Artigo de Econometria Espacial
Artigo de Econometria Espacial
Artigo de Econometria Espacial
Abstract: The present paper aims to analyze the recent spatial dynamics of the
agricultural farming and cattle raising sector in the State of Minas Gerais. The focus
is on the sector GDP in 1996 and 2006. First, we develop a general characterization of
the agricultural farming and cattle raising production in Minas Gerais, including the
sector GDP distribution among municipalities. Next, we analyze the relation between the
relative municipality’s participation and the specialization level in the sector production.
Furthermore, we try to identify patterns of spatial association and cluster formation for
the largest municipalities in terms of participation in the sector GDP. Finally, we suggest
some public policy recommendation to achieve higher agricultural farming and cattle
raising output and to consolidate the identified municipality’s clusters.
1
Professor Adjunto do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia.
E-mail: guilhermejonas@ie.ufu.br.
2
Graduado em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: esdrascs@gmail.com.
3
Professor Associado do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia.
E-mail: hmartins@ufu.br.
Key-words: agricultural farming and cattle raising production, economic specialization, spatial econometrics,
Minas Gerais.
RESR, Piracicaba-SP, Vol. 50, Nº 2, p. 333-350, Abr/Jun 2012 – Impressa em Maio de 2012
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336 Produção Agropecuária em Municípios de Minas Gerais (1996-2006): padrões de distribuição, especialização e associação espacial
Tabela 1. PIB Agropecuário dos maiores estados produtores em 1996 e 2006 (em bilhões - R$ de 2000)*.
Estados 1996 % 2006 %
São Paulo 15,57 20,13 24,52 21,14
Minas Gerais 8,56 11,07 14,33 12,35
Paraná 10,95 14,16 13,89 11,95
Mato Grosso 3,75 4,85 8,88 7,65
Brasil 77,33 100,00 115,95 100,0
*Deflacionado pelo deflator implícito do PIB nacional.
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos do Ipeadata.
Percebe-se que o Estado de São Paulo é outro lado, elevação da participação de Minas
o de maior participação no PIB agropecuário Gerais, fazendo a produção mineira responsável
brasileiro, mesmo não tendo participação por mais de 12% da produção agropecuária
elevada da agropecuária em seu PIB total (essa brasileira em 2006 e ocupando o segundo lugar
participação é ligeiramente inferior ao que ocorre na participação no PIB agropecuário do Brasil.
no Brasil). Com base em Guilhoto et al. (2007, p. Assim como São Paulo, Minas Gerais apresenta
47-48) pode-se explicar esta característica pela uma participação do PIB agropecuário no PIB
natureza econômica do estado, que apresenta o total em patamares pouco inferiores à média do
maior parque industrial do Brasil, e neste parque Brasil, mas responde por significativo percentual
está inserida uma grande gama de indústrias da produção agropecuária brasileira. Conforme
alimentícias, as quais necessitam de matéria Guilhoto et al. (2007, p. 48):
‑prima advinda das demais regiões brasileiras:
Dado o tamanho das economias mineira e
São Paulo possui uma agricultura paulista, e as fortes inter-relações de seus
vigorosa, destacando-se principalmente a setores primários com os setores industrial
cana, o café e a fruticultura (é o maior pro – a montante e a jusante – e de serviços,
dutor nacional de laranja). Na indústria Minas Gerais e São Paulo contribuem com
processadora da agricultura, o destaque pouco mais que 1/3 do PIB do agronegócio
fica por conta da produção de açúcar nacional. Juntos possuíam, em 2004,
e álcool, na qual o estado é responsável um PIB do agronegócio da ordem de
por mais de 60% do total produzido no R$ 190 bilhões, sendo que a evolução
Brasil (na safra 2005/2006, as proporções entre 2002 e 2004 não implicou alteração
de álcool e açúcar de São Paulo foram, na participação dos mesmos no PIB do
respectivamente, de 62% e 65% do total). agronegócio do País.
Destaque-se também a produção de papel
e celulose, cuja participação paulista foi No tocante aos principais produtos agrícolas,
de 41% em 2004. Na pecuária, os maiores verifica-se que a pauta de produtos agrope
destaques estão no setor avícola e de cuários mineira é ampla e diversificada. Entre os
bovinos (GUILHOTO et al., 2007, p. 48). principais produtos, destacam-se: batata inglesa,
café, feijão, laranja, mandioca e tomate, com área
A Tabela 1 mostra, ainda, que houve queda total de plantio de 4,1 milhões de hectares e mais
nas participações do Paraná e Mato Grosso e, por de 500 mil produtores rurais em 2005. De acordo
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Tabela 2. Principais estados produtores de leite em 1996 e 2006 (em bilhões de litros).
Estados 1996 % 2006 %
Minas Gerais 5,60 30,26 7,09 28,12
Goiás 1,99 10,75 2,59 10,28
São Paulo 1,99 10,73 1,74 6,91
Paraná 1,51 8,18 2,70 10,72
Rio Grande do Sul 1,86 10,05 2,52 9,99
Brasil 18,51 100,00 25,23 100,00
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos do Ipeadata.
Tabela 3. Principais estados produtores de café em 1996 e 2006 (em bilhões - R$ de 2000)*.
Estados 1996 % 2006 %
Minas Gerais 3,70 52,51 6,43 58,59
São Paulo 1,00 14,22 0,96 8,72
Paraná 0,38 5,40 0,54 4,88
Bahia 0,22 3,11 0,52 4,77
Mato Grosso 0,03 0,37 0,02 0,15
Brasil 7,04 100,00 10,98 100,00
*Deflacionado pelo Deflator Implícito do PIB Nacional.
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos do Ipeadata.
com dados do IBGE, vale ressaltar também a Minas Gerais que, em 1996, já se responsa
grande importância do estado na produção de bilizava por 30,2% da produção nacional. Em
leite e café, sendo o maior produtor nacional 2006, a produção do estado, embora crescente em
destes dois últimos produtos (CRUZ, 2008), termos absolutos, diminuiu sua participação para
conforme demonstrado nas Tabelas 2 e 3. 28,1%, já que o conjunto do País teve uma taxa de
O estado de Minas Gerais, em 1996 e 2006, crescimento maior.
apresentou-se como líder nacional na cultura do No tocante ao café, em 1996 e em 2006, a
café e da pecuária leiteira. A produção de leite produção de Minas Gerais respondeu por mais
pode ser considerada uma tradição no estado e, em da metade da produção nacional.
função disto, detecta-se um acúmulo expressivo A Tabela 3 demonstra que, entre 1996 e 2006,
de laticínios, empresas responsáveis por coletar a produção mineira de café aumentou de R$ 3,7
e industrializar o leite, nas regiões onde se bilhões para R$ 6,43 bilhões, ampliando sua par
concentra o manejo da pecuária leiteira. Este fato ticipação na produção brasileira e consolidando‑se
é central para a compreensão dos elevados níveis como o principal produtor do País.
dessa produção no estado, já que os laticínios
têm elevada demanda por leite. Com efeito, as
3. Distribuição espacial recente
fazendas produtoras de leite têm estreita relação
da produção agropecuária
com os laticínios, pautadas por contratos de de Minas Gerais
compra e venda do leite in natura, impulsionando
de maneira positiva toda a cadeia produtiva, Minas Gerais é um estado marcado por forte
que se estende desde a manipulação da genética desigualdade regional, com clara concentração
bovina até às gôndolas dos supermercados. espacial de atividades produtivas. Embora bem
A Tabela 2 revela o volume, em bilhões de menos concentrado que a indústria, o setor
litros de leite, dos principais estados produtores agropecuário também apresenta concentração.
no Brasil. Fica evidente a importância de Segundo Silva et al. (2005):
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338 Produção Agropecuária em Municípios de Minas Gerais (1996-2006): padrões de distribuição, especialização e associação espacial
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humano” (BASTOS e GOMES, 2011, p. 19). O Já a Zona da Mata, situada a leste do estado,
efeito localização geográfica também foi positivo apresentou taxa negativa (-19,36%).
(3,61% a.a.), “indicando a presença de vantagens Nessa perspectiva, cabe analisar como tem
locacionais e mostrando ser benéfico investir no evoluído a distribuição espacial da produção agro
estado”. pecuária no período mais recente. As Tabelas 4 e 5
A análise de Bastos e Gomes (2011) corrobora apresentam os principais municípios de Minas
o movimento recente, identificado pelos Gerais com maior PIB agropecuário 1996 e 2006,
trabalhos citados, de concentração da produção respectivamente.
agropecuária na porção oeste do estado, pois As Figuras 1 e 2 mostram essa distribuição da
as taxas médias de crescimento dos produtos produção agropecuária em Minas Gerais em 1996
considerados dinâmicos nas mesorregiões anali e 2006 para todos os 853 municípios. Os mapas
sadas no trabalho foram: noroeste de Minas foram elaborados com base na distribuição do PIB
(20,96%), norte de Minas (14,28%); Triângulo agropecuário, com a constituição de cinco classes
Mineiro e Alto Paranaíba (19,29%); sul/sudoeste de municípios, estabelecidas automaticamente
de Minas (13,08%); Campos das Vertentes (31,83%). pelo software ArcViewGIS:
Figura 1. Distribuição espacial do PIB Agropecuário de Minas Gerais em 1996 (R$ de 2000).
O L
Paines.shp
0 - 8340.856
8340.859 - 22107.707
22107.611 - 45630.611
45630.611 - 90687.596
90687.596 - 301028.43
200 0 200 400 Milhas
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos do Ipeadata.
Figura 2. Distribuição espacial do PIB Agropecuário de Minas Gerais em 2006 (R$ de 2000).
O L
Paines.shp
10.265 - 8943.111
8943.111 - 23057.664
23057.664 - 49558.339
49558.339 - 88206.901
88206.901 - 211113.728
200 0 200 400 Milhas
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos do Ipeadata.
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43. Guapé S/SO da Mata Varginha 312810 49524,41 0,42 31,92 6,86
44. Carmo da S/SO da Mata Varginha 311390 48988,92 0,41 32,33 6,90
Cachoeira
45. Itapagipe TM/AP Frutal 313340 48193,12 0,41 32,74 6,07
46. Montes Claros N de Minas Montes Claros 314330 47647,95 0,40 33,14 0,33
47. Capelinha Jequitinhonha Capelinha 311230 47363,37 0,40 33,54 4,28
48. Alpinópolis S/SO de Minas Passos 310190 47152,23 0,40 33,93 5,41
49. Prata TM/AP Uberlândia 315280 46737,64 0,39 34,33 4,43
50. Mutum Vale do Rio Doce Aimorés 314400 46588,44 0,39 34,72 5,84
50 municípios com
- - - 4126115,47 34,72 34,72 -
maior produção
Demais municípios - - - 7757856,17 65,28 65,28 -
Minas Gerais - - - 11883971,64 100,00 100,00 -
TM/AP = Triângulo Mineiro/Alto do Paranaíba; S/SO de Minas = Sul/Sudoeste de Minas; N de Minas = Norte de Minas; NO de Minas = Noroeste de Minas.
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos do Ipeadata.
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Observa-se que houve uma concentração composta por municípios vizinhos na porção
crescente de 1996 a 2006 na parte oeste do oeste de Minas Gerais, nas três regiões referidas.
estado, envolvendo fundamentalmente três Dentro da própria porção oeste, observa-se
mesorregiões, denominadas Triângulo Mineiro redistribuição: ampliação da participação de
e Alto Paranaíba, Sul de Minas e Noroeste de municípios da região do Triângulo Mineiro e Alto
Minas. No período inicial (1996), a distribuição Paranaíba, que tinha seis municípios entre os dez
da produção agropecuária mineira já se concen maiores produtores de 1996 e passou para sete
trava principalmente na porção oeste do estado, em 2006, e da região do Noroeste de Minas, que
entretanto, esse processo se intensificou em passou a contar com dois municípios entre os dez
2006. Verifica-se que alguns municípios situados maiores de 2006, enquanto a região Sul/Sudoeste
na porção leste do estado (sobretudo nas de Minas, com quatro municípios entre os dez
mesorregiões Zona da Mata e Vale do Rio Doce), maiores de 1996, apresentou apenas um em 2006.
que apareciam entre os 50 maiores produtores Assim, percebe-se que as regiões do Noroeste
em 1996, deixaram de figurar nessa lista em 2006 de Minas, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e
(Tabelas 4 e 5). Sul de Minas apresentam maior participação
Dessa maneira, houve tendência de relativa na produção agropecuária, confirmando
elevação da concentração e de adensamento da a tendência identificada pela bibliografia a
produção agropecuária em uma faixa contínua respeito da década de 1990.
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Figura 3. Distribuição espacial do QL do PIB Agropecuário de Minas Gerais em 1996 (R$ de 2000).
O L
Cepes1.shp
0-1
1-4
4-9
200 0 200 400 Milhas
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos do Ipeadata.
Figura 4. Distribuição espacial do QL do PIB Agropecuário de Minas Gerais em 2006 (R$ de 2000).
O L
Cepes1.shp
0-1
1-4
4 - 10
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos do Ipeadata.
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344 Produção Agropecuária em Municípios de Minas Gerais (1996-2006): padrões de distribuição, especialização e associação espacial
Lima e Simões (2010) trabalham com os A Análise Exploratória dos Dados Espaciais
seguintes parâmetros: se QL > 4, há especiali (Aede) permite descrever a distribuição espacial,
zação produtiva; se o valor QL está entre 1 e 4, compreender os padrões de associação espacial
há indícios de especialização; se QL < 1, não há (clusters espaciais) e verificar a existência e as formas
especialização. O presente trabalho utiliza estes de instabilidade espacial. Segundo Almeida (2004),
parâmetros como referência. uma análise exploratória dos dados espaciais
Os resultados também podem ser observados parece apropriada para estudos setoriais, já que
nas Tabelas 4 e 5. Nota-se que a maioria dos as variáveis que determinam o Produto Interno
municípios apresenta QL maior do que a Bruto (PIB) do setor podem apresentar interações
unidade, revelando indícios de especialização no espaciais multidirecionais que beneficiam a
setor agropecuário, já que os setores de indústria própria dinâmica setorial. A análise espacial trata
e serviços, em especial aqueles com maior valor diretamente de efeitos decorrentes da depen
de produção, estão presentes em maior pro dência espacial e heterogeneidade espacial.
porção nos principais centros urbanos de Minas A dependência espacial significa que o valor
Gerais, como mostram Martins, Bertolucci e de uma variável de interesse numa certa região
Oliveira (2009). depende do valor dessa variável nas regiões
Quando se observa a intensidade dessa espe- vizinhas j. O objetivo da construção dos pesos é
cialização, verifica-se que, entre os maiores níveis encontrar novas variáveis, as defasagens espaciais
de especialização (QL acima de 4,0), novamente (spatial lags), tanto para a variável dependente
há maior presença na porção oeste de Minas Ge- quanto para as variáveis explicativas e para os
rais, característica reforçada ao longo do período.6 termos de erro do modelo. As novas variáveis
Por outro lado, percebe-se uma queda, incorporam a dependência espacial através da
em geral, da intensidade da especialização na média dos valores dos vizinhos. Por isso, cria-se
atividade agropecuária dos municípios com uma nova variável que é a média ponderada dos
maior produção: em 1996, oito dos dez municípios vizinhos, ou seja, dos elementos da matriz de
com maior produção apresentavam QL maior pesos que não são zero (ALMEIDA, 2004).
do que 4,0; já em 2006, apenas dois municípios
Anselin (1988) argumenta que a heteroge
enquadram-se nessa situação.
neidade espacial se manifesta quando ocorre
instabilidade estrutural no espaço, fazendo com
5. Associação espacial e que haja diferentes respostas, dependendo da
clusters de municípios na localidade espacial. A consequência é a possibi
agropecuária em Minas Gerais lidade de provocar a instabilidade estrutural sobre
os resultados da regressão, causando a perda da
5.1. Metodologia e base de dados eficiência e, em alguns casos, estimativas viesadas
para análise de associação espacial e inconsistentes.
A hipótese do trabalho é que essa concen A econometria espacial é a subárea da econome-
tração espacial na porção oeste do estado de tria que trata da dependência espacial e da hete-
Minas Gerais decorre da elevada dependência rogeneidade espacial nos modelos econométricos.
espacial intermunicipal no setor agropecuário, A metodologia empregada neste trabalho
que produz externalidades positivas em algumas permite analisar o comportamento das variáveis
regiões, notadamente, aquelas mais produtivas no espaço, sendo capaz de identificar e tratar
no setor agropecuário. a heterogeneidade espacial e diagnosticar,
controlar e analisar a dependência espacial em
6
Por conveniência metodológica, os mapas apresentam determinadas regiões. Os dados utilizados na
os valores inteiros, tal como descritos por Lima e Simões
(2010). Entretanto, os intervalos efetivamente considerados
análise são do IBGE (censos agropecuários),
nas análises espaciais foram: QL < 1; 1 < QL < 4; e QL > 4. mas foram extraídos do Instituto de Pesquisas
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// w /^ y - y h
ij i
2
Essa estatística discutida refere-se à análise
com – 1<I<1 e média E(I) = [1/n-1]. A letra n global; entretanto, o resultado global muitas
refere-se ao número de observações; no caso deste vezes é consequência de um resultado local.
trabalho são 853 municípios; A letra y é a variável Com efeito, deve-se analisar adicionalmente a
objeto de análise, ou seja, o PIB agropecuário; já estatística local de associação espacial.
as letras i e j são os (municípios) distintos onde
há observação desta mesma variável y, em que os 5.1.2. Estatística I de Moran Local
valores atribuídos a um determinado município
A Estatística Local do Indicador de Moran
(i) dependem dos valores dos vizinhos imediatos
será intensamente utilizada no trabalho para
(j), de modo que yi=f(yj), estabelecendo-se, assim,
um grau de interação dos distintos municípios diagnosticar os graus de associações presentes
i e j. Finalmente, a variável w é o critério de no setor agropecuário do estado de Minas Gerais.
vizinhança estabelecido para dois municípios Este é calculado da seguinte forma:
distintos, mais especificamente, é a matriz de ^ yi - y h/ wij ^ y j - y h
peso (peso é formado em relação à produção) dos Ii =
/^ y j - y h2 /n = zi / wij z j
municípios i e j (ALMEIDA, 2004).
Se a estatística apresentar um valor negativo, Os termos zi e zj são variáveis padronizadas e
indica que os fatores observados não são homogê- o somatório sobre a variável j indica que somente
neos; caso contrário, se apresentar um valor posi- os vizinhos diretos de um determinado município
tivo, sinaliza que há homogeneidade entre os va- são de fato considerados na análise, atendendo,
lores e, assim, uma associação espacial. Com base assim, o sentido de ser local. Essa estatística
na teoria econométrica espacial, são estabelecidos demonstra a significância do agrupamento exis
quatro tipos de associação linear, quais sejam: tente em determinado local. Essa estatística I de
1. High – High (Alto-Alto): Significa que os Moran Local está indicando o grau de associação
municípios que compõem este cluster existente entre o valor de uma variável i em um
(agrupamento), e também seus vizinhos, determinado local e a média da outra variável nos
apresentam valores altos no tocante à municípios circunvizinhos (ANSELIN et al., 2003,
variável em questão; p. 7 apud ALMEIDA, 2004, p. 11).
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O L
Q_AGRO96
Alto-Alto
Baixo-Baixo
Alto-Baixo
Baixo-Alto
Fonte: Dados IBGE - elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos no Ipeadata. Os exercícios apresentados nas Figuras 3 e 4 foram
realizados no Space Stat e visualizados no Arcview GIS 3.2.
O L
Q_AGRO06
Alto-Alto
Baixo-Baixo
Alto-Baixo
Baixo-Alto
Fonte: Dados IBGE - elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos no Ipeadata. Os exercícios apresentados nas Figuras 3 e 4 foram
realizados no Space Stat e visualizados no Arcview GIS 3.2.
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Guilherme Jonas Costa da Silva, Esdras Cardoso Souza e Humberto Eduardo de Paula Martins 347
O L
S_AGRO96
não significante
p = 0.05
p = 0.01
p = 0.001
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos no Ipeadata. Os exercícios apresentados nas Figuras 3 e 4 foram
realizados no Space Stat e visualizados no Arcview GIS 3.2.
O L
S_AGRO90
não significativo
p = 0.05
p = 0.01
p = 0.001
Fonte: Dados IBGE - Elaboração própria a partir dos censos agropecuários extraídos no Ipeadata. Os exercícios apresentados nas Figuras 3 e 4 foram
realizados no Space Stat e visualizados no Arcview GIS 3.2.
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ligação entre esses dois clusters, podem contribuir FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. O Padrão Espacial
para a consolidação desse novo cluster setorial em do Setor Produtivo. In: Banco de Desenvolvimento de
formação no estado, uma vez que são centrais Minas Gerais (BDMG). Minas Gerais do Século XXI,
Belo Horizonte, 2003. Vol. II, Cap. 4.
para a maior integração e crescimento estadual.
Dessa maneira, entende-se que esses resul GASQUES, J. G., REZENDE, G. C., VERDE; C. M.
tados são úteis tanto para o setor público quanto V., SALERNO, M. S., CONCEIÇÃO, J. C. P. R. e
CARVALHO, J. C. S. Desempenho e crescimento do
para o setor privado, uma vez que ambos podem
agronegócio do Brasil. Brasília: IPEA, fev. 2004. p. 39
se beneficiar dessas informações: o setor privado, (Texto para discussão, n. 1009).
por saber os locais em que a atividade agropecuária
GUILHOTO, J. et al. PIB da Agricultura familiar: Brasil-
está mais aquecida, e o setor público, por iden
Estados Brasília: MDA, 2007, p. 172. – (NEAD Estudos; 19).
tificar as regiões mais e menos dinâmicas no
estado, o que permite elaborar políticas especí GUIMARÃES, E. N. A Influência Paulista na Formação
Econômica e Social do Triângulo Mineiro. In: Anais do XI
ficas para intensificar as externalidades locais nas
Seminário Sobre a Economia Mineira. Disponível em
regiões dinâmicas ou para atenuar os problemas
http://www.cedeplar.ufmg.br/diamantina2004/textos/
nas regiões menos produtivas. D04A065.PDF. Acessado em: 16 de Março de 2009.
HADDAD, P. Medidas de localização e de especialização. In:
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