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A partir da última década, a análise dos dados do Global Burden of Desease mostra
que a doença cardiovascular se tornou também a principal causa de morte em países
como Angola, Cabo Verde e Timor-Leste.
Estratégias eficazes
Mário Fernandes reconhece as limitações impostas à economia nacional, pela actual
conjuntura internacional, mas assegura que os cardiologistas assumem o compromisso
para se dedicarem ao estudo, à pesquisa e à definição das melhores estratégias para
abordar o problema.
Para provar esta vontade, o ex-presidente da SADCV fez referência ao lançamento,
durante o 4º Congresso Angolano de Cardiologia e Hipertensão, do Guia para a
Avaliação e Tratamento da Hipertensão Arterial nos Cuidados de Saúde Primários em
Países de Língua Portuguesa - 2018.
Fez-se, durante esse evento, um programa científico, ousado e desafiante capaz de
envolver todos os profissionais relacionados com a doença cardiovascular e afins.
“Acreditamos que estamos em condições de dar o país um melhor tratamento às
doenças do coração.”
Em simultâneo com o referido evento, decorreu igualmente o 3º Congresso da
Federação das Sociedades de Cardiologia de Língua Portuguesa (FSCLP), em que
participaram representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, além de especialistas da África do Sul
e de Cuba.
Desafios da CPLP
Mário Fernandes deixou quer a presidência da FSCLP, quer a da SADCV. Em sua
substituição, o português João Morais passou a exercer as funções de presidente da
primeira organização, enquanto o médico Gade Miguel é o novo responsável máximo
do grupo angolano de cardiologistas.
Para o caso de Angola, o actual presidente da SADCV, Gade Miguel, considerou
enormes os desafios do grupo de especialistas, tendo em conta que se trata de uma
sociedade que vem conhecendo problemas com a falta de consenso no que tem a ver
com as escolas de formação. “Nós perdemos muito com este problema. Na verdade,
deveríamos ter uma probabilidade de ganhar com isso”, disse para avançar que, por
isso, há um programa com vista ao aproveitamento das experiências das diferentes
escolas unificadas, uma vez que contribuem imensamente para a formação de uma
ideia e melhorar o tratamento dos doentes.
Outra grande prioridade da nova presidência da SADCV é a melhoria da
comunicação. “Precisamos que se divulgue cada vez mais o problema da hipertensão,
para que a população tome consciência do problema cardiovascular, tenha um maior
alcance da nossa actuação e isso se traduzir no controlo e bem-estar dos doentes”,
disse Gade Miguel.
Lições de Portugal
Para abordar os problemas de Angola e de outras nações que se expressam em
português, realizou-se o 3º Congresso da FSCLP, na Escola Nacional de
Administração, em Luanda, sob o lema “Cardiologia interdisciplinar: unidos pelo
coração”. João Morais, presidente da Sociedade de Cardiologia de Portugal, disse que
o congresso serviu para fortalecer os laços de amizade e cooperação entre as
diferentes organizações afectas à federação.
O médico, que dirige, desde sábado a organização internacional, em substituição do
angolano Mário Fernandes, disse que o encontro serviu igualmente para juntar várias
sensibilidades de língua portuguesa e discutir os problemas em torno da Cardiologia.
Nessas discussões, ficou claro que Portugal não levou para o congresso grandes
novidades, mas sugeriu certas propostas para a resolução de problemas
cardiovasculares, que são abordados de maneira diferente em cada território, mas
comuns aos países da CPLP.
Entre esses problemas, João Morais apontou a questão da formação médica,
distribuição dos cardiologistas às comunidades e as grandes prioridades para a saúde
cardiovascular, entre outros, que se registam em todos os países da comunidade.
“Partilhamos interesses e dificuldades, bem como as formas de resolver os problemas
existentes”, disse o médico cardiologista.
O médico português considerou que o continente africano e Angola, em particular,
têm graves problemas no que diz respeito à saúde cardiovascular. Essas dificuldades
passam por duas vertentes: o mau funcionamento dos serviços de saúde e a falta de
condições económicas e sociais. Quanto ao primeiro aspecto, João Morais apelou para
se envidar esforços, no sentido de os serviços de saúde serem cada vez mais eficazes e
melhores. Mas, é na segunda vertente, que se relaciona com a falta de condições
económicas e sociais, que o maior problema reside.
Por exemplo, salientou que Angola ainda tem problemas com doenças infecciosas,
que a nível da Europa, também, existem mas em números muito reduzidos. Um dos
casos apontados por João Morais tem a ver com a febre reumática, que é comum entre
os angolanos, quando os portugueses não registam caso algum, há mais de 50 anos!
“Essa é doença infecciosa, que resulta da falta de condições de salubridade, de
habitabilidade ou de consequências económicas e sociais”, lamentou o médico
cardiologista português.
Experiências do Brasil
Osni Moreira Filho, representante da Sociedade de Cardiologia do Brasil, afirmou que
aquele país da América Latina realçou os esforços que os Governos africanos
realizam podem ajudar a minimizar os efeitos das doenças cardiovasculares, que
surgem à revelia dos Estados. “Elas simplesmente aparecem e o homem tem a
obrigação de criar estratégias para contrapor o seu impacto sobre os grupos sociais”,
realçou o especialista brasileiro.
Osni Moreira Filho avançou que, por Angola ter uma população muito jovem,
determinadas doenças cardíacas aparecem numa fase mais tardia, se comparados com
outros países da CPLP. São os casos da angina de peito, acidente vascular cerebral e
do enfarte do miocárdio.
Enquanto se toma medidas para melhorar as condições de vida da população, vão
surgindo outros desafios, tendo em conta que quanto mais velha for a população
maior é a probabilidade de esta enfrentar mais casos de doenças cardiovasculares.
Em função das vantagens que Angola tem, por ser um país com uma população
jovem, o cardiologista brasileiro alerta que “agora, é o momento de se trabalhar na
prevenção, ensinar, transmitir a informação às pessoas, para que todos estejam
preparados, e diminuir os efeitos das mesmas.”
Neste momento, segundo Osni Moreira Filho, o maior desafio de Angola é a luta
contra os elevados casos de hipertensão. “A pressão alta já tem uma incidência grande
na população, o que faz com que o tempo de vida útil de cada pessoa seja menor, por
se tratar de uma doença que se leva para sempre”, salientou.
Quanto à escassez de quadros especialistas, o cardiologista brasileiro sugere que
Angola pode aproveitar o Estado sul-americano para servir de canal de formação de
formadores angolanos, com vista a criar um núcleo de instrutores nacionais.
“O Brasil tem uma boa estrutura de formação e, através de convénios, podemos
formar professores angolanos, para esses virem depois cá”. Apontou o recurso às
novas tecnologias de informação, entre as quais a Web. Através dessa ferramenta, as
informações podem estar disponíveis em qualquer canto do mundo.
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