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BTN - Março-2024

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2024

O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO,


POR DENTRO?
ÍNDICE

04
CENÁRIO BRASILEIRO
Criminalidade no Rio de Janeiro
Mílicia /Facção e População
Impeachment de Lula
A Marmota Trabalhista:
Leonel Brizola e sua influência
cíclica no dia a dia do Rio de
Janeiro

26
CENÁRIO INTERNACIONAL
A guerra contra a Censura e a
Tirania

34
OPINIÃO
Ricardo Vasconcellos
Antônio Valença da Silva

0012-03/24
47
CULTURA E RELIGIÃO
Pão de Açucar
Pereira Passos e a Paris dos
Trópicos: O Legado da Reforma
Urbana no Rio de Janeiro
A origem do funk e sua trajetória no
rio de Janeiro
Cristo Redentor
Ratanabá a cidade perdida da
Amazônia

68
DEX
SOBERANIA AFIRMATIVA
Soberania sobre nosso ambiente
pressupõe controle territorial
Brasil para brasileiros?

86
LIVROS
Foro de São Paulo
Guerras Híbridas
CENÁRIO
BRASILEIRO
Criminalidade do
Rio de Janeiro
POR CRISTIANO CAIADO
Formado em direito pelo Uniceub, cursou
especialização em direito constitucional, é
advogado, ativista e empreendedor
A criminalidade do Rio de Janeiro é A criminalidade empobreceu o Rio. Alguns historiadores, em sentido
um tema que intriga os A falta de segurança pública contrário, defendem que a
especialistas nos mais diversos inviabiliza a prosperidade. Vários criminalidade teria começado logo
campos, história, sociologia, empreendimentos literalmente na vinda de D. João VI e de sua
antropologia, direito, fugiram do Rio de Janeiro. Outro corte. Havia uma população
especialmente na segurança desfrute que aquela população enorme de escravos e ocorreu que
pública. Esse texto não intenciona carece é a liberdade. A ameaça está muitos habitantes foram
superar qualquer desses estudos nas ruas e dentro das casas. A onda desalojados de suas casas para
ou aprofundar qualquer temática, criminosa varreu o Rio, arrasta abrigar os nobres e burocratas
mas sim fornecer uma visão geral e inúmeros rasgos e cicatrizes, além portugueses. O crime explodiu e foi
provocar reflexões significativas. da prosperidade e da liberdade. necessário utilizar métodos de
medo de uma suposta polícia
Tal como diz a letra da música da Quando e como a capital do tirânica.
cantora Fernanda Abreu, “Rio 40º, império ultramarino português,
purgatório da Beleza e do Caos.” encrostada numa terra tão rica, Outros marcos apontam a
Um observador das redes sociais, bela e abençoada, se tornou um construção de um muro no Morro
no Twitter, comparou a cidade purgatório? O primeiro dever do da Providência, que dividiu ao meio
maravilhosa com a cidade do brasileiro deve ser parar de colocar a primeira suposta favela do Brasil.
Batman, “O Rio é uma Gotham City a culpa em Portugal. Isso é um Quem morava de um lado não
com praia”. Ali de fato é isso, mas vitimismo muito limitado. podia passar para o outro. Esse
sem o Batman. Infelizmente é recorrente e muro foi batizado pelos moradores
demonstra um desapreço das de Muro da Vergonha. Essa barreira
O Rio tornou-se um ambiente raízes que deveriam ser bem era vigiada dia e noite pelo tráfico,
desafiador, onde os cidadãos se cuidadas, mesmo nas justas seu principal produto de venda
tornaram sobreviventes dentro de críticas. A hostilização desmedida naquela época era a maconha,
uma selva de desvirtudes, onde o contra as suas próprias raízes torna ainda não havia cocaína nas
Estado é quase reduzido a um um povo vulnerável, especialmente favelas, nem fuzis, mas os
mero coletor de impostos e gestor ao crime. criminosos começavam a se armar
de serviços estatais básicos e mau e a dominar os rincões mais
prestados. humildes e esquecidos da cidade.
Isso se deu entre 1971 e 1972,quando
ainda não havia cocaína nas
favelas, nem fuzis, mas os
criminosos começavam a se armar
e a dominar os rincões mais
humildes e esquecidos da cidade.
Muita confusão é feita, culpando o Em condições normais o fator O estado de criminalidade do Rio
tráfico como o fator determinante jurídico deveria se integrar como não ocorreu da noite para o dia. Foi
da criminalidade naquele local. É um fator de consequência e não parcimoniosamente construído ao
certo que a história do tráfico está somente o de causa. Entretanto, longo de décadas. O direito pátrio
ligada ao crime, mas ele não é a devido às influências e propósitos foi contaminado por doutrinas e
causa, é uma consequência. em esfera global, hoje cada vez se legislações sociais onde a ordem e a
nota e se comprova que o Direito eficiência passaram a ser aspectos
A criminalidade no Rio é um brasileiro sofreu uma perversão secundários em prol de contextos
resultado alinhado de muitos ideológica da esquerda, sociais de igualdade, justiça social
fatores, não se limita ao social, arquitetada para criar o caos e e racial, muitas vezes em normas
sendo que pobreza jamais deve ser abrir espaço para um regime com roupagens mais humanistas,
encarada como criminalidade. esquerdista. O enfrentamento ao mas sem eficácia.
Tampouco é um problema que se crime já é exaustivo e ingrato, e o
limite ao aspecto jurídico. Supremo Tribunal Federal do Brasil Portanto, é correto afirmar que a
ainda proíbe a polícia de subir os criminalidade no Rio teve influência
Quando a falta de Estado, carência morros e combater o crime. de tudo que aconteceu no Brasil
de virtude, injustiça, corrupção nas últimas décadas também. Mais
humana, contamina a sociedade, Sim, a criminalidade no Rio de uma vez se comprova que não
isso se alastra como uma doença. Janeiro também é protegida e existe um único fator, ou isolado,
Na pobreza isso é ainda mais estimulada! Assunto delicado que mas diversos fatores que se somam.
sentido, pois ali existem mais não será estendido aqui.
pessoas em situação de menos
opções, mais vulneráveis e num O descompasso da justiça com o
contexto de necessidades crime se tornou tão acentuado que
imediatas. é comum se ouvir tons elogiosos à
justiça feita pelo narcotráfico.
É absolutamente equivocado Supostamente os traficantes
procurar compreender a seriam mais justos, rigorosos,
criminalidade no Rio focando eficientes e rápidos nos crimes que
apenas em um segmento do ocorrem dentro de seus territórios,
problema, como por exemplo informais jurisdições. As punições
estudando somente a situação dos são as mais variadas, cortes de
mais carentes, pois na verdade os membros do corpo, como dedos
mais abastados também são cortados, mãos decepadas, até as
responsáveis pelo resultado que capitais, como “a morte no micro-
testemunhamos hoje, bem como a ondas”, o ser humano é posto entre
classe do meio, que no Brasil pneus e assado vivo. Se diz que em
identificamos como classe média. comunidades dominadas pelo
Quem compra e usa as drogas tráfico não se costuma ter um
vendidas, hoje nas ruas e não mais único furto.
apenas nos morros?
O âmbito jurídico foi envolvido em O próprio enfrentamento dado ao
um apelo humanista, apaixonante, crime, no início, também ignorava
de feições bonitas, uma justiça as diretrizes do novo sistema mais
social, mas que no fundo era leniente, pois alguns policiais
veneno e ingrediente para o caos. faziam justiça com as próprias
A criminalidade que já tinha mãos. E para adequar aquilo que
diversos fatores para crescer, fez estava escrito com o que acontecia
do sistema vigente um vigoroso na prática, surgiram os grupos de
aliado. direitos humanos, que foram se
tornando vozes poderosas com o
Durante um sensível período era auxílio da mídia.
uma máxima afirmar que o direito
penal no Brasil era a regra dos 3 Ps, Um assassino ou ladrão que
a cadeia era apenas para “preto, matava, ou roubava, e
pobre e puta”. E de fato pode ter antigamente era executado por
sido, mas hoje a cadeia não é para policiais, agora já não era mais, ou
mais ninguém, salvo crime de pelo menos com frequência cada
opinião contra os ministros do vez menor. A criminalidade no Rio
Supremo Tribunal Federal. Houve passou a se resguardar mais na lei,
um colapso da ordem, uma e de maneira mais universal, com
falência dos valores e das virtudes. melhores resultados. Os policiais
passaram a ser vistos cada vez
A esquerda, de maneira muito bem mais como bandidos e os bandidos
arquitetada, se mostrou defensora retratados como heróis com auxílio
de um resgate social, da dívida de jornais, de novelas e músicas.
racial. Ela levantou bandeiras
aparentemente bonitas, que Hoje um sujeito rouba 133 celulares
iludiram muitas pessoas. E assim na praia de Copacabana, é detido
se propiciou no país a introdução pela polícia militar, mas ao
de uma cultura de caos, chegarem na delegacia, mesmo
impunidade e corrupção. após constatar que ele tem 14
No início dessa transição, que passagens na polícia, eles o soltam,
durou décadas, a nova ordem e isso é a lei. Essa dinâmica gera
jurídica que se instalava, mais uma desmotivação não apenas nos
benevolente com o crime, em seu agentes de segurança, como
garantismo exacerbado, não havia indignação e desespero na
ainda atingido todo o seu raio de população, uma mistura altamente
Esse tipo de dinâmica negativa
ação. Ela não era aplicada para negativa que gera ainda mais
potencializou a criminalidade no
determinados segmentos raciais crime, pela leitura clara de um
Rio de Janeiro. Em um local onde
ou sociais da sociedade, então os sistema falho.
naturalmente tanto já estava fora
menos favorecidos, não obtinham
do controle. Portanto, a
acesso ao sistema supostamente
impunidade foi fator determinante
mais favorável, ainda.
em transformar um epicentro de
caos. Além dos fatores legais,
sociais, históricos e econômicos
que já exercem a sua carga
negativa para fomentar o crime, o
Rio ainda tem outras
peculiaridades.
Esse tipo de dinâmica negativa O Rio é um local onde se cultua E, na maciota, no “melhor dos dois
potencializou a criminalidade no religiosamente vícios de todos os mundos”, os corruptos infestam o
Rio de Janeiro. Em um local onde tipos, de drogas, de poder, de crime, necrosado tecido estatal, deixando
naturalmente tanto já estava fora de jeitinho, de sexo, de corpo. Os também as suas larvas tóxicas que
do controle. Portanto, a verdadeiros marginais hoje naquela se retroalimentam desse caos. É um
impunidade foi fator determinante localidade são os cidadãos que não cultivo de desordem que até pouco
em transformar um epicentro de concordam com isso e, por razões tempo seguia firme e sem qualquer
caos. de sobrevivência, apenas esperança em sentido contrário.
sobrevivem. Esse caldeirão é
Além dos fatores legais, sociais, utilizado como antena para Foi então que houve a maior
históricos e econômicos que já propagar no restante do Brasil os tentativa de revolução da história
exercem a sua carga negativa vetores de criminalidade, de do Brasil, sabotada pela esquerda e
para fomentar o crime, o Rio ainda corrupção de impunidade. Houve a pelo STF: a prisão em segunda
tem outras peculiaridades. banalização do crime. instância. E quem sabe a Lava Jato,
com sua eficácia de prisões de
Essa subversão de valores Outro fator que favoreceu a poderosos, com o seu promissor
encontrou no Rio de Janeiro um criminalidade no Rio foi sua instrumento de delação premiada.
terreno fértil para fomentar a geografia e a maneira como se No breve momento em que
criminalidade, não apenas no lidou com ela ao longo de décadas. prevaleceram os efeitos de uma
tráfico e nos crimes comuns, mas O relevo montanhoso, o abrigo dos justiça mais severa com o crime,
de maneira especial, na corrupção. mais humildes em morros, a sem a tradicional impunidade, em
Ela que per si gira também a roda tomada desses morros pelo tráfico todos os cantos do Brasil, a onda
da própria criminalidade. Na e a ausência do Estado, ou de seu criminosa momentaneamente se
música local, em gêneros de funk, planejamento e enfrentamento retraiu, inclusive no Rio de Janeiro.
que se tornam hits nacionais, há ante os obstáculos naturais, foi Infelizmente, tudo caiu por terra.
um endeusamento do crime, do determinante para acirrar o
tráfico, da droga, do sexo, dos problema da criminalidade.
excessos, da desvirtude. Isso
provoca o enraizamento de
ingredientes que atraem e nutrem
a criminalidade.

O afundamento do Rio de Janeiro


na criminalidade se deve muito ao
culto do crime, como elemento
cultural e de poder. É o
enaltecimento do mal.

Dentro da favela, crianças e jovens


enxergam o crime como
oportunidade de serem estrelas.
Fora dela, crianças e jovens
passam reverenciar e exaltar o
crime como fator real de poder, de
riqueza, de obediência, de moda e
tendência.
O projeto das unidades de polícia Educação, ordem, bons costumes e
pacificadoras (UPP) mostrou virtude ainda sobrevivem no Rio,
sucesso enquanto durou. Aquele mas apenas sobrevivem. É
esforço provou que é possível fundamental um esforço coletivo
mudar esse cenário, mas tem que para promovê-los, para que eles
existir muita perseverança e passem a viver novamente, e assim
vontade política. Restou patente diminuir a criminalidade.
que um projeto para reduzir o
crime não pode se limitar à força Naquela região costeira o nível de
da polícia, e deve ser esforço que apodrecimento humano alcançou
perdure, senão será como um patamares bíblicos. Uma mudança
antibiótico que apenas deixa o brusca na criminalidade do Rio de
vírus mais forte. Com o colapso do Janeiro seria possível apenas com
projeto a criminalidade no Rio um dilúvio ou, talvez, se impondo
retomou os seus territórios ordem marcial, com suspensão
perdidos e se tornou mais forte. temporária de direitos
constitucionais, acompanhada de
Por fim, nesse enredo dantesco amplas e estruturadas reformas,
que é a criminalidade do Rio de dentro de um ambiente de guerra e
Janeiro, merece especial atenção severa justiça, com uma vigilância
os corruptos, eles não estão nas constante e neutralização de
comunidades dominadas pelo qualquer corrente ideológica de
tráfico, mas em mansões e esquerda.
condomínios de luxo, com belos
carros importados, bem-vestidos e O Rio de hoje é o Brasil de amanhã e
operando, ou colaborando, de o Brasil de hoje pode ser o mundo
longe o crime, muitos deles, de mais tarde.
dentro do próprio Estado. Esses
são os criminosos mais perigosos e
os mais difíceis de se identificar e
capturar.

E considerando tudo o que foi


exposto, há de se promover uma
elevação de valores, pois nenhuma
lei, ou vontade do Estado, por mais
fortes que sejam, resistem aos
maus costumes e aos maus
hábitos. O que se quer dizer é que
não basta um Estado forte, há que
existir um indivíduo forte. O que
torna o desafio ainda maior, uma
vez que as novas tendências
querem moldar indivíduos cada
vez mais fracos.
Roberto Vianna
Na União Soviética e em Cuba, milícias
foram compostas também por mulheres e
jovens. Já na Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), existiam milícias contra as
invasões de outros países, mas também
Milícias são grupos armados que formam um havia as milícias paramilitares que serviam
poder paralelo, à revelia das forças de aos governos ocupados.
segurança do Estado. Em geral, elas são
formadas por agentes ou ex-agentes do Os primeiros grupos de milícias formados
próprio Estado, como policiais, bombeiros e por policiais militares e outros agentes de
guardas penitenciários, mas há casos segurança pública que se têm registro no
também de grupos criminosos criados Brasil, foram criados durante a época do
apenas por civis. Já, o termo "facção" pode regime militar (1964-1985). Eles tinham
se referir a diferentes contextos, mas como justificativa o combate ao avanço do
geralmente é associado a grupos crime organizado e do tráfico de drogas
organizados, especialmente na política e nas grandes metrópoles.
crime organizado. Então, no Brasil podemos Uma característica marcante das milícias é
quase considerá-los como sinônimos. sua relação muitas vezes simbiótica com
políticos e autoridades locais corruptas. Em
Grupos de homens armados para a defesa alguns casos, há evidências de que
com algo estão presentes na História políticos têm laços diretos com milicianos
mundial desde a Idade Média. Em alguns ou mesmo os financiam em troca de apoio
países, no início do século passado, as eleitoral. Isso cria um ciclo de impunidade
reservas do Exército e mesmo a própria e perpetuação das atividades criminosas
Guarda Nacional eram chamadas de milícias, das milícias.
como na Austrália e no Canadá.
fontesegura.forumseguranca.org.br

A diferença original entre milicianos e


traficantes é simples: os milicianos cobram Entre o primeiro e o último triênio da
para oferecer ‘segurança’. Já os traficantes, série histórica que compõem o Mapa
por sua vez, vendem drogas ilegais e dominam dos Grupos Armados do Rio de Janeiro,
territórios das favelas, tornando-se o governo as milícias apresentaram um
desses locais. crescimento territorial de 387,3% nas
áreas sob seu controle (de 52,60Km²
O combate às milícias é um desafio complexo para 256,28Km²) e populacional de
para as autoridades brasileiras, pois muitas 185,5% (de 600.813hab para
vezes envolve não apenas a aplicação da lei, 1.715.396hab). O aumento explosivo, em
mas também a necessidade de reformas ritmo mais acelerado que os demais
institucionais e o fortalecimento do Estado de grupos, garantiu que as milícias
direito. Esforços para desmantelar as milícias passassem de 23,7% para 49,9% da área
exigem cooperação entre as diferentes esferas total controlada por grupos armados e
de governo, investigações policiais rigorosas, de 22,5% para 38,8% da população.
punições efetivas para os envolvidos e
medidas para enfrentar as condições
socioeconômicas que alimentam o apoio às
milícias em algumas comunidades.

Atualmente é quase impossível imaginar o fim


desta modalidade de crime. Talvez, somente a
asfixia financeira fosse capaz de acabar com as
milícias no Rio. Mas, enquanto nada é feito, a
população presencia e sofre o dia a dia da
degradação social daquela que já foi um dia a
“Cidade Maravilhosa”. Arrastões, assaltos à
mão armada, tráfico de drogas à vontade, por
exemplo, são cenas do cotidiano, na
turbulenta vida do carioca.
PEDIDO DE IMPEACHMENT DE
LULA
Dr. Alfredo Carneiro
Recentemente a fala do atual chefe do
executivo causou um enorme mal-estar nas
Relações Internacionais, principalmente
entre o Brasil e Israel. Nesse caso em
específico, a fala de Lula ultrapassou uma
mera declaração absolutamente despida de
responsabilidade chegando na esfera
criminal. É que o ato declaratório do
Presidente da República violou a Honra de
País Estrangeiro e suas memórias
póstumas caracterizando assim um ato de
antissemitismo com uma fala
preconceituosa e agressiva que por
consequência deixa a Nação Brasileira
vulnerável ao perigo de guerra caso a
ofensa contra Israel for levada a cabo.
Dessa forma, o ato presidencial incorre no
Crime de Responsabilidade previsto no
Artigo 85, inciso IV, da Constituição Federal
normatizado ainda na Lei No 1.079 de 10
de abril de 1950, no seu Artigo 5º item 3.

Entre os efeitos colaterais da infeliz


declaração, destaca-se possíveis rupturas
em acordos comerciais, cancelamentos de
importação ou exportação gerando grande “É importante lembrar que, em 2010, o Brasil foi o
desiquilíbrio econômico para o país e por
1º país a reconhecer o Estado palestino. É preciso
consequência uma entrada menor de
parar de ser pequeno quando a gente tem de ser
dinheiro no país agravando ainda mais a
crise financeira e o rombo financeiro que grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza
acumula um déficit de R$ 249 Bilhões de com o povo palestino, não existe em nenhum outro
reais atingindo milhões de famílias momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler
brasileiras. Explicar-se-á da necessidade resolveu matar os judeus” ...
da apreciação do pedido de impeachment
tanto do ponto de vista jurídico quanto do Lula, comparou a guerra atual (2023) entre Israel e
ponto de vista político-social, uma vez que Palestina com o Massacre de Hitler contra os 6
o atual mandatário recusou e ignorou as milhões de Judeus que ficou conhecido como o
orientações para um pedido de retratação. Holocausto.
UM BREVE RESUMO DO QUE FOI O HOLOCAUSTO
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) aproximadamente 6 milhões de Judeus foram
assassinados em campos de concentração. Adolf Hitler foi o autor do massacre. Nazista, líder do
Partido Nazista Alemão, cometeu tal atrocidade sob o pretexto de exterminar uma raça que não
era digna de se misturar com a raça alemã, a fim de manter as origens intactas. Para o
conhecimento de todos e não me parece uma mera semelhança, o nome NAZISTA é uma
abreviação de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP, abreviação da
sigla em inglês). Cite-se que o Socialismo e o Partido dos Trabalhadores são veículos condutores
de desgraças a qualquer país por ser uma instituição falida e natimorta. A Perseguição Nazista,
causada por discriminação de raça, desencadeou um Genocídio ao Povo Judeu em campos de
concentração que os mantinham presos, com alimentação insuficiente até que os mataram
cruelmente, uns fuzilados, outros asfixiados por gases e outros mais queimados vivos, entre eles
mulheres e crianças.

Não me parece razoável, um Presidente de uma nação comparar publicamente a Guerra de Israel
x Palestina com um Massacre tão cruel e antissemita causado pelo simples fato de um povo ser
de outra raça diferente dos alemães. Até porque, a Guerra de Israel x Palestina teve como origem
a invasão de terras israelitas quando o grupo terrorista Hamas lançou foguetes em contra Israel
em 10 de outubro de 2023. Nesse sentido e ao contrário da fala de Lula, Israel faz uso do direito
de defesa de seu território. Embora a Guerra não seja desejável por nenhuma nação, pode ser o
único mecanismo a ser utilizado em defesa da honra e do patrimônio nacional usurpado.

PERSONA NON GRATA


O Ministro das Relações Exteriores de
Israel, declarou que Lula não é bem-
vindo em Israel. É que após o
cometimento do Crime de
Responsabilidade, foi concedido prazo
de retratação ao Lula, mesmo assim,
este se negou a fazê-lo e ainda
reafirmou o que disse. Dessa forma,
não resta dúvidas das violações
cometidas pelo chefe do executivo que
devem ser penalizadas ao rigor da lei.
"Não perdoaremos e não
esqueceremos — em meu nome e em
nome dos cidadãos de Israel, informei
ao Presidente Lula que ele é uma
'persona non grata' em Israel até que
ele peça desculpas e se se retrate".
Israel Katz
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
QUE EMBASA O IMPEACHMT
A Constituição Federal de 1988 traz de forma Nesse sentido, cabe ao Presidente da Câmara dos
clara em seu artigo 85 quais são os atos do Deputados (Dep. Arthur Lira) aceitar o pedido de
Presidente da República que configuram crimes Impeachment que já foi protocolado na casa com
de responsabilidade. Vejamos: 139 assinaturas e deverá ser submetido ao Plenário
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do para o processamento e julgamento do Presidente
Presidente da República que atentem contra a Brasileiro pela violação do Artigo 85, inciso IV da
Constituição Federal e, especialmente, contra: Constituição Federal do Brasil.
I - a existência da União; Ainda nessa esteira, o Presidente violou o Artigo
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder 5º, 3 da Lei 1.079 de 1950, chamada Lei dos Crimes
Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes de Responsabilidade cumulando com a violação
constitucionais das unidades da Federação; do Artigo 8º, 4 do mesmo dispositivo. Vejamos:
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e
sociais; CAPÍTULO I
IV - a segurança interna do País; DOS CRIMES CONTRA A EXISTÊNCIA DA UNIÃO
V - a probidade na administração; Art. 5º São crimes de responsabilidade contra a
VI - a lei orçamentária; existência política da União:
VII - o cumprimento das leis e das decisões 3 - cometer ato de hostilidade contra nação
judiciais. estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra,
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em ou comprometendo-lhe a neutralidade;
lei especial, que estabelecerá as normas de
CAPÍTULO IV
processo e julgamento.
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA INTERNA DO
PAÍS
No caso específico em relação a declaração
Art. 8º São crimes contra a segurança interna do país:
pública proferida pelo Presidente Lula, incidiu no 4 - praticar ou concorrer para que se perpetre
inciso IV do art. 85 da CF, uma vez que restou qualquer dos crimes contra a segurança interna,
clarividente ofensa à Nação Estrangeira (Israel) definidos na legislação penal;
de forma de discurso de ódio e confirmada em
reiterada declaração inclusive complementada DO CRIME DE RACISMO incidente em CRIME
pela fala da primeira-dama. CONTRA SEGURANÇA NACIONAL
Caso Israel leve a ofensa a cabo, haverá O legislador foi claro ao trazer na redação do artigo 20
legitimidade para o início de uma Guerra entre do Código Penal a referência ao crime de xenofobia,
Brasil e Israel se considerado que o Ministro de portanto o crime de racismo:
Relações Exteriores de Israel (Katz) pleiteou ao "Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou
Presidente brasileiro a retração e este não o fez, preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
aliás, reafirmou o que disse. A gravidade da fala nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa.
não é mera declaração, pois deve ser É que quando o Presidente Brasileiro compara a atual
considerado que ao comparar a Guerra de Israel Guerra na Faixa de Gaza com o Holocausto imputando
x Palestina com o Holocausto, o mandatário Lula, a responsabilidade à Israel, ele incorre no crime de
Racismo ou Xenofobia contra os Judeus. Assim, não
não levou em consideração a gravidade e
que se falar em mera declaração política, pois a
crueldade no Genocídio cometido contra 6
reiterada declaração confirma os crimes acima citados.
milhões de Judeus por motivo fútil ora já
referendado acima.
Vejam alguns trechos retirados do próprio site do Marcados pelas atrocidades nazistas e
Partido dos Trabalhadores, do qual o Presidente conscientes da impossibilidade de
brasileiro é filiado: autossuficiência, após a Segunda Guerra
Juristas explicam perigos de não se cumprir Mundial, nasce a convicção de que a
acordos da ONU violação à dignidade humana não deve ser
Histórico brasileiro não é outro senão o de violar, concebida como questão doméstica do
regular e sistematicamente, as normas de tratados Estado, e sim como tema de relevância
internacionais de direitos humanos universal, como legítima preocupação da
Publicado em 28/08/2018 15h44 comunidade internacional. Os Estados passam,
então, a adicionar a sua estrutura político-
soberana elementos de abertura e de
cooperação mútua no plano internacional,
substituindo o modelo tradicional de Estado
Westphaliano pelo Estado Constitucional
Cooperativo, que deixa de reivindicar o caráter
absoluto da soberania para exercê-la de forma
compartilhada, adequada ao novo cenário de
interdependência entre os países.”

Assim, desrespeitar os tratados de direitos


humanos e as recomendações emanadas
dos órgãos que supervisionam a sua
implementação é violar direito e garantia
também assegurados pela Constituição

(…) um Estado Parte comete graves violações


de suas obrigações previstas no Protocolo
Facultativo se age para impedir ou frustrar o
exame pelo Comitê de comunicação que
alegue violação do Pacto, tornar discutível a
análise do Comitê ou inúteis e fúteis a
manifestação de sua opinião”

É também importante ressaltar que, por força


do disposto no art. 5°, § 2°, da Constituição, “os
direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes
Trata-se de um pedido de Lula em 2018 ao Comitê do regime e dos princípios por ela adotados, ou
de Diretos Humanos do Pacto Internacional de dos tratados internacionais em que a República
Direitos Civis e Políticos (PIDCP), à Organização Federativa do Brasil seja parte”
das Nações Unidas (ONU) para garantir ao ex-
presidente Lula o exercício dos seus direitos Precisamos reverter essa tendência histórica, de
políticos. um país que não tem sido capaz de se submeter
à ordem e aos preceitos de civilidade ocidental
do mundo livre.
Exposto isso, tem-se por objetivo demonstrar CONCLUSÃO
que a tese argumentativa da equipe jurídica de
Lula, hoje depõe contra ele. É que a fala
Considerando que em entrevista, o
criminosa do atual Presidente Brasileiro, violou
Presidente Lula declarou que não
incorreu no Artigo 9 da CONVENÇÃO DE VIENA.
descansaria enquanto não se vingasse do ex
Artigo 9
Juiz e hoje Senador da República Sérgio
1. O Estado acreditado poderá a qualquer
Moro por ter sido o julgador dos crimes
momento, e sem ser obrigado a justificar a
cometidos por Lula na Operação Lava Jato,
sua decisão, notificar ao Estado Acreditante
que o Chefe da Missão ou qualquer membro
Considerando violação ao Artigo 85, inciso
do pessoal diplomático da Missão é persona
IV, da Constituição Federal,
non grata ou que outro membro do pessoal
da Missão não é aceitável. O Estado
Considerando que o Presidente violou o
Acreditante, conforme o caso, retirará a
Artigo 5º, 3 da Lei 1.079 de 1950, chamada
pessoa em questão ou dará por terminadas as
Lei dos Crimes de Responsabilidade
suas funções na Missão. Uma Pessoa poderá
cumulando com a violação do Artigo 8º, 4 do
ser declarada non grata ou não aceitável
mesmo dispositivo,
mesmo antes de chegar ao território do
Estado acreditado.
Considerando o cometimento de Crime de
Fonte: https://pt.org.br/juristas-explicam-
Racismo e Xenofobia contra o Estado de
perigos-de-nao-se-cumprir-acordos-da-onu/
Israel, desrespeitando a honra, a memória
póstuma de 6 milhões de Judeus,
Assim, cabe a Corte Internacional de Direitos
Humanos, se pronunciar em NOTA, a respeito do
Considerando violação do Princípio da Não
ato antissemita do Lula.
Intervenção e violação da
Autodeterminação dos Povos, a Câmara dos
Por fim, Lula ainda violou o
Deputados, na pessoa de seu Presidente
PRINCÍPIO DA NÃO INTERVENÇÃO
Artur Lira, tem o dever Constitucional e
Tal Princípio está estabelecido como Princípio
Institucional de receber e submeter ao
Geral do Direito Internacional. Consiste em
Plenário, o IMPEACHMT do Presidente Luís
PROIBIR que um Estado interfira nos assuntos
Inácio Lula da Silva, a fim de cumprir o
internos de outros Estados. Ao analisar a fala
previsto no Regimento Interno da Casa e
criminosa do atual Presidente Brasileiro, é
ainda em atendimento ao clamor de Milhões
possível identificar que houve conduta dolosa
de Brasileiros conforme previsão legal na
afim de afetar a soberania praticada pelo Estado
Carta Magna e em respeito a Democracia do
de Israel. No seguimento dessa via, vale lembrar
Estado de Direito brasileiro.
que o Brasil é signatário com o PRINCÍPIO DA
AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS que trata
Em sequência o Senado Federal, na pessoa
que todos os povos devem guiar-se por seus
de seu Presidente Rodrigo Pacheco, deverá
próprios meios sem a necessidade de
analisar o processo de IMPEACHMT e
interferência estrangeira. Foi através desse
aceitar para que haja o devido julgamento
Princípio que Lula pleiteou o reconhecimento do
sob pena de prevaricação no cargo público.
Estado Palestino em 2010. Ora, não é novidade
que Lula vem agindo de forma parcial quando no
Deus Salve o Brasil!
exercício da função pública deveria agir em
detrimento ao bem de todos. Caberá a Corte
Internacional de Justiça analisar o caso narrado
e dirimir os fatos.
A MARMOTA TRABALHISTA:
LEONEL BRIZOLA E SUA
INFLUÊNCIA CÍCLICA NO
DIA A DIA DO RIO DE
JANEIRO
Quando se fala em Rio de Janeiro a
primeira imagem que geralmente nos vem
em mente é de algum de seus icônicos
pontos turísticos, verdadeiros cartões
postais do Brasil. Sejam naturais como o
Pão de Açúcar ou a praia de Copacabana,
ou criados pelo homem como o Cristo
Redentor ou o Theatro Municipal.

E a imagem que corria o mundo, até pouco


tempo, não era muito diferente. Quem
nunca se encantou com o Leblon e seus
arredores retratado por Manuel Carlos em
tantas novelas, o cenário praticamente
perfeito para a saga das mais variadas
Helenas, que o autor retratou por décadas.

O Rio de Janeiro, principalmente a Zona Sul


Foto: Divulgação/PDT
era tido nessas superproduções do horário
nobre como o “Paraíso na Terra” a
verdadeira “Cidade Maravilhosa”, até que
em dado momento toda essa aura
encantada parece ter ruído, e revelou um
POR RODRIGO ARRUDA Rio de Janeiro bem diferente. No lugar das
belezas naturais e cidade acolhedora os
destaques internacionais passaram a ser de
violência e caos urbano, queda de edifícios
e uma zeladoria tão precária que
parecíamos ter voltado ao tempo dos Vice-
Reis, onde zeladoria e saneamento eram
coisas inimagináveis.
E não parou por aí, seguiu-se a
ampliação da criminalidade e a
organização cada vez maior das
facções, governadores presos e a
cidade antes tida como a mais turística
do mundo passou a ser sitiada pelo
crime e descontrolada pela gestão
pública, chegando ao Rio de Janeiro de
hoje, com os últimos governadores
presos, prefeitos da capital acusados
de corrupção e o caos urbano
crescendo a cada dia.

Mas o que será que deu errado?


Quando isso começou? Bem, essa é
uma história sobre isso, sobre o
prenúncio do fim da outrora pujante e
moderna Guanabara, da derrocada do Na Revolução de 1923, seu pai foi
Rio de Janeiro e o nome por trás disso: assassinado pelas forças leais ao
Leonel Brizola. presidente da Província do Rio
Grande do Sul, Borges de
A frase jocosa “daqui para frente é só Medeiros.
para trás” parece refletir bem a gestão Em sua infância, Brizola gostava
e o Legado desse governador, que de brincar interpretando Leonel
transformou o ex-Distrito Federal em Rocha. Este chegou a lutar contra
um local complacente com o crime os assassinos de seu pai.
organizado e com corrupção política. Como não gostava do seu nome,
um dia resolveu adotar àquele em

Brizola: o homem por trás do mito definitivo. Itagiba virou Leonel,


Leonel de Moura Brizola.
Toda história possui um começo, No dia 22 de janeiro de 1922 Alfabetizado pela mãe antes de
assim como toda figura pública nasceu Leonel de Moura Brizola, ingressar no ensino primário,
possui uma pessoa de carne e em Carazinho, município do Brizola chegou a Porto Alegre em
osso por trás da lenda, e nesse interior do Rio Grande do Sul. 1936. Concluiu o ensino
caso não é diferente. Brizola é Filho de camponeses que haviam fundamental em 1942.
tido por seus discípulos e pela migrado de Sorocaba para sua Três anos depois foi aprovado no
esquerda como um dos grandes cidade natal. vestibular da instituição que mais
defensores do povo brasileiro, Seu nome oficial de batismo é tarde seria parte da atual
símbolo do Partido Democrático Itagiba Moura Brizola. O nome Universidade Federal do Rio
Trabalhista - PDT e quase um Leonel é fruto de uma Grande do Sul. Graduou-se
mártir político. homenagem que fez a seu pai e a engenheiro civil em 1949.
um líder dos maragatos na Em março de 1950, casou-se com
Entretanto, o homem por de trás Revolução de 1923, Leonel Rocha. Neusa Goulart, irmã do então
do mito trabalhista é bem mais A opção pela troca de nome deputado estadual e futuro
comum e menos valoroso do que marca como a vida de Itagiba se presidente da República João
se propugna aos quatros ventos. voltaria às questões políticas, Goulart. Tiveram dois filhos: José
segundo dizem seus biógrafos. Vicente e João Otávio Brizola.
Início da Vida Pública
Leonel Brizola trabalhou como Com uma carreira política de
engenheiro por um breve período. sucesso, aos 36 anos de idade
A política logo tornou-se seu foco Leonel Brizola foi eleito
e Brizola dedicou toda sua vida a governador do Rio Grande do
ela, conforme nos dizem seus Sul, época em que iniciou um
biógrafos. Com 23 anos de idade, projeto de construção de seis mil
foi um dos fundadores do Partido escolas públicas no seu estado.
Trabalhista Brasileiro (PTB), no Rio Foi durante seu mandato de
Grande do Sul. governador que o Presidente
Dois anos depois, foi eleito Jânio Quadros renunciou
deputado estadual. Reeleito em inesperadamente ao cargo.
1950, disputou a prefeitura de
Porto Alegre em 1952, mas foi
derrotado. Impossibilitado de
assumir tal cargo, Brizola foi
nomeado secretário de obras de
seu estado natal.
Em 1954, elegeu-se deputado
federal com o recorde nacional de
103.033 votos. Em 1956, voltou a
comandar a prefeitura da capital
gaúcha. Venceu as eleições com
o slogan “Nenhuma criança sem
escola”.
Sua gestão aumentou o número
de escolas construídas e a oferta
de vagas na rede municipal. Além
disso, pela primeira vez, a cidade
ofereceu à população ensino em
dois turnos.
As obras de infraestrutura e
saneamento nos bairros da
periferia e no entorno do rio
Guaíba foram intensificadas.
Atuação de Brizola
e o Governo Militar
João Goulart deveria assumir o
cargo que Jânio deixou vacante,
mas seu alinhamento à esquerda,
em um cenário de Guerra Fria,
preocupava toda a população.
Jango era declaradamente
socialista.
Houve uma grande articulação
nacional para impedir a posse de Divulgação PDT
Jango. Nesta época, Leonel
Seja disfarçado de mulher ou de
Brizola liderou a Campanha da
Padre, o fato é que Brizola buscou
Legalidade, que defendia o direito
asilo no Uruguai, onde seu
de Jango tomar posse como novo
cunhado João Goulart já estava,
presidente.
permanecendo até 1977.
Foi um dos momentos mais
Em 1977, o governo militar
turbulentos da história política
brasileiro pediu a expulsão de
brasileira. Com o apoio das
Brizola do país vizinho e ele foi
Forças Armadas regionais, Brizola
deportado para os Estados
organizou comitês paramilitares e
Unidos. No ano seguinte, foi para
incentivou a resistência da
Portugal se juntar a outros
população com armas.
exilados até voltar para o Brasil
Brizola se opunha à troca do
em 1979, permitido pela Lei da
presidencialismo pelo
Anistia. No mesmo ano, foi um dos
parlamentarismo, conforme
fundadores do PDT e retomou sua
exigiam os militares. Após doze
vida política no Brasil.
dias sob a ameaça de uma guerra
Importante notar que desde 1961
civil, Goulart aceitou a proposta e
Brizola contribuía com a Cortina
assumiu a presidência da
de Ferro, tendo sido procurado
república.
algumas vezes por agentes da StB
O apoio incondicional à João
(agência de inteligência da
Goulart e a mobilização armada
Checoslováquia) e do próprio
que promoveu selou seu destino
KGB, como nos mostram os livros
em 1964.
1964… e …., e mesmo exilado era
Com a tomada do poder pelos
tido como uma das vozes da URSS
militares, Brizola foi oficialmente
no Brasil
exilado, na prática, correu a
Em 1982, Leonel Brizola alcançou
notícia de que saiu fugido do país
um feito ainda inigualado na
disfarçado de mulher. Anos mais
história política do Brasil: foi eleito
tarde, essa versão foi desmentida,
governador em um segundo
dizendo que o disfarce era de
estado, o Rio de Janeiro.
Padre.
Brizola no Governo Como governador seus 4. Confronto com Oligarquias:
principais projetos foram: Durante seu governo, Brizola
do Rio de Janeiro enfrentou as oligarquias políticas
1. Escolas de Tempo Integral: tradicionais do Rio de Janeiro,
Leonel Brizola, que já havia sido Brizola implementou um ambicioso desafiando seu domínio e
prefeito de Porto Alegre e programa de educação, criando promovendo uma agenda de
governador do Rio Grande do Sul, as Escolas de Tempo Integral, que reformas sociais e políticas. Essa
muda-se para o Rio de Janeiro e, ofereciam educação em período postura combativa gerou apoio
em 1983, torna-se governador do integral para crianças carentes. entre os setores populares, mas
Rio de Janeiro com uma promessa: Essas escolas proporcionaram também provocou resistência e
tratar o morador da favela de oportunidades educacionais e hostilidade por parte de seus
igual para igual com o morador sociais para milhares de jovens, opositores.
da área central da cidade. Sua reduzindo a evasão escolar e 5. Polêmicas na Comunicação:
visão de que a polícia era promovendo a inclusão social, são Brizola foi um crítico ferrenho da
truculenta apenas nas favelas e a ao chamados CIEPs (sigla de grande mídia, acusando-a de
discriminação seria a verdadeira Centros Integrados de Educação manipulação e parcialidade. Em
responsável pelos crimes na Pública) ou Brizolões. resposta, criou a TVE (TV do
capital carioca, conforme definem Estado do Rio de Janeiro), uma
seus biógrafos, foi o mote de seu 2. Ponte Rio-Niterói: Uma das emissora de televisão pública, e
governo. obras mais emblemáticas de seu promoveu políticas de
governo, a construção da Ponte comunicação alternativa e
Rio-Niterói, foi uma iniciativa de participativa, visando ampliar o
grande impacto na infraestrutura acesso à informação e garantir a
do estado. A ponte se tornou uma liberdade de expressão.
importante via de ligação entre o
Rio de Janeiro e Niterói, Segundo Pedro Novis ex-
facilitando o transporte de presidente da Construtora
pessoas e mercadorias e Odebrecht, os contratos para a
impulsionando o desenvolvimento realização do Sambódromo e dos
econômico da região. CIEPs foram vencidos pela
empresa graças a esquemas de
3. Programas Sociais: Brizola corrupção e subornos durante o
também implementou programas governo Brizola.
sociais voltados para as camadas Brizola e seu igualitarismo
mais pobres da população, como aprofundou uma crise que já havia
o "Cada Família, uma Escola", que começado nos anos 70: a união
distribuía material escolar para entre os criminosos comuns e os
alunos da rede pública, e o presos políticos da ditadura.
"Cheque-Cidadão", que concedia Os primeiros davam armas,
benefícios financeiros para coragem e violência às
famílias de baixa renda. vanguardas de esquerda. Os
segundos ensinaram os traficantes
a terem organização política e
hierárquica,
Controvérsias e críticas:
A polêmica na segurança pública Assim, ao contrário do que
A proibição das incursões policiais
Uma das polêmicas mais esperava, a violência no Rio não
foi alvo de críticas por parte de
marcantes do governo de Leonel diminuiu com as políticas sociais
setores conservadores da
Brizola foi a proibição das de Brizola. Pelo contrário: o crime
sociedade, que alegavam que
incursões policiais nos morros do então era organizado, tinha até
Brizola estava sendo
Rio de Janeiro. Essa medida foi mesmo estrutura jurídica, era
condescendente com o crime
parte de uma estratégia mais defendido como uma ferramenta
organizado e comprometendo a
ampla de Brizola para lidar com a revolucionária por professores
segurança da população. Além
violência e o tráfico de drogas na universitários e, o principal, tinha
disso, houve acusações de que
cidade. armamentos mais pesados e a
essa medida enfraquecia o poder
proteção territorial das favelas,
do Estado e incentivava a
Contexto da Polêmica: financiados com o dinheiro do
impunidade.
Durante seu governo, o Rio de narcotráfico, e iniciou-se o
Janeiro enfrentava altos índices confronto entre as facções para
Resultados da Medida:
de violência, especialmente nos ampliar seu domínio territorial,
De fato, com essa proibição os
morros controlados por facções tendo como efeito colateral um
confrontos entre as forças de
criminosas ligadas ao tráfico de rastro de sangue e caos na
segurança e o crime diminuíram,
drogas. A abordagem tradicional Cidade Maravilhosa.
mas não diminuiu a criminalidade,
da polícia, baseada em incursões
afinal sem ter resistência do
violentas e confrontos armados,
estado essa cresceu
muitas vezes resultava em mortes
consideravelmente.
e violações dos direitos humanos.

A Proibição das Incursões


Policiais:
Em resposta a essa situação,
Brizola proibiu as incursões
policiais nos morros, alegando que
essa abordagem só aumentava a
violência e não resolvia o
problema do tráfico de drogas.
Em vez disso, ele defendia uma
abordagem mais dialogada e com
foco na prevenção e na promoção
social.
Legado de Brizola Mas Brizola era politicamente Então se tivemos a oportunidade
muito perspicaz e acertou com de ver figuras como César Maia,
Uma figura polêmica, amado por precisão ímpar ao prever, ainda Anthony Garotinho, Benedita da
uns e odiado por outros não nos anos 1980 que os evangélicos Silva, Marcelo Crivella e Sérgio
deixaria a Terra incólume, teria um se tornariam uma força política de Cabral, dentre outras tantas,
Legado para o bem ou para mal. grande peso no Brasil. conseguiram governar o Rio de
A Bíblia nos diz no Livro de Mateus Outro ponto importante é que Janeiro (prefeitura ou Governo do
que “Pelos seus frutos os Brizola foi um dos primeiros a Estado) devemos agradecer a
conhecereis”, e se há um político alertar o país para a demagogia e Brizola, que os “formou” como
que “deu frutos” esse foi Leonel o perigo de Lula. Nos rótulos políticos.
Brizola. terminados em “-ista” que nosso Quase como no filme “Feitiço do
Seu legado possui pontos idioma possui, ele já dizia Tempo”, onde Bill Muray interpreta
positivos como os CIEPs que até enquanto governador que Lula um meteorologista de um canal de
hoje são exemplo de sucesso na não era Comunista, Socialista e televisão que fica preso em uma
educação pública brasileira, tão tampouco Capitalista, mas sim espécie de círculo vicioso do
maltratada pelos governantes. Egoísta e Oportunista. Sendo um tempo, condenado a reviver
Mas, para alguém que se dizia sujeito muito perigoso. Nesses dois indefinidamente o mesmo dia, o
comunista, as demais escolas últimos pontos, acertou em cheio. tradicional “Dia da Marmota” nos
públicas fluminenses não tiveram Além disso, Brizola difere de Lula EUA, os fluminenses parecem
a mesma atenção, tampouco em um ponto fundamental para condenados a reviver dia após dia
atualização curricular, gerando um político ser de fato as políticas de Brizola, com seus
uma assimetria dentro da própria considerado um líder. Ele formou sucessores no Governo do Estado
educação pública. sucessores. Brizola sabia que não até nossos dias.
As obras de infraestrutura e viveria para sempre e que seus Nesse contexto, podemos dizer
zeladoria urbana também se ideais e sua visão de mundo que o “início do fim” do Rio de
destacam, afinal a mantém-se tinham que ser passados às Janeiro também é um legado
relevantes e algumas até gerações mais novas, assim, era desse político, afinal as ações que
fundamentais até os dias de hoje, uma pessoa sempre aberta a ele iniciou no seu governo e seus
como a Ponte Rio-Niterói. O “mas” ensinar o que aprendera ao longo sucessores políticos trouxeram o
nesse ponto é a corrupção que da vida e o que acreditava ser a Rio para onde ele se encontra
impulsionou sua realização. melhor forma de fazer política. hoje.
O ponto mais polêmico do seu A qualidade dos seus sucessores
legado, sendo um dos mais pode ser questionável, é bem Não temos a pretensão de esgotar
negativos, é justamente a política verdade, afinal a maioria já o tema por aqui, afinal existem
de segurança pública. A proibição usufruiu das instalações do inúmeras biografias de Leonel
de incursões policiais nas favelas, complexo penitenciário de Bangu, Brizola que se aprofundam muito
hoje sabidamente porque sua filha ou, no mínimo, são investigados mais do que esse artigo, mas se
tinha um relacionamento amoroso por corrupção, improbidade e for possível demonstrar seu
com um bandido, juntamente com crimes correlatos. legado, e contextualizar as
a política carcerária de unir origens do caos social fluminense,
bandidos com terroristas notadamente carioca, já teremos
subversivos gerou as facções o sentimento de dever cumprido.
criminosas e permitiu seu domínio Por fim, deixamos a pergunta: Se
pleno sobre territórios do estado. “pelos frutos conhecereis”, como
deve ser conhecido esse polêmico
político?
CENÁRIO
INTERNACIONAL
Parlamentares do Brasil
foram a Washigton no dia 12 A GUERRA CONTRA A
de março para protocolar
uma petição na Comissão
CENSURA E A TIRANIA
Interamericana de Direitos
Humanos da Organização de
Ana Claudia Carregaro
Estados Americanos, sobre os
atos tirânicos do Ministro
Alexandre de Morais.
“...os brasileiros estão
sujeitos a violações de direitos
Entre os deputados e
humanos cometidos por
senadores estavam também:
Allan dos Santos que é autoridades brasileiras
perseguido e acusado por oficias...”
“crime de opnião”, Paulo
Figueiredo, que teve seu Christopher Smith que é o maior oficial de hierarquia
passaporte e contas no Congresso dos Estados Unidos, disse
canceladas, Ludimila Grilo, abertamente: “...desde de 2022 os brasileiros estão
juiza em exílio na america. Na sujeitos a violações de direitos humanos cometido
coletiva de impresensa por autoridades brasileiras oficias, documentadas e
organizada por Christopher reportadas, incluindo abuso de procedimento legais
Smith no House Triangule, para perseguir a oposição política, incluindo prisão
discursaram Gustavo Gayer, de figuras da oposição, violação da liberdade de
Paulo Figueiredo e Eduardo expressão dos meios de comunicação, incluindo
Bolsonaro. perseguição de jornalistas, silenciamento de
indivíduos das redes socias pelos meios de
comunicação da oposição, censura velada, lei que
pretende combater a desinformação..”
PAULO FIGUEIREDO TAMBÉM
DISCURSOU NA COLETIVA, PAULO
QUE JÁ MORAVA NOS ESTADOS
UNIDOS, TAMBÉM ESTÁ SENDO
PERSEGUIDO PELAS
AUTORIDADES DO BRASIL

Paulo Figueiredo: Estou diante de


vocês como um testemunho vivo da
crise da democracia no Brasil. Até
2022 eu era o jornalista político mais
assistido no país durante o horário
nobre na tv a cabo. Naquela época eu
tinha 5 milhões de seguidores em
várias plataformas de mídia social,
então da noite para o dia, minhas
redes sociais foram bloqueadas no
Brasil, meu passaporte brasileiro foi
cancelado e minhas contas bancárias
congeladas por ordem do Ministro do
Supremo Tribunal Federal, Alexandre
de Moraes. Dez dias depois, sob Lula Foto: redes sociais
da Silva, o Ministério da justiça
A grande mídia deveria tentar de vez
brasileiro iniciou uma investigação
em quando... Eu estava vivendo nos
contra a emissora para a qual eu
Estados Unidos pela maior parte de
trabalhava, Jovem Pan, como todo
uma década, mas agora é diferente, vivo
sabemos, que então demitiu todo os
no exilio, incapaz de voltar à minha
comentaristas conservadores,
terra natal. Queria dizer que sou o único
incluindo meus colegas. A
a estar nessa situação, mas não, dúzias
perseguição recentemente escalou
de jornalistas estão sendo perseguidos
com a alegação ridícula de que eu
com vários também exilados aqui nos
havia participado de um golpe,
Estado Unidos. Devo mencionar o caso
simplesmente por relatar de maneira
notável do jornalista Allan dos Santos,
precisa sobre as atividades nos
presente aqui na plateia, cuja prisão foi
bastidores das forças armadas
ordenada pelo Ministro Moraes por
brasileiras. Isso se chama reportagem,
crimes de opinião e a extradição foi
jornalismo.
negada pelo governo americano.
Dezenas de milhares de cidadãos
comuns tiveram suas mídias sociais
derrubadas pelo mesmo Alexandre de
Moraes.
Meus amigos, eu asseguro a vocês que
estes são todos fatos e independente da
sua posição política, vocês não querem
viver em um país onde um homem pode
determinar o que pode ser dito. Isso viola
todo os direitos humanos e tratados
internacionais, até a declaração universal
dos direitos humanos, que garante a
liberdade de expressão e da imprensa,
independentemente de fronteiras. Tudo
isso também viola meus direitos
protegidos pela constituição dos EUA, já
que toda a minha atividade jornalística foi
Reprodução - rede social
realizada vivendo aqui, sob jurisdição
americana e protegida pela primeira
emenda sagrada. O que aconteceu no
Brasil é criminoso, na eleição brasileira
para garantir a eleição de Lula da Silva, até
agora, amigos de George Soros e do foro de
São Paulo e do Partido Democrata
procuram silenciar nossas vozes.

E como Lula retribuiu esses bons serviços


prestados pelos Democratas?

Ele antagonizou cada interesse americano


globalmente, alinhou o Brasil com o
Hamas, Venezuela, Cuba, Rússia, Irã e claro
Reprodução - rede social
China. Sob sua liderança, dentro do BRICS,
o Brasil tem trabalhado ativamente com a
China para acabar com a dominância do
dólar como moeda de comércio
internacional, isso de acabar.

eu insisto os membros do congresso dos


Estados Unidos a exercerem suas
responsabilidades de supervisão para
promover os interesses geopolíticos
americanos e restaurar os direitos
humanos inalienáveis dados a todos nós
pelo nosso criador, que os pais fundadores
descreveram tão bem. É isso que pedimos.
Deus abençoe a américa e Deus abençoe o
Brasil

(transcrição do discurso de Paulo Figueiredo)


ALLAN DOS SANTOS EM
REUNIÃO DA OEA Foto: redes sociais

Na reunião da OEA, Allan dos Santos se manifestou sobre os abusos da Suprema


Corte.
“O que está acontecendo no Brasil é que o processo legal não está ocorrendo de
forma alguma” Na audiência com representantes da OEA, o blogueiro alegou
estar sendo perseguido por Alexandre de Moraes, que o teria acusado de “crime
de opinião”.

“Crime de opinião não existe no Brasil. Mas, na minha ordem de prisão, Moraes,
Alexandre de Moraes escreveu ‘crime de opinião’, para o governo dos Estados
Unidos. Ele é louco, porque é juiz da Suprema Corte”, afirmou Allan dos Santos
durante seu depoimento.

No relato, Allan dos Santos classificou senadores como “covardes” por não
votarem o impeachment de Moraes, por supostamente temerem virar alvo de
investigações no STF.

(vídeo disponível no jornal metrópole qrcode)


Estados Unidos nega extradição de Allan
dos Santos. Documento enviado ao
governo brasileiro não apresenta uma
negativa clara ao pedido de extradição de
Allan dos Santos (metrópole)
MÍDIAS
SOCIAIS
Nossa rede principal é o X, antigo Twitter, lá
Estamos no instagram colocando
inserimos as matérias principais do cenário
nossa programação e atualizando
brasileiro e cenário internacional.
nossos seguidores das informações
Compartilhamos nos vídeos ao vivo do
relevantes do Brasil e de notícias
Youtube para vocês acompanharem, então
internacionais
siga-nos.

braziltalkingnewsBTN braziltalknews
OPINIÃO
LEGITIMA
DEFESA
RELATIVIZADA
Desde os primeiros anos da história do mundo o direito de
RICARDO VASCONCELLOS - MESTRE portar armas é sacramentado para que um cidadão possa
se defender.
EM DIREITO PELA REGENT
A Bíblia tem várias passagens que justificam o uso de
UNIVERSITY – VIRGINIA EUA armas contra potestades que agem contra o Reino de Deus
ADVOGADO CRIMINALISTA , EX-DIRETOR DE entre elas destacam-se
CULTURA DA SECRETARIA NACIONAL DE CULTURA. A legítima defesa é um direito dado por Deus. "Se um
(HOJE MINISTÉRIO DA CULTURA).
ladrão é pego invadindo à noite e recebe um golpe
fatal, o defensor não é culpado de derramamento de
sangue" (Êxodo 22:2).
Direito de posse ou portar armas. "Aqueles que
carregavam materiais faziam seu trabalho com uma
mão e seguravam uma arma na outra, e cada um dos
construtores usava sua espada ao seu lado enquanto
trabalhava" (Neemias 4:17-18).
Paz através da força. "Quando um homem forte,
totalmente armado, guarda a sua própria casa, os
seus bens estão seguros" (Lucas 11:21)

Nas cartas Summa Theologiæ of St. Thomas


Aquinas justificou-se quanto as guerras travadas
em nome da Igreja para que o cristianismo fosse
exposto em busca da paz.
Para que uma Guerras seja justa, são necessárias
três coisas.
Primeiro, a autoridade do soberano por cujo
comando a guerra deve ser travada.
Em segundo lugar, exige-se uma justa causa,
ou seja, que aqueles que são atacados, sejam
atacados porque o merecem por causa de
alguma falta.
Em terceiro lugar, é necessário que os
beligerantes tenham uma intenção legítima,
para que pretendam o avanço do bem, ou a
prevenção do mal.
Também o mesmo ocorreu com a nação norte-
americana, que através da segunda emenda deu a
todos cidadãos americanos, portassem armas para
defesa da sua vida, liberdade e propriedade.
Aprovada em 1789, a segunda emenda da
constituição americana conjuntamente com outras
nove emendas conhecidas como Bill of Rights, Tem
a seguinte redação:
Uma Milícia bem regulamentada, sendo necessária
à segurança de um Estado livre, o direito do povo
de manter e portar armas, não será infringido

Entenda- se que o termo Milicia, não significa o


que o Brasil conceituou como milicia,
erroneamente no Brasil se chama milicia um grupo
paramilitar ilícito que controla certa parte da
sociedade, o conceito de milicia nos Estados Unidos
é um grupo de cidadãos de bem treinados e
armados para impedir o governo de infringir os
seus direitos de vida, liberdade e propriedade.
Nenhum homem livre jamais será impedido de usar
armas." - Thomas Jefferson, Constituição da
As chamadas "milícias bem regulamentadas". São
Virgínia, Rascunho 1, 1776.
defendidas como a primórdios de 1789, enraizada
na história tradicional americana, no qual A
"Prefiro a liberdade perigosa à escravidão
Suprema Corte em 2008 fixou o entendimento que
pacífica." - Thomas Jefferson, carta a James
a Segunda Emenda de fato protege o direito
Madison, 30 de janeiro de 1787.
individual de portar armas contra o Estado
Autoritário e tirânico.
Mas infelizmente no Brasil, vive-se o oposto do
que se prega nos Estados Unidos desde 1776.
George Washington em 1776 armou todos os
cidadãos das 13 colônias para derrotar os
No Brasil os partidos sociais-democratas e
Ingleses, colocou armas nas mãos de todos, e com
comunistas querem retirar a todo custo o direito
isso o Estados Unidos se tornou independente em 4
do cidadão de se proteger contra criminosos, e por
de julho de 1776.
outro lado permite que se tenha livremente o uso
de armas dentro das comunidades dominadas pelo
"Quando o governo tira o direito dos cidadãos de
estado paralelo e por traficantes.
portar armas, torna-se dever dos cidadãos
retirarem do governo aqueles que ali estão com
Estes dias compulsando a internet vi um artigo de
ideias malignas contra a liberdade da nação.”
como o Brasil em quatro anos transformou-se no
George Washington, 1776.
sistema judiciário mais injusto e parcial do Mundo.

Um povo livre não deve apenas estar armado, mas


Brasil consta desde 2020 como o país mais injusto
disciplinado..."- George Washington, Primeiro
e com a justiça mais parcial do mundo de acordo
Discurso Anual, para ambas as Casas do
com o world-justice-project.
Congresso, 8 de janeiro de 1790.
Ademais, algumas regiões do Brasil, como o
Rio de Janeiro, com níveis de insegurança
comparados com morar em West Bank.
Isso significa que a chance de ser assaltado,
violentado ou ter ameaçada sua segurança
nas ruas do Rio de Janeiro pode ser
comparada a ser atingido por um míssil em
Gaza.
Para entender esse fato há de se analisar o
porquê os índices de homicídio, violência e O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.|
Foto: Carlos Moura/SCO/STF.
assaltos aumentaram tanto no Rio de Janeiro
Boa parte dessa consequência do
ao nível de 40 pessoas mortas a cada 100 mil
aumento de violência e homicídios, vem
habitantes, como Rio possui 14 milhões de
da decisão expedida pelo Ministro Fachin
Habitantes, uma pessoa é morta a cada 70
em LIMINAR concedida na ADF 635,
minutos no Rio de Janeiro. ajuizada pelo Partido Socialista Brasileiro
Mas como isso vem ocorrendo sendo que a (PSB) em 19/11/2019 e para piorar em 2022
política do governo e de remover armas das o STF consolidou essa decisão e agora o
ruas para que sejam “mais seguras” PSB vai remover inclusive câmeras de
voltando as lições de George Washington “o vídeo que gravam as atividades
perigo de se desarmar o cidadão de bem está criminosas, e aparatos policiais
no objetivo maligno de fragilizá-lo e com isso necessários a proteção e segurança do
dominá-lo.” policial em nova petição em 2024.

Essa violência desenfreada na cidade do Rio Com o aparato colateral de proteção ao


de Janeiro tem uma causa direta na invasão cidadão e de diminuição da violência,
dos poderes de legislar que não deveriam ser chega a informar que a polícia é
atualizados pelo poder judiciário, mas vem se responsável por 29% das mortes do
tornando a regra, por este fato os índices de Estado, mas não menciona que 70% das
violência, injustiça, parcialidade tornam-se mortes no estado são por meio de
criminosos. Diz que a polícia é violenta e
evidentes ao todos no mundo.
responsável pelas mortes principalmente
nas favelas e que operações como as
Uns dos maiores Chief Justices da Suprema
operações que se utilizam de helicópteros
Corte americana uma vez disse “Casos ruins
são inconstitucionais pois violam a
trazem decisões ruins, casos com clamor
dignidade da pessoa humana e proteção
social trazem decisões ainda piores” Oliver
de sua propriedade.
Wendel Holmes.
Exatamente o que ocorreu na decisão da Helicóptero não entra na residência de
ADPF 635. ninguém, apenas expõem que está
maliciosamente se escondendo e acaba
sem chance de revide e por isso estavam
sendo dizimadas as quadrilhas, a
criminalidade tinha reduzido no estado,
mas após a liminar dispararam o aumento
de homicídios.
O PSB deveria ser responsabilizado pelo Inegavelmente retira-se de quem quer a
aumento da violência, e por provocar paz social permitindo a criminalidade
tamanha desordem. desfilar com armas e ameaçar a
Quanto a Suprema Corte brasileira devia população, em defesa de um social
seguir o exemplo da Suprema Corte visivelmente distorcido, liberais causaram
americana ao se deparar com uma ação o caos social não só no Brasil como
que foge a sua competência e exacerba os internacionalmente. Em resumo um ato
poderes como juiz e passa a legislar os que viola a competência legislativa do
Justices americanos simplesmente congresso nacional, viola a competência
aplicam o chamado teste de scrutiny, do Governador Estadual se interpondo
strict scrutiny (é uma matéria que cabe a em intervindo diretamente na polícia civil,
colenda Suprema Corte) por ser um e militar, viola o direito de segurança do
interesse imposto pelo estado) cidadão de bem diante as estatísticas
Intermediate scrutiny (cabe ao poder visíveis que a violência disparou após essa
judiciário mas não a Suprema corte, decisão de total incompetência em
substancioso interesse relacionado ao relação a matéria, em relação a função e
estado) e rational basis (cabe ao legitimo aos poderes.
interesse do poder do Estado, o poder, Como dito a Suprema Corte brasileira
legislativo ou ao executivo que a eles deveria seguir o exemplo da Suprema
cabem fazer e executar leis, não ao poder Corte americana.
judiciário) mas esse tipo de princípio vem A separação de poderes na Constituição
sendo totalmente ignorado nas cortes protege a liberdade individual ao impedir
brasileiras, e principalmente a Suprema a centralização do poder governamental
Corte age como poder legislativo fosse em agências reguladoras. Quando a
impondo a cidadão comum decisão não separação de poderes é violada, os freios e
escolhida por ele, pois ele vota em contrapesos da Constituição perdem
deputados e senadores para fazerem as força para limitar a tendência do governo
leis do país em benefício da sociedade, à tirania. (FDA v. Alliance Hippocratic
Ministro não tem voto, não deveria Medicine. 25 US 225, 2024)
adentrar em matérias legislativas sob
pena de causar problemas ainda piores Um dos fatos narrados na ADF 635, cabe
do que os que existem. ao poder executivo exercer seu papel
comprovar que a violência aumentou, o
No caso da remoção das operações nas número de mortes aumentou, apresentar
comunidades e favelas do Rio de Janeiro novos dados e revogar a decisão
a Suprema Corte gera um prejuízo desproporcional e que viola a separação
irreparável a segurança estadual e dos poderes causando um prejuízo social,
nacional. Sob o artificio de se assegurar a cabe ao poder Executivo e Poder
segurança da população, pelo contrário Legislativo se posicionar e apresentar
vossas excelências violaram um direito novas leis com provas contrarias a base
constitucional do cidadão e dever do frágil constitucional desta decisão e mais
estado de garantir a segurança da convocar a população em plebiscito para
população. saber sua opinião sobre o assunto, eis que
o poder emana do povo e sem seu direito
e exercido por aqueles que são eleitos
para isto.
Escrever um artigo sobre a criminalidade na
cidade do Rio de Janeiro é um desafio: um
tema que parece de fácil reflexão devido à
sua presença no cotidiano carioca, mas que
possui raízes profundas e complexas,
ANTÔNIO VALENÇA DA SILVA semeadas há séculos, desde os tempos
coloniais.
Falar em criminalidade impõe que se fale do
conceito de crime. A violência assusta a
Advogado Criminal e Empresarial, todos nós e, em geral, se apresenta
sendo Especialista em Direito Penal associada à prática de condutas tipificadas
Econômico, como crimes em nosso Código Penal. Daí
emerge a primeira confusão na interpretação

A CRIMINALIDADE
do fenômeno jurídico que é o crime: a
violência não é sinônimo de crime, nem o
crime é sinônimo de conduta violenta.
As causas da violência em uma sociedade

NA CIDADE DO
não devem ser confundidas com as causas
da criminalidade neste mesmo grupo social.
A energia interna que possui o ser humano
que é liberada em um ato violento – uma
criança que retira um brinquedo da mão de
outra criança usando a força – essa energia

RIO DE JANEIRO e sua forma de liberação é objeto de estudo


científico pela psiquiatria, pela psicologia,
pela antropologia, etc.
Delimitar o significado de violência não é
REFLEXÕES SOBRE ESSE tarefa simples e demanda um estudo
acurado. Então, como jurista que sou,
FENÔMENO JURÍDICO. respeitarei os demais ramos científicos e irei
me limitar as reflexões que cabem a ciência
jurídica. Por essa razão, irei trazer
parâmetros e premissas que podem ser
assimiladas em nível de cognição sumária
acerca do tema, ok?
Existem inúmeras formas de Imperioso lembrarmos que nossa
exteriorização da violência que estiveram espécie Homo sapiens é assim: cada
presentes desde os tempos pré-históricos indivíduo tem necessidade de estar
da vida dos hominídeos. Neste ponto junto dos demais para sua própria
trago brilhante lição de Andrea Lessa que conservação e evolução. É uma
nos ensina que “marcas inequívocas de necessidade natural do ser humano. O
golpes confirmam a ocorrência de grande filósofo Aristóteles - ao
episódios de agressão física desde a observar a sociedade já naquela antiga
época dos australopitecos, há mais de um Grécia - teve a percepção e a cognição
milhão de anos, até a idade moderna, em de que “o homem é um animal político”
todo o mundo”. com a tendência de passar a sua
existência em sociedade. Daí, dessa
Para facilitar nosso entendimento e necessidade de organizar a vida social,
prosseguirmos na análise do fenômeno surgiu o Direito.
do crime, que é o tema deste artigo,
vamos delimitar a violência como a O Direito – que é ciência formal e
agressão física praticada por um ser material – possui uma dimensão
humano contra outro ser humano, ok? notável porque trata diretamente com a
Ainda assim, o conceito de violência pode dinâmica da vida social na sua
variar em função de normas sociais de um dimensão cotidiana dos conflitos entre
grupo humano: existem sociedades nas os indivíduos. O Direito é um
quais a agressão física do marido contra instrumento de engenharia social que,
a mulher, ou dos pais contra os filhos não através da legalidade, permite à
é contabilizada como atos de violência. sociedade criar redes de estruturação
Um exemplo bastante atual são as lutas social.
de vale-tudo, nas quais os atletas se
enfrentam de forma violenta, sanguinária, O Direito Penal é o ramo da ciência
até que um deles se dê por vencido. jurídica que estuda e orienta a
produção jurídica punitiva do Estado,
O que desejo apontar é que uma estabelecendo princípios e regras
sociedade convive com atos de violência relacionadas às condutas puníveis e às
de uma forma admirável, não a respectivas sanções aplicáveis.
repudiando desde que praticada segundo Portanto, é a lei define o que é crime.
padrões de cultura e regras de convívio Logo, a lei é que faz surgir o criminoso.
social.

Vamos agora pensar no fato crime. O


crime é uma criação jurídica, diferente da
violência que é um fenômeno “biológico”.
O fato crime é um fenômeno jurídico, um
fato que a lei impõe uma sanção quando
da sua ocorrência. Portanto, entendê-lo
passa necessariamente por compreender
que ele nasce do Direito.
Ora, imagine você que lê este artigo: se
Portanto, a realização de um culto em
você acordar amanhã e ler nos noticiários
templo evangélico, por exemplo, era
que entrou em vigor uma lei que obriga a
crime tipificado no referido artigo 276:
todas as pessoas que possuem animais
“Celebrar em casa, ou edifício, que tenha
de estimação a entregá-los ao Estado
alguma forma exterior de Templo, ou
para que sejam sacrificados! Você iria
publicamente em qualquer lugar, o culto
entregar seu pet de estimação, ou você
de outra Religião, que não seja a do
iria escondê-lo, tornando-se então um
Estado”.
criminoso aos olhos do Estado?
Imagine você que lê este artigo agora, se
Repare que uma “canetada” estatal pode
vivesse naqueles tempos o que faria?
gerar um aumento na criminalidade em
Lutaria pela liberdade religiosa e
um número incalculável em apenas 24
celebraria culto, cometendo crime? Tal
horas. Nesse cenário fictício, milhões de
crime seria imoral? Penso eu que não.
brasileiros que se recusassem a entregar
Por isso eu afirmo que o criminoso
seus animais queridos se tornariam
potencial surge quando o Estado “cria”
imediatamente criminosos, podendo ser
leis penais.
presos em flagrante se encontrados seus
pets em suas residências!
Partindo-se dessa premissa de que o
crime tem sua origem no sistema
Por essa razão afirmo que o crime é um
jurídico vigente, para refletir sobre a
fenômeno jurídico resultado de uma lei
criminalidade na cidade do Rio de
que proíbe uma conduta, que passa a ser
Janeiro, precisamos consignar alguns
ilícita após a vigência dessa norma penal.
pontos que diferenciam a capital carioca
Vejamos então um exemplo real de um
dos demais centros urbanos do país.
crime que existiu aqui no Brasil e que nos
dias de hoje seria impensável: a lei de 16
Dentre as colônias portuguesas, o
de dezembro de 1830 que “manda
controle lusitano era mais intenso no Rio
executar o Código Criminal do Império do
de Janeiro, pois o seu porto – um dos
Brazil, criminalizava em seu artigo 276 a
poucos de mar aberto - servia como um
prática religiosa que fosse a religião
centro político, administrativo e militar
oficial do estado, que era a Católica
para o Atlântico Sul. O Rio de Janeiro era
Apostólica Romana, imposta pelo artigo
a cidade onde se negociava ouro,
5º da Constituição de 1824 que
diamantes e outros produtos que
preceituava que “a religião católica
chegavam dos centros de mineração. A
apostólica romana continuará a ser a
cidade atraía muitos estrangeiros que
religião do Império. Todas as outras
navegavam para os Mares do Sul ou
religiões serão permitidas com seu culto
para o oceano Índico, era a porta de
doméstico ou particular, em casas para
entrada para o tráfico de escravos com a
isso destinadas, sem forma algum
África e para a cabotagem com o rio da
exterior de templo”.
Prata.
O Rio de Janeiro permanecia em contato Na minha percepção, o contrabando foi
constante e direto com Lisboa. Quando se uma atividade ilícita - fenômeno jurídico -
tornou sede do vice-reinado em 1763, o inerente à economia mercantilista nos
Rio já era um grande centro administrativo mares do oceano Atlântico em todos os
da região sul e da região das minas. Neste aspectos da sociedade luso-brasileira.
ponto, precisamos lembrar da dinâmica Penso que o significado daquele
relacionada àquela economia comércio ilegal, aceito e onipresente, é
mercantilista mundial, precisamos expresso pela cultura de
lembrar a história político-econômica do condescendência com a criminalidade
comércio ilegal das colônias portuguesas instaurada na cidade do Rio de Janeiro.
e espanholas, admitindo que o comércio O comércio ilegal tolerado era um
ilegal era uma das dimensões do comércio controlado pelas mesmas
mercantilismo. pessoas cujas funções estatais eram
exatamente a repressão de tais
A Inglaterra possuía uma economia atividades.
superior à de Portugal que não tinha os
meios para impedir que os ingleses Naqueles tempos, Portugal era
fizessem contrabando. Assim, a coroa constantemente ameaçado de invasão
portuguesa explorava o Brasil, mas não pela Espanha, e, em troca de auxílio
conseguia lucrar com isso, já que era militar e econômico, o Estado português
roubada pela Inglaterra. Naquele cenário, foi forçado a tolerar a incidência de
o contrabando era uma atividade ilegal, comércio ilegal por parte de
mas praticada de forma intensa, com estrangeiros. Os mercadores de nações
incentivo estatal naquele sistema colonial. que apoiavam Portugal, como Inglaterra
e Holanda, tinham facilidade para
Estou me atendo a atividade ilícita do ingressar em atividades legais e ilegais
contrabando porque serve como por intermédio de mercadores
paradigma para a compreensão do portugueses. Por exemplo, mercadores
desenvolvimento de uma cultura de nações estrangeiras eram julgados
condescendente com a atividade por seus próprios magistrados, a quem
criminosa que surgiu na cidade do Rio de mantinham por meio de um salário.
Janeiro a partir do século XVII como parte
indissociável daquela sociedade colonial, Sim, é exatamente isso: tais mercadores
na qual grupos com diferentes interesses possuíam foro privilegiado! Note, caro
cooperavam e competiam entre si, leitor, a importância de um “passeio”
estabelecendo redes a partir de sua pela história para que possamos
participação dentro de atividades ilegais. compreender os fatos que ocorrem nos
Alguma semelhança com a dinâmica da dias atuais.
criminalidade organizada que atua na
capital carioca nos dias atuais?
Na minha percepção, o contrabando foi
uma atividade ilícita - fenômeno jurídico -
inerente à economia mercantilista nos
mares do oceano Atlântico em todos os
aspectos da sociedade luso-brasileira.
Penso que o significado daquele comércio
ilegal, aceito e onipresente, é expresso pela
cultura de condescendência com a
criminalidade instaurada na cidade do Rio
de Janeiro. O comércio ilegal tolerado era
um comércio controlado pelas mesmas
pessoas cujas funções estatais eram
exatamente a repressão de tais atividades.

Naqueles tempos, Portugal era


constantemente ameaçado de invasão pela
Espanha, e, em troca de auxílio militar e
econômico, o Estado português foi forçado
a tolerar a incidência de comércio ilegal por
parte de estrangeiros. Os mercadores de
nações que apoiavam Portugal, como
Inglaterra e Holanda, tinham facilidade para
ingressar em atividades legais e ilegais por
intermédio de mercadores portugueses.
Por exemplo, mercadores de nações
estrangeiras eram julgados por seus
próprios magistrados, a quem mantinham
por meio de um salário.

Sim, é exatamente isso: tais mercadores


possuíam foro privilegiado! Note, caro
leitor, a importância de um “passeio” pela
história para que possamos compreender
os fatos que ocorrem nos dias atuais.

A área mais disputada da cidade do Rio de


Janeiro era o cais, local onde ambulantes,
mercadores, pescadores, soldados,
marinheiros estrangeiros e oficiais
buscavam “sua parcela” na economia
ilegal. Por exemplo, quando os pescadores
retornavam do mar às praias do Rio de
Janeiro pagar uma cota de dez por cento a
quem os contratava, que era cobrada pela
guarda local. No ano de 1733, surgiu a
notícia de que esses guardas obrigavam os
pescadores a venderem suas pescas a
eles, que então agiam como intermediários.
Imperioso destacar que existia uma
hierarquia no comércio local que era
reproduzida pelos processos judiciais.
Segundo a lei naqueles tempos coloniais,
as penas eram aplicadas de maneira
diferente aos nobres do que aos homens
comuns: status e patrimônio tinham relação
direta com a pena aplicada ao infrator,
sendo possível conseguir uma prisão mais
confortável ou uma prisão domiciliar, obter
a opinião de médicos atestando o impacto
negativo da prisão para a saúde do acusado
e até a possibilidade do perdão real.
Alguma semelhança com o que ocorre na
cidade do Rio de Janeiro neste século XXI?

Agora notemos um detalhe muito


importante: ilegal não significava imoral! Se
o comércio ilegal era por vezes incentivado
pela Coroa portuguesa, como poderia ser E o crime de difamação? Quantos
considerado imoral? Essa percepção pela cidadãos cariocas se sentam em bares,
sociedade carioca de que a conduta cafés, praças, etc. e difamam alguém,
criminosa não fere a moral me parece estar imputando-lhe fato ofensivo à sua
diretamente relacionada àquela lamentável reputação? Ou será que as conversas
postura costumeira: “todo mundo faz, logo entre vizinhos que vivem no mesmo
também farei”. prédio não passam de amenidades, sem
maldizer acerca da reputação do outro
Caro leitor, eu não tenho a pretensão de morador?
esgotar as reflexões sobre o tema da
criminalidade no Rio de Janeiro neste E o crime de dano, quantas pessoas não
artigo. Mas, podemos pensar juntos: destroem, inutilizam ou deterioram a
quantos cidadãos cariocas violam as leis coisa alheia e vão embora, deixando o
diariamente? Pense em condutas não prejuízo para trás? E a violação de direito
violentas, mas que são tipificadas como autoral que constitui crime tipificado no
crime pela lei. Por exemplo a difusão de artigo 184 do Código Penal, quantas
sinal de rádio sem autorização, conhecida vezes esse crime é praticado diariamente
como “rádio pirata”. nos bares, restaurantes e casas noturnas
da Cidade Maravilhosa?
Será possível dimensionar qual o tamanho Sem dúvidas, a Cidade Maravilhosa é
da parcela da sociedade do Rio de Janeiro também a cidade da violência há séculos.
que pratica crimes? Nos dias atuais, as guerras travadas entre
organizações criminosas atingem um
Pensemos no crime de mediação para servir grau de ferocidade que assusta a todos
a lascívia de outrem, tipificado no artigo 227 nós que escolhemos o Rio de Janeiro
do Código Penal: “Induzir alguém a para viver.
satisfazer a lascívia de outrem”. Ou
cidadãos que de alguma forma praticam O enfrentamento ao crime organizado é
conduta de “favorecimento da prostituição uma necessidade incontestável. Vivemos
ou outra forma de exploração sexual”, sob risco de morte diariamente ao
tipificada no artigo 228 da lei penal. Será sairmos nas ruas.
que isso acontece na cidade do Rio de
Janeiro? O que tentei ao escrever as linhas acima
foi trazer à reflexão a constatação de que
Esses são exemplos de crimes os quais não são apenas os crimes violentos que
parcela significativa da população prática assolam a sociedade carioca, mas que a
diretamente ou é conivente com sua prática, criminalidade também está inserida em
da mesma maneira que, séculos atrás, os uma grande parte de nossa sociedade,
cidadãos que viviam no Rio de Janeiro sendo que a solução para a criminalidade
praticavam o contrabando. Ou seja, uma violenta e organizada passa pela extinção
criminalidade culturalmente aceita, que não da conivência dos cidadãos com a prática
se vê como sendo imoral. criminosa culturalmente “aceitável”.

Prezado leitor, voltemos no tempo, agora


para refletir sobre os crimes violentos
praticados na cidade do Rio de Janeiro. No A solução para a redução
dia 27 de novembro de 1914, o Jornal O da criminalidade violenta
Imparcial publicou um artigo em que
descreve o crescente aumento da da cidade do Rio de
criminalidade carioca e principalmente dos Janeiro passa, sem
crimes violentos, a partir de índices
referentes ao período de 7 anos, de 1907 a dúvidas, pela mudança de
1913, tentando construir um "caráter da paradigma de nossa
criminalidade carioca".
sociedade que precisa
Tal artigo afirmava que, num período de 7 abandonar a
anos, foram praticados 17. 702 crimes,
sendo destes 3.186 delitos cometidos “condescendência
contra a propriedade e 11.550 contra a cultural” com a prática
pessoa, afirmando também que "no Rio de 6
em 6 horas, se comete um crime de sangue; criminosa.
de 42 em 42 horas, um atentado ao pudor, e
de 10 em 10 horas, um delito contra a
propriedade”.
CULTURA
RELIGIÃO
O primeiro trecho do teleférico, ligando a
PÃO DE AÇUCAR Praia Vermelha ao Morro da Urca, foi
inaugurado em 27 de outubro de 1912,
RODRIGO ABRAHÃO com grande pompa e celebração. O
sucesso foi instantâneo, atraindo milhares
A beleza do Pão de Açúcar já encantava de visitantes e consolidando o Pão de
os cariocas desde o século XIX, atraindo Açúcar como um dos principais pontos
aventureiros e alpinistas que escalavam turísticos do Rio de Janeiro. E o segundo
seus morros. A ideia de um teleférico trecho, que liga o Morro da Urca ao Pão de
surgiu em 1908, quando o engenheiro Açúcar, foi inaugurado em 18 de janeiro de
1913, completando a experiência e
Augusto Ferreira Ramos idealizou um
proporcionando vistas ainda mais
projeto inovador para ligar a Praia
deslumbrantes.
Vermelha ao Morro da Urca.
A majestosa formação rochosa do Pão de
As obras do teleférico iniciaram em 1909
Açúcar, sentinela da Baía de Guanabara,
e duraram três anos, enfrentando presenciou a fundação do Rio de Janeiro
diversos desafios técnicos e logísticos. em 1565. Inicialmente uma ilha estratégica
Mais de 400 pessoas trabalharam na para a defesa da cidade, o Pão de Açúcar
construção, incluindo montanhistas que se uniu ao continente em 1697, abrindo
escalaram os morros com equipamentos caminho para a construção do bairro da
e realizaram manobras arriscadas. Urca no século XIX.
Em 2006, o Pão de Açúcar e o Morro da
Urca foram unidos no Monumento O que posso fazer lá?
Natural Municipal, protegendo a Mata No Parque Bondinho Pão de Açúcar,
Atlântica e a rica fauna local. O você pode:
monumento natural faz parte do Pegar o teleférico até o topo do Pão
Mosaico Carioca, um conjunto de áreas de Açúcar
protegidas que preservam a Visitar o Mirante do Pão de Açúcar
biodiversidade da cidade. Caminhar pelas trilhas do parque
Visitar a Praia Vermelha
Em 2012, o Pão de Açúcar e o entorno Fazer um tour pela história do parque
foram declarados Patrimônio Mundial da Almoçar ou jantar em um dos
UNESCO, reconhecendo seu valor restaurantes do parque
natural e cultural. Mais do que um cartão
postal, o Pão de Açúcar é um refúgio Quanto custa?
natural no coração da cidade, um lugar O preço dos ingressos para o Parque
para lazer, contemplação e conexão com Bondinho Pão de Açúcar varia de acordo
a história. com a época do ano e o tipo de ingresso
que você comprar. Os ingressos para
O Pão de Açúcar: um convite à aventura: adultos custam em média R$ 92,00.
Escalar seus morros, subir de
bondinho e apreciar a vista Como chegar lá?
deslumbrante da cidade são apenas O Parque Bondinho Pão de Açúcar está
algumas das experiências que o Pão localizado no bairro da Urca, no Rio de
de Açúcar oferece. Janeiro. Você pode chegar lá de carro,
Trilhas, atividades de ecoturismo e ônibus, metrô ou táxi.
eventos culturais completam a gama
de atividades disponíveis para todos Dicas para aproveitar ao máximo sua
os gostos. visita:
Chegue cedo para evitar filas
Alguns fatos marcantes: Use roupas confortáveis e sapatos
O teleférico do Pão de Açúcar foi o com sola de borracha
terceiro do mundo a ser instalado, e Leve protetor solar e chapéu
o primeiro no Brasil. Não se esqueça da sua câmera!
Em 1972, o parque recebeu a visita da
Rainha Elizabeth II da Inglaterra.
O Bondinho do Pão de Açúcar já
transportou mais de 40 milhões de
pessoas.
O parque foi palco de diversos
eventos importantes, como o show
de Frank Sinatra em 1980 e a final do
Campeonato Mundial de Voo Livre
em 2003.
Informações de contato:
Site: A beleza do Pão de Açúcar já
encantava os cariocas desde o
século XIX, atraindo aventureiros e
alpinistas que escalavam seus
morros. A ideia de um teleférico
surgiu em 1908, quando o
engenheiro Augusto Ferreira Ramos
idealizou um projeto inovador para
ligar a Praia Vermelha ao Morro da
Urca.

As obras do teleférico iniciaram em


1909 e duraram três anos,
enfrentando diversos desafios
técnicos e logísticos. Mais de 400
pessoas trabalharam na construção,
incluindo montanhistas que
escalaram os morros com
equipamentos e realizaram
manobras arriscadas.

Telefone: +55 21 2542-4747


Endereço: Avenida Pasteur, 520 –
Urca, Rio de Janeiro – RJ, 22290-
240, Brasil
Pereira Passos e a
Paris dos Trópicos:
O Legado da
Reforma Urbana no
Rio de Janeiro
RODRIGO ARRUDA
No início do século XX, o Rio de Janeiro
estava em meio a uma transformação
radical. Sob a liderança do prefeito
Francisco Pereira Passos, a cidade
passou por uma reforma que a
transformaria em uma metrópole
moderna e cosmopolita. Inspirado pelo
urbanista francês Georges-Eugène
Haussmann e suas reformas em Paris,
Pereira Passos empreendeu um
ambicioso projeto de reestruturação
urbana que deixaria um legado
duradouro na paisagem e na cultura
da cidade.

O Início
Na virada do século XX, o Rio de
Janeiro enfrentava uma série de
desafios que refletiam sua complexa
transição de uma cidade colonial para
uma metrópole moderna, nas palavras
do cronista da época da belle époque,
Luiz Edmundo o Rio de Janeiro em
1903 ainda guardava “o cunho
desolador do tempo dos Vice-Reis”,
conhecido internacionalmente como
“Porto das Doenças”. Daí porque a
necessidade premente de sanear a
cidade.
A rápida urbanização e
industrialização da cidade
resultaram em um crescimento
populacional descontrolado,
levando a uma aglomeração
desordenada de habitações
precárias e insalubres nos morros e
áreas periféricas, conhecidas como
"favelas". Essas condições de vida
subumanas contribuíram para
problemas de saúde pública, como
epidemias de doenças infecciosas, e
aumentaram a incidência de
criminalidade e violência.

Além disso, a infraestrutura urbana


do Rio de Janeiro estava
completamente inadequada para
atender às necessidades de uma
população em rápido crescimento.
O sistema de abastecimento de
água e saneamento básico era
deficiente, resultando em condições
insalubres e propícias para a
propagação de doenças. O
transporte público era precário,
com poucas opções de mobilidade
para os cidadãos, o que contribuía
para congestionamentos nas
estreitas ruas do centro da cidade.

A segregação socioeconômica
também era uma realidade
palpável na cidade. Enquanto uma
elite abastada desfrutava de
conforto e luxo em seus casarões na
Zona Sul, a maioria da população
vivia em condições de pobreza e
travelers motives contributed further to an marginalização nas áreas
understanding of the wasteland and its periféricas. Essa desigualdade
peoples. social se refletia na distribuição
desigual de serviços públicos,
educação e oportunidades de
emprego.
A REFORMA
Diante desses desafios, o presidente
Rodrigues Alves reconheceu a 2. Melhoria da Infraestrutura: Um dos
necessidade urgente de modernizar o principais desafios enfrentados pelo
Rio de Janeiro e transformá-lo em uma Rio de Janeiro na época era a falta de
capital digna do novo regime infraestrutura básica, como
republicano. Foi nesse contexto que abastecimento de água, saneamento e
Francisco Pereira Passos foi nomeado iluminação pública. Pereira Passos
prefeito da cidade, com a missão de priorizou a expansão e modernização
implementar uma ampla e ambiciosa desses serviços, construindo novas
reforma urbana que abordasse os redes de água e esgoto, instalando
problemas estruturais e sociais que sistemas de iluminação nas ruas e
assolavam o Rio de Janeiro na época. praças, e melhorando o transporte
público na cidade.
A experiência de Pereira Passos com
Haussmann em Paris foi fundamental 3. Embelezamento e
para moldar sua visão para o Rio de Monumentalidade: Inspirado pela
Janeiro. Ao observar as amplas estética parisiense, Pereira Passos
avenidas, praças arborizadas e buscou criar uma cidade mais bela e
edifícios grandiosos da capital monumental, com edifícios públicos
francesa, Passos viu o potencial de imponentes e espaços urbanos bem
transformar o Rio em uma cidade cuidados. Isso incluiu a construção de
moderna e ordenada, capaz de atrair obras arquitetônicas grandiosas, como
investimentos e turistas de todo o o Teatro Municipal do Rio de Janeiro e
mundo. o Palácio Tiradentes, que refletiam o
estilo neoclássico e ornamentado da
Belle Époque.
A reforma urbana liderada por Pereira
Passos no Rio de Janeiro foi baseada
4. Modernização e Higienização: A
em quatro pilares principais:
reforma de Pereira Passos também
tinha como objetivo modernizar a
1. Reestruturação Urbanística: O plano
cidade e melhorar as condições de
de Pereira Passos visava reorganizar o
higiene e saúde pública. Isso envolveu
espaço urbano da cidade, inspirado
a implementação de novos padrões de
pelo modelo de Haussmann em Paris.
construção e saneamento, a demolição
Isso envolveu a abertura de amplas
de cortiços e habitações insa
avenidas, a criação de praças e
parques públicos, e a demolição de
áreas consideradas insalubres ou
congestionadas. O objetivo era criar
uma malha urbana mais ordenada e
acessível, capaz de promover o
desenvolvimento econômico e melhorar
a qualidade de vida dos cidadãos.
Esses pilares foram fundamentais para
transformar o Rio de Janeiro em uma
cidade mais funcional, bonita e saudável,
deixando um legado duradouro na
paisagem urbana e na identidade
cultural da cidade. No entanto, a reforma
também gerou controvérsias e conflitos
sociais, especialmente devido ao
deslocamento forçado de comunidades
pobres e à destruição de parte do
patrimônio histórico da cidade.

Uma das principais características da


reforma de Pereira Passos foi a
demolição de grande parte do centro
histórico da cidade, conhecido como
"Pequena África", para dar lugar a
amplas avenidas e praças monumentais.
Essa medida drástica, inspirada na
abordagem de Haussmann em Paris,
gerou controvérsias e deslocou milhares
de pessoas, mas também permitiu a
modernização e o desenvolvimento
econômico da cidade.

Além da reestruturação física, Pereira


Passos também implementou medidas
para melhorar a infraestrutura urbana,
como a expansão da rede de água e
esgoto, a instalação de iluminação
pública e a construção de novos edifícios
públicos, incluindo escolas, hospitais e
teatros.

No entanto, assim como as reformas de


Haussmann encontraram críticas e
resistência, a intervenção de Pereira
Passos no Rio de Janeiro também
enfrentou oposição de diversos setores da
sociedade. Muitos criticaram a destruição
do patrimônio histórico e cultural da
cidade, bem como o deslocamento
forçado de comunidades pobres.
LEGADO
Apesar das controvérsias, o legado da
reforma de Pereira Passos ainda é visível
no Rio de Janeiro moderno. A cidade
passou a ser conhecida pela alcunha de
“Cidade Maravilhosa”, se tornando um
ícone de urbanismo tropical, combinando
a beleza natural de suas praias e
montanhas com uma infraestrutura
urbana que reflete a influência de
Haussmann e o visionarismo de Pereira
Passos.

Além das transformações urbanas, o


legado de Pereira Passos pode ser
observado em diversas obras
arquitetônicas que foram inspiradas em
modelos parisienses. O icônico Teatro
Municipal do Rio de Janeiro, por exemplo,
é uma clara homenagem à Ópera Garnier
de Paris, com sua arquitetura neoclássica
e detalhes ornamentais. Outros exemplos
incluem o Palácio Tiradentes, sede da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio
de Janeiro, que evoca o estilo
arquitetônico dos grandes edifícios
públicos parisienses, e a Avenida Rio
Branco, que se assemelha às amplas
boulevares parisienses. Essas obras não
apenas refletem a influência de
Haussmann sobre Pereira Passos, mas
também destacam o compromisso do
prefeito em transformar o Rio de Janeiro
em uma verdadeira Paris dos Trópicos.
Origem do
e sua trajetório no Rio de Janeiro
Funk
Segundo o historiador e antropólogo Robert Farris
Thompson, em seu livro Flash Of The Spirit: African &
Afro-American Art & Philosophy, a palavra funky tem
sua raiz semântica da palavra "lu-fuki" falada pelo povo
Congo, na Costa Atlântica Africana. De acordo com sua
tese, "tanto músicos de jazz, como congos, usavam
funky e lu-fuki para elogiar pessoas pela integridade de
sua arte, que trabalharam para alcançar seus objetivos.
Por isso, “funk” poderia significar terreno, o retorno ao
básico, autêntico, no jargão do jazz americano.

Músicos de jazz afro-americanos originalmente


utilizavam o termo aplicado à música com um “groove”
lento e melodioso, o qual tem um padrão rítmico que
estimula a dança ou batidas com os pés, por parte dos
ouvintes. Posteriormente, foi aplicado um ritmo mais
duro e insistente, relacionando qualidades corporais ou
carnais na música.

Em 1907 já existiam canções com títulos como "Funky


Butt Ballroom" de Buddy Bolden. Sempre sendo vistas
como inadequadas e rudes até o início dos anos 1960,
quando os estilos começaram a serem usados cada vez
mais com soul music. Com um conceito desenvolvido pôr
James Brown na década de 60, o funk passou a ser
considerado um gênero distinto, com assinatura que
por Andrea Schmidt
enfatiza o downbeat, considerado o padrinho do funk,
trouxe possibilidades de improvisação até mesmo no
rock, através de Jimmy Hendrix, nos anos 70.
A gravação de Brown feita em 1965 de seu sucesso
"Papa's Got a Brand New Bag" normalmente é
considerada como a que lançou o gênero funk. Para
outros, a canção "Cold Sweat" de 1967, composta por
Brown em parceria com o saxofonista Alfred Ellis, foi o
primeiro exemplo de uma canção funk legítima. Depois
de 1965, esse mesmo líder e arranjador de Brown,
adota técnicas de bateria de Nova Orleans, como base
do funk moderno. Esse funk moderno, usa os mesmos
acordes estendidos ricamente coloridos encontrados
no bebop, um subgênero do jazz, que dividiu o jazz em
dois campos opostos na última metade dos anos
1940. Nos anos 1970, o funk foi influência para
músicos de jazz, sob forte e rítmica seção de metais,
pela percussão marcante e ritmo dançante.

No início dos anos 60 que os estilos soul, rhythm e


blues e até mesmo o gospel americano, começaram a
influenciar o gosto musical no Brasil. O pianista Dom
Salvador, na mesma década, funde o compasso binário
do samba com o quaternário do funk, onde artistas
como Banda Black Rio, Tim Maia e Jorge Ben Jor,
também promoveram a fusão. Vale salientar que,
Wilson Simonal também fez parte desse movimento,
para um estilo mais próximo ao soul e funk, o qual não
foi completado por questões não musicais, que
acabaram afetando fortemente a carreira artística.

Com o surgimento da música disco, muitas das


primeiras canções e artistas de disco vieram
diretamente de origens orientadas para o funk, como
Donna Summer está Diana Ross. Mesmo com a chegada
do estilo disco, o funk se tornou cada vez mais popular
no início dos anos 1980. A música disco dividia
opiniões, enquanto James Brown se intitulou o The
Original Disco Man, no disco homônimo de 1979,
influenciando no Brasil através da música de Tim Maia
(Samba-funk).
Na década de 1980, muitos dos elementos principais que
formam a base da fórmula P-Funk (Pure) começou a ser
usurpado por máquinas eletrônicas e sintetizadores.
Naipes de metais foram substituídos por teclados
sintetizadores, e os metais que permaneceram receberam
linhas simplificadas, e poucos solos. Os teclados clássicos
do funk, como o órgão Hammond ou o piano começaram a
ser substituídos pelos novos sintetizadores digitais.
Caixas de ritmos começaram a substituir os "bateristas
funk" do passado, e o estilo de tocar baixo eram muitas
vezes substituídos pelo sintetizador. As letras das
canções do funk começaram a mudar a partir de duplos
sentidos sugestivos para o conteúdo mais gráfico e
sexualmente explícito. Surgiram também algumas
derivações do funk como o electro que fazia grande uso de
samplers, que são trechos musicais armazenados e ainda,
os sintetizadores. Tais ritmos se tornaram combustível
para os movimentos break e hip hop e começaram a se
espalhar.

Na década de 70, os bailes das áreas mais nobres do Rio


de Janeiro, em bairros da Zona Sul, como Leblon e
Ipanema, foram embaladas pelas produções nacionais
inspiradas nesses ritmos. No entanto, mesmo com o
surgimento da MPB, o funk brasileiro, ainda muito
influenciado por produções internacionais – com batidas
aceleradas, letras mais erotizadas e em inglês – ganhou o
subúrbio carioca e, em pouco tempo, embalou o
movimento black em todo o País. Na tentativa de retratar
a realidade das periferias, o funk se tornou um dos ritmos
mais populares no Brasil.
Em setembro de 1989, o DJ Marlboro adicionou a
bateria eletrônica à batida da música como as letras
exclusivamente em português, retratando,
fundamentalmente, a realidade das favelas brasileiras e
lançou o primeiro álbum considerado o marco zero do
funk carioca. Fernanda abreu da banda Black Rio,
também foi uma precursora do funk, chamada hoje de
funk da velha guarda, tempo em que ainda havia
melodia e letra, ainda em atividade num swing-samba
funk. Até mesmo sambistas apoiavam e faziam suas
críticas, portanto o funk, por muito tempo continuou e
continua sendo controverso.

Ao longo dos anos, o ritmo foi sendo cada vez mais


aceito pela população, deixando de ser apenas o som
das favelas, para ganhar as rádios, trazendo nomes de
diversos artistas como Claudinho e Bochecha (1992) e
outros nomes do funk melody, passando pelo funk
ostentação até o funk misturado ao pop, que hoje
ganha projeção internacional, representado por artistas
como Anitta e Ludmilla. Porém, cantado por gente que
não sabe cantar, produzido por gente que não sabe
produzir, conforme dizem alguns críticos. E dessa
forma, parte da população se afasta cada vez mais da
boa música, da verdadeira cultura, onde a má qualidade
e gosto ganham espaços. As letras e danças apelativas
trazem a decadência do estilo que, em outrora,
influenciou tantos músicos e estilos, ao ponto de não
ser mais reconhecido na sua essência.
O funk, que fazia nas letras relatos de violência e até
mesmo a convivência com o tráfico, voltou a chamar a
atenção da mídia de maneira negativa, passando do
momento em que este incorpora ao seu discurso
reivindicações do Movimento Negro, que exacerba
letras marcadas pelo escracho, duplo sentido e
irreverência, chegando ao funk proibidão. Este é um
pequeno segmento de funkeiros que passou a produzir
funks clandestinos dentro das comunidades, cujas
letras exaltam traficantes locais e ridicularizam a
corporação policial. Faz apologia às drogas e à
sexualização no seu nível mais baixo, e porque não
dizer, a desvalorização da mulher num contexto de
objeto sexual. Com a difusão em todo o País, nesse
último contexto, acontece dentro dos carros
transformados em batidões ambulantes.
Há os que defendem a teoria de que a hipersexualização
apelativa do funk sob as crianças e adolescentes das
favelas e de todos os outros meios sociais, não teve
sua origem no estilo e ritmo em si, mas num efeito do
"programa da Xuxa" ao longo de quase três décadas,
onde essa culpa foi transferida para o funk. Isso teria
sido apenas uma consequência, portanto.
A boa música pode promover desenvolvimento
econômico, político, cultural, e não pode ser
influenciada de forma que não a deixe ser algo positivo.
Isso serve para o funk ou qualquer outro ritmo, que
enverniza a condição de favelado, mantendo as
comunidades inertes e orgulhosas de serem faveladas.
Diante do cenário todo, o apelo maior continua sendo de
o funk carioca ser considerado cultura; no entanto, para
isso, é necessário que se faça uma boa letra, uma boa
música, ou que pelo menos não se afaste tanto das
suas origens.
CRISTO
Por Andrea
REDENTOR DO Schmidt

RIO DE JANEIRO

Tudo começou quando o padre


Pierre Mari Boss teve um sonho, em
1859, de fazer o monumento
religioso no Monte do Corcovado. O
padre registrou essa ideia no livro
“Imitação de Cristo”, de 1903.
Foi sugerida uma homenagem à
Princesa Isabel, regente do Brasil e
filha do Imperador Dom Pedro II.
Porém, com o advento da Lei Áurea,
princesa Isabel não aceitou, uma vez
que seria colocada uma estátua que
a representaria como “A redentora”
e então, sugeriu uma imagem do
Sagrado Coração de Jesus. Porém,
quando em 1889, o Brasil tornou-se
república, a proposta foi descartada.
Uma segunda proposta aconteceu
em 1920, pelo Círculo Católico do
Rio de Janeiro. Mais de 22 mil
mulheres fizeram um abaixo-
assinado para pedir ao presidente
do Brasil da época, Epitácio Pessoa,
autorização para a construção do
monumento. Então foi organizado o
evento chamado "Semana do
Monumento" para atrair doações e
recolher assinaturas para apoiar a
construção da estátua.
Houve votação para a escolha e a Estátua do
Cristo Redentor de braços abertos, um símbolo
de paz, foi a escolhida.
A proposta começou a ser materializada nos
preparativos do centenário da Independência
do Brasil, em 1922. Houve uma concorrência
entre os projetos e, prosseguiu uma
colaboração entre o desenhista Heitor da Silva
Costa, o pintor Carlos Oswald e o escultor
Maximilien Paul Landowski, que esculpiu a
cabeça e as mãos do monumento, na França.
A construção durou nove anos, sendo finalizada
em 1931 e custou 2.500 contos de reis, o que
equivale a R$ 9,5 milhões, através de doações
conquistadas pelo círculo católico do Rio de
Janeiro.
A estátua do Cristo Redentor é uma das maiores
estátuas do mundo, retrata Jesus Cristo e está
localizada no topo do Corcovado, a 709 metros
acima do nível do mar e com uma bela vista
para grande parte da cidade no Rio de Janeiro.
São trinta e oito metros de concreto armado e
milhares de triângulos de pedra-sabão colados
à mão sobre um tecido e, depois, aplicados na
estátua por pastilheiros. São oito metros de
pedestal, com vinte e oito metros de
envergadura, peso de 1145 toneladas e com
resistência a ventos de até 250 km/h.
É a mais alta estátua do mundo no estilo Art
Deco (Arte Decorativa), um estilo de arte visual,
da arquitetura e design internacional que iniciou
na Europa em 1910, um pouco antes da primeira
guerra mundial, conheceu o seu apogeu nos
anos 1920 e 1930, com declínio nos dez anos
ESTÁTUA EM 1931. seguintes.
Sua inauguração ocorreu no dia 12 de outubro
de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, com
a presença de milhares de peregrinos do mundo
todo. Em outubro de 2006, no 75º aniversário
da conclusão da estátua, foi consagrada uma
capela sob a estátua, em homenagem a Nossa
Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, onde
católicos realizam batismos e casamentos.
O monumento é parte de um santuário católico,
administrado pela Arquidiocese do Rio de
Janeiro desde 1930, incluindo a manutenção e
celebrações na área. No entanto, o acesso à
estátua é realizado através do Parque Nacional
da Tijuca, que é administrado pelo Instituto
Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), o qual realiza a
cobrança de ingresso. Apesar da manutenção do
monumento demandar recursos consideráveis
da Arquidiocese do Rio, o valor referente à
bilheteria de acesso à estátua, segue
integralmente para o órgão federal.

Em 2007, em uma celebração realizada em


Portugal, a estátua do Cristo Redentor do Rio de
Janeiro, foi eleita informalmente, através de
CUBA ARMÊNIA
aproximadamente cem milhões de votos via
internet e telefone, como uma das sete
maravilhas do mundo moderno. O concurso não
foi apoiado pela UNESCO, que apontou falta de
critérios científicos para a escolha. No entanto,
em 2012, o Cristo Redentor foi adicionado à lista
de Patrimônios da Humanidade, pela própria
entidade. O monumento é um importante ponto
turístico, sendo considerado também um ícone
da cultura na América Latina, recebendo por
volta de dois milhões de visitantes por ano.
ARGENTINA POLÔNIA
Ao longo do século, a estátua do Cristo Redentor
tem sido citada em várias canções de artistas e A estátua do Cristo Redentor do Rio de Janeiro tem
bandas nacionais, palco para diversas cenas de servido de inspiração para a instalação de outras
cinemas nacionais e internacionais, ou de estátuas pelo Brasil, como exemplos, o Cristo Redentor
aventura de artistas de sucesso indo ao topo da de Poços de Caldas – MG, com 30 metros, inaugurado
estátua para fazerem seus agradecimentos. em 1938; o Cristo Luz em Balneário Camboriú – SC, com
33 metros, inaugurado em 1997; a estátua do Cristo
Protetor de Encantado - RS, com altura de 43,5m,
inaugurada em 2022, a maior até o momento. Outro
projeto, desembargado recentemente, por estar próximo
a um sítio arqueológico, segue em construção há 10
anos, na Serra do Chapéu, na cidade de Palmas -TO, com
30 metros de altura. Estátuas de Cristo também são
obras muito visitadas ao redor do mundo, como na
Bolívia, México, Filipinas, Indonésia, Peru, Portugal,
Polônia.

CRISTO DO ABISMO, ITÁLIA


RATANABÁ A CIDADE
PERDIDA DA AMAZÔNIA
POR ANA CLAUDIA CARREGARO

Em quase todo o globo terrestre encontramos De acordo com Urandir o marco zero, após
estruturas de antigas civilizações, temos elas muitas pesquisas, foi a Serra da Muralha até
em: Egito, Camboja, México, Indonésia, as linhas de Ápiaca. Linhas que foram
China, Machu Pichu, China, irã, Polinésia scaneadas com pela tecnologia LiDAR para
entre outras. Seria muito estranho em um detectar a cidade escondida sob a vegetação.
território grande como o Brasil não acharmos Urandir afirma que descobriram a localização
nada. Nem um vestígio? Eis que surgem exata de Ratanabá, porém o motivo do sigilo
Dakila pesquisa para mostrar ao mundo que o é devido as organizações quererem tirar a
Brasil tem sua herança. soberania da Amazônia do Brasil.

Criado por Urandir Fernandes, filantropo, Ratanabá, um local onde viviam os Muril, uma
cientista, indigenista e pesquisador criou o civilização extremamente desenvolvida e
think tank Dakila Pesquisas e a cidade dos repleta de riquezas. Ratanabá é uma palavra
sonhos, Zigurats. O Dakila realiza pesquisas do idioma Irdin que significa “dos reinos para
na Amazônia Brasileira há 30 anos e possui o mundo”. A cidade representava o império
bases de estudos em diversas regiões, como central dessa importante civilização.
quatro no Estado de Rondônia (Porto Velho,
Abunã, São Miguel do Guaporé e Costa
Marques), uma no Estado do Amazonas (AM), Forte Real Príncipe da Beira. Uma
uma no Macapá (AP), Alto Alegre (RR) e Rio construção da civilização Muril que
ainda se mantém praticamente intacta.
Branco (AC).
Os Muril acumularam grande conhecimento e
avançadas tecnologias em corte e
construções em pedras. A maioria das
construções em pedras da antiguidade foram
feitas pelos Muril, mas acabaram sendo
creditadas a civilizações posteriores. A
civilização dos Muril foi a primeira que
chegou na terra há 600 milhões de anos.
Ficaram aqui até um pouco antes da elevação
dos Andes, por volta de 450 milhões de anos.
Eles se estabeleceram por um período de 150
milhões de anos mapeando e demarcando o
nosso planeta.

Os Muril acumularam grande conhecimento e


avançadas tecnologias em corte e
construções em pedras. A maioria das
construções em pedras da antiguidade foram
feitas pelos Muril, mas acabaram sendo
creditadas a civilizações posteriores. A
civilização dos Muril foi a primeira que
chegou na terra há 600 milhões de anos.
Ficaram aqui até um pouco antes da elevação
dos Andes, por volta de 450 milhões de anos.
Eles se estabeleceram por um período de 150
milhões de anos mapeando e demarcando o
nosso planeta.

Fragmentos da história dos Muril podem ser


encontrados nas tabuletas sumérias, em
alguns pergaminhos do Mar Morto e no Livro
de Enoch. Além disso, a Pedra do Ingá na
Paraíba conta parte dessa história,
especialmente a que fala sobre a criação do Pesquisadores de Dakila utilizaram a tecnologia
Homem. Em Nova Brasilândia, em Rondônia, LiDAR para detectar cidade escondida sob a
existe uma pedra que também traz o registro vegetação
de toda a história da humanidade e do
mecanismo do universo.
Urandir Fernandes nos deu honra de ser
entrevistado e o Brazil Talking News no dia 21 de
março concretizou essa live.
Assista no nosso canal a live na íntegra acesso o
código QR

@braziltalkingnewsBTN
HONRARIAS DE URANDIR FERNANDES
Diploma e Medalha de Mérito Cabo Carlos
Adalberto Ilha de Macedo
Em outubro do mesmo ano, a Assembleia
Legislativa de Mato Grosso do Sul, por intermédio
do ex-deputado, Dr. Paulo Siufi, concedeu moção
de congratulação em prol da difusão do
conhecimento que a Associação Dakila Pesquisas
oferece à humanidade.
Título de Cidadão Rochedense
Medalha de Honra ao Mérito - Câmara Municipal
de Corguinho (MS)
Cidadão Ilustre do Município de Carapeguá -
Paraguai
Troféu Deputado Nelson Trad
Personalidade Brasil - União das Câmaras do
Estado de Mato Grosso do Sul
The Winner 2019 Trophy Awards - Internacional
Business Magazine
Título de Cidadão Campo-Grandense
Medalha Mérito Municipalista em Educação -
União de Vereadores do Brasil
Master Águia Americana - São Paulo
Visitante Ilustre - Luque
Medalha e o Diploma de Honra ao Mérito
“Cidadão Nota 10”
Prêmio MBA - CONFEP
Medalha de Honra ao Mérito Legislativo Especial
de Rochedo
Reconhecimento pelo fomento e integração
sócio-cultural - Luque, Caacupe e Yaguaron
Troféu de Excelência - Future Innovation Summi
3ª edição do Future Innovation Summit

Pesquisas Paradas!
Quanto ao Governo brasileiro, na contramão do interesse nacional, o Instituto
Nacional do Patrimônio Histórico Nacional – IPHAN, negou o andamento das
pesquisas, e não tendo argumentação técnica capaz de embasar sua recusa,
limitou-se a utilização de argumentos ad hominem. Isto é, ataques à pessoa
do Urandir Fernandes ao invés de rebater as ideais por ela apresentadas. O
mais grave é que apesar da Procuradoria da União ter opinado favoravelmente
as pesquisas do Dákila, o IPHAN passou por cima das recomendações da
AGU e manteve a negativa.
DEX
Por Antonio Fernando
O conceito de soberania nacional tem
Pinheiro Pedro
sido imutável, por um princípio
sagrado das relações internacionais. Se isso acontecer, que não se surpreenda
É um princípio que cederá lentamente e nossa “intelligentsia” de plantão, pois o
enfaticamente aos novos imperativos sistema internacional poderá não tratar o
da cooperação ambiental global.” caso como ingerência indevida ou afronta
à nossa soberania nacional.
(Comissão das Nações Unidas para o
Governo Global 1999) De fato, o intervencionismo “politicamente
correto”, de pacificação ante o
A Nova Soberania Afirmativa descontrole territorial ou defesa de
garantias fundamentais em caso de
Desmandos e desleixos tupiniquins no
agressão a direitos humanos ou meio
trato do controle territorial e econômico
ambiente, tende a ser legitimado pelos
dos nossos recursos ambientais, bem
novos marcos regulatórios internacionais,
como a dificuldade de impor autoridade na
e é risco estratégico a ser considerado no
resolução dos conflitos sociais e no
desenvolvimento das relações
combate à criminalidade com efeitos
diplomáticas com blocos econômicos e
internacionais, podem vir a justificar
regionais de nosso globo.
medidas intervencionistas na Amazônia
brasileira.
No âmbito das relações internacionais,
impera hoje o que vou denominar Soberania
Afirmativa, ou seja, os tratados e
convenções internacionais não adotam mais
um conceito formal de autodeterminação ou
meramente nominal de soberania nacional
para traçar linhas de implementação dos
seus objetivos. Agora, os diplomas
internacionais vêm utilizando o conceito
difuso de “direitos de soberania”, vinculando
o exercício da soberania a provas materiais
de efetivo controle do Estado sobre seu
território.

Um exemplo prático e emblemático da


implementação do conceito de soberania O exemplo acima torna incontestável a
afirmativa nos diplomas internacionais é a relativização do tradicional conceito de
Convenção Sobre os Direitos do Mar. Trata- soberania nacional e nos alerta para
se de texto legal ambiental internacional da consequências estratégicas dessa nova
mais alta importância, que, quando entrou tendência. Importante considerar, para tanto,
em vigor em 1993, fez reduzir o mar que o conceito de “Justiça Ambiental”, no
territorial brasileiro de 200 milhas marítimas âmbito internacional, inclui aspectos e
para 12 milhas. Sobre a faixa anterior o conflitos de natureza ideológica, étnica,
Tratado resguardou uma Zona Econômica social, religiosa e fundiária, ao contrário da
Exclusiva, condicionando “direitos de visão ecológica, reduzida e estreita, que no
soberania” ao Estado Brasil observamos inscrita no termo.

Em função do Tratado, o governo brasileiro A Soberania Afirmativa, portanto, é reação à


instituiu a CIRM – Comissão Interministerial Soberania Relativa, aplicada pelos novos
de Recursos do Mar e obrigou-se, entre tratados internacionais, que entendem haver
outras providências, a realizar inventários direito à soberania como um bem a ser
periódicos na plataforma marítima, visando reclamado, e não mais respeito à soberania
manter os direitos de soberania sobre a ZEE, como um fato jurídico presumido. Destarte,
permitindo-se até mesmo ampliá-la para respeito implicará em afirmação material de
blindar o país de novas supressões. um controle soberano do Estado sobre o seu
território.
A Relativização da Soberania

Uma análise do cenário mundial nos informa


que ao longo dos últimos 15 anos -
notadamente após a queda do muro de
Berlim e o advento da chamada
“globalização” econômica, o conceito difuso
da soberania afirmativa tem legitimado a
intervenção de forças armadas estrangeiras
em estados nacionais, sem prévia
declaração oficial de guerra, com objetivo
cirúrgico de solucionar toda ordem de
conflitos ambientais e sociais, internos ou
regionalizados.

Intervenções militares autorizadas pelo


Conselho de Segurança da ONU no leste
europeu, na Ásia, África e até na América
Latina – Haiti é um exemplo recente –
ocorrem em função da ausência de
afirmação da soberania nos territórios sob
intervenção. Nesse caso a soberania relativa
não impede a adoção de medidas ditadas
pela Ordem Mundial no estado cujo controle
territorial foi notoriamente fragilizado.

Os Estados Unidos da América, sempre


seguidos da Grã-Bretanha, postaram-se à
vanguarda da Soberania Afirmativa.

A postura anglo-americana, nesse sentido,


implicou em relativizar a vontade expressa
de Estados Soberanos sob a égide nas
Nações Unidas. Como efeito da chamada
unipolaridade mundial, a postura “hesitante”
da ONU em autorizar outras tantas
intervenções julgadas de interesse difuso
internacional levou EUA e GB a "saírem na
frente" - como foi o caso da invasão do
território do Iraque e derrubada do ditador
Sadam Hussein.

A tendência de relativização da soberania de


Estados que "não se afirmam" no controle
dos conflitos internos ou ameaçam a
estabilidade regional, persiste ainda que
novos players, como China, surjam no
Origem da Soberania Afirmativa Pela nova doutrina estratégica, de
Segurança Regional e Preventiva, os
A relativização das soberanias em função centros geopolíticos e regionais de
de interesses transnacionais, com interesse estratégico (de abastecimento
desconsideração do estado de guerra ou manutenção da segurança) dos EUA
tradicional, vem se desenvolvendo desde passaram a ser monitorados mais de
a guerra fria. Porém, nesse novo quebra- perto, em especial atendendo a demanda
cabeça geopolítico, surgiu, em 1997, uma por estabilidade territorial, dos recursos
peça importante, pouco discutida e muito econômicos e dos biomas cujo controle
menos analisada. territorial pelo Estado local estivesse
fragilizado.
m 1997, as Forças Armadas norte-
americanas impuseram mudança A preocupação do governo dos EUA, hoje,
estratégica em sua política de defesa é com a “defesa regional”, ou seja, toda
continental: deixaram de lado a doutrina vez que as Forças Armadas ou o serviço
pontual (do tipo “dominó” – país a país), de inteligência detectarem risco
denominada “Segurança Nacional”, para potencial de atividade ou ataque
assumir uma “Doutrina de Segurança terrorista, ou desestabilização do fluxo de
Ambiental”, abrangente, de regionalização recursos estratégicos para a economia
dos meios de defesa e intervenção nos americana, não importa em que parte do
conflitos no Continente Americano, globo isso ocorra, estará colocada em
visando a proteção conjunta dos recursos perspectiva a necessidade “real” de
ambientais essenciais, dos biomas de estabelecer bases de vigilância nessas
interesse global e controle de conflitos regiões passíveis de serem conflagradas.
que pusessem em risco a segurança das
relações econômicas regionais. A escola norte-americana já é seguida
pelos Estados Europeus e resgata, de
Essa doutrina, construída sob uma maneira irônica, um antigo dispositivo
perspectiva avançada e pluralista do intervencionista do falecido Pacto de
Governo Clinton, foi modificada Varsóvia - mas ainda utilizado pelas
profundamente com George W. Bush, coalizações eurasianas sob tutela da
após o ataque terrorista ao WTC e ao Federação Russa.
Pentágono, nos EUA.
A ideia central da relativização da
Com efeito, após 11 de setembro de 2001, soberania, portanto, é zelar pela
Bush introduziu o conceito de combate "estabilidade" e fazer prevalecer a gama
global contra o terrorismo, baseado em de "valores essenciais ao ocidente", tais
ações preventivas, que tirou da doutrina como o respeito "aos direitos humanos" e
de Segurança Ambiental qualquer (por que não?), o respeito ao uso de
resquício pluralista. recursos ambientais considerados de
interesse estratégico para a humanidade,
exercendo a repressão ao "genocídio
impróprio" (extermínio de população
civil) e ditaduras sanguinárias.
A intervenção ocorrerá sem declaração Os conflitos Assimétricos de 4ª Geração
de guerra ao país "vitimado pelo conflito"
- pois a ação não envolve estados A doutrina de resposta preventiva e
soberanos e, sim, pressupõe a segurança regional, com a relativização da
relativização da soberania do País-alvo soberania pela perda do controle territorial
da intervenção, justamente por entender é uma resposta à chamada Guerra de 4ª
que o Estado local não mais controla o Geração, ou conflitos de quarta geração
próprio território. (4GW).

Não há combate a forças regulares e, sim, De fato, no campo da política e da


combate a "forças operadas por geografia humana, conflitos difusos de 4ª
lideranças ilegítimas, que não mais se geração transcendem questões territoriais,
afirmam soberanamente" - caso típico da envolvem atores não governamentais,
intervenção ocorrida no Iraque de Sadam carregam conotação político-ideológica -
Hussein (acusado de guardar armas de ligada ou não a questões de ordem étnico-
destruição em massa). A intervenção, racial ou religiosa e, portanto, ganham
também, poderá visar inimigos profunda assimetria.
implicados em conflitos assimétricos,
extraterritoriais, ou que buscam se impor Há nesses tipos de conflitos emprego
em conflitos regionais (ainda que façam intensivo de táticas, técnicas e
uso disso taticamente). Caso típico desse procedimentos de guerra irregular,
enquadramento são os jihadistas subversão, insurreição, guerrilha e
muçulmanos. terrorismo. Admite-se o uso recorrente de
proselitismo, ações midiáticas e
Uma característica, observada em toda arregimentação de quadros por redes de
guerra moderna, é sintomática da relacionamento, vínculos ambientais ou
relativização da soberania: a perda do redes sociais.
controle do espaço aéreo. Na
relativização da soberania, o primeiro A ação de combate ao inimigo nesse novo
espaço perdido é o espaço aéreo. quadro de conflitos, exige recortes
Primeiro com a finalidade de cirúrgicos do teatro de operações,
monitoramento. Em seguida para intervenções precedidas de inteligência,
localização e destruição cirúrgica de cuidados com o discurso justificador das
alvos inimigos. O domínio do espaço ações e absoluta relativização de
aéreo precede qualquer intervenção soberanias e jurisdições.
oficial por tropas estrangeiras em solo. Nesse momento, se não houver
afirmatividade no exercício da soberania
De uma forma ou outra, a soberania do pelo Estado alvo da relativização, qualquer
Estado Nacional não somente é conflito será pretexto para a intervenção.
relativizada como considerada
inexistente a partir da intervenção.
A Situação na América do Sul O certo é que as duas doutrinas referidas
acima – a doutrina de Soberania
Com a nova Doutrina de Resposta Afirmativa, inoculada nos tratados da
Preventiva, após os atentados de 11 de ONU, e a doutrina militar de Segurança
setembro, os EUA avançaram a estratégia Ambiental, implementada pelos EUA,
de atender à segurança regional no suportam a iniciativa adotada desde o
território Sul-Americano. governo Clinton, de alocar, a nação mais
Entre outras graves questões, a poderosa do planeta, guarnições de suas
implementação da doutrina de relativização tropas de elite, as chamadas forças
da soberania no continente visa especiais, em todas as partes do mundo,
desmobilizar um suposto “Pacto de São não só para coibir a ação de terroristas,
Paulo”, que teria sido acordado nos anos mas também para acompanhar de perto
90 entre movimentos de esquerda radical se o Estado Nacional em foco na região,
latino-americanos, segmentos narco- tem sob efetivo controle conflitos sociais
guerrilheiros e facções terroristas e recursos ambientais estratégicos
muçulmanas orientais. presentes em seu território – minério,
água, combustíveis fósseis, biomas
Outro motivo sem dúvida é a segurança dos florestais e recursos biogenéticos e
recursos ambientais estratégicos, de fármacos importantes.
interesse internacional - vinculados a
tratados internacionais, como a Convenção Foi neste panorama que os EUA têm
de Mudanças Climáticas, o Tratado de enviado marines (fuzileiros navais) ao
Direitos do Mar e o Tratado da Suriname e à Colômbia. Com ambos os
Biodiversidade. Que implicam na países foram firmados tratados de livre
manutenção do equilíbrio ambiental comércio e de ajuda recíproca, além do
amazônico, a defesa dos recursos minerais trânsito sem restrições das tropas norte-
de interesse militar (nióbio), o americanas na borda amazônica, para
importantíssimo recurso hídrico regional combater a instalação de campos de
(superficial e subterrâneo) e, também, os pouso clandestinos do tráfico, a
recursos petrolíferos para além do mar plantação de maconha e coca e auxiliar no
territorial. combate aos narco-guerrilheiros. Por
tabela, há o reforço à vigilância ambiental
na região.

São centenas de fuzileiros navais dos EUA,


aquartelados na América do Sul, em áreas
fronteiriças com o Brasil, fato que não
passa em branco para nossas Forças
Armadas, embora nossa diplomacia, pelo
visto, ignore…

Além do Suriname e da Colômbia, os


marines se instalaram recentemente no
Paraguai. O Chile parece ser o próximo
hospedeiro.
A Soberania Afirmativa brasileira

Extra oficialmente circulou a notícia que Quando os EUA começaram a aplicação


os EUA também estão com tropas de da doutrina de Segurança Ambiental, o
elite na Bolívia, objeto inclusive de Brasil, ainda na era FHC, procurou dar
atenção na última campanha eleitoral, e uma resposta de Soberania Afirmativa à
alvo da política do novo presidente- altura – não porque os próceres do
cocaleiro boliviano, Evo Morales. PSDB, que estavam no poder, ou do PT,
na oposição, o quisessem (até hoje,
Se observarmos bem, o Governo Norte- infelizmente, esses partidos ignoram
Americano já conseguiu aquartelar suas conceitualmente o que seja segurança
tropas especiais em todo o entorno da territorial, ordem pública, segurança
região amazônica e, por tabela, tem pública e defesa militar e,
acesso a pontos estratégicos de nossa absolutamente, não compreendem o
fronteira e aos conclaves que está em jogo quando incentivam
ambientalmente mais relevantes, ou seja, programas que permitem políticas de
às nascentes dos rios amazônicos, à foz imigração, gestão compartilhada de
da Bacia do Prata, ao maior reservatório florestas, Unidades de Conservação, ou
de água potável do mundo – o Aquífero observação e pesquisa ambiental com
Guarani, às hidrovias do Prata e do ONGs estrangeiras ou
Paraná e aos principais projetos de descompromissadas com a defesa do
geração hidrelétrica sul-americanos, nosso território, nos biomas amazônicos
incluindo os amazônicos já projetados. ou no pantanal…).

Problemas relacionados ao tráfico de Foram as Forças Armadas brasileiras


drogas, contrabando intenso de armas, que pressionaram os governantes de
existência de unidades narco- plantão a implementarem o SIVAM
guerrilheiras, como as FARC, na (Sistema de Vigilância da Amazônia) e,
Colômbia, e o Sendero Luminoso, no posteriormente, o SIPAM, e elaborar e
Peru, justificariam a montagem das bases dar vigência à legislação que hoje
dentro da doutrina de resposta permite a derrubada de aeronaves em
preventiva, inserta na de Segurança voo não autorizado sobre a Amazônia
Ambiental. brasileira e bombardeamento de
campos de pouso clandestinos.

Também está na mira do Governo Bush a


região da Tríplice Fronteira – Argentina-
Brasil-Paraguai, onde vive uma numerosa
comunidade muçulmana e onde recaem
suspeitas de manutenção de células
terroristas islâmicas (dizem até que o
local já foi visitado por líderes da Al
Qaeda).
Vale aqui um testemunho pessoal. Nos últimos anos, e esse fato alcança o
governo Lula, nada menos que 1 bilhão e
Quando o governo FHC - profundamente 500 milhões de árvores foram
antinacional e ignorante em matéria de derrubadas na região amazônica. O
soberania afirmativa, ainda hesitava em número é vergonhosamente astronômico
implantar o SIVAM, estávamos ainda à e foi obtido porque a cobertura vegetal
frente da Comissão de Meio Ambiente da foi desbastada só por “baixo”. Os
OAB-SP e, juntamente com satélites antigos faziam imagens em
personalidades importantes da área escalas maiores e por isso não
ambiental, como o saudoso engenheiro conseguiam registrar toda a frenética
Ben Hur Luttembarck Batalha, atividade predatória.
representantes da USP (Fundação de
Estudos Aquáticos, NISAM -Núcleo de Afora o desmatamento, há na região toda
Informação em Saúde Ambiental e uma estrutura de suporte clandestino
Instituto de Geologia), do Instituto de para o crime organizado e a lavagem de
Engenharia, do CREA-SP, SINDUSCON e dinheiro, feita especialmente via
AELO, realizamos seminários sobre o mineração obras públicas e tráfico de
Conceito de Controle Territorial. madeira.
Também visitamos autoridades militares
e, por ocasião dos protestos Há necessidade de que, coligado a um
internacionais que ocorriam contra as avanço da estratégia militar, o Brasil
queimadas sem controle na região reforce imediatamente seus serviços de
amazônica, em larga escala, demos pela inteligência e de vigilância ambiental,
OAB um ultimato ao governo sobre a pois hoje sabemos dos problemas dentro
necessidade de implantar e usar o SIVAM e fora de nossas fronteiras e da
como instrumento de monitoramento legitimidade que o princípio da soberania
ambiental - e esta linguagem foi afirmativa confere às nações estrangeiras
entendida pelo hesitante presidente. em caso de tratarmos com desleixo os
Felizmente, o sistema de defesa recursos naturais em nosso território, na
amazônico foi finalmente implantado. parte continental ou no mar.

A atitude final do governo provou sua É preciso também que o governo e a


efetividade no exercício do controle sociedade civil organizada atentem para
territorial brasileiro, enquadrando o país uma nova modalidade de intervenção
nos moldes do conceito de Soberania internacional, em curso com a
Afirmativa. globalização no mundo das operações
estratégicas do eixo anglo-americano: a
privatização de atividades militares (vide
Iraque e Afeganistão – onde se informa
que 25000 mercenários atuam
A SOBERANIA
AFIRMATIVA - O contratados pelo governo norte-
RISCO GLOBALISTA, americano por meio de empresas
OS INTERESSES especializadas, de inteligência e
NACIONAIS E A CRISE organizações “não governamentais”).
DA SOBERANIA
A questão ambiental é um mantra em
todos os governos no Brasil. O problema é
a ausência de integração da política
preservacionista com o planejamento
logístico, energético, a regularização
fundiária e a exploração agrícola a serem
estabelecidos para a mesma região.

Equívocos no estabelecimento de
parcerias internacionais, na macro
exploração econômica do território,
quando não bem-conceituadas, podem
resultar em algo ruim para nosso conceito Conclusão
de gerenciamento territorial e configurar
um movimento preocupante para a
Verdade ou não, o que queremos é que o
economia global.
governo brasileiro não leve à deriva essa
questão estratégica.
No entanto, implementar políticas públicas
e parcerias, objetivamente falando, é bom
A única coisa que precisamos é uma
para o reforço da doutrina de Soberania
atitude decisiva, de afirmar nossa
Afirmativa…
soberania com medidas concretas de
planejamento e execução de controle
territorial, como a aplicação dos
instrumentos de zoneamento ambiental
estratégico, ordenamento territorial em
escala regional, com lista de atividades e
condicionantes ao licenciamento
ambiental das mesmas e ações
integradas de vigilância (como, aliás,
nesse campo, já se observa de uns anos
para cá, embora ainda timidamente…).

Caso contrário estarão os governantes


tupiniquins justificando medidas
intervencionistas em nosso país. E
munição necessária para tal já se
encontra na borda de nossas fronteiras.

* texto publicado originalmente para a


Revista Ambiente Legal, Ano 1, n. 2, jan.
fev. mar. 2006
Brasil dos
brasileiros?
O Brasil ao longo de seu rico histórico-cultural
gerou em sua sociedade, alicerces e valores que
constituem seus fundamentos axiológicos. Entre
eles estão: a preeminência da pessoa, que como tal,
se ergue acima do Estado e, este e a sociedade
devem proporcionar a este Homem, as condições
de sua autorrealização. Em função dessa premissa
posta, a liberdade do indivíduo se constitui,
culturalmente, valor prioritário na construção da
nossa ordem social e de natureza democrática. No
entanto, tal preeminência do indivíduo e sua plena
liberdade geraria tensão entre o convívio social. Daí
surge a ideia do Bem Comum, que conjuntamente
com esta liberdade, teríamos que impor dois outros
valores, como a igualdade e a fraternidade para se
estabelecer as condições ideais e fundamentais de
convívio social e fortalecer uma vontade Nacional.

Obviamente, que está colocação acima é


superficial e envolve imensos detalhamentos, - que
não é de forma algum objetivo aqui -, mas é material
fundamental para ilustrar nossa formação como
país/Nação e determinar nossos Objetivos A extensão deste parágrafo como introdução - e a
Nacionais e alcançar, acima de tudo, nosso Poder princípio, sem uma contextualização (já que é uma
Nacional (formador de um conceito de Estado e conceituação) - será fundamental para que possamos o
seus elementos: Povo, Território e Soberania). Estes tempo todo nos remeter a ele, no sentido de
três elementos formadores do Estado são compreendermos cada vez mais o tema que será
indissociáveis e, por intermédio deles, tem-se o abordado. Da mesma forma, servirá de parâmetro para
Estado como Nação politicamente organizada, indicar o contraste e a dimensão da trama que o Brasil
sendo seu povo pertencente a um dado território e vem se envolvendo no caminho de desestruturar sua
sua organização em acordo com sua livre e organização secular como Nação, destituir seu povo de
soberana vontade. A ruptura desta estrutura sua própria autoridade (eleitor que é) e identidade,
organizacional, ou seja, a quebra desta detenção colocando-o em rota de total subserviência de
monopolista dos meios legítimos instituídos ao interesses internacionais e, por consequência, a
Estado, somente, nos conduz ao caos da violência e caminho de uma miséria de valores morais, financeiros,
anarquia entre indivíduos, jogando por terra a ideia bem como, dispondo-o, praticamente, em condição de
de garantia da ordem, alicerce este, fundamentado escravo na realização de seu trabalho. Essa
no político-social-jurídico, que tem por missão contextualização agora sim tem nome: e se chama Foro
assegurar que todos os cidadãos sejam iguais de São Paulo.
perante a lei.
O Foro de São Paulo é uma organização fundada em 1990
por Luiz Inácio Lula da Silva (1945 - Lula, o atual presidente
do Brasil) e Fidel Alejandro Castro Ruz (1926-2016, ou tão
somente Fidel Castro). Esta organização surge reunindo
mais de uma centena de partidos políticos legais (de vários
países da América Latina) em aliança com várias
organizações criminosas ligadas ao terrorismo, narcotráfico
e a indústria do sequestro. Entre as organizações
criminosas destacam-se as FARC (1964 - Fuerzas Armadas
Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo) e o MIR
chileno (1965 - Movimiento Izquierda Revolucionária), ambas
organizações de viés marxista-leninista e guevarista, que
atuam como organizações paramilitares que operam
mediante tática de guerrilha, bem como, se identificavam
como movimento vanguardista dos setores operários e
camponeses. As FARC foram fundadas por Pedro Antonio
Marin (1928-2008), que posteriormente adotou o nome de
Manuel Marulanda Vélez e, conhecido como tirofijo (tiro
certeiro) pela precisão com que realizava seus disparos. O
MIR foi fundado por Miguel Enríquez Espinosa (1944-1974).
Delimitando objetivos principais, dentre tantos outros,
os quais o Foro de São Paulo se propõe, é fundamental
entender que o foco desta promíscua organização -
integrada a partidos políticos, organizações terroristas
e grupos narcotraficantes - é formar um bloco socialista
de envergadura continental em oposição aos Estados
Unidos, a fim de traçar estratégias de ação comum a
todos os países que envolvem a América Latina (vinte
países) estabelecendo intercâmbio e ação unificada, no
esforço de reconquista desta área com base em
alicerce que “promete” uma América Latina “livre”,
“justa” e “soberana”. Em todos os dezesseis países que
chegou a governar, a metodologia aplicada sempre
passa pelo aparelhamento do Estado, infiltração no
judiciário, limitação das liberdades civis, relaxamento
tanto carcerário quanto no combate ao narcotráfico,
perseguição da oposição e da imprensa livre. Neste
último caso, o termo livre diz respeito à produção de
conteúdo que busca de modo independente apresentar
os fatos reais e suas análises de causas e
consequências. Este tipo de conteúdo, hoje, está
praticamente restrito às redes sociais, já que a
imprensa tradicional, simplesmente se tornou um
instrumento de propaganda que compactua e comunga
com a metodologia acima citada, visto que,
comprovadamente estes veículos de comunicações
tradicionais (rádios, TVs, jornais entre outros) em sua
maciça maioria se alimentam de forte aparato
financeiro governamental destes regimes.
Inacreditável é saber que durante dezesseis anos, jornais, O que a princípio foi apenas um encontro em São Paulo (daí
canais de TV, rádios do país inteiro de forma alguma a origem Foro de São Paulo, nome consolidado em 1991, em
registraram sequer uma nota sobre a existência e atividades um segundo encontro na cidade do México) para debater a
dessa organização. As investigações sobre esse fenômeno conjuntura internacional após a queda do muro de Berlim
Foro de São Paulo se deu através do advogado paulista (1989), os planos estratégicos desta estrutura se
José Carlos Graça Wagner que, por intermédio da coleta de transformaram em um projeto sem precedente para a
materiais sobre o Foro, como atas dos encontros, integração continental, barganhas de ordens políticas e
reportagens em revistas, fotos dos eventos, entre outros trocas de experiências entre países e ações de consenso,
documentos iniciou a “visualização” e compreensão da ou seja, unificadas, para avançar pautas de esquerda na
importância histórica e estratégica dessa organização em América-Latina. Importante entender que, a partir deste
1995. No entanto, somente a partir de 1999, o professor, momento, cada encontro do Foro de São Paulo seria
escritor e filósofo Olavo de Carvalho e seus colaboradores estabelecido um Plan de Acción, que seria a coordenação
Carlos Felice e Evandro Santos de Albuquerque de estratégias de ampla atuação no continente. Em vista
conseguiram dar inteligibilidade e publicidade a esta todo este complexo “trânsito” já em curso pelo Foro vem as
organização. Por quase duas décadas o Foro de São Paulo eleições de Hugo Chaves (1954-2013 - Venezuela) – após
cresceu nas sombras – em segredo – ignorado nos debates tentativa frustrada de golpe de Estado em 1992 – que
públicos, afastado da realidade, o que favorecia seu governou a Venezuela de 1999 a 2013, e, Luiz Inácio da
crescimento como forma de poder, alimentado pela própria Silva (Lula), que governou o país de 2002-2010, em
invisibilidade, ações aparentemente desconexas e seguida, fez sua sucessora Dilma Vana Rousseff (1947),
independentes de vários partidos de esquerda, governos de que governou de 2011-2016, sendo que, neste período, o
países, organizações criminosas e grupos terroristas da próprio Lula sempre esteve presente “indiretamente” na
América Latina. Essa invisibilidade tornou-se força motriz na administração do governo, e retomou ao poder em 2023
transformação histórica do cenário da América Latina, que, após cumprir pena de um ano e sete meses na prisão e
como temática (o Foro) ausente a qualquer atividade permanece até hoje como governante do Brasil.
cultural da população, tal qual uma engenharia de alienação
surge aos olhos atônitos de todos como a maior
organização comunista da América Latina, a qual “nunca se
viu, no mundo, em escala tão gigantesca, uma convivência
A primeira reunião do Foro de São Paulo foi
tão íntima, tão persistente, tão organizada e tão duradoura
coordenada pelo ex-presidente Lula da Silva, no
entre a política e o crime” (CARVALHO, 2022, p.25).
dia 4 de julho de 1990 / PT
No sentido de compreendermos a real situação do Brasil Nota-se novamente o Foro de São Paulo como uma
tendo à frente de governo um presidente como Luiz Inácio entidade secreta, agora como um “Grupo de Amigos da
Lula da Silva é fundamental e suficiente observar os Venezuela”. No entanto, gravíssimo e sem precedentes na
aspectos que constam do seu discurso presidencial de 2 de nossa história, o chefe maior do Estado brasileiro afirmar
julho de 2005 na ocasião de celebração de quinze anos do categoricamente, que atuou clandestinamente para o Foro
Foro de São Paulo. Como entidade secreta, ou pelo menos em decisões de ordem política de outro país, já como
como organização invisível, a fim de permanecer nas presidente do Brasil e, portanto, isento - ou pelo menos
sombras sem despertar curiosidade popular alguma e dando a impressão de estar isento -, de qualquer atividade
propiciando a incapacidade pública de observar a ligada a esta organização. Desta forma, participou e atuou
complexidade da habilidade de enganar o povo observa-se como agente, no sentido de contribuir para produzir
em sua fala o seguinte (Lula, 2005, p.2): resultado do plebiscito de 15 de agosto de 2004 na
Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com Venezuela, à margem de qualquer reunião com seus
os nossos companheiros do movimento social, dos partidos ministérios, bem como, de questões que envolvam a política
daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a de relações exteriores brasileiras. Ainda ressalta em suas
relação construída no Foro de São Paulo para que próprias palavras que “[...] graças a essa relação foi
pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as possível construirmos [...] a consolidação do que aconteceu
pessoas entendessem qualquer interferência política. Foi na Venezuela, com o referendo que consagrou Chávez
assim que surgiu a nossa convicção de que era preciso como presidente”. Como se não pudesse piorar ainda mais,
fazer com que a integração da América Latina deixasse de descarta seus deveres como presidente da república,
ser um discurso [...] para se tornar uma política concreta e quando dispõe sua lealdade aos “companheiros”,
real de ação dos governantes”. submetendo o Brasil às mesmas condições processuais de
atuação impostas pelo Foro, pois, afinal, segundo o
A obscuridade dos atos, o descaso, ou mesmo, desprezo aos presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a organização e suas
reais fatos de interesse público da política nacional, e, o interferências às outras nações latino-americanas “só foi
mais grave ainda, a ativa interferência de outras nações possível graças a uma ação política de companheiros. Não
latino-americanas na política interna do país (sabe-se lá, era uma ação política de um Estado com outro Estado, ou
senão outras também não latinas) determinando decisões, de um presidente com outro presidente”
bem como, rumos de acontecimentos, totalmente fora do
conhecimento da opinião pública, instituições de governo,
justiça, parlamentos estão claras e luminosamente
afirmadas quando, “[...] utilizando a relação construída no
Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que
parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer
interferência política [...] era preciso fazer com que a
integração da América Latina deixasse de ser um discurso
[...] para se tornar uma política concreta e real de ação dos
governantes”.

Neste mesmo discurso ainda segue dizendo (ibid.):


“Foi assim, que nós, em janeiro de 2003, propusemos ao
nosso companheiro Chávez, a criação do Grupo de Amigos
para encontrar uma solução tranquila que, graças a Deus
aconteceu na Venezuela. E só foi possível graças a uma
ação política de companheiros. Não era uma ação política
de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com
outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez participou
de um dos foros que fizemos em Havana. E graças a [sic]
essa relação foi possível construirmos, com muitas
divergências políticas, a consolidação do que aconteceu na A última edição do Foro aconteceu em Havana, Cuba. Este
Venezuela, com o referendo que consagrou Chávez como ano, o evento será sediado pela segunda vez na Venezuela.
presidente da Venezuela”. A primeira foi em 2008 - Foto: Divulgação
Conforme foi visto anteriormente, para que não parecesse e Lembram do tal Plan de Acción acima? Aí vão dizer: Não,
ninguém entendesse, assembleias dessa organização se não. Também não é assim! Ninguém vem aqui (Brasil) e sai
deram ao longo dos anos de sua sombria existência, fazendo o que quer, ou manda em alguma coisa, ou pega o
submetendo o Brasil a decisões tomadas por estrangeiros que quer e fica de qualquer jeito! Sempre houve sim,
sob o total desconhecimento destas ações por parte do estabelecimentos de pactos, elaboração de estratégias e
povo brasileiro. Sem contar que nestas reuniões decisórias táticas que se adaptam periodicamente, mediante
estavam participantes de organizações supracitadas como submissão de governos e partidos às normas do Foro, claro
o MIR chileno - que atuava no sequestro de brasileiros – e que com total desprezo e descaso dos interesses nacionais.
as FARC – narco guerrilha colombiana, que tinha como
parceiro aqui no Brasil, o narcotraficante Fernandinho Já de início, antes das eleições do dia 6 de outubro de 2002,
Beira-Mar, que abastecia o mercado de drogas com cerca o atual presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva,
de duzentas toneladas de cocaína ao ano no Brasil. É claro afirma ao jornal francês Le Monde em 2 de outubro (4 dias
que, também, como foi comentado anteriormente, houve antes do pleito) que:
uma corrupção de imensas proporções da consciência
pública se deu pela cumplicidade de políticos, donos de
“A eleição é uma FARSA pela qual é preciso passar para se
meios de comunicação, jornalistas, empresários, intelectuais
chegar ao poder” (o grifo farsa é nosso e a entrevista foi
entre outros.
concedida ao jornalista Jean-Jacques Sévilla). Em seguida, o
O que se observa através deste discurso, passado mesmo foi eleito no dia 27 de outubro (2º turno das eleições)
desapercebido em sua época, e que permanece até hoje, é deste mesmo ano.
o inominável desprezo de proporções absurdas à
Constituição, às leis, às instituições e todo um eleitorado de
Começou bem? O que você pensou sobre isso? Na verdade,
um imenso país como o Brasil, concedendo a uma
não pensou. Esse era o método. Acima no texto, o propósito
organização repleta de criminosos, como o Foro de São
do crescimento e fortalecimento do Foro não era a
Paulo, autoridade decisória sobre os destinos da nossa
invisibilidade, o crescimento nas sombras à margem dos
nação e de países vizinhos. Comprovadamente, nas próprias
olhos e do conhecimento da opinião pública e, tendo como
palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressoam no
ferramenta crucial, a omissão/submissão de organismos
mais alto grau, a abjeção moral a Soberania Nacional. Um
como meios de comunicação e etc., como já foi falado? Os
presidente coloca acima de seus deveres, uma lealdade a
métodos são multifacetados e complexos, não cabendo aqui
“companheiros”, fazendo com que esse gesto passe em
discussões detalhadas sobre tal. Mas, caso queira
uma longínqua distância aos olhos do seu povo, beirando
compreender melhor ainda a metodologia do processo
mesmo a invisibilidade.
sugiro leitura do trabalho de David Horowitz e John Perazzo:
Do Partido das sombras ao governo clandestino. Já citando
o prefácio por Alexandre Borges, este livro expõe o mega
milionário George Soros, “O mais poderoso, rico e influente
ativista do mundo, que derruba regimes e elege presidentes,
que dá o tom das mais importantes discussões da opinião
pública mundial atual, [...] raramente discutido, escrutinado
ou investigado. Não é distração”. Exemplo rápido e direto:
neste momento, escrevendo este texto, Guido Mantega
(1949) - acusado de participar de esquema escuso no
BNDES por desvio da ordem de trilhões de reais - está
sendo sugerido pelo atual presidente Lula ao comando de
um dos maiores capitais empresariais do país, a mineradora
Vale do Rio Doce. Coincidência ou não, um dos maiores
acionistas da empresa é o recém citado George Soros,
detentor de 11% das ações (sendo o maior acionista o
Capital Group com 12,89%).
Continuando o Plan de acción, vamos a alguns fatos. (1) Em Entre outros valores exorbitantes que permanecem ainda
2005, Olivério Medina – terrorista, criminoso, procurado na imprecisos em valores tem-se: o metrô de Caracas
Colômbia por homicídio, sequestro e contrabando foi preso (Venezuela) U$$ 383 milhões, a Via Expressa de Luanda
no Brasil pela Polícia Federal e Interpol – teve negada sua (Angola) U$$ 198,8 milhões, o Porto de Mariel (Cuba) U$$
extradição à Colômbia pelo presidente Lula e ainda recebeu 641,2 milhões. Segundo o BNDES (www.bndes.gov.br), o
status de refugiado político. Na sequência a Ministra da Brasil desembolsou entre 2007 e 2015 – alheio aos
Casa Civil, Dilma Roussef atribui cargo de confiança a interesses nacionais – o equivalente a U$$ 10,5 bilhões.
esposa do terrorista no Ministério da Pesca. (2) 2006, Evo Com relação a finanças relacionadas a esquemas de
Morales, líder sindical dos cocaleiros e presidente da Bolívia, corrupção, iniciadas no governo Lula e continuados no
tomou por ocupação do seu exército, instalações da governo Dilma, são considerados os maiores desvios de
refinaria da Petrobrás na Bolívia, para fins de nacionalização dinheiro da história da humanidade. Enquanto o chamado
da exploração do gás e do petróleo em seu país, “Mensalão” e “Petrolão” se mostravam como ponta do
encampando um gigantesco patrimônio brasileiro - sem iceberg, os desvios do BNDES pode equivaler a parte
absolutamente qualquer resistência por parte do governo do submersa do mesmo, o qual, além dos escândalos
Brasil -, bem como, em seguida, o Brasil ainda lhe concedeu apresentados no parágrafo acima, foram concedidos em
um empréstimo de U$$ 332 milhões para construção de torno de R$ 1,2 trilhões a empresas - consideradas “amigas”
uma estrada. (3) 2011, Fernando Lugo (presidente do – no período de 2007 a 2016 aproximadamente. Obviamente,
Paraguai) propõe alterar o Tratado de Itaipu e, a então não cabe aqui descrever, especificar detalhes sequer de um
presidente Dilma Roussef, atendendo ao pedido, triplica a único desses escândalos estratosféricos. Afinal, temos aqui
taxa anual de energia NÂO utilizada paga pelo Brasil, de somente um artigo e, a dimensão dessas tramas realizadas,
U$$ 120 milhões para U$$ 360 milhões. (4) 2013, a mais jamais caberia em um só livro. Mas em um resumo simples,
ousada manobra do Foro, o programa “Mais Médicos”, que temos segundo o MPF: “163 prisões temporárias, 132
financiou uma indústria de “missões humanitárias”, prisões preventivas, 1.450 buscas e apreensões, 211
envolvendo vinte países, entre eles o Brasil - que contribuiu conduções coercitivas, 35 ações de improbidade
com pelo menos centenas de milhões de dólares (pois não administrativa, dois acordos de colaboração homologados
há valores publicados). A arrecadação para o governo no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), 138
cubano (sendo Raul Castro – 1931 - o presidente) chegou a acordos homologados no STF, 533 denunciados, 723
U$$ 6 bilhões, colocando os médicos cubanos próximos a pedidos de cooperação internacional, R$ 4,3 bilhões
um regime de escravidão, já que, a maior parte do dinheiro devolvidos aos cofres públicos, R$ 2,1 bilhões previstos em
que ganhavam, ficava com o governo cubano. multas compensatórias decorrentes de acordos de
colaboração, R$ 12,7 bilhões em multas compensatórias
decorrentes de acordos de leniência, R$ 14,7 bilhões
previstos para serem recuperados e R$ 111,5 milhões em
renúncias voluntárias de réus. [...] a lava jato custou ao
Brasil 3,6% do PIB e até 4,4 milhões de empregos, por conta
da paralisação de obras e das atividades das empresas
envolvidas nos esquemas de corrupção, entre 2014 e 2017.”
((https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/o-que-foi-a-
operacao-lava-jato/)

Depoimentos, áudios e trocas de mensagens às quais ISTOÉ


teve acesso revelam que médicos cubanos viviam quase
como escravos no Brasil. Vigiados por agentes enviados por
Havana, não podiam sair de um município a outro sem
autorização mesmo nas folgas, eram assediados
sexualmente e até extorquidos. Agora, quem não quer
voltar à ilha sofre ameaças
Se modus operandi basicamente são os elementos Ainda neste encontro do Foro de São Paulo em Brasília, Lula
funcionais necessários para se ter sucesso em crimes, com afirma:
o objetivo de não ser capturado, ao que tudo indica, o E vocês sabem quantas vezes nós fomos acusados, [...] e
sistema aparelhado na mídia - a fim de resistir/evitar quantos ataques pejorativos se faz contra a esquerda na
divulgação desses dados acima apresentados -; e na justiça América do Sul. Nós não somos vistos pela extrema-direita
- já que o acusado e condenado (2017) unanimemente (em fascista, nem do Brasil e nem do mundo, como organizações
instâncias superiores de toda ordem) como chefe desse democráticas. Eles nos tratam como se nós fôssemos
esquema infindável de corrupção, o atual presidente Lula terroristas, eles nos acusam de comunistas, achando que
(preso de 2018-2019) foi “descondenado” por meio de um nós ficamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos,
malabarismo jurídico complexo e extenso, - assunto para um nós ficamos ofendidos se nos chamassem de nazistas, de
livro ou mais –, saiu da cadeia e assumiu a presidência do neofascistas, de terroristas, mas de comunista, de
Brasil novamente. Nota-se então, a eficácia do método e socialista, nunca. Isso não nos ofende, isso nos orgulha,
sua aplicação. A partir desta articulação abre-se um campo muitas vezes nós sabemos que merecemos esses ataques.
fértil para o Foro de São Paulo, que é, sem dúvida, não ter [sic!]
mais necessidade de atuar nas sombras ou escondidos em
porões para alcançar seus objetivos. Pois, com a queda Transpondo a frágil e primária construção do texto citado,
vertiginosa da consciência pública ao longo dos anos, a vale lembrar que tanto nazistas, quanto fascistas, bem como
qual, a população já sofria de forma significativa, foi comunistas necessitam do uso do autoritarismo para impor
suficiente para apostar na incapacidade do povo em seus regimes. Consequência direta disto é a perspectiva de
assimilar tamanha/ou inacabável aptidão deste esquema um Estado centralizado e rigidamente controlado,
agir com extrema má fé com o erário público, ou com intervencionista tanto na economia quanto no controle da
qualquer outra situação de esfera institucional do governo. sociedade. Todas essas ideologias têm como única
tendência, o totalitarismo. O texto é uma declaração -
Conclamação disto - mesmo com todo barulho e repúdio de embora confusa e errônea com as terminologias ideológicas
cidadãos conscientes, além das eleições serem uma FARSA - daquilo que ele se diz ser. Na sequência do discurso, o
(citado anteriormente) tem-se o ex Ministro da Casa Civil mesmo aponta o total desprezo com a constituição social, a
José Dirceu (1946) afirmando que “dentro do país é uma qual, o país construiu seu sólido alicerce e permanece até
questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos hoje, quando continua dizendo que “aqui no Brasil, nós
tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição” (El enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o
Pais, 2018). Como demonstração de força e avanço em seus discurso do patriotismo, ou seja, aqui nós enfrentamos o
processos, o XXVI encontro do Foro de São Paulo foi no discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu
Brasil (2023), em Brasília e tendo como convidado de honra historicamente a combater”. Tem-se agora precisamente a
o ditador da Venezuela Nicolás Maduro Moros (1962), que desestruturação organizacional dos hábitos, da tradição,
de acordo com o departamento de Justiça dos Estados dos costumes daquilo que é a alma e a essência do povo
Unidos é acusado por liderar “uma organização criminosa de brasileiro. Observa-se então, um grave e irreversível
tráfico de drogas com as Forças Armadas Revolucionárias desprezo com a própria construção do país como Nação,
da Colômbia (FARC) denominado Cartel de Soles. [...] indicando a confissão de uma ruptura institucional com tudo
corromper as instituições da Venezuela, como parte das àquilo que forma a identidade do povo brasileiro. Já que esta
Forças Armadas, aparatos de inteligência e poderes estrutura organizacional será combatida, a tendência é que
legislativo e judiciário, para facilitar o contrabando de se caminhe para a quebra dos meios legítimos instituídos ao
toneladas de cocaína aos Estados Unidos.” Daí, já se nota o Estado, provocando o aumento da violência, do caos, pois
avançado do plano hegemônico em curso na América Latina como foi visto inicialmente são esses meios que promovem a
definindo, sem dúvidas, o Brasil como um promotor e garantia da ordem.
financiador deste projeto. Mas pelo fato de ser presidente
novamente, Lula não deveria estar isento e desligado do
Foro? Agora é sem sombras e porões. Luzes, câmera e
ação.
Com base em alguns poucos dados comprovados (como estes
citados ao longo do texto) seria de se estranhar que cada dia
mais o estreitamento entre a criminalidade e as esferas do
governo ocorreriam de modo mais explícito e acelerado? Seria
“normal” saber que uma senhora conhecida como a “dama do
tráfico amazonense” (Luciana Barbosa Farias) foi recebida por
duas vezes no Ministério da Justiça por assessores do Ministro
da Justiça? E, ainda por cima, como representante estadual do
Comitê de Prevenção e Combate a Tortura do estado do
Amazonas? (ver Gazeta do Povo, 14/11/2023). Da mesma
forma, um ex Ministro da Justiça e atual Ministro do Superior
Tribunal Federal (Flávio Dino) entrar no complexo da Maré
(conjunto de 16 favelas do Rio de Janeiro) à vontade sem RÉGIS GOMIDE COSTA
nenhum aparato de segurança, já que, para o tráfico de drogas,
se trata de um território proibido para as forças de segurança Pianista bacharel pela UNICAMP,
do estado? Nada disso causa sequer estranheza? (ver em
qualquer mídia tradicional ou redes sociais as imagens mestre em Música pela UFRGS.
disponíveis). Será que vamos ver perseguições e capturas de
pessoas que se oponham ao modus operandi?
Concertos apresentados no
Brasil, EUA, Portugal, Alemanha.
Todos os aspectos citados neste texto, com facilidade, seriam
considerados uma mera “teoria da conspiração”.
Objetivamente, o que vem se tornando claro é que o Brasil não
vem tendo mais a representatividade de seu povo. Mas, se
realizadas as eleições e seus resultados não representam seu
povo, estas mesmas eleições poderiam nos ter sido tomadas?
Caso isso realmente prevaleça, teríamos a mesma ideia do
significado da frase que bandidos se utilizam após cometerem
crimes: “perdeu mané”. Um grupo institucional
internacionalizado como o Foro de São Paulo, juntamente com
seus sinistros vínculos, se apossou do Estado brasileiro.
Revejam o início sobre a liberdade e o Poder Nacional (Povo,
Território e Soberania). Fechando este ciclo onde retomamos a
origem deste artigo: o povo se encontra em plena liberdade? As
instituições brasileiras convivem em harmonia e exercem seus
poderes de forma a representarem a organização e decisão do
seu povo? Nosso território é nosso mesmo, ou, está sendo
negociado pelo preço da cobiça de estrangeiros e interesses
alheios àqueles do povo brasileiro? Será que estamos vivendo
nossa livre e soberana vontade? Estaria em curso, ou mesmo já
ocorreu, uma humilhante transferência da Soberania Nacional
para esta entidade/autoridade estrangeira – estranha a
população brasileira? O Brasil vem sendo verdadeiramente dos
brasileiros?

Bibliografia
CARVALHO, Olavo de. O Foro de São Paulo: a ascensão do
comunismo latino-americano; organização de Carlos Felice e
Evandro Santos de Albuquerque. Campinas, São Paulo. Vide
Editorial, 2022.
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