Atividade Relato de Caso Maria
Atividade Relato de Caso Maria
Atividade Relato de Caso Maria
Dados do paciente:
Maria buscou a psicoterapia porque gostaria de ser mais produtiva. Ela relata sentir-
se “insatisfeita” consigo mesma, “para trás” em relação à vida e em comparação
com seus amigos. Maria cursa o 8º período da graduação e apresenta desempenho
acadêmico satisfatório. Entretanto, relata se sentir “burra”. "Sempre fui a mais
esforçada. Nunca a mais inteligente", diz a jovem em seu primeiro atendimento.
Entre a faculdade, o trabalho de finais de semana e a academia, Maria tem uma rotina
exigente. Precisa se levantar todos os dias às 6:00 da manhã para estar na faculdade
às 7:00. Volta da faculdade entre 17h e 18h e, após se dedicar aos trabalhos de
faculdade e estudo, vai para a academia, onde fica até seu fechamento, que
ocorre às 22:30. Como trabalha sempre que tem oportunidade, aos finais de semana,
não tem muito tempo para descansar. Mesmo com uma rotina cansativa, Maria se
mantém pontual a todos seus compromissos e demonstra ser bastante rígida com
seus compromissos: cada hora do seu dia e planejada e cronometrada. “Tenho que
calcular tudo... meu tempo, meu dinheiro, minha comida.” Apesar de seu uma das
poucas pessoas de sua turma que trabalha, Maria não se sente bem em gastar o
dinheiro que ganha. Só abre exceções quando o objetivo é melhorar sua
aparência. Pergunta-se a Maria se existe algo que ela não controla em sua rotina. A
jovem demostra hesitação, mas responde que consegue controlar quase tudo,
exceto sua alimentação durante o período na noite. Durante o dia, segue a dieta à
risca: pesa sua comida e prepara marmitas para o café da manhã e o almoço,
refeições que realiza fora de casa. Maria não come nada à tarde. À noite, quando
chega em casa, relata episódios de perda de controle em relação à comida:
come até se sentir desconfortavelmente cheia. Enquanto come, se sente muito
culpada e pensa: “sou um fracasso”, “não consigo seguir minha dieta”. De
acordo com a jovem, ninguém sabe sobre sua dificuldade em controlar o que
come durante a noite. Para compensar, se esforça ainda mais no dia seguinte e
passa mais tempo na academia.
Maria mora com a mãe e suas duas irmãs mais velhas. Descreve ter um
relacionamento difícil em casa. A jovem se sente muito julgada por suas irmãs
mais velhas: as duas sempre a trataram com autoritarismo: “elas só sabem me
criticar...nada do que eu faço é suficiente”. Sua mãe não é tão difícil de lidar quanto
suas irmãs, mas Maria descreve que se sente pressionada mesmo que sua mãe não
fale nada: “minha mãe trabalha muito...ela fez faculdade depois de ter três filhas,
enquanto trabalhava, e ainda assim conseguiu ser a primeira da turma”. “Me sinto
envergonhada quando penso em tudo o que ela dá conta de fazer”.
Maria mora com a mãe e suas duas irmãs mais velhas. Descreve ter um
relacionamento difícil em casa. A jovem se sente muito julgada por suas irmãs mais
velhas: as Duas sempre a tratam com autoritarismo “Elas so sabem me criticar nada
do que eu faço é suficiente”.
Sua mãe não é tão difícil de lidar quanto suas irmãs, mas Maria descreve que se sente
pressionada mesmo que sua mãe não fale nada. Um ambiente familiar não adaptativo
no transtorno alimentar é aquele que contribui para o desenvolvimento ou manutenção
do transtorno. Ela recebe criticas constantes das irmãs. A mãe se mostrar neutra
nessa família. A literatura aponta que estilos parentais permissivos, caracterizados por
um baixo grau de controle e alta flexibilidade, podem levar o jovem a sentir-se
desamparado e sem limites, o que também pode aumentar a probabilidade de
desenvolver comportamentos de controle do peso. Grande presença de critica
pensamento dicotômico tudo ou nada. São fatores que vulnerabiliza e força Maria em
seu comportamento mantendo seu foco na imagem corporal distorcida.
É importante mencionar também que Maria exibe uma forte necessidade de controle e
tendências perfeccionistas, manifestadas na sua gestão rígida do tempo e na
minuciosa organização de suas atividades diárias, o que pode ser uma resposta ao
desejo de atender a essas expectativas externas.
5) Que perguntas você gostaria de acrescentar à entrevista com Maria para
confirmar/refutar sua(s) hipótese(s) diagnóstica(s)?
● Como você se sente em dias que não consegue seguir sua rotina planejada? O
que você faz?
● Há alguma relação entre seus níveis de ansiedade e os momentos em que
você perde o controle com a comida?
● Você já evitou situações sociais ou acadêmicas por se sentir ansiosa ou
insegura?
● Você já ingeriu alimentação em excesso como resposta a um estresse?