Ciência Dos Materiais
Ciência Dos Materiais
Ciência Dos Materiais
DE IPATINGA
1
Herica Freitas Silva
1ª edição
Ipatinga – MG
2021
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem
Autorização escrita do Editor.
Inclui referências.
ISBN: 978-65-990786-0-6
CDD: 100
CDU: 101
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
3
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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos.
Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:
4
SUMÁRIO
01
1.1 CONCEITO DA CIÊNCIA DOS MATERIAIS .............................................................. 8
1.2 TETRAEDRO DA CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS ................................... 9
1.3 PROCESSO DE EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS ........................................................ 12
1.3.1 A Idade da Pedra ..........................................................................................13
1.3.2 A Idade dos Metais ........................................................................................14
1.3.3 A Idade do Cobre ..........................................................................................15
1.3.4 A Idade do Bronze .........................................................................................16
1.3.5 A Idade do Ferro ............................................................................................16
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 18
02
2.1 METAIS ................................................................................................................... 22
2.2 POLÍMEROS ............................................................................................................ 24
2.3 CERÂMICOS .......................................................................................................... 27
2.4 COMPÓSITOS ........................................................................................................ 30
2.5 SEMICONDUTORES E BIOMATERIAIS .................................................................... 31
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 34
03
3.1 ESTRUTURA ATÔMICA DOS MATERIAIS ................................................................ 39
3.1.1 Os Modelos Atômicos da Química .............................................................42
3.1.2 Caracterização de Elétrons – Números Quânticos..................................43
3.1.3 Configuração Eletrônica ..............................................................................44
3.2 LIGAÇÕES INTERATÔMICA DOS MATERIAIS ........................................................ 47
3.2.1 Ligação iônica ................................................................................................47
3.2.2 Ligação Covalente ........................................................................................48
3.2.3 Ligação metálica ...........................................................................................50
3.2.4 Ligação Van Der Waals ................................................................................50
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 52
04
4.1 CÉLULAS UNITÁRIAS E REDES DE BRAVAIS ........................................................... 56
4.2 ESTRUTURAS CRISTALINAS DOS METAIS................................................................ 60
4.2.1 Estruturas Cúbicas Simples (CS) ...................................................................60
4.2.2 Estruturas Cúbicas de Face Centrada (CFC) e Corpo Centrado (CCC)
...........................................................................................................................61
4.2.3 Estruturas Hexagonais ....................................................................................63
4.3 DIREÇÕES E PLANOS CRISTALOGRÁFICOS.......................................................... 64
4.4 iMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS ............................................................................... 67
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 73
05
5.1 DIFUSÃO ................................................................................................................ 77
5.2 DIAGRAMA DE FASES ........................................................................................... 82
5.2.1 A regra da Alavanca ....................................................................................83
5.2.2 Diagrama Isomorfo ........................................................................................84
5.2.3 Diagrama Binário sem Solução Sólida .......................................................85
5.2.4 Diagrama Tenário...........................................................................................88
5.2.5 Diagrama de Materiais Cerâmicos.............................................................89
FIXANDO CONTEÚDO ........................................................................................... 90
5
UNIDADE COMPORTAMENTO MECÂNICO E APLICABILIDADE DOS MATERIAIS .. 94
06
6.1 COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS ............................................... 94
6.1.1 Curva de Tensão Deformação ....................................................................94
6.1.2 Testes de Dureza .............................................................................................97
6.1.3 Falhas Ou Fraturas ....................................................................................... 100
6.1.4 Fadiga ........................................................................................................... 102
6.1.5 Fluência ......................................................................................................... 102
6.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS, MAGNÉTICAS E ÓPTICAS DOS MATERIAIS ........... 103
6.2.1 Propriedades dos Metais ........................................................................... 103
6.2.2 Propriedades dos Polímeros ...................................................................... 104
6.2.3 Propriedades dos Cerâmicos .................................................................... 105
6.2.4 Propriedades dos Compósitos .................................................................. 105
6.3 APLICABILIDADE DOS MATERIAIS....................................................................... 106
6.4 RECICLABILIDADE DOS RESÍDUOS GERADOS PELOS MATERIAIS ...................... 107
6.4.1 Reciclabilidade dos Materiais Metálicos ................................................ 108
6.4.2 Reciclabilidade dos Materiais Cerâmicos .............................................. 109
6.4.3 Reciclabilidade dos Materiais Poliméricos ............................................. 110
FIXANDO CONTEÚDO ......................................................................................... 113
6
CONFIRA NO LIVRO
7
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E UNIDADE
ENGENHARIA DOS MATERIAIS
8
de trabalho, a fim de aplicar melhores métodos de manufatura ou manutenção. Ou
um engenheiro químico que deve conhecer todas as interações físicas e químicas
dos materiais em sua rotina de trabalho em laboratório de testes. Assim como diver-
sas outras áreas da engenharia possuem sua aplicabilidade dentro da ciência dos
materiais.
Existe, contudo, uma classificação dos materiais com base nos estudos
realizados por esta ciência, esta classificação foi construída através dos milênios
passados com a evolução humana. Os materiais subdividem-se em: metais,
polímeros, cerâmicos e compósitos. Esta classificação é realizada de acordo com a
similaridade das propriedades destes materiais, assim como processamento e
estruturas.
Através da ciência dos materiais, profissionais da engenharia podem
desenvolver estudos que acompanham as descobertas e evoluções da tecnologia,
correlacionando à aplicação de materiais já existentes otimizando sua
capacidade. Assim como quantificar a aplicabilidade de novas descobertas que a
era moderna possui como consequência.
9
estudo de comportamento, aplicação, melhoria e descobrimento de novos materi-
ais. Enquanto a engenharia de materiais é o campo responsável por utilizar tais
estudos nas aplicações de práticas da engenharia.
Este recurso permite que os campos de estudo desta ciência sejam bem
definidos, divididos e compreendidos. Além disso, a ordenação destes quatro
fatores permite que o aluno possa enxergar a interdependência de todos os
elementos componentes do tetraedro. Na ciência dos materiais se estuda
principalmente as propriedades de cada material para aplicações diversas ao
longo das atividades do ser humano, nota-se então a importância de saber o que
configura tais propriedades.
10
A estrutura de um material é a organização de todos os elementos que fa-
zem parte de sua composição. A forma e configuração dessa estrutura é baseada
na rota de processamento (fabricação) do material analisado, com isso, fica fácil
assimilar que todos os materiais com rotas distintas terão estruturas (configurações)
diferentes se comparados.
Além da estrutura é necessário o conhecimento intrínseco da composição
química, pois através dela se pode determinar algumas propriedades físicas e
químicas, também quais rotas de processamento poderão ser utilizadas sem que
suas propriedades sejam afetadas ao final do processo.
Quando um material é selecionado para certo trabalho na engenharia, a
análise crítica deve ser realizada levando em consideração todas as quatro
propriedades citadas no tetraedro. Estas propriedades sempre estarão interligadas
de forma que qualquer alteração mínima em uma, pode afetar consideravelmente
outra propriedade importante para a aplicação desejada (ASKELAND; WRIGHT,
2015).
Você foi escolhido para trabalhar em uma empresa com seleção de materiais para
fabricação de tubos para saneamento básico. O seu supervisor pede um material com a
composição “X”, mas precisa da rota de processamento “Y”. Com suas pesquisas
chegou aos materiais A, B e C, sendo que todos atenderiam perfeitamente segundo sua
análise crítica. O custo de C > A > B. O material B atenderia bem, mas em sua
composição química existe um elemento que contaminaria o solo. Já o material A é mais
frágil fisicamente, contudo, existe a possibilidade de um tratamento que o tornaria mais
resistente. Por fim, o material C não precisaria de nenhum tratamento, atendendo bem
as expectativas, contudo, este é o material mais custoso. Com base nas propriedades
requeridas e estudando o tetraedro, qual material você utilizaria? Discuta com seu tutor.
11
1.3 PROCESSO DE EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS
12
1.3.1 A Idade da Pedra
13
Já o período Neolítico, também chamado de Período da Pedra Polida,
marca a última fase da Idade da Pedra. Através da agricultura desenvolvida na era
Mesolítica o homem pode reproduzir, criando pequenas tribos e aglomerações
através da terra. Além desse marco na história, o Período Neolítico é marcado pela
descoberta do fogo, o homem faz a descoberta deste elemento proporcionando a
utilização de novos insumos.
Com essa grande evolução, o homem passou a utilizar além da pedra, outros
materiais como ossos, argila e a cerâmica (argila + fogo). O homem e seus iguais
deixaram as cavernas, passando a viver em pequenas tribos e ocas construídas de
materiais simples como argila, pedra e aglomerados de argila e palha.
Além disso, neste período ouve a criação de alguns padrões de vestimentas
entre as tribos. O que determinava a qual aglomeração um determinado ser per-
tencia, essa ação permitia diferenciar o povo amigo de inimigo, diminuindo as
guerras entre aliados.
Outro fator bastante importante para a era Neolítica é a utilização do senso
de seleção com os animais, o homem começa e entender os conceitos sobre
domesticação e passa a consumir os produtos provenientes de alguns animais
(pecuária), como: leite, ovos, banha, carnes de engorda, etc. Este consumo só era
possível devido a capacidade de cultivar do homem, onde ele podia alimentar os
animais domesticados para usufruir de seus produtos.
Ao final da Idade da Pedra então o homem possui os recursos de manufatura
de ferramentas e utensílios, agricultura, pecuária, presença de tribos mais
organizadas, a descoberta do fogo e o início da utilização de outros insumos para a
confecção de suas ferramentas.
14
com metais. Isso proporcionou maior eficiência, estabilidade e durabilidade as
ferramentas utilizadas no cotidiano do homem desta era.
A utilização dos metais como insumo de produção possibilitou ao homem
descobertas básicas relacionadas a ciências dos materiais, como: ponto de fusão,
dureza, maleabilidade e outras características físicas dos metais. A partir dessa ida-
de o homem começou a diferenciar metais, criando ligas metálicas e
aperfeiçoando sua manufatura com este insumo.
Durante a manufatura de alguns itens, o homem foi descobrindo novos
materiais, novas misturas e como realiza-las com sucesso. A criação destas novas
ligas permitiu que os materiais dessem mais um passo em seu processo de evolução,
a partir destas misturas o homem chegou ao cobre, bronze e ferro.
Cu2(OH)2(CO3)
15
térmica o cobre torna-se um material muito fácil de ser trabalhado, essa
capacidade na Idade do Cobre fez com que ele fosse cada vez mais empregado,
dando a possibilidade da criação e evolução em suas diferentes ligas.
16
descobriu a possibilidade de extrair o minério de ferro das rochas e confeccionar
seus utensílios. Com o tempo este material foi substituindo o cobre e o bronze, isso
porque o homem viu que o elemento ferro (Fe) estava mais presente na natureza, e
proporcionava também maior durabilidade e resistência em suas manufaturas.
Partindo do Oriente médio, a Idade do Ferro passou pelo Egito, Grécia, Áfri-
ca, Europa, Índia e Ásia. A América não havia feito esta descoberta, então algum
tempo depois a Europa, através da sua caravana de colonização apresentou
artigos de ferro aos nativos desta área.
Nesta era o homem descobriu não apenas o ferro, mas pode evoluir em
outros segmentos. Um dos principais segmentos que evoluíram com esta descoberta
foi a construção, o homem viu-se construindo pontes, fortalezas e moradias com o
auxílio deste insumo. Neste período as atividades de tecelagem e cerâmica
também evoluíram, o que permitiu que o homem pudesse combinar recursos para
crescer como sociedade.
Tornou-se comum o ato de misturar o ferro com outros elementos, criando
ligas metálicas que conferiam diferentes propriedades aos insumos criados. As ligas
de ferro tornaram-se o principal material utilizado na construção, produção,
agricultura, etc. Neste período era comum a presença de muitos ferreiros nas
cidades, o que tornou a prática de forja bastante prestigiada.
A partir do século XIX o homem desenvolveu novos meios de processamento
de materiais, surgiram novas técnicas de fundição e com isso uma liga muito
importante para o mundo, o aço. A liga metálica chamada aço é composta
principalmente de ferro (Fe) e carbono (C), estas proporções podem chegar em
até 97% Fe, 2%C e 1% de outros elementos ou impurezas, variando dependendo dos
processos e aplicações.
A partir das evoluções do final da Idade do Ferro, o homem saiu do período
pré-histórico e começou uma jornada de desenvolvimento sem limites. Com a
descoberta do aço o homem pode evoluir não só em construções, manufatura,
agricultura, pecuária, mas também em inovações e novas tecnologias para
continuar evoluindo na utilização dos materiais.
17
FIXANDO CONTEÚDO
1. Através dos estudos realizados compreende-se que a ciência dos materiais obje-
tiva-se em caracterizar as propriedades dos materiais baseando-se em sua
composição química, arranjo estrutural e submissão de esforços ao longo do
trabalho. Existem no entanto seis principais classificações para as propriedades
dos materiais dentro da concepção dos estudiosos, são elas:
18
se que a alteração de um destes quatro pilares reflete sobre os três, independen-
te de qual seja. Dentro deste conceito os quatro pilares do tetraedro da ciência
e engenharia de materiais são:
“Os primeiros seres humanos tiveram acesso a apenas um número muito limitado de
materiais, aqueles que ocorrem naturalmente: pedra, madeira, argila, peles, e assim por
diante. Com o tempo, eles descobriram técnicas para a produção de materiais que
tinham propriedades superiores àquelas dos materiais naturais; esses novos materiais
incluíam as cerâmicas e vários metais. Além disso, foi descoberto que as propriedades de
um material podiam ser alteradas por meio de tratamentos térmicos e pela adição de
outras substâncias. Naquela época, a utilização dos materiais era um processo
totalmente seletivo que envolvia decidir, entre um conjunto específico e relativamente
limitado de materiais, o que mais se adequava a uma dada aplicação em virtude das
suas características.”
(CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021, p. 02).
a) V – F – F - F
19
b) V – V – F - V
c) F – V – F - F
d) V – F – F – V
e) V – V – F – V
5. Sabe-se que a idade da pedra foi um período que marcou o início da evolução
do homem, além da utilização da pedra como principal fonte de manufatura
houveram também descobertas e evoluções em outros segmentos importantes
para a história. A idade da pedra se divide em três principais períodos, são eles:
6. O Período Neolítico foi um grande marco na Idade da Pedra, pois através dos
marcos nele ocorridos o homem pode evoluir como criatura, realizando novar
atividades e estudando novos métodos de produção e de vida. Com base na
afirmação, assinale a alternativa que contenha os principais marcos da era Neolí-
tica:
20
a) Cu 90% - Fe 10%.
b) Cu 90% - Mn 10%.
c) Cu 10% - Sn 90%.
d) Cu 90% - Sn 10%.
e) Cu 85% - Sn 10% - S 5%.
a) 97% Outros/Impurezas, 2% Fe e 1% C.
b) 95% Fe, 4% C e 1% Outros/Impurezas.
c) 99% Fe, 2% C e 1% Outros/Impurezas.
d) 97% Fe, 2% C e 1% Outros/Impurezas.
e) 2% Fe, 98% C e 1% Outros/Impurezas.
21
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS UNIDADE
2.1 METAIS
22
existe a possibilidade de se combinar vários elementos formando uma liga metálica.
Uma liga metálica é a junção de dois ou mais elementos, onde pelo menos um des-
tes seja um metal. A Tabela 1 apresenta uma lista das principais ligas metálicas
utilizadas no mundo:
23
dissolver no solvente para formar uma solução sólida; isso é chamado limite de
solubilidade.” (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021, p. 226). Esta solubilidade está dire-
tamente ligada às condições que envolvam o processo e a temperatura em que
ele é executado.
As ligas metálicas possuem duas principais ramificações, ligas ferrosas e não
ferrosas. Para que uma liga seja classificada com ferrosa, é necessário que o Fe seja
o principal elemento da mistura. Já a classificação não ferrosa se dá pelo inverso
das ligas ferrosas, como um exemplo clássico destas ligas pode-se citar: ligas de
alumínio, níquel, cobre, dentre outras.
A rede de átomos de um material metálico é ordenada, bem dispostas ao
longo de sua estrutura. Essa configuração permite ao material propriedades como:
rigidez, resistência à fraturas e ductilidade. Além disso, como já explicitado, os
elétrons livres dão ao material uma excelente condutibilidade (térmica e elétrica),
por este motivo os metais são considerados condutores de eletricidade.
2.2 POLÍMEROS
24
os chineses já utilizavam em 1000 a.C. Este verniz era utilizado como tinta para
obtenção de características impermeáveis para móveis até meados de 1950
(GORNI, 2003). Estes materiais são mais comuns no cotidiano das pessoas do que
elas imaginam, a Figura 3 demonstra alguns objetos simples confeccionados a partir
dos polímeros:
25
como homopolímero ou copolímero. Homopolímero é o material proveniente de um
único tipo de monômero, ou seja, a sua rede de repetição contém apenas um
monômero desde a polimerização até a concepção do material. Já o copolímero
é o material que possui dois ou mais tipos de monômeros em sua composição.
Em relação à natureza dos polímeros, podemos citar os naturais ou sintéticos,
sendo os naturais aqueles encontrados na natureza, como o caso da borracha,
amido, celulose, glicogênio, etc. Os polímeros sintéticos são aqueles concebidos
através de laboratório, normalmente utilizam como base produtos derivados do
petróleo, podem-se citar exemplos: acrílico, PVC (policroreto de vinila),
polipropileno, polietileno, etc.
A classificação de acordo com o método de processamento pode ser:
adição, condensação ou rearranjo. Os polímeros de adição são aqueles resultantes
da adição repetitiva de monômeros. Os polímeros de condensação são aqueles
resultantes da adição de monômeros diferentes, com a remoção de uma molécula
de ácido, álcool ou água na polimerização. Os polímeros de rearranjo, como seu
próprio nome sugere, são os polímeros resultantes do rearranjo das estruturas
químicas na polimerização.
Em se tratando de comportamento mecânico os polímeros podem ser
borrachas (elastômeros) ou plásticos. As borrachas possuem classificação natural ou
sintética, ou seja, podem ser encontrados na natureza ou sintetizados em
laboratório à base de petróleo, sua principal característica é a elasticidade, este
tipo de polímero pode receber grandes quantidades de deformação retornando
ao seu formato inicial. Já os plásticos são oriundos da soma de diversos monômeros,
utilizando o petróleo como o principal insumo, estes polímeros podem ser termofixos
ou termoplásticos.
Os polímeros termofixos são aqueles que quando expostos a altas
temperaturas, torna-se rígidos e esta condição é irreversível, não sendo possível
recicla-los depois. Este comportamento se dá principalmente pela força da ligação
em sua estrutura, pois este material possui ligações primárias.
Já os termoplásticos apresentam comportamento inverso, com o aumento
de temperatura eles se tornam mais flexíveis, podendo ser moldados e reciclados.
Esta característica também é consequência do tipo de ligação química que este
material possui, neste caso as ligações são secundárias e fraca entre cadeias, uma
das ligações que este material apresenta é a ligação de Van der Waals.
26
Existem dois principais fatores que limitam o uso dos polímeros em massa, o primeiro deles
está relacionado à matéria prima deste material que configura em sua maioria como
fontes não renováveis. Outro fator crucial na utilização dos polímeros está relacionado
ao descarte destes materiais, principalmente pela falta de informação dos usuários finais.
Em um destes impasses a empresa “ABC” fabricante de embalagens de produtos deseja
aperfeiçoar seu processo, por estar sendo fiscalizada pelo órgão ambiental devido à
grande produção de resíduos sólidos em seu processo e também no pós-venda do
produto. A empresa está fazendo um estudo para substituir a matéria prima de sua
produção para um polímero que permita a reciclagem e seja menos prejudicial ao meio
ambiente. Com os conhecimentos adquiridos ao longo do capítulo, qual ou quais seriam
os melhores meios de mitigar os problemas causados pela utilização da matéria-prima
atual?
2.3 CERÂMICOS
27
Sua composição química é dada na maior parte do tempo por argila, e esta
é compota por hidróxidos de alumínio que são ligados a óxidos de silício através de
ligações fortes. Todavia para que o material apresente as propriedades desejadas
após a queima, se adicionam sílica, feldspato, caulim, talco, amianto, volatonita,
silimanita e outros.
O vidro inorgânico também faz parte da família dos materiais cerâmicos, sua
composição química mais comumente vista pode chegar até 70% de sílica somando-se
a nitretos e óxidos. Os vidros possuem todas as propriedades dos materiais cerâmicos, sua
única diferença está ligada ao seu arranjo atômico, sendo este regular, o que configura
a este material a característica transparente e não amorfo como as outras cerâmicas.
28
dureza, estas propriedades não costumam ser alteradas quando o material é
elevado à altas temperaturas. Assim como os polímeros, os cerâmicos são péssimos
condutores de energia, fazendo com que sejam classificados como materiais isolan-
tes.
Uma característica crucial deste material é a capacidade de armazenar
calor por longos períodos, esta característica é chamada de refratária. Os materiais
cerâmicos são refratários e por isso são utilizados em diversos processos onde existe
a necessidade de manter o calor em determinado ambiente ou processo.
A aplicação mais comum para este tipo de material é sem dúvida como
refratários em equipamentos e processos industriais, como fornos, turbinas e salas
pós tratamento térmico. Um exemplo clássico da aplicação da cerâmica como
refratário são os revestimentos internos nos altos fornos, equipamento utilizado em
indústrias siderúrgicas para a transformação do minério de ferro em aço.
29
de grãos, micro trincas, porosidade, etc), que geram muitas tensões internas em sua
estrutura.
2.4 COMPÓSITOS
30
fibras de vidro, onde a resina (polímero) é a matriz e o vidro a fase.
Já nos casos de compósitos estruturais não existe apenas uma matriz, sua
concepção se dá através do empilhamento de matrizes diversas. Um exemplo clás-
sico e a fuselagem de aeronaves que são produzidas a partir de várias matrizes de
carbono, formando uma espécie de sanduiche de carbono.
O estudo e compreensão dos compósitos é importante para a ciências dos
materiais porque possibilita a criação de algo novo. Através do conhecimento de
propriedades de materiais distintos, se pode obter um material inovador e capaz de
possuir agregar que não seriam adquiridas utilizando um único material.
Estes materiais são amplamente utilizados na construção civil, plantas de
energia como hidrelétricas e centrais térmica, siderúrgicas, fábricas automotivas,
medicina, comunicação (antenas), artigos de esporte e lazer, plataformas off-shore
para extração de petróleo e diversas áreas do mundo inteiro.
A ciência evolui a cada dia, assim como a evolução do homem desde a era
antiga até as descobertas da era moderna. Com os materiais isso não é diferente,
ao longo das eras os materiais são estudados pelo homem a fim de novas
tecnologias serem inseridas no mundo como fonte de otimização para as
operações de engenharia, medicina, ciências e outras. Dentro das inovações dos
materiais, citam-se os semicondutores e os biomateriais.
Os materiais Semicondutores são materiais com propriedades elétricas entre
metal e cerâmica, eles encontram-se em um meio termo entre a capacidade de
conduzir eletricidade de um metal, mas possuem também a capacidade de
armazenar energia como as cerâmicas. Estes materiais podem ser compostos de
silício, gálio, zinco, germânio, cádmio e outras adições (SHACKELFORD, 2012).
Os semicondutores são fabricados como monocristais devido à alta
sensibilidade deles. O processo de fabricação destes materiais precisa ser bastante
minucioso, pois são materiais muito sensíveis e com isso a tolerância de impurezas
na composição química é mínima. Estes materiais precisam estar puros, pois níveis
elevados de impurezas afetam diretamente sua propriedade (condutibilidade).
Em determinados casos a condutibilidade elétrica dos semicondutores
podem ser controladas. Adicionando-se impurezas aumenta a capacidade de
31
conduzir do material, da mesma forma que eliminando impurezas diminui sua
condutibilidade. Esta prática é normalmente utilizada para a produção de
componentes eletrônicos utilizados para a fabricação de circuitos elétricos.
Existem duas classificações para este material: intrínseca e extrínseca. Quan-
do a propriedade deste material depende principalmente do metal (puro),
chama-se de intrínseco. Já no caso da extrínseca, a condutibilidade depende
principalmente do controle de impurezas do material (VAN VLACK, 1973).
A criação dos semicondutores foi um marco para a indústria de eletrônicos.
Este material é o principal insumo utilizado na produção de componentes como:
transistores, diodos, chips, microprocessadores e demais componentes tecnológicos
avançados.
Outra grande evolução dos materiais foi a descoberta dos biomateriais, isso
revolucionou a medicina em todos os aspectos. Estes materiais são utilizados na
medicina, inseridos no corpo humano a fim de resolver algum problemas de saúde,
substituir partes faltantes, compor mecanismos para promover um bom
funcionamento do corpo hospedeiro.
Como os biomateriais são utilizados internamente no corpo humano,
precisam ser materiais estéreis, ou seja, não tóxicos e ao mesmo tempo, que não
reajam ou interajam com o corpo hospedeiro. Dessa forma, utiliza-se qualquer
classe de materiais para sua construção, desde que se respeite a capacidade de
ser inerte ao corpo humano.
Existem várias áreas da medicina que já utilizam os biomateriais, como por
exemplo: cardiologia, odontologia, oftalmologia e ortopedia. Na área de
cardiologia os biomateriais são utilizados na forma de componentes para o sistema
vascular e circulatório. Na odontologia são utilizados em próteses dentárias,
implantes e restaurações de anomalias. Na área da oftalmologia estes materiais são
empregados em lentes e até olhos artificiais para selagem da cavidade ocular.
Já na ortopedia os biomateriais aparecem com mais frequência, são
utilizados para a substituição de diversas articulações e até mesmo ossos, como
implantes em joelhos, cotovelo, ombro, quadris e outros locais onde se exista a
possibilidade de substituição.
32
As novas tecnologias e os novos estudos acerca dos materiais proporcionam
uma linha quase infinita de emprego dos insumos existentes na natureza. Através do
estudo e compreensão das propriedades pode-se chegar à conclusão de que o
conhecimento dos materiais é importante não só para profissionais da área de en-
genharia, medicina, construção ou alimentícia, mas para profissionais de todas as
áreas do conhecimento.
Cada material possui sua aplicação e se empregado de forma incorreta
podem haver consequências severas, principalmente em se tratando de
aplicações mais delicadas como os biomateriais. Todavia é necessário para o
engenheiro conhecer a classificação e subdivisão básica dos materiais disponíveis
para uso.
33
FIXANDO CONTEÚDO
2. Ligas metálicas são a junção de dois ou mais elementos, dos quais ao menos um
precisar ser classificado como metal. As ligas metálicas são usuais pela absorção
das propriedades de todos os elementos utilizados em um único material. Dessa
forma as ligas metálicas podem ser classificadas em dois principais tipos, as ligas
ferrosas e não ferrosas. Ligas ferrosas são aquelas que possuem como principal
componente o ferro, já as não ferrosas possuem outros componentes como
elementos principais da mistura. De acordo com a literatura são exemplos de
ligas não ferrosas:
34
acordo com:
35
(X) As cerâmicas possuem alta capacidade de condução de energia, por este
motivo são empregadas em transformadores elétricos para otimizar a distri-
buição de energia elétrica.
(X) As ligações químicas mais comuns nos materiais cerâmicos são as iônicas e as
de Van der Waals.
(X) As cerâmicas possuem ótima resistência a intempéries ambientais, não sendo
afetadas por processos de oxidação, inchamento ou dissolução e pelos raios
ultravioletas provenientes do sol.
(X) Os materiais cerâmicos são considerados sólidos cristalinos e inorgânicos.
(X) Os materiais refratários utilizados em altos fornos industriais são
confeccionados de materiais cerâmicos, isso porque este material possui
baixo coeficiente de condutibilidade térmica fazendo com que se tornem
ótimos isolantes.
a) F – F – V – F - V.
b) F – F – V – V – V.
c) F – V – F – F - F.
d) V – F – V – V - V.
e) F – F – V – V - V.
36
sofram tensões internas que em contato com tensões externas se propagam o le-
vando à fratura.
d) Como a argila é hidratada, a água presente na estrutura do material cerâmico
se evapora quando ele é cozido, fazendo com que formem-se trincas de
hidrogênio na estrutura do material, estas trincas se propagam por todo o
material, ao entrarem em contato com esforços externos estas trincas fazem com
que o material se quebre.
e) N.D.A.
1 – Reforçados com Partículas (X) São os compósitos onde várias matrizes são
empilhadas umas sobre as outras formando
um único material.
2 – Reforçado com Fibras (X) O concreto é um exemplo deste tipo de
compósito.
3 - Estruturais (X) São os compósitos onde as fases encontra-
se dispersas na matriz, de forma
desordenada.
(X) As fibras de vidro e carbono são exemplos
deste compósito;
(X) São os compósitos onde as fazes encontra-
se na forma de fibras na matriz,
normalmente empilhadas e ordenadas em
camadas.
(X) Fuselagem de aeronave é um exemplo
deste tipo de compósito.
a) 2 – 3 – 1 – 2 – 3 - 1.
37
b) 2 – 2 – 1 – 3 – 2 - 2.
c) 3 – 1 – 1 – 2 – 2 - 3.
d) 3 – 1 – 1 – 3 – 2 - 2.
e) 3 – 1 – 2 – 1 – 2 - 1.
38
ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO UNIDADE
INTERATÔMICA
39
Figura 5: Carbono na Tabela Periódica
A = P + N (1)
40
utilizou-se o carbono (C), pois este se trata do elemento mais abundante na nature-
za. Através do cálculo, definiu-se que 1 UMA (Unidade de massa atômica), é 1/12
da massa total do C (FONSECA, 2013).
Segundo Callister Jr. e Rethwisch (2021) a massa atômica (A) de um
determinado elemento é especificada em UMA/átomos ou simplesmente mol. Mol
é a unidade de medição utilizada pela química para contabilizar a matéria
microscópica presente em um determinado átomo ou molécula.
41
3.1.1 Os Modelos Atômicos da Química
Com o passar das eras notou-se que a mecânica clássica já não era o sufici-
ente para descrever certos fenômenos ou comportamento dos sólidos devido a
presença dos elétrons. A mecânica quântica foi desenvolvida com o propósito de
compreender o comportamento das cargas negativas presentes nos átomos e nos
sólidos cristalinos.
O modelo atômico de Bohr foi o primeiro existente a utilizar os recursos da
mecânica quântica para estudar estes fenômenos. Este modelo descrevia um
comportamento dos eletros conforme a Figura 6. Os elétrons orbitam em rotas bem
definidas ao redor do núcleo do átomo. Era um modelo simples e concreto.
42
não se movem em orbitais ao redor do núcleo, mas sim podem aparecer em
qualquer posição em seu interior, assim nasceu o conceito de nuvem de elétrons.
43
O “mt” é o responsável por definir quantos estados uma subcamada pode
ter, onde “s” tem único estado, “p” três estados “d” cinco estados e “f” sete
estados. Já o spin é diretamente relacionado com o momento de spin (sentido de
rotação) que pode ser positivo ou negativo (1/2 | -1/2), este momento cria campos
magnéticos gerando forças que podem se atrair ou repelir (FONSECA, 2013).
44
Cada uma das camadas definidas pelo “n” recebe uma quantidade
máxima de elétrons, esta informação está apresentada na Tabela 2:
1 – Camada / Nível
45
s – Subnível
2 – Número máximo de elétrons comportados
46
3.2 LIGAÇÕES INTERATÔMICA DOS MATERIAIS
Grande parte das propriedades dos materiais podem ser explicadas levando
em consideração as ligações interatômicas dos átomos em sua composição.
Quanto mais distantes, menor é a força interatômica de ligação, mas quando os
átomos se aproximam esta ligação se fortifica. As forças interatômicas podem ser
classificadas como repulsivas ou atrativas, e de acordo com Shackelford (2008) as
ligações ainda podem ser: metálicas, covalentes, iônicas e de van der Waals
(secundárias). Se comparadas as ligações existentes pode-se dizer que a ligação
de van der Waals é relativamente fraca em relação as demais.
As ligações interatômicas dos sólidos são complexas, onde ocorrem em
grande quantidade dadas baixas taxas de tempo. A energia gerada por estas
ligações irá depender do tipo de material e como elas se comportam, bem como
qual o tipo de ligação o sólido possui. As ligações iônica, covalente e metálica são
consideradas ligações primárias já a ligação de van der Waals é uma ligação
secundária, dessa forma cada uma delas terá uma magnitude diferente de
energia.
Cada tipo de ligação existente condiciona-se pelos elétrons na camada de
valência e das ordenações eletrônicas dos átomos. Cada ligação tem um
comportamento diferente, influenciando as propriedades dos físicas materiais em
diferentes segmentos. Um exemplo clássico são materiais que possuem altos níveis
de energia das ligações, estes normalmente possuem ponto de fusão também
elevado.
A ligação iônica é uma das mais simples de ser compreendida, isso porque
ela compreende a ligação entre materiais metálicos e ametálicos. Os elementos
metálicos possuem facilidade em perder os elétrons localizados em sua camada de
valência, e por isso os não metálicos possuem certo interesse, pois estes necessitam
da adição de elétrons em sua camada de valência para serem estáveis.
Quando dois elementos cedem ou recebem elétrons eles passam a se
comportar como um gás inerte, isso por estarem com configuração estável. A
condição estável em um elemento indica que todos os orbitais da eletrosfera estão
preenchidos com os elétrons necessários. Após esta ligação os elementos se tornam
47
íons, ou seja, estão eletricamente carregados.
A ligação iônica mais ilustrativa que existe é sem dúvida o NaCl (Cloreto de
Sódio), o sal de cozinha. A Figura 10 ilustra este fenômeno:
No esquema ilustrado o metal Sódio (Na), cede para o ametal Cloro (Cl) seu
elétron da camada de valência. Ambos se tornam íons (Na+ e Cl-), sendo o Sódio
um cátion (carga positiva) e o Cloro um ânion (carga negativa). Assim ambos os
íons formam a ligação iônica originando o NaCl (Cloreto de Sódio), mais comumen-
te conhecido como o sal ou sal de cozinha.
Apesar da ligação iônica ser uma das mais simples de ser estudada, ela se
caracteriza como uma ligação não direcional. Uma ligação não direcional se
caracteriza pelo comportamento “aleatório” dos elétrons, onde quaisquer
elementos eletropositivos e negativos se atrairão sem levar em consideração a
direção para onde estão indo.
48
(Hidrogênio).
49
3.2.3 Ligação metálica
50
fraca entre os elementos. De forma natural, esta ligação existe em qualquer
ligação entre dois elementos, mas quando existe a presença de qualquer uma das
ligações primárias, a força da ligação de van der Waals é tão baixa que chega a
ser desprezível.
Estas ligações apesar de fracas estão subdivididas em quatro principais tipos:
51
FIXANDO CONTEÚDO
52
forma:
53
6. As ligações interatômicas dos elementos são grandes influenciadoras nas
propriedades físicas dos sólidos, um exemplo clássico é a relação entre a
quantidade de força de ligação com a temperatura de fusão destes, onde
quanto maior a força de ligação maior o ponto de fusão. As ligações se
subdividem em ligações primárias e secundárias. Assinale a seguira a alternativa
que contenha a(s) ligações consideradas como secundária(s):
7. Uma das ligações mais comuns que ocorre nos elementos é aquela onde um
metal e um não metal doam e recebem elétrons, os metais possuem alta
capacidade de doar seus elétrons da camada de valência, enquanto os não
metais possuem alta capacidade de absorção destes elétrons doados pelos
metais. Uma das ligações mais comuns deste tipo é o NaCl, ou sal como é
conhecido. De acordo com o texto, estamos falando da ligação?
8. Uma das ligações mais comuns que ocorre nos elementos é aquela onde um
metal e um não metal doam e recebem elétrons, os metais possuem alta
capacidade de doar seus elétrons da camada de valência, enquanto os não
metais possuem alta capacidade de absorção destes elétrons doados pelos
metais. Uma das ligações mais comuns deste tipo é o NaCl, ou sal como é
conhecido. De acordo com o texto, estamos falando da ligação?
54
a) Van der Waals.
b) Iônica.
c) Covalente.
d) Metálica.
e) Cátion.
55
ESTRUTURA CRISTALINA E NÃO- UNIDADE
CRISTALINA
56
submetido. Os sólidos amorfos são definidos pelo inverso, quando a ordenação não
ocorre, como é o caso de materiais como polímeros e vidro.
Ao estudar os sólidos cristalinos, observa-se os mais diversos padrões de
repetição de materiais variados. A ciência dos materiais estuda o comportamento
dos materiais cristalinos, assim como a menor parte desta repetição, denominando-
a de célula unitária. Uma célula unitária é definida por três ângulos e parâmetros de
rede, conforme Tabela 5:
57
Quadro 2: Configuração das Redes Espaciais
Denominação Rede Espacial
1. Simples
Cúbica 2. De Corpo Centrado
3. De Face Centrada
1. Simples
Tetragonal
2. De Corpo Centrado
1. Simples
2. De Corpo Centrado
Ortorrômbica
3. De Base Centrada
4. De Face Centrada
1. Simples
Monoclínica
2. De Base Centrada
Triclínica 1. Simples
1. Simples
Hexagonal
2. Compacta
Romboédrica 1. Simples
58
Esta representação ficou conhecida como rede de Bravais, como visto na
Figura 15, para homenagear seu criador, sua utilização após o descobrimento foi
inicialmente em meados de 1848 e descrevia de forma simples, através de
ilustrações de fácil entendimento a distribuição das partículas dentro das 14 células
unitárias estudadas.
59
eram os metais, sais e alguns minerais. Dessa forma as principais estruturas dos
materiais utilizados eram: Cúbica de Face Centrada (CFC), Cúbica de Corpo
Centrado (CCC) e a Hexagonal Compacta (HC).
60
pela dimensão da aresta do cubo (a=2R), sendo R o valor do raio atômico. Uma
forma de classificar a ocupação atômica dentro do cubo (célula unitária) é calcu-
lando o fator de empacotamento atômico (FEA), que é expresso pela equação (2):
NV
FEA = (2)
V
Onde:
R = Raio atômico
V = Volume da célula unitária
Tendo como base os conhecimentos sobre a CS, qual é o fator de empacotamento dela
com base nos seguintes dados:
N 1 8∗8 =1
V 4 3∗𝜋∗𝑅
V a = 2R = 8R
1∙4 3∙π∙R
FEA =
8∙R
61
Figura 17: Células CCC (A) e CFC (B)
Pode –se observar com base na figura apresentada que a principal diferen-
ça entre ambas estruturas é a localização dos átomos fora do vértice, uma vez que
para todas as estruturas cúbicas existem átomos em cada vértice. Na CCC o átomo
central do cubo ocupa a posição de maior destaque, já na CFC os átomos
localizados nas faces são os que configuram a ela o nome científico.
A célula CCC é um formato muito encontrado no tântalo, tungstênio, nióbio,
lítio, bário, lítio, potássio, cromo, vanádio, etc. Para este tipo o fator de
empacotamento é calculado com base nos seguintes dados:
N = 1 8∙8 +1=2
V = 4 3∙π∙R
V = a = 4R
√3
N = 1 8∙8 + 1 2∙6 = 4
V = 4 3∙π∙R
V =
62
a + a = (4R)
2a = 16R
a = 2√2 R
a = 2√2 R
a = 16R √2
N = 3
V = 4 3∙π∙R
V = 12R √3
63
Figura 18: Célula Hexagonal Compacta
N = 3 + 3 = 6
V = 4 3∙π∙R
V = 24R 2
64
4. Os três números serão representados obrigatoriamente dentro de colchetes []
e juntos, sem nenhuma vírgula, ponto ou espaço [XYZ];
5. Quando existir um número negativo ele obrigatoriamente deverá possuir uma
barra sobre ele 1 .
Existem nos planos direções paralelas, mas com índices distintos que
apresentam igualdade em arranjos atômicos iguais. Essas direções são
denominadas equivalentes ou famílias e podem ser representadas por <100>
(CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2021).
A principal função de uma direção cristalográfica é demonstrar uma
orientação específica de um monocristal ou policristal. O conhecimento deste
conceito é importante para diversas aplicações na ciência dos materiais, por
exemplo: metais deformam-se com facilidade nas direções de contato dos átomos,
e também, as direções cristalográficas influenciam diretamente nas propriedades
magnéticas dos materiais.
65
Assim como as direções os planos cristalográficos também são importantes
para a determinação de certas propriedades dos materiais. O plano cristalográfico
é fator muito importante no crescimento dos cristais, pois eles são altamente de-
pendentes do plano em que nascem. Assim como as direções, para determinar um
plano é necessário seguir alguns passos:
66
Todavia Padilha (2000) afirma que neste tipo de estrutura existem alguns planos
especiais listados:
Basal {0001}
Prismático tipo I {1010}
Prismático tipo II {1020}
Piramidal tipo I {1011}
Piramidal tipo II {1021}
67
Para Padilha (2000) as lacunas em alto número são formadas a partir de uma
alta taxa de resfriamento. Sendo importantes para determinar a taxa de difusão dos
átomos nos sólidos, em especial para os materiais classificados como metal puro.
O índice Nv (Número de Lacunas em Equilíbrio) está diretamente ligado à
temperatura submetida ao material. Quanto maior a temperatura, maior o Nv, tam-
bém pode-se calcular de acordo com a equação (3):
N = N∙e ∙ (3)
Onde:
N = Sítios atômicos
Q = Energia necessária (para formar lacunas)
T = Temperatura Absoluta (Kelvin)
k = Constante de Boltzmann (8,62x10-5 eV/átomo-k)
68
Figura 23: Substitucional
1. Ambos os raios atômicos não devem possuir uma diferença de mais de 15%
de tamanho;
2. Estruturas cristalinas precisam ser iguais;
3. A diferença da camada de valência não pode ser maior do que 1;
4. Quanto a eletronegatividade, ela deve ser mais parecida possível, quase
igual em ambos os elementos.
69
através da contagem do ponto x ao y no sentido horário. A Figura 24 demonstra
este defeito:
70
de diferentes materiais, estruturas cristalinas ou diferentes orientações
cristalográficas. São os principais defeitos de superfície: contorno de grãos,
superfícies externas, falhas de empilhamento, contornos de macla e de fases.
Os contornos de grão são bastante comuns nos materiais, pois mesmo os
materiais considerados puros possuem cristais em variadas orientações
cristalográficas. Denomina-se estes cristais de grãos, assim como os átomos
arranjados na mesma orientação formam uma célula unitária. A Figura 26
demonstra a esquematização de um contorno de grão:
71
presentes em materiais caracterizados com duas fases, que faz com que as
características físicas e químicas sejam submetidas a mudanças repentinas.
Os contornos de macla caracterizam-se como um contorno de grão
específico, neste caso o que ocorre é um espelhamento da rede cristalina do
material, onde os átomos do contorno possuem mesma posição do que seu lado
oposto. Dando a essa região o nome de macla. A Figura 27 demonstra um contorno
em macla visto de um microscópio:
72
FIXANDO CONTEÚDO
1. Os três estados da matéria são: Gasoso, Líquido e Sólido. Estes estados são
definidos principalmente pelo arranjo estrutural das partículas atômicas em sua
estrutura física. Sendo os gases caracterizados por partículas mais dispersas e
desordenadas, os líquidos por partículas menos dispersas e desordenadas e os
sólidos por partículas próximas e ordenadas. Esta ordenação atômica só é
possível segundo duas principais forças que atuam nas partículas da matéria,
elas são coesão e repulsão. Assinale a alternativa que possui a definição correta
de ambas as forças que agem nas partículas da matéria:
a) Quanto mais repulsa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um
sólido e quanto mais coesa, um gás.
b) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um
líquido e quanto mais repulsa, um gás.
c) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra de ser um sólido
e quanto mais repulsa, um líquido ou gás.
d) Quanto mais coesa uma partícula, mais próxima ela se encontra uma da outra e
quanto mais repulsa, mais longe.
e) Quanto mais coesa uma partícula, mais longe ela se encontra uma da outra e
quanto mais repulsa, mais perto.
a) Polímeros e Vidros.
b) Materiais Cerâmicos.
c) Metais, Polímeros e Vidros.
73
d) Metais, Semicondutores e Vidros.
e) Sais, Minerais e Metais.
74
5. O fator de empacotamento atômico (FEA) é um índice, variante entre 0 e 1 que
expressa o volume de uma célula unitária. Ele é calculado pela fórmula:
NV
FEA =
V
Dados os valores:
N = 1 8∙8 +1=2
V = 4 3∙π∙R
V = a = 4R
√3
a) 0,74 ou 74%.
b) 0,63 ou 63%.
c) N.D.A.
d) 0,52 ou 52%.
e) 0,68 ou 68%.
NV
FEA =
V
Dados os valores:
N = 1 8∙8 + 1 2∙6 = 4
V = 4 3∙π∙R
V = a + a = (4R)
a) 0,74 ou 74%.
75
b) 0,73 ou 73%.
c) N.D.A.
d) 0,58 ou 58%.
e) 0,68 ou 68%.
76
CARACTERÍSTICAS DOS FÍSICA E UNIDADE
QUÍMICAS SÓLIDOS
5.1 DIFUSÃO
Flx = C ∙ e ∙ (4)
Onde:
C = Constante
Q = Energia Ativadora (cal/mol)
R = 1,987cal/mol ∙ k (Constante dos Gases)
K = Temperatura Absoluta (Graus Kelvin)
−Q 1
ln(Flx) = ln (C) (5)
R T
Através da equação pode-se obter uma reta que se comporta sob a influên-
77
cia da inclinação expressando o valor de (-Q/R), interceptando (1/T) em zero e
igualando-se a ln (C), a Figura 28 esquematiza a reta, demarcando a
interceptação (1/T) e sua inclinação:
Em alguns casos quando não existe tensão externa suficiente os átomos menores
presentes em uma estrutura CCC se distribuem aleatoriamente, quando aplicada
uma tensão suficiente estes átomos movimentam-se em relação à força aplicada, isso
levando em consideração as diversas perdas ao longo do processo por meio de
energia elástica. Recomenda-se a leitura do capítulo 9 “Diagramas de Fases” do Livro
“Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução” de Callister Jr. e Rethwisch
(2021). Disponível em: https://bit.ly/3s3MEof. Acesso em: 21 fev. 2021.
78
A difusão pode ocorrer por lacunas, neste caso o ponto de chegada do
átomo é uma lacuna ou sítio adjacente ao seu ponto de partida, criando outra la-
cuna em sua posição inicial devido a sua ausência. A nova lacuna formada fica
livre para que outro átomo a tome, desde que ele seja da mesma espécie do
átomo que a criou, também pode ser ocupada por um átomo intersticial.
M
J = −D ∙ (6)
A∙t
79
Onde:
D = Coeficiente de difusividade (m2/s)
M = Massa (em Kg ou número atômico)
A = Área percorrida (m2)
t = Tempo (s)
D = −D ∙ e (7)
Onde:
D = Fator pré-exponencial (m2/s)
Q = Energia de ativação
R = Constante dos gases
T = Temperatura absoluta
∂C
J = −D ∙ (8)
∂X
Para os casos onde exista a difusão em uma fase transitória, Fick desenvolveu
80
sua segunda lei, para satisfazer a condição onde o perfil de concentração é
variável com base no tempo. A segunda lei de Fick é expressa pela Equação
diferencial (9) abaixo:
∂C ∂ C
= −D ∙ (9)
∂t ∂X
Contudo determinar a segunda lei de Fick não é uma tarefa muito simples,
sendo necessário a definição das condições adversas de contornos, como
concentações e coeficiente de difusividade. Uma das soluções comumente
utilizadas na ciência dos materiais e expressa pela Equação (10):
C − C X
= erf ∙ ( ) (10)
C − C 2√Dt
Onde:
C = Concentração na superfície
C = Concentração baseada em uma distância “x”
C = Concentração inicial
D = Coeficiente de difusividade
t = Tempo
81
5.2 DIAGRAMA DE FASES
82
variadas literaturas.
83
Figura 31: Regra da Alavanca Traçada
1. Uma linha deve ser traçada abordando a fase, damos a ela o nome de linha
de amarração, ela é traçada com base na região bifásica;
2. Toma-se nota das interseções da amarração e as fronteiras de ambos os
lados;
3. Perpendiculares à amarração são traçadas até o eixo denominado
(composições);
4. Calcula-se a fração das fazes com base na Equação (11):
C∝ − C S
W = = (11)
C∝ − C S+R
84
Figura 32: Diagrama de Fase Isomorfo
Na Figura, a esquerda nota-se duas linhas bastante importantes, elas são a li-
quidus e solidus. Estas linhas determinam onde se encontram as fases líquidas e
sólidas, acima da linha líquidos existe apenas uma fase (líquida), abaixo da linha
solidus existe apenas uma fase (sólida) e entre ambas as linhas existe uma fase
líquida mais sólida. À direita, representa-se uma liga metálica hipotética com uma
composição “x”, com suas fases líquida e sólida bem determinadas.
Os diagramas binários sem solução sólida são o inverso dos isomorfos, neste
caso os elementos não apresentam solubilidade ou a que existe é tão pequena que
chega a ser desprezível. Para estes diagramas destacam-se os pontos chamados
de transformações invariantes, isto é, pontos onde existam o equilíbrio e a presença
de três fases (ao mesmo tempo). O Quadro 3 destacam essas transformações
invariantes:
Eutético 𝐿 → 𝛼 + 𝛽
85
Transformação Fases Comportamento no Diagrama
Eutético 𝐿 → 𝛼 + 𝛽
Peritético 𝛼+ 𝐿 → 𝛽
Monotético 𝐿1 → 𝐿2 + 𝛼
Eutetóide 𝛾 → 𝛼 + 𝛽
Peritetóide 𝛼 + 𝛽 → 𝛾
Nos diagramas eutéticos existem duas fases três regiões a serem observadas,
sendo essas regiões predominantemente compostas quimicamente por: α, β e L.
Essa configuração pode ser vista na Figura 33.
86
onde o líquido se solidifica formando dois sólidos de composição: L 61,9% Sn → α
19% Sn + β 97,5% Sn.
Nos diagramas eutetóides ocorre uma reação similar aos eutéticos, no
entanto, esta transformação acontece em estado sólido. Assim, duas fases sólidas
se formam a partir de outra fase sólida. Nesse contexto existe a presença de 3 fases
sólidas em um ponto específico, as Figuras 31 ilustra o exemplo mais clássico deste
diagrama, o sistema Fe-C:
87
5.2.4 Diagrama Tenário
88
5.2.5 Diagrama de Materiais Cerâmicos
89
FIXANDO CONTEÚDO
1. A difusão nos sólidos pode ser utilizada como forma de tratamento e melhoria de
propriedades físicas de alguns materiais. Ademais, nos processos de fabricação,
mais precisamente na etapa de solidificação, a difusão também se faz presente.
Todavia existem fatores que podem acelerar ou desacelerar a difusão quando
em regime transitório, eles são:
2. Complete as lacunas:
3. As leis de Fick são equações utilizadas para calcular a difusão tanto em fase
estática como transitória. Sendo a primeira lei para difusão estática e a segunda
transitória. A segunda lei foi desenvolvida para satisfazer a condição onde o perfil
de concentração é variável com base no tempo. A segunda lei de Fick é
expressa pela Equação diferencial abaixo:
90
∂C ∂ C
= −D ∙
∂t ∂X
C − C X
= erf ∙ ( )
C − C 2√Dt
91
d) descarbonetação – baixo – enxofre – diferencial – alto – deixam -
descarbonetação.
e) carbonetação – baixo – carbono – diferencial – alto – deixam -
descarbonetação.
92
(X) Diagrama de fases é uma representação gráfica de fases equilibradas, com
base em temperatura e pressão suficientes para a obtenção de determinada
substância em um estado físico da matéria (sólido, líquido e gasoso).
a) F – F – V - V
b) V – F – V - V
c) V – F – F - V
d) V – F – V - F
e) V – V – V - V
a) Diagrama Fe-S.
b) Diagrama Cr-Ni.
c) Diagrama Al2O3-MgO.
d) Diagrama Cu-Zn-Al.
e) Diagrama Fe-C.
a) Pressão.
b) Tempo.
c) fase sólida.
d) Temperatura.
e) Todos os três parâmetros são fixos.
93
COMPORTAMENTO MECÂNICO E UNIDADE
APLICABILIDADE DOS MATERIAIS
94
aplica em materiais concentrando seu maior ponto paralelo à linha neutra do
material, de forma que esta força tende a puxar o material (tracionar), alongando-
o em sua fase elástica ou plástica, a Equação (12) expressa a forma de cálculo de
forças de tração.
F⃗
σ= (12)
A
Onde:
F⃗ = Força aplicada (N)
A = Área da seção transversal do material (m²)
95
Na engenharia determina-se deformação pela relação do delta dos com-
primentos final e inicial. Essa deformação pode ser calculada com base na
Equação (13) apresentada, como:
l−l ∆l
ε= = (13)
l l
Onde:
l = Comprimento final (Sistema Internacional)
l = Comprimento inicial com carga zero (SI)
σ=E∙ε (14)
Onde:
σ = Tensão
E = Módulo de Young
ε =Deformação
96
do material sofrer deformação antes do seu rompimento. Já a tenacidade está
relacionada ao quanto de energia um material pode absorver antes da sua
ruptura.
97
2F⃗
HB =
(15)
πD D − D − D
Onde:
P
HV = 1,72 (16)
d
P
HK = 14,2 (17)
l
Onde:
HV = Dureza Vickers
HK = Dureza Knoop
P = Carga aplicada
d = Diagonais do indentador Vickers
l = Diagonais do indentador Knoop
98
As durezas medidas podem ser convertidas de uma escala para a outra.
Contudo a conversão é feita de maneira empírica, levando em consideração
experimentos que foram tabelados. A Figura 38 apresenta uma escala de
conversão utilizada entre os quatro tipos de dureza existentes:
99
testar o desgaste abrasivo ocasionado por erosão em alguns casos.
100
Figura 39: Ensaio de Impacto Esquematizado
101
6.1.4 Fadiga
6.1.5 Fluência
102
regime estacionário, também chamada de região estável, onde a taxa de
deformação se comporta como constante. Por fim, a região instável onde o
material falha. A falha do material ocorre devido a formação de trincas e também
de separação dos contornos dos grãos, isso faz com que vazios se formem na
estrutura levando ao rompimento.
103
absorvidos enquanto as ondas maiores são refletidas. Quando um metal é polido,
isso otimiza sua capacidade de reflexão.
Quanto a suas propriedades mecânicas, os metais são considerados muito
resistentes, podendo suportar altas cargas de tração e compressão, quanto dureza
eles são bem resistentes, possuem altas taxas de resistência à fadiga e fluência. Isso
os torna bastante versáteis para aplicações distintas.
104
São materiais que permitem a passagem da luz através das moléculas que
compõem o material, porém devido a sua variedade extensa alguns polímeros
podem permitir menos ou mais passagem de luz por sua estrutura.
Os polímeros são materiais muito resistentes e possuem baixa densidade, o
que configura a eles uma leveza se comparado aos demais materiais, contudo a
maioria deles não suportam bem as mesmas cargas em altas temperaturas. Em
resumo, os materiais poliméricos perdem propriedades ao serem expostos a uma
determinada temperatura.
105
6.3 APLICABILIDADE DOS MATERIAIS
106
configuram a eles a leveza e resistência necessária para os esforços sofridos.
Existe no Brasil uma Lei Federal que estabelece uma ordem de produção,
descarte e gerenciamento de resíduos sólidos gerados, essa Lei é a 12.305, de 2 de
Agosto de 2010. O conceito dos 3R (Reduzir, Reusar, Reciclar) está descrito por esta
lei. Através dessa ordem, espera-se criar um consumo sustentável para evitar ao
máximo a geração de resíduos, assim reduzindo os impactos causados ao meio
ambiente.
A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), classifica resíduo como “[...]
todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade [...]” (BRASIL, 2010, art. XVI). A resolução CONSELHO
NACIONAL DE MEIO AMBIENTE 275 (2001) classifica os resíduos, assim como traz as
diretrizes sobre a coleta seletiva, onde são estabelecidos padrões de cores para
identificação dos diferentes tipos de resíduos, conforme o Quadro 4.
107
Resíduos não-recicláveis, misturados, ou
Cinza
contaminados não passíveis de separação
Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (2001)
108
sucatas são separadas para futuros usos.
Fora das indústrias o metal mais almejado pelos comerciantes de sucata são
as latinhas de alumínio, isso devido o alto valor de compra e venda desse metal. O
material é recolhido, comercializado para os grandes centros de distribuição de
sucata e posteriormente enviado para as fábricas de sucateamento, que fazem o
processo de separação, destinação, fusão e depois fabricação de novos produtos.
109
Quadro 5: Classificação de Resíduos da Construção Civil
CLASSE Descrição
São os resíduos recicláveis, como: concreto, tijolos,
A argamassas, revestimentos variados, solo de
terraplanagem, outros.
São os resíduos recicláveis que não estão na CLASSE A,
B como os plásticos, metais, papelões, madeira, vidro,
embalagens, outros.
São os resíduos sem processos de reciclagem, ou seja,
C
não são reutilizados. Um exemplo clássico é o gesso.
São os resíduos classificados como perigosos, como
tintas, solventes, óleos, graxas, outros. Também se
enquadram nessa classe resíduos contaminados, como
D
demolições ou reparos em clínicas de radiologia,
indústrias e qualquer material confeccionado em
amianto.
Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (2002)
110
Figura 42: Gestão e Destinação de Resíduos Poliméricos
111
vas. Na saída do moinho existe uma peneira que controla a saída do material
picotado, depois lava-se o insumo em banho aquecido de detergente, outra
lavagem para remoção do detergente e por fim a secagem.
Depois disso, o plástico é enviado para a etapa mecânica, onde ocorre a
extrusão. Essa extrusão tem como objetivo homogeneizar todo o material em uma
única mistura. Nessa etapa pode-se caracterizar o material com cores, aditivos e
demais produtos para atender a especificação do produto final. A extrusão, no
entanto, não produz novos produtos, apenas o insumo utilizado posteriormente para
os produtos finais em processos de fabricação específicos.
112
FIXANDO CONTEÚDO
a) Ensaio de Dureza.
b) Ensaio de Impacto.
c) Ensaio Metalográfico.
d) Ensaio de Tensão deformação.
e) Ensaio de Tração e Compressão.
113
a) Dureza Brinell, Rockwell, Vickers e Knoop.
b) N.D.A.
c) Dureza Brinell, Rockwell, Vickers e Hooke.
d) Dureza Brindell, Rock, Vickers e Knoop.
e) Dureza Brinell, Rockwell, Vicking e Knoop.
2F⃗
HB =
πD D − D − D
Onde:
F⃗ = Força aplicada (Kgf)
D = Diâmetro do indentador (mm)
D = Diâmetro da impressão (mm)
HB = Dureza Brinell (Kg/mm2)
a) HB = 225.
b) HB = 217.
c) HB = 227.
d) HB = 22,7.
e) HB = 27,2.
114
rugosidade possível. Para calcular as durezas Vickers e Knoop utilizam-se as
fórmulas:
P
HV = 1,72
d
P
HK = 14,2
l
Onde:
HV = Dureza Vickers
HK = Dureza Knoop
P = Carga aplicada
d = Diagonais do indentador Vickers
l = Diagonais do indentador Knoop
Uma amostra de um material qualquer foi submetida aos testes de dureza Vickers
e Knoop, em ambos os casos foi aplicada uma carga de 10,5 kgf e a medida das
diagonais dos indentadores foi: 2,5 mm para Vickers e 1,5 para Knoop. Com base
nos dados pede-se, qual a dureza do material em cada uma das escalas?
a) HV = 6,9 e HK = 99,5.
b) HV = 7,0 e HK = 100,0.
c) HV = 3,0 e HK = 65,0.
d) HV = 2,9 e HK = 66,3.
e) N.D.A.
6. Para que um material venha a falhar é necessário que o mesmo passe por duas
etapas. Na primeira etapa existe a formação da trinca e a segunda é a
propagação da trinca originada pela primeira. Uma fratura como dúctil ou frágil
é classificada conforme a propagação da trinca no material. Dentro desse
conceito, complete as lacunas
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a) dúcteis – plástica – estável – lenta – frágeis - instável - elástica.
b) frágeis – plástica – estável – lenta – dúcteis - instável - plástica.
c) dúcteis – elástica – estável – rápida – frágeis - instável - plástica.
d) dúcteis – plástica – estável – rápida – frágeis - instável - plástica.
e) dúcteis – plástica – estável – lenta – frágeis - instável - plástica.
116
incidência de luz.
d) Aumento ou redução de temperatura, aplicação de campo magnético e
refração.
e) Aumento ou redução de temperatura, exposição a eletricidade e incidência de
luz.
117
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 D
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 C
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REFERÊNCIAS
DAVIS, J. R. ASM Metals Handbook Desk Edition. 2. ed. [S. l.]: [s. n.].
119
GORNI, A. A. A evolução dos materiais poliméricos ao longo do tempo. Revista
Plástico Industrial, 2003. Disponível em: http://www.gorni.eng.br/hist_pol.html. Acesso
em: 2021.
LOPES, J. G.; BARROS, J. V. A matemática na estrutura cristalina dos materiais. In: 57º
Congresso Brasileiro de Cerâmica & 5º Congresso Iberoamericano de Cerâmica,
Natal. Anais [...]. Natal: ABCERAM, 2013. p. 4616-4627. Disponível em:
https://bit.ly/30W88aQ. Acesso em: 17 fev. 2021.
SANTOS, W. L. P.; MOL, G. S. Química Cidadã: Volume 1: Ensino Médio. 2. ed. São
Paulo: AJS, 2013.
SILVA JR, S. F. S.; MARQUES, P. V. Ensaios Não Destrutivos. Apostila Técnica, Belo
Horizonte, 2016.
120
STEIN, R. T.; GEHLEN, R. Z. D. C.; ROJAS, F. C. Tecnologia dos Materiais. Porto Alegre:
SAGAH, 2017.
VAN VLACK, L. H. Princípios da Ciência e Tecnologia dos Materiais. 13. reimp. (2000).
São Paulo: Blücher, 1973.
121