VIEIRA Et Al, 2010
VIEIRA Et Al, 2010
VIEIRA Et Al, 2010
Letícia Petry
Especialista em Urgência e Emergência/Intensivismo pelo Hospital de Clínicas de Passo Fundo
Instituição: Hospital de Clínicas de Passo Fundo
Endereço: Rua Tiradentes, 174, Centro, Passo Fundo, RS
E-mail: enfleticiapetry@outlook.com
RESUMO
A febre amarela é enfermidade viral pertencente a um grupo ecológico transmitido por artrópodes,
denominado de arboviroses. Sua ocorrência representa um importante problema de saúde pública
em todo mundo, sendo reconhecida por apresentar alta letalidade e morbidade em regiões tropicais
da África e América do Sul. O objetivo deste estudo é descrever a situação epidemiológica atual
da febre amarela no Brasil e alertar sobre a possível disseminação da doença no país. Os dados
epidemiológicos da febre amarela nestes últimos anos, mostram um aumento significativo de
casos, principalmente na região sudeste do Brasil. Em relação a letalidade, observou-se uma taxa
elevada. Conclui-se a importância na vigilância epidemiológica na prevenção e controle dessa
enfermidade, capacitando equipes, para assim consecutivamente disseminar informações para a
comunidade.
ABSTRACT
Yellow fever is a viral disease belonging to an ecological group transmitted by arthropods, called
arboviruses. Its occurrence represents an important public health problem worldwide, being
recognized for presenting high lethality and morbidity in tropical regions of Africa and South
America. The objective of this study is to describe the current epidemiological situation of yellow
fever in Brazil and to alert about the Possible spread of the disease in the country. Epidemiological
data on yellow fever in the last years show a significant increase in cases, mainly in the
southeastern region of Brazil. Regarding lethality, a high rate was observed. The importance of
epidemiological surveillance in the prevention and control of this disease is complemented,
enabling teams to disseminate information to the community.
1 INTRODUÇÃO
A febre amarela é enfermidade viral pertencente a um grupo ecológico transmitido por
artrópodes, denominado de arbovíroses. O vírus da febre amarela pertence ao gênero Flavivírus,
da família Flaviviridae (Degállier et al., 1986). Sua ocorrência representa um importante problema
de saúde pública em todo mundo, sendo reconhecida por apresentar alta letalidade e morbidade
em regiões tropicais da África e América do Sul (WHO, 2008).
2 METODOLOGIA
A escolha do desenho metodológico pertinente à proposta de estudo se faz indispensável
em qualquer modelo de investigação, pois, através de métodos, pode-se chegar à resposta do
problema de pesquisa, proporcionando maior desenvolvimento teórico-científico. Buscando
conhecer as relações da epidemiologia da febre amarela no Brasil, bem como alcançar os objetivos
propostos, determinou-se pela escolha do método epidemiológico descritivo.
A coleta de dados aconteceu por meio do Portal de saúde (DATASUS) no Sistema de
informação de agravos de notificação e Instituto Nacional de Meteorologia, com base em dados
secundários de domínio público do ano de 2016 e 2017, sendo assim, eximindo o estudo de ser
apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
A análise dos dados foi realizada com o auxílio do Software Microsoft Excel na
estruturação das tabelas para posterior análise descritiva de cada um dos indicadores em estudo,
avaliando suas principais características, favorecendo a avaliação da concisão e da consistência
dos dados coletados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre as doenças de notificação compulsória, a febre amarela foi a primeira doença a ser
de notificação obrigatória no Brasil (FRANCO, 1969). Até hoje, essa doença é caracterizada como
uma doença de notificação compulsória imediata, onde deve ser notificado imediatamente a
autoridade sanitária local, estadual ou nacional, após a confirmação da doença, as autoridades
nacionais notificam posteriormente as autoridades internacionais. (VASCONCELOS, 2000).
No Brasil, nos últimos 26 anos, a doença tem sido confirmada. Observa-se uma variação
do surto, em relação aos locais e também a época de alternância de ocorrência da doença. Todos
os casos decorreram da transmissão silvestre, pelo Haemagogous janthinomys (VASCONCELOS,
2000).
No que diz respeito a situação da febre amarela no Brasil (Tabela 1), no período
compreendido entre dezembro de 2016 a abril de 2017, 828 (78,55%) casos foram notificados em
Minas Gerais, destes, 438 (52,89%) foram confirmados (Tabela 2). Os demais casos notificados
no mesmo período ocorreram principalmente no estado do Espírito Santo com 219 casos (18,35%)
notificados sendo 146 (66,66%) confirmados; seguido do Rio de Janeiro, de 20 (1,67%) casos
notificados e, 11 (55%) confirmados. Ainda merece destaque o estado de São Paulo com 44
(3,68%) casos notificados, sendo 5 (11,36%) confirmados. No Rio Grande do Sul foram
notificados 22 casos, porém nenhum foi confirmado. Em relação a taxa de letalidade, entre os 146
casos confirmados no Espirito Santo, 43 (29,45%) foram a óbito. Em Minas Gerais o número de
óbitos foi de 148 (33,78%). No Rio de Janeiro apesar de poucos casos confirmados em relação aos
outros estados da região Sudeste, o número de óbitos foi 3 (27,27%). Em São Paulo, o número foi
de 4 óbitos (80%), sendo a letalidade considerada alta. De acordo com a literatura, a taxa de
letalidade pode chegar até 50% em casos graves (Cavalcante & Tauil, 2016) .
Tabela 2: Casos notificados e confirmados e óbitos confirmados de febre amarela em julho de 2014 a dezembro de
2016 nos estados do Brasil.
Estados Casos notificados Casos confirmados Óbitos confirmados
Pará 93 (17,61%) 2 (14,28%) -
Goiás 132 (25%) 9 (64,28%) -
Mato Grosso do Sul 8 (1,51%) 1 (7,14%) -
Distrito Federal 49 (9,28%) 0 -
Espírito Santo 4 (0,75%) 0 0
Minas Gerais 38 (7,19%) 0 0
Rio de Janeiro 14 (2.65%) 0 0
São Paulo 164 (31,06%) 2 (14,28%) 0
Rio Grande do Sul 26 (4,92%) 0 0
Total 528 14
Fonte: Portal da Saúde, 2016.
Figura 2: Mapa do Rio Grande do Sul com casos notificados de febre amarela em 2017
TAUIL PL, SANTOS JB, MORAES MAP. Febre Amarela. In: Coura JR. Dinâmica das doenças
infecciosas e parasitárias. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p. 1775-1765.
FRANCO O. A história da febre amarela no Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde; 1969.
200 p.
KELSO JM, MOOTREY GT, TSAI TS. Anaphylaxis from yellow fever vaccine. Journal of
Allergy Clinical and Immunology 103: 698-701, 1999.
BASTOS, F., & KRASILCHIK, M. (2004). Pesquisas sobre a febre amarela (1881-1903): uma
reflexão visando contribuir para o ensino de ciências. Ciência & Educação (Bauru), 10(3), 417–
442.