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RESUMO Ambientes Carsticos

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Ambientes Carsticos – RESUMO

O Distrito Cárstico da Região Centro-Norte Fluminense, localizado nos municípios


de Cantagalo, Itaocara, São Sebastião do Alto e Macuco, é composto pelas
maiores cavidades naturais subterrâneas do Estado, desenvolvidas em litologia
metacarbonática-quartzítica, e por depósitos de tufa calcária, alguns destes
ainda em formação, que constituem um importante testemunho paleoclimático
desde o final do Pleistoceno.

Atualmente, na área onde afloram os mármores calcíticos da Unidade São


Joaquim na região de entorno ao Distrito Cárstico, já foram identificadas 18
(dezoito) feições cársticas (Mapa), sendo que apenas 8 (oito) constam
registradas no banco de dados do CNC-SBE. Destas, as grutas do Novo Tempo
e da Pedra Santa são as maiores já registradas em todo território fluminense.

- Sumidouro

A gruta do Sumidouro, também conhecida como gruta do Perazzo, localiza-se


no município de Cambuci, região Centro-Norte do estado do Rio de Janeiro.
Trata-se de uma das maiores cavidades naturais do território fluminense, com
192 m de desenvolvimento linear e desnível de quase 12 m, ao longo da qual
flui uma drenagem perene. A caverna desenvolve-se em forsterita-diopsídio-
mármores da Unidade Bom Jesus de Itabapoana, pertencentes ao Domínio
Oriental da Faixa Ribeira, produto de metamorfismo de contato e processos
metassomáticos decorrentes de intrusões ígneas regionais.

O depósito é constituído por um nível pelítico na base, interpretado como


depósito em ambiente freático, seguido por deposição de sedimentos em
ambientes vadosos, associado ao canal de drenagem que atravessa a
caverna. O intervalo basal é formado por arenitos finos e lamitos laminados,
localmente bioturbados, com níveis conglomeráticos delgados. Sobre este
depósito, em contato erosivo e irregular, ocorrem conglomerados polimíticos
sustentados pelos clastos, com escassas lentes arenosas. O topo do depósito
apresenta areias laminadas inconsolidadas intercaladas com crostas de calcita,
indicando variações recorrentes no regime hidrológico nos setores marginais da
drenagem subterrânea. A gruta constitui a cavidade natural subterrânea com
maior riqueza de depósitos sedimentares no estado e uma das únicas
desenvolvidas em mármores escarníticos. A interpretação de seus processos de
sedimentação contribui não apenas para o entendimento da evolução da
cavidade, como das variações ambientais que ocorreram na região durante o
Quaternário.

- São Bartolomeu

- Furnas

- Pedra Santa

A gruta é formada por dois níveis de desenvolvimento superpostos, sendo o nível


inferior o mais amplo e, até o momento, o único levantado. Próximo à entrada
da cavidade, são registrados dois salões, alinhados na direção NE-SW, paralelos
aos strike do mármore (a rocha encaixante possui atitude 132/85). O salão
principal da gruta (3) possui 26 m de desenvolvimento linear e altura máxima de
cerca de 2,60m e é separado de dois salões ainda não topografados situados
ao norte da gruta, por 3 colunas.

Nos anos 1970, a gruta sofreu grande ameaça de destruição por parte da
empresa mineradora, proprietária da área, que chegou a tentar obliterar sua
entrada com a colocação de grandes blocos. Mobilizada pelo CEPEC, a
população de Cantagalo impediu a destruição deste patrimônio
espeleológico, e, em 12 de outubro de 1990, a Prefeitura Municipal promulgou
a Lei no 031/90, que dispõe sobre a preservação da gruta da Pedra Santa como
patrimônio geológico turístico municipal (CANTAGALO, 1990).
A gruta possui rica ornamentação de espeleotemas em comparação às outras
cavidades da região, porém, encontra-se bastante depredada devido a
décadas de visitação predatória. São registradas estalactites, colunas, cortinas,
escorrimentos, helictites e calcita dente de cão. A gruta da Pedra Santa,
portanto, constitui uma cavidade subterrânea emblemática para o município
de Cantagalo, sendo certamente a mais conhecida da região e a que possui
a mais rica história. É, até o momento, a segunda maior gruta do estado do Rio
de Janeiro e possui uma variedade grande de espeleotemas, sendo alguns
bastante raros na região, como a calcita dente de cão e os helictites. Cabe
ressaltar que a cavidade ainda não é completamente conhecida, sendo ainda
necessário o levantamento topográfico de seu nível superior.

- Novo tempo

A gruta do Novo Tempo, desenvolvida em mármores com intercalações de


quartzitos, é a maior cavidade natural do estado do Rio de Janeiro, com um
desenvolvimento linear de 356 m e eixo maior superior a 118 m. Os principais
espeleotemas da gruta são representados por um notável conjunto de bacias
de travertino situados próximos a sua entrada, não observados em nenhuma
outra cavidade subterrânea do Estado.

Outra característica notável é o seu desenvolvimento em uma intercalação de


mármores calcíticos sacaroidais e quartzitos em proporções semelhantes, que
conferem a esta cavidade um processo evolutivo sui generis, onde a dissolução
das rochas carbonáticas e a remoção mecânica dos quartzitos condicionam a
morfologia da gruta.
- Serra do Cândido – Depósitos de Tufas (Grutas do Caxangá, Boi Morto, Pedra
Preta, Dezoito de março, Espinhos, Bougainvilles, Mamão, Gramal, etc).

Depósitos de tufas calcárias das serras do Cândido e das Águas Quentes


constituem os únicos deste tipo no estado do Rio de Janeiro. Tufas são depósitos
calcários continentais porosos, formados em águas não termais de superfície e
que tipicamente contém restos e vestígios de macrófitas, micrófitas,
invertebrados e microorganismos. A área de estudo está localizada na Unidade
São Joaquim, representada por mármores calcíticos de textura sacaroidal, que
constitui o grande corpo contínuo orientado segundo NE-SW, que forma as
serras do Cândido e das Águas Quentes.
- Caxangá

Está localizado no município de Itaocara, na extremidade N da Serra do


Cândido, vertente SE do relevo, em terras do Distrito de Engenho Central.
Representa, juntamente com outro depósito de tufa denominado
Caxangá II, a principal ocorrência de tufa de toda a região,
configurando imponentes abrigos sob rocha.

Constitui uma típica tufa de vertente (CORRÊA, 2011) formada pela


precipitação de carbonato de cálcio sob vegetação pendente (raízes,
talos), possivelmente produzida por águas oriundas de fraturas no
mármore calcítico.

A cavidade apresenta diversos tipos de espeleotemas, tais como


estalactites, estalagmites, colunas, escorrimentos, bacias de travertino,
pérolas de caverna, bem como abundantes moldes de restos vegetais
(raízes e talos).

O abrigo possui ainda excelente potencial turístico, por formar uma


espécie de “gruta aberta”, de fácil acesso ao público, bem como
didático, por constituir um modelo de evolução de tufa de vertente, cujo
pavimento encontra-se erodido, expondo uma seção estratigráfica
representativa do processo evolutivo formador do depósito (CORRÊA,
2011).
- Espinhos

A Gruta dos Espinhos é o produto da dissolução de carbonato e


deposição de sedimentos siliciclásticos; Grande parte da evolução da
Gruta dos Espinhos ocorreu por processos hipergênicos, no entanto,
utilizou um protoconduto formado por processos hipogênicos; Apesar de
ter um tamanho pequeno em relação à outras cavidades da região, a
Gruta dos Espinhos apresenta uma gênese didática, sendo de grande
importância para o meio científico e turístico.

O teto da gruta, cuja altura máxima alcança 2,70 m, constitui o plano de


uma dessas juntas sub-horizontais, por onde percolaram durante séculos
águas acidificadas, que produziram a dissolução dos mármores e o
desenvolvimento da cavidade.

Um dos aspectos mais interessantes observados é a presença de


remanescentes de paleopavimentos e paleoníveis de acúmulos de água
nas paredes da cavidade, testemunhos de seu processo de formação. A
gruta apresenta um salão principal com cerca de 12 m de largura e
distância de 8 m entre sua entrada e a parede mais interna, de onde
desenvolveram-se alguns pequenos condutos.

Foram identificados espeleotemas do tipo estalactite, estalagmite,


escorrimentos em cortinas, pequenas bacias de travertino (microgours),
calcita dente de cão e coralóides do tipo button popcorn, formadas por
processo de evaporação. Esta última variedade, cujo desenvolvimento
ocorre sob a água, é rara em cavidades naturais no estado do Rio de
Janeiro, tendo sido identificada até o momento apenas na gruta da
Pedra Santa.

- Dezoito de março

O depósito Dezoito de março situado na vertente sudeste da Serra do


Cândido é composto por diversos depósitos de tufa ativos e inativos
localizados na base da serra, ao longo de uma drenagem alimentada
tanto por águas superficiais, como por águas oriundas de diversas
ressurgências, condicionadas por juntas horizontais e sub-horizontais, que
estão associadas um padrão de fraturamento no mármore.
ANEXO
ANEXO II

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