Trabalho de Campo Da Disciplina de Introdução A Filosofia
Trabalho de Campo Da Disciplina de Introdução A Filosofia
Trabalho de Campo Da Disciplina de Introdução A Filosofia
Curso: Licenciatura em
Administração Pública,
Disciplina: Introdução a Filosofia
Ano de frequência: 2o Ano
Docente: Mst. Armindo Armando
Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico
2.0
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica
discussão
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha de Recomendação para a Melhoria do Trabalho
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Índic
e
1. Introdução.....................................................................................................................................5
1.1. Objectivos..................................................................................................................................6
1.1.1 Geral........................................................................................................................................6
1.1.2 Específicos.........................................................................................................................6
1.2. Metodologia...............................................................................................................................6
3. Conclusão...................................................................................................................................16
4. Referências bibliográficas..........................................................................................................17
1. Introdução
Para tal quanto a organização do trabalho podemos dizer que o trabalho encontra-se dividido em
três partes nomeadamente: a introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.
A introdução constituíra a parte inicial do trabalho onde serão apresentadas as notas inicias ao
que tange ao tema, aos objectivos do trabalho e a metodologia a ser empregue para o alcance dos
tais objectivos. No desenvolvimento serão apresentados as discussões em torno do tema em
estudo e as abordagens de diferentes autores em torno do tema e sua ênfase, finalmente na
conclusão será dada aquilo que é o fecho do trabalho apresentado as conclusões e os
conhecimentos tidos depois de elaborado o trabalho.
5
1.1. Objectivos
1.1.1 Geral
1.1.2 Específicos
1.2. Metodologia
Segundo Lakatos - Marconi (2003, p.83), diz que, " método é o conjunto das actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar os objectivos".
6
2. Filosofia Política Moçambicana: Seus Desafios na Democracia.
Pensar filosoficamente o processo democrático de Moçambique é o objectivo do filósofo
Severino Ngoenha em sua obra Os Tempos da Filosofia: filosofia e democracia moçambicana.
Contudo, é preciso ressaltar que o filósofo discorre sobre a situação política de Moçambique em
outros trabalhos que produziu, como seu célebre livro Filosofia Africana: das independências às
liberdades publicado em 1993.
Nesta obra, Ngoenha além de tecer suas críticas à etnofilosofia, defende que o
compromisso da filosofia africana é com o futuro. Por este fato, também discorre sobre a situação
política de Moçambique, tendo como base as experiências e erros da I República Moçambicana,
para demonstrar aos intelectuais a necessidade destes se preocuparem com o futuro político do
país, para que a sociedade não corra o risco de reviver os erros do passado.
Como é notório a preocupação do filósofo com o futuro, este, diante do cenário político
de Moçambique na II República, com a consciência do seu papel enquanto um intelectual, na
obra “Os Tempos da Filosofia”, analisa como ocorreu o processo de implementação da
democracia em seu país, sem deixar de tecer suas considerações sobre esta forma de governo,
haja vista que, para este filósofo “Cada época, cada geração define um objectivo que aos seus
olhos constitui a sua própria contribuição para a história dos homens”.
Significa que nós, indivíduos, somos os comandantes de nossa sociedade. Por este fato,
não precisamos exactamente utilizarmos conceitos abstractos para compreendermos nem para a
explicarmos, pois, a democracia refere-se à constituição de um espaço político, que na
óptica ngoenhiana, só pode ser cunhado através das diferentes concepções culturais, políticas e
sociais dos povos de uma dada sociedade.
Tal concepção não quer dizer que o filósofo tenha excluído a dimensão axiológica que a
democracia assenta. Os valores da democracia: o respeito pelos direitos do homem, a igualdade
entre os cidadãos e o respeito pela dignidade das pessoas, possuem, para o autor, carácter
universal e não negociáveis.
Além da crítica, o filósofo pondera que “A filosofia política tem a função de explicar as
regras da democracia e a definição da organização do político, quando o regime é ameaçado do
interior ou do exterior, e de salvá-la contra quem a coloca em perigo.”. Cabe a ela, opor-se às
ameaças internas que queiram reduzir a política ao campo dos interesses individuais e/ou
partidários. Ela “deve reafirmar o primado do político sobre o econômico, da deliberação popular
sobre os índices das bolsas de valor”.
Este fato, leva Ngoenha a conceituar o Estado da II República como dólar-crático, uma vez
que, para o filósofo, neste governo tudo se fez em função do dólar. As elites políticas, os
funcionários públicos utilizam o serviço público a favor dos seus próprios interesses econômicos.
A corrupção invadiu a mentalidade dos servidores do Estado, e estes utilizam os valores
ocidentais de democracia como um instrumento para realização de interesses econômicos
próprios, em detrimento dos interesses da população.
A dólar-cracia tornou o Estado ausente da vida pública, colocou a economia onde a paz tinha
lugar e tal ausência resultou em uma extrema desigualdade entre ricos e pobres, aumentando
progressivamente a violência social. Neste contexto, Ngoenha afirma que a lógica produtivista,
que fundamenta o Estado dólar-crático, precedeu os valores propriamente políticos da
democracia.
O princípio da justiça, que regulamenta a vida social, no campo econômico e do direito foi
negligenciado em função da dólar-cracia, que se tornou o fim que justifica todos os meios. Estes
fatos, leva-nos a perceber que, apesar da II República buscar instaurar um sistema democrático
em Moçambique, com a criação de um parlamento, partidos, dentre outros elementos
constituintes de uma sociedade democrática, a
Junta-se a isto que, em 1994, a II República ao implementar os sistemas de partido, que por
sua vez é tipicamente ocidental, não avaliou se este sistema é capaz de representar os diferentes
povos desta sociedade. No entanto, percebe-se que muitos países africanos demonstraram não
conseguirem, através desta modalidade, mobilizar o imaginário colectivo das populações. Sendo
assim, o filósofo põe-se a analisar que:
Das duas uma: ou o africano (e, portanto, também o moçambicano) é geneticamente anti-
democrático como sustentam alguns eugenistas (Medeved Arison), ou então o sistema de
partidos, é talvez neste momento, um mal necessário, mas não corresponde ao substrato cultural
dos nossos povos.
Do ponto de vista ngoenhiano, os africanos não são de forma alguma antidemocráticos, e nos
reportando à sua concepção de democracia, podemos afirmar que os sistemas de partidos
ocidentais também são inadequados e não coaduna com as culturas africanas. Não representa a
heterogeneidade cultural dos povos.
Isto, leva-nos a questionarmos, portanto, como a heterogeneidade dos povos que constituem
Moçambique, podem serem representados em um sistema que possui valores discrepantes,
estabelece uma única língua como oficial do país e obedece a leis externas, que são do ponto de
vista interior, antidemocráticas? Haveria outros veículos de opinião, outras formas destes
11
cidadãos sentirem-se representados e reivindicarem contra este sistema político discrepante com a
sua sociedade?
Apesar do Estado Moçambicano de 1994 instaurar um sistema democrático no país, este não
criou mecanismos jurídicos legais que possibilitem os cidadãos fazerem-se ouvidos e
participarem efectivamente da vida pública de Moçambique. A criação de parlamentos, portanto,
estaria a representar somente os interesses dos partidos e não os das populações.
Por fim, é evidente que Moçambique não possui uma real democracia, visto que os povos não
possuem nem instrumentos que efectivem sua participação na sociedade, sendo a participação na
vida pública a maior característica desta modalidade de governo, segundo os seus fundamentos.
Como também, o modelo institucional dólar-crático é discrepante com a realidade social e
cultural destes povos, indo de encontro ao que Ngoenha compreende por democracia.
Por respeito à democracia, o filósofo considera que os africanos devem “tomar a sério a
especificidade cultural que nós somos e representamos e inventar um modelo institucional que se
inspire nos substratos culturais das populações”, pois na sua óptica, o que há em Moçambique é
um jogo de interesses políticos que prejudica a constituição de uma democracia que proclame a
justiça social e que seja realmente benéfica para os povos.
[...] como fazer com que a democracia não se transforme num jogo de elites, que a maioria da
população possa, de facto, participar com conhecimento de causa, não só através de um boletim
de voto de cinco em cinco anos, como uma assinatura de cheque em branco para as elites
políticas que se sentem legitimadas a fazer privatizações que vão em detrimento do povo que
nelas depositou confiança? .
Esta questão orienta as reflexões de Ngoenha, contudo, ressalto que além dos motivos outrora
citados que constrangem o nascimento de uma democracia moçambicana, o filósofo salienta que
12
os moçambicanos ainda são incapazes de assumir a responsabilidade que a liberdade comporta,
ou seja, os moçambicanos ainda não possuem instrumentos que orientem e possibilitem a
formação de espaços de liberdade, instituições de formação e reivindicações políticas, devido ao
histórico político que não os permitiram desenvolverem uma cultura de participação efetiva na
vida pública.
A I República deu aos moçambicanos a concepção sobre o que é um Estado que promove a
justiça social, mas não os permitiam participar das decisões nem expressarem livremente suas
opiniões sobre os rumos da vida social e política. Enquanto a II República, deu aos
moçambicanos a noção de liberdade para a participação na vida pública, porém os condenaram a
um sistema econômico que os mesmos não tinham formação e informação para adentrarem,
como também os negaram juridicamente, mecanismos para uma real participação na vida integral
da sociedade.
Neste ínterim, Ngoenha sustenta que Moçambique necessita de instrumentos que oriente sua
política a promover concomitantemente a justiça social e a liberdade de expressão como também
os permitam conseguir assumir a responsabilidade que a liberdade/soberania requer para
desempenhar as prerrogativas de um Estado Soberano e democrático.
Enquanto um intelectual que busca exercer sua função social, ao analisar filosoficamente a
realidade política de Moçambique, os erros e acertos que ocorreram durante as duas repúblicas,
apresenta-nos sua contribuição para o desenvolvimento económico e social de seu país e,
consequentemente, para a construção de um novo projecto de democracia.
14
feito através da facilitação de processos de negociação e mediação, da promoção do respeito
pelos direitos humanos e da construção de uma cultura de tolerância e respeito mútuo.
15
3. Conclusão
Por assim ser, a filosofia de Ngoenha, aqui apresentada, vem ofertar, através do triplo
contratualismo, os fundamentos para que Moçambique conquiste uma democracia moçambicana.
O filósofo, através do seu aporte, demonstra às filosofias que a “filosofia não se pode contentar
em justificar o statu quo, mas ao contrário, deve dessacralizar os equilíbrios políticos que
parecem únicos”.
Nesta esteira, a filosofia africana tem o desafio de se debruçar sobre sua temporalidade e contexto
histórico e buscar relevar, construir e fundamentar um projecto de futuro que estabeleça os
princípios de um governo que realmente respeite a heterogeneidade dos povos africanos. Mas,
verifica-se na análise que, o maior desafio das filosofias africanas, em especial em sua dimensão
política, para que os países africanos conquistem a liberdade/soberania, não está em somente
conseguir fundamentar ou inventar um modelo institucional próprio.
Percebe-se que, seu maior desafio, está em concentrar suas investigações nos conflitos entre as
soberanias (Europa e Moçambique), refletindo e identificando quais são as dificuldades dos
africanos em assumir plenamente sua soberania e quais mecanismos elaborar para que o Ocidente
os liberte dos seus élans coloniais.
Por fim, através da análise das obras Os Tempos da Filosofia: filosofia e democracia
Moçambicana e Filosofia Africana: das Independências às liberdades, considero que a Filosofia
Política Africana é tida como um instrumento que instruirá o processo de construção de um
futuro melhor no continente africano, como em Moçambique, pois a ela cabe criar os
mecanismos de fomento da soberania, na luta contra a intervenção da comunidade internacional e
estimular a criatividade dos moçambicanos, libertando suas habilidades, a fim destes trabalharem
em prol de assumirem as responsabilidades que a liberdade comporta, construindo, assim, outras
formas de interpretar e agir sobre sua própria história.
16
4. Referências bibliográficas
17