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Personalidade e Psicopatologia em Saúde

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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA – Á POLITÉCNICA

Instituto Superior de Humanidade, Ciências e Tecnologias – ISHCT

Psicologia Clínica e de Aconselhamento

7º Semestre

Personalidade e Psicopatologia em Saúde

Duda Laurentino
Géssica da Laura
Yasmin Abdul

Quelimane
2024

1
Duda Laurentino
Géssica da Laura
Yasmin Abdul

Personalidade e Psicopatologia em Saúde

Trabalho apresentado como exigência da cadeira de


Psicologia da Personalidade, do curso de Licenciatura em
Psicologia Clínica e de Aconselhamento do Instituto
Superior de Humanidade, Ciências e Tecnologias.
Leccionada pela:

Docente: Lic. ________________________

Quelimane

2024

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Índice
1. Introdução .......................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos........................................................................................................................... 4

1.1.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 4

1.1.2. Objetivos Específicos ....................................................................................................... 4

1.2. Metodologia ....................................................................................................................... 5

2. Fundamentação Teórica ..................................................................................................... 6

2.1. Marco Conceitual ............................................................................................................... 6

2.2. Principais Modelos de Personalidade ................................................................................. 6

2.2.1. A Teoria dos Cinco Grandes Fatores ou Teoria dos Traços ............................................ 6

2.2.2. Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud ........................................................................... 7

2.2.3. Teoria da Aprendizagem Social de Albert Bandura ........................................................ 8

2.2.4. Teoria Humanista da Personalidade ................................................................................. 8

2.3. A psicopatologia em contextos de saúde............................................................................ 9

2.4. Personalidade e Risco de Psicopatologia em Saúde......................................................... 10

2.5. Intervenções Psicológicas e Implicações Clínicas ........................................................... 11

2.6. Desafios ............................................................................................................................ 12

3. Conclusão......................................................................................................................... 14

4. Referências Bibliográficas ............................................................................................... 15

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1. Introdução

A compreensão da inter-relação entre personalidade e psicopatologia tem sido um campo


de estudo crucial na psicologia da saúde, influenciando significativamente a prática clínica e
as intervenções terapêuticas. Enquanto a personalidade molda a forma como indivíduos
percebem, interpretam e respondem aos desafios da vida, a psicopatologia muitas vezes emerge
quando esses processos adaptativos se desviam do funcionamento saudável. Esta relação
intrincada tem implicações profundas para a saúde mental e física, com impactos que variam
desde a promoção do bem-estar até o desenvolvimento de doenças crônicas.

Este trabalho busca explorar criticamente as interações entre personalidade e psicopatologia


na esfera da saúde, examinando os mecanismos subjacentes, os padrões de associação e as
implicações clínicas. Partindo de uma revisão abrangente da literatura atual, pretendemos
elucidar como diferentes traços de personalidade influenciam a vulnerabilidade para distúrbios
psicológicos e físicos, bem como como a presença de psicopatologia pode moldar e ser
moldada por características individuais de personalidade. Além disso, este trabalho investigará
o papel da personalidade na etiologia, curso e tratamento de uma variedade de condições de
saúde, desde transtornos de ansiedade e depressão até doenças crônicas como diabetes e
doenças cardiovasculares.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Compreender a relação entre personalidade e psicopatologia em contextos de saúde,


explorando como os traços de personalidade podem influenciar o desenvolvimento, a
manifestação e o curso de diferentes condições psicopatológicas em pacientes.

1.1.2. Objetivos Específicos

 Indicar os principais traços de personalidade associados a diferentes condições


psicopatológicas;
 Avaliar a influência dos traços de personalidade na gravidade e na resposta ao
tratamento de determinadas condições psicopatológicas;
 Compreender a eficácia de intervenções psicológicas direcionadas à modulação dos
traços de personalidade.

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1.2. Metodologia

O presente trabalho foi elaborado através da seguinte metodologia:

 Revisão da bibliográfica, consulta de sites na internet, para a caracterização dos estudos


que abordam a relação entre personalidade e psicopatologia em saúde.

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2. Fundamentação Teórica

2.1. Marco Conceitual

Em sua definição mais básica, a personalidade refere-se aos padrões consistentes de


pensamentos, sentimentos e comportamentos que caracterizam um indivíduo ao longo do
tempo e em diversas situações ou também pode ser definida como uma construção psicológica
que busca compreender e descrever as características distintivas que definem uma pessoa e
influenciam sua forma de interagir com o mundo ao seu redor. A teoria dos traços é uma das
abordagens fundamentais para entender a personalidade. Segundo essa perspectiva, a
personalidade é composta por traços, que são características relativamente estáveis e
consistentes que influenciam o comportamento de uma pessoa.

2.2. Principais Modelos de Personalidade

2.2.1. A Teoria dos Cinco Grandes Fatores ou Teoria dos Traços

A Teoria dos Cinco Grandes Fatores, também conhecida como Big Five, é um modelo
amplamente aceito e utilizado na psicologia da personalidade para descrever e entender as
diferenças individuais entre as pessoas. Este modelo identifica cinco traços principais de
personalidade que são considerados estáveis ao longo do tempo e universalmente aplicáveis
em diferentes culturas (Costa et al., 1992). Os cinco grandes fatores são:

1. Abertura para experiência: refere-se à disposição de uma pessoa para explorar novas
ideias, experiências e sensações. Indivíduos com alta pontuação nesse traço tendem a
ser criativos, curiosos, imaginativos e abertos a novas perspectivas. Este traço está
associado a características como apreciação artística, intelectualismo e sensibilidade;
(Costa et al., 1992).
2. Conscienciosidade: diz respeito à tendência de uma pessoa ser organizada, responsável,
confiável e disciplinada em seus comportamentos. Indivíduos com alta pontuação em
conscienciosidade tendem a ser diligentes, orientados para metas, meticulosos e
autocontrolados; (Costa et al., 1992).
3. Extroversão: descreve a disposição de uma pessoa para interagir com o mundo exterior.
Indivíduos extrovertidos tendem a ser sociáveis, assertivos, energéticos e buscadores
de estímulos. Por outro lado, pessoas introvertidas são mais reservadas, quietas e
preferem atividades solitárias ou de pequenos grupos, muitas vezes necessitando de
períodos de solidão para recarregar suas energias; (John et al., 1999)

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4. Amabilidade: refere-se à disposição de uma pessoa para ser compassiva, cooperativa e
altruísta em suas interações sociais. Indivíduos com alta pontuação em amabilidade
tendem a ser empáticos, gentis, tolerantes e prestativos com os outros; (John et al.,
1999)
5. Neuroticismo: está relacionado à tendência de uma pessoa experimentar emoções
negativas, como ansiedade, tristeza, raiva e vulnerabilidade ao estresse. Indivíduos com
alta pontuação em neuroticismo tendem a ser emocionalmente instáveis, propensos a
preocupações excessivas e reações emocionais intensas. (John et al., 1999)

2.2.2. Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud

A Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud é uma das bases fundamentais da psicologia


moderna, e sua visão da personalidade é uma das contribuições mais influentes para o campo.
A teoria de Freud é complexa e abrange uma variedade de conceitos interconectados, incluindo
os aspectos conscientes e inconscientes da mente, os estágios do desenvolvimento psicossexual
e os mecanismos de defesa psicológica.

Freud postulou que a mente humana é dividida em três partes: o Id, o Ego e o Superego.
O Id é a parte mais primitiva e inconsciente da mente, que busca gratificação imediata dos
impulsos e desejos básicos, como fome, sede e sexo. O Ego é a parte da mente responsável pela
mediação entre os desejos do Id, as demandas da realidade e os padrões morais do Superego.
Por fim, o Superego representa os valores morais internalizados e as normas sociais,
funcionando como a consciência. (Freud, 1996)

Além disso, Freud propôs que a personalidade é moldada por estágios de


desenvolvimento psicossexual, nos quais diferentes áreas do corpo se tornam focos de prazer
e conflito. Esses estágios são: oral, anal, fálico, período de latência e genital. Segundo Freud,
os eventos traumáticos ou experiências mal resolvidas em qualquer um desses estágios pode
levar a fixações ou problemas psicológicos na vida adulta. (Freud, 1996)

Por fim, Freud introduziu o conceito de mecanismos de defesa, que são estratégias
inconscientes usadas pelo Ego para lidar com o conflito entre o Id, o Superego e a realidade.
Exemplos de mecanismos de defesa incluem a negação, a projeção, a sublimação e a repressão.
Esses mecanismos ajudam a proteger o indivíduo do estresse emocional, mas também podem
levar a comportamentos disfuncionais. (Freud, 1996)

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2.2.3. Teoria da Aprendizagem Social de Albert Bandura

Bandura propõe que a aprendizagem não ocorre apenas por meio de reforços diretos,
como sugere o behaviorismo, mas também através da observação e da modelagem do
comportamento de outras pessoas. Ele enfatiza o papel das cognições, das emoções e do
ambiente social na determinação do comportamento humano. Segundo essa teoria, a
personalidade é moldada por interações complexas entre fatores individuais, ambientais e
sociais, e não apenas por impulsos internos ou experiências de aprendizagem direta. (Bandura
A., 1977)

A Teoria da Aprendizagem Social de Bandura também destaca a importância da


autoeficácia na formação da personalidade. A autoeficácia refere-se à crença de uma pessoa
em sua capacidade de realizar com sucesso uma tarefa específica ou alcançar um objetivo.
Bandura argumenta que a autoeficácia influencia a escolha de metas, a perseverança diante de
obstáculos, a resiliência em face do fracasso e o nível de desempenho alcançado. Pessoas com
alta autoeficácia tendem a se engajar em comportamentos desafiadores, a persistir diante de
dificuldades e a alcançar melhores resultados, enquanto aquelas com baixa autoeficácia podem
evitar desafios e desistir facilmente diante de obstáculos. (Bandura A., 1977)

Essa teoria tem implicações significativas para a compreensão da personalidade, uma


vez que sugere que o comportamento humano é moldado não apenas por fatores internos e
experiências passadas, mas também por influências sociais e cognitivas. A personalidade de
uma pessoa é resultado de uma interação dinâmica entre sua disposição interna, as influências
ambientais em seu ambiente social e suas próprias percepções e interpretações dessas
influências. Portanto, a Teoria da Aprendizagem Social de Bandura oferece uma perspectiva
abrangente e integradora para entender como a personalidade se desenvolve e como o
comportamento humano é influenciado por fatores sociais e cognitivos. (Bandura A., 1977)

2.2.4. Teoria Humanista da Personalidade

Em contraste com outras teorias que focam em aspectos deterministas ou inconscientes


da personalidade, os humanistas acreditam na capacidade das pessoas de fazer escolhas
conscientes e de se autorrealizarem. Uma das figuras centrais nesse campo é Abraham Maslow,
cuja teoria da hierarquia das necessidades é um dos pilares do pensamento humanista.

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Maslow propôs sua famosa hierarquia das necessidades em seu livro "Motivação e
Personalidade" (1954), onde ele argumentou que as pessoas têm uma série de necessidades que
buscam satisfazer, começando pelas mais básicas, como as necessidades fisiológicas (como
comida e abrigo), passando pelas necessidades de segurança, sociais, de estima e culminando
nas necessidades de autorrealização, que envolvem o desejo de se tornar o melhor que se pode
ser. Ele sugeriu que à medida que as necessidades mais básicas são atendidas, os indivíduos
buscam satisfazer necessidades mais elevadas, culminando no desenvolvimento pleno da
personalidade. (Maslow, 1954)

Outro teórico importante no campo humanista é Carl Rogers, cuja abordagem centrada
na pessoa enfatiza a importância da autenticidade, empatia e aceitação incondicional do
terapeuta para facilitar o crescimento pessoal do cliente. Em suas obras como "Terapia
Centrada no Cliente" (1951), Rogers destacou a importância do autoconceito positivo e da
congruência entre o eu real e o eu ideal para alcançar a autorrealização. (Rogers, 1951)

2.3. A psicopatologia em contextos de saúde

É uma área de estudo que se dedica à compreensão e análise dos distúrbios mentais e
emocionais dentro do contexto da saúde mental e do bem-estar psicológico. Ela investiga as
causas, manifestações, padrões de desenvolvimento e tratamento dos transtornos psicológicos,
buscando uma abordagem integrada que considere não apenas os aspectos clínicos, mas
também os fatores biológicos, psicossociais e culturais que influenciam a saúde mental. Essa
disciplina é fundamental para a prática clínica, a pesquisa científica e a formulação de políticas
de saúde mental. (American Psychiatric Association, 2013)

Em contextos de saúde, a psicopatologia desempenha um papel crucial na compreensão


e no tratamento dos problemas psicológicos que podem impactar a saúde física, mental e
emocional dos indivíduos. Aqui estão alguns aspectos importantes da conceituação de
psicopatologia em contextos de saúde:

 Identificação de Transtornos Mentais: envolve a identificação e classificação dos


diferentes transtornos mentais, como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno
bipolar, entre outros. Isso geralmente é feito por meio da avaliação clínica, entrevistas,
observação do comportamento e utilização de critérios diagnósticos reconhecidos
internacionalmente, como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

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Mentais) ou a CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde). (American Psychiatric Association, 2013)
 Compreensão da Etiologia: a psicopatologia busca compreender as causas dos
transtornos mentais, que podem ser multifatoriais e envolver uma combinação de
fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais. Isso inclui o estudo de
predisposições genéticas, eventos traumáticos, estressores ambientais, desequilíbrios
neuroquímicos e padrões de pensamento disfuncionais, entre outros;
 Avaliação dos Sintomas: uma parte fundamental da psicopatologia em contextos de
saúde é a avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente. Isso inclui uma análise
detalhada dos pensamentos, emoções e comportamentos que estão causando sofrimento
ou prejuízo ao indivíduo. A avaliação dos sintomas ajuda a determinar a gravidade do
transtorno e a planejar o tratamento adequado;
 Diagnóstico Diferencial: é comum que os profissionais enfrentem casos com
apresentações clínicas complexas. Nesses casos, a psicopatologia desempenha um
papel importante no diagnóstico diferencial, que envolve a distinção entre diferentes
transtornos mentais com sintomas sobrepostos. Isso requer uma compreensão profunda
dos critérios diagnósticos e das características distintivas de cada transtorno;
 Intervenção e Tratamento: com base na compreensão dos transtornos mentais e dos
fatores que contribuem para sua manifestação, os profissionais de saúde mental podem
desenvolver planos de tratamento individualizados. Isso pode incluir intervenções
psicoterapêuticas, farmacoterapia, mudanças no estilo de vida e suporte psicossocial. O
objetivo é aliviar os sintomas, promover a saúde mental e melhorar a qualidade de vida
do paciente;
 Prevenção e Promoção da Saúde Mental: além do tratamento de transtornos mentais
estabelecidos, a psicopatologia em contextos de saúde também se preocupa com a
prevenção e a promoção da saúde mental. Isso pode envolver programas de educação,
intervenções precoces em casos de risco, promoção de habilidades de enfrentamento e
estratégias de manejo do estresse.

2.4. Personalidade e Risco de Psicopatologia em Saúde

A personalidade pode influenciar significativamente a maneira como uma pessoa lida


com situações estressantes, traumáticas ou desafiadoras em sua vida, afetando assim o seu risco
de desenvolver psicopatologias. Estudos têm demonstrado que certos traços de personalidade

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estão associados a um maior risco de desenvolvimento de distúrbios psicológicos, enquanto
outros podem funcionar como fatores de proteção. Por exemplo, indivíduos com altos níveis
de neuroticismo tendem a ser mais vulneráveis ao estresse e estão em maior risco de
desenvolver ansiedade, depressão e outros transtornos relacionados ao estresse. Por outro lado,
traços de personalidade como a resiliência e o otimismo têm sido associados a uma melhor
capacidade de enfrentamento e a uma menor probabilidade de desenvolver problemas de saúde
mental. (Lahey, 2009)

Outros traços de personalidade têm sido relacionados ao risco de psicopatologia em


saúde. Por exemplo, a dimensão da extroversão tem sido associada tanto a efeitos positivos
quanto negativos na saúde mental. Indivíduos extrovertidos podem ter uma rede social mais
ampla e melhor capacidade de lidar com situações sociais, o que pode proteger contra certos
transtornos, como a depressão. No entanto, eles também podem estar em maior risco de
desenvolver problemas relacionados ao abuso de substâncias, devido à busca por experiências
estimulante. Da mesma forma, a personalidade tipo A, caracterizada por competitividade,
impaciência e hostilidade, tem sido associada a um maior risco de doenças cardiovasculares e
transtornos de ansiedade. (Matthews & Haynes, 2004)

A relação entre personalidade e risco de psicopatologia em saúde não é unidirecional,


pois os transtornos mentais também podem influenciar a personalidade de uma pessoa. Por
exemplo, a depressão pode levar a mudanças na personalidade, como uma diminuição da
extroversão e um aumento do neuroticismo. Essas alterações na personalidade podem, por sua
vez, aumentar o risco de recorrência da depressão e de outros transtornos mentais. (Lahey,
2009)

2.5. Intervenções Psicológicas e Implicações Clínicas

Essas intervenções podem abranger uma variedade de abordagens terapêuticas,


adaptadas às necessidades individuais dos clientes. São exemplo de intervenções psicológicas
na personalidade visam prevenir ou mitigar o desenvolvimento de psicopatologias, as
seguintes:

 Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): essa terapia concentra-se em identificar e


desafiar padrões de pensamento disfuncionais e substituí-los por pensamentos mais
adaptativos. A TCC demonstrou eficácia no tratamento de uma variedade de

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transtornos, incluindo depressão, ansiedade e transtornos de personalidade. (Beck,
A.T., 2011)
 Terapia Psicodinâmica: esta abordagem terapêutica explora as influências do
inconsciente sobre o comportamento e os padrões de pensamento. A terapia
psicodinâmica visa ajudar os indivíduos a entenderem melhor suas motivações
inconscientes e resolver conflitos internos, promovendo o crescimento pessoal e a
resolução de problemas emocionais. (Leichsenring, F. et al., 2015)
 Mindfulness e Meditação: intervenções baseadas em mindfulness têm se mostrado
eficazes na redução do estresse, ansiedade e sintomas de depressão. A prática regular
de mindfulness e meditação ajuda os indivíduos a desenvolverem uma maior
consciência de seus pensamentos e sentimentos, permitindo-lhes responder de forma
mais adaptativa aos desafios da vida. (Kabat-Zinn, J., 2003)
 Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): A ACT é uma abordagem terapêutica que
combina mindfulness com estratégias de aceitação e compromisso para ajudar os
indivíduos a desenvolverem uma relação mais saudável com seus pensamentos e
emoções. Ao invés de tentar controlar ou evitar pensamentos e sentimentos
desagradáveis, a ACT encoraja os clientes a aceitá-los e a se comprometerem com ações
que estejam alinhadas com seus valores pessoais. (Hayes, S.C. et al., 1999)
 Terapia Interpessoal (TIP): essa terapia ajuda os clientes a identificarem e a resolverem
problemas de relacionamento, melhorando suas habilidades de comunicação e
fortalecendo suas conexões sociais. Estudos demonstraram que a TIP pode ser eficaz
no tratamento da depressão e de outros transtornos relacionados à interação social.
(Klerman, G.L. et al., 1984)

2.6. Desafios

O manejo da personalidade para evitar a psicopatologia é um desafio complexo


enfrentado por profissionais de saúde mental e aqueles que buscam promover o bem-estar
psicológico. Uma das principais dificuldades reside na identificação precoce de padrões
disfuncionais de personalidade que possam predispor um indivíduo ao desenvolvimento de
transtornos psicopatológicos. A personalidade é multifacetada e influenciada por uma interação
complexa de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicossociais. Identificar os sinais
precoces de padrões de personalidade disfuncionais requer uma compreensão profunda dos
aspectos normais e anormais do funcionamento da personalidade. Abordagens como as de

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Widiger e Trull (2007) destacam a importância da avaliação cuidadosa dos traços de
personalidade e dos padrões de comportamento para identificar indivíduos em risco de
desenvolver psicopatologia.

Outro desafio significativo no manejo da personalidade é a seleção e implementação de


intervenções eficazes. Cada padrão de personalidade disfuncional pode requerer abordagens
terapêuticas específicas, adaptadas às necessidades individuais do paciente. Por exemplo, um
indivíduo com traços de personalidade limítrofe (indivíduo com dificuldade de controlar sua
raiva e, muitas vezes, sente raiva intensa e não justificada) pode se beneficiar de intervenções
baseadas em habilidades de regulação emocional e terapia dialética comportamental, enquanto
alguém com traços narcisistas pode necessitar de intervenções focadas na empatia e na
construção de relacionamentos saudáveis. (Leichsenring et al., 2011)

E por fim encontramos também um desafio crucial que é o estigma associado aos
transtornos de personalidade, que pode prejudicar o acesso ao tratamento e a eficácia das
intervenções terapêuticas. O estigma social em relação aos transtornos de personalidade muitas
vezes resulta em uma falta de compreensão e empatia em relação aos indivíduos que sofrem
desses transtornos, o que pode levar ao isolamento social e à falta de apoio. Superar o estigma
requer uma abordagem multifacetada que envolve educação pública, conscientização e
destigmatização dentro da comunidade e entre os profissionais de saúde mental. (Pinto et al.,
2016)

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3. Conclusão

Com a realização deste trabalho podemos concluir que a relação entre personalidade e
psicopatologia em contextos de saúde é complexa, refletindo a interação dinâmica entre
características individuais e fatores ambientais. A personalidade pode desempenhar um papel
significativo na predisposição, manifestação e resposta ao desenvolvimento de distúrbios
psicopatológicos. Embora cada indivíduo seja único, certos traços de personalidade podem
aumentar a vulnerabilidade a condições de saúde mental, enquanto outros podem funcionar
como fatores protetores. Estudos sugerem que certos traços de personalidade, como
neuroticismo, tendem a estar associados a uma maior susceptibilidade a distúrbios
psicológicos, como ansiedade e depressão. Da mesma forma, a falta de empatia e remorso,
características comuns em pessoas com traços psicopáticos, está ligada a distúrbios de conduta
e transtornos de personalidade antissocial. No contexto da saúde, compreender a interação entre
personalidade e psicopatologia é essencial para a identificação precoce, intervenção e
tratamento eficaz de distúrbios mentais. Uma abordagem holística que considere não apenas
os sintomas específicos, mas também as características de personalidade subjacentes, pode
levar a estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento. Isso pode incluir a adaptação de
intervenções terapêuticas para atender às necessidades individuais e abordar os padrões de
pensamento, comportamento e emoção que contribuem para a psicopatologia.

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4. Referências Bibliográficas
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