TCC RUTH - Depósito
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TCC RUTH - Depósito
GRADUAÇÃO EM DIREITO
Atribuo esse trabalho aos meus pais Amilton e Raquel, minha avó Marta, e ao
meu namorado Layo, que desde o início da graduação estiveram me apoiando e
torcendo pelo meu sucesso.
E especialmente, afirmo que este trabalho somente foi finalizado graças ao
meu Deus. Sem Ele, eu nada seria!
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SUMÁRIO
RESUMO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1 INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 CONCEITO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3 JORNADA DE TRABALHO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4 JORNADA DE TRABALHO NA CLT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.1 Jornada Extraordinária. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.2 Artigo 62, II DA CLT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.3 Jornada Específica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
5 CONCLUSÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
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RESUMO
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1 INTRODUÇÃO
A análise será com maior foco naqueles que trabalham em banco e possuem
jornada de 6 horas de trabalho. A princípio, será destacado a origem e motivações
para a existência do controle de jornada e jornada especial de 6 horas. O principal
objetivo, será relatar a importância desta jornada, benefícios aos empregados e
empregadores e real impacto na produtividade das empresas, além do alto número
de processos trabalhistas que este preceito trouxe.
Será discutido os principais benefícios para os empregados, empregadores e
justiça do trabalho com a continuidade ou extinção de tal benefício.
Relevância do tema e o que de fato leva o enquadramento ou não do
bancário como ocupante de cargo de confiança, como os gerentes de conta e os
gerentes gerais, nas exceções dos artigos 62 e 224 da CLT.
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2 CONCEITO
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3 JORNADA DE TRABALHO
Para discorrer sobre a jornada de trabalho, pode-se destacar uma das teoria:
teoria do tempo à disposição, onde o critério é o tempo à disposição do empregador
no local de trabalho. Pode-se destacar também a: teoria do tempo in itinere, onde a
jornada de trabalho é o tempo à disposição do empregador no local de trabalho ou
fora dele, “abrangendo, desse modo, o período in itinere, ou seja, aquele em que o
empregado se desloca de sua residência para o trabalho e vice-versa, sem desvio
de percurso⁵". Tal teoria encontra abrigo da Súmula 90, do TST⁶.
Após a reforma trabalhista e com a adição do art. 58, da CLT, dispondo que “o
tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação
do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de
transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada
de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador”. A teoria do tempo in
itinere, perdeu sua abrangência abrindo espaço para um novo entendimento.
Neste sentido, pode-se trazer para este contexto a discussão feita em
diversos manuais de Direito do Trabalho, como a obra de Maurício Godinho
Delgado⁶. Trata-se da distinção entre duração do trabalho, jornada de trabalho e
horário de trabalho.
O doutrinador traz o entendimento de que duração do trabalho “é a noção
mais ampla entre as três correlatas”, pois “abrange o lapso temporal de labor ou
disponibilidade do empregado perante seu empregador em virtude do contrato,
considerados distintos parâmetros de mensuração: dia (duração diária, ou jornada),
semana (duração semanal), mês (duração mensal) e, até mesmo ano (duração
anual)”.
Pode-se dizer que o artigo 7º, inciso VII, da Constituição Federal refere-se à
duração do trabalho e não necessariamente à jornada de trabalho ao criar o limite
diário que foi mencionado no referido trabalho.
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4 JORNADA DE TRABALHO NA CLT
O art. 59, da CLT, permite que a jornada de trabalho seja acrescida de horas
suplementares, as quais são nomeadas horas extras ou jornada extraordinária. O
artigo limita a hora extra em duas horas diárias e o desrespeito a tal limite, pode
gerar infração administrativa, a consequência jurídica é o pagamento das horas
suplementares.
O valor para pagamento das horas extras não poderá ser inferior ao limite
previsto em Lei, conforme o art. 7º, inciso XVI, ou seja, não será inferior ao valor da
hora normal com acréscimo de 50%.
⁷ SUSSEKIND, Arnaldo Lopes. Instituições de Direito do Trabalho Vol.1. Rio de Janeiro: LTR, 2005, p.
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forma que a estabilidade no trabalho, a inalterabilidade da função e a irredutibilidade
de salário, bem como o percebimento de horas extraordinárias a partir da oitava
trabalhada ou após a 6ª, normas constantes da CLT respectivamente nos artigos
499, 468 em seu parágrafo único, 62, II e 224, § 2º, foram garantias excluídas do rol
de direitos de empregados ocupantes de cargos de confiança.
Vale ressaltar que o artigo 7º, XIII da CF/88, tem perfeita compatibilidade com
o artigo 62, caput, da CLT no que concerne a horas extras. Nesse diapasão o ilustre
ministro Arnaldo Sussekind⁸, in verbis:
⁸ Idem, ibdem, p. 10
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4.3 Jornada específica
⁹ DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTR, 2016. P 953-1044.
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Desta forma, a jornada do bancário é considerada especial, pois sua condição
diverge daquela prevista no texto Constitucional (8 horas diárias, 44 semanais e 220
mensais) e é prevista em estatuto legal específico.
De acordo com o art. 224, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), que rege a jornada de trabalho dos bancários, termos, in verbis:
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No caso descrito pelo artigo 225 da CLT, há de se observar que, ao realizar
jornada extraordinária, aumentando-a para 8 horas, o obreiro bancário faz jus ao
gozo de 1 hora de intervalo intrajornada. Todavia, esta é outra regra amplamente
desrespeitada e que figura constantemente nos litígios trabalhistas.
Todavia, a mera nomenclatura atribuída ao cargo não é suficiente. É, sim,
indispensável verificar as reais atribuições que o empregado desempenha, para
enquadrá-lo no caput ou na exceção do § 2º do art. 224 da CLT, haja vista os mais
diversos títulos dados aos funcionários como Gerente de Contas, Gerente de
Negócios, Gerente Geral ou Administrativo, etc. Deve prevalecer o princípio da
primazia da realidade.
É necessário portanto, a prova, na fase de conhecimento do processo, das
atribuições de fato desempenhadas pelo bancário e, conforme determinado pela
Súmula 102, I do TST, tal prova é insuscetível de exame mediante recurso de revista
ou embargos.
Diante desse entendimento faz-se necessário ao bancário, teoricamente
imbuído de cargo de confiança, que ingressou buscando a tutela jurisdicional, provar
a inexistência de fidúcia especial em suas atribuições, de forma que não se perceba
maior confiança, por parte do Banco, em seu desempenho, fazendo jus, nesse caso,
ao enquadramento no caput do art. 224 da CLT e, consequentemente, ao
percebimento de horas extras a partir da sexta diária.
Já o gerente geral da agência bancária é enquadrado no inciso II, do art. 62
da CLT, conforme entendimento da Súmula 287, do TST. Todavia faz-se necessária
análise aprofundada sobre as atuais atribuições dele.
Diante da existência desses requisitos é imprescindível uma análise
aprofundada sobre os às atividades diárias do obreiro e dos impactos trazidos pela
tecnologia ao seu trabalho.
O advento da tecnologia e da informática tem alterado, constantemente, a
forma como trabalhamos. A TI (tecnologia da informação), a robótica e a automação,
aumentam a capacidade produtiva, reduzem a mão de obra necessária para a
realização de certa atividade e reduzem custos para as empresas dos mais variados
setores da economia.
No segmento bancário não é diferente. Os processamentos tornaram-se mais
ágeis, as transações mais seguras, a comunicação entre os setores mais fluida, ou
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seja, os impactos do desenvolvimento tecnológico também são sentidos nos bancos
e não tem apenas um lado positivo.
Nas agências bancárias de hoje todas as decisões de concessão ou aumento
de crédito são determinadas pelos “sistemas” do banco. Um gerente geral, assim
como um gerente de relacionamento, não possui autonomia para decidir se
concede, não concede, aumenta ou não aumenta limites dos correntistas. Nem o
gerente geral, nem tampouco os gerentes de agências têm autonomia para definir
qual taxa será disponibilizada para um investimento ou para uma determinada linha
de crédito solicitada por seu cliente. Ambos os cargos soam como meramente
técnicos.
Hoje a realidade é completamente diversa assim como deve ser o
entendimento judicial. Não obstante o Judiciário ainda esteja relutante em quebrar
estes paradigmas, inúmeras sentenças favoráveis ao enquadramento do gerente
geral no caput do art. 224, da CLT, já estão sendo proferidas. Vejamos:
Além disso, uma agência bancária, por ser, via de regra, dividida em duas
áreas, quais sejam área operacional e área comercial, possui dois chefes, um para
cada setor. Eles são, teoricamente, as autoridades máximas de seu setor, de forma
que não há ingerência de um sobre o setor do outro. Isso, por si só, já denota que o
gerente geral não é imbuído do poder de gestão que é alegado pelos banqueiros, já
que ele só responde por metade do pessoal da agência.
Diante das observações e das constatações trazidas no bojo deste trabalho,
bem como das atuais atribuições dos bancários, resta evidente que nenhum
profissional da área, mesmo o Gerente Geral, pode ser enquadrado no artigo 62 da
CLT. Não existe autonomia, inexiste subordinação e tampouco existe fidúcia especial
que possa justificar o enquadramento.
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5 CONCLUSÃO
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6 REFERÊNCIAS
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTR, 2016.
P 953-1044.
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
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