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Antologia Cantando Poesia

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ANTOLOGA POÉTICA

Cantando

Poesia
Espaço do Poeta
Título: Cantando Poesia
Tipologia: Antologia Poética
Organizador: Espaço do Poeta
1ª edição: Fevereiro/2024
Edição: Sonhos no Papel
Direção editorial: José Pita
Produção editorial: Pérsio Catemo
Revisão: Pérsio Catemo e José Pita
Diagramação: Pérsio Catemo
Designer de capa: BW Designer
Projeção de marketing: Editora Sonhos no Papel
e Página Espaço do Poeta

Isbn: 978-989-9172-24-1
______________________________________
Copyright © 2024
Espaço do Poeta | Editora Sonhos no Papel

Direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial deste livro


sem autorização prévia por escrito da editora ou dos autores.

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À todos aqueles cuja vida lhes parece injusta,
mas mesmo assim acham uma razão para celebrar.
AGRADECIMENTOS

A Deus, Todo-Poderoso, pelo dom de vida, pela criatividade e por


tudo que tem feito por nós.

Aos nossos pais, que independentemente das situações nunca


deixaram de acreditar em nós.

Aos nossos irmãos e amigos que de forma direta ou indireta


contribuíram para que este projeto se tornasse realidade.

A Editora Sonhos no Papel e a página Espaço do Poeta pela


oportunidade. A todos os leitores e apreciadores da arte, o meu muito
obrigada!
A ação nem sempre traz felicidade,
mas não há felicidade sem ação.
(Benjamin Disraeli)
PREFÁCIO

É com grande prazer que apresento esta antologia, uma coleção


de poesia que captura a essência da experiência humana de maneira
única e cativante. Neste livro, encontramos uma variedade de vozes,
estilos e perspectivas, todas convergindo para explorar os temas
universais que nos unem como seres humanos.
Cada poema neste volume é uma janela para o mundo interior
de seu autor, oferecendo-nos vislumbres de suas emoções,
pensamentos e experiências. Desde o amor até a perda, da esperança à
melancolia, os poetas aqui representados nos levam a uma jornada
através das paisagens da alma, tocando-nos com sua sinceridade e
profundidade.
Esta antologia é um testemunho da beleza e da força da poesia
como forma de expressão. À medida que mergulhamos em suas
páginas, somos convidados a refletir sobre a vida, o amor, a natureza
humana e o universo que nos cerca. Cada verso é uma lembrança da
nossa capacidade de encontrar significado e beleza mesmo nas
situações mais difíceis.
Que este livro inspire e encante, oferecendo momentos de
contemplação e conexão para todos os que o lerem. Que os poetas aqui
apresentados continuem a nos surpreender e enriquecer com sua arte,
lembrando-nos sempre da importância de celebrar a beleza e a
diversidade do mundo ao nosso redor.
Que esta antologia seja uma fonte de inspiração e deleite para
todos os seus leitores, convidando-os a descobrir a magia da poesia e
a explorar os mistérios da condição humana.

Pérsio Catemo
SUMÁRIO

ANATOMIA DO AMOR ................................................................. 12


CORAGEM, MAMÃE ZUNGUEIRA ............................................. 13
NA PRESENÇA ............................................................................... 14
SOU A POESIA ............................................................................... 17
SÃO OS DEFEITOS ........................................................................ 20
VAI TER SEMPRE AMOR ............................................................. 22
EU SOU UM MENINO DE RUA .................................................... 24
VOZES DA TERRA......................................................................... 26
PROCURANDO-ME ....................................................................... 28
MIL LEMBRANÇAS ....................................................................... 29
RESPEITA-SE MULHER ................................................................ 30
SOU UM SUJEITO .......................................................................... 31
AINDA ESTOU AQUI..................................................................... 32
MAIS DO QUE POETAS ................................................................ 35
ONDE EU SEREI ............................................................................. 37
PENSAR PESADO .......................................................................... 39
A VIDA É UMA LIFE ..................................................................... 40
EU E TU ........................................................................................... 41
IDENTIDADE .................................................................................. 42
IRÁS PAGAR ................................................................................... 43
BLIBIOGRAFIAS ............................................................................ 44
SOBRE A PÁGINA ......................................................................... 54
ANATOMIA DO AMOR

Qual é a anatomia do amor?

Se em contos e romances não relatam, E os poetas ainda não


recitaram, Cientistas ainda não descobriram, Não se sabe nada sobre
ele.

Os versos mais profundos mentem, As cantadas mais românticas


Apenas aceleram os batimentos do coração. Qual é a relação entre o
amor e o coração?

Qual é a anatomia do amor?

Se o mesmo que traz amor causa dor, Hoje alegria, amanhã põe
minha vida incolor, Traz um belo apaixonar, depois pavor. Qual é a
relação entre o coração e o amor?

Os mais belos versos mentem, O mundo não sabe o que sentem, O


amor vai além da memória, Da verdade e da realidade.

O amor não teme, não se envergonha, O amor anseia a toda hora, O


amor não se joga fora. É isso que dizem por aí.

Mas... Qual é a anatomia do amor?

Se os pássaros ainda não alcançaram, Se os que amam não sentem,


Se o que é mais, o amor é mais profundo.

Qual é a anatomia do amor?

Isabel Alexandrina

12
CORAGEM, MAMÃE ZUNGUEIRA

Todavia, sois guerreira, Numa empresa ou vendendo na poeira, És


digna de todo meu respeito, Pelos vossos sacrifícios bato no peito.
Mamãe zungueira, coragem, coragem, mamãe.

Sois frutos da nossa terra, Vocês também erguem nossa bandeira,


Com vosso espírito de guerreira, Ainda sorrindo em plena tristeza.

Teu dinheiro é digno, zungueira, Cada dia me tornas uma guerreira,


Aquela que nos dá sustento, Ainda gritando debaixo do sol, Fazendo
chuva ou calor, Zungueira, és digna de todo meu amor.

Zungar é sacrificar e também ganhar, É chorar e ainda se consolar


com dor, Zungar é dizer "não" à prostituição quando a fome assola,
Zungar é vender e não se vender, Zungar é não roubar nem matar.

Coragem, mamãe zungueira, Mesmo na poeira vejo vossa beleza, Por


trás dessa tristeza, há pureza, Uma princesa dotada de inteligência,
Elegância e competência.

Não baixes a cabeça, mamãe zungueira, Todavia, sois guerreira, Sois


frutos da nossa terra, Vocês também erguem nossa bandeira.

Então... Coragem, mamãe zungueira.

Isabel Alexandrina

13
NA PRESENÇA

Deste-me de ti para provar

Eu provei
E gostei
Me alegrei
Eu amei

Meu coração não cabia no peito


Era tanta emoção
Então eu chorei
Gritei!

Gritei bem alto


O quanto eu te quero
Gritei bem alto
O quanto és belo

Meu peito queimava


Minha alma entoava
Hinos de louvor para ti

Não conseguia parar


O que eu mais queria
Era poder ir onde tu estás

Poder te tocar
Poder abraçar

Naquele momento
Os meus olhos se abriram

14
E eu vi:
Um Pai poderoso
Glorioso
E ao mesmo tempo amoroso

Manso como o carneiro


Ousado como o leão

Ai! Eu vi
É difícil descrever
O que eu senti

Meu peito ardeu


Minha alma se rendeu

A chama era tanta, tanta


Pai! Era tanta
Tanta brasa

Parecia que não iria aguentar


Tinha algo gritando dentro de mim
Algo puxando-me para ti
Algo tão forte
Enchendo-me de paz e alegria

Vieste como fogo


E ao mesmo tempo a minha água

Como fogo
Eras irresistível
E como a água

15
Tu eras aprazível

Não consegui fugir


Simplesmente, me entreguei a ti
E então
Comecei a te seguir

Tel de Melo

16
SOU A POESIA

Sou a poesia
O belo nas escritas
A rima inacabada
Canção mal cantada

Sou a poesia
Irmã da boa melodia
Nos dias das agonias
Sou também
Prima da melancolia

Sou os meus versos


Os meus pequenos segredos
Meus contos sinceros

Não sou os meus medos


Apenas conto
O que está aqui dentro

Sou o muito e o pouco


Sou o bem
Que não quer ser do mal

Sou as minhas rimas


As minhas alegrias
Também um pouco de elegia

Sou um paradigma

17
Mistura de fantasia

Sou o mar
Que tenta se acalmar
Depois de uma tempestade
Noite de luar

Sou a canção de ninar


Para o bebê
Que tentam desmamar

Sou o dia
Que clama pela noite
Sou os sonhos
Que ainda não foram
Sonhados
Sou as metas
Que ainda não foram
Alcançadas

Sou o frio almejado


Nas noites em que o calor
Torna-se insuportável

Sou o fogo
Que se quer apagar
A luz que se nega a brilhar

Sou a flor que não brotou


A raiz que já secou

18
Não
Não sou a dor
Muito menos o rancor

Sou o bebê
Que está a engatinhar
O viajante
Que começou a andar
E a menina
Que quer aprender a amar!

Tel de Melo

19
SÃO OS DEFEITOS

Cheia de defeitos
Não é perfeita
A arte presa
Na alma perdida

Escorrem as tintas
Cobrindo as cicatrizes
Tornando-as cinzas

Pinta o amor
Que arrancou sua dor
E quase ficou sem cor
O amor que a enganou

Colore sentimentos ocultos


Escurecidos
Na alma

Espalhando as tintas
Com o pincel
E em cada detalhe
É o seu tom de pele
Que dá luz ao papel

Castanhos
E ondulados
Rasgados
E macios

20
Lindos e escurecidos
São detalhes

Que tornam ela


Quase perfeita

PECADO
Pecados
São defeitos
Que tornam ela imperfeita.

Núria Mathias

21
VAI TER SEMPRE AMOR

Vai ter sempre amor


Florescendo na dor
Desprendendo os gemidos da
Alma despida
Corrompendo a dor

Vai ter sempre amor


No silêncio da dor
Esculpido pelos sentimentos gloriosos

Vai ter sempre amor


Nos pensamentos tranquilos
Ao ver o céu azul
Parecendo o oceano cru

Vai ter sempre amor


Na crueldade do homem maldito
Enganando a alma
Na saudade dos gemidos

Vai ter sempre amor


Coberto de flores
Derretido de chocolates
Isso era antes

Passado;
Traçado na tristeza
De um amor

22
Ocultado na dor
Sem sabor
E sem saber

Vai ter sempre amor


Perdido na droga
Prendido no hospício
Enlouquecido na dor
Nas vozes rocas
Na despedida do vício

Vai ter sempre amor bandido e dorido


Vai ter sempre coração partido

Vai ter sempre cigarro aceso


E copo cheio de cerveja
Garrafas de uísque e vinho

Vai ter sempre champanhe aberto para celebrar o amor bandido


Garrafas partidas talhadas no coração
E sangue derramado

Vai ter sempre amor esquecido


Vozes caladas
E lágrimas escorrendo
Vai ter sempre amor enganado.

Núria Mathias

23
EU SOU UM MENINO DE RUA

Eu sou uma pedra sofredora


Derramando lágrimas,
Por causa do meu sofrimento
Eu choro declamando poemas.

Eu sou um menino desprezado


Que passa por várias situações,
Em que só é maltratado.

Solitário na vida, com os


Sonhos destroçados,
Sou apenas um homem sensível, com
Remorsos do passado.

Por tudo que eu passo, apenas


Desejo só um minuto para
Ser feliz,
Por uma vida muito triste que
Eu nunca quis.

Eu não aguento mais ver a minha


Vida tão ruim e sem ninguém para
Me ajudar,
Com a felicidade sempre ausente
E eu, cansado de me sacrificar.

Semearei em vós lembranças


E tantas saudades,

24
Mesmo morto, não se esqueçam
De mim, porque tudo que eu frisei
São apenas verdades.

Ouçam, eu não pedi para nascer,


Nem muito menos suplicar
Para sofrer.
Eu me alimento de lixo e de
Migalhas que o povo me dá,
E uso roupas que o povo
Despreza.
Na rua, eu sou solitário e
Maltratado.
Se eu ainda não morri de tanto
Sofrimento,
É porque a morte me rejeita
E a felicidade não me suporta.

Eu sofro tanto por não ter um


Lugar para dormir,
E às vezes sem alimento para
Deglutir.
Eu sou um menino de rua
Com a felicidade em fuga.
Precisando da vossa ajuda,
Porque esta porca
Dura vida me sufoca,
Até mesmo sem corda,
Ela me enforca.
André Oxigénio

25
VOZES DA TERRA

Vozes do povo, desta


Maldita pátria.
Vozes dos órfãos, desta
Angola.
Vozes daqueles que clamam
por justiça.
Vozes daqueles que choram por um prato de comida.

Vozes do pobre, que já não


Suportam tanta pobreza.
Vozes do povo, que já não
Aguentam tanta injustiça.
Vozes do revolucionário e
do ativista.
Vozes da poetisa e do
poeta.

Pessoas que falam


Sem medo.
Sem receios e sem preconceitos.
Vozes, que são silenciadas
por falar a verdade.
Pelos maribondos que ofuscam
e temem a verdade.

São eles, os donos desta


Porca pátria.
Feia, fusca e perversa.

26
São eles, os mosquitos
que nos picam sem
nenhuma piedade.
São eles, os que amam a
Maldita realidade.

Vozes, da preta e do preto.


Que dizem que viemos do
macaco.
Vozes, da tal dita preta e preto.
Que são vistos e chamados de escravos.

Vozes do povo, que estão


Cansados de viver tanto
tempo na dependência.
E os maribondos abrem a
Boca dizendo que o povo já
Alcançou a independência.
Que raio de independência é essa? Se na maioria das coisas
que consumimos não são nossas, é
Sério, não são nossas.
Vem de lá, vem de lá, daquele povo que na maioria são colonos.

André Oxigénio

27
PROCURANDO-ME...

Procurei-me na magia
E na luz do dia
Procurei-me em sonhos
E em pensamentos
Tortos

Procurei-me na música
E na paixão acústica
Procurei-me no amor
Ideal e na ira letal

Procurei-me na face da
Terra e na serra da bela
Leba
Procurei-me nas cinzas
Da solidão e no pecado
Da paixão

Procurei-me na empatia
Da vida e no sorriso do
Beco sem saída
Procurei-me nas noites
De chuva e no amor
Gostoso que sabia uva.

Poeta Profundo

28
MIL LEMBRANÇAS

Lembrei-me do ponto final da


Nossa história, lembrei-me das
Velas acesas em plena madrugada,
E das lembranças derramadas.

Lembrei-me das noites de calafrio


E dos abraços que iluminavam o frio.
Lembrei-me dos planos esbanjados
E dos sonhos mergulhados no oceano.

Lembrei-me do sorriso que me fazia sentir no paraíso,


Lembrei-me da nossa conexão
E das tomadas sem decisão.

Lembrei-me das sombras sorridentes


E das lembranças que voavam
Para o ocidente.

Lembrei-me do nosso bairro e das


Poeiras provocadas pelos carros,
Lembrei-me do cheiro da nossa
Relação e das pétalas jogadas no
Chão.

Poeta Profundo

29
RESPEITA-SE MULHER

Tu és mulher e tens o seu valor


Tu és mulher e tens as suas dores
Olho-me no espelho só sinto pudor

Então, respeita-se, mulher.

Mulher, não foste feita para se prostituir


Mulher, não foste feita para ser escrava do seu marido, mulher
Mulher, não foste feita para ser brinquedo de qualquer homem,
mulher

Então, respeita-se, mulher.

Lembra-te que o teu corpo não é um negócio, mulher


O teu olhar ou o teu jeito não te levarão a lugar nenhum, mulher

Então, respeita-se, mulher.

Ter um rabo grande não quer dizer que és boa, mulher


Ter um corpo perfeito não quer dizer que és a mais gostosa do bairro,
mulher
Ter uma roupa da moda não quer dizer que vão te levar ao altar,
mulher

Então, respeita-se, mulher!

Figueira Fénix

30
SOU UM SUJEITO

Eu sou aquele sujeito que há muito tempo te amou


Sou aquele menino que sempre se ajoelhou

Eu sou aquele sujeito que um dia você humilhou


Eu sou quem eu sou
Dono da minha própria vida
Eu sou dono da minha própria alegria

Eu sou aquele sujeito sem fim


Sou aquele pronome reflexivo
Eu sou aquele pronome relativo
Eu sou um precipício sem fim

Tu és pronome demonstrativo
Eu sou o teu substantivo
Tu és o meu adjetivo
Eu sou o teu advérbio

Não queria ser o teu sujeito


Se no teu colo me tornei um predicado.

Figueira Fénix

31
AINDA ESTOU AQUI

Dia ou noite
Com sol ou com frio
Estou sempre aqui, de espírito vazio

As pessoas vêm e vão


Apaixonam-se e esquecem
Namoram e abandonam
Mas eu estou sempre aqui
Esperando por ti

Dizes que te abandonei


E que contigo já não quero estar
Que ando por aí a vaguear
Com outras vadias me associar
E por estes motivos decidiste me largar
Como uma bola, decidiste me chutar
Por motivos fúteis, decidiste me deixar

Mas se removeres estas pedras dos teus olhos


Verás que ainda estou aqui
Esperando por ti

Dia após dia


Com fome e com sede
No mesmo lugar
Os dias de espera me tirando o fôlego
Cansado, já sem forças para ficar em pé

32
Recebendo insultos
Me tratando de parvo
E eu sempre torcendo
Para que abras os olhos e consigas enxergar
Que ainda estou aqui
Esperando por ti

Esperando que dispenses o orgulho


Que te livres das pessoas que só te causam barulho
Que te recordes das minhas declarações feitas para ti

Das noites escuras, forrados no lençol


Quando unidos lutamos contra o frio
Quando a sós expulsamos o vazio
Quando as estrelas nos mostravam o caminho
E a lua fugia antes do amanhecer
Com ciúmes dos nossos excitantes beijos

Quando as flores do jardim


Declamavam poemas para ti
A favor de mim
E percebas que ainda estou aqui
Esperando por ti

Com rosto triste


Lágrimas escorrendo
O coração ardendo
Espírito sofrendo

Na solidão vivendo

33
Da vizinhança me desfazendo
Distrações desprezando
E ainda torcendo

Que removas as pedras dos teus olhos


E percebas que ainda estou aqui
Esperando por ti.

Poeta Analista

34
MAIS DO QUE POETAS

Mais do que poetas,


Somos construtores.
Com os nossos versos, edificamos pilares;
Os nossos poemas constroem mansões
Habitadas por homens sem moradias.

Levantamos muralhas
Resistentes aos ataques
De líderes sem sentimentos
Que deixam seus filhos vagarem pelas ruas.

Aos cidadãos que carecem de tetos,


Que se entristecem com todos os maus feitos,
Que vivem emigrando carregando a dor no peito,
Encontram paz em nossos versos de consolação.

Somos pastores,
Libertando o povo da escravatura mental,
Tirando as ovelhas do deserto
E conduzindo-as em pastos verdejantes.

Somos as nuvens negras,


Cheias de águas
Que derramam chuvas
E fazem as plantas florescerem,
Fazem crescer
As ervas e legumes que alimentam este povo pobre.

35
Somos as estrelas
Que iluminam as nossas noites de desespero.
Somos o processo fotossintético,
Fornecendo oxigênio para todos respirarem.

Mais do que poetas,


Somos a esperança viva
Para este povo cansado de espírito.
Somos alívio para as almas esgotadas.

Somos a verdade em carne,


Mostramos desespero em letras.
Somos o respirar dos homens sem fôlego,
Inspiramos a dor e a expulsamos com força
Para viver mais um dia,
Esperando um dia viver a liberdade.

Mais do que poetas,


Somos a luz que brilha no escuro.
Somos promotores de corações puros.
Com os nossos versos,
Lutamos para mudar o universo.

Poeta Analista

36
ONDE EU SEREI

Onde EU estiver,
Onde não houver luz,
Eu serei a luz.

Onde só a mágoa prevalecer,


Eu serei o antídoto da vida.

Onde não houver felicidade,


Eu serei o mensageiro da paz.

Onde eu não estiver,


Lá estarei.

Onde a vida me levar,


Eu suportarei.

Onde não houver justiça,


Eu serei a lei suprema.

Onde não houver mais flores,


Eu serei o perfume do amor.

Onde o pecador estiver,


Eu serei a palavra do Senhor.

Onde o inferno arder,


Eu serei o fogo do amor.

37
E onde nós não vivermos mais,
Eu serei o eterno Deus.

As Suas luzes
Podem curar grandes dores.

Feliciano Vindose

38
PENSAR PESADO

Só de pensar
Que um dia, este mundo iremos deixar,
O pensamento era e é mais pesado.
Só de saber que um dia iremos desaparecer.

Pensar pesado
Parece ser injusto
Que temos de aceitar.

Que um dia, já não veremos o amanhã,


Me arrependi por ter pensado, que um dia,
Iremos morrer e não renascer.
Ó pensar pesado, mesmo triste, devemos aceitar.

Que quando o nosso dia chegar,


Nós não conseguiremos negar
Que a hora é para a gente descansar.

Ó pensar pesado, não iremos nos deixar


E nem nos martirizar, porque havemos de nos encontrar.

Feliciano Vindose

39
A VIDA É UMA LIFE

As coisas se resumem em
Nascer, crescer e morrer.
Eu me pergunto:
Quem sou eu?
Para onde vou?
Quem serei?

A vida é uma jornada


Porque este mundo
Está cheio e resumido
De falsidade: alguém te ama hoje,
Amanhã fala mal de ti; outros
Enxugam tuas lágrimas hoje,
Amanhã são motivo delas caírem.

As pessoas se sentem superiores aos


Outros, tudo isso porque dividiram
O mundo em duas partes: rico e pobre,
Arrogante e humilde.

A morte não me intimida


Porque não a conheço,
Mas estou à espera
Do descanso e da minha
Partida deste mundo.

Talvez a morte seja melhor


Que a vida, pois a vida é uma jornada.
Poeta Sem Nome

40
EU E TU

Só existe uma coisa mais bonita do que tu! Nós dois. Aprendemos a
responder em silêncio. Não é porque somos mudos, mas porque há
coisas que ninguém sabe e ninguém estraga...

Contigo, quero fazer todas as coisas, começando por aquela que


começa com a letra F! Fidelidade para toda a vida. Contigo, quero
fazer aquela coisa que começa com a letra S! Ser amor da tua vida...

Sempre foi você e continuará a ser você na minha mente, está você
no meu coração, está a mulher mais linda da face da Terra. Nada
mais, nada menos que você...

Eu sou a primeira pessoa do singular que forma o teu mundo e tu és a


segunda pessoa do singular que completa o meu mundo, e nós somos
a primeira pessoa do plural que formamos a felicidade...

Eu e tu juntos podemos...

Poeta Sem Nome

41
IDENTIDADE

Minha terra, cheia de riqueza


Meu povo, cheio de valores
Minha terra que carrega beleza
Das mulheres negras

Minha identidade, minha criatividade


Minha cultura, minhas tradições
Minhas raízes que me tornaram fruto da nação
Minha proibição

Terra do diamante, terra do petróleo


Terra da mina de ouro
Terra que alimentou povos

Terra abusada e maltratada


Terra violada e massacrada
Terra explorada e desrespeitada
Terra santa e invejada

Honrada por heróis, protegida por guerreiras


Representada pela arte, preservada pelas histórias
Coração de África, filha amada
Terra abençoada que chama o estrangeiro de todas as raças
Minha Angola, minha amada.

Império Negro

42
IRÁS PAGAR

Por cada mentira,


Por cada promessa vazia,
Por cada indiferença causada pela tua ausência sem justificativa,
Por cada lágrima acompanhada de dor e dúvidas
Sobre esse amor.

Irás pagar

Pelos desejos causados


E os sentimentos criados
Pelo teu ego ultrapassado
E pelo teu coração inchado.
Irás pagar pela tua falta
De maturidade e coragem.

Irás pagar pela tua falta de cumplicidade


E lealdade.
Nessa vida, todos nós temos
Uma conta a pagar,
Uma dívida a não deixar,
Decisões para acautelar
E mentiras para evitar.

Para cada ação, há uma reação; essa


É a Lei da força.
Mas a Lei desta poeta negra é: ou pagas a dívida em vida, ou irás
pagar com a tua vida.
Império Negro

43
BLIBIOGRAFIAS

Isabel Alexandrina Dimbaka nasceu em Benguela, Angola,


no dia 06 de junho de 2005. Atualmente, reside em Luanda, mais
especificamente em Viana, no bairro Mutamba. Filha de Alexandrina
Francisco e Diano Dimbaka, desde cedo demonstrou interesse pela
escrita. Aos 12 anos, começou a escrever
frases, e aos 13 anos descobriu sua
paixão pela poesia. Aos 16 anos,
expandiu seu repertório para incluir
temas relacionados a
relacionamentos.

No campo acadêmico,
Isabel está cursando o 11º ano do
ensino médio, com ênfase no
curso de enfermagem.

Isabel encontra inspiração


em tudo e todos ao seu redor.

Nas redes sociais, pode ser


encontrada como "Ïsäbël
Alëxändrïnä", onde compartilha suas
criações literárias e interage com seus
seguidores através da página "Detalhes do
Coração".

44
Telma de Melo Martins, também conhecida como Tel de
Melo, é filha de Paciência Simão Martins e Beth de Melo Tito. Ela
veio ao mundo em 19 de novembro de 2004, na província de Luanda.

Atualmente, Telma reside no


distrito do Ngola Kiluanje, no
município de Luanda. Sua jornada
educacional a conduz ao 4° ano
(13ª classe) do curso de Análises
Clínicas no Instituto Técnico de
Saúde de Luanda, mais conhecido
como IMS.

45
Núria Mathias nasceu em Luanda em 14 de novembro de 2004.
Atualmente, é estudante de saúde no Instituto
Técnico de Saúde de Luanda, além de se
dedicar às artes como poeta e
declamadora. Núria é também
membro da editora O ESCRITOR
EDITORA, pertencente à Oficina
das Artes.

Dentro do universo literário,


Núria encontra inspiração em
diversas fontes, destacando-se sua
admiração por todos que
contribuem para a literatura
africana. Cada leitura de texto, prosa
ou poesia traz consigo algo novo,
uma fonte constante de inspiração e
excitação.

Ao abordar suas influências, ela destaca que, embora existam


obras estrangeiras de qualidade, é nos africanos que encontra a maior
fonte de inspiração. Sua preferência por autores africanos é motivada
pela valorização do apoio local, pois reconhece a importância de
persistir em sua arte quando há um respaldo significativo da própria
comunidade literária africana.

46
André Miguel Luvumbo, conhecido artisticamente como
André Oxigénio, é filho de Filipe Zadiako e Paulina Miguel. Nasceu
em 25 de maio de 1999, na província de Luanda, sendo natural e
possuindo nacionalidade angolana.

Sua jornada na escrita


teve início em 25 de maio de
2013, e desde então, André
Oxigénio nunca mais parou
de criar. Além disso,
participou ativamente em
três Antologias poéticas,
notadamente "25 Dias
Criativos".

47
Victor Mendes José, conhecido artisticamente como "Poeta
Profundo", é filho de Antunes José e Ndona Piquita Mendes, nascido
em Luanda em 11 de janeiro de 2005.

Sua jornada na escrita teve início em 2022, sendo impulsionada


pelas experiências pessoais que
vivenciou.

No campo acadêmico,
Victor encontra-se no nível
técnico médio do segundo
ano, cursando Informática
(11ª classe).

Além de suas
atividades como poeta,
Victor também se destaca
como escritor e
declamador. Ele é membro
ativo do grupo Núcleo
Florescente das Artes e
colabora com a ASAL Editora-
Online.

Para acompanhar suas criações e se conectar, você pode


encontrá-lo no Facebook como "Poeta Profundo". Para contato direto,
seu e-mail é victormendes416174@gmail.com.

48
Figueira Pipas Albano, também conhecido como Figueira
Fénix o Poeta, é filho de Lucas José Albano e Paula Artur Alves
Pipas. Solteiro, com 28 anos de idade, nasceu em Angola, na província
do Cuanza-Norte, no dia 19 de junho de
1995, na cidade de Dondo.

Em 7 de dezembro de 2017,
Figueira Pipas Albano mudou-se
de Dondo para Luanda e,
atualmente, reside no
município do Cazenga, no
bairro Tala Hady.

Estudante do curso de
Ciências Físicas e Biológicas
no Colégio Alegas (Patinho),
Figueira Pipas Albano começou
a despertar seu interesse pela
literatura em 2018, sob a influência
do professor de Língua Portuguesa,
Arantes. Desde então, nunca mais parou,
afirmando que a arte se apoderou dele,
tornando-o hoje Figueira Fénix o Poeta.

Para acompanhar suas atividades e criações, Figueira Pipas


Albano está presente nas redes sociais:
 Facebook: Figueira Fénix o Poeta
 Página: POEMA DO FIGUEIRA
 TikTok: Figueira Pipas Albano o Poeta
 Instagram: Albano

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Celestino Figueira Dala Kicassa, conhecido pelo pseudônimo
"Poeta Analista", é filho de Figueira Dala Kicassa e Rebeca Félix
Agostinho Monteiro. Ele veio ao mundo em 07 de maio de 2001, na
cidade de Malanje, município do Quela.

Iniciou sua jornada literária


no ano de 2020, e desde então, seu
talento só tem crescido. No
âmbito acadêmico, Celestino
alcançou o nível técnico
médio do quarto ano (13ª
classe), especializando-se
no curso de Análises
Clínicas.

Além de sua
dedicação à poesia, ele atua
como escrevente,
declamador de Spoken Word
e é membro ativo do
movimento Nzoje Arte Angola,
bem como participa do projeto
Poesia Atraente. Celestino Figueira
Dala Kicassa expressa sua arte de maneira
multifacetada, contribuindo para o cenário literário com paixão e
criatividade.

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Feliciano Quintas Vindose é filho de Mário Ângelo Vindose e
Juliana Nawipua, nascido em 01 de setembro de 2004, na cidade de
Ganda, província de Benguela, Angola. Com uma altura de 1,53
metros, mantém seu estado civil como solteiro e pertence ao sexo
masculino. Seu bilhete de identidade é registrado sob o número
009772244BA046. Ele é neto de Ângelo Vindose e Dionísia Faustino
Ngueve, bisneto de Ngalande e Tchokufelu.

No percurso acadêmico,
frequentou o ensino primário na
Escola Primária BG 5244,
durante os anos de 2012 à
2017. Em seguida, o
primeiro siclo do ensino
secundário na Escola
Secundária do I Ciclo
Major Saidy Vieras
Mingas BG 5182 da
Ganda, no período de 2018
à 2020.

Atualmente, está
matriculado na 12ª classe da
Escola Secundária do II
Ciclo Liceu da Ganda BG
5186, no ano em curso, onde
frequenta o curso de Ciências
Económicas e Jurídicas. Além disso,
Feliciano é membro do grupo e associação de escritores da Ganda.

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Justino Kuedituka Dianzambi, filho de André Tenda
Dianzambi e Ana Kuedituka, nasceu em Luanda, no município do
Sambizanga, no bairro da Sonangol, em 19 de Janeiro de 2003.

Adotando o nome artístico de "Poeta


Sem Nome", começou a expressar sua
paixão pela escrita no ano de 2016,
mas foi em 2020 que decidiu levar a
arte a sério. Possui formação técnica
média de 3° classe, com ênfase em
Ciências Económicas e Jurídicas.

Nas redes sociais, Justino


pode ser encontrado nos
seguintes perfis:
 WhatsApp: 932328566
 Facebook: Justino Tenda Ls
 TikTok: Justinotendals
Para contato direto, utilize os
números: 932328566 /
946152080.
Além de suas atividades
artísticas, Justino é religioso e se
considera um discípulo de Jesus
Cristo. Ele é membro do grupo NFAA
(Núcleo Florescente das Artes de
Angola) e também integra a ASAL Editora -
Online.
Seu lema de vida é: "Seja você e faça diferente de mim".

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Daniela Basília de Carvalho, mais conhecida como Império
Negro, nasceu em 4 de janeiro de 2005.

Atualmente, encontra-se na fase


final do ensino médio na Escola de
Formação de Técnico de Saúde de
Luanda, onde se dedica ao Curso de
Fisioterapia.

Desde os seus 10 anos, Daniela


expressa sua paixão pela poesia.
Agostinho Neto sempre foi sua
referência cultural para a escrita, mas ao
longo do tempo, desenvolveu um estilo
único. Escreve sobre tudo que a inspira,
demonstrando um amor particular pela
literatura, especialmente a poesia. Para
ela, escrever é mais do que uma
habilidade - é uma terapia.

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SOBRE A PÁGINA

Espaço do Poeta é uma página literária cujo principal objetivo


é expandir a literatura, sobretudo a poesia. Foi fundada em 24 de junho
de 2021, tendo como mentora e fundadora Makiese Nzita,
artisticamente conhecida por Divina Nzita.

A página surgiu necessariamente para criar oportunidades para


quem escreve, declama ou até mesmo aprecia. Vivemos em uma
sociedade onde a literatura é pouco apreciada, causando assim
deficiências no processo de desenvolvimento intelectual dos jovens e
adolescentes. O Espaço do Poeta, de um modo geral, visa promover a
literatura para os fazedores da arte da poesia, criando oportunidades
de divulgação e apresentação de seus trabalhos, e proporcionando
bons textos para os apreciadores da literatura, de forma específica, da
poesia.

O maior objetivo é tornar a leitura uma atividade indispensável


para o cotidiano atual. Acredita-se que a leitura muda de forma
extraordinária, assim como diz o velho ditado: "Quem lê um livro, não
se torna a mesma pessoa".

Atualmente, a página conta com um número de 1000 seguidores,


14 poetas resilientes do projeto e uma coordenação dirigida por 2
elementos:
1. Divina Nzita, como mentora e fundadora.
2. Elizabeth Lisboa, coordenadora e gestora da página.

O objetivo é ajudar as pessoas, sobretudo os jovens, a se


aproximarem dos livros, porque acredita-se que se mudar é a intenção,

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então ler é a solução. Portanto, tem-se a convicção de que uma
sociedade melhor é aquela que lê.

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