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Indicadores

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG / BH

Curso/Forma: Técnico em Química/Conc. Externa/Subsequente - Disciplina: Lab. de Química Geral e Inorgânica


Responsável: Professor Breno Oliveira
Conteúdo: Indicadores Ácido-Base

ESTUDO EXPERIMENTAL DE INDICADORES ÁCIDO-BASE


Lúcia Emília Letro Ribeiro

OBJETIVOS EDUCACIONAIS:

✓ Conceituar indicadores ácido-base


✓ Compreender o mecanismo de atuação dos indicadores ácido-base
✓ Compreender o conceito de zona de transição de indicadores ácido-base
✓ A aplicar o conceito de zona de transição à avaliação de pH de uma solução

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

✓ Estudar experimentalmente o comportamento de quatro indicadores ácido-base em


soluções aquosas, de variadas concentrações hidrogeniônicas, determinando sua
zona de transição
✓ Avaliar experimentalmente o pH dessas soluções, conhecendo-se a zona de transição
desses indicadores

FINALIDADE:

✓ Proporcionar preparo teórico e prático para o estudo das propriedades funcionais de


ácidos, hidróxidos, óxidos e sais inorgânicos.

INSTRUÇÕES

Antes de iniciar a execução do procedimento abaixo, apresente ao(à) professor(a), por


escrito, o planejamento realizado.

BASE TEÓRICA

A concentração hidrogeniônica – [H3O+] – dos meios aquosos é uma de suas


propriedades mais importantes. Por exemplo, a vida humana depende de um delicado
balanço na relação ácido-base. Leves variações da [H3O+] no sangue, em qualquer dos
sentidos, pode levar à morte.
A [H3O+] nos meios químicos usualmente é muito pequena, até para soluções de
ácidos fortes. Assim, é usualmente expressa na forma exponencial, com expoente negativo.

TABELA I – CONCENTRAÇÃO HIDROGENIÔNICA EM ALGUNS MATERIAIS a 25 ºC


Material [H3O+] (mol L-1)
Água pura 1,00 x 10-7
Solução 0,100 mol L-1 de HCl ~1,00 x 10-1
Saliva ~1,00 x 10-6,9
Sangue ~1,00 x 10-7,4
Líquido vaginal (mulher) ~1,00 x 10-5
Esperma (homem) ~1,00 x 10-8,3
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Em 1909, o bioquímico dinamarquês Peter Sörensen (1868 – 1939) simplificou a forma


de expressar concentrações dessa ordem de grandeza, tomando apenas o cologarítmo da
[H3O+]. Fez isso para facilitar o trabalho relativo ao controle de qualidade de cervejas (em
1901 ele havia se tornado diretor de laboratório das empresas Carlsberg). O cologarítmo da
[H3O+] corresponde ao potencial hidrogeniônico da solução e é simbolizado por pH. O pH é
uma função de [H3O+].

pH = colog [H3O+] = - log [H3O+] = log 1/ [H3O+]

A [H3O+] nos materiais citados na tabela acima pode ser expressa por meio do pH:

TABELA II – pH DE ALGUNS MATERIAIS a 25ºC


Material pH
Água pura 7
Solução 0,100 molL-1 de HCl ~1
Saliva ~ 6,9
Sangue ~ 7,4
Líquido vaginal (mulher) ~5
Esperma (homem) ~ 8,3

O pH da água pura a 25º C é 7. Soluções cuja [H3O+] é maior que a da água são ditas
ácidas e possuem pH < 7; soluções cuja [H3O+] é menor que a da água são ditas básicas e
possuem pH>7. A variação de uma unidade no valor de pH corresponde à variação do valor
da [H3O+] pelo fator 101 ou 10 -1.
Alguns ácidos e algumas bases orgânicas fracas têm a propriedade de conferir uma
certa coloração ao meio ao qual são adicionados, que depende do pH desse meio. Por isso
são usados como indicadores de pH e são chamados indicadores ácido-base,
A primeira teoria sobre os indicadores de pH, chamada Teoria iônica dos
indicadores, é creditada a W. Ostwald (1894) e tem como base a Teoria da dissociação
eletrolítica (Arrhenius). Segundo a Teoria iônica dos indicadores, os indicadores são ácidos
ou bases orgânicas fracas, cujas moléculas se ionizam no processo de solubilização. A forma
molecular e a forma iônica de um indicador (espécies conjugadas) coexistem nas soluções
do indicador e apresentam cores diferentes e muito intensas.

QUADRO I – IONIZAÇÃO DE INDICADORES ÁCIDO-BASE


Natureza do água
Indicador: HInd + H2O → H3O+ + Ind -

Ácido fraco Cor da forma ≠ Cor da forma


não ionizada ionizada
Natureza do água
Indicador: IndOH → OH- + Ind+

Base fraca Cor da forma Cor da forma


não ionizada ≠ ionizada

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A cor da solução indicadora é a cor da espécie predominante.


Quando a solução de um indicador ácido é adicionada a um determinado meio
químico, a concentração de H3O+ para o equilíbrio do indicador passa a ser a concentração
de H3O+ total do meio, o que leva a um reajuste nos valores de concentração de Ind- e de
HInd; quanto maior a concentração de H3O+ do meio, menor a concentração de Ind- e maior a
concentração de HInd. E vice-versa. Raciocínio semelhante se aplica aos indicadores
básicos: quanto maior a concentração de H3O+ do meio, menor a concentração de OH-, maior
a concentração de Ind- e menor a concentração de IndOH. E vice-versa. A mudança de cor
do sistema é devida à mudança na relação entre as concentrações das espécies
conjugadas na ionização do indicador, que possuem cores diferentes.
Para a maioria dos indicadores do tipo ácido fraco, quando [HInd] é 10 vezes maior
que a [Ind-], todos os observadores vêem a cor do HInd. Quando [HInd] é 10 vezes menor que
a [Ind-], todos os observadores vêem a cor do Ind-. A mudança de cor não se dá bruscamente,
mas de maneira gradual entre os valores de pH correspondentes a esses dois limites.
Raciocínio análogo se aplica aos indicadores do tipo base fraca. O intervalo correspondente
aos dois valores de pH é denominado zona de transição do indicador (ou zona de viragem).

TABELA III – PROPRIEDADES DOS INDICADORES


Zona de
Cor em solução de Cor em solução de
Indicador transição
pH = 1,0 pH = 11,0
Intervalo de pH
Alaranjado de Vermelho Amarelo 3,1 – 4,4
metila
Azul de Amarelo Azul 6,6 – 7,6
bromotimol
Tornassol Vermelho Azul 5,0 – 8,0
Fenolftaleína Incolor Vermelho 8,2 – 10,0

PARTE EXPERIMENTAL

PROCEDIMENTO

1- Paramentar-se adequadamente.
2- Adicionar, separadamente, a três tubos de ensaio 5 mL de solução de HCl
1 x 10 –1 mol L–1. Adicionar, ao primeiro, três gotas de solução diluída de alaranjado de
metila; ao segundo, três gotas de solução diluída de azul de bromotimol e, ao terceiro, três
gotas de solução diluída de fenolftaleína. Observar a cor das soluções resultantes e
registrar as observações. Utilizar a Tabela IV, em anexo.
3- Repetir o passo 2 para a solução de NaOH 1 x 10 –1 molL –1, para a água potável e para a
água destilada.
4- Adicionar, separadamente, a dois vidros de relógio cerca de 1 mL de HCl 1 x 10 –1 molL –1.
Adicionar ao primeiro, um pequeno fragmento de papel de tornassol azul e ao segundo um
pequeno fragmento de papel de tornassol vermelho. Anotar as observações na Tabela IV,
em anexo.

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5- Repetir o passo 4 para a solução de NaOH 1 x 10 –1 molL –1, para a água potável e para a
água destilada.
6- Avaliar o pH das quatro soluções, analisando comparativamente as cores observadas e os
valores de pH correspondentes às zonas de transição dos indicadores.
7- Medir o pH das quatro soluções usando um indicador universal de pH, anotando os
resultados na Tabela V.
8- Utilizar os resíduos ácidos e básicos contendo o mesmo indicador para observar as
mudanças de cor do sistema correspondentes à viragem do indicador. Registrar as
observações na Tabela VI, em anexo, colorindo as quadrículas correspondentes, com base
nos valores de zona de transição, fornecidos na tabela III.
9- Neutralizar todos os resíduos e descartá-los.

ANEXOS

TABELA IV – CORES DOS SISTEMAS OBSERVADAS a 25 ºC

SOLUÇÃO ALARANJADO AZUL DE TORNASSOL TORNASSOL FENOLFTALEÍNA


DE METILA BROMOTIMOL AZUL VERMELHO
de HCl
1x10–1 molL-1

de NaOH
1x10–1 molL-1

ÁGUA
POTÁVEL

ÁGUA
DESTILADA

TABELA V – VALORES DE pH DAS SOLUÇÕES ESTUDADAS

SOLUÇÃO AVALIADO MEDIDO

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TABELA VI – VIRAGEM DOS INDICADORES OBSERVADAS a 25ºC (VARIAÇÃO


GRADUAL DE COR)

Indicador pH 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Alaranjado
de metila
Azul de
bromotimol
Tornassol

Fenolftaleína

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