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LÍNGUA PORTUGUESA: 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros

variados. 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. 3 Domínio da ortografia


oficial. 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos
de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos
de sequenciação textual. 4.2 Emprego de tempos e modos verbais. 5 Domínio da
estrutura morfossintática do período. 5.1 Emprego das classes de palavras. 5.2
Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.3 Relações
de subordinação entre orações e entre termos da oração. 5.4 Emprego dos sinais
de pontuação. 5.5 Concordância verbal e nominal. 5.6 Regência verbal e nominal.
5.7 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.8 Colocação dos pronomes átonos. 6
Reescrita de frases e parágrafos do texto. 6.1 Significação das palavras. 6.2
Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.3 Reorganização da estrutura
de orações e de períodos do texto. 6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros
e níveis de formalidade. 7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação
da Presidência da República).
IMPORTANTE!

As provas de Língua Portuguesa em concursos públicos exigem dos candidatos


raciocínio linguístico (sobretudo as do CESPE): pautado na morfologia (forma), na
sintaxe (organização) e na semântica (sentido). É imprescindível aliar esses três níveis
no contexto oracional. A maior dificuldade dos alunos consiste na falta de pré-requisito,
poucos dão importância ao emprego das classes de palavras e à análise sintática:
conteúdos indispensáveis para o candidato que busca o aprendizado pautado no
raciocínio linguístico. Ressalte-se: o examinador do Cespe muitas vezes cobra do
candidato a racionalização dos aspectos gramaticais, ou seja, ele não quer saber se a
vírgula, em determinado trecho, é obrigatória; mas, sim, se ela isola adjunto adverbial
ou aposto explicativo, ou se pode ser substituída por ponto e vírgula. A análise sintática
servirá, então, como meio. Ela mostrará o ponto fraco da construção de uma frase, será
o instrumento na identificação de solecismos (erros de estruturação sintática:
concordância, regência, colocação, pontuação).
Meu querido neto Mizael,
Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado muito me deu muito
prazer.
Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em princípio de maio
estarão cá, pois estou com muitas saudades de vocês todos. Vovó te manda
muitas lembranças.
A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem dentinhos.
Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga, Bárbara
1 - (CESPE/2017)
Como modificadora das palavras “prazer” (linha 2) e “engraçadinha” (linha 7), a
palavra “muito” que as acompanha é, do ponto de vista morfossintático, um
advérbio.
Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida é
um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no
coração dos homens: o domínio sobre a mulher.
2 - (CESPE/STM/Analista/2018)
Caso se isolasse por vírgulas o trecho “que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e
suicidou-se em seguida” (linhas 1 e 2), seria pertinente inferir que o autor se
referisse a um rapaz já anteriormente mencionado, ou conhecido do interlocutor.
O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis e abafa o pensamento sob o
acúmulo de discursos, foi considerado um perigo tão grande quanto seu
contrário. Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim como o
esquecimento também o é para a memória. Nem todos os escritos foram
destinados a se tornar arquivos cuja proteção os defenderia da imprevisibilidade
da história.
3 - (CEPE/TCE/PB/2018)
Seria mantida a correção gramatical do texto, embora com alteração do sentido
original, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra “arquivos” (linha 4).
Toda a gente se deslumbrou — ou se escandalizou — com O Mulato, sem
perceber que o espírito de
O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e
desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores
importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se
debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, e
chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica
de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em
desenvolver formas de promoção de 16 situações de justiça social e têm
hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.
4- (CESPE/STJ/Técnico/2018)
Nos trechos “se debruçaram” (linha 3) e “se chegar” (linha 6), a partícula “se”
recebe classificações distintas.
O Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) da Polícia Civil de
Sergipe atende a um público específico.
5 - (CESPE/PCSE/Delegado/2018)
A correção gramatical e o sentido do texto seriam preservados se, no trecho “a
um público específico” (ℓ. 1 e 2), a preposição “a” fosse suprimida.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Na colocação pronominal ou topologia pronominal, estuda-se a posição do


pronome oblíquo átono dentro do contexto oracional. O local em que se emprega
o pronome depende de um processo eufônico – ou seja, a posição dele está
intimamente ligada à harmonia da frase.
V E R BO

Fatores de atração
- Advérbio
- Palavra negativa
- Pronome relativo
- Conjunção subordinativa
- Pronome indefinido
- Pronome demonstrativo
- Pronome interrogativo
- em + gerúndio
- Frases interrogativas, exclamativas e optativas
O aluno não se tornou disciplinado.

O aluno não tornou-se disciplinado.


O Senado Federal se compõe de representantes dos Estados e do Distrito Federal.

O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito


Federal.
MESÓCLISE

Usa-se a mesóclise com verbos no futuro do presente e futuro do pretérito.

A cerimônia se realizará amanhã.

A cerimônia realizar-se-á amanhã.

A cerimônia realizará-se amanhã.

Observação: não se utiliza o pronome enclítico a verbos no futuro.


Dúvidas recorrentes.

1 - O uso da mesóclise será sempre obrigatório com verbos no futuro do presente


e futuro do pretérito?

Resposta: não, em regra pode-se utilizar a próclise ou a mesóclise. Observe os


exemplos abaixo.

a) O Município se regerá por lei orgânica. (construção correta)

b) O Município reger-se-á por lei orgânica. (construção igualmente correta e com


maior grau de formalidade)
2 – Quando o uso da mesóclise será obrigatório?

Resposta: o uso da mesóclise será obrigatório quando o uso da próclise for proibido.
Observe os exemplos abaixo.

Realizar-se-á a cerimônia no dia dez de maio de 2011. (mesóclise obrigatória)

Análise: na letra “a”, o uso da próclise é proibido, visto que não se inicia oração com
pronome oblíquo átono.

Amanhã, definir-se-ão os objetivos. (mesóclise obrigatória)

Análise: na letra “b”, o uso da próclise é proibido, visto que não se utiliza pronome
oblíquo átono depois de sinal de pontuação.
3 – Com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, devem-se
observar os fatores de atração?

Resposta: sim, com verbos no futuro, os fatores de atração obrigam a utilização


do pronome na posição proclítica; então, neste caso, a próclise prevalece em
relação à mesóclise
APROFUNDANDO
Observação: Celso Cunha e Lindley Cintra assinalam: “`É preferida a próclise nas
orações subordinadas desenvolvidas, ainda quando a conjunção esteja oculta”.
(CESPE TJE ES Analista)
No máximo, culpava-se o primeiro-ministro, jamais o presidente”, disse Hassan,
enquanto os protestos se espalhavam pelas ruas da capital egípcia.
1 - No trecho “enquanto os protestos se espalhavam pelas ruas da capital
egípcia”, a próclise do pronome “se” justifica-se pela natureza subordinada da
oração, explicitada pela conjunção temporal “enquanto”.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS

O Claiton tem de construir

O Claiton não tem de construir

O Claiton está construindo


O Claiton não está construindo

O Claiton havia construído

O Claiton não havia construído


QUESTÕES DE PROVAS

Atualmente, como em nenhum outro período da história, crescem e se multiplicam as


agências governamentais em uma complexa rede internacional à procura de ameaças
veladas ou qualquer tipo de informação considerada sensível, em um jogo estratégico
de poder e influência globais. E é esse processo de identificação de ameaças, a busca
por informações e dados, que pretende detectar intenções dissimuladas que ocultem os
mais diversos interesses, o que chamo de guerra secreta. Essa modalidade de guerra se
desenvolve entre agências ou serviços secretos, em uma corrida para ver quem chega
primeiro.
1 - (CESPE/ABIN/Oficial de inteligência/2018)
A próclise observada em “se multiplicam” (linha 2) e “se desenvolve” (linha 11) é
opcional, de modo que o emprego da ênclise nesses dois casos também seria correto —
multiplicam-se e desenvolve-se, respectivamente.
E eu imagino o Juca a indagar, até hoje:
— Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me
absolvido?
2 - (CESPE/EMAP/2018)
Sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido do texto, o trecho “que
ele poderia ter-me absolvido” poderia ser assim reescrito: que ele poderia ter
absolvido-me.
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo
Viramundo: sua troca de correspondência com os estudantes, julgando estar a se
corresponder com sua amada.
3 - (CESPE/MPPI/2018)
A correção gramatical do texto seria prejudicada caso o trecho “Eis que se inicia”
(R.1) fosse reescrito da seguinte forma: Eis que inicia-se.
Ao combater a febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande
parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia pelo
contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes.
4 - (CESPE/ANVISA/2016)
Na linha 2, o termo “se” é um pronome apassivador e, caso sua colocação fosse
alterada de proclítica — como está no texto — para enclítica — que a doença
transmitia-se —, essa alteração incorreria em erro gramatical.
A partir disso, poder-se-ia falar em uma quantificação (hierarquia) da dignidade,
o que permitia admitir a existência de pessoas mais dignas ou menos dignas.
5 - (CESPE/STJ/Analista/2018)
A correção do texto seria mantida caso o pronome “se”, em “poder-se-ia falar”
(linha 1), fosse deslocado para imediatamente após a forma verbal “falar”,
escrevendo-se poderia falar-se
A distância social mais espantosa do Brasil é a que separa e opõe os pobres e os ricos. A
ela se soma a discriminação que pesa sobre negros, mulatos e índios, sobretudo os
primeiros. Entretanto, a rebeldia negra é muito menor e menos agressiva do que
deveria ser. Não foi assim no passado. As lutas mais longas e mais cruentas que se
travaram no Brasil foram a resistência indígena secular e a luta dos negros contra a
escravidão, que durou os séculos do escravismo. Tendo início quando começou o
tráfico, só se encerrou com a abolição. Sua forma era principalmente a da fuga, para a
resistência e para a reconstituição da vida em liberdade nas comunidades solidárias dos
quilombos, que se multiplicaram aos milhares.

6 - (CESPE/2017)
No trechos “A ela se soma a discriminação” (l. 1-2) e “que se multiplicaram aos
milhares” (l. 6-7), a colocação do pronome destacado para depois do verbo (soma-se e
multiplicaram-se) prejudicaria a correção gramatical visto ser a obrigatória, nos dois
casos, a colocação proclítica.
O homem que traficava — membro da classe lucrativa ou aquisitiva —, para se
qualificar socialmente, embriagou-se, perdidamente, na imitação do estilo ou nos
traços secundários da classe proprietária e do estamento. Elevava-se, se
enriquecido — elevava-se é o termo certo...
“Já se vê que, — confessava, aludindo ao ano de 1846 — ao engolfar-me em
outra esfera de atividade, possuía eu uma fortuna satisfatória, que me convidava
a desfrutá-la. Travou-se em meu espírito, nesse momento, uma luta vivaz entre o
egoísmo, que em maior ou menor dose habita o coração humano, e as ideias
generosas que em grau elevado me arrastavam a outros destinos...”. O egoísmo
seria a fruição do capital, sem suor e angústias; o impulso contrário, a expansão
da economia, que se identificaria, para a classe lucrativa.
7 - (CESPE/IRBr/Diplomata/2017)
A colocação do pronome em “embriagou-se” (linha 3), “Elevava-se” (linha 5), ‘Já
se vê’ (linha 7) e “que se identificaria” (linha 16) está de acordo com a variedade
formal culta da língua portuguesa e deve-se a razões fonético-sintáticas.
Evidentemente, no primeiro sistema, a complexidade do ato decisório haveria de
ser bem menor, uma vez que a condenação está atrelada à confissão do acusado.
Problemas de consciência não os haveria de ter o julgador pela decisão em si,
porque o seu veredito era baseado na contundência probatória do meio de prova
“mais importante”...
8 - (CESPE DPF – Escrivão 2013)
Seriam mantidas a correção gramatical e a coesão do texto, caso o pronome “os”,
em “não os haveria de ter” (linha 4), fosse deslocado para imediatamente depois
da forma verbal “ter”, escrevendo-se tê-los.
Há outro medo, muito mais profundo, que disfarça e não mostra o medo que
tem, exatamente porque teme tanto que tem medo de aparentar medo. É o
medo que engendra a omissão, o não importar-se com o que ocorra, ou o não
assumir-se em nada. É um medo-fuga.
9 - (CESPE/STF/Técnico 2013)
No trecho “o não importar-se com o que ocorra” (linhas 4e 5), é opcional a
colocação do pronome “se” antes de “importar-se”: o não se importar com o que
ocorra.
Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem
e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios
encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades
rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na distinção
fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores (...)
10 - (CESPE/IRBr/2018)
Na variedade culta da língua portuguesa falada ou escrita no Brasil, além da
ocorrência de expressões como “podem assinalar-se” (linha 1), em que o
pronome aparece em ênclise à forma verbal infinitiva, verifica-se a ocorrência de
próclise a essa forma verbal — podem se assinalar —, ambas consideradas
corretas pela gramática.
11 – (CESPE/PCDF/Agente de Polícia 2013)
O trecho “Quanto mais escapa o tempo / Dos falsos educandários / Mais a dor é
o documento / Que os agride e os separa” (v.18-21) poderia, sem prejuízo para a
correção gramatical, ser reescrito da seguinte forma: À medida que escapa o
tempo dos falsos educandários, a dor vai se tornando o documento que os agride
e os separa.

. JUSTIFICAFIVA DE ALTERAÇÃO DE GABARITO


O gabarito deve ser alterado para E, porque a colocação pronominal "vai se
tornando" está em desacordo com a gramática normativa

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