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M II - Teoria Geral de Seguros - 2016

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Teoria Geral de Seguros .............................................................................................................

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1. O Seguro e o seu Enquadramento Social e Económico .......................................................... 4
2. O Contrato de Seguro.............................................................................................................. 5
2.1. Caracterização do Contrato de Seguro ............................................................................................... 5
2.2. Elementos Pessoais e Formais do Contrato ....................................................................................... 6
2.3. Âmbito e Eficácia do Contrato de Seguro ........................................................................................... 9
2.4. Formas de Extinção e Inviabilidade do Contrato ................................................................................. 9
2.5. Outras Operações sobre o Contrato .................................................................................................11
3. Carácter Indemnizatório/Não Indemnizatório do Seguro.........................................................11
4. Riscos Cobertos e Exclusões .................................................................................................12
5. Capitais e Rendas Seguras/ Capitais ou Valores Seguros .....................................................12
6. Processos Técnicos de Gestão de Riscos ..............................................................................13
6.1. Agravamento e Descontos ................................................................................................................13
6.2. Franquias ...........................................................................................................................................14
6.3. Carência.............................................................................................................................................14
6.4. Distribuição do Risco .........................................................................................................................15
7. Tarifação e Prémios ...............................................................................................................16
7.1. Tarifação ............................................................................................................................................16
7.2. Prémios ..............................................................................................................................................18
8. Indemnizações ou Prestações e seus Limites ........................................................................21
9. Regra Proporcional .................................................................................................................22
10. Sinistros e sua Regularização ..............................................................................................23
11. Garantias Financeiras...........................................................................................................24
11.2. Margem de Solvência ......................................................................................................................25
11.3. Fundo de Garantia ...........................................................................................................................25

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© 2016 MetLife, Inc. Todos os direitos reservados. Este documento e a informação nele contida são propriedade da MetLife. É um documento confidencial e para uso
interno. É expressamente proibida, sem o consentimento prévio da empresa, a divulgação para o exterior, sob qualquer forma, de partes deste documento ou a sua
totalidade.
Teoria Geral de Seguros

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1. O Seguro e o seu Enquadramento Social e Económico
A razão fundamental da existência do contrato de seguro é a transferência de um risco para um
Segurador.

No campo social, a importância do seguro traduz-se como factor de equilíbrio e tranquilidade


contribuindo para eliminar a ansiedade decorrente da insegurança face ao risco. A protecção
garantida pelo seguro e a estabilidade que daí advém permite que se planifique o futuro, havendo
uma maior confiança e uma maior satisfação pessoal.

O seguro é promotor de bem-estar, pois o cliente estará psicologicamente tranquilo em relação ao


futuro, sabendo que os grandes riscos estão salvaguardados. Ao minimizar as suas preocupações
relativamente ao futuro, sem necessidade de constituir reservas especiais para os infortúnios
imprevisíveis, o cliente está mais disponível financeiramente para investir noutros projectos, para
procurar realizar os seus objectivos e para assegurar o nível elevado de bem-estar.

O seguro é uma importante fonte de previdência compensando os clientes por danos pessoais e
materiais. Ao subscrever um seguro, o cliente está a precaver-se relativamente a um futuro incerto
no qual os riscos se podem concretizar. Assim, os clientes têm seguros, por exemplo, de Vida,
Acidentes Pessoais, Doença ou de Incêndio que salvaguardam o seu património e a sua
integridade económica. Em caso de sinistro são indemnizados pelos prejuízos materiais sofridos e,
mesmo no caso de danos pessoais podem garantir o recebimento de um capital como
compensação económica das lesões corporais ou da morte resultantes de doença ou acidente.
Por outro lado, a decrescente eficácia de previdência estatal fortalece a conotação dos seguros
como fonte de previdência, funcionando como complemento daquela.

A adopção de medidas de prevenção ou de protecção que permitem, em muitos casos, evitar e


noutros reduzir as consequências dos sinistros. A actividade seguradora apoia a investigação
sobre a natureza e a resistência de materiais e sobre as causas de acidentes e são esses estudos
que permitem, mais tarde, aperfeiçoar as condições de segurança em muitos locais de trabalho e
habitação.

O seguro é um factor de segurança social através dos seguros obrigatórios por lei que protegem a
integridade física e económica das pessoas e das empresas (acidentes de trabalho e
responsabilidade civil automóvel).

Na sua vertente social, a mutualidade faz dos seguros uma forma privilegiada de solidariedade
humana. A mutualidade é uma técnica utilizada pelos Seguradores para a distribuição equitativa
dos riscos, na previsão dos sinistros.

Cobra-se dos Tomadores o valor necessário para garantir os sinistros que se sabe que
estatisticamente vão ocorrer, ou seja, todos os Tomadores pagam um prémio, mas só os que
tiverem sinistros é que receberão uma indemnização. Assim, o conjunto de Tomadores é solidário
para com os Segurados atingidos pela concretização do risco.

No campo económico, os seguros contribuem para direccionar os recursos financeiros para o


investimento, mas maioritariamente para apoiar as relações comerciais internas e internacionais.

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Os seguros são uma fonte de estabilidade económica, pois actuam como moderador de perdas.
Não bane o risco mas diminui os danos causados. O Tomador tem a garantia, de que, em caso de
sinistro, irá ser compensado. Assim está mais tranquilo, pois a sua estabilidade económica, em
caso de sinistro, não será afectada, podendo assim prosseguir os seus negócios.

Os seguros funcionam igualmente como um elemento libertador de recursos financeiros pois


possibilitam a prevenção contra ameaças, através de diferentes modalidades, permitindo outros
investimentos.

Os seguros são um estímulo de poupança, porque, a nível dos Seguradores, os prémios pagos
são reinvestidos, tornando-se num valor produtivo e de poupança.

São igualmente um instrumento de facilitação de crédito, pois os seguros de vida são exigidos
para a concessão de créditos, protegendo a entidade financiadora face ao risco de incumprimento.

A actividade seguradora apoia o desenvolvimento das exportações através da existência de


seguros que garantem os riscos de transporte de mercadorias e facilitam, deste modo, o comércio
internacional.

2. O Contrato de Seguro
O seguro é a compensação dos efeitos do acaso pela mutualidade organizada, segundo as leis da
estatística.

É um contrato comercial onde se definem direitos e obrigações de cada uma das partes.
Estabelece-se um contrato pelo qual uma das partes (o Segurador), em troca do pagamento de um
determinado valor (prémio) pela outra parte (Tomador de seguro), aceita a transferência de um ou
mais riscos, obrigando-se a proceder às respectivas indemnizações ou à entrega dos valores
contratados caso os riscos se concretizem.

2.1. Caracterização do Contrato de Seguro

2.1.1. Natureza Jurídica


Aleatório: baseia-se num facto futuro e incerto; pode ou não haver sinistro.

Bilateral: resulta de um acordo entre duas partes; o Tomador e o Segurador.

Sinalagmático: existem direitos e obrigações para ambas as partes.

De adesão: o Tomador obriga-se a aderir ao clausulado da apólice.

Oneroso: implica custos que são certos para o Tomador (prémio) e incertos para o Segurador, pois
só paga se houver sinistro.

Formal: tem que ser reduzido a escrito através da apólice, embora nalguns casos o Segurador
possa entregar a apólice ao Tomador em suporte electrónico.

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2.1.2. Natureza Comercial
De boa-fé: assenta na crença recíproca da veracidade das declarações prestadas por ambas as
partes; se existirem declarações reticentes, omissões ou mentiras, o Segurador pode anular o
contrato não devolvendo qualquer valor pago pelo Tomador.

Indemnizatório: garante, nos seguros patrimoniais, apenas as perdas ocasionadas pelo sinistro,
compensando os prejuízos calculados; em caso algum, o seguro pode tornar-se um meio de lucro
para o Tomador

Específico: regulamentado, estruturado e esquematizado especificamente na lei do contrato de


seguro.

Pessoal: identifica o contratante que tem que ter interesse directo no Objecto Seguro/Pessoa
Segura.

Causado: existe uma relação causa/efeito.

Vocação Continuada: renova-se automaticamente até que uma das partes o rescinda.

Uniforme: Num mesmo segurador as condições gerais e especiais de um determinado ramo ou


modalidade, são iguais para todos os Tomadores

2.2. Elementos Pessoais e Formais do Contrato


Proponente: entidade, individual ou colectiva, que propõe um contrato ao Segurador. Na
esmagadora maioria dos casos, o Proponente é simultaneamente Tomador.

Segurador: entidade legalmente autorizada a exercer a actividade seguradora; é uma das partes
contraentes que assume a responsabilidade do risco; tem como principais obrigações pagar o
capital ou as prestações quando se verificam os eventos consignados na apólice, gerir os prémios
pagos pelos Tomadores e as provisões que legalmente lhe são exigidas; tem como principal direito
receber os prémios.

Tomador de Seguro: entidade, individual ou colectiva, que subscreve o contrato de seguro por ter
interesse no mesmo e se responsabiliza pelo pagamento do prémio; tem como principais
obrigações pagar os prémios, assinar a proposta e obter o consentimento escrito da Pessoa
Segura cuja vida se segura, nos seguros sobre a vida de terceiros; tem como principais direitos
designar Beneficiários, fazer alterações ao contrato e solicitar o resgate, a redução, a antecipação,
a transformação, etc..

Subscritor: entidade, individual ou colectiva, que subscreve uma operação de capitalização, sendo
responsável pelo pagamento da prestação.

Pessoa Segura/Segurado: pessoa no interesse do qual o contrato é celebrado ou a pessoa cuja


vida, saúde ou integridade física se segura; pode ser ou não Tomador do seguro; se não for, terá
que dar o consentimento, por escrito, para a celebração do contrato.

Beneficiário: entidade, individual ou colectiva, a favor de quem reverte o capital (seguros de vida)
ou a indemnização (ramo não vida) em caso de sinistro; é designado previamente pelo Tomador
do seguro, podendo ser alterado até ao momento em que ganhe o direito ao recebimento da
prestação; no preenchimento da cláusula beneficiária devem constar alguns dados - nome do
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Beneficiário, percentagem ou quota de benefício e o eventual parentesco, ou número do
documento de indemnização, nomeadamente nos seguros pessoais; o Beneficiário pode ser
substituído por outro Beneficiário sempre que o Tomador o entenda; esta alteração terá de ser
efectuada, por escrito, pelo Tomador ao Segurador, com consentimento da Pessoa Segura.

Beneficiário Aceitante: Quando há uma cláusula irrevogável (aceitação do benefício por parte do
Beneficiário), exemplo dos créditos habitação, o banco é o Beneficiário Aceitante, e é a este que
cabe autorizar qualquer alteração ao contrato; no caso de falta de pagamento de prémios, o
Segurador fica obrigado a avisar o Beneficiário Aceitante que, se o pretender, se pode substituir ao
Tomador no pagamento de prémios, mantendo o contrato em vigor.

Alteração do Beneficiário: O Tomador é a pessoa responsável pela alteração da cláusula


beneficiária, salvo se houver um Beneficiário Aceitante; neste caso só o próprio Beneficiário
Aceitante é que pode autorizar a alteração.

Beneficiários expressos: O benefício será entregue ao Beneficiário ou Beneficiários nomeados e,


na sua falta, aos seus herdeiros legais.

Beneficiários expressos sem indicação de partilha de benefício: O benefício é dividido em partes


iguais pelos Beneficiários.

Beneficiários não expressos: Em caso de falecimento do Beneficiário, antes da Pessoa Segura, o


benefício será entregue ao Tomador. Na falta deste, será entregue ou aos seus herdeiros legais ou
aos herdeiros legais do Beneficiário.

Usufrutuário: Aquele que tem usufruto de um bem, mas não é o dono; quando o seguro é feito pelo
usufrutuário, em caso de sinistro, as indemnizações são pagas ao dono desse bem, sendo as
quitações dadas pelos dois, dono ou usufrutuário.

Terceiro: entidade que, não sendo parte integrante do contrato, intervém na regularização do
sinistro como lesado; por exemplo, o proprietário de um veículo sinistrado cujos prejuízos foram
causados por outro veículo.

Credor: entidade, individual ou colectiva, com preferência ao recebimento da indemnização, em


consequência de contrato particular com o Tomador de seguro; por exemplo, um banco é
normalmente credor de um seguro de Incêndio sobre um imóvel para a aquisição do qual foi feito
um crédito hipotecário.

Proposta: documento fornecido pelo Segurador onde o Proponente expressa, por escrito, a
vontade de aderir ao contrato de seguro; no caso de incapacidade de escrita, o Proponente pode
assinar uma proposta a rogo onde a sua assinatura é substituída pela sua impressão digital.
Decorridos 14 dias após a recepção da proposta de seguro, sem que o Segurador tenha notificado
o Proponente da aceitação ou recusa, ou ainda da recolha de esclarecimentos adicionais à
avaliação do risco, o contrato considera-se celebrado nos termos propostos.

Minuta: documento idêntico à proposta que serve de base à aceitação do risco mas com as
condições gerais que vão regulamentar o contrato.

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Boletim de adesão: Documento fornecido pelo Segurador (em seguros de grupo) onde as pessoas
seguras expressam por escrito, a vontade de aderir ao contrato de seguro.

Apólice: conjunto de documentos emitidos pelo Segurador, que constitui a expressão escrita do
contrato de seguro; dela fazem parte as condições gerais, especiais e particulares.; a apólice deve
ser datada, assinada pelo Tomador (e pela Pessoa Segura quando esta é diferente do Tomador) e
deve conter:
- identificação completa do Segurador;
- identificação completa do Tomador de seguro;
- identificação completa da Pessoa Segura;
- identificação do objecto do seguro, sua natureza e valor;
- os riscos cobertos pelo seguro;
- o início e o termo das coberturas contratadas;
- os capitais seguros;
- o valor do prémio;
- outros elementos relacionados com o risco.

Condições gerais: Representam o conjunto de cláusulas da apólice que são aplicáveis a todos os
contratos de seguro idênticos; referem as coberturas, as exclusões, pagamento de indemnizações,
etc.

Condições Especiais: Complementam, esclarecem ou alteram as condições gerais.

Condições Particulares: Individualizam e particularizam o contrato de seguro (nome do Tomador


de seguro, da Pessoa Segura e dos Beneficiários, objecto seguro, capitais, forma de cobrança,
morada e eventuais condições especiais contratadas, etc.).

Apólice Flutuante: serve para segurar mercadorias transportadas (ex. aviões, barcos, comboios e
camiões) que oscilem quer em valor, quer em dimensão; não serve para existências que estejam
estanques, por exemplo, em armazéns com venda ao público.

Apólice Cupão/Recibo: serve para segurar situações de curto espaço de tempo, (ex. viagem, caça,
etc.); este tipo de apólice habitualmente também é usada como recibo.

Data de efeito: a data a partir da qual se iniciam as garantias da apólice.

Certificado de Seguro: documento emitido pelo Segurador, comprovando a existência de


determinado seguro, enquanto não for emitida a apólice e cobrado o prémio.

Acta Adicional: documento emitido pelo Segurador, anexado à apólice, que específica qualquer
alteração às disposições iniciais do contrato.

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2.3. Âmbito e Eficácia do Contrato de Seguro
Um seguro incide sobre o seu objecto material, o risco, que será o objecto seguro, a pessoa cuja
vida se segura, ou exercício de uma actividade (seguros de responsabilidade).

O risco é então a possibilidade de se verificar um acontecimento futuro e incerto,


independentemente da vontade da pessoa interessada no seguro. Estes são os requisitos dos
riscos:
- Lícitos: de acordo com as leis vigentes, o Segurado deve ter interesse no objecto seguro;
- Quantificáveis: De forma calculada, nos seguros pessoais, uma vez que se estabelece um
capital contratado/convencionado para atenuar os prejuízos decorrentes, por exemplo, da
morte da Pessoa segura;
- Previsíveis: possibilidade de se conhecer o seu comportamento e evolução no futuro;
- Mensuráveis: possibilidade de se medir o risco, para se tarifar correctamente.
- Acidentais: não provocados intencionalmente pelo Segurado, Pessoas Seguras ou
Beneficiários.
- Não simultâneos: Impossibilidade ou improbabilidade de verificação de vários sinistros
simultaneamente.

Ao verificar-se a concretização do risco, o sinistro, o Segurador corresponderá com as garantias


(base e complementares) do contrato, tendo em conta as circunstâncias do sinistro e as situações
excluídas nas condições do contrato.

2.4. Formas de Extinção e Inviabilidade do Contrato

2.4.1. Extinção do Contrato de Seguro


Direito de Livre Resolução

Nos seguros de Vida, Acidentes Pessoais e Doença, o Tomador de seguro tem o direito de
resolver o contrato de seguro até 30 dias após a recepção da apólice, através de comunicação por
escrito, em suporte de papel ou outro meio duradouro disponível e acessível ao Segurador. O
exercício deste direito determina a resolução do contrato, extinguindo todas as obrigações dele
decorrentes, com efeitos retroactivos e podendo ter o Segurador direito ao valor do prémio
calculado pro rata temporis, ao montante das despesas razoáveis que tenha efectuado com
exames médicos e aos custos de desinvestimento que, comprovadamente, tenha suportado. A
livre resolução faz com que qualquer direito ao recebimento de comissões pelos respectivos
Mediadores cesse.

Revogação

Trata-se da extinção do seguro por mútuo acordo.

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Rescisão

Consiste na declaração expressa de uma das partes contraentes de considerar o contrato sem
efeito. A rescisão pode ser a pedido do Tomador de seguro, pelo que o Segurador só devolverá
50% do prémio pro rata temporis. Se for por decisão do Segurador, este devolverá a totalidade do
prémio pro rata temporis.

Resolução

Entende-se por resolução a anulação automática da apólice, porque terminam as garantias do


contrato ou por falta de pagamento de prémios (ramo não vida – no dia seguinte à data de
vencimento; ramo vida – 30 dias após a data de vencimento da mesma). No ramo vida, em
algumas modalidades, verifica-se a redução, que substitui a resolução do contrato de seguro
quando se verifica a falta de pagamento de prémios.

Denúncia

É a manifestação declarada, feita pelo Segurador ou pelo Tomador, com uma antecedência
mínima de 30 dias em relação ao termo da anuidade, de não pretender a renovação do contrato.

Caducidade

Consiste na cessação do contrato no final do prazo de vigência do mesmo. Não acontece por
vontade de uma das partes mas sim porque a apólice assim o estipula. Nos seguros temporários,
por exemplo, conhece-se à partida o número de anos de duração do contrato.

Cessação

Dá-se por venda, perda total, ou desaparecimento do objecto seguro. O Tomador tem direito a um
estorno do prémio pro rata temporis.

Suspensão

Um contrato está suspenso quando os seus efeitos se encontram temporariamente interrompidos.


O contrato está apenas temporariamente suspenso.

2.4.2. Invalidade do Contrato de Seguro


Nulidade

Situação em que o contrato fica, formalmente, inválido quando viola as normas legais de carácter
imperativo ou, em caso de sinistro, se verificar ocorrências que distorçam os princípios
fundamentais do contrato de seguro (por exemplo, o sinistro ter sido causado pelo Tomador,
Pessoa Segura/Segurado, Beneficiário ou com a sua conivência). Tornam ainda o seguro nulo as
falsas ou reticentes declarações de factos conhecidos pelo Tomador e que possam ter influência
sobre as condições do contrato. A nulidade pode ser invocada pelo Segurador.

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2.5. Outras Operações sobre o Contrato

2.5.1. Revalidação
O Tomador pode, por vontade manifesta, pedir a reposição das condições originais num contrato
que tenha sido resolvido até um ano a contar da data de resolução do contrato. Se o pedido de
revalidação for aceite, o Tomador terá que pagar todos os prémios em atraso com juros e, no
caso dos seguros de vida, se já passar mais de 6 meses da data de resolução poderá ter
que fazer exames médicos.

2.5.2. Transformação
O Tomador poderá requerer, por vontade manifesta, alterações ao contrato, desde que estejam
previstas nas condições gerais da apólice. Esta operação permite adequar as características do
contrato a uma nova realidade ou necessidade do Tomador e que tem efeito, se aceite pelo
Segurador, na data aniversário da apólice.

Estas alterações podem verificar-se a nível da modalidade do contrato, do prazo ou dos valores
seguros.

2.5.3. Sub-rogação
É a situação jurídica em que o Segurador substitui o Tomador do seguro no exercício das acções
ou direitos que este tem contra terceiros culpados pelo sinistro. O Segurador tem direito a reaver o
dinheiro que pagou, pois a culpa seria de outrem. É a transmissão dos direitos do indemnizado
para o indemnizante (Segurador). Por exemplo, quando acontece um sinistro automóvel, o
Segurador indemniza o seu cliente pela cobertura dos Danos Próprios do seu carro e exerce o
direito de regresso ao recuperar as suas despesas junto do Segurador cujo cliente foi o
responsável pelo sinistro.

3. Carácter Indemnizatório/Não Indemnizatório do Seguro


Um seguro pode ter um carácter indemnizatório ou não consoante se trate de um seguro sobre
pessoas ou um seguro sobre bens.

Os seguros pessoais cobrem riscos que atingem pessoas como, por exemplo, morte, acidente,
doença. Estão ligados à integridade física da pessoa. Incluem-se aqui os seguros de Vida,
Acidentes Pessoais e Saúde. Este tipo de seguros tem características compensatórias já que
prevêem o pagamento de capitais contratados (capital por Morte em Acidentes Pessoais) ou
prestações também pré-contratadas (subsídio diário em caso de hospitalização em Acidentes
Pessoais). O capital do seguro depende somente da vontade do Tomador, pois não existe um
valor real da vida humana. Por exemplo, se acontecer a morte da Pessoa Segura, o capital a
receber pelos Beneficiários será o capital que o Tomador tinha contratado. Por este motivo diz-se
que os seguros pessoais não são indemnizatórios, pois a integridade física não tem "preço".

Assim, é possível e legal ter mais do que um seguro sobre pessoas e, em caso de sinistro,
todas as apólices terão que funcionar.

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Os seguros patrimoniais abrangem as perdas materiais que atingem bens, objectos ou animais.
Incluem-se aqui os seguros de Danos Próprios e Multiriscos de habitação. O valor do seguro
corresponde à indemnização pelo valor exacto ao do prejuízo avaliado. Neste tipo de seguros, é
possível quantificar os danos causados por um sinistro, pelo que são seguros indemnizatórios.
Assim, nos seguros patrimoniais, o Tomador de seguro não pode, sob pena de nulidade, ter
mais que um seguro sobre o mesmo objecto, salvo se os mesmos forem complementares e
do conhecimento dos seguradores.

4. Riscos Cobertos e Exclusões


Um contrato de seguro define as garantias pretendidas pelo Tomador de seguro e aceites pelo
Segurador. Estas garantias podem ser as coberturas base, contratadas mediante o pagamento de
um prémio, e complementares que exigem o pagamento de um sobreprémio. As coberturas
complementares só podem ser contratadas se existirem coberturas base, mas podem extinguir-se
antes das mesmas.

Consoante a natureza dos seguros e, principalmente, o objecto material seguro, os riscos cobertos
diferem e adquirem diferentes especificidades. Assim, nos seguros de Acidentes Pessoais, por
exemplo, a garantia de hospitalização permite à Pessoa Segura minimizar os prejuízos
económicos de um acidente. Este valor é estipulado tendo em conta as necessidades da pessoa,
de acordo com as exigências monetárias do seu nível de vida. Por sua vez, num seguro de
Incêndio, a garantia permite ao cliente minimizar o prejuízo económico, indemnizando-o pelo valor
exacto do prejuízo avaliado.

As exclusões são os riscos não cobertos pela apólice por serem considerados, pelo Segurador,
como excessivamente prováveis, ou de consequências de tal forma gravosas que a sua cobertura
implicaria um preço exorbitante para a concretização do seguro, ou por ser impossível avaliar o
contributo do Tomador de seguro para a sua concretização.

Estão definidas nas condições gerais da apólice e podem classificar-se em:


- Absolutas ou Irrevogáveis – situações que, em circunstância alguma, o Segurador aceita o risco;
- Relativas ou Revogáveis – situações que à partida são excluídas mas, mediante o pagamento de
um sobre prémio, o Segurador pode aceitar o risco.

5. Capitais e Rendas Seguras/ Capitais ou Valores Seguros


Consoante falamos de seguros pessoais ou patrimoniais, a questão do capital ou valor seguro
assume especificidades diferentes.

O capital a segurar, nos seguros pessoais, deve ser sempre aquele que melhor corresponde às
necessidades do cliente, como, por exemplo, o valor necessário para, na sua falta, os seus
dependentes conseguirem manter uma qualidade de vida adequada ou, em caso de acidente, o
valor necessário para fazer face às despesas de hospitalização. Muitas vezes, nos seguros sobre
pessoas, o capital seguro toma a forma de rendas que também deverão ir ao encontro dos receios

e necessidades específicas do cliente, de acordo, obviamente, com a sua capacidade financeira


para fazer face ao prémio do seguro.

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Por sua vez, os seguros sobre bens (seguros patrimoniais), deverão ser subscritos por um valor
que corresponda exactamente ao valor do bem a segurar. No entanto, nos casos em que o valor
do seguro é inferior ao valor real, o Segurador, aquando do pagamento da indemnização, aplica a
regra proporcional (mais adiante abordada).

Quando os seguros são feitos com um valor superior ao real, o Segurador indemnizará até à
concorrência do valor real.

Ainda nos seguros patrimoniais, são definidos diferentes valores seguros:


Valor Venal – corresponde ao valor comercial do objecto a cada momento, considerando a
desvalorização que vai sofrendo; por exemplo, se um automóvel estiver seguro pelo seu valor
venal, aquando de um sinistro, o Segurador indemnizará pelo valor comercial do automóvel, à data
do sinistro.

Valor de Substituição – corresponde ao valor necessário para adquirir, na altura do sinistro, um


bem com as mesmas características mas novo; se retomarmos o exemplo anterior, o valor de
substituição é o valor de automóvel com as mesmas características mas novo, data do sinistro.

Valor de Reconstituição ou Reconstrução – corresponde ao valor necessário para a reconstrução


do objecto seguro e aplica-se, obviamente, aos seguros sobre edifícios.

6. Processos Técnicos de Gestão de Riscos


Para conseguirem ter resultados técnicos equilibrados, os Seguradores realizam uma gestão de
riscos minuciosa, tendo em conta as estatísticas relativas à ocorrência de cada risco seguro e a
sua tarifação adequada, como também critérios exigentes de aceitação de um risco.

6.1. Agravamento e Descontos


Este processo técnico de gestão de riscos acontece em alguns tipos de seguros como o de
Automóvel ou de Acidentes de Trabalho. Visa equilibrar tecnicamente o ramo de seguros em
causa quando este se mostra deficitário e motivar a prevenção do Tomador de seguro quando a
sinistralidade do contrato se apresenta exagerada ou quando em caso de sinistro, os prejuízos se
calculam elevados.

6.1.1. Agravamentos
Em caso de excesso de sinistralidade ou da previsão de um elevado prejuízo em caso de sinistro,
acontece um agravamento sobre o prémio de modo a incentivar a prevenção. O agravamento, no
ramo Automóvel, dá-se por ocorrência de sinistro. Nos seguros de Incêndios poderá acontecer
devido à altura dos edifícios.

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5.1.2. Descontos
Para contratos que durante um determinado período de tempo não apresentem sinistralidade que
implique o pagamento de uma indemnização, ou em situações que demonstrem algumas garantias
de prevenção, procede-se ao desconto no prémio, de modo a reforçar a prevenção. No seguro
Automóvel pode acontecer por ausência de sinistro e num seguro de Incêndio pela existência de
extintores.

6.2. Franquias
Através das franquias, em caso de sinistro, uma parte do prejuízo fica a cargo do Tomador de
seguro. As franquias podem apresentar-se em valor fixo ou em percentagem.

Para o Tomador de seguro, a franquia permite-lhe pagar um prémio de seguro mais baixo, uma
vez que parte do risco está a seu cargo. Para o Segurador, as franquias afastam a sua intervenção
em sinistros de pequeno valor mas dispendiosos, o que se traduz em menores custos
administrativos. Por outro lado, a franquia funciona como medida preventiva, uma vez que o
Tomador tendo parte do risco a seu cargo, revela-se mais cauteloso, o que diminui a frequência
dos sinistros.

Quanto à sua contratação, as franquias podem ser:


- obrigatórias: quando a sua contratação é imposta ao Tomador;
- facultativas: quando a sua contratação acontece por escolha do Tomador.

Quanto ao seu valor, as franquias podem ser:


- fixas: quando estabelecem um valor constante que, em caso de sinistro, é descontado ao
constante da indemnização a pagar;
- variáveis: quando uma percentagem do prejuízo do objecto, que não poderá ultrapassar uma
quantia fixada na apólice, fica a cargo do Tomador e é deduzida do valor da indemnização a
pagar pelo sinistro.

6.3. Carência
Designa o período de tempo que tem de decorrer desde a contratação da garantia para que a
cobertura vigore.

Os períodos de carência acontecem frequentemente nos seguros de Saúde relativamente, por


exemplo, à cobertura facultativa de parto.

Os períodos de carência permitem, aos Seguradores, salvaguardarem-se de situações já previstas


pelas Pessoas Seguras.

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6.4. Distribuição do Risco
Alguns riscos demasiado elevados, ao concretizarem-se poderiam pôr em causa a solvabilidade
de um Segurador e a sua estabilidade financeira. Assim, existem dois mecanismos que permitem,
aos Seguradores, fazer a gestão de riscos muito elevados, descentralizando-os de um único
Segurador e distribuindo-os por várias entidades: o co-seguro e o resseguro. São admitidos em
ambos os ramos, vida e não vida.

6.4.1. Co-seguro
Entende-se por co-seguro, a assunção conjunta de um risco por vários seguradores denominados
co-seguradores, de entre os quais um é o líder, sem que haja solidariedade entre eles, através de
um contrato de seguro único, com as mesmas garantias e período de duração e com um prémio
global. O co-seguro é admitido em todos os ramos de seguro.
O contrato de co-seguro é titulado por uma apólice única, emitida pelo segurador líder e assinada
por todos os co-seguradores, na qual figura a quota-parte do risco ou a parte percentual do capital
assumida por cada uma.
O líder do Co-seguro tem como principais funções:
- receber do Tomador de seguro a declaração de risco a segurar, bem como as declarações
posteriores de agravamento ou diminuição desse risco;
- proceder à selecção do risco e à respectiva tarifação;
- Fazer a análise do risco e estabelecer as condições de funcionamento do seguro e respectiva
tarifação;
- Emitir a apólice, devendo esta ser assinada por todos os co-seguradores;
- Proceder à cobrança dos prémios emitindo os respectivos recibos;
- Receber as participações de sinistros a proceder à sua regularização;

- Aceitar e propor a resolução do contrato.

Nota: A iniciativa do co-seguro pode ser do próprio Tomador do seguro. De qualquer forma terá
sempre conhecimento da existência do mesmo.

6.4.2. Resseguro
Consiste num processo em que um Segurador(a) se segura a si próprio pelo excedente do seu
pleno de retenção, junto de uma Sociedade (B) chamada Ressegurador, que, se necessário, se
ressegura por sua vez junto de outra Sociedade (C).

O pleno de retenção é o capital máximo que um Segurador pode aceitar sobre um risco
determinado, sem arriscar uma perda eventual determinada antecipadamente. O resseguro é
assim um sistema empregue para dispersar os riscos e poe realizar-se por dois métodos:

1. O resseguro obrigatório ou tratado obrigatório (o mais actual) que contempla a


obrigatoriedade de o Segurador cedente ceder, e o Ressegurador aceitar, a parte ou quota-
parte estabelecida pelo tratado em todos os negócios subscritos pelo cedente.

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2. O resseguro facultativo (o mais antigo) permite a possibilidade de se praticar negócio a
negócio quando o risco (negócio) pela sua especificidade ou grandeza não tem condições
para ser declarado no tratado de resseguro por falta de capacidade.

7. Tarifação e Prémios
7.1. Tarifação
Uma tarifa é um conjunto de disposições de regras e preceitos, de tabelas e de taxas e/ou prémios
que regulamentam ou orientam basicamente os principais aspectos ligados à produção de um
certo ramo ou de determinada modalidade.

Na tarifa podem constar, além das taxas simples que dão lugar aos prémios puros, diversas
normas orientadoras como:
- normas de aceitação do ramo ou ramos e/ou exclusões;
- âmbito dos seguros e categorias tarifárias;
- prémios normais e/ou mínimos e/ou complementares;
- coberturas adicionais e respetivos sobre prémios;
- descontos, agravamentos e franquias;
- e, de uma forma geral, tudo o que possa facilitar a rápida conclusão sobre a aceitação,
coberturas e custos e transformações possíveis de um seguro do ramo a que respeita.

7.1.1. Tipos de Tarifas


Livres registadas – são aquelas que não carecem de aprovação pela ASF mas encontram-se
submetidas a registo.

Livres não registadas – são aquelas que não carecem de aprovação pela ASF nem se encontram
submetidas a registo.

Próprias – são aquelas que carecem de aprovação pela ASF e encontram-se submetidas a registo.

7.1.2. Critérios Genéricos


As tarifas têm que obedecer a critérios específicos técnicos que passam por diversas técnicas de
metodologia estatística, cálculo de probabilidades, cálculo da taxa ou do prémio de risco e junção
das diversas parcelas que fazem parte do prémio comercial, para além das cargas que incidem
depois sobre o prémio da tarifa.

Para além desses critérios técnicos, específicos, próprios do seu cálculo, as tarifas têm que
obedecer a critérios genéricos. Passaremos à sua descrição.

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Adequação

As tarifas têm que ser equilibradas defendendo os interesses do Segurador e do Tomador. Se


forem excessivamente baixas originam os maus resultados dos Seguradores e se forem
demasiado elevadas defraudam o Tomador de seguro que está a pagar pelo produto um preço
acima do real.

Equidade

Os mesmos riscos devem pagar as mesmas taxas. A riscos semelhantes devem corresponder
taxas semelhantes. Não é equitativo que o proprietário de um restaurante pague a mesma taxa de
prémio do que o dono de uma fábrica de explosivos, relativamente ao risco de incêndio.

Coerência

A estrutura de taxas da tarifa deverá obedecer a uma ideia planificada e coerente de classificação
dos riscos e categorias tarifárias.

Estabilidade

A estrutura de uma tarifa deverá ser relativamente estável a fim de se dispor de um período de
tempo relativamente longo de experiência estatística baseada nos mesmos parâmetros e que,
portanto, seja possível comparar, medir e utilizar.

Flexibilidade

Não deve contudo existir uma rigidez que limite a actuação esclarecida dos Seguradores, no
domínio da análise do risco e da prevenção. Dentro de certa medida, a tarifa deverá ser flexível ao
ponto de, desde que justificado, a taxa possa variar para determinado tipo de seguro ou risco.

Dinamismo

As tarifas devem ser revistas periodicamente sob pena de deixarem de obedecer a um ou mais
dos requisitos ou critérios acima descritos.

7.1.3. Seguros de Vida


As taxas simples constituídas para a correcta tarifação de um seguro de Vida são calculadas em
função das estatísticas e das tábuas de mortalidade oficiais.

A taxa a aplicar a um determinado contrato de seguro de Vida depende, por sua vez, da
modalidade do seguro contratada, da duração do contrato e da idade da Pessoa Segura.

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Dependendo do tipo de risco seguro e, dentro de cada um dos riscos, dependendo da modalidade
contratada, diferentes taxas simples são calculadas. Por outro lado, um seguro com a duração de
10 anos terá uma taxa simples inferior a um seguro da mesma modalidade mas com 25 anos de
duração. Por último, uma pessoa de 30 anos tem uma probabilidade de falecer muito inferior do
que uma pessoa de 60 anos.

Importa referir que relativamente à idade da Pessoa Segura, para efeitos de tarifação dos seguros
de Vida, considera-se a idade actuarial ou técnica.

A idade técnica ou actuarial é a idade mais próxima do aniversário natalício. Pode ser diferente
da idade cronológica.

Exemplo : 30 anos e 5 meses = 30 anos de idade actuarial


30 anos e 6 meses e 1 dia = 31 anos de idade actuarial

Nos seguros sobre duas pessoas, é necessário calcular a idade comum de modo a apurar a
respectiva taxa a aplicar na tarifação. Assim, a idade comum calcula-se da seguinte forma:
primeiro, calcula-se a idade actuarial dos dois intervenientes; segundo, calcula-se a diferença de
idades; terceiro, em tabela própria verifica-se o número correspondente à diferença de idades; por
último, adiciona-se esse valor à idade do mais novo.

7.1.4. Seguros de Acidentes Pessoais


As taxas simples constituídas para a correcta tarifação de um seguro de Acidentes Pessoais são
calculadas com base na classe de risco da Pessoa Segura. Esta classe de risco é aferida tendo
por base a actividade profissional da Pessoa Segura, descrita em todas as suas funções, e os
seus hobbies.

7.2. Prémios
Pela transferência que o Tomador faz do risco para o Segurador, fica obrigado ao pagamento de
um determinado valor que tecnicamente é designado de prémio.

O prémio é calculado tendo por base a taxa a aplicar ao contrato e o valor do risco. A este prémio
puro são adicionados encargos técnicos e cargas fiscais e parafiscais que determinam diferentes
tipos de prémios.

Encargos técnicos
Encargos de gestão: verba a ser adicionada ao prémio para fazer face às despesas com a
gestão técnica e administrativa do contrato.
Encargos de aquisição: o montante para compensar as despesas inerentes à realização do
contrato (ex: comissões dos mediadores).
Encargos de cobrança: verba destinada a cobrir os gastos com a cobrança dos prémios.

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Cargas

São acréscimos ao prémio comercial e ao prémio bruto. Existem as fiscais (Estado) e as


parafiscais (organismos dependentes do Estado).

Ex.: FGA - só em ramo automóvel - 2,5%


INEM – seguros pessoais – 2,5%
Imposto de Selo da apólice – 5% a 9%
FAT – acidentes de trabalho – 0,15% sobre os salários
Serviço Nacional Bombeiros – seguros patrimoniais – 3,9% a 13%

7.2.1. Tipos de Prémios


Prémio puro, simples ou técnico
- taxa x capital;
- a taxa é um coeficiente que representa a maior ou menor probabilidade de ocorrência do
risco;
- enquanto que o capital é o montante ou valor do risco.

Prémio comercial ou de tarifa


- custo teórico médio das coberturas do contrato, acrescido de outros custos, nomeadamente
de aquisição e de administração do contrato, bem como de gestão e de cobrança.

Prémio bruto
- prémio comercial acrescido das cargas relacionadas com a emissão do contrato, tais como
fraccionamento, custo de apólice, actas adicionais e certificados de seguros.

Prémio total
- prémio bruto acrescido das cargas fiscais e parafiscais (ex. INEM) e que corresponde ao
preço pago pelo Tomador de seguro.

Prémio de inventário
- prémio puro acrescido das cargas de gestão (despesas gerais e lucro decorrente da
actividade).

Prémio agravado ou de agravamento


- devido a sinistros ou alterações das condições de risco, o Segurador aplica-o
independentemente da vontade do Tomador.
Sobre prémio
- é um prémio adicional cobrado ao Tomador pelo aumento de coberturas (ex.: coberturas
complementares), prazo do contrato ou capitais de risco.

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Prémio nivelado
- quando o valor a pagar é dividido em parcelas iguais, ou seja o valor do prémio é sempre o
mesmo, até ao final do contrato.

Prémio pro rata temporis


- esta designação é utilizada para determinar que o cálculo do valor a reembolsar, por redução
ou resolução e sempre que haja direito a estorno;
- deve ser proporcional em relação ao tempo não decorrido, entre a data da cessação e a data
aniversário do contrato;
- também é usado quando se faz um aumento de capital no decurso da anuidade do seguro,
de modo a cobrar apenas o número exacto de dias que faltam até ao próximo vencimento.

Prémio limitado
- algumas modalidades limitam o pagamento dos prémios a um número de anos menor do que
a sua duração.

Prémio indexado
- as modalidades actuais permitem actualização automática de capitais para compensar a
inflação; o aumento ocorre em cada data aniversário da apólice.

Prémio único
- pago integralmente no início do seguro.

Prémio anual
- pago repetidamente no início de cada anuidade.

Prémio fraccionado
- o prémio anual é pago em várias parcelas, podendo ser mensal, trimestral ou semestral.

7.2.2. Estorno
É a devolução do prémio, ao Tomador de seguro, na totalidade ou em parte, calculado pro rata
temporis (proporcionalmente ao tempo não decorrido), por rescisão, redução de capitais
ou garantias e por resolução do contrato.

7.2.3. Regime Pagamento Prémios


Ramo Vida

Para o pagamento de prémios, o Segurador encontra-se obrigado, até 30 dias antes da data de
vencimento, a avisar, por escrito, o Tomador de seguro, indicando a data de pagamento e o valor a
pagar.

O Tomador tem então 60 dias (30 dias antes e 30 dias após a data aniversário da apólice) para
efectuar o pagamento do prémio. Se não se verificar o pagamento do prémio nesse prazo, o
seguro é automaticamente resolvido.

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A falta de pagamento nos produtos financeiros tem apenas como consequência a não
contabilização dessa entrega, que se chama prestação, para efeitos de poupança.

Ramo Não Vida

Para o pagamento de prémios, o Segurador encontra-se obrigado, até 30 dias antes da data
aniversário da apólice, a avisar, por escrito, o Tomador do seguro, indicando a data de pagamento
e o valor a pagar. Neste aviso, também devem constar as consequências de falta de pagamento
do prémio, em especial a data a partir da qual o contrato é automaticamente resolvido, que será no
dia seguinte à data de vencimento.

8. Indemnizações ou Prestações e seus Limites


Este ponto foi já abordado superficialmente atrás neste manual.

Um risco significa a possibilidade de vir a ocorrer um evento aleatório e fortuito causado de


prejuízos. Ao acontecer um sinistro, verifica-se a concretização desse risco que dá lugar ao
pagamento, por parte do Segurador, da indemnização ou da prestação estipulada no contrato que
corresponde ao capital a segurar. A indemnização ou prestação é a importância a pagar pelo
Segurador ao Beneficiário do contrato de seguro, no caso de o risco se realizar.

Pode assumir formas diversas:


- pagamento de um capital pré-estabelecido;
- pagamento de uma renda ou pensão;
- pagamento do custo de reparação dos danos;
- pagamento do valor do objecto;
- pagamento em espécie (substituição do objecto por outro);
- pagamento sob a forma de prestação de serviços.

Como já foi referido anteriormente, o capital a segurar deve ser aquele que corresponde
exactamente às necessidades do cliente (seguros pessoais) ou ao valor do objecto seguro
(seguros patrimoniais).

Numa terminologia mais técnica, fala-se de indemnização no caso dos seguros patrimoniais, pois o
valor pago pelo Segurador indemniza o Segurado pelo exacto valor do dano causado no bem
seguro. Por sua vez, fala-se de prestação no caso dos seguros pessoais, pois o Segurador
compensa a Pessoa Segura pelo valor estipulado no início do contrato de acordo com os seus
receios. Neste tipo de seguros, porque as pessoas não têm preço, obviamente não é possível
aferir o valor real exacto do dano causado à Pessoa Segura.

Nos seguros pessoais, a prestação estipulada na apólice, em caso de sinistro, deve ser calculada
tendo em conta o nível de vida da Pessoa Segura, as suas necessidades ou os seus receios, em
termos monetários, em possíveis cenários como a morte, a invalidez, a hospitalização ou a
incapacidade. Igualmente, a capacidade financeira do Tomador para fazer face ao prémio
influencia o valor da prestação. Em algumas coberturas, como as Rendas de Invalidez, são
impostos limites no valor da prestação, normalmente segundo critérios que têm a ver, sobretudo,
com os rendimentos da Pessoa Segura.

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Nos seguros patrimoniais, em caso de sinistro, o valor da indemnização corresponde, então, ao
valor subscrito que deve ser exactamente igual ao valor do prejuízo no objecto seguro, aferido
após peritagem.

Se o seguro for subscrito por um valor inferior ao valor real, o Segurador indemnizará apenas pela
parte proporcional das perdas e danos, aplicando a regra proporcional (abordada no ponto
seguinte).

Se o seguro for realizado por um valor superior ao real, o Segurador só responde até à
concorrência desse valor real. Se num seguro de um imóvel, o valor declarado é 100. 000€ mas o
seu valor real é 50.000€, em caso de incêndio que implique a perda total do imóvel, o Segurador
só indemnizará 50.000€.

Também neste tipo de seguros, o limite da indemnização pode ser estipulado pelas garantias que
correspondam aos valores venal, de substituição ou de reconstituição.

9. Regra Proporcional
Esta regra encontra-se prevista nas condições gerais da apólice e aplica-se apenas aos seguros
sobre bens, em caso de sinistro com perda parcial e quando o valor contratado no seguro é inferior
ao valor real do objecto (subseguro).

O Tomador é considerado segurador de si próprio pela diferença entre o valor do seguro e o valor
do objecto, pelo que, em caso de sinistro, os prejuízos são divididos proporcionalmente entre o
Segurador e o Tomador do seguro.

Esta regra define a seguinte fórmula de cálculo do valor da indemnização que será proporcional ao
capital seguro:

Indemnização = valor seguro x prejuízo


valor real

Por exemplo, num seguro de um imóvel, quando o valor seguro para este é 50.000€ e o valor real
é 100.000€, em caso de incêndio que cause um prejuízo de 5.000€, o Segurador só indemnizará
pelo valor de 2.500€ (50.000€/100.000€ x 5.000€ = 2.500€).

Reposição de Capital

Em caso de sinistro e após a sua regularização, os valores correspondentes aos prejuízos são
deduzidos do valor do capital seguro, pelo que, ocorrendo novo sinistro, o capital disponível é
sempre insuficiente.

Com a ocorrência de um segundo sinistro, dentro da mesma anuidade, o Segurador aplica a regra
proporcional em virtude de se encontrar em subseguro.

Para que um Segurado disponha da totalidade do capital e a regra proporcional não se aplique
num possível segundo sinistro, terá que pagar um prémio correspondente ao capital a repor e pelo
período de tempo entre a regularização do sinistro e o final da anuidade.

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10. Sinistros e sua Regularização
O sinistro representa a realização total ou parcial do risco, fazendo funcionar a apólice e as suas
garantias. A regularização de sinistros engloba todo o processo que decorre entre o acto de
participação do sinistro e a quitação final documentada pelo recibo de indemnização, concebido
em três fases: ocorrência, instrução e decisão.

Ocorrência

Consiste na verificação dos factos que integrem a noção de sinistro. As condições contratuais das
apólices impõem certas condições de tempo e de forma à participação da ocorrência de um
sinistro. Normalmente, essa participação é feita por escrito, em impresso próprio colocado à
disposição do participante pelo Segurador. Em alguns casos, as condições contratuais impõem
uma participação preliminar por telefone ou fax e uma formalização escrita posterior, em
determinados prazos. No ramo vida, não existe normalmente um prazo para a declaração do
sinistro.

Instrução

Consiste no conjunto de actos, internos e externos, tendentes a formar uma decisão acerca do
sinistro. A nível interno, destaca-se a análise dos factos participados e a sua compatibilidade com
as condições contratuais. A nível externo, destaca-se a realização de peritagens e de avaliações
especializadas, o envolvimento de especialistas ou de autoridades policiais ou o recurso a
laboratórios ou outras empresas.

Em alguns casos, designadamente nos seguros de vida, devem ser fornecidos pelo Beneficiário
alguns documentos na base dos quais assentará a instrução (prova de vida ou certidão de óbito,
estabelecimento da qualidade de Beneficiário).

Decisão

Com base nos dados fornecidos por ocasião da participação do sinistro e nas informações
apuradas ao longo da fase de instrução, o Segurador toma uma decisão acerca do sinistro
relativamente ao seu enquadramento nas condições contratuais e ao valor da indemnização
consequente do sinistro. A decisão do Segurador pode constituir também uma recusa do sinistro, o
que deverá ser fundamentado e comunicado por escrito ao Segurado. Se a decisão for no sentido
do pagamento de um capital seguro, o Segurador terá que o fazer num prazo, obtendo a devida
quitação (cujo recibo não é mais do que uma declaração assinada pelo Beneficiário duma
indemnização mediante a qual declara estar inteiramente ressarcido).

Mais adiante, serão especificados alguns aspectos relativos à regularização dos sinistros em cada
um dos ramos.

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11. Garantias Financeiras
Os Seguradores devem dispor de garantias financeiras que lhes permitam fazer face ao
pagamento das importâncias seguras.

No fim de cada ano de exercício, os Seguradores do Ramo Vida são obrigados a colocar-se em
situação de fim de actividade, o que os obriga a constituírem reservas que atestem a sua
capacidade de corresponder a todos os compromissos que assumiram perante os Tomadores de
seguros, ou seja, a sua capacidade de solvabilidade. Todos, os Seguradores recebem os prémios
que gerem com a supervisão da ASF. Neste processo de gestão, são obrigados, por lei, a
constituir as garantias financeiras.

11.1. Provisões Técnicas


Devem corresponder aos valores necessários, ao Segurador, para cumprir, na medida do
razoável, os compromissos que assumiu perante os contratos de seguros realizados. São de
constituição obrigatória, compostas por capitais alheios e formadas a partir dos prémios.

De seguida, descrevem-se as provisões técnicas exigidas aos Seguradores.

11.1.1. Provisões para Sinistros


Deve corresponder ao montante calculado necessário para regularizar todos os sinistros
assumidos até ao final do exercício.

11.1.2. Provisões para Desvios de Sinistralidade


Destina-se a fazer face à sinistralidade muito elevada em ramos propícios a grandes oscilações,
como sejam o seguro de crédito, de caução, risco de fenómenos sísmicos e resseguro aceite.

11.1.3. Provisão para Riscos em Curso


Corresponde aos valores necessários para fazer face a prováveis indemnizações e encargos que
o Segurador tenha suportado após o termo do exercício e que ultrapassem o valor dos prémios
não adquiridos e dos prémios exigíveis dos contratos em vigor.

11.1.4. Provisão Matemática do Ramo Vida


Deve corresponder ao valor actuarial estimado dos compromissos assumidos, incluindo as
participações nos resultados já distribuídos e após ter sido deduzido o valor dos prémios futuros.

11.1.5. Provisão para Envelhecimento


Aquela própria dos seguros de Doença e obedece aos mesmos princípios do seguro de vida.

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11.1.6. Provisão para Participação nos Resultados
Corresponde aos valores a distribuir aos Beneficiários dos contratos, desde que essa distribuição
ainda não tenha sido feita.

11.1.7. Provisão para Prémios Não Adquiridos


Corresponde ao volume dos prémios brutos emitidos, referente a cada um dos contratos em vigor,
com excepção dos respeitantes ao ramo vida, e a imputar a um ou vários exercícios seguintes.

11.2. Margem de Solvência


Deve corresponder basicamente ao património próprio do Segurador, livre de toda e qualquer
obrigação previsível e deduzido dos elementos incorpóreos.

A margem de solvência traduz-se, por um lado, num meio eficaz de verificação das condições
financeiras da empresa para fazer face aos compromissos assumidos, no caso de os mecanismos
primordialmente destinados a esse fim.

11.3. Fundo de Garantia


A legislação em vigor diz que os Seguradores devem dispor e manter um Fundo de garantia que
faz parte integrante da margem de solvência e que corresponde a um terço do seu valor.

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