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Aula 05 - SPM

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SISTEMA DE PROTEÇÃO E MEDIÇÃO

Aula 05
Relé de proteção

Luiz Guilherme Riva Tonini


Professor Adjunto – Estácio de Sá – Campus Vitória
Doutorando em Engenharia Elétrica - UFES - Campus Vitória
(27) 9-9977-4865 – lgtonini@gmail.com

1
SISTEMA DE PROTEÇÃO E MEDIÇÃO

ROTEIRO
1. Introdução aos sistemas de Proteção

2. Transformadores de Instrumentos

3. Relé de proteção

4. Relé de sobrecorrente

5. Relé de diferencial

6. Relé de tensão

7. Coordenação das proteções

8. Proteção de Equipamentos

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Luiz G. R. Tonini – 2021
RELÉ DE PROTEÇÃO
INTRODUÇÃO
• Os relés são os elementos mais importantes do sistema de proteção, vigiando
diuturnamente as condições de operação do sistema elétrico;

• O relé é um dispositivo sensor que comanda a abertura do disjuntor quando surgem,


no sistema protegido, condições anormais de funcionamento.

• Eles devem analisar e avaliar uma variedade grande de parâmetros (corrente, tensão,
potência, impedância, ângulo de fase) para estabelecer qual ação corretiva é
necessário.

• Os parâmetros mais adequados para detectar a ocorrência de faltas são as tensões e


as correntes nos terminais dos equipamentos protegidos;

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RELÉ DE PROTEÇÃO
INTRODUÇÃO
• O relé deve processar os sinais, determinar a existência de uma anormalidade e
então iniciar alguma ação de sinalização (alarme), bloqueio ou abertura de um
disjuntor, de modo a isolar o equipamento ou parte do sistema afetada pela falha;

• O ponto fundamental no sistema de proteção é definir quando uma situação estiver


dentro ou fora do padrão. Portanto, o relé deve perceber quando estiver em uma
situação anormal e atuar corretamente de acordo com a maneira que lhe for própria.

• Havendo por exemplo um curto-circuito, a corrente de curto sensibiliza o relé. Este


opera enviando um sinal para a abertura do disjuntor. Com a abertura, o trecho
defeituoso é desconectado do sistema. O sistema continua a operar, porém,
desfalcado do trecho defeituoso;

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RELÉ DE PROTEÇÃO
INTRODUÇÃO
• Assim, as funções primordiais dos relés são:
• Identificar os defeitos;
• Localizá-los o mais exato possível;
• Alertar a quem opera o sistema;
• Enviar um sinal para abertura de disjuntores se for o caso.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DE RELÉ DE PROTEÇÃO
• Para que o relé de proteção desempenhe a contento as suas funções alguns
requisitos são necessários:

• Confiabilidade, fidedignidade e segurança. É o grau de certeza da atuação correta


de um dispositivo para a qual ele foi projetado. Os relés de proteção, diferentes
de outros dispositivos, tem duas alternativas de desempenho indesejado:
• Recusa de atuação: não atuam quando deveriam;
• Atuação incorreta: atuam quando não deveriam.

• Estas duas situações levam a dentições complementares: fidedignidade e segurança:


• A fidedignidade é a medida da certeza de que o relé irá operar corretamente para
todos os tipos de faltas para os quais ele foi projetado para operar;
• A segurança é a medida da certeza de que o relé não irá operar incorretamente
para qualquer falta.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DE RELÉ DE PROTEÇÃO

• Na atuação correta, esta falta deve ser sanada através das aberturas dos disjuntores
nos terminais A e B.
• Se o sistema de proteção em A não operar (recusa de atuação), haverá o
comprometimento da confiabilidade através da perda da fidedignidade.
• Se a mesma falta, for sanada pela operação do sistema de proteção no terminal C,
antes da atuação do sistema de proteção em A, haverá o comprometimento da
confiabilidade através da perda da segurança.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DE RELÉ DE PROTEÇÃO
Seletividade dos relés e zonas de proteção.

• A segurança dos relés, isto é, o requisito que eles não irão operar para faltas para os
quais eles não foram designados para operar, e definida em termos das regiões de
um sistema de potencia - chamadas zonas de proteção - para as quais um dado relé
ou sistema de proteção e responsável;

• O relé será considerado seguro se ele responder somente as faltas dentro da sua zona
de proteção.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DE RELÉ DE PROTEÇÃO
Velocidade

• É geralmente desejável remover a parte atingida pela falta do restante do sistema de


potencia tão rapidamente quanto possível para limitar os danos causados pela
corrente de curto-circuito;

• Todavia, existem situações em que uma temporização intencional é necessária.

• Apesar do tempo de operação dos relés frequentemente variar numa faixa bastante
larga, a velocidade dos relés pode ser classificada dentro das categorias a seguir:

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DE RELÉ DE PROTEÇÃO
Velocidade

1. Instantâneo: Nenhuma temporização intencional e introduzida no relé. O tempo


inerente fica na faixa de 17 a 100 ms;

2. Temporizado: Uma temporização intencional e introduzida no relé, entre o tempo de


decisão do relé e o início da ação de desligamento;

3. Alta-velocidade: Um relé que opera em menos de 50 ms (3 ciclos na base de 60 Hz);

4. Ultra alta-velocidade: Uma temporização inferior a 4 ms.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DE RELÉ DE PROTEÇÃO
Velocidade

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RELÉ DE PROTEÇÃO
TIPOS CONTRUTIVOS DE RELÉS DE PROTEÇÃO

De maneira geral os relés são classificados da seguinte forma quanto ao seu aspecto
construtivo:
• Relés eletromecânicos
• Relés eletrônicos ou estáticos
• Relés digitais
• Relés digitais numéricos

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS ELETROMECÂNICOS

• Os pioneiros na proteção;
• Maior quantidade no Sistema Elétrico;
• Movimentos mecânicos devido a campos elétricos e magnéticos
• Quanto ao funcionamento:
• Atração eletromagnética
• Indução eletromagnética

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS ELETROMECÂNICOS

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS ELETROMECÂNICOS

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS ELETRÔNICOS

• Sugiram no meado da década de 60;


• Denominados relés de estado sólido ou estáticos;
• Consistem em circuitos transistorizados que desempenham funções lógicas e de
temporização;

• Vantagens básicas com relação a relés eletromecânicos:


• Alta velocidade de operação:
• Carga consideravelmente menor para transformadores de instrumentos;
• Menor manutenção;

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DIGITAIS

• Início das investigações em 1960;


• Velocidade + Preço = Problema;
• Ideia inicial: proteção manipulada por um único computador. Iniciou-se, portanto
estudos de algorítmicos encarando as complexidades da área;

• São relés eletrônicos gerenciados por microprocessadores específicos a este fim,


onde sinais de entrada das grandezas e parâmetros digitados são controlados por um
software que processa a lógica da proteção através de algoritmos;

• O relé digital pode simular um relé ou todos os relés existentes num só equipamento,
produzindo ainda outras funções, tais como, medições de suas grandezas de entradas
e/ou associadas, sendo conhecido como relé multinação.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DIGITAIS

• Vantagens:
• Auto-Checagem;
• Flexibilidade;
• Mais versáteis e poderosos que os relés eletromecânicos ou eletrônicos
convencionais.

• O relé digital pode efetuar várias funções, tais como:


• Proteção;
• Supervisão de rede;
• Transmissão de sinais;
• Religamento dos disjuntores;
• Identificação do tipo de defeito;
• Oscilografia;
• Sincronização de tempo via GPS;
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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE

• O relé de sobrecorrente tem como grandeza de atuação a corrente elétrica do


sistema. Isto ocorrerá quando esta atingir um valor igual ou superior a corrente
mínima de atuação;

• O relé de sobrecorrente avalia as variações de corrente tendo por base uma corrente
denominada de pick-up;

• Por exemplo, quando a corrente de um curto-circuito ultrapassa a corrente de ajuste


do sensor do relé, o mesmo atua instantaneamente ou temporizado, conforme a
necessidade.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Princípio básico de funcionamento do relé de sobrecorrente

• Funcionalmente os relés digitais são aplicados da mesma maneira dos


eletromecânicos.

• Assim, para efeitos didáticos, estudaremos os princípios da proteção de


sobrecorrente através dos esquemas tradicionais dos relés eletromecânicos;

• A figura a seguir apresenta, de modo geral, o princípio básico da configuração da


proteção de sobrecorrente de sistemas elétricos, mostrando também os diversos
elementos que compõem a proteção.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Princípio básico de funcionamento do relé de sobrecorrente

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Elementos

• Relé de sobrecorrente: É provido de um sensor de corrente e de um ou mais


contatos. Quando o relé opera, fecha o seu contato, energizando o circuito CC (ou
DC), que irá comandar a operação de abertura do disjuntor.

• Banco de baterias: consiste de várias baterias associadas para fornecer a tensão de


operação CC, geralmente de 115 V. Esse fonte alimenta o circuito de comando de
abertura ou fechamento do disjuntor (atuação indireta), tornando-o independente do
sistema elétrico CA que sofre variações constantemente.

• Carregador de bateria: ponte retificadora projetada para carregar o banco de


baterias.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Elementos

• Disjuntor: é o dispositivo projetado para abrir ou fechar o circuito CA em carga ou em


curtocircuito;

• Contatos auxiliares: todo o sistema é provido desses contatos, objetivando funções


secundárias como: sinalização luminosa, intertravamento para bloquear outras
operações, caracterização do estado atual, energizar outros dispositivos (como
chaves magnéticas, relés auxiliares, relés de temporização, etc.), transferir comandos,
etc.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Ajustes de relés de sobrecorrente

• Geralmente os relés de sobrecorrente são compostos por duas unidades: instantânea


e temporizada.

• Nos esquemas elétricos que representam equipamentos de proteção, estas recebem


os números 50 e 51, respectivamente;

• Se o relé está ligado para proteção de fase, as suas unidades são conhecidas como 50
e 51 de fases. No caso de está realizando a proteção de neutro ou terra, fala-se em
unidades 50 e 51 de neutro ou terra.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Ajustes de relés de sobrecorrente

• A unidade 50, atua instantaneamente ou segundo um tempo previamente definido.


Já a unidade 51, pode atuar com curvas de tempo dependente ou de tempo definido;

• As unidades temporizadas ou de tempo dependente permitem dois tipos de ajustes:


corrente mínima de atuação e curva de atuação.

• As unidades instantâneas trabalham com dois ajustes: corrente mínima de atuação e


tempo de atuação (tempo previamente definido);

• Antigamente, estas unidades (eletromecânicas) não permitiam o controle de tempo,


isto é, atuavam num tempo muito pequeno (da ordem de milisegundos), sem
nenhum ajuste. Hoje, os relés digitais possibilitam ajustes de tempo de atuação
destas unidades.
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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Ajustes de relés de sobrecorrente

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Luiz G. R. Tonini – 2021
RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Ajustes de relés de sobrecorrente

• Na medida do possível, os ajustes de corrente mínima de atuação de relés de


sobrecorrente devem observar os critérios dados a seguir:

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Unidade 51 de fase (Temporizada)

• Quando o relé for instalado no circuito alimentador da subestação, a qual não possui
equipamento de proteção para transferência, sua corrente mínima de atuação deverá
ser maior que a somatória da máxima corrente de carga do circuito em estudo,
multiplicada por um fator de sobrecarga (geralmente 1,5) e dividida pela respectiva
RTC.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Unidade 51 de fase (Temporizada)

• A corrente mínima de atuação deverá ser ajustada num valor menor do que a
corrente de curto-circuito bifásico dentro da sua zona de proteção, incluindo sempre
que possível os trechos a serem adicionados quando em condição de manobras
consideradas usuais.

• Onde a = 1,5, para relés eletromecânicos;


• a = 1,1, para relés digitais

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Unidade 51 de fase (Temporizada)

• Quando a corrente de operação for igual a corrente do tap, o relé está no limiar de
operação. Deste modo o tap é também conhecido como corrente de ajuste do relé,
isto é:

• Portanto, a corrente de ajuste corresponde exatamente ao limiar de operação. Para o


relé operar, a corrente de sobrecarga ou curto deve ser maior que a corrente de
ajuste

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Luiz G. R. Tonini – 2021
RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Unidade 51 de fase (Temporizada)

• Para dosar o quanto a corrente de defeito é maior que o seu limiar de operação, é
convencionalmente utilizado o termo, conhecido como múltiplo do relé (M):

• Ou seja, o múltiplo M do relé, indica quantas vezes a corrente de defeito é maior que
seu tap.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Unidade 51 de fase (Temporizada)

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Unidade 51 de neutro (Temporizada)

Quando o sistema for ligado em estrela aterrado e não possuir cargas ligadas entre fase
e terra ou neutro, o relé de neutro deverá ter a sua corrente mínima de atuação
ajustada para um valor menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro
da sua zona de proteção. E deverá ser maior do que 10% da corrente de carga do
circuito devido erros admissíveis nos transformadores de corrente.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Unidade 51 de neutro (Temporizada)

Quando o sistema for ligado em estrela aterrado e possuir cargas ligadas entre fase e
terra ou neutro, o relé de neutro deverá ter a sua corrente mínima de atuação ajustada
para um valor menor que a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo dentro da sua
zona de proteção. E deverá ser maior do que 10% a 30% da corrente de carga do circuito
devido aos desequilíbrios admissíveis do sistema.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
RELÉS DE SOBRECORRENTE
Unidade 51 de neutro (Temporizada)

• Conforme os critérios anteriores, os relés de fase e neutro devem ser sensíveis ao


menor curto-circuito mínimo no final do trecho dentro de sua zona de proteção.

• Geralmente devido a carga do circuito nem sempre é possível atender as esta


condição, portanto recomenda-se instalar chaves-fusíveis, seccionalizadores, ou
religadores na rede para diminuir o trecho protegido.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CURVAS CARACTERÍSTICAS

• Quanto ao tempo de atuação, existem dois tipos de curvas características: de tempo


definido e de tempo dependente:

• De tempo definido - Uma vez ajustados o tempo de atuação (ta) e a corrente


mínima de atuação (IMIN,AT), o relé irá atuar neste tempo para qualquer valor de
corrente igual ou maior do que o mínimo ajustado

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CURVAS CARACTERÍSTICAS

• Quanto ao tempo de atuação, existem dois tipos de curvas características: de tempo


definido e de tempo dependente:

• De tempo dependente - O tempo de atuação do relé é inversamente proporcional


ao valor da corrente. Isto é, o relé irá atuar em tempos decrescentes para valores
de corrente igual ou maior do que a corrente mínima de atuação (corrente de
partida)

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CURVAS CARACTERÍSTICAS

• As curvas de tempo dependente são classificadas em três grupos:


• Normalmente Inversa (NI)
• Muito Inversa (MI)
• Extremamente Inversa (EI),

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CURVAS CARACTERÍSTICAS
Ajuste de tempo do relé de sobrecorrente de tempo inverso

• Neste tipo de relé, não se escolhe o tempo de atuação, mas sim a sua curva de
atuação. Esta curva fisicamente é escolhida, dependendo das características e
condições da coordenação dos relés presentes na proteção, na qual estão
interrelacionados;

• A coordenação depende de uma escada de tempos diferentes para a mesma corrente


de curtocircuito. Isto garante uma seqüência de seletividade na abertura dos
disjuntores, sempre objetivando a eliminar o defeito, deixando sem energia o menor
número de consumidores.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CURVAS CARACTERÍSTICAS
Ajuste de tempo do relé de sobrecorrente de tempo inverso

• Nos relés de tempo inverso, os fabricantes demarcam as curvas de atuação dos relés
em percentagem ou na base 10.

• Assim as curvas podem ser:

0,5 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10.

5% – 10% – 20% – 30% – 40% – 50% – 60% – 70% – 80% – 90% – 100%.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
CURVAS CARACTERÍSTICAS
Ajuste de tempo do relé de sobrecorrente de tempo inverso

• O tempo de atuação de um relé também pode ser estimado através da seguinte


formulação:

• Onde:
• T: Tempo de atuação do relé
• k e α: constantes que, dependendo do valor, irão definir os grupos (NI, MI ou EI)
• dt: dial de tempo
• M: Múltiplo de corrente

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RELÉ DE PROTEÇÃO
EXEMPLO 1
Calcular a corrente de ajuste do relé da figura abaixo de modo a garantir proteção até a
barra B. Considere o TC com relação 400/5. Considerar Icc3ϕ e Icc2ϕ em B, 4,09 kA e
3,54 kA respectivamente.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• O ajuste da corrente do relé instantâneo sempre será maior que a do relé


temporizado.

• As unidades instantâneas dos relés de fase e neutro não deverão ser sensíveis aos
curtos-circuitos localizados após o primeiro equipamento de proteção instalado a
jusante;

• Geralmente a unidade instantânea é ajustada para proteger 85% do trecho


compreendido entre sua localização e o ponto de instalação do primeiro
equipamento de proteção a jusante.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• Para se calcular a corrente de curto a um percentual da distancia total a proteger,


usa-se:

• Com isso permite-se uma folga de 15% na LT para garantir a seletividade do relé, isto
é para que o mesmo não sobre alcance o relé a jusante.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• A unidade instantânea do relé de fase não deverá ser sensível às correntes de


energização do circuito. Entretanto, poderão ser ajustadas para atuar para curtos-
circuitos bifásicos e trifásicos próximos do primeiro equipamento de proteção a
jusante.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• Quando o sistema for ligado em estrela aterrado e possuir cargas ligadas entre fase e
terra ou neutro, a unidade instantânea do relé de neutro não deverá ser sensível às
correntes de energização dessas cargas. No entanto, poderá ser ajustada para atuar
para curtos-circuitos fase-terra nas proximidades do primeiro equipamento de
proteção a jusante.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• Já o relé de sobrecorrente temporizado com


elemento instantâneo incorpora as duas funções,
sendo conhecido pelo número 50/51. Ajustes:

• Unidade temporizada: Iajuste do relé, como


explicado anteriormente;

• Unidade instantânea: é feito para uma corrente


maior que a da unidade temporizada, isto é, Iajuste
do instantâneo > Iajuste do relé.

• O desempenho do relé 50/51 em função do tempo


x M é mostrado na figura a seguir:

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• Em termos funcionais, dependendo da corrente de curto-circuito, atuará a unidade


50 ou 51 do relé, isto é:

• Atuará a unidade temporizada 51 de acordo com curva de tempo se:

• A unidade instantânea não atua, a corrente faz operar somente a unidade


temporizada.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• Atuará a unidade instantânea 50 se:

• Quando a corrente for maior que a corrente de ajuste do elemento instantâneo, seu
contato fechará antes do fechamento da unidade temporizada.

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• Para evitar atuação de outros relés, o ajuste da unidade instantânea deve ser de tal
maneira que não alcance os outros relés a jusante.

• Por isso, a corrente de ajuste do instantâneo deve ser calculada de modo a haver
seletividade do relé, sem sobreposição de sua zona de atuação.

• Usualmente, ajusta-se a corrente do instantâneo para um curto-circuito trifásico a


85% da linha de transmissão protegida, ou seja:

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• Portanto, para qualquer curto trifásico entre o ponto da instalação do relé 50/51 e o
ponto a 85% da linha de transmissão, atuará a unidade instantânea 50, conforme
ilustra esta figura:

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RELÉ DE PROTEÇÃO
UNIDADE 50 DE FASE E NEUTRO (INSTANTÂNEO)

• Note que nesta forma de representação, o gráfico tempo x M é colocado invertido


sobre a linha de transmissão.
• Desta forma a unidade instantânea atende adequadamente a filosofia da proteção,
isto é, quanto maior o perigo, mais rápido é a sua eliminação.
• Se o relé de sobrecorrente temporizado de tempo definido com elemento
instantâneo for usado, a sua curva tempo x M é apresentada na figura a seguir:

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RELÉ DE PROTEÇÃO
EXEMPLO 2

• Seja o sistema da figura a seguir. Suponha que o TC foi previamente especificado para
ter a relação 600/5.?

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RELÉ DE PROTEÇÃO
EXEMPLO 2

• Calcular a corrente nominal do alimentador, considerando que os transformadores


operam a plena carga.
• Calcule a corrente de ajuste do relé de fase 51 (Iajuste = Tap51), considerando que o
relé possui Tap’s de 4A a 16A variando de 1 em 1.
• A corrente de ajuste do relé de fase 50 para proteger 85% da linha, da barra A até a
barra B.
• Expresse o resultado anterior como múltiplo do Tap do relé 51, isto é: Ajuste = ICC3 a
85% da LT / (RTC-Tap51).
• Calcule a corrente de ajuste do relé de neutro (Tap) de modo a suportar um
desequilíbrio de 30% de Inominal.
• Qual o tempo da atuação da proteção para um curto-circuito bifásico (2) na barra B,
sabendo que o relé está ajustado para operar na curva 4?
• Qual o tempo de atuação da proteção para um curto trifásico no meio da linha de
transmissão?
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OBRIGADO PELA ATENÇÃO

Luiz Guilherme Riva Tonini


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