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Buttons and Betrayal by Penelope Sky

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CAPÍTULO 1

Conway ficou o dia todo trabalhando. Ele foi a Milão para uma reunião
com sua assistente, Nicole. Eu sabia o quão dedicado ele era ao seu trabalho,
então não esperava vê-lo até a hora do jantar. Passei, então, meu tempo nos
estábulos.

Havia apenas seis cavalos, mas cada um exigia muito trabalho. Comecei
a limpar os estábulos, recolhendo suas fezes e trocando o feno. Às vezes, seus
cochos ficavam sujos e precisavam ser esfregados antes de serem enchidos
com água.

Marco apareceu na porta da cabine. — Sapphire, você não precisa fazer


isso. Esse é o meu trabalho.

— Eu não me importo. — Segurei a mangueira sobre a calha agora limpa


e enchi com água.

— Uma senhorita bonita como você não deveria sujar tanto as mãos.

Conway já me fez sentir assim. Ele queria me tratar como propriedade.


— Discordo. Eu acho que uma verdadeira senhorita suja as mãos como um
homem.

Ele deu uma risadinha. — Bem dito, querida.


Saí da baía e guiei Aptos de volta para dentro, a égua marrom de alma
gentil. Coloquei-a para dentro e fechei a porta, mas ela colocou a cabeça para
fora para olhar para mim. Eu esfreguei seu focinho. — Boa menina.

Eu caminhei até o próximo estábulo, onde Carbine estava alojado. No


segundo que o cavalo preto me viu, virou-se, me dando o traseiro em vez do
rosto. Eu fiz uma conexão com todos os cavalos, mas era importante me
conectar com esse aqui. Ele estava com raiva o tempo todo, demonstrando
uma atitude constantemente irritada.

— Este não, — disse Marco. — Deixe-me cuidar dele.

— Eu posso fazer isso. — Peguei o arreio e as rédeas.

Marco bloqueou a porta com seu tamanho. — Gosto de ter você por aqui,
e se você se machucar, Conway não vai permitir mais. Portanto, tenho que
mantê-la segura – para meu próprio interesse. Deixe Carbine comigo. Ele é
um cavalo muito agressivo.

Já que ele disse isso tão docemente, eu deixei passar. — Tudo bem,
Marco. Eu vou cuidar de Lady, então.

— Excelente ideia.

No final do dia, deixei minhas roupas em um cesto especial que Dante


me instruiu a usar. Meus sapatos e jeans estavam cobertos com uma mistura
de merda de cavalo, feno úmido e poeira.

Ele não queria nada disso tocando em nada na mansão.

Tomei um longo banho e limpei toda a sujeira do meu corpo. Meu cabelo
estava coberto de óleo e suor, e minhas unhas estavam cheias de sujeira e
terra. Enxaguei tudo antes de sair do chuveiro e enrolar meu corpo em uma
toalha.

Meu quarto foi feito para uma princesa, então não me importava de estar
lá. Nunca me senti em uma cela de prisão desde o dia em que cheguei. Eu tinha
meu próprio espaço, até uma sala de estar onde podia ler e assistir o que
quisesse na TV. Conway tinha um pacote especial para que eu pudesse assistir
as redes americanas porque todo o resto era em italiano.

Mesmo que eu provavelmente deva aprender o idioma.

Eu não vou a lugar nenhum tão cedo.

Suspeito que Conway nunca me deixará ir e, se fizesse, só quando eu fosse


mais velha.

Tendo em vista minha posição, devo ser grata. Mas uma parte de mim
sempre se pergunta como minha vida teria sido se nada disso tivesse
acontecido. E se eu tivesse continuado na faculdade e terminado meus
estudos? E se meu irmão não tivesse se metido com as pessoas erradas? E se
eu não estivesse morando na mansão de Conway? Eu teria me apaixonado por
minha alma gêmea e teria uma família?

Agora, eu nunca saberia.

Fiquei triste, então tentei não pensar nisso.

Meus pensamentos se voltaram para Knuckles, pensando no que Conway


havia dito sobre ele outro dia. Knuckles estava com raiva porque Conway tinha
superado seu lance, provavelmente porque ele me perdeu e levou um golpe no
orgulho.

Em nenhum momento eu quis estar embaixo daquele homem. Eu jamais


tive a pretensão que ele me tocasse. Nunca quis que ele olhasse para mim.

Eu preferia estar com Conway.

A porta do meu quarto se abriu e Conway apareceu. Ele estava em um


terno de três peças, azul marinho e impecável. Em vez de me cumprimentar
com um sorriso ou mesmo um oi, seus olhos verdes focavam em mim de forma
venenosa. Não ficou claro se ele estava satisfeito ou chateado. Foi uma
tempestade de intensidade, um aviso de ataque.

Fiquei parada com a toalha e o cabelo úmido, sem saber se deveria ter
medo ou não.
Então ele marchou em minha direção, me apoiando contra a parede.
Agarrou minha toalha e a puxou antes de pressionar seu corpo contra o meu.
Sua mão segurou meu pescoço com força, e ele esmagou sua boca na minha.

Beijou-me como se não me visse há semanas.

Com meus seios pressionados contra seu peito e meu corpo preso no
lugar, eu o beijei de volta. Minha paixão acendeu no segundo em que senti
suas chamas. Meus braços envolveram seu pescoço e meus dedos cravaram
em seu cabelo enquanto eu respirava com ele. Meus mamilos esfregaram
contra seu terno, então o tirei de seu corpo.

Ela caiu no chão com um baque silencioso.

A gravata veio a seguir, se soltando e caindo de seu corpo.

Nada disso fazia sentido. Eu não deveria querer beijá-lo, não importa o
quão atraída eu estivesse por ele. Eu não precisava me sentir em dívida por
me proteger, não quando ele me comprou em primeiro lugar. Mas minha vida
não era mais normal e isso não mudava o fato de que eu o queria. Ele tirou
minha virgindade, e agora ele sempre teria um pedaço de mim.

Desabotoei sua camisa de colarinho, começando de cima e indo para


baixo enquanto nosso beijo continuava. Ele respirou profundamente em mim,
seu beijo tão feroz quanto no início. Ele apertou meus seios e esfregou os
polegares sobre meus mamilos.

Eu empurrei a camisa por cima do ombro, finalmente revelando seu


corpo perfeito.

Foi quando eu vi, a marca de batom em seu pescoço.

Uma onda de ciúme invadiu meu corpo, tão repentina que nem senti
começar. A ideia de uma mulher correndo os lábios sobre seu corpo enquanto
eu estava limpando merda em seus estábulos me irritou. Talvez eu fosse
apenas uma posse, mas não esperava compartilhá-lo. Ele não podia tirar
minha virgindade, me foder sem camisinha e depois transar com uma de suas
modelos durante a jornada de trabalho.

Eu o empurrei com força no peito. — Não é assim que isso vai funcionar,
idiota.

Ele tropeçou para trás, sua expressão tão vazia que claramente não tinha
ideia do que estava acontecendo. Deu mais alguns passos para trás, em
seguida, parou, todos os músculos de seu corpo tensos pela maneira como ele
estava. Seu temperamento corria desenfreado por seu corpo, seu físico
projetando suas emoções com tanta facilidade. Ele estava tão magoado que
não parecia real.

— Você pode me ter, mas não espere que eu vire para o outro lado
enquanto você fode suas modelos no trabalho. Não estou pegando nada, então
se é assim que vai ser, você estará usando camisinha. — Eu não tinha certeza
se um preservativo me satisfaria. Ele tirou minha virgindade e o fez da
maneira mais romântica possível, porque ele sabia que era assim que eu
queria. Talvez eu tenha baixado a guarda e esperei mais dele do que deveria.
Ele nunca disse que éramos exclusivos, mas se estava dormindo comigo todas
as noites, porque iria querer mais alguém?

Ele baixou as mãos para os lados, as sobrancelhas franzidas de irritação.


— De onde veio isso?

Eu apontei para meu pescoço. — Certifique-se de limpar as marcas de


batom antes de voltar para casa, querido. — Eu me senti como uma pobre
esposa esperando o marido voltar para casa, apenas para descobrir que ele
estava se divertindo em outro lugar.

Ele esfregou a palma da mão ao longo do pescoço, em seguida, olhou para


a mão, inspecionando a marca de batom. Seus olhos se estreitaram ainda mais
antes que a compreensão viesse em seu olhar. Ele ergueu o queixo e olhou para
mim com a mandíbula apertada. — Estou lisonjeado por você estar com
ciúmes.

— Com ciúmes? — Eu assobiei. — Eu não estou com ciúmes. Só estou


chateada.

— Mesma coisa. — O canto de sua boca se ergueu em um sorriso.

Balancei minha cabeça e segurei a toalha sobre meu corpo. — Você é um


idiota. Saia do meu quarto. — Fui para a sala de estar. Assim eu poderia fechar
a porta.

Ele estava atrás de mim, certificando-se de que eu não poderia excluí-lo


de qualquer lugar. — Por mais que eu esteja gostando disso, não é o que
parece.

— Se você acha que sou estúpida...

Ele me agarrou pelo cotovelo e me puxou em sua direção. Puxou a toalha


e jogou-a para o lado para que eu não pudesse agarrá-la novamente. — Minhas
modelos me beijam o tempo todo. Você as viu fazer isso. Não significa que eu
fodi elas.

Queria acreditar nele, mas me senti estúpida por acreditar nisso. Eu me


desvencilhei do seu aperto.

Ele me segurou com mais força, me arrastando contra seu corpo. —


Muse, se eu fodesse alguém, não esconderia de você. Eu não dou a mínima se
ferir seus sentimentos ou não. Estou livre para fazer o que quiser. Você é quem
tem que manter as pernas fechadas para qualquer um, menos para mim. Esse
é o negócio, é por isso que comprei você.

Isso me consolou apenas parcialmente. — Você é um idiota.

— De que outra forma você achou que isso seria? — Ele demandou. —
Que seríamos exclusivos para sempre?

Foi uma coisa estúpida de se pensar. Eu nunca deveria ter assumido isso
em primeiro lugar. Ele me chamou de sua Muse e me comprou por tanto
dinheiro que pensei que significava mais para ele. Achei que seria o suficiente.
— Se você está me fodendo o tempo todo, por que precisa de mais alguém?

Seus olhos mudaram ligeiramente para frente e para trás enquanto ele
olhava para mim, as pontas dos dedos cavando em minha pele. O olhar era
intenso e longo. Não parecia que ele ia dizer absolutamente nada. Não era de
se surpreender que ele fosse um designer incrível, já que conseguia olhar para
algo sem piscar por um longo período de tempo. — Não estive com outra
mulher desde o dia em que te conheci. Mas não se confunda sobre a natureza
do nosso relacionamento. Você é meu brinquedo. Eu sou o único homem que
pode desfrutar de você porque eu a possuo. Mas vou curtir outras mulheres
quando tiver vontade. Não estou comprometido com você de forma alguma.

Eu já sabia que ele diria isso, mas não minimizou a dor. Tentei arrancar
meu cotovelo de seu aperto, mas estava muito apertado. — Eu não estou
deixando você me passar nada.

— Eu sempre uso camisinha.

— Você não usa camisinha comigo.

— É diferente. Você é a única mulher com quem eu faço isso.

Tentei torcer novamente. — Isso é para me fazer sentir especial?

— Só estou dizendo que você não tem nada com que se preocupar.

— Então também estaremos usando preservativos.

Ele riu como se eu tivesse feito uma piada. — Você não dá as cartas aqui,
Muse. Eu dou.

— Isso é besteira, e nós dois sabemos disso. Se eu quero algo, eu consigo.


Você age como se fosse um idiota, mas me dá mais liberdade do que imagina.—
Eu puxei meu braço para baixo e finalmente me livrei. Peguei a toalha do chão
e me cobri com ela.

— É aí que você se engana, Muse. — Ele se aproximou de mim


lentamente, os braços ao lado do corpo e a mandíbula cerrada com uma raiva
mal contida. Adotou uma postura não ameaçadora, mas nunca pareceu tão
aterrorizante. — Eu facilitei as coisas para você pela primeira vez. — Sua mão
se moveu para o meu cotovelo e ele o agarrou suavemente antes de me virar.
Eu cooperei, sentindo sua hostilidade silenciosa. Ele segurou minha nuca e me
empurrou para o sofá.

Eu tombei, perdendo meu controle sobre minha toalha.

Suas calças caíram no chão, e ele me prendeu, minha bunda para cima e
meu rosto pressionado contra a almofada. A toalha escorregou para o chão e
agora eu estava nua, meu cabelo ainda úmido. Ele ficou atrás de mim
rapidamente, e antes que eu pudesse lutar, ele empurrou seu pau duro dentro
de mim em um impulso rápido.

Inclinei-me para frente, segurando as almofadas do sofá para me


equilibrar.

Ele manteve meu rosto preso e se inclinou sobre mim, seu grande pau
enterrado dentro do meu aperto. Eu mal tive tempo para me ajustar a ele, e
ele estava empurrando como se fosse meu dono. Apertou meu pescoço com
mais força. — Mas não vou ser fácil para você novamente. Você é apenas um
troféu, um produto em troca de dinheiro. Não se esqueça de que você não é
nada, e você sempre será nada.

****

Eu não tinha certeza do que esperava de Conway. Às vezes, ele parecia


um cara legal. Em outras ocasiões, era um sádico. Ele me deu a gentileza e o
respeito que eu ansiava, mas então tirou com um estalar de dedos.

Então fui reduzida a nada.

Ele gastou tanto dinheiro comprando-me que presumi que seria sua
única amante. Eu fui a inspiração para sua lingerie, então por que ele iria
querer foder outra pessoa? Ele disse que eu era sua fantasia, então como
alguma outra mulher poderia tomar meu lugar? Não era ciúme o que eu sentia.
Simplesmente não fazia sentido.
Ele me fodeu mais forte do que nunca no sofá, me fazendo sangrar um
pouco. Quando ele terminou, vestiu as calças e saiu sem dizer uma palavra
para mim. Terminou seu negócio e então nossa conversa foi encerrada.

Fiquei no meu quarto o resto do dia, não querendo vê-lo depois da nossa
discussão. Não pretendia ver seu rosto, e certamente não gostaria que ele visse
o meu. Ele me fodeu como uma prostituta, pressionando meu rosto na
almofada com minha bunda para cima. Mas então algo terrível aconteceu.

Ele me fez gozar.

Eu escondi o melhor que pude, mas suspeitei que ele estava ciente.

Conway sempre sabia.

Agora eu estava humilhada, com vergonha de gostar de um homem que


me tratou como um objeto em vez de um humano.

O que estava errado comigo?

Dante bateu na porta do meu quarto. — O jantar está servido, senhorita.

Eu encarei a porta de madeira sólida do meu lugar na cama. Eu estive


trancada no meu quarto a noite toda, passando meu tempo assistindo TV ou
lendo. A última coisa que eu queria fazer era sentar em frente à Conway como
se tudo estivesse bem. — Eu não estou com fome.

Os passos de Dante não soaram contra o chão. Ele ficou exatamente no


mesmo lugar. — Conway está esperando por você.

— Eu não dou a mínima para o que ele espera, Dante. — Corri meus dedos
pelo meu cabelo, esperando que Conway não explodisse pela porta no segundo
que Dante lhe contasse a notícia. Isso forçou minha frequência cardíaca a
pular de medo, embora eu não devesse ter receio daquele homem.

O suspiro de Dante foi audível através da porta. — Tudo bem, senhorita.

Seus passos desapareceram.

Esperei dez minutos para que a presença de Conway enchesse o corredor


e vazasse pela fresta da porta, mas ele nunca veio. Quando trinta minutos
chegaram e passaram, eu sabia que ele não viria.

Meu estômago roncou, mas eu ignorei.

Passei as próximas horas assistindo TV e lendo antes de ir para a cama.


Lavei o rosto, prendi o cabelo em um coque e puxei as cobertas da cama
perfeitamente arrumada para poder escorregar para debaixo dos lençóis.

Foi quando ouvi seus passos.

Assim como no Jurassic Park, quando as fortes pisadas do dinossauro


podiam ser vistas na vibração da água, um sinistro sentimento espalhou-se
por mim. Minha pulsação acelerou no pescoço e olhei para a porta enquanto
esperava. Eu não tinha uma fechadura na minha porta, o que eu sabia com
certeza que era intencional. Não havia nada que pudesse fazer para impedi-lo
de chegar até mim.

Em um movimento fluido, ele abriu a porta e entrou. Estava apenas em


sua calça de moletom, seu torso, uma parede de músculos e pele bronzeada.
Todos os seus músculos mudavam e se moviam juntos enquanto ele
caminhava. Ele não precisava de uma coroa na cabeça ou de um terno de dez
mil dólares no corpo para parecer poderoso. Mesmo quando estava reduzido
a nada além de pele, ele era mais poderoso do que qualquer homem no mundo.

Com os olhos fixos em mim, se aproximou da minha cama e puxou para


baixo o moletom e a boxer ao mesmo tempo. Seu enorme pau saltou para fora,
com 23 centímetros de comprimento e mais do que alguns centímetros de
circunferência. Nas primeiras vezes que fizemos sexo, doeu. Isso
provavelmente não era normal, mas acho que seu tamanho grande foi o
responsável pelo meu desconforto prolongado.

Não resisti porque não adiantava. Não importava o quão chateada eu


estivesse, ele iria conseguir o que queria. Ele tinha me dominado há apenas
algumas horas, colocando-se no comando e me lembrando do quão
insignificante eu era.
Ele tirou as cobertas sobre minhas pernas e, em seguida, me arrastou
para a beira da cama até minha bunda pendurar sobre o colchão. Eu estava
com uma camisola longa, então ele tirou minha calcinha e puxou a camisola
por cima dos meus seios. Então direcionou sua coroa grossa contra minha
entrada e a empurrou para dentro.

Eu fiquei tensa com a intrusão, meu corpo resistindo ao empurrão inicial.

Ele me esticou, empurrando meu corpo para novos limites.

Fazendo-me sentir mais cheia do que nunca, seu pau empurrando todas
as minhas paredes e me fazendo apertar em torno dele.

Ele permaneceu ao lado da cama como a estátua de um soldado


poderoso. Agarrou meus quadris e me puxou para mais perto, deixando-me
perfeitamente situada para que ele pudesse empurrar e desfrutar de mim.

Respirei durante o alongamento, sentindo meu corpo tentando se


adaptar à sua enormidade.

Ele fez uma pausa enquanto me observava, seu olhar frio comandando-
me apenas com a força do olhar. Estendeu a mão e envolveu os dedos em volta
do meu pescoço, deixando bem claro que eu era sua para desfrutar. Ele não
me apertou, apenas pressionou o suficiente para sentir meu pulso. As veias em
suas mãos e antebraços estouraram com suas manobras, as linhas cinzeladas
de seus músculos perceptíveis mesmo na escuridão.

Então ele impulsionou, movendo-se dentro de mim em um ritmo


constante. Balançou a cama com seus movimentos, fazendo-a tremer
enquanto movia seu pau através do meu aperto. No início, foi difícil.

Mas eu senti meu corpo se soltar balançando com ele, senti minha
umidade emergir e embainhá-lo.

Olhei para o teto, envergonhada de que meu corpo fosse me trair com
tanta frieza.

Nós transamos em silêncio, nossa respiração enchendo o quarto


silencioso.

Suas mãos se estenderam e agarraram meus seios, espalmando-os com


sua pele áspera. Apertou-me com força, fazendo meus mamilos doerem
acariciando-os com aspereza.

Mas eu me senti gemendo em resposta.

Deus, por quê?

Ele enganchou seus braços atrás dos meus joelhos e prendeu minhas
pernas contra os meus lados. Ele moveu seu peso para os braços, inclinando-
se ligeiramente sobre mim e aprofundando o ângulo de suas estocadas. Seus
olhos estavam em mim agora, me observando tremer com o impulso que ele
deu aos nossos corpos.

Ele não me beijou.

Meus dedos travaram em torno de seus pulsos, então eu tinha algo em


que me segurar. O aperto dentro da minha boceta não parecia tão doloroso
como antes. Agora meu corpo se esticou em resposta ao seu tamanho. Neste
momento eu sentia prazer e nenhuma dor.

Ele finalmente me esgotou.

Meus olhos se voltaram para o espelho da minha cômoda, que refletia a


visão de sua bunda firme. Ele se contraia cada vez que empurrava o pedaço de
músculo conduzindo a uma coluna esculpida. Era poderoso e lindo, sexy de se
olhar.

Eu precisava parar de olhar para sua bunda. Se eu não fizesse, eu gozaria.

— Olhos em mim. — Sua voz profunda interrompeu nossa respiração


pesada na escuridão. O timbre imediatamente me comanda.

Meus olhos voltaram para seu rosto. A concentração de seu olhar era tão
sexy quanto sua bunda. Sua mandíbula rígida imediatamente apertou, e
quando seus olhos queimaram com intensidade, eu sabia que ele estava me
apreciando. Seus lábios se separaram enquanto ele respirava, e o suor
começou a se acumular em sua testa. Merda, eu ia gozar.

— Não lute comigo. Aproveite-me.

Minhas unhas cravaram em seus antebraços quando senti seu pau me


acertar no local perfeito. — Não.

Ele aumentou suas estocadas, me batendo cada vez mais forte.

Neste momento eu não tinha chance. Este homem sexy manteve meu
corpo como refém. Ele poderia controlá-lo como uma marionete. Poderia até
manipular minha mente. Eu estava impotente para pará-lo, incapaz de
combater minha excitação natural. A primeira vez que o vi na TV, achei que
ele era o homem mais bonito do mundo. E agora ele estava me fodendo tão
bem que eu não pude resistir.

Ele fechou os olhos por um momento e gemeu. — Muse, você está tão
molhada...

Nunca me senti tão patética em minha vida e excitada.

— Goze.

— Não... — Eu lutei com ele o mais forte que pude, tentando não pensar
sobre o prazer que ele estava causando entre minhas pernas.

Ele me fodeu mais forte, moendo contra mim. — Agora.

Minha mente resistiu a ele, mas meu corpo não. Eu gozei com um
gemido, minha cabeça rolando para trás e minhas unhas cortando seus
antebraços. Seu nome saiu da minha garganta naturalmente, e eu percebi o
quão prisioneira eu realmente era.

— Sim…

Sua mão pegou meu pescoço de novo, e ele empurrou com força, me
atingindo bem no meio das pernas. Deu um gemido gutural antes de gozar,
seu pau latejando dentro de mim. Despejou seu semen, seu peso e calor
imediatamente perceptível dentro de mim. Ele deu um gemido final assim que
terminou. Seu pau lentamente começou a amolecer e seus dedos pararam de
me agarrar com tanta força. O suor se formou em seu peito e agora ele parecia
ainda mais sexy do que antes.

Lentamente ele saiu de mim, um pouco do seu gozo derramando no chão.


Ele me deixou lá pegando sua boxer e calça e puxou para cima. Saindo do meu
quarto sem se virar. Não me deu um beijo de boa noite ou mostrou qualquer
afeto. Nós não dormíamos na mesma cama desde a primeira vez que estivemos
juntos.

Como se eu realmente não significasse nada para ele, simplesmente saiu.

E não olhou para trás.


CAPÍTULO 2

Muse estava finalmente entendendo nosso arranjo.

Ela era minha para fazer o que eu desejasse. Ela não tinha direitos. Não
tinha permissão para dar uma opinião. Seu único propósito era pegar meu pau
e se divertir. Paguei uma fortuna por ela, e essa dívida a reduziu a uma linda
mulher que usarei diariamente.

Ela precisava aceitar isso.

Eu estava livre para foder quem eu quisesse. Eu poderia ter qualquer


mulher que pretendesse, fosse no trabalho ou na cidade. Ela não tinha o
direito de esperar nada de mim. Para mim, ser fiel exigiria que me preocupasse
com ela.

Eu não dou a mínima para ela.

Quanto mais cedo entendesse isso, mais fácil seria sua vida.

Eu só fui gentil com ela uma vez, e isso porque não tive coragem de ser
nada menos do que bom. Eu era um idiota egoísta que só se importava com
dinheiro e fama, mas sem querer tirar brutalmente algo que ela segurou por
tanto tempo.

Eu não poderia fazer isso.


Mas ela não deveria confundir minha gentileza com fraqueza.

Eu ainda era um idiota.

Agora que nosso relacionamento havia se acertado, foder era o que eu


queria que fosse. Quando queria uma boceta, invadia seu quarto e pegava. Ela
poderia ficar lá e lutar contra o prazer o quanto quisesse.

Nós dois sabíamos que ela gozaria todas às vezes.

Quando acordei na manhã seguinte, dei meu mergulho matinal e me


sentei à mesa onde Dante serviu o café da manhã. Mas só tinha lugar para um.

Ela ainda estava lutando comigo. — Diga a Sapphire para se juntar a nós.

— Eu já tentei, senhor. Diz que não está com fome.

Ela morreria de fome apenas para ser desafiadora? — Leve uma bandeja
para ela e diga para estar pronta para mim em quinze minutos. — Ela saberia
exatamente o que significava pronta.

— Sim, senhor. — Dante se afastou e me deixou sozinho para saborear


minha refeição.

Eu poderia forçá-la a pular o café da manhã, mas não gostei da ideia de


que morreria de fome. Não era uma batalha que eu teria orgulho de vencer,
então apenas a deixei conseguir o que queria. Ela poderia se recusar a comer
comigo, mas uma conversa educada não era tão importante para mim de
qualquer maneira.

Eu iria transar com ela assim que terminasse.

Li o jornal e olhei meus e-mails. A maioria deles era de Nicole. Seus e-


mails inundavam minha caixa de entrada a cada hora do dia, das cinco da
tarde às duas da manhã. Ela parecia nunca parar de trabalhar, mas recebia
muito dinheiro por esse motivo. Ela provavelmente não tinha muita vida
pessoal.

Meu telefone tocou na mesa e olhei para a tela para ver um nome que não
podia ignorar. O café da manhã era um momento tranquilo para mim, quando
eu lia o jornal e saboreava meu café. Mas sempre que minha mãe ligava, nada
mais parecia importar.

Eu atendi a ligação. — Ei mãe. Como você está?

Ela tinha uma voz naturalmente elegante. Eu podia imaginar seu cabelo
castanho escuro e olhos azuis apenas ouvindo o som de sua voz. Sempre foi
muito mais tranquila do que meu pai, o que era interessante porque na
maioria das outras áreas, era o oposto. Minha mãe sabia sorrir, sabia como
aproveitar a vida. Meu pai falava sério quase o tempo todo. — Ei, Con. Espero
não estar interrompendo nada.

Mesmo se ela estivesse, eu nunca diria. — Apenas tomando café da


manhã no terraço. É um lindo dia.

— Verdade. Seu pai e eu acabamos de tomar café com Vanessa em Milão.


Estamos na área e pensamos que nós três poderíamos passar por aí. — Meus
pais moravam a cinco horas de distância, no sul da Itália. Eles preferiam a
região do vinho, onde os verões eram realmente quentes e úmidos.

— Você está aqui a negócios?

— Seu pai teve uma reunião com o dono de um restaurante em Milão.

— Isso é bom. — Meu pai tinha quase sessenta anos, mas nunca diminuiu
o ritmo. Quando eu era criança, ele nunca ficava doente e sempre ia trabalhar.
Gostava de ficar com minha mãe, mas sempre precisava de um espaço próprio.
Agora ele ainda estava trabalhando, embora pudesse ter se aposentado
décadas atrás. Era assim que ele estava programado; e eu era exatamente
igual.

— Estávamos pensando em parar para almoçar. Você está em sua casa


em Verona, certo?

Meus pensamentos imediatamente foram para a mulher que vivia em


minha propriedade. Eu não poderia escondê-la para sempre, mas também não
estava pronto para revelá-la. — Eu vou até você, mãe. Tenho certeza que vocês
já dirigiram muito recentemente.

— Nós não nos importamos. Seu pai quer ver Carbine.

Oh, porra. Eu não poderia negar à minha mãe uma segunda vez. — Que
horas você estava pensando?

— Meio-dia? — Ela perguntou. — A menos que você esteja trabalhando


hoje?

Era sábado. Não costumo ir a Milão nos fins de semana. Meu outro
estúdio ficava aqui e Nicole estava sempre disponível por e-mail. Agora que
trouxe Sapphire comigo, não tinha mais incentivos para dirigir para Milão,
não quando minha inspiração vivia comigo. — Não, estou livre.

— Tudo bem. Estou tão animada para ver você, Con. Eu sinto tanto sua
falta... — O lado materno dela emergiu, sua voz alcançando um novo tom
conforme a sinceridade vinha pelo telefone. Eu tinha quase trinta anos, mas
minha mãe ainda me amava como se eu tivesse cinco.

— Eu também sinto sua falta, mamãe.

****

Quando encontrei a bandeja de café da manhã vazia no quarto de Muse,


soube que ela já tinha ido para os estábulos.

Eu estava esperando que ela ainda estivesse lá para que eu pudesse ter
uma foda matinal.

Desci o caminho de terra e cheguei ao celeiro e aos estábulos. Muse


estava lá, carregando um arreio e rédeas para a sala de arreios. Ela o pendurou
no gancho de metal, em seguida, enxugou as mãos na calça jeans. Mesmo
quando ela estava vestida como uma cowgirl, ainda parecia sexy. Me fez
pensar se eu poderia fazer um design para complementar, talvez pedir a um
fotógrafo para que tirasse algumas fotos bem aqui no celeiro. — Muse.

Ela se virou na minha direção, o cabelo preso em uma trança sobre o


ombro. Seus olhos se estreitaram em uma ardência hostil.

Porra, ela era gostosa. Eu amei esse olhar irritado que ela me deu. Tudo
que eu tinha que fazer era transar com ela para fazer isso ir embora. Eu
reivindiquei sua inocência e a transformei em uma mulher sexual. Eu a fiz
desfrutar do sexo, a fiz gostar de mim.

Caminhei em sua direção, em seguida, dei a Marco um olhar


significativo.

Ele desapareceu.

— Tenho muito trabalho a fazer, então o que é? — Ela perguntou, dando


um passo para trás e mantendo distância entre nós.

— Eu preciso que você volte para a casa e fique em seu quarto pelo resto
do dia.

— Por quê?

Eu olhei para ela.

— Não são nem dez ainda, — ela disse. — Tenho muito trabalho a fazer e
muito tempo para concluí-lo.

— É para isso que pago o Marco. Então entre em casa.

— Por quê? — Ela repetiu.

— Porque eu disse, — assobiei.

Estávamos abertamente com uma testemunha ao virar da esquina. Ela


provavelmente pensou que estava segura aqui fora, que não havia nada que eu
pudesse fazer para que ela cooperasse.

Ela não deveria me subestimar.


Ela se virou. — Eu gosto de estar aqui.

Eu a agarrei pelo cotovelo e puxei-a de volta para mim. — E pode estar


aqui amanhã. Mas por hoje, precisa entrar. Não me faça falar de novo. Vou
levá-la em uma dessas baías e te foder com sua calça jeans em volta dos
tornozelos. Experimente, Muse. Me teste.

Ela não se desvencilhou do meu aperto, mas a ameaça em seus olhos


sugeria que ela estava considerando isso. — Diga-me o porquê.

— Não importa.

— Importa, para mim.

Minha mão apertou seu cotovelo e puxei-a para perto de mim. — Tenho
companhia vindo.

— E você não quer que eles me vejam. — Seus olhos se estreitaram em


desgosto. — Claro... Eu sou seu segredinho sujo.

— Ou talvez eu simplesmente não queira compartilhar você.

— Quem é?

— Minha família.

Sua hostilidade lentamente desapareceu. — Sua família?

— Meus pais e irmã. Eles estão vindo para o almoço e não precisam ver
você.

Ela puxou o braço lentamente. — Você vai me esconder deles para


sempre?

— Não tenho certeza ainda.

— Eles nem vão me notar aqui. Diga a eles que sou apenas um membro
da sua equipe.

Agora minha paciência estava realmente diminuindo. Eu nunca tive que


discutir tanto com alguém. Minhas ordens eram seguidas sem
questionamento, e sua rebeldia constante estava realmente me irritando. — Se
você não levar sua bunda para dentro de casa, vou dar um tapa nesse seu rosto
bonito até que minha mão esteja marcada em sua bochecha. Você me entende?

Em vez de se assustar, ela se manteve firme. Então ela fez algo que eu
nunca poderia ter previsto. Ela se aproximou de mim, ficando bem na minha
cara. — Faça. Me bata. — Ela colocou as mãos nos quadris e endireitou os
ombros. Até virou o rosto para que eu tivesse acesso perfeito à sua bochecha.

Eu dei um tapa na minha irmã quando tinha sete anos, e meu pai bateu
na minha bunda por isso. Ele me disse para nunca bater em uma mulher
enquanto eu vivesse. Se eu fizesse, ele iria me caçar e bater na minha bunda
de novo, não importa quantos anos eu tivesse. Eu não tinha medo da dor, mas
certamente tinha medo de sua decepção.

O silêncio tenso se estendeu entre nós. Muse olhou para mim com a
mesma hostilidade de antes, mal piscando quando encontrou meu olhar.
Então ela finalmente se virou e foi para a casa. — Foi o que pensei, Conway. —
Ela se afastou, seus quadris balançando enquanto ela saia.

A observei, enfurecido, me odiando por deixá-la provar que eu estava


errado. Eu deveria ter dado a ela a surra de uma vida inteira para colocá-la em
seu lugar. Mas minha raiva foi misturada com a onda mais profunda de
excitação que eu já senti. Algo sobre ela fez meu coração disparar. Ela não
hesitou antes de me chamar de idiota, e não duvidou antes de encarar meu
blefe.

Quente pra caralho.

****

Entrei em seu quarto e encontrei sua pilha de roupas sujas e botas no


cesto com o forro de plástico. Ela estava na cômoda, olhando através da gaveta
de roupas íntimas em busca de algo para vestir. Estava completamente nua, a
trança ainda pendurada em um ombro.

Eu encarei sua bunda empinada, as linhas sob suas bochechas perfeitas.


Eu estava duro antes de entrar no quarto, mas agora estava ainda mais duro
do que uma pedra. Cruzei o cômodo e envolvi meus braços em volta da sua
cintura. Então a joguei na cama, suas costas batendo na cama que as
empregadas fizeram logo depois que ela acordou.

Ela não lutou comigo, mas ainda tinha a mesma expressão de ódio.

Deixei cair minha calça e não me incomodei com minha camisa. Subi em
cima dela e a segurei com o meu tamanho. Meu pau estava dentro
instantaneamente, e eu a fodi com força. Não houve começo, meio ou fim. Foi
apenas uma foda dura, meu pau esticando sua pequena boceta antes mesmo
de eu dar a ela a chance de se acostumar comigo.

Quase instantaneamente, aquele olhar hostil desapareceu. A cor encheu


suas bochechas e seus olhos ficaram semicerrados e pesados. Como uma
paciente que não consegue lutar contra a anestesia, ela não resistiu ao feitiço
que seus hormônios estavam lançando.

Tudo que eu sabia era que precisava transar com ela, e tinha que fazer
isso forte e rápido. Um milhão de sensações passaram por mim naquele
momento. Eu estava chateado e com tesão ao mesmo tempo. Aprofundei o
ângulo e a coloquei embaixo de mim, usando-a para minha própria
perversidade.

Ela começou a gemer porque não se incomodou em lutar contra isso


desta vez.

Bom.

Eu gostei do jeito que ela me enfrentou, encarou meu blefe quando ela
não sabia o que iria acontecer. Era perigoso e estúpido, e eu respeitei sua
bravura. Eu a respeitei por falar o que pensava e por se manter firme. Qualquer
outra pessoa com quem eu interagisse teria se encolhido com a minha
intimidação, mas ela nunca o fez.

— Me bata.

Ela segurou meus pulsos, o lugar onde ela geralmente me tocava. Suas
mãos nunca exploraram meu corpo, a menos que eu a estivesse beijando. Ela
me tocava o menos possível como parte de sua resistência.

— Me dê um tapa. — Repeti.

A incerteza estava em seus olhos.

Não era um truque, uma forma de oportunidade de dar-lhe um tapa. Eu


realmente só queria que ela me batesse.

Ela finalmente bateu a palma da mão no meu rosto, mas foi fraco.

— Mais forte.

Ela me bateu novamente.

— Vamos, Muse. Mostre-me o quanto me odeia.

Desta vez, ela colocou toda a sua força no golpe. Ela colocou o braço
inteiro para trás, me batendo com força suficiente para fazer meu rosto inteiro
formigar.

Era exatamente o que eu queria.

Eu me imaginei fazendo o mesmo com ela, fazendo-a sentir a dor que eu


acabei de sentir.

E isso foi o suficiente para mim.

Eu gozei dentro dela, enchendo sua boceta perfeita com porra.

A decepção em seus olhos era inconfundível. Ela não encontrou sua


libertação porque não dei a ela uma chance.

Foi intencional.

— Isso é para sua pequena proeza lá atrás. — Eu puxei para fora dela,
deixando meu gozo pingar em sua cama. — E se você se tocar, vou puni-la
ainda mais. — Não me limpei antes de puxar minha calça de volta. Eu tinha
que me preparar antes que minha família viesse, e não queria ficar e conversar
com ela, não quando ainda estava chateado. — Fique aqui até que eu diga o
contrário.

— Eu não sou um cachorro, Conway. — Ela fechou as pernas e sentou-se


ereta, parecendo completamente fodida e linda.

— Não, você não é. Mas você é minha prisioneira da mesma forma.

****

O SUV preto entrou na rotatória, as janelas pretas com vidros à prova de


balas. A porta do passageiro se abriu e minha mãe saiu com um vestido longo
branco e sandálias de tiras bege. Seu cabelo castanho estava em cachos no
peito, e os óculos de sol em seu rosto não podiam esconder a felicidade em
seus olhos.

Ela me deu o mesmo sorriso que recebi em toda a minha infância.

Ela pulou um pouco caminhando até mim, a emoção estampada em seu


rosto. Eu era um homem adulto e estava fora de casa desde o dia em que fiz
dezoito anos, mas para ela, eu ainda estava engatinhando no chão de fralda.

Trinta centímetros mais baixa do que eu, ela colocou os braços em volta
da minha cintura e me apertou com a força de um lutador profissional. — Meu
filho... — Sua bochecha descansou contra meu peito, e ela deu um suspiro feliz.

Eu apertei suas costas, sua pequenez semelhante à da Muse. — Ei mãe.

— Você fica maior cada vez que te vejo.

— Espero que não.

Ela deu uma risadinha. — Você sabe o que eu quero dizer. — Ela se
afastou, em seguida, colocou a mão na minha bochecha. Olhou para minha
expressão como se eu fosse uma pintura ao invés de uma pessoa. — Você se
parece tanto com seu pai. Isso me faz muito feliz.

— Sempre fiquei um pouco desapontado com isso.

Ela riu novamente e, em seguida, puxou a mão.

Vanessa veio em seguida, seu cabelo castanho preso em um coque e sua


pele morena linda sob o sol de verão. Usava um vestido amarelo sem alças que
era justo em torno de sua cintura esguia. Ela tirou os óculos de sol do rosto
enquanto caminhava em minha direção. Seus olhos estavam misturados com
aborrecimento, mas também excitação. Estava chateada com a façanha que eu
fiz algumas semanas atrás, mas ela superaria. — Irmão. — Ela me abraçou.

— Irmã.— Eu acabei com seu abraço dando-lhe um tapinha rápido nas


costas.

Ela mostrou a língua para mim. — Você tem sorte de eu ter que te amar,
não importa o que aconteça.

— Você tem ainda mais sorte.

Ela revirou os olhos e entrou na casa.

Meu pai veio em seguida, em jeans pretos e uma camiseta preta. Quase
não o vi usar outra coisa, exceto essa cor. Na verdade, eu nunca o vi usar a cor
branca. Ele subiu os degraus em minha direção, seus olhos verdes musgo fixos
no meu rosto com intensa concentração. Era difícil dizer se ele estava com
raiva ou não porque parecia estar com raiva o tempo todo, pelo menos ele
parecia assim.

Mamãe ficou de lado, nos observando enquanto meu pai chegava mais
perto.

Ele se aproximou de mim na entrada, seu rosto mais claro agora que o
sol forte não estava apagando suas feições. Sua mandíbula era uma linha dura,
apesar da idade. Seu rosto estava ligeiramente desgastado pela exposição ao
sol, mas isso deixava sua pele firme e lhe dava um brilho de juventude. Seus
ombros ainda eram fortes e seus antebraços estavam cheios de veias. Meu pai
foi musculoso a vida inteira e, mesmo sem vê-lo sem camisa, era óbvio que ele
ainda estava em ótima forma. Desde que eu conseguia me lembrar, meu pai
corria pela propriedade todas as manhãs e depois usava sua academia
particular. Havia momentos em que eu olhava pela janela de manhã nas férias
de verão e via seu contorno do outro lado dos vinhedos. Ele sempre foi um
modelo para mim, a definição do que um homem forte deve ser. Tipo forte e
silencioso, ele não dizia nada a menos que valesse a pena ser dito. Mostrou à
minha mãe que a amava pela maneira como a olhava, a maneira como a
tocava. Ele impunha o respeito de seus filhos por meio do silêncio, não de sua
raiva. Estabeleceu a base de exatamente o que eu deveria ser, e por causa dele,
eu me tornei o homem que sou hoje. — Filho.

— Pai, como vai?

Ele não me respondeu. Tudo o que ele fez foi olhar para meu rosto,
estudando minha expressão como se nunca tivesse me visto antes. Às vezes
ficávamos meses sem nos ver, pois morávamos tão longe um do outro. Então,
quando ele me via, era sempre com esse mesmo tipo de inspeção. — Melhor
agora.

Meu pai cumprimentava seus clientes e amigos com apenas olhares. Seu
irmão era seu melhor amigo, e eu nunca os vi se abraçarem na minha vida.
Meu pai dificilmente estendeu um aperto de mão, mesmo para seus clientes.
Mas ele sempre foi diferente conosco. Era a única vez que ele mostrava afeto.
Ele passou os braços em volta de mim e me abraçou.

Eu o abracei de volta. Não importava quantos anos eu tinha. Eu sempre


viveria para a aprovação de meu pai. Seu orgulho significava muito para mim.
Ele foi o maior modelo que eu já tive. Ele esperava muito de mim.

Ele me segurou por um longo tempo, como sempre fazia. Mesmo que
houvesse pessoas por perto, ele fazia a mesma coisa. Então ele puxou longe,
segurou a parte de trás da minha cabeça e deu um beijo na minha testa.

O sorriso da mamãe se alargou.

Ele me deu um tapinha no braço e se afastou. — Lindo dia, não é?

Observei seus ombros fortes se moverem enquanto ele caminhava. Ele


tinha mais de um metro e oitenta de altura, e no dia em que alcancei sua altura,
eu sabia que isso o fazia sufocar um pouco. — Sim, é. — O observei pegar a
mão da minha mãe e entrar atrás de Vanessa.

Juntei-me a eles um segundo depois.

****

Papai e eu caminhamos até a cerca onde Carbine pastava. Ele tinha seu
próprio terreno, separado das éguas porque era territorial e agressivo. Marco
tinha vasta experiência, mas até ele lutou para controlar o garanhão. Eu disse
a ele que Muse não tinha permissão para ir a qualquer lugar perto de Carbine
porque era muito perigoso.

Papai parou na cerca e estalou a língua.

Carbine ergueu a cabeça da grama, as orelhas balançando.

Ele virou a cabeça em nossa direção, sua crina fluindo na brisa leve. Seus
grandes olhos castanhos pousaram em nós e ele deu um relincho silencioso
antes de cavalgar até nós.

Papai sorriu olhando para o cavalo. — Lindo cavalo.

Ele estendeu a cenoura. Carbine engoliu algumas mordidas.

Papai coçou atrás da orelha dele. — Ele está bem.

— Muito. — Corri minha mão por seu focinho, sentindo o pelo curto que
se mexia sob meus dedos. Sua respiração quente caiu sobre mim e o som de
moscas de cavalo o acompanhou. Sua crina escura brilhava sob o sol quente,
e sua bela forma negra contrastava com a cerca branca e a grama verde.

— Marco faz um bom trabalho?

— Sim. — Mas Muse também estava fazendo um ótimo trabalho. Marco


me disse que ela arrebentou nos estábulos, limpando merda e reabastecendo
o feno como se tivesse nascido fazendeira. Ela não tinha medo de sujar as mãos
ou ter um dia duro de trabalho. Marco adorava tê-la por perto, e isso tornava
seu trabalho um milhão de vezes mais fácil, e mais agradável.

Isso me deixou mais fascinado. Ela era uma mulher forte com muito
potencial. Era realmente uma pena que ela tivesse se envolvido com tanta
besteira. Seu irmão estava morto, mas eu queria matá-lo de qualquer maneira.

Ele merecia morrer duas vezes.

Olhamos para o cavalo por mais alguns minutos antes de subirmos o


caminho de volta para a casa.

— Você cavalga com frequência? — Ele caminhava ao meu lado com as


costas perfeitamente retas, portando-se como um homem na casa dos vinte
anos, em vez de seus sessenta.

— Não tenho tempo.

— Eu sei como é.

— Como vai o negócio do vinho?

— Bom, — ele respondeu. — O negócio é bom.

— E o tio Cane?

— Um idiota, como sempre.

Eu ri porque sabia que ele não queria dizer isso. — Tia Adelina?

— Ela está bem também. Ela não é uma idiota.

— Sorte dele.
Tínhamos deixado mamãe e Vanessa no pátio, onde beberam sangria e
se deitaram à beira da piscina esperando Dante preparar o almoço.

— Então você está na cidade a negócios? — Perguntei.

— Há um dono de restaurante aqui que quer começar a receber


casamentos. Então, conversamos sobre um acordo em que ele poderia ter uma
coleção de vinhos em barril. Ele ganha uma comissão, e eu ganho uma
comissão.

— Parece um bom negócio.

— Como vai o negócio da moda? Sua mãe e eu assistimos ao desfile


algumas semanas atrás. Foi ótimo.

Meu pai nunca pareceu estranho sobre meu trabalho. Ele devia saber
como era meu estilo de vida, mas nunca me perguntou sobre isso. Eu tinha
quase trinta anos e era solteiro, mas nenhum dos meus pais perguntou sobre
meu desejo de começar minha própria família.

Eu sabia que meus pais tinham a minha idade quando ficaram juntos.
Antes disso, parecia que nenhum dos dois tinha tido relacionamentos
significativos.

Quando chegamos ao terraço, meu coração parou no meu peito.

Minha mãe e minha irmã estavam sentadas à mesa com seus copos de
sangria vermelha. Mas uma terceira pessoa se juntou a elas.

Muse.

Ela me desobedeceu, porra.

Em um longo vestido azul, cabelos cacheados, ela parecia uma


supermodelo pronta para uma sessão de fotos de moda. Usava sandálias de
tiras bronze e um grande chapéu para proteger o sol de seus ombros.

Com as pernas cruzadas e graça perfeita, ela parecia à modelo que era a
atração principal do meu desfile.
Quando ela nos ouviu se aproximando, virou-se para olhar para mim.

Com um grande sorriso no rosto.

Oh, isso foi intencional.

Se minha família não estivesse aqui nesse momento, eu poderia


realmente dar um tapa nela.

E um tapa forte pra caralho.

— Ei, querido. — Muse se levantou para me cumprimentar, com a bebida


ainda na mão. Aproximou-se de mim, carregando toda a confiança do mundo.
Pegou-me pelas bolas, e ela sabia disso. Inclinou a cabeça para me beijar, seus
olhos estavam cheios de alegria.

Foi a única vez em que eu realmente não queria beijá-la. Eu não queria
sentir aqueles lábios arrogantes contra os meus. Queria agarrá-la pelos
cabelos e puxá-la para o meu quarto. Bem quando eu pensei que tinha
reivindicado a vantagem neste arranjo, ela me fodeu. — Ei, baby. — Estiquei
meu pescoço para baixo e dei a ela o beijo mais frio que já dei a alguém. Eu até
beijei minha mãe na bochecha melhor do que isso.

Ela se virou para meu pai e estendeu a mão. — Muito prazer em conhecê-
lo, Sr. Barsetti. Seu filho fala sobre você com frequência. Sou Sapphire.

Meu pai me olhou antes de pegar a mão dela e, infelizmente, um pequeno


sorriso apareceu em seus lábios.

Merda.

Ele apertou sua mão e voltou seu olhar para ela. — É um prazer conhecê-
la também. — Ele se inclinou e a beijou na bochecha.

Porra, meu pai nunca beijou uma mulher na bochecha, exceto minha
irmã.

— Posso pegar algo para você beber? — Sapphire perguntou. — Seu filho
me disse que gosta de uísque. Eu também sou uma bebedora de uísque.
Isso não poderia estar acontecendo.

Meu pai sorriu novamente. — Eu adoraria, querida.

Não, não, não.

— Já está vindo. — Muse foi até o bar para preparar as bebidas.

Meu pai voltou para mim assim que ela estava fora do alcance da voz. —
Ela parece uma mulher adorável.

Eu poderia dizer que meu pai já gostava dela; e ele não gostava de
ninguém.

Mamãe entrou na nossa conversa, sorrindo mais largo do que eu já a


tinha visto. — Por que você não nos contou sobre sua namorada?

Muse me pegou desprevenido e eu não sabia o que dizer. Eu não podia


contar a verdade aos meus pais, então tive que mentir. Estava à mercê dela
porque me enganou. — Queria que fosse uma surpresa, eu acho.

Mamãe se virou para meu pai. — Eles vivem juntos.

A expressão do meu pai endureceu ligeiramente. — Então ela é mais do


que apenas sua namorada.

Porra.

Vanessa se juntou ao nosso grupo. — Con, eu realmente gosto dela.


Sempre pensei que você gostasse de vadias estúpidas, mas acho que estava
errada. Ela é demais.

— Eu também gosto dela, — disse mamãe. — Ela é doce.

Eu mantive minhas feições firmes, mas uma tempestade estava se


formando dentro de mim. Muse havia cruzado a linha. Ela estava fazendo
minha família acreditar em uma mentira, e eu não mentia para minha família.
Ela estava mexendo com suas esperanças e sentimentos.

Eu poderia estrangulá-la.
Muse voltou com dois copos de uísque. Ela entregou um para meu pai e
outro para mim.

Ela nem perguntou o que eu queria. Ela simplesmente sabia. E acabou


de provar para minha família que me conhecia também.

Eu definitivamente tinha subestimado essa mulher.

****

Vanessa sentou-se ao lado de Muse, imediatamente gostando dela. —


Então, quando isso começou?

Sentei-me em frente à Muse e a olhei friamente em resposta. Se ela


quisesse continuar com essa mentira, seria ela quem inventaria.

— Cerca de seis meses. — Ela segurou seu copo de sangria e tomou um


gole antes de pousá-lo. — E então ele me pediu para morar com ele há três
semanas.

Essa última parte era parcialmente verdadeira, mas nunca pedi a ela para
morar comigo, eu disse a ela.

— Aww, — disse Vanessa. — Não achei que meu irmão tivesse um osso
romântico em seu corpo.

Ela estava certa. Não tinha.

Mamãe se virou para mim, acusação em seus olhos. — Estou surpresa


que meu filho não me disse que estava saindo com alguém há seis meses... —
Decepção estava em seus olhos, muita decepção.

Eu olhei para Muse com mais força.

— Já que trabalhamos juntos, ele queria manter isso em segredo por um


tempo. — Muse continuou a mentir sem esforço, indo tão bem que quase
acreditei nela também. — Eu fiz algumas sessões de fotos com ele e não
queríamos que as outras modelos sentissem que estava me dando prioridade
por causa do nosso relacionamento.

— É por isso que você pareceu tão familiar, — disse Vanessa. — Você foi
a atração principal do último desfile dele.

— Sim, — disse Muse. — Eu fui. Conway é um designer brilhante. Estou


honrada por poder usar suas peças.

Ela tinha um jeito engraçado de mostrar isso.

Meu pai não disse nada. Ele ouviu a conversa e comeu a refeição que
Dante preparou para ele.

— O que a trouxe para a Itália? — Minha mãe perguntou.

Eu não poderia me imaginar acompanhando essa fábula pela próxima


década. Eu teria que manter essas mentiras sob controle sempre que estivesse
com minha família. E então eu não podia ser visto com outras mulheres
porque pareceria que eu era um traidor... E minha família ficaria
extremamente decepcionada comigo se visse isso. A ideia de estar com outra
mulher nem tinha passado pela minha cabeça desde que conheci Muse, mas
esse não era o ponto. Ela era a prisioneira e eu era o mestre. Como eu pude
deixá-la virar-se contra mim? Agora, eu estava à sua mercê. Eu em nenhum
momento poderia deixar minha família saber o que realmente aconteceu entre
Muse e eu. Minha mãe nunca me perdoaria se soubesse que Muse era apenas
uma prisioneira em minha mansão. E a decepção de meu pai me mataria.

— Sempre quis ser modelo da Barsetti Lingerie, por isso saí de Nova
Iorque em busca do meu sonho. Conheci Conway e ele me deu uma chance. —
Muse teceu essa história tão bem. Era um monte de besteira, mas ela
conseguiu não se incriminar. Ambos os meus pais descobriam mentiras com
bastante facilidade, mas nenhum deles pareceu perceber isso. Provavelmente
porque presumiram que se eu alguma vez assumisse um relacionamento com
alguém, ela deveria ser a única... Já que eu nunca tive um relacionamento.
Ela me tinha sob seu controle.

— Você vai continuar nos desfiles? — Minha mãe perguntou.

Recusei-me a participar desta conversa, por isso não disse nada.

— Conway fica com um pouco de ciúme quando se trata de mim, então


ele me tirou de sua programação. — Ela olhou para mim do outro lado da
mesa, um sorriso conhecedor nos lábios.

— Aww... — Os olhos da minha mãe se suavizaram. — Assim como seu


pai.

Porra, isso era ruim.

Se não mudasse de assunto, simplesmente continuaria. Minha mãe e


minha irmã já estavam apaixonadas pela mulher por quem pensavam que eu
estava apaixonado e, quanto mais eu deixasse isso continuar, pior ia ficar. —
Vanessa, como vai a pintura?

— Ótima, — disse Vanessa. — Começamos a fazer aquarelas esta semana


e eu adoro isso. Achei que não adoraria nada mais do que uma pintura a óleo
tradicional, mas todas as cores e gotas realmente me fascinam.

— Você pintou alguma coisa? — Foi a primeira vez que meu pai falou.

— Acabei de terminar minha primeira pintura esta semana, — respondeu


Vanessa.

— Adoraria ver. — Meu pai se esforçava para investir em tudo o que


fazíamos. Ele obviamente não se importava com arte, mas deixou claro que se
importava com o que quer que sua filha gostasse.

— Vou mostrar para você, — disse Vanessa. Ela se voltou para Muse. —
Você sabe sobre a manobra que meu irmão fez algumas semanas atrás?

Eu estreitei meus olhos. — Cale a boca, Vanessa.

Muse sorriu. — Você tem que me contar agora.

— Tudo bem. — Vanessa pousou o guardanapo. — Então, fui a um


encontro com um cara legal com quem tinha ido à escola...

Meu pai parou de comer de repente, largando o garfo e pegando o uísque


imediatamente. Não houve um único menino que veio para a casa desde que
Vanessa morava lá. Nem mesmo para os bailes da escola. Quando se tratava
do namoro da minha irmã, meu pai se tornava uma pessoa diferente.

— E Conway nos observou jantando do outro lado da rua, nos seguiu


enquanto me levava para casa e ficou nas sombras quando nos despedimos na
porta. Então ele seguiu o cara por alguns quarteirões.— Vanessa revirou os
olhos. — Esse é o tipo de homem com quem você vive, apenas no caso de não
saber...

Quando Muse se virou para olhar para mim, ela não me olhou com a
mesma frieza de minha irmã. Foi a expressão mais suave que já me deu. Ela
realmente parecia tocada pelo que minha irmã disse.

Sim, eu não era um idiota o tempo todo.

— Ele é um psicopata, — disse Vanessa. — Uma violação completa de


privacidade.

— Eu não dou à mínima. — Bebi meu uísque para matar os nervos. —


Tem um monte de idiotas por aí, Vanessa. Você não sabe disso porque me
assegurei de que nunca conhecesse um. Eles são...

— Já chega. — A voz do meu pai estava baixa, mas cheia de muita raiva.
Ele terminou sua bebida e colocou o copo vazio na mesa.

Até Vanessa calou a boca.

Muse olhou para meu pai, mas não disse mais nada.

Eu sabia exatamente por que meu pai encerrou a conversa. Ele me contou
o que aconteceu com sua irmã, mesmo nome de Vanessa. Isso nunca parou de
assombrá-lo, mesmo agora. Ele protegeu minha irmã a cada segundo do dia
antes dela se mudar, e ele nem percebeu isso. Como filho mais velho do
homem, era minha responsabilidade cuidar de nossa família se algo
acontecesse com ele, então ele jogou o fardo sobre meus ombros.

E eu levei essa responsabilidade a sério.

****

Minha família finalmente resolveu ir embora quando o sol se pôs.

Graças a Deus, porra.

Minha mãe me beijou na bochecha. — Eu te amo.

— Eu também te amo, mãe.

Ela me apertou com força pela cintura. — Eu realmente gosto de


Sapphire. Ela é adorável.

Eu forcei um sorriso. — Estou feliz. Ela é muito doce.

— Eu sabia que era apenas uma questão de tempo antes que você
encontrasse a mulher certa. — Ela me beijou na bochecha novamente antes de
ir para o carro com Vanessa.

Meu pai beijou Sapphire na bochecha. — Foi muito bom conhecê-la.


Espero vê-la com mais frequência.

— Vocês também, — ela disse. — Conway tem uma família muito gentil.

— Meu filho trata você bem?

Por que meu pai teve que perguntar isso?

O sorriso de Sapphire não vacilou, mas seus olhos definitivamente sim.

— Sim. Seu filho é um bom homem.

— Fico feliz em ouvir isso. — Ele virou-se para mim em seguida, seus
olhos me examinando como dois raios-X. — Você deveria trazer Sapphire para
a Toscana. Fazer um tour pela casa de sua infância e pela vinícola.
— Estou certo de que vou.

Ele me abraçou. — Amo você, filho.

O abracei de volta. — Também te amo, pai.

Ele segurou a parte de trás da minha cabeça e me beijou na testa antes


de ir embora. Entraram no carro e baixaram as janelas para poderem acenar
enquanto saiam.

Sapphire veio para o meu lado e envolveu seu braço em torno da minha
cintura acenando para minha família.

No segundo que o carro deles sumiu de vista, deixei cair minha mão e
virei meu olhar hostil para ela.

Seu sorriso se foi há muito tempo e seu braço não estava mais em volta
da minha cintura. Ela colocou as mãos nos quadris e olhou para mim com a
mesma ameaça.

— Você não tem ideia do que está fazendo.

— Eu acho que sim, — disse ela com confiança. — As coisas vão ser
diferentes por aqui. Enfrente-me e direi à sua família quem você realmente é.

— Você está cruzando uma linha.

— Como se você não tivesse cruzado a linha um milhão de vezes.

Eu havia feito muitas coisas das quais não me orgulhava, mas nunca me
importei com minha imagem antes. As pessoas poderiam pensar o que
quisessem sobre mim. Mas minha família era uma história diferente. A
aprovação deles significava muito para mim. Eu não aguentaria a decepção
dos meus pais. Se meu pai soubesse que eu estava mantendo Muse contra sua
vontade, ele me espancaria até a morte. — O que você quer?

— Novas regras.

Não pude acreditar que estava negociando com uma mulher que comprei
por cem milhões de dólares. — O que diabos isso significa?
— Eu quero ser igual nesta casa.

Meu nome estava na escritura da propriedade, então ela nunca seria


igual.

— Sem mandar em mim. Eu faço o que quero e tenho todo o direito de


recusar você.

Por que não contei aos meus pais que estava fora da cidade? Eu nunca
deveria ter deixado eles virem aqui, a menos que Muse estivesse trancada atrás
de paredes à prova de som. — Tenha cuidado, Muse.

— Tenha cuidado? — Ela perguntou. — Você é quem deve ter cuidado.

— Se você quer livre arbítrio, então saia, — ameacei. — Saia. Direi a todos
que deixei você ir. Tenho certeza de que Knuckles achará essa informação
muito útil. — Talvez eu precisasse lembrá-la do que eu a salvei. Ela me pegou
pelas bolas, mas eu a peguei pelos peitos.

Sua raiva morreu um pouco. — Você está certo. Não quero sair porque
não tenho nenhum lugar para ir. Fora dessas quatro paredes e de sua proteção,
não sou absolutamente nada. Entendi. — Sua voz falhou e ela engoliu em seco.
— Mas eu quero ser tratada de forma diferente. Eu quero direitos e respeito.

Se eu não a respeitasse, ela não teria nenhum direito.

— Em primeiro lugar, você bate na minha porta. Eu decido se quero


deixar você entrar ou não.

Não gostei disso nem um pouco.

— Eu decido se faremos sexo ou não.

Eu realmente rosnei. — Você se esquece de quanto eu paguei para salvar


sua vida.

— E você se esquece que sou um ser humano e não deveria ter sido
negociada como gado em primeiro lugar.

— Não é problema meu, — rebati. — Você se meteu nessa situação em


primeiro lugar.

— Tanto faz. — Ela ergueu a mão. — Em terceiro lugar, faço o que quero,
quando quero. Se eu quiser trabalhar nos estábulos o dia todo, vou. Se eu não
quiser comer com você, não vou.

— Então você é basicamente apenas uma mulher que eu apoio


completamente e de quem não recebo nada em troca? — Perguntei incrédulo.
— Porque se você é completamente inútil para mim, então posso muito bem
apenas expulsá-la.

— Não, não serei inútil para você. Mas você vai me tratar como um ser
humano de agora em diante. Considere isso um compromisso. Eu trabalho,
então tenho um lugar para morar. Você me trata com respeito, com isso
mantém sua brilhante reputação para com seus pais. Isso é justo se você me
perguntar.

Se eu não fosse tão próximo da minha família, simplesmente contaria a


verdade para que pudéssemos voltar ao acordo anterior. Eu gostava de fazer o
que queria, mandando nela sempre que eu sentisse vontade. Foi uma das
melhores vantagens de toda a situação.

— Você está perdendo uma coisa.

— O quê? — Ela cruzou os braços sobre o peito.

— Meus pais realmente acreditam que essa relação de merda é real.

— E?

— E? — Eu agarrei. — Agora eu tenho que manter a farsa. Você acha que


eu quero fazer isso?

— Você vai querer manter a sua parte no negócio.

Minha palma se contraiu quando tudo que eu queria era dar um tapa
naquele rosto lindo. — Estamos mexendo com os sentimentos deles.

— As pessoas se relacionam o tempo todo. As pessoas se separam o


tempo todo.

— Mas meus pais acham que isso é sério. Eu nunca os apresentei a uma
mulher antes, então eles provavelmente pensam que eu vou me casar com você
ou algo estúpido assim.

— Não é problema meu. — Ela disse friamente.

Eu nunca deveria ter subestimado essa mulher. Ela conseguiu escapar de


Knuckles em primeiro lugar e foi contratada como uma das minhas modelos.
Conseguiu me conquistar, me convencer a comprá-la por cem milhões de
dólares. Ela não era uma pessoa comum.

Parece que eu conheci meu par.


CAPÍTULO 3

Sentei-me na minha cama com um livro aberto. Passei meu dia nos
estábulos e meus ombros estavam doloridos de uma maneira que nunca antes.
Eu jamais tive realmente um dia duro de trabalho em Nova York, não como
tive aqui. Meus dedos começaram a formar calosidades e meus músculos se
tonificaram, mas eu gostei.

Mas eu ainda não tinha cavalgado.

Marco disse que eu não estava pronta.

Eu estava conhecendo os cavalos, mas aquele com o qual ainda não tinha
me conectado era Carbine.

Esse cavalo é um idiota.

Passos soaram do outro lado da minha porta no corredor e, a julgar por


seu peso e velocidade, eu sabia que não era Dante. Conway e eu não nos
falamos desde que sua família foi embora ontem. Fui para o meu quarto e ele
foi para o escritório.

Eu poderia admitir que minhas ações foram um pouco duvidosas. Peguei


sua família como garantia porque sabia que ele preferia morrer antes de
deixa-los saberem o que realmente estava acontecendo entre nós. Ele cometeu
o erro de me dizer o quão próximos eles eram.

Mas era a única vantagem que eu tinha.

Se fosse passar uma vida inteira aqui, não queria ser uma escrava
obediente.

Queria ser parceira. Talvez eu não fosse sua namorada, mas decerto
pudesse ser sua amiga. Talvez nosso sexo sempre fosse apenas sexo, mas
possivelmente conseguiria ser diferente agora. Pelo menos tudo pode ser
diferente.

Ele entrou pela porta sem bater, ainda agindo como se fosse o dono do
lugar.

— Bata. — Meus olhos mudaram para o seu olhar, vendo a raiva


queimando explodindo dentro dele.

Ele ficou na entrada e não se mexeu.

— Volte e tente novamente.

Ele apertou a mandíbula com tanta força que parecia que seus olhos iam
pular para fora de sua cabeça. — Vou me lembrar da próxima vez.

— Não. Faça isso agora.

Ele bateu a porta atrás de si, solidificando sua decisão. — Eu não sou sua
vadia. Vamos deixar isso claro. — Ele caminhou em direção à cama, seus
braços grossos rígidos ao lado do corpo.

Fechei meu livro e encontrei seu olhar, de repente ciente de que


estávamos sozinhos no meu quarto. A última vez que ele me fodeu, foi forte e
bom. Não houve beijo ou gentileza. E não me deixou gozar.

Eu ainda não o tinha perdoado por isso.

Ele estava bem ao meu lado, seus olhos penetrantes ondulando com uma
tempestade.

Não ordenei que ele saísse e tentasse bater de novo. Eu sabia que seus
botões foram pressionados o suficiente. — Sim?

— Eu quero sexo.

Eu levantei uma sobrancelha, incapaz de acreditar que essas palavras


realmente saíram de sua boca. — E o que você quer que eu faça sobre isso?

— Abra suas pernas. O quê mais?

Peguei meu livro e bati contra seu peito. — Não.

Ele não se moveu, apesar do peso do livro. — Eu perguntei.

— Só porque você perguntou não significa que você entendeu.

Ambas as mãos formaram punhos.

— E você não perguntou. Você acabou de entrar aqui e falar como um


homem das cavernas.

— Estou gostando cada vez menos desse arranjo...

Este não era um relacionamento robótico. Ele não apenas pedia algo, e
eu cumpria seu desejo. — Se eu fosse uma mulher em um bar, você diria isso?

— Depende. Eu a comprei por cem milhões de dólares? — Ambas as


sobrancelhas franziram.

Ignorei o que ele disse. — Você seria legal. Compraria uma bebida para
ela. Flertaria... Não apenas deixaria escapar.

— Você está me dizendo que quer que eu te seduza?

— Eu acho... Talvez você pudesse me beijar ou me tocar... Deixar-me no


clima.

Ele suspirou. — Você sabe como me sinto sobre beijos.

— Eu sei como você diz que se sente. Mas quando você está me beijando,
com certeza parece que gosta.

Ele se afastou da cama e colocou as mãos nos bolsos. — Você disse que
isso era um compromisso, mas me sinto como o único fazendo sacrifícios aqui.
— Apenas me trate como um ser humano. Por que isso é tão difícil para
você, Conway? Tenho certeza que já esteve com muitas mulheres. Você sabe
como colocá-las na cama. Por que você não pode fazer isso comigo?

— Você acha que eu compro flores para elas e digo que são lindas e essas
merdas? — Ele rosnou. — Não, não é isso que acontece. Conway Barsetti fica
com uma boceta no segundo que entra em uma sala. Mulheres se jogam em
mim onde quer que eu vá. Eu nunca seduzi uma mulher em toda a minha vida,
certo? Eu gosto assim. É ridículo você esperar ser diferente.

— Você me comprou por cem milhões de dólares... Eu tenho que ser


diferente.

Ele desviou o olhar para fora da janela, respirando através de sua raiva.
Seu peito subia e descia rapidamente antes que ele o controlasse.

— Quanto tempo você espera me manter, Conway?

— Agora... Não tenho certeza.

— E você diz que sou sua fantasia, certo?

Ele lentamente se virou para mim, seus olhos não tão hostis.

— Eu posso ser sua fantasia. Mas você precisa ser a minha. É isso que
estou pedindo.

Ele me encarou por um longo tempo, sem piscar os olhos.

— Eu quero me sentir bonita. Gostaria que você me tocasse suavemente.


Na primeira noite em que estivemos juntos, você fez tudo que eu queria. É isso
que eu espero o tempo todo. Desejo que você me trate bem. Almejo que seja
um amigo. Quando começamos a trabalhar juntos, você era um idiota às
vezes... Mas também era muito doce. É isso que eu espero, Conway. Se
começar a me tratar assim... Posso ser o que você quiser. Vou fazer você se
sentir querido. Vou fazer você se sentir um rei. Direi seu nome na cama ou
quando seu pau estiver na minha boca. Serei o que você quiser na metade do
tempo, e você será o que eu quiser na outra metade. Se este é um compromisso
para toda a vida, devemos ser o que precisamos uns para os outros.

Ele finalmente se sentou na beira da minha cama, seus músculos


poderosos tensos sob sua camiseta. Apoiou os cotovelos nos joelhos e se
inclinou para frente. Olhou pela janela antes de soltar um suspiro silencioso.

— Quer saber sobre a primeira vez que te vi?

Ele finalmente piscou.

— Eu estava sentada em um bar bebendo uísque. Tinha chegado ao fundo


do poço, e havia uma nota de Knuckles no balcão na minha frente...

Ele voltou seu olhar para mim.

— Estava passando um programa de entretenimento na TV e eles fizeram


um breve segmento sobre você. Mostraram algumas fotos suas, falaram sobre
o seu desfile de moda e mostraram um vídeo seu antes de algum show de
premiação... Achei que você fosse o homem mais bonito que eu já tinha visto.
— Talvez eu devesse ter mantido essa informação para mim, mas decidi
compartilhar. Este relacionamento nunca mudaria a menos que eu o fizesse
mudar. — Quando te vi pessoalmente, pensei a mesma coisa. Mas então você
abriu sua boca idiota e eu percebi que era bom demais para ser verdade. Você
foi duro, arrogante e rude. Embora isso não mudou minha atração por você.
Quando fazemos sexo, eu gosto. Tento não gostar... Mas gosto. Entendo que
você não quer intimidade porque afeta seu trabalho, mas estou pedindo que
abra uma exceção para mim. Se eu sou sua fantasia, a inspiração para os
melhores designs que já fez, então talvez eu possa inspirá-lo ainda mais.
Talvez, se você se arriscar, eu possa levá-lo a um sucesso ainda maior. Eu sei
que há uma conexão entre nós... Você também sentiu.

Ele se virou quando terminei de falar, esfregando as mãos enquanto


olhava pela janela. Mirou para a escuridão antes de desviar o olhar para as
mãos. Calejadas e tensas, suas mãos pertenciam a um homem de verdade.
Seus antebraços eram longos e esculpidos, e seus bíceps esticaram sua
camiseta. As linhas de seu corpo eram tão duras que pareciam esculpidas em
pedra. — Não gosto da ideia, mas admito que o que estamos fazendo agora não
está funcionando...

— Não, não está.

Ele continuou a olhar para suas mãos.

— Eu sei que você age como um cara mau às vezes, mas não acho que
você realmente é. Eu penso que é um homem maravilhoso, mas você tenta
esconder isso para se proteger. Acredito que tem um coração, mas morrerá
antes de deixar alguém chegar perto dele. Eu vejo isso mais quando você está
com sua família. Se alguém colocasse a mão em sua irmã, você o mataria com
as próprias mãos.

— Só porque amo minha irmã, não significa que sou um cara bom, Muse.
Pense em todas as coisas que fiz para você.

— E todas as coisas que você fez por mim…

Ele olhou pela janela.

— Não estou dizendo que é perfeito. Você é complicado. Isso é bom. Mas
não creio que seja tão mau quanto finge ser. Então pare de fingir comigo. Você
pode ser você quando fomos apenas nós dois.

Ele massageou os nós dos dedos.

— Nós dois sabemos o que teria acontecido comigo se não me comprasse.

— Sim. Mas eu também só queria transar com você. Eu também queria


ser o único a tirar sua virgindade. Portanto, pare de reescrever a história. Pare
de me fazer parecer uma espécie de herói. Não sou um herói e nunca quero
ser. Sim, seria bom se você me aceitasse como eu sou; o bom, o ruim e o feio.
Mas não finja que sou algo que não sou... Isso é irritante.

Se era isso que ele queria, eu desistiria. — Podemos tentar isso, Conway?

Ele não me respondeu.

Eu deslizei minha mão pela cama e descansei em seu braço.


Ele ficou tenso com o meu toque.

Eu deslizei mais longe até alcançar seus dedos. Mudei minha mão entre
as dele e finalmente o agarrei.

Ele não se afastou.

Eu apertei meus dedos entre os seus.

Ele não respondeu. Seu corpo estava imóvel. Ele estava sem vida. Então
soltou um suspiro silencioso e apertou minha mão. — Tudo bem... Vamos
tentar.

****

Carbine moveu-se para o lado oposto do cercado, sua cauda balançando


como se estivesse irritado. No segundo em que me aproximei da cerca, ele
desenvolveu essa atitude. Ele não parecia gostar de ninguém, nem mesmo de
Marco. — Eu apenas lavei e esfreguei essas cenouras. Você está me dizendo
que não as quer?

Ele relinchou e mordiscou a grama.

— Você prefere comer grama do que isso?— Perguntei incrédula.

Carbine me ignorou completamente.

Este cavalo era mais atrevido do que eu.

— Ele se move ao seu próprio ritmo. — Conway se aproximou de mim por


trás, usando botas marrons, jeans apertados e uma camiseta preta. Suas mãos
estavam nos bolsos, e a barba em sua mandíbula o fazia parecer desgastado
como um homem que realmente trabalha ao ar livre.

Meu coração disparou imediatamente quando Conway se aproximou. Na


noite passada, ficamos de mãos dadas por trinta minutos sem falar. Foi a
maior intimidade que já tivemos, ainda mais do que a primeira vez que
estivemos juntos.

Desde aquele momento, parecia diferente.

— Então por que você o mantém?

Ele pegou uma das cenouras da minha mão. — Ele é um lindo cavalo.

— Mas ele não gosta de ninguém.

— Não é verdade. — Ele revirou a língua e soltou um assobio alto.

Carbine ergueu imediatamente a cabeça e olhou para Conway. Então se


aproximou, seus passos aumentando de ritmo conforme ele chegava. Sua crina
mudou com a brisa, como uma cobra rastejando no deserto. Ele veio até a
cerca e imediatamente sufocou Conway com sua respiração.

— Ei menino. — Conway coçou-o atrás da orelha. — É isso que você quer?


— Ele estendeu a cenoura e Carbine a devorou. Mas assim que a comida
acabou, o cavalo ficou ao longo da cerca com Conway.

Fiquei em estado de choque. Eu nunca tinha visto Carbine fazer nada


além de ignorar Marco e eu. Mas ele claramente amava Conway. — Eu nunca
o vi agir dessa forma.

Ele o esfregou ao longo do pescoço. — Ele e eu simplesmente nos


entendemos. Dê a ele a cenoura.

— Uh... Ele pode morder minha mão.

— Ele não vai. Ele tem uma atitude, mas ele não é mau.

Estendi a cenoura e Carbine a comeu. Ele não era hostil comigo, mas era
óbvio que ele estava lá apenas para ver Conway.

Conway o esfregou por mais alguns minutos antes de pousar os braços


na cerca. — Ele é um lindo garanhão. Eu costumava deixar as pessoas procriar
suas éguas com ele, mas parei.

— Por quê?
Ele encolheu os ombros. — Eu me senti um cafetão.

— Bem, talvez a razão pela qual ele está tão irritado é porque não está
conseguindo nenhum ato.

Conway deu uma risadinha. — Às vezes ele entra em ação com as éguas.
Normalmente vendemos esses cavalos.

— Você já montou nele? — Ele parecia muito volátil para ser controlado.

— Eu não tenho há um tempo, mas sim, eu monto.

— Ele tenta resistir a você?

— Não.

Quando Carbine parou de receber atenção, ele começou a mastigar a


grama novamente. Seus grandes lábios puxaram para trás enquanto seus
dentes mordiscavam as hastes curtas. Ficamos juntos e o observamos, a brisa
quente movendo-se em nossa pele.

Conway ficava bem em jeans tão justos.

— Como estão os estábulos hoje?

— Bom. Parece que não importa quanto trabalho eu faça, sempre há mais
esperando por mim no dia seguinte. É impossível que seja perfeito mesmo por
alguns dias. Sempre requer atenção.

— Eu posso imaginar.

— Mas eu gosto disso. Na verdade, eu estava me perguntando como você


se sentiria ao comprar pôneis...

— Porque eu faria isso? — Seus olhos estavam focados em Carbine.

— Porque eles são fofos...

Quando ele se virou para mim, estava sorrindo com os olhos. — Não
estou interessado em coisas fofas.

— E se eu cuidasse deles?
— A que propósito serviriam?

— Para que servem os cavalos? — Rebati.

O canto de sua boca se ergueu em um sorriso. — Bom ponto.

— Então…?

— Vou pensar sobre isso.

— Nós temos o espaço. E a alimentação e tudo mais... Não é como se fosse


um incômodo.

— Uau, você realmente quer um, hein?

— Bem, teria que ser pelo menos dois. Ter apenas um é cruel... Eles
precisam de um amigo.

— Vou pensar sobre isso. — Ele repetiu.

Parei de olhar para Conway e olhei para Carbine novamente. — O que


você fez hoje?

— Fui ao estúdio por algumas horas e me encontrei com a Nicole. Essas


peças que foram exibidas esgotaram rapidamente. Ela disse que eu deveria
começar a planejar meu próximo lançamento. Eu tenho que pegar essa
oportunidade enquanto ainda está quente...

— Não é uma má ideia. Você tem alguma ideia planejada?

— Algumas. — Ele disse vagamente.

Olhei para o sol para ver que horas eram, já que eu não tinha relógio.
Eram entre três e quatro horas e eu tinha algumas coisas para terminar antes
que o dia acabasse. — Eu deveria voltar ao trabalho.

Ele se endireitou na cerca, voltando os braços para os lados. — Você vai


jantar comigo esta noite?

Apesar do calor do verão, senti arrepios nos braços. — Claro.

— Ótimo. Te vejo então.


****

Sentamos no terraço com uma única vela branca entre nós. Dante
preparou bifes suculentos com talos de aspargos junto com batatas. Ele
escolheu o vinho para complementar a comida e tivemos uma refeição cinco
estrelas bem no quintal.

O sol havia se posto trinta minutos atrás e agora uma linha tênue se
estendia no horizonte. Salpicos de azul, laranja e rosa se misturaram com as
nuvens que começaram a rolar conforme a temperatura esfriava.

Conway e eu não falamos muito. Desde que chegamos a nosso acordo,


falamos menos um com o outro. Simplesmente havia menos a dizer, já que ele
não estava mandando em mim o tempo todo. A base de nosso relacionamento
era brigar. Sem isso, não havia muito para acontecer.

Mas eu preferia o silêncio a discutir.

Ele olhou para mim a maior parte do tempo, sua camisa preta mostrando
a espessura de seus braços. Havia se barbeado antes do jantar, então seu
queixo estava limpo da barba por fazer no início da tarde. Seus olhos eram
escuros como sua camisa, dando-lhe uma aparência sombria constante. A
única vez que ele desviou o olhar foi para ver seu bife enquanto cortava um
pedaço.

Estava me acostumando com seus olhares. O olhar era idêntico ao que


costumava ser, mas de alguma forma parecia diferente. — A história de
Vanessa era verdadeira? Você realmente fez isso?

Ele tomou um gole de vinho antes de responder. — Sim.

— Por quê?

— Homens são idiotas nojentos, é por isso.


— Sim, mas nem todos são.

Ele balançou sua cabeça. — Sim, todos. De todas as mulheres, você


deveria concordar com essa afirmação.

Eu não consegui quando uma exceção estava sentado bem na minha


frente. Mas já que ele odiava ser rotulado como um cara bom, eu não disse
nada. — Você cuida muito dela?

— Muito mais do que ela pensa. Ficou chateada comigo quando eu a


segui, mas ela acha que é a primeira vez. O fato de ela nunca ter me notado
antes me preocupa.

— Ela parece uma jovem capaz.

— Ela não é. É jovem e ingênua. Acha que o mundo é um lugar lindo e ela
precisa de uma tela em branco para capturar tudo. Fodidamente insuportável.

— Parece que ela tem um bom espírito.

— Ela tem. Eu não estaria tão preocupado se ela não fosse tão bonita. —
Ele suspirou antes de tomar outro gole de seu vinho. — Eu sou o seu irmão, e
nem eu posso fingir que é feia. Sempre que estou com ela, todos os homens
ficam olhando-a. Mas não posso estrangular doze homens de uma vez, então
tenho que lidar com isso. Então, quantos homens a encaram quando ela está
sozinha?

— Ela pode ser jovem, mas eu duvido que ela seja desinformada nisso.
Toda mulher bonita sabe o que é ser observada.

— Mas nem toda mulher entende que não é invencível. Vanessa tem um
falso senso de identidade. Ela pensa que é mais forte do que realmente é. Se
alguém a agarrar, ela pensa que será capaz de lutar contra... Mas não pode.

Sua profunda preocupação com sua irmã me fez pensar se havia mais
nessa história do que ele estava me contando. — Conway, aconteceu alguma
coisa?

Foi a primeira vez que ele baixou o olhar durante a conversa. — O que
significa?

— Você e seu pai pareciam... Desconfortáveis com o assunto.

Ele bebeu seu vinho novamente, desta vez tomando um gole muito
maior. — Eu prefiro não falar sobre isso.

Portanto, havia um motivo. — Lamento ter perguntado.

Ele terminou seu copo e o encheu novamente. — Quando ela decidiu que
queria estudar em Milão, foi difícil para meus pais deixá-la ir. Eles a protegem
por toda a vida. Como ela está perto de mim, sinto necessidade de cuidar dela.
Até agora não houve nenhum problema, mas nunca se sabe. Uma parte de
mim quer que ela se case com um homem muito poderoso, assim nunca mais
terei que me preocupar.

— Talvez ela case.

Ele balançou sua cabeça. — Ela é muito independente e muito atrevida.


Ela assusta os homens.

— Um homem realmente bom não se assustará. Então, quando


encontrar o certo, ele ficará por perto.

— Talvez.

Eu ajustei as mangas do meu vestido. Estava usando o vestido que Dante


havia trazido para o meu quarto, azul claro com um decote profundo na frente.
O decote era tão baixo que eu não poderia usar sutiã com ele, então eu prendi
meus mamilos com fita adesiva para não pressionar o tecido fino. — Eu acho
que é doce que você se preocupe tanto com ela. Eu posso dizer que ela te ama.

— Porque ela tem que amar.

— Não... definitivamente não.

Ele olhou através dos campos para a terra à distância. A julgar por sua
frieza, o assunto havia expirado oficialmente. — Eu não sei nada sobre sua
família. Como eram eles?
— Meu pai morreu há muito tempo. Acidente de carro. Minha mãe o
seguiu alguns anos depois, quando adoeceu. Tenho uma tia que mora na
Califórnia, mas nunca esteve por perto. Nathan era tudo que eu tinha... Até
perceber quem ele realmente era.

— Sinto muito.

Eu não tinha uma família próxima como Conway. Mesmo quando meus
pais estavam vivos, nunca fomos próximos. Quando meu irmão e eu
morávamos sob o mesmo teto, não passávamos muito tempo juntos. Talvez se
tivéssemos, eu teria percebido o que estava acontecendo. Se eu não estivesse
tão focada em mim, talvez pudesse ajudá-lo.

— Você não gosta de falar sobre isso. Lamento ter perguntado.

Eu não tinha percebido o quão bem Conway conseguia me ler até então.
— Há algo que eu gostaria de saber.

— Sim?

— Quando você me viu pela primeira vez... O que você estava pensando?
— Eu sabia o que estava pensando quando o vi pela primeira vez, e até
compartilhei esse momento com ele. Ele compartilharia aquele momento
comigo?

— Não estava pensando em nada.

Eu não acreditava que isso fosse possível, então olhei para ele e esperei
por mais.

— Eu somente vi você e finalmente parei de pensar. — Ele manteve os


olhos no horizonte. — No meu mundo, minha mente está sempre a um milhão
de milhas por hora. Estou constantemente me perguntando o que devo fazer
a seguir, que modelo complementará minha próxima peça. Mas quando te vi...
Parei de pensar completamente. Estava tão quieto. Você era a resposta que eu
não estava procurando. Você era a modelo perfeita que nunca pensei que
encontraria. Era tão verdadeira, tão real, que não precisei pensar em
absolutamente nada.

Senti meu pulso acelerar no pescoço, senti a veia tremer. Minha


respiração aumentou ligeiramente, lembrando-me da visão de sua silhueta
naquele auditório escuro. O fato de ter feito esse homem brilhante parar de
pensar me fez entender o verdadeiro impacto que tive sobre ele.

— E desde aquele momento... Você tem sido minha estrela.

Isso me fez pensar se ele se sentia assim em relação a outras modelos


antes de mim. Eu substituí Lacey Lockwood? Ela substituiu alguém antes
dela? — Você se sente assim com relação a modelos com frequência?

Ele se virou para mim, seus olhos se estreitaram. — Nunca.

— Apenas eu…?

Ele assentiu. — Eu nunca vi uma mulher mais bonita. Quando digo isso,
eu quero dizer a verdade.

Quando ele era gentil assim, era difícil para mim não gostar dele. E eu
não gostava apenas porque era um homem tão bonito. Gostava porque havia
muito mais nele. Ele pode me fazer sentir tão bonita com tanta facilidade. —
Você dormiu com Lacey Lockwood?

Seus olhos se estreitaram. — O que isso tem a ver com alguma coisa?

— Só estou me perguntando se você dorme regularmente com suas


modelos.

— Com quem eu durmo não é da sua conta, — ele disse friamente.

Engoli o insulto e sabia que havia estragado a noite fazendo a pergunta,


embora essa nunca tenha sido minha intenção. Já que estávamos dormindo
juntos, achei a conversa apropriada.

Conway fechou os olhos e suspirou, provavelmente percebendo que sua


resposta foi fria. — Não, eu nunca dormi com ela. Eu não durmo com minhas
modelos.
Não consegui esconder minha surpresa com a revelação. Eu senti minhas
sobrancelhas levantarem. — O quê?

Ele fez o possível para lutar contra a irritação que ardia em seus olhos. —
Você ouviu o que eu disse.

— Mas... Estou surpresa com isso.

— Não misturo negócios com prazer.

— Você está dormindo comigo.

— E é por isso que você não é mais uma das minhas modelos. Agora é
apenas minha inspiração, minha fantasia particular.

— As garotas parecem tão apaixonadas por você... E aquele batom no seu


pescoço... Eu simplesmente presumi.

— No segundo que eu dormir com elas, tudo vai se complicar. Dessa


forma, sua classificação é baseada apenas no mérito. Não há chance de ciúme
quando eu não vou foder nenhuma delas. Eu posso pegar a bunda mais quente
somente fora da passarela.

Não gostava de imaginá-lo pegando a bunda de ninguém, embora não


tivesse certeza do por que. — Então aquele batom realmente não era por
dormir com alguém?

Ele segurou meu olhar e não vacilou. — Não. Como eu disse, não dormi
com ninguém.

— Mas você pretende?

Ele fez uma pausa antes de responder à pergunta. — Eu já expliquei isso


para você.

Eu poderia coagi-lo à monogamia, mas isso poderia fazê-lo mentir. Eu


preferia a honestidade.

— Você já terminou? — Ele perguntou.

— Sim. Estava uma delícia.


Saímos da mesa e voltamos para casa. Depois de dois lances de escada,
estávamos no corredor onde nossos quartos estavam localizados.

Ele estava fazendo um esforço para me tratar da maneira que eu queria.


Sabia que deveria dar a ele o que queria em troca. Depois de passar uma noite
em frente a ele parecendo tão sexy naquele vestido, a ideia não parecia ruim.

Parecia boa, na verdade.

Eu não podia acreditar que esperasse tanto para transar, foi mesmo
muito incrível.

Ele parou na frente da minha porta, seus olhos focados em meus lábios.

Eu sabia o que aconteceria a seguir. Pressionei minhas mãos contra seu


peito e me movi para ele, meus lábios mirando nos seus. Ele queria pular o
beijo, mas era minha parte favorita. Adorava sentir sua boca contra a minha.
Era quando me sentia mais conectada a ele.

Eu o beijei.

Ele me beijou de volta.

Eu mantive o beijo suave e curto. Meus dedos sentiram a dureza de seu


corpo e eu respirei em sua boca, pensando em como seu grande pau parecia
dentro de mim. Costumava doer, mas agora eu amei o quão cheia me faria
sentir.

Afastei minha boca e deixei cair minhas mãos. — Vá para a cama. Eu


estarei lá em um segundo.

Seus olhos escureceram imediatamente quando percebeu que estava


conseguindo o que queria.

— Eu só quero me arrumar um pouco...

— Gaveta superior.

— Desculpa?

— Tem lingerie na sua gaveta de cima. — Ele se virou de costas para mim
e entrou em seu quarto. A porta bateu audivelmente atrás dele, mas ele não se
virou para olhar para mim novamente.

Agora meu coração estava batendo muito rápido. Minhas palmas


estavam bastante quentes, mas congeladas ao mesmo tempo. Entrei no meu
quarto e abri a primeira gaveta para descobrir as dezenas de combinações.
Diferentes tecidos e cores, cada peça era sexy de uma forma única. A primeira
que agarrei tinha tantas cordas que não tinha certeza de como funcionava,
então peguei a que estava embaixo dela. Um body de renda prata preso na
virilha, era a próxima escolha na pilha. Presumi que foram classificadas por
preferência, então eu puxei-a.

Já tinha feito isso antes, então não deveria ficar nervosa, mas parecia a
primeira vez de novo. A última vez que estive em seu quarto, ele tirou a lingerie
branca do meu corpo e levou minha inocência. Eu dormi ao seu lado a noite
toda, seus braços fortes em volta de mim. Era uma boa lembrança... Apesar
das circunstâncias.

Entrei em sua suíte com os saltos prateados que encontrei no meu


armário e fiz meu caminho em direção ao seu quarto. Meu ritmo estava lento
porque estava nervosa. Estávamos operando nosso relacionamento de forma
diferente, e algo nisso me deixou inquieta. Eu não sabia o que esperar. O fato
de que eu o queria, sentada em frente a ele no jantar a noite toda me fez pensar
se eu tinha enlouquecido. Eu tinha o poder de recusá-lo o quanto quisesse,
mas não queria recusá-lo de forma alguma.

Eu queria ir para aquela cama com ele.

Como se estivesse na passarela, endireitei meu corpo e mantive minha


cabeça erguida. Meus ombros estavam para trás, minha clavícula proeminente
e minha barriga flexionada em direção à coluna. Meus saltos ecoaram
levemente contra o piso de madeira, para que ele pudesse ouvir minha
abordagem tão facilmente quanto eu.

Eu queria ser sua fantasia, dar a ele o tipo de experiência que mais
desejava. Foi difícil para mim fazer isso, já que tinha tão pouca prática.
Sempre que ele entrava no meu quarto para fazer sexo, geralmente era cara a
cara e seu pau estava bem dentro de mim.

A porta estava aberta, então entrei em seu quarto.

Sua lareira estava acesa, lançando uma luz dourada sobre a cama. Ele se
sentou ereto contra a cabeceira de madeira, seus ombros enormes se
estendendo de um lado para o outro. Sua pele bronzeada brilhava na luz e as
sombras que separavam seus músculos eram escuras e exageradas. Ele virou
a cabeça ligeiramente para olhar para mim, com as mãos apoiadas nas
cobertas que estavam puxadas até a cintura. Todas as suas roupas estavam
espalhadas pelo chão, então eu sabia que ele estava nu.

Mal podia esperar para ver por mim mesma.

Fui até a beira da cama e tirei a sandália esquerda.

— Mantenha os saltos.

Vacilei antes de colocá-la de volta. Endireitei-me novamente antes de


olhar para ele, sem saber o que fazer. Eu o monto? Faço um strip? Rastejo por
seu corpo e começo a chupar seu pau?

Eu não tinha certeza.

Mas sabia que tinha que parar de pensar nisso. Em vez de me concentrar
no que pensei que ele queria, apenas segui meus instintos. Os homens
gostavam de sexo, independentemente da posição. E eles queriam que uma
mulher os quisesse. Tudo que eu precisava fazer era isso, e deveria ser bom o
suficiente.

Rastejei para a cama e me movi em cima dele, minhas pernas montadas


em seus quadris. Abaixei-me e sentei-me em seu pau duro, todos os vinte
centímetros de sua espessura. Era quente ao toque, mesmo através da renda
que nos separava.

Suas mãos começaram nos meus joelhos e subiram ligeiramente pelas


minhas coxas em direção aos meus quadris. Ele pressionou seus dedos em
mim com um pouco de pressão, e seus olhos seguiram seu movimento. Subiu,
para cima, ele foi, movendo-se sobre a minha barriga até que colocou as mãos
em volta da minha caixa torácica. Então, ergueu os olhos para mim.

Ele parecia tão sexy com a parte de trás da cabeça apoiada na cabeceira
da cama. Ele estava excitado, mas de uma forma preguiçosa. Seu pau
estremeceu ligeiramente debaixo de mim, a pulsação suave me batendo bem
contra o meu clitóris. Ele olhou nos meus olhos com confiança, como se
soubesse que eu queria estar lá tanto quanto ele.

Ele deslizou as mãos em volta da minha cintura e lentamente se moveu


para a minha bunda. Meu body era uma tanga, então minhas bochechas
estavam nuas ao seu toque. Ele as massageou com a ponta dos dedos,
segurando minhas bochechas e massageando-as.

Assim que parei de pensar sobre minha situação e operei com base em
minhas emoções, meu batimento cardíaco desacelerou e minhas mãos
imediatamente se moveram por conta própria. Segurando seus ombros para
equilibrar, e eu me inclinei para beijar seus lábios carnudos.

Ele me beijou de volta imediatamente, desta vez sem relutância.

Respirei fundo no instante em que o senti, a química mais quente do que


da última vez. Ele virou a cabeça ligeiramente e puxou suavemente meu lábio
inferior em sua boca. Beijou-me um pouco mais forte antes de fechar a boca e
abri-la novamente. Guiou-me em uma dança sexy com nossos lábios, nossos
corpos se movendo juntos lentamente e nossas bocas se devorando.

Suas mãos agarraram minha bunda com mais força e me puxou ainda
mais perto dele, levando meus seios contra seu peito duro. Ele apertou minha
bunda com mais força, as pontas dos dedos me explorando mais
profundamente do que antes. Eu podia sentir seu peito subir com cada
respiração que dava, sentir a excitação quando seu pulso começou a acelerar.

Os sons sensuais que nossas bocas faziam, encheram o quarto, mais altos
do que a lareira distante do outro lado do quarto. A quietude era um dos
aspectos mais sexy do momento, porque podíamos ouvir cada reação que
tínhamos um do outro.

Em seguida, sua mão deslizou em meu cabelo, e ele o puxou para longe
do meu rosto, seu beijo ficando mais profundo e mais forte. Deslocou seus
lábios para o canto da minha boca, em seguida, espalhou beijos ao longo do
meu queixo, movendo-se lentamente para o meu pescoço. Ele me beijou em
todos os lugares, colocando sua boca sobre meus ombros enquanto agarrava
meu cabelo com mais força. Colocou o braço em volta da minha cintura e me
puxou para mais perto, sua respiração pesada enchendo meu canal auditivo.

Agora eu não estava pensando em nada.

Estava apenas tocando-o, beijando-o, sentindo-o. Não pensei sobre o


passado ou por que estava lá. Não pensei sobre nosso novo acordo ou do que
estava fugindo. Agora, eu era apenas uma mulher que queria um homem. Eu
era apenas uma mulher passando a noite com o designer de lingerie mais sexy
e rico do mundo.

Sua boca trilhou de volta para a minha e me beijou novamente, desta vez
mais agressivamente do que antes. Seus dedos cravaram em mim sempre que
ele me agarrava, arranhando meu corpo como se não pudesse se cansar.

Minhas mãos exploraram seu peito duro, sentindo o martelar de seu


coração forte. Ele estava tão animado quanto eu, desenfreado como um cavalo
selvagem.

Ele chupou meu lábio inferior em sua boca enquanto alcançava entre
minhas pernas e desabotoava o body com um rápido movimento de seu
polegar e indicador. Ele imediatamente se desfez e a lingerie se amontoou em
direção à minha cintura.

Ele moveu dois dedos sobre a minha entrada, em seguida, gemeu em


minha boca quando sentiu a poça de líquido pingar em sua mão. Ele esfregou
os dedos e o polegar, seus lábios ainda pressionados nos meus. — Jesus…
Foi a primeira vez que não senti vergonha do que sentia por ele. Minha
boceta estava doendo para sentir seu enorme pau dentro de mim. Eu queria
experimentar aquele alongamento agora, pois era tão bom. Fiquei
imensamente atraída por esse homem, não apenas por causa de sua aparência,
mas por sua dedicação ao trabalho e seu óbvio auto respeito. Sem mencionar
que ele era tão poderoso que até mesmo um homem assustador como
Knuckles recuou. — Eu quero você, Conway.

Ele terminou o beijo e olhou nos meus olhos, sua expressão fria e quente
ao mesmo tempo. Sua mandíbula estava dura e o fogo lançava uma sombra
espessa ao longo de sua boca. Seus lábios carnudos estavam pressionados
juntos, e suas sobrancelhas franzidas da maneira mais sexy. — Você quis dizer
isso, Muse?

Eu não esperava que ele perguntasse, porque não parecia importante. Se


eu realmente o queria ou não, ele não deveria se importar. Ele me comprou
para desfrutar. Como ele disse, eu era apenas um brinquedo que usava para se
divertir.

Guiei sua mão para o meu corpo, pressionando seus dedos contra a
umidade escorrendo por entre minhas pernas. — Você não sabe?

Ele pressionou sua testa contra a minha e soltou um gemido baixo, o som
vindo do fundo de sua garganta. Seus dedos cravaram-se em mim com mais
força, praticamente machucando a pele com seu entusiasmo.

Eu me levantei acima dele e o agarrei pelo pau. Foi a primeira vez que o
pressionei contra mim, a primeira vez que realmente iniciei o ato sexual. Senti
sua coroa empurrar contra minha entrada, ficando coberta com minha
lubrificação.

Ele gemeu no segundo que me sentiu, seus olhos fixos nos meus.

Lentamente afundei, avançando mais fundo dentro de mim enquanto me


abaixava em direção a sua cintura. Mesmo que meu corpo finalmente tivesse
sido invadido, ele era simplesmente grande demais para a minha pequenez.
Foi difícil levá-lo para dentro, então tive que ir devagar, movendo-me
centímetro a centímetro. Quando ele estava na metade do caminho para
dentro, eu gemi com sua intrusão. Ele assumiu tudo de mim. Se fosse maior,
isso simplesmente não funcionaria.

Ele agarrou meus quadris e me dirigiu o resto do caminho para baixo,


guiando-me lentamente até que ele estava dentro de mim. — Fodidamente
perfeito. — Ele estava no nível dos meus olhos enquanto descansava suas
costas contra a cabeceira da cama. Agarrou o tecido amontoado em volta da
minha cintura e puxou-o sobre a minha cabeça para que pudesse espalmar
meus seios com suas mãos grandes. Agressivamente, os apertou. Quando ele
sacudiu o polegar sobre o mamilo, fez isso rudemente, me fazendo arrepiar e
doer. — Foda-me, Muse.— Ele moveu suas mãos para minha bunda e me
puxou para cima, fornecendo orientação, já que eu nunca tinha feito isso
antes. Arqueou minhas costas me puxando para frente. Quando ele empurrou
de volta, fez minhas costas dobrarem em uma direção diferente.

O resultado foi uma estimulação incrível do meu clitóris contra seu osso
pélvico. A espessura de seu pau deixou meus nervos em fogo, e me senti cheia
dele de todas as maneiras imagináveis. Movi-me devagar porque mal
conseguia lidar com a sensação boa. Este lindo homem estava me agradando,
quando eu era a única tentando agradá-lo.

Ele fechou os olhos e suspirou baixinho. — Muse... — Guiou-me para


cima e para baixo lentamente, como se qualquer aumento no ritmo fosse
arruiná-lo. Seus dedos cravaram na minha bunda toda vez que me puxou. Seu
peito se expandiu com as respirações profundas que ele tomou, e sua
mandíbula cerrou mais forte do que nunca. Essa expressão concentrada se
estendeu por seu rosto, semelhante à que ele usava quando estava focado em
criar algo. Mas essa expressão era um milhão de vezes mais intensa.

Só isso me faria gozar. — Conway…

Ele colocou a mão em volta do meu pescoço e puxou-me para um beijo.


Lentamente me beijando movendo seus quadris em mim, seu grande pau
deslizando lentamente para dentro e para fora do meu corpo. Uma mão ficou
na minha bunda e a outra agarrou meu pescoço.

Seu beijo sempre foi minha ruína. Adorei sentir sua respiração entrar em
meus pulmões. Adorei sentir seus dedos pressionando diretamente no meu
pescoço. Seus beijos sempre foram propositais, como se estivesse tentando
aproveitar cada troca de nossos lábios. Sentia-me a única mulher em sua vida
quando estávamos juntos assim. Ele nunca beijou ninguém, mas abriu uma
exceção para mim. Isso me fez sentir especial.

Meus lábios começaram a tremer e minhas unhas cravaram em seus


ombros. — Você vai me fazer gozar... — Foi a primeira vez que não tentei lutar
contra isso. Agora, eu esperava ansiosamente por isso, sabendo que seria uma
explosão cósmica. Minha respiração saiu trêmula e meu corpo se apertou em
preparação. Seu pau estava me atingindo no ponto perfeito, esfregando-se
contra minhas paredes da maneira mais estimulante.

Ele beijou o canto da minha boca e respirou comigo. — Eu sempre farei


você gozar, Muse. — Ele guiou meus quadris para cima e para baixo
empurrando em mim, aumentando o ritmo e fazendo nós dois suar.

Alcancei a linha de chegada e gozei em cima dele, gritando em seu rosto


e cravando minhas unhas em sua carne. — Conway... — Minha boceta apertou
em torno de seu comprimento, apertando-o com força esmagadora. O clímax
foi melhor do que qualquer outro que experimentei, provavelmente porque eu
queria este.

— Porra... Goza no meu pau.

Senti a poça de umidade espalhar em seu pau uma vez que minha boceta
finalmente parou de se contrair. Me agarrei a ele com mais força terminando
a dose restante, abraçando-o com um aperto inesperado. Enterrei meu rosto
em seu pescoço porque não sabia mais o que fazer. Superada pela sensação
que estava causando estragos dentro de mim, eu era uma prisioneira de tudo
o que estava sentindo.

Ele passou os braços em volta de mim e me apertou enquanto continuava


a se empurrar para dentro de mim. Sua pele estava muito quente e seu aperto
era forte. Ele respirou comigo, curtindo meu orgasmo tanto quanto eu.

Quando finalmente passou, continuei a me agarrar a ele enquanto a


sensação lentamente se dissipava. Havia uma linha de suor no centro das
minhas omoplatas. Minha pele estava quente pelo esforço, assim como pelo
toque. Levou um momento para me recuperar da emoção, e lentamente sentei
com todo o seu pau dentro de mim.

Seu rosto estava corado com um tom rosado, a veia em sua testa
latejando. Ele agarrou minha cintura com os dedos e pressionou seu rosto
entre meus seios. Ele lambeu o suor do vale e chupou cada um dos meus
mamilos.

Eu descansei meu queixo em sua cabeça enterrando meus dedos em seus


cabelos.

— Goze dentro de mim, Conway.

Ele gemeu com meu peito na boca. — Você é inacreditável pra caralho. —
Ele puxou a cabeça para trás e descansou contra a cabeceira da cama
novamente. Então me arrastou para cima e para baixo em seu comprimento,
me fodendo em uma velocidade rápida. Pressionou seus pés contra os lençóis
enquanto empurrava seus quadris contra mim.

Segurei seus ombros enquanto balançava para trás, pegando seu


comprimento quando ele me deu. Eu podia senti-lo engrossar dentro de mim,
sentir seu pau se preparando para a grande explosão.

Conway agarrou minha mão e a torceu atrás de mim para que eu pudesse
segurar suas bolas com a ponta dos dedos.

Massageei seu saco, minhas unhas vagando suavemente sobre sua pele
texturizada enquanto eu me movia para cima e para baixo em seu pau.
Ele agarrou meus quadris e deu suas investidas finais antes de explodir,
me enchendo com todo o seu sêmen. — Sim... — Ele me puxou com mais força,
colocando cada centímetro dentro de mim para me dar tudo o que tinha.
Descansou a nuca contra a madeira olhando para mim, seus olhos focados
com intensidade mortal.

Eu podia senti-lo me encher, sentir seu gozo se expandir dentro de mim.


Era quente e pesado, e ainda mais do que nunca. Seu pênis demorou alguns
segundos antes de começar a amolecer. A perfeição começou a diminuir
quando a satisfação a substituiu.

Eu manobrei para fora dele lentamente para ter certeza que seu gozo não
derramasse em qualquer lugar. Rolei e deitei de costas, sentindo seu gozo
assentar dentro de mim. Meu suor imediatamente grudou nos lençóis e fechei
os olhos enquanto o relaxamento tomava conta de mim. Nunca me senti tão
em paz, tão satisfeita. Se sexo sempre foi tão bom, então me sentia uma idiota
por esperar tanto tempo.

Conway permaneceu imóvel quando o sexo acabou. Suas costas ainda


estavam na cabeceira da cama e seu pau molhado estava contra seu estômago
forte.

Virei minha cabeça em direção a ele e o observei.

Seus olhos estavam semicerrados, mas não estavam fechados. Ele


parecia tão cansado quanto eu, totalmente satisfeito com meu desempenho.

Não limpei porque sabia que ele queria que eu mantivesse seu gozo
dentro de mim. Ele queria que eu dormisse com seu sêmen dentro de mim a
noite toda. Virei de lado e fechei os olhos, sentindo-me escapar quase
imediatamente.

— Muse.

Sua voz profunda fez meus olhos se abrirem novamente. Devo ter
adormecido um pouco porque sua voz estava estridente. — Hmm?
Ele se inclinou sobre mim e deu um beijo na minha cabeça. — Você deve
ir para a cama antes de ficar muito cansada.

— Estou na cama. — Abri meus olhos e olhei em seu rosto bonito, vendo
seus lindos olhos verdes.

Sua mão se moveu sobre minha barriga. — Quero dizer, na sua própria
cama... — Ele manteve a voz baixa para suavizar o golpe. No começo, não
entendi o que ele quis dizer. Mas agora, entendi perfeitamente. Ele deve ter
percebido meu sentimento de rejeição, porque se inclinou e beijou o canto da
minha boca. — Não estou tentando ser um idiota...

Já que eu sabia exatamente como era quando estava sendo um idiota, eu


sabia que era verdade. — Você me deixou dormir aqui antes.

Ele esfregou seu nariz contra o meu. — Você sabe por que, Muse.

Algo em sua cama era tão confortável. Deve ser o lençol ou o colchão. Ou
talvez fosse o homem forte ao meu lado. Nesta grande mansão, me sentia
segura atrás das paredes sólidas e do portão ao redor da propriedade. Mas me
senti ainda mais segura quando ele estava ao meu lado. Seria fácil ficar com
raiva, mas sabia que Conway estava se esforçando ao máximo para chegar a
um acordo comigo. Fez o seu melhor para não mandar em mim, e fez o seu
melhor para me tratar com o respeito que eu pedia.

Ele me deu mais de si mesmo do que jamais deu a qualquer outra pessoa.

Eu não deveria forçar. — Boa noite. — Sentei-me e puxei meu cabelo


sobre um ombro.

Ele se inclinou para trás para que eu pudesse me levantar. — Boa noite.

Eu não queria puxar a lingerie de volta, especialmente porque a parte de


baixo estava encharcada com a minha excitação. Fui até sua cômoda e coloquei
minha mão no puxador. — Posso levar uma camiseta?

Ele saiu da cama e caminhou até o banheiro, completamente nu e lindo.


— Claro.
Eu puxei pela minha cabeça, em seguida, caminhei até a porta sem
calcinha. Eu só precisava estar coberta até chegar ao meu quarto no final do
corredor. Era improvável que eu cruzasse com alguém a essa hora da noite,
mas não queria arriscar.

— Muse?

Parei na porta e olhei.

Seus ombros largos levavam a quadris estreitos. Além disso, ele tinha
coxas musculosas e panturrilhas tonificadas. Ele me disse que cada uma das
minhas características eram perfeitas quando a maioria das mulheres tinha
apenas alguns atributos perfeitos. Mas ele era exatamente da mesma maneira.
Eu nunca tinha visto um homem mais masculino e mais bonito ao mesmo
tempo. — Obrigado.

Eu não sabia o que estava me agradecendo, então esperei por uma


explicação.

— Obrigado por me aturar.


CAPÍTULO 4

Dormi bem a noite anterior, então acordei mais cedo do que de costume.
Dei uma corrida pela propriedade antes de pular na piscina para me refrescar.
Dante estava acordado porque nunca me permitiu acordar mais cedo do que
ele, mesmo que fosse um domingo. Tomei café da manhã no terraço antes
mesmo de o sol nascer no horizonte.

Meus pensamentos continuavam voltando para a noite erótica que tive


com Muse.

Ela se arrastou direto para o meu colo sem que eu pedisse. Montou-me
como se não fosse a primeira vez e estava tão molhada entre as pernas que
quase gozei antes mesmo de estar dentro dela. Houve beijos e toques,
respiração pesada e gemidos. Ela disse meu nome e não resistiu ao orgasmo
que eu dei a ela. Era definitivamente uma fantasia, algo tão sexy que não tinha
certeza se era real. Eu tinha a mulher mais linda no meu colo e senti sua pele.
Seus seios perfeitos estavam em meu rosto, firmes e deliciosos.

Ela realmente me fez sentir como um homem.

Sua inexperiência me excitou ainda mais. Eu estive com mulheres que


eram maravilhosas, mas elas não se comparavam a essa mulher inocente que
estava aprendendo tudo. Eu tenho que vê-la perceber o que gosta. Tenho que
observa-la explorar sua sexualidade, vê-la lidar com seus sentimentos por
mim.

Era sexy como o inferno.

Agora minha mente fervilhava de ideias. Meus dedos doíam para sentir
o tecido perfeito em minhas mãos. Precisava de uma agulha e linha. Precisava
que minha Muse estivesse lá e me inspirasse, para canalizar todo o meu desejo
para a lingerie que eu faria para mulheres em todos os lugares.

Depois do café da manhã, parei em seu quarto. Quase entrei como da


última vez, mas então me lembrei do que prometi. Depois do que ela fez por
mim na noite passada, eu estava mais motivado para cumprir minha parte no
trato. Era da minha natureza invadir todos os cômodos que eu possuía e fazer
o que eu queria. Eu era um homem naturalmente mandão e agressivo que
pouco se importava com a maneira como as outras pessoas se sentiam. Mas
Muse me forçou a ser mais educado... Apesar da minha aversão à educação.
Eu bati meus dedos contra a madeira.

Mal eram sete da manhã, então era cedo, mas como ela ia para os
estábulos todos os dias, provavelmente acordaria logo de qualquer maneira.
Sua voz baixa me alcançou.

— Entre.

Abri a porta e entrei.

Ela se sentou na cama e acendeu a lâmpada de cabeceira. Com o cabelo


bagunçado e olhos sonolentos, cobriu a boca e bocejou. As cobertas caíram
ligeiramente, revelando-a na camiseta que ela pegou da minha cômoda. —
Você precisa de algo?

Ela olhou para o despertador na mesa de cabeceira e apertou os olhos


para ver a hora.

Sentei-me na beira da cama e olhei para ela com um sorriso suave,


achando-a fofa logo de manhã. Sua maquiagem havia sumido e agora sua pele
brilhava depois de uma boa noite de descanso. Seus olhos estavam um pouco
mais brilhantes do que o normal, provavelmente porque eles também estavam
descansados. — Vou para o estúdio em Milão hoje. Eu gostaria que viesse
comigo.

— O que você vai fazer?

— Designs.

Ela provavelmente queria ficar para trás e trabalhar nos estábulos, mas
já que estávamos nos comprometendo, ela não me desafiaria.

Usá-la como inspiração foi uma das razões pelas quais a comprei em
primeiro lugar. Não seria certo se ela me negasse, e ela sabia disso. — Deixe-
me tomar banho e tomar meu café da manhã.

— Estamos saindo em uma hora.

— Isso deve ser tempo suficiente.

Uma parte de mim queria puxar as cobertas e rastejar entre suas pernas.
Sexo matinal sempre foi bom. No segundo em que abri meus olhos, meu pau
estava geralmente duro contra meu estômago. Ter lábios macios ao redor dele
seria melhor do que uma xícara de café fresco; qualquer dia. Mas prefiro
guardar para mais tarde. — Encontre-me no meu quarto quando estiver
pronta.

****

Dirigi minha Ferrari vermelha de Verona a Milão. A viagem durava


apenas uma hora, mas andar neste carro reduzia o tempo pela metade. Eu já
tive mulheres sentadas no banco do passageiro muitas vezes, mas nunca uma
tão bonita.

Este carro foi feito para mim.


Muse olhou pela janela e admirou a vista com um olhar apreciativo. Para
ela, este mundo era lindo e novo.

Já que cresci neste lindo país, eu achei isso certo. Meu quintal era um dos
lugares mais espetaculares e históricos do mundo. — Qual parte da Itália é a
sua favorita?

— Pergunta difícil.

Ela se recostou no assento de couro e se virou para mim. — A vida é feita


de perguntas difíceis.

Eu ri. — Eu amo o calor do sul. As vinhas, encostas e vinho... Tudo isso.


Não neva lá, então os invernos são amenos. Mas Milão é uma cidade muito
progressista. A vida é um pouco mais rápida aqui. É o lar de muitos designers
e ícones da moda. Eu acho isso inspirador.

— Tudo bem... Você me disse porque ama dois lugares diferentes. Agora
escolha um.

— Por que eu tenho que escolher apenas um? — Eu perguntei incrédulo.


— Toda a Itália é linda.

— Porque eu gosto de fazer você se contorcer.

Passei quase toda a minha vida adulta em Milão, então a considerava


minha casa, mas minhas raízes eram inesquecíveis. — Se eu tivesse que
escolher… Preferiria o sul. Meus pais têm uma bela propriedade e estamos
rodeados de vinhedos nas encostas. Meu tio mora a apenas um quilômetro de
distância, e a principal vinícola que minha família administra fica logo
adiante.

— Então você estava no campo do jeito que está agora?

— Sim... Mas é diferente.

— Seus pais têm cavalos?

Falar sobre meus pais deixou uma pontada de aborrecimento no meu


peito. Eles acreditavam em uma mentira ridícula que Muse inventou. Agora
eu teria que concordar com isso... Por Deus sabe por quanto tempo.

— Não.

— Então por que seu pai comprou um cavalo para você?

Como ela sabia disso? — Marco disse isso a você?

Ela ficou tensa e alarmada. — Sim... Eu estava curiosa para saber por que
você tinha um cavalo tão desagradável.

— Ele não é desagradável, — eu disse. — Ele simplesmente não gosta de


você.

— Ou Marco, — ela rebateu. — Você parece ser a única pessoa de quem


ele gosta.

— Como eu disse, nós nos entendemos. E meu pai comprou um cavalo


para mim porque disse que o cavalo o lembrava de mim. Eu tinha os estábulos
na época, então ele o trouxe. Meu pai não quer lidar com o tempo e esforço de
manter cavalos, embora ele seja a pessoa que mais trabalha duro que eu
conheço. Então ele trouxe um aqui.

— Isso é bom. — Ela olhou pela janela novamente.

Mantive meus olhos na estrada com uma mão no volante. Eu esperava


que a conversa sobre minha família tivesse acabado. Eles eram as únicas coisas
no mundo que realmente importavam para mim, além de minha carreira e
minha riqueza. Mas ter algo importante na minha vida tornava isso perigoso.
Se alguém quisesse algo de mim, seria fácil me coagir. — Passei algum tempo
nas cidades vizinhas enquanto esperava pelo seu teste. Dormia sob as estrelas
à noite e, embora não tivesse dinheiro, as pessoas me davam comida. Eu nem
precisei implorar. Eles apenas disseram que eu era muito magra...

A ideia dela andar pela Itália completamente sem-teto fez uma bola se
formar em meu estômago. Ela estava indefesa e desprotegida. Uma mulher
bonita como ela deve ser protegida dos males deste mundo. Era a razão pela
qual eu queria que Vanessa se casasse com um homem bom e perfeito. Se ele
a amasse, ele a protegeria a cada minuto do dia, e ela permitiria.

— Os italianos são muito generosos e gentis. Na América, isso não teria


acontecido. As pessoas simplesmente teriam chamado a polícia e me movido.

— Você não deveria ter estado aqui fora sozinha.

— Eu não tinha outra escolha. Havia alguns albergues por aí, então
aproveitei, mas eles não deixam você ficar por muito tempo.

Eu não queria mais falar sobre isso. Isso fez meu sangue ferver. — Dante
parece estar gostando de você.

— Você acha? — Ela perguntou. — Eu apenas aceito sua comida e nunca


levanto um dedo. Eu nem falo muito com ele.

— Tudo o que ele quer é servir você. Se você permitir, ele te dará regalias.

— Ele não deveria ter que fazer tudo. Sou perfeitamente capaz.

Dei de ombros. — Isso lhe dá alegria. Assim como Marco não entende por
que você está limpando cocô de cavalo nos estábulos quando poderia ficar
deitada na piscina o dia todo. Não faz muito sentido para mim também,
honestamente.

— Bem, eu não posso ficar sentada o tempo todo. Exatamente como


Dante não consegue parar de trabalhar o tempo todo.

Eu poderia me aposentar se quisesse, mas amava demais o meu trabalho.


Eu acho que foi hipócrita da minha parte desafiá-la assim.

— Então você ainda gosta dos estábulos?

— Sim. Marco disse que ainda não estou pronta para cavalgar... Não
tenho certeza se algum dia estarei.

Eu disse a ele que ela não tinha permissão porque era muito perigoso.
Então ele inventou desculpas por mim. — Por que você quer tanto cavalgar?

— Por quê? — Ela perguntou incrédula. — Muitas pessoas adoram andar


a cavalo. É um ótimo hobby.

— Dá muito trabalho e pode ser perigoso.

— Mas se você sempre for cuidadoso, deve ficar tudo bem.

Não tinha sentido discutir com ela. Ela era teimosa apenas como eu.

Chegamos a Milão e entramos no prédio da minha empresa. Já foi um


marco histórico, e eu comprei antes que eles tivessem a chance de derrubá-lo.
Nunca fiz nenhuma reconstrução por fora porque adorei a arquitetura, mas
por dentro foi refeito para atender às minhas necessidades.

Muse e eu entramos.

As modelos ficavam localizadas no segundo andar, onde tinham uma


academia particular, guarda-roupa e aulas de ginástica. Também abrigava o
vestiário e o estúdio onde as fotos eram tiradas.

Nós subimos as escadas e vimos algumas garotas vestidas com a lingerie


que eu lancei para o desfile algumas semanas atrás.

— Conway. — Veronica colocou uma mão no quadril e caminhou até mim


com os saltos batendo contra o piso de madeira. O tecido verde-azulado ficava
ótimo em sua pele escura. Seu umbigo estava furado, uma joia brilhando. —
Há quanto tempo. — Ela se inclinou para mim, agarrou-me pelo bíceps e deu
um beijo na minha bochecha.

— Veronica, você está linda. — A beijei na bochecha em retribuição.

Juliet veio até mim e fez o mesmo, uma loira em lingerie preta. — Todo
mundo está amando seus projetos. Você está trabalhando em seu próximo
lançamento?

— Na verdade sim. Tenho certeza que você ficará impressionada. — Eu


me virei para as escadas para ir para o terceiro andar.

Muse hesitou por um momento antes de me seguir.

As meninas eram afetuosas comigo, mas davam a ela olhares de puro


ódio.

Eu sabia exatamente como as mulheres eram, então continuei subindo


as escadas. Nicole me contou todas as brigas que rompeu entre as modelos, a
inveja que as mulheres tinham uma da outra. Elas geralmente não ficavam
físicas, mas ainda jogavam sujo. Elas cortavam grandes pedaços de cabelo
quando uma garota estava de costas, ou colocavam algo em suas vitaminas
para fazê-las ganhar peso.

Eu tinha coisas mais importantes para fazer, então ignorei.

Muse se arrastou atrás de mim e chegou ao meu lado quando estávamos


no terceiro andar. Ela estava quieta, taciturna e hostil, e sua decepção pesava
no ar ao meu redor.

Ignorei e entrei no estúdio. Tudo havia sido organizado por Nicole, que
era a única pessoa autorizada a mexer em minhas coisas. Era a única que sabia
exatamente como eu gostava de guardar meus materiais. Ela se certificou de
que nada fosse perdido ou extraviado.

Acendi as luzes e tirei meu paletó. O sol filtrando pelas janelas estava
quente naquela manhã, e a camisa de colarinho e a gravata já estavam quentes
o suficiente. Nicole importou as amostras de tecido que pedi e elas estavam
espalhadas pela minha mesa de trabalho. Senti cada uma com a ponta dos
dedos.

Muse ficou com os braços sobre o peito, sua carranca profunda.

Eu continuei a ignorar isso. — Vai ser difícil para mim superar minha
última coleção de lingerie, então não vou perseguir esse sucesso novamente.
Estou indo em uma direção diferente.

Ela ficou do outro lado da mesa, seu silêncio mais alto do que palavras.

— Assistir você nos estábulos me deu algumas ideias. — Abri meu bloco
de notas e dei uma olhada nos esboços.

Muse permaneceu tão hostil como sempre.


— Tire suas roupas. — Eu mantive meus olhos no papel, e quando não
ouvi nenhum movimento, olhei para cima para encontrar seu olhar.

Ela tinha uma expressão de fogo. — Desculpe?

No segundo em que entrei em meu escritório, voltei aos meus velhos


hábitos. Era um hábito difícil de quebrar.

— Por favor.

Ela permaneceu rígida, desafiadora, embora eu tivesse me corrigido.

Eu sabia do que realmente se tratava. — Eu disse que não durmo com


minhas modelos. Não há razão para ter ciúmes.

— Não estou com ciúmes.

— Mesmo? — A desafiei. — Porque você está de mau humor desde que


encontramos Veronica e Juliet.

— Eu simplesmente não vejo por que precisa beijar todo mundo o tempo
todo.

— Não insulte minha cultura.

— Sua cultura? — Ela retrucou. — Então, se eu beijasse cada homem


bonito que vi, você ficaria perfeitamente bem com isso?

Quando Carter tentou tirar uma foto de sua bunda, quase o nocauteei. Eu
não gostava que ninguém olhasse para minha Muse, e se alguém a tocasse, eu
os enterraria quase dois metros abaixo. Se seus lábios carnudos tocassem a
pele de outro homem, eu explodiria.

— É diferente.

— Diferente porque é sexista.

— Eu não sou machista. — Nunca julguei uma mulher por tirar a roupa.
Nunca desprezei uma mulher por ter vários parceiros. Não achei que fossem
menos inteligentes só porque usavam o corpo para pagar o aluguel. Como filho
de uma mulher forte e de um homem respeitoso, fui criado de acordo com seus
valores.

— Parece que sim.

Eu agarrei a borda da madeira enquanto olhava para ela do outro lado da


mesa. — Eu entendo que estamos tentando ter uma relação de igualdade, mas
não vamos esquecer a base desse acordo. Eu possuo você, fim da história.

— Não é o fim da história, Conway.

— Beijo minhas modelos porque faz parte da minha imagem. Elas me


procuram em busca de orientação. Procuram-me para proteção. Eu cuido das
minhas meninas. Se um homem as desrespeita na minha presença, um dos
meus homens quebra sua espinha. Já que eu não durmo com elas, não há nada
para você ficar chateada.

— Mas todas elas querem dormir com você.

Elas mexiam comigo o tempo todo, mas eu não queria entrar nisso. —
Não importa o que elas querem.— Voltei para meus esboços. — Agora, vamos
trabalhar.

Ela ainda não se moveu.

Meus olhos voltaram para ela. — Pedi-lhe educadamente duas vezes


agora. Não vou fazer de novo, Muse.

Ela finalmente deixou cair os braços para os lados e tirou a roupa. Tirou
a calcinha e o sutiã, ficando na sala como se estivesse pronta para a passarela.
Ela costumava se sentir tão desconfortável em pé ali comigo. Mas agora, era
como estar em casa.

Fiquei na frente dela e a examinei, pensando na distância entre as


diferentes partes de seu corpo. Minhas mãos começaram em seus ombros e eu
pressionei nela, tocando seu corpo intimamente. Eu conhecia seu corpo tão
bem porque eu o provei, o adorei. Mas eu queria sentir mais, sentir suas
medidas perfeitas antes de começar. — Sua pele... É tão deslumbrante. — Meu
polegar esfregou seu ombro. — A cor é linda. Não há tecido colorido que não a
complemente. Não é muito escura ou muito clara.

Ela olhou para mim, suas feições brandas. — Obrigada... Eu acho.

Agarrei seu queixo e a direcionei para olhar para cima, tencionando os


músculos de seu pescoço. — Eu tenho uma ideia. Fique aí. — Peguei alguns
pedaços de tecido preto e os segurei contra sua pele. Troquei-os, procurando
a cor e a textura perfeitas para mostrar exatamente o que eu queria. Quando
se tratava da modelo perfeita, precisava do design perfeito. Qualquer coisa
menos do que perfeita simplesmente não era bom o suficiente.

Assim que encontrei o tecido escuro exato que melhor combinaria com
sua pele, rolei o tecido até a mesa e comecei a trabalhar.

Ela continuou parada ali. — Posso colocar minhas roupas de volta?

— Há um robe no cabide ali, — eu disse sem levantar os olhos do que


estava fazendo.

Ela não o colocou e eu sabia exatamente por quê.

— Eu desenhei esse robe para você. Ninguém mais o usou.

Seus passos ecoaram no chão quando ela o pegou. Ela o enrolou no corpo
e amarrou a faixa na barriga. Veio até mim em seguida, o cheiro de seu
shampoo entrando no meu nariz quando ela estava perto o suficiente. — Posso
ajudar?

— Não. — Faço tudo sozinho. A única pessoa que me ajuda é Nicole. Ela
faz toda a contabilidade e os pedidos.

Todo o resto é minha responsabilidade.

Ela suspirou ao meu lado. — Você pagou muito por mim. Pode muito bem
tirar o máximo proveito...

— Eu comprei você para que eu pudesse te foder. — Olhei para cima e


em seus olhos. — Você quer que eu te foda, Muse? — Eu estava imerso no meu
trabalho, mas sempre abriria uma exceção para essa mulher.
Ela segurou meu olhar, não mais intimidada.

— Talvez mais tarde. — Ela agarrou meu caderno de desenho e puxou o


desenho para perto dela. Examinou-o, virando ligeiramente de lado para
colocá-lo em um ângulo diferente. Estudou as linhas do tecido sobre os
ombros e a barriga. Era uma peça inteiriça, mas era composta por tiras finas
por toda parte, tornando-a uma peça complicada, mas muito bonita. — Uau…
Eu realmente gosto disso. Como você inventou isso?

— Você.

— Mas como? — Ela perguntou. — Era algo que eu usava? Algo que fiz?
Eu não visto nada assim nos estábulos.

— Não. — Virei à página de volta para mim. — Mas as linhas representam


cordas. Já a vi lá embaixo algumas vezes, puxando os cavalos ou organizando
as rédeas. E ver você segurando as cordas me fez pensar sobre o que eu faria
com você com as cordas. — Eu imaginei seus pulsos amarrados nas costas
enquanto ela me cavalgava. Impotente para fazer qualquer coisa, seria minha
para desfrutar. Eu seria o cowboy, e ela seria o cavalo. Virei meus olhos para
os dela, sem vergonha do que disse. — Vai ser na cor preta e marrom,
lembrando a cor e a textura da corda. Todo homem quer amarrar uma mulher.
Agora a mulher pode se amarrar... — Voltei ao meu trabalho e organizei o
tecido antes de cortá-lo.

Ela permaneceu ao meu lado, com as pontas dos dedos apoiadas no


papel.

— Você pensa em me amarrar?

Cortei a primeira folha de tecido. — Sim.

— Mas você não fez isso.

— Achei que íamos levar as coisas devagar... Já que você é nova em tudo
isso. — Eu nunca me considerei um homem paciente, mas quando se tratava
de Muse, toda minha agenda era baseada em seu cronograma.
Ela pegou a linha de tecido e segurou-a na ponta dos dedos.

— Para onde isso vai?

— A primeira alça.

— Eu gostaria de ajudar, Conway. Posso não ter experiência com roupas,


mas aprendo rápido.

Quanto mais tempo eu passava com ela, mais entendia sua


personalidade. Ela gostava de ser ativa, de fazer coisas constantemente, em
vez de ficar sentada o dia todo. Meu pai era exatamente da mesma maneira, e
ela me lembrava dele. Ela me lembrava a minha mãe também. Mas com minha
mãe, ela sempre foi uma mãe em tempo integral para nós. Esse era seu
trabalho e também seu hobby. — Tudo bem. Aqui está a medição. — Empurrei
a tabela de medidas em sua direção. — Corte neste tamanho preciso.

— Ok.

Voltei ao que estava fazendo e, toda vez que terminava uma parte,
passava para ela para a próxima etapa. Fiquei surpreso por ela ter feito isso
corretamente e percebi que cortou meu tempo pela metade. Era como ter um
segundo par de mãos. A ideia da minha fantasia fazendo sua própria lingerie
era excitante também.

Depois de juntar todas as peças, estávamos prontos para a próxima parte.

— Como você monta isso?

— Costura.

Usamos meu manequim para juntar tudo. Ela segurou as peças no lugar
enquanto eu trabalhava, mesmo que ainda usasse o robe macio. Era preto e
branco, um padrão simples que não distraía sua beleza.

Meus olhos estavam focados na ponta dos dedos, observando cada


movimento que eu fazia. Meus dedos estavam calejados de anos fazendo isso.

Mesmo se eu me picasse, não sangrava mais.


Muse segurou as peças enquanto eu trabalhava, ficando ao meu lado. —
Gosto da aparência do seu rosto quando está trabalhando.

Não deixei suas palavras me interromperem. — E como está meu rosto?

— Sério. Focado. Duro.

Puxei a linha pelo tecido e continuei trabalhando.

— É a mesma expressão que você usa na cama... Com algumas pequenas


mudanças. Sempre me perguntei se essa era a expressão que usava quando
estava com uma mulher.

Minhas mãos pararam uma vez que suas palavras afundaram em minha
pele. — Eu costumava imaginar a cara que você fazia quando gozava. Eu ia me
masturbar no chuveiro. Mas agora eu sei como é sua expressão... Porque você
é a mulher que levo para a cama todas as noites.— Comecei a mover minhas
mãos novamente e terminei o peitoral, bem como a primeira alça.

Suas bochechas estavam cheias de cor.

Passei para a próxima alça e ela a prendeu no lugar.

— Por que você não me deixa dormir com você?

Minha agulha perfurou o canto e então se moveu rapidamente. — Prefiro


dormir sozinho.

— Mesmo se você estiver com outra pessoa?

— Todos os meus relacionamentos são tratados como transações


comerciais. Eu consigo o que quero e então acaba. Não há motivo para seguir
para um novo dia.

— E elas estão bem com isso?

— Elas são gratas por ter qualquer parte de mim.

Ela respirou fundo.

Parei o que estava fazendo e olhei para ela.


O canto de sua boca se ergueu em um sorriso. — Desculpe... Essa é a coisa
mais arrogante que já ouvi você dizer.

Ignorei seu insulto e voltei a me concentrar. — Tenho certeza que vou


superar.

— E se eu quisesse dormir com você? Você sabe, em vez de ser chutada.

— Eu não te chutei para fora.

— Você me chutou sim, — disse ela. — Mesmo quando eu estava


dormindo.

— Não gosto de dormir com pessoas. Gosto de ter a cama só para mim.
Gosto de não ouvir alguém respirar ao meu lado. Gosto de estar sozinho. É
assim que eu sou.

— Parece solitário...

— De modo nenhum. — Apertei a linha e juntei as peças.

— E você não abriria uma exceção para mim?

— Eu já abri, — a lembrei.

— Outra vez?

— Não. Provavelmente não. — O lado esquerdo superior da lingerie


estava completo. Agora eu precisava trabalhar do lado direito.

— Isso significa que não quer ter uma família algum dia?

Desta vez, prendi as peças contra o manequim para não precisar mais da
ajuda dela. — Por que você está me interrogando?

— Não estou. Estou apenas fazendo algumas perguntas.

— Parece um interrogatório.

— Um interrogatório é quando alguém o força a responder perguntas que


você não quer.

— Exatamente. — Puxei a mão dela do manequim. — Eu continuo daqui.


Vá se sentar.

Ela deu um passo para trás, a dor escrita em seu rosto. — É tão horrível
que eu queira conhecer o homem com quem estou dormindo? Eu sou a pessoa
mais próxima de você no mundo. Sou sua confidente, sua inspiração. E eu
gostaria de ser sua amiga. Deixe-me ser sua amiga, Conway.

Ela continuou a me puxar para situações em que eu não queria estar.


Forçou-me a desistir de partes de mim mesmo que nunca pensei que
compartilharia com outra pessoa. E quando resisti, ela de alguma forma me
fez sentir culpado por isso. Nenhuma vez na minha vida eu havia me curvado
para alguém assim. Ela era a única mulher que tinha esse poder invisível sobre
mim.

— Se você não quer que eu seja sua amiga, então tudo bem. Mas preciso
que você seja meu. Estou em um país diferente e isolada de todas as pessoas
que conheci. Preciso de alguém para conversar. Preciso de mais do que apenas
sexo... Preciso de amizade.

— Eu não tenho amigos. — Peguei outro carretel de linha.

— Eu não acredito nisso.

— Você me viu com alguém? — Eu a desafiei.

— Eu ouvi você mencionar seu primo Carter algumas vezes. E você tem
sua família e Nicole. Você tem com quem conversar. Eu só tenho Marco... E
ele realmente não conta.

Minhas mãos voltaram a trabalhar no manequim. Ouvi tudo o que ela


disse, mas tentei ignorar. Mesmo quando ela tinha uma voz linda como aquela,
era impossível para mim ignorá-la. Quando ela era honesta e vulnerável
comigo, eu não conseguia me desligar.

Se eu fosse mantê-la por toda a vida, teria que fazer algumas mudanças.
Nunca haveria um momento em que ela não estaria por perto, a menos que eu
fosse a uma viagem de negócios. Então isso fazia sentido tornar nosso
relacionamento o mais positivo possível.

— Não tenho certeza de como me sinto em ter uma família.

Ela ficou quieta por um tempo depois que eu finalmente respondi. Ela se
sentou no banquinho à mesa e cruzou as pernas, os cabelos cacheados caindo
em um ombro. — Você não quer filhos?

— Às vezes eu quero. Às vezes não.

— Quais são os seus dois argumentos?

Continuei trabalhando enquanto continuava a conversa ao mesmo


tempo. — Tive uma ótima infância. Meus pais são boas pessoas. Eles
trabalharam muito para nos criar e manter um relacionamento próximo
conosco. Gosto de fazer parte de algo. Isso é algo que eu gostaria de continuar
na próxima geração. Mas ter filhos dá muito trabalho. Estou muito ocupado
com minha carreira e não tenho certeza se tenho tempo ou energia para criar
uma família. Além disso, eu precisaria de uma esposa. Não estou interessado
em ter uma agora.

— Por que você não pode ter uma família de qualquer maneira? — Ela
perguntou.

— Eu definitivamente precisaria de uma parceira, — eu disse. — A mãe


dos meus filhos ficaria em casa e os criaria para que eu pudesse continuar meu
trabalho.

— Uma babá.

— Não, — eu disse. — Não quero pagar a ninguém para criar meus filhos.
Anula o propósito.

— Então por que você não segue o caminho da esposa?

Eu já tinha explicado isso para ela. — Eu não posso me importar com


alguém. Isso vai interferir no meu trabalho.

— Mesmo? — Ela perguntou. — Com base em seus designs, algo deve ter
inspirado você...

Apertei a linha e olhei para o rosto dela, sabendo exatamente do que ela
estava falando. Posso ter feito um acordo com ela para fazer nossa situação
funcionar, mas isso não significava nada. — Agora veja quem é arrogante.

— Só estou dizendo... Sentir algo não é a pior coisa do mundo.

— O que eu senti ontem à noite foi paixão e bom sexo. Nada mais. — Eu
não a deixaria pensar que havia mais do que isso.

E a julgar pela frieza que ela me mostrou, sua atração por mim era
puramente física também.

— Bom sexo? — Ela perguntou com um sorriso. — Estou feliz que você
tenha gostado também.

Era óbvio que eu gostei. — Só para ser honesto com você, você
provavelmente nunca terá filhos. — Mudei meus olhos de volta para minhas
mãos.

— Você realmente tiraria isso de mim? — Ela perguntou surpresa.

— Sim. — Não paguei tanto dinheiro para ter uma mãe com seus filhos
em casa. E eu certamente não seria o pai dos seus filhos, então isso só tornaria
as coisas mais estranhas.

— É melhor você mudar de ideia porque eu tenho que ter filhos, Conway.
É um sonho que sempre tive. A razão pela qual fui para a escola e trabalhei
duro para fazer algo de mim foi para que eu pudesse ter uma família.

— Não é problema meu.

Ela estreitou os olhos ferozmente.

— Você não viverá para sempre, Conway. Quem vai herdar o seu legado
quando você se for?

— Vanessa, — respondi.

— Tenho certeza que ela vai ter filhos.


— Mas eles não serão seus filhos, Conway. E também não serão Barsettis.

Sempre pensei que meu legado seria minha lingerie. A Barsetti Lingerie
era imortal e viveria por centenas de anos. Talvez nunca morresse. Talvez
estivesse sempre por perto.

— Mas a Barsetti Lingerie vai continuar.

— E quem vai comandá-la?

Eu não fazia ideia.

Ela apoiou o braço na mesa e encostou-se nela. Ela tinha um olhar


confiante, como se soubesse que tinha me encurralado.

Minha mão estremeceu com a agulha antes de continuar.

— Você quer ter meus filhos, Muse? — Ela riu como se eu tivesse acabado
de fazer uma piada.

— Você quer? — Pressionei.

Suas risadas morreram quando ela percebeu que eu estava falando sério.

— Eu não estava me oferecendo, se é isso que você está perguntando. Mas


suponho que se nunca vou sair, pelo menos vai me dar um maneira de ter
filhos. E você é um homem muito bonito, então sei que teria filhos bonitos.

— E lindas filhas.

Ela sorriu e seus olhos se suavizaram.

Não fazia muito tempo que eu tinha Muse, então não via muito no futuro,
mas ela foi minha maior inspiração. Ela era minha maior fantasia. Se uma
mulher tivesse meus filhos, quem mais seria melhor?

Ninguém.

Terminei a peça e recuei para examiná-la, para ver a imagem inteira


junto.

Muse olhou também.


— Eu gosto disso. Mas parece complicado de entrar e sair.

Peguei uma das alças e puxei-a. Elas foram criadas a partir de náilon, de
modo que esticaram bem e voltaram a ter sua elasticidade original. Mudei de
posição no manequim, tornando a virilha da figura visível.

Ela ergueu uma sobrancelha.

— Então... Não há fundos?

— Não.

— Hã…

— As alças podem ser ajustadas para que os peitos fiquem expostos.


Dessa forma, ele realmente se move como uma corda.

Ela continuou a olhar, as laterais do seu robe soltando-se de seu ombro.


— Não vou mentir... Muito quente.

Eu ri. — As pessoas dizem que sou um designer brilhante… Só sei como


gosto de foder mulheres. E eu adoraria foder você vestindo isso.

— Então, quando estará pronto?

Instantaneamente, meu pau endureceu na minha calça. Ela costumava


ser tímida e fria, mas agora sua ansiedade estava começando a crescer. Talvez
ser um pouco mais legal com ela realmente valesse a pena. Achei que deveria
tratá-la como uma prisioneira, empurrá-la para baixo e tomá-la quando
quisesse. Mas vê-la me querer foi muito mais gratificante.

Joguei a linha na mesa e coloquei a agulha no bolso. Caminhei


lentamente em sua direção, meus sapatos batendo levemente contra o piso de
madeira. Parei e olhei para ela, em seus olhos azuis brilhantes. Meus dedos
foram para seu queixo e lentamente levantaram seu olhar, forçando-a a me
olhar com mais atenção. Arrastei a parte de trás do meu dedo indicador para
baixo em seu pescoço e clavícula.

— Você me quer, Muse? — Meus dedos se moveram mais para baixo em


seu estômago até que alcancei a faixa que segurava seu robe. Eu o puxei,
fazendo-o se soltar e revelar seu corpo perfeito.

— Você nunca tem que perguntar. Pode me ter quando quiser.

— Bem aqui? — Ela sussurrou. — Agora mesmo?

Eu agarrei as bordas de seu banquinho e me inclinei, trazendo meu rosto


ao nível do dela. — A qualquer momento.

Seus dedos alcançaram minha gravata e ela lentamente me arrastou em


sua direção. Seus olhos estavam focados em meus lábios.

Beijar ainda parecia errado, como se fosse algo que eu não deveria estar
fazendo. Mas aproveitei cada segundo disso, gostei de beijá-la mais do que
qualquer outra mulher em minha vida. Ela pode ser inexperiente em todos os
outros aspectos, mas certamente sabia como mover os lábios.

Minha boca pressionou contra a sua, e no segundo que nossos lábios se


tocaram, parei de pensar em todo o resto. Nicole poderia entrar naquele
momento, mas isso não me impediria.

Quanto mais rápido desse meu projeto para ela, mais rápido seria
produzido. Mas agora essa era a última coisa em minha mente.

Muse era a única coisa em que eu estava pensando.

Suas mãos subiram pelo meu peito e ela lentamente abriu meus botões.
Minha gravata foi a próxima, e logo empurrou minha camisa para fora do meu
corpo. Bateu no chão silenciosamente, e então suas mãos exploraram minha
pele nua.

Suas unhas cravaram em mim, acompanhadas por seus gemidos. Ela já


estava se contorcendo contra mim, e eu mal a toquei ainda.

Talvez minha lingerie a tenha excitado do jeito que me excitou.

Talvez estivesse com ciúmes da maneira como Veronica e Juliet me


tocaram. Talvez minha expressão focada a excitasse.
Fosse o que fosse, eu não me importava.

Ela soltou minha calça e eu puxei minha boxer ligeiramente para baixo
até o topo do meu pau emergir.

Eu a levantei do banquinho e a carreguei para a cama no canto. Usava a


cama para fotografar e para que as modelos ficassem confortáveis durante
longos intervalos. Nunca usei para sexo, mas agora isso estava prestes a
mudar.

No segundo em que a coloquei, ela puxou minhas calças e boxer até os


joelhos.

Tirei meus sapatos e rastejei em cima dela, meus lábios pressionados em


sua boca. — Diga-me como você me quer, Muse. — Foi a primeira vez que ela
fez um movimento, a primeira vez que ela me quis. Era um tipo diferente de
fantasia. Gosto de ver outras mulheres me quererem, mas ter a mulher mais
linda do planeta me querendo... Era completamente diferente.

— Assim... — Suas mãos subiram pelo meu peito e colocou os braços em


volta do meu pescoço.

Meus braços estavam presos atrás de seus joelhos e eu direcionei a


cabeça do meu pau para dentro dela. Senti sua umidade imediatamente,
mesmo sem extensas preliminares. Empurrei dentro dela um pouco mais
forte, sentindo seu corpo me acomodar muito melhor do que nunca.

Ela gemeu em minha boca, suas unhas me arranhando.

Eu deslizei dentro dela o resto do caminho, cercado por sua maciez


quente. — Porra... Muse. — Eu nunca poderia me acostumar com o quão
incrível era sua boceta. Gastei uma fortuna nisso, e definitivamente estava
ganhando cada centavo quando estava dentro dela.

Suas mãos se moveram para a minha bunda e ela me puxou para dentro
dela.

— Conway…
Jesus Cristo.

Em vez de fodê-la lento e suavemente como tinha feito antes, eu fui forte.
Eu balancei a cama com minhas estocadas rápidas, batendo nela bom e
profundo. Sua virgindade se foi há muito tempo, e agora podia foder tão forte
quanto eu queria.

E ela aproveitou cada segundo.

Suas unhas se moveram para minhas costas e ela arranhou linhas em


meu corpo. Seus lábios pararam de se mover contra os meus porque ela não
conseguia mais me beijar. Tudo o que fez foi gemer, não mais no controle de
seu corpo.

Porra, vê-la desfrutar de mim me fez querer gozar.

— Mais fundo…

Eu alarguei suas pernas mais longe e acertei minhas bolas com


profundidade. A balancei mais forte, seus seios balançando para cima e para
baixo. Meus músculos se contraíram com meus movimentos, minha bunda
apertando com força.

O que quer que essa beleza quisesse, eu daria a ela.

— Deus... Sim... — Sua cabeça rolou para trás e ela fechou os olhos.

— Olhe para mim.

Seus olhos se abriram novamente e ela agarrou meus ombros.

Seu rosto começou a mudar, sua boca começou a se abrir. Ela respirou
pela espessura entre as pernas. Começando a mergulhar no clímax, sua mente
e corpo combinados. — Conway...

Nossos olhos estavam travados, e ela era completamente minha.

Ela gozou ao redor do meu pau, sua pequena boceta apertando ainda
mais em torno de mim. Suas unhas quase tiraram sangue e seus gritos quase
perfuraram meus tímpanos.
— Você fica linda quando goza. — Depois dessa apresentação, não tive
mais resistência para continuar. Eu só queria terminar, só queria despejar
toda a minha excitação dentro dela. Eu queria que meu gozo assentasse dentro
dela durante toda a volta para casa. Quando estivéssemos lá, eu daria a ela
ainda mais.

Agarrei sua nuca quando terminei, bombeando dentro dela quando a


soltei. Eu senti meu próprio gozo revestir meu pau, misturado com sua
excitação. Estávamos completamente combinados, meu pau tomando tudo
dela.

Ela moveu os dedos pelo meu cabelo assim que terminamos, seu peito
ficou rosa e seus mamilos duros. Seus olhos ficaram pálidos de exaustão, como
se pudesse adormecer ali mesmo.

Felizmente, Nicole não entrou e viu minha bunda nua.

Eu puxei para fora, em seguida, subi minha calça.

Ela ficou lá, completamente fodida e linda.

— Eu tenho algumas coisas para terminar. Te aviso quando terminar. —


Peguei um dos cobertores e puxei sobre seu corpo. Dessa forma, ela ficaria
escondida se alguém entrasse. Se Nicole ou uma das modelos soubesse que
Muse estava nua, eu não me importaria.

Ela era minha Muse. E eu desfrutava da minha Muse.

****

Eu estava sentado à minha mesa no meu escritório quando Vanessa


ligou.

— Quê? — Eu sempre atenderia às ligações dela, mas isso não significava


que queria falar com ela.
— Por que você não pode simplesmente dizer oi? É o mesmo número de
sílabas.

Só para ser um idiota, eu disse de novo. — Quê?

— Não se preocupe, não estou ligando para falar com você. Eu só quero
o número da Sapphire.

Fiquei olhando para frente com um olhar vazio no rosto.

— Quê?

— Sério, para. Você está sendo irritante.

— Não, agora estou perguntando. Por que você quer o número dela?

— Para falar com ela..? — A atitude espertinha de Vanessa parecia piorar


cada vez que eu falava com ela. — Por que mais eu iria querer o número dela?

— Mas por quê?

— Uh, porque ela vai ser minha cunhada algum dia, e eu gostaria de
conhecê-la.

Minha mão imediatamente se fechou em punho. O dano que Muse havia


causado estava piorando. — Eu não vou casar com ela, Vanessa.

— Bem, não amanhã. Mas ainda quero conhecê-la. Ela é muito legal.

Eu não queria que as duas interagissem, de forma alguma. Isso daria a


Muse mais poder sobre mim. E ela poderia deixar escapar algo que desistiria
de toda a mentira. — Ela está ocupada.

— O tempo todo?— Ela perguntou. — Eu nem posso mandar uma


mensagem?

Não havia maneira de contornar isso. Eu teria que cooperar, ou isso seria
mais suspeito. — Ela não tem telefone...

— O quê? — Ela retrucou. — Você não pode estar falando sério.

— Ela deixou cair o velho no banheiro e não teve tempo de substituí-lo.


— Você não é um bilionário? Não pode comprar um telefone novo para a
pobre garota?

Esfreguei minha têmpora, sentindo a raiva queimar minha pele.

— Sim, estou apenas ocupado.

— Bem, vou levá-la para ir comprar um...

— Eu cuido disso, Vanessa.

Ela finalmente ficou quieta. — Por que você está sendo um idiota?

— Eu não estou.

— Sim, você está. Estou aqui tentando fazer um esforço para Sapphire se
sentir bem-vinda, e você está me bloqueando.

— Estou o quê?

— Você ouviu o que eu disse. Acabei de sair da aula e está quente como o
inferno aqui fora, então estou passando para usar a piscina. Peça a Sapphire
para se juntar a mim.

— Você está apenas se convidando? — Cara, minha irmã era um pé no


saco.

— Você me disse que eu sou livre para vir quando quiser.

— Quero dizer, se você estiver com problemas ou algo assim.

— Bem, estou com problemas agora. Estou entediada e quero sair com
sua namorada. Deixe isso para trás.

— Vanessa...

Silêncio.

Quase joguei o telefone pela janela. — Porra. — Deixei minha mesa e


procurei por Muse em casa. Ela não estava em seu quarto, então eu só poderia
presumir que estava nos estábulos. Atravessei o terreno e a encontrei no
celeiro. Ela estava levantando fardos de feno e levando-os de volta aos
estábulos.

Não percebi o quão forte ela era.

— Muse.

Ela colocou o fardo na pilha, em seguida, enxugou as mãos na calça jeans


suja. — Ei. — Hoje, ela usava um chapéu branco. Agora que estava levando
mais a sério o trabalho ao ar livre, Dante escolheu para ela roupas de trabalho
melhores. Ela usava jeans grossos, botas marrons e uma camisa de colarinho
que amarrou na cintura.

A vaqueira mais sexy que eu já vi.

Mas eu não poderia me distrair agora.

Nem mesmo pela pequena gota de suor que escorria por seu peito em
direção ao vale entre seus seios.

— Minha irmã está sendo um pé no saco agora.

— Vanessa? — Muse tirou o chapéu e enxugou a testa com as costas do


braço. — Ela pareceu doce para mim.

— Claro que vocês duas se deram bem, — eu disse sarcasticamente. — Ela


está vindo para cá agora porque quer ficar na piscina com você.
Originalmente, pediu-me seu número de telefone, mas eu disse a ela que você
não tinha um. Se ela perguntar, você deixou cair o telefone no banheiro e
vamos comprar um novo para você.

Muse apoiou as mãos nos quadris e mudou seu peso para um pé. — Isso
foi legal da parte dela. Quando ela estará aqui?

— Cerca de trinta minutos.

— Está muito calor hoje, então adoraria voltar cedo, especialmente para
dar um mergulho. — Ela começou a andar em direção à casa.

Meus braços envolveram sua cintura e eu a puxei de volta para mim.

— Não diga nada a ela, certo?


— Não vou. — Ela saiu do meu abraço novamente.

A agarrei pelo braço e a puxei de volta. — Minha irmã é muito mais


inteligente do que deixa transparecer. Ela se apresenta como uma garota
divertida e despreocupada, mas é analítica e observadora. Se você não tiver
cuidado, poderá notar algo. E não preciso lembrar o que vou fazer com você,
se decidir me jogar embaixo do ônibus. — Eu não seria capaz de lidar com a
devastação da minha família. Se eles soubessem que eu comprei Muse como
um animal de fazenda e a mantive como animal de estimação, eles nunca
olhariam para mim do mesmo jeito. Quando eu disse a eles que queria ser
designer de lingerie, eles nunca me questionaram. Quando saía com mulheres
diferentes todas as noites, eles nunca comentavam sobre isso.

Mas isso... Eles teriam algumas coisas a dizer. Eu poderia lidar com o
tapa da minha mãe e o punho do meu pai. Mas eu não poderia lidar com sua
decepção.

— O que você fará para mim? — Ela inclinou a cabeça para olhar no meu
rosto, seus olhos azuis estreitando-se provocativamente.

— O que eu tenho que fazer.

— Que é? — Ela me pressionou, me forçando a dizer em voz alta.

— Vou feri-la.

Ela se aproximou de mim, sua mão movendo-se para a minha barriga.

— Nós dois sabemos que você não vai. Mas vou guardar seu segredo de
qualquer maneira. Tenho gostado do nosso acordo... — Sua mão deslizou pelo
meu estômago antes de se afastar.

Eu me virei para vê-la ir, meus olhos examinando aquela bunda deliciosa
e seus quadris cheios. Ela estava com meu pescoço embaixo da bota e, se
quisesse cruzar comigo, seria fácil para ela. Eu fiz o esforço para ser legal e
gentil, apesar do quanto isso contradizia minha natureza, então seria errado
ela me trair.
Não parecia que ela iria.

Mas eu realmente não tinha ideia. Se ela e Vanessa se tornassem boas


amigas, não havia como dizer o que poderia acontecer.

Não gostava que ninguém tivesse esse tipo de poder sobre mim.
CAPÍTULO 5

Vanessa nadava na piscina com seu biquíni azul e o cabelo puxado em


um coque. Óculos escuros estavam na ponta de seu nariz, e o sol batia em sua
pele e a fazia brilhar.

Deitei na espreguiçadeira ao lado da água, meu corpo secando após meu


mergulho. A piscina dava para o resto da propriedade, incluindo o celeiro e os
estábulos à distância. Eu poderia estar lá fora trabalhando pra caramba no
calor, mas eu estava feliz por relaxar na piscina hoje. Eu estava lá todos os dias
da semana, então foi bom fazer outra coisa, para variar.

— Como vão suas aulas de arte?

— Há dias em que adoro e dias em que não adoro tanto. — Ela nadou até
os degraus da piscina e sentou-se de forma que a maior parte de seu corpo
ainda estivesse submersa na água. — Os dias que adoro são dias em que
estamos realmente pintando. Os dias que eu odeio são quando estamos
aprendendo sobre história da arte e blá, blá... — Seus óculos de sol cobriam
seus olhos, mas parecia que ela os estava revirando.

— Eu entendo por que é importante estudar os vários períodos da história


da arte e outras coisas, mas às vezes é um verdadeiro tédio.

Eu ri, achando a personalidade de Vanessa revigorante. Conway e o pai


eram ambos homens intensos, calados e constantemente pensativos. Eles
falavam muito pouco com palavras e falavam mais com o silêncio. Sua mãe
não compartilhava desse nível de severidade, mas não era tão direta quanto à
filha. Vanessa era totalmente real, cuspindo seus pensamentos honestos,
independentemente de como eles a faziam parecer. Ela não estava
comprometida em ser a aluna perfeita. Havia coisas com as quais não se
importava, e era franca a respeito.

— Você foi para a faculdade?

Tentei não parar por muito tempo antes de dar minha resposta.

Mentir era muito mais difícil do que eu imaginava. O que quer que eu
dissesse, eu teria que lembrar e repetir para o resto da família dele.

— Fui para a faculdade para estudar negócios, mas desisti quando não
conseguia mais pagar. Eu me mudei para cá para seguir a carreira de modelo
porque não custou nenhum dinheiro.

— Ouvi dizer que a universidade na América é cara. Minha escola de arte


não é barata, mas é porque é particular.

— Então você quer ser uma artista profissional?

— Eu acho, — ela disse. — Não existe artista profissional. Acho que só


queria melhorar minha arte, já que gosto de fazer isso. Muito provavelmente,
irei trabalhar apenas para a vinícola e fazer algumas peças à parte. Mas quero
tentar algo diferente agora, em vez de me arrepender mais tarde.

— Faz sentido.

— Meus pais acham que sou uma grande artista, mas eles são meus pais...
Claro, eles vão dizer isso.

— O que Conway acha?

— Ele diz que minhas pinturas são incríveis. — Ela balançou a cabeça
ligeiramente. — Mas ele é cego como meus pais.
— Parece muito fofo para mim.

— Ele pode ser às vezes, — ela disse. — Ele finge que me odeia com
algumas das besteiras que diz, mas todas as suas ações indicam o contrário.
Ele é mais protetor comigo do que meus próprios pais. É ridículo. Ele é assim
com você?

Eu não pude conter a risada que saiu da minha garganta. — Muito.

— Como você o suporta? — Ela perguntou séria. — Ele é demais às vezes.

Eu sabia que ele se importava muito com sua irmã. Eu via isso toda vez
que ele estava perto dela. A opinião dela sobre ele significava o mundo para
ele. Do contrário, ele não teria se comprometido comigo.

Eu sabia que ele não queria fazer isso. Ele não queria me tratar como uma
pessoa real. Preferia me manter como uma prisioneira, que poderia desfrutar
sempre que quisesse, mas a opinião de sua irmã importava. Isso o forçou a ser
um homem melhor. E gostava quando ele era um homem melhor. — Ele tem
muitas qualidades boas... Embora não as mostre com muita frequência.

— Mas deve mostrá-las a você com mais frequência do que o resto do


mundo. Sempre que o vejo na TV ou no trabalho, ele é como um robô. Nem
parece feliz. Ele está tão concentrado e parece totalmente infeliz.

— Ele apenas se concentra muito... — E parece incrivelmente sexy


enquanto o faz.

— Então foi assim que vocês se conheceram? Você se tornou uma de suas
modelos?

— Sim. Eu fiz o teste para estar em seu desfile, e simplesmente decolou a


partir daí...

— Quando você se mudou?

Tentei manter meu cronograma correto. — Mais ou menos um mês atrás.

Ela deixou a escada e começou a nadar pela piscina. Mudou-se para o


outro lado e encostou-se aos degraus ali.

— Isso significa que você ama meu irmão?

Toda essa conversa era uma mentira, então deveria ser fácil para mim
cuspir outra. Mas quando pensei sobre como Conway me fazia sentir, não
sabia o que dizer. Ele foi gentil comigo quando o conheci. Às vezes, cuspia
comentários rudes aqui e ali, mas ele ainda era bom para mim. Ele foi gentil
comigo, até me fez sentir segura. Se ele fosse totalmente mau, não teria me
dado um pagamento adiantado. Ele teria me dito para ficar de joelhos e
trabalhar para isso. E certamente não teria perdido uma fortuna apenas para
me salvar.

Quando considerei tudo isso, eu sabia que o respeitava.

Nosso arranjo era baseado na luxúria ao invés do amor. Mas eu senti algo
se formando entre nós, uma bela amizade que ficava mais forte a cada dia que
passava. Havia confiança e compreensão. Parei de me sentir uma prisioneira
e me sentia uma parceira. Eu não sabia aonde isso iria levar, mas sabia que só
iria melhorar com o passar do tempo. A casa estava começando a me parecer
um lar, um lugar do qual eu nunca queria sair.

Se Conway me libertasse, eu nem tinha certeza do que faria comigo


mesma. Para onde eu iria? No final das contas, esse era o único lugar que eu
realmente queria estar.

Ele me salvou.

— Claro que sim. — Finalmente forcei as palavras, sem saber como me


sentia sobre elas. Era uma mentira, mas não parecia exatamente uma.
Definitivamente, sentia uma forte afeição por ele, respeito e carinho. Não era
amor romântico, mas era alguma coisa. Se eu estivesse realmente com repulsa
por ele, não acho que poderia dizer as palavras em voz alta.

— Ele está tão apaixonado por você. Tão óbvio.

Desta vez, parei de rir. — Você acha?


— Definitivamente. Nunca o vi com uma mulher antes. Você sabe, além
da TV para programas ou qualquer coisa assim. Ele nunca trouxe uma mulher
para jantar. Nunca mencionou sua vida pessoal. Mesmo quando estávamos
crescendo, as meninas não estavam por perto. Eu me perguntei se ele era gay
por um tempo, especialmente quando começou a costurar.

Conway era o homem mais heterossexual que já conheci. Masculino,


sexual e intenso, ele era o oposto de gay. Mesmo com uma agulha e linha na
ponta dos dedos, ele exalava magnetismo sexual cru.

— E então descobrimos que Conway não só tem uma namorada, mas ela
está morando com ele. — Vanessa encostou-se na escada, molhando o corpo,
mas poupando o cabelo.

— Foi tudo sobre o que meus pais e eu pudemos conversar no caminho.


E meus pais adoraram você, por falar nisso.

— Eles gostaram? — Passei apenas algumas horas com eles. Não foi
tempo suficiente para realmente formarem uma opinião sobre mim.

Já que eu não os via como os pais do meu namorado, não fiquei nem um
pouco nervosa. Eram apenas pessoas. Talvez seja por isso que foi tão fácil para
mim me dar bem com eles. E gostei de fazer Conway se contorcer enquanto o
prendia sob o polegar.

— Absolutamente. Minha mãe acha que você é a mulher mais linda do


mundo, e meu pai acha que você endireitará Conway. Acha que você o está
transformando em um homem melhor.

Sua mãe me achava linda? Seu pai pensa que eu o endireitarei? Quem
diria que fazer os pais de um homem gostarem de você seria tão fácil?

— Seus pais são muito legais. Conway tem sorte de ter uma família tão
boa.

— E uma irmã incrível, — ela disse com um sorriso.

— Sim, — eu disse com uma risada. — Então, você não está mais saindo
com aquele cara?

— Aquele com quem saí uma vez? — Ela perguntou. — Não. Ele me
convidou para sair na aula um dia e eu o achei legal, então disse que sim. Mas
não senti uma conexão nem nada. Então eu apenas disse a ele que não ia
funcionar. Eles disseram que quando você realmente se apaixona sabe, nas
primeiras vinte e quatro horas... E eu definitivamente não estava sentindo
isso.

Pensei em minha primeira interação com Conway. Ele dispensou a sala


inteira como se tivesse o poder de um rei. Circulou ao meu redor como um
predador procurando um ponto fraco em sua presa. Possuiu a sala com seu
poder e intensidade. Fez minha respiração engatar, me assustou de uma forma
que eu não estava perto de Knuckles. Senti a autoridade de Conway e isso de
alguma forma me fez sentir menor. Eu estudei seus ombros largos e
antebraços fortes. Observei a barba que salpicaram sua mandíbula. Percebi
tudo sobre ele em poucos segundos. Meu corpo inexperiente imediatamente
ganhou vida. — Você vai namorar muitos sapos antes de encontrar o príncipe.

— Isso é o que dizem, — disse ela com um suspiro. — Mas eu sou jovem
e estou procurando me divertir, não necessariamente sossegar. Irrita-me
saber que se espera que os homens se acomodem o mais tarde possível, mas
espera-se que as mulheres se casem o mais jovem possível.

— Conway mencionou isso.

— O que ele disse? — Ela puxou os óculos de sol no topo da cabeça para
que pudesse me ver melhor.

— Que ele ficaria aliviado se você se estabelecesse com um homem


poderoso. Assim ele não teria que se preocupar com você.

— Ele não precisa se preocupar comigo, — ela argumentou. — Sou muito


mais inteligente do que ele acredita. — Ele mencionou isso também. — E uma
mulher não precisa ficar atrás de um homem. Sou perfeitamente capaz de
cuidar de mim mesma.
Eu pensei a mesma coisa até me envolver com Knuckles. Agora eu estava
completamente impotente, sem controle sobre meu próprio destino. No
segundo em que eu não estivesse sob a proteção de Conway, seria caçada e
estuprada. Fiquei grata por Conway ter cuidado de mim desde o segundo em
que pôs os olhos em mim. Ele não era um santo de forma alguma, mas eu
estaria pior sem ele. Agora entendia o quão vulnerável eu era. Na verdade, eu
precisava desse homem... Tanto quanto odiava admitir.

— Ele só se preocupa com você, Vanessa. E que mulher não gostaria de


ser protegida por um homem poderoso que a adora?

— Gosto da ideia de estar com um homem perfeito, mas não porque


preciso dele, só porque o quero. — Ela bateu na água com as palmas das mãos.
— Agora, você vai entrar? Você está deitada aí há uns trinta minutos.

— É bom o sol. — Levantei meus braços sobre minha cabeça e agarrei o


topo da cadeira.

— Você já está tão bronzeada. Como você conseguiu essa cor?

— Eu trabalho nos estábulos todos os dias.

Seu queixo caiu. — Você trabalha lá? — Ela apontou para o celeiro. —
Neste calor?

— Gosto de cuidar dos cavalos. Me dá algo para fazer.

— Você não está ocupada como modelo?

— Na verdade não. Eu ajudo Conway principalmente com seus projetos


agora.

— Oh, isso mesmo, — ela disse com um aceno de cabeça. — Eu me lembro


dele dizendo isso agora... Porque ele é um homem superprotetor e ciumento.

— Muito.

Ela tirou os óculos escuros e os colocou na beira da piscina. — Vou sair


com alguns amigos no sábado à noite. Você quer vir junto?
Seria bom sair de casa e fazer algo com alguém além de Conway. Ele foi
a única pessoa com quem passei um tempo, além de Marco e Dante. Vanessa
e eu nos demos bem, então seria bom ter outro amigo.

— Sim, claro. O que vocês vão fazer?

— Jantar, porque comer é o que fazemos de melhor. E então


provavelmente iremos a um clube.

Suspeitei que Conway não gostaria disso. — Parece divertido.

— Milão é uma cidade tão grande. Sempre há coisas para fazer. Você vai
gostar.

Minha experiência com Milão até então não tinha sido ótima. Talvez uma
noite na cidade mudasse minha opinião sobre isso. A última vez que estive lá
sozinha, fui despida e vendida no porão de uma casa de ópera.

Com sorte, eu não acabaria no mesmo lugar desta vez.

— Olha quem é... — Vanessa olhou para além de mim, vendo Conway se
aproximar.

Ele veio ao meu lado em jeans e uma camiseta preta, seu corpo esculpido
e seu rosto bonito. Parecia uma potência em um terno, mas quando ele estava
vestido com roupas normais, ele parecia tão sexy. E quando não usava
absolutamente nada, ele parecia o mais sexy ainda.

Ele olhou para mim, seus olhos vagando pelo meu corpo no meu biquíni.
Ele não tinha vergonha, não se importando que sua irmã estivesse por perto.
— Se divertindo?

— Estávamos um segundo atrás. — Vanessa sempre foi legal comigo, mas


no segundo que seu irmão estava por perto, voltou ao seu papel de irmã mais
nova. — Agora, há uma nuvem enorme no céu.

Ele a ignorou, mantendo os olhos em mim. — Você está linda na piscina.

Olhei para ele através dos meus óculos de sol e senti meus mamilos
endurecerem contra o topo do meu biquíni. Eu fui a destinatária daquele olhar
várias vezes para saber o quão possessivo ele era. Se Vanessa não estivesse por
perto, ele levantaria minha blusa e chuparia meus mamilos até que estivessem
em carne viva. Me puxaria para a piscina e me foderia contra a parede. Tentei
lutar contra o calor que aqueceu minha pele, mas o fogo foi difícil de apagar.
Comecei a suar, e isso não tinha nada a ver com o sol quente.

Tive que quebrar o contato visual porque estava se tornando muito


intenso, especialmente na frente de sua irmã. Se eu lia suas intenções tão bem,
e se ela também pudesse?

— Sapphire e eu vamos sair no sábado à noite com alguns dos meus


amigos, — disse Vanessa. — Noite de garotas.

Isso quebrou a concentração de Conway imediatamente. Ele voltou seu


olhar para ela. — Mesmo?

— Sim. — Vanessa agarrou uma das boias da piscina e deslizou pela água.

Quando Conway olhou para mim novamente, eu sabia exatamente o que


ele estava pensando. Não havia nenhuma maneira no inferno que eu iria.

****

Vanessa saiu depois de almoçarmos tarde.

Conway havia se retirado para o escritório depois de nossa conversa e,


sem sequer nos dizer uma palavra, era óbvio que estava chateado com o que
Vanessa disse.

Era apenas uma questão de tempo antes que ele me encurralasse.

Fui para o meu quarto e tomei banho para enxaguar o cloro e, em


seguida, sequei o cabelo com o secador mais sofisticado que já vi. Secou meu
cabelo rapidamente, sem fritá-lo.
Tudo que Conway colocou no meu quarto era bom o suficiente para a
realeza. Eu basicamente tinha uma vida de princesa.

Vesti minha calcinha e procurei em meu armário por algo para vestir.
Dante estava sempre colocando novas roupas no meu guarda-roupa,
geralmente vestidos de verão. Tudo era de design, por isso parecia que ia às
compras sempre que abria as portas. Encontrei um vestido de verão branco
com sandálias combinando, então o tirei para usar à noite.

A porta se abriu sem aviso. — Se você acha que vai sair no sábado, então
minha irmã está te deixando tão burra quanto ela. — Ele bateu a porta atrás
dele, todas as veias em seus antebraços estourando de adrenalina. Até a veia
do seu pescoço estava vibrando.

— O que dissemos sobre bater? — Coloquei o vestido na cama e pus o


cabide no armário.

— Não estou de bom humor. — Sua mandíbula estava mais dura do que
eu já tinha visto.

— Se você diz... — Eu sabia que ele estava realmente chateado quando me


viu em pé com minha calcinha e sutiã e não fez nada sobre isso. Puxei o vestido
branco pela cabeça e o senti cair nos joelhos. Era mais longo na parte de trás,
batendo levemente no chão.

Ele marchou até mim e ficou bem no meu rosto, intimidando-me com
sua altura elevada. — Você não vai.

— Então, sugere que eu fique trancada o tempo todo? — Eu perguntei


incrédula. — Para o resto da minha vida?

— Não. Você pode sair, mas não em um sábado à noite com um bando de
mulheres bonitas em uma cidade perigosa. Faça-as vir aqui.

— Ninguém vai querer fazer isso.

— Por que você simplesmente não pergunta?

— Eu não estou mudando os planos, — rebati. — Conway, não posso


ignorar sua irmã. Ela me pediu para fazer algo e eu quero ir. Preciso de mais
na minha vida do que ficar aqui o tempo todo trabalhando. Vanessa conhece
a cidade. Tenho certeza que ela sabe evitar a parte ruim.

Agora seus olhos ardiam ao olhar para mim. — Vanessa é uma idiota do
caralho. Eu também não quero que ela saia.

— Não há outra maneira de contornar isso. Eu vou.

— Você faz o que eu digo, e você não vai.

Eu cruzei meus braços sobre meu peito. — Sobre o que conversamos?

— Isso é diferente. Estou passando por cima de você.

— Não, nós podemos nos comprometer como dois adultos. É assim que
funciona, lembra?

Ele se aproximou de mim, seu rosto quase tocando o meu. — Podemos


nos comprometer em muitas coisas, mas não nisso. Isso é sobre segurança.
Não vou deixar você andar por Milão com um bando de mulheres estúpidas
que se acham intocáveis. De todas as pessoas, você deve entender por que não
estou permitindo que você saia.

— Exatamente, — eu disse. — E eu ainda quero ir. Não quero ter medo do


mundo, Conway. Não vou dormir perto de uma lixeira desta vez.

Ele de alguma forma cerrou a mandíbula com mais força. — A resposta é


não.

— Não estou pedindo sua permissão.

Sua mão disparou e ele agarrou meu pescoço.

Eu não vacilei, sabendo que ele não iria realmente me machucar.

— Você nem mesmo tem o direito de pedir permissão, porque possuo


você.

Meus olhos mudaram para um lado e outro enquanto eu olhava em seu


olhar. Ele estava tão perto que eu mal conseguia ver suas feições. Tudo que eu
podia sentir era sua raiva quando me dominou. Sabia que o comportamento
dele não derivava da possessividade psicótica, mas do terror. — Conway, não
há explicação possível que eu pudesse dar a Vanessa sem torná-la óbvia.

— Diga a ela que você está ocupada.

— E na próxima vez que ela perguntar? — Mantive minha voz firme,


embora eu fosse a única sendo segurada pela garganta.

— Mesma coisa.

— Isso não vai funcionar, e você sabe disso. — Envolvi meus dedos em
torno de seu pulso. — Estou indo, Conway. Você pode me agarrar pelo pescoço
o quanto quiser, mas não vai mudar nada. Eu vou tomar cuidado.

— Você nunca foi cuidadosa.

— E é por isso que vou tomar cuidado agora. — Empurrei sua mão para
baixo. Ele me soltou. — Eu gosto da sua irmã. Ela é a única amiga que tenho.

— Você não precisa de amigos. Você me tem.

Um sorriso suave surgiu em meus lábios. — Você é meu amigo, hein?

— Não era isso que você queria? — Ele sussurrou.

— Sim, era isso. Então, por que você não vem comigo?

Ele inclinou a cabeça ligeiramente, a raiva desaparecendo lentamente. —


Eu pensei que isso fosse coisa de garotas.

— É. E eu vou. Então, se você está realmente preocupado comigo, pode


ir junto. Ou pode simplesmente superar isso. Mas essa é sua decisão. Tudo que
sei é que estou indo. — Eu me movi para ele e pressionei meus lábios contra
os seus. Dei-lhe um beijo suave, que imediatamente o fez fechar os olhos e
responder a mim. Então eu me afastei, percebendo como seu corpo amoleceu.
— A decisão é sua.

Dante me deu um vestido prateado que ia ligeiramente além das minhas


coxas. Era colado à pele, curto e tinha pequenas alças nos ombros. Um par de
saltos prateados combinando veio junto. Eu me olhei no espelho e fixei meu
batom antes de descer as escadas.

Conway estava na entrada com jeans escuros e uma camisa de colarinho.


Ele me observou descer as escadas com uma expressão sombria, seus olhos
ardendo quanto mais perto eu chegava. Ele estava irritado e insatisfeito com
a minha roupa.

Eu tinha uma bolsa preta com dinheiro e meu telefone enfiado dentro.

Eu finalmente tinha meu próprio telefone, mas, infelizmente, não tinha


para quem ligar. Parei na sua frente, observando-o me olhar. — Estou pronta.

— Onde está o resto de suas roupas? — Ele passou os olhos pelo meu
corpo.

— Isso vindo de um designer de lingerie.

Eu virei meu cabelo e passei por ele.

Ele bateu com a mão na minha bunda, em seguida, agarrou-me,


puxando-me contra o seu peito enquanto enfiava a mão no meu cabelo. Ele
imediatamente se moveu para um beijo.

Foi a primeira vez que o neguei. — Não.

— Não? — Seus olhos se estreitaram de surpresa, já que ele nunca ouviu


essa palavra.

— Mais tarde.

— Mais tarde? — Ele perguntou incrédulo.

— Sim. Mais tarde. — Puxei meu braço de seu alcance. — Eu quero que
você me olhe à noite toda até que não aguente mais. Então, quando chegarmos
em casa, vou recompensá-lo por seu bom comportamento... Se você conseguir.

Tudo que recebi em troca foi um gemido baixo. Mas quando não houve
discussão, eu sabia que ele estava cooperando. Entramos em seu SUV e
pegamos a estrada.

Peguei meu telefone e vi uma mensagem de Vanessa.

Estamos indo para o Club Bellissima. Você sabe como chegar lá?

Digitei de volta. Sim, tenho certeza que posso encontrar.

Ótimo! Te vejo em breve.

Coloquei meu telefone de volta na minha bolsa.

— O que ela disse? — Ele dirigiu com uma das mãos e manteve os olhos
na estrada. Eram oito da noite, então estaríamos lá por volta das nove.

— Elas estão no Club Bellissima.

— Você está brincando.

— Não. Por quê?

Ele balançou a cabeça ligeiramente. — Nada.

Nós dirigimos o resto do caminho em silêncio. Conway não escondeu seu


aborrecimento. Ele ainda estava chateado com esse passeio. Mas esse foi o
único acordo que pudemos chegar. Eu estava saindo, gostasse ele ou não. Sua
única opção era vir comigo.

Chegamos há Milão quarenta minutos depois e estacionamos atrás de um


prédio. Não havia outros carros lá.

— Onde estamos?

— Este edifício é meu.

— Oh... — Eu olhei ao redor do estacionamento vazio. Parecia um


complexo de apartamentos, mas ninguém mais parecia morar lá.

— É aqui que fico quando estou em Milão. Comprei o prédio porque não
gosto de vizinhos.

— Uma solução cara. A que distância fica o clube?

— Bem perto do quarteirão.


Saímos do carro e caminhamos em direção à calçada. Meus saltos tinham
12 centímetros de altura, então eu não conseguia acompanhar o passo de um
homem de um metro e noventa. Felizmente, Conway diminuiu o ritmo para
que eu não precisasse trabalhar tanto para acompanhar.

Ele não segurou minha mão.

Não que eu esperasse que o fizesse.

Chegamos ao clube e vimos à fila na calçada e em toda a volta do prédio.

— Lugar popular, hein? — Perguntei.

— Um pouco. — Conway passou pelo fim da fila e foi para a frente.

Eu me arrastei atrás dele. — O que você está fazendo?

— Entrando.

— A fila está lá, Conway.

— Não para mim. — Ele alcançou a frente da fila onde os quatro


seguranças estavam. Tudo o que fizeram foi olhar para ele antes de abrir a
porta e deixá-lo entrar.

Eles não trocaram uma única palavra.

Segui atrás dele e entrei no clube escuro. Havia vários bares posicionados
ao longo dos dois andares, e todos os estandes eram feitos de couro azul escuro
com mesas pretas.

Mulheres bonitas estavam por toda parte, e todos os homens estavam


olhando para elas. A música tocava nos alto-falantes e fomos cercados pelo
alto volume de conversas gritando.

Conway separava a multidão aonde quer que fosse, ou porque as pessoas


se sentiam intimidadas ou porque reconheceram seu rosto. Ele não segurou
minha mão ou me puxou para perto, mal me tocou.

Parecia que estava fazendo isso de propósito.


Eu olhei para o segundo andar e vi Vanessa sentada com duas outras
mulheres. — Eu vejo elas.

— Tudo bem. Eu estarei aqui.

— Você não vai se juntar a nós? — Eu perguntei.

— Não se preocupe, vou ficar de olho em você. — Ele deslizou uma mão
no bolso e se afastou, indo em direção ao bar.

Eu não queria que ele estivesse lá para começar, então isso funcionava a
meu favor. Peguei as escadas para o segundo andar e vi as meninas
conversando, suas bebidas pousadas na frente delas. Uma era loira, a outra
era morena. Vanessa tinha cabelos escuros como os meus, quase pretos. Ela
estava com um vestido preto justo, o cabelo enrolado e puxado sobre um
ombro. Ela tinha braços tonificados e ombros arredondados. Um colar de ouro
pendurado em sua garganta.

— Desculpe, estou atrasada. — Sentei-me no final da cabine de couro.

— Ei! — Vanessa sorriu e agarrou meu pulso.

— Você está muito bonita. Estas são algumas das minhas amigas. — Ela
nos apresentou e começamos a conversar. — Sapphire está namorando meu
irmão. Bem, não namoro. Ela está morando com ele.

— Conway? — Stephanie, a loira, perguntou.

— Sim, — disse Vanessa. — E ela o tem enrolado em seu dedo.

Não poderia estar mais longe da verdade, mas sorri mesmo assim.

— Ele é um bom homem. Eu sei que tenho sorte.

Laura, a morena, deu um longo gole em seu cosmo. — Estou apaixonada


por ele há anos.

— Todo mundo está apaixonada por ele há anos, — disse Stephanie. —


Incluindo eu.

Vanessa fez uma careta. — Ele não é tudo o que pensa ser.
— Do que você está falando? — Laura disse. — Ele é rico e sexy. Ele é o
homem perfeito.

Eu não estava com ciúme que suas amigas pensassem que Conway era
atraente, mas não gostei da maneira como ele foi objetificado. Havia mais nele
do que ser rico e gostoso. — Ele também é muito generoso e compassivo. Cuida
de suas modelos e é bom para as pessoas que trabalham para ele. Também é
um bom amigo...

Vanessa sorriu. — De pernas para o ar...

Eu queria contradizê-la, mas sabia que não deveria.

Um homem apareceu à mesa segurando uma vodka cranberry. Ele a


colocou na minha frente, com um sorriso no rosto.

Ele não era o barman de quem eu pedi, e essa não era nem mesmo a
bebida que eu pedi. — Uh, acho que você confundiu meu pedido com o de
outra pessoa.

Ele deslizou para a cabine ao meu lado, ficando confortável.

Eu imediatamente me afastei, meu espaço pessoal em perigo.

Depois do que experimentei, não gostava quando alguém se aproximava


demais de mim. Imediatamente colocando radares em minha cabeça.

— Vou pegar o que você quiser, querida. — Ele colocou o braço nas costas
da cadeira. — Cosmopolitan?

Eu me afastei mais. — Que tal pegar sua bebida de volta e aprender como
não ser nojento?

— Sim, você é tão nojento. — Vanessa estalou os dedos e apontou para o


outro lado da sala. — Agora, vá ser nojento em outro lugar.

Assim que ele se inclinou para dizer algo a ela, foi puxado para fora da
cabine e jogado no chão.

Conway o chutou para o lado e pressionou o pé contra o peito, aplicando


pressão contra os pulmões. Apesar da violência da situação, os seguranças
assistiam do primeiro andar com os braços cruzados sobre o peito, mantendo-
se de fora, embora fosse seu trabalho interferir. — Dê o fora daqui. — Conway
recuou e observou o homem deitado no chão.

O cara se levantou rapidamente, evitou o contato visual e disparou para


as escadas.

Conway endireitou a frente da camisa, em seguida, deslizou as mãos nos


bolsos, retomando sua casualidade suave antes de voltar o olhar para mim.
Obviamente borbulhando de irritação e raiva, ele olhou para mim como se eu
fosse a única que tivesse feito algo errado.

— Não posso deixar você sozinha nem por cinco minutos.

Stephanie e Laura olharam para Conway como se ele fosse um grande


pedaço de carne de homem, especialmente depois da atuação heroica que
acabara de fazer.

Vanessa tinha uma expressão de raiva semelhante à de Conway, o DNA


de seu irmão ainda mais aparente quando os dois estavam com raiva.

— O que diabos você está fazendo aqui, Con?

Ele deslizou para a cabine ao meu lado e colocou o braço sobre meus
ombros. Ao contrário do cara antes, seu toque era gostoso e bem-vindo. Seu
perfume entrou em meu nariz, e sua proteção me envolveu como uma parede
invisível. Não era nada parecido com o horror que cercava o homem. Puxou
meu cabelo do ombro para expor meu pescoço e deu um beijo suave contra
meu pulso.

Vanessa estreitou ainda mais os olhos. — Você vai me responder?

— Eu alguma vez te respondo? — Ele perguntou friamente. Examinou o


bar, em seguida, levantou a mão ligeiramente, chamando a atenção de alguém
que não podíamos ver.

Uma mulher apareceu do nada, em um vestido colante com uma bandeja


debaixo do braço. — O que você deseja, senhor?

— Uísque, — respondeu ele. — Minha garota vai querer o mesmo, com


gelo.

A minha garota. Eu não deveria me sentir quente por dentro, mas estava.

A garçonete desapareceu e Conway voltou a examinar o ambiente. A


música ainda tocava no alto, e as pessoas dançavam no centro da plataforma
no segundo patamar.

As luzes eram baixas e em tons de azul. Tudo ali tinha um tom azulado.

— Isso significa que você vai ficar? — Vanessa perguntou. — Porque isso
é coisa de mulher.

Conway a ignorou.

— Você é uma garota? — Vanessa perguntou.

Conway finalmente se voltou para ela. — Finja que não estou aqui. Eu
finjo que você não existe o tempo todo.

Vanessa estreitou os olhos. — Se Sapphire não fosse minha amiga, eu te


chutaria por baixo da mesa.

— E eu chutaria você de volta, — disse Conway. — Forte.

Vanessa tomou um gole, a irritação ainda em seus olhos.

— Ele não me deixou vir sem ele a reboque, — eu disse me desculpando.


— Acredite em mim, eu tentei.

Conway se virou de novo, divertindo-se observando a multidão. A


garçonete trouxe suas bebidas imediatamente e ele deixou cem euros na mesa
como gorjeta.

— Eu sei, — disse Vanessa. — Esse cara me segue quando estou em um


encontro, então confie em mim, eu entendo.

— Aww, ele está apenas tentando te proteger, — disse Stephanie. — Eu


acho que é fofo.

Minha espinha de repente apertou em aborrecimento. As meninas foram


francas sobre sua atração por ele, e eu deixei passar, porque seria impossível
para qualquer mulher não se sentir atraída. Mas agora, ela continuou... E eu
não ligo para isso.

— Eu acho que é mais assustador do que aquele cara que estava aqui, —
disse Vanessa. — Eu tenho vinte e um anos. Eu não preciso de uma babá.

Conway permaneceu quieto, fazendo o possível para se misturar ao


fundo e passar despercebido.

O assunto mudou e conversamos sobre uma das aulas de arte de Vanessa.


As meninas vão para a faculdade com ela, então foi lá que se conheceram. Elas
eram todas aspirantes a artistas, e isso me lembrou dos meus anos de
faculdade. Conheci muitas pessoas que estavam tentando encontrar seu
caminho no mundo. Mesmo em uma disciplina diferente, esse sentimento era
o mesmo.

— Ooh... — Vanessa acenou com a cabeça para outra mesa no canto. —


Olha só aquele cara de jaqueta de couro.

Todas nós nos viramos para olhar. Em jeans justos com cabelo escuro e
uma construção musculosa, um cara se aproximou do estande com alguns
amigos. Todos estavam bebendo cerveja. O cara que Vanessa notou tinha
barba por fazer e olhos escuros. Ele era definitivamente bonito, mas eu não o
teria notado se ela não o tivesse apontado.

— Droga, olhe para essa bunda, — disse Stephanie.

— Ooh, o amigo dele também é fofo, — disse Laura.

Ele me lembrava Conway de muitas maneiras, mas uma versão


desbotada. — Sim, ele é fofo.

Conway voltou seu olhar para mim, e ele estava irritado.

Eu senti a ferocidade em seu olhar. Estava gelado e queimando com um


fogo violento ao mesmo tempo, e parecia que ia me estrangular. Se
estivéssemos sozinhos, ele provavelmente teria algumas palavras para
acrescentar a esse visual.

— Você vai falar com ele? — Laura perguntou.

— Definitivamente. — Vanessa arrumou o cabelo e depois verificou o


batom com o pó compacto.

Conway deixou escapar um suspiro silencioso, carregado de irritação.

— Me deseje sorte. — Vanessa apertou os lábios para deixar o batom


certo. Então ela começou a deslizar para fora da cabine.

— Você não vai dar em cima de algum cara aleatório em um bar. —


Conway deveria ter ficado quieto, mas obviamente não conseguiu cumprir sua
promessa quando sua irmã estava tentando entrar em ação.

— E onde você gostaria que eu fizesse isso?— Ela perguntou. — Em um


convento?

Eu fiz o meu melhor para esconder o sorriso do meu rosto.

— Você não tem ideia de quem é esse cara, — rebateu Conway. — Ele pode
ser um estuprador ou algo assim.

— Você acha que um homem bom como aquele precisa estuprar pessoas
para transar?— Vanessa explodiu. — Você é ridículo, Conway.

— Vanessa...

Eu agarrei seu antebraço. — Deixa pra lá, Conway.

Vanessa deslizou para fora da cabine e caminhou em direção ao homem


que ela estava de olho.

Conway os observava como um falcão, seu peito subindo e descendo


lentamente com uma raiva mal contida. — Ela é tão estúpida.

— Ela é uma mulher solteira em busca de ação, — eu disse. — Nada de


errado com isso.
— Há tudo de errado com isso, — ele retrucou. — Ela não deveria estar
agindo dessa maneira.

— Então está tudo bem para você fazer isso, mas não para ela? Não sabia
que você era tão sexista.

— Eu não sou machista. — Ele manteve a voz baixa para que não
pudéssemos ser ouvidos. — Todo o meu negócio é baseado em mulheres
andando seminuas. Obviamente, não sou sexista. A pessoa de quem mais
dependo é uma mulher. Eu simplesmente não gosto disso...

— Você tem que esquecer, Conway. Ela é uma mulher adulta.

— Eu só... — Ele observou Vanessa chamar a atenção do homem e iniciar


uma conversa. O cara sorriu para ela segurando sua cerveja. Ela deve ter dito
algo engraçado porque ele respondeu com uma risada. — Eu não quero que
ninguém a machuque.

— Todo mundo fica com o coração partido. É assim que a vida é.

— Não é isso que eu quero dizer.

— Nem todo homem é mau, Conway. Existem homens por aí como


Knuckles e os Skull Kings, mas também existem bons homens.

— Todos os homens são ruins, — ele disse calmamente. — Apenas em


graus diferentes.

— Seu pai não parece ruim.

Conway se virou, obviamente não querendo abrir esse assunto.

Vanessa continuou sua conversa com o cara, e eles pareciam estar se


dando bem. Quando ele não estava rindo, ele sorria para ela. Seus olhos
tinham a mesma empolgação, como se estivesse genuinamente interessado na
conversa.

Como ele poderia não estar? Vanessa parecia mais uma modelo do que
eu.
Um homem apareceu ao lado de Conway e colocou a mão em seu ombro.

Eu sabia que apenas alguém próximo a ele iria tocá-lo assim, a menos
que eles quisessem que seu crânio fosse esmagado sob sua bota.

O homem parecia estar na casa dos cinquenta e sorriu para Conway com
afeição. Havia semelhanças óbvias entre eles, desde a cor de seus cabelos e
olhos até os traços de seus rostos.

Eles estavam definitivamente relacionados.

Assim que Conway o reconheceu, a tensão em seus ombros morreu. —


Tio. — Conway deslizou para fora da cabine e endireitou-se em toda a sua
estatura. Ele era do mesmo tamanho que seu tio, alto com uma aparência
magra e tonificada. — Como você está?

— Parece que você está se divertindo. — Ele olhou para mim antes de
piscar para Conway.

Eu deslizei para fora da cabine em seguida e estendi minha mão. —


Prazer em conhecê-lo. Eu sou...

— Eu sei quem você é, querida. — Ele se inclinou e me beijou na


bochecha, desconsiderando minha mão.

Eu odiava a palavra querida, mas quando o pai ou tio de Conway a dizia,


não parecia tão ruim. Parecia afetuosa e respeitosa. O domínio de Knuckles
sobre o nome havia começado a desaparecer. — Você sabe?

— Meu irmão e minha irmã disseram coisas boas. — Seu olhar mudou de
volta para Conway. — Ouvi dizer que você o está endireitando.

— Ele já está bem endireitado, — eu disse com uma risada. — Nunca


precisou da minha ajuda com isso.

Seu tio sorriu. — Eu gosto de você.

Minhas bochechas coraram enquanto eu sorria. — Obrigada…

— Sou Cane, — disse ele.


— Sapphire. — Ele disse que já sabia quem eu era, então não precisei me
apresentar, mas o fiz mesmo assim.

— Meu tio é dono deste clube, — disse Conway. — É por isso que achei
irônico que vocês, meninas, quisessem vir aqui.

— É bom, — eu disse. — As bebidas são fortes.

— Elas são fortes apenas para garotas bonitas. — Ele olhou para Vanessa,
que ainda estava falando com aquele cara. — Com quem ela está falando?

Conway olhou por cima do ombro e suspirou. — Ela achou que ele era
fofo...

— Devo expulsá-lo? — Cane perguntou, falando sério.

Todos os homens Barsetti eram assim? — Deixe-a só. Ela é uma mulher
adulta. Mesmo se cometer um erro, bom para ela. Se não cometermos erros,
nunca aprenderemos.

— Existem alguns erros que não deveriam ser cometidos, — disse Conway
sombriamente. — Vou ficar de olho nela.

O fato de seu tio ter achado essa resposta normal foi surpreendente. Não
admira por que Vanessa era a mulher teimosa e de espírito livre que era. Ela
deve se sentir sufocada com todos aqueles homens superprotetores.

— Vejo você mais tarde. — Cane o puxou para um abraço e deu um


tapinha nas suas costas. — Você está bem, a propósito.

Conway sorriu. — Obrigado. Você também.

— Obviamente. — Ele sorriu. — Mas você só parece bem por causa da


mulher em seu braço.

****
Laura e Stephanie instalaram-se em uma mesa diferente com dois
irmãos. Elas gostaram das bebidas e da boa conversa. Vanessa não tinha
parado de falar com o homem que ela fixou seus olhos. Agora estavam
sozinhos em uma cabine, conversando baixinho enquanto seu braço
descansava sobre o encosto do assento de couro. Eles estavam muito
próximos, perto o suficiente para um beijo se o momento fosse certo.

Conway não olhou para eles, mas era óbvio que estava ciente deles.
Poderíamos partir a qualquer momento, agora que as meninas se dividiram
em grupos diferentes. Não havia razão para ficarmos por aqui.

Mas Conway continuou pedindo mais rodadas.

E aquele homem podia beber.

Ele descansou as pontas dos dedos ao redor do copo de vidro enquanto


seu braço permanecia envolto em meus ombros.

— Então, vamos ficar aqui a noite toda espionando?

— Estou apenas curtindo minha bebida.

— Esse é o seu quinto uísque. Parece que vou ter que dirigir para casa.

— Eu posso dirigir.

— Não tenho tanta certeza sobre isso...

— Eu pareço bêbado? — Ele olhou para o meu rosto, lindo e ardente.

— Não.

— Então vai ficar tudo bem.

Pressionei meus dedos em seu queixo e gentilmente senti a barba ao


longo de sua mandíbula. A barba por fazer era grossa e áspera e arranhou
contra meus dedos macios. Eu segui o esboço de sua mandíbula em sua
bochecha. Meus olhos focaram em seus lábios carnudos, examinando o
homem na minha frente como se fosse uma estátua do rei mais reverenciado
da história.
— Você pode me ter quando quiser, Muse.

Meus olhos voltaram para os dele.

— O que o faz pensar que eu quero você?

Seus dedos envolveram meu pulso esguio e apertaram.

— Eu te conheço melhor do que você pensa. Conheço esse olhar em seus


olhos... É o olhar que dá quando quer que eu te beije.

Minhas pernas estavam cruzadas sob a mesa e senti minhas coxas se


apertarem involuntariamente. Eu tinha visto a maioria das mulheres dentro
do clube olhar para Conway pelo menos uma vez. Ele era o solteiro mais
cobiçado da Itália, e eu sabia que as mulheres não olhavam só por causa de
sua fama. Elas estavam olhando porque ele era mais bonito do que as modelos
que empregava. Isso me deixou possessiva, mas também me fez sentir com
sorte. Era eu quem estava sentada com ele naquela cabine, não elas.

— Você vai me beijar então?

— Não em um local cheio de pessoas.

— Tem vergonha de mim, hein? — Sussurrei, sabendo que não podia ser
verdade.

— Só não quero que os homens vejam isso.

— Honestamente, eu acho que as mulheres são mais propensas a se dar


bem...

Ele esfregou seu nariz contra o meu. — Você é uma mulher muito
ciumenta.

— Não, eu não sou.

Seus olhos se estreitaram enquanto ele me desafiava.

— Você é quem fala.

— Eu não sou ciumento. Sou muito possessivo com minhas coisas.


— Essa é a definição exata de ciúme...

— Não, você está pensando em cobiça. Sou muito ganancioso. Eu tenho


algo que não quero que ninguém mais tenha. Não é porque eu me importo
com isso. É simplesmente porque gosto de ter algo que os outros não tem.

— Isso não é ser ganancioso. Isso é apenas ser um idiota.

O canto de sua boca se ergueu em um sorriso. — Eu sou um idiota.

Minha mão se moveu para sua coxa sob a mesa. Eu lentamente avancei
em direção a sua cintura até que senti a protuberância em seu jeans. Seu longo
pau estava perfeitamente delineado e ele não vacilou de vergonha por ter uma
ereção no meio de um clube.

Meus dedos deslizaram sobre sua espessura e se moveram para a base.

Ele manteve os olhos em mim, observando-me senti-lo por baixo da


mesa. — Talvez você deva esperar até chegarmos em casa.

— Talvez você devesse me beijar.

Sua mão segurou minha nuca e seus dedos tocaram meu cabelo. — Por
que você quer tanto que eu te beije, Muse?

— Por que não quer me beijar? Você diz que eu sou a mulher mais bonita
do mundo, certo?

Ele colocou algumas mechas de cabelo atrás da minha orelha, seus olhos
focalizando meus lábios. — Sim.

— Então prove isso.

— Acho que estou provando isso. — Ele agarrou minha mão e pressionou
contra seu pau duro através de sua calça jeans. — Imensamente.

Minha mão deslizou por seu peito e me inclinei para pressionar meus
lábios contra os seus. Ele não resistiu a mim e seus olhos se fecharam.

Mas eu plantei um beijo em sua mandíbula em vez disso, arrastando


beijos por todo o caminho até seu pescoço. Minha mão explorou seu peito
enquanto meus lábios carnudos o devoravam, valorizando seu corpo com
minha língua molhada.

Minha boca migrou para seu ouvido e respirei em seu canal.

— Beije-me, Conway. Não me faça pedir de novo.

Desta vez, agarrou a parte de trás do meu cabelo e puxou para que ele
pudesse me beijar do jeito que ele queria; profundo, forte e áspero.

Seus lábios quase machucaram os meus enquanto me devorava, me


esmagando contra ele. O começo foi intenso, mas então seu beijo ficou suave.
Assim como quando estávamos na cama juntos, foi gentil e proposital, com ele
sentindo meus lábios em vez de esmagá-los. Suas pontas dos dedos pararam
de puxar meu cabelo e começaram a acariciar os fios.

Eu queria despi-lo naquele momento e tê-lo, levá-lo bem dentro de mim.


No começo, eu o via como um captor cruel que me tratava como uma
prisioneira. Mas agora me descobri querendo o tanto quanto ele me queria.
Eu queria sua atenção, sua afeição. Queria que ele me fizesse sentir bem como
antes.

Ele gemeu em minha boca, a vibração evidente contra minha língua. A


música estava muito alta lá em cima para que pudéssemos ouvir um ao outro,
mas eu podia sentir sua intensidade através de seu toque. O calor aumentou
cada vez mais, e seu pênis estava prestes a estourar através de sua calça jeans.

De repente, ele terminou o beijo e desviou o rosto.

Minhas unhas cravaram em sua camisa em resposta, insatisfeita com o


fim do beijo.

Sua mandíbula estava cerrada com força.

— Vamos para casa. — Ele olhou para Vanessa e seu par. — Ela é uma
mulher adulta, Conway. Você precisa deixar para lá. — Eu deslizei para fora
do outro lado da cabine sem esperar por ele. Levantei-me, meus saltos altos e
doloridos.
Ele me olhou de cima a baixo, sua mente mudando para sexo mais uma
vez.

— Bem, estou indo embora. Boa noite. — Eu me virei e fui embora,


sabendo que ficaria olhando para minha bunda o tempo todo.

E como eu esperava, ele apareceu atrás de mim um instante depois.

Seu braço rodeou minha cintura e me acompanhou para fora do clube,


separando a multidão com sua distinção. Uma vez que estávamos do lado de
fora, o ar frio era uma boa mudança em comparação com o ambiente sufocante
com o calor do corpo. A brisa imediatamente lambeu o suor da minha pele.

Seu braço me puxou com mais força enquanto caminhávamos pela


calçada juntos na escuridão. Eu costumava andar nessas calçadas o tempo
todo quando pegava comida ou lavava minha roupa. Costumava voltar para o
meu hotel e assistir TV todas as noites porque não tinha mais nada para fazer.
Mas agora minha vida estava completamente diferente.

Entramos no prédio de sua propriedade e fomos para a grande garagem


com o único carro. Mas ele não caminhou até o SUV. Em vez disso, se dirigiu
ao elevador e apertou o botão com o dedo indicador.

— Onde nós estamos indo?

Tudo o que ele fez foi olhar.

As portas se abriram e entramos. Ele apertou o botão do último andar e


a porta se fecharam.

— Se o seu lugar for na cobertura...

Ele me pressionou contra a parede do elevador e me beijou do jeito que


tinha feito na cabine de couro. Mas desta vez foi mais forte, mais feroz.
Agarrou meus quadris e pressionou seu peito contra meus seios. Sua boca se
moveu para o meu queixo e pescoço, e ele puxou meu vestido para revelar
minha calcinha preta por baixo. Minha perna foi puxada em volta de sua
cintura e ele se apertou contra mim, pressionando sua ereção diretamente
contra meu clitóris.

Parecia tão bom.

— Conway... — Minha cabeça rolou para trás quando o deixei beijar meu
pescoço. Eu senti a fricção maravilhosa entre minhas pernas, a força de seu
tesão furioso. Sua circunferência era tão boa, tão profunda e espessa.

Eu me apertei contra ele e cravei minhas unhas em seus ombros.

Por que diabos esse elevador estava se movendo tão devagar?

O elevador finalmente parou e as portas se abriram.

Em vez de esperar que eu andasse, ele me ergueu em seus braços e


carregou-me para o apartamento. Deixou-me cair no sofá com um baque
profundo e, em seguida, puxou minha calcinha sobre os calcanhares.

Antes que eu pudesse alcançar seus jeans, eles já estavam fora e


empurrados para suas coxas.

— Conway. — Eu agarrei seus quadris e o puxei contra mim.

Ele guiou a cabeça de seu pênis em minha entrada, em seguida, enfiou-


se dentro de mim.

Sempre doía um pouco, mas o prazer superava em muito o desconforto.


Cavei minhas unhas em sua bunda e puxei-o, absorvendo cada centímetro até
que senti seu pau bater no meu colo do útero.

Conway pressionou minha perna contra o encosto do sofá e me prendeu


no canto. Sua mão se moveu para minha nuca e me agarrou enquanto
empurrava dentro de mim. Suas bolas comprimiam-se em minha bunda
enquanto se movia, batendo uma e outra vez.

Era exatamente o que eu queria, sentir esse homem forte em cima de


mim. Minhas mãos se moveram por baixo de sua camisa e senti os músculos
ondulantes de seu físico. Todas as mulheres tinham olhado para ele com
desejo em seus olhos, mas eu era a mulher que ia para casa com ele, todas as
noites.

Seus olhos se fixaram nos meus no momento em que me colocava


debaixo dele.

Ele me golpeou com força, me acertando bem e profundamente. O suor


se acumulou em seu corpo quase que instantaneamente, e eu podia sentir seu
coração batendo descontroladamente sob minha palma.

— Sim... Assim.

Ele manteve o ritmo rápido e me pressionou mais fundo no tecido de seu


sofá. Fui arqueada e dobrada de maneiras diferentes porque ele fez o que era
necessário para chegar o mais perto possível de mim.

Pressionou sua testa na minha, em seguida, me beijou — me beijou bem.

Foi quando minha boceta apertou em torno de seu comprimento e gozei.

— Conway... — Minha mão se moveu para a parte de trás de seu cabelo e


eu gemi contra sua boca, me contorcendo e escorregando em euforia.

Ele descansou sua testa contra a minha e deu suas investidas finais, seu
pau engrossando um pouco mais antes do lançamento.

Agora eu vivia para seus orgasmos, vivia para seu gozo. — Dê-me tudo
isso...

Conway gemeu contra meus lábios assim que gozou. Agarrou a parte
inferior das minhas costas e me puxou com mais força contra ele, colocando
seu pau o mais fundo possível. Encheu-me com tudo o que tinha, montes de
porra que pareciam quentes e pesadas. — Curtiu isso?

— Sim... — Minhas pernas estavam bem separadas para acomodá-lo, e


minhas mãos afundaram em sua bunda novamente. Minhas unhas cortaram
sua pele porque eu não conseguia relaxar os nós dos dedos. Adorei o olhar
satisfeito em seus olhos, o fato de que ele ficou contente com a experiência,
bem como com seu desempenho.
— Você ama minha porra?

Meus dedos sentiram sua barba por fazer. — Profundamente.

Ele esfregou seu nariz contra o meu enquanto mantinha seu pau dentro
de mim. Ele estava mole agora, mas dentro de alguns minutos, estaria pronto
para ir novamente.

— Mais?

— Por favor.

Ele rosnou contra minha boca. — Muse…

****

Depois que a foda finalmente acabou, ele pegou dois copos d'água da
cozinha.

Puxei meu vestido para baixo, mas deixei minha calcinha ficar na mesa
de café enquanto eu caminhava para a janela do chão ao teto. As luzes da
cidade brilhavam intensamente e parecia que o mundo estava a seus pés. Seu
prédio era um pouco mais alto que os outros, então era fácil ver as belas
catedrais.

Ele me entregou um copo d'água.

— Obrigada. — Eu o observei enquanto bebia, vendo a expressão


satisfeita e cansada em seus olhos.

Ele bebeu e ficou ao meu lado, de pé apenas em sua boxer preta.

— Eu gosto da sua casa.

— Obrigado.

— Não vi muito, mas gosto do que vejo. — Tinha uma cozinha aberta e
uma enorme sala de estar. Tinha uma vista pitoresca em três lados do edifício.
— O resto dos lugares são apenas quartos e meu escritório.

— E os outros andares?

— Um é uma academia pessoal.

— Um andar inteiro? — Eu perguntei incrédula.

— Sim.

— E os outros?

Ele encolheu os ombros. — Eu não fiz nada neles. Eles são apenas
apartamentos vazios agora.

— Uau…

— Sou uma pessoa muito reservada.

— Não diga, — eu disse com uma risada.

Ele bebeu o resto do seu copo, sua garganta movendo enquanto ele bebia
a água. Quando terminou, enxugou a boca com as costas do antebraço. Mesmo
as atividades simples eram sensuais para um homem como ele. — Nós
devemos ir.

— Por que não dormimos aqui esta noite?

Ele colocou seu copo vazio na mesa e agarrou sua camisa do chão.

— Eu prefiro Verona.

— Então por que você tem este lugar?

— É mais perto do escritório. Quando neva, é mais fácil vir aqui.

— Há muita neve no inverno?

— Pode haver. — Ele abotoou a camisa e vestiu a calça jeans. Puxou o


telefone do bolso e verificou a tela.

— No ano passado, tivemos um inverno muito rigoroso.

— O que Marco faz nos estábulos, então?


— Mantém os cavalos aquecidos, trazendo-os para o celeiro.

Nunca tinha trabalhado na neve antes. Eu teria que conseguir algum


equipamento novo.

Ele colocou o telefone no bolso e pegou minha calcinha da mesa. — Quer


que eu guarde isso para você? — Ele o enrolou nos dedos e esfregou-o entre as
pontas dos dedos.

Minha calcinha ficava muito melhor nele do que em mim. Eu coloquei


meu copo na mesa e as puxei de sua mão. — Que tal ficarmos aqui? Esta vista
é tão linda. Você pode ver toda a cidade.

Sua brincadeira evaporou imediatamente. — Eu disse que vamos voltar


para Verona. Isso não é uma discussão.

E assim, a conexão entre nós foi cortada.

Sempre que pensava que estávamos nos aproximando, algo se


interpunha e ele estabelecia a ordem. Lembrava-me qual era realmente o
relacionamento. Ele era o dono. Eu era a propriedade. Fim da história.

Eu não segurei meu olhar de decepção.

E Conway não deu à mínima.

Ele calçou os sapatos e saímos do apartamento. Minha boceta ainda


estava cheia de seu gozo, mas agora não parecia tão gostoso. De repente, me
senti mais nua do que antes. Parecia que nossa noite apaixonada não
significou nada.

Por que eu sempre pensava que isso significava alguma coisa?

Voltamos para a garagem e entramos no SUV. Em seguida, Conway


pegou a estrada e deixou Milão. A cidade desapareceu atrás de nós enquanto
íamos para o campo.

Quanto mais avançávamos, mais escuro o mundo se tornava. Apenas as


luzes das vilas e mansões podiam ser vistas da estrada.
Puxei meus joelhos até o peito e olhei pela janela, fazendo o meu melhor
para tirá-lo da minha visão periférica.

Conway ficou quieto durante a maior parte do caminho. — Eu não queria


te chatear.

— Você não fez isso.

— Parece que sim. — Seu tom grave era mais profundo quando falava
mais baixo. De alguma forma, ele parecia dizer mais quando dizia menos. Ele
tinha a voz mais sensual que eu já ouvi. Mesmo se eu não soubesse como era
o seu rosto, aquela voz me excitaria sozinha.

— Estou desapontada com você.

— Porque eu queria vir para Verona? — Ele perguntou incrédulo. —


Verona é muito mais segura que Milão. Eu nem deveria ter que me explicar,
Muse. Quando eu digo algo, só precisa ouvir.

— Se eu fosse apenas uma mulher qualquer que escolheu, você teria


ouvido.

— O que te faz pensar isso? — Ele perguntou. — Eu disse a você que as


mulheres não dormem aqui, então isso não faz sentido.

— Mas ainda não falaria com elas desse jeito.

— Você me dá muito crédito, — ele sussurrou. — Acha que eu sou apenas


um idiota para você. Acredite em mim, eu sou um idiota para todas.

— Então você deveria ter vergonha disso.

— É quem eu sou. E não tenho vergonha de quem sou.

Concentrei meu olhar para fora da janela ainda mais forte.

— Você precisa parar de esperar que eu a trate de forma diferente, — disse


ele. — Eu não vou. É assim que é.

— Sim... Estou percebendo isso.


Conway não disse mais nada e ficamos em silêncio pelo resto da viagem.
Deixamos o carro na rotatória e entramos na casa. Não esperei por ele e fui
direto para a cama. Tirei meus saltos e subi para o terceiro andar rapidamente,
fechando a porta atrás de mim uma vez que estava no meu quarto.

Quando finalmente fiquei sozinha, soltei a respiração que estava


prendendo.

Não entendi por que estava tão chateada com ele. Ele não queria que eu
saísse sozinha, e quando um cara deu em cima mim, ele pirou e fez uma cena
sobre isso. Mas ele se recusou a me dar qualquer tipo de tratamento especial.
No segundo que as coisas não saíram do seu jeito, ele me lembrou que eu não
tinha voz.

Era irritante.

Talvez estivesse certo quando disse que era apenas possessivo e não
ciumento. Quem sabe ele realmente fosse apenas um idiota. Possivelmente eu
queria ver o que há de bom nele porque sabia que não era mau. Mas só porque
ele não era ruim, não significava que ele era bom.

Eu nem mesmo lavei meu rosto antes de dormir. Apenas vesti uma
camiseta e troquei minha calcinha antes de entrar debaixo das cobertas.

A lâmpada foi apagada e fui engolida pela escuridão. Limpei meus


pensamentos e parei de pensar em Conway e na noite que tive.

Quando ele me tocou naquela cabine, eu me senti a única mulher que


importava. Quando me beijou com tanta paixão, parecia que eu era mais do
que apenas uma mulher. Ele era possessivo e nunca deixou de me querer. Eu
nem mesmo o vi olhar para outra mulher, e mulheres bonitas estavam por
toda parte.

Mas talvez nada disso significasse algo.

Provavelmente eu não significasse nada.


****

Joguei- e revirei-me na cama, o suor cobrindo meu pescoço e costas.


Meus lábios tremeram com gritos silenciosos que não conseguiram escapar da
minha garganta. Eu me mexia e virava constantemente, mudando da esquerda
para a direita e torcendo os lençóis ao redor do meu corpo.

Foi um pesadelo.

O pior que já tive.

Eu tinha acabado de sair do bar onde trabalhava e estava descendo à


calçada. Minha bolsa estava sobre meu ombro e meu coração estava disparado
porque sabia o que estava para acontecer antes mesmo de acontecer.

Parei na frente de um beco escuro como breu, sabendo exatamente o que


se escondia nas sombras.

Eu deveria simplesmente ir embora, mas não fui.

Então ouvi o som gutural de um homem morrendo. Gemidos mortais


escapavam de seus lábios toda vez que uma bota era chutada em seu lado. Ele
estava sendo espancado até a morte na escuridão, seus choros ficando mais
altos até que pararam.

Fiquei aliviada por eles terem parado, mas também sabia o que isso
significava.

Nathan estava morto.

Knuckles saiu das sombras, suas tatuagens cobrindo seu corpo e seus
olhos azuis penetrantes. Ele me circulou como um tubarão, sendo dono da
calçada, já que não havia nenhum outro pedestre à vista.

Ele era o dono desta cidade, então éramos apenas nós dois.

Eu não pude correr.

O sangue estava em seus antebraços e nos nós dos dedos, o sangue do


meu irmão.

Ele continuou a circular, seu sorriso largo e malicioso. Ergueu o dedo


indicador e o arrastou pela minha bochecha, espalhando sangue pela minha
pele. — Eu vou te foder, querida. E depois que você morrer, vou te foder de
novo.

Endireitei-me na cama, segurando meu peito no desespero de tentar


respirar. O suor grudava nos lençóis, deixando-os úmidos e pegajosos. Meu
coração batia tão forte que doía no meu peito. Chutei os cobertores porque não
queria que nada me tocasse.

Eu não queria mais estar naquela cama.

Eu precisava de ar fresco. Necessitava do céu. Carecia de um lugar que


pudesse me fazer sentir livre.

O primeiro lugar para onde eu queria correr era o quarto de Conway. Não
havia lugar no mundo em que eu me sentisse mais segura do que em seus
braços. Mas essa ideia desapareceu imediatamente quando percebi que não
era uma opção.

Conway não se importava se eu tivesse um pesadelo.

Vesti jeans e uma camiseta e fui para o primeiro andar.

A casa estava silenciosa, escura como breu e solitária. O suor do meu


corpo grudou nas minhas roupas e eu podia senti-lo escorrer pelas minhas
costas. Meu coração ainda estava acelerado, embora soubesse que era apenas
um sonho. Mas aquele sonho parecia mais verdadeiro do que minha realidade.

O único lugar onde encontrava paz era nos estábulos com os cavalos.
Quando eu estava lá, não precisava pensar. Eu apenas trabalhava até estar
morta de cansaço.

Essa era a única coisa que poderia me ajudar a superar isso.


CAPÍTULO 6

O alarme do meu telefone tocou no volume máximo.

Não era o mesmo alarme que costumava me acordar de manhã.

Era o alarme que eu usava quando a merda ficava séria.

Isso significava que uma porta havia sido aberta sem o código ou uma
janela havia sido quebrada. Isso significava que alguém estava tentando foder
comigo, e eles se arrependeriam. Eu pulei para fora da cama e vesti uma calça
de moletom e uma camiseta na velocidade da luz.

Então peguei minha semiautomática debaixo da minha cama, que estava


totalmente carregada.

Dante também teria ouvido o alarme e estaria apropriadamente armado.

O primeiro lugar que fui foi ao quarto de Sapphire. Eu tinha que ter
certeza de que ela estava bem antes de explorar o resto da casa. Abri a porta
sem bater e vi que a lâmpada da cabeceira estava acesa. Os lençóis foram
chutados para trás e ela não estava à vista.

— Muse? — Verifiquei o banheiro e a sala de estar. — Muse?

Ela não estava lá.

Porra.
Agora eu estava apavorado de uma maneira totalmente nova.

Voltei para o corredor e subi as escadas. Eu tinha minha arma pronta,


preparada para matar qualquer um dentro da minha casa que não deveria
estar lá. Eu queria gritar por Dante ou Muse, mas era muito perigoso.

— Senhor? — Dante entrou na minha vista na parte inferior da escada.


Ele segurava uma espingarda com um colete à prova de balas amarrado no
peito. Ele não era apenas um chef e mordomo da casa, mas um homem
preparado para matar qualquer um que entrasse no local sem ser convidado.
— É Sapphire.

Parei no segundo patamar.

— O quê? Ela está bem? Onde ela está?

— Ela disparou o alarme quando saiu pela porta dos fundos. A luz dos
estábulos está acesa, então ela deve estar lá embaixo.

Que porra ela estava fazendo lá?

— São três da manhã.

— Eu sei disso, senhor.

— O que poderia ser tão importante para ela ir lá no meio da noite?

Dante abaixou sua arma e encolheu os ombros.

— Não faço ideia, senhor. Você gostaria que eu fosse buscá-la?

Liguei a trava de segurança da minha arma e coloquei-a no chão. — Não.


Eu cuido dela. — Eu cheguei ao fim da escada, ferocidade circulando em
minhas veias. Como ela pode ser tão estúpida? Em sua defesa, nunca contei
sobre o sistema de alarme, mas ela foi estúpida em fugir no meio da noite.

Dante tirou uma pistola do bolso de trás. — Apenas no caso de?

Eu não estava indo até Muse com uma arma. Não tinha ideia do que ela
estava fazendo nos estábulos, mas assustá-la não era a melhor maneira de
lidar com isso. — Não. — Saí pela porta dos fundos que ela usou e atravessei a
grama para chegar lá mais rápido.

Todas as luzes dos estábulos estavam acesas, e os insetos foram atraídos


pelas luzes brilhantes que destacavam a grama ao redor da área. Entrei nos
estábulos e a encontrei inclinada sobre a cerca onde uma das éguas mais
mansas estava alojada.

Seu queixo estava apoiado na mão, e ela acariciava o cavalo que estava
sobre ela. Os outros cavalos colocaram a cabeça para fora, confusos por haver
um visitante no meio da noite. Até Carbine estava olhando para ela.

— Que porra você está fazendo?

Ela saltou cinco centímetros do chão e até assustou o cavalo com seus
movimentos.

— Jesus... Você me assustou.

— Te assustei? — Eu disse.

— Sua pequena façanha disparou o alarme na casa. Dante e eu estávamos


armados e prontos para a guerra. O que diabos você estava pensando? —
Aproximei-me dela, sentindo meus braços tremerem de aborrecimento.

— Se você não conseguia dormir, poderia ter ligado à maldita TV ou feito


um lanche na cozinha. — Quando eu estava a apenas trinta centímetros de
distância, percebi o inchaço de seus olhos. Coberto com umidade e vermelhos,
seus olhos mostravam os clássicos sinais de choro. Eu fechei minha boca
quando percebi que isso era mais complicado do que apenas não conseguir
dormir.

Ela rapidamente se virou, escondendo seu rosto de mim.

— Me desculpe... Eu não sabia sobre o alarme. Se eu soubesse, não teria


saído. — Ela arrastou os dedos para cima e para baixo no focinho do cavalo,
acariciando a égua suavemente.

Eu cheguei ao seu lado, me sentindo um idiota quando não deveria.


— Por que você veio aqui?

— Eu só... Não conseguia dormir.

Eu não acreditei. — Porque você está chorando?

— Eu não estou chorando. — Ela continuou a esconder o rosto, deixando


seu cabelo cobrir seu perfil lateral.

— Não minta para mim. Eu não minto para você.

Ela fungou levemente, em seguida, enxugou o nariz.

Eu me inclinei contra a cerca e descansei meu braço em cima. Fiquei


olhando para o lado do seu rosto, esperando que ela me olhasse nos olhos.

Até aquele ponto, ela nunca teve medo de encontrar meu olhar.

Não importa o quão intimidante eu fosse, ela nunca vacilou. Mas agora
sua postura estava quebrada e parecia derrotada.

— Muse.

— Eu não quero falar sobre isso.

— Por que não?

— Eu simplesmente não quero. — Ela coçou o cavalo atrás das orelhas e


se afastou.

— Vou entrar agora para que possa voltar a dormir.

Eu poderia simplesmente deixar a conversa morrer e voltar para a cama,


mas estava muito envolvido para não me importar. Eu não apreciava essas
lágrimas, não quando não eram causadas por mim. Eu não gostava de saber
que ela estava com dor, a menos que estivesse lutando para tomar meu pau.

Saber que havia algo machucando ela me fez sentir vulnerável também.

— Muse. — Eu a agarrei pelo cotovelo e a forcei a me encarar. — Você


pode falar comigo.

— Você não se importa, Conway. E tudo bem. Não precisa fingir comigo.
— Ela se virou novamente.

Eu a agarrei de novo, e desta vez, eu a arrastei para mim.

— Eu teria perguntado se não me importasse?

Ela não saiu do meu alcance. Ela sustentou meu olhar, seus olhos
lacrimejantes secando lentamente.

— Eu só tive um pesadelo. Eu tive que sair da cama. O suor estava por


toda parte e eu não conseguia respirar... No escuro, eu continuava vendo seu
rosto. Meu primeiro instinto foi ir para o seu quarto, mas depois me lembrei
da sua intolerância. Então pensei no lugar que me faz feliz... Que é esse lugar.
— Ela cruzou os braços sobre o peito e olhou para os cavalos em seus currais.

Eu queria perguntar sobre o que era o pesadelo dela, mas eu poderia ligar
os pontos. — Eles acontecem com frequência?

— Não como este... Parecia tão real. Ele matou meu irmão… Ele me tocou.
Foi ruim. — Ela passou as mãos pelos cabelos e fechou os olhos, como se
estivesse lutando contra a memória de entrar em seu cérebro novamente.

— Eu sinto muito. — Não era uma frase vazia para substituir um


sentimento real. Eu realmente me sentia péssimo por ela se sentir assim.
Sempre considerei Muse uma mulher forte, uma mulher destemida que nunca
desistia. Vê-la quebrada de medo me fez sentir como um merda.

— Vamos voltar para a casa. — Ela se virou e apagou as luzes antes de


subirmos o caminho.

Nem uma vez ela quis que eu a segurasse. Nem uma vez me deixou tocá-
la. Ela estava fechada para mim, mantendo-me à distância porque não se
sentia bem-vinda para fazer mais nada. Ela quis ir ao meu quarto, mas
presumiu que estava fora dos limites.

Eu não queria dormir com ela, mas desta vez, eu pretendia fazer uma
exceção.

Eu já tinha feito exceções para ela antes de qualquer maneira.


Voltamos para a casa e liguei o alarme mais uma vez.

— Sinto muito, — ela repetiu.— Não vou fazer isso de novo. — Ela
caminhou até a escada.

— Muse.

Ela parou no meio do caminho, mas não se virou.

Andei até chegar ao mesmo nível. Seus braços ainda estavam cruzados
sobre o peito, e ela parecia muito menor do que o normal. Eu não gostei dessa
versão fraca de Muse. Não gostava de vê-la com medo, não quando ela não
tinha nada do que temer.

— Venha dormir comigo.

Seus olhos não conseguiram esconder sua surpresa.

— Está tudo bem, Conway. Mas, obrigada. — Ela continuou andando e


chegou ao segundo andar.

Eu caminhei com ela. — Eu quis dizer isso.

— Sério, está tudo bem. — Ela chegou ao terceiro andar, em seguida,


caminhou para seu quarto.

Eu preferia os momentos em que ela me queria, quando cravava as unhas


em meu peito possessivamente. Preferia seus beijos e seu calor à sua frieza.
Ela se tornou mais próxima de mim com o passar dos meses, e toda vez que
ela ficava confortável demais, eu pisava no freio e a empurrava. Eu a lembrei
que ela era apenas uma mulher que eu possuía, não uma pessoa com quem eu
realmente me importava.

Mas eu colhi o que semeei.

E agora ela não estava se voltando para mim quando precisava de mim.

Eu queria que ela precisasse de mim.

— Muse? — Desta vez, ela não parou.


— Boa noite, Conway. — Ela entrou em seu quarto e fechou a porta.

Fiquei do lado de fora de sua porta, sabendo que ela me deu uma saída.

Eu poderia simplesmente ir para a cama e esquecer tudo isso. Poderia


desfrutar da minha cama grande sozinho e saber que ela superaria isso
sozinha. De manhã, nós dois seríamos capazes de esquecer que esta noite
aconteceu.

Seria tão fácil.

Mas não era isso que eu queria. Abri a porta e entrei.

Muse já havia tirado suas botas e jeans. Ela estava de costas para mim
enquanto puxava a camisa xadrez sobre a cabeça e a jogava no chão. Eu não
tinha visitado seu quarto com frequência, mas notei que ele estava
meticulosamente limpo. Nunca havia sapatos ou roupas no chão. As bancadas
do banheiro estavam sempre livres da bolsa de maquiagem e da escova de
dente. Ela se limpava como se fosse uma convidada em minha casa.

Mas ela não era uma convidada. Esta era sua casa.

Ela pegou uma camisola da gaveta e puxou sobre a cabeça, mantendo-se


de costas para mim.

Eu sabia que ela me ouviu, mas continuou a me ignorar.

Tirei minhas roupas, em seguida, deitei debaixo de suas cobertas. Era


uma cama king size como a minha, com o mesmo colchão e lençóis. A única
diferença era a cor da roupa de cama. O quarto dela era decorado em rosa e
dourado, e o meu permanecia em tons masculinos de cinza, preto e marrom.

Quando ela se virou e olhou para mim, sua surpresa substituiu sua
tristeza. Ela estava com a longa camisola branca com o cabelo puxado sobre
um ombro. A força de seus olhos diminuiu porque a temperatura fria diminuiu
o inchaço. Mas a devastação ainda estava gravada em seu rosto, como
esculturas em pedra.

Eu puxei as cobertas do lado dela. — Venha.


Parecia que ela poderia tentar discutir comigo, que seria capaz de
empenhar-se em convencer-me de que não precisava de mim. Mas não houve
discussão, e ela se deitou ao meu lado. Se posicionou de lado, deitada de costas
e olhando para o teto. Então ela apagou a lâmpada.

Passei meu braço em volta da sua cintura e a arrastei pela cama em


minha direção.

Ela não lutou comigo, mas sua respiração acelerou.

Eu a posicionei contra meu peito, puxando seu braço pela minha barriga
e trazendo sua perna para a minha cintura. Nós dois juntos até sermos uma
única pessoa, seu corpo frio lentamente se tornando quente por causa do meu.
Eu descansei meus lábios contra sua testa e corri minha mão por sua coxa
tonificada.

Depois de um minuto, seu corpo finalmente relaxou. Sua mão agarrou


meu lado e ela soltou um suspiro silencioso. Ela ajustou seu corpo um pouco
antes de estar na posição ideal. Então permaneceu parada, aninhada ao meu
lado.

Beijei sua testa e corri meus dedos por seus cabelos.

Ela era a mulher mais macia que eu já toquei, com cabelo como seda e
pele como pétalas de rosa. Tinha os olhos azuis mais lindos, do tipo em que eu
poderia me perder quando a fodesse. Para alguém tão bonita, ela era muito
feroz. Ela passou por muita coisa e nunca permitiu que isso a atingisse. Mas
esse sonho a quebrou, a fez correr noite adentro em busca de conforto.

Ela queria correr para mim primeiro.

— Você nunca precisa ter medo enquanto eu estiver vivendo. — Mantive


meus lábios contra sua testa, deixando minha boca roçar sua pele enquanto
falava. — Eu sempre vou te proteger, Muse. Eu protejo todas as minhas
meninas, mas vou protegê-la acima de tudo.

Seus dedos sentiram os sulcos do meu estômago. — Eu sei.


— Então nunca pense nele. E você nunca sonhará com ele.

— Não penso, — ela sussurrou. — Mas eu acho que isso está sempre
persistente no fundo da minha mente.

— Não permita.

— Você acha que ele virá atrás de mim?

De acordo com as regras do Underground, ele não poderia. — Não.


Temos regras para esse tipo de coisa. Se um mestre compra uma escrava, outro
mestre não pode roubá-la. Assim que a transação for concluída, ele terá
propriedade. Caso contrário, isso prejudicaria os negócios dos Skull Kings.
Ninguém irá a seus leilões se os homens simplesmente roubarem escravas uns
dos outros.

— Não acredito que os criminosos têm regras...

— Regras são sempre necessárias. Então, se ele as quebrasse, ele não teria
permissão para voltar para outro leilão.

— Sim... Mas ele pode não se importar.

Falar sobre isso só a estava deixando mais chateada. — Mesmo se ele não
o fizer, ele não pode me contrariar. Não é possível. Não apenas sou rico e
famoso, mas também muito poderoso. Carter e eu temos olhos e ouvidos em
todos os lugares. Se ele chegar a quinze metros de você, eu saberei sobre isso.
Tudo bem?

Ela não falou.

— Tudo bem? — Eu pressionei.

— Tudo bem.

Inclinei sua cabeça para trás para que pudéssemos ver os olhos um do
outro. Levantei minha cabeça e a beijei na boca, sentindo o calor entre nossos
lábios. Desde a primeira vez que senti sua boca com a minha, a química foi
poderosa. Eu tinha beijado mulheres antes, e nunca me senti do jeito que sinto
com ela.

Aqui estava eu, confortando essa mulher em sua cama quando eu poderia
ter ido embora. Mas eu não queria ignorar isso e fingir que nunca aconteceu.
Queria que essa mulher quebrasse suas correntes e fosse livre.

Ela sentiu minha boca com a dela, dando-me beijos decididos, lentos e
sensuais. Sua mão deslizou na parte de trás do meu cabelo, e ela sentiu os fios
com a ponta dos dedos. Cada vez que ela me tocava, meu corpo pegava fogo.
Eu podia sentir o jeito que ela me queria, a maneira como seu corpo respondia
a mim em um nível inato.

Meu pau endureceu embaixo de sua perna, crescendo até atingir o


tamanho normal. Eu não conseguia controlar minhas reações a ela.

Meu pau tinha vontade própria. Quando uma linda mulher como Muse
estava me beijando e me tocando, não havia nada que eu pudesse fazer para
impedir.

Mas eu não fiz nenhum movimento, sem saber se ela queria que eu
fizesse. Foi uma das poucas vezes em que a deixei tomar uma decisão. Se eu
não me importasse com ela, eu simplesmente iria em frente. Mas eu não
queria ser insensível.

E ela fez o movimento.

Ela lentamente rolou de costas e me puxou.

Minha boca queria beijá-la com mais força, mas mantive meus beijos
lentos e decididos. Minhas mãos queriam rasgar sua calcinha, e eu queria
dobrá-la debaixo de mim para que pudesse fodê-la profundamente e com
força. Mas isso não parecia certo, então resisti ao impulso.

Ela puxou minha boxer até os joelhos, em seguida, correu as mãos nas
minhas costas. Ela falou contra minha boca enquanto continuava me
beijando.

— Faça amor comigo…


Minha boca hesitou contra a dela por um instante enquanto eu
processava o que disse. Eu nunca fiz amor com uma mulher na minha vida.
Era tudo sobre foder duro e sem sentido. Tratava-se de ficar quente, suar e
ficar satisfeito.

Mas não aquela merda romântica.

Eu poderia dizer não a ela. Eu tinha todo o direito de fazer o que quisesse.

Mas não fiz.

Tirei sua calcinha, em seguida, movi-me entre suas pernas. Meus olhos
se fixaram nos seus, e separei suas coxas com meus joelhos antes de empurrar
para dentro dela. Mesmo que ela estivesse emocionada minutos atrás, ela
estava molhada para mim quando eu a senti.

Eu empurrei sua umidade, então deslizei para dentro, movendo-me


lentamente avançando mais.

Suas unhas cravaram em meus ombros durante o momento em que ela


olhava para mim, seus lábios entreabertos enquanto seus olhos azuis estavam
iluminados como luzes de Natal. Ela era uma mulher tão sexy, mesmo sem
tentar. Se eu pudesse fotografá-la assim, minha lingerie sempre estaria fora
de estoque.

Mas eu não queria compartilhá-la com o mundo.

Ela era minha.

Afundei completamente dentro dela até que minhas bolas tocassem sua
bunda.

Ela respirou fundo, seus seios subindo até que seus mamilos tocaram
meu peito.

Eu me segurei sobre ela e comecei a empurrar, meus lábios roçando os


dela ao mesmo tempo em que a beijava suavemente. Eu rolei meus quadris
com os movimentos, empurrando todo o caminho antes de puxar novamente.
Sua boceta estava tão molhada, tão apertada. Ela não estava tão apertada
como quando a tomei pela primeira vez, mas ela ainda era pequena. Eu
gostava dessa pequenez, desse aperto.

É incrível.

Ela respirou em minha boca mais pesado e mais forte, seus tornozelos
cavando em minha bunda. Cada vez que ela respirava fundo, suas unhas me
cortavam com um pouco mais de força. Seus seios estremeceram com minhas
estocadas, e no meio de seu beijo, seus lábios tremeram. Eu sabia que ela viria.
Foi a explosão mais rápida que já teve. Foi o mais rápido que ela foi empurrada
no limite. Era assim que ela me queria, gentil e devagar. Ela queria minha
afeição tanto quanto meu pau. Ela queria minha intimidade, minha adoração.
Muse não se importava com meu dinheiro ou riqueza. Tudo o que ela queria
era eu; o homem por baixo do terno.

Ela chupou meu lábio inferior em sua boca antes de me dar sua língua.
Era pequena e úmida, e ela tocou na minha e respirou ao mesmo tempo.

Porra, isso era quente.

Eu nunca soube que o sexo poderia ser tão bom quando era tão lento.

Senti suas coxas apertarem contra mim e tremerem. Senti seus mamilos
endurecerem ainda mais contra meu peito. Suas unhas fizeram pequenos
cortes na minha pele, quase tirando sangue. Sua boceta se contraiu, apertando
ainda mais em torno de mim.

Porra, eu já queria gozar.

Em vez de me concentrar em quão rápido eu poderia enfiar meu pau


dentro dela, me concentrei em seu beijo e seu toque. Essas coisas eram ainda
mais estimulantes do que a boceta em volta do meu pau. A umidade de sua
boca era ainda melhor do que a umidade de sua vagina. Eu adorei cada
característica que ela possuía, desde suas pernas lindas até a beleza de seus
olhos.
Ela era a mulher mais linda do planeta, tanto por dentro quanto por fora.

— Goza para mim. — Eu precisava que ela explodisse. Precisava que ela
terminasse. Eu não poderia ser um daqueles idiotas que não deixam suas
mulheres gozarem primeiro. Eu nunca tinha sido esse cara e não queria
começar a ser agora.

Principalmente para ela.

Ela agarrou minhas costas e me puxou completamente para dentro dela,


absorvendo todo o meu comprimento para que ela pudesse gozar ao meu
redor.

Cravou as unhas em mim e explodiu, gemendo contra minha boca


enquanto batia no alto e descia novamente.

Eu segurei o máximo que pude, o suficiente para ter certeza de que ela
aproveitaria cada segundo do meu pau grosso. Então gozei dentro dela um
segundo depois, explodindo com um gemido alto. Eu a enchi com meu gozo,
sentindo a satisfação imediatamente pular em minhas veias. — Muse... — Sua
boceta era o paraíso para mim, o único lugar que eu sempre quis estar.
Enterrei meu rosto em seu pescoço quando terminei, cheirando seu suor, bem
como seu perfume.

Foi um dos melhores orgasmos que já tive.

Meu pau amoleceu, mas eu ainda sentia os restos do clímax.

Meu corpo inteiro estava cansado e satisfeito. Meu gozo estava


profundamente dentro dela, misturado com o seu. Nunca estive tanto dentro
de uma mulher em minha vida. Tinha uma rápida recuperação, mas Muse era
a parceira mais antiga que já tive.

E eu ainda não estava cansado dela.

Deitei ao seu lado e imediatamente fechei os olhos, exausto.

Estávamos ambos suados, mas ela ainda se moveu para mim e envolveu
sua perna sobre meu quadril. Se aninhou em mim e deu um suspiro de
satisfação.

Envolvi meu braço em volta da sua cintura e não tive um único


pensamento antes de cair.

Adormeci, meus braços envolvendo esta mulher. E eu dormi bem.

****

Dante tinha o café da manhã preparado na sala de estar, então sentei-me


lá e bebi meu café enquanto esperava que ela acordasse. O jornal estava aberto
no meu colo e a vista da propriedade era de tirar o fôlego da janela. O sol havia
nascido no horizonte e coberto a paisagem com um sol dourado.

Eu tinha trabalho a fazer naquele dia, mas decidi tirar folga.

Eu era necessário em outro lugar.

Ela abriu a porta do quarto e vestia a camisola branca que usava na noite
anterior. Seu cabelo estava uma bagunça pela maneira como o segurei durante
a noite, e seus olhos mostravam uma satisfação sonolenta. Seu olhar se
estreitou ligeiramente quando ela olhou para mim, obviamente esperando que
eu já tivesse ido embora.

— Com fome? — Dobrei o jornal e o coloquei no colo. Eu estava com


minha calça de moletom preta e com o peito nu. Meus pés descansavam no
tapete macio e senti a luz da manhã me envolver em calor. Seria um dia
quente, mas sempre amei o calor. Devem ser minhas raízes toscanas.

Ela se sentou no sofá em frente a mim e pegou uma xicara de café quente.
Puxou os joelhos até o peito e cruzou os tornozelos.

Mas eu peguei um vislumbre entre suas pernas. Ela ainda estava sem
calcinha.

Porra.
Ver aquela pequena fenda logo pela manhã fez meu motor girar de uma
forma que meu café não fez. Suspeitei que meu gozo ainda estivesse dentro
dela, espesso e quente. Eu queria colocar um dedo dentro dela apenas para
verificar.

Ela tomou um gole de café e olhou pela janela.

Voltei para o jornal e me deleitei com o silêncio confortável entre nós. Eu


gostava de momentos como este, quando não era preciso falar. Nunca fui
muito conversador. Havia maneiras muito melhores de comunicação do que
por meio da fala.

Ela agarrou seu prato de ovos mexidos e bacon e comeu em silêncio, seu
garfo batendo levemente na porcelana.

Eu continuei lendo.

— Dormiu bem?

Dormi melhor do que nunca. — Sim. Você?

— Sim.

Não tirei os olhos do jornal.

— Você vai trabalhar em Milão hoje?

— Não.— Fechei meu jornal e o joguei na mesa. — Eu tenho outros


planos.

— Oh?

— Quando você terminar seu café da manhã, vista-se. Encontro você nos
estábulos.

A surpresa tomou conta de seu rosto. — Por quê?

— Vou te mostrar algumas coisas.

— Você? — Ela perguntou. — Você não tem trabalho a fazer?

Eu sabia que não tinha sido o melhor homem quando se tratava de Muse.
Tratei-a bem, mas não muito bem. Fui frio com ela quando não merecia
e eu não a idolatrava da maneira que merecia. Acho que queria consertar isso.
— Sim. Mas prefiro ficar com você.

****

Chegamos aos estábulos, ambos vestidos para a poeira e o calor.

— Não consigo imaginar você trabalhando aqui. — Ela estava adorável


em seus jeans. Eles subiam até a cintura, mas abraçaram seu corpo
perfeitamente. Ela usava uma blusa branca com uma camisa xadrez por cima.
Estava amarrada na frente, fazendo o tecido abraçar a curva profunda na parte
inferior das costas.

Eu não tinha percebido que a palavra adorável estava em meu


vocabulário até então.

— Só porque faço roupas dentro de casa não significa que não sei
trabalhar ao ar livre. — Peguei a sela e as rédeas do meu cavalo e levei-o para
o curral de Carbine.

Muse me observou. — Vamos cavalgar?

— Sim.

O olhar que ela me deu foi impagável. Parecia mais feliz do que eu jamais
a tinha visto, como se seu sonho realmente tivesse se tornado realidade.

— Mesmo?

— Sim.

Ela cobriu a boca com as duas mãos momentaneamente, sua excitação


incontida. — Há meses que eu queria cavalgar.

— Acho que você está pronta.


— Em qual cavalo vou montar?

— Carbine. — Entrei em seu cercado e armei seu freio.

— Mesmo? — Ela ficou do lado de fora do portão e apoiou as mãos na


cerca de madeira. — Ele é tão volátil.

— Não comigo. — Esfreguei seu nariz e apertei o couro. — Ele é um bom


cavalo. Ele vai cuidar de você. — Eu o segurei pelas rédeas e puxei-o para fora
do cercado e para o centro dos estábulos. Amarrei-o no lugar e comecei a
trabalhar na sela.

Muse foi para o outro lado e começou a me ajudar.

Carbine rosnou e se afastou dela.

Eu assobiei. — Rapaz, não.

Muse recuou e não se aproximou dele novamente. — Tem certeza de que


é uma boa ideia?

— Sim. — Prendi a sela e encontrei Carbine cara a cara. Eu estalei minha


língua e o arranhei atrás das orelhas. Ele foi hostil porque era mal
compreendido. Ele apenas respondia às pessoas que reconhecia. Embora
fôssemos espécies diferentes, tínhamos a mesma personalidade. — Venha
aqui, Muse.

Ela caminhou lentamente em minha direção.

— Ele gosta de ser esfregado aqui mesmo. — Coloquei a mão dela no topo
de sua cabeça, bem onde sua crina começou a crescer.

Ela arranhou a área.

Carbine não se mexeu.

— Ele prefere comer maçãs. Ele come cenouras de vez em quando, mas
adora doces. — Tirei uma maçã vermelha da sacola e entreguei a ela.

Ela o alimentou e Carbine devorou.


— Eu preciso que você trate bem esta senhorita, certo? — Falei com meu
cavalo, embora ele não me entendesse, mas compreendeu meu humor. Se eu
estava particularmente zangado, ele sabia que deveria ficar longe de mim. Se
eu estava sombrio, ele deveria correr atrás de mim.

Ele reconhece minha atitude e eu reconheço a dele. Ambos éramos


intuitivos.

Eu o puxei para o cercado com Muse atrás de mim.

— Sempre se aproxime dele pelo lado direito, não pelo esquerdo.

— Por quê?

Dei de ombros. — Ele não gosta. Isso é tudo que eu sei.

Ela seguiu minhas instruções.

Eu vim por trás dela e a agarrei pelos quadris. — Primeiro o pé direito no


estribo.

Ela prendeu a bota dentro.

— Então puxe seu peso para cima na sela pelo chifre. Não se mova
devagar. Quanto mais rápido você se lançar, mais fácil será.

Ela se controlou rapidamente, colocando-se na sela sem problemas.


Agarrou as rédeas e chegou mais perto. Ela passou os dedos pela crina de
Carbine e olhou para ele. — Nunca pensei que isso fosse possível. Ele nem
mesmo me deixou alimentá-lo.

— Ele não é tão hostil quanto parece. Ele apenas coloca uma fachada. —
Recuei contra a cerca. — Agora, faça-o andar em círculo.

— Quando é que vamos dar um longo passeio? — Ela perguntou. — Você


sabe, em uma trilha ou algo assim?

Como sempre, ela queria ir em frente. Embora sua excitação fosse


contagiante, era apressada. — Noções básicas primeiro. Depois a gente
conversa.
Tínhamos almoçado e depois feito sexo à tarde. Ela estava por cima,
cavalgando e me esmagando melhor do que Carbine. Logo ela adormeceu na
minha cama, então tomei banho e me preparei para meus planos naquela
noite. Eu encontraria Carter no meu Clube de Lingerie.

Não nos falávamos há semanas.

Coloquei um terno azul escuro e gravata combinando antes de por meu


relógio brilhante no pulso. Meus sapatos tinham sido engraxados e as roupas
me serviam tão bem quanto minha lingerie servia nas minhas modelos. Para
a maioria das pessoas, um terno era apenas uma roupa desconfortável que
apertava seu pescoço e o deixava rude. As pessoas não entendiam que era uma
arma não violenta. A intimidação mantinha as pessoas afastadas.

Quando voltei para o meu quarto, Muse estava sentada na cama com os
lençóis puxados até o peito. O cabelo dela estava bagunçado como antes,
porque eu estraguei tudo de novo quando o segurei em minha mão.

Ela me olhou de cima a baixo. — Onde você vai?

— Vou me encontrar com Carter.

— Oh.

Peguei meu telefone da cômoda e coloquei no bolso.

— Quando você estará de volta?

Meu instinto natural foi dizer a ela que não era da sua conta. Ela não
tinha o direito de me fazer perguntas, como se minhas decisões fossem da sua
conta. Mas eu estava me treinando para não ser um idiota. — Logo à noite.

— Posso ir junto?

Eu estava indo para o clube lingerie, onde toda mulher que quisesse
entrar tinha que estar vestida de lingerie. Eu não queria Muse seminua na
frente de ninguém, mesmo que meu braço estivesse em volta dos seus ombros.
— É uma reunião de negócios.

Ela finalmente desistiu. — Tudo bem.

Sentei-me na cama ao lado dela e me inclinei para beijá-la. Uma parte de


mim não queria deixá-la, não depois do dia que passamos juntos. Eu sabia que
ela ainda estava vulnerável depois daquele pesadelo. Eu queria consertar tudo
para ela, fazê-la se sentir segura.

— Eu gostaria de dormir com você de novo esta noite... Se estiver tudo


bem.

Ela pressionou sua testa contra a minha.

Eu não queria que ela ficasse confortável perto de mim, esperasse coisas
de mim. Mas ainda era muito cedo para ser um idiota. Depois de fazê-la sorrir
o dia todo, eu não queria tirar isso. Eu poderia desfazer todo o trabalho que
acabei de fazer com um estalar de dedos. — Sim.

— Ok.

A beijei na testa antes de sair. Levei minha Ferrari para Milão e estacionei
em meu prédio antes de subir a rua para o clube. Eu preferia deixar meu carro
na garagem para não ter arranhões dos idiotas que dirigiam carros de merda
e não ligavam para o meu.

Os seguranças mantiveram todo mundo enquanto eu entrava,


caminhando para o mundo que eu possuía. A linha Barsetti possuía vários
negócios em diferentes segmentos. Era a melhor forma de proteger os ativos,
diversificando em diversos setores.

As mulheres me olharam enquanto eu passava, reconhecendo-me


instantaneamente. Sempre que eu estava lá, elas sempre passavam por cima
de mim, quer quisessem passar a noite comigo ou quisessem me convencer a
dar-lhes uma chance na passarela. Fotos das minhas garotas mais famosas
estavam nas paredes, Lacey Lockwood tendo o maior destaque.

Se Muse estivesse em exibição, ninguém daria a mínima para Lacey


Lockwood.

Mas Muse era apenas para eu desfrutar.

Encontrei minha cabine privada no segundo andar, o lugar onde


ninguém mais tinha permissão para ir além de Carter e eu.

Carter já tinha duas mulheres para entretê-lo, uma embaixo de cada


braço. Elas usavam lingerie preta, seus seios saltando para fora e suas
calcinhas mal cobrindo qualquer coisa lá embaixo.

Sentei-me em frente a ele e observei a garçonete colocar um copo de


uísque na minha frente. — Carter.

Uma das mulheres beijou seu pescoço enquanto pressionava os seios em


seu peito.

— Conway. Como está indo?

— Bem. Posso dizer que você está tendo uma boa noite. — A garçonete
colocou uma bandeja na minha frente junto com um charuto aceso. Eu
imediatamente o peguei e dei uma tragada. Eu não fumava charutos com
frequência, mas eles eram minha fraqueza. Eles tiraram a vantagem de uma
maneira que a bebida não conseguia. Era calmante em meus pulmões.

— Estou sempre tendo uma boa noite. — Ele acenou para que as mulheres
se afastassem. — Dê-nos um minuto, senhoritas.

Como cães obedientes, elas correram para longe.

Se eu dissesse isso para Muse, ela me lançaria um olhar furioso e não se


moveria. O pensamento me fez sorrir.

— Do que você está sorrindo? — Carter colocou um charuto na boca e o


acendeu. A fumaça saiu da ponta e flutuou no ar.

— Nada. O que há de novo?

— Eu não tenho nenhum novo cliente. Mas eu depositei o dinheiro de


Anastasia em sua conta.
— Eu vi isso.

— Vou esperar até ouvir algo novo. Pelo menos podemos fazer uma
pausa.

Eu não queria voltar para o Underground. Era dinheiro fácil, mas depois
de ver Muse amarrada ali e nua, não quis voltar. Eu tinha dinheiro para tirá-
la de lá, mas e as outras? Elas foram vendidas para vidas horríveis e mortes
ainda mais horríveis. Nunca pensei sobre isso profundamente até chegar a
Muse. Assim que a imaginei acorrentada, começou a parecer real.

— Não tenho certeza se quero voltar de qualquer maneira.

— Por quê?

Tudo o que fiz foi balançar a cabeça. — Eu não posso mostrar meu rosto
lá. Você sabe disso. — Eu suguei meu charuto.

— Como está sua prisioneira? Meu pai me disse que ela é adorável.

— Porque ela é adorável. — Ela é linda, por dentro e por fora. Nenhuma
vez me pediu para comprar suas roupas ou joias caras. Em seu tempo livre,
trabalhava nos estábulos e se tornava útil. Ela tentou devolver o dinheiro que
gastei com ela, embora levasse vinte vidas para isso. Era trabalhadora e
honrada. Não tinha medo de ter sujeira sob as unhas ou suor no peito.

O canto de sua boca se ergueu em um sorriso. — E ele mencionou que


você teve uma pequena sessão de amassos com ela em seu clube.

— Se isso o incomoda, ele não deveria assistir.

Carter ignorou meu comentário. — O que aconteceu com a política de


proibição de beijo? — Tudo o que fiz foi olhar para ele e desfrutar do meu
charuto. — Você gosta da sua pequena prisioneira?

Ela não era uma prisioneira. Ela me pediu para dormir com ela, me pediu
para fazer amor com ela. Chamou-me de amigo e me confidenciou. — Eu não
me importo com ela.
— Meu pai disse que seus pais realmente gostam dela.

Exalei a fumaça e a deixei flutuar em direção ao teto. — Ela é muito


simpática.

— E Vanessa e ela são amigas?

— Vanessa é apenas uma perdedora que está desesperada por atenção.

Ele riu porque sabia que não era verdade. — Con, está tudo bem se você
gosta da garota. Eu a vi, e ela é muito bonita.

Ele era meu primo e meu amigo, então eu sabia que nunca iria me
contrariar. Essa foi a única razão pela qual ele teve permissão para fazer essa
declaração. — Eu gosto dela, sim. Mas isso é tudo.

— Então por que você a está apresentando aos seus pais?

Porque Muse era tão inteligente quanto bonita. — Eu disse a ela para ficar
em seu quarto, mas me enganou. Desceu e conversou com minha mãe e minha
irmã enquanto meu pai e eu estávamos nos estábulos. Quando voltei, o dano
tinha sido feito. Agora eu tenho que concordar com a farsa. E se eu não der a
ela o que quer, ela dirá à minha família qual é realmente nosso
relacionamento.

— O que ela quer? Muitas coisas.

— Eu.

— Significado?

— Meu afeto, amizade e gentileza. Ela não quer ser mandada ou tratada
como uma prisioneira. Quer que eu a trate com respeito. Eu fiz todas essas
coisas.

Ele deu uma risadinha. — Garota esperta.

— Não é tão ruim. Ela é uma companhia agradável.

Ele fumou seu charuto e continuou olhando para mim, seus olhos
estudando meu rosto. — Você a ama?
Eu atirei-lhe um olhar furioso.

— Estou falando sério.

— Eu não. Nosso relacionamento não é romântico. É apenas... Físico.

— Você disse que havia amizade e afeição também... A base do romance.

— Não para nós, — eu disse. — Eu a trato bem, mas não muda o


relacionamento. Eu a possuo e ela é minha propriedade. É isso.

— Você é monogâmico?

— Não.

Ele balançou a cabeça lentamente. — Então não é romântico. Ela fica


brava quando você dorme com outras mulheres?

Eu não tinha dormido com ninguém desde o dia em que coloquei os olhos
nela. Eu nem tinha me sentido atraído por mais ninguém. Sempre que eu
estava duro, estava duro por ela. Quando desenhei lingerie, ela inspirou todas
as peças. Até agora, só havia espaço para uma mulher em minha mente.

— Ela é uma mulher ciumenta.

— Então talvez ela te ame.

Eu não tinha considerado isso. Eu sabia que ela me respeitava e estava


atraída por mim. Ela ficou grata por eu tê-la salvado e me considerou um
herói. Mas amor... Eu não pensei que fosse possível. Comprei-a como gado e
usei-a como propriedade. Ela pode gostar de minha companhia e me querer
em sua cama, mas isso não significa que ela me ama. Eu não merecia o amor
de uma mulher assim, então ela nunca iria me dar isso.

— Improvável.

— Se ela gosta de dormir com você e gosta de sua companhia, então ela
deve.

— Ela está apenas grata por eu ter salvado a sua vida. Se eu não tivesse
feito isso, esse arranjo seria completamente diferente.
— Então por que ela fica com raiva quando você dorme com outras
mulheres? — Ele sorriu enquanto me encurralava em um canto. — Essa é toda
a evidência de que precisa.

— Ela fica com ciúmes quando estou perto das modelos, mas na verdade
não tenho dormido com ninguém, então não tenho certeza de qual seria a
reação dela.

Carter estava prestes a dar outra tragada no charuto, mas firmou a mão.

— Espere. Você não dormiu com mais ninguém em... Dois meses?

Dei de ombros. — Sim.

— Con, isso significa que você está em um relacionamento.

— Não, não. Eu disse a ela que dormiria com outras mulheres. A


oportunidade simplesmente não apareceu porque estive muito ocupado.

— Uh-huh.

Eu bebi meu uísque. — Eu não dou a mínima para o que você pensa,
Carter.

— Se for esse o caso, por que você simplesmente não admite o que
realmente é?

Não havia nada a admitir. Eu gostava da Muse de várias maneiras, e não


havia nada de errado nisso. A única razão pela qual eu não tinha fodido
ninguém era porque não tinha acontecido. Se eu visse uma mulher sexy que
eu queria, eu a teria. Eu levaria alguém de volta ao meu apartamento esta noite
se eu quisesse. — Pare, Carter.

— Pare, hein? — Ele estalou os dedos e chamou a atenção das mulheres


novamente.

Elas caminharam de volta para nós, ambas morenas e ambas cheias de


curvas em todos os lugares certos. Qualquer uma delas poderia se qualificar
para ser uma das modelos da minha passarela. Ambas eram lindas, com
cabelos bonitos e pele brilhante.

— Escolha uma. — Carter manteve os olhos em mim. — Eu fico com a


outra.

— Eu posso pegar minha própria garota, idiota.

— Se não for ela, então escolha quem você quiser. Prove para mim que
esta mulher não significa nada para você.

— Por que você se importa, Carter? — Gostar dela ou não, isso não
deveria importar para ele. Éramos amigos e família. Mas minha vida pessoal
não deveria ser tão interessante para ele.

— Eu me importo porque não quero que você minta para si mesmo. E


você faz muito isso.

Odiava ser analisado em excesso, especialmente quando a outra pessoa


estava certa. — Eu não, Carter.

Ele estalou os dedos novamente. — Então Cassandra é sua esta noite. E


Berenice é minha.

****

Carter e eu éramos próximos em idade, então sempre nos demos mais


como irmãos do que como primos. Nossos pais não eram apenas irmãos, mas
melhores amigos. Eu o via todo fim de semana e fomos inseparáveis durante
a maior parte de nossa infância.

Então, pegar mulheres juntos era muito normal.

Cassandra era stripper em um clube no centro da cidade e me contou


sobre a vida trabalhando em bares. Suas mãos geralmente estavam no meu
corpo, e ela roubou um ou dois beijos. Ela finalmente subiu no meu colo.

Carter estava perdido em Berenice, seu dedo enganchado em sua


calcinha em seu quadril. Ela se apertou contra ele enquanto se beijavam no
sofá de couro.

Eu queria provar que Carter estava errado, mas percebi que não era tão
simples.

Eu não estava interessado.

Agora, eu deveria estar de pau duro. Uma mulher linda estava sentada
no meu colo e, no segundo em que perguntei se ela queria sair de lá, ela disse
que sim.

Ela era linda, sexy e experiente. Ela faria qualquer coisa que eu pedisse.
Se eu estalasse meus dedos, ela estaria de joelhos me chupando.

Mas sempre que visualizava a fantasia, era Muse que estava de joelhos.

Ela era a única que eu queria.

Eu queria provar um ponto, mas parecia infantil dormir com essa mulher
quando eu nem queria.

Mas eu não queria que Carter estivesse certo.

E eu certamente não queria estar errado.

A mulher mais sexy do mundo estava esperando em casa por mim.

Ela se voltou para mim em busca de força e proteção. Beijou-me como se


eu fosse o único homem com quem se importava. Eu fui o único homem com
quem ela já esteve. Sua boceta estava intocada, exceto por mim.

Agora Cassandra começou a beijar meu pescoço e passar a mão na minha


coxa. Ela estava procurando meu pau duro através da minha calça.

Mas ela não iria encontrar.

Minha falta de excitação não tinha nada a ver com os encantos desta
mulher. A culpa foi avassaladora. Eu senti como se estivesse fazendo algo
errado, embora não estivesse. Muse estava esperando por mim em casa, ainda
com medo daquele pesadelo que ela teve. Até que eu estivesse ao seu lado, ela
não se sentiria realmente segura de Knuckles.

E eu estava em um clube, fingindo me divertir.

Eu não poderia fazer isso, nem mesmo para salvar minha cara. — Sinto
muito, querida. Acabei de lembrar que tenho que estar em outro lugar. — Eu
gentilmente a empurrei do meu colo e me levantei.

Carter tirou a língua da boca da outra mulher para me dar um sorriso.

— Parece que provei meu ponto.

— Eu realmente preciso estar em outro lugar.

— Eu sei, — ele disse presunçosamente. — E nós dois sabemos onde.

Saí do clube e entrei no carro na garagem.

Carter e eu conversamos sobre algumas coisas, mas nada que realmente


me interessasse. Eu nem tive a oportunidade de perguntar sobre Knuckles
porque estávamos muito ocupados falando sobre Muse.

Apertei o volante no caminho para casa. Meus dedos estavam ficando


brancos enquanto a raiva latejava na veia do meu pescoço. Em vez de passar a
noite desfrutando de bebidas, charutos e mulheres, estava muito ocupado me
sentindo culpado. Sentado naquele clube era o último lugar que eu queria
estar. Queria ir para casa, ficar com a mulher que me esperava.

Como diabos eu cheguei aqui?

Era dramático.

Ela não deveria significar nada para mim. Eu não deveria gostar dela.
Não deveria tirar o dia para animá-la. Eu deveria estar afundando entre as
pernas de uma mulher agora; de preferência duas.

Mas eu estava voltando para a Muse.

Eu nunca me senti tão fraco.

Quarenta minutos depois, entrei na rotatória e deixei minhas chaves no


painel. Entrei na minha mansão de três andares e fui saudado por Dante. Ele
me deu um leve aceno de cabeça antes de sair para cuidar do carro.

Meu terno precisava ser lavado a seco, agora que cheirava a bebida,
charutos e perfume de mulher. Tirei o paletó e afrouxe a gravata no caminho
para o meu quarto. Passei por Muse no caminho e entrei na privacidade do
meu quarto. Atirei meu terno no sofá, em seguida, arranquei a gravata do
colarinho. Eu joguei isso de lado também, sabendo que Dante iria encontrar
pela manhã.

— Como foi sua noite?

Eu reconheci sua voz imediatamente, a profundidade sensual que


preenchia minhas fantasias. Foi calmante por todo o caminho pela minha
espinha, deslizando pela minha pele e fazendo todos os músculos do meu
corpo ficarem tensos. Uma linda mulher estava sentada a minha volta toda a
noite, e meu pau nunca saltou em ação. Mas no segundo que ouvi sua voz,
minhas calças apertaram. Ela tinha um poder incrível sobre mim. Tudo o que
ela precisava fazer era falar e eu a queria.

Como isso aconteceu?

Eu não conseguia curtir uma noite como antes. Não podia me perder em
sexo apaixonado com uma mulher que não me lembraria no dia seguinte. A
única mulher em minha mente era a que estava atrás de mim. Desde que ela
entrou na minha vida, meu mundo virou de cabeça para baixo. Paguei uma
fortuna apenas para protegê-la e agora estava afugentando seus pesadelos
como um maldito ursinho de pelúcia.

Como eu cheguei aqui?

— Tudo certo?

Eu me virei quando finalmente tive forças para encará-la. Eu estava duro


em minhas calças, e no segundo que meus olhos pousaram nela, meu pau
engrossou ainda mais. Não havia nenhuma peça de lingerie que pudesse
competir com uma das minhas camisetas. Vê-la solta ao redor de seu corpo
enquanto se esticava até os joelhos foi a maior excitação do mundo. Eu nunca
tinha ficado tão excitado por uma mulher, nunca quis enfiar uma mulher tão
profundamente em meu colchão antes. Seu cabelo comprido descia por seus
ombros, e ela tinha uma expressão sonolenta enquanto olhava para mim.

Sem uma gota de maquiagem, seu rosto estava completamente natural.

Ela nem precisava de maquiagem.

Era assim que essa mulher era linda.

Eu odiava minha fraqueza por ela. Odiava a maneira como ela afugentava
minha raiva com apenas uma expressão simples.

Isso me deixou com mais raiva. — Tudo bem. — Eu não estava com
vontade de conversar. Agora estava com vontade de deitá-la aos pés da minha
cama e foder ela bem profundamente.

Ela cruzou a distância entre nós, saindo da porta e se aproximando de


mim perto do sofá. Seus pezinhos batiam de leve no tapete. Suas mãos me
alcançaram primeiro, tocando minha camisa aberta. Ela ficou na ponta dos
pés para entrar em mim, claramente sentindo minha falta desde o segundo
que eu fui embora.

Foda-se.

Minha mão se moveu para a parte de trás de seu cabelo e eu a beijei,


beijei-a do jeito que nunca beijei ninguém. Chupei seu lábio inferior, em
seguida, dei-lhe minha língua logo no início.

Seu perfume me cercou, e eu não podia esperar até que o cheiro fosse
misturado com o cheiro de sexo. Minha mão se moveu por baixo da camiseta
e eu senti sua pele macia, subindo por sua cintura até que segurei um de seus
seios firmes.

Perfeito.

Ela era perfeita pra caralho.


Eu não queria esperar até chegar ao quarto. O sofá serviria
perfeitamente. Eu a guiei para trás enquanto afrouxava minhas calças e as
empurrava para baixo junto com minha boxer.

Ela tirou minha camisa para fora dos meus ombros, em seguida, deitou-
se, seus olhos brilhando com antecipação. Esta mulher inexperiente tinha
ficado com medo de mim uma vez antes, mas agora ela ansiava por sexo do
jeito que eu fazia. Ela não conseguia o suficiente, não conseguia o suficiente
de mim. Ela levantou as pernas e pressionou os pés contra meu peito.

Puxei sua calcinha para baixo em suas pernas, em seguida, joguei de lado.
Meu pau estava furioso e eu estava ansioso. Eu estive fora a noite toda
tentando perseguir algo que nem queria. O que eu queria estava bem aqui
embaixo de mim.

Eu me movi entre suas pernas e senti meu pau quente deslizar por suas
dobras molhadas.

Ela me queria muito antes de eu entrar pela porta.

Eu me segurei sobre ela, em seguida, prendi uma de suas pernas no


encosto do sofá. Minha respiração acelerou de excitação. Eu estive
profundamente dentro daquela boceta antes, mas toda vez parecia a primeira
vez.

Suas mãos deslizaram pelo meu peito, mas então pararam


abruptamente. O desejo em seus olhos desapareceu imediatamente, e uma
expressão de dor se espalhou por seu rosto. Isso também não durou muito
antes de ela parecer mais irritada do que eu já a tinha visto.

— Idiota. — Sem aviso, ela bateu a palma da mão no meu rosto o mais
forte que pôde.

Virei meu rosto ligeiramente com o golpe, sentindo a vermelhidão e uma


ardência instantânea. Ela me bateu com força suficiente para deixar uma
marca de mão, eu tinha certeza. A ação não doeu, mas a surpresa me pegou
desprevenido.

Ela me empurrou no peito, mas eu não me mexi porque era muito


pesado. Ela me empurrou de novo, então desistiu e saiu de baixo de mim.

— Suas putinhas não foram suficientes para você? Então você chega em
casa para mim e quer mais? Sem nem mesmo tomar banho primeiro? Você é
um verdadeiro pedaço de merda, Conway.

Eu saí do sofá, meu pau ainda duro porque a achei tão excitante quando
ela estava com raiva quanto quando ela estava feliz.

— Muse…

— Não me chame assim, — ela chiou.

— Você está coberto de marcas de batom, cheira a mulher e tem gosto de


bebida.

Eu não tinha considerado os lugares onde Cassandra tinha me beijado.


Estava muito ocupado pensando em Muse para perceber. Eu poderia ter me
enxugado com um lenço de papel ou borrifado mais colônia, mas não estava
pensando.

Ela balançou a cabeça, seus olhos se estreitaram em decepção.

— Eu estive esperando por você a noite toda. Você me abraça, me beija e


passa o dia todo comigo. Por um momento, parecia que realmente se
importava comigo. Mas então você mente para mim e vai perseguir rabo de
saia, quando estou bem aqui. Não te entendo, Conway. Como você pode me
dizer que sou a mulher mais desejável do mundo, mas quer outra pessoa?

Eu não queria mais ninguém. A terrível verdade estava se tornando mais


aparente a cada dia que passava.

A decepção em seus olhos era pesada, como se ela nunca tivesse me


odiado tanto.

Tudo que eu precisava fazer era corrigi-la, mas não consegui. Recusei-
me a dar qualquer coisa a esta mulher. Recusei-me a deixá-la pensar que eu
era fiel a ela. Se eu fizesse... O que isso significaria? Aonde isso nos levaria?
Ela não significava nada para mim, e eu tinha que manter assim. Eu estava
chateado por querer contar a verdade.

Eu não devia nada a ela.

Precisava ficar assim.

— Você é apenas uma mercadoria pela qual paguei, Muse, — eu disse


friamente. — Você não significa nada para mim, e nunca significará. Vou sair
e foder quantas mulheres eu quiser, e você vai aceitar isso. Você vai abrir as
pernas quando eu chegar em casa e me foder como sempre. Foi para isso que
eu paguei, e você vai cumprir.

Um olhar frígido se estendeu por seu rosto. Ela nunca me olhou assim
antes. Ela não estava apenas com raiva, mas desapontada.

Se ela tivesse algum poder, ela o teria usado contra mim naquele
momento. Se fosse forte, ela bateria seus punhos contra meu peito. Ela queria
me destruir naquele momento, mas sabia que não tinha nenhuma arma que
pudesse me derrotar. Ela estava fraca e à minha mercê. Tudo o que ela podia
fazer era aceitar. — Cuidado com o que você deseja.
CAPÍTULO 7

Conway era um enigma.

Como ele poderia tirar um tempo do trabalho para me ensinar a cavalgar


com Carbine se ele não se importava comigo? Como ele era capaz de dormir
comigo e afugentar meus pesadelos se eu não significava nada para ele? Como
ele tolerava me beijar, mas não a mais ninguém?

Talvez eu tenha dado muito crédito a ele.

Quem sabe ele estivesse certo desde o início.

Ele não era mau, mas também não era bom.

Eu sabia que não estava apenas chateada com sua promiscuidade. Estava
chateada por não significar mais para ele. Viver com ele todos os dias me
obrigou a desfrutar de sua companhia. Gostei de observar sua concentração
enquanto trabalhava e de conversar com ele durante o jantar. Até gostei do
sexo. A última vez que ele esteve na minha cama, pedi-lhe que fizesse amor
comigo, e ele fez. Eu nem sabia por que pedi isso. Eu não tinha certeza porque
sua presença afugentou meu medo.

Mas aconteceu.

E saber que ele queria estar com outra mulher depois da conexão que
criamos doeu.

Isso dói muito.

Mas eu não iria deixá-lo me machucar mais. Não havia muito que eu
pudesse fazer sobre minha situação atual. Eu estava presa lá por um futuro
indefinido. Mas precisava bloquear minha vulnerabilidade e nunca deixá-lo
me machucar novamente. Se ele quisesse estar com outras mulheres, então ele
não poderia ter tudo de mim.

Não mais.

Tive medo de pegar alguma coisa, mas também não havia muito que
pudesse fazer a respeito. Eu só esperava que ele usasse camisinha.

Ele não parecia um idiota que não o faria.

Não dormi naquela noite e fui para os estábulos pela manhã. Marco
estava lá e me falou sobre os cavalos e o trabalho que precisava ser feito. Ele
nunca mencionou meu relacionamento pessoal com Conway, provavelmente
porque sabia que o assunto era estranho.

Mas isso foi revigorante.

Trabalhei mais duro do que o normal para queimar minha energia


raivosa. Limpei todas as baias, movi o feno e cuidei dos cavalos antes de
trabalhar no celeiro. Era um dia sufocante de calor e as costas da minha camisa
estavam encharcadas de suor.

Mas as condições intensas não me incomodaram.

Tomei banho no final do dia e troquei de roupa antes de levar o jantar


embalado para os estábulos e comer na grama perto do cercado de Carbine.
As estrelas brilhavam lá em cima porque estávamos no campo. A casa mais
próxima ficava a mais de um quilômetro de distância, então não havia luzes
para obstruir a vista.

Comi meu jantar, em seguida, deitei na grama para que eu pudesse olhar
para o céu. Ainda estava quente, embora o sol já tivesse sumido há horas. A
grama era macia e eu podia ouvir Carbine soltar um bufo aqui e ali. Ele
finalmente caminhou em minha direção e enfiou a cabeça por cima da grade
para olhar para mim.

Meu olhar mudou para seu focinho. — Parece que você finalmente está
gostando de mim. — Um hálito quente atingiu meu rosto. — Eu te daria algo
para comer, mas já comi tudo.

Ele lançou um relincho silencioso.

Às vezes, parecia que o cavalo realmente entendia o que eu estava


dizendo. Mudei meu olhar de volta para as estrelas e me perguntei sobre
minha vida. Alguns meses atrás, tudo estava normal. Eu era uma estudante
que trabalhava em um bar. Concentrava-me nos estudos e depois saía com os
amigos nos fins de semana. Fiquei grata por ter a casa de minha mãe porque
não podia pagar aluguel na cidade.

Mas então Nathan se perdeu na bebida e no jogo e cometeu o erro mais


grave de sua vida, algo que arruinou minha vida.

Agora eu estava do outro lado do mundo, vivendo uma vida


completamente diferente.

Felizmente, a Itália era linda. Caso contrário, esta seria uma experiência
completamente diferente. E se Conway não fosse um homem tão lindo, minha
situação também seria diferente.

Meus olhos ficaram pesados enquanto eu olhava para o céu. Lentamente,


minhas pálpebras começaram a cair. Sob as estrelas na grama macia, caí em
um sono tranquilo.

****

— Muse. — Sua voz profunda e irritada me acordou dos meus sonhos.


Meus olhos se abriram e olhei para a escuridão para ver a silhueta de Conway.
— O que diabos você está fazendo aqui? Você me deixou preocupado.

— Estou surpresa, — respondi como uma espertinha. — Eu não pensei


que idiotas se preocupassem com nada. — Peguei a bolsa que Dante fez para
mim e me levantei. Não consegui ver o rosto de Conway, mas presumi que
estava me encarando.

Seu silêncio mostrou sua raiva.

Comecei a voltar para a casa.

Conway seguiu atrás de mim. — Eu não me importo com o que você faz
na propriedade, mas não seja descuidada.

— Estou tão segura aqui quanto estou dentro de casa.

— Não quando eu não sei onde você está. — Ele caminhou ao meu lado,
vestido com jeans e uma camiseta. Olhou para mim durante a caminhada, seus
braços musculosos ao lado do corpo.

— Não finja que se importa comigo, Conway. Nós dois sabemos que não.
— Aumentei meu ritmo para colocar distância entre nós. Cheguei em casa
primeiro e fui para o meu quarto no andar de cima, fazendo o possível para
evitá-lo. Eu nem queria olhar para o seu rosto agora. Sempre que fazia,
imaginava a mulher com quem ele estava ontem à noite. Ela provavelmente
tinha cabelos castanhos e olhos brilhantes. Provavelmente era linda e feliz por
ter dormido com o incrível Conway Barsetti. A fumaça praticamente explodiu
de minhas narinas.

Talvez eu estivesse com ciúme.

Fui para dentro do meu quarto e tirei meu jeans apertado e minhas botas.
Minha camisa xadrez estava coberta com hastes de grama e eu cheirava a ar
livre.

Minha porta se abriu e Conway entrou.

— Eu preciso te ensinar a bater? — Eu estava de calcinha e sutiã, minhas


meias ainda em meus pés. Eu não olhei para ele enquanto jogava as roupas
sujas no cesto para Dante recolher pela manhã.

— Você teria me deixado entrar se eu batesse?

Nós dois sabíamos a resposta para essa pergunta. Abri uma gaveta e tirei
uma camiseta. Eu não estava autoconsciente sobre meu corpo na sua frente,
não quando ele me viu tantas vezes. Mas eu não queria dar a ele um motivo
para me foder esta noite. Ainda estava muito chateada. A ideia daqueles lábios
nos meus me deu vontade de vomitar. Eu não queria beijar sua pele, não
quando alguma outra mulher tinha feito o mesmo. Nunca pensei que Conway
fosse um santo, mas agora eu o via sob uma ótica diferente. Ele não me devia
nada, mas eu ainda esperava algo. Agora eu estava desapontada com ele.
Pensei que era um homem melhor. Acho que estava errada.

Ele se aproximou de mim, seus olhos verdes brilhando contra sua pele
bronzeada. Ele havia se barbeado naquela manhã, mas a sombra de um novo
crescimento de barba estava começando a salpicar seu queixo. Ele parou a
centímetros de mim, com uma expressão que eu tinha visto centenas de vezes.

Ele me queria.

Puxei minha camisola pela cabeça e cobri meu corpo. Eu não queria mais
aquele olhar aquecido. Eu costumava me alimentar dele, costumava me sentir
bonita por causa disso. Mas agora, eu me sentia como uma entre muitas. No
segundo que ele terminasse, eu não estaria mais em seus pensamentos. Eu
deveria estar grata por ele ter se esforçado para ser gentil comigo,
especialmente na minha primeira vez, mas era difícil ficar grata quando eu
estava magoada.

Não, eu estava arrasada.

Ele se moveu em minha direção, em seguida, colocou as mãos em meus


quadris. Suas pontas dos dedos pressionaram o algodão da minha camisola, a
pressão acendendo meus sentidos. Instantaneamente, senti meu corpo ganhar
vida. Eu podia sentir o cheiro de sua colônia, sentir sua excitação e sentir seu
desejo. Naturalmente, meu corpo se preparou para recebê-lo porque era isso
que queria. Estava tão ansiosa por ele na noite passada, fantasiando sobre seu
beijo e seu toque. Eu nunca tive a liberação daquele momento.

Parecia que meu corpo tinha mais poder do que minha mente.

Ele pressionou sua testa na minha e me trouxe para mais perto.

Eu queria lutar porque me machucou. Mas lutar contra isso apenas


prolongaria o inevitável. Eu poderia tomar uma atitude, mas essa resistência
não duraria muito. Minha situação não mudaria, a menos que eu aparecesse
com cem milhões de dólares para pagar minha dívida com Conway. E mesmo
assim, eu ainda precisaria de mais dinheiro para pagar Knuckles, junto com
minhas outras contas.

Eu estava presa.

Podia muito bem tirar o melhor proveito disso.

Ele moveu a mão em meu cabelo e inclinou meu rosto, me forçando a


olhar para ele. — Eu sei que você está brava comigo, mas eu quero você. Eu
quis você a noite toda e o dia todo. — Suas pontas dos dedos deslizaram sobre
meu cabelo, e sua mão avançou por baixo da minha camisola para o meu
estômago.

Ele me fez derreter apenas com essas palavras simples. Eu queria me


submeter, e não apenas para agradá-lo, mas para agradar a mim mesma. Se
eu tirasse a dor de cabeça emocional de cena, sabia que precisaria de sexo
enquanto morasse lá. Conway era o homem mais sexy que eu já vi, então se eu
pudesse escolher qualquer um, seria ele.

Talvez eu precisasse aceitar minhas circunstâncias em vez de tentar fazer


com que significasse alguma coisa. Era apenas sexo casual, sem sentido e
vazio.

Quando não me afastei, ele se inclinou para me beijar.

Eu virei meu rosto, dando a ele minha bochecha e escondendo meus


lábios.
Sem beijos. Se isso fosse apenas foda casual, então nada de beijos.

Beijar significava muito mais para mim do que qualquer outra coisa,
então isso estava fora de questão. Era a única maneira de proteger meus
sentimentos. Eu sempre ficava com os joelhos fracos quando seus lábios
estavam nos meus. Foi quando me senti mais conectada a ele, senti a emoção
em meu coração.

Eu nunca o beijaria novamente.

Puxei minha camisola sobre a minha cabeça, em seguida, desabotoei meu


sutiã.

Os olhos de Conway percorreram meu corpo, o calor entrando em seu


olhar.

— Você pode ter um pouco de mim. Mas você não pode ter tudo. — Puxei
minha calcinha para baixo em seguida, depois fui para a cama. Eu virei minhas
costas para ele, não querendo olhar para seu rosto. Rastejei na cama, minha
posição de quatro.

Sua calça jeans atingiu o chão e puxou a camisa pela cabeça. Ele veio por
trás e, quando seus joelhos bateram no colchão, ele afundou. Avançou mais
perto de mim, em seguida, agarrou meus quadris. Inclinou-se sobre mim e deu
beijos na minha espinha.

Eu também não queria isso. — Não me beije, Conway.

Sua respiração caiu na minha pele, o calor e a umidade deslizando pela


minha espinha. Ele descansou sua testa na minha nuca, mas se conteve para
não pressionar seus lábios carnudos contra minha pele quente.

Ele colocou seu peso na ponta dos pés, em seguida, agarrou meus quadris
enquanto me posicionava contra ele.

Fiquei olhando para frente, esperando seu pau enorme se mover dentro
de mim.

Ele apontou a cabeça para a minha entrada e empurrou. Minha maciez


lubrificou meu canal e ele deslizou para dentro sem resistência. Avançou todo
o caminho para dentro de mim até que estava completamente coberto. Um
gemido audível escapou de seus lábios.

Mordi meu lábio inferior para ficar quieta.

Ele puxou meus quadris enquanto empurrava em mim ao mesmo tempo,


movendo-se profundamente e com força todas às vezes. Seu pau grosso me
distendeu e seu comprimento me atingiu no lugar certo o tempo todo.

Seu ritmo era perfeito, fodendo-me em um ritmo regular que acendeu o


fogo dentro de mim.

Uma parte minha desejava poder olhar para ele, ver seu corpo poderoso
flexionar e apertar enquanto se movia. Mas outra parte não queria ver aquela
expressão sexy em seus olhos, ver a maneira como ele gostava de mim. Isso só
me faria apreciá-lo ainda mais... E isso era a última coisa que eu queria.

Sua respiração se intensificou e seu pênis engrossou visivelmente.

Suas pontas dos dedos cravaram na minha bunda enquanto ele apertava
o músculo. Eu tinha fodido com ele o suficiente para saber quando estava
prestes a gozar. Agora, ele estava lutando para que eu pudesse ir primeiro.

Ele agarrou um punhado de cabelo e puxou, forçando minha cabeça para


trás. Bateu em mim com mais força, me acertando ainda mais perfeitamente
no lugar certo. Ele ia até as bolas profundamente todo tempo, suas estocadas
acompanhadas por grunhidos masculinos. — Muse, goze para mim.

Meu corpo se contraiu e o calor correu pelas pontas dos meus dedos.
Sabia que o prazer estava se aproximando rapidamente. Mesmo quando tentei
mantê-lo à distância, meu corpo não conseguiu lutar contra a bondade entre
minhas pernas. Conway tinha um poder invisível sobre mim, o controle de
minhas reações, não importava o quanto eu tentasse lutar contra ele.

Ele me fodeu com mais força.

Assim que alcancei meu limite, não havia como pará-lo. Agarrei os
lençóis com a ponta dos dedos e gozei em todo o seu pau, revestindo-o com o
meu orgasmo. — Deus... — Era tão bom quanto todas as outras explosões. Só
este homem poderia me fazer sentir assim, poderia me machucar muito, mas
ainda me fazer sentir tão bem.

— Sim... — Eu amei a maneira como ele puxou meu cabelo e bateu em


mim ao mesmo tempo.

Ele só durou o tempo suficiente para eu terminar antes de gozar com um


gemido, enchendo minha boceta com todo o seu gozo.

Seus quadris resistiram algumas vezes no final, suas estocadas se


tornando cada vez menos. Ele enfiou seu pau completamente dentro de mim
enquanto terminava, certificando-se de que eu recebesse cada gota de sua
semente.

Ele se inclinou e pressionou seu rosto na parte de trás do meu cabelo. Seu
peito estava coberto de suor e se agarrou às minhas costas. Respirando em
meu cabelo, seu pau amoleceu lentamente dentro de mim. Ele prendeu a
respiração antes de se afastar e deitar ao meu lado na cama. Virando-se para
cima fechou os olhos enquanto seu pau estava contra seu estômago.

Era tentador deitar ao lado dele e relaxar, mas a última coisa que eu
queria era me aninhar com ele. Agora, isso era apenas sexo, e continuaria
assim. Saí da cama, sentindo seu gozo dentro de mim.

Ele se apoiou em um cotovelo para que pudesse olhar para mim. — Onde
você vai?

Eu não me virei para olhar para ele.

— Estou indo tomar um banho. Boa noite, Conway. — Mesmo se ele


quisesse dormir comigo, eu não deixaria isso acontecer. Ele não poderia ter as
duas coisas. Ele não poderia ter um relacionamento comigo a menos que fosse
leal a mim. Se ele queria que fosse casual, então seria casual.

Entrei no banheiro e tranquei a porta para que não houvesse nenhuma


surpresa. Fiquei na água quente e lavei seu toque. Eu costumava amar a
sensação de sua semente dentro de mim, mas agora eu não conseguia
suportar. Isso me fez mal do estômago porque me perguntei se ele fazia o
mesmo com todas as outras.

Eu não queria ser uma das outras.

Eu queria ser diferente.

****

Minha vida se transformou em uma rotina. Acordava cedo todas as


manhãs e trabalhava nos estábulos. Às vezes não havia muito o que fazer,
então me mantinha ocupada procurando outras coisas que precisavam ser
consertadas.

Marco começou a ficar sem coisas para fazer porque eu me tornei


autossuficiente.

Quando voltava para casa, tomava banho e pedia a Dante que trouxesse
o jantar no meu quarto. Meu plano era evitar Conway a todo custo até que eu
não tivesse escolha. Não tínhamos nada em comum mesmo. Não havia muito
o que falar.

E certamente não éramos amigos.

Eu estava quase indo para os estábulos uma semana depois quando


Conway apareceu na porta do meu quarto.

Já vestida com meus jeans apertados e botas, eu encarei ele.

Minha camisa xadrez estava amarrada na cintura para que pudesse levar
uma brisa ao longo do meu torso. Uma mão descansou na porta enquanto eu
olhava diretamente em seus olhos, vendo a expressão indiferente que ele
sempre usava.
Ele continuou a olhar.

E eu me recusei a falar.

Seus olhos percorreram meu rosto, observando minhas características


como se ele estivesse tentando memorizá-las. Quando seus olhos pousaram
em meus lábios, ele falou. — Estou trabalhando no estúdio hoje. Eu quero você
lá.

Eu não podia recusar o pedido, não quando ser sua Muse era todo o meu
propósito.

— Deixe-me trocar e estarei lá.

— Não há necessidade de se trocar. — Ele se afastou da porta.

— Você vai tirar de qualquer maneira. — Ele desceu o corredor para o


próximo corredor onde seu estúdio em casa estava localizado.

Fiquei lá por um momento, digerindo suas palavras em silêncio.

Ao longo da semana, ele passou no meu quarto para fazer sexo. Mas foi
só isso. Nós trepamos e ele foi para o quarto.

Não houve beijos ou toques. Não houve carinho quando acabou.

Sexo direto.

Segui atrás dele e entrei em seu estúdio. Seus tecidos eram organizados
e seu manequim ficava no centro com alfinetes pressionados no material. O
pedaço de corda preta em que ele estava trabalhando estava pendurado em
um cabide.

Senti a peça de lingerie na ponta dos dedos, meu polegar deslizando


sobre o náilon. Era simples, mas extremamente sensual. Foi uma das minhas
peças favoritas que ele já criou. Foi difícil acreditar que fui a inspiração para
isso. — No que você está trabalhando agora?

— Eu não desenhei nada novo ultimamente. Mas tenho algumas ideias


mais antigas que queria criar. — Ele abriu seu bloco de notas. Em cada página
havia uma criação diferente. Ele as assinou e as datou no canto superior. A
página em que ele estava com o livro aberto fora esboçada há duas semanas.

— O que é esta?

— The Queen.

— The Queen? — Eu perguntei.

— Sim. — Ele apontou para o tecido na foto com um lápis. — Tecido rosa
claro aqui. Pérola branca aqui. — Ele apontou para outra seção. — Pingente de
ouro rosa aqui. — Ele apontou para a abertura do tecido. — Abre aqui e ali.

Era uma ótima peça. A cor sugeria uma mulher inexperiente, mas alguém
que cresceria em seu poder. A combinação de champanhe, branco e ouro rosa
apresentava uma coleção feminina de poder.

— É linda. — Eu me perguntei quando foi inspirado, mas não perguntaria


porque não faria diferença.

Ele começou a trabalhar e agarrou o primeiro pedaço de tecido.

Eu tirei a roupa e fiquei descalça na sala ligeiramente fria. Um robe


estava pendurado no cabide ao lado da porta, então eu o puxei sobre meus
ombros. Quando me virei, vi Conway olhando para mim.

Assim que minha pele foi escondida, ele voltou ao trabalho.

Sentei-me na cadeira e observei-o, deixando-o concentrar-se em silêncio.


Agora que não conversávamos mais, não sentia como se o conhecesse. Ele
vinha ao meu quarto para fazer sexo e não trocávamos uma única palavra.
Hoje foi a conversa mais longa que tivemos em mais de uma semana.

Ele continuou trabalhando, cortando o tecido antes de começar a criar


seu design. Começou com a base primeiro, obtendo a base do tecido antes de
passar para o desenho intrincado que havia esboçado. — Marco me disse que
está ficando entediado.

Meus olhos se concentraram em suas mãos, observando seus dedos


calejados trabalharem na peça. — Sim, eu posso dizer.

— Você precisa diminuir um pouco. Há outras coisas para você fazer aqui.

— Como?

— A piscina, a academia, a biblioteca... Muitas coisas. — Seus olhos nunca


deixaram seu trabalho. — Marco gosta da sua companhia, mas logo, você vai
colocá-lo fora do emprego.

A última coisa que eu queria era que Marco perdesse seu emprego.

Ele gostava de seu trabalho, gostava de estar ao ar livre com os cavalos


enquanto sujava as mãos. Ele estava ligado ao solo italiano. — Eu não quero
que isso aconteça.

— Então vá com calma. — Seus ombros permaneceram retos enquanto


ele trabalhava e sua postura era perfeita. Quando suas mãos se moveram, os
intrincados músculos de seus antebraços mudaram. Não era surpresa que ele
tivesse músculos e braços tão rígidos com o trabalho complexo que fazia.

Eu não queria fazer mais nada, mas como havia muito trabalho a ser
feito, não podia tirar de Marco.

Mas então uma ideia surgiu em minha mente. — E se expandirmos?

— O que isso significa?

— E se tivermos mais cavalos? E se tivermos algumas galinhas para que


possamos ter ovos frescos?

— Não estou interessado em ter uma fazenda.

— Ou vacas e cabras. Eu poderia usar o leite para fazer queijo.

— Novamente, não estou interessado. Já paguei uma fortuna por você.


Não quero gastar mais dinheiro para que tenha um hobby caro.

— Não seria apenas um hobby. Eu poderia vender tudo o que fazemos em


um mercado local.
— Porque eu preciso de mais dinheiro. — Ele retrucou. Ele não quebrou
sua concentração, embora seu tom subisse.

Eu não pude ignorar quando ele fez excelentes pontos. Ele pagou muito
dinheiro por mim, então não deveria gastar mais um centavo para me fazer
feliz. — Eu preciso de algo, Conway. Sem um propósito, ficarei infeliz. — Ele
suspirou quando começou a costurar o tecido. — Deixe-me trabalhar com você
em Milão. Posso fazer mais do que apenas inspirar você.

— Você não está modelando.

Esse foi outro insulto que ardeu. Ele queria me manter só para ele, mas
não conseguia manter o pau dentro das calças. Não fazia sentido. — Eu tenho
dois anos de aulas de negócios em meu currículo. Eu posso te ajudar em outras
coisas.

— Você não precisa de um diploma em administração para administrar


um negócio. Você precisa de experiência.

— Então me deixe ter experiência.

Desta vez, ele me ignorou. Seu olhar estava voltado para o seu trabalho.
A concentração em seu rosto era naturalmente sensual. Isso me lembrou das
noites em que ele se enfiou entre minhas pernas. Seus olhos estavam em mim,
e ele me possuiu com apenas um olhar.

Ficamos sentados em silêncio por mais vinte minutos. A máquina de


costura trabalhou para fundir as linhas no tecido.

Conway trabalhava sem esforço, fazendo algo inatamente complicado,


sem parecer nem um pouco estressado.

Senti um nó no estômago, algo que me assombrava todos os dias. Nunca


perguntei porque sabia que ele não responderia. Mas eu precisava saber a
verdade, ou isso me comeria viva. — Conway, preciso saber de uma coisa. Você
tem que me responder. Eu mereço a verdade.

Foi a primeira vez que ele parou de trabalhar. Tirou o pé do pedal e fixou
seu olhar no meu.

— Você usa camisinha quando está com as outras?

Sua expressão não mudou nada. Ele segurou meu olhar sem piscar,
completamente indiferente em resposta à minha pergunta.

— Conway, — pressionei. — Eu mereço saber.

Ele voltou os olhos para o trabalho. — Você não precisa se preocupar em


pegar nada, Muse. Então esqueça isso.

— Não vou desistir até obter uma resposta.

— Eu acabei de dizer que você não precisa se preocupar com isso.

— Isso é um sim?

A máquina de costura voltou a funcionar e ele terminou sua tarefa.

Deixei pra lá porque eu não arrancaria mais nada dele. Ele disse que eu
não precisava me preocupar com isso, então, esperançosamente, isso
significava que ele estava seguro. Parecia muito inteligente para pegar algo de
uma completa estranha. Eu tinha que esperar que minha suposição estivesse
certa.

Ele carregou a peça até o manequim e pendurou-a no corpo artificial. A


cor rosa ficava perfeita sob a luz, e o corte do tecido era exato. Era incrível que
ele tivesse criado algo em tão pouco tempo.

— Você costura o desenho diretamente no tecido?

— Vou fazer uma peça separada e costurá-la diretamente por cima.

— Interessante…

Ele se sentou novamente e começou a trabalhar.

Folheei seu bloco de notas e examinei seus diferentes esboços. Desde o


início até os dias atuais houve uma evolução distinta. Eu poderia dizer quando
ele me conheceu apenas olhando para sua arte. Houve uma mudança
perceptível em seu design. — O que exatamente inspirou esta peça?

— Você.

— Eu sei, mas eu fiz alguma coisa?

Ele pegou as contas e o pingente de ouro rosa antes de começar a costurá-


lo na renda. Ele ficou quieto por tanto tempo que não parecia que ia me
responder. Talvez ele estivesse se concentrando tanto que não tinha me
ouvido. Ou talvez fosse uma pergunta que não valia a pena responder. — Sim.

Fechei seu caderno de desenhos e olhei para ele. — O quê?

— Quando você ameaçou contar a verdade à minha família se eu não te


tratasse melhor. — Ele começou em um canto do tecido e, em seguida, moveu-
se lentamente para baixo. — Me incomodou, mas eu respeitei. Foi inteligente,
engenhosa e durona. Me lembrou de algo que uma rainha faria. Isso me fez
querer foder você ainda mais...

Mais uma vez, Conway Barsetti era um enigma. Ele queria que eu fosse a
submissa quieta que fazia tudo o que pedia, mas sempre que eu lutava com
ele, ele parecia me respeitar mais.

Quando fiz exigências, ele argumentou contra elas, mas cedeu. Foi
complicado e eu ainda não entendi.

Ele trabalhou por mais trinta minutos, completando a peça e fazendo um


desenho real. Era lindo, magnético. Ele removeu o tecido simples do
manequim e costurou as peças. Demorou quatro horas para completá-lo
inteiramente, mas assim que terminou, era uma peça de arte usável.

Ele o examinou com a ponta dos dedos, olhando os pequenos detalhes


com um olho experiente. Então ele se virou para mim. — Vista.

Coloquei meu robe sobre a mesa e puxei a roupa pela cabeça.

Encaixava-se perfeitamente nas minhas medidas, desde as alças sobre


meus ombros até o aperto em volta da minha cintura. Eu mantive minha
calcinha porque ele não tinha feito um par que combinasse ainda. Fiquei na
frente dele, admirando a forma como a cor combinava tão bem com a minha
pele.

Ele me olhou de cima a baixo, observando cada característica enquanto


descia pelas minhas pernas. Ele ergueu o dedo e fez um movimento de volta.

Eu lentamente virei em um círculo completo, deixando-o ver meus lados,


bem como meu traseiro. Continuei a me virar até ficar de frente para ele
novamente, meus ombros para trás e minha postura perfeita. Eu assisti a
intensidade queimar em seus olhos, testemunhei a excitação ganhando vida.
Ele olhou para o corte da parte superior, onde meus seios estavam em
exibição. O tecido era apertado em torno do busto, fazendo meus seios
empurrarem juntos e criarem uma linha de decote sem enchimento.

— Linda. — Ele se levantou em sua altura máxima, em seguida, passou


os braços em volta da minha cintura. Sua testa pressionada contra a minha
explorando minha pele macia com a ponta dos dedos. Ele tocou o tecido, bem
como minha pele por baixo. Brincou com as alças antes de arrastar dois dedos
pelo vale dos meus seios. Em seguida, moveu suas mãos até meu estômago por
baixo do material, investigando cada maneira que ele poderia me tocar.

Ele me guiou até o sofá que ficava de frente para o espelho de corpo
inteiro.

Desabotoou a calça jeans e puxou-a para baixo até as coxas junto com sua
boxer antes de se sentar. Seu pau longo e duro estava contra seu estômago,
pronto para mim. Ele envolveu seus dedos em torno de seu eixo e lentamente
se sacudiu enquanto sustentava meu olhar.

Vê-lo se tocar imediatamente me excitou.

Uma gota se formou no topo de seu pênis e ele a limpou com o polegar.
— Sem calcinha. Deixe a lingerie.

Tirei minha calcinha preta e deixei-a no chão. Eu sabia exatamente o que


ele queria com base na maneira como estava sentado. Ele queria que eu
montasse em seu pau como antes. Queria sentar e me ver desfrutá-lo, me ver
balançar para cima e para baixo em seu comprimento.

Eu montei em seus quadris e apontei seu comprimento na minha


entrada. Lentamente deslizei para baixo, embainhando seu pau até que estava
sentada em suas bolas. Todo o seu comprimento estava dentro de mim, e eu
tive que levar um momento para me acostumar ao imenso alongamento.

Conway agarrou minha bunda e olhou para meu reflexo no espelho,


vendo minhas costas enquanto me sentava em seu pau impressionante. —
Essa boceta... É incrível. — Ele respirou fundo agarrando minhas bochechas
com ainda mais força. — Você está sempre tão molhada para mim.

Eu sempre ficava molhada quando estava no mesmo cômodo que ele.


Não poderia ser evitado. Minha mente e meu corpo estavam em guerra um
com o outro. Minha mente sabia que estava errado, mas meu corpo não se
importava. Minha boceta queria esse pau grande todos os dias, queria sentir o
alongamento ao qual ela finalmente se acostumou. Eu estava viciada em como
isso me fazia sentir bem.

— Foda-me, Muse. — Ele arrastou meus quadris para cima e depois para
baixo novamente, me fazendo montar seu pau.

Eu espalhei minha umidade por todo o seu comprimento. Para cima e


para baixo me movi, meu clitóris esfregando contra ele ao mesmo tempo.
Passei meus braços em volta do seu pescoço enquanto me esfregava, sentindo
os benefícios entre minhas pernas imediatamente. Estar por cima era minha
posição favorita porque eu poderia transar com ele tão forte ou tão lento
quanto eu quisesse.

Um gemido emergiu do fundo de sua garganta.

O montei mais forte, meu rosto pressionado contra o seu enquanto


minhas coxas trabalhavam para tomá-lo repetidamente. Senti a queimação
entre minhas pernas assim que o clímax se aproximou no horizonte. Estava
vindo, começando no meu estômago antes de migrar para baixo. Montei-o
cada vez mais forte, esquecendo o quanto eu o desprezava e me concentrando
em como seu pau era incrível. Tão grosso e longo que me atingiu
perfeitamente. Movi-me mais forte, estimulando meu clitóris até que meu
corpo não aguentasse mais. Eu gozei com um gemido, meus olhos fixos nos
dele enquanto outra onda de excitação cercava seu pau.

Ele enfiou a ponta dos dedos na minha bunda, e aquele mesmo olhar
focado apareceu em seu rosto. Suas feições ficaram vermelhas e ele estava
prestes a explodir. Inclinou-se para trás e segurou meus quadris enquanto eu
fazia todo o trabalho. Ele se recostou e apreciou, sua mandíbula apertando
enquanto o prazer o afogava. — Porra... — Ele me puxou para baixo para que
pudesse gozar com todo o seu comprimento dentro de mim.

Pressionou seu rosto no meu pescoço enquanto seus braços me


envolveram. Respirou em mim, em seguida, deu um beijo no meu pescoço.

Eu nunca queria ser a destinatária de seu beijo novamente. Sempre que


pensava em sua boca, pensava no batom que as mulheres deixavam na gola de
sua camisa. Pensava nos beijos que elas deixaram em sua orelha e no peito.

Eu não queria ter nada a ver com isso.

Antes que ele ficasse totalmente mole, eu o soltei. Tirei a lingerie e


coloquei-a sobre a mesa. Ele ligaria para Nicole e ela a pegaria para que a
quantidade certa de tecido pudesse ser encomendada para a produção.
Minhas roupas estavam na mesa onde as deixei, então rapidamente as
coloquei de volta. Eu poderia simplesmente descer para os estábulos e
começar a trabalhar, mas agora eu queria lavar a área entre minhas pernas e
me livrar de seu gozo.

Conway permaneceu no sofá, lindamente nu com uma expressão


sonolenta nos olhos.

— Sem banho. Amarre a minha camisa na cintura.

— Desculpe?
— Sem banho, — ele repetiu. — E se você fizer isso de qualquer maneira,
eu fecharei sua água.

Eu sabia exatamente o que ele queria dizer. Ele sabia que eu estava
tentando tirá-lo de mim porque eu o desprezava. Claro, foi um golpe para seu
ego, e ele não conseguiu engolir o ataque ao seu orgulho.

— Você vai trabalhar fora o dia todo com meu gozo dentro de você. Essa
é a minha fantasia, e você vai cumpri-la.
CAPÍTULO 8

Eu estive em um mau humor ultimamente.

Cada vez que me sentava para fazer um novo esboço, nada saía da ponta
dos meus dedos e aparecia na página.

Eu tinha falhado.

As últimas peças que fiz foram excepcionais. Minhas ideias estavam


fluindo para a página em uma taxa exponencial. Eu estava produzindo mais
trabalho do que nunca em uma fração do tempo que normalmente levava.

Nunca me senti tão inspirado.

Mas agora, eu havia batido em uma parede de tijolos. Meus pensamentos


estavam confusos e eu não conseguia imaginar nada. Não conseguia nem
decidir que tipo de tecido caberia na nova linha. Tudo que eu tinha eram
algumas ideias que tive semanas atrás, mas minha criatividade secou como
uma uva ao sol.

Porra.

Eu estava no estúdio em Milão quando Nicole entrou.

— Conway, os distribuidores estão fabricando The Queen no prazo. Ela


deve estar pronta para chegar às lojas antes de você lançar sua próxima linha.
Se quisermos seguir o cronograma, preciso das próximas três peças para o
desfile.

O que me diferenciava dos outros designers era minha produtividade.

Sempre tive algo novo para as pessoas ansiarem.

Outros designers reinventaram a mesma ideia indefinidamente.

Eles ordenhavam seus produtos até a última gota. Mas eu não. Criar algo
novo foi a melhor estratégia de marketing que poderia ser implementada.

— Você as têm?

— Apenas alguns esboços.

Nicole escondeu sua surpresa, mas ela sabia que não era normal eu estar
despreparado. — Posso ver?

Abri meu caderno na primeira página.

Ela olhou para ele, estudando-o através de seus óculos grossos.

Ela o inclinou ligeiramente, como se estivesse tentando estudá-lo em um


ângulo melhor. Então ela virou a página e examinou o próximo desenho.

O silêncio dela já me contou tudo.

Ela virou a página novamente e examinou a última.

Eu não me importava com a opinião de ninguém além da minha. Mas


agora, eu sabia que tinha perdido meu toque.

Ela fechou o livro sem dizer nada. — Se precisar de mais tempo, podemos
adiar o próximo desfile. A data não foi tornada pública, então ninguém
saberia.

Ela também não gostou dos meus esboços. — Dê-me mais alguns dias.

— As duas primeiras peças são maravilhosas, — disse ela. — Eu sei que


elas vão chamar muita atenção.

— Sim…
Nicole não se demorou muito. Ela sabia quando não era bem-vinda. Isso
era o que eu gostava tanto nela. Não era tagarela e não se incomodava com
meu silêncio. — Deixe-me saber se você precisar de alguma coisa. — Ela saiu
e me deixou sozinho com meus pensamentos.

Meus pensamentos de aversão a mim mesmo.

Eu sabia que isso tinha algo a ver com Muse.

Ela parou de me beijar, e no segundo que a conexão foi quebrada, parecia


que eu a tinha perdido. Ela me desprezou por causa da maneira como a
machuquei. Ela provavelmente pensou que eu estava transando com outra
mulher naquele momento.

Mas não estava.

Eu nem queria.

Devo apenas dizer isso a ela? Confessar tudo? Ou isso me levaria a um


caminho pior?

Nunca na minha vida estive com apenas uma mulher. Jurei que nunca
estaria. Minha vida era muito boa, meu trabalho era muito importante.

Mas agora meu trabalho estava sofrendo.

Não era porque Muse deixou de ser minha fantasia. Não era porque o
sexo havia ficado rançoso. Era porque eu podia sentir sua repulsa por mim.
Sua decepção me pesou como uma tonelada de tijolos. Ela não me olhou da
mesma forma, com admiração e respeito. Agora ela preferia ficar de quatro
quando transávamos, para não ter que olhar para mim.

E ela não me beijou.

Não porque não permitiria. Ela simplesmente não queria.

Agora ela estava apenas me usando para sexo, me usando para uma
paixão casual. Era exatamente o que eu queria no começo.

Mas muita coisa mudou.


Independentemente da decisão que tomei, eu perdi. Eu abriria uma
exceção para essa mulher e a porta para um caminho que nunca trilhei, ou
continuaria a deixar meu trabalho sofrer. Minhas fantasias e desejos
mudaram. Passou da paixão casual por várias mulheres à adoração de uma
única rainha.

Minha rainha.

Foi por causa dela que lancei meu melhor trabalho. Foi por causa dela
que minha carreira atingiu novos patamares.

Mas no segundo que ela soubesse o que significava para mim, o


relacionamento mudaria. Ela teria poder sobre mim, muito poder. Ela
abusaria disso? Ou aceitaria esse poder com responsabilidade?

Eu não fazia ideia.

Mas não parecia que eu tinha mais escolha.

****

Quando voltei para casa, tomei banho e me preparei para o jantar. Muse
não comia mais comigo porque preferia minha companhia apenas para sexo.
A menos que estivéssemos transando, ela não queria nada comigo.

Doeu.

Costumava ser exatamente o que eu queria, mas agora esse vazio me


sufocava.

Fui até a porta dela e bati.

— Entre.

Entrei e a localizei na sala de estar. Ela estava sentada no sofá em frente


à TV com um livro aberto no colo. Tinha tomado banho depois de trabalhar ao
ar livre o dia todo, e agora estava com um vestido azul marinho com o cabelo
puxado sobre um ombro. Não usava maquiagem, então obviamente esperava
jantar sozinha naquela noite, de novo.

Ela ergueu os olhos do livro, uma pitada de ódio em seu olhar.

— Sim?

Odiei aquele olhar. Eu odiava isso mais do que tudo. Não nos
conhecemos nas melhores condições e fiz outras coisas terríveis para ela que
nunca tinha recebido esse tipo de frieza. Eu tirei sua virgindade, controlei
todos os aspectos de sua vida e a usei para meu próprio ganho. Mas nada disso
ultrapassou os limites. Só quando ela pensava que eu dormia com outra pessoa
isso realmente a afetava.

Isso a afastou porque a machucou profundamente.

O que significava que ela se importava comigo.

E o fato de que eu não podia foder mais ninguém significava que me


preocupava com ela.

Como diabos isso aconteceu?

Quando eu não respondi, ela se repetiu. — Sim?

Sentei-me no sofá ao seu lado e tirei o livro de suas mãos. Eu fechei e


joguei sobre a mesa. — Venha jantar comigo esta noite.

— Não, obrigada. — Ela cruzou as pernas e voltou seu olhar para a TV.

Peguei o controle remoto e desliguei.

Ela dirigiu seu olhar irritado para mim. — Que tal nós transarmos e você
me deixar em paz?

Fechei os olhos por um momento, sentindo o insulto afundar todo o


caminho até meu estômago. Seu tom era tão frio, parecia que ela me
apunhalou com um pedaço de gelo. Rasgou meu coração em um milhão de
pedaços. Até aquele momento, eu não sabia que tinha um coração. Eu odiava
o jeito que ela me odiava. Desprezei-me por magoá-la tanto. Eu deveria apenas
ter sido honesto em vez de deixar sua dor piorar e se tornar desprezível.

Ou eu não deveria ter me permitido me preocupar com ela para começar.

— Você me odeia tanto, hein? — Eu sussurrei. Ela não respondeu. — Há


algo que eu preciso te dizer. Acho que vou dizer agora, já que não vai jantar
comigo...

Ela cruzou os braços sobre o peito e olhou para frente, recusando-se a


olhar para mim.

Sentei-me contra o sofá e observei-a, vendo as paredes aparentemente


invisíveis erguidas em torno dela. Eu machuquei uma mulher que já foi
machucada o suficiente. Em vez de esconder minha lealdade e compromisso,
deveria ter sido verdadeiro.

— Não estive com outra mulher desde o dia em que nos conhecemos.

Ela lentamente virou a cabeça na minha direção, seus olhos ainda


cautelosos.

— Outra noite, estive com Carter no meu Clube de Lingerie. Conversamos


sobre negócios. Ele tinha algumas mulheres com ele. Pressionou uma para
mim, mas eu não estava interessado. Então ele me acusou de realmente me
importar com você... Então tentei provar que estava errado. Deixei a mulher
sentar no meu colo e me beijar. Mas quando se tratou de levá-la para casa, eu
não consegui. E quando digo que não posso, quero dizer, não posso me forçar
a fazer algo que não quero fazer. Esta mulher era linda e eu não senti nada.
Não fiquei duro ou mesmo atraído por ela. Carter me deu uma merda sobre
isso, e então eu dirigi para casa. Tudo que eu queria fazer era voltar aqui e
estar com você.

Seu olhar não mudou porque sua guarda ainda estava alta.

— Eu menti porque não queria que soubesse como eu me sentia. Não


queria que soubesse que éramos monogâmicos. Não queria que pensasse que
eu realmente me importava com você... Que você era o suficiente para me
satisfazer. Honestamente, nunca estive com apenas uma mulher antes. Essa é
minha primeira vez. Esta é a primeira vez que quero ir para a cama com a
mesma mulher repetidamente... E nunca me cansando disso. Não quero sexo
passional e sem sentido. Não quero uma mulher diferente todas as noites. Eu
só quero você... E isso me apavora pra caralho.

Sua respiração acelerou, suas pequenas respirações ficando mais


profundas e mais altas. Seu olhar mudou, suavizando lentamente à medida
que as palavras afundavam.

— Preferi que achasse que eu era um idiota promíscuo do que deixar


você acreditar que significava algo para mim. E eu teria mantido essa mentira
se isso não afetasse tanto meu trabalho. Não faço um esboço decente há
semanas. Conversei com Nicole esta tarde, e ela sugeriu que atrasasse o
próximo desfile porque meu trabalho não estava de acordo com meu padrão
usual. Meu mundo está desmoronando e é tudo por sua causa. Então agora
estou te dizendo a verdade... Para que você pare de me odiar. Eu odeio ver esse
desdém em seu olhar. Odeio o jeito que me fode agora... Como se isso não
significasse nada. Eu quero que seja o que era antes.

Seus braços se apertaram contra o peito, mas o olhar que ela me deu ficou
mais gentil. O ódio se dissipou e ela me deu um olhar inteiramente novo. — A
única razão pela qual você está me dizendo isso é porque está afetando seu
trabalho?

Eu concordei. — Eu acho.

— Como vou saber que não está mentindo para mim?

Dei de ombros. — Não sei. Mas eu não estou. Estou muito mais
envergonhado de dizer isso a você do que dormir com outra pessoa... Então
não faz sentido.

Ela olhou para frente novamente.

— Muse? — Eu sussurrei.
— O que isto significa? — Ela sussurrou de volta. — O que você quer?

— Eu quero o que tínhamos antes... Mas agora estou dizendo que estou
comprometido com você. Não estarei com mais ninguém. Só você.

— Porque você se importa comigo?

— Sim.

— O que mais isso implica?

Eu sabia o que ela estava realmente perguntando. — Não estou


procurando romance ou amor. Não estou realmente procurando por nada.
Tudo que sei é que só quero estar com você. Isso não significa que sou seu
namorado ou um dia serei seu marido. Significa apenas… Que somos apenas
nós dois. Não há mais ninguém além de você e eu. Não quero que você espere
mais nada, porque isso não virá. Mas serei seu amigo, seu parceiro, e sempre
serei fiel a você. E, claro, serei honesto.

— Você não era honesto antes.

— Eu sei, mas serei agora. — Ela puxou os joelhos contra o peito. Eu


esperava uma reação mais forte do que essa. — Vou te dar tudo o que você
quiser. Você tem meu respeito, minha amizade e minha fidelidade.

Ela ainda estava quieta.

— O que é, Muse?

— Só estou levando um segundo para processar isso.

— O que há para processar?

— Fiquei tão magoada quando pensei que estava com outra pessoa... —
Ela fechou os olhos por um momento. — É um alívio saber que você não
estava... E estou levando um segundo para processar esse sentimento.

De alguma forma, isso me fez sentir ainda pior. Cheguei mais perto dela
no sofá e passei meu braço em volta de seus ombros.

Eu a puxei para mim e olhei para seu rosto, vendo seus cílios grossos se
curvarem em direção ao teto. — Por que isso machuca você tanto? — Ela
gostava da minha companhia e do meu corpo, mas eu não suspeitava que ela
me amava. Depois do que eu fiz, como ela poderia?

— Eu não sei. Acho que me fez sentir que não era boa o suficiente para
você. Você me diz o quão incrível sou, mas então você procura satisfação entre
as pernas de outra mulher... E então eu fiquei com medo que me passasse uma
doença ou algo assim.

Eu descansei minha cabeça contra a dela. — E isso é tudo.

Ela parou por um longo tempo. — Você diz que tem ciúmes porque não
quer me compartilhar com o mundo... — Sua mão mudou-se para a minha. —
E eu acho que estou com ciúmes também. Não quero compartilhar você com
ninguém.

Eu entrelacei meus dedos com os seus. Ouvi-la admitir que estava com
ciúme me deu uma sensação de poder. Isso me fez sentir como se fôssemos
iguais, como se nos importássemos da mesma maneira. Eu ficava com ciúme
toda vez que um homem olhava para ela, e foi por isso que a escondi do
mundo. Ela se sentia da mesma maneira... E isso nos deu uma nova conexão.

Uma conexão para recomeçar.

— Posso te beijar de novo?

Ela inclinou a cabeça para olhar para mim. — Você quer me beijar?

Encarei seus lábios, sentindo falta deles desde o momento em que foram
embora. Eu tinha tomado seu beijo como garantido, não entendendo o quanto
eu precisava antes de ser arrancado. — Sim.

Finalmente, ela sorriu. Seus olhos brilharam do jeito que costumavam


fazer, e ela amoleceu ao meu lado. — Então me beije.

Muse estava na minha cama, apoiada nos cotovelos com seus lindos seios
parecendo alegres e deliciosos. Sua barriga estava lisa e tonificada por
trabalhar fora o tempo todo, e suas longas pernas esticadas até o final da cama.

Eu agarrei sua calcinha com as duas mãos e lentamente puxei para baixo
por suas pernas, olhando para seu cerne uma vez que foi revelado. Sua boceta
nunca pareceu tão bonita. Eu pude ver o brilho de sua fenda, a excitação que
começou antes mesmo de eu tocá-la.

Enrolei sua calcinha em volta do meu pau, deixando o tecido macio e


quente me estimular mais.

Ela abriu bem as pernas, acenando para mim.

Se eu não estivesse tão duro, cairia de joelhos e devoraria sua boceta.


Agora, eu queria devorar seus lábios com os meus. Eu queria empurrar meu
pau dentro dela, sentir aquela umidade que ela produzia sozinha.

Subi na cama e me movi entre suas pernas. Tranquei meus braços atrás
de seus joelhos e a guiei de volta até que ela deitada contra a cama. Seus
mamilos estavam duros e seu peito estava rosado. Segurei-me em cima dela e
esfreguei meu pau entre suas dobras. Ela estava tão molhada, eu já podia
sentir.

Suas mãos começaram em meus braços, sentindo meus bíceps e ombros.


Em seguida, ela explorou meu peito, sentindo meus músculos peitorais e meu
abdômen esculpido. Ela arqueou ligeiramente as costas e se moveu,
esfregando contra meu pau duro com sua boceta.

Isso era exatamente o que eu queria. Muse se contorcendo e ofegando


por mim. O ódio havia sumido de seus olhos e agora ela mal podia esperar
para me ter. Ela não precisava de lingerie esta noite. Apenas em sua pele, ela
era a mulher mais sensual do mundo.

E ela era toda minha.

Pressionei minha boca na sua e a beijei, finalmente permitindo que


minha boca tivesse o que queria. Seu beijo foi sensual como sempre, com a
quantidade perfeita de lábios e língua. Ela respirou em meus pulmões, seu
hálito quente fazendo meu pau se contorcer.

Mudei minha mão em seu cabelo e lentamente balancei dentro dela,


esfregando seu clitóris com meu tamanho grosso. Eu a beijei mais e mais
profundamente, sentindo todo o meu ser cair nessa mulher. Isso era
exatamente o que eu queria, não uma transa aleatória com algumas garotas de
um clube. Havia apenas uma mulher que eu desejava, apenas uma mulher que
eu queria desfrutar todas as noites.

Ela era minha fantasia.

Eu nem estava dentro dela ainda, e queria gozar. Eu a senti levar prazer
em mim, senti seu coração pular uma batida porque ela gostava muito do
estímulo. Suas mãos estavam em cima de mim, agarrando tudo e arrastando
as unhas profundamente em minha carne.

Eu segui meus beijos até sua orelha e respirei em seu ouvido.

— Muse…

Ela arrastou as unhas na minha bunda e me puxou, implorando para que


eu me movesse dentro dela. — Conway... Por favor.

Apontei meu pau em sua entrada e lentamente deslizei para dentro,


sentindo mais lubrificação do que já senti em minha vida. Deslizei direto,
sabendo que sua boceta me queria tanto quanto eu a queria. Gemi em seu
ouvido, querendo que ela ouvisse exatamente o quanto eu a adorava. Eu nunca
estive entre as pernas de uma mulher mais bonita, uma mulher que me fazia
sentir mais como um homem. — Porra... — Eu me movi até estar
completamente dentro, minhas bolas batendo em sua bunda. Estive com ela
muitas vezes, mas de alguma forma parecia a primeira vez.

Ela colocou os braços em volta do meu pescoço e mordiscou e gemeu no


meu ouvido. — Conway.

Os cabelos da minha nuca se arrepiaram e meu pau estremeceu dentro


dela. Cada vez que dizia meu nome, eu achava que ia explodir. Foi a coisa mais
sexy que eu já ouvi. Virei meu rosto de volta para o dela e senti seus lábios nos
meus. Ela estava ansiosa por mim, dando-me sua língua imediatamente.

Comecei a balançar dentro dela.

O sexo foi lento e constante. Eu me movi dentro dela, mas pouco.

Meus lábios estavam focados nos seus e meu peito pressionava contra
seus seios deliciosos enquanto meus quadris empurravam. Minhas bolas
bateram levemente contra sua bunda, atingindo-a bem entre as bochechas.

Eu podia sentir todo o seu creme, toda a lubrificação que sua boceta
perfeita produziu para mim. O beijo foi tão bom quanto o sexo, quente e duro.
Nossos lábios se juntaram, se separaram e depois se juntaram novamente.

Eu nunca quis isso, e agora eu queria mais do que qualquer coisa. Eu


poderia pegar uma mulher qualquer e ter um bom sexo sem emoção, mas
agora parecia vazio. Era muito melhor sentir o quanto essa mulher me queria
apesar do meu tamanho enorme. Seus lábios tremiam constantemente contra
minha boca e seus dedos puxavam meu cabelo. Ela balançou de volta comigo,
querendo meu pau tanto quanto eu queria dar a ela.

Ela falou contra minha boca, interrompendo seus beijos. — Eu vou


gozar...

Eu não precisava de um aviso porque sabia exatamente quando ela iria


gozar. Ela apertou meu pau como um punho de ferro. Chupei seu lábio inferior
e empurrei mais fundo, colocando meu pau dentro dela.

Ela explodiu em torno de mim um momento depois, seus gritos me


ensurdecendo. Suas unhas cravaram na minha nuca e seus gemidos ficaram
incoerentes. Ela era uma escrava de seu prazer, transformando-se em uma
mulher sujeita a seus hormônios. — Sim... Conway.

Eu tinha perdido essa conexão intensa. Senti falta de seu beijo, de seu
entusiasmo. A primeira vez que a tive, ela chorou durante a maior parte do
tempo. Mas ela ainda gozou de qualquer maneira, e essa foi a maior excitação
de todos os tempos. Mas agora ela era experiente, praticando em mim até se
tornar uma especialista na cama. Ela sabia exatamente como me agradar
porque eu era o único homem que ela já fodeu.

Único homem.

Por mais que eu quisesse gozar, queria que isso durasse muito tempo.
Parecia certo de novo, minha fantasia uma realidade mais uma vez. Era fácil
se perder no prazer. O tempo parou e tudo que eu podia sentir era a sensação
explodindo por todo o meu corpo.

Quando ela terminou seu clímax, seus olhos focaram novamente, e ela
passou as mãos no meu peito. — Deus... Isso foi bom. — Tínhamos trepado
todas as noites nas últimas duas semanas e, embora ela gozasse todas às vezes,
não era tão agradável. Ela preferia essa conexão também, o forte calor entre
nós. — Bom pra caralho.

Alarguei suas pernas mais e me movi mais fundo, esfregando minha


pélvis contra seu clitóris latejante. Minha respiração quente caiu em seu rosto
e eu olhei para o brilho erótico em seus olhos. — Estou apenas começando.

Nós deitamos lado a lado no escuro, ambos cansados e satisfeitos da


extensa foda que acabamos de ter. Meus lençóis estavam encharcados de suor
e sexo. Gozei dentro dela duas vezes, então sua boceta estava cheia de minha
semente. Eu me senti como se tivesse corrido uma maratona. Estava exausto,
mas também sentia que havia conquistado algo ótimo.

Minha inspiração havia retornado.

Eu a imaginei vestindo uma calcinha branca com uma joia no centro,


uma representação da joia mais bonita entre suas pernas. Um sutiã estava em
cima, branco pérola e inocente. A mesma joia estava no centro do sutiã, bem
no vale entre seus seios. O branco representava sua inocência, a joia
representava seu valor perfeito. Ela foi comprada por cem milhões de dólares,
porque era quanto ela valia.

Ela se sentou ao lado da cama e então passou os dedos pelos cabelos.

Meus olhos se voltaram para suas costas.

Ela ficou lá por alguns segundos, olhando para a escuridão do meu


quarto. Então colocou os pés no chão e se levantou.

Sentei-me e inclinei-me contra a cabeceira da cama.

— Onde você vai?

— Para a cama. Se eu não sair agora, vou adormecer e nunca mais


acordar.

— Então adormeça.

Ela se virou e me encarou, a luz da lua brilhando através da janela e


destacando seu rosto.

— Você quer que eu fique?

— Sim.

Em vez de pular de volta para a cama, ela continuou a me observar.

Eu segurei seu olhar, tentando entender sua hesitação.

Ela finalmente voltou para a cama, sua figura perfeita destacada pelo
luar. Enfiou-se debaixo das cobertas e encostou a cabeça no travesseiro, o
cabelo bagunçado por ter rolado nas últimas horas.

Deitei ao lado dela, em seguida, enganchei sua perna sobre meu quadril.
Eu nos aproximei, abraçando-a cara a cara. Dormi sozinho minha vida toda.
Um homem como eu precisava da cama inteira para ele. Eu tinha um metro e
noventa de altura e meus músculos criavam um calor constante que aquecia
os lençóis. Outro corpo próximo me deixava com calor. Mas eu queria essa
mulher ao meu lado, queria sua pele macia contra a minha. Encarei o seu rosto
e a observei fechar os olhos. Depois que ela adormeceu, sua respiração tornou-
se profunda e lenta.
Estudei suas feições, desde o formato de arco do lábio superior até o nariz
delgado. Cada característica era tão perfeita que me perguntei se ela tinha sido
criada por um deus grego. Ela foi moldada de argila e trazida à vida. Nunca na
minha vida eu tinha visto uma mulher tão deslumbrante, tão impecavelmente
perfeita. Ela me deixava com ciúmes porque eu era o único homem que
merecia uma mulher tão perfeita. Eu era o único suficientemente rico,
poderoso e forte o suficiente para controlar uma mulher como ela.

Só um homem como eu tinha meios de proteger o maior tesouro do


mundo conhecido.

Minha mão deslizou por seu quadril até a curva profunda de sua cintura.

Eu me movi mais para cima até sentir seu peito inchar. Sua pele era mais
macia do que areia grega, e sua cor era equilibrada entre oliva e creme. Uma
pequena sarda aparecia de vez em quando, mas fora isso, ela estava
completamente sem manchas.

Eu não me julguei por ser tão obcecado.

Suas pernas tinham o comprimento perfeito, o sonho de qualquer


modelo. Com saltos de 12 centímetros, ela finalmente chegou ao meu queixo.
Até seus pés eram sexy, perfeitamente criados. Eu não mudaria nada sobre
ela. Eu tenho trabalhado com modelos na última década, e nenhuma vez eu
encontrei uma mulher mais bonita.

Muse era perfeita.

Eu estava cansado e satisfeito, mas estava mais interessado em vê-la


dormir. Não me surpreendeu que Knuckles a queria tanto. Ele subiu para
cinquenta milhões só para tê-la, mas sabia que não havia preço que eu não
estivesse disposto a pagar. Eu teria dobrado meu preço só para tê-la.

Ela era minha.

Inclinei-me e beijei-a na boca, dando-lhe um leve beijo que não a


acordaria. Mesmo quando ela não me beijou de volta, seu beijo ainda era
melhor do que qualquer outro que eu já tive. Mudei meu rosto em seu pescoço
e a trouxe para mais perto de mim, certificando-me de que não havia espaço
entre nós. Éramos uma única pessoa, embrulhados juntos e entrelaçados.

E eu gostei.

Na manhã seguinte, voltei da minha natação e entrei na sala de estar do


meu quarto. O café da manhã fora servido na mesa perto da janela, uma jarra
de café quente, um vaso com uma única rosa e duas travessas de prata cobertas
com tampos de aço inoxidável.

Tirei meu short e coloquei no cesto e amarrei uma toalha em volta da


minha cintura.

Muse saiu do quarto, vestindo uma das minhas camisetas pretas. Seu
cabelo estava bagunçado e puxado para cima de um ombro, e ela ainda tinha
uma expressão sonolenta nos olhos. Ela deve ter acabado de acordar.

— Bom dia.

— Bom dia. — Ela correu os dedos pelos cabelos enquanto caminhava em


minha direção, suas belas pernas se movendo com graça.

— Como foi sua natação? — Ela estava tão fria comigo ontem, mas agora
tudo parecia como antes.

— Boa. — Circulei sua cintura com meus braços e a beijei.

Ela ficou na ponta dos pés para encontrar o meu beijo com o dela. Suas
mãos se moveram para meus ombros nus, sua pele quente ao toque.

Nunca pensei que gostaria de ser saudado dessa forma, mas gostei
imensamente. — Com fome?

— Sempre.

O canto do meu lábio se ergueu em um sorriso e puxei a cadeira para que


pudesse se sentar. Em seguida, fui para o outro lado da mesa e me servi de
uma xícara de café.

Ela tirou a tampa do prato e começou a devorar sua omelete de clara de


ovo. Seus olhos ainda estavam com as pálpebras cheias de sonolência, mas ela
se recuperaria depois de mais quinze minutos.

Abri o jornal e comecei a ler. Eu mal estava na metade do meu primeiro


artigo quando a senti olhando para mim. Mudei meu olhar para cima para
olhar para ela. — Sim?

— Você lê o jornal todas as manhãs?

— Eu leio.

— Por quê?

— Gosto de saber o que está acontecendo no mundo. — Eu tomei um gole


do meu café.

— Você simplesmente não parece alguém que se importaria. Você tem


tantos e-mails e outras coisas com que se preocupar.

O trabalho nunca parava porque administrar um império tão grande era


uma dificuldade constante. Não importava quantas vezes eu trabalhasse
durante a noite, sempre havia algo que eu não terminava. Então parei de
tentar, percebendo que precisava viver minha vida em vez de tentar fazer o
impossível.

— Desde que me lembro, meu pai sempre leu o jornal no café da manhã.
Ele fez isso quando eu era jovem, e ainda faz até o dia em que me mudei. Minha
mãe geralmente olhava pela janela e tomava um gole de café em silêncio. No
primeiro dia em que morei sozinho, foi o que fiz, li o jornal. — Fechei o jornal
e o coloquei de lado, sabendo que não teria a chance de lê-lo de qualquer
maneira.

— Você admira muito o seu pai.

— É tão óbvio? — Eu perguntei sarcasticamente.


— Posso perguntar por quê?

— Todo filho não respeita o pai?

Ela riu como se eu tivesse feito uma piada. — Definitivamente não. Só


porque você é pai, não significa que não seja um idiota.

Havia muitas coisas que eu admirava em meu pai. Ele era honesto e
conciso. Ele não falava muito, mas quando o fazia, ele tinha seu ponto de vista
muito bem. — Comecei a notar a maneira como as pessoas falavam com ele
quando eu era jovem. Sempre foi com respeito reverente, até mesmo um
pouco de medo. Meu pai comanda autoridade sem palavras. Há algo nele que
faz as pessoas se levantarem. A única pessoa que não segue esse padrão é
minha mãe. Ela é a única com permissão para falar com ele como quiser, e ele
permite. Mas eu sei que ele permite porque a ama. Ninguém mais vai ganhar
o direito, nem mesmo eu. Ele é o trabalhador mais esforçado que conheço,
mantendo-se em ótima forma até agora.

— Ele é um homem rico que cresceu sua fortuna exponencialmente por


conta própria. Ganhou meu respeito quando eu era menino, e não porque eu
tive que dar isso a ele. Ele me educou no homem que sou agora, ensinando-
me a ser um homem trabalhador e honesto. Sua aprovação significa muito
para mim.

— Posso dizer que ele está orgulhoso de você.

Eu dei um leve aceno de cabeça. — Quando contei a meus pais sobre


minhas ambições, sabia que seria estranho. Dizer a eles que desenho roupas
sexys por causa da minha obsessão por mulheres não foi fácil. No início, minha
mãe perguntou se eu era gay. Meu pai sabia que não era porque ele me pegou
em minhas maneiras promíscuas… Muitas vezes. Ele simplesmente nunca
contou a ela sobre isso. Ambos queriam que eu assumisse o negócio de vinho.
Meu pai quer me entregar seu legado. Mas quando eu disse a eles que esse era
o caminho que eu tinha escolhido, os dois aceitaram. Meu pai disse que tinha
orgulho de mim e sempre me aceitou exatamente como sou. Essa aprovação
significa o mundo para mim.

Ela sorriu. — Seus pais são adoráveis. Eu realmente gosto deles.

— Sim... Eles são ótimos. — Eu sabia que eles odiavam o fato de eu morar
a cinco horas de distância, junto com Vanessa. Se eles não estivessem
enraizados por causa de seu negócio de vinhos, provavelmente se mudariam
para cá para ficar mais perto de nós. Para meus pais, família era tudo. Meu pai
morava a menos de oito quilômetros de distância de seu irmão. Os Barsettis
estavam magneticamente ligados uns aos outros.

— Espero vê-los novamente em breve.

— Tenho certeza que vamos.

Muse bebeu mais de seu café, em seguida, cortou sua omelete. Ela deu
mais algumas mordidas, os olhos baixos.

Eu observei seu rosto, percebendo como sua pele estava bonita na luz da
manhã. Quando as outras modelos tiravam a maquiagem, pareciam pessoas
completamente diferentes. Seus traços não eram tão atraentes. Muse foi a
primeira mulher que conheci que realmente ficava melhor sem maquiagem.

Ela me pegou olhando-a. — O quê?

Não respondi e dei uma mordida no meu café da manhã.

Muse continuou a me encarar, seu olhar confiante. Ela bebeu seu café,
em seguida, limpou a garganta. — Eu tenho uma exigência.

— Uma exigência? — Eu abaixei meu garfo e inclinei minha cabeça


ligeiramente. — O que isso significa?

— Você mentiu para mim e me machucou. Eu quero algo em


compensação.

A julgar por sua mudança de tom, ela estava pensando sobre isso por um
tempo. Talvez estivesse pensando nisso desde o momento em que acordou. —
Tudo bem.
— Não quero mais meu próprio quarto. Eu quero ficar aqui, com você. —
Ela segurou meu olhar com a mesma confiança que antes, preparada para eu
desafiá-la. Ela sabia que tinha me encurralado porque eu a havia enganado
por muito tempo.

Isso significava que ela queria dormir comigo todas as noites. Ela
gostaria de compartilhar meu espaço comigo constantemente. Almejava ser
integrada à minha vida. Nossas coisas seriam compartilhadas e eu veria suas
coisas no balcão do meu banheiro todas as manhãs. Minhas gavetas seriam
limpas para acomodar suas coisas.

Minha reação inicial foi dizer não, mas foi por despeito. Eu queria manter
minha posição por princípio. Mas eu sabia que precisava parar de fazer isso.
Eu a queria ao meu lado todas as noites. Tencionava ter sexo todas as manhãs
antes do trabalho e todas as noites antes de dormir. Eu queria olhar para ela
tanto quanto eu pudesse, valorizar seus belos traços constantemente.

Eu queria tudo dela.

Ela segurou meu olhar sem piscar, ainda esperando por uma resposta.

Bebi meu café e arrastei minha resposta de propósito, fazendo-a esperar


pelo meu julgamento. — Ok.

Sua expressão imediatamente relaxou em surpresa.

— Mesmo? — Concordei. — Isso foi muito mais fácil do que eu pensei que
seria...

— Posso perguntar por que você quer ficar aqui comigo?

Ela encolheu os ombros em resposta. — Eu só quero.

Meus olhos se estreitaram. — Eu quero uma resposta melhor do que essa,


Muse.

Ela resistiu a mim no início, me dando seu silêncio. Mas ela finalmente
se dobrou sob meu olhar. — Eu durmo melhor perto de você. Sinto-me segura.
Gosto do seu cheiro... Do calor do seu corpo. Isso me faz sentir menos como
uma prisioneira e mais como uma parceira. Isso me dá a afeição de que
preciso, a normalidade que anseio.

Gostei dessa resposta, até o último detalhe. — Algo mais?

Ela olhou nos meus olhos enquanto falava. — Eu gosto de dormir perto
de você... Quando seu gozo está dentro de mim.

Boa resposta.

Fui para o estúdio em milão com Muse no banco do passageiro. Eu a fodi


na minha cama antes de partirmos, enchi-a com o máximo de gozo que ela
podia aguentar e então peguei a estrada. Agora ela estava cheia de mim, minha
semente pingando em sua calcinha.

Ouvir seu pedido para dividir o quarto comigo me deixou muito duro.

Chegamos ao estúdio e então entramos pela porta de entrada. Tive de


verificar algumas coisas com Nicole e, quando Muse pediu para vir comigo,
não recusei. Chegamos ao segundo andar e encontrei algumas modelos que se
preparavam para uma sessão de fotos. Elas estavam usando a nova lingerie
que eu tinha acabado de desenhar e entreguei a Nicole.

— Conway. — Naomi se moveu para perto de mim, seus lábios prontos


para beijar minha bochecha.

Muse enganchou seu braço no meu e pressionou seu corpo contra mim,
reivindicando seu território o mais publicamente possível.

— Devíamos ir andando, Conway. — Seus lábios estavam a poucos


centímetros do meu rosto, tirando qualquer chance que Naomi tivesse de me
beijar.

Eu mal pude conter o sorriso que queria se estender pelo meu rosto. —
Sinto muito, senhoritas. Estou atrasado.

Muse me puxou para a escada e subimos juntos, seu braço ainda


enganchado no meu para que todas vissem.

— Você realmente está com ciúmes, — eu disse baixinho.

— Como você se sentiria se um homem me beijasse na bochecha? — Ela


rebateu.

Eu não gostaria nada disso. Eu nem queria que ninguém apertasse sua
mão.

— Bom ponto. — Caminhamos até o terceiro andar, onde ficava meu


estúdio, e entramos. Para minha surpresa, Carter já estava lá. Ele estava em
um terno cinza com uma gravata preta. Sempre que ele estava vestido assim,
geralmente tinha uma reunião de negócios de algum tipo. Em qualquer outro
momento, ele estava vestido com jeans e uma jaqueta de couro.

Seus olhos imediatamente foram para Muse, e um sorriso apareceu em


seu rosto. — A musa de Conway. Acho que não nos conhecemos.

Ele deu um passo em direção a ela e estendeu a mão.

Ela puxou o braço da minha mão e colocou-o no dele. — Prazer em


conhecê-lo. Você deve ser Carter.

Ele se inclinou para beijá-la na bochecha.

— Carter. — Meu tom foi o suficiente para alertá-lo a repensar suas ações.

Ele deu um passo para trás, ainda sorrindo. — Tudo bem. Faremos isso
do jeito americano. — Ele apertou a mão dela. — É um prazer conhecê-la,
Sapphire. Conway sempre fala sobre você.

— Espero que ele diga coisas boas, — disse ela.

Seus olhos se voltaram para mim. — Apenas coisas boas.

Eu queria dar um tapa na cabeça dele. — Você precisa de algo, Carter?

— Eu estava nesta parte da cidade e pensei em convidar você para


almoçar. Nicole me disse que estaria aqui hoje.
— Eu tenho muito trabalho a fazer hoje, Carter. Que tal amanhã?

— Meus pais me disseram que vamos jantar na casa de seus pais na sexta-
feira. Vamos recuperar o atraso no caminho.

Ninguém tinha me falado sobre este jantar. — Não sabia que estava
acontecendo.

— Tenho certeza de que você receberá a ligação em breve. E traga sua


mulher junto. Adoraria conhecê-la durante o caminho.

Ele piscou para mim antes de ir para a porta. — Te vejo em breve. — Ele
saiu e nos deixou sozinhos.

— Estou feliz por poder dar uma cara a esse nome agora, — disse Muse.
— Vocês se parecem.

— As pessoas pensam que somos irmãos, infelizmente.

— Ele parece simpático.

— Ele só é simpático com você porque isso me irrita.

Ela sorriu. — Isso só te irrita porque você fica com ciúmes. — Ela sorriu
e caminhou até a mesa, sua confiança crescendo porque ela sabia que me
colocou no meu lugar. — Então, jantar na sexta-feira?

— Aparentemente.

— Isso vai ser na casa onde você cresceu?

— Sim.

— Estou animada para ver isso.

Eu não a convidei, mas não tive muita escolha no assunto. Meus pais
esperariam que eu a trouxesse, e Vanessa me importunaria até que Muse se
sentasse ao lado dela no banco de trás.

Aproximei-me da mesa e abri meu caderno.

— Em que ideias você está trabalhando?


— Uma boa veio até mim na noite passada.

— Sim?

Eu virei para a página certa.

Ela examinou meu desenho enquanto colocava o cabelo atrás da orelha.


— Eu gosto disso. Simples e elegante. A maioria de suas peças cobrem mais
pele, mas esta não.

— Acho que a cor e o tecido ficarão perfeitos na sua pele. — Peguei o


pedaço de tecido da mesa e voltei para ela. Segurei o material macio contra
seu braço e admirei a maneira como combinava com seu tom de pele.

— Perfeito. — Coloquei o pedaço de tecido sobre a mesa.

— Posso ajudar?

— Não. — Peguei um rolo de tecido e coloquei no meu espaço na mesa.

— Então, o que posso fazer?

— Vista isto quando eu terminar.

— Tudo bem. — Ela se sentou no banquinho ao meu lado e olhou para


minhas mãos enquanto eu trabalhava.

Nicole entrou alguns momentos depois. — Conway, estou feliz que você
esteja aqui. Preciso falar com você em particular.

Eu não parei o que estava fazendo. — Você pode falar na frente de


Sapphire. — Ela era uma parte essencial da minha vida agora. Ela conhecia
meu trabalho, minha rotina e compartilhava minha cama comigo. Não fazia
sentido manter segredos dela.

— Conway, devo insistir. — Nicole estava à minha direita, a mão apoiada


na mesa.

Nicole não iria insistir assim, a menos que fosse importante, então me
virei para Muse. — Você poderia sair por um momento?
— Claro. — Ela saiu e fechou a porta atrás dela.

Larguei minhas ferramentas e voltei meu foco para Nicole.

— O que foi?

— Andrew Lexington da Lady Lingerie está lá embaixo na sala de


conferências.

Andrew Lexington era meu maior competidor de lingerie no mundo.


Morava na América e, embora fizesse um ótimo trabalho, seus designs não
eram tão originais quanto os meus. Mas ele tinha um grande domínio de
marketing com o povo americano e não se absteve de fazer sua produção no
exterior para tornar sua lingerie acessível. Eu estava no negócio de luxo, então
nossas abordagens eram naturalmente diferentes. Eu só o conheci uma vez e
não tínhamos muito a dizer um ao outro. O fato de ele ter voado pelo mundo
até a minha porta significava que tinha negócios sérios a discutir.

— O que ele quer?

— Este é o problema... — Ela manteve a voz baixa, como se alguém


pudesse nos ouvir, embora estivéssemos apenas nós dois na sala.

— Ele realmente veio aqui procurando por Sapphire. Disse que está
tentando falar com ela, mas que ela não tem endereço, número de telefone ou
família. Então ele veio aqui pedindo para falar com ela.

Instantaneamente, meu corpo se apertou e eu senti a raiva explodir


dentro de mim. Outro designer voou pelo mundo porque estava tentando
caçar minha mulher. O que quer que ele quisesse com ela, não era bom. Ele a
queria para seu próprio ganho, isso estava claro.

— Eu não sabia o que fazer, então pensei em te contar primeiro.

— Você tomou a decisão certa, Nicole. — Eu mal conseguia manter minha


voz firme porque estava com muita raiva.

— Mostre a ele meu escritório. Estarei lá em quinze minutos.


— E devo dizer a Sapphire?

Eu não queria que ela soubesse de nada até que eu soubesse o que ele
queria primeiro.

— Não.

****

Deixei Muse em meu estúdio e caminhei até meu escritório do outro lado
do prédio. Andrew estava esperando por mim, e propositalmente o fiz esperar
mais vinte minutos apenas para ser um idiota.

Muse era minha. Não era apenas minha modelo, mas também minha
mulher. Era ela quem dormia na minha cama todas as noites, e eu era o
homem que dormia ao lado dela. Ela era minha propriedade, fim da história.

Se Andrew pensava que poderia tê-la, estava enganado.

Entrei no escritório e vi a nuca de Andrew. Seus ombros largos se


estendiam além dos lados da cadeira, e ele continuou a olhar diretamente para
as janelas que davam para a cidade. O vidro estava tão limpo que ele podia ver
seu reflexo, e o meu.

Eu lentamente passei por ele até minha mesa, sem parar para
cumprimentá-lo com um aperto de mão.

Por que eu deveria?

Sentei-me atrás da minha mesa e juntei minhas mãos na madeira. Quase


não usava esse escritório, pois meu estúdio era meu espaço criativo. Esta sala
era para cálculos e escrituração contábil. Nicole fazia seu trabalho aqui às
vezes, deixando seus documentos fora para que eu pudesse vê-los quando
tivesse tempo.

Eu o encarei friamente, olhando para um homem dez anos mais velho do


que eu. Ele tinha quarenta e poucos anos e, embora eu ainda não tivesse trinta,
tive mais sucesso do que ele. Meu nome era muito mais respeitado. Minha
lingerie era considerada um luxo. As amantes de homens poderosos usavam
minhas roupas. Apenas ninguém usava sua merda.

— Como posso ajudá-lo, Andrew? — Ele manteve a compostura tão bem


quanto eu.

— Tenho certeza de que Nicole disse que estou procurando Sapphire.

— Ela mencionou isso.

— E já que estou me encontrando com você, acho que não vou falar com
ela.

Porra, não. — Você é brilhante.

O canto de sua boca se ergueu em um sorriso. — Ela é uma das pessoas


mais difíceis de rastrear. Só posso presumir que ela tem uma história
fascinante.

Uma história que ele nunca conheceria. — O que você quer, Andrew?

— Nós dois sabemos que Sapphire roubou os corações de homens e


mulheres em todos os lugares naquele desfile há alguns meses. Mas eu não a
vi desde então, e nem mais ninguém. Isso significa que ela decidiu se
aposentar?

Não. Ela só tem um novo emprego, me foder. — Ela ainda trabalha para
mim.

— Então por que você não está usando sua maior arma?

— Confie em mim, eu a uso. — Inclinei-me sobre a mesa, olhando-o com


mais atenção.

— Talvez ela gostaria de ser usada de outras maneiras. Vou fazer com que
ela trabalhe para mim.

Como se isso fosse acontecer. — Ela não está disponível.


— Mesmo se ela estiver sob contrato, posso quebrar as correntes de sua
prisão legalmente.

Qualquer problema pode ser resolvido com dinheiro suficiente.


Considerando que eu era seu maior competidor, ele precisava ter vantagem
sobre mim. Pegando a modelo mais linda que já pisou na passarela, ele
definitivamente teria um grande poder. Eu não poderia deixar isso acontecer,
e não apenas por causa do meu negócio.

Mas porque Muse era minha. — Ela não vai a lugar nenhum, Andrew.

— Isso é para ela decidir.

Não, não é. — Ela não está disponível. Não vou me repetir uma segunda
vez. — Seus olhos se estreitaram.

— Você acha que pode me impedir de falar com ela? Eu sei que ela mora
aqui. É apenas uma questão de tempo antes de encurralá-la. E o fato de você
estar sabotando um possível negócio para essa mulher é revoltante.

Eu a possuía. Não era nada repugnante. — Ela é minha, Andrew.


Esqueça.

— E o que você acha que sua estrelinha vai dizer quando eu contar que
você se recusou a me deixar falar com ela?

Eu não estava deixando esse homem chegar perto dela. Ela estava
grudada em mim como cola a cada minuto do dia. Ele não poderia chegar até
ela sem passar por mim primeiro. E nenhum homem poderia passar por mim.

— Eu não perderia seu tempo, Andrew. Tenho certeza de que você tem
coisas mais importantes a fazer.
CAPÍTULO 9

Conway estava em um péssimo humor desde que ele se afastou do


estúdio. Voltou com a mandíbula cerrada e a testa franzida, e era rude comigo
sempre que eu tentava falar com ele. Estava com tanta raiva que parei de
tentar.

Na volta para casa, ele foi exatamente o mesmo. Agarrou o volante com
uma das mãos e manteve os olhos na estrada.

Não conversou comigo, e era óbvio que estava pensando sobre o que quer
que o tenha irritado.

— Você sabe o que eu faço quando estou brava? — Ele suspirou, mas não
fez nenhum comentário. — Eu escuto música. — O rádio nunca estava ligado
quando estávamos no carro. Eu nem tinha certeza do que ele gostava de ouvir.

— Não quero ouvir música agora.

— Você quer falar sobre isso?

— Eu quero fazer isso menos ainda.

Eu olhei para frente e olhei pela janela. — Tudo bem então...

O dia começou ótimo, mas virou uma merda. Eu tinha certeza de que seu
humor não tinha nada a ver comigo, então deixei passar. Eu não havia feito
nada de errado, então não sabia razão para ele estar chateado comigo.

Depois de cinco minutos de silêncio, seu telefone começou a tocar no


sistema Bluetooth. Na tela, apareceu o nome da pessoa.

Mamãe.

Eu não pude deixar de sorrir quando vi a maneira como ele armazenou o


seu nome em seu telefone.

Ele suspirou novamente e então atendeu a ligação. — Ei mãe. Como você


está? — Ele escondeu seu mau humor e falou como se tudo estivesse
perfeitamente bem. Se qualquer outra pessoa tivesse ligado, ele
provavelmente teria ignorado a ligação.

— Estou ótima, Con. Seu pai e eu acabamos de chegar em casa e Lars está
fazendo o jantar.

— Estou voltando para casa também.

— Então eu não vou mantê-lo no telefone por muito tempo. Eu só queria


convidar você para jantar nesta sexta-feira. Sua tia e seu tio estarão aqui, junto
com Carter e Vanessa. Espero que venha. Seu pai e eu sentimos sua falta.

Meus olhos suavizaram.

— Claro, estarei ai.

— Ótimo, — ela disse. — Sapphire vai se juntar a nós também? — A


ansiedade era óbvia em sua voz.

— Sim.

— Bom. Vocês podem ficar no seu antigo quarto.

Estaríamos passando a noite. Eu não esperava isso, mas acho que fazia
sentido, já que era uma viagem de cinco horas.

— Parece ótimo, — disse Conway. — Eu falo com você então.

— Te amo.
Conway agia como um machão o tempo todo, mas eu sabia que havia
uma versão mais suave de si mesmo por trás dessa máscara. Ele mostrou esse
lado para mim depois que passei meses arrancando-o dele. E demonstra para
sua família com muito mais facilidade. — Também te amo, mamãe.

A ligação terminou.

Conway continuou dirigindo como se o telefonema nunca tivesse


acontecido.

Eu queria provocá-lo sobre isso, mas decidi pegar leve. — Seu antigo
quarto, hein? Como é isso?

— É no segundo andar. Meus móveis antigos ainda estão lá. Eu tenho um


banheiro privativo e uma pequena sala de estar.

Acho que eles moravam em uma mansão também. — Essa é a sala onde
você trouxe todas as meninas?

— Sim. — Ele finalmente olhou para mim. — Com ciúmes?

— Não. Mas estou preparada para apagar sua memória...

Ele sorriu pela primeira vez desde que caiu em seu mau humor.

— Eu gosto do som disso.

****

Transportei minhas coisas pelo corredor e pendurei as roupas que Dante


comprou para mim. Uma seção do armário de Conway foi limpa para que eu
pudesse pendurar minhas coisas. Eu não tinha tantas roupas quanto ele. Ele
tinha mais ternos do que eu poderia compreender.

Uma de suas gavetas de cima tinha sido esvaziada, então coloquei minhas
calcinhas dentro junto com a lingerie que ele colocou na minha cômoda. Seu
quarto era muito mais masculino do que o meu, decorado em tons escuros e
móveis elegantes. Meu quarto era muito mais bonito, com salpicos de ouro e
champanhe. Mas eu ainda preferia o seu quarto ao meu... Já que ele estava
incluído.

Desde que me disse que não havia mais ninguém, meu humor melhorou
drasticamente. Agora o ciúme se foi, junto com as dores de estômago e a
tristeza. Ele me ofereceu tudo que eu queria, tudo que pudesse me fazer feliz.

Finalmente tinha alguém em quem confiar.

Em um mundo tão cruel, era uma bênção ter um amigo como Conway.
Ele foi honesto comigo, cuidou e foi leal a mim. Deu-me muito sem pedir quase
nada em troca. Sem ele, eu não teria nada.

E eu sabia disso.

Ele disse que nunca me amaria e romance não estava em jogo, mas estava
tudo bem. A conexão e a base que tínhamos eram suficientes. Deu sentido à
minha vida, encheu-a de carinho.

Eu não sabia quanto tempo isso iria durar. Talvez um dia ele se cansasse
de mim e isso acabasse.

Mas eu não pensaria nisso agora.

Terminei de mover minhas coisas e finalmente deixei meu antigo quarto


pela última vez. Agora, este novo espaço era meu, um espaço que cheirava a
um homem poderoso. Quando me sentei no sofá, Conway entrou com dois
cabides nas mãos.

— O que é isso? — Eu perguntei.

— Pedi a Dante que pegasse algumas coisas para você vestir amanhã. —
Ele os colocou nas costas da poltrona, em seguida, afrouxou a gravata em volta
do pescoço.

— Isso foi legal. — Peguei a primeira e encontrei uma saia de cintura alta
com toques de preto, vermelho e verde. Imediatamente me lembrou da cultura
italiana, da infusão de várias cores. Olhei para a próxima roupa, um vestido
de verão azul marinho. — São lindos…

— Estou feliz que tenha gostado.

— Você os escolheu?

— Não. Nicole escolheu. Mas eu dei suas medidas para que elas se
encaixem perfeitamente em você.

Nunca me imaginei como uma mulher que tinha um homem para lhe
comprar coisas bonitas, mas foi exatamente o que aconteceu.

Conway me apoiou completamente, pagando uma fortuna para me


manter segura e ainda me dando presentes caros. — Obrigada, mas você não
precisa me comprar nada, Conway. Já tenho muitas coisas lindas... — De
repente, me senti culpada por tirar um único centavo dele.

Ele arqueou a sobrancelha em confusão, mas de alguma forma o fez


parecer sexy. — Estou ciente de todas as coisas que não tenho que fazer. Eu
faço porque quero. Nunca mais diga isso para mim. — Ele puxou a gravata do
colarinho e desabotoou a camisa. — Vanessa e Carter estarão aqui amanhã a
uma. Então, esteja com as coisas embaladas e prontas.

— Tudo bem.

Ele tirou suas roupas e as deixou cair no chão enquanto fazia seu
caminho para o banheiro. Como migalhas de pão, elas o seguiram até o outro
lado do quarto.

Em vez de deixá-las no chão para serem amassadas, peguei e pendurei


em um cabide para que Dante pudesse recolhê-las com a roupa. Eu só podia
imaginar o quão caras eram as roupas de Conway, então não queria que elas
se estragassem no chão de madeira.

Em seu quarto, sua boxer tinha chegado ao cesto. Ele ficou nu com uma
toalha sobre o ombro. Perfeitamente esculpido com nada além de músculos,
ele era uma fantasia ambulante.

Ele constantemente me dizia que eu era seu maior desejo, mas eu tinha
certeza de que ele era o desejo de todas as mulheres do planeta. Seu encanto
não tinha nada a ver com seu dinheiro ou sucesso. Estava tudo em sua
aparência; perfeição. Ele me viu pendurar seu terno sujo.

— O que você está fazendo?

— Não quero que suas roupas se estraguem.

Ele me deu outra olhada antes de abrir a porta do banheiro. — Tome


banho comigo.

— Eu já tomei banho depois dos estábulos.

Ele se encostou na parede, seus olhos verdes latejando de aborrecimento.


— Eu não estava perguntando, Muse. Estou mandando.

Cruzei meus braços sobre meu peito. — Eu pensei que éramos parceiros
agora?

— Não significa que vou parar de mandar em você. Isso fica. Agora
coloque sua bunda para dentro.

— Ouvi dizer que sexo no chuveiro é perigoso.

Ele sorriu. — Qualquer tipo de sexo comigo é perigoso.

****

Ele me dobrou debaixo dele e empurrou em mim com força, seu corpo
suando porque me fodeu profundamente desde o início. Sua bunda apertou e
relaxou enquanto balançava seus quadris em mim, dando-me todo o seu
comprimento repetidamente. A cabeceira da cama bateu contra a parede e
meus seios tremeram com seus movimentos.

Minhas unhas cravaram em suas costas enquanto eu segurava, e meu


orgasmo agarrou seu pau com tanta força que eu nunca pensei que iria deixá-
lo ir. Eu o embainhei com meu gozo, meus gritos o atingindo bem no rosto.
Missionário era minha posição favorita, e parecia ser a sua favorita também,
porque era assim que o fazíamos na maior parte do tempo. Eu amei assistir a
intensidade de sua expressão, a maneira como se concentrava enquanto seu
grande pau me batia repetidamente.

Ele gozou um momento depois, seu pau estremecendo dentro de mim se


libertando. Gemeu no meu rosto, despejando toda a sua semente dentro de
mim. Eu podia senti-lo me preencher, sentir o seu peso junto com seu calor.
Agora eu estava acostumada a dormir com ele entre as pernas todas as noites.
Eu estava acostumada a ver pingar pelas minhas pernas quando entrava no
chuveiro pela manhã. Fazia parte da minha vida agora. Conway faz parte da
minha vida.

Ele saiu de mim e deitou-se ao meu lado, o quarto escuro porque


estávamos ambos prontos para dormir. Foder antes de dormir se tornou nossa
rotina. Quando seu despertador tocava de manhã, ele geralmente ficava em
cima de mim novamente e dávamos uma rapidinha preguiçosa antes de irmos
para o trabalho. Foi bom chegar ao clímax antes de estar totalmente acordada.
Ele fazia todo o trabalho em cima de mim, e eu simplesmente conseguia me
divertir.

Agora, eu deito ao seu lado, o suor do seu peito manchando o meu. Eu


podia sentir o cheiro de seu corpo, assim como nosso gozo mútuo. O quarto
cheirava a sexo, mas agora era o cheiro que eu mais gostava.

Nossa respiração pesada encheu o quarto enquanto nós dois lentamente


deslizamos de volta para baixo e relaxamos. Meu corpo estava quente e
devagar a temperatura voltou ao normal. O corpo de Conway sempre
funcionava em uma temperatura mais quente, então ele precisava de tempo
para esfriar antes de me aninhar ao seu lado.

Ele falou primeiro na escuridão. — Você gosta de morar comigo?

— Eu gosto. — Virei de lado para poder olhar para ele. — O que você acha
de morar comigo?
— Não é tão ruim.

— Não é tão ruim? — Eu perguntei com uma risada, sabendo que estava
brincando.

— Eu gosto de sexo matinal. Ótima maneira de acordar.

— Eu também. Gosto de dormir com você porque imagino que seja isso
que outros casais fazem. Eles fazem amor e depois vão dormir na mesma
cama. Estou feliz por ter essa experiência. — Ele não fez um comentário sobre
isso.

— Você vai me dizer por que estava tão chateado ontem? — Ele ficou
quieto novamente.

— Não.

— O que aconteceu com a honestidade?

— Eu disse que seria honesto com você. Mas não disse que compartilharia
cada pensamento com você.

Eu deixei o insulto passar por mim sem deixar que cortasse minha pele.
— Mas eu sou sua amiga, Conway. Você pode me contar coisas.

— Isso é algo que eu não quero falar.

— É algo que tem a ver comigo?

Ele virou a cabeça na minha direção, seus olhos verdes ferozes. — Eu


disse que não quero falar sobre isso, Muse. Deixe isso pra lá.

Quando percebi a raiva em seu tom, finalmente recuei. Não queria ir para
a cama chateada, então mudei de assunto.

— Quanto tempo vamos ficar com seus pais?

— Até sábado.

— É uma viagem curta.

— Tenho trabalho a fazer. Fiz mais alguns esboços e agora preciso criá-
los.

— O que Nicole pensa sobre eles?

— Ela gostou, — ele respondeu.

— Você tem um desfile chegando?

— Estava pensando em fazer um em seis semanas.

— Isso é muito em breve. Onde seria?

— Nova York.

Minha cidade natal. Achei que não seria capaz de acompanhá-lo, pois era
uma fugitiva procurada em meu próprio país. O governo levava a evasão fiscal
a sério. Isso significaria que eu teria que ficar aqui sozinha. A ideia de não ter
Conway ao redor me apavorou. Naquele momento, percebi o quanto dependia
dele, o quanto precisava dele para me sentir segura.

— Entendo. Suponho que não estarei no desfile?

Ele balançou sua cabeça. — Nunca mais.

— Então eu vou ficar aqui?

Ele se virou de lado e me encarou, nossos rostos a apenas alguns


centímetros de distância. Seu corpo musculoso era rígido e duro, o contorno
de seus bíceps visível mesmo nas sombras. Sua mão se moveu sob os lençóis e
agarrou meu quadril. — Por que você ficaria aqui?

— Eu não preciso te lembrar da minha lista de crimes...

— Não se preocupe com isso. Quando está comigo, você está acima da lei.

— E ele…

Conway sabia o que eu queria dizer.

— Você nunca precisa se preocupar com ele, certo? Pare de ter medo e de
olhar por cima do ombro. Meu poder está constantemente ao seu redor, em
todos os momentos.
Ele me puxou, me abraçando sob os lençóis.

Seu corpo era como um radiador, sempre soprando calor. Ele arrastou
seus dedos pelas minhas costas, lentamente sentindo minha pele macia sobre
minha espinha. Seus olhos permaneceram fixos nos meus, seus olhos verdes
cheios de afeição.

— Tudo bem.

Ele descansou sua testa contra a minha e fechou os olhos. Sua respiração
mudou depois de alguns minutos, e lentamente caiu no sono.

Fechei meus olhos e combinei minha respiração com a sua. Eu apreciei


seu cheiro e o calor que me cercou.

Era fácil se sentir em paz, fácil se sentir segura. Havia algo em Conway
que me fazia sentir confortável por natureza. Vim para este país apenas com
as roupas do corpo e sem um amigo a quem recorrer, e ele se tornou meu
salvador. Ele cuidou de mim, fez com que todos os meus problemas fossem
embora.

Ninguém mais no mundo teria feito isso por mim.

Ninguém.

Vanessa usava um vestido de verão azul brilhante com sandálias


combinando. A cor era brilhante contra sua pele oliva e seus lindos olhos. Não
importava o que ela usasse, ficava linda. Tinha uma beleza natural pela qual
qualquer mulher morreria. — Você vai adorar a casa dos meus pais. Já está na
família há três gerações.

— Uau. Tenho certeza que é linda.

Carter e Conway ajudaram Dante a carregar a traseira do SUV enquanto


Vanessa e eu conversamos na entrada. O céu estava sem nuvens e o calor fazia
nossa pele gotejar de suor.
Os óculos escuros estavam colocados na testa e ela usava uma bolsa que
ficava sobre o torso.

— O que aconteceu com você e aquele cara?— Nunca fiquei sabendo da


história completa porque Conway e eu fomos para casa. Conway queria
continuar espionando, mas finalmente o convenci de que precisava dar espaço
a sua irmã. Ela era uma mulher adulta que não precisava de uma babá.

— Algumas noites de sexo super quentes, — ela disse sem rodeios. — Mas
eu não vejo isso indo a lugar nenhum. Ele é um cara legal, mas realmente não
temos muito em comum. Nossa conversa acabou, mas a paixão nunca
diminuiu. Então eu o tirei do meu sistema antes de seguir em frente.

— Isso é ruim. Pelo menos você conseguiu algo bom com isso.

— Sim. Ele não aceitou a rejeição muito bem, mas vai superar.

— O que você disse para ele? — Eu perguntei.

— A verdade. Não temos nada em comum, apenas bom sexo. Então ele
sugeriu que continuássemos fazendo sexo.

Eu ri. — Claro que sugeriu.

— Mas eu disse que não queria me apegar a ele, então seria mais fácil se
nós apenas seguíssemos caminhos separados. Ele não ficou feliz com isso, mas
aceitou.

Eu gostava da maneira como Vanessa era real sobre tudo. Nada com ela
era complicado. Ela via o mundo em preto e branco, e se não visse algo
funcionando, simplesmente seguia em frente. Nada era pessoal com ela. Ela
também não se contentava com algo a menos que fosse absolutamente o que
queria. Era outra razão pela qual a respeitava. — É difícil encontrar o cara
perfeito.

— Isto é. Mas não se preocupe, algum dia você encontrará alguém muito
melhor do que Conway.

Conway passou naquele exato momento e a lançou um olhar furioso.


— Você está aqui há menos de cinco minutos e já está me irritando.

— Normalmente não demoro tanto, — disse ela com um suspiro. —


Parece que estou perdendo meu toque.

Eu ri porque não pude evitar. Vanessa era a única pessoa no mundo que
importunava Conway e escapava impune. Nem eu dei tanta merda a ele.

Conway mudou seu olhar para mim.

Eu fechei minha boca rapidamente, escondendo meu sorriso.

Ele continuou andando, em seguida, pegou a última bolsa e levou-a para


o carro.

Carter foi para o lado do passageiro e abriu a porta traseira. — Entrem,


senhoritas.

— Muse estará sentada na frente comigo. — Disse Conway colocando as


chaves no bolso. Ele vestia jeans justos e uma camisa em decote V verde, os
músculos de seus braços parecendo cheios de veias e cordões sob o sol quente.

— Quem? — Vanessa deixou escapar. Carter sorriu.

— É o apelido dela…

— Quer dizer, Sapphire, — corrigiu Conway rapidamente. — Ela estará


sentada comigo.

— Uh, não, — disse Vanessa. — Não vou sentar ao lado de Carter por cinco
horas.

— Ei, — disse Carter. — O que diabos eu fiz para você?

— Sem ofensa, — disse Vanessa rapidamente. — Mas prefiro sentar ao


lado da minha amiga.

Vanessa era a única amiga que eu tinha e significava muito para mim que
me visse da mesma maneira. Não parecia que ela só gostava de mim porque
eu estava namorando o irmão dela. Nós nos dávamos muito bem.
Conway desistiu do argumento. — Está bem.

— Mas não a estou chamando de Muse, — disse Vanessa. — O que isso


quer dizer, afinal?

Entramos no SUV e afivelamos nossos cintos de segurança.

Conway não respondeu à sua pergunta.

Carter fez. — Isso significa que ele está psicoticamente obcecado por ela.

— Já que ela é a única mulher com quem eu o vi, eu já sabia disso. —


Vanessa se inclinou sobre o console central e imediatamente tocou o rádio,
mudando para uma estação com música pop.

Conway deu um tapa na sua mão. — Relaxe, certo?

— Não quero ouvir sua música rock idiota, — disse Vanessa. — Você tem
o pior gosto musical.

— Não. — Conway a empurrou para trás e bloqueou sua passagem com o


braço. — Eu tenho o pior gosto para irmãs. Agora sente-se aí e converse com
sua amiga.

Vanessa se recostou e cruzou os braços sobre o peito. Brincos de ouro


pendurados em seus lóbulos refletiam a luz sempre que se movia ligeiramente.
— Como você o atura? — Ela me perguntou. — Ele é tão mandão e intenso com
você?

Eu escondi meu sorriso porque ela não tinha ideia de que tipo de homem
seu irmão realmente era. Eu podia ver os olhos de Conway no espelho
retrovisor enquanto ele me observava, esperando minha resposta. — Sim...
Mas de uma forma romântica.

****

Estávamos à uma hora da casa. Nós dirigimos pelo centro da Itália, vendo
o campo e inúmeras vinícolas.

Havia tanta beleza na terra que não pude processar o que estava vendo.
Nenhuma imagem ou fotografia faria justiça.

— Então, quando vocês vão ter filhos? — Disse Vanessa. — Mal posso
esperar para ser tia.

— Vanessa. — O tom agudo de Conway disse tudo o mais que ele não
disse com palavras.

— É só uma pergunta. Está me dizendo que não falou sobre essas coisas
antes de irem morar juntos? — Vanessa perguntou incrédula. — Então,
quando você vai ter filhos? — Ela virou o rosto para mim.

Conway já havia falado sobre crianças uma vez, mas era uma conversa
geral. A ideia de termos filhos juntos nunca foi posta em prática. No momento,
éramos apenas duas pessoas que dormiam na mesma cama e passavam o
tempo todo juntos. Eu não poderia nos rotular de outra maneira. Mas eu tinha
que dizer algo para tirar Vanessa do assunto. — Algum tempo depois de nos
casarmos.

— E quando será isso? — Vanessa perguntou.

— Vanessa. — Conway disse o nome dela uma segunda vez, desta vez com
um tom mais irritado.

— O quê? — Ela perguntou incrédula. — Não posso fazer perguntas


pessoais a ela?

— Nem uma única, — rebateu Conway. — Estamos quase em casa, então


fique quieta pelo resto do caminho.

Vanessa revirou os olhos. — Ok, hipoteticamente, quantos filhos você


gostaria de ter algum dia? Você sabe, com algum homem, em geral?

Desta vez, Conway ficou quieto.

Provavelmente crianças não estavam nas cartas para mim, embora eu


quisesse desesperadamente minha própria família. Eu era a última da minha
linhagem e, se não tivesse filhos, estaria sempre sozinha.

— Dois. Um menino e uma menina.

— Eu também, — disse Vanessa. — Mas não ficaria chocada com a ideia


de ter três.

— Quando você quer ter filhos?

— Não tenho certeza. Quero terminar de ter meus filhos quando tiver
trinta anos. Portanto, tenho alguns anos para encontrar o cara certo e me
estabelecer. No momento, todos os homens da minha idade são imaturos. Eles
estão muito focados em festas e diversão. O amor verdadeiro é simplesmente
impossível agora. Acho que quero um homem mais velho.

— Tudo bem, chega disso. — Conway aumentou a música. Afogando


todos nós, mascarando nossa conversa.

Vanessa revirou os olhos e se inclinou na minha direção para que


pudéssemos continuar conversando. — Eu realmente espero que ele não fique
assim para sempre. É realmente irritante.

— Tenho certeza de que quando você encontrar o cara certo, ele


finalmente vai desistir.

— Duvido que ele desista mesmo assim. Honestamente, ele é pior do que
meu pai. E você conheceu meu pai. Ele é um homem intenso.

Eu ri. — Achei ele muito legal.

— Porque você é uma mulher. Não há nada de alarmante em Conway


morar com uma mulher, mesmo que vocês não sejam casados. Meu irmão
pode foder todas as mulheres na Itália, e não faria diferença. Mas se eu fosse
morar com um cara e não fosse casada... Meu pai piraria. É totalmente sexista.

— Acho que o motivo pelo qual Conway se safa é porque seu pai sabe que
ele é um bom homem. Ele nunca me machucaria e cuida de mim muito melhor
do que qualquer outra pessoa. Se você conhecesse um cara honesto que a
amasse, não acho que seu pai ficaria tão chateado. Acho que ele só quer saber
que você está em boas mãos.

— Por mais lógico que pareça, acho que você está errada.

Chegamos na casa quarenta e cinco minutos depois. Assim como a casa


de Conway, era uma mansão de três andares. Com portões pretos na frente e
vinhedos até onde a vista alcançava, era uma elegante casa toscana. Cheia de
oliveiras, grama verde e muita sombra, era uma das casas mais bonitas que eu
já vi.

Conway abaixou o volume da música ao entrar na grande rotatória.

— É aqui que você cresceu? — Eu perguntei incrédula.

— Sim, — disse Vanessa. — É ainda mais bonita por dentro.

Saímos do carro e um jovem veio para tirar nossas malas do porta-malas.

Os pais de Conway saíram pela porta da frente, seu pai era alto e bonito,
e sua mãe linda em um vestido preto com o cabelo puxado para trás. Ela sorriu
ao ver todos nós, e a expressão de seu pai endureceu de emoção.

Percebi sempre que o Sr. Barsetti olhava para o filho. Sua expressão
pareceu endurecer, mas aquele olhar intenso era apenas uma máscara para o
amor por baixo. E quando ele olhou para sua filha, ele mostrou um olhar
totalmente diferente. Era muito mais suave, muito mais gentil. E eu pude ver
o orgulho que sentia pelos dois.

Foi humilhante assistir, testemunhar um amor familiar tão forte quanto


o deles. Nunca fui próxima do meu pai e minha mãe tinha muitos problemas.
Não éramos uma família feliz, não assim.

Talvez seja por isso que Nathan escolheu o caminho errado e acabou
sendo morto.

— Vanessa. — O Sr. Barsetti a abraçou primeiro, trazendo-a para o peito


e beijando-a na testa. — Você está bonita.
— Obrigada, pai. Mamãe comprou para mim.

— Faz sentido, — disse ele com uma voz profunda. — Sua mãe tem um
gosto excelente.

— Eu sei. — Vanessa foi até a mãe em seguida e praticamente pulou em


seus braços. Eu podia ver a proximidade entre elas. Eram amigas, além de mãe
e filha.

Elas se abraçaram com sorrisos em seus rostos.

O Sr. Barsetti abraçou Conway em seguida, segurando-o com força antes


de beijá-lo na testa. — Estou contente que você esteja aqui.

— Eu também, — respondeu Conway. — Mas eu dirigiria dez horas para


comer uma refeição feita em casa por Lars.

O Sr. Barsetti sorriu e deu um tapinha nas costas dele. Ele se moveu para
mim em seguida, sua mão se movendo para o meu cotovelo enquanto ele se
inclinava e me beijava na bochecha. — Olá, Sapphire. Estou muito feliz em te
ver.

Notei que Conway só permitiu que seu pai me beijasse na bochecha.


Carter também era família, mas não mereceu o direito.

— Estou feliz por estar aqui também. Sua casa é de tirar o fôlego. Conway
disse que tem muitas boas lembranças aqui, e agora posso ver por quê.

— Obrigado, — disse Barsetti. — É muita gentileza da sua parte.

Seu braço rodeou minha cintura e ele me deu um tapinha nas costas.

A Sra. Barsetti veio em seguida e me abraçou, dando-me um beijo na


bochecha. — Você está linda, Sapphire. Esse vestido azul está perfeito em você.

— Obrigada, — eu disse. — Conway comprou para mim.

— Fico feliz que meu filho tenha um bom gosto, — disse ela. — E não
apenas em roupas. — Em seguida, foram até Carter e o cumprimentaram com
a mesma afeição com que cumprimentavam seus próprios filhos. Eu os
observei interagir, sentindo uma dor distante no meu peito.

Eu não era uma pessoa ciumenta. A única vez que senti isso foi quando
vi Conway com outras mulheres. Mas agora eu sentia de uma maneira
totalmente nova. Eu estava com ciúmes do amor desta família, da maneira
como eles estavam ligados tão profundamente.

Conway rodeou a minha cintura com o braço, com o rosto colado ao meu.
— O que há de errado, Muse?

— Nada. — Eu me virei para ele e sorri.

Quando ele não sorriu de volta, eu sabia que não acreditava em mim. —
Vou perguntar de novo mais tarde. E você vai me responder da próxima vez.

Sentamos em uma grande sala de jantar que poderia acomodar


facilmente cinquenta convidados se eles tivessem uma mesa maior. Uma
grande janela dava para o quintal, os grandes carvalhos e os vinhedos ao
fundo. A paisagem me lembrava da casa de Conway, e a semelhança não era
coincidência.

Obviamente, Conway teve uma infância feliz.

Seu tio Cane e tia Adelina também estavam lá. Cane tinha uma
semelhança surpreendente com o Sr. Barsetti, as mesmas características
faciais e a mesma construção. Seu comportamento não era tão rude quanto o
do Sr. Barsetti. Ele tinha uma atitude mais alegre.

Adelina era linda como a mãe de Conway.

Mesmo mais velha, ela ainda era incrivelmente bonita. Não me


surpreendeu que Conway e Carter acabassem sendo dois dos homens mais
bonitos que eu já vi.

Um senhor mais velho nos serviu, trazendo-nos um primeiro prato de


salada e pão, e depois as entradas. Apesar de sua idade, ele ainda se mantinha
ereto. Movia-se um pouco mais devagar do que uma pessoa normal, mas não
parecia chateado por ainda estar trabalhando.

A Sra. Barsetti me pegou olhando para Lars. — Ele está na família há


muito tempo. Costumava cuidar de Crow quando ele era um menino.

— Uau, — eu disse. — Então ele é como da família.

— Não, — disse Barsetti. — Ele é família.

— Nós o encorajamos a se aposentar, mas ele disse que não quer. — A


Sra. Barsetti segurou sua taça de vinho, seu cabelo escuro puxado para trás
revelando seu pescoço esguio e o colar que ela usava. Havia um botão comum
pendurado na corrente. — Lars diz que sem propósito estaria perdido. Mas
contratamos algumas pessoas extras para ajudá-lo. Agora ele tira uma soneca
do meio-dia e vai para a cama imediatamente após o jantar.

— Ele mora aqui? — Eu perguntei.

— Sim, — ela disse. — Ele tem seu próprio quarto no andar de baixo. Meu
marido e eu estamos no terceiro andar, então ele praticamente tem a casa só
para ele.

Ser mordomo parecia um trabalho muito bom. Mas presumi que se Lars
morasse na casa, ele não teria uma família própria para ir. Talvez ele também
não tivesse filhos. O fato de os Barsettis terem adotado esse velho só me fez
amá-los mais. Eles eram a família que Lars precisava ter.

Agora eu sabia de onde Conway herdou sua compaixão, de seus pais.

— O que você acha de Dante? — Perguntou a Sra. Barsetti.

— Ele é um chef excepcional, — eu disse. — Mas quando me mudei, ele


não gostava de mim.

— Não? — Perguntou o Sr. Barsetti. — Como ele não poderia?

— Ela não está explicando a história toda. — Conway sentou-se ao meu


lado, segurando seus talheres sem cortar o frango. — Quando foi morar
comigo, ela não sabia como ser servida. Então, ela tentava fazer seu próprio
almoço e lavar suas próprias roupas.

— E? — Eu perguntei. — Eu me sentia mal por esse homem fazer coisas


por mim, quando sou capaz de fazer isso sozinha.

A Sra. Barsetti sorriu. — Você me lembra de mim mesma. Eu fiz a mesma


coisa quando fui morar com Crow pela primeira vez.

— Mas ela tem razão, — disse Vanessa. — É estranho ter alguém fazendo
coisas para você. Isso te torna preguiçosa. Só aprendi a fazer sanduíche
quando fui para a universidade. Eu nem sabia como lavar minha própria
roupa. Aquela primeira semana foi difícil...

A Sra. Barsetti deu uma risadinha. — Pelo menos você aprendeu. — Ela
voltou seu olhar para seu filho, seu olhar naturalmente suave. — Como está o
trabalho, Con?

Exatamente como fazia quando estava em casa, ele tinha modos perfeitos
à mesa. Manteve-se perfeitamente ereto, seus cotovelos fora da mesa e seus
movimentos silenciosos. — Nunca esteve melhor. Estou me preparando para
uma nova linha de produtos em algumas semanas.

— Isso é bom, — disse a Sra. Barsetti. — Você fez um trabalho tão bom da
última vez que deve ser estressante tentar superá-lo.

— Tenho certeza de que você pode fazer isso. — Disse Barsetti com
segurança.

Saber que seu filho fazia lingerie devia ser estranho, mas eles apoiaram
muito sobre isso. Era óbvio que os pais de Conway o amariam,
independentemente do que ele decidisse fazer. Eles eram o tipo de pais que só
existiam nas histórias, não na vida real. O Sr. Barsetti era obviamente
tradicional, produzindo mercadorias do solo e vendendo-as com lucro. Eu não
sabia muito sobre a cultura italiana, mas eles pareciam ser exemplos
brilhantes disso.

— Como vai o negócio de carros? — Cane perguntou a Carter.


Eu não sabia nada sobre Carter, exceto o fato de que ele era primo de
Conway.

— Nunca esteve melhor, — Carter respondeu. — As pessoas sempre


querem engenharia europeia. Não posso dizer que os culpo.

— Você vende carros? — Perguntei, genuinamente interessada.

— Sim, — Carter respondeu. — Mas eu também os desenho. Sou o


fundador e CEO da Steel Automobiles, carros de luxo semelhantes a Ferrari e
Lamborghini. Eles são populares em toda a Europa, mas estão aumentando
em popularidade nos Estados Unidos. Comecei com uma ideia quando tinha
dezessete anos e a transformei em uma empresa.

— Uau... Todos os Barsettis são assim realizados? — Eu perguntei com


uma risada.

— Eu não, — disse Vanessa sem rodeios. — Nunca me inscrevo para as


aulas da manhã porque gosto de dormir até às nove todos os dias.

Conway levou a mão à minha coxa por baixo da mesa. — Minha irmã é a
ovelha negra da família...

— Só porque você dorme, não significa que você é incompetente, — Disse


o Sr. Barsetti. — Você apenas faz seu trabalho melhor à noite. Isso é tudo.

Vanessa fixou seu olhar no meu, em seguida, revirou os olhos.

Eu me impedi de rir.

A conversa continuou, e eles falaram principalmente sobre o negócio do


vinho. O Sr. Barsetti e Cane trabalhavam juntos para administrar a empresa,
e parecia que Adelina ajudava de vez em quando. A Sra. Barsetti estava muito
mais envolvida.

— O que você faz no seu tempo livre? — A Sra. Barsetti me perguntou. —


Você tem algum hobby?

— Trabalho nos estábulos todos os dias, — respondi. — Eu ajudo Marco


a limpar as baias, cuidar dos cavalos, da ração e do feno. O celeiro também
exige muito trabalho. Estamos tendo uma pequena onda de calor, então
estamos movendo os cavalos para dentro para que fiquem frios.

— Você trabalha lá o dia todo? — A Sra. Barsetti perguntou incrédula.

Seu olhar desapontado fez-me arrepender de ter dito a verdade.

Talvez eles pensassem que eu era sem classe por trabalhar fora o dia todo.
Talvez eles pensaram que eu deveria ajudar mais Conway. — Uh… Sim.
Sempre gostei de cavalos.

A Sra. Barsetti voltou seu olhar feroz para Conway. — Você a deixa
trabalhar duro em um clima de trinta e sete graus?

— Tentei convencê-la a desistir, mas ela gostou, — respondeu Conway. —


Ela gosta disso. E de acordo com Marco, ela é natural. Os cavalos gostam dela,
e os estábulos nunca estiveram melhor.

— Eu pensei que algo estava diferente quando passei por lá, — disse o Sr.
Barsetti. — Isso é impressionante. Muito bom, Sapphire.

Ele se virou para sua esposa. — Achei que você iria admirá-la por isso.

— Sim, — disse a sra. Barsetti. — Eu só queria ter certeza de que ela


gosta... — Ela finalmente desviou o olhar acusatório de seu filho.

Agora eu sabia por que Conway queria manter a verdade sobre nosso
relacionamento em segredo. Eu podia imaginar a Sra. Barsetti fazendo mais
do que apenas olhar feio para ele. Se ela soubesse que me comprou para me
manter como posse, eu não poderia nem imaginar o que ela faria.

— Ela também me ajuda com meu trabalho, — disse Conway. — Ajuda-


me a criar minhas peças.

— E as inspira. — Disse Carter com um sorriso.

Conway não demonstrou o menor sinal de vergonha. — Sim. Ela é minha


maior inspiração. — Ele sustentou o olhar de Carter sem vacilar.
O resto da família continuou comendo, ignorando a coisa incrivelmente
estranha que Conway acabara de dizer.

Vanessa foi a única a comentar. — E vamos para o próximo assunto...

****

Passamos a noite no pátio, bebendo vinho e saboreando os bolos variados


que Lars havia feito. Luzes brancas estavam penduradas nas árvores e as
mariposas flutuavam em direção à claridade. O sol já havia sumido há horas,
mas o calor ainda se filtrava pela terra. Eu podia sentir através da minha pele
e diretamente nos meus ossos.

Conway apoiou o braço nas costas da minha cadeira, parecendo bonito


em sua camiseta e jeans. Ele tinha um peito forte e ombros ainda mais fortes.
Era a construção Barsetti, porque todos os outros homens pareciam ter uma
musculatura semelhante.

Ele olhou para mim enquanto eu comia meu bolo de chocolate. — Gosta
disso?

— Uh, dã. Isso é incrível. — Continuei enfiando o chocolate na boca,


apreciando o bolo úmido e a cobertura cremosa.

Conway nunca comia doces. Nem colocou creme no café. — Não há nada
que Lars não possa fazer, nem mesmo na casa dos oitenta anos.

— Ele tem oitenta anos? — Eu perguntei incrédula.

— Oitenta e cinco, — respondeu ele. — Eu também não posso acreditar.

— Bem, ele com certeza sabe fazer um bolo. — Coloco o prato de bolo
meio comido na mesa e me afasto. — Se eu comer mais, não vou caber nas
minhas roupas.

Ele deu uma risadinha. — Você pode comer o que quiser. Você está linda,
de qualquer jeito.

Olhei para ele com um olhar cético, surpresa por ele dizer algo tão doce.
Ele tinha uma preferência estrita quando se tratava das modelos que usavam
lingerie. Achei que se ganhasse meio quilo, seria criticada por isso. — Achei
que tinha que ficar com um certo tamanho.

— Você não está mais na passarela. Pode fazer o que quiser.

— Cuidado com o que você diz... Vou fazer uma farra e nunca parar.

Ele pressionou seu rosto contra o meu, não se importando com o olhar
que sua família nos deu.

— Vá em frente, Muse. — Ele esfregou seu nariz contra o meu. — Eu ainda


vou querer foder você da mesma forma. — Ele manteve sua voz em um
sussurro para que ninguém ouvisse suas palavras. Então se afastou e tomou
outro gole de seu vinho.

Vanessa estava nos observando do outro lado da mesa.

— Mãe, pai, vocês sabem como Conway chama Sapphire?

A Sra. Barsetti agitou seu vinho antes de tomar um gole.

— Como?

— Muse, — disse Vanessa. — Eu o ouvi dizer isso antes de entrarmos no


carro.

Senti minhas bochechas ficarem vermelhas imediatamente porque o


apelido era muito íntimo. Ele começou a me chamar assim quando nos
conhecemos.

Eu só o ouvi dizer meu nome de nascimento uma ou duas vezes. Para


outros, pode ser apenas um apelido. Mas esse foi o nome que ele sussurrava
quando estava entre minhas pernas. Era o nome que ele disse quando me
ordenou que o agradasse. Foi o nome que usou para me possuir.

O Sr. Barsetti desviou o olhar para o filho e o estudou com uma expressão
reservada. Seus pensamentos eram quase impossíveis de ver porque ele os
esconde atrás de um olhar calculado. Ele nunca sorria. Quando ele
cumprimentava seus filhos, mostrava-lhes carinho. Mas um sorriso nunca
apareceu em seus lábios.

A Sra. Barsetti lançou-lhe um olhar totalmente diferente. Foi suave,


tocado por uma sugestão de sorriso.

Assim como da última vez em que foi pressionado, Conway não se


contorceu. Não havia nada que alguém pudesse dizer para deixá-lo
desconfortável em sua própria pele. Ele sabia exatamente quem era e não
tinha vergonha dessa verdade. Era um designer de lingerie, e eu era sua
inspiração. — Sim, ela é minha obsessão. — Ele levou minha mão aos lábios e
beijou a parte de trás dos meus dedos.

Agora eu não conseguia parar o sorriso de se espalhar pelos meus lábios.

Não pude evitar que meus olhos se suavizassem. No segundo que seus
lábios quentes tocaram minha pele, senti um arrepio percorrer minha
espinha. Como em qualquer outra vez que ele me tocou, meu corpo voltou à
vida.

Mesmo na frente de sua família, o sentimento não podia ser contido.

A Sra. Barsetti se inclinou na direção do marido e então sussurrou algo


em seu ouvido.

Sua expressão ainda não mudou.

Vanessa se levantou da cadeira, carregando sua taça de vinho.

— Bem, eu gosto mais de você quando sua obsessão está por perto. Então
é melhor você ficar com ela, Con.

Ele segurou minha mão em sua coxa e apertou. — Eu vou.

****
Vanessa e eu nos sentamos na beira da piscina com os pés balançando na
água. Dividimos uma garrafa de vinho tinto e ouvimos os grilos cantando noite
adentro. As estrelas brilhavam no alto porque as luzes de Florença estavam
muito distantes. Era um lugar muito tranquilo, me lembrando da casa que eu
dividia com Conway.

— Meus pais se casaram debaixo daquela árvore. — Vanessa apontou


para um carvalho poderoso longe do pátio.

— Pelo menos, foi o que me disseram.

— Isso é legal.

— Foi um casamento pequeno com apenas algumas pessoas. — Ela


apontou para uma árvore diferente. — Costumávamos ter um balanço de pneu
pendurado naquele galho, mas uma forte tempestade veio e o arrancou do
tronco. Nunca ganhamos outro.

— Eu me pergunto como era Conway quando menino.

— Há fotos por toda a casa. Você as verá. — Ela continuou bebendo, a


sexta ou sétima taça, mas não parecia afetada pelo álcool.

— Vocês realmente sabem como levar sua bebida. Eu costumava ser uma
bartender, e muitas pessoas tombavam depois de alguns drinks.

— Os Barsettis foram feitos para beber, — disse ela com uma risada. —
Eu vi meu pai beber vinho no café da manhã. Ele geralmente bebe uísque à
noite. Eu não sou fã. O vinho tem muito mais sabor.

Lembrei-me de Conway mencionando isso. — Conway também bebe


uísque.

— Sim, ele é uma versão mais jovem do meu pai. Às vezes eu os confundo
de costas.

Eu vi muitas das mesmas qualidades entre todos os homens. O Sr.


Barsetti parecia ser o patriarca silencioso de toda a família. Governava em
silêncio, mas seu poder era sentido. A forma como Conway o descreveu estava
certa.

Vanessa se virou para mim, o vestido puxado até as coxas para não
molhar. — Meu irmão é tão louco por você. Isso me dá nojo, mas é tão fofo que
cancela a náusea. Estou muito feliz que ele finalmente encontrou a mulher
com quem vai passar a vida. Sabe, eu estava com medo de que ele fosse do tipo
para uma modelo vadia idiota arrogante, petulante, exigente, e estou tão feliz
que ele não seja. Acho que meu irmão tem um julgamento melhor do que deixa
transparecer.

Foi uma coisa lisonjeira de se dizer. Vanessa acabou de me dar sua


aprovação para passar minha vida com seu irmão. Pena que era tudo mentira.
— Não vamos nos casar, Vanessa. O relacionamento ainda é relativamente
novo...

— Não importa quanto tempo. Nunca me apaixonei, mas sei que não
funciona com um cronograma. Quer tenha se passado uma semana ou meses,
isso não muda a intensidade das emoções. Não sei muito sobre amor,
pessoalmente, mas o reconheço quando o vejo. Vejo como Conway olha para
você. É a mesma maneira que meu pai olha para minha mãe.

Outra sacudida de calor encheu minhas entranhas. Eu sabia que era sua
posse, sua obsessão luxuriosa. Ele prometeu me dar tudo, ser fiel a mim já que
eu era a única mulher que ele queria. Era um compromisso, mas não
necessariamente um relacionamento. O que Vanessa viu foi nossa conexão, a
paixão física que tínhamos um pelo outro. Os sintomas eram tão semelhantes
aos do amor que era fácil confundi-los.

Já que não pude corrigi-la, não o fiz. — Conway é um bom homem. Eu


sou muito sortuda. — Senti a sinceridade pulsar em meu coração quando disse
essas palavras. Se alguém o julgasse em preto e branco, eles o veriam como
uma pessoa terrível. Mas quando você realmente examinava suas ações em
nosso contexto, ele era cheio de bondade.

Ele cuidou de mim melhor do que qualquer outro homem poderia. Eu


não era nada sem ele.

— Sim, ele não é tão ruim, — ela sussurrou. — Você sabe, quando não está
perseguindo meus namorados ou bisbilhotando minha vida pessoal.

Eu ri. — Sim, ele é um pouco extremo.

— E ele é pior com você. Você provavelmente nem consegue ir à loja sem
ele te vigiando.

Ela estava absolutamente certa, mas por muitas razões diferentes.


CAPÍTULO 10

Sentei no pátio com meu pai, enquanto tio Cane, tia Adelina, mamãe e
Carter conversavam do outro lado da mesa. Eles falavam sobre carros na
maior parte do tempo, mas depois o assunto mudou para sua vida pessoal.

Carter não tinha muita vida pessoal. Era tudo foda e bebida, mas é claro,
você não podia contar isso para sua família.

Muse e Vanessa sentaram-se com os pés na piscina, compartilhando uma


garrafa de vinho e rindo juntas, provavelmente às minhas custas. Vanessa
provavelmente estava contando a Muse todas as histórias embaraçosas que
poderia pensar, e Muse me provocaria sobre isso quando estivéssemos
sozinhos.

Meu pai estava quieto, bebendo seu vinho sem puxar conversa. Seus
olhos estavam fixos nas meninas na piscina, observando seus movimentos
como se ele não quisesse perder alguma coisa.

Seu silêncio era sufocante. Era óbvio que ele estava pensando em algo,
mas o quê, ninguém conseguia descobrir. Bem, exceto minha mãe.

Ele terminou seu vinho, em seguida, encheu sua taça. — Elas se dão
muito bem.
— Infelizmente. Vanessa fez de Muse... Sapphire sua nova melhor amiga.
— Muse era o único nome que eu usava e era difícil para mim separar os nomes
quando estava perto de outras pessoas. Meu pai chamava minha mãe de
Button, mas até hoje eu não tinha ideia do motivo. Cada vez que eu
perguntava, ele não respondia.

— Vanessa é amigável, mas exigente. Ela não seria amiga de Sapphire se


realmente não gostasse dela.

Havia muito o que gostar na minha Muse. Tornava-se fácil falar com ela,
pois era compreensiva e tinha respostas cuidadosamente elaboradas quando
solicitadas. Muse era tão inteligente quanto bonita, mas excepcionalmente
humilde. Sua aparência não significava nada para ela. Ela se importava mais
em sujar as mãos nos estábulos do que ficar deitada à beira da piscina o dia
todo de biquíni. — Há muito pouco a não gostar em Sapphire... Se é que existe
alguma coisa. — Bebi meu vinho, um tinto envelhecido que meu pai havia
tirado de sua adega sob a casa.

— Você parece encantado por ela. — Meu pai nunca tinha me dito nada
parecido antes. Quando se tratava de minha vida pessoal, ele nunca cruzou
essa linha. Eu já era um homem por dez anos, e nenhuma vez tinha surgido.

— Porque estou.

Ele continuou a olhar para as meninas na piscina. — Eu a respeito por


trabalhar nos estábulos. Ela quer contribuir para sua propriedade. Não está
com você apenas pelo seu dinheiro, isso está claro.

Ela estava comigo porque eu a comprei. Mas se eu dissesse isso ao meu


pai, ele me colocaria em uma cama de hospital. — Ela não gosta de ficar
sentada. Fica entediada.

— Mas trabalhar ao ar livre é um trabalho árduo, ainda mais nos


estábulos. Ela sabia cozinhar ou limpar, mas decidiu fazer outra coisa. Essa
mulher é feita de algo mais forte do que qualquer outra pessoa. Posso dizer
apenas olhando para ela. Ela é uma sobrevivente, trabalha muito. É o tipo de
mulher que faz de um menino um homem.

Ela definitivamente me transformava em um homem todas as noites.


Indiscutivelmente sobreviveu a tragédias horrendas. Qualquer outra pessoa
teria ficado com muito medo de fugir de Knuckles em primeiro lugar, por
medo de uma punição mais cruel. Mas não Muse. Ela levantou sua bunda e
não desistiu. Fez sacrifícios para continuar, e mesmo quando atingiu o fundo
do poço, ainda manteve sua dignidade. As pessoas conquistavam respeito
quando estavam no auge de seu sucesso, mas o respeito deve ser conquistado
quando você está no fundo do poço. Era quando o caráter era realmente
testado. Sua índole foi avaliada e ela floresceu como uma rosa. — Sim, ela é
excepcional.

— Quando você vai propor a ela?

— Propor a ela o quê?

Meu pai voltou seu olhar para mim. — Para casar com você.

Eu segurei seu olhar e senti meu coração bater forte no meu peito.
Quando meu pai me olhou com aqueles olhos poderosos, não pude recuar. Eu
tinha que ser digno de seu olhar.

— É muito cedo para isso.

— Mas não é muito cedo para ela morar com você? — Ele rebateu. — Se
você a ama, case-se com ela.

— Eu nunca disse que a amava.

— Você está dizendo que não quer? — Ele estreitou os olhos.

Não queria mentir para meu pai. Isso me fez sentir como uma merda na
sola de seu sapato. Eu o respeitava demais para lhe dar informações falsas.
Isso me fez sentir uma farsa, como se o estivesse traindo. Mas dizer a verdade
seria pior, que ela era apenas uma escrava que comprei para meu próprio
prazer. Eu não seria melhor do que os homens que ele desprezava. Sua
decepção me mataria e eu nunca me recuperaria do golpe mortal.
— Eu quero. — Forcei as palavras a saírem, sentindo-as queimar minha
garganta ao sair. Minha frequência cardíaca aumentou ligeiramente, o sangue
latejando em meus ouvidos. Uma descarga de adrenalina passou por mim, e
eu não tinha certeza se era pela mentira que acabei de contar ou pela sensação
que tive ao dizer as palavras.

— Só não estou pronto para esse tipo de compromisso agora.

Ele continuou a olhar para mim, sua mandíbula dura e seus olhos
mortais.

— O quê?

— Eu não disse nada.

— Mas você está olhando para mim como se estivesse dizendo algo.

Ele olhou para frente novamente e deu um leve aceno de cabeça em


direção a Muse.

— Só sei que mulheres assim são raras. Ela não é apenas bonita, mas tem
coragem. Ela me lembra sua mãe. E eu gostaria de ter me casado com ela
antes, só para eu poder desfrutar tanto tempo quanto possível. Uma única vida
não é longa o suficiente. — Ele apoiou os braços nos apoios de braço. — Eu
tentei permanecer descompromissado o máximo que pude, mas então sua
mãe me deixou.

Esta foi uma informação totalmente nova para mim. As informações


limitadas que eu tinha sobre eles sugeriam que estavam apaixonados desde o
dia em que se conheceram.

— Ela deixou você?

— Sim. Ela disse que me amava e eu me recusei a dizer isso de volta. Eu


não era um homem na época. Estava com medo de sentir qualquer coisa, com
medo de perder alguém de quem eu gostava. Era mais fácil simplesmente viver
uma vida vazia. Mas quando ela foi embora... Nunca me senti tão sozinho. Só
não cometa o mesmo erro que eu. Se você encontrou a mulher que ama, não
enrole. Seja o homem que ela merece. Porque antes que você perceba... — Ele
estalou os dedos. — Alguém pode substituí-lo.

A ideia de Muse estar com outro homem além de mim me deixou mal do
estômago.

— Esse é o meu conselho, filho. Eu posso dizer que você é o mundo dela.

Meu pai nunca se enganou sobre nada, mas essa foi uma exceção única.
Muse sentia ciúmes e não queria me compartilhar com ninguém, mas isso não
significava que ela me amava.

Como ela poderia me amar depois do que eu fiz com ela? Como ela iria
querer me amar em nossa situação? Eu não tinha certeza do que tínhamos,
mas era um relacionamento complicado baseado em servidão forçada e uma
amizade estranha.

— Posso ler bem as pessoas, — continuou ele. — E eu sei que não estou
errado sobre ela.

****

Era meia-noite quando, finalmente, fomos para o meu quarto no


segundo andar. Meu antigo quarto estava exatamente como eu o deixei, o
edredom cinza misturando-se com a madeira escura da cabeceira. Eu tinha
uma pequena sala de estar com TV, junto com um banheiro privativo. Havia
uma varanda voltada para o lado leste da propriedade.

Muse entrou e deu uma olhada ao redor. Estava vazio, arrumado e limpo.
Não tinha cartazes na parede nem coleções. Passei a maior parte do tempo
fora de casa quando estava crescendo, exceto à noite, quando eu trazia as
mulheres. Foi quando minha obsessão por lingerie surgiu. Tocar em seus
sutiãs e calcinhas e tira-los era a melhor parte do sexo.

Ela parou na frente da cama e então me encarou.


— Então, o que você acha?

— Do seu quarto? — Ela perguntou.

— Sim.

— É legal. — Ela tirou o vestido, em seguida, abriu o sutiã, mantendo seu


olhar em mim enquanto se despia. Manteve sua calcinha preta, a cor escura
parecendo incrível contra sua pele. Seus cachos castanhos se acomodaram
abaixo de seus ombros, e ela olhou para mim com aqueles olhos brilhantes que
deixaram meu pau duro como pedra.

— Ainda vai apagar minha memória de cada mulher que tive aqui?

— Sim. — Ela tocou meu corpo e puxou minha camisa pela cabeça. Uma
vez que meu peito estava nu, ela moveu-se para mim e me beijou em todos os
lugares, começando na minha clavícula e explorando meu peitoral. Continuou
beijando para baixo, tocando meu esterno e depois meu estômago. Desceu
cada vez mais, sua língua provando minha pele quente.

Então ela ficou de joelhos.

Bem na minha frente.

Ela desabotoou minha calça jeans e puxou para baixo junto com minha
boxer. Meu longo pau saltou para fora, já escorrendo na ponta.

Ela pressionou sua boca em minhas bolas e começou a beijar e chupar,


seu hálito quente flutuando em minha pele macia.

Eu definitivamente não estava pensando em nada. Nunca pensei que


teria uma mulher como ela em meu quarto, cheia de curvas e beleza. Nunca
pensei que uma mulher tão sexy esfregaria a língua por todo o meu pau.

Muse trouxe meu pau em sua boca e começou a engolir profundamente,


chupando-o melhor do que da última vez porque agora ela tinha mais prática.
Moveu a cabeça para trás e para frente, observando meu comprimento
repetidamente enquanto sua saliva escorria para o queixo. Agarrou minha
base e começou a me empurrar, dando-me uma combinação mortal que me
fez querer explodir ali mesmo.

Bem quando eu alcancei meu limite, ela se afastou.

De propósito.

Meus olhos se estreitaram quando ela se levantou, parecendo gostosa


naquela calcinha apertada. Ela pressionou a mão no meu peito e me guiou de
volta para a cama, com um olhar provocante. Empurrou-me, fazendo-me cair
de costas na cama.

Então ela rastejou em cima de mim e montou em meus quadris. Muse


movia-se com confiança em vez de timidez. Sua experiência deu-lhe uma nova
autoestima. Agora ela era sensual e autoritária. Ela me fodeu vezes o suficiente
para saber o que queria; e saber exatamente o que eu queria.

Muse descansou as mãos no meu peito, em seguida, deslizou para baixo


no meu pau, levando-me, guiando-se para trás em meu comprimento.
Lentamente o empurrou para dentro até que estava completamente coberto,
sua bunda apoiada em minhas bolas.

Porra, sim.

Empurrou contra meu peito enquanto se movia, usando seus quadris


para balançar para trás e ver meu comprimento repetidamente. Moveu
devagar, certificando-se de que a cama não rangesse e a cabeceira não batesse
contra a parede. Mas quanto mais devagar ela se movia, mais eu queria gozar.
Seus seios eram lindos em meu rosto e meu pau estava manchado com sua
excitação.

Ela queria me foder mais forte do que eu queria foder com ela.

Apoiei-me nos cotovelos para ter uma visão melhor. Sentei-me e


observei-a me foder, assisti-la agradar a si mesma com meu corpo. Quando
seus seios estavam em meu rosto, eu dei um beijo em cada um. Seus mamilos
eram deliciosos, especialmente quando estavam duros assim.

Ela continuou, seus gemidos cada vez mais profundos.


Eu a observei com paixão, observei-a com a maior excitação de todos os
tempos. Não havia nada que eu amasse mais do que assumir o controle e
transar com ela do jeito que eu queria. Mas depois de assistir essa
performance, eu não tinha tanta certeza.

Vê-la me querer foi a coisa mais sexy de todas.

Ela queria que eu pensasse apenas nela, não nas outras que coloquei
nesta cama. Pretendia que eu só pensasse em sua boceta, em mais ninguém.

Fechei meus olhos e resisti ao desejo de gozar. Estava ficando mais forte
a cada segundo.

— Eu estou quase lá.

Abri meus olhos e agarrei seus quadris. Guiei seu corpo de forma
diferente, ensinando-a como esfregar seu clitóris contra o meu corpo antes de
puxar para cima novamente.

Quando ela gemeu entre os dentes, eu sabia que ela reconhecia a


diferença.

Apertei minha mandíbula lutando contra o calor em minhas bolas. Meu


pau já estava engrossando, pronto para encher sua boceta apertada com todo
o meu gozo. Eu estava pronto para explodir, para encher minha mulher com
tudo que eu tinha.

— Deus... — Seus quadris começaram a empurrar contra mim


automaticamente quando ela alcançou o gatilho. Sua respiração acelerou e ela
escondeu seus gemidos atrás dos dentes. Ela fez o possível para ficar em
silêncio enquanto gozava, mas os gritos silenciosos escaparam.

Não dou a mínima se alguém nos ouviu. Eu deitei e agarrei seus quadris,
liberando dentro dela com um gemido profundo. Meu pau contraiu-se feliz, e
eu despejei todo o meu gozo dentro da minha mulher. O clímax foi forte o
suficiente para fazer meu peito doer, para fazer minhas bolas apertarem
contra meu corpo.
Bom pra caralho.

Ela deitou em cima de mim e me beijou, me deu sua língua enquanto meu
pau amolecia dentro de sua boceta. Moveu as mãos em meu cabelo e me beijou
com mais paixão do que nunca.

Seus lábios se moveram contra os meus com um propósito, sua língua


dançou com a minha. Ela gemeu em minha boca como se meus beijos fossem
tão bons quanto sexo.

Apertei suas coxas e a beijei de volta.

Ela falou contra minha boca. — De novo.

Eu sorri entre nossos beijos, sentindo a intensidade de sua atração. —


Tudo bem. De novo.

****

Tomamos o café da manhã no terraço de novo, mas desta vez eram


apenas meus pais e Vanessa. Carter estava passando um tempo com seus pais
na casa deles. Muse precisava de mais tempo para se preparar, então desci
antes dela para poder desfrutar do meu café.

Meus pais já estavam lá, sentados sob o sol da Toscana, como faziam
quando eu era criança. Vanessa estava vestida para uma sessão de fotos,
embora fosse apenas uma manhã de sábado com sua família.

— Como você dormiu? — Minha mãe perguntou.

Depois de deixar Muse fazer o que queria comigo duas vezes, muito bem.
Minha cama de infância estava confortável como sempre. Agora seu perfume
estava nos lençóis e no quarto, dando um toque feminino que não estava lá
antes.

Porque apenas meninas estiveram lá.


— Bem, — respondi. — E vocês?

— Sempre durmo bem, — respondeu mamãe. — Com seu pai ao meu lado
todas as noites.

Meu pai estava tão severo como sempre, não retribuindo suas palavras
com afeição perceptível.

Vanessa mostrou a língua com nojo.

Mamãe deu um tapa no pulso dela. — Quando você trouxer seu marido
para casa, você quer que eu faça essa cara para você?

— Se eu falar assim, por favor. — Rebateu Vanessa.

— Sapphire dormiu bem? — Perguntou mamãe.

— Sim, ela está terminando de se arrumar, — respondi. Ela queria fazer


seu cabelo e maquiagem perfeitamente para meus pais.

Quando éramos apenas nós dois, ela não se importava com sua
aparência. Mas agora, ela realmente queria causar uma boa impressão. Eu não
estava preocupado com ela contando meu segredo para minha família. Não
passou pela minha cabeça nenhuma vez.

— Talvez vocês dois devessem ficar mais uma noite, — mamãe disse. —
Leve-a para a vinícola e mostre-lhe os arredores.

Por mais que eu quisesse ficar, tinha muitos preparativos para terminar.
— Eu gostaria, mas tenho muito trabalho a fazer. Mas uma vez que acabar o
desfile, vou tirar férias e ficar um pouco aqui.

Mamãe sorriu com esse comentário. — Isso soa bem. Eu gostaria de


passar mais tempo com vocês dois.

Meus pais faziam o possível para não ficarem grudados em mim, mas eu
percebia a dor em seus olhos toda vez que eu ia embora. Se eles fizessem o que
queriam, eu estaria próximo a eles, exatamente como Cane estava. Talvez um
dia possa ser assim. Mas, por enquanto, era muito difícil. — Nós também
gostaríamos disso.

Muse desceu um momento depois, linda em sua saia nova e um top


drapeado com um chapéu flexível para manter o sol longe de seu rosto.

Eu me levantei e puxei uma cadeira para ela.

Ela hesitou um pouco com a minha educação, já que eu não fazia isso
quando éramos apenas nós dois.

Inclinei-me e beijei-a nos lábios. — Você está bonita.

Ela me beijou de volta rapidamente, sem graça com meus pais sentados
ali. Mas sorriu de qualquer maneira. — Obrigada.

Eu empurrei a cadeira dela e sentei-me ao seu lado.

Vanessa olhou para mim em choque.

— O quê? — Eu perguntei com um olhar feroz.

— Eu só não sabia que você era capaz de ser um cavalheiro, — disse


Vanessa. — Isso é tudo…

Mamãe riu antes de beber seu café.

Meu pai agiu como se não a tivesse ouvido. Ele se desligou das conversas
acaloradas entre eu e minha irmã. Tudo o que ele precisava fazer era dizer uma
única palavra, e isso silenciaria a discussão imediatamente.

Tomamos café da manhã e conversamos um pouco sobre o clima e os


vinhedos. Minha mão pousou na coxa de Muse porque era impossível para
mim sentar ao seu lado sem tocá-la. Ela comeu tudo em seu prato e serviu-se
do pão que estava na mesa. Saboreou muito mais naquela manhã do que em
casa, claramente à vontade com meus pais e de bom humor.

Eu gostava de vê-la comer. As meninas do estúdio bebiam água quente


no café da manhã e comiam uma simples fatia de salmão no almoço. Suas
vidas giravam em torno de passar fome e malhar. Eu entendia que era assim
que tinha que ser, mas não queria que Muse tivesse esses hábitos alimentares.
Gostaria que ela comesse como uma pessoa real. Que fosse forte e saudável.

Ela não estava na passarela, então seu peso não importava.

Enquanto ela estava na minha cama, poderia ter qualquer peso que
quisesse.

Depois de terminarmos nosso longo café da manhã, nos despedimos no


portão.

Mamãe me abraçou por um longo tempo, como se não fosse me ver por
meses em vez de semanas. — Eu te amo filho. — Ela veio até o meu peito, então
ela descansou seu rosto contra meu peitoral.

Eu dei um tapinha nas costas dela. — Também te amo, mamãe.

Ela me apertou antes de finalmente me soltar. — Estou tão orgulhosa do


homem que você se tornou.

Meus olhos se suavizaram quando olhei para minha mãe. — Obrigado,


mãe.

— Você é tão bem-sucedido, tão bonito e trata Sapphire tão bem. Isso é
tudo que seu pai e eu realmente desejamos... Que você seja um bom homem.

Em vez de me fazer sentir bem, cacos de gelo me perfuraram por toda


parte. Ela estava me lisonjeando, mas de alguma forma me cortou e me fez
sentir um merda. Minha mãe estava me elogiando porque ela achava que eu
era uma boa pessoa. Mas eu era tudo menos bom. Muse estava comigo porque
ela não tinha outra escolha. Eu a comprei como gado e a fiz dormir comigo
como parte de sua dívida.

Se minha mãe soubesse, ela nunca me perdoaria.

Eu não sabia o que dizer a ela, então não disse nada.

Meu pai veio em seguida e me abraçou. — Amo você, filho.

— Também te amo, pai.

Ele me beijou na testa e então me encarou.


— Tem algo em mente?

Ele podia ler minhas expressões porque eram quase idênticas às dele. —
Sim, acabei de me lembrar de algo que preciso fazer no escritório.

Meu pai não questionou. — Chegue em casa com segurança.

— Eu vou.

Ele deu um beijo de adeus em Muse antes de finalmente nos deixar ir.

Entramos no SUV e então fomos para a casa de Carter para buscá-lo.


Meus olhos estavam na estrada e procurei a rua certa para onde deveria virar,
mas não conseguia tirar as palavras de minha mãe da cabeça.

Estou tão orgulhosa do homem que você se tornou.

Eu não era um homem de jeito nenhum.

Eu era um monstro.
CAPÍTULO 11

Conway deixou Vanessa em seu apartamento em Milão, depois de


deixarmos o Carter no dele. Ele tirou as malas dela da parte de trás e as levou
para dentro.

Vanessa e eu nos abraçamos na calçada.

— Minha família ama você, — disse. — Então, obrigada por aturar


Conway. Prefiro sair com você em vez dele qualquer dia.

Eu sabia que ela estava brincando, então sorri. — Obrigada por ser tão
boa para mim.

— Você quer almoçar esta semana?b— Vanessa perguntou. — Há um


pequeno café ótimo no final da rua que você vai adorar.

Conway se aproximou naquele momento.

— Sim, claro, — eu disse. — Depois de algumas horas no estúdio, vou


passar por lá.

— Ir para onde? — Perguntou Conway, enfiando o nariz onde não devia.

— Vamos almoçar juntas esta semana, — disse Vanessa. — E, não, você


não está convidado. — Ela virou o cabelo e saiu andando.

Conway resmungou baixinho, irritado com a irmã.


Então Vanessa correu de volta e disparou para o lado dele, quase o
derrubando ao abraçar sua cintura. — Você sabe que te amo.

Com um estalar de dedos, a raiva de Conway se foi. Ele olhou para ela
antes de dar um tapinha nas suas costas.

— Às vezes eu esqueço. Mas eu também te amo.

Ela se virou e voltou para seu apartamento. Acenando da porta antes de


entrar.

Eu sorri para Conway.

— O quê? — Ele perguntou, ficando sério novamente.

— Nada. — Eu voltei para o carro e estávamos na estrada um momento


depois.

Conway dirigia com uma das mãos no volante e, embora não houvesse
mais ninguém no carro para testemunhar, ele segurava minha mão. Segurava
no console central entre nós, seus olhos na estrada como se a afeição fosse
completamente normal. Ele me beijou e me tocou, mas aqueles abraços
sempre levavam ao sexo.

Mas isso... Isso era outra coisa.

— Ninguém pode nos ver, Conway.

Seu polegar roçou suavemente sobre meus dedos. — Eu sei.

Olhei para o lado de seu rosto bonito, sua mandíbula dura e pescoço
musculoso. Ele usava óculos escuros e, embora seus lindos olhos estivessem
escondidos, ainda parecia fenomenalmente bonito. Às vezes, era difícil
acreditar que o bilionário mais lindo da Itália era meu, e ele pagou uma
fortuna só para me ter.

— Você vai me dizer o que estava te incomodando ontem?

Eu esperava que o assunto tivesse sido esquecido. — É estúpido e você


não vai querer ouvir sobre isso.
— Provavelmente é estúpido. Não significa que eu não me importo.

— Uau, tão doce e rude ao mesmo tempo.

Ele sorriu, mostrando todos os seus dentes perfeitamente retos.

— Muse, me diga.

— Tudo bem... Sua família é tão incrível que me deixa um pouco triste.

— Triste, como?

— Vocês são próximos. Seus pais te amam. Eles amam Vanessa. Eu não
sei... Você tem um presente tão lindo. Mesmo quando minha família estava
viva, nunca fomos próximos. Quando vejo a proximidade e o amor… Fico com
ciúmes. E não tenho ciúmes como fico quando te vejo com outra mulher.
Ciúme de uma maneira diferente.

Ele apertou minha mão. — Você se sente sozinha.

— Sim…

— Você está em um país diferente e já passou por muita coisa. Faz


sentido. Mas você está esquecendo de algo.

Não, eu não estava esquecendo nada. Não tinha um centavo no meu


nome e fui vendida no Underground porque não conseguia sobreviver sozinha
por mais de um dia. Eu me meti em uma situação de merda e não havia como
sair dela. — O que estou esquecendo?

— Eu. — Ele levou minha mão aos lábios e beijou-a. — Você está
esquecendo que me tem.

****

Quando voltamos para casa, nossas malas foram carregadas para nosso
quarto no terceiro andar, e Conway imediatamente foi ao escritório para ver
os e-mails que perdera de Nicole.

Já era tarde demais para eu ir aos estábulos, então me sentei na sala de


estar de sua suíte e liguei a TV.

Meu telefone estava na mesa. Eu não tinha nada nele, exceto o número
de Vanessa. Eu nem tinha o número de Conway. Não havia nenhum ponto
quando ele estava constantemente ao meu lado.

Mas então começou a tocar.

Um número que não reconhecia apareceu na tela. Eu não tinha ideia de


qual era o código de área aqui, então não estava claro se era local. Considerei
apenas ignorar, mas então minha curiosidade levou o melhor de mim.

Eu respondi.

— Olá?

— É a Srta. Sapphire? — Uma voz masculina irrompeu na outra linha,


uma voz que não reconheci. Ele parecia mais velho do que eu, talvez em seus
trinta e tantos anos.

— É ela. Quem é?

— Andrew Lexington da Lady Lingerie.

Seu nome era vagamente familiar, mas reconheci a marca


imediatamente. Era uma loja de lingerie encontrada em todos os shoppings
da América. Você teria que viver sob uma rocha para não reconhecê-lo.

— Oh?

— Eu sou o proprietário e designer da Lady Lingerie. Prazer em conhecê-


la, Sapphire. Rastrear você foi uma grande provação.

— E por que você está tentando me rastrear? — Eu estava imobilizada,


sem saber se deveria desligar, correr para Conway ou continuar falando.

— Eu gostaria de lhe fazer uma oferta. Já contatei Conway Barsetti sobre


isso antes, mas ele se recusou a permitir que eu a visse. Não que eu o julgue
por isso. Faz sentido que ele seja protetor com você... Já que você está
morando com ele.

Ele obviamente fez sua pesquisa.

— Tenho um contrato estrito com Conway, então, seja qual for a sua
oferta, acho que seria inútil. Estou lisonjeada por você querer falar comigo,
mas...

— Por favor, me escute antes de desligar imediatamente. Conway Barsetti


é um homem muito poderoso, mas eu também sou. Não há dinheiro que não
esteja disposto a pagar por você.

Minha raiva aumentou.

— Eu não sou um pedaço de carne.

— E eu não estou presumindo que você seja, — ele respondeu


calmamente. — Mas você deve saber que tem opções. Estou disposto a dobrar
tudo o que Conway está pagando a você. — Se ele soubesse quanto pagou por
mim.

— Você não pode pagar por mim.

— Como eu disse, não há quantia que eu não esteja disposto a pagar.


Encontre-se comigo pessoalmente para conversar sobre isso.

A ideia de encontrar esse homem para falar sobre conseguir um emprego


parecia enganosa. Conway cuidou de mim. Seria errado da minha parte me
encontrar com ele. — Eu não posso. Mas obrigada por ligar, Sr. Lexington.

— Whoa, espere. Se tivermos que fazer isso por telefone, que seja. O que
ele está pagando a você? Eu nem deveria contar a ele.

— Cem milhões.

O silêncio ecoou de volta para mim.

Mas aquele silêncio não durou muito.

— Esse é o valor de todo o seu contrato?


— Sim. Disse que você não podia me pagar.

— Eu vou te pagar o dobro.

Quase engasguei com minha própria respiração quando ouvi o que ele
disse.

— O quê?

— Vou pagar o dobro, — ele repetiu.

— Por um contrato de dez anos com minha empresa de lingerie. Você


modela para mim e pode se aposentar lindamente no final da carreira. Você
pode se livrar do contrato dele e ainda ter muito de sobra.

Isso me daria o suficiente para pagar Conway por me comprar. E seria o


suficiente para saldar minhas dívidas com Knuckles, junto com o dinheiro que
eu devia em Nova York. Eu poderia limpar meu nome completamente.

E eu poderia ir para casa.

— Sapphire? — Minha mente se afastou.

— Ainda estou aqui.

— Isso significa que temos um acordo?

Seria estúpido não aceitar. Eu poderia retribuir Conway e não sentir


nenhuma culpa, e poderia obter tudo o que quisesse. Mas algo me impediu.
Uma pedra se formou na boca do meu estômago e a culpa começou a crescer
dentro de mim.

— Eu... Eu preciso pensar sobre isso.

— Tudo bem. Eu te ligo de volta em uma semana. O que acha?

— Sim, isso seria bom.

— Tchau, Sapphire. Falo com você em breve.

Desliguei e coloquei o telefone na mesa. Encarei a tela até que ela ficou
preta. A conversa se repetiu em minha mente e senti o peso sobre meus
ombros. Meus fins de semana eram passados na casa dos pais dele, e agora eu
estava sentada lá com uma oferta de duzentos milhões de dólares na mesa.

Qualquer outra pessoa aceitaria.

Mas não consegui.

Eu não devia nada a Conway, exceto dinheiro. E se eu pagasse de volta,


então não teria que sentir nenhuma culpa. Eu poderia ser livre mais uma vez.
Mas ainda não aproveitei a oportunidade.

Porque eu não estava convicta se queria deixar Conway... A qualquer


preço.

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