Estudo Experimental de Vigas de Concreto Protendido Com Cordoalha Aderente e Não Aderente Idd r01
Estudo Experimental de Vigas de Concreto Protendido Com Cordoalha Aderente e Não Aderente Idd r01
Estudo Experimental de Vigas de Concreto Protendido Com Cordoalha Aderente e Não Aderente Idd r01
Abstract
Prestressed concrete is a way to use the structure made of concrete and steel, diverging from
reinforced concrete due to the insertion of a compressive strength. To achieve this, the steel
wire rope is subjected to traction which causes a deformation. During the elastic phase, the
steel tends to return to its initial state, transferring the forces to the structure, resulting in
compression. Prestressed concrete could be divided into three types: prestressing with initial
adhesion, prestressing with subsequent adhesion and non-adherent prestressing. When
considering the types of prestressing, it may be concluded that these applications interfere in
factors such as shape, cause and timing of crack. It occurs due to the existence, or not, of
active steel adhesion that would bring different types of crack propagation. This study aims to
evaluate the interaction between non-adhesion and adhesion prestressing with the behavior of
beams submitted to a load application. In order to achieve this goal, it was executed a four
point bending test. During the test, it was analyzed the displacement of maximum deflection,
the deformation of passive steel and the appearance of cracks according to the load applied.
The results showed that the adherent system has a higher capacity of resisting to crack than
the non-adherent system, even with equivalent loads resulting from prestressing applied at
both systems. On the other hand, the non-adherent system had a steady and growing behavior
resisting toheavier loads after its cracking, besides the capacity of reducing its resultant
deflection to approximately zero when the load applied is removed.
Keywords: Prestressing System, adherent Prestressing, not Adherent Prestressing
1 Introdução
No Brasil o concreto trata-se do material na construção civil mais utilizado sendo o concreto
armado sua principal aplicação. Com a urbanização e a necessidade de vencer vãos grandes
foram desenvolvidos novos métodos construtivos e novas tecnologias para viabilizar projetos
ousados, proporcionando um menor prazo de execução e custos mais baixos. Dentre as
propostas de solução de engenharia o concreto protendido surgiu como uma tecnologia
inovadora e eficiente.
Segundo BUCHAIM (2007), o ato de protensão se dá pelo fato de se esticar a armadura
contra a própria peça de correto, com o intuito de comprimir a zona tracionada. A protensão
na construção civil atualmente, se dá por cabos de aço (cordoalhas) que são tracionados e
ancorados na estrutura. Este processo faz com que os cabos apliquem esforços normais na
estrutura, que quando bem posicionados combatem com mais eficiência os esforços de tração
da mesma.
Com o intuito de minimizar perda de carga na aplicação da protensão, facilitar a aplicação do
sistema, tornar possível a aplicação de cargas elevadas, agilizar a execução, entre outros fins
foram desenvolvidos diferentes métodos de protensão, com diferentes vantagens construtivas
para atender objetivos específicos. Porém em muitos casos esses métodos aparecem como
solução para mesmo fim, o que gera uma certa dúvida: Qual seria o mais eficiente e viável?
Podemos distinguir a protensão quanto a aderência e sua forma de execução. Existem três
tipos de protensão: Pré-tração com aderência inicial, na qual a aderência entre o aço e o
concreto é dada no lançamento do concreto, após o tracionamento do cabo; Pós-tração com
aderência posterior, onde a protensão e a aderência é dada após a cura parcial ou integral do
peça, com o tracionamento dos cabos e subsequente, a injeção de graute em uma bainha que
envolve os cabos; pós-tração não aderênte, onde não existe aderência entre o cabo e o
concreto, existindo transferência da força normal através das ancoragens. Nesta o
tracionamento do cabo é feito após a cura parcial ou total da estrutura, quando houver
condições de resistência do concreto para resistir a carga de compressão que agirá no
elemento estrutural.
O objetivo do trabalho é caracterizar as diferenças de comportamento entre vigas de concreto
protendido. A comparação se dará para vigas pré-tracionadas (com aderência inicial) e vigas
pós-tracionadas (sem aderência, com o uso de cordoalha engraxada). Os dados, para análise e
comparação, foram obtidos através de ensaios realizados no Laboratório de Engenharia Civil,
do Centro Universitário FEI.
2 Metodologia
2.1 Parâmetro Fixados
A princípio, foi executada uma viga de concreto armado, devidamente instrumentada, em
caráter experimental. Esta teve a finalidade de validar as ideias e procedimentos, como o de
instrumentação dos strain gages, exemplificado no item 2.2., posicionamento do relógio
comparador, o uso da aquisição de dados do leitor, a aplicação da carga, evitando possíveis
erros de procedimento na execução das vigas de estudo. Além de validar de forma
comparativa se a protensão se fez eficiente nas demais vigas. Após esta fase de validação de
procedimentos, executaram-se mais quatro vigas, sendo elas:
Duas vigas pré-tracionadas com cordoalha aderentes;
Duas vigas pós-tracionadas com cordoalha não aderentes.
Com a limitação da quantidade de vigas a serem confeccionadas, subdividiu-se a execução em
duas partes. Foi concretado um par de vigas, para a primeira etapa de ensaios e outro par de
vigas para a segunda etapa. Sendo cada etapa composta por uma viga pré-tracionada e uma
pós-tracionada.
Para possibilitar a comparação entre os métodos optou-se pela fixação de alguns parâmetros e
estes são:
Dimensão das vigas: 210x28x10 (cm)
Armadura passiva: 4 barras de 6.3mm para a armadura CA-50 e 10 estribos de 5 mm CA-60 a
cada 20 cm.
Bitola da armadura ativa: 12,7 mm
Cobrimento da armadura passiva: 2 cm
Cobrimento da armadura ativa: 4 cm
Carga final de protensão: 67 KN
Concreto: Resistencia a compressão 35 Mpa e slump teste de 170 mm (+/-20). A dosagem do
mesmo consta na Tabela 01:
2.3 Concreto
O concreto teve o agregado de diâmetro máximo estipulado como brita 0 (12,5mm). Além de
um slump capaz de executar uma fácil concretagem por meio de vibração, sem acarretar
segregação entre as fases do concreto. Foi definido um slump teste de 170 mm (+/-20). Pode-
se visualizar na figura 02 os materiais e equipamentos utilizados para a concretagem.
3 Resultados
3.1 Cargas e flechas das vigas pré-tracionadas
Os resultados de deslocamento da flecha por carga aplicada encontrados por meio da
aparelhagem para as vigas pré-tracionadas podem sem visualizados na figura 07.
1200 kgf 1400 kgf 1600 kgf 1800 kgf 2000 kgf
2200 kgf 2600 kgf 2800 kgf
Viga pós-tracionada
2800 kgf 3000 kgf 3400 kgf 3800 kgf 4000 kgf
4200 kgf 4400 kgf 4600 kgf 5000 kgf 5600 kgf
6000 kgf 6200 kgf 6400 kgf 7000 kgf
Viga pré-tracionada
Vigas pós-tracionadas
Na amostra 1 as fissuras ocorreram de forma simétrica. As primeiras trincas aconteceram
próximo ao centro da viga, na carga de 32 KN, com angulação aproximada a 90°, sendo as
mesmas as mais relevantes. A carga final analisada foi de 80 KN e ocorreram 8 fissuras. Na
carga de 58 KN ocorreu uma abertura com angulação aproximada a 45° entre o apoio e o
centro da viga.
Na amostra 2 as fissuras também ocorreram de forma simétrica. As primeiras trincas
aconteceram também próximo ao centro da viga na carga de 28 KN, com angulação próxima
a 90°, sendo as mesmas as mais relevantes. A carga final analisada foi de 80 KN e ocorreram
8 fissuras. Pode-se visualizar esse comportamento na figura 9.
Após a remoção da carga de ensaio de ambas as amostras as trincas tenderam a se fechar.
Para a amostra 2, ao chegar na carga de 80 KN o concreto apresentou uma ruptura por
esmagamento, como ilustrado na figura 10, com isto o ensaio foi interrompido.
O quarto ponto surgiu da análise da deformação da armadura passiva através da utilização dos
strain gage. A partir da carga de 21 KN, a viga pós-tracionada teve uma relação carga por
deformação mais elevada que a viga pré-tracionada, desempenhando deslocamentos maiores
que a amostra pré-tracionada quando considerado o mesmo carregamento a partir da carga
citada. Este fato pode ser notado na figura 12
5 Conclusão
Segundo TAKEYA (2001) quando se tem uma quantidade pequena de amostras tomadas
como parâmetro os resultados podem ser avaliados através do “bom senso”, ou seja, em
função das condições que os ensaios foram realizados, pois não há dados suficientes para
realizar uma análise estatística. Com isto, conclui-se que os sistemas e modos de protensão
influem de formas distintas no comportamento das estruturas. O grau de atrito entre os cabos
e o concreto e a existência ou não de ancoragens junto a extremidade do cabo são fatores que
influenciam muito no comportamento mecânico de estruturas quando expostas a
carregamentos.
As comparações entre os sistemas protendidos expuseram que a pré-tração apresentou carga
superior e deformações inferiores antes do inicio da fissuração, quando comparado ao método
de pós-tração. Esta afirmativa é compreendida pelo fato de a aderência atuar de forma a
agregar consideravelmente o seu desempenho.
Embora a pós-tração tenha menor capacidade de resistir às fissuras iniciais, conta com a
existência da bainha a graxa revestindo a cordoalha, tendo assim a capacidade de reduzir a sua
flecha resultante a praticamente zero quando o carregamento é removido devido a força de
protensão está concentrada nas ancoragens e o baixo atrito entre bainha e cordoalha.
Visto que o trabalho se fundamentou em um número reduzido de amostras indica-se que
ensaios com número superior de amostras sejam executados. A finalidade dos ensaios seria a
validação dos resultados obtidos e aprimoramento da metodologia de ensaio, fazendo assim
com que as analises sejam ainda mais confiáveis.
Como sugestão de estudos futuros, sugerem-se temas como ensaio com diferentes
posicionamentos de cordoalhas (parabólico e retilíneo) para avaliar também a contribuição da
protensão para o cisalhamento e utilização de estação total para mapeamento de flecha em
ensaio de flexão com 4 pontos.
5.1 Referências
BUCHAIM, Roberto. Concreto protendido: Tração Axial, Flexão Simples e Força Cortante.
Editora da Universidade Estadual de Londrina, 2007.
LEONHARDT, Fritz. Bridges: aesthetics and design. London, The Architectural Press, 1982.
PFEIL, W.. Concreto Protendido, Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro, 1988.