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Apostila TJ-SE - Atualizada

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APRESENTAÇÃO

Parabéns! Você acaba de adquirir o maior e melhor conteúdo presencial para o Concur-
so do TJ-SE.

O Canal dos Concurseiros tem a enorme satisfação de lhe apresentar este material que
irá prepará-lo para ingressar no concurso público. É um prazer ter você aqui lendo o nos-
so material. Agradecemos pela confiança! Nossa função é ajudá-lo, da melhor maneira
possível, a alcançar o seu objetivo, pois o seu sucesso é também o nosso! Confie em
nosso material, mas acredite principalmente em você e na conquista do seu objetivo!

O segredo do sucesso no concurso público é a persistência. Portanto, estude sempre!

“Paixão de ler. Ler a paixão.

Como ler a paixão se a paixão é quem nos lê? Sim, a paixão é quando nossos incons-
cientes pergaminhos sofrem um desletrado terremoto. Na paixão somos lidos à nossa
revelia.

O corpo é um texto. Há que saber interpretá-lo. Alguns corpos, no entanto, vêm em


forma de hieroglifo, dificílimos. Ou, a incompetência é nossa, iletrados diante deles?”

(Affonso Romano de Sant’anna)


DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO

OBRA

Apostila do Concurso ITJ-SE

PROFESSORES DO CANAL DOS CONCURSEIROS

Prof. Sidney Martins - (Língua Portuguesa)


Prof. Robério Dantas - (Língua Portuguesa)
Prof. Jhoni Zini - (Raciocínio Lógico)
Prof. Rooldney Araujo - (Raciocínio Lógico)
Profa. Sarah Feitosa - (Direito Penal e
Processual Penal)
Prof. Harlenson Fonseca - (Direito Administrativo)
Profa. Bruna Dias - (Processo Civil)
Prof. Gracindo Andrade - (Administração)
Profa. Patrícia Bizerra - (Direito Civil)
Prof. Aprígio Teles - (Direito Constitucional,
Cod. de Organização Judiciária, Lei n° 2.148/1977)

PRODUÇÃO EDITORIAL

Diretor Geral - Fábio Figueirôa


Diretora Gráfica e de Impressão - Raquel Dantas Figueirôa
Diagramação e Design - Fabiano Soares Costa
Coordenador dos Cursos Presenciais - Prof. Bareta

EDIÇÃO
MAIO/2023

Copyrigts© 2023
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos
pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998. Nenhuma parte
deste material poderá ser reproduzida, transmitida e
gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por
fotocópia e outros, sem a prévia autorização,
por escrito, da editora Instituto Educar.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA...............................................................................................................5
RACIOCÍNIO LÓGICO................................................................................................................69
ADMINISTRAÇÃO...................................................................................................................122
DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................175
DIREITO CONSTITUCIONAL...................................................................................................202
DIREITO PENAL.......................................................................................................................240
DIREITO PROCESSUAL PENAL...............................................................................................257
DIREITO CIVIL..........................................................................................................................286
DIREITO PROCESSUAL CIVIL..................................................................................................308
CÓDIGO ORGANIZACIONAL JUDICIÁRIO............................................................................347
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE SERGIPE LEI N° 2.148-
1977.........................................................................................................................................356
QUESTÕES................................................................................................................................412

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LÍNGUA PORTUGUESA
1
LÍNGUA PORTUGUESA

1. CLASSES DE PALAVRAS Critério Definição de Exemplo


advérbio
As palavras do português podem ser enquadradas Circunstância
de tempo (hoje,
em dez classes gramaticais (ou classes de palavras). O advérbio ex-
amanhã, etc.);
São elas: prime
Critério semântico circunstância de
diferentes circuns- lugar (aqui, lá,
tâncias etc.); circunstância
1. Substantivo 6. Artigo de modo (rapida-
2. Adjetivo 7. Numeral mente, tristemen-
te, etc.), dentre
3. Verbo 8. Conjunção outras.
4. Advérbio 9. Preposição O advérbio é in- O advérbio não
5. Pronome 10. Interjeição variável, porque tem plural ou
não sofre flexão
feminino, mas tem
Neste capítulo, apresentamos uma visão panorâmica Critério morfoló- (gênero, número,
aumentativo
gico tempo, modo). Por
da maior parte dessas classes, focalizando as rela-
outro lado, pode e diminutivo, que
ções que elas estabelecem entre si (por exemplo, o receber elementos aparecem no re-
substantivo com o adjetivo, o verbo com o advérbio, que indiquem gistro coloquial:
etc.) e os significados dos conectores (conjunções e grau (aumentativo, agorinha,
preposições). diminutivo).
pertinho, lonjão...
Visão geral: os critérios semântico, morfológico e Comeu muito →
sintático de classificação advérbio de
intensidade ligado
As classes gramaticais podem ser definidas segundo três Critério sintático O advérbio se liga
a verbo;
a verbos, adjetivos
parâmetros: o critério semântico, o critério morfológico e
e outros advér- Está muito bonita
o critério sintático. Para entender esses critérios, é preciso bios. → advérbio de
saber que eles estão diretamente associados a três com- intensidade ligado
ponentes, ou subáreas, da gramática: Semântica, Morfo- a adjetivo; Comeu
logia e Sintaxe. muito rapidamen-
te → advérbio de
intensidade ligado
Área Definição Exemplo a um advérbio de
Estuda o significa- Na frase Saí com modo.
do das palavras e você, a palavra
Semântica
das frases. “com” indica com-
panhia

Estuda a estrutura A palavra “mesa” As relações entre as classes de palavras


está no singular,
Morfologia interna da palavra. 1.1 - O SUBSTANTIVO E SEUS SATÉLITES
porque não tem o
elemento -s.
Estuda as relações Na frase Ele co-
entre meu muito, a
Sintaxe
os constituintes palavra muito está
das sentenças. ligada à forma
verbal comeu.

Conhecendo essas três subáreas da gramática, você po-


derá entender os três critérios usados para definir as clas-
ses gramaticais. Vamos tomar como exemplo o advérbio.
LÍNGUA PORTUGUESA
2

Exemplos:
Entenda mais sobre classes
de palavras!
1. Aqueles meus três amigos chegaram
2. Um livro do Zé ficou comigo
Substantivo
3. Esses oito apartamentos serão vendidos.
4. Alguns poucos meninos pobres viajaram. Os substantivos são palavras utilizadas para nomear
seres, objetos, sentimentos, cores, entre outras coisas.
Costumam ser variáveis e são subdivididos em algumas
1.2 - O ADVÉRBIO E SEUS NÚCLEOS categorias:

Comum: é o nome genérico que se dá a uma mesma


categoria de seres ou de coisas. É escrito em letra mi-
núscula:

Exemplos “O meu gato dorme muito.”

Próprio: é o nome específico que se dá a um indivíduo


1. Zé estudou demais. particular de uma categoria de seres ou de coisas.
2. Zé fez um plano de estudos árduo demais. É escrito em letra maiúscula:
3. Zé estudou arduamente demais.
“O meu gato Tomás dorme muito.”

b) demais advérbios Concreto: é aquele cuja existência independe do pen-


samento de outro ser. Pode ser real ou imaginário, no
entanto apresenta existência própria.

Exemplos “O portão é azul.”


“Imagino um dragão azul.”
1. Francisco acordou tarde. (advérbio de tempo)
2. João apareceu aqui. (advérbio de lugar) Abstrato: é aquele cuja existência depende de outro
ser concreto, sem o qual não é possível produzir o
substantivo abstrato.
Diferença entre locução adjetiva e locução
adverbial “Qual será a verdade?”
“O amor desses dois é lindo.”
A locução adjetiva e a locução adverbial têm a mesma
Simples: possui apenas um radical, ou seja, é formado
estrutura mínima: preposição + substantivo por apenas um elemento.

“Parece que teremos chuva.”


Por isso, a única maneira de diferenciá-las é através do
“A planta precisa de Sol.”
critério sintático. Veja:
Composto: possui mais de um radical, formando uma
única palavra a partir da junção de mais de uma palavra.
Ela fez cara de medo. (de medo é locução adjetiva,
pois está ligada ao substantivo cara) “É melhor levar um guarda-chuva.”
“Você tem um girassol?”
Ela morreu de medo. (de medo é locução adverbial,
Primitivo: é o substantivo cujo nome não se origina de
pois está ligada à forma verbal morreu) outro nome, ou seja, é sua própria origem.
LÍNGUA PORTUGUESA
3

“Não ponha muito açúcar.” Adjetivos primitivos: não se originam de substanti-


“Ele toca piano muito bem.” vos.

Derivado: é o nome que tem origem (deriva) em outro “Ela tem um espírito livre.”
substantivo, estando normalmente relacionado a ele.
Adjetivos compostos: possuem mais de uma raiz.
“Traga-me o açucareiro, por favor.”
“Ele é um ótimo pianista.” “Meu boné é verde-escuro.”

Coletivo: são nomes dados para um grupo muito Locução adjetiva: ocorre quando há junção de uma
grande de seres ou de objetos de uma mesma cate- preposição e um substantivo (ou equivalente) com va-
goria. lor de adjetivo.

“Ele viu um enxame se aproximando de nós.” “Eu sou uma mulher de fibra.” (ou seja, uma mulher
forte)
Artigo
Numeral
O artigo é a palavra que costuma anteceder o subs-
tantivo, sendo adjunto adnominal. Varia em gênero e O numeral é a classe de palavras utilizada para quan-
número de acordo com o substantivo a que se refere. tificar algo, definindo valor numérico.
Pode ser classificado em:
Cardinal: indica a quantidade de seres ou coisas.
Artigo definido: usado para indicar um ser ou coisa já
conhecido ou específico. “Eu preciso de sete tomates.”
“Este prédio tem mais de vinte andares.”
“O homem veio aqui.”
“As garças estão imóveis.” Ordinal: indica a ordenação, hierarquia, entre seres ou
coisas em uma série.
Artigo indefinido: usado para indicar um ser ou coisa
não específico e não mencionado anteriormente. “Pegue o terceiro livro da estante.”
“Fui a primeira colocada.”
“Um homem veio aqui.”
“Umas garças estão imóveis.” Multiplicativo: exprime a multiplicidade dos seres ou
coisas. Os mais comuns são “dobro”, “duplo” e “triplo”.
Veja também: Diferença entre artigo indefinido e nu-
meral “Tinha o dobro da idade e o triplo da disposição.”

Adjetivo Fracionário: indica a fração de seres ou coisas. Os


mais comuns são “meio”, “metade” e “terço”.
O adjetivo é usado para caracterizar o substantivo,
atribuindo qualidades a ele. É uma palavra variável que “Pediu metade do valor adiantado.”
concorda em gênero e número com o substantivo a
que se refere. Pode ainda variar em grau. Coletivo: é o substantivo que indica um número exato
de seres ou coisas de determinada categoria.
“O meu filho é bonitinho.”
“As minhas filhas são bonitonas.” “Eu gostaria de uma dúzia de ovos, por favor.”
“Havia algumas centenas de pessoas no evento.”
Adjetivos pátrios: estão relacionados à origem geo-
gráfica. Pronome
“Eu sou paulista e ela é goiana. Nós somos brasilei- Pronome é a classe de palavra que representa ou
ros.” acompanha um substantivo. Pode ser classificado em:
LÍNGUA PORTUGUESA
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Pessoal: refere-se às pessoas do discurso, podendo Indicativo: verbos no modo indicativo correspondem
ser do caso reto, do caso oblíquo tônico ou átono, ou a ações tidas como reais ou certas de se acontecer ou
de tratamento. de terem acontecido. Podem ser conjugados no pre-
sente, no passado (pretérito perfeito, pretérito imper-
“Ele era um grande amigo.” feito e pretérito mais-que-perfeito) e no futuro (futuro
“Não se fez de rogada.” do presente e futuro do pretérito).

Possessivo: indica posse ou relação de afeto, estando Subjuntivo: verbos no modo subjuntivo são aqueles
associado ao pronome pessoal. cuja ação verbal não é tida como certa, isto é, não te-
mos certeza se a ação ocorreu ou ocorrerá. Podem ser
“Meu caro amigo, me perdoe por favor.” (Chico Buar- conjugados no presente, no passado (pretérito imper-
que) feito) e no futuro.

“Todas as nossas meias estão espalhadas pela casa.” Imperativo: verbos no modo imperativo são usados
para expressar ordem ou conselho, tanto no afirmativo
Demonstrativo: indica algo ou alguém que se aproxi- como no negativo.
ma ou se distancia no tempo e no espaço.
Os verbos são classificados de acordo com a conju-
“Lia coisas incríveis para aquele lugar e aquele tem- gação, podendo ser regulares, irregulares, anômalos,
po.” (Augusto dos Anjos) defectivos ou abundantes.

Indefinido: aplica-se especificamente à 3ª pessoa Regular: apresenta conjugação que segue o mesmo
quando há efeito vago ou indeterminado. padrão que a maioria dos outros verbos.

“Ninguém me viu entrando.” Eu estudo


“Há algo a ser feito?” Tu estudas
“Está ciente de tudo.” Ele estuda
Nós estudamos
Interrogativo: é usado para fazer uma pergunta de Vós estudais
maneira direta ou indireta. Eles estudam

“Quantos anos você tem?” Irregular: apresenta conjugação irregular, ou seja, que
“Quem vem lá?” não segue o padrão mais frequente dos outros verbos.

Relativo: refere-se ao antecedente, ou seja, ao termo Eu venho


anterior no enunciado. Pode ser variável ou invariável. Tu vens
Ele vem
“Fui eu que escrevi essa história.” Nós vimos
“Passeias onde não ando.” (Fernando Pessoa) Vós vindes
Eles vêm
Acesse também: O pronome “todo” deve ou não vir
acompanhado de artigo? Anômalo: apresenta conjugação que modifica pro-
fundamente o verbo, inclusive no próprio radical.
Verbo
Eu vou
O verbo expressa uma ação, um estado, um desejo, Tu vais
um acontecimento ou um fenômeno natural. Ele é di- Ele vai
vidido em modo e tempo, isto é, os modos verbais (in- Nós vamos
dicativo, subjuntivo e imperativo) e os tempos verbais Vós ides
(passado, presente ou futuro em relação ao momento Eles vão
da fala).
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Defectivo: não pode ser conjugado em todas as for- “Talvez eu volte.”


mas existentes para a maioria dos outros verbos; por-
tanto, não é regular e nem irregular. O verbo falir, por Preposição
exemplo, só apresenta conjugação nas pessoas a se-
guir: Palavra invariável, a preposição serve para relacionar
dois termos em um enunciado, gerando sentido entre
Nós falimos eles. São elas:
Vós falis
a – ante – após – até – com – contra – de – desde –
Abundante: algumas de suas conjugações apresen- em – entre – para – per – perante – por – sem – sob
tam mais de uma forma aceita na norma-padrão da – sobre – trás
língua portuguesa. É o caso do particípio passado do
verbo imprimir: imprimido ou impresso (as duas for- “Voltei para casa cedo.”
mas existem). “Estive em algumas praias.”

Advérbio Locução prepositiva: ocorre quando há junção de


duas ou mais preposições.
Os advérbios são palavras que complementam o sen-
tido de verbos, adjetivos e de advérbios. “Passou por trás de uma igreja.”

Lugar: serve para complementar o sentido de lugar ao Conjunção


qual o verbo se refere.
Conjunções são palavras invariáveis que reúnem dois
“Eu venho de longe.” ou mais elementos ou orações no mesmo enunciado,
estabelecendo sentido. Quando os elementos conec-
Tempo: complementa o sentido de tempo ou de pe- tados criam relação de dependência, ou seja, precisam
ríodo referido pelo verbo. estar juntos para o discurso fazer sentido, dizemos que
há subordinação entre eles. Nesse caso, as conjunções
“Nós nos veremos amanhã.” que ligam esses elementos são chamadas de conjun-
ções subordinativas e podem ser classificadas como:
Intensidade: serve para tornar a ação do verbo mais
ou menos intensa. Causal: inicia uma oração subordinada dando sentido
de causa.
“Eles falam demais.”
“Ele não sabia o conteúdo, porque faltou naquela
Modo: ajuda a transmitir o modo ou a maneira como aula.”
a ação do verbo ocorreu.
Concessiva: inicia uma oração subordinada dando
“Elas se arrumaram rapidamente.” sentido de oposição à ação principal (sendo, porém,
incapaz de impedi-la).
Afirmação: complementa ou reforça o sentido de afir-
mação do verbo. “Eles não se davam bem, embora fossem da mesma
família.”
“Certamente tentou de tudo”
Condicional: inicia uma oração subordinada que é
Negação: complementa ou reforça o sentido de nega- condição ou hipótese para a realização da ação da
ção do verbo. oração principal.

“Não quis nenhum.” “Nós iremos se for perto daqui.”

Dúvida: complementa ou reforça o sentido de dúvida Final: inicia uma oração subordinada indicando fina-
do verbo. lidade.
LÍNGUA PORTUGUESA
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“Arrumou-se por horas para ser o destaque da festa.” Explicativas: ligam uma oração que explica ou justi-
fica outra.
Temporal: inicia uma oração subordinada que indica
circunstância de tempo. “Era uma companhia agradável, porque era muito di-
vertida.”
“Parava de fazer qualquer coisa quando ficava cansa-
do.” Interjeição

Consecutiva: inicia uma oração subordinada estabe- Interjeições são expressões autônomas que, por si só,
lecendo relação de consequência. tendem a ser consideradas enunciados completos,
muitas vezes exclamativos. Traduzem estados emocio-
“A fila demorou tanto que eu desisti de comer.” nais ou desejos, podendo ser apenas sons vocálicos
espontâneos, palavras isoladas ou locuções interjeti-
Comparativa: estabelece comparação entre dois ele- vas:
mentos.
“Ai! Está doendo muito!”
“O projeto delas foi mais premiado do que fora pre- “Psiu! Silêncio!”
visto.” “Viva! Que maravilha essa notícia!”
“Ai de mim!”
Integrante: inicia uma oração que tem função de sujei-
to, objeto direto, objeto indireto, predicativo, comple-
mento nominal ou aposto da oração principal.

“Eu pensei que nós iríamos sair logo.” QUESTÕES OBJETIVAS


Caso os elementos conectados sejam independentes,
ou seja, o discurso continua compreensível mesmo
que os elementos apareçam isoladamente, as conjun- 1. A alternativa que apresenta classes de palavras
ções que os conectam são chamadas de conjunções
coordenadas e podem ser classificadas como: cujos sentidos podem ser modificados pelo ad-
vérbio são:
Aditivas: estabelecem sentido de adição, soma entre
elementos ou orações.
a. adjetivo - advérbio - verbo.
“Era uma companhia agradável e divertida.” b. verbo - interjeição - conjunção.
c. conjunção - numeral - adjetivo.
Alternativas: estabelecem sentido de alternância en-
tre elementos ou orações. d. adjetivo - verbo - interjeição.
e. interjeição - advérbio - verbo.
“Podia ser uma companhia agradável ou divertida.”

Adversativas: estabelecem sentido de oposição entre 2. Na oração “Ninguém está perdido se der
elementos ou orações. amor...”, a palavra grifada pode ser classificada
como:
“Era uma companhia agradável, mas não divertida.”

Conclusivas: estabelecem sentido de conclusão e/ou a. advérbio de modo.


consequência entre orações. b. conjunção adversativa.

“Podia ser uma companhia divertida e, portanto, c. advérbio de condição.


agradável.” d. conjunção condicional.
e. preposição essencial.
LÍNGUA PORTUGUESA
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3. Aponte a opção em que muito é pronome in- com o acréscimo desse sufixo à forma feminina
definido: do adjetivo. A frase abaixo em que o advérbio
mostra claramente essa formação é:
a. O soldado amarelo falava muito bem.
b. Havia muito bichinho ruim. a. “Um inimigo pode arruinar parcialmente um ho-
c. Fabiano era muito desconfiado. mem, mas é preciso um amigo fiel e desastrado
d. Fabiano vacilava muito para tomar decisão. para completar de vez o serviço”. (Mark Twain)
e. Muito eficiente era o soldado amarelo. b. “Um homem que rouba por mim fatalmente
roubará de mim”. (Teddy Roosevelt)
4. Em “Tem bocas que murmuram preces...”, a se- c. “O crime é a extensão lógica de um tipo de com-
quência morfológica é: portamento perfeitamente respeitável no mun-
do dos negócios”. (Robert Rice)
a. verbo – substantivo - pronome relativo – verbo d. “Para os ricos, a pobreza é incompreensível. Eles
- substantivo. não entendem por que as pessoas que querem
b. verbo – substantivo – conjunção integrante – jantar não tocam simplesmente a campainha”.
verbo - substantivo. (Walter Bagehot)
c. verbo – substantivo - conjunção coordenativa – e. “Ouro, s.m.: Um metal amarelo mundialmente
verbo - adjetivo. apreciado por sua utilidade nas diversas formas
d. verbo – adjetivo - pronome indefinido – verbo - de roubo chamado comércio”. (Ambrose Bierce)
substantivo.
e. verbo – advérbio -pronome relativo – verbo -
substantivo. GABARITO
01-a 02-d
5. A frase abaixo em que o vocábulo sublinhado
exemplifica uma classe gramatical diferente da
03-b 04-a
dos adjetivos é: 05-e 06-c
a. “Eu não sou arrogante. Simplesmente sou me-
lhor do que você”. (anônimo)
b. “Os cemitérios estão cheios de gente insubstituí-
vel”. (Charles de Gaulle)
c. “Eu achei que eu estava errado uma vez, mas eu
estava enganado”. (Lee Iacocca)
d. “Nada grandioso no mundo foi realizado sem
paixão”. (Hegel)
e. “Pontualidade é a virtude do chato”. (Evelyn
Waugh)

6. A formação de advérbios em -mente é feita


LÍNGUA PORTUGUESA
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2 - SINTAXE TERMOS (Simples Desinencial ou Elíptico)

DA ORAÇÃO
b) COMPOSTO - o sintagma nominal apresenta mais de
um núcleo.
A análise dos termos da oração estabelece-se numa níti-
da hierarquia entre os termos, classificados como: essen-
Ex: Pai e filho sempre foram amigos.
ciais, integrantes e acessórios.

c) INDETERMINADO - é aquele que não está expresso


TERMOS ESSENCIAIS
na oração e não pode ser reconhecido por elementos
fornecidos por nenhum outro termo. Nessas orações, em
Sujeito
que só o predicado está expresso, não se pode ou não
Predicado
se quer determinar sobre quem recai a ação. Casos de
Predicativo (do sujeito ou do objeto)
indeterminação do sujeito:
1) Emprego de Verbo (intransitivo, transitivo indireto ou
TERMOS INTEGRANTES
de ligação) na 3ª pessoa do singular + partícula SE (índice
de indeterminação do sujeito).
Complementos verbais (objeto direto e indireto)
Complemento nominal
Ex: Precisa-se de carpinteiros.
Agente da passiva

2) Emprego de verbo na 3ª pessoa do plural, sem nenhu-


TERMOS ACESSÓRIOS
ma referência dentro do texto.

Adjunto Adnominal
Ex: Atropelaram um cachorro na esquina.
Adjunto Adverbial
Aposto
OPA! ORAÇÃO SEM SUJEITO
(ou SUJEITO INEXISTENTE)
2.1 - SUJEITO

É aquela que não possui nenhum ser ao qual o


É o termo a que o verbo faz referência e com o qual
predicado possa ser atribuído. O que importa,
concordará. Tem como núcleos o substantivo (ou pala-
nesse caso, é o processo verbal em si. Os ver-
vra substantivada) e os pronomes substantivos. Jamais se
bos das orações sem sujeito são chamados de
separa do predicado por vírgula ou vem precedido de
IMPESSOAIS.
preposição. Apresenta-se na ordem direta (antes do ver-
bo) ou indireta( após o verbo). O sujeito classifica-se em:
Tais verbos serão sempre mantidos na 3ª pessoa do sin-
gular, uma vez que não há sujeito com o qual concordar.
a) SIMPLES - o sintagma nominal apresenta apenas um
Quando acompanhados de verbos auxiliares, transmitem
núcleo.
a eles a sua impessoalidade.

Ex: Os dias nublados entristecem as pessoas.


Ex: Na próxima semana, viajaremos com a nossa família.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Ex: Havia poucas flores naquele jardim. informar a respeito do sujeito uma idéia de ação, pratica-
Devia haver poucas flores naquele jardim. da ou sofrida, ou uma idéia de estado.
A partir disso, pode-se dizer que o núcleo informativo
CASOS DE IMPESSOALIDADE DE VERBO de um predicado pode ser um verbo ou um nome. Há
também predicados que têm um verbo e um nome como
a) Verbo HAVER exprimindo EXISTÊNCIA ou OCORRÊN- núcleos ao mesmo tempo. Os predicados classificam-se
CIA. em:

Ex: No meio do caminho, sempre haverá uma pedra. a) PREDICADO VERBAL - é aquele que contém um
verbo significativo (transitivo ou intransitivo). Tem como
b) Verbos HAVER e FAZER indicando tempo decorrido. núcleo o verbo e não há nele nenhum predicativo.

Ex: Há três meses não o vejo. Ex: As luzes da cidade surgiram à frente de todos.
Deve fazer dois anos que tudo começou.
b) PREDICADO NOMINAL - é aquele que contém um
c) Verbo SER nas indicações de tempo. verbo de ligação e, consequentemente, um predicativo
do sujeito. Tem como núcleo o predicativo.
Ex: Já são duas horas.
Hoje são 22 de abril. Ex: As luzes da cidade estavam apagadas.
Agora é tarde.
c) PREDICADO VERBO-NOMINAL - é aquele que con-
d) Verbos que exprimem fenômenos da natureza (No tém um verbo significativo e um predicativo (do sujeito
sentido denotativo) ou do objeto). Tem como núcleos o verbo e o predicativo.

Ex: Choveu muito naquela cidade. Ex: O tribunal julgou culpado o réu.

2.3 - PREDICATIVO

É o termo da oração que indica uma característica que se


Opa!! No sentido conotativo atribui ao sujeito ou ao objeto. O predicativo classifica-se
(linguagem figurada), há sujeito. em:

a) PREDICATIVO DO SUJEITO - é o termo que se liga


Ex: Choveram broncas na aula. ao sujeito, atribuindo-lhe estado ou qualidade. Aparece
em predicados nominais (com verbos de ligação) ou ver-
2.2 - PREDICADO bo-nominais (com verbos intransitivos ou transitivos).

É a parte da oração que contém a informação, a Ex: Aqui eu não sou feliz.
declaração a respeito do sujeito. Basicamente, pode-se Ela baixou os olhos, amuada.
LÍNGUA PORTUGUESA
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b) PREDICATIVO DO OBJETO - é o termo que se refere a.1) OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO - o objeto
ao objeto, atribuindo-lhe um estado ou qualidade. Con- direto pode apresentar-se preposicionado em alguns ca-
corda com o objeto em gênero e número. Pode vir pre- sos. Cuidado para não confundi-lo com o objeto indireto.
cedido das preposições como, por, para, de. Ocorre,
principalmente, com verbos do tipo: declarar, nomear, PRINCIPAIS CASOS

julgar, chamar, ver, eleger, consagrar, considerar,


a) COM PRONOME PESSOAL TÔNICO
achar, ter, tomar, fazer, deixar e dar.

Ex: Ele não auxilia a mim.


Ex: Dr. Juca achou o negócio ótimo.
b) PARA EVITAR AMBIGUIDADE

OPA! Ex: Ao guarda o ladrão matou.

c) COM O PRONOME QUEM (INTERROGATIVO OU


1- Segundo vários gramáticos, o predicativo do
RELATIVO)
objeto indireto só ocorre com o verbo chamar,
significando cognominar, atribuir um nome a. Ex: A quem convidaste?

Ex: Chamei-lhe de bobo. d) COM A PREPOSIÇÃO DE COM SENTIDO PARTI-


TIVO

2 - Pode ocorrer predicativo do sujeito em


Ex: Ele bebeu do meu vinho.
frases com voz passiva sintética ou analítica.
Nesse caso, o predicado será verbo-nominal e) COM OS PRONOMES REFERENTES A PESSOAS
e o predicativo da voz passiva será analisado (NINGUÉM, ALGUÉM, OUTROS, TODOS)
como o da voz ativa correspondente.
Ex: A menina a todos encantava.
Ex: O jovem foi encontrado ferido pelo policial.
f) COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO
O policial encontrou o jovem ferido.

Ex: Colocaram a Vossa Excelência em má situação.


2.4 - COMPLEMENTOS VERBAIS
a.2) OBJETO DIRETO INTERNO OU COGNATO -
a) OBJETO DIRETO (substantivo ou pronome substan- quando representado por palavra que repete a ideia já
tivo) – é o termo que completa o sentido de um verbo expressa pelo verbo.
transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio de pre-
Ex: Ele viveu uma vida gloriosa.
posição obrigatória. É importante que só encontremos o
objeto direto depois de sabermos qual é o sujeito.
a.3) OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO - quando apare-
ce repetido sob a forma de pronome oblíquo.
Ex: Recebi o prêmio.
Recebi o quê? o prêmio. Ex: Esta esperança jamais a terei
O.D.
LÍNGUA PORTUGUESA
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b) OBJETO INDIRETO (substantivo ou pronome subs- 2.7 - ADJUNTO ADVERBIAL


tantivo) - é o termo que completa o sentido de um verbo
transitivo indireto, ligando-se a ele com o auxílio obriga-
É o termo da oração que se relaciona ao verbo, ao ad-
tório de uma preposição: A, COM, DE, EM, PARA, POR,
vérbio ou ao adjetivo a fim de acrescentar a um desses
SOBRE.
Ex: O peixe depende da água. elementos uma circunstância qualquer. Os advérbios e as
locuções adverbiais desempenham a função de adjunto
2.5 - COMPLEMENTO NOMINAL adverbial.

Termo que integra ou limita o sentido de um advérbio, Ex: A prova de matemática foi muito fácil.
adjetivo ou substantivo abstrato; aparece sempre prepo-
sicionado.
2.8 - ADJUNTO ADNOMINAL
Ex.: Agiu favoravelmente a ambos.
O fumo é prejudicial à saúde. Termo de valor adjetivo que serve para especificar ou
Tenho confiança em ti. delimitar o significado do substantivo, podendo ser ex-
presso por:
2.6 - AGENTE DA PASSIVA
a) Adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.
Termo que, na voz passiva, pratica a ação expressa pelo
b) Locução Adjetiva: Era um homem de consciência.
verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.
c) Artigo: O mar era um lago sereno e azul.
Ex.: As ruas foram lavadas pelas chuvas. d) Pronome Adjetivo: Minha camisa é igual à sua.
Mariana era apreciada por todos quantos iam a e) Numeral : Casara-se havia duas semanas.
nossa casa. f ) Oração Adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos,
caíram-lhe pelo rosto.
Opa! g) Pronome Oblíquo: “...te beijar a boca de um jeito que
te faça rir...”
1. A voz passiva é privativa dos verbos TD;
2. O termo “agente da passiva” vem sempre intro- 2.9 - APOSTO
duzido por preposição (por, per, de);
3. A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual É o termo usado para explicar, enumerar, recapitular ou
é o paciente da ação expressa pelo verbo; especificar o seu antecedente. O núcleo do aposto é
4. A voz passiva analítica ou verbal pode apresen- representado por um substantivo ou palavra substantiva.
tar agente da passiva, mas a voz passiva sintéti- Classifica-se em:
ca ou pronominal nunca apresentará agente da
passiva. a) APOSTO EXPLICATIVO - explica um termo anterior.

Ex.: 1- Cabral descobriu o Brasil. (VA) Ex: Londrina, cidade paranaense, é muito linda.
1- O Brasil foi descoberto por Cabral. (VPA)
2- Vendem-se flores. (VPS) b) APOSTO ENUMRATIVO - enumera um termo an-
2- Flores são vendidas. (VPA) terior.
LÍNGUA PORTUGUESA
12

Ex: Dois países não assinaram o acordo: Brasil e Chile. 4. ( ) As mulheres desconfiam dos homens.
5. ( ) Sabe-se que Brutus traiu a Nero.
c) APOSTO RECAPITULATIVO - resume um termo an- 6. ( ) Obedeço aos meus superiores.
terior. 7. ( ) Não temas da morte.
8. ( ) Não concordaram com o projeto.
Ex: Os amigos, os parentes, os professores, todos o aju- 9. ( ) Fazer samba lá na Vila é um brinquedo.
daram. 10. ( ) O policial sacou do revólver.
11. ( ) Amarás a Deus sobre todas as coisas.
d) APOSTO ESPECIFICADOR - especifica um termo
anterior. 2. Tendo em vista a transitividade verbal e seus
respectivos complementos, analise os termos
Ex: A cidade de Fortaleza é muito visitada por turistas. em evidência de acordo com o código (OD) e/
ou (OI):
2.10 - VOCATIVO
a. Entregamos o livro ao professor.
É o termo da oração usado para chamar, pelo nome, b. Necessitamos de sua ajuda.
apelido ou característica, o ser com quem se fala. O vo- c. Não concordo com suas ideias.
cativo também é uma função substantiva. Ele, como ter- d. Gostamos muito do passeio.
mo independente que é, não faz parte do sujeito nem e. Aprecio a brisa da manhã.
do predicado e aparece sempre isolado por pontuação,
geralmente a vírgula. 3. Analise sintaticamente os termos em destaque,
atribuindo-lhes a devida classificação:
Ex: Sossega, coração, não desesperes.
Pai, afasta de mim esse cálice. a. Ontem, pedi-lhe um favor.
b. Entregamos as encomendas aos clientes.
c. Não o cumprimentamos, pois saímos mais cedo.
Exercícios de Fixação d. Devemos respeitar os mais velhos.

4. Classifique os termos destacados em CN(Com-


1. Classifique os termos integrantes usando os se- plemento nominal) ou AA(Adjunto adnomi-
guintes códigos: nal):

a) Obj. direto. 1. Tinha medo da noite.


b) Obj. direto preposicionado. 2. Ela é digna de pena.
c) Obj. Indireto. 3. É preciso ter respeito a todos.
4. Está enorme a fila do leite.
1. ( ) Adoramos nossas sogras. 5. O amor ao filho reanimava a mãe.
2. ( ) Eduardo Paes cumpriu com a palavra. 6. A descoberta do rapaz deixou-o famoso.
3. ( ) Convidaram-me para uma grande festa.
LÍNGUA PORTUGUESA
13

7. A descoberta de ouro deixou aquela região muito a) Os verbos são todos transitivos diretos e estão no
rica. pretérito imperfeito.
8. O rapaz mora perto de casa. b) Os verbos são todos transitivos diretos, embora o
9. O apoio ao amigo fê-lo feliz. objeto direto não esteja expresso; e os verbos estão
10. A leitura do anúncio fez-se em voz alta. no pretérito perfeito.
11. A leitura do aluno era deficiente. c) O primeiro e o segundo verbo são transitivos dire-
12. A mesa de vidro quebrou. tos e os dois últimos são transitivos indiretos e estão
13. O fumo é nocivo à saúde. no pretérito mais-que-perfeito.
14. Agiu favoravelmente a nós. d) Todos os verbos destacados são intransitivos e es-
15. A admiração do povo ao Tiririca ainda é grande. tão no pretérito perfeito.
16. Relativamente ao assunto.
17. Barco a vela. 2. Observe as duas orações abaixo:
18. Mula sem cabeça.
19. O receio do frio. I - Os fiscais ficaram preocupados com o alto índice
20. Ele está apto ao serviço. de sonegação fiscal.
21. Ódio ao burguês. II - Houve uma sensível queda na arrecadação do
22. Amor de filho. ICM em alguns Estados.
23. Paulo foi cruel com o vizinho.
24. Homem de coragem. Quanto ao predicado, elas classificam-se, respectiva-
25. Pedro é sincero com o amigo. mente, como:
26. O estudo sobre cinema.
27. Independentemente de nós. a) nominal e verbo-nominal
28. O erro será digno de registro. b) verbo-nominal e verbal
29. O ladrão é cheio de temor. c) nominal e verbal
d) verbal e verbo-nominal
e) verbal e nominal
QUESTÕES OBJETIVAS
3. Assinale a alternativa em que o predicado é
verbo-nominal:
“E agora, José?
A festa acabou a) O garoto tímido fez o discurso.
A luz apagou b) Não encontraram o suspeito.
O povo sumiu c) A garota saiu chateada da escola.
A noite esfriou...” d) O garoto continua internado.

(Carlos Drummond de Andrade)


GABARITO
1. Em relação aos verbos destacados, pode-se
01-d 02-c 03-c
afirmar que:
LÍNGUA PORTUGUESA
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3. REGÊNCIA VERBAL ASSISTIR

E NOMINAL a) no sentido de dar assistência, ajudar: com ou sem


preposição – VTD ou VTI.
Acessível A Cuidadoso COM Junto A/DE Prejudicial A
Acostumado A/COM Estranho A Leal A Próprio DE/PARA
Alheio A Favorável A Natural DE Próximo A/DE Assim é aceito pela FCC.
Alusão A Fiel A Necessário A Respeito A/POR
Atenção A/PARA Grato A Necessidade DE Sensível A
Ex.: O médico assistia os (aos) lutadores machucados
Benefício A/PARA Hábil EM Nocivo A Simpatia POR

b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição


3.1 - REGÊNCIA VERBAL a - VTI. O objeto indireto não pode ser representado por
lhe(s), apenas por a ele(s) a ela(s):
AGRADAR

Ex.: Assistimos ao filme


a) no sentido de acariciar – VTD
Ex.: A criança assistiu ao espetáculo inteiro.

Ex.: Não é bom agradar demais as crianças.


c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposi-
ção a - VTI. Admite substituição pelos pronomes lhe(s),
b) no sentido de satisfazer, causar agrado (prepo-
a ele(s), a ela(s).
sição a) – VTI

Ex.: Assiste ao homem o direito de permanecer calado.


Para a FCC também pode ser VTD, pois a
(Assiste-lhe ou assiste a ele.)
banca adota o dicionário de regência do
Celso Pedro Luft.
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige
a preposição em.
Ex.: O sítio agradou ao fazendeiro.
Ex.: Este chapéu lhe agradará.
Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.

ASPIRAR
CHAMAR

a) no sentido de cheirar, sorver: sem preposição -


a) no sentido de convocar, sem preposição – VTD.
VTD.

Ex.: A direção chamou os professores.


Ex.: Maradona aspirou o ar puro da manhã.

b) no sentido de apelidar, denominar, caracterizar


b) no sentido de almejar, pretender: exige a prepo-
– VTD ou VTI. É verbo transobjetivo (objeto + predicativo
sição a - VTI.
do objeto). Esse predicativo pode aparecer ou não com
a preposição de.
Ex.: Aspirava ao cargo de promotor de vendas.
LÍNGUA PORTUGUESA
15

Ex.: Chamei-o de tolo. b) Quando forem pronominais: preposição de - VTI.


Chamei-o tolo.
Chamei-lhe de tolo. Ex.: Lembrei-me de todas as respostas
Chamei-lhe tolo.
INFORMAR / CERTIFICAR / CIENTIFICAR / NOTIFI-
CHEGAR / IR CAR / AVISAR / PREVENIR / COMUNICAR

Deve ser introduzido pela preposição a e não pela pre- a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação:
posição em. admite duas construções:

1) Alguém de algo – VTDI.


A FCC classifica esses verbos como tran-
sitivos indiretos. Ex.: Informou todos do acidente.

2) Algo a alguém – VTDI.


Ex.: Vou ao ortopedista./ Cheguei a Brasília.
Ex.: Informou a todos o acidente.
CUSTAR Ex.: Avisei-o de que eu faltaria.

a) no sentido de ser custoso, ser difícil: preposição a. NAMORAR

Ex.: Custou ao aluno entender o fenômeno da crase. Não se usa com preposição - VTD.

b) no sentido de acarretar: sem preposição. Ex.: Elisa namora Otávio.

Ex.: O valor da casa custou-me tudo o que tinha. OBEDECER / DESOBEDECER

c) no sentido de ter valor de, ter o preço: sem pre- Exigem a preposição a - VTI.
posição.
Ex.: 1 - O bom filho obedece aos pais.
Ex.: Imóveis custam caro. 1 - O candidato desobedeceu ao regulamento

ESQUECER / LEMmbrar PAGAR / PERDOAR

a) Quando não forem pronominais: sem preposição a) Se o objeto é a coisa que sofre a ação do verbo:
- VTD. sem preposição – VTD.

Ex.: Esqueci o casaco dele. Ex.: Ela pagou a conta de luz.


Ex.: O professor perdoou os erros do aluno
LÍNGUA PORTUGUESA
16

b) Se o objeto é pessoa que recebe a ação do verbo: Ex.: Visou o alvo com precisão.
são regidos pela preposição a – VTI. Ex.: Visaram os cheques.

Ex.: Perdoei a todos. b) no sentido de objetivar: preposição a – VTI.


Ex.: O cliente pagou ao dono da loja.
Ex.: Cristo perdoou aos pecadores. Para a FCC também pode ser VTD, pois a
banca adota o dicionário de regência do
PREFERIR Celso Pedro Luft.

Exigem um complemento sem preposição e outro com Ex.: Viso a uma nova vida.
preposição a – VTDI

Ex: Prefiro futebol a vôlei QUESTÕES OBJETIVAS

É errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou


palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc. 1. Com relação à regência verbal, a norma
padrão aceita a construção presente na al-
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica. ternativa:

QUERER a. Entrei em casa e dela saí.


b. Entrei e saí de casa.
a) no sentido de desejar: sem preposição. c. Entrei a casa e dela saí.
d. Entrei e sai à casa.
Ex.: Quero a risada mais gostosa
2. Assinale a alternativa em que a regência verbal
b) no sentido de querer bem, ter afeto: usa-se com a está CORRETA.
preposição a.
a. Assisti o filme de que você gostou.
Ex.: Quero muito aos meus primos. b. Prefiro mais a cidade do que o campo.
c. Este é o museu de que mais gosto.
SIMPATIZAR / ANTIPATIZAR d. Finalmente chegamos em Diamantina.

exigem a preposição com - VTI. Ex.: Sempre simpatizei 3. Em relação à regência verbal e nominal, o em-
com você. prego do pronome relativo, segundo o registro
culto e formal da língua, está INCORRETO em:
VISAR
a. A conclusão que chegamos é que o fracasso en-
a) no sentido de mirar ou dar visto: sem preposição – sina ao homem como recomeçar
VTD.
LÍNGUA PORTUGUESA
17

b. O barco a cujos tripulantes me referi pode voltar bor e aroma aos alimentos”.
a navegar
c. O ideal por que lutamos norteia nossos projetos. O trecho cujo verbo apresenta a mesma regência é:
d. O infortúnio a que está sujeito o empreendedor
motiva-o a. “Quando você lê ‘aroma natural’ ”
e. Após o término da pesquisa, informei-lhe que b. “ ‘artificial’ no rótulo significa que os aromistas”
tomasse cuidado para não errar. c. “que não existem na natureza,”
d. “O processo encarece o produto”
4. Assinale a alternativa INCORRETA quanto à re- e. “enviar as moléculas às fábricas de alimentos”
gência:
7. A frase cuja regência do verbo respeita a nor-
a. Chegamos finalmente ao colégio. ma-padrão é:
b. Sua atitude implicará demissão.
c. Ele namora com uma aluna do segundo ano. a. Esquecemo-nos daquelas regras gramaticais.
d. Eles eram fiéis ao amigo. b. Os professores avisaram aos alunos da prova.
e. O presidente assiste em Brasília. c. Deve-se obedecer o português padrão.
d. Assistimos uma aula brilhante.
5. NÃO há erro de regência verbal em: e. Todos aspiram o término do curso.
9. Assinale a opção que apresenta a regência ver-
a. Altos salários são dados os jogadores, sem te- bal incorreta, de acordo com a norma culta da
rem ficado nos bancos escolares. língua:
b. Falta de punição implica violência.
c. Muitos preferem, como ídolos, pessoas sem a. Os sertanejos aspiram a uma vida mais confor-
princípios morais do que pessoas honestas. tável.
d. Todos assistem os programas de televisão que b. Obedeceu rigorosamente ao horário de traba-
só apresentam tragédias. lho do corte de cana.
e. O povo esquece, rapidamente, dos crimes que c. O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros.
abalam a sociedade. d. O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade.
e. Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas,
5. Alternativa correta: ao lucro pretendido.

a. Precisei de que fosses comigo. GABARITO


a. Avisei-lhe da mudança de horário.
01-a 02-c
b. Incumbiu-me para realizar o negócio.
c. Recusei-me em fazer os exames.
03-a 04-c
d. Convenceu-se nos erros cometidos. 05-b 06-a
07-e 08-a
6. Considere o comportamento do verbo em des-
taque quanto à sua regência, em “para dar sa- 09-d
LÍNGUA PORTUGUESA
18

4.1 - ALGUNS CASOS MERECEM DESTAQUE


4. CRASE
1 - A crase obviamente “não” ocorre diante de palavras
A palavra crase provém do grego Krasis e significa “fusão”, que não podem ser precedidas de artigo feminino. É o
“junção”. Em português, ocorre a crase com as vogais caso:
idênticas a + a. Tal fusão é indicada por meio do acento
grave (à). Pode ocorrer a fusão da preposição a com: ar- a) dos substantivos masculinos:
tigo feminino (a / as), pronomes (aquele (s)/ aquelas (s)/
aquilo), pronome relativo (a qual/ as quais) ou com os Ex.: Andamos a cavalo.
demonstrativos (a / as = aquela/ aquelas). Ex.: Íamos a pé.

prep. art. prep. art b) dos verbos no infinitivo:

Fui a + a feira. Retornamos a + as praias. Ex.: Não tenho nada a declarar.


Ex.: Começamos a sofrer.

Fui à feira. Retornamos às praias. c) da maioria dos pronomes:

Fui a + aquele lugar. Ex.: Entreguei a Vossa Excelência.


Ex.: Diga a ela.

Fui àquele lugar.


OPA!
REGRA GERAL
Alguns pronomes admitem artigos, como:
Haverá crase sempre que o termo anterior exigir a prepo- senhora, dona, mesma, própria, senhorita e
sição “a” e o termo posterior admitir o artigo “a” ou “as”. madame (e também outra e outras). Com isso,
poderá ocorrer crase.

prep. art.

Ex.: Estou-me referindo à mesma pessoa.


Eu me referi a + a diretora.
(ao mesmo homem)

d) de palavras femininas “no plural” precedidas de


Eu me referi à diretora.
um a:

Ex.: Dirigi-me a pessoas desconhecidas.


LÍNGUA PORTUGUESA
19

OPA! 3 - O acento grave, indicativo de crase, é usado nas ex-


pressões adverbiais e nas locuções prepositivas e conjun-
Nesses casos, o a é preposição, e os substanti- tivas de que participam palavras femininas.
vos estão sendo usados em sentido genérico.
Quando são usados em sentido específico, os à tarde à proporção que à força de
substantivos passam a ser precedidos do arti- à toa à procura de às escondidas
go as; ocorrerá então, a crase: à noite à direita às ordens

Ex.: Você está se referindo a vidas humanas? OPA!


Você está se referindo às vidas de nossos compa-
nheiros? Incluem-se nessas expressões as indicações
de horas especificadas: à meia-noite, às duas
e) Não ocorre crase nas expressões formadas por horas, às três e quarenta.
palavras repetidas femininas ou masculinas:
Merece destaque a expressão “à moda de”,
Cara a cara / Gota a gota / Dia a dia que pode estar subentendida:

2 - Com as expressões adverbiais de lugar, deve-se fa- Ex.: Você fez um gol à (moda de) Pelé.
zer a verificação da ocorrência por meio da troca do
termo regente: 4 - A crase é FACULTATIVA diante dos nomes próprios
femininos, e após a preposição “até” que antecede subs-
Ex.: Vou à Bahia Vim da Bahia. / Estou na Bahia. tantivos femininos, e ainda, no caso dos pronomes pos-
sessivos femininos.
Vou a Recife Vim de Recife. / Estou em Recife.
Ex.: Dei um recado a Atadolfa. Dei um recado a Atadolfo.
Dei um recado à Atadolfa. Dei um recado ao Atadolfo.
OPA! Vou até a praia. Vou até o parque.
Vou até à praia. Vou até ao parque.
Merecem destaque as palavras casa (no senti- Refiro-me a minha amiga. Refiro-me a meu amigo.
do de lar, moradia) e terra (no sentido de chão Refiro-me à minha amiga. Refiro-me ao meu amigo.
firme) que só admitirão crase, se estiverem
especificadas.

Ex.: Cheguei a casa. / Cheguei à casa das minhas primas.


A tripulação da GOL desceu a terra. / A aeromoça da
GOL chegou à terra de seus tios.
LÍNGUA PORTUGUESA
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e. Os metais do caminhão esplendiam à luz da manhã.


Exercício de Fixação
2. Indique a alternativa em que o sinal indicativo
de crase é facultativo:
1. Coloque o acento indicador de crase quan-
do for necessário. a. Voltou à casa do Juiz.
b. Chegou às três horas.
a. Diga às pessoas que me procurarem que tive de sair. c. Voltou à minha casa.
b. Fui à Europa, de onde à Ásia. d. Voltou às pressas.
c. Fui à Natal das praias inesquecíveis.
d. Cheguei a casa tarde da noite ontem. 3. Assinale a opção em que o A sublinhado nas
e. Preciso ir à terra dos meus antepassados. duas frases deve receber acento grave indica-
f. À noite, teremos de ficar à espreita. tivo de crase:
g. Dobre à esquerda.
h. A loja estava às moscas quando chegamos, às quatro a. Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou
horas. a falar em voz alta.
i. Prefiro isto àquilo. b. Pedimos silêncio a todos. / Pouco a pouco, a
j. A pessoa a que fiz referência não esteve presente à praça central se esvaziava.
reunião. c. Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros
chegaram a Bahia.
d. Bateram a porta fui atender. / O carro entrou a
direita da rua.
QUESTÕES OBJETIVAS e. Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tin-
ta.

1. O sinal indicador da CRASE foi corretamente 4. Quanto ..... suas exigências, recuso-me ..... le-
empregado na frase “Que estivesse bem cedo vá-las ..... sério.
junto ao edifício Brasília para assistir à coleta
de lixo”. Dentre as opções abaixo, porém, este a. às - à - a
sinal foi INCORRETAMENTE utilizado em: b. a-a-a
c. as - à – à
a. O bom repórter não poupa elogios à higiene dos d. à-a–à
lixeiros. e. as - a – a
b. Na adolescência o motorista teria sucumbido à pre-
visão de uma velhice pobre.
c. A esperança sobrevive até mesmo à uma ou outra
mutilações.
d. O motorista parece dizer às pessoas da cidade: “o
lixo é vosso”.
LÍNGUA PORTUGUESA
21

5. Marque o item cuja frase apresenta redigida da Ex. urubu, motel, marajá...
forma mais adequada, considerando-se clare-
za, elegância, precisão e correção. 2. PAROXÍTONAS

a. De segunda à sexta, o programa será dedicado A penúltima sílaba é a tônica.


à você.
b. De segunda à sexta, o programa será dedicado Ex. cigarro, janela, lápis...
a você.
c. Da segunda à sexta, o programa será dedicado 3. PROPAROXÍTONAS
a você.
d. Da segunda à sexta, o programa será dedicado A antepenúltima sílaba é a tônica.
à você.
e. Da segunda a sexta, o programa será dedicado Ex. gramática, tóxico, semântica...
a você.
Casos Específicos de Acentuação:
GABARITO
01-c 02-c a) Monossílabos tônicos: acentuam-se os termina-
dos em: a(s), e(s), o(s)
03-d 04-b
05-c Ex: má(s), ré(s), pó(s).

b) Oxítonos: acentuam-se os terminados em: a(s),


e(s),o(s), em, ens

Ex: está(s), prevê(s), amém, reféns.

c) Paroxítonos: acentuam-se os terminados em:

5. ACENTUAÇÃO 1) i(s), us: júri(s), vírus.


E ORTOGRAFIA 2) um, uns: álbum, álbuns.
3) on, ons: íon(s), prótons.
5.1 - ACENTUAÇÃO 4) ôo, ôos: vôo(s).
5) r, x, n ou l: ímpar, látex, hífen, túnel.
Quanto à acentuação tônica (sílaba mais forte), as pala- 6) ditongo: água, mágoa, série, ciência, órgão.
vras recebem as seguintes classificações: 7) ps, ã(s): bíceps, ímã(s).

1. OXÍTONAS d) Proparoxítona: acentuam-se todas.

A última sílaba é a tônica. Ex. fósforo, partícula, álibi...


LÍNGUA PORTUGUESA
22

e) Hiatos: as vogais “i”, “u” receberão acento agu- Ex: Méier, Destróier.
do quando forem segunda vogal tônica de hiato e
estiverem constituindo sílaba sozinhas ou acompa- 2 - Cai o acento circunflexo nos hiatos com vo-
nhadas de “s”. gal repetida (OO; EE).

Ex. baía, faísca, baú, balaústre... Como era Como ficou


Vôo Voo
Enjôo Enjoo
SUPER OPA! Lêem Leem
Crêem Creem
REGRAS MODIFICADAS PELA Vêem Veem
REFORMA ORTOGRÁFICA.
3 - Cai o acento nas vogais i e u antecedidas de
1 - Cai o acento dos ditongos abertos EI e OI ditongo decrescente nas palavras paroxítonas.
nas palavras paroxítonas (sílaba tônica = pe-
núltima). Como era Como ficou
Feiúra Feiura
Como era Como Ficou Sauípe Sauipe
idéia ideia
platéia plateia
jibóia jiboia OPA!
bóia boia
heróico heroico A regra de acentuação diz que I e U são acentua-
dos em HIATO (sozinhos na sílaba ou seguidos de
S). Hiato é V + V. Nas palavras acima, o que temos
OPA! é V + SV. Por isso, a regra do hiato não deve mes-
mo se aplicar.
Lembre-se de que a mudança só vale para as
palavras paroxítonas (e não para as oxítonas ou Note que a regra ainda se aplica em “Guaíba”
monossílabos tônicos). ou “Guaíra”, uma vez que os ditongos são cres-
centes.
Ex: Contrói, Destrói, Dói, Fiéis.

OPA!
OPA!
Lembre-se de que a mudança só vale para as
Quando a palavra paroxítona termina em R, o palavras paroxítonas (e não para as oxítonas ou
acento nos ditongos ei e oi se mantém. proparoxítonas).
LÍNGUA PORTUGUESA
23

Ex: Tuiuiú, Piauí e Maiúscula.

4. Com relação ao U, caem o acento agudo e o trema nos ambientes QUE/QUII, GUE/GUII

Como era Como ficou


Apazigúe Apazigue
Argúi Argui
Averigúe Averigue
Conseqüência Consequência
Lingüiça Linguiça

COMO ERA COMO FICOU NOS DOIS CASOS


Para (preposição) X Pára (verbo “parar”) Para
Pêlo (do corpo) X Pelo (por + o) Pelo
Pólo (Ex: Pólo Sul) X Polo (preposição arcaica) Polo
Pêra (fruta) X Pera (preposição arcaica) Pera
Côa/Côas (verbo “coar”) X Coa (com + a) Coa (e Coas)

5. Acento Diferencial - deixa de existir a maio-


ria dos casos de acento diferencial; três casos QUESTÕES OBJETIVAS
ainda se mantêm.

Casos em que o acento diferencial se mantém 1. Assinale a alternativa em que pelo menos um
vocábulo não seja acentuado:
CASOS COM ACENTO DIFERENCIAL
Pôr (verbo) Por (preposição) a. orfão, taxi, balaustre.
Pôde (passado) Pode (presente) b. parabens, alguem, tambem.
Vem / Tem (singular) Vêm / Têm (plural) c. tatil, amago, cortex.
d. hifen, cipos, leem.
EXEMPLOS
2. Assinale a alternativa em que todos os vocábu-
Quis pôr o seu envelope por cima do outro. los estejam corretamente acentuados.
Um dia ele pôde; hoje não pode mais.
Ele sempre vem. X Eles sempre vêm. a. rítmo, impossível, enjoos, alcatéia.
O rapaz tem sorte. X Os rapazes têm sorte. b. pôquer, sanduíche, seminú, afáveis.
c. sótão, môsca, portátil, coronéis
d. ensaísta, antevéspera, protótipo, orquídea
LÍNGUA PORTUGUESA
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3. Assinale o vocábulo acentuado graficamente • Burgu____


por imposição de regra diferente das demais: • Pequen____
• Pequin____
a. inúmeros
b. calmíssima 3. ISAR x IZAR
c. cédulas
d. uísque • Pesqu____
• Anal____
4. “As aves que _____aqui beber água são tão man- • Harmon____
sas que não ____ defesa contra a ação de preda- • Higien____
dores.” • Final_____
• Real____
a. vêem - têm
b. vêm – tem 4. POR QUE/POR QUÊ/PORQUE/PORQUÊ
c. vem – têm
d. vêem – tem • Não sei _______ você se foi.
e. vêm – têm. • _______ você estuda tanto?
• Este é o time ________ tenho carinho.
GABARITO • Correu ________?

01-d 02-d 03-d 04-e • Não sei o ________ disso tudo.


• Não estudarei em outro curso ________ 0 CPC é o
melhor preparatório do Sul, quiçá do Brasil!

Exercício de Fixação 5. MAL x MAU

• Ela não está ______ vestida.


• Há luta do bem contra o _______.
5.2 - ORTOGRAFIA
• Pedro não é um _____ sujeito.
• Não há ____ que sempre dure.
1. ESA x EZA

6. SENÃO x SE NÃO
• Natur___
• Portugu____
• ______ estudar, ficará de castigo.
• Calabr____
• Estude, _______ ficará de castigo.
• Bel____

2. ÊS x EZ

• Palid____
• Franc____
LÍNGUA PORTUGUESA
25

7. ACERCA DE x CERCA DE 13. DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE

• Discursou _______ problemas políticos. • O carro foi __________ o poste.


• Comprei ______ 200 g de presunto. • Pedro foi ___________ Paula para beijá-la.
• A guerra ocorreu _______ vinte anos.
• A capital fica ______ 200 km daqui. 5.3 - SEMÂNTICA

8. AFIM x A FIM a) Homógrafos

• Trabalhei ______ de ganhar dinheiro. colher (verbo) x colher (substantivo)


• João está ______ de pedir demissão.
• Matemática e Física são disciplinas ______. b) Homófonos

9. DEMAIS x DE MAIS sessão x seção x cessão

• A viúva comeu ________. c) Homônimos perfeitos


• A viúva comeu sal ______.
• Chamaram os ______ colegas. manga (fruta) x manga (de camisa)

10. MAS x MAIS d) Parôni mos

• Ela é a _____ bonita da turma. soar x suar


• Ela estudou, _____ não passou de ano.
14. ABSOLVER x ABSORVER
11. HÁ x A
• Usamos papel para _________ a gordura.
• Ele parou de estudar ____algum tempo. • O juiz vai __________ o réu.
• Daqui ___ alguns dias eu me formo.
• ____ muito tempo não o vejo 15. COMPRIMENTO x CUMPRIMENTO
• Daqui ____ duas semanas ela chegará.
• Vamos garantir o ____________ da lei.
12. ONDE x AONDE • Quando cheguei, recebi um ____________.
• Qual é o ___________ da ponte?
• A cidade ______ moro é linda.
• A cidade ______ irei é linda. 16. DEFERIR x DIFERIR

• É impossível __________ aqueles gêmeos.


• Vamos tentar __________ o compromisso.
• O juiz vai _________ o processo.
LÍNGUA PORTUGUESA
26

17. DESCRIÇÃO x DISCRIÇÃO 25. CESSÃO x SESSÃO x SEÇÃO

• Aja com ___________. • Vamos a uma _______ de cinema.


• Fiz uma ___________ minuciosa da casa. • Trabalho na ________ de calçados.
• Fiz uma ________ de direitos autorais.
18. DISPENSA x DESPENSA

• Ponha a comida na __________. QUESTÕES OBJETIVAS


• Houve __________ de muitos empregados.

19. EMINENTE x IMINENTE 1. A única frase que, do ponto de vista semântico,


NÃO está comprometida é:
• Ele é um homem ___________.
• A colisão é __________. a. Delatou a pupila há meia hora, por isso não está
enxergando bem.
20. MANDATO x MANDADO b. Há muito tempo o rapaz está submerso; se ele
demorar mais para imergir, pode correr perigo
• Entramos com um __________ de segurança. de morte.
• O ___________ do político foi cassado. c. Nunca vi uma chuva que não dá um minuto de
trégua; essa intermitência me angustia.
21. RATIFICAR x RETIFICAR d. Distratava tanto a cunhada, que ela deixou de
visitá-los.
• É preciso _________ algumas falhas. e. Quando o temporal se anunciou, mandou arrear
• Estou decidido: vou _________ o que disse antes. o cavalo e partiu imediatamente.

22. ACENDER x ASCENDER 2. Assinale a alternativa em que a palavra desta-


cada foi empregada erroneamente:
• É preciso _________ a luz.
• O elevador vai __________. a. O Diretor-Geral retificou a Portaria 601, que fora
publicada com incorreções.
23. CENSO x SENSO b. Esse assunto é confidencial; conto, portanto,
com sua descrição.
• Como foi o ________ do IBGE? c. O Superintendente da Receita Federal deferiu
• É um guri de pouco _________. aquele nosso pedido.
d. Recuso-me a defender aquele réu, pois foi pego
24. CONSERTO x CONCERTO em flagrante.
e. Este fiscal vai trabalhar na seção de Tributação.
• Essa mesa precisa de um _________.
• Vamos a um _________ de violinos.
LÍNGUA PORTUGUESA
27

3. Assinale a alternativa em que a oração está in- 6. Traduz-se corretamente um segmento do tex-
correta. to em:

a. Eu não sei por que! a. primordial vida marinha = preponderante nascente


b. As agonias, por que passei, não as revelo. marítima
c. Ela fala tanto porque pretende convencer-nos. b. propelida pela luz solar = arrefecida pela energia do
d. Não sei e acho que não saberei, jamais, o por- sol
quê. c. recuperar esse valor intrínseco = reaver essa
e. Você não me quer mais. Por quê? importância inerente
d. colônia extravagante de organismos = linha-
gem errante de seres vivos
4. Considerando-se o contexto, o segmento cujo e. resiliente biologia tropical = perseverante bio-
sentido está adequadamente expresso em ou- ma dos trópicos
tras palavras é:
7. Respeita a ortografia oficial vigente:
a. Entre exclamações, citou = Em meio aos brados,
parodiou a. O culto à ignorância e à xenofobia é o respon-
b. Ofícios fúnebres = Comunicações danosas sável, em nosso dia-a-dia, por esta situação de-
c. o seu necrológio no jornal = a sua matéria fúne- plorável, que enserra a população local na bolha
bre impressa impenetrável de seus interesses e valores parti-
d. obrigado à caceteação = compelido ao aborre- culares.
cimento b. Incrementar a participação política é um desafio
e. aliviar o luto fechado = compensar a grande tris- perene, aja vista a nova estratégia de controle
teza político que aparelha muitos órgãos publicos,
incluindo os do setor educacional.
5. Sem prejuízo da correção e do sentido, o ele- c. A soberania do mercado não é imprescindível
mento em destaque pode ser substituído pelo para a democracia liberal − é uma alternativa a
que se encontra entre parênteses em: ela e a todo tipo de política, na medida em que
elimina a necessidade de serem tomadas deci-
a. ...qualquer possibilidade de remissão humana. sões que contemplem consensos coletivos.
(impiedade) d. Foram mencionadas as estratégias para disper-
b. ...com a maior falta de consideração e desfaça- çar as cepas oligárquicas das altas esferas do po-
tez possíveis... (indiferença) der e, sobretudo, para prover o controle jurídico
c. ...conhecidas pela sua beleza inóspita,... (profí- das suas ações; mais, até o momento, não se
cua) obteve sucesso.
d. − o mesmo país que, hoje, subsidia a tradução e. Suas ideias íam de encontro às dos demais; ele
de seus livros... (consolida) sempre optava pelas vias mais polêmicas afim
e. a linguagem e a verve de Thomas Bernhard... de obter atenção da audiência.
(vivacidade)
LÍNGUA PORTUGUESA
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GABARITO Ex: Longa novela e filme.

01-e 02-b 03-a 04-d 3. MESMO


05-e 06-c 07-c
a) Quando pronome, concorda com o substantivo
(= próprias)

6. CONCORDÂNCIA Elas mesmas irão lá.

VERBAL E NOMINAL b) Quando advérbio, é invariável (= realmente; de


fato)
6.1 - CONCORDÂNCIA NOMINAL
Elas irão mesmo lá.
É o estudo das relações sintáticas existentes entre um
núcleo (de natureza substantiva) e seus determinantes.
4. ANEXO

MEU ------------ > CÃO < ------------ BRAVO


É adjetivo. Logo, concorda com o substantivo ao
MEUS ------------ > CÃES <------------ BRAVOS
qual se refere.

Principais casos de Concordância Nominal:


Ex: As cartas estão anexas ao contrato.

1. ADJETIVO APÓS VÁRIOS SUBSTANTIVOS


OPA!

a) mesmo gênero – O adjetivo vai para o plural ou


A locução adverbial EM ANEXO é invariável. Ela é
concorda com o último substantivo
repudiada pelos gramáticos, mas não podemos ig-
norá-la.
Ex: Casa e igreja antigas (concordância gramatical)
Casa e igreja antiga (concordância atrativa)
As cartas estão em anexo.

b) gêneros diferentes – O adjetivo concorda com o


Seguem em anexo os documentos.
último ou vai para o plural

5. BASTANTE
Ex: Prédio e casa antiga
Prédio e casa antigos (o gênero masculino prevalece)
a) Quando pronome indefinido, variável (referin-
do-se a substantivo)
2. ADJETIVO ANTES DE VÁRIOS SUBSTANTIVOS

Ex: Eles fizeram bastantes críticas ao projeto


A concordância só poderá ser atrativa
LÍNGUA PORTUGUESA
29

b) Quando advérbio, invariável (referindo-se a ver- 6.2 - CONCORDÂNCIA VERBAL


bo, advérbio ou adjetivo)
É o estudo das relações sintáticas existentes entre o
Ex: Eles estudaram bastante. verbo e o seu sujeito.
Eles chegaram bastante tarde.
Eles permanecem bastante irritados. 1. REGRA GERAL – O verbo concorda com o núcleo
do sujeito.
6. ANEXO
Ex: A flor murchou → As flores murcharam.
a) Quando numeral, concorda com a palavra à qual Surgiu uma dúvida → Surgiram várias dúvidas.
se refere. (= metade)
2. SUJEITO COMPOSTO
Ex: O alcoólatra só bebeu meia garrafa
Antes do verbo → verbo no plural.
b) Quando advérbio, invariável. (=mais ou menos)
Ex: Céu e terra passarão
Ex: A criança ficou meio cansada.
Depois do verbo → verbo no plural ou concorda
7. É BOM / É PROIBIDO / É NECESSÁRIO + com o primeiro.
SUBSTANTIVO
Ex: Sabes / Sabemos tu e eu.
a) Se o substantivo está acompanhado de deter- Cansei / Cansamos eu e ela.
minante (artigo ou pronome) → bom, necessá-
rio, proibido e outros adjetivos concordam com o Com núcleos ligados por ou → verbo no plural (ex-
substantivo. ceto se houver exclusão)

Ex: É permitida a entrada de crianças. Ex: Aída ou Eva estão em casa? Um ou outro ficará na
A cerveja é gostosa. chefia.

b) Se o substantivo NÃO está acompanhado de de- 3. SER


terminante (artigo ou pronome) → bom, necessá-
rio, proibido e outros adjetivos ficam no masculino a) hora, data, distância → verbo concorda com o
e singular. número seguinte.

Ex: É permitido entrada de crianças Ex: É uma hora. São 3 de maio. Da porta à rua são dez
Cerveja é gostoso. metros.
LÍNGUA PORTUGUESA
30

b) quantidade (muito pouco) → verbo no singular.

Ex: Dois minutos é pouco tempo. Dois quilos foi demais.


OPA!

4. EXPRESSÕES COLETIVAS Em sentido figurado, há sujeito.

Coletivo + plural  verbo no singular.


Ex: Choverão muitos exercícios. (sentido figurado)/
Ex: Um enxame de abelhas africanas aterrorizou a cida- Choveram granizos no sul. (Catacrese)
de.
6. FAZER
A maioria de, a maior parte de + plural  verbo no
sing./plural. Indicando tempo transcorrido ou clima

Ex: A maior parte das mulheres protestou/protestaram. Ex: Faziam dez dias que eu não te via (erro!)
Fazia dez dias...(certo)
5. MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE Fará dez dias de calor. (certo)

Verbo concorda com número seguinte. 7. PRONOME APASSIVADOR “SE”

Ex: Mais de um bar fechou. Cerca de cem bares fecha- Vale a regra geral: verbo concorda com sujeito
ram.
Ex: A lei é cumprida./ Cumpre-se a lei
6. VERBOS IMPESSOAIS As leis são cumpridas./ Cumprem-se as leis.

Haver no sentido de existir, ocorrer e acontecer. 8. QUEM e QUE

Ex: Haverá dúvidas em concordância. Sou eu quem  verbo concorda com quem ou seu
antecedente.
Verbos que expressam fenômenos da natureza em
sentido denotativo (real). Ex: És tu quem faz/fazes. Fomos nós quem venceu/ven-
cemos.
Ex: Choverá muitos dias seguidos (sentido real)
Sou eu que  verbo concorda com antecedente de
que.

Ex: És tu que fazes. Fomos nós que vencemos.


LÍNGUA PORTUGUESA
31

Exercícios de Fixação a) Já fazem alguns dias que não se veem.


b) Na cidade, haviam viúvas e clérigos.
c) As crianças da cidade tem privilégios.
d) As luzes do castelo se mantinham acesas.
1. Numere as colunas sendo:
e) A maioria da população viviam ao redor do pa-
lácio.
a) Sujeito simples;
b) Sujeito composto;
2. Na oração “Pelas esquinas, havia vendedores,
c) Sujeito indeterminado;
prostitutas e mendigos...”, o sujeito deve ser
d) Oração sem sujeito.
classificado como:

1. ( ) “Sob pressão da opinião pública, a Câmara apro-


a) Simples
vou ontem, em ritmo acelerado, o fim dos salários
b) Composto
extras.” (Jornal O Globo)
c) Indeterminado
2. ( ) “Recebiam R$ 25 mil.” (Jornal O Globo)
d) Inexistente
3. ( ) “Está-se sujeito a incertezas, após as eleições.”
e) Oculto ou desinencial
4. ( )”A Dilma é a primeira presidente do Brasil.”
5. ( ) Choveu muito.
3. “O pároco que lê as escrituras tem mais sabe-
6. ( ) Choveu muito dinheiro.
doria.” A pluralização do termo em destaque
7. ( ) Havia muita gente na rua.
acarretaria as seguintes formas verbais:
8. ( ) Existia muita responsabilidade.
9. ( ) Choram de susto os meninos.
a) Leem e teem
10. ( ) Fazia grande calor.
b) Lêm e têm
11. ( ) Na minha rua estão cortando árvores.
c) Leem e têm
12. ( ) “Bronzeado e de alto astral, Jesus brilhou na se-
d) Lêem e tem
mana de moda carioca.”
e) Lêem e têm
13. ( ) “Miguel Falabella e Marília Pêra se encontram em
Ipanema.” (Jornal EXTRA)
4. Apenas uma das orações abaixo se apresenta
14. ( ) “Divertiram-se muito, no último dia 14, na Gran-
sem sujeito. Identifique-a:
de Rio, Gilberto e Suzana Vieira.”
15. ( ) Corre, Joana!
a) As pessoas haviam abandonado o cão na rua.
b) Os alunos se houveram bem na prova.
c) Haviam ocorrido alguns avanços.
Exercícios de Fixação d) Havia certo rancor em sua voz.
e) Os réus haviam sido libertados.

1. Identifique a opção em que não houve erro de


concordância verbal:
LÍNGUA PORTUGUESA
32

5. Assinale a alternativa que preenche correta- 9. O verbo que se mantém corretamente no sin-
mente as lacunas: “Ainda não ............... soado gular, apesar das alterações propostas entre
as oito horas da noite, quando ................. à parênteses para o segmento grifado, está na
porta: ................ um viajante em busca de abri- frase:
go.”
a. É o desafio do nosso tempo. (os desafios)
a) havia – bateu – era b. E isso quando a própria FAO alerta ... (os espe-
b) havia – bateram – era cialistas da própria FAO)
c) havia – bateu – eram c. E que a produção precisará crescer 70% até
d) haviam – bateram – era 2050 ... (a produção de alimentos)
e) haviam – bateu – eram d. Tudo acontece num cenário paradoxal. (Todos os
problemas)
6. Analise as opções abaixo quanto à concordân- e. Um relatório da própria FAO assegura ... (Os da-
cia verbal e identifique a incorreta: dos de um relatório)

a. Este documento é um dos que identifica a série 10. Assinale a alternativa em que ocorreu erro de
de atribuições de cargo. concordância nominal.
b. A maioria das decisões anteriores desaprova tal
procedimento. a) livro e revista velhos
c. Admite-se que seja propício o estudo e a poste- b) aliança e anel bonito
rior avaliação. c) rio e floresta antiga
d. Vão fazer dez anos que eu não a vejo. d) homem, mulher e criança distraídas
11. Assinale a frase que contraria a norma culta
7. Assim que .................. quatro horas no relógio quanto à concordância nominal.
da igreja, mais de um aluno ................. .
a) Falou bastantes verdades.
a) bateu, saiu b) Já estou quites com o colégio.
b) bateram, saíram c) Nós continuávamos alerta.
c) baterão, sairá d) Haverá menos dificuldades na prova.
d) bateu, saíram
e) bateram, saiu 12. Cometeu-se erro no emprego de ANEXO em:

8. .......... cinco anos que não se ...................mais a. Anexas seguirão as fotocópias.


estes aparelhos. b. Em anexo estou mandando dois documentos.
c. Estão anexos os requerimentos.
a) Fazem, faz d. Anexo seguiu uma foto.
b) Faz, faz
c) Fazem, fazem
d) Faz, fazem
LÍNGUA PORTUGUESA
33

13. Assinale o erro de concordância nominal.


7. TEMPOS, MODOS
E VOZES VERBAIS
a. Maçã é ótimo para isso.
b. É necessário atenção.
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo
c. Não será permitida interferência de nin-
para indicar se o sujeito gramatical é agente ou
guém.
paciente da ação.
d. Música é sempre bom.

São três as vozes verbais:


14. Marque o erro de concordância.

a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação


a) Os alunos ficaram sós na sala.
expressa pelo verbo. Por exemplo:
b) Já era meio-dia e meio.
c) Os alunos ficaram só na sala.
Ele fez o trabalho.
d) Márcia está meio cansada.
sujeito agente ação objeto (paciente)

15. Assinale a opção incorreta quanto à concor-


dância nominal: b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a
ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
a. Colecionava jornais e revistas antigas.
b. Ao meio-dia e meia desceram para o almoço. O trabalho foi feito por ele.
c. Tinha pelo computador sincero respeito e ad- sujeito paciente ação agente da passiva
miração.
d. Quaisquer que sejam as dificuldades, tudo será c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo
resolvido. agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação.
e. Ela mesmo se negara a conhecê-lo melhor.
Ex: O menino feriu-se.
GABARITO
01-d 02-d 03-c OBS
04-d 05-d 06-d Não confundir o emprego refle-
07-e 08-d 09-c xivo doverbo com a noção de re-
10-d 11-b 12-d ciprocidade.
13-c 14-b 15-e

Ex: Os lutadores feriram-se. (um ao outro).


LÍNGUA PORTUGUESA
34

últimos séculos, a carta.


QUESTÕES OBJETIVAS e. A carta, essa personagem central dos últimos
séculos, solaparia o e-mail.

1. “... ela nunca alcançava a musa.”. 4. “... o indivíduo exerce livremente sua ativida-
de”
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a
forma verbal resultante será: Transpondo a frase acima para a voz passiva, ob-
tém-se a forma verbal
a. foi alcançada.
b. fora alcançada. a. exercerá.
c. seria alcançada. b. é exercida.
d. era alcançada c. pode exercer.
d. terá exercido.
2. “E assim, num impulso, lança a primeira pin- e. terá como exercer.
celada...”.
5. ... o etanol reduz em mais de 80% a emissão de
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a gases do efeito estufa. (2° parágrafo)
forma verbal resultante será:
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a
a. foi lançada. forma verbal passará a ser, corretamente:
b. é lançada.
c. fora lançada. a. é reduzida.
d. lançaram-se b. foi reduzido.
e. era lançada. c. tinha reduzido.
d. serão reduzidos.
3. A carta, essa personagem central dos últimos sé- e. vinha sendo reduzida.
culos, foi solapada pelo e-mail...

A frase acima está corretamente transposta para a GABARITO


voz ativa em:
01-d 02-b
a. A carta, essa personagem central dos últimos
03-c 04-b
séculos, solapa o e-mail. 05-a
b. O e-mail, essa personagem central dos últimos
séculos, a carta solapou-o.
c. O e-mail solapou a carta, essa personagem cen-
tral dos últimos séculos.
d. O e-mail solapara essa personagem central dos
LÍNGUA PORTUGUESA
35

8. EQUIVALÊNCIA E TRANS- a) com o verbo no início da frase.


Ex.: Comenta-se que ele deverá recebe o prêmio.
FORMAÇÃO DE ESTRU-
TURAS. COLOCAÇÃO DOS b) com o verbo no imperativo afirmativo.

PRONOMES ÁTONOS Ex.: Alunos, apresentem-se ao diretor.

Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, c) com o verbo no gerúndio.
te, se, nos, vos), como todos os outros monossílabos áto-
nos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxi- Ex.: Modificou a frase, tornando-a ambígua.
ma. Assim, esses pronomes podem ocupar três posições
na oração: antes do verbo; no meio do verbo; depois do OPA!
verbo.
Caso o gerúndio venha precedido pela prepo-
sição em, ocorrerá a próclise.
a) antes do verbo: nesse caso, ocorre a prócli-
se, e dizemos que o pronome está proclítico: Ex.: Em se tratando de cinema, prefiro filmes
europeus.
Ex.: Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.

b) no meio do verbo: nesse caso, ocorre a mesóclise, d) com o verbo no infinitivo impessoal.
e dizemos que o pronome está mesoclítico. A me-
sóclise só é possível com o verbo no futuro do pre- Ex.: Leia atentamente as questões antes de resolvê-las.
sente ou no futuro do pretérito do indicativo:
8.2 - PRÓCLISE
Ex.: Revelar-te-ei os verdadeiros motivos.
Ex.: Revelar-me-iam os verdadeiros motivos. A próclise ocorre geralmente em orações em que
antes do verbo haja:
c) depois do verbo: nesse caso, ocorre a ênclise, e
dizemos que o pronome está enclítico: a) palavra de sentido negativo (não, nada, nunca,
ninguém, etc.)
Ex.: Revelaram-me os verdadeiros motivos.
Ex.: Nunca me convidam para festas.
Apresentamos, a seguir, algumas orienta-
ções acerca da colocação dos pronomes b) conjunção subordinativa
oblíquos átonos.
Ex.: “Quando te encarei frente a frente não vi o meu
8.1 - ÊNCLISE rosto.» (Caetano Veloso)

A ênclise ocorre normalmente:


LÍNGUA PORTUGUESA
36

c) advérbio i) Com certas conjunções coordenativas aditivas e


Ex.: Assim se resolvem os problemas. certas alternativas antes do verbo*

Ex.: Ora me ajuda, ora não me ajuda. / Não foi nem se


OPA! lembrou de mim.

Caso haja pausa depois do advérbio (marcada *nem, não só/apenas/somente...mas/como (também/
na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise. ainda/senão)..., tanto... quanto/como..., que, ou... ou,
ora...ora, quer... quer..., já... já...
Ex.: Assim, resolvem-se os problemas.

8.3- MESÓCLISE
d) pronome indefinido

A mesóclise só pode ocorrer quando o verbo estiver no


Ex.: Tudo se acaba na vida. futuro do presente ou no futuro do pretérito do indica-
tivo.
e) pronome relativo

Ex.: Convidar-me-ão para a solenidade de posse da


Ex.: Não encontrei o caminho que me indicaram. nova diretoria.

f) Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por Ex.: Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.
palavras interrogativas e exclamativas e nas orações Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pre-
optativas (orações que exprimem um desejo). térito do indicativo venha precedido de alguma palavra
que exija a próclise, esta será de rigor.
Ex.: Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por
palavra interrogativa); Ex.: Não me convidarão para a solenidade de posse da
nova diretoria.
Ex.: Quanto me custa dizer a verdade! (oração iniciada
por palavra exclamativa); 8.4 - CASOS FACULTATIVOS

Ex.: Deus te proteja. (oração optativa). 01. Pronomes demonstrativos antes do verbo sem
g) Com o infinitivo flexionado precedido de pre- palavra atrativa.*
posição.

Ex.: Aquilo me deixou triste / Aquilo deixou-me triste.


Ex.: Foram ajudados por nos trazerem até aqui. *este (e variações), isto; esse (e variações), isso; aquele (e
variações), aquilo.
h) Com formas verbais proparoxítonas.

02. Conjunções coordenativas (exceto aquelas


Ex.: Nós lhes desobedecíamos sempre. mencionadas nos casos de próclise) antes do verbo
sem palavra atrativa.
LÍNGUA PORTUGUESA
37

Ex.: Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se Até se formar, vai demorar muito. Até formar-se, vai demorar muito.

dirigiu a mim. Corri atrás da bola, mas me escapou. Erro agora em lhe permitir sair? Erro agora em permitir-lhe sair?

Por se fazer de bobo. Enganou a muitos. Por fazer-se de bobo, enganou a muitos.
/ Corri atrás da bola, mas escapou-me.

Colocação dos pronomes oblíquos átonos nas locuções


03. Sujeito explícito com núcleo pronominal (pro-
verbais e nos tempos compostos
nome pessoal reto e de tratamento) antes do verbo
sem palavra atrativa.
Nas locuções verbais em que o verbo principal está
no infinitivo ou no gerúndio, o pronome oblíquo áto-
Ex.: Eu te amo. / Eu amo-te. Sua Excelência se queixou
no pode ser colocado, indiferentemente, depois do
de você. / Sua Excelência queixou-se de você.
verbo auxiliar (com hífen), antes do principal (sem
hífen) ou depois do verbo principal (com hífen).

OPA!
Ex.: Quero-lhe apresentar os meus primos que
vieram do interior.
Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena que
Quero lhe apresentar os meus primos que
se use a próclise, segundo o Gramático Manoel Pinto
vieram do interior.
Ribeiro: “Eu a vi ontem, e não Eu vi-a ontem.”
Quero apresentar-lhe os meus primos que
vieram do interior.
04. Sujeito explícito com núcleo substantivo (ou
numeral) antes do verbo sem palavra atrativa.
Ex.: Ia-lhe dizendo as razões da minha desistência.
Ia lhe dizendo as razões da minha desistência.
Ex.: Camila te ama ou Camila ama-te. / Os três se amam
Ia dizendo-lhe as razões d a minha desistência.
ou Os três amam-se.

Caso haja antes da locução verbal palavra que exija a próclise,


o pronome oblíquo poderá ser colocado, indiferentemente,
OPA!
antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.

Para banca IBFC nesse caso a ênclise é obrigatória.


Ex.: Não lhe quero apresentar os meus primos que
Portanto, caberia apenas a frase: Camila ama-te.
vieram do interior.
Não quero apresentar-lhe os meus primos que
05. Infinitivo não flexionado precedido de “pala-
vieram do interior.
vras atrativas” ou das preposições “para, em, por,
sem, de, até, a”.
Nos tempos compostos e nas locuções verbais em que o ver-
bo principal está no particípio, a colocação dos pronomes
Ex.:
Meu desejo era não o incomodar. Meu desejo era não incomodá-lo. oblíquos átonos será feita sempre em relação ao verbo auxiliar
Calei-me para não o contrariar. Calei-me para não o contrariá-lo. e nunca em relação ao particípio, podendo ocorrer a próclise,
Corri para o defender. Corri para defendê-lo.
a mesóclise ou a ênclise, conforme as orientações apresenta-
Acabou de se quebrar o painel. Acabou de quebrar-se o painel.

Sem lhe dar de comer, ele passará mal. Sem dar-lhe de comer, ele passará mal.
das anteriormente.
LÍNGUA PORTUGUESA
38

Ex.: Havia-lhe contado os verdadeiro motivos da b. pertencem a outro capítulo da história = per-
minha desistência. tencem a ele.
Nunca o tinha visto antes. c. que pode causar admiração pela força = que
Ter-lhe-ia procurado, se tivesse tempo. pode causá-lo.
d. mas nunca provocará um sorriso = mas nunca
Ex.: Ficou tímido, porque se sentiu rejeitado pelos lhe provocará.
colegas. e. representam a intromissão do humor = o repre-
Se não o convidarem, sentir-se-á rejeitado pelos sentam.
colegas.
3. A substituição do elemento grifado pelo pro-
Nas locuções verbais e nos tempos compostos, quando nome correspondente, com os necessários
se coloca o pronome oblíquo átono depois do verbo au- ajustes, foi feita corretamente em:
xiliar, pode-se usar o hífen ou não.
a. quando veio apanhar a crônica = quando veio
Ex.: Vou-te devolver o livro amanhã. apanhar-lhe
Vou te devolver o livro amanhã. b. Depois de cumprir meus afazeres = Depois de
cumprir-nos
c. Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas =
QUESTÕES OBJETIVAS Já lhes tive
d. pendurei o guarda-chuva = pendurei-no
e. Pedi ao moço de recados = Pedi-lhe
1. A substituição do elemento grifado pelo pro-
nome correspondente, com os necessários 4. ... por conhecer a dádiva do tempo.
ajustes, foi corretamente realizada em: ... que distinguem o homem do resto...
A transitoriedade dá alma ao ser...
a. Duas figuras merecem atenção = Duas figuras
merecem-na Os segmentos sublinhados são, respectivamente,
b. poderá atingir a purgação = poderá lhe atingir substituídos por pronomes em:
c. dissecando a estrutura = dissecando-la
d. provocar compaixão e terror = provocá-las a. por a conhecer / que distinguem-no do resto /
e. mandou organizar as festas = mandou organi- A transitoriedade o dá alma
zar-lhes b. por conhecê-la / que o distinguem do resto / A
transitoriedade lhe dá alma
2. O segmento grifado está corretamente substi- c. por conhecê-la / que distinguem-no do resto /
tuído pelo pronome correspondente, conside- A transitoriedade dá-lhe alma
rando-se também sua colocação, em: d. por conhecê-lo / que o distinguem do resto / A
transitoriedade dá alma a ele
a. para substituir os próprios punhos = para lhes e. por a conhecer / que distinguem-o do resto / A
substituir. transitoriedade o dá alma
LÍNGUA PORTUGUESA
39

5. Ninguém sabe de fato o que é a vida... a colocação do pronome oblíquo está corre-
Querida, não reduza minhas ideias... ta. Assinalar a alternativa em que a colocação
Podemos fazer opções mais ousadas. do pronome oblíquo átono está incorreta, de
acordo com a Norma Culta.
Os trechos sublinhados são corretamente substi-
tuídos por pronomes em: a. O anti-herói leva uma vida de malandro e vadio,
envolvendo-se em vários amores.
a. Ninguém a sabe de fato / Querida, não as re- b. Ademais, dever-se-ia envelhecer maciamente.
duza / Podemo-las fazer c. Nem já sei qual fiquei sendo. Depois que os vi.
b. Ninguém a sabe de fato / Querida, não as re- d. Jamais dar-te-ia tantas explicações, se não fosses
duza / Podemos as fazer pessoa de tanto merecimento.
c. Ninguém a sabe de fato / Querida, não reduza-
-as / Podemos fazê-las
d. Ninguém o sabe de fato / Querida, não nas GABARITO
reduza / Podemos fazê-lo
01-a 02-b
e. Ninguém o sabe de fato / Querida, não as re-
duza / Podemos fazê-las
03-e 04-b
05-e 06-a
6. ... desrespeitando interlocutores.
07-d
Enxurradas de fotos invadem o espaço virtual...
... que caracteriza a obsessão pelos “cliques”.

Fazendo-se as alterações necessárias, os elementos


9. PONTUAÇÃO
sublinhados nos segmentos acima foram corretamente
substituídos por um pronome, na ordem dada, em:

9.1 - USO DA VÍRGULA


a. desrespeitando-os − invadem-no − a caracte-
riza
Dentro de uma oração:
b. desrespeitando-lhes − o invadem − caracteri-
za-lhe
1 - É recomendável o uso da vírgula
c. desrespeitando-os − lhe invadem − a caracte-
riza
a) Para separar termos de idêntica função (coor-
d. desrespeitando-nos − invadem-no − lhe carac-
denados)
teriza
e. desrespeitando-lhes − invadem-no − caracte-
Ex: Escolheram um garoto-propaganda feio,
riza-a
atrapalhado, desajeitado, carente.
Bois, cavalos, bezerros e vacas vivem em
harmonia aqui.
7. “Ninguém a olhava duas vezes.” Nessa frase,
LÍNGUA PORTUGUESA
40

Ex: Mãe, acabei!


OPA!
f) Para isolar certos tipos de aposto (sobretudo o
Quando ligados por e, não se usa vírgula.
explicativo)

Ex: Pedro estuda e trabalha.


Ex: A minha espingarda, a melhor do mundo,

b) Nas indicações de local e data nunca falha.

Ex: Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2019. g) Para indicar a elipse do verbo

c) A vírgula separa o adjunto adverbial deslocado Dizem que os homens decidem com o cérebro; as mu-

do seu lugar normal lheres, com o coração.

Ex: Na virada do século, a operária Luiza trabalhava na


fábrica têxtil Bangu. h) Para isolar palavras e expressões intercaladas
que servem para resumir, incluir, excluir, retificar,
exemplificar.

OPA!
Ex: Esse caso, por exemplo, pode ser resolvido
Quanto maior a extensão, maior a obriga- rapidamente.
toriedade em isolar o adjunto adverbial
por vírgula para a gramática tradicional.
Contudo, para o CESPE o adjunto adverbial Em suma, sua função era fazer comida.
deslocado com 3 ou mais palavras tem vír-
gula obrigatória e para a FCC o tamanho do
adjunto adverbial deslocado não importa. i) Para separar, quando deslocadas, as conjunções
A FCC considera a vírgula facultativa sem- adversativas (mas, porém, todavia, contudo, entre-
pre nesses casos. tanto, no entanto) e as conclusivas (logo, portanto,
pois, por conseguinte)
Ex: Ontem, (facultativa para qualquer banca)
estudei Direito Administrativo. Ex: Tenho certeza; não darei, portanto,

Na semana passada, (Facultativa para banca o braço a torcer.    


FCC e obrigatória para banca CESPE) estudei          
Direito Constitucional. O trabalho é árduo; ele, porém, não pára

d) Para isolar o Objeto pleonástico (enfático) 2 - É proibido o uso da vírgula

Ex: Esse dinheiro, nunca vou voltar a vê-lo. a) Entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu
objeto.
e) Para isolar o vocativo

Ex: Os índios, acreditaram, nos invasores. (errado)


LÍNGUA PORTUGUESA
41

b) Entre o nome o seu adjunto adnominal. Ex: O time estava escalado...

Ex: A preocupação, do rapaz era enorme. (errado) c) Para enfatizar ideias adversativas ou conclusivas

c) Entre o nome e seu complemento nominal. Ex: Estudou; portanto mereceu.

Ex: A rua é paralela, ao rio (errado) 9.3 - USO DOS DOIS-PONTOS

3 - Entre orações Usam-se dois pontos para:

Usa-se a vírgula para: a) Introduzir uma fala, uma citação

a) Para separar as orações coordenadas Ex: A manchete estampava: “a meninha morreu”

Ex: Foi lá no porão, pegou três oitão, deu tiro na mão do b) Anunciar uma enumeração
próprio irmão.
Ex: Três meninas elegantes: cobra, jacaré e elefante.
b) Para separar a oração subordinada adjetiva ex-
plicativa c) Introduzir um exemplo:

Ex: João, que não se sentia bem, caiu no chão. Ex: um monossílabo tônico: pé.

c) Para separar as orações subordinadas adverbiais d) Anunciar um esclarecimento ou explicação de


deslocadas termo anteriormente dito:

Ex: Quando meu time voltar a ganhar, eu compro a ca- Ex: Ele é impaciente: não sabe ouvir.
misa.
  
9.2 - USO DO PONTO E VÍRGULA QUESTÕES OBJETIVAS

Usa-se o ponto-e-vírgula para:


1. Considere as construções abaixo.
a) Separar orações que tenham vírgulas em seu in-
terior. I. Ele pesquisa o transporte público nas grandes cidades,
onde convivem meios obsoletos e avançados.
Ex: Ela agia correto; ele, errado. II. A preferência pela vida no campo tende a diminuir, em
função das ofertas de trabalho que há na cidade.
b) Separar os itens de uma enumeração: III. Num passado recente, ninguém imaginaria que confor-
tos da cidade viessem a se oferecer na vida do campo.
LÍNGUA PORTUGUESA
42

A exclusão da vírgula altera o sentido do que se mond, em seu poema motivam uma ampla discus-
enuncia APENAS em são, acerca do que se pode ou não classificar, como
uma ação bárbara.
a. I. d. Nunca ocorreu, ao Sr. Matter, que, um índio jivaro,
b. II. tivesse qualquer critério para escolher aquele, de
c. III. quem reduziria a cabeça.
d. I e III. e. A curiosidade do explorador Matter, não deixava de
e. II e III. ser mórbida, mas por vezes, somos levados a apre-
ciar a crueldade, sem pensar no que, esta, significa
2. Atente para as seguintes frases: para a vítima.

I. Com atenção, eles ouviam as músicas que eu sele- 4. Em pouco mais de seis minutos, Porter costura
cionara para eles. cenas de um dia na vida de um bombeiro, esta-
II. Eles gostavam especialmente dos movimentos len- belecendo o conceito narrativo que iria domi-
tos, que lhes pareciam mais poéticos. nar o cinema comercial ao longo das décadas
III. Atenção especial foi dada aos compositores român- seguintes: as imagens se sucedem, convidando
ticos, sobre os quais fiz comentários emocionados. o espectador a organizá-las como uma história
linear, com começo meio e fim.
A exclusão da vírgula acarretará mudança de sen-
tido APENAS em Atente para as afirmações abaixo a respeito do
segmento acima.
a. II e III.
b. I. • I. O sinal de dois-pontos introduz uma decorrência
c. II. do que se afirma antes.
d. III. • II. Sem prejuízo da correção e do sentido original,
e. I e III. uma continuação para o segmento “as imagens se
sucedem” é: “umas as outras”.
3. Está inteiramente correta a pontuação do se- • III. A vírgula empregada após “linear” precede uma
guinte período: explicação.

a. Certamente, os homens caçados pelo czar prefe- Está correto o que se afirma APENAS em:
ririam que este, como outros caçadores, tomasse
como alvo apenas alguma borboleta, ou uma ando- a. I.
rinha, ou mesmo um macaco. b. II e III.
b. Macacos, borboletas, e andorinhas, são, para muita c. I e II.
gente, interessantes alvos de caça, mas não para o d. I e III.
índio jivaro, nem tampouco, para o czar naturalis- e. III.
ta.
c. Tanto Rubem Braga em sua crônica, quanto Drum-
LÍNGUA PORTUGUESA
43

5. A vírgula pode ser retirada sem prejuízo para A oração que forma um período simples recebe o nome
o significado e mantendo a norma-padrão na de oração absoluta.
seguinte sentença:
10.2 - PERÍODO COMPOSTO
a. Mário, vem falar comigo depois do expediente.
b. Na próxima semana, apresentaremos a proposta de É formado por mais de uma oração. Dependendo de
trabalho. como as orações se relacionam, pode ser:
c. Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
d. Encomendei canetas, blocos e crachás para a reu- Composto por coordenação
nião.
e. Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o dis- É formado exclusivamente por orações coordenadas.
curso.
Ex.: No outro dia tomei o trem, peguei no sono e acordei
na estação.
GABARITO No outro dia tomei o trem , peguei no sono e acordei na estação

01-a 02-a
oração coord. assindética oração coord. oração coordenada
assindética sindética aditiva
03-a 04-d
05-b Ex.: Cheguei cedo ao teatro, mas não arranjei um bom
lugar.
Cheguei cedo ao teatro , mas não arranjei um bom lugar.
oração coord. assindética oração coordenada sindética adversativa
10. PROCESSOS DE
COORDENAÇÃO E Composto por subordinação
SUBORDINAÇÃO
É formado de oração principal e oração(ões) subordina-
Como já sabemos, período é a frase organizada em ora- da(s) à principal.
ções. Dependendo do número de orações que o com-
põem, o período pode ser simples ou composto. Ex.: Um relance de olhos revelou-me que sua fisionomia
não era estranha.
10.1 - PERÍODO SIMPLES Um relance de olhos revelou-me que sua fisionomia não era estranha.
oração principal oração subordinada

é formado por uma única oração, organizada em torno


de um verbo ou uma locução verbal. Ex.: Não conheço a pessoa que ela estava procurando.
Não conheço a pessoa que ela estava procurando.
oração principal oração subordinada
Ex.: “Minha vida era um palco iluminado.”
(Sílvio Caldas e Orestes Barbosa)

Ex.: Amanhã poderá chover.


LÍNGUA PORTUGUESA
44

10.2 - ORAÇÕES COORDENADAS Ex.: Pedro trabalha muito, mas ganha pouco.
Pedro trabalha muito , mas ganha pouco.
Orações coordenadas são aquelas que, no período, não or. coord. Assindética or. coord. sind. adversativa
exercem função sintática umas em relação às outras. Uma
oração coordenada, portanto, nunca será termo das ou- Alternativas
tras coordenadas com as quais se relaciona.
exprimem ideia de alternância, escolha. Haverá alter-
Ex.: Acordei cedo , tomei o café, paguei a conta e deixei nância quando a ocorrência de um fato implicar a não
o hotel. ocorrência de outro. As principais conjunções alternativas
Acordei cedo , tomei o café , paguei a conta e deixei o hotel. são: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, já...já, seja...
oração oração oração oração seja.
coordenada coordenada coordenada coordenada

Ex.: Venha agora ou perderá a vez.


Verifique que, no exemplo acima, temos quatro orações Venha agora , ou perderá a vez.
sintaticamente independentes; cada oração é, do ponto or. coord. assindética or. coord. sind. alternativa
de vista sintático, uma unidade autônoma.
Conclusivas
Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas
Exprimem ideia de conclusão. As principais conjunções
As orações coordenadas sindéticas classificam-se, de conclusivas são: logo, portanto, então, pois (pospos-
acordo com a conjunção que as introduz, em: aditivas, to ao verbo).
adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
vas. Ex.: As árvores balançam, logo está ventando.
As árvores balançam , logo está ventando.
Aditivas or. coord. Assindética or. coord. sind. Conclusiva

Exprimem ideia de soma, adição. As principais conjun- Explicativas


ções aditivas são: e, nem, mas também, mas ainda.
exprimem idéia de explicação, justificação, confirmação.
Ex.: Pedro estuda e trabalha. As principais conjunções explicativas são: pois (ante-
Pedro estuda e trabalha. posto ao verbo), porque, que.
or. coord. assindética or. coord. sind. aditiva
Ex.: Venha imediatamente, pois sua presença é indis-
Adversativas pensável.
Venha imediatamente , pois sua presença é indispensável.
Exprimem ideia de adversidade, oposição, contraste. As or. assindética or. coord. sind. Explicativa
principais conjunções adversativas são: mas, porém, to-
davia, contudo, entretanto, no entanto.
LÍNGUA PORTUGUESA
45

10.4 - O PAPEL DAS CONJUNÇÕES 10.5 - ORAÇÕES SUBORDINADAS

Como já foi dito no em Conjunção, é fundamental notar No período composto, as orações se relacionam de tal
que o contexto determina o tipo de relação estabelecido modo que umas podem exercer funções sintáticas em re-
pela conjunção, pois uma mesma conjunção pode esta- lação a outras. Toda oração que exerce uma função sintá-
belecer relações diferentes entre orações. tica em relação à outra denomina-se oração subordina-
da. As orações subordinadas, conforme a função sintática
a) Pedro trabalha de dia e estuda à noite. que exerçam, classificam-se em substantivas, adjetivas ou
b) Pedro queria viajar nas férias e não podia. adverbiais.
c) Siga este conselho e terá sucesso.
Substantivas
Observe que, em a, a conjunção e estabelece relação de
adição entre as duas orações. Já em b e c essa mesma Exercem as funções próprias de um substantivo (sujeito,
conjunção assume outros matizes, indicando adversida- objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento
de e explicação, respectivamente. As frases b e c equiva- nominal e aposto). As subordinadas substantivas são in-
lem, respectivamente, a: troduzidas, em geral, pelas conjunções integrantes que
e se, as quais não desempenham nenhuma função sin-
Pedro queria viajar nas férias, mas não podia. tática.
Siga este conselho, pois terá sucesso.
Adjetivas
10.5 - ORAÇÕES INTERCALADAS
Exercem a função sintática de adjunto adnominal, comu-
Orações intercaladas (também conhecidas como orações mente exercida pelo adjetivo. As subordinadas adjetivas
interferentes) são orações independentes que não per- são introduzidas por pronomes relativos - que, quem,
tencem à sequência do período. quanto, como, onde cujo (e flexões), o qual (e flexões).
Os pronomes relativos desempenham diferentes funções
As orações intercaladas são utilizadas para um esclareci- sintáticas na oração por eles introduzida.
mento, um aparte, uma citação.
Adverbiais
Ex.: Eu - retrucou o advogado - não concordo.
Eu retrucou o advogado não concordo. Exercem a função sintática de adjunto adverbial, carac-
oração intercalada terística do advérbio. As subordinadas adverbiais são
introduzidas pelas conjunções subordinativas (exceto as
Ex.: “- Tem razão, Capitu / , concordou o agregado. / integrantes) e exprimem circunstâncias de tempo, con-
Você não imagina como a Bíblia é cheia de expressões sequência, causa, comparação, concessão, proporção,
cruas e grosseiras.” (Machado de Assis) condição, conformidade e finalidade. Tais conjunções não
desempenham função sintática.
As orações intercaladas vêm separadas por vírgula ou
travessões.
LÍNGUA PORTUGUESA
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10.6 - ORAÇÕES SUBORDINADAS Note as ocorrências mais frequentes de orações su-


SUBSTANTIVAS bordinadas substantivas subjetivas:

As orações subordinadas substantivas, conforme a fun- Ex:


ção sintática que desempenham, classificam-se em sub- É provável que ele chegue ainda hoje.
jetivas, objetivas diretas,objetivas indiretas, predicativas, Convém que ele chegue ainda hoje.
completivas nominais ou apositivas. Conta-se que ele chegará ainda hoje.
Or. Principal Or. Sub. Substantiva Subjetiva
Subjetivas

Exercem a função de sujeito do verbo da oração princi-


OPA!
pal.

Quando há oração subordinada substantiva


Ex: Seu casamento, é urgente.
subjetiva, a oração principal apresenta o verbo
Seu casamento , é urgente. na terceira pessoa do singular e não possui su-
sujeito jeito nela mesma.

Ex: Que você case, é urgente. Objetivas diretas


Que você case , é urgente.
or. subord. subst. subjetiva or. principal
Exercem a função sintática de objeto direto do verbo da
oração principal:
No primeiro exemplo, em que temos um período sim-
ples, o núcleo do sujeito é representado por um subs-
Ex.: Espero que você case.
tantivo - casamento. No segundo exemplo, um período
Espero que você case.
composto formado de duas orações, o sujeito da oração
or. principal or. subord. subst. objetiva direta
principal é representado por uma oração - que você case
- que exerce a mesma função sintática do substantivo ca-
Ex.: Desejo que ele volte.
samento no primeiro exemplo. A essa oração, que exer-
Desejo que ele volte.
ce a função sintática de sujeito de outra oração, dá-se o
or. principal or. subord. subst. objetiva direta
nome de oração subordinada substantiva subjetiva:

Objetivas indiretas

• Oração subordinada, por quê?


Exercem a função sintática de objeto indireto do verbo da
• Porque exerce uma função sintática subor-
oração principal.
dina-se a outra
• Substantiva, por quê?
Ex.: Necessitávamos de que nos ajudassem.
• Porque exerce uma função própri do subs-
Necessitávamos de que nos ajudassem.
tantivo
or. principal or. subord. subst. objetiva indireta
• Subjetiva, por quê?
LÍNGUA PORTUGUESA
47

Ex.: Gostaria de que todos me apoiassem. Apositivas


Gostaria de que todos me apoiassem.
or. principal or. subord. subst. objetiva indireta Desempenham a função sintática de aposto de um nome
da oração principal.
Nesses exemplos os verbos da oração principal exigem
uma preposição, a qual antecede a conjunção integrante. Ex.: Desejo uma coisa: que sejas feliz.
Desejo uma coisa: que sejas feliz.
Predicativas or. principal or. subord. subst. apositiva

Desempenham a função sintática de predicativo do sujei- Ex.: Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
to da oração principal. Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
or. principal or. subord. subst. apositiva
Ex.: Meu maior desejo era que todos voltassem.
Meu maior desejo era que todos voltassem. Note que, assim como no caso do aposto, as ora-
or. principal or. subord. subst. predicativa ções apositivas separam-se da principal por sinal
de pontuação.
Ex.: Minha esperança é que sejas feliz.
Minha esperança é que sejas feliz.
or. principal or. subord. subst. predicativa OPA!

Observe a presença do verbo de ligação na oração As orações subordinadas substantivas, como


principal. vimos, começam geralmente pelas conjunções
subordinativas integrantes (que e se). Podem,
no entanto, vir introduzidas por outras pala-
Completivas nominais vras:

Exercem a função sintática de complemento de um nome


da oração principal. Ex.: Não sei/ como ele se comportou.

Ex.: Perguntei/ quando era o exame.


Ex.: Tenho medo de que me traias.
Ex.: Não sei/ por que és tão vaidosa.
Tenho medo de que me traias.
or. principal or. subord. subst. completiva nominal Ex.: Perguntamos/ quanto custava o produto.

Ex.: Não sabemos/ quem escondeu os documentos.


Ex.: Sou favorável a que o condenem.
Sou favorável a que o condenem.
or. principal or. subord. subst. completiva nominal

Observe que as completivas nominais (assim como o


complemento nominal) se ligam ao nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio) por meio de preposição.
LÍNGUA PORTUGUESA
48

10.7 - ORAÇÕES SUBORDINADAS É muito fácil reconhecer uma oração subordinada


ADJETIVAS adjetiva, já que ela sempre virá introduzida por um
pronome relativo. A oração adjetiva pode vir depois da
As orações subordinadas adjetivas são, como já defini- oração principal ou estar nela intercalada:
mos, aquelas que exercem a função sintática de adjun-
to adnominal, própria do adjetivo. Estão relacionadas a Ex.: Serão premiados os alunos que conseguirem melhor
um nome da oração principal e vêm introduzidas por um nota.
pronome relativo. Serão premiados os alunos que conseguirem melhor nota.
or. principal pron. rel. or. subord. adjetiva
Ex: Admiramos os alunos, estudiosos.
Admiramos os alunos , estudiosos. Ex.: Os alunos que conseguirem melhor nota serão pre-
adjetivo miados.
Os alunos que conseguirem melhor nota. serão premiados.
or. principal or. subord. adjetiva or. principal
Ex: Admiramos os alunos que estudam.
pron. rel.
Admiramos os alunos que estudam.
or. subord. adjetiva
Quanto ao sentido, as orações subordinadas adjetivas

classificam-se em restritivas ou explicativas.
No primeiro exemplo, em que temos um período sim-
ples, o adjetivo estudiosos exerce a função sintática de
Restritivas
adjunto adnominal. Já no segundo exemplo, um período
composto, a função sintática de adjunto adnominal não é
Restringem a significação do nome a que se referem.
mais exercida por um adjetivo, mas por uma oração que
equivale a um adjetivo - que estudam - a qual funciona
Ex.: O homem que fuma vive menos.
como adjunto adnominal do núcleo do objeto direto alu-
Os alunos que conseguirem melhor nota. serão premiados.
nos. A essa oração dá-se o nome de oração subordinada
or. principal or. subord. adj. restritiva or. principal
adjetiva:

Verifique que a característica expressa pela oração ad-


• Oração subordinada?
jetiva que fuma não se aplica a todos os elementos da
espécie humana. Dizemos, então, que ela restringe a sig-
Porque exerce uma função sintática, sendo determi-
nificação do nome a que se refere: abrange não todos os
nante de outro termo.
homens, apenas aqueles que fumam.

• Adjetiva?
Outros exemplos:

Porque exerce a função de adjunto adnominal, pró-


Ex.: Os jogadores que foram convocados apresentaram-
pria do adjetivo.
-se ontem.

Os jogadores que foram convocados apresentaram-se ontem.


or. principal or. subord. adj. restritiva or. principal
LÍNGUA PORTUGUESA
49

Ex.: O homem que trabalha vence na vida. 10.8 - ORAÇÕES SUBORDINADAS


O homem que trabalha vence na vida. ADVERBIAIS
or. principal or. subord. adj. restritiva or. principal

Orações subordinadas adverbiais são, conforme defini-


Ex.: Resolveram os exercícios que faltavam. mos anteriormente, aquelas que exercem a função sintá-
Resolveram os exercícios que faltavam. tica de adjunto adverbial, própria do advérbio. Observe:
or. principal or. principal Ex Saímos tarde.
Saímos tarde
Explicativas advérbio

Não restringem a significação do nome; pelo contrário, Ex: Saímos quando era tarde.
acrescentam uma característica que é própria do elemen- Saímos quando era tarde.
to a que se referem. or. subord. Adverbial

Ex.: O homem, que é um ser racional, aprende com os No primeiro exemplo, em que temos período simples, o
erros. advérbio tarde exerce a função sintática de adjunto ad-
O homem que é um ser racional aprende com os erros.
verbial. Já no segundo exemplo, período composto, a
or. principal or. subord. adj. or. principal
função sintática de adjunto adverbial não é mais exerci-
explicativa
da por um advérbio, mas por uma oração equivalente -
quando era tarde. A essa oração dá-se o nome de oração
Ex.: O Sol, que é uma estrela, é o centro do nosso siste-
subordinada adverbial:
ma planetário.
O Sol , que é uma estrela , é o centro do nosso
• Oração subordinada?
sistema planetário.
or. principal or. subord. adj. or. principal
explicativa
Porque exerce uma função sintática sobre outro ter-
mo

Ex.: Capitu , que é uma personagem de Dom Casmurro,


tinha olhos de ressaca. • Adverbial?
Capitu , que é uma personagem , tinha olhos de ressaca.

de Dom Casmurro Porque exerce a função de adjunto adverbial, própria


or. principal or. subord. adj. explicativa or. principal do advérbio

As orações subordinadas adverbiais iniciam-se pelas con-


As orações subordinadas adjetivas explicativas são obri-
junções subordinativas, exceto as integrantes (que, como
gatoriamente separadas da principal por vírgula.
vimos, introduzem as orações subordinadas substanti-
vas).
LÍNGUA PORTUGUESA
50

Causal efeito de uma ação qualquer). A principal conjunção


consecutiva QUE é precedida de um termo intensificador:
Exprime uma circunstância de causa, aqui entendida tão, tal, tanto, tamanho.
como motivo, ou seja,aquilo que determina ou provoca
um acontecimento. As principais conjunções e locuções Ex.: Choveu tanto que o jogo foi suspenso.
conjuntivas causais são: porque, como (equivalendo a Choveu tanto que o jogo foi suspenso.
porque), visto que, já que, uma vez que. or. Principal or. sudord. adv. Consecutiva

Ex.: Não viajamos, porque estava chovendo. Concessiva


Não viajamos , porque estava chovendo.
or. Principal or. sudord. adv. Causal Exprime circunstância de concessão, que é o ato de con-
ceder, de permitir, de não negar, de admitir uma idéia
Comparativa contrária. As principais conjunções e locuções conjuntivas
concessivas são: embora, conquanto, se bem que, ainda
Exprime circunstância de comparação, que é o ato de que, mesmo que, por mais que, por menos que.
confrontar dois elementos a fim de estabelecer seme-
lhanças ou diferenças entre eles. As principais conjunções Ex.: Choveu embora a meteorologia previsse bom tem-
comparativas são: como, que (precedido de mais ou de po.
menos): Choveu embora a meteorologia previsse bom tempo.
or. Principal or. sudord. adv. Concessiva
Ex.: Choveu como chove em Belém.
Choveu como chove em Belém. Condicional
or. Principal or. sudord. adv. comparativa
Exprime circunstância de condição, entendida como uma
obrigação que se impõe ou se aceita para que um deter-
OPA! minado fato se realize. As principais conjunções e locu-
ções conjuntivas condicionais são: se, caso, contanto que,
Muitas vezes as orações comparativas vêm com o verbo desde que.
elíptico.
Ex.: Viajaremos se não chover amanhã.
Ex.: Choveu / como em Belém. Viajaremos se não chover amanhã.
(= choveu como chove em Belém. Verbo elíptico: chove) or. Principal or. sudord. adv. Concessiva

Ex.: Falava mais / que papagaio. Conformativa


(= Falava mais que papagaio fala. Verbo elíptico: fala)
Exprime circunstância de conformidade, isto é, de acordo,
Consecutiva de adequação, de não-contradição. As principais conjun-
ções conformativas são: conforme, segundo, consoante,
Exprime circunstância de consequência (resultado ou como.
LÍNGUA PORTUGUESA
51

Ex.: Choveu, conforme era previsto. 10.9 - ORAÇÕES SUBORDINADAS


Choveu conforme era previsto REDUZIDAS
or. principal or. sudord. adv. Conformativa
Muitas vezes, as orações subordinadas (substantivas, ad-
Final jetivas, adverbiais) podem aparecer sob a forma de ora-
ções reduzidas. As orações subordinadas reduzidas têm
Exprime circunstância de finalidade, entendida como o duas características:
objetivo, a destinação de um fato. As principais conjun-
ções e locuções conjuntivas finais são: a fim de que, para 1. apresentam o verbo em uma das formas nominais: ge-
que, que. rúndio, particípio ou infinitivo;

Ex.: Os lavradores esperavam a chuva a fim de que não 2. não vêm introduzidas por conectivos (conjunções
perdessem safra. e locuções conjuntivas subordinativas ou pronomes
Os lavradores esperavam a chuva a fim de que não perdessem safra. relativos).
or. principal or. sudord. adv.final
As orações subordinadas reduzidas classificam-se, de
Proporcional acordo com a forma verbal que apresentam, em:

Exprime circunstância de proporção, entendida como a 3. subordinada reduzida de gerúndio;


relação entre duas coisas, de modo que qualquer altera- 4. subordinada reduzida de particípio;
ção em uma delas implique alteração na outra. As princi- 5. subordinada reduzida de infinitivo.
pais locuções conjuntivas proporcionais são: à proporção
que, à medida que. Para analisar uma oração subordinada reduzida,
basta fazer o seguinte:
Ex.: À proporção que a civilização progride, o romantis-
mo se extingue. a. desenvolvê-la, ou seja, tirá-la da forma reduzida, fa-
À proporção que a civilização progride o romantismo se extingue.
zendo aparecer o conectivo;
or. principal or. sudord. adv.final b. analisar a oração desenvolvida;
c. aplicar a análise da oração desenvolvida à reduzi-
Temporal
da, acrescentando as palavras reduzida de gerúndio,
particípio ou infinitivo, conforme o caso. Observe
Exprime circunstância de tempo. As principais conjunções
atentamente o exemplo que segue:
e locuções conjuntivas temporais são: quando, enquanto,
logo que, desde que, assim que.
Ex.: Penso estar doente.

Ex.: Choveu quando eram dez horas.


Penso que estou doente.
Choveu quando eram dez horas. Penso que estou doente.
or. principal or. sudord. adv. temporal or. principal or. sudord. subst. obj. dir.
LÍNGUA PORTUGUESA
52

Analisando a oração desenvolvida, temos: oração subor- a) Vamos comer, Douglas Canário, que estou mor-
dinada substantiva objetiva direta. Agora, basta aplicar a rendo de fome.
classificação à oração reduzida e acrescentar as palavras b) Alguns leram, no entanto não entenderam.
reduzida de infinitivo. Portanto: c) Não fiques nervoso, Douglas Canário, pois eu é
que fiz os exercícios.
Ex.: Penso estar doente. d) Douglas Canário está nervoso, necessita, pois,
Penso Estar doente. de calmante.
or. principal or. sudord. subst. obj. dir. reduzida de infinitivo e) Cala-te, porque só dizes besteiras.
f) A vida é curta, por isso aproveitemos cada mo-
Vejamos outro exemplo: mento.
g) Saia, porque você é execrável.
Ex.: Vi guardas conduzindo presos. h) Douglas Canário falou muito, e não convenceu.
i) O prefeito é vítima de atentado, entretanto go-
vernador não acredita em motivação política.
Vi guardas que conduziam presos. j) Entro num drama ou saio de uma comédia.
Vi guardas que conduziam presos. k) A temperatura ameaçava subir; não subia, pois.
or. principal or. sudord. subst. adj. restritiva

Aplicando a análise à oração reduzida, temos: oração su- 2. Classifique as orações subordinadas adverbiais
bordinada adjetiva restritiva, reduzida de gerúndio. destacadas:
Examinemos agora uma terceira hipótese:
a) “Você passou na minha vida como um vadio
Ex.: Terminado o baile, todos saíram. vendaval.”
b) “Quero que você me faça um favor, já que a
gente não vai mais se encontrar.”
Quando terminou o baile, todos saíram. c) “E, embora eu já conheça bem os seus caminhos,
Quando terminou o baile, todos saíram. me envolvo e sou tragado pelos seus carinhos.”
or. sudord. adverbial temporal or. principal d) “Onde andei não deu para ficar, porque aqui é
o meu lugar.”
Aplicando a análise da oração desenvolvida à reduzida, temos: e) “Aguardaremos, brincaremos no regato, até que
oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio. nos tragam frutos.”
f) Ajoelhou-se porque estava curada.
g) Esforçou-se tanto quanto no dia anterior.
h) Esforçou-se tanto que alcançou o seu objetivo.
Exercícios de Fixação i) Quanto mais pensa, mais nervoso fica.
j) Está no Rio Grande do Sul desde que terminou
a Faculdade.
1. Classifique as orações coordenadas destacadas k) Ganhará um automóvel desde que termine a Fa-
a seguir: culdade.
LÍNGUA PORTUGUESA
53

1. No período: “Paredes ficaram tortas, animais a. porquanto


enlouqueceram e as plantas caíram”, temos: b. em detrimento disso
c. desse modo
a. Duas orações coordenadas assindéticas e uma d. embora
oração subordinada substantiva. e. todavia
b. Três subordinadas substantivas.
c. Três orações coordenadas. 5. Sua inserção no interior do tecido urbano é,
d. Quatro orações coordenadas. porém, uma outra história.
e. Uma oração principal e duas orações subordi-
nadas. Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento
sublinhado pode ser substituído por:
2. “Mauro não estudou nada e foi aprovado”. A
oração sublinhada é: a. contudo
b. afinal
a. adversativa c. portanto
b. conclusiva d. assim
c. explicativa e. logo
d. alternativa
e. aditiva 6. Manaus é uma cidade como as outras, só que
ela tem, como as outras cidades, algumas par-
3. À falta de lazareto, o navio estava obrigado à ticularidades...
caceteação da quarentena.
Mantêm-se as relações de sentido do texto substi-
Mantendo-se o sentido e a coesão da frase, o seg- tuindo-se o segmento sublinhado por:
mento grifado acima pode ser corretamente subs-
tituído por: a. uma vez que
b. no entanto
a. De sorte que faltava o lazareto c. se acaso
b. Embora faltasse o lazareto d. conquanto
c. Uma vez que faltava o lazareto e. embora
d. À medida que faltasse o lazareto
e. Conquanto faltava o lazareto 7. Embora as esculturas ficassem longe do públi-
co, elas foram vistas por artistas que visitavam
4. E, no entanto, o cinema chegou num ponto em Picasso.
que é capaz de expressar...
Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento
Sem prejuízo da correção e do sentido, o elemento sublinhado acima pode ser substituído por:
sublinhado acima pode ser substituído por:
LÍNGUA PORTUGUESA
54

a. Porquanto 11. Chico Mendes foi vereador em Xapuri, onde


b. Apesar de nasceu, e se firmou como crítico de projetos
c. Contudo governamentais de graves consequências am-
d. Conquanto bientais, como a construção de estradas na
e. A despeito de região amazônica. O termo “onde” introduz
oração:
8. “Os homens sempre se esquecem de que so-
mos todos mortais.” A oração destacada é: a. adjetiva de sentido explicativo.
b. adjetiva de sentido restritivo.
a. substantiva completiva nominal c. substantiva objetiva direta
b. substantiva objetiva indireta d. adverbial de lugar
c. substantiva predicativa e. substantiva explicativa
d. substantiva objetiva direta
e. substantiva subjetiva
GABARITO
9. “Estou seguro de que a sabedoria dos legis-
01-c 02-a
ladores saberá encontrar meios para realizar
semelhante medida.” A oração em destaque é
03-c 04-e
substantiva: 05-a 06-b
07-d 08-b
a. objetiva indireta
b. completiva nominal 09-b 10-b
c. objetiva direta 11-a
d. subjetiva
e. apositiva

11. COESÃO E COERÊNCIA


10. Na frase “Maria do Carmo tinha a certeza de
que estava para ser mãe”, a oração em desta-
TEXTUAIS
que é:
Textualidade é um conjunto de características que
fazem com que um texto possa ser considerado um
a. subordinada substantiva objetiva indireta
texto, e não um aglomerado de palavras.
b. subordinada substantiva completiva nomi-
A textualidade conta com dois ingredientes bási-
nal
cos: a coesão e a coerência.
c. subordinada substantiva predicativa
d. coordenada sindética conclusiva
11.1 - COESÃO TEXTUAL
e. coordenada sindética explicativa

Ligação existente entre as ideias, feita por meio de conec-


tivos apropriados, como conjunção, pronomes e artigos.
LÍNGUA PORTUGUESA
55

O texto não é um emaranhado de palavras e nem uma Com metonímia


colocação mecânica de sentenças – há uma interação fei-
ta por meio de conectivos. Ex: Adoro Dom Casmurro. Não deixo de ler Machado.

Ex: Eu ajudei os trabalhadores. Deixei-os felizes. Com sinônimos

Coesão Referencial Ex: O papa nunca desistiu da paz. Sua Santidade


dedica-se a essa causa.
Quando há remissão a outros itens do discurso (elemen-
to do texto) Coesão Elíptica

Anafórica (antes) Ex: O Treinador do time reclamou bastante da


arbitragem após o jogo. Disse que ia recorrer à
Ex: Felicidade era o que ele desejava. Isso era o que Justiça Desportiva
nós também desejávamos. O gorila fugiu da jaula. No entanto, foi recuperado.
A vida é bela. Isso é verdade.
As autoridades chegaram a SP. Lá estava frio. Coesão Transfrástica com famílias
O gorila fugiu da jaula. No entanto, ele já foi recu- etimológicas
perado.
Ex: Júlia e Marcelo se amavam. Esse amor era radiante.
Catafórica (depois)
11.2 - COERÊNCIA TEXTUAL
Ex: Só te pergunto isto: quem vai ficar com Poly?
Falarei uma coisa com toda certeza: o Flamengo A coerência é um dos fundamentos da textualidade. Ela
não vai ser campeão. se refere às ligações de sentido construído no texto, que
podem estar relacionadas a diferentes fatores: lógico-lin-
Exofórica (dêixis) guísticos, textuais ou culturais.

Ex: A vida é bela, mas há os que digam que não. Fatores de incoerência

Coesão Lexical Fatores lógico-linguísticos

Com hipônimos e hiperônimos. • Um determinado conjunto de palavras que participa


da construção de uma frase tem que estar ligado se-
Ex: O gorila fugiu da jaula. No entanto, o animal já manticamente de forma adequada: assim, podemos
foi recuperado. dizer homem enérgico, árvore frondosa, rua engarra-
O garfo estava bem na ponta da mesa. Mamãe fada, mas não faz qualquer sentido dizer-se homem
gritou, mas o talher caiu no meu pé frondoso, rua enérgica ou árvore engarrafada.
LÍNGUA PORTUGUESA
56

Na história das palavras de uma língua, cada uma delas, e pensam como seres humanos, nas narrativas do
por sua origem e, principalmente, por seu uso, adquire realismo mágico podem ocorrer ações impossíveis
determinados significados, excluindo qualquer significa- no mundo real etc.
do diferente de suas possibilidades de emprego; assim, é
possível construir-se incoerência a partir do mau empre- • Campo semântico: caso interessante, nesse aspec-
go de vocábulos. to, é a incoerência gerada pela intromissão de um
vocábulo inesperado em um grupo de que seman-
A linguagem figurada é uma “permissão” oficial de incoe- ticamente não faz parte: assim, numa frase como O
rência, em muitos casos, mas, para que seja aceita, deve professor entrou em sala com os livros, o apagador, o
ser vista como tal: assim, ao dizer-se que Um homem é giz, o maiô e o cacho de banana, o que fazem aí os
um touro, o leitor compreende que tal homem é muito dois últimos elementos citados?
forte e, em nenhum momento, que seja um animal.
• Esquemas culturais: muitas ações apresentam de-
• As relações lógicas estabelecidas entre palavras e en- terminada organização estabelecida no meio cultural
tre segmentos de palavras devem ser estabelecidas em que estão presentes e, alterar essa organização
de forma clara, não podendo chocar-se com essas também pode provocar incoerência. Assim, pode
mesmas relações no mundo conhecido; assim, é pos- causar estranheza o fato de alguém entrar em um
sível dizer-se Não fui à universidade porque estava restaurante e solicitar ao garçom, inicialmente, que
chovendo muito, estabelecendo-se uma justa relação lhe sirva a sobremesa e, depois, um prato salgado.
entre um fato e sua causa, mas não se pode dizer
Não fui à universidade embora estivesse chovendo, Fatores textuais
pois a concessão não cabe nesse contexto. Do mes-
mo modo, a frase Por falta de insegurança deixei de Um outro fator de incoerência é a ruptura de esquemas
visitar aquela cidade traz uma incoerência lógica, já previamente estabelecidos e de conhecimento do lei-
que se trata, logicamente, de falta de segurança. tor como os esquemas textuais: cada um dos modos de
organização discursiva apresenta uma estrutura básica,
Fatores culturais estabelecida em sua própria história, e perturbar essa es-
truturação provoca incoerência. Assim, numa narrativa, a
• informações: as informações presentes num texto sucessão de fatos cronologicamente apresentados sem-
devem também estar adequadas ao nosso conhe- pre parte do menos para o mais intenso; daí que uma
cimento de mundo: assim, a frase Pedro Álvares Ca- narrativa que faça o oposto, salvo situações especiais,
bral, depois de proclamar nossa independência, voltou provoca estranhamento em sua leitura.
a Portugal não faria sentido para um leitor sabedor
de que Pedro Álvares Cabral foi nosso descobridor Do mesmo modo, os tipos textuais apresentam caracte-
e nada tem a ver com nossa independência política. rísticas básicas que, se subvertidas, podem trazer incoe-
No entanto, certas informações equivocadas podem rência: um cartaz publicitário que, em lugar de elogiar
ganhar coerência, como sabemos, se modificamos o produto a ser vendido, o deprecie, certamente trará
as condições de leitura do texto, gerando sua aceita- espanto ao leitor.
bilidade. Nas fábulas, por exemplo, os animais falam
LÍNGUA PORTUGUESA
57

Assim também, certas estruturas frasais esquemáticas po- sunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do
dem, se modificadas, causar estranhamento: a frase: Não autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
compre um apartamento barato, compre um apartamen-
to bom, provocou ruptura na oposição entre contrários 3.1 Dissertação-Exposição
(barato – caro), causando estranhamento temporário.
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um
11.3 - TIPOLOGIA TEXTUAL saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, ex-
põe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O
1. Narração texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determi-
nado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula,
Modalidade em que um narrador, participante ou resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos
não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num de revistas e jornais, etc.
determinado tempo e lugar, envolvendo certos persona-
gens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação 3.2 Dissertação-Argumentação
de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal pre-
dominante é o passado. Estamos cercados de narrações Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de
desde as que nos contam histórias infantis até às piadas ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de
do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, explicar, também persuade o interlocutor, objetivando
fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, re- convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão ló-
lato, etc. gica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa.
É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia,
2. Descrição dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de
jornais e revistas.
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um
lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de 4. Injunção / Instrucional
palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela
sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abs- Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva
trata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no
Não há relação de anterioridade e posterioridade. Signi- modo imperativo, porém nota-se também o uso do infi-
fica “criar” com palavras a imagem do objeto descrito. É nitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo.
fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da perso- Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções
nagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; tex-
agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros tos com regras de comportamento; textos de orientação
textuais. Tem predominância em gêneros como: cardá- (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com
pio, folheto turístico, anúncio classificado, etc. votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).

3. Dissertação

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um as-


LÍNGUA PORTUGUESA
58

Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia, o pianista


OPA! Marcos Resende primeiro tratou de verificar que estava
vivo, bem vivo. Em seguida gravou uma mensagem na
Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos sua secretária eletrônica: “Hoje é 27 e eu não morri.
acima. Alguns outros consideram que existe também Não posso atender porque estou na outra linha dando
o tipo predição. a mesma explicação”. Quando li esta nota, me lembrei
de como tudo neste mundo caminha cada vez mais
5. Predição depressa. Em 1862, chegou aqui a notícia da morte de
Gonçalves Dias.
Caracterizado por predizer algo ou levar o inter-
locutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está O poeta estava a bordo do Grand Condé havia cinquenta
por ocorrer. É o tipo predominante nos gêne- e cinco dias. O brigue chegou a Marselha com um morto
ros: previsões astrológicas, previsões meteoroló- a bordo. À falta de lazareto, o navio estava obrigado à
gicas, previsões escatológicas/apocalípticas.  caceteação da quarentena. Gonçalves Dias tinha ido se
tratar na Europa e logo se concluiu que era ele o morto. A
notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão
OPA! presidida por d. Pedro II. Suspensa a sessão, começaram
as homenagens ao que era tido e havido como o maior
Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou poeta do Brasil.
Conversacional. Entretanto, esse nada mais é que o Suspeitar que podia ser mentira? Impossível. O imperador,
tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda em pleno Instituto Histórico, só podia ser verdade.
conversação envolve personagens, um momento Ofícios fúnebres solenes foram celebrados na Corte e
temporal (não necessariamente explícito), um espaço na província. Vinte e cinco nênias saíram publicadas
(real ou virtual), um enredo (assunto da conversa) e de estalo. Joaquim Serra, Juvenal Galeno e Bernardo
um narrador, aquele que relata a conversa.  Guimarães debulharam lágrimas de esguicho, quentes
e sinceras. O grande poeta! O grande amigo! Que
trágica perda! As comunicações se arrastavam a passo
Dialogal / Conversacional de cágado. Mal se começava a aliviar o luto fechado,
dois meses depois chegou o desmentido: morreu, uma
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o vírgula! Vivinho da silva.
tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa te- A carta vinha escrita pela mão do próprio poeta: “É
lefônica, chat etc. mentira! Não morri, nem morro, nem hei de morrer nunca
mais!” Entre exclamações, citou Horácio: “Não morrerei
de todo.” Todavia, morreu, claro. E morreu num naufrágio,
QUESTÕES OBJETIVAS vejam a coincidência. Em 1864, trancado na sua cabine
do Ville de Boulogne, à vista da costa do Maranhão.
Seu corpo não foi encontrado. Terá sido devorado pelos
A morte e a morte do poeta tubarões. Mas o poeta, este de fato não morreu.
[...]
LÍNGUA PORTUGUESA
59

(Adaptado de: RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. motivação da viagem do poeta para a Europa e as
São Paulo: Cia das Letras, 2011, p.107-8) falhas de comunicação entre o navio e o porto de
Marselha.
1. No texto, o autor contrapõe fundamentalmente c. a impossibilidade dos passageiros do navio
cumprirem o período de quarentena em terra, a
a. as boas condições do porto de Marselha, em presença do Imperador no Instituto Histórico e as
território francês, às péssimas condições do porto homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.
brasileiro localizado no Maranhão, perto do qual o d. a morte de um passageiro no navio em que ele
navio Ville de Boulogne acabou por naufragar. viajava, a motivação da viagem do poeta para a
b. a demora com que a notícia da suposta morte de Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o
Gonçalves Dias, no século XIX, pôde ser contestada porto de Marselha.
pelo poeta à rapidez com que o pianista Marcos e. a inexistência de lazareto no Grand Condé, a morte
Resende, contemporâneo do cronista, pôde de um passageiro no navio e as homenagens feitas
contestar a própria morte. no Brasil ao grande poeta.
c. a comoção com que foi recebida a notícia da suposta
morte do poeta Gonçalves Dias à indiferença com Do adultério
que se recebeu a notícia da morte do pianista Marcos
Resende, buscando-se esclarecê-la com um simples O adultério é um crime para todos os povos da terra;
telefonema. o adultério das mulheres, entenda-se, visto terem sido
d. a resistência do navio Grand Condé, onde Gonçalves os homens que fizeram as leis. Enxergaram-se como
Dias pôde permanecer em segurança por mais de proprietários de suas esposas; elas são um de seus bens;
cinquenta dias, à fragilidade do Ville de Boulogne, o adultério as rouba, introduz nas famílias herdeiros
que levou pouco tempo para naufragar na costa do estranhos. Acrescente-se a essas razões a crueldade do
Maranhão. ciúme, e não será surpreendente que em tantas nações,
e. a banalização das notícias em seu próprio tempo, mal saídas do estado selvagem, o espírito de propriedade
mesmo as mais trágicas, à solenidade com que tenha decretado a pena de morte para sedutores e
eram dadas no século XIX, muitas vezes em sessões seduzidas.
no Instituto Histórico, com a eventual presença do
próprio Imperador. (VOLTAIRE, O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 63-64)

2. De acordo com o texto, a falsa notícia da morte 3. Ao considerar o adultério como crime que
de Gonçalves Dias teria se originado de uma penaliza sobretudo as mulheres, Voltaire
conjunção de acontecimentos que incluem: estabelece uma íntima conexão entre

a. a morte de um passageiro no navio em que ele a. o preconceito masculino e a moralidade religiosa.


viajava, a impossibilidade dos passageiros do navio b. a ética própria do século XVIII e a capacidade
cumprirem o período de quarentena em terra e a feminina de sedução.
motivação da viagem do poeta para a Europa. c. a origem autoral da legislação e o direito de
b. a inexistência de lazareto no Grand Condé, a propriedade.
LÍNGUA PORTUGUESA
60

d. a volubilidade masculina e o oportunismo feminino. outra ponta, podem surgir meios que valorizem a leitura
e. a administração política e os direitos da família. e a aplicação nos estudos.

Pátrio poder Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de influir
é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e a
Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo chegam escola que frequentará. (Adaptado de: SCHWARTSMAN,
a comprometer 20% de sua renda para manter seus Hélio. Folha de São Paulo, 7/12/2014)
filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido?
A questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, 4. À pergunta O investimento faz sentido? o
mas, se fizermos questão de extrair uma resposta simples, próprio autor responde: “provavelmente sim”.
ela é “provavelmente sim”. Uma série de estudos sugere Essa resposta se justifica, porque
que a influência de pais sobre o comportamento dos
filhos, ainda que não chegue a ser nula, é menor do que a. a escola, ao contrário do que se imagina, tem
a imaginada e se dá por vias diferentes das esperadas. efeitos tão poderosos quanto os que decorrem da
Quem primeiro levantou essa hipótese foi a psicóloga convivência familiar.
Judith Harris no final dos anos 90. b. as influências dos pares de um educando numa escola
pública são menos nocivas do que os exemplos de
Para Harris, os jovens vêm programados para ser seus pais.
socializados não pelos pais, como pregam nossas c. a qualidade do convívio de um estudante com seus
instituições e nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas colegas de escola é um fator determinante para sua
outras crianças com as quais convivem. Um dos muitos formação.
argumentos que ela usa para apoiar sua teoria é o fato d. as grandes concentrações humanas estimulam
de que filhos de imigrantes não terminam falando com a características típicas do que já foi nosso ambiente
pronúncia dos genitores, mas sim com a dos jovens que ancestral.
os cercam. e. a escola particular, mesmo sendo cara, acaba por
desenvolver nos alunos uma subcultura crítica em
As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram relação ao ensino.
um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado
por bandos de no máximo 200 pessoas, o “cantinho” das 5. Com a frase O resultado é formação de nichos
crianças era heterogêneo, reunindo meninos e meninas com a exacerbação de características mais
de várias idades. Hoje, com escolas que reúnem centenas marcantes o autor está afirmando que a
de alunos, o(a) garoto(a) tende a socializar-se mais socialização nas escolas se dá de modo a
com coleguinhas do mesmo sexo, idade e interesses.
O resultado é formação de nichos com a exacerbação a. dissolver os agrupamentos perniciosos.
de características mais marcantes. Meninas se tornam b. promover a competitividade entre os grupos.
hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno c. estabelecer uma hierarquia no interior dos grupos.
encontra outros maus alunos, que constituirão uma d. incentivar o desempenho dos alunos mais habilitados.
subcultura onde rejeitar a escola é percebido como algo e. criar grupos fortemente tipificados.
positivo. O mesmo vale para a violência e drogas. Na
LÍNGUA PORTUGUESA
61

6. Considere as seguintes afirmações: condição singular do outro deveria ser o primeiro passo de
toda política. Nem paternalismo, nem admiração prévia,
I. A hipótese levantada pela psicóloga Judith Harris é a nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo
de que os estudantes migrantes são menos sensíveis ver e ouvir, para conhecer a história de cada um como
às influências dos pais que às de seus professores. um processo sensível e inacabado, não para ajustar ou
II. O fato de um mau aluno se deixar atrair pela amizade comprovar conceitos. Sua obsessão pela cena da vida é
de outro mau aluno prova que as deficiências similar à que tem pela arte, o que torna quase impossível,
da vida familiar antecedem e determinam o mau para ele, distinguir uma da outra, opor personagem a
aproveitamento escolar. pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. Fazendo
III. Do ponto de vista do desempenho escolar, podem dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu
ser positivos ou negativos os traços de afinidade que como um homem/artista crítico para quem já existe arte
levam os estudantes a se agruparem. encarnada no corpo e suspensa no espírito do outro:
fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, apresenta-se,
Em relação ao texto, está correto o que se afirma mostra-se, mostra-o, mostra-nos.
APENAS em (Armindo Post, inédito)

a. I. 7. Ao se referir à recusa aos paradigmas


b. III. que atropelam nossa visão de mundo,
c. II e III. identificando-a como uma característica da
d. I e II. arte de Eduardo Coutinho, o autor do texto
e. I e III. enaltece a capacidade que tem esse cineasta de

Eduardo Coutinho, artista generoso a. reproduzir os lugares-comuns e as fórmulas


conhecidas, aderindo aos valores socialmente aceitos
Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do e dados por nós como irrefutáveis.
cineasta Eduardo Coutinho, mestre dos documentários, b. rejeitar as perspectivas estereotipadas que, de forma
morto em 2014, está em sua recusa aos paradigmas que intempestiva, condicionam nosso modo de enxergar
atropelam nossa visão de mundo. Em vez de contemplar as coisas.
a distância grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto c. desviar-nos da tentação de embaralhar a
pessoa por pessoa, surpreendendo-a, surpreendendo- compreensão que temos da vida, quando ele
se, surpreendendo-nos. Não lhe dizem nada expressões simplifica e enrijece os valores pelos quais devemos
coletivistas como “os moradores do Edifício”, os “peões nos guiar.
de fábrica”, “os sertanejos nordestinos”: os famigerados d. dissipar os valores éticos, substituindo-os por critérios
“tipos sociais”, usualmente enquadrados por chavões, dão pessoais capazes de nos tornar mais determinados
lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de quem em nossas iniciativas.
ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia desse e. evitar decididamente os parâmetros estranhos
operá- rio que está falando, de repercutir as palavras e os aos códigos sociais já firmados, para que não nos
silêncios do morador de um povoado da Paraíba. enganemos na apreciação das coisas.
Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela
LÍNGUA PORTUGUESA
62

8. Atente para as seguintes afirmações sobre queria fazer 24”, até chegar a 20 − acho que ninguém,
Eduardo Coutinho e sua arte: a não ser dopado por doses cavalares de nostalgia e
amnésia, gostaria de ir além, ou melhor, aquém, e voltar
I. As expressões coletivistas referidas e exemplificadas no à adolescência.
primeiro parágrafo são aquelas que ajudam o cineasta a
reconhecer a contribuição original de cada cidadão no Trinta anos é uma idade marcante. Agora é inegável que
exercício de sua função social. você ficou adulto. Mas aí você faz 35 e entra numa zona
II. Deve-se entender que, em seus documentários, o cineasta cinzenta (ou grisalha?) em que idade não significa mais
valoriza sobretudo a singularidade das pessoas retratadas, muita coisa. A impressão que eu tenho, a esta altura do
em vez de tomá-las como tipos sociais já identificados e campeonato − qual altura, exatamente? − é que todo
rotulados. mundo tem a minha idade. Não sendo púbere nem
III. O foco de atenção que o cineasta faz incidir sobre as gagá, estão todos no mesmo barco, uns com mais dor
pessoas que retrata é tão intenso e bem trabalhado que nas costas, mas no mesmo barco, trabalhando, casando,
elas surgem como personagens que se revelam para nós separando e resmungando nas redes sociais. Deve ser
em toda a sua verdade. Está correto o que se afirma em por isso que, sem perceber, parei de contar. (Adaptado
de: PRATA, Antonio. Folha de S. Paulo, 01/02/2015)
a. I, II e III.
b. I e II, apenas. 9. A “saudável aspiração” apontada pelo autor
c. I e III, apenas. refere-se
d. II e III, apenas.
e. III, apenas. a. ao desejo de crescer que se manifesta nas crianças,
que, desse modo, acabam se referindo a uma idade
Texto futura ao dizerem quantos anos têm.
b. ao sonho de perpetuar indefinidamente a infância,
Outro dia, numa mesa de bar, hesitante e assustado, me período do desenvolvimento humano marcado pela
dei conta de que eu não sabia a minha idade. Como pode, fantasia, explorada em contos infantis, de nunca
a esta altura do campeonato − qual altura exatamente? − crescer.
a pessoa ignorar quantos anos tem? c. ao desejo de parar de envelhecer quando se tem
Quando você é criança, a idade é um negócio mais 30 anos e se percebe a inexorabilidade do
fundamental. É o dado mais importante depois do passar do tempo.
seu nome. Lembro que, na época, eu achava de uma d. à pretensão nostálgica do adulto recém-formado
obviedade tacanha esse “vou fazer”, mas hoje entendo: o de retornar à adolescência e, assim, escapar das
desejo de crescer é parte fundamental do software com responsabilidades adquiridas.
que viemos ao mundo. Seis, vou fazer sete, é menos uma e. ao esquecimento voluntário da própria idade,
constatação óbvia do que uma saudável aspiração. estratégia que, segundo o autor, proporciona a
Dos 20 aos 30 anos, avança-se lentamente, com oportunidade de enxergar as pessoas como se não
sentimentos contraditórios. A escola foi há séculos, mas houvesse diferença etária entre elas.
ser adulto ainda é estranho. A resposta sincera a quantos
anos você tem, nessa fase, seria: “26, queria fazer 25”, “25,
LÍNGUA PORTUGUESA
63

10. A repetição, na crônica, da pergunta qual logne, é possível que Gonçalves Dias não sobrevive-
altura, exatamente? reitera a ideia do autor de ria muitos dias à seu desembarque, pois seu estado
que, a partir de dado momento, de saúde era de fato muito grave.
e. Ser dado por morto e estar bem vivo, numa ex-
a. é inegável que você ficou adulto. periência das mais inquietantes que o ser humano
b. idade não significa mais muita coisa. pode vir a conhecer, cuja é talvez ainda mais terrifi-
c. idade é um negócio fundamental. cante quando se depara de repente com a notícia da
d. ser adulto ainda é estranho. própria morte.
e. avança-se lentamente, com sentimentos
contraditórios. 2. ... meu velho rancor contra os guarda-chuvas
cedeu a um estranho carinho...

GABARITO Sem que seja feita qualquer outra alteração, a frase


acima permanecerá correta caso o verbo sublinha-
01-b 02-a 03-c 04-c 05-e
do seja substituído pelo que consta em:
06-b 07-b 08-d 09-a 10-b
a. deu lugar
b. transformou-se
c. foi vencido
Questões Objetivas d. transigiu
e. trocou-se

1. A frase cuja REDAÇÃO está inteiramente clara


3. Por apresentar falha estrutural de construção,
e correta é:
deve-se reelaborar a redação da seguinte frase:

a. Para quem acredita em destino e que o dia da morte


a. Há quem busque disfarçar a falta de talento atribuin-
está marcado, nada nem ninguém pode alterá-la ou
do a autores famosos os textos medíocres que publi-
prolongá-la, e nenhum remédio poderia ser proscri-
ca nas páginas da internet.
to para salvar aquele que já está condenado.
b. A falta de talento faz com que artistas famosos pas-
b. Não foi absolutamente efêmera há glória de Gonçal-
sem por ser alegados como genuínos autores da-
ves Dias, mas ao contrário duradoura e imperecível,
queles textos de escritores medíocres que não o têm.
já que ainda hoje o autor da “Canção do exílio” é
c. Alguns nomes de grandes escritores brasileiros são
considerado um dos maiores poetas brasileiros de
muitas vezes indicados na internet como autores de
que conhecemos.
textos que jamais escreveriam.
c. Outra extraordinária coincidência na biografia de
d. É fácil entender que alguém cometa uma fraude
Gonçalves Dias é a composição de um poema cha-
para enganar os outros; difícil é aceitar que alguém
mado “O mar”, em cujos versos aquele que viria a
se proponha a enganar a si mesmo.
morrer num naufrágio alude ao “oceano terrível” e à
e. Leitores ingênuos deixam-se enganar pelos falsários
própria morte.
da internet, mostrando que não reconhecem a dife-
d. Senão tivesse morrido no naufrágio do Ville de Bou-
rença entre a boa e a má literatura.
LÍNGUA PORTUGUESA
64

4. ...para ser levado a sério, um jornal precisa dar de seu patrimônio do qual foi usurpado.
a impressão de concretude em seu conteúdo. e. Não obstante se considere que as esposas sejam
parte de seus bens, os homens passam a ver como
O conteúdo expresso acima está preservado, em um roubo o adultério que os privam delas.
formulação condizente com a norma-padrão, em:
GABARITO
a. se quizer ser levado a sério, um jornal não pode es-
01-c 02-a
quivar-se em dar a impressão de concretude em seu
conteúdo.
03-b 04-c
b. um jornal, sendo levado a sério, não pode abster a 05-b
impressão de concretude em seu conteúdo.
c. a condição de que um jornal não pode prescindir,
para ser levado a sério, é a de dar a impressão de
concretude em seu conteúdo.
d. com vistas ser levado a sério, um jornal não pode
deixar de renunciar à impressão de concretude em
seu conteúdo.
e. um jornal tendo a intensão de ser levado a sério, não
pode abdicar quanto à impressão de concretude em
seu conteúdo.

5. Enxergaram-se como proprietários de suas es-


posas; elas são um de seus bens; o adultério as
rouba.

Dando nova redação à frase acima, ela se manterá


coerente e formalmente correta em:

a. Ainda que se vejam como proprietários, os homens


consideram que o adultério as rouba, tal e qual pode
acontecer com um de seus bens.
b. Os homens entendem o adultério como um roubo,
uma vez que consideram suas esposas um bem de
que um terceiro se apropria.
c. Como as esposas são bens inalienáveis dos homens,
qualifica-se como roubo aquele que as usurpam de
seu legítimo proprietário.
d. Uma vez premeditado o adultério como um roubo,
os homens passam a ver suas esposas como parte
RACIOCÍNIO LÓGICO

1
RACIOCÍNIO LÓGICO
1. LÓGICA PROPOSICIONAL Perceba que não tem importância o fato de ser verda-
deira ou falsa para ser proposição. Porém, tem de ser
classificada obrigatoriamente como um dos dois.
A Lógica Proposicional surge com Aristóteles
( Estagira, 384 a.C. — Atenas, 322 a.C.). Aristóteles um
Quando Aristóteles criou o conceito de proposição,
dos grandes filósofos gregos, desenvolveu curiosida-
seguiu dois princípios como suporte: o Princípio do
de sobre o discurso, sobre a argumentação, sobre a
terceiro excluído e o Princípio da não contradição. Veja
forma que algumas pessoas convencem outras sobre
a definição de cada um deles:
alguma ideia. Ele mesmo não era um grande orador,
não tinha boa habilidade de convencimento e talvez
Princípio do terceiro excluído – uma proposição
por esse motivo tenha tido a motivação necessária
deve ser verdadeira ou Falsa, não havendo outra pos-
para criar do zero toda uma teoria.
sibilidade.
Como a lógica proposicional estuda argumentação,
Princípio da não contradição - uma proposição não
na maioria dos casos trata de sentenças – frases com
pode ser ao mesmo tempo verdadeira e Falsa.
sentido completo. Nesse sentido, surge a ideia de pro-
posição que é o elemento básico de todo conteúdo.
Algumas bancas, como a VUNESP, introduziram o Prin-
cípio da Identidade. Esse princípio diz que toda propo-
1.2 - DEFINIÇÃO DE PROPOSIÇÃO sição é igual a si mesma.

Proposição é uma sentença declarativa ou em outras CUIDADO – NÃO SÃO PROPOSIÇÃO


palavras, uma informação completa que deve ser clas-
sificada apenas como falsa ou verdadeira, mas nunca Temos que tomar cuidado com alguns tipos de sen-
ambas. tença que não serão proposição, mas as bancas colo-
cam nas provas como sendo. Caberá ao candidato ter
Para poder ser uma informação completa a senten- o conhecimento de que não se trata de uma proposi-
ça precisa ter um verbo, pois é o verbo que transmite ção. Além disso, essas sentenças por não se tratarem
a informação. Contudo, não é a simples presença de de proposição, não podem ser classificadas nem como
um verbo que garante que temos uma proposição. verdadeiras e nem como falsas. São elas:
Na sentença “Você comeu o bolo?”, temos um verbo e
nem por isso se trata de uma proposição, já que é uma a) interrogativas
sentença interrogativa e, portanto não é informação. b) exclamativas
c) imperativas
d) sentenças abertas
e) paradoxos

Interrogativas
São as perguntas de modo geral. Utilizam o sinal “?”
no final.
A estrutura básica de uma proposição é: sujeito + ver-
bo + complemento. Veja na sentença: “Carlos foi ao Exclamativas
médico”, temos o sujeito = Carlos, o verbo=ir e o com-
plemento = ao médico. Claro que por vezes a senten- São as exclamações básicas: “bom dia!”, “boa tarde!” e
ça aparece fora de ordem, mas tradicionalmente vem assim por diante. Em geral não possuem verbo e vem
como descrito acima. com o sinal “!” ao final.

Vejamos agora alguns exemplos de proposição:


Imperativo
1) O Brasil fica na América.
2) Cuba é um país da Europa. São as ordens ou pedidos. Imperativo vem de impera-
dor, que é aquele que manda, ordena.
RACIOCÍNIO LÓGICO

1.3 - SENTENÇA ABERTA Agora que já temos suporte, podemos resolver ques-
tões sobre esse assunto.
Sentença declarativa que não permite a classificação
falsa ou verdadeira, pois apresenta uma variável.

Variável é uma palavra ou termo que pode representar


mais do que um elemento. Geralmente, essa variável
QUESTÕES COMENTADAS
aparece de duas formas:

a) pronome pessoal ou demonstrativo – no caso de


1. Há duas proposições no seguinte conjunto de
sentenças da língua portuguesa
sentenças:
b) letras “x”, “y” - no caso de sentenças matemáticas
(I) O Banco do Brasil foi criado em 1980.
Exemplos
(II) Faça seu trabalho corretamente.
(III) Manuela tem mais de 40 anos de idade.
1) Ela é bonita. ( ela quem? )
( ) certo ( ) errado
2) x + 4 = 5 (sem saber o valor de x, não é possível
saber se é verdade ou não.)
I. veja que se trata de fato de uma proposição simples,
uma vez que a informação está clara: temos o sujeito:
Paradoxo Banco do brasil e um verbo: foi.

Os paradoxos são sentenças que apesar de informati- II. não é proposição por se tratar de um ordem deno-
vas, não são proposição por um de dois motivos: tada por “faça”.

a) É uma sentença ao mesmo tempo verdadeira e Fal- III. é uma proposição, visto que foi usado o nome pró-
sa; prio “Manuela” e temos um verbo “tem” e além disso,
b) É uma situação sem solução. a informação está bastante clara.
Apesar de parecer complicado, são apenas dois os
exemplos que devemos recordar:
a) “Eu estou mentindo” 2. Há exatamente duas proposições no conjunto
b) Paradoxo do barbeiro de sentenças:

Na sentença “eu estou mentindo” temos uma contra- I. O Acre é um estado da Região Nordeste.
dição, pois a sentença é simultaneamente Verdadeira e II. Você viu o cometa Halley?
Falsa e com isso, ela não é uma proposição, visto que III. Há vida no planeta Marte.
pelo Princípio da não contradição, a proposição não
pode ser simultaneamente verdadeira e Falsa. ( ) certo ( ) errado

Muitas vezes os autores modificam de alguma forma I. proposição. Entende-se perfeitamente que o estado
essa sentença a fim de confundir o candidato, mas do Acre (sujeito) é (verbo) da região Nordeste. Apesar
sempre mantendo o sentido de mentira. de falsa, está completa.
No paradoxo do barbeiro, temos a situação: Em uma II. não é proposição, pois é uma interrogação.
cidade existe um único barbeiro e somente ele pode
cortar o cabelo de outras pessoas, desde que elas não III. é proposição. Apesar de ser uma afirmação de di-
cortem seu próprio cabelo. Todos devem cortar o ca- fícil verificação, entende-se o que foi dito, está clara a
belo regularmente. Quem cortará o cabelo do barbei-
mensagem, a informação.
ro? Veja que essa situação não tem solução, já que nin-
guém poderá cortar o cabelo do barbeiro e nem ele
mesmo!
RACIOCÍNIO LÓGICO

3. Considere as seguintes frases: Quem ligou essas duas informações foi o conectivo
lógico “e” que é uma das formas de fazer a ligação.
I. Ele foi o melhor jogador do mundo em 2005. Existem ao todo cinco conectivos lógicos e vamos
apresenta-los a seguir:
II. é um número inteiro.
CONECTIVO NOME EXEMPLO SIMBOLOGIA
III. João da Silva foi o Secretário da Fazenda do Estado
e conjunção Estudo e
de São Paulo em 2000. P∧Q
passo

É verdade que APENAS ou disjunção Estudo ou


passo P∨Q
a) I e II são sentenças abertas. Ou...ou Disjunção Ou estudo PvQ
b) I e III são sentenças abertas. exclusiva ou passo
c) II e III são sentenças abertas. Se...,então condicio- Se estudo,
d) I é uma sentença aberta. nal então pas- P→Q
e) II é uma sentença aberta so
Se, e somente b i c o n d i - Estudo se,
I. começa por pronome pessoal e com isso é uma sen- se cional e somente P↔Q
tença aberta. se passo
Negação*
~ P ou ¬P
II. usa letras em expressões matemáticas, logo é uma
sentença aberta.
*apesar de não considerar a negação um conectivo
lógico, uma vez que ela não conecta informações, co-
III. é uma proposição, pois usou nome próprio e é
locamos no quadro pela simbolização.

Os conectivos lógicos não são os mesmos “conectivos”


GABARITO da língua portuguesa, tampouco possuem os mesmos
01-C 02-C significados. Para entender Lógica proposicional de-
vemos nos desligar do português e tentar compreen-
03-A der os conectivos lógicos do Zero. Um exemplo disso
é o conectivo ou. Em língua portuguesa a palavra ou
tem o sentido de escolha de uma entre duas situações.
Quando dizemos “estudo ou saio”, entendemos que
2. PROPOSIÇÃO COMPOSTA teremos de escolher um dos dois. Contudo, quando
estamos no campo da lógica, o sentido do conectivo
Uma proposição composta é a reunião de duas ou lógico ou é o de “pelo menos uma das duas”. Sen-
mais proposições simples. Essa reunião é feita através do assim, ao dizer “estudo ou saio” é possível fazer os
de um conectivo lógico. dois.

Exemplo

Curitiba fica no Paraná e o Brasil foi campeão do mun-


3. CONECTIVOS LÓGICOS
do de futebol em 2002.
3.1 - CONECTIVO ‘E’
Veja que temos duas informações:
Chamado de conjunção, o conectivo e vai sempre no
Informação 1 = Curitiba fica no Paraná meio da sentença e tem o sentido de que as duas
Informação 2 = O Brasil foi campeão do mundo de informações contidas são verdadeiras. Obviamente
futebol em 2002 isso nem sempre ocorre, mas é o sentido que se tenta
transmitir.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Possui alguns sinônimos (termos que aparecem em duas ao mesmo tempo. Veja o exemplo:
seu lugar, mas com o mesmo sentido) que devemos
conhecer, visto que em inúmeras situações quem apa- Ou estudo ou saio = Estudo ou saio, já que não é pos-
rece é o sinônimo. Abaixo colocamos os principais. sível acontecer as duas ao mesmo tempo.

3.4 - CONECTIVO SE..., ENTÃO...


Chamado de condicional, o conectivo tem duas partes.
Uma delas deve ir logo no início da sentença e a outra
deve ir no meio da sentença e tem o sentido de que
sempre que soubermos que a primeira informação é
verdadeira, podemos concluir que a segunda também
é. Tem um significado diferente do habitual, daquele
que conhecemos da língua portuguesa.

No caso dos três primeiros, basta substituir o “e” por Possui vários sinônimos importantes que devemos co-
qualquer um deles, como mostram os exemplos: nhecer, já que os autores de questões os utilizam com
bastante frequência. Abaixo colocamos os principais.
Estudo e passo. = Estudo, passo = Estudo, mas pas-
so = Estudo, entretanto passo.

No último temos de lembrar que a palavra “nem” nada


mais é do que a junção do “e”+ “não” e deve portan-
to ser utilizada em frases negativas, como mostra o
exemplo:

Não estudo e não passo. = Não estudo nem passo =


Nem estudo Nem passo.

3.2 - CONECTIVO OU
Chamado de disjunção, o conectivo e vai sempre no
meio da sentença e tem o sentido de que pelo me-
nos uma das duas informações contidas é verdadeira.
Obviamente isso nem sempre ocorre, mas é o sentido
que se tenta transmitir.

Não possui sinônimos.

3.3 - CONECTIVO OU...OU


Chamado de disjunção exclusiva, o conectivo tem
duas partes. Uma delas deve ir logo no início da sen-
tença e a outra deve ir no meio da sentença e tem o
sentido de que somente uma das duas informações
contidas é verdadeira. Obviamente isso nem sempre
ocorre, mas é o sentido que se tenta transmitir.

Possui um único sinônimo que acontece quando a


sentença utiliza o “ou” normal e acrescente ao final
a seguinte frase: “já que não é possível acontece as
RACIOCÍNIO LÓGICO

Veja como a mesma proposição pode ser expressa de Estudo se,e somente se passo. Pode ser escrita como:
várias maneiras: Estudar é equivalente a passar.

Consideremos a proposição composta:“Se estudo, en- Estudar é condição suficiente e necessária para passar
tão passo.” Vejamos maneiras diferentes de escrevê-la
sem perder o significado, ou melhor, utilizando termos
que são sinônimos da condicional.

Original: Se estudo, então passo.

• Se estudo, passo.
• Como estudo, passo.
• Quando estudo, passo. Ou até mesmo: Passo,
Quando estudo QUESTÕES COMENTADAS
• Sempre que estudo, passo.
• Estudo, consequentemente passo.
• Estudo, logo passo. 1. A frase “Filho meu, ouve minhas palavras e
atenta para meu conselho” é composta por
• Passo, pois estudo. duas proposições lógicas simples unidas pelo
• Passo porque estudo. conectivo de conjunção.

• Passar é uma consequência de estudar. ( ) certo ( ) errado


• Estudar é uma condição suficiente para passar.
Ao analisar a sentença “Filho meu, ouve minhas pala-
• Passar é um condição necessária para estudar. vras e atenta para meu conselho” devemos primeiro
perceber que não devemos dar atenção ao Vocativo
“Filho meu” em lógica eles não tem importância ne-
Temos ainda uma linguagem especial para as partes nhuma, é como se nem existissem. Com isso a análi-
(informações) quando utilizamos o conectivo condi- se se restringe a “ouve minhas palavras e atenta para
cional. A primeira informação, que vem entre a pala- meu conselho”. Nessa análise percebemos que não
vras “se” e “então” é chamada antecedente e a que vem nenhuma informação e sim duas ordens:
após as palavra então é chamada de consequente.
1) ouve minhas palavras
3.5 - CONECTIVO SE, E SOMENTE SE
2) atenta para meu conselho
Chamado de bicondicional, o conectivo se, e somente
se vai sempre no meio da sentença e tem o sentido Logo, não temos proposições e o “e” que fica no meio
de que as duas informações contidas tem a mesma não se trata de um conectivo lógico, afinal conectivos
valoração. Obviamente isso nem sempre ocorre, mas é ligam proposições e não ordens.
o sentido que se tenta transmitir.

Possui alguns sinônimos (termos que aparecem em 2. A frase “ A resposta branda acalma o coração
seu lugar, mas com o mesmo sentido) que devemos irado.” é uma proposição lógica simples.
conhecer, visto que em inúmeras situações quem apa-
rece é o sinônimo. Abaixo colocamos os principais. ( ) certo ( ) errado

Veja como a mesma proposição pode ser expressa de Veja que temos um único verbo: acalma. Temos um
várias maneiras: sujeito: a resposta branda. Ainda, temos um comple-
mento que deixa a informação clara!
RACIOCÍNIO LÓGICO

3. A frase “Se o filho é honesto então o pai é 6. A proposição “Se Paulo não foi ao banco, ele
exemplo de integridade.” é uma proposição está sem dinheiro.” É uma proposição compos-
lógica composta em que aparecem dois conec- ta denominada condicional.
tivos lógicos.
( ) certo ( ) errado
( ) certo ( ) errado
Observe o conjunto : “se” no início + vírgula no meio
= Se..., então, ou seja, uma condicional.
Veja que apesar de ser uma proposição composta e
possuir conectivo, é um só! A condicional apesar de Vale ressaltar que somente o fato de ter a vírgula no
ter dois pedaços: “se” e “então” é um conectivo só. meio não é suficiente para ser condicional, é necessá-
rio ter o termo “se” no início.

4. A sentença “A presença de um órgão media-


dor e regulador das relações entre empregados 7. A proposição “Não basta à mulher de César ser
e patrões é necessária em uma sociedade que honesta, ela precisa parecer honesta” é uma
busca a justiça social” é uma proposição sim- condicional.
ples.
( ) certo ( ) errado
( ) certo ( ) errado
Nesse caso temos a vírgula no meio de duas informa-
Apesar de ser uma sentença grande e aparentemente ções, contudo não temos a partícula “se” no início e
complicada, vamos aos detalhes técnicos: tampouco a algum sinônimo, e sendo assim a vírgula
representa o conectivo “e”, ou seja a conjunção.
1) Possui um único verbo: É
2) possui um único sujeito: órgão mediador e regula-
dor das relações entre empregados e patrões 8. A sentença “O crescimento do mercado infor-
3) se tentar separar em duas partes, não haveria sen- mal, com empregados sem carteira assinada,
tido. é uma consequência do número excessivo de
impostos incidentes sobre a folha de pagamen-
Uma dúvida comum nessa questão é imaginar que o tos” É uma proposição simples.
“e” entre as palavras “mediador” e “regulador” fosse
um conectivo. Não é fato, pois esse “e” apenas liga ( ) certo ( ) errado
dois predicados do Orgão.
A sentença “A democracia é consequência de um an-
Lembre-se: seio, de um desejo do homem por decidir seu próprio
destino e buscar por felicidade à sua própria maneira”
OBS: CONECTIVO – SEPARA INFORMAÇÕES COMPLETAS
a) pode ser corretamente representada na forma P→Q,
5. “João gosta de estudar, mas não gosta de fazer em que P e Q sejam proposições convenientemente
provas.” É uma proposição composta na qual escolhidas.
aparece o conectivo de conjunção. b) não é uma proposição lógica.
c) constitui uma proposição lógica simples.
( ) certo ( ) errado d) pode ser corretamente representada na forma
P→Q, em que P e Q sejam proposições conveniente-
mente escolhidas.
Lembre-se que o termo “mas” substitui o conectivo “e” e) pode ser corretamente representada na forma
com eficácia, ou seja, como o conectivo “e” é chama- P→[Q˄R], em que P, Q e R sejam proposições conve-
do de conjunção, ao trocar pelo “mas” continua sendo nientemente escolhidas.
uma conjunção.
RACIOCÍNIO LÓGICO

GABARITO
01-E 02-C 03-E 04-C 05-C 06-C 07-E 08-C

4. DIFERENÇA ENTRE Veja que a analise fica muito mais fácil:


PROPOSIÇÃO SIMPLES O candidato precisa de informações para poder passar.
E COMPOSTA
Veja que fica fácil observar que a partícula para anulou
Cada vez mais comum em provas é o estilo de questão o verbo passar e sobrou apenas o verbo precisar.
que cobra do candidato a diferenciação de proposição
simples e composta. Embora o conceito seja aparen-
temente simples, dependendo da sentença pode ser
bem complicado fazer essa distinção. Sendo assim,
quando a questão for confusa, devemos ter algumas
QUESTÕES COMENTADAS
técnicas para tornar o processo mais fácil.

Passo 1 – procurar um conectivo lógico


1. A expressão “Uma revisão dos pisos salariais
dos professores assegurará a revolução na
De modo geral, a proposição somente será composta
educação básica a que a sociedade aspira, pois
se houver um conectivo lógico ou um sinônimo. Essa
qualquer reforma para melhorar a qualidade
regra vale para todos os conectivos. A exceção é o co-
do ensino deverá passar pela valorização do
nectivo e, que muitas vezes aparece e mesmo assim a
educador” é uma proposição composta.
proposição é simples. Quando aparecer apenas o co-
nectivo E, teremos então uma outra técnica.
( ) certo ( ) errado
Nesses casos mais complexos (do conectivo e), utili-
2. A frase “O gaúcho, o mato-grossense e o mi-
zaremos a técnica da contagem de verbos. Essa téc-
neiro têm em comum o amor pelo seu estado
nica consiste em contar o verbos válidos e seguir o
natal” é uma proposição composta na qual
parâmetro:
aparece duas vezes o conectivo de conjunção.
1 verbo = proposição simples
( ) certo ( ) errado
2 ou mais verbos = proposição composta
Julgue o item abaixo, relacionado à lógica propo-
Para poder utilizar essa técnica é necessário entender
sicional.
que a contagem é de verbos válidos, isto é, verbos que
de fato geram informações. Veja a sentença:
3. A sentença: “Um governo efetivo precisa de
regras rígidas, de tribunais que desempenhem
O candidato precisa de informações para poder passar.
suas funções com seriedade e celeridade e de
Ao analisar a sentença de forma rápida, podemos ob-
um sistema punitivo rigoroso” pode ser corre-
servar que temos dois verbos: precisar e passar, contu-
tamente representada pela expressão (P˄Q)˄
do o verbo passar não está gerando nova informação
R, em que P, Q e R sejam proposições conve-
e sim ajudando a explicar o motivo do candidato pre-
nientemente escolhidas.
cisar. Com Isso, o único verbo válido é o verbo Precisar
e portanto a proposição é simples. Como essa analise
pode ser difícil, temos a dica:

As partículas “para” e “que” anulam o verbo.


RACIOCÍNIO LÓGICO

A proposição “A escola não prepara com eficácia o Proposição 1 Proposição 2 Proposição 1 e proposição 2
jovem para a vida, pois o ensino profissionalizante V V V
não faz parte do currículo da grande maioria dos V F F
centros de ensino” estaria corretamente represen-
F V F
tada por P→Q, em que P e Q fossem proposições
lógicas convenientemente escolhidas. F F F

( ) certo ( ) errado Veja a análise:

4. A frase “O perdão e a generosidade são provas Na primeira linha: V com V = V, pois são duas verda-
de um coração amoroso” estará corretamente des.
representada na forma P→Q, em que P e Q se- Na segunda linha: V com F = F, pois tem uma verdade
jam proposições lógicas convenientemente es- só.
colhidas. Na terceira linha: F com V = F, pois tem uma só ver-
dade.
( ) certo ( ) errado Na quarta linha: F com F = F, pois não tem verdade
alguma.

Na prática isso se utiliza para avaliar frases completas,


quando estas possuem o conectivo E, veja os exem-
5. TABELA VERDADE DOS plos:
CONECTIVOS LÓGICOS Em cada frase julgue em certa ou errada:

Cada conectivo lógico possui um sentido, um significa- a) Cuba é um País e O Brasil é um País. ( V )
do em uma sentença. Estudando o significado de cada b) belo Horizonte é uma cidade e Cuba um continente.
um deles, montamos tabelas lógicas, denominadas de ( F )
“tabela verdade”, onde através de V (verdadeiro) e F c) Porto Alegre é um estado e Curitiba é uma cidade.
(falso) interpretamos os conectivos. Quando dizemos ( F )
que uma sentença é Verdadeira, estamos dizendo que d) Curitiba é um estado e Cuba é um continente. ( F )
a forma que foi escrita e a conjugação com o conecti- Em resumo, grave o seguinte:
vo está correta.
DUAS VERDADES = VERDADE
O aprendizado e bom entendimento dessas tabelas
será determinante para o sucesso em lógica proposi-
cional e para isso, orientamos que tudo seja lido com
muita atenção e que se procure entender os conceitos,
ao invés da mera decoreba das tabelas, técnica que
comprovadamente não traz bons resultados.
Tabela Verdade “OU”
Tabela Verdade “E”
O conectivo ou tem como função garantir que pelo
Cada conectivo lógico tem uma função nas frases, o
menos uma das informações contidas é verdadeira.
conectivo E, por exemplo, tem como função a simul-
Veja que é um pouco diferente do conceito da língua
taneidade. Quando o autor utiliza o conectivo E, ele
portuguesa, onde geralmente o ou tem o sentido de
está afirmando que na frase tudo é verdade, ou seja,
que apenas uma das informações é correta.
se na frase houver duas proposições, as duas deverão
ser verdadeiras.
Resumindo
Na tabela abaixo, representamos essa situação:
PELO MENOS UMA VERDADE=VERDADE
RACIOCÍNIO LÓGICO

Na tabela abaixo, representamos essa situação: Na segunda linha: V com F = V, pois tem uma verdade só.
Na terceira linha: F com V = V, pois tem uma só verdade.
Proposição 1 Proposição 2 Proposição 1 OU proposição 2 Na quarta linha: F com F = F, pois não tem verdade alguma.
V V V

V F v
Na prática isso se utiliza para avaliar frases completas,
F V v
quando estas possuem o conectivo OU, veja os exem-
F F F
plos:

a) OU Cuba é um País OU O Brasil é um País. ( F )


Veja a análise: b) OU Curitiba é uma cidade OU Cuba um continente. ( V )
c) OU Curitiba é um estado OU Curitiba é uma cidade. ( V )
Na primeira linha: V com V = V, pois são duas verda- d) OU Porto alegre é um estado OU Cuba é um continente.
des. ( F )
Na segunda linha: V com F = V, pois tem uma verdade.
Na terceira linha: F com V = V, pois tem uma verdade. Em resumo, grave o seguinte:
Na quarta linha: F com F = F, pois não tem verdade
alguma.
Na prática isso se utiliza para avaliar frases completas,
SÓ UMA VERDADE = V
quando estas possuem o conectivo E, veja os exem-
plos: 5.2 - TABELA VERDADE "SE...ENTÃO"
Em cada frase julgue em certa ou errada: Quando o autor utiliza o conectivo SE...ENTÃO, ele
está afirmando que quando a primeira é verdadeira
a) Cuba é um País e O Brasil é um País. ( V ) obrigatoriamente a segunda tem que ser verdadei-
b) Curitiba é uma cidade e Cuba um continente. ( V )
ra.
c) porto Alegre é um estado e Curitiba é uma cidade. ( V )
Na tabela abaixo, representamos essa situação:
d) Belo Horizonte é um estado e Cuba é um continente. ( F )

Proposição 1 Proposição 2 Proposição 1 → proposição 2


Em resumo, grave o seguinte:
V V V

V F F
PELO MENOS UMA VERDADE = V F V V

F F V

5.1 - TABELA VERDADE "OU...OU"


Veja a análise:
Quando o autor utiliza o conectivo OU...OU, ele está
afirmando que na frase só uma parte é verdade, ou Na primeira linha: V com V = V,
seja, se na frase houver SÓ UMA proposição verdadei- pois segue a definição, isto é, sendo a primeira verda-
ra, a frase será verdadeira. deira, a segunda também é verdadeira.

Na tabela abaixo, representamos essa situação: Na segunda linha: V com F = F,


pois sendo a primeira verdadeira, a segunda deveria
Proposição 1 Proposição 2 Ou Proposição 1 Ou proposição 2 ser verdadeira e não é.
V V F

V F V
Na terceira linha: F com V = V,
F V V
pois quando a primeira é falsa, automaticamente o re-
F F F
sultado é verdadeiro.

Veja a análise: Na quarta linha: F com F = V,


pois quando a primeira é falsa, automaticamente o re-
Na primeira linha: V com V = F, pois são duas verdades, e sultado é verdadeiro.
poderia ter uma só verdade.
RACIOCÍNIO LÓGICO

10

Na prática isso se utiliza para avaliar frases completas, c) Curitiba é um estado SE,E SOMENTE SE Porto Alegre é
quando estas possuem o conectivo OU, veja os exem- uma cidade. ( F )
plos: d) Curitiba é um estado SE,E SOMENTE SE Cuba é um con-
tinente. ( V )
a) SE Cuba é um País ENTÃO O Brasil é um País. ( V ) Em resumo, grave o seguinte:
b) SE Cuiabá é uma cidade ENTÃO Cuba um continente. ( F )
c) SE Porto Alegre é um estado ENTÃO Curitiba é uma cidade. ( V )
d) SE Curitiba é um estado ENTÃO Cuba é um continente. ( V ) AS DUAS IGUAIS = V
Em resumo, grave o seguinte:

Ainda sobre a bicondional, vale a pena entender me-


O esquema acima é o “bizu” da Vera Fisher Falsa, que lhor a nomenclatura e o significado lógico, para que
diz que se no conectivo se...,então aparecer a Vera no futuro tenhamos maior facilidade de entendimento
Fisher a resposta será falsa, caso contrário será ver- de situações que tragam o se, e somente se.
dadeira.
O nome “Bicondicional” significa, como é de se pen-
5.3 -TABELA VERDADE "SE, E SOMENTE sar, dupla condicional, isto é, na mesma sentença te-
SE" mos duas condicionais, mas escritas de modo mais
resumido. Quando falamos, por exemplo: “estudo se,
Quando o autor utiliza o conectivo SE, E SOMENTE e somente se passo” devemos entender da seguinte
SE, ele está afirmando que AS DUAS PROPOSIÇÕES maneira:
TEM O MESMO VALOR LÓGICO, ISTO É, SÃO IGUAIS.
Se isso realmente acontecer, a sentença composta será “estudo se, e somente se passo” =
“Se estudo então passo E se passo então estudo”
verdadeira.

Na tabela abaixo, representamos essa situação: Perceba que agora, faz mais sentido chamar de bi-
condicional, afinal temos duas vezes o conectivo “se...
então” a chamada condicional. Simbolicamente pode-
Proposição 1 Proposição 2 Proposição 1 ↔ proposição 2
mos escrever:
V V V

V F F

P ↔ Q = ( P → Q ) ∧ (Q → P )
F V F

F F V

Veja a análise:

Na primeira linha: V com V = V, pois são duas verda-


des, são iguais.
Na segunda linha: V com F = F, pois são diferentes. QUESTÕES COMENTADAS
Na terceira linha: F com V = V, pois são diferentes.
Na quarta linha: F com F = V, pois são iguais.

Na prática isso se utiliza para avaliar frases completas, 1. Se as proposições P e Q são ambas verdadeiras,
quando estas possuem o conectivo OU, veja os exem- então a proposição ( P) ( Q) também é
plos: verdadeira.
a) Cuba é um País SE,E SOMENTE SE O Brasil é um País. ( V )
b) Belo Horizonte é uma cidade SE,E SOMENTE SE Cuba um ( ) Certo
continente. (F) ( ) Errado
RACIOCÍNIO LÓGICO

11

2. Se a proposição T é verdadeira e a proposição gico da proposição em questão será F.


R é falsa, então a proposição R ( T) é falsa.
( ) Certo
( ) Certo ( ) Errado
( ) Errado

8. Se a proposição P for falsa, então a proposição


3. Se as proposições P e Q são verdadeiras e a P → (Q ˅ R) será uma proposição verdadeira.
proposição R é falsa, então a proposição (P
R) ( Q) é verdadeira. ( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado 9. Considere falsidade o valor lógico da seguinte
afirmação:

4. Caso sejam verdadeiras as proposições P e Q, a “Se Pedro é alto, então Camila é baixa”.
proposição (~P Q) (~Q P) será verdadeira.
Dessa forma, é verdade o valor lógico da afirmação
( ) Certo
( ) Errado a) Camila é baixa ou Pedro não é alto.
b) Pedro é alto.
c) Camila não é baixa e Pedro não é alto.
5. Considerando que os símbolos ˅, d) Camila é baixa.
~, →, ↔ e ˄ representem as operações lógicas e) Camila é baixa e Pedro é alto.
«ou», «não», «condicional», «bicondicional”
e “e”, respectivamente, julgue o item a se-
guir, acerca da proposição composta P: (p˄~- 10. Sobre as tabelas de verdade dos conectivos de
q)↔(~p˅r), em que p, q e r são proposições disjunção (inclusiva), conjunção e implicação
distintas. (material), assinale a alter nativa correta.

Se a proposição p for verdadeira, então P será falsa. a. As conjunções só são falsas quando ambos os
conjuntos são falsos.
( ) Certo b. Não existe implicação falsa com antecedente ver-
( ) Errado dadeiro.
c. As disjunções são falsas quando algum dos dis-
juntos é falso.
6. Considerando-se que as proposições A, B e C d. Só há um caso em que as implicações são verda-
tenham valorações V, F e V, respectivamente, deiras.
e considerando-se também as proposições e. As implicações são verdadeiras quando o antece-
P e Q, representadas, respectivamente, por dente é falso.
A ˄ (B ˅ C) e [¬(A˄B)] ˅ (¬C), é correto afirmar
que P e Q têm a mesma valoração.

( ) Certo
( ) Errado GABARITO
01-E 02-E 03-C 04-E 05-C
7. Considerando a proposição {(P˅-
Q)→[R˄(~S)]}→[(P˄S)↔(Q˄R)], julgue o item a 06-C 07-C 08-E 09-B 10-E
seguir.

Se P e S forem V e Q e R forem F, então o valor ló-


RACIOCÍNIO LÓGICO

12

6. TAUTOLOGIA, CONTRA- Muitas vezes não é simples reconhecer uma tautolo-


gia e por isso temos uma técnica para fazer esse re-
DIÇÃO E CONTINGÊNCIA conhecimento. No entanto, antes de entrar na técni-
ca propriamente dita, vamos entender o conceito de
“conectivo principal”. Conectivo principal é o conectivo
Quando temos uma proposição composta, já sabemos
que na resolução da expressão ficaria por último. Caso
que ela possuirá um valor lógico que depende dos
não existam parênteses nem colchetes e nem chaves,
seus conectivos e de duas componentes. A partir das
usamos a ordem de precedência: e; ou; ou...ou; se..,en-
possibilidades de valoração classificamos a proposição
tão...; se, e somente se.
entre Tautologia, Contradição (falácia) e contingência.
Essa ordem diz que não havendo marcadores (pa-
Observe que é uma classificação das proposições em
rênteses, colchetes e chaves) resolvemos primeiro o
função dos seus valores possíveis.
conectivo e, depois o ou, depois o ou...ou, depois o
se...,então e por último o se..., então. Veja que sendo
6.1 - TAUTOLOGIA assim, para localizar o “principal” devemos olhar in-
vertido, uma vez que principal é o que fica por último.
Uma proposição será chamada de tautologia quando
Na expressão p ∧ q → r o principal será o conectivo
o seu valor lógico for verdadeiro, independentemente
se...,então visto que numa possível resolução, primeiro
dos valores lógicos de suas componentes. Traduzindo,
faríamos o “e” e por fim o se...,então”.
não importa o que aconteça, ela será verdadeira no
final.
Agora que já sabemos o que significa “conectivo prin-
cipal”, vamos apresentar os passos para reconhecer
Contradição ou falácia
uma tautologia. Vamos a eles:
Uma proposição será chamada de contradição quan-
do o seu valor lógico for falso, independentemente
1) Igualar a proposição a falso;
dos valores lógicos de suas componentes. Traduzindo,
2) Procurar o conectivo principal;
não importa o que aconteça, ela será falsa no final.
3) Separar a proposição em duas partes: uma antes
do principal e outra depois;
Contingência
4) Analisar de que maneira é possível fazer o conec-
tivo principal dar falso;
Uma proposição será chamada de contingência quan-
5) Analisar a resposta: se for possível o principal dar
do não for nem tautologia e nem contradição, isto é,
falso, sem gerar nenhum erro, então não é tauto-
não for sempre verdadeira e nem sempre falsa.
logia. Se ao procurar a forma de acontecer o falso,
aparecer algum erro de tabela verdade, será uma
Resumindo:
tautologia.

Exemplo

Verifique se a proposição p ∧ q → r é tautologia.


Primeiro igualamos a falso:

p∧q→r = F
Agora localizamos o conectivo principal: o Se..., então
e com isso separamos em duas partes:

Técnica para reconhecer uma tautologia p∧q → r


RACIOCÍNIO LÓGICO

13

Separadas as duas partes, verificamos que para a con- pois na primeira parte p=V e na segunda p=F. Quando
dicional ser falsa, precisamos da Vera Fisher e com isso: aparece um erro, a conclusão é de que é impossível a
resposta final ser falsa. Logo ela com certeza é verda-
p∧q → r = F deira, do que concluímos que é uma tautologia.

Técnica para reconhecer uma contradição


V F
Também é possível verificar se uma proposição com-
Agora verificamos se apareceu algum erro. Veja que posta é contradição. Basta usar a técnica anterior in-
na primeira parte não temos erro algum, pois como vertida. Ao invés de igualar a falso, iguala-se a verda-
temos o conectivo “e” basta colocar p = V e q = V deiro e faz o teste. Se não aparecer erro, ela não será
(duas verdades) e na segunda parte é só deixar o r = contradição. Se aparecer algum erro, com certeza é
F. Com isso, podemos afirmar que não se trata de uma uma contradição.
tautologia, visto que ela pode ser falsa no final sem
causar erro. Reconhecimento de contingência
Exemplo A maioria das proposições são contingências e para
averiguar se estamos diante de uma, basta se certificar
Verifique se a proposição p ∧ q → p ∨ q é tautolo- de que não é tautologia e nem contradição.
gia.

Exemplo
QUESTÕES COMENTADAS
Verifique se a proposição p ∧ q → p ∨ q é tautolo-
gia.

Primeiro igualamos a falso: 1. A proposição [P˅Q] → Q é uma tautologia.

( ) Certo
p∧q → p∨q = F
( ) Errado
Agora localizamos o conectivo principal: o Se..., então
e com isso separamos em duas partes:
2. Julgue o item seguinte relacio-
nado à lógica proposicional.
p∧q → p∨q Uma tautologia é uma proposição lógica com-
posta que será verdadeira sempre que os valo-
res lógicos das proposições simples que a com-
Separadas as duas partes, verificamos que para a con- põem forem verdadeiros.
dicional ser falsa, precisamos da Vera Fisher e com isso:
( ) Certo
p∧q → p∨q = F ( ) Errado

V F
3. A proposição P˄Q˄R→P˅Q é uma tautologia
Agora verificamos se apareceu algum erro. Veja que
temos um problema de tabela verdade, visto que na ( ) Certo
primeira parte temos o conectivo “e” e assim sendo ( ) Errado
para ser verdadeiro temos de ter duas verdades: p=V e
q=V. Por outro lado, na segunda parte temos o conec- 4. A proposição (P˅Q) → (Q˄P) é uma tautologia.
tivo “ou” e para ser falso precisamos de duas partes
falsas: p=F e q=F. veja que temos uma contradição, ( ) Certo
( ) Errado
RACIOCÍNIO LÓGICO

14

5. A proposição [(P˄Q) → R] ˅ R é uma tautologia, Legenda


ou seja, ela é sempre verdadeira, independen-
temente dos valores lógicos de P, Q e R. N = número de linhas
X = número de letras (proposições) Diferentes de uma
( ) Certo expressão.
( ) Errado
Exemplo

6. A proposição [P˅Q]↔[(¬P)˄Q] tem somente o Calcule o número de linhas da tabela verdade da ex-
valor lógico V, independentemente dos valores
lógicos de P e Q.
pressão P ∧ (Q → R) ∨ Q .
Solução
( ) Certo
( ) Errado
X = 3 (3 letras)
N = 2x
GABARITO N = 23
N = 8 linhas
01-E 02-E 03-C
Feita a análise do número de linhas que a tabela pos-
04-E 05-E 06-E suirá, vamos utilizar uma técnica basicamente igual
a que usamos em tautologia/contradição. A técnica
consitirá em igualar a proposição a Falso ou verdadei-
ro dependendo do conectivo principal. Seguiremos ao
7. CONSTRUÇÃO DA TABE- seguinte padrão:

LA VERDADE DE PROPO-
Conectivo principal Igualar a
SIÇÕES COMPOSTAS OU FALSO
Algumas expressões (proposições compostas) exigem SE..,ENTÃO FALSO
a construção de uma tabela de valores, consideran- OU...OU FALSO
do todas as possibilidades. A essa tabela chamamos
“Tabela verdade” de uma Proposição. Nessa aula mos- E VERDADEIRO
traremos o processo de construção dessa tabela e a SE, E SOMENTE SE VERDADEIRO
utilidade no momento de resolver questões.
Se igualarmos a falso, analisaremos quando aconte-
Para iniciar o estudo precisamos aprender a calcular cerá o falso e após localizar na tabela preencheremos
o número de linhas da tabela que será montada. Para com falso as linhas correspondentes. As que sobrarem
fazer o cálculo precisamos averiguar quantas são as igualamos a verdadeiro.
componentes diferentes que a proposição possui, pois
a fórmula depende disso. Abaixo apresentamos a fór- Se igualarmos a verdeiro, analisaremos quando acon-
mula para cálculo. tecerá o falso e após localizar na tabela preenchere-
mos com verdadeiro as linhas correspondentes. As
Número de linhas de uma tabela verdade que sobrarem igualamos a falso.

Vejamos que as questões a esse respeito devem trazer


N = 2x a base da tabela pronta. Entendemos por base a tabela
com os possíveis valores das letras isoladamente. Veja
abaixo qual é o padrão para 4 linhas e para 8 linhas.
RACIOCÍNIO LÓGICO

15

Base para 4 linhas: com isso separamos em duas partes:

p q p∧q → r
V V
V F
Separadas as duas partes, verificamos que para a con-
F V
dicional ser falsa, precisamos da Vera Fisher e com isso:
F F

Base para 8 linhas p∧q → r = F

V F
p q r
V V V Agora analisamos as consequências:
V V F
Na primeira parte temos p ∧ q = V e como temos
V F V
um conectivo “e” precisamos de duas verdades: p =V
V F F e q=V
F V V
F V F Na segunda parte temos que r=F.
F F V
F F F Veja como ficou: p=V q=V r=F. procure na base a li-
nhas que tem esse valores:
Essa base normalmente apresenta várias colunas va-
zias que não vamos utilizar. A última coluna corres- p q r
p∧q p∧q→r
ponde aos resultados e é ela que o examinador está
V V V
solicitando.
V V F
Vejamos a resolução de alguns exemplos para fixar o V F V
método. V F F
F V V
Exemplo F V F
F F V
Dada a base abaixo, Construa a tabela verdade (última
F F F
coluna) da expressão p∧q→r.
Uma vez localizada a linha, colocamos falso na última
p q r coluna dela:
p∧q p∧q→r
V V V
p q r
V V F p∧q p∧q→r
V F V V V V
V F F V V F F
F V V V F V
F V F V F F
F F V F V V
F F F F V F
F F V
Primeiro vamos igualar a falso, uma vez que conectivo F F F
principal é o condicional.

p∧q→r = F
RACIOCÍNIO LÓGICO

16

Observe que estão sobrando 7 linhas. Nessas linhas


restantes, colocamos verdadeiro e tabela está pronta! F F

p q r Agora analisamos as consequências:


p∧q p∧q→r
Na primeira parte temos p ∧ q = F e como temos
V V V V
um conectivo “e” precisamos de alguma delas falsa ou
V V F F
as duas. Teremos três formas
V F V V
V F F V 1) p=V q=F
F V V V 2) p=F q=V
F V F V 3) p=F q=F
F F V V
Na segunda parte temos que r=F.
F F F V

Agora juntamos os dois lados:


Essa tabela nos dá muitas respostas. Ela diz que só há
uma forma de ela dar falsa, o que está exposto na se-
p q r
gunda linha. Com qualquer outra combinação de va-
lores de p,q e r a proposição será verdadeira. O autor v f f
sempre irá cobrar a última coluna que é a resposta. f v f
f f f
Exemplo
Procuramos na tabela verdade e como no início igua-
Dada a base abaixo, Construa a tabela verdade (última lamos com falso, colocamos falso:
coluna) da expressão ( p ∧ q) ∨ r .
p q r
p∧q p∧q→r
p q r V V V
p∧q ( p ∧ q) ∨ r
V V F
V V V
V F V
V V F
V F F
V F V
F V V
V F F
F V F
F V V
F F V
F V F
F F F
F F V
F F F Uma vez localizadas as linhas, colocamos falso na últi-
ma coluna delas:
Primeiro vamos igualar a falso, uma vez que conectivo
principal é o ou.
p q r
( p ∧ q) ∨ r = F p∧q p∧q→r
V V V
com isso separamos em duas partes: V V F
V F V
V F F F
( p ∧ q) ∨ r
F V V
Separadas as duas partes, verificamos que para a con- F V F F
dicional ser falsa, precisamos da Vera Fisher e com isso: F F V

( p ∧ q) ∨ r = F F F F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

17

Observe que estão sobrando 5 linhas. Nessas linhas Esse caso merece atenção especial pelo fato de que
restantes, colocamos verdadeiro e tabela está pronta! há conectivo dos dois lados do conectivo principal.
Ainda, há letras repetidas nos dois lados. Quando isso
p q r ocorre, iremos começar pelo lado que tiver menor nú-
p∧q p∧q→r
mero de possibilidades. No primeiro lado temos um
V V V V
conectivo “ou” que deve ser V, e isso possui três for-
V V F V mas de ocorrer. No segundo lado temos um conecti-
V F V V vo “condicional” que deve ser falso e isso acontece de
V F F F apenas uma maneira. Portanto devemos começar pelo
F V V V segundo lado.
F V F F
No segundo lados temos :
F F V V
F F F F
( p → r) = F
Exemplo
Com isso: p=V e r=F
Dada a base abaixo, Construa a tabela verdade (última
Como a letra p aparece dos dois lados, devemos agora
coluna) da expressão ( p ∨ q) → ( p → r ) . colocar p=V na primeira parte e continuar analisando:

p q r V ?
( p ∨ q) ( p → r ) ( p ∨ q) → ( p → r )
( p ∨ q) = V
V V V
V V F Como temos o conectivo “ou” e nele temos de ter pelo
V F V menos uma verdade para que fique verdadeiro no fi-
V F F nal e a letra p já é verdadeira, a letra q fica “solta”, isto
F V V é, pode ser V ou F.logo,
F V F
q=V ou q=F
F F V
resumindo,
F F F p= V q= V r= F
p=V q=F r=F
Primeiro vamos localizar o conectivo principal: Se...,en-
tão –o primeiro deles. Com isso, vamos separar em veja que essas duas possibilidades resultam em fal-
duas partes: so, que foi o que usamos no início. Procuramos ela na
( p ∨ q) → ( p → r ) base da tabela e colocamos falso nelas:

p q r
Vamos igualar a falso: ( p ∨ q) ( p → r ) ( p ∨ q) → ( p → r )
V V V
( p ∨ q) → ( p → r ) = F V V F F
V F V
Agora vamos usar tabela verdade para preencher os V F F F
dois lados com valores lógicos. Devemos responder F V V
de que maneira o conectivo condicional pode ser falso
F V F
e lembramos da Vera Fisher:
F F V

( p ∨ q) → ( p → r ) = F F F F

V F
RACIOCÍNIO LÓGICO

18

As demais linhas devemos completar com verdadeiro: ( ) Certo


( ) Errado
p q r
( p ∨ q) ( p → r ) ( p ∨ q) → ( p → r )

V V V V 3. A última coluna da tabela-verdade abaixo


V V F F corresponde à proposição (¬P) ˅ (Q→R).
V F V V
V F F F
F V V V
F V F V
F F V V
F F F V

QUESTÕES COMENTADAS

( ) Certo
1. Caso as colunas em branco na tabela abaixo se- ( ) Errado
jam corretamente preenchidas, a última coluna
dessa tabela corresponderá à expressão [P˄(¬-
Q)]˅[Q→P]. 4. Se S = (P→Q)˄R, então, na última coluna da
tabela-verdade de S, aparecerão, de cima para
baixo e na ordem em que aparecem, os seguin-
tes elementos: V, F, V, V, F, V, F e V.

( ) Certo
( ) Errado

5. A proposição simbolizada por (A→B)→(B→A)


possui uma única valoração F.

( ) Certo ( ) Certo
( ) Errado ( ) Errado
6. A proposição simbólica (P˄→Q)˄R possui, no
máximo, 4 avaliações V.
2. A última coluna da tabela-verdade abaixo cor-
responde à proposição (P˄R)→Q.
( ) Certo
( ) Errado

GABARITO
01-C 02-E 03-C
04-E 05-C 06-E
RACIOCÍNIO LÓGICO

19

8. NEGAÇÃO DE d) A negação da proposição “Felipe é bonito” =


PROPOSIÇÕES Felipe não é Bonito.

A negação de proposições é tema comum nas Bancas. Mais uma vez acrescentamos o negador não.
Embora no nosso cotidiano, estejamos habituados a Nesse exemplo, um cuidado especial reside no
fazer negações, no aspecto lógico existem cuidados fato de alguns candidatos pensarem que seria
especiais e detalhes que fazem toda a diferença. Para
melhor compreensão, separamos a negação simples, possível dizer “Felipe é feio”, quando na verdade
da composta, aquela que possui conectivos. seria um erro grave, pois dizer que Felipe não é
bonito, não acarreta que ele seja feio.
8.2 - NEGAÇÃO SIMPLES
e) A negação da proposição “Jhoni é rico” = Jho-
1) introduz o negador NÃO; ni Não é rico.
Veja que é o processo natural de negação, usar a pa- Mais uma vez acrescentamos o negador não.
lavra não!

f) A negação da proposição “ João está vivo” =


1) Se já houver, retire-o;
João não está vivo.
Algumas sentenças já são negativas, ou seja, já Acrescentamos o negador não.
tem o “não” e nesses casos, para fazer a negação, reti-
ramos o negador “não”. Veja os exemplos abaixo: Agora que já aprendeu a regra geral, precisamos nos
ater aos pequenos detalhes, que como sabemos fa-
EXEMPLOS zem toda a diferença.

Para você entender, vamos utilizar uma sentença sim-


a) A negação da proposição “O Brasil é um país.” ples, mas que possui mais do que um verbo:
= O Brasil não é um país.
“o tribunal entende que o réu tem culpa.”
Veja que nesse caso, apenas acrescentamos o ne-
Como devemos negar essa proposição? Devemos ne-
gador. Não antes do primeiro verbo. gar o primeiro verbo? O segundo? Os dois? Não faz
diferença?
b) A negação da proposição “Cuba não é um
continente.” = Cuba é um continente. Para sanar dúvidas como estas, aprenda o seguinte
conceito em lógica proposicional:
Nesse caso, como já havia o não, foi necessário
retirá-lo. Em uma proposição simples valerá sempre o
primeiro verbo, o resto é apenas complemento
c) A negação da proposição “O policial precisa e não deve ser negado.
de informações precisas.” = O Policial não
precisa de informações precisas. “o
Sendo assim, devemos negar da seguinte forma:
tribunal NÃO entende que o réu tem cul-
Nesse exemplo, acrescentamos o negador Não pa.”
antes do verbo precisa. Importante ainda salientar que a possibilidade “o tri-
bunal entende que o réu NÃO tem culpa.” Está errada!
RACIOCÍNIO LÓGICO

20

NEGAÇÃO COMPOSTA Simbolicamente,

A negação composta depende do conectivo empre-


gado na sentença. Para cada conectivo há uma regra
P v Q = P↔Q
a ser empregado.
Exemplo
Conectivo E Negue a proposição “Ou Ana é bela ou Carina é feia”.
Resposta: Ana é bela se, e somente se Carina é feia.
Para fazer a negação da conjunção, devemos seguir os Veja que o que fizemos foi a simples troca do conecti-
seguintes passos: vo e não foi necessário negar as componentes.
1) negar tudo; Negação de Condicional
2) trocar o “e” por “ou”
Simbolicamente, Quando falamos da negação da condicional, precisa-
mos entender que existem alguns passos que devem
¬ (A e B) = ¬A ou ¬B ser seguidos. Simbolicamente, esses passos estão des-
critos no quadro abaixo:
Exemplo

Proposição = Sou feliz e Canto.


¬ (A → B) = A e ¬ B
Negação = NÃO sou feliz ou NÃO canto.
Traduzindo para a linguagem corrente significa:

Conectivo OU 1) Repete a primeira proposição;


2) Troca o conectivo SE...ENTÃO por E;
Para fazer a negação da conjunção, devemos seguir os 3) Nega o final;
seguintes passos:
Veja o exemplo resolvido abaixo:
1) negar tudo; SE eu fico rico, ENTÃO compro um carro.
2) trocar o “ou” por “e”
Simbolicamente, Proposição = SE eu fico rico, ENTÃO compro um carro.
MANTÉM E NEGA
¬ (A ou B) = ¬ A e ¬ B
Negação = eu fico rico e NÃO compro um
Exemplo carro.

Proposição = sou professor ou sou rico. Exemplo resolvido


negação = NÃO sou professor rico. e NÃO sou
Se Luiz é alto, então joga basquete.
Negação conectivo OU...OU Negação: Luiz é alto e não joga basquete.

A disjunção exclusiva como é chamado o conectivo Repete a 1ª nega a 2ª


ou...ou tem uma negação bem fácil e interessante, pois
ela não utiliza o negador “não” e consegue com uma Exemplo resolvido
simples troca de conectivos realizar a negação. Obser-
ve a regra e veja o exemplo para compreender. Se Lúcio faz dieta e corre, então emagrece.
Negação: Lúcio Faz dieta E não emagrece.
Regra
Exemplo
1) Troca-se o conectivo “ou...ou” pelo “se, e somente
se”; Negue a proposição “Se não fico em casa, então vou
ao cinema.
RACIOCÍNIO LÓGICO

21

Resposta: Não fico em casa e não vou ao cinema.


P ↔ Q = ( P → Q ) ∧ (Q → P ) e negando
Veja que o trecho “não fico em casa” foi apenas repe- a dupla condicional. Vejamos um exemplo:
tido, pois ele está no começo da sentença. Exemplo

Exemplo “ o dólar cai se, e somente se os juros aumentam”


Reescrevendo fica:
Negue a proposição “Se estudo e faço exercícios en-
tão passo”. “Se o dólar cai, então os juros aumenta E se os juros
aumentam, então o dólar cai.”
Resposta: Estudo e faço exercícios e não passo.
Agora negamos cada uma das condicionais:
Novamente veja que o começo foi repetido “Estudo e
faço exercícios”. Como o conectivo “e” ficou no come- O dólar cai e os juros não aumentam OU os juros au-
ço, foi apenas repetido. mentam e o dólar não cai.

Exemplo Entendemos que a melhor maneira de lembrar des-


sa regra seja a compreensão, como tentamos passar.
Negue a proposição “Se viajo, então descanso e gasto Contudo abaixo segue a regra formal simbólica:
dinheiro”.

Resposta: Viajo e não descanso ou não gasto dinheiro. ~ ( P ↔ Q ) = ( P ∧ ~ Q ) ∨ (Q ∧ ~ P )


Nesse caso, “viajo” foi repetido, mas o pedaço “des-
canso e gasto dinheiro” foi negado, pois estava no fi-
nal.

Negação conectivo “Se, e somente se” QUESTÕES COMENTADAS


Quando falamos em negação da bicondicional, isto
é, “se, e somente se” temos duas maneiras de fazer. 1. A negação da proposição “Se houver corrup-
A primeira e mais fácil ocorre de maneira inversa ao ção, os níveis de violência crescerão” é equiva-
“ou...ou”. Agora retiramos o “se, e somente se” e co- lente a “Se não houver corrupção, os níveis de
locamos ou..ou” violência não crescerão”.

Regra Comentário do professor: A questão é claramente


errada, pelo fato de que o conectivo SE...ENTÃO não
1) Troca-se o conectivo “se, e somente se” pelo foi trocado pelo conectivo E, e com isso, não precisa-
“ou...ou”; mos verificar mais nada.

Simbolicamente, 2. A negação da proposição “Se eu não registrar mi-


nha candidatura dentro do prazo, também não
poderei concorrer a nenhum cargo” estará corre-
P↔Q= P v Q tamente expressa por “Se eu registrar minha can-
didatura dentro do prazo, então poderei concor-
Negue a proposição “ o dólar cai se, e somente se os rer a algum cargo”.
juros aumentam”.
Comentário do professor: Mais uma vez a questão
Resposta: Ou o dólar cai ou os juros aumentam. está errada pelo fato de não trocar o conectivo SE...
ENTÃO pelo E. Esse erro é típico na banca Cespe e
A segunda maneira ocorre interpretando o sen- precisamos estar atentos com ele.
tido do se, e somente se, simbolicamente
RACIOCÍNIO LÓGICO

22

3. A negação de “eu não sou um espião, amo o d) Não vou à academia todos os dias da semana e não
meu país.” é equivalente à seguinte proposição: corro três dias na semana.
“eu sou um espião ou não amo o meu país”. e) Se vou todos os dias à academia, então corro três
dias na semana.
Comentário do professor: Podemos reescrever a
sentença dada da seguinte maneira: “eu não sou um
espião e amo o meu país.”. 7. De acordo com o raciocínio lógico-matemático,
a negação da frase “O juiz negou a sentença e o
Temos portanto o conectivo “e”, devemos negar tudo réu entrou com recurso” é equivalente a frase.
e trocar por “ou”, logo a negação fica “eu sou um es-
pião ou não amo o meu país.” a) O juiz negou a sentença ou o réu entrou com re-
Gabarito certo. curso.
b) O juiz não negou a sentença ou o réu não entrou
com recurso.
4. A negação da proposição “Marcos gosta de es- c) O juiz não negou a sentença e o réu não entrou com
tudar, mas não gosta de fazer provas” é logica- recurso.
mente equivalente à proposição “Marcos não d) O juiz não negou a sentença ou o réu entrou com
gosta de estudar e gosta de fazer provas”. recurso.

Comentário do professor: Podemos reescrever a


sentença dada da seguinte maneira: “Marcos gosta de 8. Considere a seguinte afirmação associada a ob-
estudar e não gosta de fazer provas”. Veja que a ques- jetivos específicos de uma das Operações Urba-
tão está claramente errada, pois na resposta proposta nas do Município de São Paulo.
não foi trocado o conectivo “e” por “ou”.
Se esta Operação visa a implantação de espaços
públicos, então ela visa a implantação de equipa-
5. negação da proposição “Ocorre falha técni- mento de interesse da comunidade.
ca na chamada ou a operadora interrompe a
chamada de forma proposital” é corretamente Uma negação lógica dessa afirmação está contida
expressa por “Não ocorre falha técnica na cha- na alternativa:
mada nem a operadora interrompe a chamada
de forma proposital”. a) Esta Operação não visa a implantação de espaços
públicos ou não visa a implantação de equipamentos
Comentário do professor: Negando a proposição de interesse da comunidade.
dada temos: “não ocorre falha técnica na chamada e a b) Esta Operação não visa a implantação de espaços
operadora não interrompe a chamada de forma pro- públicos ou visa a implantação de equipamentos de
posital.” Perceba que é possível juntar “e” e o “não” interesse da comunidade.
(sublinhados) transformando-os no “nem” e assim o c) Esta Operação não visa a implantação de espaços
gabarito é correto. públicos, e sim a implantação de equipamentos de in-
teresse da comunidade.
d) Esta Operação visa a implantação de espaços pú-
6. Vou à academia todos os dias da semana e blicos e não visa a implantação de equipamentos de
corro três dias na semana. Uma afirmação que interesse da comunidade.
corresponde à negação lógica da afirmação an- e) Se esta Operação não visa a implantação de es-
terior é paços públicos, então ela não visa a implantação de
equipamento de interesse da comunidade.
a) Não vou à academia todos os dias da semana ou
não corro três dias na semana.
b) Vou à academia quase todos os dias da semana e
corro dois dias na semana.
c) Nunca vou à academia durante a semana e nunca
corro durante a semana.
RACIOCÍNIO LÓGICO

23

9. Determine a negação da proposição “Lívia é es- No quadro abaixo, mostramos a regra de ne-
tudiosa e Marcos decora”. gação de cada quantificador e logo apresen-
a) Lívia é estudiosa ou Marcos decora
tamos exemplos.
b) Lívia não é estudiosa e Marcos decora.
c) Lívia não é estudiosa ou Marcos decora. QUANTIFICADOR NEGAÇÃO
d) Lívia não é estudiosa ou Marcos não decora.
Todo Algum ... não / existe um que
e) Marcos não decora e Lívia é estudiosa.
não/ pelo menos um não
Algum/existe nenhum
10. A negação de “hoje é domingo e amanhã não nenhum algum
choverá” é:
Exemplo 1
a) hoje não é domingo e amanhã não choverá
b) hoje não é domingo ou amanhã choverá Negue a proposição: “todo cachorro é verde.”
c) hoje não é domingo então amanhã choverá
d) hoje não é domingo nem amanhã choverá Opção 1: algum cachorro não é verde.
Opção 2: existe um cachorro que não é verde.
Opção 3: pelo menos um cachorro não é verde.
11. “Se Jorge é inteligente, então ele é analista de
redes”. Negar a afirmação proposta é afirmar Exemplo 2
que
Negue a proposição: “algum homem é feio.”
a) Jorge não é inteligente e é analista de redes. Negação: nenhum homem é feio.
b) se Jorge não é inteligente, então ele não é analista
de redes. Exemplo 3
c) Jorge é inteligente e não é analista de redes.
d) se Jorge não é analista de redes, então ele não é Negue a proposição: “nenhum gato é pardo.”
Negação: algum gato é pardo.
inteligente.
e) Jorge é analista de redes e é inteligente.
Exemplos

A negação de “todos os homens dirigem bem” é:


GABARITO Comentário: usando a regra de trocar Todos por Existe e
01-E 02-E 03-C 04-E 05-C 06-A negar temos “existe homem que não dirige bem”
07-B 08-D 09-D 10-B 11-C

QUESTÕES COMENTADAS
9. NEGAÇÃO DE
QUANTIFICADORES
1. A negação de “À noite, todos os gatos são par-
Os quantificadores lógicos tem a dizer ao dos” é:
leitor quantos elementos participam ou tem
a) De dia, todos os gatos são pardos.
alguma característica. São eles: Todo, Algum
b) De dia, nenhum gato é pardo.
e Nenhum. Abordaremos nessa aula a Nega- c) De dia, existe pelo menos um gato que não é pardo.
ção desses quantificadores, que é o tópico d) À noite, existe pelo menos um gato que não é pardo.
que tem aparecido em provas. e) À noite, nenhum gato é pardo.
RACIOCÍNIO LÓGICO

24

A negação da proposição “Toda pessoa pobre é vio- b) existem homens que dirigem bem.
lenta” é equivalente a “Existe alguma pessoa pobre c) todas as mulheres dirigem bem.
que não é violenta”. d) todas as mulheres dirigem mal.
e) todos os homens dirigem mal.
Comentário: Questão correta. Utilizou a regra estabe-
lecida na tabela.
6. Se A for a proposição “Todos os policiais são
honestos”, então a proposição ¬A estará enun-
2. Considere a afirmação: “Alguns homens sabem ciada corretamente por “Nenhum policial é ho-
cozinhar”. nesto”.
7. A negação da proposição “Todas as frutas não
A negação dessa afirmção é: são verdes.” é:

a) Algumas mulheres sabem cozinhar. a) “Nenhuma fruta é verde.”


b) Alguns homens não sabem cozinhar. b) “Todas as frutas são verdes.”
c) Algumas mulheres não sabem cozinhar. c) “Existe fruta que é verde.”
d) Nenhum homem sabe cozinhar. d) “Algumas frutas não são verdes.”
e) Todos os homens sa bem cozinhar. e) “Não é verdade que todas as frutas são verdes.”

Comentário: trocando alguns por nenhum, temos


como correta a alternativa D.

GABARITO
3. “nenhum gato é verde”. 01-D 02-D 03-A 04-A 05-A 06-E
A negação dessa afirmativa é: 07-C

a) “algum gato é verde”.


b) “nenhum animal verde é gato”.
c) “todo gato é verde”.
d) “algum animal verde não é gato”. 10. EQUIVALÊNCIAS
e) “algum gato não é verde”.
LÓGICAS
Comentário: pela regra de negação, trocamos nenhum
por algum e temos a alternativa A. Quando escrevemos uma sentença, escolhemos as
palavras e a melhor maneira de transmitir aquilo que
desejamos. Contudo, a forma que escolhemos não é
4. Considere a afirmação: “Toda cobra preta e única maneira de fazer isso. Por exemplo, se deseja-
amarela é venenosa”. A negação dessa afirma- mos dizer que Franco está vivo, podemos dizer: “Fran-
ção é: co está vivo”, mas poderíamos ter escrito “Franco não
está morto”, pois as duas sentenças teriam o mesmo
a) Uma cobra é preta e amarela e não é venenosa. sentido, o mesmo significado, ou em outras palavras,
b) Toda cobra preta ou amarela não é venenosa. seriam equivalentes. Veja o conceito de sentenças
c) Uma cobra é preta ou amarela e é venenosa. equivalentes no quadro abaixo.
d) Toda cobra venenosa não é preta nem amarela.
e) Uma cobra não é venenosa ou é preta e amarela.

Duas sentenças serão equivalentes quando forem


5. A negação de “todos os homens dirigem bem” escritas de forma diferente, mas tiverem ao final
é: exatamente o mesmo significado.
a) existe algum homem que dirigem não dirige bem.
RACIOCÍNIO LÓGICO

25

Em lógica proposicional são comuns as questões so- É importante destacar que os dois passos são
bre sentenças equivalentes, que em regra, pedem que obrigatórios, ou seja, se apenas for feita a inversão,
você identifique uma frase com mesmo significado não será equivalente, e se apenas forem negadas as
a uma proposição dada. Embora, possa parecer fácil, sentenças, também não teremos uma equivalência.
quando colocamos conectivos essa tarefa pode dar
trabalho e por esse motivo, precisamos aprender três 10.2 - REGRA 2 – SILOGISMO DISJUNTIVO
regras de equivalência.
Nesta segunda regra, a frase original terá o conectivo
10.1 - REGRA 1 - CONTRAPOSITIVA “Se então” e trocaremos esse conectivo pelo conectivo
“Ou”. Para poder fazer essa troca sem perder o sentido
Nesta regra, a frase original terá o conectivo “Se...en- original, deveremos negar a primeira componente e
tão” e ele será mantido. Mudaremos no entanto, a or- repetir a segunda, veja no esquema a seguir:
dem das sentenças e ainda negaremos cada uma de-
las, veja o esquema:

Exemplo

Dada a sentença “Se estudo, então passo” escreve uma


Exemplo
sentença logicamente equivalente.
Dada a sentença “Se estudo, então passo” escreve uma
Resolução
sentença logicamente equivalente.
Componente 1: estudo
Resolução
Componente 2: passo
Componente 1: estudo
1) negaremos a primeira
Componente 2: passo
Não estudo
1) Mudaremos a ordem:
2) repetiremos a 2ª
Se passo, então estudo.
Passo
2) Negaremos tudo
Resposta correta:
Se não passo, então não estudo.
“Não estudo OU passo”
Resposta correta: “Se não passo, então não estudo”
RACIOCÍNIO LÓGICO

26

10.3 - REGRA 3 - SILOGISMO DISJUNTIVO


QUESTÕES COMENTADAS
Esta última regra é exatamente o oposto da anterior,
pois trocaremos o “OU” pelo “Se...então” e os passos
serão os mesmos:
1. Escreva as equivalências de P: “Se estudo e faço
simulado, então sou aprovado.

Nesse caso, apesar de termos o conectivo e, ele é me-


nos importante que o conectivo “se...,então” e com isso
esqueceremos que ele está ali num primeiro momento
e faremos as equivalências levando a condicional em
consideração.

Componente 1 = estudo e faço simulado


Componente 2 = sou aprovado

Invertendo e negando teremos:

Se não sou aprovado, então não estudo ou não faço


simulado.

Veja que a primeira componente (estudo e faço simu-


lado) quando foi invertida e negada acabou ficando
com o conectivo ou, que é a negação do conectivo e.

Exemplo Componente 1 = estudo e faço simulado


Componente 2 = sou aprovado
Dada a sentença “a inflação cai OU o dólar aumenta”
escreve uma sentença logicamente equivalente. Negando a primeira e repetindo a segunda temos:

Resolução Não estudo ou não faço simulado ou sou aprovado.


-
Componente 1: a inflação cai O primeiro ou veio da negação do e. O segundo ou
Componente 2: o dólar aumenta veio do então.

1) negaremos a primeira
2. Escreva as equivalências de “Se não cai o minis-
A inflação não cai. tro da Fazenda, então cai o dólar ou a inflação
aumenta”.
2) repetiremos a 2ª
Nesse caso, apesar de termos o conectivo ou, ele é
O dólar aumenta menos importante que o conectivo “se...,então” e com
isso esqueceremos que ele está ali num primeiro mo-
Resposta correta: mento e faremos as equivalências levando a condicio-
nal em consideração.
“Se a inflação não cai, então o dólar aumenta”
Componente 1 = não cai o ministro da Fazenda
Componente 2 = cai o dólar ou a inflação aumenta

Invertendo e negando teremos:


RACIOCÍNIO LÓGICO

27

Se não cai o dólar e a inflação não aumenta, então cai 6. A proposição “Paulo é médico ou Ana não tra-
o ministro da fazenda. balha” é logicamente equivalente a:
Veja que a segunda componente (cai o dólar ou a in-
flação aumenta ) quando foi invertida e negada aca- a) Se Ana trabalha, então Paulo é médico.
bou ficando com o conectivo e, que é a negação do b) Se Ana trabalha, então Paulo não é médico.
conectivo ou. c) Paulo é médico ou Ana trabalha.
d) Ana trabalha e Paulo não é médico.
Componente 1 = não cai o ministro da Fazenda e) Se Paulo é médico, então Ana trabalha.
Componente 2 = cai o dólar ou a inflação aumenta

Negando a primeira e repetindo a segunda temos: 7. Considere a afirmação: “Se passei no exame,
Cai o ministro da fazenda ou cai o dólar ou cai a in- então estudei muito e não fiquei nervoso”. Do
flação. ponto de vista lógico, uma afirmação equiva-
lente a essa é:

3. A afirmação: “João não chegou ou Maria está a) Se estudei muito, então não fiquei nervoso e passei
atrasada” equivale logicamente a: no exame.
b) Se passei no exame, então não estudei muito e fi-
a) Se João não chegou, Maria está atrasada. quei nervoso.
b) João chegou e Maria não está atrasada. c) Passei no exame porque quem estuda muito só
c) Se João chegou, Maria não está atrasada. pode passar.
d) Se João chegou, Maria está atrasada. d) Se não fiquei nervoso, então passei no exame ou
e) João chegou ou Maria não está atrasada. estudei muito.
e) Se não estudei muito ou fiquei nervoso, então não
passei no exame.
4. Considere a seguinte proposição: “Se chove ou
neva, então o chão fica molhado”. Sendo assim,
pode-se afirmar que: 8. Considerando que P seja a proposição “Se os
seres humanos soubessem se comportar, have-
a) Se o chão está molhado, então choveu ou nevou. ria menos conflitos entre os povos”, julgue os
b) Se o chão está molhado, então choveu e nevou. itens seguintes.
c) Se o chão está seco, então choveu ou nevou.
d) Se o chão está seco, então não choveu ou não A proposição P é logicamente equivalente à proposi-
nevou. ção “Se houvesse menos conflitos entre os povos, os
e) Se o chão está seco, então não choveu e não nevou. seres humanos saberiam se comportar”.

( ) certo ( ) errado
5. Um renomado economista afirma que “A infla-
ção não baixa ou a taxa de juros aumenta”. Do
ponto de vista lógico, a afirmação do renoma-
do economista equivale a dizer que:
GABARITO
a) se a inflação baixa, então a taxa de juros não 01- 02- 03-A 04-E 05-D 06-A
aumenta. contrapositiva contrapositiva

b) se a taxa de juros aumenta, então a inflação baixa. 07-E 08-E


c) se a inflação não baixa, então a taxa de juros
aumenta.
d) se a inflação baixa, então a taxa de juros aumenta.
e) se a inflação não baixa, então a taxa de juros não
aumenta.
RACIOCÍNIO LÓGICO

28

11. LINGUAGEM NA CON- Podemos citar como exemplo a sentença “Vou ao ci-
nema se, e somente se tenho dinheiro” Que pode ser
DICIONAL - SUFICIENTE expressa da seguinte maneira “ ir ao cinema é uma
condição suficiente e necessária para ter dinheiro.
X NECESSÁRIO
Muitas vezes em questões que envolvem a con-
dicional, aparece uma linguagem específica, que
QUESTÕES COMENTADAS
utiliza termos como “condição suficiente” e “condição
necessária”, faremos um estudo detalhado, sobre essa
linguagem e como as questões costumam explorar es-
1. Sabendo que “Se Milena receber dinheiro en-
ses conceitos.
tão viajará no feriado”. Aponte o item falso.
11.1 - ESQUEMA a) Receber dinheiro é condição suficiente para Milena
viajar no feriado.
b) Viajar no feriado é condição necessária para Milena
ter recebido dinheiro.
c) Receber dinheiro é condição necessária para Milena
viajar no feriado.
d) Não receber dinheiro é condição necessária para
Milena não viajar no feriado.
e) Não viajar no feriado é condição suficiente para
Milena não ter recebido dinheiro.

Comentário do professor:

Exemplos dada a sentença: “Se Milena receber dinheiro então


viajará no feriado”, podemos dizer que:
• “Se estudo então passo.”
1) Milena receber dinheiro é Condição Suficiente para
Estudar é condição Suficiente para passar. Viajar no Feriado.

2) Milena viajar no feriado é condição necessária para


Passar é condição necessária para estudar. receber dinheiro.”

Nunca poderão estar as duas como alternativas, sem-


• “Se trabalho, então ganho dinheiro.” pre uma delas apenas. Nesse caso a alternativa B está
correta.

Trabalhar é condição suficiente para ganhar dinheiro.


2. Considere que: “se o dia está bonito, então não
Ganhar dinheiro é condição necessária trabalhar. chove”. Desse modo:

a) não chover é condição necessária para o dia estar


11.2 - CONDIÇÃO SUFICIENTE bonito.
E NECESSÁRIA b) não chover é condição suficiente para o dia estar
bonito.
Toda vez que usamos a linguagem “condição suficien- c) chover é condição necessária para o dia estar bonito.
te e necessária” estamos diante de um Bicondicional, d) o dia estar bonito é condição necessária e suficiente
isto é do conectivo lógico “se, e somente se” para chover.
RACIOCÍNIO LÓGICO

29

e) chover é condição necessária para o dia não estar


bonito.
GABARITO
01-B 02-A 03-E 04-E 05-C
Comentário do professor:

Dada a sentença “se o dia está bonito, então não cho-


ve” podemos escrever:
12. EQUIVALÊNCIA LÓGICA
1) o dia estar bonito é condição suficiente para não
chover. OU... OU
2) não chover é condição necessária para o dia estar
bonito. 12.1 - DISJUNÇÃO EXCLUSIVA

Veja que a alternativa A está correta.


A disjunção exclusiva (ou...ou) possui uma única regra
de equivalência lógica. A regra é complicada e a boa
3. Se Elaine não ensaia, Elisa não estuda. Logo notícia é que aparece muito pouco e provas. Veja abai-
Elaine não ensaiar é condição necessária para xo a regra na sua forma simbólica.
Elisa não estudar.
P v Q ≡ (P ᴧ ~Q) v (Q ᴧ ~P)
Comentário do professor:
Traduzindo a simbologia, devemos sempre afirmar
Dada a sentença “Se Elaine não ensaia, Elisa não estu- uma e negar a outra. Para fazer isso temos duas hi-
da” podemos escrever: póteses: Afirmar e primeira e negar a segunda ou o
contrário. Veja o exemplo resolvido:
1) Elaine não ensaiar é condição suficiente para Elisa
não estudar. Exemplo

2) Elisa não estudar é condição necessária para Elaine Escreva a Equivalência Lógica da proposição “Ou Saio
não ensaiar. Ou Estudo”.

Veja que o gabarito está errado. Resolução

Ou Saio Ou estudo ≡ Saio e não estudo OU estudo e


4. Se Carlos estuda, então João fica tranquilo. não saio.
Sendo assim, João ficar tranquilo é condição
suficiente para Carlos estudar.
12. 2 - EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
( ) certo ( ) errado
DA BICONDICIONAL

A bicondicional apresenta duas equivalências lógicas


5. O Avião decola e não balança Se, e somente se
importantes e apesar de pouco serem cobradas em
o passageiro fica tranquilo. Logo, O passageiro
prova vale a pena olhar pelo menos uma vez. Abaixo
ficar tranquilo é condição suficiente e necessá-
seguem as regras na sua forma simbólica.
ria para o avião decolar e não balançar.

( ) certo ( ) errado P ↔Q ≡ (P→Q) ᴧ (Q→P)


P ↔Q ≡ (P ᴧ Q) v (~P ᴧ ~Q)
RACIOCÍNIO LÓGICO

30

A primeira regra consiste em interpretar o nome bi- a)


condicional. Chamamos de BIcondicional porque efe- b)
tivamente são duas condicionais: uma de ida e outra c)
de volta. A segunda regra consiste em afirmar as duas d)
ou Negar as duas. e)

Exemplo
6. Verifique se as proposições [A˅(¬B)] → (¬A) e
Escreva as Equivalências Lógicas da proposição “Passo [(¬A)˄B] ˅(¬A) são equivalentes.
se, e somente se estudo”.

Resolução 7. Verifique se a proposição (P˅Q)˄(¬R) é equiva-


lente à proposição (P˄Q)˅(¬R).
Regra 1 8. Verifique se a proposição {(P˅Q) →[R ˄(~S)]}
˅[(P˄S)↔ (Q˄R)], é equivalente a {[(~R) ˅ S]
→[(~P) ˄(~Q)]} ˅ [(P˄S) ↔ (Q˄R)].
Passo se, e somente se estudo ≡ Se passo, então estu-
do e Se Estudo, então passo.

Regra 2

Passo se, e somente se estudo ≡ Passo e estudo OU


GABARITO
Não passo e não estudo. 01- 02- 03- 04- 05- 06-
Sim Sim Não Sim A Sim
0 7 - 08-
Não Sim
QUESTÕES COMENTADAS

13. LÓGICA
1. Verifique se a proposição ¬[( P˄Q) ˅(¬ R )] é
equivalente à proposição.(¬P)˅(¬Q)˄R
ARGUMENTATIVA
A lógica de argumentação trata de questões em que
2. Verifique se a proposição ¬[(P → Q) ˅ Q] é baseado em algumas informações consideradas como
equivalente à proposição P ˄ (¬Q). verdadeiras, podemos concluir que outras informa-
ções também são verdadeiras. Essa ideia de concluir
como verdadeiras novas informações baseado em
3. Verifique se a proposição ¬{P ˅Q→(¬R)} é informações preliminares, chamadas de premissas, é
logicamente equivalente à proposição {(¬P) ˄ o conceito intuito de argumento. Veja uma definição
(¬Q)}→R mais formal.

Argumento é um conjunto de sentenças cha-


4. Verifique se a proposição [(¬P) ˅Q] → (R˄S) é madas de premissas que nos levam a uma
logicamente equivalente a proposição [P→Q]
→ [R˄S]. conclusão.

Exemplo
5. Dadas duas proposições lógicas, p e q, tem-se
que a expressão (~p v q) ^ (~q v p) é logica- Premissa 1 = Todo cachorro é verde.
mente equivalente à expressão Premissa 2 = Tudo o que é verde é vegetal.
Conclusão = Todo cachorro é vegetal
RACIOCÍNIO LÓGICO

31

Nesse exemplo percebemos que embora seja um ab- O Brasil é um país.


surdo que um cachorro seja vegetal, baseado nas pre- A Itália fica na Europa
missas 1 e 2, faz todo sentido. Vale entender também Note que a conclusão não tem sentido, não tem cone-
que o termo “premissa” pode ser entendido em lógica xão com as premissas. Não tem nada a ver a Itália ficar
como “aquilo que não se discute”. Em outras palavras, na Europa com São Paulo ser uma cidade e o Brasil um
mesmo que o conteúdo lhe pareça absurdo, não será país. Esse argumento é Inválido.
discutido, pois em lógica não estamos interessados
em discutir o conteúdo. Exemplo 3

As provas muitas vezes trazem questões teóricas so- O Brasil fica na África.
bre argumentos e precisamos, portanto definir alguns Todo país da África é desenvolvido.
conceitos e entender o significado de algumas pala- O Brasil é desenvolvido.
vras para poder responder de modo satisfatória a es-
sas questões. Nesse argumento, embora as premissas sejam falacio-
sas, isto é, erradas, pois analisando com a realidade, o
13.1 - ARGUMENTO VÁLIDO Brasil não fica na África, tampouco os países da áfricas
são desenvolvidos, o argumento é válido. Lendo as
Um argumento é válido sempre que a veracidade das premissas, a conclusão faz sentido.
declarações iniciais (premissas) garante a veracidade
da conclusão. Em outras palavras, se as premissas fo- 13.5 - DICA DO PROFESSOR
rem todas verdadeiras, a conclusão necessariamente
deve ser verdadeira. Nas questões teóricas o autor tenta confundir o candi-
dato misturando os termos “válido” com “verdadeiro”
13.2 - ARGUMENTO INVÁLIDO e “inválido” com “falsa”. Esses termos não se mistu-
ram, pois o termo “válido” é usado para um argumento
Um argumento é inválido quando todas as premissas completo, para todas as frases juntas e o termo “ver-
são verdadeiras e a conclusão é falsa. dadeiro” é usado para uma única frase. Com isso, a
dica é:
13.3 - SILOGISMO
Qualquer questão teórica que misture os Ter-
Argumento formado por apenas duas premissas e mos “válido” com “verdadeiro” e “inválido”
uma conclusão. com “falso” é ERRADA.
13.4 - ARGUMENTO HIPOTÉTICO
As premissas e a conclusão são proposições simples
ou compostas, que utilizam os conectivos lógicos.
Veja a análise de alguns argumentos: QUESTÕES COMENTADAS
Exemplo 1

Daniel é aluno (premissa 1) 1. O fato de determinado argumento ser válido


Todo aluno é aprovado (premissa 2) implica, certamente, que todas as suas premis-
Daniel é aprovado (conclusão) sas são proposições verdadeiras.
Notamos que quando a conclusão é lida, ela é uma
consequência natural das premissas. Ela é óbvia. Por
esse motivo, o argumento é Válido. 2. Toda premissa de um argumento válido é ver-
dadeira.
Exemplo 2

São Paulo é uma cidade


RACIOCÍNIO LÓGICO

32

3. Se a conclusão é falsa, o argumento não é vá- Todas as premissas e a conclusão deverão ser simbo-
lido. lizadas. Essa simbolização deverá utilizar as técnicas já
apresentadas e ser feita com muito cuidado. Um deta-
4. Se a conclusão é verdadeira, o argumento é vá- lhe que ajuda muito é sempre simbolizar o “não”.
lido.
Passo 2: Todas as premissas são verdadeiras.

GABARITO Em outras palavras, toda e qualquer premissa deve-


rá ser considerada verdadeira, independente de seu
01- 02- 03- 04- conteúdo.
Válido e Verdadeiro Válido e Verdadeiro inválido e falso Válido e Verdadeiro

Passo 3: conclusão é falsa.

14. RESOLUÇÃO DE QUESTÕES Toda conclusão, independente do conteúdo deverá


ser considerada falsa. Na realidade, não sabemos se a
DE ARGUMENTO conclusão é falsa ou verdadeira e vamos chutar sem-
pre que ela é falsa. Esse procedimento é uma técnica
Técnica de análise de argumentos bastante eficaz. Nesse momento uma pergunta que
surge é: e por que não chutamos então que a conclu-
Embora pareça fácil identificar quando o argumento são é verdadeira? A resposta é que não há como verifi-
é válido, dependendo da estrutura, das premissas e car depois se realmente é verdadeira, ao passo que se
do número de premissas, esta análise pode ficar bem colocarmos “chutamos” falso na conclusão é possível
complicada e portanto precisamos de uma técnica de verificar se realmente é falsa ou não.
análise. Vamos pontuar alguns passos para chegar a
conclusão correta. Passo 4:Fecha o argumento com V (verdadeiro) e
F (falso).

Começando pela conclusão, devemos ir substituindo


os V ou F que encontramos e com isso ir “fechando”
o argumento. Uma observação necessária é que na
simbolização os termos sempre aparecem aos pares e
para fechar o argumento sempre vamos de par em par.

Passo 5: análise

Se tudo der certo, isto é, se fechar o argumento, ele


será INVÁLIDO. Veja o motivo: Nós chutamos falso na
conclusão, não sabíamos se realmente era, mas chuta-
mos falso, quando tudo dá certo, nosso chute é con-
firmado, ou seja a conclusão é falsa mesmo e assim o
argumento é Inválido.

Se aparecer algum erro, isto é, se for impossível fechar


o argumento, ele será VÁLIDO. Nesse caso, o nosso
chute Falso não deu certo, por isso apareceu um erro.
Se não pode ser falso, só pode ser verdadeiro e fala-
mos que o argumento é válido.

Antes de resolver exemplos, vamos a algumas dicas


Vejamos agora uma explicação sobre cada etapa:
que ajudam muito!
Passo 1: simbolização
RACIOCÍNIO LÓGICO

33

Dica 1: no conectivo “se ..então” o verdadeiro da co-


meço sempre anda para frente.
P1: E → A= V
F → V = V (tudo certo)
Dica 2: no conectivo “se ..então” o falso do final sem- P2: A = V
pre anda para trás. C: E = F

Dica 3: se no conectivo “se ..então” tivermos um falso Veja que deu certo, fechamos o argumento sem pro-
no começo, mesmo sem saber a segunda componen- blemas, e com isso, nossa análise é de que o argumen-
te, a condicional será verdadeira. to é INVÁLIDO.

Dica 4: se no conectivo “se ..então” tivermos um ver- Exercício 2


dadeiro no final, mesmo sem saber a primeira compo-
nente, a condicional será verdadeira. P1: Se Fred é policial, então ele tem porte de arma.
P2: ou Fred mora em São Paulo ou ele é engenhei-
ro.
P3: Se Fred é engenheiro, então ele faz cálculos es-
QUESTÕES COMENTADAS truturais.
P4: Fred não tem porte de arma.
C : Se Fred mora em São Paulo, então ele é policial.

Exercício 1 Passo 1: simbolização

Premissa 1: Se Carla estuda, então ela consegue ser P1: P → A


aprovada no inglês. P2: SP v E
Premissa 2: Carla foi aprovada no inglês. P3: E →C
Conclusão: Carla estudou.
P4: ~A
Passo 1: simbolização C: S
P →P

P1: E →A Passos 2 e 3: premissas = V, conclusão = F


P2: A
C: E P1: P → A = V
P2: SP v E = V
Passos 2 e 3: premissas = V, conclusão = F P3: E →C =V
P4: ~ A =V
P1: E → A= V
P2: A = V C: SP →P =F
C: E = F
Passo 4:Fecha o argumento com V (verdadeiro) e F
Passo 4:Fecha o argumento com V (verdadeiro) e F (falso).
(falso).
P1: P → A = V
P1: E → A= V P2: SP v E = V
P3: E →C =V
P2: A = V P4: ~ A = V A=F

C: E = F (começa pela conclusão, E = F) C: S


P →P =F SP = V e P = F
V F =F único modo da condicional ser falsa.
Reorganizando,
RACIOCÍNIO LÓGICO

34

Reorganizando temos: P3: Se está em situação de estresse e não teve trei-


namento adequado, o policial se deixa dominar pela
P1: P → A =V (da conclusão P = F) e (da P4 A = F) emoção ao tomar decisões.
F F =V (ok)
P4: Se teve treinamento adequado e se dedicou nos
P2: SP v E = V (SP = V)
estudos, então o policial tem informações precisas ao
V ?=V
tomar decisões.
P3: E →C =V
P4: ~ A = V C: Se o policial está em situação de estresse e não toma
decisões ruins, então teve treinamento adequado
C: S
P →P =F
Passo 1: simbolização
Reorganizando temos:
P1: E
M →R
P1: P → A =V (da conclusão P = F) e (da P4 A = F) P2: ~ I → R
F F =V (ok) P3: E
S ∧ ~T → EM
P2: SP v E = V (SP = V) (ou exclusivo = só uma
P4: T ∧ D → I
verdade, logo E = F)
V F = V (ok) C: E
S ∧ ~ R →T
P3: E →C =V
P4: ~ A = V Passos 2 e 3: premissas = V, conclusão = F
C: S
P →P =F
P1: E
M → R =V
Reorganizando temos:
P2: ~ I → R = V
P3: E
S ∧ ~T → E M =V
P1: P → A =V (da conclusão P = F) e (da P4 A = F)
F F =V (ok) P4: T ∧ D → I = V
P2: SP v E = V (SP = V) (ou exclusivo = só uma C: E
S ∧ ~ R →T =F
verdade, logo E = F)
V F=V (ok)
P3: E →C =V (E = F) Passo 4: Fecha o argumento com V (verdadeiro) e F
F ? = V (ver dica 3) (ok) (falso).
P4: ~ A =V (Ok)
P1: E
M → R =V
C: S
P →P =F
P2: ~ I → R = V
P3: E
S ∧ ~T → E M =V
Ao analisar a resolução, percebemos que tudo fechou
P4: T ∧ D → I = V
corretamente, isto é, a conclusão é falsa mesmo e
como resposta temos argumento inválido. C: E
S ∧ ~ R →T =F (ES = V ~R = V T = F)
V V F=F (único modo de ser falso)
Exercício 3
Substituindo R = F na P1:
P1: Se se deixa dominar pela emoção ao tomar deci-
sões, então o policial toma decisões ruins. P1: E
M → R =V
? F =V (falso anda para trás: EM = F)
P2: Se não tem informações precisas ao tomar deci-
P2: ~ I → R=V
sões, então o policial toma decisões ruins.
P3: E
S ∧ ~T → EM =V
RACIOCÍNIO LÓGICO

35

P4:T ∧D→I=V Exercício 5


C: E
S ∧ ~ R →T =F (ES = V ~R = V T = F) 2) P1: Eu não sou traficante, eu sou usuário.
P2: Se eu fosse traficante, estaria levando uma
Substituindo R = F na P2: grande quantidade de droga e a teria escondido.
P3: Como eu sou usuário e não levo uma grande
P1: E
M → R =V quantidade, não escondi a droga.
? F =V (falso anda para trás: EM = F)
P2: ~ I → R=V Conclusão: Se eu estivesse levando uma grande
? F=V (falso anda para trás: ~I = F)
quantidade, não seria usuário.
P3: E
S ∧ ~T → E M =V
P4: T ∧ D → I = V
C: E
S ∧ ~ R →T =F (ES = V ~R = V T = F)
Exercício 6

Substituindo ES = V EM = F ~T = V na P3:
P: Jornalistas entrevistam celebridades ou entre-
vistam políticos.
P1: E
M → R =V
? F =V (falso anda para trás: EM = F)
Q: Se jornalistas entrevistam celebridades, então
são irônicos ou sensacionalistas.
P2: ~ I → R=V
? F=V (falso anda para trás: ~I = F)
R: Ou são irônicos, ou são perspicazes.
S: Ou são sensacionalistas, ou sagazes.
P3: E
S ∧ ~T → E
M =V
V V F =F (ERRO – nenhuma premissa Conclusão: Se jornalistas são perspicazes e saga-
pode dar falsa)
zes, então entrevistam políticos.
P4:T ∧D→I=V
C: E
S ∧ ~ R →T =F (ES = V ~R = V T = F) Exercício 7
Análise
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalida-
Quando encontramos um erro, paramos ques- de é alta.
tão imediatamente e dizemos que o argumento P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz.
é valido. P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos
livres.
P4: Há criminosos livres.
Exercício 4 C: Portanto a criminalidade é alta.
P1: Se eu aceitar o novo emprego, ganharei me-
Considerando o argumento apresentado acima,
nos, mas ficarei menos tempo no trânsito.
em que P1, P2, P3 e P4 são as premissas e C, a
P2: Se eu ganhar menos, consumirei menos.
conclusão, julgue o item subsequente.
P3: Se eu consumir menos, não serei feliz.
P4: Se eu ficar menos tempo no trânsito, ficarei
menos estressado. 8. Se Beraldo briga com Beatriz, então Beatriz
P5: Se eu ficar menos estressado, serei feliz. briga com Bia. Se Beatriz briga com Bia, então
Conclusão: “Se aceitar o novo emprego, serei Bia vai ao bar. Se Bia vai ao bar, então Beto bri-
ga com Bia. Ora, Beto não briga com Bia. Logo,
feliz e não serei feliz”
RACIOCÍNIO LÓGICO

36

a) Bia não vai ao bar e Beatriz briga com Bia P1 Beraldo → Beatriz = V
b) Bia vai ao bar e Beatriz briga com Bia
c) Beatriz não briga com Bia e Beraldo não briga com
Beatriz
d) Beatriz briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz P2 beatriz → Bia = V
e) Beatriz não briga com Bia e Beraldo briga com
Beatriz

Resolução P3 Bia → Beto = V


F
Primeiro vamos simbolizar esse argumento:
P4 ~beto = V
P1: Beraldo → Beatriz
P2: Beatriz → Bia Veja que na P3 surge então uma situação típica onde
P3: Bia → Beto para evitar a Vera Fisher o Falso Volta:
P4: ~Beto

Vamos agora igualar todas elas a verdadeiro, uma vez P1 Beraldo → Beatriz = V
que toda premissa é Verdadeira por definição. Nesse
caso não a conclusão e sendo assim, nenhuma delas
será igualada a falso. As técnicas mudam quando saí- P2 beatriz → Bia = V
mos do estilo certo/errado para alternativas.

P1: Beraldo → Beatriz = V


P2: Beatriz → Bia = V P3 Bia → Beto = V
P3: Bia → Beto = V F F
P4: ~Beto = V

Observemos que temos uma das premissas sendo P4 ~beto = V


uma proposição simples e devemos iniciar por ela.
Assim descobrimos que Bia = F e vamos localizar o
par da Bia. Esse par fica localizado na P2 e levamos o
P1 Beraldo → Beatriz = V Valor Falso nele:

P1 Beraldo → Beatriz = V

P2 beatriz → Bia = V

P2 beatriz → Bia = V
F
P3 Bia → Beto = V
P3 Bia → Beto = V
F F
P4 ~beto = V
P4 ~beto = V
Em seguida procuramos o par do “beto”. Esse par fica
na P3:
RACIOCÍNIO LÓGICO

37

Novamente surge a situação do falso voltar: Beraldo = F ------ Beraldo não briga com Beatriz
Beatriz = F ------- Beatriz não briga com Bia
P1 Beraldo → Beatriz = V Bia = F ------------ Bia não vai ao bar

Assim, podemos marcar a alternativa C.

P2 beatriz → Bia = V
F F 9. Se Flávia é filha de Fernanda, então Ana não é
filha de Alice. Ou Ana é filha de Alice, ou Ênia
é filha de Elisa. Se Paula não é filha de Paulete,
P3 Bia → Beto = V então Flávia é filha de Fernanda. Ora, nem Ênia
F F é filha de Elisa nem Inês é filha de Isa.

a) Paula é filha de Paulete e Flávia é filha de Fernanda.


P4 ~beto = V
b) Paula é filha de Paulete e Ana é filha de Alice.
c) Paula não é filha de Paulete e Ana é filha de Alice.
Descobrimos que beatriz = F. Vamos levar esse falso d) Ênia é filha de Elisa ou Flávia é filha de Fernanda.
no par dela na P1: e) Se Ana é filha de Alice, Flávia é filha de Fernanda.

P1 Beraldo → Beatriz = V
F 10. O rei ir à caça é condição necessária para o du-
que sair do castelo, e é condição suficiente para
a duquesa ir ao jardim. Por outro lado, o conde
P2 beatriz → Bia = V
encontrar a princesa é condição necessária e
F F suficiente para o barão sorrir e é condição ne-
cessária para a duquesa ir ao jardim. O barão
P3 Bia → Beto = V não sorriu. Logo:
F F
a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a
princesa.
P4 ~beto = V b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde
encontrou a princesa.
O falso agora volta: c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a
princesa.
d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim.
P1 Beraldo → Beatriz = V
e) O duque saiu do castelo e o rei não foi à caça.
F F

P2 beatriz → Bia = V 11. Investigando uma fraude bancária, um famo-


so detetive colheu evidências que o conven-
F F
ceram da verdade das seguintes afirmações:

P3 Bia → Beto = V a. Se Homero é culpado, então João é culpado.


F F b. Se Homero é inocente, então João ou Adolfo são
culpados.
c. Se Adolfo é inocente, então João é inocente.
P4 ~beto = V d. Se Adolfo é culpado, então Homero é culpado.

Fechamos o argumento e com isso, podemos tirar al-


gumas conclusões:
RACIOCÍNIO LÓGICO

38

12. As evidências colhidas pelo famoso detetive in- b) Breno é neto de Beto e Ana é prima de Bia.
dicam, portanto, que: c) Ana não é prima de Bia e Carlos é filho de Pedro.
d) Jorge é irmão de Maria e Breno é neto de Beto.
a) Homero, João e Adolfo são inocentes. e) Ana é prima de Bia e Carlos não é filho de Pedro.
b) Homero, João e Adolfo são culpados.
c) Homero é culpado, mas João e Adolfo são inocentes.
d) Homero e João são inocentes, mas Adolfo é culpado. 16. Homero não é honesto, ou Júlio é justo. Home-
e) Homero e Adolfo são culpados, mas João é inocente. ro é honesto, ou Júlio é justo, ou Beto é bondo-
so. Beto é bondoso, ou Júlio não é justo. Beto
não é bondoso, ou Homero é honesto. Logo,
13. Sou amiga de Abel ou sou amiga de Os-
car. Sou amiga de Nara ou não sou amiga de a) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é
Abel. Sou amiga de Clara ou não sou ami- justo.
ga de Oscar. Ora, não sou amiga de Clara. b) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio não
é justo.
Assim, c) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo.
d) Beto não é bondoso, Homero não é honesto, Júlio
a) não sou amiga de Nara e sou amiga de Abel. não é justo.
b) não sou amiga de Clara e não sou amiga de Nara. e) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio é
c) sou amiga de Nara e amiga de Abel. justo.
d) sou amiga de Oscar e amiga de Nara.
e) sou amiga de Oscar e não sou amiga de Clara.
17. Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se
o jardim é florido, então o passarinho não can-
14. Três meninos, Pedro, Iago e Arnaldo, estão fa- ta. Ora, o passarinho canta. Logo:
zendo um curso de informática. A professora
sabe que os meninos que estudam são aprova- a) o jardim é florido e o gato mia
dos e os que não estudam não são aprovados. b) o jardim é florido e o gato não mia
Sabendo-se que: se Pedro estuda, então Iago c) o jardim não é florido e o gato mia
estuda; se Pedro não estuda, então Iago ou Ar- d) o jardim não é florido e o gato não mia
naldo estudam; se Arnaldo não estuda, então e) se o passarinho canta, então o gato não mia
Iago não estuda; se Arnaldo estuda então Pe-
dro estuda. Com essas informações pode-se,
com certeza, afirmar que: 18. Se Paulo é irmão de Ana, então Natália é prima
a) Pedro, Iago e Arnaldo são aprovados. de Carlos. Se Natália é prima de Carlos, então
b) Pedro, Iago e Arnaldo não são aprovados. Marta não é mãe de Rodrigo. Se Marta não é
c) Pedro é aprovado, mas Iago e Arnaldo são mãe de Rodrigo, então Leila é tia de Maria. Ora,
reprovados. Leila não é tia de Maria. Logo
d) Pedro e Iago são reprovados, mas Arnaldo é
aprovado. a) Marta não é mãe de Rodrigo e Paulo é irmão de
e) Pedro e Arnaldo são aprovados, mas Iago é Ana.
reprovado. b) Marta é mãe de Rodrigo e Natália é prima de
Carlos.
c) Marta não é mãe de Rodrigo e Natália é prima de
15. Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho de Pedro. Carlos.
Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não é d) Marta é mãe de Rodrigo e Paulo não é irmão de
neto de Beto. Se Carlos é filho de Pedro, então Ana.
Breno é neto de Beto. Ora, Jorge é irmão de e) Natália não é prima de Carlos e Marta não é mãe
Maria. Logo: de Rodrigo.

a) Carlos é filho de Pedro ou Breno é neto de Beto.


RACIOCÍNIO LÓGICO

39

GABARITO A : nenhum arquiteto é bancário.

01- 02- 03- 04- 05- 06-


INVÁLIDO INVÁLIDO VÁLIDO VÁLIDO INVÁLIDO VÁLIDO

07- 08- 09- 10- 11- 12-


VÁLIDO C B C B B
13- 14- 15- 16- 17- 18-
C A E C C D

15. LÓGICA DE ARGUMEN- Arquiteto


Algum
Bancário

TAÇÃO COM QUANTIFI- os diagramas possuem intersecção e por isso pelo


CADORES menos um elemento na intersecção dos dois conjun-
tos, ou seja, que pertence a ambos.
Para resolução desses argumentos devemos represen-
tar as premissas através de diagramas lógicos. São Exemplo
eles:
algum arquiteto é bancário.
Todo

um dos conjuntos é subconjunto do outro.

Exemplo

todo arquiteto é bancário.

QUESTÕES COMENTADAS

Bancário arquiteto
1. Se é verdade que “Alguns escritores são poe-
Nenhum tas” e que “Nenhum músico é poeta”, então,
também é necessariamente verdade que
não existe intersecção entre os conjuntos. Por exem-
plo, ao dizer que nenhum A é B garante-se que não a) nenhum músico é escritor
existe um elemento de A que também esteja em B. b) algum escritor é músico
Sendo a recíproca verdadeira. c) algum músico é escritor
d) algum escritor não é músico
Exemplo e) nenhum escritor é músico
RACIOCÍNIO LÓGICO

40

2. Em uma pequena comunidade, sabe-se que: “ne- 6. Se as premissas P1 e P2 de um argumento fo-


nhum filósofo é rico” e que «alguns professores rem dadas, respectivamente, por “Todos os leões
são ricos». Assim, pode-se afirmar, corretamen- são pardos” e “Existem gatos que são pardos”, e
te, que nesta comunidade a sua conclusão P3 for dada por “Existem gatos
que são leões”, então essa sequência de proposi-
a) alguns filósofos são professores ções constituirá um argumento válido.
b) alguns professores são filósofos
c) nenhum filósofo é professor ( ) certo ( ) errado
d) alguns professores não são filósofos
e) nenhum professor é filósofo 7. Considere a seguinte sequência de proposições:

P1 - Existem policiais que são médicos.


3. Considere que as seguintes afirmações são ver- P2 - Nenhum policial é infalível.
dadeiras: P3 - Nenhum médico é infalível.
Sendo P3 a conclusão, o argumento é válido.
- Todo motorista que não obedece às leis de trânsito
é multado. ( ) certo ( ) errado
- Existem pessoas idôneas que são multadas.
Com base nessas afirmações é verdade que
8. Considere o diagrama abaixo.
a) se um motorista é idôneo e não obedece às leis de
trânsito, então ele é multado.
b) se um motorista não respeita as leis de trânsito, então
ele é idôneo.
c) todo motorista é uma pessoa idônea.
d) toda pessoa idônea obedece às leis de trânsito.
e) toda pessoa idônea não é multada.
Esse diagrama é uma prova de que o argumen-
to a seguir é válido, ou seja, as proposições I e II
4. Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sa- são premissas e a proposição III é uma conclusão,
be-se, também, que todo B é C. Segue-se, por- pois é verdadeira por consequência das premissas.
tanto, necessariamente que
I. Nenhum analista administrativo é dançarino.
a) todo C é B II. Todos os dançarinos são ágeis.
b) todo C é A III. Logo, nenhum analista administrativo é ágil.
c) algum A é C
d) nada que não seja C é A ( ) certo ( ) errado
e) algum A não é C

9. Suponha-se que as seguintes proposições sejam


5. Suponha que um argumento tenha como pre- verdadeiras.
missas as seguintes proposições.
I Todo brasileiro é artista.
Alguns participantes da PREVIC são servidores da II Joaquim é um artista.
União.
Alguns professores universitários são servidores da Nessa situação, se a conclusão for “Joaquim é brasi-
União. leiro”, então a argumentação é correta.

Nesse caso, se a conclusão for “Alguns participantes ( ) certo ( ) errado


da PREVIC são professores universitários”, então es-
sas três proposições constituirão um argumento vá-
lido.

( ) certo ( ) errado
RACIOCÍNIO LÓGICO

41

GABARITO tabela e as características (aquilo que desejamos sa-


ber) serão as linhas:
01-D 02-D 03-A 04-C 05-E 06-E
07-E 08-E 09-E Maccorte Mac tex Macval Macmais
Modelo
prazo

16. ASSOCIAÇÃO LÓGICA Com a tabela pronta, basta fazer a leitura e ir preen-
chendo:

Trata-se de questões de organização que trazem mui- 1. Sobre os prazos de entrega, Macval apresentou o
tas informações, normalmente sobre três personagens menor e Mactex o maior.
e duas ou três características. Não há mentiras, todas
as informações são confiáveis, bastando uma boa or- Maccorte Mac tex Macval Macmais
ganização.
Modelo
prazo 14 8

2. O modelo Zeus foi apresentado pela Maccorte,


com prazo de entrega de 2 dias a menos do que
QUESTÕES COMENTADAS a Mactex.

Maccorte Mac tex Macval Macmais


Quatro empresas (Maccorte, Mactex, Macval, Ma- Modelo Zeus
cmais) participam de uma concorrência para compra prazo 12 14 8
de certo tipo de máquina. Cada empresa apresentou
um modelo diferente do das outras (Thor, Hércules, 3. O modelo Hércules seria entregue em 10 dias.
Netuno, Zeus) e os prazos de entrega variavam de 8,
10, 12 e 14 dias. Sabe-se que:
Maccorte Mac tex Macval Macmais
• Sobre os prazos de entrega, Macval apresentou o Modelo Zeus Hércules
menor e Mactex o maior.
prazo 12 14 8 10
• O modelo Zeus foi apresentado pela Maccorte,
com prazo de entrega de 2 dias a menos do que
4) Macval não apresentou o modelo Netuno.
a Mactex.
• O modelo Hércules seria entregue em 10 dias.
• Macval não apresentou o modelo Netuno. Maccorte Mac tex Macval Macmais
Modelo Zeus netuno Thor Hércules
Nessas condições, o modelo apresentado pela empre- prazo 12 14 8 10
sa
Com a tabela preenchida, basta verificar a alternativa
a) Macval foi o Hércules.
correta, nesse caso a alternativa D.
b) Mactex foi o Thor.
c) Macmais foi o Thor.
d) Mactex foi o Netuno
e) Macval foi o Netuno

Na montagem da tabela, seguiremos o seguinte pro-


cedimento:

Os personagens da questão serão as colunas de uma


RACIOCÍNIO LÓGICO

42

Exercícios gabaritados 3. Em 2010, três Técnicos Judiciários, Alfredo, Be-


nício e Carlos, viajaram em suas férias, cada um
1. Certo dia, três técnicos distraídos, André, para um local diferente. Sabe-se que:
Bruno e Carlos, saíram do trabalho e cada
um foi a um local antes de voltar para casa. − seus destinos foram: uma praia, uma região
Mais tarde, ao regressarem para casa, cada montanhosa e uma cidade do interior do Estado;
um percebeu que havia esquecido um objeto
no local em que havia estado. Sabe-se que: − as acomodações por ele utilizadas foram: uma
pousada, um pequeno hotel e uma casa alugada;
- um deles esqueceu o guarda-chu-
va no bar e outro, a agenda na pizzaria; − o técnico que foi à praia alojou-se em uma pou-
- André esqueceu um objeto na casa da namorada; sada;
- Bruno não esqueceu a agenda e nem a chave de casa.
− Carlos foi a uma cidade do interior;
É verdade que
− Alfredo não foi à praia;
a) Carlos foi a um bar.
b) Bruno foi a uma pizzaria. − quem hospedou-se em um hotel não foi Carlos.
c) Carlos esqueceu a chave de casa. Nessas condições, é verdade que
d) Bruno esqueceu o guarda-chuva.
e) André esqueceu a agenda. a) Alfredo alugou uma casa.
b) Benício foi às montanhas.
c) Carlos hospedou-se em uma pousada.
2. Três técnicos: Amanda, Beatriz e Cássio traba- d) aquele que foi à cidade hospedou-se em uma
lham no banco - um deles no complexo com- pousada.
putacional, outro na administração e outro na e) aquele que foi às montanhas hospedou-se em um
segurança do Sistema Financeiro, não respecti- hotel.
vamente. A praça de lotação de cada um deles
é: São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre.
4. Alcides, Ferdinando e Reginaldo foram a
Sabe-se que: uma lanchonete e pediram lanches distintos
entre si, cada qual constituído de um san-
-Cássio trabalha na segurança do Sistema Finan- duíche e uma bebida. Sabe-se também que:
ceiro.
− os tipos de sanduíches pedidos eram
-O que está lotado em São Paulo trabalha na ad- de presunto, misto quente e hambúrguer;
ministração. − Reginaldo pediu um misto quente;
− um deles pediu um hambúrguer e um suco de laranja;
- Amanda não está lotada em Porto Alegre e não − Alcides pediu um suco de uva;
trabalha na administração. − um deles pediu suco de acerola.

É verdade que, quem está lotado em São Paulo e Nessas condições, é correto afirmar que
quem trabalha no complexo computacional são,
respectivamente, a) Alcides pediu o sanduíche de presunto.
b) Ferdinando pediu o sanduíche de presunto.
a) Cássio e Beatriz. c) Reginaldo pediu suco de laranja.
b) Beatriz e Cássio. d) Ferdinando pediu suco de acerola.
c) Cássio e Amanda. e) Alcides pediu o hambúrguer.
d) Beatriz e Amanda.
e) Amanda e Cássio.
RACIOCÍNIO LÓGICO

43

5. Um agente de viagens atende três amigas. Uma prietário do Fusca.


delas é loira, outra é morena e a outra é ruiva.
O agente sabe que uma delas se chama Anna,
outra se chama Bruna e a outra se chama Cari- 7. Três contadores - A, B e C - estão sendo ava-
ne. Sabe, ainda, que cada uma delas fará uma liados para o preenchimento de uma posição
viagem a um país diferente da Europa: uma em uma empresa. Esses contadores estudaram
delas irá à Alemanha, outra à França e a ou- em diferentes universidades (USP, UnB e FGV),
tra irá à Inglaterra. Ao agente de viagens, que possuem diferentes tempos de experiência na
queria identificar o nome e o destino de cada profissão (3, 5 e 8 anos) e foram classificados
uma, elas deram as seguintes informações: em três opções: 1º, 2º e 3º. Considere também
que o contador A estudou na USP e tem menos
• A loira: “Não vou à França nem à Inglaterra” de 7 anos de experiência. O contador C ficou na
• A morena: “Eu e Bruna, visitaremos Carine em 3ª posição, não estudou na UnB e tem 2 anos
outra viagem” de experiência a menos que o contador que foi
• A ruiva: “Nem eu nem Bruna vamos à França” classificado na 2a posição. Qual dos três conta-
dores ficou com a primeira posição?

O agente de viagens concluiu, então, acertadamen- 8. Mateus, Marcos, Pedro e Paulo são funcionários
te, que: do TCU e encontram-se uma vez por mês para
exercitarem seus dotes musicais. Nesse quarte-
a) A loira é Carine e vai à Alemanha. to, há um guitarrista, um flautista, um baterista
b) A ruiva é Carine e vai à França. e um baixista, e cada um toca somente um ins-
c) A ruiva é Anna e vai à Inglaterra. trumento. Nesse grupo de amigos, tem-se um
d) A morena é Anna e vai à Inglaterra. auditor (AUD), um analista de controle exter-
e) A loira é Bruna e vai à Alemanha. no (ACE), um procurador do Ministério Público
(PMP) e um técnico de controle externo (TCE),
todos com idades diferentes, de 25, 27, 30 e 38
6. Três amigos Ari, Beto e Carlos - se encontram anos. Além disso, sabe-se que:
todos os fins de semana na feira de carros an-
tigos. Um deles tem um Chevett, outro tem um Mateus não tem 30 anos de idade, toca guitarra e não
Landau e o terceiro, um Fusca. Os três moram é procurador do Ministério Público;
em bairros diferentes (Buritis, Praia Grande e
Cruzeiro) e têm idades diferentes (45, 50 e 55 o baterista é o analista de controle externo, tem 27 anos
anos). Além disso, sabe-se que: de idade e não é Marcos;

Ari não tem um Chevett e mora em Buritis; Paulo é técnico de controle externo, tem 25 anos de
idade e não é flautista;
Beto não mora na Praia Grande é 5 anos mais novo
que o dono do Fusca; o procurador do Ministério Público não é baixista e não
se chama Pedro;
O dono do Chevett não mora no Cruzeiro é o mais
velho do grupo. o auditor tem 38 anos de idade e não é baixista.

A partir das informações acima, é correto afirmar Com base nas informações apresentadas, quem tem 38
que anos de idade?

a. Ari mora em Buritis, tem 45 anos de idade e é pro-


prietário do Landau. 9. Certo dia, três técnicos distraídos, André, Bruno
b. Beto mora no Cruzeiro, tem 50 anos de idade e é e Carlos, saíram do trabalho e cada um foi a um
proprietário do Chevett. local antes de voltar para casa. Mais tarde, ao
c. Carlos mora na Praia Grande, tem 50 anos de idade regressarem para casa, cada um percebeu que
e é proprietário do Chevett. havia esquecido um objeto no local em que ha-
d. Ari mora em Buritis, tem 50 anos de idade e é pro- via estado. Sabe-se que:
RACIOCÍNIO LÓGICO

44

- um deles esqueceu o guarda-chuva no bar e outro, 10. Mateus tem 38 anos de idade.
a agenda na pizzaria;
( ) certo ( ) errado
- André esqueceu um objeto na casa da namorada;
- Bruno não esqueceu a agenda e nem a chave de 11. Paulo é o baixista.
casa.
( ) certo ( ) errado
É verdade que
12. Pedro tem 25 anos de idade.
a) Carlos foi a um bar.
b) Bruno foi a uma pizzaria. ( ) certo ( ) errado
c) Carlos esqueceu a chave de casa.
d) Bruno esqueceu o guarda-chuva. 13. o auditor é o flautista.
e) André esqueceu a agenda.
( ) certo ( ) errado
Mateus, Marcos, Pedro e Paulo são funcionários do
TCU e encontram-se uma vez por mês para exerci- 14. o procurador do Ministério Público é Mateus.
tarem seus dotes musicais. Nesse quarteto, há um
guitarrista, um flautista, um baterista e um baixista, e ( ) certo ( ) errado
cada um toca somente um instrumento. Nesse grupo
de amigos, tem-se um auditor (AUD), um analista de
controle externo (ACE), um procurador do Ministério
Público (PMP) e um técnico de controle externo (TCE), GABARITO
todos com idades diferentes, de 25, 27, 30 e 38 anos. 01- 02- 03- 04- 05- 06-
Além disso, sabe-se que:
D D E A E D
Mateus não tem 30 anos de idade, toca guitarra e não 07- 08- 09- 10- 11- 12-
é procurador do Ministério Público;
B Matheus B C C E
o baterista é o analista de controle externo, tem 27 13- 14-
anos de idade e não é Marcos; E E
Paulo é técnico de controle externo, tem 25 anos de
idade e não é flautista;

o procurador do Ministério Público não é baixista e 17. VERDADES E MENTIRAS


não se chama Pedro;
As questões de verdades e mentiras são frequentes
o auditor tem 38 anos de idade e não é baixista. em prova, especialmente da banca FCC. Normalmente
trazem o mesmo contexto: uma situação em que há
Algumas das informações acima apresentadas estão um culpado e cada um dos suspeitos dá uma declara-
contempladas na tabela a seguir, em que cada célula ção e a partir delas se determina o culpado. Aliado a
corresponde ao cruzamento de uma linha com uma esse contexto, sempre estará determinado na questão
coluna preenchida com S (sim), no caso de haver uma quantas verdades e quantas mentiras existem nas de-
afirmação, e com N (não), no caso de haver uma ne- clarações, fato que é indispensável para a solução. São
gação. geralmente bem fáceis e exigem apenas uma técnica
apropriada, que mostraremos com calma.
Com base nas informações apresentadas, é correto
afirmar que
RACIOCÍNIO LÓGICO

45

Exemplo • “Claro que o Bosco está mentindo” - disse Daniel


----VERDADE ---VEJA QUE RELMENTE O BOSCO
Quando a mãe de Alysson, Bosco, Carlos e Daniel, che- MENTIU.
ga em casa, verifica que seu vaso preferido havia sido
quebrado. Interrogados pela mãe, eles fazem as se-
guintes declarações: A tabela ficou assim:

• “Mãe, o Bosco foi quem quebrou” - disse Alysson


Chute Alys- Bosco Carlos Daniel
• “Como sempre, o Daniel foi culpado” - disse Bosco
• “Mãe, sou inocente” - disse Carlos son
• “Claro que o Bosco está mentindo” - disse Daniel Alys- M M V V
son
Sabendo que apenas um dos quatro disse a verdade,
diga quem quebrou o vaso. Com isso sabemos que nosso chute não foi o correto,
isto é, Alysson não é o culpado, pois temos duas ver-
a) Alysson dade e no enunciado está escrito que apenas um dos
b) Bosco quatro disse a verdade.
c) Carlos
d) Daniel Recomeçamos o processo:
Inicialmente montamos uma tabela como a que ob-
servamos abaixo: Chute Alys- Bosco Carlos Daniel
son
Chute Alys- Bosco Carlos Daniel Bosco
son
Agora vamos avaliar o que cada um disse e verificar se
era mentira ou verdade:
• “Mãe, o Bosco foi quem quebrou” - disse Alysson
Observe que a primeira coluna é “chute” na qual colo-
---- VERDADE --- (CHUTAMOS BOSCO)
caremos o nome do possível culpado, o qual escolhe-
remos aleatoriamente, isto é, por chute.
• “Como sempre, o Daniel foi culpado” - disse Bosco
---MENTIRA --- (CHUTAMOS BOSCO)
Vamos escolher na ordem, ou seja, vamos “chutar”
Alysson como culpado:
• “Mãe, sou inocente” - disse Carlos -----VERDADE

Chute Alys- Bosco Carlos Daniel • “Claro que o Bosco está mentindo” - disse Daniel
son ----VERDADE ---VEJA QUE RELMENTE O BOSCO
MENTIU.
Alys-
son A tabela ficou assim:

Agora vamos avaliar o que cada um disse e verificar se


era mentira ou verdade:
Chute Alys- Bosco Carlos Daniel
son
• “Mãe, o Bosco foi quem quebrou” - disse Alysson Bosco V M V V
---- MENTIRA --- (CHUTAMOS ALYSSON)
E mais uma vez erramos o chute, pois dessa vez apa-
• “Como sempre, o Daniel foi culpado” - disse Bosco receram três verdade enquanto o enunciado dizia que
---MENTIRA --- (CHUTAMOS ALYSSON) havia só um que dizia a verdade.

• “Mãe, sou inocente” - disse Carlos -----VERDADE


RACIOCÍNIO LÓGICO

46

Recomeçamos o processo: conclui-se que o sobrinho que quebrou o vaso e o


que disse a verdade são, respectivamente,
Chute Alys- Bosco Carlos Daniel
a) Huguinho e Luizinho.
son b) Huguinho e Zezinho.
Carlos c) Zezinho e Huguinho.
d) Luizinho e Zezinho.
Agora vamos avaliar o que cada um disse e verificar se e) Luizinho e Huguinho.
era mentira ou verdade:

• “Mãe, o Bosco foi quem quebrou” - disse Alysson 2. Miguel, Érico, Ricardo, Jaime e Caio são inter-
---- MENTIRA --- (CHUTAMOS CARLOS) rogados em um Tribunal para averiguação de
• “Como sempre, o Daniel foi culpado” - disse Bosco um crime certamente cometido por, apenas,
---MENTIRA --- (CHUTAMOS CARLOS) um dos cinco. Nos interrogatórios, cada um fez
a seguinte afirmação:
• “Mãe, sou inocente” - disse Carlos -----MENTIRA
--- (ELE PRÓPRIO É O NOSSO CHUTE) Miguel: − o culpado é Jaime.
Érico: − Ricardo não é culpado.
• “Claro que o Bosco está mentindo” - disse Daniel Ricardo: − o culpado é Caio.
----VERDADE ---VEJA QUE RELMENTE O BOSCO Jaime: − eu não sou culpado.
MENTIU. Caio: − o culpado é Miguel.

A tabela ficou assim: Se apenas um dos cinco interrogados diz a verda-


de, então o crime foi cometido por
Chute Alys- Bosco Carlos Daniel a) Miguel.
son b) Érico.
Carlos M M M V c) Ricardo.
d) Jaime.
Agora apareceu somente uma verdade, o que bate e) Caio.
com o enunciado e sendo assim, acertamos o culpa-
do: Carlos!
3. Um líder criminoso foi morto por um de seus
quatro asseclas: A, B, C e D. Durante o interro-
gatório, esses indivíduos fizeram as seguintes
declarações.
QUESTÕES COMENTADAS
a. A afirmou que C matou o líder.
b. B afirmou que D não matou o líder.
c. C disse que D estava jogando dardos com A
1. Huguinho, Zezinho e Luizinho, três irmãos gê- quando o líder foi morto e, por isso, não tive-
meos, estavam brincando na casa de seu tio ram participação no crime.
quando um deles quebrou seu vaso de estima- d. D disse que C não matou o líder.
ção. Ao saber do ocorrido, o tio perguntou a
cada um deles quem havia quebrado o vaso. Considerando a situação hipotética apresentada aci-
Leia as respostas de cada um. ma e sabendo que três dos comparsas mentiram em
suas declarações, enquanto um deles falou a verdade,
Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!” julgue o item seguinte.
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!”
Luizinho → “O Zezinho está mentindo!” A declaração de C não pode ser verdadeira.
Sabendo que somente um dos três falou a verdade,
RACIOCÍNIO LÓGICO

47

18. SEQUÊNCIAS LÓGICAS {1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, ...}

Progressões aritméticas - aumentam sempre a mesma


As sequências lógicas são compostas por números,
quantidade
letras ou figuras. Esse tipo de questão apresenta um
padrão, uma regra que permite que determinar os
{3, 7, 11, 15, 19, 23, 27, ...} – aumentam de 4 em 4.
termos subsequentes. Claro que o padrão, a regra de
cada questão é o que devemos descobrir, por obser-
{5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, ...} – aumentam de 3 em 3.
vação dos elementos dados e após descobrir a regra,
aplica-la para determinar os próximos.
Progressões geométricas – multiplica-se sempre pelo
mesmo número
Começaremos o estudo pelas sequências de números,
quem em regra são as que dão mais trabalho, são mais
{2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, ...} – multiplica por 2
difíceis e exigem por tudo isso, maior esforço.
{1, 3, 9, 27, 81, ..} multiplica por 3
Sequências de números

Para construir conhecimento a esse respeito, é neces-


sário conhecer algumas sequências importantes, es-
pecialmente numéricas. Faremos nesse momento um QUESTÕES COMENTADAS
estudo detalhado a esse respeito das principais. Evi-
dentemente não é possível estudar todas as possíveis
sequências de provas, uma vez que cada autor pode
criar a sua própria. Contudo, aprendendo as principais
1. Qual o próximo número da sequência 36, 64, 100, 144
teremos uma base sólida para poder identificar novos
?
padrões.
Nesse caso temos números que fazem parte dos quadra-
Vejamos então as principais sequências.
dos perfeitos:
Números pares
1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, 81, 100, 121, 144, 169, 196, 225
Veja que a partir do 36, salta sempre um e com isso, como
{0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, ...}
o último foi 144, saltamos o 169 e a resposta é 196.
Números ímpares

{1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...} 2. Qual o próximo termo da sequência 3, 7, 15, 31 ?

Números primos Caso típico de aumentos que aumentam. Veja:

{2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, ...} 3 para 7 aumentou = 4.


7 para o 15 aumentou = 8.
Números quadrados perfeitos 15 do para o 31 aumentou = 16.

{1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, 81, 100, 121, 144, 169, 196, Veja que os aumentos estão dobrando e agora devemos
225, ...} aumentar 32
31 + 32 = 63.
Números triangulares

{1, 3, 6, 10, 15, 21, 28, ...} 3. Qual o próximo termo da sequência 4, 7, 11, 16, 22 ?

Fibonacci Vejamos os aumentos:


RACIOCÍNIO LÓGICO

48

4 para 7 aumentou: 3 O par seguinte sempre começa com a soma do par


7 para 11 aumentou: 4 anterior:
11 para 16 aumentou: 5
16 para 22 aumentou: 6 2+3=5
5 + 6 = 11
Agora devemos aumentar 7 11 + 12 = 23

22 + 7 = 29 Agora fazemos

23+ 24 = 47
4. Dada a sequência 2 3 4 5 8 7 16 9 32, determine
a soma dos dois próximos termos dessa série Logo o par seguinte é 47 48.
numérica.

São duas sequências intercaladas: 7. A sequência numérica 6 , 42 , 114 , 222 , 366


, .... obedece, a partir do segundo número, a
2, 4, 8, 16, 32 64 uma determinada lei de formação. O sexto ter-
3, 5, 7, 9, 11 mo dessa sequência é ?

Logo a sequência fica: 2 3 4 5 8 7 16 9 32 11 64 Estamos diante de um caso mais complicado e de-


A soma dos dois próximos é 11 + 64 = 75 vemos avaliar os aumentos:

5. Qual o próximo número da sequência 1 1 1 3 6 para 42 aumentou: 36


5 9 17? 42 para 114 aumentou: 72 (dobro de 36)
114 para 222 aumentou: 108 (triplo de 36)
Nessa questão temos uma ideia parecida com a se- 222 para 366 aumentou: 144 (quádruplo de 36)
quência de Fibonacci, com a diferença que agora
devemos somar três números consecutivos para Agora fazemos:
saber o valor do próximo:
366 + 180 (quíntuplo de 36) = 546.
1+1+1=3
1+1+3=5
1+3+5=9 8. Na seqüência seguinte o núme-
3 + 5 + 9 = 17 ro que aparece entre parênteses é ob-
5 + 9 + 17 = 31 tido segundo uma lei de formação.

63(21)9; 186(18)31; 85( ? )17


Logo a resposta é 37.

O número que está faltando é


6. A sequência: 2; 3; 5; 6; 11; 12; 23; 24; ..., foi
criada com um padrão. Quais os próximos dois a) 15
números? b) 17
c) 19
Veja que temos os números distribuídas em pares: d) 23
e) 25
23
56 Nessas questões os números vêm em trios e devemos
11 12 fazer o seguinte procedimento:
23 24
RACIOCÍNIO LÓGICO

49

Dividir o primeiro pelo ultimo: 63 / 9 = 7 12. Na seqüência seguinte, o número que aparece
agora dividimos o do meio pelo resultado 21/7 = 3 entre parênteses é obtido segundo uma lei de
formação.
Veja o próximo trio:
65(20)13 – 96(16)24 – 39(52)3 – 336( ? )48
186/31 = 6
18 / 6 = Segundo essa lei, o número que substitui correta-
mente o ponto de interrogação é
Ou seja, nesse padrão, no final tem que dar 3. Logo
fazemos: a) 18
b) 24
85/17 = 5 c) 28
?/5=3 d) 32
e) 36
E entendemos que o número que falta deve ser 15,
pois 15/5 = 3.
13. A diferença entre o 7º termo da sequência (5;
9; 17; 33; 65; ...) e o 11º termo da sequência (5;
9. ssinale a alternativa que apresenta o próximo 2; 4; −2; 0; −12; −10; ...) é, nessa ordem, igual a
termo da sequência abaixo.
a) 123.
7, 15, 24, 34, ... b) 35.
c) 457.
a) 41. d) 335.
b) 43. e) 761.
c) 44.
d) 45.
14. Na sequência (4; 11; 32; 95; . . .) a diferença
e) 47.
entre o 6o e o 4o termo é, nessa ordem, igual a

a) 280.
10. A partir da lei de formação da sequência 1, 1, 2,
b) 637.
3, 5, 8, 13, 21,..., calcule o valor mais próximo
c) 756.
do quociente entre o 11° e o 10° termo.
d) 189.
e) 567.
a) 1,732
b) 1,667
c) 1,618
15. Em relação à disposição numérica seguinte, as-
d) 1,414
sinale a alternativa que preenche a vaga assina-
e) 1,5
lada pela interrogação:

2 8 5 6 8 ? 11
11. Sabe-se que os termos da sequência (8, 9, 12,
13, 15, 16, 19, 20, 22, 23, 26, ...) foram obtidos
a) 1
segundo uma lei de formação. De acordo com
b) 4
essa lei, o 13o termo dessa sequência é um nú-
c) 3
mero
d) 29
e) 42
a) par.
b) primo.
c) divisível por 3.
d) múltiplo de 4.
e) quadrado perfeito.
RACIOCÍNIO LÓGICO

50

16. Os números abaixo estão dispostos de manei-


ra lógica.
GABARITO
01- 02- 03- 04- 05- 06-
8 1 12 10 14 11 ...... 3 7 5 16 9 196 63 29 75 37 47 e 48
A alternativa correspondente ao número que falta 07- 08- 09- 10- 11- 12-
no espaço vazio é 546 15 D C B C
a) 51
13- 14- 15- 16- 17- 18-
b) 7 D C B D B A
c) 12
d) 6
e) 40

17. Observe o diagrama e seu padrão de organi-


QUESTÕES COMENTADAS
zação.

1. (Auditor de Finanças – SEFAZ-AL – Cespe –


2020) Considerando a proposição P: “Se o ser-
A diferença numérica entre A e B, quando se com- vidor gosta do que faz, então o cidadão-cliente
pleta o diagrama de acordo com o padrão, é igual a fica satisfeito”, julgue o item a seguir.

a) 40. P é uma proposição composta formada por duas pro-


b) 27. posições simples, de modo que sua tabela-verdade
c) 15. possui 2 linhas.
d) 21.
e) 35. ( ) Certo ( ) Errado

18. Os números no interior dos setores do círculo 2. (Auditor de Finanças – SEFAZ-AL – Cespe –
abaixo foram marcados sucessivamente, no sen- 2020) Afirmar que: ´Antônio não é engenhei-
tido horário, obedecendo a uma lei de formação. ro ou João é pernambucano’, logicamente, é o
mesmo que dizer que:

a. se Antônio é engenheiro, então João é pernam-


bucano.
b. se Antônio não é engenheiro, então João não é
pernambucano.
c. se João é pernambucano, então Antônio é enge-
nheiro.
d. se Antônio é engenheiro, então João não é per-
nambucano.
Segundo essa lei, o número que deve substituir o e. se Antônio não é engenheiro, então João é per-
ponto de interrogação é nambucano.

a) 210
b) 206
c) 200
d) 196
e) 188
RACIOCÍNIO LÓGICO

51

3. (Auditor de Finanças – SEFAZ-AL – Cespe – A negação da proposição “Todas as reuniões de-


2020) Considerando a proposição P: “Se o ser- vem ser gravadas por mídias digitais” é correta-
vidor gosta do que faz, então o cidadão-cliente
fica satisfeito”, julgue o item a seguir.
mente expressa por “Nenhuma reunião deve ser
A proposição P é logicamente equivalente à seguinte gravada por mídias digitais”.
proposição: “Se o cidadão-cliente não fica satisfeito,
então o servidor não gosta do que faz”. ( ) Certo ( ) Errado

( ) Certo ( ) Errado
6. (Tecnologia da Informação – Ministério da Eco-
nomia – Cespe – 2020) Situação hipotética: Os
4. (Técnico Judiciário – TJ/PR – Cespe – 2019) documentos A, B e C pertencem a João, Pau-
Considere a situação hipotética seguinte, que lo e Artur, não necessariamente nessa ordem.
aborda compreensão de estruturas lógicas. Sabe-se que: se o documento A for arquivado,
então o documento C será arquivado; o docu-
No processo de manutenção de um computador, as mento B não será arquivado; o documento per-
seguintes afirmações são válidas: tencente a João será arquivado se, e somente
se, o documento pertencente a Artur for arqui-
vado; exatamente dois desses documentos não
p: se aumentar o tamanho da memória ou instalar um serão arquivados. Assertiva: Com base nessas
novo antivírus, então a velocidade da internet aumen- informações, conclui-se que o documento C
tará; pertence a Paulo e será arquivado.

q: se a velocidade da Internet aumentar, então os apli- ( ) Certo ( ) Errado


cativos abrirão mais rapidamente.

Concluída a manutenção, foi verificado que a veloci- 7. (Tecnologia da Informação – Ministério da Eco-
dade da Internet não aumentou. nomia – Cespe – 2020) Considere que as se-
guintes proposições sejam verdadeiras.
Nessa situação, é correto concluir que
• P: “Se o processo foi relatado e foi assinado, então
ele foi discutido em reunião”.
a. os aplicativos não abrirão mais rápido. • Q: “Se o processo não foi relatado, então ele não
b. o tamanho da memória não foi aumentado e tam- foi assinado”.
bém não foi instalado um novo antivírus.
c. ou o tamanho da memória não foi aumentado ou Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
um novo antivírus não foi instalado. A proposição Q é equivalente à proposição “Se o pro-
d. o tamanho da memória pode ter sido aumentado, cesso foi relatado, então ele foi assinado”.
mas um novo antivírus não foi instalado.
e. um novo antivírus pode ter sido instalado, mas o ( ) Certo ( ) Errado
tamanho da memória não foi aumentado.

(Tecnolo gia da Informação – Ministério da Econo-


5. (Tecnologia da Informação – Ministério da Eco- mia – Cespe – 2020)
nomia – Cespe – 2020) Julgue o item seguinte,
relativos a lógica proposicional e a lógica de
primeira ordem.
RACIOCÍNIO LÓGICO

52

GABARITO
01- E 02- A 03- C 04- B 05- E
06- E 07- E 08- C 09- E 10- E

19. LEIS DE DE MORGAN


Primeira Lei de Morgan

Em linguagem simples podemos dizer o seguinte: ne-


gar duas proposições ligadas com “e” – ou seja, uma
conjunção – é o mesmo que negar duas proposições
e ligá-las com “ou” (ou seja, transformá-las em uma
disjunção.

Considere que “p” e “q” são duas proposições. O que


acabei de afirmar pode ser escrito da seguinte forma,
simbolicamente:

~ (p ˄ q) = (~ p) ˅ (~ q)

Para ficar mais claro:


8. (Auditor-SEFAZ-AL-Cespe-2020) A proposição
P3 é equivalente à proposição “Se os servido- Não (p e q) é igual a (não p) ou (não q).
res públicos que atuam nesse setor não pade-
cem, então o trabalho dos servidores públicos Vamos a exemplos práticos:
que atuam no setor Alfa não fica prejudicado.”.
Sendo “p” igual a “Pedro é marinheiro”.
( ) Certo ( ) Errado
Sendo “q” igual a “Queila é artista”.

9. (Auditor-SEFAZ-AL-Cespe-2020) Se a proposi- Então, podemos ter como exemplo da primeira Lei de


ção P4 for verdadeira, então a proposição “Os Morgan o seguinte:
beneficiários dos serviços prestados pelo setor
Alfa são mal atendidos.” será, necessariamente, Não (Pedro é marinheiro e Queila é artista) é o mesmo
verdadeira. que (Pedro não é marinheiro ou Queila não é artista).

( ) Certo ( ) Errado Finalmente, sendo ainda mais claro: negar que “Pedro
é marinheiro e Queila é artista” é o mesmo que afir-
mar que “Ou Pedro não é marinheiro ou Queila não é
10. A negação da proposição “Os servidores pú- artista”.
blicos que atuam nesse setor padecem e os
beneficiários dos serviços prestados por esse Segunda Lei de Morgan
setor padecem.” é corretamente expressa por
“Os servidores públicos que atuam nesse se- Agora vamos à Segunda Lei. Em português claro ela
tor não padecem e os beneficiários dos servi- diz que negar duas proposições ligadas por “ou” é
ços prestados por esse setor não padecem.”. o mesmo que negar as duas proposições e juntá-las
com “e”.
( ) Certo ( ) Errado
RACIOCÍNIO LÓGICO

53

Novamente considerando “p” e “q” duas proposições,


temos a seguinte representação simbólica:

~ (p ˅ q) = (~ p) ˄ (~ q)

Para ficar mais claro:

Não (p ou q) é igual a (não p) e (não q).

Tomando as mesmas proposições da Primeira Lei


como exemplo, temos o seguinte:

Não (Pedro é marinheiro ou Queila é artista) é o mes-


mo que (Pedro não é marinheiro e Queila não é artis-
ta).

Para entender melhor: negar que “Pedro é marinhei-


ro ou Queila é artista” é igual a afirmar que Pedro não
é marinheiro e Queila não é artista”.

Como aplicar a Lei de Morgan

Alguns entenderão que as Leis de Morgan atrapalham


seu caminho no estudo de Raciocínio Lógico. Mas isso
não é verdade.

Em diversas circunstâncias ela vai facilitar a resolução


de questões, pois ela acaba mostrando rapidamente o
valor de verdade de expressões aparentemente com-
plexas.

Principalmente quando você estiver utilizando a Tabe-


la de Verdade na prova do seu concurso as Leis de
Morgan se mostrarão muito importantes.

Nesse caso, lembre-se sempre dessas expressões:

PRIMEIRA LEI DE MORGAN: ~ (p ˄ q) = (~ p) ˅ (~ q)

SEGUNDA LEI DE MORGAN: ~ (p ˅ q) = (~ p) ˄ (~ q)

Agora vamos testar seus conhecimentos na prática em


algumas questões.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. NOÇÕES DE A gestão por competências tem o objetivo de fornecer


à área de recursos humanos e gestores das empresas
ADMINISTRAÇÃO ferramentas para realizar gestão e desenvolvimento de
pessoas, com clareza, foco e critério. Essas ferramentas
são alinhadas às atribuições dos cargos e funções de
Administração pública é o poder executivo em ação;
cada organização.
função típica.
Sub-sistemas da gestão por competências
Funciona em 3 esferas (sistema federativo):
Mapeamento e mensuração por competências
• Federal – Presidente como chefe;
• Estadual ou Distrital – Governador como chefe
Através do mapeamento e mensuração por competên-
• Municipal – Prefeito como chefe;
cias são identificados os conhecimentos, habilidades
e atitudes necessários para a execução das atividades
Conceito – aspecto material (ou sentido objetivo, ou
de um cargo ou função e mensurados os graus ideais
sentido funcional), foca a atividade exercida, por exem-
para cada grupo de competências que uma pessoa que
plo: serviço público, atividade de fomento, intervenção
assuma o cargo ou função deve ter para atingir os ob-
(fiscalização ou participação do Estado em atividades
jetivos da empresa.
privadas), polícia administrativa. Aspecto formal (ou
sentido subjetivo, ou sentido orgânico), projeta sua at-
Seleção por competências
enção em quem exerce a atividade (pessoas, órgãos e
os agentes).
Por meio da seleção por competências, são realizadas
entrevistas comportamentais, visando identificar se
É chamado recursos humanos ao conjunto dos em-
o candidato possui o perfil ideal para a vaga de em-
pregados ou dos colaboradores de uma organização.
prego. Antes devem ser identificadas as competências
Mas o mais frequente deve chamar-se assim à função
necessárias para determinada atividade.
que ocupa para adquirir, desenvolver, usar e reter os
colaboradores da organização.Gestão de recursos hu-
Avaliação por competências
manos tem por finalidade de selecionar, gerir e nortear
os colaboradores na direção dos objetivos e metas da
Através da avaliação por competências, é verificado se
empresa.
o perfil comportamental e técnico dos colaboradores
de uma corporação estão alinhados ao perfil ideal ex-
O objetivo básico que persegue a função de Recursos
igido pelos cargos e funções.
Humanos (RH) é alinhar as políticas de RH com a es-
tratégia da organização.
Plano de desenvolvimento por competências
A Gestão de pessoas é uma atividade a ser executada
Por meio do plano de desenvolvimento por competên-
por todos os gestores de uma organização, contando
cias, procura-se aperfeiçoar e potencializar o perfil in-
com o apoio do setor de recursos humanos, com a fi-
dividual de cada empregado através de ações de de-
nalidade de alcançar um desempenho que possa com-
senvolvimento.
binar as necessidades individuais das pessoas com as
da organização. Apesar da disseminação em tempos
Serviços mais usuais em recursos humanos
recentes dos cursos de gestão de pessoas, tal prática
ainda é confundida com uma atividade restrita ao setor
Assessment
de recursos humanos.
É uma metodologia de avaliação que consiste na análise
Gestão de pessoas
de comportamentos baseada em múltiplos inputs, uti-
lizando múltiplas técnicas, métodos e instrumentos de
O principal modelo de gestão de pessoas atualmente é
avaliação, baseados nas competências a avaliar. Tem a
a Gestão por Competências.
participação de vários observadores.
Gestão por competências
Headhunting
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2

Abordagem confidencial e direta de quadros superi- Planejamento do RH


ores, com o objetivo de selecionar os profissionais que
se destacam no seu setor de atividade, quer pelos seus O planejamento de RH é um o processo pelo qual a
conhecimentos técnicos quer pela sua experiência. empresa se assegura que as quantidades e tipos certos
de Recursos Humanos estejam disponíveis nos lugares
Ínterim management e momentos apropriados, desempenhando as tarefas
para as quais eles são economicamente mais úteis.
Serviço de Recursos Humanos em que se pode ter pes- planejamento de Recursos Humanos em relação ao
soas disponíveis em poucos dias em oposição aos pro- planejamento estratégico da empresa como um todo.
cessos de recrutamento, sempre mais demorados em Isso significa dizer que as projeções de RH servem para
termos de admissão. fazer as previsões orçamentárias de gastos indiretos e
de investimentos em ativo imobilizado ajustando as
A temporalidade destes projetos permite que especial- próprias diretrizes da empresa. Nesse sentido, o plane-
istas muito experientes estejam disponíveis para pro- jamento de Recursos Humanos, pode vir a ser adota-
jetos cujo conhecimento necessário é inferior aquele do pelos gerentes como uma valioso instrumento de
que terão de disponibilizar. Há foco total na missão a planejamento e controle administrativo.
desempenhar.
Relações Interpessoais
Outplacement
Dentro da perspectiva humanista da administração sur-
O outplacement é uma forma de ajudar os indivíduos gida com a Escola de Relações Humanas onde os estu-
a prosseguirem a sua vida profissional e na maior parte diosos destacavam que o mais importante era desen-
dos casos isto significa arranjar uma nova oportunidade volver os empregados no relacionamento interpessoal.
profissional. Essa Escola preconizava que se os funcionários desen-
volvessem bem esse aspecto (relação interpessoal) a
A empresa prestadora de serviços nesta área pode tra- técnica viria como conseqüência, ou seja, era mais fácil
balhar num caso individual ou num grupo de pessoas. um indivíduo que se relacionava bem com os colegas
aprender com facilidade do que um indivíduo isolado
Outsourcing dos demais, como era na Administração Científica.

O ato de terceirizar um serviço não considerado cen- O Treinamento e Desenvolvimento fornecer ao empre-
tral para o negócio, para que seja executado por uma gado melhores conhecimentos, habilidades e atitudes,
entidade externa. Tal processo que permite a uma or- para que não se dissocie das inovações em relação a
ganização não se ater a recursos cujo desempenho não seu campo de atividade e das profundas mutações do
é crítico para a organização, para se empenhar em ativ- mundo. As estratégias das empresas quanto ao trein-
idades que constituem fatores críticos de sucesso. amento estão diretamente ligadas às suas estratégias
de recrutamento e seleção. Podendo optar por recru-
Recrutamento e seleção tamento e seleção baseada em uma fonte de recruta-
mento interno, onde terá programas formais de trein-
Tem por objetivo atrair e selecionar os profission- amento de pessoal, se ao contrário, sua estratégia de
ais mais adequados (nem sempre o melhor é o mais contratação estará voltada para o mercado externo não
adequado) para o desempenho de uma determinada terá programas de treinamento e contratará pessoal
função. Os processos seletivos podem ser compostos bem capacitado e, normalmente, acima do nível de en-
por entrevistas, dinâmicas de grupo e testes psicológi- trada.
cos, entre outros.
Desenvolvimento Gerencial
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS FUNÇÕES
BÁSICAS: As empresas têm diferentes opções estratégicas para
o desenvolvimento de executivos. Decisão entre pro-
Planejamento do RH; Relações Interpessoais; Recruta- gramas de desenvolvimento formais ou informais, pro-
mento e Seleção de Pessoal; Treinamento e Desenvolvi- gramas de desenvolvimento extensos ou limitados,
mento; Desenvolvimento Gerencial; Motivação; Aval- formação de habilidades ou identificação e contratação
iação de Desempenho; Cargos, Salários e Carreiras. externa de habilidades. “Estes três tipos de opções
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3

apontam para o grau de compromisso que tem a em- izações do indivíduo. Argyris identificou três fatores
presa para levar a cabo o desenvolvimento de seus ex- que levam às empresas a frustrar seus empregados : a
ecutivos. As companhias que consideram o desenvolvi- estrutura formal, a liderança impositiva e os controles
mento de seus gerentes como a atividade central na administrativos.
gestão de Recursos Humanos optam por programas de
desenvolvimento extensos e formais, e estão desenvol- Avaliação de Desempenho
vendo constantemente as habilidades e conhecimentos
requeridos para que os gerentes desempenhem eficaz- São técnicas utilizadas com a finalidade de obter in-
mente suas atividades. formações sobre o comportamento profissional do
Motivação funcionário, face ao posto de trabalho que ocupa na
empresa. Em resumo, é um conceito dinâmico, pois
A administração de recursos humanos tradicional tem os empregados estão sendo continuamente avaliados,
como uma de suas principais preocupações a moti- seja formal ou informalmente, nas organizações.
vação do indivíduo na organização como o ponto de
partida da integração e a produtividade da força de Cargos e Salários
trabalho, sendo analisado a nível global e não como
uma simples manifestação da personalidade. As pes- CARGOS
soas motivadas apresentam uma enorme aptidão para
o desenvolvimento, que é o potencial para aprender Descrever um cargo consiste em enumerar todas as
novas habilidades, obter novos conhecimentos, mod- tarefas e responsabilidades atribuídas ao seu ocu-
ificar atitudes/comportamentos e liberar sua criativi- pante. Vale ressaltar, que quando vamos descrever um
dade. cargo, não podemos levar em consideração a pessoa
que ocupa atualmente, e sim o que esse cargo deve
Linhas Teóricas da Motivação no trabalho realizar, quais são as suas atribuições.

Elton Mayo Frederick Herzberg Cris Argyris Elton SALÁRIOS


Mayo “Propiciou um cenário favorável à introdução de
uma nova abordagem na solução dos problemas de É o conjunto de normas e procedimentos que visam
administração, focalizada no processo de motivar os estabelecer e/ou manter estruturas de salários equi-
indivíduos à atingir metas organizacionais” nos quais tativas e justos na organização. Em uma organização,
analisa as condições adversas de trabalho impostas cada cargo tem o seu valor individual. Outro fator im-
pela administração científica, concluindo que os op- portante, é que seja baseado em um sistema lógico de
erários tendem a reunir-se em grupos informais como comparações internas e externas dos cargos e de seus
fuga dos efeitos da estrutura formal. Nesses grupos respectivos salários.
informais, esses trabalhadores conseguem comunic-
ar-se com maior facilidade, além de encontrar ambi-
entes de apoio para a melhoria de seus problemas.
Frederick Herzberg Classificou os estímulos de tra-
balho em duas categorias: fatores higiênicos:voltados
2. FUNÇÕES DO
a atender a natureza material e fisiológica da mão-de-
obra; e fatores motivacionais:na procura de incentivos
ADMINISTRADOR
como participação,realização profissional e progresso
Características da Função Administrativa
pessoal. Sua principal conclusão foi que ‘’a adminis-
tração deve perceber que os fatores higiênicos são
Concreta – não inova na ordem jurídica, executa a lei
importantes, mas uma vez neutralizada a insatisfação,
nos casos concretos, apenas cumpre o que a lei diz
não geram resultados positivos, apenas os fatores mo-
tivacionais conduzem ao melhor desempenho”. Cris
Parcial – interesse na relação
Argyris Pesquisou os efeitos da organização na vida
Subordinada ao controle jurisdicional – art. 5º, XXXV,
dos indivíduos, concluindo que a restrição imposta
CF
aos empregados pelas estruturas empresariais, em vez
Sistemas Administrativos
de garantir a ordem e a eficiência, geram resistências
e desestímulos que bloqueiam a capacidade de real-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4

Sistema Inglês ou de Unidade da Jurisdição – adotado cias de mercado, se vale a pena investir, pergunta que
pelo Brasil, diz que toda e qualquer situação pode ser se deve fazer… O que vai ser dessa empresa no futuro?
levada ao poder judiciário, ainda que tenha sido julga-
do no âmbito administrativo; Importante! O planejamento estratégico se baseia no
ESTABELECIMENTO de METAS, OBJETIVOS, POLÍTICAS
Sistema Francês ou Contencioso Administrativo – as e MISSÃO da ORGANIZAÇÃO.
causas submetidas aos Tribunais Administrativos não
necessitam ser analisadas novamente no Poder Ju- META = Objetivo de curto prazo.
diciário.
OBJETIVO = alvo a ser alcançado
Funções Administrativas POLÍTICAS = são as diretrizes amplas e gerais para se
chegar aos objetivos
Planejamento, Organização, Direção e Controle
MISSÃO = é a razão de existência da empresa
(PODC): Planejamento, Organização, Direção e Con-
trole. Para conhecer as funções de um administrador Planejamento Operacional: é o planejamento diário
de empresas, entenda o que cada função administra- é a parte que elabora cronogramas específicos, cada
tiva significa. tarefa deve ser planejada, daí são criados métodos,
procedimentos, normas, metas, programas.
PLANEJAMENTO: define as atividades a serem realiza-
das e os resultados a serem alcançados. Planejamento Tático: Analisa alternativas para realizar
a missão da empresa, no entanto é um planejamento
ORGANIZAÇÃO: organiza-se os recursos disponíveis de médio prazo, normalmente anual, nível departa-
para realizar aquilo que foi planejado. Faz a dis- mental, cada departamento da empresa tem o seu.
tribuição das tarefas, das autoridades e dos recursos
materiais entre os membros da organização. ORGANIZAÇÃO
DIREÇÃO: é a função de dirigir a execução do planeja- A fu nção de organizar compreende várias fases, como
mento, para atingir os objetivos da organização. a elaboração dos níveis hierárquicos e definição das
estruturas organizacionais. Pode ser definida como a
CONTROLE: Analisa os resultados obtidos verificando ordenação dos recursos materiais e recursos humanos
se foram os planejados. Monitora as atividades, deter- visando atingir os objetivos estabelecidos, o Organo-
minando se a organização esta ou não em direção a grama da empresa é definido nessa função adminis-
suas metas. trativa, este serve para representação da estrutura da
empresa, estrutura departamental, deixando claro os
Vamos analisar agora uma a uma: níveis hierárquicos.
PLANEJAMENTO DIREÇÃO
Planejar é definir os objetivos para alcançar a finali- Esta é a função da tomada de decisões, de liderança
dade da empresa, decidir como alcançar, desenvolven- e intercomunicação com os subordinados. Fazer ac-
do planos de ações e programando as atividades para ontecer, dinamizar, esta função administrativa exige
alcançar as metas definidas. Algumas empresas ainda muito da habilidade humana do profissional pela área
adotam o método arcaico de administração as escuras relacionada, a direção pode ser a nível institucion-
e não planejam, desta forma, não se preparam para al abarcando toda a empresa, nível departamental
possíveis reveses e acabam por terem insucesso em abrangendo as unidades em separado e por fim a nív-
seus objetivos, O planejamento pode ser divido em: el operacional.
Planejamento Estratégico: é bastante amplo e englo-
ba toda a organização, algo a longo prazo, devem ser
avaliados os ambientes internos e externos, as tendên-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5

Veja agora alguns princípios da direção: global do negócio.

Unidade de Comando: Cada funcionário tem um su- Coordenar: Ligar, unir, harmonizar todos os atos e es-
perior ao qual deve prestar contas forços coletivos para facilitar o trabalho e para alcançar
resultados positivos, ou seja, sincroniza coisas e ações
Delegação: Compreende designação de tarefas, de em proporções adequadas e adapta os meios aos fins.
autoridade, de responsabilidade.
Controlar: Certifica-se de que tudo ocorra de acordo
Amplitude de Controle: Há um limite quanto ao núme- com as regras estabelecidas e as ordens dadas. Con-
ro de posições que podem ser eficientemente supervi- forme os planos, instruções e princípios.
sionadas por um único indivíduo.

Princípio da coordenação ou relações humanas: har-


moniza os esforços individuais em benefício de um 3. RELAÇÕES HUMANAS
bem comum.
As relações interpessoais desenvolvem-se em decor-
CONTROLE rência do processo de interação. Em situação de tra-
balho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, há
Esta diretamente ligado ao planejamento, nesta atividades predeterminadas a serem executadas, bem
função devem ser avaliados os progressos da empresa como interações e sentimentos recomendados, tais
em seus objetivos e feitas as devidas correções (ação como: comunicação, cooperação, respeito, amizade.
corretiva)para garantir que os resultados sejam satis- À medida que as atividades e interações prosseguem,
fatórios, os principais pontos da função de controle os sentimentos despertados podem ser diferentes dos
são: indicados inicialmente e então – inevitavelmente – os
sentimentos influenciarão as interações e as próprias
• Necessário para medir e avaliar o desempenho or- atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia
ganizacional e atração provocarão aumento de interação e coop-
• Dinâmico e contínuo eração, repercutindo favoravelmente nas atividades e
• Engloba todas as vertentes da organização ensejando maior produtividade.
fases do controle: Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia
e rejeição tenderão à diminuição das interações, ao
• estabelecimento dos objetivos ou padrões de de- afastamento nas atividades, com provável queda de
sempenho produtividade.
• avaliação ou mensuração do desempenho atual
• comparação do desempenho atual com os obje- Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se
tivos ou padrões estabelecidos relaciona diretamente com a competência técnica de
• tomada de ação corretiva para corrigir os possíveis cada pessoa. Profissionais competentes individual-
desvios ou anormalidades mente podem render muito abaixo de sua capacidade
por influência do grupo e da situação de trabalho.
Na teoria clássica de Fayol eram as seguintes funções
administrativas: Quando uma pessoa começa a participar de um grupo,
há uma base interna de diferenças que englobam va-
Prever: Visualizar o futuro e os recursos necessários lores, atitudes, conhecimentos, informações, precon-
traçando um programa de ação. ceitos, experiência anterior, gostos, crenças e estilo
comportamental, o que traz inevitáveis diferenças de
Organizar: Constituir o duplo organismo material e so- percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada
cial da empresa. situação compartilhada.
Comandar: Dirigir e orientar o pessoal para alcançar
o máximo de retorno dos empregados. Concentra-se
no funcionamento da empresa, segundo o interesse
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
6

Essas diferenças passam a constituir um repertório Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser
novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como es- estudados de forma complementar aos de Taylor:
sas diferenças são encaradas e tratadas determina a
modalidade de relacionamento entre membros do 1 - Divisão do trabalho - Especialização dos funcionári-
grupo, colegas de trabalho, superiores e subordina- os desde o topo da hierarquia até os operários da
dos. fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção
aumentando a produtividade.
Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do
outro, se a idéia de cada um é ouvida, e discutida, es- 2 - Autoridade e responsabilidade - Autoridade é o
tabelece-se uma modalidade de relacionamento difer- direito dos superiores darem ordens que teoricamente
ente daquela em que não há respeito pela opinião do serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida
outro, quando idéias e sentimentos não são ouvidos, da autoridade.
ou ignorados, quando não há troca de informações. A
maneira de lidar com diferenças individuais criam cer- 3 - Unidade de comando - Um funcionário deve rece-
to clima entre as pessoas e tem forte influência sobre ber ordens de apenas um chefe, evitando contra-or-
toda a vida em grupo, principalmente nos processos dens.
de comunicação, no relacionamento interpessoal, no
comportamento organizacional e na produtividade. 4 - Unidade de direção - O controle único é possi-
bilitado com a aplicação de um plano para grupo de
Valores: Representa a convicções básicas de que um atividades com os mesmos objetivos.
modo específico de conduta ou de condição de ex-
istência é individualmente ou socialmente preferível a 5 - Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de
modo contrário ou oposto de conduta ou de existên- conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionári-
cia. os. A ausência de disciplina gera o caos na organ-
ização.
Eles contêm um elemento de julgamento, baseado
naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou 6 - Prevalência dos interesses gerais - Os interesses
desejável. gerais da organização devem prevalecer sobre os in-
teresses individuais.
Os valores costumam ser relativamente estáveis e du-
radouros. 7 - Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a
satisfação dos funcionários e da própria organização.
A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por
Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura 8 - Centralização - As atividades vitais da organização
organizacional, pela visão do Homem Econômico e e sua autoridade devem ser centralizadas.
pela busca da máxima eficiência. Sofreu críticas como
a manipulação dos trabalhadores através dos incen- 9 - Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hi-
tivos materiais e salariais e a excessiva unidade de erárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade
comando e responsabilidade. Paralelamente aos estu- fixa.
dos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol defendia
princípios semelhantes na Europa, baseado em sua ex- 10 - Ordem - Deve ser mantida em toda organização,
periência na alta administração. preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em
seu lugar.
Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por
executivos Europeus, os seguidores da Administração 11 - Equidade - A justiça deve prevalecer em toda or-
Científica só deixaram de ignorar a obra de Fayol ganização, justificando a lealdade e a devoção de cada
quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. funcionário à empresa.
O atraso na difusão generalizada das ideias de Fayol
fez com que grandes contribuintes do pensamento 12 - Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade
administrativo desconhecessem seus princípios Princí- alta tem conseqüências negativas sobre desempenho
pios Básicos. da empresa e o moral dos funcionários.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
7

13 - Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade 3. Disciplina


de estabelecer um plano e cumpri-lo. 4. Unidade de comando
5. Unidade de direção
14 - Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, 6. Subordinação do interesse individual ao geral
facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os in- 7. Remuneração do pessoal justa e satisfatória ao in-
tegrantes de um mesmo grupo precisam ter consciên- divíduo e à empresa
cia de classe, para que defendam seus propósitos. 8. Centralização de comando
9. Hierarquia de superiores
10.Ordem (um lugar para cada indivíduo)
11.Eqüidade (senso de justiça entre todos)
4. TEORIAS CLÁSSICAS 12.Estabilidade (tempo para o empregado se adaptar
ao trabalho)
DA ADMINISTRAÇÃO 13.Iniciativa (entusiasmo e energia)
14.Espírito de equipe ou trabalho em grupo
2. Escola de anatomia e fisiologia da organização -
FAYOLISMO Henry Fayol (1841-1925) A Teoria Clássica concebe a organização como um sis-
tema fechado, rígido e mecânico (teoria da máquina)
Henri Fayol (1841-1925), o fundador da teoria Clássica, sem nenhuma conexão com o ambiente exterior. A
nasceu em Constantinopla e faleceu em Paris, vivendo preocupação dos autores era encontrar a melhor ma-
as consequências da Revolução Industrial e, mais tar- neira de organizar e fazer bem as coisas, com princípi-
de, da Primeira Guerra Mundial. os e receitas aplicados às circunstâncias.

Surgiu para aumentar a eficiência da empresa por Concentrou-se no estudo da organização apenas no
meio da organização e a aplicação de princípios gerais seu aspecto formal, objetivando o aumento de efi-
da administração em bases científicas. ciência, dando ênfase ao trabalho e à estrutura sem
considerar o lado humano, em que os fatores pessoais
Sua preocupação era a forma e disposição dos com- (comportamento, crenças, cultura, etc) também inter-
ponentes da organização (departamentos) e suas in- ferem no status organizacional.
ter-relações estruturais.
3. Abordagem ou teoria (escola) das relações hu-
A ênfase era na anatomia (estrutura) e na fisiologia manas, também denominada Escola Humanística da
(fundamento) da organização. Administração. Surgiu nos Estados Unidos, desen-
volvida por Elton George Mayo e seus colaboradores.
Funções básicas da empresa (segundo Fayol): Nasceu decorrente da necessidade de corrigir a forte
tendência à desumanização do trabalho surgida com a
• Funções técnicas, relacionadas com a produção de aplicação de métodos rigorosos, científicos e precisos,
bens ou serviços da empresa. aos quais os trabalhadores deveriam forçosamente se
• Funções comerciais, relacionadas com a compra, submeter.
venda e permutação.
• Funções financeiras, relacionadas com a procura e Principal característica: Ênfase nas pessoas.
gerência de capitais.
• Funções de segurança, relacionadas com a pro- Origens da Teoria das Relações Humanas
teção e preservação dos bens e das pessoas.
• Funções contábeis, relacionadas com os inventári- 1) A necessidade de humanizar e democratizar a Ad-
os, registros, balanços, custos e estatísticas. ministração: Libertar conceitos rígidos e mecanicistas
• Funções administrativas, relacionadas com a inte- da Abordagem Clássica
gração de cúpula das outras cinco funções.
2) O desenvolvimento das chamadas ciências hu-
Princípios de administração segundo Fayol: manas: Psicologia e sociologia, bem como sua cres-
cente influência intelectual e suas primeiras tentativas
1. Divisão de trabalho e especialização de aplicação à organização industrial.
2. Autoridade e responsabilidades
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
8

3) As idéias da filosofia pragmática e da psicologia Mayo defendeu os seguintes pontos de vista:


dinâmica.
• O trabalho é uma atividade tipicamente grupal;
4)As conclusões da Experiência de HAWTHORNE • O operário não reage como indivíduo isolado,
mas como membro de um grupo social;
Desenvolvida sob a coordenação de Elton Mayo pôs • A tarefa básica da administração é formar uma
em xeque os principais postulados da Abordagem elite capaz de compreender e de comunicar;
Clássica da Administração. Os problemas nesta In- • O ser humano é motivado pela necessidade de es-
dústria Hawthorne eram produção baixa e rotação de tar junto e ser reconhecido, de receber adequada
pessoal anual ao redor de 250%. As soluções introduz- comunicação;
idas por Mayo foram intervalo de descanso, critério • A civilização industrializada traz como conseqüên-
dos operários na decisão de quando as máquinas de- cia à desintegração dos grupos primários da so-
veriam ser paradas e contratação de uma enfermeira. ciedade, como família, para os informais e religião.
Suas conclusões foram de que emergiu o espírito de
equipe, a produção aumentou e a rotatividade de pes- Há um conflito social na sociedade industrial: uma in-
soal declinou. compatibilidade entre os objetivos organizacionais e
os objetivos individuais dos empregados. As relações
No mundo da administração científica, as pessoas humanas e a cooperação constituem a chave para evi-
eram relegadas ao segundo plano pela baixa eficiên- tar o conflito social.
cia e produtividade. Seus desejos, aspirações e moti-
vações eram amplamente ignorados ou, no máximo, 4. Abordagem ou teoria comportamental
falava-se deles com desprezo. Vozes solitárias comen-
tavam que a satisfação do indivíduo é um pré-requisi- A Teoria Comportamental representa um desdobra-
to importante para qualquer organização responsável. mento da Teoria das Relações humanas. Em 1947, Her-
bert Simon lança o livro O Comportamento Adminis-
Os estudos Hawthorne sobre as atitudes e o compor- trativo, que marca o início da teoria Comportamental,
tamento dos operários, realizados entre 1927 e 1932, criticando os princípios da Teoria Clássica e fazendo
revelaram que o resultado do trabalho dos operários reparos e correções na Teoria das Relações Humanas.
melhorava quando eles acreditavam que a gerência
estava preocupada com seu bem-estar. Simon concebeu a organização como um sistema de
decisões e um conjunto de indivíduos comprometidos
Mayo deu ênfase ao homem (homem social) e ao cli- com o processo decisório. As decisões são tomadas
ma psicológico do trabalho. Seus principais estudos de acordo com as percepções individuais. Havia busca
foram às expectativas dos empregados, as necessi- apenas do suficiente, do adequado, do razoável, e não
dades psicológicas, a organização informal e a rede do máximo. A preocupação era evitar incertezas.
não convencional de comunicações.
Para explicar o comportamento organizacional, a Te-
Elton Mayo (1880-1949), australiano que se radicou oria Comportamental funda-se no comportamento
nos EUA, argumentava que a auto-estima era vital individual das pessoas. Para explicar como as pessoas
para o desempenho eficaz e que a gerência precisaria se comportam, torna-se necessário o estudo da mo-
conquistar o consenso tanto entre grupos de trabalho tivação humana. O administrador precisa conhecer as
quanto entre indivíduos. necessidades humanas para melhor compreender o
comportamento humano e utilizar a motivação huma-
Mayo acreditava que os grupos informais revelados na como poderoso meio para melhorar a qualidade de
em Hawthorne poderiam ser utilizados tanto para o vida dentro das organizações.
bem do indivíduo quanto para o da corporação ou ig-
norados em detrimento de todos. Mayo foi o primeiro Maslow propõe que as pessoas seriam dominadas por
a identificar a necessidade de canais de comunicação motivos e necessidades internas insatisfeitas, que ori-
eficientes e reconhecidos entre os operários e a gerên- entam o comportamento. Há uma hierarquia de ne-
cia, para que os indivíduos e grupos pudessem se cessidades humanas, numa espécie de pirâmide, em
identificar com as metas e os objetivos corporativos. cujo topo estão as necessidades fisiológicas, de segu-
rança, sociais de estima e auto-realização.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
9

É a chamada teoria da motivação humana. Estudou Teoria da burocracia


a motivação do homem pela suas necessidades, não
considerando a situação ou local onde se encontra. A teoria da Burocracia desenvolveu-se na década de
1940, em função da fragilidade e parcialidade das
Herzberg desenvolveu as idéias de Maslow. O homem Teorias clássica e teoria das Relações Humanas, a ne-
tem grupos de necessidades: a animal que evita a dor cessidade de um modelo de organização racional, o
e outra como ser humano para crescer psicologica- crescente tamanho e complexidade das empresas e o
mente. Também identificou fatores de higiene (ma- ressurgimento da sociologia da burocracia, propondo
nutenção) como as necessidades econômicas básicas, um novo modelo de organização.
contrastando com fatores de motivação que corre-
spondiam às aspirações mais profundas. A boa higiene Baseia-se na racionalidade, na adequação dos meios
é necessária, mas não é suficiente para gerar a moti- aos objetivos (fins) pretendidos, garantindo a máxima
vação adequada. eficiência possível no alcance destes objetivos.

5. Teoria da Contingência Weber distinguiu três tipos de sociedade:

A palavra contingência significa algo incerto ou even- Sociedade tradicional características patriarcais e pat-
tual, que pode suceder ou não, refere-se a uma prop- rimonialistas.
osição que só pode ser conhecida pela experiência e
pela evidência e não pela razão. A teoria da contingên- Sociedade carismática características místicas, arbi-
cia vai bem mais longe do que a teoria de sistemas trárias e personalísticas, como nos grupos revolu-
quando aborda a problemática do ambiente. Na te- cionários, partidos, etc.
oria da contingência as condições de ambiente é que
causam transformações no interior das organizações. Sociedade legal, racional ou burocrática normas im-
Ou seja, o ambiente explica o fenômeno organizacion- pessoais e racionalidade na escolha dos meios e fins.
al. Há quem negue esta influência total do ambiente A cada tipo de sociedade corresponde um tipo de au-
sobre a organização. toridade, um comando ou ordem a ser obedecido.

O argumento é que a influência sobre a organização Características da Burocracia


é ditada não pelo ambiente, mas apenas pelo que in-
teressa diretamente a organização, isto é, a tecnolo- • Caráter legal de normas e regulamentos;
gia existente no ambiente. É o ambiente que conduz a • Caráter formal das comunicações;
vida da organização. • Caráter racional e divisão do trabalho;
• Impessoalidade nas relações;
A teoria da contingência apresenta os seguintes as- • Hierarquia de autoridade;
pectos básicos: • Rotinas e procedimentos modelo;
• Competência técnica e mérito;
• A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é • Especialização da administração;
um sistema aberto. • Profissionalização;
• As características organizacionais apresentam • Previsibilidade do funcionamento.
uma interação entre si e com o ambiente.
• As características ambientais são as variáveis inde-
pendentes, enquanto as características organiza-
cionais são variáveis dependentes daquelas.

6. Teoria ou abordagem estruturalista

A abordagem estruturalista, com a ênfase na estrutu-


ra organizacional (teoria da burocracia) e a ênfase na
estrutura, pessoas e no ambiente (teoria estruturalista)
surgiu no século XX, em uma crescente burocratização
da sociedade.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
10

5. ESTRUTURA Os lideres dos grupos informais surgem por várias


causas, como por exemplo: Idade; Competência;
ORGANIZACIONAL Conhecimento; Personalidade; Comunicação; Dentre
varias outras situações.
Algumas vezes, a estrutura informal se torna uma força
Conceito de organização: a organização existe quando negativa dentro da empresa, porém
duas ou mais pessoas trabalham juntas para alcançar se a administração conseguir conciliar e/ou integrar
um propósito comum, através da divisão do trabalho os grupos formais com os informais, haverá uma har-
– é o desmembramento de tarefas complexas em ativ- monização nas tarefas, o que ai sim, se torna uma
idades mais simples, as quais são atribuídas a pessoas condição favorável de rendimento e produção.
especializadas no desempenho de cada uma delas
(sinergia- ocorre quando o desempenho coletivo con- Vantagens: Rapidez no processo; Redução de comu-
segue mais que a soma dos esforços individuais). nicação entre chefe e empregado; Motiva e integra os
grupos de trabalho.
Organização é uma coletividade formada por pessoas
com função de produzir bens e prestar serviços a co- Desvantagens: Desconhecimento de chefia; Dificul-
munidade e possui estrutura formada por indivíduos dade de controle; Atrito entre pessoas.
que se relacionam, colaborando e dividindo o trabalho
para transformar insumos em bens e serviços. Estrutu- Estrutura Formal
ra organizacional é conjunto de unidades organizacio-
nais ou órgãos, inter- relacionados através de relações Essa é a estrutura que a grande maioria das empre-
funcionais, e hierárquicas utilizados para integrar to- sas adotam, é a estrutura deliberadamente planeja-
dos os recursos da empresa - humanos e materiais - da, e formalmente representada, em alguns aspectos,
para alcançar objetivos predeterminados. (Lacombe e em organogramas. Nessa fase, a definição de suas
Heilborn, 2003, p.49). atribuições se torna mais criteriosa, ou seja, aqui a es-
trutura formal pode alcançar proporções imensas.
A estrutura organizacional deve ser delineada de
acordo com os objetivos e estratégias estabelecidos, Os principais fatores para a criação de uma estrutura
ou seja, a estrutura organizacional é uma ferramenta formal empresarial são:
básica para alcançar as situações almejadas pela em-
presa, é o instrumento básico para concretização do - Focar os objetivos estabelecidos pela empresa;
processo organizacional.
- Realizar atividades que podem chegar nesses obje-
Estrutura Informal tivos;
- Distribuir as funções administrativas para cada fun-
Esse tipo de estrutura se consiste numa rede de cionário desempenhar;
relações sociais e pessoais que não é estabelecida - Levar em consideração habilidades e limitações tec-
formalmente, ou seja, a estrutura surge da interação nológicas;
entre as pessoas, desenvolvendo-se espontaneamente - Tamanho da Empresa.
quando as pessoas se reúnem entre si. A informali-
dade, é geralmente, mais instável, pois está sujeita aos E os componentes chaves para o bom funcionamento
sentimentos pessoais, pois se trata de uma natureza dessa formalidade são:
mais subjetiva, ela não possui uma direção certa e
obrigatória. Hoje, em qualquer tipo de empresa, existe - Sistema de Responsabilidade – que é constituído
as estruturas informais. pela departamentalização, especialização.
- Sistema de Autoridade – nada mais é que a dis-
É errado pensar na hipótese de que grupos informais tribuição de poder;
apenas se formam dentro de um grupo religioso, ou - Sistema de Comunicação – é a interação entre todas
até mesmo dentro de uma sala de aula, muitas estru- as unidades da empresa;
turas informais existem dentro de grandes empresas, - Sistema de Decisão – que é ato de poder entender, e
e apresentam diferentes níveis de atuação. poder definir e decidir uma ação solicitada.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
11

Uma estrutura organizacional se resume, simples- No Brasil, a Administração Pública burocrática con-
mente, em um organograma, que é um desenho gráf- templou duas fases: a primeira, denominada
ico onde mostra cada integrante de uma empresa se modelo clássico, corresponde ao período 1930-1945.
delegando a uma área especifica. A estrutura é a rep-
resentação de um organograma, mostrando a formali- Características: ênfase na reforma administrativa e o
dade existente dentro de uma certa empresa. autoritarismo. Administração fechado. O fim do Esta-
do Novo marca o fim dessa fase.
Representação gráfica ou descritiva das áreas que
compõem as Unidades, distribuídas em níveis hi- No período de transição já era objeto de debate a
erárquicos A estrutura organizacional projeta e or- excessiva centralização da Administração Pública bra-
ganiza os relacionamentos dos níveis hierárquicos e o sileira.
fluxo das informações essenciais de uma Organização.
Governo JK (1956-1961): administração para o de-
senvolvimento. A segunda fase estendeu-se até as
vésperas da reforma gerencial, com ênfase no desen-
6. ADMINISTRAÇÃO volvimento da nação.

PÚBLICA: MODELOS O modelo burocrático está presente na Constituição


de 1988 e em todo o sistema do direito administrativo
Patrimonialista, Burocrática e Gerencial. brasileiro.

1.Patrimonialista: Típica dos Estados absolutistas eu- 3.Gerencial: Após as duas guerras mundiais do Século
ropeus do século XVIII, onde o Estado é a extensão do XX, o Estado se viu na obrigação de se reerguer políti-
poder do administrador público e os seus servidores ca, econômica e socialmente.
eram vistos como nobres que recebiam este título por
indicações do governante. Surge o Estado Social, que tinha como deveres, o
acesso da população à educação, moradia, saúde etc.
A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo
de administração. Características:

Com o capitalismo industrial e as democracias, que • Uso da tecnologia;


surgem no século XIX a administração patrimonialista • Redução dos custos
torna impraticável, pois é primordial para o capitalis- • Estado mais eficiente e eficaz (qualidade);
mo a secção entre o Estado e o mercado e a democ- • Descentralização;
racia só pode existir quando a sociedade distingue-se • Controle no resultado;
do Estado. • Foco no cidadão-cliente;
• Inspira-se na administração de empresas.
2.Burocrática: Surge então a necessidade de desen-
volver um tipo de administração que separasse o pú- Surge a economia neoliberalistas: a economia e o
blico do privado. Dessa forma, a administração públi- mercado tinham suas próprias regras.
ca burocrática foi adotada para suprir a administração
patrimonialista. Brasil: Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Esta-
do de 1995 – PDRAE.
Ela surge também para repreender a corrupção e o
nepotismo, características do modelo anterior. Estado Reforma de estado e reforma administrativa:
liberal.
-1930 – Getulio Vargas: absolutismo, burocracia,
Princípios: profissionalização, carreira, hierarquia fun- economia no estado.
cional, impessoalidade, formalismo, desconfiança
prévia, controle rígido no processo (eficiência). Ela é -1995 – FHC: Plano Diretor de Reforma do Estado –
cara, lenta e o estado perde o foco no cidadão. Implanta a economia Neo-Liberal).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
12

Crise do modelo burocrático e o movimento de refor- servidor, que passaria a perceber salários mais justos
ma do estado contemporâneo para todas as funções.

A crise brasileira da década de 80 foi também uma Os diagnósticos e o quadro teórico apresentados no
crise do Estado. Em razão do modelo de desenvolvi- “Plano Diretor” serviram de base para as propostas de
mento que Governos anteriores adotaram, o Estado Emenda Constitucional que o Poder Executivo apre-
desviou-se de suas funções básicas para ampliar sua sentou ao Congresso Nacional para as reformas nas
presença no setor produtivo, o que acarretou, além áreas administrativa e previdenciária (neste último
da gradual deterioração dos serviços públicos, a que caso, no que respeita às aposentadorias e pensões
recorre, em particular, a parcela menos favorecida da dos servidores públicos). Tais propostas de Emenda
população, o agravamento da crise fiscal e, por con- visavam, por um lado, garantir conquistas da Consti-
sequência, da inflação. Nesse sentido, a reforma do tuição de 1988, as quais, na realidade, nunca se con-
Estado passou a ser instrumento indispensável para cretizaram, tais como a definição de tetos precisos
consolidar a estabilização e assegurar o crescimento para a remuneração dos servidores ativos e inativos e
sustentado da economia. Somente assim é possível a exigência de Projeto de Lei para aumentos de remu-
promover a correção das desigualdades sociais e re- neração nos Poderes Constituídos. Por outro lado, me-
gionais. diante a flexibilização da estabilidade e da permissão
de regimes jurídicos diferenciados, o que se buscava
O “Plano Diretor de Reforma de Estado” lançado pelo era viabilizar a implementação de uma administração
Governo FHC em 1995 procurou criar condições para pública de caráter gerencial. Nos últimos anos, assisti-
a reconstrução da administração pública em bases mos em todo o mundo a um debate acalorado - ain-
modernas e racionais. No passado, constituiu grande da longe de concluído - sobre o papel que o Estado
avanço a implementação de uma administração públi- deve desempenhar na vida contemporânea e o grau
ca formal, baseada em princípios racional-burocráti- de intervenção que deve ter na economia. No Brasil, o
cos, os quais se contrapunham ao patrimonialismo, ao tema adquire relevância particular, tendo em vista que
clientelismo, ao nepotismo, vícios estes que ainda per- o Estado, em razão do modelo de desenvolvimento
sistem e que precisam ser extirpados. Mas o sistema adotado, desviou-se de suas funções precípuas para
introduzido até então, limitava-se a padrões hierárqui- atuar com grande ênfase na esfera produtiva. Essa
cos rígidos e concentrava-se no controle dos proces- maciça interferência do Estado no mercado acarre-
sos e não nos resultados. Este modelo revelou-se lento tou distorções crescentes neste último, que passou a
e ineficiente para a magnitude e a complexidade dos conviver com artificialismos que se tornaram insus-
desafios que o País passou a enfrentar diante da glo- tentáveis na década de 90. Sem dúvida, num sistema
balização econômica. A situação agravou-se a partir capitalista, Estado e mercado, direta ou indiretamente,
do início da década de 90, como resultado de reformas são as duas instituições centrais que operam na co-
administrativas apressadas, as quais desorganizaram ordenação dos sistemas econômicos. Dessa forma, se
centros decisórios importantes, afetaram a “memória uma delas apresenta funcionamento irregular, é inev-
administrativa”, a par de desmantelarem sistemas de itável que nos depararemos com uma crise. Foi assim
produção de informações vitais para o processo de- nos anos 20 e 30, em que claramente foi o mau fun-
cisório governamental. cionamento do mercado que trouxe em seu bojo uma
crise econômica de grandes proporções. Já nos anos
Foi preciso, então, dar um salto adiante, no sentido de 80, é a crise do Estado que põe em cheque o modelo
uma administração pública mais “gerencial”, baseada econômico em vigência.
em conceitos atuais de administração e eficiência,
voltada para o controle dos resultados e descentral- É importante ressaltar que a redefinição do papel do
izada para poder chegar ao cidadão, que, numa so- Estado é um tema de alcance universal nos anos 90.
ciedade democrática, é quem dá legitimidade às insti- No Brasil esta questão adquiriu importância decisi-
tuições e que, portanto, se torna “cliente privilegiado” va, tendo em vista o peso da presença do Estado na
dos serviços prestados pelo Estado. economia nacional: tornou-se, consequentemente, in-
adiável equacionar a questão da reforma ou da recon-
Foi preciso reorganizar as estruturas da administração strução do Estado, que já não consegue atender com
com ênfase na qualidade e na produtividade do eficiência a sobrecarga de demandas a ele dirigidas,
serviço público; na verdadeira profissionalização do sobretudo na área social.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
13

A reforma do Estado não é, assim, um tema abstrato: No Brasil, embora esteja presente desde os anos 70, a
ao contrário, é algo cobrado pela cidadania, que vê crise do Estado somente se tornará clara a partir da se-
frustrada suas demandas e expectativas. gunda metade dos anos 80. Suas manifestações mais
evidentes são a própria crise fiscal e o esgotamento
A crise do Estado teve início nos anos 70, mas só nos da estratégia de substituição de importações, que se
anos 80 se tornou evidente. Paralelamente ao descon- inserem num contexto mais amplo de superação das
trole fiscal, diversos países passaram a apresentar re- formas de intervenção econômica e social do Esta-
dução nas taxas de crescimento econômico, aumento do. Adicionalmente, o aparelho do Estado concentra
do desemprego e elevados índices de inflação. e centraliza funções, e se caracteriza pela rigidez dos
procedimentos e pelo excesso de normas e regula-
Após várias tentativas de explicação, tornou-se claro mentos.
afinal que a causa da desaceleração econômica nos
países desenvolvidos e dos graves desequilíbrios na A reação imediata à crise - ainda nos anos 80, logo
América Latina e no Leste Europeu era a crise do Esta- após a transição democrática - foi ignorá-la. Uma se-
do, que não soubera processar de forma adequada a gunda resposta igualmente inadequada foi a neolib-
sobrecarga de demandas a ele dirigidas. A desordem eral, caracterizada pela ideologia do Estado mínimo.
econômica expressava agora a dificuldade do Estado Ambas revelaram-se irrealistas: a primeira, porque
em continuar a administrar as crescentes expectativas subestimou tal desequilíbrio;
em relação à política de bem-estar aplicada com rela-
tivo sucesso no pós-guerra. a segunda, porque utópica. Só em meados dos anos
90 surge uma resposta consistente com o desafio de
A Primeira Grande Guerra Mundial e a Grande De- superação da crise: a idéia da reforma ou reconstrução
pressão foram o marco da crise do mercado e do Es- do Estado, de forma a resgatar sua autonomia finan-
tado Liberal. Surge em seu lugar um novo formato de ceira e sua capacidade de implementar políticas pú-
Estado, que assume um papel decisivo na promoção blicas.
do desenvolvimento econômico e social.
Neste sentido, são inadiáveis: (1) o ajustamento fiscal
A partir desse momento, o Estado passa a desem- duradouro; (2) reformas econômicas orientadas para o
penhar um papel estratégico na coordenação da mercado, que, acompanhadas de uma política indus-
economia capitalista, promovendo poupança forçada, trial e tecnológica, garantam a concorrência interna
alavancando o desenvolvimento econômico, corrigin- e criem as condições para o enfrentamento da com-
do as distorções do mercado e garantindo uma dis- petição internacional; (3) a reforma da previdência so-
tribuição de renda mais igualitária. cial; (4) a inovação dos instrumentos de política social,
proporcionando maior abrangência e promovendo
Não obstante, nos últimos 20 anos esse modelo melhor qualidade para os serviços sociais; e (5) a refor-
mostrou-se superado, vítima de distorções decorrentes ma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua
da tendência observada em grupos de empresários e “governança”, ou seja, sua capacidade de implemen-
de funcionários, que buscam utilizar o Estado em seu tar de forma eficiente políticas públicas. Entende-se
próprio benefício, e vítima também da aceleração do por aparelho do Estado a administração pública em
desenvolvimento tecnológico e da globalização da sentido amplo, ou seja, a estrutura organizacional do
economia mundial, que tornaram a competição entre Estado, em seus três poderes (Executivo, Legislativo
as nações muito mais aguda. A crise do Estado de- e Judiciário) e três níveis (União, Estados-membros e
fine-se então (1) como uma crise fiscal, caracterizada Municípios). O aparelho do Estado é constituído pelo
pela crescente perda do crédito por parte do Estado governo, isto é, pela cúpula dirigente nos Três Poderes,
e pela poupança pública que se torna negativa; (2) o por um corpo de funcionários, e pela força militar.
esgotamento da estratégia estatizante de intervenção
do Estado, a qual se reveste de várias formas: o Es- A reforma do Estado é um projeto amplo que diz res-
tado do bem-estar social nos países desenvolvidos, a peito às varias áreas do governo e, ainda, ao conjunto
estratégia de substituição de importações no terceiro da sociedade brasileira, enquanto que a reforma do
mundo, e o estatismo nos países comunistas; e (3) a aparelho do Estado tem um escopo mais restrito: está
superação da forma de administrar o Estado, isto é, a orientada para tornar a administração pública mais
superação da administração pública burocrática. eficiente e mais voltada para a cidadania.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
14

O Plano Diretor focaliza sua atenção na adminis- plurianual, do orçamento-programa anual e da pro-
tração pública federal, mas muitas das suas diretrizes gramação financeira de desembolso;
e propostas podem também ser aplicadas no nível es-
tadual e municipal. - Coordenação: harmonizar todas as atividades da
Administração submetendo-as ao que foi planeja-
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do do e poupando desperdício. Na Administração Fed-
contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa eral a coordenação é da competência da Casa Civil
de ser o responsável direto pelo desenvolvimento da Presidência da República. O objetivo é propiciar
econômico e social pela via da produção de bens e soluções integradas e em sincronia com a política ger-
serviços, para fortalecer-se na função de promotor e al e setorial do Governo;
regulador desse desenvolvimento. No plano econôm-
ico o Estado é essencialmente um instrumento de - Descentralização: objetivo é descongestionar a Ad-
transferências de renda, que se torna necessário dada ministração Federal por meio de:
a existência de bens públicos e de economias exter-
nas, que limitam a capacidade de alocação de recursos • Desconcentração administrativa: repartição de
do mercado. Para realizar essa função redistribuidora função entre vários órgãos (despersonalizados) de
ou realocadora, o Estado coleta impostos e os destina uma mesma Administração sem quebrar a hierar-
aos objetivos clássicos de garantia da ordem interna e quia;
da segurança externa, aos objetivos sociais de maior • Delegação de execução de serviço: pode ser par-
justiça ou igualdade, e aos objetivos econômicos de ticular ou pessoa administrativa, mediante convê-
estabilização e desenvolvimento. Para realizar esses nio ou consórcio;
dois últimos objetivos, que se tornaram centrais neste • Execução indireta: mediante contratação de par-
século, o Estado tendeu a assumir funções diretas de ticulares; precedido de licitação, salvo nos casos
execução. As distorções e ineficiências que daí re- de dispensa por impossibilidade de competição.
sultaram deixaram claro, entretanto, que reformar o
Estado significa transferir para o setor privado as ativi- - Delegação de Competência: as autoridades da Ad-
dades que podem ser controladas pelo mercado. ministração transferem atribuições decisórias a seus
subordinados, mediante ato próprio que indique a
Daí a generalização dos processos de privatização de autoridade delegante, a delegada e o objeto da del-
empresas estatais. No plano diretor, entretanto, sali- egação.
entaremos um outro processo tão importante quanto,
e que no entretanto não está tão claro: a descentral- • Tem caráter facultativo e transitório, apoiando-se
ização para o setor público não-estatal da execução em razões de oportunidade e conveniência e na
de serviços que não envolvem o exercício do poder de capacidade do delegado. Só é delegável a com-
Estado, mas devem ser subsidiados pelo Estado, como petência para a prática de atos e decisões admin-
é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e istrativas. Não pode ser delegado:
pesquisa científica. Chamaremos a esse processo de
“publicização”. 1. Atos de natureza política (sanção e veto);
2. Poder de tributar;
3. Edição de atos de caráter normativo;
4. Decisão de recursos administrativos;
7. PRINCÍPIOS DA ADMIN- 5. Matérias de competência exclusiva dos órgãos ou
ISTRAÇÃO PÚBLICA autoridade;

- Controle: no âmbito da Administração direta, pre-


Os Princípios Fundamentais da Administração Pública veem-se:
Federal são os seguintes:
Controle de execução e normas específicas: feito pela
- Planejamento: estudo e estabelecimento das di- chefia competente;
retrizes e metas que deverão orientar a ação gover-
namental, por meio de um plano geral de governo,
programas globais, setoriais e regionais de duração
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
15

Controle do atendimento das normas gerais regulado- - Administração Pública Federal: representada pela
ras do exercício das atividades auxiliares: organizadas União, tem por finalidade o dever de administrar os
sob a forma de sistemas (pessoal, auditoria) realizada interesses;
pelos órgãos próprios de cada sistema;
- Administração Pública do Distrito Federal: repre-
Controle de aplicação dos dinheiros públicos: é o sentada pelo Distrito Federal, tem por finalidade at-
próprio sistema de contabilidade e auditoria realiza- ender aos interesses da população ali residente, e de
do, em cada Ministério, pela respectiva Secretaria de ser responsável pelo recebimento de representações
Controle Interno. diplomáticas ao Brasil quando em visita;

Princípios (“caput” do art. 37 da CF88) - Administração Pública Estadual: promove todas as


iniciativas para satisfazer os interesses da população
- Legalidade: “caput” do art. 37 e art. 5o Da CF: sub- de seu limite territorial geográfico como estado –
ordinação do poder público à previsão legal. Só pode membro;
fazer o que a lei determina;

- Impessoalidade: objetividade no atendimento do in- - Administração Pública Municipal: zelar pelos inter-
teresse público, vedada a promoção pessoal de agen- esses da população local dentro dos limites territoriais
tes ou autoridades. Não pode prejudicar ou favorecer do município.
determinadas pessoas (princípio da finalidade);
Administração direta
- Moralidade administrativa: Art. 2o da Lei 9.784/99;
art. 37, §4o da CF: atuação segundo padrões éticos de Constitui-se dos órgãos integrantes da estrutu-
probidade, decoro e boa-fé; ra administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios. São centros de competência instituídos
- Publicidade: Art. 37, §1o. da CF; art. 5o, XXXII da CF: para o desempenho de funções estatais, através de
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orien- seus agentes, não possui patrimônio; estão inseridos
tação social, não podendo constar nomes, símbolos na estrutura de uma pessoa jurídica; na esfera federal
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de estão submetidos à supervisão ministerial (ao Ministro
autoridades ou servidores públicos; de Estado); e, alguns têm capacidade jurídica, proces-
sual, para defesa de suas prerrogativas funcionais.
- Eficiência: EC 19/98 - Exige-se a apresentação de re-
sultados positivos para o serviço público e satisfatório Administração indireta
atendimento das necessidades do administrado.
Constituída de entidades com personalidade jurídica
- Razoabilidade: Não cabe à Administração Pública e compreende as empresas públicas e as sociedades
decidir de maneira irracional, fora dos padrões de nor- de economia mista, que integram a Administração por
malidade da sociedade; relação de vinculação e cooperação, como: as Autar-
quias, Fundações Públicas, e Sociedade de Economia
- Proporcionalidade: Art. 2o, §único, VI da Lei 9.784/99: Mista.
adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior Suas características: personalidade jurídica; criação
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do autorizada por Lei; patrimônio próprio; capacidade
interesse público; de auto-administração ou autonomia própria; sujei-
tos ao controle pelo Estado; não tem liberdade para
- Motivação: A administração Pública tem que expor modificação ou fixação de seus próprios fins; e, tem
seus motivos; auto-gestão financeira etc.

No nosso sistema governamental, há quatro espécies


de Administração Pública:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
16

Sistema Clichê: “Fazer mais com menos”.

A Administração Pública Federal (APF) tem vários sis- Eficácia


temas de suporte para o andamento e funcionamento
das atividades fins dos órgãos e entidades, para a con- A eficácia está relacionada ao processo de escolha,
secução de uma mesma finalidade. de tomada de decisão. Enquanto a eficiência está li-
gada em como as coisas devem ser feitas, a eficácia
Sistemas do Poder Público: sistemas de suporte às refere-se ao resultado deste processo. Segundo Paulo
atividades fins do Poder Executivo Sandroni, mestre em economia e professor da Escola
de Economia da Fundação Getúlio Vargas e da Facul-
Federal: dade de Economia e Administração da PUC-SP, “Fazer
a coisa certa de forma certa é a melhor definição de
• Sistema de Controle Interno - SCI trabalho eficiente e eficaz”. Uma pessoa eficaz é aque-
• Sistema de Planejamento e Orçamento - SPO la que não só faz algo da maneira certa, mas se pre-
• Sistema de Administração dos Recursos de Infor- ocupa com os resultados, independente do esforço e
mação e Informática do setor Público – SISP tempo que isso pode levar.
• Sistema de Serviços Gerais - SISG
• Sistema de Pessoal Civil - SIPEC A eficácia é a obtenção de resultados através da ên-
• Sistema de Organização e Modernização Admin- fase nos próprios resultados e nos objetivos a serem
istrativa - SOMAD alcançados, com a exploração máxima do potencial
• Sistema de Contabilidade Federal - SICON dos processos. Significa a otimização das tarefas com
a agilização de recursos para alcançar o resultado es-
perado. É um conceito que tem um cunho “digital”, o
que significa que há, ou não há eficácia.
8. EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E
EFETIVIDADE Concepção: “Fazer a ‘coisa’ certa”. Pois se fizermos o
contrário (fazer a coisa errada), estaremos quebran-
Eficiência do expectativas no que era esperado de uma atitude
correta.
De acordo com alguns autores de livros sobre admin-
istração, economia e comunicação, a eficiência con- Clichê: “Fazer o certo”.
siste em fazer alguma coisa da maneira certa. Ter um
dever ou obrigação e fazê-lo da forma correta. Uma Citando um exemplo prático, vamos supor dois vende-
pessoa eficiente é uma pessoa que, diante de uma de- dores, João e Ana. Sabendo-se que os dois cumpriram
terminada circunstância, é capaz de exercer aquilo que sua meta de vendas do mês, mas Ana gastou 20%
lhe é proposto. menos combustível. Ambos foram eficazes, pois fize-
ram a coisa certa e cumpriram o objetivo. Entretanto,
A eficiência é a obtenção de resultados através da ên- Ana foi mais eficiente porque fez corretamente e uti-
fase nos meios, da resolução dos problemas existentes lizou produtivamente os recursos com menor desper-
e da salvaguarda dos recursos disponíveis com o cum- dício.
primento das tarefas e obrigações. Significa fazer bem
as tarefas, administrar os custos, reduzir as perdas Efetividade
e o desperdício. É um conceito que tem um cunho
“analógico”, o que significa que pode haver mais, ou Depois de entender o significado e a relação existente
menos eficiência. entre eficiência e eficácia, fica mais fácil falar sobre
efetividade, o que não quer dizer que seja um con-
Concepção: “Fazer certo a ‘coisa’”. Pois se fizermos o ceito simples. Entre eficiência, eficácia e efetividade,
contrário (fazer errado a coisa), estaremos provocan- o último dos três termos é o mais complexo, o mais
do desperdício de tempo ou recursos, contrariando os difícil de entender.
princípios da eficiência.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
17

Enquanto a eficiência consiste na condição e aptidão que ela faz).


para a realização de uma tarefa, a eficácia em alcançar
os objetivos, a efetividade é a satisfação, o sucesso na De acordo Chiavenato (2005, p. 138), “a missão da em-
prática do que é feito. É a capacidade de atender ex- presa está voltada para a definição do negócio e do
pectativas de um pequeno grupo, uma comunidade cliente, a fim de saber o que fazer (produto/serviço)
ou uma sociedade inteira (clientes). como fazer (tecnologia a ser utilizada) e para quem
fazer (mercado)”.
Robert Henry Srour sintetizou em uma frase todo o
conceito de efetividade “Difícil não é fazer o que é cer- A missão é o compromisso da empresa com os seus
to, é descobrir o que é certo fazer”. clientes fornecedores e funcionários.

A efetividade é a obtenção de resultados através Ela deve ser exposta através de texto curto e simples
da ênfase na percepção do cliente. Significa que há para o público em geral e para os funcionários, para
preenchimento das expectativas do cliente, através de que todas as pessoas possam conhecê-la.
uma ação programada e planejada para satisfazer os
seus desejos. É um conceito que tem um cunho “sensi- Exemplo de missão:
tivo”, o que significa que há comprovação, pelo cliente,
dos resultados alcançados. Simplificando, ser efetivo é “Servir alimentos de qualidade com rapidez e simpa-
realizar aquilo que foi feito (eficácia) da maneira certa tia, em um ambiente limpo e agradável” (McDonald’s)
(eficiência).

Apesar da relação interessante existente entre estes


termos, é importante ressaltar que nem sempre elas 10. DEPARTAMENTALIZAÇÃO
dependem umas das outras. É possível ser eficaz sem
ser eficiente, por exemplo. E às vezes estes três con- E ORGANOGRAMA
ceitos se sobrepõem ou se completam para orientar
decisões. Mesmo com estas possibilidades, devemos Departamentalização:
sempre tentar aliar eficiência, eficácia e efetividade,
monitorando nosso desempenho na busca da ex- É o agrupamento, de acordo com um critério específ-
celência, pois “Somos o que repetidamente fazemos. ico de homogeneidade, das atividades e correspond-
A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábi- entes recursos (humanos, financeiros, materiais e eq-
to.” (Aristóteles). uipamentos) em unidades organizacionais.

Nada mais é que as divisões da empresa, seus órgãos


que compõem a estrutura base como departamento
9. VISÃO E MISSÃO de compras, vendas e demais repartições, porém há
critérios e considerações para criar esses departamen-
Visão tos, há uma linha a ser seguida para evitar confusões
na estrutura e assim ser visualizada e respeitada de
A visão está focada no futuro do negócio. Conforme maneira simples e exposta na sua estrutura formal. É
Chiavenato (2005, p. 141-142), “a visão é a imagem preciso decidir centralização e a descentralização das
que o empreendedor tem a respeito do futuro do seu áreas de base e constituir a amplitude de supervisão.
negócio. É o que ele pretende que o negócio seja den-
tro de um certo horizonte de tempo”. Finalidade

Exemplo de visão: A empresa visa garantir facilidades Segundo o Chiavenato, A finalidade da departamen-
com versatilidade aos usuários dos produtos. talização não é a estrutura rígida e equilibrada em
termos de níveis e sim grupar atividades de maneira
Missão que melhor contribuam para obtenção dos objetivos
específicos da organização.
Para Biagio e Batocchio (2005), missão é a declaração
da razão de ser de uma empresa (seu propósito e o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
18

Segundo Luis Oswaldo e Leal da Rocha a principal Padronização:


fi- ganização estruturada
uniformidade e coerência.linearmente como base, com
nalidade da Departamentalização é proporcionar mei- a inclusão de órgãos de staff em(apoio), possuidores
momento. de
16 Atualização:
os para o crescimento e desenvolvimento racional dos
retratar a realidade
conhecimentos
A centralização
da organização
especializados
e a descentralização
determinado
necessários
dependem da estrutura à organ-
da empresa.
órgãos da Empresa. ização. Esses órgãos de apoio têm a função de as-
1) Estrutura linear - neste tipo de estrutura não existe dúvida acerca de quem manda ou
é mandado.sessorar os executivos em assuntos especializados e
Organograma nãochefes
São exigidos possuemótimos,autoridade. Este diversas
capazes de abranger tipo departes
estrutura ger- já que
do conhecimento,
estes não almente é utilizado
possuem assessoria em empresas
especializada e tomam de maior
decisões porte, pois
finais.
Uma das demanda
Representação gráfica simplificada da estrutura or- desvantagensrecursos
desta estrutura é que os chefes
suficientes para não possuem
manter umuma visão de toda a
grupo
empresa, apenas conhecem muito bem seu próprio departamento. Isso prejudica um pouco
ganizacional de uma instituição, especificando os de pessoas especializadas atuando constantemente
as relações entre departamentos, pois não há cooperação. Como podemos verificar, este
seus órgãos, seus níveis hierárquicos e as principais nas empresas.
tipo de estrutura favorece a redeComo exemplo
de comunicação de na
formal, órgãos
qual todadea hierarquia
apoio demons-
relações formais entre eles. podemos deve
trada no organograma citarseroobedecida.
departamento
O processojurídico
decisórioem
tambémempresa
é bastante rígido,
Princípios básicos do organograma sendo queindustrial.
os chefes passam a figurar quase que exclusivamente como os elementos críti-
cos para o sucesso. Dessa forma, na estrutura linear, há centralização do poder nas mãos
de uma única figura: o chefe.
Simplicidade: apresentar apenas os elementos essen- 3) Estrutura funcional - foge à rigidez que é impos-
Essa centralização é encontrada com mais frequência em pequenas empresas, pois reduz
ciais à compreensão da estrutura organizacional. custos com
ta especialização
pela estrutura linear.- oPossui
de pessoas uma descentralização
conhecimento é centralizado nas mãos de um
chefe. maior e é bastante flexível, favorecendo uma melhor
Padronização: uniformidade e coerência. divisão do trabalho. Um exemplo de utilização da es-
2) Estrutura
trutura - staff - é aéque
linearfuncional emapresenta
empresas uma organização
que possuem estruturada
filiaislinearmente
como base, com a inclusão de órgãos de staff (apoio), possuidores de conhecimentos es-
Atualização: retratar a realidade da organização em emnecessários
pecializados diversosà estados
organização.doEsses
país. Em de
órgãos vez detêm
apoio montar
a funçãoumde assessorar
determinado momento. departamento
os executivos especializado
em assuntos especializados e nãopara cada
possuem filial, aEste
autoridade. empre-
tipo de estrutura
saécria
geralmente esses
utilizado em departamentos especializados
empresas de maior porte, apenassuficientes
pois demanda recursos na para
manter um
A centralização e a descentralização dependem da es- grupo de
matriz pessoas
e eles especializadas
atendem atuando
a todas constantemente nas empresas. Como
as filiais.
exemplo de órgãos de apoio podemos citar o departamento jurídico em empresa industrial.
trutura da empresa. Uma das vantagens da estrutura funcional é que ela
favorece
3) Estrutura a cooperação
funcional - foge à rigidezequeo trabalho em estrutura
é imposta pela equipe,linear.
alémPossui uma
1) Estrutura linear - neste tipo de estrutura não existe de aumentar
descentralização o controle
maior e é bastante indireto,
flexível, já uma
favorecendo quemelhor
os departa-
divisão do trabalho.
dúvida acerca de quem manda ou é mandado. Um exemplomentos especializados
de utilização da estrutura funcionam
funcional é emcomo
empresasfiliais e não filiais em
que possuem
diversos estados
como do país. Em vezcerrada.
supervisão de montar um departamento especializado para cada fi-
lial, a empresa cria esses departamentos especializados apenas na matriz e eles atendem a
São exigidos chefes ótimos, capazes de abranger di- todas as filiais. Uma das vantagens da estrutura funcional é que ela favorece a cooperação
versas partes do conhecimento, já que estes não Deve-se
e o trabalho tomar
em equipe, alémcuidado,
de aumentarno entanto,
o controle para jánão
indireto, haver
que os departamentos
possuem assessoria especializada e tomam decisões uma funcionam
especializados falta de como
disciplina, pois
filiais e não haverá
como várias
supervisão chefias
cerrada. em tomar cui-
Deve-se
finais. uma mesma
dado, no entanto, para nãofilial.
haver uma falta de disciplina, pois haverá várias chefias em uma
mesma filial.
Uma das desvantagens desta estrutura é que os chefes
não possuem uma visão de toda a empresa, apenas
conhecem muito bem seu próprio departamento. Isso
prejudica um pouco as relações entre departamentos,
pois não há cooperação. Como podemos verificar,
este tipo de estrutura favorece a rede de comunicação
formal, na qual toda a hierarquia demonstrada no or-
ganograma deve ser obedecida. O processo decisório
também é bastante rígido, sendo que os chefes pas-
sam a figurar quase que exclusivamente como os el-
ementos críticos para o sucesso. Dessa forma, na es- Por Funções ; ou Funcional
trutura linear, há centralização do poder nas mãos de
uma única figura: o chefe. Vantagens

Essa centralização é encontrada com mais frequência • Agrupar especialista sob chefia única;
em pequenas empresas, pois reduz custos com espe- • segue princípio da especialização ocupacional;
cialização de pessoas - o conhecimento é centralizado • concentra competência em atividade específica;
nas mãos de um chefe. • mais indicada para circunstâncias estáveis ou tare-
fas rotineiras;
2) Estrutura linear - staff - é a que apresenta uma or- • poucas linhas de produtos;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
19

• reflete auto-orientação e introversão administrati- • Comunicação livre e coordenação entre especial-


va Desvantagens; istas;
• Reduz a cooperação interdepartamental; • Flexibilidade para responder rapidamente às mu-
• Inadequada quando a tecnologia necessita ser danças
mutável e evolutiva; • Ideal para empresas empreendedoras.
• Dificulta a adaptação às mudanças externas; • Processo de decisão descentralizado ( Bateman,
• Detrimento do objetivo global em prol dos es- 1998)
forços de especialistas. • Rede de comunicações extensas para processar
grande quantidade de informação
4) Estrutura matricial - é utilizada em empresas de alta • Utilização de recursos compartilhados de modo
tecnologia e grande especialização do trabalho. eficiente;

Alta adaptabilidade
Nessa estrutura
Por Funções ; ou Funcional existem diversos grupos de pessoas
Vantagens especializadas em determinada função e essas pessoas Desvantagens
• Agrupar especialista sob chefia única;
são alotadas
• segue princípio nos projetos
da especialização que vão surgindo. Quando
ocupacional;
estão participando de um projeto, as pessoas respon-
• concentra competência em atividade específica;
• mais indicada para circunstâncias estáveis ou tarefas rotineiras;
• Falta de clareza dos papéis; ( dois chefes : de pro-
• poucas dem aoprodutos;
linhas de gerente de projeto no que se refere ao cron- jeto e funcional)
• reflete auto-orientação e introversão administrativa
ograma
Desvantagens; do trabalho e ao gerente funcional no que • Competição pelo poder;
• Reduz a respeita
cooperação aos aspectos técnicos especializados. Quando
interdepartamental; • Muita democracia que pode conduzir a ação in-
• Inadequada quando a tecnologia necessita ser mutável e evolutiva;
o aprojeto
• Dificulta adaptaçãotermina,
às mudanças asexternas;
pessoas voltam aos seus depar- suficiente
tamentos funcionais de origem, passando
• Detrimento do objetivo global em prol dos esforços de especialistas.
a responder
4) Estrutura matricial - é utilizada em empresas de alta tecnologia e grande especializa-
• Todos têm que ser consultados a cada decisão
ao chefe desse departamento, agora de forma exclusi-
ção do trabalho.
Nessa estrutura existem diversos grupos de pessoas especializadas em determinada função
va. A são
e essas pessoas estrutura matricial
alotadas nos garante
projetos que uma Quando
vão surgindo. descentralização
estão participando deOutras tipos ou critérios de departamentalização
do
um projeto, aspoder de decisão
pessoas respondem maior
ao gerente que
de projeto as
no estruturas
que linear do
se refere ao cronograma
trabalho e ao gerente funcional no que respeita aos aspectos técnicos especializados. Quan-
e funcional,
do o projeto já quevoltam
termina, as pessoas os chefes
aos seusdos projetosfuncionais
departamentos têm maior de origem,• por Produtos ou Serviços;
passando a responder ao chefe desse departamento, agora de forma exclusiva. A estrutura
autonomia.
matricial garante uma descentralização do poder de decisão maior que as estruturas linear
• Por localização geográfica;
e funcional, já que os chefes dos projetos têm maior autonomia. • por Clientes;
• por Processos;
• Por Projetos;
• Por Quantidade
• por Produtos ou Serviços ou por Resultados;

Vantagens:
Obs: nas questões de matricial aparecem os termos: “mais adequada”, “a melhor”, “gestão
de vários projetos”. • Facilita o emprego de tecnologia;
SegundoObs: nas
Stanley questões
Davis de matricial
e Paul Lawrence, aparecem
uma Organização osemprega
matricial termos:um siste-• Permite a intensificação de esforços;
ma de comando múltiplo que inclui os mecanismos de apoio correspondentes e um padrão
“mais
de cultura adequada”,
e comportamento “a melhor”,
organizacional “gestão de vários pro-
associado. • Fixa a responsabilidade para um produto;
Segundojetos”.
Leon Megginson ( 1998) A departamentalização matricial é um tipo híbrido
onde vários especialistas são agrupados para completar uma tarefa em tempo limitado.• Facilita a cooperação interdepartamental;
(encontrada em organizações de alta tecnologia, Boing, Nasa, GE) • Facilita a inovação e a competitividade;
Segundo Stanley Davis e Paul Lawrence, uma Organ-
Vantagens; • Indicada para circunstâncias instáveis, mutáveis.
izaçãolivre
• Comunicação matricial emprega
e coordenação um sistema de comando
entre especialistas; • Induz a cooperação entre especialistas;
• Flexibilidade para responder rapidamente às mudanças
múltiplo
• Ideal para empresasque inclui os mecanismos de apoio corre-
empreendedoras. • Permite maior flexibilidade.
spondentes
• Processo e um padrão
de decisão descentralizado de cultura
( Bateman, 1998) e comportamento

organizacional associado. Desvantagens;

Segundo Leon Megginson ( 1998) A departamental- • Bitola técnica dos especialistas;


ização matricial é um tipo híbrido onde vários espe- • Contra-indicada para empresa com poucos pro-
cialistas são agrupados para completar uma tarefa em dutos ou estabilidade ambiental;
tempo limitado. (encontrada em organizações de alta • Problemas psicológicos de temores e ansiedades
tecnologia, Boing, Nasa, GE)
Vantagens; Por localização geográfica;
É a territorial ou regional.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
20

Vantagens: Desvantagens:

• Atende a estratégias regionais; • Descontinuidade ao fim do ciclo do projeto;


• Fixa responsabilidade de lucro; • Provoca ansiedade e angústia
• Encoraja novos executivos
• Indicada para agências de varejo; Por Quantidade

Desvantagens: Vantagens:

• Dificulta a coordenação e controle; • Conhece o quantitativo de pessoal nas funções


• Subdesenvolvimento das áreas de pesquisa, fi- • Simples elaboração e controle.
nanças e RH.
• Aplicação: Empresa que precisa de área mercado- Desvantagens:
lógica descentralizada
• Muito limitado gerencialmente falando.
por Clientes;

Vantagens: 11. FUNÇÃO DIREÇÃO


• Abordagem extrovertida , ideal se o importante é E QUESTÕES
a satisfação do cliente;
• Mais adequada se o cliente é mais importante Direção
que o produto;
• Concentra conhecimento sobre as necessidades Direção é terceira função do processo organizacional.
dos clientes. Está relacionada a maneira pela qual os objetivos de-
vem ser alcançados, isso é feito aplicando os recursos
Desvantagens: disponíveis.

• Torna secundárias as funções produção e finanças;


• Sacrifica objetivos como lucro e produtividade e Significa dizer que esta função interpreta os planos,
eficiência. instrui e orienta aos níveis inferiores da organização
rumo ao atingimento dos objetivos traçados no Plane-
por Processos; jamento, por meio de orientação e apoio.

ou por equipamentos , por maquinário, por tecnologia De forma lúdica, podemos fazer retratar a função Di-
Vantagens: reção como sendo um capitão de um navio no qual
possui o objetivo de transportar uma carga de um
• Prestigia a tecnologia como foco de referência porto a outro. Dessa forma, o capitão está no leme da
Desvantagens: embarcação de modo a dirigir o rumo traçado previa-
mente.
• Total falta de flexibilidade
• Aplicação; Empresas industriais. O conceito aborda por Chiavenato sobre direção está
abordado da seguinte maneira: “função administrativa
Por Projetos; Construção de Navios , de edifícios , con- que se refere ao relacionamento interpessoal do ad-
strução de fábricas ministrador com os seus subordinados”.

Vantagens: Esse pensamento coloca a Direção (enquanto posição


organizacional) como elo entre a alta cúpula da em-
• Concentrar diversos recursos em uma atividade presa e o “chão de fábrica” (operacional). Esse elo é
complexa feito por meio de comunicação adequada, liderança
• Se ajusta a uma departamentalização temporária e motivação.
por Produto complexo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
21

A função Direção é a única das quatro funções do pro- se trata da única função interpessoal, o “motor” do
cesso organizacional que possui caráter interpessoal, barco são as pessoas. E assim, as pessoas têm motivos
ou seja, defini as relações entre indivíduos. Por isso, para estarem desempenhando suas tarefas e serviços.
constitui-se na mais complexa função administrativa.
Esta função possui sinônimos que podem aparecem Podemos dizer, portanto, que motivo é qualquer coisa
em bancas examinadoras, tais como: Coaching, Lider- que leva a pessoa a praticar uma ação e motivação é
ança ou Influenciação. proporcionar um motivo a uma pessoa.

A direção se distribui por toda a organização, de forma Do ponto de vista do Gestor /Administrador, a moti-
a sofrer modificações quanto na nomenclatura. Esta vação compreende a criação de condições que pro-
pode aparecer da seguinte forma: porcionem satisfação pessoal.

• Institucional – Presidentes, Vice-Presidentes, po- c) Comunicação – Processo de transmissão de


dendo, dependendo da estrutura organizacional, informação ou mensagem. A comunicação constitui o
os diretores. principal instrumento de falhas internas e externa das
• Intermediário – Gerência organizações. Aproximadamente 90% de erros/prob-
• Operacional – Supervisão lemas nas organizações estão associados à comuni-
cação. O processo de comunicação possui os seguin-
Por ser o processo administrativo que conduz e co- tes itens:
ordena o pessoal, a Direção está preocupada com a
execução das tarefas. • Emissor
• Codificação
Tarefa • Transmissão (canais)
• Receptor
Entende-se por tarefa todo trabalho que deve ser con- • Decodificação
cluído dentro de um prazo estipulado e com certo nív- • Feedback
el de qualidade esperado. Esta associado ao conceito
de serviço (exercício das funções obrigatórias de um Os ruídos de comunicação são interferências que prej-
cargo). udicam as transmissões, causando erros. Os ruídos ex-
igem que o processo se repita; a isso chamamos de
Para que as tarefas e serviços sejam realizados dentro redundância.
das expectativas da Direção se vale de alguns meios.
Meios de Direção As organizações, para viabilizar a comunicação com os
mais diferentes públicos, se valem de meios ou veícu-
Modo pelo qual a Direção de organização faz os níveis los orais, escritos, pictográficos, escrito-pictográficos,
inferiores atingir os objetivos pré-determinados. simbólicos, audiovisuais e telemáticos. É assim que,
em síntese, que podemos apresentar os meios dis-
a) Ordens ou Instrução – Transmissão das decisões aos poníveis, com base na classificação de Charles Redfield
subordinados. Essa transmissão subdividi-se em: (1980) e as devidas adaptações.

I. Quanto a amplitude Os meios orais podem ser divididos em diretos e in-


diretos. Os diretos são: conversa, diálogo, entrevistas,
1) Ordens Gerais reuniões, palestras, encontros com o presidente face
2) Ordens Específicas a face; os indiretos: telefone, intercomunicadores au-
tomáticos, rádios, alto-falantes etc.
II. Quanto a forma
Os meios escritos dizem respeito a todo material in-
1) Orais formativo impresso, a saber: instruções e ordens, car-
2) Escritas tas, circulares, quadro de avisos, volantes, panfletos,
boletins, manuais, relatórios, jornais e revistas.
b) Motivação – A Direção de uma organização deve es-
tar sempre preocupada com esse aspecto. Pois, como
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
22

Os meios pictográficos são representados por mapas, liberdade, e da responsabilidade no desempenho das
diagramas, pinturas, fotografias, desenhos, ideografi- tarefas.
as, entre outros.
Vê as pessoas aplicadas, pró-ativas, participativas. Del-
Os meios escrito-pictográficos se valem da palavra es- egam, portanto, mais autoridade, o que desperta a cri-
crita e da ilustração. São os cartazes, gráficos, diplo- atividade. A democracia se faz presente e o ambiente
mas e filmes com legenda. de trabalho, por seu turno, torna-se suave.

Os meios simbólicos são insígnias, bandeiras, luzes, Esse estilo, impulsiona as pessoas a tomar iniciativa e
flâmulas, sirenes, sinos e outros sinais que se classifi- responsabilidade no desempenho profissional. Porém,
cam tanto como visuais quanto auditivos. se houver a necessidade de intervenção direta de for-
ma a resolver um problema, o Gestor/Administrador
Os meios audiovisuais são constituídos principalmente não se furta a usar o poder da autoridade que lhe é
por vídeos institucionais, de treinamentos e outros, cabível.
telejornais, televisão corporativa, clipes eletrônicos
documentários, filmes etc. Uma questão nos incomoda ao analisarmos Estilos de
Direção diametralmente opostos: Qual o melhor esti-
Com o avanço das novas tecnologias da comunicação, lo de Direção? Qual o mais vantajoso para as organ-
as organizações modernas também estão se valendo izações?
de meios telemáticos, que têm esse nome porque a
informação é trabalhada e passada com o uso com- À primeira vista tendemos a escolher o Estilo Y, pois
binado da informática (computador) e dos meios de como seres-humanos não queremos ser tratados por
telecomunicação. Gestores/ Administradores de forma rude, autocráti-
ca. A escolha por um dos Estilos não significa que a
Como exemplos temos a própria intranet, o correio organização despreza o outro. Tendem a se comple-
eletrônico, os terminais de computador, os telões, os mentarem de forma a atingimento dos objetivos. As
telefones celulares etc. são meios interativos e virtuais. situações apresentadas em cada caso específico levam
os Gestores/ Administradores a trabalharem um ou
Estilos de Direção (Teorias X, Y e Z) outro Estilo.

Douglas McGregor desenvolveu teorias que balizaram Entretanto, há uma tendência, no mundo moderno de
os estilo de direção baseadas na natureza humana se usa o Estilo Y, corroborado pelo aumento do nível
(Behaviours), voltada para a administração dos recur- educacional, acesso à informação e a novas tecnolo-
sos humanos – Teoria X e Teoria Y. gias.
A Teoria X determina que o Gestor /Administrador
tende a dirigir e controlar os subordinados de maneira Por fim, a Teoria Z dá mais um passo à frente ao res-
rígida, pois entende que as pessoas são passivas, indo- gatar HOMEM de um absenteísmo, permitindo-lhe a
lentes, preguiçosas, desprovidas de iniciativa pessoal. liberdade de expressão e a participação na vida das
organizações.
A desconfiança se faz presente, por isso o Gestor/Ad-
ministrador passa a centralizar em si (a delegação de Outro resgate do HOMEM é feito quando o coloca no-
autoridade é mínima ou inexistente) porque entende vamente à frente das máquinas, pois sua posição fora
que as pessoas são dependentes e preferem ser di- ultrapassada pela tecnologia.
rigidas.
Esta Teoria abrange aspectos relacionados à vonta-
A autocracia é marca indelével dessa Teoria e o con- de que o HOMEM possui: estabilidade no emprego,
trole é coercitivo. Os funcionários deixam de reagir às remuneração mais condizente, participação nas de-
mudanças e passam a agir sob julgo do Chefe. cisões e soluções de problemas.

A Teoria Y vem coloca-se em posições oposta. Nesta Com esses aspectos, o HOMEM quer: participar, indic-
Teoria, o Gestor/Administrador pensa e age de forma ar soluções, ser original, ter liberdade, ter estabilidade,
a envolver as pessoas: aumento da participação, da melhor qualidade de vida.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
23

A velocidade com que o mundo se renova e a exigên- alidade. A postura deste líder brota ante as diferentes
cia dos colaboradores e clientes fazem com que os Ge- situações que ele detecta no dia-a-dia. Possui um es-
stores/ Administradores passem a ter mais requisitos tilo adequado para cada situação. Isso gera segurança
na condução de uma organização. Aqui, a presença do e motivação.
Líder é indispensável.
Emergente - Diz respeito aquele que surge e assume
Liderança o comando por reunir mais qualidades e habilidades
para conduzir o grupo aos objetivos diretamente rela-
Há vários conceitos de Liderança. A Liderança, antes cionados a uma situação especifica. Por exemplo, num
de tudo, é um fenômeno social em grupos sociais. É caso extraordinário, onde determinadas ações devem
definida como uma influência interpessoal, em uma ser traçadas de imediato.
situação, para o atingimento dos objetivos pelos inte-
grantes do grupo. Portanto, para que haja Liderança, O grupo reage bem, participa, colabora, sabendo que
necessariamente, precisamos ter interação entre pes- se houver emergência, o líder saberá o que fazer.
soas, com objetivos específicos.
Maturidade dos subordinados
A Liderança funciona de duas forma:
Tanto a maturidade dos subordinados, quanto a ma-
1a – Pode ser uma autoridade delegada, quando o turidade do líder requerem a Inteligência Emocional.
líder é aquele que possui um cargo de liderança, mas Esse aspecto não diz respeito a ter autocontrole so-
não necessariamente lidera e, bre as emoções (exclusivamente) ou se dar bem com
2a – Pode ser uma autoridade natural, quando o líder as pessoas, mas entender bem, antes de tudo, a sua
é aquele que consegue influenciar ou direcionar a própria constituição emocional e das outras pessoas
equipe sem, necessariamente, possuir um cargo de (subordinados e líderes), com vista à realização dos
liderança. objetivos.

Tipos e Estilos de liderança A Inteligência Emocional consiste em capacidades


fundamentais que possibilitam a razão e emoção es-
Os tipos e estilos de liderança são: tarem em equilíbrio. Isso permite clareza nas ações
acerem executadas. Esse equilíbrio está presente nos
Autocrático – aquele que determina as tarefas e quem seguintes pontos:
as executará, como serão elaboradas. Possui caráter
autoritário, dominador nos elogios e nas críticas e não • Autoconsciência
permite seja contrariado. Vale ressaltar que os resulta-
dos neste tipo de liderança é quase sempre maiores I. Emocional – Capacidade de identificar emoções e
que os demais. Entretanto, a frustração em caso de seus impactos no desempenho do trabalho e nos rel-
insucesso e agressividade também são maiores. acionamentos.

Liberal – total liberdade (laissez-faire) para a tomada II. Auto-avaliação


de decisão. A escolha das tarefas e sua execução ficam
por conta dos colaboradores. Não avalia ou regula o III. Autoconfiança – Forte e positivo.
curso das coisas.
• Autogerenciamento
Democrático – as diretrizes são debatidas pelo grupo
conjuntamente com o líder, o processo de definição I. Autocontrole
de tarefas e sua execução é trabalhado em grupo, po- II. Confiança
dendo sofrer alteração em razão de novas ideias. O III. Estado-consciente
líder é participativo no grupo, muitas vezes tendo pa- IV. Adaptabilidade
pel na execução de algumas tarefas específicas. V. Orientação de proezas
VI. Iniciativa
Situacional - É aquele que assume seu estilo de lider-
ança dependendo mais da situação do que da person-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
24

• Consciência Social a. ( ) estimula a criação de várias equipes de trabalho,


fazendo questão de presidir todas elas.
I. Empatia b. ( ) não se furta a usar o poder da autoridade para
II. Consciência organizacional (networks) resolver um conflito, se necessário.
III. Orientação de serviço c. ( ) como principal instrumento motivacional, vale-
se de punições ou recompensas salariais.
• Habilidade Social d. ( ) estimula o desenvolvimento de competências,
já que boa parte dos indivíduos não se interessa
I. Visão por novos aprendizados.
II. Influência e. ( ) ao mesmo tempo que empodera os indivíduos
III. Comunicação e enriquece suas tarefas, centraliza as decisões.
IV. Mudança Catalizadora

3. Elemento básico para a interação social e o de-


senvolvimento das relações humanas, a comu-
nicação desempenha papel fundamental para a
EXERCÍCIOS efetivação de planos e programas em qualquer
ambiente organizacional. Por isso mesmo, é
correto afirmar que:

1. O reflexo do exercício da Liderança é o resulta- a. ( ) a comunicação deve se prestar à defesa in-


do alcançado pelo líder em relação às pessoas condicional da organização, sem levar em conta
que influencia. Para o Líder que ocupa uma os interesses de seus diversos públicos, internos
posição formal dentro da organização, é um e externos.
desafio identificar o estilo de liderança que b. ( ) em organizações com fins lucrativos, a comuni-
deve aplicar a cada uma das circunstâncias que cação mercadológica deve ser priorizada em det-
vivencia no cotidiano. Considerando o contex- rimento das comunicações institucional e interna.
to de liderança, selecione a opção correta. c. ( ) o planejamento estratégico de comunicação
deve considerar a cultura organizacional como
a. ( ) Na divisão do trabalho, o líder autocrático de- um fator determinante dos procedimentos a ser-
termina a tarefa de cada um e cada qual escolhe em adotados.
seu companheiro de trabalho. Na liderança de- d. ( ) a comunicação organizacional deve ser levada
mocrática, o grupo decide sobre a divisão de tra- a efeito, exclusivamente, por especialistas da área,
balho e sobre o parceiro de cada um. de preferência lotados em uma assessoria vincula-
b. ( ) Na programação dos trabalhos, tanto o líder da à alta gerência.
democrático como o liberal não interferem de e. ( ) por não disponibilizarem bens e serviços ao
nenhuma forma nas decisões do grupo. mercado, organizações públicas propriamente di-
c. ( ) As características comportamentais predomi- tas devem apenas se preocupar com a comuni-
nantes dos subordinados do líder liberal e do líder cação interna.
democrático são similares quanto à escolha do
que fazer e quando fazer.
d. ( ) O volume dos resultados produzidos pelo ex- 4. A Teoria Y afirma que as organizações podem
ercício da liderança autocrática é maior, porém a tirar proveito da imaginação e do intelecto de
frustração e agressividade também. todos os seus funcionários. Esta teoria origi-
e. ( ) Grupos submetidos às lideranças liberais e de- nou-se em que fase histórica do pensamento
mocráticas tendem ao individualismo e a ignorar administrativo?
o líder com o passar do tempo.
a. ( ) A administração científica
b. ( ) A perspectiva dos recursos humanos
2. Ao adotar o estilo de liderança da Teoria Y, um c. ( ) A abordagem das ciências comportamentais
gestor de pessoas: d. ( ) A teoria dos sistemas
e. ( ) A abordagem contingencial
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
25

5. Acerca dos fluxos da comunicação, aquele que 9. A função administrativa de direção está dis-
flui entre um gestor de um determinado nível tribuída em qualquer nível organizacional. As-
para outro de nível inferior ou superior de out- sinale a alternativa que indica o nível adminis-
ra área de atuação é chamado de comunicação trativo que exerce a função de supervisão.

a. ( ) horizontal. a. ( ) institucional
b. ( ) diagonal. b. ( ) alta administração
c. ( ) ascendente. c. ( ) operacional
d. ( ) descendente. d. ( ) estratégico
e. ( ) vertical. e. ( ) tático

6. O fluxo de comunicação entre departamentos de 10. INMETRO/2010 Douglas McGregor defend-


uma organização, com indivíduos do mesmo nív- eu que o estilo de administrar é baseado em
el hierárquico, que visam agilizar a coordenação suposições dos gestores a respeito da natureza
e a solução de problemas é chamado de comu- humana e estabeleceu duas teorias nesse senti-
nicação: do, a teoria X e a teoria Y.

a. ( ) horizontal. a. ( ) De acordo com a teoria Y, que prevaleciam nas


b. ( ) vertical. práticas industriais modernas, as pessoas não
c. ( ) diagonal. gostam do trabalho e por isso necessitam de co-
d. ( ) ascendente. erção, controle e punição para o atendimento dos
e. ( ) descendente. objetivos organizacionais.
b. ( ) De acordo com a teoria X, as pessoas encaram
o trabalho como um componente natural de suas
7. TERRACAP/2010 Com relação aos estilos de vidas, sendo autocontroladas na busca por obje-
liderança, o líder que centraliza totalmente a tivos e comprometidas com os mesmos.
autoridade, as decisões e que não dá nenhuma c. ( ) De acordo com as teorias X e Y, que prevaleciam
liberdade de escolha aos subordinados é: nas práticas industriais modernas, as pessoas não
gostam do trabalho e por isso necessitam de co-
a. ( ) consultivo. erção, controle e punição para o atendimento dos
b. ( ) democrático. objetivos organizacionais.
c. ( ) liberal. d. ( ) De acordo com a teoria X e Y, as pessoas encar-
d. ( ) participativo. am o trabalho como um componente natural de
e. ( ) autocrático. suas vidas, sendo autocontroladas na busca por
objetivos e comprometidas com os mesmos.
e. ( ) De acordo com a teoria Y, as pessoas encaram
8. Acerca dos estilos de liderança, assinale a al- o trabalho como um componente natural de suas
ternativa que caracteriza um líder laissez-faire. vidas, sendo autocontroladas na busca por obje-
tivos e comprometidas com os mesmos.
a. ( ) Ele determina as providências e as técnicas para a ex-
ecução das tarefas, cada uma por vez, à medida que se
tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo. Preocupado com as insatisfações manifestadas no
b. ( ) Ele é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas
ao trabalho de cada membro.
órgão público em que é lotado, relacionadas ao
c. ( ) Ele determina qual a tarefa que cada um deve executar comportamento dos servidores, João, integrante
e qual é seu companheiro de trabalho. da alta cúpula administrativa do referido órgão,
d. ( ) Ele permite uma pequena liberdade para as decisões aproveitou a presença de equipe externa de con-
grupais ou individuais, desde que os indivíduos sejam in- sultoria contratada pela instituição para propor
fluenciados fortemente por ele. alterações no escopo do projeto de planejamento
e. ( ) A divisão das tarefas e a escolha dos companheiros estratégico, a fim de incluir, na gestão de recursos
ficam totalmente a cargo do grupo, sem a participação
humanos da instituição, atividades de assessora-
desse líder.
mento.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
26

Considerando a situação hipotética acima apre- 15. Considere a seguinte situação hipotética.
sentada, julgue os três itens abaixo:
Jônatas, enfermeiro chefe de determinado hospital,
11. Considere que, após o levantamento do perfil tem um comportamento caracterizado pela amabi-
dos colaboradores e a análise minuciosa das lidade usual com que se relaciona com os subordi-
descrições de cargos, a equipe de consulto- nados e pela demonstração de preocupação com o
ria contratada sugira aos dirigentes do órgão seu bem-estar e suas necessidades. Nessa situação,
a adoção de um estilo de liderança autocráti- é correto afirmar que, com base no perfil de com-
co. Nessa situação, caso os dirigentes aceitem portamento descrito, Jônatas exerce uma liderança
tal recomendação, nesse órgão, a decisão final participativa.
deverá permanecer a cargo da diretoria, e, em
razão da autogestão, uma das características Lúcio é agente administrativo do DPF com lotação
na unidade do Distrito Federal. No exercício do car-
do estilo de liderança autocrático, as equipes
go, Lúcio deve manter contatos com seus pares, com
deverão ser as responsáveis pelo desenvolvi-
técnicos de nível superior e com autoridades de alto
mento das tarefas.
nível hierárquico. Além disso, deve supervisionar tra-
balhos relacionados às áreas de pessoal, orçamento,
a. ( ) Certo organização, métodos e material. Essas atribuições
b. ( ) Errado exigem que ele seja competente na comunicação in-
terpessoal. Em face da situação hipotética apresenta-
da acima, julgue os itens seguintes, relativos ao pro-
12. O estilo de liderança situacional — analisado cesso de comunicação humana nas relações internas
pelos modelos de liderança de Tannebaum e e públicas de trabalho.
Schimidt, Fiedler e Hersey- Blanchard — car-
acteriza-se pelo equilíbrio entre a efetividade a. ( ) Certo
da execução da tarefa e a satisfação da equipe. b. ( ) Errado

a. ( ) Certo
b. ( ) Errado 16. Lúcio deve levar em conta que os canais de
comunicação diferem quanto à capacidade de
transmitir informações.
13. O empowerment, técnica que consiste na trans-
ferência de atividades de planejamento, organ- a. ( ) Certo
ização e controle, não é capaz de redefinir o b. ( ) Errado
papel do chefe de modo a que este se torne um
staff da unidade.
17. Sendo Lúcio, na sua organização, responsável
a. ( ) Certo por contatos tanto horizontais quanto vertic-
b. ( ) Errado ais, ele deve usar a mesma linguagem em todas
as situações.

14. O estilo de liderança adotado por uma organ- a. ( ) Certo


ização influi direta e indiretamente em seus re- b. ( ) Errado
sultados. No caso da liderança orientada para
tarefas, a autocracia e o autoritarismo são car-
acterísticas marcantes. Já no estilo de liderança 18. Para enviar a seus superiores informações rel-
voltado para as pessoas, as características são ativas à publicação de nova legislação perti-
democracia e participação dos funcionários. nente ao trabalho do DPF, Lúcio poderá fazer
uso de e-mail, que é um canal de comunicação
a. ( ) Certo apropriado para esse fim.
b. ( ) Errado
a. ( ) Certo
b. ( ) Errado
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
27

19. Quando Lúcio se comunica com seus pares a mensagem.


utilizando terminologia especializada ou lin-
guagem específica de seu grupo profissional, a. ( ) Certo
ele está-se valendo de um jargão. b. ( ) Errado

a. ( ) Certo
b. ( ) Errado 25. Toda interação entre grupos dentro da organ-
ização pode ser considerada um processo de
comunicação formal, haja vista que os colab-
20. Considere que, ao se comunicar com seus su- oradores encontram-se no ambiente de tra-
periores, Lúcio manipule a informação para balho.
que ela seja recebida de maneira mais favoráv-
el. Nesse caso, Lúcio cria uma barreira à comu- a. ( ) Certo
nicação eficaz. b. ( ) Errado

a. ( ) Certo
b. ( ) Errado 26. Nas organizações estruturadas verticalmente,
o excesso de subdivisões hierárquicas constitui
uma barreira à fluidez da comunicação, retar-
21. As redes de comunicação interpessoal utiliza- dando as reações da empresa aos estímulos le-
das por Lúcio no DPF são caracterizadas como vantados pelo ambiente externo.
redes informais de comunicação, pois ele con-
hece as pessoas com as quais se comunica. a. ( ) Certo
b. ( ) Errado
a. ( ) Certo
b. ( ) Errado
27. Não prestar atenção aos silêncios de uma con-
versa é considerado falha no processo de co-
22. A adoção de um controle rigoroso por parte municação, visto que se perde uma parte vital
de um gerente sobre seus colaboradores, por da mensagem.
entender que estes são desmotivados e de-
pendem de uma liderança forte, identifica-se a. ( ) Certo
com os pressupostos da teoria X proposta por b. ( ) Errado
Douglas McGregor.

a. ( ) Certo 28. Os canais de comunicação que têm caráter ex-


b. ( ) Errado tremamente pessoal, como, por exemplo, con-
versas face a face, devem ser evitados a fim de
se preservar o profissionalismo e a formalidade
23. Na atualidade, inexiste situação que comporte nos processos de comunicação organizacional.
a aplicação da liderança autocrática no âmbi-
to de uma organização, pois essa é uma teoria a. ( ) Certo
sem aplicabilidade prática. b. ( ) Errado

a. ( ) Certo
b. ( ) Errado GABARITO

24. A veiculação de uma mesma mensagem por ca-


nais diferentes, seja interpessoal, seja de mas-
sa, estabelece percepções e processamentos
diferentes por parte das pessoas que recebem
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
28

12. ELEMENTOS DA CO- adequado.

MUNICAÇÃO E TIPOS DE Para recepção: >atenção, >disposição, >escutar, >re-


fletir e expor o seu ponto de vista, >anotar pontos
LIDERANÇA básicos se necessário, >respeitar as colocações dos
outros, não somos donos da verdade.
Liderança e comunicação visam analisar o processo
de interação entre o treinador e o atleta. Se efetivas Liderar significa dirigir e influenciar as pessoas para
em diferentes modalidades esportivas, faixas etárias, que realizem adequadamente as tarefas dentro de
níveis de rendimento e em ambos os gêneros. Assim, uma organização/empresa.
busca-se otimizar a relação treinador-atleta e, conse-
quentemente o desempenho e a satisfação dos atle- O verdadeiro líder SABE. Ele sabe de si, conhece seus
tas. limites, onde quer/precisa chegar e como conduzir re-
cursos, humanos ou materiais, para alcançar suas me-
Todas as pessoas que trabalham diretamente com o tas. Ele: Mobiliza esforços; Atribui responsabilidades;
público estão sujeitas a se relacionar com diferentes Delega funções; Incentiva Motivação; Ouve; Debate;
personalidades. Compartilha objetivos; Informa; Demonstra sua segu-
rança; É comprometido e envolvido com os resulta-
Neste sentido cada ser é único e exclusivo. Essas dif- dos; Reconhece o bom trabalho de cada indivíduo e
erenças individuais permitem ampliar conhecimentos, da equipe; Transforma grupos de pessoas em equipes,
melhorar e/ou piorar a maneira de agir, dependendo com metas e resultados. Dessa maneira ele consegue
da situação. Vale ressaltar, que também podem ocor- dar uma direção produtiva ao conjunto de habilidades
rer divergências, conflitos, por causa das posições que são encontradas numa reunião de pessoas dis-
antagônicas (antagônico = oposto, contrário). Essas postas a um trabalho.
divergências são inevitáveis e necessárias à vida em
grupo, pois aprendemos a aceitar a opinião do outro e Estilos de liderança:
também crescemos.
- Autocrática – aquele que é autoritário, não aceita
Considerando que todas as pessoas diferem entre si, opiniões;
cada atleta atendido é um ser diferente, com person- - Democrática – aquele que compartilha ideias com a
alidade diferente e deve ser tratado como tal. equipe;
- Paternalista – aquele que lida com a equipe utilizan-
A comunicação pode ser entendida como uma “tro- do tratamento familiar.
ca”de ideias, sentimentos ou experiências, entre os in-
divíduos. É o elo entre as pessoas.

Tipos de comunicação: Verbal e Não verbal ou corpo- 13. QUALIDADE NO


ral.
SETOR PÚBLICO
Para que se estabeleça a comunicação é necessária a
O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburo-
existência de quatro elementos básicos:
cratização – GesPública – foi instituído pelo Decreto
nº 5.378 de 23 de fevereiro de 2005 e é o resultado
*A via/meio (fala, gesto, cartaz, telefone, etc.)
da evolução histórica de diversas iniciativas do Gov-
*O emissor.
erno Federal para a promoção da gestão pública de
*O receptor.
excelência, visando a contribuir para a qualidade dos
*A mensagem.
serviços públicos prestados ao cidadão e para o au-
Para a comunicação atingir os objetivos, devemos
mento da competitividade do País.
considerar alguns cuidados:

Para transmissão: >objetivo, >paciência, >clareza no


que vai falar, >adaptar sua linguagem a da pessoa,
>observar a linguagem verbal e não verbal, >via/meio
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
29

Visto como uma política pública fundamentada em provisação. A estratégia empresarial é basicamente
um modelo de gestão específico, o Programa tem uma atividade racional que envolve a identificação das
como principais características o fato de ser essencial- oportunidades e das ameaças do ambiente onde opera
mente público – orientado ao cidadão e respeitando a empresa, bem como a avaliação das forças e fraque-
os princípios constitucionais da impessoalidade, da le- zas da empresa, sua capacidade atual ou potencial em
galidade, da moralidade, da publicidade e da eficiên- se antecipar às necessidades e demandas do mercado
cia –, de ser contemporâneo – alinhado ao esta do-da- ou em competir sob condições de risco com os concor-
arte da gestão –, de estar voltado para a disposição rentes. Assim, a estratégia deve ser capaz de combinar
de resultados para a sociedade – com impactos na as oportunidades ambientais com a capacidade empre-
melhoria da qualidade de vida e na geração do bem sarial em um nível de equilíbrio ótimo entre o que a
comum – e de ser federativo – com aplicação a toda a empresa quer e o que ela realmente pode fazer.
administração pública, em todos os poderes e esferas
do governo. Por sua vez, o Modelo de Excelência em A estratégia constitui uma abordagem integrada, rel-
Gestão Pública (MEGP) representa a principal referên- acionando as vantagens da empresa com os desafios
cia a ser seguida pelas instituições públicas que dese- do ambiente, no sentido de assegurar o alcance dos
jam aprimorar constantemente seus níveis de gestão. objetivos básicos da empresa. Todavia, a estratégia se
Como todo modelo de gestão, o MEGP contém dire- preocupa com o “o que fazer” e não com “como fazer”.
trizes expressas em seus critérios de excelência geren- Em outros termos, a estratégia exige toda uma imple-
cial (liderança, estratégias e planos, cidadãos, socie- mentação dos meios necessários para a sua execução.
dade, informação e conhecimento, pessoas, processos Como esses meios envolvem a empresa como um todo,
trata-se aqui de atribuir incumbências a todos os níveis
e resultados), técnicas e tecnologias para sua aplicação
(ou subsistemas) da empresa: o nível institucional, o
(como, por exemplo, a Carta de Serviços ao Cidadão, o
nível intermediário e o nível operacional.
Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação, o Guia
de Gestão de Processos, o Guia ‘d’ Simplificação Ad-
E a implementação exige planejamento. Isto é, a es-
ministrativa e o Instrumento de Avaliação da Gestão) e
tratégia empresarial precisa de um plano básico – o
práticas de gestão implantadas com sucesso.
planejamento estratégico- para a empresa poder lidar
com todas estas forças em conjunto. E o planejamen-
OBJETIVOS
to estratégico precisa apoiar-se em uma multiplicidade
de planos situados carreira abaixo dentro da estrutura
- Eliminar o déficit institucional; Promover a gover- da organização. Para levar adiante o planejamento es-
nança e a eficiência visando os resultados da ação tratégico requer planos táticos e cada um deles requer
pública; Assegurar a eficácia e efetividade da ação planos operacionais, combinando esforços para obter
governamental; e promover a gestão democrática, efeitos sinergéticos.
participativa, transparente e ética.
Em outros termos, o planejamento estratégico é defini-
Ações - Mobilizar e apoiar tecnicamente órgãos e en- do no nível institucional da empresa e exige a partici-
tidades para a melhoria da gestão e do atendimento pação integrada dos demais níveis empresariais: do nív-
e a desburocratização e simplificação de procedimen- el intermediário por meio dos planos táticos e do nível
tos e normas; Desenvolver modelo de excelência em operacional por intermédio dos planos operacionais.
gestão pública e capacitar e orientar a implantação
de ciclos contínuos de avaliação e melhoria da gestão DIREÇÃO:
pública.
DIREÇÃO DA AÇÃO EMPRESARIAL

Após o planejamento e a organização da ação empre-


14. PROCESSO sarial, o próximo passo é a função de direção. As pes-

ORGANIZACIONAL
soas precisam ser admitidas, aplicadas em seus cargos,
doutrinadas e treinadas: elas precisam conhecer aquilo
que se espera delas e como elas devem desempenhar
PLANEJAMENTO: seus cargos; precisam ser guiadas e motivadas para al-
cançarem os resultados que delas se espera.
As empresas não funcionam na base da pura im-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
30

PARTICIPANTES DE UMA ORGANIZAÇÃO Entre os exemplos estão um gerente passando umas


atribuições a sua secretária, um supervisor fazendo
a) Empregados: São as pessoas que contribuem com um anúncio a seus subordinados e o presidente de
seu tempo e esforço para a organização, fornecendo uma empresa dando uma palestra para sua equipe
habilidades e conhecimentos em troca de salários e de administração. Os funcionários devem receber a
de outros incentivos que a organização proporciona. informação de que precisam para desempenhar suas
funções e se tornar (e permanecer) membros leais da
b) Investidores: são as pessoas ou instituições que organização.
contribuem com os investimentos financeiros que
proporcionam a estrutura de capital e os meios para o Muitas vezes, os funcionários ficam sem a informação
financiamento das operações da empresa e esperam adequada. Um problema é a sobrecarga de infor-
um retorno para o seu investimento. mação: os funcionários são bombardeados com tan-
ta informação que não conseguem absorver tudo.
c) Fornecedores: são as pessoas ou instituições que Grande parte da informação não é muito importante,
contribuem com recursos para a produção, sejam mas seu volume faz com que muitos pontos relevantes
matérias primas, tecnologia, serviços (como consul- se percam.
torias, assessoria, propaganda, manutenção etc.), en-
ergia elétrica, componentes etc, em troca da remu- Quanto menor o número de níveis de autoridade
neração de seus produtos/serviços e condições de através dos quais as comunicações devem passar, tan-
continuidade de suas operações. to menor será a perda ou distorção da informação.

d) Distribuidores: são as pessoas ou instituições que Administração da comunicação de cima para baixo
adquirem os produtos ou serviços produzidos pela or-
ganização e os distribuem para o mercado de clientes Os administradores podem fazer muitas coisas para
ou consumidores em troca da remuneração de suas melhorar a comunicação de cima para baixo. Em
atividades e continuidade de suas operações. primeiro lugar, a administração deve desenvolver pro-
cedimentos e políticas de comunicação. Em segundo
e) Consumidores: são as pessoas ou instituições que lugar, a informação deve estar disponível àqueles que
adquirem os produtos ou serviços produzidos pela or- dela necessitam. Em terceiro lugar, a informação deve
ganização para utilizá-los e consumi-los na expectati- ser comunicada de forma adequada e eficiente. As
va de satisfação de suas necessidades. linhas de comunicação devem ser tão diretas, breves e
pessoais quanto possível. A informação deve ser clara,
COMUNICAÇÃO: consistente e pontual – nem muito precoce nem (o
que é um problema mais comum) muito atrasada.
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
COMUNICAÇÃO DE BAIXO PARA CIMA
Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser
um bom administrador e líder de equipe. Mas a co- A comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais
municação também deve ser administrada em toda a baixos da hierarquia para os mais altos.
organização. A cada minuto de cada dia, incontáveis
bits de informação são transmitidos em uma organ- Os administradores devem facilitar a comunicação de
ização. Serão discutidas as comunicações de cima para baixo para cima.
baixo, de baixo para cima, horizontal e informal nas
organizações. Mas os administradores devem também motivar as
pessoas a fornecer informações valiosas.

COMUNICAÇÃO HORIZONTAL
COMUNICAÇÃO DE CIMA PARA BAIXO
Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas
A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo do mesmo nível hierárquico. Essa comunicação hori-
de informação que parte dos níveis mais altos da hi- zontal pode ocorrer entre pessoas da mesma equipe
erarquia da organização, chegando aos mais baixos. de trabalho. Outro tipo de comunicação importante
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
31

deve ocorrer entre pessoas de departamentos difer- Alguns passos importantes:


entes. Por exemplo, um agente de compras discute um
problema com um engenheiro de produção, ou uma • determine o tipo de perda que você quer inves-
força-tarefa de chefes de departamento se reúne para tigar.
discutir uma preocupação particular. • especifique o aspecto de interesse do tipo de per-
da que você quer investigar.
Especialmente em ambientes complexos, nos quais • organize uma folha de verificação com as catego-
as decisões de uma unidade afetam a outra, a infor- rias do aspecto que você decidiu investigar.
mação deve ser partilhada horizontalmente. • preencha a folha de verificação.
• faça as contagens, organize as categorias por or-
As empresas integrantes da GE poderiam operar de dem decrescente de freqüência, agrupe aquelas
forma completamente independente. Mas cada uma que ocorrem com baixa freqüência sob denomi-
deve ajudar as outras. Transferem entre si recursos nação “outros” e calcule o total.
técnicos, pessoas, informação, idéias e dinheiro. A GE • calcule as frequências relativas, as frequências
atinge esse alto nível de comunicação e cooperação acumuladas e as frequências relativas acumuladas.
através de um fácil acesso entre as divisões e ao CEO;
uma cultura de abertura, honestidade, confiança e Por exemplo, como seria a distribuição das peças se-
obrigação mútua; e reuniões trimestrais em que to- gundo o tipo de defeitos:
dos os altos executivos se reúnem informalmente para
partilhar informações e idéias. Defeito Frequência Frequência
relativa acumulada
Os mesmos tipos de coisas são feitas também nos
níveis inferiores. A 0,35 0,35
B 0,25 0,6
COMUNICAÇÃO FORMAL E INFORMAL C 0,15 0,75
D 0,1 0,85
As comunicações organizacionais diferem em sua
formalidade. As comunicações formais são oficiais, E 0,1 0,95
episódios de transmissão de informação sanciona- D 0,05 1
dos pela organização. Podem mover-se de baixo para Total 1
cima, de cima para baixo ou horizontalmente, muitas
vezes envolvendo papel.

15. DIAGRAMA DE
ISHIKAWA E DE PARETO
O Diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado
para estabelecer uma ordenação nas causas de perdas
que devem ser sanadas. Sua origem decorre de estu-
dos do economista italiano Pareto e do grande mestre O diagrama de Pareto estabelece prioridades, isto é,
da qualidade Juran. O diagrama de Pareto torna visiv- mostra em que ordem os problemas devem ser resolv-
elmente clara a relação ação/benefício, ou seja, prior- idos.
iza a ação que trará o melhor resultado. Ele consiste
num gráfico de barras que ordena as freqüências das verifique e teste diversas classificações, antes de faz-
ocorrências da maior para a menor e permite a local- er o diagrama definitivo estude o problema medin-
ização de problemas vitais e a eliminação de perdas. do-o em várias escalas quebre grandes problemas ou
grandes causas em problemas ou causas específicas,
Como fazer o diagrama de Pareto? estratificando ou subdividindo em aspectos mais es-
pecíficos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
32

O diagrama de Pareto é uma figura que permite vis-


ualizar a estratificação de dados segundo critérios de
priorização. É uma forma de descrição gráfica onde
procuramos identificar quais itens são responsáveis
pela maior parcela dos problemas.

Originou-se do modelo econômico de Pareto, traduz-


ido por Juran para a área da qualidade; sucintamente,
diz: alguns elementos são vitais; muitos, apenas trivi-
ais. Este princípio também ficou conhecido como “Lei
20/80”. Em termos práticos, significa afirmar coisas
como:

• 20% do tempo gasto com itens importantes são


responsáveis por 80% dos resultados; ou É comum ser incluído no Diagrama de Pareto o valor
• 20% dos itens em estoque respondem por 80% em porcentagem e o valor acumulado das ocorrências;
dos custos; ou desta forma, é possível verificarmos o efeito acumula-
• 20% do tempo gasto em planejamento econom- do dos itens pesquisados. Neste caso, a figura a seguir
iza até 80% do tempo de execução; ou mostra-nos qual é a participação de cada item individ-
• 20% dos clientes representam 80% do faturamen- ualmente e também a participação de:
to do negócio;
• 20% das empresas detêm 80% do mercado; Hematomas + Queimaduras
• 20% dos defeitos são responsáveis por 80% das Hematomas + Queimaduras+Cortes
reclamações. Hematomas + Queimaduras+Cortes+Fraturas (Todos)

Assim, quando se identificam e coletam dados sobre


um processo, é possível determinar as porcentagens
atribuídas a cada uma das causas (ou outro parâmet-
ro que esteja sendo estudado). Com isto, podemos
identificar quais elementos são críticos ou prioritários,
merecendo maior atenção e cuidado de nossa parte.

A seguir o modelo gráfico típico para um Diagrama de


Pareto: como exemplo, vamos considerar o resultado
de uma pesquisa sobre as principais tipos de lesões
por acidentes domésticos em uma determinada ci-
dade (repare que a coleta de dados terá usado um
formulário de dados, como já estudado).

Os resultados são: Já o Diagrama de Ishikawa é um gráfico de barras que


ordena as frequências das ocorrências, da maior para
1- hematomas 27 a menor, permitindo a priorização dos problemas,
2- queimaduras 23 procurando levar a cabo o princípio de Pareto (poucos
3- cortes 34 essenciais, muitos triviais), isto é, há muitos problemas
4- fraturas 15 sem importância diante de outros mais graves. Sua
maior utilidade é a de permitir uma fácil visualização
Para construir o Diagrama de Pareto, organizam-se os e identificação das causas ou problemas mais impor-
dados segundo a quantidade de ocorrências. Veja o tantes, possibilitando a concentração de esforços so-
resultado no exemplo abaixo: bre os mesmos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
33

É uma técnica para análise das causas profundas, na primeiramente precisamos identificar as sua causas.
transição entre a descrição do problema e a formu-
lação de soluções. Na prática constitui-se basicamente Estrutura dos Diagramas de Causa e Efeito e Fatores
de um diagrama que mostra a relação entre uma car- Envolvidos
acterística da qualidade e os fatores, permitindo que
seja identificada uma relação significativa entre um Um diagrama de causa e efeito também é chamado de
efeito e suas possíveis causas. “diagrama de espinha de peixe” porque ele se parece
com o esqueleto de um peixe, conforme mostrado na
Propósitos Figura 1. Um exemplo real é mostrado na Figura 2. Este
diagrama possibilita que se aprofunde a análise, e que
É usado para auxiliar a identificação e a justificativa se tenha uma visão macroscópica, de diversos fatores
das causas, e melhorias de determinados processos, envolvidos no processo, facilitando a visualização das
de modo a analogamente incorporá-las em processos causas dos problemas, definindo aspectos como:
similares. Porém, a utilização deste diagrama não diz
respeito apenas à investigação das causas de defeitos Mão-de-Obra (ou pessoas);
e falhas, de modo a evitar sua reincidência, mas é mais Materiais (ou componentes);
utilizado com este motivo.
Máquinas ou equipamentos);
Ao serem listadas diversas causas raiz, ou causas pro-
fundas, é necessário identificar aquelas de maior im- Métodos;
pacto sobre a eficiência e eficácia do todo. Estas cau-
sas restringem e obstruem o sistema e o processo de Meio Ambiente;
trabalho. Assim, a resolução de restrições de menos
impacto não ajudará caso estas causas não sejam re- Medição.
solvidas, e o todo continuará comprometido.

Como Funciona

A visão do todo direcionada a processo ou a gestão


por processos, possibilita aos interessados e to-
madores de decisão que cheguem a uma conclusão,
baseada em dados específicos, e tomem consciência
de que é preciso buscar mais explicações além daque-
las que os olhos podem ver, ou daquelas que são de
difícil ou de impossível resolução. Ao se deparar com
um problema, a tendência é que se coloque a culpa na
falta de recursos, ou na má gerência e administração;
no campo de futebol se demite o técnico. A realidade
mostra que existem outras causas sobre as quais te- Figura 1 – Estrutura do Diagrama de Causa e Efeito
mos menos controle e conhecimento, como por exem-
plo expectativas não transparentes, avaliações pouco
freqüentes do desempenho, e outras coisas. A prática
diz que não conhecemos o que não podemos medir.

No exemplo citado, a conclusão equivocada de que


há falta de recursos, pode na realidade ser originada
de uma má alocação de fundos, com mal planejamen-
to ou má coordenação. Sua confecção pode parecer
apenas burocracia, mas seus efeitos na melhoria dos
processos são surpreendentes. É importante para se
repensar as variáveis envolvidas em um processo. Figura 2 – Diagrama de Causa e Efeito da variação di-
Por isso, para que possamos resolver os problemas, mensional do Produto X
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
34

Fatores críticos de sucesso do uso do diagrama na


solução de problemas:
Perguntas Problemas Soluções
O quê / What é o proble- vai ser feito?
• Participação de todos os envolvidos; ma? Qual a ação?
• Não criticar nenhuma idéia;
• Visibilidade favorece a participação;
Por quê / ocorre ? foi definida
• Agrupar as causas conjuntamente; Why esta solução?
• Não sobrecarregar demais o diagrama; Quando / ( d e s d e será feito?
• Construir um diagrama separado para cada prob- When quando) ele
lema/defeito;
• Imaginar as causas mais favoráveis;
ocorre?
• Criar ambiente de solução ambientada; Onde / ele se encon- será implan-
• Entender claramente cada causa. Where tra? tada?
• Para organizar o diagrama de causa e efeito, você
pode usar as seguintes classificações de causas: Quem / Who está envolvi- será o re-
do? sponsável?
Os 7 M’s: Os 4 P’s: Como / How surgiu o vai ser imple-
Mão de obra Políticas problema? mentada?
Método Procedimentos Quanto Custa ter este prob- esta solução?
Material Pessoal / How Much lema?
Máquina Planta
Meio ambiente
Medição 16. FLUXOGRAMA
“Management”
(gestão) fluxograma é a representação de um processo que uti-
liza símbolos gráficos para descrever passo a passo a
natureza e o fluxo deste processo. O objetivo é mostrar
de forma descomplicada o fluxo das informações e el-
O 5W1H ementos evidenciando a sequência operacional que
caracteriza o trabalho que está sendo executado.
O 5W1H é um tipo de lista de verificação utilizada para
informar e assegurar o cumprimento de um conjunto fluxograma fluxogramaAs etapas do fluxograma são
de planos de ação, diagnosticar um problema e plane- apresentadas utilizando-se figuras geométricas que
jar soluções. Esta técnica consiste em equacionar o podem ser círculos, triângulos, retângulos, linhas ou
problema, descrevendo-o por escrito, da forma como setas, sendo que cada símbolo possui um significado
é sentido naquele momento particular: como afeta importante.
o processo, as pessoas, que situação desagradável o
problema causa. Com a mudança do final da pergunta, 1 – Quando Utilizar um Fluxograma?
pode ser utilizado também como um plano de ação
para implementação das soluções escolhidas. O quad- Quando desejamos entender como um processo fun-
ro abaixo resume estas perguntas e suas variações ciona;
para aplicá-las no levantamento dos problemas ou em
sua solução. Quando desejamos estudar um processo a fim de im-
plantar melhorias;
Observação:Ultimamente tem se incluido o “Quanto
Custa” (How Much) nas questões. Talvez sendo mais A fim de comunicar para outras pessoas como funcio-
adequado denominarmos a técnica de 5W2H. na um processo;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
35

Quando precisamos de melhorar a comunicação entre


as pessoas envolvidas em um mesmo processo;

Quando precisamos documentar um processo;

Quando deseja-se planejar um projeto.

2 – Tipos de Fluxograma

Quando pretendemos descrever um processo através


de fluxogramas, as formas mais comuns de disposição
são: forma linear (fluxograma Linear) ou forma matri-
cial (fluxograma Funcional ou Matricial). O fluxograma
linear é um diagrama que exibe a sequência de tra-
balho passo a passo compondo assim o processo. Esta
ferramenta ajuda a identificar retrabalhos, redundân-
cias ou etapas desnecessárias. Já o fluxograma fun- 17. MANUAIS, FORMULÁRI-
cional tem como objetivo mostrar o fluxo de processo
atual e quais as pessoas ou grupo de pessoas estão OS E PLANILHAS
envolvidas em cada etapa. Neste caso, linhas verticais
ou horizontais são utilizadas para definir as fronteiras A confecção de fluxogramas e manuais de proced-
entre as responsabilidades e no fluxograma funconal imentos, além de facilitar o trabalho de novos ser-
podemos demonstrar onde as pessoas ou grupo de vidores ou de servidores realocados, permite uma
pessoas se encaixam em cada sequência do processo melhor organização, segregação de funções, análise
e como elas se relacionam com outro grupo. Veja na crítica das atividades e celeridade administrativa. Es-
Figura abaixo a diferença entre os 2 tipos: truturas administrativas e finalísticas com detalhamen-
to do fluxo de atividades e manuais de procedimentos
são fundamentais para a profissionalização da admin-
istração pública e governança corporativa.

Portanto, é necessário que cada área administrativa


elabore fluxogramas e manuais de procedimentos para
detalhar como os servidores de cada setor devem re-
alizar as suas atribuições. Tal prática é tão importante
que o Tribunal de Contas no Acórdão nº 2328/2015
- TCU – Plenário, recomendou para toda a Adminis-
tração Pública Federal a adoção de critérios de “Gov-
ernança em Aquisições” e declarou ser imprescindív-
el a adoção de listas de verificação (leia-se checklist)
tanto para pregoeiros e comissão de licitação quanto
para os setores de consultoria jurídica. Em ambos os
casos, tais listas preenchidas devem estar acostadas
aos autos dos processos licitatórios.

3 – Formas Básicas de Fluxograma Ressalte-se que esses manuais e fluxogramas comple-


mentam e detalham, mas não se confundem com as
Com relação às formas básicas utilizadas para compor atribuições dos setores administrativos determinadas
um fluxograma, como informado anteriormente, elas por portarias ou regimentos internos.
podem ser círculos, triângulos, retângulos, linhas, se-
tas, etc, sendo que cada uma delas tem a sua devida Até mesmo para a alocação de servidores dentro do
importância. Abaixo, é possível visualizar na Figura 2 órgão, é necessária a verificação do fluxo de rotina de
algumas formas básicas e seus significados. trabalho por meio dos fluxogramas.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
36

Outra utilidade dos fluxogramas é a possibilidade de (4) Data de saída do setor: informar dia, mês e ano da
evidenciar fluxos deficientes de trabalho, situações saída do processo do setor.
de retrabalho, duplicidade de funções e demais con-
fusões e ineficiências administrativas. (5) Tempo de permanência do processo no setor: tra-
ta-se do tempo total do processo no setor desde sua
Portanto, com base na elaboração de organogramas, entrada até sua saída.
fluxogramas e manuais de procedimentos é possível
fazer análise aprofundada da gestão com objetivo de (6) Número de correções: quantas vezes a análise foi
gerar a simplificação de processo, desburocratização e corrigida ou revista pela chefia do setor até que fosse
melhoria administrativa. concluído o parecer ou documento final.

Porém, mesmo que o órgão possua documentado (7) Tempo médio por categoria: para identificar este
seu organograma, fluxograma e manuais, ainda é es- valor, basta somar o “Tempo de permanência do pro-
sencial assegurar a eficiência e a adequada avaliação cesso” de todos os processos de uma mesma cate-
dos trabalhos por meio da gestão e avaliação de pro- goria e dividir pelo quantitativo de processos dessa
cessos, ferramenta imprescindível para garantir o efi- mesma categoria no período. Esse valor demonstrará
ciente fluxo administrativo. quais tipos de processos demandam mais tempo.

Nota-se que todos os órgãos públicos trabalham com Diversos são os benefícios ao se implementar esse
processos (procedimentos), sejam finalísticos ou de tipo de tabela de controle: demonstrar gargalos na
área meio. Portanto, a tabela apresentada a seguir administração; evidenciar procedimentos simples que
pode ser introduzida e adaptada para cada órgão ou necessitam ser informatizados; demonstrar necessi-
setor administrativo e finalístico. dades de treinamentos; necessidade de ampliação de
quadro de servidores; remanejamento de servidores
Número Categoria Data de Data de Te m p o Número Te m p o para áreas comprovadamente com maior demanda, e
do pro-
cesso
(2) entrada
no setor
saída do
setor
de per-
manên-
de cor-
reções
médio
por cate-
mais justiça na distribuição do volume de trabalho por
(1) (3) (4) cia do (6) goria (7) servidor.
processo
no setor
(5)
Além disso, tabelas como essas permitem a avaliação
objetiva do trabalho dos servidores, o que se carac-
teriza como peça fundamental para a implementação
de teletrabalho (trabalho em casa) ou pagamento de
benefícios por desempenho.
(1) Número do processo ou procedimento: número
gerado por protocolo do órgão ou numeração interna
do setor.
18. ADMINISTRAÇÃO DE
(2) Categoria: todos os processos analisados ou RECURSOS HUMANOS
tramitados por um setor têm uma categoria ou critério
de análise, distribuição ou verificação. Separar os pro-
O termo geralmente é aplicado às atividades que
cessos por categoria permite planejar o fluxo de tra-
balho, prever sua conclusão em relação ao volume tratam da administração de pessoas, Aqui são incluí-
de trabalho, evidenciar quais são os mais complexos, das as funções típicas do departamento de pessoal,
quais tipos são mais demorados ou mais simples. Al- recrutamento, seleção, remuneração, treinamento, de-
guns exemplos para classificação dos processos se- senvolvimento, pesquisa e auditoria, e desligamento.
riam: revisão, análise, parecer, pesquisa, aprovação,
atestado, conferência, encaminhamento, certificado,
Outras funções também podem ser incluídas, tais
resposta e etc.
como supervisão de programas de ação afirmativa,
(3) Data de entrada no setor: informar dia, mês e ano oportunidade igual de trabalho, segurança, saúde in-
da entrada do processo no setor. dustrial e avaliação de desempenho.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
37

Planejamento de Recursos Humanos Técnicas para recrutar pessoas de dentro da or-


ganização (recrutamento interno): Quadro de aviso e
O planejamento dos recursos humanos enfatiza os Procura nos bancos de dados existentes.
inter-relacionamentos entre as funções dentro de
uma organização. Uma carreira é uma progressão de Técnicas para recrutar pessoas de fora da or-
funções na qual cada uma fornece as habilidades e/ ganização: Anúncios; Agências de emprego;
ou experiências necessárias de promoção para a próx- Recomendação de funcionários; Outras organizações;
ima função. O inter-relacionamento entre as funções além de Outras possibilidades de recrutamento in-
é a diferença principal entre um cargo que é parte da cluem formulários preenchidos casualmente ou não
carreira na empresa e um cargo que não qualifica a solicitados e agências de empregos temporários.
pessoa para promoção.

Uma carreira consiste em uma série de funções que


existem tanto numa hierarquia vertical de funções
seqüenciais interdependentes quanto em um arranjo
horizontal de funções não seqüencialmente interde-
pendentes, mas que precisam ser completadas an-
tes de se escalar o próximo degrau na organização.
As organizações são feitas de carreiras e de funções
que não apresentam possibilidade de carreira. Se um
Seleção
indivíduo chegar a um determinado nível e parar de
crescer, sua carreira será descrita como estacionada ou
Seleção é o processo pelo qual os candidatos a um
estagnada.
cargo são separados e entrevistados e é tomada a de-
cisão de contratar. É o conjunto de práticas e proces-
Plano de carreira - uma progressão planejada de
sos usados para escolher o candidato mais adequado
funções dentro de uma organização, onde cada uma
para a vaga.
desenvolve as habilidades técnicas e de negócios que
são necessárias para assumir uma posição mais alta.
A entrevista é o principal instrumento de seleção de
uma empresa para determinar o elo entre a organ-
Recrutamento
ização e o candidato. As entrevistas exigem muita
preparação, e as pessoas encarregadas de fazê-las de-
Cada gerente sem dúvida precisará, em algum ponto
vem ser treinadas e ser muito comunicativas.
de sua carreira, recrutar e selecionar funcionários. Esta
Os três formatos gerais para a entrevista de seleção:
seção discute alternativas para o recrutamento de pes-
entrevista estruturada, entrevista não estruturada e
soal - de dentro ou de fora da organização - que estão
entrevista de stress.
de acordo com as leis e regulamentações atuais.

Entrevista estruturada - também chamada de en-


Recrutamento é o processo de localizar, identificar e
trevista padronizada, faz uso de perguntas predeter-
atrair candidatos capazes. É o conjunto de práticas e
minadas. A predeterminação certifica que todas as
processos usados para atrair candidatos para as vagas
entrevistas terão um formato padronizado e colherão
existentes ou potenciais.
dados dos candidatos para serem comparados. As
perguntas são reunidas em um roteiro de entrevista,
Existem muitas alternativas para o recrutamento. Entre
que é usado para cada uma.
as mais comuns estão:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
38

Entrevista não estruturada - A entrevista não estru- dos recursos humanos.


turada, ao contrário da entrevista estruturada, pode
ter um roteiro de entrevista com perguntas em geral, A ênfase do treinamento está na função atual desen-
sem limites, ou não ter nenhum protocolo. Essa forma volvida por uma pessoa, e a avaliação do treinamen-
é muito mais livre e destaca perguntas relacionadas to está na própria função. A ênfase do ensino está na
com o trabalho em geral. Não é muito raro tal entre- função futura para a qual a pessoa está sendo prepa-
vista começar com perguntas do tipo: “Descreva amp- rada, e a avaliação, conseqüentemente, está nessa
lamente suas metas de carreira” ou até mesmo “Fale- função futura. Por outro lado, a ênfase do desenvolvi-
me sobre você”. mento está nas atividades organizacionais futuras, e a
avaliação é quase impossível.
Entrevista de stress - Durante a entrevista de stress,
o candidato é propositadamente estressado. Isso se Todas as três atividades fazem parte do conceito de
consegue pelo cenário, muitas vezes com iluminação desenvolvimento de recursos humanos (DRH), o que
exagerada ou inadequada, com dois ou mais entre- significa uma série de atividades organizadas conduzi-
vistadores agindo em conjunto para evitar que o can- das em um período de tempo específico para produzir
didato se sinta à vontade (eles podem se posicionar algum tipo de mudança comportamental.
um longe do outro, para dividir a atenção do entre-
vistado), com perguntas argumentativas, muitas vezes Existem vários caminhos para ajudar os funcionários
provocativas. a desenvolver suas habilidades. Já que cada pessoa é
única e está em um estágio particular de sua carreira, é
Entrevista diretiva: é um tipo de entrevista onde as importante selecionar o método de desenvolvimento
questões não são especificadas, mas sim as respostas, apropriado no momento para a organização e para a
visando apenas conhecer “certos conceitos espontâ- pessoa. Os métodos no trabalho podem incluir treina-
neos Conhecimentos Específicos dos candidatos”. O mento para aprendizes, instrução, rotação de cargos e
entrevistador formula as questões conforme o decor- reuniões departamentais.
rer da entrevista com o objetivo de obter uma deter-
minada resposta. Os métodos fora do trabalho podem incluir seminários
em outro local e programas de estudos reembolsáveis.
Entrevista não diretiva: é um tipo de entrevista não
estruturada. Neste caso não são especificadas nem as Desenvolvimento - a função de recursos humanos
questões nem as respostas, sendo totalmente livres. que enfatiza o desenvolvimento de habilidades em
É o entrevistador que tem a seu cargo a condução da funcionários para que possam fazer seus trabalhos at-
sequência da entrevista. uais da melhor forma, e realça suas habilidades em
fazer trabalhos adicionais, mais difíceis ou de nível
Treinamento e Desenvolvimento mais elevado na organização no futuro.

Treinamento é qualquer atividade que contribua para Remuneração


tornar uma pessoa apta a exercer sua função ou ativi-
dade, aumentar sua capacidade para suas funções at- Um sistema para remunerar cada funcionário justa e
uais ou prepará-la para novas funções. eqüitativamente. No geral, as remunerações podem
ser vistas como dinheiro (isto é, salários) e benefícios
É importante que se entendam as principais diferenças (isto é, a soma de todos os outros ganhos, tais como
entre treinamento, ensino e desenvolvimento para se auxílio-doença, férias, planos de saúde e bem-estar,
poder apreciar os relacionamentos e os significados pagamentos da previdência social).
dessas atividades e sua relevância no desenvolvimento
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
39

Remuneração é a soma de tudo o que é periodica- - contribuições para a aposentadoria.


mente pago aos empregados por serviços prestados.
Fatores que afetam a remuneração: oferta e demanda
Remuneração em Dinheiro de mão-de-obra; sindicatos trabalhistas; capacidade
de pagamento de uma empresa e sua produtividade
- salário - o dinheiro recebido pelo período de tempo e regulamentações governamentais.
trabalhado.
Avaliação de Desempenho
- pagamento por hora - o dinheiro recebido por se
trabalhar um número base de horas por semana. Avaliação de desempenho é uma ferramenta de
Qualquer hora trabalhada acima do número base de gestão de pessoas que corresponde a uma análise sis-
horas (sejam 30 ou 40 horas) é pago como hora extra temática do desempenho do profissional em função
por lei; das atividades que realiza, das metas estabelecidas,
dos resultados alcançados e do seu potencial de de-
- variável ou pagamento por peça - baseia-se no senvolvimento.
número de unidades produzidas.
O objetivo final da avaliação do desempenho é con-
- bônus - pagamento feito a um funcionário uma úni- tribuir com o desenvolvimento das pessoas na organ-
ca vez, com base no desempenho total da organização ização e com o sucesso da organização. As avaliações
durante um período de tempo específico, ou, em al- são utilizadas para tomar decisões fundamentais rel-
guns casos, com base no desempenho individual du- ativas às pessoas, tais como promoções, transferên-
rante um período de tempo. cias e rescisões; para identificar necessidades de tre-
inamento; para dar feedback aos funcionários sobre
Remuneração em benefícios como a organização encara o seu desempenho e, fre-
qüentemente, como base para reajustes salariais.
- seguro-saúde (hospitalar, médico, dentário, far-
macêutico, ótico etc.); Definindo Competências

- programas de assistência jurídica; Competência é o conjunto de conhecimentos, habil-


idades, atitudes e comportamentos manifestados no
- creches para os filhos dos funcionários; desempenho em determinadas atividades por meio
de ações observáveis pelos outros; pode-se dizer que
- pagamento por dias não trabalhados, tais como é o conjunto de três variáveis:
doença, férias, maternidade, paternidade, luto;
a. saber fazer: são os conhecimentos, habilidades e
- salário-educação; atitudes necessários para realizar um determinado tra-
balho.
- planos de saúde e de assistência ao funcionário; b. querer fazer: envolve as motivações, as iniciativas
pessoais e a vontade de realizar um determinado tra-
- programas de premiação especial e reconhecimento balho.
do funcionário;
c. poder fazer: são os recursos necessários para re-
- previdência social, contribuições para o seguro-inva- alizar um determinado trabalho e a autonomia para
lidez e seguro-desemprego; fazê-lo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
40

Análise das variáveis - Escalas de Pontuação de Base Comportamental.


As escalas de pontuação de base comportamental
Para a análise dessas três variáveis, os avaliadores de- (EPBC) combinam os principais elementos das abor-
verão levar em consideração o desempenho das equi- dagens dos incidentes críticos e das escalas de pon-
pes e dos indivíduos no que se refere ao comprome- tuação gráfica: o avaliador classifica os funcionários
timento de ambos, quanto à atuação e à contribuição, segundo itens ao longo de um continuum, mas os
para atingir os resultados esperados. O desempenho pontos são exemplos de comportamento efetivo no
será analisado a partir das seguintes competências e cargo em questão e não descrições ou características
habilidades: gerais do funcionário.

- Competências Técnicas: dizem respeito à aplica- - Comparações Multipessoais. As comparações mul-


bilidade dos conhecimentos e experiências “es- tipessoais avaliam o desempenho de um indivíduo em
pecíficas” no que se refere ao uso das ferramentas, relação ao desempenho de um ou mais indivíduos.
materiais, normas, procedimentos e metodologias Trata-se de um dispositivo de mensuração mais relati-
necessárias para o desenvolvimento das atividades/ va do que absoluta. As três comparações mais comu-
serviços. mente adotadas são a classificação no grupo, a classi-
ficação individual e a comparação pareada.
- Habilidades Pessoais: são as ações do indivíduo,
considerando fatores de natureza interna, ou seja, aq- Outras Metodologias de Avaliação:
uilo que é próprio e particular de cada um, e que é
um referencial de personalidade, de modo que seja - Escolha e distribuição forçada: o avaliador é força-
perceptível pelas atitudes quanto ao envolvimento e do a escolher a frase mais adequada para descrever os
autodesenvolvimento e que refletem no desempen- comportamentos do avaliado.
ho das atividades/serviços.
- Avaliação por resultados, objetivos, desempenho:
- Habilidades Comportamentais: são atitudes relati- se alcanças as metas.
vas a estímulos que refletem na ação e reação com-
portamental e no desenvolvimento das atividades do Relações Trabalhistas - função em administração que
indivíduo. dirige as regras, os regulamentos e os procedimentos
relativos a como são tratados o comportamento e o
Métodos de Avaliação de Desempenho desempenho dos funcionários.

- Incidentes Críticos. Avaliação dos indivíduos que - Avaliação 360 graus: neste método o avaliado re-
são fundamentais em fazer a diferença entre a ex- cebe feedbacks (retornos) de todas as pessoas com
ecução eficaz e ineficaz de um trabalho. quem ele tem relação, também chamados de stake-
holders, como pares, superior imediato, subordinados,
- Escalas de Pontuação Gráfica. métodos mais anti- clientes, entre outros.
gos e difundidos de avaliação é o uso de escalas de
pontuação gráfica. A partir da listagem de um conjun- Descrição de Cargos
to de fatores de desempenho, tais como quantidade e
qualidade do trabalho, profundidade do conhecimen- Função: Posição definida na estrutura organizacional,
to, cooperação, lealdade, assiduidade, honestidade e à qual cabe um conjunto de responsabilidades afins
iniciativa, o avaliador dará notas a cada fator da lista e relacionamentos específicos e coerentes com a sua
em escalas progressivas. finalidade.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
41

Cargo: Conjunto de funções de mesma natureza de Análise de Cargos


trabalho, de requisitos e níveis de dificuldades semel-
hantes e com responsabilidades em comum. •Feita a descrição (identificação do conteúdo – as-
pectos intrínsecos), segue-se a análise do cargo em
Tarefa: é um conjunto de elementos que requer o es- relação aos aspectos extrínsecos, ou seja, aos requisi-
forço humano para determinado fim. tos que o cargo impõe ao seu ocupante.

Análise de Cargos: Define os cargos na organização e • Geralmente a análise de cargos concentra-se em


os comportamento necessários para desempenhá-los. quatro áreas de requisitos quase sempre aplicadas
a todos:
Especificação do Cargo: Estabelece as qualificações • Requisitos mentais (instrução, experiência, iniciati-
mínimas aceitáveis que um funcionário deve possuir va, aptidões, etc.)
para desempenhá-lo a contento. • Requisitos físicos (esforço, concentração, com-
pleição física, etc.)
Descrição do Cargo: Declaração escrita do que faz o • Responsabilidades envolvidas (por pessoas, por
ocupante do cargo e de como e por que seu trabalho material, etc.)
é realizado. É o processo que consiste em determinar • Condições de trabalho (ambiente, riscos, etc.)
os elementos ou fatos que compõem um cargo.
É o processo de detalhar o que o cargo exige do seu
A Descrição de Cargos é a base de todo o sistema de ocupante em termos de conhecimentos, habilidades
Administração de Cargos e Salários. Pois, a partir da e capacidades para que possa desempenhá-lo ade-
descrição é que os cargos serão avaliados. Portanto, a quadamente.
descrição deverá ser sucinto, direto e claro, de maneira
que qualquer um leigo leia e entenda. Por outro lado, O Desenho foca o conteúdo (o que faz, como, onde e
vários outros setores da Administração de Recursos por que) e a Análise procura determinar quais os req-
Humanos poderão ser beneficiados com a utilização uisitos físicos ementais que o ocupante deve possuir.
da Descrição de Cargos, tais como:
Métodos de Descrição e Análise de Cargos
• a área de Treinamento poderá desenvolver seus
programas com base na avaliação das necessi- • Observação direta: é um dos mais utilizados e
dades e nas especificações analisadas por meio da sua aplicação. O analista registra os postos-chaves
descrição; de sua observação. É o mais aplicado a trabalhos
• os programas de Seleção de Pessoal poderão ba- que envolvam operações manuais.
sear seus critérios para grupos de funções mais
específicos; • Questionário: a análise é efetuada solicitando-se
• plano de promoção mais realistas poderão ser de- que seja preenchido um questionário de análise
senvolvidos; de cargo. É mais econômico e rápido elaborar
• o recrutamento de candidatos a emprego poderá um questionário geral. É fundamental submeter
ser orientado de maneira mais precisa; o questionário ao chefe e ao ocupante antes de
• exigência do art. 2º, da Medida Provisória nº efetivá-lo.
1.523, de 11/10/96, DOU de 14/10/96, que manda
entregar uma cópia da descrição de cargos (perfil •Entrevista direta: é a abordagem mais flexível e
profissiográfico) no ato do desligamento do em- produtiva, pois pode obter informações sobre o car-
pregado; go, sobre a natureza e sequência das tarefas e sobre
• outros. “porquês” e “quandos”.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
42

• Métodos mistos: são adotados visando-se reduz- Conceito de logística: “A logística estuda a manei-
ir as desvantagens isoladas dos métodos e poten- ra como a administração pode melhorar o nível de
cializar-lhes as virtudes. rentabilidade nos serviços de distribuição aos con-
sumidores, por meio de planejamento, organização
Fases da Análise de Cargos e controle efetivo das atividades de movimentação e
armazenagem, cujo objetivo é facilitar o fluxo de pro-
a- Planejamento: dutos, diminuindo o hiato entre a produção e a de-
manda, de modo que os consumidores tenham bens e
- Determinação dos cargos a serem descritos serviços quando e onde quiserem, e na condição física
- Elaboração do organograma de cargos que desejarem.” Ronald H. Ballou, 1993.
- Elaboração do cronograma de trabalho
- Escolha dos métodos de análise a serem aplicados O sistema logístico é composto pelos seguintes ele-
- Seleção dos fatores de especificações que serão uti- mentos ou componentes:
lizados:
- Critério da generalidade: os fatores devem estar pre- • Estoques de produtos: permite que o sistema se
sentes em pelo menos 75% dos cargos a serem ana- adapte às variações da demanda;
lisados • Aquisição e controle da matéria-prima: estoque
- Critério da variedade ou discriminação: os fatores de matéria-prima é fator essencial na manutenção
devem variar de acordo com o cargo. da capacidade produtiva;
- Dimensionamento dos fatores de especificação (de- • Meios de transporte e de entrega local: são con-
terminação do campo ou amplitude de variação de sideradas todas as etapas do transporte, sendo o
cada fator) fornecedor ou consumidor o responsável pelo seu
- Graduação dos fatores de especificações (transfor- pagamento;
mar cada fator de variável contínua em discreta), facil- • Capacidade de produção e conversão: capaci-
itando e simplificando a aplicação. dade dos elementos (componentes) de produção
do sistema logística de produzir os requisitos
b- Preparação: médios e de também enfrentar as variações da
procura total e dos produtos;
-Recrutamento, seleção e treinamento dos analistas • Armazém: inclui todos os armazéns da fábri-
de cargos que comporão a equipe de trabalho ca, os regionais, os locais e os estoques dos dis-
-Preparação do material de trabalho (formulários, im- tribuidores;
pressos, etc.) • Comunicação e controle: todo o sistema logístico
-Preparação do ambiente (esclarecimentos à Direção, é administrado por um sistema de comunicação e
Gerência, Supervisão e a todo o pessoal envolvido). controle, que processa os pedidos do comprador,
-Coleta de dados prévios (nomes dos ocupantes dos recebe instruções para remover ou enviar mate-
cargos, relação dos equipamentos, ferramentas, mate- riais e mantém o registro da posição do material;
riais, formulários, etc. usados pelos ocupantes). • Recursos humanos: o sistema também inclui
pessoas responsáveis pela venda, pela tomada de
decisões quanto à operação, e pessoas que trans-

19. LOGÍSTICA portam.

Assim, concluímos que o sistema logístico influencia


A logística trata da administração do fluxo de bens e
diversas funções dentro da empresa, principalmente,
serviços em organizações orientadas ou não para o
aquelas que incluem compras, produção, finanças,
lucro.
contabilidade e marketing.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
43

Cadeia Logística Integrada nica ou um conjunto de técnicas de administração da


produção, é considerado como uma ferramenta que
inclui aspectos de administração de materiais, gestão
da qualidade, arranjo físico, organização do trabalho,
gestão de recursos humanos, entre outros.

KANBAN

Metodologia de programação de compras, produção


e controle de estoques extremamente precisa e ao
mesmo tempo barata; que se utiliza de cartões, que
permitem o controle visual da posição de estoque de
qualquer item, a qualquer momento. Veja agora as
principais ferramentas do KANBAN, para isso, clique
nas abas abaixo.
Missão da logística
Logística Reserva
• A missão da logística é dispor a mercadoria ou o
serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas A logística reversa também é conhecida por reversível,
condições desejadas, ao mesmo tempo em que inversa ou verde, sendo a área da logística que trata,
fornece a maior contribuição à empresa. genericamente, do fluxo físico de produtos, embala-
• A logística de uma empresa é um esforço integra- gens ou outros materiais, desde o ponto de consumo
do com o objetivo de ajudar a criar valor para o até ao local de origem. Desde há muito tempo que
cliente pelo menor custo total possível. existem processos de logística reversa, mas, não eram
• A logística existe para satisfazer às necessidades tratados e denominados como tal, como por exemplo,
dos clientes, facilitando as operações relevantes o retorno das garrafas (vasilhame), o recolhimento de
de produção e marketing. lixos e resíduos.
• O desafio é equilibrar as expectativas de serviços
e os gastos de modo a alcançar os objetivos do Princípios da Logística
negócio.
1 – Visão: O gestor torna a logística de sua empre-
Just in Time sa muito mais eficiente quando passa a ter uma visão
geral sobre recursos, atividades e processos, isto per-
O just in time surgiu no Japão, em meados da déca- mite a identificação de gargalos e também a sua elimi-
da de 70. Sua idéia básica e seu desenvolvimento, são nação, antes que gerem impactos negativos na cadeia.
creditados à Toyota Motor Comapny, que buscava um
sistema de administração que pudesse coordenar, pre- 2 – Liderança: A eficiência dos processos logísticos
cisamente a produção, com a demanda específica de depende do papel da liderança. Se o gestor cumprir
diferentes modelos e cores de veículos, com o tempo bem o seu papel, delegando tarefas, otimizando a ca-
mínimo de atraso. deia e monitorando os resultados através de indica-
dores, então ele conseguirá atingir os objetivos traça-
O sistema de “puxar a produção à partir da deman- dos e melhorar os resultados da empresa.
da, produzindo em cada estágio somente os itens
necessários, nas quantidades necessárias e no mo-
mento necessário”. O JIT é muito mais que uma téc-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
44

3 – Comunicação: A boa comunicação entre os players Gestão de Estoque


é fundamental para eles conhecerem as peculiaridades
da cadeia logística e também os detalhes de todos os Armazenagem – É a denominação genérica e ampla
processos. Falhas nessa comunicação podem resultar em que inclui todas as atividades de um ponto destinado à
erros nas etapas (como expedição ou entrega incorretas guarda temporária e à distribuição de matérias depos-
de mercadorias), que aumentam os prazos de entrega, ito, almoxarifado, centros de distribuição. Estocagem –
alavancam os custos dos processos e afetam negativa- É uma das atividades do fluxo de matérias e o ponto
mente a experiência dos clientes. destinado à locação estática das matérias. Dentro de um
armazém, podem existir vários pontos de estocagem.
4 – Organização: Equipes ágeis geralmente trabalham (MOURA, 1997, p. 4).
em ambientes organizados.
Controle de estoque é o procedimento adotado para
5 – Envolvimento das pessoas: Para ser eficiente, a registrar entrada e saída de mercadorias e produtos seja
logística depende dos seus recursos humanos. Afinal, numa indústria ou no comercio, e deve ser utilizado tan-
são eles que estarão na linha de frente e que realizarão to na matéria prima, mercadorias produzidas ou merca-
todas as atividades e processos, tanto de transporte dorias vendidas.
quanto de armazenagem.
Podem existir vários tipos de estoques, mantidos em um
6 – Simplicidade: O registro de dados e a conferência ou vários almoxarifados, como:
de mercadorias, quando realizados de forma manual,
tornam o trabalho da equipe muito mais difícil. E isto faz • estoque de matéria-prima;
com que seus membros percam boa parte de seu tempo • estoque de materiais em processamento ou estoque
e não se concentrem em tarefas mais importantes. em trânsito: inclui materiais entre uma operação e a
seguinte;
7 – Sustentabilidade: Ações sustentáveis não só mini- • estoque de materiais semi-acabados: materiais es-
mizam os impactos que a cadeia logística causa ao meio tocados após algumas operações e que poderão ser
ambiente como também reduzem custos e melhoram a transformados em um ou mais produtos;
reputação da empresa no mercado. • estoque de materiais acabados: peças isoladas de
reposição e semi-montadas;
8 – Valor: Não basta apenas entregar uma carga. Pro- • estoque de produto acabado: produtos prontos.
cessos logísticos eficientes e bem estruturados também
satisfazem os clientes por meio da entrega contínua de O objetivo da gestão de estoques é otimizar o inves-
valor, para que seus negócios sejam beneficiados. E para timento em estoques, aumentando o uso eficiente dos
entregar valor, os players da cadeia devem evitar quais- meios da empresa, minimizando as necessidades de
quer erros e atrasos. Apenas uma falha já é suficiente capital investido.
para o valor entregue ao cliente ser reduzido e sua ex-
periência impactada. A administração de materiais visando harmonizar os
conflitos existentes entres os departamentos e para
9 – Melhoria contínua: O princípio da melhoria contínua poder determinar a quantidade ideal que deve ter no
contribui diretamente para o aumento da competitivi- estoque adota a seguinte política de estoques:
dade da empresa no mercado. Isso porque, ao identi-
ficar preventivamente erros nos processos e procurar • Estabelece metas para entregas dos produtos aos
melhorá-los, a empresa consegue tornar a sua logística clientes;
muito mais eficiente. • Quantidade / capacidade dos almoxarifados
• Previsão de estoques
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
45

• Lote econômico 0,2*34 = 30,9 = ̃ 31 unidades


• Rotatividade, prazo médio em dias
• Até que nível deverão oscilar os estoques para at- Termos:
ender uma alteração de consumo
Tempo de reposição (TR): É o intervalo de tempo en-
Métodos de Previsão da Demanda tre a emissão do pedido e a chegada do material no
almoxarifado. É também conhecido como lead time. =
Método da Média Aritmética ou da Média Móvel Δt (processamento da licitação/compra direta + tare-
fas do fornecedor + recebimento).
De acordo com esse método, o consumo do próximo
período é obtido a partir da média aritmética simples Lote de compra (LC): Quantidade do item de material
dos dados de consumo de períodos anteriores. especificada no pedido de compras.

DADOS DE CONSUMO Ponto de pedido (PP): É a quantidade de um deter-


Consumo minado produto em estoque que, sempre que atingi-
MÊS UNIDADE da, deve provocar um novo pedido de compra. Esta
Janeiro 28 quantidade garante a continuidade do processo pro-
Fevereiro 33 dutivo até que chegue o lote de compra (durante o
Março 41 tempo de reposição).
Abril 34
Maio 32 Estoque mínimo ou de segurança (ES): É um es-
Junho 29 toque “adicional”, capaz de cobrir eventuais situações
imprevisíveis, tais como:
Com base na Tabela 7, adotando o método da média
aritmética para 5 períodos, a previsão de consumo • atrasos no tempo de reposição;
para o mês de julho é de: • cancelamento do pedido de compra (por diversos
motivos);
Previsão de consumo para julho = (29+32+34+41+33 • aumento imprevisto no consumo;
) = 33,8 = ̃ 34 unidades • rejeição dos itens comprados quando do recebi-
mento (por exemplo, por inconformidade com as
Método da Média Ponderada especificações),
• etc.
De acordo com esse método, o consumo do próx-
imo período é obtido a partir da média ponderada Ruptura de estoque: É a situação na qual há a im-
dos dados de consumo de períodos anteriores. Pesos possibilidade de atendimento a uma necessidade de
maiores são atribuídos a períodos mais recentes. demanda, por insuficiência de estoque. Da ruptura de
estoque advêm os custos de falta de estoque.
Recorrendo-se, uma vez mais, à tabela apresentada no
método anterior, a previsão de consumo para o mês Avaliação dos Estoques
de julho, adotando o método da média ponderada
para três períodos, com os pesos 0,5/0,3 e 0,2, tere- O método de avaliação escolhido afetará o total do
mos: lucro a ser reportado para um determinado período
contábil. Permanecendo inalterados outros fatores,
Previsão de consumo para julho = 0,5 * 29+0,3 * 32 + quanto maior for o estoque final avaliado, maior será
o lucro reportado, ou menor será o prejuízo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
46

Quanto menor o estoque final, menor será o lucro re- UEPS ou LIFO (Ultimo a entrar, primeiro a sair)
portado, ou maior será o prejuízo. (Last in – Last out)

Considerando que vários fatores podem fazer variar o É um método de avaliar estoque muito discutido. O
preço de aquisição dos materiais entre duas ou mais custo do estoque é determinado como se as unidades
compras (inflação, custo do transporte, procura de mais recente adicionadas ao estoque (últimas a en-
mercado, outro fornecedor, etc.), surge o problema de trar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas)
selecionar o método que se deve adotar para avaliar (primeiro a sair). Supõe-se, portanto, que o estoque
os estoques. Os métodos mais comuns são: final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado
ao custo destas unidades.
Custo Médio Ponderado
Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o cus-
Este método, também chamado de método da média to dos itens vendidos/saídos tende a refletir o custo
ponderada ou média móvel, baseia-se na aplicação dos itens mais recentemente comprados (compra-
dos custos médios em lugar dos custos efetivos. dos ou produzidos, e assim, os preços mais recentes).
Também permite reduzir os lucros líquidos relatados
O método de avaliação do estoque ao custo médio por uma importância que, se colocada à disposição
é aceito pelo Fisco e usado amplamente. Por esse dos acionistas, poderia prejudicar as operações fu-
critério, os estoques são avaliados pelo custo médio turas da empresa.
de aquisição, apurado a cada entrada de mercadorias,
ponderado pelas quantidades adquiridas e pelas ante- Compra
riormente existentes.
Segundo Gonçalves (2007), a função compras req-
O princípio contábil de Custo de Aquisição determina uer planejamento e acompanhamento, processos de
que se incluam no custo dos materiais, além do preço, decisão, pesquisa e seleção de fontes supridoras dos
todos os outros custos decorrentes da compra, e que diversos materiais, diligenciamento dos fornecedores
se deduzam todos os descontos e bonificações even- (para assegurar que o produto será recebido sem atra-
tuais recebidas. sos, no momento esperado). Requer, ainda, uma coor-
denação geral entre os diversos órgãos da empresa:
PEPS ou FIFO (Primeiro a entrar, primeiro a sair) almoxarifados, finanças e todos os diversos setores
(First in – First Out) que são revestidos do papel de clientes da compra a
ser realizada.
À medida que ocorrem as vendas, ocorre às baixas no
estoque a partir das primeiras unidades compradas, o “A arte de comprar está se tornando cada vez mais
que equivaleria ao raciocínio de que vendemos/com- uma profissão e cada vez menos um jogo de sorte”.
pramos primeiro as primeiras unidades compradas/ “Em muitos casos não é o custo que determina o preço
produzidas. Justificando, a primeira unidade a entrar de venda, mas o inverso. O preço de venda necessário
no estoque é a primeira a ser utilizada no processo de determina qual deve ser o custo. Qualquer economia,
produção o ou a ser vendida. resultando em redução de custo de compra, que é
uma parte de despesa de operação de uma industria,
Entretanto, não é objeto do o procedimento em si, e é 100% lucro. Os lucros das compras são líquidos”.
sim o conceito do resultado (lucro). (HENRY FORD)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
47

É a função responsável pela obtenção do material no • Manter um cadastro de fornecedores que garan-
mercado fornecedor, interno ou externo, através da ta maior agilidade e segurança na pesquisa de
mais correta tradução das necessidades em termos de preços;
fornecedor / requisitante. • Planejar as compras (fazendo um calendário de
aquisições, por exemplo);
A função Compras compreende: • Manter uma relação próxima com as áreas inter-
nas da organização, em especial os clientes inter-
- Cadastramento de Fornecedores; nos, almoxarifados e finanças;
- Coleta de Preços; • Manter um bom relacionamento com fornece-
- Definição quanto ao transporte do material; dores;
- Julgamento de Propostas; • Criar ferramentas que permitam um efetivo con-
- Diligenciamento do preço, do prazo e da qualidade trole do processo de compras.
do material;
- Recebimento e Colocação da Compra. Vantagens das Estruturas de Compras Centraliza-
das Versus Descentralizadas
Requisitos básicos para o abastecimento:
Centralizada:
a) Qualidade do Material: O material deverá apre-
sentar qualidade tal que possibilite sua aceitação den- • Obtenção de maior economia de escala
tro e fora da empresa (mercado). • Possibilita melhor controle global do processo de
compras e dos estoques
b) Quantidade: Deverá ser estritamente suficiente • Reduz o custo de pedido (menor número de pedi-
para suprir as necessidades da produção e estoque, dos e redução do quadro de pessoal)
evitando a falta de material para o abastecimento ger- • Evita a disparidade de preços de aquisição de um
al da empresa bem como o excesso em estoque. mesmo material por distintos compradores (o que
poderia suscitar uma competição danosa entre
c) Prazo de Entrega: Deverá ser o menor possível, a eles)
fim de levar um melhor atendimento aos consumi-
dores e evitar falta do material. Descentralizada:

d) Menor Preço: O preço do produto deverá ser tal • Resposta mais rápida e ágil às solicitações de
que possa situá-lo em posição de concorrência no compra
mercado, proporcionando à empresa um lucro maior. • Maior flexibilidade na negociação com fornece-
dores regionais
e) Condições de pagamento: Deverão ser as mel- • Maior autonomia funcional das unidades adminis-
hores possíveis para que a empresa tenha maior flexi- trativas regionais
bilidade na transformação ou venda do produto.
Compra compartilhada: contratação para um grupo
Objetivos da Função Compras de participantes previamente estabelecidos, na qual a
responsabilidade de condução do processo licitatório
• Garantir o efetivo suprimento de materiais e e gerenciamento da ata de registro de preços serão
serviços, nas quantidades e nos prazos demanda- de um órgão ou entidade da Administração Pública
dos pelos clientes internos; Federal.
• Comprar com qualidade, celeridade e ao preço
econômico;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
48

Objetivo de Compras Também estão envolvidos os custos fixos (que inde-


pendem da quantidade), como por exemplo o alu-
“Comprar os materiais certos, com a qualidade exigida guel de um galpão.
pelo produto, nas quantidades necessárias, no tempo
requerido, nas melhores condições de preço e na fon- Custo de Pedido/Reposição
te certa”.
São inversamente proporcionais aos estoques médi-
A função de comprar implica na aquisição de materiais os. Quanto mais vezes se comprar ou se preparar a
na qualidade certa, na época certa, ao preço certo, na fabricação, menores serão os estoques médios e
quantidade certa e da fonte certa. maiores serão os custos decorrentes do processo tan-
to de compras como de preparação, ou seja, maior
Um cadastro de fornecedores deverá ser mantido estoque requer menor quantidade de pedidos,com
sempre atualizado de forma que nos permita obter in- lotes de compras maiores, o que implica menor custo
formações a tempo e à hora. de aquisição e menores problemas de falta ou atraso
Para quem compra, são necessárias algumas infor- e , consequentemente, menores custos . O total das
mações sobre o material a ser adquirido: (as principais) despesas que compõem os custos de pedidos incluem
os custos fixos(os salários do pessoal envolvidos na
a) qualidade emissão dos pedidos- que independem da quanti-
b) quantidade dade) e variáveis (referentes ao processo de emissão
c) época (quando a empresa necessitará do produto) e confecção dos produtos).

Custos Quando um pedido de reabastecimento de estoque é


colocado, incorre em custos relacionados ao proces-
Custo de Amazenagem/Manutenção samento, ao ajuste, á transmissão, ao manuseio e ao
pedido de compra. Em resumo, os custos de obtenção
São diretamente proporcionais ao estoque médio e podem incluir:
ao tempo de permanência em estoques. A medida
que aumenta a quantidade de material em estoque, • O preço ou o custo de manufatura do produto
aumenta os custos de armazenagem que podem ser para vários tamanhos de pedidos;
agrupados em diversas modalidades: • O custo de ajustar o processo de produção;
• O custo de processar um pedido internamente;
- Custos de capital: juros, depreciação ( o capital in- • O custo de transmitir o pedido para os pontos de
vestido em estoque deixa de render juros) suprimento;
• O custo para transportar o pedido;
- Custos com pessoal: salários encargos sociais (mais • O custo de manuseio dos materiais no ponto de
pessoas para cuidar do estoque) recebimento.

- Custos com edificações: aluguel, imposto, luz (maior Custo por Falta de Estoque
área para guardar e conservar os estoques)
No caso de não cumprir o prazo de entrega de um
- Custos de manutenção: deterioração, obsolescên- pedido colocado, poderá ocorrer ao infrator o paga-
cia, equipamento (maiores as chances de perdas e in- mento de uma multa ou até o cancelamento do pedi-
utilização, bem como mais custos de mão-de-obra e do, prejudicando assim a imagem da empresa perante
equipamentos). Este custo gira aproximadamente em ao cliente.
25% do valor médio de seus produtos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
49

Este problema acarretará um custo elevado e de difícil Almoxarifados são locais destinados à guarda e à
medição relacionado com a imagem, custos, confiabi- conservação dos itens de material em estoque de uma
lidade, concorrência etc. determinada organização. É essencial que a gestão
dos almoxarifados seja eficiente, visando minimizar
Classificação ABC, Curva ABC ou Método ABC os custos de armazenamento de estoques, bem como
maximizando a qualidade de atendimento aos seus
A curva ABC é um importante instrumento para o ad- clientes internos à empresa.
ministrador. Ela permite identificar aqueles itens que
justificam atenção e tratamento adequados quanto à Objetivos da Gestão de Almoxarifados
sua administração. Obtém-se a curva ABC com a orde-
nação dos itens conforme a sua importância relativa. • Minimizar os custos de armazenamento.
Uma vez obtida a sequência dos itens e sua classi¬fi- • Maximizar a qualidade de atendimento aos con-
cação ABC, disso resulta, imediatamente, a aplicação sumidores.
preferencial das técnicas de gestão administrati-
vas, conforme a importância dos itens. A curva ABC Atividades básicas na gestão de almoxarifados
é uti¬lizada para a administração de estoques, para
definição de políticas de vendas, estabelecimento de
prioridades para a programação da produção e uma
série de outros problemas usuais na empresa. Após
os itens terem sido ordenados pela importância rela-
tiva, as classes da curva ABC podem ser definidas das
seguintes maneiras: Codificação de Materiais

• Classe A: grupo de itens mais importantes que Codificar um material significa representar todas as
devem ser trabalhados com uma atenção especial informações necessárias, suficientes e desejadas por
pela administração. São aqueles materiais com va- meio de números ou letras, com base na classificação
lores mais representativos. obtida do material.
• Classe B: grupo intermediário. São aqueles materi-
ais com valores intermediários A tecnologia de computadores está revolucionando a
• Classe C: grupo de itens menos importantes em identificação de materiais e acelerando o seu manu-
ter¬mos de movimentação, no entanto, requerem seio.
atenção pelo fato de gerarem custo para manter
estoque. São aqueles materiais com valores baixos A chave para a rápida identificação do produto, das
valores. quantidades e do fornecedor é o código de barras lin-
eares ou código de distribuição. Esse código pode ser
lido com leitores óticos (scanners). Os fabricantes cod-
ificam esse símbolo em seus produtos e o computa-
CLASSE % DE ITENS % DE VALOR
dor, no depósito, decodifica a marca, convertendo-a
A 20 80 em informação utilizável para a operação dos sistemas
B 30 15 de movimentação interna, principalmente os autom-
C 50 5 atizados.

Almoxarifado

Gestão de Almoxarifados
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
50

Principais Equipamentos Para Armazenagem Os espaços devem ser aproveita¬dos inteiramente,


mediante o uso de prateleiras, estruturas porta-pal-
Prateleiras: Podem ser de aço ou madeira. As de aço, etes, empilhamento de materiais ou a combinação
apesar de mais caras, possuem maior durabilidade, destas formas de armazenamento.
e não são atacadas por insetos. De forma geral, as
prateleiras têm a propriedade de alocarem materiais Na implantação do layout de um almoxarifado/depósi-
de dimensões variadas. to deve-se prever e programar o seguinte:

Contenedores (containers): Caixas metálicas retangu- • a disponibilidade dos equipamentos adequados


lares, hermeticamente fechadas e seladas, destinadas para facilitar a carga e descarga dos materiais
ao transporte intermodal de mercadorias (ferroviário, (empilhadeiras, guindastes, carregadores, paletes,
rodoviário, marítimo ou aéreo). docas, escadas móveis etc.);
• a técnica de armazenagem a ser utilizada;
Pallets (paletes): Paletes são estrados que possi- • a quantidade e os tipos de materiais a armazenar;
bilitam o empilhamento das cargas, maximizando a • os espaços das portas devem ser suficientemente
utilização do espaço cúbico do almoxarifado. Podem largos e altos;
ser de madeira, metal, papelão ou plástico. A pal- • altura da plataforma de desembarque de forma a
etização (possibilidade de empilhamento dos paletes facilitar a carga e descarga, em conformidade com
e de manipulação de uma carga unitizada) possibilita a altura dos caminhões;
o aproveitamento eficiente do espaço vertical dos ar- • resistência do piso suficiente para a movimentação
mazéns. de equipamentos e o empilhamento de materiais;
• a altura máxima permitida para as pilhas;
Engradados: São destinados à guarda e transporte de • fluxo de trânsito dos materiais em veículos
materiais frágeis ou irregulares, que não admitem o trans¬portadores;
uso de simples estrados, carecendo de uma estrutura • dimensionamento e instalação de equipamentos
que ofereça proteção lateral. para combate a incêndios, conforme normas da
ABNT e do Corpo de Bombeiros;
Caixas ou gavetas: São ideais para a armazenagem • medidas de segurança para evitar acidentes de
de materiais de pequenas dimensões, como pregos, trabalho;
porcas, parafusos e sobressalentes pequenos em ger- • altura adequada que permita ventilação do am-
al. biente.

Almoxarifado - Lay-out Objetivos do Lay-out

Duas características que apresentam uma boa organ- Redução no custo e maior produtividade através de:
ização no Almoxarifado, são a ordem e o asseio. Com . melhor utilização do espaço disponível;
isso podemos transmitir sempre uma sensação de . redução da movimentação de material e pessoal;
serviço perfeito. . fluxo mais racional;
. menor tempo para o desenvolvimento dos proces-
Lay-out, ou arranjo físico é a maneira como os homens, sos, e
máquinas e materiais estão dispostos dentro de um . melhores condições de trabalho.
Almoxarifado, ou qualquer outro local, desde que ar-
ranjados com certa ordem.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
51

teresse concentra se na movimentação rápida e de baixo


custo das mercadorias. (BALLOU, 2009, p. 172).

Segundo Meyers (2000, p. 2), a movimentação de materi-


ais não é mais que combinação de métodos e processos,
capazes de movimentar toda a mercadoria, matéria-pri-
ma e produto final, para o lugar certo, com a quantidade
específica e em tempo correto, numa sequência definida
pelo layout da fábrica. O mesmo autor (2000, p. 223) afir-
ma que a movimentação de materiais e produtos significa
transportar pequenas ou grandes quantidades de bens,
em distâncias relativamente pequenas, como por exemp-
Um bom lay-out deve satisfazer seis princípios básicos: lo no interior do local de produção, como fábricas, lojas,
armazéns, entre outros. Assim, pode ser definida como
1) Integração processo global de movimentação de materiais num am-
2) Mínima Distância biente de manufatura. Há quem defina este processo de
3) Fluxo transporte do material como “a arte e ciência da movi-
4) Uso de Espaço Cúbico (devem ser utilizadas as três mentação, embalagem e armazenamento de material em
dimensões Largura - Comprimento – Altura) qualquer forma”.
5) Satisfação e Segurança
6) Flexibilidade Objetivos:

Movimentação de Materiais O principal objetivo do processo de movimentação de


material é reduzir os custos operacionais na concepção
A movimentação e armazenagem tratam de etapas fun- do produto final e no seu armazenamento. Contudo, é
damentais do fluxo logístico, isto é, da preparação, da necessário alcançar outras metas e cumprir especificação
colocação e do posicionamento dos materiais de forma primordiais a fim de alcançar o objetivo principal - re-
que os processos logísticos sejam facilitados; levando em dução de custos. Segundo Ray (2008, p. 2), alem da re-
conta os equipamentos e os sistemas empregados em dução de custos, existem outros objetivos, tais como:
cada operação logística. Estes itens são constituídos por
um conjunto de funções de recepção, de descarga, de • Eficiência e segurança na movimentação dos mate-
carregamento, de arrumação e da conservação de matéri- riais;
as-primas, mas este processo apenas produz resultados • Transporte dos materiais em tempo útil, com a quan-
quando é realizada uma operação com objetivo de acres- tidade exata, para o local desejado;
centar valor. Pode-se “definir a missão da armazenagem • Armazenamento de materiais, otimizando a capaci-
como o compromisso entre os custos e a melhor solução dade espacial fornecida pela empresa;
para empresas” (CASADEVANTE Y MÚJICA, 1974, p. 26). • Soluções de baixo custo para as atividades de movi-
mentação de materiais.
O manuseio ou movimentação interna de produtos e
materiais significa transportar pequenas quantidades
de bens por distancias relativamente pequenas, quando
comparadas com as distâncias na movimentação de lon- Todas as movimentações de materiais devem ser efe-tu-
go curso executada pelas companhias transportadoras. É adas por meio das notas fiscais ou documentos internos
atividade executada em depósitos, fabricas e lojas, assim para movimentação de materiais.
como no transbordo entre modais de transporte. Seu in-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
52

Existem três tipos de movimentações: Entrada, Saída e Modalidades de Transporte


Transferência.
Fatores a serem analisados na questão do transporte:
• Entrada: é a movimentação de materiais que en¬tram
no estoque da empresa. Estas entradas são registradas a) pontos de embarque e de desembarque;
por meio do cadastro das notas fiscais emitidas pelos for- b) custos relacionados com embarque, desembarque, cui-
necedores; dados especiais, frete até o ponto de embarque, frete in-
ternacional, manuseio, etc;
• Saídas: é a baixa do estoque registrada por meio da c) prazo de entrega;
emissão de notas fiscais de vendas ou, em se tratando de d) características da carga;
movimentações internas, via requisi¬ções de materiais. e) possibilidades de uso do meio de transporte, tais como
disponibilidade, freqüência, rapidez, segurança, ade-
• Transferências: são movimentações de materiais efet- quação e exigências legais.
uadas entre almoxarifados ou filiais da mesma empresa.
Esta operação gera débito e crédito entre as unidades O exportador pode designar uma empresa especializada
da empresa, mas não afeta o resultado final do saldo do ou proceder por sua conta para transporte de mercado-
estoque geral. O registro desta operação é efetuado via ria. Aconselha-se a revisão periódica dos contratos, pois a
emissão de notas fiscais de transferência ou por docu- dinâmica de inovações no segmento costuma favorecer o
mento interno de requisição de materiais. exportador.

Transporte Classificação dos Transportes

Os modais de transporte são: ferroviário (feito por ferro- Os transportes são classificados de acordo com a modal-
vias), rodoviário (feito por rodovias), hidroviário (feito pela idade em:
água), dutoviário (feito pelos dutos) e aeroviário (feito de
forma aérea). - Terrestre: rodoviário, ferroviário e dutoviário;
- Aquaviário: marítimo e hidroviário;
Escolha do Modal - Aéreo.

Ao planejar a movimentação da mercadoria pela cadeia E quanto a forma em:


de distribuição física internacional, o importador ou ex-
portador de pequenos lotes deve escolher, inicialmente, o - Modal ou Unimodal: envolve apenas uma modalidade;
modal de transporte mais adequado para conduzir a car- - Intermodal: envolve mais de uma modalidade e para
ga ao destino final estabelecido pelo importador. Os mo- cada trecho/ modal é realizado um contrato;
dais de transporte apresentam vantagens e desvantagens, - Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém
em decorrência de fatores como a segurança e rapidez no regido por um único contrato;
atendimento às demandas do comprador, o custo do frete - Segmentados: envolve diversos contratos para diversos
em relação ao valor da mercadoria, o tipo e a natureza da modais;
mercadoria e vários outros fatores.
Deve-se, portanto, avaliar as vantagens e desvantagens - Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o desti-
dos modais, para determinar qual o modal que trará o no final, necessitar ser transbordada para prosseguimento
melhor custo/benefício para o transporte da mercadoria em veículo da mesma modalidade de transporte (regido
desejada. por um único contrato).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
53

Operação de Transporte Multimodal definindo a responsabilidade de cada interveniente na op-


eração. Portanto, tornou-se necessário introduzir na leg-
A Operação de Transporte Multimodal é aquela que, islação de transporte, comercial, aduaneira, de seguros e
regida por um único contrato de transporte, utiliza duas fiscal a figura do OTM.
ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o
destino. Tal operação é executada sob a responsabilidade A Portaria nº 141/MT, de 19/05/2000 cria, na Secretaria-Ex-
única de um Operador de Transporte Multimodal – OTM. ecutiva do Ministério dos Transportes, a Comissão Especial
encarregada dos procedimentos relativos ao Registro do
O Operador de Transporte Multimodal – OTM é a pessoa Operador de Transporte Multimodal de Cargas; a Circular
jurídica contratada como principal, para a realização do nº 40/SUSEP/MF, de 29/05/1998 dispõe sobre o Seguro
Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino Obrigatório de Responsabilidade Civil do Operador de
por meios próprios ou por intermédio de terceiros. O OTM Transporte Multimodal – OTM; a Resolução nº 37/SUSEP/
não precisa ser necessariamente um transportador, mas MF, de 8/12/2000 dispõe sobre o Seguro de Responsabil-
assume perante o contratante a responsabilidade pela ex- idade Civil do Operador de Transporte Multimodal – Car-
ecução do contrato de transporte multimodal, pelos pre- gas (RCOTM-C); e o Decreto nº 3.411, de 12/4/2000 regu-
juízos resultantes de perda, por danos ou avarias às cargas lamenta a Lei n° 9.611 de 19/02/1998, que dispõe sobre o
sob sua custódia, assim como por aqueles decorrentes de Transporte Multimodal de Cargas.
atraso em sua entrega, quando houver prazo acordado.
Cabe ressaltar que na prática não existe ainda a figura do
Modalidade: um meio de transporte. Operador de Transporte Multimodal no Brasil, bem como
Multimodalidade: utilização integrada de modais. o Conhecimento de Transporte Multimodal está em estu-
Intermodalidade: utilização integrada de cadeia de trans- do e processo de elaboração. No entanto, o uso de modais
porte. diferentes para uma mesma carga é prática constante e
Operadores logísticos: fornecedor de serviço integrado. realizado sob o regime de Transporte Intermodal. Neste,
cada trajeto é realizado por um tipo de transporte e os
O Transporte Multimodal de Cargas compreende, além embarcadores contratam cada trecho com cada transpor-
do transporte em si, os serviços de coleta, consolidação, tador separadamente.
movimentação e armazenagem de carga, desconsolidação
e entrega, enfim, todas as etapas indispensáveis à comple- Multimodalidade x Intermodalidade
ta execução da tarefa.
A multimodalidade e a intermodalidade são operações
A realização de transportes do tipo multimodal é uma que se realizam pela utilização de mais de um modal de
prática bastante utilizada no escoamento de mercadorias e transporte. Isto quer dizer transportar uma mercadoria do
propicia redução dos custos e dos tempos de operação na seu ponto de origem até a entrega no destino final por
exportação. Em 19/07/95, foi editado o Decreto nº 1.563 modalidades diferentes.
internalizando o Acordo para Facilitação do Transporte
Multimodal de Mercadorias entre os Países do Mercosul, A intermodalidade caracteriza-se pela emissão individual
assinado em 30 de dezembro de 1994. Em 19 de fevereiro de documento de transporte para cada modal, bem como
de 1998, foi sancionada a Lei nº 9.611, que dispõe sobre o pela divisão de responsabilidade entre os transportado-
Transporte Multimodal de Cargas no Brasil. res. Na multimodalidade, ao contrário, existe a emissão
de apenas um documento de transporte, cobrindo o tra-
Ambos os atos visam melhorar a qualidade e produtivi- jeto total da carga, do seu ponto de origem até o pon-
dade dos transportes. Em sua essência, estabelecem a to de destino. Este documento é emitido pelo OTM, que
operação não segmentada – serviço “porta-a-porta” – e também toma para si a responsabilidade total pela carga
a figura do Operador de Transporte Multimodal – OTM, sob sua custodia.
DIREITO ADMINISTRATIVO
1
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. NOÇÕES DE ORGANIZA- preponderantemente pelo Poder Executivo. Ressalte-
se que cada poder pode exercer funções que, em
ÇÃO ADMINISTRATIVA princípio, são atribuídas a outro, o que faz com que
todos desempenhem atividades relacionadas com
a função administrativa do Estado. Mais uma vez, o
critério adotado para a partilha de competências
administrativas é o da predominância de interesses,
através do qual a União desempenha as competências
de interesse nacional, os Estados, as de interesse
regional, e os municípios, as de interesse local. Reputa-
se atividade administrativa a gestão dos interesses
qualificados da comunidade.

A atividade administrativa é profundamente


influenciada pela conjugação, principalmente, dos
princípios, que estudaremos adiante, da supremacia do
interesse público e da indisponibilidade do interesse
público.

O Direito Administrativo pode ser compreendido A Administração Pública está subordinada aos
como o conjunto de normas e princípios jurídicos princípios de Direito Administrativo e, em especial,
que regem a atividade administrativa, as entidades, aos princípios básicos instituídos no artigo 37, caput,
os órgãos e agentes públicos, que atuam com o da Constituição da República, a saber: legalidade,
objetivo de atender as necessidades da coletividade. impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Para atender o interesse da coletividade utiliza a Estes são princípios básicos da Administração Pública:
função administrativa que constitui o dever do Estado a legalidade, segundo o qual, ao administrador
de atender ao interesse público. A Administração somente é dado realizar o que estiver previsto na
Pública utiliza a função pública com prerrogativas lei; impessoalidade, que exige que a atuação do
e sujeições, com o intuito de suprir as necessidades administrador público seja voltada ao atendimento
decorrentes do interesse coletivo, o que permite, impessoal e geral, ainda que venha a interessar a
muitas vezes, em virtude da supremacia do interesse pessoas determinadas, não sendo a atuação atribuída
público sobre o particular, o condicionamento ao agente público, mas à entidade estatal a que se
ou limitação do exercício de direitos e liberdades vincula; moralidade, que estabelece a necessidade de
individuais. toda a atividade administrativa atender a um só tempo
à lei, à moral e à eqüidade, em suma, aos deveres da
Para alcançar o bem público, o Estado exerce boa e honesta administração; publicidade, que faz com
determinadas atividades, tais como a manutenção que sejam obrigatórios a divulgação e o fornecimento
da ordem interna e a execução de serviços para o de informações de todos os atos praticados pela
bem-estar e o progresso da coletividade. Entre as Administração Pública, e eficiência, que impõe
funções do Estado, podemos identificar: a função a necessidade de adoção, pelo administrador, de
legislativa, que consiste na elaboração das normas critérios técnicos e profissionais, que assegurem o
que irão disciplinar a vida social; a função judiciária, melhor resultado possível, rechaçando-se qualquer
que consiste na interpretação e aplicação do direito forma de atuação amadorística e ineficiente do Poder
em situações concretas, e a função administrativa, Público.
que se relaciona ao atendimento das necessidades
materiais do povo. No que tange ao desempenho das
diversas funções estatais, a Constituição da República
determina uma distribuição entre os Poderes, o que
implica o reconhecimento de que a função legislativa
será desempenhada predominantemente pelo Poder
Legislativo; a função judiciária preponderantemente
pelo Poder Judiciário, e a função administrativa
DIREITO ADMINISTRATIVO
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O mais importante dos princípios da Administração da boa-fé, lealdade e probidade, deveres da boa
Pública, por ser vetor basilar do regime jurídico- administração. Mister se faz registrar que boa-fé,
administrativo, é o princípio da legalidade. Destaque-se lealdade, razoabilidade e proporcionalidade são
que todos os demais decorrem do princípio em análise, princípios gerais, que ditam o conteúdo do princípio
que se revela essencial num Estado Democrático de da moralidade administrativa.
Direito, regime político que visa estabelecer um
razoável equilíbrio entre os direitos da pessoa e os O princípio da publicidade, convém esclarecer
direitos da sociedade, entre a liberdade e a soberania, que a Administração Pública tem o dever de dar
através do qual o povo se governa a si mesmo, quer publicidade, ou seja, de conduzir ao conhecimento
diretamente, quer por meio de representantes eleitos de terceiros, o conteúdo e a exata dimensão do
para gerir os negócios públicos e elaborar as leis. ato administrativo, a fim de facilitar o controle dos
atos da administração. Isto se explica, pelo fato de
Em razão do princípio da legalidade, somente é que a atividade administrativa deve ser caracterizada
considerada legítima a atuação do agente público pela transparência, de modo que a todos é assegurado
ou da Administração Pública, se for permitida por lei. o direito à obtenção de informações e certidões, para
Isto porque, toda atividade administrativa que não a defesa de direitos e esclarecimentos de situações de
estiver autorizada por lei é ilícita, ressaltando-se que, interesse pessoal e coletivo. Vale ressaltar que existem
se ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver casos de atos que NÃO podemos dar publicidade, que
proibido; ao administrador somente é franqueado ~soa nos casos de segurança nacional e intimidade.
o que estiver permitido por lei, já que a atuação
administrativa encontra-se subordinada de forma O princípio da eficiência podemos dizer que o
indelével à vontade legal. ordenamento jurídico censura a atuação amadorística
do agente público, que, no exercício de sua função,
O princípio da impessoalidade compreende a deve imprimir incansável esforço pela consecução do
igualdade de tratamento que a administração deve melhor resultado possível e o máximo proveito com o
dispensar aos administrados que estejam na mesma mínimo de recursos humanos e financeiros.
situação jurídica. Exige, também, a necessidade de que
a atuação administrativa seja impessoal e genérica, com O princípio da eficiência exige, também, que a
vistas a satisfazer o interesse coletivo. Esta é a razão Administração Pública seja organizada em permanente
pela qual deve ser imputada a atuação administrativa atenção aos padrões modernos de gestão, no fito de
ao órgão ou entidade estatal executora da medida, e vencer o peso burocrático, para lograr os melhores
não ao agente público, pessoa física. A impessoalidade resultados na prestação dos serviços públicos postos
encontra-se relacionada com a finalidade, ou seja, à disposição dos cidadãos.
com o fim previsto na lei, cujo desrespeito configura
desvio, o que invalida o ato administrativo. Outros princípios de Direito Público, consagrados
na legislação infraconstitucional, também marcam o
O princípio da impessoalidade também combate o estudo e à aplicação das normas referentes ao ramo
desvirtuamento da atuação do administrador público do direito, ora em análise:
como meio de promoção pessoal, sendo, portanto,
vedada a utilização de nomes, símbolos e imagens Supremacia do interesse público ensina-nos que, no
nas realizações da administração, que, em prejuízo confronto entre o interesse do particular e o interesse
do interesse público, promovam partidos políticos e público, prevalecerá o segundo, no qual se concentra
agentes públicos, comprometendo a legítima atuação o interesse da coletividade, o que não significa,
administrativa, que deve ser impessoal, abstrata e inquestionavelmente, que o Poder Público possa
genérica. imotivadamente desrespeitar os direitos individuais.
É necessário que os interesses públicos tenham
O princípio da moralidade evita que a atuação supremacia sobre os individuais, posto que visam
administrativa distancie-se da moral, que deve garantir o bem-estar coletivo e concretizar a justiça
imperar com intensidade e vigor no âmbito da social.
Administração Pública. Tal princípio obriga que a
atividade administrativa seja pautada cotidianamente
não só pela lei, mas também pelos princípios éticos
DIREITO ADMINISTRATIVO
3

Princípio da indisponibilidade, não é concedida medidas de polícia administrativa, obstaculizar atos


liberdade absoluta ao administrador, para concretizar que ponham em risco a conservação desses mesmos
transações de qualquer natureza, sem prévia bens, sem a necessidade de auxílio ou autorização do
autorização legal. Vale salientar que os agentes Poder Judiciário.
públicos não têm disponibilidade sobre os interesses
públicos destinados à sua guarda e realização, até Princípio da especialidade, as entidades estatais não
porque os bens, direitos e interesses públicos são podem abandonar, alterar ou modificar as finalidades
confiados ao administrador tão-somente para a sua para as quais foram constituídas. Atuarão as ditas
gestão, e jamais para a sua disposição sem justa causa. entidades sempre vinculadas e adstritas aos seus fins
Por esse motivo é que o poder de disposição para que motivaram sua criação.
aliená-los, renunciá-los ou transacioná-los, dependerá
sempre de lei. Princípio da presunção de legitimidade, de
legalidade e de veracidade, é forçoso convir que, para
O exercício da atividade administrativa representa materializar o interesse público que norteia a atuação
deveres para o agente público e para a própria administrativa, as decisões da Administração Pública
administração, como os deveres de guarda, são dotadas do atributo da presunção de legitimidade
aprimoramento e conservação do interesse público. e de legalidade, tornando-se presumivelmente
Princípio da continuidade que a atividade verdadeiras quanto aos fatos e adequadas quanto à
administrativa, máxime a prestação dos serviços legalidade. Tal atributo permite, inclusive, a execução
públicos, não pode sofrer paralisações abruptas direta, pela própria administração, do conteúdo do
e imotivadas. A atividade administrativa deve ser ato ou decisão administrativa, mesmo que não conte
prestada ininterruptamente, com vistas a suprir com a concordância do particular.
as necessidades públicas, não podendo paralisar-
se a prestação do serviço público, que nada mais é Princípio da razoabilidade sinaliza que o
do que a forma pela qual o Estado desempenha administrador não pode atuar segundo seus valores
funções essenciais ou necessárias à coletividade. Os pessoais, optando por adotar providências segundo
serviços podem ser interrompidos nos casos: Aviso o seu exclusivo entendimento, devendo considerar
prévio, inadimplência, urgência e outros Princípio valores comuns a toda coletividade.
da autotutela, a Administração Pública tem o poder
de rever os seus próprios atos, seja para revogá- Princípio da proporcionalidade impõe à
los, quando inconvenientes, ou seja, para anulá-los, Administração Pública a permanente adequação entre
quando ilegais. Esse poder conferido à Administração os meios e os fins, banindo-se medidas abusivas, com
Pública propicia o controle de seus próprios atos, intensidade superior ao estritamente necessário. O
com a possibilidade da anulação dos atos ilegais e da administrador público está obrigado a sacrificar o
revogação dos atos inconvenientes ou inoportunos, mínimo para preservar o máximo de direitos.
independentemente de recurso ao Poder Judiciário.
Princípio da motivação exige que o administrador
É indene de dúvidas que a possibilidade de revisão público explicite, de forma clara e precisa, os
interna dos atos administrativos, que é realizada no pressupostos de fato e de direito da decisão prolatada,
âmbito da própria pessoa jurídica, não pode conduzir a demonstrando a efetiva compatibilidade entre
abusos e consequentemente a desrespeito de direitos. ambos e a correção da medida adotada. Exige que a
Não há que se falar em revisão do ato administrativo, Administração Pública justifique seus atos.
por conveniência e oportunidade, sempre que o ato
produzir efeitos e gerar direitos a outrem. Da mesma Princípio da Segurança Jurídica encontra-se ligado à
forma, que não é admissível a revogação de ato confiança que uma pessoa possui em um ordenamento
vinculado, ou de ato cuja edição tenha sido imposta que sempre sofre mutações. O cidadão brasileiro pode
por lei, bem como, se já foi exaurida a competência do ter segurança e ainda confiar nos atos e decisões
agente público. públicas no que refere seus direitos e também nas
posições jurídicas emanadas da administração,
O princípio da autotutela também demonstra que a distanciando-se a ideia de que são modificadas por
Administração Pública tem o dever de zelar pelos bens motivos circunstanciais.
que integram o seu patrimônio, podendo, através de
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Ele tem por objetivo assegurar a estabilidade das Determinado Secretário Municipal de Educação,
relações já consolidadas, frente à inevitável evolução no dia da inauguração de nova escola municipal,
do Direito, tanto em nível legislativo quanto distribuiu boletim informativo custeado pelo
jurisprudencial. Trata-se de um princípio com diversas poder público, com os seguintes dizeres no título
aplicações, como a proteção ao direito adquirido, o da reportagem: “ Secretário do povo, Rico Ricaço,
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Além disso, é presenteia a população com mais uma escola”.
fundamento da prescrição e da decadência, evitando, Ao lado da reportagem, havia foto do Secretário
por exemplo, a aplicação de sanções administrativas fazendo com seus dedos o símbolo de coração
vários anos após a ocorrência da irregularidade. utilizado por ele em suas campanhas eleitorais.

A conduta narrada feriu o princípio da


administração pública da:

VAMOS PRATICAR 1 a. economicidade, eis que é vedada a publicidade


custeada pelo erário dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos, ainda que
tenha caráter educativo, informativo ou de orientação
social;
1. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-AL b. legalidade, pois a publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deve ser precedida de prévia autorização legislativa,
Os atos administrativos, além de regidos pelo
vedada qualquer promoção pessoal que configure
preceito da legalidade, devem ser analisados sob os favorecimento pessoal para autoridades ou servidores
aspectos da lealdade, da boa-fé e da honestidade, públicos;
conforme previsto no princípio da c. moralidade, eis que a publicidade dos atos, programas,
obras e serviços dos órgãos públicos, em que constarem
a. publicidade. nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
b. moralidade. promoção pessoal de autoridades públicas, para ser
c. eticidade. legal deve ser custeada integralmente com recursos
d. autotutela. privados;
d. publicidade, uma vez que a divulgação dos atos,
e. eficiência.
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deve ser feita exclusivamente por meio de
publicação dos respectivos atos no diário oficial, para
2. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-AL impedir promoção pessoal da autoridade pública;
e. impessoalidade, pois a publicidade em tela deveria ter
Após regular apuração, o Ministério Público caráter educativo, informativo ou de orientação social,
constatou que o prefeito do Município Alfa dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
divulgara um informativo, pago com recursos que caracterizem promoção pessoal de agentes
públicos, contendo nomes, símbolos e imagens de públicos.
sua gestão com o nítido objetivo de promover sua
imagem para as próximas eleições.
4. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Câmara de
Considerando a conduta do prefeito municipal, Salvador - BA
é correto afirmar que ela afronta, de modo mais
intenso, o princípio administrativo da O dever-poder que a Administração Pública ostenta
para controlar os seus próprios atos, podendo
a. impessoalidade. invalidar os ilegais e revogar os inoportunos ou
b. publicidade. inconvenientes, observadas as cautelas legais,
c. humildade. decorre diretamente do princípio da:
d. autotutela.
e. eficiência. a. moralidade, e sua não observância gera
nulidade do ato administrativo, sem prejuízo da
responsabilização do agente;
3. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: TJ-AL b. publicidade, e todo ato que invalida ou revoga
outro ato administrativo precisa ser publicado no
diário oficial;
DIREITO ADMINISTRATIVO
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c. autotutela, e a Administração não precisa ser b. Impessoalidade.


provocada para rever seus próprios atos, podendo c. Moralidade.
fazê-lo de ofício; d. Externalidade.
d. impessoalidade, e a Administração não pode e. Publicidade.
tolerar atos que impliquem promoção pessoal do
gestor público;
e. segurança jurídica, e a Administração não pode 7. Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: SEPOG - RO
tolerar que permaneça no mundo jurídico
qualquer ato ilícito. “Os agentes públicos devem atuar de forma neutra,
sendo proibida a atuação pautada pela promoção
pessoal”.
5. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Câmara de De acordo com os princípios constitucionais que
Salvador - BA regem a Administração Pública, assinale a opção
que apresenta o princípio constitucional a que se
Determinado Governador nomeou o irmão do refere a conduta acima.
Presidente da Assembleia Legislativa do mesmo
Estado para exercer cargo em comissão em seu a. Razoabilidade.
gabinete. Em troca, o Deputado Estadual que b. Impessoalidade.
exerce a presidência da casa parlamentar nomeou c. Inépcia.
a irmã de tal Governador para cargo em comissão, d. Transparência.
não por critérios técnicos e sim para completar a e. Eficácia.
designação recíproca. Na hipótese em tela, ambos
os agentes políticos desrespeitaram a súmula
vinculante do STF que veda o nepotismo cruzado 8. Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: SEPOG - RO
e violaram diretamente o princípio informativo Provas: FGV - 2017 - SEPOG - RO - Analista de
expresso da administração pública da: Planejamento e Finanças

a. publicidade, porque qualquer ato administrativo Pedro, presidente de uma autarquia estadual,
de nomeação deve ser precedido de estudo ficou muito entusiasmado com um projeto de
técnico; sua autoria, o qual resultou na melhoria do
b. autotutela, eis que qualquer ato administrativo serviço prestado à população. Com o objetivo de
deve buscar o interesse público e não o privado; divulgar sua realização, determinou que o setor
c. proporcionalidade, uma vez que o ato de comunicação social da autarquia elaborasse
administrativo deve guardar relação com o clamor um informe publicitário e o encaminhasse por via
público por moralidade; postal a milhares de pessoas, tendo ali assumido
d. impessoalidade, pois o ato de administrativo a autoria do projeto e concedido uma extensa
não pode servir para satisfazer a favorecimentos entrevista a respeito de sua história de vida e de
pessoais; suas futuras pretensões políticas, informando que
e. E razoabilidade, haja vista que a utilização pretendia candidatar-se ao cargo de Deputado
de símbolos, imagens e nomes deve ser do Federal na próxima eleição.
administrador, não do ente público.
Maria, cidadã brasileira, inconformada com o
ocorrido, procurou os serviços de um advogado.
6. Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: SEPOG - RO Na ocasião, solicitou fosse esclarecido se a conduta
Prova: FGV - 2017 - SEPOG - RO - Técnico em de Pedro, ao determinar a confecção e distribuição
Políticas Públicas e Gestão Governamental do informe publicitário nos moldes informados,
estava em harmonia com os princípios da
As opções a seguir apresentam princípios Administração Pública, bem como se estava ao seu
constitucionais que regem a Administração Pública, alcance deflagrar algum mecanismo de controle
tanto a direta quanto a indireta, em todos os níveis dos atos administrativos praticados.
da administração (municipal, estadual e federal), à À luz da narrativa acima e da sistemática
exceção de uma. Assinale-a. constitucional, assinale a afirmativa correta.

a. Legalidade.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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a. A conduta de Pedro, sem prejuízo da violação Ainda que não tenha sido encontrada qualquer
de outros princípios, afrontou, de forma mais irregularidade no veículo inspecionado, João
específica, o princípio da eficiência, podendo lavrou auto de infração em desfavor de Mário,
ser submetida ao controle judicial via direito de exclusivamente por retaliação.
petição.
b. A conduta de Pedro estava em harmonia com No caso em tela, João violou, frontal e diretamente,
os princípios da Administração Pública, o que princípios constitucionais da Administração
afasta a possibilidade de Maria deflagrar algum Pública. Assinale a opção que os indica.
mecanismo de controle.
c. A conduta de Pedro violou apenas o princípio da a. Legalidade e pessoalidade.
legalidade, podendo ser submetida ao controle b. Segurança jurídica e autotutela.
judicial via mandado de segurança. c. Razoabilidade e publicidade.
d. A conduta de Pedro, sem prejuízo da violação d. Moralidade e impessoalidade.
de outros princípios, afrontou, de forma mais e. Isonomia e competitividade.
específica, o princípio da razoabilidade, podendo
ser submetida por Maria ao controle do Tribunal GABARITO DO FINAL DO MÓDULO DE NOÇÕES DE
de Contas, via tomada de contas especial. DIREITO ADMINISTRATIVO
e. A conduta de Pedro, sem prejuízo da violação
de outros princípios, afrontou, de forma mais
específica, o princípio da impessoalidade,
podendo ser submetida ao controle judicial via 2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
ação popular.
DIRETA E INDIRETA
9. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Administração Pública é o instrumental de que dispõe
Salvador - BA o Estado para colocar em prática as opções políticas
do Governo. Em outras palavras, a Administração é o
O Município de Salvador elaborou plano estratégico aparelhamento utilizado para pôr em prática decisões
para melhorar as atividades de fiscalização pelos do governo.
agentes de trânsito e transporte e as condições
de segurança, higiene e conforto dos veículos do Para pôr em prática é necessário contar com apoio de
sistema de transporte público. entidades (pessoas jurídicas), de órgãos (centros de
decisão) e de seus agentes (pessoas físicas investidas
Neste contexto, a busca de melhores resultados em cargos e funções).
práticos, menos desperdícios e maior produtividade
decorre do seguinte princípio da Administração Agora vamos começar a conhecer cada parte que
Pública: compõe a Administração Pública:

a. Moralidade. Entidade é “a unidade de atuação dotada de


b. Impessoalidade. personalidade jurídica”. Possuir personalidade jurídica
c. IsonomiaSegurança Jurídica. significa que o ente pode, em nome próprio, adquirir
d. E Eficiência. direitos e contrair obrigações. As entidades dividem-
se em políticas e administrativas.

10. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de São entidades políticas a União, os Estados, o
Salvador - BA Distrito Federal e os Municípios.

João, agente de trânsito e transporte do Município As entidades políticas possuem capacidade de auto-
de Salvador, realizava blitz a fim de verificar organização, autogoverno e autoadministração,
a regularidade dos sistemas de trânsito e de possuindo, portanto, autonomia plena.
transporte.
Por coincidência, Mário, seu vizinho e antigo Vamos ver o que significa cada uma dessas
desafeto que conduzia um caminhão na área capacidades:
urbana, foi parado na blitz para ser fiscalizado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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1. autogoverno: é a competência que os Estados- para determinada atividade administrativa, caso em


membros possuem para organizar os seus Poderes que teremos a descentralização.
Executivo, Legislativo e Judiciário locais.
A descentralização é a distribuição de competências
2. auto-organização (e autolegislação): é a de uma para outra pessoa, física ou jurídica. A
capacidade do ente para se organizar na forma de sua descentralização pode ser política e administrativa.
constituição ou lei orgânica e de suas leis. Em síntese, a Aquela se refere à distribuição de competências
auto-organização representa a capacidade de legislar. previstas na Constituição, que dá origem à federação.
Sendo assim, quando os estados ou municípios prestam
3. autoadministração: capacidade que cada entidade os serviços previstos na Constituição, eles estão
política possui para prestar os serviços dentro da prestando os serviços próprios, que não decorrem do
distribuição de competências estabelecidas na CF/88. ente central. Em outras palavras, a descentralização
Representa a capacidade dos entes políticos para política envolve a distribuição de competências aos
prestarem os serviços de saúde, educação, assistência Estados-membros e aos municípios.
social, etc.
A descentralização administrativa, por sua vez, ocorre
As entidades administrativas são pessoas jurídicas, quando o Estado não executa o serviço por meio de sua
de direito público ou de direito privado, criadas Administração direta. Envolve, portanto, duas pessoas
pelas entidades políticas para exercer parte de sua distintas: o Estado – União, estados, Distrito Federal e
capacidade de autoadministração. Assim, podemos municípios – e a pessoa que executará o serviço, uma
dizer que as entidades administrativas são criadas pelas vez que recebeu essa atribuição do Estado.
entidades políticas para desempenhar determinado
serviço daqueles que lhes foram outorgadas pela A descentralização ocorre quando o Estado cria uma
Constituição Federal. entidade com personalidade jurídica própria e a ela
transfere a titularidade e a execução de determinado
São entidades administrativas as autarquias, fundações serviço público, originando à Administração indireta
públicas, empresas públicas e sociedades de economia (autarquias, fundações públicas, sociedades de
mista, que juntas formam a chamada Administração economia mista e empresas públicas), pressupondo
indireta ou descentralizada. a elaboração de lei para criação ou autorização
da criação da entidade. Na descentralização, não
A diferença principal entre as entidades políticas e há hierarquia ou subordinação entre as pessoas
as entidades administrativas é que aquelas possuem envolvidas, mas apenas vinculação.
autonomia política, decorrente de sua capacidade
de legislar (auto-organização). Ou seja, as entidades Assim, o órgão central realiza a tutela (administrativa),
políticas possuem capacidade para editar atos supervisão (ministerial) ou controle finalístico
normativos que inovem na ordem jurídica, criando sobre o exercício da atividade por parte do ente
direitos e obrigações. Somente as entidades políticas descentralizado, nos termos estabelecidos em lei.
possuem autonomia política. O Controle finalístico é exercido pela Administração
direta sobre a indireta, com o objetivo de garantir
Centralização x Descentralização que a entidade administrativa esteja realizando
adequadamente as atividades para a qual se destinam.
Somente os entes políticos recebem competências
diretamente da Constituição para prestar serviço Concentração x Desconcentração
público à sociedade. Assim, quando o Estado presta
os serviços por meio de seus órgãos e agentes Diferentemente da descentralização, a
integrantes da Administração direta, ou seja, que desconcentração ocorre exclusivamente dentro
compõem as pessoas políticas, diz-se que o serviço de uma mesma pessoa jurídica, constituindo
é prestado de forma centralizada. Assim, os serviços uma técnica administrativa utilizada para distribuir
são prestados pelos órgãos despersonalizados internamente as competências. Por meio da
integrantes da própria entidade política. Exemplo desconcentração é que surgem os órgãos. Nesse
disso são os serviços prestados pelos ministérios, contexto, há desconcentração quando a União se
pelas secretarias estaduais e municipais ou por seus organiza em ministérios ou quando uma autarquia ou
órgãos subordinados. Contudo, a entidade política empresa pública se organiza em departamentos para
pode optar por transferir a terceiro a competência melhor prestar os seus serviços.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Dessa forma,podemos perceber que a desconcentração objetivo de expressar a vontade do Estado”.


pode ocorrer tanto no âmbito das pessoas políticas
(União, DF, estados ou municípios) quanto nas Os órgãos são, portanto, centros de competências,
entidades administrativas da Administração indireta. sem personalidade jurídica própria, que atuam,
por meio dos agentes nele lotados, em nome da
A descentralização pressupõe a existência de, no entidade política ou administrativa que a integram.
mínimo, duas pessoas distintas: uma que transfere a Dessa forma, o desempenho das atribuições dos
competência e a outra que recebe. Não há relação órgãos é imputado à pessoa jurídica a que pertencem.
hierárquica. Nesse contexto, quando afirmamos que os órgãos
são “centros de competências”, significa que eles são
A desconcentração ocorre dentro uma única pessoa unidades que receberam determinadas atribuições,
jurídica, constituindo uma técnica administrativa de devendo desempenhá-las, por meio de seus agentes,
distribuição interna de competências. Existe relação em nome da entidade (política ou administrativa) que
hierárquica. compõem.

O inverso desconcentração é a concentração, isto Segundo o Código de Processo Civil, “Art. 7º Toda
é, a situação em que a pessoa jurídica integrante pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem
da Administração Pública extingue seus órgãos até capacidade para estar em juízo”. Por conseguinte,
então existentes, reunindo em um número menor de a regra geral é que os órgãos não possuem
unidades as respectivas competências. capacidade processual, uma vez que são figuras
despersonalizadas. Assim, entende se que os órgãos
É importante destacar, que a concentração/ não podem figurar em nenhum dos pólos de uma
desconcentração e a centralização/descentralização relação processual. Todavia, o entendimento tem
não são conceitos excludentes, ou seja, um serviço evoluído para permitir que determinados órgãos
pode ser prestado de forma centralizada mediante públicos, de natureza constitucional, possam
desconcentração, quando for desenvolvido por impetrar mandato de segurança, na defesa de suas
um órgão integrante da Administração direta; ou competências, quando violado por outro órgão.
pode ser prestado descentralizadamente mediante
desconcentração, quando for realizado por uma Criação dos órgão públicos
unidade integrante da Administração indireta.
A criação dos órgãos públicos deve ocorrer na forma
Por exemplo, um serviço prestado por uma delegacia prevista na Constituição, existindo uma disciplina
regional da Receita Federal é prestado de forma diferente para cada Poder.
centralizada – uma vez que a Receita Federal é órgão
da Administração direta – e desconcentrada – pois O Poder Executivo depende de lei em sentido formal
a delegacia regional é criada para desconcentrar as para a criação ou extinção de órgãos públicos da
competências dentro do Ministério da Fazenda. Outro Administração Direta (CF, art. 61, §1º,II, “e”). Nesse caso,
exemplo é um serviço prestado pela Superintendência a lei será de iniciativa do chefe do Poder Executivo ,
Regional do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, devendo ser aprovado pelo Poder Legislativo.
que é uma autarquia da União. Assim, o INSS pertence
à Administração indireta. Assim, o serviço em análise A organização e o funcionamento dos órgãos da
foi prestado de forma descentralizada – Administração Administração Direta, quando não implicarem
indireta – e desconcentrada – Superintendência “aumento de despesa nem a criação ou extinção de
Regional. órgãos públicos”, será realizada por meio de decreto do
Poder Executivo (CF, art. 84, VI, “a”). São os chamados
Órgãos Públicos decretos autônomos. Nesses casos, os órgãos já
foram criados por lei, sendo disciplinada apenas a
Segundo Hely Lopes Meirelles, os órgãos públicos são organização e o seu funcionamento por decreto.
“centros de competências instituídos para o desempenho
de funções estatais, através de seus agentes, cuja No Poder Legislativo, compete à Câmara dos
atuação é imputada à pessoa jurídica”. Na mesma Deputados e ao Senado Federal dispor, por atos
linha, Maria Sylvia Zanella Di Pietro define órgão próprios de cada Casa, sobre a sua organização,
público como “uma unidade que congrega atribuições funcionamento, criação e extinção de órgãos públicos
exercidas pelos agentes públicos que o integram com o (Câmara: 51, IV;Senado: art. 52, XIII; tudo da CF).
DIREITO ADMINISTRATIVO
9

Já no Poder Judiciário, a criação, extinção e pois desempenham um serviço específico, com maior
organização da estrutura judiciária depende de lei de autonomia em relação ao Poder central. Principais
iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais características:
Superiores e dos Tribunais de Justiça, conforme o caso,
nos termos do art. 96, II, “c” e “d” da CF. A mesma regra 1. Criação por lei;
se aplica ao Ministério Público (CF, art. 127, §2º) e 2. Personalidade jurídica pública;
ao Tribunal de Contas (CF, art.73, caput), que podem 3. Capacidade de autoadministração;
iniciar o processo legislativo para dispor sobre sua 4. Especialização dos fins ou atividades;
organização e funcionamento. 5. Realiza atividade típica do Estado

Administração pública direita A Constituição Federal de 1988, na redação inicial do


art. 39, determinava que a União, os estados, o Distrito
A Administração Direta é o conjunto de órgãos que Federal e os municípios deveriam instituir, no âmbito
integram as pessoas políticas ou federativas (União, de sua competência, regime jurídico único (RJU) para
estados, Distrito Federal e municípios), aos quais foi os servidores da administração pública direta, das
atribuída a competência para o exercício das atividades autarquias e das fundações públicas.
administrativas do Estado de forma centralizada.
Dessa forma, os entes da Federação deveriam instituir
o mesmo regime jurídico para os servidores da
Administração pública indireta administração direta, autárquica e fundacional. A
Constituição não determinou que o regime devesse ser
A Administração Pública Indireta é composta estatutário, apenas impôs que os entes adotassem um
pelas entidades administrativas, que possuem regime jurídico único. Contudo, o regime estatutário,
personalidade jurídica própria e são responsáveis em virtude das inúmeras garantias que representa ao
por executar atividades administrativas de forma servidor, foi o que prevaleceu.
descentralizada. São elas: as autarquias, as fundações
públicas e as empresas estatais (empresas públicas e A nomeação dos dirigentes das autarquias cabe
sociedades de economia mista). privativamente ao Presidente da República, nos
termos do art. 84, XXV, da Constituição Federal. Essa
As entidades da Administração Indireta não competência aplica-se, por simetria, aos governadores
possuem autonomia política e estão vinculadas à e prefeitos. A forma de investidura será disciplinada
Administração Direta. Vale dizer, a vinculação não é na lei que criar a entidade, podendo prever aprovação
subordinação, mas apenas uma forma de controle prévia do Senado Federal ou da casa legislativa dos
finalístico para fins de enquadramento da instituição estados ou municípios, (CF, art. 84, XIV).
no programa geral do Governo e para garantir o
atingimento das finalidades da entidade controlada. FUNDAÇÕES PÚBLICA

As entidades da Administração Indireta podem ser de As fundações surgiram no meio privado, em que são
direito público ou de direito privado. O que vai definir definidas como a personificação de um patrimônio
isso será a forma de criação: serão de direito público ao qual é atribuída uma finalidade social não
quando criadas diretamente por lei específica e de lucrativa. Assim, as fundações são conhecidas como
direito privado quando forem criadas pelo registro um patrimônio personalizado destinado a realizar
de seu ato constitutivo, após autorização para atividades de interesse social, como educação, saúde,
criação em lei específica. pesquisa científica, cultura, etc.

AUTARQUIAS Assim, no meio privado, a fundação resulta de iniciativa


de um particular, seja pessoa física ou jurídica, que
De forma mais simples, as autarquias representam destaca parte de seu patrimônio e a ele destina uma
uma extensão da Administração Direta, pois, em finalidade de caráter social. A partir do momento em
regra, realizam atividades típicas de Estado, que só que a fundação é criada, ganhando a personalidade
podem ser realizadas por entidades de direito público. jurídica própria, o particular não mais terá poder
Assim, elas são a personificação de um serviço sobre ela. Vale dizer, a fundação terá vida própria para
retirado da Administração Direta. Elas são criadas gerir os seus bens, desde que mantida a finalidade e
para fins de especialização da Administração Pública, legalidade da atividade.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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As duas características básicas das fundações: empresas públicas e das sociedades de economia
mista, segundo o qual a empresa pública é: “a entidade
• o fim social da entidade; e dotada de personalidade jurídica de direito privado,
com criação autorizada por lei e com patrimônio
• a ausência de fins lucrativos. próprio, cujo capital social é integralmente detido
• dotação patrimonial; pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
• personalidade jurídica própria, pública ou ou pelos Municípios” (art. 3º, caput). Por sua vez,
privada; sociedades de economia mista é definida como a
entidade dotada de personalidade jurídica de direito
• capacidade de autoadministração; privado, com criação autorizada por lei, sob a forma
• sujeição ao controle administrativo ou tutela de sociedade anônima, cujas ações com direito a
por parte da Administração Direta, nos limi- voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados,
tes estabelecidos em lei. ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da
administração indireta (Lei 13.303/2016, art. 4º).
As fundações públicas de direito público são
Das definições acima, é possível confirmar como há
efetivamente criadas por lei. Dessa forma, elas ganham
muito mais semelhanças do que diferenças entre essas
a personalidade jurídica no momento da vigência da
entidades administrativas.
lei instituidora. Por outro lado, as fundações públicas
de direito privado recebem autorização legislativa
Maria Sylvia Zanella Di Pietro cita como traços
para criação, mas dependem do registro do ato
comuns às empresas públicas e sociedades de
constitutivo no Registro Civil de Pessoas Jurídicas para
economia mista:
que adquiram a personalidade jurídica.
• a criação e extinção autorizadas por lei;
Os fins a que se destinam as fundações públicas
• personalidade jurídica de direito privado;
devem sempre possuir um caráter social. Com efeito,
essas entidades não possuem fins lucrativos e, por • sujeição ao controle estatal;
conseguinte, seus recursos extras serão sempre • desempenho de atividade de natureza econômica.
aplicados no aprimoramento das finalidades da
entidade. Nos termos do inc. XIX, art. 37, da CF/88, a instituição
de empresa pública e de sociedade de economia mista
A CF/88 normatizou que lei complementar, definirá as deve ser autorizada por lei específica. Após a edição
áreas de sua atuação fundações. da lei autorizativa, será elaborado o ato constitutivo,
cujo registro no órgão competente significará o início
Todavia, como ainda não foi criada a lei complementar, da personalidade jurídica da entidade. Assim, as
surgem algumas divergências. Parte da doutrina empresas públicas e sociedades de economia mista
entende que essa lei complementar deverá definir nascem, efetivamente, após o registro de seu ato
somente a área de atuação das fundações públicas constitutivo no órgão competente.
de direito privado; enquanto a área de atuação das
fundações públicas de direito público será disciplinada Com efeito, conforme estabelece a Constituição, a lei
na respectiva lei instituidora. deverá ser específica. Não significa que a lei deverá
tratar tão somente da criação da EP e da SEM, mas sim
que o assunto (matéria) da lei deverá ser relacionado
Empresa Pública e Sociedade de com as competências da nova entidade. Assim, não
Economia Mista poderá uma lei abordar um assunto e, de forma
genérica, autorizar a criação de uma empresa pública.
As duas são entidades administrativas, integram Deverá a norma, isso sim, tratar da matéria relacionada
a administração indireta, possuem personalidade com a empresa, disciplinando a sua finalidade,
jurídica de direito privado, têm sua criação autorizada estabelecendo diretrizes, competências, estrutura, etc.
em lei e podem ser criadas para explorar atividade
econômica ou prestar serviços públicos. De forma simples, as empresas públicas e sociedades
de economia mista podem desenvolver dois tipos de
Vejamos a definição de cada uma dessas entidades atividade:
nos ensinamentos de José dos Santos Carvalho Filho:
A Lei 13.303/2016, que trata do regime jurídico das
DIREITO ADMINISTRATIVO
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● explorar atividade econômica; De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,


● prestar serviço público. tais autarquias possuem personalidade jurídica de
direito:
A regra geral é que as empresas públicas e as
sociedades de economia mista sejam criadas para atuar a. público e são integrantes da Administração Direta,
na exploração de atividades econômicas em sentido criadas por lei ordinária ou complementar, para
estrito. Contudo, a atuação do Estado na exploração desempenhar serviços públicos essenciais;
direta da atividade econômica só é admitida quando b. público e são integrantes da Administração
necessária aos imperativos da segurança nacional Indireta, criadas por lei específica para
ou a relevante interesse coletivo (CF. art. 173,caput). desempenhar funções que, despidas de caráter
econômico, sejam próprias e típicas do Estado;
Diferenças entre Empresa Pública e c. público e são integrantes da Administração
Indireta, criadas por ato administrativo por parte
Sociedade de Economia Mista do chefe do respectivo Poder Executivo, para
exercer atividade de interesse público;
As diferenças entre as empresas públicas e as d. privado e são integrantes da Administração Indireta,
sociedades de economia mista resumem-se em três: criadas por lei específica para desempenhar
funções de interesse público e social;
• forma jurídica: As sociedades de econo- e. privado e são integrantes da Administração
mia mista devem, obrigatoriamente, ter a for- Direta, criadas por ato administrativo por parte do
ma de sociedade anônima (S/A), por outro chefe do respectivo Poder Executivo, para exercer
lado, as empresas públicas podem ser formadas atividade de interesse público.
sob qualquer forma admitida em direito.

• composição do capital: As sociedades de economia 2. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova:
mista admitem a participação de capital público e de FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área
capital privado, enquanto as empresas públicas só Técnico-Administrativa
admitem capital público. No caso das sociedades de
economia mista, podem ser conjugados recursos de De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
pessoas de direito público ou de outras pessoas admi- em matéria de regime jurídico, é correto afirmar
nistrativas com recursos de particulares. No entanto, o que uma autarquia estadual do Ceará:
controle acionário da entidade deve permanecer com
a. não possui personalidade jurídica própria e
o ente instituidor, logo a maioria do capital votante
autonomia financeira, pois está vinculada ao ente
sempre pertencerá ao ente que instituiu a entidade.
federativo que a criou;
Por outro lado, as empresas públicas são formadas
b. não está hierarquicamente subordinada ao ente
com capital totalmente público. federativo que a criou, mas se sujeita a controle
finalístico;
c. não pode cobrar taxas e demais tributos para
exercício do poder de polícia ou prestação de
VAMOS PRATICAR 2 serviços públicos inerentes às suas finalidades;
d. tem seu pessoal regido pela consolidação das leis
do trabalho, e o ingresso no serviço público se dá
por meio de concurso público;
e. integra a administração pública indireta, possui
personalidade jurídica de direito privado e é criada
1. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova:
por delegação negocial do Chefe do Executivo
FGV - 2018 - MPE-RJ - Estágio Forense
estadual.
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis) e o INEA
(Instituto Estadual do Ambiente) são autarquias
criadas, respectivamente, pela União e pelo
Estado do Rio de Janeiro, para a proteção do meio
ambiente.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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3. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de 5. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de
de Salvador - BA - Especialista em Políticas Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais
Públicas
Sobre a descentralização por colaboração, assinale
No que concerne às Agências Reguladoras, a afirmativa correta.
importantes entidades criadas para fiscalizar
e regular serviços de determinados setores a. Ocorre quando a Constituição atribui a um ente
econômicos, assinale a afirmativa incorreta. específico que exerça atribuições próprias de forma
autônoma ao ente central.
a. As agências devem ter necessariamente b. Ocorre quando a Administração Pública transfere,
personalidade jurídica de direito público, dotadas por contrato ou ato administrativo unilateral, a
de independência administrativa e autonomia execução de serviço público a uma pessoa jurídica
financeira. de direito privado.
b. Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, c. Ocorre quando é outorgada a outros órgãos funções
de determinada entidade administrativa, visando ao
sendo estritamente vedada a possibilidade de
aumento de eficiência.
exoneração ad nutum.
d. Ocorre quando a Lei específica cede a titularidade
c. As agências são autarquias ou fundações públicas de serviço público a uma pessoa jurídica do direito
que celebraram contrato de gestão com o Poder público, sem que o cedente interfira nas atividades.
Público. e. Ocorre quando as organizações paraestatais
d. Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo celebram ajuste com a Administração Pública
Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, por termo cooperação e se tornam parte da
no entanto, agir conforme suas finalidades administração indireta.
específicas.
e. As agências podem existir tanto em âmbito federal
quanto estadual e municipal, desde que criadas 6. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de
por lei. Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de
Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais

4. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Determinado município baiano autoriza, por
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de meio de lei, a instituição de uma autarquia com a
Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais finalidade de gerir o trânsito e os estacionamentos
públicos da região. Para preencher os cargos desta
O conceito de agência executiva foi criado com autarquia, serão realizados concursos públicos, e
o objetivo precípuo de otimizar recursos, reduzir os empossados serão regidos pelo regime jurídico
custos e aperfeiçoar a prestação de serviços estatutário. Além disso, visando a contenção
públicos. Essa noção tem sua origem em um modelo de despesas, o Município irá convocar alguns
utilizado nos Estados Unidos e foi importado pelo empresários locais para participar do capital da
Brasil no período de reforma administrativa do autarquia, deixando o Poder Público apenas com
Estado, na década de 90.Considerando as Agências 51% do controle.
Executivas, analise as afirmativas a seguir.
I. É um tipo de qualificação dada à uma pessoa Em relação ao apresentado na situação, está de
jurídica. acordo com a legislação brasileira que dispõe sobre
II. Garante maior autonomia ao ente público. as autarquias:
III. Altera a natureza jurídica da entidade.
a. A A autorização da instituição da autarquia por lei,
Está correto o que se afirma em o uso do regime jurídico único estatutário para o
pessoal e a participação da iniciativa privada em
a. A I, apenas. seu capital.
b. B II, apenas. b. B A autorização da instituição por lei da autarquia
c. C III, apenas. e a participação de empresários em seu capital.
d. D I e II, apenas. c. C A autorização da instituição da autarquia por
e. E II e III, apenas. lei, o uso do regime jurídico estatutário para o
pessoal.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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d. D O uso do regime jurídico estatutário para o Esse tipo de técnica, em que a Administração
pessoal e a participação da iniciativa privada em Pública divide a atividade administrativa em
seu capital. órgãos, é conhecida por
e. E O uso do regime jurídico estatutário para o
pessoal. a. desconcentração.
b. outorga.
c. publicização.
7. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de d. permissão.
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de e. avocação.
Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais

O Prefeito do Município Alfa solicitou orientações 9. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova:
de sua assessoria jurídica a respeito da sistemática FGV - 2018 - AL-RO - Assistente Legislativo -
de criação de uma autarquia, da natureza de sua Técnico em Informática
personalidade jurídica e da possibilidade desse
ente celebrar contrato, a ser firmado por seus Assinale a opção que indica a modalidade de
administradores, com o poder público, visando a administração do Estado em que há transferência
ampliar a sua autonomia gerencial, orçamentária de serviços e competências para outras pessoas
e financeira. jurídicas.

À luz da sistemática constitucional, a assessoria a. concentrada.


respondeu corretamente que as autarquias b. desconcentrada.
c. particularizada.
a. são criadas por lei específica, possuindo d. descentralizada.
personalidade jurídica de direito público e estando e. funcionalizada.
autorizadas a celebrar os denominados contratos
de gestão.
b. têm sua instituição autorizada por lei, possuindo 10. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV
personalidade jurídica de direito público e não - 2018 - TJ-SC - Técnico Judiciário Auxiliar
estando autorizadas a celebrar contratos com o
Poder Público. Centros de competência especializada dispostos
c. são criadas por ato administrativo negocial, na intimidade de uma pessoa jurídica, sem
possuindo personalidade jurídica de direito público personalidade jurídica e vontade próprias, com
e não estão autorizadas a celebrar contratos com intenção de garantir a especialização nas atividades
o Poder Público. prestadas com maior eficiência, são chamados pela
d. são criadas por lei específica, possuindo doutrina de Direito Administrativo de:
personalidade jurídica de direito privado e os
seus contratos são celebrados pelo Ministro a. órgãos, sejam da Administração Direta, sejam as
responsável pela supervisão. entidades de direito público da Administração
e. têm sua instituição autorizada por lei específica, Indireta, e somente podem ser criados ou extintos
possuindo personalidade jurídica de direito por meio de lei;
público e os seus contratos são celebrados pelo b. autarquias, que fazem parte da Administração
Ministro responsável pela supervisão. Indireta, e somente podem ser criadas por meio
de lei específica, após regular processo legislativo;
8. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de c. fundações públicas, que fazem parte da
Niterói - RJ Prova: FGV - 2018 - Prefeitura de Administração Indireta, e podem ser criadas por
Niterói - RJ - Analista de Políticas Públicas e meio de qualquer ato normativo;
Gestão Governamental d. entidades da Administração Indireta, que podem
ser criadas por meio de qualquer ato normativo,
A Prefeitura de Terra Bela decide promover a após regular processo administrativo ou legislativo;
criação de uma controladoria geral para exercer o e. entidades da Administração Direta, que somente
controle interno dos órgãos e entidades do Poder podem ser criadas ou extintas por meio de lei,
Executivo municipal. após regular processo legislativo.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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3. ATOS ADMINISTRATIVOS requisitos significa dizer que o ato administrativo


poderá ter vício de legalidade ficando sujeito à
anulação.
O exercício da função executiva da Administração Elementos dos atos administrativos:
Pública se expressa por meio de atos administrativo.
Em outra palavras, é a manifestação unilateral ● competência: poder legal conferido ao agente
da Administração Pública no exercício da função para o desempenho de suas atribuições;
administrativa. ● finalidade: o ato administrativo deve se destinar
ao interesse público (finalidade geral) e ao
Mas vale ressaltar que o ato administrativo ocorre na objetivo diretamente previsto na lei ( f i n a l i d a d e
Administração Pública ou nos particulares estejam específica);
atuando com o fim de atender a uma finalidade ● forma: é o modo de exteriorização do ato;
pública. Neste caso, é necessário que eles estejam ● motivo: situação de fato e de direito que gera a
investidos das prerrogativas do regime-jurídico vontade do agente que pratica o ato;
administrativo. ● objeto: também chamado de conteúdo, é aquilo
que o ato determina, é a alteração no mundo
Fato Administrativo jurídico que o ato se propõe a processar, ou seja,
o efeito jurídico do ato.
Em resumo podemos considerar o fato administrativo
como consequência de um ato administrativo, isto é, Elemento Competência
é a operação material do ato administrativo (O QUE
ACONTECE NA PRÁTICA). Dessa forma, após o Estado Segundo Hely Lopes Meirelles, a competência
manifestar a sua vontade, cumpre o dever de executar. administrativa é o poder atribuído ao agente para
Por exemplo, a demolição de um prédio (atividade o desempenho específico de suas funções. As
material – fato administrativo) é resultante da ordem competências resultam de lei e por ela são delimitadas.
de serviço da administração (manifestação da Logo, de forma simples, podemos entender as
vontade – ato administrativo); a edição de um decreto competências como o poder legal conferido aos
(ato administrativo) por ter como consequência agentes públicos para o desempenho de suas
a desapropriação de um bem particular (fato atribuições. Além de ser um poder, a competência é
administrativo). um dever, isso porque o agente competente é obrigado
a atuar nas condições que a lei o determinou.
Silêncio administrativo

Partindo dos ensinamentos de Bandeira de Mello e Quem titulariza uma competência tem o poder-
de Carvalho Filho, o silêncio administrativo, isto é, dever de desempenhá-la. Não se pode renunciar a
a omissão da Administração quando lhe incumbe competência, tendo em vista a indisponibilidade do
o dever de se pronunciar, não é ato administrativo. interesse público. Portanto, a competência é sempre
Dessa forma, os autores consideram o silêncio como um elemento vinculado do ato administrativo. A
um fato jurídico administrativo. Por exemplo, se um competência possui as seguintes características:
cidadão requisitar o seu direito de obter certidão em
repartições públicas, para a defesa de um direito seu ● irrenunciáveis, por conseguinte, quem possui as
e a Administração não atender ao pedido dentro do competências não pode abrir mão delas enquanto
prazo, não teremos um ato administrativo, pois não as titularizar. Admite-se apenas que o exercício
houve manifestação de vontade. Contudo, a omissão, da competência seja, temporariamente,
nesse caso, pode gerar diversos efeitos, pois viola o delegado. Porém, nesses casos, a autoridade
dever funcional do agente público. Além disso, se delegante permanece apta a exercer a competência
a omissão gerar algum dano ao cidadão, o Estado e pode revogar a delegação a qualquer
poderá ser responsabilizado patrimonialmente. Ainda tempo, logo continua com a sua titularidade;
assim, como não houve manifestação, mas ocorreu
um efeito jurídico, temos somente um fato jurídico ● intransferíveis, ou seja, não podem ser objeto
administrativo. de transação para repassá-las a terceiros. Aqui,
valem as mesmas observações feitas acima;
Vamos conversar sobre os pressupostos de validade
dos atos administrativos. O não cumprimento desse
DIREITO ADMINISTRATIVO
15

● imodificáveis pela vontade do próprio titular, exercício da atribuição delegada.


uma vez que os seus limites são estabelecidos • A Lei dispõe, ainda, que as decisões adotadas
em lei. Ninguém pode dilatar ou restringir uma por delegação devem mencionar explicitamente
competência por sua própria vontade, devendo esta qualidade. Por exemplo, se o Presidente da
sempre observar as determinações legais; República delegar uma atribuição a um ministro
de Estado, quando o ministro editar o ato, deverá
● imprescritíveis, isto é, mesmo que a pessoa informar, de forma expressa, que o está fazendo
fique por um longo tempo sem utilizar a sua por meio de delegação.
competência, nem por isso ela deixará de existir.
Quanto à avocação, é definida por Hely Lopes Meirelles
Agora vamos detalhar alguns pontos importantes da como “chamar para si funções originalmente
competência: a delegação e a avocação. atribuídas a um subordinado”.

A delegação de competência envolve a transferência Dessa forma, a avocação é o contrário da delegação,


da execução ou da incumbência da prestação do porém com algumas particularidades. Enquanto a
serviço, sendo que a titularidade permanece com delegação pode ser feito com ou sem hierarquia,
o delegante, que poderá, a qualquer momento, a avocação só é possível se existir hierarquia entre
revogar a delegação. A delegação, desde que não os órgãos ou agentes envolvidos.Será permitida,
exista impedimento legal, pode ocorrer para órgãos “em caráter excepcional e por motivos relevantes
ou agentes, subordinados ou não, ou seja, é possível devidamente justificados, a avocação temporária de
delegar uma atribuição, ainda que não haja hierarquia competência atribuída a órgão hierarquicamente
entre o delegante (aquele que delega a atribuição) e inferior”. Do dispositivo, é possível perceber que a
o delegado (aquele que recebe a atribuição). Quando avocação é uma medida de exceção, que só poderá
existir hierarquia, a delegação se efetivará por meio ocorrer por motivos relevantes, devidamente
de ato unilateral, efetivando-se independentemente justificados e somente de forma temporária. A
do consentimento ou concordância do órgão ou doutrina enfatiza apenas que não poderá ocorrer
autoridade delegada. Por outro lado, se não houver avocação quando a competência é exclusiva do
hierarquia, a delegação dependerá de concordância subordinado, uma vez que um ato administrativo não
do órgão ou agente que recebe a delegação, ou seja, pode se sobrepor à Lei.
ocorrerá por ato bilateral.
Elemento Finalidade
A Lei estabelece os casos que não podem ser objeto
de delegação: A finalidade é o objetivo de interesse público a
atingir. Todo ato administrativo deve ser praticado
● a edição de atos de caráter normativo; com o fim público. Dessa forma, a finalidade é um
● a decisão de recursos administrativos – uma elemento vinculado do ato administrativo, pois não se
vez que os recursos administrativos decorrem concebe a atuação dos órgãos e agentes públicos fora
da hierarquia e, portanto, devem ser decididos do interesse público ou da finalidade expressamente
por instâncias diferentes, sob pena de perder o prevista em lei. Nesse contexto, a finalidade divide-
sentido; se em finalidade geral (sentido amplo) e finalidade
● as matérias de competência exclusiva específica (sentido estrito).
do órgão ou autoridade – como a
competência é exclusiva, se ocorrer delegação, A finalidade geral é sempre a satisfação do interesse
ocorrerá também uma ilegalidade. público, pois é nisso que se pauta toda a atuação da
Administração Pública.
Algumas formalidades devem ser observadas para
que a delegação seja efetiva: A finalidade específica, por sua vez, é aquele que a lei
elegeu para o ato. Vale dizer novamente, em sentido
● o ato de delegação e sua revogação deverão ser amplo, a finalidade é sinônimo de interesse público,
publicados em meio oficial; pois todo ato administrativo deve ser realizado para
● o ato de delegação deve especificar as matérias alcançar o interesse público. Em sentido estrito, por
e poderes transferidos, os limites da atuação do outro lado, significa a finalidade específica do ato,
delegado, a duração e os objetivos da delegação que é aquela que decorre da lei.
e o recurso cabível, podendo conter ressalva de
DIREITO ADMINISTRATIVO
16

Enquanto a finalidade geral é comum a todos os atos meios são exceção, pois buscam atender a situações
administrativos, a finalidade específica difere-se para específicas.
cada ato, conforme dispuser as normas legais.
Uma vez que a forma dos atos administrativos é definida
Existe o desvio de finalidade “se verifica quando em lei, a sua inobservância representa a invalidação do
o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele ato por vício de legalidade (especificamente, vício de
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de forma).
competência”. Por “regra de competência” devemos
entender a lei que atribuiu a competência ao agente. Em algumas situações, o vício de forma representará
Dessa forma, se o ato for praticado com finalidade mera irregularidade sanável. Isso ocorre quando o
distinta daquela prevista em lei, teremos a ocorrência vício não atinge a esfera de direito do administrado,
do chamado desvio de finalidade. podendo ser corrigido por convalidação. Por exemplo,
quando a lei determina que um ato administrativo seja
A análise do desvio de finalidade deve ocorrer em formalizado por uma “ordem de serviço”, mas o agente
conjunto com a competência. Isso porque, no desvio de se utilizou de uma portaria, não há qualquer violação
finalidade, o agente é competente para desempenhar de direito, podendo ser feita a correção deste ato.
o ato, porém o faz com finalidade diversa. Por
consequência, o ato sofre de vício insanável. Trata-se Contudo, o vício de forma será insanável quando
de ato nulo, não sujeito à convalidação. afetar o ato em seu próprio conteúdo. Portanto,
podem gerar a invalidação, em decorrência de vício
Assim como existem dois tipos de finalidade (geral e da forma, defeitos considerados essenciais para
específica), existem também dois tipos de desvio de a prática do ato administrativo, inclusive quanto ao
finalidade: procedimento específico em atos que afetem direitos
dos administrados.
● quando o agente busca finalidade distinta do
interesse público (por exemplo, realizar uma Elemento Motivo
desapropriação com o objetivo exclusivo de
favorecer ou prejudicar alguém); O motivo, também chamado de causa, é a situação
de direito ou de fato que determina ou autoriza a
realização do ato administrativo. O pressuposto de
● quando o agente realiza um ato condizente com o direito do ato é o conjunto de requisitos previsto
interesse público, mas com finalidade específica na norma jurídica (o que a lei determina que deva
diferente da prevista em lei (o exemplo da ocorrer para o ato ser realizado).
remoção de ofício enquadra-se perfeitamente
neste caso). O motivo pode estar previsto em lei, caso em que
será um elemento vinculado; ou pode ser deixado
Elemento Forma a critério do administrador, quando teremos um ato
discricionário.
A forma é o revestimento exteriorizador do ato
administrativo, constituindo um elemento vinculado, Motivo e motivação são coisas distintas. Aquele
pelo menos na doutrina dominante. corresponde aos pressupostos de fato e de direito
do ato administrativo, enquanto esta se refere à
A a forma representa tanto a exteriorização quanto exposição ou declaração por escrito do motivo
às formalidades para a formação da vontade da da realização do ato. A motivação é obrigatória
Administração. em todos os atos vinculados e na maioria dos atos
discricionários. Porém, se o gestor decidir motivar seu
Os atos administrativos devem ser apresentados ato quando a lei não obriga, estará se vinculando à
em uma forma específica prevista na lei. Todo motivação apresentada.
ato administrativo, em regra, é formal. A forma
predominante é sempre a escrita, mas os atos Elemento Objeto
administrativos podem se apresentar por gestos (p. ex.
de guardas de trânsito), palavras (p. ex. atos de polícia O objeto é o conteúdo do ato administrativo. É o que
de segurança pública) ou sinais (p. ex. semáforos ou efetivamente cria, extingue, modifica ou declara, isto é,
placas de trânsito). Ressalta-se, contudo, que esses o efeito jurídico que o ato produz.
DIREITO ADMINISTRATIVO
17

Assim como o motivo, o objeto pode ser vinculado ou previamente definidas em lei como aptas a
discricionário. Será vinculado quando a lei estabelecer produzir determinados resultados. Este atributo
exatamente o conteúdo do ato. Por outro lado, a lei está relacionado com o princípio da legalidade,
pode não definir exatamente o objeto, deixando uma determinando que a Administração só pode agir
margem de escolha ao agente. quando houver lei determinando ou autorizando.

Para que um objeto seja válido, ele deve ser lícito


(conforme a lei); possível (realizável no mundo Classificação dos Atos Administrativos
dos fatos e do direito),certo (definido quanto ao
destinatário, aos efeitos, ao tempo e ao lugar); e Atos gerais e individuais
moral (em consonância com os padrões comuns
de comportamento, aceitos como corretos, justos e Os atos gerais ou normativos são aqueles que não
éticos). possuem destinatários determinados. Eles apresentam
hipóteses genéricas de aplicação, que alcançará todos
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS os sujeitos que nelas se enquadrarem.

Os atributos, também chamados de características, dos Os atos individuais ou especiais são aqueles que
atos administrativos são as qualidades que os diferem se dirigem a destinatários certos, determináveis.
dos atos privados. São, portanto, as características que São aqueles que produzem efeitos jurídicos no
permitem afirmar que o ato se submete o ao regime caso concreto, a exemplos da nomeação, demissão,
jurídico de direito público. Apesar das divergências, tombamento, licença, autorização, etc.
existem quatro atributos dos atos administrativos:
Atos internos e externos

● presunção de legitimidade ou veracidade: Os atos internos são aqueles que se destinam a produzir
Legitimidade pressupõe-se, até que se prove efeitos no interior da Administração Pública, alcançando
o contrário, que os atos foram editados em seus órgãos e agentes. Esses atos, em regra, não geram
conformidade com alei. A veracidade, por sua direitos adquiridos e podem, por conseguinte, ser
vez, significa que os fatos alegados revogados a qualquer tempo. São exemplos de atos
pela Administração presumem-se verdadeiros. internos uma portaria que determina a formação de um
grupo de trabalho, a expedição de uma ordem de serviço
● Imperatividade: os atos administrativos impõem interna e outros.
obrigações a terceiros, independentemente
Os atos externos, por outro lado, são todos aqueles
de concordância. Com efeito, a imperatividade
que alcançam os administrados, os contratantes ou,
depende, sempre, de expressa previsão legal. em alguns casos, os próprios servidores, provendo
Não está presente em todos os atos sobre os seus direitos, obrigações, negócios ou
administrativos, mas tão somente naqueles conduta perante a Administração. Esses atos devem ser
que imponhamobrigaçõesaosadministrados. publicados oficialmente, dado o interesse público no seu
conhecimento.
● Autoexecutoriedade: Consiste na possibilidade
que certos atos ensejam de imediata e direta Atos de império, de gestão e de expediente
execução pela Administração, sem necessidade de
ordem judicial. Permite, inclusive, o uso da força Os atos de império são aqueles praticados com todas
para colocar em prática as decisões administrativas. as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos
Mas não afasta o direito do administrado de buscar de maneira unilateral e coercitivamente ao particular,
o socorro no Poder Judiciário se achar que seus independentemente de autorização judicial. Os atos
direitos estão sendo prejudicados indevidamente. decorrentes do exercício do poder de polícia são típicos
A autoexecutoriedade não está presente em todos exemplos de atos de império.
os atos administrativos. Ela existe em duas situações:
(a) quando estiver expressamente prevista em Os atos de gestão são aqueles praticados em situação
lei; (b) quando se tratar de medida urgente. de igualdade com os particulares, para a conservação
e desenvolvimento do patrimônio público e para a
● Tipicidade: é o atributo pelo qual o ato gestão de seus serviços.
administrativo deve corresponder a figuras
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Os atos de expediente são atos internos da O ato nulo, ao contrário, é aquele que sofre de vício
Administração Pública que se destinam a dar insanável em algum dos seus requisitos de validade,
andamentos aos processos e papéis que se realizam não sendo possível, portanto, a sua correção. Logo, ele
no interior das repartições públicas. Caracterizam-se será anulado por ato da Administração ou do Poder
pela ausência de conteúdo decisório, pelo trâmite Judiciário.
rotineiro de atividades realizadas nas entidades e
órgãos públicos. O ato anulável, por sua vez, é aquele que apresenta
algum vício sanável, ou seja, que é passível de
Atos vinculados e discricionários convalidação pela própria Administração, desde que
não seja lesivo ao patrimônio público nem cause
Os atos vinculados são aqueles praticados sem prejuízos a terceiros.
margem de liberdade de decisão, uma vez que a lei
determinou, o único comportamento possível a ser O ato inexistente é aquele que possui apenas aparência
obrigatoriamente adotado é sempre aquele em que de manifestação de vontade da Administração, mas
se configure a situação objetiva prevista na lei. não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo.
Exemplo de ato inexistente é aquele praticado por
Os atos discricionários, por outro lado, ocorrem uma pessoa que se passe por auditor da Receita
quando a lei deixa uma margem de liberdade para o Federal e, com base nisso, lavrar um auto de infração.
agente público. Além dessas hipóteses em que a lei O ato será inexistente e, para fins de impugnação, será
claramente estabelece uma margem de liberdade, a equivalente ao ato nulo.
doutrina menciona que o ato será discricionário quando
a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados, Espécies de atos administrativos
deixando para a Administração a possibilidade
de apreciar, segundo juízo de conveniência e Atos negociais: são aqueles em que a manifestação de
oportunidade, se o fato corresponde ao que consta vontade da Administração coincide com determinado
na lei. Por exemplo, quando a lei dispõe sobre uma interesse particular, são atos em que não se faz
pena em caso de “falta grave”, mas não determina o presente a imperatividade ou autoexecutoriedade do
que é isso, caberá ao agente público, diante de uma particular. São exemplos: (1) licença: ato vinculado
irregularidade, enquadrá-la como falta grave ou não. e definitivo a exemplo das licenças para dirigir e
construir; (2) permissão: ato discricionário e precário
Atos Simples, complexo e composto (pode ser revogado a qualquer momento) produzido
quando o interesse predominante é o público, como
O ato simples é que aquele que resulta da manifestação a permissão de serviços públicos prevista na CF/88;
de vontade de um único órgão, seja ele unipessoal ou (3) autorização: também é discricionário e precário,
colegiado. porém o interesse predominante é o do particular –
autorização para explorar serviço de taxi.
O ato complexo, por sua vez, é o que necessita da
conjugação de vontade de dois ou mais diferentes Atos enunciativos: é o ato pelo qual a Administração
órgãos ou autoridades. Apesar da conjugação de declara um fato ou profere uma opinião, sem que
vontades, trata-se de ato único. tal manifestação, por si só, produza consequências
jurídicas – certidão, atestado, visto, parecer, etc.;
O ato composto é aquele produzido pela
manifestação de vontade de apenas um órgão da Atos punitivos: são os atos pelos quais a Administração
Administração, mas que depende de outro ato que o aplica sanções aos seus agentes e aos administrados
aprove para produzir seus efeitos jurídicos (condição em decorrência de ilícitos administrativos;
de exequibilidade). Assim, no ato composto teremos
dois atos: o principal e o acessório ou instrumental. Atos normativos: são os atos gerais e abstratos.
Um ato administrativo geral é aquele que têm
Ato Válido, nulo, anulável e inexistente destinatários indeterminados, como a portaria que
dispõe sobre o horário de funcionamento de um
O ato válido é aquele praticado com observância de órgão público – ela se aplica a todas as pessoas que
todos os requisitos legais, relativos à competência, à tiverem interesse em se deslocar ao órgão.
forma, à finalidade, ao motivo e ao objeto.
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Atos ordinatórios: são atos administrativos internos, que os defeitos dos atos sejam sanáveis; (4) decisão
destinados a estabelecer normas de conduta para os discricionária (“poderão”) acerca da conveniência e
agentes públicos, sem causar efeitos externos é esfera oportunidade de convalidar o ato (no lugar de anulá-
administrativa. Decorrem do poder hierárquico. São lo). Existem apenas dois tipos de vícios considerados
exemplos: as ordens de serviço, portarias internas, sanáveis. O primeiro se relaciona com a competência,
instruções, avisos, etc.. e só é admitido se ela não for exclusiva. O segundo
trata da forma, permitindo a convalidação quando ela
Extinção dos atos administrativos não for essencial. Vamos analisar cada uma dessas
hipóteses:
Em respeito ao atributo da presunção de legitimidade,
uma vez em vigor, o ato administrativo produzirá os a) vício decorrente da competência (desde que não
seus efeitos, possuindo vícios de legalidade ou não, se trate de competência exclusiva) – se o subordinado,
até que ocorra formalmente o seu desfazimento. sem delegação, praticar um ato que era de competência
As formas mais comuns de desfazimento dos atos não exclusiva de seu superior, será possível convalidar
administrativos são: o ato;

Anulação - também chamada de invalidação, é o b) vício decorrente da forma (desde que não se trata
desfazimento do ato administrativo em virtude de de forma essencial) – por exemplo, se, para punir um
ilegalidade. Como a ilegalidade atinge desde a origem agente, a lei determina a motivação, a sua ausência
do ato, a sua invalidação possui efeitos retroativos (ex constitui vício de forma essencial, insanável portanto.
tunc). Além disso, a anulação dos atos administrativos Porém, quando o agente determina a realização de um
é um poder-dever da Administração, podendo realizá- serviço por meio de portaria, quando deveria fazê-lo
la diretamente, por meio de seu poder de autotutela. por ordem de serviço, não se trata de forma essencial
A anulação também pode ser realizada pelo Poder e, por conseguinte, é possível convalidar o ato.
Judiciário por meio da devida ação com essa finalidade.
Em regra, a anulação é obrigação da Administração, A convalidação pode abranger atos discricionários e
ou seja, constatada a ilegalidade, o agente público vinculados, pois não se trata de controle de mérito,
deve promover a anulação do ato administrativo. mas tão somente de legalidade.
Todavia, a doutrina entende que é possível deixar de
anular um ato quando os prejuízos da anulação foram Revogação - é a supressão de um ato administrativo
maiores que a sua manutenção. Além disso, há casos válido e discricionário por motivo de interesse
em que a segurança jurídica e a boa fé fundamentam público superveniente, que o tornou inconveniente
a manutenção do ato. Imagine que um agente público ou inoportuno. Trata-se, portanto, da extinção de um
se aposente e 20 anos depois se constate ilegalidade ato administrativo por conveniência e oportunidade
no ato que lhe concedeu esse direito. Seria plausível da Administração. Na revogação não há ilegalidade.
determinar que o servidor retorne ao trabalho nessas Por isso, o Poder Judiciário não pode revogar um ato
condições? É possível que não. Assim, presente uma praticado pela Administração. Também em virtude
situação como essa, a Administração deve decidir qual da legalidade do ato, a revogação possui efeitos ex
a melhor solução para o interesse público. Sempre que nunc (a partir de agora). Nem todo ato administrativo
existir a anulação de um ato, devem ser resguardados é passível de revogação, existindo diversas limitações,
os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de conforme ensina a doutrina.
boa-fé. Não se trata de direito adquirido, uma vez que
não se adquire direito de um ato ilegal. Porém, os a) atos vinculados: precisamente porque não se fala
efeitos já produzidos, mas que afetam terceiros de em conveniência e oportunidade no momento da
boa-fé, não devem ser invalidados. edição do ato e, por conseguinte, também não se
falará na hora de sua revogação;
Convalidação - representa a possibilidade de “corrigir”
ou “regularizar” um ato administrativo, possuindo b) atos que exauriram os seus efeitos: como a
efeitos retroativos (ex tunc). Assim, a convalidação tem revogação não retroage, mas apenas impede que o
por objetivo manter os efeitos já produzidos pelo ato ato continue a produzir efeitos, se o ato já se exauriu,
e permitir que ele permaneça no mundo jurídico. São não há mais que falar em revogação.
quatro condições, portanto, para a convalidação de
um ato: (1) que isso não acarrete lesão ao interesse
público; (2) que não cause prejuízo a terceiros; (3)
DIREITO ADMINISTRATIVO
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c) quando já se exauriu a competência relativamente revelando que a Promotoria Criminal da Capital


ao objeto do ato: suponha que o administrado tenha também estava com sobrecarga de trabalho.
recorrido de um ato administrativo e que o recurso
já esteja sob apreciação da autoridade superior, No caso em tela, o ato administrativo de revogação
a autoridade que praticou o ato deixou de ser praticado pelo Chefe do MP está:
competente para revogá-lo;
a. de acordo com o ordenamento jurídico, eis que
d) os meros atos administrativos: como as certidões, o Administrador Público tem a prerrogativa
atestados, votos, porque os efeitos deles decorrentes de revogar o ato administrativo que se revele
são estabelecidos em lei; inoportuno ou inconveniente;
b. de acordo com o ordenamento jurídico, eis que o
e) atos que integram um procedimento: a cada novo
Administrador Público tem a prerrogativa de anular
ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior. Ou
o ato administrativo que se revele inoportuno ou
seja, ultrapassada uma fase do procedimento, não se
inconveniente;
pode mais revogar a anterior;
c. de acordo com o ordenamento jurídico, eis que
f) atos que geram direito adquirido: isso consta o Administrador Público tem a prerrogativa de
expressamente na Súmula 473 do STF. revogar o ato administrativo que se revele ilegal;

Decadência administrativa d. em desacordo com o ordenamento jurídico, eis


que criou expectativa de direito para João e apenas
Segundo a Lei 9.784/1999 (art. 54), “O direito da poderia ser revisto com a prévia concordância do
Administração de anular os atos administrativos de servidor;
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários e. em desacordo com o ordenamento jurídico, eis
decai em cinco anos, contados da data em que foram que criou direito público subjetivo de remoção
praticados, salvo comprovada má-fé”. para João e apenas poderia ser anulado com a
prévia concordância do servidor.
Em resumo, após transcorridos cinco anos, decai
o direito da Administração para anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis 2. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova:
para os destinatários, contados da data em que foram FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área
praticados, salvo comprovada má-fé. Judiciária

A doutrina de Direito Administrativo ensina que,


caso vise ao interesse público a manutenção de
VAMOS PRATICAR 3 determinado ato administrativo, pode ocorrer a
correção de um vício sanável do ato, mediante a
chamada:

1. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova: a. revogação, desde que se trate de ato vinculado e o
FGV - 2018 - MPE-RJ - Estágio Forense vício se restrinja aos elementos forma ou motivo;
b. repristinação, desde que se trate de ato
No 02/05/18, o Procurador-Geral de Justiça do discricionário e o vício se restrinja aos elementos
Ministério Público do Rio de Janeiro determinou a motivo ou competência;
remoção de João, Técnico Administrativo estável, c. convalidação, desde que não cause prejuízos a
da Secretaria de uma Promotoria Criminal da terceiros e que se trate de vício nos elementos
Capital para a Secretária de uma Promotoria Cível forma ou competência;
e de Família de Niterói, por motivo de excesso de d. retificação, desde que se trate de ato discricionário
trabalho no órgão de execução de Niterói, com com vício no elemento motivo e que não cause
eficácia a partir de 01/06/18. Ocorre que, no dia prejuízos à Administração Pública;
25/05/18, o Chefe do parquet estadual revogou e. anulação parcial, desde que não cause prejuízos à
tal ato de remoção do citado servidor público, eis Administração Pública e que se trate de vício nos
que recebeu estudo da Secretaria Geral do MPRJ elementos motivo ou forma.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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3. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Judiciário, em regra, deve controlar tanto seu
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura mérito, como sua legalidade.
de Salvador - BA - Especialista em Políticas c. acolhimento, porque a remoção é ato
Públicas administrativo discricionário e, por esta razão, o
Poder Judiciário, em regra, deve controlar o seu
Sobre a invalidação de um ato administrativo mérito e concluir que deve ser respeitado o direito
vinculado, praticado por um Secretário Municipal subjetivo do servidor.
de Salvador no bojo de um processo administrativo d. desacolhimento, porque, apesar de a remoção
sobre fomento de determinada política pública, é ser um ato administrativo vinculado, tanto a
correto afirmar que, em regra, o ato pode ser Administração quanto o Poder Judiciário devem
analisar seu mérito, revisando os valores de
a. revogado, por questão de mérito administrativo, oportunidade e conveniência.
pelo Poder Judiciário, ou anulado, por vício de e. acolhimento, porque a remoção é ato
legalidade, pelo Poder Legislativo. administrativo vinculado e, por esta razão, o Poder
b. invalidado e revogado por questão de mérito e de Judiciário deve controlar seu mérito e concluir que
legalidade, respectivamente, pelo próprio Poder deve ser respeitado o direito subjetivo do servidor.
Executivo e pelo Poder Judiciário. 5. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de
c. revogado e anulado por questão de mérito Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de
e legalidade, respectivamente, pelos Poderes Salvador - BA - Guarda Civil Municipal
Executivo, Judiciário e Legislativo.
d. invalidado e revogado, por questão de mérito e O servidor público ocupante do cargo de
de legalidade, respectivamente, somente pelo Guarda Civil Municipal de Salvador, no dia a dia
próprio Poder Executivo. do exercício de suas funções, exerce diversas
e. invalidado, por vício de legalidade, pelo próprio atividades, como executar segurança ostensiva,
Poder Executivo e pelo Poder Judiciário. preventiva, uniformizada e aparelhada na proteção
à população, bens, serviços e instalações do
Município. Para tal, esses servidores públicos
4. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de praticam alguns atos administrativos com o
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de atributo da autoexecutoriedade, que consiste em
Salvador - BA - Fiscal de Serviços Municipais
a. ser cogente, obrigando todos que se encontrem
José é servidor público ocupante de cargo em seu círculo de incidência, ainda que o objetivo
efetivo do executivo municipal e está lotado no a ser por eles alcançado contrarie interesses
departamento de recursos humanos. Após estudo privados ou públicos.
estratégico de pessoal de toda a administração b. ser de observância e execução vinculantes a
pública municipal, constatou-se a carência de todos os administrados, tão logo haja a intimação
servidores no departamento de licitação, razão pessoal das pessoas que tiverem sua esfera jurídica
pela qual o Prefeito praticou ato administrativo afetada pelos atos.
determinando a remoção de José para aquele c. viabilizar a execução dos atos pela autoridade
órgão. administrativa por motivos de conveniência
e oportunidade, por serem atos vinculados e
Inconformado, José impetrou mandado de obrigatórios.
segurança, pleiteando judicialmente a manutenção d. trazerem em si, quando praticados os atos, a
de sua lotação no setor de recursos humanos. A presunção de legitimidade, ou seja, a presunção
pretensão de José merece de que nasceram em conformidade com as
devidas normas legais.
a. desacolhimento, porque a remoção é ato e. poder ser o ato, tão logo praticado, em regra,
administrativo discricionário e, por esta razão, o imediatamente executado, e seu objeto
Poder Judiciário, em regra, deve controlar apenas imediatamente alcançado, sem prévia intervenção
sua legalidade e não seu mérito. do Poder Judiciário.
b. acolhimento, porque a remoção é ato
administrativo vinculado e, por esta razão, o Poder
DIREITO ADMINISTRATIVO
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6. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de imediatamente o poder familiar da genitora de
Niterói - RJ Provas: FGV - 2018 - Prefeitura de Davi;
Niterói - RJ - Pedagogo c. autotutela, que permite ao diretor decretar a
inversão da guarda do menor;
Maria deu entrada em requerimento administrativo d. imperatividade, que produz efeitos somente após
de internação de sua mãe, Ângela, de 95 anos, em a confirmação pela autoridade judiciária;
instituição municipal de longa permanência para e. precaução, que objetiva provocar o conselho
idosos, alegando apenas sua avançada idade. Após tutelar a decretar a prisão da genitora de Davi.
estudo técnico feito pela equipe multidisciplinar
do Município (com psiquiatra, psicólogo e
assistente social), verificou-se que a idosa Ângela 8. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: FGV
está em pleno gozo de sua capacidade civil, - 2018 - AL-RO - Analista Legislativo - Processo
com boas condições de saúde e consegue gerir Legislativo
adequadamente seus proventos de aposentadoria.
Assim sendo, o agente público competente
indeferiu o pedido de acolhimento da idosa, eis João, servidor público ocupante do cargo efetivo
que os requisitos legais não estavam presentes, de Analista da Assembleia Legislativa de Rondônia,
praticando um ato: no exercício da função, praticou dois atos
administrativos: no primeiro, elaborou um parecer
a. jurídico disciplinar, pois o agente público aplica com opinião na qualidade de órgão consultivo
a sanção disciplinar de internação quando há sobre assunto técnico de sua competência; no
infração à lei; segundo, redigiu um memorando contendo
b. jurídico declaratório, pois o agente público tem comunicação interna entre agentes de um mesmo
o poder-dever de declarar a sanidade mental dos órgão, com solicitação de informações para melhor
cidadãos; executar a atividade pública.
c. jurisdicional plural, pois vários agentes públicos
contribuíram para o ato; De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
d. administrativo vinculado, pois o agente seguiu os atos administrativos praticados por João são,
os ditames previstos em lei, sem margem respectivamente,
discricionária de escolha;
e. administrativo hierárquico, pois o agente público a. discricionário e requisitório.
está em situação hierarquicamente superior ao b. enunciativo e ordinatório.
particular. c. vinculado e precário.
d. executório e constitutivo.
e. normativo e declaratório.
7. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de
Niterói - RJ Provas: FGV - 2018 - Prefeitura de
Niterói - RJ - Pedagogo 9. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova:
FGV - 2018 - AL-RO - Analista Legislativo -
João e José, respectivamente diretor e professor Administração
de escola municipal, presenciaram, no interior
da unidade escolar, a genitora do aluno Davi,
de 8 anos, praticar atos de maus-tratos contra Um guarda municipal, durante ronda em um
a criança. Imediatamente, os agentes públicos mercado popular municipal, identifica inúmeras
municipais elaboraram certidão narrando os fatos mercadorias falsificadas, realizando prontamente
e comunicaram às autoridades competentes. O ato uma apreensão.
administrativo praticado por João e José possui o
atributo da: De acordo com o entendimento da doutrina
administrativa, assinale a afirmativa correta.
a. presunção de veracidade de seu conteúdo, que
admite prova em sentido contrário;
b. executoriedade, que possibilita ao diretor destituir
DIREITO ADMINISTRATIVO
23

a. O ato do guarda, na situação, está amparado pelo Nesse contexto, a teoria do órgão demonstra que a
atributo da autoexecutoriedade. vontade estatal é desenvolvida dentro dos órgãos
b. Desde que tenha autorização judicial, a ação do públicos, sendo manifestada pela atuação de pessoas
guarda estará correta. físicas. Eis que chegamos aos agentes públicos, que
c. A atitude do guarda representa um abuso de é toda pessoa física que atua como órgão estatal,
poder. produzindo ou manifestando a vontade do Estado.
d. A conduta do guarda deve ser invalidada, devido
ao vício de objeto.
e. Em nenhuma hipótese a ação do guarda e Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992),
permitida, visto que viola o direito social do apresenta o seguinte conceito:
trabalho.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
10. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
FGV - 2018 - AL-RO - Analista Legislativo - designação, contratação ou qualquer outra forma de
Administração investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Em uma situação hipotética, um chefe de Dessa forma, devemos entender o conceito de
departamento da prefeitura de determinado agentes públicos como uma designação genérica para
município ordena que seu subordinado o ajude a as pessoas físicas que exercem, a qualquer título, as
levar uma mala de dinheiro subtraído das finanças funções estatais, independentemente da natureza ou
públicas para sua casa, garantindo estar apenas tipo de vínculo que possuem com o Estado.
fazendo um empréstimo para pagar dívidas.
Classificação ou espécies
Estranhando a situação, o subordinado manda uma
mensagem para um advogado, perguntando como A partir desse conceito amplo de agentes públicos,
deve proceder. O advogado, por sua vez, responde, a doutrina apresenta diversas espécies de agentes
prontamente, que, conforme a doutrina, públicos. Como em outros assuntos do Direito
Administrativo, não há consenso entre os juristas e as
a. o servidor possui o dever legal de obedecer atos de classificações possíveis.
seu superior hierárquico, de forma inquestionável.
b. o servidor tem irrestrita liberdade para decidir, em Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os agentes públicos
função de sua estabilidade no cargo. dividem-se em:
c. a imperatividade relativiza a atitude do chefe de
departamento, invertendo o ônus da prova. ● agentes políticos;
d. a ordem, por ser manifestamente ilegal, afasta a ● servidores públicos,
presunção de legitimidade do ato. ● militares;
e. a ordem, embora excepcionalmente, contém os ● particulares em colaboração com o Poder
elementos essenciais para a sua eficácia. Público.

Porém, a classificação mais adotada é a de Hely Lopes


Meirelles, que apresenta as seguintes espécies de
4. AGENTES PÚBLICOS agentes públicos:

O Estado é uma pessoa jurídica e, como tal, pode ● agentes políticos;


contrair direitos e obrigações. Trata-se de uma ● agentes administrativos;
organização, dotada de atribuições outorgadas pela ● agentes honoríficos;
Constituição Federal, que devem ser utilizadas para ● agentes delegados;
servir a sociedade e o cidadão. Todavia, como pessoa ● agentes credenciados.
jurídica, Estado é um ser abstrato, dependendo de
pessoas físicas para manifestar a sua vontade. Essas categorias dividem-se em subespécies ou
subcategorias, conforme veremos a seguir.
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Os agentes políticos são os componentes do ● servidores temporários: contratados com base


governo em seus primeiros escalões para o exercício no art. 37, IX, da CF, por tempo determinado para
de atribuições constitucionais. “atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público”. Os temporários
Esses agentes atuam com plena liberdade funcional não possuem cargo nem emprego público,
desempenhando suas atribuições com prerrogativas e exercendo apenas uma função pública.
responsabilidades próprias, prevista na Constituição
e em leis especiais. Em regra, a atuação dos agentes Os agentes honoríficos são cidadãos convocados,
políticos se relaciona com as funções de governo ou designados ou nomeados para prestar ao Estado,
de função política. transitoriamente, determinados serviços relevantes,
em razão de sua notória capacidade profissional,
Nesse contexto, estão nessa categoria: mas sem possuir qualquer vínculo empregatício ou
estatutário e, normalmente, sem remuneração.
a. os chefes do Poder Executivo (Presidente,
governadores e prefeitos); Os agentes delegados são particulares – pessoas
b. os auxiliares imediatos do chefe do Poder físicas ou jurídicas – que recebem a incumbência da
Executivo (ministros e secretários estaduais e execução de determinada atividade, obra ou serviço
municipais); público e o realizam em nome próprio, por sua conta
c. os membros das corporações legislativas e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a
(senadores, deputados e vereadores). permanente fiscalização do delegante.
d. os membros do Poder Judiciário (magistrados
em geral); Os agentes credenciados são aqueles que recebem da
e. os membros do Ministério Público (procuradores Administração Pública a incumbência de representá-
da República e da Justiça, promotores e curadores la em determinado ato ou para praticar alguma
públicos); atividade específica, mediante remuneração do
f. os membros dos Tribunais de Contas (ministros Poder Público credenciante. Cita-se, como exemplo, o
e conselheiros); credenciamento de pessoa de renome para representar
g. os representantes diplomáticos; o país em evento internacional.

Os agentes administrativos são aqueles que prestam Cargo, emprego e função pública
serviços ao Estado e às entidades da Administração
Indireta, com vínculo empregatício e mediante Os agentes públicos podem exercer cargo público,
remuneração paga pelos cofres públicos. Segundo emprego público ou função pública.
Hely Lopes Meirelles, os agentes administrativos
constituem a imensa massa de prestadores de serviços Define cargo público como “o conjunto de atribuições e
à Administração Direta e Indireta, subdividindo-se em responsabilidades previstas na estrutura organizacional
três grupos: que devem ser cometidas a um servidor”. Ademais, os
cargos públicos “são criados por lei, com denominação
● servidores públicos (também chamados própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
de servidores estatutários ou ser vidores provimento em caráter efetivo ou em comissão”
em sentido estrito): são os titulares de cargo
público, efetivo ou em comissão, que se submetem Conforme vimos acima, os cargos públicos dividem-se
ao regime jurídico estatutário (vínculo de em efetivos – aprovados em concurso público – e em
natureza legal). comissão – de livre nomeação e exoneração. Aos dois
● empregados públicos (também chamados casos aplica-se o regime estatutário.
de servidores empregados ou servidores
celetistas): são os titulares de emprego Os empregos públicos, por outro lado, diferem-se
público, contratados sobre o regime da dos cargos públicos por designarem a unidade de
legislação trabalhista (Consolidação das Leis do atribuições em que o vínculo é celetista, possuindo,
Trabalho - CLT), cujo vínculo com a Administração portanto, a natureza trabalhista e contratual, regido
possui natureza contratual (contrato de trabalho), predominantemente por regras de Direito Privado.
com predomínio das regras de direito privado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
25

As função pode ser utilizada para demonstrar um Efetividade e estabilidade


conceito residual, representado pelo conjunto de
atribuições às quais não corresponde um cargo ou A estabilidade é o direito de permanência no serviço
emprego. Assim, a função sem cargo ou emprego é público, destinado aos servidores detentores de
chamada de função autônoma, que, na Constituição cargo de provimento efetivo. Trata-se de uma forma
Federal, abrange duas situações: de assegurar a autonomia dos servidores públicos,
evitando que eles fiquem reféns de ingerências de
● função temporária: exercida por servidores natureza política. Além disso, a estabilidade destina-
temporários, na forma do art. 37, IX, da CF; e se a promover a profissionalização dos servidores
públicos, por meio do desenvolvimento de carreiras.
● função de confiança: exercida exclusivamente
por servidores públicos titulares de cargos efetivos,
destinando-se apenas às atribuições de direção, As regras sobre a estabilidade estão disciplinadas no
chefia e assessoramento, na forma prevista no art. art. 41 da Constituição Federal, com a redação dada
37, V, da CF. pela Emenda Constitucional 19/1998 (Emenda da
Reforma Administrativa).
A função temporária é acometida aos casos de
“contratação por tempo determinado para atender A Efetividade não se deve confundir com a
a necessidade temporária de excepcional interesse estabilidade. A estabilidade, como vimos, é um direito
público” (CF, art. 37, IX). Nesse caso, o agente do servidor que cumprir os requisitos constitucionais,
administrativo não ocupa nenhum cargo ou emprego, enquanto a efetividade é um atributo do cargo
mas tão somente exerce função pública. público, concernente à sua forma de provimento.

Regime jurídico (estatutário ou celetista) Agente de fato

O regime estatutário é o conjunto de regras legais que Os agentes de fato designam um grupo de agentes
disciplina a relação entre os servidores públicos, ocupantes que, mesmo sem ter uma investidura normal e
de cargo público, e a Administração Direta, autárquica regular, executam função pública em nome do
e fundacional de direito público. A característica Estado. Os agentes de fato no desempenho da função
do regime estatutário é que ele é disciplinado em pública deriva de situação excepcional, sem prévio
lei(natureza legal) de cada ente da Federação, que enquadramento legal, mas que pode ocorrer no
deverá observar as normas constitucionais. âmbito da Administração, em decorrência da grande
variedade de situações que ocorrem na sociedade.
O regime celetista, por outro lado, estabelece as regras
para os empregados públicos. Assim, enquanto o regime
Em regra, os atos praticados pelos agentes de fato são
estatutário possui natureza legal, o regime celetista possui
natureza contratual, ou seja, encontra-se disciplinado em
considerados válidos.
um contrato de trabalho, sendo, portanto, bilateral.

Acesso a função, cargo e emprego públicos


VAMOS PRATICAR 4
O inciso I do art. 37 da CF determina que os cargos,
empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei, bem como aos estrangeiros, na forma da lei. 1. Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: SEPOG - RO Prova:
FGV - 2017 - SEPOG - RO - Técnico em Políticas
Do dispositivo mencionado acima, duas situações Públicas e Gestão Governamental
distintas podem ser observadas. Para os brasileiros, a
regra é a ampla acessibilidade. Dessa forma, sempre que Os agentes públicos – agentes administrativos
os brasileiros preencherem os requisitos legais, poderão – representam a grande maioria dos agentes e
ter acesso aos cargos, empregos ou funções públicas. subdividem-se em no mínimo três categorias, a saber:
Por outro lado, para os estrangeiros só terão acesso aos
cargos e empregos públicos na forma da lei.
DIREITO ADMINISTRATIVO
26

a. agentes honoríficos, empregados públicos e d. João pode vir a ocupar um cargo de professor ou de
servidores temporários. técnico.
b. servidores públicos, empregados públicos e e. João pode vir a ocupar um cargo na área de saúde.
servidores temporários.
c. servidores comissionados, empregados públicos e
servidores temporários. 4. Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: FUNDAÇÃO PRÓ-
d. agentes comissionados, empregados públicos e SANGUE Prova: FGV - 2013 - FUNDAÇÃO PRÓ-
servidores temporários. SANGUE - Auxiliar Administrativo
e. agentes de confiança, empregados públicos e
servidores temporários. Com relação ao prazo de validade de um concurso
público, assinale a afirmativa correta.

2. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: TJ-CE Prova: FGV - a. É válido por até dois anos, podendo ser prorrogado,
2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária uma única vez, por um ano.
b. É válido por até um ano, podendo ser prorrogado,
Maria exerce a função de confiança de Diretora uma única vez, por dois anos.
do Departamento de Engenharia e Arquitetura de c. É válido, no máximo, por dois anos, podendo ser
determinado Tribunal de Justiça. prorrogado, uma única vez, por um ano.
d. É válido por um ano, podendo ser prorrogado, uma
De acordo com as disposições constitucionais sobre a única vez, por igual período.
administração pública e os agentes públicos, é correto e. É válido por até dois anos, podendo ser prorrogado,
afirmar que Maria: uma única vez, por igual período.

a. é necessariamente servidora pública ocupante de


cargo efetivo; 5. Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: AL-MT Prova:
b. é necessariamente pessoa não concursada ocupante FGV - 2013 - AL-MT - Técnico Legislativo - Nível
de cargo de livre nomeação e exoneração; Superior
c. é necessariamente servidora pública ocupante de
cargo em comissão; No que tange à exigência de concurso público
d. pode ser pessoa não concursada ocupante de cargo para ingresso na administração pública, assinale a
de livre nomeação ou servidora ocupante de cargo afirmativa correta.
efetivo;
e. pode ser pessoa não concursada ocupante de a. A Constituição não prevê exceções à regra do
cargo de livre nomeação ou servidora contratada concurso público, havendo no entanto a possibilidade
temporariamente. de contratação temporária por excepcional interesse
público.
b. A regra do concurso público apenas pode ser
3. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de excepcionada para provimento de cargos em
Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de comissão.
Salvador - BA - Guarda Civil Municipal c. Os empregados públicos, sujeitos ao regime celetista,
também estão sujeitos à regra do concurso público.
João, servidor público ocupante do cargo de d. O servidor que já detém cargo público está
provimento efetivo de engenheiro de radiação, impossibilitado de prestar novo concurso.
desejava realizar um novo concurso público, de modo e. A possibilidade de acumulação de cargos públicos é
a vir a ocupar dois cargos de provimento efetivo, caso a regra no nosso ordenamento jurídico.
houvesse compatibilidade de horários.

À luz da sistemática constitucional, assinale a


afirmativa correta.

a. João não pode ocupar outro cargo de provimento


efetivo.
b. João somente pode vir a ocupar um cargo de
professor.
c. João somente pode vir a ocupar um cargo técnico.
DIREITO ADMINISTRATIVO
27

VAMOS PRATICAR 1

GABARITO
1 B 6 D
2 A 7 B
3 E 8 E
4 C 9 E
5 D 10 D

VAMOS PRATICAR 2

GABARITO
1 B 6 E
2 B 7 A
3 C 8 A
4 D 9 D
5 B 10 A

VAMOS PRATICAR 3

GABARITO
1 A 6 D
2 C 7 A
3 E 8 B
4 A 9 A
5 E 10 D

VAMOS PRATICAR 4

GABARITO
1 B
2 A
3 B
4 E
5 C
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

1
DIREITO CONSTITUCIONAL

1. DIREITOS E GARANTIAS pio da liberdade, princípio do devido processo legal,


e pelas cláusulas de inviolabilidade (art. 5°, VI, X, XI,
FUNDAMENTAIS XII etc.);

b) garantias fundamentais específicas: são aquelas


A Constituição Federal de 1988 (CF) trouxe em seu
que instrumentalizam, verdadeiramente, o exercício
Título II os direitos e garantias fundamentais, subdivi-
dos direitos, fazendo valer o conteúdo e a materiali-
didos em cinco capítulos: direitos e deveres individu-
dade das garantias fundamentais gerais. Por elas, os
ais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, direitos
titulares do direito encontram a forma, o procedimen-
políticos e partidos políticos.
to, a técnica, o meio de exigir a proteção incondicion-
al de suas prerrogativas, como por exemplo o habeas
Na concepção de Bahia, Direitos e Garantias podem ser
corpus, o mandado de segurança, o habeas data, o
entendidos como, Direito em sua acepção clássica, se-
mandado de injunção, a ação popular, o direito de pe-
ria a disposição meramente declaratória que imprime
tição etc. São chamados de “remédios constitucionais”
existência legal ao direito reconhecido. É a proteção
por designar um recurso àquilo que combate o mal,
ao bem, ao interesse tutelado pela norma jurídica con-
qual seja, o desrespeito ao direito fundamental.
figurando verdadeiro patrimônio jurídico. Ao lado dos
direitos encontramos os deveres, que são normas de
Garantias Constitucionais Individuais
caráter limitativo, que buscam impor comportamen-
to de respeito às normas que definem a proteção ao
Diz-se Garantias Constitucionais Individuais para se
direito fundamental. A todo direito corresponde um
exprimir os meios, instrumentos, procedimentos e in-
dever. Exemplo: ao lado da norma que declara a liber-
stituições destinados a assegurar o respeito, a efetiv-
dade de expressão (art. 5”, IV), encontramos o dever
idade do gozo e a exigibilidade dos direitos de cada
de exercício dessa liberdade sem ofensa a terceiros,
um. Direitos estes, que se fazem presente nos incisos
sob pena de aplicação de sanção a quem dele abusa
do Art.5º da Carta Magna.
(art. 5”, V).
Garantias dos Direitos , Coletivos, Sociais e Político
As “garantias”, por sua vez, traduzem-se no direito dos
cidadãos de exigir dos Poderes Públicos a proteção A Constituição Federal de 1988 tutela os direitos di-
de seus direitos. Servem para assegurar os direitos fusos e coletivos; o art. 129, III, da CF/88, ao dispor
sobre as funções institucionais do Ministério Público,
através da limitação do poder, possuindo caráter in-
destaca a de promover o inquérito civil e a ação civil
strumental, atuando como mecanismos prestacionais pública, para a proteção do patrimônio público e so-
na tutela dos direitos. cial, do meio ambiente e de outros interesses difusos
e coletivos.
As garantias constitucionais, segundo a visão biparti-
da da doutrina, classificam-se em gerais e específicas: A previsão constitucional, além de reconhecer os inte-
resses difusos e, ao mesmo tempo, destinar a sua pro-
teção ao Ministério Público, demonstra não se tratar
a) garantias fundamentais gerais: são aquelas que de norma meramente programática, mas preceptiva
vêm convertidas em normas constitucionais que ou atributiva de direitos. A própria Constituição con-
proíbem os abusos de poder e todas as espécies de fere os meios de investigação, constantes do inquérito
violação aos direitos que elas asseguram e procuram civil, e o instrumento de proteção judicial, a ação civil
tomar efetivos. pública. Dispõe, inclusive, sobre a titularidade da ação,
ao conferi-la ao Ministério Público.
Realizam-se por meio de princípios e preceitos con- Nesse sentido, o art. 5.º, LXXIII, da Carta Constitucio-
stitucionais como o princípio da legalidade, o princí- nal, que trata da ação popular, também reconhece a
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

existência de interesses difusos e coletivos e estabe- os incisos para melhor compreensão do tema.
lecendo que qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise anular ato lesivo ao Constituição Federal:
patrimônio público, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
A Magna Carta reconhece os interesses difusos e co-
letivos e impõe a sua proteção pelo próprio cidadão, CAPÍTULO I
conforme os direitos e garantias fundamentais, por DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
meio da ação popular. A Constituição Federal não so- E COLETIVOS
mente reconheceu a existência dos interesses difusos
e coletivos, mas também estabeleceu um “sistema de Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção
garantia” desses interesses, definindo titulares do di- de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
reito à proteção e instrumentos jurídicos de proteção, aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
ao conferi-la ao Ministério Público, por intermédio do do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
inquérito civil e da ação civil pública, e ao cidadão, por e à propriedade, nos termos seguintes:
meio da ação popular.
Esta norma constitucional protege os bens jurídicos
Ao Ministério Público coube a titularidade ampla, uma dos cidadãos, que são: vida, liberdade, igualdade, se-
vez que poderá tutelar, além dos interesses especifica- gurança e propriedade.
mente mencionados pela Constituição, como o meio
ambiente e o patrimônio público e social, os demais A relação extensa de direitos individuais estabelecida
interesses difusos e coletivos, conforme a fórmula ge- neste artigo tem caráter meramente enunciativo, não
nérica utilizada pelo mencionado art. 129 da CF/88. se trata de rol taxativo. Existem outros direitos indi-
viduais resguardados em outras normas previstas na
Aos cidadãos coube também uma titularidade, mas própria Constituição (por exemplo, o previsto no art.
restrita, uma vez que a ação popular somente pode 150, contendo garantias de ordem tributária).
ter por objeto a anulação de ato lesivo ao patrimô-
nio público ou a entidade de que o Estado participe, I- homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao ções, nos termos desta Constituição;
patrimônio histórico e cultural.
Este inciso traz um dos princípios mais importantes
O texto constitucional não define os interesses difu- existentes, que é o princípio da isonomia ou da igual-
sos, tarefa realizada pelo Código de Defesa do Con- dade. Tal princípio igualou os direitos e obrigações
sumidor (Lei n° 8.078/90), que, em seu art. 82, I, os re- dos homens e mulheres, porém, deve-se observar que
conhece como interesses transindividuais, de natureza este princípio permite que seja possível as diferencia-
indivisível, de que são titulares ções na medida das desigualdades de cada um.
pessoas indetermináveis e ligadas por circunstâncias
de fato. II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei;
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Destacamos o princípio da legalidade. Ele garante a
A CF foi a primeira a estabelecer direitos não só de segurança jurídica e impede que o Estado atue de for-
indivíduos, mas também de grupos sociais, os deno- ma arbitrária. Tal princípio tem por escopo explicitar
minados direitos coletivos. As pessoas passaram a ser que nenhum cidadão será obrigado a realizar ou dei-
coletivamente consideradas. Por outro lado, pela pri- xar de realizar condutas que não estejam definidas em
meira vez, junto com os direitos, foram também esta- lei. Além disso, se não existe uma lei que proíba uma
belecidos expressamente deveres fundamentais. Tanto determinada conduta ao cidadão, significa que ela é
os agentes públicos como os indivíduos têm obriga- permitida.
ções específicas, inclusive a de respeitar os direitos das
demais pessoas que vivem na ordem social. Analisare- III- ninguém será submetido à tortura nem a trata-
mos o Artigo 5º da CF com apontamentos em todos mento desumano ou degradante;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Garante que nenhum cidadão será submetido a tor- VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
tura nem a tratamento desumano ou degradante. sendo assegurado o livre exercício dos cultos religio-
Fundamenta-se pelo fato de que, o sujeito que co- sos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
meter tortura estará cometendo crime tipificado na de culto e a suas liturgias;
Lei nº 9.455/97. Cabe ressaltar, ainda, que a prática
de tortura caracteriza-se como crime inafiançável e Em um primeiro momento, este inciso garante a liber-
insuscetível de graça ou anistia. Não obstante, o cri- dade de escolha da religião pelas pessoas. A segunda
me de tortura ainda é considerado hediondo, confor- parte resguarda a liberdade de culto, garantindo, na
me explicita a Lei nº 8.072/90. Crimes hediondos são forma da lei, a proteção aos locais de culto e liturgias.
aqueles considerados como repugnantes, de extrema Este direito não é absoluto, exemplo: uma determi-
gravidade, os quais a sociedade não compactua com nada religião utiliza em seu culto, alta sonorização,
a sua realização. São exemplos de crimes hediondos: que causa transtornos aos vizinhos do recinto. Aqui
tortura, homicídio qualificado, estupro, extorsão me- estamos diante de dois direitos constitucionalmente
diante sequestro, estupro de vulnerável, dentre outros. tutelados. O primeiro que diz respeito à liberdade de
culto e o segundo, referente ao meio ambiente ecolo-
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo ve- gicamente equilibrado, explicitado pelo artigo 225 da
dado o anonimato; CF/88. Como é possível perceber com a alta sonoriza-
ção empregada, estamos diante de um caso de polui-
Estabelece a liberdade de manifestação de pensa- ção sonora, ou seja, uma conduta lesiva ao meio am-
mento. Não somente por este inciso, mas por todo o biente. Curiosamente, estamos diante de um conflito
conteúdo, que a CF consagrou-se como a “Constitui- entre a liberdade de culto e o direito ao meio ambien-
ção Cidadã”. Um ponto importante a ser citado neste te ecologicamente equilibrado, ambos direitos cons-
inciso é a proibição do anonimato. Cabe ressaltar que titucionalmente expressos. Tal conflito é solucionado
a adoção de eventuais pseudônimos não afeta o con- por meio da adoção do princípio da cedência recípro-
teúdo deste inciso, mas tão somente o anonimato na ca, ou seja, cada direito deverá ceder em seu campo
manifestação do pensamento. de aplicabilidade, para que ambos possam conviver
harmonicamente no ordenamento jurídico brasileiro.
V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral O Brasil é um país LAICO ou LEIGO, ou seja, não tem
ou à imagem; uma religião oficial, não condiciona orientação religio-
sa específica.
O referido inciso assegura o direito de resposta, de
forma proporcional ao ocorrido. Exemplo: propagan- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
das partidárias, quando um eventual candidato realiza assistência religiosa nas entidades civis e militares de
ofensas ao outro. Desta maneira, o candidato ofendido internação coletiva;
possui o direito de resposta proporcional à ofensa, ou
seja, a resposta deverá ser realizada nos mesmos pa- Quando o inciso se refere às entidades civis e militares
râmetros que a ofensa. Assim, se a resposta possuir o de internação coletiva está abarcando os sanatórios,
mesmo tempo que durou a ofensa, deverá ocorrer no hospitais, quartéis, dentre outros. Cabe ressaltar que
mesmo veículo de comunicação em que foi realizada a a assistência religiosa não abrange somente uma re-
conduta ofensiva. Não obstante, o horário obedecido ligião, mas todas. Logo, por exemplo, os protestantes
para a resposta deverá ser o mesmo que o da ofensa. não serão obrigados a assistirem os cultos religiosos
das demais religiões, e vice-versa.
Embora exista o direito de resposta proporcional ao
agravo, ainda há possibilidade de ajuizamento de ação VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de
de indenização por danos materiais, morais ou à ima- crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
gem. Assim, estando presente a conduta lesiva, que salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
tenha causado um resultado danoso e seja provado o todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
nexo de causalidade com o eventual elemento subjeti- nativa, fixada em lei;
vo constatado, ou seja, a culpa, demonstra-se medida
de rigor, o arbitramento de indenização ao indivíduo
lesado.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Este inciso expressa a possibilidade de perda dos di- indenização pela publicação não autorizada da ima-
reitos pelo cidadão que, para não cumprir obrigação gem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”.
legal imposta a todos e para recusar o cumprimento
de prestação alternativa, alega como motivo crença Este direito, como qualquer outro direito fundamental,
religiosa ou convicção filosófica ou política. pode ser relativizado quando em choque com outros
direitos.
Um exemplo de obrigação estipulada por lei a todos
os cidadãos do sexo masculino é a prestação de ser- Por exemplo, pessoas públicas, tendem a ter uma res-
viço militar obrigatório. Nesse passo, se um cidadão trição do direito à imagem frente ao direito de infor-
deixar de prestar o serviço militar obrigatório alegan- mação da sociedade. Também a divulgação em con-
do como motivo a crença em determinada religião texto jornalístico de interesse público, a captação por
que o proíba poderá sofrer privação nos seus direitos. radares de trânsito, câmeras de segurança ou eventos
de interesse público, científico, histórico, didático ou
IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artís- cultural são limitações legítimas ao direito à imagem.
tica, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença; Por outro lado, o inciso em questão traz a possibilida-
de de ajuizamento de ação que vise à indenização por
Este inciso tem por escopo a proteção da liberdade danos materiais ou morais decorrentes da violação
de expressão, sendo expressamente vedada a censura dos direitos expressamente tutelados. Não obstante
e a licença. Como é possível perceber, mais uma vez a responsabilização na esfera civil, ainda é possível
nossa Constituição visa proteger o cidadão de alguns constatar que a agressão a tais direitos também en-
direitos fundamentais que foram abolidos durante o contra guarida no âmbito penal. Tal fato se abaliza na
período da ditadura militar. Para melhor compreensão existência dos crimes de calúnia, injúria e difamação,
do inciso, a censura consiste na verificação do pen- expressamente tipificados no Código Penal Brasileiro.
samento a ser divulgado e as normas existentes no
ordenamento. Desta maneira, a Constituição veda o XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém ne-
emprego de tal mecanismo, visando garantir ampla li- lapodendo penetrar sem consentimento do morador,
berdade, taxado como um bem jurídico inviolável do salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
cidadão. prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
e a imagem das pessoas, assegurado o direito à inde- O conceito de “casa” é amplo, alcançando os locais
nização por dano material ou moral decorrente de sua habitados de maneira exclusiva. Exemplo: escritórios,
violação; oficinas, consultórios e locais de habitação coletiva
(hotéis, motéis etc.) que não sejam abertos ao público,
Os direitos da personalidade decorrem da dignidade recebendo todos estes locais
humana. O direito à privacidade decorre da autono- esta proteção constitucional.
mia da vontade e do livre-arbítrio, permitindo à pes-
soa conduzir sua vida da forma que julgar mais conve- O referido inciso traz a inviolabilidade do domicílio
niente, sem intromissões alheias, desde que não viole do indivíduo. Todavia, tal inviolabilidade não possui
outros valores constitucionais e direitos de terceiro. cunho absoluto, sendo que o mesmo artigo explicita
os casos em que há possibilidade de penetração no
A honra pode ser subjetiva (estima que a pessoa pos- domicílio sem o consentimento do morador. Os casos
sui de si mesma) ou objetiva (reputação do indivíduo em que é possível a penetração do domicílio são:
perante o meio social em que vive). As pessoas jurídi-
cas só possuem honra objetiva.

O direito à imagem, que envolve aspectos físicos, in-


clusive a voz, impede sua captação e difusão sem o
consentimento da pessoa, ainda que não haja ofensa
à honra. Neste sentido, a súmula 403 do STJ diz: “Sú-
mula 403 do STJ: Independe de prova do prejuízo a
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Note-se que o ingresso em domicílio por determina- O sigilo de dados engloba dados fiscais, bancários e
ção judicial somente é passível de realização duran- telefônicos (referente aos dados da conta e não ao
te o dia. Tal ingresso deverá ser realizado com ordem conteúdo das ligações).
judicial expedida por autoridade judicial competente,
sob pena de considerar-se o ingresso desprovido des- Quanto às comunicações telefônicas (conteúdo das
ta como abuso de autoridade, além da tipificação do ligações), existe reserva jurisdicional, ou seja, a inter-
crime de Violação de Domicílio, que se encontra dis- ceptação só pode ocorrer com ordem judicial, para
posto no artigo 150 do Código Penal. fins de investigação criminal ou instrução processual
penal, sob pena de constituir prova ilícita.
O dia pode ser compreendido entre as 6 horas e às
18 horas do mesmo dia, enquanto o período noturno XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
é compreendido entre as 18 horas de um dia até às 6 profissão, atendidas as qualificações profissionais que
horas do dia seguinte (critério cronológico). a lei estabelecer;

XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das Aqui estamos diante de uma norma de aplicabilidade
comunicações telegráficas, de dados e das comuni- contida que possui total eficácia, dependendo, no en-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem tanto, de uma lei posterior que reduza a aplicabilidade
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer da primeira.
para fins de investigação criminal ou instrução proces-
sual penal; Como é possível perceber o inciso em questão de-
monstra a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou
- Sigilo de Correspondência: possui como regra a profissão, devendo, no entanto, serem obedecidas às
inviolabilidade trazida no Texto Constitucional. Toda- qualificações profissionais que a lei posterior estabe-
via, pode haver limitação na inviolabilidade em caso leça. Note-se que essa lei posterior reduz os efeitos de
de decretação de estado de defesa ou estado de sítio. aplicabilidade da lei anterior o que garante a liberdade
Outra possibilidade de quebra de sigilo de correspon- de exercício de trabalho, ofício ou profissão.
dência entendida pelo Supremo Tribunal Federal diz
respeito às correspondências dos presidiários, visando Exemplo: o Exame aplicado pela Ordem dos Advoga-
a segurança pública e a preservação da ordem jurídica. dos do Brasil aos bacharéis em Direito, para que es-
tes obtenham habilitação para exercer a profissão de
- Sigilo de Comunicações Telegráficas: assim como advogados. Como é notório, a lei garante a liberdade
a inviolabilidade do sigilo de correspondência, é pos- de trabalho, sendo, no entanto, que a lei posterior, ou
sível a quebra deste em caso de estado de defesa e seja, o Estatuto da OAB, prevê a realização do exame
estado de sítio para que seja possível o exercício da profissão de ad-
vogado.
- Sigilo das Comunicações Telefônicas: apesar da in-
violabilidade de tal direito, será possível a quebra do XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e
sigilo telefônico, desde que esteja amparado por de- resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
cisão judicial de autoridade competente para que seja exercício profissional;
possível a instrução processual penal e a investigação
criminal. A quebra do sigilo telefônico foi regulamen- Aqui estamos tratando do direito de informar e de ser
tada por meio da Lei Federal 9.296/96. informado. Cabe ressaltar que, o referido inciso traz a
possibilidade de se resguardar o sigilo da fonte. Esse
Isso demonstra que não será possível a quebra dos sigilo diz respeito àquela pessoa que prestou as in-
sigilos por motivos banais, haja vista estarmos diante formações. Todavia, esse sigilo não possui conotação
de um direito constitucionalmente tutelado. absoluta, haja vista que há possibilidade de revelação
da fonte informadora, em casos expressos na lei.
A quebra desse tipo de sigilo pode ocorrer por de-
terminação judicial ou por Comissão Parlamentar de XV- é livre a locomoção no território nacional em tem-
Inquérito (CPI). po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O inciso em questão prega o direito de locomoção. de cooperativas independem de autorização, sendo


Esse direito abrange o fato de se entrar, permanecer, vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
transitar e sair do país. Quando o texto constitucional
explicita que qualquer pessoa está abrangida pelo di- Neste inciso está presente o desdobramento da liber-
reito de locomoção, não há diferenciação entre bra- dade de associação, onde a criação de cooperativas
sileiros natos e naturalizados, bem como nenhuma e associações independem de autorização. É impor-
questão atinente aos estrangeiros. Desta forma, como tante salientar que o constituinte também trouxe no
é possível perceber a locomoção será livre em tempo bojo deste inciso uma vedação no que diz respeito à
de paz. Porém tal direito é relativo, podendo ser res- interferência estatal no funcionamento de tais órgãos.
tringido em casos excepcionais e expressamente dis- O constituinte vedou a possibilidade de interferência
postos na Constituição, como por exemplo, no estado estatal no funcionamento das associações e coopera-
de sítio e no estado de defesa. tivas obedecendo à própria liberdade de associação.

XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente
em locais abertos ao público, independentemente de dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci-
autorização, desde que não frustrem outra reunião são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo em julgado;
apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente; O texto constitucional traz expressamente as questões
referentes à dissolução e suspensão das atividades
Neste inciso encontra-se garantido o direito de reu- das associações. Neste inciso estamos diante de duas
nião. A grande característica da reunião é a desconti- situações diversas. Quando a questão for referente à
nuidade, ou seja, pessoas se reúnem para discutirem suspensão de atividades da associação, a mesma so-
determinado assunto, e finda a discussão, a reunião se mente se concretizará através de decisão judicial. To-
encerra. Cabe ressaltar que a diferença entre reunião e davia, quando falamos em dissolução compulsória das
associação está intimamente ligada a tal característica. entidades associativas só alcançará êxito por meio de
Enquanto a reunião não é contínua, a associação decisão judicial transitada em julgado (decisão defini-
tem caráter permanente. tiva por ter esgotado todas as fases recursais).

É importante salientar que o texto constitucional não Logo, para ambas as situações, seja na dissolução
exige que a reunião seja autorizada, mas tão somente compulsória, seja na suspensão de atividades, será ne-
haja uma prévia comunicação à autoridade competen- cessária decisão judicial. Entretanto, como a dissolu-
te. ção compulsória possui uma maior gravidade exige-se
o trânsito em julgado da decisão judicial.
De forma similar ao direito de locomoção, o direito de
reunião também é relativo, pois poderá ser restringido XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
em caso de estado de defesa e estado de sítio. permanecer associado;

XVII- é plena a liberdade de associação para fins líci- XXI- as entidades associativas, quando expressamente
tos, vedada a de caráter paramilitar; autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;
Este inciso garante a liberdade de associação. É im-
portante salientar que a associação deve ser para fins Cabe ressaltar que, de acordo com a legislação pro-
lícitos, haja vista que a ilicitude do fim pode tipificar cessual civil, ninguém poderá alegar em nome próprio
conduta criminosa. direito alheio, ou seja, o próprio titular do direito bus-
cará a sua efetivação. No entanto, aqui estamos diante
O inciso traz uma vedação, que consiste no fato da de uma exceção a tal regra, ou seja, há existência de
proibição de criação de associações com caráter pa- legitimidade extraordinária na defesa dos interesses
ramilitar, ou seja, àquelas que buscam se estruturar de dos filiados. Assim, desde que expressamente previsto
maneira análoga às forças armadas ou policiais. no estatuto social, as entidades associativas passam a
ter legitimidade para representar os filiados judicial ou
XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a extrajudicialmente.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Quando falamos em legitimidade na esfera judicial, Requisitos para desapropriação:


estamos nos referindo à tutela dos interesses no Po-
der Judiciário. Porém, quando falamos em tutela extra- 1) Necessidade pública;
judicial, pode ser realizada administrativamente (Vale
esclarecer, REPRESENTAÇÃO e não substituição pro- 2) Utilidade pública;
cessual).
3) Interesse social;
XXII- é garantido o direito de propriedade;
Mediante:
De acordo com a doutrina civilista, o direito de pro-
priedade caracteriza-se pelo uso, gozo e disposição de 1) justa e prévia indenização;
um bem. Todavia, o direito de propriedade não é ab-
soluto, pois existem restrições ao seu exercício, como 2) Indenização em dinheiro.
por exemplo, a obediência à função social da proprie-
dade. Há duas garantias XXV- no caso de iminente perigo público, a autorida-
de propriedade, a de conservação (ninguém pode ser de competente poderá usar de propriedade particu-
privado de seus bens, exceto hipóteses previstas nesta lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
constituição) e a de compensação (se privado de seus houver dano;
bens, há o direito de ressarcimento no valor equiva-
lente ao prejuízo sofrido). Neste caso estamos diante do instituto da requisição
administrativa, que permite à autoridade competente
XXIII- a propriedade atenderá a sua função social; utilizar propriedades particulares em caso de iminen-
te perigo público (calamidade pública) - já ocorrido
A função social é uma das limitações ao direito d pro- ou prestes a ocorrer. Desta maneira, utilizada a pro-
priedade. A propriedade urbana estará atendendo sua priedade particular será seu proprietário indenizado,
função social quando obedecer às exigências expres- posteriormente, caso seja constatada a existência de
sas no plano diretor (é obrigatório para as cidades que dano. Em caso negativo, este não será indenizado. Um
possuam mais de vinte mil habitantes e tem por obje- exemplo típico do instituto da requisiçãoadministrati-
tivo traçar metas que serão obedecidas para o desen- va é o encontrado no caso de guerras.
volvimento das cidades). Quanto à propriedade rural,
deve ser obedecida a preservação do meio ambiente, XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em
os critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
à utilização adequada dos recursos naturais disponí- de penhora para pagamento de débitos decorrentes
veis e à exploração que favoreça o bem-estar dos pro- de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
prietários e dos trabalhadores. meios de financiar o seu
desenvolvimento;
XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desa-
propriação por necessidade ou utilidade pública, ou Este inciso traz a impenhorabilidade da pequena pro-
por interesse social, mediante justa e prévia indeniza- priedade rural. É importante salientar que a regra de
ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta impenhorabilidade da pequena propriedade rural
Constituição; para pagamento de débitos decorrentes da atividade
produtiva abrange somente aquela trabalhada pela
A Desapropriação é o procedimento pelo qual o Po- família.
der Público, fundado na necessidade pública, utili-
dade pública ou interesse social, compulsoriamente,
priva alguém de certo bem, móvel ou imóvel, adqui-
rindo-o para si em caráter originário, mediante justa
e prévia indenização. É, em geral, um ato promovido
pelo Estado, mas poderá ser concedido a particulares
permissionários ou concessionários de serviços públi-
cos, mediante autorização da Lei ou de Contrato com
a Administração.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de uti- intelectual, explicitando o caráter não-definitivo de ex-
lização, publicação ou reprodução de suas obras, trans- ploração das obras, haja vista a limitação temporal de
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; exploração por lei.

Este inciso tem por escopo a tutela do direito de pro- Isso ocorre pelo fato de que há induzido um grande
priedade intelectual, sendo a propriedade industrial e interesse da sociedade em conhecer o conteúdo das
os direitos do autor. Esses direitos podem ser morais pesquisas e inventos que podem trazer maior qualida-
(inalienáveis e irrenunciáveis) - consiste na paternidade de de vida à população.
daobra, ou patrimoniais (os direitos são transmissíveis
e renunciáveis). Como é possível extrair do inciso es- XXX- é garantido o direito de herança;
ses direitossão passíveis de transmissão por herança,
sendo, todavia, submetidos a um tempo fixado pela lei. A herança é o objeto da sucessão. Com a morte abre-se
Desta maneira, não é pelo simples fato de ser herdeiro a sucessão, que tem por objetivo transferir o patrimô-
do autor de uma determinada obra que lhe será ga- nio do falecido aos seus herdeiros. É importante salien-
rantida a propriedade da mesma, pois a lei estabele- tar que são transferidos aos herdeiros tanto créditos
cerá um tempo para que os herdeiros possam explorar (ativo) como dívidas (passivo), até que seja satisfeita a
a obra. Após o tempo estabelecido a obra pertencerá totalidade da herança.
a todos.
XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no
XXVIII- são assegurados, nos termos da lei: País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
a) a proteção às participações individuais em obras co- seja mais favorável à lei pessoal do de cujus;
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in-
clusive nas atividades desportivas; A regra é que a sucessão dos bens do estrangeiro será
regulada pela lei brasileira. Todavia, o próprio inciso
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- traz uma exceção, no caso de sucessão de bens de es-
mico das obras que criarem ou de que participarem aos trangeiros situados no país, admite-se aplicar a lei mais
criadores, aos intérpretes e às respectivas representa- favorável ao cônjuge ou filhos brasileiros da pessoa fa-
ções sindicais e associativas; lecida, a lei brasileira ou a lei do país de origem do de
cujus.
Este inciso preza a proteção dos direitos individuais
do autor quando participe de uma obra coletiva. Um XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
exemplo que pode ilustrar o conteúdo da alínea “a” diz consumidor;
respeito à gravação de um clipe musical por diversos
cantores. Não é pelo simples fato da gravação ser cole- Com o objetivo de dar cumprimento a este inciso, no
tiva que não serão garantidos os direitos autorais indi- dia 11 de setembro de 1990 entrou em vigor o código
viduais dos cantores. Pelo contrário, serão respeitados de defesa do consumidor, Lei Federal n° 8.078/90.
os direitos individuais de cada cantor.
XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos
O inciso “b” traz o instituto do direito de fiscalização informações de seu interesse particular, ou de interesse
do aproveitamento das obras. A alínea em questão ex- coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
pressa que o próprio autor poderá fiscalizar o aprovei- sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
tamento econômico da obra, bem como os intérpretes, sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
representações sindicais e associações. do Estado;

XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos indus- Aqui encontramos um desdobramento do direito à in-
triais privilégio temporário para sua utilização, bem formação. É direito fundamental de obter informações
como às criações industriais, à propriedade das marcas, do poder público, que será exercitado na via adminis-
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, trativa e se relaciona com um interesse particular, ge-
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento ral ou coletivo. Nesse caso, havendo recusa no forne-
tecnológico e econômico do País; cimento de certidões, ou informações de terceiros, o
remédio cabível será o mandado de segurança.
Este inciso trata, da tutela do direito de propriedade
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XXXIV- são a todos assegurados, independentemente - Direito adquirido: Os direitos já adquiridos por uma
do pagamento de taxas: pessoa não podem ser prejudicados por novas leis,
exemplo: aposentadoria (quem já a recebe, não pode
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa ser prejudicado por leis posteriores);
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
- Ato jurídico perfeito: Ato já consumado segundo a
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, lei vigente ao tempo em que se efetuou;
para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal; - Coisa julgada: Decisão judicial de que não caiba
mais recurso.
O fato de ser independente de pagamento de taxas
não quer dizer que o exercício desses direitos seja rea- XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção;
lizado gratuitamente, mas sim, que podem ser isentos
de taxas para as pessoas reconhecidamente pobres. São considerados juízos ou tribunais de exceção,
aqueles organizados posteriormente à ocorrência do
A alínea “a” traz, em seu bojo, o direito de petição, que caso concreto. O juízo de exceção é caracterizado pela
consiste na possibilidade de levar ao conhecimento do transitoriedade e pela arbitrariedade aplicada a cada
Poder Público a ocorrência de atos revestidos de ile- caso.
galidade ou abuso de poder.
A alínea “b” trata da obtenção de certidões em reparti- XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a
ções públicas. De acordo com a Lei nº 9.051/95 o pra- organização que lhe der a lei, assegurados:
zo para o esclarecimento de situações e expedição de
certidões é de quinze dias. a) a plenitude da defesa;

XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi- A plenitude de defesa admite a possibilidade de todos
ciário lesão ou ameaça a direito; os meios de defesa, sendo caracterizado como um ní-
vel maior do que a ampla defesa, defendida em todos
Neste inciso encontra-se consagrado o princípio da os procedimentos judiciais, sob pena de nulidade pro-
inafastabilidade da jurisdição. Não poderão haver óbi- cessual.
ces para o acesso ao Poder Judiciário.
b) o sigilo das votações;
Havendo lesão ou ameaça de lesão a direito, tal ques-
tão deverá ser levada até o Poder Judiciário para que Após os debates, o juiz presidente do Tribunal do Júri
possa ser dirimida. Quando a lesão acontecer no âm- efetua a leitura dos quesitos formulados acerca do
bito administrativo não será necessário o esgotamen- crime para os sete jurados, que compõe o Conselho
to das vias administrativas. de Sentença, e os questiona se estão preparadas para
a votação. Caso seja afirmativa a resposta, estes se-
Exceção: Justiça rão encaminhados, juntamente com o magistrado até
uma sala onde será realizada a votação.
Desportiva, que exige para o ingresso no Poder Judici-
ário, o esgotamento de todos os recursos administra- Neste ato, o juiz efetua a leitura dos quesitos e um
tivos cabíveis. oficial entrega duas cédulas de papel contendo as pa-
lavras sim e não aos jurados. Posteriormente, estas são
XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato recolhidas, para que seja possível chegar ao resultado
jurídico perfeito e a coisa julgada; final do julgamento. É importante salientar que essa
característica de sigilo atribuída à votação deriva do
A real intenção deste inciso é a preservação da segu- fato que inexiste possibilidade de se descobrir qual o
rança jurídica, pois com essa observância, estaremos voto explicitado pelos jurados individualmente. Isso
diante da estabilidade das relações jurídicas. Concei- decorre que inexiste qualquer identificação nas cédu-
tualmente, de acordo com o artigo 6º da LINDB (Lei las utilizadas para a votação.
de Introdução às Normas de Direito Brasileiro) temos:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

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c) a soberania dos veredictos; ção de caução pecuniária ou prestação de obrigações


que garantam a liberdade ao indivíduo até sentença
Essa característica pressupõe que as decisões tomadas condenatória. Outrossim, a prática do racismo consti-
pelo Tribunal do Júri não poderão ser alteradas pelo tui crime imprescritível. A prescrição consiste na perda
Tribunal de Justiça respectivo. do direito do Estado em punir, em razão do elevado
tempo para apuração dos fatos.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolo-
sos contra a vida; A reclusão é uma modalidade de pena privativa de
liberdade que comporta alguns regimes prisionais,
Os crimes dolosos contra a vida estão previstos nos quais sejam: o fechado, o semiaberto e o aberto.
artigos 121 a 128 do Código Penal (homicídio, indu-
zimento, instigação, auxílio ao suicídio, infanticídio e XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce-
aborto). tíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
nem pena sem prévia cominação legal; dendo os mandantes, os executores e os que, poden-
do evitá-los, se omitirem;
Esse princípio, muito utilizado no Direito Penal, en-
contrase divididos em dois subprincípios, da reserva O inciso em questão tem por objetivo vetar alguns be-
legal (não será possível imputar determinado crime a nefícios processuais aos praticantes de crimes consi-
um indivíduo, sem que a conduta cometida por este derados como repugnantes pela sociedade.
esteja tipificada) e da anterioridade (demonstra que
há necessidade uma lei anterior ao cometimento da XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a
conduta para que seja imputado o crime). ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu; A constituição protege o Estado de ação de grupos
armados militares ou civis que agem contra o sistema
O réu é o sujeito ativo praticante da conduta crimi- político.
nosa. No caso específico deste inciso estamos dian-
te de aplicação de leis penais no tempo. A lei penal XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
produz efeitos a partir de sua entrada em vigor, não podendo a obrigação de reparar o dano e a decreta-
se admitindo sua retroatividade maléfica, ou seja, so- ção do perdimento de bens ser, nos termos da lei, es-
mente será admitida a retroatividade da lei, se for para tendidas aos sucessores e contra eles executadas, até
benefício do réu. É proibida a aplicação da lei penal o limite do valor do patrimônio transferido;
inclusive aos fatos praticados durante seu período de
vacatio. Destaca-se neste inciso princípio da personalização da
pena. Há responsabilidades nos âmbitos civil e penal.
XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória No âmbito penal, a pena é personalíssima, não poden-
dos direitos e liberdades fundamentais; do ser transferida a seus herdeiros.

Destaca neste inciso que é necessária a pré-existência Quanto à responsabilidade no âmbito civil, a interpre-
de uma lei punitiva aos que atentam os direitos e liber- tação é realizada de maneira diversa, a obrigação de
dades fundamentais. reparar o dano e a decretação de perdimento de bens
podem se estender aos sucessores, no limite do valor
XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável do patrimônio transferido.
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
da lei; XLVI- a lei regulará a individualização da pena e ado-
tará, entre outras, as seguintes:
O caráter de inafiançabilidade deriva do fato que não
será admitido o pagamento de fiança em razão do co- a) privação ou restrição de liberdade;
metimento de crime racial. A fiança consiste na presta-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

11

b) perda de bens; so não significa que ele poderá receber tratamento


desumano ou degradante.
c) multa;
L- às presidiárias serão asseguradas condições para
d) prestação social alternativa; que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Neste inciso não se busca a proteção dos direitos da
Este inciso expressa o princípio da individualização presidiária, mas sim dos filhos, pois é de extrema im-
da pena. Há também o emprego da individualização portância à alimentação das crianças com leite mater-
no cumprimento da pena, pois é necessário que exis- no.
ta uma correspondência entre a conduta externaliza-
da pelo sujeito e a punição descrita pelo texto legal. LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
Apresenta ainda um rol exemplificativo das penas ad- naturalizado, em caso de crime comum, praticado an-
missíveis no ordenamento jurídico brasileiro. tes da naturalização, ou de comprovado envolvimento
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
XLVII- não haverá penas: forma da lei;

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos Em hipótese alguma o brasileiro nato será extraditado.
termos do artigo 84, XIX; Contudo, o brasileiro naturalizado, poderá ser extradi-
tado desde que ocorram as seguintes situações:
b) de caráter perpétuo;

As penas cumpridas no Brasil, não podem ser superio-


res a 30 anos (artigo 75, CP).

c) de trabalhos forçados;

Os condenados não são obrigados a trabalharem em


serviços desgastantes e exaustivos.

d) de banimento;
LII- não será concedida extradição de estrangeiro por
Consiste na expulsão do brasileiro do território nacio- crime político ou de opinião;
nal
É importante não confundir a expressão “crime polí-
e) cruéis; tico”

Penas que ferem o princípio da dignidade humana. com a expressão “crime eleitoral”. Crimes políticos são
aqueles que atentam contra a estrutura política de um
XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos dis- Estado, enquanto os crimes eleitorais são aqueles re-
tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e ferentes ao processo eleitoral, explicitados pelo res-
o sexo do apenado; pectivo Código.

Um exemplo a ser citado é o da Fundação CASA, para Com relação aos crimes de opinião, podemos defini-
onde são destinados os adolescentes que cometem -los como aqueles que sua execução consiste na ma-
atos infracionais. nifestação de pensamento. Sendo estes a calúnia, a
difamação e a injúria.
XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integrida-
de física e moral; LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão
por autoridade competente;
A tutela do preso cabe ao Estado. O fato de estar pre-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

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Há dois princípios importantes, o princípio do promo- Atualmente, a Lei nº 12.037/2009, traz em seu artigo
tor natural e o princípio do juiz natural. O princípio do 3º, as hipóteses em que o civilmente identificado de-
promotor natural consiste no fato que ninguém será verá proceder à identificação criminal. São elas:
processado, senão por autoridade competente, ou
seja, será necessária a existência de um Promotor de - se o documento apresentado tiver rasura ou tiver in-
Justiça previamente competente ao caso. O princípio dício de falsificação;
do juiz natural, há a consagração que ninguém será
sentenciado, senão por autoridade competente. Isso - se o documento apresentado for insuficiente para
importa dizer que não será possível existência de juí- identificar cabalmente o indiciado;
zos ou tribunais de exceção, ou seja, especificamente
destinados à análise de um caso concreto. - se o indiciado portar documentos de identidade dis-
tintos, com informações conflitantes entre si;
LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal; - se a identificação criminal for essencial às investiga-
ções policiais, segundo despacho da autoridade judi-
Para que haja um processo legal, há necessidade da ciária competente, que decidirá de ofício ou mediante
observância do contraditório e da ampla defesa (direi- representação da autoridade policial, do Ministério
to de defesa à acusação). Público ou da defesa;

LV- aos litigantes, em processo judicial ou administra- - constar de registros policiais o uso de outros nomes
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con- ou diferentes qualificações; e
traditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes; - se o estado de conservação ou a distância temporal
ou da localidade da expedição do documento apre-
Contraditório é a ciência dos atos processuais e a pos- sentado impossibilite a completa identificação dos ca-
sibilidade de contrariá-los naquilo que houver discor- racteres essenciais.
dância. A ampla defesa é o direito do acusado apre-
sentar argumentos em favor, provando-os nos limites LIX-será admitida ação privada nos crimes de ação pú-
legais. Frisa-se que, tanto o contraditório quanto a blica, se esta não for intentada no prazo legal;
ampla defesa são direitos de respostas do réu.
Quando o Ministério Público (órgão competente para
LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas ajuizar a ação) permanecer inerte e não oferecer de-
por meios ilícitos; núncia no prazo legal, o ofendido poderá fazê-la. Esse
mecanismo chamase ação penal privada subsidiária da
Prova ilícita é a que viola regra de direito material, seja pública.
constitucional ou legal, no momento de sua obtenção
(ex.: confissão mediante tortura). LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o inte-
LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito resse social o exigirem;
em julgado da sentença penal condenatória;
A regra é a publicidade de todos os atos processuais.
Aqui estamos diante do princípio da presunção de Contudo, segundo este inciso, poderá haver restrição.
inocência ou da não-culpabilidade. Trânsito em julga-
do da sentença penal condenatória, significa que não Exemplo: Ações que envolvem menores e incapazes -
há mais possibilidade de interposição de recursos. As- correm em segredo de justiça.
sim, após o trânsito em julgado da sentença será pos-
sível lançar o nome do réu no rol dos culpados. LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade ju-
LVIII- o civilmente identificado não será submetido à diciária competente, salvo nos casos de transgressão
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
em lei;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

13

De acordo com este inciso só existem duas maneiras quando a pena privativa de liberdade máxima não for
de se efetuar a prisão de um indivíduo. A primeira se superior a 4 anos). Já a liberdade sem fiança, somente
dá por meio da prisão em flagrante e a segunda é a poderá ser decretada pelo Juiz de Direito.
prisão realizada por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente (mandado de pri- LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a dores-
são). Para os militares, há duas ressalvas, poderão ser ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusá-
presos em razão de transgressão militar (violação dos vel de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
princípios da ética, dos deveres e das obrigações mili-
tares) ou pelo cometimento de crime militar, previstos A prisão civil é medida privativa de liberdade, sem ca-
em lei. ráter de pena, com a finalidade de compelir o deve-
dor a satisfazer uma obrigação. O Pacto de San José
LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se da Costa Rica, ratificado pelo Brasil (recepcionado de
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz forma equivalente a norma constitucional), autoriza a
competente e à família ou à pessoa por ele indicada; prisão somente em razão de dívida alimentar. Assim,
não é admitida a prisão do depositário infiel.
Este inciso demonstra o direito de comunicação ime-
diata do preso, restrito na forma legal.

LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os


quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada
a assistência da família e de advogado; LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
A Constituição traz mais um direito ao preso, o de per- ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
manecer calado (o preso não é obrigado a produzir lidade ou abuso de poder;
prova contra si) e assegura a assistência de sua família
e de um advogado. Este remédio constitucional tem por escopo assegurar
a efetiva aplicação do direito de locomoção, ou seja,
LXIV- o preso tem direito a identificação dos respon- o direito de ir, vir e permanecer em um determinado
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; local.

A autoridade policial deve estar devidamente identifi- Este remédio constitucional poderá ser utilizado tanto
cada, ex. estar fardada, com nome aparente. no caso de iminência de violência ou coação à liberda-
de de locomoção, como no caso de efetiva ocorrência
LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela de ato atentatório à liberdade.
autoridade judiciária;
Assim, são duas as espécies de habeas corpus:
Caso a prisão tenha ocorrido de forma ilegal (alguma
nulidade, ou abuso de autoridade no ato da prisão, - Preventivo ou salvo-conduto: Neste caso o habe-
etc.), a peça cabível para soltá-lo é o relaxamento de as corpus será impetrado pelo indivíduo que se achar
prisão, deferida ou não pelo juiz de direito. ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liber-
dade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de po-
LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, der. Tem por finalidade obter um salvo-conduto, ou
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou seja, um documento para garantir o livre trânsito em
sem fiança; sua liberdade de locomoção (ir, vir e permanecer).

Estamos diante de uma prisão legalmente realizada. Exemplo: Fulano está sendo acusado de cometer um
crime de roubo, porém há indícios de que não foi ele
Contudo, a lei permite que o acusado responda em que cometeu o crime. Então, ele impetra o Habeas
liberdade, com ou sem o pagamento da fiança. A li- Corpus preventivo, o juiz reconhecendo legítimos seus
berdade com fiança pode ser decretada pelo Juiz de argumentos o concede o salvoconduto, que permiti-
Direito ou pelo Delegado de Polícia (o delegado ape- rá que este se mantenha solto até a decisão final do
nas poderá decretar a liberdade provisória com fiança processo.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

14

- Repressivo ou liberatório: Aqui haverá a impetra- LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre
ção quando alguém sofrer violência ou coação em sua que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
poder. Nesse passo, o habeas corpus será impetrado prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
com a finalidade de obter a expedição de um alvará de à cidadania;
soltura (documento no qual consta ordem emitida pelo
juiz para que alguém seja posto em liberdade). O mandado de injunção tem por objetivo combater a
falta de efetividade das normas constitucionais. Para
LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para pro- que seja possível a impetração de mandado de injun-
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas ção há necessidade da presença de dois requisitos:
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ile-
galidade ou abuso de poder for autoridade pública ou - Existência de norma constitucional que preveja o
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de exercício de direitos e liberdades constitucionais e das
Poder Público; prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania.
LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impe-
trado por: - Inexistência de norma regulamentadora que torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
a) partido político com representação no Congresso cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
Nacional; soberania e à cidadania.

b) organização sindical, entidade de classe ou asso- A grande consequência do mandado de injunção con-
ciação legalmente constituída e em funcionamento há siste na comunicação ao Poder Legislativo para que
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus elabore a lei necessária ao exercício dos direitos e liber-
membros ou associados; dades constitucionais.

O objeto do Mandado de Segurança é a proteção de LXXII- conceder-se-á habeas data:


direito líquido e certo (aquele que pode ser demonstra-
do de plano, por meio de prova pré-constituída, sendo, a) para assegurar o conhecimento de informações re-
portanto, dispensada a dilação probatória). lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou
A impetração de mandado de segurança, nos casos não de caráter público;
amparados por habeas corpus ou habeas data, ocorre
pelo fato de que é necessário utilizar o remédio pro- b) para a retificação de dados, quando não se prefira
cessual adequado a cada caso. Cabe ressaltar que um fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
dos requisitos mais importantes para a impetração do
mandado de segurança é a identificação da autoridade O habeas data assegura o direito de informação. De
coatora pela ilegalidade ou abuso do poder. Para fins acordo com o princípio da informação todos têm di-
de impetração de mandado de segurança, autoridade é reito de receber informações relativas à pessoa do im-
o agente investido no poder de decisão. É importante petrante, constante de registros ou banco de dados de
tal caracterização, pois, desta maneira, não há o risco entidades governamentais ou
de ilegitimidade passiva na impetração do mandado de de caráter público.
segurança.
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor
Similarmente ao habeas corpus, existem duas espécies ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
de mandado de segurança: nio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
- Preventivo: Quando estamos diante de ameaça ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
direito líquido e certo, por ilegalidade ou abuso de po- comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
der. da sucumbência;

- Repressivo: Quando a ilegalidade ou abuso de poder


já foram praticados.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

15

A Ação Popular é regida pela Lei nº 4.717/65 que con- Exemplo: a emissão de título de eleitor - que garante
fere legitimidade de propositura ao cidadão (os que ao indivíduo o caráter de cidadão, para fins de propo-
estão em gozo dos direitos políticos - direito de vo- situra de ação popular.
tar e ser votado), imbuído de direitos políticos, civis e
sociais. Este remédio constitucional, cuja legitimidade LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo,
para propositura, é do cidadão, visa um provimento são assegurados a razoável duração do processo e os
jurisdicional (sentença) que declare a nulidade de atos meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
lesivos ao patrimônio público.
A duração razoável do processo deverá ser empregada
Não confunda ação civil pública com ação popular: A tanto na esfera judicial como na administrativa, fazen-
ação civil pública, explicitada pela Lei nº 7.347/85, é do com que o jurisdicionado não necessite aguardar
um instrumento processual tendente a tutelar interes- longos anos à espera de um provimento jurisdicional.
ses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Neste
caso, a Lei da Ação Civil Pública, dispõe um rol de legi- §1º As normas definidoras dos direitos e garantias
timados à propositura da ação, como por exemplo: a fundamentais têm aplicação imediata.
União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, o
Ministério Público, dentre outros. Desta maneira, po- Os direitos e garantias fundamentais constantes na
demos perceber que o cidadão individualmente consi- C.F. passaram a ter total validade com sua entrada em
derado, detentor de direitos políticos, não é legitima- vigor, independentemente, da necessidade de regula-
do para a propositura de tal ação. mentação de algumas matérias por lei infraconstitu-
cional.
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re- §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constitui-
cursos; ção não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados interna-
Com a finalidade de atender aos indivíduos mais ne- cionais em que a República Federativa do Brasil seja
cessitados financeiramente, a própria Constituição em parte.
seu artigo 134, trata da Defensoria Pública, instituição
especificamente destinada a este fim, que incumbe a Além dos direitos e garantias já existentes, este pará-
orientação jurídica e a defesa, em todos os graus. grafo consagra a possibilidade de existência de outros
decorrentes do regime democrático. Quando o assun-
LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro ju- to abordado diz respeito aos tratados, cabe ressaltar
diciário, assim como o que ficar preso além do tempo a importante alteração trazida pela Emenda Constitu-
fixado na sentença; cional nº 45/04, que inseriu o parágrafo 3º, que será
analisado posteriormente.
Estamos diante de responsabilidade objetiva do Esta-
do, ouseja, comprovado o nexo de causalidade entre a §3º Os tratados e convenções internacionais sobre di-
conduta e o resultado danoso, será exigível a indeni- reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
zação, independentemente da comprovação de culpa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-
ou dolo. tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
lentes às emendas constitucionais.
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente po-
bres, na forma da lei: Este parágrafo trouxe uma novidade inserida pela
Emenda Constitucional nº 45/04 (Reforma do Judi-
a) o registro civil de nascimento; ciário). Cabe ressaltar que este parágrafo somente
abrange os tratados e convenções internacionais so-
b) a certidão de óbito; bre direitos humanos. Assim, os demais tratados serão
recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e com o caráter de lei ordinária, diferentemente do tra-
habeas data e, na forma da lei, os atos necessário ao tamento dado aos tratados de direitos humanos, com
exercício da cidadania; a edição da Emenda nº 45/04.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

16

§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Conceito


Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Consiste em direito econômico-social e tem por ob-
Este parágrafo é outra novidade inserida ao ordena- jetivo melhorar as condições de vida e de trabalho
mento jurídico pela Emenda Constitucional nº 45/04. para todos. Veio para criar garantias positivas pres-
O referido tribunal foi criado pelo Estatuto de Roma tadas pelo Estado em favor dos menos favorecidos,
em 17 de julho de 1998, o qual foi subscrito pelo Brasil. bem como dos setores da sociedade economicamente
mais fracos.
Trata-se de instituição permanente, com jurisdição
para julgar genocídio, crimes de guerra, contra a hu- Segundo Silva, os direitos sociais “são prestações po-
manidade e de agressão, e cuja sede se encontra em sitivas proporcionadas pelo Estado direta ou indire-
Haia, na Holanda. Os crimes de competência desse Tri- tamente, enunciadas em normas constitucionais, que
bunal são imprescritíveis, dado que atentam contra a possibilitam melhores condições de vida aos mais fra-
humanidade como um todo. cos, direitos que tendem a realizar a igualização de
situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que
O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico se ligam ao direito de igualdade”.
brasileiro às leis ordinárias. Em que pese tenha adqui-
rido este caráter, o mencionado tratado diz respeito a Os direitos sociais exigem a intermediação do Esta-
direitos humanos, porém não possui característica de do para sua concretização; consideram o homem para
emenda constitucional, pois entrou em vigor em nos- além de sua condição individualista, e guardam íntima
so ordenamento jurídico antes da edição da Emenda relação com o cidadão e a sociedade, então abrangem
Constitucional nº 45/04. Para que tal tratado seja equi- a pessoa humana na perspectiva de que ela necessita
parado às emendas constitucionais deverá passar pelo de condições mínimas de subsistência.
mesmo rito de aprovação destas.
Por tratarem de direitos fundamentais, há de reconhe-
Direitos Sociais cer a eles aplicabilidade imediata (artigo 5º, § 1º da
CF/88), e no caso de omissão legislativa haverá meios
O advento das revoluções (americana e francesa) no de buscar sua efetividade, como o mandado de injun-
século XVIII, promoveu a ascensão da burguesia ao po- ção e a ação direta de inconstitucionalidade por omis-
der, garantindo-os alguns direitos individuais, como: a são.
inviolabilidade de domicílio e de correspondência, o
devido processo legal e a proibição da prisão ilegal. Classificação

Originando por conseguinte a emersão do capitalis- O art. 6º da Constituição deixa claro que os direitos
mo, que aumentou significativamente a produção de sociais não são somente os que estão enunciados nos
bens de consumo, mas que trouxe consigo a miséria artigos 7º, ao 11.
da classe trabalhadora, devido ao aumento da produ-
ção de riquezas, sua má distribuição e da ausência do Também são encontrados no Título VIII - Da Ordem
amparo estatal (prestação negativa do Estado). Social, artigos 193 e seguintes.

Sendo assim apesar da classe trabalhadora ser a pro- Os direitos sociais podem ser agrupados em gran-
dutora da riqueza da burguesia, esta era excluída dos des categoriais:
benefícios sociais e de uma qualidade de vida con-
digna. Fato que os motivou a se organizarem na luta a) os direitos sociais dos trabalhadores (subdivididos
por seus direitos e por uma estabilidade maior quanto em individuais e coletivos);
ao desenvolvimento econômico, levando o Estado a
intervir em prol dos menos favorecidos. No Brasil os b) os direitos sociais de seguridade social (saúde e
direitos sociais vieram com a Constituição de 1934, previdência social);
que permanece até a Constituição atual.
c) os direitos sociais de natureza econômica;

d) os direitos sociais da cultura e esporte;


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

17

e) os de segurança; nomia.

f) família, criança, adolescente, idoso e pessoas porta- Alguns autores denominam este princípio como a re-
doras de deficiência. serva do “financeiramente possível”, relacionando-o
com a necessidade de disponibilidade de recursos,
José Afonso da Silva propõe a divisão dos direitos principalmente pelo Estado, para sua efetiva concre-
sociais em: tização.

a) Relativos aos trabalhadores: direito à saúde, à A cláusula da reserva do possível não pode servir de
educação, à segurança social, ao desenvolvimento in- argumento, ao Poder Público, para frustrar e inviabili-
telectual, o igual acesso das crianças e adultos à ins- zar a implementação de políticas públicas definidas na
trução, à cultura e garantia ao desenvolvimento da própria Constituição.
família, que estariam no título da ordem social.
A noção de “mínimo existencial” é extraída implicita-
b) Relativos ao homem consumidor: direitos relati- mente de determinados preceitos constitucionais (CF,
vos ao salário, às condições de trabalho, à liberdade art. 1º, III, e art. 3º, III), e compreende um complexo
de instituição sindical, o direito de greve, entre outros de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de
(CF, artigos 7º a 11). garantir condições adequadas de existência digna, em
ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito
Direitos Relativos aos Trabalhadores geral de liberdade e, também, a prestações positivas
originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição
As relações individuais do trabalho estão previstas no de direitos sociais básicos.
artigo 7° CF/88 e, os direitos coletivos dos trabalhado-
res estão previstos nos artigos 8° à 11. Mínimo Existencial

Os direitos sociais e coletivos são aqueles que os tra- Trata-se do básico da vida humana, um direito fun-
balhadores exercem coletivamente ou no interesse da damental e essencial previsto na Constituição Federal.
coletividade. Podem ser classificados da seguinte for- Tem como objetivo garantir condições mínimas para
ma: uma vida digna ao ser humano. Assim, é dever do Es-
tado garantir que os direitos fundamentais sejam apli-
a) Direito de associação sindical ou profissional (artigo cados de maneira eficaz. Pode ser conceituado como
8°, caput) “conjunto de condições materiais essenciais e ele-
mentares cuja presença é pressuposto da dignidade
b) Direito de greve (artigo 9°) para qualquer pessoa. Se alguém viver abaixo daquele
patamar, o mandamento constitucional estará sendo
c) Direito de substituição processual (artigo 8°, III) desrespeitado”.

d) Direito de participação (artigo 10) Em casos que o Poder Público não cumpra seu dever
de implementar políticas públicas definidas no texto
e) Direito de representação classista (artigo 11). constitucional, estará infringindo a própria Constitui-
Princípios norteadores de proteção aos Direitos ção. A falta de agir do Estado configura desprezo e
Sociais desrespeito à Constituição e, por isso mesmo, confi-
gura comportamento juridicamente reprovável.
Reserva do Possível
O mínimo existencial abrange direitos socioeconômi-
A reserva do possível, nas suas diversas dimensões, cos e culturais, como o direito a educação, lazer, traba-
está ligada diretamente às limitações orçamentárias lho, salário mínimo, etc.
que o Estado possui. Para que se determine a razoabi-
lidade de determinada prestação estatal é importante
pensar no contexto: a saída adequada para “A” deve
ser a saída adequada para todos os que se encontram
na mesma situação que “A”, como o princípio da iso-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

18

Vedação ao Retrocesso / Princípio do Não Retro- a um teto, um abrigo em condições condignas para
cesso Social / Proibição da Evolução Reacionária preservar a intimidade pessoal dos membros da famí-
lia (art. 5, X e XI), uma habitação digna e adequada. A
O legislador, dentro da reserva do possível, deve im- própria impenhorabilidade do bem de família, levada
plementar políticas públicas. Uma vez concretizado a efeito pela Lei n° 8.009/90, encontra fundamento no
esses direitos, não poderá ser diminuído. Assim, os di- artigo 6º da Constituição Federal.
reitos sociais já consagrados devem ser resguardados.
Transporte: com o advento da Emenda Constitucional
Direitos Sociais em Espécie Educação: o direito à nº 90, de 15 de setembro de 2015, o transporte passou
educação está previsto nos artigos 6º e 205 da Cons- a figurar no rol dos direitos sociais. A inserção de um
tituição Federal. Esse direito é de todos e um dever do direito ao transporte guarda sintonia com o objetivo
Estado e a família, que visa o desenvolvimento intelec- de assegurar a todos uma efetiva fruição de direitos
tual da pessoa, preparando-a para o exercício da cida- (fundamentais ou não), mediante a garantia do acesso
dania e de uma vida profissional. O Estado tem o dever ao local de trabalho, bem como aos estabelecimentos
de promover políticas públicas de acesso à educação de ensino, serviços de saúde e outros serviços essen-
de acordo com os princípios elencados na própria CF ciais, assim como ao lazer e mesmo ao exercício dos
(art. 206), e, por expressa disposição, obriga-se a for- direitos políticos, sem falar na especial consideração
necer o ensino fundamental gratuito (art. 208, § 1º). das pessoas com deficiência (objeto de previsão es-
pecífica no artigo 227, § 2º, CF) e dos idosos, resulta
O STF editou a súmula vinculante número 12, com a evidente e insere o transporte no rol dos direitos e de-
finalidade de evitar violação do disposto no artigo veres associados ao mínimo existencial, no sentido das
206, IV da CF: “A cobrança de taxa de matrícula nas condições materiais indispensáveis à fruição de uma
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, vida com dignidade.
da Constituição Federal”.
Lazer: prevê a Constituição no § 3º do Artigo 217 que
Saúde: foi em 1988 que a saúde passou a ser tratada “o Poder Público incentivará o lazer, como forma de
pela ordem constitucional brasileira, como direito fun- promoção social”. Esse direito relaciona-se com o di-
damental. É um direito de todos e dever do Estado ga- reito ao descanso dos trabalhadores, ao resgate de
rantir políticas sociais e econômicas que tenha como energias para retomada das atividades.
objetivo diminuir riscos de
doenças. Costuma-se condenar os empregadores que, entre-
gando excessiva carga de trabalho ao empregado, re-
Alimentação: A alimentação adequada está ligada à tiram-lhe o intervalo interjornada10 de modo a inibir o
dignidade da pessoa humana, portanto, é dever do convívio social e familiar. Em poucas palavras, o tempo
poder público adotar medidas necessárias para uma destinado ao lazer, é uma garantia constitucional.
alimentação digna e nutritiva a toda população.
Segurança: a segurança no artigo 6° não é a mesma
Trabalho: está previsto na Constituição Federal como que a mencionada no caput do artigo 5°. Lá no arti-
um direito social. O direito de ter um trabalho ou de go 5° ela está ligada a garantia individual e, no artigo
trabalhar, é o meio de se obter uma existência digna. 6°, prevê um direito social, ligada a segurança pública,
tratada no artigo 144 da Constituição Federal.
Aparece como um dos fundamentos do Estado de-
mocrático de Direito os valores sociais do trabalho O STF afirmou que o direito à segurança “é prerro-
(previsto na CF, artigo 1º, inciso IV), e, no artigo 170 gativa constitucional indisponível, garantido mediante
da CF/88 funda a ordem econômica na valorização do a implementação de políticas públicas, impondo ao
trabalho humano e na livre iniciativa, tudo a assegu- Estado a obrigação de criar condições objetivas que
rar uma existência digna a todos, em atenção à justiça possibilitem o efetivo acesso a tal serviço. É possível
social. ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo
Estado, quando inadimplente, de políticas públicas
Moradia: o direito à moradia visa consagrar o direito constitucionalmente previstas, sem que haja ingerên-
de habitação digna e adequada. Não quer dizer que cia em questão que envolve o poder discricionário do
necessariamente é direito a uma casa própria, mas sim Poder Executivo.”
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

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Previdência social: É um conjunto de direitos relati- II - seguro-desemprego, em caso de desemprego


vos à seguridade social. Os benefícios, são prestações involuntário;
pecuniárias para
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
a) Aposentadoria por invalidez (CF, art. 201, I), por ve-
lhice e por tempo de contribuição (CF, art. 201, § 7º) IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente uni-
ficado, capaz de atender a suas necessidades vitais
b) Nos auxílios por doença, maternidade, reclusão e básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
funeral (art. 201, I, II, IV e V); educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte
e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
c) No salário-desemprego (artigos 7º, II, 201, II, e 239); preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vin-
culação para qualquer fim;

d) Na pensão por morte do segurado (art. 201, V). V - piso salarial proporcional à extensão e à complexi-
dade do trabalho;
Os serviços que são prestações assistenciais: médi-
ca, farmacêutica, odontológico, hospitalar, social e de VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
reeducação ou readaptação profissional. convenção ou acordo coletivo;

Proteção à maternidade e à infância: a proteção à VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
maternidade aparece tanto como um direito previden- para os que percebem remuneração variável;
ciário (artigo 201, II) como direito assistencial (artigo
203, I e II). VIII - décimo terceiro salário com base na remunera-
ção integral ou no valor da aposentadoria;
Destaca-se, também, no artigo 7º, XVIII da CF a previ-
são de licença à gestante. IX - remuneração do trabalho noturno superior à do
diurno;
Assistência aos desamparados: materializa-se nos
termos do artigo 203, que estabelece que a assistência X - proteção do salário na forma da lei, constituindo
social será prestada aos necessitados, independente- crime sua retenção dolosa;
mente contribuírem ou não com a previdência social.
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvincula-
Texto Constitucional a respeito: da da remuneração, e, excepcionalmente, participação
na gestão da empresa, conforme definido em lei;
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS XII - salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali-
mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
a segurança, a previdência social, a proteção à mater- horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
nidade e à infância, a assistência aos desamparados, a compensação de horários e a redução da jornada,
na forma desta Constituição. (NR Emenda Constitucio- mediante acordo ouconvenção coletiva de trabalho;
nal Nº 90, de 15 de setembro de 2015)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego-
além de outros que visem à melhoria de sua condição ciação coletiva;
social:
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
I - relação de emprego protegida contra despedida aos domingos;
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei com-
plementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

20

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; (Vide do empregador, sem excluir a indenização a que este
Del 5.452, art. 59 § 1º). está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das re-
menos, um terço a mais do que o salário normal; lações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e limite de dois anos após a extinção do contrato de
do salário, com a duração de cento e vinte dias; trabalho;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício
de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante


a salário e critérios de admissão do trabalhador porta-
dor de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,


técnico e intelectual ou entre os profissionais respec-
tivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou


insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba-
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com


vínculo empregatício permanente e o trabalhador
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, me- avulso
diante incentivos específicos, nos termos da lei;
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por as condições estabelecidas em lei e observada a sim-
meio de normas de saúde, higiene e segurança; plificação do cumprimento das obrigações tributárias,
principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-
XXIII - adicional de remuneração para as atividades balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I,
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à
previdência social. (Redação dada pela Emenda Cons-
XXIV - aposentadoria; titucional nº 72, de 2013).

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob-
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em servado o seguinte:
creches e préescolas;
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos co- fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
letivos de trabalho; competente, vedadas ao Poder Público a interferência
e a intervenção na organização sindical;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da
lei;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

21

II - é vedada a criação de mais de uma organização rios sejam objeto de discussão e deliberação.
sindical, em qualquer grau, representativa de catego-
ria profissional ou econômica, na mesma base territo- Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empre-
rial, que será definida pelos trabalhadores ou empre- gados, é assegurada a eleição de um representante
gadores interessados, não podendo serinferior à área destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
de um Município; entendimento direto com os empregadores.

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- Nacionalidade


ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas; Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
uma pessoa a um determinado Estado Soberano que
IV - a Assembleia geral fixará a contribuição que, em gera direitos e acarreta deveres. Cabe a cada país es-
se tratando de categoria profissional, será desconta- tabelecer seu direito interno para conceituar seus na-
da em folha, para custeio do sistema confederativo da cionais. No Brasil quem determina com exclusividade
representação sindical respectiva, independentemente a aquisição e a perda da nacionalidade brasileira é a
da contribuição prevista em lei; própria Constituição.

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se Definições Correlatas


filiado a sindicato;
Cidadão: é aquele que está no pleno gozo de seus
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas ne- direitos políticos (votar e ser votado). Cidadão é o na-
gociações coletivas de trabalho; cional, mas pode ocorrer de ser nacional e não ser ci-
dadão (Exemplo: Um indivíduo preso é nacional, mas
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- não é cidadão, visto estarem suspensos seus direitos
tado nas organizações sindicais; políticos, em razão da prisão).

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado Povo: é o elemento humano da nação, do país so-
a partir do registro da candidatura a cargo de direção berano. É o conjunto de pessoas que fazem parte do
ou representação sindical e, se eleito, ainda que su- Estado.
plente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei. População: é conceito demográfico, engloba nacio-
nais e estrangeiros. Envolve todas as pessoas que es-
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam- tão em um território.
-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei estabe- Nação: são os brasileiros natos e naturalizados. A na-
lecer. ção é formada por um conjunto de pessoas nascidas
em um território, cercadas pela mesma língua, costu-
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo mes, cultura, tradições que adquirem a mesma identi-
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de dade social-cultural.
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender. Espécies de Nacionalidade

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essen- Nacionalidade originária / primária / involuntá-


ciais e disporá sobre o atendimento das necessidades ria: é a nacionalidade dos natos, não dependendo de
inadiáveis da comunidade. qualquer requerimento ou da vontade do indivíduo.
É um direito subjetivo, potestativo, que nasce com a
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis pessoa. É potestativo, pois depende exclusivamente
às penas da lei. de seu titular. Somente a CF poderá estabelecer quem
são os natos.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores
e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
em que seus interesses profissionais ou previdenciá-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

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Nacionalidade adquirida / secundária / voluntária: que cabe exceções que devem ser previstas na própria
é a nacionalidade dos naturalizados, sempre depen- Constituição Federal.
dendo de um requerimento sujeito à apreciação. Em
geral, não é um direito potestativo, visto não ser au- Extradição
tomático.
O brasileiro nato não poderá ser extraditado, enquan-
A pessoa é livre para escolher sua nacionalidade ou to o naturalizado pode em duas ocasiões:
optar por outra. A pessoa não pode ser constrangida -Crime comum ANTES da naturalização;
a manter sua nacionalidade, podendo optar por outra,
sendo aceita ou não. -Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, não
importando o tempo, se antes ou depois da natura-
Considerando que compete ao direito interno de cada lização.
país fixar os critérios de aquisição da nacionalidade,
é possível a existência de polipátridas (pessoas com Cargos Privativos de Brasileiros Natos
diversas nacionalidades) e apátridas, também denomi-
nados heimatlos ou apólidos (pessoas que não pos- Alguns cargos são reservados aos brasileiros natos,
suem pátria). vejamos:

Critérios de Definição - Presidente e Vice-Presidente da República.

Critério jus soli ou jus loci: é considerado brasilei- - Presidente da Câmara dos Deputados e Presiden-
ro nato aquele que nasce na República Federativa do te do Senado Federal: estão na linha de substituição
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que ne- do Presidente da República, portanto deverão ser bra-
nhum deles esteja a serviço de seu país. A República sileiros natos;
Federativa do Brasil é o seu território nacional mais
suas extensões materiais e jurídicas. Se o estrangeiro - Presidente do STF: considerando que todos os Mi-
estiver em território nacional a serviço de um terceiro nistros do STF poderão ocupar o cargo de presidência
país, que não o seu de origem, o filho deste que nascer do órgão, também deverão ser brasileiros natos. Os
no Brasil será brasileiro nato. demais cargos do Poder Judiciário poderão ser ocupa-
dos por brasileiros natos ou naturalizados;
Critério jus sanguinis: é considerado brasileiro nato o
filho de brasileiros que nascer no estrangeiro estando - Ministro de Defesa: cargo criado pela Emenda
qualquer um dos pais a serviço da República Federa- Constitucional 23/99, deverá necessariamente ser
tiva do Brasil (União, os Estados, os Municípios, as au- ocupado por um brasileiro nato;
tarquias, as fundações públicas, as empresas públicas
e as sociedades de economia mista, ou seja, o brasilei- - Membros da Carreira Diplomática: deverão ser,
ro deve estar a serviço da Administração Direta ou da necessariamente, brasileiros natos. Não se impõe essa
Administração Indireta). condição ao Ministro das Relações Exteriores;

Critério misto: também poderá exigir a nacionalida- - Parte dos Conselheiros da República (art. 89, VII,
de, os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de da CF/88): o Conselho da República é um órgão con-
mãe brasileira, desde que sejam registrados em re- sultivo do Presidente da República, devendo ser com-
partição brasileira competente ou venham a residir na posto por seis brasileiros natos;
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela naciona- - As empresas jornalísticas, de radiodifusão, som e
lidade brasileira. imagem são privativas de brasileiros natos ou natu-
ralizados.
Distinção entre Brasileiro Nato e Naturalizado

Em que pese a Constituição declarar em seu artigo 12,


§2° estabelecer que não há distinção entre os brasilei-
ros natos e naturalizados, no mesmo dispositivo relata
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

23

- O reconhecimento de outra nacionalidade originária


pela lei estrangeira;

- Imposição da naturalização pelo Estado estrangeiro


para o brasileiro residente em outro país como condi-
ção de permanência ou para exercício de direitos civis.

Exercício de Função

O artigo 89 da CF/88, que prevê, em seu inciso VII, a


privatividade de 6 (seis) vagas para cidadãos brasilei-
ros natos.

São as pessoas em contato direto com as decisões


da própria Presidência. Não significa, contudo, que
o Conselho não pode ter brasileiros naturalizados
em sua composição. Os incisos IV, V e VI daquele ar-
tigo fazem referência a cargos que também podem
ser exercidos por brasileiros natos e naturalizados (os
chefes da maioria e da minoria na Câmara dos Depu-
tado e no Senado e o Ministro da Justiça).
Perda da Nacionalidade
Propriedade de empresa de Radiodifusão
- Cancelamento da Naturalização: o elemento bási-
co que gera o cancelamento é a prática de atividade
O artigo 222 da CF/88 menciona que, a propriedade
nociva ao interesse nacional, reconhecida por sentença
de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de
judicial transitada em julgado. Entende-se que a práti-
sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou na-
ca de atividade nociva tem pressuposto criminal (deve
turalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídi-
ser fato típico considerado como crime). A sentença
cas constituídas sob as
tem efeitos ex nunc (não retroativos, valem dali para
leis brasileiras e que tenham sede no País.
frente) e atinge brasileiros naturalizados. A reaquisição
deve ser requerida por meio de ação rescisória que
desconstitua os efeitos da decisão judicial anterior.
Estatuto da Igualdade (Quase Nacionalidade)
- Aquisição voluntária e ativa de outra nacionalida-
de: atinge tanto os brasileiros natos quanto os natura-
O Estatuto da Igualdade é decorrente do Tratado entre
lizados. O instrumento que explicita a perda da nacio-
Brasil e Portugal de 1971. Quando são conferidos di-
nalidade nesta hipótese é o decreto do Presidente da
reitos especiais aos brasileiros residentes em Portugal
República. Essa perda ocorre por meio de um processo
são conferidos os mesmos direitos aos portugueses
administrativo que culmina com o decreto do Presi-
residentes no Brasil. O núcleo do Estatuto é a recipro-
dente da República, que tem natureza meramente de-
cidade. Os portugueses que possuem capacidade civil
claratória e efeitos ex nunc.
e residência permanente no Brasil podem requerer os
benefícios do Estatuto da Igualdade e, consequente-
mente, há reciprocidade em favor dos brasileiros que
Nem sempre a aquisição de outra nacionalidade impli-
residem em Portugal.
ca a perda da nacionalidade brasileira. O Brasil, além
de admitir a dupla nacionalidade, admite a múltipla
nacionalidade. Em regra, a aquisição de outra nacio-
nalidade implica a perda da nacionalidade brasileira,
entretanto, há exceções:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

24

Texto Constitucional a respeito do assunto: IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

CAPÍTULO III V - da carreira diplomática;


DA NACIONALIDADE
VI - de oficial das Forças Armadas.
Art. 12. São brasileiros:
VII - de Ministro de Estado da Defesa
I - natos:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do bra-
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda sileiro que:
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
a serviço de seu país; I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença ju-
dicial, em virtude de atividade nociva ao interesse na-
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe cional;
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela


mãe brasileira, desde que sejam registrados em reparti- lei estrangeira;
ção brasileira competente ou venham a residir na Repú-
blica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, b) de imposição de naturalização, pela norma estran-
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade geira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro,
brasileira; como condição para permanência em seu território ou
para o exercício de direitos civis;
II - naturalizados:
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú-
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade blica Federativa do Brasil.
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto § 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a
e idoneidade moral; bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residen- § 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


tes na República Federativa do Brasil há mais de quinze poderão ter símbolos próprios.
anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira. Os símbolos da República Federativa do Brasil são, a
bandeira (instituída em 19 de novembro de 1889, a
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no Bandeira Nacional é composta por 27 estrelas que sim-
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, bolizam as unidades federativas do país - sendo 26 es-
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, sal- tados e o Distrito Federal), o hino, as armas e o selo
vo os casos previstos nesta Constituição. nacionais.

§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre bra- Direitos Políticos


sileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
nesta Constituição. São as regras que disciplinam o exercício da soberania
popular e a participação nos negócios jurídicos do Esta-
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: do. São os direitos de participar da vida política do País,
da formação da vontade nacional incluindo os de votar
e ser votado. Os direitos políticos consistem no exer-
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; cício da soberania popular das mais diversas formas,
como o da inciativa popular no processo legislativo, o
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; de propor ação popular e o de organizar e participar
dos partidos políticos.
III - de Presidente do Senado Federal;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

25

Definições Correlatas ráter próprio e possui duas categorias: formal e subs-


tantiva.
Regime de governo ou regime político: é um com-
plexo estrutural de princípios e forças políticas que Cidadania formal é, conforme o direito internacional,
configuram determinada concepção do Estado e da indicativo de nacionalidade, de pertencimento a um
Sociedade, e que inspiram seu ordenamento jurídico. Estado Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da
cidadania brasileira. Cidadania substantiva é definida
Estado de direito: é aquele em que todos estão igual- como a posse de direitos civis, políticos e sociais. Essa
mente submetidos à força das leis. última forma de cidadania é a que nos interessa.

Estado democrático de direito: é aquele que permi- A cidadania moderna se constituiu por três tipos de
te a efetiva participação do povo na administração da direito:
coisa pública, visando sobretudo alcançar uma socie-
dade livre, justa e solidária em que todos (inclusive os Civil: direitos inerentes à liberdade individual, liber-
governantes) estão igualmente submetidos à força da dade de expressão e de pensamento; direito de pro-
lei. priedade e de conclusão de contratos; direito à justiça;
que foi instituída no século 18;
Cidadão: na linguagem popular, povo, população e
nacionalidade são expressões que se confundem. Política: direito de participação no exercício do poder
político, como eleito ou eleitor, no conjunto das insti-
Juridicamente, porém, cidadão é aquele nacional que tuições de autoridade pública, constituída no século
está no gozo de seus direitos políticos, sobretudo o 19;
voto.
Social: conjunto de direitos relativos ao bem-estar
População: é conceito meramente demográfico. econômico e social, desde a segurança até ao direito
de partilhar do nível de vida, segundo os padrões pre-
Povo: é o conjunto dos cidadãos. valecentes na sociedade, que são conquistas do século
20.
Cidadania: é conjunto de direitos fundamentais e de
participação nos destinos do Estado. Tem sua face Modalidades
ativa (direito de escolher os governantes) e sua face
passiva (direito de ser escolhido governante). Alguns, Há duas modalidades de Direitos Políticos, os positi-
porém, por imposição constitucional, podem exercer vos (ativos e passivos) e os negativos.
a cidadania ativa (ser eleitor), mas não podem exer-
cer a cidadania passiva (ser candidato), a exemplo dos Direitos Políticos Positivos
analfabetos (art. 14, § 4.º, da CF). Alguns atributos da
cidadania são adquiridos gradativamente, a exemplo São normas que possibilitam ao cidadão a participa-
da idade mínima exigida para alguém concorrer a um ção na vida pública, incluindo os direitos de votar e
cargo eletivo (18 anos para Vereador, 21 anos para De- ser votado.
putado etc.).
Por muitas vezes as bancas examinadoras trazem o
Segundo Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de nome sufrágio em certames, que nas palavras de Mot-
direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ta, O sufrágio constitui a essência dos direitos polí-
ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem ticos, e corresponde ao direito de participar da vida
não tem cidadania está marginalizado ou excluído da política do Estado. Na lição de José Afonso da Silva,
vida social e da tomada de decisões, ficando numa po- é um direito público subjetivo, de natureza política,
sição de inferioridade dentro do grupo social”. que confere ao cidadão a prerrogativa de eleger, de
ser eleito e de participar da organização e da atividade
Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à política do Estado.
universalidade dos direitos do ser humano na sua dig-
nidade – , a cidadania moderna, embora influenciada
por aquelas concepções mais antigas, possui um ca-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

26

O núcleo do direito ao sufrágio é, pois, constituído pela iguais perante a lei (cada eleitor vale um único voto -
capacidade eleitoral ativa – denominada alistabilidade, one man, one vote).
que corresponde à capacidade de votar – e pela capaci-
dade eleitoral passiva – denominada elegibilidade, que Não se confunde voto direto com democracia direta.
corresponde à capacidade de ser eleito. Na verdade, a democracia direta em que os cidadãos
se reúnem e exercem sem intermediários os poderes
No Brasil, o sufrágio possui caráter universal. Todos os governamentais, administrando e julgando, pode ser
brasileiros, sejam natos ou naturalizados (bem como os classificada como reminiscência histórica. Afinal, o ta-
portugueses equiparados) têm o direito de exercê-lo, manho dos Estados modernos e a complexidade de
uma vez preenchidos os requisitos legais e constitucio- suas administrações já não permitem tal forma de par-
nais, nenhum deles discriminatório, vinculado a aspec- ticipação.
tos culturais ou
econômicos. Direitos políticos passivos (cidadania passiva ou
capacidade eleitoral passiva)
Direitos políticos ativos (cidadania ativa ou capaci-
dade eleitoral ativa) É o direito de ser votado (normas de elegibilidade). Para
que isso ocorra, o candidato deve seguir algumas con-
É o direito de votar. Pressupostos: dições:

a) Alistamento eleitoral na forma da lei; a) Nacionalidade brasileira (observada a questão da


reciprocidade, quanto aos portugueses, e que apenas
b) Nacionalidade brasileira; alguns cargos são privativos de brasileiros natos);

c) Idade mínima de 16 anos; b) Pleno exercício dos direitos políticos;

d) Não ser conscrito16 durante o serviço militar c) Alistamento eleitoral;


obrigatório.
d) Domicílio eleitoral na cidade ou estado para o qual
Características do Voto concorre;

a) Direto: o cidadão vota diretamente no candidato a e) Filiação partidária;


que se pretende eleger.
f) Idade mínima de acordo com o cargo que se pleiteia
b) Secreto: não há publicidade do voto, para garantir a candidatar.
lisura das votações, inibindo a intimidação e o suborno.
A aquisição da elegibilidade, portanto, ocorre grada-
c) Universal: não há distinção ou discriminação, como tivamente. De acordo com o § 2.º do art. 11 da Lei nº
as de ordem econômica ou intelectual. 9.504/97, a idade mínima deve estar preenchida até a
data da posse. Há, contudo, entendimento jurispru-
d) Periódico: os mandatos são por tempo determina- dencial no sentido de que o requisito da idade mínima
do. deve estar satisfeito na data do pleito. Não há idade
máxima limitando o acesso aos cargos eletivos.
e) Livre: o cidadão escolhe o candidato em que quer
votar livremente. É critério para elegibilidade contar com:

f) Personalíssimo: não há possibilidade de voto por


procuração.

g) Obrigatório: além de um direito, é também um de-


ver jurídico, social e político.

h) Igualitário: o voto tem valor igual a todos. É a apli-


cação do Direito Político da garantia de que todos são
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

27

Direitos Políticos Negativos Perda e Suspensão dos Direitos Políticos

São as circunstâncias que acarretam a perda ou suspen- É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
são dos direitos políticos, ou que caracterizam a inele- (privação definitiva) ou suspensão (privação temporá-
gibilidade, restringindo ou mesmo impedindo que uma ria) acontecerá nos casos previstos no art. 15 da CF/88.
pessoa participe dos negócios jurídicos de uma nação. A perda (reaquisição depende de requerimento) dife-
rencia-se da suspensão (reaquisição dos direitos políti-
Inelegibilidades cos é automática).

São circunstâncias previstas na constituição ou em leis Perda dos Direitos Políticos


complementares que impedem o cidadão de exercer
total ou parcial sua capacidade de eleger-se. a) Cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado: somente os nacionais (natos
A inelegibilidade se divide em absoluta e relativa: ou naturalizados) e os portugueses com residência per-
manente no Brasil(preenchido o requisito da reciproci-
a) Inelegibilidade absoluta: são os inelegíveis para dade) podem alistar-se como eleitores e candidatos. O
qualquer cargo eletivo em todo o território nacional, cancelamento da naturalização é hipótese de perda dos
os inalistáveis (incluídos os conscritos e os estrangei- direitos políticos, e a Lei nº 818/49 prevê sua incidência
ros – quem não pode votar, não pode ser votado) e em caso de atividades nocivas ao interesse nacional.
os analfabetos. O exercício do mandato não afasta a
inelegibilidade, conforme estabelece a Súmula nº 15 do b) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). prestação alternativa: a recusa de cumprir obrigações
a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
b) Inelegibilidade relativa: o cidadão pode se candi- do art. 5º, VII, da CF, implica a perda dos direitos políti-
datar apenas para determinados cargos, não para to- cos, pois não há hipótese de restabelecimento automá-
dos. Ex.: tico. A Lei nº 8.239/91 incluiu a hipótese como sendo
de suspensão dos direitos políticos, pois a qualquer
I) Terceiro mandato sucessivo; tempo o interessado pode cumprir as obrigações
devidas e regularizar a sua situação.
II) Função na qual ocupa para concorrer a outros car-
gos: o Presidente, Governadores e Prefeitos, que pre- Suspensão dos Direitos Políticos
tendem concorrer a outros cargos, devem renunciar aos
respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito; a) Incapacidade civil absoluta: são as hipóteses pre-
vistas na lei civil, em especial no art. 5º do Código Civil,
III) Parentesco: são inelegíveis no território na circuns- e supervenientes à aquisição dos direitos políticos. Des-
crição do titular o cônjuge e os parentes consanguíneos de a Constituição Federal de 1946, a incapacidade civil
e afins até o segundo grau ou por adoção do Presi- absoluta está incluída como causa de suspensão dos
dente da República, Governador, Prefeito ou quem haja direitos políticos.
substituído dentro de 6 meses anteriores ao pleito. Os
parentes e o cônjuge, porém, são elegíveis para quais- b) Condenação criminal transitada em julgado: a
quer cargos fora da jurisdição do respectivo titular do condenação criminal transitada em julgado, enquanto
mandato e mesmo para cargo de jurisdição mais am- durarem seus efeitos, é causa de suspensão dos direitos
pla. Exemplo: O filho de um Prefeito Municipal pode ser políticos.
candidato a Deputado, a Senador, a Governador ou a
Presidente da República, ainda que não haja desincom- c) Improbidade administrativa (art. 15, V, da CF):
patibilização de seu pai; a improbidade administrativa, prevista no art. 37, §4º,
da CF, é uma imoralidade caracterizada pelo uso inde-
IV) Militares: o militar alistável é elegível, porém, se vido da Administração Pública em benefício do autor
tiver menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se de da improbidade ou de terceiros, não dependendo da
suas atividades e, se tiver mais de 10 anos de serviço, produção de danos ao patrimônio público material. Seu
será agregado pela autoridade superior e, caso eleito, reconhecimento gera a suspensão dos direitos políticos
será no ato da diplomação automaticamente inativo. do improbo.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

28

d) Condenação por crime de responsabilidade: a rendo deve ser convocado no prazo de trinta dias, a
condenação por crime de responsabilidade pode re- contar da promulgação da lei ou da adoção de medi-
sultar na inelegibilidade do condenado por até oito da administrativa sobre a qual se mostra conveniente
anos, mas não afeta o direito de votar. à manifestação popular direta.

Democracia Participativa ou Semidireta Plebiscito

É a possibilidade da participação popular no poder O plebiscito é a consulta popular prévia pela qual os
por meio de um processo. Os principais institutos da cidadãos decidem ou demostram sua posição sobre
democracia direta (participativa) no Brasil são a inicia- determinadas questões. A convocação de plebiscitos
tiva popular, o referendo popular e o plebiscito. é de competência exclusiva do Congresso Nacional
quando a questão for de interesse nacional.
Iniciativa Popular
Veto Popular
Uma das formas de o povo exercer diretamente seu
poder é a iniciativa popular, pela qual 1% do eleitora- O veto popular é um modo de consulta ao eleitorado
do nacional, distribuídos por pelo menos cinco Esta- sobre uma lei existente, visando revogá-la pela vota-
dos-Membros, com não menos de três décimos de 1% ção direta. Foi aprovado em 1º turno pela Assembleia
dos eleitores de cada um deles, apresenta à Câmara Nacional Constituinte, mas acabou sendo rejeitado no
dos Deputados um projeto de lei (complementar ou 2º turno, não sendo incluído na Constituição Federal
ordinária). de 1988.

Referendo Recall

O referendo popular é a forma de manifestação po- É a chamada para voltar, que também não está previs-
pular pela qual o eleitor aprova ou rejeita uma atitude ta em nosso sistema constitucional. É uma forma de
governamental já manifestada. Normalmente, verifica- revogação de mandato, de destituição, pelos próprios
-se quando uma emenda constitucional ou um projeto eleitores, de um representante eleito, que é submetido
de lei aprovado pelo Poder Legislativo é submetido à a uma reeleição antes do término do seu mandato.
aprovação ou rejeição dos cidadãos antes de entrar
em vigor. Impeachment

Nas questões de relevância nacional, de competência É parecido com o recall-político, mas com ele não se
do Poder Legislativo ou do Poder Executivo (maté- confunde. Apesar de ambos servirem para pôr fim ao
ria constitucional, administrativa ou legislativa), bem mandato de um representante político, os dois insti-
como no caso do § 3.º do art. 18 da CF (incorporação, tutos diferem quanto à motivação e à iniciativa (titu-
subdivisão ou desmembramento de um Estado), a au- laridade) do ato de cassação do mandato. Para que se
torização e a convocação do referendo popular e do desencadeie o processo de impeachment, é necessá-
plebiscito são da competência exclusiva do Congresso rio motivação, ou seja, é preciso que se suspeite da
Nacional, nos termos do art. 49, XV, da Constituição prática de um crime ou de uma conduta inadequada
Federal, combinado com a Lei nº 9.709/98 (em espe- para o cargo. Já no recall, tal exigência não existe: o
cial os artigos 2º e 3º). procedimento de revogação do mandato pode ocor-
rer sem nenhuma motivação específica. Ou seja, o re-
A iniciativa da proposta do referendo ou do plebiscito call é um instrumento puramente político.
deve partir de 1/3 dos Deputados Federais ou de 1/3
dos Senadores. A aprovação da proposta é manifesta- Outra diferença é que, no impeachment, o procedi-
da (exteriorizada) por decreto legislativo que exige o mento é geralmente desencadeado e decidido por um
voto favorável da maioria simples dos Deputados Fe- órgão legislativo, enquanto que, no recall, é o povo
derais e dos Senadores (voto favorável de mais da me- que toma diretamente a decisão de cassar ou não o
tade dos presentes à sessão, observando-se que para mandato.
a votação ser iniciada exige-se a presença de mais da
metade de todos os parlamentares da casa). O refe-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

29

Pluralismo Político A ideia do sistema proporcional é de que a votação


seja transformada em mandato, na ordem da sua pro-
Há que se relembrar inexistir uma democracia subs- porção, isto é, o partido que obtiver, por exemplo, 10%
tancial sem a garantia do pluralismo político, carac- dos votos deve conseguir transformá-los em torno de
terizado pela convivência harmônica dos interesses 10% das vagas disputadas.
contraditórios.
Por fim, o sistema misto é aquele que procura com-
Para tanto, há que se garantir a ampla participação de binar o sistema proporcional com o sistema majori-
todos (inclusive das minorias) na escolha dos mem- tário. Muito se tem debatido sobre sua implantação
bros das casas legislativas, reconhecer a legitimidade no Brasil e há propostas para que esse sistema seja
das alianças (sem barganhas espúrias) que sustentam chamado de distrital misto, já que, por ele, parte dos
o Poder Executivo e preservar a independência e a deputados é eleita pelo voto proporcional e parte pelo
transparência dos órgãos jurisdicionais a fim de que majoritário.
qualquer lesão ou ameaça de lesão possa ser legiti-
mamente reparada por um órgão imparcial do Estado. Alistamento Eleitoral (Capacidade Eleitoral Ativa)

Sistemas Eleitorais Cabe privativamente à União legislar sobre matéria


eleitoral. Tanto o Presidente da República quanto o Tri-
O sistema eleitoral é o procedimento que vai orien- bunal Superior Eleitoral podem expedir as instruções
tar o processo de escolha dos candidatos. Para Silva, que julgarem convenientes à boa execução das leis
sistema eleitoral é “o conjunto de técnicas e procedi- eleitorais; poder regulamentar que excepcionalmente
mentos que se empregam na realização das eleições, pode ser exercido também pelos Tribunais Regionais
destinados a organizar a representação do povo no Eleitorais nas suas respectivas circunscrições.
território nacional”. São conhecidos três tipos de sis-
temas eleitorais: O alistamento eleitoral (integrado pela qualificação e
pela inscrição) e o voto são obrigatórios para os maio-
a) Majoritário; res de dezoito anos. São facultativos, contudo, para o
b) Proporcional; analfabeto, para os maiores de dezesseis anos (até a
c) Misto. data do pleito, conforme prevê o art. 12 da Resolução
n. 20.132/98) e menores de dezoito, bem como para
O sistema majoritário é aquele em que são eleitos os os maiores de setenta anos.
candidatos que tiveram o maior número de votos para
o cargo disputado. Por esse sistema são disputadas, O art. 7.º do Código Eleitoral especifica as sanções
no Brasil, as eleições para os cargos de presidente da para quem não observa a obrigatoriedade de se alistar
República, governadores, prefeitos e senadores. Deve- e votar. Sem a prova de que votou na última eleição,
-se observar, ainda, que, para os cargos de presidente, pagou a respectiva multa ou se justificou devidamente,
governador e prefeitos de municípios com mais de du- o eleitor não poderá obter passaporte ou carteira de
zentos mil eleitores, é necessária a obtenção da maio- identidade, inscrever-se em concurso público, receber
ria absoluta de votos, não computados os em branco remuneração dos entes estatais ou paraestatais, reno-
e os nulos, no primeiro turno, sob pena de se realizar o var matrícula em estabelecimento oficial de ensino etc.
segundo turno com os dois candidatos mais votados.
Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros
O sistema proporcional, por sua vez, é utilizado para e, durante o serviço militar obrigatório, o conscrito
os cargos que têm várias vagas, como vereadores e (aquele que, regularmente convocado, presta o servi-
deputados, e por ele são eleitos os candidatos mais ço militar obrigatório ou serviço alternativo, incluindo-
votados de cada partido ou coligação. -se no conceito os médicos, dentistas, farmacêuticos e
veterinários que prestam o serviço militar obrigatório
Tal sistema objetiva distribuir proporcionalmente as após o encerramento da faculdade). O conscrito que
vagas entre os partidos políticos que participam da se alistou e adquiriu o direito de voto antes da conscri-
disputa e, com isso, viabilizar a representação de to- ção tem sua inscrição mantida, mas não pode exercer
dos os setores da sociedade no parlamento. o direito de voto até que o serviço militar ou alternati-
vo esteja cumprido.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

30

Vamos conferir os artigos pertinentes da Constitui- c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
ção Federal: Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz;
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS d) dezoito anos para Vereador.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrá- § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
gio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: § 5º O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
I - plebiscito; houver sucedido, ou substituído no curso dos man-
datos poderão ser reeleitos para um único período
II - referendo; subsequente.

III - iniciativa popular. § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente


da República, os Governadores de Estado e do Distrito
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do ti-
II - facultativos para: tular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
a) os analfabetos; República, de Governador de Estado ou Território,
do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
b) os maiores de setenta anos; substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. reeleição.

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estran- § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguin-
geiros e, durante o período do serviço militar obriga- tes condições:
tório, os conscritos.
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: afastar-se da atividade;

I - a nacionalidade brasileira; II -se contar mais de dez anos de serviço, será agre-
gado pela autoridade superior e, se eleito, passará
II - o pleno exercício dos direitos políticos; automaticamente, no ato da diplomação, para a ina-
tividade.
III - o alistamento eleitoral;
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade
V - a filiação partidária; para exercício de mandato considerada vida pregres-
sa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
VI - a idade mínima de: eleições contra a influência do poder econômico ou o
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presiden- administração direta ou indireta.
te da República e Senador;
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
Estado e do Distrito Federal; diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

31

§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará Pelo princípio da fidelidade partidária, o parlamentar


em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma eleito deve observar o programa ideológico do parti-
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. do em que se inscreveu e as diretrizes dos órgãos de
direção partidária.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
perda ou suspensão só se dará nos casos de: Natureza Jurídica

I - cancelamento da naturalização por sentença tran- Após a constituição de 1988 a natureza jurídica dos
sitada em julgado; partidos políticos passaram a ser de pessoa jurídica
de direito privado. Os partidos políticos são criados de
II - incapacidade civil absoluta; acordo com a lei civil, para depois ter o seu estatuto
registrado no órgão máximo da Justiça Eleitoral.
III - condenação criminal transitada em julgado, en-
quanto durarem seus efeitos; Regras e Princípios Constitucionais

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou Ampla Liberdade Partidária


prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
Assegura aos partidos políticos a liberdade de criação
V - improbidade administrativa, nos termos do art. (fundar novo partido político), fusão (união de dois ou
37, § 4º. mais em um só), incorporação (inclusão de um par-
tido em outro) e a extinção (dissolução de seus inte-
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará grantes) dos partidos políticos. Porém, essa liberdade
em vigor na data de sua publicação, não se aplican- partidária não é absoluta, pois deve ser resguardada a
do à eleição que ocorra até um ano da data de sua soberania nacional, o regime democrático, o pluripar-
vigência. tidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana
e observados os seguintes aspectos:
Partidos Políticos
1) Caráter nacional;
São as pessoas jurídicas de direito privado, destinadas
a assegurar, no interesse do regime democrático, a au- 2) Proibição de recebimento de recursos financeiros
tenticidade do sistema representativo e a defender os de entidade ou governo estrangeiros ou de subordi-
direitos fundamentais. São ainda, associações consti- nação a estes;
tuídas para a participação da vida política de um país,
para a formação da vontade nacional, com objetivos 3) Prestação de contas à Justiça Eleitoral;
de propagação de ideias e de conquista, total ou par-
cial do poder político. São peças fundamentais de um 4) Funcionamento parlamentar de acordo com a lei;
sistema político democrático, destinadas “a assegurar,
no interesse do regime democrático, a autenticidade 5) Vedação da utilização pelos partidos políticos de or-
do sistema representativo e a defender os direitos fun- ganização paramilitar.
damentais definidos na Constituição Federal”.
Autonomia Partidária
Dentro desse contexto, compete aos partidos de situ-
ação, além de propagar e implantar as ideias constan- Os partidos políticos são dotados de AUTONOMIA,
tes do estatuto do partido, dar sustentação política ao para que possam definir sua estrutura interna, orga-
governo no Parlamento, aprovando seus projetos. Aos nização e funcionamento. Deve constar nos estatutos
partidos de oposição, além da propaganda de ideias partidários normas a respeito da fidelidade e discipli-
e da luta pela conquista do poder político, compete à na partidária. É permitido também sanções partidárias,
fiscalização dos atos do governo, bem como a formu- em caso de infidelidade, podendo acarretar advertên-
lação de políticas alternativas. cia ou até mesmo a exclusão, mas NUNCA a perda de
mandato, por estar expressamente prevista no artigo
Deve existir uma identidade política do candidato com 15 da CF.
o partido pelo qual concorre às eleições populares.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

32

Modelos de Organização Partidária § 2º Os partidos políticos, após adquirirem persona-


lidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
Há três modelos de organização partidária: estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

- Unipartidarismo: o regime é autoritário e só acei- § 3º Somente terão direito a recursos do fundo parti-
ta a existência de um único partido que divulgue as dário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na for-
ideias do grupo político dominante; ma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de
- Bipartidarismo: dois grandes partidos que se alter- 2017)
nam no poder com programas parcialmente definidos.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputa-
- Pluripartidarismo: é o método adotado em nosso dos, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
país. distribuídos em pelo menos um terço das unidades
da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cen-
É a existência de diversos partidos políticos represen- to) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído
tativo detodas as correntes de opinião da sociedade. pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

Vejamos a seguir o texto constitucional pertinente ao II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Fe-
tema: derais distribuídos em pelo menos um terço das uni-
dades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitu-
CAPÍTULO V cional nº 97, de 2017)
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção organização paramilitar.
de partidos políticos, resguardados a soberania nacio-
nal, o regime democrático, o pluripartidarismo, os di- § 5º Ao eleito por partido que não preencher os re-
reitos fundamentais da pessoa humana e observados quisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
os seguintes preceitos: mandato e facultada a filiação, sem perda do manda-
to, a outro partido que os tenha atingido, não sendo
I - caráter nacional; essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
II - proibição de recebimento de recursos financeiros tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda
de entidade ou governo estrangeiros ou de subordi- Constitucional nº 97, de 2017)
nação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;


2. ORGANIZAÇÃO DO
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
ESTADO DOS MUNICÍPIOS
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
paradefinir sua estrutura interna e estabelecer regras ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e A nossa Constituição Federal, em seu Título III, regulamen-
o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, ta a organização do Estado Brasileiro (artigos 18 a 43). Fa-
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, lar em organização de um Estado é falar de como ele está
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candida- composto, como está dividido, quais os poderes, as atribui-
turas em âmbito nacional, estadual, distrital ou muni- ções e competências de cada entidade que o compõe, das
cipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de proibições a cada poder e dos relacionamentos que devem
disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela ter um para com os outros.
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

33

Dos Municípios ção de tributos próprios para aplicação de suas rendas.

O Brasil possui uma forma bem peculiar de federação. A des-


peito das demais federações possuírem um modelo dual, bi-
partido entre a União e os Estados, a nossa é tricotômica,
onde se reconhece ao município um verdadeiro ente fede-
rativo.
Formação dos Municípios
O Município pode ser definido como pessoa jurídica de di-
reito público interno e autônoma. O art. 18, §4º, da CF/88, com a nova redação dada pela E.C.
nº 15/96, estabelece as regras para a criação, incorporação,
Muito se questionou a respeito de serem os Municípios par- fusão e desmembramento de Municípios, nos seguintes ter-
te integrante ou não de nossa Federação, bem como sobre mos e obedecendo às seguintes etapas:
a sua autonomia. Analisando os arts. 1º e 18, bem como de
todo o capítulo reservado aos Municípios, leva-nos ao único Lei complementar federal: determinará o período para a
entendimento de que eles são entes federativos, dotados de mencionada criação, incorporação, fusão oudesmembra-
autonomia própria. mento de Municípios, bem como o procedimento;

Poder Legislativo Municipal Estudo de viabilidade municipal: deverá ser apresentado,


publicado e divulgado, na forma da lei, estudo demonstran-
Cabe às Câmaras Municipais a função do Poder Legislativo do a viabilidade da criação, incorporação, fusão ou desmem-
municipal, sendo composta pelos vereadores, que são elei- bramento de Municípios;
tos pelo voto secreto e direto pelos eleitores para represen-
tá-los nos assuntos de interesse do município; são agentes Plebiscito: desde que positivo o estudo de viabilidade, far-
políticos investidos de mandato legislativo municipal, com- se-á consulta às populações dos municípios envolvidos (de
petindo o direito de participar de todas as discussões e de- todos os Municípios envolvidos, e não apenas da área a ser
liberações do Plenário, votar para a estrutura interna dos desmembrada), para aprovarem ou não a criação, incorpo-
serviços da Câmara, concorrer aos cargos da Mesa e Comis- ração, fusão ou desmembramento.
sões, usar da palavra em defesa das proposições atinentes
a assuntos municipais, apresentar projetos de lei e pedidos Lei estadual: dentro do período que a lei complementar fe-
de informação. deral definir desde que já tenha havido um estudo de via-
bilidade e aprovação plebiscitária, serão criados, incorpora-
Capacidades dos Municípios dos, fundidos ou desmembrados Municípios, através de lei
estadual.
Capacidade de autogovemo - elegem os seus prefeitos e os
seus vereadores, não havendo, no entanto, Poder Judiciário
próprio;

Capacidade de auto-organização - Lei orgânica própria


(art29, CRFB/88). O STF entende que as leis orgânicas dos
Municípios não são manifestações de poder constituinte de-
corrente, e assim não é possível que sejam parâmetro para
controle de constitucionalidade;
Deveres do Município
Capacidade de autolegislação - elaboração de leis munici-
pais sobre áreas que são reservadas à sua competência ex- Segundo a CF/88, devem os municípios prestar, com a coo-
clusiva e suplementar; peração técnica e financeira da União e do Estado, serviços
de atendimento à saúde da população e promover o ade-
Capacidade de autoadministração - existência de uma Ad- quado ordenamento territorial, mediante planejamento e
ministração Pública municipal própria, para manter e pres- controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo ur-
tar os serviços de interesse local; bano; promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e
Capacidade de autonomia tributária e financeira - institui- estadual.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

34

Texto Constitucional sobre o assunto h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatro-
CAPÍTULO IV centos e cinquenta mil) habitantes;
DOS MUNICÍPIOS
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até
dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada 600.000 (seiscentos mil) habitantes;
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a pro-
mulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Consti- j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
tuição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (sete-
preceitos: (A capacidade de auto-organização municipal é centos cinquenta mil) habitantes;
materializada pela lei orgânica, cuja aprovação dependerá do
voto de dois terços da Câmara Municipal). k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para 900.000 (novecentos mil) habitantes;
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo
realizado em todo o País; l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro milhão e cinquenta mil) habitantes;
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato
dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro
do ano subsequente ao da eleição; n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observa- 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até
do o limite máximo de: 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
mil) habitantes; (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
(quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
(trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habi-
tantes; q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
(cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habi-
tantes; r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vin-
te mil) habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de (quatro milhões) de habitantes;
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento
sessenta mil) habitantes; t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de (cinco milhões) de habitantes;
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
(trezentos mil) habitantes; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

35

(seis milhões) de habitantes; Município;

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais Os vereadores possuem apenas imunidades materiais (art. 29,
de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 VIII), não tendo imunidades formais ou processuais. Assim,
(sete milhões) de habitantes; não possuem privilégios relativos ao processo penal. Os ve-
readores podem sofrer punição por infrações políticoadminis-
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais trativas e por crimes comuns, e o Prefeito por estes e, ainda,
de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 por crime de responsabilidade. A previsão será encontrada:
(oito milhões) de habitantes; e
Crimes de responsabilidade: Decreto-lei n 201/1967.
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; Infrações político-administrativas: Decreto-lei n 201/1967 e
Lei Orgânica do Município.
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, Crimes comuns: Código Penal e legislação penal extravagante.
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I; IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança,
similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas os membros do Congresso Nacional e na Constituição do res-
Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, pectivo Estado para os membros da Assembleia Legislativa;
observado o que dispõe esta Constituição, observados os cri-
térios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
limites máximos:
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ-
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máxi- mara Municipal;
mo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsí-
dio dos Deputados Estaduais; XII - cooperação das associações representativas no planeja-
mento municipal;
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes,
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específi-
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; co do Município, da cidade ou de bairros, através de manifes-
tação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes,
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28,
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; parágrafo único.

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, Os vereadores22 não possuem foro especial, o que não ocor-
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquen- re com os Prefeitos, que são julgados pelo Tribunal de Justiça
ta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (art. 29, X). Se o crime for de competência da Justiça Federal,
o Prefeito será julgado pelo Tribunal Regional Federal com ju-
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil ha- risdição sobre o Município. Observe-se, contudo, que o Judici-
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a ário julgará o Prefeito nos crimes comuns e de responsabilida-
sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; de, ao passo que a Câmara Municipal apreciará as acusações
de natureza político-administrativa, cuja pena é a perda do
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub- mandato.
sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal,
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentu-
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da re- ais, relativos ao somatório da receita tributária e das trans-
ceita do Município; ferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior:
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, pala-
vras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

36

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
100.000 (cem mil) habitantes;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fun-
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; damental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006)
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população en-
tre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União
habitantes; e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Mu- VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-
nicípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcela-
e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; mento e da ocupação do solo urbano;

V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população en- IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
tre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e
de habitantes; estadual.
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Mu-
nicípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e O Município é senhor das matérias de interesse local, ou seja,
um) habitantes. aquelas em que o interesse seja predominantemente do Mu-
nicípio, entre as quais podemos citar a educação primária, o
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cen- trânsito urbano etc.
to de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto
com o subsídio de seus Vereadores. Segundo a Constituição Federal o município possui compe-
tências: privativa, concorrente ou complementar e comum.
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Muni-
cipal: 1- Competência Privativa: significa as atribuições legais pró-
prias, que são basicamente de legislar sobre assuntos de inte-
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste ar- resse local - CF, Art.30.
tigo;
2- Competência Concorrente e Complementar: é a de com-
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou plementar a legislação federal e a estadual quando assim
couber, objetivando adaptar a legislação federal e a estadual
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei à realidade do município. Por exemplo, trânsito e transporte
Orçamentária. são disciplinados pela União e pelo Estado, mas, nos centros
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câ- urbanos e nas estradas municipais, é o Município que regula
mara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. a questões ligadas as vias públicas, funcionamento dos ônibus
urbanos etc. -CF, Art.22
Art. 30. Compete aos Municípios:
3- Competência Comum: com a União e os Estados, caben-
I - legislar sobre assuntos de interesse local; do a todos esses entes membros atentar para essas funções
- Art.23.
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou-
ber; Fiscalização e Controle dos Municípios

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sis-
prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; temas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na
forma da lei.
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual; § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Mu-
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de con- nicípio ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municí-
cessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, pios, onde houver.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

37

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre institucional, ou atingidas por calamidades de grandes pro-
as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará porções, autorizam ou legitimam a decretação do estado de
de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câ- defesa.
mara Municipal.
Os pressupostos de fundo do estado de defesa são: existência
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, de greve e iminente instabilidade institucional que ameace a
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exa- ordem pública ou a paz social; ou calamidade de grandes pro-
me e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimida- porções que atinja a ordem pública ou a paz social; ou calam-
de, nos termos da lei. idade de grandes proporções que atinja a ordem pública ou a
paz social. O atendimento desses pressupostos não pode ser
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de potencial, mas há de ser efetivo. Assim, não se cogita da de-
Contas Municipais. cretação do período excepcional por mera presunção de risco
à ordem ou à paz social, como, por exemplo, nas situações de
Segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, as contas greve ou paralisação de serviços essenciais.
gerais do Chefe do Executivo Municipal submetem-se à apre-
ciação da Câmara de Vereadores, por autoridade e jurisdição Os pressupostos de fundo do estado de defesa são: existência
privativa, podendo o Tribunal de Contas estadual julgar as de greve e iminente instabilidade institucional que ameace a
contas dos ordenadores de despesas, exceto as do prefeito, ordem pública ou a paz social;
ainda que diretamente tenha exercido essa atribuição.
Não tem pertinência a inovação da greve geral como desen-
cadeadora do estado de defesa porque esse direito pode ser
3. DEFESA DO ESTADO E exercido sem limitações, ressalvadas as exceções constitucio-
nais (tais quais: greve dos servidores públicos ou a vedação ao
DAS INSTITUIÇÕES DE- direito aos integrantes das Forças Armadas).

MOCRÁTICAS O Estado de Defesa decorre de ato privativo do Presidente da


República (portanto, é instituído por decreto), após a audiên-
Da Defesa do Estado Democrático cia com o Conselho da República e da Defesa Nacional. O
Conselho da República é órgão superior de consulta do Pres-
Conturbações sociais podem desencadear necessidade ou idente da República, e dele participam: o Vice-Presidente, o
justificativa para a supressão temporária de certos direitos presidente da Câmara dos Deputados, o presidente do Sena-
fundamentais; trata-se de atuação interventiva estatal realiza- do Federal, os líderes da maioria e da minoria na Câmara e no
da de forma vinculada ao atendimento do interesse do Estado Senado, o Ministro da Justiça e seis cidadãos brasileiros natos
ou das instituições democráticas. com mais de 35 anos de idade, dos quais dois nomeados pelo
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado e dois elei-
Trata-se de adoção de medidas emergenciais e que atingem tos pela Câmara, todos para um mandato de três anos, veda-
direitos fundamentais taxativamente indicados na Constitu- da a recondução.
ição, em seu artigo 136, § 1º, cumprindo ao ato emanado do
Executivo explicitar os locais e os limites das medidas coerciti- O Estado de Defesa decorre de ato privativo do Presidente da
vas a serem adotadas. República (portanto, é instituído por decreto), após a audiên-
cia com o Conselho da República e da Defesa Nacional.
São medidas extremas que fazem com que, durante a sua
vigência, utiliza-se o denominado sistema constitucional das O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Pres-
crises, vivenciando-se a legalidade extraordinária. idente da República nos assuntos relacionados à soberania
nacional e à defesa do Estado Democrático, e dele participam
Do Estado de Defesa como membros natos: o Vice-Presidente, os presidentes da
Câmara dos Deputados e do Senado, o Ministro da Defesa,
É uma situação em que se organizam medidas destinadas a os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e
debelar ameaças à ordem pública ou à paz social[1]. O estado os Ministros da Justiça, das Relações-Exteriores e do Planeja-
de defesa corresponde à instauração de uma legalidade ex- mento. Ambos os Conselhos terão sua organização e funcion-
traordinária, por certo tempo, em locais restritos e determi- amento disciplinados por lei.
nados, mediante decreto do Presidente da República, ouvidos
o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.
Apenas o comprometimento possível da ordem pública ou
a paz social ameaçada por greve e iminente instabilidade
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

38

Os Conselhos, no entanto, apenas opinam ou sugerem medi- I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
das, não vinculam a decisão da chefia do Executivo. Porém, em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
desfrutam de autonomia (sobretudo em relação ao Chefe do suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
Poder Executivo), embora não tenham força vinculante. outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dis-
O decreto presidencial é pressuposto formal para o estado de puser em lei;
defesa, e dele, obrigatoriamente, constarão:
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
a) O tempo de duração, que não poderá exceder trinta dias, drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
podendo ser prorrogado apenas uma vez por igual período ou ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
por período menor, se persistirem as razões; áreas de competência;

b) A especificação das áreas abrangida; a indicação de medi- III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fron-
das coercitiva, dentre as seguintes: teiras;

. Restrições aos direitos de reunião; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
da União.
. Restrições ao sigilo de correspondência e de comunicação
telegráfica e telefônica; e § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, estru-
turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
. Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos (caso mento ostensivo das rodovias federais.
seja hipótese for de calamidade pública, respondendo a Un-
ião pelos danos e custos decorrentes). § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, estru-
turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulha-
A utilização dessa medida de exceção pressupõe anterior reg- mento ostensivo das ferrovias federais.
ulamentação por lei nacional da norma constitucional.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
Em qualquer caso (inclusive quando se tratar do estado de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as
sítio), o Congresso Nacional continuará a funcionar normal- funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais,
mente, sendo essencial para a realização de medidas de con- exceto as militares.
tenção ou controle, uma vez que poderá rejeitar o ato editado
pelo Executivo (v. Arts. 136 e 137 da Carta Magna). § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
[1] SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional pos- preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros mil-
itivo, 18ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 2001. itares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a ex-
ecução de atividades de defesa civil.
Da Segurança Pública
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares,
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e re- forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, junta-
sponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da or- mente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados,
dem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, do Distrito Federal e dos Territórios.
através dos seguintes órgãos:
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos
I - polícia federal; órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a ga-
rantir a eficiência de suas atividades.
II - polícia rodoviária federal;
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
III - polícia ferroviária federal; destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei.
IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão perma-


nente, estruturado em carreira, destina-se a:
DIREITO PENAL
1
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

1. CONCEITO Direito Penal Adjetivo – É a instrumentalidade do Di-


reito Penal, isto é, o direito processual e suas nuances.
Todo o conjunto de normas jurídicas que têm por
FONTES DO DIREITO PENAL
finalidade estabelecer as infrações de cunho penal
e suas respectivas sanções e reprimendas. O Direito
Conceito: As fontes são os marcos de origem e man-
Penal é um ramo do Direito Público (que diz respeito
ifestação do Direito Penal. São o órgão ou a forma de
a função ou dever do Estado). Há que se acrescentar
sua exteriorização. Por exemplo: compete privativa-
que o Direito Penal é formado por uma descrição, em
mente a União, legislar sobre: direito civil, comercial,
série, de condutas definidas em lei, com as respecti-
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aer-
vas intervenções do Estado (na aplicação de sanções
onáutico, espacial e do trabalho (…). Outro exemplo:
e eventuais benefícios), quando da ocorrência do fato
a simples existência de lei, costumes, jurisprudências,
delituoso, concreto ou tentado.
princípios e/ou doutrinas.
DIVISÃO DO CÓDIGO PENAL: O Código Penal é di-
Divisão das Fontes de Direito Penal
vido em artigos, que vão do 1º ao 361. Em sua Parte
Geral (artigos 1º a 120), cuida de assuntos pertinentes
Fontes materiais – Ente estatal responsável pela pro-
a aplicabilidade, características, explicações e per-
dução e pela exteriorização do Direito.
missões contidas na lei penal. Sua segunda parte, ou
Parte Especial (artigos 121 a 361) trata dos crimes em
Fontes Formais – Forma e modo de exteriorização do
si, descrevendo condutas e penas a serem aplicadas.
Direito
Sujeito Ativo – Indivíduo ou agente que pratica um
Fontes Formais Imediatas – As leis penais existentes.
fato (isto é, uma ação ou omissão) tipificado como
Conforme o princípio da legalidade, não há crime sem
delituoso pela legislação vigente.
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia comi-
nação legal (art. 5º, inciso XXXIX da Constituição Fed-
Sujeito Passivo – Capacidade que o indivíduo ou
eral de 88, e art. 1º do Código Penal Brasileiro).
agente tem de sofrer as sanções penais incidentes so-
bre sua conduta delituosa.
Fontes Formais Mediatas – Na omissão da lei, po-
Direito Penal Subjetivo – Poder de “Império” (ou de-
dem ser aplicados os princípios gerais de Direito, os
ver) do Estado de punir os indivíduos por ele tutela-
costumes a jurisprudência e a doutrina, os quais são
dos, dentro dos basilares do Direito Penal Objetivo.
fontes formais mediatas. Esses princípios estão autor-
izados por lei (Art. 4º da Lei de Introdução ao Código
Direito Penal Objetivo – Todas as normas existentes
Civil Brasileiro).
e de pronta aplicabilidade sobre o fato concreto ou
tentado.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL
Direito Penal Comum – Aplicação do direito pelos
Princípio da Reserva Legal ou da Legalidade – Sem
órgãos jurisdicionais do Estado, ou seja, aplicação do
legislação específica não há crime. É uma forma de
Direito Penal dentro da atuação da Justiça comum ex-
limitação do poder punitivo do Estado (Art. 5º, inciso
istente nos Estados da Federação.
XXXIX da CF/88 e Art. 1º do Código Penal Brasileiro).
Direito Penal Especial – Previsão legal de competên-
Princípio da Intervenção Mínima – Limita o poder
cia para atuação das justiças especializadas na apli-
de atuação do ente estatal. O direito punitivo só será
cação da lei penal. Exemplo: Direito Penal Eleitoral e
aplicado em observância ao princípio da reserva legal,
Direito Penal Militar.
com o fim social de impedir o legislador de se exceder
na construção do Direito Penal aplicável.
Direito Penal Substantivo – É a materialidade da nor-
ma, ou seja, é a norma em sua apresentação formal
(exemplo: livro que contém o Código Penal).
DIREITO PENAL
2

Princípio da Irretroatividade da Lei Penal – A lei pe- momento da ação ou omissão, com a respectiva apli-
nal só pode retroagir para beneficiar. Com isso, fica cação da lei vigente. A lei penal brasileira utiliza dessa
afastada a possibilidade de uma lei nova (mais rígida) teoria, em conjunto com a teoria do resultado (segun-
prejudicar fatos pretéritos. A retroação só pode acon- do a qual o crime é considerado cometido quando da
tecer se a lei nova for mais benigna ao agente do del- produção do resultado) e com a teoria da ubiqüidade
ito (Art. 5º, XL da CF/88). (segundo a qual considera-se o crime cometido, tan-
to no momento da ação ou omissão, quanto na pro-
Princípio da Insignificância – Aferida a irrelevância dução do resultado).
de uma conduta delituosa, ou sua insignificância (por
exemplo a apropriação de bagatelas), deve ser excluí- Lei Penal no Espaço – Segundo o princípio da territo-
da sua tipicidade penal. rialidade, a lei penal pátria deve ser aplicada dentro do
território nacional, respeitando-se os tratados e con-
Princípio da Ofensividade – Aplicado na elaboração venções estrangeiras, quando existentes. São consid-
das leis, cuida de prevenir um ataque ou perigo con- erados como parte do território nacional as aeronaves
creto sobre um bem tutelado pelo Estado. Esse princí- e embarcações públicas, além das aeronaves e em-
pio protege o interesse social tutelado pelo Estado de barcações privadas. A Lei Penal Brasileira será sempre
um perigo de lesão (ou ofensa). aplicada em embarcações e aeronaves estrangeiras
que estiverem de passagem pelo território nacional. Já
Princípio da proporcionalidade – Cabe ao Estado o princípio da extraterritorialidade prevê a aplicação
dar a seus cidadãos um mínimo de proporcionalidade da Lei Penal Brasileira a fatos criminosos praticados no
entre a garantia de seus direitos. Segundo esse princí- estrangeiro, desde que cometidos contra o represent-
pio, o sistema penal se firma na sua capacidade de ante do governo brasileiro, ou contra as instituições
fazer frente aos delitos existentes em um meio social que compõem a União, os Estados e os Municípios.
que absorva sua eficácia. Aplica-se também a Lei Penal Brasileira nos atos prat-
icados por, ou contra, brasileiros no exterior, sem pre-
Princípio da Alteridade – Não ofendido nenhum juízo das previsões contidas no artigo 7º do CPB.
bem jurídico por ato meramente subjetivo, não existe
crime. Como exemplo, a auto-agressão contida no su- Território Nacional – Todo espaço em que o Estado
icídio. exerce sua soberania, ou seja, 12 milhas a contar da
faixa costeira, incluído o espaço aéreo corresponden-
Princípio do “in dubio pro reo” – Na dúvida, o réu te.
deve ser absolvido, pois no direito penal a culpa tem
que ser comprovada, não cabendo suposição de práti- Extradição – São atos de entrega e custódia de agen-
ca de ato delituoso. tes delituosos por países que cooperam entre si na
prevenção internacional do crime. As extradições po-
1.1 - APLICAÇÃO DA LEI PENAL dem ser ativas (feitas pelo país requerente) e passivas
(Artigos 1º a 12 do CPB) (feitas pelo país cedente).

Vigência e Revogação da Lei Penal (Lei Penal no Deportação e Expulsão – retirada obrigatória dos na-
Tempo – Artigo 2º) – A lei penal começa a vigorar na cionais do estrangeiro, ou de estrangeiros do território
data expressa em seu bojo. Em caso de omissão, ela nacional, por imposição administrativa vinculada à lei
começa a vigorar quarenta e cinco dias após sua pub- penal vigente.
licação, no País, e em três meses no exterior (Vacân-
cia da Lei). A revogação da Lei Penal se opera com a Sentença Prolatada no Exterior (cumprimento da
edição de nova lei, e sua revogação pode se efetivar pena) – Uma vez sentenciado no exterior, o nacional
total (ab-rogação) ou parcialmente (derrogação). A tem direito à atenuação da pena imposta em território
lei penal pode ser temporária (com prazo fixado de nacional pela a pratica de mesmo crime. Em caso de
vigência), ou excepcional (criada para ser aplicada em aplicação de pena mais severa que a brasileira, o na-
evento emergencial ou furtivo). cional fica isento de cumprimento de pena no nosso
território.
Tempo e Lugar do Crime (Artigo 6º) – Segundo a
Teoria da Atividade, o crime sempre é cometido no
DIREITO PENAL
3

1.3 - Teoria geral do Direito Penal

1. INFRAÇÃO PENAL

1.1 Conceito

É a violação à lei penal.

Crimes e delitos
(CP e leis especiais)

*INFRAÇÃO Contravenções
(LCP)

* Ato infracional
(ECA)

1.2 Espécies 112 do mesmo estatuto.

- Crime ou delito: é lesão a bem juridicamente pro- “ECA, Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
tegido. A espécie mais grave de ilícito penal. descrita como crime ou contravenção penal”.
É infração penal a que a lei comina pena de reclusão
ou detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou “ECA, Art. 112. Verificada a prática de ato infracional,
cumulativamente com a pena de multa (artigo 1°, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
LIC Penal). as seguintes medidas:

- Contravenção: ameaça a bem juridicamente pro- I - advertência;


tegido; também chamada de delito-anão. II - obrigação de reparar o dano;
É infração penal a que a lei comina, isoladamente, III - prestação de serviços à comunidade;
pena de prisão simples ou de multa, alternativa ou IV - liberdade assistida;
cumulativamente. V - inserção em regime de semi-liberdade;
Reguladas por lei própria: LCP, lei 3.688/41. VI - internação em estabelecimento educacional **;
*Prisão simples = separada e não em presídio; em VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.”
regime semi-aberto ou aberto.
*Lei especial em relação ao Código Penal **Internação:
*Não se pune a tentativa
*Contravenção só faz reincidência para contra- Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
venção, crime faz reincidência para contravenção quando:
*É processada nos moldes da lei 9099/95
*A ação é sempre pública incondicionada I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência a pessoa;
- Ato infracional: praticado pelo adolescente; trazi-
do pelo ECA. II - por reiteração no cometimento de outras infrações
graves;
*artigo 112, lei 8069/90 = ato infracional (artigo 103
do ECA) praticado por adolescentes (12/18 anos) e III - por descumprimento reiterado e injustificável da
punidas com medidas sócio-educativas do artigo medida anteriormente imposta.
DIREITO PENAL
4

*criança (0/12 anos) = medidas específicas de pro- Para o conceito tripartido, três são os elementos do
teção apenas, contidas no art. 101 do ECA. crime: o fato típico, a antijuridicidade (ilicitude) e a cul-
pabilidade.
“ECA, Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses pre-
vistas no art. 98, a autoridade competente poderá de- 2.3. Sujeitos do crime
terminar, dentre outras, as seguintes medidas:
- Sujeito ativo: é o agente que pratica o fato previsto
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante na norma penal incriminadora.
termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; Em regra, só o homem (pessoa física) pode ser sujeito
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabeleci- ativo de delito.
mento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de A partir da lei 9605/98 as Pessoas jurídicas também
auxílio à família, à criança e ao adolescente; praticam crimes – Crimes contra o meio ambiente.
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; A CF admite a responsabilidade penal da PJ:
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e tox- CF, Art. 225: § 3º - As condutas e atividades considera-
icômanos; das lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
VII - abrigo em entidade; pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e admin-
VIII - colocação em família substituta. istrativas, independentemente da obrigação de reparar
os danos causados.

Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e excep- - Sujeito passivo: é o titular do bem jurídico lesado ou
cional, utilizável como forma de transição para a colo- ameaçado pela conduta do sujeito ativo.
cação em família substituta, não implicando privação
de liberdade. Pode ser sujeito passivo a pessoa física, a pessoa juríd-
ica e o nascituro (feto).
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; 2.4. Objetos do crime
IX - colocação em família substituta.”
- Objeto jurídico: é o bem de interesse jurídico prote-
1.4 - CRIME gido pela norma penal (O BEM PROTEGIDO).

2.1. Conceito Ex.: vida, incolumidade física, honra, patrimônio, res-


peito aos mortos, a liberdade sexual, fé pública.
De acordo com a teoria bipartida crime é todo fato
típico e ilícito. A culpabilidade é tida como pressupos- - Objeto material: é a pessoa ou coisa sobre o qual
to para a pena. São exemplos de defensores desta te- recai a conduta delituosa (QUE SOFRE LESÃO MATE-
oria Damásio, Capez, Mirabete e Delmanto. RIAL).

De acordo com a teoria tripartida crime é todo fato Ex.: homem vivo, o corpo humano, o bem roubado, o
típico, ilícito e culpável. São exemplos de defensores túmulo e o cadáver, o homem ou a mulher, o docu-
desta teoria Greco, Nucci e Zaffaroni. TEORIA MAJOR- mento no falso.
ITÁRIA.
2.2. Elementos ou requisitos OBS: não existe crime sem objeto (pois sempre haverá
no mínimo a presença do objeto jurídico).
Consoante com o conceito bipartido, dois são os el-
ementos do crime: o fato típico e a antijuridicidade
(ilicitude).
DIREITO PENAL
5

1.5 - PRINCÍPIOS PENAIS 3.5. Princípio da responsabilidade pessoal - a pena


não pode passar da pessoa do condenado (CF art. 5°
3.1. Princípio da legalidade XLV).

Princípio da legalidade - não haverá crime sem lei an-


terior que o defina, nem pena sem prévia cominação CF, art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
legal (CF art. 5°, XXXIX) (art. 1° CP). condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e
a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido;

No direito penal brasileiro aplica-se a legalidade for- 3.6. Princípio da humanidade - ou princípio da lim-
mal (previsão em lei), diferente da material (costumes, itação das penas. Inserido na CF art. 5°, XLVII e art. 5°,
visão da sociedade). Também conhecido como RESER- III.
VA LEGAL.
O direito penal não pode impor sanções que atinjam
Assim: - proíbe retroatividade para prejudicar a dignidade da pessoa humana (meta, fundamento do
EDD) do criminoso ou que lesionem a sua constituição
- proíbe criação de crimes e penas pelos cos- físico-psíquica (CF art. 5°, XLVII e art. 5°, III).
tumes
- proíbe emprego de analogia para criar CF, art. 5º, XLVII - não haverá penas:
crimes, fundamentar ou aprovar penas (não
permite analogia in mallam partem). a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
3.2. Princípio da anterioridade b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
Princípio da anterioridade - não haverá crime sem lei d) de banimento;
anterior que o defina. e) cruéis;

Assim, em regra, a lei penal deve ter vigência anterior Fixa o art. 5°, XLVI da CF as seguintes penas: privação
ao fato praticado para atingi-lo. ou restrição da liberdade, perda de bens, multa,
prestação social alternativa e suspensão ou interdição
3.3. Princípio da retroatividade da lei penal mais de direitos.
benéfica - (CF art. 5° XL).
3.7. Princípio da alteridade -
CF, art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu; A lei deve punir apenas as condutas que lesionem a
terceiros, ou seja, é proibido punir alguém por atitude
3.4. Princípio da individualização das penas - (CF meramente subjetiva, ou quando não houver ofensa
art. 5° XLVI) a nenhum bem jurídico alheio. Assim, proibe-se a in-
criminação de uma conduta que não exceda o âmbito
CF, art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da do próprio autor.
pena e adotará, entre outras, as seguintes:
Por este princípio é que não se pune o suicida, não se
a) privação ou restrição da liberdade; pune o que se auto-lesiona (exceto para fraudar se-
b) perda de bens; guro). Também chamado de princípio da lesividade /
c) multa; ofensividade.
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
DIREITO PENAL
6

3.8. Princípio da insignificância - Obs1: A ausência de conduta exclui o crime. Ex: coação
física irresistível, os atos reflexos e estados de incon-
A insignificância da ofensa causada pela conduta do sciência.
agente afasta a qualidade de crime. O bem jurídico
afetado não pode ser de grande valor para a vítima. Obs2: Teorias da conduta

Também conhecido como princípio da bagatela, afas- *Teoria Finalista – Hans Welzel
ta a tipicidade material do fato. A conduta é atividade psiquicamente dirigida, ou seja,
sempre tem uma finalidade. O dolo e a culpa estão no
A jurisprudência de nossos Tribunais Superiores tem Fato Típico, na conduta, que deve sempre ser valorada.
fixado certos requisitos para que o aplicador do dire- É a teoria adotada pelo CP.
ito possa reconhecer a insignificância de determinada
conduta. São eles: *Teoria Causalista ou Naturalista

a) mínima ofensividade da conduta; O sistema causal-naturalístico concebe a conduta como


b) a ausência de periculosidade social da ação; um puro fator de causalidade, ou seja, atribui o resulta-
c) o reduzido grau de reprovabilidade do comporta- do ao emprego de forças físicas independentemente da
vontade do indivíduo. Trata-se de um legalismo estrito.
mento
Busca ver o conceito de conduta despido de qualquer
d) a inexpressividade da lesão jurídica.
valoração.

1.6 - FATO TÍPICO O dolo e a culpa estão situados na culpabilidade.

4.1. Fato típico CP, Art. 18 - Diz-se o crime:

É o primeiro elemento do crime. Crime doloso


I - doloso, quando o agente quis o resultado ou as-
Quatro são os elementos que compõem o fato típico: sumiu o risco de produzi-lo;
conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. Caso o
fato concreto praticado pelo agente não apresente um Crime culposo
desses elementos o fato não será típico, portanto, não II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado
haverá crime. por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, nin-
guém pode ser punido por fato previsto como crime,
senão quando o pratica dolosamente.

Agravação pelo resultado - (crime preterdoloso)

CP, Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente


a pena, só responde o agente que o houver causado ao
menos culposamente.

4.2.1. Dolo

a) Conceito: Art 18, I do CP


4.2. Conduta b) Espécies de dolo

A conduta compreende qualquer comportamento * Dolo direto ou determinado = é aquele em que o


humano, positivo (ação) ou negativo (omissão), con- agente quer o resultado (teoria da vontade).
sciente e voluntário, doloso ou culposo, voltado a uma
finalidade, ilícita ou não, mas que produz ou tenta pro- OBS: espécies de dolo direto
duzir um resultado previsto na lei penal como crime.
DIREITO PENAL
7

- Dolo de primeiro grau é o dolo direto (o agente b) Modalidades


prevê determinado resultado, dirigindo sua conduta
na busca de realizar esse mesmo resultado). • Negligência = é inércia psíquica, a falta de atenção
devida. É omissão.
- Dolo de segundo grau, por sua vez, configura-se • Imprudência = é uma atitude em que o agente atua
quando o agente produz resultado paralelo ao visa- com precipitação, com afoiteza, sem cautelas, ou
do, pois necessário à realização deste – “dolo de seja, é a criação desnecessária de um perigo. É ação.
consequências necessárias”; produz efeitos colaterais • Imperícia = é a incapacidade, a falta de conhecimen-
inevitáveis. tos técnicos durante o exercício de arte ou profissão;
é a falta de perícia ou habilidades técnicas durante
* Dolo indireto ou dolo indeterminado = Dolo even- determinada atividade.
tual, onde o agente age com indiferença em relação ao
resultado, não o deseja diretamente mas aceita que ele c) Espécies de culpa
ocorra ao assumir os riscos da sua conduta diante da pre-
visão da ocorrência do crime (teoria do assentimento). • Culpa inconsciente = é a culpa comum, nas modali-
dades negligência, imprudência ou imperícia.
4.2.2. Culpa • Culpa consciente = é aquela em que o agente, em-
bora prevendo o resultado, não deixa de praticar a
a) Conceito: A culpa consiste na prática não intencional conduta acreditando, sinceramente, que este re-
do delito, faltando, porém, o agente a um dever de at- sultado não venha ocorrer.
enção e cuidado.
Obs: Não há compensação de culpas no nosso ordena-
Conduta culposa é a conduta voluntária (ação ou mento jurídico penal, porém a culpa exclusiva da vítima
omissão) que produz resultado antijurídico não querido, exclui a do agente.
mas previsível, que podia, com a devida atenção, ser evi-
tado.

4.2.3. Preterdolo = dolo + culpa

Dolo no antecedente (conduta inicial) e culpa no consequente (resultado mais grave do que o desejado)
DIREITO PENAL
8

4.3. Resultado - Consumação = o agente consuma a infração por ele


pretendida.
O resultado é a modificação no mundo exterior pela
conduta. OBS.: Em determinadas situações o legislador achou
por bem punir de forma autônoma algumas condutas
4.3.1. Iter criminis que poderiam ser consideradas preparatórias. Ex: asso-
ciação criminosa, porte ilegal de arma, carregar chave
São quatro as fases do crime: falsa.

- Cogitação = o agente mentaliza, idealiza, planeja, CP, Art. 14 - Diz-se o crime:


deseja, representa mentalmente a prática do crime. É Crime consumado
impunível no nosso ordenamento jurídico. I - consumado, quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal;
- Preparação = é a prática de atos imprescindíveis à
execução do crime. A agressão ao bem jurídico ainda Tentativa
não se iniciou, portanto essa fase também é impunível. II - tentado, quando, iniciada a execução, não
- Execução = a execução se inicia com a prática do se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
primeiro ato idôneo para a consumação do delito. A agente.
partir deste momento todos os atos já são puníveis.
DIREITO PENAL
9

Pena de tentativa pela qual o agente é privilegiado com a regra do ar-


tigo 15, primeira parte, do CP, só respondendo pelos
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune- atos já praticados.
se a tentativa com a pena correspondente ao crime con-
sumado, diminuída de um a dois terços. b) Arrependimento eficaz

4.3.2. Tentativa Ocorre quando o agente, depois de esgotar todos os


meios de que dispunha para chegar à consumação da
Artigo 14, II do Código Penal. infração, arrepende-se e atua em sentido contrário,
A tentativa pode ser perfeita (crime falho) ou imperfei- evitando a produção do resultado anteriormente pre-
ta (inacabada/interrompida). tendido.

Ainda, branca ou vermelha (incruenta ou cruenta) no Aplica-se a regra da segunda parte do artigo 15 do CP,
contexto de crimes contra a pessoa, conforme seja o ou seja, só respondendo pelos atos já praticados.
objeto material não atingido ou atingido pela conduta
do agente, respectivamente. AMBOS DEVEM IMPEDIR O RESULTADO, do con-
trário o agente responde de acordo com a finali-
4.3.3. Desistência voluntária, arrependimento eficaz dade inicial.
e arrependimento posterior.
c) Arrependimento posterior
Artigos 15 e 16 do Código Penal.
Regra do artigo 16 do CP. Reduz a pena de 1/3 a 2/3
a) Desistência voluntária daquele que restitui a coisa ou repara o dano (não ap-
enas o moral) espontaneamente antes de iniciada a
Ocorre quando o agente interrompe, voluntaria- ação penal no caso de crime sem violência ou grave
mente (livremente), os atos de execução, impedindo, ameaça à pessoa. Quanto mais célere e espontâneo
por ato seu, a consumação da infração penal, razão melhor.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz priedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

CP, Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de 4.4. Nexo causal


prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados. 4.4.1. Conceito: É o elo que se estabelece entre a
conduta do agente e o resultado, por meio do qual
Arrependimento posterior é possível dizer se aquela conduta deu ou não causa
a este.
CP, Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída 4.4.2. Superveniência causal (art. 13, §1º do CP)
a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa,
por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de Nas causas absolutamente independentes da conduta
um a dois terços. do agente o agente não responde pelo resultado, mas
tão somente pelo que deu causa.
4.3.4. Crime impossível (quase-crime)
Nas causas relativamente independentes o agente re-
CP, Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por in- sponde pelo resultado.
eficácia absoluta do meio ou por absoluta impro-
DIREITO PENAL
10

Relação de causalidade Erro sobre elementos do tipo

CP, Art. 13 - O resultado, de que depende a existência CP, Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo
do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o crime culposo, se previsto em lei.
resultado não teria ocorrido.
a) Erro de tipo essencial
Superveniência de causa independente
Será invencível ou inevitável (escusável) quando não
§ 1º - A superveniência de causa relativamente in- podia ter sido evitado, excluindo-se o dolo e a culpa
dependente exclui a imputação quando, por si só, da conduta, portanto, não haverá crime.
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. Será vencível ou evitável (inescusável) quando poderia
ser evitado pelo agente com o uso de inteligência me-
Relevância da omissão – “GARANTE ou GARANTI- diana. Haverá crime, porém exclui-se o dolo e pune-se
DOR”. apenas a título de culpa.

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o b) Erro de tipo acidental (refere-se a dados secundári-
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. os da figura penal).
O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou • Erro sobre o objeto: (error in objecto) o agente
vigilância; tem a vontade de praticar o delito, apenas esta
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de conduta recai sobre uma coisa diversa da deseja-
impedir o resultado; da. Responde como se tivesse atingido o objeto
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da desejado.
ocorrência do resultado. • Erro sobre a pessoa: (error in persona) quando o
agente criminoso desejava atingir uma pessoa e
4.5. Tipicidade atinge outra. Responde como se tivesse atingido a
pessoa desejada.
4.5.1. Conceito de tipo penal
CP, art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual
Consiste na descrição abstrata da conduta humana o crime é praticado não isenta de pena. Não se consid-
feita pormenorizadamente pela lei penal e correspon- eram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima,
dente a um fato criminoso. senão as da pessoa contra quem o agente queria prat-
icar o crime.
4.5.2. Conceito de tipicidade
• Erro na execução: (aberratio ictus) ou desvio de
“É a subsunção, justaposição, enquadramento, amol- golpe. O agente por inabilidade atinge pessoa di-
damento ou integral correspondência de uma con- versa da desejada. Responde como se tivesse at-
duta praticada no mundo real ao modelo descritivo ingido a pessoa desejada.
constante da lei” (Capez).

4.5.3. Erro de tipo

É a falsa percepção da realidade sobre um dos el-


ementos do tipo legal. É o que faz o sujeito supor a
ausência de elemento ou circunstância da figura típica.
O indivíduo age sem querer/perceber que está come-
tendo ato ilícito.
DIREITO PENAL
11

CP, Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pes-
soa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, re- § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem
sponde como se tivesse praticado o crime contra aque- tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
la, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um
deste Código. a dois terços.

c) Erro provocado por terceiro: Artigo 20, § 2º do CP. a) Conceito: é causa de exclusão da ilicitude da condu-
- Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. ta de quem, não tendo o dever legal de enfrentar uma
situação de perigo atual, a qual não provocou por sua
1.7 - ILICITUDE (ou antijuridicidade) vontade, sacrifica um bem jurídico ameaçado por esse
perigo para salvar outro, próprio ou alheio, cuja perda
5.1. Conceito não era razoável exigir (Capez).

Segundo elemento do crime. Fundamenta-se no instinto de conservação, deve ter


conhecimento do perigo e querer salvar-se (animus).
É a contradição entre a conduta do agente e o orde-
namento jurídico. (ou seja, a conduta além de típica é b) Excesso punível: artigo 23, parágrafo único, CP.
contrária ao direito). c) Estado de necessidade putativo: ocorre quando o
agente, agindo em erro, supõe agir acobertado por
5.2. Causas legais de exclusão da ilicitude uma excludente de ilicitude. Se o erro for inevitável,
exclui o dolo e a culpa e o agente fica isento de pena.
São as quatro trazidas no artigo 23 do CP: estado de Sendo evitável, responde a título de culpa.
necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do
dever legal e exercício regular de direito. Ocorrendo 5.2.2. Legítima defesa
um fato típico presente uma de estas circunstâncias,
tal fato típico não será ilícito, portanto, não haverá CP, Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, us-
crime. ando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou
CP, Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o de outrem. – consciência da situação e animus de se
fato: defender.

I - em estado de necessidade; Parágrafo único. Observados os requisitos previstos


II - em legítima defesa; no caput deste artigo, considera-se também em legíti-
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no ex- ma defesa o agente de segurança pública que repele
ercício regular de direito. agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém
durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº
Excesso punível 13.964, de 2019)

Parágrafo único - O agente, em qualquer das a) Conceito: é causa de exclusão da ilicitude que con-
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso siste em repelir injusta agressão, atual ou iminente, a
ou culposo. direito próprio ou alheio, usando moderadamente dos
meios necessários (Capez). Autêntica ou real.
5.2.1. Estado de necessidade (JUSTIFICANTE) b) Excesso: artigo 23, parágrafo único, CP.
c) Legítima defesa putativa: ocorre quando o agente,
CP, Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade agindo em erro, supõe estar acobertado por uma ex-
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que cludente de ilicitude. Se o erro for inevitável, exclui o
não provocou por sua vontade, nem podia de outro dolo e a culpa e o agente fica isento de pena. Sendo
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, evitável, responde a título de culpa.
DIREITO PENAL
12

d) Diferença entre legítima defesa e estado de ne- 1.8 - CULPABILIDADE


cessidade: Neste há um conflito entre dois bens ju-
rídicos expostos a perigo, naquela há uma repulsa a 6.1. Conceito
uma agressão injusta; neste o perigo pode não advir
de conduta humana, naquela a agressão repelida só “É o juízo de reprovação pessoal que se realiza sobre a
pode ser humana. conduta típica e ilícita praticada pelo agente” (Rogério
e) Ofendículos: Legítima defesa “preordenada”. São Grecco).
aparatos predispostos para a defesa da propriedade,
da vida ou de qualquer outro bem (arame farpado, 6.2. Elementos
cerca eletrificada, cão de guarda...).
Imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e ex-
OBS: igibilidade de conduta diversa.

É cabível a legítima defesa: 6.3. Imputabilidade

• contra agressão injusta de inimputável “É a capacidade de a pessoa entender que o fato é ilíci-
• contra multidão to e de agir de acordo com esse entendimento” (Celso
• contra agressão acobertada por excludente de CUL- Delmanto).
PABILIDADE
• legítima defesa real contra putativa (sucessiva) 6.3.1. Causas de exclusão da imputabilidade (o
• legítima defesa putativa contra putativa agente será considerado INIMPUTÁVEL e, portanto,
• legítima defesa real contra legítima defesa excessiva será isento de pena).
• nas relações conjugais
a) Menoridade penal (critério biológico)
Não é cabível a legítima defesa:
b) Doença mental (critério biopsicológico) que retire
• contra legítima defesa (recíproca) por completo o discernimento do indivíduo.
• contra a simples provocação
Obs: Equiparam-se à doença mental os casos de em-
5.2.3. Estrito cumprimento do dever legal briaguez patológica (dependência patológica).

a) Conceito: é causa excludente de ilicitude que con- c) Desenvolvimento mental incompleto (surdo-mudo
siste na realização de um fato típico, por força do de- não alfabetizado e o índio não “civilizado”) ou retarda-
sempenho de uma obrigação imposta por lei. Deve ser do (portadores da Síndrome de Down).
dentro dos limites da lei, pois, os excessos cometidos
pelos agentes poderão constituir crime de abuso de OBS: presente uma dessas situações (doença mental,
autoridade ou outros delitos. desenvolvimento mental incompleto ou retardado),
Ex: prisão em flagrante pelo policial, entrada forçada para que fique excluída a imputabilidade, deve se dar
no domicílio durante o dia com ordem judicial... ao tempo da conduta delituosa a perda total da ca-
pacidade volitiva do agente. A prova da imputabilidade
5.2.4. Exercício regular de um direito nesses casos é fornecida por laudo pericial. Haverá a
aplicação de medida de segurança.
a) Conceito: É a causa de exclusão da ilicitude através
da qual o agente pratica uma conduta que, embora d) Embriaguez completa (que retira por completo o dis-
típica, está prevista como lícita pelo ordenamento ju- cernimento do agente) proveniente de caso fortuito ou
rídico por se tratar de um direito reconhecido pelo or- força maior (acidental ou involuntária)
denamento jurídico.
OBS: Se o agente se embriaga com o intuito de pratic-
Ex: lesões desportivas dentro da regra da modalidade, ar o delito, teremos a embriaguez preordenada que é
castigo moderado no exercício do poder familiar. agravante segundo o CP art. 61, II, l.
DIREITO PENAL
13

No caso de embriaguez voluntária, mas não preordena- Emoção e paixão


da, derivada da ACTIO LIBERA IN CAUSA. Responde o
agente pelos seus atos. CP, Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;
Assim, temos o seguinte quadro sobre a EMBRIAGUEZ:
Embriaguez

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool


ou substância de efeitos análogos.

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez


completa, proveniente de caso fortuito ou força maior,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de de-
terminar-se de acordo com esse entendimento.

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se


o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortu-
ito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou
da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
6.3.2. Semi-imputabilidade (ou responsabilidade ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
diminuída): É a perda de parte da capacidade de entendimento.
entendimento e autodeterminação nos casos de
doença mental ou desenvolvimento mental incom- 6.4. Potencial consciência da ilicitude
pleto ou retardado e embriaguez acidental incom-
pleta. O juiz reduzirá a pena de 1/3 a 2/3 ou imporá O que importa é saber se o agente ao praticar o crime
medida de segurança. tinha a possibilidade de saber que fazia algo errado ou
injusto de acordo com o meio social que o cerca.
Inimputáveis
6.4.1. Erro de proibição (erro sobre a ilicitude do
CP, Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença fato)
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou re-
tardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, intei-
ramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato CP, Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável.
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de
pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um
Redução de pena – SEMI IMPUTÁVEIS terço.

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o
dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude
saúde mental ou por desenvolvimento mental incom- do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter
pleto ou retardado não era inteiramente capaz de en- ou atingir essa consciência.
tender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. Não e trata de desconhecimento do texto legal e sim
sua errônea compreensão.
Menores de dezoito anos
Quando inevitável, o erro de proibição exclui a culpabi-
CP, Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penal- lidade, ficando o autor isento de pena; sendo evitável, a
mente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabe- pena será reduzida de 1/6 a 1/3.
lecidas na legislação especial.
DIREITO PENAL
14

6.5. Exigibilidade de conduta diversa 1.9 - PUNIBILIDADE


“Refere-se ao fato de se saber se, nas circunstâncias, se-
ria exigível que o acusado agisse de forma diversa. Não 7.1 Introdução
haverá pena se, nas circunstâncias, for impossível para
o acusado agir de outra forma” (Maximilianus Américo A punibilidade vem como resultado da responsa-
Fuhrer). bilidade penal do réu pelo crime que cometeu,
dela decorre o direito de o Estado fazer cumprir
6.5.1. Causas que levam à exclusão da exigibilidade de
conduta diversa. A lei prevê duas hipóteses: coação a pena.
moral irresistível e obediência hierárquica.
7.2 Extinção da punibilidade
No caso da coação moral, sendo ela IRRESISTÍVEL
(vis relativa), ou seja, o agente não podia superá-la,
A extinção da punibilidade é a perda do direito
este terá praticado crime, porém, não será consid-
erado culpado em face da exclusão de exigibilidade do Estado de punir o agente autor de fato típico
de conduta diversa, ou seja, exclui-se a culpabilidade. e ilícito, ou seja, é a perda do direito de impor
Sendo a coação moral RESISTÍVEL não haverá exclusão sanção penal. As causas legais de extinção da
da culpabilidade, neste caso poderá haver a atenuante punibilidade estão previstas no art. 107:
do art. 65, III, c do CP.

A obediência capaz de afastar a exigência de conduta Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:


diversa e, portanto, capaz de afastar a culpabilidade,
é a obediência à ordem não manifestamente ilegal I - pela morte do agente;
de superior hierárquico, tornando viciada a vontade
do subordinado.
II - pela anistia, graça ou indulto;
CP, Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível
ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente III - pela retroatividade de lei que não mais con-
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da sidera o fato como criminoso;
coação ou da ordem. IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo per-


dão aceito, nos crimes de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que


a lei a admite;

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em


lei.
DIREITO PENAL
15

1.10 - CONCURSO DE CRIMES São requisitos: pluralidade de condutas e plurali-


dade de crimes.
8.1 Introdução
a) Concurso material homogêneo e heterogêneo
Quando um sujeito, mediante unidade ou plural-
idade de ações ou de omissões, pratica 2 ou mais O concurso material é homogêneo quando se
delitos, surge o concurso de crimes ou de penas. trata de crimes idênticos (vários furtos, por ex-
Assim, “é possível que, em uma mesma oportuni- emplo) ou heterogêneo quando diversos (por ex-
dade ou em ocasiões diversas, uma mesma pes- emplo um furto, uma lesão corporal e uma cor-
soa cometa duas ou mais infrações penais que, rupção ativa).
de algum modo, estejam ligadas por circunstân-
cias várias. Quando isso ocorre, estamos diante b) Aplicação da pena
do chamado concurso de crimes (concursus de-
lictorum), que dá origem ao concurso de penas” Quando da ocorrência do concurso material, o
(MIRABETE, pg. 322). juiz deve individualizar a pena fixada para cada
um dos crimes componentes do concurso, para
O concurso de crimes pressupõe a existência de depois aplicar a regra do artigo 69 do CP. É o
pluralidade de fatos. chamado sistema do cúmulo material.

8.2 Espécies CP, Art. 69 - Quando o agente, mediante mais


de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
São três as espécies de concurso de crimes: o crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativa-
concurso material, o concurso formal e o crime mente as penas privativas de liberdade em que
continuado. haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa
de penas de reclusão e de detenção, executa-se
8.3 Concurso material ou real primeiro aquela.

CP, Art. 69 - Quando o agente, mediante mais 8.4 Concurso formal ou ideal
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativa- CP, Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só
mente as penas privativas de liberdade em que ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa idênticos ou não, aplicase-lhe a mais grave das
de penas de reclusão e de detenção, executa-se penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas,
primeiro aquela. mas aumentada, em qualquer caso, de um sex-
to até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
Ocorre o concurso material quando o indivíduo, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa
mediante duas ou mais condutas (ações ou e os crimes concorrentes resultam de desígnios
omissões, dolosas ou culposas) pratica dois ou autônomos, consoante o disposto no artigo an-
mais crimes. terior.

A vinculação entre os crimes se dá através da Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a
identidade do autor. que seria cabível pela regra do art. 69 deste Códi-
go.
DIREITO PENAL
16

No concurso formal o agente mediante uma só c) Aplicação da pena


conduta, realiza dois ou mais crimes.
A aplicação da pena no concurso formal segue a
Há uma só conduta e mais de um resultado lesi- regra do artigo 70 do CP:
vo.
CP, Art. 70 - Quando o agente, mediante uma
São requisitos: unidade de conduta e pluralidade só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
de crimes. idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas,
a) Concurso formal homogêneo e heterogêneo mas aumentada, em qualquer caso, de um sex-
O concurso formal é homogêneo quando a mes- to até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
ma conduta provoca crimes idênticos (vários cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa
homicídios por atropelamento, por exemplo) ou e os crimes concorrentes resultam de desígnios
heterogêneo quando diversos (por exemplo um autônomos, consoante o disposto no artigo an-
atropelamento que resulta em uma morte e em terior.
uma lesão corporal).
Assim, aplicamos para o concurso formal per-
b) Concurso formal próprio (perfeito) e im- feito o sistema da exasperação, segundo o qual
próprio (imperfeito) deve ser aplicada a pena do delito mais grave,
entre os concorrentes, aumentada a sanção de
Tal divisão funda-se na existência do elemento certa quantidade em decorrência dos demais
subjetivo do agente (finalidade). crimes.

O concurso formal perfeito é a regra. O agente Desta forma quando temos


possuía, quando da prática da conduta, uma só
intenção (lícita ou ilícita) e ao praticar a conduta a) Penas idênticas: aplica-se somente uma, acres-
acabou gerando dois ou mais resultados crimino- cida de 1/6 até a metade.
sos.
b) Penas diferentes: aplica-se a mais grave, au-
Ex: atropelar culposamente 3 pessoas; atirar no mentada de 1/6 até a metade.
pai para matá-lo e a bala transfixa o corpo e fere
também a mãe em outro cômodo da casa. No que diz respeito ao concurso formal imperfei-
to (desígnios autônomos), utilizamos o sistema
Por sua vez, o concurso formal imperfeito é re- do cúmulo material: se recomenda a soma das
sultante de desígnios autônomos. É o popular penas de cada um dos delitos componentes do
“matar dois coelhos com uma cajadada só”. O in- concurso. Ou seja, após a aplicação de todas as
divíduo tem consciência e vontade em relação a penas, as mesmas são somadas para que seja
cada um dos crimes, realizando com uma só con- aplicada uma pena total ao condenado.
duta, duas finalidades.
OBS: regra do concurso material benéfico
Ex: matar toda a família em um incêndio.
DIREITO PENAL
17

Parágrafo único - Não poderá a pena exced- OBS: Multas no concurso de crimes
er a que seria cabível pela regra do art. 69
deste Código. CP, Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de
multa são aplicadas distinta e integralmente.
8.5 Crime continuado

A figura do crime continuado foi criada por


questões de política criminal. Trata-se de uma
Parte Especial
ficção jurídica: na verdade há uma pluralidade de
crimes, mas o legislador entende, em benefício
do réu, que eles constituem um só crime para
efeito de pena.

CP, Art. 71 - Quando o agente, mediante mais


de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras se-
melhantes, devem os subseqüentes ser havidos
como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais
grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços. (CRIME CONTIN-
UADO COMUM)

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra


vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, consider- Apostila digital Digital - Clique no QR Code para acessar o conteúdo

ando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta Apostila Impressa - Escaneie o QR Code para acessar o conteúdo
social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de
um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, até o triplo, observadas as regras do
parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Códi-
go. (CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO)

Para o crime continuado foi adotado o SISTEMA


DA EXASPERAÇÃO, aplicando-se a pena de um só
dos crimes, se idênticas ou a mais grave sempre
aumentada de um sexto a dois terços. Para a dos-
agem do aumento, deve-se levar em conta, prin-
cipalmente, o número de infrações praticadas
pelo agente.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
1
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

1. APLICAÇÃO DA LEI PRO- 2. INQUÉRITO POLICIAL


CESSUAL NO TEMPO, NO
ESPAÇO E EM RELAÇÃO
ÀS PESSOAS

Persecução Penal (Persecutio Criminis)

• Investigação Criminal
• Ação Penal

Papel da Polícia

(Disposições Preliminares do Código de Processo Pe- Polícia Administrativa (de segurança) – caráter preven-
nal) tivo e ostensivo.

O processo penal reger-se-á, em todo o território bra- Ex: Polícia Militar.


sileiro pelo Código de Processo Penal (Decre- to-Lei
3689 de 3 de outubro de 1941), ressalvado o que se- Polícia Judiciária (de investigação) – caráter re- pres-
gue: sivo.

I - os tratados, as convenções e regras de direito in- Ex: Polícia Civil e Polícia Federal.
ternacional;
CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da
República, dos ministros de Estado, nos crimes cone- “É o conjunto de diligências realizadas pela po- lícia
xos com os do Presidente da República, e dos minis- judiciária para a apuração de uma infração penal e sua
tros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de res- autoria.”
ponsabilidade
Tourinho Filho
III - os processos da competência da Justiça Mil- itar;
“Procedimento administrativo preliminar, presi- dido
IV - os processos da competência do tribunal es- pe- por delegado de carreira, que visa determi- nar autoria
cial e materialidade do fato criminoso.”

V - os processos por crimes de imprensa. Nestor Távora

A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem Natureza Jurídica do Inquérito Policial
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigên-
cia da lei anterior. • Procedimento administrativo
• Caráter informativo
A lei processual penal admitirá interpretação ex- ten- • Preparatório para ação penal.
siva e aplicação analógica, bem como o suple- mento
dos princípios gerais de direito.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
2

Inquéritos Não Policiais (extrapoliciais) gam respeito ao exercício do direito de defesa.”

• Inquéritos parlamentares – CPI´s Oficialidade –


• Inquéritos Policiais Militares – IPM´s
• Inquérito Civil – MP. Ação Civil Pública. • Conduzido por órgão oficial do Estado.
• Inquérito Judicial (Antiga lei de Falências 7.661/45).
• Nova lei de Falências (11.101/05) - Não há mais. Oficiosidade –

Inquéritos nos crimes praticados por magistrados e • Nos crimes de ação penal pública incondicio- nada.
promotores.
Indisponibilidade –
• Apurado pelo órgão de cúpula de cada carreira
(LOMAN e LONMP) • Uma vez iniciado o IP, deve ser conduzido até o
fim.
Inquéritos envolvendo autoridades que gozam de • O DEPOL não pode arquivar IP.
foro por prerrogativa de função.
Inquisitivo –
• Investigação é feita no Tribunal do foro privilegia-
do. • Não há contraditório e nem ampla defesa.
• Permite agilidade nas investigações.
Investigações particulares – • Não pode o Juiz decidir com base apenas no IP.
• Não há acusação, logo, não há nem autor, nem
Investigação a cargo do Ministério Público: acusado

• STF – constitucionalidade da investigações minis- Autoritariedade -


teriais
• O DEPOL é autoridade pública.
CARACTERÍSTICAS DO
Dispensabilidade –
INQUÉRITO POLICIAL
• Não é imprescindível.
Discricionariedade -

• O rumo das diligências está a cargo do DEPOL.


PRAZOS DE CONCLUSÃO DO IP
Solto Preso
• O DEPOL pode atender ou não os requeri- mentos
Polícia Civil 30 dias (prorrogação por 10 dias (improrrogável)
do indiciado e da vítima. ordem judicial)
• O DEPOL não pode deixar de mandar fazer exame Polícia Federal (lei 30 dias (prorrogação por 15 dias (prorrogável por
de corpo de delito quando a infração deixar ves- 5.010/66) ordem judicial) igual período)

tígios. Crimes da Lei de Drogas 90 dias 30 dias

• O DEPOL deve atender requisições de Juízes e Pro- Crimes contra a economia 10 dias 10 dias
popular
motores.

Escrito - Contagem de prazos


Sigiloso -
Inclui-se o dia do começo e exclui-se do dia do fim.
• Não se estende ao Juiz, nem ao MP e nem ao ad-
vogado. Valor Probatório do IP
• Súmula Vinculante 14
Valor probatório relativo.
“É direito do defensor, no interesse do represen- tado,
ter acesso amplo aos elementos de prova que, já docu- • As prova produzidas no IP devem ser repeti- das
mentados em procedimento investi- gatório realizado em juízo.
por órgão com competência de polícia judiciária, di-
DIREITO PROCESSUAL PENAL
3

Vícios do IP V - ouvir o indiciado, devendo o respectivo termo ser


assinado por 2 (duas) testemunhas que Ihe tenham
• Ocorridos no IP não atingem a Ação Penal. ouvido a leitura;

Notitia Criminis VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coi- sas


e a acareações;
Espontânea (de cognição imediata) – comunicação
informal. Investigações de rotina e imprensa. VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
Delação apócrifa (notitia criminis inqualificada) ou
denúncia anônima. VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo proces-
so datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos
Provocada (de cognição mediata) – provocação de sua folha de antecedentes;
terceiros.
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
• Requisição do Juiz, do MP ou do MJ ponto de vista individual, familiar e social, sua condi-
• Requerimento da vítima ção econômica, sua atitude e estado de ânimo antes
• Delação e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros
elementos que contribuírem para a apreciação do seu
Notitia Criminis de cognição coercitiva temperamento e cará- ter.

• Requerimento do ofendido (caso seja indefe- rido X - colher informações sobre a existência de filhos,
cabe recurso para o Chefe de Polícia) respectivas idades e se possuem alguma deficiência e
• Requisição do Juiz, do MP ou do MJ. o nome e o contato de eventual responsável pelos cui-
• Auto de Prisão em flagrante dados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
• Portaria
• Incomunicabilidade do preso Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
• Reprodução simulada dos fatos. praticada de determinado modo, a autori- dade poli-
• Indiciamento / Desindiciamento cial poderá proceder à REPRODUÇÃO SIMULADA DOS
• Indiciado menor FATOS, desde que esta não con- trarie a moralidade ou
• Encerramento a ordem pública.
• Não deve o DEPOL fazer juízo de valor no re- la-
tório final (Exceção: Nova lei de drogas – o DEPOL O investigado não está obrigado a participar des- ta
deve justificar as razões que o levaram a classifi- diligência, pois não é obrigado a produzir pro- va con-
cação do delito.) tra si.

PROVIDÊNCIAS A CARGO DO Em se tratando de determinados crimes, a auto- ri-


DEPOL – ART. 6º E 7º, CPP. dade policial ou o MP poderão requisitar da- dos ou
informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (re-
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se quisição direta a órgãos públicos e privados). São es-
alterem o estado e conservação das coisas, até a che- ses os crimes:
gada dos peritos criminais;
• Sequestro ou cárcere privado
II - apreender os objetos que tiverem relação com o • Redução à condição análoga à de escravo
fato, após liberados pelos peritos criminais; • Tráfico de pessoas
• Extorsão mediante restrição da liberdade (“se-
III - colher todas as provas que servirem para o escla- questro relâmpago”)
recimento do fato e suas circunstâncias; • Extorsão mediante sequestro
• Facilitação de envio de criança ou adolescen- te
IV - ouvir o ofendido; ao exterior (art. 239 do ECA)
DIREITO PROCESSUAL PENAL
4

Em se tratando de crimes relacionados ao TRÁFICO DE I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exce-
PESSOAS, o membro do MP ou a au- toridade policial to na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº
poderão requisitar, mediante autorização judicial, às 13.964, de 2019) (Vigência)
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
e/ou telemáti- ca que disponibilizem imediatamente II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indi-
os dados (meios técnicos) que permitam a localização cados pelo Ministério Público como instrumentos,
da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (como produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei nº
sinais, informações e outros). 13.964, de 2019) (Vigência)

Não se permitirá acesso ao conteúdo da co- munica- III - prestar serviço à comunidade ou a entidades pú-
ção, que dependerá de autorização judicial (apenas blicas por período correspondente à pena mínima co-
dados como local aproxima- do em que foi feita a li- minada ao delito diminuída de um a dois terços, em
gação, destinatário, etc.). local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma
do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
Deverá ser fornecido pela prestadora de te- lefonia de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964,
móvel celular por período não supe- rior a 30 dias de 2019) (Vigência)
(renovável uma vez por mais 30 dias). Para períodos
superiores será ne- cessária ordem judicial. IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito poli- dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade públi-
cial ou de quaisquer elementos informativos da mes- ca ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da
ma natureza, o órgão do Ministério Público comuni- execução, que tenha, preferencialmente, como função
cará à vítima, ao investigado e à autoridade policial proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
e encaminhará os autos para a instância de revisão aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela
ministerial para fins de homologação, na forma da lei. Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não con- indicada pelo Ministério Público, desde que propor-
cordar com o arquivamento do inquérito policial, po- cional e compatível com a infração penal imputada.
derá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
comunicação, submeter a matéria à revisão da instân-
cia competente do órgão ministerial, conforme dis- § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito
puser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº a que se refere o caput deste artigo, serão considera-
13.964, de 2019) (Vigência) das as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao
caso concreto. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em (Vigência)
detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão
do arquivamento do inquérito policial poderá ser pro- § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica
vocada pela chefia do órgão a quem couber a sua re- nas seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei nº 13.964,
presentação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de de 2019) (Vigência)
2019) (Vigência)
I - se for cabível transação penal de competência dos
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; (Incluí-
o investigado confessado formal e circunstancialmen- do pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
te a prática de infração penal sem violência ou grave
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, II - se o investigado for reincidente ou se houver ele-
o Ministério Público poderá propor acordo de não mentos probatórios que indiquem conduta criminal
persecução penal, desde que necessário e suficiente habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignifi-
para reprovação e prevenção do crime, mediante as cantes as infrações penais pretéritas; (Incluído pela Lei
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternati- nº 13.964, de 2019) (Vigência)
vamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
gência)
DIREITO PROCESSUAL PENAL
5

III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipula-
anteriores ao cometimento da infração, em acordo de das no acordo de não persecução penal, o Ministério
não persecução penal, transação penal ou suspensão Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua
condicional do processo; e (Incluído pela Lei nº 13.964, rescisão e posterior oferecimento de denúncia. (Incluí-
de 2019) (Vigência) do pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência § 11. O descumprimento do acordo de não persecu-
doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher ção penal pelo investigado também poderá ser uti-
por razões da condição de sexo feminino, em favor lizado pelo Ministério Público como justificativa para
do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- o eventual não oferecimento de suspensão condicio-
gência) nal do processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formali-
zado por escrito e será firmado pelo membro do Mi- § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de
nistério Público, pelo investigado e por seu defensor. não persecução penal não constarão de certidão de
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) antecedentes criminais, exceto para os fins previstos
no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecu- 13.964, de 2019) (Vigência)
ção penal, será realizada audiência na qual o juiz de-
verá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva § 13. Cumprido integralmente o acordo de não perse-
do investigado na presença do seu defensor, e sua le- cução penal, o juízo competente decretará a extinção
galidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- de punibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
gência) (Vigência)

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Pú-
ou abusivas as condições dispostas no acordo de não blico, em propor o acordo de não persecução penal,
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério o investigado poderá requerer a remessa dos autos
Público para que seja reformulada a proposta de acor- a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.
do, com concordância do investigado e seu defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não per-


secução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério 3. PRISÕES
Público para que inicie sua execução perante o juízo
de execução penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta


que não atender aos requisitos legais ou quando não
for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os au-


tos ao Ministério Público para a análise da necessida- CONCEITO DE PRISÃO
de de complementação das investigações ou o ofere-
cimento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)

§ 9º A vítima será intimada da homologação do acor-


do de não persecução penal e de seu descumprimen-
to. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
DIREITO PROCESSUAL PENAL
6

“Ninguém será considerado culpado até o transi- to Flagrante esperado


em julgado da sentença penal condenatória.” (Princí- Flagrante preparado ou provocado
pio da presunção de inocência)
• Sum. 145, STF - Não há crime quando a prepa-
USO DE ALGEMAS ração do flagrante pela polícia torna impossível a
sua consumação.
Súmula Vinculante 11
Flagrante prorrogado, retardado, postergado, di-
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência ferido ou ação controlada.
e de fundado receio de fuga ou de perigo à integri- Flagrante forjado
dade física própria ou alheia, por parte do preso ou Flagrante por apresentação
de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito,
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal Flagrante nas várias espécies de crimes
do agente ou da autorida- de e de nulidade da prisão
ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da Crime permanente
responsabilidade civil do Estado. Crime habitual (modo de vida do infrator)

Prisão em Flagrante Não cabe prisão em flagrante.

• Não exige ordem escrita do Juiz, porque o fato Crime de ação penal privada e pública condicionada.
ocorre de inopino.
Deve haver uma manifestação da vontade do legiti-
• É ato administrativo na origem e ato judicial no mado.
final.
Infração de menor potencial ofensivo
ESPÉCIES DE FLAGRANTE
Sujeitos do Flagrante
Flagrante próprio, propriamente dito, real ou ver-
dadeiro. Sujeito ativo – aquele que efetua a prisão.

• O agente é preso cometendo o crime ou quando Condutor – aquele que apresenta o preso a autori-
acaba de cometê-lo. dade.

Flagrante impróprio, irreal ou quase-flagrante. Sujeito passivo – qualquer pessoa que for presa.

• O agente é perseguido logo após a infração.


Presidente da República – não pode ser preso caute-
Flagrante presumido, ficto ou assimilado. larmente (flagrante, preventiva e temporária). Só com
decisão transitada em julgado.
• O agente é preso, logo após a infração penal, com
objetos, armas, papéis, que presuma ser ele o au- Diplomatas estrangeiros – depende de tratados e
tor da infração penal. convenções internacionais.

Flagrante compulsório ou obrigatório Membros do Congresso – só por crime inafiançável.


(autos remetidos para a casa respectiva para decidir
• Forças de segurança. sobre a prisão) (Deputados estaduais tem a mesma
prerrogativa) (vereadores não tem imunidade)
Flagrante Facultativo
Magistrados - só por crime inafiançável. (comunica-
• Autorizam qualquer do povo a efetuar a prisão de ção e apresentação do Juiz ao presidente do Tribunal)
quem esteja em flagrante.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Membros do MP - só por crime inafiançável. (comu- § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a
nicação e apresentação do membro do MP ao Procu- requerimento das partes ou, quando no curso da inves-
rador Geral de Justiça) tigação criminal, por representação da autoridade po-
licial ou mediante requerimento do Ministério Público.
Menores de 18 anos (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Observação Quem pode decretar as medidas cautelares é o JUIZ. Ele


poderá fazê-lo:
Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá
constar a informação sobre a existência de filhos, res- a) durante o processo: de ofício ou a requeri- mento
pectivas idades e se possuem alguma deficiência e o das partes (acusação – Ministério Público ou Querelan-
nome e o contato de eventual responsável pelos cui- te - e Defesa)
dados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
b) durante a investigação criminal: por represen- ta-
ção do delegado ou por requerimento do Mi- nistério
LEI 12.403 DE 04 DE MAIO DE 2011 Público
NOVA LEI DE PRISÕES
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo
“TÍTULO IX de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES de medida cautelar, determinará a intimação da parte
contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias,
E DA LIBERDADE PROVISÓRIA” acompanhada de cópia do requerimento e das peças
necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os ca-
“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título sos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e
deverão ser aplicadas observando-se a: fundamentados em decisão que contenha elementos
do caso concreto que justifiquem essa medida excep-
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a in- cional. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
vestigação ou a instrução criminal e, nos casos expres- gência)
samente previstos, para evitar a prática de infrações
penais; § 4º No caso de descumprimento de qualquer das obri-
gações impostas, o juiz, mediante requerimento do
II - adequação da medida à gravidade do crime, cir- Ministério Público, de seu assistente ou do querelante,
cunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado poderá substituir a medida, impor outra em cumulação,
ou acusado. ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos
termos do parágrafo único do art. 312 deste Código.
Necessidade - A medida cautelar deve ser necessária (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
para:
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,
• aplicação da lei penal (é o caso, por exemplo, do revogar a medida cautelar ou substituí-la quando ve-
réu que ameaça fugir). rificar a falta de motivo para que subsista, bem como
• para a investigação ou a instrução criminal (é o voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a jus-
caso do réu que ameaça testemunhas, destrói pro- tifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
vas etc.) (Vigência)
• para evitar a prática de infrações penais (é o caso
de extrema periculosidade do agente que, em li- § 6º A prisão preventiva somente será determinada
berdade, coloca em risco a sociedade). quando não for cabível a sua substituição por outra
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e
Adequação - a medida deve ser proporcional à gravi- o não cabimento da substituição por outra medida cau-
dade do crime, às circunstâncias do fato e às condições telar deverá ser justificado de forma fundamentada nos
pessoais do indiciado ou acusado. elementos presentes do caso concreto, de forma indi-
vidualizada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isola-
da ou cumulativamente.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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CONTRADITÓRIO inteiro teor do mandado.

Quando houver risco dessa comunicação inviabilizar a § 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a pri-
medida, teremos o CONTRADITÓRIO DIFERIDO, ou são por qualquer meio de comunicação, do qual de-
seja, a parte contrária poderá se defender depois que verá constar o motivo da prisão, bem como o valor da
a medida já foi decretada. fiança se arbitrada.

FUNGIBILIDADE DAS MEDIDAS • A expressão “telegrama” foi substituída por “qual-


CAUTELARES quer meio de comunicação”. Uma adaptação ne-
cessária da lei à realidade social. A comunicação,
Em caso de descumprimento das obrigações impos- por exemplo, pode ser feita por e-mail.
tas, o juiz pode:
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará
• substituir a medida cautelar imposta por outra as precauções necessárias para averiguar a autentici-
• cumular com outra medida cautelar dade da comunicação.
• em último caso, decretar a prisão preventiva.
Pode-se entrar em contato com o emitente, para veri-
Essa decisão pode ser tomada: ficar a autenticidade da requisição.

a) de ofício § 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção


b) mediante requerimento do Ministério Público do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, conta-
c) mediante requerimento do Assistente do MP dos da efetivação da medida.
d) mediante requerimento do Querelante
Caso o agente tenha sido preso em outro foro, o juiz
ATENÇÃO: segundo a nova lei, NÃO pode haver essa processante deve providenciar que ele seja devida-
decisão por representação do Delegado de Polícia. mente removido para o foro competente, no prazo
máximo de 30 dias. Essa medida pode esbarrar na re-
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em fla- serva do Possível, ou seja, haverá casos em que não
grante delito ou por ordem escrita e fundamentada da existirão vagas no foro competente.
autoridade judiciária competente, em decorrência de
prisão cautelar ou em virtude de condenação crimi- Art. 292.Se houver, ainda que por parte de terceiros,
nal transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
13.964, de 2019) autoridade competente, o executor e as pessoas que
o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo
se aplicam à infração a que não for isolada, cumula- se lavrará auto subscrito também por duas testemu-
tiva ou alternativamente cominada pena privativa de nhas.
liberdade.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mu-
Se, ao final do processo, o réu não será punido com lheres grávidas durante os atos médico hospitalares
prisão, não haveria sentido de aplicarse uma medida preparatórios para a realização do parto e durante o
cautelar no curso do processo. O meio não pode ser trabalho de parto, bem como em mulheres durante o
mais grave que o fim. período de puerpério imediato.

§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
inviolabilidade do domicílio. tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição,
as precauções necessárias para averiguar a autentici-
Art. 289. Quando o acusado estiver no território na- dade desta.
cional, fora da jurisdição do juiz processante, será de-
precada a sua prisão, devendo constar da precatória o
DIREITO PROCESSUAL PENAL
9

Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do
separadas das que já estiverem definitivamente con- parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
denadas, nos termos da lei de execução penal. gência)

Parágrafo único. O militar preso em flagrante de- lito, § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou
após a lavratura dos procedimentos legais, será reco- que integra organização criminosa armada ou milícia,
lhido a quartel da instituição a que pertencer, onde fi- ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá
cará preso à disposição das autoridades competentes.” denegar a liberdade provisória, com ou sem medi-
das cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se (Vigência)
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idô-
ou à pessoa por ele indicada. nea, à não realização da audiência de custódia no
prazo estabelecido no caput deste artigo responde-
Regra Constitucional. Acréscimo do Ministério Público. rá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realiza-
ção da prisão, será encaminhado ao juiz competente § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o de-
o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não curso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a
informe o nome de seu advogado, cópia integral para não realização de audiência de custódia sem motiva-
a Defensoria Pública. ção idônea ensejará também a ilegalidade da prisão,
a ser relaxada pela autoridade competente, sem pre-
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, me- juízo da possibilidade de imediata decretação de pri-
diante recibo, a nota de culpa, assinada pela autorida- são preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os (Vigência)
das testemunhas.
Recebendo em suas mãos o auto de prisão em fla-
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, grante, o juiz poderá:
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após
a realização da prisão, o juiz deverá promover audiên- • relaxar o flagrante (quando se tratar de um fla-
cia de custódia com a presença do acusado, seu advo- grante irregular. Exemplo: flagrante prepa- rado,
gado constituído ou membro da Defensoria Pública e flagrante forjado etc.)
o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o
juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela • conceder liberdade provisória (com ou sem fiança)
Lei nº 13.964, de 2019)
• NOVIDADE: converter a prisão em flagrante em
I - relaxar a prisão ilegal; ou prisão preventiva. Antes da nova lei, a prisão em
flagrante perduraria durante o processo. Agora, o
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, juiz pode convertê-la em preventiva.
quando presentes os requisitos constantes do art. 312
deste Código, e se revelarem inadequadas ou insufi- A regra da liberdade provisória sem fiança concedida
cientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou aos casos de excludente da ilicitude continua no orde-
namento jurídico brasileiro.
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagran- do processo penal, caberá a prisão preventiva decreta-
te, que o agente praticou o fato em qualquer das con- da pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do
dições constantes dos incisos I, II ou III do caput do querelante ou do assistente, ou por representação da
art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, de 2019)
conceder ao acusado liberdade provisória, mediante
termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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PRISÃO PREVENTIVA de perigo gerado pelo estado de liberdade do impu-


tado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Como antes, a prisão preventiva pode ser decretada
durante a investigação policial ou durante o processo § 1º A prisão preventiva também poderá ser decre-
penal. tada em caso de descumprimento de qualquer das
A preventiva é decretada pelo juiz, da seguinte ma- obrigações impostas por força de outras medidas cau-
neira: telares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
• de ofício (se no curso da ação penal) ou (Vigência)
• mediante requerimento do MP, do querelante ou
do assistente. § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve
ser motivada e fundamentada em receio de perigo e
PRISÃO PREVENTIVA existência concreta de fatos novos ou contemporâ-
neos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
Pressupostos: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Prova da existência do crime – materialidade do de- Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
lito. admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos cri-
mes dolosos punidos com pena privativa de liberdade
Indícios suficientes de autoria – o indivíduo deve ser máxima superior a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido
suspeito do crime. condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado; ressalvado o disposto no artigo 64,
Hipóteses de decretação Garantia da ordem públi- I, CP (se entre o cumprimento da pena e o novo crime
ca: já se passaram mais de 5 anos).

• Objetiva impedir que o agente continue a delin- III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
quir no transcorrer da instrução penal. contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo
• Não pode servir para preservar a integridade do ou pessoa com deficiência, para garantir a execução
agente. das medidas protetivas de urgência;

Conveniência da instrução criminal: IV - (revogado).

• Serve para impedir que a agente destrua provas, § 1º Também será admitida a prisão preventiva quan-
ameace testemunhas, ou comprometa de qual- do houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa
quer maneira a busca da verdade. ou quando esta não fornecer elementos suficientes
para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado ime-
Garantia da aplicação da lei penal: diatamente em liberdade após a identificação, salvo se
outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
• Serve para evitar que o agente fuja. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Garantia da ordem econômica:
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preven-
• Serve para evitar que o agente solto continue a tiva com a finalidade de antecipação de cumprimento
ameaçar a ordem econômica. de pena ou como decorrência imediata de investiga-
ção criminal ou da apresentação ou recebimento de
Descumprimento de Medidas Cautelares: denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada • Prisão preventiva só pode ser decretada em crimes
como garantia da ordem pública, da ordem econômi- DOLOSOS com pena máxima superior a 4 anos.
ca, por conveniência da instrução criminal ou para as-
segurar a aplicação da lei penal, quando houver prova
da existência do crime e indício suficiente de autoria e
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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• Também pode ser decretada se o agente foi con- (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
denado por outro crime doloso – lembrando da
ressalva. III - invocar motivos que se prestariam a justificar qual-
quer outra decisão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Por fim, cabe preventiva se o crime envolver violência 2019) (Vigência)
doméstica e familiar contra a mulher, criança, adoles-
cente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
garantir a execução das medidas protetivas de urgên- processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
cia. adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência)
• NOVIDADE: também cabe a prisão preventi-
va quando houver dúvida sobre a identidade do V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
agente. Nesse caso, parece ter sido revogada par- súmula, sem identificar seus fundamentos determi-
cialmente a lei de prisão temporária (lei 7.960/89) nantes nem demonstrar que o caso sob julgamento
que permitia a prisão temporária em caso de não se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei nº
conhecimento da identidade do agente. Em vez 13.964, de 2019) (Vigência)
de prisão temporária, agora pode ser decretada a
prisão preventiva. VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurispru-
dência ou precedente invocado pela parte, sem de-
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será monstrar a existência de distinção no caso em julga-
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes mento ou a superação do entendimento. (Incluído
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições pela Lei nº 13.964, de 2019)
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
Decreto - Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI 7.960/89)
Código Penal.
Caberá apenas na fase de Inquérito policial.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Só pode ser decretada pelo juiz, mediante representa-
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou dene- ção da autoridade policial ou requerimento do Minis-
gar a prisão preventiva será sempre motivada e fun- tério Público.
damentada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência) HIPÓTESES DE CABIMENTO

§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventi- Imprescindibilidade para as investigações do inquérito


va ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar policial. (inc. I)
concretamente a existência de fatos novos ou contem-
porâneos que justifiquem a aplicação da medida ado- Indiciado não tem residência fixa ou não fornece ele-
tada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- mentos para sua identificação. (inc. II)
gência)
Quando houver fundadas razões de autoria ou partici-
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão pação do indiciado nos seguintes crimes: (inc. III)
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên- • Homicídio doloso.
cia) • Sequestro ou cárcere privado.
• Roubo.
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase • Extorsão e Extorsão mediante sequestro.
de ato normativo, sem explicar sua relação com a cau- • Estupro.
sa ou a questão decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, • Epidemia com resultado morte.
de 2019) (Vigência) • Quadrilha ou bando
• Tráfico de drogas
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem • Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; • crimes previstos na Lei de Terrorismo.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
12

• Genocídio. ato de execução.


• Envenenamento de água potável.
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a
As 3 hipóteses contidas nos incisos devem estar pre- infração se consumar fora dele, a competência será
sentes para a decretação da temporária? determinada pelo lugar em que tiver sido praticado,
no Brasil, o último ato de execução.
Posição Majoritária
§ 2o Quando o último ato de execução for pratica-
Prisão temporária = inc. III + inc. I do fora do território nacional, será competente o juiz
do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha
PRAZOS produzido ou devia produzir seu resultado.

Regra geral: 5 dias + 5 dias (o juiz deve ouvir o Minis- § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou
tério Público quando a autoridade policial requerer a mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter
prorrogação da prisão) sido a infração consumada ou tentada nas divisas de
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á
Crimes hediondos e assemelhados (tráfico, pela prevenção.

terrorismo e tortura): 30 dias + 30 dias Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou perma-
nente, praticada em território de duas ou mais jurisdi-
PROCEDIMENTO ções, a competência firmar-se-á pela prevenção.

• Representação da autoridade policial ou requeri- COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA


mento do Ministério Público. DO RÉU
• O juiz tem 24 horas para apreciar o pedido. (o MP
deve ser ouvido) Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a
• O mandado deve ser expedido em 2 vias (1 servirá competência regular-se-á pelo domicílio ou residência
como nota de culpa) do réu.
• Durante a execução da prisão temporária o juiz
pode determinar que o preso lhe seja apresenta- § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a compe-
do, e dentre outras medidas, submetê-lo a exame tência firmar-se-á pela prevenção.
de corpo de delito.
• O preso temporário deve permanecer separado § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado
dos demais detentos. o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro
tomar conhecimento do fato.
COMPETÊNCIA
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o que-
Determinará a competência jurisdicional: I - o lu- relante poderá preferir o foro de domicílio ou da re-
gar da infração: sidência do réu, ainda quando conhecido o lugar da
infração.
II - o domicílio ou residência do réu;
III - a natureza da infração; COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência; Art. 74. A competência pela natureza da infração será
VI - a prevenção; regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a
VII - a prerrogativa de função. competência privativa do Tribunal do Júri.

COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos


crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágra-
Art. 70. A competência será, de regra, determinada fo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Có- digo Penal,
pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso consumados ou tentados.
de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último
DIREITO PROCESSUAL PENAL
13

§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver Código Penal.


desclassificação para infração da competência de ou-
tro, a este será remetido o processo, salvo se mais gra- Art. 78. Na determinação da competência por conexão
duada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, ou continência, serão observadas as seguintes regras:
terá sua competência prorrogada.
I - no concurso entre a competência do júri e a de
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a com-
para outra atribuída à competência de juiz singular, petência do júri;
observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a des-
classificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:
seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, §
2o). a) preponderará a do lugar da infração, à qual for co-
minada a pena mais grave;
COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a com- maior número de infrações, se as respectivas penas
petência quando, na mesma circunscrição judiciária, forem de igual gravidade;
houver mais de um juiz igualmente competente.
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos ou-
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito tros casos;
da concessão de fiança ou da decretação de prisão
preventiva ou de qualquer diligência anterior à denún- III - no concurso de jurisdições de diversas categorias,
cia ou queixa prevenirá a da ação penal. predominará a de maior graduação;

COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA IV - no concurso entre a jurisdição comum e a espe-


cial, prevalecerá esta.
Art. 76. A competência será determinada pela cone-
xão: Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade
de processo e julgamento, salvo:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem
sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo
contra as outras; de menores.

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas pratica- § 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do pro-
das para facilitar ou ocultar as outras, ou para conse- cesso, se, em relação a algum coréu, sobrevier o caso
guir impunidade ou vantagem em relação a qualquer previsto no art. 152.
delas;
§ 2o A unidade do processo não importará a do jul-
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer gamento, se houver coréu foragido que não possa ser
de suas circunstâncias elementares influir na prova de julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
outra infração.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos
Art. 77. A competência será determinada pela conti- quando as infrações tiverem sido praticadas em cir-
nência quando: cunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou,
quando pelo excessivo número de acusados e para
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro
infração; motivo relevante, o juiz reputar conveniente a sepa-
ração.
II - no caso de infração cometida nas condições pre-
vistas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do
DIREITO PROCESSUAL PENAL
14

Art. 81. Verificada a reunião dos processos por co- I - os seus ministros, nos crimes comuns;
nexão ou continência, ainda que no processo da sua
competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos
sentença absolutória ou que desclassifique a infração com os do Presidente da República;
para outra que não se inclua na sua competência, con-
tinuará competente em relação aos demais processos. III - o procurador geral da República, os desembar-
gadores dos Tribunais de Apelação, os ministros do
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros di-
competência por conexão ou continência, o juiz, se plomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou ab-
solver o acusado, de maneira que exclua a competên- Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de
cia do júri, remeterá o processo ao juízo competente. Apelação o julgamento dos governadores ou inter-
ventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Dis-
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, fo- trito Federal, seus respectivos secretários e chefes de
rem instaurados processos diferentes, a autoridade de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Minis-
jurisdição prevalente deverá avocar os processos que tério Público.
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem
com sentença defi- nitiva. Neste caso, a unidade dos DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de
soma ou de unificação das penas. Art. 88. No processo por crimes praticados fora do ter-
ritório brasileiro, será competente o juízo da Capital
COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO do Estado onde houver por último residido o acusado.
Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção o juízo da Capital da República.
toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igual-
mente competentes ou com jurisdição cumulativa, um Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarca-
deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ção nas águas territoriais da República, ou nos rios e
ato do processo ou de medida a este relativa, ainda lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações
que anterior ao oferecimento da denúncia ou da quei- nacionais, em alto mar, serão processados e julgados
xa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar
a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do
COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO País, pela do último em que houver tocado.

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave
do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de nacional, dentro do espaço aéreo correspondente
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de ao território brasileiro, ou ao alto mar, ou a bordo de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamen- aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo corres-
te às pessoas que devam responder perante eles por pondente ao território nacional, serão processados e
crimes comuns e de responsabilidade. (Redação dada julgados pela justiça da comarca em cujo território se
pela Lei nº 10.628, de 24.12.2002) verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de
onde houver partido a aeronave.
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em
que forem querelantes as pessoas que a Constitui- Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo
ção sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a com-
e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá petência se firmará pela prevenção.
o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da
verdade.

Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, priva-


tivamente, processar e julgar:
DIREITO PROCESSUAL PENAL
15

4. CRIMES DE RESPONSA- Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos


do processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I
BILIDADE DE FUNCIO- e III, Título I, deste Livro.

NÁRIOS PÚBLICOS • Ausência de notificação para apresentação de


defesa preliminar – Sempre necessária. Ausência
gera Nulidade relativa (STF).

OBS.: STJ - Se a ação penal foi ajuizada após um pro-


cedimento administrativo prévio no qual o acusado
teve oportunidade de se defender, não há nulidade,
mas mera irregularidade.

• Funcionário público que possua foro especial por


prerrogativa de função – Se o acusado possui foro
por prerrogativa de função, não se aplica o rito
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcio- previsto no CPP, aplicando-se o rito previsto na Lei
nários públicos, cujo processo e julgamento competi- 8.038/90 (Processo nos Tribunais).
rão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será
instruída com documentos ou justificação que façam • Ação penal instruída com inquérito policial – O STJ
presumir a existência do delito ou com declaração possui entendimento sumulado (súmu- la 330) no
fundamentada da impossibilidade de apresentação sentido de que, caso a ação penal seja instruída
de qualquer dessas provas. (crimes inafiançáveis rito inquérito policial é desnecessá- ria a notificação
idêntico ao ordinário) para a apresentação de res- posta preliminar. STF
não adota este posicio- namento.
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia
ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la
e ordenará a notificação do acusado, para responder
por escrito, dentro do prazo de 15 dias. (defesa prévia) 5. DISPOSIÇÕES CONSTI-
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do TUCIONAIS APLICÁVEIS
acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz,
ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresen-
AO DIREITO PROCESSU-
tar a resposta preliminar. AL PENAL
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante
o prazo concedido para a resposta, os autos permane-
cerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo
acusado ou por seu defensor.

Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com


documentos e justificações.

Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em des-


pacho fundamentado, se convencido, pela resposta do
acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime
ou da improcedência da ação. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo e à propriedade, nos termos seguintes:
I do Título X do Livro I. (apresenta defesa em 10 dias)
DIREITO PROCESSUAL PENAL
16

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
alguma coisa senão em virtude de lei; adotará, entre outras, as seguintes:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém a) privação ou restrição da liberdade;


nela podendo penetrar sem consentimento do mora- b) perda de bens;
dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou c) multa;
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi- d) prestação social alternativa;
nação judicial; e) suspensão ou interdição de direitos;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das XLVII - não haverá penas:


comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer termos do art. 84, XIX;
para fins de investigação criminal ou instrução proces- b) de caráter perpétuo;
sual penal; c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a e) cruéis;
organização que lhe der a lei, assegurados:
LIII - ninguém será processado nem sentenciado se-
a) a plenitude de defesa; não pela autoridade competente;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis-
d) a competência para o julgamento dos crimes dolo- trativo, e aos acusados em geral são assegurados o
sos contra a vida; contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
réu; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
da lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce- encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfi- competente e à família do preso ou à pessoa por ele
co ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terroris- indicada;
mo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada
inafiançável e imprescrití-vel a ação de grupos arma- a assistência da família e de advogado;
dos, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
o Estado Democrático; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condena- ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilega-
do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decre- lidade ou abuso de poder;
tação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimô-nio transferido;
DIREITO PROCESSUAL PENAL
17

6. HABEAS CORPUS E SEU CUIDADO! O Juiz não pode impetrar HC, mas pode
concedê-lo sem que haja pedido (de ofício). Paciente
PROCESSO – É aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC
(Impetrante e paciente podem ser, portanto, a mesma
pessoa).

Coator – É a autoridade (ou o particular) que privou a


liberdade de locomoção da pessoa ou que está amea-
çando privar a liberdade da pessoa.

Cabimento Considera-se ilegal a privação da liber-


dade quando:

• Não houver justa causa;


• Alguém estiver preso por mais tempo do que de-
termina a lei;
• Quem ordenar a coação não tiver competência
para fazê-lo;
• Houver cessado o motivo que autorizou a co-
• Natureza - Trata-se de um sucedâneo recursal ex- ação;
terno. Um instrumento similar a um recurso, mas • Não for alguém admitido a prestar fiança, nos ca-
não é recurso, pois é uma ação autônoma (um sos em que a lei a autoriza;
novo processo). • O processo for manifestamente nulo;
• Extinta a punibilidade.
Espécies • A Doutrina e a Jurisprudência NÃO admitem mais
a utilização do HC como substituto recursal, ou
• Preventivo - Finalidade é preservar a liberdade de seja, sua utilização ao invés da utilização do re-
qualquer pessoa, quando há risco de violação a curso cabível.
este direito. • O Assistente de acusação não pode intervir no HC.
• O HC não comporta dilação probatória, ou seja, o
• Repressivo – Fazer cessar violação à liberdade. impetrante deve provar, DE PLANO, a ilegalidade
da coação.
OBS.: Doutrina e Jurisprudência admitem, ainda, uma • É incabível o HC para impugnar decisão que de-
terceira modalidade de HC, cuja finalidade é suspen- fere a intervenção do assistente de acusação na
der atos processuais ou impugnar procedimentos que ação penal.
possam importar em prisão futura da pessoa. É o cha-
mado HC TRANCATIVO. § É incabível a utilização do HC para atacar ato de pu-
nição disciplinar militar (prisão do militar), salvo se a
OBS.: Não se admite HC para determinar o tran- ca- prisão foi determinada de maneira ilegal (por autori-
mento de ação penal ou IP quando se trata de infração dade incompetente, etc.), mas não o mérito da medi-
penal em que não há possibilidade de aplicação de da.
pena privativa de liberdade (súmula 693 do STF).

Sujeitos do HC

Impetrante – É aquele que ajuíza o HC. Qualquer pes-


soa pode impetrar um HC em seu favor ou em favor de
outra pessoa. Inclusive o MP pode impetrar o HC em
favor de alguém. NÃO SE EXIGE CAPACIDADE POSTU-
LATÓRIA (Não é necessária a presença de advogado).
A PESSOA JURÍDICA PODE IMPETRAR HC.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
18

7. DO JUIZ, DO MINISTÉ- Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no
mesmo processo os juízes que forem entre si parentes,
RIO PÚBLICO, DO ACU- consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até
o terceiro grau, inclusive.
SADO E DEFENSOR, DOS
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer,
ASSISTENTES E AUXILIA- poderá ser recusado por qualquer das partes:

RES DA JUSTIÇA I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qual- quer


deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descen- dente,


estiver respondendo a processo por fato análogo, so-
bre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou


afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda
ou responder a processo que tenha de ser julgado por
qualquer das partes;

IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qual-


quer das partes;
DO JUIZ
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de socie-
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do dade interessada no processo.
processo e manter a ordem no curso dos respectivos
atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de
parentesco por afinidade cessará pela dissolução do
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no pro- casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo
cesso em que: descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento
sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro,
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consan- o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem
güíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o tercei- for parte no processo.
ro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão
do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem
justiça ou perito; reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de pro-
pósito der motivo para criá-la.
II - ele próprio houver desempenhado qualquer des-
sas funções ou servido como testemunha; MINISTÉRIO PÚBLICO

III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pro- Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
nunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüí- forma estabelecida neste Código; e
neo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro
grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado II - fiscalizar a execução da lei.
no feito.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
19

Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcio- Art. 265. O defensor não poderá abandonar o proces-
narão nos processos em que o juiz ou qualquer das so senão por motivo imperioso, comunica do previa-
partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou mente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, in- (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais san-
clusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, ções cabíveis.
as prescrições relativas à suspeição e aos impedimen-
tos dos juízes. § 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo jus-
tificado, o defensor não puder comparecer.
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusa- a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não
do com o seu verdadeiro nome ou outros qualificati- determinará o adiamento de ato algum do processo,
vos não retardará a ação penal, quando certa a identi- devendo nomear defensor substituto, ainda que pro-
dade física. A qualquer tempo, no curso do processo, visoriamente ou só para o efeito do ato.
do julgamento ou da execução da sentença, se for
descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, Art. 266. A constituição de defensor independerá de
por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos instrumento de mandato, se o acusado o indicar por
atos precedentes. ocasião do interrogatório.

Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão
o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro como defensores os parentes do juiz.
ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade
poderá mandar conduzi-lo à sua presença. DOS ASSISTENTES

Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá
de condução, os requisitos mencionados no art. 352, intervir, como assistente do Ministério Público, o ofen-
no que Ihe for aplicável. dido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer
das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou fora-
gido, será processado ou julgado sem defensor. Art. 269. O assistente será admitido enquanto não
passar em julgado a sentença e receberá a causa no
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada estado em que se achar.
por defensor público ou dativo, será sempre exercida
através de manifestação fundamentada. Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá in-
tervir como assistente do Ministério Público.
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o
defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo libelo e os articulados, participar do debate oral e ar-
tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo razoar os recursos interpostos pelo Ministério Público,
defender-se, caso tenha habilitação. ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será DOS ASSISTENTES
obrigado a pagar os honorários do defensor dativo,
arbitrados pelo juiz. Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá
intervir, como assistente do Ministério Público, o ofen-
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e soli- dido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer
citadores serão obrigados, sob pena de multa de cem das pessoas mencionadas no Art. 31.
a quinhentos mil réis, a prestar seu patrocínio aos acu-
sados, quando nomeados pelo Juiz. Art. 269. O assistente será admitido enquanto não
passar em julgado a sentença e receberá a causa no
estado em que se achar.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
20

Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá in- c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não
tervir como assistente do Ministério Público. seja feita, nos prazos estabelecidos.

Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios Art. 278. No caso de não comparecimento do perito,
de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua
libelo e os articulados, participar do debate oral e ar- condução.
razoar os recursos interpostos pelo Ministério Público,
ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598. Art. 279. Não poderão ser peritos:

§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acer- I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito
ca da realização das provas propostas pelo assistente. mencionada nosns. I e IV do art. 69 do Código Penal;

§ 2o O processo prosseguirá independentemente de II - os que tiverem prestado depoimento no pro- cesso


nova intimação do assistente, quando este, intimado, ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia;
deixar de comparecer a qualquer dos atos da instru- III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
ção ou do julgamento, sem motivo de força maior de-
vidamente comprovado. Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for apli-
cável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente
sobre a admissão do assistente. Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos,
equiparados aos peritos.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assisten-
te, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar
dos autos o pedido e a decisão.
8. AÇÃO PENAL
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes es-


tendem-se aos serventuários e funcionários da justiça,
no que Ihes for aplicável.

DOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará su-


jeito à disciplina judiciária.

Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do pe-


rito.
CONCEITO
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obri-
gado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a É o direito público subjetivo de pedir ao Estado Juiz a
quinhentos mil réis, salvo escusa atendível. aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto.

Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES


que, sem justa causa, provada imediatamente:
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA - Titula-
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da au- rizada pelo Ministério Público, prescinde de manifes-
toridade; tação de vontade da vítima ou de terceiros para ser
exercida. (DENÚNCIA)
b) não comparecer no dia e local designados para o
exame;
DIREITO PROCESSUAL PENAL
21

Princípios informadores A representação pode ser apresentada oralmente ou


por escrito, tanto na delegacia, quanto perante o ma-
a) Da obrigatoriedade: presentes os requisitos legais, gistrado ou o membro do Ministério Público.
o Ministério Público está obrigado a patrocinar a per-
secução criminal, ofertando denúncia para que o pro- Como regra, o prazo é de seis meses do conheci-
cesso seja iniciado. mento da autoria da infração penal, devendo, em seu
cômputo, ser incluído o dia do início e excluído o do
b) Da indisponibilidade: uma vez proposta a ação, o vencimento.
Ministério Público não pode dela dispor.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
c) Da oficialidade: a persecução penal in juízo está a
cargo de um órgão oficial, qual seja, o Ministério Pú- Se a vítima for menor de 18 anos, o direito de repre-
blico. sentação deve ser exercido pelo representante legal.

d) Da autoritariedade: o promotor de justiça (ou o pro- Em caso de morte ou declaração de ausência da víti-
curador da república, na esfera federal), órgão da per- ma, o direito de representar passa ao cônjuge (incluí-
secução criminal, é autoridade pública. da a companheira), ascendentes, descendentes ou aos
irmãos. (C.A.D.I.)
e) Da oficiosidade: a ação penal pública incondiciona-
da não carece de qualquer autorização para instaurar- A representação não é ordem nem vincula o pro- mo-
-se, devendo o Ministério Público atuar ex officio. tor de justiça, que pode, inclusive, em sua peça acu-
satória, enquadrar a conduta delituosa em dispositivo
f) Da indivisibilidade: o parquet tem o dever de ofertar legal diverso daquele eventual- mente apontado pela
a denúncia em face de todos os envolvidos na prática vítima, ou até mesmo, em assim entendendo, promo-
da infração penal. ver o arquivamento.

g) Da intranscendência ou pessoalidade: a ação só A exigência da representação é tão somente para


pode ser proposta contra quem se imputa a prática constatação de que a vítima deseja ver processados
do delito. os infratores, cabendo ao Parquet delinear os limites
subjetivos da denúncia, ofertando a inicial contra os
Prazos para oferta da denúncia demais coautores ou partícipes (não indicados pela
vítima), sem a necessidade de nova manifestação de
Regra geral: 05 dias se o denunciado estiver preso; 15 vontade.
dias se o denunciado estiver solto.
Enquanto não oferecida a denúncia, a vítima pode re-
AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA - É também titula- tratar-se da representação, inibindo o início do pro-
rizada pelo Ministério Público. Entretanto, depende de cesso.
representação da vítima ou de seu representante legal
ou, ainda, de requisição do Ministro da Justiça. b) Requisição do Ministro da Justiça ato de conveniên-
cia política, a cargo do Ministro da Justiça, autorizando
a) Representação - é uma condição de procedibilidade a persecução criminal nas infrações que a exijam.
para que possa instaurar-se a persecução criminal. É
um pedido autorizador feito pela vítima ou por seu Destinatário: Ministério Público (Procurador Geral da
representante legal. República)

A representação, ofertada pela vítima, por seu repre- Prazo para oferecimento: pode ser apresentada a qual-
sentante ou por procurador com poderes especiais quer tempo, enquanto a infração não estiver prescrita.
(não precisa ser advogado), pode ser destinada à au-
toridade policial, ao Ministério Público ou ao próprio Prevalece que a retratação não é cabível, pois revela-
juiz. ria fragilidade do Estado brasileiro. (há divergência na
doutrina)
DIREITO PROCESSUAL PENAL
22

Ausência de vinculação do Ministério Público: a requi- O perdão tem por consequência a extinção da puni-
sição não é ordem nem vincula o promotor de justiça, bilidade (art. 107, V, CP), mas precisa ser aceito pelo
que pode, inclusive, em sua peça acusatória, enqua- imputado (ato bilateral), senão não operará efeitos.
drar a conduta delituosa em dispositivo legal diverso
daquele eventualmente apontado pelo Ministro da Oferecido o perdão mediante declaração nos autos,
Justiça, ou até mesmo, em assim entendendo, promo- o demandado será intimado para dizer se concorda,
ver o arquivamento. dentro de 3 dias. Se nada disser, o silêncio implica em
acatamento.
Se não forem contemplados todos os criminosos, po-
derá o Ministério Público, de pronto, denunciar os que c) Da indivisibilidade: o particular, ao optar pelo pro-
não foram enquadrados, sem a necessidade de adita- cessamento dos autores da infração, deve fazê-lo em
mento pelo Ministro da Justiça. detrimento de todos os envolvidos.

Ausência de vinculação do Ministério Público: a requi- d) Da intranscendência ou da pessoalidade: a ação só


sição não é ordem nem vincula o promotor de justiça, pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa
que pode, inclusive, em sua peça acusatória, enqua- a prática do delito.
drar a conduta delituosa em dispositivo legal diverso
daquele eventualmente apontado pelo Ministro da Espécies de ação penal privada
Justiça, ou até mesmo, em assim entendendo, promo-
ver o arquivamento. a) Exclusivamente privada ou propriamente dita: a
ação é exercida pela vítima ou por seu representante
Se não forem contemplados todos os criminosos, po- legal.
derá o Ministério Público, de pronto, denunciar os que
não foram enquadrados, sem a necessidade de adita- b) Personalíssima: o direito de ação só poderá ser
mento pelo Ministro da Justiça. exercido pela vítima.

AÇÃO PENAL PRIVADA - Nas infrações penais que c) Subsidiária da pública ou supletiva: ocorre diante da
ofendem principalmente a intimidade da vítima, a per- inércia do MP, que, nos prazos legais, deixa de atuar,
secução criminal é transferida excepcionalmente ao não promovendo a denúncia.
particular que atua em nome próprio, na tutela de in-
teresse alheio ( jus puniendi do Estado). (Queixacrime). Prazos para oferta da queixa crime Regra geral: deve
ser ofertada no prazo de seis meses contados do co-
O exercício do direito de ação cabe ao ofendido ou ao nhecimento da autoria da infração.
seu representante legal.
Perempção - desídia do querelante que já exerceu o
No caso de morte ou declaração de ausência da víti- direito de ação, sendo uma sanção processual ocasio-
ma, o direito de ação transfere-se para: C.A.D.I. nada pela inércia na condução da ação privada (extin-
ção da punibilidade)
Princípios informadores
Art. 60. Nos casos em que somente se procede me-
a) Da oportunidade ou conveniência: é facultado à ví- diante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
tima decidir entre ofertar ou não a ação. Caso a vítima
não exerça o direito de ação, teremos: a decadência I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de pro-
em caso de omissão e a renúncia em caso da prática mover o andamento do processo durante 30 dias se-
de ato incompatível com a vontade de ver processado guidos;
o infrator ou pela declaração expressa nesse sentido.

b) Da disponibilidade: uma vez exercida a ação penal,


poderá o particular desistir da mesma.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
23

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua Momento - Pode ocorrer tanto na fase investigatória
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosse- quanto na fase de instrução do processo criminal.
guir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, Obrigatoriedade - O exame de corpo de delito é, em
ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o quere- regra, obrigatório nos crimes que deixam vestígios
lante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a (crimes não transeuntes). Caso tenham desaparecido
qualquer ato do processo a que deva estar presente, os vestígios, a prova testemunhal pode suprir a falta
ou deixar de formular o pedido de condenação nas (para a jurisprudência, qual- quer prova pode!).
alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pes-
soa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. OBS.: O exame de corpo de delito está dispensado
no caso de infrações de menor potencial ofensivo,
PANORAMA GERAL desde que a inicial acusatória esteja acompanhada de
boletim médico, ou prova equivalente, atestando o
fato.

Formalidades:

Deve ser realizado por 01 perito oficial - Não sendo


possível, por 02 peritos não oficiais. Se a perícia for
complexa, que abranja mais de uma área de conheci-
mento, poderá o Juiz designar MAIS de um perito ofi-
cial (nesse caso, a parte também poderá indicar mais
de um assistente técnico).

Indicação de assistente de técnico e formulação


de quesitos – As partes, o ofendido e o assistente de
9. PROVAS acusação podem formular quesitos, indicar assistentes
técnicos e requerer esclarecimentos aos peritos (restri-
to à fase judicial – jurisprudência).

Divergência entre os peritos - Cada um elaborará


seu laudo separadamente, e a autoridade deverá no-
mear um terceiro perito. Caso o terceiro perito discor-
de de ambos, a autoridade poderá mandar proceder à
realização de um novo exame pericial.

O Juiz pode discordar do laudo? Sim. A isso se dá o


nome de sistema liberatório de apreciação da pro-
va pericial.
Exame de Corpo de Delito e Perícias em Geral
INTERROGATÓRIO DO RÉU
Conceito - O exame de corpo de delito é a perícia
Conceito - O ato mediante o qual o Juiz procede à
cuja finalidade é comprovar a materialidade (existên-
oitiva do acusado acerca do fato que lhe é imputado.
cia) das infrações que deixam vestígios.
Modernamente, é considerado como UM DIREITO
Espécies:
SUBJETIVO DO ACUSADO, pois se entende que faz
parte do seu direito à defesa pessoal.
Direto - Quando realizado pelo perito diretamente
sobre o vestígio deixado.
Natureza - Atualmente, se entende que o interrogató-
rio é meio de prova e meio de defesa do réu.
Indireto - Quando o perito realizar o exame com base
em informações verossímeis fornecidas a ele.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
24

Momento - Existe variação quanto ao momento em OBS.: No julgamento dos processos do Júri, as per-
que ocorrerá, a depender do procedimento que seja guntas serão realizadas diretamente pela acusação e
adotado: pela defesa ao interrogando (art. 474, § 1° do CPP). Já
as perguntas feitas eventualmente pelos jurados se-
Procedimento comum ordinário e sumário, rito da guem o sistema presidencialista (art. 474, § 2° do CPP).
Lei 9.099/95 e procedimento relativo aos cri- mes
de competência do Tribunal do Júri – Será realizado Procedimento
após a produção da prova oral na au- diência.
Presença do defensor - O interrogatório do réu será
Procedimento previsto para os crimes da Lei de Dro- realizado obrigatoriamente na presença de seu advo-
gas e abuso de autoridade – Será realizado antes da gado, sendo-lhe assegurado o direito de entrevista
instrução criminal (Trata-se de previsão que não é in- prévia e reservada com este.
constitucional, segundo STJ).
Direito ao silêncio - No interrogatório o réu terá di-
Características reito, ainda, a ficar em silêncio (não se aplica à etapa
de qualificação do acusado). O silêncio não importa
Obrigatoriedade – Basta a intimação do réu. Se ele confissão e não pode ser interpretado em preju-
não quiser comparecer, não está obrigado. Parte da ízo da defesa. Essa garantia deve ser informada ao
Doutrina sustenta que ele estaria obrigado a compa- acusado antes do seu interrogatório. A ausência dessa
recer para, pelo menos, responder às perguntas sobre advertência gera nulidade RELATIVA (STJ).
sua qualificação.
Etapas - Possui duas fases. Na primeira o réu respon-
2) Ato personalíssimo do réu - Somente o réu pode de às perguntas sobre sua pessoa (art. 187, § 1° do
prestar seu depoimento, não podendo ser tomado seu CPP). Na segunda parte, responde às perguntas acer-
interrogatório mediante procuração. ca do fato (art. 187, § 2° do CPP). Antes disso, porém,
existe a etapa de QUALIFICAÇÃO do acusado.
3) Oralidade - Em regra, o interrogatório deve se dar
mediante formulação de perguntas e apresentação de Segundo interrogatório? É possível, a qualquer tempo,
respostais orais. No entanto, isso sofre mitigação no de ofício ou a requerimento das partes, não impor-
caso de surdos, mudos, surdos-mudos e estrangeiros. tando se se trata do mesmo Juiz que anteriormente
interrogou o réu.
4) Publicidade - Em determinados casos, pode o Juiz
determinar a limitação da publicidade do ato. Interrogatório por meio de Videoconferência

5) Individualidade - Se existirem dois ou mais réus, Cabimento - Essa possibilidade só existe no caso de
o CPP determina que cada um seja ouvido individual- se tratar de réu preso e somente poderá ser realizada
mente (art. 191 do CPP), não podendo, inclusive, que EXCEPCIONALMENTE.
um presencie o interrogatório do outro.
Procedimento - A realização de interrogatório por
6) Faculdade de formulação de perguntas pela acu- videoconferência deve assegurar, no que for compa-
sação e pela defesa - O Juiz deve permitir que, após tível, todas as garantias do interrogatório presencial,
a realização de suas perguntas, cada parte (primeiro só podendo ser realizada quando o Juiz não puder
a acusação, depois a defesa), formulem perguntas ao comparecer ao local onde o preso se encontra, e para
interrogando, caso queiram. atender às seguintes finali- dades:

Permanece o sistema presidencialista: as perguntas • Prevenir risco à segurança pública, quando exista
são formuladas ao Juiz, que as direciona ao interro- fundada suspeita de que o preso integre organi-
gando, podendo, inclusive, indeferir as perguntas que zação criminosa ou de que, por outra razão, possa
forem irrelevantes ou impertinentes, ou, ainda, aque- fugir durante o deslocamento
las que já tenham eventualmente sido respondidas.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
25

• Viabilizar a participação do réu no referido ato Divisível - Porque o Juiz pode considerar válida a con-
processual, quando haja relevante dificuldade fissão em relação a apenas algumas de suas partes, e
para seu comparecimento em juízo, por enfermi- falsa em relação a outras.
dade ou outra circunstância pessoal
OBS.: O STF entende que se o réu se retrata em Juízo
• Impedir a influência do réu no ânimo de teste- da confissão feita em sede policial, não será aplicada
munha ou da vítima, desde que não seja possível a atenuante genérica da confissão, salvo se, mesmo
colher o depoimento destas por videoconferência diante da retratação, a confissão em sede policial foi
levada em consideração para a sua condenação.
Responder à gravíssima questão de ordem pública
OBS.: A confissão qualificada também gera aplicação
Presença do defensor - No interrogatório por vide- da atenuante genérica.
oconferência, para que seja assegurado o direito do
acusado de ter o advogado presente, deve haver um OITIVA DO OFENDIDO
advogado junto ao preso e outro junto ao Juiz.
Conceito - Permite ao magistrado ter contato efetivo
CONFISSÃO com a pessoa que mais sofreu as consequências do
delito, de forma a possibilitar o mais preciso alcance
Conceito - Meio de prova através do qual o acusado de sua extensão.
reconhece a prática do fato que lhe é imputado.
Natureza – O ofendido NÃO É TESTEMUNHA, pois
Requisitos: testemunha é um terceiro que não participa do fato.
O ofendido participa do fato, na qualidade de sujeito
Requisitos intrínsecos: passivo.

• Verossimilhança das alegações do réu aos fatos, OBS.: Pode ser conduzido coercitivamente para pres-
• A clareza do réu na exposição dos motivos, tar suas declarações.
• Coincidência com o que apontam os demais
meios de prova OBS.: Caso preste depoimento falso, NÃO responde
por falso testemunho, pois não é testemunha (STJ -
Requisitos extrínsecos (ou formais): AgRg no REsp 1125145/RJ)

• Pessoalidade - Não se pode ser feita por pro- A vítima tem direito ao silêncio? Prevalece que sim,
curador mas é controvertido.
• Caráter expresso - Não se admite confissão tácita
no Processo Penal, devendo ser manifestada e re- PROVA TESTEMUNHAL
duzida a termo
• Oferecimento perante o Juiz COMPETENTE Espécies
• Espontaneidade - Não pode ser realizada sob co-
ação • Testemunha referida – É aquela que, embora não
• Capacidade do acusado para confessar - Deve es- tenha sido arrolada por nenhuma das partes, foi
tar no pleno gozo das faculdades mentais citada por outra testemunha em seu depoimento.

OBS.: Não possui valor absoluto, devendo ser valora- • Testemunha judicial – É aquela que é inquirida
da pelo Juiz da maneira que reputar per- tinente. pelo Juiz sem ter sido arrolada por qualquer das
partes.
Retratação e divisibilidade - A confissão é retratável
e divisível: • Testemunha própria – É aquela que presta depoi-
mento sobre o fato objeto da ação penal, podendo
Retratável - Porque o réu pode, a qualquer momento, ser direta (quando presenciou o fato) ou indireta
voltar atrás e retirar a confissão. (quando apenas ouviu dizer sobre os fatos).
DIREITO PROCESSUAL PENAL
26

• Testemunha imprópria (ou instrumental) – É pode contraditar a testemunha, sendo a consequência


aquela que não depõe sobre o fato objeto da ação a tomada do seu depoimento sem compromisso legal
penal, mas sobre outros fatos que nela possuem (são as pessoas do art. 208 do CPP).
influência.
Pessoas que NÃO PODEM DEPOR – São aquelas que
• Testemunha compromissada – é aquela que está não podem depor em razão de terem tomado ciên-
sob compromisso, nos termos do art. 203 do CPP. cia do fato em razão do ofício ou profissão (salvo se
Testemunha não compromissada (ou informante) desobrigadas pela parte interessada). Contraditadas,
– Prevista no art. 208 do CPP, é aquela que está devem ser EXCLUÍDAS, não podendo ser tomado seu
dispensada do compromisso de dizer a verdade, depoimento.
em razão da presunção de que suas declarações
são suspeitas. Arguição de defeito - A arguição de defeito é a indi-
cação de suspeição (parcialidade) de uma testemunha.
Número máximo de testemunhas Juiz é obrigado a excluir a testemunha?

• Regra geral (do procedimento comum ordinário) NÃO! Apenas ficará atento para não dar valor “de-
– 08 testemunhas mais” ao depoimento desta testemunha suspeita.

• Rito sumário – 05 testemunhas Características da prova testemunhal

O número de testemunhas será definido para cada 1) Oralidade – A prova testemunhal é, em regra, oral.
fato. Além disso, esse é o número para cada réu. Entretanto, é possível à testemunha a consulta a bre-
ves apontamentos escritos (art. 204 do CPP). Algumas
Quem pode ser testemunha? Regra – Qualquer pessoa pessoas, no entanto, podem optar por oferecer de-
poimento oral ou escrito (Presidente, Vice-Presidente,
Os menores de 14 anos, por exemplo, não são apenas etc.).
informantes? Como podem ser testemunhas? A Dou-
trina diferencia testemunhas e informantes, de acordo OBS.: Os mudos, surdos e surdosmudos podem depor
com o fato de estarem ou não compromissadas. No de forma escrita.
entanto, o CPP trata ambos como testemunhas, cha-
mando as primeiras de testemunhas compromissadas, 2) Objetividade – A testemunha deve depor objeti-
e as segundas testemunhas não compromissadas. vamente sobre o fato, não lhe sendo permitido tecer
considerações pessoais sobre os fatos.
A testemunha não compromissada pode faltar com a
verdade? Mesmo a testemunha não compromissada 3) Individualidade (incomunicabilidade) – As teste-
não pode faltar com a verdade, sob pena de falso tes- munhas serão ouvidas individualmente, não podendo
temunho (STJ - HC 192659/ES). uma ouvir o depoimento da outra.

Pessoas dispensadas de prestar compromisso 4) Obrigatoriedade de comparecimento – A teste-


munha, devidamente intimada, deve comparecer, sob
• Doentes e deficientes mentais pena de poder ser conduzida à força.
• Menores de 14 anos
• Ascendente ou descendente, o afim em linha reta, EXCEÇÕES:
o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai,
a mãe, ou o filho adotivo do acusado • Pessoas que não estejam em condições físicas de
se dirigir até o Juízo
Contradita - A contradita é uma impugnação à teste-
munha. A contradita, portanto, pode ocorrer em duas • Pessoas que, por prerrogativa de FUNÇÃO, podem
hipóteses: optar por serem ouvidas em outros locais – Estão
previstas no art. 221 do CPP.
Pessoas que não devam prestar compromisso – Ar-
rolada por qualquer das partes, qualquer uma delas
DIREITO PROCESSUAL PENAL
27

5) Obrigatoriedade da PRESTAÇÃO DO DEPOI- Regras especiais


MENTO – Além de comparecer, deve a testemunha
efetivamente responder às perguntas, depondo sobre O militar deverá ser ouvido mediante requisição à sua
os fatos que tenha conhecimento. Não há, portanto, autoridade superior
direito ao silêncio.
O funcionário público será intimado (notificado) pes-
Falso testemunho soalmente, como as demais testemunhas, mas deve
ser requisitado, também, ao chefe da repartição
E se o Juiz verificar que uma das testemunhas praticou
falso testemunho? Deverá encaminhar cópia do de- O preso será intimado (notificado) também pessoal-
poimento ao MP ou à autoridade policial. mente, mas será expedida, também, requisição ao di-
retor do estabelecimento prisional.
Réu x testemunha
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
O Juiz pode determinar que o réu seja retirado da sala
onde a testemunha irá depor, se verificar que a sua Procedimento
presença pode constranger a testemunha, sempre
fundamentando sua decisão. A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento deverá
descrever a pessoa que deva ser reconhecida
OBS.: O réu pode até ser retirado da sala onde tes-
temunha presta depoimento, mas O ATO NUNCA A pessoa será colocada, se possível, ao lado de outras
PODERÁ SER REALIZADO SEM A PRESENÇA DO SEU que com ela tiverem qualquer semelhança A pessoa
DEFENSOR. que tiver de fazer o reconhecimento será chamada
para reconhecer
Procedimento
Preservação da identidade do reconhecedor - Se
• Primeiro as testemunhas de acusação, facultan- houver motivos para crer que o reconhecedor (por
do às partes (primeiro a acusação e depois a de- efeito de intimidação ou outra influência) não vá dizer
fesa) formular perguntas. a verdade em face da pessoa que deve ser reconhe-
cida, a autoridade deve providenciar para que esta (o
• Após, ouvirá as testemunhas de defesa, adotan- reconhecido) não veja aquela (o reconhecedor).
do igual procedimento.
OBS.: O CPP determina que essa preservação da iden-
E se não for respeitada esta ordem? NULIDADE RELA- tidade do reconhecedor não se aplica durante a instru-
TIVA. ção criminal ou em plenário de julgamento. Jurispru-
dência entende que se aplica sempre.
Embora esta ordem seja a regra, existem exceções:
Reconhecimento de coisas - Aplicam-se as mesmas
• Testemunhas ouvidas mediante carta precatória regras, no que for cabível.
ou rogatória.
• Testemunhas que estejam doentes, ou precisem Pluralidade de reconhecedores - Se houver mais de
se ausentar, e haja necessidade de serem ouvidas uma pessoa para fazer o reconhecimento, cada uma
desde logo, sob pena de perecimento da prova. delas realizará o ato em separado, de forma a que uma
não influencie a outra.
Formulação de perguntas
ACAREAÇÃO
Aqui o CPP determina que as partes formulem per-
guntas diretamente às testemunhas (sistema do cross Conceito – É o ato pelo qual duas pessoas, que pres-
examination), podendo Juiz não as admitir quando a taram informações divergentes, são colocadas “frente
pergunta for irrelevante, impertinente, repetida ou pu- a frente”. Fundamenta-se no constrangimento. Pode
der induzir resposta. ser realizada tanto na fase de investigação quanto na
fase processual.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
28

Mas quem pode ser acareado? Podem ser acareados


testemunhas, acusados e ofendidos, entre si (ex.: acu- Falsidade dos documentos
sado x acusado) ou uns com os outros (ex.: ofendido
x testemunha). Material – relativa à criação de um documento falso,
fruto da adulteração de um documento existente ou
OBS.: A acareação também pode ser feita mediante da criação de um completamente falso.
carta precatória (acaba descaracterizando a natureza
da acareação). Ideológica – refere-se à substância, ao conteúdo do
fato documentado.
PROVA DOCUMENTAL
INDÍCIOS
Conceito de documento - Quaisquer escritos, instru-
mentos ou papéis, públicos ou particulares. Conceito - Elementos de convicção cujo valor é in-
ferior, pois NÃO PROVAM o fato que se discute, mas
A fotografia do documento, devidamente autenticada, provam outro fato, a ele relacionado, que faz INDUZIR
tem o mesmo valor do original. que o fato discutido ocorreu ou não.

Momento - Pode ser produzida a qualquer tempo pe- Indícios x presunções legais
las partes, salvo nos casos em que a lei expressamente
veda sua produção fora de um determinado momen- Os indícios apenas induzem uma conclusão mais ou
to. menos lógica

Produção pelo Juiz - O Juiz também pode determinar As presunções legais são situações nas quais a lei es-
a produção de prova documental, se tiver notícia de tabelece que são verdadeiros determinados fatos, se
algum documento importante. outros forem verdadeiros.

Valor probante - Os documentos, como qualquer BUSCA E APREENSÃO


prova, possuem o valor que o Juiz lhes atribuir. Entre-
tanto, alguns documentos, em razão da pessoa que os Conceito - Em regra, a busca e apreensão é um meio
confeccionou, possuem, inegavelmente, maior valor. de prova. Entretanto, pode ser um meio de assegurar
Os instrumentos públicos (produzidos pela autoridade direitos (Ex.: arresto de um bem para garantir a repa-
pública competen- te) fazem prova: ração civil).

• Dos fatos ocorridos na presença da autoridade Momento - A Busca e apreensão pode ocorrer na fase
que o elaborou judicial ou na fase de investigação policial. Pode ser
• Das declarações de vontade emitidas na presença determinada de ofício ou a requerimen- to do MP, do
da autoridade que lavrou o documento defensor do réu, ou representação da autoridade po-
• Dos fatos e atos nele documentados licial.

Os instrumentos particulares, assinados pelas partes e Busca e apreensão domiciliar - Finalidade (art. 240,
por duas testemunhas, provam as obrigações firmadas §1º do CPP)
entre elas. Essa eficácia não alcança terceiros.
• Prender criminosos
VÍCIOS DOS DOCUMENTOS • Apreender coisas achadas ou obtidas por meios
criminosos
Extrínseco – relacionado à inobservância de determi- • Apreender instrumentos de falsificação ou de
nada formalidade para a elaboração do documento. contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos
• Apreender armas e munições, instrumentos uti-
Intrínseco – relacionado à essência, ao conteúdo do lizados na prática de crime ou destinados a fim
próprio ato. delituoso
• Descobrir objetos necessários à prova de infração
ou à defesa do réu
DIREITO PROCESSUAL PENAL
29

• Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao Requisitos - A ordem judicial de busca e apreen- são
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita deve ser devidamente fundamentada, esclarecendo as
de que o conhecimento do seu conteúdo possa FUNDADAS RAZÕES nas quais se baseia.
ser útil à elucidação do fato
• Apreender pessoas vítimas de crimes Mas e se não houver ninguém em casa? O CPP deter-
• Colher qualquer elemento de convicção mina que seja intimado algum vizinho para que pre-
sencie o ato.
OBS.: Trata-se de ROL TAXATIVO, ou seja, não admite
ampliação (doutrina e jurisprudência majoritárias). Mandado - O mandado de busca e apreensão deve
ser o mais preciso possível, de forma a limitar ao estri-
OBS.: Parte da Doutrina entende, ainda, que a previsão tamente necessário a ação da autoridade que realizará
de busca e apreensão de “cartas abertas ou não” não a diligência, devendo especificar claramente o local, os
foi recepcionada pela Constituição, que tutelou, sem motivos e fins da diligência. Deverá, ainda, ser assina-
qualquer ressalva, o sigilo da correspondência. A Dou- do pelo escrivão e pela autoridade que a determinar.
trina majoritária sustenta que a carta aberta pode ser
objeto de busca e apreensão (a carta, uma vez aberta, E no caso de a diligência ter de ser realizada no escri-
torna-se um documento como outro qualquer). tório de advogado?

Jurisdicionalidade - A busca domiciliar só pode ser Nos termos do art. 7°, §6° do Estatuto da OAB, alguns
determinada pela autoridade judiciária (Juiz), em ra- requisitos devem ser observados:
zão do princípio constitucional da inviolabilidade de
domicílio. • Deve haver indícios de autoria e materialida- de
de crime praticado PELO PRÓPRIO ADVOGADO
Execução - Mesmo com autorização judicial, a dili- • Decretação da quebra da inviolabilidade pela au-
gência só poderá ser realizada durante o dia. Conceito toridade Judiciária Competente Decisão funda-
de dia – Há divergência doutrinária e jurisprudencial. mentada
Na jurisprudência prevalece o conceito físicoastronô- • Acompanhamento da diligência por um re- pre-
mico: dia é o lapso de tempo entre o nascer (aurora) e sentante da OAB
o pôr-do-sol (crepúsculo).
BUSCA PESSOAL
Conceito de casa – Qualquer:
Conceito - A busca pessoal é aquela realizada em pes-
• Compartimento habitado soas, com a finalidade de encontrar arma proibida ou
• Aposento ocupado de habitação coletiva determinados objetos
• Compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade. OBS.: Poderá ser determinada pela autoridade policial
e seus agentes, ou pela autoridade judicial.
OBS.: Assim, não é necessário que se trate de local
destinado à moradia, podendo ser, por exemplo, um Requisitos - Deve se basear em FUNDADAS SUSPEI-
escritório ou consultório particular. A inexistência de TAS de que o indivíduo se encontre em alguma das
obstáculos (ausência de cerca ou muro, por exemplo), hipóteses previstas no CPP.
não descaracteriza o conceito.
Busca pessoal em mulher - O CPP determina que a
OBS.: Os veículos, em regra, não são considerados do- busca pessoal em mulher será realizada por outra mu-
micílio, salvo se representarem a habitação de alguém lher, se não prejudicar a diligência:
(Boleia do caminhão, trailer, etc.).
Pode a busca pessoal ser realizada em localidade di-
OBS.: Quartos de hotéis, pousadas, motéis, etc., são versa daquela na qual a autoridade exerce seu poder?
considerados CASA para estes efeitos, quando estive- Em caso de perseguição, tendo esta se iniciado no lo-
rem ocupados. cal onde a autoridade possui “Jurisdição”.
DIREITO CIVIL

1
DIREITO DE CIVIL

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS


1. Lei de introdução às normas do direito brasileiro. NORMAS DO DIREITO
1.1. Vigência, aplicação, interpretação e integração das leis. BRASILEIRO - LINDB
1.2. Conflito das leis no tempo.
1.3. Eficácia da lei no espaço. É uma norma de Sobredireito, ou seja, de uma norma
jurídica que visa a regulamentar outras normas (leis
2. Pessoas naturais. sobre leis ou lex legum).
2.1. Existência.
2.2. Personalidade.
• A LINDB, na verdade, é um diploma legal multi-
2.3. Capacidade. disciplinar que se aplica universalmente a qual-
2.4. Nome. quer ramo do direito.
2.5. Estado.
2.6. Domicílio.
• É, portanto, um código geral sobre a elaboração
2.7. Direitos da personalidade.
e aplicação das normas jurídicas; tem como ob-
jetivo, então, a elaboração, vigência e aplicação
3. Pessoas jurídicas. de leis.
3.1. Disposições gerais.
3.2. Domicílio. • Seja qual for o ramo do direito, as normas devem
3.3. associações e fundações. ser elaboradas e aplicadas conforme a LINDB.

4. Bens públicos.
ESTRUTURA DA LINDB
5. Ato jurídico.
1 - Vigência das normas: art. 1º e 2º.
5.1. Fato e ato jurídico. 2 - Obrigatoriedade da norma: art. 3º.
3 - Integração da norma: art. 4º.
6. Negócio jurídico. 4 - Interpretação da norma: art. 5º.
5 - Aplicação da lei no tempo: art. 6º.
6.1. Disposições gerais. 6 - Aplicação da lei no espaço: artigos 7º a 19.
6.2. Classificação, interpretação.
6.3. Elementos.
6.4. Representação, condição.
VIGÊNCIA DAS NORMAS: ART. 1º E 2º
6.5. Termo.
6.6. Encargo. A existência da norma se dá no momento da sua
6.7. Defeitos do negócio jurídico. promulgação. Mas ao existir não significa que a lei
6.8. Validade, invalidade e nulidade do negócio jurídico.
tenha vigência.
6.9. Simulação.

»» O momento da existência não se confunde com a


7. Atos jurídicos. vigência.
7.1. Lícitos e ilícitos.
»» Depois de promulgada, a lei precisa de um iter
legislativo para que as pessoas tenham conheci-
8. Prescrição. mento da norma para, somente depois, passar a
ter vigência
8.1. Disposições gerais.

»» Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar


9. Decadência. em todo o país 45 depois de oficialmente publi-
10. Disposições constitucionais aplicáveis ao Dire- cada.
ito Civil.
11. Entendimento dominante dos tribunais superi-
ores acerca dos institutos de Direito Civil.
DIREITO CIVIL

»» A existência da norma se dá no momento da sua rogada para o dia seguinte.


promulgação. Mas ao existir não significa que a lei
tenha vigência. »» OBS- Se o prazo de vacatio legis for fixado em
mês ou ano, é contado de “data a data”, pouco
»» O momento da existência não se confunde com a interessando quantos dias existam entre as datas.
vigência.
❶❶ Ex: o CC/02, que foi publicado em 11/01/02,
»» Depois de promulgada, a lei precisa de um iter entrou em vigor no dia 11/01/03. (Art. 2044,
legislativo para que as pessoas tenham conheci- CC → este Código entrará em vigor 1 (um)
mento da norma para, somente depois, passar a ano após a sua publicação)
ter vigência
As normas jurídicas administrativas (portarias, decre-
»» Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar tos, regulamentos, resoluções) sempre entrarão em
em todo o país 45 depois de oficialmente publi- vigor na data de sua publicação.
cada.
DURANTE O PRAZO DE VACATIO, A LEI, QUE JÁ
»» Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da EXISTE, MAS NÃO TEM VIGÊNCIA, PODE SER MO-
lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses DIFICADA?
depois de oficialmente publicada.
»» Só pode ser modificada através de lei nova, mes-
»» Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova mo no período de vacatio legis.
publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores co- A correção de erros materiais ou inexatidões pode ser
meçará a correr da nova publicação. feita através da simples republicação da lei com as de-
vidas correções.
»» As correções a texto de lei já em vigor conside-
ram-se lei nova. No caso de republicação da lei, o prazo de vacatio le-
gis volta a correr do zero somente para a parte que
Neste período de vacatio legis a lei já existe, mas ainda foi corrigida.
não tem vigência. A LC 95/98, no seu art. 8º, modificou
o art. 1º da LINDB, de modo que a partir de agora toda REVOGAÇÃO:
norma legal deve, obrigatoriamente, cumprir um perí-
odo de vacatio legis. (expresso em dias) Uma vez cumprida a vacatio legis e entrando em vi-
gor, a lei continuará vigendo até que venha outra e,
• Art. 8º, LC 95/98 → a vigência da lei será expressa ou tacitamente, a revogue.
indicada de forma expressa e de modo a
contemplar prazo razoável para que dela ◊ Art. 2º, LINDB → não se destinando à vigência
se tenha amplo conhecimento, reservada temporária, a lei terá vigor até que outra a modi-
a cláusula “entra em vigor na data de sua fique ou revogue.
publicação” para as leis de pequena reper-
cussão. ◊ §1º → a lei posterior revoga a anterior quando
expressamente o declare (REVOGAÇÃO EXPRES-
CONTAGEM DO PRAZO DA VACATIO LEGIS: SA), quando seja com ela incompatível ou quando
regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
»» Possui uma regra autônoma/própria: incluindo-se anterior.(REVOGAÇÃO TÁCITA)
o primeiro e o último dia, entrando a lei em vi-
gor no dia subsequente a consumação integral do NOVIDADE:
prazo.
Art. 9º, LC 95/98 → a cláusula de revogação deverá
»» Segundo a doutrina, não importa se o último dia enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais
for feriado ou final de semana, entrando em vigor revogadas. (As revogações devem ser preferencial-
a norma mesmo assim, ou seja, a data não é pror- mente EXPRESSA)
DIREITO CIVIL

A revogação é gênero da qual ab-rogação e derro- a) direito municipal.


gação são espécies: b) direito estadual.
c) direito estrangeiro.
»» * ab-rogação: é a revogação total da lei. d) direito consuetudinário.
»» * derrogação: é a revogação parcial da lei.
INTERPRETAÇÃO DA NORMA:
→→ CUIDADO: Art. 2º, § 2º, LINDB → a lei nova, que
estabeleça disposições gerais ou especiais a par Art. 5º, LINDB → na aplicação da lei, o juiz atenderá
das já existentes, não revoga nem modifica a lei aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências
anterior. do bem comum.

REPRISTINAÇÃO: • 1 - interpretação ampliativa: a norma que diga


respeito aos direitos fundamentais individuais ou
• É o restabelecimento dos efeitos de uma lei que sociais (art. 5º e 7º da CF/88) se submete à inter-
foi revogada pela revogação da lei revogadora. pretação ampliativa.

• A revogação da lei revogadora não restabelece os • 2 - interpretação declaratória: as normas de Di-


efeitos da lei revogada. reito Administrativo se submetem a uma interpre-
tação declarativa, por conta do princípio da lega-
• Ex.: Lei A → Lei B → Lei C. lidade.

(A Lei C revoga a Lei B, os efeitos da Lei A não serão • 3 - interpretação restritiva: as normas que esta-
restabelecidos.) beleçam privilégio, sanção, renúncia, fiança e aval
se submetem a interpretação restritiva.
»» Art. 2º, § 3º → salvo disposição em contrário, a lei
revogada não se restaura por ter a lei revogadora APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO:
perdido a vigência.
• Art. 6º, LINDB → a Lei em vigor terá efeito ime-
»» O Direito Brasileiro não admite a repristinação diato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
como um instituto, mas aceita que existam efeitos direito adquirido e a coisa julgada.
repristinatórios quando houver expressa disposi-
ção neste sentido. APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO:

OBRIGATORIEDADE DA NORMA: Dentro do território brasileiro, é aplicada a lei brasilei-


ra. Ou seja, a lei brasileira se aplica no espaço territo-
Ninguém pode se escusar de cumprir a lei, alegando o rial brasileiro.
desconhecimento dela. Ou seja, toda lei traz consigo
uma presunção de conhecimento por todos. O Brasil adotou a teoria da territorialidade mode-
rada/mitigada, uma vez que no espaço territorial bra-
INTEGRAÇÃO DA NORMA: sileiro aplica-se a lei brasileira em respeito à soberania
nacional.
É a atividade pela qual o juiz complementa a norma.

• Art. 4º, LINDB → quando a lei for omissa, o juiz 2. PESSOAS NATURAIS
decidirá o caso de acordo com a analogia, os cos-
tumes e os princípios gerais de direito. PERSONALIDADE JURÍDICA - é a aptidão genérica
para se titularizar direitos e contrair obrigações na
O juiz pode determinar à parte interessada que faça ordem jurídica, ou seja, é a qualidade para ser sujeito
prova da EXISTÊNCIA e VIGÊNCIA da lei alegada em de direito.
4 hipóteses:
Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres
na ordem civil.
DIREITO CIVIL

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do tiverem o necessário discernimento para a prática des-
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde ses atos;
a concepção, os direitos do nascituro. (O nascituro
possui o que se chama de personalidade jurídica III- os que, mesmo por causa transitória, não puderem
formal) exprimir sua vontade.

O NACITURO tem uma expectativa de direito, se nas- Atos praticados diretamente por absolutamente inca-
cer com vida os direitos retroagem a sua concepção. paz são NULOS, pois estes deveriam ser REPRESEN-
Embora não tenha personalidade é dotado da chama- TADOS.
da humanidade (tem natureza humana).
ATENÇÃO: a Lei nº 13.146 de 06/07/2015 alterou
Para o direito civil nascer com vida é respirar. Com- o art. 3º do CC/2002, que passou a ter a seguinte
provado que a criança respirou, nem que seja por um redação:
breve momento, houve personalidade.
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pes-
CAPACIDADE: soalmente os atos da vida civil os menores de 16 (de-
zesseis) anos.
É a medida da personalidade.
I – (revogado);
À capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações II – (revogado);
na vida civil se dá o nome de CAPACIDADE DE GOZO III – (revogado).
OU DE DIREITO. Ela é inerente à pessoa humana (sem
isto se perde a qualidade de pessoa), neste sentido ca- Incapacidade relativa:
pacidade tem a mesma significação de personalidade.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou
Esta capacidade de direito pode vir a sofrer algumas à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº
restrições legais (limitações), por causas diversas, no 13.146, de 2015)
seu exercício. À capacidade de exercer por si mesmo
os atos da vida civil se dá o nome de CAPACIDADE DE I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
FATO OU DE EXERCÍCIO. Menores púberes.

Uma pessoa quando nasce, adquire personalidade e II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Reda-
também, por consequência, a capacidade de gozo ou ção dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
de direito, no entanto, ainda não adquire a capacidade
de fato ou de exercício, tendo em vista que um re- III - aqueles que, por causa transitória ou permanen-
cém-nascido não consegue exercer estes direitos por te, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada
conta própria. pela Lei nº 13.146, de 2015)

INCAPACIDADE: IV - os pródigos.

• É a restrição legal para determinados atos da vida Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será re-
civil. gulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei
• Todas as incapacidades estão previstas em lei. nº 13.146, de 2015)

Incapacidade Absoluta: A senilidade não é “de per si” causa de incapacidade


no direito do Brasil.
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pes-
soalmente os atos da vida civil: (REDAÇÃO ANTIGA)

I – os menores de 16 (dezesseis) anos;

II- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não


DIREITO CIVIL

1) Voluntária; - concedida em caráter irrevogável, me-


diante instrumento público, por ato dos pais (ou de
um deles na falta do outro), independentemente de
homologação judicial, e desde que o menor tenha
pelo menos, 16 anos completos.

2) Judicial - concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde


que o menor tenha pelo menos dezesseis anos com-
pletos.

3) Legal –

Em regra, a emancipação é irrevogável e definitiva.


Incapacidade absoluta - é aquela onde a pessoa é in-
Em qualquer dos casos a emancipação vale apenas
capaz de manifestar sua vontade, serão representados
na esfera civil. É irrelevante, por exemplo, na órbita
para todos os atos da vida civil, acarretando a nulidade
penal.
do ato, ato nulo, se praticado sem seu representante;
EXTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA OU NATURAL:
Incapacidade relativa - é aquela onde a pessoa pode
praticar atos da vida civil, desde que devidamente as-
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com
sistida por quem a represente de direito, podendo o
a MORTE; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos
ato ser anulável se desrespeitada esta norma.
casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
definitiva.
CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE:
Morte Real
Art. 5º. A menoridade cessa aos 18 (dezoito) anos
completos, quando a pessoa fica habilitada a prática
Morte Presumida
de todos os atos da vida civil.
A) com decretação de Ausência:
Parágrafo único: Cessará, para os menores, a incapa-
cidade:
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a
morte; PRESUME-SE ESTA, quanto aos AUSENTES, nos
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do
casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
outro, mediante instrumento público, independente-
definitiva.
mente de homologação judicial, ou por sentença do
juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 (dezesseis)
B) sem decretação de Ausência
anos completos;
Art. 7o Pode ser declarada A MORTE PRESUMIDA, sem
II – pelo casamento;
decretação de ausência:
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
I - se for extremamente provável a morte de quem es-
tava em perigo de vida;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela
prisioneiro, não for encontrado até 2 ANOS após o
existência de relação de emprego, desde que, em fun-
término da guerra.
ção deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos
tenha economia própria.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida,
nesses casos, somente poderá ser requerida depois de
EMANCIPAÇÃO:
esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sen-
tença fixar a data provável do falecimento.
É a antecipação da capacidade plena.
DIREITO CIVIL

AUSÊNCIA: dependente de sua morte;

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
sem dela haver notícia, se não houver deixado repre-
sentante ou procurador a quem caiba administrar-lhe Art. 28. A sentença que determinar a abertura da su-
os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessa- cessão provisória só produzirá efeito cento e oiten-
do ou do Ministério Público, declarará a ausência, e ta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo
nomear-lhe-á curador. que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do
testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará bens, como se o ausente fosse falecido.
curador, quando o ausente deixar mandatário que não
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não ha-
ou se os seus poderes forem insuficientes. vendo interessados na sucessão provisória, cumpre
ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os
poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, ob- § 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado
servando, no que for aplicável, o disposto a respeito para requerer o inventário até trinta dias depois de
dos tutores e curadores. passar em julgado a sentença que mandar abrir a
sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja dos bens do ausente pela forma estabelecida nos
arts. 1.819 a 1.823. (procedimento da herança jacente)
separado judicialmente, ou de fato por mais de dois
anos antes da declaração da ausência, será o seu legí-
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conve-
timo curador.
niente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos
a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do au-
garantidos pela União.
sente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta
ordem, não havendo impedimento que os iniba de
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos
exercer o cargo.
bens do ausente, darão garantias da restituição de-
les, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos prece- quinhões respectivos.
dem os mais remotos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será
juiz a escolha do curador. excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber
sob a administração do curador, ou de outro herdeiro
Da Sucessão Provisória designado pelo juiz, e que preste essa garantia.

Art. 26. Decorrido UM ANO da arrecadação dos bens § 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge,
do ausente, ou, se ele deixou representante ou pro- uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, po-
curador, em se passando 3 ANOS, poderão os inte- derão, independentemente de garantia, entrar na
ressados requerer que se declare a ausência e se abra posse dos bens do ausente.
provisoriamente a sucessão.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar,
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somen- não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o
te se consideram interessados: ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.

I - o cônjuge não separado judicialmente; Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provi-
sórios ficarão Representando ativa e passivamente o
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentá- ausente, de modo que contra eles correrão as ações
rios; pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.

III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito


DIREITO CIVIL

Art. 33. O DESCENDENTE, ASCENDENTE ou CÔNJU- Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este
GE (o seja, aqueles que não precisam dar garantia para artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado
se imitir nos bens) que for sucessor provisório do promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados
ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos passarão ao domínio do Município ou do Distrito Fe-
dos bens que a este couberem; os OUTROS SUCES- deral, se localizados nas respectivas circunscrições, in-
SORES, porém, deverão capitalizar metade desses corporando-se ao domínio da União, quando situados
frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, em território federal.
de acordo com o representante do Ministério Público,
e prestar anualmente contas ao juiz competente. COMORIÊNCIA:

Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar pro- Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mes-
vado que a ausência foi voluntária e injustificada, ma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão si-
frutos e rendimentos. multaneamente mortos.

DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE:


Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provi-
sória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da
seja entregue metade dos rendimentos do quinhão personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis,
que lhe tocaria. não podendo o seu exercício sofrer limitação volun-
tária.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a épo-
ca exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direi-
nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, to da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
que o eram àquele tempo. prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a exis- Em se tratando de morto, terá legitimação para reque-
tência, depois de estabelecida a posse provisória, ces- rer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevi-
sarão para logo as vantagens dos sucessores nela imi- vente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral
tidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas até o quarto grau.
assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu
dono. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de dispo-
sição do próprio corpo, quando importar diminuição
Da Sucessão Definitiva permanente da integridade física, ou contrariar os
bons costumes.
Art. 37. DEZ ANOS depois de passada em julgado a
sentença que concede a abertura da sucessão pro- O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
visória, poderão os interessados requerer a sucessão transplante, na forma estabelecida em lei especial.
definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a dispo-
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, tam- sição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte,
bém, provando-se que o ausente conta oitenta anos para depois da morte.
de idade, e que de cinco datam as últimas notícias
dele. O ato de disposição pode ser livremente revogado a
qualquer tempo.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes
à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com
descendentes ou ascendentes, aquele ou estes have- risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção
rão só os bens existentes no estado em que se acha- cirúrgica.
rem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os
herdeiros e demais interessados houverem recebido Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendi-
pelos bens alienados depois daquele tempo. dos o prenome e o sobrenome.
DIREITO CIVIL

O nome da pessoa não pode ser empregado por ou- A prova da intenção resultará do que declarar a pes-
trem em publicações ou representações que a expo- soa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para
nham ao desprezo público, ainda quando não haja onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria
intenção difamatória. mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
propaganda comercial.
I. da União, o Distrito Federal;
O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da II. dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
proteção que se dá ao nome. III. do Município, o lugar onde funcione a administra-
ção municipal;
Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administra- IV. das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcio-
ção da justiça ou à manutenção da ordem pública, a narem as respectivas diretorias e administrações,
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a ou onde elegerem domicílio especial no seu esta-
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de tuto ou atos constitutivos.
uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimen-
to e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, lugares diferentes, cada um deles será considerado
ou se se destinarem a fins comerciais.         domicílio para os atos nele praticados.

Em se tratando de morto ou de ausente, são partes Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no es-
legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os trangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídi-
ascendentes ou os descendentes. ca, no tocante às obrigações contraídas por cada uma
das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no
A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a Brasil, a que ela corresponder.
requerimento do interessado, adotará as providências
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor públi-
a esta norma. co, o militar, o marítimo e o preso.

INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL - DO- O domicílio do incapaz é o do seu representante ou


MICÍLIO: assistente; o do servidor público, o lugar em que exer-
cer permanentemente suas funções; o do militar, onde
O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela esta- servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede
belece a sua residência com ânimo definitivo. do comando a que se encontrar imediatamente subor-
dinado; o do marítimo, onde o navio estiver matricula-
Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, do; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio
seu qualquer delas. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estran-
geiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde
É também domicílio da pessoa natural, quanto às re- tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado
lações concernentes à profissão, o lugar onde esta é no Distrito Federal ou no último ponto do território
exercida. brasileiro onde o teve.

Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, Nos contratos escritos, poderão os contratantes es-
cada um deles constituirá domicílio para as relações pecificar domicílio onde se exercitem e cumpram os
que lhe corresponderem. direitos e obrigações deles resultantes.

Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não te-


nha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a


intenção manifesta de o mudar.
DIREITO CIVIL

3. PESSOAS JURÍDICAS São livres a criação, a organização, a estruturação in-


terna e o funcionamento das organizações religiosas,
sendo vedado ao poder público negar-lhes reconheci-
A pessoa jurídica é o grupo humano, criado na forma
mento ou registro dos atos constitutivos e necessários
da lei e dotado de personalidade jurídica própria, para
ao seu funcionamento.    
a realização de fins comuns.
As disposições concernentes às associações aplicam-
• PRESSUPOSTOS EXISTENCIAIS DA PESSOA JU-
-se subsidiariamente às sociedades que são objeto
RÍDICA:
do Livro II da Parte Especial deste Código.    
I. Vontade humana criadora;
Os partidos políticos serão organizados e funcionarão
II. Observância das condições legais para sua ins-
conforme o disposto em lei específica.
tituição;
III. Objeto lícito.
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de di-
reito privado com a inscrição do ato constitutivo no
As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou
respectivo registro, precedida, quando necessário, de
externo, e de direito privado.
autorização ou aprovação do Poder Executivo, aver-
bando-se no registro todas as alterações por que pas-
São pessoas jurídicas de direito público interno:
sar o ato constitutivo.
I. a União;
Decai em 3 anos o direito de anular a constituição das
II. os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato
III. os Municípios;
respectivo, contado o prazo da publicação de sua ins-
IV. as autarquias;
crição no registro.
V. as Fundações, inclusive as associações públicas;     
VI. as demais entidades de caráter público criadas
O registro declarará:
por lei.
I. a denominação, os fins, a sede, o tempo de dura-
Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de
ção e o fundo social, quando houver;
direito público, a que se tenha dado estrutura de di-
II. o nome e a individualização dos fundadores ou
reito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
instituidores, e dos diretores;
funcionamento, pelas normas deste Código.
III. o modo por que se administra e representa, ativa
e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
São pessoas jurídicas de direito público externo os Es-
IV. se o ato constitutivo é reformável no tocante à ad-
tados estrangeiros e todas as pessoas que forem regi-
ministração, e de que modo;
das pelo direito internacional público.
V. se os membros respondem, ou não, subsidiaria-
mente, pelas obrigações sociais;
As pessoas jurídicas de direito público interno são ci-
VI. as condições de extinção da pessoa jurídica e o
vilmente responsáveis por atos dos seus agentes que
destino do seu patrimônio, nesse caso.
nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado
direito regressivo contra os causadores do dano, se
Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administrado-
houver, por parte destes, culpa ou dolo.
res, exercidos nos limites de seus poderes definidos no
ato constitutivo.
São pessoas jurídicas de direito privado:
Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as
I. as associações;
decisões se tomarão pela maioria de votos dos pre-
II. as sociedades;
sentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo
III. as fundações.
diverso.
IV. as organizações religiosas;          
V. os partidos políticos.         
Decai em 3 anos o direito de anular as decisões a que
VI. as empresas individuais de responsabilidade limi-
se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto,
tada.
ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
DIREITO CIVIL

10

Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatu-
juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear- to poderá instituir categorias com vantagens especiais.
-lhe-á administrador provisório.
A qualidade de associado é intransmissível, se o esta-
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracte- tuto não dispuser o contrário.
rizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão pa-
trimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, Se o associado for titular de quota ou fração ideal do
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir patrimônio da associação, a transferência daquela não
no processo, que os efeitos de certas e determinadas importará, de per si, na atribuição da qualidade de as-
relações de obrigações sejam estendidos aos bens sociado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposi-
particulares dos administradores ou sócios da pessoa ção diversa do estatuto.
jurídica.
A exclusão do associado só é admissível havendo justa
Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada causa, assim reconhecida em procedimento que asse-
a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá gure direito de defesa e de recurso, nos termos previs-
para os fins de liquidação, até que esta se conclua. tos no estatuto.        

Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver ins- Nenhum associado poderá ser impedido de exercer
crita, a averbação de sua dissolução. direito ou função que lhe tenha sido legitimamente
conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos
As disposições para a liquidação das sociedades apli- na lei ou no estatuto.
cam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de
direito privado. Compete privativamente à assembléia geral:
      
Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamen- I. destituir os administradores;        
to da inscrição da pessoa jurídica. II. alterar o estatuto.

Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a prote- Para essas deliberações é exigido deliberação da as-
ção dos direitos da personalidade. sembléia especialmente convocada para esse fim, cujo
quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os
ASSOCIAÇÕES: critérios de eleição dos administradores.   

• Constituem-se as associações pela união de pes- A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na
soas que se organizem para fins não econômicos. forma do estatuto, garantido a 1/5 dos associados o
direito de promovê-la.
• Não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patri-
mônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as
Sob pena de nulidade, o estatuto das associações quotas ou frações ideais será destinado à entidade de
conterá: fins não econômicos designada no estatuto, ou, omis-
so este, por deliberação dos associados, à instituição
I. a denominação, os fins e a sede da associação; municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou se-
II. os requisitos para a admissão, demissão e exclu- melhantes.
são dos associados;
III. os direitos e deveres dos associados; Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deli-
IV. as fontes de recursos para sua manutenção; beração dos associados, podem estes, antes da desti-
V. o modo de constituição e de funcionamento dos nação do remanescente referida neste artigo, receber
órgãos deliberativos;            em restituição, atualizado o respectivo valor, as con-
VI. as condições para a alteração das disposições es- tribuições que tiverem prestado ao patrimônio da as-
tatutárias e para a dissolução. sociação.
VII. a forma de gestão administrativa e de aprovação
das respectivas contas.
DIREITO CIVIL

11

Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Fe- Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado
deral ou no Território, em que a associação tiver sede, pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e
instituição nas condições indicadas neste artigo, o que oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Pú-
remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda blico.
do Estado, do Distrito Federal ou da União.
Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado
FUNDAÇÕES: onde situadas.

Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território,
escritura pública ou testamento, dotação especial de caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Fe-
bens livres, especificando o fim a que se destina, e de- deral e Territórios.
clarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Se estenderem a atividade por mais de um Estado,
A fundação somente poderá constituir-se para fins caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo
de: Ministério Público.

I. assistência social;         Quando a alteração não houver sido aprovada por


II. cultura, defesa e conservação do patrimônio his- votação unânime, os administradores da fundação,
tórico e artístico;        ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Pú-
III. educação;         blico, requererão que se dê ciência à minoria vencida
IV. saúde;         para impugná-la, se quiser, em dez dias.
V. segurança alimentar e nutricional;       
VI. defesa, preservação e conservação do meio am- Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a
biente e promoção do desenvolvimento sustentá- que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua exis-
vel;        tência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer in-
VII. pesquisa científica, desenvolvimento de tecno- teressado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se
logias alternativas, modernização de sistemas de o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no
gestão, produção e divulgação de informações e ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
conhecimentos técnicos e científicos;         designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
VIII. promoção da ética, da cidadania, da democracia e semelhante.
dos direitos humanos;        
IX. atividades religiosas;

Quando insuficientes para constituir a fundação, os 4. BENS


bens a ela destinados serão, se de outro modo não
dispuser o instituidor, incorporados em outra funda- CLASSIFICAÇÃO DOS BENS JURÍDICOS
ção que se proponha a fim igual ou semelhante.
→→ 2.1. MÓVES E IMÓVEIS
Constituída a fundação por negócio jurídico entre vi-
vos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a proprie- 2.1.1. Bens imóveis
dade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e,
se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por • Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se
mandado judicial. lhe incorporar natural ou artificialmente.

Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do São aqueles que não podem ser transportados de um
patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão lugar para outro sem alteração de sua substância (um
logo, de acordo com as suas bases , o estatuto da fun- terreno).
dação projetada, submetendo-o, em seguida, à apro-
vação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Podem ser:

1. Bens imóveis por natureza ou por essência;


DIREITO CIVIL

12

2. Bens imóveis por acessão física industrial ou ar- Hipoteca por exemplo, deve ser registrada no Cartório
tificial; de Imóveis. Isso por que, por força de lei, um direito
3. Bens imóveis por acessão intelectual ou por des- sobre bem imóvel também tem natureza imóvel.
tinação
4. Bens imóveis por disposição legal. II. o direito à sucessão aberta.

Bens imóveis por natureza ou por essência Bens móveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe →→ Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movi-
incorporar NATURAL ou artificialmente. mento próprio, ou de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da destinação
O solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente. econômico-social.
Exemplo: árvore, frutos pendentes. Obs.: A proprieda-
de do solo abrange o espaço aéreo e o subsolo. Podem ser:

OBSERVAÇÃO: →→ 1) Bens móveis por natureza ou por essência;


→→ 2) Bens móveis por antecipação;
Não perdem o caráter de imóveis. →→ 3) Bens móveis por disposição legal.

• Art. 81. Não perdem o caráter de IMÓVEIS: 1) Bens móveis por natureza ou por essência

◊ as edificações que, separadas do solo, mas con- →→ Por sua essência adaptam-se ao conceito acima.
servando a sua unidade, forem removidas para Subdividem-se em:
outro local;
• i) semoventes: deslocam-se por força própria;
◊ os materiais provisoriamente separados de um • ii) bens móveis propriamente ditos: as coisas
prédio, para nele se reempregarem. inanimadas.

• imóveis por acessão intelectual ou por desti- 2) Bens móveis por antecipação
nação
• São os bens imóveis mobilizados por uma ativida-
Aquilo que é empregado intencionalmente para a ex- de humana. Exemplo: colheita de uma plantação,
ploração industrial, aformoseamento e comodidade demolição de uma casa.
do bem. São bens móveis, imobilizados pelo pro-
prietário. 3) Bens móveis por disposição legal

A imobilização da coisa móvel por acessão intelectual A lei prevê que o bem é móvel. Ex.: Art. 83, CC, Direitos
se dá, por FICÇÃO JURÍDICA, quando ela for colocada autorais, art. 3º, Lei 9.610/98, Propriedade industrial,
a serviço do imóvel e não da pessoa. Exemplo: pro- art. 5º, Lei 9.279/96.
prietário mantém tratores em sua produção agrícola,
ar-condicionado. OBS.: Navios e aeronaves são bens moveis especiais
ou sui generis. São móveis por essência, mas tratados
Bens imóveis por disposição legal por lei como imóveis, necessitando de registro espe-
cial e sendo objeto de hipoteca.
São considerados imóveis para que recebam maior
proteção jurídica. Art. 83. Consideram-se MÓVEIS para os efeitos legais:

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I. as energias que tenham valor econômico;

I. os direitos reais sobre imóveis e as ações que II. os direitos reais sobre objetos móveis e as ações
os asseguram; correspondentes;
DIREITO CIVIL

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III. os direitos pessoais de caráter patrimonial e 2.4.2. Bens indivisíveis


respectivas ações.
• Não admitem divisão cômoda sem desvalorização
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, ou dano (um cavalo).
enquanto não forem empregados, conservam sua
qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar
provenientes da demolição de algum prédio. sem alteração na sua substância, diminuição conside-
rável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-
2.2.1. Bens fungíveis -se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade
das partes.
• São aqueles que podem ser substituídos por ou-
tros da mesma espécie, qualidade e quantidade SINGULARES E COLETIVOS OU UNIVERSALIDADES
(dinheiro, por exemplo).
2.5.1. Bens singulares
2.2.2. Bens infungíveis
2.5.2. Bens coletivos ou universalidades
• Por sua vez, são aqueles de natureza insubstituí-
vel. Exemplo: uma obra de arte. • São aqueles que, em conjunto, formam um todo
homogêneo (universalidade da fato – um reba-
CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS (CLASSIFICA- nho, uma biblioteca; universalidade de direito – o
ÇÃO QUANTO A CONSUNTIBILIDADE) patrimônio, a herança).

→→ Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso • Art. 89. São singulares os bens que, embora reuni-
importa destruição imediata da própria substân- dos, se consideram de per si, independentemente
cia, sendo também considerados tais os destina- dos demais.
dos à alienação.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a plurali-
2.3.1. Bens consumíveis dade de bens singulares que, pertinentes à mesma
pessoa, tenham destinação unitária.
→→ São os bens móveis cujo uso importa destruição
imediata da própria substância (consuntibilidade • Parágrafo único. Os bens que formam essa univer-
física, exemplo: sanduíche), bem como aqueles salidade podem ser objeto de relações jurídicas
destinados à alienação (consuntibilidade jurídica). próprias. (exemplo: estabelecimento empresarial)

2.3.2. Bens inconsumíveis Art. 91. Constitui universalidade de direito o com-


plexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas
→→ São aqueles que suportam uso continuado (um de valor econômico.
avião, um carro). São aqueles que permitem reite-
radas utilizações, retirando-se a sua utilidade sem PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
deterioração imediata (inconsuntibilidade física)
ou os que são inalienáveis (inconsuntibilidade ju- 2.6.1. Bens principais (ou independentes)
rídica)
Existem de maneira autônoma e independente, abs-
BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS trata ou concretamente.

2.4.1. Bens divisíveis

→→ São os que se podem repartir em porções reais e


distintas, formando cada uma delas um todo per-
feito (uma saca de café).
DIREITO CIVIL

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2.6.2. Bens acessórios (ou dependentes) um bem

São bens cuja existência e finalidade depende do ou- 4) Benfeitorias


tro bem, o principal. Principio da gravitação jurídica: o
bem acessório segue o principal, salvo disposição em São obras ou despesas que se faz no imóvel, por in-
contrario (exceto as pertenças). tervenção do proprietário, possuidor ou detentor, para
conservá-lo (necessárias), melhorá-lo (úteis) ou em-
Tipos de bens acessórios: belezá-lo (voluptuárias). Conceitos das classes de
benfeitorias no art. 96, CC.
1) Frutos
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis
→→ São bens acessórios que se originam do principal, ou necessárias.
sem a diminuição de sua substância ou quantida-
de. § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio,
que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que
Quanto a sua ORIGEM são classificados em: o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

i) Frutos naturais: quando se desenvolvem e se re- § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do
novam periodicamente pela força orgânica da coisa, bem.
mesmo que o homem interfira neste processo para
melhorar a qualidade do fruto. Ex.: cria de animais. § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o
bem ou evitar que se deteriore.
ii) Frutos industriais: decorrem de uma atividade hu-
mana. Ex.: material produzido numa fábrica. OBS1: não são benfeitorias os melhoramentos e acrés-
cimos sobrevindos à coisa sem a intervenção do pro-
iii) Frutos civis: decorrem de uma relação jurídica ou prietário, possuidor ou detentor, ou seja, as advindas
econômica, também denominados de rendimentos. de acessões naturais. Não são benfeitorias as obras
que criam coisa nova que se adere à propriedade an-
Quanto ao seu ESTADO dividem-se em: teriormente existente, ou seja, as acessões artificiais
(construções e plantações).
i) pendentes: ligados à coisa, não foram colhidos;
OBS2: não existe benfeitoria natural, toda benfeitoria
ii) percebidos: já colhidos e separados; é artificial.

iii) estantes: colhidos e armazenados; OBS3: Não posso à luz das regras do CC, confundir
acessão artificial com benfeitoria.
iv) percipiendos: frutos que deviam ter sido colhidos,
mas não foram. 5) Pertenças

v) consumidos: já foram colhidos e consumidos ex.: São bens destinados a servir outro bem principal, por
maças colhidas e vendidas. vontade ou trabalho intelectual do proprietário. Nos
termos do CC/02:
2) Produtos
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo
São utilidades que saem da coisa principal, diminuin- partes integrantes, se destinam, de modo duradouro,
do a sua quantidade e substancia, levando até ao seu ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
esgotamento. Exemplo: petróleo de um poço.
São bens que se acrescem, como acessórios, ao bem
3) Rendimentos principal destinados, de modo duradouro, a conservar
ou facilitar o uso ou prestar serviço ou, ainda, servir
São frutos civis ou prestações periódicas, em di- de adorno ao bem principal, sem ser parte integrante.
nheiro, decorrentes da concessão do uso ou gozo de
DIREITO CIVIL

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Apesar de acessórios conservam a sua individualida-


de e autonomia, tendo apenas subordinação econô-
mico-jurídica com o bem principal. Exemplo: ar condi-
cionado, escada de incêndio (filme americano)

Bens Públicos

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional per-


tencentes às pessoas jurídicas de direito público in-
terno; todos os outros são particulares, seja qual for a
pessoa a que pertencerem.

Art. 99. São bens públicos:

I. os de uso comum do povo, tais como rios, mares,


5. Fatos Jurídicos
estradas, ruas e praças;
A validade do negócio jurídico requer:
II. os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos
I. agente capaz;
destinados a serviço ou estabelecimento da ad-
II. objeto lícito, possível, determinado ou determiná-
ministração federal, estadual, territorial ou muni-
vel;
cipal, inclusive os de suas autarquias;
III. forma prescrita ou não defesa em lei.
III. os dominicais, que constituem o patrimônio das
A validade da declaração de vontade não dependerá
pessoas jurídicas de direito público, como objeto
de forma especial, senão quando a lei expressamente
de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
a exigir.
entidades.
No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário,
valer sem instrumento público, este é da substância
consideram-se dominicais os bens pertencentes às
do ato.
pessoas jurídicas de direito público a que se tenha
dado estrutura de direito privado.
A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu
autor haja feito a reserva mental de não querer o que
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os
manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhe-
de uso especial são inalienáveis, enquanto conserva-
cimento.
rem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alie-
ou os usos o autorizarem, e não for necessária a decla-
nados, observadas as exigências da lei.
ração de vontade expressa.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usu-
Nas declarações de vontade se atenderá mais à inten-
capião.
ção nelas consubstanciada do que ao sentido literal
da linguagem.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser
gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido le-
Os negócios jurídicos devem ser interpretados confor-
galmente pela entidade a cuja administração perten-
me a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
cerem.
Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpre-
tam-se estritamente.
DIREITO CIVIL

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O representante é obrigado a provar às pessoas, com te e conforme aos ditames de boa-fé.


quem tratar em nome do representado, a sua qualida-
de e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a
fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. condição cujo implemento for maliciosamente obsta-
do pela parte a quem desfavorecer, considerando-se,
É anulável o negócio concluído pelo representante ao contrário, não verificada a condição maliciosamen-
em conflito de interesses com o representado, se tal te levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu
fato era ou devia ser do conhecimento de quem com implemento.
aquele tratou.
Ao titular do direito eventual, nos casos de condição
CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos
destinados a conservá-lo.
Considera-se condição a cláusula que, derivando ex-
clusivamente da vontade das partes, subordina o efei- O termo inicial suspende o exercício, mas não a aqui-
to do negócio jurídico a evento futuro e incerto. sição do direito.

São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias Salvo disposição legal ou convencional em contrário,
à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e
condições defesas se incluem as que privarem de todo incluído o do vencimento.
efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro ar-
bítrio de uma das partes. Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-
-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subor-
dinados: Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo
quinto dia.
I. as condições física ou juridicamente impossíveis,
quando suspensivas; Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual
II. as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; número do de início, ou no imediato, se faltar exata
III. as condições incompreensíveis ou contraditórias. correspondência.

Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a
quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. minuto.

Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à con- Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exe-
dição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não qüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser
se terá adquirido o direito, a que ele visa. feita em lugar diverso ou depender de tempo.

Se alguém dispuser de uma coisa sob condição sus- Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as
pensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições relativas à condição suspensiva e resolu-
disposições, estas não terão valor, realizada a condi- tiva.
ção, se com ela forem incompatíveis.
O encargo não suspende a aquisição nem o exercí-
Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não re- cio do direito, salvo quando expressamente imposto
alizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se no negócio jurídico, pelo disponente, como condição
desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. suspensiva.

Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossí-
todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se vel, salvo se constituir o motivo determinante da libe-
aposta a um negócio de execução continuada ou peri- ralidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
ódica, a sua realização, salvo disposição em contrário,
não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde
que compatíveis com a natureza da condição penden-
DIREITO CIVIL

17

Defeitos do Negócio Jurídico Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional


de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que
Do Erro ou Ignorância a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa,
provando-se que sem ela o negócio não se teria cele-
São anuláveis os negócios jurídicos, quando as decla- brado.
rações de vontade emanarem de erro substancial que
poderia ser percebido por pessoa de diligência nor- Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo
mal, em face das circunstâncias do negócio. de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tives-
se ou devesse ter conhecimento; em caso contrário,
O erro é substancial quando: ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro res-
ponderá por todas as perdas e danos da parte a quem
I. interessa à natureza do negócio, ao objeto princi- ludibriou.
pal da declaração, ou a alguma das qualidades a
ele essenciais; O dolo do representante legal de uma das partes só
obriga o representado a responder civilmente até a
II. concerne à identidade ou à qualidade essencial da importância do proveito que teve; se, porém, o dolo
pessoa a quem se refira a declaração de vontade, for do representante convencional, o representado
desde que tenha influído nesta de modo relevan- responderá solidariamente com ele por perdas e da-
te; nos.

III. sendo de direito e não implicando recusa à apli- Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma
cação da lei, for o motivo único ou principal do pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar in-
negócio jurídico. denização.

O falso motivo só vicia a declaração de vontade quan- Coação


do expresso como razão determinante.
A coação, para viciar a declaração da vontade, há de
A transmissão errônea da vontade por meios interpos- ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano
tos é anulável nos mesmos casos em que o é a decla- iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou
ração direta. aos seus bens.

O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se Se disser respeito a pessoa não pertencente à família
referir a declaração de vontade, não viciará o negócio do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, deci-
quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se dirá se houve coação.
puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a ida-
O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da de- de, a condição, a saúde, o temperamento do paciente
claração de vontade. e todas as demais circunstâncias que possam influir na
gravidade dela.
O erro não prejudica a validade do negócio jurídico
quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade Não se considera coação a ameaça do exercício nor-
se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade mal de um direito, nem o simples temor reverencial.
da vontade real do manifestante.
Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro,
Dolo se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a
que aproveite, e esta responderá solidariamente com
São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando aquele por perdas e danos.
este for a sua causa.

O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e


danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio
seria realizado, embora por outro modo.
DIREITO CIVIL

18

Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda
terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse não tiver pago o preço e este for, aproximadamente,
ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo,
responderá por todas as perdas e danos que houver com a citação de todos os interessados.
causado ao coacto.
Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, po-
Estado de Perigo derá depositar o preço que lhes corresponda ao valor
real.
Configura-se o estado de perigo quando alguém, pre-
mido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros cre-
família, de grave dano conhecido pela outra parte, as- dores as garantias de dívidas que o devedor insolven-
sume obrigação excessivamente onerosa. te tiver dado a algum credor.

Tratando-se de pessoa não pertencente à família do Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios
declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. ordinários indispensáveis à manutenção de estabele-
cimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistên-
Lesão cia do devedor e de sua família.

Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente ne- Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resul-
cessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação tante reverterá em proveito do acervo sobre que se
manifestamente desproporcional ao valor da presta- tenha de efetuar o concurso de credores.
ção oposta.
Se esses negócios tinham por único objeto atribuir di-
Aprecia-se a desproporção das prestações segundo reitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou an-
os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o ticrese, sua invalidade importará somente na anulação
negócio jurídico. da preferência ajustada.

Não se decretará a anulação do negócio, se for ofere- Invalidade do Negócio Jurídico


cido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida
concordar com a redução do proveito. Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

Fraude Contra Credores I. celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

Os negócios de transmissão gratuita de bens ou re- II. for ilícito, impossível ou indeterminável o seu ob-
missão de dívida, se os praticar o devedor já insolven- jeto;
te, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o
ignore, poderão ser anulados pelos credores quirogra- III. o motivo determinante, comum a ambas as par-
fários, como lesivos dos seus direitos. tes, for ilícito;

Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tor- IV. não revestir a forma prescrita em lei;
nar insuficiente.
V. for preterida alguma solenidade que a lei conside-
Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos re essencial para a sua validade;
podem pleitear a anulação deles.
VI. tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do
devedor insolvente, quando a insolvência for notória, VII. a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe
ou houver motivo para ser conhecida do outro con- a prática, sem cominar sanção.
tratante.
É nulo o negócio jurídico simulado.
DIREITO CIVIL

19

Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de au-
torização de terceiro, será validado se este a der pos-
I. aparentarem conferir ou transmitir direitos a pes- teriormente.
soas diversas daquelas às quais realmente se con-
ferem, ou transmitem; A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por
sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessa-
II. contiverem declaração, confissão, condição ou dos a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos
cláusula não verdadeira; que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou in-
divisibilidade..
III. os instrumentos particulares forem antedatados,
ou pós-datados. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-
-se a anulação do negócio jurídico, contado:
Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em
face dos contraentes do negócio jurídico simulado. I. no caso de coação, do dia em que ela cessar;

As nulidades dos artigos antecedentes podem ser ale- II. no de erro, dolo, fraude contra credores, estado
gadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
Público, quando lhe couber intervir. negócio jurídico;

As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quan- III. no de atos de incapazes, do dia em que cessar a
do conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e incapacidade.
as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-
-las, ainda que a requerimento das partes. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulá-
vel, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,
O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirma- será este de dois anos, a contar da data da conclusão
ção, nem convalesce pelo decurso do tempo. do ato.

Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisi- O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode,
tos de outro, subsistirá este quando o fim a que visa- para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade
vam as partes permitir supor que o teriam querido, se se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra
houvessem previsto a nulidade. parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Além dos casos expressamente declarados na lei, é Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação
anulável o negócio jurídico: anulada, pagou a um incapaz, se não provar que re-
verteu em proveito dele a importância paga.
I. por incapacidade relativa do agente;
Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes
II. por vício resultante de erro, dolo, coação, estado ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo
de perigo, lesão ou fraude contra credores. possível restituí-las, serão indenizadas com o equiva-
lente.
III. O negócio anulável pode ser confirmado pelas
partes, salvo direito de terceiro. A invalidade do instrumento não induz a do negócio
jurídico sempre que este puder provar-se por outro
IV. O ato de confirmação deve conter a substância do meio.
negócio celebrado e a vontade expressa de man-
tê-lo. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial
de um negócio jurídico não o prejudicará na parte vá-
V. É escusada a confirmação expressa, quando o lida, se esta for separável; a invalidade da obrigação
negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, principal implica a das obrigações acessórias, mas a
ciente do vício que o inquinava. destas não induz a da obrigação principal.
DIREITO CIVIL

20

6. PRESCRIÇÃO E III. contra os que se acharem servindo nas Forças Ar-


madas, em tempo de guerra.
DA DECADÊNCIA Não corre igualmente a prescrição:
Prescrição
I. pendendo condição suspensiva;
Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a
qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que II. não estando vencido o prazo;
aludem os arts. 205 e 206.
III. pendendo ação de evicção.
A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pre-
tensão. Quando a ação se originar de fato que deva ser apura-
do no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da
A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, respectiva sentença definitiva.
e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, de-
pois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia →→ Suspensa a prescrição em favor de um dos credo-
quando se presume de fatos do interessado, incompa- res solidários, só aproveitam os outros se a obri-
tíveis com a prescrição. gação for indivisível.

Os prazos de prescrição não podem ser alterados por Causas que Interrompem a Prescrição
acordo das partes.
A interrupção da prescrição, que somente poderá
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de ocorrer uma vez, dar-se-á:
jurisdição, pela parte a quem aproveita.
I. por despacho do juiz, mesmo incompetente, que
Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ordenar a citação, se o interessado a promover no
ação contra os seus assistentes ou representantes le- prazo e na forma da lei processual;
gais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem
oportunamente. II. por protesto, nas condições do inciso anteceden-
te;
A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a
correr contra o seu sucessor. III. por protesto cambial;

Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição IV. pela apresentação do título de crédito em juízo de
inventário ou em concurso de credores;
Não corre a prescrição:
V. por qualquer ato judicial que constitua em mora
I. entre os cônjuges, na constância da sociedade o devedor;
conjugal;
VI. por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudi-
II. entre ascendentes e descendentes, durante o po- cial, que importe reconhecimento do direito pelo
der familiar; devedor.

III. entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou →→ A prescrição interrompida recomeça a correr da
curadores, durante a tutela ou curatela. data do ato que a interrompeu, ou do último ato
do processo para a interromper.
Também não corre a prescrição:
A prescrição pode ser interrompida por qualquer in-
I. contra os incapazes de que trata o art. 3o; teressado.

II. contra os ausentes do País em serviço público da


União, dos Estados ou dos Municípios;
DIREITO CIVIL

21

A interrupção da prescrição por um credor não apro- prazo da publicação da ata de encerramento da
veita aos outros; semelhantemente, a interrupção liquidação da sociedade.
operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não
prejudica aos demais coobrigados. Em dois anos, a pretensão para haver prestações ali-
mentares, a partir da data em que se vencerem.
A interrupção por um dos credores solidários apro-
veita aos outros; assim como a interrupção efetuada Em três anos:
contra o devedor solidário envolve os demais e seus
herdeiros. I. a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos
ou rústicos;
A interrupção operada contra um dos herdeiros do
devedor solidário não prejudica os outros herdeiros II. a pretensão para receber prestações vencidas de
ou devedores, senão quando se trate de obrigações e rendas temporárias ou vitalícias;
direitos indivisíveis.
III. a pretensão para haver juros, dividendos ou quais-
A interrupção produzida contra o principal devedor quer prestações acessórias, pagáveis, em períodos
prejudica o fiador. não maiores de um ano, com capitalização ou sem
ela;
A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe
haja fixado prazo menor. IV. a pretensão de ressarcimento de enriquecimento
sem causa;
Prescreve:
V. a pretensão de reparação civil;
• Em um ano:
VI. a pretensão de restituição dos lucros ou dividen-
I. a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de dos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data
víveres destinados a consumo no próprio estabe- em que foi deliberada a distribuição;
lecimento, para o pagamento da hospedagem ou
dos alimentos; VII. a pretensão contra as pessoas em seguida indica-
das por violação da lei ou do estatuto, contado o
II. a pretensão do segurado contra o segurador, ou a prazo:
deste contra aquele, contado o prazo:
a. para os fundadores, da publicação dos atos cons-
a. para o segurado, no caso de seguro de respon- titutivos da sociedade anônima;
sabilidade civil, da data em que é citado para res-
ponder à ação de indenização proposta pelo ter- b. para os administradores, ou fiscais, da apresenta-
ceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, ção, aos sócios, do balanço referente ao exercício
com a anuência do segurador; em que a violação tenha sido praticada, ou da
b. quanto aos demais seguros, da ciência do fato ge- reunião ou assembléia geral que dela deva tomar
rador da pretensão; conhecimento;

III. a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, c. para os liquidantes, da primeira assembléia se-
serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela per- mestral posterior à violação;
cepção de emolumentos, custas e honorários;
VIII. a pretensão para haver o pagamento de título de
IV. a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as
bens que entraram para a formação do capital de disposições de lei especial;
sociedade anônima, contado da publicação da ata
da assembléia que aprovar o laudo; IX. a pretensão do beneficiário contra o segurador, e
a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de
V. a pretensão dos credores não pagos contra os responsabilidade civil obrigatório.
sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o
DIREITO CIVIL

22

Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar


da data da aprovação das contas.

Em cinco anos:

I. a pretensão de cobrança de dívidas líquidas cons-


tantes de instrumento público ou particular;

II. a pretensão dos profissionais liberais em geral,


procuradores judiciais, curadores e professores
pelos seus honorários, contado o prazo da con-
clusão dos serviços, da cessação dos respectivos
contratos ou mandato;

III. a pretensão do vencedor para haver do vencido o


que despendeu em juízo.

DECADÊNCIA

Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à


decadência as normas que impedem, suspendem ou
interrompem a prescrição.

É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quan-


do estabelecida por lei.

Se a decadência for convencional, a parte a quem


aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdi-
ção, mas o juiz não pode suprir a alegação.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Professora Bruna Dias Contraditório Não se proferirá decisão contra uma
(art. 9º) das partes sem que ela seja previa-
mente ouvida.

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS Proibição


da decisão
O juiz não pode decidir, em grau
algum de jurisdição, com base em
surpresa fundamento a respeito do qual não
NORMAS FUNDAMEN- (art. 10º) se tenha dado às partes oportuni-
TAIS DO PROCESSO dade de se manifestar, ainda que se
Dignidade da Pessoa O processo civil será ordenado, disci- trate de matéria sobre a qual deva
Humana (Art. plinado e interpretado conforme os decidir de ofício.
1º) valores e as normas fundamentais es- Publicidade Todos os julgamentos dos órgãos do
tabelecidos na Constituição da Repú- (art. 11º) Poder Judiciário serão públicos, e
blica Federativa do Brasil, observando- fundamentadas todas as decisões,
-se as disposições deste Código. sob pena de nulidade.
Impulso Oficial (Art. O processo começa por iniciativa da Ordem Cro- Os juízes e os tribunais atenderão,
2º) parte e se desenvolve por impulso ofi- nologica dos preferencialmente, à ordem crono-
cial, salvo as exceções previstas em lei. processos lógica de conclusão para proferir
Inafastabilidade Não se excluirá da apreciação jurisdi- (art. 12º) sentença ou acórdão
da Jurisdição cional ameaça ou lesão a direito. [...]

QUESTÕES
(Art. 3º)
Duração As partes têm o direito de obter em
Razoavel do prazo razoável a solução integral do
Processo mérito, incluída a atividade satisfativa.
1. FGV - Técnico do Ministério Público (MPE RJ)/
Notificação e Atos Intimatórios/2016 - No to-
(Art. 4º)
cante à inércia, uma exceção a tal característica da
Boa-fé Aquele que de qualquer forma partici-
jurisdição, de acordo com a legislação processual
(Art. 5º) pa do processo deve comportar-se de vigente, é a:
acordo com a boa-fé.
Todos os sujeitos do processo devem a. interdição;
Cooperação cooperar entre si para que se obtenha, b. reintegração de posse de imóvel público;
(Art.6º) em tempo razoável, decisão de mérito c. restauração de autos;
justa e efetiva. d. anulação de contrato administrativo;
Igualdade e Assegurada às partes paridade de tra- e. nulidade de casamento.
Contraditório tamento em relação ao exercício de
(Art. 7º) direitos e faculdades processuais, aos
meios de defesa, aos ônus, aos deveres 2. FGV - Técnico Superior Jurídico (DPE RJ)/2019
e à aplicação de sanções processuais,
Constitui uma exceção à característica inerte da
competindo ao juiz zelar pelo efetivo
jurisdição:
contraditório.
a. ação possessória tendo por objeto bem público;
Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz
b. habeas data;
Proporcionali- atenderá aos fins sociais e às exigências
c. restauração de autos;
dade, do bem comum, resguardando e promo- d. ação popular;
razoabilidade, vendo a dignidade da pessoa humana e e. mandado de injunção.
legalidade, observando a proporcionalidade, a ra-
publicidade e zoabilidade, a legalidade, a publicidade
eficiência. e a eficiência.
(Art. 8º)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
2

3. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE ses (lide ou litígio) e sempre na dependência da invo-
RJ)/2019 - Segundo o vigente Código de Pro- cação dos interessados.
cesso Civil, o juiz proferirá as sentenças no prazo
de 30 (trinta) dias, bem como poderá, nas causas Princípios da Jurisdição:
que dispensem a fase instrutória, e independen-
temente de citação do réu, julgar liminarmente • juiz natural: só pode exercer a jurisdição aquele
improcedente o pedido, se verificar, desde logo, a órgão a que a Constituição atribui o poder juris-
ocorrência de prescrição ou decadência. dicional;
• investidura: a jurisdição somente pode ser exer-
Trata-se de regras processuais que encerram a aplica- cida por juízes regularmente investidos, providos
ção do princípio constitucional do(a): em cargos de magistrados e que se encontram no
efetivo exercício;
a. livre acesso à justiça; • improrrogabilidade: os limites do poder jurisdi-
b. juiz natural; cional, para cada justiça especial, e, por exclusão,
c. isonomia; da justiça comum, são os traçados pela Constitui-
d. ampla defesa; ção. Não é permitido alterá-los, nem para reduzi-
e. duração razoável do processo. -los nem para ampliá-los;
• indeclinabilidade: o órgão constitucionalmente
investido no poder de jurisdição tem a obrigação
4. FGV - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SEF de prestar a tutela jurisdicional. A exceção (art.
MG)/Tributação/2023 A respeito dos princípios 145, § 1º). consiste na permissão a que o juiz se
constitucionais aplicáveis ao Processo Civil, assi- abstenha de atuar sob alegação de suspeição por
nale a afirmativa correta. motivo íntimo;
• indelegabilidade: não pode o juiz ou qualquer
a. O juiz pode decidir em primeiro grau com base órgão jurisdicional delegar a outros o exercício
em fundamento fático que as partes não tiveram a da função que a lei lhes conferiu, conservando-se
oportunidade de se manifestar. sempre as causas sob o comando e controle do
b. A ampla defesa torna obrigatória a assistência por juiz natural;
advogado em todo e qualquer processo, como é • aderência territorial: todo juiz ou órgão judicial
o caso dos processos administrativos disciplinares conta com uma circunscrição territorial dentro da
e do habeas corpus. qual exerce suas funções jurisdicionais, conforme
c. Diversamente dos princípios do contraditório e da disposto na Constituição e nas leis de organização
ampla defesa, o devido processo legal não é exi- judiciária.
gido nos processos administrativos, os quais obe- • inércia: o Poder Judiciário não pode agir por ini-
decem à inquisitoriedade. ciativa própria, somente o fará quando adequada-
d. O princípio do juiz natural veda a criação de juízes mente provocado pela parte;
e tribunais de exceção, sem exigir, todavia, que as • unidade: o Poder Judiciário é único e soberano,
regras a respeito da fixação de competência sejam embora a partilha de competência se dê entre vá-
anteriores ao ajuizamento da ação. rios órgãos.
e. O contraditório pode ser diferido em situações ex-
cepcionais, presentes razões relevantes que assim Tipo de Jurisdição:
justifiquem e em ponderação com outros interes-
ses, sem ofensa à efetividade de tal direito. •Jurisdição Contenciosa: atuação do Estado (Poder
Judiciario) ou das partes (arbitragem – processo arbi-
tral) na solução do conflito. (art. 5º, XXXV, Constituição
Federal).
JURISDIÇÃO
•Jurisdição Voluntária: não há lide nem partes, mas
Consiste em uma das funções do Estado em que a lei apenas um negócio jurídico-processual envolvendo o
(ou as partes) investe determinada pessoa ou órgão juiz e os interessado (como se dá nas nomeações de
de solucionar conflitos alheios. A função jurisdicional tutores, nas alienações de bens de incapazes, divórcio
atua diante de casos concretos de conflitos de interes- e separação consensuais).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
3

• Limites da Jurisdição Nacional a. ação possessória tendo por objeto bem público;
b. habeas data;
Arts. 21 a 25 do Código de Processo Civil. c. restauração de autos;
d. ação popular;
•admite-se a atuação da jurisdição brasileira e da ju- e. mandado de injunção.
risdição estrangeira ( jurisdição internacional concor-
rente):
6. FGV - Técnico Judiciário (TJ RO)/2021 A veda-
• ação contra réu domiciliado no Brasil; ção a que o juiz condene o réu a pagar quantia
• ação cujo objeto envolva obrigação que deve superior àquela que é pedida na petição inicial é
ser cumprida no país; uma consequência da seguinte característica da
• ação cujo fato objeto de discussão tenha sido jurisdição:
praticado no Brasil;
• ação de alimentos cujo credor seja domicilia- a. inércia;
do ou tenha, tão somente, residência no Brasil b. substitutividade;
ou cujo réu mantenha vínculos no país (posse, c. natureza declaratória;
proprietário, renda ou benefício econômico); d. contenciosidade;
• ação decorrente de relação de consumo quan- e. imperatividade.
do o consumidor tiver domicílio ou residência
no Brasil; e
ação em que as partes se submetam à jurisdi-
ção nacional. MODELO COOPERATIVO
• para a produção de efeitos da sentença estran- DE PROCESSO
geira é necessária a homologação prévia perante o
Superior Tribunal de Justiça; após a homologação, Autotutela
a sentença será executada pela Justiça Federal.
• Também chamada de autodefesa;
•Jurisdição Nacional exclusiva: • Quando há o sacrifício do interesse de uma par-
te envolvida no conflito em razão do exercício da
• ações relativas a imóveis situados no Brasil; força pela parte vencedora;
• Ainda há resquícios de autotutela no Brasil: legíti-
• ações para confirmação de testamento particular, ma defesa (Direito Penal); legítima defesa da pos-
de inventário e de partilha de bens; se (Código Civil); desforço imediato (Código Civil).

• situados no Brasil, mesmo que o falecido seja es- Modelos adequados de solução de conflitos
trangeiro ou tenha residido fora do Brasil;
• Também conhecido como autocomposição.
• ações relativas à partilha de bens para divórcio ou • A solução do conflito é feita por acordo entre as
dissolução de união estável quando envolver bens partes.
situados no Brasil, mesmo que o titular dos bens • Na autocomposição a solução pode ser mediante
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domi- ato unilateral (a submissão e a renúncia – a so-
cílio fora do território brasileiro. lução decorre de ato da parte que abre mão do
exercício de um direito que seria legitimo) ou ato
bilateral (transação- quando cada parte abdica
parcialmente da sua pretensão para alcançar uma
QUESTÕES solução do conflito).
• art. 3º do CPC
5. FGV - Técnico Superior Jurídico (DPE RJ)/2019
Constitui uma exceção à característica inerte da
jurisdição:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
4

Ø Conciliação bunais.
Art. 165, § 2º do CPC: O conciliador, que
atuará preferencialmente nos casos em que A conciliação e a mediação são mecanismos por meio
não houver vínculo anterior entre as partes, dos quais se busca que as próprias partes em litígio
poderá sugerir soluções para o litígio, sendo cheguem a solução do conflito, diferenciando-se
vedada a utilização de qualquer tipo de cons- quanto ao papel que o conciliador e o mediador pos-
trangimento ou intimidação para que as par- suem, pois esse último pode arbitrar uma solução para
tes conciliem. o caso.

Ø Mediação O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que


Art. 165, § 3º do CPC: O mediador, que atuará proferir não fica sujeita a recurso ou homologação
preferencialmente nos casos em que houver pelo Poder Judiciário, podendo, porém, ser objeto de
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos recurso extraordinário para controle de ofensa à Cons-
interessados a compreender as questões e os tituição.
interesses em conflito, de modo que eles pos-
sam, pelo restabelecimento da comunicação, A conciliação, a mediação e a arbitragem são meios
identificar, por si próprios, soluções consen- consensuais de solução de conflitos passíveis de uti-
suais que gerem benefícios mútuos. lização tão somente por pessoas físicas e jurídicas de
direito privado, inexistindo autorização legal para que
Heterocomposição a Administração Direta, Autárquica e Fundacional pos-
sa deles se valer.
• Há a presença de um terceiro na resolução dos
conflitos.
• Jurisdição é monopólio do Poder Judiciário em AÇÃO
função típica, consiste no poder de julgar e execu-
tar, que todo órgão judicial detém. Ação é o direito subjetivo de pedir tutela (proteção)
• A arbitragem configura-se jurisdição. (art. 3º, § 1º ao Estado. Todo titular de direito subjetivo lesado ou
do CPC) as partes escolhem um terceiro de sua ameaçado tem acesso à Justiça para obter, do Estado,
confiança para solução do conflito no qual profe- a tutela adequada, a ser exercida pelo Poder Judiciário
rirá uma decisão impositiva. (CF, art. 5º, XXXV).
• Todos os sujeitos do processo devem agir em coo-
peração (art. 6º do CPC) Condições da Ação

Art. 17 do CPC: Para postular em juízo é necessário


7. FGV - Consultor Legislativo (SEN)/Assessora- ter interesse e legitimidade.
mento Legislativo/Direito Civil, Processual Civil
e Agrário/2022 – No ano de 2021, conforme da- Interesse de agir: está associada a utilidade da pres-
dos do “Relatório Justiça em Números”, do CNJ, o tação jurisdicional e na necessidade do processo como
Poder Judiciário encerrou o ano com 77,3 milhões remédio apto à aplicação do direito objetivo no caso
de processos em tramitação. Entre as soluções concreto relacionado com a adequação do provimen-
apontadas para redução desse estoque de litigio- to postulado.
sidade inclui-se o uso de outros meios adequados
de solução de controvérsias, tais como a concilia- Legitimidade: consiste na titularidade ativa e passiva
ção, a mediação e a arbitragem. da ação, ou seja, aquele que pede a tutela jurisdicional
(autor) e aquele em face de quem se pretende fazer
A esse respeito, assinale a afirmativa correta. atuar dita tutela (réu).

É dever do Estado promover a solução consensual dos Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em
conflitos, quer na posição de parte, quer na posição nome próprio, salvo quando autorizado pelo orde-
de Estado-administração. É o que ocorre, a título de namento jurídico.
exemplo, por meio da criação de centros judiciários
de solução consensual de conflitos no âmbito dos tri-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
5

• Legitimidade ordinária: o titular do direito a. juízo, partes e pedido;


material pode pleitear em nome próprio seu b. juízo competente, causa de pedir e demanda;
interesse em juízo; c. partes, causa de pedir e pedido;
• Legitimidade extraordinária: terceiro que d. partes, interesse processual e pedido;
não é titular da relação jurídica figura no pro- e. causa de pedir, legitimidade e demanda.
cesso em nome próprio defendendo interesse
de terceiro.
• Substituição Processual (Legitimidade Ex- 9. FGV - Oficial (TJ SC)/Infância e Juventude/2018
traordinária) a parte defende direito alheio em São elementos da ação:
nome próprio;
• Representação Processual: a parte defende a. partes, juiz e demanda;
direito alheio em nome alheio; b. juiz, processo e demanda;
• Assistente Litisconsorcial: potencial colegiti- c. jurisdição, processo e pedido;
mado ativo que intervém depois do momento d. partes, pedido e causa de pedir;
inicial do processo (intervenção de um ter- e. jurisdição, causa de pedir e partes.
ceiro) - não sendo considerado parte -, para
assistir a parte em defesa de direito próprio;
• Sucessor Processual: outra pessoa assume o 10. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE
lugar do litigante originário. RJ)/2019 São condições genéricas para o regular
exercício da ação:
A ausência das condições da ação ocasiona em extin-
ção do processo, sem resolução de mérito; a. partes capazes e demanda regularmente formu-
lada;
Elementos da Ação b. pedido e causa de pedir;
c. legitimidade ad causam e interesse de agir;
Partes: ativa (o autor, que pede a tutela jurisdicional,) d. juízo competente e capacidade postulatória;
e passiva (o réu, em face de quem tal tutela é pedida) e. capacidade para estar em juízo e representação
e o terceiro (quando intervém na relação jurídica pro- processual.
cessual e passa a formular pedidos ou tê-los formu-
lados contra si – denunciação a lide, chamamento ao
processo); 11. FGV - Estagiário Forense (MPE RJ)/2020/X
Joana propôs ação de separação judicial em face de
Pedido: que corresponde ao bem pretendido pelo José, fundada na violência doméstica por ela sofrida,
autor, denominado de pedido mediato (ex.: dinheiro, bem como no fato de seu marido ter uma relação ex-
casa, guarda) e o pedido imediato que consiste no traconjugal notória e pública com outra pessoa. Nesse
pronunciamento jurisdicional que se pretende obter cenário, o processo contém:
(ex.: sentença declaratória, condenatória);
a. duas partes, um pedido e uma causa de pedir;
causa de pedir: corresponde às razões de fato e de di- b. duas partes, um pedido e duas causas de pedir;
reito que embasam o pedido, usualmente denomina- c. duas partes, dois pedidos e duas causas de pedir;
das, respectivamente, de causa de pedir remota (fun- d. uma parte, um pedido e uma causa de pedir;
damento de fato do pedido) e causa de pedir próxima e. uma parte, um pedido e duas causas de pedir.
(fundamentação jurídica do pedido).

12. FGV - Estagiário (MPE BA)/Direito/2022 Antô-


nia, civilmente capaz, inconformada com as fartas
QUESTÕES provas das agressões que sua filha Maria sofre de
seu genro Paulo, com quem Maria é casada, pro-
8. FGV - Técnico do Ministério Público (MPE RJ)/ põe ação de divórcio em face deste, por intermé-
Notificação e Atos Intimatórios/2016 São ele- dio de seu procurador constituído nos autos, para
mentos identificadores da ação: dissolver o casamento de sua filha.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
6

Nesse cenário, é correto afirmar que: O fenômeno processual delineado na espécie é:

a. Antônia tem legitimidade ordinária para a propo- a. substituição processual;


situra da ação de divórcio; b. sucessão processual;
b. Antônia tem legitimidade extraordinária para a c. nomeação à autoria;
propositura da ação de divórcio; d. assistência litisconsorcial;
c. falta uma das condições para o legítimo exercício e. litisconsórcio passivo superveniente
do direito de ação;
d. falta a capacidade postulatória para que Antônia
ajuíze a ação de divórcio;
e. o juiz deve julgar desde logo procedente o pedi- COMPETÊNCIA
do, uma vez que há provas do fato.
A competência consiste na capacidade de exercer a
jurisdição, a capacidade genérica de dizer o direito de
13. FGV - Técnico Judiciário (TJ RO)/2021 O Mi- forma definitiva.
nistério Público, por intermédio de seu Promotor
de Justiça com atribuição, autorizado pelo orde- Art. 42 do CPC: As causas cíveis serão processadas
namento jurídico, ajuíza uma ação, em nome pró- e decididas pelo juiz nos limites de sua competên-
prio, na defesa dos interesses de um incapaz. cia, ressalvado às partes o direito de instituir juízo
arbitral, na forma da lei.
Nesse caso, é correto afirmar que o Ministério Público
atuará na qualidade de: Art. 43 do CPC: Determina-se a competência no
momento do registro ou da distribuição da petição
a. legitimado ativo ordinário; inicial, sendo irrelevantes as modificações do esta-
b. substituto processual; do de fato ou de direito ocorridas posteriormente,
c. assistente litisconsorcial; SALVO quando suprimirem órgão judiciário ou al-
d. representante legal; terarem a competência absoluta.
e. sucessor processual.
Os critérios para fixação da competência são: objetivo,
territorial e funcional.
14. FGV - Técnico da Defensoria Pública (DPE RO)/
Oficial de Diligência/2015 O Ministério Público, Critério objetivo (leva em consideração a demanda)
por seu Promotor de Justiça com atribuição para o
feito, ajuizou ação de investigação de paternidade • competência em razão da pessoa (partes): leva
em face de João, para que fosse reconhecida a sua em consideração a parte envolvida na relação
condição de pai em relação ao menor José, ainda processual para fixação da competência. É o que
sem registro. A legitimidade com que o autor da ocorre, por exemplo, nas hipóteses em que deter-
demanda atua no caso é: minadas pessoas, em razão do cargo que ocupam,
possuem foro por prerrogativa.
a. ordinária;
b. passiva; No caso de ações originárias iniciam diretamente pe-
c. ativa; rante os tribunais, conforme previsto no art. 102 da CF
d. mista; (competência do STF) e no art. 105 da CF (competên-
e. extraordinária. cia do STJ).

• competência em razão da matéria (envolve a


15. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019 causa de pedir): é definida em razão da natureza
No curso de determinado processo, a parte auto- jurídica controvertida. Por exemplo a fixação da
ra veio a falecer. Cumpridos os requisitos legais, o competência da Justiça Federal, cuja competência
juiz deferiu a habilitação requerida pelo único her- é definida no art. 109 da CF.
deiro do autor primitivo, ordenando a efetivação
das anotações cabíveis.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
7

• competência em razão do valor da causa (leva das partes ou por prorrogação oriunda de conexão ou
em consideração o pedido): define-se a partir do continência de causas.
valor atribuído pela parte à causa. A depender do
valor, o processo poderá tramitar perante o Jui- Art. 63. As partes podem modificar a competência em
zado Especial Cível (40 salários mínimos), perante razão do valor e do território, elegendo foro onde
o Juizado Especial Federal ou perante o Juizado será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
Especial de Fazenda Púbica (60 salários mínimos).
• Conexão: ocorre quando forem comuns o
Critério territorial pedido ou a causa de pedir. Consequência:
haverá reunião dos processos, exceto se um
Quando o órgão judicial tem delimitada a sua circuns- processo já estiver sido julgado.
crição, de modo que exercerá a jurisdição no caso
concreto dentro desses limites. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações
Previsão nos arts. 42 a 53, do CPC. quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

Critério funcional • Continência: há identidade entre as partes,


causa de pedir, mas o pedido de um é mais
Relaciona-se a aspectos internos do processo, com amplo que o do outro. Consequência: art.57
as atribuições do magistrado na marcha processual. do CPC.
É possível visualizar esse critério com a distinção
na competência originária e recursal; competência de Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais
acordo com a fase do processo (cognição, cautelar ações quando houver identidade quanto às partes e
ou execução); competência em razão de assunção de à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais
competência (art. 947 CPC) e na competência decor- amplo, abrange o das demais.
rente de arguição de inconstitucionalidade em contro-
le difuso (art 948 CPC). Art. 57. Quando houver continência e a ação conti-
nente tiver sido proposta anteriormente, no processo
Foro de Eleição relativo à ação contida será proferida sentença sem
resolução de mérito, caso contrário, as ações serão
Consiste em uma hipótese de modificação de compe- necessariamente reunidas.
tência prevista no artigo 63 do CPC.
Atenção! Diferem-se de litispendência, que ocorre
Art. 63. As partes podem modificar a competência quando Se em determinado processo forem identifi-
em razão do valor e do território, elegendo foro onde cadas as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o
será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. mesmo pedido havendo uma identidade na demanda,
ou seja, uma “identidade total”, no qual a consequên-
Competência Absoluta x Competência Relativa cia será a extinção do processo sem julgamento do
mérito dos processos litispendentes.
Competência Absoluta
Incompetência
É a competência que não pode sofrer modificação,
seja pela vontade das partes, seja pelos motivos legais Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será ale-
de prorrogação. Trata-se de regra fixada em atenção gada como questão preliminar de contestação.
ao interesse público.
§ 1º A incompetência ABSOLUTA pode ser alegada em
art. 62 do CPC: A competência determinada em razão qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser decla-
da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável rada de ofício.
por convenção das partes.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz deci-
Competência Relativa dirá imediatamente a alegação de incompetência.

A competência passível de modificação por vontade


DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, 17. FGV - Oficial do Ministério Público (MPE
os autos serão remetidos ao juízo competente. RJ)/2019 No que se refere às regras de compe-
tência adotadas pelo CPC/15, é correto afirmar
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, con- que:
servar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo
juízo incompetente até que outra seja proferida, se a. a decisão sobre a alegação de incompetência in-
for o caso, pelo juízo competente. depende da manifestação prévia da parte contrá-
ria;
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa SE O b. a incompetência absoluta gera a automática inva-
RÉU NÃO ALEGAR A INCOMPETÊNCIA em preliminar lidação dos atos decisórios praticados;
de contestação. c. a arguição de incompetência deve ser manejada
via exceção de incompetência;
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser d. a competência territorial pode ser modificada por
alegada pelo Ministério Público nas causas em que foro de eleição;
atuar. e. determina-se a competência no momento de ci-
tação do réu.
SINTETIZANDO O CONTÉUDO

Elementos da 18. FGV - Oficial do Ministério Público (MPE


Condições da Ação
Competência Ação RJ)/2019 Sobre o instituto da conexão, é correto
afirmar que:
Legitimidade ad
Em razão da pes-
Partes causam a. reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quan-
soa
do as partes e os pedidos forem comuns;
Interesse de agir b. a prevenção dos processos de ações conexas será
Em razão do valor Pedido
do juízo em que houver a primeira citação válida;
c. os processos de ações conexas devem ser reuni-
Possibilidade Ju-
rídica do Pedido? dos para decisão conjunta, mesmo quando um
NÃO É MAIS CON- deles já tiver sido sentenciado;
DIÇÃO DA AÇÃO, d. reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quan-
Em razão da ma- mas não havendo do houver identidade quanto às partes e à causa
Causa de Pedir
téria possibilidade ju-
rídica do pedido, de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais am-
deverá haver jul- plo, abrange o das demais;
gamento de im- e. serão reunidos para julgamento conjunto os pro-
procedência. cessos que possam gerar risco de prolação de
decisões conflitantes ou contraditórias caso deci-
QUESTÕES didos separadamente, mesmo sem conexão entre
eles.
16. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018
Define-se a prevenção do juízo para processar e
19. FGV - Oficial do Ministério Público (MPE
julgar duas ações conexas, propostas perante ór-
RJ)/2019
gãos jurisdicionais distintos, pela:
No que se refere às regras de competência adotadas
a. distribuição da petição inicial;
pelo CPC/15, é correto afirmar que:
b. prolação do despacho liminar positivo;
c. prolação de qualquer despacho, ainda que se limi-
a. a decisão sobre a alegação de incompetência in-
te a determinar a emenda da petição inicial;
depende da manifestação prévia da parte contrá-
d. citação válida;
ria;
e. citação, ainda que inválida.
b. a incompetência absoluta gera a automática inva-
lidação dos atos decisórios praticados;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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c. a arguição de incompetência deve ser manejada 22. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judiciá-
via exceção de incompetência; rio e Administrativo/2022 No tocante ao vício
d. a competência territorial pode ser modificada por da incompetência, no âmbito de processo em cur-
foro de eleição; so no juízo comum, é correto afirmar que:
e. determina-se a competência no momento de ci-
tação do réu. a. o juiz pode reconhecer ex officio tanto a incompetência
absoluta quanto a relativa;
b. o juiz deve extinguir o processo, sem resolução do méri-
to, caso reconheça a incompetência absoluta;
20. FGV - Procurador Judicial (CM Aracaju)/2021
c. a parte ré deve arguir a incompetência relativa pela via
João propôs ação declaratória de inexistência de da exceção;
dívida em face de Paulo, tendo, posteriormente, d. os atos decisórios proferidos pelo juízo absolutamente
ajuizado outra demanda, em face do mesmo réu, incompetente devem ser invalidados;
na qual sustentou a inexistência da referida dívida, e. o Ministério Público, atuando em feito em que foi deli-
além de pleitear a condenação de Paulo a lhe re- neada causa de sua intervenção, pode arguir a incom-
parar os danos morais alegadamente sofridos, no petência relativa.
valor de cinco mil reais.

Nesse cenário, é correto afirmar que: 23. FGV - Estagiário Forense (MPE RJ)/2016/VIII

a. a primeira ação deverá ser extinta em razão da litispen- No que concerne à incompetência relativa, é correto
dência; afirmar que:
b. a primeira ação deverá ser extinta em razão da perda do
interesse processual; a. o órgão judicial pode conhecê-la ex officio;
c. os processos deverão ser reunidos em razão da cone- b. gera a nulidade dos atos decisórios praticados pelo ór-
xão entre as correspondentes ações; gão judicial incompetente;
d. os processos deverão ser reunidos em razão da conti- c. pode ser alegada em qualquer tempo e grau de juris-
nência entre as correspondentes ações; dição;
e. os processos não deverão ser reunidos, haja vista a ine- d. é suscitável como questão preliminar na contestação;
xistência de risco de prolação de decisões conflitantes. e. é vedado ao órgão do Ministério Público alegá-la, nas
causas em que intervier.

21. FGV Técnico Judiciário (TJDFT)/Administrati-


va/2022 24. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019
Menor absolutamente incapaz, regularmente repre-
Caio ajuizou ação de despejo em face de seu irmão sentado por sua mãe, ajuizou ação em foro relativa-
Tício, locatário de seu imóvel, tendo distribuído a pe- mente incompetente, o que, todavia, deixou de ser
tição inicial a uma vara de família. Tomando contato arguido pelo réu na primeira oportunidade de que
com a peça exordial, deverá o juiz: dispunha. Todavia, ao ser intimado para atuar no feito,
o Ministério Público suscitou o vício de incompetên-
a. pronunciar de ofício a incompetência absoluta e cia, no prazo legal.
determinar a remessa do feito a um dos juízos cí-
veis da comarca; Nesse cenário:
b. pronunciar de ofício a incompetência absoluta e
extinguir o feito sem resolução do mérito; a. a incompetência relativa se prorrogará, pois o Ministé-
c. determinar a citação do réu e a remessa do feito a rio Público não pode suscitá-la;
um dos juízos cíveis da comarca caso ele suscite, b. a incompetência relativa pode ser arguida pelo réu a
em sua resposta, a incompetência relativa; qualquer tempo e grau de jurisdição;
c. caso a arguição de incompetência relativa seja acolhida,
d. pronunciar de ofício a incompetência relativa e
o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito;
determinar a remessa do feito a um dos juízos cí- d. o juiz da causa pode pronunciar de ofício a incompetên-
veis da comarca; cia relativa, remetendo os autos ao juízo competente;
e. reconhecer a sua competência para a causa e de- e. a incompetência relativa pode ser arguida pelo Ministé-
terminar a citação do réu para ofertar a sua res- rio Público, nas causas em que atuar.
posta.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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25. FGV - Juiz Estadual (TJ PR)/2021 Sobre a mo- notícia, Helena propôs ação de reintegração de
dificação de competência, é correto afirmar que: posse em face do invasor, tendo distribuído a sua
petição inicial na Comarca de Fortaleza.
a. não há conflito de competência quando dois juí-
zes divergem sobre a necessidade de reunião ou Nesse cenário, é correto afirmar que a demanda foi
separação de processos; proposta no:
b. não pode o Ministério Público arguir incompetên-
cia relativa nas causas em que atuar como fiscal da a. foro competente;
ordem jurídica; b. foro relativamente incompetente, podendo a sua
c. o juiz que não acolher a competência declinada competência ser prorrogada caso a parte ré não
deverá suscitar o conflito, ainda que atribua a suscite o vício;
competência a outro juízo; c. foro relativamente incompetente, devendo tal ví-
d. em caso de incompetência absoluta, se não hou- cio ser reconhecido de ofício pelo juiz;
ver decisão em sentido contrário, devem ser man- d. foro absolutamente incompetente, podendo a sua
tidos os efeitos da decisão proferida pelo juízo in- competência ser prorrogada caso a parte ré não
competente até que outra seja proferida, se for o suscite o vício;
caso, pelo juízo competente; e. foro absolutamente incompetente, devendo tal ví-
e. quando houver continência e a ação contida tiver cio ser reconhecido de ofício pelo juiz.
sido proposta anteriormente, no processo relativo
à ação continente será proferida sentença sem re-
solução de mérito; caso contrário, as ações serão
necessariamente reunidas. SUJEITOS DO PROCESSO
Pode-se distinguir dois conceitos de parte: como sujei-
26. FGV - Advogado (FunSaúde CE)/2021 O Códi- to da lide, tem-se a parte em sentido material, e como
go de Processo Civil possui diversas regras sobre a sujeito do processo, a parte em sentido processual.
delimitação da competência. A respeito das regras Como nem sempre o sujeito da lide se identifica com
sobre competência, assinale a alternativa correta. o que promove o processo, como se dá, por exemplo,
nos casos de substituição processual, pode-se definir
a. A incompetência absoluta, caso reconhecida pelo a parte para o direito processual como a pessoa que
juízo, leva à nulidade de pleno direito dos atos de- pede ou perante a qual se pede, em nome próprio, a
cisórios do juízo incompetente. tutela jurisdicional.
b. As partes podem modificar a competência em ra-
zão do valor, da matéria e do território, elegendo A que invoca a tutela jurídica do Estado e toma a po-
foro onde será proposta ação oriunda de direitos sição ativa de instaurar a relação processual recebe a
e obrigações. denominação de autor. A que fica na posição passiva
c. Serão reunidos para julgamento conjunto os pro- e se sujeita à relação processual instaurada pelo autor,
cessos que possam gerar risco de prolação de chama-se
decisões conflitantes ou contraditórias caso de-
cididos separadamente, desde que haja conexão réu ou demandado. – Definição de Humberto Theodoro
entre eles. Jr.
d. A competência relativa poderá modificar-se pela
conexão, pela continência ou pela litispendência. Pressupostos Processuais
e. O foro de domicílio do autor da herança, no Bra-
sil, é o competente para o inventário, ainda que o
óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

27. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019


Helena, domiciliada em Fortaleza, recebeu a in-
formação de que um imóvel de sua propriedade,
situado em Sobral, havia sido invadido pelo ex-
-namorado, Menelau. Apurada a veracidade da
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
11

29. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019


Tendo ajuizado uma ação que versa sobre direito
real imobiliário, o seu autor deixou de apresentar
o consentimento do cônjuge, que estava hospita-
lizado e inconsciente. Sendo ambos casados pelo
regime da comunhão universal de bens, deve o
juiz:

a. proceder ao juízo positivo de admissibilidade da


ação, não sendo exigível a vênia conjugal para a
propositura da ação;
b. suprir o consentimento faltante, dada a impossibi-
lidade física do cônjuge de concedê-lo;
• Capacidade de ser parte: capacidade de ter c. determinar a suspensão do processo até que o
direitos e obrigações na ordem civil, isto é, ser cônjuge possa oferecer o consentimento;
sujeito de direitos, como dispõe o art. 1º do d. extinguir o feito sem análise do mérito, pois a au-
Código Civil. sência da vênia conjugal inviabiliza o regular exer-
• Capacidade processual: capacidade de exer- cício do direito de ação;
cício do direito civil, verifica-se as condições e. determinar o encaminhamento do feito ao Minis-
o titular de direitos no plano material pode, tério Público para exercer a curatela especial.
validamente, exercê-los. Assim, consiste na
aptidão de ser parte em um processo sem
precisar ser representado ou assistido. Ministério Publico
• Capacidade postulatória: aptidão conferida
aos advogados, defensores e promotores para O MP pode aturar no processo como PARTE ou como
formular requerimentos ao Judiciário. FISCAL DA ORDEM JURÍDICA em conformidade com o
artigo 177 do CPC.

art. 179 do CPC: Nos casos de intervenção como fis-


QUESTÕES cal da ordem jurídica, o Ministério Público:

28. FGV - Técnico Judiciário (TJ RO)/2021 I - terá vista dos autos depois das partes, sendo inti-
Menor, com 16 anos de idade, intentou ação indeni- mado (intimação pessoal) de todos os atos do pro-
zatória em face do condutor do veículo que o havia cesso;
atropelado, causando-lhe lesões corporais.
II - poderá produzir provas, requerer as medidas pro-
Para tanto, o autor outorgou instrumento de mandato cessuais pertinentes e recorrer.
ao advogado contratado para lhe patrocinar a causa,
sem estar assistido pelo representante legal. O vício art. 181 do CPC: O membro do Ministério Público será
processual em questão é: civil e regressivamente responsável quando agir com
dolo ou fraude no exercício de suas funções.
a. carência de ação, por ilegitimidade ativa ad cau-
sam; Advocacia Pública
b. falta de capacidade de ser parte, em relação ao
autor; art. 182 do CPC: Incumbe à Advocacia Pública, na for-
c. falta de capacidade para estar em juízo, em rela- ma da lei, defender e promover os interesses públi-
ção ao autor; cos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
d. falta de capacidade postulatória; Municípios, por meio da representação judicial, em
e. não há vício. todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de
direito público que integram a administração direta e
indireta.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Defensoria Pública sentante ou administrador de sua filial, agência ou su-


cursal aberta ou instalada no Brasil;
Art. 185 do CPC: A Defensoria Pública exercerá a orien-
tação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessi-
tados, em todos os graus, de forma integral e gratuita.

Juiz QUESTÕES
Aquele que dirigirá o processo conforme as disposi- 30. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE
ções do CPC, tem amplo poder instrutório e o dever RJ)/2019 No âmbito do processo civil, a Defen-
de fundamentar as decisões judiciais. Os poderes de soria Pública:
deveres estão previstos no artigo 139 do CPC.
a. dispõe do prazo em quádruplo para contestar, em
Atenção! Esse artigo relacionado a representação de dobro para interpor recursos e simples para con-
pessoas jurídicas cai em recorrência em provas, por- tra-arrazoá-los;
tanto é de leitura obrigatória: b. tem a prerrogativa da intimação pessoal, mediante
carga, remessa ou meio eletrônico;
art. 75 do CPC: Serão representados em juízo, ativa e c. não pode propor ação civil pública, embora possa
passivamente: ajuizar a ação cautelar que lhe seja preparatória;
d. não pode requerer a intimação pessoal da parte
I - a União, PELA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO, dire- patrocinada, ainda que o ato processual pendente
tamente ou mediante órgão vinculado; dependa de providência somente por ela realizá-
vel;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus PROCURA- e. caso perca, por negligência, o prazo para recorrer
DORES; de sentença desfavorável à parte patrocinada, o
Defensor Público poderá ser civil e regressivamen-
III - o Município, por seu PREFEITO ou PROCURADOR; te responsabilizado.

III - o Município, por seu prefeito, procurador ou


Associação de Representação de Municípios, quan- 31. FGV - Técnico Superior Jurídico (DPE RJ)/2019
do expressamente autorizada; (Redação dada pela Determinado Defensor Público foi informado de
Lei nº 14.341, de 2022) que um processo judicial de interesse de seu assis-
tido tinha sido despachado pelo juízo.
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por
quem a lei do ente federado designar; Nesse caso, de acordo com o Código de Processo Civil,
a Defensoria Pública tem prazo:
V - a massa falida, pelo ADMINISTRADOR JUDICIAL;
a. em dobro para se manifestar, que começa a fluir
VI - a herança jacente ou vacante, por seu CURADOR; com a intimação pessoal;
b. em quádruplo para se manifestar, que começa a
VII - o espólio, pelo INVENTARIANTE; fluir com a intimação pessoal;
c. idêntico ao de qualquer parte, que começa a fluir
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos com a sua intimação pessoal;
constitutivos designarem ou, não havendo essa desig- d. em dobro para se manifestar, que começa a fluir
nação, por seus diretores; com a publicação da intimação no diário oficial;
e. em quádruplo para se manifestar, que começa a
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros fluir com a publicação da intimação no diário ofi-
entes organizados sem personalidade jurídica, pela cial.
pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, repre-


DIREITO PROCESSUAL CIVIL
13

32. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE 34. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judiciá-
RJ)/2019 Ana, pessoa civilmente capaz, procurou rio e Administrativo/2022 Com fundamento na
a Defensoria Pública para que esta lhe patrocinas- legislação de regência, o Ministério Público ajui-
se a causa, voltada para a obtenção de decisão ju- zou demanda com vistas à prolação de senten-
dicial de reconhecimento de seu direito à percep- ça que declare que o réu é o pai de determinada
ção de pensão previdenciária em razão da morte criança.
de seu companheiro, já que, por ora, apenas Fer-
nando, filho de ambos, com doze anos de idade, Ao intentar a referida ação, o órgão ministerial, em re-
seria o único beneficiário. Na sequência, Ana, por lação ao menor, atua a título de:
meio da Defensoria Pública, propôs a medida ju-
dicial cabível em face da autarquia previdenciária a. sucessor processual;
e do herdeiro Fernando. b. substituto processual;
c. representante;
Nesse cenário, deverá o julgador: d. amicus curiae;
e. assistente litisconsorcial.
a. nomear curador especial ao segundo réu, tocando
à Defensoria Pública tal munus;
b. nomear curador especial ao segundo réu, tocando 35. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018
ao Ministério Público tal munus; Atuando no processo civil, como fiscal da ordem
c. nomear Ana como representante legal do segun- jurídica, o Ministério Público:
do réu, pois ela já figura no processo;
d. determinar o prosseguimento do processo, sem a. não poderá opinar, quanto ao mérito da causa,
nomeação de curador especial ao segundo réu; desfavoravelmente à parte incapaz;
e. extinguir o processo em razão da ausência de ca- b. não poderá produzir provas, devendo aguardar a
pacidade processual do segundo réu. iniciativa das partes nesse sentido;
c. terá legitimidade recursal;
d. será considerado intimado com a publicação dos
33. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018 provimentos jurisdicionais no órgão oficial;
Maria teve o pedido de pensão previdenciária ne- e. deverá intervir sempre que a Fazenda Pública seja
gado ao argumento de que Fernando, seu con- uma das partes.
vivente falecido, não a registrou em vida como
companheira ou dependente em seu órgão paga-
dor. Nesse sentido, a integralidade da pensão foi Pluralidade de Partes
destinada ao filho único Antônio, menor impúbe-
re, que é fruto de seu relacionamento com Maria. Litisconsórcio: pluralidade de sujeitos em um dos po-
los de uma relação processual.
Nesse cenário, para que Maria obtenha o reconheci-
mento judicial de união estável e sua dissolução post Classificações de litisconsórcio:
mortem, deverá propor ação em face de:
Litisconsórcio ativo: quando a ação possui dois ou
a. Fernando, postulando que seja nomeado um cura- mais autores;
dor especial para defender os interesses do réu; Litisconsórcio passivo: quando a ação possui dois ou
b. Antônio, devendo ser informado de que Maria mais réus;
será a representante legal do réu; Litisconsórcio originário: quando a formação ocorre já
c. Antônio, devendo o juiz nomear um curador espe- com o ajuizamento da petição inicial.
cial ao incapaz; Litisconsórcio ulterior: quando a formação ocorre com
d. Antônio, requerendo a intervenção do Ministério a demanda em curso.
Público para representar o incapaz; Litisconsórcio Facultativo: art. 113 do CPC;
e. espólio de Fernando, devendo o juiz nomear um Litisconsórcio Necessário: art. 114 do CPC;
defensor público para defesa do réu. Litisconsórcio Simples (Comum): ocorre quando pela
natureza da relação jurídica o juiz pode decidir o méri-
to de modo diverso entre os litisconsortes;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
14

Litisconsórcio Unitário: quando pela natureza da rela- e bem assim a invalidação do ato de adjudicação do
ção jurídica o juiz tiver de decidir de modo uniforme objeto do certame à empresa vencedora e do próprio
para todos os litisconsortes. contrato administrativo posteriormente celebrado en-
tre esta e o Poder Público.

Ao apreciar a petição inicial, o juiz da causa, verifican-


QUESTÕES do que a empresa vitoriosa na licitação não havia sido
incluída no polo passivo da demanda, deve concluir
36. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judiciá- pela configuração de:
rio e Administrativo/2022 Alegando padecer, na
época, de incapacidade, Alexandre, representado a. litisconsórcio facultativo, determinando ex officio
por seu curador, intentou ação em face de José a inclusão no feito da litisconsorte faltante;
e Paulo, pleiteando a declaração de nulidade do b. litisconsórcio facultativo, determinando que a au-
contrato que com eles havia celebrado. tora emende a inicial, a fim de incluir a litisconsor-
te faltante;
Nesse cenário, é correto afirmar que se está diante de c. litisconsórcio facultativo, procedendo ao juízo po-
um litisconsórcio: sitivo de admissibilidade da demanda;
d. litisconsórcio necessário, determinando ex officio
a. passivo, facultativo e simples; a inclusão no feito da litisconsorte faltante;
b. passivo, necessário e simples; e. litisconsórcio necessário, determinando que a au-
c. passivo, necessário e unitário; tora emende a inicial, a fim de incluir a litisconsor-
d. ativo, facultativo e simples; te faltante.
e. ativo, facultativo e unitário.
Deveres das Partes e Procuradores

37. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Jus- Os deveres das partes e procuradores previstos no ar-
tiça Avaliador/2018 O Ministério Público ajuizou tigo 77 do CPC são derivações do princípio da boa-fé
ação de anulação do casamento em face dos ir- objetiva (art. 5º do CPC) e consiste:
mãos João e Maria. João conhecia o referido im-
pedimento, pois sabia que Maria era sua irmã. To- • expor os fatos em juízo conforme a verdade;
davia, esta desconhecia completamente o grau de
parentesco entre eles. • não formular pretensão ou de apresentar defesa
quando cientes de que são destituídas de funda-
Nesse sentido, a ação deverá ser proposta: mento;

a. em litisconsórcio passivo, originário, necessário e • não produzir provas e não praticar atos inúteis ou
simples; desnecessários à declaração ou à defesa do direi-
b. em litisconsórcio passivo, eventual, necessário e to;
comum;
c. em litisconsórcio passivo, originário, necessário e • cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais,
unitário; de natureza provisória ou final, e não criar emba-
d. em litisconsórcio passivo, originário, facultativo e raços à sua efetivação;
unitário;
e. apenas em face de João, eis que somente este es- • declinar, no primeiro momento que lhes couber
tava com má-fé. falar nos autos, o endereço residencial ou pro-
fissional onde receberão intimações, atualizando
38. FGV - Procurador Judicial (CM Aracaju)/2021 essa informação sempre que ocorrer qualquer
modificação temporária ou definitiva;
Uma sociedade empresária, depois de ter sido des-
classificada em processo de licitação, ajuizou, em face • não praticar inovação ilegal no estado de fato de
da pessoa jurídica de direito público, ação pelo rito co- bem ou direito litigioso.
mum, pedindo a invalidação do ato desclassificatório,
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
15

• informar e manter atualizados seus dados cadas- Art. 85 do CPC: A sentença condenará o vencido a pa-
trais perante os órgãos do Poder Judiciário e, no gar honorários ao advogado do vencedor.
caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Admi-
nistração Tributária, para recebimento de citações • Princípio da Causalidade: quem der causa a
e intimações. demanda arcará com os honorários.

• Responsabilização Art. 85, § 10 do CPC: Nos casos de perda do objeto,


os honorários serão devidos por quem deu causa ao
o Ato atentatório à dignidade da justiça processo.
(arts. 77, IV e VI do CPC)
Percentual dos honorários: serão fixados entre 10 a
Há imposição de multa de até 20% do valor da cau- 20% sobre o valor da condenação. ( Art. 85, §2º do
sa, contudo sendo o valor da causa irrisório ou ines- CPC)
timável, será condenado em até 10 vezes o valor do
salário mínimo sem prejuízo das sanções criminais, Gratuidade da Justiça
civis e processuais cabíveis. Refere-se ao benefício processual concedido ao liti-
gante em que há a dispensa provisória do recolhimen-
o Litigância de má-fé to de custas e despesas processuais e extraprocessuais
(arts. 82, 95, 98, 99, 169, 565, 968, 1.015, 1.021 e 1.026
Art. 79 do CPC: Responde por perdas e danos aquele do CPC).
que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.

O juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa,


que deverá ser superior a um por cento e inferior QUESTÕES
a dez por cento do valor corrigido da causa, acres-
centando a indenização para a parte pelos prejuízos 39. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE
que sofreu e honorários advocatícios. RJ)/2019 Quanto ao benefício da gratuidade de
justiça, é correto afirmar que:
Despesas Processuais
a. só pode ser requerido na petição inicial ou na
• as custas stricto sensu; contestação, sob pena de preclusão;
• taxa judiciária; b. a alegação de hipossuficiência econômica, formu-
• emolumentos; lada por pessoa física, é dotada de presunção ab-
• o ressarcimento de despesas com a utilização soluta de veracidade;
de serviços estranhos ao Poder Judiciário; c. a decisão que o indeferir é irrecorrível, podendo
• a remuneração de sujeitos auxiliares e secun- ensejar o ajuizamento de mandado de segurança;
dários do processo; d. a circunstância de a parte requerente ser patroci-
• multas; nada por advogado particular configura óbice à
• Honorários advocatícios. sua concessão;
e. pode consistir na redução percentual das despe-
Honorários Advocatícios sas que ao beneficiário caiba adiantar no curso do
feito.
• Honorários contratuais: advindo do contrato cele-
brado entre o advogado e o cliente;
• Honorários sucumbenciais: derivados da “vitória” 40. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE
em um processo judicial. RJ)/2019 João foi assistido pela Defensoria Pú-
blica em ação indenizatória, na qual obteve gra-
Princípios para fixação de honorários advocatícios: tuidade de justiça.

• Princípio da Sucumbência: quem perde a de- Ocorre que João restou vencido na demanda e, de
manda arcará com os honorários da parte acordo com o Novo Código de Processo Civil de 2015,
contrária; as obrigações decorrentes de sua sucumbência:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
16

a. serão automaticamente extintas em razão da ine- c. o direito à gratuidade da justiça é inerente ao polo
xigibilidade de adimplemento da obrigação pelo ocupado pela parte (autor ou réu), se estendendo
princípio do acesso à justiça, desde que a gratui- ao litisconsorte e ao sucessor do beneficiário, in-
dade de justiça tenha sido deferida e mantida du- dependentemente de novo requerimento e defe-
rante todo o curso do processo, até o seu trânsito rimento expressos;
em julgado; d. a concessão de gratuidade afasta automaticamen-
b. serão automaticamente extintas em razão da in- te a responsabilidade do beneficiário pelas des-
validade da obrigação de pagar quantia certa pela pesas processuais e pelos honorários advocatícios
sucumbência, sob pena de violação ao princípio decorrentes de sua sucumbência;
da isonomia, desde que a gratuidade de justiça e. a gratuidade, quando deferida, o será integral-
tenha estado em vigor na data em que ocorreu o mente, sendo vedada a concessão parcial em rela-
trânsito em julgado do processo; ção a algum ato processual ou a redução percen-
c. ficarão sob condição suspensiva de validade e tual de despesas processuais que o beneficiário
somente poderão ser executadas se, nos 3 (três) tiver de adiantar no curso do procedimento.
anos subsequentes ao trânsito em julgado da de-
cisão que as certificou, o credor demonstrar que
deixou de existir a situação de insuficiência de re- 42. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Jus-
cursos que justificou a concessão de gratuidade; tiça Avaliador/2018 A gratuidade de justiça:
d. ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) a. não pode ser deferida em favor de pessoa jurídica;
anos subsequentes ao trânsito em julgado da de- b. afasta o dever de o beneficiário pagar as multas
cisão que as certificou, o credor demonstrar que processuais que lhe sejam impostas;
deixou de existir a situação de insuficiência de re- c. não pode ser requerida em petição de recurso;
cursos que justificou a concessão de gratuidade; d. não compreende o depósito de cinco por cento
e. poderão ser imediatamente executadas pelo cre- do valor da causa, na ação rescisória;
dor, independentemente da demonstração de que e. pode abarcar um, alguns ou todos os atos, ou
a situação de insuficiência de recursos que justifi- consistir na redução percentual das despesas a
cou a concessão de gratuidade deixou de existir, cargo do beneficiário.
eis que a gratuidade de justiça consiste em benefí-
cio concedido pelo poder público a seus próprios
atos, não alcançando direitos de particulares. 43. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018
Marcelo, menor absolutamente incapaz, devida-
mente representado, sem requerer o benefício da
41. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE gratuidade de justiça, propôs uma ação de inde-
RJ)/2019 O Novo Código de Processo Civil de nização em face de uma empresa particular, pe-
2015 estabelece que a pessoa natural ou jurídica, dindo o ressarcimento de dano material de 50 mil
brasileira ou estrangeira, com insuficiência de re- reais. Funcionando como fiscal da ordem jurídica,
cursos para pagar as custas, as despesas proces- o Ministério Público requereu a produção de pro-
suais e os honorários advocatícios tem direito à va pericial para a instrução do feito. As partes não
gratuidade da justiça, na forma da lei. se opuseram ao requerido pelo Ministério Público,
tendo o perito estipulado o valor de seus hono-
Nesse contexto, de acordo com o citado diploma le- rários em dez mil reais para a elaboração de sua
gal: perícia técnica, o que foi deferido pelo juízo.

a. a gratuidade da justiça compreende, dentre ou- Nesse sentido, incumbe:


tras, as despesas com a realização de exame de
código genético DNA e de outros exames consi- a. ao autor adiantar os dez mil reais referentes ao
derados essenciais; valor da perícia;
b. a insuficiência financeira deve ser provada pela b. ao Ministério Público adiantar os dez mil reais re-
parte que requerer a gratuidade de justiça, não ferentes ao valor da perícia;
cabendo a presunção de veracidade da alegação c. à empresa ré adiantar os dez mil reais referentes
de insuficiência deduzida por pessoa natural; ao valor da perícia;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
17

d. ao Poder Judiciário adiantar os dez mil reais refe- O negócio jurídico-processual não precisa de homolo-
rentes ao valor da perícia; gação judicial para produzir efeitos. O juiz apreciará a
e. ao Poder Executivo adiantar os dez mil reais refe- validade do negócio.
rentes ao valor da perícia.
Assim, ressaltando que o artigo permite que as partes:

I- estipulem mudanças no procedimento;


ATOS PROCESSUAIS II- convencionem sobre os seus ônus, poderes, facul-
dades e deveres processuais, antes ou durante o pro-
Atos processuais devem ser compreendidos como cesso.
todo o ato jurídico que tem significado para o, e no,
processo, influenciando, por isso mesmo, a atuação do
Estado-juiz ao longo de todo o procedimento. – con-
ceituação de Cassio Scarpinella Bueno. QUESTÕES
44. FGV - Analista Técnico (TCE TO)/Direito/2022
Princípios dos atos processuais Em um contrato celebrado por duas pessoas jurí-
dicas de grande porte, foi ajustada uma cláusula
o Liberdade das Formas (art. 188, CPC) e Instrumen- estabelecendo um negócio processual em caráter
talidade das Formas (art. 277, CPC) pré-processual, no sentido de que, em eventual
futuro processo judicial entre os contratantes, as
Se não houver previsão legal a respeito, o ato pode ser partes se comprometiam a não produzir prova
praticado na forma livre. Se descumprida a forma pre- testemunhal. Todavia, posteriormente, uma das
vista em lei, haverá, em regra, a sanção de nulidade. empresas referidas ajuizou uma demanda em face
da outra e requereu a produção de prova teste-
O Princípio da Instrumentalidade das Formas valori- munhal. A ré não se insurgiu contra esse requeri-
za o conteúdo em detrimento da forma, opta-se por mento, mas apenas afirmou que pretendia produ-
aproveitar os atos processuais, invalidando um ato zir prova documental.
apenas quando apresentar prejuízo.
Partindo-se da premissa de que o referido negócio
o Publicidade (art. 189, CPC) processual é válido, é correto afirmar que a referida
prova testemunhal:
Em regra, os atos processuais devem ser públicos e
acessíveis, porém, excepcionalmente, restringe-se a a. poderá ser produzida, pois a inércia da parte ré
publicidades dos atos, a fim de proteger valores am- em arguir a referida cláusula configura a extinção
parados pelo texto constitucional, a exemplo: intimi- do negócio processual;
dade, privacidade. b. não poderá ser produzida, uma vez que o contrato
é válido e vincula as partes e o juiz no processo;
o Uso da Língua Portuguesa (art. 192, CPC) c. não poderá ser produzida, pois a parte ré somente
protestou pela prova documental;
o Flexibilização Procedimental (art. 190 e 191, CPC). d. poderá ser produzida, pois o juiz não está vincu-
lado aos negócios processuais estabelecidos pelas
Negocia-se sobre o procedimento e sobre os poderes, partes;
deveres, ônus e faculdades das partes. e. não poderá ser produzida, uma vez que já haverá
produção de prova documental.
 Negócio Jurídico Processual

O negócio jurídico-processual permite às partes, nos


casos que a lei admite a autocomposição, flexibilizar
algumas matérias, dentre elas o procedimento ou a
atividade probatória.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
18

45. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018 petições, arrazoados, papéis e documentos que entre-
Ao celebrar um contrato de compra e venda, os garem em cartório.
contratantes convencionaram sobre determina-
dos ônus e deveres processuais. Nesse sentido,  Atos do juiz
afirmaram que se houvesse necessidade de ação
judicial para dirimir qualquer conflito em relação Os atos do juiz possuem podem se: despacho – dele-
ao negócio jurídico ora entabulado, e pela possi- gável a chefe de secretaria e a escrivão, com autori-
bilidade legal de autocomposição, o autor estaria zação constitucional; decisão interlocutória – aborda
desincumbido de provar a existência do contrato e questões incidentais ao longo do processo; sentença
que o réu não poderia contestar o feito. – ato que põe fim à fase de conhecimento com ou sem
resolução de mérito.
Nesse cenário:
art.203 do CPC: Os pronunciamentos do juiz consis-
a. o juiz não poderá controlar as validades destas tirão em sentenças, decisões interlocutórias e despa-
convenções, pois se trata de direito disponível às chos.
partes;
b. estas convenções são nulas de pleno direito, pois §1º Ressalvadas as disposições expressas
convencionadas antes da existência do processo; dos procedimentos especiais, sentença é o
c. o juiz controlará as validades destas convenções pronunciamento por meio do qual o juiz, com
de ofício, e deverá admiti-las por se tratarem de fundamento nos arts. 485 (terminativa) e 487 (defi-
direitos disponíveis; nitiva), põe fim à fase cognitiva do procedimento
d. o juiz controlará as validades destas convenções, comum, bem como extingue a execução.
recusando aplicação de ambas as cláusulas;
e. controlará as validades destas convenções, recu- § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento
sando, de ofício, a cláusula que impossibilita o réu judicial de natureza decisória que não se enquadre
contestar. no § 1º. (questões incidentes que também devem ser
fundamentas)

Classificação dos atos processuais Em um processo, quando há pedido incontroverso,


deve-se proceder decisão sobre tal parte e prosseguir
A classificação mais usual dos atos processuais diz res- o processo em relação ao restante dos pedidos.
peito aossujeitos que os praticam, sendo: § 3º São despachos todos os demais
pronunciamentos do juiz praticados no processo,de
 Atos das partes; ofício ou a requerimento da parte.
 Atos do juiz; § 4º Os atos meramente ordinatórios, como a
 Atos do escrivão ou do chefe de se- juntada e a vista obrigatória, independem de des-
cretaria. pacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor
e revistos pelo juiz quando necessário. (despachos de
 Atos das partes mero expediente)

Considera-se partes envolvidas: autor, réu, terceiros Obs.: Acórdão não é pronunciamento do juiz, e,
intervenientes e Ministério Público. sim, do colegiado.

Art. 200 do CPC: Os atos das partes consistentes em  Atos do escrivão ou do chefe de secretaria.
declarações unilaterais ou bilaterais de vontade pro-
duzem imediatamente a constituição, modificação ou Esses atos estão previstos art. 206 a 211 do CPC, clas-
extinção de direitos processuais. sifica-se em:

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá Atos Materiais


efeitos após homologação judicial.
• de documentação. Ex.: depoimento transcrito
Art. 201 do CPC: As partes poderão exigir recibo de por escrivão.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
19

• de comunicação. Ex.: intimação. 48. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018


• de logística. Ex.: recebimento de títulos. O ato por meio do qual o juiz extingue a execução
é:
Atos Ordinatórios
São delegados pelo juiz e podem ser revisados. Os a. despacho;
atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista b. decisão interlocutória;
obrigatória, independem de despacho, devendo ser c. sentença;
praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz d. acórdão;
quando necessário. (art.203 § 4º do CPC) e. certidão.

49. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018


No que concerne aos atos processuais, é correto
QUESTÕES afirmar que:

46. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE a. os meramente ordinatórios, como a juntada e a
RJ)/2019 No que concerne aos pronunciamentos vista obrigatória, dependem de despacho do juiz;
dos órgãos jurisdicionais, é correto afirmar que: b. as citações podem ser realizadas durante as férias
forenses, desde que haja prévia autorização judi-
a. todas as decisões interlocutórias são impugnáveis cial nesse sentido;
por meio de agravo de instrumento; c. devem ser realizados, em regra, das 6 (seis) às 18
b. sentença é o ato por meio do qual se põe fim ao (dezoito) horas dos dias úteis;
procedimento comum, desde que resolvido o mé- d. em regra são públicos, podendo, excepcional-
rito do feito; mente, ser decretado o segredo de justiça;
c. os acórdãos não precisam ser assinados pelos ma- e. as partes não poderão exigir recibos de petições,
gistrados, por se proferirem na própria sessão de arrazoados, papéis e documentos que entregarem
julgamento; em cartório.
d. atos meramente ordinatórios, como a vista ao ór-
gão da Defensoria Pública, independem de des-
pacho; Meio de prática do ato processual
e. decisão interlocutória não é apta a versar sobre o
mérito do processo. Eletrônico: qualquer horário até as 24h do úl-
timo dia do prazo;
Não eletrônico: deverá observar o horário de
47. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE funcionamento do tribunal/fórum.
RJ)/2019 Tendo percebido que um dos litiscon-
sortes ativos era parte ilegítima, o juiz reconheceu Do tempo para a prática dos atos processuais
ser ele carecedor do direito de ação, tendo deter-
minado o prosseguimento do feito em relação às Regra geral: das 6h às 20h e em dias úteis.
demais partes.
Exceção: serão praticados depois das 20h se o seu
A natureza desse pronunciamento judicial é de: adiamento:

a. sentença; - prejudicar a diligência;


b. decisão interlocutória; - causar grave dano.
c. despacho; -art. 12, Lei n. 9.099/95 (Art. 12. Os atos processuais
d. decisão monocrática; serão públicos e poderão realizar-se em horário no-
e. ato meramente ordinatório. turno, conforme dispuserem as normas de organiza-
ção judiciária).

Exceção quanto aos dias úteis:

- Tutela de urgência;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
20

- art. 212, §2º, CPC - Citações; Intimações; Penhoras. Na contagem do prazo, só se conta os dias úteis
(art. 219 do CPC), não contando feriados (art. 216 do
Prazo processual CPC). O dia do termo inicial (art.231 do CPC) deve ser
excluído (art. 224, caput, CPC).
Refere-se ao lapso de tempo dentro do qual o ato pro-
cessual deve ser praticado Depois que se exclui o dia do termo inicial (art. 231 do
CPC), passamos a contar apenas os dias úteis (art. 219
do CPC).
Classificação dos prazos
Prazos diferenciados
Prazo legal: quando o prazo é previsto em lei;
Prazo judicial: pode ser fixado por juiz, quando a lei Art. 229 do CPC: Os litisconsortes que tiverem dife-
for omissa; rentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos, terão prazos contados em DOBRO para to-
Obs.: Se o prazo não for estabelecido pela lei ou das as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribu-
pelo juiz, deve-se seguir o prazo geral de 5 dias. nal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se,
Prazo convencional: fixado pelas partes; havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa
Prazo Peremptório: prazos fixados em lei que se re- por apenas um deles.
ferem aos atos processuais de classificação relevante. § 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos
Caso esse prazo seja descumprido, acarretará conse- em autos eletrônicos.
quências negativas.
Fazenda Pública, Ministério Público e Defensoria Pú-
Ex.: contestação. blica também terão PRAZO EM DOBRO (arts. 180, 183
e 186 do CPC).
Prazo Dilatório: prazo que admite flexibilização. Atual-
mente, inclusive os prazos peremptórios admitem am- Suspensão do Curso do Prazo
pliação ou redução.
Art. 221 do CPC: Suspende-se o curso do prazo por
Ex.: contestação. obstáculo criado em detrimento da parte ou ocorren-
do qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o pra-
Prazo Próprio: aquele estabelecidos para as partes. zo ser restituído por tempo igual ao que faltava para
Esses prazos, caso não sejam cumpridos, também po- sua complementação.
dem acarretar consequências negativas.
Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a
Prazo Impróprio: prazo estabelecido para juízes e de- execução de programa instituído pelo Poder Judiciá-
mais serventuários. No entanto, não causam punições rio para promover a autocomposição, incumbindo aos
processuais aos juízes e aos serventuários que os des- tribunais especificar, com antecedência, a duração dos
cumprem, incorrendo apenas punição de natureza ad- trabalhos.
ministrativa.
Prorrogação do Prazo
Contagem dos prazos
Art. 222 do CPC: Na comarca, seção ou subseção judi-
Dies a quo → Dies ad quem ciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá pror-
(Termo inicial) (Termo final) rogar os prazos por até 2 (dois) meses.

Art. 218 do CPC. Os atos processuais serão realizados § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios
nos prazos prescritos em lei. sem anuência das partes. (ou seja, é possível reduzir
se houver anuência)
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os
prazos em consideração à complexidade do ato. Quando há uma suspensão de prazo, o processo não é
suspenso e sim o curso do prazo processual.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
21

A suspensão do prazo processual implica a retomada que concerne aos prazos processuais, que:
da contagem do prazo de onde o mesmo foi suspen-
so. a. o Ministério Público dispõe do prazo em quádru-
plo para contestar;
A interrupção de prazo implica na recontagem do pra- b. reputa-se tempestivo o ato praticado antes do
zo desde o início. termo a quo da fluência do prazo;
c. não havendo norma jurídica expressa ou prazo fi-
xado pelo juiz, deve a parte praticar o ato proces-
sual que lhe incumbir em quarenta e oito horas;
QUESTÕES d. os litisconsortes com procuradores diferentes,
ainda que integrantes de um mesmo escritório
50. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018 de advocacia, têm o benefício do prazo em dobro
De acordo com o Código de Processo Civil em vi- para que se manifestem;
gor, é correto afirmar, no tocante aos prazos pro- e. salvo disposição em contrário, os prazos são con-
cessuais, que: tados incluindo-se o dia do começo e o do ven-
cimento.
a. devem eles ser contados em dias corridos;
b. o ato processual praticado antes de seu termo ini-
cial deve ser reputado intempestivo; 53. FGV - Procurador (Paulínia)/2016 Com relação
c. ficam eles suspensos entre os dias 24 de dezem- à contagem de prazos, assinale V para a afirmativa
bro e 07 de janeiro, inclusive; verdadeira e F para a falsa.
d. não havendo regra legal ou prazo fixado pelo juiz,
será de cinco dias o prazo para a prática do ato a ( ) A contagem de prazo em dias úteis se aplica apenas
cargo da parte; aos prazos processuais quando estabelecida por lei ou
e. salvo disposição em contrário, são eles contados pelo juiz.
incluindo-se o dia do começo e o do vencimento.
( ) O ato praticado antes do termo inicial do prazo não
será considerado tempestivo.
51. FGV - Analista Técnico (TCE TO)/Direito/2022
Feita a citação por meio eletrônico, no endereço ( ) A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido ex-
previamente indicado pelo citando nos cadastros clusivamente em seu favor, desde que o faça de ma-
do Poder Judiciário, acompanhada das orienta- neira expressa.
ções para a realização da confirmação de recebi-
mento e de código identificador, o prazo de res- As afirmativas são, respectivamente,
posta começa a fluir no:
a. F, V e F.
A) dia útil seguinte à confirmação do recebimento da b. F, V e V.
citação; c. V, F e F.
d. V, V e F.
a. dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo e. V, F e V.
juiz;
b. dia útil seguinte à juntada aos autos da confirma-
ção do recebimento da citação; Preclusão
c. segundo dia útil seguinte à confirmação do rece-
bimento da citação; A preclusão é a perda de um poder/faculdade proces-
d. quinto dia útil seguinte à confirmação do recebi- sual em decorrência do vencimento do prazo estipu-
mento da citação. lado.

Preclusão temporal: É a perda de um poder


52. FGV - Técnico do Ministério Público (MPE RJ)/ processual em razão de seu não exercício no prazo
Notificação e Atos Intimatórios/2016 De acor- devido. (art.223 do CPC)
do com a disciplina em vigor, é correto afirmar, no
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
22

Preclusão consumativa: É a perda de uma faculdade/ comparecer em cartório ou por edital. (Art. 246 § 1º-A
poder processual em razão do exercício desse do CPC)
poder/faculdade já ter sido exercido.
Exceções a preferência ao meio eletrônico (art.247 do
Preclusão lógica: Perda de faculdade/poder processual CPC):
em razão da prática de um ato anterior que com ele é
incompatível. • as ações de estado, observado o disposto no art.
695, § 3º do CPC ;
Comunicação dos atos processuais
• quando o citando for incapaz;
A citação é o meio pelo qual o demandado é integra-
do ao processo. • quando o citando for pessoa de direito público;

Destina-se, portanto, ao réu, executado ou interessa- • quando o citando residir em local não atendido
do. pela entrega domiciliar de correspondência;

Art. 239. Para a validade do processo é indispen- • quando o autor, justificadamente, a requerer de
sável a citação do réu ou do executado, ressalvadas outra forma.
as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de
improcedência liminar do pedido. A intimação é o ato que informa, comunica a parte
sobre atos e termos do processo. Diante dessa in-
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do formação, a parte pode tomar alguma medida: defen-
executado supre a falta ou a nulidade da citação, der-se, manter-se inerte por exemplo. Nesses termos,
fluindo a partir desta data o prazo para apresentação pode haver intimação de autores, réus, auxiliares (ex:
de contestação ou de embargos à execução. peritos), terceiros interessados e etc.

Em regra, a citação segue o princípio da pessoalidade: A preferência é a intimação eletrônica, em portal pró-
prio se não for possível, publicação em órgão oficial
Art. 242 do CPC: A citação será pessoal, podendo, no (ex: Diário de Justiça Eletrônico).Se ainda não for
entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou possível, tentar-se-á a intimação pelo correio (arts.
do procurador do réu, do executado ou do interessa- 273, II, 274, caput e 275, caput). Ainda se o advogado
do. se fizer presente em cartório, será diretamente inti-
mado pelo escrivão ou chefe de secretaria (art. 274,
Modo de citação caput).

Art. 246 do CPC: A citação será feita preferencialmen- Se nenhuma dessas intimações ocorrerem, a intimação
te por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias se fará por meio de oficial de justiça (art. 275, caput).
úteis, contado da decisão que a determinar, por meio
dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no A notificação é mencionada no CPC apenas em juris-
banco de dados do Poder Judiciário, conforme regula- dição voluntária, destinando-se a comunicar alguém
mento do Conselho Nacional de Justiça. para que manifeste sua vontade em relação a assunto
juridicamente relevante.
§ 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da
justiça, passível de multa de até 5% (cinco por cen- Cartas
to) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo
legal, sem justa causa, o recebimento da citação re- arts. 260 a 268 do CPC.
cebida por meio eletrônico.
Rogatória: para realização de atos processuais es-
Caso não ocorra a confirmação do recebimento da trangeiros. É uma solicitação dirigida à autoridade
citação eletrônica no prazo estipulado (3 dias úteis), estrangeira (tradução juramentada) de um país para
a citação será realizada pelo correio, oficial de justi- o outro.
ça, pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
23

Art. 105 da CF: Compete ao Superior Tribunal de Jus- ção pelos mesmos danos materiais mencionados
tiça: no âmbito administrativo.
Todavia, sustenta o servidor que o processo judicial é
I – processar e julgar, originariamente: inválido, pois em momento algum foi citado para in-
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a tegrar a lide processual ou praticou qualquer ato pro-
concessão de exequátur às cartas rogatórias; (In- cessual no referido processo.
cluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Nesse cenário, sendo constada a veracidade dessa in-
De Ordem: delegação da prática de atos processuais a formação, o referido processo judicial é:
instâncias inferiores em uma relação de subordinação.
Se o ato tiver de se realizar fora dos limites territoriais a. válido, uma vez que o processo judicial é precedi-
do local de sua sede – art. 236, §2o c/c art. 237, II, CPC. do de processo administrativo, no qual o servidor
teve a oportunidade de se defender;
Precatória: instrumento realizado entre comarcas. b. inválido, por força da litispendência, uma vez que
a questão já foi decidida no processo administra-
Juízo Deprecante ------------- Juízo Deprecado tivo em que o servidor participou;
c. válido, uma vez que os fatos narrados já foram
Na carta precatória, não há relação de hierarquia, e, objeto de contraditório no âmbito administrativo
sim, competência funcional horizontal e cooperação e as provas podem ser emprestadas ao processo
jurídica nacional. judicial;
d. inválido, uma vez que já há decisão administrativa
Sobre a dispensa da carta precatória: impondo a condenação final do servidor pela re-
ferida prática do ato ilegal;
Art. 255 do CPC: Nas comarcas contíguas de fácil e. inválido, pois não pode haver desenvolvimento
comunicação e nas que se situem na mesma região válido e regular do processo judicial sem que te-
metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em nha sido o servidor validamente citado.
qualquer delas,citações, intimações, notificações, pe-
nhoras e quaisquer outros atos executivos.
55. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Judiciá-
Caráter Itinerante das Cartas ria/2018 Na instrução de uma demanda judicial
que tramita na comarca de Maceió, foi requeri-
Art. 262. A carta tem caráter itinerante, podendo, an- da pela parte autora a oitiva de uma testemunha
tes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento, ser que domicílio em área territorial que pertence à
encaminhada a juízo diverso do que dela consta, a fim comarca de Porto Calvo. Ocorre que expedida a
de se praticar o ato. carta precatória para a referida oitiva, percebeu o
juízo deprecado que a testemunha residia na área
Parágrafo único. O encaminhamento da carta a outro abrangida pela comarca de Maragogi.
juízo será imediatamente comunicado ao órgão expe-
didor, que intimará as partes. Nesse cenário, deverá o juízo de Porto Calvo:

a. cumprir a carta, pelo princípio da tempestividade


dos atos processuais;
QUESTÕES b. devolver a carta ao juízo de Maceió, para que lá
seja encaminhada ao juízo de Maragogi;
54. FGV - Técnico Judiciário (TJDFT)/Administrati- c. remeter a carta ao juízo de Maragogi, em face do
va/2022 Após regular procedimento administra- seu caráter itinerante;
tivo instaurado para apurar irregularidades prati- d. suscitar conflito de competência ao Tribunal de
cadas por um servidor público, foi aplicada a esse Justiça para que este decida qual o juízo compe-
servidor a devida pena disciplinar, por se entender tente;
configurada a prática imputada. Após o término e. devolver a carta ao juízo de Maceió para que este
deste expediente, foi o servidor também deman- suscite o conflito de competência.
dado e condenado em uma ação civil de repara-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Nulidades dos atos processuais II. Quando a lei prescrever determinada forma sob
pena de nulidade, a decretação desta não pode ser
Art. 276 do CPC: Quando a lei prescrever determinada requerida pela parte que lhe deu causa.
forma sob pena de nulidade, a decretação desta não
pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. III. O processo é nulo quando o membro do Ministério
Público não for intimado a acompanhar o feito em que
art. 278 do CPC: A nulidade dos atos DEVE SER ALEGA- deva intervir, porém a nulidade só pode ser decretada
DA NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE EM QUE COUBER após a intimação do Ministério Público, que se mani-
À PARTE FALAR NOS AUTOS, sob pena de preclusão. festará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às Está correto o que se afirma em:
nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem
prevalece a preclusão provando a parte legítimo im- a. I, apenas.
pedimento. b. II, apenas.
c. I e III, apenas.
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Mi- d. II e III, apenas.
nistério Público não for intimado a acompanhar o feito e. I, II e III.
em que deva intervir.

§ 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento TUTELA PROVISÓRIA


do membro do Ministério Público, o juiz invalidará
os atos praticados a partir do momento em que ele TUTELA DEFINITIVA: aquela obtida com base em cog-
deveria ter sido intimado. nição exauriente, com profundo debate acerca do
objeto da decisão, garantindo-se o devido processo
§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intima- legal, o contraditório e a ampla defesa.
ção do Ministério Público, que se manifestará sobre a
existência ou a inexistência de prejuízo. TUTELA PROVISÓRIA: tem por finalidade antecipar o
gozo de determinado direito ou assegurá-lo a fim de
A lógica consiste: Primeiro, o juiz deve avaliar se o de- que possa ser gozado em momento oportuno.
feito é irrelevante. Se não houver prejuízo, o defeito é
irrelevante aplica-se o princípio da instrumentalida- Características da tutela provisória: cognição sumária,
de das formas. O juiz verifica ainda se não é possível precariedade, impossibilidade da coisa julgada.
aproveitar o ato como se fosse outro (princípio da
fungibilidade), por força do art. 283, CPC. Espécies de tutela provisória
Além disso, o juiz deve pode observar se não é possí-
vel corrigir o defeito (princípio da sanabilidade dos tutela de antecipada: é satisfativa e urgente. Nessa tu-
atos processuais), por força do art. 282, CPC. tela antecipa-se a concessão da prestação jurisdicional
à parte em razão de alguma situação urgente.

Tutela cautelar: é provisória e fundada na urgência. A


QUESTÕES diferença dessa tutela é que nesse caso ela é conser-
vativa. Não há concessão da tutela jurisdicional, mas
56. FGV - Analista de Gestão (COMPESA)/Advoga- conservação do interesse da parte a fim de que ela
do/2016 Considerando as regras sobre nulidade possa ser beneficiada posteriormente com a tutela ju-
dos atos processuais previstas no Código de Pro- risdicional.
cesso Civil em vigor, analise as afirmativas a seguir.
tutela de evidência: caracteriza-se pela provisoriedade
I. O juiz, ao pronunciar a nulidade dos atos, mandará e por ser satisfativa. A grande distinção em relação à
repetir o ato ou suprir-lhe a falta mesmo quando pu- tutela antecipada é que não há urgência. Nesse caso,
der decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a cessão antecipada da tutela jurisdicional não se fun-
a decretação da nulidade. da na urgência, mas na evidência do direito pleiteado
pelo autor. (art. 311 CPC)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
25

PROCESSO E Assim, o inicio da formação do processo segue a se-


guinte lógica:
PROCEDIMENTO 1.Protocolo (art. 312): marco da propositura da de-
Segundo o CPC, os procedimentos classificam-se em: manda;

• Procedimento Comum – divide-se em fases: pos- 2.Registro ou Distribuição (arts. 284 a 290) -torna
tulatória; saneadora ou organização do processo; prevento o juízo (art. 59) e determina a competência
instrutória ou probatória; e decisória. (art. 43);
• Procedimentos Especiais de Jurisdição Contencio-
sa. Registro: quando houver uma vara OU
• Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária. Distribuição: quando houver dois juízos com
competência idêntica.
Formação, Suspensão e extinção do processo
3. Despacho do Juiz que ordena a citação (art.240,
FORMAÇÃO §1º) interrompe a prescrição que retroage à data da
propositura da demanda.
Art. 312 do CPC: Considera-se proposta a ação
quando A PETIÇÃO INICIAL FOR PROTOCOLADA, to- 4. Citação (art. 240): induz litispendência, torna litigio-
davia, a propositura da ação só produz quanto ao réu sa a coisa, constitui em mora o devedor.
os efeitos mencionados no art. 240 depois que for va-
lidamente citado. Esquematizando:

• Petição Inicial (PI): art. 319 do CPC não é taxativo,  Qualificação das partes
havendo alguns dispositivos que exigem mais da  Causa de Pedir
petição inicial, a exemplo dos documentos indis-  Pedido
pensáveis à propositura (art. 320, CPC); pagamen-  Valor da Causa
 Juntada de Documentos Indispensáveis e Indicação
to das custas iniciais (art. 82, CPC), bem como uso
dos Meios de Prova que Pretende Utilizar
da língua portuguesa (art. 192, CPC).  Indicação dos Meios de Prova
 Informar se pretende realizar ou não a audiência de
Requisitos: conciliação e mediação

 Endereçamento
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
26

Se houver alguma irregularidade na PI, o juiz deve, complete, indicando com precisão o que deve ser
com base no princípio da cooperação intimar o autor corrigido ou completado.
para corrigi-la, emendá-la.
Haverá o INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL do
Art. 321 O juiz, ao verificar que a petição inicial não juiz que não admite/rejeita a petição inicial antes mes-
preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que mo de o réu ser citado, não havendo condenação do
apresenta defeitos e irregularidades capazes de di- autor ao pagamento de honorários advocatícios. As
ficultar o julgamento demérito, determinará que o hipóteses estão previstas no artigo 330 do CPC.
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a

IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO: art.332 do CPC


Art. 332. Nas causas que dispensem a fase Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
instrutória, o juiz, independentemente da citação do
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em
réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
controle concentrado de constitucionalidade;
que contrariar:
II - os enunciados de súmula vinculante;
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; III - os acórdãos em incidente de assunção de
competência ou de resolução de demandas
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal
repetitivas e em julgamento de recursos
ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento
extraordinário e especial repetitivos;
de recursos repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal
III - entendimento firmado em incidente de
Federal em matéria constitucional e do Superior
resolução de demandas repetitivas ou de assunção
Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
de competência;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre
quais estiverem vinculados.
direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.

• Contestação: consiste na defesa do réu às pre- foi feita a citação, nos demais casos.
tensões formuladas pelo autor na qual se con-
centram todos os elementos de resistência. Qual o conteúdo da contestação? Alegar hipóteses
previstas no art.337 do CPC com as pretensões regida
Art. 335 do CPC: O réu poderá oferecer contestação, pelo principio da eventualidade (possibilidade do
por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo réu apresentar todas as teses na contestação para
inicial será a data: a eventualidade do juiz não acolher uma analisar a
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da outra).
última sessão de conciliação, quando qualquer parte
não comparecer ou, comparecendo, não houver auto- Revelia: Art. 344 do CPC. Se o réu não contestar a
composição; ação, será considerado revel e presumir-se-ão verda-
deiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
II - do protocolo do pedido de cancelamento da au-
diência de conciliação ou de mediação apresentado Efeito material: recai sobre os fatos e não sobre o direi-
pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, to da parte (confissão dos fatos afirmados pelo autor e
inciso I ; não impugnados pelo réu -presunção relativa).
III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
27

Efeito formal: ocorre se o réu não constituir advogado II - pela convenção das partes; (o prazo de suspensão
nos autos, dessa forma os prazos para o réu revel flui- nunca poderá exceder 6 meses)
rão da data da publicação do ato decisório no órgão
oficial (art. 346 do CPC). III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;

Reconvenção: é o exercício do direito de ação do réu IV- pela admissão de incidente de resolução de de-
dentro do processo em que foi demandado. mandas repetitivas;

Art. 343 do CPC: Na contestação, é lícito ao réu pro- V - quando a sentença de mérito: (o prazo de sus-
por reconvenção para manifestar pretensão própria, pensão do processo nunca poderá exceder a 1 ano)
conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa. a) depender do julgamento de outra causa ou da de-
O réu pode propor reconvenção independente- claração de existência ou de inexistência de relação
mente de oferecer contestação! jurídica que constitua o objeto principal de outro pro-
cesso pendente;
Providências preliminares: Art. 347 do CPC: Findo o
prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o b) tiver de ser proferida somente após a verificação
caso, as providências preliminares constantes das se- de determinado fato ou a produção de certa prova,
ções deste Capítulo. requisitada a outro juízo;

Julgamento conforme o estado do processo: VI - por motivo de força maior;

• Julgamento antecipado de mérito: o proces- VII - quando se discutir em juízo questão decorrente
so de conhecimento, há as fases postulatória de acidentes e fatos da navegação de competência do
(propositura até providências preliminares); Tribunal Marítimo;
de saneamento; instrutória e, por fim, decisó-
ria. O julgamento antecipado do mérito se dá VIII - nos demais casos que este Código regula.
quando não houver necessidade de se aden-
trar na fase instrutória. (art.355 do CPC). IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quan-
do a advogada responsável pelo processo constituir
Do julgamento antecipado de mérito o juiz a única patrona da causa; (período de suspensão de
proferindo sentença com resolução de mérito, 30 dias)
no entanto se for julgamento antecipado PAR-
CIAL do mérito o juiz proferirá uma decisão X - quando o advogado responsável pelo processo
interlocutória. constituir o único patrono da causa e tornar-se pai.
(período de suspensão de 8 dias)
• Extinção do Processo: Art. 354. Ocorrendo
qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 EXTINÇÃO
e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.
art. 316 do CPC: A extinção do processo dar-se-á por
Em regra, a natureza jurídica da decisão será sentença. sentença.
Contudo, se disser respeito a parcela do processo, será
decisão interlocutória agravável.

SUSPENSÃO QUESTÕES
art. 313 do CPC. Suspende-se o processo: 57. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019
No que se refere à citação, é correto afirmar que:
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual
de qualquer das partes, de seu representante legal ou a. é o ato pelo qual o réu e o executado são
de seu procurador; (15 dias para constituir novo ad- convocados para que ofereçam contestação;
vogado)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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b. o comparecimento espontâneo do demandado material estabelecida pelo resultado da primeira ação;


não supre a sua falta, devendo o ato ser ratificado e. o processo da 1ª Vara não poderia ter sido extinto sem
por Oficial de Justiça; a concordância do réu, por isso, bastaria peticionar no
c. o ato citatório válido só induzirá à litispendência primeiro processo e prosseguir com o feito.
caso seja ordenada por juízo competente;
d. transitada em julgado a sentença de improcedên-
cia antes da citação do réu, este deverá ser comu- 60. FGV - Técnico Superior Jurídico (DPE RJ)/2019
nicado de seu teor; Ao apreciar uma petição inicial, para fins de exa-
e. o novo Código de Processo Civil aboliu a modali- me positivo ou negativo de admissibilidade da de-
dade citatória da hora certa. manda, o juízo percebeu ser relativamente incom-
petente para a causa e, ainda, que era equivocado
o valor que lhe fora atribuído pelo autor.
58. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE
RJ)/2019 Pedro propôs demanda em face de Nesse cenário, poderá o juízo, de ofício e imediata-
João, imputando-lhe o fato de tê-lo agredido fi- mente:
sicamente, o que, alegadamente, lhe gerou danos
a. determinar a remessa do feito para o órgão competen-
materiais e morais, cujas indenizações pleiteia.
te;
b. retificar o valor atribuído à causa;
Está-se diante de cumulação de pedidos: c. extinguir o feito, dada a ausência de um dos pressupos-
tos processuais de validade;
a. sucessiva; d. determinar a intimação do réu para que ofereça impug-
b. alternativa; nação ao valor da causa;
c. subsidiária; e. suscitar o conflito de competência.
d. simples;
e. imprópria.
61. FGV - Analista Judiciário (TJ MS)/Fim/Bacharel
em Direito/2022 Após sofrer um acidente de-
59. FGV - Técnico Judiciário (TJDFT)/Administrati- corrente de um ato ilícito praticado pelo réu, o au-
va/2022 Joaquim propôs ação judicial em face de tor demandou em face deste pedindo um ressarci-
Carlos, que foi distribuída para o juízo da 1ª Vara mento pelo dano material sofrido, sem indicar um
Cível da Comarca da Capital. valor determinado na petição inicial, pois entendia
que não era possível mensurá-lo no momento da
Antes da citação do réu, Joaquim requereu a desis- distribuição da ação, sem o conhecimento de to-
tência do feito, porque via a possibilidade de celebrar das as consequências do referido ato.
um acordo extrajudicial, o que motivou a extinção do
feito pelo juízo. Tendo em vista a infrutífera tentativa Nesse sentido, é correto afirmar que:
de tal acordo, Joaquim propôs nova ação judicial, rei-
terando todos os elementos da ação anterior, e que foi a. o juiz deve intimar o autor para emendar a petição ini-
distribuída, por sorteio, para o juízo da 2ª Vara Cível da cial, sob pena de indeferimento, por lhe faltar o pedido
Comarca da Capital. determinado;
b. considerar-se-á inepta a petição inicial e deverá o juiz
julgar de imediato extinto o processo, sem resolução
Nesse cenário, é correto afirmar que: do mérito;
c. é lícito formular o referido pedido genérico, pois a
a. o juízo da 2ª Vara é incompetente, tendo em vista que a dúvida se refere apenas à extensão do dano, que ainda
distribuição deveria ser por dependência ao juízo da 1ª é desconhecida;
Vara Cível da Capital; d. a petição inicial será indeferida, uma vez que se tornará
b. o processo deve ser extinto, por falta de interesse pro- excessivamente oneroso ao réu o seu direito de defesa;
cessual, uma vez que bastaria desarquivar o processo e. o processo deve prosseguir, uma vez que a regra pro-
anterior; cessual não exige que o pedido seja determinado na
c. o juízo da 2ª Vara é competente, tendo em vista que inicial.
não houve resolução do mérito na primeira ação, o que
demanda a livre distribuição da segunda ação;
d. o processo deve ser extinto, por força da coisa julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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62. FGV - Oficial do Ministério Público (MPE a. deixar de receber a segunda contestação, em ra-
RJ)/2019 Sobre a formação do processo, é corre- zão da preclusão temporal;
to afirmar que: b. deixar de receber a segunda contestação, em ra-
zão da preclusão lógica;
a. não é considerada válida a citação ordenada por c. deixar de receber a segunda contestação, em ra-
juízo incompetente e deixa de produzir seus re- zão da preclusão consumativa;
gulares efeitos, como induzir litispendência, tornar d. receber a segunda contestação, já que apresenta-
litigiosa a coisa e constituir em mora o devedor; da dentro do prazo legal;
b. não é considerada válida a citação ordenada por e. receber a segunda contestação, em homenagem
juízo incompetente, mas produz os efeitos de in- às garantias da ampla defesa e do contraditório.
duzir litispendência, tornar litigiosa a coisa e cons-
tituir em mora o devedor;
c. considera-se proposta a ação com a formalização 65. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judi-
da relação processual entre as partes, materializa- ciário e Administrativo/2022 Em razão de um
da pela citação; acidente de trânsito de que lhe advieram lesões
d. considera-se proposta a ação quando a petição corporais, André ajuizou ação em face de Bruno,
inicial for protocolada, todavia, a propositura da pleiteando a sua condenação a lhe pagar verba
ação só produz efeitos quanto ao réu depois que reparatória de danos morais, no montante de dez
for validamente citado; mil reais, e bem assim de verba ressarcitória de da-
e. considera-se proposta a ação quando a petição nos materiais, esta na quantia de quinze mil reais.
inicial for protocolada, todavia, a propositura da
ação só produz efeitos quanto ao réu depois que Depois do juízo positivo de admissibilidade da de-
apresentar a contestação. manda e da citação de Bruno, este, observando que
o valor da causa atribuído na petição inicial foi de um
mil reais, pretende impugná-lo, a fim de vê-lo majora-
63. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Jus- do para o patamar de vinte e cinco mil reais.
tiça Avaliador/2018 NÃO constitui causa de sus-
pensão do processo: Nesse contexto, é correto afirmar que Bruno:

a. a perda da capacidade processual de qualquer das a. deverá suscitar a questão por meio da arguição
partes; de preliminar em contestação, a qual será acolhida
b. a morte do representante legal de qualquer das pelo juiz;
partes; b. deverá suscitar a questão por meio da arguição de
c. a arguição de incompetência do juízo; preliminar em contestação, a qual será rejeitada
d. a admissão de incidente de resolução de deman- pelo juiz;
das repetitivas; c. deverá suscitar a questão por meio do incidente
e. a convenção das partes. de impugnação ao valor da causa, o qual será aco-
lhido pelo juiz;
d. deverá suscitar a questão por meio do incidente
64. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018 de impugnação ao valor da causa, o qual será re-
Citado regularmente, o réu ofereceu contestação jeitado pelo juiz;
no quinto dia do prazo de que dispunha para tan- e. não poderá suscitar a questão, pois a atribuição
to. Mas, depois de protocolizada a sua peça de do valor da causa pela parte autora se funda em
bloqueio, lembrou-se ele de outra tese defensiva critérios estimativos.
que lhe seria aproveitável, não suscitada em sua
contestação e tampouco sendo cognoscível ex
officio pelo juiz. Assim, optou o demandado por
ofertar nova contestação, o que fez no décimo
segundo dia após o da juntada do mandado de
citação.

Nesse cenário, deve o juiz:


DIREITO PROCESSUAL CIVIL
30

66. FGV - Técnico Judiciário (TJ AL)/Judiciária/2018 modo diverso.


No procedimento comum, a via pela qual o réu
pode manifestar pretensão própria, conexa com a § 2º Quando a causa apresentar questões complexas
ação principal ou com o fundamento da defesa, é: de fato ou de direito, o debate oral poderá ser subs-
tituído por razões finais escritas, que serão apresenta-
A) exceção; das pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério
B) reconvenção; Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos
C) querela nullitatis; sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista
D)impugnação ao cumprimento de sentença; dos autos.

Audiência de Instrução e Julgamento


QUESTÕES
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz decla- 67. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Jus-
rará aberta a audiência de instrução e julgamento e
mandará apregoar as partes e os respectivos advo- tiça Avaliador/2018 Raimundo, Oficial de Justiça,
gados, bem como outras pessoas que dela devam por duas vezes procurou pelo réu em seu domicí-
participar. lio para cumprimento de um mandado de citação.
Suspeitando de que o réu está se ocultando em
recebê-lo, intimou um vizinho do réu, que pre-
É ato processual complexo, composto por vários atos senciou a tentativa frustrada de citação, de que,
praticados pelo magistrado, por serventuários, partes, no dia útil imediato, voltaria às 13 horas, a fim de
advogado, membro do MP, procuradores, defensores. efetuar a citação. No dia e hora designados, Rai-
mundo realiza a citação do réu, que se encontrava
no local. Ultimado o prazo de resposta, uma vez
Segue a seguinte ordem: abertura, pregão, tentativa que não fora designada audiência de conciliação,
de conciliação, esclarecimentos do perito e do assis- percebeu-se que o réu não ofereceu contestação.
tente técnico, depoimento pessoal, oitiva das teste-
munhas, debates orais e prolação de sentença. Nesse cenário, deverá o juízo:

Quando a audiência poderá ser adiada? (art. 362 do a. decretar a revelia do réu e nomear um curador es-
CPC) pecial para apresentar defesa;
b. julgar procedente o pedido imediatamente, sem
1ª SITUAÇÃO: convenção das partes; decretar a revelia, pela aquiescência ao pedido;
2ªSITUAÇÃO: não comparecimento justificado da par- c. nomear um curador especial para apresentar de-
te quando necessária a presença; fesa, o que impedirá o reconhecimento da revelia;
3ªSITUAÇÃO: atraso injustificado superior a 30 minu- d. seguir com o processo, sem decretar a revelia e
tos sem nomear curador especial;
e. decretar a revelia do réu e seguir com o processo
Debates orais: para fase instrutória ou decisória.

Art. 364 do CPC. Finda a instrução, o juiz dará a pa-


lavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao PROVAS
membro do Ministério Público, se for o caso de sua
intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) São instrumentos para a formação do convencimento
minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minu- do juiz sobre os fatos que são objeto da atuação ju-
tos, a critério do juiz. risdicional.

§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro intervenien- Princípios basilares:


te, o prazo, que formará com o da prorrogação um só
todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não • Princípio da atipicidade dos meios de prova:
convencionarem de
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
31

Art. 5º, LVI, da Constituição Federal estabelece que Atenção! As partes também podem inverterem o ônus
“são inadmissíveis, no processo,as provas obtidas da prova desde que não recaia sobre direito indisponí-
por meios ilícitos”. vel da parte e torne excessivamente difícil a uma parte
o exercício do direito.
• Princípio do convencimento motivado e da
comunhão da prova: Nem todos os fatos dependem de prova, vejamos (art.
374 do CPC):
Art. 371, do CPC.
O juiz possui liberdade para apreciar a prova e Fatos notórios: são aqueles que não dependem de
deve fundamentar suas decisões. As provas pro- prova para serem admitidos como verdadeiros no pro-
duzidas no processo são compartilhadas entre as cesso. São fatos de conhecimento geral;
partes envolvidas, embora seja dirigida principal-
mente ao magistrado para que ele possa formar a Fatos afirmados por uma das partes e confessado pela
convicção. parte contrária: uma parte alegou e a outra confessou
que se trata de fato verdadeiro não havendo necessi-
dade de se provar:
Pode prova emprestada?
Fatos controvertidos: são fatos não impugnados pela
Sim, dependendo dos seguintes requisitos: outra parte;

a. produção regular no processo de origem; Fatos em cujo favor milita presunção legal de veraci-
b. observância do contraditório no processo de ori- dade: quando presume a ocorrência do fato ou sua
gem; veracidade na lei, dispensando a parte, portanto, da
c. observância do contraditório no processo de produção de prova a seu respeito.
destino.
Atenção! O art. 376, do CPC preceitua que compete à
Distribuição do ônus da prova parte provar:

O ônus da prova consiste em atribuir a alguém o dever a) direito municipal;


de comprovar. (art. 373 do CPC) b) direito estadual;
c) direito estrangeiro;
• O autor deve provar os fatos constitutivos do d) direito consuetudinário.
direito que alega em Juízo;
• O réu deve provar os fatos impeditivos, modi- Produção antecipada de prova
ficativos ou extintivos do direito do autor.
O art. 381, do CPC, estabelece as hipóteses:
O juiz poderá atribuir de modo diverso, o que se de-
nomina inversão do ônus da prova e será possível • quando a parte não puder aguardar o mo-
quando: mento regular de realização de provas no
processo, pois se aguardar até a instrução, a
• àquele que a lei específica prevê que deve prova pode se tornar impossível ou muito di-
provar os fatos; fícil de ser verificada;
• a outra parte, quando verificado, no caso con- • se a produção antecipada da prova permitir,
creto, a impossibilidade de quem deveria fa- que as partes cheguem à solução do litígio;
zê-lo; • se a possibilidade de produção antecipada de
• a outra parte, quando verificado, no caso con- prova para definir se a parte irá, ou não, de-
creto, que a produção da prova por quem de- mandar contra o réu.
veria fazê-lo for extremamente difícil; e
• àquele que tiver mais facilidade em obter a
prova dos fatos discutidos.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
32

Provas em espécie Haverá a retirada dos autos, na hipótese de a parte


que juntou o documento concordar que o documento
- Ata notarial não é válido.

instrumento elaborado por tabelião com o in-


tuito de documentar fatos jurídicos. QUESTÕES
- Depoimento Pessoal e Interrogatório 68. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judi-
ciário e Administrativo/2022 José propôs uma
É a oitiva das partes na audiência de instrução ação em face de João, afirmando ser credor deste
e julgamento, que será requerida pela parte na quantia de cem mil reais, por força de um con-
adversa. trato de mútuo celebrado entre ambos. O réu con-
fessou a existência do contrato, mas afirmou já ter
- Confissão quitado toda a obrigação estipulada. Analisando a
hipótese fática apresentada, é correto afirmar que:
É o reconhecimento voluntário da ocorrência
de um fato contrário ao interesse da parte que a. incumbe ao autor a prova da existência de seu cré-
confessa. dito afirmado no contrato de mútuo;
b. incumbe ao autor a prova de que recebeu o paga-
- Exibição de Documento ou Coisa mento afirmado pelo devedor;
c. incumbe ao réu a prova da existência do contrato
É disciplinado entre os arts. 396 a 404, do CPC; de mútuo afirmado por ele;
Esse documento ou coisa pode estar em po- d. o juiz apreciará a prova produzida no processo
der da parte ou em poder de terceiro. conforme sua íntima convicção;
e. incumbe ao réu a prova da quitação da obrigação
PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL afirmada pelo autor no contrato de mútuo.

O AUTOR produz a prova documental na INICIAL; o


RÉU na CONTESTAÇÃO. Após, ocorre a PRECLUSÃO. 69. FGV - Analista Legislativo (ALERO)/Processo
Legislativo/2018 Acerca das provas no processo
Exceção: é permitida juntada anterior de provas se for civil, assinale a afirmativa correta.
destinado a comprovar:
a. O ônus da prova incumbe ao réu quanto aos fatos
a. fatos novos; constitutivos do direito.
b. fatos antigos, cuja ciência à possibilidade de jun- b. Não dependem de prova os fatos notórios, mas
tada ocorreu após a inicial/contestação; precisam ser provados os afirmados por uma par-
c. documentos necessários para contrapor provas da te e confessados pela parte contrária.
outra parte, desde que seja igualmente nova, ou c. Não cabe a prova de direito, mas apenas das ale-
seja, após a inicial/contestação. gações fáticas.
d. O juiz poderá admitir a utilização de prova pro-
ARGUIÇÃO DE FALSIDADE duzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor
que considerar adequado, observado o contradi-
O réu pode arguir na contestação (quando juntado tório.
com a inicial) e o autor na réplica (quando juntado e. Diante das peculiaridades da causa, é possível ao
com a contestação); e no prazo de 15 dias contados juiz na sentença distribuir o ônus da prova da ma-
da intimação, quando juntados no curso do procedi- neira que entender mais justa.
mento.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
33

SENTENÇA E COISA Classificação quanto à resolução ou não do mérito

JULGADA A sentença terminativa é aquela que encerra a fase


cognitiva SEM JULGAR O MÉRITO e que está descrita
no art. 485, do CPC.
Conceito de sentença:
A sentença definitiva é aquela que encerra a fase cog-
Art. 203, §1º do CPC: Ressalvadas as disposições expres- nitiva COM O ENFRENTAMENTO DO MÉRITO na forma
sas dos procedimentos especiais, sentença é o pronun- do art.487, do CPC.
ciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos
arts. 485 e 487 (conteúdo), põe fim à fase cognitiva
do procedimento comum, bem como extingue a Princípio da Congruência: a sentença deve guardar
execução (efeito, finalidade). identidade com o pedido trazido na inicial, sendo, en-
tão, vedado ao juiz pronunciar-se fora dos limites que
lhe foram traçados quando da definição do objeto da
ação.
Sentença é, também, o pronunciamento do juiz que
extingue a execução, tal como o cumprimento ou o A sentença não pode ir além (ultra petita), ficar aquém
pagamento da obrigação. (citra petita) ou ficar fora (extra petita) do pedido, mas
também não pode se fundar em causa de pedir di-
Sentença # despacho # decisão interlocutória versa da narrada, bem como atingir terceiros que não
participam do processo.
Despachos: são pronunciamentos do juiz, também
chamados de atos ordinatórios, que dão andamento Elementos da Sentença
ao processo. Como não têm conteúdo decisório, não
são passíveis de recurso. Relatório: instrumento onde relata as informações e
de tudo o que ocorreu no processo.
Decisão Interlocutória: art. 203, §3º do CPC, é o pro-
nunciamento judicial que decida alguma coisa no pro- Fundamentação: é o ponto central da sentença, pois é
cesso e que não se enquadre no conceito de sentença. o local em que o magistrado analisa o problema jurí-
dico posto pelas partes.
Classificação quanto ao Conteúdo (condenatória,
constitutiva e declaratória). Leitura obrigatória do art. 489, §1º do CPC!

Sentença condenatória: é aquela que, além de decla- Dispositivo: constitui o fecho da sentença, em que o
rar a existência de um direito material, imputa ao réu juiz resume a decisão rejeitando ou acolhendo os pe-
o cumprimento de uma prestação de fazer, não fazer, didos formulados na inicial ou na reconvenção e que
entregar receberá a proteção da coisa julgada.
coisa ou pagar quantia certa.
Coisa Julgada
Sentença constitutiva: É a decisão pela qual se
reconhece um direito potestativo, que tem por Trata-se de instrumento que visa conferir segurança
objetivo criar, alterar ou extinguir situações jurídicas. jurídica àquilo que foi decidido no contexto do pro-
cesso civil. Poder ser classificada:
Sentença declaratória: é aquela que tem por finalidade Coisa julgada formal: preclusão temporal que não per-
certificar a existência, inexistência ou modo de ser de mite
uma situação jurídica (art. 19, I, CPC), cabendo tam- mais a discussão daquele processo.
bém para a declaração de falsidade ou autenticidade
do documento (art. 19, II, CPC). Coisa julgada material: qualidade da sentença que
torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não
mais sujeita a recurso.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
34

O art. 505, do CPC, preceitua que as questões já deci- Protesto


das não podem ser mais objeto de análise.
É uma técnica extrajudicial adotada para induzir o pa-
gamento de determinada prestação.
Portanto, apenas em duas situações é possível analisar
questões emanadas pela coisa julgada material: Quando a sentença transitada em julgado o exequen-
te (credor) poderá requerer ao juiz a intimação do
• modificação no estado de fato ou de direito; e executado (devedor) para efetuar o cumprimento da
• demais casos previstos em lei; sentença no prazo de 15 dias. Decorrido esse prazo
sem o pagamento, temos a possibilidade de utilização
do protesto da sentença judicial.
Cumprimento de Sentença
Impugnação ao cumprimento de sentença
Trata-se do procedimento que fará com que a senten-
ça seja aplicada no mundo dos fatos. O cumprimento Art. 525, do CPC
da sentença será efetuado por requerimento nos au-
tos feito pelo exequente. O condenado de uma sentença será intimado para, no
prazo de 15 dias, efetuar o pagamento espontâneo do
As decisões judiciais, de um modo geral, são conside- valor devido. Caso não efetue o pagamento, sofrerá
radas títulos executivos judiciais. Assim, uma vez reco- multa no valor de 10%, mais honorários também de
nhecida a exigibilidade da obrigação, a parte poderá 10% sobre o valor da condenação. Decorrido esse pra-
promover o cumprimento. zo, automaticamente inicia-se o prazo para a impug-
nação ao cumprimento de sentença.
As decisões homologatórias de autocomposição são
também espécies de título executivo judicial. Esses
acordos de homologação podem ser executados no O que pode ser alegado nessa impugnação? Leitura
bojo do processo (autocomposição judicial) ou inde- obrigatória do §1º do art. 525 do CPC!
pendentemente da existência do processo (autocom-
posição extrajudicial).
A impugnação não possui, em regra, efeito suspen-
Atenção! A sentença penal condenatória já transitada sivo. Isso significa dizer que uma vez protocolada a
em julgado, se prever condenação de pagar quantia, petição de impugnação ao cumprimento de sentença,
poderá ser cumprida no âmbito da justiça civil. o prosseguirá.

Competência para o cumprimento de sentença Poderá haver efeito suspensivo determinado pelo juí-
zo se houver:
Art. 515 do CPC:
1º – requerimento do executado;
• Caso se trate de processo que esteja tramitan- 2º - oferecimento de garantia por intermédio de pe-
do originariamente no tribunal, será o próprio nhora, caução ou depósito; e
tribunal o órgão competente para o cumpri- 3º - execução capaz de gerar grave dano de difícil ou
mento; incerta reparação.
• Caso se trate de processo que tramite no pri-
meiro grau de jurisdição, a competência será,
em regra, do órgão que sentenciou o proces-
so;
• Caso se trate de processo cujo título executivo
se formou no juízo penal, arbitral, no estran-
geiro ou em tribunal marítimo, o cumprimen-
to de sentença tramitará no juízo competente
para analisar a matéria cível, caso o processo
fosse ajuizado diretamente no juízo cível.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
35

QUESTÕES 72. FGV - Analista Judiciário (TJ MS)/Fim/Bacharel


em Direito/2022 Proposta demanda de alimen-
tos, no juízo com competência para a matéria de
70. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019
família, sob a alegação de ser o réu o suposto pai
Vencida e não cumprida determinada obrigação
do autor. A contestação sustenta a inexistência
contratual, o credor ajuizou ação em que pleiteava
dessa relação jurídica de paternidade, bem como
a condenação do devedor a pagá-la. Depois de
a impossibilidade financeira do réu de prestar tal
contestada a demanda, e encerrada a fase instru-
obrigação. Após a produção de prova pericial,
tória, o juiz reputou configurados os fatos cons-
atestando a veracidade da questão prejudicial
titutivos do direito alegado pelo autor, vindo a
afirmada, o juiz decide, de forma expressa e in-
acolher a sua pretensão. Além do pagamento da
cidentalmente no processo, que a paternidade é
obrigação contratual, foi o réu condenado a pa-
positiva e condena o réu ao pagamento dos ali-
gar juros moratórios legais, correção monetária e
mentos pretendidos.
honorários de sucumbência, itens que não haviam
sido objeto de pedido na inicial.
Nesse cenário é correto afirmar que:
Nesse quadro, a sentença proferida foi:
a. não fará coisa julgada a questão da paternidade,
uma vez que a demanda tem por pedido a presta-
a. nula, por ultra petita;
ção alimentícia;
b. nula, por extra petita;
b. fará coisa julgada a questão da paternidade, im-
c. nula, por citra petita;
pedindo que essa relação venha a ser discutida
d. válida;
em processo posterior;
e. válida, embora o seu excesso deva ser podado
c. a sentença é extra petita, pois julgou uma relação
pelo tribunal.
jurídica que não foi objeto do pedido;
d. a sentença é ultra petita, uma vez que reconheceu
a paternidade em uma ação de alimentos;
71. FGV - Procurador Judicial (CM Aracaju)/2021
e. não fará coisa julgada a questão da paternidade,
Funcionário público intentou ação em que plei-
uma vez que é estabelecida como fundamento da
teava a invalidação de ato administrativo que o
sentença.
demitira do serviço público, em razão do cometi-
mento de falta disciplinar grave.
73. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE
Como única causa de pedir, alegou o demandante que
RJ)/2019 Uma vez transitada em julgado, dá azo
não havia praticado o ilícito funcional que lhe havia
à formação da coisa julgada material a decisão
sido atribuído, o qual era de responsabilidade de ou-
que:
tro servidor.
a. homologar a desistência da ação;
Encerrada a fase instrutória, o juiz, ao sentenciar, con-
b. acolher a arguição de prescrição formulada pelo
cluiu que o autor efetivamente cometera a falta fun-
réu;
cional, mas, entendendo que a ultimação do processo
c. extinguir o feito, em razão do abandono da causa
administrativo disciplinar excedera o prazo legal, jul-
pelo autor;
gou procedente o pedido, invalidando a sanção im-
d. concluir pela intransmissibilidade do direito em
posta em desfavor do demandante.
disputa, no caso de morte da parte;
e. reconhecer a ocorrência do fenômeno da litispen-
Nesse cenário, a sentença prolatada foi:
dência.
a. inválida, por ultra petita;
b. inválida, por citra petita;
c. inválida, por extra petita;
d. válida;
e. válida, embora o seu excesso deva ser podado
pelo tribunal.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
36

74. FGV - Técnico Judiciário (TJ CE)/Judiciária/2019 sobre aquela espécie recursal, e a respectiva comprova-
Pólux é filho biológico de Zeus, que não figura no ção no ato de interposição recursal.
assento do registro de nascimento daquele. Em-
bora tenha documentos que poderiam ser decisi- Espécies de Recursos
vos para a comprovação da filiação, Pólux não tem
a menor intenção de ajuizar ação de investigação
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:
de paternidade em face de Zeus. Inconformado
com o desinteresse de Pólux, Castor, seu irmão, I - apelação;
decidiu propor a demanda em nome próprio, plei- II - agravo de instrumento;
teando, na petição inicial, a declaração do vínculo III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
de parentesco entre Pólux e Zeus. Proferido juízo V - recurso ordinário;
positivo de admissibilidade da ação, Zeus foi vali- VI - recurso especial;
damente citado, não tendo ofertado contestação, VII - recurso extraordinário;
o que deu azo à decretação de sua revelia. VIII - agravo em recurso especial ou extraordiná-
rio;
IX - embargos de divergência
Nesse cenário, deve o juiz:

a. julgar procedente o pedido; Da decisão interlocutória cabe o recurso denominado


b. julgar improcedente o pedido; agravo de instrumento (art. 1015 do CPC); Prazo de
c. extinguir o feito sem resolução do mérito; 15 dias.
d. determinar que Castor especifique provas;
e. anular o processo, a partir da realização da cita- Da sentença cabe o recurso denominado apelação
ção. (art.1009 do CPC); Prazo de 15 dias.

Agravo interno é cabível contra decisões interlocutó-


rias monocráticas do relator no tribunal; Prazo de 15
RECURSOS dias.

Pressupostos recursais Recurso Especial (REsp) é cabível contra a decisão que:


contrariar tratado ou lei federal ou negar a vigência
• requisitos intrínsecos a essa lei ou tratado; o julgar válido ato de governo
local contestado em face de lei federal e cabe REsp
➢ cabimento/adequação: ato impugnado suscetível de para fins de uniformização de jurisprudência quanto
ataque à intepretação da legislação federal; Prazo de 15 dias.
➢ legitimidade: parte vencida, terceiro prejudicado e Competência do STJ.
MP, como parte ou na qualidade de fiscal da ordem ju-
rídica (o amicus curie pode ingressar apenas com em- Recurso Extraordinário (RExt) é cabível contra a deci-
bargos de declaração e IRDR) são que: contrariar algum dispositivo da CF; declarar a
➢ interesse: demonstração da necessidade de ajuiza- inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgar
mento do recurso e a adequação do expediente recursal válida lei ou ato de governo local contestado em face
escolhidos. da Constituição; julgar válida lei local contestada em
➢ inexistência de fato impeditivo: parte proibida de fa- face de lei federal; Prazo de 15 dias. Competência do
lar nos autos (ex. abuso processual e litigância de má- STF.
-fé) e desistência; e de fato extintivo: renúncia e aquies-
cência à decisão. Agravo em REsp e RExt tem por finalidade propiciar
a análise de admissibilidade pelos órgãos superiores,
• requisitos extrínsecos viabilizando a análise dos recursos especiais e extraor-
dinários; Prazo de 15 dias.
➢ tempestividade recursal: prazo (em regra, 15 dias)
➢ regularidade formal: exigências formais para que pos-
sa ser admitido
➢ preparo: pagamento das custas processuais incidentes
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
37

Embargos de Declaração tem por finalidade cassar ou 77. FGV - Técnico Judiciário Auxiliar (TJ SC)/2018
reformar a decisão proferida. Pretende-se, com os em- Maria e Fátima foram citadas em uma demanda
bargos de declaração, esclarecer, integrar, corrigir ou indenizatória proposta por João, sob o rito co-
completar a decisão prolatada. Os embargos de decla- mum. Após audiência de mediação, que restou in-
ração são cabíveis contra toda e qualquer decisão, seja frutífera, apenas Maria constituiu procurador, que
ela sentença ou decisão apresentou contestação. O juiz decretou a revelia
interlocutória, no prazo de 5 dias. de Fátima e, finda a fase instrutória, julgou proce-
dente o pedido formulado por João em face de
ambas as rés.

QUESTÕES Maria, para interpor o recurso de apelação, deverá ob-


servar o prazo:
75. FGV - Técnico Médio da Defensoria (DPE
RJ)/2019 No tocante aos recursos, é correto afir- a. simples de 10 dias úteis;
mar que: b. simples de 15 dias úteis;
c. dobrado de 20 dias úteis;
a. visam à invalidação, reforma, esclarecimento ou d. dobrado de 30 dias úteis;
integração do pronunciamento jurisdicional im- e. dobrado de 30 dias corridos.
pugnado;
b. a sua interposição rende ensejo à instauração de
um novo processo; 78. FGV - Técnico Superior Jurídico (DPE RJ)/2019
c. são interponíveis pelas partes e por terceiros pre- No que concerne à apelação, é correto afirmar
judicados, mas não pelo Parquet como fiscal da que:
ordem jurídica;
d. devem ser interpostos, como regra geral, no prazo a. é o recurso cabível para impugnar sentenças e
de vinte dias; decisões interlocutórias de mérito;
e. a sua desistência, pelo recorrente, só é eficaz caso b. caso não se observe pelo menos um de seus re-
haja a concordância do recorrido. quisitos de admissibilidade, o juízo a quo poderá
deixar de recebê-la;
c. em regra, é espécie recursal desprovida de efeito
76. FGV - Analista Judiciário (TJDFT)/Judiciária/”- suspensivo;
Sem Especialidade”/2022 Recebendo a petição d. é insuscetível de interposição na modalidade
inicial de uma ação de execução fundada em título adesiva, caso haja sucumbência recíproca;
extrajudicial, o executado, depois de validamente e. inserem-se no seu efeito devolutivo todos os fun-
citado, promoveu o depósito de importância em damentos do pedido, ainda que o juiz tenha aco-
valor inferior àquela pretendida pelo exequente. lhido apenas um deles.

Reputando, contudo, o crédito satisfeito em sua inte-


gralidade, o juiz extinguiu a execução. 79. FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Judiciá-
ria/2018 O recurso cabível para se impugnar
Para obter a reforma desse provimento junto ao órgão decisão interlocutória proferida em processo de
ad quem, deverá o exequente manejar: execução é:

a. recurso de agravo de instrumento; a. o agravo de instrumento;


b. recurso de apelação; b. o agravo retido;
c. recurso de embargos de declaração; c. a apelação;
d. recurso ordinário-constitucional; d. a rescisória;
e. mandado de segurança, por se tratar de provi- e. nenhum, pois se trata de provimento irrecorrível.
mento irrecorrível.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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80. FGV - Analista Judiciário (TJ RO)/Oficial de Tendo o Ministério Público sido pessoalmente intima-
Justiça/2021 Tomando o primeiro contato com do da referida decisão, interpôs, oito dias úteis depois,
a petição inicial de uma demanda, o magistrado, recurso de embargos de declaração, pedindo a apre-
embora tenha procedido ao juízo positivo de ad- ciação, pelo juiz da causa, de seu pleito de produção
missibilidade da ação, indeferiu o requerimento de prova pericial.
autoral de concessão de tutela provisória de ur-
gência. À vista desse quadro, devidamente certificado pela
serventia, o juiz, ao tomar contato com os embargos
Quanto a esse provimento judicial, é correto afirmar declaratórios do Parquet, deverá:
que se trata de:
a. deixar de recebê-los, diante de sua intempestivi-
a. sentença, contra a qual cabe a interposição de re- dade;
curso de apelação; b. deixar de recebê-los, diante da ausência de seu
b. sentença, contra a qual cabe a interposição de re- preparo;
curso de agravo de instrumento; c. deixar de recebê-los, diante de seu descabimento
c. decisão interlocutória, contra a qual cabe a inter- para impugnar decisões interlocutórias;
posição de recurso de apelação; d. recebê-los e dar-lhes imediato provimento, diante
d. decisão interlocutória, contra a qual cabe a inter- da configuração do vício de omissão na decisão
posição de recurso de agravo de instrumento; de saneamento;
e. despacho, contra o qual cabe o ajuizamento de e. recebê-los e determinar a intimação da parte ré
mandado de segurança. para que ofereça a sua resposta.

81. FGV - Procurador Judicial (CM Aracaju)/2021 83. FGV - Técnico Judiciário (TJ TO)/Apoio Judiciá-
Ao proferir decisão declaratória de saneamento, o rio e Administrativo/2022 O réu, não obstante
juiz da causa indeferiu o requerimento formulado citado em uma ação de cobrança, deixou trans-
por terceiro, no sentido de que fosse admitido o correr o prazo de resposta sem apresentação de
seu ingresso no feito como assistente simples. qualquer defesa processual, bem como não cons-
tituiu qualquer patrono nos autos do processo.
Quanto a esse provimento jurisdicional, é correto afir- Versando o litígio sobre direitos disponíveis, o
mar que se trata de: juiz, então, decretou a revelia do réu e julgou pro-
cedente o pedido, presumindo-se verdadeiras as
a. sentença, passível de impugnação pelo recurso de ape- alegações de fato formuladas pelo autor.
lação;
b. sentença, passível de impugnação pelo recurso de agra- Nesse sentido, é correto afirmar que:
vo de instrumento;
c. decisão interlocutória, passível de impugnação pelo re-
curso de apelação;
a. o revel não poderá intervir no processo após a
d. decisão interlocutória, passível de impugnação pelo re- prolação da sentença;
curso de agravo de instrumento; b. o prazo para o revel recorrer da sentença fluirá da
e. decisão interlocutória, passível de impugnação pelo re- data da sua intimação pessoal, por carta, ao seu
curso de agravo interno. endereço;
c. o prazo para o revel recorrer da sentença fluirá da
data de publicação do referido ato decisório no
82. FGV - Técnico Judiciário (TJDFT)/Administrati- órgão oficial;
va/2022 Nos autos de ação civil pública intenta- d. o juiz cometeu um error in procedendo, uma vez
da pelo Ministério Público, o juiz da causa, depois que a revelia não produz mais o efeito de presun-
de apresentadas a contestação e a réplica, proferiu ção de veracidade dos fatos;
decisão de saneamento do feito, em que deferiu e. o juiz cometeu um error in iudicando, uma vez que
a prova testemunhal pedida por ambas as partes, não se admite a presunção de veracidade dos fa-
sem apreciar, contudo, o requerimento de produ- tos, em se tratando de direitos disponíveis.
ção de prova pericial formulado pelo órgão mi-
nisterial.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
39

GABARITO
1.E 2.E 3.D 4.C 5.B 6.A 7.A 8.C 9.D 10.C
11.B 12.C 13.B 14.E 15.A 16.A 17.D 18.E 19.D 20.D
21.A 22.E 23.D 24.E 25.D 26.E 27.E 28.C 29.B 30.B
31.A 32.A 33.C 34.B 35.C 36.C 37.C 38.E 39.E 40.D
41.A 42.E 43.A 44.A 45.E 46.D 47.B 48.C 49.D 50.D
51.E 52.B 53.E 54.E 55.C 56.D 57.D 58.D 59.A 60.B
61.C 62.D 63.C 64.C 65.A 66.B 67.E 68.E 69.D 70.D
71.C 72.B 73.B 74.C 75.A 76.B 77.B 78.E 79.A 80.D
81.D 82.E 83.C
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIO
1
CÓDIGO ORGANIZACIONAL JUDICIÁRIO

PREFÁCIO I.
II.
população mínima de 18.500 habitantes;
repasse da arrecadação estadual, proveniente
de impostos, no exercício anterior, não inferior a
Este Código regula a divisão e a organização judiciária
4.000 salários mínimos;
do Estado de Sergipe, compreendendo a constituição,
III. mínimo de 14.000 eleitores inscritos;
estrutura, atribuições e competência do Tribunal, Juíz-
IV. movimento forense anual não inferior a 900 pro-
es e Serviços Auxiliares da Justiça.
cessos judiciais;
V. extensão territorial mínima de 90 quilômetros
Cabe PRIVATIVAMENTE ao Tribunal de Justiça, na
quadrados.
forma das Constituições Federal e Estadual, propor ao
Poder Legislativo a alteração da organização e da di-
A criação de comarca pressupõe que a comarca
visão judiciária, vedadas emendas estranhas ao objeto
desmembrada permaneça com a classificação orig-
da proposta.
inal.

1. DIVISÃO JUDICIÁRIA São requisitos mínimos indispensáveis para a ele-


vação de Comarca à segunda Entrância:

I. população mínima de 32.000 habitantes;


II. repasse da arrecadação estadual, proveniente de
impostos, referente ao exercício anterior, superior
a 5.200 salários mínimos;
III. movimento forense anual não inferior a 2.700 pro-
cessos judiciais;
IV. eleitorado de pelo menos 24.500 eleitores.

Os requisitos podem ser dispensados na hipótese


Divisão judiciária do Tribunal de Justiça de Sergipe de municípios com dificuldades de comunicação,
inclusive as decorrentes de grande extensão terri-
O território do Estado, para os efeitos da adminis- torial e localização distante da Capital.
tração da Justiça comum, divide-se em Circunscrições,
Comarcas e Distritos Judiciários, formando, porém, ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS:
uma só unidade para os atos de competência do Tri-
bunal de Justiça.

Cada Comarca, que será constituída de um ou mais


Municípios, terá a denominação do Município onde
estiver sediada.

A Circunscrição constitui-se de uma ou mais Comar-


cas, formando área contínua.

As Comarcas são classificadas em entrâncias, de acor-


do com o movimento forense, Institui o Código de Or-
ganização Judiciária do Estado de Sergipe, densidade I. o Tribunal de Justiça;
demográfica, rendas públicas, meios de transporte, II. os Juízes de Direito;
situação geográfica e outros fatores sócio-econômi- III.o Tribunal do Júri;
cos de relevância. IV. o Conselho da Justiça Militar;
V. os Tribunais, Turma Recursal, Juízes e Juizados in-
stituídos por Lei.
A criação de novas Comarcas dependerá da ocor- VI. Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Ci-
rência dos seguintes requisitos: dadania, instituído pelo Tribunal de Justiça.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
2 JUDICIÁRIO

A representação do Poder Judiciário compete ao Pres- Tribunal Pleno:


idente do Tribunal de Justiça.

2 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Seção no Tribunal de Justiça

Será presidido pelo Presidente do Tribunal e, no seu


impedimento, sucessivamente, pelo Vice-Presidente e
pelo Desembargador mais antigo.

Tribunal de Justiça de Sergipe É indispensável a presença de, no mínimo, a maioria


absoluta para o funcionamento do Tribunal em Sessão
São Órgãos do Tribunal de Justiça: Plenária.

I. o Tribunal Pleno; Presidência do Tribunal de Justiça:


II. as Câmaras Cíveis Isoladas, a Câmara Criminal, e
as Câmaras Cíveis Reunidas; A Presidência do Tribunal de Justiça é exercida por um
III. o Conselho da Magistratura Desembargador, eleito por dois anos, vedada a ree-
leição para o mesmo cargo.
O Tribunal de Justiça funcionará, ordinária ou extraor-
dinariamente, em Tribunal Pleno, Câmaras Cíveis e O mandato terá início no primeiro dia útil do mês de
Criminais, Câmaras Cíveis Reunidas e Câmara Especial fevereiro.
de Férias, conforme dispuser o seu Regimento Interno.
Quem tiver exercido quaisquer cargos de direção por
Compete ao Tribunal estabelecer em seu Regimento quatro anos, ou o de Presidente, não figurará mais en-
Interno ou por Resolução as atribuições e o funcion- tre os elegíveis, até que se esgotem todos os nomes,
amento dos respectivos Órgãos jurisdicionais ou ad- na ordem de antiguidade. (não se aplica ao Desem-
ministrativos. bargador eleito para completar período de manda-
to inferior a um ano)
Em caso de afastamento, a qualquer título, de mem-
bro do Tribunal, por período superior a 30 dias, o Tri- É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa mani-
bunal Pleno, por maioria dos seus membros, convo- festada e aceita antes da eleição.
cará juiz de direito da Capital, integrante da primeira
quinta parte da lista de antiguidade da mais elevada Vagando o cargo de Presidente, assumirá o Vice-Pres-
entrância, para a substituição. idente, que completará o período presidencial. Dentro
de 10 dias, a contar da vaga, realizar-se-á a eleição
Em caso de vaga o substituto receberá por redis- para o cargo de Vice-Presidente que vagou.
tribuição os processos pendentes do seu antecessor. Parágrafo único. Vagando o cargo de Presidente e o
de Vice-Presidente, concomitantemente, o Desembar-
gador mais antigo assumirá a Presidência e convocará
eleições, no prazo de 30 dias.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIO
3

Ao Presidente do Tribunal de Justiça, além da atribuição III. Vice-Presidente do Tribunal de Justiça;


maior de representar o Poder Judiciário, de exercer a IV. Corregedor-Geral da Justiça;
suprema inspeção da atividade de seus pares, de su- V. dois Desembargadores eleitos, em escrutínio
pervisionar todos os serviços de 2° grau, incumbe ex- secreto, pelo Plenário do Tribunal. (eleitos com
ercer outras atribuições que lhe sejam conferidas em suplentes)
Lei e no Regimento Interno.
O mandato dos Membros do Conselho é obrigatório e
O Presidente do Tribunal será auxiliado por Juízes que, sua duração é de 2 anos, vedada a reeleição.
por delegação, exercerão suas atribuições consigna-
das em lei, no Regimento Interno e em outros atos
inerentes. Corregedoria-Geral da Justiça:

Os Juízes-Auxiliares serão obrigatoriamente Juízes de A Corregedoria-Geral da Justiça, Órgão de fiscalização,


Direito da mais elevada entrância e designados pelo disciplina e orientação administrativa, com jurisdição
Presidente do Tribunal. em todo o Estado, será presidida por um Desembar-
gador, com o título de Corregedor-Geral da Justiça,
A designação dos Juízes-Auxiliares será por tempo in- auxiliado por Juízes-Corregedores.
determinado, mas considerar-se-á finda com o térmi-
no do mandato do Presidente. O Corregedor-Geral, eleito pelo prazo previsto para o
mandato do Presidente, não integrará as Câmaras.
Os Juízes-Auxiliares, uma vez designados, podem ser
dispensados dos serviços das Varas de que forem tit- O mandato é obrigatório, vedada a reeleição.
ulares.
O Corregedor-Geral da Justiça será substituído em
Vice-Presidência do Tribunal de Justiça: seus afastamentos e impedimentos pelo Desembar-
gador mais antigo, excluídos os que exercem funções
Juntamente com o Presidente e logo após a eleição administrativas no Tribunal ou que atuem no Tribunal
deste, será eleito, na mesma sessão, pelo mesmo pro- Regional Eleitoral.
cesso e prazo, o Vice-Presidente do Tribunal de Justiça,
vedada a reeleição para o mesmo cargo. Havendo vacância do cargo de Corregedor-Geral, pro-
ceder-se-á à eleição do novo titular, que completará o
É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa mani- mandato.
festada e aceita antes da eleição.
Se o prazo remanescente for inferior a 1 ano, o novo
A posse do Vice-Presidente dar-se-á na mesma sessão Corregedor Geral poderá ser reeleito para o período
em que for empossado o Presidente. seguinte.

O Vice-Presidente, nas suas faltas e impedimentos, O Corregedor-Geral será auxiliado por Juízes-Correge-
será substituído pelo Desembargador mais antigo. dores que, por delegação, exercerão suas atribuições
consignadas em Lei.
Incumbe ao Vice-Presidente, além de substituir o Pres-
idente nas ausências e impedimentos e suceder-lhe no Os Juízes-Corregedores serão obrigatoriamente Juíz-
caso de vaga, exercer outras atribuições que lhe sejam es de Direito da mais elevada entrância e designados
conferidas por Lei e pelo Regimento Interno. pelo Presidente do Tribunal, por proposta do Correge-
Conselho da Magistratura: dor-Geral.
A designação dos Juízes-Corregedores será por tem-
O Conselho da Magistratura, Órgão maior de inspeção po indeterminado, mas considerar-se-á finda com o
e disciplina, a quem compete exercer as atribuições término do mandato do Corregedor-Geral.
que lhe sejam conferidas por Lei e pelo Regimento In-
terno, compõe-se dos seguintes membros: Os Juízes-Corregedores, uma vez designados, podem
ser dispensados dos serviços das Varas de que forem
II. Presidente do Tribunal de Justiça, que o presidirá; titulares.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
4 JUDICIÁRIO

Ao Corregedor-Geral, além da incumbência da correi- O ingresso na carreira, a remoção, a promoção ou a


ção permanente dos serviços judiciários de primeira permuta de Juízes de Direito serão definidos em lei.
instância, zelando pelo bom funcionamento da Justiça,
incumbe exercer as atribuições definidas em Lei e no Ao provimento inicial, às promoções por merecimento
Regimento Interno do Tribunal de Justiça. e antiguidade precederá a remoção.

Das decisões originárias do Corregedor-Geral, salvo A remoção obedecerá ao critério de antiguidade e


disposição em contrário, cabe recurso para o Conse- merecimento, alternadamente.
lho da Magistratura, no prazo de 5 dias, a partir do
conhecimento da decisão pelo interessado. JUÍZES DE PAZ

TRIBUNAL DO JÚRI: Em cada Comarca ou Distrito, a critério do Tribunal,


haverá Juiz de Paz e seus suplentes, com competência
O Tribunal de Júri, que obedece, na sua composição, definida na Constituição Estadual e na lei.
organização e competência, às disposições do Código
de Processo Penal, funciona na sede da Comarca, em O Juiz de Paz será empossado pelo Presidente do Tri-
reuniões ordinárias, nos meses de fevereiro a junho, bunal, após eleito pelo voto direto, universal e secreto,
agosto a dezembro, conforme for disposto em Lei. na forma da Constituição Estadual, da lei e do Regi-
mento Interno do Tribunal de Justiça.
Em circunstâncias excepcionais, o Júri reunir-se-á, ex-
traordinariamente, por iniciativa do Juiz de Direito ou O exercício da função de Juiz de Paz constitui serviço
por determinação da Câmara Criminal ou Tribunal Ple- público relevante.
no, ou por provocação do interessado, acolhida pelo
Juiz de Direito, ou, em grau de recurso, pelo Órgão SERVIÇOS AUXILIARES - DA JUSTIÇA CLASSIFICA-
superior. ÇÃO

JUSTIÇA MILITAR: Os Serviços Auxiliares da Justiça são constituídos pe-


los Ofícios que integram o Foro Judicial e o Extrajudi-
A Justiça Militar Estadual será exercida nos termos do cial e, bem assim, pelos das Secretarias do Tribunal de
Código de Processo Penal Militar: Justiça.

I. Em primeira instância, pelo Juiz Auditor e pelos Os Ofícios do Foro Judicial, nos quais tramitam os pro-
Conselhos de Justiça; cessos de qualquer natureza, compreendem os Cartó-
II. Em segunda instância, pelo Tribunal de Justiça. rios e Secretarias do Tribunal, das Varas e dos Juízos e
os de Distribuição.
JUÍZES DE DIREITO:
Os Ofícios do Foro Extrajudicial, nos quais são lavradas
A jurisdição da Comarca será exercida por Juiz de Di- as declarações de vontade e executados os atos de-
reito. correntes de legislação sobre registros públicos, com-
preendem os Tabelionatos, os Ofícios do Registro de
Nas Comarcas providas de duas ou mais varas, compe- Imóveis, os Ofícios do Registro Civil das Pessoas Natu-
tirá ao Corregedor Geral da Justiça indicar, anualmente, rais, os Ofícios do Registro Civil das Pessoas Jurídicas,
para designação do Presidente, o Juiz que exercerá a os Ofícios do Registro de Títulos e Documentos e os
Direção do Fórum, permitida a recondução. Essa desig- Ofícios de Protestos Cambiais.
nação poderá ser alterada a qualquer tempo, conside-
rados a conveniência do serviço e o interesse do Po- A organização, atribuições e classificação dos Serviços
der Judiciário. (Esgotado o prazo, o Juiz prosseguirá no Auxiliares do Tribunal de Justiça, serão definidos em
exercício da função, até ser reconduzido ou substituído. Lei Complementar de iniciativa do Poder Judiciário.

Ao Juiz designado para a Direção do Fórum incumbe as A cada Vara corresponderá uma Secretaria com as atri-
atribuições conferidas em Lei e no Regimento Interno. buições correspondentes à competência do respectivo
Juiz.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIO
5

CATEGORIAS FUNCIONAIS DOS SERVIDORES DA I. serem maiores de 18 anos de idade;


JUSTIÇA: II. terem idoneidade moral e aptidão intelectual para
a função.
III. terem integridade física e psíquica;
IV. não sofrerem qualquer das interdições de direito
previstas nos incisos I e II, do art. 47, do Código
Penal ou suspensão dos direitos políticos.

Após a contratação, o Notário ou Oficial de Registro


deverá, além de comunicar ao Juiz a que estiver vincu-
lado, encaminhar ao Presidente do Tribunal de Justiça,
para as anotações competentes, toda a documentação
do Escrevente.

Servidores do TJ-SE A comunicação a que se refere o caput deste artigo,


será acompanhada dos seguintes documentos:
Considerada a classificação dos Ofícios e o âmbito das
respectivas atribuições funcionais, duas são as catego- I. certidão de nascimento ou carteira de identidade
rias de Servidores: do Escrevente;
II. atestado de comprovação de sanidade física e
I. servidores judiciais; mental do Escrevente;
II. servidores extrajudiciais. III. certidão negativa criminal do Escrevente.

Gozam de fé pública os titulares de Ofícios do foro O Departamento de Pessoal do Poder Judiciário deve-
judicial e extrajudicial e os servidores que exercem as rá abrir arquivo próprio para os Escreventes indicados
funções de Oficial de Justiça, na forma da Lei. pelos Notários e Oficiais de Registro, anotando qual
deles foi indicado como substituto e arquivando toda
Servidores do Foro Judicial: a documentação que lhe for inerente.

Em cada Juízo e Secretaria serão lotados os Servidores IMPEDIMENTOS E INCOMPATIBILIDADES


necessários ao funcionamento dos serviços. DOS MAGISTRADOS:

O ingresso na carreira, a remoção, a promoção e a per- O Magistrado que, por motivo de incompatibilidade,
muta de servidores serão definidos em resolução do ficar impedido de exercer as suas funções, poderá ser
Tribunal de Justiça. posto à disposição da Corregedoria-Geral da Justiça
ou ficar em disponibilidade, até ser aproveitado, con-
O Tribunal de Justiça poderá condicionar a remoção soante disposto na Lei Orgânica da Magistratura.
a período mínimo de lotação da comarca da qual o
servidor pretende ser removido. Na mesma Comarca, não poderão funcionar, como
Juízes, os cônjuges, ascendentes e descendentes, con-
Servidores do Foro Extrajudicial: sanguíneos ou afins, irmãos ou cunhados, durante o
cunhadio. (não se aplica às comarcas com mais de 4
São Servidores do Foro Extrajudicial: varas)

I. Notários; Exceto em atos ou processos administrativos ou de ju-


II. Oficiais Registradores. risdição graciosa do Tribunal, não poderão funcionar
conjuntamente como Juízes, em Tribunal Pleno, cônju-
Art. 52. Os Notários e os Oficiais de Registro poderão, ges e parentes consanguíneos ou afins em linha reta,
para desempenho de suas funções, contratar Escre- ou colateral até o 3o grau; o primeiro dos membros
ventes, na forma da Legislação Federal, escolhendo os mutuamente impedido que vier a votar, excluirá a par-
substitutos, que deverão atender aos seguintes requi- ticipação do outro.
sitos:
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
6 JUDICIÁRIO

No Tribunal, não poderão ter assento na mesma Câ- EXPEDIENTE:


mara ou Grupo cônjuges e parentes consaguíneos os
afins em linha reta, bem como em linha colateral até o Os Juízes são obrigados a cumprir expediente diário
3o grau. Nas sessões do Tribunal ou dos seus órgãos, no Fórum, designando horário para o atendimento
o primeiro dos membros mutuamente impedidos, que das partes.
votar, excluirá a participação do outro no julgamento.
Em caso de urgência, Juízes e Servidores são obriga-
Em se verificando o impedimento do Magistrado ou dos a atender às partes a qualquer hora, ainda que
entre este e o membro do Ministério Publico, ou auxi- fora dos auditórios e Secretarias.
liar de Justiça ou entre os dois últimos, será afastado
do feito: O Tribunal de Justiça, em qualquer caso, poderá fixar
o expediente dos Juízos ou estabelecer normas espe-
I. o último nomeado; ciais.
II. se da mesma data a nomeação, o mais novo no
serviço judiciário; No decurso do expediente do Fórum as Serventias de-
III. se superveniente à posse de ambos, o que houver vem permanecer abertas durante os horários que lhes
dado causa ao impedimento. são prescritos, sujeitando-se os infratores às penalida-
des previstas em lei.
O Desembargador ou Juiz de Direito que for afastado
do Cargo em consequência de impedimento será pos- O Juiz pode determinar a prorrogação do expediente
to em disponibilidade com os vencimentos proporcio- de qualquer Secretaria ou Ofício, quando a necessida-
nais. de do serviço assim o exigir.

Considerar-se-ão sem efeito as remoções feitas a pe- O expediente forense será:


dido, que motivarem impedimento.
I - na Comarca da Capital, todos os dias úteis, das 12
SERVIDORES: às 18 horas;
II - nas demais, o período de expediente será fixado
Nenhum Servidor da Justiça, em qualquer categoria, pelo Tribunal de Justiça, mediante Resolução.
poderá funcionar juntamente com o cônjuge ou pa-
rente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colate- O Tribunal de Justiça poderá alterar, mediante Re-
ral até o 3o grau: solução, o expediente forense e determinar, quando
conveniente, o horário para atendimento exclusivo de
I. no mesmo feito ou ato judicial; serviços internos dos Cartórios Judiciais.
II. na mesma Comarca ou Distrito, quando entre as
funções dos respectivos cargos existir dependên- DISTRIBUIÇÃO:
cia hierárquica, salvo nos casos de nomeação em
comissão de um deles ou de ambos. A distribuição em 1º grau de jurisdição tem por prin-
cípio a igualdade do serviço forense entre os Juízos e
Parágrafo único. Igual impedimento verificar-se- entre as Serventias, bem como o registro cronológico
-á quando alguma das partes, seu procurador ou o e sistemático de todos os feitos ingressados no Foro,
agente do Ministério Público mantiver com o servidor cabendo a sua disciplina à Corregedoria Geral da Jus-
idêntica relação de parentesco, consanguíneo ou afim. tiça.
Em se verificando o impedimento entre Servidores
da Justiça, será afastado: No Tribunal de Justiça, a disciplina da distribuição
competirá à Presidência.
I. o último nomeado;
II. se da mesma data a nomeação, o mais novo no Em caso de urgência, a distribuição poderá ser reali-
serviço judiciário; zada a qualquer hora, independentemente da expedi-
III. se superveniente à posse de ambos, o que houver ção de guias, operando-se, oportunamente, a devida
dado causa ao impedimento. compensação.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIO
7

Qualquer dúvida ou impugnação na distribuição será Anualmente, o Presidente do Tribunal de Justiça fará
encaminhada ao Juiz Diretor do Fórum da respectiva publicar a escala de plantão que ocorrerá nas férias
Comarca que decidirá de imediato, cabendo recurso dos Juízes, de acordo com as preferências manifesta-
ao Corregedor Geral da Justiça; no Tribunal de Justiça das e as necessidades do serviço.
cumprirá ao Juiz-Auxiliar da Presidência decidir sobre
a dúvida ou impugnação, cabendo recurso para o Pre- Férias dos Servidores
sidente.
Os Servidores do Poder Judiciário gozarão férias anu-
Na Comarca da Capital e naquelas que dispuserem do ais de trinta dias, preferencialmente, no mês de julho
sistema de computação de dados, as folhas-corridas de cada ano, com exceção daqueles indicados para
serão expedidas pelo próprio sistema, mediante con- permanecerem no serviço, em razão de sua continui-
sulta ao banco de dados, sendo subscritas por Servi- dade.
dor habilitado.
VANTAGENS E DIREITOS DOS MAGISTRADOS
AUDIÊNCIAS:
O Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor Geral
As sessões, as audiências e o expediente do Tribunal perceberão representação nos termos da Lei.
de Justiça regular-se-ão pelo Regimento Interno.
A representação em razão do exercício de cargo em
As pessoas presentes às audiências e sessões deverão função temporária integrará o subsídio na forma da
conservar-se em silêncio, evitando qualquer procedi- Lei.
mento que possa perturbar a serenidade e o respeito
necessário à Administração da Justiça. As Diárias e as vantagens pecuniárias serão estabele-
cidas e reguladas no Regimento Interno do Tribunal
Os Juízes poderão aplicar aos infratores as seguin- de Justiça.
tes penas:
DISPOSIÇÕES FINAIS:
I. advertência e chamamento nominal à ordem;
II. expulsão do auditório ou recinto do Tribunal. Nenhum requerimento será distribuído, ou despacha-
do, sem a prova de pagamento das custas judiciárias,
Se a infração for agravada por desobediência, desaca- ressalvadas as exceções legais.
to ou outro fato delituoso, ordenará o Juiz à prisão e a
autuação do infrator, a fim de ser processado. A Comarca da Capital, para efeito do registro civil das
pessoas naturais e do registro de imóveis e hipotecas,
Férias Forenses: será dividida em zonas com os limites a serem defini-
dos por Lei.
As férias forenses dos Magistrados de primeiro grau
serão gozadas no mesmo período indicado para os Os concursos elaborados pelo Poder Judiciário de Ser-
Membros do Tribunal de Justiça, salvo exceção legal gipe serão organizados na forma prevista em Lei e no
ou regimental. seu Regimento Interno, devendo o prazo do edital de
abertura ser de, no mínimo, dez dias para as inscrições.
Não se suspenderão, no período de férias forenses,
os feitos criminais com réu preso, ou na iminência de Ao cônjuge sobrevivente, e em sua falta aos herdeiros
prescrição, os pedidos de prisão preventiva e os de há- necessários do Magistrado, será concedida uma im-
beas corpus, bem como todos os atos ou feitos que a portância igual a 1 mês de vencimentos e vantagens,
Lei Federal autorizar ou determinar que se pratiquem ou proventos que percebia, para atender às despesas
ou prossigam durante tal período. de funeral e luto.

No período de férias forenses, poderá o Tribunal Pleno Fica instituído feriado forense o dia 11 de agosto, co-
fixar horário especial para o funcionamento dos Car- memorativo ao “Dia dos Magistrados”.
tórios.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
8 JUDICIÁRIO

ANEXO I - CIRCUNSCRIÇÕES Comarcas do Tribunal de Justiça de Sergipe

IV. 1ª CIRCUNSCRIÇÃO: Comarcas de Aracaju, Car- 1) Aracaju:


mópolis, Itaporanga D´Ajuda, Laranjeiras, Maruim,
Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo e São Cris- 1.1) Varas Cíveis: 1ª a 28ª Varas;
tóvão; 1.2) Varas Criminais: 1ª a 10ª Varas;
1.3) Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a
V. 2ª CIRCUNSCRIÇÃO: Comarcas de Arauá, Boquim, Mulher;
Cristinápolis, Estância, Indiaroba, Itabaianinha, 1.4) Vara de Acidentes e de Delitos de Trânsito;
Poço Verde, Riachão do Dantas, Tobias Barreto e 1.5) Juizados Especiais Cíveis: 1º a 5° e 7º a 10º Juizados;
Umbaúba; 1.6) Juizado Especial Criminal;
1.7) Juizado Especial da Fazenda Pública;
VI. 3ª CIRCUNSCRIÇÃO: Comarcas de Campo do Bri- 1.8) Turma Recursal do Estado de Sergipe.
to, Carira, Frei Paulo, Itabaiana, Lagarto, Malhador, 2) Canindé de São Francisco.
Ribeirópolis e Simão Dias;
3) Estância:
3.1) Varas Cíveis: 1ª e 2ª Varas;
VII. 4ª CIRCUNSCRIÇÃO: Comarcas de Barra dos Co-
3.2) Vara Criminal;
queiros, Capela, Japaratuba, Neópolis, Nossa Se-
3.3) Juizado Especial.
nhora das Dores, Pacatuba e Propriá;
4) Itabaiana:
VIII. 5ª CIRCUNSCRIÇÃO: Comarcas de Aquidabã, Ca- 4.1) Varas Cíveis: 1ª e 2ª Varas;
nindé do São Francisco, Cedro de São João, Ga- 4.2) Varas Criminais: 1ª e 2ª Varas;
raru, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo e 4.3) Juizado Especial.
Porto da Folha.
5) Itaporanga D’Ajuda.
5.1) 1ª Vara;
ANEXO II - DIVISÃO JUDICIÁRIA - I – COMARCAS 5.2) 2ª Vara.
DE ENTRÂNCIA FINAL: 5.2.1) Salgado

6) Lagarto:
6.1) Varas Cíveis: 1ª e 2ª Varas;
6.2) Vara Criminal;
6.3) Juizado Especial.

7) Laranjeiras.
7.1) 1ª Vara;
7.2) 2ª Vara.
7.2.1) Areia Branca

8) Nossa Senhora da Glória:


8.1) 1ª Vara:
8.1.1) Feira Nova;
8.2) 2ª Vara:
8.2.1) Monte Alegre de Sergipe.

9) Nossa Senhora do Socorro:


9.1) Varas Cíveis: 1ª a 4ª Varas Cíveis;
9.2) Varas Criminais: 1ª à 3ª Varas Criminais;
9.3) Juizados Especiais: 1° e 2° Juizados Especiais.

10) Propriá:
10.1) 1ª Vara;
10.2) 2ª Vara.
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
JUDICIÁRIO
9

11) São Cristóvão: 12) Gararu:


11.1) Varas Cíveis: 1ª e 2ª Varas Cíveis; 12.1) Canhoba;
11.2) Vara Criminal; 12.2) Itabi;
11.3) Juizado Especial. 12.3) Nossa Senhora de Lourdes.

12) Simão Dias: 13) Indiaroba:


12.1) 1ª Vara; 13.1) Santa Luzia do Itanhy.
12.2) 2ª Vara.
14) Itabaianinha.
13) Tobias Barreto:
13.1) 1ª Vara; 15) Japaratuba:
13.2) 2ª Vara. 15.1) Pirambu.

16) Malhador
II – COMARCAS DE ENTRÂNCIA INICIAL: 16.1) Moita Bonita.

1) Aquidabã: 17) Maruim:


1.1) Gracho Cardoso; 17.1) Santo Amaro das Brotas.
1.2) Muribeca.
18) Neópolis:
2) Arauá: 18.1) 1ª Vara:
2.1) Pedrinhas; 18.1.1) Santana do São Francisco;
18.2) 2ª Vara:
3) Barra dos Coqueiros 18.2.1) Japoatã.
3.1) 1ª Vara;
3.2) 2ª Vara 19) Nossa Senhora das Dores:
19.1) 1ª Vara:
4) Boquim. 19.1.1) Cumbe;
19.2) 2ª Vara:
5) Campo do Brito: 19.2.1) Siriri.
5.1) Macambira;
5.2) São Domingos 20) Pacatuba:
20.1) Brejo Grande;
6) Capela. 20.2) Ilha das Flores.

7) Carira. 21) Poço Verde.

8) Carmópolis: 22) Poço Redondo.


8.1) General Maynard;
8.2) Rosário do Catete. 23) Porto da Folha

9) Cedro de São João: 24) Riachão do Dantas.


9.1) Amparo do São Francisco;
9.2) Malhada dos Bois; 25) Riachuelo:
9.3) São Francisco; 25.1) Divina Pastora;
9.4) Telha. 25.2) Santa Rosa de Lima.

10) Cristinápolis: 26) Ribeirópolis:


10.1) Tomar do Geru. 26.1) São Miguel do Aleixo;
26.2) Nossa Senhora Aparecida
11) Frei Paulo:
11.1) Pinhão; 27) Umbaúba
11.2) Pedra Mole.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
1
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE SERGIPE LEI N° 2.148/1977

II – Cargo Público, o conjunto de atribuições e re-


sponsabilidades permanentes cometidas a um fun-
cionário, que, mediante lei, seja criado com denomi-
nação própria, número certo e vencimento a ser pago
pelo Estado;

ESTADO DE SERGIPE III – Classe, o conjunto de cargos da mesma denom-


LEI N.º 2.148 inação e com iguais atribuições e responsabilidades;

De 21 de dezembro de 1977. IV – Série de Classes ou Carreira, o agrupamento de


classes da mesma natureza de trabalho, escalonadas
Institui o regime jurídico dos funcionários segundo o seu nível de complexidade e grau de re-
públicos civis do Estado de Sergipe e dá sponsabilidade;
providências correlatas.
V – Grupo Ocupacional, a justaposição de classes e de
séries de classes afins ou correlatas;
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SERGIPE:
VI – Função de Confiança, o conjunto de atribuições
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu e responsabilidades por encargos de direção inter-
sanciono o seguinte ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS mediária, chefia, secretariado e outros, cometido tran-
PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE SERGIPE:1 sitoriamente a funcionário ou servidor contratado
__________________________________ pelo regime trabalhista, que, mediante lei, seja criada
1 Considerado Lei Complementar nos termos do Art. 60, §1º, da CE.
com denominação própria, número certo e retribuição
pecuniária a ser paga pelo Estado;
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VII – Quadro, o conjunto dos cargos de provimento
efetivo e em comissão, e funções de confiança.
Art. 1º. Esta Lei institui o regime jurídico dos funcionári-
os públicos civis dos Poderes Executivo, Judiciário e § 1º. Aos cargos públicos serão atribuídos valores, de-
Legislativo do Estado de Sergipe, neste último incluído terminados por referências numéricas, indicadores de
o Tribunal de Contas. símbolos ou de níveis, ressalvado o disposto no pará-
grafo único do art. 76 deste Estatuto.
§ 1º. As disposições deste Estatuto são extensivas aos
Membros da Magistratura e do Ministério Público, aos § 2º. Os níveis serão desdobrados em letras, a cada
Conselheiros, Procuradores e Auditores do Tribunal de uma delas correspondendo valores específicos.
Contas, assim como aos Serventuários da Justiça do
Estado, exceto no que contrariar a legislação a eles § 3º. Os cargos serão classificados em isolados e de
aplicável, especificamente. carreira.

§ 2º. Ficam excluídos do regime instituído por este Es- § 4º. A cada classe corresponderá uma especificação,
tatuto os funcionários ocupantes de cargo de mag- contendo o seguinte:
istério de natureza policial civil, salvo disposição em
contrário deste ou dos Estatutos a eles aplicáveis, es- I – Código;
pecificamente. II – Atribuições;
III – Requisitos mínimos para o provimento;
Art. 2º. Para os fins deste Estatuto, entende-se por: IV – Área de recrutamento;
V – Indicação da linha de progressão, quando for o
I – Funcionário Público, a pessoa legalmente investida caso.
em cargo público e que mantenha com o Estado vín-
culo de profissionalidade de natureza administrativa § 5º. Será vedado cometer ao funcionário atribuições
e não-contratual; diversas das inerentes ao seu cargo, exceto as funções
de confiança e comissões legais.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

2 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 6º. Haverá um quadro de pessoal para cada um dos Parágrafo único. Para efeito de provimento, será obe-
Poderes e para o Tribunal de Contas do Estado. decida a seguinte sequência, que orientará o preen-
chimento das vagas que vierem a surgir:
Art. 3º. O provimento dos cargos públicos dar-se-á em
caráter efetivo ou em comissão. I – Nomeação, na proporção de 2/3 (dois terços) das
vagas;
§ 1º. Os cargos de provimento efetivo se dispõem em
classes singulares e séries de classes. II – Acesso, na proporção de 1/3 (um teço) das vagas;

§ 2º. Os cargos de provimento em comissão se dis- III – Qualquer outra forma de provimento, para os car-
põem em classes singulares. gos não preenchidos na forma dos itens I e II.

Art. 4º. O provimento dos cargos públicos far-se-á: Art. 6º. A nomeação dependerá da aprovação do fun-
cionário em concurso público de provas, ou de provas
I – no âmbito do Poder Executivo, por ato do Gover- e títulos, observada a ordem decrescente de classifi-
nador do Estado; cação dos concursados.

II – no âmbito do Poder Judiciário, por ato do Presi- Parágrafo único. Independerá de concurso público a
dente do Tribunal de Justiça do Estado; nomeação para os cargos de Conselheiro, Procurador
da Fazenda Pública e Auditor do Tribunal de Contas
III – no âmbito do Poder Legislativo, por ato do Presi- do Estado e outros que a lei indicar.
dente da Assembleia Legislativa do Estado.
Art. 7º. O concurso de provas e títulos somente poderá
Parágrafo único. Os cargos do quadro de Pessoal do ser exigido para o provimento dos cargos que reque-
Tribunal de Contas serão providos por ato do Presi- iram, dos respectivos ocupantes, habilitação profis-
dente do Tribunal, salvo os de Conselheiro, Procurador sional em curso superior, legalmente instituído.
da Fazenda Pública, Procurador- Adjunto e de Auditor,
que serão providos por Decreto do Governador do Es- Art. 8º. A realização dos concursos será centraliza-
tado. da na Secretaria de Estado da Administração, salvo
para o provimento dos cargos da Magistratura e do
Art. 5º. O provimento em caráter efetivo far-se-á pelas Ministério Público.
seguintes formas:
Art. 9º. Os concursos serão regidos por instruções es-
I – Nomeação; peciais, expedidas pelo Órgão Público encarregado da
sua realização.
II – Acesso;2
_______________________________ Art. 10. As instruções especiais, a que se refere o art.
2 V. Art. 37, inciso II da CF, e Art. 25, inciso II, da CE. 9º, conterão as seguintes determinações mínimas:

III – Transferência;3 I – se o concurso será:


_______________________________
3 V. Art. 37, inciso II da CF, e Art. 25, inciso II, da CE. a) de provas, ou de provas e títulos;

IV – Readaptação;4 b) por especializações, ou por modalidades profissio-


_______________________________ nais, quando couber;
4 V. Art. 37, inciso II da CF, e Art. 25, inciso II, da CE
II – as condições para o provimento do cargo, refer-
V – Aproveitamento; entes a:

VI – Reversão; a) diplomas, cursos, ou experiências de trabalho;

VII – Reintegração. b) capacidade física; e


Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
3

c) conduta; de quatro anos, contado da homologação. (Redação


dada pela Lei n.º 2.284, de 10 de outubro de 1980)5
III – tipo de provas e respectivo conteúdo; __________________________________
5 V. Art. 37, inciso III, da CF, e Art. 25, inciso III, da CE
IV – critério de classificação e de julgamento das pro-
vas e dos títulos, estes, quando cabíveis; Subseção II
Do Acesso6
V – prazo de validade do concurso; __________________________________
6 V. Art. 37, inciso II, da CF, e Art. 25, inciso II, da CE
VI – forma e condições de interposição de recursos,
assim como as relativas à homologação do concurso. Art. 11. Acesso é a elevação do funcionário à classe
superior àquela por ele titularizada, dentro ou fora da
§ 1º. As instruções especiais poderão determinar que respectiva carreira.
a realização do concurso, assim como a classificação
dos habilitados, seja feita por regiões do Estado. Art. 12. Caberá acesso:

§ 2º. As provas serão avaliadas na escala de 0 (zero) I – de cargo de classe singular para outro de classe
a 100 (cem) pontos e aos títulos serão atribuídos, no singular, ou de classe integrante de carreira;
máximo, 40 (quarenta) pontos.
II – de cargo de classe de carreira, para outro de classe
§ 3º. Salvo disposição de lei específica, somente singular, ou de classe integrante de carreira.
poderá prestar concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos quem, à data da respectiva inscrição, ti- § 1º. Será de 1.095 (um mil e noventa e cinco) dias
ver a idade mínima de 18 (dezoito) e a máxima de 50 de exercício na classe o interstício para concorrer ao
(cinquenta) anos. acesso.

§ 4º. A idade máxima de 50 (cinquenta) anos, referida


no § 3º, será também observada nos concursos para o § 2º. O acesso dar-se-á, sempre, para a letra inicial do
provimento de cargo do Ministério Público Estadual. cargo a ser provido.

§ 5º. Não estão sujeitos ao limite de idade estabeleci- Art. 13. O acesso funcional será precedido de concurso
da pelo § 3º deste artigo: interno de provas, a que poderão se submeter todos
os funcionários que preencherem as exigências deste
I – os funcionários efetivos, inclusive os que se encon- Estatuto e do seu Regulamento.
trarem sob estágio probatório, de qualquer dos três
Poderes, Tribunal de Contas ou Entidade Autárquica § 1º. O acesso obedecerá à ordem decrescente de
do Estado; classificação dos concursados.

II – os servidores contratados dos Poderes, Órgão, ou § 2º. No que couber o concurso interno se fará com a
Entidade a que se refere o item I deste parágrafo, cujo observância das normas estabelecidas por este Estat-
recrutamento haja sido precedido de concurso públi- uto para o concurso externo.
co;
§ 3º. Não poderá concorrer ao acesso o funcionário
III – os servidores contratados sem concurso, perten- que não possuir título profissional ou certificado de
centes aos Poderes, Tribunal de Contas, ou Entidade conclusão de curso, exigido por lei para o exercício do
Autárquica do Estado, cuja relação de emprego per- cargo a ser preenchido.
dure pelo lapso mínimo de 5 (cinco) anos.
Art. 14. Verificando-se empate na classificação dos
§ 6º. Será de 4 (quatro) anos o prazo de validade dos candidatos ao acesso, a preferência recairá sobre
concursos públicos. aquele que tiver, sucessivamente:

§ 6º. Nenhum concurso terá validade por prazo maior I – mais tempo de:
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

4 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

a) efetivo exercício na classe; Subseção IV


b) serviço prestado ao Estado; e Da Readaptação8
c) serviço público em geral. __________________________________
8 V. Art. 37, inciso II, da CF, e Art. 25, inciso II, da CE
II – idade mais avançada;
III – prole mais numerosa. Art. 20. Readaptação é a passagem do funcionário, de
um para outro cargo mais compatível com a sua ca-
Art. 15. O acesso somente se dará para o provimen- pacidade física ou mental, nos casos em que se não
to de cargo vago, observando-se, para tal fim, a pro- justifique a aposentadoria.
porção de 1/3 (um terço) das vagas que vierem a ocor-
rer. Parágrafo único. A readaptação não acarretará di-
minuição nem aumento de vencimento.
Art. 16. A Secretaria de Estado da Administração prov-
idenciará, no mês de julho de cada ano, a indicação Art. 21. Quando for o caso, a readaptação será prece-
dos cargos sujeitos ao regime de acesso. dida de inspeção médica.

Parágrafo único. Indicados os cargos a prover por Art. 22. A readaptação far-se-á a pedido do fun-
acesso, a Secretaria da Administração publicará edital cionário, ou ex-officio.
de concurso e providenciará a realização das provas.
§ 1º. Sempre que possível, a readaptação far-se-á
Subseção III para cargo vago não provido por concurso, acesso ou
Da Transferência7 transferência.
____________________________________
7 V. Art. 37, inciso II, da CF, e Art. 25, inciso II, da CE § 2º. Não havendo vaga, a readaptação implicará a
transformação do cargo titularizado pelo readaptado.
Art. 17. Transferência é a passagem do funcionário, de
um para outro cargo de igual nível de vencimento. § 3º. A readaptação não prejudicará o interstício
necessário a movimentação por transferência, ou pro-
Art. 18. A transferência dar-se-á nos casos indicados moção.
nos itens I e II do art. 12 desta Lei.
§ 4º. Para efeito de formação do interstício necessário
Parágrafo único. Será de 730 (setecentos e trinta) dias a transferência ou promoção, levar-se-á em consider-
de efetivo exercício na classe o interstício para a trans- ação o tempo de exercício do funcionário readaptado
ferência. no cargo anterior.

Art. 19. A transferência far-se-á a pedido do fun- Subseção V


cionário, ou ex-officio, atendidos, sempre, a conven- Do Aproveitamento
iência do serviço e os requisitos necessários ao provi-
mento do cargo. Art. 23. Aproveitamento é o reingresso, no serviço pú-
blico, do funcionário em disponibilidade.
§ 1º. A transferência dependerá da existência de cargo
vago, não provido por concurso público, ou acesso. Art. 24. Será obrigatório o aproveitamento do fun-
cionário em cargo vago, não provido por concurso
§ 2º. A transferência não dependerá de vaga, nos ca- público, ou por acesso.
sos de permuta, que se processará a requerimento dos
permutantes e de acordo com o disposto na parte fi- § 1º. O aproveitamento dar-se-á, tanto quanto possível,
nal do caput deste artigo. em cargo de natureza e vencimento compatíveis com
aquele anteriormente titularizado pelo funcionário.

§ 2º. Se o aproveitamento se der em cargo de nível de


vencimento inferior ao vencimento da disponibilidade,
o funcionário terá direito à respectiva diferença.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
5

§ 3º. O aproveitamento será obrigatoriamente prece- b) com mais de 35 (trinta e cinco) anos de serviço pú-
dido de inspeção médica no funcionário, para efeito blico, excluído o período de inatividade;
de aferição de capacidade funcional para o exercício
do cargo. III – que o aposentado seja considerado, em inspeção
médica, apto para o exercício do cargo;
§ 4º. Se o laudo médico for desfavorável ao funcionário,
proceder-se-á a nova inspeção de saúde, para o mes- IV – que a Administração considere a Reversão como
mo fim, no prazo de 90 (noventa) dias. de interesse público.

§ 5º. Será aposentado, no cargo anteriormente ocupa- § 1º. Reduzir-se-á para 30 (trinta) anos o tempo de
do, o funcionário em disponibilidade que for consider- serviço referido no item II, alínea “b”, quando se tratar
ado incapaz, por laudo médico, para o serviço público de funcionário do sexo feminino.
em geral.
§ 2º. A reversão ex-officio não poderá ser decretada
§ 6º. Se o laudo médico não concluir pela possibili- com redução dos proventos percebidos pelo fun-
dade do aproveitamento, nem pela incapacidade para cionário, na aposentadoria.
o serviço público em geral, o funcionário permanecerá
em disponibilidade. § 3º. Será tornada sem efeito a reversão e cassada
a aposentadoria do funcionário que, revertido, não
Art. 25. O aproveitamento far-se-á a pedido, ou ex-of- tomar posse ou não entrar em exercício, dentro dos
ficio. prazos legais.

Parágrafo único. Será tornado sem efeito o aprovei- Subseção VII


tamento e cassada a disponibilidade do funcionário Da Reintegração
que, aproveitado, não tomar posse ou não entrar em
exercício, dentro dos prazos legais. Art. 29. Reintegração é o reingresso do funcionário
no serviço público, quando declarada, em processo
Art. 26. Havendo mais de um concorrente à mesma administrativo ou judicial, a ilegalidade do ato de-
vaga, terá preferência o funcionário de maior tempo missório.
de disponibilidade e, em caso de empate, o de maior
tempo de serviço público estadual. § 1º. A reintegração implicará o ressarcimento integral
dos vencimentos que seriam devidos ao funcionário,
Art. 27. Reversão é o reingresso, no serviço público, se não ocorresse à demissão.
do funcionário aposentado, quando insubsistentes os
motivos da aposentadoria. § 2º. A reintegração far-se-á para o cargo anterior-
mente ocupado, e, se este houver sido transformado,
Parágrafo único. A reversão será precedida de pro- para o cargo resultante da transformação. Se extinto
cesso administrativo, em que fique apurada a insub- o cargo anteriormente ocupado, a reintegração far-
sistência dos motivos da aposentação. se-á para cargo equivalente, respeitada a habilitação
profissional do funcionário.
Art. 28. A reversão far-se-á a pedido, ou ex-officio, e
dependerá do preenchimento dos seguintes requisi- Art. 30. A reintegração será precedida de inspeção
tos: médica, para efeito de aferição da capacidade fun-
cional para o exercício do cargo.
I – existência de vaga no mesmo cargo que o apo-
sentado exercia à data da passagem para a inativi- § 1º. Se o laudo médico for desfavorável ao funcionário,
dade, ou no cargo em que o anterior foi transformado; proceder-se-á a nova inspeção de saúde, para o mes-
mo fim, no prazo de 90 (noventa) dias.
II – que o aposentado não conte, à data da reversão:

a) com mais de 60 (sessenta) anos de idade;


Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

6 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 2º. O funcionário será aposentado no cargo anteri- § 3º. É facultado ao funcionário substituto optar pelos
ormente ocupado, quando for considerado, por lau- vencimentos do seu cargo efetivo, mais o percentual
do médico, incapaz para o serviço público em geral. que a lei estabelecer sobre os vencimentos do cargo
Se o cargo houver sido transformado, a aposentado- em comissão.
ria dar-se-á no cargo resultante da transformação. Se
extinto o cargo, a aposentadoria far-se-á para cargo Art. 35. A substituição dependerá, sempre, de ato ex-
equivalente, respeitada a habilitação profissional do presso das autoridades indicadas no art. 4º, conforme
funcionário. o caso.

Art. 31. Aquele que estiver ocupando o cargo do fun- CAPÍTULO II


cionário reintegrado será destituído de plano, ou re- DA POSSE
conduzido ao cargo anterior, sem direito a reparação
pecuniária. Art. 36. Posse é o ato pelo qual o funcionário declara
aceitar o cargo ou a função que deverá exercer, com-
Seção II prometendo-se a bem e fielmente cumprir os deveres
Do Provimento em Comissão9 correspondentes.
_____________________________________
9 V. art. 208, caput, da lei Complementar nº 16, de 28 de dezembro de 1994,
com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 19, de 31 de agosto
Parágrafo único. Não haverá posse do funcionário, se
de 1995. o provimento se operar mediante reintegração.

Art. 32. O provimento em comissão far-se-á por no- Art. 37. A posse dar-se-á mediante a assinatura de ter-
meação ou por substituição. mo em livro próprio, perante o superior imediato do
funcionário, a ser empossado.
Art. 33. A nomeação para cargo de provimento em
comissão prescindirá da aprovação do nomeado em Parágrafo único. É facultado ao funcionário tomar
concurso público de provas, ou de provas e títulos. posse por intermédio de procurador com poderes es-
peciais para assinatura do respectivo termo.
§ 1º. A nomeação para cargo em comissão poderá re-
cair ou não, em funcionário do Estado, quer se encon- Art. 38. A posse será efetuada no prazo de 30 (trinta)
tre no exercício do cargo ou na situação de disponível. dias, contados da data da publicação do ato de provi-
mento do cargo.
§ 2º. Recaindo a nomeação em funcionário do Estado,
este será afastado do seu cargo efetivo, salvo na hipó- § 1º. A requerimento do interessado, ou do represent-
tese de acumulação constitucionalmente permitida. ante legal, o prazo da posse será prorrogado até 30
(trinta) dias.
§ 3º. A nomeação poderá recair em funcionário apo-
sentado, quando se tratar de aposentadoria voluntária § 2º. Excepcionalmente, por razões plenamente justi-
e desde que o nomeado não haja completado 70 (se- ficadas, a critério das autoridades indicadas no art. 4º
tenta) anos de idade. (Revogado pelo art. 6º da Lei deste Estatuto, o prazo de que trata o § 1º poderá ser
Complementar n.º 106, de 11 de julho de 2005) ampliado.

Art. 34. O provimento em substituição dar-se-á nos § 3º. Se a posse não se verificar no curso do prazo ini-
casos de afastamento temporário do titular do cargo cial, ou no da prorrogação, será declarado sem efeito
em comissão. o ato do provimento.

§ 1º. O provimento em substituição somente poderá Art. 39. São requisitos para a
ser feito por funcionário pertencente ao mesmo quad- posse, entre outros estabelecidos neste Estatuto,
ro de pessoal do funcionário substituído. os seguintes:

§ 2º. O funcionário substituto fará jus ao vencimento I – nacionalidade brasileira;


do cargo em comissão em que for provido, por todo o
período em que durar a substituição. II – idade mínima de 18 anos;
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
7

III – habilitação prévia em concurso público, tratan- § 1º. Haverá, nos serviços de Pessoal das Repartições
do-se de nomeação para cargo de provimento efetivo; estaduais, uma ficha de assentamentos individuais do
funcionário, na qual serão anotados os dados de or-
IV – pleno gozo dos direitos políticos; dem pessoal e funcional.

V – quitação com os serviços eleitoral e militar; VI – § 2º. Os dados de ordem pessoal e funcional, referidos
bons antecedentes; no § 1º serão também anotados na Secretaria de Esta-
do da Administração.
VII – sanidade física e mental, comprovada por
inspeção médica. Art. 45. Salvo os casos estabelecidos neste Estatuto, o
funcionário que interromper o exercício por mais de
§ 1º. Será dispensada a prova dos requisitos de n.ºs I 30 (trinta) dias consecutivos, ficará sujeito à pena de
a III, quando o provimento não se processar por no- demissão por abandono de cargo.
meação.
Art. 46. O funcionário em exercício somente poderá
§ 2º. Caberá à autoridade competente para dar pos- ausentar-se do Estado, em objeto de serviço, medi-
se a verificação do atendimento dos requisitos de que ante autorização:
trata o caput deste artigo.
I – das autoridades indicadas no artigo 4º, conforme
CAPÍTULO III o caso, quando o afastamento se der por mais de 30
DO EXERCÍCIO (trinta) dias consecutivos;

Art. 40. O exercício é a prática de atos, pelo funcionário, II – do Dirigente de Repartição Pública em que o fun-
inerentes ao cargo no qual se deu o provimento. cionário estiver lotado, quando o afastamento se der
por menos de 30 (trinta) dias consecutivos.
Art. 41. O exercício do cargo terá início no prazo de 15
(quinze) dias, contados: Art. 47. O funcionário poderá ser posto à disposição
de Órgão ou Entidade Estadual, a cujo quadro de pes-
I – do dia da publicação do ato, nos casos de remoção soal não pertencer, assim como de qualquer Órgão ou
e de reintegração; Entidade da Administração Federal, Municipal e dos
demais Estados-Membros.
II – do dia da posse, nas demais hipóteses de provi-
mento. § 1º. São competentes para autorizar o afastamento
do funcionário as Autoridades mencionadas no art. 4º,
Parágrafo único. Salvo no caso de remoção, o prazo conforme o caso.
de que trata este artigo poderá ser prorrogado por
igual período, a juízo da Autoridade competente para § 2º. O afastamento de que trata este artigo far-se-á
a tomada de posse do funcionário. pelo prazo máximo de 4 (quatro) anos. Findo este
prazo, ou cessados os motivos determinantes do
Art. 42. O funcionário será exonerado, se não entrar no afastamento, o funcionário deverá apresentar- se à
exercício no prazo do artigo 41. Repartição em que estava anteriormente lotado.

Art. 43. O funcionário deverá ter exercício na Repartição § 3º. O afastamento será cancelado, se não for co-
Pública em cuja lotação houver claro. municada à Repartição Estadual de Origem, mensal-
mente, a frequência do funcionário.
Art. 44. O início do exercício e todas as alterações pos-
teriores serão comunicados ao Serviço de Pessoal de § 4º. O funcionário poderá ser colocado à disposição
cada Repartição Pública, para fins de anotação na ficha de outro Órgão ou Entidade, nos termos deste artigo,
de assentamentos individuais do funcionário. com ou sem ônus para a Repartição de origem.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

8 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 4º. O afastamento do funcionário, nos termos deste inferior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
artigo, dar-se-á sem ônus para o órgão ou entidade de
origem, ressalvados os casos em que houver interesse § 3º. Para efeito de apuração do tempo de exercício, a
público justificado e conveniência da Administração que se refere o caput deste artigo, não será considera-
Pública Estadual.( Redação dada pelo art. 1º da Lei da a fração de tempo inferior a 365 (trezentos e ses-
Complementar nº 149, de 14 de dezembro de 2007) senta e cinco) dias. (Redação dada pelo art. 128 da Lei
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 48. O afastamento para fins de participação em
competições esportivas, culturais, ou cívicas, com ou Art. 51. Salvo disposição expressa deste Estatuto, rep-
sem ônus para o Estado, dependerá de autorização utar-se- ão como de exercício, para todos os fins e
expressa das autoridades de que trata o artigo 4º, efeitos, os dias em que o funcionário estiver afastado
conforme o caso. por motivo de:

Parágrafo único. O afastamento previsto neste artigo Art. 51. Salvo disposição expressa deste Estatuto, rep-
será precedido de justificação do Órgão de lotação de utar-se- ão como de efetivo exercício os dias em que o
funcionário. funcionário estiver afastado por motivo de: (Redação
dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º
Art. 49. O funcionário preso em flagrante, ou por de- de novembro de 2005)
terminação judicial ou administrativa, será consid-
erado afastado do exercício, até condenação ou ab- I – férias;
solvição passada em julgado.
II – casamento, até 8 (oito) dias; III – serviços obrigatóri-
§ 1º. No caso de condenação, o funcionário não terá os por lei;
computado, como de efetivo exercício, o tempo du-
rante o qual se deu o afastamento. IV – falecimento do cônjuge, filhos e pais, até 8 (oito)
dias;
§ 2º. No caso de absolvição, o tempo de afastamento
do funcionário será considerado como de efetivo ex- V – falecimento de irmão e sogros, até 4 (quatro) dias;
ercício, para todos os fins e efeitos.
VI – repouso-maternidade;
§ 3º. Para os fins deste Estatuto, reputar-se-á como
absolvição a soltura resultante de impronúncia, ou VI – licença à gestante, licença à adotante e licença
prisão ilegal. paternidade; (Redação dada pelo art. 128 da Lei Com-
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Seção I
Do Tempo de Exercício VII – licença, nos seguintes casos:

Art. 50. Far-se-á em dias a apuração do tempo de ex- a) prêmio à assiduidade;


ercício do funcionário.
b) tratamento da própria saúde;
§ 1º. Serão computados os dias de exercício, com base
no registro de frequência, folha de pagamento, cer- c) tratamento da saúde de pessoa da própria família,
tidões apresentadas, ou, excepcionalmente, mediante até o máximo de 6 (seis) meses em cada quinquênio;
justificação judicial acompanhada de outros elemen-
tos de convicção. VIII – investidura em cargo de provimento em
comissão, ou em função de confiança, de Autarquia
§ 2º. O número de dias será convertido em anos con- ou Órgão Público estadual a cujo quadro de pessoal
siderado o ano como de 365 (trezentos e sessenta e não pertencer;
cinco) dias.
IX – exercício de mandato eletivo, federal, estadual ou
§ 3º. Ressalvado o disposto no § 4º do art. 96, não será municipal, exceto para promoção por merecimento;
considerada, para nenhum efeito, a fração de tempo
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
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X – autorização para ausentar-se, em objeto de serviço, I – os dias de exercício em cargo ou emprego do


ou pra fins de participação em competições esporti- Serviço Público de outro Estado-Membro, União, Mu-
vas, culturais ou cívicas; nicípio, Distrito Federal, ou Território assim como no
serviço das respectivas Autarquias;
XI – demissão ilegal, se o ato de reintegração for pro-
cessado; II – os dias correspondentes ao exercício de cargo ou
emprego de Autarquia do Estado;
XII – faltas abonadas, até o máximo de 8 (oito) por
ano, entendendo-se como tais as que não acarretarem III – os dias de exercício no serviço ativo das Forças
descontos de vencimento ou remuneração; Armadas e nas Auxiliares, computado-se, em dobro, o
tempo em operações ativas de guerra;
XIII – processo administrativo, se o funcionário for
julgado inocente, ou se a pena imposta for a de ad- III – os dias de exercício no serviço ativo das Forças
vertência, repreensão ou multa; Armadas e das Auxiliares; (Redação dada pelo art. 128
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
XIV – prisão em flagrante, ou por determinação judi- 2005)
cial ou administrativa, nos termos dos §§ 2º e 3º do art.
49 deste Estatuto. IV – os dias em que o funcionário aproveitado esteve
em disponibilidade;
Parágrafo único. A contagem autorizada por este arti-
go não exclui outras hipóteses expressamente admiti- V – o tempo de licença-prêmio adquirida no serviço
das neste Estatuto. público do Estado e não gozada, contado em dobro.
(Revogado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113,
§ 1º. A contagem autorizada por este artigo não ex- de 1º de novembro de 2005)
clui outras hipóteses expressamente admitidas neste
Estatuto. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple- VI – o tempo em que o funcionário esteve cedido ou
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) colocado à disposição de Empresa Pública, Sociedade
de Economia Mista ou Fundação da Administração Es-
§ 2º. São normalmente devidas as contribuições prev- tadual ou Federal, bem como de outro Estado-Mem-
idenciárias durante os dias de afastamento previstos bro, Município, Distrito Federal ou Território, desde
neste artigo. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Com- que remunerado pelo Tesouro do Estado de Sergipe.
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) (Redação dada pelo art. 9º da Lei n.º 2.511, de 25 de
outubro de 1984)
Art. 52. Apenas para efeito de aposentadoria, disponi-
bilidade e percepção do adicional por 25 (vinte e cin- Art. 53. Apenas para efeito de aposentadoria e dis-
co) anos de serviço reputar- se-ão como de exercício ponibilidade, reputar-se-ão como de exercício os
os seguintes afastamentos: seguintes afastamentos:

Art. 52. Apenas para efeito de aposentadoria, disponi- Art. 53. Apenas para efeito de aposentadoria e dis-
bilidade e percepção do adicional do terço por 25 ponibilidade, reputar-se-ão como de exercício os
(vinte e cinco) anos de serviço, reputar-se-ão como seguintes afastamentos, desde que tenha havido a
de exercício os seguintes afastamentos, desde que respectiva contribuição previdenciária: (Redação dada
tenha havido a respectiva contribuição previdenciária: pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
(Redação dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º novembro de 2005)
113, de 1º de novembro de 2005)
I – os dias em que o funcionário foi colocado à dis-
Art. 52. Apenas para efeito de aposentadoria e dis- posição de Empresa Pública, Sociedade de Economia
ponibilidade, reputar-se-ão como de efetivo exercício Mista, ou de Fundações, desde que integrantes da
os seguintes afastamentos, desde que tenha havido a Administração Estadual;
respectiva contribuição previdenciária: (Redação dada
pelo art. 2º da Lei Complementar n.º 253, de 26 de
dezembro de 2014)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

10 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

I – os dias em que o funcionário esteve cedido ou colo- Seção II


cado à disposição de Empresa Pública, Sociedade de Do Estágio Probatório
Economia Mista ou Fundação da Administração Estad-
ual ou Federal, bem como de outro Estado-Membro, Art. 57. Estágio Probatório é o período de exercício
Município, Distrito Federal ou Território, desde que re- em que o funcionário, nomeado por concurso, deverá
munerados pela respectiva entidade; (Redação dada comprovar que satisfaz os requisitos necessários à sua
pelo art. 9º da Lei n.º 2.511, de 25 de outubro de 1984) permanência no Serviço Público.

II – o tempo em que o funcionário revertido esteve Parágrafo único. O Estágio Probatório dar-se-á no
aposentado, se a aposentadoria se deu por motivo de período de 2 (dois) anos.
invalidez;
§1º. O funcionário investido na forma do caput deste
III – o tempo de licença para acompanhamento do artigo, titular de cargo de provimento efetivo, depois
cônjuge varão, se este for também funcionário de Au- de aprovado em avaliação especial de desempenho no
tarquia ou de Órgão Público Estadual. Serviço Público ao completar 03 ( três) anos de efetivo
exercício no cargo. ( Redação dada pelo art. 1º da Lei
III – o tempo de licença para acompanhamento do Complementar nº 149, de 14 de dezembro de 2007)
cônjuge; (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple-
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) § 2º O estágio de que trata este artigo não será dispen-
sado, em nenhuma hipótese, para fins de aquisição de
IV – o tempo de licença para tratamento de saúde de estabilidade. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei Com-
pessoa da própria família. (Acrescentado pelo art. 128 plementar n. 149, de 14 de dezembro de 2007)
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
2005) Art. 58. São requisitos para a permanência do fun-
cionário no Serviço Público:
Parágrafo único. O tempo de exercício a que se refere
o item I deste artigo será contado de forma singela. I – idoneidade moral;
(Revogado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, II – assiduidade;
de 1º de novembro de 2005) III – pontualidade;
IV – disciplina;
Art. 54. Ressalvado o tempo de exercício dos V – eficiência;
Despachantes Estaduais e dos seus auxiliares, não será VI– dedicação ao serviço.
computado, para nenhum efeito, o tempo de serviço
gratuito. § 1º. Os requisitos de que trata os itens deste artigo
serão comprovados, à vista de anotações na ficha de
Parágrafo único. O tempo de serviço aproveitado pela assentamentos individuais do funcionário, a cargo de
parte inicial deste artigo será contado a partir da data cada Repartição do Serviço Público.
da entrada em vigor da Lei Estadual n.º 738, de 26 de
maio de 1956. § 2º. Será exonerado o funcionário que, no curso do
Estágio Probatório, não preencher qualquer dos req-
Art. 55. É vedada a acumulação de tempo de serviço, uisitos enumerados nos itens deste artigo.
concomitante ou simultaneamente prestado em mais
de um cargo ou emprego, da União, Estados-Mem- § 3º. A apuração dos requisitos de que tratam os itens
bros, Municípios, Distrito Federal, ou Territórios, assim deste artigo deverá processar-se de modo a que a ex-
como das respectivas Autarquias. oneração do funcionário possa ser feita antes de findo
o período do estágio.
Art. 56. Em regime de acumulação legal, será vedado
contar tempo de um dos cargos ou empregos para
reconhecimento de direitos ou vantagens no outro.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
11

§ 4º. Para apuração do merecimento do estagiário em da Lei Complementar n.º 149, de 14 de dezembro de
relação a cada um dos requisitos, seu superior ime- 2007)
diato prestará informações reservadas ao diretor do
serviço de pessoal de cada Repartição. De posse dos Art. 60. Para efeito do estágio, considerar-se-á o tem-
elementos informativos, o Órgão de Pessoal emitirá po de exercício do funcionário em outro cargo estad-
parecer escrito sobre a conveniência ou não da confir- ual de provimento efetivo, desde que:( Revogado pelo
mação do estagiário no serviço público. art. 1º da Lei Complementar n.º 149, de 14 de dezem-
bro de 2007)
§ 5º. Para efeito de apresentação de defesa, que se
fará no prazo de 10 (dez) dias, o estagiário será notifi- I – não tenha havido solução de continuidade; (
cado do parecer que for contrário à sua permanência Revogado pelo art. 1º da Lei Complementar n.º 149,
no serviço público. de 14 de dezembro de 2007)

§ 6º. Decidindo-se pela exoneração do estagiário, o II – a nomeação anterior haja sido precedida de con-
dirigente da Repartição solicitará às autoridades com- curso público. ( Revogado pelo art. 1º da Lei Comple-
petentes para a nomeação, a expedição do respectivo mentar n.º 149, de 14 de dezembro de 2007)
ato.
Seção III
Art. 59. Findo o prazo do estágio, sem que haja exon- Da Remoção
eração, o funcionário será confirmado no seu cargo,
automaticamente. Art. 61. Remoção é a mudança do local de exercício do
funcionário, sem que se modifique a respectiva situ-
Art. 59-A. O funcionário em estágio probatório não ação funcional.
poderá:
Art. 62. Caberá a Remoção:
I – ocupar cargo de provimento em comissão; ( Acres-
centado pelo art. 1º da Lei Complementar n.º 149, de I – de uma para outra Secretaria ou Repartição do Es-
14 de dezembro de 2007) tado;

II – exercer função de confiança ; ( Acrescentado pelo II – de um para outro Órgão da mesma Secretaria ou
art. Repartição do Estado.

1º da Lei Complementar n.º 149, de 14 de dezembro § 1º. A remoção dependerá da existência de claro de
de 2007) lotação.

III – ser posto à disposição de órgão ou entidade. ( § 2º. Independerá de claro de lotação a remoção da
Acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n.º funcionária casada, por motivo de mudança de dom-
149, de 14 de dezembro de 2007) icílio do seu cônjuge, também servidor público estad-
ual.
§ 1º. A vedação prevista no inciso I do caput deste artigo
não se aplica aos ocupantes dos cargos de provimen- Art. 63. A Remoção far-se-á a pedido ou ex-officio,
to em comissão de Secretário Municipal, Secretário de sempre no interesse do serviço público.
Estado ou a este equiparado, Subsecretário de Esta-
do, Secretário-Adjunto, Diretor-Presidente ou Diretor Art. 64. Admitir-se-á a Remoção por permuta, medi-
de Autarquia ou Fundação. ( Acrescentado pelo art. ante requerimento dos permutantes, observado o dis-
1º da Lei Complementar n.º 149, de 14 de dezembro posto nesta Seção.
de 2007)
Art. 65. São competentes para ordenar a Remoção as
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, fica suspenso o Autoridades referidas no art. 4º, no âmbito de cada
período de estágio probatório para o cargo de provi- quadro de pessoal.
mento efetivo, enquanto permanecer no cargo de
provimento em comissão. ( Acrescentado pelo art. 1º
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

12 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Seção IV Seção V
Da Redistribuição Da Disponibilidade

Art. 66. Redistribuição é a translação do cargo, com Art. 70. Disponibilidade é a situação de inatividade re-
o respectivo ocupante, do Quadro do Poder Execu- munerada a que passa o funcionário estável, por força
tivo Estadual para o quadro de pessoal de Entidade da extinção do cargo que ocupava, ou da declaração,
Autárquica do Estado, assim como deste para aquele. por ato do Poder Executivo, da sua desnecessidade.

Art. 67. A redistribuição far-se-á em atenção aos § 1º. A remuneração do funcionário em disponibili-
seguintes objetivos: dade será proporcional ao tempo de serviço público.

I – ajustar o número de funcionários às necessidades § 2º. A remuneração do funcionário em disponibil-


efetivas de pessoal para o atendimento dos serviços idade não poderá exceder a retribuição pecuniária
públicos; percebida na atividade.

II – fixar as lotações funcionais dos Órgãos e Entidades Art. 71. Restaurado o cargo, ou revogada a declaração
da Administração Estadual Direta e Autárquica; da sua desnecessidade, o funcionário disponível será
obrigatoriamente aproveitado, independentemente
III – colocar o funcionário no quadro de pessoal mais da ordem estabelecida pelo parágrafo único do art. 5º.
favorável ao aproveitamento da sua formação profis-
sional e capacidade de trabalho. Art. 72. O funcionário em disponibilidade será apo-
sentado, quando atender os requisitos da aposenta-
Art. 68. A redistribuição dar-se-á a pedido ou ex-oficio. doria.

Parágrafo único. Em qualquer das hipóteses deste ar- TÍTULO III


tigo, a redistribuição far-se-á por decreto executivo, DA VACÂNCIA
ouvidos os dirigentes do Órgão e da Entidade inter-
essados. Art. 73. Vacância é a abertura de vaga em cargo, ou
em função de confiança, por motivo de:
Art. 69. A redistribuição somente ocorrerá:
I – ato de criação do cargo ou da função;
I – tratando-se de cargo de provimento efetivo e na-
tureza estatutária; II – desinvestidura de cargo ou função preexistente
nas seguintes hipóteses:
II – após o estágio probatório do funcionário;
a) falecimento;
III – se o cargo a redistribuir for igual ou assemelhado
a cargo já existente no Quadro de Pessoal da Entidade b) exoneração;
ou do Órgão destinatário da redistribuição.
c) demissão;
§ 1º. Aplicar-se-á ao cargo redistribuído o mesmo nível
ou padrão de vencimento do cargo que lhe for idên- d) aposentadoria;
tico ou assemelhado, na Entidade ou no Órgão desti-
natário da redistribuição. e) provimento em outro cargo não acumulável, em
razão de:
§ 2º. Se o vencimento do cargo idêntico ou assemelha-
do for inferior àquele fixado, na Repartição de origem, 1. nomeação;
para o cargo redistribuído, o funcionário fará jus à re-
spectiva diferença até que esta seja absorvida por fu- 2. acesso;
turas majorações de vencimento.
3. transferência;
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
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4. readaptação. § 1º. Tratando-se de cargo em comissão de natureza


especial, o vencimento poderá ser estabelecido sem
Parágrafo único. Considerar-se-á aberta a vaga: referência a padrão ou nível. (Antigo parágrafo único
alterado para § 1º por força do art. 3º da Lei Comple-
I – na data da vigência do ato que criar o cargo ou a mentar n.º 19, de 31 de agosto de 1995)
função;
§ 2º. No caso de cargo efetivo, somente é consider-
II – na data do ato ou do fato ensejador da desinves- ado vencimento, para todos os efeitos legais, exten-
tidura. sivos aos funcionários do Magistério e ocupantes de
cargo policial civil, o valor específico correspondente
Art. 74. Dar-se-á a exoneração: à Referência em que se encontrar o funcionário, no
Padrão e Nível do seu cargo, constante da respecti-
I – a pedido do funcionário, em qualquer caso; va Tabela de Vencimento ou Salário legalmente fixa-
da de acordo com o seu Plano de Cargos, Funções e
II – ex-officio, tratando-se de funcionário: Vencimentos ou Salários, cujo valor é que unicamente
poderá ser tomado ou considerado como vencimento
a) ocupante de cargo em comissão, ou de função de para cálculo de quaisquer gratificações, adicionais ou
confiança; vantagens asseguradas na forma da lei. (Acrescenta-
do pelo art. 3º da Lei Complementar n.º 19, de 31 de
b) em estágio probatório, por extinção do cargo, ou agosto de 1995)
não atendimento dos requisitos necessários à aquisi-
ção da estabilidade; § 3º. Além do vencimento, no valor específico legal-
mente fixado na respectiva Tabela de Vencimento ou
c) que não entrar no exercício, dentro dos prazos esta- Salário, conforme estabelecido no § 2º deste artigo,
belecidos por este Estatuto; todos os demais valores integrantes da remuneração,
percebidos pelo funcionário, constituem vantagens,
d) nomeado para outro cargo, emprego, ou função, não podendo ser utilizados para cálculo de quais-
inacumuláveis. quer gratificações, adicionais ou outras vantagens
e nem considerados entre si para efeito de cálculos
Art. 75. A demissão dar-se-á, sempre como medida dos seus valores, vedada, assim, terminantemente, a
administrativa de caráter disciplinar, somente ocorren- repercussão de qualquer gratificação, adicional ou
do nas hipóteses estabelecidas nos artigos 263 e 264 e vantagem sobre outra, ressalvado o disposto no § 4º
parte final do art. 266, todos deste Estatuto. deste artigo. (Acrescentado pelo art. 3º da Lei Com-
plementar n.º 19, de 31 de agosto de 1995)
TÍTULO IV
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS § 4º. Excepcionalmente, a Gratificação de Produtivi-
dade ou Gratificação de Exercício dos Fiscais e Audi-
CAPÍTULO I tores do Fisco Estadual de que trata a Lei n.º 2.270, de
DOS DIREITOS EM GERAL 10 de julho de 1980; a Gratificação de Produtividade
estabelecida para os Procuradores do Estado pelo art.
Seção I 26 da Lei n.º 2.594, de 13 de novembro de 1986; a
Do Vencimento e da Remuneração Gratificação de Produtividade prevista para os Defen-
sores Públicos do Estado pelo art. 55 da Lei Comple-
Art. 76. Vencimento é a retribuição pecuniária mensal, mentar n.º 15, de 20 de dezembro de 1994; e a Grat-
devida ao funcionário pelo exercício do seu cargo e ificação Especial de Carreira de Delegado de Polícia a
correspondente a um padrão ou nível fixado em lei. que se refere o art. 1º da Lei n.º 3.592, de 09 de janei-
ro de 1995, e respectivas legislações suplementares,
Parágrafo único. Tratando-se de cargo em comissão serão consideradas para efeito de cálculo dos Adicio-
de natureza especial, o vencimento poderá ser estabe- nais do Triênio e do Terço assegurados na forma da lei
lecido sem referência a padrão ou nível. aos mesmos funcionários. (Acrescentado pelo art. 3º
da Lei Complementar n.º 19, de 31 de agosto de 1995)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

14 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 4º. Excepcionalmente, a Gratificação de Produtivi- gens e prerrogativas; (Redação dada pelo art. 17 da Lei
dade ou Gratificação de Exercício dos Fiscais e Audi- n.º 2.558, de 14 de novembro de 1985)
tores do Fisco Estadual de que trata a Lei n.º 2.270,
de 10 de julho de 1980; a Gratificação de Produtiv- II – pelo vencimento ou remuneração do cargo efetivo,
idade estabelecida para os Procuradores do Estado acrescida de 60% (sessenta por cento) do vencimento
pelo art. 26 da Lei n.º 2.594, de 13 de novembro de do cargo em comissão. (Redação dada pela Lei Com-
1986; a Gratificação de Produtividade prevista para plementar n.º 80, de 17 de janeiro de 2003)
os Defensores Públicos do Estado pelo art. 55 da Lei
Complementar n.º 15, de 20 de dezembro de 1994; a III – pelo vencimento ou remuneração de cargo efeti-
Gratificação Especial de Carreira de Delegado de Polí- vo, acrescido de 60% (sessenta por cento) do valor de
cia a que se refere o art. 1º da Lei n.º 3.592, de 09 de Secretário de Estado ou de cargo em comissão de Na-
janeiro de 1995; a Gratificação por Serviço Judiciário e tureza Especial, quando a investidura se der, respecti-
a Gratificação por Serviço Legislativo dos funcionários vamente, em quaisquer destes cargos. (Redação dada
dos Poderes Judiciário e Legislativo, nos termos dos pelo art. 12 da Lei n.º 2.215, de 30 de junho de 1979)
artigos 13 e 20, respectivamente, da Lei n.º 2.693, de
07 de dezembro de 1988; e a Gratificação de Controle III – pelo vencimento ou remuneração do cargo efe-
Externo dos funcionários do Tribunal de Contas do Es- tivo, acrescido de 60% (sessenta por cento) do valor
tado, de acordo com o art. 13 da Lei n.º 2.660, de 07 de do cargo em comissão de Natureza Especial, quando
abril de 1988, e respectivas legislações suplementares, a investidura se der nesse cargo, salvo o de Secretário
serão consideradas para efeito de cálculo dos Adicio- de Estado e outros com os mesmos direitos, vanta-
nais do Triênio e do Terço assegurados na forma da gens e prerrogativas. (Redação dada pelo art. 15 da Lei
lei aos mesmos funcionários. (Redação dada pela Lei n.º 2.419, de 26 de maio de 1983) (Revogado pela Lei
Complementar n.º 22, de 25 de outubro de 1995) Complementar n.º 80, de 17 de janeiro de 2003)

Art. 77. Remuneração é a retribuição pecuniária men- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos
sal, devida ao funcionário pelo exercício do seu cargo servidores dos três Poderes do Estado, do Tribunal de
e correspondente ao vencimento e mais as vantagens Contas e da Administração Estadual Indireta, inclusive
a este incorporadas. os contratados pelo regime trabalhista. (Revogado
pela Lei Complementar n.º 80, de 17 de janeiro de
Art. 78. Ao funcionário estadual que for investido em 2003)
cargo em comissão, inclusive de natureza especial,
será permitido optar: § 1º. Quando a investidura se der em cargo de
Secretário de Estado ou outro com os mesmos dire-
Art. 78. Ao funcionário estadual que for investido em itos, vantagens e prerrogativas, a opção somente se
cargo em comissão, inclusive de natureza especial, é dará: (Redação dada pelo art. 15 da Lei n.º 2.419, de 26
permitido optar: (Redação dada pela Lei Complemen- de maio de 1983) (Revogado pela Lei Complementar
tar n.º 80, de 17 de janeiro de 2003) n.º 80, de 17 de janeiro de 2003)

I – pelo vencimento do cargo em comissão; I – pelo vencimento do cargo em comissão, acrescido


de verba de representação, se fixada em lei, das vanta-
I – pelo vencimento do cargo em comissão; ou gens pecuniárias pessoais incorporáveis ao vencimen-
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 80, de 17 to do cargo efetivo; ou (Redação dada pelo art. 15 da
de janeiro de 2003) Lei n.º 2.419, de 26 de maio de 1983) (Revogado pela
Lei Complementar n.º 80, de 17 de janeiro de 2003)
II – pelo vencimento ou remuneração do cargo efeti-
vo, acrescido de 40% (quarenta por cento) do valor do II – pela remuneração do cargo efetivo. (Redação dada
cargo em comissão. pelo art. 15 da Lei n.º 2.419, de 26 de maio de 1983)
(Revogado pela Lei Complementar n.º 80, de 17 de ja-
II – pelo vencimento ou remuneração do cargo efeti- neiro de 2003)
vo, acrescido de 60% (sessenta por cento) do valor do
cargo em comissão, salvo o de Secretário de Estado e
outros com os mesmos vencimentos, direitos, vanta-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
15

§ 2º. O disposto neste artigo aplica-se aos servidores IV – o valor correspondente a 2/3 (dois terços)
dos três Poderes do Estado, do Tribunal de Contas e da de cada dia em que o funcionário faltar ao serviço, por
Administração Estadual Indireta, inclusive os contrata- motivo de cumprimento de pena privativa de liber-
dos pelo regime trabalhista. (Redação dada pelo art. dade, resultante de condenação judicial definitiva que
15 da Lei n.º 2.419, de 26 de maio de 1983) não acarrete a respectiva demissão.

§ 2º. O disposto neste artigo aplica-se aos servidores IV – o valor correspondente a cada dia em que o fun-
dos três Poderes Constituídos do Estado, do Tribunal cionário faltar ao serviço por motivo de cumprimento
de Contas do Estado e da Administração Estadual Indi- de pena privativa de liberdade, resultante de conde-
reta, inclusive os servidores contratados pelo regime nação judicial definitiva que não acarrete a respectiva
trabalhista. (Redação dada pela Lei Complementar n.º demissão; (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple-
80, de 17 de janeiro de 2003) mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)

Art. 79. É vedado o exercício gratuito de cargo público. V – o valor correspondente a cada dia em que o fun-
cionário faltar ao serviço por motivo de suspensão
Art. 80. Ressalvado o direito de opção e de acumu- resultante de instauração de processo administrativo
lação legal, quando for o caso perderá o vencimento disciplinar. (Acrescentado pelo art. 128 da Lei Comple-
ou a remuneração do seu cargo efetivo o funcionário mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
que:
§ 1º. Serão abonadas as faltas motivadas por moléstia
I – for nomeado para cargo em comissão; ou enfermidade, mediante apresentação de atestado
médico, até o máximo de 12 (doze) por ano, não exce-
II – estiver no exercício de mandato eletivo federal, es- dendo a 3 (três) por mês. Acima desse limite, somente
tadual, ou municipal; serão abonadas as faltas justificadas por atestado do
Serviço Médico do Estado.
III – for nomeado para o cargo de Prefeito Municipal.
§ 2º. Para efeito de desconto, serão considerados os
Art. 81. Será descontado do vencimento, ou da remu- dias inúteis que se seguirem, imediatamente, às faltas
neração: não abonadas do funcionário.

I – o valor correspondente a cada dia de ausência do § 3º. Para efeito do desconto a que se refere o item II
funcionário ao serviço, salvo as hipóteses admitidas deste artigo, considerar-se-á como 1 (uma) hora de
por este Estatuto; atraso na entrada, ou de antecipação na saída do tra-
balho, a fração de tempo superior a 15 (quinze) minu-
II – o valor correspondente às horas de atraso ou de tos.
antecipação do funcionário, na entrada ou na saída do
serviço, conforme o caso; § 4º. Reputar-se-á como ausência ao serviço todo atra-
so ou antecipação superior a 2 (duas) horas.
III – o valor correspondente a 1/3 (um terço) de cada
dia em que o funcionário faltar ao serviço, por motivo § 5º. Os descontos por motivo de atraso, antecipação,
de prisão em flagrante, ou por determinação judicial ou ausência, não excluirão a respectiva anotação na fi-
ou administrativa, até condenação ou absolvição pas- cha de assentamentos individuais do funcionário, para
sada em julgado. Se absolvido, o funcionário fará jus à efeito de aferição da sua pontualidade e assiduidade
respectiva diferença; ao serviço.

III – o valor correspondente a cada dia em que o fun- § 6º. Para efeito da diferença a que se refere a parte
cionário faltar ao serviço por motivo de prisão em final do item III deste artigo, equivalerá à absolvição a
flagrante, ou por determinação judicial, até a conde- soltura resultante de impronúncia ou de prisão ilegal.
nação ou absolvição passada em julgado; (Redação (Revogado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113,
dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de 1º de novembro de 2005)
de novembro de 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

16 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 7º. Aplicar-se-á o disposto no item III deste artigo Parágrafo único. O limite estabelecido por este artigo
aos casos em que o funcionário faltar ao serviço, por elevar-se-á ao máximo de 60% (sessenta por cento),
motivo de suspensão resultante da instauração de nos casos de consignação para amortização de em-
processo administrativo disciplinar. (Revogado pelo préstimos imobiliários.
art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
vembro de 2005) Art. 84. O vencimento ou a remuneração do fun-
cionário não poderá sofrer outros descontos, exceto
§ 8º. Durante o período em que o funcionário esti- os autorizados por lei.
ver cumprindo prisão ou pena privativa de liberdade a
que se referem os incisos III e IV do caput deste artigo, Art. 85. Nos cálculos do vencimento, ou da remuner-
poderá ser concedido, aos seus dependentes, o aux- ação do funcionário, serão desprezadas as frações de
ílio-reclusão previsto no Regime Próprio de Previdên- cruzeiro10, inclusive em relação aos descontos legais.
cia Social do Estado de Sergipe – RPPS/SE. (Acrescen- _____________________________________
tado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º 10 Moeda da época da edição do Estatuto
de novembro de 2005)
Art. 86. Somente será admitida a outorga de
§ 9º. Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, procuração para efeito de recebimento de vencimento
se o funcionário for absolvido, será devido, pelo órgão ou remuneração quando o funcionário se encontrar
ou entidade a que for subordinado ou vinculado o fora da respectiva sede, ou impossibilitado, compro-
mesmo funcionário, o vencimento ou a remuneração vadamente, de locomover-se.
integral, descontado, se for o caso, o valor do auxílio-
reclusão pago a seus dependentes de acordo com § § 1º. Seja qual for a hipótese determinada da outorga
8º deste mesmo artigo. (Acrescentado pelo art. 128 de procuração, a validade do respectivo instrumento
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de ficará limitada ao período de 6 (seis) meses.
2005)
§ 2º. A Secretaria de Estado da Administração ve-
Art. 82. Salvo disposição em contrário, deste Estatuto, lará para que os Órgãos ou Entidades pagadoras ob-
serão descontados do vencimento ou da remuneração servem, rigorosamente, o disposto no caput e no § 1º
do funcionário, em parcelas não excedentes a 10% deste artigo.
(dez por cento) dos mesmos, as reposições ou inden-
izações devidas à Fazenda Estadual. Art. 87. Os vencimentos dos cargos do Poder Legisla-
tivo, do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas do
§ 1º. Tratando-se reposição ou indenização proveniente Estado não poderão ser superiores aos pagos pelo
de apropriação indevida de recursos do Estado, com o Poder Executivo, para cargos de atribuições iguais ou
emprego de comprovada má-fé, os descontos poderão assemelhadas.
ultrapassar o limite fixado neste artigo, a critério das
Autoridades indicadas no art. 4º deste Estatuto, con- Parágrafo único. Respeitado o disposto neste artigo,
forme o caso. é vedada vinculação ou equiparação de qualquer na-
tureza, para efeito de remuneração dos funcionários
§ 2º. Se o funcionário for exonerado, demitido, ou vier públicos civis do Estado.
a falecer antes de liquidado o seu débito para com a
Fazenda Estadual, a quantia devida será inscrita como Seção II
dívida ativa, para efeito de cobrança administrativa ou Da Estabilidade
judicial.
Art. 88. Estabilidade é a garantia de permanência do
Art. 83. Não serão admitidas consignações, para amor- funcionário efetivo no serviço público estadual, após o
tização de empréstimos contraídos com Órgãos ou cumprimento do estágio probatório ou do prazo fixa-
Entidades Oficiais, superiores a 30% (trinta por cento) do em lei.
do valor líquido do vencimento ou da remuneração do
funcionário.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
17

Art. 89. O funcionário estável somente poderá ser b) 30 (trinta) anos de serviço público, se do sexo fem-
demitido em razão de sentença judicial definitiva, ou inino; (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar
de decisão proferida em processo administrativo dis- n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
ciplinar, desde que lhe tenha sido assegurado ampla
defesa. IV – o Pessoal Civil ativo, da Administração Dire-
ta, Autárquica e Fundacional do Estado de Sergipe,
Art. 90. Conservará a estabilidade já adquirida o fun- que permanecer em atividade após completar as ex-
cionário estadual que for nomeado para outro cargo igências para aposentadoria voluntária integral, nas
de provimento efetivo de qualquer dos quadros de condições previstas no art. 40, da Constituição Feder-
pessoal referidos no § 6º do art. 2º deste Estatuto, res- al, na redação dada pela Emenda Constitucional n.º 20,
peitadas as condições do art. 60 deste Estatuto. de 15 de dezembro de 1998, ou nas condições previs-
tas no art. 8º da referida Emenda, fará jus à isenção da
Art. 91. Nos casos de acumulação legal de cargos de contribuição previdenciária até a data da publicação
provimento efetivo, a estabilidade contar-se-á a partir da concessão de sua aposentadoria, voluntária ou
do cumprimento do estágio probatório em cada um compulsória. (Acrescentado pela Lei Complementar
deles. n.º 53, de 27 de outubro de 2000) (Revogado pelo art.
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
Parágrafo único. A estabilidade do funcionário pelo de 2005)
cumprimento do estágio probatório no primeiro cargo
não será impeditiva da exoneração do funcionário no § 1º. A aposentadoria por invalidez será precedida de
segundo cargo, se, em relação a este, a fase probatória licença para tratamento de saúde, por período não su-
não se completar. perior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo se o serviço
Médico do Estado concluir, de logo, pela incapacidade
Seção III do funcionário para o serviço público. (Revogado pelo
Da Aposentadoria11 art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
___________________________________ vembro de 2005)
11 V. Art. 40 da CF , e Lei Complementar nº 113, de 1º de novembro de 2005
§ 2º. O laudo que concluir pela incapacidade definitiva
Art. 92. Aposentadoria é a situação de permanente do funcionário esclarecerá se a invalidez diz respeito
inatividade do funcionário, sem prejuízo do seu venci- apenas ao exercício do cargo, ou ao serviço público.
mento ou remuneração, nos termos deste Estatuto. (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
de 1º de novembro de 2005)
§ 3º. Não sendo o caso de incapacidade para o serviço
Art. 93. A aposentadoria dar-se-á: (Revogado pelo art. público, aposentadoria por invalidez só será concedi-
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro da, se não for possível a readaptação do funcionário.
de 2005) (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
de 1º de novembro de 2005)
I – por invalidez; (Revogado pelo art. 138 da Lei Com-
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) § 4º. A aposentadoria por invalidez somente produzirá
efeitos, a partir da publicação do ato que a conceder.
II – compulsoriamente, ao atingir o funcionário a idade (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
de 70 (setenta) anos; (Revogado pelo art. 138 da Lei de 1º de novembro de 2005)
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
§ 5º. A aposentadoria compulsória dar-se-á automati-
III – a pedido do funcionário que completar: (Revoga- camente, a partir do dia seguinte àquele em que o
do pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de funcionário atingir a idade- limite. (Revogado pelo art.
novembro de 2005) 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
de 2005)
a) 35 (trinta e cinco) anos de serviço público, se do
sexo masculino; (Revogado pelo art. 138 da Lei Com-
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

18 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 6º. A aposentadoria voluntária somente produzirá c) nas hipóteses referidas nas alíneas “a” e “b” do item
efeitos, a contar do dia em que for publicado o ato de III do art. 93; (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple-
sua concessão. O funcionário aguardará, em exercício, mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
a publicação do ato concessivo da sua aposentadoria.
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, II – correspondente ao vencimento ou à remuneração,
de 1º de novembro de 2005) proporcionalmente ao tempo de serviço público, nos
demais casos. (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple-
§ 7º. Havendo interesse para o serviço público, a apo- mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
sentadoria voluntária poderá ser concedida ao fun-
cionário que contar com mais de 25 (vinte e cinco) § 1º. Para efeito de fixação dos proventos relativos à
anos de serviço público, exclusive o tempo de licença aposentadoria por invalidez, considerar-se-á: (Revoga-
prêmio não gozada. do pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
novembro de 2005)
§ 7º. Dar-se-á a aposentadoria voluntária ao fun-
cionário que a requerer, desde que conte com mais de I – Acidente, o evento que provoque dano físico ou
30 (trinta) anos de serviço, se do sexo masculino, ou mental e que tiver como causa imediata, ou mediata, o
mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se do sexo exercício do cargo público. Equipara-se a acidente em
feminino. (Redação dada pelo art. 3º da Lei n.º 2.876, serviço o ocorrido no deslocamento entre a residência
de 14 de novembro de 1990) (Revogado pelo art. 138 e o local de trabalho, assim como a agressão que o
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de funcionário vier a sofrer, sem provocação da sua parte,
2005) no exercício do cargo; (Revogado pelo art. 138 da Lei
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 94. A aposentadoria dos funcionários estaduais
será concedida ou declarada para Autoridade compe- II – Moléstia Profissional, a doença ou enfermidade
tente para a respectiva nomeação. resultante da natureza ou das condições do trabalho,
ou de fato nele ocorridos devendo o laudo médico
Art. 95. Denominar-se-á “proventos” a retribuição pe- estabelecer-lhe a rigorosa caracterização; (Revogado
cuniária mensal do aposentado. pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
novembro de 2005)
Art. 96. Os proventos da aposentadoria serão: (Revoga-
do pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de III – Doença grave, contagiosa, ou incurável, as re-
novembro de 2005) sultantes de tuberculose ativa, alienação mental, ne-
oplasia maligna, cegueira, ou redução da visão a esta
I – iguais ao vencimento ou à remuneração percebida equivalente, lepra, cardiopatia grave e irredutível,
na atividade: (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple- “Mal de Parkinson”, paralisia irreversível e incapacit-
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) ante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
estados avançados de osteíte deformante, assim como
a) na hipótese de que trata o item I do art. 93, se a outras moléstias ou enfermidades que a lei indicar,
invalidez resultar de acidente em serviço, moléstia com base nas conclusões da medicina especializada.
profissional, ou doença grave, contagiosa ou incuráv- (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
el, especificada neste Estatuto; (Revogado pelo art. de 1º de novembro de 2005)
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
de 2005) § 2º. Para efeito de fixação dos proventos relativos à
aposentadoria compulsória, o funcionário consider-
b) na hipótese de que trata o item II, do art. 93, se o ar-se-á inativo, a partir do dia seguinte aquele em
funcionário, ao atingir a idade de 70 (setenta) anos, que completar 70 (setenta) anos de idade. (Revogado
contar com 35 (trinta e cinco) ou 30 (trinta) anos de pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
serviço público, conforme se trate do sexo masculi- novembro de 2005)
no ou feminino, respectivamente; (Revogado pelo art.
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
de 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
19

§ 3º. Tratando-se de aposentadoria com proventos Parágrafo único. A incorporação de outras vanta-
proporcionais ao tempo de serviço o respectivo cálcu- gens pecuniárias, para efeito de cálculos de proven-
lo será feito à razão de 1/35 (um trinta e cinco avos), tos da aposentadoria, somente se fará nos termos e
ou 1/30 (um trinta avos) por ano de serviço público, condições expressamente regulados neste Estatuto.
conforme se trate, respectivamente, de funcionário do
sexo masculino ou feminino. (Revogado pelo art. 138 § 1º. Para o disposto neste artigo, considerar-se-á
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de o exercício de cargo de Presidente e de Diretor, ou
2005) equivalentes, de empresas públicas estaduais ou so-
ciedades de economia mista em que o Estado seja
§ 4º. Na hipótese referida pelo § 3º deste artigo, arre- acionista majoritário. (Redação dada pelo art. 2º da Lei
dondar- se-á para 1 (um) ano de serviço o tempo de n.º 2.362, de 11 de dezembro de 1981)
exercício superior a 182 (cento e oitenta e dois) dias,
sempre que se tratar de aposentadoria por invalidez, § 1º. Para o disposto neste artigo, incluir-se-á o ex-
ou compulsória. (Revogado pelo art. 138 da Lei Com- ercício de cargo em comissão de Presidente e de Dire-
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) tor, ou equivalente, de autarquias e empresas públicas
estaduais ou sociedades de economia mista em que o
Art. 97. Na fixação dos proventos integrais ou propor- Estado seja acionista majoritário. (Redação dada pelo
cionais da aposentadoria, incluir-se-á, nos respectivos art. 17 da Lei n.º 2.558, de 14 de novembro de 1985)
cálculos, o adicional de que trata o item II do art. 78
deste Estatuto, desde que: § 1º. Para os fins do disposto neste artigo, incluir-se-á
o exercício de cargo em comissão ou comissionado de
Art. 97. Na fixação dos proventos integrais ou propor- Presidente ou Diretor-Presidente e de Diretor Executi-
cionais da aposentadoria, incluir-se-á, nos respectivos vo, ou equivalente, ou o exercício de função especial
cálculos, os adicionais de que tratam os itens II e III do de Diretor ou Chefe de Escritório Regional em outros
art. 78 deste Estatuto, desde que: (Redação dada pelo Estados, de autarquias, fundações e empresas públi-
art. 2º da Lei n.º 2.362, de 11 de dezembro de 1981) cas estaduais ou de sociedades de economia mista em
que o Estado seja acionista majoritário. (Redação pelo
Art. 97. Na fixação dos proventos integrais ou propor- art. 1º da Lei Complementar n.º 34, de 20 de junho de
cionais da aposentadoria, considerar-se-á, nos respec- 1997) (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº
tivos cálculos, as opções de que trata o art. 78 deste 255, de 15 de janeiro de 2015)
Estatuto, desde que: (Redação dada pelo art. 17 da
Lei n.º 2.558, de 14 de novembro de 1985) (Revogado § 2º. A incorporação de outras vantagens pecuniárias,
pelo art. 6º da Lei Complementar nº 255, de 15 de para efeito de cálculos de proventos da aposentado-
janeiro de 2015) ria, somente se fará nos termos e condições expressa-
mente regulados neste Estatuto. (Redação dada pelo
I – o exercício do cargo em comissão perdure por 5 art. 2º da Lei n.º 2.362, de 11 de dezembro de 1981)
(cinco) anos ininterruptos, ou 10 (dez) interpolados; e
(Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 255, § 2º. O funcionário que for aposentado quando no ex-
de 15 de janeiro de 2015) ercício de cargo em comissão, e tiver a remuneração
da inatividade calculada com base no vencimento
II – o funcionário satisfeitas as condições do item I, es- desse cargo, conforme o disposto neste artigo, terá os
teja percebendo o adicional à época da sua passagem seus proventos reajustados na mesma data e no mes-
para a inatividade; (Revogado pelo art. 6º da Lei Com- mo percentual de reajuste que posteriormente vier a
plementar nº 255, de 15 de janeiro de 2015) incidir sobre o referido vencimento do mesmo cargo
em comissão. (Redação dada pelo art. 17 da Lei n.º
III – esteja no exercício do cargo em comissão, na 2.558, de 14 de novembro de 1985) (Revogado pelo
condição de titular, por mais de 2 (dois) anos ininter- art. 6º da Lei Complementar nº 255, de 15 de janeiro
ruptos até a data do pedido de aposentadoria ou até de 2015)
a data em que for atingido pela compulsória. (Acres-
centado pelo art. 1º da Lei Complementar n.º 06, de
31 de janeiro de 1991) (Revogado pelo art. 6º da Lei
Complementar nº 255, de 15 de janeiro de 2015)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

20 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 3º. A incorporação de outras vantagens pecuniárias, Art. 100. Durante as férias, o funcionário terá direito
para efeito de cálculos de proventos de aposentado- a todas as vantagens do cargo, como se estivesse em
ria, somente se fará nos termos e condições expressa- exercício.
mente regulados neste Estatuto. (Redação dada pelo
art. 17 da Lei n.º 2.558, de 14 de novembro de 1985) Art. 101. Será considerado, para efeito de formação do
(Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 255, período aquisitivo das férias, o tempo de exercício em
de 15 de janeiro de 2015) outro cargo ou emprego do Estado ou de qualquer
das suas Autarquias, desde que, entre a cessação do
Art. 98. Os proventos serão revistos sempre que, por anterior e o início do exercício subsequente, não ha-
motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, jam decorridos mais de 6 (seis) dias.
se modificarem os vencimentos dos funcionários em
atividade. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
aos casos em que o tempo anterior de exercício hou-
Parágrafo único. Ressalvado o disposto neste artigo, ver sido indenizado.
em caso nenhum os proventos da inatividade poderão
exceder o vencimento ou a remuneração percebida Art. 102. É vedada a acumulação de férias, salvo im-
pelo funcionário, na atividade. periosa e comprovada necessidade do serviço e pelo
máximo de 2 (dois) períodos.
Seção IV
Das Férias12 § 1º. O funcionário que acumular 2 (dois) períodos
__________________________________________ de férias deverá, antes de completado o 3º (terceiro)
12 V. art. 208, caput, da Lei Complementar nº 16, de 28 de dezembro de 1994,
com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 19 , de 31 de agosto
período, afastar-se do serviço para efeito de gozo das
de 1995.
mesmas. O afastamento será precedido de simples
comunicação escrita ao superior imediato do fun-
Art. 99. Férias é o período anual de descanso do fun- cionário.
cionário, sem prejuízo do respectivo vencimento ou
remuneração. § 2º. Feita a comunicação ao seu superior imediato, o
funcionário gozará as férias acumuladas, em 1 (um) só
§ 1º. Será de 30 (trinta) dias corridos o período de período de 60 (sessenta) dias corridos.
férias a que se refere o caput deste artigo.
§ 3º. Se o funcionário deixar de se afastar do serviço,
§ 2º. As férias serão gozadas em um só período, após o na hipótese de que trata o § 1º, perderá o direito ao
lapso de cada 12 (doze) meses de exercício. gozo de cada período que exceder à acumulação per-
mitida.
§ 3º. A época da concessão das férias será a que mel-
hor consulte aos interesses do Serviço Público. Art. 103. Quando em gozo de férias, o funcionário
transferido, removido ou redistribuído não será
§ 4º. Caberá ao Serviço de Pessoal de cada Repartição obrigado a se apresentar ao serviço, antes de concluí-
organizar uma escala de férias, no mês de dezembro do o período de descanso.
de cada ano, a qual poderá ser alterada para atender
as conveniências do Serviço. Art. 104. Sempre que não for prejudicial ao serviço,
o funcionário varão gozará suas férias em período co-
§ 5º. A concessão das férias será participada ao fun- incidente com as férias da sua esposa, se ambos forem
cionário, pelo Serviço de Pessoal de cada Repartição, funcionários do quadro de pessoal de qualquer dos
com a antecedência mínima de 10 (dez) dias. Desta Poderes do Estado, inclusive do Tribunal de Contas.
participação o funcionário dará recibo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo dependerá
§ 6º. O Serviço de Pessoal providenciará, ainda o reg- de manifestação expressa dos funcionários interessa-
istro das férias na ficha de assentamentos individuais dos.
do funcionário.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
21

Art. 105. Desde que não haja prejuízo para o serviço à Seção V
funcionária em gozo do Repouso-Maternidade serão Do Repouso-Maternidade
concedidas férias imediatamente após àquele período.
Seção V
Art. 105. Desde que não haja prejuízo para o serviço,
à funcionária em gozo de Licença à Gestante serão Do Repouso por Licença à Gestante, por Licença à
concedidas férias imediatamente após o período da Adotante e por Licença-Paternidade
mesma licença. (Redação dada pelo art. 128 da Lei
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) (Nova denominação da Seção V por força do art.
130 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
Art. 106. Se o funcionário for aposentado, demitido ou vembro de 2005)
exonerado, sem gozar as férias que já houver adquiri-
do, fará jus à indenização das mesmas. Art. 109. Repouso-Maternidade é o período trimestral
de descanso da funcionária em estado de gestação,
§ 1º. A indenização corresponderá ao vencimento ou sem prejuízo do respectivo vencimento ou remuner-
remuneração que, à época estiver percebendo o fun- ação.
cionário.
Art. 109. O repouso por Licença à Gestante é o perío-
§ 2º. Tratando-se de férias legalmente acumuladas, a do de 120 (cento e vinte) dias consecutivos, concedida
indenização corresponderá aos dois períodos. à funcionária em estado de gestação. (Redação dada
pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
Art. 107. A indenização de que trata o art. 106 será novembro de 2005)
devida aos herdeiros ou sucessores do funcionário
que falecer, antes de gozar as férias que já houver ad- § 1º. O afastamento da funcionária, para os fins deste
quirido. artigo, dependerá de inspeção pelo Serviço Médico
do Estado, salvo se este ou a Secretaria de Estado da
Art. 108. Não terá direito a férias o funcionário que, Administração deferir o exame de saúde a médico ou
durante o ano da sua aquisição: junta médica particular.

I – permanecer em gozo de licença, por mais de 30 § 1º. O afastamento da funcionária, para os fins deste
(trinta) dias, salvo as hipóteses de Licença Prêmio e de artigo, dependerá de inspeção, ou homologação de
licença para tratamento da própria saúde; atestado médico específico, pela Junta Médica Oficial
do Estado. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple-
II – permanecer em gozo de licença para tratamento mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
da própria saúde, por mais de 90 (noventa) dias;
§ 2º. O repouso será concedido a partir do início do 8º
III – der mais de 8 (oito) faltas ao serviço, alternada ou (oitavo) mês de gestação, exceto se houver prescrição
consecutivamente, desde que não abonadas; médica no sentido da antecipação. (Revogado pelo
art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
IV – afastar-se do serviço por motivo de suspensão vembro de 2005)
disciplinar, prisão administrativa ou por determinação
judicial, desde que seja condenado por decisão ir- § 3º. Em casos excepcionais, justificados em laudo
recorrível. médico, o período de repouso poderá ser aumentado,
em 2 (duas) semanas, antes e depois do parto.
§ 1º. Incluem-se na hipótese do item III as ausências
por motivo de licença para Tratamento de Interesses § 3º. Em casos excepcionais, justificados em inspeção
Particulares. ou homologação conforme o § 1º deste artigo, o
período da Licença à Gestante poderá ser aumentado
§ 2º. O disposto na parte inicial do item IV somente em até 2 (duas) semanas. (Redação dada pelo art. 128
se aplicará a suspensão que exceder ao período de 8 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
(oito) dias. 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

22 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 4º. O Repouso-Maternidade será gozado em um só posto nesta Seção. (Redação dada pelo art. 128 da Lei
período. (Revogado pelo art. 128 da Lei Complemen- Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
tar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 112-A. Para amamentar o próprio filho, até a idade
§ 5º. No caso de natimorto, a licença será de 30 (trin- de 6 (seis) meses, a funcionária lactante terá direito,
ta) dias a contar da ocorrência. (Acrescentado pelo art. durante a jornada de trabalho, a uma hora de descan-
128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro so, que poderá ser parcelada em 2 (dois) períodos de
de 2005) meia hora. (Acrescentado pelo art. 129 da Lei Comple-
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
§ 6º. Na hipótese do parágrafo 5º deste artigo, decor-
ridos 30 (trinta) dias de licença, a funcionária será sub- Art. 112-B. O repouso por Licença à Adotante é o
metida a exame médico, e, se julgada apta, reassumirá período de 90 (noventa) dias que deve ser concedi-
o exercício, e, em caso contrário, ser-lhe-á concedida do à funcionária que adotar ou obtiver guarda judicial
licença para tratamento da própria saúde. (Acrescen- de criança até 5 (cinco) anos de idade. (Acrescentado
tado pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º pelo art. 129 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
de novembro de 2005) novembro de 2005)

Art. 110. Em caso de parto antecipado, a funcionária Art. 112-B. A servidora que adotar, ou obtiver guarda
terá direito ao repouso integral de três meses, acres- judicial para fins de adoção de criança, fará jus a li-
cido, se for o caso, da ampliação prevista no § 3º do cença-gestante pelo período de 180 (cento e oitenta)
art. 109. dias.(Nova redação dada pela Lei Complementar nº
254, de 15 de janeiro de 2015 )
Art. 111. Na hipótese de aborto não criminoso, com-
provado por laudo do Serviço Médico do Estado, ou Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judi-
aceito por este, a funcionária terá direito ao repouso cial de criança com mais de 5 (cinco) anos de idade, o
de 2 (duas) semanas corridas. prazo da licença de que trata o caput deste artigo será
de 30 (trinta) dias. (Acrescentado pelo art. 129 da Lei
Art. 111. Na hipótese de aborto não criminoso, com- Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
provado por laudo do Serviço Médico do Estado, ou (Revogado pela Lei Complementar nº 254, de 15 de
aceito por este, a funcionária terá direito ao repouso janeiro de 2015).
de até 30 (trinta) dias corridos. (Redação dada pelo art.
128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro Art. 112-C. Durante o período do repouso por licença
de 2005) à gestante ou por licença à adotante, a funcionária
perceberá apenas o salário-maternidade previsto no
Art. 112. A funcionária gestante, quando em serviço RPPS/SE. (Acrescentado pelo art. 129 da Lei Comple-
incompatível com o seu estado, terá direito ao ex- mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) (Revoga-
ercício provisório de outro cargo ou função que não do pela Lei Complementar nº 254, de 15 de janeiro de
seja prejudicial à sua saúde ou à saúde do nascituro. 2015 )

Art. 112. A funcionária gestante, quando em serviço in- Art. 112-D. O repouso por Licença-Paternidade é o
compatível com o seu estado, terá direito ao exercício período de 5 (cinco) dias consecutivos que o fun-
provisório apenas de funções que não sejam prejudi- cionário terá direito pelo nascimento ou adoção de fil-
ciais à sua saúde ou à saúde do nascituro. (Redação hos. (Acrescentado pelo art. 129 da Lei Complementar
dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
de novembro de 2005)
Seção VI
Parágrafo único. A mudança funcional prevista neste Das Licenças
artigo dependerá de laudo médico, observado o dis-
posto nesta Seção. Art. 113. Conceder-se-á licença:

Parágrafo único. A restrição de funções prevista neste I – ao funcionário de ambos os sexos:


artigo dependerá de laudo médico, observado o dis-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
23

a) para tratamento da própria saúde;000 Autárquica Estadual.

b) para tratamento de saúde de pessoa da própria § 1º. A licença remunerada para tratamento de saúde
família; de pessoa da própria família terá sua duração limita-
da ao máximo de 6 (seis) meses, em cada quinquênio,
c) como prêmio por assiduidade; obedecido o seguinte critério:

d) para o trato de interesse particular; I – até 3 (três) meses, com vencimento ou remu-
neração integral;
II – ao funcionário do sexo feminino, para acompanha-
mento do próprio cônjuge; II – de 3 (três) a 6 (seis) meses, com redução de 50%
(cinquenta por cento) do vencimento ou remuneração.
III – ao funcionário varão, para prestação de serviço
militar obrigatório. § 2º. Vencido o prazo de 6 (seis) meses, a licença de
que trata o § 1º poderá ser prorrogada, porém sem
§ 1º. A licença para tratamento da própria saúde é ex- retribuição pecuniária.
tensiva aos casos de acidente em serviço e de molés-
tia profissional, entendidos como tais os definidos nos § 3º. Ao funcionário em licença para a prestação de
itens I e II do § 1º do art. 96 deste Estatuto. serviço militar obrigatório será facultado optar en-
tre o vencimento ou a remuneração do seu cargo e
§ 1º. A licença para tratamento da própria saúde é ex- a retribuição pecuniária que lhe couber pelo serviço
tensiva aos casos de acidente em serviço e de moléstia prestado às Forças Armadas, salvo disposição em con-
profissional. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Com- trário de lei federal.
plementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 117. Dependerão de inspeção médica as licenças
§ 2º. A licença para o trato de interesses particulares para tratamento de saúde do funcionário ou de pes-
não poderá ser concedida ao funcionário em comissão, soa da sua família.
sem vínculo anterior com o Estado, ou àquele que es-
tiver submetido a estágio probatório. § 1º. Incumbe ao Serviço de Pessoal da Repartição do
funcionário providenciar sua apresentação, ou a apre-
§ 3º. A licença para o trato de interesse particular im- sentação do funcionário de pessoa da sua família, à
plicará a desinvestidura do cargo em comissão ou da necessária inspeção médica.
função de confiança.
§ 2º. As inspeções de saúde serão feitas por uma junta
Art. 114. As licenças serão concedidas por prazo cer- de, no mínimo, 3 (três) médicos do próprio Estado, sal-
to, salvo se referentes à prestação de serviço militar vo se a Secretaria de Estado da Administração deferir o
obrigatório e ao acompanhamento do próprio côn- exame de saúde a médico ou junta médica particular.
juge.
§ 3º. As licenças de que trata o caput deste artigo serão
Parágrafo único. As licenças excepcionadas por este concedidas pelo prazo indicado no laudo médico.
artigo perdurarão por todo o período de afastamento
do funcionário ou do cônjuge varão, conforme o caso. § 4º. Até 5 (cinco) dias antes da expiração do prazo da
licença, o funcionário solicitará nova inspeção médica,
Art. 115. São competentes para a concessão das li- para efeito de determinação do seu retorno ao serviço,
cenças de que trata esta Seção as Autoridades indica- prorrogação da licença, readaptação, ou aposentado-
das no art. 4º deste Estatuto, conforme o caso. ria, conforme o caso.

Art. 116. Somente serão concedidas sem o vencimen- § 5º. Enquanto não for apresentado o laudo referente
to ou remuneração do funcionário as licenças para o à inspeção de que trata o § 4º deste artigo, a licença
trato de interesses particulares e para o acompanha- considerar-se-á automaticamente prorrogada.
mento do cônjuge, neste último caso, se o cônjuge
varão não for servidor do Estado ou da Administração
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

24 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 6º. Se o funcionário se apresentar à nova inspeção Subseção I


médica, após a expiração do prazo da licença, e caso Da Licença para Tratamento da Própria Saúde
não se justifique a prorrogação, serão considerados
como faltas não abonáveis os dias que excederem ao Art. 121. A licença para tratamento da própria saúde
licenciamento. será concedida a pedido do funcionário, ou ex-oficio.

§ 7º. No curso da licença, o funcionário poderá requer- Parágrafo único. A concessão ex-oficio é extensível aos
er inspeção médica, caso se julgue em condições de casos em que se puder identificar o funcionário como
reassumir o exercício ou com direito à decretação da portador de doença transmissível. Se não confirmada
sua aposentadoria. a moléstia, o funcionário reassumirá imediatamente o
exercício.
§ 8º. Verificando-se, a qualquer tempo, ter sido graci-
oso o atestado ou laudo médico, o Serviço de Pessoal Art. 122. O funcionário ficará obrigado a seguir o
da Repartição do funcionário o mandará, ou a pessoa tratamento médico que lhe for indicado, sob pena de
da sua família, à nova inspeção de saúde. Constatada a suspensão do seu vencimento ou da sua remuneração.
graciosidade, o funcionário será suspenso por 30 (trin-
ta) dias e, em caso de reincidência, demitido. Parágrafo único. Será igualmente suspenso o venci-
mento ou a remuneração do funcionário que se rec-
§ 9º. Na hipótese do § 8º deste artigo, parte final, os usar a submeter-se à inspeção médica, nos casos em
componentes do Serviço Médico responderão pelos que esta se fizer necessária, a juízo do Serviço Médico
danos financeiros causados ao Estado, independente- do Estado.
mente de outras sanções administrativas e penais que
lhes sejam aplicáveis. § 1º. Será igualmente suspenso o vencimento ou a re-
muneração do funcionário que se recusar a subme-
Art. 118. Terminada a licença, o funcionário reassumirá ter-se à inspeção médica, nos casos em que esta se
o exercício, salvo nas hipóteses de prorrogação, ou de fizer necessária, a juízo do Serviço Médico do Estado.
aposentadoria. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º
113, de 1º de novembro de 2005)
§ 1º. A inobservância do disposto neste artigo impli-
cará perda de vencimento ou da remuneração corre- § 2º. Durante os primeiros 15 (quinze) dias consec-
spondente aos dias de ausência. utivos de afastamento da atividade por motivo de
doença, será devido ao funcionário o pagamento de
§ 2º. Se as faltas ao serviço excederem a 30 (trinta) seu vencimento ou remuneração pelo órgão ou enti-
dias, sem justa causa, o funcionário será demitido por dade a que estiver subordinado ou vinculado, e, após
abandono de cargo. esse período o pagamento do auxílio-doença previsto
no Regime Próprio de Previdência Social do Estado de
Art. 119. O funcionário em gozo de licença informará Sergipe – RPPS/SE. (Redação dada pelo art. 128 da Lei
ao Serviço de Pessoal da sua Repartição, o local onde Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) (
poderá ser encontrado. Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 254, de
janeiro de 2015)
Art. 120. É vedado o exercício de atividade remunera-
da ao funcionário licenciado para tratamento de saúde Art. 123. O laudo médico que autorizar a concessão
própria ou de pessoa da sua família. da licença fará indicações precisas sobre o nome e a
natureza da doença de que o funcionário for portador,
§ 1º. A inobservância da vedação estabelecida por este quando se tratar de lesões produzidas por acidente de
artigo acarretará a cassação da licença e a restituição, serviço, moléstia profissional, ou doença grave, conta-
ao Estado, das quantias indevidamente recebidas. giosa, ou incurável, nos termos do item III § 1º do art.
96 deste Estatuto.
§ 2º. Cassada a licença, o funcionário reassumirá ime-
diatamente o exercício, sujeitando-se à demissão por
abandono de cargo, se a reassunção não se operar no
prazo de 30 (trinta) dias.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
25

Art. 123. O laudo médico que autorizar a concessão I – o cônjuge, se subsistente a coabitação;
da licença fará indicações precisas sobre o nome e a
natureza da doença de que o funcionário for portador, II – o ascendente, ou descendente, até o 2º (segundo)
quando se tratar de lesões produzidas por acidente de grau;
serviço, moléstia profissional, ou doença grave, con-
tagiosa, ou incurável, especificadas em lei. (Redação III – o parente colateral, consanguíneo ou afim até o 2º
dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º (segundo) grau.
de novembro de 2005)
Parágrafo único. Equiparar-se-á ao parentesco por af-
Art. 124. O funcionário não poderá permanecer em li- inidade a pessoa que viva às expensas do funcionário,
cença, por mais de 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos ou sob sua guarda e responsabilidade.
casos considerados recuperáveis, em que se admitirá
prorrogação. Subseção III
Da Licença-Prêmio13
Art. 125. Correrão por conta do Estado as despesas _______________________________________
13 V. art. 208, caput, da Lei Complementar nº 16, de 28 de dezembro de 1994,
com o tratamento médico e hospitalar do funcionário com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 19, de 31 de agosto
acidentado em serviço, ou que seja acometido de de 1995.
moléstia profissional.
Art. 128. A licença como prêmio à assiduidade será
Parágrafo único. A comprovação do acidente será in- concedida ao funcionário que:
dispensável à concessão do pagamento da despesa e
deverá ser feita, em processo regular, no prazo de 8 I – completar cada período de 10 (dez) anos de ex-
(oito) dias. ercício no Serviço Público Estadual, ininterruptamente;
Subseção II II – não houver gozado licença, em cada período de
Da Licença para Tratamento de Saúde de Pessoa 10 (dez) anos.
da Própria Família
§ 1º. Para os efeitos do item II deste artigo, não será
Art. 126. A licença para tratamento de saúde de pes- levada em consideração a licença para tratamento da
soa da própria família será concedida a pedido do fun- própria saúde que se contiver no limite de até 90 (no-
cionário, mediante a seguinte comprovação: venta) dias, em cada decênio.
I – do vínculo de parentesco, ou matrimonial, com a § 2º. Em caso de interrupção do exercício, a nova con-
pessoa doente; tagem do decênio começará a fluir da data em que se
operar a reassunção.
II – da indispensabilidade da assistência pessoal e per-
manente do funcionário à pessoa doente; Art. 129. A licença-prêmio será concedida pelo prazo
de 6 (seis) meses.
III – da incompatibilidade da assistência de que trata o
item II com o exercício simultâneo do cargo. § 1º. A pedido do funcionário, e desde que conven-
iente para o Serviço, a licença poderá ser gozada em
§ 1º. A comprovação a que se refere o item I deverá períodos não inferiores a 60 (sessenta) dias.
ser feita, documentalmente, pelo próprio funcionário.
§ 2º. A licença-prêmio poderá ser exercitada a
§ 2º. A comprovação de que tratam os itens II e III qualquer tempo.
poderá ser feita por meio de testemunhas, apresenta-
das pelo funcionário, e por diligências efetuadas pela Art. 130. Para os efeitos do item I do art. 128, não
própria Repartição. serão considerados como interrupção de exercício ap-
enas os afastamentos:
Art. 127. Para os efeitos do art. 126, considerar-se-á
pessoa da família do funcionário:
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

26 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

I – previstos nos itens de I a VI e de VIII a XII do art. 51 administrativo disciplinar, ou judicial, nem aquele que
deste Estatuto; for responsável por consignações em folha de paga-
mento, antes de resgatado o respectivo débito.
II – por motivo de gozo da própria licença-prêmio.
Art. 135. Em qualquer caso, a licença somente poderá
Art. 131. Ao entrar em gozo de licença-prêmio, o concedida, se não for inconveniente para o Serviço.
funcionário terá direito a receber, antecipadamente,
vencimento ou remuneração correspondente a 2 Parágrafo único. O funcionário aguardará, em ex-
(dois) meses. ercício, a concessão da licença.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se apli- Art. 136. A licença não poderá ser concedida por prazo
cará aos casos de gozo fracionário da licença. superior a 2 (dois) anos e somente admitirá renovação
depois de o funcionário reassumir o exercício e nele
Art. 132. É vedada a concessão da licença-prêmio ao permanecer por tempo pelo menos igual ao da con-
funcionário substituto, enquanto perdurar a substitu- cessão da licença anterior.
ição.
Art. 136. A licença para o trato de interesses particu-
Art. 133. A desistência do gozo integral ou parcial da lares poderá ser concedida por um prazo de até 5
licença-prêmio dará ao funcionário o direito de con- (cinco) anos, podendo ser prorrogada ou renovada, a
tar, em dobro, o período não gozado, para efeito de critério da Administração, por um novo período de até
aposentadoria, disponibilidade e percepção do adi- igual duração. (Redação dada pelo art. 8º da Lei n.º
cional por 25 (vinte e cinco) anos de serviço público. 3.143, de 26 de fevereiro de 1992)
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
de 1º de novembro de 2005) Art. 137. O funcionário poderá, a qualquer tempo, de-
sistir da licença e reassumir o exercício.
Parágrafo único. A conversão autorizada por este arti-
go é permitida nos casos de aposentadoria voluntária Parágrafo único. O disposto neste artigo não se apli-
inferior a 30 (trinta) ou 35 (trinta e cinco) anos de cará aos casos em que houver contratação ou requi-
serviço público, conforme se trate de funcionário do sição de servidor para preencher o claro resultante da
sexo feminino ou masculino, respeitado o limite míni- licença do funcionário.
mo de 25 (vinte e cinco) anos de exercício.
Subseção V
Parágrafo único. A conversão autorizada por este Da Licença para Acompanhamento do Cônjuge
artigo é permitida nos casos de aposentadoria vol-
untária inferior a 35 (trinta e cinco) ou 30 (trinta) anos Art. 138. A Licença para Acompanhamento do Côn-
de serviço, conforme se trate de funcionário do sexo juge será concedida a pedido da funcionária casada
masculino ou feminino, respeitados, incluindo a con- cujo marido, servidor público, for mandado servir em
versão, os limites estabelecidos no § 7º do art. 93 desta outra localidade, dentro ou fora do Estado.
Lei. (Redação dada pelo art. 3º da Lei n.º 2.876, de 14
de novembro de 1990) (Revogado pelo art. 138 da Lei § 1º. Para os fins deste artigo, servidor público é a
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) pessoa legalmente investida em cargo ou emprego de
Órgão ou Entidade de qualquer nível federativo, inclu-
Subseção IV sive Municipal, e respectivas Autarquias, Empresas Pú-
Da Licença para o Trato de Interesses Particulares blicas, Sociedades de Economia Mista, ou Fundações.

Art. 134. A licença para o trato de interesses particu- § 2º. A licença não é extensível aos casos de remoção
lares poderá ser concedida a pedido do funcionário ou transferência que se verificar a pedido do próprio
estável, ou daquele que contar com mais de 2 (dois) cônjuge da funcionária estadual.
anos ininterruptos de exercício.

Parágrafo único. A licença não poderá ser concedida


ao funcionário que estiver respondendo a processo
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
27

§ 3º. Ainda que processada ex-officio, a remoção ou § 2º. Tratando-se de licença por prazo inferior a 12
transferência do cônjuge somente justificará a con- (doze) meses, o funcionário deverá reassumir o ex-
cessão da licença, se implicar mudança de domicílio e ercício do seu cargo no prazo de 15 (quinze) dias, a
de residência da família. contar do ato de desconvocação, sem perda de venci-
mento ou remuneração.
Art. 139. Se houver Repartição do Estado no local do
novo domicílio da família, a funcionária casada nela Seção VII
terá exercício. Da Promoção

§ 1º. A recusa da funcionária em servir no local do novo Art. 143. Promoção é a elevação do funcionário efe-
domicílio da família somente se admitirá nos casos de tivo dentro da sua classe, com aumento, apenas, de
trabalho incompatível com a sua formação profission- vencimento.
al, natureza do seu cargo, ou o estado de sua saúde.
§ 1º. A elevação funcional dar-se-á de uma letra para
§ 2º. Verificando-se a compatibilidade de trabalho, a outra, sem alteração do nível do cargo.
licença será imediatamente cancelada.
§ 2º. A cada passagem para a letra seguinte do seu
Art. 140. Independentemente do retorno do seu mari- nível, o funcionário terá um aumento de vencimento.
do ao local anterior de trabalho, a funcionária terá
o direito de reassumir o exercício do seu cargo, a § 3º. Não haverá promoção de funcionário em dis-
qualquer tempo. ponibilidade, em estágio probatório, ou aposentado.

Parágrafo único. Na hipótese de reassumir o exercício Art. 144. O interstício para a promoção será de 1095
a funcionária só poderá renovar a licença depois de (um mil e noventa e cinco) dias de exercício, contado
2 (dois) anos, a contar da reassunção, a menos que em cada letra do nível correspondente ao cargo do
o seu marido seja de novo mandado servir em outra funcionário.
localidade.
Art. 145. São competentes para conceder a promoção
Subseção VI do funcionário as Autoridades indicadas no art. 4º
Da Licença Para Prestação de deste Estatuto, conforme o caso.
Serviço Militar Obrigatório
Art. 146. A promoção obedecerá a critérios de mere-
Art. 141. A Licença para Prestação de Serviço Militar cimento e antiguidade, alternadamente, devendo a
Obrigatório será concedida ao funcionário para tanto primeira processar-se por antiguidade.
convocado, assim como para o cumprimento de out-
ros encargos de Segurança Nacional. Parágrafo único. É vedada a promoção, por mereci-
mento, do funcionário investido em mandato eletivo
Parágrafo único. O disposto neste artigo é extensível federal, estadual, ou municipal, neste último caso,
ao funcionário oficial da reserva das Forças Armadas, sempre que o desempenho do mandato provocar a
para cumprimento de estágio obrigatório. interrupção do exercício do cargo efetivo.

Art. 142. A licença será concedida à vista do documen- Art. 147. O merecimento resultará da demonstração
to de convocação, cessando, automaticamente, com o positiva, pelo funcionário, de assiduidade, pontuali-
ato de desconvocação. dade, eficiência, disciplina e aperfeiçoamento funcion-
al.
§ 1º. Se o funcionário reassumir o exercício no prazo
de 30 (trinta) dias, a contar da desconvocação, esse § 1º. Constarão de Regulamento a valoração dos atrib-
período será contado como se de exercício fosse, des- utos exigidos por este artigo e a fixação dos limites
de que a licença haja perdurado por prazo igual ou mínimos a serem alcançados pelo funcionário, como
superior a 1 (um) ano. condição de promoção.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

28 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 2º. A verificação do preenchimento dos requisitos de Seção VIII


que trata o caput deste artigo ficará a cargo do supe- Da Petição e da Representação
rior imediato do funcionário.
Art. 153. Todo funcionário será parte legítima para pe-
§ 3º. A comprovação da assiduidade, pontualidade e ticionar e representar ao Poder Público Estadual, em
disciplina do funcionário será feita à vista dos registros defesa de direito ou contra abuso de autoridade.
fornecidos pelo Serviço de Pessoal de cada Repartição.
§ 1º. Toda petição inicial deverá ser decidida pela au-
§ 4º. Haverá, na ficha de assentamentos individuais toridade competente, no prazo de 30 (trinta) dias, se
do funcionário, uma parte reservada às anotações não for obrigatória a audiência de órgão jurídico ou
necessárias à apuração dos requisitos exigidos para a de tomada de contas. Em caso positivo, o prazo será
promoção por merecimento. dilatado para 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5º. Da apuração dos requisitos exigidos para a pro- § 2º. A falta de decisão nos prazos fixados pelo § 1º
moção, dar-se-á vista ao funcionário interessado, deste artigo ensejará reclamação ao superior imediato
para efeito de pedido de reconsideração e recurso hi- da autoridade faltosa, quando for o caso.
erárquico.
§ 3º. O funcionário requerente será obrigatoriamente
§ 6º. A promoção por merecimento reputar-se-á per- cientificado da decisão proferida quanto ao seu pedi-
feita e acabada, com a publicação do ato que a con- do.
ceder.
Art. 154. Será indeferida a petição manifestamente in-
Art. 148. A promoção por antiguidade dar-se-á pela epta, assim entendida aquela que:
ocorrência do interstício a que se refere o art. 144
deste Estatuto. I – não indicar a autoridade a que for dirigida;

Parágrafo único. O ato declaratório da promoção ret- II – for dirigida à autoridade incompetente para a de-
roagirá seus efeitos à data da formação do interstício. cisão;

Art. 149. Para efeito de promoção por antiguidade, III – não for encaminhada por intermédio do superior
reputar- se-ão como de exercício os afastamentos pre- imediato do funcionário, salvo se aquele for a própria
vistos no art. 51 deste Estatuto. autoridade competente para a decisão do pedido;

Art. 150. Para todos os efeitos considerar-se-á pro- IV – não contiver a identificação funcional do requer-
movido o funcionário que vier a falecer sem que tenha ente;
sido decretada, no prazo legal, a promoção que lhe
cabia. V – não tiver o requerente como parte legítima;

Art. 151. A anulação de promoção indevida não acar- VI – for protocolizada fora dos prazos estabelecidos
retará devoluções pecuniárias, salvo se o funcionário por este Estatuto;
prestou declaração falsa, ou omitiu informações prej-
udiciais à elevação funcional. VII – não contiver o pedido, ou a causa de pedir;

Art. 152. No âmbito de cada um dos Poderes do Es- VIII – da narração dos fatos, ou da indicação da base
tado, e no Tribunal de Contas, haverá uma Comissão legal, não decorrer logicamente a conclusão;
Permanente de Promoções, destinada a preparar e
encaminhar os respectivos processos às Autoridades IX – contiver pedido juridicamente impossível, ou
referidas no art. 4º deste Estatuto. pedidos incompatíveis entre si;

Parágrafo único. A Comissão Permanente de Pro- X – for redigida em termos desrespeitosos.


moções emitirá parecer motivado em cada processo
de promoção.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
29

Parágrafo único. Por medida de economia processual, § 4º. O Recurso será dirigido à autoridade imediata-
a autoridade administrativa poderá relevar o erro indi- mente superior àquela que proferir a decisão recorrida
cado no item II e encaminhar a petição do funcionário e, sucessivamente, às demais autoridades na escala hi-
à autoridade compete para o respectivo julgamento. erárquica ascendente.

Art. 155. Das decisões administrativas total ou par- § 5º. Os Recursos não terão efeito suspensivo, nem
cialmente contrárias à petição inicial do funcionário, poderão ser interpostos mais de uma perante a mes-
caberá Pedido de Reconsideração, sem efeito suspen- ma autoridade.
sivo, observadas as seguintes normas:
§ 6º. Os Recursos deverão ser decididos no prazo de
I – interposição no prazo de 15 (quinze) dias, a contar 30 (trinta) dias, a contar da data da sua protocolização.
da data em que o funcionário tomar ciência da decisão
que lhe for total ou parcialmente desfavorável; § 7º. Da decisão proferida em grau de recurso dar-se-á
conhecimento ao funcionário recorrente.
II – formulação de novos argumentos ou indicação de
fatos novos; § 8º. Os recursos providos darão ensejo às retificações
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do ato
III – encaminhamento à mesma autoridade que houver impugnado.
decidido a petição inicial.
Art. 157. A publicação das decisões administrativas,
Parágrafo único. O Pedido de Reconsideração não desde que feita pelo Diário Oficial do Estado ou por
poderá ser renovado e deverá ser decidido no prazo Boletim autorizado da Repartição, equivalerá à notifi-
de 15 (quinze) dias. Por despacho motivado da autor- cação pessoal do funcionário.
idade competente para a decisão, esse prazo poderá
ser dilatado para 20 (vinte) dias. Parágrafo único. Tratando-se de publicação no Diário
Oficial ou em Boletim autorizado, da sua data serão
Art. 156. Caberá Recurso Hierárquico das decisões ad- contados os prazos para a interposição do Pedido de
ministrativas que: Reconsideração e Recurso Hierárquico.

I – não receberem o Pedido de Reconsideração seja Art. 158. Para defesa de direitos e esclarecimento de
qual for o motivo do não-recebimento; situações, é assegurado ao funcionário o direito de re-
querer e obter certidões junto às Repartições Públicas
II – denegarem o Pedido de Reconsideração, total ou do Estado.
parcialmente, com ou sem exame de mérito;
Art. 159. Ao funcionário diretamente interessado, ou
III – forem proferidas em recursos interpostos per- a seu representante legal, dar-se-á vista do processo
ante autoridade administrativa imediatamente inferior administrativo, nas instalações do próprio Órgão pro-
àquela para a qual se recorrer. cessante e durante o horário de expediente.

§ 1º. Equiparar-se-á ao não recebimento do Pedido de Parágrafo único. Tratando-se de advogado regular-
Reconsideração a falta de decisão nos prazos determi- mente constituído, a leitura e o manuseio do proces-
nados pelo parágrafo único do art. 155. so poderão ser feitos fora da Repartição processante,
mediante a assinatura de “carga” ou recibo.
§ 2º. O Recurso deverá ser interposto no prazo de 15
(quinze) dias, a contar da data em que o funcionário Art. 160. O direito de pleitear na esfera administrativa
tomar ciência do indeferimento, ou do não-recebi- prescreverá:
mento da sua impugnação.
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão,
§ 3º. Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, o disponibilidade e cassação de aposentadoria ou dis-
prazo de Recurso será de 60 (sessenta) dias, a contar ponibilidade;
da data em que o Pedido de Reconsideração for pro-
tocolizado.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

30 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos. Art. 162. As Vantagens Pecuniárias se discriminarão
nas seguintes espécies:
II – em 180 (cento e oitenta) dias, nos demais casos.
(Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de I – Adicionais, a serem concedidos em razão do tem-
novembro de 1979) po de serviço do funcionário ou do desempenho de
funções especiais;
§ 1º. Os atos de que trata o item I deste artigo serão
obrigatoriamente publicados no Diário Oficial do Es- II – Gratificações, a serem concedidas para atender
tado. a condições anormais de realização do serviço ou a
condições pessoais do funcionário.
§ 2º. Os prazos prescricionais contar-se-ão a partir da
publicação do ato impugnado. Tratando-se dos atos § 1º. Toda e qualquer Vantagem será calculada sobre o
a que se refere o item II deste artigo, os prazos con- vencimento do funcionário, vedada a repercussão de
tar-se-ão da sua publicação ou do dia em que o fun- umas sobre as outras.
cionário tiver ciência dos mesmos.
§ 2º. Os funcionários em comissão poderão ser priva-
§ 3º. A prescrição considerar-se-á interrompida, na via dos do recebimento de algumas modalidades de adi-
administrativa, a partir do dia em que o funcionário cional, nos termos deste Capítulo.
protocolizar sua petição inicial.
Art. 163. São competentes para conceder ou para au-
§ 4º. A prescrição considerar-se-á como não inter- torizar a concessão de Vantagens pecuniárias às au-
rompida, se a petição inicial do funcionário for in- toridades indicadas no art. 4 º deste Estatuto, salvo
deferida por motivo de inépcia. nas hipóteses expressamente reservadas à competên-
cia privativa do Governador do Estado.
§ 5º. A prescrição interrompida recomeçará a correr
pela metade do prazo restante. Seção I
Dos Adicionais
CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS Art. 164. São modalidades de adicional pecuniário: I –
o Triênio;
Art. 161. Vantagens Pecuniárias são acréscimos ao
vencimento do funcionário, em decorrência de: II – o Terço; (Revogado pela Lei Complementar nº 253,
de 26 de dezembro de 2014 )
I – Tempo de Serviço;
III – o Nível Universitário; (Revogado pelo caput do art.
II – Desempenho de funções especiais; 52, da Lei n.º 2.203, de 14 de março de 1979)

III – Condições anormais de realização do serviço; IV – IV – o Adicional de Função;


Condições pessoais do funcionário.
V – a Participação em Serviços de Convênio; VI – a
§ 1º. As Vantagens Pecuniárias poderão ser concedidas Participação em Comissão de Trabalho;
a título definitivo ou transitório, de acordo com as dis-
posições deste Capítulo. VII – o Trabalho Avulso, de caráter Técnico ou Científ-
ico.
§ 2º. As vantagens concedidas a título definitivo incor-
porar- se-ão ao vencimento do funcionário, salvo para § 1º. Além dos adicionais indicados neste artigo,
efeito de cálculo de outras vantagens. poderá o funcionário efetivo perceber o acréscimo de
40% (quarenta por cento) do vencimento do cargo em
§ 3º. Salvo disposição expressa deste Capítulo, as van- comissão que vier a ocupar, nos termos do item II do
tagens poderão ser acumuladas, se compatíveis entre art. 78 deste Estatuto.
si e desde que não importem repetição do mesmo
benefício.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
31

§ 2º. O adicional de que trata o § 1º deste artigo Art. 167. O funcionário fará jus aos seguintes adicion-
poderá incorporar-se ao vencimento do funcionário, ais por tempo de serviço:
para fins de aposentadoria e disponibilidade, nas mes-
mas condições em que se verificar a incorporação do I – 5% (cinco por cento) do seu vencimento, a cada 3
Adicional de Função. ( Revogado pelo art. 6º da Lei (três) anos de exercício no serviço público estadual e
Complementar nº 255, de 15 de janeiro de 2015 ) até o máximo de 24 (vinte e quatro) anos;

Art. 165. Ao funcionário em comissão, sem vínculo an- II – 1/3 (um terço) do seu vencimento, ao completar
terior de profissionalidade com o Estado, não serão 25 (vinte e cinco) anos de exercício no serviço público
concedidos adicionais por tempo de serviço nem de estadual. (Revogado pelo art. 8º da Lei Complementar
nível universitário. n.º 253, de 26 de dezembro de 2014)

Art. 165. Ao funcionário em comissão, sem vínculo § 1º. Para efeito de triênio, será levado em consider-
anterior de profissionalidade com o Estado, não será ação o tempo anterior de exercício em cargo ou em-
concedido adicional por tempo de Serviço. (Redação prego do Estado ou de qualquer das suas Autarquias.
dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro
de 1979) § 1º. Para efeito de triênio e do terço, será levado em
consideração o tempo anterior de exercício em cargo
Art. 166. O funcionário em comissão, com vínculo an- ou emprego do Estado ou de qualquer das suas Autar-
terior de profissionalidade com o Estado, somente fará quias. (Redação dada pelo art. 8º da Lei n.º 2.576, de
jus ao recebimento dos adicionais de nível universi- 31 de dezembro de 1985)
tário e por tempo de serviço, quando fizer opção pela
remuneração do seu cargo efetivo, nos termos do item § 1º. Para efeito de triênio, será levado em consider-
II do art. 78 deste Estatuto. ação o tempo anterior de exercício em cargo ou em-
prego do Estado ou de qualquer das suas Autarquias.
Art. 166. O funcionário em comissão, com vínculo an- (Nova Redação dada pelo art. 8º da Lei Complementar
terior de profissionalidade com o Estado, somente fará n.º 253, de 26 de dezembro de 2014)
jus ao recebimento do adicional por tempo de serviço,
quando fizer opção pela remuneração do seu cargo § 2º. Para efeito do terço, será levado à conta de
efetivo, nos termos dos itens II e III do art. 78 deste serviço público estadual:
Estatuto. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226,
de 05 de novembro de 1979) § 2º. Também para efeito de triênio e do terço, será
levado à conta de serviço público estadual: (Redação
Parágrafo único. O recebimento autorizado por este dada pelo art. 8º da Lei n.º 2.576, de 31 de dezembro
artigo pressupõe a titularidade de cargo efetivo con- de 1985) (Revogado pelo art. 8º da Lei Complementar
templado, na Repartição de Origem, com os adicionais nº 253, de 26 dezembro de 2014)
de nível universitário e por tempo de serviço.
I – o tempo anterior de exercício no serviço ativo das
Parágrafo único. O recebimento autorizado por este Forças Armadas e nas Auxiliares, computando-se, em
artigo pressupõe a titularidade de cargo efetivo con- dobro, o tempo em operações ativas de guerra;
templado, na Repartição de Origem, com o adicional
por tempo de serviço. (Redação dada pelo art. 1º da I – o tempo anterior de exercício no serviço ativo das
Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979) Forças Armadas e das Auxiliares; (Redação dada pelo
art. 128 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no-
Subseção I vembro de 2005) (Revogado pelo art. 8º da Lei Com-
Do Adicional do Triênio e do Terço plementar nº 253, de 26 dezembro de 2014)

Subseção I II– o tempo anterior de exercício em cargo ou empre-


Do Adicional do Triênio go de outro Estado-Membro, União, Município, Dis-
( Nova redação pela Lei Complementar nº 253, de trito Federal ou Território, assim como no serviço das
26 de dezembro de 2014 ) respectivas Autarquias. (Revogado pelo art. 8º da Lei
Complementar nº 253, de 26 dezembro de 2014)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

32 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 3º. Para efeito de percepção dos adicionais do terço março de 1979)


e do triênio, o aproveitamento do tempo anterior de
exercício somente produzirá efeitos a partir da data do Art. 171. O adicional de Nível Universitário será de
seu reconhecimento e ulterior apostilamento, vedan- 20% (vinte por cento) do vencimento do funcionário.
do-se o pagamento de atrasados. (Revogado pelo art. 52 da Lei n.º 2.203, de 14 de março
de 1979)
§ 3º. Para efeito de percepção do triênio, o aproveit-
amento do tempo anterior de exercício somente pro- Subseção III
duzirá efeitos a partir da data do seu reconhecimento Do Adicional de Função
e ulterior apostilamento, vedando-se o pagamento de
atrasados. (Nova Redação dada pela Lei Complemen- Art. 172. O funcionário fará jus ao Adicional de Função,
tar nº 253, de 26 de dezembro de 2014) quando designado para o exercício de Função de Con-
fiança.15
Art. 168. Os adicionais referidos nesta Subseção incor- ________________________________________
15 V. art. 208, caput , da Lei Complementar nº 16, de 28 de dezembro de
porar- se-ão ao vencimento do funcionário, automati- 1994, com redação dada pelo art. 1º da lei Complementar nº 19, de 31 de
camente, a partir do primeiro mês da sua ocorrência. agosto de 1995.

§ 1º. A automaticidade somente não se verificará, se


não constarem da ficha de assentamentos individuais § 1º. Por Função de Confiança entende-se a conceitu-
do funcionário os dados necessários à configuração ada pelo item VI do art. 2º deste Estatuto.
dos adicionais.
§ 2º. O funcionário perceberá o Adicional de Função,
§ 2º. O não-pagamento do adicional, a partir do enquanto subsistir sua investidura em Função de Con-
primeiro mês da sua ocorrência, dará ao funcionário o fiança.
direito de reclamar a efetivação do pagamento.
Art. 173. O Adicional de Função incorporar-se-á ao
Art. 169. Os adicionais do triênio e do terço, uma vez vencimento do funcionário, para fins de aposentadoria
incorporados ao vencimento do funcionário, deste e disponibilidade, nas seguintes condições: ( Revoga-
não poderão ser retirados, salvo por motivo de ilegal- do pela Lei Complementar nº 255, de 15 de janeiro de
idade na concessão 2015 )

Art. 169. O adicional do Triênio, uma vez incorpora- I – se o Funcionário permanecer no exercício da Função
do ao vencimento do funcionário, deste não poderá de Confiança, pelo período mínimo de 5 (cinco) anos
ser retirado, salvo por motivo de ilegalidade na con- consecutivos ou 10 (dez) interpolados; ( Revogado
cessão. ( Nova Redação dada pela Lei Complementar pela Lei Complementar nº 255, de 15 de janeiro de
nº 253, de 26 de dezembro de 2014) 2015 )

Subseção II II – se o exercício da Função de Confiança, nos termos


Do Adicional do Nível Universitário 14 do item I, perdurar à época em que o funcionário pas-
_____________________________________ sar para a inatividade; ( Revogado pela Lei Comple-
14 V. Nota 12. mentar nº 255, de 15 de janeiro de 2015)

Art. 170. O funcionário fará jus ao Adicional de Nível III – desde que esteja no exercício da função de con-
Universitário, quando for titular de cargo que requeira, fiança, na condição de titular, por mais de 365 (trez-
para o seu provimento, título ou diploma de formação entos e sessenta e cinco) dias ininterruptos até a data
em estabelecimento de ensino superior. (Revogado do pedido de aposentadoria ou até a data em que for
pelo art. 52 da Lei n.º 2.203, de 14 de março de 1979) atingido pela compulsória. (Acrescentado pelo art. 1º
da Lei Complementar n.º 06, de 31 de janeiro de 1991)
Parágrafo único. O Adicional de Nível Universitário ( Revogado pela Lei Complementar nº 255, de 15 de
será pago ao funcionário enquanto subsistir o requis- janeiro de 2015 )
ito da titulação superior para o respectivo provimen-
to. (Revogado pelo art. 52 da Lei n.º 2.203, de 14 de
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
33

Parágrafo único. Para efeito de preenchimento dos Art. 178. A percepção do Adicional de que trata o art.
requisitos de que tratam os itens I e II deste artigo, 177 ficará condicionada ao atendimento dos seguin-
o funcionário poderá somar os períodos de exercício tes requisitos, entre outros que vierem a ser estabele-
em cargo em comissão e em função de confiança. ( cidos em Regulamento:
Revogado pela Lei Complementar nº 255 , de 15 de
janeiro de 2015 ) Art. 178. A percepção do Adicional de que trata o art.
177 desta Lei ficará condicionada ao atendimento dos
Art. 174. Constarão de Regulamento a especificação seguintes requisitos, entre outros que vierem a ser es-
das funções de confiança e o modo do seu exercício. tabelecidos em regulamento: (Redação dada pelo art.
2º da Lei n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)
Parágrafo único. Serão livres a designação para o ex-
ercício de função de confiança e a respectiva desin- I – previsão do adicional pelo respectivo Convênio;
vestidura, devendo o servidor satisfazer os requisitos
de formação profissional e experiência funcional de I – previsão do adicional pelo respectivo convênio,
natureza e hierarquia exigidos pelos objetivos, técni- programa, projeto ou atividade; (Redação dada pelo
cas e programas inerentes ao serviço a ser dirigido, art. 2º da Lei n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)
chefiado ou secretariado.
II – seleção, pelo critério de confiança e de qualifi-
Art. 175. O valor do adicional de Função será fixado cação, dos funcionários que farão jus ao adicional;
em lei específica.
II – seleção, pelo critério de confiança e de qualifi-
Art. 176. É vedada a percepção cumulativa do adicion- cação, dos funcionários que participarão dos serviços
al de Função com o adicional referido no § 1º do art. e farão jus ao Adicional; (Redação dada pelo art. 2º da
164 deste Estatuto. Lei n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)

Subseção IV III – pagamento do Adicional com r e -


Do Adicional de Participação cursos do próprio.
em Serviços de Convênio
III – pagamento do Adicional com recursos do respec-
Art. 177. Poderá ser concedido adicional pela partici- tivo convênio, salvo se, de forma complementar, o Es-
pação do funcionário na execução de serviços incluí- tado tenha que ampliar esses recursos em decorrência
dos em programas, projetos ou atividades custeados de maior dimensionamento do convênio, programa,
por convênios celebrados entre o Estado e Órgãos ou projeto ou atividade. (Redação dada pelo art. 2º da Lei
Entidades Federais. n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)

Art. 177. Poderá ser concedido Adicional de Partici- III – pagamento do Adicional com recursos do respec-
pação em Serviço de Convênio ao funcionário que tivo convênio ou de receitas próprias de serviços, salvo
participar da execução de serviços incluídos em pro- se, de forma complementar, o Estado tenha que am-
gramas, projetos ou atividades custeados por con- pliar esses recursos em decorrência de maior dimen-
vênios. (Redação dada pelo art. 2º da Lei n.º 2.548, de sionamento do convênio, programa, projeto ou ativi-
18 de setembro de 1985) dade. (Redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar
n.º 19, de 31 de agosto de 1995)
Art. 177. Poderá ser concedido Adicional de Partici-
pação em Serviço de Convênio ao Funcionário que Parágrafo único. A aferição dos requisitos de confiança
participar da execução de serviços incluídos em pro- e qualificação será feita pelo Dirigente da Repartição
gramas, projetos ou atividades custeadas por convêni- executora do convênio.
os ou por recursos de receitas próprias de serviços.
(Redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n.º Parágrafo único. A aferição dos requisitos de confiança
19, de 31 de agosto de 1995) e qualificação será feita pelo Dirigente da Repartição
executora do convênio. (Redação dada pelo art. 2º da
Lei n.º 2.548, de 18 de setembro de 1985)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

34 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Parágrafo único. A aferição dos requisitos de confiança I – Exame de candidatos em concurso para provimento
e qualificação será feita pelo Dirigente da Repartição de cargos ou empregos públicos;
executora do convênio, programa, projeto ou ativi-
dade. (Redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar II – Sindicância ou Inquérito Administrativo.
n.º 19, de 31 de agosto de 1995)
Parágrafo único. O funcionário fará jus ao adicion-
Art. 179. O funcionário fará jus ao adicional, enquan- al de que trata este artigo, ainda que o trabalho em
to participar dos serviços objeto do Convênio, nas comissão deva ser desempenhado sem prejuízo do
condições estabelecidas nesta Subseção. exercício do seu cargo.

Art. 179. O funcionário fará jus ao Adicional enquanto Art. 183. A autoridade competente para designar a
participar dos serviços objeto do convênio, programa, comissão de trabalho fixará, no ato da designação, o
projeto ou atividade, nas condições estabelecidas valor do adicional.
nesta Subseção. (Redação dada pelo art. 2º da Lei n.º
2.548, de 18 de setembro de 1985) Parágrafo único. O valor do adicional não poderá ser
superior a 2 (dois) Valores de Referência em vigor para
Art. 180. Caberá ao Dirigente da Repartição executora o Estado de Sergipe, por serviço global executado.
do Convênio fixar o valor do adicional, que não poderá
ser igual ou superior ao vencimento do funcionário. Parágrafo único. O valor do Adicional será sempre in-
ferior ao vencimento do funcionário. (Redação dada
Art. 180. Caberá ao Dirigente da Repartição executora pelo art. 8º da Lei n.º 3.143, de 26 de fevereiro de
do convênio fixar o valor do Adicional, que será sem- 1992) (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar n.º
pre inferior ao valor do vencimento do funcionário. 106, de 11 de julho de 2005)
(Redação dada pelo art. 2º da Lei n.º 2.548, de 18 de
setembro de 1985) Art. 184. O Adicional de Participação em Comissão
de Trabalho será concedido, sempre, em caráter tran-
Art. 180. Caberá ao Dirigente da Repartição executo- sitório.
ra do Convênio designar os funcionários que partici-
parão da execução dos respectivos serviços, e fixar o Subseção VI
valor do Adicional, observando o disposto no art. 178 Do Adicional de Trabalho Técnico ou Científico
desta Lei. (Redação dada pelo art. 4º da Lei n.º 3.186,
de 03 de junho de 1992) Art. 185. Poderá ser concedido adicional pela elab-
oração ou pela execução de trabalho avulso, de na-
Art. 181. O valor do adicional poderá ser aumentado tureza técnica ou científica.
ou reduzido, no curso da execução do convênio.
Art. 186. A percepção do Adicional de que trata o
Art. 181. O valor do Adicional poderá ser aumentado artigo 185 ficará condicionada ao atendimento dos
ou reduzido, no curso da execução do convênio, pro- seguintes requisitos, entre outros que vierem a ser
grama, projeto ou atividade, de acordo com as dis- estabelecidos em Regulamento:
ponibilidades de recursos previstos e com a ampliação
ou redução das respectivas atividades de execução. I – que o próprio funcionário seja o Autor da elabo-
(Redação dada pelo art. 2º da Lei n.º 2.548, de 18 de ração ou da execução do Trabalho;
setembro de 1985)
II – que a atribuição do trabalho técnico ou científico
Subseção V seja feita por ato prévio e expresso das Autoridades
Do Adicional de Participação indicadas no art. 4º, conforme o caso;
em Comissão de Trabalho
III – que o trabalho a executar ou elaborar seja de
Art. 182. Será concedido Adicional ao funcionário que interesse direto do Serviço Público e não constitua
for designado para compor comissão de execução dos função do cargo ocupado pelo seu autor;
seguintes trabalhos:
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
35

IV – que o trabalho a elaborar ou executar tenha I – por Serviço Extraordinário;


prazo prefixado; II – por Serviço Insalubre;

V – que o trabalho concluído passe à propriedade do III – por Risco de Vida;16


Estado, ressalvado o direito de menção do nome do _______________________________________
16 (NE → Muito embora não tenha sido expressamente revogado, este inciso
seu autor. passou a se referir à Gratificação por Periculosidade, conforme redação da
Subseção III desta Seção, dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novem-
Parágrafo único. Para efeito de percepção do Adicion- bro de 1979)
al de que trata este artigo, será irrelevante a execução
simultânea ou não do trabalho técnico ou científico IV – pela Presença em Órgão de Deliberação Colegi-
com o exercício do cargo do funcionário. ada;

Art. 187. A autoridade competente para atribuir ao V – por Representação de Gabinete;17


funcionário a incumbência do trabalho técnico ou
científico fixará, no ato da atribuição, o valor do Adi- ________________________________________________________

cional. 17 V. art. 5º, caput e inciso II, da Lei nº 3.048, de 30 de setembro de 1991.

§ 1º. O valor do Adicional não poderá ser igual ou su- VI – para Ajuda de Custo;
perior ao vencimento do funcionário.
VII – para Diárias;
§ 1º. O valor do Adicional não poderá ser superior ao
vencimento do funcionário, sendo que, quando se VIII – para Salário-Família; (Revogado pelo art. 138
tratar da necessidade exclusiva de realização de estu- da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
dos ou trabalhos de alto nível, que visem, justificada- 2005)
mente, a elevação da economia estadual nos setores
primário, secundário e/ou terciário, e desde que sob IX – para Auxílio-Doença; (Revogado pelo art. 138
expressa determinação ou designação do Governador da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
do Estado, esse valor poderá ser de até 150 (cento e 2005)
cinquenta) vezes a Unidade Fiscal Padrão do Estado
de Sergipe – UFP/SE, por um período, neste caso, não X – Natalina.
maior do que 180 (cento e oitenta) dias. (Redação
dada pelo art. 1º da Lei Complementar n.º 51, de 28 Parágrafo único. Ao funcionário em comissão não
de setembro de 2000) (Revogado pelo art. 7º da Lei serão concedidas as gratificações indicadas nos itens I,
Complementar n.º 106, de 11 de julho de 2005) II e III deste artigo.

§ 2º. O funcionário perceberá o adicional, enquanto Parágrafo único. Ao funcionário em comissão não será
estiver elaborando ou executando o trabalho que lhe concedida a gratificação indicada no item I do caput
foi atribuído. deste artigo. (Redação dada pelo art. 5º da Lei n.º
2.836, de 16 de agosto de 1990)
Art. 188. A incumbência do trabalho técnico ou científ-
ico poderá ser revogada, a qualquer tempo, sem que Art. 191. As gratificações serão concedidas em caráter
assista ao funcionário direitos de reparação ou inden- transitório, à exceção das indicadas nos itens I, II e III
ização pelo período cancelado. do art. 190, que poderão incorporar-se ao vencimento
do funcionário.
Art. 189. O Adicional de Trabalho Técnico ou Científico
será concedido, sempre, em caráter transitório. Art. 191. As gratificações serão concedidas em caráter
transitório, não se incorporando à remuneração do
Seção II cargo efetivo nem aos proventos de aposentadoria.
Das Gratificações (Nova Redação dada pela Lei Complementar nº 255,
de 15 de janeiro de 2015 )
Art. 190. São modalidades de gratificação:
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

36 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Parágrafo único. A incorporação de que trata a par- Art. 194. É vedado conceder Gratificação por Serviço
te final deste artigo far-se-á para efeito de apo- Extraordinário, com o objetivo de remunerar outros
sentadoria e disponibilidade, satisfeitas as seguintes serviços ou encargos.
condições:(Revogado pela Lei Complementar nº 255,
de 15 de janeiro de 2015 ) Parágrafo único. O funcionário que receber importân-
cia relativa a serviço extraordinário que não prestou
I – se o funcionário perceber a gratificação pelo perío- será obrigado a restituí- la de uma só vez, ficando ain-
do mínimo de 5 (cinco) anos ininterruptos ou 10 (dez) da sujeito a punição disciplinar.
interpolados (Revogado pela Lei Complementar nº
255, de 15 de janeiro de 2015 ) Art. 195. O funcionário não poderá se recusar, sem jus-
to motivo, à prestação de serviço extraordinário.
II – se o recebimento da gratificação, nos termos e
condições do item I, à época em que o funcionário Art. 196. A gratificação por serviço extraordinário não
passar a inatividade. (Revogado pela Lei Complemen- poderá ser paga ao funcionário que perceber, no mes-
tar nº 255, de 15 de janeiro de 2015 ) mo mês, Adicional de Função ou Representação de
Gabinete.
Subseção I
Da Gratificação por Serviço Extraordinário Subseção II
Da Gratificação por Serviço Insalubre
Art. 192. O funcionário fará jus à Gratificação por
Serviço Extraordinário efetivamente executado, desde Art. 197. O funcionário fará jus à Gratificação por
que previamente autorizado pelo dirigente superior Serviço Insalubre, sempre que as condições anormais
da sua Repartição, ou por quem deste último haja re- do seu trabalho o colocarem em permanente risco da
cebido a competente delegação. própria saúde.

§ 1º. Por Serviço Extraordinário entende-se o prestado Art. 197. O funcionário fará jus à Gratificação por
em cada hora excedente da jornada diária de trabalho Serviço Insalubre sempre que a natureza, condição ou
do funcionário. método do seu trabalho o exponham a agentes no-
civos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados
§ 2º. O serviço extraordinário poderá ser prestado tan- em razão do tipo e da intensidade do agente e do
to antes quanto depois da carga horária normal de tempo de exposição aos efeitos. (Redação dada pelo
serviço do funcionário. art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)

§ 3º. A gratificação por serviço extraordinário não Parágrafo único. As atividades e operações a que se
poderá exceder a 2 (duas) diárias de trabalho. refere este artigo, bem como os locais de trabalho in-
salubre, serão definidos em Regulamento editado por
Art. 193. Valor da hora extraordinária será igual ao Decreto do Poder Executivo. (Acrescentado pelo art. 1º
da hora normal de trabalho do funcionário, calculada da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
com base no respectivo vencimento.
Art. 198. A gratificação por serviço insalubre será dev-
§ 1º. Tratando-se de trabalho noturno, assim enten- ida ao funcionário que tiver exercício:
dido o executado entre as 22 (vinte e duas) horas de
um dia, e as 5 (cinco) horas do dia seguinte, o valor da I – em hospitais e dispensários de lepra, tuberculose
hora extraordinária será acrescido de 20% (vinte por ou doenças mentais;
cento).
II – em laboratórios, nos serviços de coleta e manipu-
§ 2º. A hora extraordinária noturna será computada lação de material infectante;
como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta)
segundos. III – em gabinetes de radiologia;

IV – em outros locais ou serviços de manifesta insalu-


bridade.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
37

Parágrafo único. A gratificação somente será devida ao Art. 200. Cessadas as condições de insalubridade ou
funcionário que mantiver contato direto e frequente reduzidas estas ao nível da normalidade funcional,
com material infectante ou radiativo, bem assim com será imediatamente cancelado o pagamento da Grat-
pacientes portadores das doenças incluídas nos itens I ificação.
ou IV deste artigo, se for o caso.
Art. 200. Cessadas as condições ou modificados os
Art. 198. É da competência de Comissão Especial, des- seus graus, será, imediatamente, cancelado o paga-
ignada pelo Governador do Estado e constituída por mento da Gratificação ou alterado o respectivo per-
Técnicos em Segurança e Medicina do Trabalho, afer- centual, na forma do art. 199 deste Estatuto. (Redação
ir em laudo pericial, louvando-se nas disposições do dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro
respectivo Regulamento, os graus de insalubridade, de 1979)
fixando-os em máximo, médio ou mínimo. (Redação
dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro Art. 201. A Gratificação por Serviço Insalubre será
de 1979) de 40% (quarenta por cento) do vencimento do fun-
cionário.
Art. 199. Para os efeitos do recebimento da gratifi-
cação, será da competência do Serviço Médico do Es- Art. 201. O servidor público, inclusive os integrantes da
tado determinar se o grau de insalubridade do local Comissão Especial, que, por dolo ou culpa, prestarem
ou das condições de trabalho ultrapassa ou não os informações falsas ou calarem a verdade em processo
limites da normalidade funcional. de concessão, alteração ou cancelamento da Gratifi-
cação por Serviço Insalubre, além da responsabilidade
Art. 199. Determinada a insalubridade, será assegura- civil e criminal prevista em Lei, incorrerão nas penas
do ao funcionário o percentual de 40% (quarenta por administrativas estabelecidas no art. 258 deste Estatu-
cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) to, conforme a gravidade do caso. (Redação dada pelo
que incidirá sobre o seu vencimento, segundo se clas- art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
sifique, respectivamente, em grau máximo, médio e
mínimo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, Art. 202. Se o funcionário exercer as funções do seu
de 05 de novembro de 1979) cargo em mais de um local insalubre, somente em
relação a um deles terá direito à gratificação.
Parágrafo único. O Serviço Médico do Estado,
para aferir o grau de insalubridade do local ou das Subseção III
condições de trabalho, poderá se louvar em critérios Da Gratificação Por Risco de Vida
adotados pelo Ministério do Trabalho ou pelo Regula-
mento deste Estatuto. Subseção III
Da Gratificação por Periculosidade
§ 1º. Na hipótese em que o funcionário exerça ativi- (Nova denominação da Subseção III dada pelo art.
dades consideradas insalubres em mais de um local de 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
trabalho, somente em relação a um deles, terá direito
a Gratificação considerando-se o exercício como um Art. 203. O funcionário fará jus à Gratificação por Risco
todo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de Vida, sempre que as condições anormais do seu
de novembro de 1979) trabalho o colocarem em permanente perigo de vida.

§ 2º. O funcionário que exercer atividade insalubre e Art. 203. O funcionário fará jus à Gratificação por Peric-
estiver no exercício de cargo em comissão, poderá ulosidade sempre que a natureza, o método, condições
optar pelo vencimento deste ou pelo percentual da e local de trabalho o colocarem em acentuado risco de
Gratificação por Serviço Insalubre. (Redação dada pelo vida, pela frequente relação de proximidade ou con-
art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979) tato pessoal direto com população carcerária, doen-
(Revogado pelo art. 5º da Lei n.º 2.836, de 16 de agos- tes mentais comprovadamente perigosos e materiais
to de 1990) classificados como inflamáveis ou explosivos, defini-
dos em Regulamento editado por Decreto do Poder
Executivo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226,
de 05 de novembro de 1979)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

38 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Art. 203. O funcionário fará jus à Gratificação por Peric- to da Gratificação por Periculosidade, as disposições
ulosidade sempre que a natureza, método, condições do art. 201 desta Lei. (Redação dada pelo art. 1º da Lei
e local de trabalho o colocarem em acentuado risco de n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
vida, pela frequente relação de proximidade ou con-
tato pessoal direto com população carcerária, doen- Art. 205. A gratificação por risco de vida será de 40%
tes mentais comprovadamente perigosos e materiais (quarenta por cento) do vencimento do funcionário.
considerados inflamáveis ou explosivos, e pelo de-
sempenho de atividades de fiscalização tributária nos Art. 205. A Gratificação por Periculosidade será de 30%
postos fiscais do Estado e nos locais sujeitos à fiscal- (trinta por cento) sobre o vencimento do funcionário.
ização fazendária de mercadorias e serviços, definidos (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de
em Regulamento editado por Decreto do Poder Exec- novembro de 1979)
utivo. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 95, de
04 de junho de 2004) § 1º. A Gratificação a que se refere este artigo será
também assegurada ao funcionário que, não ocupan-
Art. 203. O funcionário fará jus à Gratificação por Peric- do cargo de natureza policial civil, militar ou equi-
ulosidade sempre que a natureza, método, condições parável, exercer suas funções nos termos deste Estatu-
e local de trabalho o colocarem em acentuado risco de to e do respectivo Regulamento, em Estabelecimentos
vida, pela frequente relação de proximidade ou conta- Penais e Casas de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
to pessoal direto com população carcerária, doentes (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de
mentais comprovadamente perigosos e materiais con- novembro de 1979)
siderados inflamáveis ou explosivos. (Nova Redação
dada pela Lei Complementar nº 260, de 09 de junho § 2º. Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, en-
de 2015 ) tre outros cargos e funções especificadas em Lei, con-
siderar-se-á equiparável a cargo policial civil ou mili-
Art. 204. A gratificação por risco de vida será paga tar, todo aquele que lhe for necessariamente auxiliar.
ao funcionário que, não ocupando cargo de natureza (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de
policial civil, militar, ou equiparável, tiver exercício em novembro de 1979)
local de prisão de pessoas adultas ou de cumprimento
de pena privativa de liberdade. Art. 206. Se o funcionário exercer as funções do seu
cargo em mais de um local perigoso, somente em
Art. 204. É da competência de Comissão Especial de relação a um deles terá direito à gratificação.
servidores, constituída por Técnicos em Segurança e
Medicina do Trabalho e Especialistas em Segurança Art. 206. Na hipótese em que o funcionário exerça
de Estabelecimentos Penais e Casas de Custódia e atividades consideradas perigosas em mais de um lo-
Tratamento Psiquiátrico, emitir laudo pericial sobre as cal de trabalho, somente em relação a um deles terá
condições de periculosidade. (Redação dada pelo art. direito à Gratificação, considerando-se o exercício
1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979) como um todo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º
2.226, de 05 de novembro de 1979)
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, entre outros
cargos e funções especificados em lei, considerar-se-á Parágrafo único. O funcionário que exercer atividade
equiparável a cargo policial civil ou militar todo aquele periculosa e estiver no exercício de cargo em comissão,
que lhe for necessariamente auxiliar. poderá optar pelo vencimento deste ou pelo percen-
tual da Gratificação por Periculosidade. (Acrescentado
§ 1º. A Comissão a que se refere este artigo será desig- pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de
nada pelo Governador do Estado na conformidade do 1979) (Revogado pelo art. 5º da Lei n.º 2.836, de 16 de
respectivo Regulamento. (Redação dada pelo art. 1º agosto de 1990)
da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de 1979)
Art. 207. Cessadas as condições de periculosidade,
§ 2º. Aplica-se ao servidor público, inclusive aos inte- ou reduzida esta ao nível da normalidade funcional,
grantes da Comissão Especial, que, por dolo ou culpa, será imediatamente cancelado o pagamento da grat-
prestarem informações falsas ou calarem a verdade ificação.
em processo de concessão, alteração ou cancelamen-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
39

Art. 207. Cessadas as condições de periculosidade, o ministração Estadual.


pagamento da respectiva Gratificação será imediata-
mente cancelado. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º Parágrafo único. O Poder Executivo poderá estabe-
2.226, de 05 de novembro de 1979) lecer em bases diferentes a gratificação do Presidente
e a dos membros comuns da Instituição, assim como
Art. 208. A gratificação por risco de vida18 não poderá de um para outro órgão colegiado.
ser paga ao funcionário que já perceber gratificação
por serviço insalubre, salvo nos casos de acumulação Subseção V
legal de cargos, em que se verifiquem, para cada um Da Gratificação por Representação de Gabinete 19
deles, as condições que autorizam o pagamento das _______________________________________
duas gratificações. 19 V. nota 16
________________________________________
18 N.E. Observar a nova denominação para a gratificação: Gratificação Por
Periculosidade.
Art. 213. A Gratificação por Representação de Gabi-
nete será devida ao funcionário, civil ou militar, em ex-
Subseção IV ercício no Gabinete do Governador e demais Órgãos
Da Gratificação de Presença da Governadoria do Estado, para compensar:

Art. 209. O funcionário poderá perceber Gratificação Art. 213. A Gratificação por Representação de Gabi-
de Presença, por sessão de que participar em Órgão nete será devida ao funcionário, civil ou militar, em
de deliberação colegiada, na qualidade de membro ou exercício, no Gabinete Civil, Gabinete Militar, Secre-
Presidente da Instituição. taria de Governo e Gabinete do Vice- Governador,
para compensar: (Redação dada pelo art. 54 da Lei n.º
Art. 210. A Gratificação de Presença será devida, nos 2.203, de 14 de março de 1979)
casos em que a legislação do órgão colegiado assim
determinar. Art. 213. A Gratificação por Representação de Gabi-
nete será devida ao funcionário, civil ou militar, em ex-
Art. 211. O funcionário não poderá receber grati- ercício no Gabinete Civil, Gabinete Militar, Secretaria
ficação de presença por mais de 2 (duas) fontes de de Governo, Gabinete do Vice-Governador e Procura-
pagamento, ainda que faça parte de mais de 2 (dois) doria Geral do Estado, para compensar: (Redação dada
órgãos de deliberação colegiada. pelo art. 15 da Lei n.º 2.419, de 26 de maio de 1983)

Art. 211. O funcionário poderá receber gratificação I – despesas extraordinárias decorrentes da Repre-
de presença por tantas fontes de pagamento quantos sentação;
forem os órgãos de deliberação colegiada de que faça
parte. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.430, de II – jornada de trabalho superior a fixada para o fun-
1º de julho de 1983) cionalismo em geral e de natureza não eventual.

§ 1º. Na hipótese de que trata a parte final do caput Parágrafo único. Serão excluídos do âmbito de in-
deste artigo, ao funcionário é permitido optar pelas 2 cidência deste artigo os funcionários que não aten-
(duas) fontes de pagamento que lhe forem mais van- derem os requisitos indicados nos itens I e II.
tajosas. (Revogado pelo art. 1º da Lei nº 2.430. de 1º
de julho de 1983) Art. 214. O valor da Gratificação por Representação de
Gabinete será fixado em decreto do Poder Executivo,
§ 2º. A proibição de perceber mais de 2 (duas) grati- levando-se em consideração o grau de representativi-
ficações mensais é somente em relação a órgãos co- dade do cargo e a dedicação por este exigida.
legiados do próprio Estado ou de entidades da sua
Administração Indireta. (Revogado pelo art. 1º da Lei Parágrafo único. O valor da gratificação não poderá
nº 2.430. de 1º de julho de 1983) ultrapassar 80% (oitenta por cento) do vencimento do
cargo em comissão de menor símbolo, no âmbito do
Art. 212. O valor da Gratificação de presença será fixa- Poder Executivo.
do em decreto do Poder Executivo, no âmbito da Ad-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

40 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Art. 215. É vedada a percepção acumulada da gratifi- Art. 220. O funcionário restituirá a Ajuda de Custo:
cação por representação de gabinete e da gratificação
por serviços extraordinários. I – quando não se transportar para a nova sede ou
local de trabalho ou missão nos prazos que lhe forem
Art. 216. A gratificação por representação de gabinete assinalados;
não será considerada para efeito de quotas de prev-
idência, nem de cálculo de proventos da inatividade. II – quando, antes de terminada a incumbência, re-
gressar à sede primitiva, pedir exoneração antes de
Subseção VI decorrido 90 (noventa) dias do novo exercício, ou
Da Ajuda de Custo abandonar o serviço.

Art. 217. O funcionário fará jus à Gratificação de Ajuda § 1º. A restituição será da exclusiva responsabilidade
de Custo, para ocorrer a despesas de transporte e in- pessoal do funcionário e deverá ser feita de uma só
stalações, nos seguintes casos: vez.

I – quando passar a ter exercício fora da sua sede; § 2º. Não haverá obrigação da restituição, se o regres-
so do funcionário processar-se ex-officio, for determi-
II – quando for designado para estudo ou missão fora nado por doença comprovada ou morte de pessoa da
da sua sede, por prazo superior a 60 (sessenta) dias, própria família, ou, ainda, por motivo de força maior,
ou para o Exterior. a critério da Autoridade que autorizou a concessão da
ajuda de custo.
Parágrafo único. As despesas de transporte e de in-
stalações compreenderão as do funcionário e da sua Subseção VII
família, quando se tratar de mudança de Sede. Das Diárias

Art. 218. Não se concederá Ajuda de Custo, se o fun- Art. 221. O funcionário fará jus à Gratificação de Diári-
cionário: as, para ocorrer a despesas com alimentação, hosped-
agem e permanência, quando se deslocar da sua Sede,
I – em virtude de mandato eletivo, se afastar da sua eventualmente e em objeto de serviço.
Sede ou a ela retornar;
Parágrafo único. Não se concederá gratificação de
II – for removido a seu próprio pedido; Diária, quando o deslocamento constituir exigência
permanente do cargo ou da função.
III – for colocado à disposição de qualquer outro
Órgão ou Entidade. Art. 222. O valor das diárias será fixado em Regula-
mento observando-se, entre outros critérios:
Art. 219. O valor da Ajuda de Custo será fixado pe-
las Autoridades indicadas no art. 4º deste Estatuto, I – a hierarquia do cargo ou da função ocupada pelo
conforme o caso, não podendo exceder à soma de 3 funcionário;
(três) vencimentos do funcionário, salvo tratando-se
de viagem para o Exterior. II – o Valor de Referência vigente na localidade para
onde se deslocar o funcionário, quando se tratar de
§ 1º. Na fixação da Ajuda de Custo, levar-se-ão em viagem para fora do Estado.
conta o número de pessoas que acompanharão o fun-
cionário, as condições de vida da nova sede ou local de § 1º. Conceder-se-á Diária de igual valor, tomando-se
estudo ou missão, a distância a ser percorrida, o tipo por base o cargo ou a função de maior hierarquia,
de transporte a utilizar e outros elementos cabíveis. quando 2 (dois) ou mais funcionários se deslocarem
da sua Sede, conjuntamente, para o desempenho de
§ 2º. Se o funcionário receber Diárias, na hipótese de um mesmo trabalho ou missão.
que trata o item II do art. 217, a Ajuda de Custo não
poderá ultrapassar a 1 (um) mês de vencimento.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
41

§ 2º. A Diária reduzir-se-á à metade, quando o afasta- V – o Cônjuge; (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple-
mento não exigir pernoite fora da Sede, ou se forem mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
concedidas alimentação e hospedagem gratuitas, por
outro Órgão ou Entidade. VI – outras pessoas, previstas em legislação especial.
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
Art. 223. Nenhum pagamento ultrapassará o valor de de 1º de novembro de 2005)
30 (trinta) Diárias, de cada vez.
§ 1º. O Salário-Família será devido, ainda quando o
Art. 224. As Diárias recebidas indevidamente serão funcionário venha a se aposentar. (Revogado pelo art.
devolvidas de uma só vez, sem prejuízo da punição 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
disciplinar que couber. de 2005)

Art. 225. Em todos os casos de pagamento de Diári- § 2º. Considerar-se-ão filho do funcionário o consan-
as, correrão por conta do Estado as despesas com o guíneo de qualquer condição e mais o enteado, o ad-
transporte do funcionário. otivo, ou o que, mediante autorização judicial, viva sob
a sua guarda e responsabilidade. (Revogado pelo art.
Art. 226. A critério das Autoridades indicadas no art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
4º deste Estatuto, o pagamento das diárias poderá ser de 2005)
compensado com a concessão de bolsa de estudo ou
de trabalho, desde que esta seja de valor suficiente § 3º. Ao ascendente de 1º (primeiro) grau, equiparar-
à cobertura das despesas do funcionário, fora da sua se-ão o padrasto e a madrasta. (Revogado pelo art.
Sede. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
de 2005)
Subseção VIII
Do Salário-Família § 4º. As pessoas referidas nos itens de I a VI somente
serão consideradas dependentes do funcionário, se
(Revogada pelo art. 138 da Lei Complementar n.º não tiverem economia própria e viverem às expensas
113, de 1º de novembro de 2005) do mesmo. (Revogado pelo art. 138 da Lei Comple-
mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Art. 227. O funcionário fará jus, mensalmente, à grat-
ificação, de Salário-Família por cada um dos seus de- Art. 228. Se o pai e a mãe forem funcionários do Esta-
pendentes, como tais considerados: (Revogado pelo do e viverem em comum, o Salário-Família será con-
art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no- cedido ao pai; se não viverem em comum, ao que tiver
vembro de 2005) dependentes sob a sua guarda; e se ambos tiverem, de
acordo com a distribuição dos dependentes. (Revoga-
I – o filho menor de 18 (dezoito) anos; (Revogado pelo do pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de no- novembro de 2005)
vembro de 2005)
Parágrafo único. Equiparar-se-ão ao pai e a mãe os
II – o filho de até 24 (vinte e quatro) anos, que seja representantes legais dos incapazes, ou as pessoas a
estudante de curso de ensino de 2º (segundo) grau ou cuja guarda e manutenção estiverem os beneficiários,
superior; (Revogado pelo art. 138 da Lei Complemen- por autorização judicial. (Revogado pelo art. 138 da Lei
tar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)

III – o filho inválido, de qualquer idade; (Revogado Art. 229. Se o funcionário ocupar, legalmente, mais de
pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de 1 (um) cargo, o Salário-família será concedido apenas
novembro de 2005) em relação a 1 (um) deles. (Revogado pelo art. 138
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de
IV – o ascendente; (Revogado pelo art. 138 da Lei 2005)
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

42 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Art. 230. Em caso de falecimento do funcionário, o 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
Salário- Família continuará a ser pago aos seus benefi- de 2005)
ciários, respeitados os limites temporais estabelecidos
nos itens I e II do art. 227. (Revogado pelo art. 138 Art. 235. O valor da gratificação de auxílio-doença cor-
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de responderá a um (1) vencimento do funcionário, vi-
2005) gente à época da sua concessão. (Revogado pelo art.
138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro
Parágrafo único. Se o funcionário falecido não se de 2005)
houver habilitado ao Salário-Família, a Repartição de
origem diligenciará no sentido de que seja efetuado Art. 236. O auxílio-doença será pago em folha e inde-
o pagamento atendidas as exigências desta Subseção penderá de requerimento do funcionário. (Revogado
e vedado o efeito retroativo. (Revogado pelo art. 138 pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, de 1º de
da Lei Complementar n.º 113, de 1º de novembro de novembro de 2005)
2005)
Subseção X
Art. 231. O Salário-Família será devido a partir da pro- Da Gratificação Natalina20
tocolização do Requerimento do funcionário, desde ______________________________________
20 V. Lei nº 2.661, de 07 de abril de 1988, e art. 208, caput, da Lei Complemen-
que instruído com toda a documentação compro- tar nº 16, de 28 de dezembro de 1994, com redação dada pelo art. 1º da Lei
batória do direito ao recebimento da gratificação. Complementar nº 19, de 31 de agosto de 1995.
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113,
de 1º de novembro de 2005) Art. 237. O funcionário fará jus à Gratificação Natalina,
anualmente, em valor que será fixado em Lei.
Art. 232. O valor do Salário-Família será fixado, anual-
mente, mediante lei. (Revogado pelo art. 138 da Lei Art. 238. Para a fixação do valor da gratificação na-
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) talina, o Poder Executivo atentará para as disponibil-
idades orçamentárias e o efetivo comportamento da
Parágrafo único. A quota do Salário-Família, por filho receita do Estado, podendo:
inválido, será correspondente ao triplo das demais.
(Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar n.º 113, I – limitar a concessão da gratificação às categorias
de 1º de novembro de 2005) funcionais de reduzida faixa de vencimento;
Art. 233. O Salário-Família não será considerado para II – estabelecer o valor da gratificação em bases difer-
efeito de descontos, ainda que de finalidade assisten- entes para as diversas categorias funcionais, de modo
cial ou previdenciária. (Revogado pelo art. 138 da Lei a melhor beneficiar àquelas de menor faixa de venci-
Complementar n.º 113, de 1º de novembro de 2005) mento.
Subseção IX Parágrafo único. Em caso nenhum, a gratificação
Do Auxílio-Doença poderá exceder ao vencimento do funcionário.
(Revogada pelo art. 138 da Lei Complementar n.º Art. 239. A gratificação natalina será paga no mês de
113, de 1º de novembro de 2005) dezembro, até o dia 20 (vinte)21.
_____________________________________
Art. 234. O funcionário fará jus à Gratificação de Aux- 21 V. Lei nº 3.822, de 15 de maio de 1997, alterando o art. 1º da Lei nº 2.661,
ílio- Doença, depois de cada período de 12 (doze) me- de 07 de abril de 1988 ( Nota 23)

ses ininterruptos de licença para tratamento da própria


saúde. (Revogado pelo art. 138 da Lei Complementar Art. 240. Se o funcionário contar com menos de 12
n.º 113, de 1º de novembro de 2005) (doze) meses de serviço, inclusive por motivo de falta
não justificada, a gratificação natalina será proporcion-
Parágrafo único. Quando se tratar de licença por moti- al aos meses trabalhados, no ano do seu pagamento.
vo de acidente em serviço ou de moléstia profissional,
a gratificação será concedida depois de cada período
de 6 (seis) meses ininterruptos. (Revogado pelo art.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
43

Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quin- tro dia útil da semana, salvo se gratificado extraordi-
ze) dias de trabalho será havida como mês integral, nariamente.
para os efeitos deste artigo.
Art. 246. Não fará jus ao repouso semanal remunerado
Art. 241. Não será devida a gratificação natalina ao o funcionário que não comparecer ao trabalho em to-
funcionário que for exonerado ou demitido, antes do dos os dias úteis da semana, salvo motivo justificado.
mês de dezembro de cada ano.
Art. 247. Nos dias úteis, somente por determinação do
Art. 242. A gratificação natalina será paga aos herdei- Governador do Estado deixarão de funcionar as Re-
ros ou sucessores do funcionário que vier a falecer an- partições do Serviço Público Estadual.
tes do seu recebimento, proporcionalmente aos me-
ses de exercício. Art. 248. No interesse do Serviço Público, o Governa-
dor do Estado poderá antecipar, ou transferir para ou-
TÍTULO V tro dia, a comemoração de feriado que recair em dia
DAS NORMAS GERAIS DE SERVIÇO útil de serviço.

CAPÍTULO I Art. 249. Não haverá expediente nas Repartições do


DO EXPEDIENTE NAS REPARTIÇÕES ESTADUAIS Estado, nos dias 8 (oito) de julho, 24 (vinte e quatro)
e 28 (vinte e oito) de outubro, datas consagradas, res-
Art. 243. Nas Repartições Estaduais, o expediente dos pectivamente, à Independência de Sergipe, à adesão
funcionários públicos civis será de 6 (seis) horas diárias do Estado à Independência do Brasil, e ao funcionário
ou 30 (trinta) semanais, salvo em relação àqueles que, público estadual.22
por disposição expressa de lei ou contrato, estiverem ______________________________________
obrigados a m’ aior ou menor jornada de trabalho. 22 V. Art. 269 da CE.

Parágrafo único. O expediente não poderá ter início CAPÍTULO II


antes das 7,00 horas da manhã, nem poderá se pro- DO REGIME DISCIPLINAR
longar além das 18,00 (dezoito) horas salvo anteci-
pações ou prorrogações legalmente autorizadas. Seção I
Dos Deveres
Art. 244. Será da competência das Autoridades indi-
cadas no art. 4º deste Estatuto, no âmbito dos respec- Art. 250. São deveres do funcionário:
tivos Poderes ou Repartições:
I – ser assíduo e pontual ao serviço;
I – fixar os turnos do expediente e horários de serviço,
observado o disposto no artigo 243; II – usar de urbanidade, no trato com as partes, os co-
legas e os superiores hierárquicos;
II – determinar o controle da pontualidade funcional,
selecionando os cargos e funções que, pela sua na- III – guardar sigilo sobre os assuntos da Repartição,
tureza ou hierarquia, ficarão excluídos do regime de especialmente a respeito de despachos, decisões ou
ponto. providências;

§ 1º. Sempre que o expediente houver de realizar-se IV – obedecer às ordens superiores;


em 2 (dois) turnos, haverá, entre um e outro, o inter-
valo mínimo de 2 (duas) horas. V – cumprir todas as normas legais e regulamen-
tares de serviço;
§ 2º. Em caso especiais, devidamente justificados,
poderá ser adotado horário flexível de trabalho, res- VI – desempenhar com zelo e presteza as funções do
peitados os limites estabelecidos neste Capítulo. seu cargo e outras de que for incumbido;

Art. 245. O funcionário escalado para serviço em dia


inútil de trabalho terá direito a compensá-lo com ou-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

44 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

VII – residir na localidade onde exercer o cargo ou para Seção II


onde for autorizado pelos seus superiores hierárqui- Das Proibições
cos;
Art. 251. Ao funcionário é proibido:

VIII – diligenciar no sentido de manter atualizada a sua I – exercer, remuneradamente, 2 (dois) ou mais cargos,
ficha de assentamentos individuais, especialmente no empregos ou funções, salvo nos casos e nas condições
que toca a declarações de família; estabelecidas na Constituição Federal;
IX – zelar pela economia dos bens e materiais do Esta-
do, sobretudo os que estiverem sob a sua guarda ou II – referir-se de modo depreciativo, em informação,
utilização; parecer, ou despacho, ou ainda pela imprensa ou por
qualquer outro meio de divulgação, aos superiores
X – apresentar-se convenientemente trajado em ser- hierárquicos, às autoridades civis ou militares e aos
viço, ou usando uniforme que lhe for determinado, atos oficiais dos Governos Federal, Estadual, ou Mu-
quando for o caso; nicipal;

XI – colaborar e manter espírito de solidariedade com III – retirar, sem estar devidamente autorizado, qual-
os colegas de trabalho; quer documento ou objeto da Repartição;

XII – estar em dia com as leis, regulamentos, regimen- IV – valer-se do cargo ou da função para lograr provei-
tos, instruções e ordem de serviço que digam respeito to pessoal, em detrimento da dignidade desse mesmo
ao seu cargo ou à suas funções; cargo ou função;

XIII – representar aos seus superiores imediatos sobre V – promover manifestações de apreço ou desapreço
todas as irregularidades de que tiver conhecimento, no ambiente de trabalho;
ocorridas na Repartição em que servir ou relacionadas
com o seu trabalho; VI – fazer circular listas de donativos ou de sorteios,
subscrevê-las, ou exercer comércio, no ambiente de
XIV – atender, pronta e prioritariamente: trabalho;

a) as informações e requisições necessárias à defesa VII – coagir ou aliciar subordinados, para fins de natu-
judicial do Estado, ou de qualquer das suas Entidades reza político-partidária;
de Administração Indireta;
VIII – participar de diretoria, gerência, ou administra-
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de ção de empresa ou de sociedade privada, salvo nos
direito; XV – prestar contas dos bens e valores que ad- casos admitidos por este Estatuto;
ministrar;
IX – empregar material do serviço público em serviço
XVI – proceder, em sua vida pública e privada de modo particular;
a dignificar a função pública.
X – celebrar contratos industriais ou comerciais com
§ 1º. O funcionário deverá se recusar ao cumprimento o Governo, por si ou como representante de outrem;
de ordens manifestamente ilegais, devendo represen-
tar contra a Autoridade que o compelir e agir contra- XI – praticar a Usura sob qualquer modo;
riamente à lei.
XII – aceitar comissão, emprego ou pensão de Gover-
§ 2. Entre as normas legais e regulamentares de servi- no Estrangeiro, salvo se autorizado pelo Presidente da
ço, incluir-se-ão as instruções, ordens e os demais atos República;
internos que forem baixados pelos superiores hierár-
quicos do funcionário. XIII – praticar atos de sabotagem contra o Governo ou
o Serviço Público;
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
45

XIV – constituir-se procurador ou intermediário, junto § 2º. A responsabilidade penal decorrerá de ação ou
às Repartições Públicas, salvo tratando-se de interesse omissão que as leis penais do País qualificarem como
de parente até o 3º (terceiro) grau; crime ou contravenção.

XV – entreter-se, nos locais e horários de trabalho, em § 3º. A responsabilidade administrativa decorrerá de


atividades estranhas ao serviço. ação ou omissão que importe descumprimento de de-
§ 1º. A proibição do item II não é impeditiva da elabo- ver ou incidência em proibição funcional, nos termos
ração de trabalho assinado, de conteúdo crítico dou- deste Estatuto.
trinário ou de organização do serviço.
Art. 256. A indenização de prejuízo causado à Fazen-
§ 2º. A proibição contida na parte inicial do item VIII da Estadual será feita de uma só vez, ou em parcelas
não se estende à participação do funcionário na di- mensais, a juízo das Autoridades indicadas no art. 4º
reção ou gerência de cooperativas e associações de deste Estatuto, conforme o caso.
classe, recreativas ou filantrópicas.
Art. 257. As cominações civis, penais e administrativas
Art. 252. Exclui-se a proibição de acumular: poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
sendo umas e outras independentes entre si.
I – a percepção conjunta de pensões civis ou militares;
Seção IV
II – o recebimento de pensão com vencimentos ou Das Penas Disciplinares
proventos;
Art. 258. São penas disciplinares:
III – a percepção conjunta de proventos, quando resul-
tantes de cargos legalmente acumuláveis. I – Repreensão;

Art. 253. Verificada, em processo administrativo, a II – Suspensão;


acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções, o
funcionário optará por um deles. III – Multa;

Parágrafo único. Se a acumulação ilegal se processou IV – Destituição de Função;


por comprovada má fé, o funcionário será obrigado a
restituir os vencimentos recebidos indevidamente. V – Demissão;

Art. 254. É vedado ao funcionário trabalhar sob direta VI – Demissão a bem do Serviço Público;
subordinação de parente até 2º (segundo) grau, salvo
quando se tratar de cargo ou função de confiança, li- VII – Cassação de Aposentadoria ou de Disponibilida-
vremente exoneráveis. de.

Parágrafo único. A ressalva contida na parte final deste § 1º. Na aplicação das penas disciplinares, serão leva-
artigo será limitada a 2 (dois) cargos ou funções. dos em consideração os antecedentes do funcionário,
a natureza e a gravidade da infração, assim como os
Seção III danos sofridos pelo Estado.
Da Responsabilidade
§ 2º. As penas a serem aplicadas revestirão forma es-
Art. 255. Pelo exercício irregular das suas atribuições, crita e constarão da ficha de assentamentos individu-
o funcionário responderá civil, penal e administrativa- ais do funcionário.
mente.
§ 3º. O ato punitivo será motivado e mencionará a res-
§ 1º. A responsabilidade civil decorrerá de ação ou pectiva base legal.
omissão dolosa ou culposa, que importe prejuízo ma-
terial para a Fazenda Estadual ou para terceiros.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

46 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Art. 259. Caberá pena derepreensão, nos casos de de- V – revelação de fato ou de informação de caráter si-
sobediência, indisciplina, ou descumprimento dos de- giloso, conhecido em razão do cargo, quando resultar
veres. prejuízo para o Estado.

Art. 260. Caberá a pena de suspensão; § 1º. Considerar-se-á abandono de cargo a ausência
do funcionário ao serviço, sem justa causa, por mais
I – quando houver dolo, má-fé, ou reincidência, tratan- de 30 (trinta) dias corridos.
do-se das faltas indicadas no art. 259;
§ 2º. Será também demitido o funcionário que faltar
II – quando o descumprimento dos deveres constituir ao serviço, sem justa causa, por mais de 60 (sessenta)
falta grave; dias interpolados, no período de 12 (doze) meses.

III – quando for violada qualquer das proibições de Art. 264. A pena de demissão a bem do serviço públi-
que trata a Seção II deste Capítulo. co será aplicada ao funcionário, nos seguintes casos:

§ 1º. A pena de suspensão não poderá exceder d e I – crime contra a Administração Pública;
60 (sessenta) dias e será precedida de sindicância ad-
ministrativa. II – aplicação ilegal dos recursos do Erário, precedida
de dolo;
§ 2º. Durante o período da suspensão, o funcionário
perderá todos os direitos e vantagens resultantes do III – lesão dolosa aos cofres públicos e dilapidação do
exercício das suas funções. patrimônio estadual;

Art. 261. A pena de multa será aplicada em lugar da IV – corrupção passiva, nos termos da lei penal.
suspensão, quando a conversão for considerada con-
veniente para o Serviço Público. Parágrafo único. A pena de demissão a bem do ser-
viço público também poderá ser aplicada, nos casos
§ 1º. A multa a aplicar será de 50% (cinquenta por cen- de que trata o artigo 253, face à gravidade da falta e à
to) do vencimento do dia do funcionário, por cada dia má-fé do funcionário.
estabelecido na suspensão convertida.
Art. 265. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
§ 2º. Convertida a suspensão em multa, o funcionário lidade do funcionário, nos seguintes casos:
será obrigado a comparecer ao serviço.
I – prática, quando ainda na atividade, de falta que
Art. 262. A pena de destituição de função será aplicada teria determinado sua demissão, ou demissão a bem
ao funcionário exercente de função de confiança, pela do serviço Público;
falta de exação no cumprimento do dever.
II – aceitação ilegal de cargo, emprego, ou de função
Art. 263. A pena de demissão será aplicada ao funcio- pública, provada a má-fé;
nário, nos seguintes casos:
III – perda da nacionalidade brasileira.
I – abandono de cargo;
Parágrafo único. Será também cassada a disponibili-
II – incontinência pública e escandalosa, vício de jogos dade do funcionário que, aproveitado, não entrar em
legalmente proibidos e embriaguez habitual; exercício nos prazos legais.

III – insubordinação grave, em serviço; Art. 266. Ao funcionário que tiver cassada a sua apo-
sentadoria ou disponibilidade será, em seguida, ou
IV – ofensa física, em serviço, a outro funcionário ou no mesmo ato, aplicada a pena de demissão ou de
particular, salvo em legítima defesa; demissão a bem do serviço público, conforme a falta
determinante da cassação.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
47

Art. 267. As penas de demissão, a bem do serviço pú- § 3º. Nas faltas que se subtraem, pelas circunstâncias
blico e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, do fato, ao conhecimento da Administração, o prazo
somente poderão ser aplicadas: prescricional se inicia com a ciência da infração.

I – ao funcionário vitalício, em razão de sentença ju- Seção V


diciária; Da Prisão Administrativa e
da Suspensão Preventiva
II – ao funcionário efetivo ou em comissão, em razão
de sentença judiciária ou mediante inquérito adminis- Art. 270. Poderá ser ordenada a prisão administrativa
trativo, no qual se faculte ao apenado ampla defesa. dos funcionários responsáveis por dinheiro e outros
valores pertencentes à Fazenda Estadual, nos casos de
Parágrafo único. Se a penalidade for anulada por sen- alcance, remissão ou omissão quanto aos recolhimen-
tença judiciária ou decisão administrativa, o funcio- tos cabíveis, nos prazos legais.23
nário será reintegrado, ou reconduzido à situação de _______________________________________
inativo, conforme o caso. 23 V. art. 5º, caput e incisos LIV e LXI, da CF.

Art. 268. São competentes para a aplicação de penas § 1º. Ordenada a prisão, será ela requisitada à autori-
disciplinares: dade policial e comunicada, imediatamente à autori-
dade judiciária competente, para os devidos efeitos.
I – a Autoridade competente para a nomeação do fun-
cionário apenado, em qualquer caso e, privativamente, § 2º. As autoridades administrativas providenciarão
nos de demissão, demissão a bem do serviço público, no sentido de ser iniciado, com urgência, e com bre-
cassação de aposentadoria ou disponibilidade; vidade concluído, o processo de tomada de contas do
funcionário faltoso.
II – os dirigentes das Repartições Estaduais, nos casos
de repreensão, suspensão e multa; § 3º. A prisão administrativa não poderá exceder de 90
(noventa) dias.
III – a Autoridade competente para a designação, nos
casos de destituição de função. Art. 271. São competentes para ordenar a prisão ad-
ministrativa:24
Parágrafo único. É delegável a competência para a _____________________________________
aplicação da pena de repreensão. 24 V. nota 19.

Art. 269. Prescreverão: I – as Autoridades competentes para a nomeação do


funcionário;
I – em 1 (um) ano, as faltas sujeitas à repreensão, sus-
pensão e II – os Secretários de Estado e os Dirigentes dos Ór-
gãos da Governadoria do Estado, relativamente aos
II – em 2 (dois) anos, as faltas sujeitas à pena de demis- funcionários que lhes sejam subordinados.
são e de destituição de função;
Art. 272. Poderá ser ordenada a suspensão preventiva
III – em 5 (cinco) anos, as faltas sujeitas à demissão a do funcionário indiciado em sindicância ou inquérito
bem do serviço público e à cassação de aposentadoria administrativo, sempre que necessário a melhor apu-
ou disponibilidade. ração da falta cometida.

§ 1º. A falta também configurada como crime na legis- § 1º. A suspensão preventiva não constituirá medida
lação penal, prescreverá juntamente com este. punitiva, nem acarretará perda de direitos e vantagens.

§ 2º. O curso da prescrição é contado a partir do dia da § 2º. A suspensão preventiva não excederá de 30 (trin-
ocorrência da falta, interrompendo-se com a abertura ta) dias.
da sindicância ou do inquérito administrativo, quando
for o caso.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

48 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Art. 273. Serão competentes para ordenar a suspensão o funcionário que tiver relações de parentesco, até o
preventiva as Autoridades indicadas no art. 271 deste 3º (terceiro) grau, com o denunciante ou o indiciado.
Estatuto. Art. 279. Incumbe ao funcionário ou Comissão de Sin-
dicância:
CAPÍTULO III
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E I – ouvir o denunciante e as testemunhas, para esclare-
DA SUA REVISÃO cimento dos fatos objetos do ato de instauração;

Art. 274. Instaurar-se-á Processo Administrativo Dis- II – ouvir o próprio indiciado, se houver, permitindo-
ciplinar, para apuração de irregularidades no Serviço -lhe a juntada de documentos e a indicação de provas;
Público e responsabilização dos seus autores.
III – realizar as diligências necessárias à apuração dos
Art. 275. O processo administrativo disciplinar reali- fatos e identificação da sua autoria.
zar-se-á sob a forma de Sindicância ou de Inquérito
Administrativo, nos casos definidos por este Estatuto. Parágrafo único. Os atos da sindicância revestirão for-
ma escrita e serão arquivados em dossiê simplificado,
Art. 276. São competentes para instaurar o processo ou em autos organizados segundo modelo forense,
administrativo disciplinar, em qualquer das suas for- com as necessárias adaptações.
mas:
Art. 280. A sindicância deverá ser concluída no prazo
I – as Autoridades indicadas no art. 4º deste Estatuto, de 20 (vinte) dias, prorrogável por igual período, a cri-
no âmbito dos respectivos Poderes ou Repartições; tério da Autoridade que determinar sua instauração.

II – os Secretários de Estado e os dirigentes dos Ór- Parágrafo único. Ao concluir a sindicância, o funcioná-
gãos da Governadoria do Estado. rio ou a comissão sindicante emitirá sua opinião sobre
o fato e sua autoria, em relatório circunstanciado, indi-
Parágrafo único. Quando extrapolarem das suas atri- cando a base legal da pena cabível, se for o caso.
buições as penalidades e providências cabíveis, a Au-
toridade instauradora do processo o encaminhará à Art. 281. O funcionário ou a comissão de funcionários
Autoridade competente, dentro dos prazos legais, poderá, a critério da Autoridade instauradora da sindi-
para o devido julgamento. cância, dedicar-se integral ou parcialmente aos traba-
lhos da sindicação.
Seção I
Da Sindicância Administrativa Art. 282. Recebido o dossiê ou os autos da sindicância
para julgamento, a Autoridade responsável pela sua
Art. 277. A Sindicância será instaurada como meio su- instauração deverá, conforme o caso:
mário de apuração de denúncia, nos seguintes casos:
I – arquivar a sindicância, se não ficar provada a exis-
I – quando não houver elementos suficientes para se tência da irregularidade ou da responsabilidade do in-
concluir pela existência de irregularidade administrati- diciado, ou, ainda, se não for possível indiciar nenhum
va ou de suspeita de sua autoria; funcionário;

II – no cometimento de faltas apenadas com suspen- II – penalizar o indiciado em caso de convencimento


são. da sua responsabilização por fato irregular, desde que
tenha competência para a respectiva imposição;
Art. 278. A Sindicância será cometida a funcionário ou
comissão de funcionários, de posição hierárquica nun- III – determinar a abertura de Inquérito Administrativo,
ca inferior à do indiciado, se desde logo for possível o se a pena a aplicar exigir tal procedimento.
indiciamento.

Parágrafo único. Não poderá exercer atividades de


sindicação, ainda que como secretário de comissão,
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
49

Seção II § 2º. Os funcionários que trabalharem sob regime de


Do Inquérito Administrativo produtividade fiscal ou similar terão a seu favor, por
todo o tempo do Inquérito, a totalidade dos pontos
Art. 283. O Inquérito Administrativo será instaurado correspondentes ao máximo de produção laborativa.
para apuração de denúncia que contenha elementos (Revogado pelo art. 15 da Lei n.º 2.270, de 10 de julho
suficientes para se concluir pela existência de irregu- de 1980)
laridade administrativa e de suspeita de sua autoria.
Art. 287. O inquérito administrativo deverá ser iniciado
Parágrafo único. O Inquérito Administrativo será obri- no prazo de 5 (cinco) dias, na capital, e 15 (quinze)
gatoriamente instaurado para a apuração de faltas dias no interior do Estado, e concluído dentro de 60
apenadas com demissão, demissão a bem do serviço (sessenta) dias.
público e cassação de aposentadoria ou disponibili-
dade. § 1º. O prazo para início dos trabalhos contar-se-á a
partir da data da publicação do ato de designação da
Art. 284. Os atos do Inquérito Administrativo revesti- Comissão, enquanto que o prazo para encerramento
rão forma escrita e serão arquivados em autos orga- será contado da data da instalação dos serviços da
nizados segundo modelo forense, com as necessárias Comissão.
adaptações.
§ 2º. O prazo para a conclusão dos trabalhos poderá
Art. 285. O Inquérito Administrativo será procedido ser prorrogado por mais 30 (trinta) dias, no máximo, a
por uma comissão de 3 (três) funcionários efetivos, critério da Autoridade instauradora do Inquérito.
designados pela Autoridade que houver determinado
a sua instauração. Art. 288. A Comissão ouvirá as testemunhas do fato e
o indiciado, procederá a todas as diligências que en-
§ 1º. No ato da designação da Comissão do Inquérito tender necessárias e poderá requerer vistorias e servi-
Administrativo, será indicado o funcionário que atuará ços periciais em geral.
como seu Presidente. A indicação deste recairá sobre
o funcionário de maior hierarquia, entre os demais Parágrafo único. No curso do inquérito, a Comissão
membros da Comissão. também poderá indiciar outros funcionários que en-
tender envolvidos no cometimento da irregularidade
§ 2º. Ouvida a Repartição interessada, o Presidente apurada.
designará um funcionário estadual para secretariar os
trabalhos da Comissão. Art. 289. Instalados os trabalhos, a Comissão, citará o
indiciado, ou indiciados, para apresentação de defesa
§ 3º. A Comissão deverá ser integrada por funcionários prévia, produção de provas, requerimento de diligên-
de posição hierárquica nunca inferior ao do indiciado, cias e acompanhamento do Inquérito, até o encerra-
observado o § 4º deste artigo. mento da instrução.

§ 4º. Não poderá proceder ao Inquérito Administrati- § 1º. A defesa prévia deverá ser apresentada à comis-
vo, ainda que como Secretário de Comissão, o funcio- são em até 48 (quarenta e oito) horas depois da ciên-
nário que tiver relações de parentesco, até o 3º (tercei- cia da notificação.
ro) grau, com o denunciante ou o indiciado.
§ 2º. As diligências requeridas poderão ou não ser re-
Art. 286. Durante a realização do inquérito, os mem- alizadas, a critério da Comissão.
bros da comissão e o secretário deverão dedicar todo
o seu tempo aos trabalhos do mesmo, ficando dispen- § 3º. O procurador legalmente habilitado poderá pra-
sados do serviço nas Repartições em que estiverem ticar todos os atos que forem permitidos ao indiciado.
lotados.
Art. 290. Encerrada a fase de instrução do inquérito,
§ 1º. O afastamento de que trata este artigo será consi- notificar-se-á o indiciado para, no prazo de 10 (dez)
derado como de exercício, para todos os fins e efeitos. dias, apresentar sua defesa definitiva.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

50 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 1º. Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será § 2º. A Comissão poderá sugerir quaisquer outras pro-
comum, de 20 (vinte) dias. vidências que lhe parecerem de interesse do Serviço
Público.
§ 2º. O prazo de defesa, a critério da Comissão, poderá
ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, para diligências § 3º. Com a apresentação do relatório, a Comissão
reputadas como imprescindíveis. ficará à disposição da Autoridade que determinou a
instauração do inquérito, para prestar esclarecimentos
§ 3º. No prazo de que trata o caput deste artigo, será ou cumprir diligências, dissolvendo-se logo após o jul-
facultado o manuseio dos autos do inquérito pelo in- gamento.
diciado ou seu procurador, no local designado pela
Comissão. Art. 294. Recebido o inquérito, a Autoridade compe-
tente para o julgamento proferirá a decisão, no prazo
§ 4º. Durante o prazo para apresentação de defesa de- improrrogável de 20 (vinte) dias.
finitiva, o Secretário da Comissão ficará à disposição
do indicado, ou do seu procurador, para facilitar o ma- § 1º. Não decidido o inquérito no prazo deste artigo, o
nuseio dos autos. indiciado reassumirá o exercício do seu cargo, quando
for o caso, nele aguardando o julgamento.
Art. 291. Encontrando-se o indiciado em lugar incer-
to, ignorado ou inacessível, far-se-á citação por edital, § 2º. No caso de alcance ou malversação de dinheiro
com prazo de 15 (quinze) dias. Neste caso, o prazo público, o afastamento se prolongará até a decisão fi-
para conclusão do Inquérito será prorrogado automa- nal do inquérito administrativo.
ticamente por igual período.
Art. 295. A Autoridade julgadora promoverá a expedi-
Art. 292. No caso de revelia, o Presidente da Comissão ção dos atos decorrentes do julgamento e determina-
oficiará ao Consultor Geral do Estado, para que este rá as providências necessárias à sua execução.
designe um dos advogados da Administração para
promover a defesa do indiciado. Art. 296. O ato que decretar a punição do funcionário
será obrigatoriamente publicado, no prazo de 8 (oito)
Art. 292. No caso de revelia, o Presidente da Comissão dias, contados do julgamento.
oficiará ao Procurador Geral do Estado, a fim de que
este designe um dos advogados da Administração Art. 297. Seja qual for o resultado do julgamento, dele
para promover a defesa do indiciado. (Redação dada será cientificado o funcionário.
pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro de
1979) Seção III
Da Revisão
Art. 292. No caso de revelia, o Presidente da Comis-
são oficiará ao titular do Órgão responsável pelas ati- Art. 298. Os processos administrativos disciplinares
vidades de defensoria pública, a fim de que o mesmo poderão ser objeto de revisão, nos seguintes casos:
designe um dos Defensores Públicos para promover a
defesa do indiciado. (Redação dada pelo art. 4º da Lei I – quando a decisão for contrária a texto expresso de
n.º 3.239, de 28 de outubro de 1992) lei, ou à evidência dos autos;

Art. 293. Decorrido o prazo para a defesa definitiva, o II – quando a decisão se fundar em depoimentos, exa-
inquérito será relatado pela Comissão, dentro de 10 mes, ou documentos comprovadamente falsos;
(dez) dias.
III – quando, após a decisão condenatória, se desco-
§ 1º. No relatório, a Comissão apreciará, em relação a brirem novas provas de inocência do funcionário, ou
cada indiciado, as irregularidades de que forem acu- de circunstâncias justificadoras de penas mais bran-
sados, as provas colhidas no Inquérito e as razões de das.
defesa, propondo, justificadamente, a absolvição ou a
condenação, e indicando, neste último caso, a pena § 1º. A revisão não acarretará agravação da pena an-
cabível. terior.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
51

§ 2º. A revisão tramitará em apenso ao processo ori- § 1º. Salvo para o exercício de cargo em comissão, o
ginário. Estado somente poderá solicitar que sejam colocados
à sua disposição servidores pertencentes a Órgão ou
Art. 299. A revisão poderá ser requerida pelo funcio- pessoa jurídica governamental, inclusive a fundações
nário apenado e, em caso de sua morte ou ausência mantidas pelo Poder Público.
legal, pelo seu cônjuge, ascendente, descendente, ou
parente colateral até o 2º (segundo) grau. § 2º. O Governador do Estado poderá requisitar qual-
quer servidor de Entidade da Administração Estadual
§ 1º. O pedido será sempre dirigido à Autoridade que Indireta, por prazo determinado, sem prejuízo dos di-
houver aplicado a pena, ou que a tiver confirmado e reitos e vantagens do requisitado na pessoa jurídica
grau de recurso. de origem.

§ 2º. Não será admissível a reiteração de pedido, salvo § 3º. Na hipótese do § 2º deste artigo será necessária a
se fundado em novas provas. aquiescência do servidor requisitado, sempre que este
for regido pela Legislação Trabalhista.
Art. 300. A revisão será processada por comissão de
no mínimo 3 (três) funcionários, de posição hierárqui- Art. 306. O Servidor Estadual contratado pelo regime
ca nunca inferior à do funcionário apenado. da Legislação Trabalhista, quando investido em cargo
público de provimento em comissão, ficará submetido
§ 1º. Será impedido de participar da Comissão de Re- às disposições deste Estatuto, enquanto perdurar tal
visão quem houver participado da Comissão do pro- investidura.
cesso revisto, ainda que como secretário.
Art. 307. Aos Secretários de Estado, Dirigentes de Ór-
§ 2º. Ouvida a Repartição interessada, o Presidente da gão da Governadoria e de Autarquia Estadual apli-
Comissão designará um funcionário para secretariá-la. car-se-ão as normas relativas, às seguintes matérias,
entre outras expressamente previstas neste Estatuto:
Art. 301. O Presidente da Comissão marcará o prazo
de 5 (cinco) dias, para que o Requerente junte as pro- I – Posse e prazo para o exercício;
vas que houver indicado, inclusive apresentação de
testemunhas. II – Opção de vencimento ou remuneração;

Art. 302. Concluída a instauração, dar-se-á vista dos III – Licença para Tratamento da Própria Saúde;
autos ao Requerente, pelo prazo de 10 (dez) dias, para
apresentação das suas alegações. IV – Férias, salvo no que toca a indenizações;

Art. 303. Decorrido o prazo do art. 302, os autos serão V – Gratificações pela Participação em Órgão de Deli-
encaminhados, com relatório fundamentado da Co- beração Colegiada, Ajuda de Custo e Diárias;
missão, a julgamento da Autoridade que houver ape-
nado o Requerente. VI – Deveres, Proibições e Responsabilidades.

Parágrafo único. Será de 10 (dez) dias o prazo para § 1º. Quando as Autoridades referidas no caput deste
o encaminhamento dos autos à Autoridade julgadora, artigo forem do sexo feminino, a elas estender-se-ão
assim como o prazo para esta proferir a decisão. as normas relativas ao Repouso-Maternidade.

Art. 304. Julgada procedente a revisão, a Autoridade § 1º. Quando as Autoridades referidas no caput deste
julgadora providenciará o imediato cumprimento da artigo forem do sexo feminino, a elas estender-se-ão
decisão. as normas relativas à Licença à Gestante ou à Licença à
Adotante. (Redação dada pelo art. 128 da Lei Comple-
Art. 305. As disposições deste Estatuto aplicar-se-ão, mentar n.º 113, de 1º de novembro de 2005)
no que couber, ao pessoal requisitado pelo Estado ou
colocado a sua disposição, enquanto perdurar tal si-
tuação.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

52 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 2º. A aplicação normativa autorizada por este arti- II – Lotação, o número de cargos e funções de confian-
go far-se-á com as adaptações exigidas pela forma de ça estabelecidos para cada Repartição, assim como o
provimento e natureza dos referidos cargos. número de servidores que deva ter exercício em cada
Órgão Público;
§ 3º. A verba de representação das autoridades de que
trata este artigo, assim como dos Subsecretários da III – Valor de Referência, a expressão monetária esta-
Secretaria Geral do Governo, reger-se-á por legislação belecida por Legislação Federal para vigorar na Região
específica. abrangente do Estado de Sergipe, em substituição ao
Salário-Mínimo como fator de correção da moeda;
Art. 308. Caberá aos Secretários de Estado e aos Di-
rigentes dos Órgãos da Governadoria, no âmbito das IV – Serviço Público, o prestado a Órgão ou Entidade
suas Repartições: de direito público, federal, estadual ou municipal.

I – autorizar a celebração de contratos de emprego; § 1º. No âmbito da Administração Estadual Direta, a


lotação dos respectivos Órgãos far-se-á por decreto
II – designar servidores para o exercício de função de do Governador do Estado.
confiança;
§ 2º. Para efeito de aposentadoria e disponibilidade,
III – conceder licença para tratamento da própria saú- reputar- se-á como “Serviço Público” o tempo de ad-
de do funcionário; vocacia privada anterior à investidura do funcionário
em cargo estadual privativo de bacharel em ciências
IV – dirigir superiormente o pessoal lotado em sua Se- jurídicas e sociais.
cretaria, usando dos poderes inerentes à hierarquia e
disciplina administrativas. § 2º. Para efeito de aposentadoria e disponibilidade,
reputar- se-á como “Serviço Público” o tempo de ad-
Parágrafo único. O exercício da competência do item I vocacia privada anterior à investidura do funcionário
deste artigo dependerá de autorização do Governador em cargo estadual privativo de bacharel em Ciências
do Estado. O exercício da competência de que trata o Jurídicas e Sociais, ou em Direito, desde que tenha ha-
item III dependerá de delegação da mesma Autori- vido a respectiva contribuição previdenciária. (Reda-
dade. ção dada pelo art. 128 da Lei Complementar n.º 113,
de 1º de novembro de 2005)
Art. 309. Além das atribuições que lhes forem con-
feridas por este Estatuto, os Secretários de Estado e § 3º. O tempo de advocacia privada, referido no § 2º,
Dirigentes dos Órgãos da Governadoria exercerão as não poderá exceder a 1/3 (um terço) do tempo de ser-
competências que lhes forem expressamente delega- viço apurado para efeito de aposentadoria e disponi-
das por ato do Governador do Estado. bilidade.

Art. 310. A Gratificação Natalina é extensiva aos ocu- Art. 313. Por motivo de convicção filosófica, religiosa
pantes de cargos de magistério ou de natureza policial ou política, nenhum funcionário poderá ser privado
civil, assim como aos aposentados pelo próprio Esta- de qualquer dos seus direitos, nem sofrer restrição em
do, nas condições estabelecidas por este Estatuto. sua atividade funcional.

Art. 311. No período de até 3 (três) meses antes ou Art. 314. O Estado assegurará assistência e previdên-
depois da data das eleições municipais ou estaduais, cia social aos seus funcionários e servidores em geral,
serão vedadas a Remoção e a Transferência ex-oficio diretamente ou por intermédio do Instituto de Previ-
para local ou cargo que o funcionário deva exercer dência do Estado de Sergipe – IPES.25
fora da sua Sede. ______________________________________
25 V. Leis nº s 5.852, de 20 de março de 2006, e 5.853, de 20 de março de 2006,
que instituíram, respectivamente, o Instituto da Previdência dos Servidores do
Art. 312. Para os fins deste Estatuto, entende-se por: Estado de Sergipe – IPESPREVIDÊNCIA, e o Instituto de Promoção e de Assis-
tência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe – IPESAÚDE.

I – Sede do funcionário, o Município onde ele exerce o


seu cargo ou a sua função;
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
53

Parágrafo único. Tratando-se de servidores contrata- Art. 317. No cálculo dos proventos da inatividade, os
dos sob regime trabalhista, o direito à pensão e à apo- percentuais de aumento geral incidirão sobre o valor
sentadoria previdenciária será exercido nas mesmas total dos mesmos, inclusive vantagens pecuniárias in-
bases e condições dos reconhecidos pela legislação corporadas.
previdenciária federal.
Art. 318. A colaboração eventual ao Estado, sob a
Parágrafo único. O direito à assistência e previdência forma de prestação de serviços, retribuída mediante
social assegurado por intermédio do Instituto de Pre- simples recibo, não caracteriza vínculo com o Serviço
vidência do Estado de Sergipe – IPES, será exercido Público.
nas bases, condições e formas estabelecidas pela le-
gislação previdenciária estadual que, inclusive, rege o Parágrafo único. A colaboração de que trata este ar-
mesmo Instituto, regula suas finalidades e disciplina tigo somente poderá ser retribuída com dotação não
suas atividades. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º classificada na rubrica “pessoal”, obedecidos os limites
2.449, de 1º de dezembro de 1983)26 financeiros estabelecidos em programas específicos
_______________________________________ de trabalho.
26 V. nota 22.
Art. 319. A não caracterização de vínculo, referida no
Art. 315. Independentemente de qualquer outro au- artigo 318, também ocorrerá nos casos de concessão
xílio que venha a perceber, à família do funcionário do estágio profissionalizante a estudantes de curso
falecido será concedida ajuda pecuniária para a co- superior de ensino.
bertura das despesas com o funeral, correspondente
ao vencimento ou à remuneração do mês anterior ao Parágrafo único. A concessão de estágio a estudantes
falecimento. de nível superior far-se-á em obediência ao Regula-
mento desta Lei, inclusive no que toca ao número de
Art. 315. Independentemente de qualquer outro au- estagiários por Repartição Pública, condições do está-
xílio que venha a perceber, será concedida à família gio, sua duração, valor e critérios de pagamento.
do funcionário falecido, ativo ou inativo, uma ajuda
pecuniária para a cobertura das despesas com o fu- Art. 320. Os servidores estaduais, contratados sob o
neral, correspondente ao vencimento ou à remune- regime trabalhista, submeter-se-ão às normas de tra-
ração do mesmo no mês anterior ao do falecimento, balho estabelecido no Título V deste Estatuto, respei-
limitada, porém, ao valor de até R$ 1.800,00 (hum mil tada a duração da jornada de trabalho que ajustarem
e oitocentos reais), corrigido este, anualmente, pelo com o Poder Público e a legislação federal a eles apli-
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor-Ampliado, ou cáveis.
outro índice correspondente que legalmente venha a
lhe substituir. (Redação dada pelo art. 1º da Lei Com- § 1º. Aplicar-se-ão ainda aos servidores contratados os
plementar n.º 64, de 24 de setembro de 2001) adicionais previstos nos itens de nºs IV a VII do art. 164
e as gratificações previstas nos itens de nºs II a VII do
§ 1º. A ajuda de que trata este artigo será paga à espo- art. 190 nos termos e condições deste Estatuto.
sa do funcionário falecido, ou a quem houver custea-
do as despesas do funeral. § 2º. Os afastamentos dos servidores trabalhistas, em
objeto de serviço ou para fins de participação em cur-
§ 2º. A ajuda pecuniária de que trata este artigo é ex- sos, seminários, competições esportivas, cívicas ou
tensiva aos ocupantes de cargo de magistério ou de culturais, dependerão de expressa autorização das au-
natureza policial civil, assim como aos aposentados toridades indicadas no artigo 4º, nas mesmas condi-
pelo próprio Estado. ções em que se verificarem os afastamentos dos fun-
cionários estatutários.
Art. 316. Mediante seleção e concurso adequados, po-
derão ser nomeados funcionários de capacidade física § 3º. Aplicar-se-ão ainda aos servidores trabalhistas as
reduzida, para cargos indicados em lei ou regulamen- normas relativas à redistribuição de cargos, procedi-
to. das as necessárias adaptações.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

54 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

§ 4º. A redistribuição de emprego somente se fará com Art. 326. Para atender a inadiável necessidade de ser-
a aquiescência expressa do servidor interessado. viço, o Poder Executivo poderá transpor, de uma para
outra Secretaria de Estado ou Órgão da Governadoria,
Art. 321. No âmbito da Administração Estadual Autár- cargo ou função de confiança vagos.
quica, as contratações sob regime trabalhista, assim
como os afastamentos de servidores por prazo supe- Art. 327. O Estado não poderá colocar seus servidores
rior a 30 (trinta) dias, dependerão de autorização do à disposição de pessoa jurídica não-governamental,
Governador do Estado. salvo se tratar de estabelecimento particular de ensi-
no, organização cooperativista, sociedade civil de fins
Art. 322. A opção de vencimentos permitida pelo arti- filantrópicos ou entidade prestadora de serviços de
go 78 deste Estatuto é extensiva a servidores federais assistência social.
ou municipais que forem investidos em cargo estadual
de provimento em comissão, exceto se a legislação a Parágrafo único. A cessão autorizada por este artigo
eles aplicável dispuser em sentido contrário. far-se-á por prazo determinado e mediante contra-
partida da pessoa jurídica cessionária, em instrumento
Art. 323. Os cargos do Grupo Ocupacional FISCO, as- formal de ajuste.
sim como os de natureza policial civil, serão exercidos
sob regime de dedicação exclusiva, proibida qualquer Art. 328. Para os efeitos deste Estatuto, equipar-se-
outra atividade profissional, exceto a de magistério. -á ao cônjuge do funcionário a pessoa que com ele
conviver, em regime marital, pelo tempo mínimo de 5
Art. 324. Os acréscimos estipendiários por produtivi- (cinco) anos.
dade fiscal reger-se-ão por legislação específica, res-
peitado o disposto no § 2º do art. 286 deste Estatuto. Parágrafo único. O Poder Público exigirá a compro-
vação da convivência de que trata este artigo, anual-
Art. 324. Os acréscimos estipendiários por gratificação mente.
de produtividade fiscal, reger-se-ão por legislação es-
pecífica. (Redação dada pelo art. 12 da Lei n.º 2.270, de Art. 329. Os prazos previstos neste Estatuto serão con-
10 de julho de 1980) tados por dias corridos.

Parágrafo único. A produtividade fiscal a que se refere Parágrafo único. Na contagem dos prazos, excluir-se-á
o § 2º do art. 286 é extensiva aos casos de investidura o dia do começo e incluir-se-á o do seu término, pror-
de funcionário do Grupo Ocupacional FISCO em cargo rogando-se para o dia útil seguinte o vencimento que
em comissão de Órgão de Governadoria. recair em dia inútil de trabalho.

Parágrafo único. A produtividade fiscal a que se refere Art. 330. As publicações exigidas por este Estatuto de-
o parágrafo 2º do Artigo 286 é extensiva aos casos verão ser feitas no Diário Oficial do Estado.
de investidura de funcionário do Grupo Ocupacional
Fisco em cargo de provimento em comissão da ad- Parágrafo único. A Secretaria de Estado da Adminis-
ministração direta do Poder Executivo. (Redação dada tração editará, semanalmente, um boletim especial
pelo art. 55 da Lei n.º 2.203, de 14 de março de 1979) de atos administrativos referentes aos servidores da
(Revogado pelo art. 12 da Lei n.º 2.270, de 10 de julho Administração Estadual Direta e Autárquica, desde
de 1980) que emanados dos Secretários de Estado, Dirigentes
de Órgão da Governadoria, Titulares das Autarquias, e
Art. 325. A concessão de bolsas de estudo pelo Estado outras Autoridades de menor nível hierárquico.
ou a autorização para frequência de cursos em outros
Estados ou Países, ficará condicionada à assinatura Art. 331. Os exames médicos ou inspeções de saúde
de compromisso formal, pelo qual o servidor se com- far-se-ão pelo Serviço Médico do Estado, salvo dispo-
prometa a retornar ao serviço estadual e a ressarcir as sição expressa deste Estatuto.
despesas que forem efetivadas, caso venha a desistir
do curso ou a descumprir qualquer outra prestação
obrigacional que for estipulada.
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977
55

Art. 332. Os concursos públicos promovidos pela Se- versão desta em tempo de serviço, cujo tempo será
cretaria de Estado da Administração servirão para o contado pela forma estabelecida neste Estatuto.
provimento de cargo, ou a contratação de pessoal tra-
balhista, de todos os Poderes do Estado e do Tribunal Art. 340. As Secretarias de Estado da Saúde Pública e
de Contas. da Justiça e Ação Social deverão, no prazo de 6 (seis)
meses, ajustar a situação dos seus atuais servidores
Art. 333. O Regulamento desta Lei disciplinará os ter- às normas deste Estatuto, referentemente às Gratifica-
mos e condições em que os servidores estaduais con- ções por Serviço Insalubre e por Risco de Vida.
tratados sob regime Trabalhista, mediante concurso
público, poderão optar pelo regime estatutário. Art. 340. As Secretarias de Estado e demais órgãos da
Administração Direta, bem como as Autarquias, deve-
Art. 334. Na aplicação das normas deste Estatuto, os rão, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, após a de-
itens e alíneas deverão ser interpretados na totalidade cretação do Regulamento sobre as Gratificações por
do seu conjunto, e não alternativamente. Serviço Insalubre e por Periculosidade, encaminhar às
Comissões Especiais de que tratam os artigos 198 e
TÍTULO VII 204 deste Estatuto, todos os processos relacionados
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS com as referidas Gratificações, deferidos ou não. (Re-
dação dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de no-
Art. 335. Aos processos administrativos disciplinares vembro de 1979)
pendentes de decisão à data da entrada em vigor des-
te Estatuto, aplicar-se-ão as normas do Decreto-Lei n.º Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o serviço
296, de 18 de fevereiro de 1970. médico do Estado se pronunciará no prazo de 6 (seis)
meses, sobre os locais ou condições de trabalho con-
Parágrafo único. Aplicar-se-ão também as normas do siderados insalubres.
Decreto-Lei n.º 296/70, às licenças para gestação e
para tratamento da própria saúde, concedidas antes Parágrafo único. Caberá à Secretaria de Estado da
do início da vigência deste Estatuto. Administração a fiscalização do cumprimento da de-
terminação contida no “caput” deste artigo. (Redação
Art. 336. Os direitos e vantagens estabelecidos por dada pelo art. 1º da Lei n.º 2.226, de 05 de novembro
este Estatuto não autorizarão pagamento de atrasa- de 1979)
dos, seja a que título for.
Art. 341. Aos adicionais pecuniários instituídos pelo
Art. 337. As normas relativas à promoção somente se- art. 1º da Lei Estadual n.º 155-A, de 18 de novembro
rão aplicadas, a partir da entrada em vigor da lei que de 1965, farão jus exclusivamente os funcionários que
estabelecer novo sistema de classificação dos cargos adquiriram o direito de se aposentar nos termos da
efetivos por níveis e letras. mesma lei, até a data limite de 24 de janeiro de 1968.

Parágrafo único. O novo sistema de classificação de Art. 342. Em caráter temporário, aplicar-se-á o sistema
cargos, por níveis e letras, poderá alcançar a totalida- de opções de que trata o art. 5º da Lei n.º 2007, de 12
de, ou apenas uma parte dos cargos efetivos. dezembro de 1975, aos servidores que, investidos em
função gratificada, optaram pelo valor a esta atribuído.
Art. 338. A licença-prêmio e os adicionais do terço e
de função, previstos neste Estatuto, correspondem, Parágrafo único. Para os servidores de que trata este
respectivamente, à Licença-Especial, à Gratificação artigo aplicar-se-ão os valores constantes da tabela
Adicional e à Função Gratificada, de que tratam a especial o que a lei fixar, enquanto subsistir a respec-
Constituição do Estado e o Decreto-Lei n.º 296/70. tiva investidura.

Art. 339. Sempre que lhes for mais favorável, os atuais Art. 343. Os diaristas e mensalistas do Estado, admiti-
funcionários públicos civis do Estado terão seu tempo dos até a data de 15 de março de 1967, contarão seu
anterior de serviço contado pela forma prevista no tempo de exercício nos termos e condições do art. 2º
Decreto-Lei n.º 296/70, salvo para efeito de aproveita- da Lei Estadual n.º 2067, de 23 de dezembro de 1976.
mento, reversão e Licença-Prêmio, assim como a con-
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do

56 Estado de Sergipe Lei n° 2.148/1977

Art. 344. Enquanto não for editada lei estadual espe- JOSÉ ROLLEMBERG LEITE
cífica, a contratação de servidores sob regime jurídi- GOVERNADOR DO ESTADO
co Trabalhista, no âmbito do Estado ou de qualquer
das suas autarquias, far-se-á nos termos e condições Yolando José de Macedo
do Decreto-Lei Federal n.º 200, de 25 de fevereiro de Secretário da Administração
1967, e sua legislação complementar, respeitado o dis-
posto no § 2º. Fernando Ribeiro Franco
Secretário da Justiça e Ação Social
Art. 344. Enquanto não for editada Lei Estadual espe-
cífica, poderá ser contratado, mediante autorização Enivaldo Araújo
expressa do Governador do Estado, pessoal técnico e Secretário da Fazenda
administrativo indispensável à instalação ou ao fun-
cionamento do Serviço Público da Administração Di- Eduardo Vital Santos Melo
reta e Indireta. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n.º Secretário da Saúde Pública
2.226, de 05 de novembro de 1979)
Everaldo Aragão Prado
§ 1º. O Decreto-Lei n.º 200/67 e sua legislação com- Secretário da Educação e Cultura
plementar serão aplicados de forma adaptada aos
quadros funcionais e à estrutura administrativa do Es- Adroaldo Campos Filho
tado e de sua Autarquias. Secretário da Segurança Pública

§ 2º. Mediante autorização expressa do Governador Luiz Machado Mendonça


do Estado, poderá ser contratado pessoal técnico e Secretário Geral do Governo
administrativo para os setores de ensino, saúde, pes-
quisa, engenharia e de natureza braçal, quando indis- Manoel Conde Sobral
pensável à instalação ou ao funcionamento do serviço Secretário Extraordinário
público do Estado ou de qualquer das suas Autarquias.

Art. 345. No que for possível, esta Lei aplicar-se-á aos


casos pendentes e futuros, independentemente de
sua Regulamentação.

Art. 346. A Regulamentação deste Estatuto será de


exclusiva competência do Chefe do Poder Executivo
Estadual.

Art. 347. Até que sejam expedidos os novos atos de


regulamentação, continuarão em vigor os Regulamen-
tos existentes sobre a matéria versada neste Estatuto,
no que for com este compatível.

Art. 348. Esta Lei entrará em vigor a partir de 1º de


janeiro

Art. 349. Revogam-se as disposições em contrário, es-


pecialmente as constantes do Decreto-Lei n.º 296/70 e
a sua legislação complementar ou paralela.

Aracaju, 21 de dezembro de 1977; 156º da Indepen-


dência e 89º da República.
QUESTÕES
1
QUESTÕES

LÍNGUA PORTUGUESA Questão 3: FGV - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/2014

Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por


Questão 1: FGV - OJE (TJ RS)/TJ RS/2020
que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a,
etc)
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Le-
tras
TEXTO
Texto 1

É claro que somos livres para falar ou escrever como


quisermos, como soubermos, como pudermos. Mas
é também evidente que devemos adequar o uso da
língua à situação, o que contribui efetivamente para a
maior eficiência comunicativa.

Na redação de um texto, pode ocorrer uma série de


dificuldades com vocábulos da língua portuguesa; as
palavras abaixo que estão graficamente corretas são:

a) advogado / metereologia;
b) bicabornato /astigmatismo;
c) babadouro / beneficência;
d) reinvindicação / bugigangas;
e) jaboticaba / cabelereiro.
_________________________________________________________

Questão 2: FGV - TJ (TJ CE)/TJ CE/Técnico-Administra-


tiva/”Sem Especialidade”/2019 “Coloque um balde embaixo do chuveiro”; a opção em
que a forma sublinhada está ERRADA é:
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Le-
a) Abaixo o desperdício de água!
tras
b) Todos devíamos consumir abaixo do consumo atual.
c) As famílias devem perseguir o baixo consumo.
“Causam menos dano cem delinquentes do que um d) Os preços das contas deviam vir de alto a baixo.
mau juiz”; no caso dessa frase, o vocábulo MAU está e) As contas vieram debaixo do esperado.
corretamente grafado; a frase abaixo em que esse _________________________________________________________
mesmo vocábulo deveria ser grafado com a forma
MAL é: Questão 4: FGV - TJ (TJ AL)/TJ AL/Judiciária/2018

a) Mau é o juiz, se má é a sentença; Assunto: Acentuação


b) O castigo é mau, se não é justo;
c) O crime é sempre mau feito; TEXTO - Ressentimento e Covardia
d) Todos devem combater o mau juiz;
e) Nem sempre um mau homem é um mau jurado. Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os
usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma leg-
islação específica que coíba não somente os usos mas os
abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação.
A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seri-
am crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que
pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação
dos direitos autorais, os plágios e outros recursos de apro-
priação indébita.
QUESTÕES
2

No fundo, é um problema técnico que os avanços da in- A correção na acentuação gráfica faz parte do cuidado
formática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição com a norma culta na redação de um texto; a opção
dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, que apresenta um vocábulo do texto que é acentuado
me valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua graficamente por razão distinta das demais é:
pré-história.

Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na in- a) famílias;


ternet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e es- b) país;
critores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos c) rodízio;
ou deformados que circulam por aí e que não podem ser d) água;
desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou re- e) desperdício.
vista é processado se publicar sem autorização do autor um _________________________________________________________
texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em
caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de Questão 6: FGV - TJ (TJ AL)/TJ AL/Judiciária/2018
falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça
a desmentir e dar espaço ao contraditório.
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do
cão em nome da liberdade de expressão, que é mais ex- TEXTO - Ressentimento e Covardia
pressão de ressentidos e covardes do que de liberdade, da
verdadeira liberdade. Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas,
os usos da internet, que se ressente ainda da falta de
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 uma legislação específica que coíba não somente os
– adaptado) usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo
de comunicação. A maioria dos abusos, se praticados
Duas palavras do texto que obedecem à mesma regra em outros meios, seriam crimes já especificados em
de acentuação gráfica são: lei, como a da imprensa, que pune injúrias, difamações
e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais,
a) indébita / também; os plágios e outros recursos de apropriação indébita.
b) história / veículo;
c) crônicas / atribuídos; No fundo, é um problema técnico que os avanços da
d) coíba / já; informática mais cedo ou mais tarde colocarão à dis-
e) calúnia / plágio. posição dos usuários e das autoridades. Como digo
_________________________________________________________ repetidas vezes, me valendo do óbvio, a comunicação
virtual está em sua pré-história.
Questão 5: FGV - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/2014
Assunto: Acentuação Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na
internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas
TEXTO – QUANTO FALTA PARA O DESASTRE? e escritores em geral, os mais comuns são os textos
atribuídos ou deformados que circulam por aí e que
Verão de 2015. As filas para pegar água se espalham não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por
por vários bairros. Famílias carregam baldes e aguar- caso. Um jornal ou revista é processado se publicar
dam a chegada dos caminhões-pipa. Nos canos e nas sem autorização do autor um texto qualquer, ainda
torneiras, nem uma gota. O rodízio no abastecimen- que em citação longa e sem aspas. Em caso de injúria,
to força lugares com grandes aglomerações, como calúnia ou difamação, também. E em caso de falsear a
shopping centers e faculdades, a fechar. As chuvas verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a
abundantes da estação não vieram, as obras em anda- desmentir e dar espaço ao contraditório.
mento tardarão a ter efeito e o desperdício continuou
alto. Por isso, São Paulo e várias cidades vizinhas, que Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a
formam a maior região metropolitana do país, entram lei do cão em nome da liberdade de expressão, que é
na mais grave crise de falta d’água da história. (Época, mais expressão de ressentidos e covardes do que de
16/06/2014) liberdade, da verdadeira liberdade.
QUESTÕES
3

(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado) O item abaixo em que os dois vocábulos citados NÃO
fazem parte da mesma família de palavras é:
A palavra do texto que NÃO segue o mesmo processo
de formação que as demais é: a) falir / falência;
b) provir / provisão;
a) ressentimento; c) deter / detenção;
b) covardia; d) dispensar / dispensa;
c) legislação; e) fugir / fuga.
d) importante; _________________________________________________________
e) veículo.
_________________________________________________________ Questão 8: FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015

Questão 7: FGV - TJ (TJ AL)/TJ AL/Judiciária/2018 Assunto: Formação e Estrutura das palavras

Assunto: Formação e Estrutura das palavras Quando se pensa em animais hematófagos, ou seja,
que vivem (comem) de sangue, a primeira imagem
TEXTO - Ressentimento e Covardia que vem à cabeça de muita gente é a de um morce-
go. Esse mamífero levou toda a fama, provavelmente
Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, por ter inspirado um dos personagens mais famosos
os usos da internet, que se ressente ainda da falta de das histórias de terror, o Conde Drácula. (Ciência hoje,
uma legislação específica que coíba não somente os UOL)
usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo
de comunicação. A maioria dos abusos, se praticados Nesse segmento, a palavra “hematófago” está expli-
em outros meios, seriam crimes já especificados em cada por meio de seus radicais componentes; a pala-
lei, como a da imprensa, que pune injúrias, difamações vra abaixo que tem sua explicação dada INCORRETA-
e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, MENTE, seguindo o mesmo padrão, é:
os plágios e outros recursos de apropriação indébita.
a) biografia / descrição da vida;
No fundo, é um problema técnico que os avanços da b) paquiderme / que tem pele grossa;
informática mais cedo ou mais tarde colocarão à dis- c) hemisfério / metade da esfera;
posição dos usuários e das autoridades. Como digo d) ortografia / escrita correta;
repetidas vezes, me valendo do óbvio, a comunicação e) ecologia / estudo das árvores.
virtual está em sua pré-história. _________________________________________________________

Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na Questão 9: FGV - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/2014
internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas
e escritores em geral, os mais comuns são os textos Assunto: Formação e Estrutura das palavras
atribuídos ou deformados que circulam por aí e que
não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por TEXTO – QUANTO FALTA PARA O DESASTRE?
caso. Um jornal ou revista é processado se publicar
sem autorização do autor um texto qualquer, ainda Verão de 2015. As filas para pegar água se espalham
que em citação longa e sem aspas. Em caso de injúria, por vários bairros. Famílias carregam baldes e aguar-
calúnia ou difamação, também. E em caso de falsear a dam a chegada dos caminhões-pipa. Nos canos e nas
verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a torneiras, nem uma gota. O rodízio no abastecimen-
desmentir e dar espaço ao contraditório. to força lugares com grandes aglomerações, como
shopping centers e faculdades, a fechar. As chuvas
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a abundantes da estação não vieram, as obras em anda-
lei do cão em nome da liberdade de expressão, que é mento tardarão a ter efeito e o desperdício continuou
mais expressão de ressentidos e covardes do que de alto. Por isso, São Paulo e várias cidades vizinhas, que
liberdade, da verdadeira liberdade. formam a maior região metropolitana do país, entram
na mais grave crise de falta d’água da história. (Época,
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado) 16/06/2014)
QUESTÕES
4

O item abaixo cujas palavras, retiradas dos textos des-


ta prova, mostram o mesmo tipo de processo de for-
RACIOCÍNIO LÓGICO
mação é:
Questão 1: FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015
a) onipresente/caminhões-pipa;
b) infindas/inesgotabilidade;
Assunto: Equivalências lógicas (inclui negação de pro-
c) abastecer/abastecimento;
posições compostas)
d) banheiro/descarga;
e) consumo/rodízio.
Considere a sentença: “Se cometi um crime, então se-
_________________________________________________________
rei condenado”.
Questão 10: FGV - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/2014
Uma sentença logicamente equivalente à sentença
dada é:
Assunto: Substantivo
a) Não cometi um crime ou serei condenado.
TEXTO
b) Se não cometi um crime, então não serei conde-
nado.

c) Se eu for condenado, então cometi um crime.

d) Cometi um crime e serei condenado.

e) Não cometi um crime e não serei condenado.


_________________________________________________________

Questão 2: FGV - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/2014

Assunto: Equivalências lógicas (inclui negação de pro-


posições compostas)

Considere a seguinte sentença:

“para recolher a água fria”; essa frase do texto, se “Se há muitos processos, então os juízes trabalham
nominalizada, adquiriria a seguinte forma: muito”.

a) para que se recolha a água fria; Uma sentença logicamente equivalente a essa é:
b) para que se recolhesse a água fria;
c) para a acolhida da água fria; a) se não há muitos processos, então os juízes não tra-
d) para a coleta da água fria; balham muito;
e) para que a água fria seja recolhida.
b) se os juízes trabalham muito, então há muitos pro-
cessos;

c) há muitos processos e os juízes não trabalham mui-


to;

d) não há muitos processos ou os juízes trabalham


muito;

e) há muitos processos e os juízes trabalham muito.


QUESTÕES
5

Questão 3: FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 Questão 5: FGV - AssJ (TJ AM)/TJ AM/Web desig-
ner/2013
Assunto: Argumentos - métodos decorrentes da ta-
bela verdade Assunto: Argumentos - métodos decorrentes da ta-
bela verdade
Em um escritório de advocacia há pastas azuis, verdes
e marrons. O chefe do escritório disse ao estagiário: Considere como verdadeiras as sentenças a seguir.

i. Processos trabalhistas são colocados em pastas ver- I. Se André não é americano, então Bruno é francês.
des.
II. Se André é americano então Carlos não é inglês.
É correto concluir que:
III. Se Bruno não é francês então Carlos é inglês.
a) processo não trabalhista não é colocado em pasta
verde; Logo, tem‐se obrigatoriamente que

b) dentro de uma pasta verde há sempre um processo a) Bruno é francês.


trabalhista; b) André é americano.
c) Bruno não é francês.
c) dentro de uma pasta azul não há um processo tra- d) Carlos é inglês.
balhista; e) André não é americano.
_________________________________________________________
d) um processo penal é colocado em pasta marrom;
Questão 6: FGV - TJ (TJ TO)/TJ TO/Informática/2022
e) pelo menos um processo penal está em pasta azul.
_________________________________________________________ Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas,
Negação de quantificadores
Questão 4: FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018
Em um grupo de 40 advogados, 30 estão inscritos para
Assunto: Argumentos - métodos decorrentes da ta- um Concurso A e 25 estão inscritos para um Concurso
bela verdade B. É correto concluir que:

Alberto disse: “Se chego tarde em casa, não ligo o a) no máximo 15 deles estão inscritos nos dois con-
computador e, se não ligo o computador, vou cozi- cursos;
nhar. Porém, sempre que ligo o computador, tomo
café”. b) no máximo 10 deles não estão inscritos nem no
Concurso A nem no Concurso B;
Certo dia, Alberto chegou em casa e não tomou café.
c) no máximo 10 deles estão inscritos apenas no
É correto concluir que Alberto: Concurso A;

a) cozinhou; d) no mínimo 15 deles estão inscritos apenas no


b) chegou tarde; Concurso B;
c) não cozinhou;
d) chegou cedo; e) no mínimo 5 deles não estão inscritos nem no
e) ligou o computador. Concurso A nem no Concurso B.
QUESTÕES
6

Questão 7: FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 Questão 9: FGV - AssJ (TJ AM)/TJ AM/Web desig-
ner/2013
Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas,
Negação de quantificadores Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas,
Negação de quantificadores
Considere a afirmação: “Nenhum médico é cego”.
Considere como verdadeiras as sentenças a seguir.
A negação dessa afirmação é:
I. Alguns matemáticos são professores.
a) Há, pelo menos, um médico cego;
b) Nenhum cego é médico; II. Nenhum físico é matemático.
c) Todos os médicos são cegos;
d) Todos os cegos são médicos; Então, é necessariamente verdade que
e) Todos os médicos não são cegos.
_________________________________________________________ a) algum professor é físico.
b) nenhum professor é físico.
Questão 8: FGV - TAJ (TJ RJ)/TJ RJ/2014 c) algum físico é professor.
d) algum professor não é físico.
Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas, e) nenhum físico é professor.
Negação de quantificadores _________________________________________________________

João e José conversam. Questão 10: FGV - AssJ (TJ AM)/TJ AM/Web desig-
ner/2013
João diz: - Todo país que realiza eleições é democrá-
tico. Assunto: Diagramas lógicos, Proposições categóricas,
Negação de quantificadores
José diz: - Essa frase é falsa.
Se não é verdade que “Todos assistentes judiciários de
O que José disse significa que: determinado fórum são formados em advocacia”, en-
tão é necessariamente verdade que
a) algum país não realiza eleições e é democrático;
a) nenhum assistente judiciário desse fórum é forma-
b) se um país não realiza eleições então não é demo- do em advocacia.
crático;
b) todos assistentes judiciários desse fórum não são
c) algum país realiza eleições e não é democrático; formados em advocacia.

d) se um país não é democrático então não realiza c) ninguém formado em advocacia é assistente judici-
eleições; ário desse fórum.

e) todo país que realiza eleições não é democrático. d) alguém formado em advocacia é assistente judiciá-
rio desse fórum.

e) algum assistente judiciário desse fórum não é for-


mado em advocacia.
QUESTÕES
7

ADMINISTRAÇÃO Demócrito, administrador de uma grande rede de res-


taurantes, decide ampliar suas operações no Brasil,
abrindo filiais em numerosos estados do país, estabe-
Questão 1: FGV - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Administrati-
lecendo a meta de ser a maior empresa no ramo, em
vo/2017
até 5 anos.
Assunto: Organização (Introdução à Administração)
Concernente às funções básicas da administração, De-
mócrito está exercendo a função de
Um princípio básico do processo de organização diz
respeito à definição do número de subordinados sob
a) planejamento.
responsabilidade de cada gestor.
b) coordenação.
c) liderança.
Esse princípio é conhecido como:
d) direção.
e) organização.
a) amplitude de controle;
_________________________________________________________
b) nível de alçada;
c) especialização do trabalho;
Questão 4: FGV - CM (CM Aracaju)/CM Aracaju/Admi-
d) departamentalização;
nistrativo/2021
e) unidade de comando.
_________________________________________________________
Assunto: Competências e habilidades do administra-
dor
Questão 2: FGV - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Municipal/2022
Assunto: Administração
Josefina lidera uma equipe de vinte profissionais em
uma firma do setor de serviços. Ao voltar de seu pe-
Ao ser convidado para assumir a administração de
ríodo de férias, após uma semana em um resort em
uma empresa, Júlio decide estudar mais a respeito do
Aracaju, se depara com um grave conflito entre dois
tema para não decepcionar na nova incumbência. Du-
de seus funcionários, grave a ponto de um deles pedir
rante seus estudos, ele se depara com a definição de
demissão.
alguns termos, dentre eles, o de “administração”, que
pode ser corretamente conceituado como:
Com sua longa experiência em administração, Josefina
logo convoca seus funcionários para uma reunião e
a) Um processo de alcançar objetivos pelo trabalho e
em poucas horas soluciona completamente o conflito
por intermédio de pessoas e outros recursos organi-
entre eles, trazendo novamente um clima pacífico para
zacionais.
a firma.
b) Uma aptidão de trabalhar de forma leniente e satis-
Contextualizando essa situação com o conceito de ha-
fazer suas necessidades fisiológicas.
bilidades proposto por Katz, Josefina executou princi-
palmente a habilidade:
c) Uma aversão ao relacionamento interpessoal, em
detrimento da riqueza da sociedade.
a) técnica;
b) conceitual;
d) Um projeto de concretizar um sonho em função
c) humana;
da sorte.
d) elementar;
e) cooperativa.
e) Um experimento social que premia os participantes
_________________________________________________________
mais honestos.
_________________________________________________________
Questão 5: FGV - AssLM (CM Salvador)/CM Salva-
dor/”Sem Área”/2018
Questão 3: FGV - Tec (MPE AL)/MPE AL/Geral/2018
Assunto: Competências e habilidades do administra-
Assunto: Administração
dor
QUESTÕES
8

Um administrador recém-formado acaba de ser apro- a) conceituais;


vado em um concurso, para atuar no nível operacional b) humanas;
de uma instituição pública de grande porte. Ele acre- c) técnicas;
dita que, nesse início de carreira, será mais exigido em d) decisórias;
sua capacidade de usar ferramentas e conhecimentos e) de planejamento.
específicos de administração, tais como elaboração de _________________________________________________________
orçamentos e avaliação de projetos na área em que
for designado. Questão 8: FGV - ATA (MPE BA)/MPE BA/2017

Em Administração, esse tipo de capacidade é conheci- Assunto: Competências e habilidades do administra-


da como habilidades: dor

a) estratégicas; Em todas as organizações, os administradores desem-


b) conceituais; penham funções e papéis que lhes são próprios. Para
c) humanas; desempenhá-los, o administrador deve possuir habili-
d) técnicas; dades de três tipos: humanas, técnicas e conceituais.
e) processuais. Essas habilidades são exigidas com maior ou menor
_________________________________________________________ intensidade, dependendo do nível organizacional em
que o administrador atua.
Questão 6: FGV - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Supervisor/2017
Assim, é correto afirmar que:
Assunto: Competências e habilidades do administra-
dor a) no nível tático, as habilidades humanas são cruciais
para o bom desempenho do administrador;
À medida que os administradores vão ocupando car-
gos nos diferentes níveis organizacionais, a importân- b) o nível estratégico requer maior emprego das habi-
cia relativa das habilidades necessárias ao desempe- lidades técnicas que o nível tático;
nho adequado de seus papéis vai mudando.
c) no nível operacional, as habilidades conceituais são
No nível operacional são mais relevantes as habilida- preponderantes para o bom desempenho do adminis-
des: trador;

a) conceituais; d) as habilidades técnicas são exclusivas dos adminis-


b) comportamentais; tradores do nível estratégico e tático;
c) técnicas;
d) analíticas; e) o nível operacional requer maior emprego das ha-
e) humanas. bilidades humanas que o nível tático.
_________________________________________________________
Questão 9: FGV - TFFC (CGU)/CGU/2022
Questão 7: FGV - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Administrati-
vo/2017 Assunto: Papéis do Administrador

Assunto: Competências e habilidades do administra- Frederico é coordenador de Tecnologia da Informa-


dor ção (TIC) em um importante órgão da Administração
Pública Federal. Recentemente, ele participou de uma
À medida que os administradores vão ocupando car- das mais importantes conferências sobre inovações
gos nos diferentes níveis organizacionais, a importân- tecnológicas voltadas para o setor público. Sua parti-
cia relativa das habilidades necessárias ao desempe- cipação tinha como objetivo buscar informações sobre
nho adequado dos seus papéis vai mudando. novas tecnologias e analisar iniciativas de TIC de ou-
tros órgãos a fim de comparar com as práticas internas
Assim, no nível tático, são mais relevantes as habili- do órgão em que trabalha.
dades:
QUESTÕES
9

Ao participar da referida conferência, Frederico de- As afirmativas são, na ordem apresentada, respectiva-
sempenhou o seguinte papel do administrador: mente,

a) monitor; a) V – V – V.
b) elemento de ligação; b) V – F – V.
c) porta-voz; c) F – F – V.
d) empreendedor; d) F – V – V.
e) símbolo. e) V – V – F.
_________________________________________________________ _________________________________________________________

Questão 10: FGV - AAFE (Sefaz AM)/SEFAZ AM/2022 2. FGV - Tec (MPE AL)/MPE AL/Geral/2018

Assunto: Papéis do Administrador Direito Constitucional - Formas de Estado e Governo,


Sistemas de Governo, Separação de Poderes. Freio e
Considere que Aline, servidora da Secretaria de Fazen- contrapesos
da do Amazonas (SEFAZ-AM) e ocupante de cargo co-
missionado de chefia, é a responsável pelas principais Na República Federativa do Brasil, todo o poder ema-
ideias de melhoria dos processos do órgão, receben- na do povo, que pode exercê-lo por meio de pessoas
do, por isso, grande reconhecimento por parte de seus eleitas especialmente para esse fim.
colegas de trabalho.
Esse processo de escolha caracteriza uma manifesta-
Analisando a questão à luz dos papéis exercidos pela ção da
administradora, Aline assume um papel de
a) democracia representativa.
a. negociadora, do tipo símbolo. b) separação dos poderes.
b. monitora, do tipo informacional. c) democracia direta.
c. elemento de ligação, do tipo interpessoal. d) eleição indireta.
d. porta-voz, do tipo disseminador. e) federação.
e. empreendedora, do tipo decisório.
_________________________________________________________ 3. FGV - AssCE (TCE-TO)/TCE TO/”Sem Área”/2022

Direito Constitucional - Constituição: conceito, estru-


DIREITO CONSTITUCIONAL tura, supremacia e classificação

1. FGV - AS (SEMSA Manaus)/Pref Manaus/Assistente O Poder Constituinte, como instituição política res-
em Administração/2022 ponsável pela criação das normas constitucionais, é
comumente classificado pela doutrina em originário,
Direito Constitucional - Formas de Estado e Governo, derivado e decorrente. Por sua vez, o Poder Consti-
Sistemas de Governo, Separação de Poderes. Freio e tuinte originário possui subclassificações, sendo uma
contrapesos delas baseada no modo de deliberação constituinte.

A respeito do nosso sistema presidencialista de gover- Nesse sentido, quando o Poder Constituinte deriva
no, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a de uma deliberação formal de um grupo de agentes,
verdadeira e (F) para a falsa. como no caso das constituições escritas, pode ser
classificado como:
( ) O Poder Executivo é chefiado pelo Presidente da Repú-
blica que é auxiliado pelos Ministros de Estado, no âmbito
a) revolucionário;
federal.
( ) O Presidente da República é o único que acumula as
b) concentrado;
funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. c) formal;
( ) O Presidente da República age como Chefe de Estado d) difuso;
quando celebra tratados internacionais ou declara guerra. e) material.
QUESTÕES
10

4. FGV - AssCE (TCE-TO)/TCE TO/”Sem Área”/2022 6. FGV - Tec (MPE RJ)/MPE RJ/Administrativa/2016
Direito Constitucional - Constituição: conceito, estru-
Direito Constitucional - Constituição: conceito, estru- tura, supremacia e classificação
tura, supremacia e classificação
Pedro, estudante de direito, disse ao seu professor
Quanto à classificação das Constituições, consideram- que lera, em um livro, que a Constituição brasileira era
-se Constituições rígidas aquelas que: classificada como rígida. O professor explicou-lhe que
deve ser classificada como rígida a Constituição que:
a) só podem ser modificadas mediante procedimentos
mais complexos que o processo legislativo ordinário; a) precise ser observada por todos os que vivam no
território do respectivo País;
b) só podem ser modificadas pelo Poder Constituinte
originário, quando convocado; b) seja escrita, distinguindo-se, portanto, das Consti-
tuições que se formam a partir do costume;
c) podem ser modificadas pelo processo legislativo
ordinário; c) vincule todas as estruturas estatais de poder aos
seus comandos;
d) não podem ser modificadas, pois possuem preten-
são de eternidade; d) só possa ser reformada mediante um processo le-
gislativo qualificado, mais complexo que o comum;
e) possuem uma parte suscetível a modificações pelo
processo legislativo ordinário e outra insuscetível de e) não possa ser revogada por outra Constituição, ain-
modificações. da que haja uma revolução.
_________________________________________________________ _________________________________________________________

5. FGV - TJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/2019 7. FGV - TJ TRE PA/TRE PA/Administrativa/”Sem Espe-


cialidade”/2011
Direito Constitucional - Constituição: conceito, estru-
tura, supremacia e classificação Direito Constitucional - Constituição: conceito, estru-
tura, supremacia e classificação
Após um golpe de Estado, o líder do movimento ar-
mado vitorioso solicitou que uma comissão de apoia- Com base no critério da estabilidade, a Constituição
dores, sob sua orientação, elaborasse um projeto de Federal de 1988 pode ser classificada como
Constituição, o qual foi submetido a plebiscito popu-
lar, sendo, ao final, aprovado e publicado com força a) histórica, pois resulta da gradual evolução das tra-
normativa. Essa Constituição dispôs que parte de suas dições, consolidadas como normas fundamentais de
normas exigiria a observância de um processo legisla- organização do Estado.
tivo mais rigoroso para a sua alteração, com quórum
qualificado para a iniciativa e a aprovação, enquanto a b) cesarista, pois foi formada com base em um plebis-
outra parte poderia ser alterada conforme o processo cito a respeito de um projeto elaborado pela autorida-
legislativo da lei ordinária. de máxima da República.

Essa Constituição deve ser classificada como: c) flexível, por admitir modificações em seu texto por
iniciativa de membros do Congresso Nacional e pelo
a) outorgada e rígida; Presidente da República.
b) popular e dogmática;
c) bonapartista e flexível; d) semirrígida, por comportar modificações de seu
d) cesarista e semirrígida; conteúdo, exceto com relação às cláusulas pétreas.
e) promulgada e analítica.
e) rígida, pois só é alterável mediante a observância
de processos mais rigorosos e complexos do que os
vistos na elaboração de leis comuns.
QUESTÕES
11

8. FGV - TFFC (CGU)/CGU/2022 e) limitada e de aplicabilidade indireta, de natureza progra-


mática.
Direito Constitucional - Eficácia das Normas Constitucionais _________________________________________________________

Antônio realizou ampla análise do disposto no Art. 5º, XLII, 10. FGV - TJ TRT13/TRT 13/Administrativa/”Sem Espe-
da Constituição da República de 1988, cuja primeira parte cialidade”/2022
dispõe que “a prática do racismo constitui crime inafiançável
e imprescritível”, enquanto a segunda parte acresce o se-
Direito Constitucional - Eficácia das Normas Constitucionais
guinte: “sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Nos termos do Art. 5º, IV, da Constituição da República de
Ao final, Antônio concluiu, corretamente, que da primeira
1988, “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
parte do preceito é obtida uma norma de:
o anonimato”.
a) eficácia contida e de princípio institutivo, enquanto a se-
A norma constitucional obtida a partir desse texto tem efi-
gunda parte do preceito dá origem a uma norma de eficácia
cácia
plena e de aplicabilidade imediata;
a) limitada de princípio institutivo.
b) eficácia limitada e de aplicabilidade direta, enquanto a se-
b) plena e aplicabilidade imediata.
gunda parte do preceito dá origem a uma norma de eficácia
c) contida e aplicabilidade imediata.
contida e de natureza programática;
d) limitada, de natureza programática.
c) eficácia plena e de aplicabilidade imediata, enquanto a se- e) libertária e de aplicabilidade vedativa.
gunda parte do preceito dá origem a uma norma de eficácia _________________________________________________________
limitada e de princípio institutivo;

d) eficácia plena e de aplicabilidade imediata, enquanto a DIREITO ADMINISTRATIVO


segunda parte do preceito dá origem a uma norma de eficá-
cia limitada e de natureza programática; 1. FGV - Tec NM (Pref Cuiabá)/Pref Cuiabá/Adminis-
tração Escolar/2015
e) eficácia plena e de aplicabilidade indireta, enquanto a se-
gunda parte do preceito dá origem a uma norma de eficácia Direito Administrativo - Origem, Conceito e Fontes do Direi-
contida e de aplicabilidade imediata. to Administrativo
_________________________________________________________
Com relação à conceituação da Administração Pública, ana-
9. FGV - AAFE (Sefaz AM)/SEFAZ AM/2022 lise as afirmativas a seguir.

Direito Constitucional - Eficácia das Normas Constitucionais I. Administração Pública é a ciência de gerenciamento apli-
cada aos negócios do Estado.
João questionou sua professora de Direito Constitucional a
respeito da classificação, quanto à aplicabilidade e à eficácia, II. Administração Pública são a organização e a gerência de
da norma obtida a partir da interpretação do Art. 91, § 2º, da homens e materiais para a consecução de propósitos de um
Constituição da República de 1988, preceito que tem o se- governo.
guinte teor: “a lei regulará a organização e o funcionamento
do Conselho de Defesa Nacional”. III. Administração Pública é a gestão dos bens e interesses
qualificados da comunidade, segundo os preceitos do direi-
A professora respondeu corretamente que se trata de norma to e da moral, visando ao bem comum.
de eficácia
Assinale:
a) contida e aplicabilidade direta.
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) plena e aplicabilidade imediata. b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) plena e de aplicabilidade direta. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
d) limitada e de aplicabilidade indireta, de princípio insti-
tutivo.
QUESTÕES
12

2. FGV - Tec NM (Pref Cuiabá)/Pref Cuiabá/Multimeios A respeito dessa atuação em condição de superioridade do
Didáticos/2015 Estado, é correto afirmar que ela representa a submissão ao
regime
Direito Administrativo - Origem, Conceito e Fontes do Direi-
to Administrativo a) de jurisdição dual.
b) contencioso administrativo.
Sobre a Administração Pública, analise as afirmativas a se- c) confederativo.
guir. d) jurídico administrativo.
e) common law.
I. A Administração Pública deve defender os interesses da _________________________________________________________
coletividade.
II. A Administração Pública deve aprimorar a prestação de 5. FGV - Ass Adm (MPE GO)/MPE GO/2022
serviços para a coletividade.
III. A Administração Pública deve conservar os bens da co- Direito Administrativo - Princípios expressos, explícitos ou
letividade. constitucionais

Assinale: Considere as situações a seguir:

a) se somente a afirmativa I estiver correta. 1. O prefeito do município X coloca o seu nome no parque
b) se somente a afirmativa II estiver correta. público construído em sua gestão.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 2. O Ministro da Justiça age em desconformidade com o
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. previsto por Medida Provisória.
_________________________________________________________
3. O chefe de departamento da Secretaria de Fazenda do
3. FGV - AA (FBN)/FBN/”Sem Área”/2013 Estado Y nomeia seu filho, formado em artes cênicas, para
um cargo comissionado de assessoramento jurídico.
Direito Administrativo - Origem, Conceito e Fontes do Direi-
to Administrativo À luz dos princípios administrativos que regem a Adminis-
tração Pública, é correto afirmar que, nas situações apresen-
Administração Pública é o conjunto harmônico de princípios tadas, foram violados, respectivamente, os princípios da
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediata- a) impessoalidade, legalidade e moralidade.
mente os fins desejados pelo Estado. b) eficiência, moralidade e impessoalidade.
c) moralidade, publicidade e eficiência.
Assinale a afirmativa que indica os dois sentidos em que se d) publicidade, moralidade e legalidade.
divide o conceito de Administração Pública. e) moralidade, impessoalidade e publicidade.
______________________________________________________________
a) Objetivo e funcional.
b) Material e funcional. 6. FGV - Sec Assist (MPE GO)/MPE GO/2022
c) Objetivo e subjetivo.
d) Subjetivo e orgânico. Direito Administrativo - Princípios expressos, explícitos ou
_________________________________________________________ constitucionais

4. FGV - Ass Adm (MPE GO)/MPE GO/2022 Um funcionário público que, embora aja honestamente, exe-
cute suas atribuições sem a devida presteza esperada para
Direito Administrativo - Regime Jurídico da Administração e sua função estará violando o princípio constitucional da
Regime Jurídico Administrativo
a) eficiência.
Quando o Estado se relaciona com o particular em posição b) eficácia.
de supremacia, ou de verticalidade, em busca do cumpri- c) legalidade.
mento do interesse público, o Estado, além de adquirir prer- d) publicidade.
rogativas específicas, deve se submeter a um conjunto de e) igualdade.
normas determinadas, caracterizando uma relação poder-
-dever.
QUESTÕES
13

7. FGV - AS (SEMSA Manaus)/Pref Manaus/Assistente 9. FGV - Ass (FunSaúde CE)/FunSaúde CE/2021


em Administração/2022
Direito Administrativo - Princípios expressos, explícitos ou
Direito Administrativo - Princípios expressos, explícitos ou constitucionais
constitucionais
O tratamento igualitário e a prestação de contas à popula-
Assinale a opção que caracteriza corretamente um dos prin- ção são considerados fundamentais nos atos da administra-
cípios que norteia a Administração Pública. ção pública, derivando, respectivamente, dos princípios

a) Os agentes públicos não podem prejudicar, nem privile- a) da legalidade e da constitucionalidade.


giar nenhum indivíduo (eficiência). b) da impessoalidade e da publicidade.
c) da moralidade e da eficiência.
b) Atos e informações da Administração Pública devem ter d) da veracidade e da relevância.
divulgação oficial (impessoalidade). e) da transparência e da regularidade.
_________________________________________________________
c) As regras e as normas de conduta, definidas pela legis-
lação, devem ser seguidas pelo administrador público (mo- 10. FGV - CM (CM Aracaju)/CM Aracaju/Administra-
ralidade).
tivo/2021
d) A ação do administrador público deve, necessariamente,
Direito Administrativo - Princípios expressos, explícitos ou
estar em conformidade com a lei (publicidade).
constitucionais
e) A Administração Pública deve manter ou ampliar a qua-
João é servidor público ocupante do cargo efetivo de assis-
lidade dos serviços que presta, atingindo metas e evitando
tente administrativo da Câmara Municipal de Aracaju e está
desperdícios (legalidade).
lotado no setor de protocolo da Casa Legislativa, onde deve
_________________________________________________________ proceder ao recebimento e encaminhamento de documen-
tos. Antônio compareceu ao citado setor para protocolizar
8. FGV - TJ TRT13/TRT 13/Administrativa/”Sem Espe- um requerimento, mas João se recusou a receber o docu-
cialidade”/2022 mento e expulsou o cidadão do recinto, em razão do fato de
ser Antônio seu vizinho e antigo desafeto.
Direito Administrativo - Princípios expressos, explícitos ou
constitucionais Na hipótese narrada, João violou diretamente o princípio
constitucional expresso da administração pública da:
Adebaldo, após ser eleito prefeito de um pequeno municí-
pio brasileiro, decide construir um parque público no centro a) continuidade, eis que as atividades administrativas não
da cidade e, após terminada a obra, nomeia-o como Parque podem sofrer qualquer tipo de interrupção;
Adebaldo, visando assegurar que sua imagem fique eterni-
zada na história do local. b) impessoalidade, pois não pode discriminar usuários do
serviço público, seja para benefício, seja para prejuízo;
Considerando os princípios que regem a administração pú-
blica, fica evidente que a conduta de Adebaldo violou o Prin- c) competitividade, haja vista que todos os cidadãos devem
cípio da ter as mesmas oportunidades de buscar a Câmara Municipal;

a) Publicidade. d) proporcionalidade, uma vez que a negativa de recebi-


b) Impessoalidade. mento de documentos deve decorrer de decisão criminal;
c) Eficiência.
d) Segurança Jurídica. e) autotutela, pois a expulsão de qualquer cidadão de órgão
e) Sindicabilidade. público deve ser precedida de processo administrativo.
QUESTÕES
14

DIREITO CIVIL Considerando que ela celebrou o contrato com a


agência sem a participação de seu marido ou de seus
pais, é correto afirmar que o contrato:
1. FGV - TJ (TJDFT)/TJDFT/Administrativa/2022
a) é plenamente válido, pois Júlia tem capacidade civil
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts.
plena, embora não tenha atingido a maioridade;
1º a 10)
b) não é válido, pois, sendo Júlia menor de 18 anos,
Aos 15 anos de idade, Valentina é uma jovem de enor-
não pode contratar sem a representação de seus pais;
me sucesso na Internet. Suas redes sociais reúnem mi-
lhões de seguidores e têm garantido um faturamento
c) é plenamente válido, pois, sendo Roberto maior de
mensal médio de R$ 100.000,00, suficientes para ga-
18 anos, sua idade supre a incapacidade de Júlia;
rantir a ela e aos seus pais uma vida de luxo. Recente-
mente, Valentina foi procurada por um fabricante de
d) não é válido, pois, até que Júlia complete 18 anos,
cosméticos que pretendia contratá-la para uma cam-
precisa da assistência de Roberto para contratar;
panha publicitária.
e) é anulável, pois Júlia é incapaz, mas pode tornar-se
De acordo com o direito civil brasileiro, é correto afir-
válido se Roberto prestar sua anuência posteriormen-
mar que, para celebrar este contrato validamente, Va-
te.
lentina:
______________________________________________________________
a) precisa ser representada por seus pais, porque é
3. FGV - TJ (TJ RO)/TJ RO/2021
absolutamente incapaz;
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts.
b) não precisa da representação de seus pais, porque
1º a 10)
tem economia própria;
Três irmãos pretendem comprar juntos um automóvel:
c) precisa da anuência de seus pais, porque está inves-
Caio, 20 anos, pessoa com leve deficiência mental; Jo-
tida de poderes de representação;
ana, 16 anos, graduada em Turismo; e Natália, 17 anos,
casada civilmente com Jorge.
d) não precisa ser representada por seus pais, porque
é pessoa pródiga;
Para a celebração do negócio, deve-se levar em conta
que Caio, Joana e Natália são, respectivamente:
e) não precisa da assistência de seus pais, porque tem
discernimento pleno.
a) absolutamente capaz, absolutamente capaz e ab-
______________________________________________________________
solutamente capaz;
2. FGV - TJ (TJ TO)/TJ TO/Apoio Judiciário e Adminis-
b) absolutamente incapaz, absolutamente capaz e ab-
trativo/2022
solutamente incapaz;
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts.
c) relativamente incapaz, relativamente incapaz e ab-
1º a 10)
solutamente incapaz;
Júlia é uma jovem de 16 anos que decidiu casar-se
d) absolutamente incapaz, absolutamente capaz e re-
com seu primeiro namorado, Roberto, três anos mais
lativamente incapaz;
velho que ela. Os pais de Júlia, que sempre aprovaram
o relacionamento da filha, prontamente deram a auto-
e) relativamente incapaz, absolutamente incapaz e
rização necessária para que ela se casasse. Dois meses
absolutamente capaz.
após o matrimônio, Júlia decidiu procurar uma agên-
cia de viagem e contratar um pacote turístico para que
ela e Roberto pudessem realizar a sua primeira viagem
juntos.
QUESTÕES
15

4. FGV - GP (Pref Paulínia)/Pref Paulínia/2021 conta com dezesseis anos. Ante a independência financeira
de Fabiana, conquistada em razão do ofício de influenciado-
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a ra digital, Vânia e Luiz pretendem emancipá-la. Aproveitan-
10) do a oportunidade, pretendem contrair matrimônio.

De acordo com o Código Civil (Lei nº 10.406/02), analise as Para a regular produção de efeitos jurídicos dos atos, afir-
afirmativas a seguir. ma-se que:

I. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. a) O casamento de Vânia e Luiz deve ser averbado no regis-
tro público e a emancipação de Fabiana, averbada.
II. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direi- b) O casamento de Vânia e Luiz deve ser registrado no regis-
tos do nascituro. tro público, assim como o eventual divórcio.

III. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente c) O casamento de Vânia e Luiz deverá ser registrado no
os atos da vida civil os menores de 18 (dezoito) anos. registro público, diferente do nascimento de Fabiana que foi
apenas averbado em registro público.
Está correto o que se afirma em
d) A emancipação de Fabiana ser registrado em registro pú-
a) I, apenas. blico, assim como o casamento de Vânia e Luiz.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas. e) O casamento de Vânia e Luiz deverá ser averbado em
d) II e III, apenas. registro público, assim como a emancipação de Fabiana.
e) I, II e III. ______________________________________________________________
______________________________________________________________
6. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019
5. FGV - OJE (TJ RS)/TJ RS/2020 Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts.
1º a 10)
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a
10) Giovanna e Carla são filhas gêmeas de Anderson. Após aci-
dente de trânsito, todos são levados ao hospital, mas fale-
Maria, grávida de 5 meses, preocupa-se com a proteção cem antes de chegar ao estabelecimento.
dos direitos do seu futuro bebê. O marido de Maria, pai da
criança, está hospitalizado em quadro de saúde gravíssimo Durante a realização do laudo médico, para confecção de
e a relação de Maria com a família do seu marido não é atestado de óbito, não foi possível declarar quem havia mor-
harmoniosa. rido primeiro.

A afirmação que melhor reflete a situação do nascituro é: Conforme esta situação, é correto afirmar que

a) nascituro goza de proteção jurídica; a) O Código Civil presume que o pai morreu em momento
anterior ao da filha que nasceu primeiro.
b) nascituro tem personalidade civil plena;
b) O Código Civil presume que as filhas morreram em mo-
c) nascituro não é titular de direitos subjetivos; mento anterior ao pai.

d) embrião e nascituro têm o mesmo tratamento legal; c) Sobre os casos em que duas ou mais pessoas morrem ao
mesmo tempo, existe uma lacuna legislativa.
e) material genético humano congelado é um nascituro.
______________________________________________________________ d) O Código Civil presume que o pai morreu em momento
anterior ao da filha que nasceu primeiro.
6. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019
e) Em razão do falecimento em uma mesma ocasião, sem
que se possa verificar qual óbito precedeu ao outro, presu-
Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a
mir-se-á simultaneidade de todos.
10)

Vânia e Luiz são conviventes e genitores de Fabiana, que


QUESTÕES
16

8. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019 10. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019

Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts.
10) 1º a 10)
Na noite do dia 09 de janeiro de 2019, um forte deslizamen-
Evandro atravessava uma avenida movimentada quan-
to de terra causou grande destruição em região residencial
de Salvador. Mariana, seu cônjuge Carlos e as duas filhas,
do um ônibus em alta velocidade não respeitou o sinal
Carla e Paula, estavam em sua casa, a qual foi atingida pelo de pedestre e chocou-se contra ele. Após cinco dias
referido deslizamento e destruída por completo. de internação, o médico comunicou à família de que o
acidentado ficará, provavelmente, em estado de coma
Após dois meses de buscas, os trabalhos foram encerrados permanente, apesar do funcionamento da sua ativida-
e os corpos não foram encontrados. Desconfia-se que os de cerebral.
corpos da família foram levados pela enxurrada para o rio
que passava logo abaixo da construção destruída e não foi Em razão disto, os pais de Evandro optam por trans-
possível localizá-los.
feri-lo para a casa deles, adaptando instalações para
Diante desta situação, é correto afirmar que
que seja possível mantê-lo ligado aos aparelhos que
lhe mantém a vida.
a) é viável a declaração de morte natural de todos os mem-
bros da família. Segundo o Código Civil, Evandro é considerado

b) todos os membros da família, a partir do momento do a) relativamente incapaz.


desaparecimento, podem ser declarados presumidamente b) absolutamente incapaz.
mortos pelo Corpo de Bombeiros. c) plenamente capaz.
d) naturalmente morto.
c) poderá ser declarada a morte presumida por sentença,
pela extrema probabilidade de morte de todos os membros
e) morto presumido.
da família, após findas as buscas e averiguações. ______________________________________________________________

d) a morte presumida, que pode ser declarada por sentença,


somente o será após o decreto de ausência. DIREITO PROCESSUAL CIVIL
e) mesmo antes de esgotadas as buscas e averiguações po- 1. FGV - TJ (TJ TO)/TJ TO/Apoio Judiciário e Adminis-
derá ser declarada a morte presumida. trativo/2022
______________________________________________________________
Direito Processual Civil - Princípios Processuais Civis (arts. 1º
9. FGV - AFM (Pref Salvador)/Pref Salvador/2019 a 12 e CF/1988)

Direito Civil - Da personalidade e da capacidade (arts. 1º a Recebendo uma petição inicial, cujo objeto é uma questão
10) exclusivamente de direito, no qual o tema já está pacificado
nos tribunais superiores no sentido contrário ao pretendido
Rogério, 20 anos, é dependente químico e mantém, como pela parte autora, o juiz, não obstante ser seu juízo incom-
endereço, a residência de seus pais. Nos últimos dois anos petente para a causa, julgou liminarmente improcedente o
foi internado cinco vezes e sempre se retira da clínica após pedido.
alguns dias de procedimento. Por muitas vezes sai durante
semanas e não retorna à sua residência. Nesse cenário, o juiz agiu de forma:

Quanto a Rogério, o Código Civil o qualifica como a) correta, em razão do princípio da celeridade processual;
b) incorreta, uma vez que violou o princípio do juiz natural;
a) relativamente incapaz, em razão de idade. c) correta, em respeito ao princípio do devido processo legal;
b) relativamente incapaz, pelo vício em tóxico. d) incorreta, em violação ao princípio do contraditório;
c) plenamente capaz. e) incorreta, em desrespeito ao princípio da ampla defesa.
d) absolutamente incapaz, por falta de discernimento.
e) pródigo, e, portanto, relativamente incapaz.
QUESTÕES
17

2. FGV - TMD (DPE RJ)/DPE RJ/2019 a) inércia;


b) diametricidade;
Direito Processual Civil - Princípios Processuais Civis c) eleição direta;
(arts. 1º a 12 e CF/1988) d) dualidade;
e) formalidade.
Segundo o vigente Código de Processo Civil, o juiz ______________________________________________________________
proferirá as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias, bem
como poderá, nas causas que dispensem a fase ins- 5. FGV - Tec (MPE RJ)/MPE RJ/Notificação e Atos Inti-
trutória, e independentemente de citação do réu, jul- matórios/2016
gar liminarmente improcedente o pedido, se verificar,
desde logo, a ocorrência de prescrição ou decadência. Direito Processual Civil - Da Jurisdição (art. 16)

Trata-se de regras processuais que encerram a aplica- No tocante à inércia, uma exceção a tal característica
ção do princípio constitucional do(a): da jurisdição, de acordo com a legislação processual
vigente, é a:
a) livre acesso à justiça;
b) juiz natural; a) interdição;
c) isonomia; b) reintegração de posse de imóvel público;
d) ampla defesa; c) restauração de autos;
e) duração razoável do processo. d) anulação de contrato administrativo;
______________________________________________________________ e) nulidade de casamento.
______________________________________________________________
3. FGV - Tec (MPE RJ)/MPE RJ/Notificação e Atos Inti-
matórios/2016 6. FGV - TJ (TJ RO)/TJ RO/2021

Direito Processual Civil - Princípios Processuais Civis Direito Processual Civil - Da ação (arts. 17 a 20)
(arts. 1º a 12 e CF/1988)
O Ministério Público, por intermédio de seu Promotor de
Justiça com atribuição, autorizado pelo ordenamento jurídi-
A possibilidade de concessão, pelo juiz da causa, de
co, ajuíza uma ação, em nome próprio, na defesa dos inte-
tutela antecipatória do mérito, inaudita altera parte, resses de um incapaz.
em razão de requerimento formulado nesse sentido
pela parte autora em sua petição inicial, está direta- Nesse caso, é correto afirmar que o Ministério Público atuará
mente relacionada ao princípio: na qualidade de:

a) do juiz natural; a) legitimado ativo ordinário;


b) da inércia da jurisdição; b) substituto processual;
c) da inafastabilidade do controle jurisdicional; c) assistente litisconsorcial;
d) representante legal;
d) do contraditório;
e) sucessor processual.
e) da motivação das decisões judiciais.
______________________________________________________________
______________________________________________________________

4. FGV - TJ (TJ BA)/TJ BA/Judiciária/Escrevente de Car- 7. FGV - TMD (DPE RJ)/DPE RJ/2019
tório/2015
Direito Processual Civil - Da ação (arts. 17 a 20)

Direito Processual Civil - Princípios Processuais Civis São condições genéricas para o regular exercício da ação:
(arts. 1º a 12 e CF/1988)
a) partes capazes e demanda regularmente formulada;
A jurisdição representa uma atividade estatal voltada à b) pedido e causa de pedir;
composição dos conflitos de interesses. No Brasil, uma c) legitimidade ad causam e interesse de agir;
das características fundamentais da jurisdição é a: d) juízo competente e capacidade postulatória;
e) capacidade para estar em juízo e representação proces-
sual.
QUESTÕES
18

8. FGV - Tec (MPE RJ)/MPE RJ/Notificação e Atos Inti-


matórios/2016
DIREITO PENAL
1. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018
Direito Processual Civil - Da ação (arts. 17 a 20)
Direito Penal - Nexo de Causalidade: Concausas
No que se refere à aferição da presença, ou não, das
condições para o regular exercício da ação, a teoria
Durante uma tragédia causada pela natureza, Júlio,
aplicável é:
que caminhava pela rua, é arrastado pela força do ven-
to e acaba se chocando com uma terceira pessoa, que,
a) a asserção;
em razão do choque, cai de cabeça ao chão e vem a
b) a substanciação;
falecer. Sobre a consequência jurídica do ocorrido, é
c) a individuação;
correto afirmar que:
d) a causa madura;
e) a concreta do direito de ação.
a) a tipicidade do fato restou afastada por ausência de
______________________________________________________________
tipicidade formal, apesar de haver conduta por parte
de Júlio;
9. FGV - Tec (MPE RJ)/MPE RJ/Notificação e Atos Inti-
matórios/2016
b) a tipicidade do fato restou afastada, tendo em vista
que não houve conduta penal por parte de Júlio;
Direito Processual Civil - Da ação (arts. 17 a 20)
c) o fato é típico, ilícito e culpável, mas Júlio será isen-
São elementos identificadores da ação:
to de pena em razão da ausência de conduta;
a) juízo, partes e pedido;
d) a conduta praticada por Júlio, apesar de típica e
b) juízo competente, causa de pedir e demanda;
ilícita, não é culpável, devendo esse ser absolvido;
c) partes, causa de pedir e pedido;
d) partes, interesse processual e pedido;
e) a conduta praticada por Júlio, apesar de típica, não
e) causa de pedir, legitimidade e demanda.
é ilícita, devendo esse ser absolvido.
_________________________________________________________
_________________________________________________________
10. FGV - TDP (DPE RO)/DPE RO/Oficial de Diligên-
2. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018
cia/2015
Direito Penal - Desistência Voluntária
Direito Processual Civil - Da ação (arts. 17 a 20)
Em dificuldades financeiras, Ana ingressa, com autori-
O Ministério Público, por seu Promotor de Justiça com
zação da proprietária do imóvel, na residência vizinha
atribuição para o feito, ajuizou ação de investigação
àquela em que trabalhava com o objetivo de subtrair
de paternidade em face de João, para que fosse reco-
uma quantia de dinheiro em espécie, simulando para
nhecida a sua condição de pai em relação ao menor
tanto que precisava de uma quantidade de açúcar que
José, ainda sem registro. A legitimidade com que o
estaria emfalta. Após ingressar no imóvel e mexer na
autor da demanda atua no caso é:
gaveta do quarto, vê pela janela aquela que é sua che-
fe e pensa na decepção que lhe causaria, razão pela
a) ordinária;
qual decide deixar o local sem nada subtrair. Ocorre
b) passiva;
que as câmeras de segurança flagraram o comporta-
c) ativa;
mento de Ana, sendo as imagens encaminhadas para
d) mista;
a Delegacia de Polícia.
e) extraordinária.
Nesse caso, a conduta de Ana:

a) configura crime de tentativa de furto em razão do


arrependimento posterior;
QUESTÕES
19

b) configura crime de tentativa de furto em razão do 4. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018
arrependimento eficaz;
Direito Penal - Peculato (art. 312 do CP)
c) configura crime de tentativa de furto em razão da
desistência voluntária; Vitor atua como servidor de determinado cartório ju-
dicial de Tribunal de Justiça. Surpreso, ao verificar que
d) não configura crime em razão da desistência vo- o computador do cartório era avaliado em R$5.000,00,
luntária; decide subtrair o bem, na parte da noite, utilizando-
-se, para tanto, da chave do cartório que permanecia
e) não configura crime em razão do arrependimento em sua posse. Precisando de ajuda para impedir que
eficaz. as câmeras de segurança captassem sua ação, narra o
_________________________________________________________ seu plano criminoso para seu vizinho Caio, e este, sa-
bendo que Vitor, em razão de sua função, tinha acesso
3. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 ao local, confia na empreitada delitiva e aceita dela
participar.
Direito Penal - Causas de Extinção da Punibilidade
Após a subtração do computador da forma arquite-
O perdão judicial poderá ser aplicado quando, devi- tada, já do lado de fora do Fórum, Vitor e Caio são
damente previsto em lei, as consequências da infração abordados e presos em flagrante.
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
própria sanção se torne desnecessária. A conduta de Vitor tipifica o crime de:

Sobre o tema, é correto afirmar que: a) furto qualificado com a causa de aumento do re-
pouso noturno, já que o delito foi praticado em con-
a) o perdão judicial poderá ser aplicado no homicídio curso de pessoas, não podendo os agentes responde-
culposo, quando as consequências atingirem o agente rem por crimes diferentes;
de forma grave o suficiente para tornar a pena desne-
cessária, mas não na lesão corporal culposa; b) peculato, enquanto a conduta de Caio se ajusta
ao crime de furto qualificado em situação de repouso
b) a sentença que aplica perdão judicial não será con- noturno, tendo em vista que o peculato é crime classi-
siderada para efeitos de reincidência, em que pese ficado como próprio;
haja reconhecimento da prova da materialidade e da
autoria; c) furto qualificado, sem a causa de aumento do re-
pouso noturno, assim como a de Caio, tendo em vista
c) o perdão judicial é previsto no Código Penal como que o crime foi praticado por Vitor na condição de
causa de exclusão da culpabilidade, em que pese haja particular;
tipicidade e ilicitude, gerando absolvição própria;
d) peculato, assim como a de Caio, apesar de o crime
d) a sentença que reconhece perdão judicial impõe contra a Administração Pública ser classificado como
absolvição imprópria, gerando aplicação de medida próprio;
de segurança;
e) peculato, assim como a de Caio, tendo em vista que
e) o perdão judicial é causa de exclusão da tipicidade, o crime de peculato não é classificado como próprio.
gerando absolvição própria.
QUESTÕES
20

5. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 7. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015

Direito Penal - Peculato (art. 312 do CP) Direito Penal - Corrupção Passiva (art. 317 do CP)

O crime de peculato está disciplinado no art. 312 do Có- Durante atendimento aos advogados no Tribunal de
digo Penal. Visa proteger, dentre outros bens jurídicos, a Justiça, um analista concursado que atuava junto ao
moralidade administrativa e o patrimônio. Sobre tal deli- cartório judicial da 2ª Vara Criminal solicitou a quantia
to, é correto afirmar que: de R$ 3.000,00 (três mil reais) a um advogado para
que deixasse de juntar aos autos uma promoção do
a) por ser crime classificado pela doutrina como crime
Ministério Público em que era solicitada a prisão cau-
próprio, em hipótese alguma poderá o particular não
telar do réu de um processo. De imediato, o patrono
funcionário público por ele responder;
se recusou a pagar o valor e comunicou o fato ao juiz
b) exige que a subtração/desvio/apropriação seja de va-
em atuação no órgão citado. Considerando apenas os
lor, não havendo tipicidade quando for de bem móvel; fatos narrados, é possível afirmar que a conduta do
analista:
c) o Código Penal não criminaliza sua modalidade cul-
posa; a) é atípica, configurando apenas ilícito civil;

d) para tipificar, o valor subtraído deverá ser necessaria- b) configura crime de corrupção passiva, consumado;
mente público;
c) configura crime de advocacia administrativa, ten-
e) exige que a posse de eventual valor subtraído decor- tado;
ra do cargo, emprego ou função ou ao menos que haja
facilidade decorrente da posição de funcionário público. d) configura crime de corrupção passiva, tentado;
_________________________________________________________
e) configura crime de advocacia administrativa, con-
6. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 sumado.
_________________________________________________________
Direito Penal - Extravio, Sonegação ou Inutilização de
Livro ou Documento (art. 314 do CP) 8. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015

José Augusto, funcionário público responsável pela Direito Penal - Prevaricação (arts. 319 e 319-A do CP)
guarda de livros oficiais de determinado cartório judi-
cial, por um descuido seu, não percebeu quando en- Leandro foi denunciado pela prática do crime de prevari-
caminhou um dos livros de que tinha a guarda para a cação. Em virtude dos mesmos fatos, foi instaurado proce-
dimento administrativo em seu desfavor, sendo o mesmo
lixeira, junto com outros papéis. Diante do extravio do
arquivado por ausência de provas. Diante disso, o processo
livro oficial, é correto afirmar que o funcionário: criminal de Leandro deve:

a) cometeu o crime de peculato mediante erro de ou- a) ser extinto sem julgamento do mérito, pois todas as deci-
trem; sões administrativas vinculam o juízo criminal;

b) cometeu o crime de extravio, sonegação ou inutili- b) ter prosseguimento normal, não sendo atingido pela de-
zação de livro ou documento; cisão administrativa;

c) ser extinto sem julgamento do mérito, pois especifica-


c) não cometeu crime algum contra a Administração
mente a motivação adotada no procedimento administrati-
em Geral; vo vincula o criminal;

d) cometeu crime de condescendência criminosa; d) ser extinto com julgamento do mérito, sendo Leandro
absolvido;
e) cometeu crime de abandono de função.
e) ser suspenso, pois a existência de procedimento adminis-
trativo impede o prosseguimento daquela ação.
QUESTÕES
21

9. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015


DIREITO PROCESSUAL PENAL
Direito Penal - Condescendência Criminosa (art. 320 do
CP)
1. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018

Marlon, um técnico judiciário que exercia suas funções Direito Processual Penal - Lei processual penal no tem-
junto à Presidência do Tribunal de Justiça, tomou conhe- po, no espaço e em relação às pessoas
cimento que outro funcionário da repartição cometeu in-
fração no exercício de seu cargo. Contudo, sensibilizado No curso de ação penal em que Roberto figurava
pelo fato de que o infrator possuía uma filha de apenas como denunciado, entrou em vigor lei que versava so-
02 meses, deixou de comunicar o fato à autoridade com bre processamento de ação penal em procedimento
competência para responsabilização. Nesse caso, Marlon: comum ordinário, com conteúdo exclusivamente pro-
cessual penal, prejudicial ao réu.
a) não cometeu qualquer crime contra a Administração
Pública; O técnico judiciário, no momento de auxiliar no pro-
cessamento do feito, deverá aplicar a:
b) cometeu crime de condescendência criminosa;
a) lei processual penal em vigor na época dos fatos,
c) cometeu crime de prevaricação; em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais
gravosa, não admitindo o Código de Processo Penal
d) cometeu crime de abandono de função;
interpretação extensiva ou analógica da lei processual;
e) cometeu crime de concussão.
b) lei processual penal em vigor na época dos fatos,
_________________________________________________________
em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais
gravosa, admitindo o Código de Processo Penal inter-
10. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015
pretação extensiva, mas não aplicação analógica da lei
processual;
Direito Penal - Dos Crimes contra as Finanças Públicas
(arts. 359-A a 359-H do CP)
c) lei processual penal em vigor na época dos fatos,
Douglas, funcionário público com competência para or- em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais
denar a assunção de obrigação pela Administração, au- gravosa, admitindo o Código de Processo Penal inter-
torizou a realização de despesa no primeiro quadrimestre pretação extensiva e aplicação analógica da lei pro-
do último ano da legislatura. Ocorre que a despesa au- cessual;
torizada, apesar de prevista em lei, não poderia ser paga
no mesmo exercício financeiro e nem havia contrapartida d) nova lei processual penal, ainda que desfavorável
suficiente em caixa para pagamento no exercício seguin- ao réu, respeitando-se os atos já praticados, admitin-
te. Diante dessa situação, é correto afirmar que Douglas: do o Código de Processo Penal interpretação extensi-
va, mas não aplicação analógica da lei processual;
a) praticou crime de ordenação de despesa não autori-
zada; e) nova lei processual penal, ainda que desfavorável
ao réu, respeitando-se os atos já praticados, admitin-
b) não pode ser considerado funcionário público para do o Código de Processo Penal interpretação extensi-
fins penais; va e aplicação analógica da lei processual.
c) não praticou crime contra finanças públicas previsto
no Código Penal;

d) praticou crime de assunção de obrigação no último


ano do mandato ou legislatura;

e) praticou crime de inscrição de despesas não empe-


nhadas em restos a pagar.
QUESTÕES
22

2. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 nos autos principais;

Direito Processual Penal - Critério de Fixação de Com- b) coisa julgada, que deverá ser processada em autos
petência apartados;

Analise as situações a seguir: c) coisa julgada, que suspenderá o andamento da


ação penal;
I) Zé praticou, na mesma data, um crime comum e um
crime militar, sendo que a prova da primeira infração d) litispendência, que deverá ser processada em autos
influi na prova da segunda. Apesar da conexão, haverá apartados;
separação dos processos para julgamento.
e) suspeição, que precederá a qualquer outra eventu-
II) Caio praticou crime doloso contra a vida em cone- almente oposta.
xão com crime de competência da vara criminal esta- _________________________________________________________
dual comum. Diante disso, prevalecerá a competência
do júri. 4. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015

III) Pedro e Paulo foram acusados de uma mesma in- Direito Processual Penal - Dos Auxiliares da Justiça
fração penal, mas em ações penais diferentes. Haverá, (arts. 274 a 281 do CPP)
entre as duas ações penais, relação de continência.
Além das partes propriamente ditas, como autor, réu,
De acordo com as previsões do Código de Processo assistente e juiz, outras pessoas também são chama-
Penal sobre o tema competência, está correto o que das para intervir no processo e auxiliar o juízo. Sobre o
se afirma em: tema, é correto afirmar que:

a) somente I e II; a) as prescrições sobre suspeição dos juízes esten-


b) somente I e III; dem-se aos serventuários e funcionários da Justiça, no
c) somente II; que lhes for aplicável;
d) somente II e III;
e) I, II e III. b) o perito oficial não se confunde com testemunha,
_________________________________________________________ logo o seu não comparecimento injustificado não per-
mite sua condução coercitiva;
3 .FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018
c) o ofendido somente poderá requerer sua admissão
Direito Processual Penal - Das Exceções (arts. 95 a 111 como assistente de acusação até o momento do rece-
do CPP) bimento da denúncia;

Patrick foi denunciado e condenado, em primeira ins- d) não poderá funcionar como perito oficial, de acor-
tância, perante a 1ª Vara Criminal de Florianópolis, pela do com o Código de Processo Penal, aquele que for
prática de crime de corrupção passiva. Após a con- menor de 24 anos;
denação, dentro do prazo legal, apresentou o recur-
so cabível, que se encontra pendente de julgamento. e) do despacho que admitir ou não o assistente de
Nesse período, foi novamente denunciado pela práti- acusação caberá recurso em sentido estrito.
ca do crime de corrupção passiva, dessa vez perante
a 2ª Vara Criminal de Florianópolis, sendo verificado
pelo teor da denúncia que os fatos imputados são os
mesmos daquela ação da 1ª Vara Criminal.

A defesa técnica de Patrick, poderá apresentar, ao res-


ponder a segunda ação penal, a exceção de:

a) incompetência do juízo, que deverá ser processada


QUESTÕES
23

5. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 ser realizada a citação:

Direito Processual Penal - Da Comunicação dos Atos a) pessoal, pois o réu se encontra preso no momento
Processuais (arts. 351 a 372 do CPP) da realização do ato;

Marcus, portador de maus antecedentes, foi denuncia- b) por carta precatória, pois o réu está na penitenciá-
do pela prática do crime de receptação cometido em ria e não em sua residência;
06.01.2015. Considerando a pena cominada ao delito,
o juiz concedeu a liberdade provisória ao agente, per- c) por edital, considerando que o réu não será encon-
mitindo que ele respondesse ao processo em liberda- trado em seu endereço residencial;
de. Ocorre que, no dia 19.01.2015, Marcus novamente
foi preso em flagrante pela prática de um crime de d) pessoal, pois o crime é de ação penal pública, dife-
roubo, na mesma cidade, sendo tal prisão devidamen- rente do que ocorreria se fosse de ação penal privada;
te convertida em preventiva. No dia 22.01.2015 deter-
minou o juiz, nos autos da ação penal pela prática do e) por edital, pois o réu apenas se encontra preso em
crime de receptação, a citação de Marcus para apre- virtude de ação penal diversa.
sentação de resposta à acusação. Nesse caso, deverá _________________________________________________________
ser realizada a citação:
7. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015
a) pessoal, pois o réu se encontra preso no momento
da realização do ato; Direito Processual Penal - Procedimento dos Crimes
da Competência do Tribunal do Júri (arts. 406 a 497
b) por carta precatória, pois o réu está na penitenciá- do CPP)
ria e não em sua residência;
Fernando, Henrique, Pedro e André foram pronuncia-
c) por edital, considerando que o réu não será encon- dos em virtude de suposta prática de homicídio doloso
trado em seu endereço residencial; qualificado consumado e todos serão julgados no mês
de março de 2015. Fernando foi preso em flagrante
d) pessoal, pois o crime é de ação penal pública, dife- em 02.04.2014, sendo esta prisão convertida em pre-
rente do que ocorreria se fosse de ação penal privada; ventiva no dia seguinte, situação que se mantém até a
presente data. Foi pronunciado em 02.09.2014. Já Hen-
e) por edital, pois o réu apenas se encontra preso em rique teve sua prisão preventiva decretada quando do
virtude de ação penal diversa. recebimento da denúncia em 04.06.2014, situação que
_________________________________________________________ também permanece inalterada. Destaca-se que ele foi
pronunciado em 08.07.2014. Pedro também permane-
6. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 ce preso após decretação de preventiva em 04.06.2014
e pronúncia em 16.07.2014. Por sua vez, André foi pre-
Direito Processual Penal - Da Comunicação dos Atos so em 13.03.2014, mas atualmente responde ao pro-
Processuais (arts. 351 a 372 do CPP) cesso em liberdade. Na organização da pauta, salvo
motivo relevante que autorize a alteração da ordem,
Marcus, portador de maus antecedentes, foi denuncia- de acordo com o Código de Processo Penal, os réus
do pela prática do crime de receptação cometido em terão preferência na seguinte ordem:
06.01.2015. Considerando a pena cominada ao delito,
o juiz concedeu a liberdade provisória ao agente, per- a) André, Fernando, Henrique e Pedro;
mitindo que ele respondesse ao processo em liberda- b) Henrique, Pedro, Fernando e André;
de. Ocorre que, no dia 19.01.2015, Marcus novamente c) Fernando, Henrique, Pedro e André;
foi preso em flagrante pela prática de um crime de d) André, Henrique, Pedro e Fernando;
roubo, na mesma cidade, sendo tal prisão devidamen- e) Fernando, Pedro, Henrique e André.
te convertida em preventiva. No dia 22.01.2015 deter-
minou o juiz, nos autos da ação penal pela prática do
crime de receptação, a citação de Marcus para apre-
sentação de resposta à acusação. Nesse caso, deverá
QUESTÕES
24

8. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018 as testemunhas de acusação, mas não as de defesa
sem a presença do réu;
Direito Processual Penal - Nulidades Processuais Pe-
nais (arts. 563 a 573 do CPP) c) agiu corretamente, pois a presença do réu é apenas
indispensável para realização de seu interrogatório;
Em uma audiência de instrução e julgamento, foi co-
lhido o depoimento de uma testemunha do autor, d) não agiu corretamente, pois a ausência de requi-
apesar de ter sido arguida sua suspeição pela parte ré. sição do réu para audiência sem fundamentação gera
O julgador prolatou sentença de procedência do pe- nulidade, que foi arguída de imediato pelo advogado;
dido com base apenas na prova documental acostada
aos autos. e) agiu corretamente, pois a ampla defesa exige ape-
nas a presença da defesa técnica na audiência de ins-
Em caso de apelação sob o argumento da nulidade trução e julgamento, sendo a requisição dispensável.
daquele depoimento, a referida sentença será: _________________________________________________________

a) reformada, pois deverá ser invertido o resultado do 10. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2018
julgamento;
Direito Processual Penal - Recurso em Sentido Estrito
b) anulada, já que posterior ao ato considerado nulo;
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de
c) confirmada, já que é independente da prova oral Antônio pela suposta prática do crime de peculato. O
produzida no processo; juiz, porém, considerando a ausência de justa causa,
rejeitou a denúncia oferecida. Em razão disso, intima-
d) complementada, com a indicação de que a teste- do pessoalmente, o Promotor de Justiça entregou ao
munha é suspeita; cartório o procedimento com o recurso cabível.

e) substituída por outra a ser proferida pelo julgador, O recurso apresentado pelo Ministério Público aos
de qualquer teor. serventuários de Justiça é o de:
_________________________________________________________
a) recurso em sentido estrito;
9. FGV - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2015 b) embargos infringentes;
c) embargos de declaração;
Direito Processual Penal - Nulidades Processuais Pe- d) apelação;
nais (arts. 563 a 573 do CPP) e) agravo.
_________________________________________________________
Pablo figura como réu em ação penal pela prática do
crime de estupro, estando preso cautelarmente em
penitenciária na mesma unidade da Federação em CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO
que o juiz exerce sua jurisdição. Em virtude de um
erro dos serventuários e funcionários da Justiça, não JUDICIÁRIA LC Nº 88/2003
foi solicitada sua requisição para o dia designado para
audiência de instrução e julgamento, de modo que o 1. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais -
acusado não compareceu. Diante disso, o juiz, contra Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
a vontade do advogado de Pablo, realizou a oitiva das ção Judiciária do Estado de SE
testemunhas de acusação e defesa, mas adiou o inter-
rogatório. Considerando os fatos narrados, é correto Considere os seguintes órgãos:
afirmar que o magistrado:
I. Tribunal de Justiça.
a) agiu corretamente, pois com isso respeitou o prin- II. Conselho da Justiça Militar.
cípio da celeridade processual; III. Juízes de Direito.
IV. Procurador-Geral de Justiça.
b) não agiu corretamente, pois deveria apenas ouvir
QUESTÕES
25

São órgãos do Poder Judiciário do Estado, os indica- administrativas no Tribunal ou que atuam no Tribunal
dos apenas em Regional Eleitoral.

a) I e II. d) O Corregedor-Geral, eleito pelo prazo previsto para


b) I e III. o mandato do Presidente, integrará as Câmaras.
c) I, III e IV.
d) II, III e IV. e) Os Juízes-Corregedores, uma vez designados, po-
e) I, II e III. dem ser dispensados dos serviços das Varas de que
_________________________________________________________ forem titulares.
_________________________________________________________
2. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais -
Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza- 4. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais -
ção Judiciária do Estado de SE Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
ção Judiciária do Estado de SE
Em regra, quem tiver exercido quaisquer cargos de di-
reção por Mário, Joana e João são Juízes de Direito. Mário é ca-
sado com Joana e João é irmão de Joana. Mario é juiz
a) quatro anos, ou o de Presidente, não figurará entre na Comarca A que possui três Varas, Joana é juíza na
os elegíveis por dois anos consecutivos. Comarca B que possui quatro Varas e João é juiz na
Comarca C que possui cinco Varas. Mario, Joana e João
b) seis anos, ou o de Presidente, não figurará mais en- NÃO poderão funcionar juntos como juízes APENAS
tre os elegíveis, até que se esgotem todos os nomes,
na ordem de antiguidade. a) na Comarca A.
b) nas Comarcas A e B.
c) quatro anos, ou o de Presidente, não figurará mais c) nas Comarcas A e C.
entre os elegíveis, até que se esgotem todos os no- d) nas Comarcas B e C.
mes, na ordem de antiguidade. e) na Comarca C.
_________________________________________________________
d) seis anos, ou o de Presidente, não figurará entre os
elegíveis por dois anos consecutivos. 5. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais -
Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
e) seis anos, ou o de Presidente, não figurará entre os ção Judiciária do Estado de SE
elegíveis por três anos consecutivos.
_________________________________________________________ Nas Comarcas providas de duas ou mais Varas, competirá ao

3. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais - a) Presidente indicar, anualmente, para designação do Cor-
regedor-Geral da Justiça, o Juiz que exercerá a Direção do
Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
Fórum, permitida a recondução.
ção Judiciária do Estado de SE
b) Corregedor-Geral da Justiça indicar, anualmente, para
Com relação à Corregedoria-Geral da Justiça é INCOR- designação do Presidente , o Juiz que exercerá a Direção do
RETO afirmar: Fórum, permitida a recondução.

a) A designação dos Juízes-Corregedores será por c) Corregedor-Geral da Justiça indicar, semestralmente, para
tempo indeterminado, mas considerar-se-á finda com designação do Presidente, o Juiz que exercerá a Direção do
o término do mandato do Corregedor-Geral. Fórum, permitida a recondução.

d) Corregedor-Geral da Justiça indicar, anualmente, para


b) O mandato de Corregedor-Geral de Justiça é obri- designação do Presidente , o Juiz que exercerá a Direção do
gatório, vedada a reeleição. Fórum, vedada a recondução.

c) O Corregedor-Geral da Justiça será substituído em e) Presidente indicar, anualmente, para designação do Cor-
seus afastamentos e impedimentos pelo Desembar- regedor-Geral da Justiça, o Juiz que exercerá a Direção do
gador mais antigo, excluídos os que exercem funções Fórum, vedada a recondução.
QUESTÕES
26

6. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais - 8. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais -
Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza- Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
ção Judiciária do Estado de SE ção Judiciária do Estado de SE

A respeito da Vice-Presidência do Tribunal de Justiça Com relação aos juízes de direito e sua movimentação
do Estado de Sergipe, considere: na carreira, é correto afirmar:

I. Aquele que for eleito Vice-Presidente do Tribunal de a) Ao provimento inicial, às promoções por mereci-
Justiça poderá se candidatar uma vez à reeleição para mento e antiguidade precederá a remoção, que obe-
o mesmo cargo. decerá ao critério de antiguidade e merecimento, al-
ternadamente.
II. Juntamente com o Presidente e logo após a eleição
deste, será eleito, na mesma sessão, pelo mesmo pro- b) Ao provimento inicial, às promoções por mereci-
cesso e prazo, o Vice-Presidente do Tribunal de Justiça. mento e antiguidade precederá a nomeação, que res-
peitará a lista de antiguidade.
III. É obrigatória a aceitação do cargo de Vice-Presi-
dente do Tribunal de Justiça, salvo recusa manifestada c) O provimento inicial e a nomeação precederão à
e aceita antes da eleição. remoção, respeitando-se o critério de antiguidade e
merecimento, alternadamente.
IV. A posse do Vice-Presidente dar-se-á na sessão se-
guinte à que for empossado o Presidente. d) O provimento inicial e a remoção precederão à
promoção, que obedecerá somente ao critério de an-
Está correto o que se afirma APENAS em tiguidade.

a) I e II. e) O provimento inicial e as promoções por antigui-


b) I, II e III. dade e merecimento precederão à remoção, que res-
c) II e III. peitará o critério de antiguidade na entrância e mere-
d) II, III e IV. cimento, alternadamente.
e) III e IV. _________________________________________________________
_________________________________________________________
9. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais -
7. Legislação Específica dos Tribunais Estaduais - Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza-
Lei Complementar nº 88/2003 - Código de Organiza- ção Judiciária do Estado de SE
ção Judiciária do Estado de SE
NÃO poderão funcionar conjuntamente como Juízes,
O preenchimento das vagas de Desembargadores será em Tribunal Pleno, cônjuges e parentes consanguíne-
feito por os ou afins em linha reta, ou colateral até o

a) Advogados, apenas. a) quarto grau, inclusive em atos ou processos admi-


nistrativos ou de jurisdição graciosa do Tribunal.
b) Magistrados, apenas.
b) terceiro grau, inclusive em atos ou processos admi-
c) Magistrados e Membros do Ministério Público, nistrativos ou de jurisdição graciosa do Tribunal.
apenas.
c) quarto grau, exceto em atos ou processos adminis-
d) Magistrados e Advogados, apenas. trativos ou de jurisdição graciosa do Tribunal.

e) Magistrados, Membros do Ministério Público e Ad- d) terceiro grau, exceto em atos ou processos admi-
vogados. nistrativos ou de jurisdição graciosa do Tribunal.

e) segundo grau, inclusive em atos ou processos ad-


ministrativos ou de jurisdição graciosa do Tribunal.
QUESTÕES
27

ESTATUTO DOS Estão corretas:

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS a) apenas I, II e V.


b) apenas IV e V.
CIVIS DO ESTADO DE c) apenas I e II.
d) apenas III e V.
SERGIPE LEI N° 2.148/1977 e) apenas I, II e IV.
_________________________________________________________

1. Do Provimento, da Posse e do Exercício (arts. 3º 3. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei
a 72 da Lei nº 2.148/1977) nº 2.148/1977)

Marta e Camilo são funcionários públicos efetivos do Estado De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
de Sergipe. Esta semana, faleceram o cônjuge de Marta e o do Estado de Sergipe, a Ajuda de Custo será
sogro de Camilo. Nesses casos, de acordo com o Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Sergipe, em a) concedida, quando o funcionário for designado para es-
regra, tudo ou missão fora da sua sede, por prazo superior a ses-
senta dias, ou para o Exterior.
a) Marta e Camilo poderão justificadamente afastar-se do
serviço por dez e cinco dias, respectivamente. b) concedida, dentre outras hipóteses, quando o funcioná-
rio passar a ter exercício fora da sua sede, em virtude de
b) Marta e Camilo poderão justificadamente afastar-se do mandato eletivo.
serviço por oito dias.
c) concedida pela metade quando o funcionário for removi-
c) somente Marta poderá justificadamente afastar-se do do a seu próprio pedido.
serviço, uma vez que não há previsão estatutária de afas-
tamento com efetivo exercício para o falecimento de sogro. d) restituída em no máximo três parcelas quando compro-
vado que o funcionário recebeu de forma indevida, sendo
d) Marta e Camilo poderão justificadamente afastar-se do vedado o parcelamento na hipótese de remoção a seu pró-
serviço por oito e quatro dias, respectivamente. prio pedido.

e) Marta e Camilo poderão justificadamente afastar-se do e) concedida na proporção de 1/3 quando o funcionário for
serviço por cinco dias. removido a seu próprio pedido.
_________________________________________________________ _________________________________________________________

2. Do Provimento, da Posse e do Exercício (arts. 3º 4. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei
a 72 da Lei nº 2.148/1977) nº 2.148/1977)

Analise as afirmativas a seguir e identifique as corretas. Sempre que a natureza, método, condições e local de
trabalho colocarem o funcionário público do Estado
I. O estágio probatório é de três anos e sua aprovação é do Sergipe em acentuado risco de vida, pela frequente
condição para que o servidor se torne estável. relação de proximidade ou contato pessoal direto com
população carcerária, doentes mentais comprovada-
II. O princípio da moralidade administrativa impõe ao
mente perigosos e materiais considerados inflamáveis
servidor público o dever da conduta ética.
ou explosivos, o funcionário terá direito ao pagamento
de:
III. Empregado público é a pessoa legalmente investida
em cargo público.
a) adicional de função.
IV. A readaptação do servidor não ocasiona vacância de b) gratificação por periculosidade.
cargo. c) gratificação por serviço insalubre.
d) adicional do triênio.
V. Os vencimentos dos Secretários, dos Vereadores e de e) ajuda de custo.
outras autoridades desse nível têm como parâmetro o
subsídio do Governador.
QUESTÕES
28

5. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei quer natureza.


nº 2.148/1977)
d) o exercício de trinta anos de função de magistério, se
Tício é funcionário público do Estado do Sergipe e foi re- professor, ou vinte e cinco anos, se professora.
movido para outro local de exercício a seu próprio pedido.
Nesse caso, Tício: e) haver completado setenta anos de idade.
_________________________________________________________
a) entrará em exercício no cargo no prazo de 15 (quinze)
dias, contados do dia da posse. 8. Das Normas Gerais de Serviço (arts. 243 a 304 da
Lei nº 2.148/1977)
b) deverá interromper suas férias para se apresentar ao ser-
viço. De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
do Estado de Sergipe, o funcionário público efetivo primário
c) será removido ex-officio. que pratica usura sob qualquer forma está sujeito à penali-
dade de
d) terá sua remoção revogada, pois só é possível remoção
de ofício ou por permuta. a) demissão a bem do serviço público e multa de até 60%
dos vencimentos mensais do servidor.
e) não terá concedida a gratificação de ajuda de custo.
_________________________________________________________ b) suspensão de até noventa dias.

6. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei c) suspensão de até sessenta dias.
nº 2.148/1977)
d) repreensão e multa de até 60% dos vencimentos mensais
NÃO é hipótese de recebimento de gratificação por peri- do servidor.
culosidade o exercício, pelo servidor público do Estado de
Sergipe, de função que e) multa de até 70% dos vencimentos mensais do servidor.
_________________________________________________________
a) compreenda o manuseio de materiais inflamáveis ou ex-
plosivos. 9. Das Normas Gerais de Serviço (arts. 243 a 304 da
Lei nº 2.148/1977)
b) compreenda o convívio com doentes portadores de
quaisquer moléstias.
Mévio aproveitou sua condição de funcionário público do
Estado do Sergipe e passou a exercer o comércio de alimen-
c) o ponha em contato com doentes mentais comprovada-
tos e bebidas para colegas em seu ambiente de trabalho. De
mente perigosos.
acordo com a Lei nº 2.148/1977 do Estado do Sergipe, nesse
caso, Mévio:
d) implique o desempenho de atividade de fiscalização tri-
butária nos postos fiscais do Estado.
a) não responderá por nada, pois a mencionada conduta
não representa nenhuma irregularidade.
e) o ponha em contato direto com população carcerária.
_________________________________________________________ b) cometeu infração sancionada com pena disciplinar de re-
preensão.
7. Dos Direitos e Vantagens (arts. 76 a 242 da Lei
nº 2.148/1977) c) praticou infração para a qual cabe a pena disciplinar de
suspensão, podendo ser aplicada a pena disciplinar de multa
É hipótese de concessão de aposentadoria ao servidor pú- em lugar da suspensão, quando a conversão for considerada
blico do Estado de Sergipe, com proventos integrais, conveniente para o serviço público.

a) a aplicação da correspondente sanção por infração dis- d) cometeu infração sancionada com pena disciplinar de
ciplinar. demissão, devendo ser levadas em consideração a natureza
e a gravidade da infração para diminuir a pena aplicada.
b) o serviço por trinta anos, se homem, ou vinte e cinco
anos, se mulher. e) praticou infração para a qual cabe a pena disciplinar de
destituição de função.
c) a invalidez permanente por acidente de trabalho de qual-
QUESTÕES
29

10. Das Normas Gerais de Serviço (arts. 243 a 304 DIREITO ADMINISTRATIVO
da Lei nº 2.148/1977) 1) E 6) A
2) E 7) C
Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado
3) C 8) B
de Sergipe, é considerada demissão a bem do serviço públi-
4) D 9) B
co o ato do servidor público caracterizado por
5) A 10) B
a) ofensa física, em serviço, a outro funcionário ou particular,
salvo em legítima defesa. DIREITO CIVIL
1) A 6) D
b) insubordinação grave em serviço.
2) A 7) C

c) má-fé no descumprimento dos deveres funcionais. 3) A 8) C


4) C 9) B
d) abandono de cargo. 5) A 10) A

e) aplicação ilegal dos recursos do erário, precedida de dolo.


DIREITO PROCESSUAL CIVIL
_________________________________________________________
1) B 6) B
2) E 7) C

GABARITO 3) C 8) A
4) A 9) C
LÍNGUA PORTUGUESA 5) C 10) E
1) C 6) E
2) C 7) B DIREITO PENAL
3) E 8) E 1) B 6) C
4) E 9) B 2) D 7) B
5) B 10) D 3) B 8) B
4) D 9) B
RACIOCÍNIO LÓGICO 5) E 10) C
1) A 6) B
2) D 7) A DIREITO PROCESSUAL PENAL
3) C 8) C 1) E 6) A
4) A 9) D 2) D 7) C
5) A 10) E 3) E 8) C
4) D 9) D
ADMINISTRAÇÃO 5) A 10) A
1) A 6) C
2) A 7) B LEI COMPLEMENTAR Nº 88/2003
3) A 8) A 1) E 6) C
4) C 9) A 2) C 7) E
5) D 10) E 3) D 8) A
4) A 9) D
DIREITO CONSTITUCIONAL 5) B
1) A 6) D
2) A 7) E LEI N° 2.148/1977
3) B 8) D 1) D 6) B
4) A 9) D 2) A 7) D
5) D 10) B 3) A 8) C
4) B 9) C
5) E 10) E
(79) 3019-8982

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