Juliana
Juliana
Juliana
RIBEIRÃO PRETO - SP
2008
1
2
Ricardo Gorayeb
RIBEIRÃO PRETO - SP
2008
3
FOLHA DE APROVAÇÃO
Aprovada em:
Banca Examinadora
Instituição:___________________________Assinatura:_________________________
Instituição:___________________________Assinatura:_________________________
Instituição:___________________________Assinatura:_________________________
Instituição:___________________________Assinatura:_________________________
Instituição:___________________________Assinatura:_________________________
5
6
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Dr. Ricardo Gorayeb, por ter acreditado em minha capacidade. Pelo apoio
Para o meu marido Sérgio pela paciência, compreensão e por ter sido meu companheiro durante
Aos meus irmãos Camila e Junior pelo apoio e auxílio nos momentos difíceis.
Às minhas amigas Gláucia e Caroline pelo apoio, disponibilidade e atenção dispensada quando
precisei.
RESUMO
ABSTRACT
Cardiovascular diseases are presented as a major cause of death and disability in actuality. These
changes include coronary artery disease or ischemic etiology and present multi-factorial. This
study aimed to evaluate the effects of a cognitive-behavioral intervention on quality of life,
depression, anxiety and under risk factors in ischemic patients who had shown an episode of
acute illness in the last three months. Study participants were 71 patients, who were divided into
two groups; control (n = 35) and experimental (n = 36) and evaluated in three times: soon after
the first contact with researcher; after 14 weeks (revaluation) and after six months (follow up). In
assessments the patients responded to a structured interview, the inventory quality of life of the
World Health Organization (WHOQUOL), the Beck Depression Inventory (BDI) and the anxiety
of Beck Inventory (BAI). The experimental group was subjected to a program of cognitive-
behavioral intervention, between the top two ratings. This program has been structured into eight
weekly group sessions, with duration of two hours each. During the sessions were worked
techniques of management of anxiety, relaxation and visualization, techniques for solving
problems and discussed information about heart disease and its risk factors. Among the
participants, the majority were male, had more than 55 years, was married, had studied for a
maximum period of ten years and were retired. With respect to sociodemographic data, no
statistical differences were found between the two groups. There was a significant decrease in
body weight and body mass index among the subjects of the experimental group in the course of
the evaluations, as well as an increase in the number of leisure activities. The results also suggest
a decrease in depressive symptoms of patients in the experimental group in relation to the control
group, and following the revaluation, and an improvement in the quality of life of the
experimental group in the course of progressive evaluations, which was not observed with
respect the control group. It is considered that the programme of cognitive-behavioral
intervention showed positive results in the rehabilitation of patients ischemic and secondary
prevention of coronary artery disease, promoting physical and emotional changes important.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 11
1. A doença arterial coronariana e sua epidemiologia 11
2. Os fatores de risco para a doença arterial coronariana 12
2.1 Fatores de risco não modificáveis . 12
2.1.1 Gênero e idade 13
2.1.2 Histórico familiar positivo 14
2.2 Fatores de risco modificáveis 15
2.2.1 Tabagismo . 15
2.2.2 Consumo de álcool 16
2.2.3 Hábitos alimentares 16
2.2.4 Obesidade 17
2.2.5 Dislipidemias 18
2.2.6 Diabete Mellitus 18
2.2.7 Hipertensão arterial sistêmica 19
2.2.8 Sedentetarismo e prática de exercícios físicos 20
2.2.9 Variáveis sociais 21
2.2.19.1 Status socioeconômico 21
2.2.9.2 Suporte social 21
2.2.10 Variáveis psicológicas 22
2.2.10.1.Depressão 22
2.2.10.2 Ansiedade 24
2.2.10.3 Personalidade tipo A 25
2.2.10.4 Estresse 26
3. Aspectos da Prevenção secundária 27
4. Terapia cognitivo-comportamental e a doença arterial coronariana 38
OBJETIVOS 40
METODOLOGIA 41
1. Delineamento do estudo 41
2. Participantes 41
3. Materiais e instrumentos 42
15
RESULTADOS E DISCUSSÃO 61
1. Seleção dos participantes 61
2. Descrição dos participantes 62
3. Variáveis orgânicas 64
4. Hábitos de vida 67
5. Atribuição de causalidade, percepção da gravidade da doença 70
6. Inventário de Depressão de Beck 74
7.Inventário de Ansiedade de Beck 76
8.Instrumento de Qualidade de Vida – WHOQOL –Bref 77
CONSIDERAÇÕES FINAIS 81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 83
APÊNDICES 96
APÊNDICE A1 e A2 Termo de consentimento livre e esclarecido 97
APÊNDICE B1, B2 e B3 Entrevista semi estruturada 99
APÊNDICE C Folheto explicativo sobre a doença arterial coronariana 112
16
APÊNDICE D Folheto explicativo acerca dos fatores de risco da doença arterial coronariana
. 115
APÊNDICE E Folheto explicativo sobre o estresse 122
APÊNDICE F Informações sobre os princípios da terapia cognitivo-comportamental 126
APÊNDICE G Registro de situações de alteração de humor, pensamentos automáticos e
emoções subseqüentes 127
APÊNDICE H Registro de situações de alteração de humor, pensamentos automáticos,
emoções e comportamentos subseqüentes 128
APÊNDICE I Registro de hierarquia de comportamentos relacionados à doença arterial
coronariana 129
ANEXOS 130
ANEXO A Inventario de qualidade de vida – WHOQOL-Bref 131
ANEXO B Inventário de depressão de Beck – BDI 135
ANEXO C Inventário de ansiedade de Beck – BAI 139
ANEXO D Aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa, do Hospital
das Clínicas de Ribeirão Preto – USP 141
11
INTRODUÇÃO
principais causas de morte e incapacidade nos países desenvolvidos e em grande parte dos países
de terceiro mundo, sendo responsáveis por 16,6 milhões de óbitos por ano no mundo. Estima-se
que, no Brasil, cerca de 300 mil pessoas sejam vítimas de doenças cardiovasculares por ano,
assistência médica, correspondendo a mais de 30% das internações anuais do Sistema Único de
Saúde (SUS) e apresentando-se como a primeira causa de internação de pacientes com mais de
2000).
paredes das artérias que irrigam o coração, geralmente por aterosclerose4, levando a uma
1
As doenças cerebrovasculares caracterizam-se pela ocorrência de uma lesão isquêmica ou hemorrágica no cérebro, geralmente secundárias à
aterosclerose, hipertensão ou combinação de ambas. As síndromes clínicas que acompanham as lesões são chamadas acidente vascular cerebral e
derrame (BERKOW, et al.,1989).
2
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) ocorre pelo fato da largura interna das artérias diminuírem, gerando uma maior pressão do fluxo
sanguíneo nas paredes das mesmas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2004).
3
Insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica decorrente da incapacidade do coração de manter suficiente volume de ejeção de sangue para o
organismo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2004).
4
Aterosclerose caracteriza-se por alterações no calibre dos vasos e artérias, devido ao depósito de gordura em suas paredes (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2004).
12
ou seja relacionada a ‘fatores de risco’, termo este que surgiu pela primeira vez quando Kanner
et al. (1961) divulgaram os achados do Framingham Heart Study. Esse estudo pioneiro realizou
risco ao se comparar indivíduos que tinham desenvolvido a doença arterial coronariana com
aqueles que não tinham. Posteriormente, os resultados encontrados foram relacionados a uma
maior incidência da doença e foram chamados de fatores de risco, isto é, fatores que
Tais fatores de risco podem ser divididos em dois grupos, primeiramente o grupo
formado pela hereditariedade, gênero e idade, os quais são considerados não modificáveis;
posteriormente, o grupo dos fatores que podem ser controlados e/ou alterados, composto pela
de personalidade “tipo A”) e fatores sociais (condições socioeconômicas, suporte social, nível de
5
Angina é a dor torácica que acontece quando o coração não recebe uma quantidade adequada de oxigênio. A dor normalmente é causada pela
obstrução das artérias do coração (BERKOW, et al., 1987).
6
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) caracteriza-se por uma completa obstrução de uma artéria coronariana ou de um de seus ramos, o que faz
com que parte do músculo cardíaco deixe de receber oxigênio e sofra necrose (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2004).
7
Dislipidemias são alterações das frações lipoprotéicas do sangue, que podem ocorrer devido a um aumento do colesterol total, aumento do
triglicérides, aumento do LDL-colesterol e triglicérides e redução do HDL-colesterol (DUTRA-DE-OLIVEIRA, MARCHINI, 2000).
8
O Diabete Mellitus é um distúrbio metabólico caracterizado pelo aumento da glicose sanguínea, por deficiência de insulina ou por resistência
periférica à ação desta (MION, NOBRE, 2002).
13
de 50% em homens após os 40 anos de idade. Pesquisas vêm sendo desenvolvidas no sentido de
indicar que esta diferença estaria relacionada aos hormônios sexuais. Desta forma, a testosterona
aumento nos níveis do LDL-colesterol. O estrógeno, por sua vez, contribui para uma redução do
quando a mulher atinge a menopausa, momento que se desenvolve uma deficiência de estrógeno,
fazendo com que o risco de surgimento de uma doença cardiovascular se apresente aumentado
(STRAUB, 2005).
cardiovasculares diminuem com a idade, sendo que, aproximadamente aos 75 anos de idade o
risco de morte torna-se similar em ambos os sexos (SILVA, SOUSA, SCHARGODSKY, 1998;
comparado aos homens, fato que pode ser explicado pelo acometimento em idade mais avançada
e pela diferença na incidência dos vários fatores de risco (CONTIRAS, et al., 2002; VACARINO
et al., 1999; WEXLER, 1999; JOUSILAHTI, et al., 1999; WOODFIELD et al., 1997).
Por outro lado, ao investigar a existência de possíveis diferenças entre homens e mulheres
adultos jovens, após infarto agudo do miocárdio, ainda durante a internação, Contiras et al.
(2002) não observaram diferenças quanto aos fatores de risco, características clínicas e
miocárdio em indivíduos com menos de 45 anos não é infreqüente no Brasil (SILVA et al.,
1998). Apenas nos hospitais brasileiros credenciados pelo Sistema Único de Saúde, durante o
ano de 2004, quase 5000 pacientes com menos de 45 anos de idade foram internados devido a
dos pacientes mais velhos. Os jovens, após o infarto agudo do miocárdio, por adoecerem durante
ainda mais graves (DA LUZ, LOLIEMENE, 1999; FULHAAS, et al., 1997; FOUMIER et al.,
apresentam maiores chances de desenvolver doenças deste grupo (SILVA et al., 1998).
Fatores genéticos podem ainda influenciar a ocorrência de outros fatores de risco das
Silva et al. (1998) investigaram 299 pacientes que haviam apresentado infarto agudo do
miocárdio e 292 indivíduos sem registro de manifestação das doenças arterial coronariana, em 20
centros médicos de todo o país. A comparação entre os dois grupos mostrou que a presença de
15
história de doença arterial coronariana nos genitores foi significativamente maior entre os
2.2.1 Tabagismo
Estima-se que aproximadamente 40% das mortes por doença coronariana podem ser
risco de ocorrência de infarto agudo do miocárdio é duas vezes maior em homens fumantes do
que em não-fumantes. Nas mulheres na fase de pré-menopausa a situação ainda é mais grave,
nestes casos, possivelmente o tabagismo aumente em até seis vezes a ocorrência de infarto agudo
influência de qualquer outro fator de risco. Os efeitos cardiovasculares são dependentes da dose
SERVICES, 1983). Por conseguinte, sugere-se que a interrupção deste hábito determina um
cardiovasculares, embora seus efeitos nocivos ao organismo continuem sendo observados por
vários anos (MION, NOBRE, 2002; ISSA, 1996; WARD, GARVEY, BLISS, 1992).
que uma diminuição do risco de mortalidade de 36% entre pacientes que pararam de fumar,
16
evento cardíaco.
Estudos relatam que uma diminuição dos níveis de colesterol sérico, regressão de lesões
podem estar relacionadas a mudanças de estilo de vida, especificamente no que concerne a uma
dieta balanceada, abandono do fumo, atividade física regular e manejo do estresse (ORNISH et
A literatura tem apontado para os efeitos benéficos ao coração de uma ingestão pequena e
diária de álcool. Tal efeito é atribuído à capacidade do álcool de elevar a concentração de HDL –
em relação a estes efeitos benéficos, considerando que o consumo abusivo de bebidas alcoólicas
pode ocasionar distúrbios no ritmo cardíaco, aumento da pressão arterial sistêmica, do peso
corporal e da glicemia, além de maiores chances do paciente cardíaco apresentar morte súbita.
Por conseguinte, o potencial de risco em consumir diariamente doses pequenas de álcool, ao que
parece, não compensa o eventual benefício, à medida que este, aparentemente, é impreciso
Uma dieta balanceada se apresenta como a primeira atitude terapêutica recomendada para
pessoas que apresentam propensão à doença arterial coronariana. Dentre os fatores dietéticos
importantes à saúde cardiovascular, pode-se citar as gorduras saturadas (ácidos graxos), que
9
Hemostasia é a ação ou efeito de estancar uma hemorragia (BUENO, 1999).
10
Plaquetas são corpúsculos do sangue de importância na coagulação do mesmo (BUENO,1999).
17
como a principal causa alimentar de elevação do colesterol plasmático; os flavonóides, que são
nos legumes, aveia, leguminosas e frutas e podem reduzir os níveis de colesterol total e levar a
(MONTEIRO, VAZ ALMEID, 2007; RIQUE, SOARES, MEIRELLES, 2002; FONSECA et al.,
1998).
2.2.4 Obesidade
atualidade, observando-se que, nos últimos anos, sua prevalência vem aumentando no mundo
todo. O excesso de peso é considerado um fator de risco para diversas doenças crônicas não
Framingham (HUBERT et al., 1983) o ganho de peso durante a idade adulta aumenta o risco das
esforço ao coração, a obesidade está correlacionada a outros fatores de risco, tais como a
como uma importante condição clínica que requer uma abordagem efetiva, especialmente no que
2.2.5 Dislipidemias
As dislipidemias, ou alterações nas taxas lipídicas do sangue, vêm sendo apontadas como o
coronarianas.
diminuição do HDL e um aumento do risco para o infarto agudo do miocárdio, morte súbita e
total quanto do LDL parece contribuir para ocorrência das doenças cardiovasculares (WILSON,
et al. 1998).
Portanto, o controle das alterações lipídicas parece ser fundamental à prevenção das
Pesquisas têm demonstrado que uma diminuição do colesterol total está associada à
um aumento da sobrevida global dos pacientes. Sendo assim, programas de prevenção, tanto
primária quanto secundária, são fundamentais no que diz respeito a práticas educativas e
informativas, visando mudanças nos hábitos de vida e comportamentos de risco (TOTH, 2004;
2002).
19
especialmente aqueles que o desenvolveram na vida adulta, apresentam uma maior propensão ao
prevenção e controle do Diabete Mellitus, por meio da prática regular de atividades físicas e
A hipertensão arterial sistêmica é um dos fatores de risco que contribui de forma mais
intensa para a ocorrência do infarto agudo do miocárdio, além de aumentar o risco de eventos
recorrentes após o primeiro episódio agudo da doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de
DE CARDIOLOGIA, 2004).
significativo fator de risco independente para as doenças cardiovasculares, na maioria das vezes
referência o valor de ≥140/90 mmHg, sendo que tanto o valor da pressão sistólica, quanto o da
20
sedentarismo está associado a uma maior incidência desta doença. Pesquisas têm demonstrado
que pessoas mais ativas fisicamente vivem mais e apresentam menores chances de vir a falecer
1994).
De acordo com Fonseca et al. (1998) a prática regular de exercícios e não sua intensidade
eficiente no controle da obesidade, redução da pressão sangüínea, dos níveis de colesterol total e
controle do Diabete Mellitus, além de favorecer a redução dos sintomas depressivos e ansiosos e
provocar uma melhora na qualidade de vida (RIQUE, SOARES, MEIRELLES, 2002; KUGLER,
SEELBACH, KRUSKELMPER, 1994). Por outro lado, a atividade física periódica poderia
O estudo de Framingham demonstrou que pessoas mais ativas fisicamente viveram mais
cardiovascular e coronária diminuiu à medida que foi maior a freqüência de atividade física em
O tipo de exercício que vem demonstrando efeitos mais substanciais em relação aos
fatores cardíacos é o aeróbio e recomenda-se à uma boa saúde cardiovascular uma prática de no
mínimo 30 minutos, três a cinco vezes por semana (RIQUE, SOARES, MEIRELLES, 2002).
21
educacional e posição social (KAPLAN, LYNCH, 1997) tem sido considerado como um
poderoso preditor das doenças cardiovasculares. Ao que parece, indivíduos que demonstram um
baixo status socioeconômico, em comparação com pessoas que tem melhores condições
prevalência em classes socioeconômicas mais baixas, uma vez que esta população tende a ter
uma maior exposição a fatores de risco como, por exemplo, dietas com alto teor de gorduras,
tabagismo e experiências estressantes diárias. Além disso, pode-se observar nesta população um
acesso mais limitado aos serviços de saúde e benefícios que o mesmo pode proporcionar
(JENKINS, 1988; NATIONAL HEART , LUNG AND BLOD INSTITUTE, 1998; STRAUB,
2005).
O suporte social vêm sendo considerado um importante fator, tanto para manutenção da
saúde quanto para a recuperação de doenças (DUARTE, 2002), tratando-se assim de uma
variável que, de acordo com Athkinson et al. (1995), deve ser estudada por meio de parâmetros
objetivos, os quais incluem religião, existência de grupo social, relacionamento afetivo estável,
garantia de apoio.
22
infarto agudo do miocárdio afirmam a existência de uma relação direta entre o isolamento social,
isquêmica, bem como atentam para o fato de que a presença de suporte social parece favorecer o
Krumholz, Butler e Miller (1998) analisaram 292 pacientes idosos em relação à presença
A interação entre suporte social e baixo nível educacional, ao que parece, também exerce
certo impacto sobre a mortalidade após o infarto agudo do miocárdio. Ruberman et al. (1984)
verificaram que homens com baixo nível educacional eram mais isolados socialmente e
apresentavam-se mais estressados em comparação aos homens com altos níveis educacionais.
apresentam doença cardiovascular preexistente. Ruberman et al. (1984) observaram que homens
miocárdio. Similarmente, Williams et al. (2002) encontraram que os sujeitos que viviam
sozinhos tinham mais probabilidade de morte nos cinco anos após o infarto agudo do miocárdio
2.2.10.1 Depressão
Sintomas depressivos podem ser observados em até 50% dos pacientes portadores de
três maneiras. Primeiramente, a depressão pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de
23
são associadas entre si, mas relacionam-se com fatores de risco comuns a ambas (FRASURE-
JOYNT, 2004; RUMSFELD et al., 2003; SWENSON et al., 2003; RAFANELLI et al. 2003;
encontraram uma forte associação entre uma história anterior de depressão e o surgimento de
angina. Da mesma forma, O’Connor e Joynt (2004) apontam para o fato de que estresse
evidências são confirmadas por Lespèrance et al. (2000) que, ao investigar 430 pacientes
hospitalizados por síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis, verificou entre os 345 pacientes
apresentaram níveis mais graves de depressão e ansiedade. Já os homens com depressão eram
Por outro lado, a ocorrência de depressão após episódio coronariano agudo parece
prejudicar a recuperação dos pacientes ocasionando uma piora no estado de saúde dos mesmos,
aumentando as chances de episódios recorrentes, além de trazer prejuízos à sua qualidade de vida
passado por um episodio agudo da doença arterial coronariana nos últimos seis meses e
24
ocorrência de episódios de angina é influenciada tanto pela presença de depressão, quanto por
autores se relaciona à dificuldade de identificação da depressão nestes pacientes, uma vez que é
sintomas seriam: cansaço excessivo, falta de energia e lentidão motora, em detrimento dos
2.2.10.2 Ansiedade
e/ou temor, freqüentemente acompanhado por sintomas autonômicos do organismo, tais como
cefaléia, perspiração, palpitações, aperto no peito e leve desconforto abdominal, podendo ainda
caracteriza-se como um sinal de alerta a um perigo iminente, perigo este não necessariamente
A ansiedade vem sendo apontada como a resposta psicológica mais freqüente ao episódio
de infarto agudo do miocárdio. Em se tratando das coronariopatias, altos níveis de ansiedade têm
cardiovascular. Por esta razão, muitas vezes os sintomas físicos da ansiedade (palpitação,
taquicardia, sudorese) são confundidos e mal-interpretados como uma alteração cardíaca, tanto
pelo médico como pelo paciente, o que resulta numa interpretação errônea desta manifestação
com Jenkins et al. (1971) a partir de observações realizadas na década de 50. De acordo com
estes autores, existiria um padrão de comportamentos que se relacionaria a uma maior propensão
à cardiopatia isquêmica.
padrão comportamental constituído por componentes formais (voz alta, fala rápida e excessiva
desadaptativo, que em conjunto com os acontecimentos do meio ambiente, produzem com mais
relevantes ao surgimento das doenças cardíacas (KEWLEY et al., 1987 apud FERNANDEZ-
Além disso, pesquisas têm demonstrado que a presença da personalidade tipo A, além de
aumento da mortalidade e pior prognóstico das mesmas, além de estar vinculada à presença de
2.2.10.4 Estresse
Pesquisas recentes indicam que o meio ambiente social pode afetar a saúde das pessoas.
considera que o estresse pode ser estudado de três maneiras: avaliando-se a resposta fisiológica e
sistêmica, podendo ocasionar arteriosclerose, infarto agudo do miocárdio ou mesmo morte súbita
(MARGIS et al., 2003; SEIDL, 2001; SAVOIA, 1999). Com relação ao nível cognitivo, a
pessoa fará uma avaliação da situação estressora, baseada em quatro componentes: avaliação
inicial ou afetiva da situação, da demanda da situação, das capacidades para lidar com tal
27
acordo com Lipp e Novaes (2000), o estresse agudo se trata de uma reação imediata do
organismo a algo inusitado e pode desaparecer tão depressa quanto se originou. Já o estresse
crônico, apesar de se iniciar da mesma forma que o agudo, apresenta duração mais prolongada,
isolamento social, estresse ocupacional, depressão e ansiedade pós infarto agudo do miocárdio,
nocivos à saúde, como tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e comer em excesso,
indivíduos economicamente ativos. Por conseguinte, o estresse se mostra como um fator de risco
altamente modificável e sujeito a presença de muitos fatores de proteção, tais como: a presença
de suporte social, exercícios físicos regulares, treino em redução de estresse, senso de humor,
mudanças significativas ocorridas nos hábitos de vida dos indivíduos (tabagismo, sedentarismo,
e alteração nos hábitos alimentares), tem-se observado um aumento na prevalência das doenças
doenças, o que pode ser explicado pelo aprimoramento dos tratamentos cardiológicos de
BERARDO, RODRIGUES, 1990). De acordo com Kim; Kim e Kim (2007) a alteração de
hábitos de vida pode manter a saúde das pessoas e com isso prevenir doenças cardíacas.
agudos (infarto agudo do miocárdio, episódio agudo de angina instável) indicam uma
coronariano agudo implica, para muitos doentes, numa diminuição da capacidade de lidar com
novas situações, dificuldade em assumir papéis sociais que desempenhava antes da internação,
PERKINS, ANDREWS, 1985). Sendo assim para recuperação dos pacientes coronariopatas, é
agudo são: ansiedade, depressão, negação da enfermidade, preocupação excessiva com seu
estado de saúde, retraimento social, sintomas somáticos funcionais (por ex.: palpitações, dores
nos braços, fadiga), sentimentos de inutilidade, pessimismo acerca do futuro. Tais reações, ao
Além das reações emocionais, existem outros fatores que podem contribuir para um pior
prognóstico da doença coronariana. Tais fatores seriam: fatores médicos (gravidade da disfunção
BUENO,1993).
De acordo com Meischke (2000) e Levine (1997, apud DUARTE, 2002) a percepção da
saúde geral, nível de conhecimento do paciente, crenças, atitudes, valores e conceitos pessoais
também são fatores predisponentes da doença coronariana. Ao que parece a forma como o
paciente percebe sua enfermidade, especificamente no que diz respeito aos sintomas, causas e
expectativas de cura e/ou controle, tratamento e conseqüências a longo prazo, se mostra como
um fator de total relevância aos programas de reabilitação cardíaca, bem como preditor da
podem influenciar de forma direta a qualidade de vida dos pacientes à medida que esta pode ser
entendida como percepção e/ou sentimentos do ser humano a respeito de sua condição física,
afetiva e cognitiva, em relação a seus relacionamentos sociais, sobre sua própria saúde ou sobre
SAÚDE, 1998).
De acordo com Lipp, Novaes (2000), para se obter uma boa qualidade de vida é
necessário que o sujeito alcance um sucesso relativo em pelo menos quatro áreas de sua vida:
social, afetiva, profissional e saúde. Estas autoras sugerem que o viver bem se refere a ter uma
vida equilibrada nestas áreas, sendo que uma das maneiras de se alcançar isto é por meio do
educação sobre fatores de risco. Tais programas têm mostrado resultados satisfatórios, em
especial quando é realizada a comparação entre grupos controle e experimental, tanto no que diz
vida (tabagismo, sedentarismo, prática de exercícios físicos e hábitos alimentares (REES et al.,
MAURICE, 1996).
secundaria à doença arterial coronariana sob os fatores de risco e fatores psicossociais. Tal
programa foi desenvolvido com 869 pacientes não fumantes, e teve duração de três semanas e
fibras e com menor concentração de gorduras saturadas, prática de exercícios físicos e controle
do estresse. Significantes alterações nos fatores de risco da doença cardíaca foram observadas.
cardíaca, com 60 pacientes que haviam sofrido um primeiro episódio de infarto agudo do
em dois grupos, grupo controle e experimental e este último recebeu, durante oito semanas,
sessões individuais de orientação e educação sobre a doença cardíaca e passou por sessões
que participavam de um programa de reabilitação física, observaram que, a longo prazo, o curso
31
manejo de estresse e treino em relaxamento. Em relação ao grupo controle, que não foi
Entretanto, foram observados poucos efeitos em relação às variáveis psicológicas, bem como em
secundária com pacientes cardíacos que sofreram infarto agudo do miocárdio recentemente. A
primeira parte do programa foi desenvolvida em quatro semanas, onde foi focalizada a educação
momento, era mantido um contato regular, por telefone, entre o paciente e uma enfermeira, por
melhora na qualidade de vida dos pacientes, controle da taxa de lipídeos no sangue, alterações
comportamental. Os pacientes investigados foram divididos em três grupos. O primeiro não foi
sessões semanais com uma hora de duração, onde eram utilizadas técnicas de modificação de
casas durante 10 semanas. Durante tais visitas, com duração de uma hora, os pesquisadores
pacientes com relação à diminuição dos sintomas depressivos, independência em funções diárias
talvez se devam à pequena amostra investigada ou aos métodos de seleção dos sujeitos, à medida
resultados positivos.
admitidas em 18 hospitais da Suécia logo após o primeiro infarto agudo do miocárdio. Tais
mulheres foram divididas em dois grupos e avaliadas em três momentos distintos, logo após o
episodio da doença, após um e quatro anos, considerando que apenas um dos grupos de pacientes
foi submetido ao programa de reabilitação cardíaca. Tal programa incluía educação sobre saúde,
suporte social e prática de exercícios físicos, foi realizado também por um terço dos cônjuges das
pacientes e teve duração de 12 semanas. Verificou-se que na primeira avaliação (linha de base)
de reabilitação.
al. (1998) examinaram os efeitos de uma intervenção psicológica em 380 pacientes pós
33
passo. Tal intervenção incluía de uma a sete sessões semanais de terapia comportamental, as
físicos; objetivando assim, uma maior adesão ao tratamento. Foi observada uma redução
em relação ao grupo controle. Todavia, não foi observada uma redução significativa em relação
se apresentava em 10 sessões terapêuticas e duas sessões de avaliação e teve como objetivo geral
saúde cardíaca. Os procedimentos específicos utilizados não foram descritos. Após o programa
físicos, consumo de bebidas alcoólicas e ainda uma diminuição significativa nos níveis de
ansiedade e depressão.
estudo foram divididos em dois grupos, sendo que um deles foi submetido à intervenção. O
físicos. Tais objetivos eram trabalhados a partir de técnicas de relaxamento, meditação, yoga,
34
correio informações acerca do manejo de estresse e dieta. De acordo com os autores, os pacientes
prática de relaxamento em casa. Verificou-se uma melhora na qualidade de vida dos pacientes
que passaram pela intervenção, em especial relacionada ao aspecto físico, e ainda uma redução
episodio de infarto agudo do miocárdio, foi realizado por Jones e West (1996). Neste estudo
foram analisados 2328 pacientes cardíacos e divididos em dois grupos: experimental (1168
logo após o infarto, após seis meses e após 12 meses da alta hospitalar. A entrevista continha
doença cardíaca, fatores de risco, suporte social, ansiedade e depressão, atitudes frente ao infarto
e expectativas quanto a vida futura. A intervenção aconteceu em sete sessões e tinha como
principais objetivos informar os pacientes acerca de seu quadro clínico, diminuir estresse e
estudo eram todos coronariopatas e foram submetidos a um dos dois tipos de reabilitação
35
cardíaca, ou constituíram o grupo controle e apenas receberam as instruções sobre sua doença e
reabilitação cardíaca tradicional tinha duração de entre um e três meses e os pacientes eram
de intervenção tinha duração de 12 semanas e era dividido em três etapas. Na primeira delas os
estresse e modificações alimentares, alem de sessões de exercício físico. Para manejo de estresse
grupais de suporte, a atividade dos sujeitos era em sua quase totalidade auto regulada. Por
momento, após três e seis meses. Os pesquisadores observaram que tanto os pacientes que
significantemente mais alterações positivas com relação a estas variáveis. Observou-se ainda que
pacientes infartados, Anderson, Hackett e House (2004) revisaram 12 estudos, incluindo 1245
humor (alteração de sintomas depressivos), entretanto não foram observados efeitos provenientes
Estudo semelhante foi realizado por Mcalister et al.(2001), onde tentou-se, a partir de
risco.
cardíacas Rees et al. (2004), analisaram a influencia de tais programas em sintomas de estresses,
dos 36 programas analisados verificou-se uma pequena redução dos sintomas depressivos e
ansiosos. Não foram encontradas evidencias acerca dos efeitos da intervenção psicológica na
estudos analisados, tanto em relação aos instrumentos de medida utilizados, quanto em relação às
diferentes formas de intervenção, ou seja, a não sistematização dos mesmos, e ainda, o pequeno
número de sujeitos investigados por algumas destas pesquisas, o que poderia se relacionar à
com quadros crônicos de angina estável, Mcgillion et al. (2004) revisaram quatro estudos com tal
especial no que se refere aos sintomas da angina, estresse e funcionamento físico. Entretanto,
relevantes à suas áreas de atuação. A autora descreve, em seu artigo, um resumo do conteúdo
das apresentações realizadas pela área da Psicologia, ou seja, discute em seu texto o papel das
emoções, questões relacionadas ao estresse e aos fatores de risco da doença cardíaca e levanta
individuais objetivando um maior cuidado com sua saúde. O estudo não inclui avaliação dos
sujeitos, bem como possíveis resultados gerados pela participação dos mesmos no programa de
prevenção.
estilo de vida saudável, redução dos fatores de risco, redução dos sintomas da doença crônica e
quatro áreas fundamentais: 1) informar o paciente acerca de sua condição clínica e fatores de
risco associados; 2) desenvolver estratégias produtivas com o paciente, para que este possa lidar
de modo mais adequado com o estresse e depressão, decorrentes de seu estado de saúde; 3) gerar
No Brasil verifica-se uma escassez de dados de pesquisa acerca do impacto dos fatores
da doença coronariana.
38
Esta terapia supõe que os transtornos psicológicos decorrem de um modo distorcido de perceber
influenciaria de forma negativa os afetos e os comportamentos (BECK, 1997). O que não quer
dizer que os pensamentos levam a problemas emocionais, mas que eles modulam e mantém as
pessoa tem sobre si própria, afinal deve-se adotar como princípio a idéia de que a maneira com
que os pacientes percebem e conseqüentemente estruturam seu mundo é o que determina seus
desajustes (Beck, 1976; apud Caballo, 2002). Beck (1979) propõe que durante o processo
como seus pensamentos acontecem e de que forma afetam seu humor, sentimentos,
pacientes que apresentam doenças crônicas, à medida que contribui para o desenvolvimento de
processo.
considerando que quando em grupo, de acordo com Caballo (2002) segue os mesmos pré
que significa uma razoável economia de tempo e de dinheiro, tanto para o doente quanto para a
oportunidade para identificação, teste e revisão das regras subjacentes que norteiam o
pode se tornar útil à medida que leve à alteração de percepções distorcidas sobre a doença e a
prognóstico da doença.
40
OBJETIVOS
Gerais
Específicos
METODOLOGIA
1. Delineamento do estudo
Para tal estudo foi utilizada uma amostra de conveniência, dividida, de forma aleatória em grupo
2. Participantes
Foram convidados e aceitaram participar deste estudo 71 pacientes cardíacos que haviam
sido internados por apresentarem episódio agudo da doença arterial coronariana (angina instável
ou infarto agudo do miocárdio) nos últimos três meses e que freqüentavam os ambulatórios de
agudo do miocárdio ou angina instável) nos últimos 90 dias, de acordo com informação
• ambos os sexos;
• ser alfabetizado;
• não ter participado de nenhum programa de intervenção psicoterápica nos últimos dois
anos;
sujeitos:
3. Materiais e instrumentos
propostos por Bittencourt et al. (2004), Cherrington (2004), Oliveira (2004), Duarte (2002) e de
um estudo piloto, realizado pela própria pesquisadora. Tal estudo ocorreu durante o mês de
base nos objetivos da pesquisa, a dez pacientes infartados há menos de seis meses e
pesquisa.
avaliação inicial para duas avaliações subseqüentes. Foram retiradas questões relacionadas a
43
dados já coletados, tais como, sexo e estado civil e acrescidas questões acerca de possíveis
adultos, o WHOQOL-Bref é uma versão reduzida do World Health Organization Quality of Life
dos sujeitos investigados sobre alguns setores de sua vida. As questões são divididas da seguinte
forma: duas delas acerca da qualidade de vida geral e as outras 24 divididas em quatro domínios:
físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. As pontuações das respostas às questões
são obtidas por meio de uma escala do tipo Likert de cinco pontos, podendo variar entre 1 e 5. A
vida da Organização Mundial da Saúde no Brasil foi a utilizada neste estudo (FLECK, et al.,
incluindo sintomas e atitudes, cuja intensidade pode variar de zero a três. Os itens referem-se à
retração social, indecisão, distorção da imagem corporal, inibição para o trabalho, distúrbio do
sono, fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação somática e diminuição de libido. A
classificação brasileira foi realizada com cinco mil casos, propondo o seguinte critério de
com quatro alternativas cada um, em ordem crescente do nível de ansiedade. Este instrumento foi
validado no Brasil por Cunha (2001) e a classificação brasileira propõe os seguintes critérios de
(ANEXO C).
4. Procedimentos
ou angina instável e que aparentemente não apresentavam nenhum dos critérios de exclusão
desta pesquisa, foram contatados via telefone momento que ocorreram a apresentação da
participantes.
Foram realizadas entre uma e três tentativas de contato telefônico com cada paciente.
Quando não foi possível estabelecer o contato, o paciente foi excluído das possibilidades de
integrar o estudo.
realização de uma primeira avaliação. Após esta primeira avaliação, os participantes que
aproximadamente dois meses e meio (reavaliação) e após seis meses da segunda avaliação
agendado e com duração média de 60 minutos. Neste primeiro momento o paciente leu e assinou
Tais instrumentos foram entregues aos participantes para que os mesmos marcassem as respostas
oftalmológicos e de entendimento, cada questão era lida, uma por vez, em voz alta pela
Aos componentes do grupo controle foi entregue um material educativo sobre a doença
arterial coronariana, acerca dos fatores de risco da doença arterial coronariana e sobre o estresse.
Tal material foi o mesmo utilizado durante as sessões de intervenção com o grupo experimental
(APÊNDICE C, D e E). Ao término desta sessão, a reavaliação foi agendada com os sujeitos do
grupo controle, enquanto os participantes do grupo experimental foram informados sobre o início
4.3 Reavaliação
dias e horários preestabelecidos. Para tal avaliação foram utilizados os mesmos instrumentos e
procedimentos da avaliação. Ao final deste encontro os horários e dias para o seguimento foram
agendados, sendo que os mesmos foram confirmados, via telefone, com uma semana de
antecedência.
4.4 Seguimento
grupos foram avaliados em uma sala do Serviço de Psicologia, em uma sessão individual de
psicológica, entre as duas primeiras avaliações. Tal programa foi realizado em grupo e
programa se deu em oito encontros semanais, com sete grupos fechados e formados por um
informativo e psicoeducativo.
duração média de duas horas e foram coordenados pela psicóloga responsável pela pesquisa.
4.5.1 As sessões
As sessões foram estruturadas a partir dos objetivos propostos pela pesquisa, levando-se
terapêuticos para diferentes doenças (GORAYEB, 2004; GORAYEB et al., 2005), bem como os
trabalhos de Koszycki et al. (2004), Lincon e Flannaghan (2002), Lispers et al. (1999a).
Informação quanto aos fatores de Discussão de material informativo Ler material explicativo sobre
risco da doença arterial coronariana. sobre os fatores de risco da doença fatores de risco da doença
arterial coronariana, enfatizando arterial coronariana.
uma melhoria na qualidade de vida
(APÊNDICE D).
7 Autocontrole, manejo de estresse e Treino em relaxamento, controle da
ansiedade. respiração e visualização.
mesmas procurou-se trabalhar com as informações oferecidas pelos pacientes, por meio de suas
expressões verbais e tarefas de casa, visando assim aproximar os mesmos dos temas discutidos
Durante as sessões os pacientes foram levados, pela terapeuta, a assumir uma postura ativa em
tarefas de casa.
conforme descritas:
desagradáveis. Tal treino pode inicialmente acontecer durante as sessões e posteriormente ser
Algumas perguntas puderam auxiliar tal exercício: Que pensamentos passaram pela sua
cabeça na ocasião? Que tipo de emoção você sentiu? Qual foi seu comportamento a partir de
pacientes por meio de tarefas de casa e que pode auxiliar no processo de identificação de
eventos antecedentes e eventos conseqüentes, o que permite aos paciente identificar as variáveis
ensinar aos pacientes: observação e controle dos pensamentos irracionais e negativos; exame das
Socrático pode ser feito utilizando-se diferentes questões, por exemplo: Que evidencias eu tenho
de que o que passa pela minha cabeça tem fundamento? Como a maioria das pessoas se
vezes que algum pensamento indesejável vier à mente, como por exemplo, pensar em algo ou
51
causadores de disforia, reconhecer os recursos que possuem para elaborar suas dificuldades,
controle sobre os problemas e oferecer-lhes um método para lidar com problemas futuros
(WELLS, 1997).
Tal procedimento pode ser dividido em alguns passos: primeiramente implica em uma
definição clara do problema. Depois utiliza o enfoque de tempestade de idéias com o intuito de
eficazes. A avaliação das possíveis soluções é realizada posteriormente, onde são examinadas as
vantagens e desvantagens de cada solução. Finalmente, o paciente escolhe uma solução e planeja
habilidades para a vida, em vez de visar simplesmente à cura de sintomas atuais, ou seja,
fomenta-se a capacidade de lidar com os ativadores e padrões que têm causado problemas
1995).
52
Percepção dos Sentimentos”: em um primeiro momento foram solicitados aos pacientes que
desenhassem em uma folha sulfite algo que representasse seu coração e os sentimentos que
atualmente mantêm em relação a este órgão. Foram solicitados ainda que neste primeiro
momento não estabelecessem comunicação entre si. Para execução dos desenhos foram
disponibilizadas canetas hidrográficas, giz de cera, lápis preto, lápis de cor e borracha e uma
diziam o que sentiam ao olhar ou imaginavam significar cada um dos desenhos ali expostos.
Cada autor dos desenhos (paciente) expressou o que imaginara ao desenhá-los e qual o
significado dos mesmos. Ao final das exposições a psicóloga estabeleceu possíveis relações entre
as verbalizações dos pacientes e refletiu com estes sobre as diferentes formas de se representar o
por Jacobso e McGuigan (Apud CABALLO 2002, p. 154). Iniciou-se com a explanação da
Posteriormente era solicitado aos pacientes que se deitassem em colchonetes espalhados pelo
então dava as seguintes instruções: “Agora você vai tentar deixar seu corpo o mais confortável
possível sobre o colchão e permitir que este fique solto e cada vez mais pesado, você vai deixar
53
que apenas o colchão te segure. Neste momento você deve se concentrar apenas em sua
respiração, apenas no ar que está entrando e saindo de seus pulmões e trazendo tranqüilidade e
calma. Agora vou pedir pra que você contraia alguns músculos por alguns segundos (Quadro 2)
relaxamento, ou seja, procurando conhecer melhor seu corpo. Caso você não compreenda
alguma das instruções não se preocupe, faça como entendeu e caso necessário repetirei as
orientações de forma mais detalhada. Algo muito importante, é que você deve sempre respirar
profundamente e imaginar que seu corpo esta cada vez mais solto”.
sugerido que os pacientes se concentrassem novamente em sua respiração e no peso de seu corpo
sobre o colchão. Neste momento iniciava-se a técnica de visualização a partir das seguintes
instruções: “Agora você deve imaginar que está num lugar muito bonito, neste lugar existe muito
verde. É um lugar onde as árvores são cheirosas, você pode escutar barulho de água e sentir o
vento batendo em seu rosto. Então você caminha pelo lugar e chega a um campo de flores. Tais
flores são lindas e de todas as cores, então você pode sentir o cheiro das mesmas e se sentir em
paz. Este lugar, onde você se encontra, é um lugar de muita tranqüilidade onde apenas
54
Após tal instrução, como encerramento, pedia-se que os pacientes que continuassem
respirando e depois de aproximadamente três minutos sugeria-se que: “Agora você vai começar
a se despedir, mas sabendo que sempre poderá voltar, pois é um lugar só seu. Você vai voltar e
vai trazer apenas os sentimentos bons consigo. Quem quiser pode começar a se mexer, pode
abrir os olho, e depois se levantar, mas tudo isto bem devagar e ainda respirando
profundamente”.
da seguinte forma: a cavidade abdominal e a cavidade torácica são separadas pelo diafragma –
músculo transversal que está situado no corpo em forma de cúpula. Quando inspiramos, o
diafragma abaixa-se e a cavidade toráxica aumenta. Com este movimento, os pulmões dilatam-
se, o que provoca uma instantânea rarefação do ar, mas até o fim da inspiração, os pulmões estão
ar (GOMES, 2003).
basicamente as seguintes: “A partir de agora você deve respirar pelo nariz e prestar atenção
apenas em sua respiração. Deixe seu corpo o mais confortável possível e comece a sentir os
movimentos de sua barriga, imagine que há um balão dentro dela (barriga) e que quando você
puxa o ar (inspirar) ele se enche e, quando você solta o ar (expirar) ele se esvazia. Tente sentir
os movimentos de sua barriga com suas mãos e não levantar os ombros ou estufar o peito
enquanto respira”.
Com relação às tarefas de casa, estas eram planejadas semanalmente a partir de temas
relacionados à sessão atual e visando possibilitar discussões sobre de outros assuntos ou tópicos,
H e I).
55
Quadro 3 - Tarefa sugerida na segunda sessão do programa de intervenção psicológica: Registro de situações de alteração de
humor, pensamentos automáticos e emoções contingentes.
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – HCFMRP- USP
HCFMRP- USP, Programa de Prevenção da Doença Coronariana – PPDC
Docente responsável: Prof. Dr. Ricardo Gorayeb
Psicóloga Responsável: Juliana Camargo Vilela
Nome do Paciente: Data:
REGISTRO DE CUIDADOS COM O CORAÇÃO
♥ Instruções: Quando algo te deixar triste, chateado, com raiva, preocupado, com medo, ou seja, quando seu humor
piorar, pergunte a si mesmo "O que está passando pela minha cabeça agora?" e, assim que possível, anote a situação
desencadeadora, o pensamento e o que você sentiu na hora.
Data/hora Situação Pensamento(s) automático (s) Emoção (ões)
Diga o dia da semana, o
1. O que aconteceu que o fez 1. O que você sentiu
mês e o horário que a 1. O que você pensou ou o que
sentir algo desagradável, ou no momento?
situação e o sentimento imaginou quando começou a
seja, triste, com raiva, com (tristeza/ ansiedade/
desagradável sentir mal?
medo, de mau humor, etc.? raiva/ etc.)
aconteceram.
discussões acerca das percepções dos pacientes em relação à doença cardíaca e seus fatores de
risco. Tais discussões objetivaram a sensibilização e informação dos pacientes sobre a doença
alterações comportamentais e identificação e manejo de estresse. Para tal foram utilizados três
folhetos explicativos (APÊNDICE C, D e E), os quais foram elaborados pela pesquisadora com
base na literatura.
De acordo com Smith, Hart e Hole (1998) a educação pode influenciar diretamente a
As analises foram realizadas a partir de três focos principais. Primeiramente foi realizada
uma descrição dos participantes a partir das variáveis estudadas. Posteriormente, correlacionou-
se os resultados apresentados por um mesmo grupo nos três momentos de avaliação e finalmente,
56
O conhecimento dos pacientes acerca das causas da doença arterial coronariana foi
analisado de forma qualitativa, de acordo com a freqüência de respostas obtidas a partir de cada
um dos 71 pacientes. Para análise de tais fatores, as respostas obtidas foram interpretadas por
Para as análises dos Inventários de depressão (BDI) e ansiedade (BAI), os pontos de corte
utilizados foram os propostos pela classificação brasileira feita por Cunha (2001). Para o BDI: 0
presença de sintomas depressivos para valores maiores do que 11 (PINTON, et al., 2006) e de
sintomas ansiosos para resultados maiores do que 10. Os resultados obtidos nas escalas de
Primeiramente foi avaliada a qualidade de vida geral, a partir das duas questões iniciais do
instrumento. Tais questões foram calculadas em conjunto, gerando assim um único escore
independente dos escores dos domínios. Para analise das 24 questões restantes foram
considerados quatro domínios: físico, social, meio ambiente e psicológico. Os domínios foram
assim avaliados: físico (questões 3, 4, 10, 15, 16, 17 e 18), psicológico (questões 5, 6, 7, 11, 19, e
26), social (questões 20, 21 e 22) e meio ambiente (questões 8, 9, 12, 13, 14, 24 e 25). Cada
domínio foi analisado isoladamente e tanto os domínios como a qualidade de vida geral foram
medidos em direção positiva, ou seja, escores mais altos denotam melhor qualidade de vida, com
exceção das questões de números 3, 4 e 26 que em um primeiro momento deveriam ter seus
57
2000).
Os dados quantitativos foram descritos por média e desvio padrão. Nas variáveis
categóricas foi utilizado o percentual. O resultado dos grupos experimental e controle nas três
avaliações e a comparação entre os grupos foram analisados pelo teste t de Student e pelo teste
do Qui-quadrado, com exceção dos domínios do instrumento de qualidade de vida, onde foi
os resultados obtidos nas três avaliações por um mesmo grupo foi feita pelo teste t de Student
para dados pareados, do teste Regra de Sinais de Descartes e pelo Teste de Friedman. O nível de
A. Renda: para verificação da renda média pessoal dos participantes, dividiu-se a renda de todos
trezentos reais). Categoria I- Até um salário mímino; Categoria II- Entre um e dois salários
58
mínimos; Categoria III- Entre dois e cinco salários mínimos; Categoria IV- Entre cinco de dez
B. Grau de Instrução: foi estratificado em quatro grupos a partir do número de anos de estudo:
segundo grau (entre 11 e 13 anos de estudo); superior (mais do que 13 anos de estudo).
C. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabete Melittus (DM): para presença de diabetes
e hipertensão foi considerada a presença de controle medicamentoso e/ou alimentar para tais
controle medicamentoso e/ou alimentar por parte dos pacientes (SILVA, et al., 1998).
E. Índice de massa corpórea – IMC: foi calculado por meio da divisão do peso (quilogramas)
pela altura (metros) ao quadrado. Posteriormente, o resultado obtido foi categorizado a partir das
F. Prática de exercícios físicos: foram utilizadas três categorias, citadas por Egede (2003):
Sedentários- indivíduos que não praticam nenhum tipo de atividade física; Prática insuficiente -
59
quando a prática de exercícios ocorre por um período inferior a 40 minutos, de uma a três vezes
por semana; Prática recomendada – exercícios em sessões de no mínimo 40 minutos, com uma
G. Tabagismo: consideraram-se três grupos: I- fumantes: pessoas que afirmaram fumar por um
período mínimo de um mês, qualquer quantidade de cigarros; II- antigos fumantes: aqueles que
relataram já ter fumado qualquer quantidade de cigarros por dia, durante um período mínimo de
H. Consumo de álcool: foi estratificado em três grupos, primeiramente o grupo dos pacientes
que nunca consumiram álcool, depois os que consomem atualmente; pessoas que afirmaram
consumir bebidas alcoólicas no momento com uma freqüência de pelo menos uma vez por
semana e aqueles que consumiam anteriormente; pacientes que relataram já ter consumido
2. Emoções negativas – Esta categoria abrange as emoções e sentimentos que foram auto
referidos e/ou inferidos por relato dos sujeitos, os quais definem seu estado emocional,
influenciando suas interações com o ambiente, consigo mesmo e seu estado de saúde
3. Variáveis fisiológicas - Fizeram parte desta categoria os fatores de risco para doença
Arterial Sistêmica,
4. Fatores comportamentais - Esta categoria foi composta pelos fatores de risco para a
doença arterial coronariana que têm relação com hábitos comportamentais nocivos à
6. Aspectos Éticos
O projeto de pesquisa foi analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das
Após a aprovação deste projeto pelo Comitê de Ética iniciou-se à coleta de dados. O
psicoterápico individual.
61
RESULTADOS E DISCUSSÃO
2005) e foi realizado um levantamento nos prontuários médicos dos pacientes, quando foram
excluídos pacientes que não apresentavam diagnóstico de infarto agudo do miocárdio e angina
instável, que residiam a mais de duzentos e cinqüenta quilômetros da cidade de Ribeirão Preto
e/ou pacientes que não tinham um número de telefone em seus registros do hospital. Estando
dentro dos critérios, o paciente era convidado a participar do estudo, via telefone. Primeiramente,
considerando os pacientes internados entre os meses de janeiro e julho de 2005 foi constituído o
grupo experimental, em seguida, a partir da lista de internações dos meses de agosto a dezembro
número telefônico errado ou telefone desprogramado, 25 não atenderam ao telefone e nove não
foram encontrados em casa), cinco sujeitos ainda se encontravam internados, um não era
saúde, 31 não quiseram participar (nove alegaram morar muito longe do hospital, cinco disseram
apresentar dificuldades físicas de locomoção, sete não aceitaram em função de trabalhar e 10 não
deram explicação), 100 dos contatados aceitaram participar do estudo e agendaram horários para
avaliação inicial.
pacientes não compareceram à avaliação inicial, cinco foram submetidos à avaliação inicial, mas
não compareceram a nenhuma das sessões de intervenção em grupo e nove iniciaram o grupo,
62
entretanto tiveram seus dados excluídos do estudo por não apresentarem uma freqüência mínima
Com relação ao grupo controle, dos 43 sujeitos agendados, oito não compareceram à
avaliação inicial, sete pacientes foram avaliados, entretanto não retornaram para reavaliação,
As razões para o não comparecimento dos pacientes ao hospital nos dias e horário pré
agendados não foram obtidas. Nenhum dos pacientes do estudo veio a óbito durante a coleta de
dados da pesquisa.
Foi feita uma comparação entre os participantes da pesquisa e os sujeitos que não
aceitaram participar, em relação às variáveis sexo e idade e não foi verificada diferença
estatística.
Sexo
Idade
36 - 45 3 8,6 5 13,9
46 – 55 7 20,0 8 22,2
56 – 65 14 40,0 12 33,3
63
disparidade esta descrita anteriormente nos estudos de Guimarães (1992) e Duarte (2002). Já
com relação à idade, dentre os integrantes do grupo controle verificou-se uma média etária de
59,6 anos, enquanto o grupo experimental apresentou média de idade de 58,0 anos. As idades do
total dos pacientes, variaram entre 36 e 81 anos, sendo verificado um predomínio de sujeitos com
No que diz respeito ao grau de instrução da população entrevistada, tem-se que mais da
metade, 44, freqüentaram a escola por um período de até seis anos, o que demonstra um baixo
64
nível de instrução e corresponde à descrição de Duarte (2002) em seu estudo com pacientes
desempregados.
Já com relação à renda pessoal, dos 71 investigados, 53 tinham renda de até dois salários
mínimos, enquanto apenas três apresentaram renda pessoal superior a cinco salários mínimos,
USP.
Foi realizado o balanceamento estatístico, por meio do Teste Qui-quadrado com correção
3. Variáveis orgânicas
(88,7%). Entretanto, 24 (33,8%) pacientes relataram ingerir medicamentos e/ou fazer controle
na primeira avaliação e na reavaliação com relação à presença de nenhuma das variáveis clínicas
reavaliação e seguimento em relação à avaliação inicial nos dois grupos não apresentou
diferenças significantes.
Tabela 2 - Pacientes distribuídos em grupos e pela presença de Diabete Melittus (DM), Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS) e Dislipidemias nos três momentos de avaliação.
Grupo Controle Grupo Experimental
Variável Avaliação Reavaliação Seguimento Avaliação Reavaliação Seguimento
n % n % n % n % n % N %
Diagnóstico das
dislipidemias
coleta de dados, nos prontuários médicos dos pacientes que participaram deste estudo e
verificou-se que, diferentemente dos resultados obtidos nas entrevistas, houve uma manutenção
avaliações. Tal disparidade nos resultados pode estar relacionada aos procedimentos de coleta de
tais informações durante as entrevistas, os quais se basearam apenas no relato verbal dos
participantes. Pode-se supor que tais variáveis não apresentaram alteração quanto a sua presença
seguimento (19,72%), como se pode observar na Tabela 3. Importante ressaltar os altos níveis de
Tabela 3 – Pacientes distribuídos por grupos e em função do índice de massa corporal (IMC), nos três
momentos de avaliação.
Grupo Controle Grupo Experimental
IMC
Avaliação Reavaliação Seguimento Avaliação Reavaliação Seguimento
n % n % n % n % n % N %
18,5 – 24,5
13 37,1 9 32,1 5 25 10 27,8 7 21,9 4 18,2
Peso normal
25,0 – 29,9
15 42,9 11 39,3 7 35 15 41,7 13 40,6 12 54,5
Sobrepeso
30,0 – 34,9
3 8,6 6 21,4 6 30 8 22,2 10 31,3 4 18,2
Obesidade I
35,0 – 39,9
2 5,7 1 3,6 1 5 2 5,6 2 6,3 2 9,1
Obesidade II
> 40
2 5,7 1 3,6 1 5 1 2,8 - 0 - 0
Obesidade III
Total 35 100 28 100 20 100 36 100 32 100 22 100
Comparando-se os resultados obtidos nas três avaliações para cada um dos dois grupos
alterações significativas do índice de massa corporal (IMC) em nenhum dos dois grupos,
avaliação e os do seguimento, fato este que não foi observado no grupo controle.
sensibilização sobre os fatores de risco da doença cardiovascular, que envolvia orientação sobre
a doença, discussão sobre fatores de risco, (como a importância de uma alimentação balanceada
manejo da ansiedade e estresse, além dos benefícios do grupo terapêutico, já citados. Desta
forma supõe-se que a participação no grupo psicoterapêutico pode ter contribuído de forma
avaliação e o seguimento.
67
de sintomas após a alta hospitalar, contribuem para a efetividade dos programas de reabilitação
cardíaca, como um todo, levando à mudanças no estilo de vida e a manutenção das mesmas a
longo prazo.
4. Hábitos de vida
Tabela 4 – Distribuição dos pacientes dos grupos experimental e controle em relação à prática de
exercícios físicos nos três momentos de avaliação.
Grupo Controle Grupo Experimental
que o grupo experimental apresenta uma diminuição desta última e, por conseguinte um aumento
do número de sujeitos praticando exercícios físicos regularmente, fato que também pode ser
observado com relação ao grupo controle, entretanto com menor variação. Comparando-se os
resultados provenientes do grupo experimental (p= 0,030), o que não foi observado no grupo
68
controle (Gráficos 1 e 2). Este fator pode ter contribuído para a diminuição do IMC dos
A prática regular de exercícios físicos traz amplos benefícios à saúde cardíaca, tanto
dos níveis de colesterol total e controle do Diabete Mellitus, além de favorecer a redução dos
sintomas depressivos e ansiosos e provocar uma melhora na qualidade de vida (CHOO, BURKE,
KRUSKELMPER, 1994).
80 80
74,3 Prática 77,8
71,5 Prática
70 recomendada 70
65 reco mendada
60 60
Prática 56,3
50 insuficiente/ Prática
50 50
Sedentarismo insuficiente/
40 43,8 sedentarismo
40
35
30 28,6 30
25,7
20 20 22,2
10 10
0 0
avaliação reavaliação seguim ento avaliação reavaliação seguimento
Gráfico 1 - Distribuição percentual dos pacientes do Gráfico 2 - Distribuição percentual dos pacientes do
grupo controle em relação à prática de exercícios grupo experimental em relação à prática de exercícios
físicos nos três momentos de avaliação físicos nos três momentos de avaliação
No que se refere a tirar férias, na primeira avaliação, 80,3% dos 71 pesquisados relataram
não apresentar tal hábito, sendo 27 do grupo controle e 30 do grupo experimental. Já com relação
Avaliação
Sim 15 42,9 19 52,8
Não 20 57,1 17 47,2
Total 35 100,0 36 100,0
Reavaliação
Sim 12 42,9 23 71,9
Não 16 57,1 9 28,1
Total 28 100,0 32 100,0
Seguimento
Sim 12 60,0 13 59,1
Não 8 40,0 9 40,9
Total 20 100,0 22 100,0
tipo em sua rotina (p = 0,023), em comparação com o grupo controle que se manteve sem
observadas a seguir e ainda se mostrar como um beneficio secundário das sessões em grupo, que
No que diz respeito ao hábito de fumar, na avaliação inicial, dos 71 pacientes avaliados
40,85% (29) relataram nunca ter fumado, enquanto 12,7% (9) fumavam atualmente (Tabela 6).
Os dois grupos de pacientes investigados não se mostraram diferentes acerca do hábito de fumar
seguimento.
consumido ou ainda consumia pelo menos uma vez na semana (63,4%), enquanto 16 (22,5%),
70
nunca havia consumido. Não foram observadas diferenças estatísticas significantes entre os
grupos, com relação ao consumo de bebidas alcoólicas, nas três avaliações e ao se comparar a
Tabela 6 – Pacientes distribuídos em grupos e em função do consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo, nas
três avaliações.
Grupo Controle Grupo Experimental
Avaliação Reavaliação Seguimento Avaliação Reavaliação Seguimento
Variáveis
n % n % n % n % n % N %
Tabagismo
Consumo de álcool
Com o intuito de verificar a percepção dos pacientes acerca da gravidade de sua doença
cardíaca foi utilizada a questão: “Em relação à gravidade de sua doença, o senhor (a) acredita
que seja: nenhum pouco grave, pouco grave, moderadamente grave, totalmente grave” e obteve-
se que nas três avaliações houve um predomínio de pacientes que disseram acreditar na total
gravidade da doença, tanto no grupo experimental como no grupo controle. Não foram
Tabela 7 – Distribuição das freqüências dos pacientes dos grupos experimental e controle em
função de sua opinião acerca da gravidade da doença arterial coronariana (DAC), nos três
momentos de avaliação.
Grupo Controle Grupo Experimental
Opinião acerca da Avaliação Reavaliação Seguimento Avaliação Reavaliação Seguimento
gravidade da
DAC
n % n % n % n % n % n %
Para se verificar a crença dos pacientes no “bom resultado” de seu tratamento para a
doença isquêmica, utilizou-se a pergunta: “Em que medida o senhor (a) acredita que seu
tratamento será eficaz ou terá um bom resultado?”, e observou-se que mais da metade do total
resultado positivo do tratamento, o que pode ser entendido como uma percepção positiva num
bom prognóstico da doença. Os dados relativos a tal questão se encontram dispostos na Tabela 8.
Estudos sobre a percepção dos pacientes cardíacos sobre o episódio de infarto agudo do
miocárdio indicam uma significante relação entre uma percepção positivas sobre a doença e uma
restabelecimento mais rápido da saúde após episódio coronariano agudo. Por outro lado uma
72
percepção negativa da doença parece relacionada a uma maior demora para retorno ao trabalho,
LADWIG et al., 2003; GREIF et al., 1995). De acordo com Miller (1998) a avaliação cognitiva
do infarto agudo do miocárdio bem como seus riscos e danos, tem sido associados a altos níveis
de depressão e ansiedade.
investigados, nas três avaliações, afirmaram sempre seguir tais instruções, enquanto outros 26
(36,6%) relataram seguir as instruções da equipe de saúde quase sempre. Nenhum paciente
mencionou não seguir as instruções, dado que demonstra uma boa adesão dos pacientes ao
entrevistados, as respostas à questão: “O que o senhor (a) acredita ter causado seu infarto ou
episódio de angina? Além destes fatores citados o que mais pode contribuir para o
Tabela 9 – Freqüência de respostas com relação a possíveis causas da doença, considerando categorias pré –
estabelecidas, nas três avaliações.
Grupo Controle Grupo Experimental
Categorias de TOTAL
Avaliação Reavaliação Seguimento Avaliação Reavaliação Seguimento
respostas
n % n % n % n % n % n % n %
Fatores 44 48,9 67 48,2 45 58,4 59 64,9 42 60,0 28 62,2 285 55,7
comportamentais
22 24,4 39 28,1 17 22,1 20 21,9 16 22,9 10 22,2 124 24,2
Emoções negativas
Variáveis 14 15,6 31 22,3 12 15,6 5 5,5 1 1,4 5 11,1 68 13,3
fisiológicas
TOTAL 90 100,0 139 100,0 77 100,0 91 100,0 70 100,0 45 100,0 512 100,0
73
Para tal questão, relacionada à atribuição de causalidade da doença cardíaca, foi realizada
uma analise descritiva dos relatos verbais das respostas dos participantes, a medida que as
considerando os dois grupos investigados, nas três avaliações. Dentre tais fatores
comportamentais, tem-se que as variáveis relacionadas à dieta inadequada foram as mais citadas
(133 citações), somando-se as respostas dos três momentos de avaliação, seguidos pelo
tabagismo (79), sedentarismo (48) e obesidade (25). Com relação à alimentação inadequada
percebe-se que quase todos os pacientes citaram somente o consumo de gordura e o excesso de
alimentação em geral e muito raramente outros tipos de alimentos ricos em colesterol, ou com
elevado teor de sódio. Tal constatação pode ser relacionada às diminuições do peso e do IMC
observados entre os pacientes do grupo experimental. Observa-se ainda que apesar da razoável
Quanto à categoria emoções negativas os itens mais citados foram: estresse, 44 vezes e
nervoso, 40 vezes. Já com relação às variáveis fisiológicas, estas foram menos citados do que os
vezes, enquanto a hereditariedade se apresentou como o fator mais desconhecido, sendo citada
sete vezes. O Diabete Mellitus e a hipertensão também foram itens pouco mencionados, 14 e 20
vezes respectivamente.
Dos pacientes que descreveram possíveis causas da doença isquêmica, mais da metade
(80%), citaram mais do que três ou mais fatores de risco, o que levanta a hipótese de que existe
Observa-se ainda que uma pequena parte de todos os entrevistados (13 na avaliação, três
ocorrência da doença.
na primeira avaliação foi de 12,03 (DP 8,63) para o grupo controle e de 11,44 (DP = 6,27) para o
Tabela 10 - Pacientes distribuídos por grupos e índices nas categorias do Inventário de Beck de
Depressão – BDI, nos três momentos de avaliação.
Grupo Controle Grupo Experimental
Categorias
do BDI Avaliação Reavaliação Seguimento Avaliação Reavaliação Seguimento
n % n % n % n % n % n %
Mínimo 21 60,0 11 39,3 11 55,0 21 58,3 23 71,9 20 90,9
Observa-se que na primeira avaliação 40% (14) dos pacientes do grupo controle e 41,6%
(15) dos do grupo experimental apresentaram sintomas depressivos (BDI >10), por conseguinte
não foram observadas diferenças significantes entre os dois grupos neste primeiro momento.
estatisticamente significante (p= 0,037). Tal diferença foi também verificada no seguimento (p=
0,025), o que sugere uma diminuição dos sintomas depressivos dos pacientes do grupo
experimental em relação aos integrantes do grupo controle, como pode ser observado no Gráfico
3.
75
70%
60% 61%
50%
45%
40% 42%
40%
Grupo
30% 28% cont role
20% Grupo
experiment al
10% 9%
0%
Avaliação Reavaliação Seguimento
seguimento, observa-se que o grupo experimental apresenta uma diminuição significante nos
índices de depressão (p= 0,016.), fato que não é observado com relação ao grupo controle. Não
grupos.
significativa nos níveis de depressão, ansiedade, raiva, hostilidade e uma melhora na qualidade
angina, seis meses após um episódio agudo da doença isquêmica está significantemente
Além disto, sintomas depressivos após ocorrência de episódios coronarianos agudos têm
atividades sociais e de lazer (FRASURE-SMITH et al., 2000; MAYOU et al., 2000), e podem
a necessidade de programas de reabilitação cardíaca que visem alterar hábitos nocivos à saúde e
serotonina.
primeira avaliação foi de 10,17 (DP 10,27) para o grupo controle e de 10,53 (DP = 9,31) para o
grupo experimental. A partir dos resultados dispostos na Tabela 11, observa-se que os dois
Tabela 11 - Pacientes distribuídos por grupos e índices nas categorias do Inventário de Beck de
Ansiedade – BAI, nos ter momentos de avaliação.
Grupo Controle Grupo Experimental
Categorias Avaliação Reavaliação Seguimento Avaliação Reavaliação Seguimento
do BAI
n % n % N % n % n % n %
dez participantes do grupo controle (35,7%) e oito do grupo experimental (28,6%) com sintomas
de ansiedade, enquanto no seguimento cinco (25%) dos integrantes do grupo controle e quatro
Os dados indicam que não foram encontradas diferenças estatísticas significantes com
pontuações dos grupos experimental e controle nas três avaliações e ainda comparando-se os
seguimento.
alguns estudos anteriores não mostram resultados positivos (REES, 2004; FRIEDLUND,
HOGSTEDT, LIDELL, LARSSON, 1991). Tais resultados negativos podem ser atribuídos à
Gráficos 2 e 3) .
78
Tabela 12 – Comparação entre médias e desvio padrão, dos resultados obtidos nos domínios do inventário de
qualidade de vida - WHOQOL – Bref, entre o grupo experimental e o grupo controle, nas três avaliações.
Qualidade
de vida 6,6 1,48 6,89 4,55 7,65 1,14 6,72 1,56 7,61 1,17 7,64 1,29
geral
Físico 22,91 5,11 23,11 4,82 25,9 4,89 23,31 5,41 24,64 4,41 26,41 4,71
Psicológico 21,63 3,39 21,89 5,31 22,05 3,86 21,36 4,28 24,18 3,09 24,95 2,55
Social 10,23 1,83 10,32 1,91 10,35 2,08 10,5 2,3 12,18 1,24 12,57 1,31
Meio
25,94 5,36 25,89 4,01 24,8 4,11 26,39 4,93 26,52 3,73 25,92 3,58
ambiente
No seguimento as pontuações dos dois grupos com relação à qualidade de vida geral se
mostrou melhores resultados nos domínios psicológico (p= 0,002) e social (p = <0,001), sendo
15 26
14 25
13 Grupo 24 Grupo
controle controle
12 23
11 Grupo 22 Grupo
experimental experimental
10 21
9 20
8 19
Avaliação Reavaliação Seguimento Avaliação Reavaliação Seguimento
Gráfico 4 - Comparação entre a pontuação média dos Gráfico 5 - Comparação entre a pontuação média dos sujeitos
sujeitos dos grupos experimental e controle, no domínio dos grupos experimental e controle, no domínio social do
psicológico do Inventário de qualidade de vida (Whoqol- Inventário de qualidade de vida (Whoqol-Bref) durante os três
Bref) durante os três momentos de avaliação. momentos de avaliação.
representam uma escala positiva, ou seja, quanto maior o escore, melhor a qualidade de vida,
sendo que não existem pontos de corte que determinem um escore abaixo ou acima do qual se
possa avaliar a qualidade de vida como “ruim” ou “boa”, portanto considera-se que o grupo
79
experimental apresentou uma melhora da qualidade de vida a partir das progressivas avaliações,
e aparência e sentimentos negativos. Os itens avaliados por este domínio correspondem a alguns
cotidiano do cliente, possibilitando assim uma maior ocorrência de pensamentos positivos, uma
participantes com relação às relações pessoais, suporte ou apoio social e atividade sexual. As
alterações relacionadas a estes itens, apresentadas pelos sujeitos do grupo experimental podem
ser justificadas a partir de alguns dos benefícios e/ou efeitos gerados pelo processo de terapia em
grupo cognitivo comportamental. De acordo com Rangé (2001), além de se beneficiar das
técnicas da terapia individual, o grupo cria um ambiente que gera interações entre o terapeuta e o
cliente e também entre os próprios pacientes, funcionando assim como instrumento de mudança
e como gerador de reforçamento adicional. Além disto, os grupos terapêuticos fazem com que os
participantes se sintam pertinentes a uma comunidade, que divide com ela sentimentos
independência e meio ambiente seja justificada pela própria condição física e de saúde dos
teste envolvem presença de dor, fadiga, sono e repouso (domínio físico), mobilidade, atividades
Bref comprovou, de forma estatística, uma percepção de melhor qualidade de vida, na segunda e
aqueles do grupo controle, em especial com relação aos domínios social e psicológico do teste.
Resultados semelhantes foram encontrados por Bagheri, Memarian e Alhani (2007) que
experimental, o segundo apresentou uma melhora na qualidade de vida geral. De acordo com
estes autores o desenvolvimento de grupos terapêuticos deve ser estimulado em vários módulos
sociais, objetivando uma intensificação dos cuidados com a saúde e uma melhora na qualidade
A melhora na qualidade de vida obtida neste estudo pode ainda ser correlacionada à
alterações nos sintomas depressivos apresentados pelos pacientes. De acordo com Dudek et al.
CONSIDERAÇOES FINAIS
regularmente. Observa-se ainda uma diminuição dos sintomas depressivos e uma melhora na
qualidade de vida, em especial relacionada aos domínios social e psicológico do teste utilizado.
constituíram objeto de intervenção deste estudo, tais como obesidade, tabagismo e consumo de
álcool e por conseguinte não apresentaram alterações positivas. Importante ressaltar que tais
experimental, o que pode ser atribuído ao tamanho da amostra utilizada, aos procedimentos de
adesão ao tratamento. Sugere-se que tais programas sejam constituídos por equipes
• Observa-se que o estudo foi realizado a partir de uma amostra de conveniência. Sugere-se
então que outros estudos sejam realizados com um maior número de sujeitos, agrupados a partir
psicológicas voltadas especificamente à área da saúde, como por exemplo, escalas de ansiedade,
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Clin. geriatr. med., v.2, p. 69-78, 1996.
WILLIAMS, M.A. et al. secondary prevention of coronary heart disease in the elderly (with
emphasis on patients ≥ 75 years of age. Circulation, v.105, p.357-367, 2002.
WORD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity – Preventing and managing the global
epidemic. Geneva: WHO, 1998.
WARD K.D.; GARVEY A.J., BLISS R.E. Evidence of transient heart rate change after smoking
cessation. Psychopharmacology, v. 106, p. 337-340, 1992.
WEXLER L.F. Studies of acute coronary syndromes in women – lessons for everyone. N. engl.
j. med., v. 341, p. 275-276, 1999.
95
WILSON, et al. Established risk factors and coronary artery disease: The Framingham Study.
Am. j. hypertens., v. 7, n. 7, 1998.
WINBERG, B.; FRIKLUND, B. Self-Reported behavioural and medical changes in woman after
their fist myocardial infarction: a 4-year comparison between participation and non-participation
in a cardiac rehabilitation programme. European Journal of Cardiovascular Nursing, v. 1, n.
2, p. 101-107, 2002.
WOODFIELD, S.T. et al. Gender and acute myocardial infarction: is there a different response
to trombolysis? J. am. coll. cardiol., v. 29, p. 35-42, 1997.
YALOM, I.D. The therapeutic factors. In: Yalom .D., editor. The theory and practice of group
psychotherapy. New York: Basic book, 1995. p. 1-16.
APÊNDICES
97
Meu nome é Juliana Camargo, sou psicóloga e estou desenvolvendo um estudo no HCFMRP-USP,
com pessoas que sofrem de doenças cardíacas. Neste estudo, estamos avaliando as condições físicas,
sociais, ambientais e psicológicas que interferem na qualidade de vida do paciente depois de passar por
um infarto agudo do miocárdio ou por um episódio agudo de angina instável. Sua participação neste
estudo é importante, já que os resultados obtidos na pesquisa poderão contribuir para o aperfeiçoamento
do atendimento psicológico aos pacientes cardíacos.
Ao participar do estudo você terá que responder a alguns questionários duas vezes, uma quando
você ainda estiver internado e outra depois de 3 meses. Cada reunião para aplicação dos questionários terá
aproximadamente a duração de uma hora. Os questionários dizem respeito à: identificação (endereço,
idade, etc.), dados sócio-demográficos (escolaridade, estado civil, renda familiar, local de residência,
atividade profissional e atividades de lazer), hábitos de vida (alimentação, tabagismo, consumo de álcool,
etc.), antecedentes pessoais e familiares de problemas cardíacos, quadro clinico (nível de colesterol e
triglicérides, pressão arterial, presença de diabetes e obesidade), depressão, ansiedade, estresse e
qualidade de vida.
________________________________ _____________________________
Juliana Camargo Vilela Prof. Dr. Ricardo Gorayeb
CRP06/09004 CRP nû 090/04
98
Meu nome é Juliana Camargo, sou psicóloga e estou desenvolvendo um estudo, no HCFMRP-USP,
com pessoas que sofrem de doenças cardíacas. Neste estudo, estamos avaliando as condições físicas,
sociais, ambientais e psicológicas que interferem na qualidade de vida do paciente depois de passar por
um infarto agudo do miocárdio ou por um episódio agudo de angina instável. Sua participação neste
estudo é importante, já que os resultados obtidos na pesquisa poderão contribuir para o aperfeiçoamento
do atendimento psicológico aos pacientes cardíacos.
Ao participar do estudo você terá, primeiramente, que responder a alguns questionários duas vezes,
uma quando você ainda estiver internado e outra depois de três meses, você terá ainda que participar de
um programa de atendimento psicológico em grupo.
Os questionários que você responderá, serão aplicados pela psicóloga e dizem respeito A:
identificação (endereço, idade, etc.), dados sócio-demograficos (escolaridade, estado civil, renda familiar,
local de residência, atividade profissional e atividades de lazer), hábitos de vida (alimentação, tabagismo,
consumo de álcool, etc.), antecedentes pessoais e familiares de problemas cardíacos, quadro clinico
(nível de colesterol e triglicérides, pressão arterial, presença de diabetes e obesidade), depressão,
ansiedade, estresse e qualidade de vida. Cada reunião para aplicação dos questionários terá
aproximadamente a duração de uma hora.
O programa de atendimento psicológico será realizado em grupo, como citado acima, uma vez por
semana, durante 10 semanas. Cada sessão terá a duração de 2 horas e ocorrerá em um dia da semana pré
estabelecido.
________________________________ __________________________________
Juliana Camargo Vilela CRP06/09004 Prof. Dr. Ricardo Gorayeb CRP nû 090/04
99
ROTEIRO DE ENTREVISTA
Nome:_______________________________________________________________________________
4- Procedência: ____________________________
9- Atualmente se encontra:
( ) Empregado ( ) Desempregado ( ) Aposentado
14- Lazer
a) Existe alguma atividade de lazer. Coisas que faça fora do horário de trabalho, fora de casa ou mesmo
em casa, mas com o intuito de se distrair?
( ) não. Por que?_______________________________________________________________
( ) sim, com que freqüência? _____________________________________________________
b) O Sr. (a) acha que está bom ou gostaria que isto ocorresse com mais freqüência?
16- Peso
Colesterol
total
17- LDL
Dislipidemias
HDL
Triglicérides
__________________________________________________________________________________
→( ) angina instável → Quantos episódios? _____ → Há quanto tempo foi o primeiro episódio?
_____ meses
101
→ ( ) IAM → Quantos episódios? ________ → Há quanto tempo foi o primeiro episódio? _____
meses
→ Há quanto tempo foi o último?_____meses
♥ Atualmente o Senhor (a) freqüenta algum (s) dos ambulatórios de cardiologia do HC?
( ) não ( ) sim → Qual (is)? _____________________________________________________
( ) não sabe ( ) não sabe ( ) não sabe ( ) não sabe ( ) não sabe ( ) não sabe
♥ Hábitos de vida
23- O senhor (a) pratica algum esporte ou faz exercícios físicos regularmente?
( ) sim → Há quanto tempo? ______ meses. Qual atividade?
____________________________________ Quantas vezes por semana? ________ Por quanto tempo?
_______minutos.
b) ( ) Já consumiu no passado → Por quanto tempo teve este hábito? _____ anos.
→ Há quanto tempo parou? ___________________.
c) ( ) Consome atualmente
♥ Há quanto tempo tem este hábito? _____ anos.
♥ Freqüência semanal: ( ) < 1 vez ( ) 1-2 vezes ( ) 3-4 vezes
( ) 5-6 vezes ( ) todos os dias
26-Tabagismo
( ) Fuma atualmente ( ) Já fumou ( ) Nunca fumou → Vá para questão 27.
♥ Caso o paciente já tenha sido atendido por um psicólogo ou psiquiatra, a psicóloga deverá avaliar a
possibilidade de existência de
_____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
♥ 29- Estresse (É um estado de alerta, tensão e/ou esgotamento mental devido aos fatos que acontecem
conosco).
a) Família (Ultimamente o senhor (a) passou por alguma situação desagradável ou algum problema
familiar com esposo (a), filhos, ou outros membros da família, que deixou o senhor(a) chateado,
preocupado, triste, com raiva ou sem dormir? Durante quanto tempo isto chateou o senhor(a)? Hoje este
fato ainda te chateia?)
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
c) “Coisas da sua vida” (Algum outro fato ou situação desagradável lhe trouxe preocupação? Por
exemplo problemas financeiros, com a aposentadoria, alguma mudança, etc.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
♥ Quais reações físicas o Sr.(a) acha que apresentou relacionadas ao ocorrido (alterações do sono,
apetite, humor, queda de cabelo, seborréia, etc) ? ____________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
♥ Se o senhor tivesse que dizer a intensidade deste “incômodo” na época do ocorrido seria:
( ) pequena ( ) moderada ( ) intensa ( ) muito intensa,
quase nenhuma quase insuportável
a- O que o Sr.(a) acha que causou o IAM ou episódio de angina instável? Depois da resposta espontânea
e dependendo de seu teor, insistir: Além destes fatores que o Sr.(a) citou, o que mais o Sr.(a) sabe(acha)
que pode contribuir e/ou causar episódio isquêmico (IAM, angina)?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
c- Como o senhor se sente em relação a sair do hospital e retornar as suas atividades diárias:
( ) Totalmente ( ) Parcialmente ( ) Parcialmente ( ) Totalmente ( ) Não
sei dizer
preparado preparado despreparado despreparado
d- Em que medida o senhor (a) acredita que seu tratamento será eficaz ou terá um bom resultado?
( ) Não acredito ( ) Acredito ( ) Não sei, tenho ( ) Acredito
parcialmente. dúvidas. totalmente.
105
f- O Senhor (a) costuma seguir as instruções (tomar os remédios, fazer exercícios, seguir a dieta, etc.) da
equipe de saúde (médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, etc.)
( ) sim ( ) quase sempre ( ) cerca de metade delas ( ) não
a- O senhor(a) sabe o que é prevenção de doenças? E psicoterapia em grupo? Após explicar brevemente
a psicóloga pergunta: O senhor (a) teria disponibilidade de vir ao hospital, uma vez por semana, durante
2 meses e meio, para participar de um grupo de apoio psicológico?
( ) não ( ) sim → Qual seria o período do dia de sua preferência? ( ) manhã ( ) tarde
32- O senhor(a) teria disponibilidade de voltar ao hospital daqui a 3 meses para fazer uma nova avaliação
com a psicologia?
( ) sim ( ) não → Porque? ___________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
106
2- Atualmente se encontra:
( ) Empregado ( ) Desempregado ( ) Aposentado
3- Lazer
a) Existe alguma atividade de lazer. Coisas que faça fora do horário de trabalho, fora de casa ou mesmo
em casa, mas com o intuito de se distrair?
( ) não. Por que?_______________________________________________________________
( ) sim, com que freqüência? ______________________________________________________
b) O Sr. (a) acha que está bom ou gostaria que isto ocorresse com mais freqüência?
9- Como o senhor(a) está se sentindo em relação a seu problema cardíaco? (investigar dores, dispnéia,
fadiga ou cansaço excessivo, etc.)
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
♥♥ Hábitos de vida
10- O senhor (a) pratica algum esporte ou faz exercícios físicos regularmente?
( ) sim → Há quanto tempo? ______ meses. Qual atividade?
tempo? _______minutos.
107
b) ( ) Já consumiu no passado → Por quanto tempo teve este hábito? _____ anos.
→ Há quanto tempo parou? ___________________.
c) ( ) Consome atualmente
♥ Há quanto tempo tem este hábito? _____ anos.
♥ Freqüência semanal: ( ) < 1 vez ( ) 1-2 vezes ( ) 3-4 vezes
( ) 5-6 vezes ( ) todos os dias
13-Tabagismo
22- O senhor (a) notou alguma alteração em seu animo ou em seu humor nos últimos tempos? Caso sim.
Desde quando isso vem acontecendo? Quais as mudanças observadas?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
108
15- O senhor (a) sabe me dizer o que causou seu problema cardíaco (IAM, angina) ou quais os fatores
responsáveis por tais enfermidades? Caso sim, o que foi?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
17- O senhor (a) acredita poder fazer algo em relação aos fatores, que dentre estes, o Senhor(a) sabe que
fizeram mal para o Sr.(a)?
( ) Não acredito. ( ) Sim → Cite o que: ________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
18- Em que medida o senhor (a) acredita que seu tratamento será eficaz ou terá um bom resultado?
19- Em relação à gravidade de sua doença, o senhor (a) acredita que seja:
( ) totalmente ( ) moderadamente ( ) Pouco ( ) Nem um pouco
grave grave grave grave
20- O Senhor (a) costuma seguir as instruções (tomar os remédios, fazer exercícios, seguir a dieta, etc.) da
equipe de saúde (médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, etc.)
( ) sim ( ) quase sempre ( ) cerca de metade delas ( ) não
109
2- Atualmente se encontra:
( ) Empregado ( ) Desempregado ( ) Aposentado
3- Lazer
a) Existe alguma atividade de lazer. Coisas que faça fora do horário de trabalho, fora de casa ou mesmo
em casa, mas com o intuito de se distrair?
( ) não. ( ) sim, com que freqüência? ________________
b) O Sr. (a) acha que está bom ou gostaria que isto ocorresse com mais freqüência?
9- Como o senhor(a) está se sentindo em relação a seu problema cardíaco? (investigar dores, dispnéia,
fadiga ou cansaço excessivo, etc.)
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
♥♥ Hábitos de vida
10- O senhor (a) esta praticando algum esporte ou faz exercícios físicos atualmente?
( ) sim → Há quanto tempo? ______ meses. Qual atividade?
tempo? _______minutos.
15- O senhor (a) sabe me dizer o que causou seu problema cardíaco (IAM, angina) ou quais os fatores
responsáveis por tal enfermidade? Caso sim, o que foi?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
111
16- Existe algo que atualmente o senhor faça pensando em prevenir a doença cardíaca (hábitos
alimentares, exercícios físicos, relaxamento, tomar os remédios, etc.)?
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
17- Em que medida o senhor (a) acredita que seu tratamento será eficaz ou terá um bom resultado?
( ) Não acredito ( ) Acredito ( ) Não sei, tenho ( ) Acredito
parcialmente. dúvidas. totalmente.
18- Em relação à gravidade de sua doença, o senhor (a) acredita que seja:
( ) totalmente ( ) moderadamente ( ) Pouco ( ) Nem um pouco
grave grave grave grave
112
depósitos de gordura acumulam-se nas células que revestem a parece de uma artéria do
oxigênio que passa por ali. Estes depósitos de gordura formam-se gradualmente e este
Esta doença afeta indivíduos de todas as raças e ambos os sexos, apesar de ser
A Angina
A angina é uma dor torácica ou uma sensação de pressão no peito, que ocorre
Como sintomas a angina apresenta dor ou desconforto, que podem atingir o ombro
esquerdo ou irradiar-se pela face interna do braço, pelas costas, pela garganta, pelo maxilar
ou pelos dentes.
A angina geralmente é desencadeada pelo esforço físico e por fortes emoções. Tal
quadro dura alguns minutos e desaparece com o repouso. Entretanto em alguns casos a
apresentar como uma dor mais intensa, crises mais freqüentes ou crises durante esforços
menores ou repouso. Nestes casos o quadro é considerado mais grave, à medida que tais
ocorrência do infarto.
do coração. Neste caso, se a passagem do sangue for interrompida por mais do que
que não é aliviada pelo repouso; dor no abdômen, podendo ser confundida com a
mesma maneira para todas as pessoas, podendo ate mesmo surgir de forma leve ou não
silencioso, que será detectado algum tempo após sua ocorrência, através de exames de
rotina.
Referencias Bibliográficas
WWW.lincx.com.br
WWW.boasaude.com.br
OS FATORES DE RISCO
Os chamados fatores de risco das doenças cardíacas são aqueles fatores que,
♥ Hereditariedade;
♥ idade;
♥ presença de diabetes;
♥ hábito de fumar;
♥ abuso de álcool;
♥ pressão alta;
♥ Fatores psicológicos:
♥depressão;
DIABETE MELLITUS
dos nossos músculos, cérebro, nervos e coração. Com a diminuição ou falta da insulina,
diabete.
DISLIPIDEMIAS
colesterol e triglicérides.
ruim. Quando os valores do HDL estão menores do que 40 e os do LDL estão maiores do
que 160 dizemos que o colesterol esta alto. Desta forma o colesterol total, ou a soma do
Da mesma forma as triglicérides, que devem apresentar como valor máximo 200.
♥ não fumar;
Em relação a sua alimentação você deve evitar: carnes gordurosas, pele de frango,
azeite de dendê, frituras, margarinas, bolos, biscoitos, gema de ovo, frutos do mar, dentre
outros.
HÁBITOS ALIMENTARES
OBESIDADE
obesidade esta relacionada à pressão arterial, ao diabete e as dislipidemias, por isso é tão
TABAGISMO
promovem:
♥ Taquicardia;
Entretanto, é
interrupção do tabagismo.
ABUSO DE ÁLCOOL
benéfico ao coração. Entretanto sabe-se que um consumo de dois drinques, três vezes por
PRESSÃO ARTERIAL
O coração funciona como uma bomba de água, mandando o sangue para todo
corpo através das veias e artérias. Nas paredes das artérias e veias o sangue exerce certa
♥ Hereditariedade;
♥ Estresse;
♥ Obesidade;
♥ Sedentarismo;
Para controlar a pressão alta ou hipertensão você deve controlar o sal de sua
alimentação, controlar seu peso, praticar exercícios físicos, medir sua pressão
SEDENTARISMO
doenças cardíacas, além de terem menores chances de vir a falecer como conseqüência
destas doenças.
♥ Fortalecimento da musculatura;
♥ Melhora do humor.
120
Observações finais:
Este folheto informativo foi desenvolvido com o objetivo de ajudar você a melhorar
Lembre-se de que uma vida de qualidade envolve a saúde física e mental e isto
Mude seus hábitos, melhores seu visual, faça coisas agradáveis e principalmente
Se valorize!!!
Cuidar de sua saúde envolve não só tratar de doenças, mas melhorar sua auto-
Mas lembre-se, as mudanças, mesmo que pra melhor são trabalhosas e pra que
elas ocorram você tem que começar um dia, então porque não agora! É hora de viver
melhor!!!
nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, etc., são seus amigos e querem o melhor para
importante.
Por fim, sempre que sentir algo desconfortável ou diferente procure um médico.
121
Referências Bibliográficas:
RIQUE, A.B.; Soares, E.A.; Meirelles, C.M. Nutrição e exercício na prevenção e controle das
doenças cardiovasculares. Rev. Bras. Med. Esporte, v.8, n.6, 2002.
BITTENCOURT, R.J. et al. Validação de inquérito de risco referido para vigilância em saúde de
fatores de risco de doença arterial coronariana em servidores públicos estaduais de Juiz de Fora,
Minas Gerais, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v.20(3), p.761-770, 2004.
122
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Serviço de Psicologia
Programa de Prevenção da Doença Coronariana - PPDC
FFa
attoorreess d
dee rriissccoo d
daaD
Dooeennçça
aCCoorroonna
arriia
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O Stress
O que é o stress ?
O stress é o conjunto de reações do nosso corpo, frente às novas situações, sejam elas boas ou más.
Quando, por exemplo, vamos fazer um exame, esperamos alguém de quem gostamos chegar de uma
longa viagem ou algo de nossa vida diária sofre alguma mudança; sentimos a boca seca, o coração palpitar,
suamos, ficamos com as mãos geladas, trêmulos, com uma espécie de peso no estomago. A este conjunto de
sensações chamamos stress.
As reações do stress podem variar de pessoa pra pessoa, dependendo de como cada um reage às novas
situações, ou seja, como resolve os problemas ou se adapta.
O stress faz parte da vida de todos nós e basta mudarmos nossa rotina pra que ele apareça.
Sintomas do stress
No início os sintomas do stress são muito parecidos em todas as pessoas, entretanto, caso os sintomas
permaneçam por mais tempo, podem se tornar bem diferentes.
• Ansiedade,
• Agitação,
• Mau humor,
• Diminuição da auto-estima,
• Medo,
123
• Desconfiança,
• Falhas de memória,
• Falta de atenção,
• Insegurança,
Sintomas físicos:
• Insônia ou sono excessivo,
• Aumento da pressão sanguínea,
• Aumento da pulsação,
• Náuseas,
• Pele seca,
• Tremores,
• Vômitos,
• Tontura,
• Impotência,
• Frigidez,
• Sede,
• Palpitações,
• Indigestão,
• Fome em demasia ou falta de apetite,
• Calafrios,
• Diarréia,
• Dor no peito,
• Excesso de suor,
• Fadiga.
Problemas comportamentais:
• Isolamento,
• Mudança nos comportamentos habituais,
• Problemas com os relacionamentos.
Podemos dizer que existem basicamente dois grupos de fatores que levam ao stress: os fatores
internos e os externos.
Os fatores internos dizem respeito a coisas que acontecem ‘dentro’ de nós, como uma gripe, uma
inflamação, excesso de preocupações, medo, ansiedade, tristeza, nervosismo, uma dor de cabeça. Os fatores
124
externos são a aqueles que nos influenciam a partir de ‘fora’, como problemas familiares, pressão no
trabalho, poluição, frio ou calor intenso, relacionamentos difíceis.
Estes fatores geralmente vêm juntos e em todos os casos, nosso corpo se esforça por adaptar-se a
tais situações ou fatores, as quais mexem conosco, levando ao stress.
Tipos de stress
Referencias Bibliográficas:
LIPP, M.N.; Novaes, L.E. Conhecer & enfrentar o Stress. São Paulo: Ed. Contexto, 2000.
CARDOSO, F. et al. Essencial: um guia prático de alimentação e saúde. Combata o Estresse. São Paulo: Ed.
Nova Cultural, 2002.
126
Nossos pensamentos se caracterizam como uma das formas através das quais interpretamos nossa
realidade.
Entretanto nem sempre nossa interpretação sobre a situação esta correta, ou de acordo com a realidade.
Quando, por exemplo, já estamos nos sentindo inseguros, tristes ou ansiosos temos uma tendência a enxergar
todas as situações de forma negativa, como no caso do exemplo acima.
Uma espécie de pensamentos, chamados automáticos surgem espontaneamente em nossa mente muitas
vezes passam despercebidos por nos, entretanto nos levam a sentir coisas boas ou ruins, dependendo de sua
natureza.
Apesar dos pensamentos automáticos surgirem rapidamente, em muitos casos surgirem na forma de
imagens, e geralmente não serem percebidos, podemos aprender a identificá-los, para que possamos com isso
saber o porquê de alguns de nossos sentimentos e poder assim modificar nossa forma de interpretar a realidade e
nossos sentimentos.
Para obter os pensamentos automáticos você deve se questionar, como feito durante a sessão, “o que
esta passando em sua cabeça” no momento em que algo lhe aconteceu. Caso de primeira não consiga saber o que
você esta pensando exatamente tente questionar o que tal situação poderia estar significando pra você, ou tente
se lembrar exatamente da situação, os sentimentos que teve, com quem falou, e assim pode ser que você chegue
ao pensamento automático.
Identificar os pensamentos automáticos é uma tarefa que necessita de treino, sendo assim, se encontrar
dificuldade nas primeiras vezes.
127
Pensamento (s)
Situação Emoção (ões) Ações
automático (s)
♥ Como você pôde perceber, durante nosso último encontro, existem alguns fatores, chamados de
risco, que são ruins a saúde do nosso coração.
♥ Quero que você pense em sua vida diária e escreva a baixo quais ações, comportamentos e/ ou
hábitos você acha que poderiam ser mudados para melhorar sua condição cardíaca.
♥ Quero ainda que você cite como você pode alterar estas situações.
Comportamento ou hábito ruins à O que poderia fazer ou mudar para alterar tal
saúde do coração comportamento ou hábito?
10
130
ANEXOS
131
INSTRUÇÕES
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua
vida. Por favor responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que reposta das em uma
questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá
ser sua primeira escolha.
Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que
você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas semanas. Por exemplo, pensado nas últimas
duas semanas, uma questão poderia ser:
muito
nada médio muito completamente
pouco
Você recebeu dos outros o apoio de que
1 2 3 4 5
necessita?
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio de que
necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio
como abaixo.
muito
nada médio muito completamente
pouco
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número que lhe parece a melhor resposta
nem
muito satisfeito muito
insatisfeito satisfeito
insatisfeito nem satisfeito
insatisfeito
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas
nestas últimas duas semanas
muito completa-
nada médio muito
pouco mente
Você tem energia suficiene para seu
10 1 2 3 4 5
dia-a-dia?
Você é capaz de aceitar sua aparência
11 1 2 3 4 5
física?
Você tem dinheiro suficiente para
12 1 2 3 4 5
satisfazer suas necessidades?
Quão disponíveis para você estão as
13 informações que precisa no seu dia-a- 1 2 3 4 5
dia?
Em que medida você tem oportunidade
14 1 2 3 4 5
de realizar atividades de lazer?
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua
vida nas últimas duas semanas.
nem
muito satisfeito muito
insatisfeito satisfeito
satisfeito nem satisfeito
insatisfeito
As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas
duas semanas
muito
algumas frequente-
nunca frequente- sempre
vezes mente
mente
Com que freqüência você tem
sentimentos negativos tais como mau
26 1 2 3 4 5
humor, desespero, ansiedade,
depressão?
135
BDI______________________
Nome:____________________________________________________________
Data: ______________
n. 0 Não sinto que minha aparência seja pior do que costumava ser.
1 Preocupo-me por estar parecendo velho e sem atrativos.
2 Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência que me fazem parecer sem
atrativos.
3 Considero-me feio.
(CUNHA, 2001)
139
Abaixo esta uma lista de sintomas comuns de ansiedade. Por favor, leia cuidadosamente cada
item da lista. Identifique o quanto você tem sido incomodado por cada sintoma durante a
última semana, incluindo hoje, colocando um “X” no espaço correspondente, na mesma
linha de cada sintoma.
Moderadamente
Levemente Gravemente
Absolutamente Foi muito
Não me Dificilmente pude
não desagradável, mas
incomodou muito suportar
pude suportar
1. Dormência ou
formigamento.
2. Sensação de calor.
3. Tremores nas
pernas.
4. Incapaz de relaxar.
6. Atordoado ou tonto.
7. Palpitação ou
aceleração no coração.
8. Sem equilíbrio.
9. Aterrorizado.
10. Nervoso.
11. Sensação de
sufocação.
140
Levemente Moderadamente
Gravemente
Absolutamente Não me Foi muito
Dificilmente pude
não incomodou desagradável, mas
suportar
muito pude suportar
12. Tremores nas
mãos.
13. Trêmulo.
15. Dificuldade de
respirar.
17. Assustado.
18. Indigestão ou
desconforto.
19. Sensação de
desmaio.