Incidencia e Fatores de Risco Do Linfedema Apos Tratamento N
Incidencia e Fatores de Risco Do Linfedema Apos Tratamento N
Incidencia e Fatores de Risco Do Linfedema Apos Tratamento N
Anke Bergmann
Rio de Janeiro
2005
MINISTÉRIO DA SAÚDE
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
Anke Bergmann
Rio de Janeiro
2005
i
DEDICATÓRIA
Agradecimentos especiais:
A minha querida amiga, Dra Maria Justina Padula Ribeiro, que ao assumir parte de
minhas funções junto ao Serviço de Fisioterapia do HCIII, demonstrou, não somente sua
capacidade profissional, mas acima de tudo, sua imensa amizade, carinho e dedicação.
As bolsistas acadêmicas Aline Viana Maia e Renata Marchon, pela ajuda na coleta de
dados e organização da pesquisa.
A Profa Gina Torres Rego Monteiro e Profo Sergio Koifman, pela ajuda na elaboração
do projeto, e pela disponibilidade, sempre presente.
A minha amiga Dra Juliane Roseli Magno, pelo apoio, compreensão e dedicação
durante a execução deste trabalho e pela ajuda na coleta de dados.
iii
A Dra Erica Nogueira, Dra Ana Cristina Gonçalo Oliveira, Dra Flavia Viana, Dra
Isabela Verduc, Dra Denise Roças Lopes de Souza e Dr Thiago Bezerra pela ajuda na
avaliação dos pacientes e coleta de dados dos prontuários.
A Penha Cristina Motta de Mello e Zuleika Cabral da Vitória de Sousa pela ajuda no
gerenciamento de todas as fases desta pesquisa, pelos incansáveis agendamentos e contatos
com os pacientes, mas, principalmente, por terem feito tudo com tanto carinho.
A querida Nairzete Firmino da Silva, que com sua presença discreta, porém
contagiante, torna nosso ambiente de trabalho tão acolhedor.
A Sr. José Carlos, funcionário do Centro de Estudos Mara Carrasco-HCIII, pela ajuda
na busca de periódicos.
A Dra Vera Suevo, pelos “ensinamentos oncológicos”, pelo carinho e pela confiança
em mim depositada.
iv
A psicoterapeuta Cecília Fiorotti, que devido a sua imensa capacidade profissional,
aliada à dedicação e carinho a mim dispensada, me ajudou na elaboração deste trabalho.
A uma pessoa muito especial, Sandra Maria Viana Cruz Santos, pelo incentivo, apoio
e opiniões, e a quem eu devo grande parte de minha inquietação profissional, sentimento
esse que me faz ir a luta por melhores resultados.
Aos pacientes que contribuíram para a realização desta pesquisa, pelo fornecimento
dos dados necessários, pelo carinho e pela dedicação durante todas as etapas do tratamento.
v
RESUMO
Introdução: O avanço das técnicas cirúrgicas no tratamento do câncer de mama, aliado aos
recursos atualmente disponíveis, como quimioterapia, radioterapia e hormonoterapia,
prolongaram a sobrevida dos pacientes. Segundo dados dos registros hospitalares de câncer
do INCA, entre 2000 e 2001, 50% dos casos de câncer de mama foram diagnosticados nos
estádios III e IV. Quanto mais tardio for o diagnóstico, maiores serão as seqüelas do
tratamento, sendo o linfedema, uma das principais, constituindo-se em foco de atenção
primordial do sistema de saúde pública. Objetivo geral: Determinar a incidência e os
fatores associados ao linfedema em uma coorte de mulheres submetidas a tratamento
cirúrgico para câncer de mama. Metodologia: Estudo de coorte prospectivo das mulheres
tratadas cirurgicamente para câncer de mama no período de agosto/2001 a novembro/2002.
O seguimento preconizou uma reavaliação no primeiro dia após a cirurgia e nas consultas
ambulatoriais de seguimento, agendadas para 30 dias, 6 meses, 12 meses, 18 meses e 24
meses. Todas as avaliações foram padronizadas, sendo utilizados instrumentos
especificamente elaborados e testados para tal fim. O critério para diagnóstico de linfedema
foi baseado na proposta de Casley-Smith que adota a perimetria dos membros superiores.
Resultados: Foram estudadas 1004 mulheres com idade média de 56 anos e tempo médio
de seguimento de 19 meses. A incidência acumulada de linfedema no período de 24 meses
foi de 17,5%. As variáveis que foram estatisticamente associadas ao linfedema, na análise
multivariada de Cox, foram: radioterapia em cadeias de drenagem (HR=3,10 IC 1,99-4,85),
edema precoce (HR=2,86 IC 1,51-5,43), sobrepeso ou obesidade (HR=1,89 IC 1,19-3,01),
seroma (HR=1,75 IC 1,11-2,76), número de ciclos de quimioterapia administrados no
membro superior homolateral ao câncer de mama (HR=1,19 IC 1,08-1,32) e idade
(HR=1,02 IC 1,01-1,04). Conclusão: A incidência de linfedema após 2 anos de seguimento
foi elevada e a radioterapia realizada em cadeias de drenagem foi o mais forte preditor do
risco. As mulheres obesas devem ser incentivadas a reduzir o peso corporal e a aplicação de
quimioterapia deve ser evitada no membro homolateral ao câncer de mama. Protocolos de
reabilitação pós-operatória devem ser instituídos, com base no modelo preditor do risco de
desenvolvimento do linfedema, visando uma melhor qualidade de vida para as mulheres
tratadas com câncer de mama.
Introduction: Breast cancer is an important problem in public health due to the high
incidence and mortality. According to data gathered from cancer patients’ hospital charts at
the INCA (National Cancer Institute) between 2000 and 2001, 50% of breast cancer cases
were diagnosed at stages III and IV. The later the diagnosis, the greater the possible
treatment sequelae, among which lymphedema is the main one, constituting a primary
focus of concern in the public health system. Main purpose: Determining the incidence and
the factors associated with the development of lymphedema in a cohort of women subjected
to axillary lymphadenectomy for breast cancer. Method: Prospective cohort study of
women surgically treated for breast cancer from August 2001 to November 2002. The
follow-up prescribed a re-evaluation on the first day after surgery and at the follow-up
outpatient appointments scheduled for 30 days, 6 months, 12 months, 18 months, and 24
months. All evaluations were standardized, with the use of instruments specifically created
and tested for this purpose. The criterion for lymphedema diagnosis was based on Casley-
Smith’s proposal: measurement of upper limb circumference. Results: One thousand and
four women were studied, averaging 56 years of age and with an average follow-up period
of 19 months. The overall incidence of lymphedema in the 24-month period was 17.5%. On
the basis of Cox multivariate analysis, the variables statistically associated with
lymphedema were: axillary radiotherapy (Harzard Ratio HR=3,10 IC 1,99-4,85), early
edema (HR=2,86 IC 1,51-5,43), overweight or obesity (HR=1,89 IC 1,19-3,01), seroma
(HR=1,75 IC 1,11-2,76), number of chemotherapy cycles administered to the upper limb
homolateral to the breast cancer (HR=1,19 IC 1,08-1,32) and age (HR=1,02 IC 1,01-1,04).
Conclusion: The incidence of lymphedema after two-years of follow-up was high, and
axillary radiotherapy was the variable wich more explained the development of
lymphedema. Obese women should be encouraged to reduce weight, and the upper limb
homolateral to the breast cancer should be avoided when administering chemotherapy.
Protocols for post-surgical rehabilitation must be established, aiming at a better quality of
life for women treated for breast cancer.
DEDICATÓRIA ............................................................................................................i
AGRADECIMENTOS .................................................................................................ii
RESUMO ......................................................................................................................v
ABSTRACT ................................................................................................................vi
SUMÁRIO ..................................................................................................................vii
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................viii
LISTA DE QUADROS ...............................................................................................ix
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................xii
I. INTRODUÇÃO........................................................................................1
II. ESTADO DA ARTE ...............................................................................4
III. JUSTIFICATIVA .................................................................................23
IV. OBJETIVOS ..........................................................................................24
V. METODOLOGIA .................................................................................25
VI. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ..............................................................34
VII. RESULTADOS .....................................................................................35
VIII. DISCUSSÃO ..........................................................................................61
IX. CONCLUSÃO .......................................................................................81
X. RECOMENDAÇÃO .............................................................................82
ANEXOS ....................................................................................................................90
1. Ficha de Avaliação Fisioterapêutica – HCIII/INCA .....................................91
2. Instrumento para coleta de dados ..................................................................94
3. Consentimento Informado ..........................................................................107
4. Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa – INCA .........................................109
5. Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa – ENSP/FIOCRUZ .......................110
viii
LISTA DE TABELAS
C Circunferência
CC Cirurgia conservadora
cm Centímetro
cont Contínuo
FO Ferida operatória
h Distância
HC Hospital do Câncer
HR Harzart Ratio
IC Intervalo de confiança
kg Kilograma
LA Linfadenectomia axilar
LFN Linfonodo
ml mililitros
xiii
MR Mastectomia radical
MS Membro superior
ns Não significativo
OR Odds ratio
PO Pós-operatório
QT Quimioterapia
RR Risco relativo
RXT Radioterapia
T Tumor
TC Tomografia computadorizada
TMX Tamoxifeno
V Volume
1
I. INTRODUÇÃO
4,6,16-19,30-43
No período, foram publicados vários estudos seccionais (quadro 1) .
34
Petrek et al. realizaram um estudo seccional com 263 mulheres submetidas a
mastectomia entre os anos de 1976 a 1978. A prevalência de linfedema, considerando a
auto-perimetria (circunferência do braço medida pela paciente) < 1,27 cm associada ao
relato subjetivo de edema, ou > 1,27 independente do relato, foi de 49%. Os fatores
estatisticamente associados a sua ocorrência foram o relato de infecção no braço (p=0,001)
e ganho de peso após o diagnóstico (p=0,02). O tipo de cirurgia não apresentou associação
com o linfedema e o efeito da radioterapia não pode ser avaliado, devido ao pequeno
número de indivíduos do estudo submetidos a esse procedimento.
33
Freitas et al. , ao estudarem 109 mulheres submetidas a mastectomia radical
modificada unilateral, encontraram associação estatística significativa entre linfedema e
idade maior que 45 anos (p=0,03) e peso maior que 50 kg (p=0,03). Os autores não
observaram associação estatisticamente significativa entre tipo de mastectomia (Madden
ou Patey) e o linfedema. Neste estudo, não houve controle das possíveis variáveis de
confundimento.
42
Ozaslan e Kuru estudaram 240 mulheres com 18 a 43 meses de pós-operatório,
encontrando na análise multivariada, uma chance 5,55 vezes maior de linfedema nas
mulheres com IMC > 25 (IC 2,28-13,51) e 2,75 vezes maior nas submetidas à radioterapia
31
em cadeias de drenagem (IC 1,48-5,00). Johansen et al. relataram risco maior de
linfedema nas mulheres submetidas à radioterapia axilar (RR=4,5 IC 1,80-11,20), nas
pacientes idosas (p=0,03) e segundo o número de linfonodos retirados (p=0,02). Armer et
40
al. analisaram 100 mulheres submetidas a quatro diferentes abordagens axilares:
linfadenectomia axilar; biópsia do linfonodo sentinela; linfadenectomia axilar e biópsia do
linfonodo sentinela; sem abordagem cirúrgica axilar. O tempo médio transcorrido após a
cirurgia foi de 28 meses, não encontrando diferença estatisticamente significativa na
prevalência de linfedema, segundo o tratamento axilar realizado, o peso corporal e a
radioterapia adjuvante.
43
Veen et al. realizaram um estudo seccional com 245 mulheres submetidas à
linfadenectomia axilar nível III, considerando como linfedema uma diferença de 2,5 cm
entre os membros, obtida através da perimetria. Não foi informado o período de tempo
transcorrido entre a cirurgia e a avaliação física. A prevalência de linfedema reportada foi
6
de 24%, tendo como fatores associados ao seu desenvolvimento, na análise bivariada, a
radioterapia axilar (OR=2,53 IC 1,38-4,64), a positividade dos linfonodos (OR=2,60 IC
1,43-4,75), a dominância do membro afetado (OR=1,97 IC 1,09-3,55), a história de trauma
no braço (7,23 IC 1,45-20,58), o sobrepeso (OR=2,45 IC 1,34-4,47) e a menopausa
(OR=3,15 IC 1,07-9,28).
Nos estudos seccionais que utilizaram como ponto de corte uma diferença > 3,0
4,35,36,41
cm, a prevalência variou entre 12,4 e 38,3% .
36 35
Meric et al. e Almeida et al. estudaram pacientes encaminhadas para tratamento
do linfedema ou com queixas subjetivas de edema, que, possivelmente, não constituem
amostras representativas da população submetida a tratamento do câncer de mama, e sua
avaliação foi efetuada em um período de tempo inferior a 6 meses após a cirurgia.
35
Almeida et al. não avaliaram fatores de risco de linfedema em sua população de estudo.
36
Meric et al. encontraram associação do linfedema com relato de infecção no membro
superior (p=0,002), cirurgia conservadora com linfadenectomia axilar (p=0,05) e peso
corporal (p=0,01).
41
Deo et al. estudaram 299 mulheres com linfadenectomia axilar até o nível II, com
média de 2,5 anos de término de tratamento loco-regional (cirurgia e/ou radioterapia) e
observou, na análise multivariada, associação do linfedema com a radioterapia axilar
(p=0,0001) e com presença de comorbidades (p=0,0117).
16
Kuehn et al. incluíram 396 pacientes com câncer de mama invasivo submetidas à
linfadenectomia axilar, com tempo médio de 34 meses entre a cirurgia e a avaliação do
edema. Os autores utilizaram um ponto de corte de 10% para a diferença entre os membros
afetado e contra-lateral, relatando prevalência de linfedema de 22,7%. Nenhuma variável
estudada apresentou associação estatisticamente significativa com o linfedema.
7
30
Hojris et al. avaliaram 84 mulheres submetidas a mastectomia radical modificada
com linfadenectomia axilar dos níveis I e II, em média há nove anos, classificando o
linfedema como uma diferença > 200 ml entre os membros. No grupo tratado com
radioterapia adjuvante a prevalência de linfedema foi de 14% e naquele sem esse
tratamento, foi de 3% (OR=6,5 IC 0,75-57,0). As variáveis consideradas como fatores de
risco para o linfedema, na regressão logística, foram o número de linfonodos retirados (0-
3, 4-6, 7-9, >9) (OR=4,5 IC 1,2-16,0) e a idade, como variável contínua (OR=1,1 IC 1,0-
4
1,2). Bergmann et al. encontraram prevalências de linfedema de 20,8% 15,7% e 11,9%,
empregando pontos de corte, respectivamente, de 200 ml, 300 ml e 400 ml.
17 6
Edwards e Beaulac et al. utilizaram a submersão do membro em um recipiente
17
com água, para obter o volume de água deslocada (volumetria). Edwards estudou 201
mulheres, com tempo médio após a cirurgia de 37 meses. Para o diagnóstico de linfedema
foi considerada uma diferença de 10% entre os membros, sendo observada uma
prevalência de 11%. As variáveis associadas ao linfedema neste estudo foram o IMC
(p=0,04), o tipo de cirurgia (p=0,05), a cirurgia axilar (p=0,002), o tamanho (p=0,03) e o
grau (p=0,04) do tumor. A radioterapia não se mostrou associada ao linfedema, talvez pelo
pequeno tamanho amostral. Na análise, o autor incluiu pacientes com e sem abordagem
6
cirúrgica axilar, o que poderia ter subestimado a ocorrência de linfedema. Beaulac et al.
estudaram 151 pacientes submetidas à cirurgia conservadora e à radioterapia, ou a
mastectomia sem radioterapia, com média de 4,8 anos transcorridos após a cirurgia. A
prevalência de linfedema foi de 27,8%, considerando um volume de 200 cm3. Na análise
multivariada, foram observadas associações estatisticamente significativas entre linfedema
e IMC (p<0,001), amplitude incompleta de movimento do ombro (p=0,001), história de
trauma no braço (p=0,01), total de volume axilar retirado (p=0,003), número de linfonodos
retirados (p=0,04) e outras raças que não a branca (p=0,04).
Quadro 1 – Principais características dos estudos seccionais selecionados para revisão sistemática da literatura, 2000-2005.
Autor, ano População n Tempo médio Diagnóstico do Prev /Incid Variável estudada Resultados Observações
Local estudada transcorrido linfedema
Edwards17, 2000 Câncer de 201 37 meses Volumetria > 10 % 11% IMC na avaliação r=0,15 p=0,04 Sem controle das variáveis de
Austrália mama Subjetivo 23,4% Tipo de cirurgia 2= 11,06 p=0,05 confundimento;
unilateral Cirurgia axilar U=2515,5 p=0,002 Amostra pequena submetida a RXT axilar
Tamanho do tumor r=0,17 p=0,03 por isso pode não ter encontrado associação;
Grau do tumor 2= 6,51 p=0,04 Subestimação da prevalência, pois incluiu
Relato de infecção U=1381 p=0,08 pacientes sem LA na análise;
Idade p=ns Comparou subjetivo com objetivo, mas todas
Peso p=ns as análises foram com linfedema objetivo.
Altura p=ns
Dominância p=ns
Lado da cirurgia p=ns
RXT p=ns
QT p=ns
Sintomas subjetivos atuais p=ns
HMT p=ns
Data do relato de inchaço p=ns
Tempo de inicio do edema p=ns
Kuehn16, 2000 Câncer 396 34 meses Subjetivo 21,5 % Tipo de cirurgia p=ns Não avaliou o efeito da RXT;
Alemanha invasivo (6-96 meses) Vol indireto (10%) 22,7% Nº LFN retirados p=ns Não apresentou as medidas de associação ou
com CC ou Nº LFN positivos p=ns a diferença entre médias das variáveis
MRM e LA Nível da LA p=ns estudadas;
Idade p=ns
Tempo transcorrido de PO p=ns
Quimioterapia p=ns
Hojris30, 2000 MRM com 84 9 anos Vol indireto 14% (RXT) Nº LFN retirados OR=4,5 IC 1,2-16,0 Pacientes selecionadas previamente para
Dinamarca LA NI e II (6-13) (> 200 ml) 3% (sem RXT) Idade (cont.) OR=1,1 IC 1,0-1,2 estudo randomizado de QT adjuvante com ou
RXT OR= 6,5 IC 0,75-57,0 sem RXT;
QT OR=0,11 IC 0,02-0,63 Regressão logística
HMT OR=10,0 IC 1,2-89,0 A QT, HMT e nº LFN positivos não foram
Nº LFN positivos OR=1,4 IC 1,0-1,9 estatisticamente significativos após controle
Tamanho do tumor OR=0,99 IC 0,93-1,1 das variáveis de confundimento;
Obesidade OR=1,4 IC 0,10-2,70 Amostra pequena
Tabagismo OR=0,48 IC 0,09-2,7
Johansen31, 2000 CC e LA NI 266 6,6 anos Perimetria (> 2,0 cm) 11% No LFN retirados (cont) P=0,02 Não apresentou o efeito das demais variáveis
Dinamarca e II; sem dç (3,5 – 10,5) RXT axilar RR=4,5 IC 1,80-11,2 estudadas, em relação ao linfedema.
ativa Idade avançada P=0,03
No de LFN positivos p=ns
CC=Cirurgia conservadora; MRM=Mastectomia radical modificada; MR=Mastectomia radical; LA=Linfadenectomia axilar; BLS=Biópsia do linfonodo sentinela; N=Nível axilar de Berg; QT=Quimioterapia;
HMT=Hormônioterapia; RXT=Radioterapia; IMC=Índice de massa corporal; LFN=Linfonodos; PO=pós-operatório; MS=Membro superior; HAS=Hipertensão arterial sistêmica; AIM=Amplitude incompleta
de movimento; FO=Ferida operatória; FSC=Fossa supra-clavicular; TC=Tomografia computadorizada; ns=não significativo; Cont=Contínuo; dç=doença; Vol=volume.
10
Quadro 1 – Principais características dos estudos seccionais selecionados para revisão sistemática da literatura, 2000-2005 (continuação).
Autor, ano População n Tempo médio Diagnóstico do Prev /Incid Variável estudada Resultados Observações
Local estudada transcorrido linfedema
Petrek34, 2001 MRM e MR 263 20 anos Auto-perimetria < 1,27 49 % Infecção no MS p=0,001 Não foi possível verificar o efeito da RXT,
EUA cm associado a edema Ganho de peso p=0,02 devido à pequena amostra;
subjetivo ou perimetria Atividade física p=ns Estudo de pacientes com longo período de
> 1,27 cm do MS Atividade de lazer p=ns seguimento;
Atividade laboral p=ns Cuidado na coleta de informações
Idade p=ns relacionadas com as atividades físicas;
Nível de escolaridade p=ns Análises separadas para aquelas com LA
Tipo de mastectomia p=ns contralateral posterior, evidenciando os
Nº LFN retirados p=ns mesmos resultados;
Volume da drenagem PO p=ns Foi realizado estudo piloto da auto-perimetria
Duração da drenagem PO p=ns dos MMSS.
LA contra-lateral p=ns
Freitas33, 2001 MRM 109 Sem Perimetria (> 2,0 cm) 14% Idade > 45 anos p<0,03 IMC não calculado, sendo considerado o
Brasil unilateral informação Peso > 50 kg p<0,03 peso absoluto das pacientes;
Tipo de MRM p<0,43 Não controlou o efeito de outras variáveis já
aceitas de risco para o linfedema;
Não foi relatado o tempo transcorrido entre a
cirurgia a e aferição do edema, o que pode
estar incluído pacientes com edema precoce.
Ververs32, 2001 LA 400 3 meses a 5 Perimetria (>2,0 cm) 17% ___ ___ Objetivo do estudo não foi avaliar fatores de
Holanda anos Subjetivo 9% risco para o linfedema, e sim qualidade de
vida.
36
Meric , 2002 CC com LA 294 1 a 120 meses Perimetria < 3 cm no 13,6% Infecção no MS p=0,002 Estudadas apenas as pacientes referendadas
EUA N II + RXT antebraço, ou > 3 cm Cirurgia cons + LA p=0,05 para tratamento de linfedema, ou com
no braço Peso corporal p=0,01 queixas subjetivas de linfedema o que pode
RXT axilar p=0,07 ter superestimado a prevalência de
Nº de LFN retirados p=ns linfedema;
Nº de LFN positivos p=ns Estudou pacientes com seguimento PO de 1
Idade p=ns mês, incluindo edema precoce e linfedema
Tamanho do tumor p=ns crônico, minimizando o efeito da RXT;
QT adjuvante p=ns Não calculou o IMC, considerando apenas o
peso absoluto das mulheres estudadas.
Almeida 35, 2002 Câncer de 99 3 a 170 meses Perimetria (> 3,0 cm) 38,3 % ___ ___ Estudo descritivo com pequena amostra;
Brasil mama Mulheres que estavam em acompanhamento
em núcleo especializado de atenção a mulher
o que pode superestimar os achados, uma vez
que as mulheres sem queixas, normalmente
não são encaminhadas para reabilitação;
CC=Cirurgia conservadora; MRM=Mastectomia radical modificada; MR=Mastectomia radical; LA=Linfadenectomia axilar; BLS=Biópsia do linfonodo sentinela; N=Nível axilar de Berg; QT=Quimioterapia;
HMT=Hormônioterapia; RXT=Radioterapia; IMC=Índice de massa corporal; LFN=Linfonodos; PO=pós-operatório; MS=Membro superior; HAS=Hipertensão arterial sistêmica; AIM=Amplitude incompleta
de movimento; FO=Ferida operatória; FSC=Fossa supra-clavicular; TC=Tomografia computadorizada; ns=não significativo; Cont=Contínuo; dç=doença; Vol=volume.
11
Quadro 1 – Principais características dos estudos seccionais selecionados para revisão sistemática da literatura, 2000-2005 (continuação).
Autor, ano População n Tempo médio Diagnóstico do Prev /Incid Variável estudada Resultados Observações
Local estudada transcorrido linfedema
Beaulac 6, 2002 CC com 151 4,8 anos Vol. direto (200 cm3) 27,8% IMC p<0,001 Excluiu as pacientes com mastectomia e
EUA RXT e (+- 0,2 anos) AIM p=0,001 RXT, o que pode ter interferido na análise da
MRM sem Trauma MS p=0,01 associação de linfedema com a RXT;
RXT Volume axilar retirado p=0,003 Houve controle das variáveis de
Nº de LFN retirados p=0,04 confundimento;
Raça não branca p=0,04 Avaliou o impacto do linfedema na qualidade
Tipo de cirurgia mamária, p=0,93 de vida
Idade p=0,46
Menopausa p=0,78
Estadiamento p=0,20
Reconstrução mamaria p=0,14
QT p=0,94
RXT + cirurgia cons. p=0,93
Rampaul 37, 2003 Câncer de 677 Não Subjetivo 6,2% ___ ___ Dados estatísticos insuficientes;
Inglaterra mama informado
invasivo
sem dç ativa
Deustch 38, 2003 CC com ou 265 61 meses Exame clínico 7,2% Aumento peso corporal p=0,0016 Incluiu paciente com edema transitório (3
EUA sem LA + (3-249 meses) Dissecçao axilar p=0,04 meses de PO);
RXT adj TMX sem QT p=0,038 A HAS, RXT tangencial e beam energy
HAS p=0,003 foram significativas na bivariada, não
RXT tangencial p=0,000 entrando no modelo final.
Beam energy p=0,002
Tempo transcorrido de PO p=0,10
Idade p=0,77
Raça p=0,10
QT p=0,61
QT + HMT p=0,26
Diabetes p=0,30
Schijven 18, 2003 Câncer de 393 2 anos Subjetivo 4,3% total Cirurgia axilar (BLSxLA) p = 0,036 O BLS tem seguimento menor em relação ao
Holanda mama (< 1 ano – 3 7,1% (LA) LA (< 1 ano e > 2 anos);
anos) 1,15 (BLS) O grupo com LA fez mais RXT axilar
(13,9% / 8,3%).
Todas as informações foram através de
questionário.
CC=Cirurgia conservadora; MRM=Mastectomia radical modificada; MR=Mastectomia radical; LA=Linfadenectomia axilar; BLS=Biópsia do linfonodo sentinela; N=Nível axilar de Berg; QT=Quimioterapia;
HMT=Hormônioterapia; RXT=Radioterapia; IMC=Índice de massa corporal; LFN=Linfonodos; PO=pós-operatório; MS=Membro superior; HAS=Hipertensão arterial sistêmica; AIM=Amplitude incompleta
de movimento; FO=Ferida operatória; FSC=Fossa supra-clavicular; TC=Tomografia computadorizada; ns=não significativo; Cont=Contínuo; dç=doença; Vol=volume.
12
Quadro 1 – Principais características dos estudos seccionais selecionados para revisão sistemática da literatura, 2000-2005 (continuação).
Autor, ano População n Tempo médio Diagnóstico do Prev /Incid Variável estudada Resultados Observações
Local estudada transcorrido linfedema
Yap 19, 2003 CC e LFN 370 3.3 anos Subjetivo 14,6% RXT mamaria OR=2,03 IC 1,10-3,85 Pacientes participantes de um estudo clínico
Canadá negativos (d.p.=1,7 Linfadenectomia axilar OR=4,44 IC 1,55-18,72 randomizado para avaliar a necessidade de
anos) IMC OR=1,06 IC 1,00-1,11 RXT mamária associada a TMX em
Idade OR=0,96 IC 0,93-0,99 mulheres > 50 anos;
A idade e IMC só foram significativas na
bivariada, não sendo incluídas no modelo
final;
Goffman 39, 2004 Câncer de 240 Mínimo de Relato em prontuário 7,6% Nº de LFN retirados t=0,004 p=0,04 A informação foi obtida através do relato em
EUA mama com 1,5 anos após de edema em MS ou Tamanho do tumor t=0,08 p=0,002 prontuário, o que pode subestimar a
tratamento RXT mama que incluía IMC t=0,58 p=ns estimativa de linfedema, quando a medida
curativo de hiperemia e alterações Nº de LFN positivos t=0,31 p=ns não é feita de rotina;
RXT cutâneas tipo casca de Irradiação multifield, 2 = 0,00 p=ns Considerou como linfedema vários sintomas
laranja; relato da Local do tumor 2 = 0,80 p=ns em mama e MS que não são caracterizados
paciente de edema, Raça 2 = 0,14 p=ns como linfedema, inclusive sinais de infecção
sensação de peso, que podem ser edema agudo;
vermelhidão e dor no Incluiu na análise paciente sem LA;
MS ou na mama Controle das variáveis de confundimento
com regressão logística.
Deo 41, 2004 Câncer de 299 2,5 anos Perimetria (> 3,0 cm) 33,5 % RXT axilar HR=0,07 IC 2,32 – 7,16 Na análise multivariada, o estádio,
Índia mama com (1 - 11 anos) Comorbidade HR=0,15 IC 1,14 – 2,94 obesidade, e RXT, não foram significativas,
LA N II Idade p=0,25 não entrando no modelo final.
Estádio p<0,001
Obesidade p=0,005
RXT (sim/não) p<0,001
QT p=0,076
HMT p=0,28
42
Ozaslan , 2004 MRM (LA 240 18 a 43 meses Perimetria (>2,0cm) 37,2% IMC > 25 RR=5,55 IC 2,28-13,51 Análise bivariada e multivariada
Turquia NIII) e QT RXT axilar RR=2,75 IC 1,48-5,00 demonstraram resultados iguais;
e/ou RXT Idade p=ns Controle de variáveis de confundimento.
adjuvante Diabetes p=ns
HAS p=ns
Tabagismo p=ns
QT p=ns
HMT p=ns
Nº LFN retirados p=ns
Status LFN p=ns
Total de drenagem (sucção) p=ns
Estadiamento. p=ns
CC=Cirurgia conservadora; MRM=Mastectomia radical modificada; MR=Mastectomia radical; LA=Linfadenectomia axilar; BLS=Biópsia do linfonodo sentinela; N=Nível axilar de Berg; QT=Quimioterapia;
HMT=Hormônioterapia; RXT=Radioterapia; IMC=Índice de massa corporal; LFN=Linfonodos; PO=pós-operatório; MS=Membro superior; HAS=Hipertensão arterial sistêmica; AIM=Amplitude incompleta
de movimento; FO=Ferida operatória; FSC=Fossa supra-clavicular; TC=Tomografia computadorizada; ns=não significativo; Cont=Contínuo; dç=doença; Vol=volume.
13
Quadro 1 – Principais características dos estudos seccionais selecionados para revisão sistemática da literatura, 2000-2005 (continuação).
Autor, ano População n Tempo médio Diagnóstico do Prev /Incid Variável estudada Resultados Observações
Local estudada transcorrido linfedema
Armer 40, 2004 Câncer de 100 28 meses Perimetria (> 2,0 43,3% LA Cirurgia axilar p=0,37 Amostra pequena para avaliar o impacto de
EUA mama com (2-294) cm) 22,2% BLS Peso corporal p=0,10 quatro abordagens axilares;
LA, BLS, 25% RXT adjuvante p=0,11
LA+BLS, e LA+BLS
sem LA 22,2% sem
LA
Veen 43, 2004 Câncer de 245 Sem informação Perimetria (>2,5 24% RXT axilar OR=2,53 IC 1,38-4,64 Análise bivariada, sem controle do efeito das
Bélgica mama cm) Status LFN OR= 2,60 IC 1,43-4,75 demais variáveis;
unilateral e Dominância OR=1,97 IC 1,09-3,55 Não informou o tempo transcorrido da
LA NIII Trauma OR=7,23 IC 1,45-20,58 cirurgia até a mensuração do linfedema
IMC >25 OR=2,45 IC 1,34-4,47 Amostra pequena para verificar a associação
Menopausa OR=3,15 IC 1,07-9,28 entre trauma e linfedema (grande intervalo de
Dose RXT p=ns confiança, embora significativo).
RXT mama ou plastrão p=ns
No de LFN retirados p=ns
Tipo de cirurgia p=ns
Lado da cirurgia p=ns
QT p=ns
Tamanho do tumor p=ns
No de LFN positivos p=ns
Local do tumor p=ns
Idade p=ns
Tabagismo p=ns
Bergmann4, 2004 Câncer de 394 59 meses Perimetria > 2,0 cm 30,7% ___ ___ Estudo de confiabilidade e validade do
Brasil mama (7-287) > 2,5 cm 17,8% diagnóstico de linfedema.
unilateral > 3,0 cm 12,4%
submetidas Vol indireto > 200 20,8%
a tratamento ml 15,7%
cirúrgico > 250 11,9%
ml 23,1%
> 300 30,5%
ml 16,2%
Sintoma sugestivo
Relato de edema
Relato prontuário.
CC=Cirurgia conservadora; MRM=Mastectomia radical modificada; MR=Mastectomia radical; LA=Linfadenectomia axilar; BLS=Biópsia do linfonodo sentinela; N=Nível axilar de Berg; QT=Quimioterapia;
HMT=Hormônioterapia; RXT=Radioterapia; IMC=Índice de massa corporal; LFN=Linfonodos; PO=pós-operatório; MS=Membro superior; HAS=Hipertensão arterial sistêmica; AIM=Amplitude incompleta
de movimento; FO=Ferida operatória; FSC=Fossa supra-clavicular; TC=Tomografia computadorizada; ns=não significativo; Cont=Contínuo; dç=doença; Vol=volume.
14
No período selecionado para esta revisão, foram publicados onze estudos de coorte,
que utilizaram diferentes critérios para avaliação e classificação do linfedema, com
período médio de seguimento após a cirurgia variando de 6 a 72 meses (quadro 2) 15,28,44-53.
Entre os estudos de coorte que utilizaram a perimetria com ponto de corte de > 2,0
cm para a diferença entre os membros, a incidência de linfedema no grupo submetido à
linfadenectomia axilar variou entre 0% e 31% 28,47-49,51.
Outro estudo de coorte que utilizou a perimetria considerou como linfedema uma
diferença maior que 5% entre os membros, após seguimento médio de 56 meses,
observando uma incidência de 16%. Para análise dos fatores associados ao linfedema, foi
empregado o modelo multivariado de Cox, sendo observadas associações com
significância estatística para radioterapia (HR=1,35) e para retirada de mais de 30
15
linfonodos (HR=1,29) 44.
O estudo de Sener et al.46 foi o único que utilizou o volume direto (deslocamento
de água) para diagnóstico do linfedema, considerando esse diagnóstico quando a diferença
entre os membros era > 20%. Após 24 meses de acompanhamento, os autores relataram
incidência de linfedema de 3% no grupo submetido à biópsia do linfonodo sentinela e de
7% no grupo submetido à linfadenectomia axilar (p<0,0001).
A volumetria opto-eletrônica foi realizada por Duff et al.45, em 100 mulheres com
câncer de mama unilateral. Foi considerada como linfedema uma diferença > 200 ml,
sendo observada, após 1 ano de seguimento, uma incidência de 10%. Nenhuma variável do
estudo se mostrou associada à ocorrência de linfedema.
Quadro 2 – Principais características dos estudos de coorte e caso-controle selecionados para revisão sistemática da literatura, 2000-2005.
Autor, ano População n Tempo médio Diagnóstico do Prev /Incid Variável estudada Resultados Observações
Local estudada transcorrido linfedema
Sener 46, 2001 Câncer de 420 24 meses Vol direto (> 20%) 6,9% Total Cirurgia axilar (BLSxLA) p < 0,0001 Controle das variáveis entre os grupos.
USA mama 3% BLS
invasivo 17,1% LA
Duff 45, 2001 Câncer de 100 1 ano Vol. opto-eletrônica 10% Tipo de cirurgia p=ns Amostra pequena;
Irlanda mama (> 200 ml) Nº de LFN retirados p=ns Perda de seguimento em 2 anos, sendo as
unilateral Status LFN p=ns análises realizadas para linfedema em 1 ano
com LA Infecção da FO p=ns de seguimento;
Seroma p=ns Novo método de mensuração do edema.
Heard-Smith44, 2001 Câncer de 1278 56 meses Perimetria (> 5%) 15,9% RXT HR=1,35 IC 1,00-1,86 Modelo multivariado de Cox contendo RXT
Itália mama Nº LFN retirados (>30) HR=1,29 IC 1,04-1,59 e nº de linfonodos retirados
invasivo, Tamanho do tumor (T2) HR=1,69 IC 1,06-1,94 Tamanho do tumor perdeu a significância ao
estudo Idade p=ns controlar o efeito das demais variáveis;
população Status da menopausa p=ns
Status dos linfonodos p=ns
Estadiamento p=ns
Tratamento (cir+adj) p=ns
QT p=ns
Johansson 54, 2002 Câncer de 71 33 meses Relato em prontuário Não se aplica IMC na cirurgia p=0,03 Caso-controle pareado por status dos
Suécia mama, sem pares IMC no estudo p=0,04 linfonodos, tempo de PO, e idade;
dç ativa Ocupação p=ns Definição de linfedema a partir do relato em
Atividades do lar p=ns prontuário após 3 meses de PO, com
Seroma persistência por mais de 6 meses.
Swenson 15, 2002 Cancer de 247 12 meses Subjetivo 6,8% total Cirurgia axilar (BLSxLA) p < 0,05 Houve diferença entre os grupos em relação
EUA mama 3,5% (BLS) às características do tumor e do tratamento,
estádio 0 a 14,3% (LA) com exceção da RXT.
II
Temple 47, 2002 EUA CC 233 12 meses Perimetria (>2,0 cm) 0% Cirurgia axilar (BLSxLA) p = 0,41 Não encontrou linfedema nos grupos;
(9-14) As características do tumor entre os grupos
foram diferente;
O grupo de BLS fez mais RXT (57,3% /
11,3%), e menos QT (38% / 85,5%);
O IMC foi igual entre os grupos;
Período de seguimento curto (1 ano).
Veronesi 49,2003 Câncer de 200 2 anos Perimetria (>2,0 cm) 6% total Cirurgia axilar (BLSxLA) Sem informação Estudo randomizado, sem diferenças entre os
Itália mama até 2 12% (LA) grupos.
cm 0% (BLS)
CC=Cirurgia conservadora; MRM=Mastectomia radical modificada; MR=Mastectomia radical; LA=Linfadenectomia axilar; BLS=Biópsia do linfonodo sentinela; N=Nível axilar de Berg; QT=Quimioterapia;
HMT=Hormônioterapia; RXT=Radioterapia; IMC=Índice de massa corporal; LFN=Linfonodos; PO=pós-operatório; MS=Membro superior; HAS=Hipertensão arterial sistêmica; AIM=Amplitude incompleta de
movimento; FO=Ferida operatória; FSC=Fossa supra-clavicular; TC=Tomografia computadorizada; ns=não significativo; Cont=Contínuo; dç=doença; Vol=volume.
19
Quadro 2 – Principais características dos estudos de coorte e caso-controle selecionados para revisão sistemática da literatura, 2000-2005 (cont)
Autor, ano População n Tempo médio Diagnóstico do Prev /Incid Variável estudada Resultados Observações
Local estudada transcorrido linfedema
Coen 48, 2003 CC com 727 72 meses Perimetria (>2,0 cm) 4,1% RXT axilar p=0,001 Incluiu paciente com linfedema bilateral
EUA RXT adj (4-143 meses) LA NI/II + RXT axilar p=0,0003 (1,82%);
Nivel da LA p=0,79 Analise de sobrevida
Status LFN p=0,26
Tamanho tumor p=0,11
Nº LFN positivos p=0,29
Idade p=0,08
Quimioterapia p=0,80
Tamoxifen p=0,62
Silberman 51, 2004 Câncer de 94 1 a 14 anos Perimetria (>2,0 cm) 5,6% braço Idade p=ns Não apresentou as medidas de associação;
EUA mama 64% < 5 anos 7,8% ante IMC p=ns Análises para linfedema objetivo e subjetivo
23% 5-10 Subjetivo 22,2% subj Tempo transcorrido PO p=ns apresentaram o mesmo resultado.
anos Nº LFN retirados p=ns
11% > 10 Nº LFN positivos p=ns
anos Tipo de cirurgia p=ns
Quimioterapia p=ns
Radioterapia p=ns
Hormônioterapia p=ns
Tamanho do tumor p=ns
CC=Cirurgia conservadora; MRM=Mastectomia radical modificada; MR=Mastectomia radical; LA=Linfadenectomia axilar; BLS=Biópsia do linfonodo sentinela; N=Nível axilar de Berg; QT=Quimioterapia;
HMT=Hormônioterapia; RXT=Radioterapia; IMC=Índice de massa corporal; LFN=Linfonodos; PO=pós-operatório; MS=Membro superior; HAS=Hipertensão arterial sistêmica; AIM=Amplitude incompleta de
movimento; FO=Ferida operatória; FSC=Fossa supra-clavicular; TC=Tomografia computadorizada; ns=não significativo; Cont=Contínuo; dç=doença; Vol=volume.
20
Quadro 2 – Principais características dos estudos de coorte e caso-controle selecionados para revisão sistemática da literatura, 2000-2005 (cont).
Autor, ano População n Tempo médio Diagnóstico do Prev /Incid Variável estudada Resultados Observações
Local estudada transcorrido linfedema
Hinrichs 50, 2004 MRM com 105 741 dias Anotação prontuário 27 % Dose total RXT > 60 Gy p=0,032 O linfedema foi definido com base aos
EUA RXT (31-2467 dias) Boost axilar p=0,042 relatos dos profissionais que atenderam os
RXT antes de 1999 p=0,028 pacientes, o que pode ter subestimado a
Overlap p=0,037 prevalência de linfedema;
Idade p=ns Amostra pequena;
IMC p=ns Considerou todas as variáveis relacionadas
Estadiamento p=ns com a técnica da RXT.
Axila positiva p=ns
Nº LFN retirados, p=ns
Infecção p=ns
Nº dias com dreno p=ns
QT p=ns
TMX p=ns
RXT FSC. p=ns
Dose FSC p=ns
RXT mamaria int. p=ns
Boost em plastrão p=ns
Dose em plastrão p=ns
Tangencia parede torácica p=ns
Feixe de elétrons torácico p=ns
Compensação p=ns
Planejamento com TC p=ns
Ronka 52, 2005 Câncer de 83 12 meses Vol. indireto (> 10%) 2% BLS Cirurgia axilar (BLSxLA) p=0,08 Amostra pequena
Finlândia mama 7% LA Período de seguimento pequeno para avaliar
unilateral o linfedema
T1-2 N0
Clark 53, 2005 Câncer de 188 3 anos Vol. indireto (>5%) 20,7% Punção MS afetado RR=2,44 IC 1,33-4,47 A RXT foi dicotomizada em 6 categorias
Inglaterra mama Mastectomia c/ LA NII RR=2,20 IC 1,39-3,51 (sem RXT, RXT, RXT mama, RXT plastrão,
submetidas IMC >26 RR=2,02 IC 1,11-3,68 RXT mama + drenagem, RXT
a tratamento Idade RR=1,47 IC 0,82-2,65 plastrão+drenagem), podendo, por isso, tem
cirúrgico Status LFN RR=1,46 IC 0,84-2,55 ampliado o intervalo de confiança e
RXT RR= 0,79 IC 0,45-1,39 minimizado a associação com o linfedema;
Dominância RR=0,74 IC 0,41-1,31
CC=Cirurgia conservadora; MRM=Mastectomia radical modificada; MR=Mastectomia radical; LA=Linfadenectomia axilar; BLS=Biópsia do linfonodo sentinela; N=Nível axilar de Berg; QT=Quimioterapia;
HMT=Hormônioterapia; RXT=Radioterapia; IMC=Índice de massa corporal; LFN=Linfonodos; PO=pós-operatório; MS=Membro superior; HAS=Hipertensão arterial sistêmica; AIM=Amplitude incompleta de
movimento; FO=Ferida operatória; FSC=Fossa supra-clavicular; TC=Tomografia computadorizada; ns=não significativo; Cont=Contínuo; dç=doença; Vol=volume.
22
Até onde vai o nosso conhecimento, não foram publicados estudos de coorte
objetivando determinar a incidência de linfedema pós-tratamento para câncer de mama na
população brasileira, bem como estabelecer os possíveis fatores associados ao seu
desenvolvimento.
24
IV. OBJETIVOS
C 14 cm
28,5 cm
h = 7 cm Volume do segmento A
C, c 07 cm 25 cm
Volume do segmento B Somatório do volume de
C, c LIA 24 cm cada segmento
C, c 07 cm 24 cm
Volume do segmento C corresponde ao volume
C, c 14 cm final do membro
18 cm Volume do segmento D
135 exclusões
1132
57 perdas mulheres
21 exclusões por linfedema contínuo
50 perdas com edema precoce
Este estudo, a princípio, não se traduziu em nenhum risco adicional à paciente, uma
vez que o diagnóstico de linfedema foi efetuado através de métodos não invasivos, e
acreditamos que as entrevistas individuais não tenham causado nenhum constrangimento
em relação aos assuntos abordados. Entretanto, as pacientes foram informadas sobre a
possibilidade de recusa em responder as questões e de saída voluntária do estudo, caso
assim o quisessem.
Os benefícios para as participantes do presente estudo foram indiretos, uma vez que
o conhecimento dos fatores de risco permite o estabelecimento de condutas preventivas
eficazes e menos traumáticas.
,2
,1
0,0
Cum .Harzard
Sobrevida
-,1 Censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
,3
,2
,1 idade
0,0
ate 55 anos
Tempo (meses)
43
,2
,1
IMC
0,0 ate 24,9
Cum. Harzard
ate 24,9-censura
> 25
Tempo (meses)
,2
,1
Nivel da LA
NIII
NIII-censura
0,0 NII
Cum. Harzard
NII-censura
NI
-,1 NI-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
,2
,1
Nível da LA
0,0 parcial
Cum. Harzard
parcial-censura
total
-,1 total-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
46
A realização de quimioterapia neo-adjuvante, seguida ou não a adjuvante, levou a
uma maior incidência acumulada de linfedema, sendo observada uma evolução clínica sem
linfedema de 78% para as mulheres submetidas ao tratamento neo-adjuvante e de 75%,
quando haviam realizado o tratamento nos períodos pré e pós-operatórios (Log rank =
58,11 p=0,000). A maior evolução clínica sem linfedema foi observada no grupo
submetido somente à quimioterapia adjuvante (93%), mesmo quando comparado ao grupo
de mulheres que não receberam quimioterapia (figura 8).
,5
quimioterapia
neo + adjuvante
,4
neo+adj - censura
,3
adjuvante
,2 adjuvante-censura
neo adjuvante
,1
neo adj - censura
Cum. Harzard
0,0
nao
-,1 nao-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
,5
,4
,3
Não
,1
Não - censura
Cum. Harzard
0,0
> 1 ciclo
Tempo (meses)
,4
,3
Radioterapia
,2 axila
axila-censura
,1 mama/plastrao
mama/plastrao-cens
Cum. Harzard
0,0
nao
-,1 nao-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
,4
,3
,2
RXT neo e adjuvante
cadeias de drenagem
,1
cadeias de drenagem
-censura
Cum. Harzard
mama ou plastrão
-,1 -censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
49
A tabela 6 apresenta a análise de Kaplan-Meier para as variáveis histopatológicas e
o linfedema. As mulheres com linfonodos positivos para malignidade apresentaram maior
probabilidade acumulada de linfedema (log rank = 15,01 p=0,000) (figura 12), mas o
mesmo não foi observado segundo o número de linfonodos comprometidos. As mulheres
classificadas até T1, apresentaram incidência de linfedema de 7%, sendo observado um
aumento da incidência com o aumento do tamanho do tumor (log rank = 32,12 p=0,000)
(figura 13). Quando essa variável foi estratificada em duas categorias (até T2 versus >T3),
o grupo com tumores maiores que 5 cm apresentou evolução clínica sem linfedema de
80%, enquanto as mulheres com tumores menores apresentaram evolução clínica sem
linfedema de 90% (p=0,0001) (figura 14). O mesmo efeito foi observado em relação ao
estadiamento tumoral (log rank = 42,23 p=0,000) (figura 15 e 16). Ao considerarmos que
todas as mulheres submetidas a tratamento neo-adjuvante, tivessem estadiamento III, não
observamos diferença nos resultados.
Tabela 6 - Análise de Kaplan-Meier entre linfedema e variáveis histopatológicas, em uma coorte hospitalar de
mulheres submetidas a tratamento cirúrgico para câncer de mama, HCIII / INCA, com seguimento de 24
meses.
,3
,2
,1
classificacao N
negativo
Cum. Harzard
0,0
negativo-censura
positivo
-,1 positivo-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
,4
classificacao T
,3
T4
T4-censura
,2
T3
T3-censura
,1
T2
Cum. Harzard
0,0 T2-censura
T0+Tis+TI
-,1 T0+Tis+TI-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
51
Figura 14 – Probabilidade condicional de linfedema em 24 meses, pelo método
de Kaplan Meier, em mulheres submetidas a tratamento cirúrgico para câncer
de mama, em relação ao tamanho do tumor (até T2 x T3/4) (agosto/2001 a
novembro/2002).
,4
,3
,2
,1 Tamanho do tumor
ate T2
Cum. Harzard
T3 e T4
-,1 T3 e T4-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
Estadiamento
,4
III B
III B-censura
,3
III A
III A-censura
,2
II B
II B-censura
,1
II A
Cum. Harzard
0,0 II A-censura
0eI
-,1 0 e I-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
52
Figura 16 – Probabilidade condicional de linfedema em 24 meses, pelo método
de Kaplan Meier, em mulheres submetidas a tratamento cirúrgico para câncer
de mama, em relação ao estadiamento tumoral (até IIA x > IIB) (agosto/2001
a novembro/2002).
,3
,2
,1
Estadiamento
ate II A
Cum. Harzard
0,0
ate II A-censura
II B e +
-,1 II B e +-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
,3
,2
,1
Infecção cirúrgica
nao
Cum. Harzard
0,0
nao-censura
sim
-,1 sim-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
54
,3
,2
,1
seroma
nao
Cum. Harzard
0,0
nao-censura
sim
-,1 sim-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
,8
,6
,4
,2 Edema precoce
nao
Cum. Harzard
0,0 nao-censura
sim
-,2 sim-censura
0 10 20 30
Tempo (meses)
55
As variáveis que apresentaram associações estatisticamente significativas com o
desenvolvimento do linfedema na análise de Kaplan-Meier para o período de 24 meses
foram selecionadas para análise aos 9, 12 e 18 meses de seguimento. Para as variáveis
idade, IMC, nível de linfadenectomia axilar, tamanho e estadiamento do tumor, observou-
se diferenças estatisticamente significativas na evolução clínica sem linfedema aos 18 e 24
meses. Já as variáveis radioterapia, condição do linfonodo, presença de seroma e edema
precoce, mostraram diferenças na evolução clínica sem linfedema nos períodos de 12, 18 e
24 meses de seguimento. As variáveis quimioterapia e quimioterapia neo-adjuvante no
membro superior afetado mantiveram-se associadas à incidência de linfedema em todos os
períodos de tempo examinados (tabela 8).
56
Tabela 8 - Análise de Kaplan-Meier entre linfedema e variáveis selecionadas, em uma coorte hospitalar de
mulheres submetidas a tratamento cirúrgico para câncer de mama, HCIII / INCA, com seguimento de 09, 12, 18 e
24 meses.
O risco de linfedema foi maior quanto mais avançado era o estadiamento do tumor,
caracterizando efeito dose-resposta. Quando a variável foi classificada em dois estratos,
inicial (até IIA) e avançado (> IIB), também se observou uma associação positiva,
estatisticamente significativa, entre estadiamento avançado e linfedema (HR=2,11 IC 1,47
– 3,04). O mesmo efeito foi observado, quando consideramos que todas as mulheres
submetidas a tratamento neo-adjuvante tinham estadiamento III.
O modelo final, mais parcimonioso, mostrou que o risco de linfedema é maior para
mulheres submetidas à radioterapia nas cadeias de drenagem (HR=3,10 IC 1,99–4,85), em
relação às que não foram submetidas a esse tratamento ou receberam irradiação apenas em
mama ou plastrão. Mulheres que apresentaram edema precoce tiveram 2,86 vezes mais
risco de linfedema. Verificou-se um aumento de 2% na incidência de linfedema para cada
ano de idade. A aplicação de quimioterapia no membro superior homolateral ao câncer de
mama demonstrou ser fator de risco para o linfedema, traduzindo-se em um aumento de
1,19 vezes para cada ciclo realizado (IC 1,08–1,32). O sobrepeso e a obesidade (HR=1,89
IC 1,19-3,01) e a formação de seroma no pós-operatório (HR=1,75 IC 1,68 IC 1,117-2,76)
também atuaram como fatores de risco para o desenvolvimento do linfedema (tabela 10).
RXT
Cadeias de drenagem 1,1332 0,2272 0,0000 3,10 1,99 – 4,85
Sem RXT + RXT mama/plastrão
Seroma
Sim 0,5607 0,2326 0,0159 1,75 1,11 – 2,76
Não
Edema precoce (volume > 200 ml)
Sim 1,0525 0,3265 0,0013 2,86 1,51 – 5,43
Não
Estatística verossimilhança (log likehood) do modelo vazio = 1501,099 e após confecção do modelo 1401,158;
2 do modelo final = 120,222 p-valor = 0,0000
61
VIII. DISCUSSÃO
O edema que ocorre após a linfadenectomia axilar, no câncer de mama, pode ser
agudo ou crônico, havendo diferenças entre eles, em relação à fisiopatologia, ao
prognóstico, aos fatores de risco e à evolução. Segundo Cohen et al 56, após a cirurgia, as
mulheres evoluem, normalmente, com um certo grau de edema, porque a capacidade de
absorção do excesso de líquido e células do espaço intersticial fica reduzida. Esse edema
não estaria relacionado ao linfedema crônico, que só ocorreria quando houvesse uma
redução importante no transporte linfático. Diversos autores definem o edema ocorrido nos
primeiros seis meses após a cirurgia como uma reação transitória e concordam que este não
se constitui em linfedema crônico, uma vez que sua regressão representa o sucesso na
adaptação anatômica do sistema linfático, inicialmente prejudicado 27,29,46,57-60.
39
Goffman et al. , apesar de não terem encontrado significância estatística para a
associação entre IMC e linfedema, relataram que os graus mais intensos de linfedema
41
foram encontrados em pacientes obesas (IMC > 29). Deo et al encontraram aumento do
risco somente na análise univariada, mas após controle das variáveis confundidoras, a
obesidade não permaneceu no modelo multivariado.
68
Segundo Brorson , as inter-relações entre o fluxo sanguíneo microvascular e a
gordura subcutânea não estão completamente entendidas. A taxa de fluxo sanguíneo e
linfático através do tecido adiposo é inversamente relacionada ao crescimento tecidual, e a
diminuição deste fluxo é considerada uma das condições para a lipogênese e posterior
depósito de gordura, levando à hipertrofia do tecido adiposo, que torna o linfedema mais
firme e denso. Provavelmente, a pinocitose das células sanguíneas brancas, em combinação
com a ativação dos fibrócitos, aumenta o componente conectivo tecidual que é primordial
para a perda de gordura subcutânea. Apesar de não se saber exatamente como esse
fenômeno altera a microcirculação, ou como essa mudança por si só influencia o linfedema,
as seqüências dos eventos acima relacionados podem levar à ocorrência de hipertrofia do
tecido adiposo subcutâneo, formando um ciclo vicioso. Segundo outra teoria, as pacientes
obesas têm maior quantidade de tecido gorduroso circundando os linfonodos axilares, o que
resultaria em uma diminuição do fluxo linfático no local 66. Entretanto, este achado não foi
66
69
confirmado por Hughes et al ao estudarem o efeito da obesidade no mapeamento do
linfonodo sentinela, não sendo observadas diferenças no padrão de drenagem linfática, na
linfocintilografia pré-operatória das pacientes obesas e não obesas.
Ridings et al. 59 consideram que não esteja clara uma relação direta entre obesidade
e linfedema, mas que, certamente, esta seria um fator de risco para infecção e retardo do
processo de cicatrização. Também é conhecido que a obesidade desempenha um papel de
certa importância na ocorrência de recidiva tumoral e de co-morbidades70 além de outras
complicações pós-operatórias, como seroma71, hematoma72 e trombose linfática
superficial73, e que estas poderiam, de alguma maneira, influenciar no desenvolvimento de
linfedema. Outras alterações tróficas observadas nas mulheres obesas podem também
predispor o membro ao linfedema. A presença do tecido adiposo altera a sensibilidade à
pressão e a dor, e pessoas com maior quantidade deste tem maior limiar à dor, favorecendo
o desenvolvimento de úlceras de pressão, principalmente naquelas mais idosas74. Em se
tratando das mulheres submetidas a tratamento para câncer de mama, poderia haver
aumento do risco de lesões traumáticas no membro, favorecendo a instalação de linfedema,
por via de infecção, a partir da abertura de uma porta de entrada, ou lesão direta dos
capilares linfáticos superficiais, prejudicando a drenagem da linfa, já previamente
43
comprometida. Veen et al. observaram associação estatisticamente significativa entre
história de trauma no membro afetado, IMC > 25 e a ocorrência de linfedema, mas não
houve controle do efeito das variáveis (análise bivariada), e a infecção não foi estudada.
No nosso estudo, a infecção foi analisada por meio de duas variáveis distintas:
infecção cirúrgica e infecção de partes moles (mama, plastrão ou membro superior). Foram
observados 155 casos (15,4%) de infecção cirúrgica, considerando o relato em prontuário
67
(alterações flogísticas na mama, plastrão ou no membro superior homolateral ao câncer de
mama, associadas ao uso de antibioticoterapia, ocorrendo em até 30 dias de cirurgia). Na
avaliação das mulheres que tiveram infecção cirúrgica foi observada uma diferença
estatisticamente significativa da incidência acumulada de linfedema em 24 meses (16%
neste grupo e 11% no grupo sem infecção cirúrgica). Na análise univariada pelo modelo de
Cox, observamos um risco 1,60 vezes maior de linfedema nos casos de infecção cirúrgica,
mas a significância estatística não foi mantida no modelo multivariado. Esta infecção
poderia ter alguma influência no desenvolvimento de linfedema como uma variável
interveniente, que atuaria aumentando o risco de seroma e de edema precoce.
Muito tem sido discutido sobre a infecção agindo como causa ou conseqüência do
linfedema. Nos estudos seccionais, é difícil estabelecer a temporalidade, permanecendo a
dúvida em relação a essas variáveis. Em estudo de prevalência realizado na população
55
assistida no Hospital do Câncer III , após controle das variáveis de confundimento, as
mulheres que relataram história de infecção com uso de antibióticos, apresentaram razão de
prevalência de 5,01, estatisticamente significativa. Petrek et al 34, analisando mulheres após
20 anos de cirurgia, observaram que a história de infecção ou lesão no braço com
necessidade de tratamento medicamentoso aumentava a prevalência de linfedema
(p=0,001). Em seu estudo, 78% das mulheres com linfedema, relataram um ou mais
episódios de infecção, sendo que em 56% dos casos, relataram que a primeira infecção
ocorreu antes ou simultaneamente ao linfedema. Os autores ressaltam a possibilidade de
viés de memória nessa associação, uma vez que as mulheres são orientadas a prevenir
infecção e lesões no membro após a linfadenectomia axilar, podendo, por isso, lembrar
36
mais do fato, em relação aquelas que não tiveram linfedema. Meric et al , observaram
10% de infecção no braço nas pacientes com linfedema, e 1,6% nas pacientes sem
linfedema (p=0,002), sendo que, em metade das pacientes que apresentaram celulite, o
edema ocorreu após o primeiro episódio, indicando não somente que a estase linfática
predispõe à infecção, mas também que a infecção pode causar o edema, provavelmente
devido à inflamação e fibrose. Outros estudos não encontraram associação entre infecção e
linfedema 17,45,50,54.
68
A infecção de partes moles (mama, plastrão ou membro superior), após 30 dias de
cirurgia, foi observada em 75 (7,5%) das mulheres estudadas. Sua ocorrência não se
mostrou associada ao linfedema nas análises realizadas.
encontraram incidência de edema precoce de 5% aos 3 meses, e 11% aos 6 meses. Duff et
al.45 não observaram mudança no volume do membro nos seis primeiros meses após a
80
cirurgia. Kissin et al. relataram incidência de 7,5% de edema precoce, sem associação
com o linfedema crônico.
No presente estudo, a linfadenectomia axilar dos três níveis axilares foi realizada em
79% dos casos, tendo sido retirados, em média, 17 linfonodos. Ao analisar o número médio
de linfonodos axilares segundo o nível dissecado, encontramos 14, 16 e 18 linfonodos,
respectivamente, para NI, NI + N II e NI + NII + NIII. A curva da função de risco do
linfedema em 24 meses foi estatisticamente significativa quando consideramos o nível da
linfadenectomia axilar, perdendo a significância estatística quando foi analisado o número
de linfonodos retirados. Na análise univariada de Cox, observamos um aumento no risco
de linfedema, de acordo com o nível dissecado e segundo o número de linfonodos retirados;
entretanto, ao controlar para o efeito das outras variáveis, houve perda da significância
estatística.
Com base nesses achados, o esvaziamento do primeiro nível dos linfonodos axilares
já acarreta um risco importante de desenvolvimento de linfedema, independente da
abordagem nos outros níveis. O número médio de linfonodos retirados foi similar nos
estudos, indicando uma maior quantidade de linfonodos também no nível I (NI). Portanto, a
diminuição no risco de linfedema pode ser observada ao comparar a biópsia do linfonodo
sentinela, onde se retiram em média 3 linfonodos, com a linfadenectomia axilar,
independente do nível acessado, ou do número de linfonodos retirados.
50
Hinrichs et al estudaram 105 pacientes submetidas a mastectomia com
radioterapia, tendo como objetivo verificar o papel da técnica, local e dosagem da
radioterapia no risco de linfedema. Foi verificado aumento do risco de linfedema para dose
total maior que 60 Gy (OR=2,67 IC 1,08-6,55), reforço posterior na axila (OR=2,98 IC
1,02-8,72), radioterapia axilar nas pacientes tratadas antes de 1999 (OR= 2,70 IC 1,11-
6,58) e overlap (3,49 IC 1,07-11,36). No nosso estudo, não foram verificadas a dosagem e a
técnica de radioterapia empregada.
17,39
O tamanho do tumor esteve associado ao linfedema em dois estudos recentes ,
mas resultado divergente foi observado por outros autores30,36,43,48,51. Heard-Smith et al 44
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90
ANEXOS
91
Anexo 1 - Ficha de Avaliação Fisioterapêutica – HCIII/INCA
ANAMNESE
Ca de mama contralate ral pré vio ( 1 ) não ( 2 ) sim ___________________________________________________________________________
Tto ne o adjuvante ( 1 ) não ( 2 ) QT OBS: ______________________________________________________________________________________
( 3 ) RXT OBS: ______________________________________________________________________________________
( 4 ) HMTOBS: ______________________________________________________________________________________
Q P: __________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
Sensação peso braço Dir Esq ( 1 ) não ( 2 ) sim Grau __________ Dor ( 1 ) não ( 2 ) sim
O BS: _______________________________________________________________ Descrição: ____________________________________________
EXAME FÍSICO
ADM ombro DIR Flexão ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Abdução ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Rot.e xt. ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM
ADM ombro ESQ Flexão ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Abdução ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Rot.e xt. ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM
MSE ( )
Fisioterape uta: #
Q P: __________________________________________________________________________________________________________________________
Q UEIXA PRINC IPAL / SINTO MAS ATUAIS
____________________________________________________________________________________
Sensação peso braço Dir Esq ( 1 ) não ( 2 ) sim Grau __________ Dor ( 1 ) não ( 2 ) sim
Sensação braço inchado Dir Esq ( 1 ) não ( 2 ) sim Grau __________ Descrição:
OBS: _______________________________________________________________ ____________________________________________
EXAME FÍSICO
Alteraçõe s em MS afe tado ( 1 ) sim ( 2 ) não _______________________________________________________
Pare stesia em ICB ( 1 ) sim ( 2 ) não _______________________________________________________
EXAME FÍSICO
Alterações e m MS afetado ( 1 ) sim ( 2 ) não _______________________________________________________
Parestesia em ICB ( 1 ) sim ( 2 ) não _______________________________________________________
Trombose Linfática Sup ( 1 ) sim ( 2 ) não _______________________________________________________
ADM ombro DIR Flexão ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Abdução ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Rot.e xt. ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM
ADM ombro ESQ Flexão ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Abdução ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Rot.e xt. ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM
Retorno AVD´s Domésticas ( 1 ) não ( 2 ) parcial ( 3 ) total Veste-se sozinha ( 1 ) sim ( 2 ) não
Físicas ( 1 ) não ( 2 ) sim _____________________ Abotoa o sutiã por trás ( 1 ) sim ( 2 ) não
Profissionais ( 1 ) não ( 2 ) sim _____________________ Coloca a mão na cabeça ( 1 ) sim ( 2 ) não
EXAME FÍSICO
Alterações e m MS afetado ( 1 ) sim ( 2 ) não _______________________________________________________
Parestesia em ICB ( 1 ) sim ( 2 ) não _______________________________________________________
Trombose Linfática Sup ( 1 ) sim ( 2 ) não _______________________________________________________
ADM ombro DIR Flexão ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Abdução ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Rot.e xt. ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM
ADM ombro ESQ Flexão ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Abdução ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM Rot.e xt. ( 1 ) ACM ( 2 ) func. ( 3 ) AIM
Fisioterapeuta: #
93
Nome:
Prontuário:
Sintomas referidos
QP:
Graduação Grau ( 1 ) leve ( 2 ) mode rado ( 3 ) inte nso Dor ( 1 ) não ( 2 ) sim escala (1 a 10)
Dispnéia ( 1 ) não ( 2 ) sim grau _____ ( ) repouso ( ) esforços 1. Local: ___________________________________escala ____
Fadiga ( 1 ) não ( 2 ) sim grau _____ ( ) repouso ( ) esforços ( 1 ) contínua ( 2 ) eventual ( 3 ) aos movimentos
Tosse ( 1 ) não ( 2 ) sim grau _____ ( ) seca ( ) expectoração Obs: ______________________________________________
OBS: _______________________________________________________________
2. Local: ___________________________________escala ____
Sintomas subje tivos de edema Grau ( 1 ) leve ( 2 ) moderado ( 3 ) intenso ( 1 ) contínua ( 2 ) eventual ( 3 ) aos movimentos
Sensação peso braço Dir Esq ( 1 ) não ( 2 ) sim Grau __________ Obs: ______________________________________________
Dificuldade movimentos mão Dir Esq ( 1 ) não ( 2 ) sim Grau _________
Sensação de braço inchado Dir Esq ( 1 ) não ( 2 ) sim Grau __________ 3. Local: ___________________________________escala ____
_____________________________________________ ( 1 ) contínua ( 2 ) eventual ( 3 ) aos movimentos
Obs: ______________________________________________
EXAME FÍSIC O
Hidratação Dir Esq ( 1 ) normal ( 2 ) alterada __________________ Coloração Dir Esq ( 1 ) normal ( 2 ) alterada ______________________
Te mperatura Dir Esq ( 1 ) normal ( 2 ) alterada __________________ Micose Dir Esq ( 1 ) normal ( 2 ) alterada ______________________
Integridade Dir Esq ( 1 ) normal ( 2 ) alterada __________________ Unha Dir Esq ( 1 ) normal ( 2 ) onicofagia ( 3 ) onicomicos
O BS
Afetado 14 07 IA 07 14 21 mão
MSD ( )
MSE ( )
#
Fisio: ___________________________________________________
94
Anexo 2 - Instrumento para coleta de dados
Número no estudo
FICHA 0 – CONTROLE
PERDA DE SEGUIMENTO
Pe rda de se guime nto ( 1 ) não ( 2 ) não localizada ( 3 ) recusa ( 4 ) sem condições de comparecimento (PERDA)
O bservações
95
Número no estudo
IDENTIFICAÇÃO
Prontuário (PRO NTUÁRIO )
Estado civil ( 1 ) casada ( 2 ) companheira ( 3 ) divorciada / separada ( 4 ) viúva ( 5 ) solteira ( 9 ) sem informação (ESTCIVIL)
DADOS CIRÚRGICOS
Data da cirurgia (DATACIRURG) _______/________/__________
Cirurgia re alizada ( 1 ) Halsted ( 3 ) Higiênica ( 5 ) Patey ( 7 ) LA exclusiva ( 9 ) não informado (TIPO CIRURG)
( 2 ) Simples ( 4 ) Madden ( 6 ) Conservadora ( 8 ) Centralectomia
Esvaz iame nto axilar ( 1 ) nível I ( 2 ) nível II ( 3 ) nível III ( 4 ) amostragem ( 5 ) sentinela (NIVELLA)
( 6 ) outra __________________ ( 9 ) não relatado
Comp. pós ime diata ( 1 ) não ( 2 ) respiratória ( 3 ) neurológica ( 4 ) outra ___________ (CO MPLPO I)
LAUDO HISTOPATOLÓGICO
Tipo histológico ( 1 ) CDI ( 3 ) lobular in situ ( 5 ) medular ( 7 ) sarcoma ( 9 ) sem informação (TIPO HISTO L)
( 2 ) ductal in situ ( 4 ) lobular invasivo( 6 ) inflamatório ( 8 ) outros _______________
Classificação T ( 1 ) T 0 (sem tumor)( 3 ) T 1 (< 2,0 cm) ( 5 ) T 3 (> 5,0 cm) ( 9 ) sem informação (CLASSTAMAN)
( 2 ) T is (in situ) ( 4 ) T 2 (> 2,0 e < 5,0) ( 6 ) T 4 (extensão torácica/pele)
Classificação M (me tástases)( 1 ) M0 (ausência de metástase)( 2 ) M1 (presença de metástase) ( 9 ) sem informação (CLASSMETA)
INTERNAÇÃO
Altura (ALTURA)
Peso (PESO )
IMC (IMC)
CURATIVO
Núme ro de dias com dreno (DIASDRENO )
Dre nage m nas ultimas 24 horas (DRENAGEM24)
Seroma (punção aspirativa)( 1 ) não ( 2 ) sim (SEROMA)
De iscê ncia ( 1 ) não ( 2 ) sim (DEISCÊNCIA)
Abe rtura instrume ntal ( 1 ) não ( 2 ) sim (ABERTURA)
Ne crose ( 1 ) não ( 2 ) sim ( NECRO SE)
Infe cção hospitalar FO ( 1 ) não ( 2 ) sim (INFECCÃO)
Alta do curativo (dias de PO) (ALTACURATI)
96
Número no estudo
Número no estudo
FICHA 3 – PERIMETRIA
Q uimiote rapia ( 1 ) não ( 2 ) CMF ( 3 ) AC ( 4 ) FAC ( 5 ) protocolo ______________ ( 6 ) ADM ( 9 ) sem informação (NEO Q T)
Data do 1º ciclo : (NEO Q TIN) ______/_____/______
Data do último ciclo : (NEO Q TTE)______/_____/______
Número de ciclos (NEO Q TC IC L)
Lado adm 1º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem inf.ormação (NEO Q TLD1)
Lado adm 2º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem inf.ormação (NEO Q TLD2)
Lado adm 3º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem inf.ormação (NEO Q TLD3)
Lado adm 4º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (NEO Q TLD4)
Lado adm 5º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (NEO Q TLD5)
Lado adm 6º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (NEO Q TLD6)
Lado adm 7º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (NEO Q TLD7)
Lado adm 8º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (NEO Q TLD8)
Q uimiote rapia ( 1 ) não ( 2 ) CMF ( 3 ) AC ( 4 ) FAC ( 5 ) protocolo ______________ ( 6 ) ADM ( 9 ) sem informação (ADJQ T)
Data do 1º ciclo : (ADJQ TIN) ______/_____/______
Data do último ciclo : (ADJQ TTE)______/_____/______
Número de ciclos (ADJQ TCICL)
Lado adm 1º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem inf.ormação (ADJQ TLD1)
Lado adm 2º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem inf.ormação (ADJQ TLD2)
Lado adm 3º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem inf.ormação (ADJQ TLD3)
Lado adm 4º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (ADJQ TLD4)
Lado adm 5º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (ADJQ TLD5)
Lado adm 6º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (ADJQ TLD6)
Lado adm 7º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (ADJQ TLD7)
Lado adm 8º ciclo ( 0 ) não aplica ( 1 ) Dir ( 2 ) Esq ( 4 ) CVC ( 9 ) sem informação (ADJQ TLD8)
DO ENÇA ATIVA
Re cidiva ( 1 ) não ( 2 ) sim (REC IDIVA)
Data (REC IDT) ______/______/_______
Ca de mama contra-late ral ( 1 ) não ( 2 ) sim (CAMACT)
Data (CAMADT) _____/______/_______
Metástase Cutânea ( 1 ) não ( 2 ) sim (METACUTAN)
Data (METACUTDT) ______/______/_______
Me tástase FSC (afe tado) ( 1 ) não ( 2 ) sim (METAFSCAFET)
Data (METAFSCAFDT) _____/______/_______
Me tástase FSC (contralateral) ( 1 ) não ( 2 ) sim (METAFSCO NT)
Data (METAFSCODT) ______/______/_______
Me tástase Pulmão ( 1 ) não ( 2 ) sim (METAPULM)
Data (PULMDATA) ______/______/_______
Me tástase O sso (MMSS) ( 1 ) não ( 2 ) sim (METAO SO MS)
Data (O SO MSDATA) ______/______/_______
Me tástase O sso (MMII) ( 1 ) não ( 2 ) sim (METAO SO MI)
Data (O SO MIDATA) ______/______/_______
Me tástase tronco ( 1 ) não ( 2 ) sim (METAO SO TR)
Data (O SO TRDATA) ______/______/_______
Metástase SNC ( 1 ) não ( 2 ) sim (METASNC)
Data (SNCDATA) ______/______/_______
Me tástase outro local ( 1 ) não ( 2 ) sim (METAO UTRO )
Data (O UTRDATA) ______/______/_______
Síndrome de Compre ssão Me dular ( 1 ) não ( 2 ) sim (SCM)
Data (SCMDATA) ______/______/_______
INTERNAÇÕ ES CLÍNIC AS
Internação 1 Data: (INTER1MES) ______/______/_______
Motivo ( 01 ) neutropenia ( 04 ) Infecção MS ( 07 ) T VP MI ( 10 ) fratura MI ( 13 ) dor mama/plastrão (INTER1MO T)
( 02 ) tromboembolismo ( 05 ) outras infecções ( 08 ) T VP MS ( 11 ) dor MI (14 ) fratura MS
( 03 ) Pneumopatias ( 06 ) SCM ( 09 ) HAS/DM ( 12 ) dor MS outra: _________________
Reconstrução 2 ( 1 ) T RAM ( 2 ) grande dorsal ( 3 ) expansor ( 4 ) prótese ( 5 ) CAM ( 6 ) dorsal + expansor (RECTD2)
Data (REC TD2DT)
______/______/________
C omplicações ( 1 ) não ( 2 ) deiscência ( 3 ) transfusão ( 4 ) hematoma ( 5 ) necrose ( 6 ) outras (RECTD2COMP)
Reconstrução 3 ( 1 ) T RAM ( 2 ) grande dorsal ( 3 ) expansor ( 4 ) prótese ( 5 ) CAM ( 6 ) dorsal + expansor (RECTD3)
Data (REC TD3DT)
______/______/________
C omplicações ( 1 ) não ( 2 ) deiscência ( 3 ) transfusão ( 4 ) hematoma ( 5 ) necrose ( 6 ) outras (RECTD3COMP)
Reconstrução 4 ( 1 ) T RAM ( 2 ) grande dorsal ( 3 ) expansor ( 4 ) prótese ( 5 ) CAM ( 6 ) dorsal + expansor (RECTD4)
Data (REC TD4DT)
______/______/________
C omplicações ( 1 ) não ( 2 ) deiscência ( 3 ) transfusão ( 4 ) hematoma ( 5 ) necrose ( 6 ) outras (RECTD4COMP)
O UTRAS CIRURGIAS
Cirurgia 1 ( 1 ) ginecológica ( 2 ) ortopédica ( 3 ) torácica( 4 ) abdominal ( 5 ) cabeça/pescoço ( 6 ) outra ___________ (OUCIR1)
Data (O UCIR1MES)
____/____/_______
Esta é uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Câncer em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.
A finalidade deste estudo é conhecer quantas mulheres apresentam braço inchado ( linfedema ) após o
tratamento para câncer de mama, e também identificar quais são os fatores que contribuem para a ocorrência
deste inchaço. Com esta pesquisa esperamos poder prevenir ou diminuir a sua ocorrência, através de
orientação e tratamento específico, a ser iniciado logo após a cirurgia.
Objetivos do estudo:
Esta pesquisa tem o objetivo de avaliar as mulheres operadas para câncer de mama, no HCIII / INCA, e
identificar quantas desenvolvem o inchaço no braço, e quais são as características destas mulheres em relação
ao tratamento realizado, atividades com o braço e complicações observadas após a cirurgia.
Se você concordar em participar deste estudo, serão feitas perguntas relacionadas as suas atividades
domésticas, profissionais e de lazer, e como você está se sentindo em relação a dor, desconforto, e outras
queixas no braço. Também iremos fazer um exame físico simples, onde iremos medir os braços, ver o quanto
você consegue movimentar o ombro, e verificar a presença de possíveis alterações no seu braço.
Desconfortos e riscos:
Durante a entrevista e o exame físico você não sentirá qualquer desconforto ou mal estar, e não será exposta
a nenhum risco para a sua saúde.
Benefícios esperados:
O objetivo final deste estudo é prevenir ou diminuir a chance do braço inchar após o tratamento para câncer
de mama, através de tratamentos mais específicos e orientações domiciliares.
108
A sua participação é de extrema importância, mas gostaríamos de deixar claro que esta pesquisa é
independente do seu tratamento e não o influenciará de maneira alguma caso você não concorde em
participar. Você poderá desistir de responder às perguntas a qualquer momento, bastando informar ao
pesquisador, sem que isso provoque qualquer modificação no acesso ao seu tratamento. Todas as
informações pessoais obtidas durante o estudo serão estritamente confidenciais e os registros no prontuário
estarão disponíveis apenas para os médicos envolvidos no estudo e para a Agência Nacional da Vigilância
Sanitária do Ministério da Saúde. Os dados obtidos poderão ser publicados apenas com fins científicos, pelo
responsável do projeto ou seus autorizados. A identidade do participante permanecerá em sigilo.
A participação no estudo é voluntária, e nenhum tipo de compensação ou remuneração será oferecida aos
participantes pelas instituições responsáveis.
Em caso de dúvida:
Você deve guardar este termo de consentimento e toda vez que tiver algum problema ou dúvidas sobre este
estudo, deve telefonar para a Dra. Anke Bergmann, responsável pela obtenção do consentimento, no telefone
2577-4242.