Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Psicologia

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 19

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Teorias de aprendizagem

Simeão Congolo

Curso: Ensino De Língua Portuguesa

Disciplina: Psicologia de desenvolvimento

Ano de Frequência: II ano

Maputo, Setembro de 2023


Folha de Feedback

Classificação
Categorias Indicadores Padrões
Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor

 Capa 0.5

 Índice 0.5

 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais
 Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)

Introdução  Descrição dos


1.0
objectivos

 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho

 Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo

 Exploração dos dados 2.0

 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos

 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas

Normas APA 6ª  Rigor e coerência das


Referências
edição em citações citações/referências 4.0
Bibliográficas
e bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Índice
Introdução...................................................................................................................................5

Objectivos...............................................................................................................................5

Geral....................................................................................................................................5

Específicos..........................................................................................................................5

Metodologia............................................................................................................................5

Conceito de aprendizagem.........................................................................................................6

TEORIAS DA APRENDIZAGEM........................................................................................7

Implicações Das Concepções Teóricas De Freud, Piaget, Vygotsky Na Prática Pedagógica8

REFLEXÕES ACERCA DAS TEORIAS BEHAVIORISTAS, PSICOGENÉTICAS E


SÓCIO-HISTÓRICAS NA EDUCAÇÃO........................................................................12

CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................17

Referências...............................................................................................................................19
Introdução
A Psicologia é uma área que tem como objectivo buscar compreender o homem em todos os
seus aspectos do desenvolvimento humano, desde o nascimento até o momento de
maturidade

O objectivo deste trabalho é discutir e analisar as Teorias de Piaget, Freud e Vygostky, suas
principais influências na educação com foco conceitual nas concepções teóricas sobre ensino-
aprendizagem. Com isso, buscaremos situar essas teorias para o desenvolvimento da
Psicologia de desenvolvimento, reflectindo sobre as implicações de tais concepções teóricas
na prática pedagógica.

Objectivos

Geral
 Descrever as teorias de aprendizagem

Específicos
 Entender a relação entre os comportamentos dos alunos na aprendizagem;
 Relacionar as fases de crescimento e aprendizagem.
 Conhecer a influência do ambiente no processo de ensino e aprendizagem

Metodologia
A elaboração deste trabalho consistiu no uso da pesquisa bibliográfica, considerada como
uma fonte de colecta de dados secundária, que pode ser definida como: contribuições
culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado assunto, tema ou
problema que possa ser estudado (Bervian & Cervo, 2002).

Para Marconi e Lakatos (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica, abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc, e sua finalidade é
colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre
determinado assunto.

5
Conceito de aprendizagem
A aprendizagem pode ser definida como um processo de aquisição de novos conhecimentos
através de experiências vivenciadas e determinadas por factores endógenos e exógenos que
resultam na modificação do comportamento humano e que dependem de condições
essenciais, tais como: mentais, físicas, sensoriais e sociais para se desenvolverem. A
aprendizagem é um dos temas mais estudados pela Psicologia da Educação, pois
praticamente todo comportamento e todo conhecimento humanos são aprendidos.

Inúmeros são os autores que discutem as teorias da aprendizagem; assim, procuramos


seleccionar os principais teóricos para o desenvolvimento deste artigo, dentre os principais,
aparecem Wallon, Piaget, Vygotsky e Skinner; após analisar os escritos e as teorias de cada
um deles, é notável perceber as enormes contribuições dadas por eles à educação.

As teorias da aprendizagem estabelecem relação com as acções pedagógicas e reflectem


também sobre a maneira como as teorias estudadas questionam e se relacionam criticamente
com as práticas que os professores têm em sala de aula para que aprofundem as relações entre
o aprender e o ensinar com respaldo nas teorias que explicam tais práticas e que
compreendam os processos de aprendizagem e suas relações com as diferentes dimensões do
fazer pedagógico.

Para o Campo da Educação, a Psicologia da Aprendizagem pode apresentar inicialmente


conhecimentos sobre a natureza humana e os padrões evolutivos normais de desenvolvimento
e aprendizagem que contribuirão para o planeamento e execução de programas de
recuperação e assistência àqueles que se distanciavam dessa pretensa “normalidade” na
sociedade.

A Psicologia da Aprendizagem foca o indivíduo e o desenvolvimento intelectual de suas


capacidades; a Psicologia Experimental aplicada à Educação busca normalizar
comportamentos e acções em que culpabilizavam aqueles que por algum motivo não se
desenvolviam ou não aprendiam dentro do esperado.

Assim, é fundamental estudar a Psicologia da Aprendizagem e suas teorias que tratam da sua
importância para o campo do ensino-aprendizagem e das contribuições que ela pode dar para
a área da educação e conforme ressalta Bock et all (2008, p. 132), “assim, a Psicologia
transforma a aprendizagem em um processo a ser investigado” pela ciência.
6
TEORIAS DA APRENDIZAGEM
O termo “psicologia” é usado pela primeira vez em 1590 como título de uma obra escrita por
Rudolf Goclenius (1547-1628), professor da Universidade de Marburgo na Alemanha e que
ficou muito conhecido na época por suas contribuições à terminologia filosófica. Logo de
início, a história da Psicologia irá se confundir com a história da Filosofia até meados do
século XIX.

A partir do século XIX, com o positivismo de Auguste Comte (1798-1857) é que de fato a
construção do conhecimento psicológico é fortemente influenciada, a partir daí a Psicologia
se constitui num ramo de conhecimento definido, através de um objecto de estudo delimitado
em que busca compreender os processos mentais, os sentimentos, a razão, o inconsciente, as
actividades psíquicas e o comportamento humano e animal.

É importante ressaltar que a Psicologia surge como ciência de fato no século XX. Uma visão
abreviada de seu nascimento nos remete ao primeiro laboratório de psicofisiologia criado por
Wilhem Wundt (1832-1920), na Universidade de Leipizig (Alemanha). No entanto, se essa
foi a condição científica para que a Psicologia recebesse o status de ciência, tal feito não
explicita questões muito mais amplas e cruciais à luz dessa nova área do conhecimento
humano.

Jean Piaget (1896-1980), Wallon (1879-1962) e Vygotsky (1896-1934) têm sido


considerados os representantes mais eminentes de um grupo de teóricos que procuram
explicar a aprendizagem e o conhecimento humano dentro de uma linha histórica na qual o
sujeito e o objeto interagem em um processo que resulta na construção e reconstrução das
estruturas cognitivas. Sendo assim, esses teóricos foram denominados de teóricos
interacionistas.

As Teorias Interacionistas ou Cognitivistas são de Base Dialética; no interacionismo, como o


próprio nome já diz, há uma interacção entre o sujeito e o objecto para a construção do seu
conhecimento e para a construção dos próprios objectos. Assim, pode- mos perceber que as
crianças constroem seu próprio conhecimento, em que o professor é apenas um mediador
desse processo, pois conhecemos as coisas na forma em que elas são aprendidas pela nossa
mente, que possui, a priori, conhecimento, sensibilidade, noções de tempo e de espaço.

As Teorias da Aprendizagem são modelos teóricos desenvolvidos cientificamente para


explicar como ocorrem os processos de ensino-aprendizagem no transcorrer da história da

7
Psicologia do Desenvolvimento Humano e da Psicologia da Educação, buscando dar res-
postas às perguntas e indagações surgidas nas instituições de ensino.

Nesse sentido, segundo Lepre (2008, p. 313), “a teoria de Piaget é a matriz do


Construtivismo, linha teórica proposta pelo Ministério da Educação para o planeamento,
execução e avaliação das actividades pedagógicas nas escolas”. No entanto, é importante
ressaltarmos que Piaget não teve uma preocupação eminentemente pedagógica e sim
epistemológica, ou seja, esse autor teve como centro de suas investigações o sujeito
epistémico e não o sujeito do ensino-aprendizagem.

Para Ferreiro e Teberosky (1985, p. 28), “a teoria de Piaget não é uma teoria particular sobre
um domínio particular, mas sim um marco de referência teórico, mui- to mais vasto, que nos
permite compreender de maneira nova qualquer processo de aquisição de conhecimento”
onde o professor é um mediador do desenvolvimento cognitivo do educando para ampliação
da aprendizagem.

Dessa forma, Piaget não propôs um método de ensino ou elaborou materiais pedagógicos,
mas ofereceu à educação esclarecimentos sobre o modo peculiar de raciocinar que as crianças
apresentam em diferentes estádios e momentos da vida.

As Teorias Comportamentalistas ou Behavioristas Radicais de Base Empírica postuladas por


Skinner surgem nos EUA, em 1945. Adoptadas por vários outros psicólogos, surgiu na área
da Psicologia como uma proposta filosófica e como um projecto de pesquisa em oposição ao
Behaviorismo Metodológico de orientação positivista de John Watson.

Nas teorias comportamentalistas, de base empirista, o ambiente, entre outros fatos, é


primordial na aprendizagem, desenvolvimento e interacção da criança com o meio em que
está inserida, pois o comportamento, as acções e actos humanos são mensuráveis; logo, é
possível serem medidos, comparados e avaliados os fenómenos, acções e reacções comporta-
mentais existentes dos mais diversos tipos.

Implicações Das Concepções Teóricas De Freud, Piaget, Vygotsky Na Prática


Pedagógica
A escola é um espaço de formação que recebe muitas pessoas com pensamentos e ideias
diferentes em vários aspectos: físicos, religiosos, políticos, culturais, familiares, económicos,
etc. e nessa diversidade ocorrem muitas coisas ao mesmo tempo que o professor não
consegue acompanhar. Assim, cada teoria oferecerá respostas diferentes dadas pelas ciências
8
da educação às perguntas relativas aos problemas enfrentados por professores em diferentes
momentos, espaços, tempos e sobre diferentes prismas sociais, políticos e económicos.

O ambiente escolar também exerce muita influência na aprendizagem das crianças, pois ele
envolve basicamente os aspectos físicos e mentais que são essenciais para uma boa
aprendizagem. Dentro da sala de aula a construção colaborativa poderá melhorar o rendi-
mento escolar e a socialização entre os alunos através do diálogo e da interacção com todos
os envolvidos que fazem parte da comunidade escolar.

As práticas pedagógicas se baseiam em modelos ou concepções teóricas que auxiliam o


professor a melhor ensinar e preparar suas aulas, sendo que algumas teorias se desenvolvem
em tempos simultâneos com perspectivas e direcções diferentes. Esse é o movimento típico
da ciência e muitas vezes os meios académicos costumam privilegiar as teorias mais novas e
as que oferecem respostas mais rápidas às mais recentes inquietações dos professores.

No Behaviorismo, o processo de aprendizagem e conhecimento decorre da relação estímulo-


resposta (S-R) e das acções praticadas pelas crianças, tendo como objectivo a aquisição de
novos comportamentos ou a mudança dos já existentes; pois o ensino decorre da adaptação e
planeamento de reforços através dos quais o aluno é levado a adquirir ou modificar uma
conduta.

Conforme afirmam Coutinho e Moreira (1998, p. 58-9),

[...] As teorias do condicionamento, cada qual com suas especificidades,


procedem a uma abordagem molecular do comportamento humano que,
embora consiga explicar algumas dimensões da conduta, não esclarece
processos mais amplos, como a formação das funções psicológicas
superiores, tipicamente humanas.

Assim, o behaviorismo deu contribuições eminentes na educação com controlo e organização


das situações de aprendizagem, elaboração de tecnologias de ensino, métodos de instrução e
ensino programado em computadores que trouxe muitos avanços no processo de
aprendizagem para testes em concursos, vestibulares e simulados electrónicos.

Para Piaget (1999), no Construtivismo a aprendizagem só ocorre mediante a consolidação das


estruturas de pensamento, portanto a aprendizagem sempre se dá após a consolidação do
esquema que a suporta, da mesma forma a passagem de um estágio para outro da criança
estaria dependente da consolidação e superação do estágio anterior. Sendo assim, a
aprendizagem em si nada mais é do que a substituição de uma resposta generalizada por outra
mais complexa.

9
Com base em Piaget, para Coutinho e Moreira (1998, p. 122), “a criança (sujeito) constitui
com o meio (objecto) uma totalidade”; quando esse meio é a escola, o processo de ensino-
aprendizagem deve propiciar à criança a capacidade de desenvolver seu conhecimento
cognitivo e afectivo, em que suas demais aptidões para cada tipo de disciplina específica
presente no sistema de ensino e suas fases e processos pedagógicos surtam efeitos para que
tenha uma boa formação.

Segundo Vygotsky (1998), a aprendizagem sempre inclui relações entre pessoas. Ele defende
a ideia de que não há um desenvolvimento pronto e previsto dentro de nós que vai se
atualizando com passar do tempo. O desenvolvimento é pensado como um processo em que
estão presentes a maturação do organismo, o contacto com a cultura produzida pela
humanidade e as relações sociais que permitem a aprendizagem.

Vygotsky é considerado como um dos principais interacionistas que estudaram as funções


psicológicas dos indivíduos; relacionou a acção da criança como transformadora de suas
relações com os conteúdos estudados e, enquanto estas são constitutivas de sua inteligência, é
capaz de formar sua personalidade. O professor pode ser um mediador do ensino e
aprendizagem através da ZDP, que é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o
nível de desenvolvimento potencial.

Assim, para Vygotsky, segundo Vasconcellos (1995, p. 15), “o surgimento da consciência se


dá através das acções do indivíduo no mundo e da interiorização transformadora da fala e dos
símbolos culturais”. A actividade do aluno, além de ser capaz de criar novas conexões e
elaborações no nível de certos conteúdos, favorece, assim, o crescimento de procedimentos
intelectuais superiores que envolvem análise, síntese, abstracção, decodificação e
generalização.

Com base em Vygotsky (1998, p. 47), ressaltamos:

A linguagem não depende necessariamente do som. Há, por exemplo, a


linguagem dos surdos-mudos e a leitura dos lábios, que é também
interpretações de movimento. Na linguagem dos povos primitivos, os gestos
têm um papel importante e são usados juntamente com o som. Em princípio,
a linguagem não depende da natureza do material que utiliza.

Portanto, de acordo com o que destaca Vygotsky, a relação indivíduo-sociedade não tem de
imediato característica tipicamente humana, pois, desde o dia em que o indivíduo nasce e
passa a conhecer a dialéctica do homem e seu meio sociocultural, pode notar as
transformações que ocorrem para atender a si mesmo e às suas necessidades básicas para sua
existência.

10
Assim, o homem se caracteriza por uma sociabilidade primária. “A mesma ideia foi expressa
por Henri Wallon, de um modo mais categórico: ele [o indivíduo] é geneticamente social
(Wallon, 1959)” (IVIC, 2010, p. 15).

Nessa teoria Freud desenvolve noções de instancias psíquicas onde a energia que transitam
em busca do prazer e da vida é a libido. As instancias psíquicas do comportamento humano
serão id, ego, e superego e esse comportamento seria também um dos três níveis dependendo
da consciência que o indivíduo tem dos motivos que determinam seu comportamento, a
saber: consciente, subconsciente e inconsciente. A fala demonstra o nível de consciência que
o indivíduo tem de seu objeto de desejo.

 Consciente – é o estado psíquico onde o indivíduo identifica claramente os desejos


que movem a sua ação, ou melhor, o seu comportamento.

 Subconsciente – é a condição psíquica onde as pulsões que funcionam como força


motriz para o comportamento, só se tornam conhecidas do próprio sujeito.

 Inconsciente – é o estágio psíquico onde o indivíduo não tem acesso ao conhecimento


dos desejos que movem o seu agir no mundo, ou o seu comportamento. Nessa
instância o desejo é recalcado e reaparece em forma de sintomas neuróticos.

 Id – é o reservatório de energia psíquica que contém as pulsões de vida e de morte


responsáveis pelo desejo que direcionam a vida e o comportamento do indivíduo.

 Ego – é o sistema que estabelece o equilíbrio entre o id (desejos/pulsões) e o superego


(proibições/oral). É o senso de realidade daquilo que se é possível fazer para realizar o
desejo sem que isso cause algum desprazer maior por conta de alguma punição social.

 Superego – é a instância da proibição e de limites, internalizados a partir do complexo


de Édipo onde a criança reconhece o seu limite no desejo da mãe, pela proibição do
incesto. “O conteúdo do superego refere-se a existências sociais e culturais”. (JONES,
1979:157).

 Mecanismos de defesa – são mecanismo de camuflagem ou repressão de realidades


dolorosas. “são a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos
indesejáveis, protegendo dessa forma, o aparelho psíquico”. São eles: regressão,
projeção, racionalização, e formação reativa.

11
 Aplicações e implicações de teoria de Freud na educação regular e na EJA.

A principal implicação do uso da teoria de Freud na educação é a adequação das fases a área
de erotização na criança. A fase anal a criança aprende pela manipulação, por exemplo, nessa
fase a escola trabalha com massa de modelar por exemplo.

Outro exemplo seria a adequação do ensino fundamental I a fase de latência da criança onde,
via de regra todo interesse dela está voltada para a aprendizagem, porém a principal
contribuição ocorre nos casos onde a aprendizagem não de efetua. A não aprendizagem e
muitas vezes entendida como um mecanismo de defesa da criança que projeta e transfere a
afetividade mal resolvida como os pais no complexo de Édipo, para os professores ou outras
autoridades na escola.

Os casos de não aprendizagem escolar são muitas vezes subentendidos a analise numa
perspectiva psicanalítica. Quanto à aprendizagem esta tenta unir a pulsão e desejos da criança
bem como os elementos da fase em que ela se encontra aos objetivos da escola.

Apesar do ser humano ser sempre um ser de pulsão e de desejo durante toda a sua vida,
Freud, a exemplo de Piaget e de Wallon, também estabelece a puberdade como momento de
maturidade sexual do indivíduo. Assim sendo, uma vez atingida a maturidade sexual na
puberdade, o indivíduo segue naquela condição adquirida, salvo uma condição afetiva
regressiva. Desta forma, o indivíduo adulto, manterá sempre as caracterizas e comportamento
do indivíduo maturo no que se refere à aprendizagem e no que a sexualidade madura impacta
nesta, pode-se aplicara ao aluno de EJA, a saber, segundo Freud, a perca de interesse em
objeto cognitivo e maior interesse em objetos de investimento sexual. A aprendizagem do
adulto, então, seria comprometida pela primazia do interesse sexual.

REFLEXÕES ACERCA DAS TEORIAS BEHAVIORISTAS, PSICOGENÉTICAS E SÓCIO-


HISTÓRICAS NA EDUCAÇÃO

Ao fazermos algumas reflexões acerca das teorias da aprendizagem na contemporaneidade,


podemos perceber que tanto Skinner como Vygotsky, Wallon e Piaget deram contribuições
relevantes para o campo do ensino-aprendizagem, levando em considera- ção o interesse por

12
transformações no campo científico da psicologia da aprendizagem, e empenharam-se na
elaboração de suas teorias para uma melhor compreensão do desenvolvimento humano.

Podemos perceber que o behaviorismo dominou o pensamento e a prática da psicologia em


escolas e consultórios até os anos de 1950. Contudo, o behaviorismo, principalmente o
behaviorismo radical de Skinner sempre foi alvo de críticas infundadas e equivocadas em que
suas ideias foram mal interpretadas e confundidas com o behaviorismo metodológico de John
Watson e muitas dessas críticas e distorções foram disseminadas no próprio meio
educacional.

Para Skinner (2006, p. 7), o behaviorismo radical seria um caso especial da filosofia da
ciência: “não é a ciência do comportamento humano, é a filosofia dessa ciência” que procura
entender as questões humanas como: “comportamento”, “liberdade”, “cultura” e
“sentimentos”, levando em consideração as contingências variáveis do meio e sem negar a
consciência e acção do homem sobre a “natureza” interna.

Podemos compreender, com base em Skinner (2006, p. 158), que:

Toda gente sofreu, e infelizmente continua a sofrer, por causa das teorias
comportamentalistas de aprendizagem no campo da educação. Trata-se de
um campo no qual a meta parece obviamente ser uma questão de mudar
mentalidades, atitudes, sentimentos, motivos, etc., e a ordem estabelecida é
por isso particularmente resistente à mudança. Contudo, o objectivo da
educação pode ser expresso em termos comportamentais: um professor
planeja contingências nas quais o aluno adquirirá comportamento que lhe
será útil mais tarde, em outras contingências. As contingências instrutivas
devem ser planejadas; não há outra solução.

Com isso, para Vasconcellos (1995), no que se refere à Psicologia aplicada à Educação e ao
ensino dos conteúdos escolares, as subáreas do conhecimento que mais têm se destacado são
as de ensino-aprendizagem e desenvolvimento. O conhecimento advindo dessas áreas
pretende explicar os processos psicológicos presentes nas práticas quotidianas da escola.

Na perspectiva educacional comportamentalista, caberia ao professor utilizar o reforço para


aumentar a probabilidade de ocorrência de uma resposta. Os alunos seriam passivos durante o
processo de ensino-aprendizagem, e deveriam ser aptos a responder conforme a proposta do
professor. Na teoria psicogenética, o professor deverá orientar seu aluno pelo caminho de
desenvolvimento adequado às suas fases evolutivas, dando-lhe uma ampla margem de
autonomia e confiança para solucionar os problemas.

13
A abordagem teórica construtivista de Jean Piaget contribuiu para um novo modelo de
educação que possibilitou a ampliação dos conhecimentos lógicos dos alunos para torná-los
capazes de resolver os problemas mais complexos; a tarefa pedagógica do professor seria
propor actividades desafiadoras que provocassem o desequilíbrio e reequilíbrio das estruturas
cognitivas das crianças na aprendizagem.

Assim, para Piaget entender como se organizava e acontecia a aprendizagem humana, ele
passou a estudar e observar as crianças. Os estudos de Piaget colocam em evidência que a
lógica da criança não apenas se constrói de forma progressiva, como também se dá de
maneira diferente do que ocorre com o adulto, em que fazer é compreender, é compreender
que a acção do conhecimento é uma tomada de consciência.

Com base em Piaget (1978, p. 72), fazer e compreender são essenciais na aprendizagem.
Segundo ele,

[...] parece evidente que, os processos das regras próprias à acção do


indivíduo e os das coordenações que se tornam explicativas, existe uma
estreita relação: as regras são guia- das, primeiramente, pelas observáveis
sobre o objecto e as coordenações apelam para estruturações operatórias
endógenas, prologando aquilo que representa, nas regulagens cada vez mais
complexas, a parte das actividades do indivíduo.

A Psicologia Genética de Piaget nos permite compreender o processo de aprendizagem como


construção do pensamento e deduzir hipóteses sobre as leis próprias do desenvolvimento
intelectual; não existe conhecimento pré-formado nem acumulado por experiências (oposição
ao empirismo); pois sim, o que há é uma interacção entre o sujeito e o objecto que se coloca
na questão do conhecimento.

Segundo Wallon (2007, p. 157 e 158), “o gesto precede a palavra, depois vem acompanhado
dela, antes de acompanhá-la, para finalmente fundir-se em maior ou menor medida a ela. A
criança mostra, depois conta, antes de conseguir explicar”, assim ele defendia a actividade
humana como instrumento de criação do pensamento, pois para ele era preciso conhecer a
criança nos seus diferentes campos de estudos e nos diferentes exercícios de suas actividades
quotidianas.

Para Vygotsky, existem três momentos importantes da aprendizagem da criança: a zona de


desenvolvimento potencial, que é tudo que a criança ainda não domina, mas que se espera
que ela seja capaz de realizar; a zona de desenvolvimento real, que é tudo que a criança já é

14
capaz de realizar sozinha; a zona de desenvolvimento proximal, que é tudo que a criança
somente realiza com o apoio de outras pessoas ou de companheiros mais capazes.

Ao analisar os estudos de Vygotsky, notamos que sua teoria não é construtivista como já foi
pregado por alguns, mas uma teoria sócio-histórica interacionista que vem completar de
maneira unânime a teria construtivista de Piaget, sendo um dos teóricos pioneiros a estudar a
cultura, as interacções sociais e enfatizar o papel da linguagem e do pensamento na mediação
do conhecimento.

Dessa forma, é importante ressaltar que para Vygotsky (1998, p. 1):

O estudo do pensamento e da linguagem é uma das áreas da psicologia em


que é particularmente importante ter-se uma clara compreensão das relações
interfuncionais. Enquanto não compreendermos a inter-relação de
pensamento e palavra, não poderemos responder, e nem mesmo colocar
correctamente, qualquer uma das questões mais específicas desta área. Por
estranho que pareça, a psicologia nunca investigou essa relação de maneira
sistemática e detalhada. As relações interfuncionais em geral não receberam,
até agora, a atenção que merecem. Os métodos de análise atomísticos e
funcionais, predominantes na última década, trataram os processos psíquicos
isoladamente.

Dessa forma, a linguagem e o pensamento estão fortemente conectados, pois é através da


linguagem e dos símbolos escolhidos como metáforas ou outras figuras que se constituem em
valiosas moedas de trocas, isto é, de interacção feita através da linguagem, que se realiza uma
espécie de mediação do indivíduo com a cultura, assim a linguagem é a ferra- menta que
torna o animal homem verdadeiramente humano.

Piaget valorizava o individual, Vygotsky afirmava que aquilo que parece individual na pessoa
é na verdade resultado da construção da sua relação com o outro, no colectivo, que está
ligado à cultura. Assim, as características e atitudes individuais estão profundamente
impregnadas das trocas com o colectivo e é justamente na cultura dos seus valores, na
negociação dos sentidos que se constrói e se internaliza o conhecimento.

Nessa concepção, a importância da Psicologia da Aprendizagem tem como objectivo lógico e


único o estudo do homem psicológico em distinção às outras espécies “irracionais”. Ela
estuda a evolução da capacidade intelectual, motora, sociável e afável do ser humano. Por
meio da Psicologia do Desenvolvimento, ela é capaz de detectar as acções mais complexas
das actividades psíquicas no adulto, que são produtos de uma longa jornada cultural,
ontológica e filogenética.

15
Portanto, o desenvolvimento da aprendizagem é a passagem pela qual a criança se apropria
activamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que conhece seu grupo social. Para
que a criança se integre num grupo de seres humanos maduros, é necessário o convívio com
pessoas adultas e com outras crianças mais experientes para uma troca de saberes individual e
colectiva.

16
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao desenvolver este trabalho, procuramos apresentar as principais teorias de aprendizagem
interacionistas/cognitivistas de Piaget, Freud e Vygotsky e as teorias comportamentalistas
desenvolvidas especialmente por Skinner; no decorrer do desenvolvimento da pesquisa,
percebemos pontos conceituais importantes nas correntes teóricas, fazendo-se, assim,
necessário discutir e compreender essas abordagens teóricas para melhor auxiliar a prática
pedagógica dos professores nas escolas.

Dessa forma, notamos, que do ponto de vista pedagógica, Piaget, Freud, Vygotsky
contribuem com suas teorias e ideias, de forma significativa, para a compreensão do
desenvolvimento humano no processo de ensino-aprendizagem do aluno. Sendo assim,
sugere-se que o professor compreenda as teorias da Psicologia da Aprendizagem para que
possa auxiliar melhor a sua prática pedagógica.

Ao estudar e compreender as teorias da aprendizagem, melhora-se e aperfeiçoa-se a


compreensão acerca de como se dá o processo de ensino-aprendizagem, pois permitem um
exame geral do quadro educacional, de modo que possam integrar diferentes abordagens que
melhor se adaptam aos trabalhos pedagógicos. Sabe-se que nenhuma teoria da aprendizagem
desenvolvida irá esgotar e fornecer um entendimento total do assunto, porque a ciência é uma
área do conhecimento que está em constante transformação.

As práticas e teorias educativas necessitam ser sempre revistas diante das novas tec- nologias,
pois, com os recentes avanços na comunicação informatizada, o domínio de vo- cabulários
novos e de outros aspectos da linguagem e da escrita pode contribuir para novos
pensamentos, conceitos e novas formas de expressão do pensamento humano.

A receptividade que a temática possibilita neste trabalho deve ser interpretada como um
indicador positivo e enriquecedor da necessidade que há de abordá-la e de limitá-la, tanto no
plano da teoria como no da prática, quanto no embasamento da práxis psicopedagógica. O
trabalho sinaliza também um método de filtragem, que vem atribuindo à psicologia da
educação um lugar de destaque cada vez maior no campo da ciência do desenvolvimento
humano da aprendizagem. Os trabalhos e pesquisas dos teóricos nos ajudam a compreender
como compreendemos, a entender como entendemos, a aprender como aprendemos, e a

17
ensinar como ensinamos. Além de nos preocuparmos com o que ensinamos, é da ordem das
preocupações do educador, em todas as suas funções, investigar como ensinar e por que
ensinar de tal forma o que ensinamos e como ensinamos... Enfim, precisamos pensar sobre o
que fazemos, para que fazemos e como fazemos na prática do quotidiano das escolas.

A participação de todos por uma melhoria no ensino e aprendizagem de nossas crianças é


algo essencial para um país mais justo e igualitário, em que os profissionais da educação
passem a exercer de forma unânime e plena o seu papel de agentes formadores e
construidores de uma cultura que tenha cada vez mais pessoas que despertem o prazer e o
gosto pela leitura e escrita.

Portanto, as teorias apresentadas contribuem de alguma maneira para a formação dos


professores e estudantes ao proporem a reflexão de diferentes abordagens teóricas, através da
compreensão e assimilação existente entre as principais teorias acerca do desenvolvimento
humano. A técnica da educação admite que os educadores façam reajustes nas teorias, para
que estas possam ser aplicadas de uma forma mais adequada em relação aos alunos, levando
em consideração o contexto escolar e social.

18
Referências
Bock, A. M. B, . (2008). Psicologia da aprendizagem. In: . Psicologias: uma introdução ao
estudo de psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva.

Coutinho, M. T. C.; Moreira, M (1998). Psicologia da educação: um estudo dos processos


psicológicos de desenvolvimento e aprendizagem humanos, voltado para a educação.
6. ed. Belo Horizonte, MG: LÊ.

Ferreiro, E.; Teberosky, A (1985). Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes
Médicas.

Ivic, I; Coelho, E. P. (Org.) (2010). Lev Semionovich Vygotsky. Tradução de José Eustáquio
Romão. Recife: Editora Massangana, (Coleção Educadores).

Lepre, R. M. (2008). Contribuições das teorias psicogenéticas à construção do conceito de


infância: implicações pedagógicas. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.11, n.3,
p.309-318, set./dez..

Piaget, J. (1978). Fazer e compreender. Tradução de Christina Larroudé de Paula Leite. São
Paulo: Melhoramentos Editora da Universidade de São Paulo.

Piaget, J. (2006). Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
Skinner, Burrhus Frederic. Sobre o behaviorismo. Tradução de Maria da Penha
Villalobos.10. ed. São Paulo: Cultrix.

Vasconcellos, V. M. R de (1995). Perspectiva Co-construtivista na Psicologia e na


Educação. Porto Alegre: Artes Médicas.

Vygotsky, L. S. (1998). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Wallon, H. (2007) Henri Wallon: a evolução psicológica da criança. Tradução Claudia Ber-
liner. São Paulo: Martins Fontes. (Coleção Psicologia e Pedagogia)

19

Você também pode gostar