MONDARDO, 2010: Agronegócio. Produção. Shift-Share
MONDARDO, 2010: Agronegócio. Produção. Shift-Share
MONDARDO, 2010: Agronegócio. Produção. Shift-Share
RESUMO
Este trabalho realizou um diagnóstico do setor agropecuário dos sete municípios que
mais se destacam na produção de grãos pertencentes à Mesorregião do Oeste Baiano,
principal região produtora de grãos do Estado. O estudo envolveu os anos de 2001 e 2010,
visto a consolidação mais acentuada de determinadas atividades agrícolas. Para alcançar a
finalidade proposta, utilizou-se o método shift-share, também conhecido como Análise
Estrutural-Diferencial, com a reformulação de Herzog-Olsen, um modelo de análise regional
aplicado para apontar o crescimento de uma determinada região em termos de sua estrutura
produtiva. A maioria dos municípios apresentou setores dinamizados ou tendendo a
dinamização, o que suscita o surgimento de políticas públicas que possam melhorar a
especialização e a vantagem competitiva desses municípios.
1 INTRODUÇÃO
Ainda no início do século XX, o Brasil era um país com uma produção agrícola de
baixo suporte tecnológico e complexos rurais com pouca articulação com o mercado interno
(MONDARDO, 2010). Antes da modernização agrícola, usava-se uma tecnologia de pouca
sofisticação restrita apenas a algumas culturas. No início da década de 1970 o Brasil sofreu
uma mudança no setor agrícola conduzida pelo estado, que chegou ao oeste baiano e
transformou uma terra que era considerada até então improdutiva em um grande celeiro da
produção de grãos.
1
Graduanda em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e bolsista do Programa
de Educação Tutorial em Ciências Econômicas PET-Economia/UESB. e-mail: milena.4ml@gmail.com.
2
Graduanda em Ciências Econômicas pela Universidade estadual do Sudoeste da Bahia. e-mail:
hianniolga@gmail.com.
A região Oeste é a principal produtora de grãos da Bahia, responsável por gerar divisas
para o estado e para o país. Produz em larga escala soja, milho, algodão, café, arroz,
fruticultura e feijão, mas as culturas que mais se destacam são: algodão, milho e soja. (AIBA,
2015). Essas culturas serão analisadas neste estudo.
Este artigo tem por objetivo fazer um diagnóstico sobre o setor agropecuário no
contexto de municípios pertencentes à Mesorregião do Oeste baiano. O período escolhido
para o estudo foi de 2001 e 2010, quando a agricultura baiana começou a se configurar de
forma mais acentuada e em que se consolidam determinadas atividades, como a produção de
grãos em geral – soja, algodão, milho e feijão – na região Extremo Oeste do estado.
Para atingir este propósito, delimitou-se o alcance da investigação no sentido de
encontrar sinais de dinamismo das culturas agrícolas, segundo os municípios da mesorregião
do oeste baiano. A obtenção deste objetivo envolveu a aplicação de um modelo de análise
regional, conhecido na literatura internacional como “Shift and Share Analysis”, o qual terá o
papel de identificar indícios causadores do crescimento do Valor da Produção (VP) por
culturas e municípios do estado da Bahia.
Este método já foi utilizado por outros autores para explicar as alterações na
composição da produção agrícola em Shikida e Alves (2001), que verificaram o panorama
estrutural, a dinâmica de crescimento e as estratégias tecnológicas da agroindústria canavieira
paranaense. Em Felipe e Maximiano (2008), realizou-se a análise por subperíodos utilizando-
se o modelo shift-share. Os fatores explicativos da evolução da produção foram os efeitos
área, rendimento e localização geográfica. Já em Soares, Silva e Rossmann (2013), foi
analisada a influência da taxa de câmbio adotada pelo Brasil e do dólar sobre os preços da
borracha natural em moeda brasileira, de janeiro de 2000 a dezembro de 2009.
Além desta introdução, este trabalho é composto por mais quatro seções. Na seção 2,
fez-se uma busca no significado do termo agronegócio e fez-se um panorama desse setor na
economia brasileira. A seção seguinte, oeste baiano, fez um estudo sobre a chegada do
agronegócio na região estudada e como ele se encontra atualmente. A última seção, antes das
considerações finais, aplica o método shift-share na dinâmica da produção do Oeste,
buscando primeiro explicar o método e, em seguida, sua aplicação no caso proposto.
2 AGRONEGÓCIO
Agora posso morrer feliz, porque pela primeira vez, eu vi o agricultor fazendo o
inverso do que o mundo fez. Pegou a terra mais infértil, a mais degradada do mundo
(mais degradada que essa só a savana da África) e transformou na mais produtiva e
competitiva do grupo (AGRO MAGAZINE, 2012, p.12).
A década de 1980 foi marcada pela mais intensa transformação dessa região. Projetos
como o PRODECER (Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para Desenvolvimento dos
Cerrados) e CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), que
visavam à colonização e desenvolvimento dos cerrados foram implantados. Foi implantado
também dois projetos do governo estadual: Programa de Ocupação Econômica do Oeste e o
Programa de Desenvolvimento Social do Oeste Baiano, em parceria com a Superintendência
de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). (COSTA.; MONDARDO, 2013).
Estes projetos em especial os dois últimos foram importantes para os migrantes
sulistas na ocupação dessas novas terras. O principal município a receber esse fluxo-
migratório foi a cidade de Barreiras a segunda que nesta época ainda era distrito de Barreiras
foi a cidade de Luís Eduardo Magalhães que até 2010 levava o nome o nome de “Mimoso do
Oeste”. Os migrantes descobrem ainda, em buscas de terras agora mais extensas, férteis e
planas, Roda Velha, distrito do município de São Desidério. (COSTA.; MONDARDO, 2013).
Atualmente, a mesorregião do Oeste tem grande expressão na produção nacional de
grãos em especial dos cultivos de soja e algodão, segundo a Associação dos agricultores e
irrigantes da Bahia (AIBA), 4% da produção agrícola de 2012 foi realizado na Bahia e 100%
da soja, 31% do milho e 97% do algodão da Bahia foi cultivada no Oeste. A mesorregião do
Oeste baiano é considerada hoje como uma nova fronteira agrícola fazendo parte do
MAPITOBA (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) considerado por muitos como o “novo
nordeste”, mecanizado, com grandes oportunidades de crescimento e geração de divisas.
As principais culturas produzidas na região Oeste são, as culturas de soja de milho e
de algodão.
(1)
= É uma matriz com os dados sobre a produção, com i representando um subsetor
da região j.
A variação regional é representada por uma matriz com dados sobre produção, em que
i representa um subsetor da região j, essa matriz fornece informações sobre o crescimento da
produção regional entre os dois períodos estudado (0 e 1). A diferença desses componentes
mostra o que ocorreria se a região crescesse às mesmas taxas da região de referência.
(ALMAS, 2017)
(2)
= representa a taxa de crescimento da produção na região de referência.
(3)
Representa a taxa de crescimento da produção no subsetor i na região de
referência.
As vantagens com relação a sua localização são indicadas pela variação diferencial
onde os subsetores que crescem mais rapidamente que a média da região de referência se
sobressaem. (ALMAS, 2017)
(4)
Representa a taxa de crescimento da produção no subsetor i na região j.
(5)
O modelo original permitiu que outros autores contribuíssem para sua melhoria como
por exemplo Esteban-Marquillas (1972, apud Haddad, 1989), que propôs um novo elemento
de análise, o emprego homotético (neste trabalho produção homotética). O objetivo desse
novo elemento é de eliminar o impacto oriundo da distribuição setorial da produção do ano
inicial para o cálculo do efeito diferencial. Esta produção homotética é representada pela
produção que um subsetor i teria se a região j apresentasse estrutura produtiva semelhante à
da região de referência. (ALMAS, 2017)
(6)
= Produção homotética.
(7)
- (8)
Desvantagem + - +
competitiva não
especializada (DCNE)
Vantagem competitiva - - +
não especializada
(VCNE)
Vantagem competitiva + + +
especializada (VCE)
Fonte: Adaptado de Gonçalves Júnior e Galete (2010) apud. Almas, 2017, p. 115.
Herzog e Olsen (1977, apud Almas, 2017) propõem o efeito alocação modificado ' Aij
com a inclusão da produção terminal e da produção teórico terminal ’, no intuito de
eliminar a o efeito mudança estrutural do período.
(9)
(10)
(11)
A aplicação do modelo nos municípios propostos foi feita por meio de dados coletados
na base de dados do IPEADATA. Inicialmente foi pensando em usar como ano inicial o ano
de 2000, mas como o município de Luís Eduardo Magalhães foi emancipado em 30 de março
de 2000 sua produção daquele ano foi contabilizada no município do qual esse era distrito e
como esse município é importante na produção de grãos na mesorregião estudada o ano base
foi trocado para 2001 para contemplá-lo.
O presente estudo aplicou o método estrutural-diferencial com a reformulação
proposta por Herzog e Olsen para analisar os sete municípios que mais produzem soja, milho
e algodão da mesorregião estudada. A produção utilizada foi em reais a preço de 2000, o
deflator utilizado foi com base no PIB nacional já fornecido pelo IPEADATA. Os resultados
obtidos com a pesquisa foram:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SITES CONSULTADOS:
ABAG. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO AGRONEGÓCIO. Disponível em:
<http://www.abag.com.br/> Acesso em: 18 de março de 2018.