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Clinica Cirurgica Completo

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Clínica Cirúrgica

Enfermagem no perioperatório

A enfermagem perioperatória é um processo sistemático,


planejado, em uma série de etapas integradas. A
enfermagem perioperatória consiste na prestação de
cuidados abrangentes ao paciente durante sua experiência
cirúrgica nos períodos pré, intra e pós-operatórios de
procedimentos cirúrgicos e outros procedimentos
invasivos, utilizando a estrutura do processo de Os Padrões de Enfermagem Perioperatória da AORN
enfermagem. (2015) requerem, em parte, que os enfermeiros
perioperatórios avaliem a eficácia da prática de
1. Avaliação (o paciente coletando, organizando e
enfermagem e a qualidade dessa prática. Esses padrões
priorizando os dados do paciente)
também requerem que esses enfermeiros avaliem suas
2. Diagnostico de enfermagem próprias práticas.

3. Planejamento de cuidados de enfermagem Os 5 certos da delegação

4. Implementação (realizar o que foi planejado nos 1. Tarefa certa


cuidados de enfermagem) 2. Circunstância certa
3. A pessoa certa
5. Reavaliação (Resultados alcançados pelo e para o 4. A comunicação e a direção certa
paciente, quando necessário fazer alterações) 5. A supervisão e a avaliação certa
A enfermagem no perioperatório Depende do
Papeis perioperatório tradicionais
conhecimento de anatomia cirúrgica, das alterações
fisiológicas e suas consequências para o paciente, dos Existem dois papéis tradicionais de enfermagem
fatores de risco intraoperatório, da potência e prevenção perioperatória: o enfermeiro circulante e o
para lesão do paciente, e das implicações psicossociais enfermeiro instrumentador.
da cirurgia para o paciente, a família e o prestador do
cuidado. Prever as necessidades do paciente e da equipe O enfermeiro circulante nos EUA continua a ser “não
cirúrgica e iniciar rapidamente intervenções seguras e instrumentador” e usa o processo de enfermagem para
apropriadas. Association of periOperative Registered avaliar o paciente, identificar os resultados desejados,
Nurses (AORN) tem reiterado o significado dessa formula diagnósticos de enfermagem, escolhe um
segurança. plano de cuidados, implementa ou delega intervenções,
e avalia os resultados dos cuidados administrados.
Entre muitas outras responsabilidades, o enfermeiro
circulante lida com o posicionamento do paciente,
preparação antimicrobiana da pele, medicações,
implantes, amostras, dispositivos de aquecimento e
contagens cirúrgicas.
Clínica Cirúrgica
O enfermeiro instrumentador, que trabalha em um
campo estéril, monta os instrumentos necessários e os Período pós-operatório tardio: varia de acordo com
suprimentos de maneira a maximizar a segurança e a o tipo e a complexidade da cirurgia, podendo
eficiência. Esse papel requer conhecimento profundo de compreender desde 15 dias até cerca de um ano após
cada etapa do procedimento cirúrgico e certa habilidade o procedimento anestésico-cirúrgico.
em prever cada instrumento e suprimento que serão
necessários Papel do enfermeiro nos períodos

OBS: Existe uma variedade de papéis na enfermagem


perioperatória, incluindo enfermeiro circulante, enfermeiro
Pré-operatório imediato: Compreende os preparos
instrumentador, enfermeiros cirúrgicos primeiros assistentes,
específicos para a cirurgia, como jejum, higiene
enfermeiros clínicos de prática avançada e papéis emergentes
como coordenador de robótica e especialista em informática. corporal, higiene oral, esvaziamento vesical e
intestinal.
Períodos cirúrgicos
Pré-operatório: compreende a recepção do paciente,
Inicia com atividades realizadas desde do pré operatório a verificação do termo de autorização de cirurgia, a
até o pós operatório. presença do prontuário, os preparos realizados, a
existência de exames e a confirmação do jejum.
Período pré-operatório mediato: desde o momento que
o paciente recebe a notícia de que será submetido ao Intraoperatório: Compreende o posicionamento
tratamento cirúrgico até as 24 horas que antecedem a cirúrgico e a administração endovenosa durante a
cirurgia. anestesia.

Período pré-operatório imediato: compreende as 24 Pós- operatório: Compreende os cuidados com a


horas imediatamente anteriores à cirurgia. ferida operatória e os drenos instalados no
procedimento cirúrgico.
Período transoperatório: desde o momento em que o
paciente é recebido no CC até sua saída da Sala de Tempos cirúrgicos
Operações (SO).
são as etapas principais que compõem um
Período intraoperatório: do início ao término do procedimento cirúrgico.
procedimento anestésico-cirúrgico, compreendido no
período transoperatório. OBS: A sequência abaixo deve ser seguida:

Período pós-operatório imediato: compreende as


primeiras 24horas após o procedimento anestésico-
cirúrgico, incluindo o tempo de permanência na Sala de
Recuperação Pós-Anestésica (SRPA); comumente
designado pela sigla POI.
Período pós-operatório mediato: envolve o período
após as 24horas iniciais e é comumente descrito como
primeiro, segundo, terceiro etc. dias de pós--operatório
Clínica Cirúrgica Duração da cirurgia

Instrumentos cirúrgico onde se aplica os tempos • As cirurgias de porte I têm até 2 horas de duração.
cirúrgicos: Por exemplo: hemorroidectomia, amigdalectomia,
curetagem uterina.
Diérese: tesoura metzembaum, bisturi elétrico, • As cirurgias de porte II duram, em média, de 2 a 4
tesoura de mayo-stille horas. Por exemplo: histerectomia, colecistectomia
convencional, prostatectomia radical.
Hemostasia: Pinça de preensão allis, pinça kelly, • As cirurgias de porte III têm duração de 4 a 6 horas.
pinça crile
Por exemplo: revascularização do miocárdio,
colocação de prótese total de quadril, craniotomia.
Exérese: pinça duval, pinça rocher
• As cirurgias de porte IV são aquelas cuja duração
ultrapassa 6 horas. Por exemplo, transplantes,
Síntese: pinça com dente de rato, pinça anatômica,
aneurismectomia, gastroduodenopancreatectomia.
fio de sutura, pinça de Adson.
Potencial de contaminação
Finalidade da cirurgia
As cirurgias limpas são aquelas realizadas em
Cirurgia paliativa aquela que visa a melhorar as condições
tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na
clínicas do paciente, contribuindo para a qualidade de vida, ou,
ausência de processo infeccioso e inflamatório
ainda, aliviar a dor.
local; cirurgias eletivas a traumáticas; cirurgias em
Cirurgias radicais são aquelas em que ocorre a retirada parcial
que não ocorre penetração nos tratos digestório,
ou total de um órgão ou segmento corporal.
respiratório e urinário. Por exemplo: cirurgias
Cirurgias plásticas são tratamentos realizados com finalidade
cardíacas, neurocirurgias, vasculares,artroplastia de
estética ou corretiva.
quadril.
Cirurgias diagnósticas, que se caracterizam pela extração de
fragmentos de tecidos para exame microscópico com fins As cirurgias potencialmente contaminadas são
diagnósticos. realizadas em tecidos colonizados por flora
microbiana residente pouco numerosa ou em tecidos
Risco cardiológicos de difícil descontaminação, ou, ainda, quando
ocorre penetração nos tratos digestório, respiratório
• Cirurgias de pequeno porte são aquelas em que o paciente temou geniturinário, sem contaminação significativa.
probabilidade reduzida de perda de fluidos e sangue. Por exemplo: histerectomia abdominal,
colecistectomia,gastrectomia, prostatectomia.
• Cirurgias de médio porte são os procedimentos em que o As cirurgias contaminadas são realizadas em
paciente tem probabilidade mediana de perda de fluidos e tecidos traumatizados recentemente e abertos ou em
sangue. tecidos colonizados por flora bacteriana abundante,
cuja descontaminação é difícil ou impossível. Por
• Cirurgias de grande porte são aquelas em que há maior exemplo: colectomias, cirurgias dentárias,
probabilidade de perda sanguínea e de fluidos. amigdalectomia,apendicectomia.
Clínica Cirúrgica
As cirurgias infectadas, como o próprio nome sugere, Terceira intenção: Como o nome fechamento
são realizadas em qualquer tecido ou órgão, na presença primário retardado implica, ocorre esse processo
de processo infeccioso com supuração local, tecido cicatricial quando a aproximação das bordas da
necrótico ou corpo estranho. Por exemplo: cirurgias de ferida é retardada intencionalmente por 3 dias ou
reto e ânus com fezes ou pus, debridamento de esca-ras, mais após a lesão ou cirurgia. Essas feridas podem
amputação de pé diabético, nefrectomia com infecção. necessitar de desbridamento e, em geral, requerem
uma linha de sutura primária e secundária, como é
o caso das suturas de retenção.
Feridas

Conceito: ruptura da membrana mucosa a qualquer parte


do corpo, por agentes físicos, químicos ou biológicos

• Cirúrgica: causada por incisão ou excisão.


• Traumática: causada por destruições mecânica,
térmica ou química.
Características das feridas
• Crônica: causada por condição fisiopatológica
subjacente.
As características das feridas podem variar
dependendo da causa, gravidade e estágio de
Tipos de fechamentos de feridas
cicatrização. Aqui estão algumas características
comuns das feridas, usadas para fazer a avaliação da
ferida:
A cicatrização por primeira intenção: ocorre quando
as feridas são criadas de maneira asséptica, com mínimo Profundidade (verifica-se com a régua): Refere-se à
de destruição tecidual e de reação tecidual pós- extensão da lesão na pele e nos tecidos subjacentes.
operatória. As feridas fechadas com suturas, grampos, Feridas podem ser superficiais, afetando apenas a
fita adesiva ou adesivo cirúrgico (suturas adesivas) camada mais externa da pele (epiderme), ou
Segunda intenção: Quando as feridas cirúrgicas são profundas.
caracterizadas por perda tecidual; com impossibilidade Tamanho: Verifica-se a extensão o comprimento x
de aproximação das bordas da ferida. Esse tipo de ferida largura
geralmente não é fechado; em vez disso, deixa-se que a
ferida cicatrize de dentro para a superfície externa. A Localização: em qual região do corpo está localizada
cicatrização por segunda intenção é vista geralmente em Deslocamento: se ferida mudou de local
feridas crônicas, feridas sujas e feridas traumáticas, nas
quais grandes áreas de tecido são perdidas. Edema: acúmulo anormal de fluido nos tecidos do
corpo, resultando em inchaço e aumento do volume
da região afetada.
Clínica Cirúrgica
Tipos de tecidos: pixelização, granulação, necrose 1.Posição supina (a mais usada): A posição supina
pode comprometer a função respiratória porque o
Exsudato: seroso (claro), Serossanguinolento
volume corrente é menor do que quando em pé,
(claro com traços de sangue), sanguinolento
Pacientes em posição supina podem estar em risco
(vermelho) ou purulento (amarelado ou
de desenvolver lesões por pressão, especialmente
esverdeado).
em áreas como o calcanhar, sacro e cotovelos, Se
Dor: utilizar a escala numérica da dor 0 a 10 um paciente tiver deficiências cardiovasculares, a
posição supina poderá aumentar mais o risco de
Tipos: feridas traumáticas, cirúrgicas, laceração,
sobrecarga cardíaca.
contusa, perfurantes, patológicas etc.
2.Posição de Trendelenburg: Riscos de Hipotensão, se o
paciente não for retornado à posição supina lentamente
Posicionamento e suas implicações após estar na posição de Trendelenburg, risco de
atelectasia (colapso dos alvéolos) e edema
pulmonar.

Objetivos: Garantir uma exposição ideal e acesso ao sítio


cirúrgico, mantendo o alinhamento corporal para facilitar 3.Posição de Trendelenburg reversa: A circulação
as funções circulatória e respiratória, protegendo a venosa pode ser comprometida por tempo extenso na
integridade neuromuscular e da pele, e permitindo acesso posição de pernas para baixo.
aos locais intravenosos (IV) e aos dispositivos de
4.Litotomia (posição ginecológica): acarreta riscos
monitoramento anestésico.
significativos de comprometimentos respiratório e
O enfermeiro perioperatório deve conhecer as alterações circulatório como hipotensão, afeta sistema vascular
anatômicas e fisiológicas associadas ao posicionamento causando trombose venosa profunda.
do paciente. Essas alterações são afetadas por numerosos
fatores: 5.Posição semi-Fowler: essa posição pode causar
desconforto e fadiga muscular, especialmente em
• Tipo de posição cirúrgica procedimentos prolongados, Risco de Complicações
• O período de tempo em que o paciente permanece Circulatórias.
nessa posição
6.Posição Fowler: Essa posição acarreta
• A sala cirúrgica
comprometimentos circulatórios e risco como
• O acolchoamento hipotensão ortostática e diminuição da perfusão para o
• Os dispositivos de posicionamento usados encéfalo, trombose venosa, LPP. Causa pressão no nervo
• O tipo de anestesia administrado isquiático.
• O procedimento cirúrgico.
7.Posição prona: compromete o sistema respiratório
Essas alterações geralmente afetam (1) pele e tecido estringir o movimento respiratório normal dificultando
subjacente; (2) sistema musculoesquelético; (3) sistema a ventilação adequada, Lesões de Pele e Nervos,
nervoso; (4) sistema cardiovascular; (5) sistema Complicações Hemodinâmicas, A pressão nos olhos
respiratório; e (6) outras áreas vulneráveis, como os olhos, pode causar pressão venosa ocular (PVP).
as mamas, o períneo e os dedos.
Clínica Cirúrgica
8. Posição lateral: As pressões sistólica e diastólica
diminuem na posição lateral porque os agentes
farmacológicos e processos fisiopatológicos deprimem
os mecanismos compensatórios normais. A função
respiratória é comprometida pelo peso do corpo na parte
inferior do tórax

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