Panorama Do at
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APRESENTAÇÃO
Caros alunos e alunas,
É com imenso prazer que damos início às aulas da disciplina: Pentateuco e Livros
Históricos. Para tal, é interessante entender de que se trata esta disciplina.
Abordar essa parte da Bíblia é de suma importância, pois ela nos ajuda a
entender a origem da humanidade, a relação do Deus único com sua criação e
a formação, bem como o desenvolvimento do Povo de Deus. Com esse Guia
Didático, esperamos que você examine as Escrituras Sagradas, e consiga
construir um conhecimento sólido da Palavra de Deus.
3
Sumário
Capítulo 1 - O MUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO ................................................. 4
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 45
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 46
4
Nada foi encontrado que possa criar dificuldade para uma fé inteligente,
e nada foi descoberto que possa abalar sequer umaverdade teológica
[...] A Bíblia faz parte de um amplo conjunto, com cujas partes
individualmente ela está em contato. O conhecimento das línguas, da
vida e dos costumes daqueles povos, da sua história, das suas
concepções éticas e religiosas, recebe das descobertas arqueológicas
um multíplice enriquecimento. Contudo a Bíblia, embora formada neste
ambiente, não é fruto unicamente deste ambiente; seus valores
espirituais são incomparavelmente mais ricos e mais profundos; são
estes que iluminam como uma luz toda especial aquela história que de
outra forma teria sido idêntica à dos povos vizinhos. A importância das
descobertas arqueológicas para o estudo da Bíblia está justamente no
fato de que elas nos dão a possibilidade de estudar a história do povo
eleito com o mesmométodo usado para qualquer outro povo (LÄPPLE,
1979, p. 19).
1A palavra hapiru foi encontrada em um fragmento do papiro Leyde 348. Trata-se de um fragmento de
carta, veja o que diz: “Distribui rações aos homens de tropa e aos hapirus que fazem o transporte
de pedras para o grande pilone... de Ramsés Miamum”. Os “homens de tropa” são os egípcios; os
hapirus são estrangeiros encarregados de um trabalho pesado. Na época de Ramsés, os
trabalhadores das grandes obras públicas vinham do exército, dos prisioneiros de guerras e dos
escravos. Os hapirus, designa um elemento da população da Palestina em revolta contra a
autoridade faraônica, feitos prisioneiros, no Egito, tornam-se trabalhadores a serviço de faraó
(DOCUMENTOS DO MUNDO DA BÍBLIA, 1995, p. 35).
7
26.20; 21.25; Êx 2.17), mas também um lugar de encontro (Gn 24.11; 29.2; Êx
2.15). Nos oásis até havia julgamentos (Gn 14.7; Êx 18).
2 Marduk atingiu a supremacia no panteão por meio de sua vitória sobre o mostro Tiamat e de sua
criação. Não se sabe exatamente qual era o caráter de Marduk antes de sua glorificação no primeiro
império babilônico. Ele não apresenta os traços de uma divindade da natureza; contudo, alguns
estudiosos suspeitam que ele tenha sido uma divindade solar antes de ser reconhecido como gênio
tutelar da Babilônia. O seu templo era chamado Etemenanki, “a casa da fundação do céu e da terra”.
Marduk é aparece com o nome de Merodaque em Jeremias 50.2 (Anunciai entre as nações; e fazei ouvir, e
arvorai um estandarte, fazei ouvir, não encubrais; dizei: Tomada está Babilônia, confundido está Bel, espatifado está
Merodaque, confundidos estão os seus ídolos, e quebradas estão as suas imagens), (MACKENZIE, 1983, p.
584).
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Hebraico Significado
Bereshit No princípio
Shemot Nomes
Wayqra Chamou
Bamidbar No deserto
Debarim Palavras
3 Planta aquática pertencente à família do caniço. O papiro viceja em águas rasas e estagnadas, ou
pântanos, e ao longo das margens de rios de curso lento, tais como o baixo Nilo, onde outrora
vegetava em abundância. Referência bíblica: Bildade indagou de Jó: “Acaso o papiro cresce alto
sem brejo?” Jó 8.11.
4 Essa tradução grega foi empreendida por judeus de fala grega de Alexandria do século III ao II a.C.
Segundo a tradição, 72 estudiosos judeus (Septuaginta vem do termo latino para “setenta”, a
abreviatura LXX é o numeral romano para setenta) completaram a tradução em 72 dias, trabalhando
separadamente e a convite de Ptolomeu II (285-246).
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Grego Significado
Gênesis Origens
Êxodo Saída
Levítico Leis Levíticas
texto Bíblico. “As normas de análise científicas não se preocupam com questões
de autoridade, não se interessa com o sentido do texto, além de um sentido
histórico e científico unidimensional” (BRUEGGEMANN, 1984, p. 12).
O método histórico-crítico para leitura e interpretação da Bíblia, tinha
como pressuposto a segurança de que a razão é suficiente para o homem
entender o mundo e resolver os seus problemas. No método histórico-crítico, a
interpretação da Bíblia deixou de ser uma tarefa para entender o que o autor
queria dizer para ser uma tarefa de questionamento da produção do texto.
5A Crítica das Fontes tem como objetivo identificar as supostas fontes escritas que foram usadas pelos
colecionadores ou editores para compor o texto bíblico como o temos hoje, e estudar a “teologia” dessas fontes.
6 Julius Wellhausen (1844-1918), teólogo alemão. Especialista em Antigo Testamento era um
2.1.1 INTRODUÇÃO
O Livro de Gênesis narra o princípio da criação e parte de um pressuposto
absoluto, o criacionismo, quando o narrador escreve: “No princípio Deus criou
os céus e a terra”, ele o faz como um ato soberano do Deus criador. É
interessante que em nenhum momento o escritor tenta provar sua declaração,
isso porque apresenta a criação divina como um fato, independente do tipo de
linguagem que apresente as narrativas, enfim, Deus é o criador de todas as
coisas.
2.1.2 Estrutura
Na condição de primeiro livro, Gênesis mostra Deus como o único Senhor
e Criador, sustentador e juiz de todas as pessoas, qualquer que seja sua raça
ou nacionalidade. Gênesis funciona como uma introdução na qual se
apresentam as bases para o maior líder de Israel (Moisés), o evento mais crucial
de Israel (Êxodo), o momento determinante de Israel (Sinai) e o futuro imediato
de Israel (a conquista de Canaã). O livro apresenta tanto a revolta universal
contra Deus quanto o papel de Israel na solução dessa revolta.
Observe que o livro de Gênesis possui algumas seções distintas, cada
uma revelando o Deus único das Escrituras.
Gênesis 1 e 2 fornece a ideia fundamental na qual se
baseia o restante das Escrituras: um só Deus é o Criador. Essa
crença distingue a fé veterotestamentária de suas equivalentes no
antigo Oriente Médio.
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2.2.1 Introdução
2.2.2 Estrutura
Estruturalmente o livro de Êxodo não é complexo, por isso pode ser
dividido em três partes:
1. Israel nas terras do Egito (1.1-13.16)
2.2.3 Mensagem
A narrativa da libertação do povo escolhido de Deus atua como modelo
de salvação, sendo tanto a evidência do amor divino por Israel quanto, no
restante das Escrituras, estímulo à obediência por parte do povo de Deus. 8 A
grandeza do evento é acentuada pela luta precedente e pelos desafios
seguintes.
Êxodo começa com a informação de que no Egito, o povo de Israel
prospera e cresce, tornando-se um grande grupo em seu país adotivo, Êxodo
1.1-7:
Estes pois [são] os nomes dos filhos de Israel, que entraram noEgito com
Jacó; cada um entrou com sua casa: Rúben, Simeão, Levi, e Judá;
Essa expansão numérica dos clãs dos doze filhos de Jacó cumpre a
promessa divina a Abraão de multiplicar seus descendentes até que mal se
consiga contá-los (Gn 12.1-9; 15.1-6). Desse modo, os versículos iniciais servem
de afirmação teológica da fidelidade e provisão de Deus para com Abraão,
Isaque e Jacó. O Deus que cumpre promessas continua a agir ao longo dos
séculos, sendo fiel às promessas feitas a homens e mulheres mortos há muito
tempo.
2.3.1 Introdução
Levítico, terceiro livro do Pentateuco, representa um grande desafio para
interpretação. O livro apresenta um mundo literário difícil que tem desafiado
biblistas de todos os tempos. Assim, possivelmente mais do que qualquer outro
livro do Antigo Testamento. Levítico precisa ser analisado na medida em que
encaixa-se no Pentateuco e relaciona-se com o restante das Escrituras. Um
procedimento canônico (leitura que considera o todo), ajuda a apreciar melhor
tanto a uniformidade quanto a singularidade de Levítico em sua relação com o
Antigo Testamento.
Através de uma simples reflexão sobre Levítico é possível constatar que
esse é um dos livros de maior inclinação teológica nas Escrituras. Afinal, ele trata
de forma detalhada como o Deus santo define o pecado, perdoa o pecado e
ajuda as pessoas a evitar o pecado. Analisa como a vontade de Deus se revela
e como pode-se assegurar a presença de Deus. Levítico também descreve como
o povo de Deus pode ser declarado santo ou como pode ser o que Deus
imaginou para eles desde o começo. Nesse sentido, é correto dizer que a
teologia é por excelência o assunto de Levítico. Ela permeia cada capítulo e cada
24
versículo.
3.1.1 Introdução
Números, o quarto livro do Pentateuco, apresenta Deus como o dirigente
e inspirador de Israel. Yahweh é o Deus que proporciona uma nuvem que mostra
à nação quando e para onde viajar (9.15-23). A disposição de Israel em seguir a
nuvem na parte inicial do livro demonstra que Israel era obediente e seguia a
orientação do Senhor. Números apresenta também Yahweh como o Deus que
chama e corrige. O Senhor chama Israel a avançar na direção de Canaã, chama
também anciãos para ajudar Moisés a liderar o povo (11.16-17). Ao mesmo
tempo Deus corrige a murmuração entre o povo (11.1-3) e também a suposição
de Miriã e Arão de que, por serem anciãos de Israel tanto quanto Moisés, ambos
têm razão ao criticar Moisés (12.1-16).
Quando Israel recusa-se a crer que Deus é capaz de dar-lhes a terra, o
Senhor castiga a geração do êxodo, confinando-a no deserto (Nm 13 e 14).
Imediatamente, no entanto, Deus renova as promessas mediante revelação de
leis que deverão ser observadas na Terra Prometida (Nm 15).
Deus prepara Israel para receber promessas divinas. Falsos profetas e
falsas religiões são contrastados com a fidelidade monoteísta e a revelação
divina. Josué sucede a Moisés (27.12-23). Antes mesmo de Israel cruzar suas
fronteiras, Moisés divide Canaã em áreas (Nm 34 e 35), o que uma vez mais
27
3.1.3 Mensagem
3.2.1 Introdução
Deuteronômio é um importante livro do Pentateuco, seu contexto histórico
associa as experiências no Sinai e no deserto à conquista de Canaã e apresenta
uma transição da liderança de Moisés para a de Josué. Deuteronômio conclui o
Pentateuco ao interpretar, na prática, Êxodo, Levítico e Números; contudo
também oferece um arcabouço interpretativo para os Profetas Anteriores e
Posteriores (Josué – Malaquias). Suas ênfases teológicas estabelecem o modo
como Israel deve viver na terra que herdará do Deus que o escolheu.
Os vossos olhos têm visto o que o Senhor fez por causa de Baal-
Peor; pois a todo o homem que seguiu a Baal-Peor o Senhor teu
Deus consumiu do meio de ti. Porém vós, que vos achegastes ao
Senhor vosso Deus, hoje todos [estais] vivos.
Josué
Juízes
Rute
I e II Samuel
I e II Reis
I e II Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
tribos.
Juízes retrata um momento crítico da nação onde reinava a
desordem antes da monarquia ser estabelecida.
Rute que surge como um oásis em meio ao caos, e tem por objetivo
introduzir os antepassados do futuro rei Davi.
4.2.1 Introdução
Josué abre o bloco dos Livros Históricos, e da mesma forma é o primeiro
livro que abre a galeria dos Profetas Anteriores nas Escrituras hebraicas. O livro
descreve a conquista de Canaã pelo povo hebreu através da liderança de Josué
e a distribuição das terras pelas tribos. O livro leva o nome do líder Josué, que
significa Yahweh é salvação, foi o sucessor de Moisés, destacando-se como uma
das maiores lideranças de Israel.
4.2.3 Mensagem
4.3.1 Introdução
A transição da liderança de Moisés para Josué foi aprovada por Deus. A
aceitação de Josué foi em grande parte fruto da autoridade divina que lhe
garantiu legitimidade em sua liderança, entretanto, Josué parece não ter
preparado um sucessor a altura. O período de aproximadamente três séculosfoi
um dos mais caóticos na história de Israel, uma verdadeira anarquia. Embora
Otniel, o primeiro juiz pareça ter exercido bem sua função, seus sucessores
tiveram grandes dificuldades principalmente por questões pessoais. Esse
momento na história de Israel, vem ressaltar a importância de uma liderança
forte governando segundo os padrões divinos.
4.3.3 Mensagem
O livro aponta para a monarquia, mostrando assim, o retrato de uma
nação caótica, caracterizada pela apostasia e pela falta de governo. Assim,
evidencia a necessidade de um rei que reinasse segundo os padrões divinos,
instaurando assim uma monarquia teocrática. O versículo final do livro
demonstra esse propósito: “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia
o que parecia bem aos seus olhos” (Jz 21.25). O livro mostra de forma clara que
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4. 4 LIVRO DE RUTE
4.4.1 Introdução
Apesar da história de Rute se passar nos dias turbulentos dos juízes, o
livro destoa totalmente do ambiente de opressão, morte e transgressão contra o
Senhor. De forma que se percebe a providência divina em relação a uma jovem
estrangeira que resolve servir a Deus. Esse livro mostra que Deus acolhe
estrangeiros na aliança, pode fazer isso porque é soberano sobre todos os
povos.
4.4.3 Mensagem
O propósito secundário, mas não menos importante do livro de Rute é
mostrar a providência e a benevolência divina na vida da jovem viúva Rute, que
escolheu servir ao Deus de sua sogra Noemi e providencialmente recebe o auxílio
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4.5.1 Introdução
Tanto I Samuel como II Samuel na Bíblia Hebraica, formam um só livro.
Foram divididos da forma que conhecemos na tradução da Septuaginta. Todo o
livro centraliza-se em três personagens principais, Samuel, Saul e Davi. Samuel
é o personagem responsável por fazer a transição entre a judicatura para a
monarquia ungindo os dois primeiros reis da nação, Saul e Davi.
4.5.3 Mensagem
O propósito do livro de Samuel era o de contar a história da introdução da
monarquia na nação apresentando Davi, o rei segundo o coração de Deus. Isso
se dá através de Samuel, que desempenhou um tríplice papel em seus dias, foi
juiz, sacerdote e profeta. Essas funções traziam legitimidade ao ministério desse
importante líder, por isso sua história é relatada desde a concepção. É correto
afirmar que o propósito principal desse livro é teológico, pois a aliança davídica
aparece em II Samuel 7. O autor quer mostrar apesar de Saul falhar como rei,
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Deus não rejeitava a monarquia, já que estava em seus planos (Dt 17), o que
Deus condenou foi a precipitação do povo ao pedir um rei. A maneira como Davi
é apresentado mostra o cuidado do autor em introduzi-lo na história e mostrar
que ele não foi um usurpador, apesar de suas falhas que são mostradas, ele é
um rei legitimamente escolhido por Deus.
4.6.1 Introdução
Assim como os livros de Samuel, I e II Reis conforme temos em nossas
Bíblias são na verdade uma só obra que foi dividia na Septuaginta. É
interessante observar que os estudiosos que dividiram o livro, o fizeram-no a
partir da morte de Acabe (II Rs 1.1), da mesma forma que 2Samuel iniciava com
a morte de Saul (II Sm 1.1).
O livro começa com Davi velho e moribundo, com Salomão destacando-
se como seu sucessor ao trono, simbolizando o Reino Unido economicamente
consolidado e próspero e termina com o caos da nação destruída pela Babilônia
sob o reinado do fraco rei Zedequias.
conjecturar que a escrita do texto se deu na época do exílio, por volta do ano 590
a.C.
4.6.3 Mensagem
Se o livro foi escrito no exílio conforme acreditamos, tinha o propósito de
mostrar aos cativos a justiça de Deus em relação ao seu povo através da aliança.
Os que estavam no cativeiro tinham que entender que suas atitudes de
desobediência é que tinham ocasionado tal situação. A aliança com Davi é
ressaltada no livro e isso se evidencia quando se percebe que os reis do Reino
Norte são ímpios e suas dinastias são aniquiladas, já os reis do Reino Sul,
embora com algumas inconstâncias e falhas, são mantidos devido a promessa
feita a Davi de que seu reino seria eterno (II Sm 7.12-16). O livro nos mostra que
um rei era avaliado por Deus de acordo com seu relacionamento e obediência a
aliança. O livro mostra que nesse momento Deus usou profetas para alertar as
lideranças políticas, religiosas e o povo em geral quando estavam corrompidos.
Elias e Eliseu destacam-se nesse período. O autor também tinha o propósito de
mostrar as consequências da divisão e da apostasia através da ruptura do reino.
Como consequência da desobediência contra Deus o Reino Norte é destruído
pelos assírios em 722 a.C. e o Reino Sul, pelos babilônicos em 586 a.C.
4.7.1 Introdução
Na Bíblia Hebraica I e II Crônicas formam uma só obra, sendo que a forma
atual se deu na tradução para o grego, da mesma forma que os livros de Samuel
e Reis. O título significa “Palavras dos dias”. Assim como Reis, esse livro trata
do período monárquico, iniciando com a morte de Saul (I Cr 10) e finaliza com o
exílio babilônico (II Cr 36.17).
o livro a Esdras, o escriba. Se esta teoria estiver correta o livro poderia ser datado
em torno do ano 400 a.C. Crônicas e Esdras possuem várias similaridades, os
dois capítulos finais de 2Crônicas são repetidos nos dois capítulos iniciais de
Esdras.
O autor cita várias de suas fontes para a escrita de seu livro:
4.7.3 Mensagem
O propósito do cronista foi escrever aos judeus que retornavam após 70
anos de exílio e mostrar-lhes a época áurea da monarquia davídica,
demonstrando a fidelidade de Deus e a necessidade de obediência por parte das
lideranças e do povo em geral. Para isso o autor prioriza quase que
exclusivamente a história de Davi e sua descendência, enfatizando sua relação
com o culto e os preparativos para a construção do templo. O autor quando cita
Salomão, enfatiza apenas seus aspectos positivos em relação ao Templo e sua
dedicação, deixando de fora os erros cometidos por ele no final de sua vida.
Quando menciona o evento da divisão do reino, diferentemente do livro dos Reis
que trata a respeito de Israel e Judá, em Crônicas apenas Judá é mencionado.
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4.8.1 Introdução
Considerados pela tradição judaica como uma só obra, os livros de Esdras
e Neemias narram um momento crucial para a nação. Foi período de
“reconstrução”, política, social, espiritual/religiosa muito importante para a nação,
pois precisavam de motivação para retornar para seu território após 70 anos de
cativeiro, e isso implicaria muito trabalho. Deus havia levantado homens como
Zorobabel para reconstruir o Templo, Esdras, organizar o culto e Neemias para
a reconstrução dos muros a fim de que a nação se restabelecesse.
4.8.3 Mensagem
43
4.9.1 Introdução
Este belo livro retrata a vida dos judeus que após o edito de Ciro
continuaram vivendo em terras estrangeiras, agora sob o domínio Persa. O livro
conta a história de Ester (Hadassa) que acaba se tornando rainha da Pérsia que
com a ajuda de Mardoqueu de forma providencial acaba livrando os judeus do
extermínio. Apesar do nome de Deus não ser mencionado nenhuma vez no livro
e não haver qualquer menção à lei, vemos sua ação providencial em favor de
seu povo.
data de escrita a maioria situa a escrita do livro após a morte de Assuero, por
volta do ano 450 a.C. Contudo, tanto a autoria como a data estão baseadas em
suposições.
4.9.3 Mensagem
O livro de Ester tem o propósito primário de mostrar a ação de Deus em
favor do seu povo, ainda que o nome divino não seja mencionado, e ele não fale
diretamente com os personagens, vemos Deus agindo como soberano da
história. O agir de Deus na história é evidente quando Ester é coroada rainha da
Pérsia, na forma como Mardoqueu é honrado, e da forma como o livramento da
trama maligna de Hamã em exterminar os judeus é frustrado. Da mesma forma
existe um claro propósito do autor em mostrar o surgimento da Festa do Purim
(Et 9.26).
45
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA