Ead No Brasil - AM
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Correa (2007) destaca o fato que não se pode limitar o conceito dessa modalidade
de ensino à separação espacial entre alunos e professores, pois seu traço distintivo baseia-se
na mediatização entre alunos e professores, embora essa seja uma tendência
preponderante.
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Outros conceitos importantes para que se entenda o sentido da educação a
distância são o de educação presencial (dos cursos regulares, onde alunos e professores
estão juntos fisicamente e se encontram sempre num local físico, normalmente a sala de
aula); de educação semi-presencial (em que parte do curso é presencial e parte à distância,
acontecendo uma parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologia) e a
própria educação a distância, que acontece fundamentalmente com professores e alunos
separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, mas podendo estar juntos através de
tecnologias de comunicação e pode contar com aulas presenciais ou não.
Convém destacar que a educação a distância é uma modalidade que pode ser
dirigida a qualquer nível de ensino, porém mostra-se mais adequada quando dirigida a um
público adulto onde a aprendizagem individual e a prática da pesquisa são normalmente
mais recorrentes.
Essa modalidade vem crescendo nos últimos anos e agregando novas tecnologias,
conforme nos indica José Manuel Moran:
2Disponível em http://groups.google.com.br/group/eadbr/browse_thread/thread/efe58b4c824d49ee,
acessado em 20 de junho de 2010.
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Retomando alguns aspectos históricos da educação a distância no Brasil, veremos que ela
não é nova, mas agora, com a LDB e as tecnologias telemáticas, sua evolução está sendo
mais rápida e facilitando mudanças no modelo educacional, muitas vezes ainda em vigor,
que valoriza a relação hierarquizada entre professor e aluno, entre quem ensina e quem
aprende. (disponível em http://www.escolanet.com.br/sala_leitura/txt_integral.html)
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Disponível em http://www.escolanet.com.br/sala_leitura/hist_ead.html, acessado em 20 de junho de
2010.
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para uma combinação de comunicação off e online (em tempo real), mudando as
características da EAD.
Wilson Azevedo (1999) apresenta outra divisão para a EAD, em dois momentos: um
antes e outro depois da internet. No primeiro havia a mediação por meio de tecnologias da
comunicação de um-para-muitos (rádio ou televisão) ou de um-para-um (correspondência).
Com o avanço da internet temos essas duas mediações presentes e uma terceira: a do
muitos-para-muitos. Segundo o autor, essa nova característica atribuída à EaD pelo avanço
da internet, tem permitido a superação daquilo que por muito tempo, citando as palavras de
Pierre Lévy, se considerou a educação a distância: uma “estepe” do ensino utilizada quando
outras estratégias haviam falhado.
Azevedo destaca que a EaD era muitas vezes considerada como uma educação de
“segunda categoria”, utilizada principalmente para suprir lacunas daqueles que não haviam
tido acesso a educação formal no tempo adequado (cursos de suplência).
A partir da segunda metade dos anos 90, as possibilidades que a internet oferece vêm
interferindo profundamente nas atividades de EaD no Brasil. Novas instituições passaram a
oferecer cursos a distância, já se inserindo diretamente no cenário de uso de mídias de
terceira e quarta gerações. Os anos de 1996 e 1997 presenciaram o início de várias atividades
que se tornariam decisivas na evolução do cenário da EaD no Brasil. [...] Com os movimentos
de apropriação tecnológica dos ambientes virtuais de aprendizagem se desenvolvendo
rapidamente e a metodologia de EaD já em fase adiantada de consolidação, o próximo passo
foi o reconhecimento formal do Ministério da Educação aos cursos que já aconteciam por
meio de Educação a Distância. Entre os cursos de graduação a distância aprovados pelo MEC
até 2004 (os cursos só começaram a ter sua aprovação publicada no Diário Oficial em 1999), a
maioria é dedicada à formação de professores em exercício, refletindo o fomento
governamental neste segmento. (Trecho da Tese de Doutorado: Modelo de Planejamento
para Cursos de Pós-graduação a Distância em cooperação Universidade-Empresa, disponível
em http://200.132.103.12/repositorio/admin/downloads/2_tema_2.pdf)
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A educação a distância por muito tempo foi vista como uma superação imediata de
problemas emergenciais (caráter supletivo), como meio de ultrapassar fracassos dos
sistemas educacionais em algum momento da história, como no Brasil, nos anos 70, porém
nos últimos anos tem havido um reconhecimento dessa modalidade de ensino como
elemento regular do sistema educativo (BELLONI, 2006).
Exemplos desse reconhecimento formal da EaD pelo MEC são os decretos 5622 de
19 de dezembro de 2005 e o decreto 5800 de 8 de junho de 2006. O decreto 5622/05
caracteriza e regulamenta a educação à distância no Brasil, definindo sua organização, oferta
e avaliação. Prevê também o credenciamento de instituições de ensino para a oferta de
cursos e programas de especialização, mestrado, doutorado e educação profissional
tecnológica de pós-graduação. Define ainda questões acerca da educação de jovens e
adultos, educação especial e profissional na modalidade de EAD, bem como dos cursos de
graduação.
Em relação aos investimentos o decreto prevê que correrão por conta das dotações
orçamentárias de responsabilidade do MEC e ao FNDE, sendo responsabilidade do executivo
compatibilizar a seleção dos cursos e programas de educação superior com os já existentes.
Convém destacar que a UAB não se caracteriza como mais uma instituição de
Ensino Superior (IES), pois não possui uma sede física, configura-se como um projeto, um
sistema, caracterizado como uma rede nacional voltada para pesquisa e educação superior
formada pelo conjunto de IES que irão se articular com os polos municipais presenciais, onde
estarão em funcionamento os cursos da UAB.
Dessa forma, as IES que irão oferecer cursos superiores na modalidade de EAD,
visando atender aos estudantes dos polos presenciais sediados nos diferentes municípios,
que irão frequentar os diferentes cursos propostos pelas instituições públicas de ensino
superior (IES) e aprovados pelo MEC.
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Cada polo de apoio presencial será de responsabilidade do poder público local,
devendo caracterizar-se como um espaço físico onde os estudantes terão a infraestrutura
necessária a execução de algumas das funções didático-pedagógicas dos cursos à distância.
Deverá ser equipado com laboratórios de ensino e pesquisa, laboratórios de informática,
biblioteca, recursos pedagógicos dentre outros, de acordo com os cursos a serem ofertados,
observando a mediação pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TIC)
fundamentais nessa proposta de EAD.
3. Ensinar significa criar ambientes interativos nos quais o aprendiz tenha que
lidar com uma variedade de situações e problemas, auxiliando-o na
interpretação destes para que consiga construir novos conhecimentos;
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9. O ambiente de aprendizagem apresenta-se de forma multidimensional,
transformando a dicotomia emissão-recepção e produzindo rizomas nos
diversos pontos de conexão nos quais as pessoas se vinculam num mesmo
processo de construção de conhecimento.
Bibliografia
BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 4ª Ed. Campinas: Autores Associados, 2006.
MORAN, José Manuel. O que é educação a distância? In: Escola Net – Educação Continuada.
Disponível em: <http://www.escolanet.com.br/sala_leitura/txt_integral.html> Acesso em: 20
jun. 2010.
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