Teorico VI
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Teorico VI
e Extensão Rurais
Gestão Estratégica em Agronegócio
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Gestão Estratégica em Agronegócio
• Introdução;
• Agronegócio: Modernização e Produtividade;
• Gestão e Governança Corporativa no Agronegócio;
• Gestão Estratégica no Agronegócio;
• Plano Estratégico em Agronegócio.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Estudar os conceitos relativos à gestão estratégica do agronegócio, envolvendo as caracte-
rísticas, os componentes, ambientes e as ferramentas;
• Compreender os conceitos de gestão do agronegócio: governança corporativa, ferramentas
da gestão estratégica – análise Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats (SWOT),
questões fundamentais da estratégia de negócios, matriz Boston Consulting Group (BCG),
matriz General Electric (GE), modelo de Michael Porter e modelo Canvas – e o plano estraté-
gico da gestão do agronegócio – modelo conceitual.
UNIDADE Gestão Estratégica em Agronegócio
Introdução
Nos dois primeiros séculos de colonização, a população brasileira foi formada por
colonos brancos, escravos negros, índios aculturados e mestiços. Aumentando lenta-
mente, essa população inicial ocupou uma estreita faixa litorânea, onde se concen-
traram as grandes áreas produtoras de açúcar, algodão e tabaco. Com o desenvol-
vimento da mineração de ouro e diamante, a partir do século XVIII, a população se
expandiu nas regiões das minas, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, e avançou
pelo interior, nas regiões da pecuária. À medida que se expandia, tornava-se menos
branca e mais mestiça.
O Brasil tem a metade de seu território coberta pela Floresta Amazônica, a prin-
cipal reserva biológica do Planeta. Maior país tropical do mundo, apresenta grande
variedade de paisagens, como a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica. O Litoral
possui manguezais, restingas, serras e dunas. O relevo brasileiro é de baixa altitude,
e o ponto mais alto é o pico da Neblina, no Amazonas, com 2.994 metros. O País
tem também uma das maiores reservas hidrográficas do mundo.
Toda essa diversidade biológica, no entanto, vem sendo ameaçada pela ocupação
desordenada do solo e pelo mau gerenciamento dos recursos naturais. No período
colonial, o País teve grande parte da Mata Atlântica devastada por causa da extração
de pau-brasil e da agricultura canavieira no Nordeste. Atualmente, a derrubada de
florestas, as queimadas, a destruição dos ecossistemas e a poluição dos rios estão
entre os fatores que ameaçam a biodiversidade brasileira.
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Os sistemas urbanos também vêm apresentando problemas ambientais em virtu-
de, principalmente, da grande densidade populacional e da ocupação desordenada
do solo. Organizações Governamentais e Não Governamentais (ONG) têm criado
mecanismos para combater os avanços desses problemas.
A extensão territorial faz do Brasil o quinto maior país do mundo. Com 8.514.205
quilômetros quadrados, que representam 1,6% da superfície do Globo Terrestre;
o Brasil está localizado na porção Centro-Oriental do Continente sul-americano.
Banhado a Leste pelo Oceano Atlântico, o País possui 23.102 quilômetros de fron-
teiras, sendo 7.367 quilômetros marítimas e 15.735 quilômetros terrestres. Com
exceção do Chile e do Equador, todos os países da América do Sul fazem fronteira
com o Brasil.
Você sabia?
Que na década de 1970, a população urbana somava 52 milhões, contra 41 milhões de
moradores nas áreas rurais? As grandes cidades, pela concentração do maior número de
fábricas e indústrias, foram as que mais atraíram os trabalhadores advindos do campo.
Nesse período, só a Capital de São Paulo recebeu aproximadamente 3 milhões de mi-
grantes. Entre 1970 e 1980, a expansão urbana manteve-se em níveis elevados, e no
fim da década 67,6% dos brasileiros já residiam em centros urbanos. Em 1980, todas as
regiões brasileiras tinham nas cidades a maioria de seus habitantes.
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Agronegócio:
Modernização e Produtividade
O crescimento do agronegócio no início da década de 2000 foi o grande acon-
tecimento do setor produtivo brasileiro. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) mostram que, naquela década, enquanto o Produto Interno Bruto
(PIB) crescia em média apenas 0,14%, a agricultura e pecuária deram um salto de
4,51%. Dada a retração na indústria (-1,78%) e o fraco avanço do setor de serviços
(1,55%), o desempenho do campo foi o único que apresentava dinamismo e só não
teve maior impacto na economia porque a participação da agropecuária no PIB era
de apenas 8%. Em 2001, o quadro foi semelhante: a agropecuária liderava o cres-
cimento, com 5,71%, os serviços tinham incremento de 1,86% e a indústria 0,31%.
O PIB crescia 1,42%.
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café beneficiado, carnes congeladas ou em conserva, derivados do leite e indústria
vinícola são exemplos de produtos da matriz agroindustrial.
Nos seis primeiros anos da década de 2010, a balança agropecuária teve saldo
positivo, com exportações superando gradativamente as importações. Praticamente,
o Brasil importa trigo, porém, é considerado um grande produtor de itens ou com-
modities do agronegócio.
O Brasil foi considerado pela comunidade internacional, no ano de 1975, como o “celeiro do
mundo”? Esse título ainda é enaltecido pelas nações que compram produtos do agronegó-
cio brasileiro.
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PIB é a sigla de Produto Interno Bruto, ou seja, consiste na soma do valor de todos
os bens produzidos em determinada área geográfica (em geral, um país) em um certo
período (comumente um ano).
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O PIB é a principal medida usada para avaliar o tamanho de uma economia e
compará-la com outras. Para calcular o PIB, soma-se o valor de todos os bens ma-
teriais e serviços destinados ao Consumo (C), o valor de todos os bens e serviços
destinados ao Investimento (I), o valor dos gastos governamentais em bens e servi-
ços (G) e o valor em moeda nacional das exportações (X) do país durante o ano,
subtraindo-se o valor em moeda nacional das importações (M). Portanto, a fórmula
simplificada do PIB é:
PIB = C + I + G + (X – M)
Gestão e Governança
Corporativa no Agronegócio
O agronegócio exige uma empresa moderna, que busca a sustentabilidade econô-
mica, social e ambiental. Sua gestão é baseada no sistema de governança corporativa
e na alta competência de seus colaboradores. A diretriz primordial da instituição é
a inserção no sistema econômico direcionado à produção de bens e serviços em
agronegócios. Dessa forma, estreita laços com a economia do país ao mesmo tempo
que reafirma seu compromisso social.
Uma governança eficaz se faz com pessoas, pois são elas que estão à frente das
instituições. Desta maneira, com grande ênfase aos padrões de liderança de alta
qualidade, a organização do agronegócio deve ter uma estrutura organizacional ade-
quada, enxuta e munida de conselhos administrativos, gestor e fiscal.
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A resposta está diretamente envolvida nas muitas decisões tomadas pelos ad-
ministradores em agronegócios. O ambiente estratégico é um processo contínuo e
interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente
integrado ao seu próprio ambiente de desenvolvimento.
Estratégias de Competição
A intenção estratégica consiste na alavancagem dos recursos internos, capaci-
dades e competências essenciais de uma organização do agronegócio, visando ao
cumprimento de suas metas no ambiente competitivo. Por competências essenciais,
podemos afirmar que se tratam dos diferenciais de mercado que uma empresa agroin-
dustrial ou do agronegócio tem e a sua concorrência ainda não as tem ou imagina
ser muito complexo consegui-las em determinado momento da sua vida empresarial.
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Stakeholders são os indivíduos e grupos capazes de afetar e de serem afetados
pelos resultados estratégicos alcançados e que possuam reinvindicações aplicáveis e
vigentes a respeito do desempenho da organização. Cabe ao gestor estratégico iden-
tificar formas de isolar a organização das demandas dos stakeholders e do controle
de recursos críticos.
Quadro 1 – Stakeholders
Mercado de produto Mercado de capitais Setor organizacional
Clientes; Acionistas; Colaboradores;
Fornecedores; Mercado financeiro; Gerentes;
Comunidade; Agentes financeiros. Não gerentes;
Sindicatos; Pessoal terceirizado.
Governo;
Opinião pública;
Universidades.
Fonte: Acervo do Conteudista
Comunidade
Governo
Opinião
pública Acionistas
Universidades
Clientes
Empresa
Sindicatos Fornecedores
Intermediários Colaboradores
Terceirizados
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Componente Definição
Composto por todos os colaboradores diretos e/ou indiretos que a or-
Mão de obra
ganização possui.
Composto pelos fornecedores parceiros e, também, por aqueles forne-
Fornecedor
cedores eventuais.
Mercado Mercado externo de atuação da organização, o qual segue regras bem
internacional definidas envolvendo o marketing e a logística internacional.
Fonte: Acervo do Conteudista
Análise SWOT
A análise SWOT fornece a informação que é útil para combinar os recursos e as po-
tencialidades da organização em agronegócios ao ambiente em que se opera. É igual-
mente conhecida pela sigla FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças.
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Análise do Portfólio de Negócios
Matriz Boston Consulting Group (BCG)
É uma técnica de formulação de estratégias organizacionais que se baseia na
filosofia de que as organizações devem desenvolver estratégias da mesma maneira
como lidam com a sua carteira de investimentos.
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Matriz GE
A matriz de portfólio de multifatores da empresa General Electric Company
(GE) envolve o desenvolvimento de estratégias organizacionais baseadas fundamen-
talmente na atratividade de mercado e nas forças de negócio. A partir daí a organi-
zação decide no investimento ou desinvestimento do negócio.
A atratividade da indústria pode ser determinada por fatores como, por exem-
plo, o número de concorrentes, a taxa de crescimento do segmento e a fraqueza dos
concorrentes dentro de uma indústria, enquanto as forças do negócio podem ser de-
terminadas por fatores como, por exemplo, a posição financeiramente sólida de uma
empresa, sua boa posição de barganha com os fornecedores e o uso de tecnologia
de alto nível. A Figura 5 apresenta a configuração da matriz GE nos seus aspectos
atratividade da indústria e força do negócio:
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Figura 5 – Matriz GE
Fonte: Adaptado de Certo, 2003
Você sabia?
Que UEN é uma unidade ou divisão da organização responsável para desenvolver uma
ou mais Áreas Estratégicas de Negócios (AEN)? Por sua vez, AEN é uma parte ou segmen-
to de mercado com o qual a empresa, por meio de suas UEN, relaciona-se de maneira
estratégica, ou seja, de forma otimizada.
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Ameaça de novas
ingressantes
Ameça de
produtos
substitutos
Modelo Canvas
O modelo canvas é uma ferramenta de gestão estratégica que permite ao gestor
do terceiro setor desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou já existentes.
Trata-se de um mapa visual pré-formatado contendo nove blocos, conforme demons-
trado no Quadro 6:
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Modelo canvas: https://bit.ly/34kgSZ1
O índice, que lista todas as seções do plano estratégico e o número das páginas
em que se concentram, ajuda os profissionais de gestão estratégica em agronegócios
a verificar se o plano está completo e bem organizado. Caso o plano estratégico
contiver muitas tabelas e figuras, é conveniente listá-las depois do Índice.
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Em síntese
Vimos o quanto a intenção estratégica e a missão da organização são decisivamente
importantes para a estratégia de a organização alcançar seus objetivos e metas de mer-
cado, assim como a análise dos stakeholders e da cultura organizacional.
Além do estabelecimento da intenção estratégica, da elaboração da missão da
organização, do reconhecimento da importância dos stakeholders e da manutenção
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de uma cultura organizacional salutar, é necessário para a implementação da es-
tratégia de competição efetuar a análise ambiental, que consiste na prática de a
organização rastrear as mudanças externas que podem afetar os mercados, incluindo
demanda por bens e serviços.
Já a formulação estratégica consiste no processo de determinação dos cursos de
ação adequados para atingir os objetivos organizacionais e, assim, concretizar a fi-
nalidade organizacional.
Entre as ferramentas especiais que os gerentes podem utilizar na formulação estraté-
gica estão: análise das questões fundamentais; análise SWOT; análise do portfólio
de negócios (utilização das matrizes BCG e GE); modelo de Porter; modelo canvas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Companhia Brasileira de Custos Agropecuários – Instituto Pecege
Instituição ligada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz da Universidade
de São Paulo (Esalq/USP).
https://bit.ly/3b3F7gw
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
https://bit.ly/34lgY2Q
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
https://bit.ly/39RYQib
Banco Central do Brasil (BCB)
http://bit.ly/2MqrjTy
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
http://bit.ly/31vkp3I
Livros
Agronegócio
ZUIN, L. F. S. Agronegócio. Gestão, inovação e sustentabilidade. São Paulo:
Saraiva, 2016.
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Referências
ARAÚJO, M. J. Fundamentos de agronegócios. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
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