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Introdução

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Sumário

Introdução........................................................................................................................2
Desenvolvimento..............................................................................................................3
O modelo de economia centralmente planejada (1975-1988)..................................4
A Nacionalização De Empresas Privadas E A Criação De Grandes Empresas
Públicas.........................................................................................................................5
Transição para A Economia De Mercado (1989 – 2002)..........................................6
Introdução Às Reformas Económicas De Angola.....................................................7
Petróleo e recursos naturais........................................................................................7
Conclusão.........................................................................................................................9
Referencias bibliográficas.............................................................................................10
Introdução

Angola, País independente desde 1975, tem passado por profundas


transformações na economia do ponto de vista da condução da política econômica,
sejam essas de caráter ortodoxo ou heterodoxo.
Justifica-se esse trabalho pela importância de se entender os desdobramentos e
resultados alcançados pelas diversas medidas econômicas adotadas durante os 35 anos
de independência. Esse trabalho tem como objetivo analisar, numa perspetiva diacrônica
e sincrônica, o produto das políticas econômicas implementadas nesse período com
ênfase na política fiscal.
Para tanto, usando da pesquisa bibliográfica e documental foram feitas pesquisas
in loco nas principais entidades responsáveis pela política econômica, tendo sido
consultadas fontes primárias como relatórios anuais, boletins estatísticos, Programas de
Governo, além de outras fontes secundárias como livros, artigos e outros documentos.
O Direito Econômico em Angola desempenha um papel fundamental na
estruturação, regulação e desenvolvimento da economia do país. Aqui estão alguns
aspetos importantes:
Legislação e Regulamentação: angola possui um sistema jurídico que abrange
diversas áreas do Direito Econômico, incluindo leis que regulam contratos, propriedade,
investimentos, comércio, concorrência, impostos e finanças. Essas leis fornecem um
quadro jurídico para as atividades econômicas, promovendo um ambiente de negócios
estável e atraente.

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Desenvolvimento

Em 1975, Angola não estava no meio de um período tumultuado de transição


política e social. Este foi um ano crucial para o país, marcado por uma série de eventos
significativos: Independência de Angola:
Em 11 de novembro de 1975, Angola finalmente alcançou a independência de
Portugal, após séculos de domínio colonial. Porém, essa independência também
desencadeou uma intensa luta pelo poder entre diferentes movimentos de libertação que
buscavam governar o país. Guerra

As fases iniciais pós-independência de Angola (1975-1990) foram marcadas por


turbulências políticas, sociais e econômicas significativas: Guerra Civil Prolongada:
logo após a independência, eclodiu uma guerra civil entre o MPLA, que assumiu o
controlo do governo central, a UNITA e a FNLA, que contestavam a liderança.

Esta guerra civil devastadora durou mais de duas décadas, resultando em


enorme perda de vidas, deslocamentos em massa e destruição de infraestrutura. 2.
Influência da Guerra.

Os resultados mostraram que a economia angolana é dividida em 3 períodos,


cada um com suas peculiaridades: o primeiro vai de 1975 a 1988 caracterizado por um
modelo de economia socialista com planejamento central.

O segundo período representado pela economia de mercado e neoliberalismo


que vai de 1989 a 2001, e um último período que demonstra uma maior intervenção
estatal na economia partindo de 2002 até 2010.

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O modelo de economia centralmente planejada (1975-1988)

A República Popular de Angola, logo após a sua Independência em 1975, entrou


numa nova fase econômica de maneira muito conturbada.
No momento imediatamente posterior à Independência, a economia e a estrutura
física de Angola encontravam-se sob condições adversas:
destruição física dos seus bens, falta de mão de obra qualificada e ausência de
capitais para financiamento.
O I Congresso do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), em
dezembro de 1977, definiu que o novo governo, comandado por Agostinho Neto,
deveria seguir o “modelo socialista” e que, a partir de então, o país passaria a ser
orientado pela União Soviética.
Dessa forma seriam nacionalizadas as principais unidades de produção,
transformando-as em empresas estatais. Criando as condições necessárias para o
planejamento centralizado da economia e da sociedade.
Além disso, Angola passou também a contar com a cooperação de outros países
socialistas especificamente aqueles do Leste Europeu, além de Cuba e até do Vietnã.
Estavam então lançadas a base para o modelo de economia centralmente planejada,
contudo, existia uma particularidade no “modelo socialista angolano”: um “enclave
petrolífero capitalista” na província de Cabina, localizada ao norte de Angola.
Embora os dirigentes de Angola tenham assumido que eram um país socialista, a
dependência em relação ao capital estrangeiro e a necessidade de um grande volume de
recursos para financiar a organização inicial do novo país permitiam a convivência com
esse pequeno “enclave”.
Este “enclave do petróleo”, na época da Independência, já assumia um papel
fundamental na geração de finanças para Angola.
A aproximação com a União Soviética, dentro do contexto da guerra fria,
desencadeou uma nova guerra civil interna, dividindo politicamente o país em dois
blocos:
o Movimento Popular de Libertação de Angola(MPLA), apoiado pela União
Sociética, e a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), apoiada
pelos Estados Unidos e o regime do apartheid da África do Sul. Essa guerra se estendeu
até 2002.

Como a nova gestão econômica estava fundamentada na planificação


centralizada, por meio dos planos de desenvolvimento, segundo Menezes (2000, p.
236), “foram criados quatro níveis básicos de planificação econômica:

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o nacional, o setorial, o provincial e o das unidades de produção e de certas
instituições do governo (por exemplo: hospitais, escolas, instituições científicas etc.)”.
Os

A Nacionalização De Empresas Privadas E A Criação De Grandes Empresas


Públicas

em meados de 1977, mais de 85% das empresas tinham sido colocadas sob o
controle direto do Estado angolano, na condição de Unidades Econômicas Estatais
(UEE).

Na época foram estatizadas e ou criadas as grandes empresas estatais, a maioria


ainda vigente em Angola:

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol): criada pela


nacionalização da Angol Sociedade de Lubrificantes e Combustíveis, subsidiária da
Sacor (companhia portuguesa) em 1976, com o objetivo de gerir a exploração de
hidrocarbonetos de Angola. A Sonangol é hoje a principal empresa estatal Angolana e
principal financiadora do país.

Transportes Aéreos de Angola (TAAG): é atualmente a principal companhia


aérea do país, passou a ser assim designada em 1973, substituindo a Divisão dos
Transportes Aéreos de Angola (DTA), existente desde 1938. Em 1975 foram nomeados
os primeiros gestores angolanos.

Transportes Aéreos de Angola (TAAG): é atualmente a principal companhia


aérea do país, passou a ser assim designada em 1973, substituindo a Divisão dos
Transportes Aéreos de Angola (DTA), existente desde 1938. Em 1975 foram nomeados
os primeiros gestores angolanos.

Transportes Aéreos de Angola (TAAG): é atualmente a principal companhia


aérea do país, passou a ser assim designada em 1973, substituindo a Divisão dos
Transportes Aéreos de Angola (DTA), existente desde 1938. Em 1975 foram nomeados
os primeiros gestores angolanos.

Transportes Aéreos de Angola (TAAG): é atualmente a principal companhia


aérea do país, passou a ser assim designada em 1973, substituindo a Divisão dos
Transportes Aéreos de Angola (DTA), existente desde 1938. Em 1975 foram nomeados
os primeiros gestores angolanos.

Empresa Pública de Telecomunicações (Epitel): criada a partir da aquisição


pelo Estado angolano do patrimônio da Companhia Portuguesa Radio Marconi em

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1976. Em 1980 foi criada a Empresa Nacional de Telecomunicações (Enatel) e a
Empresa de Correios de Angola. Em 1992 a Epitel e a Enatel foram fundidas, dando
origem à Angola Telecom.
Transição para A Economia De Mercado (1989 – 2002)

Após1988 a economia de Angola inicia um novo processo de transição. Trata-se


na verdade, de um ajustamento da economia nacional às exigências da conjuntura
internacional inserida num amplo movimento global de liberalização econômica no
mundo, com as recomendações de políticas neoliberais pelo Banco Mundial e o Fundo
Monetário Internacional aos países subdesenvolvidos da América Latina, Ásia e África.

A situação para Angola agravou-se mais ainda com o enfraquecimento e a


deterioração do bloco socialista pós-1990. Segundo Menezes (2000, p. 334), os países
socialistas do Leste Europeu reconheceram.

Os problemas estruturais enfrentados por suas economias, marcadas pelo


crescimento exacerbado de mercados paralelos, pela ineficiência de suas instituições,
pela excessiva burocracia e centralismo, e pela baixa produtividade.

Daí, sem outra solução, o governo angolano aproximou-se inevitavelmente


dos países ocidentais capitalistas onde encontrou o seu refúgio e as diretrizes para a
“inflexão econômica.

O período entre 1989 e 2002 representou a volta da economia de Angola à


“economia de mercado”, rompendo o liame existente com o modelo socialista, e
ajustando-se às novas regras do capitalismo contemporâneo liberal.

Tendo como arma de combate o “Consenso de Washington”, o FMI, por


intermédio dos seus técnicos, rapidamente passou a impor as medidas no Consenso em
Angola.

Os técnicos elaboram os relatórios periódicos e, repassando-os ao governo local,


exigiam reformas. Entretanto, as medidas do “Consenso de Washington” têm um
elevado caráter liberal, e, para sua plena efetivação são necessárias algumas
características básicas a priori.

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Para que Angola seguisse a rigor as reformas propostas pelos técnicos do FMI e
alcançasse algum progresso já no início da execução, o país precisava ter pelo menos
algumas bases econômicas e uma base legal adequada ao sistema capitalista. Não era
esse o caso de Angola.
As empresas acima citadas representam a predominância na economia angolana
das companhias públicas durante a vigência do “modelo socialista.

Introdução Às Reformas Económicas De Angola

Angola implementou diversas reformas económicas ao longo da sua história


pós-independência, especialmente nas últimas décadas. Aqui estão algumas das
principais:

Programas de Estabilização Econômica: Angola passou por diversos programas


de estabilização econômica ao longo de sua história recente, especialmente após o período de
guerra civil que durou até 2002. Alguns dos programas mais significativos incluem:

Programa de Estabilização Macroeconômica (PEM): implementado em


1985, foi uma das primeiras tentativas de estabilização econômica após o conflito civil.
Seu foco estava na estabilização da moeda e no controle da inflação.
Programa de Reestruturação e Ajustamento Económico (PRAE): lançado
em 1989, visava a liberalização da economia, a redução do deficit público e a
diversificação da base econômica do país.
Programa de Estabilização Macroeconômica e de Reformas Estruturais
(PEM-RAR): implementado em 1994, tinha como objetivo principal estabilizar a
economia e promover reformas estruturais em vários setores, incluindo o financeiro, o
fiscal e o social.
Programa de Estabilização Macroeconômica (PEM II): foi lançado em 1999
para continuar os esforços de estabilização econômica, com foco na redução da inflação,
na gestão fiscal e na promoção do crescimento econômico.
Programa de Diversificação da Economia (PRODESI): iniciado em 2018,
busca diversificar a economia angolana, reduzindo a dependência do petróleo e
promovendo o desenvolvimento de outros setores, como agricultura, turismo e indústria.
Estes programas foram implementados com o objetivo de estabilizar a economia
angolana, reduzir a inflação, controlar o déficit público e diversificar a base econômica
do país para torná-la mais resiliente a choques externos, como flutuações nos preços do
petróleo, que historicamente tiveram grande impacto na economia de Angola.

Petróleo e recursos naturais

O petróleo desempenha um papel crucial na economia de Angola, representando


a espinha dorsal das suas finanças e estrutura económica. Aqui estão alguns pontos-
chave sobre o impacto do petróleo na economia do país:

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O petróleo é a principal fonte de receita de Angola, respondendo por grande
parte das exportações e receitas governamentais. As exportações de petróleo são
restritas para o equilíbrio da oscilação comercial do país.
Volta-se a frisar que um dos principais responsáveis para a dinâmica
econômica verificada em Angola nos anos 2000 foi o setor exportador petrolífero. Para
se ter uma noção melhor, foi elaborado gráfico a seguir, que correlaciona as exportações
petrolíferas com o crescimento do PIB.

Gráfico 2: Taxas de crescimento das exportações petrolíferas e PIB ( 2002-


2012)
100

80

60

40

PIB
20 (%)

0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
-20

-40

-60

Figura 5: Correlação entre Crescimento das Exportações Petrolíferas e PIB

Fonte: Elaboração própria com dados de BNA, 2010; CEIC, 2013

Fica claro que há uma forte relação dependente entre a economia angolana e
as receitas petrolíferas. Não existe nenhum problema em ser rico e grande exportador de
petróleo.

O problema seria a economia depender exclusivamente de um setor para


evoluir, daí os esforços do governo em criar políticas de desenvolvimento do setor não
petrolífero.

Contudo, não fossem as receitas petrolíferas, Angola provavelmente não


teria o grau de estabilidade que conseguiu auferir na década de 2000, pois conforme o
gráfico a seguir, as receitas petrolíferas viabilizaram também a execução das políticas

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fiscal e monetária, considerando-se o equilíbrio fiscal e a desinflação verificada ao
longo do período analisado.

Conclusão

Concluiu-se que a política econômica foi mais eficiente no último período


quando o Governo adotou medidas heterodoxas para revitalizar a economia Angolana,
apôs os desempenhos lento e recessivo no primeiro e segundo períodos respetivamente.

A evolução do Direito Econômico em Angola desde 1975 representa um


processo dinâmico, moldado por desafios históricos e transformações estruturais. As
mudanças legislativas refletem a busca por um equilíbrio entre interesses públicos e
privados, estimulando o crescimento econômico e a inclusão social.
A compreensão dessas mudanças é crucial para identificar áreas de melhoria e
orientar políticas futuras para um desenvolvimento econômico mais sustentável em
Angola.

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Referencias bibliográficas

José Armando Morais Guerra, Direito da Economia Angolana, ESCHER, 1994


Ovidio Pahula, A Evolução da Constituição Económica Angolana, Casa das
Ideias; 2010
António Vilar & Associados – Advogados, Guia de Negócios em Angola; Vida
Económica
CEIC, Centro de Estudos e Investigação Científica. Relatório econômico de
angola 2012. Luanda: Texto Editores, 2013. 295. P.

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