CTT Vigilancia
CTT Vigilancia
CTT Vigilancia
PRIVADO
REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO
CONVENÇÕES COLETIVAS
Contrato coletivo entre a Associação Nacional das Empresas de Segurança, Roubo e Fogo -
AESIRF e a ASSP - Associação Sindical da Segurança Privada e outro - Revisão global
Publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 26, de 15 de julho de 2019, com revisão parcial publica-
da no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 11, de 22 de março de 2021.
TÍTULO I
Área e âmbito
1- O presente contrato coletivo de trabalho, adiante designado por CCT, aplica-se a todo o território nacio-
nal e obriga, por um lado, as empresas representadas pela Associação Nacional das Empresas de Segurança,
Roubo e Fogo - AESIRF e, por outro, os trabalhadores ao seu serviço representados pela ASSP - Associação
Sindical da Segurança Privada e outro e pelo SUSP - Sindicato Unificado da Segurança Privada.
2- As partes obrigam-se a requerer, em conjunto, ao Ministério responsável pela área laboral, a extensão
deste CCT, por alargamento de âmbito, a todas as empresas que se dediquem à prestação de serviços de se-
gurança privada e prevenção, ainda que subsidiária ou complementarmente à sua atividade principal, e aos
trabalhadores ao seu serviço em todas as especialidades previstas no regime jurídico do exercício da atividade
de segurança privada.
3- No setor da segurança privada o número de entidades empregadoras é de 86 e o número total de traba-
lhadores é de 38 956.
4- O âmbito do sector de atividade profissional é o de atividades de segurança privada, a que corresponde o
CAE n.º 80100, podendo abranger outros CAE com a mesma área de atividade.
Cláusula 2.ª
BTE 7 | 155
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
CAPÍTULO II
Cláusula 3.ª
Período experimental
1- Durante o período experimental, qualquer das partes pode rescindir o contrato de trabalho sem avisoprévio
e sem necessidade de invocação de justa causa, salvo o disposto na lei geral, não havendo direito a qualquer
indemnização.
2- O período experimental terá a duração prevista na lei geral, nomeadamente, de 90 dias para agenera-
lidade dos trabalhadores, nestes se incluindo os trabalhadores com as especialidades desegurança privada.
3- No momento da cessação, será entregue ao trabalhador documento idóneo correspondente à situação de
desemprego.
4- À contagem e denúncia do contrato durante o período experimental aplica-se o disposto na lei geral.
5- Considera-se, igualmente, tempo de período experimental, o estágio cumprido no posto de trabalho para
início de atividade e por determinação do empregador, o qual dará lugar ao pagamento de remuneração,
exclusivamente, de acordo com as expressões pecuniárias em vigor.
Cláusula 6.ª
CAPÍTULO III
Mobilidade funcional
Cláusula 7.ª
Mobilidade funcional
1- Sempre que um trabalhador substitua outro de categoria ou classe e retribuição superior às suas, ser-lhe-
-á devida a remuneração que competir ao trabalhador substituído, efetuando-se o pagamentoa partir da data da
substituição e enquanto esta persistir.
2- O trabalhador não adquire a categoria profissional correspondente às funções que exerça temporariamen-
te, a não ser que as exerça de uma forma consecutiva no período igual ou superior a seis meses, ou nove meses
BTE 7 | 156
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
CAPÍTULO IV
Cláusula 9.ª
BTE 7 | 157
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
BTE 7 | 158
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Cláusula 11.ª
Formação profissional
1- As entidades empregadoras obrigam-se a promover o desenvolvimento e a adequação da qualificação do
trabalhador, tendo em vista melhorar a sua empregabilidade e aumentar a produtividade e a competitividade
das empresas e suportarão os custos inerentes à formação contínua relacionada com o exercício da profissão.
2- O trabalhador deve participar de modo diligente nas ações de formação profissional que lhe sejam pro-
porcionadas.
3- As entidades empregadoras devem garantir a emissão de documentos comprovativos dos cursos de for-
BTE 7 | 159
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
mação profissional que o trabalhador frequentou por determinação daquelas e em que tenha obtido aprovei-
tamento.
4- Sobre a formação profissional legalmente obrigatória para a atividade principal desenvolvida pelo tra-
balhador, nomeadamente a formação profissional necessária para a renovação do cartão profissional das es-
pecialidades previstas na lei, as entidades empregadoras suportarão os seguintes custos relacionados com a
formação contínua dos seus trabalhadores para o exercício da respetiva profissão:
a) Cursos e ações de formação profissional;
b) Retribuição do tempo despendido pelos trabalhadores nas ações ou cursos de formaçãoprofissional pre-
sencial bem como, o respetivo subsídio de alimentação por cada dia de formação;
c) Deslocação do trabalhador para o local onde é ministrada a formação profissional, sempre que este fique
fora da área geográfica do local de trabalho do trabalhador conforme disposto na cláusula 17.ª do CCT.
5- A frequência completa de curso de formação profissional com aproveitamento constituirá, quando possí-
vel, elemento preferencial no preenchimento de vagas de postos de trabalho na empresa.
6- No preenchimento de vagas de postos de trabalho, as entidades empregadoras deverão dar preferência aos
trabalhadores ao seu serviço, desde que reúnam as demais condições específicas indispensáveis ao exercício
da profissão ou categoria profissional.
CAPÍTULO V
Vicissitudes contratuais
Cláusula 14.ª
BTE 7 | 160
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
de forma esporádica ou em substituição de outro trabalhador que esteja temporariamente ausente por motivos
de férias, doença ou qualquer outro impedimento;
c) Os trabalhadores cuja remuneração ou categoria profissional tenha sido alterada há 90 ou menos dias,
desde que tal não tenha resultado diretamente da aplicação de instrumento de regulamentação coletiva de
trabalho, ou de promoção de função ou categoria profissional;
d) Os trabalhadores que não reúnam os requisitos legais para o desempenho da função que lhes esteja co-
metida, ou cuja validade de cartão profissional seja inferior a 30 dias relativamente à data de início da nova
prestação;
e) Os trabalhadores que, nos termos da presente cláusula, tenham acordado com a prestadora de serviço
cessante manter-se ao serviço da mesma.
7- A prestadora de serviços cessante fornecerá à nova prestadora de serviços, no prazo de dez dias úteis con-
tados desde o conhecimento da perda de local de trabalho ou cliente, a listagem dos trabalhadores transferidos
para a nova prestadora de serviços, constando dessa listagem a indicação da categoria profissional de cada um
deles, a antiguidade dos mesmos, a retribuição mensal auferida e o local ou locais de trabalho a que estavam
afetos.
8- A prestadora de serviços cessante é obrigada a comunicar ao novo prestador de serviços, expressamente
e por escrito, sob pena de nulidade da transmissão e até dez dias úteis anteriores ao início da prestação do
serviço por este, os trabalhadores que, por acordo, se manterão ao seu serviço e, em simultâneo, a fornecer-lhe
os seguintes elementos referentes aos trabalhadores abrangidos pela sucessão:
a) Nome, morada e contacto telefónico;
b) Número de Segurança Social, de cartão de vigilante e validade, número de identificação fiscal e data de
nascimento;
c) Categoria profissional e função desempenhada;
d) Antiguidade;
e) Antiguidade na categoria e na função;
f) Situação contratual (a termo ou sem termo);
g) Cópia do contrato de trabalho, cópia do cartão de cidadão, cópia do cartão profissional e cópia do último
registo criminal;
h) Cópia da ficha de aptidão médica;
i) Declaração de honra do trabalhador abrangido e da prestadora de serviços cessante, atestando que o tra-
balhador presta serviço no local há mais de 90 dias;
j) Informação sobre os trabalhadores sindicalizados com referência aos respetivos sindicatos, mediante co-
municação escrita da vontade do trabalhador;
k) Informação sobre os trabalhadores que desempenhem funções de delegado ou dirigente sindical.
9- O não cumprimento dos prazos definidos nos números sete e oito implicam a não obrigatoriedade de
aceitação do(s) trabalhador(es) cuja informação se encontre em falta, mantendo-se este(s) ao serviço da presta-
dora de serviços cessante. O incumprimento do prazo previsto no presente número não imputável à prestadora
de serviços cessante não obsta à aplicação da cláusula.
10- O trabalhador abrangido pela mudança de empregador nos termos previstos na presente cláusula pode-
rá opor-se a esta, sem necessidade de fundamentação, no prazo de cinco dias contados desde o conhecimento
da comunicação da sucessão, junto da prestadora de serviço cessante e da nova prestadora de serviços. A opo-
sição à mudança poderá ser efetuada por via eletrónica, sem prejuízo do envio de carta registada com aviso de
receção dentro do prazo previsto no presente número.
11- A prestadora de serviços cessante procederá ao pagamento de todos os créditos devidos ao trabalhador
até à data da sucessão, nomeadamente, proporcionais de férias, subsídio de férias, férias não gozadas e subsí-
dio de Natal relativos ao ano da mudança de empregador, trabalho suplementar, trabalho noturno ou qualquer
outra prestação pecuniária que lhe seja devida, não podendo a nova prestadora de serviços ser responsabilizada
pelo pagamento de tais créditos.
12- O pagamento dos créditos devidos conforme o número anterior, não impede o gozo normal das férias,
no ano ou período em que ocorra a transição de serviços.
13- A prestadora de serviços cessante será a única responsável pelo pagamento de quaisquer quantias
devidas a qualquer entidade, incluindo eventuais sanções administrativas, relativas ao período em que o tra-
balhador esteve ao seu serviço.
14- A beneficiária poderá opor-se à permanência de qualquer trabalhador nas suas instalações, ainda que
contra a vontade deste, bastando para tal que comunique a sua oposição à nova prestadora de serviços, man-
tendo-se o trabalhador, neste caso, ao serviço da prestadora de serviços cessante.
BTE 7 | 161
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
15- A nova prestadora de serviços poderá opor-se à mudança de qualquer trabalhador que já haja para si de-
sempenhado funções e cuja relação contratual tenha cessado com fundamento em justa causa ou relativamente
ao qual exista ou tenha existido qualquer litígio judicial, mantendo-se o trabalhador,neste caso, ao serviço da
prestadora de serviços cessante.
16- A nova prestadora de serviços e o trabalhador deverão celebrar adenda ao contrato anteriormente escrito
nos termos do regime jurídico do exercício da atividade de segurança privada, no qual constará expressamente
a antiguidade deste último, sem qualquer período experimental.
Cláusula 15.ª
Impedimento prolongado
1- Quando o trabalhador esteja impedido de comparecer temporariamente ao trabalho por facto que não lhe
seja imputável, nomeadamente doença ou acidente, o contrato de trabalho será suspenso ao fim de 30 dias
conforme o disposto na lei e o trabalhador manterá o direito ao lugar, com a categoria, antiguidade e demais
regalias que por este CCT ou por iniciativa da entidade empregadora lhe estavam atribuídas e não pressupo-
nham a efetiva prestação de trabalho.
2- Terminado o impedimento, o trabalhador deve apresentar-se de imediato à entidade empregadora, para
retomar o serviço, entregando a competente justificação, caso não o tenha feito antes, sob pena de incorrer em
faltas injustificadas.
3- São garantidos o lugar, a antiguidade e demais regalias que não pressuponham a efetiva prestação de
serviço, ao trabalhador impossibilitado de prestar serviço por detenção ou prisão preventiva, enquanto não for
proferida a sentença.
CAPÍTULO VI
Cláusula 17.ª
Local de trabalho
1- «Local de trabalho» é o local geograficamente definido pela entidade empregadora, ou acordado entre as
partes, para a prestação da atividade laboral pelo trabalhador.
2- Na falta desta definição, o local de trabalho do trabalhador será aquele no qual o mesmo inicia as suas
funções.
3- Posto de trabalho é o sítio ou local em que o trabalhador, momento a momento, exerce as suas funções,
podendo estar adstrito a uma instalação fixa ou a várias, inscritas na área do local de trabalho.
4- Não se considera, mudança de local de trabalho a alteração do posto de trabalho dentro das instalações
do mesmo cliente.
Cláusula 18.ª
Mobilidade geográfica
1- A estipulação do local de trabalho não impede a rotatividade de postos de trabalho característica da ati-
vidade de segurança privada, sem prejuízo de, sendo caso disso, tal rotatividade vir a ser, no caso concreto,
entendida como mudança de local de trabalho, nos termos e para os efeitos da presente cláusula.
BTE 7 | 162
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
2- Entende-se por mudança de local de trabalho, para os efeitos previstos nesta cláusula, toda e qualquer
alteração do local de trabalho definido pela entidade empregadora, ou acordado entre as partes, ainda que
dentro da mesma cidade, desde que determine acréscimo significativo de tempo ou de despesas de deslocação
para o trabalhador.
3- O trabalhador só poderá ser transferido do seu local de trabalho quando:
a) Houver cessação do contrato entre a entidade empregadora e o cliente;
b) O trabalhador assim o pretenda e tal seja possível sem prejuízo para terceiros ou para a organização do
serviço;
c) O cliente ou seu representante solicite a sua substituição, por escrito, por falta de cumprimento das nor-
mas de trabalho, ou por infração disciplinar imputável ao trabalhador e os motivos invocados não constituam
justa causa de despedimento;
d) Haja necessidade para o serviço de mudança de local de trabalho ou por razões decorrentes do dispositivo
operacional, desde que não se verifique prejuízo sério para o trabalhador, i.e, desde que não resulte acréscimo
significativo de tempo e/ou deslocação para o novo local de trabalho.
4- Sempre que se verifiquem as hipóteses de transferência referidas no número anterior, as preferências do
trabalhador deverão ser respeitadas, salvo quando colidam com interesses de terceiros ou motivos ponderosos
aconselhem outros critérios.
5- Se a transferência for efetuada a pedido e no interesse do trabalhador, considerando-se igualmente nesta
situação aquele que anuiu à troca, nunca a empresa poderá vir a ser compelida ao pagamento de quaisquer
importâncias daí decorrentes, seja com carácter transitório ou permanente.
6- Havendo mudança de local da prestação de trabalho por causas ou factos não imputáveis ao trabalhador,
a entidade empregadora custeará as despesas mensais, acrescidas do transporte do trabalhador, decorrentes da
mudança verificada.
7- O acréscimo de tempo de ida para e regresso do local de trabalho, superior a 40 minutos, gasto com a
deslocação do trabalhador para o novo local de trabalho, será pago tendo em consideração o valor hora deter-
minado nos termos da cláusula 32.ª, ou compensado com igual redução no período normal de trabalho diário.
8- No caso previsto na alínea a) e c) do número 3 da presente cláusula, o trabalhador, querendo rescindir o
contrato, tem direito a uma indemnização correspondente a um mês de retribuição base por cada ano de anti-
guidade, salvo se a entidade empregadora provar que da mudança não resulta prejuízo sério para o trabalhador.
CAPÍTULO VII
Cláusula 19.ª
Horários normais
1- O período normal de trabalho para os profissionais de escritório e vendas é de 40 horas semanais, distri-
buídas por 5 dias consecutivos, sem prejuízo de horários completos de menor duração ou mais favoráveis já
praticados.
2- O período normal de trabalho em cada dia não poderá exceder 8 horas.
3- Poderão ser estabelecidos horários flexíveis, sem prejuízo dos limites da duração do período normal de
trabalho legais, conforme disposto na lei.
Cláusula 21.ª
BTE 7 | 163
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Cláusula 22.ª
Adaptabilidade
1- O período normal de trabalho pode ser definido em termos médios, podendo o limite diário de oito horas
ser aumentado até dez horas e a duração do trabalho semanal atingir cinquenta horas, não podendo o período
normal de trabalho diário ser inferior a 6 horas.
2- A duração média do trabalho é apurada por referência a um período não superior a seis meses, cujos início
e termo têm que ser indicados no mapa de trabalho de cada trabalhador.
3- Sem prejuízo do disposto no número anterior, o período normal de trabalho definido nos termos previstos
no número um não pode exceder cinquenta horas em média num período de dois meses.
4- Não pode haver prestação de trabalho para além de seis dias consecutivos, sem prejuízo do cumprimento
das cargas horárias máximas previstas no presente CCT.
5- Não poderá existir mais de um dia de descanso semanal isolado por cada período de sete dias.
6- No regime de adaptabilidade, para efeitos de organização das escalas, aplica-se o regime de turnos, se
outra não for a vontade das partes manifestada por escrito.
7- Num período de dezasseis semanas, o trabalhador tem o direito, no mínimo, a dois fins-de-semana com-
pletos (sábado e domingo) e dois domingos.
Cláusula 23.ª
Regime de turnos
1- Para efeitos do regime de turnos considera-se:
a) Folga - Um ou mais dias completos sem trabalho;
b) Descanso - O período efetivo após o fim do turno ou horário de trabalho.
2- As escalas de turnos serão organizadas de modo que haja alternância, ainda que irregular, entre semanas
com dois dias consecutivos ou mais de folga e semanas com um dia de folga.
3- As escalas de turnos só poderão prever mudanças de turno após período de descanso semanal com folga,
com uma duração não inferior a 24 horas.
4- Em cada oito semanas a folga semanal deverá coincidir, no mínimo, duas vezes com o domingo.
5- O trabalhador em regime de turnos é preferido, quando em igualdade de circunstâncias com trabalhadores
em regime de horário normal, para o preenchimento de vagas em regime de horário normal.
6- O trabalhador que completar 53 anos de idade e 15 anos de turnos não poderá ser obrigado a permanecer
nesse regime. A aplicação do disposto no presente número não fica prejudicado pela aplicação do disposto na
cláusula décima quarta.
Cláusula 25.ª
BTE 7 | 164
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
6- A retribuição dos trabalhadores admitidos em regime de tempo parcial não poderá ser inferior à fração da
retribuição do trabalhador a tempo completo correspondente a período de trabalho ajustado.
7- O trabalhador a tempo parcial que, por forma continuada por um período de 120 dias após decorrido o
período experimental, deve passar à contratação no regime de tempo inteiro.
CAPÍTULO VIII
Cláusula 26.ª
Férias
1- Às férias será aplicado o regime geral previsto na lei geral, sem prejuízo do seguinte:
a) As férias devem ser gozadas no decurso do ano civil em que se vencem, sendo, no entanto, permitido
acumular no mesmo ano férias de dois anos, mediante acordo escrito.
b) O período de férias pode ser interpolado, por acordo das partes, desde que sejam gozados, no mínimo, 10
dias úteis consecutivos, num dos períodos acordados.
c) O período de férias é marcado por acordo entre trabalhador e empregador, cabendo a este a marcação das
férias no caso de falta de acordo, o que poderá fazer entre 1 de maio e 31 de outubro de cada ano.
d) Caso, no ano da suspensão do contrato de trabalho por impedimento prolongado respeitante ao traba-
lhador, se verifique a impossibilidade total ou parcial do gozo a direito a férias já iniciado, o trabalhador terá
direito à retribuição correspondente ao período de férias não gozado e respetivo subsídio.
e) No caso de sobrevir o termo do ano civil antes de decorrido o gozo referido no número anterior ou gozado
direito a férias, poderá o trabalhador usufruí-lo até 30 de abril do ano civil subsequente.
Cláusula 27.ª
Feriados
1- Aos feriados será aplicado o regime geral previsto na lei geral, sem prejuízo do seguinte:
a) O feriado municipal é considerado um feriado obrigatório;
b) Os trabalhadores consideram-se abrangidos pelo feriado municipal da sede, filial ou delegação da empre-
sa a que estejam adstritos;
c) O feriado de Sexta-Feira Santa poderá ser observado em outro dia por decisão dos trabalhadores adstritos
à sede, filial ou delegação da empresa, desde que com o consentimento desta, tendo em conta os dias com
significado local no período da Páscoa;
d) O feriado municipal, quando não existir, será substituído pelo feriado da capital do distrito.
Cláusula 28.ª
Falta
1- Por falta entende-se a ausência do trabalhador durante o período normal de trabalho diário, de acordo com
o respetivo horário de trabalho.
2- Nos casos de ausência durante períodos inferiores a um dia de trabalho, os respetivos tempos serão adi-
cionados, contando-se essas ausências como faltas na medida em que perfaçam um ou mais dias completos
de trabalho.
Cláusula 29.ª
Faltas justificadas
1- Às férias será aplicado o regime geral previsto na lei geral, sem prejuízo do número seguinte.
2- São consideradas faltas justificadas as motivadas por mudança de residência, durante um dia.
3- É considerada injustificada qualquer falta não prevista no número anterior.
Cláusula 30.ª
BTE 7 | 165
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
CAPÍTULO IX
Retribuição de trabalho
Cláusula 32.ª
RM x 12
VH = 52 x N
Sendo:
VH = Valor da hora de trabalho;
RM = Retribuição mensal;
N = Período normal de trabalho semanal.
3- Até ao pagamento da retribuição, o empregador deve disponibilizar ao trabalhador documento do qual
constem a identificação daquele, o nome completo, o número de inscrição na instituição de Segurança Social
e a categoria profissional do trabalhador, a retribuição base e as demais prestações, bem como o período a que
respeitam, os descontos ou deduções e o montante líquido a receber.
BTE 7 | 166
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
4- Às demais condições referentes à remuneração e que não se encontram aqui publicadas, aplicar-se- á o
disposto no Código do Trabalho.
Cláusula 33.ª
Subsídio de alimentação
1- O trabalhador tem direito a um subsídio de alimentação por cada dia efetivo de trabalho
2- Nos regimes de turnos fixos ou rotativos, havendo prestação de trabalho com duração inferior a oito ho-
ras, o valor do subsídio de alimentação não pode ser reduzido.
3- O trabalhador em regime de adaptabilidade tem direito ao subsídio de alimentação proporcional ao tempo
de trabalho diário em escala sempre que exceda as 8 horas.
4- O subsídio de alimentação dos trabalhadores no regime de tempo parcial regula-se pela lei aplicável.
5- O disposto na presente cláusula não se aplica às categorias profissionais previstas nos capítulos XV e
XVI.
6- O subsídio de alimentação tem de ser pago mensalmente, sendo disponibilizado ao trabalhador, no último
dia útil de cada mês ou anterior a este.
Cláusula 34.ª
Subsídio de Natal
1- Os trabalhadores abrangidos por este CCT têm direito a um subsídio de Natal de montante igual a um mês
de retribuição, que será pago até ao dia 15 de dezembro de cada ano.
2- Suspendendo-se o contrato de trabalho por impedimento prolongado do trabalhador por motivo de doen-
ça, a entidade empregadora pagará a parte proporcional ao tempo de serviço prestado nesse ano.
3- Nos anos do início e da cessação do contrato de trabalho, a entidade empregadora pagará ao trabalhador
a parte proporcional ao tempo de serviço prestado nesse ano.
Cláusula 36.ª
BTE 7 | 167
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Cláusula 38.ª
Trabalho suplementar
1- Considera-se trabalho suplementar todo aquele que é prestado fora do horário de trabalho.
2- O trabalho suplementar dá direito a um acréscimo remuneratório ao valor da retribuição horária em sin-
gelo de:
a) Se for diurno - 50 %;
b) Se for noturno - 75 %.
3- O trabalho suplementar prestado em dia normal não confere o direito a descanso compensatório.
4- O trabalhador é obrigado a realizar a prestação de trabalho suplementar, salvo quando, havendo motivos
atendíveis, expressamente solicite a sua dispensa.
5- Sem prejuízo do disposto no número 3 da cláusula 71., o trabalho suplementar pode ser prestado até um
limite de 200 (duzentas) horas por ano, não se considerando para este efeito o trabalho prestado por motivo
de força maior ou quando se torne indispensável para prevenir ou reparar prejuízos graves para a empresa ou
para a sua viabilidade.
6- Sempre que um trabalhador seja obrigado a trabalho suplementar por demora na rendição dos turnos
noturnos, a empresa assegurará um serviço de transporte, se por motivo do trabalho suplementar o trabalhador
perdeu a possibilidade de utilizar transportes públicos.
7- O empregador organizará o trabalho suplementar nos termos previstos na lei geral.
Cláusula 38.ª-A
Trabalho noturno
1- Considera-se trabalho noturno, o prestado no período que medeia entre as 21h00 de um dia e as 6h00 do
dia seguinte.
2- Para os trabalhadores admitidos até dia 15 de julho de 2004, considera-se trabalho noturno o prestado no
período que medeia entre as 20h00 de um dia e as 7h00 do dia seguinte.
3- Considera-se trabalhador noturno, com o estatuto especial que lhe é conferido atenta a maior penosidade
da prestação de trabalho, aquele que presta, pelo menos, 5 horas de trabalho normal em período noturno em
cada dia ou que efetua, durante o período noturno, parte do seu tempo de trabalho anual correspondente a 5
horas por dia.
4- O trabalho noturno é pago com o acréscimo de 25 % do valor hora de trabalho normal relativamente ao
pagamento de trabalho equivalente prestado no período diurno.
5- O acréscimo médio mensal resultante do pagamento de trabalho noturno é incluído na retribuição de
BTE 7 | 168
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Deslocações
1- Entende-se por deslocação em serviço a prestação de trabalho fora da localidade habitual de trabalho e
não por mudança de posto de trabalho.
2- Os trabalhadores, quando deslocados em serviço, têm direito:
a) Ao pagamento do agravamento do custo dos transportes;
b) À concessão dos abonos indicados no anexo VI, desde que, ultrapassando um raio superior a 50 km, a
deslocação obrigue o trabalhador a tomar as suas refeições ou a pernoitar fora da localidade habitual.
3- As deslocações do Continente para as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores ou para o estrangeiro,
sem prejuízo da retribuição devida pelo trabalho como se fosse prestado no local habitual de trabalho, confe-
rem direito a:
a) Ajuda de custo igual a 25 % dessa retribuição;
b) Pagamento de despesas de transporte, alojamento e alimentação, devidamente comprovadas.
4- As deslocações efetuadas em veículos dos trabalhadores serão pagas de acordo com os valores aplicados
na administração pública a não ser que outro regime mais favorável resulte das práticas existentes nas empre-
sas abrangidas pelo presente CCT.
Cláusula 44.ª
Fardamento
1- Os trabalhadores de segurança privada, quando em serviço, usam fardamento de acordo com as determi-
nações internas das empresas, sendo obrigação da entidade empregadora suportar gratuitamente o fardamento.
2- A escolha do tecido e corte do fardamento deverá ter em conta as condições climáticas do local de traba-
lho, as funções a desempenhar por quem enverga o fardamento e o período do ano.
3- No momento de desvinculação ou da cessação do vínculo laboral, o trabalhador fica obrigado à devolução
dos artigos do fardamento, ou a indemnizar a entidade empregadora pelo respetivo valor,se não o fizer, ressal-
vada a normal deterioração provocadas pela utilização no exercício das suas funções, sob pena de incorrer em
crime de responsabilidade civil pelos danos causados.
BTE 7 | 169
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Cláusula 45.ª
CAPÍTULO X
Disciplina
Cláusula 47.ª
Sanções disciplinares
1- O empregador pode aplicar as seguintes sanções disciplinares:
a) Repreensão;
b) Repreensão registada;
c) Sanção pecuniária;
d) Perda de dias de férias;
e) Suspensão do trabalho com perda de retribuição e antiguidade;
f) Despedimento sem qualquer indemnização ou compensação.
2- As sanções disciplinares não podem ser aplicadas sem audiência prévia do trabalhador.
3- As sanções pecuniárias aplicadas a um trabalhador por infrações praticadas no mesmo dia não podem
exceder um terço da retribuição diária e, em cada ano civil, a retribuição correspondente a 30 dias.
4- A suspensão do trabalho com perda de retribuição não pode exceder, por cada infração, 10 dias e, em cada
ano civil, o total de 45 dias.
5- A sanção de perda de dias de férias não pode pôr em causa o gozo de 20 dias úteis de férias.
6- Iniciado o processo disciplinar, pode a entidade empregadora suspender o trabalhador, se a presença deste
se mostrar inconveniente, mas não lhe é lícito suspender o pagamento da retribuição.
Cláusula 48.ª
Procedimento disciplinar
1- Nos casos de procedimento disciplinar previstos nas alíneas a) e b) do número 1 da cláusula anterior, a
BTE 7 | 170
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Sanções abusivas
1- Consideram-se abusivas as sanções disciplinares motivadas pelo facto de o trabalhador:
a) Haver reclamado legitimamente contra condições de trabalho;
b) Recusar-se a cumprir ordens a que não deva obediência;
c) Prestar informações verdadeiras aos sindicatos, Autoridade das Condições do Trabalho ou outra entidade
competente sobre situações de violação dos direitos dos trabalhadores;
d) Ter exercido ou pretender exercer os direitos que lhe assistem;
e) Ter exercido há menos de 5 anos, exercer ou candidatar-se a funções em organismos sindicais, de previ-
dência ou comissões paritárias.
2- Presume-se abusiva, até prova em contrário, a aplicação de qualquer sanção disciplinar sob a aparência
de punição de outro comportamento quando tenha lugar até 6 meses após os factos referidos nas alíneas a), b),
c), e d) e 12 meses no caso da alínea e).
Cláusula 50.ª
CAPÍTULO XI
Direitos especiais
Cláusula 51.ª
Direitos especiais
1- Aplicam-se aos trabalhadores abrangidos pelo presente CCT todas as regras legais relativas aos regimes
da parentalidade, do trabalhador-estudante e da saúde e segurança no trabalho, em vigor à data da publicação.
2- Quaisquer alterações que ocorram às normas a que se refere o número anterior, durante a vigência do
presente CCT, apenas se aplicarão aos trabalhadores abrangidos caso sejam mais favoráveis.
CAPÍTULO XII
Cláusula 52.ª
Segurança Social
1- As entidades empregadoras e os trabalhadores ao seu serviço contribuirão para as instituições de Seguran-
ça Social que os abrangem, nos termos dos respetivos estatutos e demais legislação aplicável.
2- As contribuições e os descontos para a Segurança Social em caso algum poderão ter outra base de inci-
dência que não os vencimentos efetivamente pagos e recebidos.
BTE 7 | 171
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Cláusula 53.ª
Trabalhadores sinistrados
1- Em caso de incapacidade permanente ou parcial para o trabalho habitual e proveniente de acidente de
trabalho ou doença profissional ao serviço da empresa e não sendo possível manter o trabalhador na categoria
e no desempenho das funções que lhe estavam cometidas, as entidades empregadoras diligenciarão conseguir
a sua reconversão para função compatível com as diminuições verificadas.
2- Quer o trabalhador mantenha a categoria ou funções habituais, quer seja reconvertido para outras funções
ou categoria e havendo incapacidade permanente parcial para o trabalho, a entidade empregadora obriga-se a
manter e atualizar a retribuição correspondente à categoria que o trabalhador tinha à data da baixa, pagando-
-lhe a diferença entre a pensão recebida da entidade seguradora e o vencimento legal ou convencionalmente
fixado, salvo se outra diferença superior lhe for devida, atendendo às novas funções ou categoria.
CAPÍTULO XIII
Atividade sindical
Cláusula 55.ª
Princípios gerais
1- É direito do trabalhador inscrever-se no sindicato que na área da sua atividade represente a profissão ou
categoria respetiva.
2- As empresas devem abster-se de questionar os trabalhadores, nos seus inquéritos ou candidaturas de
emprego.
3- Os trabalhadores e os sindicatos têm o direito irrenunciável de organizar e de desenvolver a atividade
sindical no interior da empresa, nomeadamente através de delegados sindicais e de comissões intersindicais.
4- À empresa é vedada qualquer interferência na atividade sindical dos trabalhadores ao seu serviço.
Cláusula 56.ª
Delegados sindicais
O número máximo de delegados sindicais, por sindicato, é o seguinte:
a) Sede, filial ou delegação com menos de 50 trabalhadores sindicalizados - 1 delegado sindical;
b) Sede, filial ou delegação com 50 a 99 trabalhadores sindicalizados - 2 delegados sindicais;
c) Sede, filial ou delegação com 100 a 199 trabalhadores sindicalizados - 3 delegados sindicais;
BTE 7 | 172
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
d) Sede, filial ou delegação com 200 a 499 trabalhadores sindicalizados - 6 delegados sindicais;
e) Sede, filial ou delegação com 500 ou mais trabalhadores sindicalizados - O número de delegados sindicais
resultante da fórmula:
6 + n - 500
20
Crédito de horas
1- Cada delegado sindical dispõe, para o exercício das suas funções, de um crédito de horas que não pode ser
inferior a 5 por mês, ou a 8, tratando-se de delegado que faça parte da comissão intersindical ou de secretariado
da comissão sindical.
2- As faltas dadas no exercício da atividade sindical que excedam o crédito de horas previsto no número
anterior desta cláusula consideram-se justificadas, mas não conferem direito a remuneração.
3- Quando pretendam exercer os direitos previstos nesta cláusula, o respetivo sindicato ou os interessados
deverão avisar por escrito a entidade empregadora, com a antecedência mínima de 1 dia, sempre que possível.
4- O crédito de horas previsto no número 1 é referido ao período normal de trabalho, conta como tempo de
serviço efetivo e confere direito à retribuição.
5- Os membros dos corpos gerentes das associações sindicais dispõem, para o exercício das suas funções,
de um crédito de 4 dias por mês, podendo este ser acumulado por um ou por vários dos membros dos seus
corpos gerentes.
6- Sempre que ocorra a situação descrita no número anterior, a associação sindical interessada dará conhe-
cimento à entidade patronal respetiva, por escrito, identificando qual ou quais dos seus membros usufruirão
desse crédito.
Cláusula 59.ª
BTE 7 | 173
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
CAPÍTULO XIV
Carreiras em geral
Cláusula 60.ª
Vigilância
Em cada grupo de cinco vigilantes, por turno e local de trabalho, a um deles serão atribuídas funções de
chefe de grupo, com direito, durante o desempenho dessas funções, à retribuição de chefe de grupo, auferindo
o subsídio consignado no anexo IV deste CCT.
Cláusula 61.ª
Empregados de escritório
1- Os técnicos administrativos de 2.ª classe ascenderão à classe imediatamente superior após uma perma-
nência de três anos na classe.
2- Os estagiários de 1.ª classe ascenderão à classe imediatamente superior depois de dois anos de estágio.
3- Os estagiários de 1.ª classe ascenderão, após dois anos de permanência na classe, à categoria profissional
de técnico administrativo de 2.ª classe.
4- O número de trabalhadores classificados como chefe de secção não poderá ser inferior a 10 % do total
dos trabalhadores de escritório.
5- Para as categorias de chefe de divisão ou de serviços e diretor de serviços a dotação mínima não poderá
ser inferior a 50 % do número total dos chefes de secção.
6- Quadro mínimo de densidade para escriturários:
Técnico administrativo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1.ª classe 1 1 1 2 2 3 3 4 4 5
2.ª classe - 1 2 2 3 3 4 4 5 5
Cláusula 62.ª
CAPÍTULO XV
Cláusula 63.ª
BTE 7 | 174
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Cláusula 64.ª
Trabalho suplementar
Ao trabalho suplementar para esta especialidade, aplicar-se-á o disposto na cláusula 38. deste CCT.
Cláusula 65.ª
Subsídio de alimentação
O subsídio de alimentação desta categoria profissional encontra-se previsto no anexo III.
Cláusula 66.ª
BTE 7 | 175
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Cláusula 67.ª
Regime supletivo
Em tudo o que não esteja previsto no presente capítulo, aplica-se o estabelecido neste CCT.
CAPÍTULO XVI
Cláusula 68.ª
Trabalho suplementar
Ao trabalho suplementar para esta especialidade, aplicar-se-á o disposto na cláusula 38.ª deste CCT.
Cláusula 70.ª
Subsídio de alimentação
O subsídio de alimentação desta categoria profissional encontra-se previsto no anexo III.
Cláusula 71.ª
Regime supletivo
Em tudo o que não esteja previsto no presente capítulo, aplica-se o estabelecido neste CCT.
CAPÍTULO XVII
Cláusula 72.ª
Âmbito de aplicação
O presente regime aplica-se às categorias profissionais vigilante aeroportuário/APA-A e APA-P, gestor de
segurança aeroportuário, supervisor aeroportuário e chefe de grupo aeroportuário.
Cláusula 73.ª
Categorias e funções
1- Todos os atuais vigilantes aeroportuários serão enquadrados na categoria vigilante aeroportuário/APA-A
e APA-P, com exceção daqueles que foram enquadrados nas categorias previstas no número seguinte, os quais
serão nomeados pela empresa.
2- A função de chefe de equipa aeroportuário será exercida por um vigilante aeroportuário/APA-A e
APA-P, nomeado pela empresa, que exerce a função de coordenação de uma equipa de trabalhadores, auferin-
do o subsídio de função referido no anexo IV.
Cláusula 74.ª
BTE 7 | 176
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Cláusula 75.ª
Local de trabalho
No caso dos vigilantes aeroportuários/APA-A e APA-P entende-se por local de trabalho o conjunto de
instalações do aeroporto ou instalações adstritas ao serviço aeroportuário.
Cláusula 76.ª
Regime supletivo
Em tudo o que não esteja previsto no presente capítulo, aplica-se o estabelecido neste CCT.
CAPÍTULO XIII
Comissão paritária
Cláusula 77.ª
Comissão paritária
1- A interpretação de casos duvidosos que a presente convenção suscitar será da competência da comissão
paritária, composta por 3 representantes das associações sindicais e igual número de representantes patronais.
2- Os representantes das partes poderão ser assessorados por técnicos, os quais não terão, todavia, direito a
voto.
3- A deliberação da comissão paritária que criar uma profissão ou nova categoria profissional deverá, obri-
gatoriamente, determinar o respetivo enquadramento, bem como o grupo da tabela de remunerações mínimas
a que pertence, salvaguardando-se retribuições que já venham a ser praticadas pela empresa.
4- Cada uma das partes indicará à outra os seus representantes nos 30 dias seguintes ao da publicação do
CCT.
5- A comissão paritária funcionará a pedido de qualquer das partes mediante convocatória, enviada por carta
registada com aviso de receção ou correio eletrónico, com antecedência mínima de 8 dias de calendário, a qual
deverá ser acompanhada de agendas de trabalho.
6- Compete ainda à comissão paritária elaborar normas internas para o seu funcionamento e deliberar a
alteração da sua composição, sempre com o respeito pelo princípio da paridade.
7- Qualquer das partes integradas na comissão paritária poderá substituir o seu representante nas reuniões
mediante credencial para o efeito.
8- A comissão paritária, em primeira convocação, só funcionará com a totalidade dos seus membros e fun-
cionará obrigatoriamente com qualquer número dos seus elementos componentes num dos oito dias subse-
quentes, mas nunca antes de transcorridos três dias após a data da primeira reunião.
9- As deliberações serão tomadas por unanimidade dos membros presentes, em voto secreto, devendo nos
casos que versarem sobre matérias omissas ou de interpretação, ser remetidas ao ministério responsável pela
área laboral, para efeitos de publicação, passando, a partir desta, a fazer parte integrante do presente CCT.
ANEXO I
BTE 7 | 177
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Programador de informática - O trabalhador que desenvolve, na linguagem que lhe foi determinada pela
análise, os programas que compõem cada aplicação; escreve instruções para o computador, procede a testes
para verificar a validade dos programas e se respondem ao fim em vista; introduz as alterações que forem
sendo necessárias e apresenta o resultado sob a forma de mapas, suportes magnéticos ou outros processos
determinados pela análise.
B)Técnicos de vendas
Chefe de serviços de vendas - É o trabalhador que, mediante objetivos que lhe são definidos, é responsável
pela programação e controlo de ação de vendas da empresa. Dirige os trabalhadores adstritos aos sectores de
vendas.
Chefe de vendas - É o trabalhador que dirige, coordena ou controla um ou mais sectores, secções, etc., de
vendas da empresa.
Vendedor/consultor de segurança - É o trabalhador que, além das funções próprias de vendedor, executa
predominantemente a venda de bens ou serviços, negociação de contratos e de agravamento de preços, acon-
selha tecnicamente sobre questões de segurança e elabora relatórios da sua atividade.
Prospetor de vendas/comercial - É o trabalhador que verifica as possibilidades do mercado nos seus vários
aspetos de preferência e poder aquisitivo, procedendo no sentido de esclarecer o mercado com o fim de incre-
mentar as vendas da empresa. Elabora relatórios da sua atividade.
C) Pessoal de segurança e pessoal de vigilância
Diretor de serviços ou diretor de segurança - É o trabalhador que estuda, organiza, dirige e coordena, nos
limites dos poderes de que está investido, as atividades da empresa ou de um ou vários dos seus departamen-
tos. Exerce funções tais como: colaborar na determinação da política da empresa; planear a utilização mais
conveniente de mão-de- obra, equipamento, materiais, instalações e capitais; orientar, dirigir e fiscalizar a
atividade da empresa, segundo os planos estabelecidos, a política a adotar e as normas e regulamentos pres-
critos; criar e manter uma estrutura administrativa que permita explorar e dirigir a empresa de maneira eficaz;
colaborar na fixação da política financeira e exercer a verificação dos custos.
Vigilante/VIG - O vigilante de segurança privada, exerce as funções dispostas na legislação de segurança
privada em vigor.
Vigilante de transporte de valores/TVA - O vigilante de transporte de valores/TVA, exerce as funções dis-
postas na legislação de segurança privada em vigor.
Vigilante aeroportuário/APA-A - O vigilante aeroportuário/APA-A, exerce as funções dispostas na legis-
lação de segurança privada em vigor.
Supervisor de segurança privada/chefe de brigada - É o elemento de segurança privada, que supervisiona
um conjunto de seguranças privados nas suas específicas especialidades, efetuando a gestão de pessoas para
cada posto de trabalho com um ou mais trabalhadores. Contacta os clientes para a resolução de problemas de
vigilância, sempre que necessário. Nos impedimentos do vigilante-chefe/controlador cabe-lhe substituí-lo.
Vigilante-chefe/controlador - É o elemento de segurança privada, subordinado do supervisor de segurança/
chefe de brigada/gestor de zona, que supervisiona o pessoal de vigilância, efetuando o controlo dos serviços
nos diversos postos de trabalho na ausência do seu superior.
Gestor segurança aeroportuário - Garantir a execução do contrato, a coordenação da supervisão no aero-
porto, de acordo com os procedimentos adequados aos serviços a realizar nos clientes conforme os padrões de
qualidade definidos, por forma a garantir a zelosa proteção e segurança de pessoas e bens nas suas instalações.
Supervisor aeroportuário - Garantir a execução da supervisão e de tarefas operacionais no aeroporto, de
acordo com os procedimentos adequados aos serviços a realizar nos clientes conforme os padrões de qualidade
definidos, por forma a garantir a zelosa proteção e segurança de pessoas e bens.
Chefe de grupo aeroportuário - Garantir a execução de tarefas operacionais no aeroporto, de acordo com
os procedimentos adequados aos serviços a realizar nos clientes conforme os padrões de qualidade definidos,
por formaa garantir a zelosa proteção e segurança de pessoas e bens.
Vigilante-chefe de transporte de valores - É o trabalhador que, em cada delegação, e de acordo com as
normas internas operacionais da empresa, é responsável pela organização dos meios humanos, técnicos e ma-
teriais necessários à execução diária do serviço de transporte de valores, bem como o seu controlo.
Vigilante-chefe/controlador - É o trabalhador ao qual compete verificar e dar assistência a um mínimo de
10 e a um máximo de 15 locais de trabalho, recolhendo o serviço de fitas de controlo e mensagens e promoven-
do o respetivo controlo, dando conta da sua atividade aos seus superiores hierárquicos. Poderá desempenhar
serviços de estática.
Operador de valores - É o trabalhador que procede ao recebimento, contagem e tratamento de valores.
BTE 7 | 178
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
D) Segurança eletrónica
Técnico principal de eletrónica - É o trabalhador altamente qualificado que elabora projetos de sistemas
de segurança eletrónica, supervisiona a sua implementação e, se necessário, configura os maiores sistemas
de segurança eletrónica assegurando a respetiva gestão. Supervisiona a atividade dos técnicos de eletrónica.
Técnico de eletrónica - É o trabalhador especialmente qualificado que conserva e repara diversos tipos de
aparelhos e equipamentos eletrónicos em laboratórios ou nos locais de utilização; projeta e estuda alterações
de esquema e planos de cablagem; deteta os defeitos, usando geradores de sinais, osciloscópios e outros apa-
relhos de medida; executa ensaios e testes segundo esquemas técnicos.
Técnico de telecomunicações - É o trabalhador com adequados conhecimentos técnicos que executa e
colabora na elaboração de projetos, descrições, especificações, estimativas e orçamentos de equipamentos de
telecomunicações, executa ensaios e faz correções de deficiências de projetos, execução, acabamento, monta-
gem e manutenção de equipamentos de telecomunicações.
Oficial eletricista de sistemas de alarme - É o trabalhador que instala, ajusta, regula, ensaia e repara sis-
temas de segurança nos locais de utilização, tais como diversos tipos de aparelhagem elétrica e eletrónica de
deteção, transmissão audível e visual, controlo de entrada e saída, vigilância, desviadores, cablagem e fios
elétricos, efetuando todo o trabalho que estas instalações implicam.
Pré-oficial - É o trabalhador eletricista que coadjuva os oficiais e que, cooperando com eles, executa tra-
balhos de menor responsabilidade.
Ajudante - É o trabalhador eletricista que completou a sua aprendizagem e coadjuva os oficiais, preparan-
do-se para ascender à categoria de pré-oficial.
Aprendiz - É o trabalhador que, sob orientação permanente dos oficiais acima indicados, os coadjuva nos
seus trabalhos.
ANEXO II
Tabela salarial
BTE 7 | 179
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
Telefonista
Vigilante
XIX 864,96 €
Continuo
Porteiro/guarda
Fiel de armazém
XX 840,40 €
Técnico administrativo 2.ª classe
Empregado de serviços externos
XXI Prospector de vendas 825,81 €
Recepcionista
XXII Cobrador 803,27 €
XXIII Pré-oficial electricista de sistemas de alarme do 2.º ano 791,35 €
Estagiário de 1.ª classe
XXIV Empacotador (a)
Servente ou auxiliar de armazém
Pré-oficial eletricista de sistemas de alarme do 1.º ano
Trabalhador de limpeza
Ajudante de eletricista de sistemas de alarme do 2.º ano
Estagiário de 2.ª classe
XXV (a)
Ajudante de eletricista de sistemas de alarme do 1.º ano
Paquetez
Aprendiz de eletricista de sistemas de alarme do 2.º período
Aprendiz de eletricista de sistemas de alarme do 1.º período
(a) Aplica-se o valor da retribuição mínima mensal
ANEXO III
Subsídios de alimentação
O subsídio de alimentação, por cada dia de trabalho prestado é:
Categorias 2023
Vigilante de transporte de valores (a) 7,61 €
Operador de valores 6,82 €
Restantes categorias 6,68 €
(a) Exerce as funções dispostas na legislação de segurança privada em vigor
BTE 7 | 180
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
ANEXO IV
Subsídios de função
Os trabalhadores que desempenhem as funções abaixo indicadas terão os seguintes subsídios por mês ou
hora
Função 2023
Chefe de grupo (e) 54,20 €
Escalador 181,55 €
Rondista distrito (e) 134,91 €
Operador de central (e) 68,42 €
Chefe de equipa aeroportuário (e) 44,66 €
Fiscal de transportes públicos (e) 155,00 €
VAP-APA-Portuário (e) (a)
Assistente de recintos de espetáculos - ARE (e) 8,50 € (b)
Assistente de recintos desportivos - ARD (e) 8,25 € (c)
Segurança porteiro - SPR (e) (d)
Vigilante de proteção e acompanhamento pessoal - VPAP (e) (d)
(a) O subsídio de função para o vigilante que exerce a função de VAP-APA-Portuário entrará em vigor em 1 de janeiro de 2024
e será de valor igual à diferença do salário atribuído ao vigilante (nível XIX) e o salário atribuído ao vigilante aeroportuário/APA-A
(nível XIII);
(b) Valor por hora em 2023;
(c) A partir de 2024, o valor hora será igual ao valor do assistente de recintos de espetáculos - ARE;
(d) A ser revisto no próximo CCT;
(e) Exerce as funções dispostas na legislação de segurança privada em vigor
ANEXO V
Os trabalhadores que desempenhem as funções abaixo indicadas terão os seguintes abonos por mês
Função 2023
Caixa 47,90 €
Operador de valores 47,90 €
Empregado de serviços externos 42,86 €
Cobrador 42,86 €
ANEXO VI
Subsídios de deslocação
Função 2023
Almoço ou jantar 11,99 €
Dormida e pequeno-almoço 36,56 €
Diária completa 60,57 €
BTE 7 | 181
Boletim do Trabalho e Emprego 7 22 fevereiro 2023
ANEXO VII
Subsídio de transporte
Os VAP-APAS-A têm direito a auferir um subsídio de transporte pago onze meses ao ano, de acordo com a
tabela seguinte
Função 2023
VAP-APA-A 44,34 €
Depositado em 8 de fevereiro de 2023, a fl. 15 do livro n.º 13, com o n.º 37/2023, nos termos do artigo 494.º
do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro.
BTE 7 | 182