Einsten Ped Completo
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3. ALOCAÇÃO ADEQUADA
Todos os casos de síndrome respiratória aguda grave são considerados critérios de internação hospitalar, sendo que os casos que
necessitem de suporte de ventilação mecânica ou uso de drogas vasoativas para manutenção de estabilidade hemodinâmica serão
alocados para unidade de terapia intensiva.
Os critérios de alta são:
• afebril durante 24 horas
• sem necessidade de oxigenioterapia
• estabilidade hemodinâmica
• compensação clínica das comorbidades
O retorno ambulatorial pode ser programada em até 1 semana, sem necessidade de novos exames.
4. TRATAMENTO
• Recomenda-se, fortemente, o tratamento de todos os casos de síndrome respiratória aguda grave por influenza e síndrome
gripal com fatores de risco. No caso de síndrome gripal sem fatores de risco, iniciar o tratamento nos casos com menos de 48
horas de evolução. Os esquemas de tratamento com dose e duração do oseltamivir são demonstrados abaixo: [6, 7, 8]
• A dose de Oseltamivir em pacientes com insuficiência renal crônica e clearance de creatinina < 30ml/min/1,73m2 deve ser
reduzida de acordo com a tabela abaixo. Para pacientes em diálise contínua, pode ser mantida a dose normal. [6, 7, 8]
• O uso de dose e tempo dobrados de Oseltamivir pode ser considerado pelo médico em pacientes que apresentam instabilidade
hemodinâmica ou sob ventilação mecânica ou imunossuprimido ou obesidade (IMC > 40) ou uso de Sonda nasoentérica. [6, 7,
8]
Criança menor de 1 ano de 0 a 8 meses 3mg por kg, vo, 12/12h, 5 dias
idade
9 a 11 meses 3,5 mg por kg, vo, 12/12h, 5 dias
Zanamivir Adulto 10mg: duas inalações de 5 mg, 12/12
Criança ≥ 7 anos h, 5 dias
- Pessoas com risco elevado de complicações (presença de fatores de risco), não vacinadas ou vacinadas há menos de duas
semanas, após exposição a caso suspeito ou confirmado de influenza, dentro das primeiras 48 horas;
- Crianças com menos de nove anos de idade, primovacinadas, necessitam de uma segunda dose de vacina com intervalo de um
mês para serem consideradas vacinadas. Aquelas com condições ou fatores de risco, e que foram expostas a caso suspeito ou
confirmado no intervalo entre a primeira e a segunda dose ou com menos de duas semanas após a segunda dose, deverão
receber quimioprofilaxia se tiverem comorbidades ou se tiverem menos de dois anos de idade;
- Pessoas com graves deficiências imunológicas (exemplos: pessoas que usam medicamentos imunossupressores; pessoas com
AIDS ou apresentando imunodepressão avançada) ou outros fatores que possam interferir na resposta à vacinação contra a
influenza, após contato com pessoa com infecção;
- Profissionais de laboratório, não vacinados ou vacinados a menos de 15 dias, que tenham manipulado amostras clínicas de
origem respiratória que contenham o vírus influenza sem uso adequado de EPI;
- Trabalhadores de saúde, não vacinados ou vacinados a menos de 15 dias e, que estiveram envolvidos na realização de
procedimentos invasivos geradores de aerossóis ou na manipulação de secreções de caso suspeito ou confirmado de influenza
sem o uso adequado de EPI;
- Residentes de alto risco em instituições fechadas e hospitais de longa permanência, durante surtos na instituição. Nestes locais,
a quimioprofilaxia é recomendável por no mínimo 14 dias e até pelo menos 7 dias após a identificação do último caso.
III. GLOSSÁRIO
- EPI: equipamentos de proteção individual; IMC: índice de massa corpórea; PCR: reação em cadeia de polimerase; AST: aspartato
aminotransferase e ALT: alanina aminotransferase
V. REFERÊNCIAS
[1] Havers FP, Campbell AP, Uyeki TM, Fry AM. Commentary: A Historical Review of Centers for Disease Control and Prevention
Antiviral Treatment and Postexposure Chemoprophylaxis Guidance for Human Infections With Novel Influenza A Viruses Associated
With Severe Human Disease. J Infect Dis 2017;216(suppl_4):S575;
[2] Talbot HK. Influenza in Older Adults. Infect Dis Clin North Am 2017;31(4):757;
[3] Uyeki TM. Influenza. Ann Intern Med 2017;167(5):ITC33;
[4] Ison MG. Contemporary Influenza Diagnostics: Renewed Focus on Testing Patients. Ann Intern Med 2017;167(6):438;
[5] Rotrosen ET, Neuzil KM. Influenza: A Global Perspective. Pediatr Clin North Am 2017;64(4):911;
[6] Lansbury LE, Brown CS, et al. Influenza in long-term care facilities. Influenza Other Respir Viruses 2017;11(5):356;
[7] Katz MA, Gessner BD, Johnson J, et al. Incidence of influenza virus infection among pregnant women: a systematic review
BMC Pregnancy Childbirth. 2017; 17(1):155;
[8] Kondrich J, Rosenthal M. Influenza in children. Curr Opin Pediatr 2017;29(3):297
Não Sim
Específica
≥4 Encaminhar para
semanas especialista para
investigação
Não Sim
• Orientar: • RX tórax
• Evolução benigna • Antibiótico se descarga purulenta
• Hidratação oral • Seguimento ambulatorial
• Lavagem nasal
• Líquidos quentes
• Mel (> 1 ano)
2. TRATAMENTO
Tratamento inicial
Hidratação oral, lavagem nasal com solução salina, mel (para maiores de 1 ano), líquidos quentes (1,4,5,6,7).
Critérios de alta
Bom estado geral.
Duração do tratamento:
Até 4 semanas.
4. TRATAMENTO
Tratamento inicial
Sinusite bacteriana não complicada : Amoxicilina 50 mg/kg/dia VO por 10 dias.
Sinusite bacteriana em paciente previamente tratado com antibiótico ou com doença grave: amoxicilina + ácido clavulânico VO 50
mg/kg/dia por 10 dias.
Crianças com vômitos ou que não toleram medicação VO: Ceftriaxone 50 mg/kg IM dose única diária até melhora dos vômitos.
Crianças com alergia a amoxicilina: acetil-cefuroxima VO 30 mg/kg/dia por 10 dias ou claritromicina VO 15 mg/kg/dia.
Sinusite bacteriana complicada: Ceftriaxone 50 mg/kg/dia via parenteral. Eventualmente corticoide endovenoso e cirurgia de
descompressão da lâmina papirácea.
Critérios para conversão para terapia oral
Melhora dos vômitos quando presentes.
Critérios de alta
Bom estado geral e ausência de complicações.
Duração do tratamento
10 dias a semanas se houver complicação.
Indicação de exames de controle durante o tratamento
De acordo com a evolução clínica.
Indicação de retorno ambulatorial, em quanto tempo, exames no retorno
48 horas após alta. Exames a critério da avaliação médica.
Referências
[1] Revista Brasileira de Otorrinolaringologia - Diretrizes Brasileiras de Rinossinusites 2008 sup 2;
[2] Atualização de condutas em Pediatria- SPSP 2016;
[3] Pediatrics 2013 Jul;132(1):e262-80;
[4] Pediatric Infect DisJ2013 Jun;32(6):641-3
1. Definição
A otite média aguda (OMA) é caracterizada pela instalação rápida de sinais e sintomas inflamatórios da orelha média, é mais prevalente
em meninos e tem pico de incidência entre 6 e 24 meses de idade. Os principais agentes etiológicos são Haemophilus influenza,
Streptococcus pneumoniae, Moraxella catarrhalis, Streptococcus do grupo A e S. aureus.
Segundo a Academia Americana de Pediatria o diagnóstico é clínico, sendo necessário ao menos um dos seguintes critérios:
• Abaulamento moderado ou severo de Membrana timpânica (MT); ou
• Presença de otorréia de início recente não atribuível a otite externa; ou
• Abaulamento leve de MT e mais:
• Início recente (<48hs) de otalgia (em bebês podem apresentar manipulação excessiva da orelha); ou
• Hiperemia importante de MT
Indicação de exames diagnósticos
Apenas se suspeita de complicações como mastoidite (TC de mastoide), meningite (LCR), abcesso cerebral (TC ou RM de crânio),
labirintite, paralisia facial, trombose.
4. Tratamento
Tratamento inicial
• Analgesia com dipirona, paracetamol ou ibuprofeno
• < 6 meses: antibióticoterapia por 10 dias
• Entre 6 meses e 2 anos: antibióticoterapia por 10 dias se presença de sinais e sintomas graves
• > 2 anos: antibióticoterapia por 5-7 dias se presença de sintomas graves
Observação: se optado por
Sinais e sintomas graves:
• Otalgia a mais de 48 horas tratamento com sintomáticos
• Febre ≥ 39°C
reavaliar em 48-72 horas se
• OMA bilateral
• Presença de otorréia persistência dos sintomas
• Toxemia
5. Indicadores de qualidade
OMA
Sintomas
- 1ª opção: Amoxicilina 50 a graves?***
90*mg/kg/dia por 10 dias
Jacobs MR, Dagan R, Appelbaum PC, Burch DJ. Prevalence of antimicrobial-resistant pathogens in middle ear fluid. Antimicrob Agents
Chemother. 1998;42(3):589–595
Lieberthal AS, Carroll AE, Chonmaitree T, Ganiats TG, Hoberman A, Jackson MA, Joffe MD, Miller DT, Rosenfeld RM, Sevilla XD, Schwartz
RH, Thomas PA, Tunkel DE. The diagnosis and management of acute otitis media. Pediatrics. 2013 Mar;131(3):e964-99
American Academy of Pediatrics Subcommittee on Management of Acute Otitis Media. Diagnosis and management of acute otitis
media. Pediatrics. 2004 May;113(5):1451-65
Castanheira M, Gales AC, Mendes RE, Jones RN, Sader HS. Antimicrobial susceptibility of Streptococcus pneumoniae in Latin America:
results from five years of the SENTRY Antimicrobial Surveillance Program. Clin Microbiol Infect. 2004 Jul;10(7):645-51
Venekamp RP, Sanders SL, Glasziou PP, Del Mar CB, Rovers MM. Antibiotics for acute otitis media in children. Cochrane Database Syst
Rev. 2015 Jun 23;2015(6):CD000219
Van den Aardweg MT, Rovers MM, de Ru JA, Albers FW, Schilder AG. A systematic review of diagnostic criteria for acute mastoiditis in
children. Otol Neurotol. 2008 Sep;29(6):751-7
1. FLUXOGRAMA
Aspectos clínicos e epidemiológicos
Antibiótico Negativo
Cultura de orofaringe e
Positivo sintomáticos
Antibiótico
Negativo
Sintomáticos
• Exame físico com hiperemia e exsudato em amígdalas com petéquias em palato, associado à quadro clínico sugestivo de infecção
bacteriana, ou seja, presença de dor de garganta acompanhado de febre, na ausência de tosse, coriza, rouquidão ou conjuntivite.
• Teste rápido para Streptococcus pyogenes e cultura de orofaringe se teste rápido negativo (1,2).
• Protocolo sepse caso paciente com sinais de instabilidade hemodinâmica e/ou toxemia.
3. ESCORE DE RISCO A tabela abaixo mostra os critérios avaliados e a
pontuação correspondente no Escore de McIsaac:
O escore de McIsaac et al prediz a necessidade de realização de
pesquisa rápida para Streptococcus pyogenes e cultura, mas não Critérios Pontos
diagnóstico (3,4,5):
Febre (>38°C) 1
• Escore 0 a -1: risco de 1 a 2,5% para cultura de orofaringe positiva; Ausência de tosse 1
• Escore 1: risco de 5 a 10% para cultura orofaringe positiva; Aumento de nódulos cervicais anterior 1
• Escore 2 : risco de 11 a 17% para cultura orofaringe positiva;
Edema ou exsudato em amigdalas 1
• Escore 3: risco de 18 a 35% para cultura orofaringe positiva;
• Escore 4: risco de 51 a 53% para cultura orofaringe positiva. Idade
3 a 15 anos 1
15 a < 45 anos 0
> 45 anos -1
4. TRATAMENTO (6,7,8)
❖ Duração do tratamento:
❖ Tratamento inicial: Amoxilina por 10 dias ou Penicilina G Benzatina dose única.
Amoxilina ou Penicilina G Benzatina.
❖ Indicação de exames de controle durante o tratamento:
❖ Critérios para conversão para terapia oral: Não há indicação, exceto se presença de complicações
Ausência de toxemia, ausência de vômitos, boa aceitação por via supurativas.
oral.
❖ Indicação de retorno ambulatorial, em quanto tempo,
❖ Critérios de alta: exames no retorno:
Ausência de toxemia, melhora da dor e da febre, boa aceitação Não há indicação, exceto se presença de complicações
por via oral de líquidos, alimentos e medicação. supurativas
Referências
[1] Fam Pract Manag 2003, 10(8):68-9;
[2] Einstein 2010, 8:197-199;
[3] CMAJ 1998;158 (1):75-83;
[4] CMAJ 2000; 163 (7):811-15;
[5] JAMA 2005;294:2700;
[6] BMC Cardiovas Disord 2005; 5:11;
[7] J Pediatr 1985;106:870-5s;
[8] UptoDate 200766
• Eupnéica
LEVE MODERADO • Sem sinais de desconforto GRAVE
respiratório
• Sat >92%aa
• Sem episódios de apnéia
• Boa aceitação alimentar
Paciente com Paciente ADMISSÃO • Sem sonolência ou
taquipnéia leve eupneico irritabilidade ADMISSÃO EM SALA DE
e/ou tiragem • Monitorização periódica dos EMERGÊNCIA
subdiafragmática sinais vitais (FR,FC, saturação ou Alta
temperatura) • Monitorização continua
• Suporte O2 se Sat <92% dos sinais vitais (FR,FC,
• Fluidificação de secreções com saturação e temperatura)
lavagem nasal e inalação com • Suporte de O2 de alto fluxo
SF0,9%
SE APÓS 12-24H DE
OBSERVAÇÃO para manter Sat>92%
Avaliar • Avaliar sinais de desidratação
Realizar • Avaliar capacidade de ingestão
• Pausa alimentar
Melhora fatores
lavagem nasal oral e necessidades de passagem • Manutenção ou • Avaliar sinais vitais de
de risco
e inalação de sonda gástrica ausência de desidratação e se
e sociais
com SF 0.9% melhora do necessário, realizar
desconforto expansão com 20ml/kg de
respiratório SF 0,9%
Manutenção Considerar • Avaliar necessidade de
ou piora internação Se piora clínica aspiração nasal
ALTA
em qualquer • Considerar teste com
momento broncodilatador
Orientações de:
Seguir protocolo moderado • Lavagem nasal e INTERNAÇÃO
inalação com SF
0.9%
• Sinais de alarme
para retorno SEGUIR PROTOCOLO
• Evolução natural GRAVE • Sinais de fadiga
Melhoras dos
da doença respiratória
parâmetros clínicos
• Incapacidade de
• Idade menor que 3 meses manutenção de Sat
• Antecedente de prematuridade >92% com suporte de
• Imunodeficiências congênitas ou adquiridas O2
• Doença pulmonar crônica
• Cardiopatia com repercussão hemodinâmica
• Doenças neuromusculares
UTI ou enfermaria
• Dificuldade de acesso a serviços de saúde
• Impossibilidade de garantia da manutenção de
cuidado adequado em domicilio CPAP ou HFNC
• Incapacidade do cuidador reconhecer sinais de
gravidade
IOT
UTI
1. DEFINIÇÃO
Acometimento inflamatório primário das vias aéreas de pequeno calibre, identificado clinicamente como episódio de sibilância em
uma criança com idade inferior a 2 anos, com sinais de infecção respiratória viral e sem antecedentes de atopia.
2. DIAGNÓSTICO E EXAMES
4. TRATAMENTO
- Hidratação VO ou EV dependendo das condições clínicas (nível de consciência, grau de desconforto respiratório, estado de hidratação e
condições hemodinâmicas).
- Aporte de oxigênio se saturação < 90-92%.
- Suporte ventilatório através de cânula nasal de alto fluxo (1,5 a 2 l/kg/min), ventilação não invasiva ou intubação orotraqueal quando
indicado.
- Considerar teste terapêutico com broncodilatador em casos graves e manter somente se boa resposta, levando em consideração os
riscos e benefícios do tratamento (controverso, mas aceitável).
Duração do tratamento:
A depender da evolução clínica.
6. INDICADORES DE QUALIDADE
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[1]Pediatrics. 2014 Nov;134(5):e1474-502;
[2] Intensive Care Med. 2018 Oct 21;
[3]J Pediatr (Rio J). 2017 Nov - Dec;93 Suppl 1:36-45;
[4] FERRONATO, Angela E.; BARREIRA, Eliane R. Bronquiolite. In: GILIO, Alfredo Elias et al. Urgências e emergências em pediatria geral:
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. São Paulo: Atheneu, 2015. p. 171-178.
1. DEFINIÇÃO
Episódios caracterizados por um aumento progressivo dos sintomas de dispneia, tosse, sibilos, sensação de aperto
no peito e diminuição progressiva da função pulmonar, representando uma alteração no estado basal do paciente
que exige uma mudança no tratamento. As exacerbações podem ocorrer em pacientes com diagnóstico prévio de
asma ou, ocasionalmente, como a primeira apresentação da doença.
O diagnóstico é eminentemente clínico: presença de sintomas respiratórios como dispneia, tosse, sensação de aperto
no peito, associados a um quadro de broncoespasmo.
Na avaliação inicial, anamnese e exame físico devem incluir:
- início dos sintomas e causa (se conhecida);
- histórico de hospitalização, intubação orotraqueal e ventilação mecânica;
- uso atual ou recente de corticosteroides;
- uso de medicações de resgate;
- sinais vitais (temperatura, frequência respiratória, frequência cardíaca e pressão arterial), nível de consciência, uso
de musculatura acessória;
- fatores complicadores (anafilaxia, pneumonia, atelectasias);
- outras condições que podem explicar dispneia aguda (aspiração de corpo estranho, obstrução laríngea, insuficiência
cardíaca).
3. ESCORE DE RISCO
Presença de sinais de insuficiência respiratória mantida após Assim que o paciente tolerar a administração do
tratamento inicial (dispneia, uso de musculatura acessória, corticoide por via oral (prednisona via oral tem
efeito equivalente ao da metilprednisolona
hipoxemia).
endovenosa).
Critérios para internação em UTI
5. TRATAMENTO
Tratamento inicial
• Inalação com broncodilatadores de ação rápida, preferencialmente inalador dosimetrado (MDI) com máscara e espaçador.
• Início precoce de corticosteroides na crise grave e na crise leve em > 6 anos.
• Suplementação de oxigênio de acordo com a gravidade da crise e resposta às medidas iniciais .
Duração do Tratamento
• Salbutamol inalatório 4 a 6x/dia por 5 dias.
• Corticoide oral por 5 dias (se recebeu no atendimento).
Medicação Dose
Salbutamol aerossol (100 mcg/dose) 4-8 jatos a cada 20 min 3 vezes (inicial). Repetir conforme
necessidade.
Salbutamol sol. Inalação (5 mg/mL) 0,15 mg/kg, máximo 1mL, a cada 20 min 3 vezes (inicial).
Repetir conforme necessidade.
Brometo de Ipratropio sol. Inalação (0,25 mg/mL) <12 anos – 0,25 mg (20 gotas) a cada 20 min 3 vezes.
>12 anos- 0, 5 mg (40 gotas) a cada 20 min 3 vezes.
Brometo de Ipratrópio aerossol (20 mcg/dose) <12 anos – 4 jatos a cada 20 min 3 vezes.
>12 anos- 8 jatos a cada 20 min 3 vezes.
Corticóide sistêmico (prednisona/prednisolona VO ou 1-2 mg/kg/dia (máximo 40 mg/dia para <12 anos e 50 mg/dia
metilprednisolona EV) para 12-17 anos) a cada 12-24h.
6. INDICADORES DE QUALIDADE
Total de prescrições de beta-2 agonista via inalador dosimetrado com espaçador (MDI) em relação ao total de casos de exacerbação de
asma leve e moderada atendidos nas UPAs.
7 . FLUXOGRAMA
BOA RESPOSTA:
SatO2>94% SEM RESPOSTA:
Sem desconforto respiratório Desconforto respiratório grave
RESPOSTA INCOMPLETA: Confusão mental/sonolência
Sem melhora da oximetria Sat<90%
Mantém desconforto respiratório
SALA DE EMERGÊNCIA/UTI
Manter Sat>94%
Salbutamol a cada 30-60 min
OBSERVAÇÃO PEDIÁTRICA (máx. 4h) Sulfato de Magnésio se já não
Manter Sat>94% realizado
Salbutamol a cada 30-60 min Considerar salbutamol EV (ataque
Corticoide se já não realizado 10mcg/kg e manutenção 0,1-1
Considerar Sulfato de magnésio mcg/kg/min)
Considerar cateter nasal de alto
fluxo
Considerar heliox
Considerar VNI /IOT com SRI se
deterioração clínica
ALTA HOSPITALAR
RESPOSTA INCOMPLETA:
Internação Hospitalar SEM RESPOSTA/DETERIORAÇÃO
Manter salbutamol 3/3h e corticóide CLÍNICA
Manter SatO2>94%
BOA RESPOSTA
SatO2 >95%
8. GLOSSÁRIO
Referências
[1] Global Initiative for asthma -GINA 2020, Scottish Intercollegiate guideline Network and British Thoracic society 2019 .
[2] Global Initiative for asthma (GINA).
[3] Scottish Intercollegiate guideline Network and British Thoracic society.
[4] J Bras Pneumol 2006; 32 Suppl 7:S447-74.
[5] Allergy 2008;63:5-34.
[6] Paediatric Child Health 2012;17 (5): 251-56.
[7] J Pediatr Pharmacol Ther 2013, 18 (2): 88-104.
[8] Stenson EK, Tchou MJ, Wheeler DS. Management of acute asthma exacerbations. Curr Opin Pediatr. 2017 Jun;29(3):305-310.
Laringite aguda
Leve/Moderada Grave
Piora
Melhora
Melhora Piora
• Internação em UTI
• Adrenalina inalatória 2 x/hora
• Oxigênio (se sat O2 < 92%)
Alta com • Heliox*
orientações • VNI**
• IOT ** *se necessário
* Heliox: mistura 30% oxigênio e 70% gás hélio
** VNI: ventilação não invasiva
*** IOT: intubação orotraqueal
3. EXAMES
Critérios para internação
• Laringite moderada com pequena resposta ou que não respondeu às medidas iniciais
• Laringite grave com melhora parcial após medidas iniciais
• Laringite grave com melhora parcial após 4 horas de observação no pronto socorro
Critérios para internação em UTI
• Laringite grave sem resposta às medidas iniciais
• Laringite grave que retornou ao estado anterior após conduta inicial e/ou 2 horas de observação no pronto socorro
• Desconforto respiratório grave: uso de musculatura acessória, rebaixamento do nível de consciência, hipoxemia
4. TRATAMENTO
Tratamento inicial
• O tratamento inicial é feito com corticosteroide VO em dose única. A droga de escolha é a DEXAMETASONA na dose 0,6mg/kg
(máximo 10mg);
• Se a criança estiver vomitando considerar via intramuscular;
• Se a criança já estiver com acesso venoso considerar via intravenosa;
• A budesonida inalatória (2mg) é uma opção se a criança estiver vomitando e recusando a dexametasona oral.
• Na indisponibilidade de dexametasona oral considerar a prednisolona por 3 dias (1-2 mg/kg/dia).
Laringite grave
• Inalação com adrenalina: Seu efeito é imediato com duração máxima de 2 horas. Usar na forma L – epinefrina na diluição 1:1000,
inalatória (0,5ml/kg máximo 5ml), com no máximo 2 doses na primeira hora;
• Oxigênio umidificado: para pacientes hipoxêmicos (saturação < 92%);
• O heliox: é uma alternativa para os pacientes com risco de falência respiratória e pequena resposta ao tratamento inicial.
Indicação de exames de controle durante o tratamento
De acordo com a presença de complicações: RX de pescoço, broncoscopia.
Critérios de alta
• Ausência de desconforto respiratório e hipoxemia
Referências
[1] J Allergy Clin Immunol 2006;117:391-7,
[2] Projetos Diretrizes, 2011;
[3] Paediatr Child Health 2011;16(1):35-40;
[4] WAO Journal 2011; 4:13-37;
[5]. Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Anafilaxia: Diagnóstico;
[6] Clinics 2011;66(6):943-7;
[7] J Allergy Clin Immunol 2010; 126:477-480.e42;
[8] Allergy, Asthma & Clinical Immunology 2011; 7: S6;
[9] Ann Allergy Asthma Immunol 2006;97:596-602
Via
aérea NÃO
pérvia e
sustentá
vel ?
SIM
NÃO
Possível
ATENÇÃO: Em caso de deteriorização ventilar
súbita em paciente intubado avaliar: SIM paciente
Videolaringoscopia com bolsa-
Deslocamento ATENÇÃO: Em caso de
Obstrução deteriorzação súbita em válvula –
Pneumotórax paciente intubado máscara?
Extubação IOT
avaliar:
Deslocamento NÃO
Obstrução
Pneumotórax
SIM • Acionar código de via aérea difícil tentar
Extubação Sucesso
máscara/tubo laríngeo
na IOT? NÃO • Se falha: cricotireoidostomia por punção
1. DEFINIÇÃO
• Incapacidade do organismo em atender às necessidades metabólicas em relação à captação de oxigênio, eliminação de gás carbônico
e manutenção do equilíbrio ácido-ácido-básico. Possíveis consequências: hipoxemia, hipóxia tecidual e hipercabia. Habitualmente é
precedida por sinais de desconforto respiratório, mas pode ocorrer com pouco ou nenhum desconforto.
2. DIAGNÓSTICO E EXAMES
Confirmação diagnóstica (clínica e/ou laboratorial):
O diagnóstico é essencialmente clínico. Exames complementares podem ser solicitados de acordo com a etiologia.
3. CLASSIFICAÇÃO
Sons anormais das vias aéreas Movimento débil do ar distal Fluxo de ar distal ausente
(estridor, sibilo, gemido) Taquicardia
Hipoxemia (apesar de alto fluxo de O2
suplementar)
Diagnóstico
Sinais e Sintomas Diagnóstico Específico Conduta
Sindrômico
Crupe NBZ adrenalina; Dexametasona VO/IM
Obstrução Vias Aéreas Estridor, Rouquidão, Anafilaxia Adrenalina IM; Anti-histamínico EV + Corticoide EV
Superiores Tosse Espasmódica
Corpo Estranho Manobras de Remoção de corpo estranho
Obstrução Vias Sibilância, Tempo Bronquiolite Aspiração VAS; teste com broncodilatador
Aéreas Inferiores Expiratório
Prolongado Asma Salbutamol inalatório, Corticóide VO/EV
O alicerce do tratamento é o suporte ventilatório e pode ser iniciado através de medidas simples como limpeza das vias aéreas e
oferta de oxigênio suplementar. Nos últimos anos houve aumento significativo do uso de técnicas de ventilação não invasiva, que
pode ser ofertada através de Cateter Nasal de Alto Fluxo, CPAP ou BiPAP. No entanto, em caso de franca insuficiência respiratória ou
falência desses métodos deve-se proceder à intubação orotraqueal e ventilação mecânica.
Referências
[1]- Chameides, L., Ralston, M., American Academy of Pediatrics., & American Heart Association. (2011). Pediatric advanced life support.
Dallas, TX: American Heart Association.
[2]-Weiner DL. Acute respiratory distress in children: Emergency evaluation and initial stabilization. In: UpToDate, Post, TW (Ed),
UpToDate, Waltham, MA, 2014.
[3]- Hammer J. Acute respiratory failure in children. Paediatr Respir Rev. 2013;14(2):64‐69. doi:10.1016/j.prrv.2013.02.001
[4]- Friedman ML, Nitu ME. Acute Respiratory Failure in Children. Pediatr Ann. 2018;47(7):e268‐e273. doi:10.3928/19382359-20180625-01
I - ASSISTENCIAL
1. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Confirmação diagnóstica (clínica e/ou laboratorial)
O diagnóstico é clínico:
• Urticária: erupção de início agudo caracterizada por pápulas e placas eritemato-edematosas pruriginosas, não fixas ao
longo de um período de 24 horas, com redução sem sequelas na pele.
• Angioedema: edema da derme profunda, tecido subcutâneo e submucosa, acometendo frequentemente as pálpebras,
lábios, mãos, pés, genitálias e laringe. Está presente em 50% dos casos de urticária.
• Exames complementares geralmente não são necessários para investigação de urticária aguda.
2. INDICAÇÃO INTERNAÇÃO
Critérios para internação
Pacientes com urticária que não melhoraram ou pioram após tratamento inicial. Descartar sempre que não estamos
frente a uma Anafilaxia.
Critérios para internação na UTI
Não se aplica
3.TRATAMENTO
Tratamento inicial
• anti-histamínicos de 2ª geração são as drogas de escolha para diminuir o prurido:
• Desloratadina, loratadina, cetirizina, levocetirizina, fexofenadina
• anti-histamínicos de 1ª geração para crianças menores de 6 meses de idade:
• Hidroxizine
Uso de corticoide:
• angioedema (principalmente de face): prednisolona ou prednisona (1mg/kg/dia) por 3 a 5 dias.
• pacientes que não obtiveram melhora clínica após 2 dias de uso de anti-histamínicos H1.
MEDICAMENTO DOSE
Desloratadina (Desalex®) > 12 anos: 5mg (10ml) 1x/dia
Solução 0,5mg/ml 6 – 11 anos: 2,5mg (5ml) 1x/dia
Comprimido 5mg 1 – 5 anos: 1,25mg (2,5ml) 1x/dia
6 – 11 meses: 1mg (2ml) 1x/dia
Erupção de início agudo caracterizada por pápulas e placas eritemato-edematosas pruriginosas na pele
Erupção de início agudo caracterizada por pápulas e placas eritemato-edematosas pruriginosas na pele
4. ALTA HOSPITALAR
Remissão parcial das lesões urticariformes
IV- REFERÊNCIAS :
[1] Br J Dermatol 2001; 144:708;
[2]Allergy 2009; 64:1427;
[3] . Asero R. New-onset urticaria. Jan, 2022. Disponível em: www.uptodate.com
[4]Pediatr Emerg Care 2007; 23:862.
Anafilaxia Pediátrica
Definição: Anafilaxia é uma reação alérgica sistêmica grave, de início súbito (dentro de alguns segundos a minutos após a exposição
ao agente causal) e evolução rápida, potencialmente fatal. Os órgãos envolvidos incluem a pele e mucosas, o aparelho respiratório,
trato gastrointestinal, sistema cardiovascular e sistema nervoso central.
I - ASSISTENCIAL
1. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
O diagnóstico de anafilaxia é clínico baseado na história e exame físico do paciente, conforme descrito na tabela abaixo:
1. Início agudo de doença (minutos a a l g u m a s horas) com envolvimento de pele, mucosa ou ambos (exemplo:
urticária generalizada, prurido ou eritema facial, edema de lábios-língua-úvula) e pelo menos 1 dos seguintes:
a) Comprometimento respiratório (dispnéia, sibilos, estridor, pico de fluxo expiratório (PFE) reduzido,
hipoxemia
b) PA reduzida ou sintomas associados à disfunção orgânica (hipotonia/ colapso, síncope, incontinência)
c) Sintomas gastrointestinais graves (exemplo: cólicas intensas, vômitos recorrentes).
2. Início agudo de hipotensão ou broncoespasmo ou envolvimento laríngeo após exposição a um alérgeno conhecido ou altamente
provável (minutos a algumas horas), mesmo na ausência de envolvimento cutâneo.
Não são necessários: histamina e B−triptase não devem ser solicitados de rotina
4. TRATAMENTO
Tratamento inicial de escolha
• Antihistamínicos H1: ação sintomática principalmente nos sintomas cutâneos, diminuindo o prurido, urticária e angioedema. Seu
uso não previne a progressão para obstrução de via aérea, hipotensão e choque
• Corticosteróides: possível benefício na prevenção da reação bifásica (pico de ação em 4 a 6 horas)
• Broncodilatadores (salbutamol - preferência pelo dispositivo dosimetrado com espaçador): para pacientes com broncoespasmo
• Glucagon: para pacientes beta−bloqueados que mantém sintomas após o uso da adrenalina
6. ALTA HOSPITALAR
• Diagnóstico precoce
• Não retardar uso da Adrenalina IM
• Uso adequado da Adrenalina Intramuscular
• Tempo de observação de 4−6 horas para observar reação bifásica
• Não realizar pesquisa de IgE específicas
III. Referência:
[1] Simons FE, Ardusso LR, Bilò MB, El-Gamal YM, Ledford DK, et al. World Allergy Organization Guidelines for the Assesment and
Management of Anaphylaxis. JACI 2011
[2] Cardona V, Ansotegui IJ, Ebisawa M, El-Gamal Y, Rivas MF, Fineman S, et al. World Allergy Organization anaphylaxis guidance
2020. WAO Journal. 2020; 13:100472.
1. DEFINIÇÃO
A infecção do trato urinário (ITU) caracteriza-se pela multiplicação bacteriana em qualquer segmento do trato urinário gerando sinais
ou sintomas de infecção do trato urinário.
2. DIAGNÓSTICO
Crianças de 2 a 24 meses:
•urina deve ser colhida por método estéril (sondagem vesical de alívio ou punção suprapúbica).
•sintomas clínicos: queda do estado geral, febre, disúria, polaciúria, urgência, incontinência e dor lombar.
•urina tipo I com piúria: >10.000 leucócitos/mL e/ou esterase positivo e/ou bacteriúria.
•cultura de urina com >100.000 UFC/mL (jato médio) ou >50.000 UFC/mL (sondagem vesical de alívio e punção suprapúbica) de um
mesmo uropatógeno. Contagens de colônias menores que 50.000 UFC/mL estão sendo consideradas para o diagnóstico de ITU, desde
que associados a sintomas (por exemplo, febre) e evidência de infecção (piúria).
• crianças de 2 meses a 2 anos com febre sem sinais localizatórios (T >39°C) que necessitem de terapia antimicrobiana imediata.
• crianças de 2 meses a 2 anos com fatores de risco para ITU.
• crianças de 2 a 3 anos com febre sem sinais localizatórios e temperatura >39°C.
• meninas e meninos não circuncidados que apresentem sintomas como dor abdominal, dor nas costas, disúria, polaciúria,
incontinência urinária de início recente.
• meninos circuncidados com sintomas urinários múltiplos.
Comprometimento do estado geral: hemograma, hemocultura, proteína C reativa, uréia, creatinina, eletrólitos, gasometria venosa.
Ultrassonografia de rins e vias urinárias: após primeiro episódio de ITU febril ou evolução anômala.
3. ESCORE DE RISCO
5. TRATAMENTO
ANTIMICROBIANO DOSE
6. INDICADORES DE QUALIDADE
❖ Maior:
• número de culturas de urina por cateterização vesical + jato médio + aspiração supra-púbica em crianças <2 anos de idade;
• número de culturas de urina em crianças <2 anos de idade.
❖ Menor:
• número de pacientes com diagnóstico de ITU com prescrição de cefuroxima ou associação amoxicilina e ácido clavulânico;
• número de pacientes com ITU tratados por via oral.
7. FLUXOGRAMA MANEJO DA ITU EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Não
8. GLOSSÁRIO
Referências
4. TRATAMENTO
Impetigo localizado
Tratamento tópico com mupirocina ou ácido fusídico. A retapamulina 1% tem demonstrado altas taxas de curas, inclusive para
Staphylococcus aureus resistentes a outros antibióticos tópicos. Pode ser usado em crianças acima de 9 meses. Os cuidados de higiene
pessoal e limpeza local com água e sabonete permitem menores taxas de reinfecção e disseminação da doença.
Impetigo extenso ou complicado:
A antibioticoterapia oral é uma opção mais adequada e fácil para esses pacientes. Cefalosporinas de primeira geração como a cefalexina e
cefadroxila ou amoxicilina + clavulanato são os antibióticos de escolha para pacientes sem complicações.
Substância Apresentação Dose Via Frequência Dose mínima Dose máxima
Cefalexina 250mg/5ml 50mg/kg/dia oral 6/6hs 50mg 4g
250mg/5ml
Cefadroxila 500mg/5ml 30mg/kg/dia oral 12/12hs 30mg 2g
500mg/cp
Amoxicilina + 400+57mg/5ml 50mg/kg/dia
oral 12/12hs 50mg 1,75g
Clavulanato 875+125mg/cp Amoxicilina
Referências
[1] Cochrane Database Syst Rev, 2012;
[2] Pediatr Dermatol, 2012. 29(3): p. 243-8;
[3] Br J Gen Pract, 2003. 53(491): p.480-7.
1. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico das infecções de pele e partes moles é clínico. As culturas devem ser realizadas sempre que houver material
disponível, no entanto, é aceitável que não sejam realizados em casos de baixa gravidade, típicos de impetigo, ectima ou
furunculose. Hemoculturas têm baixa positividade (<5%), devendo ser colhidas em caso de bacteremia, necessidade de internação e
imunocomprometidos. Exames laboratoriais gerais devem ser considerados para avaliação de repercussão sistêmica quando há
indicação de internação do paciente e exames de imagem para avaliar a extensão das infecções (ultrassonografia, tomografia ou
ressonância). A suspeita de piomiosite é a principal indicação para realização de exame de imagem, sendo a ressonância magnética
(RM) o método de escolha, por proporcionar melhor avaliação de acometimento de partes moles. Em sua indisponibilidade, pode-se
lançar mão da ultrassonografia ou da tomografia computadorizada com contraste.
Cefalosporina de 1º geração VO ou
Leve Clindamicina VO ou
Amoxicilina/Clavulanato
Desbridamento
Vancomicina EV +
Grave
Piperacilina /tazobactam EV
Infecção não
purulenta
Incisão e drenagem
Leve Sem uso de antibiótico
3. ALOCAÇÃO ADEQUADA
• A internação hospitalar está indicada na presença de sinais de sepse, presença de disfunção orgânica, suspeita de infecção
necrotizante, alteração de estado mental, baixo suporte social, imunocomprometidos ou na falha de tratamento ambulatorial;
• Os pacientes que apresentarem melhora da lesão de pele, melhora da leucocitose e da proteína C reativa, pode-se fazer a
mudança para a terapia oral;
• O critério de alta baseia-se na melhora da lesão pois, geralmente, não há comprometimento sistêmico do paciente, assim, não há
comprometimento dos exames complementares (hemograma e/ou provas inflamatórias).
4. TRATAMENTO
• Celulite e Erisipela - o esquema antimicrobiano deverá ter boa cobertura estafilocócica e estreptocócica. Nas infecções leves
podem ser tratadas por 5 dias caso haja melhora clínica. Infecções mais graves devem ser tratadas até a resolução clínica, o que
pode demandar períodos superiores a 3 semanas.
• Fasceite Necrotizante ou Gangrena – caso haja suspeita, está indicada avaliação cirúrgica precoce e deve ser iniciada
antibioticoterapia de amplo aspecto.
• Piomiosite - Em casos de piomiosite, é essencial a cobertura para Staphylococcus spp, sendo oxacilina droga de escolha.
Drenagem precoce do material é essencial. Caso o paciente evolua com melhora clínica e sem evidências de embolização
séptica, pode-se mudar antibioticoterapia para via oral, completando 2 ou 3 semanas de tratamento.
• Taxa de mortalidade de infecção de pele: Número de óbitos por infecção de pele / total de casos de infecção de pele.
III. GLOSSÁRIO
EV: Endovenoso
VO: Via Oral
Atualização de template
Exclusão de um indicador de qualidade
Inclusão de referencias
Referências
[1] Gabillot-Carré M, Roujeau JC. Acute bacterial skin infections and cellulitis. Current Opin Infect Dis 2007, 20:118-23;
[2] Streptococcus pyogenes: Basic Biology to Clinical Manifestations [Internet]. Oklahoma City (OK): University of Oklahoma Health
Sciences Center; 2016;
[3] Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections:
2014 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis 2014;59(2):e10-52
Data da
atualização:
05/10/2022
Guia do Episódio de Cuidado
Guia do Episódio de Cuidado
Celulite em crianças e adolescentes Celulite em Crianças e Adolescente
1.DEFINIÇÃO: Celulite é uma infecção da pele e tecido celular subcutâneo que se desenvolve pela penetração bacteriana através da
barreira cutânea. É uma patologia comum no departamento de emergências pediátricas. Etiologia: Causada principalmente por S.
aureus e Streptococcus pyogenes
2. ALGORITMO CELULITE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Diagnóstico de celulite
Oftalmoplegia,
SIM proptose, dor à
Acometimento movimentação ocular,
Periorbital impossibilidade
Visualização do
NÃO globo ocular
NÃO
Sinais de sepse NÃO SIM
ou celulite extensa?
ASSET >3?
CELULITE CELULITE
Lesão PRÉ-SEPTAL PÓS-SEPTAL
decorrente SIM
de mordedura?
NÃO SIM
< 1 ano de idade
ou sinais de infecção
Celulite não sistêmica?
Iniciar Amoxicilina +
complicada?
Clavulanato
SIM
TC de órbita e seios
NÃO da face com contraste
Piora clínica
nas primeiras 24 horas
de tratamento?
NÃO SIM
Confirmação diagnóstica:
O diagnóstico é eminentemente clínico caracterizado por lesão cutânea com edema, calor, rubor, eritema e endurecimento, sem
margens bem definidas com a pele adjacente. Pode apresentar complicações locais como vesículas, bolhas ou necrose.
Quando o acomentimento é em região peri-orbitária é importante diferenciar se acometimento pré septal ou pós septal.
A tabela a seguir demonstra como diferenciar pelo exame físico.
Indicação de exames diagnósticos:
Celulite Pré Celulite Pós
• Coleta de material para cultura de secreção ou hemocultura
septal septal
permitem a identificação do agente etiológico em 25 e 5% dos
Dor a NÃO SIM casos respectivamente, reservado aos casos mais graves e com
movimentação necessidade de internação
• Ultrassonografia pode ser útil na detecção de abscessos mais
Proptose NÃO SIM
profundos, principalmente nas celulites mais extensas e
detecção de acometimento articular quando localização
Mobilidade PRESENTE AUSENTE* próxima.
• Considerar doppler se suspeita de trombose venosa profunda.
Visão NORMAL ALTERADA* Indicação de outros exames:
• Tomografia computadorizada está indicada em casos de celulite
Equimose + ou - ++ * peri-orbitária para diferenciação de acometimento pré ou pós
septal.
*Estes sinais clínicos podem estar normais em alguns casos na celulite pós septa,
Este o motivo da realização do exame de imagem na dúvida diagnóstica.
O Melbourne ASSET Score propõe uma abordagem simples e a beira leito para auxiliar na escolha da via do antibiótico. O estudo de
validação do escore rendeu uma precisão de 80% na classificação dos pacientes que necessitaram de antibióticos intravenosos.
O escore leva em conta 5 parâmetros clínicos numa pontuação máxima de 7 pontos.
Pontuações maiores que 3 indicariam antibiótico endovenoso.
Pontuações menores que 3 permitiriam tratamento via oral.
Quando o valor for igual a 3, levar em conta outros fatores na decisão clínica da via ideal (idade, local e extensão, possibilidade de
seguimento, preferência dos pais e médico, uso recente de antibiótico, sintomas sistêmicos associados, julgamento clínico).
Edema 0 =ausente 2
1= leve
2 = moderado/grave
Melbourne ASSET Score: Mão representa 1% da Olho 0 = não acometido 1
superfície corpórea da criança, < 3 antibiótico via
1 = acometido
oral, > 3 antibiótico endovenoso
Dor 0 =nenhuma 2
1= leve
2 = moderada/grave
Total 7
5. INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO E ALOCAÇÃO ADEQUADA
6. TRATAMENTO
Celulite pós septal ceftriaxone + oxacilina ou vancomicina (se risco para MRSA)
Celulite por mordedura de cães ou gatos amoxicilina com clavulanato ou associação com sulfametoxazol-
trimetropima + cefuroxima. Associar cobertura para anaeróbios se
necessário: metronidazol ou clindamicina.
Celulite com risco de infecção por MRSA sulfametoxazol-trimetropima ou clindamicina (VO) ou vancomicina (IV)
7. INDICADORES DE QUALIDADE:
Diminuir uso indiscriminado de antibióticos de amplo espectro.
Comparar via de antibiótico decidida no pronto socorro no momento inicial com o seguimento 24h após primeiro
atendimento
8. GLOSSÁRIO
TC – Tomografia Computadorizada
IV - Intravenoso
EV – Endovenoso
VO – Via Oral
MRSA – Staphylococcus aureus resistente à meticilina
9. HISTÓRICO DE REVISÃO
Versão 3: inclusão da tabela no item 3. Diagnóstico e exames adicionais ; inclusão do item 4. Estratificação do escore de risco;
8. REFERÊNCIAS LITERÁRIAS:
Perda excessiva de água e eletrólitos através das fezes, resultando em aumento do volume e frequência das evacuações e/ou
diminuição da consistência das fezes, por mais de 3 episódios ao dia. Pela sua duração, pode ser classificada em aguda quando tiver
duração menor que 14 dias.
I - ASSISTENCIAL
* Covid-19 na infância:
Pode se manifestar apenas com sintomas do trato gastrointestinal. Os sintomas mais comuns são vômitos, diarreia e dor abdominal. O
diagnóstico é realizado pela coleta do RT-PCR entre o terceiro e sétimo dia da doença e o tratamento é semelhante as outras
gastroenterites virais (hidratação e sintomáticos). A Síndrome Inflamatória Multissistêmica em Crianças (MISC) pode se apresentar com
os mesmos sintomas descritos do TGI, assim como com quadros obstrutivos. Deve ser conduzida com investigação
laboratorial/radiológica e tratamento específicos.
2. ESCORE DE RISCO:
Observar A B C
Bebe normalmente Sedento, bebe rápido e Bebe mal ou não é capaz de beber*
Sede
avidamente
Examinar
Enchimento capilar Normal (até 3 Prejudicado (3 a 5 segundos) Muito prejudicado (mais de 5 segundos)
segundos)
Conclusão NÃO TEM Se apresentar dois ou mais Se apresentar dois ou mais dos sinais
DESIDRATAÇÃO dos sinais descritos acima, descritos, incluindo pelo menos um dos
existe DESIDRATAÇÃO assinalados com asterisco, existe
DESIDRATAÇÃO GRAVE
Tratamento inicial
• Depende do grau de desidratação: Hidratação VO ou EV • Introduzir hidratação VO ou EV conforme avaliação inicial
• Antieméticos VO ou EV
do estado de hidratação.
• Correção de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido básicos
• Administrar antiemético quando vômitos presentes.
Duração do tratamento • Coleta de exames (pacote sepse) na suspeita de
• Sem desidratação até 3 horas
disseminação.
• Com algum grau de desidratação: 6 horas ou mais
• Desidratação grave > 24 horas
Diarreia aguda
Algum grau de
Sem desidratação Desidratação grave
desidratação
• Oferecer líquidos VO
Hidratação EV obrigatoriamente
• Antieméticos:
SF 20 ml/kg em bolus até recuperação dos
Ondansetron 0,15mg/Kg ou parâmetros hemodinâmicos.
Dimenidrato 1 mg/kg
Coleta de gasometria venosa, sódio e
potássio.
30 a 50 ml/kg em 3 a 6 horas, ou
20 a 30ml/Kg/h em BIC em 6h
Bactérias a pensar: Shigella, Salmonella (apenas em lactentes menores de 3 meses, portadores de imunodeficiência, asplenia, uso de
imunossupressores), C. difficille, E. Coli enterotoxigenica.
Qual antibiótico usar: Ciprofloxacino (15mg/Kg, 2x/dia, 3 dias – primeira escolha) ou Azitromicina (10-12mg/kg no primeiro dia e 5-
6mg/Kg por mais 4 dias – segunda escolha) ou ceftriaxone (50-100 mg/Kg por 3- 5 dias no casos graves/internados).
II. GLOSSÁRIO
Versão 3: adequação do template e correção no item 1.. Diagnóstico – Indicação de outros exames
IV. REFERÊNCIAS
[1] Guarino A, Ashkenazi S, Gendrel D, et al. European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition/European
Society for Pediatric Infectious Diseases Evidence-Based Guidelines for the Management of Acute Gastroenteritis in Children in Europe:
Update 2014. JPGN 2014;59: 132–152 12.
[2] Departamento Científico de Gastroenterologia Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017 (1):1-15.
[3] Benjamin S, Ogechukwu P E, Morris CE, et al. Features of Intestinal Disease Associated With COVID-Related Multisystem
Inflammatory Syndrome in Children. JPGN 2021;72: 384–387.
É a manifestação mais comum da primo infecção pelo vírus herpes simples (HSV) na infância, principalmente nas crianças entre os 6
meses e 5 anos de idade, mas pode acometer crianças maiores e adolescentes. Não tem padrão sazonal de maior incidência.
I - ASSISTENCIAL
1. DIAGNÓSTICO
Confirmação diagnóstica (clínica e/ou laboratorial)
• Diagnóstico clínico: lesões ulcerativas de gengivas e mucosa oral e com frequência é acompanhada por vesículas periorais;
• Geralmente acompanhada por febre, mau hálito e dificuldade para se alimentar, linfonodomegalia cervical.
• Tempo de incubação do vírus em média de 4 dias sendo que o paciente pode manter eliminação viral em média por 7 dias.
2. ESCORE DE RISCO
Não há
3. EXAMES
Indicação de exames diagnósticos
• Normalmente não indicados
• Nos casos onde há necessidade de confirmação do agente etiológico: cultura viral, sorologia, métodos moleculares (PCR)
ou imunofluorescência.
4. TRATAMENTO
Tratamento inicial: precisamos manter hidratação , controle da dor, prevenir aderência dos lábios, e em antiviral específico.
• Estimular ingesta de líquidos para evitar a desidratação e dieta pastosa e fria livre demanda.
• Utilização de analgésicos e antitérmicos (dipirona, paracetamol);
• Hidratação dos lábios;
• Aciclovir oral pode ser indicado nos casos onde houver muita dor e dificuldade importante para ingesta alimentar até 96 horas do
início das lesões. A dose recomendada é 15 mg/kg ( dose máxima de 200mg/dose) em 5 tomadas /dia. Em pacientes
imunocomprometidos o tratamento será mais prolongado e por via endovenosa.
Indicação de internação:
• Não há necessidade.
5. ALTA HOSPITALAR
Critérios de alta:
Paciente hidratado, com poucas lesões, em bom estado geral, com capacidade de ingerir líquidos e alimentos pastosos.
II – INDICADORES DE QUALIDADE
III. GLOSSÁRIO
V. Referências
1. BMJ 1997;314:1800-03;
2. Arch Dis Child 2009;94:165-5;
3. Cochrane Database systemic Review.
4. BMC Infect Dis. 2020 Oct 20;20(1):782. doi: 10.1186/s12879-020-05509-2.
Data de
atualização:
15/08/2022
Guia do Episódio de Cuidado
Choque pediátrico
Alocação em sala de emergência, fornecer O2, monitorização cardíaca, oximetria de pulso e PA, obtenção de rápido acesso vascular
(periférico ou IO) – se possível realizar coleta de exames (glicemia capilar, hemograma, gasometria, eletrólitos, função renal, enzimas
hepáticas, culturas direcionadas ao foco se suspeita de choque séptico), USG a beira leito, se disponível.
Classificação do choque
Sinais de melhora: presença de diurese, normalização de FC para idade, normalização da perfusão periférica e pulsos,
normalização da PA para idade, recuperação de nível de consciência, correção dos distúrbios metabólicos
*Reavaliar após cada expansão; atentar para sinais de sobrecarga – estertoração pulmonar, hepatomegalia, surgimento de bulhas
acessórias.
2. MECANISMOS COMPENSATÓRIOS
✓ Taquicardia
✓ Aumento da resistência vascular periférica
✓ Aumento na força de contração cardíaca
✓ Aumento de tônus do músculo liso venoso
A hipotensão arterial em crianças (PA<p5) é um dos sinais de que os mecanismos compensatórios falharam. A hipotensão em geral
é um acontecimento tardio do choque pediátrico e a sinalização de uma parada cardiorrespiratória iminente.
3. TRATAMENTO
✓ Alocar paciente em sala de emergência.
✓ O objetivo do tratamento é restabelecer a adequada perfusão tecidual, com adequado aporte de oxigênio aos tecidos, atendendo
à demanda metabólica.
✓ Aumento da oferta de O2: aporte de oxigênio (máscara não reinalante). Considerar suporte invasivo conforme apresentação
clínica. Considerar hemotransfusão se níveis baixos de hemoglobina/suspeita de sangramento.
✓ Redução da demanda de O2: medicar febre, tratar dor, minimizar esforço respiratório.
✓ Melhora do volume e distribuição de fluidos: bolus de cristalóides. Considerar drogas vasoativas.
✓ Correção de possíveis distúrbios metabólicos ou eletrolíticos associados.
Estabelecer preferencialmente 2 acessos venosos calibrosos. Na ausência destes, acesso intraósseo. Iniciar drogas vasoativas mais
diluídas no acesso periférico. Providenciar acesso venoso central assim que possível.
5. MEDICAÇÕES ENDOVENOSAS
Medicação Dosagem / Medicação no CERNER Efeitos Adversos Potenciais Contra-indicações
Millenium
✓ Epinefrina ✓ Inicial: 0.1 a 1 mcg/kg/min ✓ Angina, arritmias, dor torácica, flush, ✓ Não há contra-indicações
✓ Titular dose conforme efeito desejado hipertensão, palidez, palpitação, em situações que
✓ (plano de morte súbita, taquicardia, fibrilação ameacem a vida.
cuidado ✓ Doses >0.3 mcg/kg/min são ventricular. Dispnéia, edema Considerar
choque associadas a atividade vasopressora pulmonar. Ansiedade, hemorragia hipersensibilidade a
séptico ped (alfa-adrenérgico); Doses cerebral, tontura, cefaleia, insônia. aminas
no Cerner: <0.3 mcg/kg/min geralmente geram Inapetência, náuseas, vômitos, simpaticomiméticas,
16mg/250ml) efeitos beta-adrenérgicos xerostomia. anestesia geral com
halotano, glaucoma de
ângulo fechado, choque
não anafilático.
✓ Dobutamina ✓ Inicial: 0.5 a 1 mcg/kg/min ✓ Taquicardia, hipertensão, contração ✓ Hipersensibilidade a
(dobutrex) ✓ Titular dose conforme efeito desejado ventricular prematura, angina, dor dobutamina ou sulfitos,
✓ Variação usual: 2 a 20 mcg/kg/min torácica, palpitações. Cefaleia. estenose subaórtica
Náusea. Dispneia. hipertrófica idiopática
ECA: Enzima Conversora da Angiotensina; AT: Angiotensina; EAP: Edema Agudo de Pulmão
7. CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO
• Choque refratário a volume.
• Choque refratário à catecolamina.
• Presença de sinais de hipoperfusão tecidual a despeito da reposição volêmica inicial.
REFERÊNCIAS
de Caen AR, Berg MD, Chameides L, et al. Part 12: Pediatric Advanced Life Support: 2015 American Heart Association Guidelines Update
for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2015;132(18 Suppl 2):S526-S542.
doi:10.1161/CIR.0000000000000266
5 min
• Oferecer 02 de alto fluxo ( manter sat 94-97%), IOT se necessário
• Estabelecer 2 acessos venosos (EV/IO)
• Coletar exames
Considerar IOT
Utilizar preferencialmente cetamina e rocurônio
Exames Adicionais
• Ecocardiografia funcional;
• RX tórax.
• Ultrassom point of care de pulmão
Pacote da 6ª hora
• Gasometria e Lactato (arterial ou venoso), Glicemia, Cálcio iônico, Creatinina, Na / K;
• Ureia, creatinina, TGO e TGP, Coagulograma (se não colhidos anteriormente);
• Ecocardiograma funcional;
• Outros exames laboratoriais a depender do quadro clínico: D-dímero, troponina, BNP entre outros.
• Monitorização:
• Oximetria e ECG contínuos; débito urinário por sonda vesical de demora; saturação venosa central de oxigênio
através de coleta de gasometria venosa central seriada ou monitorização contínua de saturação venosa central
• Ecocardiografia funcional para avaliação do débito cardíaco e complacência da veia cava inferior
• Medida de Pressão intra-abdominal quando indicada
6. TRATAMENTO
Tratamento inicial
• Ofertar oxigênio de alto fluxo (máscara não reinalante ou cateter nasal de alto fluxo); se necessário ventilação
mecânica ou não invasiva;
• Obtenção de acesso venoso periférico ou intraósseo;
• Ressuscitação volêmica: 40 – 60 ml/kg se solução cristaloide (preferência para soluções balanceadas como ringer
lactato ou Plasma-lyte);
• Antibioticoterapia de amplo espectro, de acordo com foco infeccioso;
• Correção de hipoglicemia e/ou hipocalcemia;
• Introdução precoce de inotrópico: adrenalina, noradrenalina, dopamina, dobutamina;
• Hidrocortisona endovenosa se sinais de choque refratário.
Tratamento adicional
II – INDICADORES DE QUALIDADE
• Tempo médio de internação na terapia intensiva
• Tempo médio de internação hospitalar
• Taxa de mortalidade nos primeiros 30 dias
• Taxa de uso de terapia dialítica durante o tratamento
• Taxa de uso de ECMO durante o tratamento
III- GLOSSÁRIO
Versão 2:
• Inclusão do US point of care de pulmão; Creatinina e monitorização (item 2)
• Inclusão no nível de consciência (item 4)
• Alteração dos critérios de internação em UTI (item 5)
V. REFERÊNCIAS
[1] Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign International Guidelines for the Management of Septic Shock and
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DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
Crise convulsiva que ocorre nas primeiras 24 horas de uma febre (temperatura ≥38ºC por qualquer método de aferição) em crianças de
6 a 60 meses de idade, sem evidência de infecção ou inflamação do sistema nervoso central, sem alteração metabólica e sem história
prévia de crise convulsiva afebril. Classificada em:
• crise convulsiva febril simples: crise tônico-clônico generalizada com duração <15min que cursa com recuperação espontânea e
completa;
• crise convulsiva febril complexa: crise tônico-clônico generalizada ou crise focal, com duração >15min que cursa com pós-ictal
prolongado, com recorrência em menos de 24h.
1. DIAGNÓSTICO
2. ESCORE DE RISCO
Não se aplica
4. TRATAMENTO
Tratamento inicial
O atendimento das crianças com convulsão febril benigna deve ser direcionado em identificar a causa da febre com atenção especial
ao diagnóstico de meningite, administrar antitérmico. Na crise convulsiva seguir a diretriz de convulsão e estado de mal para
administração de anticonvulsivantes na emergência.
Critérios de alta
Criança desperta, ativa, sem déficit neurológico.
Duração do tratamento
Não há recomendação de terapêutica anticonvulsivante contínua ou intermitente em crianças com uma ou mais convulsões febris
benignas.
Referências
1. DIAGNÓSTICO
• Evitar investigação excessiva de desencadeantes em pacientes com diagnóstico prévio de epilepsia
• Guiar a solicitação de exames pelos sinais e sintomas: Infecção? Intoxicação? Distúrbio hidroeletrolítico? Erro inato do
metabolismo? Trauma? Neoplasia de SNC?
• Sempre que possível, realizar nível sérico do anticonvulsivante de uso contínuo do paciente
• Coleta de líquor se: sinais de irritação meníngea, toxemia, período pós-ictal prolongado ou persistência do rebaixamento de
nível de consciência; na suspeita de hipertensão intracraniana realizar TC crânio previamente a punção lombar
• Exames de imagem (TC ou RM) somente quando paciente estável
2. TRATAMENTO
1. Alocar paciente em sala de emergência
2. Estabilização:
• Monitorização contínua: FC, PA, SatO2
• Ofertar O2 em máscara não reinalante
• Puncionar AVP
• Realizar glicemia capilar
• Colher exames laboratoriais (se necessário)
• Corrigir hipotensão (PAS <p5) com expansão 20ml/kg SF 0,9% (se necessário)
• Corrigir hipoglicemia (DX <60) com 2-4ml/kg SG25% (se necessário)
3. Medicamentos de Primeira Linha: Midazolam em dose completa não fracionada, podendo ser administrado nas vias
endovenosa, intramuscular, intranasal ou retal. Pode ser realizado uma segunda dose na persistência da crise. O uso acima de
duas doses consecutivas não é recomendado
• Paciente com acesso venoso periférico:
• Midazolam (5mg/5mL ou 15mg/3mL) 0,1mg/kg/dose - endovenoso - máximo 10mg/dose
• Diazepam (5mg/ml) 0,2mg/kg/dose - endovenoso - máximo 10mg/dose
• Paciente sem acesso venoso periférico:
• Midazolam (5mg/5mL ou 15mg/3mL) 0,1mg/kg/dose - intramuscular - máximo 10mg/dose
• Midazolam (5mg/5mL ou 15mg/3mL) 0,3mg/kg/dose - intranasal - máximo 10mg/dose
• Diazepam (5mg/ml) 0,3-0,5mg/kg/dose - retal - máximo 20mg/dose
• Na persistência da crise após segunda dose de benzodiazepínico, escalonar terapêutica para os medicamentos de segunda linha
4. Medicamentos de Segunda Linha: Não há evidências de que Levetiracetam tenha melhor desempenho do que Fenitoína ou
Valproato. Fenobarbital é uma alternativa quando Fenitoína não está disponível ou quando o paciente já faz uso crônico do
mesmo
• Fenitoína (50mg/mL)
• Dose de ataque 20mg/kg - endovenoso - correr em 20 minutos; pacientes em uso crônico de fenitoína devem receber 5mg/kg -
máximo 1500mg/dose
• Dose de manutenção 5-7mg/kg/dia, iniciar 12 horas após o ataque
• Fenobarbital (100mg/mL)
• Dose de ataque 20mg/kg - endovenoso - correr em 20 minutos; pacientes em uso crônico de fenobarbital devem receber 5-
10mg/kg; pode ser realizado uma segunda dose de 5-10mg/kg - máximo 1000mg/dose
• Dose de manutenção 3-5mg/kg/dia, iniciar 24 horas após o ataque
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
Fenitoína
Ataque 20mg/kg
(se uso crônico 5mg/kg)
Manutenção
COM AVP: 5-7mg/kg/dia - iniciar
Midazolam após 12 horas do ataque
0,1mg/kg/dose EV Midazolam Contínuo
max 10mg/dose 1-20mcg/kg/min
Diazepam Garantir via aérea
0,2mg/kg/dose EV Acionar retaguarda
Fenobarbital da neurologia
max 10mg/dose
Ataque 20mg/kg (se possível)
(se uso crônico 5- Solicitar internação
10mg/kg) em UTI Pediátrica
Manutenção Crise refratária?
1. Sala de emergência 3-5mg/kg/dia - iniciar
após 24 horas do ataque
Persistência da crise?
2. MOV
3. Dextro
4. Labs S/N SEM AVP:
5. Corrigir hipotensão e Midazolam
hipoglicemia S/N 0,1mg/kg/dose IM
0,3mg/kg/dose IN
max 10mg/dose Tentar AVP
Diazepam
0,3-0,5mg/kg/dose VR
max 20mg/dose
4. GLOSSÁRIO
Referências
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epilepticus (EcLiPSE): a multicentre, open label, randomized trial. Lancet (2019)
Le Coz J, et al. Diagnostic evaluation and management of seizures and status epilepticus in children with known epilepsy or new-
onset seizures: A retrospective and comparative analysis. Archives de Pediatrie (2020)
1. DEFINIÇÃO
Temperatura axilar >38ºC há menos de 7 dias, na ausência de sintomas clínicos, com exame físico normal, em criança hígida e em
bom estado geral até 36 meses (3 anos).
2. DIAGNÓSTICO
• Recém-nascidos.
• 1 a 3 meses com exames alterados.
• 3 a 36 meses com queda do estado geral.
........................................................................................................................................................
5. TRATAMENTO
❖ Tratamento inicial
• Recém nascido:
6. INDICADORES DE QUALIDADE
∙ Coleta de cultura de sangue, urina e líquor em pacientes com FSSL em menores de 2 meses de vida.
∙ Coleta de urina I para os pacientes com mais de 3 meses de vida, com FSSL e que preencham critérios de risco para
infecção urinária.
7. CRITÉRIOS DE ALTA
❖Critérios de alta
• Recém-nascidos: culturas negativas, afebril há 24 horas, bom estado geral e boa aceitação da dieta oral.
• 2 a 3 meses: exames em melhora, bom estado geral e boa aceitação da dieta oral.
• 3 a 36 meses: bom estado geral e boa aceitação da dieta oral.
8. FLUXOGRAMA FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS (FSSL) CRIANÇAS ATÉ 90 DIAS (3 MESES)
Recém-nascidos 1 – 3 meses
Internação hospitalar
Provas inflamatórias:
Procalcitonina >0,3 ng/ml (sensibilidade em torno de 90% para meningite e bacteremia).
PCR >5 mg/L (pouco sensível – pode ajudar na tomada de decisão).
9. FLUXOGRAMA FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS (FSSL) CRIANÇAS ACIMA DE 3 MESES
≥ 3 meses
Alta hospitalar
Avaliar fatores de Sem necessidade de Avaliar fatores de
risco para infecção antibioticoterapia risco para infecção
de trato urinário* ou exames de trato urinário*
Reavaliação diária
até culturas
Referências
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Manole, 2018. Cap. 39, págs. 523- 540.
1. DEFINIÇÃO
Anormalidade
Caracteriza-se em tamanho e/ou consistência dos linfonodos (LND), de múltiplas etiologias possíveis. Principal delas é a reacional
(linfadenite) sem causa definida (aproximadamente 65% - estima-se maioria secundária a quadro viral).
doença
LND normais: de até 1 cm de diâmetro nas cadeias axilar e cervical, até 1,5 cm em inguinal e até 0,5 cm em epitroclear. LND
supraclaviculares palpáveis sempre são considerados alterados.
2. DIAGNÓSTICO
É essencialmente clínico. Exames complementares são para elucidação etiológica: reacional, inflamatória/infecciosa ou
neoplásica.
Na investigação, considerar sempre: o mais provável; o mais grave; outras possíveis causas, se existirem.
Tempo Autolimitado, em geral até 7 dias. Dias a uma semana. Mais de 7 dias.
Exame LND fibroelástico, não aderido, uni ou Edema progressivo e doloroso, LND FE LND endurado e aderido,
físico bilateral. ou firme, localizado. Eritema e >2 cm. Emagrecimento,
limitação de mobilidade cervical. sintomas sistêmicos.
Etiologias Rinovírus, Adenovírus, Influenza, S. aureus e pyogenes (50%), Linfoma Hodgkin (>6 anos) e
principais Parainfluenza, VSR, EBV, CMV. Streptococcus grupo B (neonatos) e Não Hodgkin (<6 anos).
grupo A, e anaeróbios (1%).
Etiologias subagudas / crônicas (<1% cada): Bartonella (d. arranhadura do gato), toxoplasmose, vírus (CMV, HIV), micobactérias.
Massas cervicais congênitas (cistos dermóide, de ducto tireoglosso, de fenda branquial, timo ectópico), Doença de Kikuchi-Fujimoto,
histiocitoses, Síndrome de Kawasaki.
4. EXAMES COMPLEMENTARES
Diagnóstico etiológico
• Ultrassom partes moles local: presença e extensão de abscesso, características malignas, diferencial de massas cervicais
congênitas.
• Hemograma, hemocultura, PCR – suspeita de infecções bacterianas e/ou neoplasias.
• Em suspeitas de neoplasia: DHL, Ácido Úrico e outros exames de lise tumoral (fósforo, cálcio, potássio, creatinina).
• Teste rápido para Streptococcus do grupo A e cultura de orofaringe, se amigdalite.
• Sorologias CMV, EBV, Herpes 6, toxoplasmose, HIV, Bartonella.
Outros exames
• RX tórax e ultrassonografia de abdome: investigação de outros locais de linfonodomegalia.
• PPD se suspeita de tuberculose.
• RNM se suspeita de massas cervicais de difícil avaliação ao ultrassom (profundas, aderidas).
• Biópsia: se sugestivo de quadro neoplásico ou quadro crônico sem melhora com tratamento inicial.
Linfonodomegalia
Agudo Crônico
Subagudo
(Até 7 dias) (mais de 4 semanas)
Linfadenite
Viral Viral (CMV, EBV, p.ex.) Outras causas
Bacteriana
• Presença de abscesso.
• Falha de tratamento com antibiótico VO.
• Necessidade de biópsia de linfonodo (pode ser eletiva).
• Diagnóstico de quadro oncológico com risco de lise tumoral ou outras complicações.
⮚ Doença da arranhadura do gato: Azitromicina (10 mg/kg/dia no 1º dia e 5 mg/kg/dia até 5º dia, 1x ao dia), Sulfametoxazol +
trimetoprim (40 mg/kg/dia de SMT).
⮚ Outras: tratamento específico para o diagnóstico, desde exérese, a outros antibióticos ou quimioterapia.
9.INDICADORES DE QUALIDADE
• Reconhecimento da causa da linfoadenopatia.
• Indicar o tratamento adequado. Critérios de alta
• Identificar indicações de biópsia e indicar internação • Redução dos sinais flogísticos.
ou seguimento ambulatorial. • Afebril há 48 horas.
• Melhora do estado geral.
10. GLOSSÁRIO
1. DEFINIÇÃO
Cefaleia é uma queixa neurológica comum no departamento de emergência pediátrica, caracterizada por dor acima da linha
orbitomeatal.
2. DIAGNÓSTICO
Confirmação diagnóstica:
A anamnese e o exame físico são fundamentais para estabelecimento da hipótese, manejo farmacológico e pertinência de exame
complementares.
Avaliar características da dor (localização, caráter, intensidade, duração, evolução, irradiação, fatores de melhora e piora,
desencadeantes), sintomas associados (vômitos, febre, aura), história médica pregressa e exame físico.
Após avaliação, classificar cefaléia conforme etiologia provável e se há sinais de alarme.
3. EXAMES
Exames Complementares:
Neuroimagem: A ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio é o exame de escolha em pacientes estáveis e com cefaleia não
traumática. A tomografia computadorizada de crânio (TC) de crânio está indicada em pacientes instáveis, na indisponibilidade de
realização ou interpretação da ressonância e geralmente identifica condições que necessitem de tratamento imediato.
Sinais de alarme para realizar neuroimagem:
• Características da dor: cefaléia intensa e de início abrupto (“thunderclap headache”), pior cefaleia da vida, progressão em
frequência ou severidade, despertar noturno pela dor, primeiro episódio de cefaleia trigeminoautonômico, cefaleia
desencadeada ou agravada por exercício físico extenuante, decúbito ou manobra de Valsalva.
• Alterações neurológicas: déficit motor focal ou em nervos cranianos, assimetria de reflexos, crise convulsiva focal, alteração do
estado mental, ataxia ou dismetria.
• Outros sinais de aumento da pressão intracraniana: papiledema, vômitos persistentes e progressivos, hipertensão com
taquicardia ou bradicardia.
Pacientes com alteração focais aos exame, rebaixamento de nível de consciência, suspeita de aumento da pressão intracraniana,
suspeita de lesão expansiva ou história de trauma devem realizar neuroimagem antes da punção lombar pelo risco de herniação
cerebral.
Antibioticoterapia não deve ser atrasada em crianças com suspeita de meningite que estejam instáveis ou precisem realizar
neuroimagem antes.
4. TRATAMENTO
Medidas não-farmacológicas: Repouso em um ambiente escuro e silencioso
Medidas farmacológicas:
• Analgésicos simples: Dipirona (10 a 25 mg/Kg) ou Paracetamol (10 a 15 mg/Kg).
• Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES): Ibuprofeno (10 mg/Kg VO) ou Cetoprofeno (1 a 2 mg/Kg VO ou EV).
• Triptanos: Sumatriptano Intranasal (em crianças de 5 a 12 anos) uma única dose de 5, 10 ou 20 mg, no início da crise OU Oral (em
crianças > 12 anos) uma única dose de 25, 50 ou 100 mg, no início da crise.
• Antieméticos: Ondansetrona (0,15 a 0,20 mg/Kg) ou Dimenidrinato a 1,5 mg/Kg).
• Opióides: Não são orientados no tratamento das cefaleias primárias na faixa etária pediátrica.
5. CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO E ALOCAÇÃO ADEQUADA
6. CRITÉRIOS DE ALTA
Controle da dor e elucidação diagnóstica
7. INDICADORES DE QUALIDADE
• Não solicitação de exames complementares para pacientes com cefaleia sem sinais de alarme.
Cefaleia
Sinais de
SIM NÃO
alarme na
anamnese? Ou
exame físico
alterado?
Medicação
sintomática Medicação
Exames sintomática
complementares tratamento não
pertinentes farmacológico
SIM NÃO
Melhora
Dependendo da hipótese inicial, clínica?
resultado dos exames e resposta
clínica, avaliar: Necessidade de
hospitalização, avaliação de
Alta com Rever diagnóstico,
especialista na emergência
sintomáticos e otimizar analgesia,
(neurologista infantil e/ou
orientações. avaliar necessidade
neurocirurgião) e prosseguir
Seguimento de hospitalização
investigação com exames
ambulatorial para controle álgico
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1. DEFINIÇÃO
Caracteriza-se
A cólica nefrética é a dor associada a passagem de cálculo pela via urinária, em geral ocorre dilatação do ureter e distensão da cápsula
renal de forma aguda, por acúmulo de urina. É descrita como uma das piores dores conhecidas na medicina.
Tomografia de rins e vias urinárias sem contraste é o padrão-ouro, porém para evitar exposição desnecessária à radiação e sedação, em
crianças, na suspeita clínica o primeiro exame a ser solicitado é o ultrassom de rins e vias urinárias. Realizar tomografia apenas se forte
suspeita clínica e o ultrassom não definir o diagnóstico.
Sepse/Choque séptico
Injúria renal aguda
6. INDICADORES DE QUALIDADE
Ultrassom de rins e vias urinárias primeira escolha diagnóstica, tomografia apenas se forte suspeita clínica e cálculo não visualizado
no ultrassom.
Sinais e sintomas de infecção do trato urinário associada – internação hospitalar.
Cálculo obstrutivo – internação hospitalar, referenciar ao urologista urgentemente.
Cálculo >5 mm não obstrutivo – referenciar ao urologista ambulatorialmente.
7. TRATAMENTO
❖ Tratamento inicial
Assim que o paciente estiver com controle da dor, controlada a infecção quando existir e sem indicação de intervenção
cirúrgica.
Nos anos recentes a terapia médica expulsiva com alfa bloqueadores ou bloqueadores do canal de cálcio tem sido
comumente utilizada nos pacientes pediátricos para relaxar a musculatura lisa ureteral. Estudos recentes evidenciaram
que são uma escolha segura e efetiva para cálculos ureterais na população pediátrica. A Tansulosina, que é o alfa-
bloqueador mais utilizado, é aprovada pelo FDA para uso na população pediátrica acima de 2 anos no tratamento de
bexiga neurogênica porém até o momento não foi aprovado para uso em cálculos ureterais.
Indicação: Cálculo não obstrutivo <0,5 cm em ureter distal em maiores de 2 anos. (off label).
AINHs
Cetorolaco (Toragesic) 0,5 mg/kg/dose até 6/6h 120 mg/24h
Cetoprofeno (Profenid) 1 mg/kg/dose a cada 6-8hs 50 mg/dose
ANALGÉSICOS
Dipirona (Novalgina) 10-25 mg/kg/dose 6/6 horas ev ou vo 1 g/dose 6/6h
Paracetamol (Tylenol) 10-15 mg/kg/dose 6/6 horas vo 75 mg/dose 6/6h
OPIÓIDES
Tramadol (Tramal) 1-2 mg/kg/dose 4-6x/dia 400 mg/dia
Morfina (Dimorf) 0,1-0,2 mg/kg/dose a cada 2-4hs 15 mg/dose
ANTIMUSCARÍNICOS
N_butil escopolamina (Buscopan) 0,5 mg/kg/dose a cada 6-8h ev ou vo 10 mg/dose
ANTIEMÉTICOS
Ondansetrona (Vonau/Zofran) 0,15 mg/kg/dose 8/8horas vo ou ev 8 mg/dose
Dimenidrato (Dramin) 0,5 mg/kg/dose 8/8hs im ou ev 25 mg/dose
ALFA-BLOQUEADORES
Tansulosina (>2 anos) cápsula 0,4 mg 0,2-0,4 mg 1x/dia 0,4 mg/dose
Doxazosina comprimido 2 mg 0,5-4 mg 1x/dia 4 mg/dose
9. FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO À CÓLICA NEFRÉTICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
CÓLICA NEFRÉTICA
SIM NÃO
ANALGÉSICO* TRAMAL* SIM NÃO
<0,5cm >0,5cm
CONDUTA INTERNAÇÃO
EXPECTANTE
ITU CONFIRMADA
MORFINA* TRATAR COM ANTIBIÓTICO FORTE SUSPEITA DE CÁLCULO?
SE FATOR
OBSTRUTIVO
INTERNAÇÃO SIM NÃO **
* CONFORME QUADRO 8
** ALTA COM SINTOMÁTICOS E ORIENTAÇÕES SOBRE SINAIS DE ALARME,
SEGUIMENTO ALBULATORIAL COM PEDIATRA TOMOGRAFIA DE RINS E VIAS
URINÁRIAS SEM CONTRASTE
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of nenefrolithiasis 2020 Pediatrics Nephrolithiasis Journal of Nephrology 2019
Os pediatras devem estar atentos para o reconhecimento precoce destes casos, incluindo crianças com febre prolongada e não
esclarecida, possibilitando o manejo adequado, durante a hospitalização nos serviços de emergência, unidades de internação e/ou
terapia intensiva.
I - ASSISTENCIAL
1. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
O diagnóstico da SIM-P é clínico-laboratorial. Por ser uma doença nova e rara, diferentes sociedades propuseram critérios para o seu
diagnóstico. Aqui colocamos os principais critérios (CDC e OMS) e no fluxograma de investigação a nossa proposta para desencadear a
investigação de SIM-P.
Os casos de SIM-P ocorrem 2-6 semanas após episódio de COVID-19 agudo, que pode ser oligo ou assintomático. Assim, recomenda-se
alto nível de suspeita clínica 1-2 meses após ondas de COVID-19 em um determinado local.
Há evidências de que a vacinação contra COVID-19 previne casos de SIM-P em crianças e adolescentes, de modo que é importante
obter dados sobre imunização e data das doses durante a investigação.
A SIM-P é uma doença de notificação compulsória (Ficha de notificação para casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica
Pediátrica (SIM-P) temporalmente associada à COVID-19).
Abaixo estão todos os exames indicados para a investigação de SIM-P. Para pacientes estáveis e com baixa suspeita clínica, é
possível fazer exames laboratoriais iniciais e reavaliar necessidade de complementar a investigação. Para pacientes com
choque/instáveis ou com alta suspeita clínica, pode-se solicitar todos os exames simultaneamente. Em paciente pediátrico,
solicitar todos os exames laboratoriais no mesmo pedido a fim de evitar duas manipulações.
Exames para Pacientes Instáveis ou com alterações nos exames acima (acrescentar):
• Troponina
• BNP
• Coagulograma
• D-dímero
• Fibrinogênio
• DHL
• Triglicérides
• Procalcitonina (opcional)
• Eletrocardiograma
• Ecocardiograma
3. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
É fundamental a exclusão de outras causas de doença antes de fechar o diagnóstico para SIM-P. Assim, a coleta de culturas e
exclusão de infecção bacteriana em todos os casos é obrigatória.
• Sepse/infecção bacteriana
• Doença de Kawasaki
• Síndrome do Choque Tóxico
• Infecção grave por SARS-CoV-2 na fase aguda
• Outras doenças virais (EBV, CMV, adenovírus, enterovírus)
• Síndrome de ativação macrofágica/linfohistiocitose hemofagocítica
• Lúpus Eritematoso Sistêmico e outras vasculites
• Apendicite e outras causas de abdome agudo
4. INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO E ALOCAÇÃO ADEQUADA
- Indicação de Internação Hospitalar em todos os casos confirmados de SIM-P e com forte suspeita, internação em UTI ( se
necessário solicitação de vaga via CROSS-IIRS)
5. TRATAMENTO
1. IVIG 2g/kg a ser recebida na internação hospitalar após diagnóstico de SIM-P confirmado
2. Metilprednisolona 1-2mg/kg/dia
3. AAS 3-5mg/kg/dia (desde que paciente sem sinais de sangramento ativo, sem coagulopatia e com plaquetas >80.000)
4. Para casos refratários a IVIG + corticoide, indicação de pulsoterapia com metilprednisolona 10-30mg/kg/dia por 3 dias E/OU
imunobiológicos (Anakinra, Infliximab)
Observações:
• IVIG pode ser dividida em dois dias em caso de pacientes com acometimento cardíaco e necessidade de restrição de volume
• Principal diferencial é de sepse, podendo haver indicação de ceftriaxona 100mg/kg no momento do atendimento inicial +
associação com clindamicina se acometimento compatível com choque tóxico
• Indicação de anticoagulação terapêutica em pacientes com aneurisma gigante de coronária (Z score ≥ 10 ou tamanho >8mm)
e/ou ecocardiograma com FE < 35%.
• Indicação de profilaxia trombótica em pacientes internados em UTI com pouca mobilidade e alto risco de trombose (avaliar cada
caso; raro indicar em pediatria)
- Ecocardiograma: repetir após 7-14 dias do diagnóstico (antes em casos de alterações de função ou instabilidade)
- ECG: a cada 48 horas na internação, até normalização (antes em casos de piora clínica ou instabilidade)
- Tomografia cardíaca em pacientes com suspeita de acometimento distal das coronárias (maior dificuldade de visualização no
ecocardiograma)
6. ALTA HOSPITALAR
Critérios de alta:
➢ pacientes com bom estado geral e sinais vitais normais durante evolução/reavaliação
➢ pacientes que não preenchem critérios para SIM-P
➢ ECG, BNP e troponina normais
➢ PCR <150mg/L podem receber alta hospitalar com reavaliação em 24-48 horas (preferência após contato com titular, senão na
UPA)
Guia doGuia do Episódio
Episódio de Cuidado
de Cuidado
ALGORITMO PARA INVESTIGAÇÃO E CONDUTA EM SIM-P
NÃO
Paciente com critérios
de choque/ sepse de
foco não determinado?
SIM
NÃO
Paciente apresenta todos os
seguintes?
Solicite a investigação Solicite a triagem inicial para SIM-P (1): •PCR ≥ 30mg/L ou VHS ≥40mm/h
completa para SIM-P (1) e (2) •Hemograma completo •Pelo menos 1 das seguintes
•PCR, VHS alterações laboratoriais:
•Ureia, Creatinina - Linfopenia <1000
•Na, K, Ca - Plaquetopenia < 150.000
•Glicose - Sódio < 135
•TGO, TGP, FA, GGT, bilirrubinas - Hipoalbuminemia
•Proteínas totais e frações
•PCR para SARS-CoV-2 ou Sorologia para
SARS-CoV-2 (cuidado na interpretação do
resultado em pessoas vacinadas)
SIM
III. GLOSSÁRIO
VI. Referências
1. Henderson LA, Canna SW, Friedman KG, Gorelik M, Lapidus SK, Bassiri H, et al. American College of Rheumatology Clinical Guidance
for Pediatric Patients with Multisystem Inflammatory Syndrome in Children (MIS‐C) Associated with SARS‐CoV‐2 and
Hyperinflammation in COVID‐19. Version 3. Arthritis Rheumatol 2022.
2. Zambrano LD, Newhams MM, Olson SM, et al. Effectiveness of BNT162b2 (Pfizer-BioNTech) mRNA Vaccination Against Multisystem
Inflammatory Syndrome in Children Among Persons Aged 12–18 Years — United States, July–December 2021. MMWR Morb
Mortal Wkly Rep 2022;71:52–58.
3. Nota de Alerta SBP 2020: Notificação obrigatória no Ministério da Saúde dos casos de síndrome inflamatória multissistêmica
pediátrica (SIM-P) potencialmente associada à COVID-19
4. Harwood R, Allin B, Jones CE, Whittaker E, Ramnarayan P, Ramanan AV, Kaleem M, Tulloh R, Peters MJ, Almond S, Davis PJ, Levin
M, Tometzki A, Faust SN, Knight M, Kenny S; PIMS-TS National Consensus Management Study Group. A national consensus
management pathway for paediatric inflammatory multisystem syndrome temporally associated with COVID-19 (PIMS-TS): results
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Sep 18. Erratum in: Lancet Child Adolesc Health. 2021 Feb;5(2):e5.
5. Rauniyar R, Mishra A, Kharel S, Giri S, Rauniyar R, Yadav S, Chaudhary G. IVIG plus Glucocorticoids versus IVIG Alone in Multisystem
Inflammatory Syndrome in Children (MIS-C) Associated with COVID-19: A Systematic Review and Meta-Analysis. Can J Infect Dis
Med Microbiol. 2022 Mar 29;2022
SÍNCOPE
Internar – SEMI/UTI
Internar - SEMI ECG Internar
ECG EEG ECG
ECG
Holter TC crânio Glicemia
Investigação ambulatorial
ECO RNM Eletrólitos
Avaliação cardiológica Perfil metabólico Analise toxicológica
Avaliação neurológica
4. EXAMES ADICIONAIS
A história detalhada e exame físico definem a causa da síncope em até 77% dos casos e direcionam para a avaliação laboratorial
adequada. 1-15
• Todos os pacientes com síncope têm necessidade de realizar um ECG de boa qualidade. É uma ferramenta útil, barata e de fácil
realização. O ECG é útil no diagnóstico de síndrome de Wolf-Parkinson-White, síndrome do QT-longo, bloqueio cardíaco,
isquemia miocárdica e outras formas de doenças cardíacas congênitas. Em pacientes com história de palpitações associadas a
síncope, sintomas intermitentes, suspeita de arritmia, ou que sofreram cirurgia cardíaca prévia, é necessária monitorização
cardíaca de 24 horas com Holter.11,12,16
• Pacientes com história de síncope aos exercícios devem realizar teste de esforço sob supervisão médica.
• Se há suspeita de doença cardíaca estrutural, pela história e exame físico, o ecocardiograma está indicado.11,17
Referências
[1] Europace 2004; 6:467-537.
[2] Pediatr Emerg Med Report 2010; 15:13-24.
[3] J Pediatr 2004; 145.
[4] Pediatr Emerg Care 1989; 5:80-2.
[5] Curr Probl Pediatr 1993;23: 358-384.
[6] Advances Pediatr 1996; 43:469-493.
[7] Am J Med 1991;90:91-106.
[8] Arch Dis Child 2003;88:350-353.
[9] Cardiol Clin 1997; 15:277-94.
[10] Pediatr Drugs 2003; 5:327-34.
[11] Pediatr Cardiol 2000; 21:522-31.
[12] Am J of Emerg Med (2008)26,66-70.
[13] Pediatr Clin North Am 1999; 46:205-19.
[14]Am Family Physician.2006;vol 74,(1): 179-184.
[15] J Pediatr 2005;146:355-358.
[16] Am J of Emerg Med 2007;25:688-701.
[17] Pediatrics 2000;105(5):1-3.
1. DEFINIÇÃO E CAUSAS
Taquiarritmia corresponde à frequência cardíaca acima do habitual para a idade. Geralmente constituem condições benignas, no
Caracteriza-se
entanto, podem levar à deterioração hemodinâmica culminando com a PCR. Várias são as causas que podem desencadear as arritmias:
febre, anemia, ansiedade, exercícios físicos, uso de medicações, intoxicações, distúrbios metabólicos e eletrolíticos, doenças
endocrinológicas entre outras.
2. SINAIS E SINTOMAS
A manifestação clínica das taquiarritmias nem sempre é clara. Nos lactentes, os sintomas podem ser vagos e inespecíficos, como, por
exemplo, dificuldade para mamar, irritabilidade, taquipneia, entre outros. Nas crianças maiores, podem ocorrer sinais de desconforto
respiratório (taquipneia e dispneia), dor torácica e síncope.
As arritmias podem causar instabilidade hemodinâmica, caracterizada por: irritabilidade ou sonolência, pulso fino, perfusão
periférica lentificada (>2 segundos), hipotensão arterial. Outros sinais também podem estar presentes: alteração da coloração da
pele (palidez, cianose), aumento da frequência respiratória de acordo com a idade, alteração da ausculta pulmonar (com ou sem
estertores) e hepatomegalia.
3. RECONHECIMENTO DE RITMOS
Reconhecimento de padrões eletrocardiográficos mandatórios
4. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
Presença de instabilidade hemodinâmica: pulso fino, perfusão periférica lentificada (>2 segundos), hipotensão arterial. Outros
sinais também podem estar presentes: alteração da coloração da pele (palidez, cianose), aumento da frequência respiratória de
acordo com a idade, alteração da ausculta pulmonar (com ou sem estertores) , hepatomegalia e alteração nível consciência.
5. ABORDAGEM INICIAL
Taquicardia
(FC acima do normal para idade)
Avaliar duração
QRS
RR regular?
TV
Taquicardia Taquicardia
Sinusal Supraventricular *
NÃO
SIM
Tratar causa Sinais de instabilidade
hemodinâmica?
Considere Adenosina, se
ritmo regular e QRS
monomórfico
NÃO SIM
8. MEDICAÇÕES ENDOVENOSAS
CETAMINA (KETAMIN)
DOSE Apresentação Ampola Diluição Solução
0.5 mg/kg 50 mg/ml 2 ml qsp 10 ml 10 mg/ml
PESO (kg) 3 4 5 6-7 8-9 10-11 12-14 15-18 19-23 24-29 30-36
DOSE (mg) 1,5 2 2,5 3 4 5 7 9 11 14 17
VOLUME (ml) 0,15 0,2 0,25 0,3 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,4 1,7
ADENOSINA (ADENOCARD)
DOSE Apresentação Ampola Diluição Solução
0.1 mg/kg 3 mg/ml 2 ml Pura 3 mg/ml
PESO (kg) 3 4-5 6-7 8-10 11-13 13-15 15-18 19-23 24-29 30-36
DOSE (mg) 0,3 0,4 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,5 3
VOLUME (ml) 0,1 0,15 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,9 1
Dose máx: 6 mg primeira dose, 12 mg na segunda dose
AMIODARONA
DOSE Apresentação Ampola Diluição Solução
5 mg/kg 50 mg/ml 3 ml qsp 100 ml 1,5 mg/ml
PESO (kg) 3 4 5 6-7 8-9 10-11 12-14 15-18 19-23 24-29 30-36
DOSE (mg) 15 20 25 30 45 50 60 75 105 135 150
VOLUME (ml) 10 13,3 16,6 20 30 33,3 40 50 70 90 100
Máx 15 mg/Kg/dia
9. ALOCAÇÃO ADEQUADA
1. Solicitação ECG
2. .Cardioversão precoce na instabilidade hemodinâmica da TSV e TV
1. Doniger SJ, Sharieff GQ. Pediatric Dysrhythmias. Pediatr Clin N Am 2006; 53: 85 – 105
2. Hunt EA, Nelson KL, Shilkofski NA, et al. Recognition and initial management of cardiac emergencies in children. Minerv
Pediatr 2009;61:141-62
3. Mazor S, Mazor R. Approach to the child with tachycardia [Internet]. UptoDate 2015 Jun 15 [2015]. Available
from: http://www.uptodate.com/contents/approach-to-the-child-with-
tachycardia?source=search_result&search=approach+to+the+child+with+tachycardia&selectedTitle=1%7E150
4. Maeda WT, Gonçalves RC,Atik E, Ebaid M. Disrritmias Cardíacas. In: Matsumoto T, Carvalho W.B, Hirschheimer M.R. (Ed).
Terapia intensiva pediátrica. São Paulo: Atheneu 1997, p 86-99.
5. Recognition and Management of bradyarrhythmias and tachyarrhythmias. In:Ralston M, Hazinski MF, Zaritsky AL,
Schexnayder SM, Kleinman ME. (Ed). PALS Provider Manual.AHA 2006, p 115-152.
A maioria dos casos de ingestão de corpo estranho (CE) na infância ocorre entre 6 meses e 6 anos, de forma acidental, com objetos
encontrados no ambiente domiciliar, como moedas, brinquedos, jóias, ímãs e baterias. Em 80% dos casos não será necessária
intervenção maior, e serão eliminados espontaneamente.
Os CEs podem ser classificados de acordo com sua origem (verdadeiros ou falsos/alimentar), com sua conformação (objetos rombos,
objetos pontiagudos, objetos longos, bolo alimentar e outros) e de acordo com sua radiodensidade (radiopacos ou
radiotransparentes).
De acordo com o tipo de CE ingerido, sintomas associados e seu local de impactação, definiremos a conduta.
Anamnese:
Relato do paciente (quando maiores) ou da família sobre a ingestão. Em crianças menores ou com déficit neurológico, em que o evento
pode não ter sido presenciado, se atentar para sinais e sintomas como engasgo, recusa alimentar, vômitos, sialorreia, sangue na saliva,
odinofagia, disfagia, sensação de “impactação alimentar”, dificuldade respiratória ou dor torácica. Quando possível, sempre perguntar
detalhes do objeto, hora da ingestão e tempo de jejum.
Exame físico:
• Raio X de tórax:
• Indicado para objetos radiopacos.
• Incidências: ântero-posterior e perfil de pescoço, ântero-posterior e perfil de tórax e abdome supino.
• O sinal do halo é típico nas baterias e facilita a diferenciação com moedas.
• Na maioria das vezes não é necessário contraste.
• Tomografia computadorizada:
• Raramente necessária.
• Utilizada para avaliação de complicações como perfuração, fístulas ou para diagnóstico diferencial.
• Endoscopia digestiva alta:
• Pode ser usado como método diagnóstico e terapêutico.
• As indicações do exame na urgência (até 24h) ou na emergência (até 6h, preferencialmente até 2h) podem variar, de acordo
com a tabela 1.
• Objetos no estômago maiores que 2,5 cm de diâmetro (ou > 2 cm em crianças até 1 ano) e os longos maiores que 5 cm, não
costumam atravessar o piloro, indicando por isso, remoção endoscópica.
• Ingestão de mais de um ímã ou de um ímã mais uma peça metálica são indicações de remoção endoscópica de emergência.
2. SEGUIMENTO:
Não bateria: uma vez removido e sem complicações durante o procedimento, deve-se apenas alertar o paciente quanto a sinais de
alarme.
Suspeita de
Ingestão de Bateria
Se não houver
migrado, remoção
endoscópica.
Remoção Avaliação da
endoscópica cirurgia.
Remoção durante
Estômago
EDA
Intestino delgado
Ingestão de corpo
estranho
Localização
3. INDICADORES DE QUALIDADE:
- Estabelecimento de critérios para indicação de exame endoscópico.
- Padronização de conduta, orientação e seguimento dos paciente.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Robert E Kramer et al. Management of Ingested Foreign Bodies in Children: A Clinical Report of the NASPGHAN Endoscopy Committee.
JPGN 60 (4), 2015.
2. Scott M. Bolton, Martha Saker e Lee M. Bass. Button battery and magnet ingestions in the pediatric patient. Curr Opin Pediatr 2018,
30:653 - 659.
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4. Brian M Fung, Seth Sweetser, Louis M Wong Kee Song e James H Tabibian. Foreign object ingestion and esophageal food impaction:
An update and review on endoscopic management. World J Gastrointest Endosc 2019 March 16; 11(3): 174-192
5. Yoseph Gurevich, Benjamin Sahn e Toba Weinstein. Foreign body ingestion in pediatric patients. Curr Opin Pediatr 2018, 30:677 – 682
6. Averbach, M. et al. Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva - 1. Ed. - Rio de Janeiro - RJ: Thieme Revinter Publicações, 2018
7. Birk Michael et al. Removal of foreign bodies in the upper gastrointestinal tract in adults: (ESGE) Clinical Guideline… Endoscopy 2016;
48: 1–8
8. ASGE, Management of ingested foreign bodies and food impactions. GASTROINTESTINAL ENDOSCOPY, 2011.Volume 73, No. 6 : 2011
Diagnosis, management, and prevention of button battery ingestion in childhood: an ESPGHAN position paper. Journal of Pediatric
Gastroenterology and Nutrition, 2021.
1. DEFINIÇÃO
As intoxicações exógenas agudas são definidas como as consequências clínicas e/ou bioquímicas da exposição aguda a substâncias
Caracteriza-se
encontradas no ambiente ou isoladas (exemplo: medicamentos, pesticidas e produtos domiciliares).
2. EPIDEMIOLOGIA
Menores que 1 ano: Intoxicações são muito raras, a possibilidade de intoxicação provocada deve ser considerada.
Entre 1 e 6 anos: Estão sob o maior risco de exposições acidentais (não intencionais),
principalmente por ingestão (76%), em ambiente domiciliar (93%) e os medicamentos são a causa principal, seguido dos acidentes
com animais e produtos domiciliares, respectivamente.
Adolescentes: Maior incidência de intoxicações intencionais com objetivo de auto prejuízo, além de maior risco de abuso de álcool
e/ou substâncias ilícitas.
3. DIAGNÓSTICO
Os sinais e sintomas dependem da substância envolvida, via, quantidade e tempo desde a exposição. O quadro clínico pode variar
desde crianças assintomáticas até quadros graves com disfunção de múltiplos órgãos e sistema. É essencial reconhecer o conjunto de
sinais e sintomas clássicos de intoxicação por certas substâncias (toxíndromes) para o manejo desses pacientes. Na presença de
acidose metabólica não explicada, alteração do nível de consciência sem causa conhecida, bradicardia ou taquicardia sem causa
determinada, deve-se levantar a suspeita de intoxicação.
Caso paciente esteja estável, sem sintomas e sem alterações de sinais Pacientes estáveis (assintomáticos e sem
vitais, manter em observação, identificar toxindrome, entrar em contato alterações de sinais vitais: encaminhar
com Centro de Intoxicações. Avaliar medidas de descontaminação, para OBSERVAÇÃO e seguir atendimento
antídoto e eliminação. proposto
Para pacientes com sinais de instabilidade, sintomáticos ou com Pacientes instáveis (sintomáticos ou com
alterações de sinais vitais o tratamento envolve 4 etapas que estarão alteração de sinais vitais): encaminhar a
detalhadas ao longo deste protocolo: Estabilização, Descontaminação, SALA DE EMERGÊNCIA
Antídoto, Eliminação
Realizar anamnese completa identificando qual a substancia tóxica, Se inconsciente, seguir fluxograma de
quantidade ingerida, tempo de exposição, solicitar frasco / embalagem. atendimento conforme recomendado
pelo Pediatric Advanced Life Suport
Quando exposição incerta, perguntar sobre medicações que tem em casa (PALS), com avaliação de responsividade,
pulso e respiração. Se necessário, iniciar
ou possíveis exposições que possa ter ocorrido.
ATENÇÃO: CASO TENTATIVA DE AUTO-AGRESSÃO, REALIZAR medidas de ressuscitação
cardiopulmonar na ausência de pulso
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E SEGUIR PROTOCOLO ESPECÍFICO
central palpável
TABELA 1: PRINCIPAIS TOXÍNDROMES
5. TRATAMENTO
ESTABILIZAÇÃO
Sala de Emergência
MONITORIZAÇÃO
FC, FR, PA, Temp., ECG. – CONTATO COM CENTRO DE INTOXICAÇÕES (CCI)
M
OXIGÊNIO
Garantir via aérea – Intubação orotraqueal se necessário, manter saturação entre 94 e 98%
O
ACESSO VENOSO
V
EXAMES
ECG (12 derivações), eletrólitos, função renal, enzimas / função hepática, glicemia, urina 1, hemograma, considerar
E toxicológico e nível sérico do agente tóxico, RX de tórax se suspeita de aspiração
A B C D E
Avaliação
Garantir Via Avaliação Avaliação
Cardiocirculatória Exposição
Aérea Patente Respiratória Neurológica
Intubação se: • Avaliar • Avaliar frequência • Avaliar escala AVDI • Verificar lesões de
Paciente frequência cardíaca, perfusão (A: acordado, V: pele
inconsciente ou respiratória, (normal TEC <3segs), responde estímulos • Temperatura
Glasgow < 8 ausculta sinais pulsos, pressão verbais, D:
Sinais de de desconforto, arterial, ritmo responde a dor, I:
insuficiência saturação cardíaco Inconsciente)
respiratória • Avaliar sinais de • Avaliar Pupila
desidratação (olhos, • Glicemia Capilar
mucosa, pele,
diurese)
• Betabloqueadores
são contra indicados
em paciente com
síndrome
simpatomimética
6. DESCONTAMINAÇÃO
Carvão Ativado:
Administração de carvão ativado pode ser considerada quando usado até uma hora da exposição (1g/kg via oral – max de 100g). Pode
ser misturada em suco, leite ou bebidas açucaradas para facilitar a administração ou até passagem de sonda nasogástrica.
Contra indicações: risco de aspiração, rebaixamento de nível de consciência, presença de obstrução intestinal, necessidade de
endoscopia (ex. ingestão de grande quantidade de substância cáustica), materiais pouco absorvidos pelo carvão (ex. álcool e metais), e
tempo maior que uma hora da ingestão.
ATENÇÃO: A INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL NÃO DEVE SER REALIZADA SE O PROPÓSITO FOR APENAS PROTEGERA A VIA AÉREA PARA
REALIZAR A ADMINISTRAÇÃO DE CARVÃO ATIVADO
Lavagem Gástrica:
Não indicada de rotina, deve ser realizada apenas se indicação específica discutida com o CCI
Irrigação intestinal:
Substâncias laxativas osmóticas como o polietileno glicol (PEG) também não são indicadas de rotina, devendo ser realizado apenas se
indicação específica discutida com o CCI
Intoxicação Transcutânea
Não realizar incisão, não garrotear, não fazer sucção
7. ANTÍDOTOS
Para certas substâncias, há antídotos que podem auxiliar no tratamento. Após anamnese, exame físico e achados laboratoriais
que sugiram alguma toxíndrome, o antídoto pode ser considerado após discussão com CCI. Pode ser necessária administração
de múltiplas doses, a depender da meia-vida de cada um. Na tabela 1 apresentamos alguns antídotos comuns.
9. PLANO DE CUIDADO
Discutir plano de cuidado do paciente com CCI e médico titular. Pode ser necessária internação para monitorização clínica em
UTI ou exames laboratoriais seriados.
Alta médica: apenas quando paciente estável e sem necessidade de seguimento em leito de observação devendo ser discutida
conduta com CCI.
Alocação adequada
Contato com centro de intoxicações
Aferição de GLICEMIA CAPILAR
Realização de ELETROCARDIOGRAMA
Não realização de procedimentos invasivos desnecessários
11. FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
TRIAGEM
Aferir sinais vitais e sintomatologia
Referências
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[5] Approach to the child with occult toxic exposure. (n.d.). Retrieved May 29, 2020, from
https://www.uptodate.com/contents/approach-to-the-child-with-occult-toxic-exposure?search=Poisoning+in+children.
4. TRATAMENTO
❖Tratamento inicial
1ª hora de tratamento:
• SF 10-20mL/kg/hora na primeira hora (ou 20mL/kg em bolus se sinais de choque)
• Glicemia capilar ou sérica, gasometria venosa, sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, cetonúria (ou cetonemia) no
início do tratamento e no final da 1ª hora da hidratação EV
Ajustar infusão da insulina de acordo com velocidade de queda da glicemia que deve ser de 80 – 100 mg/dL em 1 hora
• Se queda < 80 – 100 mg/dL, aumentar insulina 0,05 U/Kg/hora
• Se queda > 80 – 100 mg/dL, reduzir insulina 0,05 U/Kg/hora
Se glicemia capilar entre 250 e 300 mg/dL sem resolução da cetoacidose (pH > 7,3 e/ou bic > 15 mEq/L):
• Introduzir glicose a 5% na reposição volêmica
• ATENÇÃO! Evitar queda rápida da glicemia para minimizar complicações como edema cerebral, risco de necessidade de
IOT.
Atenção: Indicar IOT somente se sinais de falência respiratória. A indicação inadequada pode prejudicar o mecanismo
compensatório da descompensação metabólica.
Complicações: O Edema Cerebral é uma das complicações da CAD, e a monitorização de sinais de piora neurológica deve ser
contínua. Veja tratamento no fluxograma abaixo.
1ª Hora:
1. NaCl 0,9% IV 10-20ml/kg
Reposição Volêmica com potássio e sem glicose (2ª hora) – Ex: Paciente de 10kg
1. NaCl 0,9% 500 ml + KCl 19,1% 8ml - IV contínuo
Velocidade de infusão: 2x o Basal (10 kg – Basal – 1000 ml) calculado em 24 horas – 2x 1000 ml / 24 horas – Correr a
83 ml/h ou 80 ml/h (2x 4ml/kg/h)
Reposição de Insulina a partir da 2ª hora – Ex: Paciente de 10 kg
1. Insulina Regular 50 UI + NaCl 0,9% 500 ml IV contínuo (Dose: 0,1 U/kg/h ou 1 ml/kg/h) – Correr a 10 ml/hora
2. Opção: Insulina Lispro/Aspart SC 0,15U/kg a cada 2h – 1,5 UI SC a cada 2 horas
Reposição Volêmica com potássio e com glicose (à partir de de glicemia < 300mg/dl ):
1. Glicose 5% 1000ml + NaCl 20% 40 ml + KCl 19,1% 10ml - IV contínuo
Velocidade de infusão: 80 ml/hora
ATENÇÃO, no segundo dia, reduzir para 40 ml/hora ( 1 a 1,5 do volume basal)
• Manter soro de manutenção com reposição por 24 a 48 horas: estimar 2 a 2,5x o basal (Holliday-Segar) nas primeiras 24
horas e 1 a 1,5x o basal nas segundas 24 horas (24 a 48 horas) - considerar o volume realizado desde a segunda hora
• Iniciar a dieta para diabético assim que boa aceitação VO
• Iniciar insulina de ação prolongada (basal) após avaliação do especialista
5. INDICADORES DE QUALIDADE
❖Critérios de alta
• Reconhecer a cetoacidose diabética
• Resolução da cetoacidose*
• Administração de solução cristaloide em velocidade mais lenta para
impedir edema cerebral • Ajuste dos níveis glicêmicos (dieta e
• Iniciar insulina EV contínua ou SC 1 hora após a solução cristaloide insulina)
• Monitorizar o potássio sérico e a sua reposição durante o • Treinamento adequado da família para
tratamento administração da medicação em
ambiente domiciliar
6. FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO DA CETOACIDOSE DIABÉTICA
Potássio:
Se K < 2,5: Iniciar a
reposição antes de
prescrever insulina 2ª hora:
Se K > 6,5: aguardar • Solução salina 2x Basal + Potássio 20 a 40 mEq/L em 24h
documentação de • Dose máxima de potássio: 0,5 mEq/Kg/hora
diurese e realizar • Insulina regular EV contínua: 0,1 U/Kg/hora ou
ECG • Insulina ultrarrápida 0,15 U/kg SC a cada 2 horas
[1] Pediatr Diabetes. 2018 Oct; 19 Suppl 27:155-177; [2] N Engl J Med. 2018 Jun 14;378(24):2336-233; [3] N Engl J Med. 2018 Jun
14;378(24):2275-2287