaboração do cronograma de trabalho
- Escolha dos métodos de análise a serem aplicados O sistema logístico é composto pelos seguintes ele-
- Seleção dos fatores de especificações que serão uti- mentos ou componentes:
lizados:
- Critério da generalidade: os fatores devem estar pre- • Estoques de produtos: permite que o sistema se
sentes em pelo menos 75% dos cargos a serem ana- adapte às variações da demanda;
lisados • Aquisição e controle da matéria-prima: estoque
- Critério da variedade ou discriminação: os fatores de matéria-prima é fator essencial na manutenção
devem variar de acordo com o cargo. da capacidade produtiva;
- Dimensionamento dos fatores de especificação (de- • Meios de transporte e de entrega local: são con-
terminação do campo ou amplitude de variação de sideradas todas as etapas do transporte, sendo o
cada fator) fornecedor ou consumidor o responsável pelo seu
- Graduação dos fatores de especificações (transfor- pagamento;
mar cada fator de variável contínua em discreta), facil- • Capacidade de produção e conversão: capaci-
itando e simplificando a aplicação. dade dos elementos (componentes) de produção
do sistema logística de produzir os requisitos
b- Preparação: médios e de também enfrentar as variações da
procura total e dos produtos;
-Recrutamento, seleção e treinamento dos analistas • Armazém: inclui todos os armazéns da fábri-
de cargos que comporão a equipe de trabalho ca, os regionais, os locais e os estoques dos dis-
-Preparação do material de trabalho (formulários, im- tribuidores;
pressos, etc.) • Comunicação e controle: todo o sistema logístico
-Preparação do ambiente (esclarecimentos à Direção, é administrado por um sistema de comunicação e
Gerência, Supervisão e a todo o pessoal envolvido). controle, que processa os pedidos do comprador,
-Coleta de dados prévios (nomes dos ocupantes dos recebe instruções para remover ou enviar mate-
cargos, relação dos equipamentos, ferramentas, mate- riais e mantém o registro da posição do material;
riais, formulários, etc. usados pelos ocupantes). • Recursos humanos: o sistema também inclui
pessoas responsáveis pela venda, pela tomada de
decisões quanto à operação, e pessoas que trans-
KANBAN
Quanto menor o estoque final, menor será o lucro re- UEPS ou LIFO (Ultimo a entrar, primeiro a sair)
portado, ou maior será o prejuízo. (Last in – Last out)
Considerando que vários fatores podem fazer variar o É um método de avaliar estoque muito discutido. O
preço de aquisição dos materiais entre duas ou mais custo do estoque é determinado como se as unidades
compras (inflação, custo do transporte, procura de mais recente adicionadas ao estoque (últimas a en-
mercado, outro fornecedor, etc.), surge o problema de trar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas)
selecionar o método que se deve adotar para avaliar (primeiro a sair). Supõe-se, portanto, que o estoque
os estoques. Os métodos mais comuns são: final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado
ao custo destas unidades.
Custo Médio Ponderado
Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o cus-
Este método, também chamado de método da média to dos itens vendidos/saídos tende a refletir o custo
ponderada ou média móvel, baseia-se na aplicação dos itens mais recentemente comprados (compra-
dos custos médios em lugar dos custos efetivos. dos ou produzidos, e assim, os preços mais recentes).
Também permite reduzir os lucros líquidos relatados
O método de avaliação do estoque ao custo médio por uma importância que, se colocada à disposição
é aceito pelo Fisco e usado amplamente. Por esse dos acionistas, poderia prejudicar as operações fu-
critério, os estoques são avaliados pelo custo médio turas da empresa.
de aquisição, apurado a cada entrada de mercadorias,
ponderado pelas quantidades adquiridas e pelas ante- Compra
riormente existentes.
Segundo Gonçalves (2007), a função compras req-
O princípio contábil de Custo de Aquisição determina uer planejamento e acompanhamento, processos de
que se incluam no custo dos materiais, além do preço, decisão, pesquisa e seleção de fontes supridoras dos
todos os outros custos decorrentes da compra, e que diversos materiais, diligenciamento dos fornecedores
se deduzam todos os descontos e bonificações even- (para assegurar que o produto será recebido sem atra-
tuais recebidas. sos, no momento esperado). Requer, ainda, uma coor-
denação geral entre os diversos órgãos da empresa:
PEPS ou FIFO (Primeiro a entrar, primeiro a sair) almoxarifados, finanças e todos os diversos setores
(First in – First Out) que são revestidos do papel de clientes da compra a
ser realizada.
À medida que ocorrem as vendas, ocorre às baixas no
estoque a partir das primeiras unidades compradas, o “A arte de comprar está se tornando cada vez mais
que equivaleria ao raciocínio de que vendemos/com- uma profissão e cada vez menos um jogo de sorte”.
pramos primeiro as primeiras unidades compradas/ “Em muitos casos não é o custo que determina o preço
produzidas. Justificando, a primeira unidade a entrar de venda, mas o inverso. O preço de venda necessário
no estoque é a primeira a ser utilizada no processo de determina qual deve ser o custo. Qualquer economia,
produção o ou a ser vendida. resultando em redução de custo de compra, que é
uma parte de despesa de operação de uma industria,
Entretanto, não é objeto do o procedimento em si, e é 100% lucro. Os lucros das compras são líquidos”.
sim o conceito do resultado (lucro). (HENRY FORD)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
47
É a função responsável pela obtenção do material no • Manter um cadastro de fornecedores que garan-
mercado fornecedor, interno ou externo, através da ta maior agilidade e segurança na pesquisa de
mais correta tradução das necessidades em termos de preços;
fornecedor / requisitante. • Planejar as compras (fazendo um calendário de
aquisições, por exemplo);
A função Compras compreende: • Manter uma relação próxima com as áreas inter-
nas da organização, em especial os clientes inter-
- Cadastramento de Fornecedores; nos, almoxarifados e finanças;
- Coleta de Preços; • Manter um bom relacionamento com fornece-
- Definição quanto ao transporte do material; dores;
- Julgamento de Propostas; • Criar ferramentas que permitam um efetivo con-
- Diligenciamento do preço, do prazo e da qualidade trole do processo de compras.
do material;
- Recebimento e Colocação da Compra. Vantagens das Estruturas de Compras Centraliza-
das Versus Descentralizadas
Requisitos básicos para o abastecimento:
Centralizada:
a) Qualidade do Material: O material deverá apre-
sentar qualidade tal que possibilite sua aceitação den- • Obtenção de maior economia de escala
tro e fora da empresa (mercado). • Possibilita melhor controle global do processo de
compras e dos estoques
b) Quantidade: Deverá ser estritamente suficiente • Reduz o custo de pedido (menor número de pedi-
para suprir as necessidades da produção e estoque, dos e redução do quadro de pessoal)
evitando a falta de material para o abastecimento ger- • Evita a disparidade de preços de aquisição de um
al da empresa bem como o excesso em estoque. mesmo material por distintos compradores (o que
poderia suscitar uma competição danosa entre
c) Prazo de Entrega: Deverá ser o menor possível, a eles)
fim de levar um melhor atendimento aos consumi-
dores e evitar falta do material. Descentralizada:
d) Menor Preço: O preço do produto deverá ser tal • Resposta mais rápida e ágil às solicitações de
que possa situá-lo em posição de concorrência no compra
mercado, proporcionando à empresa um lucro maior. • Maior flexibilidade na negociação com fornece-
dores regionais
e) Condições de pagamento: Deverão ser as mel- • Maior autonomia funcional das unidades adminis-
hores possíveis para que a empresa tenha maior flexi- trativas regionais
bilidade na transformação ou venda do produto.
Compra compartilhada: contratação para um grupo
Objetivos da Função Compras de participantes previamente estabelecidos, na qual a
responsabilidade de condução do processo licitatório
• Garantir o efetivo suprimento de materiais e e gerenciamento da ata de registro de preços serão
serviços, nas quantidades e nos prazos demanda- de um órgão ou entidade da Administração Pública
dos pelos clientes internos; Federal.
• Comprar com qualidade, celeridade e ao preço
econômico;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
48
- Custos com edificações: aluguel, imposto, luz (maior Custo por Falta de Estoque
área para guardar e conservar os estoques)
No caso de não cumprir o prazo de entrega de um
- Custos de manutenção: deterioração, obsolescên- pedido colocado, poderá ocorrer ao infrator o paga-
cia, equipamento (maiores as chances de perdas e in- mento de uma multa ou até o cancelamento do pedi-
utilização, bem como mais custos de mão-de-obra e do, prejudicando assim a imagem da empresa perante
equipamentos). Este custo gira aproximadamente em ao cliente.
25% do valor médio de seus produtos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
49
Este problema acarretará um custo elevado e de difícil Almoxarifados são locais destinados à guarda e à
medição relacionado com a imagem, custos, confiabi- conservação dos itens de material em estoque de uma
lidade, concorrência etc. determinada organização. É essencial que a gestão
dos almoxarifados seja eficiente, visando minimizar
Classificação ABC, Curva ABC ou Método ABC os custos de armazenamento de estoques, bem como
maximizando a qualidade de atendimento aos seus
A curva ABC é um importante instrumento para o ad- clientes internos à empresa.
ministrador. Ela permite identificar aqueles itens que
justificam atenção e tratamento adequados quanto à Objetivos da Gestão de Almoxarifados
sua administração. Obtém-se a curva ABC com a orde-
nação dos itens conforme a sua importância relativa. • Minimizar os custos de armazenamento.
Uma vez obtida a sequência dos itens e sua classi¬fi- • Maximizar a qualidade de atendimento aos con-
cação ABC, disso resulta, imediatamente, a aplicação sumidores.
preferencial das técnicas de gestão administrati-
vas, conforme a importância dos itens. A curva ABC Atividades básicas na gestão de almoxarifados
é uti¬lizada para a administração de estoques, para
definição de políticas de vendas, estabelecimento de
prioridades para a programação da produção e uma
série de outros problemas usuais na empresa. Após
os itens terem sido ordenados pela importância rela-
tiva, as classes da curva ABC podem ser definidas das
seguintes maneiras: Codificação de Materiais
• Classe A: grupo de itens mais importantes que Codificar um material significa representar todas as
devem ser trabalhados com uma atenção especial informações necessárias, suficientes e desejadas por
pela administração. São aqueles materiais com va- meio de números ou letras, com base na classificação
lores mais representativos. obtida do material.
• Classe B: grupo intermediário. São aqueles materi-
ais com valores intermediários A tecnologia de computadores está revolucionando a
• Classe C: grupo de itens menos importantes em identificação de materiais e acelerando o seu manu-
ter¬mos de movimentação, no entanto, requerem seio.
atenção pelo fato de gerarem custo para manter
estoque. São aqueles materiais com valores baixos A chave para a rápida identificação do produto, das
valores. quantidades e do fornecedor é o código de barras lin-
eares ou código de distribuição. Esse código pode ser
lido com leitores óticos (scanners). Os fabricantes cod-
ificam esse símbolo em seus produtos e o computa-
CLASSE % DE ITENS % DE VALOR
dor, no depósito, decodifica a marca, convertendo-a
A 20 80 em informação utilizável para a operação dos sistemas
B 30 15 de movimentação interna, principalmente os autom-
C 50 5 atizados.
Almoxarifado
Gestão de Almoxarifados
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
50
Duas características que apresentam uma boa organ- Redução no custo e maior produtividade através de:
ização no Almoxarifado, são a ordem e o asseio. Com . melhor utilização do espaço disponível;
isso podemos transmitir sempre uma sensação de . redução da movimentação de material e pessoal;
serviço perfeito. . fluxo mais racional;
. menor tempo para o desenvolvimento dos proces-
Lay-out, ou arranjo físico é a maneira como os homens, sos, e
máquinas e materiais estão dispostos dentro de um . melhores condições de trabalho.
Almoxarifado, ou qualquer outro local, desde que ar-
ranjados com certa ordem.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
51
Os modais de transporte são: ferroviário (feito por ferro- Os transportes são classificados de acordo com a modal-
vias), rodoviário (feito por rodovias), hidroviário (feito pela idade em:
água), dutoviário (feito pelos dutos) e aeroviário (feito de
forma aérea). - Terrestre: rodoviário, ferroviário e dutoviário;
- Aquaviário: marítimo e hidroviário;
Escolha do Modal - Aéreo.
O Direito Administrativo pode ser compreendido A Administração Pública está subordinada aos
como o conjunto de normas e princípios jurídicos princípios de Direito Administrativo e, em especial,
que regem a atividade administrativa, as entidades, aos princípios básicos instituídos no artigo 37, caput,
os órgãos e agentes públicos, que atuam com o da Constituição da República, a saber: legalidade,
objetivo de atender as necessidades da coletividade. impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Para atender o interesse da coletividade utiliza a Estes são princípios básicos da Administração Pública:
função administrativa que constitui o dever do Estado a legalidade, segundo o qual, ao administrador
de atender ao interesse público. A Administração somente é dado realizar o que estiver previsto na
Pública utiliza a função pública com prerrogativas lei; impessoalidade, que exige que a atuação do
e sujeições, com o intuito de suprir as necessidades administrador público seja voltada ao atendimento
decorrentes do interesse coletivo, o que permite, impessoal e geral, ainda que venha a interessar a
muitas vezes, em virtude da supremacia do interesse pessoas determinadas, não sendo a atuação atribuída
público sobre o particular, o condicionamento ao agente público, mas à entidade estatal a que se
ou limitação do exercício de direitos e liberdades vincula; moralidade, que estabelece a necessidade de
individuais. toda a atividade administrativa atender a um só tempo
à lei, à moral e à eqüidade, em suma, aos deveres da
Para alcançar o bem público, o Estado exerce boa e honesta administração; publicidade, que faz com
determinadas atividades, tais como a manutenção que sejam obrigatórios a divulgação e o fornecimento
da ordem interna e a execução de serviços para o de informações de todos os atos praticados pela
bem-estar e o progresso da coletividade. Entre as Administração Pública, e eficiência, que impõe
funções do Estado, podemos identificar: a função a necessidade de adoção, pelo administrador, de
legislativa, que consiste na elaboração das normas critérios técnicos e profissionais, que assegurem o
que irão disciplinar a vida social; a função judiciária, melhor resultado possível, rechaçando-se qualquer
que consiste na interpretação e aplicação do direito forma de atuação amadorística e ineficiente do Poder
em situações concretas, e a função administrativa, Público.
que se relaciona ao atendimento das necessidades
materiais do povo. No que tange ao desempenho das
diversas funções estatais, a Constituição da República
determina uma distribuição entre os Poderes, o que
implica o reconhecimento de que a função legislativa
será desempenhada predominantemente pelo Poder
Legislativo; a função judiciária preponderantemente
pelo Poder Judiciário, e a função administrativa
DIREITO ADMINISTRATIVO
2
O mais importante dos princípios da Administração da boa-fé, lealdade e probidade, deveres da boa
Pública, por ser vetor basilar do regime jurídico- administração. Mister se faz registrar que boa-fé,
administrativo, é o princípio da legalidade. Destaque-se lealdade, razoabilidade e proporcionalidade são
que todos os demais decorrem do princípio em análise, princípios gerais, que ditam o conteúdo do princípio
que se revela essencial num Estado Democrático de da moralidade administrativa.
Direito, regime político que visa estabelecer um
razoável equilíbrio entre os direitos da pessoa e os O princípio da publicidade, convém esclarecer
direitos da sociedade, entre a liberdade e a soberania, que a Administração Pública tem o dever de dar
através do qual o povo se governa a si mesmo, quer publicidade, ou seja, de conduzir ao conhecimento
diretamente, quer por meio de representantes eleitos de terceiros, o conteúdo e a exata dimensão do
para gerir os negócios públicos e elaborar as leis. ato administrativo, a fim de facilitar o controle dos
atos da administração. Isto se explica, pelo fato de
Em razão do princípio da legalidade, somente é que a atividade administrativa deve ser caracterizada
considerada legítima a atuação do agente público pela transparência, de modo que a todos é assegurado
ou da Administração Pública, se for permitida por lei. o direito à obtenção de informações e certidões, para
Isto porque, toda atividade administrativa que não a defesa de direitos e esclarecimentos de situações de
estiver autorizada por lei é ilícita, ressaltando-se que, interesse pessoal e coletivo. Vale ressaltar que existem
se ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver casos de atos que NÃO podemos dar publicidade, que
proibido; ao administrador somente é franqueado ~soa nos casos de segurança nacional e intimidade.
o que estiver permitido por lei, já que a atuação
administrativa encontra-se subordinada de forma O princípio da eficiência podemos dizer que o
indelével à vontade legal. ordenamento jurídico censura a atuação amadorística
do agente público, que, no exercício de sua função,
O princípio da impessoalidade compreende a deve imprimir incansável esforço pela consecução do
igualdade de tratamento que a administração deve melhor resultado possível e o máximo proveito com o
dispensar aos administrados que estejam na mesma mínimo de recursos humanos e financeiros.
situação jurídica. Exige, também, a necessidade de que
a atuação administrativa seja impessoal e genérica, com O princípio da eficiência exige, também, que a
vistas a satisfazer o interesse coletivo. Esta é a razão Administração Pública seja organizada em permanente
pela qual deve ser imputada a atuação administrativa atenção aos padrões modernos de gestão, no fito de
ao órgão ou entidade estatal executora da medida, e vencer o peso burocrático, para lograr os melhores
não ao agente público, pessoa física. A impessoalidade resultados na prestação dos serviços públicos postos
encontra-se relacionada com a finalidade, ou seja, à disposição dos cidadãos.
com o fim previsto na lei, cujo desrespeito configura
desvio, o que invalida o ato administrativo. Outros princípios de Direito Público, consagrados
na legislação infraconstitucional, também marcam o
O princípio da impessoalidade também combate o estudo e à aplicação das normas referentes ao ramo
desvirtuamento da atuação do administrador público do direito, ora em análise:
como meio de promoção pessoal, sendo, portanto,
vedada a utilização de nomes, símbolos e imagens Supremacia do interesse público ensina-nos que, no
nas realizações da administração, que, em prejuízo confronto entre o interesse do particular e o interesse
do interesse público, promovam partidos políticos e público, prevalecerá o segundo, no qual se concentra
agentes públicos, comprometendo a legítima atuação o interesse da coletividade, o que não significa,
administrativa, que deve ser impessoal, abstrata e inquestionavelmente, que o Poder Público possa
genérica. imotivadamente desrespeitar os direitos individuais.
É necessário que os interesses públicos tenham
O princípio da moralidade evita que a atuação supremacia sobre os individuais, posto que visam
administrativa distancie-se da moral, que deve garantir o bem-estar coletivo e concretizar a justiça
imperar com intensidade e vigor no âmbito da social.
Administração Pública. Tal princípio obriga que a
atividade administrativa seja pautada cotidianamente
não só pela lei, mas também pelos princípios éticos
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Ele tem por objetivo assegurar a estabilidade das Determinado Secretário Municipal de Educação,
relações já consolidadas, frente à inevitável evolução no dia da inauguração de nova escola municipal,
do Direito, tanto em nível legislativo quanto distribuiu boletim informativo custeado pelo
jurisprudencial. Trata-se de um princípio com diversas poder público, com os seguintes dizeres no título
aplicações, como a proteção ao direito adquirido, o da reportagem: “ Secretário do povo, Rico Ricaço,
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Além disso, é presenteia a população com mais uma escola”.
fundamento da prescrição e da decadência, evitando, Ao lado da reportagem, havia foto do Secretário
por exemplo, a aplicação de sanções administrativas fazendo com seus dedos o símbolo de coração
vários anos após a ocorrência da irregularidade. utilizado por ele em suas campanhas eleitorais.
a. publicidade, porque qualquer ato administrativo Pedro, presidente de uma autarquia estadual,
de nomeação deve ser precedido de estudo ficou muito entusiasmado com um projeto de
técnico; sua autoria, o qual resultou na melhoria do
b. autotutela, eis que qualquer ato administrativo serviço prestado à população. Com o objetivo de
deve buscar o interesse público e não o privado; divulgar sua realização, determinou que o setor
c. proporcionalidade, uma vez que o ato de comunicação social da autarquia elaborasse
administrativo deve guardar relação com o clamor um informe publicitário e o encaminhasse por via
público por moralidade; postal a milhares de pessoas, tendo ali assumido
d. impessoalidade, pois o ato de administrativo a autoria do projeto e concedido uma extensa
não pode servir para satisfazer a favorecimentos entrevista a respeito de sua história de vida e de
pessoais; suas futuras pretensões políticas, informando que
e. E razoabilidade, haja vista que a utilização pretendia candidatar-se ao cargo de Deputado
de símbolos, imagens e nomes deve ser do Federal na próxima eleição.
administrador, não do ente público.
Maria, cidadã brasileira, inconformada com o
ocorrido, procurou os serviços de um advogado.
6. Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: SEPOG - RO Na ocasião, solicitou fosse esclarecido se a conduta
Prova: FGV - 2017 - SEPOG - RO - Técnico em de Pedro, ao determinar a confecção e distribuição
Políticas Públicas e Gestão Governamental do informe publicitário nos moldes informados,
estava em harmonia com os princípios da
As opções a seguir apresentam princípios Administração Pública, bem como se estava ao seu
constitucionais que regem a Administração Pública, alcance deflagrar algum mecanismo de controle
tanto a direta quanto a indireta, em todos os níveis dos atos administrativos praticados.
da administração (municipal, estadual e federal), à À luz da narrativa acima e da sistemática
exceção de uma. Assinale-a. constitucional, assinale a afirmativa correta.
a. Legalidade.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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a. A conduta de Pedro, sem prejuízo da violação Ainda que não tenha sido encontrada qualquer
de outros princípios, afrontou, de forma mais irregularidade no veículo inspecionado, João
específica, o princípio da eficiência, podendo lavrou auto de infração em desfavor de Mário,
ser submetida ao controle judicial via direito de exclusivamente por retaliação.
petição.
b. A conduta de Pedro estava em harmonia com No caso em tela, João violou, frontal e diretamente,
os princípios da Administração Pública, o que princípios constitucionais da Administração
afasta a possibilidade de Maria deflagrar algum Pública. Assinale a opção que os indica.
mecanismo de controle.
c. A conduta de Pedro violou apenas o princípio da a. Legalidade e pessoalidade.
legalidade, podendo ser submetida ao controle b. Segurança jurídica e autotutela.
judicial via mandado de segurança. c. Razoabilidade e publicidade.
d. A conduta de Pedro, sem prejuízo da violação d. Moralidade e impessoalidade.
de outros princípios, afrontou, de forma mais e. Isonomia e competitividade.
específica, o princípio da razoabilidade, podendo
ser submetida por Maria ao controle do Tribunal GABARITO DO FINAL DO MÓDULO DE NOÇÕES DE
de Contas, via tomada de contas especial. DIREITO ADMINISTRATIVO
e. A conduta de Pedro, sem prejuízo da violação
de outros princípios, afrontou, de forma mais
específica, o princípio da impessoalidade,
podendo ser submetida ao controle judicial via 2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
ação popular.
DIRETA E INDIRETA
9. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Administração Pública é o instrumental de que dispõe
Salvador - BA o Estado para colocar em prática as opções políticas
do Governo. Em outras palavras, a Administração é o
O Município de Salvador elaborou plano estratégico aparelhamento utilizado para pôr em prática decisões
para melhorar as atividades de fiscalização pelos do governo.
agentes de trânsito e transporte e as condições
de segurança, higiene e conforto dos veículos do Para pôr em prática é necessário contar com apoio de
sistema de transporte público. entidades (pessoas jurídicas), de órgãos (centros de
decisão) e de seus agentes (pessoas físicas investidas
Neste contexto, a busca de melhores resultados em cargos e funções).
práticos, menos desperdícios e maior produtividade
decorre do seguinte princípio da Administração Agora vamos começar a conhecer cada parte que
Pública: compõe a Administração Pública:
10. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de São entidades políticas a União, os Estados, o
Salvador - BA Distrito Federal e os Municípios.
João, agente de trânsito e transporte do Município As entidades políticas possuem capacidade de auto-
de Salvador, realizava blitz a fim de verificar organização, autogoverno e autoadministração,
a regularidade dos sistemas de trânsito e de possuindo, portanto, autonomia plena.
transporte.
Por coincidência, Mário, seu vizinho e antigo Vamos ver o que significa cada uma dessas
desafeto que conduzia um caminhão na área capacidades:
urbana, foi parado na blitz para ser fiscalizado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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O inverso desconcentração é a concentração, isto Segundo o Código de Processo Civil, “Art. 7º Toda
é, a situação em que a pessoa jurídica integrante pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem
da Administração Pública extingue seus órgãos até capacidade para estar em juízo”. Por conseguinte,
então existentes, reunindo em um número menor de a regra geral é que os órgãos não possuem
unidades as respectivas competências. capacidade processual, uma vez que são figuras
despersonalizadas. Assim, entende se que os órgãos
É importante destacar, que a concentração/ não podem figurar em nenhum dos pólos de uma
desconcentração e a centralização/descentralização relação processual. Todavia, o entendimento tem
não são conceitos excludentes, ou seja, um serviço evoluído para permitir que determinados órgãos
pode ser prestado de forma centralizada mediante públicos, de natureza constitucional, possam
desconcentração, quando for desenvolvido por impetrar mandato de segurança, na defesa de suas
um órgão integrante da Administração direta; ou competências, quando violado por outro órgão.
pode ser prestado descentralizadamente mediante
desconcentração, quando for realizado por uma Criação dos órgão públicos
unidade integrante da Administração indireta.
A criação dos órgãos públicos deve ocorrer na forma
Por exemplo, um serviço prestado por uma delegacia prevista na Constituição, existindo uma disciplina
regional da Receita Federal é prestado de forma diferente para cada Poder.
centralizada – uma vez que a Receita Federal é órgão
da Administração direta – e desconcentrada – pois O Poder Executivo depende de lei em sentido formal
a delegacia regional é criada para desconcentrar as para a criação ou extinção de órgãos públicos da
competências dentro do Ministério da Fazenda. Outro Administração Direta (CF, art. 61, §1º,II, “e”). Nesse caso,
exemplo é um serviço prestado pela Superintendência a lei será de iniciativa do chefe do Poder Executivo ,
Regional do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, devendo ser aprovado pelo Poder Legislativo.
que é uma autarquia da União. Assim, o INSS pertence
à Administração indireta. Assim, o serviço em análise A organização e o funcionamento dos órgãos da
foi prestado de forma descentralizada – Administração Administração Direta, quando não implicarem
indireta – e desconcentrada – Superintendência “aumento de despesa nem a criação ou extinção de
Regional. órgãos públicos”, será realizada por meio de decreto do
Poder Executivo (CF, art. 84, VI, “a”). São os chamados
Órgãos Públicos decretos autônomos. Nesses casos, os órgãos já
foram criados por lei, sendo disciplinada apenas a
Segundo Hely Lopes Meirelles, os órgãos públicos são organização e o seu funcionamento por decreto.
“centros de competências instituídos para o desempenho
de funções estatais, através de seus agentes, cuja No Poder Legislativo, compete à Câmara dos
atuação é imputada à pessoa jurídica”. Na mesma Deputados e ao Senado Federal dispor, por atos
linha, Maria Sylvia Zanella Di Pietro define órgão próprios de cada Casa, sobre a sua organização,
público como “uma unidade que congrega atribuições funcionamento, criação e extinção de órgãos públicos
exercidas pelos agentes públicos que o integram com o (Câmara: 51, IV;Senado: art. 52, XIII; tudo da CF).
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Já no Poder Judiciário, a criação, extinção e pois desempenham um serviço específico, com maior
organização da estrutura judiciária depende de lei de autonomia em relação ao Poder central. Principais
iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais características:
Superiores e dos Tribunais de Justiça, conforme o caso,
nos termos do art. 96, II, “c” e “d” da CF. A mesma regra 1. Criação por lei;
se aplica ao Ministério Público (CF, art. 127, §2º) e 2. Personalidade jurídica pública;
ao Tribunal de Contas (CF, art.73, caput), que podem 3. Capacidade de autoadministração;
iniciar o processo legislativo para dispor sobre sua 4. Especialização dos fins ou atividades;
organização e funcionamento. 5. Realiza atividade típica do Estado
As entidades da Administração Indireta podem ser de As fundações surgiram no meio privado, em que são
direito público ou de direito privado. O que vai definir definidas como a personificação de um patrimônio
isso será a forma de criação: serão de direito público ao qual é atribuída uma finalidade social não
quando criadas diretamente por lei específica e de lucrativa. Assim, as fundações são conhecidas como
direito privado quando forem criadas pelo registro um patrimônio personalizado destinado a realizar
de seu ato constitutivo, após autorização para atividades de interesse social, como educação, saúde,
criação em lei específica. pesquisa científica, cultura, etc.
As duas características básicas das fundações: empresas públicas e das sociedades de economia
mista, segundo o qual a empresa pública é: “a entidade
• o fim social da entidade; e dotada de personalidade jurídica de direito privado,
com criação autorizada por lei e com patrimônio
• a ausência de fins lucrativos. próprio, cujo capital social é integralmente detido
• dotação patrimonial; pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
• personalidade jurídica própria, pública ou ou pelos Municípios” (art. 3º, caput). Por sua vez,
privada; sociedades de economia mista é definida como a
entidade dotada de personalidade jurídica de direito
• capacidade de autoadministração; privado, com criação autorizada por lei, sob a forma
• sujeição ao controle administrativo ou tutela de sociedade anônima, cujas ações com direito a
por parte da Administração Direta, nos limi- voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados,
tes estabelecidos em lei. ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da
administração indireta (Lei 13.303/2016, art. 4º).
As fundações públicas de direito público são
Das definições acima, é possível confirmar como há
efetivamente criadas por lei. Dessa forma, elas ganham
muito mais semelhanças do que diferenças entre essas
a personalidade jurídica no momento da vigência da
entidades administrativas.
lei instituidora. Por outro lado, as fundações públicas
de direito privado recebem autorização legislativa
Maria Sylvia Zanella Di Pietro cita como traços
para criação, mas dependem do registro do ato
comuns às empresas públicas e sociedades de
constitutivo no Registro Civil de Pessoas Jurídicas para
economia mista:
que adquiram a personalidade jurídica.
• a criação e extinção autorizadas por lei;
Os fins a que se destinam as fundações públicas
• personalidade jurídica de direito privado;
devem sempre possuir um caráter social. Com efeito,
essas entidades não possuem fins lucrativos e, por • sujeição ao controle estatal;
conseguinte, seus recursos extras serão sempre • desempenho de atividade de natureza econômica.
aplicados no aprimoramento das finalidades da
entidade. Nos termos do inc. XIX, art. 37, da CF/88, a instituição
de empresa pública e de sociedade de economia mista
A CF/88 normatizou que lei complementar, definirá as deve ser autorizada por lei específica. Após a edição
áreas de sua atuação fundações. da lei autorizativa, será elaborado o ato constitutivo,
cujo registro no órgão competente significará o início
Todavia, como ainda não foi criada a lei complementar, da personalidade jurídica da entidade. Assim, as
surgem algumas divergências. Parte da doutrina empresas públicas e sociedades de economia mista
entende que essa lei complementar deverá definir nascem, efetivamente, após o registro de seu ato
somente a área de atuação das fundações públicas constitutivo no órgão competente.
de direito privado; enquanto a área de atuação das
fundações públicas de direito público será disciplinada Com efeito, conforme estabelece a Constituição, a lei
na respectiva lei instituidora. deverá ser específica. Não significa que a lei deverá
tratar tão somente da criação da EP e da SEM, mas sim
que o assunto (matéria) da lei deverá ser relacionado
Empresa Pública e Sociedade de com as competências da nova entidade. Assim, não
Economia Mista poderá uma lei abordar um assunto e, de forma
genérica, autorizar a criação de uma empresa pública.
As duas são entidades administrativas, integram Deverá a norma, isso sim, tratar da matéria relacionada
a administração indireta, possuem personalidade com a empresa, disciplinando a sua finalidade,
jurídica de direito privado, têm sua criação autorizada estabelecendo diretrizes, competências, estrutura, etc.
em lei e podem ser criadas para explorar atividade
econômica ou prestar serviços públicos. De forma simples, as empresas públicas e sociedades
de economia mista podem desenvolver dois tipos de
Vejamos a definição de cada uma dessas entidades atividade:
nos ensinamentos de José dos Santos Carvalho Filho:
A Lei 13.303/2016, que trata do regime jurídico das
DIREITO ADMINISTRATIVO
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• composição do capital: As sociedades de economia 2. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova:
mista admitem a participação de capital público e de FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área
capital privado, enquanto as empresas públicas só Técnico-Administrativa
admitem capital público. No caso das sociedades de
economia mista, podem ser conjugados recursos de De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
pessoas de direito público ou de outras pessoas admi- em matéria de regime jurídico, é correto afirmar
nistrativas com recursos de particulares. No entanto, o que uma autarquia estadual do Ceará:
controle acionário da entidade deve permanecer com
a. não possui personalidade jurídica própria e
o ente instituidor, logo a maioria do capital votante
autonomia financeira, pois está vinculada ao ente
sempre pertencerá ao ente que instituiu a entidade.
federativo que a criou;
Por outro lado, as empresas públicas são formadas
b. não está hierarquicamente subordinada ao ente
com capital totalmente público. federativo que a criou, mas se sujeita a controle
finalístico;
c. não pode cobrar taxas e demais tributos para
exercício do poder de polícia ou prestação de
VAMOS PRATICAR 2 serviços públicos inerentes às suas finalidades;
d. tem seu pessoal regido pela consolidação das leis
do trabalho, e o ingresso no serviço público se dá
por meio de concurso público;
e. integra a administração pública indireta, possui
personalidade jurídica de direito privado e é criada
1. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova:
por delegação negocial do Chefe do Executivo
FGV - 2018 - MPE-RJ - Estágio Forense
estadual.
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis) e o INEA
(Instituto Estadual do Ambiente) são autarquias
criadas, respectivamente, pela União e pelo
Estado do Rio de Janeiro, para a proteção do meio
ambiente.
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3. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de 5. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de
de Salvador - BA - Especialista em Políticas Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais
Públicas
Sobre a descentralização por colaboração, assinale
No que concerne às Agências Reguladoras, a afirmativa correta.
importantes entidades criadas para fiscalizar
e regular serviços de determinados setores a. Ocorre quando a Constituição atribui a um ente
econômicos, assinale a afirmativa incorreta. específico que exerça atribuições próprias de forma
autônoma ao ente central.
a. As agências devem ter necessariamente b. Ocorre quando a Administração Pública transfere,
personalidade jurídica de direito público, dotadas por contrato ou ato administrativo unilateral, a
de independência administrativa e autonomia execução de serviço público a uma pessoa jurídica
financeira. de direito privado.
b. Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, c. Ocorre quando é outorgada a outros órgãos funções
de determinada entidade administrativa, visando ao
sendo estritamente vedada a possibilidade de
aumento de eficiência.
exoneração ad nutum.
d. Ocorre quando a Lei específica cede a titularidade
c. As agências são autarquias ou fundações públicas de serviço público a uma pessoa jurídica do direito
que celebraram contrato de gestão com o Poder público, sem que o cedente interfira nas atividades.
Público. e. Ocorre quando as organizações paraestatais
d. Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo celebram ajuste com a Administração Pública
Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, por termo cooperação e se tornam parte da
no entanto, agir conforme suas finalidades administração indireta.
específicas.
e. As agências podem existir tanto em âmbito federal
quanto estadual e municipal, desde que criadas 6. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de
por lei. Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de
Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais
4. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Determinado município baiano autoriza, por
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de meio de lei, a instituição de uma autarquia com a
Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais finalidade de gerir o trânsito e os estacionamentos
públicos da região. Para preencher os cargos desta
O conceito de agência executiva foi criado com autarquia, serão realizados concursos públicos, e
o objetivo precípuo de otimizar recursos, reduzir os empossados serão regidos pelo regime jurídico
custos e aperfeiçoar a prestação de serviços estatutário. Além disso, visando a contenção
públicos. Essa noção tem sua origem em um modelo de despesas, o Município irá convocar alguns
utilizado nos Estados Unidos e foi importado pelo empresários locais para participar do capital da
Brasil no período de reforma administrativa do autarquia, deixando o Poder Público apenas com
Estado, na década de 90.Considerando as Agências 51% do controle.
Executivas, analise as afirmativas a seguir.
I. É um tipo de qualificação dada à uma pessoa Em relação ao apresentado na situação, está de
jurídica. acordo com a legislação brasileira que dispõe sobre
II. Garante maior autonomia ao ente público. as autarquias:
III. Altera a natureza jurídica da entidade.
a. A A autorização da instituição da autarquia por lei,
Está correto o que se afirma em o uso do regime jurídico único estatutário para o
pessoal e a participação da iniciativa privada em
a. A I, apenas. seu capital.
b. B II, apenas. b. B A autorização da instituição por lei da autarquia
c. C III, apenas. e a participação de empresários em seu capital.
d. D I e II, apenas. c. C A autorização da instituição da autarquia por
e. E II e III, apenas. lei, o uso do regime jurídico estatutário para o
pessoal.
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d. D O uso do regime jurídico estatutário para o Esse tipo de técnica, em que a Administração
pessoal e a participação da iniciativa privada em Pública divide a atividade administrativa em
seu capital. órgãos, é conhecida por
e. E O uso do regime jurídico estatutário para o
pessoal. a. desconcentração.
b. outorga.
c. publicização.
7. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de d. permissão.
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de e. avocação.
Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais
O Prefeito do Município Alfa solicitou orientações 9. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova:
de sua assessoria jurídica a respeito da sistemática FGV - 2018 - AL-RO - Assistente Legislativo -
de criação de uma autarquia, da natureza de sua Técnico em Informática
personalidade jurídica e da possibilidade desse
ente celebrar contrato, a ser firmado por seus Assinale a opção que indica a modalidade de
administradores, com o poder público, visando a administração do Estado em que há transferência
ampliar a sua autonomia gerencial, orçamentária de serviços e competências para outras pessoas
e financeira. jurídicas.
Partindo dos ensinamentos de Bandeira de Mello e Quem titulariza uma competência tem o poder-
de Carvalho Filho, o silêncio administrativo, isto é, dever de desempenhá-la. Não se pode renunciar a
a omissão da Administração quando lhe incumbe competência, tendo em vista a indisponibilidade do
o dever de se pronunciar, não é ato administrativo. interesse público. Portanto, a competência é sempre
Dessa forma, os autores consideram o silêncio como um elemento vinculado do ato administrativo. A
um fato jurídico administrativo. Por exemplo, se um competência possui as seguintes características:
cidadão requisitar o seu direito de obter certidão em
repartições públicas, para a defesa de um direito seu ● irrenunciáveis, por conseguinte, quem possui as
e a Administração não atender ao pedido dentro do competências não pode abrir mão delas enquanto
prazo, não teremos um ato administrativo, pois não as titularizar. Admite-se apenas que o exercício
houve manifestação de vontade. Contudo, a omissão, da competência seja, temporariamente,
nesse caso, pode gerar diversos efeitos, pois viola o delegado. Porém, nesses casos, a autoridade
dever funcional do agente público. Além disso, se delegante permanece apta a exercer a competência
a omissão gerar algum dano ao cidadão, o Estado e pode revogar a delegação a qualquer
poderá ser responsabilizado patrimonialmente. Ainda tempo, logo continua com a sua titularidade;
assim, como não houve manifestação, mas ocorreu
um efeito jurídico, temos somente um fato jurídico ● intransferíveis, ou seja, não podem ser objeto
administrativo. de transação para repassá-las a terceiros. Aqui,
valem as mesmas observações feitas acima;
Vamos conversar sobre os pressupostos de validade
dos atos administrativos. O não cumprimento desse
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Enquanto a finalidade geral é comum a todos os atos meios são exceção, pois buscam atender a situações
administrativos, a finalidade específica difere-se para específicas.
cada ato, conforme dispuser as normas legais.
Uma vez que a forma dos atos administrativos é definida
Existe o desvio de finalidade “se verifica quando em lei, a sua inobservância representa a invalidação do
o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele ato por vício de legalidade (especificamente, vício de
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de forma).
competência”. Por “regra de competência” devemos
entender a lei que atribuiu a competência ao agente. Em algumas situações, o vício de forma representará
Dessa forma, se o ato for praticado com finalidade mera irregularidade sanável. Isso ocorre quando o
distinta daquela prevista em lei, teremos a ocorrência vício não atinge a esfera de direito do administrado,
do chamado desvio de finalidade. podendo ser corrigido por convalidação. Por exemplo,
quando a lei determina que um ato administrativo seja
A análise do desvio de finalidade deve ocorrer em formalizado por uma “ordem de serviço”, mas o agente
conjunto com a competência. Isso porque, no desvio de se utilizou de uma portaria, não há qualquer violação
finalidade, o agente é competente para desempenhar de direito, podendo ser feita a correção deste ato.
o ato, porém o faz com finalidade diversa. Por
consequência, o ato sofre de vício insanável. Trata-se Contudo, o vício de forma será insanável quando
de ato nulo, não sujeito à convalidação. afetar o ato em seu próprio conteúdo. Portanto,
podem gerar a invalidação, em decorrência de vício
Assim como existem dois tipos de finalidade (geral e da forma, defeitos considerados essenciais para
específica), existem também dois tipos de desvio de a prática do ato administrativo, inclusive quanto ao
finalidade: procedimento específico em atos que afetem direitos
dos administrados.
● quando o agente busca finalidade distinta do
interesse público (por exemplo, realizar uma Elemento Motivo
desapropriação com o objetivo exclusivo de
favorecer ou prejudicar alguém); O motivo, também chamado de causa, é a situação
de direito ou de fato que determina ou autoriza a
realização do ato administrativo. O pressuposto de
● quando o agente realiza um ato condizente com o direito do ato é o conjunto de requisitos previsto
interesse público, mas com finalidade específica na norma jurídica (o que a lei determina que deva
diferente da prevista em lei (o exemplo da ocorrer para o ato ser realizado).
remoção de ofício enquadra-se perfeitamente
neste caso). O motivo pode estar previsto em lei, caso em que
será um elemento vinculado; ou pode ser deixado
Elemento Forma a critério do administrador, quando teremos um ato
discricionário.
A forma é o revestimento exteriorizador do ato
administrativo, constituindo um elemento vinculado, Motivo e motivação são coisas distintas. Aquele
pelo menos na doutrina dominante. corresponde aos pressupostos de fato e de direito
do ato administrativo, enquanto esta se refere à
A a forma representa tanto a exteriorização quanto exposição ou declaração por escrito do motivo
às formalidades para a formação da vontade da da realização do ato. A motivação é obrigatória
Administração. em todos os atos vinculados e na maioria dos atos
discricionários. Porém, se o gestor decidir motivar seu
Os atos administrativos devem ser apresentados ato quando a lei não obriga, estará se vinculando à
em uma forma específica prevista na lei. Todo motivação apresentada.
ato administrativo, em regra, é formal. A forma
predominante é sempre a escrita, mas os atos Elemento Objeto
administrativos podem se apresentar por gestos (p. ex.
de guardas de trânsito), palavras (p. ex. atos de polícia O objeto é o conteúdo do ato administrativo. É o que
de segurança pública) ou sinais (p. ex. semáforos ou efetivamente cria, extingue, modifica ou declara, isto é,
placas de trânsito). Ressalta-se, contudo, que esses o efeito jurídico que o ato produz.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Assim como o motivo, o objeto pode ser vinculado ou previamente definidas em lei como aptas a
discricionário. Será vinculado quando a lei estabelecer produzir determinados resultados. Este atributo
exatamente o conteúdo do ato. Por outro lado, a lei está relacionado com o princípio da legalidade,
pode não definir exatamente o objeto, deixando uma determinando que a Administração só pode agir
margem de escolha ao agente. quando houver lei determinando ou autorizando.
Os atributos, também chamados de características, dos Os atos individuais ou especiais são aqueles que
atos administrativos são as qualidades que os diferem se dirigem a destinatários certos, determináveis.
dos atos privados. São, portanto, as características que São aqueles que produzem efeitos jurídicos no
permitem afirmar que o ato se submete o ao regime caso concreto, a exemplos da nomeação, demissão,
jurídico de direito público. Apesar das divergências, tombamento, licença, autorização, etc.
existem quatro atributos dos atos administrativos:
Atos internos e externos
● presunção de legitimidade ou veracidade: Os atos internos são aqueles que se destinam a produzir
Legitimidade pressupõe-se, até que se prove efeitos no interior da Administração Pública, alcançando
o contrário, que os atos foram editados em seus órgãos e agentes. Esses atos, em regra, não geram
conformidade com alei. A veracidade, por sua direitos adquiridos e podem, por conseguinte, ser
vez, significa que os fatos alegados revogados a qualquer tempo. São exemplos de atos
pela Administração presumem-se verdadeiros. internos uma portaria que determina a formação de um
grupo de trabalho, a expedição de uma ordem de serviço
● Imperatividade: os atos administrativos impõem interna e outros.
obrigações a terceiros, independentemente
Os atos externos, por outro lado, são todos aqueles
de concordância. Com efeito, a imperatividade
que alcançam os administrados, os contratantes ou,
depende, sempre, de expressa previsão legal. em alguns casos, os próprios servidores, provendo
Não está presente em todos os atos sobre os seus direitos, obrigações, negócios ou
administrativos, mas tão somente naqueles conduta perante a Administração. Esses atos devem ser
que imponhamobrigaçõesaosadministrados. publicados oficialmente, dado o interesse público no seu
conhecimento.
● Autoexecutoriedade: Consiste na possibilidade
que certos atos ensejam de imediata e direta Atos de império, de gestão e de expediente
execução pela Administração, sem necessidade de
ordem judicial. Permite, inclusive, o uso da força Os atos de império são aqueles praticados com todas
para colocar em prática as decisões administrativas. as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos
Mas não afasta o direito do administrado de buscar de maneira unilateral e coercitivamente ao particular,
o socorro no Poder Judiciário se achar que seus independentemente de autorização judicial. Os atos
direitos estão sendo prejudicados indevidamente. decorrentes do exercício do poder de polícia são típicos
A autoexecutoriedade não está presente em todos exemplos de atos de império.
os atos administrativos. Ela existe em duas situações:
(a) quando estiver expressamente prevista em Os atos de gestão são aqueles praticados em situação
lei; (b) quando se tratar de medida urgente. de igualdade com os particulares, para a conservação
e desenvolvimento do patrimônio público e para a
● Tipicidade: é o atributo pelo qual o ato gestão de seus serviços.
administrativo deve corresponder a figuras
DIREITO ADMINISTRATIVO
18
Os atos de expediente são atos internos da O ato nulo, ao contrário, é aquele que sofre de vício
Administração Pública que se destinam a dar insanável em algum dos seus requisitos de validade,
andamentos aos processos e papéis que se realizam não sendo possível, portanto, a sua correção. Logo, ele
no interior das repartições públicas. Caracterizam-se será anulado por ato da Administração ou do Poder
pela ausência de conteúdo decisório, pelo trâmite Judiciário.
rotineiro de atividades realizadas nas entidades e
órgãos públicos. O ato anulável, por sua vez, é aquele que apresenta
algum vício sanável, ou seja, que é passível de
Atos vinculados e discricionários convalidação pela própria Administração, desde que
não seja lesivo ao patrimônio público nem cause
Os atos vinculados são aqueles praticados sem prejuízos a terceiros.
margem de liberdade de decisão, uma vez que a lei
determinou, o único comportamento possível a ser O ato inexistente é aquele que possui apenas aparência
obrigatoriamente adotado é sempre aquele em que de manifestação de vontade da Administração, mas
se configure a situação objetiva prevista na lei. não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo.
Exemplo de ato inexistente é aquele praticado por
Os atos discricionários, por outro lado, ocorrem uma pessoa que se passe por auditor da Receita
quando a lei deixa uma margem de liberdade para o Federal e, com base nisso, lavrar um auto de infração.
agente público. Além dessas hipóteses em que a lei O ato será inexistente e, para fins de impugnação, será
claramente estabelece uma margem de liberdade, a equivalente ao ato nulo.
doutrina menciona que o ato será discricionário quando
a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados, Espécies de atos administrativos
deixando para a Administração a possibilidade
de apreciar, segundo juízo de conveniência e Atos negociais: são aqueles em que a manifestação de
oportunidade, se o fato corresponde ao que consta vontade da Administração coincide com determinado
na lei. Por exemplo, quando a lei dispõe sobre uma interesse particular, são atos em que não se faz
pena em caso de “falta grave”, mas não determina o presente a imperatividade ou autoexecutoriedade do
que é isso, caberá ao agente público, diante de uma particular. São exemplos: (1) licença: ato vinculado
irregularidade, enquadrá-la como falta grave ou não. e definitivo a exemplo das licenças para dirigir e
construir; (2) permissão: ato discricionário e precário
Atos Simples, complexo e composto (pode ser revogado a qualquer momento) produzido
quando o interesse predominante é o público, como
O ato simples é que aquele que resulta da manifestação a permissão de serviços públicos prevista na CF/88;
de vontade de um único órgão, seja ele unipessoal ou (3) autorização: também é discricionário e precário,
colegiado. porém o interesse predominante é o do particular –
autorização para explorar serviço de taxi.
O ato complexo, por sua vez, é o que necessita da
conjugação de vontade de dois ou mais diferentes Atos enunciativos: é o ato pelo qual a Administração
órgãos ou autoridades. Apesar da conjugação de declara um fato ou profere uma opinião, sem que
vontades, trata-se de ato único. tal manifestação, por si só, produza consequências
jurídicas – certidão, atestado, visto, parecer, etc.;
O ato composto é aquele produzido pela
manifestação de vontade de apenas um órgão da Atos punitivos: são os atos pelos quais a Administração
Administração, mas que depende de outro ato que o aplica sanções aos seus agentes e aos administrados
aprove para produzir seus efeitos jurídicos (condição em decorrência de ilícitos administrativos;
de exequibilidade). Assim, no ato composto teremos
dois atos: o principal e o acessório ou instrumental. Atos normativos: são os atos gerais e abstratos.
Um ato administrativo geral é aquele que têm
Ato Válido, nulo, anulável e inexistente destinatários indeterminados, como a portaria que
dispõe sobre o horário de funcionamento de um
O ato válido é aquele praticado com observância de órgão público – ela se aplica a todas as pessoas que
todos os requisitos legais, relativos à competência, à tiverem interesse em se deslocar ao órgão.
forma, à finalidade, ao motivo e ao objeto.
DIREITO ADMINISTRATIVO
19
Atos ordinatórios: são atos administrativos internos, que os defeitos dos atos sejam sanáveis; (4) decisão
destinados a estabelecer normas de conduta para os discricionária (“poderão”) acerca da conveniência e
agentes públicos, sem causar efeitos externos é esfera oportunidade de convalidar o ato (no lugar de anulá-
administrativa. Decorrem do poder hierárquico. São lo). Existem apenas dois tipos de vícios considerados
exemplos: as ordens de serviço, portarias internas, sanáveis. O primeiro se relaciona com a competência,
instruções, avisos, etc.. e só é admitido se ela não for exclusiva. O segundo
trata da forma, permitindo a convalidação quando ela
Extinção dos atos administrativos não for essencial. Vamos analisar cada uma dessas
hipóteses:
Em respeito ao atributo da presunção de legitimidade,
uma vez em vigor, o ato administrativo produzirá os a) vício decorrente da competência (desde que não
seus efeitos, possuindo vícios de legalidade ou não, se trate de competência exclusiva) – se o subordinado,
até que ocorra formalmente o seu desfazimento. sem delegação, praticar um ato que era de competência
As formas mais comuns de desfazimento dos atos não exclusiva de seu superior, será possível convalidar
administrativos são: o ato;
Anulação - também chamada de invalidação, é o b) vício decorrente da forma (desde que não se trata
desfazimento do ato administrativo em virtude de de forma essencial) – por exemplo, se, para punir um
ilegalidade. Como a ilegalidade atinge desde a origem agente, a lei determina a motivação, a sua ausência
do ato, a sua invalidação possui efeitos retroativos (ex constitui vício de forma essencial, insanável portanto.
tunc). Além disso, a anulação dos atos administrativos Porém, quando o agente determina a realização de um
é um poder-dever da Administração, podendo realizá- serviço por meio de portaria, quando deveria fazê-lo
la diretamente, por meio de seu poder de autotutela. por ordem de serviço, não se trata de forma essencial
A anulação também pode ser realizada pelo Poder e, por conseguinte, é possível convalidar o ato.
Judiciário por meio da devida ação com essa finalidade.
Em regra, a anulação é obrigação da Administração, A convalidação pode abranger atos discricionários e
ou seja, constatada a ilegalidade, o agente público vinculados, pois não se trata de controle de mérito,
deve promover a anulação do ato administrativo. mas tão somente de legalidade.
Todavia, a doutrina entende que é possível deixar de
anular um ato quando os prejuízos da anulação foram Revogação - é a supressão de um ato administrativo
maiores que a sua manutenção. Além disso, há casos válido e discricionário por motivo de interesse
em que a segurança jurídica e a boa fé fundamentam público superveniente, que o tornou inconveniente
a manutenção do ato. Imagine que um agente público ou inoportuno. Trata-se, portanto, da extinção de um
se aposente e 20 anos depois se constate ilegalidade ato administrativo por conveniência e oportunidade
no ato que lhe concedeu esse direito. Seria plausível da Administração. Na revogação não há ilegalidade.
determinar que o servidor retorne ao trabalho nessas Por isso, o Poder Judiciário não pode revogar um ato
condições? É possível que não. Assim, presente uma praticado pela Administração. Também em virtude
situação como essa, a Administração deve decidir qual da legalidade do ato, a revogação possui efeitos ex
a melhor solução para o interesse público. Sempre que nunc (a partir de agora). Nem todo ato administrativo
existir a anulação de um ato, devem ser resguardados é passível de revogação, existindo diversas limitações,
os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de conforme ensina a doutrina.
boa-fé. Não se trata de direito adquirido, uma vez que
não se adquire direito de um ato ilegal. Porém, os a) atos vinculados: precisamente porque não se fala
efeitos já produzidos, mas que afetam terceiros de em conveniência e oportunidade no momento da
boa-fé, não devem ser invalidados. edição do ato e, por conseguinte, também não se
falará na hora de sua revogação;
Convalidação - representa a possibilidade de “corrigir”
ou “regularizar” um ato administrativo, possuindo b) atos que exauriram os seus efeitos: como a
efeitos retroativos (ex tunc). Assim, a convalidação tem revogação não retroage, mas apenas impede que o
por objetivo manter os efeitos já produzidos pelo ato ato continue a produzir efeitos, se o ato já se exauriu,
e permitir que ele permaneça no mundo jurídico. São não há mais que falar em revogação.
quatro condições, portanto, para a convalidação de
um ato: (1) que isso não acarrete lesão ao interesse
público; (2) que não cause prejuízo a terceiros; (3)
DIREITO ADMINISTRATIVO
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1. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova: a. revogação, desde que se trate de ato vinculado e o
FGV - 2018 - MPE-RJ - Estágio Forense vício se restrinja aos elementos forma ou motivo;
b. repristinação, desde que se trate de ato
No 02/05/18, o Procurador-Geral de Justiça do discricionário e o vício se restrinja aos elementos
Ministério Público do Rio de Janeiro determinou a motivo ou competência;
remoção de João, Técnico Administrativo estável, c. convalidação, desde que não cause prejuízos a
da Secretaria de uma Promotoria Criminal da terceiros e que se trate de vício nos elementos
Capital para a Secretária de uma Promotoria Cível forma ou competência;
e de Família de Niterói, por motivo de excesso de d. retificação, desde que se trate de ato discricionário
trabalho no órgão de execução de Niterói, com com vício no elemento motivo e que não cause
eficácia a partir de 01/06/18. Ocorre que, no dia prejuízos à Administração Pública;
25/05/18, o Chefe do parquet estadual revogou e. anulação parcial, desde que não cause prejuízos à
tal ato de remoção do citado servidor público, eis Administração Pública e que se trate de vício nos
que recebeu estudo da Secretaria Geral do MPRJ elementos motivo ou forma.
DIREITO ADMINISTRATIVO
21
3. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Judiciário, em regra, deve controlar tanto seu
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura mérito, como sua legalidade.
de Salvador - BA - Especialista em Políticas c. acolhimento, porque a remoção é ato
Públicas administrativo discricionário e, por esta razão, o
Poder Judiciário, em regra, deve controlar o seu
Sobre a invalidação de um ato administrativo mérito e concluir que deve ser respeitado o direito
vinculado, praticado por um Secretário Municipal subjetivo do servidor.
de Salvador no bojo de um processo administrativo d. desacolhimento, porque, apesar de a remoção
sobre fomento de determinada política pública, é ser um ato administrativo vinculado, tanto a
correto afirmar que, em regra, o ato pode ser Administração quanto o Poder Judiciário devem
analisar seu mérito, revisando os valores de
a. revogado, por questão de mérito administrativo, oportunidade e conveniência.
pelo Poder Judiciário, ou anulado, por vício de e. acolhimento, porque a remoção é ato
legalidade, pelo Poder Legislativo. administrativo vinculado e, por esta razão, o Poder
b. invalidado e revogado por questão de mérito e de Judiciário deve controlar seu mérito e concluir que
legalidade, respectivamente, pelo próprio Poder deve ser respeitado o direito subjetivo do servidor.
Executivo e pelo Poder Judiciário. 5. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de
c. revogado e anulado por questão de mérito Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de
e legalidade, respectivamente, pelos Poderes Salvador - BA - Guarda Civil Municipal
Executivo, Judiciário e Legislativo.
d. invalidado e revogado, por questão de mérito e O servidor público ocupante do cargo de
de legalidade, respectivamente, somente pelo Guarda Civil Municipal de Salvador, no dia a dia
próprio Poder Executivo. do exercício de suas funções, exerce diversas
e. invalidado, por vício de legalidade, pelo próprio atividades, como executar segurança ostensiva,
Poder Executivo e pelo Poder Judiciário. preventiva, uniformizada e aparelhada na proteção
à população, bens, serviços e instalações do
Município. Para tal, esses servidores públicos
4. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de praticam alguns atos administrativos com o
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de atributo da autoexecutoriedade, que consiste em
Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais
a. ser cogente, obrigando todos que se encontrem
José é servidor público ocupante de cargo em seu círculo de incidência, ainda que o objetivo
efetivo do executivo municipal e está lotado no a ser por eles alcançado contrarie interesses
departamento de recursos humanos. Após estudo privados ou públicos.
estratégico de pessoal de toda a administração b. ser de observância e execução vinculantes a
pública municipal, constatou-se a carência de todos os administrados, tão logo haja a intimação
servidores no departamento de licitação, razão pessoal das pessoas que tiverem sua esfera jurídica
pela qual o Prefeito praticou ato administrativo afetada pelos atos.
determinando a remoção de José para aquele c. viabilizar a execução dos atos pela autoridade
órgão. administrativa por motivos de conveniência
e oportunidade, por serem atos vinculados e
Inconformado, José impetrou mandado de obrigatórios.
segurança, pleiteando judicialmente a manutenção d. trazerem em si, quando praticados os atos, a
de sua lotação no setor de recursos humanos. A presunção de legitimidade, ou seja, a presunção
pretensão de José merece de que nasceram em conformidade com as
devidas normas legais.
a. desacolhimento, porque a remoção é ato e. poder ser o ato, tão logo praticado, em regra,
administrativo discricionário e, por esta razão, o imediatamente executado, e seu objeto
Poder Judiciário, em regra, deve controlar apenas imediatamente alcançado, sem prévia intervenção
sua legalidade e não seu mérito. do Poder Judiciário.
b. acolhimento, porque a remoção é ato
administrativo vinculado e, por esta razão, o Poder
DIREITO ADMINISTRATIVO
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6. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de imediatamente o poder familiar da genitora de
Niterói - RJ Provas: FGV - 2018 - Prefeitura de Davi;
Niterói - RJ - Pedagogo c. autotutela, que permite ao diretor decretar a
inversão da guarda do menor;
Maria deu entrada em requerimento administrativo d. imperatividade, que produz efeitos somente após
de internação de sua mãe, Ângela, de 95 anos, em a confirmação pela autoridade judiciária;
instituição municipal de longa permanência para e. precaução, que objetiva provocar o conselho
idosos, alegando apenas sua avançada idade. Após tutelar a decretar a prisão da genitora de Davi.
estudo técnico feito pela equipe multidisciplinar
do Município (com psiquiatra, psicólogo e
assistente social), verificou-se que a idosa Ângela 8. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: FGV
está em pleno gozo de sua capacidade civil, - 2018 - AL-RO - Analista Legislativo - Processo
com boas condições de saúde e consegue gerir Legislativo
adequadamente seus proventos de aposentadoria.
Assim sendo, o agente público competente
indeferiu o pedido de acolhimento da idosa, eis João, servidor público ocupante do cargo efetivo
que os requisitos legais não estavam presentes, de Analista da Assembleia Legislativa de Rondônia,
praticando um ato: no exercício da função, praticou dois atos
administrativos: no primeiro, elaborou um parecer
a. jurídico disciplinar, pois o agente público aplica com opinião na qualidade de órgão consultivo
a sanção disciplinar de internação quando há sobre assunto técnico de sua competência; no
infração à lei; segundo, redigiu um memorando contendo
b. jurídico declaratório, pois o agente público tem comunicação interna entre agentes de um mesmo
o poder-dever de declarar a sanidade mental dos órgão, com solicitação de informações para melhor
cidadãos; executar a atividade pública.
c. jurisdicional plural, pois vários agentes públicos
contribuíram para o ato; De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
d. administrativo vinculado, pois o agente seguiu os atos administrativos praticados por João são,
os ditames previstos em lei, sem margem respectivamente,
discricionária de escolha;
e. administrativo hierárquico, pois o agente público a. discricionário e requisitório.
está em situação hierarquicamente superior ao b. enunciativo e ordinatório.
particular. c. vinculado e precário.
d. executório e constitutivo.
e. normativo e declaratório.
7. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de
Niterói - RJ Provas: FGV - 2018 - Prefeitura de
Niterói - RJ - Pedagogo 9. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova:
FGV - 2018 - AL-RO - Analista Legislativo -
João e José, respectivamente diretor e professor Administração
de escola municipal, presenciaram, no interior
da unidade escolar, a genitora do aluno Davi,
de 8 anos, praticar atos de maus-tratos contra Um guarda municipal, durante ronda em um
a criança. Imediatamente, os agentes públicos mercado popular municipal, identifica inúmeras
municipais elaboraram certidão narrando os fatos mercadorias falsificadas, realizando prontamente
e comunicaram às autoridades competentes. O ato uma apreensão.
administrativo praticado por João e José possui o
atributo da: De acordo com o entendimento da doutrina
administrativa, assinale a afirmativa correta.
a. presunção de veracidade de seu conteúdo, que
admite prova em sentido contrário;
b. executoriedade, que possibilita ao diretor destituir
DIREITO ADMINISTRATIVO
23
a. O ato do guarda, na situação, está amparado pelo Nesse contexto, a teoria do órgão demonstra que a
atributo da autoexecutoriedade. vontade estatal é desenvolvida dentro dos órgãos
b. Desde que tenha autorização judicial, a ação do públicos, sendo manifestada pela atuação de pessoas
guarda estará correta. físicas. Eis que chegamos aos agentes públicos, que
c. A atitude do guarda representa um abuso de é toda pessoa física que atua como órgão estatal,
poder. produzindo ou manifestando a vontade do Estado.
d. A conduta do guarda deve ser invalidada, devido
ao vício de objeto.
e. Em nenhuma hipótese a ação do guarda e Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992),
permitida, visto que viola o direito social do apresenta o seguinte conceito:
trabalho.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
10. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
FGV - 2018 - AL-RO - Analista Legislativo - designação, contratação ou qualquer outra forma de
Administração investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Em uma situação hipotética, um chefe de Dessa forma, devemos entender o conceito de
departamento da prefeitura de determinado agentes públicos como uma designação genérica para
município ordena que seu subordinado o ajude a as pessoas físicas que exercem, a qualquer título, as
levar uma mala de dinheiro subtraído das finanças funções estatais, independentemente da natureza ou
públicas para sua casa, garantindo estar apenas tipo de vínculo que possuem com o Estado.
fazendo um empréstimo para pagar dívidas.
Classificação ou espécies
Estranhando a situação, o subordinado manda uma
mensagem para um advogado, perguntando como A partir desse conceito amplo de agentes públicos,
deve proceder. O advogado, por sua vez, responde, a doutrina apresenta diversas espécies de agentes
prontamente, que, conforme a doutrina, públicos. Como em outros assuntos do Direito
Administrativo, não há consenso entre os juristas e as
a. o servidor possui o dever legal de obedecer atos de classificações possíveis.
seu superior hierárquico, de forma inquestionável.
b. o servidor tem irrestrita liberdade para decidir, em Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os agentes públicos
função de sua estabilidade no cargo. dividem-se em:
c. a imperatividade relativiza a atitude do chefe de
departamento, invertendo o ônus da prova. ● agentes políticos;
d. a ordem, por ser manifestamente ilegal, afasta a ● servidores públicos,
presunção de legitimidade do ato. ● militares;
e. a ordem, embora excepcionalmente, contém os ● particulares em colaboração com o Poder
elementos essenciais para a sua eficácia. Público.
Os agentes administrativos são aqueles que prestam Cargo, emprego e função pública
serviços ao Estado e às entidades da Administração
Indireta, com vínculo empregatício e mediante Os agentes públicos podem exercer cargo público,
remuneração paga pelos cofres públicos. Segundo emprego público ou função pública.
Hely Lopes Meirelles, os agentes administrativos
constituem a imensa massa de prestadores de serviços Define cargo público como “o conjunto de atribuições e
à Administração Direta e Indireta, subdividindo-se em responsabilidades previstas na estrutura organizacional
três grupos: que devem ser cometidas a um servidor”. Ademais, os
cargos públicos “são criados por lei, com denominação
● servidores públicos (também chamados própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
de servidores estatutários ou ser vidores provimento em caráter efetivo ou em comissão”
em sentido estrito): são os titulares de cargo
público, efetivo ou em comissão, que se submetem Conforme vimos acima, os cargos públicos dividem-se
ao regime jurídico estatutário (vínculo de em efetivos – aprovados em concurso público – e em
natureza legal). comissão – de livre nomeação e exoneração. Aos dois
● empregados públicos (também chamados casos aplica-se o regime estatutário.
de servidores empregados ou servidores
celetistas): são os titulares de emprego Os empregos públicos, por outro lado, diferem-se
público, contratados sobre o regime da dos cargos públicos por designarem a unidade de
legislação trabalhista (Consolidação das Leis do atribuições em que o vínculo é celetista, possuindo,
Trabalho - CLT), cujo vínculo com a Administração portanto, a natureza trabalhista e contratual, regido
possui natureza contratual (contrato de trabalho), predominantemente por regras de Direito Privado.
com predomínio das regras de direito privado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
25
O regime estatutário é o conjunto de regras legais que Os agentes de fato designam um grupo de agentes
disciplina a relação entre os servidores públicos, ocupantes que, mesmo sem ter uma investidura normal e
de cargo público, e a Administração Direta, autárquica regular, executam função pública em nome do
e fundacional de direito público. A característica Estado. Os agentes de fato no desempenho da função
do regime estatutário é que ele é disciplinado em pública deriva de situação excepcional, sem prévio
lei(natureza legal) de cada ente da Federação, que enquadramento legal, mas que pode ocorrer no
deverá observar as normas constitucionais. âmbito da Administração, em decorrência da grande
variedade de situações que ocorrem na sociedade.
O regime celetista, por outro lado, estabelece as regras
para os empregados públicos. Assim, enquanto o regime
Em regra, os atos praticados pelos agentes de fato são
estatutário possui natureza legal, o regime celetista possui
natureza contratual, ou seja, encontra-se disciplinado em
considerados válidos.
um contrato de trabalho, sendo, portanto, bilateral.
a. agentes honoríficos, empregados públicos e d. João pode vir a ocupar um cargo de professor ou de
servidores temporários. técnico.
b. servidores públicos, empregados públicos e e. João pode vir a ocupar um cargo na área de saúde.
servidores temporários.
c. servidores comissionados, empregados públicos e
servidores temporários. 4. Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: FUNDAÇÃO PRÓ-
d. agentes comissionados, empregados públicos e SANGUE Prova: FGV - 2013 - FUNDAÇÃO PRÓ-
servidores temporários. SANGUE - Auxiliar Administrativo
e. agentes de confiança, empregados públicos e
servidores temporários. Com relação ao prazo de validade de um concurso
público, assinale a afirmativa correta.
2. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova: FGV - a. É válido por até dois anos, podendo ser prorrogado,
2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária uma única vez, por um ano.
b. É válido por até um ano, podendo ser prorrogado,
Maria exerce a função de confiança de Diretora uma única vez, por dois anos.
do Departamento de Engenharia e Arquitetura de c. É válido, no máximo, por dois anos, podendo ser
determinado Tribunal de Justiça. prorrogado, uma única vez, por um ano.
d. É válido por um ano, podendo ser prorrogado, uma
De acordo com as disposições constitucionais sobre a única vez, por igual período.
administração pública e os agentes públicos, é correto e. É válido por até dois anos, podendo ser prorrogado,
afirmar que Maria: uma única vez, por igual período.
VAMOS PRATICAR 1
GABARITO
1 B 6 D
2 A 7 B
3 E 8 E
4 C 9 E
5 D 10 D
VAMOS PRATICAR 2
GABARITO
1 B 6 E
2 B 7 A
3 C 8 A
4 D 9 D
5 B 10 A
VAMOS PRATICAR 3
GABARITO
1 A 6 D
2 C 7 A
3 E 8 B
4 A 9 A
5 E 10 D
VAMOS PRATICAR 4
GABARITO
1 B
2 A
3 B
4 E
5 C
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
1
DIREITO CONSTITUCIONAL
existência de interesses difusos e coletivos e estabe- os incisos para melhor compreensão do tema.
lecendo que qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise anular ato lesivo ao Constituição Federal:
patrimônio público, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
A Magna Carta reconhece os interesses difusos e co-
letivos e impõe a sua proteção pelo próprio cidadão, CAPÍTULO I
conforme os direitos e garantias fundamentais, por DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
meio da ação popular. A Constituição Federal não so- E COLETIVOS
mente reconheceu a existência dos interesses difusos
e coletivos, mas também estabeleceu um “sistema de Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção
garantia” desses interesses, definindo titulares do di- de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
reito à proteção e instrumentos jurídicos de proteção, aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
ao conferi-la ao Ministério Público, por intermédio do do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
inquérito civil e da ação civil pública, e ao cidadão, por e à propriedade, nos termos seguintes:
meio da ação popular.
Esta norma constitucional protege os bens jurídicos
Ao Ministério Público coube a titularidade ampla, uma dos cidadãos, que são: vida, liberdade, igualdade, se-
vez que poderá tutelar, além dos interesses especifica- gurança e propriedade.
mente mencionados pela Constituição, como o meio
ambiente e o patrimônio público e social, os demais A relação extensa de direitos individuais estabelecida
interesses difusos e coletivos, conforme a fórmula ge- neste artigo tem caráter meramente enunciativo, não
nérica utilizada pelo mencionado art. 129 da CF/88. se trata de rol taxativo. Existem outros direitos indi-
viduais resguardados em outras normas previstas na
Aos cidadãos coube também uma titularidade, mas própria Constituição (por exemplo, o previsto no art.
restrita, uma vez que a ação popular somente pode 150, contendo garantias de ordem tributária).
ter por objeto a anulação de ato lesivo ao patrimô-
nio público ou a entidade de que o Estado participe, I- homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao ções, nos termos desta Constituição;
patrimônio histórico e cultural.
Este inciso traz um dos princípios mais importantes
O texto constitucional não define os interesses difu- existentes, que é o princípio da isonomia ou da igual-
sos, tarefa realizada pelo Código de Defesa do Con- dade. Tal princípio igualou os direitos e obrigações
sumidor (Lei n° 8.078/90), que, em seu art. 82, I, os re- dos homens e mulheres, porém, deve-se observar que
conhece como interesses transindividuais, de natureza este princípio permite que seja possível as diferencia-
indivisível, de que são titulares ções na medida das desigualdades de cada um.
pessoas indetermináveis e ligadas por circunstâncias
de fato. II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei;
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Destacamos o princípio da legalidade. Ele garante a
A CF foi a primeira a estabelecer direitos não só de segurança jurídica e impede que o Estado atue de for-
indivíduos, mas também de grupos sociais, os deno- ma arbitrária. Tal princípio tem por escopo explicitar
minados direitos coletivos. As pessoas passaram a ser que nenhum cidadão será obrigado a realizar ou dei-
coletivamente consideradas. Por outro lado, pela pri- xar de realizar condutas que não estejam definidas em
meira vez, junto com os direitos, foram também esta- lei. Além disso, se não existe uma lei que proíba uma
belecidos expressamente deveres fundamentais. Tanto determinada conduta ao cidadão, significa que ela é
os agentes públicos como os indivíduos têm obriga- permitida.
ções específicas, inclusive a de respeitar os direitos das
demais pessoas que vivem na ordem social. Analisare- III- ninguém será submetido à tortura nem a trata-
mos o Artigo 5º da CF com apontamentos em todos mento desumano ou degradante;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Garante que nenhum cidadão será submetido a tor- VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
tura nem a tratamento desumano ou degradante. sendo assegurado o livre exercício dos cultos religio-
Fundamenta-se pelo fato de que, o sujeito que co- sos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
meter tortura estará cometendo crime tipificado na de culto e a suas liturgias;
Lei nº 9.455/97. Cabe ressaltar, ainda, que a prática
de tortura caracteriza-se como crime inafiançável e Em um primeiro momento, este inciso garante a liber-
insuscetível de graça ou anistia. Não obstante, o cri- dade de escolha da religião pelas pessoas. A segunda
me de tortura ainda é considerado hediondo, confor- parte resguarda a liberdade de culto, garantindo, na
me explicita a Lei nº 8.072/90. Crimes hediondos são forma da lei, a proteção aos locais de culto e liturgias.
aqueles considerados como repugnantes, de extrema Este direito não é absoluto, exemplo: uma determi-
gravidade, os quais a sociedade não compactua com nada religião utiliza em seu culto, alta sonorização,
a sua realização. São exemplos de crimes hediondos: que causa transtornos aos vizinhos do recinto. Aqui
tortura, homicídio qualificado, estupro, extorsão me- estamos diante de dois direitos constitucionalmente
diante sequestro, estupro de vulnerável, dentre outros. tutelados. O primeiro que diz respeito à liberdade de
culto e o segundo, referente ao meio ambiente ecolo-
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo ve- gicamente equilibrado, explicitado pelo artigo 225 da
dado o anonimato; CF/88. Como é possível perceber com a alta sonoriza-
ção empregada, estamos diante de um caso de polui-
Estabelece a liberdade de manifestação de pensa- ção sonora, ou seja, uma conduta lesiva ao meio am-
mento. Não somente por este inciso, mas por todo o biente. Curiosamente, estamos diante de um conflito
conteúdo, que a CF consagrou-se como a “Constitui- entre a liberdade de culto e o direito ao meio ambien-
ção Cidadã”. Um ponto importante a ser citado neste te ecologicamente equilibrado, ambos direitos cons-
inciso é a proibição do anonimato. Cabe ressaltar que titucionalmente expressos. Tal conflito é solucionado
a adoção de eventuais pseudônimos não afeta o con- por meio da adoção do princípio da cedência recípro-
teúdo deste inciso, mas tão somente o anonimato na ca, ou seja, cada direito deverá ceder em seu campo
manifestação do pensamento. de aplicabilidade, para que ambos possam conviver
harmonicamente no ordenamento jurídico brasileiro.
V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral O Brasil é um país LAICO ou LEIGO, ou seja, não tem
ou à imagem; uma religião oficial, não condiciona orientação religio-
sa específica.
O referido inciso assegura o direito de resposta, de
forma proporcional ao ocorrido. Exemplo: propagan- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
das partidárias, quando um eventual candidato realiza assistência religiosa nas entidades civis e militares de
ofensas ao outro. Desta maneira, o candidato ofendido internação coletiva;
possui o direito de resposta proporcional à ofensa, ou
seja, a resposta deverá ser realizada nos mesmos pa- Quando o inciso se refere às entidades civis e militares
râmetros que a ofensa. Assim, se a resposta possuir o de internação coletiva está abarcando os sanatórios,
mesmo tempo que durou a ofensa, deverá ocorrer no hospitais, quartéis, dentre outros. Cabe ressaltar que
mesmo veículo de comunicação em que foi realizada a a assistência religiosa não abrange somente uma re-
conduta ofensiva. Não obstante, o horário obedecido ligião, mas todas. Logo, por exemplo, os protestantes
para a resposta deverá ser o mesmo que o da ofensa. não serão obrigados a assistirem os cultos religiosos
das demais religiões, e vice-versa.
Embora exista o direito de resposta proporcional ao
agravo, ainda há possibilidade de ajuizamento de ação VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de
de indenização por danos materiais, morais ou à ima- crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
gem. Assim, estando presente a conduta lesiva, que salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
tenha causado um resultado danoso e seja provado o todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
nexo de causalidade com o eventual elemento subjeti- nativa, fixada em lei;
vo constatado, ou seja, a culpa, demonstra-se medida
de rigor, o arbitramento de indenização ao indivíduo
lesado.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Este inciso expressa a possibilidade de perda dos di- indenização pela publicação não autorizada da ima-
reitos pelo cidadão que, para não cumprir obrigação gem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”.
legal imposta a todos e para recusar o cumprimento
de prestação alternativa, alega como motivo crença Este direito, como qualquer outro direito fundamental,
religiosa ou convicção filosófica ou política. pode ser relativizado quando em choque com outros
direitos.
Um exemplo de obrigação estipulada por lei a todos
os cidadãos do sexo masculino é a prestação de ser- Por exemplo, pessoas públicas, tendem a ter uma res-
viço militar obrigatório. Nesse passo, se um cidadão trição do direito à imagem frente ao direito de infor-
deixar de prestar o serviço militar obrigatório alegan- mação da sociedade. Também a divulgação em con-
do como motivo a crença em determinada religião texto jornalístico de interesse público, a captação por
que o proíba poderá sofrer privação nos seus direitos. radares de trânsito, câmeras de segurança ou eventos
de interesse público, científico, histórico, didático ou
IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artís- cultural são limitações legítimas ao direito à imagem.
tica, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença; Por outro lado, o inciso em questão traz a possibilida-
de de ajuizamento de ação que vise à indenização por
Este inciso tem por escopo a proteção da liberdade danos materiais ou morais decorrentes da violação
de expressão, sendo expressamente vedada a censura dos direitos expressamente tutelados. Não obstante
e a licença. Como é possível perceber, mais uma vez a responsabilização na esfera civil, ainda é possível
nossa Constituição visa proteger o cidadão de alguns constatar que a agressão a tais direitos também en-
direitos fundamentais que foram abolidos durante o contra guarida no âmbito penal. Tal fato se abaliza na
período da ditadura militar. Para melhor compreensão existência dos crimes de calúnia, injúria e difamação,
do inciso, a censura consiste na verificação do pen- expressamente tipificados no Código Penal Brasileiro.
samento a ser divulgado e as normas existentes no
ordenamento. Desta maneira, a Constituição veda o XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém ne-
emprego de tal mecanismo, visando garantir ampla li- lapodendo penetrar sem consentimento do morador,
berdade, taxado como um bem jurídico inviolável do salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
cidadão. prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
e a imagem das pessoas, assegurado o direito à inde- O conceito de “casa” é amplo, alcançando os locais
nização por dano material ou moral decorrente de sua habitados de maneira exclusiva. Exemplo: escritórios,
violação; oficinas, consultórios e locais de habitação coletiva
(hotéis, motéis etc.) que não sejam abertos ao público,
Os direitos da personalidade decorrem da dignidade recebendo todos estes locais
humana. O direito à privacidade decorre da autono- esta proteção constitucional.
mia da vontade e do livre-arbítrio, permitindo à pes-
soa conduzir sua vida da forma que julgar mais conve- O referido inciso traz a inviolabilidade do domicílio
niente, sem intromissões alheias, desde que não viole do indivíduo. Todavia, tal inviolabilidade não possui
outros valores constitucionais e direitos de terceiro. cunho absoluto, sendo que o mesmo artigo explicita
os casos em que há possibilidade de penetração no
A honra pode ser subjetiva (estima que a pessoa pos- domicílio sem o consentimento do morador. Os casos
sui de si mesma) ou objetiva (reputação do indivíduo em que é possível a penetração do domicílio são:
perante o meio social em que vive). As pessoas jurídi-
cas só possuem honra objetiva.
Note-se que o ingresso em domicílio por determina- O sigilo de dados engloba dados fiscais, bancários e
ção judicial somente é passível de realização duran- telefônicos (referente aos dados da conta e não ao
te o dia. Tal ingresso deverá ser realizado com ordem conteúdo das ligações).
judicial expedida por autoridade judicial competente,
sob pena de considerar-se o ingresso desprovido des- Quanto às comunicações telefônicas (conteúdo das
ta como abuso de autoridade, além da tipificação do ligações), existe reserva jurisdicional, ou seja, a inter-
crime de Violação de Domicílio, que se encontra dis- ceptação só pode ocorrer com ordem judicial, para
posto no artigo 150 do Código Penal. fins de investigação criminal ou instrução processual
penal, sob pena de constituir prova ilícita.
O dia pode ser compreendido entre as 6 horas e às
18 horas do mesmo dia, enquanto o período noturno XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
é compreendido entre as 18 horas de um dia até às 6 profissão, atendidas as qualificações profissionais que
horas do dia seguinte (critério cronológico). a lei estabelecer;
XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das Aqui estamos diante de uma norma de aplicabilidade
comunicações telegráficas, de dados e das comuni- contida que possui total eficácia, dependendo, no en-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem tanto, de uma lei posterior que reduza a aplicabilidade
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer da primeira.
para fins de investigação criminal ou instrução proces-
sual penal; Como é possível perceber o inciso em questão de-
monstra a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou
- Sigilo de Correspondência: possui como regra a profissão, devendo, no entanto, serem obedecidas às
inviolabilidade trazida no Texto Constitucional. Toda- qualificações profissionais que a lei posterior estabe-
via, pode haver limitação na inviolabilidade em caso leça. Note-se que essa lei posterior reduz os efeitos de
de decretação de estado de defesa ou estado de sítio. aplicabilidade da lei anterior o que garante a liberdade
Outra possibilidade de quebra de sigilo de correspon- de exercício de trabalho, ofício ou profissão.
dência entendida pelo Supremo Tribunal Federal diz
respeito às correspondências dos presidiários, visando Exemplo: o Exame aplicado pela Ordem dos Advoga-
a segurança pública e a preservação da ordem jurídica. dos do Brasil aos bacharéis em Direito, para que es-
tes obtenham habilitação para exercer a profissão de
- Sigilo de Comunicações Telegráficas: assim como advogados. Como é notório, a lei garante a liberdade
a inviolabilidade do sigilo de correspondência, é pos- de trabalho, sendo, no entanto, que a lei posterior, ou
sível a quebra deste em caso de estado de defesa e seja, o Estatuto da OAB, prevê a realização do exame
estado de sítio para que seja possível o exercício da profissão de ad-
vogado.
- Sigilo das Comunicações Telefônicas: apesar da in-
violabilidade de tal direito, será possível a quebra do XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e
sigilo telefônico, desde que esteja amparado por de- resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
cisão judicial de autoridade competente para que seja exercício profissional;
possível a instrução processual penal e a investigação
criminal. A quebra do sigilo telefônico foi regulamen- Aqui estamos tratando do direito de informar e de ser
tada por meio da Lei Federal 9.296/96. informado. Cabe ressaltar que, o referido inciso traz a
possibilidade de se resguardar o sigilo da fonte. Esse
Isso demonstra que não será possível a quebra dos sigilo diz respeito àquela pessoa que prestou as in-
sigilos por motivos banais, haja vista estarmos diante formações. Todavia, esse sigilo não possui conotação
de um direito constitucionalmente tutelado. absoluta, haja vista que há possibilidade de revelação
da fonte informadora, em casos expressos na lei.
A quebra desse tipo de sigilo pode ocorrer por de-
terminação judicial ou por Comissão Parlamentar de XV- é livre a locomoção no território nacional em tem-
Inquérito (CPI). po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente
em locais abertos ao público, independentemente de dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci-
autorização, desde que não frustrem outra reunião são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo em julgado;
apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente; O texto constitucional traz expressamente as questões
referentes à dissolução e suspensão das atividades
Neste inciso encontra-se garantido o direito de reu- das associações. Neste inciso estamos diante de duas
nião. A grande característica da reunião é a desconti- situações diversas. Quando a questão for referente à
nuidade, ou seja, pessoas se reúnem para discutirem suspensão de atividades da associação, a mesma so-
determinado assunto, e finda a discussão, a reunião se mente se concretizará através de decisão judicial. To-
encerra. Cabe ressaltar que a diferença entre reunião e davia, quando falamos em dissolução compulsória das
associação está intimamente ligada a tal característica. entidades associativas só alcançará êxito por meio de
Enquanto a reunião não é contínua, a associação decisão judicial transitada em julgado (decisão defini-
tem caráter permanente. tiva por ter esgotado todas as fases recursais).
É importante salientar que o texto constitucional não Logo, para ambas as situações, seja na dissolução
exige que a reunião seja autorizada, mas tão somente compulsória, seja na suspensão de atividades, será ne-
haja uma prévia comunicação à autoridade competen- cessária decisão judicial. Entretanto, como a dissolu-
te. ção compulsória possui uma maior gravidade exige-se
o trânsito em julgado da decisão judicial.
De forma similar ao direito de locomoção, o direito de
reunião também é relativo, pois poderá ser restringido XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
em caso de estado de defesa e estado de sítio. permanecer associado;
XVII- é plena a liberdade de associação para fins líci- XXI- as entidades associativas, quando expressamente
tos, vedada a de caráter paramilitar; autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;
Este inciso garante a liberdade de associação. É im-
portante salientar que a associação deve ser para fins Cabe ressaltar que, de acordo com a legislação pro-
lícitos, haja vista que a ilicitude do fim pode tipificar cessual civil, ninguém poderá alegar em nome próprio
conduta criminosa. direito alheio, ou seja, o próprio titular do direito bus-
cará a sua efetivação. No entanto, aqui estamos diante
O inciso traz uma vedação, que consiste no fato da de uma exceção a tal regra, ou seja, há existência de
proibição de criação de associações com caráter pa- legitimidade extraordinária na defesa dos interesses
ramilitar, ou seja, àquelas que buscam se estruturar de dos filiados. Assim, desde que expressamente previsto
maneira análoga às forças armadas ou policiais. no estatuto social, as entidades associativas passam a
ter legitimidade para representar os filiados judicial ou
XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a extrajudicialmente.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de uti- intelectual, explicitando o caráter não-definitivo de ex-
lização, publicação ou reprodução de suas obras, trans- ploração das obras, haja vista a limitação temporal de
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; exploração por lei.
Este inciso tem por escopo a tutela do direito de pro- Isso ocorre pelo fato de que há induzido um grande
priedade intelectual, sendo a propriedade industrial e interesse da sociedade em conhecer o conteúdo das
os direitos do autor. Esses direitos podem ser morais pesquisas e inventos que podem trazer maior qualida-
(inalienáveis e irrenunciáveis) - consiste na paternidade de de vida à população.
daobra, ou patrimoniais (os direitos são transmissíveis
e renunciáveis). Como é possível extrair do inciso es- XXX- é garantido o direito de herança;
ses direitossão passíveis de transmissão por herança,
sendo, todavia, submetidos a um tempo fixado pela lei. A herança é o objeto da sucessão. Com a morte abre-se
Desta maneira, não é pelo simples fato de ser herdeiro a sucessão, que tem por objetivo transferir o patrimô-
do autor de uma determinada obra que lhe será ga- nio do falecido aos seus herdeiros. É importante salien-
rantida a propriedade da mesma, pois a lei estabele- tar que são transferidos aos herdeiros tanto créditos
cerá um tempo para que os herdeiros possam explorar (ativo) como dívidas (passivo), até que seja satisfeita a
a obra. Após o tempo estabelecido a obra pertencerá totalidade da herança.
a todos.
XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no
XXVIII- são assegurados, nos termos da lei: País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
a) a proteção às participações individuais em obras co- seja mais favorável à lei pessoal do de cujus;
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in-
clusive nas atividades desportivas; A regra é que a sucessão dos bens do estrangeiro será
regulada pela lei brasileira. Todavia, o próprio inciso
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- traz uma exceção, no caso de sucessão de bens de es-
mico das obras que criarem ou de que participarem aos trangeiros situados no país, admite-se aplicar a lei mais
criadores, aos intérpretes e às respectivas representa- favorável ao cônjuge ou filhos brasileiros da pessoa fa-
ções sindicais e associativas; lecida, a lei brasileira ou a lei do país de origem do de
cujus.
Este inciso preza a proteção dos direitos individuais
do autor quando participe de uma obra coletiva. Um XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
exemplo que pode ilustrar o conteúdo da alínea “a” diz consumidor;
respeito à gravação de um clipe musical por diversos
cantores. Não é pelo simples fato da gravação ser cole- Com o objetivo de dar cumprimento a este inciso, no
tiva que não serão garantidos os direitos autorais indi- dia 11 de setembro de 1990 entrou em vigor o código
viduais dos cantores. Pelo contrário, serão respeitados de defesa do consumidor, Lei Federal n° 8.078/90.
os direitos individuais de cada cantor.
XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos
O inciso “b” traz o instituto do direito de fiscalização informações de seu interesse particular, ou de interesse
do aproveitamento das obras. A alínea em questão ex- coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
pressa que o próprio autor poderá fiscalizar o aprovei- sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
tamento econômico da obra, bem como os intérpretes, sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
representações sindicais e associações. do Estado;
XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos indus- Aqui encontramos um desdobramento do direito à in-
triais privilégio temporário para sua utilização, bem formação. É direito fundamental de obter informações
como às criações industriais, à propriedade das marcas, do poder público, que será exercitado na via adminis-
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, trativa e se relaciona com um interesse particular, ge-
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento ral ou coletivo. Nesse caso, havendo recusa no forne-
tecnológico e econômico do País; cimento de certidões, ou informações de terceiros, o
remédio cabível será o mandado de segurança.
Este inciso trata, da tutela do direito de propriedade
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
XXXIV- são a todos assegurados, independentemente - Direito adquirido: Os direitos já adquiridos por uma
do pagamento de taxas: pessoa não podem ser prejudicados por novas leis,
exemplo: aposentadoria (quem já a recebe, não pode
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa ser prejudicado por leis posteriores);
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
- Ato jurídico perfeito: Ato já consumado segundo a
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, lei vigente ao tempo em que se efetuou;
para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal; - Coisa julgada: Decisão judicial de que não caiba
mais recurso.
O fato de ser independente de pagamento de taxas
não quer dizer que o exercício desses direitos seja rea- XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção;
lizado gratuitamente, mas sim, que podem ser isentos
de taxas para as pessoas reconhecidamente pobres. São considerados juízos ou tribunais de exceção,
aqueles organizados posteriormente à ocorrência do
A alínea “a” traz, em seu bojo, o direito de petição, que caso concreto. O juízo de exceção é caracterizado pela
consiste na possibilidade de levar ao conhecimento do transitoriedade e pela arbitrariedade aplicada a cada
Poder Público a ocorrência de atos revestidos de ile- caso.
galidade ou abuso de poder.
A alínea “b” trata da obtenção de certidões em reparti- XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a
ções públicas. De acordo com a Lei nº 9.051/95 o pra- organização que lhe der a lei, assegurados:
zo para o esclarecimento de situações e expedição de
certidões é de quinze dias. a) a plenitude da defesa;
XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi- A plenitude de defesa admite a possibilidade de todos
ciário lesão ou ameaça a direito; os meios de defesa, sendo caracterizado como um ní-
vel maior do que a ampla defesa, defendida em todos
Neste inciso encontra-se consagrado o princípio da os procedimentos judiciais, sob pena de nulidade pro-
inafastabilidade da jurisdição. Não poderão haver óbi- cessual.
ces para o acesso ao Poder Judiciário.
b) o sigilo das votações;
Havendo lesão ou ameaça de lesão a direito, tal ques-
tão deverá ser levada até o Poder Judiciário para que Após os debates, o juiz presidente do Tribunal do Júri
possa ser dirimida. Quando a lesão acontecer no âm- efetua a leitura dos quesitos formulados acerca do
bito administrativo não será necessário o esgotamen- crime para os sete jurados, que compõe o Conselho
to das vias administrativas. de Sentença, e os questiona se estão preparadas para
a votação. Caso seja afirmativa a resposta, estes se-
Exceção: Justiça rão encaminhados, juntamente com o magistrado até
uma sala onde será realizada a votação.
Desportiva, que exige para o ingresso no Poder Judici-
ário, o esgotamento de todos os recursos administra- Neste ato, o juiz efetua a leitura dos quesitos e um
tivos cabíveis. oficial entrega duas cédulas de papel contendo as pa-
lavras sim e não aos jurados. Posteriormente, estas são
XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato recolhidas, para que seja possível chegar ao resultado
jurídico perfeito e a coisa julgada; final do julgamento. É importante salientar que essa
característica de sigilo atribuída à votação deriva do
A real intenção deste inciso é a preservação da segu- fato que inexiste possibilidade de se descobrir qual o
rança jurídica, pois com essa observância, estaremos voto explicitado pelos jurados individualmente. Isso
diante da estabilidade das relações jurídicas. Concei- decorre que inexiste qualquer identificação nas cédu-
tualmente, de acordo com o artigo 6º da LINDB (Lei las utilizadas para a votação.
de Introdução às Normas de Direito Brasileiro) temos:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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Destaca neste inciso que é necessária a pré-existência Quanto à responsabilidade no âmbito civil, a interpre-
de uma lei punitiva aos que atentam os direitos e liber- tação é realizada de maneira diversa, a obrigação de
dades fundamentais. reparar o dano e a decretação de perdimento de bens
podem se estender aos sucessores, no limite do valor
XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável do patrimônio transferido.
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
da lei; XLVI- a lei regulará a individualização da pena e ado-
tará, entre outras, as seguintes:
O caráter de inafiançabilidade deriva do fato que não
será admitido o pagamento de fiança em razão do co- a) privação ou restrição de liberdade;
metimento de crime racial. A fiança consiste na presta-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
11
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos Em hipótese alguma o brasileiro nato será extraditado.
termos do artigo 84, XIX; Contudo, o brasileiro naturalizado, poderá ser extradi-
tado desde que ocorram as seguintes situações:
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
LII- não será concedida extradição de estrangeiro por
Consiste na expulsão do brasileiro do território nacio- crime político ou de opinião;
nal
É importante não confundir a expressão “crime polí-
e) cruéis; tico”
Penas que ferem o princípio da dignidade humana. com a expressão “crime eleitoral”. Crimes políticos são
aqueles que atentam contra a estrutura política de um
XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos dis- Estado, enquanto os crimes eleitorais são aqueles re-
tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e ferentes ao processo eleitoral, explicitados pelo res-
o sexo do apenado; pectivo Código.
Um exemplo a ser citado é o da Fundação CASA, para Com relação aos crimes de opinião, podemos defini-
onde são destinados os adolescentes que cometem -los como aqueles que sua execução consiste na ma-
atos infracionais. nifestação de pensamento. Sendo estes a calúnia, a
difamação e a injúria.
XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integrida-
de física e moral; LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão
por autoridade competente;
A tutela do preso cabe ao Estado. O fato de estar pre-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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Há dois princípios importantes, o princípio do promo- Atualmente, a Lei nº 12.037/2009, traz em seu artigo
tor natural e o princípio do juiz natural. O princípio do 3º, as hipóteses em que o civilmente identificado de-
promotor natural consiste no fato que ninguém será verá proceder à identificação criminal. São elas:
processado, senão por autoridade competente, ou
seja, será necessária a existência de um Promotor de - se o documento apresentado tiver rasura ou tiver in-
Justiça previamente competente ao caso. O princípio dício de falsificação;
do juiz natural, há a consagração que ninguém será
sentenciado, senão por autoridade competente. Isso - se o documento apresentado for insuficiente para
importa dizer que não será possível existência de juí- identificar cabalmente o indiciado;
zos ou tribunais de exceção, ou seja, especificamente
destinados à análise de um caso concreto. - se o indiciado portar documentos de identidade dis-
tintos, com informações conflitantes entre si;
LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal; - se a identificação criminal for essencial às investiga-
ções policiais, segundo despacho da autoridade judi-
Para que haja um processo legal, há necessidade da ciária competente, que decidirá de ofício ou mediante
observância do contraditório e da ampla defesa (direi- representação da autoridade policial, do Ministério
to de defesa à acusação). Público ou da defesa;
LV- aos litigantes, em processo judicial ou administra- - constar de registros policiais o uso de outros nomes
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con- ou diferentes qualificações; e
traditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes; - se o estado de conservação ou a distância temporal
ou da localidade da expedição do documento apre-
Contraditório é a ciência dos atos processuais e a pos- sentado impossibilite a completa identificação dos ca-
sibilidade de contrariá-los naquilo que houver discor- racteres essenciais.
dância. A ampla defesa é o direito do acusado apre-
sentar argumentos em favor, provando-os nos limites LIX-será admitida ação privada nos crimes de ação pú-
legais. Frisa-se que, tanto o contraditório quanto a blica, se esta não for intentada no prazo legal;
ampla defesa são direitos de respostas do réu.
Quando o Ministério Público (órgão competente para
LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas ajuizar a ação) permanecer inerte e não oferecer de-
por meios ilícitos; núncia no prazo legal, o ofendido poderá fazê-la. Esse
mecanismo chamase ação penal privada subsidiária da
Prova ilícita é a que viola regra de direito material, seja pública.
constitucional ou legal, no momento de sua obtenção
(ex.: confissão mediante tortura). LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o inte-
LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito resse social o exigirem;
em julgado da sentença penal condenatória;
A regra é a publicidade de todos os atos processuais.
Aqui estamos diante do princípio da presunção de Contudo, segundo este inciso, poderá haver restrição.
inocência ou da não-culpabilidade. Trânsito em julga-
do da sentença penal condenatória, significa que não Exemplo: Ações que envolvem menores e incapazes -
há mais possibilidade de interposição de recursos. As- correm em segredo de justiça.
sim, após o trânsito em julgado da sentença será pos-
sível lançar o nome do réu no rol dos culpados. LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade ju-
LVIII- o civilmente identificado não será submetido à diciária competente, salvo nos casos de transgressão
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
em lei;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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De acordo com este inciso só existem duas maneiras quando a pena privativa de liberdade máxima não for
de se efetuar a prisão de um indivíduo. A primeira se superior a 4 anos). Já a liberdade sem fiança, somente
dá por meio da prisão em flagrante e a segunda é a poderá ser decretada pelo Juiz de Direito.
prisão realizada por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente (mandado de pri- LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a dores-
são). Para os militares, há duas ressalvas, poderão ser ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusá-
presos em razão de transgressão militar (violação dos vel de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
princípios da ética, dos deveres e das obrigações mili-
tares) ou pelo cometimento de crime militar, previstos A prisão civil é medida privativa de liberdade, sem ca-
em lei. ráter de pena, com a finalidade de compelir o deve-
dor a satisfazer uma obrigação. O Pacto de San José
LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se da Costa Rica, ratificado pelo Brasil (recepcionado de
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz forma equivalente a norma constitucional), autoriza a
competente e à família ou à pessoa por ele indicada; prisão somente em razão de dívida alimentar. Assim,
não é admitida a prisão do depositário infiel.
Este inciso demonstra o direito de comunicação ime-
diata do preso, restrito na forma legal.
A autoridade policial deve estar devidamente identifi- Este remédio constitucional poderá ser utilizado tanto
cada, ex. estar fardada, com nome aparente. no caso de iminência de violência ou coação à liberda-
de de locomoção, como no caso de efetiva ocorrência
LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela de ato atentatório à liberdade.
autoridade judiciária;
Assim, são duas as espécies de habeas corpus:
Caso a prisão tenha ocorrido de forma ilegal (alguma
nulidade, ou abuso de autoridade no ato da prisão, - Preventivo ou salvo-conduto: Neste caso o habe-
etc.), a peça cabível para soltá-lo é o relaxamento de as corpus será impetrado pelo indivíduo que se achar
prisão, deferida ou não pelo juiz de direito. ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liber-
dade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de po-
LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, der. Tem por finalidade obter um salvo-conduto, ou
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou seja, um documento para garantir o livre trânsito em
sem fiança; sua liberdade de locomoção (ir, vir e permanecer).
Estamos diante de uma prisão legalmente realizada. Exemplo: Fulano está sendo acusado de cometer um
crime de roubo, porém há indícios de que não foi ele
Contudo, a lei permite que o acusado responda em que cometeu o crime. Então, ele impetra o Habeas
liberdade, com ou sem o pagamento da fiança. A li- Corpus preventivo, o juiz reconhecendo legítimos seus
berdade com fiança pode ser decretada pelo Juiz de argumentos o concede o salvoconduto, que permiti-
Direito ou pelo Delegado de Polícia (o delegado ape- rá que este se mantenha solto até a decisão final do
nas poderá decretar a liberdade provisória com fiança processo.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
14
- Repressivo ou liberatório: Aqui haverá a impetra- LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre
ção quando alguém sofrer violência ou coação em sua que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
poder. Nesse passo, o habeas corpus será impetrado prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
com a finalidade de obter a expedição de um alvará de à cidadania;
soltura (documento no qual consta ordem emitida pelo
juiz para que alguém seja posto em liberdade). O mandado de injunção tem por objetivo combater a
falta de efetividade das normas constitucionais. Para
LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para pro- que seja possível a impetração de mandado de injun-
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas ção há necessidade da presença de dois requisitos:
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ile-
galidade ou abuso de poder for autoridade pública ou - Existência de norma constitucional que preveja o
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de exercício de direitos e liberdades constitucionais e das
Poder Público; prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania.
LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impe-
trado por: - Inexistência de norma regulamentadora que torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
a) partido político com representação no Congresso cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
Nacional; soberania e à cidadania.
b) organização sindical, entidade de classe ou asso- A grande consequência do mandado de injunção con-
ciação legalmente constituída e em funcionamento há siste na comunicação ao Poder Legislativo para que
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus elabore a lei necessária ao exercício dos direitos e liber-
membros ou associados; dades constitucionais.
15
A Ação Popular é regida pela Lei nº 4.717/65 que con- Exemplo: a emissão de título de eleitor - que garante
fere legitimidade de propositura ao cidadão (os que ao indivíduo o caráter de cidadão, para fins de propo-
estão em gozo dos direitos políticos - direito de vo- situra de ação popular.
tar e ser votado), imbuído de direitos políticos, civis e
sociais. Este remédio constitucional, cuja legitimidade LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo,
para propositura, é do cidadão, visa um provimento são assegurados a razoável duração do processo e os
jurisdicional (sentença) que declare a nulidade de atos meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
lesivos ao patrimônio público.
A duração razoável do processo deverá ser empregada
Não confunda ação civil pública com ação popular: A tanto na esfera judicial como na administrativa, fazen-
ação civil pública, explicitada pela Lei nº 7.347/85, é do com que o jurisdicionado não necessite aguardar
um instrumento processual tendente a tutelar interes- longos anos à espera de um provimento jurisdicional.
ses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Neste
caso, a Lei da Ação Civil Pública, dispõe um rol de legi- §1º As normas definidoras dos direitos e garantias
timados à propositura da ação, como por exemplo: a fundamentais têm aplicação imediata.
União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, o
Ministério Público, dentre outros. Desta maneira, po- Os direitos e garantias fundamentais constantes na
demos perceber que o cidadão individualmente consi- C.F. passaram a ter total validade com sua entrada em
derado, detentor de direitos políticos, não é legitima- vigor, independentemente, da necessidade de regula-
do para a propositura de tal ação. mentação de algumas matérias por lei infraconstitu-
cional.
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re- §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui-
cursos; ção não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados interna-
Com a finalidade de atender aos indivíduos mais ne- cionais em que a República Federativa do Brasil seja
cessitados financeiramente, a própria Constituição em parte.
seu artigo 134, trata da Defensoria Pública, instituição
especificamente destinada a este fim, que incumbe a Além dos direitos e garantias já existentes, este pará-
orientação jurídica e a defesa, em todos os graus. grafo consagra a possibilidade de existência de outros
decorrentes do regime democrático. Quando o assun-
LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro ju- to abordado diz respeito aos tratados, cabe ressaltar
diciário, assim como o que ficar preso além do tempo a importante alteração trazida pela Emenda Constitu-
fixado na sentença; cional nº 45/04, que inseriu o parágrafo 3º, que será
analisado posteriormente.
Estamos diante de responsabilidade objetiva do Esta-
do, ouseja, comprovado o nexo de causalidade entre a §3º Os tratados e convenções internacionais sobre di-
conduta e o resultado danoso, será exigível a indeni- reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
zação, independentemente da comprovação de culpa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-
ou dolo. tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
lentes às emendas constitucionais.
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente po-
bres, na forma da lei: Este parágrafo trouxe uma novidade inserida pela
Emenda Constitucional nº 45/04 (Reforma do Judi-
a) o registro civil de nascimento; ciário). Cabe ressaltar que este parágrafo somente
abrange os tratados e convenções internacionais so-
b) a certidão de óbito; bre direitos humanos. Assim, os demais tratados serão
recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e com o caráter de lei ordinária, diferentemente do tra-
habeas data e, na forma da lei, os atos necessário ao tamento dado aos tratados de direitos humanos, com
exercício da cidadania; a edição da Emenda nº 45/04.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
16
Originando por conseguinte a emersão do capitalis- O art. 6º da Constituição deixa claro que os direitos
mo, que aumentou significativamente a produção de sociais não são somente os que estão enunciados nos
bens de consumo, mas que trouxe consigo a miséria artigos 7º, ao 11.
da classe trabalhadora, devido ao aumento da produ-
ção de riquezas, sua má distribuição e da ausência do Também são encontrados no Título VIII - Da Ordem
amparo estatal (prestação negativa do Estado). Social, artigos 193 e seguintes.
Sendo assim apesar da classe trabalhadora ser a pro- Os direitos sociais podem ser agrupados em gran-
dutora da riqueza da burguesia, esta era excluída dos des categoriais:
benefícios sociais e de uma qualidade de vida con-
digna. Fato que os motivou a se organizarem na luta a) os direitos sociais dos trabalhadores (subdivididos
por seus direitos e por uma estabilidade maior quanto em individuais e coletivos);
ao desenvolvimento econômico, levando o Estado a
intervir em prol dos menos favorecidos. No Brasil os b) os direitos sociais de seguridade social (saúde e
direitos sociais vieram com a Constituição de 1934, previdência social);
que permanece até a Constituição atual.
c) os direitos sociais de natureza econômica;
17
e) os de segurança; nomia.
f) família, criança, adolescente, idoso e pessoas porta- Alguns autores denominam este princípio como a re-
doras de deficiência. serva do “financeiramente possível”, relacionando-o
com a necessidade de disponibilidade de recursos,
José Afonso da Silva propõe a divisão dos direitos principalmente pelo Estado, para sua efetiva concre-
sociais em: tização.
a) Relativos aos trabalhadores: direito à saúde, à A cláusula da reserva do possível não pode servir de
educação, à segurança social, ao desenvolvimento in- argumento, ao Poder Público, para frustrar e inviabili-
telectual, o igual acesso das crianças e adultos à ins- zar a implementação de políticas públicas definidas na
trução, à cultura e garantia ao desenvolvimento da própria Constituição.
família, que estariam no título da ordem social.
A noção de “mínimo existencial” é extraída implicita-
b) Relativos ao homem consumidor: direitos relati- mente de determinados preceitos constitucionais (CF,
vos ao salário, às condições de trabalho, à liberdade art. 1º, III, e art. 3º, III), e compreende um complexo
de instituição sindical, o direito de greve, entre outros de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de
(CF, artigos 7º a 11). garantir condições adequadas de existência digna, em
ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito
Direitos Relativos aos Trabalhadores geral de liberdade e, também, a prestações positivas
originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição
As relações individuais do trabalho estão previstas no de direitos sociais básicos.
artigo 7° CF/88 e, os direitos coletivos dos trabalhado-
res estão previstos nos artigos 8° à 11. Mínimo Existencial
Os direitos sociais e coletivos são aqueles que os tra- Trata-se do básico da vida humana, um direito fun-
balhadores exercem coletivamente ou no interesse da damental e essencial previsto na Constituição Federal.
coletividade. Podem ser classificados da seguinte for- Tem como objetivo garantir condições mínimas para
ma: uma vida digna ao ser humano. Assim, é dever do Es-
tado garantir que os direitos fundamentais sejam apli-
a) Direito de associação sindical ou profissional (artigo cados de maneira eficaz. Pode ser conceituado como
8°, caput) “conjunto de condições materiais essenciais e ele-
mentares cuja presença é pressuposto da dignidade
b) Direito de greve (artigo 9°) para qualquer pessoa. Se alguém viver abaixo daquele
patamar, o mandamento constitucional estará sendo
c) Direito de substituição processual (artigo 8°, III) desrespeitado”.
d) Direito de participação (artigo 10) Em casos que o Poder Público não cumpra seu dever
de implementar políticas públicas definidas no texto
e) Direito de representação classista (artigo 11). constitucional, estará infringindo a própria Constitui-
Princípios norteadores de proteção aos Direitos ção. A falta de agir do Estado configura desprezo e
Sociais desrespeito à Constituição e, por isso mesmo, confi-
gura comportamento juridicamente reprovável.
Reserva do Possível
O mínimo existencial abrange direitos socioeconômi-
A reserva do possível, nas suas diversas dimensões, cos e culturais, como o direito a educação, lazer, traba-
está ligada diretamente às limitações orçamentárias lho, salário mínimo, etc.
que o Estado possui. Para que se determine a razoabi-
lidade de determinada prestação estatal é importante
pensar no contexto: a saída adequada para “A” deve
ser a saída adequada para todos os que se encontram
na mesma situação que “A”, como o princípio da iso-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
18
Vedação ao Retrocesso / Princípio do Não Retro- a um teto, um abrigo em condições condignas para
cesso Social / Proibição da Evolução Reacionária preservar a intimidade pessoal dos membros da famí-
lia (art. 5, X e XI), uma habitação digna e adequada. A
O legislador, dentro da reserva do possível, deve im- própria impenhorabilidade do bem de família, levada
plementar políticas públicas. Uma vez concretizado a efeito pela Lei n° 8.009/90, encontra fundamento no
esses direitos, não poderá ser diminuído. Assim, os di- artigo 6º da Constituição Federal.
reitos sociais já consagrados devem ser resguardados.
Transporte: com o advento da Emenda Constitucional
Direitos Sociais em Espécie Educação: o direito à nº 90, de 15 de setembro de 2015, o transporte passou
educação está previsto nos artigos 6º e 205 da Cons- a figurar no rol dos direitos sociais. A inserção de um
tituição Federal. Esse direito é de todos e um dever do direito ao transporte guarda sintonia com o objetivo
Estado e a família, que visa o desenvolvimento intelec- de assegurar a todos uma efetiva fruição de direitos
tual da pessoa, preparando-a para o exercício da cida- (fundamentais ou não), mediante a garantia do acesso
dania e de uma vida profissional. O Estado tem o dever ao local de trabalho, bem como aos estabelecimentos
de promover políticas públicas de acesso à educação de ensino, serviços de saúde e outros serviços essen-
de acordo com os princípios elencados na própria CF ciais, assim como ao lazer e mesmo ao exercício dos
(art. 206), e, por expressa disposição, obriga-se a for- direitos políticos, sem falar na especial consideração
necer o ensino fundamental gratuito (art. 208, § 1º). das pessoas com deficiência (objeto de previsão es-
pecífica no artigo 227, § 2º, CF) e dos idosos, resulta
O STF editou a súmula vinculante número 12, com a evidente e insere o transporte no rol dos direitos e de-
finalidade de evitar violação do disposto no artigo veres associados ao mínimo existencial, no sentido das
206, IV da CF: “A cobrança de taxa de matrícula nas condições materiais indispensáveis à fruição de uma
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, vida com dignidade.
da Constituição Federal”.
Lazer: prevê a Constituição no § 3º do Artigo 217 que
Saúde: foi em 1988 que a saúde passou a ser tratada “o Poder Público incentivará o lazer, como forma de
pela ordem constitucional brasileira, como direito fun- promoção social”. Esse direito relaciona-se com o di-
damental. É um direito de todos e dever do Estado ga- reito ao descanso dos trabalhadores, ao resgate de
rantir políticas sociais e econômicas que tenha como energias para retomada das atividades.
objetivo diminuir riscos de
doenças. Costuma-se condenar os empregadores que, entre-
gando excessiva carga de trabalho ao empregado, re-
Alimentação: A alimentação adequada está ligada à tiram-lhe o intervalo interjornada10 de modo a inibir o
dignidade da pessoa humana, portanto, é dever do convívio social e familiar. Em poucas palavras, o tempo
poder público adotar medidas necessárias para uma destinado ao lazer, é uma garantia constitucional.
alimentação digna e nutritiva a toda população.
Segurança: a segurança no artigo 6° não é a mesma
Trabalho: está previsto na Constituição Federal como que a mencionada no caput do artigo 5°. Lá no arti-
um direito social. O direito de ter um trabalho ou de go 5° ela está ligada a garantia individual e, no artigo
trabalhar, é o meio de se obter uma existência digna. 6°, prevê um direito social, ligada a segurança pública,
tratada no artigo 144 da Constituição Federal.
Aparece como um dos fundamentos do Estado de-
mocrático de Direito os valores sociais do trabalho O STF afirmou que o direito à segurança “é prerro-
(previsto na CF, artigo 1º, inciso IV), e, no artigo 170 gativa constitucional indisponível, garantido mediante
da CF/88 funda a ordem econômica na valorização do a implementação de políticas públicas, impondo ao
trabalho humano e na livre iniciativa, tudo a assegu- Estado a obrigação de criar condições objetivas que
rar uma existência digna a todos, em atenção à justiça possibilitem o efetivo acesso a tal serviço. É possível
social. ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo
Estado, quando inadimplente, de políticas públicas
Moradia: o direito à moradia visa consagrar o direito constitucionalmente previstas, sem que haja ingerên-
de habitação digna e adequada. Não quer dizer que cia em questão que envolve o poder discricionário do
necessariamente é direito a uma casa própria, mas sim Poder Executivo.”
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
19
d) Na pensão por morte do segurado (art. 201, V). V - piso salarial proporcional à extensão e à complexi-
dade do trabalho;
Os serviços que são prestações assistenciais: médi-
ca, farmacêutica, odontológico, hospitalar, social e de VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
reeducação ou readaptação profissional. convenção ou acordo coletivo;
Proteção à maternidade e à infância: a proteção à VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
maternidade aparece tanto como um direito previden- para os que percebem remuneração variável;
ciário (artigo 201, II) como direito assistencial (artigo
203, I e II). VIII - décimo terceiro salário com base na remunera-
ção integral ou no valor da aposentadoria;
Destaca-se, também, no artigo 7º, XVIII da CF a previ-
são de licença à gestante. IX - remuneração do trabalho noturno superior à do
diurno;
Assistência aos desamparados: materializa-se nos
termos do artigo 203, que estabelece que a assistência X - proteção do salário na forma da lei, constituindo
social será prestada aos necessitados, independente- crime sua retenção dolosa;
mente contribuírem ou não com a previdência social.
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincula-
Texto Constitucional a respeito: da da remuneração, e, excepcionalmente, participação
na gestão da empresa, conforme definido em lei;
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS XII - salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali-
mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
a segurança, a previdência social, a proteção à mater- horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
nidade e à infância, a assistência aos desamparados, a compensação de horários e a redução da jornada,
na forma desta Constituição. (NR Emenda Constitucio- mediante acordo ouconvenção coletiva de trabalho;
nal Nº 90, de 15 de setembro de 2015)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego-
além de outros que visem à melhoria de sua condição ciação coletiva;
social:
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
I - relação de emprego protegida contra despedida aos domingos;
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei com-
plementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
20
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; (Vide do empregador, sem excluir a indenização a que este
Del 5.452, art. 59 § 1º). está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das re-
menos, um terço a mais do que o salário normal; lações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e limite de dois anos após a extinção do contrato de
do salário, com a duração de cento e vinte dias; trabalho;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob-
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em servado o seguinte:
creches e préescolas;
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos co- fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
letivos de trabalho; competente, vedadas ao Poder Público a interferência
e a intervenção na organização sindical;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da
lei;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
21
II - é vedada a criação de mais de uma organização rios sejam objeto de discussão e deliberação.
sindical, em qualquer grau, representativa de catego-
ria profissional ou econômica, na mesma base territo- Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empre-
rial, que será definida pelos trabalhadores ou empre- gados, é assegurada a eleição de um representante
gadores interessados, não podendo serinferior à área destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
de um Município; entendimento direto com os empregadores.
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado Povo: é o elemento humano da nação, do país so-
a partir do registro da candidatura a cargo de direção berano. É o conjunto de pessoas que fazem parte do
ou representação sindical e, se eleito, ainda que su- Estado.
plente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei. População: é conceito demográfico, engloba nacio-
nais e estrangeiros. Envolve todas as pessoas que es-
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam- tão em um território.
-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei estabe- Nação: são os brasileiros natos e naturalizados. A na-
lecer. ção é formada por um conjunto de pessoas nascidas
em um território, cercadas pela mesma língua, costu-
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo mes, cultura, tradições que adquirem a mesma identi-
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de dade social-cultural.
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender. Espécies de Nacionalidade
22
Nacionalidade adquirida / secundária / voluntária: que cabe exceções que devem ser previstas na própria
é a nacionalidade dos naturalizados, sempre depen- Constituição Federal.
dendo de um requerimento sujeito à apreciação. Em
geral, não é um direito potestativo, visto não ser au- Extradição
tomático.
O brasileiro nato não poderá ser extraditado, enquan-
A pessoa é livre para escolher sua nacionalidade ou to o naturalizado pode em duas ocasiões:
optar por outra. A pessoa não pode ser constrangida -Crime comum ANTES da naturalização;
a manter sua nacionalidade, podendo optar por outra,
sendo aceita ou não. -Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, não
importando o tempo, se antes ou depois da natura-
Considerando que compete ao direito interno de cada lização.
país fixar os critérios de aquisição da nacionalidade,
é possível a existência de polipátridas (pessoas com Cargos Privativos de Brasileiros Natos
diversas nacionalidades) e apátridas, também denomi-
nados heimatlos ou apólidos (pessoas que não pos- Alguns cargos são reservados aos brasileiros natos,
suem pátria). vejamos:
Critério jus soli ou jus loci: é considerado brasilei- - Presidente da Câmara dos Deputados e Presiden-
ro nato aquele que nasce na República Federativa do te do Senado Federal: estão na linha de substituição
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que ne- do Presidente da República, portanto deverão ser bra-
nhum deles esteja a serviço de seu país. A República sileiros natos;
Federativa do Brasil é o seu território nacional mais
suas extensões materiais e jurídicas. Se o estrangeiro - Presidente do STF: considerando que todos os Mi-
estiver em território nacional a serviço de um terceiro nistros do STF poderão ocupar o cargo de presidência
país, que não o seu de origem, o filho deste que nascer do órgão, também deverão ser brasileiros natos. Os
no Brasil será brasileiro nato. demais cargos do Poder Judiciário poderão ser ocupa-
dos por brasileiros natos ou naturalizados;
Critério jus sanguinis: é considerado brasileiro nato o
filho de brasileiros que nascer no estrangeiro estando - Ministro de Defesa: cargo criado pela Emenda
qualquer um dos pais a serviço da República Federa- Constitucional 23/99, deverá necessariamente ser
tiva do Brasil (União, os Estados, os Municípios, as au- ocupado por um brasileiro nato;
tarquias, as fundações públicas, as empresas públicas
e as sociedades de economia mista, ou seja, o brasilei- - Membros da Carreira Diplomática: deverão ser,
ro deve estar a serviço da Administração Direta ou da necessariamente, brasileiros natos. Não se impõe essa
Administração Indireta). condição ao Ministro das Relações Exteriores;
Critério misto: também poderá exigir a nacionalida- - Parte dos Conselheiros da República (art. 89, VII,
de, os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de da CF/88): o Conselho da República é um órgão con-
mãe brasileira, desde que sejam registrados em re- sultivo do Presidente da República, devendo ser com-
partição brasileira competente ou venham a residir na posto por seis brasileiros natos;
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela naciona- - As empresas jornalísticas, de radiodifusão, som e
lidade brasileira. imagem são privativas de brasileiros natos ou natu-
ralizados.
Distinção entre Brasileiro Nato e Naturalizado
23
Exercício de Função
24
25
Estado democrático de direito: é aquele que permi- A cidadania moderna se constituiu por três tipos de
te a efetiva participação do povo na administração da direito:
coisa pública, visando sobretudo alcançar uma socie-
dade livre, justa e solidária em que todos (inclusive os Civil: direitos inerentes à liberdade individual, liber-
governantes) estão igualmente submetidos à força da dade de expressão e de pensamento; direito de pro-
lei. priedade e de conclusão de contratos; direito à justiça;
que foi instituída no século 18;
Cidadão: na linguagem popular, povo, população e
nacionalidade são expressões que se confundem. Política: direito de participação no exercício do poder
político, como eleito ou eleitor, no conjunto das insti-
Juridicamente, porém, cidadão é aquele nacional que tuições de autoridade pública, constituída no século
está no gozo de seus direitos políticos, sobretudo o 19;
voto.
Social: conjunto de direitos relativos ao bem-estar
População: é conceito meramente demográfico. econômico e social, desde a segurança até ao direito
de partilhar do nível de vida, segundo os padrões pre-
Povo: é o conjunto dos cidadãos. valecentes na sociedade, que são conquistas do século
20.
Cidadania: é conjunto de direitos fundamentais e de
participação nos destinos do Estado. Tem sua face Modalidades
ativa (direito de escolher os governantes) e sua face
passiva (direito de ser escolhido governante). Alguns, Há duas modalidades de Direitos Políticos, os positi-
porém, por imposição constitucional, podem exercer vos (ativos e passivos) e os negativos.
a cidadania ativa (ser eleitor), mas não podem exer-
cer a cidadania passiva (ser candidato), a exemplo dos Direitos Políticos Positivos
analfabetos (art. 14, § 4.º, da CF). Alguns atributos da
cidadania são adquiridos gradativamente, a exemplo São normas que possibilitam ao cidadão a participa-
da idade mínima exigida para alguém concorrer a um ção na vida pública, incluindo os direitos de votar e
cargo eletivo (18 anos para Vereador, 21 anos para De- ser votado.
putado etc.).
Por muitas vezes as bancas examinadoras trazem o
Segundo Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de nome sufrágio em certames, que nas palavras de Mot-
direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ta, O sufrágio constitui a essência dos direitos polí-
ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem ticos, e corresponde ao direito de participar da vida
não tem cidadania está marginalizado ou excluído da política do Estado. Na lição de José Afonso da Silva,
vida social e da tomada de decisões, ficando numa po- é um direito público subjetivo, de natureza política,
sição de inferioridade dentro do grupo social”. que confere ao cidadão a prerrogativa de eleger, de
ser eleito e de participar da organização e da atividade
Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à política do Estado.
universalidade dos direitos do ser humano na sua dig-
nidade – , a cidadania moderna, embora influenciada
por aquelas concepções mais antigas, possui um ca-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
26
O núcleo do direito ao sufrágio é, pois, constituído pela iguais perante a lei (cada eleitor vale um único voto -
capacidade eleitoral ativa – denominada alistabilidade, one man, one vote).
que corresponde à capacidade de votar – e pela capaci-
dade eleitoral passiva – denominada elegibilidade, que Não se confunde voto direto com democracia direta.
corresponde à capacidade de ser eleito. Na verdade, a democracia direta em que os cidadãos
se reúnem e exercem sem intermediários os poderes
No Brasil, o sufrágio possui caráter universal. Todos os governamentais, administrando e julgando, pode ser
brasileiros, sejam natos ou naturalizados (bem como os classificada como reminiscência histórica. Afinal, o ta-
portugueses equiparados) têm o direito de exercê-lo, manho dos Estados modernos e a complexidade de
uma vez preenchidos os requisitos legais e constitucio- suas administrações já não permitem tal forma de par-
nais, nenhum deles discriminatório, vinculado a aspec- ticipação.
tos culturais ou
econômicos. Direitos políticos passivos (cidadania passiva ou
capacidade eleitoral passiva)
Direitos políticos ativos (cidadania ativa ou capaci-
dade eleitoral ativa) É o direito de ser votado (normas de elegibilidade). Para
que isso ocorra, o candidato deve seguir algumas con-
É o direito de votar. Pressupostos: dições:
27
São as circunstâncias que acarretam a perda ou suspen- É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
são dos direitos políticos, ou que caracterizam a inele- (privação definitiva) ou suspensão (privação temporá-
gibilidade, restringindo ou mesmo impedindo que uma ria) acontecerá nos casos previstos no art. 15 da CF/88.
pessoa participe dos negócios jurídicos de uma nação. A perda (reaquisição depende de requerimento) dife-
rencia-se da suspensão (reaquisição dos direitos políti-
Inelegibilidades cos é automática).
28
d) Condenação por crime de responsabilidade: a rendo deve ser convocado no prazo de trinta dias, a
condenação por crime de responsabilidade pode re- contar da promulgação da lei ou da adoção de medi-
sultar na inelegibilidade do condenado por até oito da administrativa sobre a qual se mostra conveniente
anos, mas não afeta o direito de votar. à manifestação popular direta.
É a possibilidade da participação popular no poder O plebiscito é a consulta popular prévia pela qual os
por meio de um processo. Os principais institutos da cidadãos decidem ou demostram sua posição sobre
democracia direta (participativa) no Brasil são a inicia- determinadas questões. A convocação de plebiscitos
tiva popular, o referendo popular e o plebiscito. é de competência exclusiva do Congresso Nacional
quando a questão for de interesse nacional.
Iniciativa Popular
Veto Popular
Uma das formas de o povo exercer diretamente seu
poder é a iniciativa popular, pela qual 1% do eleitora- O veto popular é um modo de consulta ao eleitorado
do nacional, distribuídos por pelo menos cinco Esta- sobre uma lei existente, visando revogá-la pela vota-
dos-Membros, com não menos de três décimos de 1% ção direta. Foi aprovado em 1º turno pela Assembleia
dos eleitores de cada um deles, apresenta à Câmara Nacional Constituinte, mas acabou sendo rejeitado no
dos Deputados um projeto de lei (complementar ou 2º turno, não sendo incluído na Constituição Federal
ordinária). de 1988.
Referendo Recall
O referendo popular é a forma de manifestação po- É a chamada para voltar, que também não está previs-
pular pela qual o eleitor aprova ou rejeita uma atitude ta em nosso sistema constitucional. É uma forma de
governamental já manifestada. Normalmente, verifica- revogação de mandato, de destituição, pelos próprios
-se quando uma emenda constitucional ou um projeto eleitores, de um representante eleito, que é submetido
de lei aprovado pelo Poder Legislativo é submetido à a uma reeleição antes do término do seu mandato.
aprovação ou rejeição dos cidadãos antes de entrar
em vigor. Impeachment
Nas questões de relevância nacional, de competência É parecido com o recall-político, mas com ele não se
do Poder Legislativo ou do Poder Executivo (maté- confunde. Apesar de ambos servirem para pôr fim ao
ria constitucional, administrativa ou legislativa), bem mandato de um representante político, os dois insti-
como no caso do § 3.º do art. 18 da CF (incorporação, tutos diferem quanto à motivação e à iniciativa (titu-
subdivisão ou desmembramento de um Estado), a au- laridade) do ato de cassação do mandato. Para que se
torização e a convocação do referendo popular e do desencadeie o processo de impeachment, é necessá-
plebiscito são da competência exclusiva do Congresso rio motivação, ou seja, é preciso que se suspeite da
Nacional, nos termos do art. 49, XV, da Constituição prática de um crime ou de uma conduta inadequada
Federal, combinado com a Lei nº 9.709/98 (em espe- para o cargo. Já no recall, tal exigência não existe: o
cial os artigos 2º e 3º). procedimento de revogação do mandato pode ocor-
rer sem nenhuma motivação específica. Ou seja, o re-
A iniciativa da proposta do referendo ou do plebiscito call é um instrumento puramente político.
deve partir de 1/3 dos Deputados Federais ou de 1/3
dos Senadores. A aprovação da proposta é manifesta- Outra diferença é que, no impeachment, o procedi-
da (exteriorizada) por decreto legislativo que exige o mento é geralmente desencadeado e decidido por um
voto favorável da maioria simples dos Deputados Fe- órgão legislativo, enquanto que, no recall, é o povo
derais e dos Senadores (voto favorável de mais da me- que toma diretamente a decisão de cassar ou não o
tade dos presentes à sessão, observando-se que para mandato.
a votação ser iniciada exige-se a presença de mais da
metade de todos os parlamentares da casa). O refe-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
29
30
Vamos conferir os artigos pertinentes da Constitui- c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
ção Federal: Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz;
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS d) dezoito anos para Vereador.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrá- § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
gio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: § 5º O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
I - plebiscito; houver sucedido, ou substituído no curso dos man-
datos poderão ser reeleitos para um único período
II - referendo; subsequente.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estran- § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguin-
geiros e, durante o período do serviço militar obriga- tes condições:
tório, os conscritos.
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: afastar-se da atividade;
I - a nacionalidade brasileira; II -se contar mais de dez anos de serviço, será agre-
gado pela autoridade superior e, se eleito, passará
II - o pleno exercício dos direitos políticos; automaticamente, no ato da diplomação, para a ina-
tividade.
III - o alistamento eleitoral;
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade
V - a filiação partidária; para exercício de mandato considerada vida pregres-
sa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
VI - a idade mínima de: eleições contra a influência do poder econômico ou o
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presiden- administração direta ou indireta.
te da República e Senador;
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
Estado e do Distrito Federal; diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
31
I - cancelamento da naturalização por sentença tran- Após a constituição de 1988 a natureza jurídica dos
sitada em julgado; partidos políticos passaram a ser de pessoa jurídica
de direito privado. Os partidos políticos são criados de
II - incapacidade civil absoluta; acordo com a lei civil, para depois ter o seu estatuto
registrado no órgão máximo da Justiça Eleitoral.
III - condenação criminal transitada em julgado, en-
quanto durarem seus efeitos; Regras e Princípios Constitucionais
32
- Unipartidarismo: o regime é autoritário e só acei- § 3º Somente terão direito a recursos do fundo parti-
ta a existência de um único partido que divulgue as dário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na for-
ideias do grupo político dominante; ma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de
- Bipartidarismo: dois grandes partidos que se alter- 2017)
nam no poder com programas parcialmente definidos.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputa-
- Pluripartidarismo: é o método adotado em nosso dos, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
país. distribuídos em pelo menos um terço das unidades
da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cen-
É a existência de diversos partidos políticos represen- to) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído
tativo detodas as correntes de opinião da sociedade. pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
Vejamos a seguir o texto constitucional pertinente ao II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Fe-
tema: derais distribuídos em pelo menos um terço das uni-
dades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitu-
CAPÍTULO V cional nº 97, de 2017)
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção organização paramilitar.
de partidos políticos, resguardados a soberania nacio-
nal, o regime democrático, o pluripartidarismo, os di- § 5º Ao eleito por partido que não preencher os re-
reitos fundamentais da pessoa humana e observados quisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
os seguintes preceitos: mandato e facultada a filiação, sem perda do manda-
to, a outro partido que os tenha atingido, não sendo
I - caráter nacional; essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
II - proibição de recebimento de recursos financeiros tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda
de entidade ou governo estrangeiros ou de subordi- Constitucional nº 97, de 2017)
nação a estes;
33
34
Texto Constitucional sobre o assunto h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatro-
CAPÍTULO IV centos e cinquenta mil) habitantes;
DOS MUNICÍPIOS
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até
dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada 600.000 (seiscentos mil) habitantes;
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a pro-
mulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Consti- j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
tuição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (sete-
preceitos: (A capacidade de auto-organização municipal é centos cinquenta mil) habitantes;
materializada pela lei orgânica, cuja aprovação dependerá do
voto de dois terços da Câmara Municipal). k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para 900.000 (novecentos mil) habitantes;
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo
realizado em todo o País; l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro milhão e cinquenta mil) habitantes;
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato
dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro
do ano subsequente ao da eleição; n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observa- 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até
do o limite máximo de: 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
mil) habitantes; (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
(quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
(trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habi-
tantes; q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
(cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habi-
tantes; r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vin-
te mil) habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de (quatro milhões) de habitantes;
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento
sessenta mil) habitantes; t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de (cinco milhões) de habitantes;
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
(trezentos mil) habitantes; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
35
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais Os vereadores possuem apenas imunidades materiais (art. 29,
de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 VIII), não tendo imunidades formais ou processuais. Assim,
(sete milhões) de habitantes; não possuem privilégios relativos ao processo penal. Os ve-
readores podem sofrer punição por infrações políticoadminis-
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais trativas e por crimes comuns, e o Prefeito por estes e, ainda,
de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 por crime de responsabilidade. A previsão será encontrada:
(oito milhões) de habitantes; e
Crimes de responsabilidade: Decreto-lei n 201/1967.
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; Infrações político-administrativas: Decreto-lei n 201/1967 e
Lei Orgânica do Município.
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, Crimes comuns: Código Penal e legislação penal extravagante.
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I; IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança,
similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas os membros do Congresso Nacional e na Constituição do res-
Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, pectivo Estado para os membros da Assembleia Legislativa;
observado o que dispõe esta Constituição, observados os cri-
térios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
limites máximos:
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ-
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máxi- mara Municipal;
mo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsí-
dio dos Deputados Estaduais; XII - cooperação das associações representativas no planeja-
mento municipal;
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes,
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específi-
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; co do Município, da cidade ou de bairros, através de manifes-
tação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes,
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28,
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; parágrafo único.
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, Os vereadores22 não possuem foro especial, o que não ocor-
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquen- re com os Prefeitos, que são julgados pelo Tribunal de Justiça
ta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (art. 29, X). Se o crime for de competência da Justiça Federal,
o Prefeito será julgado pelo Tribunal Regional Federal com ju-
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil ha- risdição sobre o Município. Observe-se, contudo, que o Judici-
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a ário julgará o Prefeito nos crimes comuns e de responsabilida-
sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; de, ao passo que a Câmara Municipal apreciará as acusações
de natureza político-administrativa, cuja pena é a perda do
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub- mandato.
sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal,
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentu-
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da re- ais, relativos ao somatório da receita tributária e das trans-
ceita do Município; ferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior:
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, pala-
vras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
36
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
100.000 (cem mil) habitantes;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fun-
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; damental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006)
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população en-
tre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União
habitantes; e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Mu- VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-
nicípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcela-
e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; mento e da ocupação do solo urbano;
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população en- IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
tre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e
de habitantes; estadual.
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Mu-
nicípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e O Município é senhor das matérias de interesse local, ou seja,
um) habitantes. aquelas em que o interesse seja predominantemente do Mu-
nicípio, entre as quais podemos citar a educação primária, o
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cen- trânsito urbano etc.
to de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto
com o subsídio de seus Vereadores. Segundo a Constituição Federal o município possui compe-
tências: privativa, concorrente ou complementar e comum.
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Muni-
cipal: 1- Competência Privativa: significa as atribuições legais pró-
prias, que são basicamente de legislar sobre assuntos de inte-
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste ar- resse local - CF, Art.30.
tigo;
2- Competência Concorrente e Complementar: é a de com-
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou plementar a legislação federal e a estadual quando assim
couber, objetivando adaptar a legislação federal e a estadual
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei à realidade do município. Por exemplo, trânsito e transporte
Orçamentária. são disciplinados pela União e pelo Estado, mas, nos centros
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câ- urbanos e nas estradas municipais, é o Município que regula
mara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. a questões ligadas as vias públicas, funcionamento dos ônibus
urbanos etc. -CF, Art.22
Art. 30. Compete aos Municípios:
3- Competência Comum: com a União e os Estados, caben-
I - legislar sobre assuntos de interesse local; do a todos esses entes membros atentar para essas funções
- Art.23.
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou-
ber; Fiscalização e Controle dos Municípios
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sis-
prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; temas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na
forma da lei.
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual; § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Mu-
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de con- nicípio ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municí-
cessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, pios, onde houver.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
37
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre institucional, ou atingidas por calamidades de grandes pro-
as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará porções, autorizam ou legitimam a decretação do estado de
de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câ- defesa.
mara Municipal.
Os pressupostos de fundo do estado de defesa são: existência
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, de greve e iminente instabilidade institucional que ameace a
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exa- ordem pública ou a paz social; ou calamidade de grandes pro-
me e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimida- porções que atinja a ordem pública ou a paz social; ou calam-
de, nos termos da lei. idade de grandes proporções que atinja a ordem pública ou a
paz social. O atendimento desses pressupostos não pode ser
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de potencial, mas há de ser efetivo. Assim, não se cogita da de-
Contas Municipais. cretação do período excepcional por mera presunção de risco
à ordem ou à paz social, como, por exemplo, nas situações de
Segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, as contas greve ou paralisação de serviços essenciais.
gerais do Chefe do Executivo Municipal submetem-se à apre-
ciação da Câmara de Vereadores, por autoridade e jurisdição Os pressupostos de fundo do estado de defesa são: existência
privativa, podendo o Tribunal de Contas estadual julgar as de greve e iminente instabilidade institucional que ameace a
contas dos ordenadores de despesas, exceto as do prefeito, ordem pública ou a paz social;
ainda que diretamente tenha exercido essa atribuição.
Não tem pertinência a inovação da greve geral como desen-
cadeadora do estado de defesa porque esse direito pode ser
3. DEFESA DO ESTADO E exercido sem limitações, ressalvadas as exceções constitucio-
nais (tais quais: greve dos servidores públicos ou a vedação ao
DAS INSTITUIÇÕES DE- direito aos integrantes das Forças Armadas).
38
Os Conselhos, no entanto, apenas opinam ou sugerem medi- I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
das, não vinculam a decisão da chefia do Executivo. Porém, em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
desfrutam de autonomia (sobretudo em relação ao Chefe do suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
Poder Executivo), embora não tenham força vinculante. outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dis-
O decreto presidencial é pressuposto formal para o estado de puser em lei;
defesa, e dele, obrigatoriamente, constarão:
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
a) O tempo de duração, que não poderá exceder trinta dias, drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
podendo ser prorrogado apenas uma vez por igual período ou ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
por período menor, se persistirem as razões; áreas de competência;
b) A especificação das áreas abrangida; a indicação de medi- III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fron-
das coercitiva, dentre as seguintes: teiras;
. Restrições aos direitos de reunião; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
da União.
. Restrições ao sigilo de correspondência e de comunicação
telegráfica e telefônica; e § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, estru-
turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
. Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos (caso mento ostensivo das rodovias federais.
seja hipótese for de calamidade pública, respondendo a Un-
ião pelos danos e custos decorrentes). § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, estru-
turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
A utilização dessa medida de exceção pressupõe anterior reg- mento ostensivo das ferrovias federais.
ulamentação por lei nacional da norma constitucional.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
Em qualquer caso (inclusive quando se tratar do estado de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as
sítio), o Congresso Nacional continuará a funcionar normal- funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais,
mente, sendo essencial para a realização de medidas de con- exceto as militares.
tenção ou controle, uma vez que poderá rejeitar o ato editado
pelo Executivo (v. Arts. 136 e 137 da Carta Magna). § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
[1] SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional pos- preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros mil-
itivo, 18ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 2001. itares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a ex-
ecução de atividades de defesa civil.
Da Segurança Pública
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares,
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e re- forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, junta-
sponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da or- mente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados,
dem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, do Distrito Federal e dos Territórios.
através dos seguintes órgãos:
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos
I - polícia federal; órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a ga-
rantir a eficiência de suas atividades.
II - polícia rodoviária federal;
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
III - polícia ferroviária federal; destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei.
IV - polícias civis;
Princípio da Irretroatividade da Lei Penal – A lei pe- momento da ação ou omissão, com a respectiva apli-
nal só pode retroagir para beneficiar. Com isso, fica cação da lei vigente. A lei penal brasileira utiliza dessa
afastada a possibilidade de uma lei nova (mais rígida) teoria, em conjunto com a teoria do resultado (segun-
prejudicar fatos pretéritos. A retroação só pode acon- do a qual o crime é considerado cometido quando da
tecer se a lei nova for mais benigna ao agente do del- produção do resultado) e com a teoria da ubiqüidade
ito (Art. 5º, XL da CF/88). (segundo a qual considera-se o crime cometido, tan-
to no momento da ação ou omissão, quanto na pro-
Princípio da Insignificância – Aferida a irrelevância dução do resultado).
de uma conduta delituosa, ou sua insignificância (por
exemplo a apropriação de bagatelas), deve ser excluí- Lei Penal no Espaço – Segundo o princípio da territo-
da sua tipicidade penal. rialidade, a lei penal pátria deve ser aplicada dentro do
território nacional, respeitando-se os tratados e con-
Princípio da Ofensividade – Aplicado na elaboração venções estrangeiras, quando existentes. São consid-
das leis, cuida de prevenir um ataque ou perigo con- erados como parte do território nacional as aeronaves
creto sobre um bem tutelado pelo Estado. Esse princí- e embarcações públicas, além das aeronaves e em-
pio protege o interesse social tutelado pelo Estado de barcações privadas. A Lei Penal Brasileira será sempre
um perigo de lesão (ou ofensa). aplicada em embarcações e aeronaves estrangeiras
que estiverem de passagem pelo território nacional. Já
Princípio da proporcionalidade – Cabe ao Estado o princípio da extraterritorialidade prevê a aplicação
dar a seus cidadãos um mínimo de proporcionalidade da Lei Penal Brasileira a fatos criminosos praticados no
entre a garantia de seus direitos. Segundo esse princí- estrangeiro, desde que cometidos contra o represent-
pio, o sistema penal se firma na sua capacidade de ante do governo brasileiro, ou contra as instituições
fazer frente aos delitos existentes em um meio social que compõem a União, os Estados e os Municípios.
que absorva sua eficácia. Aplica-se também a Lei Penal Brasileira nos atos prat-
icados por, ou contra, brasileiros no exterior, sem pre-
Princípio da Alteridade – Não ofendido nenhum juízo das previsões contidas no artigo 7º do CPB.
bem jurídico por ato meramente subjetivo, não existe
crime. Como exemplo, a auto-agressão contida no su- Território Nacional – Todo espaço em que o Estado
icídio. exerce sua soberania, ou seja, 12 milhas a contar da
faixa costeira, incluído o espaço aéreo corresponden-
Princípio do “in dubio pro reo” – Na dúvida, o réu te.
deve ser absolvido, pois no direito penal a culpa tem
que ser comprovada, não cabendo suposição de práti- Extradição – São atos de entrega e custódia de agen-
ca de ato delituoso. tes delituosos por países que cooperam entre si na
prevenção internacional do crime. As extradições po-
1.1 - APLICAÇÃO DA LEI PENAL dem ser ativas (feitas pelo país requerente) e passivas
(Artigos 1º a 12 do CPB) (feitas pelo país cedente).
Vigência e Revogação da Lei Penal (Lei Penal no Deportação e Expulsão – retirada obrigatória dos na-
Tempo – Artigo 2º) – A lei penal começa a vigorar na cionais do estrangeiro, ou de estrangeiros do território
data expressa em seu bojo. Em caso de omissão, ela nacional, por imposição administrativa vinculada à lei
começa a vigorar quarenta e cinco dias após sua pub- penal vigente.
licação, no País, e em três meses no exterior (Vacân-
cia da Lei). A revogação da Lei Penal se opera com a Sentença Prolatada no Exterior (cumprimento da
edição de nova lei, e sua revogação pode se efetivar pena) – Uma vez sentenciado no exterior, o nacional
total (ab-rogação) ou parcialmente (derrogação). A tem direito à atenuação da pena imposta em território
lei penal pode ser temporária (com prazo fixado de nacional pela a pratica de mesmo crime. Em caso de
vigência), ou excepcional (criada para ser aplicada em aplicação de pena mais severa que a brasileira, o na-
evento emergencial ou furtivo). cional fica isento de cumprimento de pena no nosso
território.
Tempo e Lugar do Crime (Artigo 6º) – Segundo a
Teoria da Atividade, o crime sempre é cometido no
DIREITO PENAL
3
1. INFRAÇÃO PENAL
1.1 Conceito
Crimes e delitos
(CP e leis especiais)
*INFRAÇÃO Contravenções
(LCP)
* Ato infracional
(ECA)
- Crime ou delito: é lesão a bem juridicamente pro- “ECA, Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
tegido. A espécie mais grave de ilícito penal. descrita como crime ou contravenção penal”.
É infração penal a que a lei comina pena de reclusão
ou detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou “ECA, Art. 112. Verificada a prática de ato infracional,
cumulativamente com a pena de multa (artigo 1°, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
LIC Penal). as seguintes medidas:
*criança (0/12 anos) = medidas específicas de pro- Para o conceito tripartido, três são os elementos do
teção apenas, contidas no art. 101 do ECA. crime: o fato típico, a antijuridicidade (ilicitude) e a cul-
pabilidade.
“ECA, Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses pre-
vistas no art. 98, a autoridade competente poderá de- 2.3. Sujeitos do crime
terminar, dentre outras, as seguintes medidas:
- Sujeito ativo: é o agente que pratica o fato previsto
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante na norma penal incriminadora.
termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; Em regra, só o homem (pessoa física) pode ser sujeito
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabeleci- ativo de delito.
mento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de A partir da lei 9605/98 as Pessoas jurídicas também
auxílio à família, à criança e ao adolescente; praticam crimes – Crimes contra o meio ambiente.
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; A CF admite a responsabilidade penal da PJ:
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e tox- CF, Art. 225: § 3º - As condutas e atividades considera-
icômanos; das lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
VII - abrigo em entidade; pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e admin-
VIII - colocação em família substituta. istrativas, independentemente da obrigação de reparar
os danos causados.
Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e excep- - Sujeito passivo: é o titular do bem jurídico lesado ou
cional, utilizável como forma de transição para a colo- ameaçado pela conduta do sujeito ativo.
cação em família substituta, não implicando privação
de liberdade. Pode ser sujeito passivo a pessoa física, a pessoa juríd-
ica e o nascituro (feto).
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; 2.4. Objetos do crime
IX - colocação em família substituta.”
- Objeto jurídico: é o bem de interesse jurídico prote-
1.4 - CRIME gido pela norma penal (O BEM PROTEGIDO).
De acordo com a teoria tripartida crime é todo fato Ex.: homem vivo, o corpo humano, o bem roubado, o
típico, ilícito e culpável. São exemplos de defensores túmulo e o cadáver, o homem ou a mulher, o docu-
desta teoria Greco, Nucci e Zaffaroni. TEORIA MAJOR- mento no falso.
ITÁRIA.
2.2. Elementos ou requisitos OBS: não existe crime sem objeto (pois sempre haverá
no mínimo a presença do objeto jurídico).
Consoante com o conceito bipartido, dois são os el-
ementos do crime: o fato típico e a antijuridicidade
(ilicitude).
DIREITO PENAL
5
No direito penal brasileiro aplica-se a legalidade for- 3.6. Princípio da humanidade - ou princípio da lim-
mal (previsão em lei), diferente da material (costumes, itação das penas. Inserido na CF art. 5°, XLVII e art. 5°,
visão da sociedade). Também conhecido como RESER- III.
VA LEGAL.
O direito penal não pode impor sanções que atinjam
Assim: - proíbe retroatividade para prejudicar a dignidade da pessoa humana (meta, fundamento do
EDD) do criminoso ou que lesionem a sua constituição
- proíbe criação de crimes e penas pelos cos- físico-psíquica (CF art. 5°, XLVII e art. 5°, III).
tumes
- proíbe emprego de analogia para criar CF, art. 5º, XLVII - não haverá penas:
crimes, fundamentar ou aprovar penas (não
permite analogia in mallam partem). a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
3.2. Princípio da anterioridade b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
Princípio da anterioridade - não haverá crime sem lei d) de banimento;
anterior que o defina. e) cruéis;
Assim, em regra, a lei penal deve ter vigência anterior Fixa o art. 5°, XLVI da CF as seguintes penas: privação
ao fato praticado para atingi-lo. ou restrição da liberdade, perda de bens, multa,
prestação social alternativa e suspensão ou interdição
3.3. Princípio da retroatividade da lei penal mais de direitos.
benéfica - (CF art. 5° XL).
3.7. Princípio da alteridade -
CF, art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu; A lei deve punir apenas as condutas que lesionem a
terceiros, ou seja, é proibido punir alguém por atitude
3.4. Princípio da individualização das penas - (CF meramente subjetiva, ou quando não houver ofensa
art. 5° XLVI) a nenhum bem jurídico alheio. Assim, proibe-se a in-
criminação de uma conduta que não exceda o âmbito
CF, art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da do próprio autor.
pena e adotará, entre outras, as seguintes:
Por este princípio é que não se pune o suicida, não se
a) privação ou restrição da liberdade; pune o que se auto-lesiona (exceto para fraudar se-
b) perda de bens; guro). Também chamado de princípio da lesividade /
c) multa; ofensividade.
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
DIREITO PENAL
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3.8. Princípio da insignificância - Obs1: A ausência de conduta exclui o crime. Ex: coação
física irresistível, os atos reflexos e estados de incon-
A insignificância da ofensa causada pela conduta do sciência.
agente afasta a qualidade de crime. O bem jurídico
afetado não pode ser de grande valor para a vítima. Obs2: Teorias da conduta
Também conhecido como princípio da bagatela, afas- *Teoria Finalista – Hans Welzel
ta a tipicidade material do fato. A conduta é atividade psiquicamente dirigida, ou seja,
sempre tem uma finalidade. O dolo e a culpa estão no
A jurisprudência de nossos Tribunais Superiores tem Fato Típico, na conduta, que deve sempre ser valorada.
fixado certos requisitos para que o aplicador do dire- É a teoria adotada pelo CP.
ito possa reconhecer a insignificância de determinada
conduta. São eles: *Teoria Causalista ou Naturalista
4.2.1. Dolo
Dolo no antecedente (conduta inicial) e culpa no consequente (resultado mais grave do que o desejado)
DIREITO PENAL
8
Ainda, branca ou vermelha (incruenta ou cruenta) no Aplica-se a regra da segunda parte do artigo 15 do CP,
contexto de crimes contra a pessoa, conforme seja o ou seja, só respondendo pelos atos já praticados.
objeto material não atingido ou atingido pela conduta
do agente, respectivamente. AMBOS DEVEM IMPEDIR O RESULTADO, do con-
trário o agente responde de acordo com a finali-
4.3.3. Desistência voluntária, arrependimento eficaz dade inicial.
e arrependimento posterior.
c) Arrependimento posterior
Artigos 15 e 16 do Código Penal.
Regra do artigo 16 do CP. Reduz a pena de 1/3 a 2/3
a) Desistência voluntária daquele que restitui a coisa ou repara o dano (não ap-
enas o moral) espontaneamente antes de iniciada a
Ocorre quando o agente interrompe, voluntaria- ação penal no caso de crime sem violência ou grave
mente (livremente), os atos de execução, impedindo, ameaça à pessoa. Quanto mais célere e espontâneo
por ato seu, a consumação da infração penal, razão melhor.
CP, Art. 13 - O resultado, de que depende a existência CP, Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo
do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o crime culposo, se previsto em lei.
resultado não teria ocorrido.
a) Erro de tipo essencial
Superveniência de causa independente
Será invencível ou inevitável (escusável) quando não
§ 1º - A superveniência de causa relativamente in- podia ter sido evitado, excluindo-se o dolo e a culpa
dependente exclui a imputação quando, por si só, da conduta, portanto, não haverá crime.
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. Será vencível ou evitável (inescusável) quando poderia
ser evitado pelo agente com o uso de inteligência me-
Relevância da omissão – “GARANTE ou GARANTI- diana. Haverá crime, porém exclui-se o dolo e pune-se
DOR”. apenas a título de culpa.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o b) Erro de tipo acidental (refere-se a dados secundári-
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. os da figura penal).
O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou • Erro sobre o objeto: (error in objecto) o agente
vigilância; tem a vontade de praticar o delito, apenas esta
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de conduta recai sobre uma coisa diversa da deseja-
impedir o resultado; da. Responde como se tivesse atingido o objeto
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da desejado.
ocorrência do resultado. • Erro sobre a pessoa: (error in persona) quando o
agente criminoso desejava atingir uma pessoa e
4.5. Tipicidade atinge outra. Responde como se tivesse atingido a
pessoa desejada.
4.5.1. Conceito de tipo penal
CP, art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual
Consiste na descrição abstrata da conduta humana o crime é praticado não isenta de pena. Não se consid-
feita pormenorizadamente pela lei penal e correspon- eram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima,
dente a um fato criminoso. senão as da pessoa contra quem o agente queria prat-
icar o crime.
4.5.2. Conceito de tipicidade
• Erro na execução: (aberratio ictus) ou desvio de
“É a subsunção, justaposição, enquadramento, amol- golpe. O agente por inabilidade atinge pessoa di-
damento ou integral correspondência de uma con- versa da desejada. Responde como se tivesse at-
duta praticada no mundo real ao modelo descritivo ingido a pessoa desejada.
constante da lei” (Capez).
CP, Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pes-
soa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, re- § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem
sponde como se tivesse praticado o crime contra aque- tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
la, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um
deste Código. a dois terços.
c) Erro provocado por terceiro: Artigo 20, § 2º do CP. a) Conceito: é causa de exclusão da ilicitude da condu-
- Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. ta de quem, não tendo o dever legal de enfrentar uma
situação de perigo atual, a qual não provocou por sua
1.7 - ILICITUDE (ou antijuridicidade) vontade, sacrifica um bem jurídico ameaçado por esse
perigo para salvar outro, próprio ou alheio, cuja perda
5.1. Conceito não era razoável exigir (Capez).
Parágrafo único - O agente, em qualquer das a) Conceito: é causa de exclusão da ilicitude que con-
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso siste em repelir injusta agressão, atual ou iminente, a
ou culposo. direito próprio ou alheio, usando moderadamente dos
meios necessários (Capez). Autêntica ou real.
5.2.1. Estado de necessidade (JUSTIFICANTE) b) Excesso: artigo 23, parágrafo único, CP.
c) Legítima defesa putativa: ocorre quando o agente,
CP, Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade agindo em erro, supõe estar acobertado por uma ex-
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que cludente de ilicitude. Se o erro for inevitável, exclui o
não provocou por sua vontade, nem podia de outro dolo e a culpa e o agente fica isento de pena. Sendo
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, evitável, responde a título de culpa.
DIREITO PENAL
12
• contra agressão injusta de inimputável “É a capacidade de a pessoa entender que o fato é ilíci-
• contra multidão to e de agir de acordo com esse entendimento” (Celso
• contra agressão acobertada por excludente de CUL- Delmanto).
PABILIDADE
• legítima defesa real contra putativa (sucessiva) 6.3.1. Causas de exclusão da imputabilidade (o
• legítima defesa putativa contra putativa agente será considerado INIMPUTÁVEL e, portanto,
• legítima defesa real contra legítima defesa excessiva será isento de pena).
• nas relações conjugais
a) Menoridade penal (critério biológico)
Não é cabível a legítima defesa:
b) Doença mental (critério biopsicológico) que retire
• contra legítima defesa (recíproca) por completo o discernimento do indivíduo.
• contra a simples provocação
Obs: Equiparam-se à doença mental os casos de em-
5.2.3. Estrito cumprimento do dever legal briaguez patológica (dependência patológica).
a) Conceito: é causa excludente de ilicitude que con- c) Desenvolvimento mental incompleto (surdo-mudo
siste na realização de um fato típico, por força do de- não alfabetizado e o índio não “civilizado”) ou retarda-
sempenho de uma obrigação imposta por lei. Deve ser do (portadores da Síndrome de Down).
dentro dos limites da lei, pois, os excessos cometidos
pelos agentes poderão constituir crime de abuso de OBS: presente uma dessas situações (doença mental,
autoridade ou outros delitos. desenvolvimento mental incompleto ou retardado),
Ex: prisão em flagrante pelo policial, entrada forçada para que fique excluída a imputabilidade, deve se dar
no domicílio durante o dia com ordem judicial... ao tempo da conduta delituosa a perda total da ca-
pacidade volitiva do agente. A prova da imputabilidade
5.2.4. Exercício regular de um direito nesses casos é fornecida por laudo pericial. Haverá a
aplicação de medida de segurança.
a) Conceito: É a causa de exclusão da ilicitude através
da qual o agente pratica uma conduta que, embora d) Embriaguez completa (que retira por completo o dis-
típica, está prevista como lícita pelo ordenamento ju- cernimento do agente) proveniente de caso fortuito ou
rídico por se tratar de um direito reconhecido pelo or- força maior (acidental ou involuntária)
denamento jurídico.
OBS: Se o agente se embriaga com o intuito de pratic-
Ex: lesões desportivas dentro da regra da modalidade, ar o delito, teremos a embriaguez preordenada que é
castigo moderado no exercício do poder familiar. agravante segundo o CP art. 61, II, l.
DIREITO PENAL
13
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o
dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude
saúde mental ou por desenvolvimento mental incom- do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter
pleto ou retardado não era inteiramente capaz de en- ou atingir essa consciência.
tender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. Não e trata de desconhecimento do texto legal e sim
sua errônea compreensão.
Menores de dezoito anos
Quando inevitável, o erro de proibição exclui a culpabi-
CP, Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penal- lidade, ficando o autor isento de pena; sendo evitável, a
mente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabe- pena será reduzida de 1/6 a 1/3.
lecidas na legislação especial.
DIREITO PENAL
14
CP, Art. 69 - Quando o agente, mediante mais 8.4 Concurso formal ou ideal
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativa- CP, Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só
mente as penas privativas de liberdade em que ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa idênticos ou não, aplicase-lhe a mais grave das
de penas de reclusão e de detenção, executa-se penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas,
primeiro aquela. mas aumentada, em qualquer caso, de um sex-
to até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
Ocorre o concurso material quando o indivíduo, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa
mediante duas ou mais condutas (ações ou e os crimes concorrentes resultam de desígnios
omissões, dolosas ou culposas) pratica dois ou autônomos, consoante o disposto no artigo an-
mais crimes. terior.
A vinculação entre os crimes se dá através da Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a
identidade do autor. que seria cabível pela regra do art. 69 deste Códi-
go.
DIREITO PENAL
16
Parágrafo único - Não poderá a pena exced- OBS: Multas no concurso de crimes
er a que seria cabível pela regra do art. 69
deste Código. CP, Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de
multa são aplicadas distinta e integralmente.
8.5 Crime continuado
ando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta Apostila Impressa - Escaneie o QR Code para acessar o conteúdo
social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de
um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, até o triplo, observadas as regras do
parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Códi-
go. (CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO)
• Investigação Criminal
• Ação Penal
Papel da Polícia
(Disposições Preliminares do Código de Processo Pe- Polícia Administrativa (de segurança) – caráter preven-
nal) tivo e ostensivo.
I - os tratados, as convenções e regras de direito in- Ex: Polícia Civil e Polícia Federal.
ternacional;
CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da
República, dos ministros de Estado, nos crimes cone- “É o conjunto de diligências realizadas pela po- lícia
xos com os do Presidente da República, e dos minis- judiciária para a apuração de uma infração penal e sua
tros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de res- autoria.”
ponsabilidade
Tourinho Filho
III - os processos da competência da Justiça Mil- itar;
“Procedimento administrativo preliminar, presi- dido
IV - os processos da competência do tribunal es- pe- por delegado de carreira, que visa determi- nar autoria
cial e materialidade do fato criminoso.”
A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem Natureza Jurídica do Inquérito Policial
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigên-
cia da lei anterior. • Procedimento administrativo
• Caráter informativo
A lei processual penal admitirá interpretação ex- ten- • Preparatório para ação penal.
siva e aplicação analógica, bem como o suple- mento
dos princípios gerais de direito.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
2
Inquéritos nos crimes praticados por magistrados e • Nos crimes de ação penal pública incondicio- nada.
promotores.
Indisponibilidade –
• Apurado pelo órgão de cúpula de cada carreira
(LOMAN e LONMP) • Uma vez iniciado o IP, deve ser conduzido até o
fim.
Inquéritos envolvendo autoridades que gozam de • O DEPOL não pode arquivar IP.
foro por prerrogativa de função.
Inquisitivo –
• Investigação é feita no Tribunal do foro privilegia-
do. • Não há contraditório e nem ampla defesa.
• Permite agilidade nas investigações.
Investigações particulares – • Não pode o Juiz decidir com base apenas no IP.
• Não há acusação, logo, não há nem autor, nem
Investigação a cargo do Ministério Público: acusado
• O DEPOL deve atender requisições de Juízes e Pro- Crimes contra a economia 10 dias 10 dias
popular
motores.
• Requerimento do ofendido (caso seja indefe- rido X - colher informações sobre a existência de filhos,
cabe recurso para o Chefe de Polícia) respectivas idades e se possuem alguma deficiência e
• Requisição do Juiz, do MP ou do MJ. o nome e o contato de eventual responsável pelos cui-
• Auto de Prisão em flagrante dados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
• Portaria
• Incomunicabilidade do preso Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
• Reprodução simulada dos fatos. praticada de determinado modo, a autori- dade poli-
• Indiciamento / Desindiciamento cial poderá proceder à REPRODUÇÃO SIMULADA DOS
• Indiciado menor FATOS, desde que esta não con- trarie a moralidade ou
• Encerramento a ordem pública.
• Não deve o DEPOL fazer juízo de valor no re- la-
tório final (Exceção: Nova lei de drogas – o DEPOL O investigado não está obrigado a participar des- ta
deve justificar as razões que o levaram a classifi- diligência, pois não é obrigado a produzir pro- va con-
cação do delito.) tra si.
Em se tratando de crimes relacionados ao TRÁFICO DE I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exce-
PESSOAS, o membro do MP ou a au- toridade policial to na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº
poderão requisitar, mediante autorização judicial, às 13.964, de 2019) (Vigência)
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
e/ou telemáti- ca que disponibilizem imediatamente II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indi-
os dados (meios técnicos) que permitam a localização cados pelo Ministério Público como instrumentos,
da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (como produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei nº
sinais, informações e outros). 13.964, de 2019) (Vigência)
Não se permitirá acesso ao conteúdo da co- munica- III - prestar serviço à comunidade ou a entidades pú-
ção, que dependerá de autorização judicial (apenas blicas por período correspondente à pena mínima co-
dados como local aproxima- do em que foi feita a li- minada ao delito diminuída de um a dois terços, em
gação, destinatário, etc.). local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma
do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
Deverá ser fornecido pela prestadora de te- lefonia de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964,
móvel celular por período não supe- rior a 30 dias de 2019) (Vigência)
(renovável uma vez por mais 30 dias). Para períodos
superiores será ne- cessária ordem judicial. IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito poli- dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade públi-
cial ou de quaisquer elementos informativos da mes- ca ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da
ma natureza, o órgão do Ministério Público comuni- execução, que tenha, preferencialmente, como função
cará à vítima, ao investigado e à autoridade policial proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
e encaminhará os autos para a instância de revisão aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela
ministerial para fins de homologação, na forma da lei. Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não con- indicada pelo Ministério Público, desde que propor-
cordar com o arquivamento do inquérito policial, po- cional e compatível com a infração penal imputada.
derá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
comunicação, submeter a matéria à revisão da instân-
cia competente do órgão ministerial, conforme dis- § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito
puser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº a que se refere o caput deste artigo, serão considera-
13.964, de 2019) (Vigência) das as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao
caso concreto. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em (Vigência)
detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão
do arquivamento do inquérito policial poderá ser pro- § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica
vocada pela chefia do órgão a quem couber a sua re- nas seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei nº 13.964,
presentação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de de 2019) (Vigência)
2019) (Vigência)
I - se for cabível transação penal de competência dos
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; (Incluí-
o investigado confessado formal e circunstancialmen- do pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
te a prática de infração penal sem violência ou grave
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, II - se o investigado for reincidente ou se houver ele-
o Ministério Público poderá propor acordo de não mentos probatórios que indiquem conduta criminal
persecução penal, desde que necessário e suficiente habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignifi-
para reprovação e prevenção do crime, mediante as cantes as infrações penais pretéritas; (Incluído pela Lei
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternati- nº 13.964, de 2019) (Vigência)
vamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
gência)
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipula-
anteriores ao cometimento da infração, em acordo de das no acordo de não persecução penal, o Ministério
não persecução penal, transação penal ou suspensão Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua
condicional do processo; e (Incluído pela Lei nº 13.964, rescisão e posterior oferecimento de denúncia. (Incluí-
de 2019) (Vigência) do pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência § 11. O descumprimento do acordo de não persecu-
doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher ção penal pelo investigado também poderá ser uti-
por razões da condição de sexo feminino, em favor lizado pelo Ministério Público como justificativa para
do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- o eventual não oferecimento de suspensão condicio-
gência) nal do processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formali-
zado por escrito e será firmado pelo membro do Mi- § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de
nistério Público, pelo investigado e por seu defensor. não persecução penal não constarão de certidão de
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) antecedentes criminais, exceto para os fins previstos
no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecu- 13.964, de 2019) (Vigência)
ção penal, será realizada audiência na qual o juiz de-
verá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva § 13. Cumprido integralmente o acordo de não perse-
do investigado na presença do seu defensor, e sua le- cução penal, o juízo competente decretará a extinção
galidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- de punibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
gência) (Vigência)
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Pú-
ou abusivas as condições dispostas no acordo de não blico, em propor o acordo de não persecução penal,
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério o investigado poderá requerer a remessa dos autos
Público para que seja reformulada a proposta de acor- a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.
do, com concordância do investigado e seu defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
• Não exige ordem escrita do Juiz, porque o fato Crime de ação penal privada e pública condicionada.
ocorre de inopino.
Deve haver uma manifestação da vontade do legiti-
• É ato administrativo na origem e ato judicial no mado.
final.
Infração de menor potencial ofensivo
ESPÉCIES DE FLAGRANTE
Sujeitos do Flagrante
Flagrante próprio, propriamente dito, real ou ver-
dadeiro. Sujeito ativo – aquele que efetua a prisão.
• O agente é preso cometendo o crime ou quando Condutor – aquele que apresenta o preso a autori-
acaba de cometê-lo. dade.
Flagrante impróprio, irreal ou quase-flagrante. Sujeito passivo – qualquer pessoa que for presa.
Membros do MP - só por crime inafiançável. (comu- § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a
nicação e apresentação do membro do MP ao Procu- requerimento das partes ou, quando no curso da inves-
rador Geral de Justiça) tigação criminal, por representação da autoridade po-
licial ou mediante requerimento do Ministério Público.
Menores de 18 anos (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Quando houver risco dessa comunicação inviabilizar a § 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a pri-
medida, teremos o CONTRADITÓRIO DIFERIDO, ou são por qualquer meio de comunicação, do qual de-
seja, a parte contrária poderá se defender depois que verá constar o motivo da prisão, bem como o valor da
a medida já foi decretada. fiança se arbitrada.
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
inviolabilidade do domicílio. tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição,
as precauções necessárias para averiguar a autentici-
Art. 289. Quando o acusado estiver no território na- dade desta.
cional, fora da jurisdição do juiz processante, será de-
precada a sua prisão, devendo constar da precatória o
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do
separadas das que já estiverem definitivamente con- parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
denadas, nos termos da lei de execução penal. gência)
Parágrafo único. O militar preso em flagrante de- lito, § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou
após a lavratura dos procedimentos legais, será reco- que integra organização criminosa armada ou milícia,
lhido a quartel da instituição a que pertencer, onde fi- ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá
cará preso à disposição das autoridades competentes.” denegar a liberdade provisória, com ou sem medi-
das cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se (Vigência)
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idô-
ou à pessoa por ele indicada. nea, à não realização da audiência de custódia no
prazo estabelecido no caput deste artigo responde-
Regra Constitucional. Acréscimo do Ministério Público. rá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realiza-
ção da prisão, será encaminhado ao juiz competente § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o de-
o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não curso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a
informe o nome de seu advogado, cópia integral para não realização de audiência de custódia sem motiva-
a Defensoria Pública. ção idônea ensejará também a ilegalidade da prisão,
a ser relaxada pela autoridade competente, sem pre-
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, me- juízo da possibilidade de imediata decretação de pri-
diante recibo, a nota de culpa, assinada pela autorida- são preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os (Vigência)
das testemunhas.
Recebendo em suas mãos o auto de prisão em fla-
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, grante, o juiz poderá:
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após
a realização da prisão, o juiz deverá promover audiên- • relaxar o flagrante (quando se tratar de um fla-
cia de custódia com a presença do acusado, seu advo- grante irregular. Exemplo: flagrante prepa- rado,
gado constituído ou membro da Defensoria Pública e flagrante forjado etc.)
o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o
juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela • conceder liberdade provisória (com ou sem fiança)
Lei nº 13.964, de 2019)
• NOVIDADE: converter a prisão em flagrante em
I - relaxar a prisão ilegal; ou prisão preventiva. Antes da nova lei, a prisão em
flagrante perduraria durante o processo. Agora, o
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, juiz pode convertê-la em preventiva.
quando presentes os requisitos constantes do art. 312
deste Código, e se revelarem inadequadas ou insufi- A regra da liberdade provisória sem fiança concedida
cientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou aos casos de excludente da ilicitude continua no orde-
namento jurídico brasileiro.
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagran- do processo penal, caberá a prisão preventiva decreta-
te, que o agente praticou o fato em qualquer das con- da pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do
dições constantes dos incisos I, II ou III do caput do querelante ou do assistente, ou por representação da
art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, de 2019)
conceder ao acusado liberdade provisória, mediante
termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
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Prova da existência do crime – materialidade do de- Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
lito. admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos cri-
mes dolosos punidos com pena privativa de liberdade
Indícios suficientes de autoria – o indivíduo deve ser máxima superior a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido
suspeito do crime. condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado; ressalvado o disposto no artigo 64,
Hipóteses de decretação Garantia da ordem públi- I, CP (se entre o cumprimento da pena e o novo crime
ca: já se passaram mais de 5 anos).
• Objetiva impedir que o agente continue a delin- III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
quir no transcorrer da instrução penal. contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo
• Não pode servir para preservar a integridade do ou pessoa com deficiência, para garantir a execução
agente. das medidas protetivas de urgência;
• Serve para impedir que a agente destrua provas, § 1º Também será admitida a prisão preventiva quan-
ameace testemunhas, ou comprometa de qual- do houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa
quer maneira a busca da verdade. ou quando esta não fornecer elementos suficientes
para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado ime-
Garantia da aplicação da lei penal: diatamente em liberdade após a identificação, salvo se
outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
• Serve para evitar que o agente fuja. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Garantia da ordem econômica:
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preven-
• Serve para evitar que o agente solto continue a tiva com a finalidade de antecipação de cumprimento
ameaçar a ordem econômica. de pena ou como decorrência imediata de investiga-
ção criminal ou da apresentação ou recebimento de
Descumprimento de Medidas Cautelares: denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada • Prisão preventiva só pode ser decretada em crimes
como garantia da ordem pública, da ordem econômi- DOLOSOS com pena máxima superior a 4 anos.
ca, por conveniência da instrução criminal ou para as-
segurar a aplicação da lei penal, quando houver prova
da existência do crime e indício suficiente de autoria e
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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• Também pode ser decretada se o agente foi con- (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
denado por outro crime doloso – lembrando da
ressalva. III - invocar motivos que se prestariam a justificar qual-
quer outra decisão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Por fim, cabe preventiva se o crime envolver violência 2019) (Vigência)
doméstica e familiar contra a mulher, criança, adoles-
cente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
garantir a execução das medidas protetivas de urgên- processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
cia. adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)
• NOVIDADE: também cabe a prisão preventi-
va quando houver dúvida sobre a identidade do V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
agente. Nesse caso, parece ter sido revogada par- súmula, sem identificar seus fundamentos determi-
cialmente a lei de prisão temporária (lei 7.960/89) nantes nem demonstrar que o caso sob julgamento
que permitia a prisão temporária em caso de não se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei nº
conhecimento da identidade do agente. Em vez 13.964, de 2019) (Vigência)
de prisão temporária, agora pode ser decretada a
prisão preventiva. VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurispru-
dência ou precedente invocado pela parte, sem de-
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será monstrar a existência de distinção no caso em julga-
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes mento ou a superação do entendimento. (Incluído
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições pela Lei nº 13.964, de 2019)
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
Decreto - Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI 7.960/89)
Código Penal.
Caberá apenas na fase de Inquérito policial.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Só pode ser decretada pelo juiz, mediante representa-
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou dene- ção da autoridade policial ou requerimento do Minis-
gar a prisão preventiva será sempre motivada e fun- tério Público.
damentada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência) HIPÓTESES DE CABIMENTO
Regra geral: 5 dias + 5 dias (o juiz deve ouvir o Minis- § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou
tério Público quando a autoridade policial requerer a mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter
prorrogação da prisão) sido a infração consumada ou tentada nas divisas de
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á
Crimes hediondos e assemelhados (tráfico, pela prevenção.
terrorismo e tortura): 30 dias + 30 dias Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou perma-
nente, praticada em território de duas ou mais jurisdi-
PROCEDIMENTO ções, a competência firmar-se-á pela prevenção.
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas pratica- § 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do pro-
das para facilitar ou ocultar as outras, ou para conse- cesso, se, em relação a algum coréu, sobrevier o caso
guir impunidade ou vantagem em relação a qualquer previsto no art. 152.
delas;
§ 2o A unidade do processo não importará a do jul-
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer gamento, se houver coréu foragido que não possa ser
de suas circunstâncias elementares influir na prova de julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
outra infração.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos
Art. 77. A competência será determinada pela conti- quando as infrações tiverem sido praticadas em cir-
nência quando: cunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou,
quando pelo excessivo número de acusados e para
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro
infração; motivo relevante, o juiz reputar conveniente a sepa-
ração.
II - no caso de infração cometida nas condições pre-
vistas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Art. 81. Verificada a reunião dos processos por co- I - os seus ministros, nos crimes comuns;
nexão ou continência, ainda que no processo da sua
competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos
sentença absolutória ou que desclassifique a infração com os do Presidente da República;
para outra que não se inclua na sua competência, con-
tinuará competente em relação aos demais processos. III - o procurador geral da República, os desembar-
gadores dos Tribunais de Apelação, os ministros do
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros di-
competência por conexão ou continência, o juiz, se plomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou ab-
solver o acusado, de maneira que exclua a competên- Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de
cia do júri, remeterá o processo ao juízo competente. Apelação o julgamento dos governadores ou inter-
ventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Dis-
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, fo- trito Federal, seus respectivos secretários e chefes de
rem instaurados processos diferentes, a autoridade de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Minis-
jurisdição prevalente deverá avocar os processos que tério Público.
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem
com sentença defi- nitiva. Neste caso, a unidade dos DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de
soma ou de unificação das penas. Art. 88. No processo por crimes praticados fora do ter-
ritório brasileiro, será competente o juízo da Capital
COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO do Estado onde houver por último residido o acusado.
Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção o juízo da Capital da República.
toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igual-
mente competentes ou com jurisdição cumulativa, um Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarca-
deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ção nas águas territoriais da República, ou nos rios e
ato do processo ou de medida a este relativa, ainda lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações
que anterior ao oferecimento da denúncia ou da quei- nacionais, em alto mar, serão processados e julgados
xa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar
a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do
COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO País, pela do último em que houver tocado.
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave
do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de nacional, dentro do espaço aéreo correspondente
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de ao território brasileiro, ou ao alto mar, ou a bordo de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamen- aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo corres-
te às pessoas que devam responder perante eles por pondente ao território nacional, serão processados e
crimes comuns e de responsabilidade. (Redação dada julgados pela justiça da comarca em cujo território se
pela Lei nº 10.628, de 24.12.2002) verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de
onde houver partido a aeronave.
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em
que forem querelantes as pessoas que a Constitui- Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo
ção sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a com-
e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá petência se firmará pela prevenção.
o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da
verdade.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
alguma coisa senão em virtude de lei; adotará, entre outras, as seguintes:
6. HABEAS CORPUS E SEU CUIDADO! O Juiz não pode impetrar HC, mas pode
concedê-lo sem que haja pedido (de ofício). Paciente
PROCESSO – É aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC
(Impetrante e paciente podem ser, portanto, a mesma
pessoa).
Sujeitos do HC
7. DO JUIZ, DO MINISTÉ- Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no
mesmo processo os juízes que forem entre si parentes,
RIO PÚBLICO, DO ACU- consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até
o terceiro grau, inclusive.
SADO E DEFENSOR, DOS
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer,
ASSISTENTES E AUXILIA- poderá ser recusado por qualquer das partes:
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pro- Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
nunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüí- forma estabelecida neste Código; e
neo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro
grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado II - fiscalizar a execução da lei.
no feito.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcio- Art. 265. O defensor não poderá abandonar o proces-
narão nos processos em que o juiz ou qualquer das so senão por motivo imperioso, comunica do previa-
partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou mente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, in- (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais san-
clusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, ções cabíveis.
as prescrições relativas à suspeição e aos impedimen-
tos dos juízes. § 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo jus-
tificado, o defensor não puder comparecer.
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusa- a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não
do com o seu verdadeiro nome ou outros qualificati- determinará o adiamento de ato algum do processo,
vos não retardará a ação penal, quando certa a identi- devendo nomear defensor substituto, ainda que pro-
dade física. A qualquer tempo, no curso do processo, visoriamente ou só para o efeito do ato.
do julgamento ou da execução da sentença, se for
descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, Art. 266. A constituição de defensor independerá de
por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos instrumento de mandato, se o acusado o indicar por
atos precedentes. ocasião do interrogatório.
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão
o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro como defensores os parentes do juiz.
ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade
poderá mandar conduzi-lo à sua presença. DOS ASSISTENTES
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá
de condução, os requisitos mencionados no art. 352, intervir, como assistente do Ministério Público, o ofen-
no que Ihe for aplicável. dido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer
das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou fora-
gido, será processado ou julgado sem defensor. Art. 269. O assistente será admitido enquanto não
passar em julgado a sentença e receberá a causa no
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada estado em que se achar.
por defensor público ou dativo, será sempre exercida
através de manifestação fundamentada. Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá in-
tervir como assistente do Ministério Público.
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o
defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo libelo e os articulados, participar do debate oral e ar-
tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo razoar os recursos interpostos pelo Ministério Público,
defender-se, caso tenha habilitação. ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será DOS ASSISTENTES
obrigado a pagar os honorários do defensor dativo,
arbitrados pelo juiz. Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá
intervir, como assistente do Ministério Público, o ofen-
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e soli- dido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer
citadores serão obrigados, sob pena de multa de cem das pessoas mencionadas no Art. 31.
a quinhentos mil réis, a prestar seu patrocínio aos acu-
sados, quando nomeados pelo Juiz. Art. 269. O assistente será admitido enquanto não
passar em julgado a sentença e receberá a causa no
estado em que se achar.
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Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá in- c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não
tervir como assistente do Ministério Público. seja feita, nos prazos estabelecidos.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios Art. 278. No caso de não comparecimento do perito,
de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua
libelo e os articulados, participar do debate oral e ar- condução.
razoar os recursos interpostos pelo Ministério Público,
ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598. Art. 279. Não poderão ser peritos:
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acer- I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito
ca da realização das provas propostas pelo assistente. mencionada nosns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
d) Da autoritariedade: o promotor de justiça (ou o pro- Em caso de morte ou declaração de ausência da víti-
curador da república, na esfera federal), órgão da per- ma, o direito de representar passa ao cônjuge (incluí-
secução criminal, é autoridade pública. da a companheira), ascendentes, descendentes ou aos
irmãos. (C.A.D.I.)
e) Da oficiosidade: a ação penal pública incondiciona-
da não carece de qualquer autorização para instaurar- A representação não é ordem nem vincula o pro- mo-
-se, devendo o Ministério Público atuar ex officio. tor de justiça, que pode, inclusive, em sua peça acu-
satória, enquadrar a conduta delituosa em dispositivo
f) Da indivisibilidade: o parquet tem o dever de ofertar legal diverso daquele eventual- mente apontado pela
a denúncia em face de todos os envolvidos na prática vítima, ou até mesmo, em assim entendendo, promo-
da infração penal. ver o arquivamento.
A representação, ofertada pela vítima, por seu repre- Prazo para oferecimento: pode ser apresentada a qual-
sentante ou por procurador com poderes especiais quer tempo, enquanto a infração não estiver prescrita.
(não precisa ser advogado), pode ser destinada à au-
toridade policial, ao Ministério Público ou ao próprio Prevalece que a retratação não é cabível, pois revela-
juiz. ria fragilidade do Estado brasileiro. (há divergência na
doutrina)
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Ausência de vinculação do Ministério Público: a requi- O perdão tem por consequência a extinção da puni-
sição não é ordem nem vincula o promotor de justiça, bilidade (art. 107, V, CP), mas precisa ser aceito pelo
que pode, inclusive, em sua peça acusatória, enqua- imputado (ato bilateral), senão não operará efeitos.
drar a conduta delituosa em dispositivo legal diverso
daquele eventualmente apontado pelo Ministro da Oferecido o perdão mediante declaração nos autos,
Justiça, ou até mesmo, em assim entendendo, promo- o demandado será intimado para dizer se concorda,
ver o arquivamento. dentro de 3 dias. Se nada disser, o silêncio implica em
acatamento.
Se não forem contemplados todos os criminosos, po-
derá o Ministério Público, de pronto, denunciar os que c) Da indivisibilidade: o particular, ao optar pelo pro-
não foram enquadrados, sem a necessidade de adita- cessamento dos autores da infração, deve fazê-lo em
mento pelo Ministro da Justiça. detrimento de todos os envolvidos.
AÇÃO PENAL PRIVADA - Nas infrações penais que c) Subsidiária da pública ou supletiva: ocorre diante da
ofendem principalmente a intimidade da vítima, a per- inércia do MP, que, nos prazos legais, deixa de atuar,
secução criminal é transferida excepcionalmente ao não promovendo a denúncia.
particular que atua em nome próprio, na tutela de in-
teresse alheio ( jus puniendi do Estado). (Queixacrime). Prazos para oferta da queixa crime Regra geral: deve
ser ofertada no prazo de seis meses contados do co-
O exercício do direito de ação cabe ao ofendido ou ao nhecimento da autoria da infração.
seu representante legal.
Perempção - desídia do querelante que já exerceu o
No caso de morte ou declaração de ausência da víti- direito de ação, sendo uma sanção processual ocasio-
ma, o direito de ação transfere-se para: C.A.D.I. nada pela inércia na condução da ação privada (extin-
ção da punibilidade)
Princípios informadores
Art. 60. Nos casos em que somente se procede me-
a) Da oportunidade ou conveniência: é facultado à ví- diante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
tima decidir entre ofertar ou não a ação. Caso a vítima
não exerça o direito de ação, teremos: a decadência I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de pro-
em caso de omissão e a renúncia em caso da prática mover o andamento do processo durante 30 dias se-
de ato incompatível com a vontade de ver processado guidos;
o infrator ou pela declaração expressa nesse sentido.
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua Momento - Pode ocorrer tanto na fase investigatória
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosse- quanto na fase de instrução do processo criminal.
guir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, Obrigatoriedade - O exame de corpo de delito é, em
ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o quere- regra, obrigatório nos crimes que deixam vestígios
lante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a (crimes não transeuntes). Caso tenham desaparecido
qualquer ato do processo a que deva estar presente, os vestígios, a prova testemunhal pode suprir a falta
ou deixar de formular o pedido de condenação nas (para a jurisprudência, qual- quer prova pode!).
alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pes-
soa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. OBS.: O exame de corpo de delito está dispensado
no caso de infrações de menor potencial ofensivo,
PANORAMA GERAL desde que a inicial acusatória esteja acompanhada de
boletim médico, ou prova equivalente, atestando o
fato.
Formalidades:
Momento - Existe variação quanto ao momento em OBS.: No julgamento dos processos do Júri, as per-
que ocorrerá, a depender do procedimento que seja guntas serão realizadas diretamente pela acusação e
adotado: pela defesa ao interrogando (art. 474, § 1° do CPP). Já
as perguntas feitas eventualmente pelos jurados se-
Procedimento comum ordinário e sumário, rito da guem o sistema presidencialista (art. 474, § 2° do CPP).
Lei 9.099/95 e procedimento relativo aos cri- mes
de competência do Tribunal do Júri – Será realizado Procedimento
após a produção da prova oral na au- diência.
Presença do defensor - O interrogatório do réu será
Procedimento previsto para os crimes da Lei de Dro- realizado obrigatoriamente na presença de seu advo-
gas e abuso de autoridade – Será realizado antes da gado, sendo-lhe assegurado o direito de entrevista
instrução criminal (Trata-se de previsão que não é in- prévia e reservada com este.
constitucional, segundo STJ).
Direito ao silêncio - No interrogatório o réu terá di-
Características reito, ainda, a ficar em silêncio (não se aplica à etapa
de qualificação do acusado). O silêncio não importa
Obrigatoriedade – Basta a intimação do réu. Se ele confissão e não pode ser interpretado em preju-
não quiser comparecer, não está obrigado. Parte da ízo da defesa. Essa garantia deve ser informada ao
Doutrina sustenta que ele estaria obrigado a compa- acusado antes do seu interrogatório. A ausência dessa
recer para, pelo menos, responder às perguntas sobre advertência gera nulidade RELATIVA (STJ).
sua qualificação.
Etapas - Possui duas fases. Na primeira o réu respon-
2) Ato personalíssimo do réu - Somente o réu pode de às perguntas sobre sua pessoa (art. 187, § 1° do
prestar seu depoimento, não podendo ser tomado seu CPP). Na segunda parte, responde às perguntas acer-
interrogatório mediante procuração. ca do fato (art. 187, § 2° do CPP). Antes disso, porém,
existe a etapa de QUALIFICAÇÃO do acusado.
3) Oralidade - Em regra, o interrogatório deve se dar
mediante formulação de perguntas e apresentação de Segundo interrogatório? É possível, a qualquer tempo,
respostais orais. No entanto, isso sofre mitigação no de ofício ou a requerimento das partes, não impor-
caso de surdos, mudos, surdos-mudos e estrangeiros. tando se se trata do mesmo Juiz que anteriormente
interrogou o réu.
4) Publicidade - Em determinados casos, pode o Juiz
determinar a limitação da publicidade do ato. Interrogatório por meio de Videoconferência
5) Individualidade - Se existirem dois ou mais réus, Cabimento - Essa possibilidade só existe no caso de
o CPP determina que cada um seja ouvido individual- se tratar de réu preso e somente poderá ser realizada
mente (art. 191 do CPP), não podendo, inclusive, que EXCEPCIONALMENTE.
um presencie o interrogatório do outro.
Procedimento - A realização de interrogatório por
6) Faculdade de formulação de perguntas pela acu- videoconferência deve assegurar, no que for compa-
sação e pela defesa - O Juiz deve permitir que, após tível, todas as garantias do interrogatório presencial,
a realização de suas perguntas, cada parte (primeiro só podendo ser realizada quando o Juiz não puder
a acusação, depois a defesa), formulem perguntas ao comparecer ao local onde o preso se encontra, e para
interrogando, caso queiram. atender às seguintes finali- dades:
Permanece o sistema presidencialista: as perguntas • Prevenir risco à segurança pública, quando exista
são formuladas ao Juiz, que as direciona ao interro- fundada suspeita de que o preso integre organi-
gando, podendo, inclusive, indeferir as perguntas que zação criminosa ou de que, por outra razão, possa
forem irrelevantes ou impertinentes, ou, ainda, aque- fugir durante o deslocamento
las que já tenham eventualmente sido respondidas.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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• Viabilizar a participação do réu no referido ato Divisível - Porque o Juiz pode considerar válida a con-
processual, quando haja relevante dificuldade fissão em relação a apenas algumas de suas partes, e
para seu comparecimento em juízo, por enfermi- falsa em relação a outras.
dade ou outra circunstância pessoal
OBS.: O STF entende que se o réu se retrata em Juízo
• Impedir a influência do réu no ânimo de teste- da confissão feita em sede policial, não será aplicada
munha ou da vítima, desde que não seja possível a atenuante genérica da confissão, salvo se, mesmo
colher o depoimento destas por videoconferência diante da retratação, a confissão em sede policial foi
levada em consideração para a sua condenação.
Responder à gravíssima questão de ordem pública
OBS.: A confissão qualificada também gera aplicação
Presença do defensor - No interrogatório por vide- da atenuante genérica.
oconferência, para que seja assegurado o direito do
acusado de ter o advogado presente, deve haver um OITIVA DO OFENDIDO
advogado junto ao preso e outro junto ao Juiz.
Conceito - Permite ao magistrado ter contato efetivo
CONFISSÃO com a pessoa que mais sofreu as consequências do
delito, de forma a possibilitar o mais preciso alcance
Conceito - Meio de prova através do qual o acusado de sua extensão.
reconhece a prática do fato que lhe é imputado.
Natureza – O ofendido NÃO É TESTEMUNHA, pois
Requisitos: testemunha é um terceiro que não participa do fato.
O ofendido participa do fato, na qualidade de sujeito
Requisitos intrínsecos: passivo.
• Verossimilhança das alegações do réu aos fatos, OBS.: Pode ser conduzido coercitivamente para pres-
• A clareza do réu na exposição dos motivos, tar suas declarações.
• Coincidência com o que apontam os demais
meios de prova OBS.: Caso preste depoimento falso, NÃO responde
por falso testemunho, pois não é testemunha (STJ -
Requisitos extrínsecos (ou formais): AgRg no REsp 1125145/RJ)
• Pessoalidade - Não se pode ser feita por pro- A vítima tem direito ao silêncio? Prevalece que sim,
curador mas é controvertido.
• Caráter expresso - Não se admite confissão tácita
no Processo Penal, devendo ser manifestada e re- PROVA TESTEMUNHAL
duzida a termo
• Oferecimento perante o Juiz COMPETENTE Espécies
• Espontaneidade - Não pode ser realizada sob co-
ação • Testemunha referida – É aquela que, embora não
• Capacidade do acusado para confessar - Deve es- tenha sido arrolada por nenhuma das partes, foi
tar no pleno gozo das faculdades mentais citada por outra testemunha em seu depoimento.
OBS.: Não possui valor absoluto, devendo ser valora- • Testemunha judicial – É aquela que é inquirida
da pelo Juiz da maneira que reputar per- tinente. pelo Juiz sem ter sido arrolada por qualquer das
partes.
Retratação e divisibilidade - A confissão é retratável
e divisível: • Testemunha própria – É aquela que presta depoi-
mento sobre o fato objeto da ação penal, podendo
Retratável - Porque o réu pode, a qualquer momento, ser direta (quando presenciou o fato) ou indireta
voltar atrás e retirar a confissão. (quando apenas ouviu dizer sobre os fatos).
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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• Regra geral (do procedimento comum ordinário) NÃO! Apenas ficará atento para não dar valor “de-
– 08 testemunhas mais” ao depoimento desta testemunha suspeita.
O número de testemunhas será definido para cada 1) Oralidade – A prova testemunhal é, em regra, oral.
fato. Além disso, esse é o número para cada réu. Entretanto, é possível à testemunha a consulta a bre-
ves apontamentos escritos (art. 204 do CPP). Algumas
Quem pode ser testemunha? Regra – Qualquer pessoa pessoas, no entanto, podem optar por oferecer de-
poimento oral ou escrito (Presidente, Vice-Presidente,
Os menores de 14 anos, por exemplo, não são apenas etc.).
informantes? Como podem ser testemunhas? A Dou-
trina diferencia testemunhas e informantes, de acordo OBS.: Os mudos, surdos e surdosmudos podem depor
com o fato de estarem ou não compromissadas. No de forma escrita.
entanto, o CPP trata ambos como testemunhas, cha-
mando as primeiras de testemunhas compromissadas, 2) Objetividade – A testemunha deve depor objeti-
e as segundas testemunhas não compromissadas. vamente sobre o fato, não lhe sendo permitido tecer
considerações pessoais sobre os fatos.
A testemunha não compromissada pode faltar com a
verdade? Mesmo a testemunha não compromissada 3) Individualidade (incomunicabilidade) – As teste-
não pode faltar com a verdade, sob pena de falso tes- munhas serão ouvidas individualmente, não podendo
temunho (STJ - HC 192659/ES). uma ouvir o depoimento da outra.
Momento - Pode ser produzida a qualquer tempo pe- Indícios x presunções legais
las partes, salvo nos casos em que a lei expressamente
veda sua produção fora de um determinado momen- Os indícios apenas induzem uma conclusão mais ou
to. menos lógica
Produção pelo Juiz - O Juiz também pode determinar As presunções legais são situações nas quais a lei es-
a produção de prova documental, se tiver notícia de tabelece que são verdadeiros determinados fatos, se
algum documento importante. outros forem verdadeiros.
• Dos fatos ocorridos na presença da autoridade Momento - A Busca e apreensão pode ocorrer na fase
que o elaborou judicial ou na fase de investigação policial. Pode ser
• Das declarações de vontade emitidas na presença determinada de ofício ou a requerimen- to do MP, do
da autoridade que lavrou o documento defensor do réu, ou representação da autoridade po-
• Dos fatos e atos nele documentados licial.
Os instrumentos particulares, assinados pelas partes e Busca e apreensão domiciliar - Finalidade (art. 240,
por duas testemunhas, provam as obrigações firmadas §1º do CPP)
entre elas. Essa eficácia não alcança terceiros.
• Prender criminosos
VÍCIOS DOS DOCUMENTOS • Apreender coisas achadas ou obtidas por meios
criminosos
Extrínseco – relacionado à inobservância de determi- • Apreender instrumentos de falsificação ou de
nada formalidade para a elaboração do documento. contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos
• Apreender armas e munições, instrumentos uti-
Intrínseco – relacionado à essência, ao conteúdo do lizados na prática de crime ou destinados a fim
próprio ato. delituoso
• Descobrir objetos necessários à prova de infração
ou à defesa do réu
DIREITO PROCESSUAL PENAL
29
• Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao Requisitos - A ordem judicial de busca e apreen- são
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita deve ser devidamente fundamentada, esclarecendo as
de que o conhecimento do seu conteúdo possa FUNDADAS RAZÕES nas quais se baseia.
ser útil à elucidação do fato
• Apreender pessoas vítimas de crimes Mas e se não houver ninguém em casa? O CPP deter-
• Colher qualquer elemento de convicção mina que seja intimado algum vizinho para que pre-
sencie o ato.
OBS.: Trata-se de ROL TAXATIVO, ou seja, não admite
ampliação (doutrina e jurisprudência majoritárias). Mandado - O mandado de busca e apreensão deve
ser o mais preciso possível, de forma a limitar ao estri-
OBS.: Parte da Doutrina entende, ainda, que a previsão tamente necessário a ação da autoridade que realizará
de busca e apreensão de “cartas abertas ou não” não a diligência, devendo especificar claramente o local, os
foi recepcionada pela Constituição, que tutelou, sem motivos e fins da diligência. Deverá, ainda, ser assina-
qualquer ressalva, o sigilo da correspondência. A Dou- do pelo escrivão e pela autoridade que a determinar.
trina majoritária sustenta que a carta aberta pode ser
objeto de busca e apreensão (a carta, uma vez aberta, E no caso de a diligência ter de ser realizada no escri-
torna-se um documento como outro qualquer). tório de advogado?
Jurisdicionalidade - A busca domiciliar só pode ser Nos termos do art. 7°, §6° do Estatuto da OAB, alguns
determinada pela autoridade judiciária (Juiz), em ra- requisitos devem ser observados:
zão do princípio constitucional da inviolabilidade de
domicílio. • Deve haver indícios de autoria e materialida- de
de crime praticado PELO PRÓPRIO ADVOGADO
Execução - Mesmo com autorização judicial, a dili- • Decretação da quebra da inviolabilidade pela au-
gência só poderá ser realizada durante o dia. Conceito toridade Judiciária Competente Decisão funda-
de dia – Há divergência doutrinária e jurisprudencial. mentada
Na jurisprudência prevalece o conceito físicoastronô- • Acompanhamento da diligência por um re- pre-
mico: dia é o lapso de tempo entre o nascer (aurora) e sentante da OAB
o pôr-do-sol (crepúsculo).
BUSCA PESSOAL
Conceito de casa – Qualquer:
Conceito - A busca pessoal é aquela realizada em pes-
• Compartimento habitado soas, com a finalidade de encontrar arma proibida ou
• Aposento ocupado de habitação coletiva determinados objetos
• Compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade. OBS.: Poderá ser determinada pela autoridade policial
e seus agentes, ou pela autoridade judicial.
OBS.: Assim, não é necessário que se trate de local
destinado à moradia, podendo ser, por exemplo, um Requisitos - Deve se basear em FUNDADAS SUSPEI-
escritório ou consultório particular. A inexistência de TAS de que o indivíduo se encontre em alguma das
obstáculos (ausência de cerca ou muro, por exemplo), hipóteses previstas no CPP.
não descaracteriza o conceito.
Busca pessoal em mulher - O CPP determina que a
OBS.: Os veículos, em regra, não são considerados do- busca pessoal em mulher será realizada por outra mu-
micílio, salvo se representarem a habitação de alguém lher, se não prejudicar a diligência:
(Boleia do caminhão, trailer, etc.).
Pode a busca pessoal ser realizada em localidade di-
OBS.: Quartos de hotéis, pousadas, motéis, etc., são versa daquela na qual a autoridade exerce seu poder?
considerados CASA para estes efeitos, quando estive- Em caso de perseguição, tendo esta se iniciado no lo-
rem ocupados. cal onde a autoridade possui “Jurisdição”.
DIREITO CIVIL
1
DIREITO DE CIVIL
4. Bens públicos.
ESTRUTURA DA LINDB
5. Ato jurídico.
1 - Vigência das normas: art. 1º e 2º.
5.1. Fato e ato jurídico. 2 - Obrigatoriedade da norma: art. 3º.
3 - Integração da norma: art. 4º.
6. Negócio jurídico. 4 - Interpretação da norma: art. 5º.
5 - Aplicação da lei no tempo: art. 6º.
6.1. Disposições gerais. 6 - Aplicação da lei no espaço: artigos 7º a 19.
6.2. Classificação, interpretação.
6.3. Elementos.
6.4. Representação, condição.
VIGÊNCIA DAS NORMAS: ART. 1º E 2º
6.5. Termo.
6.6. Encargo. A existência da norma se dá no momento da sua
6.7. Defeitos do negócio jurídico. promulgação. Mas ao existir não significa que a lei
6.8. Validade, invalidade e nulidade do negócio jurídico.
tenha vigência.
6.9. Simulação.
(A Lei C revoga a Lei B, os efeitos da Lei A não serão • 3 - interpretação restritiva: as normas que esta-
restabelecidos.) beleçam privilégio, sanção, renúncia, fiança e aval
se submetem a interpretação restritiva.
»» Art. 2º, § 3º → salvo disposição em contrário, a lei
revogada não se restaura por ter a lei revogadora APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO:
perdido a vigência.
• Art. 6º, LINDB → a Lei em vigor terá efeito ime-
»» O Direito Brasileiro não admite a repristinação diato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
como um instituto, mas aceita que existam efeitos direito adquirido e a coisa julgada.
repristinatórios quando houver expressa disposi-
ção neste sentido. APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO:
• Art. 4º, LINDB → quando a lei for omissa, o juiz 2. PESSOAS NATURAIS
decidirá o caso de acordo com a analogia, os cos-
tumes e os princípios gerais de direito. PERSONALIDADE JURÍDICA - é a aptidão genérica
para se titularizar direitos e contrair obrigações na
O juiz pode determinar à parte interessada que faça ordem jurídica, ou seja, é a qualidade para ser sujeito
prova da EXISTÊNCIA e VIGÊNCIA da lei alegada em de direito.
4 hipóteses:
Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres
na ordem civil.
DIREITO CIVIL
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do tiverem o necessário discernimento para a prática des-
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde ses atos;
a concepção, os direitos do nascituro. (O nascituro
possui o que se chama de personalidade jurídica III- os que, mesmo por causa transitória, não puderem
formal) exprimir sua vontade.
O NACITURO tem uma expectativa de direito, se nas- Atos praticados diretamente por absolutamente inca-
cer com vida os direitos retroagem a sua concepção. paz são NULOS, pois estes deveriam ser REPRESEN-
Embora não tenha personalidade é dotado da chama- TADOS.
da humanidade (tem natureza humana).
ATENÇÃO: a Lei nº 13.146 de 06/07/2015 alterou
Para o direito civil nascer com vida é respirar. Com- o art. 3º do CC/2002, que passou a ter a seguinte
provado que a criança respirou, nem que seja por um redação:
breve momento, houve personalidade.
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pes-
CAPACIDADE: soalmente os atos da vida civil os menores de 16 (de-
zesseis) anos.
É a medida da personalidade.
I – (revogado);
À capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações II – (revogado);
na vida civil se dá o nome de CAPACIDADE DE GOZO III – (revogado).
OU DE DIREITO. Ela é inerente à pessoa humana (sem
isto se perde a qualidade de pessoa), neste sentido ca- Incapacidade relativa:
pacidade tem a mesma significação de personalidade.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou
Esta capacidade de direito pode vir a sofrer algumas à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº
restrições legais (limitações), por causas diversas, no 13.146, de 2015)
seu exercício. À capacidade de exercer por si mesmo
os atos da vida civil se dá o nome de CAPACIDADE DE I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
FATO OU DE EXERCÍCIO. Menores púberes.
Uma pessoa quando nasce, adquire personalidade e II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Reda-
também, por consequência, a capacidade de gozo ou ção dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
de direito, no entanto, ainda não adquire a capacidade
de fato ou de exercício, tendo em vista que um re- III - aqueles que, por causa transitória ou permanen-
cém-nascido não consegue exercer estes direitos por te, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada
conta própria. pela Lei nº 13.146, de 2015)
INCAPACIDADE: IV - os pródigos.
• É a restrição legal para determinados atos da vida Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será re-
civil. gulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei
• Todas as incapacidades estão previstas em lei. nº 13.146, de 2015)
3) Legal –
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
sem dela haver notícia, se não houver deixado repre-
sentante ou procurador a quem caiba administrar-lhe Art. 28. A sentença que determinar a abertura da su-
os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessa- cessão provisória só produzirá efeito cento e oiten-
do ou do Ministério Público, declarará a ausência, e ta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo
nomear-lhe-á curador. que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do
testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará bens, como se o ausente fosse falecido.
curador, quando o ausente deixar mandatário que não
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não ha-
ou se os seus poderes forem insuficientes. vendo interessados na sucessão provisória, cumpre
ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os
poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, ob- § 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado
servando, no que for aplicável, o disposto a respeito para requerer o inventário até trinta dias depois de
dos tutores e curadores. passar em julgado a sentença que mandar abrir a
sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja dos bens do ausente pela forma estabelecida nos
arts. 1.819 a 1.823. (procedimento da herança jacente)
separado judicialmente, ou de fato por mais de dois
anos antes da declaração da ausência, será o seu legí-
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conve-
timo curador.
niente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos
a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do au-
garantidos pela União.
sente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta
ordem, não havendo impedimento que os iniba de
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos
exercer o cargo.
bens do ausente, darão garantias da restituição de-
les, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos prece- quinhões respectivos.
dem os mais remotos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será
juiz a escolha do curador. excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber
sob a administração do curador, ou de outro herdeiro
Da Sucessão Provisória designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
Art. 26. Decorrido UM ANO da arrecadação dos bens § 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge,
do ausente, ou, se ele deixou representante ou pro- uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, po-
curador, em se passando 3 ANOS, poderão os inte- derão, independentemente de garantia, entrar na
ressados requerer que se declare a ausência e se abra posse dos bens do ausente.
provisoriamente a sucessão.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar,
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somen- não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o
te se consideram interessados: ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
I - o cônjuge não separado judicialmente; Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provi-
sórios ficarão Representando ativa e passivamente o
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentá- ausente, de modo que contra eles correrão as ações
rios; pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O DESCENDENTE, ASCENDENTE ou CÔNJU- Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este
GE (o seja, aqueles que não precisam dar garantia para artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado
se imitir nos bens) que for sucessor provisório do promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados
ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos passarão ao domínio do Município ou do Distrito Fe-
dos bens que a este couberem; os OUTROS SUCES- deral, se localizados nas respectivas circunscrições, in-
SORES, porém, deverão capitalizar metade desses corporando-se ao domínio da União, quando situados
frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, em território federal.
de acordo com o representante do Ministério Público,
e prestar anualmente contas ao juiz competente. COMORIÊNCIA:
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar pro- Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mes-
vado que a ausência foi voluntária e injustificada, ma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão si-
frutos e rendimentos. multaneamente mortos.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a exis- Em se tratando de morto, terá legitimação para reque-
tência, depois de estabelecida a posse provisória, ces- rer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevi-
sarão para logo as vantagens dos sucessores nela imi- vente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral
tidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas até o quarto grau.
assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu
dono. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de dispo-
sição do próprio corpo, quando importar diminuição
Da Sucessão Definitiva permanente da integridade física, ou contrariar os
bons costumes.
Art. 37. DEZ ANOS depois de passada em julgado a
sentença que concede a abertura da sucessão pro- O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
visória, poderão os interessados requerer a sucessão transplante, na forma estabelecida em lei especial.
definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a dispo-
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, tam- sição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte,
bém, provando-se que o ausente conta oitenta anos para depois da morte.
de idade, e que de cinco datam as últimas notícias
dele. O ato de disposição pode ser livremente revogado a
qualquer tempo.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes
à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com
descendentes ou ascendentes, aquele ou estes have- risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção
rão só os bens existentes no estado em que se acha- cirúrgica.
rem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os
herdeiros e demais interessados houverem recebido Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendi-
pelos bens alienados depois daquele tempo. dos o prenome e o sobrenome.
DIREITO CIVIL
O nome da pessoa não pode ser empregado por ou- A prova da intenção resultará do que declarar a pes-
trem em publicações ou representações que a expo- soa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para
nham ao desprezo público, ainda quando não haja onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria
intenção difamatória. mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
propaganda comercial.
I. da União, o Distrito Federal;
O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da II. dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
proteção que se dá ao nome. III. do Município, o lugar onde funcione a administra-
ção municipal;
Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administra- IV. das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcio-
ção da justiça ou à manutenção da ordem pública, a narem as respectivas diretorias e administrações,
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a ou onde elegerem domicílio especial no seu esta-
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de tuto ou atos constitutivos.
uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimen-
to e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, lugares diferentes, cada um deles será considerado
ou se se destinarem a fins comerciais. domicílio para os atos nele praticados.
Em se tratando de morto ou de ausente, são partes Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no es-
legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os trangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídi-
ascendentes ou os descendentes. ca, no tocante às obrigações contraídas por cada uma
das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no
A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a Brasil, a que ela corresponder.
requerimento do interessado, adotará as providências
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor públi-
a esta norma. co, o militar, o marítimo e o preso.
Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, Nos contratos escritos, poderão os contratantes es-
cada um deles constituirá domicílio para as relações pecificar domicílio onde se exercitem e cumpram os
que lhe corresponderem. direitos e obrigações deles resultantes.
10
Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatu-
juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear- to poderá instituir categorias com vantagens especiais.
-lhe-á administrador provisório.
A qualidade de associado é intransmissível, se o esta-
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracte- tuto não dispuser o contrário.
rizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão pa-
trimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, Se o associado for titular de quota ou fração ideal do
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir patrimônio da associação, a transferência daquela não
no processo, que os efeitos de certas e determinadas importará, de per si, na atribuição da qualidade de as-
relações de obrigações sejam estendidos aos bens sociado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposi-
particulares dos administradores ou sócios da pessoa ção diversa do estatuto.
jurídica.
A exclusão do associado só é admissível havendo justa
Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada causa, assim reconhecida em procedimento que asse-
a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá gure direito de defesa e de recurso, nos termos previs-
para os fins de liquidação, até que esta se conclua. tos no estatuto.
Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver ins- Nenhum associado poderá ser impedido de exercer
crita, a averbação de sua dissolução. direito ou função que lhe tenha sido legitimamente
conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos
As disposições para a liquidação das sociedades apli- na lei ou no estatuto.
cam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de
direito privado. Compete privativamente à assembléia geral:
Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamen- I. destituir os administradores;
to da inscrição da pessoa jurídica. II. alterar o estatuto.
Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a prote- Para essas deliberações é exigido deliberação da as-
ção dos direitos da personalidade. sembléia especialmente convocada para esse fim, cujo
quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os
ASSOCIAÇÕES: critérios de eleição dos administradores.
• Constituem-se as associações pela união de pes- A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na
soas que se organizem para fins não econômicos. forma do estatuto, garantido a 1/5 dos associados o
direito de promovê-la.
• Não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patri-
mônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as
Sob pena de nulidade, o estatuto das associações quotas ou frações ideais será destinado à entidade de
conterá: fins não econômicos designada no estatuto, ou, omis-
so este, por deliberação dos associados, à instituição
I. a denominação, os fins e a sede da associação; municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou se-
II. os requisitos para a admissão, demissão e exclu- melhantes.
são dos associados;
III. os direitos e deveres dos associados; Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deli-
IV. as fontes de recursos para sua manutenção; beração dos associados, podem estes, antes da desti-
V. o modo de constituição e de funcionamento dos nação do remanescente referida neste artigo, receber
órgãos deliberativos; em restituição, atualizado o respectivo valor, as con-
VI. as condições para a alteração das disposições es- tribuições que tiverem prestado ao patrimônio da as-
tatutárias e para a dissolução. sociação.
VII. a forma de gestão administrativa e de aprovação
das respectivas contas.
DIREITO CIVIL
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Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Fe- Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado
deral ou no Território, em que a associação tiver sede, pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e
instituição nas condições indicadas neste artigo, o que oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Pú-
remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda blico.
do Estado, do Distrito Federal ou da União.
Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado
FUNDAÇÕES: onde situadas.
Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território,
escritura pública ou testamento, dotação especial de caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Fe-
bens livres, especificando o fim a que se destina, e de- deral e Territórios.
clarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Se estenderem a atividade por mais de um Estado,
A fundação somente poderá constituir-se para fins caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo
de: Ministério Público.
Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do São aqueles que não podem ser transportados de um
patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão lugar para outro sem alteração de sua substância (um
logo, de acordo com as suas bases , o estatuto da fun- terreno).
dação projetada, submetendo-o, em seguida, à apro-
vação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Podem ser:
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2. Bens imóveis por acessão física industrial ou ar- Hipoteca por exemplo, deve ser registrada no Cartório
tificial; de Imóveis. Isso por que, por força de lei, um direito
3. Bens imóveis por acessão intelectual ou por des- sobre bem imóvel também tem natureza imóvel.
tinação
4. Bens imóveis por disposição legal. II. o direito à sucessão aberta.
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe →→ Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movi-
incorporar NATURAL ou artificialmente. mento próprio, ou de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da destinação
O solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente. econômico-social.
Exemplo: árvore, frutos pendentes. Obs.: A proprieda-
de do solo abrange o espaço aéreo e o subsolo. Podem ser:
• Art. 81. Não perdem o caráter de IMÓVEIS: 1) Bens móveis por natureza ou por essência
◊ as edificações que, separadas do solo, mas con- →→ Por sua essência adaptam-se ao conceito acima.
servando a sua unidade, forem removidas para Subdividem-se em:
outro local;
• i) semoventes: deslocam-se por força própria;
◊ os materiais provisoriamente separados de um • ii) bens móveis propriamente ditos: as coisas
prédio, para nele se reempregarem. inanimadas.
• imóveis por acessão intelectual ou por desti- 2) Bens móveis por antecipação
nação
• São os bens imóveis mobilizados por uma ativida-
Aquilo que é empregado intencionalmente para a ex- de humana. Exemplo: colheita de uma plantação,
ploração industrial, aformoseamento e comodidade demolição de uma casa.
do bem. São bens móveis, imobilizados pelo pro-
prietário. 3) Bens móveis por disposição legal
A imobilização da coisa móvel por acessão intelectual A lei prevê que o bem é móvel. Ex.: Art. 83, CC, Direitos
se dá, por FICÇÃO JURÍDICA, quando ela for colocada autorais, art. 3º, Lei 9.610/98, Propriedade industrial,
a serviço do imóvel e não da pessoa. Exemplo: pro- art. 5º, Lei 9.279/96.
prietário mantém tratores em sua produção agrícola,
ar-condicionado. OBS.: Navios e aeronaves são bens moveis especiais
ou sui generis. São móveis por essência, mas tratados
Bens imóveis por disposição legal por lei como imóveis, necessitando de registro espe-
cial e sendo objeto de hipoteca.
São considerados imóveis para que recebam maior
proteção jurídica. Art. 83. Consideram-se MÓVEIS para os efeitos legais:
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I. as energias que tenham valor econômico;
I. os direitos reais sobre imóveis e as ações que II. os direitos reais sobre objetos móveis e as ações
os asseguram; correspondentes;
DIREITO CIVIL
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→→ Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso • Art. 89. São singulares os bens que, embora reuni-
importa destruição imediata da própria substân- dos, se consideram de per si, independentemente
cia, sendo também considerados tais os destina- dos demais.
dos à alienação.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a plurali-
2.3.1. Bens consumíveis dade de bens singulares que, pertinentes à mesma
pessoa, tenham destinação unitária.
→→ São os bens móveis cujo uso importa destruição
imediata da própria substância (consuntibilidade • Parágrafo único. Os bens que formam essa univer-
física, exemplo: sanduíche), bem como aqueles salidade podem ser objeto de relações jurídicas
destinados à alienação (consuntibilidade jurídica). próprias. (exemplo: estabelecimento empresarial)
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i) Frutos naturais: quando se desenvolvem e se re- § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do
novam periodicamente pela força orgânica da coisa, bem.
mesmo que o homem interfira neste processo para
melhorar a qualidade do fruto. Ex.: cria de animais. § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o
bem ou evitar que se deteriore.
ii) Frutos industriais: decorrem de uma atividade hu-
mana. Ex.: material produzido numa fábrica. OBS1: não são benfeitorias os melhoramentos e acrés-
cimos sobrevindos à coisa sem a intervenção do pro-
iii) Frutos civis: decorrem de uma relação jurídica ou prietário, possuidor ou detentor, ou seja, as advindas
econômica, também denominados de rendimentos. de acessões naturais. Não são benfeitorias as obras
que criam coisa nova que se adere à propriedade an-
Quanto ao seu ESTADO dividem-se em: teriormente existente, ou seja, as acessões artificiais
(construções e plantações).
i) pendentes: ligados à coisa, não foram colhidos;
OBS2: não existe benfeitoria natural, toda benfeitoria
ii) percebidos: já colhidos e separados; é artificial.
iii) estantes: colhidos e armazenados; OBS3: Não posso à luz das regras do CC, confundir
acessão artificial com benfeitoria.
iv) percipiendos: frutos que deviam ter sido colhidos,
mas não foram. 5) Pertenças
v) consumidos: já foram colhidos e consumidos ex.: São bens destinados a servir outro bem principal, por
maças colhidas e vendidas. vontade ou trabalho intelectual do proprietário. Nos
termos do CC/02:
2) Produtos
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo
São utilidades que saem da coisa principal, diminuin- partes integrantes, se destinam, de modo duradouro,
do a sua quantidade e substancia, levando até ao seu ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
esgotamento. Exemplo: petróleo de um poço.
São bens que se acrescem, como acessórios, ao bem
3) Rendimentos principal destinados, de modo duradouro, a conservar
ou facilitar o uso ou prestar serviço ou, ainda, servir
São frutos civis ou prestações periódicas, em di- de adorno ao bem principal, sem ser parte integrante.
nheiro, decorrentes da concessão do uso ou gozo de
DIREITO CIVIL
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Bens Públicos
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São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias Salvo disposição legal ou convencional em contrário,
à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e
condições defesas se incluem as que privarem de todo incluído o do vencimento.
efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro ar-
bítrio de uma das partes. Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-
-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subor-
dinados: Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo
quinto dia.
I. as condições física ou juridicamente impossíveis,
quando suspensivas; Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual
II. as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; número do de início, ou no imediato, se faltar exata
III. as condições incompreensíveis ou contraditórias. correspondência.
Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a
quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. minuto.
Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à con- Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exe-
dição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não qüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser
se terá adquirido o direito, a que ele visa. feita em lugar diverso ou depender de tempo.
Se alguém dispuser de uma coisa sob condição sus- Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as
pensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições relativas à condição suspensiva e resolu-
disposições, estas não terão valor, realizada a condi- tiva.
ção, se com ela forem incompatíveis.
O encargo não suspende a aquisição nem o exercí-
Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não re- cio do direito, salvo quando expressamente imposto
alizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se no negócio jurídico, pelo disponente, como condição
desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. suspensiva.
Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossí-
todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se vel, salvo se constituir o motivo determinante da libe-
aposta a um negócio de execução continuada ou peri- ralidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
ódica, a sua realização, salvo disposição em contrário,
não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde
que compatíveis com a natureza da condição penden-
DIREITO CIVIL
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III. sendo de direito e não implicando recusa à apli- Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma
cação da lei, for o motivo único ou principal do pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar in-
negócio jurídico. denização.
O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se Se disser respeito a pessoa não pertencente à família
referir a declaração de vontade, não viciará o negócio do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, deci-
quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se dirá se houve coação.
puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a ida-
O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da de- de, a condição, a saúde, o temperamento do paciente
claração de vontade. e todas as demais circunstâncias que possam influir na
gravidade dela.
O erro não prejudica a validade do negócio jurídico
quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade Não se considera coação a ameaça do exercício nor-
se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade mal de um direito, nem o simples temor reverencial.
da vontade real do manifestante.
Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro,
Dolo se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a
que aproveite, e esta responderá solidariamente com
São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando aquele por perdas e danos.
este for a sua causa.
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Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda
terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse não tiver pago o preço e este for, aproximadamente,
ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo,
responderá por todas as perdas e danos que houver com a citação de todos os interessados.
causado ao coacto.
Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, po-
Estado de Perigo derá depositar o preço que lhes corresponda ao valor
real.
Configura-se o estado de perigo quando alguém, pre-
mido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros cre-
família, de grave dano conhecido pela outra parte, as- dores as garantias de dívidas que o devedor insolven-
sume obrigação excessivamente onerosa. te tiver dado a algum credor.
Tratando-se de pessoa não pertencente à família do Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios
declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. ordinários indispensáveis à manutenção de estabele-
cimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistên-
Lesão cia do devedor e de sua família.
Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente ne- Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resul-
cessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação tante reverterá em proveito do acervo sobre que se
manifestamente desproporcional ao valor da presta- tenha de efetuar o concurso de credores.
ção oposta.
Se esses negócios tinham por único objeto atribuir di-
Aprecia-se a desproporção das prestações segundo reitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou an-
os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o ticrese, sua invalidade importará somente na anulação
negócio jurídico. da preferência ajustada.
Os negócios de transmissão gratuita de bens ou re- II. for ilícito, impossível ou indeterminável o seu ob-
missão de dívida, se os praticar o devedor já insolven- jeto;
te, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o
ignore, poderão ser anulados pelos credores quirogra- III. o motivo determinante, comum a ambas as par-
fários, como lesivos dos seus direitos. tes, for ilícito;
Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tor- IV. não revestir a forma prescrita em lei;
nar insuficiente.
V. for preterida alguma solenidade que a lei conside-
Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos re essencial para a sua validade;
podem pleitear a anulação deles.
VI. tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do
devedor insolvente, quando a insolvência for notória, VII. a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe
ou houver motivo para ser conhecida do outro con- a prática, sem cominar sanção.
tratante.
É nulo o negócio jurídico simulado.
DIREITO CIVIL
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Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de au-
torização de terceiro, será validado se este a der pos-
I. aparentarem conferir ou transmitir direitos a pes- teriormente.
soas diversas daquelas às quais realmente se con-
ferem, ou transmitem; A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por
sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessa-
II. contiverem declaração, confissão, condição ou dos a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos
cláusula não verdadeira; que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou in-
divisibilidade..
III. os instrumentos particulares forem antedatados,
ou pós-datados. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-
-se a anulação do negócio jurídico, contado:
Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em
face dos contraentes do negócio jurídico simulado. I. no caso de coação, do dia em que ela cessar;
As nulidades dos artigos antecedentes podem ser ale- II. no de erro, dolo, fraude contra credores, estado
gadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
Público, quando lhe couber intervir. negócio jurídico;
As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quan- III. no de atos de incapazes, do dia em que cessar a
do conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e incapacidade.
as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-
-las, ainda que a requerimento das partes. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulá-
vel, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,
O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirma- será este de dois anos, a contar da data da conclusão
ção, nem convalesce pelo decurso do tempo. do ato.
Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisi- O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode,
tos de outro, subsistirá este quando o fim a que visa- para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade
vam as partes permitir supor que o teriam querido, se se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra
houvessem previsto a nulidade. parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Além dos casos expressamente declarados na lei, é Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação
anulável o negócio jurídico: anulada, pagou a um incapaz, se não provar que re-
verteu em proveito dele a importância paga.
I. por incapacidade relativa do agente;
Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes
II. por vício resultante de erro, dolo, coação, estado ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo
de perigo, lesão ou fraude contra credores. possível restituí-las, serão indenizadas com o equiva-
lente.
III. O negócio anulável pode ser confirmado pelas
partes, salvo direito de terceiro. A invalidade do instrumento não induz a do negócio
jurídico sempre que este puder provar-se por outro
IV. O ato de confirmação deve conter a substância do meio.
negócio celebrado e a vontade expressa de man-
tê-lo. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial
de um negócio jurídico não o prejudicará na parte vá-
V. É escusada a confirmação expressa, quando o lida, se esta for separável; a invalidade da obrigação
negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, principal implica a das obrigações acessórias, mas a
ciente do vício que o inquinava. destas não induz a da obrigação principal.
DIREITO CIVIL
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Os prazos de prescrição não podem ser alterados por Causas que Interrompem a Prescrição
acordo das partes.
A interrupção da prescrição, que somente poderá
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de ocorrer uma vez, dar-se-á:
jurisdição, pela parte a quem aproveita.
I. por despacho do juiz, mesmo incompetente, que
Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ordenar a citação, se o interessado a promover no
ação contra os seus assistentes ou representantes le- prazo e na forma da lei processual;
gais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem
oportunamente. II. por protesto, nas condições do inciso anteceden-
te;
A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a
correr contra o seu sucessor. III. por protesto cambial;
Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição IV. pela apresentação do título de crédito em juízo de
inventário ou em concurso de credores;
Não corre a prescrição:
V. por qualquer ato judicial que constitua em mora
I. entre os cônjuges, na constância da sociedade o devedor;
conjugal;
VI. por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudi-
II. entre ascendentes e descendentes, durante o po- cial, que importe reconhecimento do direito pelo
der familiar; devedor.
III. entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou →→ A prescrição interrompida recomeça a correr da
curadores, durante a tutela ou curatela. data do ato que a interrompeu, ou do último ato
do processo para a interromper.
Também não corre a prescrição:
A prescrição pode ser interrompida por qualquer in-
I. contra os incapazes de que trata o art. 3o; teressado.
21
A interrupção da prescrição por um credor não apro- prazo da publicação da ata de encerramento da
veita aos outros; semelhantemente, a interrupção liquidação da sociedade.
operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não
prejudica aos demais coobrigados. Em dois anos, a pretensão para haver prestações ali-
mentares, a partir da data em que se vencerem.
A interrupção por um dos credores solidários apro-
veita aos outros; assim como a interrupção efetuada Em três anos:
contra o devedor solidário envolve os demais e seus
herdeiros. I. a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos
ou rústicos;
A interrupção operada contra um dos herdeiros do
devedor solidário não prejudica os outros herdeiros II. a pretensão para receber prestações vencidas de
ou devedores, senão quando se trate de obrigações e rendas temporárias ou vitalícias;
direitos indivisíveis.
III. a pretensão para haver juros, dividendos ou quais-
A interrupção produzida contra o principal devedor quer prestações acessórias, pagáveis, em períodos
prejudica o fiador. não maiores de um ano, com capitalização ou sem
ela;
A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe
haja fixado prazo menor. IV. a pretensão de ressarcimento de enriquecimento
sem causa;
Prescreve:
V. a pretensão de reparação civil;
• Em um ano:
VI. a pretensão de restituição dos lucros ou dividen-
I. a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de dos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data
víveres destinados a consumo no próprio estabe- em que foi deliberada a distribuição;
lecimento, para o pagamento da hospedagem ou
dos alimentos; VII. a pretensão contra as pessoas em seguida indica-
das por violação da lei ou do estatuto, contado o
II. a pretensão do segurado contra o segurador, ou a prazo:
deste contra aquele, contado o prazo:
a. para os fundadores, da publicação dos atos cons-
a. para o segurado, no caso de seguro de respon- titutivos da sociedade anônima;
sabilidade civil, da data em que é citado para res-
ponder à ação de indenização proposta pelo ter- b. para os administradores, ou fiscais, da apresenta-
ceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, ção, aos sócios, do balanço referente ao exercício
com a anuência do segurador; em que a violação tenha sido praticada, ou da
b. quanto aos demais seguros, da ciência do fato ge- reunião ou assembléia geral que dela deva tomar
rador da pretensão; conhecimento;
III. a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, c. para os liquidantes, da primeira assembléia se-
serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela per- mestral posterior à violação;
cepção de emolumentos, custas e honorários;
VIII. a pretensão para haver o pagamento de título de
IV. a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as
bens que entraram para a formação do capital de disposições de lei especial;
sociedade anônima, contado da publicação da ata
da assembléia que aprovar o laudo; IX. a pretensão do beneficiário contra o segurador, e
a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de
V. a pretensão dos credores não pagos contra os responsabilidade civil obrigatório.
sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o
DIREITO CIVIL
22
Em cinco anos:
DECADÊNCIA
QUESTÕES
(Art. 3º)
Duração As partes têm o direito de obter em
Razoavel do prazo razoável a solução integral do
Processo mérito, incluída a atividade satisfativa.
1. FGV - Técnico do Ministério Público (MPE RJ)/
Notificação e Atos Intimatórios/2016 - No to-
(Art. 4º)
cante à inércia, uma exceção a tal característica da
Boa-fé Aquele que de qualquer forma partici-
jurisdição, de acordo com a legislação processual
(Art. 5º) pa do processo deve comportar-se de vigente, é a:
acordo com a boa-fé.
Todos os sujeitos do processo devem a. interdição;
Cooperação cooperar entre si para que se obtenha, b. reintegração de posse de imóvel público;
(Art.6º) em tempo razoável, decisão de mérito c. restauração de autos;
justa e efetiva. d. anulação de contrato administrativo;
Igualdade e Assegurada às partes paridade de tra- e. nulidade de casamento.
Contraditório tamento em relação ao exercício de
(Art. 7º) direitos e faculdades processuais, aos
meios de defesa, aos ônus, aos deveres 2. FGV - Técnico Superior Jurídico (DPE RJ)/2019
e à aplicação de sanções processuais,
Constitui uma exceção à característica inerte da
competindo ao juiz zelar pelo efetivo
jurisdição:
contraditório.
a. ação possessória tendo por objeto bem público;
Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz
b. habeas data;
Proporcionali- atenderá aos fins sociais e às exigências
c. restauração de autos;
dade, do bem comum, resguardando e promo- d. ação popular;
razoabilidade, vendo a dignidade da pessoa humana e e. mandado de injunção.
legalidade, observando a proporcionalidade, a ra-
publicidade e zoabilidade, a legalidade, a publicidade
eficiência. e a eficiência.
(Art. 8º)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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3. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE ses (lide ou litígio) e sempre na dependência da invo-
RJ)/2019 - Segundo o vigente Código de Pro- cação dos interessados.
cesso Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo
de 30 (trinta) dias, bem como poderá, nas causas Princípios da Jurisdição:
que dispensem a fase instrutória, e independen-
temente de citação do réu, julgar liminarmente • juiz natural: só pode exercer a jurisdição aquele
improcedente o pedido, se verificar, desde logo, a órgão a que a Constituição atribui o poder juris-
ocorrência de prescrição ou decadência. dicional;
• investidura: a jurisdição somente pode ser exer-
Trata-se de regras processuais que encerram a aplica- cida por juízes regularmente investidos, providos
ção do princípio constitucional do(a): em cargos de magistrados e que se encontram no
efetivo exercício;
a. livre acesso à justiça; • improrrogabilidade: os limites do poder jurisdi-
b. juiz natural; cional, para cada justiça especial, e, por exclusão,
c. isonomia; da justiça comum, são os traçados pela Constitui-
d. ampla defesa; ção. Não é permitido alterá-los, nem para reduzi-
e. duração razoável do processo. -los nem para ampliá-los;
• indeclinabilidade: o órgão constitucionalmente
investido no poder de jurisdição tem a obrigação
4. FGV - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SEF de prestar a tutela jurisdicional. A exceção (art.
MG)/Tributação/2023 A respeito dos princípios 145, § 1º). consiste na permissão a que o juiz se
constitucionais aplicáveis ao Processo Civil, assi- abstenha de atuar sob alegação de suspeição por
nale a afirmativa correta. motivo íntimo;
• indelegabilidade: não pode o juiz ou qualquer
a. O juiz pode decidir em primeiro grau com base órgão jurisdicional delegar a outros o exercício
em fundamento fático que as partes não tiveram a da função que a lei lhes conferiu, conservando-se
oportunidade de se manifestar. sempre as causas sob o comando e controle do
b. A ampla defesa torna obrigatória a assistência por juiz natural;
advogado em todo e qualquer processo, como é • aderência territorial: todo juiz ou órgão judicial
o caso dos processos administrativos disciplinares conta com uma circunscrição territorial dentro da
e do habeas corpus. qual exerce suas funções jurisdicionais, conforme
c. Diversamente dos princípios do contraditório e da disposto na Constituição e nas leis de organização
ampla defesa, o devido processo legal não é exi- judiciária.
gido nos processos administrativos, os quais obe- • inércia: o Poder Judiciário não pode agir por ini-
decem à inquisitoriedade. ciativa própria, somente o fará quando adequada-
d. O princípio do juiz natural veda a criação de juízes mente provocado pela parte;
e tribunais de exceção, sem exigir, todavia, que as • unidade: o Poder Judiciário é único e soberano,
regras a respeito da fixação de competência sejam embora a partilha de competência se dê entre vá-
anteriores ao ajuizamento da ação. rios órgãos.
e. O contraditório pode ser diferido em situações ex-
cepcionais, presentes razões relevantes que assim Tipo de Jurisdição:
justifiquem e em ponderação com outros interes-
ses, sem ofensa à efetividade de tal direito. •Jurisdição Contenciosa: atuação do Estado (Poder
Judiciario) ou das partes (arbitragem – processo arbi-
tral) na solução do conflito. (art. 5º, XXXV, Constituição
Federal).
JURISDIÇÃO
•Jurisdição Voluntária: não há lide nem partes, mas
Consiste em uma das funções do Estado em que a lei apenas um negócio jurídico-processual envolvendo o
(ou as partes) investe determinada pessoa ou órgão juiz e os interessado (como se dá nas nomeações de
de solucionar conflitos alheios. A função jurisdicional tutores, nas alienações de bens de incapazes, divórcio
atua diante de casos concretos de conflitos de interes- e separação consensuais).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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• Limites da Jurisdição Nacional a. ação possessória tendo por objeto bem público;
b. habeas data;
Arts. 21 a 25 do Código de Processo Civil. c. restauração de autos;
d. ação popular;
•admite-se a atuação da jurisdição brasileira e da ju- e. mandado de injunção.
risdição estrangeira ( jurisdição internacional concor-
rente):
6. FGV - Técnico Judiciário (TJ RO)/2021 A veda-
• ação contra réu domiciliado no Brasil; ção a que o juiz condene o réu a pagar quantia
• ação cujo objeto envolva obrigação que deve superior àquela que é pedida na petição inicial é
ser cumprida no país; uma consequência da seguinte característica da
• ação cujo fato objeto de discussão tenha sido jurisdição:
praticado no Brasil;
• ação de alimentos cujo credor seja domicilia- a. inércia;
do ou tenha, tão somente, residência no Brasil b. substitutividade;
ou cujo réu mantenha vínculos no país (posse, c. natureza declaratória;
proprietário, renda ou benefício econômico); d. contenciosidade;
• ação decorrente de relação de consumo quan- e. imperatividade.
do o consumidor tiver domicílio ou residência
no Brasil; e
ação em que as partes se submetam à jurisdi-
ção nacional. MODELO COOPERATIVO
• para a produção de efeitos da sentença estran- DE PROCESSO
geira é necessária a homologação prévia perante o
Superior Tribunal de Justiça; após a homologação, Autotutela
a sentença será executada pela Justiça Federal.
• Também chamada de autodefesa;
•Jurisdição Nacional exclusiva: • Quando há o sacrifício do interesse de uma par-
te envolvida no conflito em razão do exercício da
• ações relativas a imóveis situados no Brasil; força pela parte vencedora;
• Ainda há resquícios de autotutela no Brasil: legíti-
• ações para confirmação de testamento particular, ma defesa (Direito Penal); legítima defesa da pos-
de inventário e de partilha de bens; se (Código Civil); desforço imediato (Código Civil).
• situados no Brasil, mesmo que o falecido seja es- Modelos adequados de solução de conflitos
trangeiro ou tenha residido fora do Brasil;
• Também conhecido como autocomposição.
• ações relativas à partilha de bens para divórcio ou • A solução do conflito é feita por acordo entre as
dissolução de união estável quando envolver bens partes.
situados no Brasil, mesmo que o titular dos bens • Na autocomposição a solução pode ser mediante
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domi- ato unilateral (a submissão e a renúncia – a so-
cílio fora do território brasileiro. lução decorre de ato da parte que abre mão do
exercício de um direito que seria legitimo) ou ato
bilateral (transação- quando cada parte abdica
parcialmente da sua pretensão para alcançar uma
QUESTÕES solução do conflito).
• art. 3º do CPC
5. FGV - Técnico Superior Jurídico (DPE RJ)/2019
Constitui uma exceção à característica inerte da
jurisdição:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Ø Conciliação bunais.
Art. 165, § 2º do CPC: O conciliador, que
atuará preferencialmente nos casos em que A conciliação e a mediação são mecanismos por meio
não houver vínculo anterior entre as partes, dos quais se busca que as próprias partes em litígio
poderá sugerir soluções para o litígio, sendo cheguem a solução do conflito, diferenciando-se
vedada a utilização de qualquer tipo de cons- quanto ao papel que o conciliador e o mediador pos-
trangimento ou intimidação para que as par- suem, pois esse último pode arbitrar uma solução para
tes conciliem. o caso.
É dever do Estado promover a solução consensual dos Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em
conflitos, quer na posição de parte, quer na posição nome próprio, salvo quando autorizado pelo orde-
de Estado-administração. É o que ocorre, a título de namento jurídico.
exemplo, por meio da criação de centros judiciários
de solução consensual de conflitos no âmbito dos tri-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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• competência em razão do valor da causa (leva das partes ou por prorrogação oriunda de conexão ou
em consideração o pedido): define-se a partir do continência de causas.
valor atribuído pela parte à causa. A depender do
valor, o processo poderá tramitar perante o Jui- Art. 63. As partes podem modificar a competência em
zado Especial Cível (40 salários mínimos), perante razão do valor e do território, elegendo foro onde
o Juizado Especial Federal ou perante o Juizado será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
Especial de Fazenda Púbica (60 salários mínimos).
• Conexão: ocorre quando forem comuns o
Critério territorial pedido ou a causa de pedir. Consequência:
haverá reunião dos processos, exceto se um
Quando o órgão judicial tem delimitada a sua circuns- processo já estiver sido julgado.
crição, de modo que exercerá a jurisdição no caso
concreto dentro desses limites. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações
Previsão nos arts. 42 a 53, do CPC. quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, 17. FGV - Oficial do Ministério Público (MPE
os autos serão remetidos ao juízo competente. RJ)/2019 No que se refere às regras de compe-
tência adotadas pelo CPC/15, é correto afirmar
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, con- que:
servar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo
juízo incompetente até que outra seja proferida, se a. a decisão sobre a alegação de incompetência in-
for o caso, pelo juízo competente. depende da manifestação prévia da parte contrá-
ria;
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa SE O b. a incompetência absoluta gera a automática inva-
RÉU NÃO ALEGAR A INCOMPETÊNCIA em preliminar lidação dos atos decisórios praticados;
de contestação. c. a arguição de incompetência deve ser manejada
via exceção de incompetência;
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser d. a competência territorial pode ser modificada por
alegada pelo Ministério Público nas causas em que foro de eleição;
atuar. e. determina-se a competência no momento de ci-
tação do réu.
SINTETIZANDO O CONTÉUDO
c. a arguição de incompetência deve ser manejada 22. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judiciá-
via exceção de incompetência; rio e Administrativo/2022 No tocante ao vício
d. a competência territorial pode ser modificada por da incompetência, no âmbito de processo em cur-
foro de eleição; so no juízo comum, é correto afirmar que:
e. determina-se a competência no momento de ci-
tação do réu. a. o juiz pode reconhecer ex officio tanto a incompetência
absoluta quanto a relativa;
b. o juiz deve extinguir o processo, sem resolução do méri-
to, caso reconheça a incompetência absoluta;
20. FGV - Procurador Judicial (CM Aracaju)/2021
c. a parte ré deve arguir a incompetência relativa pela via
João propôs ação declaratória de inexistência de da exceção;
dívida em face de Paulo, tendo, posteriormente, d. os atos decisórios proferidos pelo juízo absolutamente
ajuizado outra demanda, em face do mesmo réu, incompetente devem ser invalidados;
na qual sustentou a inexistência da referida dívida, e. o Ministério Público, atuando em feito em que foi deli-
além de pleitear a condenação de Paulo a lhe re- neada causa de sua intervenção, pode arguir a incom-
parar os danos morais alegadamente sofridos, no petência relativa.
valor de cinco mil reais.
Nesse cenário, é correto afirmar que: 23. FGV - Estagiário Forense (MPE RJ)/2016/VIII
a. a primeira ação deverá ser extinta em razão da litispen- No que concerne à incompetência relativa, é correto
dência; afirmar que:
b. a primeira ação deverá ser extinta em razão da perda do
interesse processual; a. o órgão judicial pode conhecê-la ex officio;
c. os processos deverão ser reunidos em razão da cone- b. gera a nulidade dos atos decisórios praticados pelo ór-
xão entre as correspondentes ações; gão judicial incompetente;
d. os processos deverão ser reunidos em razão da conti- c. pode ser alegada em qualquer tempo e grau de juris-
nência entre as correspondentes ações; dição;
e. os processos não deverão ser reunidos, haja vista a ine- d. é suscitável como questão preliminar na contestação;
xistência de risco de prolação de decisões conflitantes. e. é vedado ao órgão do Ministério Público alegá-la, nas
causas em que intervier.
25. FGV - Juiz Estadual (TJ PR)/2021 Sobre a mo- notícia, Helena propôs ação de reintegração de
dificação de competência, é correto afirmar que: posse em face do invasor, tendo distribuído a sua
petição inicial na Comarca de Fortaleza.
a. não há conflito de competência quando dois juí-
zes divergem sobre a necessidade de reunião ou Nesse cenário, é correto afirmar que a demanda foi
separação de processos; proposta no:
b. não pode o Ministério Público arguir incompetên-
cia relativa nas causas em que atuar como fiscal da a. foro competente;
ordem jurídica; b. foro relativamente incompetente, podendo a sua
c. o juiz que não acolher a competência declinada competência ser prorrogada caso a parte ré não
deverá suscitar o conflito, ainda que atribua a suscite o vício;
competência a outro juízo; c. foro relativamente incompetente, devendo tal ví-
d. em caso de incompetência absoluta, se não hou- cio ser reconhecido de ofício pelo juiz;
ver decisão em sentido contrário, devem ser man- d. foro absolutamente incompetente, podendo a sua
tidos os efeitos da decisão proferida pelo juízo in- competência ser prorrogada caso a parte ré não
competente até que outra seja proferida, se for o suscite o vício;
caso, pelo juízo competente; e. foro absolutamente incompetente, devendo tal ví-
e. quando houver continência e a ação contida tiver cio ser reconhecido de ofício pelo juiz.
sido proposta anteriormente, no processo relativo
à ação continente será proferida sentença sem re-
solução de mérito; caso contrário, as ações serão
necessariamente reunidas. SUJEITOS DO PROCESSO
Pode-se distinguir dois conceitos de parte: como sujei-
26. FGV - Advogado (FunSaúde CE)/2021 O Códi- to da lide, tem-se a parte em sentido material, e como
go de Processo Civil possui diversas regras sobre a sujeito do processo, a parte em sentido processual.
delimitação da competência. A respeito das regras Como nem sempre o sujeito da lide se identifica com
sobre competência, assinale a alternativa correta. o que promove o processo, como se dá, por exemplo,
nos casos de substituição processual, pode-se definir
a. A incompetência absoluta, caso reconhecida pelo a parte para o direito processual como a pessoa que
juízo, leva à nulidade de pleno direito dos atos de- pede ou perante a qual se pede, em nome próprio, a
cisórios do juízo incompetente. tutela jurisdicional.
b. As partes podem modificar a competência em ra-
zão do valor, da matéria e do território, elegendo A que invoca a tutela jurídica do Estado e toma a po-
foro onde será proposta ação oriunda de direitos sição ativa de instaurar a relação processual recebe a
e obrigações. denominação de autor. A que fica na posição passiva
c. Serão reunidos para julgamento conjunto os pro- e se sujeita à relação processual instaurada pelo autor,
cessos que possam gerar risco de prolação de chama-se
decisões conflitantes ou contraditórias caso de-
cididos separadamente, desde que haja conexão réu ou demandado. – Definição de Humberto Theodoro
entre eles. Jr.
d. A competência relativa poderá modificar-se pela
conexão, pela continência ou pela litispendência. Pressupostos Processuais
e. O foro de domicílio do autor da herança, no Bra-
sil, é o competente para o inventário, ainda que o
óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
28. FGV - Técnico Judiciário (TJ RO)/2021 I - terá vista dos autos depois das partes, sendo inti-
Menor, com 16 anos de idade, intentou ação indeni- mado (intimação pessoal) de todos os atos do pro-
zatória em face do condutor do veículo que o havia cesso;
atropelado, causando-lhe lesões corporais.
II - poderá produzir provas, requerer as medidas pro-
Para tanto, o autor outorgou instrumento de mandato cessuais pertinentes e recorrer.
ao advogado contratado para lhe patrocinar a causa,
sem estar assistido pelo representante legal. O vício art. 181 do CPC: O membro do Ministério Público será
processual em questão é: civil e regressivamente responsável quando agir com
dolo ou fraude no exercício de suas funções.
a. carência de ação, por ilegitimidade ativa ad cau-
sam; Advocacia Pública
b. falta de capacidade de ser parte, em relação ao
autor; art. 182 do CPC: Incumbe à Advocacia Pública, na for-
c. falta de capacidade para estar em juízo, em rela- ma da lei, defender e promover os interesses públi-
ção ao autor; cos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
d. falta de capacidade postulatória; Municípios, por meio da representação judicial, em
e. não há vício. todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de
direito público que integram a administração direta e
indireta.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Juiz QUESTÕES
Aquele que dirigirá o processo conforme as disposi- 30. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE
ções do CPC, tem amplo poder instrutório e o dever RJ)/2019 No âmbito do processo civil, a Defen-
de fundamentar as decisões judiciais. Os poderes de soria Pública:
deveres estão previstos no artigo 139 do CPC.
a. dispõe do prazo em quádruplo para contestar, em
Atenção! Esse artigo relacionado a representação de dobro para interpor recursos e simples para con-
pessoas jurídicas cai em recorrência em provas, por- tra-arrazoá-los;
tanto é de leitura obrigatória: b. tem a prerrogativa da intimação pessoal, mediante
carga, remessa ou meio eletrônico;
art. 75 do CPC: Serão representados em juízo, ativa e c. não pode propor ação civil pública, embora possa
passivamente: ajuizar a ação cautelar que lhe seja preparatória;
d. não pode requerer a intimação pessoal da parte
I - a União, PELA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO, dire- patrocinada, ainda que o ato processual pendente
tamente ou mediante órgão vinculado; dependa de providência somente por ela realizá-
vel;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus PROCURA- e. caso perca, por negligência, o prazo para recorrer
DORES; de sentença desfavorável à parte patrocinada, o
Defensor Público poderá ser civil e regressivamen-
III - o Município, por seu PREFEITO ou PROCURADOR; te responsabilizado.
32. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE 34. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judiciá-
RJ)/2019 Ana, pessoa civilmente capaz, procurou rio e Administrativo/2022 Com fundamento na
a Defensoria Pública para que esta lhe patrocinas- legislação de regência, o Ministério Público ajui-
se a causa, voltada para a obtenção de decisão ju- zou demanda com vistas à prolação de senten-
dicial de reconhecimento de seu direito à percep- ça que declare que o réu é o pai de determinada
ção de pensão previdenciária em razão da morte criança.
de seu companheiro, já que, por ora, apenas Fer-
nando, filho de ambos, com doze anos de idade, Ao intentar a referida ação, o órgão ministerial, em re-
seria o único beneficiário. Na sequência, Ana, por lação ao menor, atua a título de:
meio da Defensoria Pública, propôs a medida ju-
dicial cabível em face da autarquia previdenciária a. sucessor processual;
e do herdeiro Fernando. b. substituto processual;
c. representante;
Nesse cenário, deverá o julgador: d. amicus curiae;
e. assistente litisconsorcial.
a. nomear curador especial ao segundo réu, tocando
à Defensoria Pública tal munus;
b. nomear curador especial ao segundo réu, tocando 35. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018
ao Ministério Público tal munus; Atuando no processo civil, como fiscal da ordem
c. nomear Ana como representante legal do segun- jurídica, o Ministério Público:
do réu, pois ela já figura no processo;
d. determinar o prosseguimento do processo, sem a. não poderá opinar, quanto ao mérito da causa,
nomeação de curador especial ao segundo réu; desfavoravelmente à parte incapaz;
e. extinguir o processo em razão da ausência de ca- b. não poderá produzir provas, devendo aguardar a
pacidade processual do segundo réu. iniciativa das partes nesse sentido;
c. terá legitimidade recursal;
d. será considerado intimado com a publicação dos
33. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018 provimentos jurisdicionais no órgão oficial;
Maria teve o pedido de pensão previdenciária ne- e. deverá intervir sempre que a Fazenda Pública seja
gado ao argumento de que Fernando, seu con- uma das partes.
vivente falecido, não a registrou em vida como
companheira ou dependente em seu órgão paga-
dor. Nesse sentido, a integralidade da pensão foi Pluralidade de Partes
destinada ao filho único Antônio, menor impúbe-
re, que é fruto de seu relacionamento com Maria. Litisconsórcio: pluralidade de sujeitos em um dos po-
los de uma relação processual.
Nesse cenário, para que Maria obtenha o reconheci-
mento judicial de união estável e sua dissolução post Classificações de litisconsórcio:
mortem, deverá propor ação em face de:
Litisconsórcio ativo: quando a ação possui dois ou
a. Fernando, postulando que seja nomeado um cura- mais autores;
dor especial para defender os interesses do réu; Litisconsórcio passivo: quando a ação possui dois ou
b. Antônio, devendo ser informado de que Maria mais réus;
será a representante legal do réu; Litisconsórcio originário: quando a formação ocorre já
c. Antônio, devendo o juiz nomear um curador espe- com o ajuizamento da petição inicial.
cial ao incapaz; Litisconsórcio ulterior: quando a formação ocorre com
d. Antônio, requerendo a intervenção do Ministério a demanda em curso.
Público para representar o incapaz; Litisconsórcio Facultativo: art. 113 do CPC;
e. espólio de Fernando, devendo o juiz nomear um Litisconsórcio Necessário: art. 114 do CPC;
defensor público para defesa do réu. Litisconsórcio Simples (Comum): ocorre quando pela
natureza da relação jurídica o juiz pode decidir o méri-
to de modo diverso entre os litisconsortes;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Litisconsórcio Unitário: quando pela natureza da rela- e bem assim a invalidação do ato de adjudicação do
ção jurídica o juiz tiver de decidir de modo uniforme objeto do certame à empresa vencedora e do próprio
para todos os litisconsortes. contrato administrativo posteriormente celebrado en-
tre esta e o Poder Público.
37. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Jus- Os deveres das partes e procuradores previstos no ar-
tiça Avaliador/2018 O Ministério Público ajuizou tigo 77 do CPC são derivações do princípio da boa-fé
ação de anulação do casamento em face dos ir- objetiva (art. 5º do CPC) e consiste:
mãos João e Maria. João conhecia o referido im-
pedimento, pois sabia que Maria era sua irmã. To- • expor os fatos em juízo conforme a verdade;
davia, esta desconhecia completamente o grau de
parentesco entre eles. • não formular pretensão ou de apresentar defesa
quando cientes de que são destituídas de funda-
Nesse sentido, a ação deverá ser proposta: mento;
a. em litisconsórcio passivo, originário, necessário e • não produzir provas e não praticar atos inúteis ou
simples; desnecessários à declaração ou à defesa do direi-
b. em litisconsórcio passivo, eventual, necessário e to;
comum;
c. em litisconsórcio passivo, originário, necessário e • cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais,
unitário; de natureza provisória ou final, e não criar emba-
d. em litisconsórcio passivo, originário, facultativo e raços à sua efetivação;
unitário;
e. apenas em face de João, eis que somente este es- • declinar, no primeiro momento que lhes couber
tava com má-fé. falar nos autos, o endereço residencial ou pro-
fissional onde receberão intimações, atualizando
38. FGV - Procurador Judicial (CM Aracaju)/2021 essa informação sempre que ocorrer qualquer
modificação temporária ou definitiva;
Uma sociedade empresária, depois de ter sido des-
classificada em processo de licitação, ajuizou, em face • não praticar inovação ilegal no estado de fato de
da pessoa jurídica de direito público, ação pelo rito co- bem ou direito litigioso.
mum, pedindo a invalidação do ato desclassificatório,
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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• informar e manter atualizados seus dados cadas- Art. 85 do CPC: A sentença condenará o vencido a pa-
trais perante os órgãos do Poder Judiciário e, no gar honorários ao advogado do vencedor.
caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Admi-
nistração Tributária, para recebimento de citações • Princípio da Causalidade: quem der causa a
e intimações. demanda arcará com os honorários.
• Princípio da Sucumbência: quem perde a de- Ocorre que João restou vencido na demanda e, de
manda arcará com os honorários da parte acordo com o Novo Código de Processo Civil de 2015,
contrária; as obrigações decorrentes de sua sucumbência:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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a. serão automaticamente extintas em razão da ine- c. o direito à gratuidade da justiça é inerente ao polo
xigibilidade de adimplemento da obrigação pelo ocupado pela parte (autor ou réu), se estendendo
princípio do acesso à justiça, desde que a gratui- ao litisconsorte e ao sucessor do beneficiário, in-
dade de justiça tenha sido deferida e mantida du- dependentemente de novo requerimento e defe-
rante todo o curso do processo, até o seu trânsito rimento expressos;
em julgado; d. a concessão de gratuidade afasta automaticamen-
b. serão automaticamente extintas em razão da in- te a responsabilidade do beneficiário pelas des-
validade da obrigação de pagar quantia certa pela pesas processuais e pelos honorários advocatícios
sucumbência, sob pena de violação ao princípio decorrentes de sua sucumbência;
da isonomia, desde que a gratuidade de justiça e. a gratuidade, quando deferida, o será integral-
tenha estado em vigor na data em que ocorreu o mente, sendo vedada a concessão parcial em rela-
trânsito em julgado do processo; ção a algum ato processual ou a redução percen-
c. ficarão sob condição suspensiva de validade e tual de despesas processuais que o beneficiário
somente poderão ser executadas se, nos 3 (três) tiver de adiantar no curso do procedimento.
anos subsequentes ao trânsito em julgado da de-
cisão que as certificou, o credor demonstrar que
deixou de existir a situação de insuficiência de re- 42. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Jus-
cursos que justificou a concessão de gratuidade; tiça Avaliador/2018 A gratuidade de justiça:
d. ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) a. não pode ser deferida em favor de pessoa jurídica;
anos subsequentes ao trânsito em julgado da de- b. afasta o dever de o beneficiário pagar as multas
cisão que as certificou, o credor demonstrar que processuais que lhe sejam impostas;
deixou de existir a situação de insuficiência de re- c. não pode ser requerida em petição de recurso;
cursos que justificou a concessão de gratuidade; d. não compreende o depósito de cinco por cento
e. poderão ser imediatamente executadas pelo cre- do valor da causa, na ação rescisória;
dor, independentemente da demonstração de que e. pode abarcar um, alguns ou todos os atos, ou
a situação de insuficiência de recursos que justifi- consistir na redução percentual das despesas a
cou a concessão de gratuidade deixou de existir, cargo do beneficiário.
eis que a gratuidade de justiça consiste em benefí-
cio concedido pelo poder público a seus próprios
atos, não alcançando direitos de particulares. 43. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018
Marcelo, menor absolutamente incapaz, devida-
mente representado, sem requerer o benefício da
41. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE gratuidade de justiça, propôs uma ação de inde-
RJ)/2019 O Novo Código de Processo Civil de nização em face de uma empresa particular, pe-
2015 estabelece que a pessoa natural ou jurídica, dindo o ressarcimento de dano material de 50 mil
brasileira ou estrangeira, com insuficiência de re- reais. Funcionando como fiscal da ordem jurídica,
cursos para pagar as custas, as despesas proces- o Ministério Público requereu a produção de pro-
suais e os honorários advocatícios tem direito à va pericial para a instrução do feito. As partes não
gratuidade da justiça, na forma da lei. se opuseram ao requerido pelo Ministério Público,
tendo o perito estipulado o valor de seus hono-
Nesse contexto, de acordo com o citado diploma le- rários em dez mil reais para a elaboração de sua
gal: perícia técnica, o que foi deferido pelo juízo.
d. ao Poder Judiciário adiantar os dez mil reais refe- O negócio jurídico-processual não precisa de homolo-
rentes ao valor da perícia; gação judicial para produzir efeitos. O juiz apreciará a
e. ao Poder Executivo adiantar os dez mil reais refe- validade do negócio.
rentes ao valor da perícia.
Assim, ressaltando que o artigo permite que as partes:
45. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018 petições, arrazoados, papéis e documentos que entre-
Ao celebrar um contrato de compra e venda, os garem em cartório.
contratantes convencionaram sobre determina-
dos ônus e deveres processuais. Nesse sentido, Atos do juiz
afirmaram que se houvesse necessidade de ação
judicial para dirimir qualquer conflito em relação Os atos do juiz possuem podem se: despacho – dele-
ao negócio jurídico ora entabulado, e pela possi- gável a chefe de secretaria e a escrivão, com autori-
bilidade legal de autocomposição, o autor estaria zação constitucional; decisão interlocutória – aborda
desincumbido de provar a existência do contrato e questões incidentais ao longo do processo; sentença
que o réu não poderia contestar o feito. – ato que põe fim à fase de conhecimento com ou sem
resolução de mérito.
Nesse cenário:
art.203 do CPC: Os pronunciamentos do juiz consis-
a. o juiz não poderá controlar as validades destas tirão em sentenças, decisões interlocutórias e despa-
convenções, pois se trata de direito disponível às chos.
partes;
b. estas convenções são nulas de pleno direito, pois §1º Ressalvadas as disposições expressas
convencionadas antes da existência do processo; dos procedimentos especiais, sentença é o
c. o juiz controlará as validades destas convenções pronunciamento por meio do qual o juiz, com
de ofício, e deverá admiti-las por se tratarem de fundamento nos arts. 485 (terminativa) e 487 (defi-
direitos disponíveis; nitiva), põe fim à fase cognitiva do procedimento
d. o juiz controlará as validades destas convenções, comum, bem como extingue a execução.
recusando aplicação de ambas as cláusulas;
e. controlará as validades destas convenções, recu- § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento
sando, de ofício, a cláusula que impossibilita o réu judicial de natureza decisória que não se enquadre
contestar. no § 1º. (questões incidentes que também devem ser
fundamentas)
Considera-se partes envolvidas: autor, réu, terceiros Obs.: Acórdão não é pronunciamento do juiz, e,
intervenientes e Ministério Público. sim, do colegiado.
Art. 200 do CPC: Os atos das partes consistentes em Atos do escrivão ou do chefe de secretaria.
declarações unilaterais ou bilaterais de vontade pro-
duzem imediatamente a constituição, modificação ou Esses atos estão previstos art. 206 a 211 do CPC, clas-
extinção de direitos processuais. sifica-se em:
46. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE a. os meramente ordinatórios, como a juntada e a
RJ)/2019 No que concerne aos pronunciamentos vista obrigatória, dependem de despacho do juiz;
dos órgãos jurisdicionais, é correto afirmar que: b. as citações podem ser realizadas durante as férias
forenses, desde que haja prévia autorização judi-
a. todas as decisões interlocutórias são impugnáveis cial nesse sentido;
por meio de agravo de instrumento; c. devem ser realizados, em regra, das 6 (seis) às 18
b. sentença é o ato por meio do qual se põe fim ao (dezoito) horas dos dias úteis;
procedimento comum, desde que resolvido o mé- d. em regra são públicos, podendo, excepcional-
rito do feito; mente, ser decretado o segredo de justiça;
c. os acórdãos não precisam ser assinados pelos ma- e. as partes não poderão exigir recibos de petições,
gistrados, por se proferirem na própria sessão de arrazoados, papéis e documentos que entregarem
julgamento; em cartório.
d. atos meramente ordinatórios, como a vista ao ór-
gão da Defensoria Pública, independem de des-
pacho; Meio de prática do ato processual
e. decisão interlocutória não é apta a versar sobre o
mérito do processo. Eletrônico: qualquer horário até as 24h do úl-
timo dia do prazo;
Não eletrônico: deverá observar o horário de
47. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE funcionamento do tribunal/fórum.
RJ)/2019 Tendo percebido que um dos litiscon-
sortes ativos era parte ilegítima, o juiz reconheceu Do tempo para a prática dos atos processuais
ser ele carecedor do direito de ação, tendo deter-
minado o prosseguimento do feito em relação às Regra geral: das 6h às 20h e em dias úteis.
demais partes.
Exceção: serão praticados depois das 20h se o seu
A natureza desse pronunciamento judicial é de: adiamento:
- Tutela de urgência;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
20
- art. 212, §2º, CPC - Citações; Intimações; Penhoras. Na contagem do prazo, só se conta os dias úteis
(art. 219 do CPC), não contando feriados (art. 216 do
Prazo processual CPC). O dia do termo inicial (art.231 do CPC) deve ser
excluído (art. 224, caput, CPC).
Refere-se ao lapso de tempo dentro do qual o ato pro-
cessual deve ser praticado Depois que se exclui o dia do termo inicial (art. 231 do
CPC), passamos a contar apenas os dias úteis (art. 219
do CPC).
Classificação dos prazos
Prazos diferenciados
Prazo legal: quando o prazo é previsto em lei;
Prazo judicial: pode ser fixado por juiz, quando a lei Art. 229 do CPC: Os litisconsortes que tiverem dife-
for omissa; rentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos, terão prazos contados em DOBRO para to-
Obs.: Se o prazo não for estabelecido pela lei ou das as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribu-
pelo juiz, deve-se seguir o prazo geral de 5 dias. nal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se,
Prazo convencional: fixado pelas partes; havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa
Prazo Peremptório: prazos fixados em lei que se re- por apenas um deles.
ferem aos atos processuais de classificação relevante. § 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos
Caso esse prazo seja descumprido, acarretará conse- em autos eletrônicos.
quências negativas.
Fazenda Pública, Ministério Público e Defensoria Pú-
Ex.: contestação. blica também terão PRAZO EM DOBRO (arts. 180, 183
e 186 do CPC).
Prazo Dilatório: prazo que admite flexibilização. Atual-
mente, inclusive os prazos peremptórios admitem am- Suspensão do Curso do Prazo
pliação ou redução.
Art. 221 do CPC: Suspende-se o curso do prazo por
Ex.: contestação. obstáculo criado em detrimento da parte ou ocorren-
do qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o pra-
Prazo Próprio: aquele estabelecidos para as partes. zo ser restituído por tempo igual ao que faltava para
Esses prazos, caso não sejam cumpridos, também po- sua complementação.
dem acarretar consequências negativas.
Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a
Prazo Impróprio: prazo estabelecido para juízes e de- execução de programa instituído pelo Poder Judiciá-
mais serventuários. No entanto, não causam punições rio para promover a autocomposição, incumbindo aos
processuais aos juízes e aos serventuários que os des- tribunais especificar, com antecedência, a duração dos
cumprem, incorrendo apenas punição de natureza ad- trabalhos.
ministrativa.
Prorrogação do Prazo
Contagem dos prazos
Art. 222 do CPC: Na comarca, seção ou subseção judi-
Dies a quo → Dies ad quem ciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá pror-
(Termo inicial) (Termo final) rogar os prazos por até 2 (dois) meses.
Art. 218 do CPC. Os atos processuais serão realizados § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios
nos prazos prescritos em lei. sem anuência das partes. (ou seja, é possível reduzir
se houver anuência)
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os
prazos em consideração à complexidade do ato. Quando há uma suspensão de prazo, o processo não é
suspenso e sim o curso do prazo processual.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
21
A suspensão do prazo processual implica a retomada que concerne aos prazos processuais, que:
da contagem do prazo de onde o mesmo foi suspen-
so. a. o Ministério Público dispõe do prazo em quádru-
plo para contestar;
A interrupção de prazo implica na recontagem do pra- b. reputa-se tempestivo o ato praticado antes do
zo desde o início. termo a quo da fluência do prazo;
c. não havendo norma jurídica expressa ou prazo fi-
xado pelo juiz, deve a parte praticar o ato proces-
sual que lhe incumbir em quarenta e oito horas;
QUESTÕES d. os litisconsortes com procuradores diferentes,
ainda que integrantes de um mesmo escritório
50. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018 de advocacia, têm o benefício do prazo em dobro
De acordo com o Código de Processo Civil em vi- para que se manifestem;
gor, é correto afirmar, no tocante aos prazos pro- e. salvo disposição em contrário, os prazos são con-
cessuais, que: tados incluindo-se o dia do começo e o do ven-
cimento.
a. devem eles ser contados em dias corridos;
b. o ato processual praticado antes de seu termo ini-
cial deve ser reputado intempestivo; 53. FGV - Procurador (Paulínia)/2016 Com relação
c. ficam eles suspensos entre os dias 24 de dezem- à contagem de prazos, assinale V para a afirmativa
bro e 07 de janeiro, inclusive; verdadeira e F para a falsa.
d. não havendo regra legal ou prazo fixado pelo juiz,
será de cinco dias o prazo para a prática do ato a ( ) A contagem de prazo em dias úteis se aplica apenas
cargo da parte; aos prazos processuais quando estabelecida por lei ou
e. salvo disposição em contrário, são eles contados pelo juiz.
incluindo-se o dia do começo e o do vencimento.
( ) O ato praticado antes do termo inicial do prazo não
será considerado tempestivo.
51. FGV - Analista Técnico (TCE TO)/Direito/2022
Feita a citação por meio eletrônico, no endereço ( ) A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido ex-
previamente indicado pelo citando nos cadastros clusivamente em seu favor, desde que o faça de ma-
do Poder Judiciário, acompanhada das orienta- neira expressa.
ções para a realização da confirmação de recebi-
mento e de código identificador, o prazo de res- As afirmativas são, respectivamente,
posta começa a fluir no:
a. F, V e F.
A) dia útil seguinte à confirmação do recebimento da b. F, V e V.
citação; c. V, F e F.
d. V, V e F.
a. dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo e. V, F e V.
juiz;
b. dia útil seguinte à juntada aos autos da confirma-
ção do recebimento da citação; Preclusão
c. segundo dia útil seguinte à confirmação do rece-
bimento da citação; A preclusão é a perda de um poder/faculdade proces-
d. quinto dia útil seguinte à confirmação do recebi- sual em decorrência do vencimento do prazo estipu-
mento da citação. lado.
Preclusão consumativa: É a perda de uma faculdade/ comparecer em cartório ou por edital. (Art. 246 § 1º-A
poder processual em razão do exercício desse do CPC)
poder/faculdade já ter sido exercido.
Exceções a preferência ao meio eletrônico (art.247 do
Preclusão lógica: Perda de faculdade/poder processual CPC):
em razão da prática de um ato anterior que com ele é
incompatível. • as ações de estado, observado o disposto no art.
695, § 3º do CPC ;
Comunicação dos atos processuais
• quando o citando for incapaz;
A citação é o meio pelo qual o demandado é integra-
do ao processo. • quando o citando for pessoa de direito público;
Destina-se, portanto, ao réu, executado ou interessa- • quando o citando residir em local não atendido
do. pela entrega domiciliar de correspondência;
Art. 239. Para a validade do processo é indispen- • quando o autor, justificadamente, a requerer de
sável a citação do réu ou do executado, ressalvadas outra forma.
as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de
improcedência liminar do pedido. A intimação é o ato que informa, comunica a parte
sobre atos e termos do processo. Diante dessa in-
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do formação, a parte pode tomar alguma medida: defen-
executado supre a falta ou a nulidade da citação, der-se, manter-se inerte por exemplo. Nesses termos,
fluindo a partir desta data o prazo para apresentação pode haver intimação de autores, réus, auxiliares (ex:
de contestação ou de embargos à execução. peritos), terceiros interessados e etc.
Em regra, a citação segue o princípio da pessoalidade: A preferência é a intimação eletrônica, em portal pró-
prio se não for possível, publicação em órgão oficial
Art. 242 do CPC: A citação será pessoal, podendo, no (ex: Diário de Justiça Eletrônico).Se ainda não for
entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou possível, tentar-se-á a intimação pelo correio (arts.
do procurador do réu, do executado ou do interessa- 273, II, 274, caput e 275, caput). Ainda se o advogado
do. se fizer presente em cartório, será diretamente inti-
mado pelo escrivão ou chefe de secretaria (art. 274,
Modo de citação caput).
Art. 246 do CPC: A citação será feita preferencialmen- Se nenhuma dessas intimações ocorrerem, a intimação
te por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias se fará por meio de oficial de justiça (art. 275, caput).
úteis, contado da decisão que a determinar, por meio
dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no A notificação é mencionada no CPC apenas em juris-
banco de dados do Poder Judiciário, conforme regula- dição voluntária, destinando-se a comunicar alguém
mento do Conselho Nacional de Justiça. para que manifeste sua vontade em relação a assunto
juridicamente relevante.
§ 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da
justiça, passível de multa de até 5% (cinco por cen- Cartas
to) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo
legal, sem justa causa, o recebimento da citação re- arts. 260 a 268 do CPC.
cebida por meio eletrônico.
Rogatória: para realização de atos processuais es-
Caso não ocorra a confirmação do recebimento da trangeiros. É uma solicitação dirigida à autoridade
citação eletrônica no prazo estipulado (3 dias úteis), estrangeira (tradução juramentada) de um país para
a citação será realizada pelo correio, oficial de justi- o outro.
ça, pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Art. 105 da CF: Compete ao Superior Tribunal de Jus- ção pelos mesmos danos materiais mencionados
tiça: no âmbito administrativo.
Todavia, sustenta o servidor que o processo judicial é
I – processar e julgar, originariamente: inválido, pois em momento algum foi citado para in-
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a tegrar a lide processual ou praticou qualquer ato pro-
concessão de exequátur às cartas rogatórias; (In- cessual no referido processo.
cluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Nesse cenário, sendo constada a veracidade dessa in-
De Ordem: delegação da prática de atos processuais a formação, o referido processo judicial é:
instâncias inferiores em uma relação de subordinação.
Se o ato tiver de se realizar fora dos limites territoriais a. válido, uma vez que o processo judicial é precedi-
do local de sua sede – art. 236, §2o c/c art. 237, II, CPC. do de processo administrativo, no qual o servidor
teve a oportunidade de se defender;
Precatória: instrumento realizado entre comarcas. b. inválido, por força da litispendência, uma vez que
a questão já foi decidida no processo administra-
Juízo Deprecante ------------- Juízo Deprecado tivo em que o servidor participou;
c. válido, uma vez que os fatos narrados já foram
Na carta precatória, não há relação de hierarquia, e, objeto de contraditório no âmbito administrativo
sim, competência funcional horizontal e cooperação e as provas podem ser emprestadas ao processo
jurídica nacional. judicial;
d. inválido, uma vez que já há decisão administrativa
Sobre a dispensa da carta precatória: impondo a condenação final do servidor pela re-
ferida prática do ato ilegal;
Art. 255 do CPC: Nas comarcas contíguas de fácil e. inválido, pois não pode haver desenvolvimento
comunicação e nas que se situem na mesma região válido e regular do processo judicial sem que te-
metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em nha sido o servidor validamente citado.
qualquer delas,citações, intimações, notificações, pe-
nhoras e quaisquer outros atos executivos.
55. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Judiciá-
Caráter Itinerante das Cartas ria/2018 Na instrução de uma demanda judicial
que tramita na comarca de Maceió, foi requeri-
Art. 262. A carta tem caráter itinerante, podendo, an- da pela parte autora a oitiva de uma testemunha
tes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento, ser que domicílio em área territorial que pertence à
encaminhada a juízo diverso do que dela consta, a fim comarca de Porto Calvo. Ocorre que expedida a
de se praticar o ato. carta precatória para a referida oitiva, percebeu o
juízo deprecado que a testemunha residia na área
Parágrafo único. O encaminhamento da carta a outro abrangida pela comarca de Maragogi.
juízo será imediatamente comunicado ao órgão expe-
didor, que intimará as partes. Nesse cenário, deverá o juízo de Porto Calvo:
Nulidades dos atos processuais II. Quando a lei prescrever determinada forma sob
pena de nulidade, a decretação desta não pode ser
Art. 276 do CPC: Quando a lei prescrever determinada requerida pela parte que lhe deu causa.
forma sob pena de nulidade, a decretação desta não
pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. III. O processo é nulo quando o membro do Ministério
Público não for intimado a acompanhar o feito em que
art. 278 do CPC: A nulidade dos atos DEVE SER ALEGA- deva intervir, porém a nulidade só pode ser decretada
DA NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE EM QUE COUBER após a intimação do Ministério Público, que se mani-
À PARTE FALAR NOS AUTOS, sob pena de preclusão. festará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às Está correto o que se afirma em:
nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem
prevalece a preclusão provando a parte legítimo im- a. I, apenas.
pedimento. b. II, apenas.
c. I e III, apenas.
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Mi- d. II e III, apenas.
nistério Público não for intimado a acompanhar o feito e. I, II e III.
em que deva intervir.
• Procedimento Comum – divide-se em fases: pos- 2.Registro ou Distribuição (arts. 284 a 290) -torna
tulatória; saneadora ou organização do processo; prevento o juízo (art. 59) e determina a competência
instrutória ou probatória; e decisória. (art. 43);
• Procedimentos Especiais de Jurisdição Contencio-
sa. Registro: quando houver uma vara OU
• Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária. Distribuição: quando houver dois juízos com
competência idêntica.
Formação, Suspensão e extinção do processo
3. Despacho do Juiz que ordena a citação (art.240,
FORMAÇÃO §1º) interrompe a prescrição que retroage à data da
propositura da demanda.
Art. 312 do CPC: Considera-se proposta a ação
quando A PETIÇÃO INICIAL FOR PROTOCOLADA, to- 4. Citação (art. 240): induz litispendência, torna litigio-
davia, a propositura da ação só produz quanto ao réu sa a coisa, constitui em mora o devedor.
os efeitos mencionados no art. 240 depois que for va-
lidamente citado. Esquematizando:
• Petição Inicial (PI): art. 319 do CPC não é taxativo, Qualificação das partes
havendo alguns dispositivos que exigem mais da Causa de Pedir
petição inicial, a exemplo dos documentos indis- Pedido
pensáveis à propositura (art. 320, CPC); pagamen- Valor da Causa
Juntada de Documentos Indispensáveis e Indicação
to das custas iniciais (art. 82, CPC), bem como uso
dos Meios de Prova que Pretende Utilizar
da língua portuguesa (art. 192, CPC). Indicação dos Meios de Prova
Informar se pretende realizar ou não a audiência de
Requisitos: conciliação e mediação
Endereçamento
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Se houver alguma irregularidade na PI, o juiz deve, complete, indicando com precisão o que deve ser
com base no princípio da cooperação intimar o autor corrigido ou completado.
para corrigi-la, emendá-la.
Haverá o INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL do
Art. 321 O juiz, ao verificar que a petição inicial não juiz que não admite/rejeita a petição inicial antes mes-
preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que mo de o réu ser citado, não havendo condenação do
apresenta defeitos e irregularidades capazes de di- autor ao pagamento de honorários advocatícios. As
ficultar o julgamento demérito, determinará que o hipóteses estão previstas no artigo 330 do CPC.
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
• Contestação: consiste na defesa do réu às pre- foi feita a citação, nos demais casos.
tensões formuladas pelo autor na qual se con-
centram todos os elementos de resistência. Qual o conteúdo da contestação? Alegar hipóteses
previstas no art.337 do CPC com as pretensões regida
Art. 335 do CPC: O réu poderá oferecer contestação, pelo principio da eventualidade (possibilidade do
por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo réu apresentar todas as teses na contestação para
inicial será a data: a eventualidade do juiz não acolher uma analisar a
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da outra).
última sessão de conciliação, quando qualquer parte
não comparecer ou, comparecendo, não houver auto- Revelia: Art. 344 do CPC. Se o réu não contestar a
composição; ação, será considerado revel e presumir-se-ão verda-
deiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
II - do protocolo do pedido de cancelamento da au-
diência de conciliação ou de mediação apresentado Efeito material: recai sobre os fatos e não sobre o direi-
pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, to da parte (confissão dos fatos afirmados pelo autor e
inciso I ; não impugnados pelo réu -presunção relativa).
III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Efeito formal: ocorre se o réu não constituir advogado II - pela convenção das partes; (o prazo de suspensão
nos autos, dessa forma os prazos para o réu revel flui- nunca poderá exceder 6 meses)
rão da data da publicação do ato decisório no órgão
oficial (art. 346 do CPC). III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
Reconvenção: é o exercício do direito de ação do réu IV- pela admissão de incidente de resolução de de-
dentro do processo em que foi demandado. mandas repetitivas;
Art. 343 do CPC: Na contestação, é lícito ao réu pro- V - quando a sentença de mérito: (o prazo de sus-
por reconvenção para manifestar pretensão própria, pensão do processo nunca poderá exceder a 1 ano)
conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa. a) depender do julgamento de outra causa ou da de-
O réu pode propor reconvenção independente- claração de existência ou de inexistência de relação
mente de oferecer contestação! jurídica que constitua o objeto principal de outro pro-
cesso pendente;
Providências preliminares: Art. 347 do CPC: Findo o
prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o b) tiver de ser proferida somente após a verificação
caso, as providências preliminares constantes das se- de determinado fato ou a produção de certa prova,
ções deste Capítulo. requisitada a outro juízo;
• Julgamento antecipado de mérito: o proces- VII - quando se discutir em juízo questão decorrente
so de conhecimento, há as fases postulatória de acidentes e fatos da navegação de competência do
(propositura até providências preliminares); Tribunal Marítimo;
de saneamento; instrutória e, por fim, decisó-
ria. O julgamento antecipado do mérito se dá VIII - nos demais casos que este Código regula.
quando não houver necessidade de se aden-
trar na fase instrutória. (art.355 do CPC). IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quan-
do a advogada responsável pelo processo constituir
Do julgamento antecipado de mérito o juiz a única patrona da causa; (período de suspensão de
proferindo sentença com resolução de mérito, 30 dias)
no entanto se for julgamento antecipado PAR-
CIAL do mérito o juiz proferirá uma decisão X - quando o advogado responsável pelo processo
interlocutória. constituir o único patrono da causa e tornar-se pai.
(período de suspensão de 8 dias)
• Extinção do Processo: Art. 354. Ocorrendo
qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 EXTINÇÃO
e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.
art. 316 do CPC: A extinção do processo dar-se-á por
Em regra, a natureza jurídica da decisão será sentença. sentença.
Contudo, se disser respeito a parcela do processo, será
decisão interlocutória agravável.
SUSPENSÃO QUESTÕES
art. 313 do CPC. Suspende-se o processo: 57. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019
No que se refere à citação, é correto afirmar que:
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual
de qualquer das partes, de seu representante legal ou a. é o ato pelo qual o réu e o executado são
de seu procurador; (15 dias para constituir novo ad- convocados para que ofereçam contestação;
vogado)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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62. FGV - Oficial do Ministério Público (MPE a. deixar de receber a segunda contestação, em ra-
RJ)/2019 Sobre a formação do processo, é corre- zão da preclusão temporal;
to afirmar que: b. deixar de receber a segunda contestação, em ra-
zão da preclusão lógica;
a. não é considerada válida a citação ordenada por c. deixar de receber a segunda contestação, em ra-
juízo incompetente e deixa de produzir seus re- zão da preclusão consumativa;
gulares efeitos, como induzir litispendência, tornar d. receber a segunda contestação, já que apresenta-
litigiosa a coisa e constituir em mora o devedor; da dentro do prazo legal;
b. não é considerada válida a citação ordenada por e. receber a segunda contestação, em homenagem
juízo incompetente, mas produz os efeitos de in- às garantias da ampla defesa e do contraditório.
duzir litispendência, tornar litigiosa a coisa e cons-
tituir em mora o devedor;
c. considera-se proposta a ação com a formalização 65. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judi-
da relação processual entre as partes, materializa- ciário e Administrativo/2022 Em razão de um
da pela citação; acidente de trânsito de que lhe advieram lesões
d. considera-se proposta a ação quando a petição corporais, André ajuizou ação em face de Bruno,
inicial for protocolada, todavia, a propositura da pleiteando a sua condenação a lhe pagar verba
ação só produz efeitos quanto ao réu depois que reparatória de danos morais, no montante de dez
for validamente citado; mil reais, e bem assim de verba ressarcitória de da-
e. considera-se proposta a ação quando a petição nos materiais, esta na quantia de quinze mil reais.
inicial for protocolada, todavia, a propositura da
ação só produz efeitos quanto ao réu depois que Depois do juízo positivo de admissibilidade da de-
apresentar a contestação. manda e da citação de Bruno, este, observando que
o valor da causa atribuído na petição inicial foi de um
mil reais, pretende impugná-lo, a fim de vê-lo majora-
63. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Jus- do para o patamar de vinte e cinco mil reais.
tiça Avaliador/2018 NÃO constitui causa de sus-
pensão do processo: Nesse contexto, é correto afirmar que Bruno:
a. a perda da capacidade processual de qualquer das a. deverá suscitar a questão por meio da arguição
partes; de preliminar em contestação, a qual será acolhida
b. a morte do representante legal de qualquer das pelo juiz;
partes; b. deverá suscitar a questão por meio da arguição de
c. a arguição de incompetência do juízo; preliminar em contestação, a qual será rejeitada
d. a admissão de incidente de resolução de deman- pelo juiz;
das repetitivas; c. deverá suscitar a questão por meio do incidente
e. a convenção das partes. de impugnação ao valor da causa, o qual será aco-
lhido pelo juiz;
d. deverá suscitar a questão por meio do incidente
64. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018 de impugnação ao valor da causa, o qual será re-
Citado regularmente, o réu ofereceu contestação jeitado pelo juiz;
no quinto dia do prazo de que dispunha para tan- e. não poderá suscitar a questão, pois a atribuição
to. Mas, depois de protocolizada a sua peça de do valor da causa pela parte autora se funda em
bloqueio, lembrou-se ele de outra tese defensiva critérios estimativos.
que lhe seria aproveitável, não suscitada em sua
contestação e tampouco sendo cognoscível ex
officio pelo juiz. Assim, optou o demandado por
ofertar nova contestação, o que fez no décimo
segundo dia após o da juntada do mandado de
citação.
Quando a audiência poderá ser adiada? (art. 362 do a. decretar a revelia do réu e nomear um curador es-
CPC) pecial para apresentar defesa;
b. julgar procedente o pedido imediatamente, sem
1ª SITUAÇÃO: convenção das partes; decretar a revelia, pela aquiescência ao pedido;
2ªSITUAÇÃO: não comparecimento justificado da par- c. nomear um curador especial para apresentar de-
te quando necessária a presença; fesa, o que impedirá o reconhecimento da revelia;
3ªSITUAÇÃO: atraso injustificado superior a 30 minu- d. seguir com o processo, sem decretar a revelia e
tos sem nomear curador especial;
e. decretar a revelia do réu e seguir com o processo
Debates orais: para fase instrutória ou decisória.
Art. 5º, LVI, da Constituição Federal estabelece que Atenção! As partes também podem inverterem o ônus
“são inadmissíveis, no processo,as provas obtidas da prova desde que não recaia sobre direito indisponí-
por meios ilícitos”. vel da parte e torne excessivamente difícil a uma parte
o exercício do direito.
• Princípio do convencimento motivado e da
comunhão da prova: Nem todos os fatos dependem de prova, vejamos (art.
374 do CPC):
Art. 371, do CPC.
O juiz possui liberdade para apreciar a prova e Fatos notórios: são aqueles que não dependem de
deve fundamentar suas decisões. As provas pro- prova para serem admitidos como verdadeiros no pro-
duzidas no processo são compartilhadas entre as cesso. São fatos de conhecimento geral;
partes envolvidas, embora seja dirigida principal-
mente ao magistrado para que ele possa formar a Fatos afirmados por uma das partes e confessado pela
convicção. parte contrária: uma parte alegou e a outra confessou
que se trata de fato verdadeiro não havendo necessi-
dade de se provar:
Pode prova emprestada?
Fatos controvertidos: são fatos não impugnados pela
Sim, dependendo dos seguintes requisitos: outra parte;
a. produção regular no processo de origem; Fatos em cujo favor milita presunção legal de veraci-
b. observância do contraditório no processo de ori- dade: quando presume a ocorrência do fato ou sua
gem; veracidade na lei, dispensando a parte, portanto, da
c. observância do contraditório no processo de produção de prova a seu respeito.
destino.
Atenção! O art. 376, do CPC preceitua que compete à
Distribuição do ônus da prova parte provar:
Sentença condenatória: é aquela que, além de decla- Dispositivo: constitui o fecho da sentença, em que o
rar a existência de um direito material, imputa ao réu juiz resume a decisão rejeitando ou acolhendo os pe-
o cumprimento de uma prestação de fazer, não fazer, didos formulados na inicial ou na reconvenção e que
entregar receberá a proteção da coisa julgada.
coisa ou pagar quantia certa.
Coisa Julgada
Sentença constitutiva: É a decisão pela qual se
reconhece um direito potestativo, que tem por Trata-se de instrumento que visa conferir segurança
objetivo criar, alterar ou extinguir situações jurídicas. jurídica àquilo que foi decidido no contexto do pro-
cesso civil. Poder ser classificada:
Sentença declaratória: é aquela que tem por finalidade Coisa julgada formal: preclusão temporal que não per-
certificar a existência, inexistência ou modo de ser de mite
uma situação jurídica (art. 19, I, CPC), cabendo tam- mais a discussão daquele processo.
bém para a declaração de falsidade ou autenticidade
do documento (art. 19, II, CPC). Coisa julgada material: qualidade da sentença que
torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não
mais sujeita a recurso.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
34
Competência para o cumprimento de sentença Poderá haver efeito suspensivo determinado pelo juí-
zo se houver:
Art. 515 do CPC:
1º – requerimento do executado;
• Caso se trate de processo que esteja tramitan- 2º - oferecimento de garantia por intermédio de pe-
do originariamente no tribunal, será o próprio nhora, caução ou depósito; e
tribunal o órgão competente para o cumpri- 3º - execução capaz de gerar grave dano de difícil ou
mento; incerta reparação.
• Caso se trate de processo que tramite no pri-
meiro grau de jurisdição, a competência será,
em regra, do órgão que sentenciou o proces-
so;
• Caso se trate de processo cujo título executivo
se formou no juízo penal, arbitral, no estran-
geiro ou em tribunal marítimo, o cumprimen-
to de sentença tramitará no juízo competente
para analisar a matéria cível, caso o processo
fosse ajuizado diretamente no juízo cível.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
35
74. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019 sobre aquela espécie recursal, e a respectiva comprova-
Pólux é filho biológico de Zeus, que não figura no ção no ato de interposição recursal.
assento do registro de nascimento daquele. Em-
bora tenha documentos que poderiam ser decisi- Espécies de Recursos
vos para a comprovação da filiação, Pólux não tem
a menor intenção de ajuizar ação de investigação
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:
de paternidade em face de Zeus. Inconformado
com o desinteresse de Pólux, Castor, seu irmão, I - apelação;
decidiu propor a demanda em nome próprio, plei- II - agravo de instrumento;
teando, na petição inicial, a declaração do vínculo III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
de parentesco entre Pólux e Zeus. Proferido juízo V - recurso ordinário;
positivo de admissibilidade da ação, Zeus foi vali- VI - recurso especial;
damente citado, não tendo ofertado contestação, VII - recurso extraordinário;
o que deu azo à decretação de sua revelia. VIII - agravo em recurso especial ou extraordiná-
rio;
IX - embargos de divergência
Nesse cenário, deve o juiz:
Embargos de Declaração tem por finalidade cassar ou 77. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018
reformar a decisão proferida. Pretende-se, com os em- Maria e Fátima foram citadas em uma demanda
bargos de declaração, esclarecer, integrar, corrigir ou indenizatória proposta por João, sob o rito co-
completar a decisão prolatada. Os embargos de decla- mum. Após audiência de mediação, que restou in-
ração são cabíveis contra toda e qualquer decisão, seja frutífera, apenas Maria constituiu procurador, que
ela sentença ou decisão apresentou contestação. O juiz decretou a revelia
interlocutória, no prazo de 5 dias. de Fátima e, finda a fase instrutória, julgou proce-
dente o pedido formulado por João em face de
ambas as rés.
80. FGV - Analista Judiciário (TJ RO)/Oficial de Tendo o Ministério Público sido pessoalmente intima-
Justiça/2021 Tomando o primeiro contato com do da referida decisão, interpôs, oito dias úteis depois,
a petição inicial de uma demanda, o magistrado, recurso de embargos de declaração, pedindo a apre-
embora tenha procedido ao juízo positivo de ad- ciação, pelo juiz da causa, de seu pleito de produção
missibilidade da ação, indeferiu o requerimento de prova pericial.
autoral de concessão de tutela provisória de ur-
gência. À vista desse quadro, devidamente certificado pela
serventia, o juiz, ao tomar contato com os embargos
Quanto a esse provimento judicial, é correto afirmar declaratórios do Parquet, deverá:
que se trata de:
a. deixar de recebê-los, diante de sua intempestivi-
a. sentença, contra a qual cabe a interposição de re- dade;
curso de apelação; b. deixar de recebê-los, diante da ausência de seu
b. sentença, contra a qual cabe a interposição de re- preparo;
curso de agravo de instrumento; c. deixar de recebê-los, diante de seu descabimento
c. decisão interlocutória, contra a qual cabe a inter- para impugnar decisões interlocutórias;
posição de recurso de apelação; d. recebê-los e dar-lhes imediato provimento, diante
d. decisão interlocutória, contra a qual cabe a inter- da configuração do vício de omissão na decisão
posição de recurso de agravo de instrumento; de saneamento;
e. despacho, contra o qual cabe o ajuizamento de e. recebê-los e determinar a intimação da parte ré
mandado de segurança. para que ofereça a sua resposta.
81. FGV - Procurador Judicial (CM Aracaju)/2021 83. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judiciá-
Ao proferir decisão declaratória de saneamento, o rio e Administrativo/2022 O réu, não obstante
juiz da causa indeferiu o requerimento formulado citado em uma ação de cobrança, deixou trans-
por terceiro, no sentido de que fosse admitido o correr o prazo de resposta sem apresentação de
seu ingresso no feito como assistente simples. qualquer defesa processual, bem como não cons-
tituiu qualquer patrono nos autos do processo.
Quanto a esse provimento jurisdicional, é correto afir- Versando o litígio sobre direitos disponíveis, o
mar que se trata de: juiz, então, decretou a revelia do réu e julgou pro-
cedente o pedido, presumindo-se verdadeiras as
a. sentença, passível de impugnação pelo recurso de ape- alegações de fato formuladas pelo autor.
lação;
b. sentença, passível de impugnação pelo recurso de agra- Nesse sentido, é correto afirmar que:
vo de instrumento;
c. decisão interlocutória, passível de impugnação pelo re-
curso de apelação;
a. o revel não poderá intervir no processo após a
d. decisão interlocutória, passível de impugnação pelo re- prolação da sentença;
curso de agravo de instrumento; b. o prazo para o revel recorrer da sentença fluirá da
e. decisão interlocutória, passível de impugnação pelo re- data da sua intimação pessoal, por carta, ao seu
curso de agravo interno. endereço;
c. o prazo para o revel recorrer da sentença fluirá da
data de publicação do referido ato decisório no
82. FGV - Técnico Judiciário (TJDFT)/Administrati- órgão oficial;
va/2022 Nos autos de ação civil pública intenta- d. o juiz cometeu um error in procedendo, uma vez
da pelo Ministério Público, o juiz da causa, depois que a revelia não produz mais o efeito de presun-
de apresentadas a contestação e a réplica, proferiu ção de veracidade dos fatos;
decisão de saneamento do feito, em que deferiu e. o juiz cometeu um error in iudicando, uma vez que
a prova testemunhal pedida por ambas as partes, não se admite a presunção de veracidade dos fa-
sem apreciar, contudo, o requerimento de produ- tos, em se tratando de direitos disponíveis.
ção de prova pericial formulado pelo órgão mi-
nisterial.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
39
GABARITO
1.E 2.E 3.D 4.C 5.B 6.A 7.A 8.C 9.D 10.C
11.B 12.C 13.B 14.E 15.A 16.A 17.D 18.E 19.D 20.D
21.A 22.E 23.D 24.E 25.D 26.E 27.E 28.C 29.B 30.B
31.A 32.A 33.C 34.B 35.C 36.C 37.C 38.E 39.E 40.D
41.A 42.E 43.A 44.A 45.E 46.D 47.B 48.C 49.D 50.D
51.E 52.B 53.E 54.E 55.C 56.D 57.D 58.D 59.A 60.B
61.C 62.D 63.C 64.C 65.A 66.B 67.E 68.E 69.D 70.D
71.C 72.B 73.B 74.C 75.A 76.B 77.B 78.E 79.A 80.D
81.D 82.E 83.C
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIO
1
CÓDIGO ORGANIZACIONAL JUDICIÁRIO
PREFÁCIO I.
II.
população mínima de 18.500 habitantes;
repasse da arrecadação estadual, proveniente
de impostos, no exercício anterior, não inferior a
Este Código regula a divisão e a organização judiciária
4.000 salários mínimos;
do Estado de Sergipe, compreendendo a constituição,
III. mínimo de 14.000 eleitores inscritos;
estrutura, atribuições e competência do Tribunal, Juíz-
IV. movimento forense anual não inferior a 900 pro-
es e Serviços Auxiliares da Justiça.
cessos judiciais;
V. extensão territorial mínima de 90 quilômetros
Cabe PRIVATIVAMENTE ao Tribunal de Justiça, na
quadrados.
forma das Constituições Federal e Estadual, propor ao
Poder Legislativo a alteração da organização e da di-
A criação de comarca pressupõe que a comarca
visão judiciária, vedadas emendas estranhas ao objeto
desmembrada permaneça com a classificação orig-
da proposta.
inal.
2 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA
O Vice-Presidente, nas suas faltas e impedimentos, O Corregedor-Geral será auxiliado por Juízes-Correge-
será substituído pelo Desembargador mais antigo. dores que, por delegação, exercerão suas atribuições
consignadas em Lei.
Incumbe ao Vice-Presidente, além de substituir o Pres-
idente nas ausências e impedimentos e suceder-lhe no Os Juízes-Corregedores serão obrigatoriamente Juíz-
caso de vaga, exercer outras atribuições que lhe sejam es de Direito da mais elevada entrância e designados
conferidas por Lei e pelo Regimento Interno. pelo Presidente do Tribunal, por proposta do Correge-
Conselho da Magistratura: dor-Geral.
A designação dos Juízes-Corregedores será por tem-
O Conselho da Magistratura, Órgão maior de inspeção po indeterminado, mas considerar-se-á finda com o
e disciplina, a quem compete exercer as atribuições término do mandato do Corregedor-Geral.
que lhe sejam conferidas por Lei e pelo Regimento In-
terno, compõe-se dos seguintes membros: Os Juízes-Corregedores, uma vez designados, podem
ser dispensados dos serviços das Varas de que forem
II. Presidente do Tribunal de Justiça, que o presidirá; titulares.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
4 JUDICIÁRIO
I. Em primeira instância, pelo Juiz Auditor e pelos Os Ofícios do Foro Judicial, nos quais tramitam os pro-
Conselhos de Justiça; cessos de qualquer natureza, compreendem os Cartó-
II. Em segunda instância, pelo Tribunal de Justiça. rios e Secretarias do Tribunal, das Varas e dos Juízos e
os de Distribuição.
JUÍZES DE DIREITO:
Os Ofícios do Foro Extrajudicial, nos quais são lavradas
A jurisdição da Comarca será exercida por Juiz de Di- as declarações de vontade e executados os atos de-
reito. correntes de legislação sobre registros públicos, com-
preendem os Tabelionatos, os Ofícios do Registro de
Nas Comarcas providas de duas ou mais varas, compe- Imóveis, os Ofícios do Registro Civil das Pessoas Natu-
tirá ao Corregedor Geral da Justiça indicar, anualmente, rais, os Ofícios do Registro Civil das Pessoas Jurídicas,
para designação do Presidente, o Juiz que exercerá a os Ofícios do Registro de Títulos e Documentos e os
Direção do Fórum, permitida a recondução. Essa desig- Ofícios de Protestos Cambiais.
nação poderá ser alterada a qualquer tempo, conside-
rados a conveniência do serviço e o interesse do Po- A organização, atribuições e classificação dos Serviços
der Judiciário. (Esgotado o prazo, o Juiz prosseguirá no Auxiliares do Tribunal de Justiça, serão definidos em
exercício da função, até ser reconduzido ou substituído. Lei Complementar de iniciativa do Poder Judiciário.
Ao Juiz designado para a Direção do Fórum incumbe as A cada Vara corresponderá uma Secretaria com as atri-
atribuições conferidas em Lei e no Regimento Interno. buições correspondentes à competência do respectivo
Juiz.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIO
5
Gozam de fé pública os titulares de Ofícios do foro O Departamento de Pessoal do Poder Judiciário deve-
judicial e extrajudicial e os servidores que exercem as rá abrir arquivo próprio para os Escreventes indicados
funções de Oficial de Justiça, na forma da Lei. pelos Notários e Oficiais de Registro, anotando qual
deles foi indicado como substituto e arquivando toda
Servidores do Foro Judicial: a documentação que lhe for inerente.
O ingresso na carreira, a remoção, a promoção e a per- O Magistrado que, por motivo de incompatibilidade,
muta de servidores serão definidos em resolução do ficar impedido de exercer as suas funções, poderá ser
Tribunal de Justiça. posto à disposição da Corregedoria-Geral da Justiça
ou ficar em disponibilidade, até ser aproveitado, con-
O Tribunal de Justiça poderá condicionar a remoção soante disposto na Lei Orgânica da Magistratura.
a período mínimo de lotação da comarca da qual o
servidor pretende ser removido. Na mesma Comarca, não poderão funcionar, como
Juízes, os cônjuges, ascendentes e descendentes, con-
Servidores do Foro Extrajudicial: sanguíneos ou afins, irmãos ou cunhados, durante o
cunhadio. (não se aplica às comarcas com mais de 4
São Servidores do Foro Extrajudicial: varas)
Qualquer dúvida ou impugnação na distribuição será Anualmente, o Presidente do Tribunal de Justiça fará
encaminhada ao Juiz Diretor do Fórum da respectiva publicar a escala de plantão que ocorrerá nas férias
Comarca que decidirá de imediato, cabendo recurso dos Juízes, de acordo com as preferências manifesta-
ao Corregedor Geral da Justiça; no Tribunal de Justiça das e as necessidades do serviço.
cumprirá ao Juiz-Auxiliar da Presidência decidir sobre
a dúvida ou impugnação, cabendo recurso para o Pre- Férias dos Servidores
sidente.
Os Servidores do Poder Judiciário gozarão férias anu-
Na Comarca da Capital e naquelas que dispuserem do ais de trinta dias, preferencialmente, no mês de julho
sistema de computação de dados, as folhas-corridas de cada ano, com exceção daqueles indicados para
serão expedidas pelo próprio sistema, mediante con- permanecerem no serviço, em razão de sua continui-
sulta ao banco de dados, sendo subscritas por Servi- dade.
dor habilitado.
VANTAGENS E DIREITOS DOS MAGISTRADOS
AUDIÊNCIAS:
O Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor Geral
As sessões, as audiências e o expediente do Tribunal perceberão representação nos termos da Lei.
de Justiça regular-se-ão pelo Regimento Interno.
A representação em razão do exercício de cargo em
As pessoas presentes às audiências e sessões deverão função temporária integrará o subsídio na forma da
conservar-se em silêncio, evitando qualquer procedi- Lei.
mento que possa perturbar a serenidade e o respeito
necessário à Administração da Justiça. As Diárias e as vantagens pecuniárias serão estabele-
cidas e reguladas no Regimento Interno do Tribunal
Os Juízes poderão aplicar aos infratores as seguin- de Justiça.
tes penas:
DISPOSIÇÕES FINAIS:
I. advertência e chamamento nominal à ordem;
II. expulsão do auditório ou recinto do Tribunal. Nenhum requerimento será distribuído, ou despacha-
do, sem a prova de pagamento das custas judiciárias,
Se a infração for agravada por desobediência, desaca- ressalvadas as exceções legais.
to ou outro fato delituoso, ordenará o Juiz à prisão e a
autuação do infrator, a fim de ser processado. A Comarca da Capital, para efeito do registro civil das
pessoas naturais e do registro de imóveis e hipotecas,
Férias Forenses: será dividida em zonas com os limites a serem defini-
dos por Lei.
As férias forenses dos Magistrados de primeiro grau
serão gozadas no mesmo período indicado para os Os concursos elaborados pelo Poder Judiciário de Ser-
Membros do Tribunal de Justiça, salvo exceção legal gipe serão organizados na forma prevista em Lei e no
ou regimental. seu Regimento Interno, devendo o prazo do edital de
abertura ser de, no mínimo, dez dias para as inscrições.
Não se suspenderão, no período de férias forenses,
os feitos criminais com réu preso, ou na iminência de Ao cônjuge sobrevivente, e em sua falta aos herdeiros
prescrição, os pedidos de prisão preventiva e os de há- necessários do Magistrado, será concedida uma im-
beas corpus, bem como todos os atos ou feitos que a portância igual a 1 mês de vencimentos e vantagens,
Lei Federal autorizar ou determinar que se pratiquem ou proventos que percebia, para atender às despesas
ou prossigam durante tal período. de funeral e luto.
No período de férias forenses, poderá o Tribunal Pleno Fica instituído feriado forense o dia 11 de agosto, co-
fixar horário especial para o funcionamento dos Car- memorativo ao “Dia dos Magistrados”.
tórios.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
8 JUDICIÁRIO
6) Lagarto:
6.1) Varas Cíveis: 1ª e 2ª Varas;
6.2) Vara Criminal;
6.3) Juizado Especial.
7) Laranjeiras.
7.1) 1ª Vara;
7.2) 2ª Vara.
7.2.1) Areia Branca
10) Propriá:
10.1) 1ª Vara;
10.2) 2ª Vara.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIO
9
16) Malhador
II – COMARCAS DE ENTRÂNCIA INICIAL: 16.1) Moita Bonita.
§ 2º. Ficam excluídos do regime instituído por este Es- § 4º. A cada classe corresponderá uma especificação,
tatuto os funcionários ocupantes de cargo de mag- contendo o seguinte:
istério de natureza policial civil, salvo disposição em
contrário deste ou dos Estatutos a eles aplicáveis, es- I – Código;
pecificamente. II – Atribuições;
III – Requisitos mínimos para o provimento;
Art. 2º. Para os fins deste Estatuto, entende-se por: IV – Área de recrutamento;
V – Indicação da linha de progressão, quando for o
I – Funcionário Público, a pessoa legalmente investida caso.
em cargo público e que mantenha com o Estado vín-
culo de profissionalidade de natureza administrativa § 5º. Será vedado cometer ao funcionário atribuições
e não-contratual; diversas das inerentes ao seu cargo, exceto as funções
de confiança e comissões legais.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 6º. Haverá um quadro de pessoal para cada um dos Parágrafo único. Para efeito de provimento, será obe-
Poderes e para o Tribunal de Contas do Estado. decida a seguinte sequência, que orientará o preen-
chimento das vagas que vierem a surgir:
Art. 3º. O provimento dos cargos públicos dar-se-á em
caráter efetivo ou em comissão. I – Nomeação, na proporção de 2/3 (dois terços) das
vagas;
§ 1º. Os cargos de provimento efetivo se dispõem em
classes singulares e séries de classes. II – Acesso, na proporção de 1/3 (um teço) das vagas;
§ 2º. Os cargos de provimento em comissão se dis- III – Qualquer outra forma de provimento, para os car-
põem em classes singulares. gos não preenchidos na forma dos itens I e II.
Art. 4º. O provimento dos cargos públicos far-se-á: Art. 6º. A nomeação dependerá da aprovação do fun-
cionário em concurso público de provas, ou de provas
I – no âmbito do Poder Executivo, por ato do Gover- e títulos, observada a ordem decrescente de classifi-
nador do Estado; cação dos concursados.
II – no âmbito do Poder Judiciário, por ato do Presi- Parágrafo único. Independerá de concurso público a
dente do Tribunal de Justiça do Estado; nomeação para os cargos de Conselheiro, Procurador
da Fazenda Pública e Auditor do Tribunal de Contas
III – no âmbito do Poder Legislativo, por ato do Presi- do Estado e outros que a lei indicar.
dente da Assembleia Legislativa do Estado.
Art. 7º. O concurso de provas e títulos somente poderá
Parágrafo único. Os cargos do quadro de Pessoal do ser exigido para o provimento dos cargos que reque-
Tribunal de Contas serão providos por ato do Presi- iram, dos respectivos ocupantes, habilitação profis-
dente do Tribunal, salvo os de Conselheiro, Procurador sional em curso superior, legalmente instituído.
da Fazenda Pública, Procurador- Adjunto e de Auditor,
que serão providos por Decreto do Governador do Es- Art. 8º. A realização dos concursos será centraliza-
tado. da na Secretaria de Estado da Administração, salvo
para o provimento dos cargos da Magistratura e do
Art. 5º. O provimento em caráter efetivo far-se-á pelas Ministério Público.
seguintes formas:
Art. 9º. Os concursos serão regidos por instruções es-
I – Nomeação; peciais, expedidas pelo Órgão Público encarregado da
sua realização.
II – Acesso;2
_______________________________ Art. 10. As instruções especiais, a que se refere o art.
2 V. Art. 37, inciso II da CF, e Art. 25, inciso II, da CE. 9º, conterão as seguintes determinações mínimas:
§ 2º. As provas serão avaliadas na escala de 0 (zero) I – de cargo de classe singular para outro de classe
a 100 (cem) pontos e aos títulos serão atribuídos, no singular, ou de classe integrante de carreira;
máximo, 40 (quarenta) pontos.
II – de cargo de classe de carreira, para outro de classe
§ 3º. Salvo disposição de lei específica, somente singular, ou de classe integrante de carreira.
poderá prestar concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos quem, à data da respectiva inscrição, ti- § 1º. Será de 1.095 (um mil e noventa e cinco) dias
ver a idade mínima de 18 (dezoito) e a máxima de 50 de exercício na classe o interstício para concorrer ao
(cinquenta) anos. acesso.
§ 5º. Não estão sujeitos ao limite de idade estabeleci- Art. 13. O acesso funcional será precedido de concurso
da pelo § 3º deste artigo: interno de provas, a que poderão se submeter todos
os funcionários que preencherem as exigências deste
I – os funcionários efetivos, inclusive os que se encon- Estatuto e do seu Regulamento.
trarem sob estágio probatório, de qualquer dos três
Poderes, Tribunal de Contas ou Entidade Autárquica § 1º. O acesso obedecerá à ordem decrescente de
do Estado; classificação dos concursados.
II – os servidores contratados dos Poderes, Órgão, ou § 2º. No que couber o concurso interno se fará com a
Entidade a que se refere o item I deste parágrafo, cujo observância das normas estabelecidas por este Estat-
recrutamento haja sido precedido de concurso públi- uto para o concurso externo.
co;
§ 3º. Não poderá concorrer ao acesso o funcionário
III – os servidores contratados sem concurso, perten- que não possuir título profissional ou certificado de
centes aos Poderes, Tribunal de Contas, ou Entidade conclusão de curso, exigido por lei para o exercício do
Autárquica do Estado, cuja relação de emprego per- cargo a ser preenchido.
dure pelo lapso mínimo de 5 (cinco) anos.
Art. 14. Verificando-se empate na classificação dos
§ 6º. Será de 4 (quatro) anos o prazo de validade dos candidatos ao acesso, a preferência recairá sobre
concursos públicos. aquele que tiver, sucessivamente:
§ 6º. Nenhum concurso terá validade por prazo maior I – mais tempo de:
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Parágrafo único. Indicados os cargos a prover por Art. 22. A readaptação far-se-á a pedido do fun-
acesso, a Secretaria da Administração publicará edital cionário, ou ex-officio.
de concurso e providenciará a realização das provas.
§ 1º. Sempre que possível, a readaptação far-se-á
Subseção III para cargo vago não provido por concurso, acesso ou
Da Transferência7 transferência.
____________________________________
7 V. Art. 37, inciso II, da CF, e Art. 25, inciso II, da CE § 2º. Não havendo vaga, a readaptação implicará a
transformação do cargo titularizado pelo readaptado.
Art. 17. Transferência é a passagem do funcionário, de
um para outro cargo de igual nível de vencimento. § 3º. A readaptação não prejudicará o interstício
necessário a movimentação por transferência, ou pro-
Art. 18. A transferência dar-se-á nos casos indicados moção.
nos itens I e II do art. 12 desta Lei.
§ 4º. Para efeito de formação do interstício necessário
Parágrafo único. Será de 730 (setecentos e trinta) dias a transferência ou promoção, levar-se-á em consider-
de efetivo exercício na classe o interstício para a trans- ação o tempo de exercício do funcionário readaptado
ferência. no cargo anterior.
§ 3º. O aproveitamento será obrigatoriamente prece- b) com mais de 35 (trinta e cinco) anos de serviço pú-
dido de inspeção médica no funcionário, para efeito blico, excluído o período de inatividade;
de aferição de capacidade funcional para o exercício
do cargo. III – que o aposentado seja considerado, em inspeção
médica, apto para o exercício do cargo;
§ 4º. Se o laudo médico for desfavorável ao funcionário,
proceder-se-á a nova inspeção de saúde, para o mes- IV – que a Administração considere a Reversão como
mo fim, no prazo de 90 (noventa) dias. de interesse público.
§ 5º. Será aposentado, no cargo anteriormente ocupa- § 1º. Reduzir-se-á para 30 (trinta) anos o tempo de
do, o funcionário em disponibilidade que for consider- serviço referido no item II, alínea “b”, quando se tratar
ado incapaz, por laudo médico, para o serviço público de funcionário do sexo feminino.
em geral.
§ 2º. A reversão ex-officio não poderá ser decretada
§ 6º. Se o laudo médico não concluir pela possibili- com redução dos proventos percebidos pelo fun-
dade do aproveitamento, nem pela incapacidade para cionário, na aposentadoria.
o serviço público em geral, o funcionário permanecerá
em disponibilidade. § 3º. Será tornada sem efeito a reversão e cassada
a aposentadoria do funcionário que, revertido, não
Art. 25. O aproveitamento far-se-á a pedido, ou ex-of- tomar posse ou não entrar em exercício, dentro dos
ficio. prazos legais.
§ 2º. O funcionário será aposentado no cargo anteri- § 3º. É facultado ao funcionário substituto optar pelos
ormente ocupado, quando for considerado, por lau- vencimentos do seu cargo efetivo, mais o percentual
do médico, incapaz para o serviço público em geral. que a lei estabelecer sobre os vencimentos do cargo
Se o cargo houver sido transformado, a aposentado- em comissão.
ria dar-se-á no cargo resultante da transformação. Se
extinto o cargo, a aposentadoria far-se-á para cargo Art. 35. A substituição dependerá, sempre, de ato ex-
equivalente, respeitada a habilitação profissional do presso das autoridades indicadas no art. 4º, conforme
funcionário. o caso.
Art. 32. O provimento em comissão far-se-á por no- Art. 37. A posse dar-se-á mediante a assinatura de ter-
meação ou por substituição. mo em livro próprio, perante o superior imediato do
funcionário, a ser empossado.
Art. 33. A nomeação para cargo de provimento em
comissão prescindirá da aprovação do nomeado em Parágrafo único. É facultado ao funcionário tomar
concurso público de provas, ou de provas e títulos. posse por intermédio de procurador com poderes es-
peciais para assinatura do respectivo termo.
§ 1º. A nomeação para cargo em comissão poderá re-
cair ou não, em funcionário do Estado, quer se encon- Art. 38. A posse será efetuada no prazo de 30 (trinta)
tre no exercício do cargo ou na situação de disponível. dias, contados da data da publicação do ato de provi-
mento do cargo.
§ 2º. Recaindo a nomeação em funcionário do Estado,
este será afastado do seu cargo efetivo, salvo na hipó- § 1º. A requerimento do interessado, ou do represent-
tese de acumulação constitucionalmente permitida. ante legal, o prazo da posse será prorrogado até 30
(trinta) dias.
§ 3º. A nomeação poderá recair em funcionário apo-
sentado, quando se tratar de aposentadoria voluntária § 2º. Excepcionalmente, por razões plenamente justi-
e desde que o nomeado não haja completado 70 (se- ficadas, a critério das autoridades indicadas no art. 4º
tenta) anos de idade. (Revogado pelo art. 6º da Lei deste Estatuto, o prazo de que trata o § 1º poderá ser
Complementar n.º 106, de 11 de julho de 2005) ampliado.
Art. 34. O provimento em substituição dar-se-á nos § 3º. Se a posse não se verificar no curso do prazo ini-
casos de afastamento temporário do titular do cargo cial, ou no da prorrogação, será declarado sem efeito
em comissão. o ato do provimento.
§ 1º. O provimento em substituição somente poderá Art. 39. São requisitos para a
ser feito por funcionário pertencente ao mesmo quad- posse, entre outros estabelecidos neste Estatuto,
ro de pessoal do funcionário substituído. os seguintes:
III – habilitação prévia em concurso público, tratan- § 1º. Haverá, nos serviços de Pessoal das Repartições
do-se de nomeação para cargo de provimento efetivo; estaduais, uma ficha de assentamentos individuais do
funcionário, na qual serão anotados os dados de or-
IV – pleno gozo dos direitos políticos; dem pessoal e funcional.
V – quitação com os serviços eleitoral e militar; VI – § 2º. Os dados de ordem pessoal e funcional, referidos
bons antecedentes; no § 1º serão também anotados na Secretaria de Esta-
do da Administração.
VII – sanidade física e mental, comprovada por
inspeção médica. Art. 45. Salvo os casos estabelecidos neste Estatuto, o
funcionário que interromper o exercício por mais de
§ 1º. Será dispensada a prova dos requisitos de n.ºs I 30 (trinta) dias consecutivos, ficará sujeito à pena de
a III, quando o provimento não se processar por no- demissão por abandono de cargo.
meação.
Art. 46. O funcionário em exercício somente poderá
§ 2º. Caberá à autoridade competente para dar pos- ausentar-se do Estado, em objeto de serviço, medi-
se a verificação do atendimento dos requisitos de que ante autorização:
trata o caput deste artigo.
I – das autoridades indicadas no artigo 4º, conforme
CAPÍTULO III o caso, quando o afastamento se der por mais de 30
DO EXERCÍCIO (trinta) dias consecutivos;
Art. 40. O exercício é a prática de atos, pelo funcionário, II – do Dirigente de Repartição Pública em que o fun-
inerentes ao cargo no qual se deu o provimento. cionário estiver lotado, quando o afastamento se der
por menos de 30 (trinta) dias consecutivos.
Art. 41. O exercício do cargo terá início no prazo de 15
(quinze) dias, contados: Art. 47. O funcionário poderá ser posto à disposição
de Órgão ou Entidade Estadual, a cujo quadro de pes-
I – do dia da publicação do ato, nos casos de remoção soal não pertencer, assim como de qualquer Órgão ou
e de reintegração; Entidade da Administração Federal, Municipal e dos
demais Estados-Membros.
II – do dia da posse, nas demais hipóteses de provi-
mento. § 1º. São competentes para autorizar o afastamento
do funcionário as Autoridades mencionadas no art. 4º,
Parágrafo único. Salvo no caso de remoção, o prazo conforme o caso.
de que trata este artigo poderá ser prorrogado por
igual período, a juízo da Autoridade competente para § 2º. O afastamento de que trata este artigo far-se-á
a tomada de posse do funcionário. pelo prazo máximo de 4 (quatro) anos. Findo este
prazo, ou cessados os motivos determinantes do
Art. 42. O funcionário será exonerado, se não entrar no afastamento, o funcionário deverá apresentar- se à
exercício no prazo do artigo 41. Repartição em que estava anteriormente lotado.
Art. 43. O funcionário deverá ter exercício na Repartição § 3º. O afastamento será cancelado, se não for co-
Pública em cuja lotação houver claro. municada à Repartição Estadual de Origem, mensal-
mente, a frequência do funcionário.
Art. 44. O início do exercício e todas as alterações pos-
teriores serão comunicados ao Serviço de Pessoal de § 4º. O funcionário poderá ser colocado à disposição
cada Repartição Pública, para fins de anotação na ficha de outro Órgão ou Entidade, nos termos deste artigo,
de assentamentos individuais do funcionário. com ou sem ônus para a Repartição de origem.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 4º. O afastamento do funcionário, nos termos deste inferior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
artigo, dar-se-á sem ônus para o órgão ou entidade de
origem, ressalvados os casos em que houver interesse § 3º. Para efeito de apuração do tempo de exercício, a
público justificado e conveniência da Administração que se refere o caput deste artigo, não será considera-
Pública Estadual.( Redação dada pelo art. 1º da Lei da a fração de tempo inferior a 365 (trezentos e ses-
Complementar nº 149, de 14 de dezembro de 2007) senta e cinco) dias. (Redação dada pelo art. 128 da Lei
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 48. O afastamento para fins de participação em
competições esportivas, culturais, ou cívicas, com ou Art. 51. Salvo disposição expressa deste Estatuto, rep-
sem ônus para o Estado, dependerá de autorização utar-se- ão como de exercício, para todos os fins e
expressa das autoridades de que trata o artigo 4º, efeitos, os dias em que o funcionário estiver afastado
conforme o caso. por motivo de:
Parágrafo único. O afastamento previsto neste artigo Art. 51. Salvo disposição expressa deste Estatuto, rep-
será precedido de justificação do Órgão de lotação de utar-se- ão como de efetivo exercício os dias em que o
funcionário. funcionário estiver afastado por motivo de: (Redação
dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º
Art. 49. O funcionário preso em flagrante, ou por de- de novembro de 2005)
terminação judicial ou administrativa, será consid-
erado afastado do exercício, até condenação ou ab- I – férias;
solvição passada em julgado.
II – casamento, até 8 (oito) dias; III – serviços obrigatóri-
§ 1º. No caso de condenação, o funcionário não terá os por lei;
computado, como de efetivo exercício, o tempo du-
rante o qual se deu o afastamento. IV – falecimento do cônjuge, filhos e pais, até 8 (oito)
dias;
§ 2º. No caso de absolvição, o tempo de afastamento
do funcionário será considerado como de efetivo ex- V – falecimento de irmão e sogros, até 4 (quatro) dias;
ercício, para todos os fins e efeitos.
VI – repouso-maternidade;
§ 3º. Para os fins deste Estatuto, reputar-se-á como
absolvição a soltura resultante de impronúncia, ou VI – licença à gestante, licença à adotante e licença
prisão ilegal. paternidade; (Redação dada pelo art. 128 da Lei Com-
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Seção I
Do Tempo de Exercício VII – licença, nos seguintes casos:
Art. 52. Apenas para efeito de aposentadoria, disponi- Art. 53. Apenas para efeito de aposentadoria e dis-
bilidade e percepção do adicional do terço por 25 ponibilidade, reputar-se-ão como de exercício os
(vinte e cinco) anos de serviço, reputar-se-ão como seguintes afastamentos, desde que tenha havido a
de exercício os seguintes afastamentos, desde que respectiva contribuição previdenciária: (Redação dada
tenha havido a respectiva contribuição previdenciária: pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
(Redação dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º novembro de 2005)
113, de 1º de novembro de 2005)
I – os dias em que o funcionário foi colocado à dis-
Art. 52. Apenas para efeito de aposentadoria e dis- posição de Empresa Pública, Sociedade de Economia
ponibilidade, reputar-se-ão como de efetivo exercício Mista, ou de Fundações, desde que integrantes da
os seguintes afastamentos, desde que tenha havido a Administração Estadual;
respectiva contribuição previdenciária: (Redação dada
pelo art. 2º da Lei Complementar n.º 253, de 26 de
dezembro de 2014)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
II – o tempo em que o funcionário revertido esteve Parágrafo único. O Estágio Probatório dar-se-á no
aposentado, se a aposentadoria se deu por motivo de período de 2 (dois) anos.
invalidez;
§1º. O funcionário investido na forma do caput deste
III – o tempo de licença para acompanhamento do artigo, titular de cargo de provimento efetivo, depois
cônjuge varão, se este for também funcionário de Au- de aprovado em avaliação especial de desempenho no
tarquia ou de Órgão Público Estadual. Serviço Público ao completar 03 ( três) anos de efetivo
exercício no cargo. ( Redação dada pelo art. 1º da Lei
III – o tempo de licença para acompanhamento do Complementar nº 149, de 14 de dezembro de 2007)
cônjuge; (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple-
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) § 2º O estágio de que trata este artigo não será dispen-
sado, em nenhuma hipótese, para fins de aquisição de
IV – o tempo de licença para tratamento de saúde de estabilidade. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei Com-
pessoa da própria família. (Acrescentado pelo art. 128 plementar n. 149, de 14 de dezembro de 2007)
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
2005) Art. 58. São requisitos para a permanência do fun-
cionário no Serviço Público:
Parágrafo único. O tempo de exercício a que se refere
o item I deste artigo será contado de forma singela. I – idoneidade moral;
(Revogado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, II – assiduidade;
de 1º de novembro de 2005) III – pontualidade;
IV – disciplina;
Art. 54. Ressalvado o tempo de exercício dos V – eficiência;
Despachantes Estaduais e dos seus auxiliares, não será VI– dedicação ao serviço.
computado, para nenhum efeito, o tempo de serviço
gratuito. § 1º. Os requisitos de que trata os itens deste artigo
serão comprovados, à vista de anotações na ficha de
Parágrafo único. O tempo de serviço aproveitado pela assentamentos individuais do funcionário, a cargo de
parte inicial deste artigo será contado a partir da data cada Repartição do Serviço Público.
da entrada em vigor da Lei Estadual n.º 738, de 26 de
maio de 1956. § 2º. Será exonerado o funcionário que, no curso do
Estágio Probatório, não preencher qualquer dos req-
Art. 55. É vedada a acumulação de tempo de serviço, uisitos enumerados nos itens deste artigo.
concomitante ou simultaneamente prestado em mais
de um cargo ou emprego, da União, Estados-Mem- § 3º. A apuração dos requisitos de que tratam os itens
bros, Municípios, Distrito Federal, ou Territórios, assim deste artigo deverá processar-se de modo a que a ex-
como das respectivas Autarquias. oneração do funcionário possa ser feita antes de findo
o período do estágio.
Art. 56. Em regime de acumulação legal, será vedado
contar tempo de um dos cargos ou empregos para
reconhecimento de direitos ou vantagens no outro.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
11
§ 4º. Para apuração do merecimento do estagiário em da Lei Complementar n.º 149, de 14 de dezembro de
relação a cada um dos requisitos, seu superior ime- 2007)
diato prestará informações reservadas ao diretor do
serviço de pessoal de cada Repartição. De posse dos Art. 60. Para efeito do estágio, considerar-se-á o tem-
elementos informativos, o Órgão de Pessoal emitirá po de exercício do funcionário em outro cargo estad-
parecer escrito sobre a conveniência ou não da confir- ual de provimento efetivo, desde que:( Revogado pelo
mação do estagiário no serviço público. art. 1º da Lei Complementar n.º 149, de 14 de dezem-
bro de 2007)
§ 5º. Para efeito de apresentação de defesa, que se
fará no prazo de 10 (dez) dias, o estagiário será notifi- I – não tenha havido solução de continuidade; (
cado do parecer que for contrário à sua permanência Revogado pelo art. 1º da Lei Complementar n.º 149,
no serviço público. de 14 de dezembro de 2007)
§ 6º. Decidindo-se pela exoneração do estagiário, o II – a nomeação anterior haja sido precedida de con-
dirigente da Repartição solicitará às autoridades com- curso público. ( Revogado pelo art. 1º da Lei Comple-
petentes para a nomeação, a expedição do respectivo mentar n.º 149, de 14 de dezembro de 2007)
ato.
Seção III
Art. 59. Findo o prazo do estágio, sem que haja exon- Da Remoção
eração, o funcionário será confirmado no seu cargo,
automaticamente. Art. 61. Remoção é a mudança do local de exercício do
funcionário, sem que se modifique a respectiva situ-
Art. 59-A. O funcionário em estágio probatório não ação funcional.
poderá:
Art. 62. Caberá a Remoção:
I – ocupar cargo de provimento em comissão; ( Acres-
centado pelo art. 1º da Lei Complementar n.º 149, de I – de uma para outra Secretaria ou Repartição do Es-
14 de dezembro de 2007) tado;
II – exercer função de confiança ; ( Acrescentado pelo II – de um para outro Órgão da mesma Secretaria ou
art. Repartição do Estado.
1º da Lei Complementar n.º 149, de 14 de dezembro § 1º. A remoção dependerá da existência de claro de
de 2007) lotação.
III – ser posto à disposição de órgão ou entidade. ( § 2º. Independerá de claro de lotação a remoção da
Acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n.º funcionária casada, por motivo de mudança de dom-
149, de 14 de dezembro de 2007) icílio do seu cônjuge, também servidor público estad-
ual.
§ 1º. A vedação prevista no inciso I do caput deste artigo
não se aplica aos ocupantes dos cargos de provimen- Art. 63. A Remoção far-se-á a pedido ou ex-officio,
to em comissão de Secretário Municipal, Secretário de sempre no interesse do serviço público.
Estado ou a este equiparado, Subsecretário de Esta-
do, Secretário-Adjunto, Diretor-Presidente ou Diretor Art. 64. Admitir-se-á a Remoção por permuta, medi-
de Autarquia ou Fundação. ( Acrescentado pelo art. ante requerimento dos permutantes, observado o dis-
1º da Lei Complementar n.º 149, de 14 de dezembro posto nesta Seção.
de 2007)
Art. 65. São competentes para ordenar a Remoção as
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, fica suspenso o Autoridades referidas no art. 4º, no âmbito de cada
período de estágio probatório para o cargo de provi- quadro de pessoal.
mento efetivo, enquanto permanecer no cargo de
provimento em comissão. ( Acrescentado pelo art. 1º
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Seção IV Seção V
Da Redistribuição Da Disponibilidade
Art. 66. Redistribuição é a translação do cargo, com Art. 70. Disponibilidade é a situação de inatividade re-
o respectivo ocupante, do Quadro do Poder Execu- munerada a que passa o funcionário estável, por força
tivo Estadual para o quadro de pessoal de Entidade da extinção do cargo que ocupava, ou da declaração,
Autárquica do Estado, assim como deste para aquele. por ato do Poder Executivo, da sua desnecessidade.
Art. 67. A redistribuição far-se-á em atenção aos § 1º. A remuneração do funcionário em disponibili-
seguintes objetivos: dade será proporcional ao tempo de serviço público.
II – fixar as lotações funcionais dos Órgãos e Entidades Art. 71. Restaurado o cargo, ou revogada a declaração
da Administração Estadual Direta e Autárquica; da sua desnecessidade, o funcionário disponível será
obrigatoriamente aproveitado, independentemente
III – colocar o funcionário no quadro de pessoal mais da ordem estabelecida pelo parágrafo único do art. 5º.
favorável ao aproveitamento da sua formação profis-
sional e capacidade de trabalho. Art. 72. O funcionário em disponibilidade será apo-
sentado, quando atender os requisitos da aposenta-
Art. 68. A redistribuição dar-se-á a pedido ou ex-oficio. doria.
§ 4º. Excepcionalmente, a Gratificação de Produtivi- gens e prerrogativas; (Redação dada pelo art. 17 da Lei
dade ou Gratificação de Exercício dos Fiscais e Audi- n.º 2.558, de 14 de novembro de 1985)
tores do Fisco Estadual de que trata a Lei n.º 2.270,
de 10 de julho de 1980; a Gratificação de Produtiv- II – pelo vencimento ou remuneração do cargo efetivo,
idade estabelecida para os Procuradores do Estado acrescida de 60% (sessenta por cento) do vencimento
pelo art. 26 da Lei n.º 2.594, de 13 de novembro de do cargo em comissão. (Redação dada pela Lei Com-
1986; a Gratificação de Produtividade prevista para plementar n.º 80, de 17 de janeiro de 2003)
os Defensores Públicos do Estado pelo art. 55 da Lei
Complementar n.º 15, de 20 de dezembro de 1994; a III – pelo vencimento ou remuneração de cargo efeti-
Gratificação Especial de Carreira de Delegado de Polí- vo, acrescido de 60% (sessenta por cento) do valor de
cia a que se refere o art. 1º da Lei n.º 3.592, de 09 de Secretário de Estado ou de cargo em comissão de Na-
janeiro de 1995; a Gratificação por Serviço Judiciário e tureza Especial, quando a investidura se der, respecti-
a Gratificação por Serviço Legislativo dos funcionários vamente, em quaisquer destes cargos. (Redação dada
dos Poderes Judiciário e Legislativo, nos termos dos pelo art. 12 da Lei n.º 2.215, de 30 de junho de 1979)
artigos 13 e 20, respectivamente, da Lei n.º 2.693, de
07 de dezembro de 1988; e a Gratificação de Controle III – pelo vencimento ou remuneração do cargo efe-
Externo dos funcionários do Tribunal de Contas do Es- tivo, acrescido de 60% (sessenta por cento) do valor
tado, de acordo com o art. 13 da Lei n.º 2.660, de 07 de do cargo em comissão de Natureza Especial, quando
abril de 1988, e respectivas legislações suplementares, a investidura se der nesse cargo, salvo o de Secretário
serão consideradas para efeito de cálculo dos Adicio- de Estado e outros com os mesmos direitos, vanta-
nais do Triênio e do Terço assegurados na forma da gens e prerrogativas. (Redação dada pelo art. 15 da Lei
lei aos mesmos funcionários. (Redação dada pela Lei n.º 2.419, de 26 de maio de 1983) (Revogado pela Lei
Complementar n.º 22, de 25 de outubro de 1995) Complementar n.º 80, de 17 de janeiro de 2003)
Art. 77. Remuneração é a retribuição pecuniária men- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos
sal, devida ao funcionário pelo exercício do seu cargo servidores dos três Poderes do Estado, do Tribunal de
e correspondente ao vencimento e mais as vantagens Contas e da Administração Estadual Indireta, inclusive
a este incorporadas. os contratados pelo regime trabalhista. (Revogado
pela Lei Complementar n.º 80, de 17 de janeiro de
Art. 78. Ao funcionário estadual que for investido em 2003)
cargo em comissão, inclusive de natureza especial,
será permitido optar: § 1º. Quando a investidura se der em cargo de
Secretário de Estado ou outro com os mesmos dire-
Art. 78. Ao funcionário estadual que for investido em itos, vantagens e prerrogativas, a opção somente se
cargo em comissão, inclusive de natureza especial, é dará: (Redação dada pelo art. 15 da Lei n.º 2.419, de 26
permitido optar: (Redação dada pela Lei Complemen- de maio de 1983) (Revogado pela Lei Complementar
tar n.º 80, de 17 de janeiro de 2003) n.º 80, de 17 de janeiro de 2003)
§ 2º. O disposto neste artigo aplica-se aos servidores IV – o valor correspondente a 2/3 (dois terços)
dos três Poderes do Estado, do Tribunal de Contas e da de cada dia em que o funcionário faltar ao serviço, por
Administração Estadual Indireta, inclusive os contrata- motivo de cumprimento de pena privativa de liber-
dos pelo regime trabalhista. (Redação dada pelo art. dade, resultante de condenação judicial definitiva que
15 da Lei n.º 2.419, de 26 de maio de 1983) não acarrete a respectiva demissão.
§ 2º. O disposto neste artigo aplica-se aos servidores IV – o valor correspondente a cada dia em que o fun-
dos três Poderes Constituídos do Estado, do Tribunal cionário faltar ao serviço por motivo de cumprimento
de Contas do Estado e da Administração Estadual Indi- de pena privativa de liberdade, resultante de conde-
reta, inclusive os servidores contratados pelo regime nação judicial definitiva que não acarrete a respectiva
trabalhista. (Redação dada pela Lei Complementar n.º demissão; (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple-
80, de 17 de janeiro de 2003) mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 79. É vedado o exercício gratuito de cargo público. V – o valor correspondente a cada dia em que o fun-
cionário faltar ao serviço por motivo de suspensão
Art. 80. Ressalvado o direito de opção e de acumu- resultante de instauração de processo administrativo
lação legal, quando for o caso perderá o vencimento disciplinar. (Acrescentado pelo art. 128 da Lei Comple-
ou a remuneração do seu cargo efetivo o funcionário mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
que:
§ 1º. Serão abonadas as faltas motivadas por moléstia
I – for nomeado para cargo em comissão; ou enfermidade, mediante apresentação de atestado
médico, até o máximo de 12 (doze) por ano, não exce-
II – estiver no exercício de mandato eletivo federal, es- dendo a 3 (três) por mês. Acima desse limite, somente
tadual, ou municipal; serão abonadas as faltas justificadas por atestado do
Serviço Médico do Estado.
III – for nomeado para o cargo de Prefeito Municipal.
§ 2º. Para efeito de desconto, serão considerados os
Art. 81. Será descontado do vencimento, ou da remu- dias inúteis que se seguirem, imediatamente, às faltas
neração: não abonadas do funcionário.
I – o valor correspondente a cada dia de ausência do § 3º. Para efeito do desconto a que se refere o item II
funcionário ao serviço, salvo as hipóteses admitidas deste artigo, considerar-se-á como 1 (uma) hora de
por este Estatuto; atraso na entrada, ou de antecipação na saída do tra-
balho, a fração de tempo superior a 15 (quinze) minu-
II – o valor correspondente às horas de atraso ou de tos.
antecipação do funcionário, na entrada ou na saída do
serviço, conforme o caso; § 4º. Reputar-se-á como ausência ao serviço todo atra-
so ou antecipação superior a 2 (duas) horas.
III – o valor correspondente a 1/3 (um terço) de cada
dia em que o funcionário faltar ao serviço, por motivo § 5º. Os descontos por motivo de atraso, antecipação,
de prisão em flagrante, ou por determinação judicial ou ausência, não excluirão a respectiva anotação na fi-
ou administrativa, até condenação ou absolvição pas- cha de assentamentos individuais do funcionário, para
sada em julgado. Se absolvido, o funcionário fará jus à efeito de aferição da sua pontualidade e assiduidade
respectiva diferença; ao serviço.
III – o valor correspondente a cada dia em que o fun- § 6º. Para efeito da diferença a que se refere a parte
cionário faltar ao serviço por motivo de prisão em final do item III deste artigo, equivalerá à absolvição a
flagrante, ou por determinação judicial, até a conde- soltura resultante de impronúncia ou de prisão ilegal.
nação ou absolvição passada em julgado; (Redação (Revogado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113,
dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de 1º de novembro de 2005)
de novembro de 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 7º. Aplicar-se-á o disposto no item III deste artigo Parágrafo único. O limite estabelecido por este artigo
aos casos em que o funcionário faltar ao serviço, por elevar-se-á ao máximo de 60% (sessenta por cento),
motivo de suspensão resultante da instauração de nos casos de consignação para amortização de em-
processo administrativo disciplinar. (Revogado pelo préstimos imobiliários.
art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
vembro de 2005) Art. 84. O vencimento ou a remuneração do fun-
cionário não poderá sofrer outros descontos, exceto
§ 8º. Durante o período em que o funcionário esti- os autorizados por lei.
ver cumprindo prisão ou pena privativa de liberdade a
que se referem os incisos III e IV do caput deste artigo, Art. 85. Nos cálculos do vencimento, ou da remuner-
poderá ser concedido, aos seus dependentes, o aux- ação do funcionário, serão desprezadas as frações de
ílio-reclusão previsto no Regime Próprio de Previdên- cruzeiro10, inclusive em relação aos descontos legais.
cia Social do Estado de Sergipe – RPPS/SE. (Acrescen- _____________________________________
tado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º 10 Moeda da época da edição do Estatuto
de novembro de 2005)
Art. 86. Somente será admitida a outorga de
§ 9º. Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, procuração para efeito de recebimento de vencimento
se o funcionário for absolvido, será devido, pelo órgão ou remuneração quando o funcionário se encontrar
ou entidade a que for subordinado ou vinculado o fora da respectiva sede, ou impossibilitado, compro-
mesmo funcionário, o vencimento ou a remuneração vadamente, de locomover-se.
integral, descontado, se for o caso, o valor do auxílio-
reclusão pago a seus dependentes de acordo com § § 1º. Seja qual for a hipótese determinada da outorga
8º deste mesmo artigo. (Acrescentado pelo art. 128 de procuração, a validade do respectivo instrumento
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de ficará limitada ao período de 6 (seis) meses.
2005)
§ 2º. A Secretaria de Estado da Administração ve-
Art. 82. Salvo disposição em contrário, deste Estatuto, lará para que os Órgãos ou Entidades pagadoras ob-
serão descontados do vencimento ou da remuneração servem, rigorosamente, o disposto no caput e no § 1º
do funcionário, em parcelas não excedentes a 10% deste artigo.
(dez por cento) dos mesmos, as reposições ou inden-
izações devidas à Fazenda Estadual. Art. 87. Os vencimentos dos cargos do Poder Legisla-
tivo, do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas do
§ 1º. Tratando-se reposição ou indenização proveniente Estado não poderão ser superiores aos pagos pelo
de apropriação indevida de recursos do Estado, com o Poder Executivo, para cargos de atribuições iguais ou
emprego de comprovada má-fé, os descontos poderão assemelhadas.
ultrapassar o limite fixado neste artigo, a critério das
Autoridades indicadas no art. 4º deste Estatuto, con- Parágrafo único. Respeitado o disposto neste artigo,
forme o caso. é vedada vinculação ou equiparação de qualquer na-
tureza, para efeito de remuneração dos funcionários
§ 2º. Se o funcionário for exonerado, demitido, ou vier públicos civis do Estado.
a falecer antes de liquidado o seu débito para com a
Fazenda Estadual, a quantia devida será inscrita como Seção II
dívida ativa, para efeito de cobrança administrativa ou Da Estabilidade
judicial.
Art. 88. Estabilidade é a garantia de permanência do
Art. 83. Não serão admitidas consignações, para amor- funcionário efetivo no serviço público estadual, após o
tização de empréstimos contraídos com Órgãos ou cumprimento do estágio probatório ou do prazo fixa-
Entidades Oficiais, superiores a 30% (trinta por cento) do em lei.
do valor líquido do vencimento ou da remuneração do
funcionário.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
17
Art. 89. O funcionário estável somente poderá ser b) 30 (trinta) anos de serviço público, se do sexo fem-
demitido em razão de sentença judicial definitiva, ou inino; (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar
de decisão proferida em processo administrativo dis- n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
ciplinar, desde que lhe tenha sido assegurado ampla
defesa. IV – o Pessoal Civil ativo, da Administração Dire-
ta, Autárquica e Fundacional do Estado de Sergipe,
Art. 90. Conservará a estabilidade já adquirida o fun- que permanecer em atividade após completar as ex-
cionário estadual que for nomeado para outro cargo igências para aposentadoria voluntária integral, nas
de provimento efetivo de qualquer dos quadros de condições previstas no art. 40, da Constituição Feder-
pessoal referidos no § 6º do art. 2º deste Estatuto, res- al, na redação dada pela Emenda Constitucional n.º 20,
peitadas as condições do art. 60 deste Estatuto. de 15 de dezembro de 1998, ou nas condições previs-
tas no art. 8º da referida Emenda, fará jus à isenção da
Art. 91. Nos casos de acumulação legal de cargos de contribuição previdenciária até a data da publicação
provimento efetivo, a estabilidade contar-se-á a partir da concessão de sua aposentadoria, voluntária ou
do cumprimento do estágio probatório em cada um compulsória. (Acrescentado pela Lei Complementar
deles. n.º 53, de 27 de outubro de 2000) (Revogado pelo art.
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
Parágrafo único. A estabilidade do funcionário pelo de 2005)
cumprimento do estágio probatório no primeiro cargo
não será impeditiva da exoneração do funcionário no § 1º. A aposentadoria por invalidez será precedida de
segundo cargo, se, em relação a este, a fase probatória licença para tratamento de saúde, por período não su-
não se completar. perior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo se o serviço
Médico do Estado concluir, de logo, pela incapacidade
Seção III do funcionário para o serviço público. (Revogado pelo
Da Aposentadoria11 art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
___________________________________ vembro de 2005)
11 V. Art. 40 da CF , e Lei Complementar nº 113, de 1º de novembro de 2005
§ 2º. O laudo que concluir pela incapacidade definitiva
Art. 92. Aposentadoria é a situação de permanente do funcionário esclarecerá se a invalidez diz respeito
inatividade do funcionário, sem prejuízo do seu venci- apenas ao exercício do cargo, ou ao serviço público.
mento ou remuneração, nos termos deste Estatuto. (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
de 1º de novembro de 2005)
§ 3º. Não sendo o caso de incapacidade para o serviço
Art. 93. A aposentadoria dar-se-á: (Revogado pelo art. público, aposentadoria por invalidez só será concedi-
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro da, se não for possível a readaptação do funcionário.
de 2005) (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
de 1º de novembro de 2005)
I – por invalidez; (Revogado pelo art. 138 da Lei Com-
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) § 4º. A aposentadoria por invalidez somente produzirá
efeitos, a partir da publicação do ato que a conceder.
II – compulsoriamente, ao atingir o funcionário a idade (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
de 70 (setenta) anos; (Revogado pelo art. 138 da Lei de 1º de novembro de 2005)
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
§ 5º. A aposentadoria compulsória dar-se-á automati-
III – a pedido do funcionário que completar: (Revoga- camente, a partir do dia seguinte àquele em que o
do pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de funcionário atingir a idade- limite. (Revogado pelo art.
novembro de 2005) 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
de 2005)
a) 35 (trinta e cinco) anos de serviço público, se do
sexo masculino; (Revogado pelo art. 138 da Lei Com-
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 6º. A aposentadoria voluntária somente produzirá c) nas hipóteses referidas nas alíneas “a” e “b” do item
efeitos, a contar do dia em que for publicado o ato de III do art. 93; (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple-
sua concessão. O funcionário aguardará, em exercício, mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
a publicação do ato concessivo da sua aposentadoria.
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, II – correspondente ao vencimento ou à remuneração,
de 1º de novembro de 2005) proporcionalmente ao tempo de serviço público, nos
demais casos. (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple-
§ 7º. Havendo interesse para o serviço público, a apo- mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
sentadoria voluntária poderá ser concedida ao fun-
cionário que contar com mais de 25 (vinte e cinco) § 1º. Para efeito de fixação dos proventos relativos à
anos de serviço público, exclusive o tempo de licença aposentadoria por invalidez, considerar-se-á: (Revoga-
prêmio não gozada. do pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
novembro de 2005)
§ 7º. Dar-se-á a aposentadoria voluntária ao fun-
cionário que a requerer, desde que conte com mais de I – Acidente, o evento que provoque dano físico ou
30 (trinta) anos de serviço, se do sexo masculino, ou mental e que tiver como causa imediata, ou mediata, o
mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se do sexo exercício do cargo público. Equipara-se a acidente em
feminino. (Redação dada pelo art. 3º da Lei n.º 2.876, serviço o ocorrido no deslocamento entre a residência
de 14 de novembro de 1990) (Revogado pelo art. 138 e o local de trabalho, assim como a agressão que o
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de funcionário vier a sofrer, sem provocação da sua parte,
2005) no exercício do cargo; (Revogado pelo art. 138 da Lei
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 94. A aposentadoria dos funcionários estaduais
será concedida ou declarada para Autoridade compe- II – Moléstia Profissional, a doença ou enfermidade
tente para a respectiva nomeação. resultante da natureza ou das condições do trabalho,
ou de fato nele ocorridos devendo o laudo médico
Art. 95. Denominar-se-á “proventos” a retribuição pe- estabelecer-lhe a rigorosa caracterização; (Revogado
cuniária mensal do aposentado. pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
novembro de 2005)
Art. 96. Os proventos da aposentadoria serão: (Revoga-
do pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de III – Doença grave, contagiosa, ou incurável, as re-
novembro de 2005) sultantes de tuberculose ativa, alienação mental, ne-
oplasia maligna, cegueira, ou redução da visão a esta
I – iguais ao vencimento ou à remuneração percebida equivalente, lepra, cardiopatia grave e irredutível,
na atividade: (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple- “Mal de Parkinson”, paralisia irreversível e incapacit-
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) ante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
estados avançados de osteíte deformante, assim como
a) na hipótese de que trata o item I do art. 93, se a outras moléstias ou enfermidades que a lei indicar,
invalidez resultar de acidente em serviço, moléstia com base nas conclusões da medicina especializada.
profissional, ou doença grave, contagiosa ou incuráv- (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
el, especificada neste Estatuto; (Revogado pelo art. de 1º de novembro de 2005)
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
de 2005) § 2º. Para efeito de fixação dos proventos relativos à
aposentadoria compulsória, o funcionário consider-
b) na hipótese de que trata o item II, do art. 93, se o ar-se-á inativo, a partir do dia seguinte aquele em
funcionário, ao atingir a idade de 70 (setenta) anos, que completar 70 (setenta) anos de idade. (Revogado
contar com 35 (trinta e cinco) ou 30 (trinta) anos de pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
serviço público, conforme se trate do sexo masculi- novembro de 2005)
no ou feminino, respectivamente; (Revogado pelo art.
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
de 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
19
§ 3º. Tratando-se de aposentadoria com proventos Parágrafo único. A incorporação de outras vanta-
proporcionais ao tempo de serviço o respectivo cálcu- gens pecuniárias, para efeito de cálculos de proven-
lo será feito à razão de 1/35 (um trinta e cinco avos), tos da aposentadoria, somente se fará nos termos e
ou 1/30 (um trinta avos) por ano de serviço público, condições expressamente regulados neste Estatuto.
conforme se trate, respectivamente, de funcionário do
sexo masculino ou feminino. (Revogado pelo art. 138 § 1º. Para o disposto neste artigo, considerar-se-á
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de o exercício de cargo de Presidente e de Diretor, ou
2005) equivalentes, de empresas públicas estaduais ou so-
ciedades de economia mista em que o Estado seja
§ 4º. Na hipótese referida pelo § 3º deste artigo, arre- acionista majoritário. (Redação dada pelo art. 2º da Lei
dondar- se-á para 1 (um) ano de serviço o tempo de n.º 2.362, de 11 de dezembro de 1981)
exercício superior a 182 (cento e oitenta e dois) dias,
sempre que se tratar de aposentadoria por invalidez, § 1º. Para o disposto neste artigo, incluir-se-á o ex-
ou compulsória. (Revogado pelo art. 138 da Lei Com- ercício de cargo em comissão de Presidente e de Dire-
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) tor, ou equivalente, de autarquias e empresas públicas
estaduais ou sociedades de economia mista em que o
Art. 97. Na fixação dos proventos integrais ou propor- Estado seja acionista majoritário. (Redação dada pelo
cionais da aposentadoria, incluir-se-á, nos respectivos art. 17 da Lei n.º 2.558, de 14 de novembro de 1985)
cálculos, o adicional de que trata o item II do art. 78
deste Estatuto, desde que: § 1º. Para os fins do disposto neste artigo, incluir-se-á
o exercício de cargo em comissão ou comissionado de
Art. 97. Na fixação dos proventos integrais ou propor- Presidente ou Diretor-Presidente e de Diretor Executi-
cionais da aposentadoria, incluir-se-á, nos respectivos vo, ou equivalente, ou o exercício de função especial
cálculos, os adicionais de que tratam os itens II e III do de Diretor ou Chefe de Escritório Regional em outros
art. 78 deste Estatuto, desde que: (Redação dada pelo Estados, de autarquias, fundações e empresas públi-
art. 2º da Lei n.º 2.362, de 11 de dezembro de 1981) cas estaduais ou de sociedades de economia mista em
que o Estado seja acionista majoritário. (Redação pelo
Art. 97. Na fixação dos proventos integrais ou propor- art. 1º da Lei Complementar n.º 34, de 20 de junho de
cionais da aposentadoria, considerar-se-á, nos respec- 1997) (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº
tivos cálculos, as opções de que trata o art. 78 deste 255, de 15 de janeiro de 2015)
Estatuto, desde que: (Redação dada pelo art. 17 da
Lei n.º 2.558, de 14 de novembro de 1985) (Revogado § 2º. A incorporação de outras vantagens pecuniárias,
pelo art. 6º da Lei Complementar nº 255, de 15 de para efeito de cálculos de proventos da aposentado-
janeiro de 2015) ria, somente se fará nos termos e condições expressa-
mente regulados neste Estatuto. (Redação dada pelo
I – o exercício do cargo em comissão perdure por 5 art. 2º da Lei n.º 2.362, de 11 de dezembro de 1981)
(cinco) anos ininterruptos, ou 10 (dez) interpolados; e
(Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 255, § 2º. O funcionário que for aposentado quando no ex-
de 15 de janeiro de 2015) ercício de cargo em comissão, e tiver a remuneração
da inatividade calculada com base no vencimento
II – o funcionário satisfeitas as condições do item I, es- desse cargo, conforme o disposto neste artigo, terá os
teja percebendo o adicional à época da sua passagem seus proventos reajustados na mesma data e no mes-
para a inatividade; (Revogado pelo art. 6º da Lei Com- mo percentual de reajuste que posteriormente vier a
plementar nº 255, de 15 de janeiro de 2015) incidir sobre o referido vencimento do mesmo cargo
em comissão. (Redação dada pelo art. 17 da Lei n.º
III – esteja no exercício do cargo em comissão, na 2.558, de 14 de novembro de 1985) (Revogado pelo
condição de titular, por mais de 2 (dois) anos ininter- art. 6º da Lei Complementar nº 255, de 15 de janeiro
ruptos até a data do pedido de aposentadoria ou até de 2015)
a data em que for atingido pela compulsória. (Acres-
centado pelo art. 1º da Lei Complementar n.º 06, de
31 de janeiro de 1991) (Revogado pelo art. 6º da Lei
Complementar nº 255, de 15 de janeiro de 2015)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 3º. A incorporação de outras vantagens pecuniárias, Art. 100. Durante as férias, o funcionário terá direito
para efeito de cálculos de proventos de aposentado- a todas as vantagens do cargo, como se estivesse em
ria, somente se fará nos termos e condições expressa- exercício.
mente regulados neste Estatuto. (Redação dada pelo
art. 17 da Lei n.º 2.558, de 14 de novembro de 1985) Art. 101. Será considerado, para efeito de formação do
(Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 255, período aquisitivo das férias, o tempo de exercício em
de 15 de janeiro de 2015) outro cargo ou emprego do Estado ou de qualquer
das suas Autarquias, desde que, entre a cessação do
Art. 98. Os proventos serão revistos sempre que, por anterior e o início do exercício subsequente, não ha-
motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, jam decorridos mais de 6 (seis) dias.
se modificarem os vencimentos dos funcionários em
atividade. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
aos casos em que o tempo anterior de exercício hou-
Parágrafo único. Ressalvado o disposto neste artigo, ver sido indenizado.
em caso nenhum os proventos da inatividade poderão
exceder o vencimento ou a remuneração percebida Art. 102. É vedada a acumulação de férias, salvo im-
pelo funcionário, na atividade. periosa e comprovada necessidade do serviço e pelo
máximo de 2 (dois) períodos.
Seção IV
Das Férias12 § 1º. O funcionário que acumular 2 (dois) períodos
__________________________________________ de férias deverá, antes de completado o 3º (terceiro)
12 V. art. 208, caput, da Lei Complementar nº 16, de 28 de dezembro de 1994,
com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 19 , de 31 de agosto
período, afastar-se do serviço para efeito de gozo das
de 1995.
mesmas. O afastamento será precedido de simples
comunicação escrita ao superior imediato do fun-
Art. 99. Férias é o período anual de descanso do fun- cionário.
cionário, sem prejuízo do respectivo vencimento ou
remuneração. § 2º. Feita a comunicação ao seu superior imediato, o
funcionário gozará as férias acumuladas, em 1 (um) só
§ 1º. Será de 30 (trinta) dias corridos o período de período de 60 (sessenta) dias corridos.
férias a que se refere o caput deste artigo.
§ 3º. Se o funcionário deixar de se afastar do serviço,
§ 2º. As férias serão gozadas em um só período, após o na hipótese de que trata o § 1º, perderá o direito ao
lapso de cada 12 (doze) meses de exercício. gozo de cada período que exceder à acumulação per-
mitida.
§ 3º. A época da concessão das férias será a que mel-
hor consulte aos interesses do Serviço Público. Art. 103. Quando em gozo de férias, o funcionário
transferido, removido ou redistribuído não será
§ 4º. Caberá ao Serviço de Pessoal de cada Repartição obrigado a se apresentar ao serviço, antes de concluí-
organizar uma escala de férias, no mês de dezembro do o período de descanso.
de cada ano, a qual poderá ser alterada para atender
as conveniências do Serviço. Art. 104. Sempre que não for prejudicial ao serviço,
o funcionário varão gozará suas férias em período co-
§ 5º. A concessão das férias será participada ao fun- incidente com as férias da sua esposa, se ambos forem
cionário, pelo Serviço de Pessoal de cada Repartição, funcionários do quadro de pessoal de qualquer dos
com a antecedência mínima de 10 (dez) dias. Desta Poderes do Estado, inclusive do Tribunal de Contas.
participação o funcionário dará recibo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo dependerá
§ 6º. O Serviço de Pessoal providenciará, ainda o reg- de manifestação expressa dos funcionários interessa-
istro das férias na ficha de assentamentos individuais dos.
do funcionário.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
21
Art. 105. Desde que não haja prejuízo para o serviço à Seção V
funcionária em gozo do Repouso-Maternidade serão Do Repouso-Maternidade
concedidas férias imediatamente após àquele período.
Seção V
Art. 105. Desde que não haja prejuízo para o serviço,
à funcionária em gozo de Licença à Gestante serão Do Repouso por Licença à Gestante, por Licença à
concedidas férias imediatamente após o período da Adotante e por Licença-Paternidade
mesma licença. (Redação dada pelo art. 128 da Lei
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) (Nova denominação da Seção V por força do art.
130 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
Art. 106. Se o funcionário for aposentado, demitido ou vembro de 2005)
exonerado, sem gozar as férias que já houver adquiri-
do, fará jus à indenização das mesmas. Art. 109. Repouso-Maternidade é o período trimestral
de descanso da funcionária em estado de gestação,
§ 1º. A indenização corresponderá ao vencimento ou sem prejuízo do respectivo vencimento ou remuner-
remuneração que, à época estiver percebendo o fun- ação.
cionário.
Art. 109. O repouso por Licença à Gestante é o perío-
§ 2º. Tratando-se de férias legalmente acumuladas, a do de 120 (cento e vinte) dias consecutivos, concedida
indenização corresponderá aos dois períodos. à funcionária em estado de gestação. (Redação dada
pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
Art. 107. A indenização de que trata o art. 106 será novembro de 2005)
devida aos herdeiros ou sucessores do funcionário
que falecer, antes de gozar as férias que já houver ad- § 1º. O afastamento da funcionária, para os fins deste
quirido. artigo, dependerá de inspeção pelo Serviço Médico
do Estado, salvo se este ou a Secretaria de Estado da
Art. 108. Não terá direito a férias o funcionário que, Administração deferir o exame de saúde a médico ou
durante o ano da sua aquisição: junta médica particular.
I – permanecer em gozo de licença, por mais de 30 § 1º. O afastamento da funcionária, para os fins deste
(trinta) dias, salvo as hipóteses de Licença Prêmio e de artigo, dependerá de inspeção, ou homologação de
licença para tratamento da própria saúde; atestado médico específico, pela Junta Médica Oficial
do Estado. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple-
II – permanecer em gozo de licença para tratamento mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
da própria saúde, por mais de 90 (noventa) dias;
§ 2º. O repouso será concedido a partir do início do 8º
III – der mais de 8 (oito) faltas ao serviço, alternada ou (oitavo) mês de gestação, exceto se houver prescrição
consecutivamente, desde que não abonadas; médica no sentido da antecipação. (Revogado pelo
art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
IV – afastar-se do serviço por motivo de suspensão vembro de 2005)
disciplinar, prisão administrativa ou por determinação
judicial, desde que seja condenado por decisão ir- § 3º. Em casos excepcionais, justificados em laudo
recorrível. médico, o período de repouso poderá ser aumentado,
em 2 (duas) semanas, antes e depois do parto.
§ 1º. Incluem-se na hipótese do item III as ausências
por motivo de licença para Tratamento de Interesses § 3º. Em casos excepcionais, justificados em inspeção
Particulares. ou homologação conforme o § 1º deste artigo, o
período da Licença à Gestante poderá ser aumentado
§ 2º. O disposto na parte inicial do item IV somente em até 2 (duas) semanas. (Redação dada pelo art. 128
se aplicará a suspensão que exceder ao período de 8 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
(oito) dias. 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 4º. O Repouso-Maternidade será gozado em um só posto nesta Seção. (Redação dada pelo art. 128 da Lei
período. (Revogado pelo art. 128 da Lei Complemen- Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
tar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 112-A. Para amamentar o próprio filho, até a idade
§ 5º. No caso de natimorto, a licença será de 30 (trin- de 6 (seis) meses, a funcionária lactante terá direito,
ta) dias a contar da ocorrência. (Acrescentado pelo art. durante a jornada de trabalho, a uma hora de descan-
128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro so, que poderá ser parcelada em 2 (dois) períodos de
de 2005) meia hora. (Acrescentado pelo art. 129 da Lei Comple-
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
§ 6º. Na hipótese do parágrafo 5º deste artigo, decor-
ridos 30 (trinta) dias de licença, a funcionária será sub- Art. 112-B. O repouso por Licença à Adotante é o
metida a exame médico, e, se julgada apta, reassumirá período de 90 (noventa) dias que deve ser concedi-
o exercício, e, em caso contrário, ser-lhe-á concedida do à funcionária que adotar ou obtiver guarda judicial
licença para tratamento da própria saúde. (Acrescen- de criança até 5 (cinco) anos de idade. (Acrescentado
tado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º pelo art. 129 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
de novembro de 2005) novembro de 2005)
Art. 110. Em caso de parto antecipado, a funcionária Art. 112-B. A servidora que adotar, ou obtiver guarda
terá direito ao repouso integral de três meses, acres- judicial para fins de adoção de criança, fará jus a li-
cido, se for o caso, da ampliação prevista no § 3º do cença-gestante pelo período de 180 (cento e oitenta)
art. 109. dias.(Nova redação dada pela Lei Complementar nº
254, de 15 de janeiro de 2015 )
Art. 111. Na hipótese de aborto não criminoso, com-
provado por laudo do Serviço Médico do Estado, ou Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judi-
aceito por este, a funcionária terá direito ao repouso cial de criança com mais de 5 (cinco) anos de idade, o
de 2 (duas) semanas corridas. prazo da licença de que trata o caput deste artigo será
de 30 (trinta) dias. (Acrescentado pelo art. 129 da Lei
Art. 111. Na hipótese de aborto não criminoso, com- Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
provado por laudo do Serviço Médico do Estado, ou (Revogado pela Lei Complementar nº 254, de 15 de
aceito por este, a funcionária terá direito ao repouso janeiro de 2015).
de até 30 (trinta) dias corridos. (Redação dada pelo art.
128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro Art. 112-C. Durante o período do repouso por licença
de 2005) à gestante ou por licença à adotante, a funcionária
perceberá apenas o salário-maternidade previsto no
Art. 112. A funcionária gestante, quando em serviço RPPS/SE. (Acrescentado pelo art. 129 da Lei Comple-
incompatível com o seu estado, terá direito ao ex- mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) (Revoga-
ercício provisório de outro cargo ou função que não do pela Lei Complementar nº 254, de 15 de janeiro de
seja prejudicial à sua saúde ou à saúde do nascituro. 2015 )
Art. 112. A funcionária gestante, quando em serviço in- Art. 112-D. O repouso por Licença-Paternidade é o
compatível com o seu estado, terá direito ao exercício período de 5 (cinco) dias consecutivos que o fun-
provisório apenas de funções que não sejam prejudi- cionário terá direito pelo nascimento ou adoção de fil-
ciais à sua saúde ou à saúde do nascituro. (Redação hos. (Acrescentado pelo art. 129 da Lei Complementar
dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
de novembro de 2005)
Seção VI
Parágrafo único. A mudança funcional prevista neste Das Licenças
artigo dependerá de laudo médico, observado o dis-
posto nesta Seção. Art. 113. Conceder-se-á licença:
b) para tratamento de saúde de pessoa da própria § 1º. A licença remunerada para tratamento de saúde
família; de pessoa da própria família terá sua duração limita-
da ao máximo de 6 (seis) meses, em cada quinquênio,
c) como prêmio por assiduidade; obedecido o seguinte critério:
d) para o trato de interesse particular; I – até 3 (três) meses, com vencimento ou remu-
neração integral;
II – ao funcionário do sexo feminino, para acompanha-
mento do próprio cônjuge; II – de 3 (três) a 6 (seis) meses, com redução de 50%
(cinquenta por cento) do vencimento ou remuneração.
III – ao funcionário varão, para prestação de serviço
militar obrigatório. § 2º. Vencido o prazo de 6 (seis) meses, a licença de
que trata o § 1º poderá ser prorrogada, porém sem
§ 1º. A licença para tratamento da própria saúde é ex- retribuição pecuniária.
tensiva aos casos de acidente em serviço e de molés-
tia profissional, entendidos como tais os definidos nos § 3º. Ao funcionário em licença para a prestação de
itens I e II do § 1º do art. 96 deste Estatuto. serviço militar obrigatório será facultado optar en-
tre o vencimento ou a remuneração do seu cargo e
§ 1º. A licença para tratamento da própria saúde é ex- a retribuição pecuniária que lhe couber pelo serviço
tensiva aos casos de acidente em serviço e de moléstia prestado às Forças Armadas, salvo disposição em con-
profissional. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Com- trário de lei federal.
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 117. Dependerão de inspeção médica as licenças
§ 2º. A licença para o trato de interesses particulares para tratamento de saúde do funcionário ou de pes-
não poderá ser concedida ao funcionário em comissão, soa da sua família.
sem vínculo anterior com o Estado, ou àquele que es-
tiver submetido a estágio probatório. § 1º. Incumbe ao Serviço de Pessoal da Repartição do
funcionário providenciar sua apresentação, ou a apre-
§ 3º. A licença para o trato de interesse particular im- sentação do funcionário de pessoa da sua família, à
plicará a desinvestidura do cargo em comissão ou da necessária inspeção médica.
função de confiança.
§ 2º. As inspeções de saúde serão feitas por uma junta
Art. 114. As licenças serão concedidas por prazo cer- de, no mínimo, 3 (três) médicos do próprio Estado, sal-
to, salvo se referentes à prestação de serviço militar vo se a Secretaria de Estado da Administração deferir o
obrigatório e ao acompanhamento do próprio côn- exame de saúde a médico ou junta médica particular.
juge.
§ 3º. As licenças de que trata o caput deste artigo serão
Parágrafo único. As licenças excepcionadas por este concedidas pelo prazo indicado no laudo médico.
artigo perdurarão por todo o período de afastamento
do funcionário ou do cônjuge varão, conforme o caso. § 4º. Até 5 (cinco) dias antes da expiração do prazo da
licença, o funcionário solicitará nova inspeção médica,
Art. 115. São competentes para a concessão das li- para efeito de determinação do seu retorno ao serviço,
cenças de que trata esta Seção as Autoridades indica- prorrogação da licença, readaptação, ou aposentado-
das no art. 4º deste Estatuto, conforme o caso. ria, conforme o caso.
Art. 116. Somente serão concedidas sem o vencimen- § 5º. Enquanto não for apresentado o laudo referente
to ou remuneração do funcionário as licenças para o à inspeção de que trata o § 4º deste artigo, a licença
trato de interesses particulares e para o acompanha- considerar-se-á automaticamente prorrogada.
mento do cônjuge, neste último caso, se o cônjuge
varão não for servidor do Estado ou da Administração
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 7º. No curso da licença, o funcionário poderá requer- Parágrafo único. A concessão ex-oficio é extensível aos
er inspeção médica, caso se julgue em condições de casos em que se puder identificar o funcionário como
reassumir o exercício ou com direito à decretação da portador de doença transmissível. Se não confirmada
sua aposentadoria. a moléstia, o funcionário reassumirá imediatamente o
exercício.
§ 8º. Verificando-se, a qualquer tempo, ter sido graci-
oso o atestado ou laudo médico, o Serviço de Pessoal Art. 122. O funcionário ficará obrigado a seguir o
da Repartição do funcionário o mandará, ou a pessoa tratamento médico que lhe for indicado, sob pena de
da sua família, à nova inspeção de saúde. Constatada a suspensão do seu vencimento ou da sua remuneração.
graciosidade, o funcionário será suspenso por 30 (trin-
ta) dias e, em caso de reincidência, demitido. Parágrafo único. Será igualmente suspenso o venci-
mento ou a remuneração do funcionário que se rec-
§ 9º. Na hipótese do § 8º deste artigo, parte final, os usar a submeter-se à inspeção médica, nos casos em
componentes do Serviço Médico responderão pelos que esta se fizer necessária, a juízo do Serviço Médico
danos financeiros causados ao Estado, independente- do Estado.
mente de outras sanções administrativas e penais que
lhes sejam aplicáveis. § 1º. Será igualmente suspenso o vencimento ou a re-
muneração do funcionário que se recusar a subme-
Art. 118. Terminada a licença, o funcionário reassumirá ter-se à inspeção médica, nos casos em que esta se
o exercício, salvo nas hipóteses de prorrogação, ou de fizer necessária, a juízo do Serviço Médico do Estado.
aposentadoria. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º
113, de 1º de novembro de 2005)
§ 1º. A inobservância do disposto neste artigo impli-
cará perda de vencimento ou da remuneração corre- § 2º. Durante os primeiros 15 (quinze) dias consec-
spondente aos dias de ausência. utivos de afastamento da atividade por motivo de
doença, será devido ao funcionário o pagamento de
§ 2º. Se as faltas ao serviço excederem a 30 (trinta) seu vencimento ou remuneração pelo órgão ou enti-
dias, sem justa causa, o funcionário será demitido por dade a que estiver subordinado ou vinculado, e, após
abandono de cargo. esse período o pagamento do auxílio-doença previsto
no Regime Próprio de Previdência Social do Estado de
Art. 119. O funcionário em gozo de licença informará Sergipe – RPPS/SE. (Redação dada pelo art. 128 da Lei
ao Serviço de Pessoal da sua Repartição, o local onde Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) (
poderá ser encontrado. Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 254, de
janeiro de 2015)
Art. 120. É vedado o exercício de atividade remunera-
da ao funcionário licenciado para tratamento de saúde Art. 123. O laudo médico que autorizar a concessão
própria ou de pessoa da sua família. da licença fará indicações precisas sobre o nome e a
natureza da doença de que o funcionário for portador,
§ 1º. A inobservância da vedação estabelecida por este quando se tratar de lesões produzidas por acidente de
artigo acarretará a cassação da licença e a restituição, serviço, moléstia profissional, ou doença grave, conta-
ao Estado, das quantias indevidamente recebidas. giosa, ou incurável, nos termos do item III § 1º do art.
96 deste Estatuto.
§ 2º. Cassada a licença, o funcionário reassumirá ime-
diatamente o exercício, sujeitando-se à demissão por
abandono de cargo, se a reassunção não se operar no
prazo de 30 (trinta) dias.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
25
Art. 123. O laudo médico que autorizar a concessão I – o cônjuge, se subsistente a coabitação;
da licença fará indicações precisas sobre o nome e a
natureza da doença de que o funcionário for portador, II – o ascendente, ou descendente, até o 2º (segundo)
quando se tratar de lesões produzidas por acidente de grau;
serviço, moléstia profissional, ou doença grave, con-
tagiosa, ou incurável, especificadas em lei. (Redação III – o parente colateral, consanguíneo ou afim até o 2º
dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º (segundo) grau.
de novembro de 2005)
Parágrafo único. Equiparar-se-á ao parentesco por af-
Art. 124. O funcionário não poderá permanecer em li- inidade a pessoa que viva às expensas do funcionário,
cença, por mais de 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos ou sob sua guarda e responsabilidade.
casos considerados recuperáveis, em que se admitirá
prorrogação. Subseção III
Da Licença-Prêmio13
Art. 125. Correrão por conta do Estado as despesas _______________________________________
13 V. art. 208, caput, da Lei Complementar nº 16, de 28 de dezembro de 1994,
com o tratamento médico e hospitalar do funcionário com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 19, de 31 de agosto
acidentado em serviço, ou que seja acometido de de 1995.
moléstia profissional.
Art. 128. A licença como prêmio à assiduidade será
Parágrafo único. A comprovação do acidente será in- concedida ao funcionário que:
dispensável à concessão do pagamento da despesa e
deverá ser feita, em processo regular, no prazo de 8 I – completar cada período de 10 (dez) anos de ex-
(oito) dias. ercício no Serviço Público Estadual, ininterruptamente;
Subseção II II – não houver gozado licença, em cada período de
Da Licença para Tratamento de Saúde de Pessoa 10 (dez) anos.
da Própria Família
§ 1º. Para os efeitos do item II deste artigo, não será
Art. 126. A licença para tratamento de saúde de pes- levada em consideração a licença para tratamento da
soa da própria família será concedida a pedido do fun- própria saúde que se contiver no limite de até 90 (no-
cionário, mediante a seguinte comprovação: venta) dias, em cada decênio.
I – do vínculo de parentesco, ou matrimonial, com a § 2º. Em caso de interrupção do exercício, a nova con-
pessoa doente; tagem do decênio começará a fluir da data em que se
operar a reassunção.
II – da indispensabilidade da assistência pessoal e per-
manente do funcionário à pessoa doente; Art. 129. A licença-prêmio será concedida pelo prazo
de 6 (seis) meses.
III – da incompatibilidade da assistência de que trata o
item II com o exercício simultâneo do cargo. § 1º. A pedido do funcionário, e desde que conven-
iente para o Serviço, a licença poderá ser gozada em
§ 1º. A comprovação a que se refere o item I deverá períodos não inferiores a 60 (sessenta) dias.
ser feita, documentalmente, pelo próprio funcionário.
§ 2º. A licença-prêmio poderá ser exercitada a
§ 2º. A comprovação de que tratam os itens II e III qualquer tempo.
poderá ser feita por meio de testemunhas, apresenta-
das pelo funcionário, e por diligências efetuadas pela Art. 130. Para os efeitos do item I do art. 128, não
própria Repartição. serão considerados como interrupção de exercício ap-
enas os afastamentos:
Art. 127. Para os efeitos do art. 126, considerar-se-á
pessoa da família do funcionário:
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
I – previstos nos itens de I a VI e de VIII a XII do art. 51 administrativo disciplinar, ou judicial, nem aquele que
deste Estatuto; for responsável por consignações em folha de paga-
mento, antes de resgatado o respectivo débito.
II – por motivo de gozo da própria licença-prêmio.
Art. 135. Em qualquer caso, a licença somente poderá
Art. 131. Ao entrar em gozo de licença-prêmio, o concedida, se não for inconveniente para o Serviço.
funcionário terá direito a receber, antecipadamente,
vencimento ou remuneração correspondente a 2 Parágrafo único. O funcionário aguardará, em ex-
(dois) meses. ercício, a concessão da licença.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se apli- Art. 136. A licença não poderá ser concedida por prazo
cará aos casos de gozo fracionário da licença. superior a 2 (dois) anos e somente admitirá renovação
depois de o funcionário reassumir o exercício e nele
Art. 132. É vedada a concessão da licença-prêmio ao permanecer por tempo pelo menos igual ao da con-
funcionário substituto, enquanto perdurar a substitu- cessão da licença anterior.
ição.
Art. 136. A licença para o trato de interesses particu-
Art. 133. A desistência do gozo integral ou parcial da lares poderá ser concedida por um prazo de até 5
licença-prêmio dará ao funcionário o direito de con- (cinco) anos, podendo ser prorrogada ou renovada, a
tar, em dobro, o período não gozado, para efeito de critério da Administração, por um novo período de até
aposentadoria, disponibilidade e percepção do adi- igual duração. (Redação dada pelo art. 8º da Lei n.º
cional por 25 (vinte e cinco) anos de serviço público. 3.143, de 26 de fevereiro de 1992)
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
de 1º de novembro de 2005) Art. 137. O funcionário poderá, a qualquer tempo, de-
sistir da licença e reassumir o exercício.
Parágrafo único. A conversão autorizada por este arti-
go é permitida nos casos de aposentadoria voluntária Parágrafo único. O disposto neste artigo não se apli-
inferior a 30 (trinta) ou 35 (trinta e cinco) anos de cará aos casos em que houver contratação ou requi-
serviço público, conforme se trate de funcionário do sição de servidor para preencher o claro resultante da
sexo feminino ou masculino, respeitado o limite míni- licença do funcionário.
mo de 25 (vinte e cinco) anos de exercício.
Subseção V
Parágrafo único. A conversão autorizada por este Da Licença para Acompanhamento do Cônjuge
artigo é permitida nos casos de aposentadoria vol-
untária inferior a 35 (trinta e cinco) ou 30 (trinta) anos Art. 138. A Licença para Acompanhamento do Côn-
de serviço, conforme se trate de funcionário do sexo juge será concedida a pedido da funcionária casada
masculino ou feminino, respeitados, incluindo a con- cujo marido, servidor público, for mandado servir em
versão, os limites estabelecidos no § 7º do art. 93 desta outra localidade, dentro ou fora do Estado.
Lei. (Redação dada pelo art. 3º da Lei n.º 2.876, de 14
de novembro de 1990) (Revogado pelo art. 138 da Lei § 1º. Para os fins deste artigo, servidor público é a
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) pessoa legalmente investida em cargo ou emprego de
Órgão ou Entidade de qualquer nível federativo, inclu-
Subseção IV sive Municipal, e respectivas Autarquias, Empresas Pú-
Da Licença para o Trato de Interesses Particulares blicas, Sociedades de Economia Mista, ou Fundações.
Art. 134. A licença para o trato de interesses particu- § 2º. A licença não é extensível aos casos de remoção
lares poderá ser concedida a pedido do funcionário ou transferência que se verificar a pedido do próprio
estável, ou daquele que contar com mais de 2 (dois) cônjuge da funcionária estadual.
anos ininterruptos de exercício.
§ 3º. Ainda que processada ex-officio, a remoção ou § 2º. Tratando-se de licença por prazo inferior a 12
transferência do cônjuge somente justificará a con- (doze) meses, o funcionário deverá reassumir o ex-
cessão da licença, se implicar mudança de domicílio e ercício do seu cargo no prazo de 15 (quinze) dias, a
de residência da família. contar do ato de desconvocação, sem perda de venci-
mento ou remuneração.
Art. 139. Se houver Repartição do Estado no local do
novo domicílio da família, a funcionária casada nela Seção VII
terá exercício. Da Promoção
§ 1º. A recusa da funcionária em servir no local do novo Art. 143. Promoção é a elevação do funcionário efe-
domicílio da família somente se admitirá nos casos de tivo dentro da sua classe, com aumento, apenas, de
trabalho incompatível com a sua formação profission- vencimento.
al, natureza do seu cargo, ou o estado de sua saúde.
§ 1º. A elevação funcional dar-se-á de uma letra para
§ 2º. Verificando-se a compatibilidade de trabalho, a outra, sem alteração do nível do cargo.
licença será imediatamente cancelada.
§ 2º. A cada passagem para a letra seguinte do seu
Art. 140. Independentemente do retorno do seu mari- nível, o funcionário terá um aumento de vencimento.
do ao local anterior de trabalho, a funcionária terá
o direito de reassumir o exercício do seu cargo, a § 3º. Não haverá promoção de funcionário em dis-
qualquer tempo. ponibilidade, em estágio probatório, ou aposentado.
Parágrafo único. Na hipótese de reassumir o exercício Art. 144. O interstício para a promoção será de 1095
a funcionária só poderá renovar a licença depois de (um mil e noventa e cinco) dias de exercício, contado
2 (dois) anos, a contar da reassunção, a menos que em cada letra do nível correspondente ao cargo do
o seu marido seja de novo mandado servir em outra funcionário.
localidade.
Art. 145. São competentes para conceder a promoção
Subseção VI do funcionário as Autoridades indicadas no art. 4º
Da Licença Para Prestação de deste Estatuto, conforme o caso.
Serviço Militar Obrigatório
Art. 146. A promoção obedecerá a critérios de mere-
Art. 141. A Licença para Prestação de Serviço Militar cimento e antiguidade, alternadamente, devendo a
Obrigatório será concedida ao funcionário para tanto primeira processar-se por antiguidade.
convocado, assim como para o cumprimento de out-
ros encargos de Segurança Nacional. Parágrafo único. É vedada a promoção, por mereci-
mento, do funcionário investido em mandato eletivo
Parágrafo único. O disposto neste artigo é extensível federal, estadual, ou municipal, neste último caso,
ao funcionário oficial da reserva das Forças Armadas, sempre que o desempenho do mandato provocar a
para cumprimento de estágio obrigatório. interrupção do exercício do cargo efetivo.
Art. 142. A licença será concedida à vista do documen- Art. 147. O merecimento resultará da demonstração
to de convocação, cessando, automaticamente, com o positiva, pelo funcionário, de assiduidade, pontuali-
ato de desconvocação. dade, eficiência, disciplina e aperfeiçoamento funcion-
al.
§ 1º. Se o funcionário reassumir o exercício no prazo
de 30 (trinta) dias, a contar da desconvocação, esse § 1º. Constarão de Regulamento a valoração dos atrib-
período será contado como se de exercício fosse, des- utos exigidos por este artigo e a fixação dos limites
de que a licença haja perdurado por prazo igual ou mínimos a serem alcançados pelo funcionário, como
superior a 1 (um) ano. condição de promoção.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 5º. Da apuração dos requisitos exigidos para a pro- § 2º. A falta de decisão nos prazos fixados pelo § 1º
moção, dar-se-á vista ao funcionário interessado, deste artigo ensejará reclamação ao superior imediato
para efeito de pedido de reconsideração e recurso hi- da autoridade faltosa, quando for o caso.
erárquico.
§ 3º. O funcionário requerente será obrigatoriamente
§ 6º. A promoção por merecimento reputar-se-á per- cientificado da decisão proferida quanto ao seu pedi-
feita e acabada, com a publicação do ato que a con- do.
ceder.
Art. 154. Será indeferida a petição manifestamente in-
Art. 148. A promoção por antiguidade dar-se-á pela epta, assim entendida aquela que:
ocorrência do interstício a que se refere o art. 144
deste Estatuto. I – não indicar a autoridade a que for dirigida;
Parágrafo único. O ato declaratório da promoção ret- II – for dirigida à autoridade incompetente para a de-
roagirá seus efeitos à data da formação do interstício. cisão;
Art. 149. Para efeito de promoção por antiguidade, III – não for encaminhada por intermédio do superior
reputar- se-ão como de exercício os afastamentos pre- imediato do funcionário, salvo se aquele for a própria
vistos no art. 51 deste Estatuto. autoridade competente para a decisão do pedido;
Art. 150. Para todos os efeitos considerar-se-á pro- IV – não contiver a identificação funcional do requer-
movido o funcionário que vier a falecer sem que tenha ente;
sido decretada, no prazo legal, a promoção que lhe
cabia. V – não tiver o requerente como parte legítima;
Art. 151. A anulação de promoção indevida não acar- VI – for protocolizada fora dos prazos estabelecidos
retará devoluções pecuniárias, salvo se o funcionário por este Estatuto;
prestou declaração falsa, ou omitiu informações prej-
udiciais à elevação funcional. VII – não contiver o pedido, ou a causa de pedir;
Art. 152. No âmbito de cada um dos Poderes do Es- VIII – da narração dos fatos, ou da indicação da base
tado, e no Tribunal de Contas, haverá uma Comissão legal, não decorrer logicamente a conclusão;
Permanente de Promoções, destinada a preparar e
encaminhar os respectivos processos às Autoridades IX – contiver pedido juridicamente impossível, ou
referidas no art. 4º deste Estatuto. pedidos incompatíveis entre si;
Parágrafo único. Por medida de economia processual, § 4º. O Recurso será dirigido à autoridade imediata-
a autoridade administrativa poderá relevar o erro indi- mente superior àquela que proferir a decisão recorrida
cado no item II e encaminhar a petição do funcionário e, sucessivamente, às demais autoridades na escala hi-
à autoridade compete para o respectivo julgamento. erárquica ascendente.
Art. 155. Das decisões administrativas total ou par- § 5º. Os Recursos não terão efeito suspensivo, nem
cialmente contrárias à petição inicial do funcionário, poderão ser interpostos mais de uma perante a mes-
caberá Pedido de Reconsideração, sem efeito suspen- ma autoridade.
sivo, observadas as seguintes normas:
§ 6º. Os Recursos deverão ser decididos no prazo de
I – interposição no prazo de 15 (quinze) dias, a contar 30 (trinta) dias, a contar da data da sua protocolização.
da data em que o funcionário tomar ciência da decisão
que lhe for total ou parcialmente desfavorável; § 7º. Da decisão proferida em grau de recurso dar-se-á
conhecimento ao funcionário recorrente.
II – formulação de novos argumentos ou indicação de
fatos novos; § 8º. Os recursos providos darão ensejo às retificações
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do ato
III – encaminhamento à mesma autoridade que houver impugnado.
decidido a petição inicial.
Art. 157. A publicação das decisões administrativas,
Parágrafo único. O Pedido de Reconsideração não desde que feita pelo Diário Oficial do Estado ou por
poderá ser renovado e deverá ser decidido no prazo Boletim autorizado da Repartição, equivalerá à notifi-
de 15 (quinze) dias. Por despacho motivado da autor- cação pessoal do funcionário.
idade competente para a decisão, esse prazo poderá
ser dilatado para 20 (vinte) dias. Parágrafo único. Tratando-se de publicação no Diário
Oficial ou em Boletim autorizado, da sua data serão
Art. 156. Caberá Recurso Hierárquico das decisões ad- contados os prazos para a interposição do Pedido de
ministrativas que: Reconsideração e Recurso Hierárquico.
I – não receberem o Pedido de Reconsideração seja Art. 158. Para defesa de direitos e esclarecimento de
qual for o motivo do não-recebimento; situações, é assegurado ao funcionário o direito de re-
querer e obter certidões junto às Repartições Públicas
II – denegarem o Pedido de Reconsideração, total ou do Estado.
parcialmente, com ou sem exame de mérito;
Art. 159. Ao funcionário diretamente interessado, ou
III – forem proferidas em recursos interpostos per- a seu representante legal, dar-se-á vista do processo
ante autoridade administrativa imediatamente inferior administrativo, nas instalações do próprio Órgão pro-
àquela para a qual se recorrer. cessante e durante o horário de expediente.
§ 1º. Equiparar-se-á ao não recebimento do Pedido de Parágrafo único. Tratando-se de advogado regular-
Reconsideração a falta de decisão nos prazos determi- mente constituído, a leitura e o manuseio do proces-
nados pelo parágrafo único do art. 155. so poderão ser feitos fora da Repartição processante,
mediante a assinatura de “carga” ou recibo.
§ 2º. O Recurso deverá ser interposto no prazo de 15
(quinze) dias, a contar da data em que o funcionário Art. 160. O direito de pleitear na esfera administrativa
tomar ciência do indeferimento, ou do não-recebi- prescreverá:
mento da sua impugnação.
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão,
§ 3º. Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, o disponibilidade e cassação de aposentadoria ou dis-
prazo de Recurso será de 60 (sessenta) dias, a contar ponibilidade;
da data em que o Pedido de Reconsideração for pro-
tocolizado.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos. Art. 162. As Vantagens Pecuniárias se discriminarão
nas seguintes espécies:
II – em 180 (cento e oitenta) dias, nos demais casos.
(Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de I – Adicionais, a serem concedidos em razão do tem-
novembro de 1979) po de serviço do funcionário ou do desempenho de
funções especiais;
§ 1º. Os atos de que trata o item I deste artigo serão
obrigatoriamente publicados no Diário Oficial do Es- II – Gratificações, a serem concedidas para atender
tado. a condições anormais de realização do serviço ou a
condições pessoais do funcionário.
§ 2º. Os prazos prescricionais contar-se-ão a partir da
publicação do ato impugnado. Tratando-se dos atos § 1º. Toda e qualquer Vantagem será calculada sobre o
a que se refere o item II deste artigo, os prazos con- vencimento do funcionário, vedada a repercussão de
tar-se-ão da sua publicação ou do dia em que o fun- umas sobre as outras.
cionário tiver ciência dos mesmos.
§ 2º. Os funcionários em comissão poderão ser priva-
§ 3º. A prescrição considerar-se-á interrompida, na via dos do recebimento de algumas modalidades de adi-
administrativa, a partir do dia em que o funcionário cional, nos termos deste Capítulo.
protocolizar sua petição inicial.
Art. 163. São competentes para conceder ou para au-
§ 4º. A prescrição considerar-se-á como não inter- torizar a concessão de Vantagens pecuniárias às au-
rompida, se a petição inicial do funcionário for in- toridades indicadas no art. 4 º deste Estatuto, salvo
deferida por motivo de inépcia. nas hipóteses expressamente reservadas à competên-
cia privativa do Governador do Estado.
§ 5º. A prescrição interrompida recomeçará a correr
pela metade do prazo restante. Seção I
Dos Adicionais
CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS Art. 164. São modalidades de adicional pecuniário: I –
o Triênio;
Art. 161. Vantagens Pecuniárias são acréscimos ao
vencimento do funcionário, em decorrência de: II – o Terço; (Revogado pela Lei Complementar nº 253,
de 26 de dezembro de 2014 )
I – Tempo de Serviço;
III – o Nível Universitário; (Revogado pelo caput do art.
II – Desempenho de funções especiais; 52, da Lei n.º 2.203, de 14 de março de 1979)
§ 2º. O adicional de que trata o § 1º deste artigo Art. 167. O funcionário fará jus aos seguintes adicion-
poderá incorporar-se ao vencimento do funcionário, ais por tempo de serviço:
para fins de aposentadoria e disponibilidade, nas mes-
mas condições em que se verificar a incorporação do I – 5% (cinco por cento) do seu vencimento, a cada 3
Adicional de Função. ( Revogado pelo art. 6º da Lei (três) anos de exercício no serviço público estadual e
Complementar nº 255, de 15 de janeiro de 2015 ) até o máximo de 24 (vinte e quatro) anos;
Art. 165. Ao funcionário em comissão, sem vínculo an- II – 1/3 (um terço) do seu vencimento, ao completar
terior de profissionalidade com o Estado, não serão 25 (vinte e cinco) anos de exercício no serviço público
concedidos adicionais por tempo de serviço nem de estadual. (Revogado pelo art. 8º da Lei Complementar
nível universitário. n.º 253, de 26 de dezembro de 2014)
Art. 165. Ao funcionário em comissão, sem vínculo § 1º. Para efeito de triênio, será levado em consider-
anterior de profissionalidade com o Estado, não será ação o tempo anterior de exercício em cargo ou em-
concedido adicional por tempo de Serviço. (Redação prego do Estado ou de qualquer das suas Autarquias.
dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro
de 1979) § 1º. Para efeito de triênio e do terço, será levado em
consideração o tempo anterior de exercício em cargo
Art. 166. O funcionário em comissão, com vínculo an- ou emprego do Estado ou de qualquer das suas Autar-
terior de profissionalidade com o Estado, somente fará quias. (Redação dada pelo art. 8º da Lei n.º 2.576, de
jus ao recebimento dos adicionais de nível universi- 31 de dezembro de 1985)
tário e por tempo de serviço, quando fizer opção pela
remuneração do seu cargo efetivo, nos termos do item § 1º. Para efeito de triênio, será levado em consider-
II do art. 78 deste Estatuto. ação o tempo anterior de exercício em cargo ou em-
prego do Estado ou de qualquer das suas Autarquias.
Art. 166. O funcionário em comissão, com vínculo an- (Nova Redação dada pelo art. 8º da Lei Complementar
terior de profissionalidade com o Estado, somente fará n.º 253, de 26 de dezembro de 2014)
jus ao recebimento do adicional por tempo de serviço,
quando fizer opção pela remuneração do seu cargo § 2º. Para efeito do terço, será levado à conta de
efetivo, nos termos dos itens II e III do art. 78 deste serviço público estadual:
Estatuto. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226,
de 05 de novembro de 1979) § 2º. Também para efeito de triênio e do terço, será
levado à conta de serviço público estadual: (Redação
Parágrafo único. O recebimento autorizado por este dada pelo art. 8º da Lei n.º 2.576, de 31 de dezembro
artigo pressupõe a titularidade de cargo efetivo con- de 1985) (Revogado pelo art. 8º da Lei Complementar
templado, na Repartição de Origem, com os adicionais nº 253, de 26 dezembro de 2014)
de nível universitário e por tempo de serviço.
I – o tempo anterior de exercício no serviço ativo das
Parágrafo único. O recebimento autorizado por este Forças Armadas e nas Auxiliares, computando-se, em
artigo pressupõe a titularidade de cargo efetivo con- dobro, o tempo em operações ativas de guerra;
templado, na Repartição de Origem, com o adicional
por tempo de serviço. (Redação dada pelo art. 1º da I – o tempo anterior de exercício no serviço ativo das
Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979) Forças Armadas e das Auxiliares; (Redação dada pelo
art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
Subseção I vembro de 2005) (Revogado pelo art. 8º da Lei Com-
Do Adicional do Triênio e do Terço plementar nº 253, de 26 dezembro de 2014)
Art. 169. O adicional do Triênio, uma vez incorpora- I – se o Funcionário permanecer no exercício da Função
do ao vencimento do funcionário, deste não poderá de Confiança, pelo período mínimo de 5 (cinco) anos
ser retirado, salvo por motivo de ilegalidade na con- consecutivos ou 10 (dez) interpolados; ( Revogado
cessão. ( Nova Redação dada pela Lei Complementar pela Lei Complementar nº 255, de 15 de janeiro de
nº 253, de 26 de dezembro de 2014) 2015 )
Art. 170. O funcionário fará jus ao Adicional de Nível III – desde que esteja no exercício da função de con-
Universitário, quando for titular de cargo que requeira, fiança, na condição de titular, por mais de 365 (trez-
para o seu provimento, título ou diploma de formação entos e sessenta e cinco) dias ininterruptos até a data
em estabelecimento de ensino superior. (Revogado do pedido de aposentadoria ou até a data em que for
pelo art. 52 da Lei n.º 2.203, de 14 de março de 1979) atingido pela compulsória. (Acrescentado pelo art. 1º
da Lei Complementar n.º 06, de 31 de janeiro de 1991)
Parágrafo único. O Adicional de Nível Universitário ( Revogado pela Lei Complementar nº 255, de 15 de
será pago ao funcionário enquanto subsistir o requis- janeiro de 2015 )
ito da titulação superior para o respectivo provimen-
to. (Revogado pelo art. 52 da Lei n.º 2.203, de 14 de
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
33
Parágrafo único. Para efeito de preenchimento dos Art. 178. A percepção do Adicional de que trata o art.
requisitos de que tratam os itens I e II deste artigo, 177 ficará condicionada ao atendimento dos seguin-
o funcionário poderá somar os períodos de exercício tes requisitos, entre outros que vierem a ser estabele-
em cargo em comissão e em função de confiança. ( cidos em Regulamento:
Revogado pela Lei Complementar nº 255 , de 15 de
janeiro de 2015 ) Art. 178. A percepção do Adicional de que trata o art.
177 desta Lei ficará condicionada ao atendimento dos
Art. 174. Constarão de Regulamento a especificação seguintes requisitos, entre outros que vierem a ser es-
das funções de confiança e o modo do seu exercício. tabelecidos em regulamento: (Redação dada pelo art.
2º da Lei n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)
Parágrafo único. Serão livres a designação para o ex-
ercício de função de confiança e a respectiva desin- I – previsão do adicional pelo respectivo Convênio;
vestidura, devendo o servidor satisfazer os requisitos
de formação profissional e experiência funcional de I – previsão do adicional pelo respectivo convênio,
natureza e hierarquia exigidos pelos objetivos, técni- programa, projeto ou atividade; (Redação dada pelo
cas e programas inerentes ao serviço a ser dirigido, art. 2º da Lei n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)
chefiado ou secretariado.
II – seleção, pelo critério de confiança e de qualifi-
Art. 175. O valor do adicional de Função será fixado cação, dos funcionários que farão jus ao adicional;
em lei específica.
II – seleção, pelo critério de confiança e de qualifi-
Art. 176. É vedada a percepção cumulativa do adicion- cação, dos funcionários que participarão dos serviços
al de Função com o adicional referido no § 1º do art. e farão jus ao Adicional; (Redação dada pelo art. 2º da
164 deste Estatuto. Lei n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)
Art. 177. Poderá ser concedido Adicional de Partici- III – pagamento do Adicional com recursos do respec-
pação em Serviço de Convênio ao funcionário que tivo convênio ou de receitas próprias de serviços, salvo
participar da execução de serviços incluídos em pro- se, de forma complementar, o Estado tenha que am-
gramas, projetos ou atividades custeados por con- pliar esses recursos em decorrência de maior dimen-
vênios. (Redação dada pelo art. 2º da Lei n.º 2.548, de sionamento do convênio, programa, projeto ou ativi-
18 de setembro de 1985) dade. (Redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar
n.º 19, de 31 de agosto de 1995)
Art. 177. Poderá ser concedido Adicional de Partici-
pação em Serviço de Convênio ao Funcionário que Parágrafo único. A aferição dos requisitos de confiança
participar da execução de serviços incluídos em pro- e qualificação será feita pelo Dirigente da Repartição
gramas, projetos ou atividades custeadas por convêni- executora do convênio.
os ou por recursos de receitas próprias de serviços.
(Redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n.º Parágrafo único. A aferição dos requisitos de confiança
19, de 31 de agosto de 1995) e qualificação será feita pelo Dirigente da Repartição
executora do convênio. (Redação dada pelo art. 2º da
Lei n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Parágrafo único. A aferição dos requisitos de confiança I – Exame de candidatos em concurso para provimento
e qualificação será feita pelo Dirigente da Repartição de cargos ou empregos públicos;
executora do convênio, programa, projeto ou ativi-
dade. (Redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar II – Sindicância ou Inquérito Administrativo.
n.º 19, de 31 de agosto de 1995)
Parágrafo único. O funcionário fará jus ao adicion-
Art. 179. O funcionário fará jus ao adicional, enquan- al de que trata este artigo, ainda que o trabalho em
to participar dos serviços objeto do Convênio, nas comissão deva ser desempenhado sem prejuízo do
condições estabelecidas nesta Subseção. exercício do seu cargo.
Art. 179. O funcionário fará jus ao Adicional enquanto Art. 183. A autoridade competente para designar a
participar dos serviços objeto do convênio, programa, comissão de trabalho fixará, no ato da designação, o
projeto ou atividade, nas condições estabelecidas valor do adicional.
nesta Subseção. (Redação dada pelo art. 2º da Lei n.º
2.548, de 18 de setembro de 1985) Parágrafo único. O valor do adicional não poderá ser
superior a 2 (dois) Valores de Referência em vigor para
Art. 180. Caberá ao Dirigente da Repartição executora o Estado de Sergipe, por serviço global executado.
do Convênio fixar o valor do adicional, que não poderá
ser igual ou superior ao vencimento do funcionário. Parágrafo único. O valor do Adicional será sempre in-
ferior ao vencimento do funcionário. (Redação dada
Art. 180. Caberá ao Dirigente da Repartição executora pelo art. 8º da Lei n.º 3.143, de 26 de fevereiro de
do convênio fixar o valor do Adicional, que será sem- 1992) (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar n.º
pre inferior ao valor do vencimento do funcionário. 106, de 11 de julho de 2005)
(Redação dada pelo art. 2º da Lei n.º 2.548, de 18 de
setembro de 1985) Art. 184. O Adicional de Participação em Comissão
de Trabalho será concedido, sempre, em caráter tran-
Art. 180. Caberá ao Dirigente da Repartição executo- sitório.
ra do Convênio designar os funcionários que partici-
parão da execução dos respectivos serviços, e fixar o Subseção VI
valor do Adicional, observando o disposto no art. 178 Do Adicional de Trabalho Técnico ou Científico
desta Lei. (Redação dada pelo art. 4º da Lei n.º 3.186,
de 03 de junho de 1992) Art. 185. Poderá ser concedido adicional pela elab-
oração ou pela execução de trabalho avulso, de na-
Art. 181. O valor do adicional poderá ser aumentado tureza técnica ou científica.
ou reduzido, no curso da execução do convênio.
Art. 186. A percepção do Adicional de que trata o
Art. 181. O valor do Adicional poderá ser aumentado artigo 185 ficará condicionada ao atendimento dos
ou reduzido, no curso da execução do convênio, pro- seguintes requisitos, entre outros que vierem a ser
grama, projeto ou atividade, de acordo com as dis- estabelecidos em Regulamento:
ponibilidades de recursos previstos e com a ampliação
ou redução das respectivas atividades de execução. I – que o próprio funcionário seja o Autor da elabo-
(Redação dada pelo art. 2º da Lei n.º 2.548, de 18 de ração ou da execução do Trabalho;
setembro de 1985)
II – que a atribuição do trabalho técnico ou científico
Subseção V seja feita por ato prévio e expresso das Autoridades
Do Adicional de Participação indicadas no art. 4º, conforme o caso;
em Comissão de Trabalho
III – que o trabalho a executar ou elaborar seja de
Art. 182. Será concedido Adicional ao funcionário que interesse direto do Serviço Público e não constitua
for designado para compor comissão de execução dos função do cargo ocupado pelo seu autor;
seguintes trabalhos:
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
35
cional. 17 V. art. 5º, caput e inciso II, da Lei nº 3.048, de 30 de setembro de 1991.
§ 1º. O valor do Adicional não poderá ser igual ou su- VI – para Ajuda de Custo;
perior ao vencimento do funcionário.
VII – para Diárias;
§ 1º. O valor do Adicional não poderá ser superior ao
vencimento do funcionário, sendo que, quando se VIII – para Salário-Família; (Revogado pelo art. 138
tratar da necessidade exclusiva de realização de estu- da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
dos ou trabalhos de alto nível, que visem, justificada- 2005)
mente, a elevação da economia estadual nos setores
primário, secundário e/ou terciário, e desde que sob IX – para Auxílio-Doença; (Revogado pelo art. 138
expressa determinação ou designação do Governador da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
do Estado, esse valor poderá ser de até 150 (cento e 2005)
cinquenta) vezes a Unidade Fiscal Padrão do Estado
de Sergipe – UFP/SE, por um período, neste caso, não X – Natalina.
maior do que 180 (cento e oitenta) dias. (Redação
dada pelo art. 1º da Lei Complementar n.º 51, de 28 Parágrafo único. Ao funcionário em comissão não
de setembro de 2000) (Revogado pelo art. 7º da Lei serão concedidas as gratificações indicadas nos itens I,
Complementar n.º 106, de 11 de julho de 2005) II e III deste artigo.
§ 2º. O funcionário perceberá o adicional, enquanto Parágrafo único. Ao funcionário em comissão não será
estiver elaborando ou executando o trabalho que lhe concedida a gratificação indicada no item I do caput
foi atribuído. deste artigo. (Redação dada pelo art. 5º da Lei n.º
2.836, de 16 de agosto de 1990)
Art. 188. A incumbência do trabalho técnico ou científ-
ico poderá ser revogada, a qualquer tempo, sem que Art. 191. As gratificações serão concedidas em caráter
assista ao funcionário direitos de reparação ou inden- transitório, à exceção das indicadas nos itens I, II e III
ização pelo período cancelado. do art. 190, que poderão incorporar-se ao vencimento
do funcionário.
Art. 189. O Adicional de Trabalho Técnico ou Científico
será concedido, sempre, em caráter transitório. Art. 191. As gratificações serão concedidas em caráter
transitório, não se incorporando à remuneração do
Seção II cargo efetivo nem aos proventos de aposentadoria.
Das Gratificações (Nova Redação dada pela Lei Complementar nº 255,
de 15 de janeiro de 2015 )
Art. 190. São modalidades de gratificação:
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Parágrafo único. A incorporação de que trata a par- Art. 194. É vedado conceder Gratificação por Serviço
te final deste artigo far-se-á para efeito de apo- Extraordinário, com o objetivo de remunerar outros
sentadoria e disponibilidade, satisfeitas as seguintes serviços ou encargos.
condições:(Revogado pela Lei Complementar nº 255,
de 15 de janeiro de 2015 ) Parágrafo único. O funcionário que receber importân-
cia relativa a serviço extraordinário que não prestou
I – se o funcionário perceber a gratificação pelo perío- será obrigado a restituí- la de uma só vez, ficando ain-
do mínimo de 5 (cinco) anos ininterruptos ou 10 (dez) da sujeito a punição disciplinar.
interpolados (Revogado pela Lei Complementar nº
255, de 15 de janeiro de 2015 ) Art. 195. O funcionário não poderá se recusar, sem jus-
to motivo, à prestação de serviço extraordinário.
II – se o recebimento da gratificação, nos termos e
condições do item I, à época em que o funcionário Art. 196. A gratificação por serviço extraordinário não
passar a inatividade. (Revogado pela Lei Complemen- poderá ser paga ao funcionário que perceber, no mes-
tar nº 255, de 15 de janeiro de 2015 ) mo mês, Adicional de Função ou Representação de
Gabinete.
Subseção I
Da Gratificação por Serviço Extraordinário Subseção II
Da Gratificação por Serviço Insalubre
Art. 192. O funcionário fará jus à Gratificação por
Serviço Extraordinário efetivamente executado, desde Art. 197. O funcionário fará jus à Gratificação por
que previamente autorizado pelo dirigente superior Serviço Insalubre, sempre que as condições anormais
da sua Repartição, ou por quem deste último haja re- do seu trabalho o colocarem em permanente risco da
cebido a competente delegação. própria saúde.
§ 1º. Por Serviço Extraordinário entende-se o prestado Art. 197. O funcionário fará jus à Gratificação por
em cada hora excedente da jornada diária de trabalho Serviço Insalubre sempre que a natureza, condição ou
do funcionário. método do seu trabalho o exponham a agentes no-
civos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados
§ 2º. O serviço extraordinário poderá ser prestado tan- em razão do tipo e da intensidade do agente e do
to antes quanto depois da carga horária normal de tempo de exposição aos efeitos. (Redação dada pelo
serviço do funcionário. art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
§ 3º. A gratificação por serviço extraordinário não Parágrafo único. As atividades e operações a que se
poderá exceder a 2 (duas) diárias de trabalho. refere este artigo, bem como os locais de trabalho in-
salubre, serão definidos em Regulamento editado por
Art. 193. Valor da hora extraordinária será igual ao Decreto do Poder Executivo. (Acrescentado pelo art. 1º
da hora normal de trabalho do funcionário, calculada da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
com base no respectivo vencimento.
Art. 198. A gratificação por serviço insalubre será dev-
§ 1º. Tratando-se de trabalho noturno, assim enten- ida ao funcionário que tiver exercício:
dido o executado entre as 22 (vinte e duas) horas de
um dia, e as 5 (cinco) horas do dia seguinte, o valor da I – em hospitais e dispensários de lepra, tuberculose
hora extraordinária será acrescido de 20% (vinte por ou doenças mentais;
cento).
II – em laboratórios, nos serviços de coleta e manipu-
§ 2º. A hora extraordinária noturna será computada lação de material infectante;
como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta)
segundos. III – em gabinetes de radiologia;
Parágrafo único. A gratificação somente será devida ao Art. 200. Cessadas as condições de insalubridade ou
funcionário que mantiver contato direto e frequente reduzidas estas ao nível da normalidade funcional,
com material infectante ou radiativo, bem assim com será imediatamente cancelado o pagamento da Grat-
pacientes portadores das doenças incluídas nos itens I ificação.
ou IV deste artigo, se for o caso.
Art. 200. Cessadas as condições ou modificados os
Art. 198. É da competência de Comissão Especial, des- seus graus, será, imediatamente, cancelado o paga-
ignada pelo Governador do Estado e constituída por mento da Gratificação ou alterado o respectivo per-
Técnicos em Segurança e Medicina do Trabalho, afer- centual, na forma do art. 199 deste Estatuto. (Redação
ir em laudo pericial, louvando-se nas disposições do dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro
respectivo Regulamento, os graus de insalubridade, de 1979)
fixando-os em máximo, médio ou mínimo. (Redação
dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro Art. 201. A Gratificação por Serviço Insalubre será
de 1979) de 40% (quarenta por cento) do vencimento do fun-
cionário.
Art. 199. Para os efeitos do recebimento da gratifi-
cação, será da competência do Serviço Médico do Es- Art. 201. O servidor público, inclusive os integrantes da
tado determinar se o grau de insalubridade do local Comissão Especial, que, por dolo ou culpa, prestarem
ou das condições de trabalho ultrapassa ou não os informações falsas ou calarem a verdade em processo
limites da normalidade funcional. de concessão, alteração ou cancelamento da Gratifi-
cação por Serviço Insalubre, além da responsabilidade
Art. 199. Determinada a insalubridade, será assegura- civil e criminal prevista em Lei, incorrerão nas penas
do ao funcionário o percentual de 40% (quarenta por administrativas estabelecidas no art. 258 deste Estatu-
cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) to, conforme a gravidade do caso. (Redação dada pelo
que incidirá sobre o seu vencimento, segundo se clas- art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
sifique, respectivamente, em grau máximo, médio e
mínimo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, Art. 202. Se o funcionário exercer as funções do seu
de 05 de novembro de 1979) cargo em mais de um local insalubre, somente em
relação a um deles terá direito à gratificação.
Parágrafo único. O Serviço Médico do Estado,
para aferir o grau de insalubridade do local ou das Subseção III
condições de trabalho, poderá se louvar em critérios Da Gratificação Por Risco de Vida
adotados pelo Ministério do Trabalho ou pelo Regula-
mento deste Estatuto. Subseção III
Da Gratificação por Periculosidade
§ 1º. Na hipótese em que o funcionário exerça ativi- (Nova denominação da Subseção III dada pelo art.
dades consideradas insalubres em mais de um local de 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
trabalho, somente em relação a um deles, terá direito
a Gratificação considerando-se o exercício como um Art. 203. O funcionário fará jus à Gratificação por Risco
todo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de Vida, sempre que as condições anormais do seu
de novembro de 1979) trabalho o colocarem em permanente perigo de vida.
§ 2º. O funcionário que exercer atividade insalubre e Art. 203. O funcionário fará jus à Gratificação por Peric-
estiver no exercício de cargo em comissão, poderá ulosidade sempre que a natureza, o método, condições
optar pelo vencimento deste ou pelo percentual da e local de trabalho o colocarem em acentuado risco de
Gratificação por Serviço Insalubre. (Redação dada pelo vida, pela frequente relação de proximidade ou con-
art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979) tato pessoal direto com população carcerária, doen-
(Revogado pelo art. 5º da Lei n.º 2.836, de 16 de agos- tes mentais comprovadamente perigosos e materiais
to de 1990) classificados como inflamáveis ou explosivos, defini-
dos em Regulamento editado por Decreto do Poder
Executivo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226,
de 05 de novembro de 1979)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Art. 203. O funcionário fará jus à Gratificação por Peric- to da Gratificação por Periculosidade, as disposições
ulosidade sempre que a natureza, método, condições do art. 201 desta Lei. (Redação dada pelo art. 1º da Lei
e local de trabalho o colocarem em acentuado risco de n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
vida, pela frequente relação de proximidade ou con-
tato pessoal direto com população carcerária, doen- Art. 205. A gratificação por risco de vida será de 40%
tes mentais comprovadamente perigosos e materiais (quarenta por cento) do vencimento do funcionário.
considerados inflamáveis ou explosivos, e pelo de-
sempenho de atividades de fiscalização tributária nos Art. 205. A Gratificação por Periculosidade será de 30%
postos fiscais do Estado e nos locais sujeitos à fiscal- (trinta por cento) sobre o vencimento do funcionário.
ização fazendária de mercadorias e serviços, definidos (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de
em Regulamento editado por Decreto do Poder Exec- novembro de 1979)
utivo. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 95, de
04 de junho de 2004) § 1º. A Gratificação a que se refere este artigo será
também assegurada ao funcionário que, não ocupan-
Art. 203. O funcionário fará jus à Gratificação por Peric- do cargo de natureza policial civil, militar ou equi-
ulosidade sempre que a natureza, método, condições parável, exercer suas funções nos termos deste Estatu-
e local de trabalho o colocarem em acentuado risco de to e do respectivo Regulamento, em Estabelecimentos
vida, pela frequente relação de proximidade ou conta- Penais e Casas de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
to pessoal direto com população carcerária, doentes (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de
mentais comprovadamente perigosos e materiais con- novembro de 1979)
siderados inflamáveis ou explosivos. (Nova Redação
dada pela Lei Complementar nº 260, de 09 de junho § 2º. Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, en-
de 2015 ) tre outros cargos e funções especificadas em Lei, con-
siderar-se-á equiparável a cargo policial civil ou mili-
Art. 204. A gratificação por risco de vida será paga tar, todo aquele que lhe for necessariamente auxiliar.
ao funcionário que, não ocupando cargo de natureza (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de
policial civil, militar, ou equiparável, tiver exercício em novembro de 1979)
local de prisão de pessoas adultas ou de cumprimento
de pena privativa de liberdade. Art. 206. Se o funcionário exercer as funções do seu
cargo em mais de um local perigoso, somente em
Art. 204. É da competência de Comissão Especial de relação a um deles terá direito à gratificação.
servidores, constituída por Técnicos em Segurança e
Medicina do Trabalho e Especialistas em Segurança Art. 206. Na hipótese em que o funcionário exerça
de Estabelecimentos Penais e Casas de Custódia e atividades consideradas perigosas em mais de um lo-
Tratamento Psiquiátrico, emitir laudo pericial sobre as cal de trabalho, somente em relação a um deles terá
condições de periculosidade. (Redação dada pelo art. direito à Gratificação, considerando-se o exercício
1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979) como um todo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º
2.226, de 05 de novembro de 1979)
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, entre outros
cargos e funções especificados em lei, considerar-se-á Parágrafo único. O funcionário que exercer atividade
equiparável a cargo policial civil ou militar todo aquele periculosa e estiver no exercício de cargo em comissão,
que lhe for necessariamente auxiliar. poderá optar pelo vencimento deste ou pelo percen-
tual da Gratificação por Periculosidade. (Acrescentado
§ 1º. A Comissão a que se refere este artigo será desig- pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de
nada pelo Governador do Estado na conformidade do 1979) (Revogado pelo art. 5º da Lei n.º 2.836, de 16 de
respectivo Regulamento. (Redação dada pelo art. 1º agosto de 1990)
da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
Art. 207. Cessadas as condições de periculosidade,
§ 2º. Aplica-se ao servidor público, inclusive aos inte- ou reduzida esta ao nível da normalidade funcional,
grantes da Comissão Especial, que, por dolo ou culpa, será imediatamente cancelado o pagamento da grat-
prestarem informações falsas ou calarem a verdade ificação.
em processo de concessão, alteração ou cancelamen-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
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Art. 209. O funcionário poderá perceber Gratificação Art. 213. A Gratificação por Representação de Gabi-
de Presença, por sessão de que participar em Órgão nete será devida ao funcionário, civil ou militar, em
de deliberação colegiada, na qualidade de membro ou exercício, no Gabinete Civil, Gabinete Militar, Secre-
Presidente da Instituição. taria de Governo e Gabinete do Vice- Governador,
para compensar: (Redação dada pelo art. 54 da Lei n.º
Art. 210. A Gratificação de Presença será devida, nos 2.203, de 14 de março de 1979)
casos em que a legislação do órgão colegiado assim
determinar. Art. 213. A Gratificação por Representação de Gabi-
nete será devida ao funcionário, civil ou militar, em ex-
Art. 211. O funcionário não poderá receber grati- ercício no Gabinete Civil, Gabinete Militar, Secretaria
ficação de presença por mais de 2 (duas) fontes de de Governo, Gabinete do Vice-Governador e Procura-
pagamento, ainda que faça parte de mais de 2 (dois) doria Geral do Estado, para compensar: (Redação dada
órgãos de deliberação colegiada. pelo art. 15 da Lei n.º 2.419, de 26 de maio de 1983)
Art. 211. O funcionário poderá receber gratificação I – despesas extraordinárias decorrentes da Repre-
de presença por tantas fontes de pagamento quantos sentação;
forem os órgãos de deliberação colegiada de que faça
parte. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.430, de II – jornada de trabalho superior a fixada para o fun-
1º de julho de 1983) cionalismo em geral e de natureza não eventual.
§ 1º. Na hipótese de que trata a parte final do caput Parágrafo único. Serão excluídos do âmbito de in-
deste artigo, ao funcionário é permitido optar pelas 2 cidência deste artigo os funcionários que não aten-
(duas) fontes de pagamento que lhe forem mais van- derem os requisitos indicados nos itens I e II.
tajosas. (Revogado pelo art. 1º da Lei nº 2.430. de 1º
de julho de 1983) Art. 214. O valor da Gratificação por Representação de
Gabinete será fixado em decreto do Poder Executivo,
§ 2º. A proibição de perceber mais de 2 (duas) grati- levando-se em consideração o grau de representativi-
ficações mensais é somente em relação a órgãos co- dade do cargo e a dedicação por este exigida.
legiados do próprio Estado ou de entidades da sua
Administração Indireta. (Revogado pelo art. 1º da Lei Parágrafo único. O valor da gratificação não poderá
nº 2.430. de 1º de julho de 1983) ultrapassar 80% (oitenta por cento) do vencimento do
cargo em comissão de menor símbolo, no âmbito do
Art. 212. O valor da Gratificação de presença será fixa- Poder Executivo.
do em decreto do Poder Executivo, no âmbito da Ad-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Art. 215. É vedada a percepção acumulada da gratifi- Art. 220. O funcionário restituirá a Ajuda de Custo:
cação por representação de gabinete e da gratificação
por serviços extraordinários. I – quando não se transportar para a nova sede ou
local de trabalho ou missão nos prazos que lhe forem
Art. 216. A gratificação por representação de gabinete assinalados;
não será considerada para efeito de quotas de prev-
idência, nem de cálculo de proventos da inatividade. II – quando, antes de terminada a incumbência, re-
gressar à sede primitiva, pedir exoneração antes de
Subseção VI decorrido 90 (noventa) dias do novo exercício, ou
Da Ajuda de Custo abandonar o serviço.
Art. 217. O funcionário fará jus à Gratificação de Ajuda § 1º. A restituição será da exclusiva responsabilidade
de Custo, para ocorrer a despesas de transporte e in- pessoal do funcionário e deverá ser feita de uma só
stalações, nos seguintes casos: vez.
I – quando passar a ter exercício fora da sua sede; § 2º. Não haverá obrigação da restituição, se o regres-
so do funcionário processar-se ex-officio, for determi-
II – quando for designado para estudo ou missão fora nado por doença comprovada ou morte de pessoa da
da sua sede, por prazo superior a 60 (sessenta) dias, própria família, ou, ainda, por motivo de força maior,
ou para o Exterior. a critério da Autoridade que autorizou a concessão da
ajuda de custo.
Parágrafo único. As despesas de transporte e de in-
stalações compreenderão as do funcionário e da sua Subseção VII
família, quando se tratar de mudança de Sede. Das Diárias
Art. 218. Não se concederá Ajuda de Custo, se o fun- Art. 221. O funcionário fará jus à Gratificação de Diári-
cionário: as, para ocorrer a despesas com alimentação, hosped-
agem e permanência, quando se deslocar da sua Sede,
I – em virtude de mandato eletivo, se afastar da sua eventualmente e em objeto de serviço.
Sede ou a ela retornar;
Parágrafo único. Não se concederá gratificação de
II – for removido a seu próprio pedido; Diária, quando o deslocamento constituir exigência
permanente do cargo ou da função.
III – for colocado à disposição de qualquer outro
Órgão ou Entidade. Art. 222. O valor das diárias será fixado em Regula-
mento observando-se, entre outros critérios:
Art. 219. O valor da Ajuda de Custo será fixado pe-
las Autoridades indicadas no art. 4º deste Estatuto, I – a hierarquia do cargo ou da função ocupada pelo
conforme o caso, não podendo exceder à soma de 3 funcionário;
(três) vencimentos do funcionário, salvo tratando-se
de viagem para o Exterior. II – o Valor de Referência vigente na localidade para
onde se deslocar o funcionário, quando se tratar de
§ 1º. Na fixação da Ajuda de Custo, levar-se-ão em viagem para fora do Estado.
conta o número de pessoas que acompanharão o fun-
cionário, as condições de vida da nova sede ou local de § 1º. Conceder-se-á Diária de igual valor, tomando-se
estudo ou missão, a distância a ser percorrida, o tipo por base o cargo ou a função de maior hierarquia,
de transporte a utilizar e outros elementos cabíveis. quando 2 (dois) ou mais funcionários se deslocarem
da sua Sede, conjuntamente, para o desempenho de
§ 2º. Se o funcionário receber Diárias, na hipótese de um mesmo trabalho ou missão.
que trata o item II do art. 217, a Ajuda de Custo não
poderá ultrapassar a 1 (um) mês de vencimento.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
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§ 2º. A Diária reduzir-se-á à metade, quando o afasta- V – o Cônjuge; (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple-
mento não exigir pernoite fora da Sede, ou se forem mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
concedidas alimentação e hospedagem gratuitas, por
outro Órgão ou Entidade. VI – outras pessoas, previstas em legislação especial.
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
Art. 223. Nenhum pagamento ultrapassará o valor de de 1º de novembro de 2005)
30 (trinta) Diárias, de cada vez.
§ 1º. O Salário-Família será devido, ainda quando o
Art. 224. As Diárias recebidas indevidamente serão funcionário venha a se aposentar. (Revogado pelo art.
devolvidas de uma só vez, sem prejuízo da punição 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
disciplinar que couber. de 2005)
Art. 225. Em todos os casos de pagamento de Diári- § 2º. Considerar-se-ão filho do funcionário o consan-
as, correrão por conta do Estado as despesas com o guíneo de qualquer condição e mais o enteado, o ad-
transporte do funcionário. otivo, ou o que, mediante autorização judicial, viva sob
a sua guarda e responsabilidade. (Revogado pelo art.
Art. 226. A critério das Autoridades indicadas no art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
4º deste Estatuto, o pagamento das diárias poderá ser de 2005)
compensado com a concessão de bolsa de estudo ou
de trabalho, desde que esta seja de valor suficiente § 3º. Ao ascendente de 1º (primeiro) grau, equiparar-
à cobertura das despesas do funcionário, fora da sua se-ão o padrasto e a madrasta. (Revogado pelo art.
Sede. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
de 2005)
Subseção VIII
Do Salário-Família § 4º. As pessoas referidas nos itens de I a VI somente
serão consideradas dependentes do funcionário, se
(Revogada pelo art. 138 da Lei Complementar n.º não tiverem economia própria e viverem às expensas
113, de 1º de novembro de 2005) do mesmo. (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple-
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 227. O funcionário fará jus, mensalmente, à grat-
ificação, de Salário-Família por cada um dos seus de- Art. 228. Se o pai e a mãe forem funcionários do Esta-
pendentes, como tais considerados: (Revogado pelo do e viverem em comum, o Salário-Família será con-
art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no- cedido ao pai; se não viverem em comum, ao que tiver
vembro de 2005) dependentes sob a sua guarda; e se ambos tiverem, de
acordo com a distribuição dos dependentes. (Revoga-
I – o filho menor de 18 (dezoito) anos; (Revogado pelo do pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no- novembro de 2005)
vembro de 2005)
Parágrafo único. Equiparar-se-ão ao pai e a mãe os
II – o filho de até 24 (vinte e quatro) anos, que seja representantes legais dos incapazes, ou as pessoas a
estudante de curso de ensino de 2º (segundo) grau ou cuja guarda e manutenção estiverem os beneficiários,
superior; (Revogado pelo art. 138 da Lei Complemen- por autorização judicial. (Revogado pelo art. 138 da Lei
tar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
III – o filho inválido, de qualquer idade; (Revogado Art. 229. Se o funcionário ocupar, legalmente, mais de
pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de 1 (um) cargo, o Salário-família será concedido apenas
novembro de 2005) em relação a 1 (um) deles. (Revogado pelo art. 138
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
IV – o ascendente; (Revogado pelo art. 138 da Lei 2005)
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Art. 230. Em caso de falecimento do funcionário, o 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
Salário- Família continuará a ser pago aos seus benefi- de 2005)
ciários, respeitados os limites temporais estabelecidos
nos itens I e II do art. 227. (Revogado pelo art. 138 Art. 235. O valor da gratificação de auxílio-doença cor-
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de responderá a um (1) vencimento do funcionário, vi-
2005) gente à época da sua concessão. (Revogado pelo art.
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
Parágrafo único. Se o funcionário falecido não se de 2005)
houver habilitado ao Salário-Família, a Repartição de
origem diligenciará no sentido de que seja efetuado Art. 236. O auxílio-doença será pago em folha e inde-
o pagamento atendidas as exigências desta Subseção penderá de requerimento do funcionário. (Revogado
e vedado o efeito retroativo. (Revogado pelo art. 138 pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de novembro de 2005)
2005)
Subseção X
Art. 231. O Salário-Família será devido a partir da pro- Da Gratificação Natalina20
tocolização do Requerimento do funcionário, desde ______________________________________
20 V. Lei nº 2.661, de 07 de abril de 1988, e art. 208, caput, da Lei Complemen-
que instruído com toda a documentação compro- tar nº 16, de 28 de dezembro de 1994, com redação dada pelo art. 1º da Lei
batória do direito ao recebimento da gratificação. Complementar nº 19, de 31 de agosto de 1995.
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
de 1º de novembro de 2005) Art. 237. O funcionário fará jus à Gratificação Natalina,
anualmente, em valor que será fixado em Lei.
Art. 232. O valor do Salário-Família será fixado, anual-
mente, mediante lei. (Revogado pelo art. 138 da Lei Art. 238. Para a fixação do valor da gratificação na-
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) talina, o Poder Executivo atentará para as disponibil-
idades orçamentárias e o efetivo comportamento da
Parágrafo único. A quota do Salário-Família, por filho receita do Estado, podendo:
inválido, será correspondente ao triplo das demais.
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, I – limitar a concessão da gratificação às categorias
de 1º de novembro de 2005) funcionais de reduzida faixa de vencimento;
Art. 233. O Salário-Família não será considerado para II – estabelecer o valor da gratificação em bases difer-
efeito de descontos, ainda que de finalidade assisten- entes para as diversas categorias funcionais, de modo
cial ou previdenciária. (Revogado pelo art. 138 da Lei a melhor beneficiar àquelas de menor faixa de venci-
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) mento.
Subseção IX Parágrafo único. Em caso nenhum, a gratificação
Do Auxílio-Doença poderá exceder ao vencimento do funcionário.
(Revogada pelo art. 138 da Lei Complementar n.º Art. 239. A gratificação natalina será paga no mês de
113, de 1º de novembro de 2005) dezembro, até o dia 20 (vinte)21.
_____________________________________
Art. 234. O funcionário fará jus à Gratificação de Aux- 21 V. Lei nº 3.822, de 15 de maio de 1997, alterando o art. 1º da Lei nº 2.661,
ílio- Doença, depois de cada período de 12 (doze) me- de 07 de abril de 1988 ( Nota 23)
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quin- tro dia útil da semana, salvo se gratificado extraordi-
ze) dias de trabalho será havida como mês integral, nariamente.
para os efeitos deste artigo.
Art. 246. Não fará jus ao repouso semanal remunerado
Art. 241. Não será devida a gratificação natalina ao o funcionário que não comparecer ao trabalho em to-
funcionário que for exonerado ou demitido, antes do dos os dias úteis da semana, salvo motivo justificado.
mês de dezembro de cada ano.
Art. 247. Nos dias úteis, somente por determinação do
Art. 242. A gratificação natalina será paga aos herdei- Governador do Estado deixarão de funcionar as Re-
ros ou sucessores do funcionário que vier a falecer an- partições do Serviço Público Estadual.
tes do seu recebimento, proporcionalmente aos me-
ses de exercício. Art. 248. No interesse do Serviço Público, o Governa-
dor do Estado poderá antecipar, ou transferir para ou-
TÍTULO V tro dia, a comemoração de feriado que recair em dia
DAS NORMAS GERAIS DE SERVIÇO útil de serviço.
VIII – diligenciar no sentido de manter atualizada a sua I – exercer, remuneradamente, 2 (dois) ou mais cargos,
ficha de assentamentos individuais, especialmente no empregos ou funções, salvo nos casos e nas condições
que toca a declarações de família; estabelecidas na Constituição Federal;
IX – zelar pela economia dos bens e materiais do Esta-
do, sobretudo os que estiverem sob a sua guarda ou II – referir-se de modo depreciativo, em informação,
utilização; parecer, ou despacho, ou ainda pela imprensa ou por
qualquer outro meio de divulgação, aos superiores
X – apresentar-se convenientemente trajado em ser- hierárquicos, às autoridades civis ou militares e aos
viço, ou usando uniforme que lhe for determinado, atos oficiais dos Governos Federal, Estadual, ou Mu-
quando for o caso; nicipal;
XI – colaborar e manter espírito de solidariedade com III – retirar, sem estar devidamente autorizado, qual-
os colegas de trabalho; quer documento ou objeto da Repartição;
XII – estar em dia com as leis, regulamentos, regimen- IV – valer-se do cargo ou da função para lograr provei-
tos, instruções e ordem de serviço que digam respeito to pessoal, em detrimento da dignidade desse mesmo
ao seu cargo ou à suas funções; cargo ou função;
XIII – representar aos seus superiores imediatos sobre V – promover manifestações de apreço ou desapreço
todas as irregularidades de que tiver conhecimento, no ambiente de trabalho;
ocorridas na Repartição em que servir ou relacionadas
com o seu trabalho; VI – fazer circular listas de donativos ou de sorteios,
subscrevê-las, ou exercer comércio, no ambiente de
XIV – atender, pronta e prioritariamente: trabalho;
a) as informações e requisições necessárias à defesa VII – coagir ou aliciar subordinados, para fins de natu-
judicial do Estado, ou de qualquer das suas Entidades reza político-partidária;
de Administração Indireta;
VIII – participar de diretoria, gerência, ou administra-
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de ção de empresa ou de sociedade privada, salvo nos
direito; XV – prestar contas dos bens e valores que ad- casos admitidos por este Estatuto;
ministrar;
IX – empregar material do serviço público em serviço
XVI – proceder, em sua vida pública e privada de modo particular;
a dignificar a função pública.
X – celebrar contratos industriais ou comerciais com
§ 1º. O funcionário deverá se recusar ao cumprimento o Governo, por si ou como representante de outrem;
de ordens manifestamente ilegais, devendo represen-
tar contra a Autoridade que o compelir e agir contra- XI – praticar a Usura sob qualquer modo;
riamente à lei.
XII – aceitar comissão, emprego ou pensão de Gover-
§ 2. Entre as normas legais e regulamentares de servi- no Estrangeiro, salvo se autorizado pelo Presidente da
ço, incluir-se-ão as instruções, ordens e os demais atos República;
internos que forem baixados pelos superiores hierár-
quicos do funcionário. XIII – praticar atos de sabotagem contra o Governo ou
o Serviço Público;
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
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XIV – constituir-se procurador ou intermediário, junto § 2º. A responsabilidade penal decorrerá de ação ou
às Repartições Públicas, salvo tratando-se de interesse omissão que as leis penais do País qualificarem como
de parente até o 3º (terceiro) grau; crime ou contravenção.
Art. 254. É vedado ao funcionário trabalhar sob direta VI – Demissão a bem do Serviço Público;
subordinação de parente até 2º (segundo) grau, salvo
quando se tratar de cargo ou função de confiança, li- VII – Cassação de Aposentadoria ou de Disponibilida-
vremente exoneráveis. de.
Parágrafo único. A ressalva contida na parte final deste § 1º. Na aplicação das penas disciplinares, serão leva-
artigo será limitada a 2 (dois) cargos ou funções. dos em consideração os antecedentes do funcionário,
a natureza e a gravidade da infração, assim como os
Seção III danos sofridos pelo Estado.
Da Responsabilidade
§ 2º. As penas a serem aplicadas revestirão forma es-
Art. 255. Pelo exercício irregular das suas atribuições, crita e constarão da ficha de assentamentos individu-
o funcionário responderá civil, penal e administrativa- ais do funcionário.
mente.
§ 3º. O ato punitivo será motivado e mencionará a res-
§ 1º. A responsabilidade civil decorrerá de ação ou pectiva base legal.
omissão dolosa ou culposa, que importe prejuízo ma-
terial para a Fazenda Estadual ou para terceiros.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Art. 259. Caberá pena derepreensão, nos casos de de- V – revelação de fato ou de informação de caráter si-
sobediência, indisciplina, ou descumprimento dos de- giloso, conhecido em razão do cargo, quando resultar
veres. prejuízo para o Estado.
Art. 260. Caberá a pena de suspensão; § 1º. Considerar-se-á abandono de cargo a ausência
do funcionário ao serviço, sem justa causa, por mais
I – quando houver dolo, má-fé, ou reincidência, tratan- de 30 (trinta) dias corridos.
do-se das faltas indicadas no art. 259;
§ 2º. Será também demitido o funcionário que faltar
II – quando o descumprimento dos deveres constituir ao serviço, sem justa causa, por mais de 60 (sessenta)
falta grave; dias interpolados, no período de 12 (doze) meses.
III – quando for violada qualquer das proibições de Art. 264. A pena de demissão a bem do serviço públi-
que trata a Seção II deste Capítulo. co será aplicada ao funcionário, nos seguintes casos:
§ 1º. A pena de suspensão não poderá exceder d e I – crime contra a Administração Pública;
60 (sessenta) dias e será precedida de sindicância ad-
ministrativa. II – aplicação ilegal dos recursos do Erário, precedida
de dolo;
§ 2º. Durante o período da suspensão, o funcionário
perderá todos os direitos e vantagens resultantes do III – lesão dolosa aos cofres públicos e dilapidação do
exercício das suas funções. patrimônio estadual;
Art. 261. A pena de multa será aplicada em lugar da IV – corrupção passiva, nos termos da lei penal.
suspensão, quando a conversão for considerada con-
veniente para o Serviço Público. Parágrafo único. A pena de demissão a bem do ser-
viço público também poderá ser aplicada, nos casos
§ 1º. A multa a aplicar será de 50% (cinquenta por cen- de que trata o artigo 253, face à gravidade da falta e à
to) do vencimento do dia do funcionário, por cada dia má-fé do funcionário.
estabelecido na suspensão convertida.
Art. 265. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
§ 2º. Convertida a suspensão em multa, o funcionário lidade do funcionário, nos seguintes casos:
será obrigado a comparecer ao serviço.
I – prática, quando ainda na atividade, de falta que
Art. 262. A pena de destituição de função será aplicada teria determinado sua demissão, ou demissão a bem
ao funcionário exercente de função de confiança, pela do serviço Público;
falta de exação no cumprimento do dever.
II – aceitação ilegal de cargo, emprego, ou de função
Art. 263. A pena de demissão será aplicada ao funcio- pública, provada a má-fé;
nário, nos seguintes casos:
III – perda da nacionalidade brasileira.
I – abandono de cargo;
Parágrafo único. Será também cassada a disponibili-
II – incontinência pública e escandalosa, vício de jogos dade do funcionário que, aproveitado, não entrar em
legalmente proibidos e embriaguez habitual; exercício nos prazos legais.
III – insubordinação grave, em serviço; Art. 266. Ao funcionário que tiver cassada a sua apo-
sentadoria ou disponibilidade será, em seguida, ou
IV – ofensa física, em serviço, a outro funcionário ou no mesmo ato, aplicada a pena de demissão ou de
particular, salvo em legítima defesa; demissão a bem do serviço público, conforme a falta
determinante da cassação.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
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Art. 267. As penas de demissão, a bem do serviço pú- § 3º. Nas faltas que se subtraem, pelas circunstâncias
blico e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, do fato, ao conhecimento da Administração, o prazo
somente poderão ser aplicadas: prescricional se inicia com a ciência da infração.
Art. 268. São competentes para a aplicação de penas § 1º. Ordenada a prisão, será ela requisitada à autori-
disciplinares: dade policial e comunicada, imediatamente à autori-
dade judiciária competente, para os devidos efeitos.
I – a Autoridade competente para a nomeação do fun-
cionário apenado, em qualquer caso e, privativamente, § 2º. As autoridades administrativas providenciarão
nos de demissão, demissão a bem do serviço público, no sentido de ser iniciado, com urgência, e com bre-
cassação de aposentadoria ou disponibilidade; vidade concluído, o processo de tomada de contas do
funcionário faltoso.
II – os dirigentes das Repartições Estaduais, nos casos
de repreensão, suspensão e multa; § 3º. A prisão administrativa não poderá exceder de 90
(noventa) dias.
III – a Autoridade competente para a designação, nos
casos de destituição de função. Art. 271. São competentes para ordenar a prisão ad-
ministrativa:24
Parágrafo único. É delegável a competência para a _____________________________________
aplicação da pena de repreensão. 24 V. nota 19.
§ 1º. A falta também configurada como crime na legis- § 1º. A suspensão preventiva não constituirá medida
lação penal, prescreverá juntamente com este. punitiva, nem acarretará perda de direitos e vantagens.
§ 2º. O curso da prescrição é contado a partir do dia da § 2º. A suspensão preventiva não excederá de 30 (trin-
ocorrência da falta, interrompendo-se com a abertura ta) dias.
da sindicância ou do inquérito administrativo, quando
for o caso.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Art. 273. Serão competentes para ordenar a suspensão o funcionário que tiver relações de parentesco, até o
preventiva as Autoridades indicadas no art. 271 deste 3º (terceiro) grau, com o denunciante ou o indiciado.
Estatuto. Art. 279. Incumbe ao funcionário ou Comissão de Sin-
dicância:
CAPÍTULO III
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E I – ouvir o denunciante e as testemunhas, para esclare-
DA SUA REVISÃO cimento dos fatos objetos do ato de instauração;
Art. 274. Instaurar-se-á Processo Administrativo Dis- II – ouvir o próprio indiciado, se houver, permitindo-
ciplinar, para apuração de irregularidades no Serviço -lhe a juntada de documentos e a indicação de provas;
Público e responsabilização dos seus autores.
III – realizar as diligências necessárias à apuração dos
Art. 275. O processo administrativo disciplinar reali- fatos e identificação da sua autoria.
zar-se-á sob a forma de Sindicância ou de Inquérito
Administrativo, nos casos definidos por este Estatuto. Parágrafo único. Os atos da sindicância revestirão for-
ma escrita e serão arquivados em dossiê simplificado,
Art. 276. São competentes para instaurar o processo ou em autos organizados segundo modelo forense,
administrativo disciplinar, em qualquer das suas for- com as necessárias adaptações.
mas:
Art. 280. A sindicância deverá ser concluída no prazo
I – as Autoridades indicadas no art. 4º deste Estatuto, de 20 (vinte) dias, prorrogável por igual período, a cri-
no âmbito dos respectivos Poderes ou Repartições; tério da Autoridade que determinar sua instauração.
II – os Secretários de Estado e os dirigentes dos Ór- Parágrafo único. Ao concluir a sindicância, o funcioná-
gãos da Governadoria do Estado. rio ou a comissão sindicante emitirá sua opinião sobre
o fato e sua autoria, em relatório circunstanciado, indi-
Parágrafo único. Quando extrapolarem das suas atri- cando a base legal da pena cabível, se for o caso.
buições as penalidades e providências cabíveis, a Au-
toridade instauradora do processo o encaminhará à Art. 281. O funcionário ou a comissão de funcionários
Autoridade competente, dentro dos prazos legais, poderá, a critério da Autoridade instauradora da sindi-
para o devido julgamento. cância, dedicar-se integral ou parcialmente aos traba-
lhos da sindicação.
Seção I
Da Sindicância Administrativa Art. 282. Recebido o dossiê ou os autos da sindicância
para julgamento, a Autoridade responsável pela sua
Art. 277. A Sindicância será instaurada como meio su- instauração deverá, conforme o caso:
mário de apuração de denúncia, nos seguintes casos:
I – arquivar a sindicância, se não ficar provada a exis-
I – quando não houver elementos suficientes para se tência da irregularidade ou da responsabilidade do in-
concluir pela existência de irregularidade administrati- diciado, ou, ainda, se não for possível indiciar nenhum
va ou de suspeita de sua autoria; funcionário;
§ 4º. Não poderá proceder ao Inquérito Administrati- § 1º. A defesa prévia deverá ser apresentada à comis-
vo, ainda que como Secretário de Comissão, o funcio- são em até 48 (quarenta e oito) horas depois da ciên-
nário que tiver relações de parentesco, até o 3º (tercei- cia da notificação.
ro) grau, com o denunciante ou o indiciado.
§ 2º. As diligências requeridas poderão ou não ser re-
Art. 286. Durante a realização do inquérito, os mem- alizadas, a critério da Comissão.
bros da comissão e o secretário deverão dedicar todo
o seu tempo aos trabalhos do mesmo, ficando dispen- § 3º. O procurador legalmente habilitado poderá pra-
sados do serviço nas Repartições em que estiverem ticar todos os atos que forem permitidos ao indiciado.
lotados.
Art. 290. Encerrada a fase de instrução do inquérito,
§ 1º. O afastamento de que trata este artigo será consi- notificar-se-á o indiciado para, no prazo de 10 (dez)
derado como de exercício, para todos os fins e efeitos. dias, apresentar sua defesa definitiva.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 1º. Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será § 2º. A Comissão poderá sugerir quaisquer outras pro-
comum, de 20 (vinte) dias. vidências que lhe parecerem de interesse do Serviço
Público.
§ 2º. O prazo de defesa, a critério da Comissão, poderá
ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, para diligências § 3º. Com a apresentação do relatório, a Comissão
reputadas como imprescindíveis. ficará à disposição da Autoridade que determinou a
instauração do inquérito, para prestar esclarecimentos
§ 3º. No prazo de que trata o caput deste artigo, será ou cumprir diligências, dissolvendo-se logo após o jul-
facultado o manuseio dos autos do inquérito pelo in- gamento.
diciado ou seu procurador, no local designado pela
Comissão. Art. 294. Recebido o inquérito, a Autoridade compe-
tente para o julgamento proferirá a decisão, no prazo
§ 4º. Durante o prazo para apresentação de defesa de- improrrogável de 20 (vinte) dias.
finitiva, o Secretário da Comissão ficará à disposição
do indicado, ou do seu procurador, para facilitar o ma- § 1º. Não decidido o inquérito no prazo deste artigo, o
nuseio dos autos. indiciado reassumirá o exercício do seu cargo, quando
for o caso, nele aguardando o julgamento.
Art. 291. Encontrando-se o indiciado em lugar incer-
to, ignorado ou inacessível, far-se-á citação por edital, § 2º. No caso de alcance ou malversação de dinheiro
com prazo de 15 (quinze) dias. Neste caso, o prazo público, o afastamento se prolongará até a decisão fi-
para conclusão do Inquérito será prorrogado automa- nal do inquérito administrativo.
ticamente por igual período.
Art. 295. A Autoridade julgadora promoverá a expedi-
Art. 292. No caso de revelia, o Presidente da Comissão ção dos atos decorrentes do julgamento e determina-
oficiará ao Consultor Geral do Estado, para que este rá as providências necessárias à sua execução.
designe um dos advogados da Administração para
promover a defesa do indiciado. Art. 296. O ato que decretar a punição do funcionário
será obrigatoriamente publicado, no prazo de 8 (oito)
Art. 292. No caso de revelia, o Presidente da Comissão dias, contados do julgamento.
oficiará ao Procurador Geral do Estado, a fim de que
este designe um dos advogados da Administração Art. 297. Seja qual for o resultado do julgamento, dele
para promover a defesa do indiciado. (Redação dada será cientificado o funcionário.
pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de
1979) Seção III
Da Revisão
Art. 292. No caso de revelia, o Presidente da Comis-
são oficiará ao titular do Órgão responsável pelas ati- Art. 298. Os processos administrativos disciplinares
vidades de defensoria pública, a fim de que o mesmo poderão ser objeto de revisão, nos seguintes casos:
designe um dos Defensores Públicos para promover a
defesa do indiciado. (Redação dada pelo art. 4º da Lei I – quando a decisão for contrária a texto expresso de
n.º 3.239, de 28 de outubro de 1992) lei, ou à evidência dos autos;
Art. 293. Decorrido o prazo para a defesa definitiva, o II – quando a decisão se fundar em depoimentos, exa-
inquérito será relatado pela Comissão, dentro de 10 mes, ou documentos comprovadamente falsos;
(dez) dias.
III – quando, após a decisão condenatória, se desco-
§ 1º. No relatório, a Comissão apreciará, em relação a brirem novas provas de inocência do funcionário, ou
cada indiciado, as irregularidades de que forem acu- de circunstâncias justificadoras de penas mais bran-
sados, as provas colhidas no Inquérito e as razões de das.
defesa, propondo, justificadamente, a absolvição ou a
condenação, e indicando, neste último caso, a pena § 1º. A revisão não acarretará agravação da pena an-
cabível. terior.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
51
§ 2º. A revisão tramitará em apenso ao processo ori- § 1º. Salvo para o exercício de cargo em comissão, o
ginário. Estado somente poderá solicitar que sejam colocados
à sua disposição servidores pertencentes a Órgão ou
Art. 299. A revisão poderá ser requerida pelo funcio- pessoa jurídica governamental, inclusive a fundações
nário apenado e, em caso de sua morte ou ausência mantidas pelo Poder Público.
legal, pelo seu cônjuge, ascendente, descendente, ou
parente colateral até o 2º (segundo) grau. § 2º. O Governador do Estado poderá requisitar qual-
quer servidor de Entidade da Administração Estadual
§ 1º. O pedido será sempre dirigido à Autoridade que Indireta, por prazo determinado, sem prejuízo dos di-
houver aplicado a pena, ou que a tiver confirmado e reitos e vantagens do requisitado na pessoa jurídica
grau de recurso. de origem.
§ 2º. Não será admissível a reiteração de pedido, salvo § 3º. Na hipótese do § 2º deste artigo será necessária a
se fundado em novas provas. aquiescência do servidor requisitado, sempre que este
for regido pela Legislação Trabalhista.
Art. 300. A revisão será processada por comissão de
no mínimo 3 (três) funcionários, de posição hierárqui- Art. 306. O Servidor Estadual contratado pelo regime
ca nunca inferior à do funcionário apenado. da Legislação Trabalhista, quando investido em cargo
público de provimento em comissão, ficará submetido
§ 1º. Será impedido de participar da Comissão de Re- às disposições deste Estatuto, enquanto perdurar tal
visão quem houver participado da Comissão do pro- investidura.
cesso revisto, ainda que como secretário.
Art. 307. Aos Secretários de Estado, Dirigentes de Ór-
§ 2º. Ouvida a Repartição interessada, o Presidente da gão da Governadoria e de Autarquia Estadual apli-
Comissão designará um funcionário para secretariá-la. car-se-ão as normas relativas, às seguintes matérias,
entre outras expressamente previstas neste Estatuto:
Art. 301. O Presidente da Comissão marcará o prazo
de 5 (cinco) dias, para que o Requerente junte as pro- I – Posse e prazo para o exercício;
vas que houver indicado, inclusive apresentação de
testemunhas. II – Opção de vencimento ou remuneração;
Art. 302. Concluída a instauração, dar-se-á vista dos III – Licença para Tratamento da Própria Saúde;
autos ao Requerente, pelo prazo de 10 (dez) dias, para
apresentação das suas alegações. IV – Férias, salvo no que toca a indenizações;
Art. 303. Decorrido o prazo do art. 302, os autos serão V – Gratificações pela Participação em Órgão de Deli-
encaminhados, com relatório fundamentado da Co- beração Colegiada, Ajuda de Custo e Diárias;
missão, a julgamento da Autoridade que houver ape-
nado o Requerente. VI – Deveres, Proibições e Responsabilidades.
Parágrafo único. Será de 10 (dez) dias o prazo para § 1º. Quando as Autoridades referidas no caput deste
o encaminhamento dos autos à Autoridade julgadora, artigo forem do sexo feminino, a elas estender-se-ão
assim como o prazo para esta proferir a decisão. as normas relativas ao Repouso-Maternidade.
Art. 304. Julgada procedente a revisão, a Autoridade § 1º. Quando as Autoridades referidas no caput deste
julgadora providenciará o imediato cumprimento da artigo forem do sexo feminino, a elas estender-se-ão
decisão. as normas relativas à Licença à Gestante ou à Licença à
Adotante. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple-
Art. 305. As disposições deste Estatuto aplicar-se-ão, mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
no que couber, ao pessoal requisitado pelo Estado ou
colocado a sua disposição, enquanto perdurar tal si-
tuação.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 2º. A aplicação normativa autorizada por este arti- II – Lotação, o número de cargos e funções de confian-
go far-se-á com as adaptações exigidas pela forma de ça estabelecidos para cada Repartição, assim como o
provimento e natureza dos referidos cargos. número de servidores que deva ter exercício em cada
Órgão Público;
§ 3º. A verba de representação das autoridades de que
trata este artigo, assim como dos Subsecretários da III – Valor de Referência, a expressão monetária esta-
Secretaria Geral do Governo, reger-se-á por legislação belecida por Legislação Federal para vigorar na Região
específica. abrangente do Estado de Sergipe, em substituição ao
Salário-Mínimo como fator de correção da moeda;
Art. 308. Caberá aos Secretários de Estado e aos Di-
rigentes dos Órgãos da Governadoria, no âmbito das IV – Serviço Público, o prestado a Órgão ou Entidade
suas Repartições: de direito público, federal, estadual ou municipal.
Art. 310. A Gratificação Natalina é extensiva aos ocu- Art. 313. Por motivo de convicção filosófica, religiosa
pantes de cargos de magistério ou de natureza policial ou política, nenhum funcionário poderá ser privado
civil, assim como aos aposentados pelo próprio Esta- de qualquer dos seus direitos, nem sofrer restrição em
do, nas condições estabelecidas por este Estatuto. sua atividade funcional.
Art. 311. No período de até 3 (três) meses antes ou Art. 314. O Estado assegurará assistência e previdên-
depois da data das eleições municipais ou estaduais, cia social aos seus funcionários e servidores em geral,
serão vedadas a Remoção e a Transferência ex-oficio diretamente ou por intermédio do Instituto de Previ-
para local ou cargo que o funcionário deva exercer dência do Estado de Sergipe – IPES.25
fora da sua Sede. ______________________________________
25 V. Leis nº s 5.852, de 20 de março de 2006, e 5.853, de 20 de março de 2006,
que instituíram, respectivamente, o Instituto da Previdência dos Servidores do
Art. 312. Para os fins deste Estatuto, entende-se por: Estado de Sergipe – IPESPREVIDÊNCIA, e o Instituto de Promoção e de Assis-
tência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe – IPESAÚDE.
Parágrafo único. Tratando-se de servidores contrata- Art. 317. No cálculo dos proventos da inatividade, os
dos sob regime trabalhista, o direito à pensão e à apo- percentuais de aumento geral incidirão sobre o valor
sentadoria previdenciária será exercido nas mesmas total dos mesmos, inclusive vantagens pecuniárias in-
bases e condições dos reconhecidos pela legislação corporadas.
previdenciária federal.
Art. 318. A colaboração eventual ao Estado, sob a
Parágrafo único. O direito à assistência e previdência forma de prestação de serviços, retribuída mediante
social assegurado por intermédio do Instituto de Pre- simples recibo, não caracteriza vínculo com o Serviço
vidência do Estado de Sergipe – IPES, será exercido Público.
nas bases, condições e formas estabelecidas pela le-
gislação previdenciária estadual que, inclusive, rege o Parágrafo único. A colaboração de que trata este ar-
mesmo Instituto, regula suas finalidades e disciplina tigo somente poderá ser retribuída com dotação não
suas atividades. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º classificada na rubrica “pessoal”, obedecidos os limites
2.449, de 1º de dezembro de 1983)26 financeiros estabelecidos em programas específicos
_______________________________________ de trabalho.
26 V. nota 22.
Art. 319. A não caracterização de vínculo, referida no
Art. 315. Independentemente de qualquer outro au- artigo 318, também ocorrerá nos casos de concessão
xílio que venha a perceber, à família do funcionário do estágio profissionalizante a estudantes de curso
falecido será concedida ajuda pecuniária para a co- superior de ensino.
bertura das despesas com o funeral, correspondente
ao vencimento ou à remuneração do mês anterior ao Parágrafo único. A concessão de estágio a estudantes
falecimento. de nível superior far-se-á em obediência ao Regula-
mento desta Lei, inclusive no que toca ao número de
Art. 315. Independentemente de qualquer outro au- estagiários por Repartição Pública, condições do está-
xílio que venha a perceber, será concedida à família gio, sua duração, valor e critérios de pagamento.
do funcionário falecido, ativo ou inativo, uma ajuda
pecuniária para a cobertura das despesas com o fu- Art. 320. Os servidores estaduais, contratados sob o
neral, correspondente ao vencimento ou à remune- regime trabalhista, submeter-se-ão às normas de tra-
ração do mesmo no mês anterior ao do falecimento, balho estabelecido no Título V deste Estatuto, respei-
limitada, porém, ao valor de até R$ 1.800,00 (hum mil tada a duração da jornada de trabalho que ajustarem
e oitocentos reais), corrigido este, anualmente, pelo com o Poder Público e a legislação federal a eles apli-
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor-Ampliado, ou cáveis.
outro índice correspondente que legalmente venha a
lhe substituir. (Redação dada pelo art. 1º da Lei Com- § 1º. Aplicar-se-ão ainda aos servidores contratados os
plementar n.º 64, de 24 de setembro de 2001) adicionais previstos nos itens de nºs IV a VII do art. 164
e as gratificações previstas nos itens de nºs II a VII do
§ 1º. A ajuda de que trata este artigo será paga à espo- art. 190 nos termos e condições deste Estatuto.
sa do funcionário falecido, ou a quem houver custea-
do as despesas do funeral. § 2º. Os afastamentos dos servidores trabalhistas, em
objeto de serviço ou para fins de participação em cur-
§ 2º. A ajuda pecuniária de que trata este artigo é ex- sos, seminários, competições esportivas, cívicas ou
tensiva aos ocupantes de cargo de magistério ou de culturais, dependerão de expressa autorização das au-
natureza policial civil, assim como aos aposentados toridades indicadas no artigo 4º, nas mesmas condi-
pelo próprio Estado. ções em que se verificarem os afastamentos dos fun-
cionários estatutários.
Art. 316. Mediante seleção e concurso adequados, po-
derão ser nomeados funcionários de capacidade física § 3º. Aplicar-se-ão ainda aos servidores trabalhistas as
reduzida, para cargos indicados em lei ou regulamen- normas relativas à redistribuição de cargos, procedi-
to. das as necessárias adaptações.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
§ 4º. A redistribuição de emprego somente se fará com Art. 326. Para atender a inadiável necessidade de ser-
a aquiescência expressa do servidor interessado. viço, o Poder Executivo poderá transpor, de uma para
outra Secretaria de Estado ou Órgão da Governadoria,
Art. 321. No âmbito da Administração Estadual Autár- cargo ou função de confiança vagos.
quica, as contratações sob regime trabalhista, assim
como os afastamentos de servidores por prazo supe- Art. 327. O Estado não poderá colocar seus servidores
rior a 30 (trinta) dias, dependerão de autorização do à disposição de pessoa jurídica não-governamental,
Governador do Estado. salvo se tratar de estabelecimento particular de ensi-
no, organização cooperativista, sociedade civil de fins
Art. 322. A opção de vencimentos permitida pelo arti- filantrópicos ou entidade prestadora de serviços de
go 78 deste Estatuto é extensiva a servidores federais assistência social.
ou municipais que forem investidos em cargo estadual
de provimento em comissão, exceto se a legislação a Parágrafo único. A cessão autorizada por este artigo
eles aplicável dispuser em sentido contrário. far-se-á por prazo determinado e mediante contra-
partida da pessoa jurídica cessionária, em instrumento
Art. 323. Os cargos do Grupo Ocupacional FISCO, as- formal de ajuste.
sim como os de natureza policial civil, serão exercidos
sob regime de dedicação exclusiva, proibida qualquer Art. 328. Para os efeitos deste Estatuto, equipar-se-
outra atividade profissional, exceto a de magistério. -á ao cônjuge do funcionário a pessoa que com ele
conviver, em regime marital, pelo tempo mínimo de 5
Art. 324. Os acréscimos estipendiários por produtivi- (cinco) anos.
dade fiscal reger-se-ão por legislação específica, res-
peitado o disposto no § 2º do art. 286 deste Estatuto. Parágrafo único. O Poder Público exigirá a compro-
vação da convivência de que trata este artigo, anual-
Art. 324. Os acréscimos estipendiários por gratificação mente.
de produtividade fiscal, reger-se-ão por legislação es-
pecífica. (Redação dada pelo art. 12 da Lei n.º 2.270, de Art. 329. Os prazos previstos neste Estatuto serão con-
10 de julho de 1980) tados por dias corridos.
Parágrafo único. A produtividade fiscal a que se refere Parágrafo único. Na contagem dos prazos, excluir-se-á
o § 2º do art. 286 é extensiva aos casos de investidura o dia do começo e incluir-se-á o do seu término, pror-
de funcionário do Grupo Ocupacional FISCO em cargo rogando-se para o dia útil seguinte o vencimento que
em comissão de Órgão de Governadoria. recair em dia inútil de trabalho.
Parágrafo único. A produtividade fiscal a que se refere Art. 330. As publicações exigidas por este Estatuto de-
o parágrafo 2º do Artigo 286 é extensiva aos casos verão ser feitas no Diário Oficial do Estado.
de investidura de funcionário do Grupo Ocupacional
Fisco em cargo de provimento em comissão da ad- Parágrafo único. A Secretaria de Estado da Adminis-
ministração direta do Poder Executivo. (Redação dada tração editará, semanalmente, um boletim especial
pelo art. 55 da Lei n.º 2.203, de 14 de março de 1979) de atos administrativos referentes aos servidores da
(Revogado pelo art. 12 da Lei n.º 2.270, de 10 de julho Administração Estadual Direta e Autárquica, desde
de 1980) que emanados dos Secretários de Estado, Dirigentes
de Órgão da Governadoria, Titulares das Autarquias, e
Art. 325. A concessão de bolsas de estudo pelo Estado outras Autoridades de menor nível hierárquico.
ou a autorização para frequência de cursos em outros
Estados ou Países, ficará condicionada à assinatura Art. 331. Os exames médicos ou inspeções de saúde
de compromisso formal, pelo qual o servidor se com- far-se-ão pelo Serviço Médico do Estado, salvo dispo-
prometa a retornar ao serviço estadual e a ressarcir as sição expressa deste Estatuto.
despesas que forem efetivadas, caso venha a desistir
do curso ou a descumprir qualquer outra prestação
obrigacional que for estipulada.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
55
Art. 332. Os concursos públicos promovidos pela Se- versão desta em tempo de serviço, cujo tempo será
cretaria de Estado da Administração servirão para o contado pela forma estabelecida neste Estatuto.
provimento de cargo, ou a contratação de pessoal tra-
balhista, de todos os Poderes do Estado e do Tribunal Art. 340. As Secretarias de Estado da Saúde Pública e
de Contas. da Justiça e Ação Social deverão, no prazo de 6 (seis)
meses, ajustar a situação dos seus atuais servidores
Art. 333. O Regulamento desta Lei disciplinará os ter- às normas deste Estatuto, referentemente às Gratifica-
mos e condições em que os servidores estaduais con- ções por Serviço Insalubre e por Risco de Vida.
tratados sob regime Trabalhista, mediante concurso
público, poderão optar pelo regime estatutário. Art. 340. As Secretarias de Estado e demais órgãos da
Administração Direta, bem como as Autarquias, deve-
Art. 334. Na aplicação das normas deste Estatuto, os rão, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, após a de-
itens e alíneas deverão ser interpretados na totalidade cretação do Regulamento sobre as Gratificações por
do seu conjunto, e não alternativamente. Serviço Insalubre e por Periculosidade, encaminhar às
Comissões Especiais de que tratam os artigos 198 e
TÍTULO VII 204 deste Estatuto, todos os processos relacionados
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS com as referidas Gratificações, deferidos ou não. (Re-
dação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de no-
Art. 335. Aos processos administrativos disciplinares vembro de 1979)
pendentes de decisão à data da entrada em vigor des-
te Estatuto, aplicar-se-ão as normas do Decreto-Lei n.º Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o serviço
296, de 18 de fevereiro de 1970. médico do Estado se pronunciará no prazo de 6 (seis)
meses, sobre os locais ou condições de trabalho con-
Parágrafo único. Aplicar-se-ão também as normas do siderados insalubres.
Decreto-Lei n.º 296/70, às licenças para gestação e
para tratamento da própria saúde, concedidas antes Parágrafo único. Caberá à Secretaria de Estado da
do início da vigência deste Estatuto. Administração a fiscalização do cumprimento da de-
terminação contida no “caput” deste artigo. (Redação
Art. 336. Os direitos e vantagens estabelecidos por dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro
este Estatuto não autorizarão pagamento de atrasa- de 1979)
dos, seja a que título for.
Art. 341. Aos adicionais pecuniários instituídos pelo
Art. 337. As normas relativas à promoção somente se- art. 1º da Lei Estadual n.º 155-A, de 18 de novembro
rão aplicadas, a partir da entrada em vigor da lei que de 1965, farão jus exclusivamente os funcionários que
estabelecer novo sistema de classificação dos cargos adquiriram o direito de se aposentar nos termos da
efetivos por níveis e letras. mesma lei, até a data limite de 24 de janeiro de 1968.
Parágrafo único. O novo sistema de classificação de Art. 342. Em caráter temporário, aplicar-se-á o sistema
cargos, por níveis e letras, poderá alcançar a totalida- de opções de que trata o art. 5º da Lei n.º 2007, de 12
de, ou apenas uma parte dos cargos efetivos. dezembro de 1975, aos servidores que, investidos em
função gratificada, optaram pelo valor a esta atribuído.
Art. 338. A licença-prêmio e os adicionais do terço e
de função, previstos neste Estatuto, correspondem, Parágrafo único. Para os servidores de que trata este
respectivamente, à Licença-Especial, à Gratificação artigo aplicar-se-ão os valores constantes da tabela
Adicional e à Função Gratificada, de que tratam a especial o que a lei fixar, enquanto subsistir a respec-
Constituição do Estado e o Decreto-Lei n.º 296/70. tiva investidura.
Art. 339. Sempre que lhes for mais favorável, os atuais Art. 343. Os diaristas e mensalistas do Estado, admiti-
funcionários públicos civis do Estado terão seu tempo dos até a data de 15 de março de 1967, contarão seu
anterior de serviço contado pela forma prevista no tempo de exercício nos termos e condições do art. 2º
Decreto-Lei n.º 296/70, salvo para efeito de aproveita- da Lei Estadual n.º 2067, de 23 de dezembro de 1976.
mento, reversão e Licença-Prêmio, assim como a con-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Art. 344. Enquanto não for editada lei estadual espe- JOSÉ ROLLEMBERG LEITE
cífica, a contratação de servidores sob regime jurídi- GOVERNADOR DO ESTADO
co Trabalhista, no âmbito do Estado ou de qualquer
das suas autarquias, far-se-á nos termos e condições Yolando José de Macedo
do Decreto-Lei Federal n.º 200, de 25 de fevereiro de Secretário da Administração
1967, e sua legislação complementar, respeitado o dis-
posto no § 2º. Fernando Ribeiro Franco
Secretário da Justiça e Ação Social
Art. 344. Enquanto não for editada Lei Estadual espe-
cífica, poderá ser contratado, mediante autorização Enivaldo Araújo
expressa do Governador do Estado, pessoal técnico e Secretário da Fazenda
administrativo indispensável à instalação ou ao fun-
cionamento do Serviço Público da Administração Di- Eduardo Vital Santos Melo
reta e Indireta. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º Secretário da Saúde Pública
2.226, de 05 de novembro de 1979)
Everaldo Aragão Prado
§ 1º. O Decreto-Lei n.º 200/67 e sua legislação com- Secretário da Educação e Cultura
plementar serão aplicados de forma adaptada aos
quadros funcionais e à estrutura administrativa do Es- Adroaldo Campos Filho
tado e de sua Autarquias. Secretário da Segurança Pública
a) advogado / metereologia;
b) bicabornato /astigmatismo;
c) babadouro / beneficência;
d) reinvindicação / bugigangas;
e) jaboticaba / cabelereiro.
_________________________________________________________
No fundo, é um problema técnico que os avanços da in- A correção na acentuação gráfica faz parte do cuidado
formática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição com a norma culta na redação de um texto; a opção
dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, que apresenta um vocábulo do texto que é acentuado
me valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua graficamente por razão distinta das demais é:
pré-história.
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado) O item abaixo em que os dois vocábulos citados NÃO
fazem parte da mesma família de palavras é:
A palavra do texto que NÃO segue o mesmo processo
de formação que as demais é: a) falir / falência;
b) provir / provisão;
a) ressentimento; c) deter / detenção;
b) covardia; d) dispensar / dispensa;
c) legislação; e) fugir / fuga.
d) importante; _________________________________________________________
e) veículo.
_________________________________________________________ Questão 8: FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015
Questão 7: FGV - TJ (TJ AL)/TJ AL/Judiciária/2018 Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Assunto: Formação e Estrutura das palavras Quando se pensa em animais hematófagos, ou seja,
que vivem (comem) de sangue, a primeira imagem
TEXTO - Ressentimento e Covardia que vem à cabeça de muita gente é a de um morce-
go. Esse mamífero levou toda a fama, provavelmente
Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, por ter inspirado um dos personagens mais famosos
os usos da internet, que se ressente ainda da falta de das histórias de terror, o Conde Drácula. (Ciência hoje,
uma legislação específica que coíba não somente os UOL)
usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo
de comunicação. A maioria dos abusos, se praticados Nesse segmento, a palavra “hematófago” está expli-
em outros meios, seriam crimes já especificados em cada por meio de seus radicais componentes; a pala-
lei, como a da imprensa, que pune injúrias, difamações vra abaixo que tem sua explicação dada INCORRETA-
e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, MENTE, seguindo o mesmo padrão, é:
os plágios e outros recursos de apropriação indébita.
a) biografia / descrição da vida;
No fundo, é um problema técnico que os avanços da b) paquiderme / que tem pele grossa;
informática mais cedo ou mais tarde colocarão à dis- c) hemisfério / metade da esfera;
posição dos usuários e das autoridades. Como digo d) ortografia / escrita correta;
repetidas vezes, me valendo do óbvio, a comunicação e) ecologia / estudo das árvores.
virtual está em sua pré-história. _________________________________________________________
Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na Questão 9: FGV - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/2014
internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas
e escritores em geral, os mais comuns são os textos Assunto: Formação e Estrutura das palavras
atribuídos ou deformados que circulam por aí e que
não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por TEXTO – QUANTO FALTA PARA O DESASTRE?
caso. Um jornal ou revista é processado se publicar
sem autorização do autor um texto qualquer, ainda Verão de 2015. As filas para pegar água se espalham
que em citação longa e sem aspas. Em caso de injúria, por vários bairros. Famílias carregam baldes e aguar-
calúnia ou difamação, também. E em caso de falsear a dam a chegada dos caminhões-pipa. Nos canos e nas
verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a torneiras, nem uma gota. O rodízio no abastecimen-
desmentir e dar espaço ao contraditório. to força lugares com grandes aglomerações, como
shopping centers e faculdades, a fechar. As chuvas
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a abundantes da estação não vieram, as obras em anda-
lei do cão em nome da liberdade de expressão, que é mento tardarão a ter efeito e o desperdício continuou
mais expressão de ressentidos e covardes do que de alto. Por isso, São Paulo e várias cidades vizinhas, que
liberdade, da verdadeira liberdade. formam a maior região metropolitana do país, entram
na mais grave crise de falta d’água da história. (Época,
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado) 16/06/2014)
QUESTÕES
4
“para recolher a água fria”; essa frase do texto, se “Se há muitos processos, então os juízes trabalham
nominalizada, adquiriria a seguinte forma: muito”.
a) para que se recolha a água fria; Uma sentença logicamente equivalente a essa é:
b) para que se recolhesse a água fria;
c) para a acolhida da água fria; a) se não há muitos processos, então os juízes não tra-
d) para a coleta da água fria; balham muito;
e) para que a água fria seja recolhida.
b) se os juízes trabalham muito, então há muitos pro-
cessos;
Questão 3: FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 Questão 5: FGV - AssJ (TJ AM)/TJ AM/Web desig-
ner/2013
Assunto: Argumentos - métodos decorrentes da ta-
bela verdade Assunto: Argumentos - métodos decorrentes da ta-
bela verdade
Em um escritório de advocacia há pastas azuis, verdes
e marrons. O chefe do escritório disse ao estagiário: Considere como verdadeiras as sentenças a seguir.
i. Processos trabalhistas são colocados em pastas ver- I. Se André não é americano, então Bruno é francês.
des.
II. Se André é americano então Carlos não é inglês.
É correto concluir que:
III. Se Bruno não é francês então Carlos é inglês.
a) processo não trabalhista não é colocado em pasta
verde; Logo, tem‐se obrigatoriamente que
Alberto disse: “Se chego tarde em casa, não ligo o a) no máximo 15 deles estão inscritos nos dois con-
computador e, se não ligo o computador, vou cozi- cursos;
nhar. Porém, sempre que ligo o computador, tomo
café”. b) no máximo 10 deles não estão inscritos nem no
Concurso A nem no Concurso B;
Certo dia, Alberto chegou em casa e não tomou café.
c) no máximo 10 deles estão inscritos apenas no
É correto concluir que Alberto: Concurso A;
Questão 7: FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 Questão 9: FGV - AssJ (TJ AM)/TJ AM/Web desig-
ner/2013
Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas,
Negação de quantificadores Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas,
Negação de quantificadores
Considere a afirmação: “Nenhum médico é cego”.
Considere como verdadeiras as sentenças a seguir.
A negação dessa afirmação é:
I. Alguns matemáticos são professores.
a) Há, pelo menos, um médico cego;
b) Nenhum cego é médico; II. Nenhum físico é matemático.
c) Todos os médicos são cegos;
d) Todos os cegos são médicos; Então, é necessariamente verdade que
e) Todos os médicos não são cegos.
_________________________________________________________ a) algum professor é físico.
b) nenhum professor é físico.
Questão 8: FGV - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/2014 c) algum físico é professor.
d) algum professor não é físico.
Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas, e) nenhum físico é professor.
Negação de quantificadores _________________________________________________________
João e José conversam. Questão 10: FGV - AssJ (TJ AM)/TJ AM/Web desig-
ner/2013
João diz: - Todo país que realiza eleições é democrá-
tico. Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas,
Negação de quantificadores
José diz: - Essa frase é falsa.
Se não é verdade que “Todos assistentes judiciários de
O que José disse significa que: determinado fórum são formados em advocacia”, en-
tão é necessariamente verdade que
a) algum país não realiza eleições e é democrático;
a) nenhum assistente judiciário desse fórum é forma-
b) se um país não realiza eleições então não é demo- do em advocacia.
crático;
b) todos assistentes judiciários desse fórum não são
c) algum país realiza eleições e não é democrático; formados em advocacia.
d) se um país não é democrático então não realiza c) ninguém formado em advocacia é assistente judici-
eleições; ário desse fórum.
e) todo país que realiza eleições não é democrático. d) alguém formado em advocacia é assistente judiciá-
rio desse fórum.
Ao participar da referida conferência, Frederico de- As afirmativas são, na ordem apresentada, respectiva-
sempenhou o seguinte papel do administrador: mente,
a) monitor; a) V – V – V.
b) elemento de ligação; b) V – F – V.
c) porta-voz; c) F – F – V.
d) empreendedor; d) F – V – V.
e) símbolo. e) V – V – F.
_________________________________________________________ _________________________________________________________
Questão 10: FGV - AAFE (Sefaz AM)/SEFAZ AM/2022 2. FGV - Tec (MPE AL)/MPE AL/Geral/2018
1. FGV - AS (SEMSA Manaus)/Pref Manaus/Assistente O Poder Constituinte, como instituição política res-
em Administração/2022 ponsável pela criação das normas constitucionais, é
comumente classificado pela doutrina em originário,
Direito Constitucional - Formas de Estado e Governo, derivado e decorrente. Por sua vez, o Poder Consti-
Sistemas de Governo, Separação de Poderes. Freio e tuinte originário possui subclassificações, sendo uma
contrapesos delas baseada no modo de deliberação constituinte.
A respeito do nosso sistema presidencialista de gover- Nesse sentido, quando o Poder Constituinte deriva
no, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a de uma deliberação formal de um grupo de agentes,
verdadeira e (F) para a falsa. como no caso das constituições escritas, pode ser
classificado como:
( ) O Poder Executivo é chefiado pelo Presidente da Repú-
blica que é auxiliado pelos Ministros de Estado, no âmbito
a) revolucionário;
federal.
( ) O Presidente da República é o único que acumula as
b) concentrado;
funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. c) formal;
( ) O Presidente da República age como Chefe de Estado d) difuso;
quando celebra tratados internacionais ou declara guerra. e) material.
QUESTÕES
10
4. FGV - AssCE (TCE-TO)/TCE TO/”Sem Área”/2022 6. FGV - Tec (MPE RJ)/MPE RJ/Administrativa/2016
Direito Constitucional - Constituição: conceito, estru-
Direito Constitucional - Constituição: conceito, estru- tura, supremacia e classificação
tura, supremacia e classificação
Pedro, estudante de direito, disse ao seu professor
Quanto à classificação das Constituições, consideram- que lera, em um livro, que a Constituição brasileira era
-se Constituições rígidas aquelas que: classificada como rígida. O professor explicou-lhe que
deve ser classificada como rígida a Constituição que:
a) só podem ser modificadas mediante procedimentos
mais complexos que o processo legislativo ordinário; a) precise ser observada por todos os que vivam no
território do respectivo País;
b) só podem ser modificadas pelo Poder Constituinte
originário, quando convocado; b) seja escrita, distinguindo-se, portanto, das Consti-
tuições que se formam a partir do costume;
c) podem ser modificadas pelo processo legislativo
ordinário; c) vincule todas as estruturas estatais de poder aos
seus comandos;
d) não podem ser modificadas, pois possuem preten-
são de eternidade; d) só possa ser reformada mediante um processo le-
gislativo qualificado, mais complexo que o comum;
e) possuem uma parte suscetível a modificações pelo
processo legislativo ordinário e outra insuscetível de e) não possa ser revogada por outra Constituição, ain-
modificações. da que haja uma revolução.
_________________________________________________________ _________________________________________________________
Essa Constituição deve ser classificada como: c) flexível, por admitir modificações em seu texto por
iniciativa de membros do Congresso Nacional e pelo
a) outorgada e rígida; Presidente da República.
b) popular e dogmática;
c) bonapartista e flexível; d) semirrígida, por comportar modificações de seu
d) cesarista e semirrígida; conteúdo, exceto com relação às cláusulas pétreas.
e) promulgada e analítica.
e) rígida, pois só é alterável mediante a observância
de processos mais rigorosos e complexos do que os
vistos na elaboração de leis comuns.
QUESTÕES
11
Antônio realizou ampla análise do disposto no Art. 5º, XLII, 10. FGV - TJ TRT13/TRT 13/Administrativa/”Sem Espe-
da Constituição da República de 1988, cuja primeira parte cialidade”/2022
dispõe que “a prática do racismo constitui crime inafiançável
e imprescritível”, enquanto a segunda parte acresce o se-
Direito Constitucional - Eficácia das Normas Constitucionais
guinte: “sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Nos termos do Art. 5º, IV, da Constituição da República de
Ao final, Antônio concluiu, corretamente, que da primeira
1988, “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
parte do preceito é obtida uma norma de:
o anonimato”.
a) eficácia contida e de princípio institutivo, enquanto a se-
A norma constitucional obtida a partir desse texto tem efi-
gunda parte do preceito dá origem a uma norma de eficácia
cácia
plena e de aplicabilidade imediata;
a) limitada de princípio institutivo.
b) eficácia limitada e de aplicabilidade direta, enquanto a se-
b) plena e aplicabilidade imediata.
gunda parte do preceito dá origem a uma norma de eficácia
c) contida e aplicabilidade imediata.
contida e de natureza programática;
d) limitada, de natureza programática.
c) eficácia plena e de aplicabilidade imediata, enquanto a se- e) libertária e de aplicabilidade vedativa.
gunda parte do preceito dá origem a uma norma de eficácia _________________________________________________________
limitada e de princípio institutivo;
Direito Constitucional - Eficácia das Normas Constitucionais I. Administração Pública é a ciência de gerenciamento apli-
cada aos negócios do Estado.
João questionou sua professora de Direito Constitucional a
respeito da classificação, quanto à aplicabilidade e à eficácia, II. Administração Pública são a organização e a gerência de
da norma obtida a partir da interpretação do Art. 91, § 2º, da homens e materiais para a consecução de propósitos de um
Constituição da República de 1988, preceito que tem o se- governo.
guinte teor: “a lei regulará a organização e o funcionamento
do Conselho de Defesa Nacional”. III. Administração Pública é a gestão dos bens e interesses
qualificados da comunidade, segundo os preceitos do direi-
A professora respondeu corretamente que se trata de norma to e da moral, visando ao bem comum.
de eficácia
Assinale:
a) contida e aplicabilidade direta.
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) plena e aplicabilidade imediata. b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) plena e de aplicabilidade direta. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
d) limitada e de aplicabilidade indireta, de princípio insti-
tutivo.
QUESTÕES
12
2. FGV - Tec NM (Pref Cuiabá)/Pref Cuiabá/Multimeios A respeito dessa atuação em condição de superioridade do
Didáticos/2015 Estado, é correto afirmar que ela representa a submissão ao
regime
Direito Administrativo - Origem, Conceito e Fontes do Direi-
to Administrativo a) de jurisdição dual.
b) contencioso administrativo.
Sobre a Administração Pública, analise as afirmativas a se- c) confederativo.
guir. d) jurídico administrativo.
e) common law.
I. A Administração Pública deve defender os interesses da _________________________________________________________
coletividade.
II. A Administração Pública deve aprimorar a prestação de 5. FGV - Ass Adm (MPE GO)/MPE GO/2022
serviços para a coletividade.
III. A Administração Pública deve conservar os bens da co- Direito Administrativo - Princípios expressos, explícitos ou
letividade. constitucionais
a) se somente a afirmativa I estiver correta. 1. O prefeito do município X coloca o seu nome no parque
b) se somente a afirmativa II estiver correta. público construído em sua gestão.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 2. O Ministro da Justiça age em desconformidade com o
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. previsto por Medida Provisória.
_________________________________________________________
3. O chefe de departamento da Secretaria de Fazenda do
3. FGV - AA (FBN)/FBN/”Sem Área”/2013 Estado Y nomeia seu filho, formado em artes cênicas, para
um cargo comissionado de assessoramento jurídico.
Direito Administrativo - Origem, Conceito e Fontes do Direi-
to Administrativo À luz dos princípios administrativos que regem a Adminis-
tração Pública, é correto afirmar que, nas situações apresen-
Administração Pública é o conjunto harmônico de princípios tadas, foram violados, respectivamente, os princípios da
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediata- a) impessoalidade, legalidade e moralidade.
mente os fins desejados pelo Estado. b) eficiência, moralidade e impessoalidade.
c) moralidade, publicidade e eficiência.
Assinale a afirmativa que indica os dois sentidos em que se d) publicidade, moralidade e legalidade.
divide o conceito de Administração Pública. e) moralidade, impessoalidade e publicidade.
______________________________________________________________
a) Objetivo e funcional.
b) Material e funcional. 6. FGV - Sec Assist (MPE GO)/MPE GO/2022
c) Objetivo e subjetivo.
d) Subjetivo e orgânico. Direito Administrativo - Princípios expressos, explícitos ou
_________________________________________________________ constitucionais
4. FGV - Ass Adm (MPE GO)/MPE GO/2022 Um funcionário público que, embora aja honestamente, exe-
cute suas atribuições sem a devida presteza esperada para
Direito Administrativo - Regime Jurídico da Administração e sua função estará violando o princípio constitucional da
Regime Jurídico Administrativo
a) eficiência.
Quando o Estado se relaciona com o particular em posição b) eficácia.
de supremacia, ou de verticalidade, em busca do cumpri- c) legalidade.
mento do interesse público, o Estado, além de adquirir prer- d) publicidade.
rogativas específicas, deve se submeter a um conjunto de e) igualdade.
normas determinadas, caracterizando uma relação poder-
-dever.
QUESTÕES
13
4. FGV - GP (Pref Paulínia)/Pref Paulínia/2021 conta com dezesseis anos. Ante a independência financeira
de Fabiana, conquistada em razão do ofício de influenciado-
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a ra digital, Vânia e Luiz pretendem emancipá-la. Aproveitan-
10) do a oportunidade, pretendem contrair matrimônio.
De acordo com o Código Civil (Lei nº 10.406/02), analise as Para a regular produção de efeitos jurídicos dos atos, afir-
afirmativas a seguir. ma-se que:
I. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. a) O casamento de Vânia e Luiz deve ser averbado no regis-
tro público e a emancipação de Fabiana, averbada.
II. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direi- b) O casamento de Vânia e Luiz deve ser registrado no regis-
tos do nascituro. tro público, assim como o eventual divórcio.
III. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente c) O casamento de Vânia e Luiz deverá ser registrado no
os atos da vida civil os menores de 18 (dezoito) anos. registro público, diferente do nascimento de Fabiana que foi
apenas averbado em registro público.
Está correto o que se afirma em
d) A emancipação de Fabiana ser registrado em registro pú-
a) I, apenas. blico, assim como o casamento de Vânia e Luiz.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas. e) O casamento de Vânia e Luiz deverá ser averbado em
d) II e III, apenas. registro público, assim como a emancipação de Fabiana.
e) I, II e III. ______________________________________________________________
______________________________________________________________
6. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019
5. FGV - OJE (TJ RS)/TJ RS/2020 Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts.
1º a 10)
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a
10) Giovanna e Carla são filhas gêmeas de Anderson. Após aci-
dente de trânsito, todos são levados ao hospital, mas fale-
Maria, grávida de 5 meses, preocupa-se com a proteção cem antes de chegar ao estabelecimento.
dos direitos do seu futuro bebê. O marido de Maria, pai da
criança, está hospitalizado em quadro de saúde gravíssimo Durante a realização do laudo médico, para confecção de
e a relação de Maria com a família do seu marido não é atestado de óbito, não foi possível declarar quem havia mor-
harmoniosa. rido primeiro.
A afirmação que melhor reflete a situação do nascituro é: Conforme esta situação, é correto afirmar que
a) nascituro goza de proteção jurídica; a) O Código Civil presume que o pai morreu em momento
anterior ao da filha que nasceu primeiro.
b) nascituro tem personalidade civil plena;
b) O Código Civil presume que as filhas morreram em mo-
c) nascituro não é titular de direitos subjetivos; mento anterior ao pai.
d) embrião e nascituro têm o mesmo tratamento legal; c) Sobre os casos em que duas ou mais pessoas morrem ao
mesmo tempo, existe uma lacuna legislativa.
e) material genético humano congelado é um nascituro.
______________________________________________________________ d) O Código Civil presume que o pai morreu em momento
anterior ao da filha que nasceu primeiro.
6. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019
e) Em razão do falecimento em uma mesma ocasião, sem
que se possa verificar qual óbito precedeu ao outro, presu-
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a
mir-se-á simultaneidade de todos.
10)
8. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019 10. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts.
10) 1º a 10)
Na noite do dia 09 de janeiro de 2019, um forte deslizamen-
Evandro atravessava uma avenida movimentada quan-
to de terra causou grande destruição em região residencial
de Salvador. Mariana, seu cônjuge Carlos e as duas filhas,
do um ônibus em alta velocidade não respeitou o sinal
Carla e Paula, estavam em sua casa, a qual foi atingida pelo de pedestre e chocou-se contra ele. Após cinco dias
referido deslizamento e destruída por completo. de internação, o médico comunicou à família de que o
acidentado ficará, provavelmente, em estado de coma
Após dois meses de buscas, os trabalhos foram encerrados permanente, apesar do funcionamento da sua ativida-
e os corpos não foram encontrados. Desconfia-se que os de cerebral.
corpos da família foram levados pela enxurrada para o rio
que passava logo abaixo da construção destruída e não foi Em razão disto, os pais de Evandro optam por trans-
possível localizá-los.
feri-lo para a casa deles, adaptando instalações para
Diante desta situação, é correto afirmar que
que seja possível mantê-lo ligado aos aparelhos que
lhe mantém a vida.
a) é viável a declaração de morte natural de todos os mem-
bros da família. Segundo o Código Civil, Evandro é considerado
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a Recebendo uma petição inicial, cujo objeto é uma questão
10) exclusivamente de direito, no qual o tema já está pacificado
nos tribunais superiores no sentido contrário ao pretendido
Rogério, 20 anos, é dependente químico e mantém, como pela parte autora, o juiz, não obstante ser seu juízo incom-
endereço, a residência de seus pais. Nos últimos dois anos petente para a causa, julgou liminarmente improcedente o
foi internado cinco vezes e sempre se retira da clínica após pedido.
alguns dias de procedimento. Por muitas vezes sai durante
semanas e não retorna à sua residência. Nesse cenário, o juiz agiu de forma:
Quanto a Rogério, o Código Civil o qualifica como a) correta, em razão do princípio da celeridade processual;
b) incorreta, uma vez que violou o princípio do juiz natural;
a) relativamente incapaz, em razão de idade. c) correta, em respeito ao princípio do devido processo legal;
b) relativamente incapaz, pelo vício em tóxico. d) incorreta, em violação ao princípio do contraditório;
c) plenamente capaz. e) incorreta, em desrespeito ao princípio da ampla defesa.
d) absolutamente incapaz, por falta de discernimento.
e) pródigo, e, portanto, relativamente incapaz.
QUESTÕES
17
Trata-se de regras processuais que encerram a aplica- No tocante à inércia, uma exceção a tal característica
ção do princípio constitucional do(a): da jurisdição, de acordo com a legislação processual
vigente, é a:
a) livre acesso à justiça;
b) juiz natural; a) interdição;
c) isonomia; b) reintegração de posse de imóvel público;
d) ampla defesa; c) restauração de autos;
e) duração razoável do processo. d) anulação de contrato administrativo;
______________________________________________________________ e) nulidade de casamento.
______________________________________________________________
3. FGV - Tec (MPE RJ)/MPE RJ/Notificação e Atos Inti-
matórios/2016 6. FGV - TJ (TJ RO)/TJ RO/2021
Direito Processual Civil - Princípios Processuais Civis Direito Processual Civil - Da ação (arts. 17 a 20)
(arts. 1º a 12 e CF/1988)
O Ministério Público, por intermédio de seu Promotor de
Justiça com atribuição, autorizado pelo ordenamento jurídi-
A possibilidade de concessão, pelo juiz da causa, de
co, ajuíza uma ação, em nome próprio, na defesa dos inte-
tutela antecipatória do mérito, inaudita altera parte, resses de um incapaz.
em razão de requerimento formulado nesse sentido
pela parte autora em sua petição inicial, está direta- Nesse caso, é correto afirmar que o Ministério Público atuará
mente relacionada ao princípio: na qualidade de:
4. FGV - TJ (TJ BA)/TJ BA/Judiciária/Escrevente de Car- 7. FGV - TMD (DPE RJ)/DPE RJ/2019
tório/2015
Direito Processual Civil - Da ação (arts. 17 a 20)
Direito Processual Civil - Princípios Processuais Civis São condições genéricas para o regular exercício da ação:
(arts. 1º a 12 e CF/1988)
a) partes capazes e demanda regularmente formulada;
A jurisdição representa uma atividade estatal voltada à b) pedido e causa de pedir;
composição dos conflitos de interesses. No Brasil, uma c) legitimidade ad causam e interesse de agir;
das características fundamentais da jurisdição é a: d) juízo competente e capacidade postulatória;
e) capacidade para estar em juízo e representação proces-
sual.
QUESTÕES
18
b) configura crime de tentativa de furto em razão do 4. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018
arrependimento eficaz;
Direito Penal - Peculato (art. 312 do CP)
c) configura crime de tentativa de furto em razão da
desistência voluntária; Vitor atua como servidor de determinado cartório ju-
dicial de Tribunal de Justiça. Surpreso, ao verificar que
d) não configura crime em razão da desistência vo- o computador do cartório era avaliado em R$5.000,00,
luntária; decide subtrair o bem, na parte da noite, utilizando-
-se, para tanto, da chave do cartório que permanecia
e) não configura crime em razão do arrependimento em sua posse. Precisando de ajuda para impedir que
eficaz. as câmeras de segurança captassem sua ação, narra o
_________________________________________________________ seu plano criminoso para seu vizinho Caio, e este, sa-
bendo que Vitor, em razão de sua função, tinha acesso
3. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 ao local, confia na empreitada delitiva e aceita dela
participar.
Direito Penal - Causas de Extinção da Punibilidade
Após a subtração do computador da forma arquite-
O perdão judicial poderá ser aplicado quando, devi- tada, já do lado de fora do Fórum, Vitor e Caio são
damente previsto em lei, as consequências da infração abordados e presos em flagrante.
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
própria sanção se torne desnecessária. A conduta de Vitor tipifica o crime de:
Sobre o tema, é correto afirmar que: a) furto qualificado com a causa de aumento do re-
pouso noturno, já que o delito foi praticado em con-
a) o perdão judicial poderá ser aplicado no homicídio curso de pessoas, não podendo os agentes responde-
culposo, quando as consequências atingirem o agente rem por crimes diferentes;
de forma grave o suficiente para tornar a pena desne-
cessária, mas não na lesão corporal culposa; b) peculato, enquanto a conduta de Caio se ajusta
ao crime de furto qualificado em situação de repouso
b) a sentença que aplica perdão judicial não será con- noturno, tendo em vista que o peculato é crime classi-
siderada para efeitos de reincidência, em que pese ficado como próprio;
haja reconhecimento da prova da materialidade e da
autoria; c) furto qualificado, sem a causa de aumento do re-
pouso noturno, assim como a de Caio, tendo em vista
c) o perdão judicial é previsto no Código Penal como que o crime foi praticado por Vitor na condição de
causa de exclusão da culpabilidade, em que pese haja particular;
tipicidade e ilicitude, gerando absolvição própria;
d) peculato, assim como a de Caio, apesar de o crime
d) a sentença que reconhece perdão judicial impõe contra a Administração Pública ser classificado como
absolvição imprópria, gerando aplicação de medida próprio;
de segurança;
e) peculato, assim como a de Caio, tendo em vista que
e) o perdão judicial é causa de exclusão da tipicidade, o crime de peculato não é classificado como próprio.
gerando absolvição própria.
QUESTÕES
20
5. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 7. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015
Direito Penal - Peculato (art. 312 do CP) Direito Penal - Corrupção Passiva (art. 317 do CP)
O crime de peculato está disciplinado no art. 312 do Có- Durante atendimento aos advogados no Tribunal de
digo Penal. Visa proteger, dentre outros bens jurídicos, a Justiça, um analista concursado que atuava junto ao
moralidade administrativa e o patrimônio. Sobre tal deli- cartório judicial da 2ª Vara Criminal solicitou a quantia
to, é correto afirmar que: de R$ 3.000,00 (três mil reais) a um advogado para
que deixasse de juntar aos autos uma promoção do
a) por ser crime classificado pela doutrina como crime
Ministério Público em que era solicitada a prisão cau-
próprio, em hipótese alguma poderá o particular não
telar do réu de um processo. De imediato, o patrono
funcionário público por ele responder;
se recusou a pagar o valor e comunicou o fato ao juiz
b) exige que a subtração/desvio/apropriação seja de va-
em atuação no órgão citado. Considerando apenas os
lor, não havendo tipicidade quando for de bem móvel; fatos narrados, é possível afirmar que a conduta do
analista:
c) o Código Penal não criminaliza sua modalidade cul-
posa; a) é atípica, configurando apenas ilícito civil;
d) para tipificar, o valor subtraído deverá ser necessaria- b) configura crime de corrupção passiva, consumado;
mente público;
c) configura crime de advocacia administrativa, ten-
e) exige que a posse de eventual valor subtraído decor- tado;
ra do cargo, emprego ou função ou ao menos que haja
facilidade decorrente da posição de funcionário público. d) configura crime de corrupção passiva, tentado;
_________________________________________________________
e) configura crime de advocacia administrativa, con-
6. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 sumado.
_________________________________________________________
Direito Penal - Extravio, Sonegação ou Inutilização de
Livro ou Documento (art. 314 do CP) 8. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015
José Augusto, funcionário público responsável pela Direito Penal - Prevaricação (arts. 319 e 319-A do CP)
guarda de livros oficiais de determinado cartório judi-
cial, por um descuido seu, não percebeu quando en- Leandro foi denunciado pela prática do crime de prevari-
caminhou um dos livros de que tinha a guarda para a cação. Em virtude dos mesmos fatos, foi instaurado proce-
dimento administrativo em seu desfavor, sendo o mesmo
lixeira, junto com outros papéis. Diante do extravio do
arquivado por ausência de provas. Diante disso, o processo
livro oficial, é correto afirmar que o funcionário: criminal de Leandro deve:
a) cometeu o crime de peculato mediante erro de ou- a) ser extinto sem julgamento do mérito, pois todas as deci-
trem; sões administrativas vinculam o juízo criminal;
b) cometeu o crime de extravio, sonegação ou inutili- b) ter prosseguimento normal, não sendo atingido pela de-
zação de livro ou documento; cisão administrativa;
d) cometeu crime de condescendência criminosa; d) ser extinto com julgamento do mérito, sendo Leandro
absolvido;
e) cometeu crime de abandono de função.
e) ser suspenso, pois a existência de procedimento adminis-
trativo impede o prosseguimento daquela ação.
QUESTÕES
21
Marlon, um técnico judiciário que exercia suas funções Direito Processual Penal - Lei processual penal no tem-
junto à Presidência do Tribunal de Justiça, tomou conhe- po, no espaço e em relação às pessoas
cimento que outro funcionário da repartição cometeu in-
fração no exercício de seu cargo. Contudo, sensibilizado No curso de ação penal em que Roberto figurava
pelo fato de que o infrator possuía uma filha de apenas como denunciado, entrou em vigor lei que versava so-
02 meses, deixou de comunicar o fato à autoridade com bre processamento de ação penal em procedimento
competência para responsabilização. Nesse caso, Marlon: comum ordinário, com conteúdo exclusivamente pro-
cessual penal, prejudicial ao réu.
a) não cometeu qualquer crime contra a Administração
Pública; O técnico judiciário, no momento de auxiliar no pro-
cessamento do feito, deverá aplicar a:
b) cometeu crime de condescendência criminosa;
a) lei processual penal em vigor na época dos fatos,
c) cometeu crime de prevaricação; em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais
gravosa, não admitindo o Código de Processo Penal
d) cometeu crime de abandono de função;
interpretação extensiva ou analógica da lei processual;
e) cometeu crime de concussão.
b) lei processual penal em vigor na época dos fatos,
_________________________________________________________
em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais
gravosa, admitindo o Código de Processo Penal inter-
10. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015
pretação extensiva, mas não aplicação analógica da lei
processual;
Direito Penal - Dos Crimes contra as Finanças Públicas
(arts. 359-A a 359-H do CP)
c) lei processual penal em vigor na época dos fatos,
Douglas, funcionário público com competência para or- em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais
denar a assunção de obrigação pela Administração, au- gravosa, admitindo o Código de Processo Penal inter-
torizou a realização de despesa no primeiro quadrimestre pretação extensiva e aplicação analógica da lei pro-
do último ano da legislatura. Ocorre que a despesa au- cessual;
torizada, apesar de prevista em lei, não poderia ser paga
no mesmo exercício financeiro e nem havia contrapartida d) nova lei processual penal, ainda que desfavorável
suficiente em caixa para pagamento no exercício seguin- ao réu, respeitando-se os atos já praticados, admitin-
te. Diante dessa situação, é correto afirmar que Douglas: do o Código de Processo Penal interpretação extensi-
va, mas não aplicação analógica da lei processual;
a) praticou crime de ordenação de despesa não autori-
zada; e) nova lei processual penal, ainda que desfavorável
ao réu, respeitando-se os atos já praticados, admitin-
b) não pode ser considerado funcionário público para do o Código de Processo Penal interpretação extensi-
fins penais; va e aplicação analógica da lei processual.
c) não praticou crime contra finanças públicas previsto
no Código Penal;
Direito Processual Penal - Critério de Fixação de Com- b) coisa julgada, que deverá ser processada em autos
petência apartados;
III) Pedro e Paulo foram acusados de uma mesma in- Direito Processual Penal - Dos Auxiliares da Justiça
fração penal, mas em ações penais diferentes. Haverá, (arts. 274 a 281 do CPP)
entre as duas ações penais, relação de continência.
Além das partes propriamente ditas, como autor, réu,
De acordo com as previsões do Código de Processo assistente e juiz, outras pessoas também são chama-
Penal sobre o tema competência, está correto o que das para intervir no processo e auxiliar o juízo. Sobre o
se afirma em: tema, é correto afirmar que:
Patrick foi denunciado e condenado, em primeira ins- d) não poderá funcionar como perito oficial, de acor-
tância, perante a 1ª Vara Criminal de Florianópolis, pela do com o Código de Processo Penal, aquele que for
prática de crime de corrupção passiva. Após a con- menor de 24 anos;
denação, dentro do prazo legal, apresentou o recur-
so cabível, que se encontra pendente de julgamento. e) do despacho que admitir ou não o assistente de
Nesse período, foi novamente denunciado pela práti- acusação caberá recurso em sentido estrito.
ca do crime de corrupção passiva, dessa vez perante
a 2ª Vara Criminal de Florianópolis, sendo verificado
pelo teor da denúncia que os fatos imputados são os
mesmos daquela ação da 1ª Vara Criminal.
Direito Processual Penal - Da Comunicação dos Atos a) pessoal, pois o réu se encontra preso no momento
Processuais (arts. 351 a 372 do CPP) da realização do ato;
Marcus, portador de maus antecedentes, foi denuncia- b) por carta precatória, pois o réu está na penitenciá-
do pela prática do crime de receptação cometido em ria e não em sua residência;
06.01.2015. Considerando a pena cominada ao delito,
o juiz concedeu a liberdade provisória ao agente, per- c) por edital, considerando que o réu não será encon-
mitindo que ele respondesse ao processo em liberda- trado em seu endereço residencial;
de. Ocorre que, no dia 19.01.2015, Marcus novamente
foi preso em flagrante pela prática de um crime de d) pessoal, pois o crime é de ação penal pública, dife-
roubo, na mesma cidade, sendo tal prisão devidamen- rente do que ocorreria se fosse de ação penal privada;
te convertida em preventiva. No dia 22.01.2015 deter-
minou o juiz, nos autos da ação penal pela prática do e) por edital, pois o réu apenas se encontra preso em
crime de receptação, a citação de Marcus para apre- virtude de ação penal diversa.
sentação de resposta à acusação. Nesse caso, deverá _________________________________________________________
ser realizada a citação:
7. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015
a) pessoal, pois o réu se encontra preso no momento
da realização do ato; Direito Processual Penal - Procedimento dos Crimes
da Competência do Tribunal do Júri (arts. 406 a 497
b) por carta precatória, pois o réu está na penitenciá- do CPP)
ria e não em sua residência;
Fernando, Henrique, Pedro e André foram pronuncia-
c) por edital, considerando que o réu não será encon- dos em virtude de suposta prática de homicídio doloso
trado em seu endereço residencial; qualificado consumado e todos serão julgados no mês
de março de 2015. Fernando foi preso em flagrante
d) pessoal, pois o crime é de ação penal pública, dife- em 02.04.2014, sendo esta prisão convertida em pre-
rente do que ocorreria se fosse de ação penal privada; ventiva no dia seguinte, situação que se mantém até a
presente data. Foi pronunciado em 02.09.2014. Já Hen-
e) por edital, pois o réu apenas se encontra preso em rique teve sua prisão preventiva decretada quando do
virtude de ação penal diversa. recebimento da denúncia em 04.06.2014, situação que
_________________________________________________________ também permanece inalterada. Destaca-se que ele foi
pronunciado em 08.07.2014. Pedro também permane-
6. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 ce preso após decretação de preventiva em 04.06.2014
e pronúncia em 16.07.2014. Por sua vez, André foi pre-
Direito Processual Penal - Da Comunicação dos Atos so em 13.03.2014, mas atualmente responde ao pro-
Processuais (arts. 351 a 372 do CPP) cesso em liberdade. Na organização da pauta, salvo
motivo relevante que autorize a alteração da ordem,
Marcus, portador de maus antecedentes, foi denuncia- de acordo com o Código de Processo Penal, os réus
do pela prática do crime de receptação cometido em terão preferência na seguinte ordem:
06.01.2015. Considerando a pena cominada ao delito,
o juiz concedeu a liberdade provisória ao agente, per- a) André, Fernando, Henrique e Pedro;
mitindo que ele respondesse ao processo em liberda- b) Henrique, Pedro, Fernando e André;
de. Ocorre que, no dia 19.01.2015, Marcus novamente c) Fernando, Henrique, Pedro e André;
foi preso em flagrante pela prática de um crime de d) André, Henrique, Pedro e Fernando;
roubo, na mesma cidade, sendo tal prisão devidamen- e) Fernando, Pedro, Henrique e André.
te convertida em preventiva. No dia 22.01.2015 deter-
minou o juiz, nos autos da ação penal pela prática do
crime de receptação, a citação de Marcus para apre-
sentação de resposta à acusação. Nesse caso, deverá
QUESTÕES
24
8. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 as testemunhas de acusação, mas não as de defesa
sem a presença do réu;
Direito Processual Penal - Nulidades Processuais Pe-
nais (arts. 563 a 573 do CPP) c) agiu corretamente, pois a presença do réu é apenas
indispensável para realização de seu interrogatório;
Em uma audiência de instrução e julgamento, foi co-
lhido o depoimento de uma testemunha do autor, d) não agiu corretamente, pois a ausência de requi-
apesar de ter sido arguida sua suspeição pela parte ré. sição do réu para audiência sem fundamentação gera
O julgador prolatou sentença de procedência do pe- nulidade, que foi arguída de imediato pelo advogado;
dido com base apenas na prova documental acostada
aos autos. e) agiu corretamente, pois a ampla defesa exige ape-
nas a presença da defesa técnica na audiência de ins-
Em caso de apelação sob o argumento da nulidade trução e julgamento, sendo a requisição dispensável.
daquele depoimento, a referida sentença será: _________________________________________________________
a) reformada, pois deverá ser invertido o resultado do 10. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018
julgamento;
Direito Processual Penal - Recurso em Sentido Estrito
b) anulada, já que posterior ao ato considerado nulo;
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de
c) confirmada, já que é independente da prova oral Antônio pela suposta prática do crime de peculato. O
produzida no processo; juiz, porém, considerando a ausência de justa causa,
rejeitou a denúncia oferecida. Em razão disso, intima-
d) complementada, com a indicação de que a teste- do pessoalmente, o Promotor de Justiça entregou ao
munha é suspeita; cartório o procedimento com o recurso cabível.
e) substituída por outra a ser proferida pelo julgador, O recurso apresentado pelo Ministério Público aos
de qualquer teor. serventuários de Justiça é o de:
_________________________________________________________
a) recurso em sentido estrito;
9. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 b) embargos infringentes;
c) embargos de declaração;
Direito Processual Penal - Nulidades Processuais Pe- d) apelação;
nais (arts. 563 a 573 do CPP) e) agravo.
_________________________________________________________
Pablo figura como réu em ação penal pela prática do
crime de estupro, estando preso cautelarmente em
penitenciária na mesma unidade da Federação em CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
que o juiz exerce sua jurisdição. Em virtude de um
erro dos serventuários e funcionários da Justiça, não JUDICIÁRIA LC Nº 88/2003
foi solicitada sua requisição para o dia designado para
audiência de instrução e julgamento, de modo que o 1. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais -
acusado não compareceu. Diante disso, o juiz, contra Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
a vontade do advogado de Pablo, realizou a oitiva das ção Judiciária do Estado de SE
testemunhas de acusação e defesa, mas adiou o inter-
rogatório. Considerando os fatos narrados, é correto Considere os seguintes órgãos:
afirmar que o magistrado:
I. Tribunal de Justiça.
a) agiu corretamente, pois com isso respeitou o prin- II. Conselho da Justiça Militar.
cípio da celeridade processual; III. Juízes de Direito.
IV. Procurador-Geral de Justiça.
b) não agiu corretamente, pois deveria apenas ouvir
QUESTÕES
25
São órgãos do Poder Judiciário do Estado, os indica- administrativas no Tribunal ou que atuam no Tribunal
dos apenas em Regional Eleitoral.
3. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais - a) Presidente indicar, anualmente, para designação do Cor-
regedor-Geral da Justiça, o Juiz que exercerá a Direção do
Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
Fórum, permitida a recondução.
ção Judiciária do Estado de SE
b) Corregedor-Geral da Justiça indicar, anualmente, para
Com relação à Corregedoria-Geral da Justiça é INCOR- designação do Presidente , o Juiz que exercerá a Direção do
RETO afirmar: Fórum, permitida a recondução.
a) A designação dos Juízes-Corregedores será por c) Corregedor-Geral da Justiça indicar, semestralmente, para
tempo indeterminado, mas considerar-se-á finda com designação do Presidente, o Juiz que exercerá a Direção do
o término do mandato do Corregedor-Geral. Fórum, permitida a recondução.
c) O Corregedor-Geral da Justiça será substituído em e) Presidente indicar, anualmente, para designação do Cor-
seus afastamentos e impedimentos pelo Desembar- regedor-Geral da Justiça, o Juiz que exercerá a Direção do
gador mais antigo, excluídos os que exercem funções Fórum, vedada a recondução.
QUESTÕES
26
6. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais - 8. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais -
Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza- Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
ção Judiciária do Estado de SE ção Judiciária do Estado de SE
A respeito da Vice-Presidência do Tribunal de Justiça Com relação aos juízes de direito e sua movimentação
do Estado de Sergipe, considere: na carreira, é correto afirmar:
I. Aquele que for eleito Vice-Presidente do Tribunal de a) Ao provimento inicial, às promoções por mereci-
Justiça poderá se candidatar uma vez à reeleição para mento e antiguidade precederá a remoção, que obe-
o mesmo cargo. decerá ao critério de antiguidade e merecimento, al-
ternadamente.
II. Juntamente com o Presidente e logo após a eleição
deste, será eleito, na mesma sessão, pelo mesmo pro- b) Ao provimento inicial, às promoções por mereci-
cesso e prazo, o Vice-Presidente do Tribunal de Justiça. mento e antiguidade precederá a nomeação, que res-
peitará a lista de antiguidade.
III. É obrigatória a aceitação do cargo de Vice-Presi-
dente do Tribunal de Justiça, salvo recusa manifestada c) O provimento inicial e a nomeação precederão à
e aceita antes da eleição. remoção, respeitando-se o critério de antiguidade e
merecimento, alternadamente.
IV. A posse do Vice-Presidente dar-se-á na sessão se-
guinte à que for empossado o Presidente. d) O provimento inicial e a remoção precederão à
promoção, que obedecerá somente ao critério de an-
Está correto o que se afirma APENAS em tiguidade.
e) Magistrados, Membros do Ministério Público e Ad- d) terceiro grau, exceto em atos ou processos admi-
vogados. nistrativos ou de jurisdição graciosa do Tribunal.
1. Do Provimento, da Posse e do Exercício (arts. 3º 3. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei
a 72 da Lei nº 2.148/1977) nº 2.148/1977)
Marta e Camilo são funcionários públicos efetivos do Estado De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
de Sergipe. Esta semana, faleceram o cônjuge de Marta e o do Estado de Sergipe, a Ajuda de Custo será
sogro de Camilo. Nesses casos, de acordo com o Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Sergipe, em a) concedida, quando o funcionário for designado para es-
regra, tudo ou missão fora da sua sede, por prazo superior a ses-
senta dias, ou para o Exterior.
a) Marta e Camilo poderão justificadamente afastar-se do
serviço por dez e cinco dias, respectivamente. b) concedida, dentre outras hipóteses, quando o funcioná-
rio passar a ter exercício fora da sua sede, em virtude de
b) Marta e Camilo poderão justificadamente afastar-se do mandato eletivo.
serviço por oito dias.
c) concedida pela metade quando o funcionário for removi-
c) somente Marta poderá justificadamente afastar-se do do a seu próprio pedido.
serviço, uma vez que não há previsão estatutária de afas-
tamento com efetivo exercício para o falecimento de sogro. d) restituída em no máximo três parcelas quando compro-
vado que o funcionário recebeu de forma indevida, sendo
d) Marta e Camilo poderão justificadamente afastar-se do vedado o parcelamento na hipótese de remoção a seu pró-
serviço por oito e quatro dias, respectivamente. prio pedido.
e) Marta e Camilo poderão justificadamente afastar-se do e) concedida na proporção de 1/3 quando o funcionário for
serviço por cinco dias. removido a seu próprio pedido.
_________________________________________________________ _________________________________________________________
2. Do Provimento, da Posse e do Exercício (arts. 3º 4. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei
a 72 da Lei nº 2.148/1977) nº 2.148/1977)
Analise as afirmativas a seguir e identifique as corretas. Sempre que a natureza, método, condições e local de
trabalho colocarem o funcionário público do Estado
I. O estágio probatório é de três anos e sua aprovação é do Sergipe em acentuado risco de vida, pela frequente
condição para que o servidor se torne estável. relação de proximidade ou contato pessoal direto com
população carcerária, doentes mentais comprovada-
II. O princípio da moralidade administrativa impõe ao
mente perigosos e materiais considerados inflamáveis
servidor público o dever da conduta ética.
ou explosivos, o funcionário terá direito ao pagamento
de:
III. Empregado público é a pessoa legalmente investida
em cargo público.
a) adicional de função.
IV. A readaptação do servidor não ocasiona vacância de b) gratificação por periculosidade.
cargo. c) gratificação por serviço insalubre.
d) adicional do triênio.
V. Os vencimentos dos Secretários, dos Vereadores e de e) ajuda de custo.
outras autoridades desse nível têm como parâmetro o
subsídio do Governador.
QUESTÕES
28
6. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei c) suspensão de até sessenta dias.
nº 2.148/1977)
d) repreensão e multa de até 60% dos vencimentos mensais
NÃO é hipótese de recebimento de gratificação por peri- do servidor.
culosidade o exercício, pelo servidor público do Estado de
Sergipe, de função que e) multa de até 70% dos vencimentos mensais do servidor.
_________________________________________________________
a) compreenda o manuseio de materiais inflamáveis ou ex-
plosivos. 9. Das Normas Gerais de Serviço (arts. 243 a 304 da
Lei nº 2.148/1977)
b) compreenda o convívio com doentes portadores de
quaisquer moléstias.
Mévio aproveitou sua condição de funcionário público do
Estado do Sergipe e passou a exercer o comércio de alimen-
c) o ponha em contato com doentes mentais comprovada-
tos e bebidas para colegas em seu ambiente de trabalho. De
mente perigosos.
acordo com a Lei nº 2.148/1977 do Estado do Sergipe, nesse
caso, Mévio:
d) implique o desempenho de atividade de fiscalização tri-
butária nos postos fiscais do Estado.
a) não responderá por nada, pois a mencionada conduta
não representa nenhuma irregularidade.
e) o ponha em contato direto com população carcerária.
_________________________________________________________ b) cometeu infração sancionada com pena disciplinar de re-
preensão.
7. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei
nº 2.148/1977) c) praticou infração para a qual cabe a pena disciplinar de
suspensão, podendo ser aplicada a pena disciplinar de multa
É hipótese de concessão de aposentadoria ao servidor pú- em lugar da suspensão, quando a conversão for considerada
blico do Estado de Sergipe, com proventos integrais, conveniente para o serviço público.
a) a aplicação da correspondente sanção por infração dis- d) cometeu infração sancionada com pena disciplinar de
ciplinar. demissão, devendo ser levadas em consideração a natureza
e a gravidade da infração para diminuir a pena aplicada.
b) o serviço por trinta anos, se homem, ou vinte e cinco
anos, se mulher. e) praticou infração para a qual cabe a pena disciplinar de
destituição de função.
c) a invalidez permanente por acidente de trabalho de qual-
QUESTÕES
29
10. Das Normas Gerais de Serviço (arts. 243 a 304 DIREITO ADMINISTRATIVO
da Lei nº 2.148/1977) 1) E 6) A
2) E 7) C
Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado
3) C 8) B
de Sergipe, é considerada demissão a bem do serviço públi-
4) D 9) B
co o ato do servidor público caracterizado por
5) A 10) B
a) ofensa física, em serviço, a outro funcionário ou particular,
salvo em legítima defesa. DIREITO CIVIL
1) A 6) D
b) insubordinação grave em serviço.
2) A 7) C
GABARITO 3) C 8) A
4) A 9) C
LÍNGUA PORTUGUESA 5) C 10) E
1) C 6) E
2) C 7) B DIREITO PENAL
3) E 8) E 1) B 6) C
4) E 9) B 2) D 7) B
5) B 10) D 3) B 8) B
4) D 9) B
RACIOCÍNIO LÓGICO 5) E 10) C
1) A 6) B
2) D 7) A DIREITO PROCESSUAL PENAL
3) C 8) C 1) E 6) A
4) A 9) D 2) D 7) C
5) A 10) E 3) E 8) C
4) D 9) D
ADMINISTRAÇÃO 5) A 10) A
1) A 6) C
2) A 7) B LEI COMPLEMENTAR Nº 88/2003
3) A 8) A 1) E 6) C
4) C 9) A 2) C 7) E
5) D 10) E 3) D 8) A
4) A 9) D
DIREITO CONSTITUCIONAL 5) B
1) A 6) D
2) A 7) E LEI N° 2.148/1977
3) B 8) D 1) D 6) B
4) A 9) D 2) A 7) D
5) D 10) B 3) A 8) C
4) B 9) C
5) E 10) E
(79) 3019-8982