Resumo - Processo Civil
Resumo - Processo Civil
Resumo - Processo Civil
São três institutos fundamentais para a compreensão da Tutela Provisória e para o processo de
Execução.
- Objetivo = normas
É aí que entra a ideia de tutela. Então: A tutela do direito = A garantia e a proteção do direito.
Ou seja: Todo direito pressupõe uma tutela, pois senão direito não há. Sem essas garantias,
teríamos apenas uma situação de fato. E a técnica? Toda tutela pressupõe a uma técnica
processual.
- Jurisdicional = Estado vai apreciar pedidos de tutela em caso de lide jurídica ou crises
jurídicas. Pauta ao dever do Estado enquanto Estado-Juiz. É essa a que mais nos interessa.
a) Tutela Jurisdicional – Visa garantir (ou buscar garantir) a tutela do direito material.
Vejamos:
Garante a tutela do direito material. Ex.: Ação de Busca e Apreensão, Imissão de Posse
Ela difere do direito material e está atrelada à ideia de dever judicial de apreciação de
demandas, independentemente de haver a tutela do direito.
Ex.: Acidente – réu foi acusado. Juiz julga improcedente – réu tem seu direito preservado,
bem como o autor teve seu pedido apreciado.
- Aqui foi reconhecido o direito de quem propôs a demanda e agora esse direito vai ter que ser
assegurado através de uma tutela jurisdicional.
Ex.: Sentença dispõe que a parte deve pagar – já é tutela. Mas, pode ter outras na fase de
cumprimento de sentença (Penhora, alienação).
Ideia de obrigar uma pessoa não seria possível. Essa ideia foi superada.
Principio da adequação processual – juiz diante do caso concreto deve adequar a técnica.
- Art. 139, IV do CPC - O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
TUTELA PROVISÓRIA
1) Cognição – Pode ser classificada tanto do plano vertical como do plano horizontal
Horizontal
- Plena – todas as questões são passíveis de serem analisadas. Réu pode alegar em outro
processo.
- Limitada – nem todas as questões são apreciadas. Só pode alegar aquilo que está previsto
em lei.
Busca e Apreensão – banco alegou que você não pagou – Não pode alegar vício no contrato.
Só pode alegar ou que a obrigação já fora cumprida ou que aquela parcela já teria sido paga.
Vertical
- Exauriente – que exaure (profundidade do conhecimento dos quesitos – Até onde pode
conhecer as questões?). Aqui pode conhecer plenamente as questões. O juiz vai conhecer de
forma exaustiva aquela matéria para pôr fim à lide.
A partir da cognição exauriente que vamos chegar na tutela definitiva – Juiz vai conhecer a
fundo as questões e conseguir produzir uma sentença capaz de gerar a coisa julgada.
Com a cognição exauriente o juiz vai conhecer a fundo as questões. Na Sumária, o juiz
conhece superficialmente. Nela, o juiz visa apenas declarar a probabilidade do direito, a partir
de um exame superficial.
Tutela = cognição sumária /superficial
- Tutela e ônus do tempo do processo (que em regra é suportado pela parte autora) = É por
conta desse ônus que se passou a ser pensado em como reverter essa situação, como uma
redistribuição do ônus. Por isso, surgiu, à época, a Medida cautelar. Veremos:
Obs.: Ovídio Baptista e Marinoni = processos costumam ser longos. A parte ré pode estar
numa situação de vantagem, pois só ao final da sentença é que poderia ter um benefício para a
parte autora, com o julgamento procedente – situação de vantagem indevida do réu.
Ex.: B processa A por não ter cumprido o contrato de uma festa de aniversário. Daqui que o
processo chegue ao final, o contrato poderia não fazer mais sentido, por exemplo, se passasse
a festa de aniversário.
O exemplo mostra que ônus do tempo do processo é arcado pela parte autora.
Por conta disso é que se começou a pensar: como se reverter essa situação? Redistribuir o
ônus do tempo do processo.
--- Ideia de como fazer a parte autora usufruir do direito desde o início.
1.1) Medida Cautelar = Parte autora poderia requerer para que ao final, aquela tutela
não restasse prejudicada. Acautelar alguém.
Juiz poderia adotar uma medida que impedisse o réu de ferir a autoridade da jurisdição.
Isto é, o juiz concedia para impedir essa ameaça à jurisdição e ao direito de alguém.
Observando aos pressupostos de urgência e ameaça ao direito existente (Fumus boni iuris
e periculum in mora)
Ex.: A processar alguém por uma dívida, e essa pessoa começa a se desfazer de seus bens.
2) Tutela satisfativa
Trata-se da tutela que tem como objetivo o reconhecimento do direito material ou não
reconhecimento do seu direito. Quem visa reconhecer esse direito, vai ser uma tutela
satisfativa.
Anotação: Trata-se da tutela que tem como objetivo o reconhecimento do direito material ou
sua efetivação.
3) Tutela assecuratória – É aquela que visa resguardar uma possível tutela de direito.
Obs: A assecuratória e a tutela de direito são distintas! Não compartilham do mesmo objetivo.
Assegurar que caso haja essa tutela em favor da parte que essa tutela seja assegurada.
Ex.: Credor cobra o devedor para pagar a dívida. E o devedor se desfaz dos bens. – Credor
pode tentar uma tutela assecuratória. Ex.: Sequestro.
4) Tutela provisória
Tutela definitiva = aquela que visa ser definitiva, encerrar a questão de uma vez por
todas. É a tutela que vai se consolidar e satisfazer o direito da parte de forma
definitiva. Em regra, as decisões que a trazem são aptas a formar a coisa julgada.
Tutela provisória = Não tem o condão de se consolidar, está aqui para ser substituída;
está provisoriamente. É a tutela concedida em vista de urgência e/ou evidência e que
tem o caráter precário.
- Urgência = quando houver um risco/perigo. Evidência: quando houver direito
evidente, a probabilidade do direito
- Precário = pode ser substituída a qualquer momento (ou para confirmar ou para
revogar). Têm caráter precário porque não é definitiva.
Obs.: ANTES do CPC de 2015, em 94: Tutelas provisórias foram sistematizadas de melhor
modo pelo código anterior.
Antecipação de tutela – Eu vou antecipar uma tutela satisfativa, a tutela do direito. Tem
caráter satisfativo. Traz, desde já, a tutela que estou buscando, obtendo o que eu quero.
- Tutela cautelar – Visa resguardar direitos, ou melhor, a tutela de direitos. Para que não reste
prejudicada/não seja ineficaz. Garantir a eficiência deste direito, quando ocorrer, ao final.
- Visa resguardar uma outra tutela – “tutela da tutela” – não visa resguardar a jurisdição, mas
o direito.
Ovídio – todos tem direito a uma tutela idônea. Assegurar que a futura tutela não seja
ineficiente.
Antecipar uma tutela satisfativa – Ex.: Se quer assegurar que o carro não sofra com a ação de
reintegração de posse – separa o carro para o poder judiciário.
Ex.: Suspensão de concurso – por haver uma nulidade. Mera suspensão não me satisfaz (tutela
cautelar)
Tutela antecipada = Quando você adianta a tutela definitiva antes da decisão transitar em
julgado. Ela se funda em urgência e evidência.
- Evidência – É aquela que vai se lastrear não no perigo, mas somente na evidência. Não se
analisa o perigo. Ex.: Abuso de direito de defesa do réu.
Na tutela provisória, não se objetiva reconhecer o direito, mas sim verificar se ele é palpável.
Ex.: Peço para que o Estado custeie um tratamento que não tenho condições de pagar.
Ex.: Edital – ver se aquela informação procede
2.2 – Precariedade – Não é definitiva, pode ser revogada, modificada. Isso não significa que
pode cair a qualquer tempo/a bel prazer do Juiz!!
Ex.: Posso pedir uma tutela porque fui excluído do processo de licitação (- não fiz prova da
capacidade técnico-financeira). Mas, aí o autor mostra que eu junte documento falso.
Havendo uma mudança na situação fática, jurídica, probatória – pode ser revista.
2.3 – Inaptidão para gerar a coisa julgada – Aquele direito cuja probabilidade foi analisada
não significa que o autor vai usufruir (ou não) definitivamente.
Já garante o usufruto do direito – Ex.: tutela antecipada (Concede a tutela antes do trânsito em
julgado).
b. Cautelar
Assegura a tutela.
OBS1: Existe um direito à tutela, que pode ser ou não adiantado. Ex: Arrolamento, é uma
cautelar que visa arrolar todos os bens do casal. Aqui, não há satisfatividade, há um
acautelamento.
OBS.: O código traz a tutela antecipada como sendo uma tutela satisfativa. Isto é, o código
diz que é uma “espécie” de TP.
- Mas na verdade NÃO é uma TP, na verdade ela seria o instrumento para uma tutela
provisória. Então o código deveria ter dito: Tutela provisória satisfativa fundada em urgência
e evidência.
Direito à cautela pode ser adiantado ou não (Ex.: ter que ouvir o réu – não é
antecipação).
Como posso dizer que a antecipação de tutela é um terceiro tipo, se ela está presente nos
outros.
Então pode pedir tutela de um bem – 1. Nas ações dúplices: Ex: divórcio; ação revisional de
aluguel. Ele pode pedir pois nestas ele poderia figurar como autor (Os polos são meio que
indefinidos).
2. Na reconvenção;
3. Em qualquer incidente no qual o réu pleiteia tutela (Ex.: Parte autora litigou de má-fé)
RESUMO GERAL: Sempre que houver a possibilidade de se pedir uma tutela, pode-se
requerer a TP.
Pode ser pedida em QUALQUER fase do processo, antes do trânsito em julgado. Não há
preclusão para isso.
Obs: Ela pode ser concedida até a Sentença, inclusive. O Professor disse que até em sede
recursal ela também pode.
Poderá ser solicitada, antes do trânsito em julgado (Inicial, Instrução, Sentença...). Só não
pode ser concedida após o trânsito em julgado.
Não há preclusão. Se o juiz coloca que houve preclusão, por que a parte não requereu –
errado.
QUESTÃO DE PROVA: O mero decurso do prazo temporal em abstrato não retira a urgência.
6 – Liminar – Você não obteve uma liminar, mas sim: Foi prolatada uma decisão liminar.
Sentença pode ser impugnada com recurso com efeito suspensivo – vou ter a impossibilidade
de usufruir do direito que foi concedido. Aqui pode ser concedida uma tutela. Pode ser dada
até em grau recursal.
Obs.: Pode ser concedida mesmo antes de ouvida a outra parte. É o Contraditório postergado.
TUTELA PROVISÓRIA
Elas se satisfazem por si só, não operam no plano fático. Como dito, o que você pode
antecipar delas são os efeitos práticos.
- Nesse sentido, desses efeitos práticos decorreriam outras tutelas. Ex: Ação de paternidade,
pedido de pensão alimentícia -> Decorreriam as tutelas declaratória (ação de paternidade),
Constitutiva (obrigação de fazer) e, por fim, a Condenatória.
7. Responsabilidade.
- Como parte da análise probabilística, o direito pode não se confirmar. Daí surge a questão da
responsabilidade.
- Caso a tutela provisória não se confirme, seja cassada, a parte autora não promova a citação
do réu ou a tutela venha a perder seus efeitos, responde o autor OBJETIVAMENTE pelos
prejuízos.
- Porém, caso haja lei específica que a preveja, ela poderá ser concedida de ofício. Ex:
Lei de alimentos.
- A jurisdição, melhor dizendo, os juízes, tem que ter o poder necessário para garantir a
eficiência das cautelares.
4) O argumento jurídico em questão esbarra no próprio CPC atual, visto que, este, em seu art.
304, bem observa a possibilidade de se estabilizar a decisão que concedeu a tutela
antecedente, desde que não haja recurso. Nota-se, ainda, que a decisão que concede a tutela
não fará coisa julgada, pois qualquer uma das partes pode demandar a outra com o intuito de
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada, no prazo de 2 anos, que é quando
se extingue esse direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada,
contado da ciência da decisão que extinguiu o feito.
5) Tal entendimento tem fundamento próspero, visto que os meios de impugnação, vide a
contestação, podem sim ser utilizados para impedir a estabilidade da decisão que concedeu a
tutela antecipada, conferindo ao art. 304 do CPC/2015 uma interpretação extensiva, já que o
juiz poderia reconsiderar o deferimento daquela tutela concedida ao analisar a matéria de
defesa. Isto conforme a jurisprudência em sede do REsp 1760966, STJ.
2. A tutela cautelar, por tutelar um direito específico (o direito à cautela) pode fazer coisa
julgada em relação a essa questão de direito à cautela pleiteado pela parte autora. O que
ocorre, portanto, é a coisa julgada nesse direito à cautela, ao passo que não ocorrerá a coisa
julgada em vista do direito que ali se pretende acautelar, não atingindo, então, o pedido de
tutela final. Assim, o objeto da tutela cautelar não tutela ao próprio direito material, mas
apenas se relaciona com ele visando assegurá-lo.
3. O ônus do tempo do processo trata-se de uma situação, em que via de regra é suportado
pela parte autora e que se refere a como os processos costumam ser longos e, por isso, há
doutrinadores, como Ovídio Batista e Luiz Guilherme Marinoni, que observam uma possível
situação de vantagem indevida do réu, já que somente ao final do processo, se procedente, é
que haveria um benefício à parte autora. Sua relação com a tutela provisória está no momento
em que se começou a se pensar em como reverter essa situação que recai sobre aquela parte,
ao tentar redistribuir o ônus e, por isso, surgiu, à época, a medida cautelar. E esta medida
cautelar, portanto, evoluiu historicamente e expandiu-se para o que hoje conhecemos como
Tutela cautelar ou assecuratória.